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46 resenhas de CDs
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10 entrevistas
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10 resenhas de shows
nÂş6 - Abril/Maio 09
www.hornsup.net
TendĂŞncia Suicida entrevistas:
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Resenhas Ao vivo
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Editorial Edit torial we care a lot Nº6 • Abril/Maio 2009
Editor-chefe Matheus Moura
Colaboradores nesta edição André Henrique Franco, Andréa Ariani, Athos Moura, Charline Messa, Cherry R, Gláucio Oliveira, Hélio Azem, Igor Lemos, Italo Lemos, João Henrique, Julio Schwan, Luiz Felipe Leite, Paulo Duarte, Paulo Vitor, PT
Fotos Alexandre Cardoso, Amanda Teixeira, Cátia Rodrigues, Caio Paifer, Flávio M. Oota, José Carlos Santos, Justina Villanueva, Maurício Santana, Michele Mamede, Robin Laananen
Design, Paginação, Webdesign
O assunto do momento: reuniões. A reunião do Faith No More fez reacender o debate. Até que ponto uma reunião é válida? É difícil dizer ao certo, mas pelo que vejo, é muito mais expectativa do que realização. Não vou ser específico, nem citar nomes, mas acredito que o grosso das bandas reunidas não faz nada de realmente grandioso e, algumas vezes, só acabam manchando seu próprio nome. Funciona um pouco com as sequelas dos grandes filmes. Poucas superam o original. Quando assistimos a parte 2, 3...6, começamos a pensar que era melhor não terem feito mais nada. É óbvio que temos saudades de determindas bandas e vê-las de volta é espetacular mas, hoje em dia, essas reuniões parecem ter mais haver com uma jogada de Marketing do que com a música ou mesmo com os fãs. Surprise! We’re back! HA HA HA
Matheus Moura Matheus Moura Igor Lemos
Para concorrer às promoções visite www.hornsup.net e saiba com se inscrever.
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Sorteio: 30 de Maio de 2009
Revisão
huinfo@hornsup.net
Website www.hornsup.net
Gan Ganhe! nhe!
Myspace www.myspace.com/hornsupmag
Envio de material
A HORNSUP nº 6 oferece aos seus leitores os seguintes prêmios:
Portugal/Europa HORNSUP Att: Matheus Moura Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal Brasil Paulo Vitor Macêdo Rua Joaquim Gois, nº 88, Edifício Mansão Drummond, Apartamento 102 - 13 de Julho Aracaju/SE - Brasil CEP: 49020-130
Uma (1) T-shirt Hellbreath + um (1) EP “Capitivity Of Babylon” www.myspace.com/hellbreath
Igor Lins Lemos Rua José de Holanda nº 580 Aptº 603 Torre - Recife/PE - Brasil CEP: 50710-140
HORNSUP Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal
Procura-se Estamos sempre em busca de novos colaboradores. Se acha que pode se tornar parte de nossa equipe, envie um e-mail para huinfo@hornsup.net e mostre do que é capaz!
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Duas (2) T-shirst A Trigger to Forget www.myspace.com/atriggertoforget
Uma (1) cópia do álbum “Hominis Canidae” do Eu Serei a Hiena www.myspace.com/ahiena Vencedores das promoções HORNSUP #5 - Seita: Pablo Rodrigues (Divinópolis/MG), Francisco Costa (Coimbra, Portugal), Luiz Jr (São José dos Campos/SP), Thiago Corrêa (Campos dos Goytacazes/RJ), John Santos (Laranjeiras/SE), Bruno Silva (Sumaré/SP), Jorge Oliveira (Espinho, Portugal), Alexandro Neundorf (Curitiba/PR), Matheus Alves (Belo Horizonte/MG), Rui Gomes (Viseu, Portugal) / Ekoa: Vinícius Siqueira (São Paulo/SP), José Silva (Campinas/SP), Jonatan Melo (São Vicente/SP) / Error: Maria Simas (Natal/RN), Pedro Garcia (Leopoldina/MG), Marcos Cruz (Americana/SP) / Hargos: Evandro Silveira (Rio de Janeiro/RJ), Caio Lima (Porto Velho/RO) / Thursday We Leave: Heverson Rolim (Foz do Iguaçu/PR), Emerson Prado (Ibiuna/SP), André Flores (Porto Alegre/RS)
not notícias tíc cias
por André Henrique Franco
FAITH NO MORE More Faith No More
Nota 10 Uma das polêmicas internas destes poucos meses de vida da edição online da HORNSUP são as notas 10 em resenhas de CDs. Acho uma discussão interessante. Não tanto pelo fato de que gosto é que nem cu -- cada um tem um --, mas pelo que a mudança de plataforma traz para o debate. Muito cabeça? Vejamos...
Em hiato desde 1998, o Faith No More irá se reunir novamente para uma série de shows na Europa. Formado em 1981, na cidade de São Francisco, o Faith No More estourou com o álbum “The Real Thing”, de 1989, o primeiro com Mike Patton no vocal, que substituiu Chuck Mosley, vocalista nos dois primeiros discos do grupo. Da formação original, apenas o guitarrista Jim Martin não volta para a reunião da banda. Segundo o baixista Billy Gould, o Faith No More ainda não descartou completamente a possibilidade de fazer uma turnê pelos EUA. O Faith No More 2009 é: Mike Bordin (bateria), Roddy Bottum (teclado), Bill Gould (baixo), Jon Hudson (guitarra) e Mike Patton (vocal).
DEVILDRIVER Vilões da fé
o logo do Metallica e criou todo material promocional, incluindo a edição especial em formato de caixão.
IN THIS MOMENT Maria Brink na Playboy A vocalista do In This Moment, Maria Brink, está na edição de Março da Playboy americana. Não, a bela loira não aparece em nenhum ensaio para a revista. Ela marca presença na edição “Sex And Music”, em uma entrevista aonde fala como é andar constantemente em turnês cercadas de homens, entre outros assuntos.
AS I LAY DYING Quem somos nós
“Pray For Villains” será o nome do quarto álbum de estúdio do Devildriver. O álbum está planejado para sair em 14 de Julho pela Roadrunner Records, gravadora com a qual a banda reassinou seu contrato para o lançamento de mais três discos. O CD foi gravado no estúdio Edge Of The Earth, em Los Angeles, sob os cuidados do produtor Logan Mader (Five Finger Death Punch, Gojira, Divine Heresy).
Após passarem pela América do Sul durante o mês de Março (numa turnê que incluiu duas apresentações no Brasil), o As I Lay Dying está prestes a lançar o primeiro DVD de sua carreira. “This Is Who We Are” tem data prevista de lançamento para 14 de Abril e consiste em três discos produzidos e dirigidos por Denise Korycki (que dirigiu também o DVD do Cannibal Corpse, “Centuries Of Torment”) Confira abaixo o conteúdo dos três discos que formam o DVD:
METALLICA
Disco 1 - Documentário (Aprox. 2 horas): A história completa da banda com entrevistas, comentários, entrevistas com parentes e amigos, além de algumas histórias sobre as turnês.
Caixão magnético No último dia 8 de Fevereiro aconteceu a 51ª edição do Grammy Awards, o mais importante prêmio da indústria musical internacional. O evento aconteceu no Staples Center, em Los Angeles, EUA. Nesta cerimônia, o Metallica recebeu o Grammy de “Best Metal Performance”, pela faixa “My Apocalypse”, do álbum “Death Magnetic”. Além desse prêmio, o designer Turner Duckworth recebeu o Grammy de “Best Recording Package”, também pelo álbum “Death Magnetic”. Duckworth, que costuma trabalhar com marcas mais tradicionais como Coca-Cola e Mr Kipling, re-estilizou
Depois de um alerta geral - em vão - do editorchefe da revista sobre o exagero em notas 10, resolvi disparar um email coletivo (existe coisa mais não-recomendável que isso?) a meus companheiros de HU para registrar minha indignação. Reproduzo um trecho: “Entendo bem que gosto é que nem cu - cada um tem um. O problema não é esse. É falta de critério. Não dá pra levar a sério um fanzine que, na mesma edição, dê nota 8 pro Metallica, 9 pro Bleeding Through e 10 pro Slipknot. Quanto mais uma revista que quer crescer, conquistar leitores/anunciantes e fazer diferença. De novo, não tem nada a ver com gosto ou idade. Tem a ver com bom senso. O leitor se pendura onde? Segue qual referência?” Além de concluir que eu ando numa fase anal, reparem que mencionei “idade”. Guardem esta informação para daqui a pouco. Propus, depois desta mensagem, que cada um dos colaboradores listasse cinco discos nota 10 para debatermos referências. Enquanto suava para decidir os eleitos para fazer companhia ao Master of Puppets, ao Scratch The Surface e ao Bad Brains, recebi uma resposta. Uma só. Vai daí que começo a desconfiar: idade tem sim a ver com a parada. E não é porque a molecada não quer saber das origens dos sons pesados, da história da bagaça, de quem foi revolucionário e tal. Acho mais profundo que isso.
Disco 2 - Ao vivo (com a formação atual): Aproximadamente uma hora e meia de filmagens em vários shows em 2008 nos EUA e em festivais internacionais como Wacken Open Air e With Full Force.
Minha tese: na cabeça de toda uma nova geração, o conceito de CD em si foi por água abaixo. A isto me referia quando falei em mudança de plataforma -- à migração do som do disquinho (vinil, CD, fita, whatever) para o computador. É tanta música à disposição para baixar que pouquíssimas pessoas se atêm à idéia de que aquele conjunto de músicas foi imaginado exatamente assim -- como um conjunto, com uma capa, um título que representasse o que aquela coleção de canções quer dizer, uma ordem de faixas que faziam sentido na cabeça dos autores etc.
Disco 3: Os vídeos clipes, além de material extra com algumas histórias e curiosidades.
Ou seja, o CD, não só como meio físico, mas como conceito, virou qualquer nota. Deixo a reflexão no ar. pt saudações
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Tesouros do
not notícias n tíc cias LIMP BIZKIT Juntos novamente
David after In Flames www.youtube.com/watch?v=tU6k4484vvg A formação original do Limp Bizkit - Fred Durst, Wes Borland, Sam Rivers, John Otto e DJ Lethal - está de volta após 8 anos. Em recentes declarações, Fred e Wes disseram que decidiram voltar com a banda, pois estavam mais enjoados e entediados com a cena da música pesada atual do que uns com os outros. Uma turnê mundial está programada, com shows pela Europa e também em grandes festivais, como o Rock Am Ring e o Rock Im Park, na Alemanha. Um novo disco, que seria o primeiro full-length com a formação original desde 2000, também está planejado. Cachorro do cão www.youtube.com/watch?v=589qbANO7WY
ARCH ENEMY De volta ao Brasil O Arch Enemy divulgou as datas da sua turnê latino-americana, que inclui uma única apresentação no Brasil. O show em São Paulo será realizado no Espaço Lux, em São Bernardo do Campo, no dia 3 de Maio. Ingressos podem ser adquiridos pelo site www.ticketbrasil.com.br e maiores informações estão disponíveis em www. archenemy.com.br/show. Veja todas as datas da turnê:
Onde estava em 1985? www.youtube.com/watch?v=m6JKiHvGzwg
28 de Abril - Maracay, Venezuela - Coliseo Limon 30 de Abril - Bogota, Colômbia – Local a ser anunciado 02 de Maio - Buenos Aires, Argentina - El Teatro Fiores 03 de Maio - São Paulo, Brasil - Espaço Lux 08 de Maio - México City, México - Circo Volador
EARTH CRISIS Até a morte
Chaves no moshpit www.youtube.com/watch?v=IZcHtKAzPAA
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O Earth Crisis está prestes a lançar seu novo álbum, “To The Death”. A banda já disponibilizou em sua página do Myspace a faixa “To Ashes” deste novo registro, que deve ser lançado no dia 20 de Abril na Europa e dia 05 de Maio nos Estados Unidos, pela Century Media Records. O álbum foi produzido pela própria banda no Castle Recording Studios em Utica, Nova Iorque e contou com a mixagem de Tue Madsen (Heaven Shall Burn, Moonspell, The Haunted). Já o artwork ficou sob a responsabilidade de Paul Romano (Mastodon, Godflesh).
OPTIMUS ALIVE! 2009 Stay Alive! Metallica, Lamb Of God, Mastodon. Machine Head e Slipknot farão parte do Festival Optimus Alive! 2009, no Passeio Marítimo de Algés, em Oeiras, Portugal. O evento será realizado dos dias 9 a 11 de Julho, porém, todas as bandas citadas estarão em cena no primeiro dia do festival. Os bilhetes já estão à venda, sendo que o bilhete diário custa 50 euros e o passe para os três dias, 90 euros. Confira o site oficial do evento: www.optimusalive.com.
CHIMAIRA Contaminação destruidora Previsto para sair dia 21 de Abril na América do Norte pela Ferret Music e dia 24 de Abril na Europa pela Nuclear Blast, o novo álbum do Chimaira, intitulado “The Infection”, será o quinto full-length da banda. O disco foi masterizado no Sterling Sound, em Nova Iorque, por Ted Jensen e Chris “Zeuss” Harris (Hatebreed, Shadows Fall, Agnostic Front, Terror). Recentemente a banda gravou o vídeo da faixa “Destroy And Dominate”, sob a direção de Todd Bell.
ONCE NOTHING Era uma vez... O Once Nothing anunciou recentemente o seu fim. No Myspace da banda o vocalista Todd Lowry põe um fim na carreira do grupo. Um show final está marcado para o dia 5 de Abril, no Altarbar, em Pittsburgh, Pennsylvania.
VERSE A última estrofe Originários de Providence, Rhode Island, o Verse decidiu encerrar suas atividades. No Myspace da banda há um rápido comunicado do vocalista Sean. O último álbum do Verse, “Aggression”, foi lançado em Junho de 2008 pela Bridge Nine Records.
not notícias tíc cias THE MARS VOLTA Grammy de cera O The Mars Volta ganhou o Grammy de “Best Hard Rock Performance”, em cerimônia realizada no dia 8 de Fevereiro, em Los Angeles, EUA. A banda venceu com a faixa “Wax Simulacra”, do álbum “The Bedlam In Goliath” e estava concorrendo juntamente com Disturbed, Judas Priest, Mötley Crüe e Rob Zombie nesta categoria.
OBITUARY Óbito à luz de velas O Obituary já terminou as gravações do seu novo álbum, que sairá por volta de Maio/Junho pela Candlelight Records. A banda ainda não divulgou o nome do disco, porém, o artwork ficará novamente a cargo de Andreas Marschall, o mesmo responsável pelas capas de “The End Complete”, “Frozen in Time” e “Xecutioner’s Return”.
NEAERA Armamento alemão
Abre aspas... data de lançamento marcada para 25 de Maio na Europa via Metal Blade Records. No dia 12 de Janeiro, a banda começou as gravações do novo registro, no estúdio Rape of Harmonies, localizado em Triptis, Alemanha, juntamente com o produtor Alexander Dietz (Heaven Shall Burn). O disco se chamará “Omnicide – Creation Unleashed” e contará com mixagem e masterização do renomado produtor americano Zeuss (Hatebreed, Shadows Fall, Agnostic Front).
FIELDY Got The Life Seguindo os passos de Head, ex-guitarrista do Korn, Reginald “Fieldy” Arvizu, baixista do Korn, se converteu ao cristianismo e, assim como Head, escreveu um livro sobre sua opção. O livro chama-se “Got The Life: My Journey Of Addiction, Faith, Recovery and Korn”. O livro, que foi lançado em 10 de Março nos EUA, narra a história de vida do baixista, seu comportamento depravado, o vício das drogas e suas violentas atitudes. Fieldy também descreve seu longo e árduo caminho de volta à sobriedade e seu resgate pessoal e espiritual após a morte de seu pai, músico e cristão, por conta de uma misteriosa doença.
“Forão bons tempos, o verão de 71. Eu não me lembro, mas nunca me esquecerei!” Lemmy Kilmister (Motorhead)
A banda alemã Neaera terminou de escrever material para o seu próximo álbum, que tem
Old School Início dos anos 80. Alguns moleques queriam se divertir e, para isso, começaram a tocar sons rápidos (tanto em execução como duração), com vocais mais rápidos ainda, tudo baseado em sujeira, simplicidade e tosqueira, além de letras abordando temas políticos, anti-sociais ou simplesmente algum lixo qualquer. Estava formado o D.R.I. e começavam a criar o que viria a ser esse Dirty Rotten LP, em 1983. O nome do grupo, “Imbecis podres e sujos” (Dirty Rotten Imbeciles), foi dado pelo pais dos irmãos Kurt e Eric, nos dias em que iam ensaiar e acabavam por deixar o velho (carinhosamente apelidado de “Madman”) muito irritado. Como a maioria deve saber, eles mudaram do Punk/HC curto e grosso para um Crossover/Thrash trabalhado e de músicas longas. Essas mudanças vieram com o tempo, mas hoje vamos focar apenas nesse grandioso trabalho. “Money Stinks”, “Reaganomics”, “Closet Punk” e “Balance of Terror” são algumas das pérolas que podem ser citadas. São músicas realmente muito simples, mas extremamente memoráveis e empolgantes.
É a linha do disco todo, o qual possui 28 músicas (foi lançado junto com o EP Violent Pacification). Nem preciso comentar a importância que a banda teve (bem como o álbum) na cena dos anos 80 e 90, basta você olhar o “Combat Tour - 1985”, que é um vídeo com presenças de Slayer, Exodus e Venom fazendo shows e dando entrevistas, na qual quando o Dave Lombardo é perguntado sobre as influências da banda, ele responde excitado: “D.R.I., Black Flag... People like that!”. Detalhe: Usando uma camiseta com o clássico símbolo do carinha pogando! Quem nunca viu esse símbolo não é um terráqueo ou realmente não curte Hardcore das origens. E mesmo passados mais de 20 anos desde seu lançamento, continua soando como algo atemporal! Fato, pois até hoje é muito apreciado e influente em todos os cantos do mundo. Não há muito mais o que falar, pois é um álbum com a cara da banda: Curto e grosso! Já foi dito até demais... Coloque-o para tocar e saia chutando tudo por aí. Julio Schwan
d.r.i. “Dirty Rotten LP” (1983)
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not notícias n tíc cias TRIGGER THE BLOODSHED E haverá sangue
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Brasil: Abril: 05 - Opeth - São Paulo/SP 07 - Kiss - São Paulo/SP 08 - Kiss - Rio de Janeiro/RJ 12 - Motorhead - Goiânia/GO 15 - Motorhead - Belo Horizonte/MG 16 - Nargaroth - Curitiba/PR 17 - Motorhead - Recife/PE 17 - Nargaroth - Campinas/SP 17 - Riders on the Storm - São Bernardo do Campo/SP 18 - Motorhead - São Paulo/SP 18 - Nargaroth - São Paulo/SP 19 - Nargaroth - Porto Alegre/RS Maio: 03 - Arch Enemy - São Paulo/SP 10 - Heaven and Hell - Belo Horizonte/MG 13 - Heaven and Hell - Brasília/DF 15 - Heaven and Hell - São Paulo/SP 16 - Heaven and Hell - São Paulo/SP 17 - Heaven and Hell - Rio de Janeiro/RJ 17 - Overkill - São Paulo/SP 21 - Dragonforce - Porto Alegre/RS 22 - Dragonforce - Curitiba/PR 23 - Dragonforce - São Bernardo do Campo/SP
Portugal: Abril: 04 - The Band Apart - Lisboa 06 - Nashville Pussy, The Supersuckers - Lisboa 15 - This Will Destroy You - Porto 16 - Millencolin - Almada 24 - Hellxis Fest com Walls of Jericho, H2O, Death Before Dehonor... - Corroios 30 a 2 - Barroselas SWR Metalfest XII com The Haunted, Esoteric. Sodom, Absu, Akercocke... - Barroselas Maio: 02 - Decades of Despair - Lisboa 05 - Anathema - Lisboa 06 - Anathema - Porto 22 - Bal-Sagoth - Benavente 23 - Bal-Sagoth - Porto
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Os britânicos do Trigger The Bloodshed se encontram atualmente em estúdio em meio ao processo de gravação de seu novo álbum, “The Great Depression”. O full-length está agendado para chegar às ruas em 14 de Abril pela Metal Blade e foi produzido pela própria banda nos estúdios Red House Farm e Cherry Wood. O disco ainda conta com mixagem de Karl Groom, no Thin Ice Studios e masterização de Dave, no The Digital Audio Company.
THE DEVIL WEARS PRADA O Diabo de ponta cabeça A banda cristã The Devil Wears Prada definiu o nome de seu novo álbum e já está em estúdio em meio ao processo de gravação. O disco se chamará “With Roots Above And Branches Below” e deve sair pela Ferret Music por volta de Abril/Maio. O grupo está trabalhando com o co-produtor Joey Sturgis (The Devil Wears Prada, Gwen Stacy) para a concepção deste novo registro.
HATEBREED Álbum de covers e show no Brasil Após 10 anos com o Hatebreed, o guitarrista Sean M. Martin deixa a banda. A decisão de Sean, segundo ele mesmo declara, nada tem a ver com o seu relacionamento pessoal com os membros do grupo. Para o seu lugar, o Hatebreed traz de volta o seu guitarrista original, Wayne Lozniak. Em outra notícia, a banda anunciou a data oficial de seu próximo lançamento: o álbum de covers “For The Lions”. O novo registro deve sair em 5 de Maio pela E1 Music (antiga Koch Records) nos EUA e em 11 de Maio na Europa pela Century Media. Confira a tracklisting: 01 - Slayer - “Ghosts Of War” 02 - Cro-Mags - “It’s The Limit” 03 - Suicidal Tendencies - “Suicidal Maniac” 04 - Sepultura - “Refuse/Resist” 05 - Metallica - “Escape” 06 - Bad Brains - “Supertouch/Shitfit” 07 - Misfits - “Hatebreeders” 08 - D.R.I. - “Evil Minds” 09 - Madball - “Set It Off ” 10 - Sick Of It All - “Shut Me Out” 11 - Black Flag - “Thirsty” 12 - Negative Approach - “Sick Of Talk” 13 - Crowbar - “All I Had I Gave” 14 - Merauder - “Life Is Pain” 15 - Agnostic Front - “Your Mistake” 16 - Judge - “Hear Me” 17 - Obituary - “I’m In Pain” 18 - Subzero - “Boxed In” Além disso, o Hatebreed enbarcará rumo à América do Sul no mês de Julho. Segundo consta no Myspace da banda, três shows farão parte da turnê. O show de São Paulo
será realizado no Espaço Lux, em São Bernardo do Campo, dia 26. Veja abaixo as datas: 24 Julho - Teatro Caupolican, Santiago, Chile 25 Julho - El Teatro Flores, Buenos Aires, Argentina 26 Julho - Espaco Lux, São Paulo, Brasil
SKINLAB À flor da pele O Skinlab está finalizando o contrato com uma gravadora, ainda não divulgada, para o lançamento do seu próximo álbum, dia 7 de Julho. O CD está sendo produzido no estúdio Trident, em Pacheco, Califórnia, com o produtor Juan Urteaga. O último álbum de estúdio do grupo foi lançado em 2002, sob o título de “ReVolting Room”.
MAROON Álbum novo em Abril No dia 20 de Abril, a banda alemã Maroon, irá lançar o seu novo álbum, “Order”, pela Century Media. Esse disco será o follow-up de “The Cold Heart Of The Sun”, de 2007, e foi gravado no Klangschmiede Studio E e mixado no Studio Fredman, na Suécia, por Fredrik Nordström (Arch Enemy, At The Gates, Dark Tranquillity). Já a masterização aconteceu no West West Side Studios (Mastodon, Unearth, Earth Crisis), em New Windson, Nova Iorque.
SUBZERO Fim da linha Após 20 anos de estrada, a banda de Hardcore Subzero, de Nova Iorque, decidiu encerrar suas atividades. O Subzero ainda fará mais alguns shows em diferentes regiões de NY e também fora do estado antes de terminarem. O último show da banda está agendado para 30 de Maio, pelo Superbowl Of Hardcore, no Brooklyn. Este evento contará com a formação original do Subzero tocando um set totalmente old school. No Myspace da banda, pode ler à uma carta postada pelo vocalista Lou Di Bella sobre essa decisão final.
WAR FROM A HARLOTS MOUTH
Novo album com novo vocalista “In Shoals”, o novo álbum do War From A Harlots Mouth, será lançado em 28 de Abril pela Lifeforce Records. Esse disco foi gravado em Novembro/Dezembro de 2008, no Dailyhero Recordings, em Berlin. Esse será o primeiro álbum com o vocalista Nico (The Ocean).
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Sangue Novo por Igor Lemos
Kidzilda Fazendo um som que mistura The Strokes, Moptop e MPB, a banda paulistana Kidzilda é uma boa pedida aos que curtem algo dançante com distorções leves. As levadas cativantes prenderão a atenção do ouvinte com canções radio-friendly. O grupo conta com os vocais e guitarra de Jr. Cândido; Suemar Parcio nos vocais, guitarra e
Unlife O Metal e o Hardcore estão em uma relação estável faz um bom tempo. Desta junção diversos grupos surgiram, se alimentando do que outros já deixaram no gênero. Porém, algumas vezes, bandas destemidas preferem partir para processos criativos e se distanciam do que está sendo feito atualmente em determinado estilo musical. Este é o caso dos paulistanos da Unlife. O
cenário independente está ficando cada dia mais profissional e este conjunto formado por seis cristãos veio para lançar uma sonoridade engraçada, bastante pesada e com vocais femininos nas melodias. Basta conferir “Welcome To The Candy Church” e “Smells Like Whitney Spears” para sentir todo o caos sonoro junto às mensagens de conscientização em relação à realidade. A Unlife está com planos de lançar um CD em 2009 intitulado “Christian Democracy”. Com certeza será um registro memorável.
Civaia ”Civaia Suku”, louvar ao Deus, na linguagem de uma tribo angolana. Deste termo é que a banda formada por oito pernambucanos nasceu. Porém, este atual line-up sofreu diversas mudanças. Desde o início das atividades, em 2006, o grupo dobrou o número de músicos na mesma. As mudanças foram positivas. O som agora é
Here Comes The Kraken Aqui vem algo monstruoso. O kraken era uma espécie de polvo gigante com um tamanho aproximado de uma pequena ilha e, nas imagens deste animal das profundesas, facilmente via-se embarcações sendo devoradas por ele. Deseja um som brutal? Então ouça os mexicanos da Here Comes The Kraken. Praticantes de um gênero recheado de bateria acelerada, breakdowns e muita gritaria, esta banda independente
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teclado; Marcos Beicker na bateria e Dri Ribeiro no baixo. Faixas como “Barmorada” e “Roteiro de Semelhantes Contrapostos” são ótimos exemplos do potencial instrumental e vocal da Kidzilda. A banda encontra-se em pré-produção e gravação de um EP já para 2009. Vamos esperar agora o reconhecimento aparecer. Uma forte candidata a aparecer na MTV. Curte um bom rock? Vá ouvir já estes caras que não irá se arrepender.
já lançou algumas Demos e, mais recentemente, jogaram no mercado o primeiro álbum, que leva o nome do grupo. Não é tão fácil encontrar bandas de Deathcore sem gravadora e ao mesmo tempo fazer um trabalho digno de uma label de alto nível. Mas aqui você achou um nome em franca ascenção. O inferno se mudou para o México e o diabo tem nome. Não deixe de escutar esta revelação do Deathcore, que já está sendo apreciada no mundo inteiro.
único, pois há uso de saxofone, elementos eletrônicos, percussões e teclado, além do famoso power trio: guitarra, baixo e bateria. Definindo a sonoridade da Civaia, seria um casamento do rock com a psicodelia. As letras, de conteúdo cristão, são feitas através de experiências cotidianas. A banda vem ganhando respeito no cenário recifense e irá agradar aos que gostam de The Mars Volta e Nação Zumbi. Um som bem feito e original com letras em português.
It's All Red
Rafael Mallmann, baixista da banda gaúcha It’s All Red, em meio à g gravação do EP que dará seguimento ao debut “Vicious Words From The H Heart”, encontrou tempo para falar à HORNSUP sobre esse novo trabalho.
A
quantas quanta qua ntass anda nta anda a gra gravaç gravação vação vaç ão do EP? Po Porr sinal, o mesmo já tem título definido? Quall a fonte de inspi Q Qua inspiração p raçção par p paraa essa nova nova obra obra? o bra?? Bueno, a gravação do EP vai bem, dentro do ritmo esperado e planejado anteriormente, já que todos nós temos atividades paralelas à banda e isso atrasa um pouco o processo inteiro. Ainda não temos um título definido, apenas algumas idéias que serão aprimoradas e finalizadas no momento oportuno. As fontes de inspiração são muitas. Algumas delas são as mesmas de sempre, as nossas bandas preferidas, mas outras são aquelas do momento, aquilo que se tem escutado nos últimos tempos (do Pop ao Metal), os filmes que temos assistido, os livros que temos lido, enfim, essa mistura de inspirações é que confere ao IAR o rumo deste novo trabalho. Em qual estúdio estão realizando a gravação? Ela está ocorrendo em apenas um local? Estamos gravando em dois locais, a exemplo do que aconteceu com o nosso 1º disco, ambos aqui no RS, em Porto Alegre. No estúdio
Artwork S
ente alguma diferença por ser uma mulher nesse meio mais masculino que é o Rock e o Design gráfico? Sim, sempre rola uma diferença. No design, as pessoas ficam meio receosas quando ficam sabendo que é uma mulher que vai fazer o trabalho. Acho que têm a impressão de que vou fazer algo cor de rosa e fofinho (risos)... Mas depois que conhecem meu trabalho ficam mais tranquilas e confiam porque “mulher é mais caprichosa”. Quanto a ser mulher no meio rocker, tem suas vantagens! Sempre acabam me tratando melhor. Vejo muito isso quando vou tocar com minha banda, Parallèles, que é só de mulheres. Qual tipo de trabalho prefere fazer (cartazes, artwork para CDs, merch etc)? Eu adoro fazer cartazes e sites. Geralmente faço esses trabalhos para bandas que gosto muito, o que me faz sentir como parte do show deles, e isso me deixa muito feliz. Quais os diferenciais que acha que seus trabalhos apresentam que pode dizer que são exclusivos teus? Não sei se posso chamar de exclusivos. É difícil perceber isso quando é você quem faz, talvez seja mais fácil perceber um estilo pra quem
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reg Transcendental, onde ensaiamos regularmente, bate foi onde o Renato gravou suas bateras e onde gravará mais algumas faixas faixas. Os vocai vocais e instrumentos de corda estão sendo gravados no Estúdio do nosso guitarrista, Rafael Siqueira. Os interessados podem checar os vídeos no Youtube, no nosso endereço: www.youtube. com/itsallredmusic. Como está se saindo em estúdio o novo vocalista da banda, o Rafael Thumé? Pode-se dizer que ele fará linhas vocálicas distintas das apresentadas no disco de estréia pelo antigo frontman? O Thumé tem se saído muito bem até aqui. Ele está perfeitamente integrado ao IAR e contribui bastante no processo de composição, dando seus pitacos aqui e ali e também se mostra flexível quanto às suas linhas de vocais, a fim de buscar o melhor desempenho em função na banda. Seus vocais, definitivamente, serão distintos dos apresentados no “VWFTH”. A voz do Thumé, por ser bem versátil e potente, adequou-se muito bem ao resultado que buscávamos em cada canção.
A designer Paula Villas, que vem se destacando pelos trabalhos prestados a diversas bandas, explica a HORNSUP como é ser a Luluzinha no “clube do Bolinha”. vê meus trabalhos. Quando vou desenvolver algo, tento aliar elementos típicos do rock como o clima tenso, escuro e meio “sujinho” a conceitos do design que fazem o trabalho ficar organizado e legível. Tem algum método de trabalho específico ou algum ritual de desenvolvimento? Sim! Antes de todos os trabalhos faço uma pesquisa para saber com qual tema se encaixa melhor com o conceito que o cliente quer passar. Como exemplo as bandas, procuro ouvir o som que elas fazem, procuro suas influências, sobre o que suas letras falam e então pesquiso imagens que transmitam o mesmo sentimento que a banda tenta passar. Por fim, escolho a paleta de cores, pego referências e desenvolvo a idéia. Se não trabalhasse com design, o que faria? Provavelmente ficaria pulando de emprego em emprego sempre insatisfeita com todos eles. Trabalho com design porque sempre fui apaixonada por arte, e o design foi a maneira que encontrei de fazer uma coisa que gosto e ainda ganhar por isso. Matheus Moura
www.flickr.com/paulavillas
Rafael, na altura em que se encontram da gravação do disco, poderia nos dizer a ficha técnica do álbum com o que já está confirmado? E quanto à arte gráfica? A ficha técnica: a produção é da banda toda. A gravação fica por conta do Rafael Siqueira e do Luis, e a mixagem a cargo do Rafa Siqueira. Estamos escolhendo onde será feita a masterização. A parte gráfica do CD segue o mesmo caminho do título do EP. Ela já conta com algumas idéias, mas não temos nada definitivo ainda. Já têm um tracklist definido? Ou ao menos têm idéia de quantas músicas comporão o EP? Há alguma previsão para o seu lançamento? O tracklist do EP já está praticamente definido sim. Teremos entre 3 e 5 canções, sendo que dentre elas talvez uma regravação, mas estamos mais focados nas músicas novas neste momento. Como temos algum material sobrando estamos escolhendo o que vai pro EP e o que vai pro nosso próximo full length. O lançamento deve ocorrer até o final do primeiro semestre deste ano, pois estamos trabalhando em turnos alternados pra poder cumprir nossa apertada agenda de compromissos. Seguramente a HORNSUP será avisada da data! Pois bem, até lá, sugiro que o pessoal que quer conhecer a banda, bem como aqueles que já acompanham nossa caminhada, passem pelo nosso Myspace, já que em breve ele estará remodelado e com alguma novidade do que vem por aí. Acreditem, está ficando matador! Paulo Vitor www.myspace.com/itsallredmusic
MEU TOP 5 É muito complicado para mim fazer um Top 5 dos meus álbuns preferidos. Essencialmente porque fico metade do tempo a substituir discos na lista que me marcaram em diferentes alturas da minha vida, pois já tenho uma colecção simpática, e ia perder mais tempo a escolher do que a falar deles... Decidi por isso fazer algo diferente escolhendo álbuns ao vivo, que são descorados na maior parte das vezes, mas são marcantes e de grande importância na história da música e de certas bandas. Assim, aqui estão os 5 primeiros que me surgiram em memória:
e atitude. Sempre me fez alguma confusão aquelas pessoas que só ouviam um estilo de música e gozavam comigo, e com outros, se reparavam que ouviam outros estilos diferentes. Sem dúvida que o Metal é o meu ponto de partida para a música de uma forma geral e como forma de estar na vida... mas não somos amamentados pela nossa mãe até morrer e não é por isso que gostamos menos dela. Sempre se falou tanto em liberdade e livre pensamento e depois muitos eram iguais aos que condenavam.
“Live After Death” Iron Maiden
“Decade Of Aggression ” Slayer
Este disco é um dos grandes culpados, senão o maior, de ter formado uma banda. No tempo em que arranjar qualquer item era como encontrar um tesouro, um amigo meu arranjou uma gravação em VHS e fizemos uma sessão em minha casa para ver o concerto. Nunca tinha visto nada assim. O palco, o cenário, as músicas, os elementos da banda... tudo se conjugava na perfeição e a atitude era impressionante! Conhecer esta gravação na altura em que saíu é uma dádiva, porque só assim se consegue compreender na totalidade a importância deste registo. Essencial.
Para mim, o ponto alto da carreira dos Slayer! Não, não deixei de gostar da banda, mas até aqui foi um crescimento ascendente de uma força bruta imparável. A jeito de despedida de Dave Lombardo da banda, desta primeira fase do grupo, este duplo álbum foi uma autêntica bomba na altura. Este lançamento compila os hinos Thrash essenciais da banda, com os quais passei muitas tardes e noites e que proporcionaram autênticos torcicolos, a mim e aos meus amigos, pelo headbanging puxado a cerveja. A cassete desmagnetizou de tantas vezes que rodou!
“101” Depeche Mode A confirmação que a pop electrónica desta altura também pode ser negra, ter classe
Imprensa – Até que ponto ela ajuda e quando ela começa a atrapalhar... Por Elaine Thrash São Paulo, 04 de Março de 2009. Foi noticiado que uma menina de apenas 9 anos havia sido estuprada pelo padrasto e desta forma havia engravidado de gêmeos... O que fazer? Deixar a gravidez acontecer com todos os riscos ou cortar o mal pela raiz? Bom, a família fez mais do que o certo – interrompeu essa gravidez de risco, mesmo que tenha sido excomungada pela igreja. Resumo da ópera: Essas situações acontecem mais do que a gente imagina, mas só algumas delas é que tomam conhecimento público. Será que se a mídia não tivesse exposto tanto esse caso ele teria obtido essa repercussão internacional a ponto de a Igreja intervir? Não sei... Só sei que toda a vez em que a mídia mete o dedo em alguma história assim, dá um bafafá tremendo... Nós, que também somos da mídia e não podemos esquecer isso, também temos nossos dias de triunfos e derrotas. Não é só porque temos o dom de informar (e também entreter, que é o nosso caso) que nós não sofremos com as barreiras das famosas coberturas de shows e eventos, e até mesmo as questões que envolvem entrevistas e contratos com bandas e artistas... Enfim, tudo o que nós do Metalsplash conseguimos é com muito esforço, carinho, dedicação e, claro, a ajudazinha de muita gente que vai com a nossa cara. Por exemplo, já entrevistamos os
“randy Rhoads Tribute” Ozzy Osbourne Um grande disco, e único registado oficial editado com Ozzy e Randy ao vivo, em
franceses do Eths, por intermédio do pessoal do Embrioma, que foi o “open act” no show deles. Entrevistamos o Tommy Lindal (ex-Theatre of Tragedy) por intermédio da Ravenland, para a qual o guitarrista fez uma participação especial na gravação do álbum de estréia... Bom, os exemplos não param por aí. Já entrevistamos o Obituary, o Circle II Circle, o Van Canto, o Zoltan Farkas (do Ektomorf), fizemos diversas coberturas de shows e, mais recentemente fizemos entrevista e cobrimos a apresentação da holandesa Anneke Van Gierbergen em sua nova banda Agua de Annique (agradecimento especial ao pessoal da Overload, que intermediou tudo para nós!). E podemos falar com absoluta certeza que a Anneke foi a artista internacional que mais tivemos o prazer de entrevistar, devido à sua extrema simpatia e carinho com que nos tratou. Sim, meus caros! Existem artistas que valorizam nosso trabalho, pois reconhecem o quanto ele é importante para ambos!!! Exemplificando o oposto, tivemos a felicidade de conseguir credenciamento para o show do In Flames (show este que foi espetacularmente lindo, diga-se de passagem), principalmente pela banda de abertura, que ficou a cargo do Claustrofobia. Mas o que deixou a equipe inteira abalada (não só o Metalsplash mas também todos os veículos que ali estavam para cobrir o show) foi a falta de respeito e o excesso de frescuras por parte dos suecos do In Flames, especialmente de seu vocalista Anders Fridén, que além de não ter concedido a entrevista ainda ameaçou interromper o show caso alguém estivesse filmando... Bom, tudo bem... A equipe do Opeth também não permite filmagem do show, mas deixa essa cláusula bem clara quando da contratação de algum serviço. Assim ninguém aparece lá com cara de tacho e a câmera na mão. Simples.
tributo a um dos melhores guitarristas do género. Esta lenda da guitarra, que morreu precocemente aos Luis Lamelas 25 anos de idade [f.e.v.e.r.] num acidente de avião, deixou de tal maneira marcas que continua a ser referido constantemente como uma referência para muitos. Tive o prazer de conhecer e privar com Rudy Sarzo (baixista que participa no disco) e foi uma grande honra puder ouvir em discurso directo muitas histórias de estrada, estúdio e não só de uma época que foi a génese de muitas outras.
“Earth Inferno” Fields Of The Nephilim Gravado durante a tournée do álbum “Sumerland”, prepara-se aqui o encerramento de mais um ciclo na carreira de uma banda que haveria de ter como ponto final parágrafo a compilação/antologia “Revelations”. O colectivo dirigido por Carl McCoy, entrega-se aqui de corpo e alma a composições e ambientes que definiram outra viragem na história da música independente. Temas essenciais da sua carreira recolhidos de três concertos que nos fazem desejar ter lá estado e assistido a actuações que chegaram ao estatuto de lendárias. Uma pérola negra. Matheus Moura
Mas o que mais nos intriga é: qual o bendito problema de um artista em impedir que seu show seja filmado, pelo menos um trecho? Nós da mídia temos a missão de informar aos nossos internautas sobre tudo o que acontece com os artistas que eles apreciam. E mais: estamos fazendo um enorme favor aos artistas também, divulgando o ótimo trabalho deles. Então por que tanta implicância com a mídia? Será que estamos sendo tão chatos e abusivos assim? Bom... Não há como negar que alguns veículos literalmente queimam o filme de algumas pessoas, mas dá para avaliar quem o faz ou não. Não é nosso caso, senhores artistas! Fiquem sossegados! Nós só queremos levar o melhor ao nosso público... E se, em nossa opinião, esse melhor é o seu digníssimo trabalho, então que tal colaborar, hein? Brincadeiras a parte, estamos sempre dispostos a batalhar para que a nossa música, o Metal, não se perca em meio a tantas baboseiras que existem por aí. E vamos continuar sim cobrindo shows, tentando entrevistar artistas internacionais, tentando registrar os melhores momentos deles aqui em solo brasileiro... Mas nossa missão também é cobrir shows de bandas nacionais e dar espaço para que elas divulguem seu trabalho em nosso programa. Sim, estamos sempre de braços abertos a bandas que fazem um trabalho sério, digno de respeito e reconhecimento e que, diferentemente de muitas que andam por aí poluindo sonoramente nossos ouvidos, lutam cada vez mais pela cena atual. É por essas bandas e por esses artistas humildes que nos recebem muito bem que nós deixamos nosso espaço mais do que aberto para divulgação de suas obras. Um grande abraço da Equipe do Metalsplash E assistam ao nosso programa todos os domingos das 12h às 13h (horário de Brasília) diretamente no site da allTV – www.alltv.com.br hornsup #6
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Metal suicida britânico
Não é novidade que a banda Bring Me The Horizon vem ganhando cada vez mais notoriedade no cenário da música pesada mundial. O guitarrista Curtis Ward comentou sobre temas interessantes relacionados ao processo de composição, inspiração sonora e também sobre o Predador. Confira agora essa entrevista exclusiva a HORNSUP.
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ocê poderia nos dizer o significado do nome Bring Me The Horizon? O nome veio do filme “Piratas do Caribe”. Nosso nome é um tanto diferente do que Johnny Depp diz, mas isso aquece nossa atitude para com as coisas. Nós queremos ir o mais longe que pudermos com esta banda, ver mais lugares, realizar turnês em novos países e conhecer novas pessoas. Bring Me The Horizon, Yo! Bring Me The Horizon é um grupo que dificilmente pode ser colocado em um gênero específico. Se você puder definir o seu som, como ele seria? Nós somos uma banda que as pessoas adoram rotular. Nós somos chamados de Metal, Metalcore, Screamo, Hardcore e qualquer coisa desse tipo. Nós somos até chamados de Emo devido ao modo como parecemos. Nós apenas fazemos música pesada que nos deixa feliz. Chame da forma que você quiser. Já fomos chamados de qualquer nome no mundo inteiro, então isso não importa mais! É verdade que nosso novo álbum soa diferente do primeiro. Quem quer fazer o mesmo álbum várias vezes? Nós não! Quem são suas influências no som que fazem? Nós estamos todos em diferentes coisas como uma banda. Eu e Lee (guitarra) ouvimos coisas muito mais pesadas que os outros, como At The Gates e Cannibal Corpse, mas eu também ouço bastante Electro e Dubstep. Eu conheci Lee através de uma banda de tributo ao Metallica anos atrás. Oli (vocal) ouve bastante Electro e Drum’ Bass, Punk e Hardcore. Matt N (bateria) ouve bastante Hip Hop. Na verdade ouvimos um vasto repertório que levaria um ano para listar todas as bandas. Mas todos nós ouvimos música pesada. Isso e Arctic Monkeys! Como está a cena musical de Yorkshire, Reino Unido, no momento? Não está ruim. Eu acabei de mencionar o Arctic Monkeys que são enormes e são de um local perto de onde crescemos. Há também algumas bandas relativamente famosas de Sheffield. Também tem bandas de rock clássico, como Def Leppard. A cena do Metal e Rock está legal no momento, há muitos locais onde bandas novas podem tocar e isso é legal. Quais são as principais diferenças entre o primeiro álbum e “Suicide Season”? Colocamos muito mais elementos eletrônicos no novo álbum. Os vocais de Oli estão com uma variação maior. Eu acho que isso é mais um álbum de festa, ao estilo Andrew WK. Nosso debut era apenas um som pesado com diversos riffs e breakdowns. As músicas estão, com certeza, melhores no novo álbum. A faixa “It Was Written in Blood” contém letras de uma carta suicida deixada por Sergei Esenin, que escreveu com seu próprio sangue. Por qual motivo usaram esta carta? Oli faz todas as letras. Eu acho que Oli realmente se identificou com ele. Suicídio é o tema de muitas das canções do álbum. Nós não temos nenhuma qualificação, nenhum emprego real, então, se alguma coisa acontecer e não pudermos mais ter a banda, estamos fudidos! Olhe para Oli. Ele tem um milhão de tatuagens, quem iria contratá-lo? Matt N é o único que teve um emprego real e isso foi em um cabeleireiro!
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Cortesia da Visible Noise
“Chelsea Smile”
Onde BMTH encontra inspiração para fazer as letras? Oli escreve sobre o mundo ao seu redor e como ele o enxerga. Nós não falamos sobre dragões e castelos, como muitas das letras no Metal. Oli pode ficar bem sombrio algumas vezes, ele meio que tem uma reputação de animal louco, mas ele é, na verdade, um tanto tímido. Ele está sempre escrevendo letras no seu Iphone e algumas vezes fica sombrio pra caralho! O que a palavra “suicídio” lhe diz quando você pensa em relação a ela? Eu meio que respondi isso um pouco atrás. Para nós, esta banda é suicídio e nós estaremos fudidos se ela acabar. Então, iremos aproveitar da forma que queremos enquanto tivermos chance! A arte de capa do novo álbum é muito forte. O que essa figura representa de verdade? Nós estávamos querendo uma imagem impactante. É algo no estilo do antigo Cannibal Corpse, apenas repaginado. Então, pegamos algo realmente nojento, mas fizemos isso com uma menina linda e realmente inocente. Nós gostamos bastante! Como foi dividir palcos com nomes como Iron Maiden e Slayer? Dividir o palco não é como falam. Nós dividimos o palco com Metallica, que são
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nossos heróis, mas nós não os conhecemos pessoalmente nem nada do tipo. Nós tiramos uma foto do equipamento deles (risos). Acho que está no nosso blog: www.bmthisdope. blogspot.com Fredrik Nordström produziu nomes como In Flames, Soilwork e Opeth. Como foi trabalhar com ele? Frederik foi foda. Ele é realmente interessado no que faz e nos mostrou como trabalhar com os equipamentos, então ficamos até tarde várias noites tentando criar coisas novas. Isso realmente ajudou no que queríamos fazer no novo álbum. O estúdio Fredman é legal. O local também era épico! Várias árvores e florestas, então nós saímos e andamos de BMXs e fizemos fogo no meio do nada. Nós também acendemos uma fogueira que estava sendo usada para algum tipo de festival pagão, então eu acho que eles não estão felizes conosco. Tempos divertidos! Como foi a experiência com o vocalista da banda Architects, Sam Carter, na faixa “The Sadness Will Never End”? Os caras do Architects são nossos camaradas, então foi legal. Nós tocamos vários shows com eles no passado e ele tem uma grande voz. Ele faz diversos gritos normalmente, mas ele tem um jeito próprio em seu modo de cantar que nós precisávamos para fazer uma parte na música. Isso funcionou muito bem.
Você poderia explicar como funcionou o conceito do Vídeo Clipe “The Comedown”? Err... é o filho da puta do predador! O que mais eu poderia falar? Viemos com essa idéia quando estávamos bêbados e pensamos: “Que saber? Por que não? É o nosso vídeo!”. É tudo sobre o Predador andando por nossa cidade natal de Rotheram, Sheffield, como um desempregado. Monstros também têm sentimentos, você sabe... Você poderia nos dizer os 5 melhores álbuns de 2008? 1. BMTH - Suicide Season (risos)! 2. Metallica - Death magnetic 3. Cancer Bats - Hail Destroyer 4. Burn Down Rome - Devotion 5. High School Musical É verdade que a banda está vindo para o Brasil? Quando? Espero que sim! Não acredito que existam planos ainda, mas nós estamos realizando turnês ao redor do mundo este ano, então espero tocar no Brasil. Eu sei que os brasileiros amam seu Metal, então eu gostaria de saber o que pensam da nossa banda! Além disso, eu gostaria de fazer algumas festas na praia com algumas garotas brasileiras! Igor Lemos
www.myspace.com/bmth
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Virtuosismo e loucura canadense Técnica musical, álcool e agressividade são elementos que permeiam o universo da banda Protest The Hero. Irônico e bem humorado, o vocalista Rody Walker falou com a HORNSUP em uma entrevista bastante excêntrica.
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ocê poderia nos dizer o significado do nome “Protest The Hero”? Não significa porra nenhuma. Inicialmente era alguma declaração pretensiosa de um partido de esquerda. Atualmente é apenas o que nos chamamos. Quem são suas influências musicais? John Travolta, Olivia Newton John e Doug Bennet. Protest The Hero é uma mistura de Mathcore, Post-Hardcore, Metal Progressivo e Metalcore. Você acha que estão incluídos nestes gêneros? “Core” é realmente algo que nós nunca sentimos. Nenhum de nós jamais ouviu Hardcore e nós não consideramos isso nem como uma influência remota. Nós não estamos preocupados em nos enquadrar em um estilo com o que fazemos. Nós estamos preocupados apenas em tocar. Você acredita que Protest The Hero possui algo diferente de outras bandas? O quê? Certamente nós temos pessoas diferentes na nossa banda em relação a outras bandas (risos). Ou então é um senso autêntico de integridade musical que está faltando em um monte de banda de merda. A banda tem uma excelente performance de palco. Onde vocês retiram a inspiração para isso? Uma boa parte é do álcool. Nós tentamos não abandonar os clichês do Rock N’ Roll o quanto for possível. “Fortress” é um nome forte. De onde vocês o retiraram? O nome vem do som e do sentimento do álbum. É desagradável e penoso. A capa do novo álbum é sensacional. O que a figura representa? A imagem simboliza uma deusa em toda sua violência e beleza. É um casamento da discórdia com a harmonia.
Acredito que “Fortress” é um álbum que soa mais maduro em relação ao “Kezia”. O instrumental está mais belo e as músicas estão em outro nível. Foi difícil alcançar este novo estágio musical? Eu não sei. Foi um progresso muito natural para nós. Nós constantemente nos empurramos entre os ciclos dos álbuns, então não é uma questão de concentrar um esforço de uma vez só. É acumulado durante o período de dois anos. Vocês possuem um modo técnico muito legal de tocar. Eu ouvi que vocês criam músicas que não conseguem tocar em um primeiro momento, então praticam bastante para chegar à perfeição. Isso é verdade? Esse foi o método que nós usamos para escrever “Kezia”. No entanto, entramos com um método diferente desta vez, já que o primeiro método certamente provou ser ridículo. Como foi trabalhar com o produtor Julius Butty novamente? Bom, nós amamos o cara. Ele é o cara mais legal no mundo e um excelente produtor. Ele também possui a voz de um anjo. Onde vocês pretendem tocar na próxima turnê? Eu gostaria de tocar na Austrália. Passar algum tempo na praia, abraçar um koala ou alguma merda assim, você sabe... Nós teremos um novo álbum em 2009? Talvez. Nós estamos considerando escrever um álbum durante o verão já que nós certamente não estaremos na Warped Tour. Diga para nós algumas bandas que vocês gostaram de dividir o palco este ano. Nós não nos demos muito bem com os outros neste ano. Você poderia nos dizer um TOP 5 de álbuns de 2008? Eu realmente não gostei de nada. Igor Lemos www.myspace.com/protestthehero
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Foto: Robin Laananen
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Churrasco humano, já! Defendendo os direitos dos animais e pregando a destruição humana. Com esses ideais que o Cattle Decapitation passou de uma simples banda Goregrind a um dos projetos mais interessantes da cena americana. Travis Ryan, líder e vocalista, contou-nos sobre o novo álbum, “The Harvest Floor”, entre outras coisas, como roubar carne e escondê-la em um duto de ventilação.
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esde o início da banda, as letras têm falado sobre o lado malígno dos humanos, além de também abordarem o vegetarianismo. Esses temas vegetarianos são muito interessantes. Fale sobre eles e sobre este estilo de vida. Isso é algo que está enlaçado às nossas letras e temas. Não há como falar muito sem soar redundante ou repetitivo. Nossas primeiras gravações abordaram bem este tópico. Somos todos vegetarianos, com exceção do nosso baterista. Ele ama camarão. Estamos trabalhando nele... De “Human Jerky” até “The Harvest Floor”, a banda passou por diversas trocas no line-up e mudou muito a sonoridade. Lembro que vocês eram puro Goregind, e agora são puramente do Death Metal técnico, incomum e bizarro. Conte-nos como você vê o desenvolvimento da banda nos últimos 10 anos.
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Bom, nós evoluímos consideravelmente. Os dois primeiros registros foram bem Grindcore, daí nos movemos mais para o reino do Death Metal, agora estamos quase progredindo dele. Apenas não queremos fazer a mesma coisa que todo mundo fez. E acreditamos em andar para frente, não importa o quanto bizarro fique. Eu vejo “Humanure” como o início de um trabalho mais sério. A música e as letras ganharam um enorme “combustível”. E a capa é incrível! Fale mais sobre esse trabalho. Sim, esta foi a primeira gravação após chutarmos o baterista que passamos a odiar demais. Suas habilidades eram extremamente ‘abafadas’ para nós e quisemos progredir. Livrar-se dele realmente nos colocou no caminho certo. Odiamos “To Serve Man” e as linhas robóticas que ele colocou nesse álbum, a ponto de que tudo soa como uma bateria
eletrônica mal-programada. Com “Humanure”, começamos a amadurecer e achar o nosso próprio estilo de som. Também desde “Humanure”, há faixas “instrumentais”, como “Men Before Swine”, “Of Human Pride & Flatulence” e agora a intro de “The Gardeners of Eden”. Estou falando de todo esse negócio de sonoplastia insana. Quem tem essas idéias? São quase todas minhas. Os outros rapazes também estão nessa, mas não tenho idéia do quanto disso estaria aqui se eu não tivesse instituído isso antes. Eles compõem a música, eu manuseio as imagens, letras, idéias e atmosferas. Focando mais em “The Harvest Floor”. É provavelmente o melhor álbum do grupo até o momento. Também o mais diversificado, principalmente pela faixa-título. Como foi
a recepção dos fãs nas turnês e em outros locais, desde o lançamento? Obrigado! Ela é, atualmente, minha faixa favorita, principalmente porque a Jarboe está nela! (risos) Os fâs têm sido muito receptíveis e acredito que eles estão apenas excitados em nos ver fazendo algo novo. Estou extremamente feliz, mas surpreso com a recepção, de longe. “The Harvest Floor” soa conceitual. Dê-nos uma breve explicação da idéia principal do álbum. Ele definitivamente soa conceitual, mas não é um “álbum conceitual”. A capa realmente mostra isso. É um edifício gigante, num ambiente onde um pesadelo é revelado, através de um matadouro de humanos, o qual está na parte interior do encarte. Há gente sendo mandada para lá, para a aniquilação completa da raça humana. Essa é a idéia principal por trás do novo álbum, além de ser o acúmulo de todas as idéias que tivemos nos registros anteriores. Agora, podemos somente nos mover para frente daqui! Haverá video-clipe para algum som ou sons? De fato, haverá um vídeo para “Regret & The Grave”. Terminamos recentemente e agora estamos esperando o resultado final! Não acha que agora é o momento certo para lançar um DVD? Sim. Só precisamos convencer a Metal Blade! Atualmente, não olho para frente pensando em fazer um DVD. Ninguém ficaria feliz com os resultados, confie em mim. Nós somos
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muito detalhistas. Conseguir fazê-lo agora seria um milagre e nós temos muita integridade para modificar partes como todas as bandas fazem em seus DVD’s. Eu estava lendo umas histórias loucas sobre suas turnês, como aquela em que alguns caras roubaram a guitarra de um dos membros do Dillinger Escape Plan, então vocês foram buscar o “bastão do julgamento” e perseguir os caras. Conte mais alguma coisa engraçada como essa. Hmmm... Uma noite tocamos em um lugar que possuía uma freezer enorme com muita carne dentro. Ela parecia estar lá há anos! Parecia horrível. Escondemos a carne em uns dutos de ventilação. O cheiro deve ter sido horrível, dias depois, quando eles aqueceram os dutos! Yuck! Alguma chance dos fâs brasileiros lhes verem em turnê este ano? Esperamos que sim! Nosso baterista é chileno, então esperamos descer à América do Sul o mais breve possível! A humanidade deve mesmo morrer ou você acha que, algum dia, as pessoas irão alcançar um estado de consciência que as impeça de matar o mundo em que vivemos? Absolutamente não atingirão isso. Está em nossa natureza. Julio Schwan
www.myspace.com/cattledecapitation
Cattle Decapitation The Harvest Floor Metal Blade
O Cattle Decapitation iniciou sua história em meados de 1996. Seus primeiros CDs foram de 1999 e 2000, apresentando um Goregrind tosco, reto e com músicas que não ultrapassavam os 30 segundos. Aos poucos, foram pendendo mais para o lado do Death Metal, como em “To Serve Man”. “Humanure”, de 2004, foi o álbum que os tirou quase completamente do Goregrind, pois o som ficou muito mais trabalhado e sério. Fora a capa, onde uma simpática vaquinha defeca uma cabeça humana. A quem não sabe, eles sempre pregaram a destruição humana (bem como que a nossa existência é a raiz dos males do planeta) e defenderam os direitos dos animais nas letras, o que não é diferente nesse novo registro. Seguindo a linha de “Karma.Bloody.Karma”, de 2006, “The Harvest Floor” vem com muita brutalidade, técnica e esquizofrenia. O último adjetivo surgiu no álbum anterior a esse, em músicas como “One Thousand Times Decapitation” e “Total Gore?”, onde colocaram linhas vocais insanas (como a de uma pessoa morrendo), sons totalmente anômalos de guitarra (coisas que basicamente não seguem as escalas e soam “perturbadoras”), etc. O novo álbum chega a ir além em vários dos fatores, como na velocidade da bateria (“A Body Farm” tem muitos gravity blast-beats, o que é desafiador até para o mais ágil dos bateristas), na progressão assustadora de “The Gardeners Of Eden” (sem esquecer da intro com sons de um matadouro de suínos, algo super desconfortante, principalmente se você comeu carne no dia de hoje), a totalmente limpa e triste faixa-título, com vocais feitos pela bela participação especial da bela Jarboe (Swans); também a finalizadora “Regret & The Grave”, que, segundo o próprio líder Travis Ryan, é “para fechar o álbum como algo memorável e ligado à morte”. Escute o riff principal que você entenderá. E, se por algum motivo, nenhuma das músicas lhe surpreender, apele para “The Ripe Beneath The Rind”, porque aqui a insanidade deles foi levada ao limite. Outros títulos, como “Into the Public Bath”, dão a idéia do que eles estão falando e representando sonoramente (a sonoplastia do álbum, melhor dizendo, os efeitos não provenientes dos instrumentos dão um toque a mais na obra como um todo). Após algumas audições, fica concreto que este é o trabalho mais sério e respeitável do Cattle Decapitation. Conseguem realizar seus protestos vegetarianos através de músicas que prendem o ouvinte, ficando muito de longe daquele estilo genérico do começo da carreira. Repulsivo e perturbador, tanto sonoramente como liricamente, ou seja, fique bem longe se você não é fã de uma (boa) desgraceira. Por consequência, é também o melhor álbum deles. Batendo, numa visão geral, o grande “Karma. Bloody.Karma”. Julio Schwan
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Foto: Justina Villanueva
Sensos matematicamente psicóticos Chris Arp, líder e guitarrista de um dos principais nomes do Mathcore mundial, o Psyopus, conta à HORNSUP os detalhes sobre sua nova (e mais ousada) obra, “Odd Senses”. Isso tudo entre outros assuntos que são, no mínimo, insanos.
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efinitivamente, vocês são insanos! Que tipo de droga estava correndo em suas veias quando criaram “Scissor Fuck Paper Doll” e “Whore Meet Liar”? Bem, atualmente nenhuma. Faz 7 anos que estou sóbrio. Antes disso, foram 5 anos. “Scissor Fuck Paper Doll” foi inspirada em uma descoberta que tive sobre um relacionamento, o qual não era o que eu pensei que era. “Whore Meet Liar” foi inspirada no filme Atração Fatal. Seu primeiro álbum foi doentio. O segundo mais ainda! Que tipo de material louco e anômalo podemos esperar de “Odd Senses”? “Odd Senses” é um álbum obscuro. Há várias idéias novas nele. Realmente não sei o que falar mais. Porém, as idéias conceituais nesse álbum estão diferentes. Estou feliz com a experimentação que rolou nesse álbum. Estou psicótico para ver nossos fãs conferindo. A formação da banda está com um novo vocalista. Haverá mudanças grandes e significativas na sonoridade do grupo devido a isso?
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Sim. O novo vocalista, Brian Woodruff, é mais versátil. Ele tem mais poder quando grita. Excluindo alguns poucos que são fanáticos pelo último vocalista, acredito que a maioria vai concordar que essa mudança é um passo a mais na direção certa. Como estão as letras agora? Alguma coisa insana como em “The Pig Keeper’s Daughter” ou como a bonita “Happy Valentine’s Day”? De fato. Não há muitas letras introspectivas nesse álbum novo. “Medusa” e “Choker Chain” são, de longe, as mais pessoais. Por outro lado, os títulos variam entre serial killers, exorcismo, mudanças sexuais, abuso e molestamento de crianças, desordem múltipla de personalidade e filmes. E também sobre ser enterrado vivo. Haverá algum outro vídeo esquizofrênico como o último que vocês fizeram? Haverá um vídeo para “The Burning Halo”. Gravamos ao vivo na nossa cidade natal de Rochester, NY.
Muita gente os classifica como “Mathcore”, “Technical Death Metal”, “Jazzcore”, etc. Qual sua opinião sobre todos esses rótulos envolvendo bandas como o Psyopus? Eles são o que são. As pessoas falam de música e precisam de palavras para descrever o que estão falando. Acredito que algumas pessoas se enganam com o que somos quando tentam nos categorizar, mas isso é irrelevante. Acho que a revista americana Alternative Press nos deu o melhor rótulo: “Avant-grind Mathcore”. Há algo que possa explicar o que será o Imogen’s Puzzle Pt. 3? Claro! Eu compus um acompanhamento para a “Imogen’s Puzzle”, do álbum “Ideas of Reference”, mas fora do álbum. Isso envolveu todos os nossos instrumentos e um pouco mais. A idéia era tocar “Imogen’s Puzzle” num CD player, ao mesmo tempo com a parte 3. Então, o que aprendemos foi a tocar a parte 3 ao contrário. Gravamos assim, depois revertemos novamente no processo de masterização. Deste modo, o som é tocado normal, mas tem
[9] Psyopus Odd Senses Metal Blade
Resenhar e escutar trabalhos de avant-garde sempre é um desafio. Como consta na explicação do termo: “... esse maior fluxo de liberdade e criatividade faz com que o resultado apresente rendimentos abstratos sob forma de regime estranho e estruturas anormais.” Portanto, há albuns do gênero que nunca foram compreendidos. Outros demoraram anos. Alguns outros apenas meses. Quanto a “Odd Senses”, no momento, é um mistério. Percebemos, de longe, que se trata de algo excepcional, mas há como termos certeza de que realmente captamos tudo? Desde “Ideas of Reference”, de 2004, o Psyopus nos apresenta um trabalho bem inortodoxo e anômalo. Em suma, algo super experimental. “Our Puzzling Encounters Considered”, de 2007, é um álbum totalmente original. Mesmo com traços comuns dentro do “Mathcore”, apresenta vários toques únicos. Os principais - como a maioria dos fâs já devem saber devem-se às linhas de guitarra de Chris “Arpmandude” Arp. Com esse novo registro, voltam mais pesados. Foram adicionados diversos outros elementos, bem como um vocalista mais extremo (o cara manda até uns guturais, coisa que antes se ouvia pouco). O trabalho da guitarra é o mais complexo já escutado. Power-chords são pouco utilizados. Tudo gira em torno das maluquices de Arp. Suas técnicas de tapping, arpejos, hammer-ons, pull-ofs, tudo muito veloz e etc (fora outras técnicas mais incomuns), são o que guiam as músicas. Outros diferencias estão presentes nas faixas “Boogeyman” (com samples vocais de diversas pessoas, como se fosse uma história contada de diversos pontos de vista), “Imogen’s Puzzle Pt. 3” (dica: escute ela em seu player ao mesmo tempo que escuta a parte 1 em outro player),”A Murder To Child” (9 minutos de um jazz chapante, com muitos toques orquestrais e muitos efeitos psicodélicos de estúdio). Para finalizar quebrando tudo, há uma bônus track de 20 minutos! Entre as diversas coisas ditas nela, há uma frase do tipo “Você sabe, Chris... Essas letras são idiotas!”. Já disse e repito: Um álbum a frente do nosso tempo. Sei que demorará até entendermos realmente qual é o seu objetivo. O jeito é ir escutando. Mais uma coisa que afirmo: Vai ficando melhor e mais revelador a cada audição! Julio Schwan
um som “avesso”. Foi uma putaria e mais um pouco, mas conseguimos. Algum convidado especial como a criança berradora e insana de “Whore Meet Liar” no novo álbum? Bem, pegamos o vocalista do grupo Tearwave para cantar em “Ms Shyflower”. Também temos músicos convidados tocando em “A Murder To Child” - um violoncelo, violino e guitarra clássica. A faixa conceitual “Boogeyman” possui uma variedade de convidados. Você está satisfeito com a produção de estúdio? Porque a musicalidade do Psyopus merece muita atenção nesses processos, você sabe... Absolutamente estou. Doug White sempre dá ao Psyopus 120%. Acho que o álbum soa espetacular e sou orgulhoso de trabalhar com o Doug em todas as vezes. Depois de todas as turnês e compromissos póslançamento, vocês dão uma pausa para compor novos sons ou tudo acontece durante a turnê?
Quem diabos sabe o que acontece?! As coisas simplesmente acontecem da sua maneira. Há um certo tempo fora antes de entrarmos no estúdio, mas isso não é planejado. Você tem algum álbum preferido, mas “proibido”? (aquele algum que você ama, mas se alguém lhe perguntar dele, você negará até a morte). Se sim, diga algo a respeito dele. Não, eu amo tudo que escuto e me preocupo 100% com a musicalidade. Se você quer saber do inesperado, eu amo o álbum “Rumors”, do Fleetwood Mac, o primeiro do A Perfect Circle e Jeff Buckley. Por gentileza, uma mensagem às pessoas que não sabem quem diabo vocês são. Bom, somos o Psyopus, de Rochester, NY. Tocamos música sem fronteiras. Certamente não somos para qualquer um, mas se você está curioso para viajar nas ‘franjas’ da experiência musical, confira nosso som. Julio Schwan www.myspace.com/psyopus
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entrevista
A arquitetura do caos
Keith Allen, vocalista da banda americana Architect, concedeu uma entrevista bastante politizada e reflexiva para a HORNSUP. Confira agora suas respostas em relação ao novo presidente, interpretações líricas e pequenas curiosidades deste ótimo grupo. 24
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or qual razão escolheram o nome “Architect”? Nós tiramos o nome de um símbolo da maçonaria. Ele possui um “G” nele e se posiciona como “o grande arquiteto”. Nós achamos que foi um nome legal e desde então não houve uma outra banda como nós que se chamasse apenas “Architect”, então nós ficamos com ele. O que significa o título do novo álbum, “Ghost Of The Salt Water Machines”? Pessoas são máquinas de água salgada. Nós somos mais ou menos 70% água. O “fantasma” é uma idéia simbólica sobre o nosso carma coletivo. É o fantasma coletivo que fazemos para nós mesmos como uma forma inerente errada. Nós sabemos e compreendemos o que fazemos de errado e isso nunca será corrigido a menos que paremos e comecemos novamente. Nós, como uma corrida, raramente fazemos isso. Ao contrário, nós consertamos os sintomas, mas nunca os problemas. São soluções rápidas para problemas à longo prazo. Isso é refletido em todas as facetas de nossas vidas. Construir qualquer coisa em uma fundação fraca irá apenas fazer com que tudo desabe. Então, em poucas palavras, nossos fantasmas sempre voltam para nos caçar. Qual o conceito da arte de capa? Uma temática suicida? Não. De forma alguma. É apenas uma interpretação do nome do álbum em uma imagem. As construções representam diferentes partes e gerações da sociedade e civilização esmagadas no topo de cada uma destruindo a que está embaixo. É uma tentativa de alcançar o paraíso. De qualquer forma, há um limite, e tudo isso irá cair uma hora. Como e de que forma “Ghost Of The Salt Water Machines” se diferencia do “All Is Not Lost “? Esta pergunta é muito chata! A melhor coisa que eu posso dizer é que somos nós fazendo o que fazemos dois anos depois. Nós amadurecemos e crescemos, mas nossa meta final é ainda a mesma: escrever música pesada que nós possamos ficar orgulhosos e talvez dividir algumas de nossas idéias e pensamentos com outras pessoas. Está aberto para cada ouvinte comparar, contrastar e levar o que eles querem ou precisam do material. Eu gosto do fato de que diferentes pessoas gostam de diferentes músicas. É muito raro encontrar um punhado de fãs que gostam exatamente de duas ou três músicas. Quando eu pergunto a eles que escolham as músicas nos nossos shows, freqüentemente ouço algo em relação a cada música que nós tocamos. Isso, para mim, significa que estamos mantendo algo interessante para nossos amigos e fãs, assim como para nós mesmos. De onde vocês pegam inspiração para escrever as músicas? Eu apenas olho em volta no mundo. Eu assisto as notícias e uso a Internet para me manter informado sobre o que está aconte-
cendo. As músicas são apenas vislumbres sobre eventos e situações que eu vejo ou leio. As letras são apenas idéias que eu elaboro. Usualmente é uma pequena noção ou ideia expandida em uma figura muito maior. No geral, eu tento apenas ser honesto e retransmito ao mundo o que me confronta ou me deixa puto. Liricamente, o que você discute na faixa “Lamplighter”? É sobre perceber que não há um modelo para viver ou morrer. Não há uma trajetória certa que nós devemos tomar para uma vida “satisfatória”. Todo mundo imagina que sabe o que deve ser feito. Ninguém sabe, mas algum de nós sabe que nós não sabemos. Tudo que nós fazemos é aprendido. Isso pode ser desaprendido. A banda possui boas idéias políticas. Você acredita que a cena contemporânea do Hardcore esqueceu sua atitude? Sim. E estou feliz que fizeram isso. A ignorância é bênção verdadeira. Quais suas expectativas em relação ao seu novo presidente? Basicamente ele irá fazer qualquer coisa que a elite mundial fale para ele fazer. É isso que você faz com uma marionete, você puxa as cordas. Primeiro ele irá fazer o que ele estava fazendo, ninar todo mundo em uma falsa promessa de esperança. Uma vez que os cordeirinhos forem comandados em um estado passivo de aceitação, a agenda real irá começar. A continuação de levar abaixo a infra-estrutura de nosso país. A desestabilização da nossa economia e a quebra da liberdade pessoal e dos direitos de cada um. Isso é um procedimento de operação padrão para o “enviado” da nova ordem mundial. Sintomas disto são, é claro, coisas como taxas maiores que irão continuar esmagando as médias e baixas classes em uma força escrava de trabalho. Ele já está ajudando a empurrar a legislação que irá levar de nós as armas. Todo esse grande negócio irá criar quebras de impostos e trilhões de dólares de fiança. Basicamente ele irá continuar com o que Bush estava fazendo. Ele irá cantar e dançar e sorrir para nós como o “homem-rosto” para a próxima fase do plano de elite mundial para centralizar todos os bancos, e transformar o poder militar mundial em um único governo mundial. O que você pensa sobre o rótulo “Mathcore” que a media dá ao grupo? Quem disse isso? Se nós somos Mathcore então isso faz do Psyopus Trigonometrycore? Eu acho que nós somos mais um after-school-detention-core. Qual a coisa mais estranha ou maluca que já aconteceu com vocês em um show? Foi provavelmente a má reputação no “incidente do banco da bateria” no New England Metal Fest 07. Igor Lemos
www.myspace.com/architectkills
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Foto: Flávio M. Oota
entrevista
O legado dos cães Em conversa com a HORNSUP, Danilo nilo e Rick, respectivamente guitarrista e vocalista do Clearview, w nos contam um pouco sobre a história da banda, desde os seus primórdios até a ascensão aos dias atuais, que culminou no lançamento de seu debut álbum, “Love It Or Leave It”, um disco que expressa toda a fúria e energia do hardcore paulistano com produção e participações gringas.
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Clearview foi formado em Outubro de 2002. Como surgiu a idéia de começar uma banda e como foram os primeiros anos? Dan: Eu e o Rick somos amigos de longa data. Na época tocávamos numa outra banda e tínhamos sons feitos que não rolava utilizar. Aí um dia na minha casa, eu dei a idéia de utilizarmos este material em um projeto, nada muito sério, com músicos que não tivessem banda nenhuma, pra trazer algo de novo. Em 1 mês, juntamos os caras e gravamos uma demo em fita mesmo, chamada “Our Effort, Our Fate”, com tiragem limitada e vendida em 2 ou 3 meses. Quando isso rolou, a gente percebeu que tínhamos que nos dedicar mais e aí acabei saindo, pois tinha outras bandas que já estava tocando. Neste meio tempo, o Rick levou a banda e fez com que ela fosse tomando forma, até meu retorno em 2006. Rick: A banda quase teve suas atividades encerradas, mas conseguimos manter um bom ritmo. Eu e o Johnny (guitarrista 2002-2005) reestruturamos a banda. Em Fevereiro de 2003 escrevemos todos os sons da nossa segunda demo, chamada “The Time Is Now To Make
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The Attack”. Nesta época contávamos com um line up muito bom, pois todos os músicos já tinham passado por outras experiências, o que só veio para acrescentar na banda. Após a ‘nova demo’ fomos convidados pelo maior selo sul-americano (Liberation Music Company) para participarmos de um novo registro musical. O selo gostaria de lançar uma coletânea para comemorar seus anos de atividade dentro da cena underground. Esta coletânea chama-se (VOICES II). Como nem tudo na vida são flores, alguns membros saíram da banda, porque a banda começara a ter uma agenda de atividades, o que na verdade dificultava um pouco os projetos pessoais. Hoje contamos com um line up sólido de músicos já experientes e dispostos a cair nas estradas da vida! Como descreveria o som do Clearview? Rick: O som do Clearview é uma mescla de agressividade com peso. Nós crescemos ouvindo bandas agressivas de Hardcore-Punk, assistindo vídeos de skate e surf. Resumidamente o nosso som é a trilha sonora para todos aqueles que gostam de agressividade em estado natural!
Dan: Muita gente nos rotula como Hardcore old school. Eu digo que nós somos hardcore, somente... Pode parecer clichê, mas é isso. É como você ver uma briga violenta em uma das festas mais fodas que você já foi. A banda recentemente lançou seu debut álbum “Love It Or Leave It”. Como se deu o processo de composição e gravação desse registro? Ficaram satisfeitos com o resultado final? Dan: Foi um processo que eu aprendi como nunca em todos meus anos tocando. Foi um determinador pro futuro da banda. O Dragon e o Rick vinham com idéias dos sons e aí em estúdio a gente lapidava. Na época estávamos com a formação desfalcada, o que deixou o processo mais demorado. Entramos em estúdio ainda em 2007, onde gravamos todo o instrumental, num estúdio de um amigo nosso, chamado Hardbase. Eu e o Rick ainda estávamos escrevendo as letras e só gravamos vocais em Janeiro de 2008. Passamos noites e noites trancados em estúdio, porque o Rafael, que é o dono, tinha outros compromissos e deu carta branca pra mim e pro Rick gravarmos lá o quanto precisássemos, o que
tempo até o dia que entramos no tópico de ‘produções musicais’. Eu sabia que ele gostava desse processo de mixagem etc. Realmente ele foi uma peça fundamental na produção do “Love it or Leave it”, pois o cara sabia aonde queríamos chegar e como gostaríamos que os sons ficassem. Trabalhar com ele foi uma experiência ímpar porque ele conhecia a banda e a todo instante ele apontava onde e como as coisas deveriam ficar. Em relação à masterização feita pelo Paul, o cara simplesmente fez o que tinha que ser feito, pois o Nick já tinha feito o suficiente pelo disco e deixado exatamente como a banda queria, a participação do Paul foi essencial para fechar o processo do disco. Profissional muito competente e ágil. Em Novembro do ano passado a banda fez shows no Chile e Argentina. Como foi essa experiência pela América do Sul? O Clearview tem planos para tours em outros países ou continentes? Dan: Foi uma experiência muito importante pra banda. Estávamos num período de mudanças de formação e foi vital pra nos entrosarmos como pessoas e como banda. Fomos bem recebidos pelos organizadores, que já eram nossos amigos e foi tudo perfeito. Dividimos o palco com bandas excelentes que viramos fãs, como o Across The Line, Remission e Flashpoint, além do Entrefuego, que são como lendas e estavam fazendo um show de reunião no dia. Foi inesquecível. Existem outras turnês em negociação já. Nós queremos tocar o máximo possível agora. Queremos o mundo!
foi vital pra deixarmos os vocais do jeito que queríamos. “Love It Or Leave It” conta com várias participações especiais de peso: Deep Freeze (Terror, L.I.O.N. Crew, Snake Eyes) e L.A. Thug (Terror, Piece By Piece, Snake Eyes) nos vocais e Nick Jett (Terror, Internal Affairs) como responsável pela mixagem e Paul Miner (New Found Glory, H2O) pela masterização. Como que rolaram essas colaborações? Dan: O Deep Freeze é amigo do Rick, e quando ele entrou no Terror, acabamos ficando mais próximos dele. A “Monte Cristo” foi escrita pra ele cantar mesmo, pois ele mesmo disse que queria participar em um som no disco. O “L.A. Thug” foi um lance que ele mesmo escolheu o som (“The Guillotine”) e gravou no mesmo dia que o Deep Freeze. Na época, eles estavam na Europa. O Nick estava com o estúdio portátil e o equipamento necessário porque estava fazendo parte da mixagem em turnê. Pra gente é uma honra tê-los no disco e os caras ficaram bem felizes com isso também. Rick: Eu já conversava com o Nick há bastante
A banda sofreu recentemente com a perda de dois de seus membros: Gringo (bateria) e Silvera (baixo). Como isso afetará o grupo? Algum motivo específico para a saída de ambos? Já conseguiram substitutos para suas respectivas funções? Dan: A saída dos dois foi algo necessário pra eles e pra banda, pelas outras prioridades deles que incluem estudos e da banda que eles tocam juntos. Foi um lance saudável porque eles são grandes amigos e caras que foram vitais pra todas as etapas ate o momento. O impacto disso foi mínimo pra gente. Rick: Com a saída dos dois, optamos por dois caras de nossa confiança; São eles: Danboo (bateria) e Itália (baixo). Optamos pelo Danboo e o Itália porque já conhecíamos os caras por um bom tempo e naquela altura do campeonato não podíamos dar passo em falso. O Danboo esta conosco desde Outubro/2008 e pra sorte dele, conseguiu participar de toda Pure Lava Tour ’08. Em relação ao Itália, ele sempre esteve presente em todos os nossos shows, ajudando com o merch, roadie... O cara sempre esteve lá quando precisávamos! Além de ser nosso amigo, o cara foi convidado porque merecia estar conosco pelas coisas que já ajudou e ainda ajuda! Os membros da banda possuem outros projetos paralelos (bandas, selos, etc.) ou exbandas em que já tocaram? Dan: Sim... Vamos lá: O Danboo toca em uma banda de Skacore do ABC paulista chamada Esquisitosomos, e já tocou no Malta e no Smalls; Eu toco numa banda nova, chamada Alaska, que é mais pro Metal/Post-Hardcore e já toquei em outras bandas como Good Intentions e Children of Gaia; O Rick não toca em nenhuma outra banda, mais já tocou no Good
Intentions comigo; O Italia também não toca em outra banda e já tocou no It Feels Good, Olimpia e Good Intentions; O Dragon se dedica só ao Clearview. A banda tem estado em grande forma nos últimos tempos, abrindo os shows de Madball, Terror e Comeback Kid no Brasil. Qual a sensação de dividir o palco com bandas que tem como influência? Notaram uma aceitação maior do público após essas apresentações? Rick: A sensação é bacana, porque não existe um clima de “idolatria”, gostamos das bandas pelos trabalhos excelentes que eles fazem e automaticamente também temos nosso reconhecimento, pois estamos na mesma caminhada que eles, porém em estágios diferentes. Em relação à aceitação, você tem condição de expor o seu trabalho para um número maior de pessoas, a estrutura do evento é maior! Sem sombra de dúvida é uma boa forma de divulgar o trabalho e conquistar novas pessoas. Quais as principais influências presentes nas letras e no som do Clearview? Dan: O “L.I.O.L.I.” foi escrito numa época em que estávamos com muitos assuntos pessoais e pontos de vista sobre a cena Hardcore, nossas experiências como banda, como amigos e como indivíduos influenciando a gente. Também tem outras coisas, por exemplo, a “Monte Cristo”, que foi escrita quando eu estava vendo o filme “O Conde de Monte Cristo” e aquilo tinha muita coisa subliminar que era parecida com coisas que vivíamos na época. Rick: Nossa maior influência neste disco foram as coisas bizarras que acontecem na vida de qualquer pessoa que precisa trabalhar, pagar contas e ouvir reclamações de gente que sempre procura um erro, mas na verdade não consegue achá-lo! Musicalmente as bandas que nos influenciaram neste disco são: Killing Time, Breakdown, Cro Mags e o saudoso Dog Eat Dog. Mal acabaram de lançar um álbum e já estão com outro engatilhado? No Myspace da banda, o nome “Tales From The Darkside” já aparece como promessa para 2010. É o que esperam para o futuro do Clearview? Dan: O “Tales From The Darkside” já está em composição sim e vamos gravar este ano ainda. Ele será lançado no começo de 2010 acredito, porque este ano queremos divulgar o “Love It Or Leave It” o máximo possível. O “Tales” já é nosso novo filho... Estamos compondo ele entre nossos ensaios e demos já estão sendo feitas na minha casa e na casa do Italia. Como eu disse a gente vive um momento excelente e isso acaba resultando em novas idéias, até pela entrada de novos membros e tal. Rick: Temos em mente algumas participações especiais, mas nada acertado ainda. Para quem gostou do “Love it or Leave it”, o “Tales From The Darkside” vai ser algo surpreendente. Daqui pra frente queremos divulgar o máximo possível o “L.I.O.L.I.” e conseguir ganhar mais força cada vez mais. Nós queremos que o máximo de pessoas possível pelo mundo divida com a gente tudo que temos para mostrar. André Henrique Franco
www.myspace.com/clearviewdogscrew
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entrevista
Força destruidora
Oriundos de Foz do Iguaçu, na fronteira nteira entre Brasil e Paraguai, o Errorr começa a dar os seus primeiros passos em direção a um futuro promissor. Com shows marcados no Brasil, Argentina e Paraguai, o quarteto forma uma banda tipo exportação, mesmo que, por enquanto, só para os vizinhos. Leia a seguir, a conversa que a HORNSUP teve com o vocalista, Ibrahim.
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ale um pouco sobre o álbum “Stronger Than Hate”. O que podemos esperar? ‘’Stronger Than Hate’’, é o disco de estréia da banda, as músicas estão bem agressivas e pesadas, com alguns ‘’grooves’’ e ‘’breakdowns’’, com letras fortes. Mostra um pouco do que o Error é feito, para quem curte ai umas boas porradas na orelha, é um prato cheio, à propósito, é só um aquecimento para o segundo álbum, que vai estar bem mais rápido e pesado. Como correu o processo de produção e gravação? O disco foi gravado e produzido por Thiago Dalmagro em Foz do Iguaçu, entre os meses
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de Maio e Setembro de 2008, acompanhamos todo o processo de gravação e produção de perto. O álbum foi lançado de forma totalmente independente? Sim, totalmente de forma independente, recebemos alguns apoios de algumas empresas, mais nada muito grande, tudo aconteceu mesmo graças ao nosso esforço e suor, nós damos o sangue por isso e o que for para acontecer vai acontecer de forma independente ou não. Que tipo de incentivo ou suporte acredita que o Error, ou outras bandas em situações similares, necessitam?
Acreditamos que o apoio necessário ainda não chegou, ainda se luta “sozinho” nesse meio ou você corre atrás e faz acontecer ou morre esperando. Com bastante força de vontade algumas bandas já conseguem algum destaque e apoio em meios de comunicação, como TV e rádios, webs, revistas, zines, mas ainda falta muito, acreditamos que em um futuro próximo, não somente o Error, mas sim a música pesada vai ter seu merecido espaço no mercado. Estão correndo atrás de gravadoras ou selos para o álbum? Se sim, já tem algum feedback? Algumas gravadoras e selos entraram em contato, mas não temos nada definido,
Sempre somos muito bem recebidos, sempre com muitas cervejas, além de grandes contatos fizemos bons amigos por lá, tanto Paraguai quanto Argentina, o povo é muito humilde e acolhedor ao contrário do que muitas pessoas pensam não existe nenhum tipo de preconceito ou rixa, e sim muita irmandade. Tem contato com outras bandas nesses países? Algumas sugestões para conhecermos? Sim, temos vários contatos e amigos por lá, existem grandes bandas ainda desconhecidas aqui no Brasil, da Argentina posso recomendar Nafak, In Element e Nueva Ética e do Paraguai recomendo Anfuse, Kyrios, e The Profane. Recomendo também as bandas daqui de Foz do Iguaçu: Tumulto, Mandante, Severo, Socialmente Incorreto, Artilleria Pesada, Sixpenny, Mad.But.Sane, Fugaus, Bruder que são grandes amigos e grandes bandas. Matheus Moura
[7] Error Stronger Than Hate Independente
existem algumas propostas para “Stronger Than Hate”, mas queremos algo mais voltado para o próximo disco, que vai se chamar ‘“Shock Treatment”, previsto para Agosto de 2009. Estamos estudando as propostas para quem sabe lançar os dois álbuns por uma só gravadora. Como conseguiram abrir para o In Flames na Argentina? Estamos trabalhando com Junior Oliveira, um dos maiores manager/produtor de eventos da tríplice fronteira, (Brasil, Paraguai, Argentina), logo que entrou na equipe ele vestiu a camisa e entrou na briga, informou todos seus contatos que estava trabalhando com a gente, mandou e-mails, mandou nosso disco para organizadores e produtores, quando o In Flames confirmou duas datas na Argentina nós recebemos o convite para abrir um dos shows, ficamos honrados de estar ao lado de uma grande influência para o Error, com certeza foi muito mais do que imaginávamos.
O fato de estarem em Foz do Iguaçu, deslocados dos grandes de centros, influencia de que maneira o percurso da banda? Acho que não influencia muito, quando você foca um objetivo e corre atrás dele, nada pode te parar. É lógico, tudo é um pouco mais difícil estando longe dos grandes centros, mas quando você quer algo e luta por aquilo, as coisas acontecem mesmo você estando no inferno!
Certas vezes penso que os termos underground e independente me parecem inadequados à realidade de algumas bandas. O Error é um bom exemplo disso. Essa inadequação se deve ao fato de que hoje em dia não se trava mais aquela batalha épica para se ter uma estrutura minimamente convincente, como ocorria há anos atrás. Logicamente, por se tratar de música pesada no Brasil, permanecem ainda muitos percalços. Porém, como se pode notar em “Stronger Than Hate”, álbum de estréia desse quarteto de Foz do Iguaçu (Paraná), há uma quebra da fácil associação que ocorria tempos atrás da palavra independência ao amadorismo musical. Ao contrário, a qualidade do material se adequa às características de uma produção profissional. O primeiro contato já deixa isso bem claro. O trabalho gráfico, a cargo da renomada empresa ArtSide, é bem concebido, funcional, agradável, e age como uma ponte, tendo as músicas na outra extremidade. A produção das mesmas tampouco deixou a desejar. Valorizou-se em primeiro plano os vocais rasgados de Ibrahim e a sucessão dos riffs cortantes de Cesar. Não querendo isso dizer que o acompanhamento de Bob (em levadas no bumbo duplo e nos frequentes breakdowns) e a encorpada adicional ao peso dada por Alex (substituído por Rodrigo) são desnecessários. É mera questão de evidência. Ocorre que à exceção de “Instinct”, a obra sofre de um leve mal pouca diversidade nas músicas. O que por outro lado, tem o seu lado positivo: admiradores da sonoridade Metalcore/Thrash Metal linear não irão reclamar. Se todas as bandas underground e/ou independentes, por assim dizer, fossem do nível do Error, me daria por satisfeito eternamente. Paulo Vitor
Vejo, pela sua agenda de shows, que estão investindo nos países vizinhos, como Paraguai e Argentina. Como são recebidos por lá?
www.myspace.com/errorofficial
Como foi esse show em especial? O show foi foda! Além de um grande desafio, abrir o show de uma das maiores bandas da atualidade e ainda em outro país, mas foi incrível, o público argentino é um dos mais ‘’Rock’n’Roll’’ que existe, a interação com o show é do começo ao fim, quebradeira total, tivemos um ótimo retorno do público e esse show com certeza vai fica marcado na nossa carreira!
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entrevista
Massacre southern A HORNSUP falou com Gulherme Herinques, frontman do Satans Revolver, a respeito do lançamento de “The Circleville Massacre”, o primeiro EP dessa nova banda que coleciona figuras de outros projetos bem sucedidos no underground português. Prepara-se para entra em universo regado a whiskey, mulheres e brigas de bar.
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omo nasceu o vosso projecto? Alguns de vocês já conhecem bem o meio onde estão, isso pesou na altura de formar a banda? Bem, a verdade é que o nosso projecto surgiu do espírito do rock que paira no ar, há pessoas que o conseguem respirar e sentir e outra não, e naquele momento fez-se magia! Porquê a escolha do nome Satans Revolver? O Ricardo (guitarra) já tinha um projecto instrumental a solo, mas algo ainda muito pessoal, pouco conhecido, e quando formamos a banda, achámos que o nome era perfeito para este novo projecto. E parece que resultou. Vocês já têm um EP lançado que contém 5 músicas, querem contar-nos um pouco como foi o decorrer do processo de criação desse EP? (músicas, artwork, escolha de titulos) Bem, a composição do EP foi algo completamente na boa, e que em pouco ou nada pensamos, foi de instinto e curtição, fizemos 5 malhas que achámos que poderiam representar os Satans Revolver, e ai tens, o “The Circleville Massacre” representa nos muito bem! Como é que tem sido a adesão ao vosso trabalho por parte do público? A nível do público temos tido uma adesão bastante boa, não na venda de Ep’s porque esses já eram, hoje em dia ninguem compra, mas nos concertos sem dúvida que tem sido muito boa. Sei que têm concertos marcados entre Lisboa e o Algarve, que espectativas têm criado para esses shows? Temos sempre a mesma atitude e postura, seja um show para 2000 ou 20 pessoas, queremos tocar em todo lado, para toda gente que nos queira ouvir e curtir o nosso som. Algarve e Lisboa, são sempre sitios muito positivos para se tocar. No vosso myspace têm agendado para Junho e Julho a reunião em estúdio para tratarem
do primeiro albúm. O que esperam do futuro e que tipo de objectivos têm em mente com esse trabalho? O álbum será a representação mais fiel do que são os Satans Revolver, de tudo o que passamos desde há 1 ano e meio para cá, e de tudo aquilo que poderemos vir a ser. Já temos 4 malhas novas e estamos muito contentes com a linha que estamos a seguir. Vai haver muitas surpresas! Quais são as vossas grandes influências na música, independentemente do estilo? Cada um tem as suas, o Ricardo adora os AC/ DC, o João adora os Dillinger Escape Plan, o Franjas adora Pantera, o Kapa adora Mastodon, e eu ando a curtir o novo dos Architects. Temos todos influências pesadas mas todas no seu mundo diferente. Lanço-vos um desafio, a criação ao vosso gosto de um top 5 de álbuns nacionais do Punk/Hardcore. Fazemos assim, um top de 5 trabalhos underground. More Than A Thousand - “Vol III: Mar” For The Glory - “Survival Of The Fittest” Miss Lava - “EP 09” We Are The Damned - “The Shape Of Hell To Come” Men Eater - “Hellstone” Qual foi a grande banda de 2008? Provavelmente os We Are The Damned foi uma excelente revelação. Acham que a divulgação do Punk/Hardcore em Portugal, no geral, é suficiente? Para Portugal, acho que sim, porque o que falta não é promoção, é publico. A grande qualidade da banda é ... ? porquê? A nossa atitude. Porquê? Cuz we dont give a fuck. Paulo Duarte
[7] Satans Revolver The Circleville Massacre Raging Planet
Composto por membros de diversos outros projetos sonantes do underground português, o Satans Revolver surgiu à pouco tempo, mas já pode ser visto com alguma frequência nos palcos, principalmente na área de Lisboa. O quarteto não perde tempo, e com apenas alguns meses de existência, já tinham em mãos o primeiro trabalho, o EP “The Circleville Massacre”. Álcool, mulheres e rock’n’roll lifestyle é a temática regente das 5 faixas do registro. A sonoridade é uma mistura de Hardcore, com Southern Rock, numa vertente que faz lembrar o trabalho da banda canadense Cancer Bats. A descontração roqueira entra em colisão com a força do Hardcore mais bruto e com o groove e bom humor da sonoridade mais sulista (dos EUA, claro). O resultado é tão agradável quanto descompromissado. Esse EP é mesmo para dar a conhecer e demarcar o território da banda. E faz isso na perfeição. Todas as 5 músicas tem qualidade, porém destaco “Last Night In Town” que conta com a participação de Makoto (If Lucy Fell) e Mike (Men Eater), e “Golden Bullet”. Uma boa produção, assinada por Daniel Cardoso, aliada as composições vibrantes e a intensidade transmitida pela banda, fazem com que “The Circleville Massacre” pareça um aperitivo, sendo que o álbum será a refeição completa. Uma banda com balas na agulha e cão engatilhado. Matheus Moura
www.myspace.com/satansrevolver
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entrevista
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A simbiose do virtuosismo com a brutalidade Joe Cocchi, guitarrista da banda Within The Ruins, respondeu questões que vão desde a entrada do grupo na Victory Records até sua opinião em relação aos downloads de música. Confira como foi essa interessante entrevista exclusiva a HORNSUP.
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i, Joe. Você poderia apresentar a banda para a HORNSUP? Eu sou Joe do Within The Ruins. Bebo cerveja (risos). Metalcore, Deathcore, Post-Hardcore, etc. Nós estamos sempre vendo alguém tentando colocar a banda em um gênero específico. Isso é um saco. Nos diga, então, o que o som da banda representa. Bem, nós ouvimos pessoas nos rotulando de tudo, desde o Deathcore até o Metal Progressivo. Mas nós realmente não damos bola pra isso. Se você gosta do nosso som, que bom. Respondendo a sua pergunta, eu acredito que nós somos apenas Metal. O que fez você querer ir para o ramo da música? É uma coisa que sempre me interessou. Aconteceu de eu pegar uma guitarra quando tinha nove anos, então aconteceu de começarmos uma banda no colégio e nós continuamos com isso e tivemos sorte. Como foi ser contratado pela Victory Records? Foi bem legal! Nós estávamos esperando e trabalhando nisso por um longo tempo. Nos sentimos muito bem por finalmente termos alcançado nosso objetivo. A melhor parte é que muitas pessoas poderão ouvir nossa música agora. Ainda é impressionante o que aconteceu, mas estamos realmente felizes. O novo álbum é muito legal. Ótima destruição em um estilo técnico. De um modo subjetivo, o que você quer dizer com o título “Creature”? Obrigado! O título é mais ou menos o nosso álbum, musicalmente falando. Para nós, apenas descreve como nos sentimos em relação à música. O álbum foi um grande passo para nós. A banda começou tocando Metallica no colégio. Oito anos depois, eles ainda são uma grande influência no som da Within The Ruins ou isso mudou? Bom, eles não são mais uma influência para nós, mas são nossas raízes. Essa coisa sempre irá ficar conosco. Alguém chamou a banda para um grande evento. O produtor solicitou para que sua banda escolhesse mais cinco grupos de Metal. Que bandas você escolheria? Eu escolheria Arch Enemy, The Black Dahlia Murder, The Faceless, At The Gates e Meshuggah.
Que elemento é único no som da banda? Eu não tenho certeza. Algumas pessoas dizem que adoram nossos breakdowns. Outros apenas os riffs (risos). Eu não sei. Se você tocar junto por um tempo suficiente, irá ver que o seu “som” é aquilo que faz sua banda ser única, eu acho. A banda agora possui uma gravadora. Qual sua opinião em relação aos downloads de músicas? (risos) Eu odeio isso. Na verdade eu sempre apoiei esta área porque ser um músico, você entende. Se eu gosto da banda eu vou e compro o CD, pois me sinto no dever de apoiá-los. Eles fazem música para você ouvir! Dê apoio para eles! É claro que todo mundo faz alguns downloads aqui e ali, este é o momento que nós vivemos e não há muito que possa ser feito em relação a isso. Por exemplo, o nosso álbum vazou na última semana. Isso acontece com qualquer banda, mas quando você começa a ver em um monte de sites de download o nosso álbum completo, nós dizemos: “que porra é essa?!”. Não faz sentido. Nenhuma banda pode sobreviver desta forma. As pessoas realmente não entendem isso. Nos diga o que um show da Within The Ruins precisa para ser bom? Para ser um bom show? Deve ter muita gente e muita cerveja! E saber as letras! É muito divertido quando todo mundo fica pulando para gritar no microfone alguns versos. “Jump Ship” e “Victory” são ótimas faixas instrumentais. É uma homenagem para bandas de Metal Progressivo? Obrigado. Não sei nem como essas músicas chegaram a surgir (risos). Elas meio que demonstram o que nós estamos a fazer. Vai diretamente ao ponto do Metal. A banda passa muito tempo na internet? O que você faz on-line? Eu passo uma boa parte do meu tempo on-line, mas é quase sempre relacionado à música/banda. Eu tomo conta do nosso Myspace a maior parte do tempo. Que pergunta você odeia responder e por qual motivo? (risos) Eu não me importo com as perguntas. É apenas meio chato tentar explicar “como é o som da banda” para as pessoas. Digo isso porque eu estou na banda. Então, não sei, é apenas como nós soamos.
Qual foi a coisa mais engraçada que já aconteceu durante um show? Uma vez, quando eu estava na minha “postura de poder”, meu jeans abriu da minha bunda até meu pé e eu tive que tocar o resto do show assim. Última pergunta. Eu acredito que vocês são desconhecidos no Brasil. Então, diga algo chocante para conseguir o máximo de fãs em um único tiro. Não seja um cuzão!!! Pegue uma cerveja e faça o download do nosso novo álbum! Igor Lemos
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A criatura está solta e vem para destruir tudo que ver pela frente. Realize uma suspensão momentânea de seus pré-conceitos em relação ao Metal técnico. Abra sua mente para entrar no mundo do Within The Ruins. Virtuosismo é um termo bastante comum no Metal, porém, nem sempre possui um resultado satisfatório, às vezes, lembra uma masturbação sonora que ninguém está disposto a escutar. Mas há um seleto grupo que consegue fazer uma junção da técnica com o bom gosto. Qual o resultado? Um agradável full-lenght. “Jump Ship” e “Victory” são dois gratificantes exemplos de como um trabalho instrumental pode ser criativo e belo simultaneamente. Espere ansioso por uma mistura de breakdowns, riffs, tempo e diversos elementos destruidores. A bateria está ligada diretamente ao processo de aniquilação. Kevin McGuill se mostra um baterista dinâmico e raro de ser encontrado. Assim como esta banda toma pra si como um desafio aprimorar suas habilidades instrumentais diariamente, torna-se uma tarefa árdua não notar o talento deste primeiro trabalho pela Victory Records. Não deixe de conferir as faixas “The Book Of Books”, “Dig A Ditch”, “Call Off The Wedding” e “Tractor Pull”. Fique de olho neles. Desde já, um dos destaques do ano. Igor Lemos
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Metalcore infer Os cariocas da Hellbreath apresentam ao público alguns detalhes do novo EP intitulado “Captivity Of Babylon”, comentam acerca do processo de composição e mostram as dificuldades em tocar um gênero que possui diversas bandas saturando o mesmo por falta de originalidade.
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ual a razão de terem escolhido o nome Hellbreath para representar o grupo? Samyr Novelli – Está um calor absurdo, um bafo do inferno (risos). A razão seria pelo aquecimento global que estamos vivendo (risos). Brincadeira. O nome surgiu de um antigo projeto meu e do Dudu, por volta de Abril de 2004, se não me engano. Tocávamos músicas do Metallica e Slayer por diversão. Pensamos até em mudar de nome quando começamos a compor e querendo tomar um rumo mais sério, mas preferimos deixar por acharmos que esse nome mostraria um pouco da agressividade que estaríamos propondo com o nosso som. Hellbreath é uma fusão da música “Motorbreath” do Metallica e “Hell Awaits” do Slayer. Como funciona o processo de composição? Há muitos conflitos no momento de colocar as idéias? Fernando Igne – Na maioria das vezes começa com uma idéia de riff, normalmente pelo Dudu ou Samyr, aí assim todos opinam, criam em cima, ou seja, lapidando as idéias até a finalização e isso é um trabalho em conjunto sempre! Samyr Novelli - Posso dizer que o processo de composição atual está totalmente em conjunto,
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que eu me lembre nunca tivemos conflitos na hora de compor, sempre aproveitando as melhores idéias. Como foi a repercussão do EP “Demomatch”? Fernando Igne – Foi uma surpresa muito agradável para a banda, com certeza. Marcou o início de uma nova história, e eu entrei nessa época. O EP “Demomatch” tem cinco músicas que mostram os primeiros trabalhos, e o público ter aceito e gostado dele realmente é muito gratificante. E não posso deixar de falar que o EP só conseguiu ter essa repercussão positiva graças ao trabalho do Carlos Barbosa da ArtSide que desde lá está com a banda, fazendo toda a parte de design dos encartes, MySpace e etc! João Paulo Reis - O EP “Demomatch” foi a nossa primeira cartada nessa carreira. Com ele conseguimos bastante divulgação da banda, conquistamos alguns prêmios e fãs. Estamos sempre em busca de aperfeiçoamento, e os próximos EP’s/CD’s com certeza virão bem mais trabalhados. Flávio Azevedo – Foi boa... apesar de ter sido gravada nas “coxas” (risos). Ela, no começo, era para poder participar de um festival e acabamos aproveitando pra tentar divulgar
o trabalho da banda por esse EP, mesmo eu ainda me adaptando ao estilo e à voz. O novo EP da Hellbreath se chama “Captivity Of Babylon”. Quais as mudanças mais significativas musicalmente e conceitualmente falando em relação ao EP anterior? Dudu Garcia – Em relação ao EP anterior, com certeza a evolução técnica é evidente. Nesse espaço de tempo pudemos conhecer mais o estilo, explorando vertentes, etc. Isso refletiu diretamente nas composições que, em um processo natural, se tornaram mais elaboradas, com um instrumental mais versátil, mostrando realmente o amadurecimento da banda, que deu uma desencadeada maior depois da entrada do Fernando e João. Conceitualmente a banda tem conseguido cada vez mais encontrar sua identidade e expressar nas músicas a sua abordagem desse “realismo-subjetivo”. (risos) A arte da capa do novo EP é fantástica. Qual a razão de terem escolhido a babilônia como paisagem neste trabalho? Dudu Garcia – Devido à temática das músicas e também a forma que nos expressamos nas canções.
rnal babilônico
De que forma vocês avaliam o Metalcore praticado por bandas brasileiras? Fernando Igne – Eu vejo que o estilo está na época de maior divulgação e aceitação no cenário brasileiro e isso faz com que cada vez mais bandas comecem a migrar ou nascer no Metalcore, algo que ocorria pouco há algum tempo atrás, e isso é importante! Samyr Novelli - Temos bandas no Brasil de alto nível. Está crescendo cada vez mais e vem sendo bem representado por bandas como A Trigger To Forget, It’s All Red, Paura, Endrah e o próprio Confronto que vem fazendo um trabalho excelente. Fui em 3 shows deles aqui no Rio e sempre saio fudido (risos). Qual a opinião de vocês em relação aos downloads de álbuns? Fernando Igne – Acredito que hoje em dia o mercado fonográfico não está tão forte em relação à venda de CD’s, DVD’s, etc; se ganha dinheiro em shows, pois a quantidade de pessoas que hoje tem acesso ao material das bandas é absurdamente maior do que antes, quando a única forma era a compra do material. Claro que isso afeta de uma forma negativa as produtoras, mas é uma transição e todos devem ter criatividade pra não deixar afetar de forma ruim a trajetória da banda. Samyr Novelli – Como o Fernando falou, a forma de divulgação hoje com certeza cresceu
absurdamente, o download, de uma certa forma, é ótimo para divulgação. Todos vão querer ouvir sua banda preferida no seu Mp3 Player ou no PC sem precisar ter o trabalho de botar um CD para tocar. E, quem realmente é fã ou gosta da banda, vai querer sempre ter o material em mãos. Acho que nunca vão inventar uma maneira de bloquear downloads, seja de álbuns, software, jogos, etc... Diante de tantos grupos de Metalcore em que ponto a Hellbreath pode inovar e ser reconhecida por um trabalho autêntico? Fernando Igne – Esse é um ponto complicado, porque realmente é difícil inovar no Metal e no Metalcore, onde certas coisas já viraram padrão. É quase obrigatório inovar para não cair no “manjado” ou normal. É um desafio e a gente tem essa noção, o que é bom, pois nós nos atentamos pra isso e não deixamos idéias assim vingarem. Acredito que por termos influências de várias vertentes e estilos possuímos uma abrangência maior, o que é um diferencial positivo ao meu ver. Quais as temáticas que a banda utiliza em suas letras e que mensagem querem levar ao ouvinte? Fernando Igne – No Hellbreath quase todos os integrantes escrevem letras, e cada um dá uma intensidade diferente para as abordagens, mas sempre nos preocupamos em dizer
aquilo que observamos no mundo, em nosso cotidiano. Certas letras falam também de contos passados que de certa forma refletem nos dias de hoje, dentro do assunto religião, política, como a própria “Captivity of Babylon” e algumas outras músicas já prontas, ou seja, do neo-clássico ao maracatu! (risos). Dudu Garcia - Bom... falando sobre o EP “Captivity of Babylon”, as letras trazem uma “comparação” ou “aproximação” da babilônia com o mundo moderno. Leva uma mensagem de que reclamações, questionamentos e dúvidas não levam a nada, mas sim as atitudes de cada um que pode mudar algo. Quais os planos da banda para 2009? Fernando Igne – O ano de 2009 será bem importante pra Hellbreath, pois lançaremos nosso novo EP intitulado “Captivity of Babylon” agora no primeiro semestre e estamos muito curiosos pra saber a recepção do público, apesar de já termos lançado o single “Fight to Die”, que já dá uma noção de como o EP virá. Junto com isso, temos planos de shows fora do RJ e Sudeste e conquistar apoio de algum selo que confie no trabalho da banda. De resto é fazer o melhor pra levar o nome da Hellbreath pra fora! Igor Lemos
www.myspace.com/hellbreathofficial
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Lamb Of God Wrath Roadrunner
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Quase 20 anos de estrada. Uma carreira recheada de excelentes álbuns. Será que no quinto full-lenght, intitulado “Wrath”, conseguirão manter toda a brutalidade que os consagrou? Sim. Muitos irão tomar um susto com a primeira faixa, “The Passing”, pois a mesma inicia com uma sonoridade acústica, porém, logo cai para belas guitarras distorcidas, servindo como ligação para a agressiva “In Your Words”. É impossível o ouvinte errar o nome do grupo ao ouvir esta segunda faixa. “Set To Fall” começa com ótimos riffs, demonstrando que os guitarristas Mark Morton e Willie Adler estão bem longe de parar de criar insanidades em seus instrumentos. E o que falar do ótimo trabalho do baterista Chris Adler? Fantástico. Viradas, pedal duplo, e muita disposição. O baixo de John Campbell irá lembrar uma bola de metal derrubando uma parede de concreto, elemento indispensável no Lamb Of God. Acham que eu deixaria o maluco da banda passar em branco? O vocalista Randy Blythe, o criador de confusão, é um dos sujeitos mais absurdos em palco, e não fará diferente neste álbum, manterá seus gritos (inigualáveis, diga-se de passagem), com sua ótima variação do agudo ao grave como só ele faz. Apesar de terem mantido a brutalidade, “Grace” será um exemplo de que estão se renovando, pois mais uma vez irão usar elementos acústicos. E não pára por aí. As guitarras estão com uma distorção mais limpa, sem tanta saturação e deixando de lado o modo perfeito de se gravar, ou seja, imperfeições irão ser ouvidas em “Wrath”, segundo um dos guitarristas. Bom, procure as falhas se quiser, eu não achei. Os destaques irão para “In Your Words”, “Contractor”, “Grace”, “Dead Seeds” e a parcialmente acústica “Reclamation”. O Lamb Of God mostra a razão de terem vendido mais de 2 milhões de CDs nos E.U.A.: talento, renovação, criatividade e muita, mas muita agressividade. Igor Lemos
[7] A Day To Remember Homesick Victory
O terceiro álbum de estúdio da banda americana A Day To Remember está longe de ser o mais criativo no gênero que tocam, mas também fica bem distante de ser um fiasco. ADTR, conhecido grupo praticante de uma sonoridade que mistura Pop Punk, Metalcore e Post-Hardcore, mostra que ainda está em forma e pode gravar algo digno de atenção. As composições estão bem comerciais e incrivelmente pesadas ao mesmo tempo. Um dos grandes responsáveis por este primeiro aspecto é o vocalista Jeremy McKinnon, com suas ótimas melodias. Porém, não fica só na calmaria, pois o mesmo grita bastante também. De fato, a maior parte da agressividade ficará com os ótimos breakdowns dos guitarristas Neil Westfall e Tom Denney. Composições como “The Downfall of Us All”, “My Life for Hire”, “I’m Made of Wax, Larry, What are You Made of?”, “Welcome To The Family” e a baladinha “If It Means a Lot to You” podem ser destacadas. Algumas curiosidades são as participações especiais de Sierra Kusterbeck do VersaEmerge, Vincent Bennett do The Acacia Strain e Mike Hranica do The Devil Wears Prada. Todos contribuindo nos vocais. “Homesick” serve como prova para os que desacreditaram que ainda é possível ser lançado um bom full-lenght em um estilo no qual milhões de bandas no mundo tocam quase de forma igual. Igor Lemos
[6] General Surgery Corpus In Extremis Analysing Necrocriticism Listenable
Barulheira pura para alguns, música indispensável para a vida de outros. Goregrind, ou seja, Grindcore com letras sangrentas, enfim. Com aproximadamente 20 anos de carreira, esse é só o segundo CD dos suecos sanguinários do General Surgery. Como no registro anterior, “Left Hand Pathology”, executam um som derivado de Carcass e Impaled. Sim, é genérico, mas é bom, pois pegam o que já foi feito de melhor dentro do estilo. Há uma leve diferenciada em algumas faixas, vendo que incluíram alguns solos de guitarra bem trabalhadinhos. Uma ou outra passagem mais cadenciada e mórbida também aparecem, mas o brilho do álbum está na fórmula tradicional: Blast-beat, dois vocais ao mesmo tempo, guitarras e baixo super-velozes, tudo isso em músicas que não chegam aos dois minutos. Criam picos de adrenalina em músicas como “Decedent Scarification Aesthetics” e “Ichor”, devido à tamanha energia que emana da fusão de todos os instrumentos tocando o mais rápido que conseguem. Todavia, numa análise geral, o álbum deixa um pouco a desejar. Algumas horas tudo parece nada mais que encheção de linguiça, matação de tempo, ou seja lá qual a expressão mais adequada à situação.
Desse jeito, honestamente, seria melhor terem lançado mais um split ou EP só com as melhores faixas. “Corpus In Extremis Analysing Necrocriticism” é um bom álbum, mas todos esperavam algo um pouco melhor, devido à experiência e demais fatores acerca da banda. Julio Schwan
[7] The Blackout Argument Remedies Lifeforce
Oriundos de Munique, os alemães do The Blackout Argument lançam sua segunda carga de Hardcore emocional, sob o título “Remedies”. O álbum leva esse nome pois as músicas estão relacionadas aos florais de Bach, que são medicamentos para males emocionais e espirituais, feitos a partir de extratos de flores. Logo à primeira audição, é impossível não ser imediatamente capturado pelos fortes refrões entoados de forma convincente pelo vocalista Raphael Schmid. O que se ouve, em linhas gerais, é um misto de Boysetsfire com Ignite. Raphael contagia, porém, com o passar das faixas, as coisas começam a se tornar cansativas. O instrumental não é potente e assenta no Hardcore previsível com pequenos toques de Metalcore sem muito brilho. Quando termina de ouvir o álbum, tem um punhado de refrões no ouvido, mas nenhuma canção. Isso faz com que as faixas tenham muito mais força se ouvidas em separado, pois dentro do álbum perdem parte do impacto. De qualquer forma, vai encontrar em “Remedies” músicas agressivas e totalmente direcionadas para o moshpit (“Broken Teeth (Agrimoly)”, “On The Top Of the Beat (Olive)”), como também passagens dignas de épicos sing alongs (“Identity Dispute (Rockwater)”, “Dead But So Alive (Wild Oat)”). “Remedies” se mostra contundente e como grande sentido melódico, porém, é penalizado por alguma falta de variações e dinamismo. Matheus Moura
[3] ABACABB Survivalist Sumerian
A primeira pergunta que aparecerá na sua mente ao ver o nome da banda, provavelmente, será: “que raios isso quer dizer?”. ABACABB é apenas um código para habilitar sangue no jogo Mortal Kombat para o Mega Drive. Quem nunca jogou este violento game? Quase todo mundo. Proponho um segundo questionamento, agora partindo para o ramo da música. Quem nunca ouviu um breakdown? Pois é. Se você conhece as milhares de formas de se fazer um break e já está saturado das bandas que em nada adicionam à cena do Deathcore, então passe bem longe destes americanos do ABACABB. A falta de criatividade é tanta que até para o nome das faixas foram infelizes. Todas (menos a faixa título) acabam em “ion”. Quer ver que coisa chata? “Introduction”, “Infection”, “Addiction”, “Regression”, “Survivalist” (o combo breaker do full-lenght), “Destruction”, “Articulation”,
[9] Absu Absu Candlelight
Lendária banda norte-americana de Black Metal, formada em 1991, o Absu não nos brindava com um novo lançamento de estúdio desde 2001, quando lançou o bom “Tara”. Com um line-up totalmente reformulado (inclusive com os membros fundadores Equitant e Shaftiel fora da banda), o Absu retorna com uma sonoridade bem mais extrema e direta e menos mística do que aquela explorada em “Tara”. Isso fica claro logo no inicio, pois a visceral faixa de abertura, “Between the Absu of Eridu & Erech”, dá inicio ao massacre. Aqui, ponto para a banda que não incluiu nenhum tipo de introdução. A pancadaria é imediata, e o que segue é uma verdadeira aula de como se fazer metal extremo, com canções transitando com impressionante facilidade entre o Black, o Thrash e o Death Metal. A qualidade nas composições é tamanha nas 13 faixas que compõem o álbum que é difícil apontar destaques individuais entre elas. Pessoalmente, minhas preferidas são a thrasheira “Amy”, com riffs palhetados que parecem retirados de um disco da Bay Area dos anos 80, a sensacional “Those of the Void Will Re-Enter”, que conta com linhas vocais excelentes e um solo de tirar o fôlego e a épica “...Of The Dead Who Never Rest In Their Tombs Are The Attendance Of Familiar Spirits” que chega até a flertar com o progressivo em determinados momentos, já que ao longo de seus mais de 7 minutos de duração é recheada de mudanças de andamento, violões, passagens atmosféricas, e solos de teclado e guitarra cheios de feeling. O (agora soberano) líder Proscriptor McGovern nos entrega uma performance bastante raivosa tanto nos vocais quanto na bateria, que também é executada por ele. Ele berra sem dó durante os 53 minutos do disco, injetando uma dose extra de ódio a cada uma das músicas. Vale citar também os teclados do recém-chegado Zawicizuz, que ao invés de serem usados para criar climas, texturas e orquestrações, como em geral fazem as bandas de black metal que tem tecladistas na formação, atuam de maneira bastante inteligente para somar ainda mais peso ao som da banda, tornando tudo um verdadeiro prato cheio para os fãs de música pesada. Embora estejamos apenas em Fevereiro, já me arrisco a dizer que “Absu” estará presente em diversas listas de melhores do ano no final de 2009. Duvida?! Ouça esse discaço que fatalmente você concordará comigo. Hélio Azem
“Devastation”, “Rejection” e “Isolation”. Ufa. Agora vem mais uma pergunta: qual a diferença entre as faixas? Praticamente nenhuma. É digno de uma medalha de ouro quem conseguir identificar cada composição pelo nome, tirando a introdução (uma fala pra lá de clichê) e a última faixa (um instrumental de 10 minutos super monótono). Simplesmente um álbum genérico, sem nenhum elemento interessante que possa ser mencionado (além da razão do nome do grupo) e, para os fãs das bandas da Sumerian Records, este conjunto acaba por sujar o forte elenco que a gravadora possui, se tornando o patinho feio. Ainda quer ouvir ABACABB? Boa sorte. Igor Lemos hornsup #6
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Rumpelstiltskin Grinder
Living For Death, Destroying the Rest Relapse
O nome dessa banda levou-me de volta à infância. Lembrei de um livro que li, no qual um dos personagens principais se chamava “Rumpelstiltskin”. Era um duende, desses bem clichê... Enfim, a idéia do nome fica clara ao escutar o som: Tocam velozmente, de um modo bem sujo, agressivo e tudo mais, mas com alguns traços melódicos, similares a essas diversas bandas as quais sempre abordam temas como os “Rumpelstiltskins” da vida. Sim, estou falando de Metal melódico. “Living For Death, Destroying the Rest” é o segundo full-lenght desses americanos da Pennsylvania, cuja carreira iniciou-se em 2002. Os rapazes detonam um som difícil de definir, devido à variedade de estilos presentes. Mas falando resumidamente, seria um Crossover do cão e cheio de humor negro, ainda por cima. Ah, e claro, com influências de Metal melódico. O que deixa tudo mais louco que um prato de lasanha com abacate, se é que me entendem. Mas apesar de ser uma mistura difícil de imaginar, as músicas são altamente empolgantes, cativantes e memoráveis. O disco merece atenção especial em faixas como “Brainwasher C. 1655” (onde detonam uma rifferama viciante, magníficos solos em dupla e um excelente ataque vocal), “Beware The Thrash Brigade” (digna de transformar-se em um clássico do estilo. Escute e entenda). Não desmerecendo nenhuma faixa, obviamente, pois todas são boas, em maior ou menor escala. Além de demonstrarem uma grande habilidade e conhecimento da causa em juntar vários estilos de Metal com Hardcore/Punk, o Rumpelstitskin Grinder marcam pela severa de dose de humor, tanto liricamente como sonoramente. Pode não ser uma banda que agradará a todos, mas possuem uma ótima característica para chegar lá: originalidade. E isso deve ser valorizado. Vá atrás que vale a pena. Julio Schwan
[8] Underneath The Gun Forfeit Misfortunes Ferret
Missão. Este foi o objetivo da banda de Metalcore americana Underneath The Gun ter sido criada. Aos doze anos, os pequenos garotos da Califórnia já pretendiam seguir carreira no mundo da música, começando a fazer os primeiros shows em igrejas, clubes e torneios de bandas. O maior motivo? Passar uma mensagem de amor, esperança e compaixão, sempre com o intuito de chegar a Deus. O mensageiro será o vocalista Harrison. É simplesmente animal a capacidade que ele tem de berrar, variando em todos os tipos de gritos, dos mais agudos até os graves. Uma das razões para a sonoridade do álbum estar perfeita em todos os aspectos é, além do talento dos rapazes, a produção do frontman da As I Lay Dying, Tim Lambesis. Os guitarristas Trevor T Tre v e Isaac aproveitaram o ótimo produtor
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que tiveram criando excelentes breakdowns, ligações entre partes da música que são louváveis, elementos progressivos e alguns solos. Em um gênero saturado de breaks, o UTG mostra que pode renovar a frota com muita criatividade e bom gosto. O baixo de Kyle deixará o som ainda mais pesado e será um aliado às batidas insanas de Danny. As faixas que merecem maior atenção são: “Reflection Of The Commonwealth”, “A Sharp Definition Of Dull”, “Shawshank Absolution” além de duas composições em que o vocalista Brook Reeves, do Impending Doom, participou, que são “Cutting Ties, Breathing Lies” e “Penitence”. Se você é fã de Metalcore ou Deathcore, irá ter motivos de sobra para comemorar o álbum “Forfeit Misfortunes”. Igor Lemos
[8] Throne of Katarsis Helvete - Det Iskalde Morket Candlelight
Evoluir, modificar-se ou expandir-se. São “opções” que a natureza impõe a nós, à música, aos demais seres vivos e a diversas outras coisas com o passar do tempo. Throne of Katarsis é um grupo de Black Metal, porém não se restringe ao genérico que andamos conferindo na maioria dos lançamentos de um tempo para cá. Dentre as “opções” ali citadas, acabaram por mergulhar de cabeça nas três. Modificam e expandem o estilo, a ponto de evoluí-lo, sem dúvida alguma. Com músicas que chegam aos 17 minutos, acrescentam um clima fúnebre e atmosférico (Funeral Black Metal? pode ser...) à pancadaria e sujeira tradicional do estilo. Falando da estrutura musical, a guitarra executa, na maior parte do tempo, algo veloz, caótico e super denso, com notas quase imperceptíveis, de tanta sujeira. O vocal é urrado, agoniante, como se o vocalista estivesse prestes a morrer. Quanto ao baixo e à bateria, parecem distantes. Isso na gravação, eu digo. Paira um clima realmente macabro e perturbador no ar, como se estivessem tocando em um bunker, castelo ou igreja. Em meio a tudo isso, há espaço para orações e invocações típicos de uma missa negra. Um e outro traço de Folk e Metal épico também dão as caras, mas sem perder o clima melancólico em momento algum. Como diriam os gringos, esses caras aqui sãos os “trvest of the trve”! Música realmente extrema, feita para pessoas extremas, sem meio termo. Aprecie ou regurgite! Julio Schwan
[8] In Fear and Faith Your World on Fire Rise
Apesar do nome do grupo ter sido retirado de uma música do Circa Survive, In Fear and Faith não é uma banda conhecida pela cópia, mas sim pela autenticidade. Após terem lançado o excelente EP “Voyage”, de 2007, conseguiram um contrato com a Rise Records, jogando no mercado o primeiro full-lenght, intitulado “Your World on Fire”. E que evolução! Este sexteto
conta com dois vocalistas. Scott Barnes, responsável pelos vocais limpos e Cody Anderson nos gritos. Uma dupla que exerce muito bem suas atividades. Contudo, o grande destaque vai para o guitarrista e pianista Ramin Niroomand, pois o mesmo consegue dar uma atmosfera envolvente à sonoridade do IFAF, resultando em um misto de PostHardcore, Metalcore e elementos sinfônicos. Impossível não deter sua atenção nas faixas “The Taste Of Regret” e “Live Love Die”, ambas do EP, porém com uma nova roupagem, menos cruas e mais profissionais. Do novo material, propriamente dito, destaco “Pirates... The Sequel”, “Your World On Fire” e a “The Road To Hell Is Paved With Good Intentions”. O full-lenght contará com a participação de dois vocalistas convidados: Jeremy McKinnon do A Day To Remember na faixa “Strength In Numbers” e Craig Owens do Chiodos na “The Road To Hell Is Paved With Good Intentions”. O álbum irá agradar aos fãs do gênero e será um alívio também, pois não perderam a sua identidade após a passagem do cenário independente para uma gravadora de nome. Igor Lemos
[7] Adagio Archangels in Black Listenable
Confesso que ao receber o novo álbum dos franceses do Adagio para resenhar, não fiquei muito empolgado, já que a atual cena Power Metal vem, ao menos na minha visão, apresentando lançamentos extremamente clichês e repetitivos. Para piorar, ao abrir a bolachinha e folhear o encarte, percebo que o brasileiro Gus Monsanto foi substituido pelo finlandês Christian Palin. Porém, um dos grandes baratos dessa profissão é justamente quando um disco tem tudo para ser uma bomba mas nos surpreende positivamente. E foi justamente o que aconteceu no caso desse “Archangels in Black”. A palavra que vem à mente durante a audição desse disco é “inovação”. Não, o Adagio não tentou reinventar a roda, porém inseriu diversos elementos que fizeram desse seu novo álbum algo realmente bem diferenciado. Logo de cara, um ouvinte desavisado pode até pensar que está ouvindo o novo disco de alguma banda de Metal extremo, já que a primeira faixa, “Vamphyri” começa com urros, blastbeats e riffs pesadíssimos. Essas pitadas do lado mais extremo não ficam só na primeira faixa, já que são minuciosamente inseridas durante todo o disco, assim como passagens bastante intrincadas que beiram o progressivo, lembrando o Dream Theater da época do clássico “Images and Words” em alguns momentos. Aliás, os fãs de Petrucci e cia. não terão do que reclamar, visto que o guitarrista e chefão da coisa toda, Stephan Forte, nos brinda com solos que deixariam até seu colega do Dream Theater impressionado. De uma maneira geral, “Archangels In Black” não é nenhuma obra-prima, porém é um disco em que todos os elementos parecem estar perfeitamente encaixados, onde nada parece estar fora do lugar, e que obtém sucesso na tentativa de se diferenciar do mar de repetitividade no qual navega a cena Power Metal atual. Melhores momentos: “The Fifth Ankh ,”Vamphyri”, “Fear Circus”, “Undead” e “Getsu Senshi”. Hélio Azem
[7] August Burns Red Lost Messengers: The Outtakes Solid State
Com dois excelentes álbuns no mercado, o “Thrill Seeker” de 2005 e “Messengers” de 2007, a banda americana de Metalcore, August Burns Red, pretende lançar o terceiro full-lenght em 2009. Por enquanto, apresentam um EP que contém sete faixas. “Chasing The Dragon”, a composição de abertura, mostrará toda a agressividade do grupo, assim como “Mosley”, faixa esta que entrou na edição de vinil do “Messengers”. Estas duas músicas são a cara do ABR e já deixam os fãs animados para o resto do EP. Contudo, ficaria muito previsível se apenas músicas “sérias” fossem lançadas. Com isso, resolveram colocar a “Carol Of The Bells”, uma faixa instrumental, já lançada em uma compilação intitulada “X Christmas”. A quarta faixa é um cover da AC/DC. Quebrando o ritmo pesado, entra “Piano Man”. O título fala por si só. Para finalizar, duas músicas que entraram no último álbum, desta vez em versão demo. São elas: “Truth Of A Liar” e “Vital Signs”. Avaliar um EP que não tem como função parecer sério, mas sim um divertimento, é algo bem complicado. Se você não os conhece ainda, é hora de pegar este B-side. Caso conheça, a diversão será garantida pois estão pesados e técnicos como sempre foram. Não há dúvida que são uma das melhores bandas de Metalcore do mundo. A nota será apenas simbólica. Igor Lemos
[4] Last Warning Throughout Time My Kingdom Music
Quebrando um intervalo de 8 anos desde o último lançamento, os italianos do Last Warning - não os confunda com uma banda HC/Oi! de mesmo nome - iniciaram 2009 com “Throughout Time”. É o típico caso desagradável de comentar, porém necessário: Trata-se de uma banda fazendo algo já feito por diversas outras em diversas vezes, só que com uma qualidade inferior. Como declaram por aí (vide MySpace, principalmente), possuem influências de Dream Theater e Stratovarius. Pois bem, captam as influências e executam algo parecido (praticamente idêntico no vocal). Além disso, uma ou outra passagem soa exatamente como o Iron Maiden dos anos 80. Todos esses fatores geram um álbum de Heavy Metal progressivo e levemente melódico, com músicas de longa duração, refrões dobrados, teclados sinfônicos e todos os demais elementos que compõem um álbum para fãs de Heavy Metal moderno e antigo. O problema é que tudo soa muito, mas muito genérico. Nada além do que já ouvimos diversas vezes, sem um toquezinho a mais, ou qualquer fator de natureza diferente. Portanto, a audição
acaba soando demasiadamente chata e desnecessária, visto que tudo aqui já foi feito e de maneira melhor. A não ser que você seja um maníaco por Dream Theater e Stratovarius, daqueles que já escutaram tudo de ambas as bandas e não conseguem ficar sem algo parecido enquanto eles não lançam material inédito, esse disco aqui acaba por ser desnecessário. Júlio Schwan
[8] Architects Hollow Crown Century Media
Ascensão: esta é a palavra que melhor define a carreira dos britânicos do Architects. O gradual sucesso do seu álbum anterior, “Ruin”, ocasionou em longas turnês pela Europa e pelo Canadá com bandas de renome no cenário do Metal contemporâneo como Whitechapel, Unearth e Protest the Hero. Por conta de tal visibilidade, uma das maiores gravadoras do gênero, a Century Media, resolveu apostar na produção de seu novo álbum, “Hollow Crown”. E o resultado deste terceiro full-lenght da banda certamente não frustrou os fãs mais sedentos por este lançamento. A faixa de abertura, “Early Grave”, é a amostra do que está por vir adiante: pancadaria. Os breakdowns cadenciados e os acordes destoantes presentes durante a audição recordam o antigo Norma Jean, como por exemplo na ótima “Follow the Water”. O baterista Dan Searle, irmão gêmeo do guitarrista Tom Searle, cumpre seu papel com exímia qualidade com pedais duplos velozes e rítmicos, além dos contra-tempos que lembram tendências do Mathcore. Os gritos “abertos” do vocalista Sam Carter são nítidos, potentes e predominantes, e sua melodia se apresenta em alguns pseudo-refrões – pois não há refrões de fato -, sendo mais notável neste aspecto na faixa que encerra o CD e dá nome ao mesmo, “Hollow Crown”. As composições de destaque são a nervosa “Dethroned”, a não menos pesada “Borrowed Time” e a semi-psicodélica “Dead March”; sendo uma característica marcante no álbum a constante qualidade das músicas. Apresentando-se notável que todos os ingredientes para um headbanger estão presentes, e que com estas definições, Architects pode parecer “apenas mais uma banda de Metalcore” – por mais que o quesito inovação de fato não seja o aspecto marcante -, mas não é o que ocorre. A técnica presente faz com que a audição seja cativante, e o clamor à não-repetição de riffs resulta em um álbum de compreensão difícil e que não enjoa tão facilmente, sendo totalmente válido de ser apreciado. Ítalo Lemos
[7] Criminal White Hell
[9] Obscura Cosmogenesis Relapse
Como é bom resenhar um álbum que dá gosto de ouvir sem parar. Este é o caso de “Cosmogenesis”, o segundo fulllenght da banda de Death Metal Técnico alemã, Obscura. Após a saída, em 2007, de três integrantes, apenas o vocalista e guitarrista Steffen Kummerer ficou para contar a história. Ele não perdeu tempo. Convidou um baterista e um guitarrista do Necrophagist e o baixista do Pestilence. As coisas estavam caminhando tão bem que conseguiram um contrato com a Relapse Records. Então, o que esperar de “Cosmogenesis”? Virtuosismo do início ao fim, experimentalismos, muitos elementos progressivos de todos os instrumentos e um vocal que não se cansa de berrar. E o que mais poderíamos ouvir quando temos dois ex-membros do Necrophagist? Além da brutalidade, diversas ambientações mais lentas irão aparecer, mostrando o quanto conseguem ser versáteis. O destaque neste ponto irá para o monstruoso baixista Jeroen Paul Thesseling. Confira a instrumental “Orbital Elements” e entenda melhor o que estou falando. Um álbum que mostra de onde as bandas de Metalcore, Deathcore e Progressivo mais recentes se inspiram. Estes aqui são os mestres, com certeza. Se “Anticosmic Overload”, “Choir Of Spirits”, “Desolate Spheres” e “Cosmogenesis” não te agradarem, dificilmente outra banda no estilo irá o satisfazer. Igor Lemos
Formada em 1991, em Santiago, capital chilena, o quarteto da Criminal lança o sexto álbum de estúdio intitulado “White Hell”. Após quatro anos sem gravar um full-lenght, a última coisa que estes Thrashers querem é silêncio. Experiência é o termo mais exato para descrever o que realizaram neste mais recente trabalho. Realizar shows com Sepultura, Kreator e Motorhead é para poucos e estes veteranos já passaram por divesos eventos importantes. Um ponto interessante é o deslocamento que fizeram do Chile para a Europa devido às frustrações que tiveram com a cena metaleira da América do Sul. Não é para menos. Já devidamente apresentados, a banda conta agora com o seguinte line-up: Anton Reisenegger nas guitarras e vocais, Rodrigo Contreras na guitarra principal, Zac O’Neil na bateria e Dan Biggin no baixo. O instrumental está coeso, dando espaço para uma boa gritaria, solos, ótimos riffs e uma bateria pertubadora. Se você ainda não conhece o trabalho da Criminal, dê o seu start nas faixas “Black Light”, “Crime And Punishment” e “Sons Of Cain”. Não é um full-lenght que irá revolucionar o Thrash Metal, porém, está longe de ser um fiasco. Igor Lemos
Massacre
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resenhas [8] One Hundred Steps Humam Clouds Rastilho
O One Hundred Steps já anda por aí e não é de hoje. Passados 8 anos desde o início das suas atividades, lançam agora, em 2009, seu primeiro álbum, “Human Clouds”. Todo esse tempo serviu para amadurecer essa banda de Setúbal, que entrega um registro tão completo, quanto impressionante. Para quem já os conhece, o álbum não apresenta inovações gritantes, apenas uma enorme evolução e a definição da personalidade do coletivo. Continuam a explorar o Post-Hardcore com contornos emocionais, com boas doses de brutalidade, como também de melodia. Aliás, é na melodia que recaem os méritos do CD. Demonstram grande habilidade em criar canções memoráveis e energéticas. A doçura da faixa título, a agressividade de “Jesus, Where’s the Rest of Her, o solo Melodic Rock da pacífica “Come In” e os versos em português de “The Bitter Truth” são alguns dos bons momentos de “Human Clouds”. A forma como incorporam os traços de PostHardcore mais modernoso como Poison The Well com elementos Emocore/Screamo ou mesmo Pop-Rock é acolhedora e estimulante. Um álbum interessante, rico, que cresce, e vicia, a cada nova audição. “Humam Clouds” foi produzido por Miguel Marques (a.k.a. Vegeta) no seu Generator Studios e foi misturado por Ricardo Espinha que já trabalhou com bandas como More Than A Thousand, Hills Have Eyes e Black Sunrise. Mais um bom fruto sadino. Matheus Moura
[6] Cinemuerte Aurora Core Raging Planet
O cenário Pop do Rock, que conta com bandas como 30 Seconds to Mars, mostra-se incansável no quesito divulgação. E a dupla portuguesa do Cinemuerte - que, por sinal, canta em inglês -, não se importou muito em fugir deste critério, por mais que os lisboetas tenham algo a oferecer no álbum em questão, “Aurora Core”. A começar pela incontestável qualidade das melodias da vocalista Sophia Vieira; seu ótimo timbre se adequou ao som das guitarras pesadas, não sendo uma surpresa caso ela ingressasse em alguma banda de Metal melódico ou gótico. Uma prova disso é o fato de que em 2006, sua participação especial na música “Luna”, dos seus conterrâneos do Moonspell, foi vista com bons olhos. “The House of the Past” e “The Call” são exemplos de quão talentosa a vocalista é, mas, quanto ao aspecto de composição de letras, o mesmo não pode ser dito pois elas não se demonstram maduras, tornando-se a desilusão amorosa um tema constante nas canções. João Vaz, o encarregado por todos os instrumentos que compõem a banda, mostrou-se bastante
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competente principalmente nas guitarras; com riffs marcantes como em “I’m a Fool but I Love You”, que nos recordam as guitarras gêmeas do Death Metal melódico sueco. Os samplers, outro grande destaque, estão presentes em quase todas as introduções do álbum, e deixam a impressão de um ambiente sombrio, beirando ao gótico, como na cativante “The Night of Every Day”. A bateria, caso fosse virtuosa, não se encaixaria bem ao contexto; e o baixo, é quase imperceptível. O grande destaque do álbum é certamente a terceira faixa, denominada “Air”; com um refrão que fixa-se à cabeça, e que, no cenário Pop/Rock, pode fazer grande sucesso. Cinemuerte produziu um som perfeito para tocar na MTV e em rádios, mas nada para entrar de forma marcante na história da música. Com um pouco mais de maturidade, os lisboetas podem ter um futuro promissor, caso contrário, podem se perder no emaranhado de bandas impostas diariamente pela mídia. Italo Lemos
[8] The Agonist Lullabies for the Dormant Mind Century Media
Como é empolgante observar a evolução sonora de um primeiro álbum para o tão complicado e esperado segundo full-lenght. O que poderá mudar? Quais inovações trouxeram? Será que irão vingar? São diversas perguntas que surgem no ar diante deste fato. Algumas vezes a banda some da memória dos ouvintes, por outras, tornamse bastante promissoras. Este segundo ponto é o caso do conjunto canadense The Agonist. Deixando de lado a sonoridade Metalcore para incorporar novos estilos em suas composições, “Lullabies for the Dormant Mind” é um banho de criatividade, melodias e muita gritaria. Aos que já estavam impressionados com os belos vocais e berros da majestosa Alissa White-Gluz, agora irá ficar ainda mais estupefato. A forma de gritar está incrivelmente brutal. Outro fator que ascendeu bastante foi o instrumental. Muito mais diversificado, melhor trabalhado e com uma qualidade surpreendente de gravação. Não deixe de conferir a bela faixa “Swan Lake, Op. 20 – Scene, Act 2, #10 – Tchaikovsky”, mostrando todo o virtuosismo dos vocais de Alissa, assim como composições como “The Tempest (The Siren’s Song; The Banshee’s Cry)”, “...and Their Eulogies Sang Me to Sleep”, “Birds Elope with the Sun” e “Globus Hystericus”. Um ótimo lançamento da Century Media. Igor Lemos
[7] Unlight Death Consecrates With Blood Masscre
Unlight é uma banda alemã, formada em 1997 por Blaspherion e Necron. Com esses nomes, fica evidente que estamos diante
de uma banda de Black Metal. E é só botar “Death Consecrates With Blood” a tocar para ter absoluta certeza. Além de que há uma boa surpresa: elevadíssimas doses de um bom Thrash Metal. Primeiramente, deve ser destacado o impressionante fato de eles estarem lançando praticamente um álbum ou EP por ano, desde 2005. Em decorrência disso, adquiriram bastante firmeza e precisão para compor e gravar esse álbum. Isso é notório principalmente nas linhas de bateria (sem um deslize qualquer! Recheadas de pedal duplo, blast-beat e viradas) e nas guitarras (seguem, na maior parte do tempo, escalas técnicas e rápidas). À primeira audição, pode soar como um filhotinho de Immortal e Marduk. Contudo, prestando mais atenção na musicalidade em geral, chega-se a conclusão de que vão além disso. É o que já foi comentado, mas vale a pena ressaltar: diversos traços Thrash! Como exemplos, temos baterias à la “Criminally Insane”, do Slayer, e guitarras na veia do “Bonded by Blood”, do Exodus. A impressão final é de que esses caras sabem muito bem o que e como estão fazendo. A gravação também é um show a parte, foge daquele clichê de que Black Metal precisa ser “o mais sujo que pode”. Todos os instrumentos são perceptíveis, sem perder o peso ou a sujeira E há um “quê” a mais na tonalidade das guitarras. Basta escutar temas como “That Old Black Magick Spell”, “Dancing Upon The Bones Of A Naive Perception” e a faixa título - essa última com um refrão viciante - para entender. Certamente um lançamento para iniciar o ano dos black metallers quebrando tudo. Júlio Schwan
[3] Waterland Waterland Independente
Power Metal. Gênero que mistura influências do Heavy Metal com o Speed Metal e, algumas vezes, o Thrash Metal. Waterland. Nome do projeto dos portugueses Miguel Gomes (Oratory), Marco Alves (ex-Oratory) e Bruno Gomes. O self-titled, lançado de forma independente, é um dos álbuns mais fracos que já ouvi. Os vocais estão longe de ser memoráveis, a bateria é muito ruim e os teclados são chatos demais. A gravação está distante do esperado e ainda criaram um trabalho muito longo. O único ponto positivo é o bom guitarrista Miguel Gomes. “Desconsiderando” os pontos irregulares, passemos para o quesito criatividade e originalidade, o que poderia subir relativamente a pontuação. Mas o que temos? Uma falta de ambos. O primeiro passo para uma aceitação maior no mercado da música seria melhorar consideravelmente a qualidade da gravação; lançar um EP com faixas bem feitas ao invés de um CD inconstante; procurar uma verdadeira identidade musical e, por fim, achar uma capa que seja mais decente. De qualquer forma, se você é louco por este estilo, procure ouvir “Destiny”, “Paradise” e “The Sign Of Mankind”. Passe batido por “Waterland” e “Guardians Of Night”. Igor Lemos
[6] Tribazik All Blood Is Red Eastworld
Batidas tribais, uma guitarra com distorção leve, vocais com efeitos, um baixo pra lá de instigante e muito experimentalismo. Eis a melhor forma de apresentar a sonoridade que o trio do Reino Unido, Tribazik, pratica. É feito você colocasse elementos industriais do Rammstein com as percussões da Ill Niño e um vocal que não se encaixa com as linhas de guitarra. Isso é negativo? Lógico que não. Se há um ponto que o álbum “All Blood Is Red” possui é criatividade. Mesmo a gravação não estando das melhores, é inegável que estão trazendo um trabalho novo para a indústria da música. O mais legal é que o debut é bastante complicado de ser entendido, sendo necessárias diversas audições para ir assimilando o que querem passar com as composições. Fica impossível destacar uma faixa pois todas são necessárias para a compreensão do fulllenght, não havendo semelhanças entre elas, algo difícil de ser atingido. Com isso, abra sua mente para o bom trabalho que Blaise Merino, Jerry Kandiah e Hedge Seel fizeram. É hipnótico. O único ponto realmente negativo (além da qualidade da gravação, já foi comentada) é a última faixa. “Speak Through Us” tem mais de 18 minutos e torna-se monótona rapidamente. Fora isso, não tem do que reclamar. Igor Lemos
[9] Dead Fish Contra Todos Deck Disc
“Contra Todos” não e só o novo CD do Dead Fish, e sim a banda como você nunca viu. O primeiro lançamento da banda com apenas uma guitarra desde cedo trazia muita curiosidade aos fãs. Muitos apostaram que as música seriam mais simples e retas. Suave engano! Phillipe e Allyand se encarregaram de prepararar ótimos e empolgantes riffs. O CD começa com “Não”. Uma música energética de menos de um minuto, com um coro poderoso, que mostra logo a cara do disco. Na sequência “Autonomia”, com ótima guitarra; e “Venceremos”, que com certeza fará sucesso nos shows. Continuando a rodar a bolacha vem “Quente”, que traz características de outros discos. Começar forte, dar uma segurada e explodir novamente. “Subprodutos” tem uma melodia rica, um refrão muito bem cantado que encaixa muito bem com a base. “Asfalto”, uma música simples que agrada. Reafirma a boa qualidade do vocal que neste trabalho está melhor do que os anteriores. Metade do disco, é leve, riff tranquilo, refrão forte, assim como tantos que o Dead Fish tem por aí. “Shark Attack”, a volta das letras em inglês. Assim como a primeira música do disco é curta e forte. Podia muito bem estar presente no “Sonho Médio”. “A dialética”,
tem a mesma descrição que “Quente”. “O Melhor Exemplo do que Não Seguir”, Hardcore forte e dançante. “Descartáveis”, é uma das melhores do disco. Também com um ótimo vocal. Disco terminando, “Tupamaru”, a música melosa do disco. Suave, pouca distorção, pegada devagar onde as guitarras se destacam. “Armadilhas Verbais” e “Piada Liberal”, são músicas fortes que encerram o CD com a mesma energia do início. E não deixam a bola cair. “Contra Todos” é repleto de bons riffs, tem uma boa gravação, um vocal bastante melhorado e ótimas letras. O melhor disco pós-Deck Disk, e para alguns, o melhor trabalho do Dead Fish. Athos Moura
[8] Centaurus-A Side Effects Expected Listenable
A banda alemã Centaurus-A parece não ter definido ainda se eles seguirão o caminho do Technical Death Metal, do Thrash Metal ou ainda do Death melódico. Essa crise de identidade poderia ser um ponto negativo, porém em “Side Effects Expected”, a banda consegue fazer com que suas diversificadas influências funcionem, e muito bem, juntas. A faixa de abertura, “The Praying Mantis” é matadora: rápida, brutal, pesada e com um certo feeling industrial que a deixa absolutamente irresistivel. Os guitarristas, Maik Matanovic e Hernan Martinez, nos brindam com harmonias melódicas belíssimas, que em certas horas lembram os melhores momentos do The Haunted, e solos bastante técnicos, sendo a dupla os responsáveis pelos melhores momentos tanto da excelente faixa de abertura quanto do álbum no geral.”Morning Tremble”, outro destaque, soa da forma que o In Flames deveria soar hoje em dia, e mostra que a banda, quando se arrisca a fazer algo na linha do Death Melódico, o faz melhor do que 90% das bandas que tentam fazer algo interessante nesse estilo. Um excelente debut de uma promissora banda que pode, no futuro, nos proporcionar momentos ainda mais interessantes. Espero poder vê-los ao vivo, para conferir se, no palco, o som do Centaurus-A é tão empolgante quanto foi na bolachinha. Recomendado! Hélio Azem
[7] The Burning Rewakening Massacre
Nenhum rastro das guitarras gêmeas do Death Metal Melódico sueco, nenhum sinal de refrões cativantes ou melosos, tampouco visuais considerados “da cena”. Não há características mais coerentes que essas para definir o Thrash Metal sem firulas dos dinamarqueses do The Burning. Neste segundo trabalho de estúdio, intitulado “Rewakening”, foi notável a preocupação em manter as tradições do metal, a começar pelo ótimo trabalho do vocalista
[8] Switchtense Confrontation of Souls Rastilho
Se vive em Portugal e tem algum contato com a comunidade metálica, com certeza têm ouvido falar, mais e mais, no nome Switchtense. Já andam espalhando a devastação ao vivo por pelo país há alguns anos, entretanto, só agora editam o seu primeiro álbum, “Confrontation Of Souls”. Todo o burburinho não é despropositado, pois estamos diante de um trabalho impressionante. Pegue a veia mais energética de Pantera e Lamb of God, junte com o estilo “in-yourface” do Hatebreed, cubra tudo com uma atitude Thrash Metal inquebrável e voilá! É uma definição simples, porém eficaz. Não se preocupe, pois o fantasma do Metalcore genérico não assombra o Switchtense. Não ostentam franjas, nem fazem poses, se limitam a fazer Metal de qualidade, destinado ao Headbanging e ao Moshpit. O álbum é completamente envolto em um dinamismo empolgante, ao qual é impossível ficar indiferente. A faixa-título é uma intro meio monstruosa que cria o clima para a agressiva “Infected Blood” entrar matando. A seguir, “Gallery Of Horrors” trás um incrível entrosamento entre Thrash Metal rasgado com um potente groove e um belo solo de guitarra. Outros destaques ficam para a veloz e implacável “State Of Resignation”, a memorável “Into the Worlds Of Chaos” (INTO!) e “The Last Man Standing”. “Confrontation Of Souls” é incansável e unificador, pois a capaz de colocar no mesmo circle pit os mais novos, aficcionados por Metalcore, como também os veteranos, devotos do 80’s Thrash Metal. Vale resaltar a produção, como sempre impecável, de Daniel Cardoso e um artwork estarecedor. Um disco de Metal a sério! Matheus Moura
Johnny Haven, onde primou-se pelo uso de técnicas guturais e berros “rasgados”, não havendo sequer um trecho de melodia durante o álbum. Rasmus Normand, o único guitarrista da banda, criou riffs repletos de palm-mutes (abafados), e harmônicos (agudos), o que demonstra uma técnica relevante. Os breakdowns, numerosos, não colocam os dinamarqueses no ramo do Metalcore, apesar da nítida influência do Hardcore. Tobias Host, o baterista, não se importou em utilizar sua agilidade nem em executar técnicas mirabolantes; seu trabalho é bem simplório, mas eficiente, pois sua sintonia com os outros instrumentos é perfeita. Por fim, o dono das quatro graves cordas, Thue Moller, não demonstrou de fato sua qualidade, pois o som de seu instrumento é praticamente imperceptível, levando ao velho conceito de que o baixo “não é para se ouvir, mas para se sentir”. O destaque do álbum fica por conta da pesada “Carnivora”, da cadenciada “Live the Goat” e a faixa-título, “Rewakening”; demonstrando que a tradição do Thrash Metal ainda vive mesmo na contemporaneidade. Italo Lemos
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resenhas [7] Corpus Christi The Darker Shades Of White Victory
Metalcore cristão. Um “gênero” que causa ódio nos que acham inútil qualquer possível ligação religiosa com um som pesado, ao mesmo tempo que consegue diversos admiradores. Porém, o que mais incomoda, na verdade, é quando a banda não possui nada o que acrescentar no estilo. E, sintam-se felizes, este não é um caso de grupo clichê. Também não é um banho de criatividade e novidade. A banda, liderada pelo vocalista Will Henry, causa uma ótima impressão com este full-lenght, intitulado “The Darker Shades Of White”, lançado pela Victory Records. Gritaria de primeira aliada à melodias nos vocais na linha de grupos como Killswitch Engage e All That Remains, sendo um dos pontos de destaque no álbum. Ainda haverá ótimos breakdowns, solos e linhas melódicas, realizadas pelos guitarristas Jon Pauly e Jarrod Christman (que também realiza vocais) além de uma bateria potente e muito bem posta por Justin Evans. As composições envolverão mensagens de esperança, baseadas na fé de cada membro do Corpus Christi. Não deixe de conferir “Parade Of Scars”, “Marilyn”, “ Baptized In Fire”, “Western Downfall”, os breakdowns insanos de “The Sacrifice” e a belíssima “Prodigal”. A Victory está acertando nos lançamentos deste ano. É torcer para que continue assim. Igor Lemos
[7] IXXI Elect Darkness Candlelight
Interessante e alternativa. Duas boas palavras para definir a musicalidade desse quarteto sueco de... Black Metal alternativo. Por mais que soe estranho, impossível e até falso para os ouvintes mais ortodoxos, se há um “rótulo” para marcar o IXXI, ele é, de fato, Black Metal alternativo. Eles têm toda a ideologia e atitudes típicas de uma banda BM (letras satânicas, vocais urrados, corpse-paint e demais acessórios de estética), mas sua sonoridade vai além. Em alguns momentos, parece não haver uma grande preocupação com o instrumental, o qual, de maneira generalizada entre a banda, limita-se a andamentos meramente normais, sem estilo definido, porém que servem como um “prelúdio” a passagens muito atmosféricas, onde, então, demonstram um grande feeling e conhecimento da causa. Tocam melodias de arrepiar, intercalando arranjos entre as duas guitarras, explorando bem as escalas harmônicas e as últimas casas agudas do braço do instrumento. Em outras passagens, contudo, mostram-se uma banda de instrumental Thrash, na melhor veia oitentista: agressiva e veloz. Obviamente se estudada essa proposta de fazer som na linha anos 80, visto que, obviamente, poderiam ser mais agressivos, se quisessem. Esqueça os blast-beats, caoticagem e demais Esq
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elementos que compõem o Black Metal de elite. Aqui não há espaço para eles (salvo uns cinco segundos em “Vindicator”, mas o que são 5 segundos perto de 55 minutos?). Do início ao fim, um álbum nada reto. Além da capacidade do grupo de fazer coisas distintas, foram inteligentes na hora de organizar a tracklist. E se a impressão é boa quando o álbum está quase completamente escutado, “A Bitter Lesson” vem encerrar tudo em grande estilo. São 7 minutos misturando o atmosférico com o bruto. Recitando palavras mórbidas como em uma missa negra, com guitarras memoráveis ao fundo e... Quer saber? Escuta aí vai! Não é algo totalmente maravilhoso e excepcional, mas soa diferenciado das dezenas de bandas com as quais nos deparamos diariamente. Julio Schwan
[8] Warpath Damnation Independente
A nova sensação do momento atende pelo nome Warpath. Esse quarteto do Reino Unido vem causando um certo frisson não somente em sua terra natal, mas também no restante da Europa, nos EUA, e em demais países. O motivo de tanta euforia é facilmente explicável: o resgate às raízes do Thrash Metal. Provocando comentários a favor, ou contrários, igualmente acalorados, essa nova tendência não passa despercebida. Portanto, o Warpath, que não é de modo algum um mero seguidor dessa tendência vem recebendo crescente visibilidade internacional. Desde o lançamento de seu EP “Cataclysm”, já se suspeitava que essa não era uma banda qualquer. A confirmação veio com seu primeiro álbum, “Damnation”. Produzido pela própria banda, mixado por Orlando Villaseñor (Chimaira, Hate Eternal), masterizado pelo guitarrista James Murphy (Testament, Death) e lançado de forma independente, o debut é de uma qualidade acima da média. O guitar work é simplesmente impecável, apenas ouçam uma amostra na faixa homônima do disco. O mesmo há de se afirmar da bateria de James, do perfeitamente audível contra-baixo de Joel, e dos vocais de Richard (que poderiam ser mais presentes). O que se ouve são 32 minutos do mais puro Thrash Metal old school. Não por menos, alguns dos vários prêmios que a banda já recebeu da crítica especializada, como o de “Melhor Banda Independente de 2008” pela revista Terrorizer, são mais do que merecidos. Contudo, isso leva a seguinte indagação: será que estamos de fato diante de um novo monstro do Metal, ou então pelo fato de a nova safra do Metal estar repleta de bandas sofríveis, o Warpath esteja sendo desmedidamente glorificado? Espero que a primeira opção seja verdade. Paulo Vitor
[5] Tardy Brothers Bloodline Candlelight
“Porra! Obituary total esse som, principalmente o vocal”. Cinco minutos mais tarde veio a lembrança do sobrenome, bem como a asso-
ciação com o presente momento: “Mas claro! Quem mais além de John Tardy tem esse vocal?”. A quem não sabe, os irmãos Tardy (John, vocais; Donald, bateria) fundaram uma banda em 1984, batizada de Xecutioner, que mais tarde viria a mudar seu nome para Obituary e ajudar a moldar o que seria o Death Metal, no fim dos anos 80/início dos 90, juntamente com os conterrâneos Morbid Angel e Deicide. “Bloodline” é o primeiro trabalho sob o nome Tardy Brothers. Todavia, por fatos que estão para acontecer, dá para sacar a jogada por trás desse “projeto”: dar uma prévia do que pode ser o novo álbum do Obituary. As músicas são relativamente legais e um tanto quanto diferenciadas do Obituary, se bem que o vocal de John é único. Apresentam-nos andamentos geralmente mornos, nem lentos nem velozes; guitarras grooveadas (mas sem as palhetadas secas dos grooves modernos), estruturas repetitivas e faixas longas. Com exceção de “Deep Down”, a qual é dotada de uma pegada Thrash, com direito a bateria socada vorazmente e solos apocalípticos, bem como de “Wired”, onde tudo é à base de guitarras sem distorção (belíssimas e agradáveis) e uns solos na manha (bem inesperado, mas acaba por ser uma surpresa boa), as demais faixas soam muito similares, tornando a audição do álbum levemente cansativa e desnecessária. Não chega a despertar aversão, mas também não há picos de boas emoções (fora as duas exceções citadas anteriormentes). Em suma, “medíocre” é a palavra que melhor descreve o álbum (lembre-se: Isso não equivale a ruim, mas, sim, a mediano). Segundo o próprio John, ele está empolgado como há tempos não estava. E adivinhem, para completar a lógica, quem gravou as guitarras? Ralph Santolla (atual Obituary; ex-Deicide, Death e Iced Earth) e Jerry Tidwell (tocou com eles na época do Xecutioner). A quem é maníaco por Obituary e pelo Death Metal em geral dos anos 90, resta aguardar, é claro, escutando os Tardy Brothers. Julio Schwan
[6] Insaniae/ Mourning Lenore Split - CD Independente
Para celebrar o seu 3º aniversário, o blog Daemonivm (www.abcdemonium.blogspot.com) lançou um Split CD com as bandas Insaniae e Mourning Lenore. Apesar de conter apenas 4 faixas, sendo 2 de cada coletivo, a duração roda os 40 minutos. A primeira metade do Split pertence ao Insaniae, banda de Doom Metal com algum respaldo local. O clima das composições e denso, arrastado e sombrio. A voz gutural de Diogo messias duela com o timbre lírico de Isabel Cristina, ambos numa ambientação soturna e melancólia conduzidos pelo ritmo lento e hipnótico. O Mourning Lenore também é adepto do Doom atmosférico entretanto adicionam algum dinamismo com riffs mais metálicos e mudanças rítmicas mais acentudas. A gravação e mixagem ficaram a cargo de Fernado Matias ([f.e.v.e.r.]) que deixou tudo no lugar certo. Admirável a proposta do Daemonium, que dá a conhecer duas boas bandas do panorama Doom em Portugal. Matheus Moura
[9] Blut Aus Nord Memoria Vetusta II: Dialogue With the Stars Candlelight
Uma das mais interessantes bandas de Black Metal da atualidade, os franceses do Blut Aus Nord estão de volta com seu novo registro, “Memoria Vetusta II: Dialogue With The Stars”. Em sua extensa discografia constam algumas pérolas, como o experimental e bastante cultuado álbum “The Work Which Transforms God”, o que faz com que cada lançamento da banda venha repleto de expectativas dos fãs do estilo. E o grupo não desapontou, lançando um disco que, embora tenha outro foco, não fica devendo nada ao seu trabalho mais conhecido. O lado mais experimental da banda foi deixado um pouco de lado em “Memoria Vetusta II”, dando lugar a uma sonoridade mais crua, que por diversas vezes se aproxima dos elementos mais tradicionais do Black Metal, porém sem podar a criatividade da banda, permitindo que eles expandam novamente os limites de seu som extremo, nos brindando com quase 60 minutos de uma verdadeira viagem ao lado mais obscuro do Metal. O álbum como um todo é um apanhado de canções sombrias, recheadas de teclados atmosféricos e orquestrações, onde momentos com melodias relaxantes contrastam com passagens rápidas e com alguns dos riffs mais gélidos e pesados já produzidos pela banda. Aliás, o trabalho da guitarra nesse disco, que ficou por conta do também vocalista Vindsval, é fenomenal. A quantidade de riffs memoráveis e solos detentores de uma beleza ímpar é de deixar qualquer um de queixo caído. A produção é desleixada na medida, fazendo com que o ouvinte nunca se esqueça de que está ouvindo um autêntico disco de Black Metal. Os vocais estão mixados um pouco ao fundo, porém ao invés de ser um problema, esse fato aliado às bem sacadas linhas vocais compostas por Vindsval acaba por aumentar ainda mais o clima soturno que permeia a bolachinha. Apesar da grande quantidade de músicas longas, o disco flui bem e não soa cansativo em momento algum. Ao terminar a belíssima outro “Elevation”, o leitor fatalmente ficará tentado a escutar novamente “Memoria Vetusta II: Dialogue With The Stars”, tamanha a complexidade e qualidade das composições aqui apresentadas pela banda. Recomendadíssimo para aqueles que procuram sonoridades que fogem do convencional. Hélio Azem
[8] Shrimp Gonzo Fishing Trip Originology
O experimentalismo dentro do Metal já não é mais nenhuma novidade, tampouco restritamente praticado. Desse modo, a fazer valer a mesma tendência autofágica de outros gêneros já saturados (como o Metalcore, e mais recentemente o Deathcore), apenas os
músicos mais competentes obtêm sucesso. E o quarteto californiano Shrimp acaba se enquadrando nesse seleto último grupo. Não por menos, pois os músicos são excelentes. A destreza técnica de todos os integrantes lhes permite uma versatilidade impressionante. Assim, cada uma das cinco músicas que compõem seu EP de estréia, o “Gonzo Fishing Trip”, são completamente distintas umas das outras, porém, preservando um certo padrão estabelecido pela banda (o que pode ser difícil de se perceber, uma vez que padrão seja um conceito aparentemente ignorado pelo grupo). Ao contrário do que se possa pensar ao se deparar com o ar debochado e excêntrico da obra, trata-se de um trabalho sério, muito bem gravado e produzido, e de ótimo acabamento (contendo uma interessante arte gráfica do álbum, em formato digipack). Por se tratar de um álbum de qualidade homogênea, os destaques a serem feitos não seguem uma hierarquia. Ressalta-se, portanto, boas passagens como: o refrão grudento em “Manifest Democracy”; o solo do baterista Justin em “The Lobstrosities”; e o esforço coletivo na excelente “I’ll Be Your Huckleberry”. O quarteto sagrouse muito bem sucedido em sua estréia, portanto. E o que é bom pode ser ainda melhor: o primeiro full-length já está por vir. Paulo Vitor
[7] Ruina Ruina Cospe Fogo Gravações
Recoberto pela áurea sombria e cabisbaixa do Black Metal, o álbum de estréia do Ruina, homônimo dessa banda divida entre São Paulo e Curitiba, faz o tipo do disco que parece despretensioso de início, mas que vai tomando corpo e envolvendo conforme a audição. Portanto, não se atenha à simples etiqueta acima, pois o registro vai além disso, flertando com uma gama de outros estilos. A diversidade extrapola o gênero musical, se devendo também ao peculiar fato de o disco ser bilíngue. Há letras em português e em francês. Tinha tudo para soar bizarro, portanto, mas não é o que ocorre. Os vocais de Pierre, auxiliado por Gustavo e Marco, estão bem encaixados na proposta das músicas. O instrumental não fica atrás. O contrabaixo é notável e bem construído; Thiago usualmente compõe linhas simples de bateria, mas mostra que sabe incrementar complexidade quando o momento exige; Marco é um ponto-chave do enredo da banda, cabendo a ele a tarefa de “dar cor” à música. Sua competência se comprova na inesquecível faixa “Olhos Vendados”. A “choradeira” de sua guitarra é também marcante em “Instrumental II”. A arte gráfica do álbum é ainda outro destaque. Elaborando um paralelo com a sonoridade, há diversas figuras bem feitas que exploram o tracejado, beirando o rabisco. A gravação segue o mesmo princípio: valorizou o simples, com eficiência. “Ruina” é pura espontaneidade, sinceridade e coerência. Um disco ímpar, que mesmo tendo dispensando ambições faraônicas, consegue agradar a seu modo. Paulo Vitor
[6] Cannibal Corpse Evisceration Plague Metal Blade
Completar duas décadas de existência é um feito alcançado por poucas bandas. Quando o assunto é Death Metal então, apenas alguns poucos nomes vem à tona. Cannibal Corpse é um deles. “Evisceration Plague” é o decimo primeiro álbum de estúdio do conjunto de Buffalo, NY (caso fôssemos analisar como parte da discografia inteira, seria o vigésimo material oficial a ser lançado), matendo-se na mesma linha do anterior, o impiedoso “Kill”, de 2006. As fórmulas - de criação e produção de estúdio - são as mesmas: mais sujeira do que peso, músicas ora demasiadamente velozes, ora cadenciadas, alguns solos surgindo de supetão para surpreender o ouvinte, vocais extremamente guturais e rasgados por George “Corpsegrinder” Fisher e tudo mais que compõe um álbum com a cara deles. Todavia, apesar de utilizarem a mesma fórmula, não conseguem atingir ápices de empolgação como no último álbum ou como nos diversos clássicos já lançados (“Tomb of the Mutilated”, “The Bleeding”, “Gallery of Suicide”; qualquer um destes é bom exemplo), visto que a maior parte do tempo soa como algo já feito por eles muitas vezes, mas sem aquela pegada cativante, ou seja, “com pouco sal”. E o pior: repetem muito as estruturas das canções, de uma maneira que soe demasiadamente reto. Daí fica a pergunta: Por que demorar tanto, então, para lançar um ‘novo’ álbum? Pela experiência de todos os músicos, bem como pelos dons de Erik Rutan em termos de saber dar um toque a mais à sonoridade das bandas com as quais trabalha, “Evisceration Plague” deveria ser melhor, entretanto isso não significa que seja de todo ruim. “Scalding Hail” tem um refrão marcante, “Priests of Sodom” uma interessante e trabalhada linha de bateria e “Carnivorous Swarm” tem umas palhetadas desumanas. Haja braço para aguentar! Fora isso, nada tão excepcional ou que desperte os tão vistos highlights em torno do grupo. Como, por lógica, o mais justo é julgar cada banda dentro do que ela pode fazer, “Evisceration Plague” poderia ser um ótimo álbum, mas somente se viesse de outra banda. Vindo do Cannibal Corpse, com todo conhecimento da causa e experiência que possuem, acaba por soar apenas como mais um na discografia, mas não como um marco ou algo especial. É o preço da “responsabilidade”, por assim dizer. Julio Schwan
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resenhas [7] D.E.R. Quando a Esperança Desaba Cospe Fogo Gravações
A proveniência da banda condiz com o estilo que praticam. Vindos da “extrema zona sul” da capital paulista, os quatro integrantes do D.E.R. são partidários de uma sonoridade igualmente extrema, o Grindcore. “Quando a esperança desaba”, o primeiro full-length da banda, é um interessante trabalho de resgate a uma sonoridade clássica do gênero. A começar pela duração das faixas, sendo que a mais longa atinge 1’17”, nota-se que esse quarteto não se rendeu às novas tendências. E por qual motivo haveriam de o fazer, se a forma mais crua e direta do estilo lhes é muito mais verdadeira? A britadeira caótica faz mais jus à vida que levam. A vida de quem sente a cada dia o pesado fardo de viver em um mundo de exploração, desencanto, ódio, e desesperança. E essa temática chega a seus ouvidos sem refresco: aos berros guturais de Thiago Nascimento; pela guitarra distorcida de Renato; pela velocidade do baixo de Henrique; e pelos incansáveis blast-beats do ótimo baterista Barata. No aspecto geral das músicas, a variação entre elas é mínima. Porém, dá brechas a alguns destaques: a vigorosa “Empregando o Capital” (cujo videoclipe, dirigido por Pierre Kerchove, do Ruina, vem incluso no disco); e o virtuosismo de Barata logo na abertura do disco em “O Que Foi Escrito Eu Apaguei”. Acertaram ainda no aspecto gráfico sujo do álbum, e no auxílio na divulgação pelo selo Karasu Killer, com sede no Japão (o que explica as traduções das letras para o japonês). Uma boa sugestão aos fãs de Napalm Death e afins. Paulo Vitor
[7] God Forbid Earthsblood Century Media
Em pouco mais de 10 anos de estrada, os americanos do God Forbid nunca tiveram um grande reconhecimento na “cena”, embora sempre estivessem presentes em grandes turnês com grandes bandas importantes. Esta “falta de reconhecimento” talvez se deva ao fato de sempre prezarem em fazer o seu som da maneira mais tradicional possível, sem muitas inovações, caminhando sempre pro lado do Thrash Metal (mais moderno, digamos) e do Death Metal melódico daqueles à lá bandas de Gotemburgo. Após um intervalo de 4 anos do último lançamento, os caras ressurgem com “Earthsblood”, o quinto álbum da banda que chega com uma produção impecável assinada por Eric Rachel em parceria com Christian Olde Wolbers do Fear Factory. Pode-se dizer que o God Forbid é uma daquelas bandas que ou se ama ou se odeia. Para os fãs mais tradicionais do estilo os caras certamente conseguem agradar, mas aos que esperam por algo mais original com certeza poderão torcer o nariz. Colocando o Play pra rolar, é de se chamar a atenção logo de cara, a gravação deste novo álbum. É impossível não destacar o timbre das guitarras que soam bastante agressivas e ao mesmo tempo limpas e harmoniosas fazendo belas dobras em vários momentos. Após a introdução “The Discovery”, “Empire Of The Gun”
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abre o disco da melhor maneira possível, com uma ótima melodia no refrão e um instrumental tecnicamente impecável, com riffs esmagadores e bateria matadora, mesclando em doses exatas agressividade e harmonia. A quinta faixa “Shallow” é daqueles Thrash Metal quase impossível de ficar com a cabeça parada, principalmente na parte inicial. A faixa-título, que tem os seus 9 minutos de duração, também apresenta peso e melodia na medida certa. Aqui, o trabalho das guitarras, mais uma vez, merece destaque. Não há dúvidas de que a banda consegue fazer composições interessantes e que tem músicos extremamente técnicos e competentes merecendo sim, uma atenção maior, mesmo que a originalidade não seja o forte no caso do God Forbid. Vale destacar também, a bela arte gráfica de “Earthsblood” que ficou por conta do renomado artista brasileiro Gustavo Sazes que já trabalhou com bandas como Manowar, Krisiun, Almah e Kamelot. João Henrique
[8] Hargos Shadows of Violence Die Hard
Os mineiros do Hargos mostrando todo seu potencial criaram “Shadow Of Violence” composto basicamente de Thrash Metal, com mudanças de andamento fantásticas, variações de linhas vocais muito boas e, principalmente, por usar teclados com maestria, tudo isso de forma tão densa e atormentadora e com uma riqueza de detalhes que deixa marmanjo de queixo caido. E o melhor de tudo é que o Hargos não se perde nestas experimentações todas, os caras provam que sabem o que querem e o que fazem misturando todas essas influencias e garantindo a importante homogeneidade que define qualquer banda. Praticamente todas as 10 faixas são destaque entre elas posso destacar “Hero Betrayed” e “Carnage” que são exemplos da boa variação rítmica e vozes muito bem trabalhadas. “The Beginning” mostra vigor e emocionantes vocalizações e ainda as verdadeiras bombas atomicas “Tsunami” e “Chaotic City”. O Hargos não se vicia somente no lado heavy da música, tanto que “Silent Angel” é uma balada bem radio-friendly, onde o vocalista Breno divide as vozes com a convidada Isabela Santos num dos momentos mais bonitos do disco. E falando em participações, o álbum também conta com a voz de Wallace Parreiras (Eminence) e o conceituado Marcus Viana, que toca violino elétrico em “Baghdad” e “Silent Angel”. Com uma produção irretocável de Stanley Soares (Motorhead e Sepultura), “Shadows Of Violence” mostra toda a criatividade tupiniquim dentro do Heavy Metal. Com certeza um dos grandes discos da cena brasileira. Confira e se surpreenda! Odilon Herculano
[8] 16 Bridges To Burn Relapse
16? O que seria isso? Pois é, um nome um pouco sem sentido para nós, mas para o quarteto deve ter um significado bem importante, mas isto não vem ao caso pois “Bridges to Burn”, recente álbum desta banda, é o nosso objeto de análise. O som desses americanos é bem bacana
e interessante. Digamos que seja um rock meio tendencioso, tipo um Hardcore arrastadão. Com guitarra pesada, bateria e baixo objetivos e vocal rasgado sem muito exagero e de fácil compreensão, que retrata fatos incorretos sobre a vida. O som desta banda se posiciona em um nível intermediário, ou seja, agrada os ouvidos de todos os extremos do rock. O único problema é que em algumas músicas os riffs são um pouco parecidos, com palhetadas quebradas e no mesmo tom. A tonalidade do vocal de Cris é bem interessante, pois passa uma idéia de desespero em algumas faixas, bem conectado conteúdo das letras. “Bridges to Burn” me parece um apanhado de algumas bandas (o que é quase impossível de não acontecer), principalmente da banda Nora (mas sem exageros) que faz uso semelhante das cordas e voz, mas é melhor cada um tirar suas próprias conclusões. Este é o terceiro álbum da banda que não é nada cansativo de se ouvir, pelo contrário, você pode deixar o áudio em modo repeat e curtir o som o dia inteiro. As músicas são bem trabalhadas, com intros interessantes, melodias e pode-se dizer que algumas composições são um pouco chiclete. “Throw in the Towel”, “Me and my Shadow”, “So Broken Down” e “Monday Bloody Monday” (será que o U2 teve alguma coisa haver com isso?) são algumas destas ótimas faixas deste álbum que definitivamente pode ser lembrado na hora de separar bandas que merecem destaque. Gláucio Oliveira
[8] Wizard Thor Massacre
Foi ainda nos anos 80 que na Alemanha se formou o Wizard, mas só em 1995 que veio a tona o seu primeiro full-length. Tirando a saída do guitarrista Michael Maass em 2003 por motivos pessoais, a banda não sofreu qualquer alteração de line up, pode paracer que não, mas esse detalhe tem contado a seu favor, pois lhes assegura um entrosamento musical ímpar, a banda é até conhecida como a resposta alemã ao Manowar. O Wizard aos poucos tem emergido do underground, e tem se tornado bem conhecido, até fora da Alemanha. Com uma abordarem temática que chega forte no True Metal, mas também influenciada pesadamente pela mitologia nórdica, isso esta bem explicito no novo álbum “Thor”, uma das figuras mais míticas da mitologia nórdica , conhecido também como filho de Odin, o supremo Deus de Asgard e de Jord, Deusa da Terra e outras atribuições nada modestas. “Thor” é um álbum recheado de grandes faixas do princípio ao fim, mas não nos mostra nada de novo, seguindo uma linha mais tradicional e sem frescura mostra um grande poder de inspiração por parte dos alemães que mesmo assim conseguem prender a atenção do ouvinte. A faixa de abertura “Utgard (False Games)” mostra toda influência mitologica da banda, e esse vigor vinking se espalha por todas as outras faixas do registro até chegar a ultima faixa “Pounding In The Night” que conta com grandes melodias e excelentes vocais. Eleger faixas destaque é algo que não é necessário estamos diante de 11 temas bastante coesos guiados pela excelente voz de Sven D’Anna e conduzidos por uma bateria sempre a alta velocidade com guitarras matadoras memoráveis. Altamente indicado para quem curte Viking Metal e adjacentes. Odilon Herculano
ao vivo
boucing souls/new city rockers/boobarellas Hangar 110 13/02/08 São Paulo (Bra) O anúncio desse show surpreendeu muita gente e fez com que fãs ardorosos enfim pudessem ver ao vivo o que há pelo menos uns 15 anos esperam por aqui: ver o Boucing Souls ao vivo. O fato de ser uma banda que sempre levou o slogan “do it yourself ” do punk muito a sério, faz com quem fãs de verdade saibam do que se trata o histórico dessa banda, infelizmente não tão valorizada e conhecida como deveria ser. Mas uma única data em São Paulo em plena sexta-feira 13, significou para muitos desses fãs mais uma relíquia e não a onda de azar como a superstição manda. Para a abertura dois convidados ilustres: o primeiro foi o Boobarellas de Curitiba (PR). O ótimo trio tocou para um Hangar bem vazio, mas deixou estupefado quem estava por lá. O show é muito bom e a banda tem uma potência e energia incríveis. Tocaram entre outras, músicas do seu mais recente trabalho “Desamor e Rock & Roll” (faixa título) e “100% eu”. Depois foi a vez do New City Rockers. com mais gente na platéia, o punk 77 cantado em português deu a tônica e agitou boa parte dos presentes. No set “Reagir”, “Somos assim” e “Jones & Strummer” (em homenagem ao The Clash, grande influência deles). É um estilo diferente das demais bandas mas ainda com os fãs anciosos pelo Boucing, conseguiu agradar. Com o Hangar bem mais cheio (mas não lotado como se imaginava que seria), a galera já se aglomerava na frente do palco na expectativa da banda chegar e de qual seria o primeiro som. E sem muita firula, um a um adentram o palco e já atacam com “Here were go”, música perfeita para agitar e dar boa noite ao público. Emendaram na sequência “Hopeless romantic”.
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O vocal Greg (de camisa branca e gravata) tem uma postura muito engraçada no palco, canta propositalmente e aparentemente descompromissado como se estivesse de passeio, solta a voz poderosa sem fazer muito esforço e faz o punk pegar na roda. “Lean on Sheen”, “Kid”, “The ballad of Johnny X” foram outras que vieram na sequência. A banda agitou demais enquanto o mosh rolava solto, não sem levar o pedal, os fios todos e os abraços no vocalista. Greg escreveu num papel e, atencioso, leu em português que estavam muito felizes por estarem lá e pediu desculpas por demorarem tanto para tocar aqui no Brasil.
Se algumas mudanças no set, que vinha sendo divulgado, surpreendeu muita gente, um dos pontos altos foi a cover semi acústica e sensacional de “Hybrid Moments” dos Misfits e “Gone” que também ganhou a versão diferente. Foram só pedradas na sequência para um público cada vez mais encantado e insano a cada som. Se “Mathem” e “BMX” e “Punk in vegas” ficaram de fora, não faltou clássico para encerrar a sequência. Enquanto o público ensaiava o “Ole, ole, ole, ole, ole” (não tocada inteira), teve “East coast!Fuck you!”, “I like your mom” e a nova “Gasoline”. Para tocar o clássico maior e uma das mais esperadas, o vocal Guile do Boobarellas foi chamado para cantar com eles “True believers”. Explosão total e o palco, claro, ficou pequeno para tanta gente que subiu e até fez o vocal ficar acuado no canto direito enquanto o pogo rolava geral. Outro ponto alto também foi “Kids and heroes”, lindamente executada. Para fechar “Fight to live” e “Night on Earth”. Enquanto a banda segue fazendo shows pelos EUA e prepara o lançamento de uma caixa comemorativa desses 20 anos, deixaram por aqui muito marmanjo de boca aberta e certo de que esse foi um show inesquecível, uma oportunidade única sem previsão de se repetir. Claro que pela recepção é bem capaz de a banda repensar nas próximas tours e considerar a possibilidade de passar por aqui, em mais locais e mais datas. Quem fez um esforço para curtir não se arrependeu, nem mesmo de o horário ter estourado e quase perder o metrô de volta para casa. See you soon Boucing! Valeu! Andréa Ariani Foto: Flávio M. Oota
Silverstein
silverstein/jeffrey dahmer/cardiac/voiced Hangar 110 15/02/09 São Paulo/SP (Bra) O Domingo do dia 15 de Fevereiro foi um dia como qualquer outro para várias pessoas, porém para os fãs da banda canadense Silverstein, era um dia mais do que aguardado. Desde as duas horas da tarde do mesmo dia, já se formava uma fila em frente ao Hangar 110, fila esta que alguns minutos antes do show não era muito grande, talvez pela chuva ou pelo fato de todo mundo imaginar que a banda principal só tocaria bem mais tarde. Com alguns minutos de atraso, a primeira banda subiu ao palco. A paulista Voiced recentemente sofreu várias modificações, desde a saída do guitarrista Tyello até a saída do baixista Mark, que foi para o Fake Number. O então novo Voiced, fez um show curto porém que superou todas as minhas expectativas; é incrível como a banda após estas mudanças acabou melhorando muito e mantendo um som com qualidade para levantar a galera que esperava ansiosamente pela banda principal. Com isso fica bem claro que o Voiced é uma das bandas mais promissoras da cena, já que mesmo em um curto show mostrou um som de qualidade e peso. Logo na sequência tivemos a banda Cardiac, de Campinas. Show tão intenso quanto ao anterior: batidas fortes e pesadas, muitos berros e claro, muito bate cabeça. O fato do
palco ter ficado ainda menor, já que desde o início dos shows, haviam duas baterias montadas no palco, não influenciou na performance das bandas; mesmo com o pouco espaço, todas manteram uma apresentação de alto nível. Após o Cardiac veio a banda Jeffrey Dahmer, que já iniciou o show com a frase “Bem vindo ao caos”, o que anunciou o que viria em seguida: uma apresentação enérgica, feita não só no palco, mas no meio da galera também, já que um dos vocalistas fez todo o show diretamente da pista. Isso só fez com que o show ficasse mais pesado e cheio de energia. Após as três bandas de abertura, e com um pequeno atraso, finalmente Silverstein. O vocalista Shane não escondia a empolgação por estar fazendo seu primeiro show no Brasil e logo que pisou no palco, com um imenso sorriso no rosto, soltou um “ We are Silverstein”, que levou toda a platéia presente aos gritos, pois por mais que a casa não estivesse lotada, todos que estavam ali pareciam ser fãs fiéis de Silverstein, por acompanharem todas as músicas em coro. A empolgação era nítida, tanto por parte dos fãs, quanto por parte da banda. Um dos pontos altos da apresentação, foi quando tocaram “Broken Stars” (som do novo CD que só será lançado oficialmente no final de Março), a música foi recebida aos gritos.
Após 13 músicas a banda fez um pequeno intervalo, durante isso a platéia ainda continuava elétrica, clamando por mais Silverstein e chamando a banda de volta para o palco – pedido este que foi atendido após alguns minutos. No bis mais duas músicas, “My Heroine”, que foi um dos melhores momentos do show, tanto por ter sido cantada por todos. E para fechar, “Bleeds no More”, que como todas as outras músicas, ainda conseguiu manter a galera no mesmo ritmo frenético do início do show, através de gritos, pulos, mosh e invasões de palco. Foi um show que teve por volta de 15 músicas, mais de uma hora de Silverstein e uma apresentação memorável, tanto para a própria banda, que teve uma recepção afetuosa dos fãs, quanto para os próprios fãs, que tiveram um show de alta qualidade feito pelos canadenses do Silverstein, que sim, prometeram voltar em breve. Agora só nos resta aguardar. Texto: Cherry R Revisão: Andréa Ariani Foto: Caio Paifer
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In Flames
in flames/claustrofobia Santana Hall 15/02/09 São Paulo/SP (Bra) Nem chuva e nem os ecos da sexta-feira 13 espantaram os muitos fãs que aguardavam na fila que dava a volta em quase todo o Santana Hall, o que lavou mesmo a alma dos rockeiros foram os shows que aconteceram lá dentro. Minha primeira vez por lá e me surpreendi: a casa é muito boa, bem estruturada, som perfeito, palco bom e espaço legal para curtir o show de qualquer lugar. No horário marcado para o início (18hs), a equipe do Claustrofobia (banda de abertura) ainda arrumava o palco. Sem som ambiente o que se ouvia era só os murmurinhos da galera que já ocupava todos os cantos e mezaninos. Alguns minutos depois, a banda entra sem firula e cheio de raiva (certamente pelo atraso no início), o guitar e vocal Marcus D´Angelo diz “antes de começar e que venham falar eu já peço desculpa por qualquer coisa que aconteça aqui. Estamos aqui pra tocar pra vocês, vamô agitar essa porra”, incitando a gritaria geral. A banda é pura atitude no palco e faz o Thrash made in Brazil ter orgulho de ser bem representado. Vê-los ao vivo infelizmente é algo raro, então nos quase 40 minutos de show, foi possível curtir e aproveitar a oportunidade. O atraso tornou o show mais furioso mas sem dúvida comprometeu, não o desempenho, mas desnorteou um pouco o que eles tinham programado para tocar. Desde de 94 na estrada e com a experiência de já ter dividido o palco com várias bandas do cenário (Soulfly, Krisiun, Napalm Death, Destruction e Ratos de Porão entre elas) e ter feito uma tour européia de 4 meses, a banda segue divulgando seu som enquanto ban
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não lança e nem tem previsão de quando irá ter algo novo. O último disco, “Fulminant”, lançado em 2005, foi a base do set. Entre outras, tocaram “Reality show” e “Claustruth”, além da cover recentemente disponibilizada no myspace - “Filha da Puta”, versão pauleira para a música do Ultraje a Rigor. A todo momento Marcos chamava o público para agitar enquanto Daniel (baixo), o batera Caio e o guitarra Alexandre (único da banda sem cabelão) desciam o braço. Marcos também agradeceu a todos pela presença, pela organização e por ser a banda escolhida a abrir esse show. Para encerrar, mais uma em português e também do “Fulminant” - “Eu quero é que se foda” que originalmente teve participação de Andreas Kisser do Sepultura nos solos. O Claustro saiu e rapidamente a equipe do In Flames começa a passar o som. A banda encerra em São Paulo a sua primeira tour latino americana - passaram por 5 países (entre eles Argentina, Chile e Colômbia). Formada em 1990, a pelo menos uns 10 anos o público daqui espera para vê-los ao vivo. O In Flames é uma das principais bandas da vertente mais melódica do Death Metal. Som agressivo, pesado, típico do estilo, aliado com riffs e solos do metal melódico, vocal e letras bem trabalhadas fazem a mistura perfeita, provando o porquê eles estão revitalizando o cenário metálico na Europa. Palco vazio e a vinheta começa a rolar para delírio e gritaria total. A banda entra e já detona “Delight and angers” do mais recente álbum “Sense of purpose”. Todos estão bem animados e sorridentes escancarando a felicidade e satisfação em estar ali. Destaques para o baixista Peter Iwers com camiseta do Sepultura e para o humor impagável do vocal Anders Friden. O som já é muito bom nos discos mas ao vivo ganha uma força incrível e a qualidade do Santana Hall deixou isso mais evidente, batera
perfeita com o peso das guitarras. Como já era sabido, Jesper Strömblad, guitarrista, fundador e único membro da formação original ficou de fora dessa tour, além da Austrália e Japão (onde a banda toca na sequência) para se recuperar de seu vício em álcool. Nem essa escapou dos comentários infames de Anders, sobrou até para ele mesmo que ao perguntar o nome de um fotógrafo próximo ao palco, que se chamava Paulo, disse: “Aqui no Brasil todo mundo chama Paulo, assim como na Suécia só tem Anders”. Fez todo mundo cair na gargalhada. Depois de “Pinpall map” e “Episode 666”, o set seguiu alternando clássicos com os sons mais recentes e baseado nos sets que vêm tocando around the world, com algumas poucas (e boas) alterações. No melhor estilo torcida organizada, o público cantou a plenos pulmões um “ole, ole, ole, ole, In Flames, In Flames” que fez a banda ainda mais feliz com a recepção e resposta do público. Por todos os cantos que se via era headbanger sorrindo e cantando todos os sons. O comentário geral era de aquele era o show da vida de muitos dos presentes. Set na medida para satisfazer muitos deles, além das já citadas destaque também para as novas “Disconnected” seguida da baladona “Come clarity”, “Take This Life” (a escolhida para fechamento do jogo “Guitar Hero III e dedicada a todas as mulheres presentes) e “My Sweet Shadow” que encerrou o show. Agradecidos, pingando de suor e felizes, deixam o palco super aplaudidos e certamente com a idéia de retornarem mais vezes depois de comprovarem o quanto são queridos por aqui. Os fãs aguardam, nem que seja por mais 9 anos, afinal In flames they trust. Andréa Ariani Foto: Maurício Santana
soulfly/incite Coliseu dos Recreios 16/02/09 Lisboa (Por) Max Cavalera e sua trupe retornaram a Portugal neste mês de Fevereiro para divulgar o seu mais recente álbum, entitulado “Conquer”. O Coliseu de Lisboa foi o local escolhido para a batalha campal que ainda contou com as presenças de W.A.K.O. e Incite. Infelizmente, não estive presente durante a atuação da banda portuguesa W.A.K.O.. Ouvi bons comentários, porém não posso dar detalhes, dado que não os vi. Já os Incite, vi, ouvi e não me surpreendi. O nome Incite não é muito conhecido, então você se pergunta: como está banda está abrindo todos shows da turnê do Soulfly? A resposta reside no nome do vocalista, Ritchie Cavalera. O enteado de Max até que tem boa presença de palco, chamando sempre pelo público, apesar da pose metálica meio exagerada. O som é pesado e agressivo, porém genérico e sem graça. Ritchie berra forte, mas soa monótono depois da segunda música. Gostaria de dizer que é uma banda que está altura da responsabilidade de abrir para os shows do Soulfly, mas anda longe disso. E por mais doloroso que seja ouvir isso, a verdade é que só está lá por ser filho de quem é. Mais nada. Com um Coliseu repleto, para minha surpresa, o Soulfly, sim, surpreendeu. Já os tinha visto em outras ocasiões, e, de certo modo, sabia o que esperar, entretanto não poderia prever tanta energia. Abriram com “Blood Fire War Hate” e daí em diante não deixaram a peteca cair. Max Cavalera, apesar de ter uma aparência desgastada (para quem tem 39 anos), mostrou muita empolgação em palco. Em muitas ocasiões nem sequer tocava sua guitarra. Mandava uma palhetada ou duas, pegava no microfone e incitava o público. Marc Rizzo segurava sozinho às 6 cordas e ainda mandava os seus saltos acrobáticos de vez em quando. O setlist bem escolhido fez o delírio de qualquer fã do Soulfly ou mesmo do Sepultura. Tocaram músicas de todos os álbuns passando por “Tribe”, “Eye For An Eye”, “Back To Primitive”, “Terrorist”, “Seek and Strike”, “Downstroy”, “Prophecy”, “Molotov” e “Unleash”, sendo que a última contou com a participação de seu enteado Ritchie. Para loucura do pessoal mais Old School, tocaram 5 clássicos do Sepultura: “Troops Of Doom”, “Innner Self ”, “Refuse/Resiste”, “Territory” e “Roots Bloody Roots”. De quebra ainda rolou, Cavalera Conspiracy (“Sanctuary”) e Probot (“Red War”). Ufa… Só faltou tocar Nailbomb! Tocaram tudo e mais ou pouco em cerca de 90 minutos de show, com direito a algumas brincadeiras com “Raining Blood” do Slayer e “Creeping Death” do Metallica. Esse setlist vitorioso e um público sedento foram os elementos que tornaram essa prestação do Soulfly no Coliseu dos Recreios memorável. Matheus Moura Foto: Cátia Rodrigues/HardsoundTV.com
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Sworn Enemy/Freya/ Lionheart/CDC Musicbox 19/02/09 Lisboa (Por) A extensa Hatewear Tour deixou sua marca em Lisboa no passado dia 19 de Fevereiro, quando CDC, Lionheart, Freya e Sworn Enemy tomaram de assalto o Musicbox, localizado no Cais do Sodré. O início das apresentações sofreu algum atraso devido a um problema no tourbus das bandas, mas nada que fizesse alguém perder o entusiasmo. As bandas chegaram, montaram o palco em tempo record e logo o CDC entrou em cena. Os rapazes mandam um Hardcore curto e grosso, extremamente “in-your-face”, e não demorou muito para rolarem os primeiros passos de Slam dance e circle pits. Lançaram no ano passado seu primeiro álbum, entitulado “Burn” e foi nele que basearam seu set. Faltou algum entusiasmo em palco, mas, de qualquer forma foi agradável, apesar de parecerem cansados. Principalmente se comparados aos senhores mais velhos que tocaram a seguir. A apresentação do Lionheart foi marcada por uma grande agressividade e velocidade. Com guitarras arrastadas, bateria com andamento acelerado e alguma carga metálica, o quinteto californiano fez uma boa apresentação. Sua sonoridade lembra um pouco à Hatebreed, não é à toa que lançaram seu álbum “The Will To Survive” pela Stillborn Records, gravadora de propriedade de Jamie Jasta, frontman do próprio Hatebreed. Liderado pelo frontman da mítica banda Earth Crisis, Karl Buechner, o Freya se mostrou indestrutível. Ao vivo tem muito mais impacto que nos álbuns, sendo que Karl carrega uma força descomunal naqueles pulmões e o res-
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tante da banda coloca muito mais pressão nas composições. As melodias e refrões cantados dos registros dão lugar a muito mais violência ao vivo. Deram um bom espetáculo apesar do pessoal não parecer muito empolgado e meio desligado. Karl ainda arrumou tempo para falar sobre o novo álbum do Earth Crisis que está à caminho, porém não deu novidades sobre o Freya. O grosso do pessoal estava lá mesmo para ver o Sworn Enemy. Depois da última passagem por Portugal, com o Agnostic Front, a banda de Sal Lococo deixou uma boa impressão no público local. Do início ao fim, a banda segurou o público pelos colarinhos e executou seu Thrash Metal/Metalcore com maestria. O som, que não estava grande coisa, já estava muito melhor durante esse show. As faixas do álbum mais recente “Manical”, se intercalavam com músicas retiradas de “As Real As It Gets” e “The Beginning Of The End”. A conexão entre o público e a banda era palpável e quanto mais Sal exigia da audiência, mais recebia. Alguns grandes momentos da apresentação foram “Scared of The Unknown” e “A Place Of Solace”. Uma grande noite que só foi possivel graças a a integridade da promotora Hellxis, que mesmo arriscando ter prejuízos, colocou a mão no próprio bolso solucionando o problema no transporte da banda e evitando que a apresentação fosse cancelada. Todos presentes agradecem. Matheus Moura Fotos: Cátia Rodrigues/hardsoundtv.com
Sworn Enemy
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As I Lay Dying
As i lay dying/jeffrey dahmer Espaço Lux 01/03/09 São Bernardo do Campo/SP (Bra) Depois de muita espera e expectativa, o primeiro dia do mês de Março de 2009 estava reservado para receber o As I Lay Dying em São Paulo. A banda, originária de San Diego (EUA), vinha pela primeira vez à América do Sul para promover o seu mais recente álbum, “An Ocean Between Us”, através da Liberation Music Company. Este show em São Paulo era o terceiro compromisso da banda em território brasileiro, visto que também participaram de uma tarde de autógrafos na Galeria do Rock, na capital paulista, no dia 27 de Fevereiro e fizeram seu primeiro show da tour no dia seguinte, em Curitiba, no John Bull Music Hall. Ao chegar ao Espaço Lux, em São Bernardo do Campo, já era notório que a casa iria encher, visto que a fila dobrava a esquina e se arrastava por metros rua abaixo. Porém, a excelente estrutura do local, bastante amplo, fez com que o espaço ficasse muito confortável para o público. Quem gostava de aglomeração e de ficar perto da banda, podia curtir o show lá na frente; havia espaço suficiente para se abrirem grandes circle pits e moshpits; e quem optasse por apenas apreciar a apresentação da banda poderia ficar sossegado ao fundo do Espaço Lux, já que a visão era privilegiada de qualquer lugar, devido ao palco grande e alto. A aparelhagem responsável pelo som também mostrou ser de qualidade, como já era de se esperar. A banda responsável pela abertura da casa, o Jeffrey Dahmer, mandou o seu recado de
maneira muito pesada e caótica, mesclando vertentes do Grindcore e do Deathcore de maneira insana, com quebradas e contratempos muito bem encaixados. Destaque para a guitarra de Sérgio Hernandes e os vocais da dupla Nelson Junior e Hélio Siqueira, que berram alternadamente e sem parar, à plenos pulmões. Na apresentação, prevaleceram sons do EP “Aurora”, que a banda lançou recentemente. Após o show do Jeffrey Dahmer, foi anunciado que o Deeper Than That não tocaria naquela noite. A banda acabara antes mesmo do show e a próxima atração seria mesmo o As I Lay Dying. Outro aviso dado ao público foi para não subirem no palco, respeitando artistas e instrumentos; algo incomum nos shows da Liberation, que são essencialmente forrados de stage dives. Porém, uma ação bem tomada, devido à grandiosidade do evento e as acomodações do Espaço Lux. Outro anúncio feito foi o da próxima tour que será promovida pelo selo: Hatebreed. No palco, luzes e fumaças cobriam uma enorme bandeira do As I Lay Dying, que exibia a capa do CD “An Ocean Between Us”. Um a um, entram no palco, Tim Lambesis (vocal), Nick Hipa e Phil Sgrosso (guitarras), Jordan Mancino (bateria) e Clint Norris (baixo), ao som de “Separation”, uma breve introdução que dá as boas vindas ao público brasileiro. É aí que o clima esquenta. A banda começa como em seu último lançamento, trazendo na seqüência as faixas “Nothing Left” e aquela que dá nome ao registro, “An Ocean Between Us”. O vocalista Tim Lambesis chegou inclusive a agitar uma bandeira brasileira durante o show em duas oportunidades. E a galera, passada a anestesia de ver seus ídolos em ação, começou a por o Espaço Lux abaixo. A próxima música, “Forever”, contou com um grande deslocamento de pessoas e o mosh
se abriu de modo gigantesco. Seguiram então violentamente com “Through Struggle”, que fez o chão tremer, e “Within Destruction”. A banda executava seus sons com extrema velocidade, brutalidade e habilidade e soava perfeita, inclusive nas partes mais melódicas, muito bem executadas pelo backing vocal do baixista Clint Norris. O set continuou com “Forsaken” e “The Darkest Nights”, que o público cantou em coro. Do álbum “Frail Words Collapse”, de 2003, veio a caótica e melódica “Distance Is Darkness”. “Meaning In Tragedy”, faixa que abre o álbum “Shadows Are Security”, manteve os fãs agitados até o início melódico de “I Never Wanted”. A simpatia e o carisma dos guitarristas eram contagiantes, a bateria de Jordan, velocíssima, e Tim comandava o quinteto com seus berros. Por fim, vieram com “The Sound Of Truth”, single do último álbum, e executada com extrema perfeição. Após uma pequena pausa, retornaram para fechar o show com dois sons massacrantes. “94 Hours”, com seus breakdowns, derrubou o Espaço Lux, e a galera não se mostrou indisposta; correu um largo circle pit, enquanto o mosh fervia. Por fim, a bateria de Jordan anunciou a chegada da última música, “Confined”, que colocou um ponto final violento na apresentação do As I Lay Dying no Brasil. A nota triste fica por conta do falecimento do pai do baterista Jordan Mancino no dia do show. Com isso, a banda terminou sua turnê pela América do Sul (Argentina, Chile, Equador e Colômbia), com Justin Foley, baterista do Killswitch Engage. Apesar do luto, a banda se superou e não demonstrou falta de vontade em nenhum momento, fazendo um show de extrema qualidade em sua primeira passagem pelo Brasil. André Henrique Franco Foto: Michele Mamede
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ao vivo
Circle Jerks
circle jerks Revolution Music Pub 08/03/09 Porto Alegre/RS (Bra) A noite do dia 08/03, no Revolution Music Pub, na capital gaúcha Porto Alegre, pode ser dividida em duas partes: antes e depois do show dos Circle Jerks. Primeiramente, reinava a expectativa. Via-se a galera chegando em bom número, comentando o possível set-list, vestindo camisetas deles e tudo mais. Apesar da boa vontade e esforço das bandas de abertura, não havia como conter o exorbitante sentimento de ver uma das lendas do hardcore oitentista, fato que sempre levava alguém a puxar o coro “Circle Jerks! Circle Jerks! Circle Jerks!” constantemente. Acabado o último show, logo as mediações do palco ficaram lotadas e, repentinamente, Greg Hetson, lendário guitarrista dos Jerks e do Bad Religion (além de outras bandas não tão grandes), surge caminhando em meio aos fãs impacientes. Fora atencioso e simpático, ao contrário do
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vocalista Keith Morris, o qual aparentava estar completamente desligado, indiferente às mãos e braços que o rodeavam (deve ter trazido um skank do bom...). Contudo isso só perdurou até a hora de subirem ao palco, porque, a partir daí, meus caros leitores e leitoras, a história foi outra. Mesmo levando consigo 56 anos de idade, o cara gritou, pulou, interagiu com o público - deixando alguns vocais só pros mais insandecidos da gurizada ali presente - e cantou todos os sons com um fôlego descomunal, visto que a velocidade das músicas aumentou bruscamente. Os ápices da apresentação foram em clássicos como “Beverly Hills” (todo mundo cantando e pulando), “Back Against the Wall” (Greg Hetson executou o solinho da intro com fidelidade), “Red Tape” (a original já é rápida, mas ao vivo foi de chutar o balde), “Wild in the Streets” (onde todos da banda pararam para escutar a massa
porto-alegrense cantarolar o empolgante refrão) e no cover do Black Flag, dessa vez com a lendária “Gimmie, Gimmmie, Gimmie”, para deixar o público mais amontoado e aumentar exponencialmente os stage-dives. Tirando o (triste) fato dos seguranças terem tentado acabar com a festa, mostrandose verdadeiros ignorantes ao não saber diferenciar violência de brincadeira, bem como de tentarem impedir os stage-dive, chegando a retirar pessoas inofensivas do local sem necessidade (e o pior, usando a força brusca), os demais fatos acerca da noite foram gloriosos. Depois disso tudo, a expectativa se foi e o sentimento seguinte foi de “satisfação”. Público e banda foram embora sorrindo! Sinal de que Porto Alegre tem tudo para realizar mais shows desse porte. Julio Schwan Foto: Amanda Teixeira
morbid angel Santana Hall 08/03/09 São Paulo/SP (Bra) Domingo de muito sol, calor, clássico entre Corinthians e Palmeiras com a presença de Ronaldo, o fenômeno, e Keirrison, a nova promessa do futebol brasileiro, parece o dia perfeito para ficar em casa curtindo um belo churrasco com a familia e amigos, certo? Errado! Nesse domingo, 8 de Março, tivemos, sim, um dia de clássico, porém não no futebol, e sim no Death Metal, pois tivemos a volta de um dos mestres do estilo aos palcos da capital paulistana: o Morbid Angel. Marcado para começar as 18:00, apenas por volta das 20:00 as imensas cortinas que cobriam o palco do Santana Hall se abriram e lá estavam David Vincent, Trey Azagthoth, Pete Sandoval e o mais novo integrante Thor Anders Myhren (Zyklon, 1349) prontos para darem início ao massacre com dois clássicos absolutos: “Rapture” e “Pain Divine”, ambos do seminal álbum “Covenant”, lançado em 1993. David Vincent saúda o público e comenta que era um dia perfeito para um show do Morbid Angel em São Paulo. Se com esse entrada matadora os músicos já tinham o público, totalmente ensandecido, nas mãos, quando Trey deu início ao marcante riff de “Maze of Torment” não houve quem conseguisse impedir a transformação
da pista do Santana Hall em um verdadeiro pandemônio. Rodas se abriam em diversos pontos e todos cantavam o refrão da música como se aquelas fossem as últimas palavras de suas vidas. O som, que na última visita da banda (em 2005, no Ginásio do Palmeiras) não estava muito bom, dessa vez estava perfeito e contribuiu para que todos os instrumentos pudessem ser ouvidos com nitidez e clareza. Também ajudava o fato do Santana Hall estar cheio, porém não absolutamente lotado, o que fez com que todos pudessem assistir a apresentação com bastante conforto, sem muitas filas nos bares e nos banheiros. E foi nesse clima que David anunciou que tocariam uma composição inédita, “Nevermore”, que estará no próximo disco de estúdio da banda. A julgar pela qualidade da música, que tem um solo matador de Trey, o Morbid Angel em breve nos dará mais um discaço. Mas não parou por aí. Apesar de já ter usado a palavras “clássico” diversas vezes nessa resenha, o leitor que me desculpe, mas terei que usá-la novamente, uma vez que não há como fugir dela em um show onde são executados clássicos como “Chapel Of Ghouls”, “Immortal Rites”, “Lord Of All Fevers And
Plague” e “Dominate”. Devemos aqui abrir um parêntese para comentar a performance de Pete Sandoval. Como toca esse cara! Velocidade, pegada e uma precisão que beira o sobrenatural. Duvido que haja alguém que, após assistir Pete ao vivo ainda se pergunte o porque dele ser considerado o mais influente baterista do Death Metal mundial. “Blood On My Hands” encerrou a 1ª parte da apresentação, com a banda rapidamente voltando para o bis com mais uma grata surpresa: “Bil Ur Sag”, do maravilhoso disco “Formulas Fatal to the Flesh”, disco esse que não conta com Vincent nos vocais e que costuma ser deixado de lado nos set-lists da banda desde que o frontman retornou ao Morbid Angel. Ainda tivemos tempo para a pesadíssima “God of Emptiness” e “World of Shit (Promised Land)” que encerrou de vez a curta, porém perfeita, apresentação. Ah, o resutado de Corinthians e Palmeiras? Pouco importa. Todas as torcidas presentes no Santana Hall saíam plenamente satisfeitas e entoando um só canto: “Olê, olê olê, Morbid, Morbid”. Héilo Azem Foto: Alexandre Cardoso
Morbid Angel
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ao vivo
Protest The Hero
The Chariot
Protest The Hero/The Chariot/ The Human Abstract Musicbox 15/03/09 Lisboa (Por) Um Musicbox repleto foi composto para ver a estréia de três bandas internacionais em solo português. Pelo clima a frente do recinto antes do início do concerto já se sentia que The Human Abstract, The Chariot e Protest The Hero iriam ter uma recepção calorosa. E não foi diferente. Incumbido de dar a largada, o The Human Abstract subiu ao palco. Não foi preciso muito tempo para perceber que a vertente mais técnica teria o protagonismo. Os guitarristas fazendo acrobacias virtuosas em velocidades absurdas ganham destaque.
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O vocalista Nathan Ells tem um registro vocal diferenciado que não agrada a todos ouvidos, principalmente nos momentos mais melódicos. O setlist foi baseado, em maior parte, no mais recente álbum “Midhaven”, sendo que o destaque foi para a faixa “Breathing Life Into Devices”, aonde Nathan apresenta maior desenvoltura. O exagero técnico e falta que peso fez com que o público não se mexesse muito e se colocasse na posição de observador. Entretanto, esse posicionamento mudou logo que o The Chariot entrou em cena. É
difícil descrever em palavras o caos que se sucedeu, tanto dentro como fora do palco. Desde o primeiro acorde dissonante, Josh Scogin & Cia. comandaram a destruição dentro do pequeno Musicbox. Criou-se onda imparável de stage dives, seja por parte dos músicos, com ou sem instrumentos, como por parte da audiência. A loucura era tanta que colocaram até um segurança no palco que não sabia bem o que estava fazendo ali. O comportamento animalesco da banda impressiona, dando a sensação que estamos diante de um cenário totalmente descontrolado. “Back To Back” e “Forgive Me Nashville” foram alguns dos momentos de maior descarrego. Depois da batalha épica e total desarranjo emocional do The Chariot, os canadenses do Protest The Hero fazem sua entrada com “Limb From Limb”. O carisma da banda, a simpatia e senso de humor afiado do vocalista Rody Walker, foram um entretenimento à parte (o comentário sobre as prostitutas do Cais do Sodré foi impagável). Foi estabelecida uma forte sintonia entre a banda e o público que comemorava cada nova música e cantava junto. A escolha das faixas recaiu principalmente sobre o mais recente álbum, “Fortress”, sendo que o singles “Sequoia Throne”, “Palms Read” e “Bloodmeat” (que encerrou apresentação) não foram deixados de lado. Do álbum “Kezia”, ouviu-se “No Stars Over Bethlehem” entre outras. A técnica de encher os ouvidos (e também os olhos) é transmitida de uma maneira divertida, principalmente se manter os olhos nas palhaçadas do baixista Arif Mirabdolbaghi. Regados a cerveja e cobertos de boa disposição, o Protest The Hero deixou uma boa impressão do público português, que com certeza, irá se reunir, possivelmente em maior número para rever esses canadenses, afinal, ficaram devendo “Bone Marrow” e “Heretics & Killers”. Matheus Moura Fotos: José Carlos Santos
Judas Priest/Megadeth/ Testament Pavilhão Atlântico 17/03/09 Lisboa (Por) Uma nuvem negra se aproxima do Parque das Nações. Não se trata de uma tempestade, mas sim de uma enorme legião de Headbangers a caminho do Priest Fiest, um mini-festival que reúne Judas Priest, Megadeth e Testament no Pavilhão Atlântico em Lisboa. A presença de 3 nomes soantes dentro do cenário Heavy Metal levou milhares de pessoas a comparecerem ao evento. Antes mesmo de começar a analisar as apresentações, abro um parêntesis sobre a terrível qualidade do som, principalmente durante os shows do Testament e Megadeth. Em muitas ocasiões havia grande dificuldade até em identificar as músicas, dado a péssima condição acústica. Lamentável. Mesmo sendo a banda mais prejudicada pela má acústica, os pioneiros do Thrash Metal Bay Area, Testament, não pareciam abalados. Chuck Billy ostentava um grande sorriso, como de costume, e um enorme entusiasmo por estar ali. Alex Skolnick se esforçava nos solos, porém pouco se ouvia. Até agressividade Paul Bostaph ficou abalada, já que muitas vezes o som das peles era extremante embolado. O setlist reduzido deixa de fora diversos clássicos, mesmo assim o pessoal do moshpit marcou presença. As novas “The Formation of Damnation” e “More Than Meets the Eye” causaram boa impressão ao vivo (principalmente a segunda). Outros pontos altos foram “Practice What You
Preach” e “DNR”. Para quem acompanha a carreira do Megadeth, sabe que Dave Mustaine é um nome incontornável no que diz respeito a banda. Não apenas por ser o líder e único membro original, como também por toda mitologia criada ao redor deste exguitarrista do Metallica. Com o abandono dos membros mais antigos e com maior reconhecimento, apenas Mustaine carrega o nome Megadeth nas costas. Talvez por isso entre em palco primeiro e sozinho. A idade avançada faz se sentir na menor agitação em palco, mas não nos riffs. Momentos como “Skin O’My Teeth”, “Hangar 18”, “Take No Prisioners”, “Symphony Of Destruction” ou “Holy Wars... The Punishment Due” trouxeram boas memórias a todos presentes. Os componentes podem ser outros mas a essência do Megadeth se mantém viva. Não resta dúvidas. Tecnicamente os restantes membros não deixam a dever em relação aos seus antecessores, pelo menos ao vivo. Durante a prestação do Megadeth, o som ainda deixava a desejar e somente
na apresentação dos “Metal Gods”, Judas Priest, as coisas entraram finalmente nos eixos. A componente dramática e visual aliada ao histórico desses britânicos, por si só, já é espetacular. De uma banda com quarenta anos de estrada e que conta vocalista mais capacitados da história do Heavy Metal, não se pode esperar pouco. Um palco cenográfico, cujo background mudava dada a temática da música e ser executada. Rob Halford, suas vestes, seu trono, suas bandeiras e sua moto. Um desfile de clássicos como “Breaking The Law”, “Painkiller”, “Hell Bent For Leather” ou “Eat Me Alive”. Enfim, em cerca de uma hora e meia despejaram o melhor do Judas Priest, tudo com a classe e exclusividade desses autênticos senhores, que ainda gozam de uma popularidade invejável dada a quantidade de Metalheads presentes naquela agradável noite de Terça-feira. Matheus Moura Fotos: Cátia Rodrigues/hardsoundtv.com
Megadeth
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