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44 resenhas de CDs
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9 entrevistas
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5 resenhas de shows
nº5 - Fevereiro/Março 09
www.hornsup.net
O sonho de Alice
entrevistas:
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confronto
hornsup #2
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índice Editorial Ganhe! ´ Noticias ~ PT saudacoes ´ Old school sangue novo REC Artwork top 5 metalsplash
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in this moment head trap them^ fim do silencio born from pain switchtense ´ ponto nulo no ceu satisfire ekoa
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Resenhas Ao vivo
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Editorial Edit torial Nº5 • Fevereiro/Março 2009
Editor-chefe Matheus Moura
Colaboradores nesta edição André Henrique Franco, Andréa Ariane, Athos Moura, Charline Messa, Fabiano Azevedo, Gabriela Hesz, Gláucio Oliveira, Hélio Azem, Igor Lemos, João Henrique, Julio Schwan, Luiz Felipe Leite, Paulo Duarte, Paulo Vitor, PT
Fotos Charline Messa, Caio Paifer, Renato Lorenzetto, Maurício Santana
Design, Paginação, Webdesign Matheus Moura
Revisão Igor Lemos
The Perfect is the enemy of the good O melhor. No que toca ao gosto musical, não há coisa mais pessoal. Meu vizinho de baixo não deve ter gostado tanto do novo álbum do Trap Them quanto eu. Pelas vassouradas no teto, posso julgar que odeia. Acho que ele ainda não ouviu direito, vou aumentar o volume! Por incrível que pareça, não vamos falar dos melhores, nem dos piores de 2008 nessa edição da HORNSUP. Todo começo de ano era para ter aquele balanço “básico”, mas não vamos fazê-lo. Por quê? Bem, a revista não tem um ano completo ainda, a equipe está se solidificando agora e também não vale a pena expor nossas opiniões, sem expor a tua, leitor. Portanto, fica aqui a promessa. No ano que vem, faremos um “Best of 2009” com todas as honras (e se possível, com prêmios para os participantes). As nossas opiniões, assim como as suas, serão ouvidas e mostradas nas nossas páginas. Hmm, Trap Them parece não ser “a cara” do vizinho...mas acho que o novo do Cannibal Corpse ele vai amar!
Publicidade huinfo@hornsup.net
Matheus Moura
Para concorrer às promoções visite www.hornsup.net e saiba com se inscrever. Sorteio: 30 de Março de 2009
Website www.hornsup.net
Myspace www.myspace.com/hornsupmag
Gan Ganhe! nhe!
Envio de material Portugal/Europa HORNSUP Att: Matheus Moura Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal Brasil HORNSUP Att: Paulo Vitor Macêdo Rua Joaquim Gois, nº 88, Edifício Mansão Drummond, Apartamento 102 13 de Julho Aracaju - Sergipe Brasil CEP: 49020-130
A HORNSUP nº 5 oferece aos seus leitores os seguintes prêmios: Dez (1o) EPs “Imprint Forever” da banda Seita www.myspace.com/seitaofficial
Três (3) CDs “Ekoa” da banda Ekoa www.myspace.com/bandaekoa
Três (3) CDs “Stronger Than Hate” da banda Error www.myspace.com/errorofficial
Dois (2) CDs “Shadows of Violence” + dois (2) adesivos da banda Hargos www.myspace.com/hargosband
Três (3) EPs “While Love Lures Life On” da banda On Thursday We Leave www.myspace.com/otwl
Contato huinfo@hornsup.net
HORNSUP Rua Dr. Coutinho Paes, 167 8ºC 2725 Algueirão-Mem Martins Portugal
Procura-se Estamos sempre em busca de novos colaboradores. Se acha que pode se tornar parte de nossa equipe, envie um e-mail para huinfo@hornsup.net e mostre do que é capaz!
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hornsup #5
Vencedores das promoções HORNSUP #4 - Fim do Silêncio: Alexandre Barbosa Baptista (Mesquita/RJ), / Socialmente Incorreto: Rafael Veronezzi Rodrigues (Campinas/SP), Paula Mota da Silva (Erechim/RS), Raphael Almeida de Oliveira (São Paulo/SP), Leonardo Vieira (Pará de Minas/MG), Adriano Gustavo da Silva (Brasópolis/MG) / Sangue Inocente: Gustavo Henrique Avallone De Brito (São Paulo/SP), Lívio Aureliano (Rio de Janeiro/RJ), Domingos Savio Chaves Junior (Belo Horizonte/MG) / Ponto Nulo No Céu: Alisson Dantas Cardoso (Aracaju/SE), Jean Patton (São Paulo/SP)
not notícias tíc cias
por André Henrique Franco
IN FLAMES Brasil em chamas Nosso querido PT se encontra de licensa paternidade e volta na próxima edição. BTW, parabéns!
age agenda enda Fevereiro/Março Brasil
Seis datas estão agendadas para a banda sueca In Flames na América Latina. A banda passará por México, Colômbia, Chile, Argentina e Brasil na primeira quinzena de Fevereiro. A única apresentação da banda em solo verde-e-amarelo será realizada no Santana Hall, em São Paulo, dia 15 de Fevereiro (Domingo) às 17hs. As entradas para este show (pista e mezanino) podem ser encontradas através do site www.ticketbrasil.com.br. Recentemente a banda ganhou o Swedish Grammi de Best Hard Rock Álbum pelo disco “A Sense Of Purpose” em cerimônia realizada em Estocolmo. Confira a seguir todas as datas da turnê latino americana: 07/02 – Café Iguana - Monterrey, México 08/02 – Circo Volador - México City, México 10/02 – Teatro Metro – Bogotá, Colômbia 12/02 – Blondie – Santiago, Chile 14/02 – The End - Buenos Aires, Argentina 15/02 – Santana Hall - São Paulo, Brasil
THE BLACK DAHLIA MURDER What a Horrible Night to Have an Accident O The Black Dahlia Murder sofreu com duas más notícias nos últimos tempos. A primeira foi a saída inesperada do guitarrista John Kempainen no fim do mês de Novembro. O seu posto já foi ocupado pelo ex-guitarrista do Arsis, Ryan Knight. Porém, a banda não teve tanta sorte no mês seguinte. Durante uma viagem entre Québec e Montreal, no Canadá, a van que levava a banda derrapou na estrada congelada, fazendo o engate do trailer do The Black Dahlia Murder romper. Apesar do susto, o baixista Bart, que dirigia o veículo, conseguiu controlar a van e evitar um acidente com os passageiros. Entretanto, o trailer capotou diversas vezes e terminou do outro lado da estrada, ficando completamente destruído. Felizmente, boa parte do material que lá se encontrava “sobreviveu” ao acidente e permaneceu em boas condições.
MASTODON Dança das almas “Crack The Skye” é como se chamará o próximo álbum do Mastodon. O registro, gravado no Southern Tracks Studios, em Atlanta, teve produção e mixagem de Brendan O’Brien (Velvet Revolver, Rage Against The Machine, Pearl Jam, AC/DC) e, assim como os álbuns anteriores da banda, também será conceitual. Segundo o baterista Brann Dailor, o registro trata do “Éter”: “Todo o contexto tem um pouco a ver com o que retrata o álbum emocionalmente falando, mas tudo nas letras e nas histórias são metáforas. Nós queríamos agregar elementos para construir esse álbum baseado no ‘Éter’, que é do que são feitas as almas. Demorou algum tempo para conseguirmos ligar todos esses pontos.”. A faixa título, “Crack The Skye” tem a participação especial de Scott Kelly, do Neurosis. O álbum, ainda sem data de lançamento definida, deve sair em Março.
COREY TAYLOR Carreira solo Corey Taylor, frontman do Slipknot, declarou ao site da Billboard que tem planos de gravar o seu primeiro álbum solo ao invés de voltar a trabalhar com sua outra banda, o Stone Sour, ao fim da turnê que comemora os 10 anos do lançamento do primeiro disco do Slipknot. Essa tour começa em Janeiro e deve terminar apenas em meados de Setembro, sendo que a primeira etapa nos Estados Unidos conta também com as bandas Trivium e Coheed And Cambria. Corey declarou que já tem várias músicas escritas e que elas não se encaixam em nenhuma das duas bandas em que ele canta e descreveu o material como “um cruzamento entre Foo Fighters e Social D, com algo de Johnny Cash misturado”.
01/02 - Otep - São Paulo 06/02 - 25 Ta Life - Curitiba/PR 07/02 - 25 Ta Life - Londrina/PR 08/02 - 25 Ta Life - Ferraz de Vasconcelos/SP 15/02 - In Flames - São Paulo/SP 15/02 - Sinister - São Paulo/SP 15/02 - Edguy - São Paulo/SP 27/02 - Story of the Year - Santos/SP 28/02 - As I Lay Dying - Curitiba/PR 01/03 - As I Lay Dying - São Paulo/SP 01/03 - Story of the Year - São Paulo/SP 02/03 - Story of the Year - Porto Alegre/RS 07/03 - Morbid Angel - Recife/PE 08/03 - Morbid Angel - São Paulo/SP 12/03 - Iron Maiden - Manaus/AM 14/03 - Iron Maiden - Rio de Janeiro/RJ 15/03 - Iron Maiden - São Paulo/SP 18/03 - Iron Maiden - Belo Horizonte/MG 20/03 - Iron Maiden - Brasília/DF 20/03 - No Turning Back - Piracicaba/SP 21/03 - No Turning Back - Itapevi/SP 22/03 - No Turning Back - São Paulo/SP 28/03 - No Turning Back - Londrina/PR 29/03 - No Turning Back - Curitiba/PR 31/03 - Iron Maiden - Recife/PE
Portugal 05/02 - Dragonforce/Turisas - Corroios 05/02 - Mogwai - Lisboa 07/02 - Extreme Noise Terror - Corroios 14/02 - Carnal Forge - Benavente 16/02 - Soulfly - Lisboa 19/02 - Sworn Enemy/Freya/Waking The Cadaver/CDC- Lisboa 15/03 - Protest The Hero/The Human Abstract/ The Chariot - Lisboa 17/03 - Judas Priest/Megadeth/Testament Lisboa 31/03 - Earth - Porto
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Tesouros do
not notícias tíc cias MORBID ANGEL No Brasil em Março
Burn, Gene, Burn www. youtube.com/watch?v=8fYRizoWhUg
Uai, Heavy Metal diacho! www.youtube.com/watch?v=Jag7oTemldY
No dia 8 de Março, a lendária banda de Death Metal, Morbid Angel, se apresentará em São Paulo, no Santana Hall. No dia anterior, os fãs do Nordeste poderão ver a banda, que tocará em Recife, Pernambuco. A passagem do Morbid Angel pela América do Sul ainda inclui shows no Chile e Argentina. O grupo atualmente conta com o seguinte lineup: Trey Azagthoth (guitarra, teclado), David Vincent (baixo, voz), Pete Sandoval (bateria) e Thor Anders Myhren (guitarra), sendo que o último registro do grupo foi o álbum “Heretic”, de 2003. Ingressos podem ser adquiridos através do site www.ticketbrasil.com. br. Veja abaixo as datas da tour: 03/03 – Santiago, Chile 05/03 – Buenos Aires, Argentina 07/03 – Recife, Brasil 08/03 – São Paulo, Brasil
PAPA ROACH Metamorfose
O que faz quando seus amigos não estão por perto www.youtube.com/watch?v=sLs7xoX_vX4
“Metamorphosis” é como se chamará o próximo álbum do Papa Roach, o 5º disco de estúdio da banda. O lançamento do registro está agendado para 24 de Março e novas músicas podem ser conferidas no Myspace oficial da banda. “Metamorphosis” é o follow-up de “The Paramour Sessions”, lançado em 2006 e será o primeiro álbum com o novo baterista Tony Palermo (exUnwritten Law). Ele substitui o baterista original Dave Buckner, que deixou a banda no fim do ano passado por razões pessoais.
OPETH Tour latina
Os piores vídeos de Black Metal do mundo www.youtube.com/watch?v=g5NSvtWirS4
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A banda sueca Opeth anunciou uma série de shows pela América Latina no fim do mês de Março e começo de Abril. México, Colômbia, Argentina, Chile e Brasil poderão ver a banda, que está em turnê divulgando seu mais recente álbum “Watershed”, lançado em Junho do ano passado pela Roadrunner Records. O único show a ser realizado no Brasil acontece no Santana Hall, em São Paulo, no dia 5 de Abril, às 18hs. Maiores detalhes e ingressos podem ser adquiridos através do site: www.ticketbrasil.com. br. Confira todas as datas da tour do Opeth:
28/03 - Cafe Iguana – Monterrey, México 29/03 - Circo Volador – México City, México 01/04 - Teatro Metro – Bogotá, Colômbia 03/04 - The End – Buenos Aires, Argentina 04/04 - Teatro Capoulican – Santiago, Chile 05/04 - Santana Hall – São Paulo, Brasil
RAMMSTEIN Trabalho duro Após sete semanas de trabalho, os alemães do Rammstein completaram, no dia 21 de Dezembro, a primeira parte das gravações de seu próximo álbum. Bateria, guitarras, baixo e parte dos vocais já estão prontos. O restante será gravado no início de 2009, para o CD ser, possivelmente, lançado durante o primeiro semestre do ano. O Rammstein gravou as faixas iniciais para seu futuro lançamento em Los Angeles, com Jacob Hellner (Clawfinger) e o time de produção do Ulf Kruckenberg e Florian Ammon.
EVERY TIME I DIE Every Time in the studio Segundo o vocalista do Every Time I Die, Keith Buckley, a banda começou oficialmente a compor o novo álbum no último dia 12 de Janeiro. O grupo irá apenas fazer pausas na composição do registro para alguns shows que já tem agendado. A previsão é de que entrem em estúdio no dia 1º de Abril. Este será o disco de estréia do Every Time I Die pela Epitaph Records, já que “The Big Dirty”, o último lançamento dos caras, foi o último do contrato que tinham com a Ferret.
BEHEMOTH Gravações em Fevereiro A banda polonesa Behemoth está no processo final de composição das músicas e letras para o seu próximo registro, ainda sem um título definido. É esperado que o álbum saia neste ano de 2009 pela Metal Blade nos Estados Unidos e pela Nuclear Blast, na Europa. A banda pretende entrar em estúdio no mês de Fevereiro para dar início às gravações.
not notícias tíc cias AS I LAY DYING A tour between us A Liberation Music Company confirmou as datas da primeira tour do As I Lay Dying pela América do Sul. A banda passará por Brasil, Argentina, Chile, Equador e Colômbia no fim de Fevereiro e começo de Março, num giro que ainda inclui uma tarde de autógrafos em São Paulo, no dia 27 de Fevereiro. No Brasil estão confirmados os shows de 28 de Fevereiro em Curitiba e de 1º de Março em São Paulo, no Espaço Lux, em São Bernardo do Campo, às 17hs. Para este show de São Paulo, as bandas Deeper Than That e Jeffrey Dahmer estão escaladas para a abertura do evento. Ingressos para ambos os shows já estão a venda. Para maiores detalhes acesse www.liberationmc.com. Veja abaixo a agenda completa do As I Lay Dying pela América do Sul: 28/02 - Sábado – Curitiba, Brasil 01/03 - Domingo - São Paulo, Brasil 03/03 - Terça - Buenos Aires, Argentina 05/03 - Quinta - Santiago, Chile 06/03 - Sexta – Quito, Equador 08/03 - Domingo - Bogota, Colômbia
CANNIBAL CORPSE A nova praga
Abre aspas... O novo álbum do Cannibal Corpse, “Evisceration Plague”, deve sair em 3 de fevereiro pela Metal Blade Records. O follow-up de “Kill”, último registro lançado pela banda em 2006, foi produzido por Erik Rutan (Hate Eternal, Morbid Angel) no Mana Recording Studios, na Flórida. O disco terá versões limitadas em versão digipak, que incluirá uma faixa extra e um DVD bônus com documentários. O artwork de “Evisceration Plague” foi criado por Vincent Locke, que já havia feito a arte de todos os trabalhos anteriores do Cannibal Corpse.
MOTORHEAD Dinossauros motorizados Em Abril, os dinossauros do Heavy Metal voltam a pisar em palcos brasileiros. O Motorhead irá fazer três apresentações no Brasil: em Goiânia, Recife e São Paulo, divulgando o seu mais recente álbum “Motorizer”. O grupo conta com Lemmy Kilmister (vocal/baixo), Phil Campbell (guitarra) e Mikkey Dee (bateria). Antes de aterrisar em solo verde e amarelo a banda ainda realiza um show em Buenos Aires, Argentina, no dia 10/04. Veja as datas dos shows no Brasil: 15/04 - Brasil, Goiania, Clube Jaó 17/04 - Brasil, Recife, Chevrolet Hall 18/04 - Brasil, São Paulo, Via Funchal
“A morte é uma parte muito importante da vida.” GG Allin
Old School O Nirvana é (pois nunca deixou de ser) um dos maiores ícones do Rock moderno. Goste você ou não da banda, deve reconhecer isso. Fato é que ao redor do mundo é raríssimo se deparar com uma alma viva que nunca tenha sequer ouvido falar desse trio, transformado em quarteto em seus últimos dias de existência. Tamanho sucesso, astronômico por assim dizer, se deveu ao disco, que segundo alguns, mudou os rumos da música à época: “Nevermind”. Alguns podem até alegar que este não é o melhor disco, que “In Utero” é superior e blá blá blá... Mas, convenhamos, Nirvana, da forma como conhecemos hoje, só o é por conta desse álbum. E lá se vão 17 longos anos desde o seu lançamento, mas, no entanto, esta pérola não parece ter envelhecido, ao contrário - está cada vez mais viva. Clássicos legítimos resistem à prova do tempo. E esse mesmo tempo provou que uma geração inteira, que cresceu apreciando o disco, nunca mais vai esquecê-lo. Quer ver um teste? Atire a primeira pedra quem, em seus primeiros passos no violão (ou guitarra), nunca dedilhou “Come as You Are”?! Clássicos
legítimos são também álbuns completos, perfeitos. O que dizer então de um tracklist que consiga reunir nada menos do que: “Smells Like Teen Spirit”; “Polly”; “Lithium”; “In Bloom”; “Territorial Pissings”; e “Something In The Way”, além é claro do grande sucesso didático acima citado? Não apenas isso: as demais faixas são igualmente sensacionais, apenas não tiveram a mesma repercussão. Em pensar que nem a gravadora, tampouco a banda esperavam muito do disco! Clássicos legítimos são ainda marcos iconográficos. Alguma outra capa de CD lhe é tão marcante quanto o bebê na piscina com uma nota de dólar à sua frente? Entretanto, tal clássico legítimo cobrou o seu preço pouco tempo depois: Kurt Cobain. Que seus órfãos continuem a chorar oceanos de lágrimas, mas ainda sustento: teve o seu fim no momento certo, no seu auge. Nada mais coerente com seu estilo de vida romântico, pois com a mesma rapidez em que surgiu aos olhos do mundo, se foi. Assim como os grandes gênios das artes! Paulo Vitor
Nirvana “Nevermind” (1991)
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Sangue Novo por Igor Lemos
Manshuria Após diversas alterações no line-up, os paulistanos da banda Manshuria, iniciada em 2005, possuem agora uma formação sólida, o que foi fundamental para que gravassem o primeiro EP, que leva o mesmo nome do grupo. Apesar de terem gravado apenas três faixas, elas mostram uma grande versatilidade na estrutura das composições, tendo influência de nomes como The Human Abstract, Misery Signals e Dream Theater. Estas variadas inspirações corroboram em uma mistura de agressividade, melodia e
I Set My Friends On Fire I Set My Friends On Fire, este é o nome do projeto criado por apenas dois jovens da Flórida. Enquanto Matt Mihana realiza os vocais gritados e as letras, Nabil Moo aparece em todas as melodias dos vocais, assim como na guitarra, percussão, programação e, em estúdio, os outros instrumentos (baixo, teclado). Mas o que ISMFOF tem de interessante afinal? Através de uma brincadeira, ou seja, a regravação de uma música do rapper Soulja Boy, para uma
roupagem voltada ao screamo com batidas eletrônicas, conseguiram mais de 50.000 plays por dia no Myspace. Isso não passou despercebido pelos olhos da gravadora Epitaph, que rapidamente os contratou e, em pouco tempo, um full-lenght foi lançado, criando tanto amor, quanto ódio dos ouvintes. O mais interessante é a velocidade com que sairam do anonimato para lançar um álbum engraçado, muito criativo, pesado, melódico e longe de ser entediante. Em meio a esse caos, a verdade é que esta dupla chegou para ficar, tendo entrado no 29º lugar da Billboard Heatseekers. Um ótimo começo.
On Thursday We Leave Com influências de grupos como Saosin, Chiodos e August Burns Red, os cearenses da On Thursday We Leave praticam um som bem voltado ao Screamo, onde é esperado tudo que o gênero pode oferecer: breakdowns, vocais melódicos e, claro, muita gritaria. Com apenas um EP lançada até o momento, na qual deram o nome de “While Love Lures Life On”, esta banda vem conquistando um interessante espaço no Ceará e já começa a chamar atenção de
Kandia Kandia é um projeto criado através do experimentalismo de Nya e A.C. O resultado veio pouco tempo depois com o EP intitulado “Light”. Definir o som desses portugueses não é uma tarefa fácil, muito menos necessária, porém, para os que se prendem aos rótulos, a sonoridade lembra um Rock com traços experimentais e góticos. As melodias da vocalista Nya Cruz são muito bonitas, além de se encaixar perfeitamente às criações do guitarrista André.
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linhas progressivas de muito bom gosto. O grupo conta com Felipe e Beto nos vocais, Meduza e Garga nas guitarras, Léo no baixo e César na bateria. Utilizando as letras como forma de lidar com frustrações e desilusões cotidianas, ainda conseguem impulsionar o ouvinte a ter esperança diante do caos contemporâneo. Um dos grande pontos positivos são as letras cantadas em português, possibilitando uma integração maior com os seus fãs e valorizando a língua materna. Os planos do grupo em 2009 estão ligados a realizar uma turnê pelo Brasil e lançar um full-lenght com músicas mais complexas e proporcionalmente brutais.
As composições são inteligentes, dificilmente lembrando outra banda, um marco importante e difícil de ser alcançado já no primeiro trabalho de estúdio, o que mostra uma forte tendência de serem influenciadores de outros grupos. Para realizar os shows, contam com Pedro Mendes na guitarra, Daniel Cardoso na bateria e Bernardo no baixo. Kandia é ideal para quem gosta de um som alternativo de alta qualidade, dando espaço para os momentos mais calmos, porém, com alguns elementos agressivos contrastando de forma hipnótica.
todo o Brasil. O grupo, formado em 2006, já realizou algumas trocas de integrantes, contando atualmente com a seguinte formação: PJ no vocal melódico; Rodrigo, realizando os vocais gritados; Victor no baixo; Artur e Marcelo nas guitarras e, por fim, Lucas na bateria. Com composições pesadas, realizando uma boa variação entre o vocal melódico e os gritos, este conjunto vem se firmando com composições que em muito se assemelham ao nível de bandas gringas, tornando-se, então, um grande orgulho para o Metal nordestino.
Seven Stitches
Bruno Chainho, a.k.a. Pica, nos explica como anda a construção de “When The Hunter Becomes The Hunted”, álbum de estréia da banda portuguesa Seven Stitches.
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onde estão a gravar o álbum e quem irá produzir? A gravação do álbum vai ser repartida por dois estúdios, ou seja, a bateria e vozes vão ser gravadas nos MDL Estúdios em Lisboa, e as guitarras e baixo vão ser nos Go Ahead Studios (propriedade da banda). A produção será repartida entre nós e o André Tavares, que também é o nosso técnico ao vivo. Como correu o processo de pré-produção? Demorado, devido a tudo o que envolve a nossa vida e algumas mudanças de line-up, e intenso, pois no último mês temos trabalhado muito para conseguirmos entrar em estúdio em Janeiro, mas todos sentimos que temos em mãos material que nos deixa muito excitados, não vemos a hora de ter o álbum na mão e começar a tocá-lo ao vivo. O que podemos esperar do vosso primeiro álbum “When The Hunter Becomes The Hunted”?
Artwork
Muito peso, muitos blast beats e partes “thrashadas”. Algumas coisas mais alternativas e uma enorme paixão pelo que fazemos. Como irão lidar com a falta de um baixista na vossa formação actual para as gravações? Neste momento temos o André (baixista dos Arte Sacra) a trabalhar conosco e o Bixo (guitarrista) tem feito um trabalho impressionante em toda a fase de composição, não só nas guitarras mas também no baixo, o que nos deixa tranquilos nesse aspecto, pois apesar de ser mais trabalhado acumulado para o Bixo, sabemos que, em conjunto com o André, esse trabalho vai ser bem conseguido. Sei que começaram a pouco as gravações. Tem alguma previsão de quando irão lançar esse material? A data para o lançamento do álbum será em Abril, a data certa ainda não temos, mas em
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omo começou a trabalhar com isso? Comecei por necessidade por volta de 2000/2001 a fazer trabalhos para a minha banda, mas Artwork e Merchandise sempre foram áreas que me interessam bastante mesmo antes. Depois fiz alguns trabalhos para bandas amigas e só agora em 2008 tornou-se um trabalho mesmo.
Qual o processo que usa para criar uma ilustração? Normalmente as bandas tem a ideia do que querem, depois procuro referências, faço esboços a preto e branco e depois então começo a colorir, tudo no computador.
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www.myspace.com/sevenstitchespt
Dividindo seu tempo entre as ilustrações e a guitarra no More Than A Thousand, Filipe Oliveira, fala sobre o que faz a sua Survival para sobreviver.
Qual a sua formação? Nenhuma, estudei artes do 10º ao 12º ano e depois desisti da Universidade no primeiro ano.
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breve vamos anunciar isso e também as datas que vão fazer parte de toda a promoção ao álbum. A malta que fique atenta ao nosso myspace e ao blog que vamos actualizando com toda a informação das gravações, vídeos e fotos e muita cerveja à mistura. Matheus Moura
Costuma utilizar quais ferramentas? Hardware, utilizo uma mesa gráfica bem baratinha nos programas normais, Adobe Photoshop e Adobe Illustrator. Tem feito trabalhos para diversas bandas internacionais. Como surgem esses contactos? Através da internet, ao por os meus trabalhos em sites do género surgiram algumas bandas interessadas em trabalhar comigo e depois foi tipo bola de neve, o primeiro desenho que vendi foi para Bring Me The Horizon e desde aí comecei a dedicar-me mais e percebi que podia ter como trabalho algo que sempre gostei de fazer. Matheus Moura
www.filipesurvival.com
MEU TOP 5 “Master of Reality” Black Sabbath
Esse CD é meu refúgio. Nele eu aprendi o que é ser versátil na criação das músicas, porque nesse CD, o Black Sabbath abriu o leque e trouxe faixas ora pesadas com riffs que marcaram gerações (“Sweet Leaf ”, “Lord of This World”), ora soturnas, como a minha música favorita desse CD, “Solitude”. Eu ouvia esse CD quando eu tinha meus 13, 14 anos e fazia air guitar para ser o Iommi, usava vassoura de suporte de microfone como o Ozzy, ficava dedilhando nas aulas o baixo do Geezer e fazendo air drums por aí como o Bill Ward. Se hoje a juventude imita bandas pop-emo, eu e muitos podemos bater no peito e nos orgulhar, porque imitávamos os caras do Black Sabbath, ou do Slayer, ou do Metallica, ou do Iron Maiden, ou do Rush, enfim. Esse CD faz parte da minha vida como nenhum outro.
“in utero” nirvana Eu comprei esse CD no dia que saiu no Brasil, e já tinha visto alguns sons no finado festival Hollywood Rock, mas não tinha soado legal, afinal, a banda estava chapada e não fez um show dos melhores. Quando eu coloquei esse CD pra tocar, foi como se uma outra banda tivesse lá, uma banda de garagem, crua, triste, anti-pop, enfim. No alto dos meus 14 anos posso dizer que odiei, naquele sentimento “como assim não tem outra faixa tipo “Smells Like Teen Spirit”? Esse CD é uma merda!”. Aí fui ouvindo e nas conversas com os amigos, ficava, “hmmm...aquela ‘Milk It’ é bacana”,
Metalsplash Fest I – Mais Do Que Um Simples Festival... Por Elaine Thrash O ano mal começou e os Metalsplashers estão mais do que ansiosos para o grande evento que ocorrerá em Março – o Metalsplash Fest I. Sob o título de “Metalsplash Fest I – Fome de Metal”, o Programa Metalsplash realizará em São Paulo um festival para headbanger nenhum botar defeito. Idealizado pela equipe juntamente com as principais bandas do underground nacional, e quando digo principais, não me refiro apenas à popularidade dessas bandas, mas também ao caráter aliado ao carisma e a dedicação que cada membro desses grupos nos apresentou ao longo de muito tempo de convivência, provando o quanto são merecedoras de estarem ao nosso lado em um evento tão especial assim. A idéia do projeto é fazer com que mais pessoas conheçam as bandas e o Programa Metalsplash, além de contribuírem para uma campanha social, afinal será arrecadado juntamente com o ingresso 1kg de alimento não-perecível a ser doado para uma instituição
e depois, “Pô, aquela ‘Radio Friendly Unit Shifter’ tem uma batera animal”, até que era o CD que eu mais ouvia. Esse CD é como o uísque, melhora com o tempo.
“Chaos AD” sepultura Voltemos a essa época brilhante que era 1993. A MTV era super legal, o CockTail e a Sexta Sexy embalava nossas punhetas, as menininhas liam Capricho e faziam cadernos de enquete, e o Metallica e o Sepultura brigavam pra ver quem era a maior banda de Metal do mundo! Era muito foda ouvir o Max falar “Sepultura do Brasil” por aí. E em 1993, eles lançaram o “Chaos AD”. Todo mundo esperava loucamente por esse disco, e essa espera não foi nada em vão. Com o play na mão, você ia faixa a faixa e não conseguia parar de se empolgar mais e mais. E pra mim, quando leio “Jello Biafra” no CD, foi como se eu fosse cristão e no CD do Padre Marcelo estivesse escrito “participação especial: Jesus Cristo”. Essa época dava gosto de dizer “eu curto Sepultura!”
“The World Won’t Listen” The Smiths Uma vez que você tem 15 anos e é um metaleiro daqueles que adora falar que determinada banda “traiu o movimento”, ou que tal disco é “farofa”, bem, podemos dizer que você xingaria se alguém perguntasse “e aê, curte Smiths?”. Eu não fui diferente. Por anos a fio tirava sarro de quem gostava. Esse disco aí foi o primeiro disco que eu ouvi e pude afirmar “nossa, como eu era idiota!”. Uma namorada
de caridade que trabalha com crianças (Casa de Davi). Essa grande idéia partiu da união que a equipe do Metalsplash tem com as bandas que participam do programa. Nunca é apenas uma entrevista ou um show ou uma matéria. Quem passa pelo Metalsplash, FICA (a menos que não goste da gente, o que até agora nunca aconteceu!), e o Metalsplash espera com esse evento fazer as bandas se unirem ainda mais em prol do Metal Nacional. E a pergunta que não quer calar... Quem irá apoiar o Metalsplash e as bandas nessa dura empreitada? Aqui todo mundo se ajuda! A princípio estamos contando com a galera maravilhosa da HORNSUP; o pessoal da Nuclear Blast que disponibilizou material para ser sorteado no festival; a Die Hard também disponibilizou algumas preciosidades para sorteio (que será realizado no intervalo das bandas); o Hangar 110, que será o local do evento; e os próprios headbangers que estarão nos ajudando a divulgar e certamente comparecerão ao evento. O “Metalsplash Fest I – Fome de Metal” será o primeiro de muitos festivais, pois a idéia
amava Smiths e sempre que podia, colocava pra gente ouvir, e claro, no começo eu fazia o velho numero True Metal: Rodrigo Smile “tira essa bosta, puta música de veado”. (Leroy) Mas o tempo é rei, e depois eu estava lá, cantarolando, até que quando percebi eu mesmo pedia “põe aquele disco dos Smiths lá”. Morrissey foi o porta-voz da geração que era a última a ser escolhida no time de futebol ou os menos flertados pelas meninas nos bailes da escola, categoria na qual me encaixo com muito orgulho, porque todos os fodões da escola se tornaram um bando de babacas.
“Um fio de vida no circulo da morte” CONSTRITO A cena Hardcore do Brasil sempre presenteou a gente com lançamentos do mais alto nível. No Violence, RDP, Point of No Return, Newspeak, etc, eram unanimidade entre eu e meus amigos, e lá em 1999, era o que nos inspirava. E então eu conheci o tal Constrito. Foi como se eu tivesse tomado um cruzado na boca. Eu fiquei paralisado o show inteiro, chocado, atônito, como se tudo o que eu procurasse na cena Hardcore tivesse ali, diante dos meus olhos. Um Metal extremamente fudido, com letras que falavam tudo o que a gente discutia e acreditava, ao contrário dos temas banais das bandas de Metal nacional. É o CD que mais representou o Hardcore nacional pra mim e merecia uma reprensagem urgente!
é fazer um rodízio de estilos, aproveitando a variedade de bandas que já compareceram ao Programa Metalsplash e que merecem participar desse divertido Festival que será bem aos moldes do programa exibido na allTV, ou seja, com todo o humor dos apresentadores do Programa Metalsplash, metal da melhor qualidade, sorteios e venda de CDs, camisetas, bottons, adesivos, etc, e uma galera com fome de fazer o cenário crescer e ainda ajudar ao próximo com uma campanha tão importante que é a doação de alimentos para quem precisa. As bandas que farão parte dessa primeira edição do Metalsplash – Fest são: Army of Agony, Blasthrash, BreakdowN, Chaosfear e Red Front. Ótimas bandas do cenário nacional que merecem reconhecimento e destaque da mídia especializada. A banda Blashthrash estará lançando seu novo trabalho chamado “Violence Just For Fun”, a banda Chaosfear também aproveitará para lançar seu novo álbum “Image of Disorder”, e a banda BreakdowN estará divulgando seu último trabalho “Time to Kill” O “Metalsplash Fest I – Fome de Metal” ocorrerá dia 29 de Março de 2009, das 17h às 22h, no Hangar 110, situado à Rua Rodolfo Miranda, 110 – Bom Retiro – São Paulo. Os ingressos custarão apenas R$ 10,00 + 1kg de alimento não-perecível (campanha social). O programa Metalsplash é exibido semanalmente pela alltv em www.alltv.com.br das 12h às 13h (GMT -02:00). Pelo blog, semanalmente com atualidades da cena metal em www.metalsplash.blogspot.com
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entrevista
O sonho de Alice
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Enquanto se preparava para entrar na turnê com o Mudvayne, que se inicia em Fevereiro, Chris Howorth, guitarrista do In This Moment, arrumou uns minutinhos para adiantar aos leitores da HORNSUP alguns detalhes sobre “The Dream”, o novo álbum da banda liderada pela sensual Maria Brink.
O
lançamento do último álbum é relativamente recente, existem comparações entre este e o último disco? São duas obras bastante diferentes, mas ambos contêm a essência da música e da emoção que os elementos do In This Moment põe em cada faixa. No primeiro álbum, “Beautiful Tragedy”, nos sentíamos um pouco mais agressivos e as nossas mentes estavam em lugares diferentes. Mas, na minha opinião, são os dois grandes álbuns e eu estou realmente orgulhoso com a qualidade de ambos. “The Dream” é bem mais melódico que o seu antecessor, houve alguma razão para essa mudança? Não foi algo totalmente consciente da nossa parte, a única coisa que fizemos foi tentar fazer as melhores músicas que conseguíssemos, portanto, nos focamos nas vozes, na melodia e no resto do material em geral da mesma forma e instintivamente fomos adicionando ritmos e batidas que combinassem como nós queríamos. Para mim, conseguimos exatamente aquilo que queríamos para o trabalho. Nesta altura vocês já devem estar preparados para ouvir ou ler a reação das pessoas sobre o álbum, o que eu queria saber é como reagem perante um comentário ou um artigo menos positivo sobre o trabalho realizado. Eu tento que isso não me afete muito porque nem todo mundo gosta do mesmo e isso é a vida, nem todos podem gostar do mesmo se não as coisas deixavam de ter a graça que têm, agora, aquilo que eu sei, é que fiz uma gravação da qual estou bastante orgulhoso e para aquilo que o In This Moment pensa foi um resultado final cheio de qualidade e cheio de trabalho árduo, para nós isso é que realmente interessa e ponto final. Que significado tem exatamente o título “The Dream” (“O Sonho”)? Basicamente é isso mesmo. Os sonhos podem se tornar realidade. Aconteceu para nós e a verdade é essa mesmo, nós estamos a viver a prova real que os sonhos se podem tornar realidade mas acreditem que isso só se consegue com duas coisas muito importantes. Primeiro vocês têm que trabalhar muito para chegarem onde querem e depois é preciso acreditar em nós mesmos, porque há alturas em que estamos cansados e os problemas parecem chegar todos de uma vez só e é preciso termos uma força dentro de nós que nos ajude. Quais foram as referências que usaram para a criação deste albúm? A nível de design e de cobertura estética foi algo muito engraçado, as imagens e as ideias foram aparecendo com um incentivo da música da história da Alice no País das Maravilhas, nós de facto estávamos numa sala com essa música em fundo e decidimos pegar por ai. De resto aconteceu tudo muito com a base de viver um sonho, não é nenhum conceito de gravação ou algo do género mas o sentimento de estar a viver um sonho e o tornar realidade está em cada música do CD.
O novo álbum os coloca um pouco fora da cena Metalcore e abre a porta do mainstream. O que pensa sobre isso, achas correto dizê-lo? Eu nunca gostei muito que as pessoas nos chamassem de banda Metalcore, para mim somos uma banda de Rock Metal, mas usualmente saímos na imprensa como banda de Metalcore talvez para nos ligaram a um novo termo musical que parece estar na moda se usar e que para mim cada vez mais faz menos sentido, talvez o façam para vender, mas para mim não é correco usarem a ideia de conjugar nomes para criar estilos de música, acho isso completamente ridículo. Jáouvi nomes como screamocore, gothcore, fashioncore, mas o que é isto? É absurdo. Desde que terminamos de gravar o “The Dream” que eu acho que temos ali um álbum com muita qualidade, como já te disse lá anteriormente, e para mim é um álbum feito do coração de uma banda Metal/Rock. Se nos abrir um pouco da porta mainstream é excelente, se não vai continuar a ser um sonho tornado realidade. Como correu o vosso trabalho com o Kevin Churko, foi o produtor, certo? E trabalhar para um engenheiro de som que entre outros, produziu “Black Rain” de Ozzy Osbourne, foi uma boa experiência? Ele é um grande produtor, não há dúvidas disso, e ele realmente ajudou a que o álbum saísse e fosse melhor. Trabalhamos juntos um mês e meio e criamos coisas de que estamos muito orgulhosos, foi uma experiência fantástica e decididamente vamos voltar a trabalhar juntos. Vocês estavam numa turnê bastante grande pelos EUA com o Five Finger Death Punch. Como correram as coisas? Essa tour acabou em Dezembro de 2008, e neste momento estamos a preparar uma ainda maior com Mudvayne que começa em Janeiro de 2009. A turnê que falou foi excelente, fazíamos mais que um concerto por dia e todas as bandas estiveram bem, cheias de energia e vontade de voltar em breve, foi muito bom. Agora estamos completamente focados na turnê com Mudvayne e espero que seja algo ainda melhor. Deixe uma mensagens aos fãs que vão ler esta entrevista. Será que eles vão poder os ver por aqui ou isso será apenas um sonho? Bem, para nós era excelente visitar Portugal ou o Brasil, estamos desejosos para conhecer os países e conhecer os nossos fãs. Quero apenas dizer para ouvirem o nosso novo trabalho, chama-se “The Dream” e espero que gostem. Espero vê -los em breve. Para acabar, qual é o teu sonho? Eu vivo o meu sonho todos os dias, tendo fãs espalhados pelo mundo todo e poder estar na música a tempo-inteiro é um sonho que tenho desde os meus 13 anos, por isso, eu só quero é continuar com isto, poder viver o sonho. Paulo Duarte
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[5] In This Moment The Dream Century Media
e
la é a “cara” do In This Moment. Mais uma voz feminina ao comando de uma banda de peso, da qual foi uma das responsáveis pela sua formação. Uma voz linear quando grita por cima das guitarras e da bateria, doce e melódica em partes mais calmas, nos demonstra toda a sua versatilidade. Consegue nos prender quando canta, mas a verdade é que o faz também quando pousa para a fotografia e talvez de uma maneira mais intensa. Talvez. O primeiro olhar pela artista retira-se imediatamente a ideia da sua paixão por tatuagem, ela que já tem uma boa cobertura de tinta e desenhos. Ela é também uma apaixonada pela fotografia, adora ser modelo, mas também estar atrás da câmara e gravar para todo o sempre lugares e pessoas que vai conhecendo. Nasceu no dia 17 Dezembro de 1977, a própria diz viver pelo seu filho, Jonathan, e pela banda, adora animais e acredita em Deus. Tem como bandas preferidas Deftones, Devildriver, 36 Crazyfists, Tool e Pantera, entre outras, e é uma viciada em filmes, segundo ela, porque é uma forma de fugir temporariamente do mundo real. Paulo Duarte
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In This Moment, grupo liderado pela vocalista Maria Brink, causou uma grande surpresa ao lançar o segundo álbum, intitulado “The Dream”. Mudaram completamente os aspectos sonoros, desvinculando-se do usual Metalcore para uma linha voltada às melodias nos vocais, passagens lentas e composições comerciais. A escolha do Metal Alternativo com elementos do Hard Rock soou estranha para os antigos fãs, que poderão até abandonar a banda. Porém, irão conseguir, certamente, uma nova legião. Ao ouvir este novo full-lenght, a primeira impressão é de que a Century Media está apostando de verdade no grupo, pois a gravação está de alto nível. Dividir o palco do Ozzfest de 2008 com o Metallica e Shadows Fall fez bem para eles. Mas será que toda essa euforia tem motivo? Nem tanto. Apesar do instrumental estar impecável, ele se torna secundário diante da voz de Maria. O esforço dos guitarristas Chris Howorth e Blake Bunzel ficou voltado em criar riffs que sejam um bom plano de fundo para os vocais apenas. A bateria de Jeff Fabb não foi colocada em evidência, o que deixa claro que a batida ficou muito suave. O grande ofuscado será o baixista Jess Landry, o mesmo pouco irá criar linhas que mostrem seu trabalho. Ambientado no mundo de Alice no país das maravilhas, o álbum terá letras envolvendo o cotidiano dos integrantes. As faixas chamarão mais atenção pelos refrões grudentos do que qualquer outra coisa, com destaques para: “Forever”, “Her Kiss”, “Lost At Sea” e “The Great Divide” (uma tentativa de dizer que ainda podem fazer algo pesado). O que irá pesar negativamente será o abandono da agressividade que tanto marcou a banda, além do predomínio de uma cantora que vale mais do que toda o grupo junto, porém, tamanho talento não irá salvar da linearidade nas composições, o que irá entediar o ouvinte. Igor Lemos
www.myspace.com/inthismoment
entrevista
Salvação Em 2005, Brian Welch, mais conhecido como Head, ex-guitarrista do Korn, resolveu deixar a banda repentinamente para se dedicar a sua vida pessoal e a sua religiosidade. Muito se debateu sobre a decisão radical do músico; agora, três anos depois da separação, ele retorna com seu primeiro álbum solo. Sobre esse registro e suas crenças é que se baseia essa pequena entrevista concedida por Head à HORNSUP.
E
i Brian, como vai? Como está sua carreira atualmente? Está legal, sinto como se eu estivesse recomeçando de várias maneiras. Eu não tenho tudo na mão como eu tinha no Korn.
De onde surgiu o nome “Save Me From Myself” para o seu álbum e livro? Foi apenas um desabafo? Sim, tem a ver com meus vícios e como eu estava me matando com as drogas. Eu precisava ser salvo por estar me envenenando. Você realmente se separou do Korn por causa de suas crenças religiosas e conflitos de opinião ou isso tudo foi só uma razão a mais para sair de um ambiente que você não achava mais tão bom quanto antes? Foram várias razões. Uma das principais foi porque minha filha precisava de mim em casa. Eu não podia mais ficar em turnê e longe dela tanto tempo. E sim, eu acredito que Deus também tinha um trabalho para eu fazer. Ficou algum tipo de mágoa? Como está seu relacionamento com os outros membros da banda? Nós estamos em bons termos. Não falamos mais uns com os outros, mas eles desejam o melhor pra mim e eu desejo o melhor pra eles. Você fez parte de uma das maiores e mais importantes bandas do quase extinto New Metal. Como você vê a atual cena musical? O cenário musical está uma loucura agora. Há todos os tipos de bandas insanas por toda parte. E como se todos esses músicos talentosos de verdade tivessem brotado de todos os lugares. É muito legal!
E que tipo de música você tem ouvido? Pode nos dizer algumas bandas e influências? Eu gosto de vários tipos de música. Uma das bandas que eu tenho mais gostado nesse momento é o Underoath. Eles são pesados e tem melodias muito boas também. Falando agora um pouco sobre o seu livro, como foi a experiência de escrever um livro pela primeira vez? Nesta autobiografia você sentiu algum tipo de paz de espírito colocando pra fora tudo aquilo que te aborrecia? Sim, é mais ou menos assim que eu me senti colocando pra fora tudo de ruim que havia na minha alma. Mas algumas partes do livro foram divertidas de escrever, como quando eu entrei para o Korn e assinamos um contrato. E quando minha filha nasceu. Eu tive muitas coisas boas acontecendo na minha vida também. O álbum e o livro têm o mesmo nome, certo? Na sua opinião eles são complementos um do outro ou são coisas completamente diferentes? Eu diria que eles são complementos um do outro porque ambos são sobre minha jornada desde uma bagunça com vícios no passado, até onde eu estou agora. Finalmente, para encerrar, que mensagem você gostaria de deixar para os seus velhos e novos fãs? Eu só queria agradecer a todos os fãs que ficaram ao meu lado. Eu sei que fiquei um pouco estranho quando deixei o Korn, mas isso é o que ser um viciado faz com você. Obrigado por ficarem comigo. Charline Messa www.myspace.com/brianheadwelch
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[6] Head Save me From Myself Driven Music Group
Depois de sua conturbada saída da consagrada banda de New Metal, Korn, o guitarrista Brian “Head” Welch lança seu primeiro trabalho solo intitulado “Save Me From Myself.” Além desse álbum, Head também lança sua autobiografia sob o mesmo título, onde conta um pouco sobre sua saída do Korn, o nascimento de sua filha e, é claro, sua conversão ao cristianismo. Livros e histórias à parte, o álbum soa como um grande desabafo: guitarras pesadas, letras impactantes, melodias, gritos e sussurros ao longo das faixas, corais infantis e muitos elementos que lembram (e muito) a sonoridade do Korn. Em alguns momentos, os efeitos na voz de Head se confundem com os mesmos que encontrávamos nos álbuns do Korn, talvez não propositalmente, mas fica fácil saber onde Head aprendeu a fazer música. Numa mistura de Heavy Metal, Screamo e New Metal, sobra pouco o que elogiar e destacar. As músicas são relativamente longas (em média 5 minutos cada), não há criatividade e inovação, só uma tentativa de mostrar ao mundo que o Head também pode fazer música sem depender de uma grande banda junto. Apesar de bem produzido e consistente, é um pouco mais do mesmo que estamos acostumados a ouvir desde os tempos do Korn. Destaco as faixas “Flush” (primeiro single), “Save Me From Myself”, “Die Religion Die” e “Washed By Blood” (a mais longa do álbum).Fica uma saudade dos bons tempos do Korn e uma pergunta no ar: até quando essa carreira solo vai durar? Só Deus sabe! Charline Messa
Algumas tatuagens de Head
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Prenda-os e mate-os Respaldados pela vanguarda do Grindcore, o Trap Them teve uma rápida ascenção na cena e vem sendo bastante elogiado pela crítica especializada. A HORNSUP conversou com o vocalista da banda, Ryan McKenney, que nos contou, entre outras coisas, sobre as histórias presentes por trás do novo álbum “Seizures In Barren Praise”.
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N
os conte sobre o início da banda. De onde são, em que bandas tocavam anteriormente e como decidiram formar o Trap Them? Brian (Izzi – guitarrista) e eu moramos juntos em New Hampshire por um curto período. Encontramos-nos alguns anos antes quando ambos trabalhávamos na mesma loja de discos. Nós gostávamos de blastbeats, d-beats e punk rock sujo. A vida de ambos começou a encher o saco no começo de 2006, então dissemos “Foda-se...” e tornamos essa banda real. Começamos a nos desligar das responsabilidades normais e a fazer turnês por aí. Foi uma boa idéia dizer “Foda-se”. É verdade que o nome da banda vem do filme de 1977, “Trap Them And Kill Them”, de Joe D’Amato? E por que resolveram adotar esse nome? É verdade. Nós somos “eurocult” nerds e foi algo chocante perceber que ninguém nunca havia utilizado esse nome antes. Então pegamos ele. É nosso e ninguém mais pode tê-lo. Nós vencemos. Sobre o novo álbum, “Seizures In Barren Praise”, o que podem dizer de novidades e diferenças em relação aos trabalhos anteriores da banda? Eu penso que é simplesmente uma melhor apresentação da música que tocamos e da essência da banda. Nós queríamos fazer um disco em que nos divertiríamos tocando todas as suas músicas. Não é tão Grind como o nosso primeiro LP e as músicas não são tão longas como as que estão no EP, mas, no geral, é uma tentativa melhor de fazer o álbum que nós queríamos fazer. Quais os conceitos de realidade e ficção por trás dos contos de “Seizures In Barren Praise” e o que eles nos mostram? Existe alguma ligação temática entre esse álbum e os anteriores? E qual a idéia de nomear as faixas do disco com datas fora de ordem cronológica? Todos os registros estão relacionados de uma forma ou de outra, e continuarão sendo, assim que novos álbuns vão sendo feitos. Encontrei um corpo de trabalho em que me sinto confortável ao experimentá-lo e pretendo manter essa fórmula. Estou escrevendo sobre uma cidade de rejeitados, heróis, vilões e vítimas. Assim como na vida real, nunca haverá um fim para a quantidade de histórias que podem ser contadas. Não, as datas não estão mais em ordem cronológica, mas eu prefiro não explicar o porquê. Você tem que deixar algumas coisas para a imaginação dos ouvintes e leitores e não quero estragar isso. Podemos dizer que a banda ganhou notoriedade em pouco tempo, visto que lançou seu debut album “Sleepwell Deconstructor” em 2007 e volta em 2008 com “Seizures In Barren Praise”. Essa rápida ascenção era algo planejado pela banda ou aconteceu de maneira natural? Eu não acho que você pode planejar algo assim, ao menos que esteja escrevendo música com a intenção de arrebatar legiões de fãs logo na primeira audição. Brian e eu simplesmente fazemos músicas que iríamos gostar de ouvir se não estivéssemos na
banda. O fato de que muitos estão sendo receptivos é um bônus muito gratificante por tudo isso. Nós trabalhamos duro. Nós fazemos turnês e nos esforçamos para manter essa banda como uma grande prioridade em nossas vidas, e vez ou outra você percebe que as pessoas nos dão atenção. É uma sensação agradável. Como uma música do Trap Them toma forma, tanto na parte musical como lírica? Algumas das canções são criadas especificamente em torno das letras? Liricamente, eu escrevo os registros antes mesmo de escutar qualquer uma das músicas. “Seizures In Barren Praise” foi escrito durante um período de 18 meses e foi finalizado em Março de 2008, cerca de três meses antes de eu ouvir algumas das canções. Eu envio as letras para o Brian ler e ensaiar. Às vezes existe o suficiente para eu influenciar no modo em que a música é escrita musicalmente, mas, em sua maior parte, Brian tem uma idéia muito sólida de como o disco irá soar muito a frente do tempo. Eu encaixo as palavras nas músicas após escutá-las, então reescrevo algumas linhas e adiciono novas passagens. Como ocorreu a adesão da banda à Deathwish Inc.? Jake (Jacob Bannon, vocalista do Converge e presidente da Deathwish Inc.) foi gentil o suficiente para nos deixar saber que as portas da Deathwish estavam abertas. Nós agarramos a oportunidade e dentro de duas semanas desde nossa primeira conversa, já éramos parte da família Deathwish. Desde então, eles tem feito grandes esforços para nos ajudar a cumprir nossas realizações e atingir nossos objetivos como banda. Eles têm colocado grande cuidado nos registros que temos feitos pelo selo e tem sido extremamente favoráveis a nós e a nossos
horários movimentados. Trabalhar com uma gravadora que está tão profundamente enraizada na comunidade Punk e Hardcore tem sido bastante útil, pois eles sabem muito sobre o trabalho diário que envolve uma banda que está na ativa. Qual foi o sentimento da banda ao lançar um Split com os veteranos do Extreme Noise Terror, um dos progenitores do Grindcore? Chegaram a sair juntos em alguma tour? A sensação foi algo na linha de “Puta merda... esta porra é demais”. Eles são lendas nesse tipo de música. Não “lendas”, mas sim LENDAS. Ter a oportunidade de dividir um pedaço de vinil com eles é algo que eu nunca teria esperado. Tivemos o prazer de excursionar com eles por uma semana e meia na última primavera. Fomos para cima e para baixo pela costa oeste e, no final, nos tornamos grandes amigos. Não tenho nada, a não ser grandes coisas a dizer sobre Phil, Dean e cia. Eles são verdadeiros e o novo álbum é fantastico. Podemos dizer que o Trap Them possui fortes relações com a banda Converge, visto que são parte do selo Deathwish Inc., cujo dono é Jacob Bannon (vocal), e que possuem todos os seus álbuns até o momento produzidos por Kurt Ballou (guitarrista). Qual a importância de se ter uma banda como o Converge por trás dos trabalhos realizados pelo Trap Them? Não tenho certeza de como ter o Converge do seu lado possa significar alguma coisa má. No que diz respeito à música extrema, eles serão sempre ícones e uma das bandas mais criativas que a comunidade terá para oferecer. Tudo que eles fazem é tão bem pensado e apresentado de uma maneira tão épica, que seria difícil para uma banda nova não admitir que foram influenciados por eles em uma forma ou de outra. Nós nunca realmente tocamos com eles. Sei que pode parecer estranho, mas nós apenas chegamos a conhecê-los como pessoas, fora do mundo musical em que eles estão. Tenho certeza de que, em algum ponto, nossos caminhos irão, esperançosamente, se cruzar. Mas, por agora, estou feliz apenas com o fato de conhecer os indivíduos que fazem parte da banda, que respeitam a música que criamos e as pessoas que somos, porque este sentimento é mútuo. Como encararam as constantes mudanças no line-up da banda? Estão estabilizados atualmente em relação à isso? Mudanças no line-up são uma parte inevitável de se estar na maioria das bandas que fazem turnês. Nós lidamos com isso e fazemos as coisas funcionarem. O line-up está funcionando bem agora. Qualquer crise momentanea foi afastada. Como estão sendo as turnês para o Trap Them? As turnês estão sendo ótimas. Qualquer razão para ficar bêbado e gritar na cara das pessoas em diferentes cidades todas as noites soa fodidamente fantástico para mim. André Henrique Franco www.myspace.com/trapthem
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Kill Bill, Didi e Vietnã
Não adianta buscar um sentido linear na música que os paulistanos do Fim do Silêncio fazem, no jeito como escrevem, na forma como se comportam no palco. Depois de duas mudanças fundamentais na formação, - surpresa - a casa não caiu. O (autointitulado) segundo CD da carreira deles traz a desordem de sempre. Só um terráqueo consegue traduzir em conceitos o que o sexteto representa: Daniel Medeiros, o batera-chefe da Zona Norte de São Paulo. 24
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O
que você pretende com este disco, hein? Começou bem (Risos). Que pergunta difícil...
Difícil por quê? Difícil. Mesmo. Quando você decide “bom, então vamos gravar”, você não pensa “o que eu quero com isso”? Queríamos trazer a velha energia do Fim do Silêncio com uma nova cara, novos elementos, amadurecer, falar de novos temas. Fazer um disco que fosse diferente do que foi feito aqui até hoje. Muito pretensioso? (Risos) Não acho. Você acha? Não. Quando você fala em novos temas, você quer dizer... Letras mais pessoais, sair do convencional Hardcore político. Não que isso não seja mais legal. Se pegarmos as bandas que escutamos e adoramos, muitas têm este foco (político). Mas, às vezes, dizer algo pessoal pode ter tanto poder quanto tentar mudar o mundo. Em geral, como vocês compõem? Geralmente, começa com as guitarras. O Fú e o Melódico fazem algumas bases e a gente trabalha o resto no estúdio, todo mundo junto. Muda muita coisa, dá muita briga e, no final, fica bom. As letras, a gente sempre tem uma lista de temas que vamos abordar, algo como pequenas histórias. Conforme as bases vão rolando, a gente decide qual tema tem uma ligação com a música e escreve a letra. São mais brigas e facadas. Tenho muita curiosidade com essa parte. Acho o Fim do Silêncio uma colcha de retalhos muito bem costurada. O Fú chega com uma base de que tipo? Hatebreed? Slayer? Quem vai moldando? Pra mim, muita coisa tem um quê de Superjoint Ritual. É coisa sua? Como funciona? Não tem regras, nem referências. Chega uma base legal, vamos tocando. É quase como um freestyle. As coisas vão se completando. A gente tenta sempre sair do óbvio. Eu acho que o Fim do Silêncio tem uma química muito doida, irresponsável e que funciona muito bem. É a cara da banda: um coletivo sem controle. Pergunto isso porque o Fim do Silêncio abraça um radicalismo brutal, mas, ao mesmo tempo, não disfarça um apelo pop. Confesso que a primeira música que ouvi, “Ausência”, me assustou um pouco de começo. O fim melódico e tal. O que, afinal, é sucesso pra você? Sei lá. Escuto os violões no “Ride de Lightning”, do Metallica, e acho foda. E fazer aquilo na época deve ter deixado muitos fãs putos. A última música do nosso disco novo, “Desvio de Caráter”, tem elementos diferentes, que criam um puta clima. Para todos nós, é muito legal poder fazer isso. Posso dizer que é viciante poder misturar isso, arriscar, não ter amarras. A nossa relação com “sucesso” é bem definida: temos nossas músicas e nossas letras e quanto mais pessoas e mais longe pudermos levar isso, ótimo. Onde isso vai terminar, não sabemos e nem nos importamos. Um dos títulos provisórios do CD era “Todos Têm Sua História”. Por que mudou? Começamos a compor o disco e tivemos trocas na lineup. Isso nos fez adiar tudo e acho que
“Todos Têm Sua História” era uma grande idéia para a época em que estava tudo certo. Passamos estes momentos negros e agora era hora de falar “estamos de volta e ainda somos o Fim do Silêncio”. Manter essa banda no trilho, mordendo, é difícil. Conseguimos mais uma vez e o Fim do Silêncio merecia esta auto-homenagem. Você deve ter consciência de que o Jerônimo no baixo era um entretenimento à parte nos shows do FdS. Agora, vocês arranjaram esse doce de straight-edge que é o Carlinhos. O Muha também era de um carisma fodido. Como é perder uma pilastra -- ou duas pilastras -- e não deixar a coisa toda desmoronar? Vamos usar o “amor”, que hoje é sinônimo de vergonha dentro da música, mas não é culpa nossa, então foda-se. Temos um amor gigante por essa porra toda. Sempre foi difícil manter o Fim do Silêncio em pé. O fato de você não se vincular a alguma tendência ou cena te deixa sozinho e anula alguns caminhos mais confortáveis. Quando eles (Jerônimo e Muha) saíram, precisávamos arrumar dois caras que, além de tudo, tivessem esse perfil de querer fazer uma música diferente, ter uma identidade. Botar dois clones seria algo totalmente contraditório com a nossa história. Hoje eles estão aí. O Leandro e o Carlos são pessoas competentes e trouxeram elementos novos. Posso te dizer que nossa faca está mais amolada do que nunca. Ia te perguntar isso. Seja mais específico: o que o Leandro e o Carlinhos trazem para a banda? O Leandro canta muito bem e surpreendeu nesse disco. Estávamos conversando por estes dias e ele comentou “estou feliz com esse disco e com o que gravei”. O Carlos tem uma puta energia. Ele gosta de música, tocar, gravar fazer show. E trabalha em estúdio. Tem uma puta noção e acho que vai ajudar muito a melhorar a qualidade da banda. Além do que, tinha de ter algum responsável. Senão, fica muito revólver na mão de macaco. Nós somos de gerações diferentes neste meio. O que te motivou a entrar nessa? Acho que, para mim, era um caminho que não tinha outro. Sempre gostei de rock, sempre gostei de música, de skate em vez de futebol. Inclusive agora. Estamos como velhos adolescentes: andando de skate, a banda inteira. Quando você começa por este caminho, você se fodeu. Não tem muitos desvios, você não tem muitas escolhas, você incorporou um estilo de vida. Ainda bem que estou fazendo isso. Não consigo imaginar outra vida. Eu realmente tenho muita sorte de ter caído nessa. Eu defendo a tese de que banda tem de ter chefe. Ainda que seja mais de um. O que te faz o chefe do FdS? Não sou chefe. Sou um pouco mais louco que os outros, em querer abraçar um monte de coisa de uma vez. Talvez eles sejam os cinco chefes e eu sou o escravo. (Risos) Eles jogam pizzas de mussarela e Guiness por baixo da porta e eu trabalho feito louco. (Risos) Mas, falando sério, todos trabalham duro na parada, cada um na sua. Hoje, crescemos um pouco e fica difícil se todos não trabalharem e trouxerem idéias. Definitivamente, não sou um Dave Mustaine. Você acha que banda tem de ser uma democracia ou uma ditadura semi-maleável? Acho que uma banda que faz um som caótico, pesado, torto, não pode ter um clima tão equilibrado. Temos seis bons ditadores, que brigam
[9] Fim do Silêncio Fim do Silêncio Travolta Discos
Aguardar ansiosamente pelo novo Fim do Silêncio e ouvir logo de cara a faixa inicial (“Incondicional”) tocada ao piano, pode assustar muita gente. Porém, a sequência, que leva o mesmo nome do disco, que por sua vez foi emprestado da banda, acaba com a aflição de quem temia pelo pior. Sim, o bom Fim do Silêncio está de volta. Talvez agora um pouco mais trabalhado, mais bem pensado e melhor construído do que antes. A maturidade que se percebe nesse registro é tamanha que se sente que as saídas de dois integrantes não se constitui num obstáculo à empreitada de dar seguimento ao ótimo “Da Cor À Palidez”. Fica muito claro, portanto, desde o início da audição do álbum, que estes paulistanos não quiseram abrir mão de um item: qualidade. Assim, não parece ter interessado ao sexteto o que fosse necessário para chegar lá. Devo dizer que foram longe nessa brincadeira. Deixaram a masterização do disco a cargo de Alan Douches, o guru por trás da West West Side Music. Mas não se esqueceram da vizinhança. Resolveram chamar Rodrigo Lima, vocalista do Dead Fish para participar da terceira trilha, “Entre Demônios e Paixões”. O resultado dessa história toda deixa uma interrogação na cabeça: até onde se pode dizer que o underground ainda o é? Será que o profissionalismo já se disseminou e esqueceram de avisar? Afinal, dada a grandeza de “Ausência” (levemente diferente da versão disponibilizada há algum tempo) e de “Anestesiado Por Um Sonho” (entre outras, claro), não há como se pensar em outra coisa. Com este novo álbum, a banda cria sua própria categoria, um nível próprio, distante da grande maioria, cada vez mais perto dos “imortais”. Paulo Vitor
pelo ponto de vista até o fim, mas se entendem e fazem uma boa música. Temos uma democracia conturbada. Uma cabeça só não poderia formatar o nosso som. Somos diferentes, temos referências diferentes e, se afrouxarmos nesta briga, estamos perdidos. Tudo termina em uma boa pizza ou uma session de skate. O que não pára de tocar no seu fone? O disco novo, que tá foda. Falei pro Ailton, da Travolta, “fizemos um disco do caralho e se ninguém gostar, eu não tô nem aí, porque a gente tá feliz”. Não se trata de ser melhor ou pior que alguém. Gostamos e, se todo mundo odiar, a gente se tranca em um porão e fica escutando sem parar. Também ouço Guns’N’Roses, sempre. Porra, ainda falando do disco (do FdS), fiz meu “Appetite for Destruction” (Risos). O Metallica novo tá bom pra cacete. A mix tape do Travis Barker com o DJ, os Highlander caíram de avião e estão vivos... Tem que escutar. E mais Rise Against e Deftones. Para fechar a conta: se em vez de banda o Fim do Silêncio fosse um filme, que filme seria? O Tarantino dirigindo os Trapalhões em um remake do Platoon. PT www.myspace.com/fimdosilencio
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Nascidos da dor, lutando pela sobrevivência Ao contrário do que muitos pensam, nem todos os grandes nomes do Hardcore contemporâneo vêm da América. Prova disso são os holandeses do Born From Pain, com mais de 10 anos de estrada e 5 CD’s no currículo. Rob e Dom falaram à HORNSUP sobre o novo álbum, a saída do antigo vocalista Ché Snelting e da provável vinda ao Brasil e a Portugal.
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ocês estão tocando já faz um bom tempo e lançaram álbuns matadores! Tudo parecia estar certo, mas Ché deixou a banda. Por que isso aconteceu? Dom: Bem, o Ché estava cansado de fazer as turnês e de tocar conosco. Veja bem, nós não ganhamos a vida com o Born From Pain, e algumas vezes é difícil estar constantemente na estrada, sem ganhar muito dinheiro. Por outro lado, todos amamos tocar e viajar, então a vibe entre ele e nós ficou meio estranha nos últimos 2 anos. Decidimos, então, que seria melhor nos separarmos e procurar um novo vocalista. Por mais estranho que soe, uma corrente só é forte sem um elo fraco. No nosso caso, Ché era o elo fraco, portanto tínhamos que resolver o problema. Ele realmente não estava no mesmo sentimento, e não quisemos conviver com o coração partido ao meio. Agora temos o Rob no microfone (ele foi um dos fundadores da banda e tocava baixo), sangue novo com o Andries, no baixo, e Roy, na bateria. A vibe está melhor do que nunca!
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Pelo que posso ver, essas mudanças no line-up ocasionaram em uma mudança brutal no som. “Survival” soa muito diferente dos outros álbuns. Agora vocês estão mais Old School, mais sujos e menos pesados. Fale tudo sobre o novo álbum. Dom: Na verdade, as mudanças realmente não afetaram a sonoridade. De fato, os vocais estão diferentes do que eram, com o Rob gritando agora. Isso dá à musicalidade mais diversidade e uma nova pegada, mas todos os sons ainda são escritos principalmente por mim e pelo Karl, exatamente como no “War”. Tentamos compor nossas músicas mais concisas e mais diretas do que na última vez, então talvez você tenha a impressão de que estão mais Old School e sujas. Quando Andries entrou na banda, todas as músicas já estavam terminadas, então ele não teve nenhuma influência nesse registro. Isso provavelmente mudará na próxima vez que escrevermos um álbum, já que ele é um compositor talentoso. Ele
tocava na banda The Setup e foi o responsável por todo o material antigo deles, portanto ele será um fator importante no próximo álbum, eu creio. Roy nos levou a outro nível em termos de preparar os ritmos. Ele é um baterista profissional e teve várias idéias em se tratando das batidas. Ele também nos introduziu a outro nível em termos de pré-produção profissional. Isso nos ajudou muito, já que podemos arranjar e mudar muita coisa no computador, antes de ir ao estúdio gravar o CD. É apenas uma impressão minha ou o Scott Vogel, do Terror, canta como participação especial em “Zero Hour”? Dom: Está correto. Depois de nos ajudar com os vocais no ano passado, durante a turnê “Hell On Earth”, ele quis muito fazer uma participação em nosso novo álbum. Como somos bons amigos há muito tempo, também quisemos que ele participasse. Acreditamos que “Zero Hour” era a música
perfeita para ele dar sua contribuição, e ele se encaixou perfeitamente. Amamos o modo como a música ficou! Pelo que você pode ver, como foi o impacto do novo álbum nos fãs? Dom: As resenhas foram realmente muito boas e muitas pessoas nos disseram que “Survival” é, de longe, o melhor álbum do Born From Pain. De fato, sempre há fãs que ainda estão mais afins da voz do Ché do que a do Rob, mas é tudo uma questão de gosto, acredito. Muitos dos nossos amigos, os quais sabemos que são muito honestos, disseram-nos que a música e os vocais deram um grande impacto em “Survival”. O álbum só saiu há um mês, mas, no momento, estamos na “Persistence Tour” e as pessoas vão à loucura com as músicas novas! Então acho que elas gostaram. Carl, do First Blood, fez os vocais em alguns shows para lhes ajudar durante a última turnê. Como foram esses tempos? Dom: Tivemos bons tempos com o Carl! Depois de nos dar apoio na turnê do “War”, com o First Blood, ele quis ir à Europa novamente para nos ajudar mais uma vez em alguns shows. Ele até cogitou ficar na Europa e tornar-se um membro permanente da banda, mas isso acabou não acontecendo. De qualquer maneira, Carl é um frontman incrível e nós não poderíamos pedir por um substituto melhor. Em breve vocês partirão para outra turnê. Brasil e Portugal estão na rota? Dom: Nada confirmado ainda, mas nós definitivamente queremos ir para os 2 países. Acredito que Portugal será pela primeira, e também acho que iremos voar para o Brasil em algum momento do ano. Anos atrás, vocês tocaram algumas vezes aqui no Brasil, certo? Conte-nos sobre os shows. Dom: Sim, fizemos 4 shows com os nossos amigos do Terror. O Marcos, da Liberation, nos convidou para descermos aí e fazer os shows. Foi incrível! Nunca havíamos estado no Brasil antes, e as pessoas ficavam insandecidas durante os shows. Tivemos algumas longas e estranhas viagens pelo país, mas os shows recompensaram por isso! Estamos mais do que felizes em retornar esperançosamente em 2009. A música “The New Hate”, do álbum “In Love With The End”, tem um vídeo-clipe muito interessante. O que a banda quis dizer com aquelas imagens e letras? Rob: Estamos tentando dizer que há um novo ódio surgindo contra as pessoas. Uma Nova Ordem Mundial (New World Order) para controlar o mundo, nossas vidas e nossa liberdade. Todas as imagens no vídeo mostram a estratégia dessa Ordem se enraizando no mundo. Guerra por poder e mais controle, controle das massas, diminuindo a liberdade, etc, etc. O vídeo não é só algo anti-Bush ou anti-terrorista, ele vai muito além disso. Os Osama Bin Ladens e George Bushs desse mundo são apenas fantoches num jogo muito maior.
“War” é um grande exemplo de álbum completo! Ele tem músicas furiosas (“Behind Enemy Lines” e “Scorched Earth” são tão marcantes) e letras conscientes. Você concorda comigo que este foi o álbum mais importante na história da banda? Dom: É difícil dizer. Acredito que “Sands of Time” e “In Love With The End” foram mais importantes. Quando “War” foi lançado, já tínhamos muitos fãs novos com os outros dois álbuns já citados. Falando musicalmente, “War” pode ter sido o mais diverso até o momento. Mas acredito que agora, com o Rob cantando, “Survival” é o álbum mais importante em um longo período de tempo. Relembrando os tempos do “Immortality”, como você vê o desenvolvimento da banda? Rob: Acho que a banda evoluiu de um típico grupo iniciante, sem muito talento para compor, à uma banda completamente mais experiente e melhor. Acredito que viramos muito mais que uma identidade de pensamento específico por trás. Antigamente, apenas tentamos ser pesados. Hoje, tentamos ser pesados e inteligentes! Aprendemos muito em 10 anos. Tivemos muita experiência, perdemos, ganhamos, estivemos pelo mundo inteiro, etc. Crescemos muito desde aquele primeiro MCD. E ainda estou muito feliz em dizer que estamos entusiasmados como no começo. Isso provavelmente ocorre porque sempre tivemos sangue novo entrando na banda, regularmente. O line-up atual é incrível e acreditamos que “Survival” é o melhor álbum que já fizemos até o presente momento. Os shows estão sendo loucos, portanto estamos felizes como deveríamos. E qual o significado do nome da banda? Rob: Essa banda se formou da dor. Também acreditamos que da dor que surge resistência e crescimento. Esses são os significados mais importantes para nós. E, sim, agradecimentos ao Earth Crisis, obviamente... haha! Não escutamos muito sobre bandas vindas da Holanda. Como está a cena aí? Dom: A cena aqui na Holanda teve seus altos e baixos durante os últimos anos, mas está definitivamente forte nos dias de hoje. Muitas bandas estão surgindo, muitos shows também. Tocamos em Tilburg, numa noite de quarta-feira, na “Persistence Tour”, com Sick Of It All, Heaven Shall Burn, Terror, H20, Discipline e War of Ages. Aproximadamente 1500 pessoas compareceram, portanto acredito que o Hardcore está mais forte do que nunca na Holanda. Quais bandas você está escutando no momento? Rob: No momento, estou escutando Bitter End, Diablo Blvd, Trapped Under Ice, The Setup, Immortal Technique, Metallica, Exodus, Gama Bomb e muitas outras. Os Estados Unidos começarão 2009 com um novo presidente. Você acredita em alguma mudança significante, incluindo a guerra que o Born From Pain sempre criticou?
Rob: Para ser bem honesto, não acredito em uma mudança positiva, tratando-se das politicas americanas. Obama é só mais um fantoche no jogo. Você não chega ao cargo se não aceitar as táticas e os ideais de uma certa elite poderosa que controla a economia dos EUA (e do mundo). Se você olhar para quem Obama está colocando ao seu redor, há muitas pessoas perigosas e que são a favor das mesmas coisas que os conservadores da era Bush foram. Não há dúvida, porque todos os ideais e “trabalhos” acabarão nas mãos dos que já deteram o poder. Tratamento anti-russo, condenar o Paquistão como um estado terrorista, como o Irã, anunciando guerras contra esses países e etc. Tudo apenas irá continuar... Para terminar, fale da sua melhor lembrança envolvendo o BFP. Dom: Houve vários grandes momentos que eu experienciei com a banda, mas nunca esquecerei o primeiro que fiz, juntamente com outros festivais memoráveis como Wacken ou Summer Breeze, e também o Liberation Fest, em São Paulo, ou o primeiro show que fizemos em Moscou, na Rússia! De fato, lembro muitos mais, mas esses foram os mais memoráveis com o Born From Pain. Julio Schwan
[7] Born From Pain Survival Metal Blade
”Survival” é o título do novo álbum dos Born From Pain, uma banda que, desde 2006 e do seu anterior trabalho, “War”, alterou alguns elementos da banda. O baixista Rob Franssen largou o seu instrumento e é o novo vocalista, sendo preenchido o lugar vago por Andries Beckers. Roy Moonen é o novo baterista. O novo disco sai com o selo da Metal Blade, e mostra-nos uma banda Metalcore que tem idéias parecidas ao passado mas com diferentes protagonistas. Solos das guitarras de Karl e Dominik sempre criativos e frequentes ao longo do álbum, vozes mais “core” de Franssen e uma bateria com muito “groove”, fazem dos Born From Pain e de “Survival” um dos registos de Metalcore mais bem conseguidos do momento na Europa. Letras que falam e reflectem uma conjuntura a nível mundial da crise social e de valores que a sociedade vive, ao qual o titulo do álbum se encaixa lindamente, pois com tanta coisa ruim a acontecer a nossa volta, nós somos uns grandes sobreviventes. “Survival” é um álbum agressivo, cheio de destruição e caos por todo o lado, e mesmo com as mudanças que a banda efectuou, continuam numa excelente evolução e apresenta-nos um registo bem sólido daquilo que são as suas idéias e maneira de fazer música. Paulo Duarte
www.myspace.com/bornfrompain
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Round one. Fight! Em entrevista a HORNSUP, Hugo Andrade, frontman do Switchtense, revela todo seu orgulho com relação a “Confrontation of Souls”, álbum de estréia dessa banda que parece disposta a deixar o seu nome tatuado na história do Metal português e não só.
“
Confrontation of Souls”, o primeiro álbum. Como se sentem agora, que já está pronto? Sentimo-nos motivados para o promover e tocar ao vivo. Essa é a essência dos Switchtense, os concertos ao vivo! É, sem dúvida, uma sensação de dever cumprido e de orgulho podermos ter o nosso disco de estreia pronto! Um álbum requer uma disponibilidade de todos os que nele se envolvem, e isso foi, sem dúvida, o “segredo” para que tudo corresse como queríamos. “Confrontation Of Souls” é uma realidade, e é um álbum coerente e sincero.
Qual a vossa expectativa com relação ao lançamento do álbum em Fevereiro? Digamos que tudo o que vier será bem vindo, contudo, como ambiciosos que somos queremos mais! Com o trabalho que foi feito, e com o resultado final, esperamos boas críticas ao disco. Pensamos que é um excelente trabalho, com todas as condições para fazer muitos fãs. Esperamos que as pessoas reconheçam todo o esforço que foi feito para que o álbum seja aquilo que realmente é: um murro no estômago! O registo tem algum denominador comum ou alguma temática que integre as faixas? “Confrontation Of Souls”, como o próprio nome indica, fala-nos de confrontos. Vivemos num mundo de competição, onde por várias vezes, deixamos de parte os valores mais importantes para uma vivência em sociedade mais salutar. É a volta desta temática que o álbum se movimenta. Todas as músicas, falam de um confronto: físico, de ideias, de pessoas, de nos próprios. A própria humanidade vive em confronto consigo mesma, pois essa é uma forma de evoluir e de se regenerar. Por vezes, os confrontos são positivos. Para construir algo de novo, é preciso destruir! “Confrontation of Souls” mistura a velha e a nova escola do Thrash Metal com uma atitude mais agressiva. Como explicariam como soam a uma pessoa que nunca os ouviu? Penso que essa tua descrição é uma boa forma de nos apresentar. Todos nós nos Switchtense gostamos dos clássicos (Slayer, Pantera, Exodus, Kreator, Testament, etc), e como tal, isso é uma referência para a banda. Por gostarmos destas bandas, isso reflecte-se no som que praticamos. Contudo, também gostamos de muitas coisas da nova escola (Hatesphere, The Haunted, DewScented, Lamb of God, Hatebreed etc.) e como tal, a fusão é inevitável. Peso, velocidade, groove, e muito poder são ingredientes que estão incluídos na nossa música. Para quem nunca ouviu, deixo o desafio
para nos escutarem, e esta é uma muito boa altura para isso. Uma frase que temos usado na promoção do álbum, é bem caracterizadora da sonoridade que praticamos: “Crushing Blast of Thrash(Metal/Hardcore)”. Observei que o digipak traz um belo artwork. O que representa? O artwork do álbum, realizado pelo João Diogo, é uma mais valia do CD! Está tudo muito bem conseguido, e o João interpretou a nossa ideia na perfeição, acrescentando mais algumas ideias pessoais. Pegando na temática do título, a capa mostram-nos 2 siameses (figuras femininas pois elas são o símbolo da fertilidade) que se confrontam entre si. Nas restantes imagens do artwork, somos confrontados com cenários de caos, apocalipse, horror e uma tentativa de explorar um futuro comprometido, devido a todas as atrocidades que nós vamos actualmente cometendo. Esta é a mensagem principal do artwork. Penso que vai ser do agrado de muita gente. A nível pessoal estamos bastante satisfeitos com o resultado final! Por que optaram pelo Daniel Cardoso para produzir o álbum? Optamos pelo Daniel porque já acompanhávamos os trabalhos dele há algum tempo, e como toda a gente sabe, é um dos melhores produtores nacionais. Aliás, sem cair em exageros, penso que é responsavel pelo crescimento a nível qualitativo do Metal em Portugal nos últimos anos. Trabalhar com o Daniel, hoje em dia, é sinônimo de um bom trabalho. Como apostamos muito neste disco (não fosse este o primeiro) não quisemos arriscar, e com o Daniel, sabíamos que as coisas iriam funcionar tão bem como funcionaram. Estamos bastante contentes com o resultado final. O som está alto, forte e com todos os ingredientes que achamos que um bom álbum de Metal tem que ter. Orgânico e poderoso! Quando o álbum estiver na rua, pretendem divulgá-lo ao máximo, certo? Como anda a agenda de concertos? Tocar ao vivo é a essência da banda. O álbum é um veiculo para chegar as pessoas, e aos palcos. Para já estamos a marcar concertos, e nos próximos meses já temos muitas datas marcadas. O melhor é irem passando pelo nosso myspace (/switchtenseportugal) pois as datas vão sendo actualizadas assim que se confirmem. Contudo, podemos já adiantar, que a “Confrontour” começará no dia 31 de Janeiro, com o concerto de apresentação do álbum,no In Live Caffe na Moita.
Como uma banda de Metal em Portugal, quais os maiores obstáculos que enfrentaram para conseguir gravar o álbum? Nós somos um grupo de pessoas bastante unidas e mentalizadas para aquilo que queremos. Claro que existem várias dificuldades, mas, o nosso principal papel é ultrapassá-las. É óbvio que a questão monetária é um problema, e gravar um disco é complicado nos dias que correm, mas quando tens ideias, o dinheiro fica sempre em segundo plano. Nós sofremos dos mesmos obstáculos que todas as bandas de Metal em Portugal, já que em vez de ficarmos parados a lamentarnos, arregaçamos as mangas e vamos à luta. Temos um objectivo bem vincado, viver da música, do Metal, dos Switchtense. É bastante complicado, mas assim terá muito mais gosto! Estamos a dar agora o primeiro grande passo. Em Portugal, o álbum será editado pela Rastilho. Tem alguma proposta fora do território nacional? Para já, a Rastilho é a única label com o álbum. Será distribuído na Alemanha pela Cargo Records, e na Holanda pela Sonic Rv. Contudo, a nossa ambição é maior, e vamos a partir desta altura, começar a enviar o álbum para algumas editoras que já temos contactado até aqui. Achamos que temos aqui um disco que nos pode abrir as portas para uma carreira lá fora. Também sabemos que meio mundo procura o mesmo, mas este é o nosso objectivo, e não vamos parar de o procurar. Qual seu principal ídolo no mundo da música? Existem varias pessoas ilustres no mundo da música que idolatro que me inspiraram e inspiram para que eu faça música. Por todo o simbolismo que carrega, penso que o Dimebag é um verdadeiro ícone da cena Metal. Ele mudou a forma de tocar, mudou a sonoridade do instrumento, inventou um estilo! Sem ele não teríamos inúmeras bandas que hoje em dia são influências para qualquer amante do Metal. A sua postura, a sua genialidade, são contagiantes e a drástica forma como tudo terminou fazem dele uma lenda que permanecerá para sempre. Outra das personalidades que admiro, pela sua forma de persistir, lutar e como se entrega a tudo o que faz na indústria musical, é o Jamey Jasta dos Hatebreed. Gosto muito da postura dele, das letras e das suas ideias! Para mim, um dos melhores frontman da actualidade. Matheus Moura
www.myspace.com//switchtenseportugal
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Ciclo da vida Compondo a novíssima safra do underground brasileiro, o vocalista Dijjy, da banda catarinense Ponto Nulo no Céu, fala à HORNSUP sobre a proposta da banda, sua sonoridade e, de quebra, decodifica alguns significados por trás de “Ciclo Interminável”, o recém-lançado EP.
I
niciando nossa conversa, proponho um desafio. Gostaria que apresentasse o som da banda, como se estivesse explicando a um ouvinte “virgem” de Ponto Nulo no Céu. A Ponto Nulo no Céu é uma banda que tem, na sua composição, várias influências que vão das vertentes do Rock ao Pop sem se prender a um só gênero musical. Classificamos como Metal Alternativo, pois as principais características são os vocais e arranjos agressivos, oscilando por melodias marcantes e, assim, buscando sempre pela originalidade.
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Conte um pouco da história e dos primórdios da banda. Como tudo começou? Qual o caminho trilhado até o ponto em que se encontram hoje? Tudo começou quando nós quatro, apaixonados por música, resolvemos nos unir para tocarmos covers das bandas que mais gostávamos no cenário do Metal. Esse processo durou apenas algumas semanas funcionando como uma fase de entrosamento, até decidirmos fazer nossas próprias músicas. Surgiu então “Fim do Dia” e logo em seguida “O Sangue Que Te Cega” (ambas músicas contidas no EP de estréia da banda). A partir daí, com a ajuda e incentivo dos amigos, reconhecemos que tínhamos potencial para ir muito mais além e deci-
dimos, então, gravar nossas composições em forma de EP. Passando a página e entrando no capítulo “quais são as influências mais importantes da banda”, gostaria que cada integrante elaborasse um “Top 5” dos discos mais relevantes na formação musical de cada um. Fica bastante difícil escrever um “Top 5” dos discos que nos influenciaram na formação como músicos, pois seriam muitos os discos e bandas. Achamos mais viável citar alguns dos músicos que nos inspiraram desde o início.
Dijjy (Vocais): Jason Brown - Sunk Loto Daniel Struble - Five Pointe O Clint Boge - The Butterfly Effect Chino Moreno - Deftones Rodrigo Amarante - Los Hermanos Henrique (Contra-Baixo): Les Claypool - Primus Sam Rivers - Limp Bizkit Ryan Martinie - Mudvayne Flea - Red Hot Chili Peppers Tim Commerford - Rage Against the Machine Júlio (Bateria): Morgan Rose - Sevendust Thomas Noonan - 36 Crazyfists Cristiano Forte - Professor Dane Brown - Sunk Loto John Dolmayan – System Of A Down Vinícius (Guitarra): Wes Borland - Limp Bizkit Clint Lowery - Sevendust/Dark New Day Tom Morello - Rage Against the Machine Massy Piocco - One Minute Silence Adam Dutkiewicz - Killswitch Engage O processo de gravação de um disco é um trabalho extremamente meticuloso, árduo, e que demanda um certo tempo. Entrar em estúdio é como entrar em um “Ciclo Interminável”? E como vocês, integrantes, lidaram com essa experiência? Entrar em estúdio foi apenas uma das fases deste “Ciclo Interminável”. Totalizando, foram 10 dias dormindo em camas improvisadas dentro do estúdio, comendo pão com mortadela e muito achocolatado para dar “aquela” energia (risos). Aproveitamos cada segundo para concluir esse trabalho e, assim, crescendo muito não só como instrumentistas, mas como pessoas em busca de sonhos. Um ponto que me chama muita atenção na banda é o fato de que ela está assentada em um punhado de idéias e significados, fenômeno raro hoje em dia. Cantar em português seria, assim, uma forma de fazer jus a isso? Aproveitando a deixa, peço que dê a sua interpretação tanto do nome da banda, quanto do nome do EP de estréia da mesma. Nosso trabalho é em português, pois além de todas as idéias contidas nas composições, a missão da banda também é expandir e fortalecer o cenário do Metal nacional. O nome Ponto Nulo no Céu vem gerando algumas controvérsias, pois quando as pessoas se deparam com esse nome, não vem um significado de forma instantânea em suas mentes, no entanto, é um nome que foi criado pela banda com todo um sentido por trás dele. “Ponto Nulo” passa a idéia de um lugar utópico e incomum na mente de cada um de nós, um lugar inatingível, e “no Céu”, remete a um lugar bom, de harmonia. Acreditamos que cada um tem seu próprio “Ponto Nulo no Céu”, então é bom lembrar que deixamos isso livre para cada pessoa poder interpretar da forma que mais lhe convém. O nome do EP “Ciclo Interminável” foi criado com a idéia de que a vida em si é um ciclo interminável e feita de ciclos, tudo se renova, todos os dias nascem novas possibilidades e sempre existirão barreiras a serem quebradas. Essa idéia foi passada para o EP na forma de que a “Introdução” é o fim da última música invertido, simbolizando a parte em que o ciclo retorna do zero. Inclusive, a temática das artes
foi pensada no ciclo das folhas, que caem, e logo servem de “alimento” para outras vidas. Outra característica do Ponto Nulo no Céu que me salta aos olhos é a não-repetitividade em sua sonoridade. Sabem alternar, na dose certa, entre momentos melancólicos e intimistas, e passagens mais explosivas e coléricas. Comente um pouco sobre este aspecto. Como já falamos, isso é simplesmente a “identidade” da banda, sempre buscando pela originalidade. É uma maneira de colocarmos em cada composição as influências de tudo que escutamos e gostamos. A vida, com seus percalços e superações, é sempre um tema recorrente nas letras da banda. Quem, do quarteto, é o letrista e responsável por tratar dessa temática? Como faz para compor? E qual o segredo para a abordagem do tema com tamanha maturidade para um músico tão jovem? Quem compõe as letras basicamente sou eu mesmo, mas antes de finalizá-las eu sempre mostro aos outros integrantes e fazemos algumas mudanças ou não. As letras são escritas de uma forma sincera, baseada em nossas vivências e tudo o que tiramos de proveito delas. Sempre com o intuito de passar algo bom para quem ouve e até mesmo, quem sabe, alguém se inspirar e melhorar algo em sua vida, pois desde o começo do projeto esse sempre foi um dos objetivos. Usamos a música como instrumento para que possamos fazer por nós mesmos e tentar mudar as coisas por aqui, já que o mundo anda tão decadente. “Ciclo Interminável” mostrou-se um trabalho muito acima da média no quesito produção (arte gráfica, embalagem, qualidade da gravação e etc.). Quais foram os profissionais envolvidos, neste sentido, no projeto e na construção do disco? Um bom acabamento do material ajuda sensivelmente na sua aceitação? O EP foi gravado no Estúdio Daufembach (Criciúma – Santa Catarina), mixado e masterizado por Adair Daufembach. As artes do encarte e Site Oficial foram produzidas por Felipe Cruz (Inbloodesign) e as embalagens foram feitas pela empresa Ponto4Digital (São Paulo). Todas as fotos foram batidas por nossa amiga Marília Gomes. Agradecemos a todas as pessoas envolvidas nesse trabalho, pois estamos tendo um feedback muito interessante e de forma rápida. Podemos perceber isso com o crescente número de membros na comunidade da banda no Orkut e os acessos no site [MySpace], que passaram de 20.000 em menos de dois meses. Pelo fato da banda ser nova no cenário, totalmente independente e alternativa, acreditamos que esses números são muito importantes para nós e ficamos muito felizes com isso. São de Gravatal, Santa Catarina, que, como alegam, é uma cidade distante dos centros que podem absorver o estilo que praticam. Mas apesar disso, já chegaram a tocar fora do estado? Ou ainda: por acaso têm conhecimento de apreciadores da banda que moram em pontos diversos do país? Nunca realizamos shows fora do estado, porém, esse é um dos maiores objetivos no momento e, infelizmente, é algo que não depende só da gente. Esperamos que em breve esses sonhos se realizem pelo fato de estarmos recebendo pedidos de shows, compras do EP, de apreciadores de todos os lugares do Brasil. Isso acaba nos deixando muito empolgados
e instigados com a possibilidade de mostrar o nosso trabalho em todos os lugares. Essa participação de todos com recados e e-mails é muito gratificante. Já está nos planos da banda a gravação do primeiro full length? Algo mais está por vir? Com certeza isso já foi pensado e estamos trabalhando nas músicas que farão parte do nosso próximo projeto “full length”. Estamos fazendo de tudo para lançar o mais rápido possível e as pessoas que presenciarem os shows, poderão conferir algo novo. Outro objetivo da banda é gravar e lançar um clipe no primeiro semestre deste ano. Aguardem, muitas coisas estão por vir. Paulo Vitor
[9] Ponto Nulo no Céu Ciclo Interminável Independente
Com apenas dois anos de formação, o Ponto Nulo no Céu, vindo de Santa Catarina, realiza um grande feito, visto no EP “Ciclo Interminável”, o primeiro trabalho da carreira. A sonoridade irá se aproximar de dois gêneros, o Nu Metal e o Metal Alternativo, porém, possuem diversas características próprias nas composições que se torna difícil pensar em algum rótulo exato. A temática das letras funcionarão como arma para motivar o ouvinte a superar dificuldades do cotidiano neste cenário caótico pós-moderno, todas cantadas em português. Analisando individualmente cada integrante, inicio com os excelentes vocais melódicos de Dijjy, além de gritos de alto nível, sem nenhuma falha (algo raro no cenário independente), podendo ser comparado facilmente aos grupos norte-americanos que possuem bom tempo de estrada; o baixista Henrique não irá ficar apenas acompanhando os outros instrumentos, ao contrário, são criadas linhas inteligentes nas quatro cordas, se assemelhando ao trabalho de conjuntos como 36 Crazyfists e Mudvayne; o guitarrista Vinícius, além de criar riffs pesados e momentos mais suaves nas músicas, ainda irá ser de fundamental importância aos vocais, realizando um ótimo trabalho de backing vocal; por fim, o baterista Julio, com uma batida forte e criativa, utilizando os pratos de forma maestral, finalizará o time do PNNC. Em relação às faixas, “Retrógrado” serve como introdução para “Fim do Dia”, que já começa com um ritmo muito empolgante na bateria, caindo em alternâncias de riffs com harmônicos já muito bem executados pelo Ill Niño. “Peso da Verdade” é uma composição agressiva, tendo como destaque as partes melódicas dos vocais; “O Sangue Que Te Cega” possui breakdowns interessantes, além de encerrar com uma linha de baixo belíssima; “Desconforme” é brutal, com gritos e riffs que facilmente instigarão um moshpit. “Constante” é a faixa mais longa, com pouco mais de cinco minutos e dando uma sensação de que um full-lenght precisa ser lançado em breve de qualquer maneira. Eis uma banda de altíssimo nível no que fazem, sem dever a ninguém e se consagrando como uma das melhores surpresas de 2008. Igor Lemos
www.myspace.com/pontonulonoceu
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Satisfação pessoal Anderson, baixista da banda paranaense SatisFire, nos conta um pouco da peleja que é a busca de realização pessoal fazendo música independente no Brasil. Entre mutirões e estateladas no chão, e entre as paredes do estúdio onde gravaram “Brutal Anthropy”, o álbum de estréia, está uma agradável conversa que concedeu a HORNSUP.
A
ntes de qualquer coisa, gostaria que contasse aos leitores um pouco da história do Satisfire. Como surgiu a idéia de montar a banda? O que há por trás do seu surgimento? Eu, Estevão e Alessandro estudávamos juntos em Guarapuava, interior do Paraná. Alessandro e Estevão já tocavam há algum tempo. Eu fui me adaptando aos poucos, não tinha a mesma prática que eles tinham, por isso acabei saindo da banda que nem nome tinha ainda. Depois montei junto com uma tecladista um projeto que batizei como SatisFire, que não vingou. Alessandro e Estevão me chamaram para voltar a tocar com eles, e acabamos aproveitando o nome para a banda.
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Gostaria que falasse um pouco do caminho que a banda percorreu desde a sua criação até o presente momento. Houveram mudanças significativas na formação do grupo? E quais foram os principais obstáculos e as principais conquistas dessa jornada? Sim, Daniel foi o terceiro vocalista que tivemos. Ele entrou somente em Setembro de 2005. Tivemos, desde o início de 2002, muitos obstáculos na nossa carreira. No começo não tínhamos nem equipamentos para ensaiar, e nem estúdio de ensaio em nossa cidade, assim emprestávamos tudo! Final de semana era aquele mutirão da galera da banda e os amigos pra levar os
equipamentos de um lado da cidade para o outro (risos). Hoje ainda temos vários obstáculos, porém distintos desses do início da carreira. Posso dizer que as maiores conquistas vêm sendo o reconhecimento que estamos tendo da galera que gosta de música em geral, e tocar. Fazer shows, sem sombra de dúvidas, é a coisa que mais gosto de fazer na minha vida. Deixam claro que se propuseram, desde o início das atividades da banda, a praticar um som “original e honesto” (com a fidelidade da palavra). Contudo, é inevitável que tenham sofrido algum tipo de influência
advinda de bandas nacionais e internacionais. Quais seriam elas? Sofremos muita influência de bandas nacionais como: Sepultura, é claro, Ratos de Porão, Casa das Máquinas, Secos e Molhados, Paralamas, Quarteto Novo, Mutantes, e Novos Baianos, e internacionais como; Metallica, Van Halen, Rush, Led Zeppelin, Pantera, Faith no More, Frank Zappa, Deep Purple, e Jimmy Hendrix. Um assunto que há muito vem sendo discutindo no meio artístico e que por ocasião dessa entrevista me veio à tona, é a questão dos estilos e gêneros musicais. Na visão de músicos que são, como lidam com essas classificações e o que pensam delas? Acreditam que são capazes de influenciar uma obra, de uma forma ou de outra? Sim, acredito que eles influenciam muito. Eu não acho mal as pessoas usarem isso para delinear o seu som, mesmo assim penso que há coisa boa e ruim em todo estilo, gênero ou subgênero, esteja ele dentro do samba, jazz, rock, funk etc... Portanto, nós não nos preocupamos muito com isso. Durante os meses de Novembro e Dezembro do ano passado, realizam uma turnê pela região nordeste do Brasil. Como foi essa experiência e qual o saldo geral dela? Houve cancelamento de datas, imprevistos, ou incidentes (sérios ou mesmo cômicos)? Foi uma puta experiência. Apenas dois meses após lançarmos o disco já começamos uma turnê. Os shows do nordeste fizeram parte do primeiro estágio da tour de divulgação do “Brutal Anthropy” (álbum de estréia da banda). Pela primeira vez em nossas vidas ficamos um mês direto na estrada, rodando ao todo mais de 11.000 km. Curtimos muito o nordeste brasileiro e ainda aproveitamos para conhecer as culturas regionais duma região tão rica nesse aspecto. Dois shows foram cancelados da turnê. Alguns imprevistos ocorreram, coisa normal para uma banda nova e independente. Houveram vários incidentes, a maioria cômicos. O que me lembro agora aconteceu em Juazeiro do Norte, região do sertão do Ceará, num pós-refrão da música “Just To Pulse Away The Blood”, “dotô barba” (Daniel) batendo cabeça e se esborrachando no chão. Por sorte ele caiu para trás, porque se caísse de frente provavelmente estaríamos de luto hoje, já que o palco deveria medir uns 3 metros de altura. Ainda sobre apresentações: no decorrer da história da banda, houve shows ou ainda uma outra turnê com um significado especial para o grupo? Por acaso há alguma relação entre a versão em espanhol da música “Guerra Justa?!” e a presença da banda em solo paraguaio? Sim. Desde Outubro de 2005 começamos a tocar mais diretamente até o final de 2006. Fizemos cerca de 30 shows pelo sul do Brasil e um show no Paraguai. Além disso, fizemos um concerto que se seguiu de
uma jam com Andréas Kisser, do Sepultura, o que foi muito especial para todos da banda. Acredito que nossa presença no Paraguai tenha influenciado na decisão de fazermos essa versão, porém não foi algo pensado. Já estávamos gravando bateria e baixo em São Paulo quando tive essa idéia de traduzi-la e fazer outra versão. A letra da música tem muito a ver com as duas línguas mais faladas na América Latina, já que fala da visão que algumas pessoas de origem Maia tinham a respeito da conquista espanhola no século XVI. Como se deu o processo de composição e gravação do primeiro álbum da banda, o “Brutal Anthropy”? Qual a concepção temática que embasa o debut, e quais os profissionais envolvidos na gravação do disco? Começamos a compô-lo desde que começamos a banda, em 2002. “Some Madness” e “Way of a Blind Man” são músicas que compusemos nessa época. Porém algumas sofreram alterações na pré-produção. O Ricardo (Confessori, baterista do Shaaman) produziu e mixou tudo. Apesar de muita tensão, foi muito importante para amadurecermos, sair um pouco do lugar em que vivíamos, respirar e conhecer novos ares. A masterização ficou por conta de Rodrigo Rosseti. O disco não segue um único conceito, porém tem como pilar principal a idéia de explicitar o descontrole total pelo qual o homem e seu meio ambiente se encontram. Olhando para a cena do underground paranaense, e até mesmo para a cena nacional, o que vê? Qual a leitura que faz da produção de música independente e pesada na atualidade dentro dessas duas escalas? Uma nova cena independente do Paraná está crescendo cada vez mais em todos os estilos. Muitas bandas e músicos de ótima qualidade estão começando a aparecer fazendo boa música. Porém, elas são carentes de vários fatores essenciais como produção e divulgação. Acredito que isso é espelho do próprio país, mas vejo que no Paraná esses problemas são ainda mais agudos. Apesar de parecer ser um estado economicamente estável, o Paraná carece muito desses fatores. A idéia de que música é “vagabundagem”, acredito que ainda permeia o senso comum de forma mais intensa aqui do que em outras regiões que conheci, como o nordeste, o sudeste e até mesmo o extremo sul do país. O ano de 2009 está apenas começando, mas a banda já se encontra na fase “embrionária” de criação do novo disco. É possível fazer alguma aproximação da época de lançamento do segundo full length? Em caso positivo, poderia nos adiantar alguns detalhes? Planejam algo mais para o presente ano? Ainda não posso te dizer nada a respeito da época em que vai ser lançado o
próximo disco, porém posso te adiantar que algumas músicas já estão prontas e que por sinal ainda no primeiro trimestre vamos lançar na nossa página no Myspace uma música que estará inclusa no segundo disco. Já começamos a gravar de forma extremamente independente. Nós mesmos estamos produzindo e o Alessandro [baterista] irá mixar em seu estúdio. Além disso, já estamos nos programando para gravar nosso segundo videoclipe e continuar a Brutal Anthropy Tour no sul do Brasil e provavelmente fora do país também. Paulo Vitor
[6] SatiFire Brutal Anthropy Independente
Propor uma sonoridade original, única, e sincera, acredito que seja o objetivo da grande maioria das bandas mundo afora. Todavia, já se sabe: querer é uma coisa, fazer por onde acontecer é outra completamente diferente. Pois bem, é nesse barco que se encontra o quarteto paranaense Satisfire. Em parte alcançaram o objetivo da peculiaridade sonora, uma vez que permeiam o Metalcore, o Hardcore, e chegam ainda a flertar com o Death Metal, mas não se colocam propícios a classificações. Contudo, o conjunto da obra não soa tão bem quanto supostamente deveria. Mas não seria o caso de crucificar o disco de estréia da banda, “Brutal Anthropy”, até porque não é de todo mal. Algumas considerações a esse respeito merecem ser feitas, como: a boa qualidade das músicas (com produção e mixagem a cargo de Ricardo Confessori, baterista do Shaaman, e masterização por conta de Junior Rosseti); uma bem sucedida arte gráfica geral; a criativa faixa “Guerra Justa?!” (contando inclusive com uma versão em espanhol) e a boa melodia em “Mumocaid”. Os pecados capitais, no entanto, se deveram: ao vocalista Daniel, que parece extrapolar seu limite em muitas passagens, quando força um pouco mais a voz; a repetitividade e pouca variação na sonoridade da guitarra de Estevão; e a certas passagens em que o baixo de Anderson se sobressai (algo como o que Fieldy do Korn fazia, mas que não se encaixa no conjunto). Ainda que não tenham lançado um disco que mereça um caminhão de adjetivos positivos, o Satisfire mostra que possui ingredientes importantíssimos para uma próxima empreitada - empenho, competência, e muita vontade em mostrar serviço. Igor Lemos
www.myspace.com/satisfiremusic
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entrevista
Abrigo da fúria A cena do Metal carioca trouxe uma grande surpresa recentemente. Podemos chamar este presente de Ekoa. Restaurando a sonoridade do gênero com uma roupagem mais atual e com letras acerca do cotidiando caótico, o vocalista R-VOX fala em entrevista exclusiva a HORNSUP sobre o primeiro álbum, além de algumas curiosidades da trajetória do grupo.
O
nome Ekoa em tupi-guarani significa “abrigo”, “morada”. Como vocês chegaram a esta palavra para representar a banda? Na verdade, o significado do nome era desconhecido para nós no começo. O Mike X (guitarrista) teve a idéia a partir do projeto do Jason Newsted (ex-baixista do Metallica), o EchoBrain. Ele ficou “brincando” com a sonoridade e chegou até o nome Ekoa. Pouco tempo depois é que fomos conhecer o significado, através de um amigo nosso que fez uma pesquisa na Internet e comentou o que era. Sinceramente, tem tudo haver com nossas vidas. É no Ekoa que nos sentimos seguros e abrigados pra fazermos nosso som. Como é feito o processo de composição? Nosso método de composição é um pouco
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diferente do normal. Temos hoje uma grande facilidade, pois possuímos nosso próprio Home Studio. No ato da criação, vamos para o estúdio e ficamos horas e horas por lá, colocando tudo em ordem, e tentando juntar as idéias de cada um, pois sempre alguém aparece com um riff, levada, ou coisa assim, que serve de início para as novas composições. É como se fosse um grande parque de diversões (risos), onde podemos gravar nossas idéias e trabalhar imediatamente a música experimentando synths, efeitos de vozes, dobras de guitarras, etc. Nossa produtividade musical se deve principalmente a este fato, além do tempo para trabalhar com mais calma e explorar as idéias a fundo, experimentando ao máximo cada riff, cada trecho, a qualquer hora do dia ou da noite (risos).
Quais as influências brasileiras e internacionais que o grupo possui para se inspirar e criar? Como somos cinco pessoas diferentes, são muitas influências distintas que trazemos para a hora de compor. Mas todos nós somos grandes fãs de bandas como Metallica, Sepultura, Pantera e as mais novas, como Soilwork, In Flames, Killswitch Engage, entre muitas outras. Como é a cena do Metal carioca atualmente? Quais as facilidades e dificuldades deste gênero no Rio de Janeiro? A cena Metal no Rio atualmente é muito fraca. Com exceção de algumas bandas como Confronto, Itsari, etc; poucas são as bandas conhecidas deste estilo. Muitas estão buscando espaço, porém é sempre muito complicado devido à falta de incentivo aos shows. Algumas bandas preferem a
[9] Ekoa Ekoa Independente
O cenário nacional do Metal mostra o quanto possui força e vem se renovando com bandas que desvelam o seu potencial para conseguir novos estágios em suas carreiras ainda no início das atividades. Desta vez entra em foco os cariocas do Ekoa, grupo que pratica uma sonoridade com muitos elementos próprios, sendo um ponto positivo e difícil de ser alcançado em um debut. Apesar de ter pouco mais de um ano de existência, já lançaram um álbum com 11 faixas, não dando espaço às letras em inglês (valorizando a língua materna) e tendo uma produção totalmente independente. Possuem no line-up R-VOX, um vocalista versátil, que sai dos gritos à melodias cativantes de forma profissional e muito bem executada sem perder o pique; os guitarristas Jota C. e Mayck, criadores de linhas que se assemelham a nomes como Trivium e Bullet For My Valetine em alguns momentos; o baixista Pedro, responsável pela gordura ao resultado final, tornando o som encorpado e, por fim, o baterista Vitor Portes, que substituiu Jorge Jr. (o segundo foi quem gravou no selftitled). Dando um banho de criatividade nas composições, que são lineares e cativantes, cabe destacar “Contra o Tempo”, que possui um refrão excelente, assim como a troca de ritmos na “Ódio” e “Mente Insana”, as belas passagens de “Recompensa”, a agressiva “Ganhando ou Perdendo”, além da calma “Depois da Chuva”. Eis uma prova de que não é necessário esperar por bandas gringas aparecerem em nossas terras para se ter um bom show. O Ekoa, que em tupi-guarani significa “abrigo”, mostra que estamos, de fato, bem guardados musicalmente no Brasil. Agora é esperar por novos patamares. Igor Lemos
segurança de fazer cover de grupos famosos a se arriscarem com material próprio, e é nesta “brecha” que tentamos nos fortalecer.
“Mente Insana” é a música mais marcante pra nós. Foi ela que pavimentou o caminho pra todas as outras músicas.
Vocês possuem algum tipo de ritual antes dos shows? Nós sempre nos reunimos e conversamos minutos antes de subir ao palco, como no filme 300. Sabe aquele discurso do Rei Leônidas antes da batalha contra os persas? É mais ou menos assim (risos).
“Contra o Tempo”, “Ódio” e “Ganhando e Perdendo” são minhas faixas favoritas. Quais das composições do álbum de vocês possuem maior receptividade ao vivo? “Contra o Tempo” é uma das favoritas da galera. Todos cantam junto com a gente; não só no refrão, mas na música inteira. “Mente Insana” e “Resolvendo o Agora” também funcionam muito bem nos shows, até mesmo porque costumamos fazer coisas diferentes ao vivo. Não gostamos de tocar roboticamente igual ao disco, pra não parecer um playback sem graça.
Quais bandas vocês já dividiram o palco e houve uma grande troca que possibilitou o crescimento dos integrantes musicalmente? Dividimos o palco com várias bandas, em especial a Confronto (RJ) e a Envydust (SP). Foi muito bom tocar com eles. Aprendemos muito, e também serviu de impulso para conseguimos “conquistar” um público ainda desconhecido para nós até o momento. O primeiro álbum da banda, que leva o nome da mesma, possui onze faixas muito bem elaboradas. Qual música foi a mais significativa para o grupo?
Você poderia nos colocar os aspectos positivos e negativos de se ter uma banda? O grande lance que uma banda pode proporcionar é poder viajar, conhecer gente nova, novos lugares, sem o compromisso de ter que se preocupar com trabalho e outras coisas. É um momento único, em que se pode dizer que esquecemos o mundo ao
redor e só pensamos em tocar e nos divertir. Já o negativo é toda a trabalheira e os perrengues que toda banda independente passa na estrada, que são vários por sinal (risos). Quais as aspirações do Ekoa para 2009? A idéia é continuar a divulgar nosso primeiro disco, que só tem cinco meses de lançado, e fazê-lo render o máximo possível. Outra meta é tocar em alguns lugares do Rio de Janeiro em que ainda não tocamos, e também fora do estado. Tivemos a oportunidade de tocar em São Paulo no ano passado, e sem dúvida foi muito melhor do que esperávamos, com uma receptividade muito boa do público. Paralelamente a isso, já estamos compondo material pro nosso segundo disco, sem pressa, e tentando evoluir ainda mais em questão de sonoridade em relação ao primeiro disco. Tudo em seu devido tempo. Igor Lemos
www.myspace.com/bandaekoa
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resenhas
des destaque staque
[6]
Guns N’ Roses Chinese Democracy Geffen
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Depois de um parto de 15 anos, finalmente chega às mãos dos fãs – que talvez já nem sejam mais tão fãs assim – “Chinese Democracy”, sucessor dos maravilhosamente bem sucedidos “Use Your Illusion I e II”. É extremamente difícil falar de Axl Rose e o Guns N’Roses sem relembrar a época em que eram a maior banda do planeta, no topo de todos os charts, com vários singles tocando em todas as rádios o tempo inteiro. Obviamente é mais difícil ainda deixar de lembrar o time que formava o Guns N’Roses na época. Mas essa já é uma página que está virada. Axl, que não é bobo nem nada, sabia que a cada ano em que “Chinese Democracy” não era lançado, a expectativa e a incredulidade andavam lado a lado sobre o possível lançamento da banda. Então o que aconteceu? Criou-se um álbum exagerado. Muito teclado, muitos elementos eletrônicos e industriais demais para alguém que não é Trent Reznor. Esqueçam que este é um álbum do GN’R. Este é o projeto solo de Axl Rose, ponto. E vendo dessa forma é mais fácil encarar a “Democracia Chinesa”, que está muito bem produzido, com um belo time de instrumentistas e convidados como o ex-Skid Row e amigo pessoal, Sebastian Bach. A voz, contrariando suas últimas apresentações ao vivo, está impecável (*cof cof, Pro-Tools, cof cof*) e comparável a todos os outros álbuns da época em que seu frontman ainda podia correr de um lado para o outro do palco com um shortinho de lycra que nem sua irmã teria coragem de usar. Instrumentalmente, tirando a parte exagerada citada anteriormente, foram necessários 5 guitarristas, incluindo o virtuoso Buckethead para emular o velho guitar-hero Slash e fazer um trabalho excelente por trás da famosa voz rasgada de Axl. Tome nota das faixas que você vai querer ouvir: “Chinese Democracy”, “Shackler’s Revenge”, o primeiro single “Better” e a última faixa “Prostitute”. Sim! As 3 primeiras faixas são bem legais com refrões grudentos que só o velho Guns sabe fazer. O restante do álbum está regular, com baladas que parecem ter sido extraídas dos dois últimos álbuns do Faith No More. E isso não é um elogio! O resultado de toda essa mistura de elementos e referências é um álbum enjoativo. Não é um álbum ruim, apenas criou-se muita expectativa, fazendo Axl Rose acertar e errar ao mesmo tempo. De qualquer forma, “Chinese Democracy” ficou muito bem posicionado no mundo inteiro, mas para o próximo lançamento da prometida trilogia que tem este como sua primeira parte, deveria ser levada em consideração a famosa expressão “menos, é mais”. Luiz Felipe Leite
[8] Hoje Você Morre Nada É Tão Ruim Que Não Possa Piorar
bom dinamismo entre a brutalidade e a suavidade. Para encerrar, o último suspiro, “Breathe Now”. A produção primorosa de Daniel Cardoso (que também assume a bateria) e o seu Ultrasound Studios dá o toque final e faz com que “Light” realmente brilhe com luz própria. Matheus Moura
Atalho Discos
Hilário, sarcástico, e com uma evidente pitada de humor negro. Estes são alguns dos ingredientes que dignificam o disco de estréia dos baianos do Hoje Você Morre, intitulado “Nada É Tão Ruim Que Não Possa Piorar”. Praticantes de um Hardcore metalizado de qualidade, e tendo como influências o Impaled Nazarene, Sick Of It All, e Helmet, a banda destila agressividade e energia nos econômicos 30 minutos de atividade de seu debut. Tudo começa com riffs ásperos e rápidos, ao melhor estilo Crossover, seguidos da crua afirmação: “Sua única sentença: um dia você morre” (!). Mas apesar da suposta falta de seriedade do projeto, que se poderia deduzir em virtude do conteúdo das letras do disco, esse quarteto soteropolitano não poupou esforços no que tange à produção do álbum. Afinal, não haveria de ser diferente. O baterista da banda é Jera Cravo, um competente produtor musical que esteve por trás de grandes álbuns, como o “Elemental”, dos baianos do Cobalto, e do lançamento de estréia da também conterrânea Yun-Fat. A arte gráfica da capa, assinada por Patrick Andrews, tampouco deixa por menos. Mesmo que simples, é eficaz e coerente com a proposta do grupo. Alguns outros destaques podem ser feitos, e se destinam às músicas: “Despotismo”; “Últimos Não Serão Primeiros”; e “Só Dói Quando Respiro!”. É interessante sublinhar ainda uma curiosidade: a última música, homônima do álbum, contém uma espécie de “faixa escondida”, que se trata de um cover de “A Thousand Miles” da artista pop Vanessa Carlton. O resultado disso tudo merece ser conferido, com toda a certeza. Paulo Vitor
[8] Kandia Light Independente
“…e fez-se luz.” Apenas oito meses após a união entre o instrumentista A.C. e a vocalista Nya Cruz, nasce o EP “Light”, registro de estréia do Kandia. A pouca longevidade não dá sinais de sua presença, já que, do início ao fim, apresentam uma maturidade notável. A segurança da melódica voz de Nya se entrosa bem com os potentes riffs de A.C. numa mistura interessante e “catchy” de Rock moderno e Gothic Metal. O peso e a melodia conjugam o mesmo espaço sem atritos. Seja nos momentos mais duros, recheado de riffs pesados ou nas passagens mais ambienteis com violão acústicos ou teclados, nunca perdem a linha. “Grown Up” da início à audição com força e balanço. A seguir, “Listen” faz o caminho inverso. Começa mansa, com piano e voz e depois se torna mais agressiva. “Rise” tem um refrão inesquecível, enquanto “Your Sekret” apresenta um
[5] Seventh Avenue Terium Massacre
O Seventh Avenue, banda cristã de Wolfburg, Alemanha, já está na ativa a quase 15 anos e “Terium” é o seu sexto álbum de estúdio. O disco, produzido por Herbie Langhans e masterizado por Sascha Paeth, é conceitual, e conta a história de uma nova droga, chamada Terium, que faz com que seus usuários se esqueçam de Deus e passem a viver uma vida sem sentido. Mas um salvador resolve mudar a situação, junto de um pequeno grupo de seguidores, tentar resgatar o sentido da vida e a fé. Temos, no desenrolar da história, uma traição e no fim a morte do salvador. Caso o leitor não tenha percebido, o enredo é baseado nos evangelhos do novo testamento cristão, com o personagem do “salvador” sendo, obviamente, inspirado em Jesus Cristo. Caso você não compartilhe da ideologia da banda, não tenha medo! O Seventh Avenue nos apresenta seu “remake” do novo testamento na forma de uma história de ficção científica futurista bastante interessante, sem pregações, passagens da bíblia ou sermões.O maior problema do disco é que ele leva o ouvinte a um lugar onde diversas outras bandas já estiveram antes. É colocar a bolachinha para rodar e toneladas de nomes virão à mente: Gamma Ray, Edguy, Angra, Freedom Call, Sonata Arctica e, obviamente, Helloween. Sim, o negócio aqui é basicamente aquele Power Metal bastante melódico, com pitadas de Heavy Metal tradicional e de Hard Rock aqui e ali. As melodias do CD são todas bastante cativantes e grudentas. Certamente já após a 1ª audição do álbum você terá algumas delas gravadas na cabeça. Os vocais de Herbie Langhans também são um grande destaque, indo dos tons altíssimos a momentos de maior crueza (que são justamente os mais legais) e se situando em algum lugar entre Oliver Hartmann (At Vance, Avantasia, Empty Tremor), Ralf Scheepers (Primal Fear) e Jorn Lande (Masterplan, Avantasia, Vagabond, Ayreon, entre outras). Em suma, é um disco bem feito, bem executado, com uma história bacana contada em boas letras, porém que sofre com um problema crônico de falta de originalidade. Indicado apenas para os fanáticos entusiastas do gênero. Hélio Azem
[8] The Fall Of Troy Phantom on the Horizon Equal Vision
Utilizando elementos do Rock Progressivo fusionado com o experimentalismo e leves pitadas de Mathcore, eis que o trio de Washington, Estados Unidos, The Fall Of Troy, lança a segunda
[7] Sepultura A-Lex SPV
Baseado no livro “A Laranja Mecânica” de Anthony Burguess (mais famoso na versão cinematográfica de Stanley Kubrick), surge “A-Lex”, o 11º álbum do Sepultura. Novamente apostam em uma adaptação literária obtendo um saldo positivo. O Sepultura passa por uma fase delicada, mesmo com a saída de Iggor Cavalera e as eternas lamentações das “viúvas” de Max Cavalera, a banda não enverga e segue seu caminho, sem olhar para trás. O novo baterista, Jean Dolabella, segura as pontas, e se integra bem ao estilo da banda, não deixando a desejar, em comparação aos últimos álbuns com Iggor nas baquetas. “A-Lex” tem o mesmo feeling de “Dante XXI”, o álbum anterior. Derrick Green consegue se superar e se mostra mais diversificado e intenso que nunca. Diversificação é uma boa palavra para definir o álbum, pois vai encontrar vários elementos do universo musical do Sepultura, porém, montandos de formas diferentes. As batidas tribais (“Filthy Rot”), a agressividade Thrash Metal (“Moloko Mesto”,”Enough Said”) e o experimentalismo (“Ludwig Van”) continuam a marcar a presença habitual, entretanto, ao ouvir “A-Lex” de cabo-à-rabo, sente-se a falta de algo mais forte e memorável. Sabe aquela música que teria que tocar obrigatóriamente em todos shows? Pois é, não há, infelizmente, nenhuma dessas no álbum. Há bons momentos como “The Treatment” e “Sadistic Values” que acabam diluídos em alguns desencontros e interlúdios desnecessários. Menos direto, porém, mais profundo, “A-Lex” não surte grande impacto ao início e requer um grande envolvimento por parte do ouvinte, se o mesmo deseja realmente tirar maior proveito do álbum. Matheus Moura
EP da carreira (possuem também três álbuns). Muitos podem se questionar se vale a pena ouvir apenas cinco faixas devido ao tempo das músicas. Grave engano. Com quase quarenta minutos, as composições irão levar o ouvinte a uma outra dimensão, em um mundo psicodélico, no qual as guitarras de Thomas Erak servem como transporte dimensional. Gritos e melodias se alternam com maestria. A idéia de “Phantom on the Horizon” gira em torno de cinco capítulos, que retratam a estória de um navio espanhol encontrando uma embarcação fantasma de outro mundo. É simplesmente fantástico o que é feito envolvendo este tema, pois este campo paradoxal é transmitido durante cada segundo do EP. Duas faixas ganham destaque devido ao virtuosismo e a forma hipnótica com que prendem o ouvinte: “Chapter I: Introverting Dimensions” e “Chapter III: Nostalgic Mannerisms”. Indicado para fãs de The Mars Volta e The Number Twelve Looks Like You. Aos que curtem um som linear, com previsibilidade e uma roupagem comportada, será difícil gostar. A arte de capa está belíssima, tornando-se um grande atrativo para o sortudo que conseguir uma cópia, já que foram lançadas apenas 3.000 no mercado. Igor Lemos
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resenhas [7] Outlaw Order Dragging Down The Enforcer Season Of Mist
Outlaw Order é uma super-banda. Formada por quase todos os membros do EyeHateGod, pelo baixista do Crowbar (o antigo, também do EHG, teve de deixar a banda para cumprir sentença em uma prisão) e pelo guitarrista do Soilent Green, fazem o que era de se esperar: som sujo e denso com a cara dos 3 grupos embrionários. “Dragging Down The Enforcer” é o primeiro longa, vindo 5 anos após o EP de estréia (“Legalize Crime”). Aquelas guitarras cadenciadas bem Doom e Stoner estão presentes, juntas com o baixo super grave e a bateria largada, de sonoridade bem intrincada. O vocal grita para caralho, com uma tonalidade marcante e de característica rasgada, num estilo bem Hardcore. Essas são as principais características, mas logicamente há momentos beirando o Grindcore, com os versos de guitarra no melhor estilo do Soilent Green. Como é de se imaginar, também existem momentos que parecem um verdadeiro tributo à fase “Master of Reality”, do Black Sabbath, justamente porque a sonoridade e os riffs soam absurdamente e absolutamente muito, mas muito parecidos com aqueles que o tio Toni Iommi retirou de sua guitarra no início dos anos 70. “Safety Off” é um grande exemplo disso. É só escutar para relacionar e ter certa nostalgia. Mesmo com vários momentos macabros e soturnos, ainda tem espaço para o momento “alegria no boteco”, como em “Alcohol Tobacco Firearms”, que é bem animada e com um bom punch, incluindo uns discretos solinhos de guitarra. Prato (quase) cheio para os fãs das duas bandas citadas lá em cima, e também de Down, Superjoint Ritual, entre outros. A única má impressão vinda do disco refere-se à produção, levemente normal. Desse modo, dá a impressão de que o Outlaw Order não vai passar de um projeto paralelo que os próprios membros não querem levar muito a sério. Julio Schwan
[7] Dance Club Massacre
durante o full-lenght “Circle Of Death”? Experimentalismo, muito teclado, agressividade do início ao fim e uma sensação de que você não os perderá de vista nem tão cedo. Com destaques como “Risk Is My Business...And Business Is Risky”, “Shenanigans” e “Hoosh Hoosh”, além da excelente arte de capa do talentoso Chad Lenjer, que já trabalhou com Job For a Cowboy e Arsonists Get All the Girls, não haverá desculpa para os fãs da música extrema orquestrada passarem em branco diante deste distúrbio sonoro. Igor Lemos
[7] Nuestro Sangre Massacrados pela ganância...Esmagados pela miséria Necrose Musica
Contrastando com o aspecto pacato da cidade serrana de Teresópolis, os cariocas do Nuestro Sangre estraçalham a serenidade com o seu audível EP de estréia: “Massacrados pela ganância...Esmagados pela miséria”. Não pense que encontrará aqui interlúdios melódicos para amaciar os ouvidos. Os trechos de reportagens presentes no início e no fim do disco, servem, no entanto, para enfatizar e dar respaldo “científico” à pancada que se segue. O engajamento político desse quarteto, que está na ativa desde 2006, é reforçado pela sua sonoridade direta, crua e incisiva. Executam uma modalidade de Hardcore que já foi inclusive comparada a de um ícone brasileiro do gênero, o Ratos de Porão. Toda a temática do EP, que, presumivelmente a respeito do seu título, gira em torno de temas correlatos como: opressão policial; intolerância religiosa no Oriente Médio; e falta de liberdade no mundo moderno; é muito bem aproveitada pela poderosa voz de Fábio Vargas, pelas notas ininterruptas da guitarra de Wellington, e pelo bom entrosamento entre o baixo de Bruno e a bateria de Nelson. Em suma, o EP em questão tem um saldo geral positivo. A boa produção das músicas, a eficácia de sua arte gráfica, e o próprio eixo temático adotado pela banda atestaram sua qualidade. O único pecado cometido foi a leve “enchida de linquiça”, na já pequena duração do registro, com os referidos trechos de reportagens. Entretanto, nada que tire o mérito dessa estréia. Recomendável. Paulo Vitor
Circle Of Death
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Black Market Activities/ Metal Blade
Dance Club Massacre é um nome, no mínimo, interessante para uma banda. Utilizando elementos do Death Metal com o Grindcore e um banho de Metal sinfônico, este grupo de Chicago promete abrir um buraco no meio do crânio do ouvinte, tamanha brutalidade nas composições. Os vocais de Nick Seger são ótimos exemplos de como se deve gritar de forma extrema e precisa; os riffs, breakdowns e tremolos do guitarrista Mitch Hein tornam-se fundamentais na elaboração de uma sonoridade caótica, mas ao mesmo tempo bela junto ao integrante mais louco do DCM, o tecladista Matt Hynek, que dá todo o diferencial. Para completar o line-up temos o baixista James Poston e o baterista Jon Caruso, um verdadeiro animal nas baquetas. Após serem intitulados de “Halloween-core”, o que pode ser esperado
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The Amenta n0n Listenable
O ano de 2008 trouxe para a cena Death Metal diversos lançamentos de bandas que mesclam influências industriais/eletrônicas com a brutalidade usual do estilo, tentando criar uma sonoridade mais moderna e atualizada. Já tivemos, dentro dessa mesma proposta, o lançamento do excelente “Trivmvirate”, dos holandeses do The Monolith Deathcult, e agora vindo de Sydney, na Autrália, chega o segundo trabalho do The Amenta. Para quem não conhece, a banda conta na sua formação com o baterista David Haley, que também é integrante da banda de Technical Death Metal, Psycroptic. Nesse segundo álbum, percebe-se que o The Amenta resolveu
dar mais vazão à sua veia industrial do que no seu trabalho anterior, “Occasus”, de 2004. Com isso, temos, em meio à riffs pesadíssimos e vocais rasgados bastante agressivos, porém não extremamente guturais (lembrando mais as bandas de Death Metal old-school do que o padrão gutural da atualidade), diversas passagens atmosféricas e samples que acabam por dar um clima soturno e, em determinados momentos, até claustrofóbico à sonoridade do disco como um todo. Some isso ao grande trabalho de bateria desenvolvido por Haley e somos brindados com momentos bastante interessantes, como a agressiva “Junky”, repleta de blast-beats e passagens mais aceleradas, a mais cadenciada “Vermin”, que alterna momentos mais calmos com o peso impresso pelo guitarrista Ethion e a faixa que encerra o disco, a assustadora “Rape”, uma faixa bastante atmosférica recheada dos já citados climas soturnos. Temos também algumas participações especiais, como Jason Mendonca (vocalista do Akercocke), que só abrilhantam mais o trabalho dos australianos. Mas nem tudo são flores: o disco foi, segundo o release, gravado em 7 estúdios diferentes localizados em 3 países. Não é justo atribuir esse fato ao produto final, porém é inegável que, em algumas faixas, a banda, apesar de ter boas e criativas ideias, não consegue uní-las e fazer com que o disco flua de maneira homogênea e permaneça interessante ao ouvinte casual durante todos os seus quase 50 minutos. Mas isso nem de longe deve ser um problema para os fãs do estilo, que, se já tiveram um prato cheio com o Monolith Deathcult, ganham mais uma bolachinha que deve agradá-los bastante a cair em suas graças. Se você é fã do estilo, corra atrás sem medo. Hélio Azem
[5] Coronatus Porta Obscura Massacre
Coronatus, grupo alemão praticante do Metal Gótico com alguns elementos Folk, lança agora o seu segundo full-lenght, intitulado “Porta Obscura”, pela Massacre Records. Apesar do título do álbum, não há uma atmosfera muito sombria ou obscura, ao contrário, a sonoridade é até bem comercial e clean em diversos momentos. Um dos motivos para este resultado deve-se à mistura dos vocais de Ada Flechtener, mais próximo do timbre da vocalista do conjunto Deadlock (também alemão) e os vocais líricos de Carmen, lembrando a Tarja, ex-vocalista do Nightwish. As melodias das cantoras da Coronatus são interessantes, mas não memoráveis. O trabalho instrumental também está instável, devido à grande diferença de trabalho entre as composições, pois enquanto algumas são cativantes, outras são entediantes. Acredito que poderiam ter ficado com as seis melhores e montado um ótimo EP. Os destaques do álbum vão para “Fallen”, “Beauty In Black”, “Mein Herz” e “Strahlendster Erster”. A faixa bônus “Volles Leben” é a única que conta com um vocal masculino, porém, a composição em si é bem fraca. Coronatus necessita apenas de um maior entrosamento. A troca de três integrantes pode ter custado bem caro na hora de cada um colocar suas idéias nas composições. Por enquanto, um lançamento que deve ser apreciado com faixas selecionadas. Igor Lemos
[5] Warship Supply and Depend Vagrant
Após a notícia de que a From Autumn To Ashes iria entrar em um hiato indeterminado, ou seja, um modo formal para dizer que encerraram as atividades, surge o Warship. Mas o que é, de fato, este novo grupo? Simplesmente um projeto criado para dois membros do FATA não ficarem sem compor, simplesmente, pois de inovador não tem nada. O primeiro deles é Francis Mark, o conhecido baterista/vocalista, que recentemente estava na frente dos palcos nos vocais. Era muito melhor quando ele cumpria suas funções na bateria, diga-se de passagem. O outro integrante é o guitarrista Rob Lauritsen, tendo feito a gravação também do baixo neste “Supply and Depend”, lançado pela Vagrant. Tudo aqui é absolutamente parecido com a antiga banda: gravadora, estilo de composição, letras com o mesmo tema. Será que podemos tirar um lado positivo disto tudo? Dificilmente. Apesar de termos diversas passagens mais voltadas ao Rock, ainda assim é uma sombra do grupo que os consagrou, que por sinal já estava em decadência tinha um bom tempo. É uma pena como o tempo foi deixando cada vez pior os lançamentos destes músicos, que um dia criaram clássicos do Metalcore emotivo. Acredito que não irão sobreviver por muito tempo neste “navio de guerra”. Provavelmente irão afundar. Os destaques vão para duas faixas apenas: “Profit Over People” e “Lousy Horoscope”. Indicado apenas para os fãs mais radicais do FATA e, nos momentos mais calmos, os que simpatizam com o bom As Cities Burn. Igor Lemos
[3] Treachery Treachery Independente
Sempre é muito triste quando encontramos uma banda que tem uma boa intenção, mas, infelizmente, não consegue executá-la. É o caso dos caras (ou do cara, pois tem traços que lembram uma one man band) do Treachery, que tenta misturar Dark Ambient com Black Metal. Como o mundo não gira em torno de intenções, todo o esforço acaba indo pelo ralo, ao menos quando tentam fazer a fusão. Digo isso porque há uma faixa somente de Dark Ambient (“Inception”), que apresenta uma atmosfera pura e com muitos sons bem camuflados, soando excelente, de tão apavorante! Mas quando tentam fazer isso e, de quebra, misturar bateria, guitarra e vocais, estragam tudo. “Kiss The Fist” é o grande (mau) exemplo. A bateria soa como uma pena ao vento, sem peso, o vocal sai abafando tudo, as guitarras são tão sujas a ponto de não deixarem a entender quais notas estão tocando, e por aí vai. Já em “Bound In Your Entrails”, a bateria aparece (?). Pouco depois, em “Could Not Find Her Heart”, a bateria volta a fazer cócegas em nossos ouvidos, pois não tem peso, o que deixa um ar questionador,
justamente porque qualquer bateria tende a ter, ao menos, o bumbo grave. O som, de uma forma geral, é tão caricato que chega a soar como algo que foi gravado em uma fita e depois passado para o computador através daquele microfonezinho tradicional. Ridículo! Uma pena, sinceramente. Um esforcinho a mais na gravação e na mixagem iam deixar ao menos audível. Entretanto, do modo como está, é difícil aguentar escutar mais que uma música inteira. Julio Schwan
[8] We Butter The Bread With Butter Das Monster Aus Dem Schrank Redfield
Esta não é a primeira vez em que apenas duas pessoas conseguem fazer um trabalho mais brutal, dinâmico e marcante do que um grupo com cinco ou seis integrantes. Seguindo a linha da I Set My Friends On Fire, onde um integrante é responsável pela parte eletrônica junto ao instrumento de corda e o outro fica nos vocais, surge a We Butter The Bread With Butter. Formada em 2007, a WBTBWB fará um som calcado no Deathcore, misturando ao Grindcore e, o mais especial, o Electrocore. Marci e Tobi, os dois responsáveis por este projeto, fizeram um trabalho digno de álbum revelação do ano, uma boa surpresa. Utilizando breakdowns, gritos enfurecidos constantes, sem nenhuma melodia durante o full-lenght, tremolos pickings, teclado, pedal duplo e elementos eletrônicos do início ao fim, “Das Monster Aus Dem Schrank”, como foi intitulado, ficará na playlist do ouvinte durxante muito tempo. Apesar dos quarenta minutos, muito bem divididos em 18 faixas, você ainda achará bem pouco. Com certeza ficará esperando um novo material destes dois músicos. Não há como não se impressionar com composições como “Schlaf Kindlein Schlaf ”, “Das Monster Aus Dem Schrank”, “World Of Warcraft”, “Fuchs Du Hast Die Gans Gestohlen” e “Alle Meine Entchen”, para citar apenas as mais legais. A capa ainda lembrará uma das lâminas do Teste de Rorschach, um tipo de avaliação psicológica. Insano. Agressividade alemã de primeira em um mar de inovações e criatividade. Igor Lemos
[8] Adrede Em Nome da Sujeira Z Records
Apresentar os paulistas do Adrede como um dos sobreviventes do New Metal/Rapcore, considerando toda a discussão “apocalíptica” em vigor a respeito desse gênero, faria com que muitos ouvintes se indispusessem com a banda por mero preconceito, antes mesmo de conhecer as músicas - o que seria uma pena. “Em nome da sujeira”, o bem-sucedido debut desse sexteto de Indaiatuba contém claras influências de Hip-Hop, Rock (com a sujeira da guitarra típica do Grunge) e até do Funk. Tudo dentro da estrutura das músicas do
[8] Architect Ghost Of The Salt Water Machines Black Market Activities
Architect, banda de Mathcore americana, vem ganhando cada vez mais espaço na cena do Metal caótico com o seu estilo agressivo e imprevisível. É importante não confundir este grupo com outros que possuem nomes quase idênticos, como The Architects ou Architects. O engraçado é que todas elas seguem o mesmo gênero. Porém, o nosso foco é no Architect, no singular mesmo. Após a boa aceitação do “All Is Not Lost”, de 2007, se preocuparam em como iriam repetir o sucesso do seu antecessor. Quase conseguiram. “Ghost Of The Salt Water Machines” mantém toda a loucura, riffs destruidores, gritos precisos e o instrumental dissonante. Porém, está um tanto que organizado, coeso. Obviamente isso não será um ponto negativo. Começando de forma bem normal, através de dedilhados com um leve efeito de guitarra, “Camelot in Smithereens” engana o ouvinte perfeitamente, quando mudam as bases para uma dissonância incrível, caindo logo nos gritos de Keith Allen. A terceira faixa será uma brutalidade que agradará a muitos amantes do Mathcore. Com o seu “Fuck tomorrow! Live for today!” berrado sem parar junto à batida precisa de Anthony Michel, “Lamplighter” é, de longe, a melhor faixa do álbum. “Death and Taxes”, “House of 1000 Habeus Corpses” e “The Dog and Pony Show” também chamarão bastante atenção devido à versatilidade instrumental. É para ficar imaginando como um moshpit funciona em uma apresentação do Architect. Em resumo, um Mathcore sem firula. Nada de Jazz, orquestra ou música caipira de repente, apenas pancadaria. Possuem todo o potencial para chegarem a um novo patamar. Ao menos se livraram do tão temido “segundo álbum”. Imperdível! Igor Lemos
Adrede está interligado, é como uma reação em cadeia. O baterista Marcelo, por exemplo, imprime uma levada sincrônica com o baixo de Guto, cheio de groove e fundamental na música. Este, por sua vez, também se conecta a outro elemento - os riffs sujos e cadenciados de China. Sobre isso, os dois vocais fazem a sua parte. Xavier tem o seu estilo mais voltado para o Rap, com vocais mais limpos e quase falados. Já Roger, atua direcionado ao Rock, mostrando vocalizações rasgadas, felizmente inteligíveis. Intercalado a eles, está o Dj R3, que se faz presente em intervalos bem dosados e não exagera nos scratches e demais efeitos. Somado às faixas: “Adrede”; “Mídia Urbana”; e a que dá nome ao registro; o disco é engrandecido por uma série de fatores. São eles: a participação especial de Andreas Kisser (Sepultura), que gravou em “O Troco”; o material multimídia bônus (com “Making Of ” do disco, e ainda o videoclipe de “Cada Cabeça Uma Sentença”); a arte gráfica do álbum; a produção das músicas; e a invejável embalagem em formato digipak. Um disco de alto nível que está acima da média para uma estréia. Imperdível. Paulo Vitor
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resenhas [6] Tangaroa One Hand For The Knife, One Hand For The Throat Anticulture
Na mitologia maori, Tangaroa é um dos grandes deuses, o Deus do mar, mais especificamente. Um nome bem escolhido para um grupo que pratica Mathcore, na linha de bandas grandiosas como o finado Sikth, The Dillinger Escape Plan e, em alguns momentos, o The Number Twelve Looks Like You. Formada em 1998, no Norte da Inglaterra, logo conquistaram seus primeiros fãs com a ótima mistura de Prog-Grind-Jazz-Metal. Obviamente, não é qualquer um que é capaz de ser virtuoso o suficiente para tocar esse gênero, porém, Tangaroa irá fazer um tanto de masturbação sonora, o que torra a paciência com o tempo. O Mathcore jamais buscou linearidade nas linhas instrumentais, isso é evidente, porém, em alguns momentos, “One Hand For The Knife, One Hand For The Throat” torna-se um pouco maçante, pois fica apenas na mesma loucura do início ao fim, sem ter algo que seja característica própria, mas apenas recortes de tudo que já existe nesta vertente musical. Contudo, não irei tirar os méritos que possuem em outros momentos, pois são bons no que fazem. Começando pela insana “Turn Off the TV, Shut the Magazine”, logo mostram o seu cartão de visita, um golpe de técnica e brutalidade; “Swimming In The Sea”, a quarta faixa, lembrará, em muito, a Meshuggah e Mnemic; “Jupiter Sheep Farm” se diferencia pela atmosfera mais envolvente e lenta. Ainda cabe pontuar a interessante “D’ya Hear That Wolf?”, que finaliza o full-lenght. De fato, possuem potencial para chegarem longe, será necessário apenas achar um pouco mais de cara própria no que é feito, pois ainda se assemelham aos nomes que se consagraram no gênero. O álbum é regular, mas possivelmente irá fazer a alegria dos amantes do Mathcore. Igor Lemos
[7] Becoming The Archetype Dichotomy Century Media
Eis aqui uma banda de deixar o ouvinte a pensar. O “arquétipo” pode ser várias coisas, como “o primeiro modelo de algo”, ou até algo que “designa as idéias como os modelos de todas as coisas existentes”. Quanto à “dicotomia”, também pode ser várias coisas, mas o núcleo imutável do conceito é que seja a divisão de duas coisas, ou o espaço entre elas. No início, quando usavam outro nome, tocavam uma mistura de vários tipos de Metal (basicamente Death e Thrash) com o moderno Metalcore. Após certo trabalho, ganharam um leve reconhecimento de decidiram mudar o nome. Buscaram-o no Gênesis. Hoje, no terceiro álbum e após trocas de membros fundadores, o grupo nos apresenta um Death Metal bem progressivo. Em suma, “Dichotomy” é isso: Death Metal
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hornsup #5
progressivão, com passagens de piano (ok, é um teclado, mas as passagens com som de piano são as que imperam), adição de alguns vocais limpos, super-efeitos de produção para deixar tudo soando épico, entre outros. A quem ainda não os ouviu, estão fazendo algo na mesma linha do Between The Buried And Me, mas não tão técnico e sem tantas quebradeiras. Os destaques ficam por conta de “Ransom” (introdução memorável no teclado, solo de guitarra furioso e um breakdown para aniquilar tudo de vez) e “Deep Heaven” (essa marca por possuir uma ponte totalmente experimental no teclado, começando aos 2:30 minutos. Ouça e surpreenda-se!). Um disco interessante e trabalhado, em todos os aspectos. Ao que pudemos ver, os rapazes vêm melhorando a cada álbum! E se assim continuarem, o próximo pode transformá-los em uma das principais bandas da atualidade, dentro do estilo. Julio Schwan
[8] Jeffrey Dahmer Aurora Independente
Insano, doentio, e ao mesmo tempo altamente complexo, como só a mente de um serial killer pode se comportar. Assim é “Aurora”, este sensacional EP de estréia do Jeffrey Dahmer. Formado a partir de ex-membros das bandas Are You God?, Presto? e Hutt, o JD herdou, inegavelmente, alguns traços que já lhe pertenceram ao passado, contudo, possui uma fórmula única e infalível de combinar elementos de Grindcore, Math Metal, Hardcore e Death Metal. A junção de todas estas vertentes, e como se cria o som da banda a partir de tal, é o ponto alto da banda. Estruturas intrigantes, descompassos e contratempos, alternância entre agudos e graves, exploração de sons extremos, transição abrupta de ambientações. Isto é o mínimo que se pode decifrar dessa obra um tanto quanto enigmática. É certo que uma banda estreante qualquer, muito dificilmente chegaria a este nível de técnica e maturidade sem que já houvesse tido experiências anteriores, como é o caso desse quinteto veterano. Composta por: Sérgio Hernandes (guitarra); Nelson Junior (vocal); Hélio Siqueira (vocal); Rodrigo Hiro (Bateria); Rodrigo Buitoni (baixo, mas que, no entanto não chegou a gravá-lo); a banda já começa a colher os frutos de seu bom trabalho e da divulgação ampliada proporcionada pela disponibilização gratuita e na íntegra, em sua página no MySpace, do EP em questão. Já estão confirmados como uma das bandas de abertura das apresentações em solo brasileiro do Silverstein e do As I Lay Dying. “Aurora” foi, sem dúvida, um grande lançamento de 2008. E a arte imita a vida... Em sua plenitude e em alto e bom som. Paulo Vitor
[8] Dreamshade To The Edge of Reality Independente
Isso é que é um exemplo de crescimento rápido! Com apenas dois anos de banda, os suíços vêm detonando um Death melódico bem na linha dos conterrâneos nórdicos, só que com uma sonoridade e composições totalmente profissionais. Se você gosta de Children of Bodom e Imperanon, tem que conferir esses aqui o quanto antes. As composições seguem aquela linha: longa duração (geralmente de 5 a 6 minutos), muito trabalho de guitarra em dupla, solos, passagens sinfônicas no teclado, vocal rasgado e ocasionalmente bem gutural, etc. O melhor de tudo é que as linhas melódicas das guitarras não são extremamente melódicas, e os moleques ainda emendam vários power chords, fazendo um bom revezamento entre peso e harmonia. Pecam quando tentam impor o teclado (bem infantil, por sinal. Parece aquelas batalhas de desenho japonês), mas ganham pontos com o som da bateria. Simplesmente esmagador. Os dois bumbos são sempre notáveis, sem contar quando o baterista soca o braço no china - é pra deixar atordoado, de tanta paulada. De uma maneira levemente progressiva, conseguem explorar bem as coisas que criam com a experiência que possuem. A tendência é só melhorar, visto que andaram tocando no Metalcamp (grande festival da Eslovênia). Vamos esperar por mais. Quem sabe não estamos diante de um nome promissor? Julio Schwan
[8] The Eyes of a Traitor A Clear Perception Listenable
Imagine cinco moleques com cara de nerd. Agora imagine uma banda de Death Metal. Agora junte isso com mais um pouco de insanidade sonora. Pois é! Com um pouco mais de dois anos de existência, a banda inglesa The Eyes of a Traitor, lança o seu novo álbum, “A Clean Perception”, e colhe os frutos de sua dedicação com muitos shows e turnês nervosas. Para quem ainda não conhece e está entrando nesta onda, a banda aplica sua selvageria com 10 faixas bem malvadas e trabalhadas, mas um pouco cansativas de se ouvir. Na verdade, o som se parece muito com todas as bandas do gênero, onde os vocais e as pegadas das guitarras são sempre os mesmos. Mas, apesar disso tudo, o som é de pura qualidade. Os integrantes devem estar na faixa dos 17 anos, e mesmo parecendo novos, os caras têm maturidade. Tocam super bem e mandam ver nas composições com notas bem desenhadas, solos nada simples e um pouco de obscuridade. A faixa de abertura, “Under sieger”, assim como as faixas “The Impact of Two Hearts”, “Escape These Walls”, “Misconceptions” e “Hands of Time” são bem bacanas e merecem destaque pela intensidade. A qualidade do álbum está muito boa e os instrumentos estão bem legíveis. “A Clean Perfection”, que foi lançado pela Listenable Records, com certeza correrá todos os continentes e arrancará elogios de muitas pessoas. Mesmo sendo uma banda iniciante, vale super a pena conferir o trabalho dos caras que está bem atrativo e, com certeza, muita coisa boa ainda vai rolar para eles. Gláucio Oliveira
[8] Abstract Rapture Democadencia Maddening Media
Completando, em 2009, 8 anos de existência, o Abstract Rapture só conseguiu lançar seu álbum de estréia no ano passado. O grande “empurrão” na carreira da banda foi terem ganho o Wacken Metal Battle de 2007 em Luxemburgo, que também lhes garantiu uma vaga no Wacken Open Air. A seguir, surgiu o contato com a Maddening Media e o lançamento de “Democadencia”. Catalogálos é simples: Thrash Metal moderno. Agora, nomear suas influências é complicado. Conseguem, logo no debut, misturar diversos elementos de uma forma bem pessoal, trabalhada e profissional. Pegue o groove heavy weight do Sepultura (das antigas) e Machine Head, adicione um tempero de Gotemburgo nas melodias das guitarras e um vocalista versátil. Essa é a base do álbum. A produção detalhista e o som “gordo” e cristalino ajudam a abrilhantar o conjunto. A mescla do músculo e balanço do Thrash norte-americano com o virtuosismo e melodia Death europeu está feita com um dinamismo impressionante. Dritt, o vocalista, consegue pular dos berros a lá Phil Anselmo (ex-Pantera) para refrões melódicos (que lembram a David Draiman do Disturbed) sem dificuldade. Yog e Nol, a dupla das 6 cordas, apresentam um leque de riffs invejável. “Democadencia” não chega a ser groundbreaking, mas brilha pela honestidade, peso e balanço. Matheus Moura
[7] Uninvited Guest Malice in Wonderland
ainda de uns efeitos de produção, algo como uma mistura de “reverse” e modificações nas freqüências do teclado, bem legal. Como esse é só o segundo álbum deles, fica a esperança de que mantenham os pontos positivos e tentem eliminar os negativos - melhor dizendo, o negativo: as interpretações exageradas. No mais, criativo e ousado, até um tanto quanto raro nos dias de hoje. Julio Schwan
[3] Memorial Death New Order Independente
Memorial Death é uma banda com uma grande história e, portanto, merece respeito. Surgiram em 1992, em Vitória, Brasil, e hoje encontram-se em Portugal, geralmente tocando em outros países do solo europeu. Mas escutar esse EP é, no mínimo, curioso. Sabe-se lá como isso aconteceu, mas é totalmente estranho para uma banda experiente. A execução não é muito precisa e a gravação e a produção são precárias, sem contar que muito do que é tocado é bem previsível. Em algumas horas, nem é culpa da banda, como em “Alone In The Dark”. Esse é o som mais diferente, apresentando até uns violões e etc. O problema é que a produção deixou os violões estridentes pra cacete, a ponto de incomodar o ouvido. Em outros momentos, contudo, a tropicada é do próprio grupo, como em “New Order”, onde há umas risadas com a intenção de soarem malvadas, mas acabam por ser apenas cômicas. Um outro momento marcante (felizmente, no bom sentido) é em “Ship of War”, faixa completamente influenciada pelo grande Pantera! Mas de bom mesmo, temos pouco. Em suma, é uma banda recheada de boas intenções, mas precisa melhorar na hora de colocá-las em prática. Julio Schwan
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Maddening Media
Vem do Reino Unido essa ousada banda. O que você imaginar que possa estar englobado dentro dos mundos do rock gótico e do industrial está aqui na sonoridade deles. Passam do já citado gótico ao Synth Pop, ao Folk, à ópera, à encenação com barulhos e sons incomuns na música, porém típicos em peças de teatro; resultando em um álbum recheado de boas idéias - principalmente nas letras, as quais deixam claro que o mundo é maravilhoso e os seres humanos são a malícia -, mas de difícil audição. Como dizem, “o mundo vive de atos, não de palavras”. As palavras estão ótimas, e várias das músicas também, mas parece que perdem a noção de quando dão mais espaço ao teatro do que à música. As duas primeiras faixas são ótimas. “Mother nature made a monster” e “Abigail” representam muito bem o talento e a criatividade de todos os instrumentistas, mas já em “Strange Gothic Romance” e “The Law of the Playground” exageram na voz, ocultam o instrumental, deixando tudo parecer como aqueles CD’s de histórias narradas para crianças que ainda não sabem ler. O álbum termina com “Double Dare”, uma das mais pesadas na guitarra, dotada
The Faceless
[5] Napalm Death Times Waits For No Slave Century Media
Napalm Death é o nome que sempre será lembrado pela maioria como o de “banda criadora do Grindcore”. Apesar de alguns alegarem que já havia uma banda japonesa fazendo isso, ou até que o Terrorizer já tocava antes deles, o Napalm leva o trunfo, e ainda rodeado de alguns fatos estranhos. Por exemplo: lançaram o álbum “Scum” com duas formações diferentes, uma em cada lado do LP. E nesse clima seguiram... Hoje, já não há sequer um membro original! “Times Waits For No Slave” chega 2 anos após “Smear Campaign”. Na contramão do que muitos imaginavam, ele não segue inteiramente a mesma linha dos álbuns anteriores, que foi de repetir a mesma fórmula constantemente. De início, com a matadora “Strongarm” (porrada do início ao fim em todos os instrumentos, com direito a um ótimo revezamento do vocal gutural com rasgado) e as duas faixas sequenciais a ela, pode até ser essa impressão dos anteriores. Todavia, do meio ao fim, fica claro que há elementos incomuns na história do grupo, como a adição de breakdowns e de umas passagens mais cadenciadas. A mistura entre os andamentos lentos, mornos ou velozes também é notável, e, francamente, isso não soa bem, pois torna as músicas indefinidas e bem medianas, sem aquele pique que deixa cada vez com mais vontade de escutar, encontrado na maioria dos demais álbuns. Como possui 50 minutos de duração, a maioria deles sem nada demais a acrescentar, o álbum acaba por se tornar demasiadamente decepcionante, vindo do Napalm Death. Escute “Downbeat Clique” e “Life and Limb” para entender. Lá no fim, ao menos, há mais um pico de empolgação, com “A No-sided Argument”, dotada de um dos solos mais legais já registrados por ele. Infelizmente, esse acaba por ser mais um na lista dos poucos álbuns do Napalm Death que não serão tão cultuados. É uma pena, pois tenho certeza de que a maioria aqui gostaria de poder presenciar um grandioso lançamento e vê-los tocando pelas terras brazucas, mas fazer o quê se a época do “Scum” e do “Harmony Corruption” já passaram? Julio Schwan
Planetary Duality Lifeforce
Aliando a brutalidade do Technical Death Metal com muitos elementos do Metal Progressivo, a banda The Faceless lança um álbum digno de total atenção. Abusando do virtuosismo em todos os instrumentos, a sonoridade ficará muito próxima de trabalhos de grupos como Between The Buried and Me, The Human Abstract e a pancadaria de conjuntos como Whitechapel e The Eyes Of A Traitor. Porém, isso não significa, em nenhum momento, que são meras cópias, ao contrário, “Planetary Duality”, lançado pela Lifeforce Records, é um banho de criatividade, além de ser uma fuga de toda a falta de iniciativa que muitas bandas possuem em trilhar caminhos desconhecidos. O merecimento da The Faceless veio justamente pelo espírito de criação sem fronteiras. E o resultado veio com isso: turnês com Meshuggah, Necrophagist e Aborted, além de estarem fazendo cada
vez mais fãs. Partindo para as faixas do fulllenght, é indiscutível o excelente trabalho de guitarras (solo, tremolo picking, breakdowns, passagens lentas) em faixas como: “Prison Born”, “The Ancient Covenant”, “Coldy Calculated Design”, “Legions Of The Serpant” e “Planetary Duality II (A Prophecies Fruition)”. Além delas, ainda há algumas faixas do tipo interlúdio, que são de muito bom gosto. Os vocais de Demon Carcass são bem voltados ao timbre dos vocalistas tradicionais do Death Metal, impressionando em cada composição, porém, ainda há melodias, mesmo sendo raras. O baixista Brandon Giffin é um verdadeiro monstro, assim como o baterista Lule Cooper, um abusador de pedal duplo e viradas. Um álbum que ficará entre os melhores do gênero, com certeza. Vale a pena aproveitar cada segundo, pois não é todo dia que você pode escutar algo tão bom. Igor Lemos
hornsup #5
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resenhas [8] Through Your Silence Whispers To The Void My Kingdon Music
Seguindo a linha de bandas como All That Remains, Soilwork e Dark Tranquillity, estes italianos, vindos de Milão, lançam o bom “Whispers To The Void” pela gravadora My Kingdon Music. Apesar do Death Metal Melódico ser consagrado em solo europeu e já possuírem muitos nomes deste gênero neste continente (principalmente na Suécia), ainda assim há um espaço para a Through Your Silence mostrar do que é capaz. As linhas melódicas nas guitarras de Marco Tafuri e Fabio Curci são um show de exibição em diversos momentos, junto aos vocais de Massimo Raineri, que diversifica muito bem seus gritos, sendo considerados uma nova promessa neste estilo musical no mercado da música pesada. Além destes aspectos, ainda são inseridos vocais femininos, pianos, violinos e um punhado de ambientações muito interessantes. “Whispers To The Void”, “The Groom” e “Failure” são três composições agressivas, porém, com ótimas passagens melódicas nos vocais de Dalia Orsi. “War Children” utiliza mais os elementos orquestrados, dando uma sintonia diferente durante a audição. “Desire”, “Mass Killer” e “Scarred By Your Hands” vão para o Deathcore junto ao Death Metal Melódico, com breakdowns matadores. Ao ouvir algumas vezes o álbum você começa a encontrar características próprias desta banda, que possivelmente irão se desvelar com uma frequência cada vez maior em seus próximos anos. No momento, o resultado agradou. Igor Lemos
[9] Mortal Form Taste The Blood
Blood” (também possuem duas demos, um full-lenght de 2002 e um split). O álbum é bom do início ao fim, mas existem as faixas ótimas. São elas: “King of Gauls” (bons solos por parte de ambos os guitarristas e um andamento bem variado na bateria), “Territorial” (o refrão é pra sair gritando junto) e a faixa-título (uma das mais trabalhadas do disco, numa análise geral). Sem dúvida alguma, um grande exemplo de persistência e força de vontade. Após tanto trabalho, nada mais justo que uma recompensa, e garanto que eles a terão! Julio Schwan
[6] Assassiner Other Theories Of Crime Independente
Sempre rola aquela famosa piada quando falamos de Portugal. A padaria é sempre de um tal de Manuel… mas falando de música, a cena de Portugal tem mostrado que na padaria do seu Manuel, a fornalha é de puro Metal. De origem portuguesa, a banda Assassinner lançou recentemente (em Setembro do ano passado) a demo “Other Theories of Crime” baseada no mais puro e velho Thrash Metal. Com apenas três faixa: “No Future Questions”, “I Against All” e “Dream Murder Song”, o trio português consegue mostrar um som bem tradicional e agressivo com influências do Slayer, Kreator etc. A demo está bem gravada. O vocal repleto de ódio toma conta dos nervos, assim como as composições que agradam por sua criação, mas nada que vá chamar muito a atenção. Notas arrastadas criam o ambiente perfeito para as cabeças sacudirem em coreografia no ritmo das notas (o que com certeza é inevitável). É interessante ver que as bandas ainda mantém vivo seus estilos e são fiéis a ele. Mesmo não sendo um álbum completo é notável que terão lugar em breve na cena de Portugal, que cresce mais e mais. Basta agora esperar pelo álbum que deve vir assassinando a tudo e a todos. Gláucio Oliveira
My Kingdom Music
Na primeira vez que escutei esse CD novo do Mortal Form, ainda não os conhecia e nem havia lido nada a respeito. Beleza, escutei o álbum e constatei: é o melhor exemplo de Death Metal fundido com Thrash nos últimos tempos. Só que tem mais. Ainda utilizam muito da estrutura típica do Heavy Metal (vários riffs em dupla, um solo para cada guitarrista - nos quais o andamento dos demais instrumentos também variam -, bateria com andamento mais focado nos 2 bumbos, etc, etc).Realmente muito bom. Aí fui pesquisar sobre eles, e com o que me deparo? Saca só a url do MySpace dos caras: “/ whendeathmeetsthrash”. O mais legal, contudo, é que a sonoridade do álbum é esmagadora! Mesmo com riffs em dupla, não soam melódicos nem limpos, como a maioria das bandas que tocam algo do gênero. Os solos, por sua vez, encaixam-se adequadamente no clima das músicas. São velozes e agressivos, na maioria das vezes. Conseguiram fazer um álbum bem variado, trabalhado e, portanto, criativo. Um daqueles álbuns que dá gosto de escutar. Talvez tudo isso se deva à experiência, pois a banda surgiu em 1999. Inacreditavelmente, só chegam ao grande público com “Taste The
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[7] Kreator Hordes Of Chaos SPV
O grande ápice do Thrash Metal foi nos anos 80. A queda e a extinção de boa parte das bandas foi em 90. E a volta? Em 2000, ué. Kreator, Sodom, Destruction, Tankard, Metallica, Exodus, Slayer e diversas bandas conseguiram lançar trabalhos de volta às origens - ou quase isso, já que muitas incrementaram toques novos à musicalidade. O Kreator voltou em 2003, com “Violent Revolution”. Foi um álbum bom, marcando a volta ao estilo (porque em 90, passaram por uma fase mais experimental. Quem lembra da música com o Lacrimosa?), mas faltava algo. Esse algo veio com “Enemy Of God”, em 2005, um grande exemplo de brutalidade! E “Hordes Of Chaos” vem só para fixar de vez tudo isso! Vamos aos fatos: O vocal único do Mille está aqui e em grande estilo,
a bateria veloz de Ventor continua marcando presença com sua técnica, e os riffs de Sami Yli-Sirniö (ô nome fácil, hein?!) continuam marcantes. Mas a presença deste trio acaba por esmagar o pobre baixista. Quem mesmo? Bom, nem adianta saber, porque o que fizeram é sacanagem! O baixo só se escuta com muito esforço (muito mesmo). Ele fica oculto pelos riffs em dupla, pelos solos e por tudo mais. Apesar deste grande ponto negativo, faixas como a título (que refrão viciante!), “Radical Resistance” (lembrou muito a época do “Extreme Aggression”) e “To The After Burn” (começa na manha, mas o fim é de foder com os ouvidos) tornam a audição do álbum bem prazerosa! De fato é exagero esperar mais um “Endless Pain” - lembrese, lá se vão mais de 20 anos! -, portanto não vá com tanta sede ao pote! “Hordes Of Chaos” traz muito da agressividade das antigas, assim como excelentes riffs, solos e o vocal único de Mille, mas peca em ocultar o baixo e impor as guitarras limpas e em dupla. Julio Schwan
[9] Cradle Of Filth Godspeed On The Devil’s Thunder Roadrunner
Se existe uma banda do cenário Black Metal que dispensa apresentação é a britânica Cradle Of Filth. Porém, para os leigos, vale um breve histórico. Conhecidos pela junção do Metal Gótico com elementos sinfônicos, além de letras envolvendo o satanismo, poesias, mitologia e filmes de horror, esses veteranos lançam o oitavo álbum de estúdio, intitulado “Godspeed On The Devil’s Thunder”. O full-lenght será trabalhado com diversas narrações no início das faixas e o responsável por isso foi Doug Bradlel, o ator que representou o papel de Pinhead, o famoso personagem de Hellraiser, um dos títulos de terror mais conhecidos. As letras se referem ao século XV francês, contando a vida de um homem que lutou ao lado de Joana D’arc. Ele era tido como um serial killer e satanista. Porém, toda essa opção da banda pelo lado negro nada mais é do que um chamativo, segundo os próprios integrantes, pois isso não faz parte de suas crenças. Em relação ao som, eles irão manter o que os consagrou, músicas bem trabalhadas, com muito instrumental, os conhecidos gritos rasgados de Dani Filth junto aos vocais melódicos de Sarah Jezebel Deva, além do ótimo baterista Martin Skaroupka. Porém, ainda mais obscuro que os últimos lançamentos, que ficaram devendo neste quesito. As guitarras estão bem trabalhadas, não há como negar o bom trabalho de Charles Hedger e Paul Allender, pois cada música é única na mãos destes talentosos instrumentistas. O baixista Davy Pybus dará ainda mais peso, e o tecladista Mark Newby-Robson, uma sinfonia que irá agradar em muito. Em relação às composições, algumas faixas irão se destacar: The Death Of Love, pelas belas melodias nos vocais; as longas Midnight Shadows Crawl To Darken e Darkness Incarnate (uma das mais sombrias) e Godspeed On The Devil’s Thunder. Além das maestrais estruturas musicais, podese afirmar que estão de volta com boa atuação, podendo ser colocado como um dos melhores álbuns do ano no gênero. Igor Lemos
[8] Fall Out Boy Folie à Deux Mercury
Consagrados no cenário Pop Punk e já tendo vendido milhões de cópias, Fall Out Boy irá propor um novo passo em sua carreira, com uma sonoridade diferenciada e mais voltada para um Rock Alternativo com ambientações criativas, bem próximo ao que foi feito pelo Panic! At The Disco no último lançamento deles. Tudo isso tem um motivo: renovação. Com sete anos de estrada, o FOB irá presentear os fãs com o ótimo “Folie à Deux”, o quinto álbum de estúdio. Para os que não são da área da saúde mental, este termo francês que dá título ao full-lenght trata-se de uma patologia rara, voltada a uma psicose que é sustentada por duas pessoas, em uma espécie de adoecimento mútuo. Porém, não há nenhum tipo de desordem aqui, ainda mais no que se refere ao som, que está arrumado e muito maduro. Liderados por Patrick Stump, um vocalista e guitarrista versátil que vem aprimorando suas técnicas de canto cada vez mais; Andy Hurley na bateria, que cumpre o seu papel, não sendo muito exigido; o polêmico baixista Pete Wentz e o guitarrista Joe Trohman, ambos no backing vocal, a FOB mantém uma formação coesa e muito bem entrosada. Prova disso são os feitos como o primeiro single “I Don’t Care”, além da interessante “Disloyal Order of Water Buffaloes”, que abre muito bem o álbum. Ainda ganharão destaque “(Coffee’s For Closers)”, “America’s Suitehearts”, “27” e “Beat It”, um clássico de Michael Jackson. Participações especiais serão atrativos neste “Folie à Deux”. Foram convidados Lil Wayne, Pharell (o produtor do álbum), Panic! At The Disco e Debbiee Harry da Blondie. O resultado foi muito agradável, pois foram no caminho oposto do lugar comum, criando composições sólidas, inteligentes e cada vez menos voltadas ao Pop Punk. Igor lemos
[8] Too Pure To Die Confess Trustkill
Doidera, mistureba. Na verdade não é muito bem isso. Aparentemente “Confess”, novo álbum da banda Too Pure To Die, não tem nada de doidera, mas sim muita técnica junto a peso, notas abafadas, vocais absurdos e digamos, uns “barulhinhos” quase imperceptíveis. De Des Moines, Iowa, o Too Pure to Die, composto por cinco rapazes de franja, busca na raíz do Hardcore a influência de suas músicas e faz um som meio duvidoso. O vocal meio old school funciona muito bem com outro na linha do Post-Hardcore. Na verdade, a banda parece uma mistura de Hatebreed com o vocal do Eighteen Visions. Poderia inclusive ser um projeto paralelo de ambos. A faixa de abertura, “Confess”, que também intitula o álbum, mostra de cara o que difere esta banda das outras. A coordenação entre o pedal e as cordas é muito boa e a melodia, tanto das notas quanto dos vocais, deixa nítida a violência sonora que seguirá no restante do ál-
bum. Este é o segundo álbum da banda que por sinal está bem gravado e é bem interessante. É provável que esta seja mais uma banda que muitos irão classificar como “Metalcore”, mas é notável que exista um diferencial e provam que tem talento e consegue fazer um som de qualidade. É difícil destacar algumas faixas, até porque todas têm um “Q” de diferença e intensidade. São 11 faixas bem pesadas com músicas que agradam facilmente os ouvidos, mas, para alguns, podem parecer repetitivas por serem um pouco usual. Gláucio Oliveira
[7] Dawn of Winter The Peaceful Dead Massacre
Essa experiente banda alemã de Doom Metal está na estrada desde 1990, quando adotava o nome de Cemetery. Em 1991, já como Dawn of Winter, lançou a 1ª demo, “Path of the Worm”. Apenas em 1998 veio o 1º álbum, “In the Valley of Tears”, e só agora, 10 anos depois, lançam seu segundo disco, “The Peaceful Dead”. Tamanha inatividade explica-se: o guitarrista Jörg Michael Knittel e o vocalista Gerrit Mutz dividem seu tempo entre essa banda e seu projeto principal, a banda de Power Metal, Sacred Steel. Completam ainda o line-up o baterista Dennis Schediwy e o baixista Joachim Schmalzried. Em “The Peaceful Dead” temos uma hora da vertente mais tradicional do Doom, na linha de bandas como Candlemass e Saint Vitus. Suas 10 canções estão permeadas por uma atmosfera cinzenta, e procuram passar ao ouvinte uma sensação de inquietude e frieza, como todo bom Doom Metal que se preza, e nisso cumprem bem o seu papel. O andamento das músicas varia entre o lento e o médio, pendendo mais para esse último, mas mantendo-se sempre longe da tendência atual do estilo, o arrastado. Isso faz com que não tenhamos canções tão longas e torna a audição do disco mais agradável e menos enjoativa. As guitarras, embora sempre em uma afinação mais baixa e com um tom mais grave, conservam uma grande carga melódica. Melodias tristes e carregadas, sim, mas ainda melodias, e são elas justamente que trazem ao ouvinte todo o pesar que o Dawn of Winter imprime em suas composições.O disco é bastante homogêneo de uma maneira geral, porém se sobressaem faixas como “Mourner” com seus riffs bastante sofisticados, “A Lovelorn Traveller” com um belissimo solo e a a longa e gélida faixa-titulo, da qual os mais depressivos certamente devem passar longe. O grande porém desde álbum são os vocais de Mutz. É aquele típico caso 8 ou 80, onde ou você vira fã ou odeia. Eu particularmente achei seu timbre bastante agradável, tentando soar épico sem perder o ar e lamentação que o estilo tanto necessita. Questão de gosto, e aqueles que se arriscarem e derem uma chance a ele poderão ficar surpreendidos de maneira positiva. Recomendado para os dias mais frios. Hélio Azem
[7] Anomally Once in Hell... Independente
[8] The Firstborn The Noble Search Major Label Industries
O Metal Progressivo é um gênero bastante conhecido pelo virtuosismo na execução dos instrumentos, porém, o que dizer quando atrelamos a ele diversos elementos budistas? Eis o que a banda portuguesa The Firstborn irá nos mostrar. “The Noble Search”, quarto álbum de estúdio do grupo, já começa com um ponto muito curioso: uma parte dos lucros do full-lenght irá para a luta pela libertação do Tibete. Este aspecto místico também é visto nas músicas, pois usam frequentemente a cítara, instrumento árabe bastante conhecido. Os responsáveis por este projeto são: Bruno Fernandes, vocal; Hélder Malícia, baixo; Rolando Barros, bateria; Nuno Gervásio, guitarra. Contaram ainda com mais quatro instrumentistas na gravação do álbum, dividindo em cítara, percussão e vocais. Esta forte união com o lado espiritual possibilitou a criação de um álbum claramente autêntico, com uma forte tendência para entrar na lista dos melhores do ano, ao menos no quesito originalidade. As faixas são longas e densas, com muitos riffs pesados, elementos orientais, partes mais calmas que podem até lembrar a Orphaned Land e uma gritaria que dá um sabor especial ao trabalho realizado. Destaco algumas faixas: “Water Transformation”, “`sunyata (The Wisdom of Emptiness)” e “Bliss”. Ideal para os amantes do Metal Progressivo, porém, com diversos toques experimentais. Cabe ainda pontuar que mesmo os ouvintes não tão ligados a este tipo de música podem conferir sem medo, pois foi um grande trabalho realizado por estes portugueses. Igor Lemos
“Once in Hell...” é o álbum de estréia da banda açoriana Anomally. Apontados como uma das revelações da música pesada nos Açores, o quinteto parece disposto a deixar a ilha e conquistar o continente. Esse debut conta com cerca de 30 minutos de Death Metal carregado de tons negros, ambientações malévolas e descargas de brutalidade. Trabalham bem o entrosamento entre a agressividade e a melancolia. Os teclados de Miguel Aguiar fazem toda a diferença quando se trata de criar climas soturnos e assombrados. A voz de Nelson Leal, na maior parte do tempo, se resume a urros monstruosos, mas também aparece mais limpa em alguns momentos do registro. Os pontos altos acontecem quando conseguem ajustar bem a dinâmica entre o Death e o Gothic, como em “No Words from The Dead”, por exemplo. Há passagens em que a voz é muito arrastada e deteriorada, dando uma brutalidade desnecesária e tornando as coisas menos espontâneas. A produção, como um todo, está competente para um primeiro álbum de uma banda independente. O artwork é criativo e de qualidade (do lado de fora da caixa, vem uma etiqueta pendurada como as que colocam dos dedos dos pés dos mortos no necrotério). O isolamento insular não parece afetar o grupo, pois não deixam nada a desejar em relação a boa parte das bandas continentais. Se pretendem alçar novos voos, tem asas pra isso. Matheus Moura
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Comeback Kid
Comeback Kid/clearview Hangar 110 29/11/08 São Paulo (Bra) Último fim de semana do mês de Novembro. O suficiente para os canadenses do Comeback Kid invadirem o Brasil e trazerem abaixo São Paulo e Curitiba, nos dois últimos shows de sua primeira tour sulamericana. Tour esta, que teve início em 20 de Novembro em Quito, Equador e correu o hemisfério sul passando também por Colômbia, Peru, Argentina e Chile. O show de São Paulo foi realizado no sábado, dia 29, e Curitiba encerrou a tour no dia seguinte. Começo da noite de sábado e mais uma vez, infelizmente, chego atrasado ao tradicional Hangar 110, na capital paulista, ouvindo apenas os últimos acordes do Fatal Blow. A banda catarinense foi responsável também pela abertura do show do Comeback Kid em Curitiba. Logo em seguida foi a vez dos paulistanos do Clearview. A banda vem com tudo nesses últimos tempos, abrindo os shows de Madball e Terror em suas tours sulamericanas e recém-chegados de uma passagem pelo Chile e pela Argentina. A banda trouxe muita atitude e energia com seu Hardcore raivoso e bem executado, cantando faixas de seu debut álbum “Love It Or Leave It”, a ser lançado em breve. Nesse momento, a casa já estava cheia e o público começava a se esquentar, mostrando que agitação não iria faltar naquela noite. Os gritos de “São Paulo Hardcore” em coro mostraram a boa relação entre banda e público. Após todos os ajustes necessários, as cortinas do Hangar 110 se abrem para Andrew Neufeld (vocal), Jeremy Hiebert (guitarra), Casey Hjelmberg (guitarra),
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Kyle Profeta (bateria) e Matt Keil (baixista). As cerca de 600 pessoas que ocupavam a casa naquele instante se expremeram antes mesmo do início da primeira faixa, com o mosh se abrindo e a empolgação tomando conta do Hangar. Vieram de cara com “False Idols Fall” e o clima esquentou. A energia era intensa. Sing alongs violentos ecoavam e stage dives eram desferidos um após o outro, incansavelmente. Seguiram com “Die Tonight” e “Broadcasting” - música que leva o nome do último álbum da banda, lançado em 2007. O vocalista Andrew Neufeld pegou a deixa dos caras do Clearview e pedia constantemente a participação do público através do coro de “São Paulo Hardcore”. O show seguiu intenso, com as músicas do álbum “Wake The Dead” sendo as mais executadas. Porém não deixaram de tocar faixas de seu primeiro disco, “Turn It Around”, de 2003. A sequência de sons era esmagadora: “Partners In Crime”, “Changing Face”, “Hailing
On Me”, “Defeated”, “All In a Year”, “My Other Side”, “The Trouble I Love”. Ameaçaram tocar “Wake The Dead” por duas vezes (talvez a música mais conhecida do Comeback Kid e a mais esperada da noite), porém continuaram com “Step Ahead” e “Our Distance”, para, enfim, tocarem a faixa clássica da banda. Ao fim de “Wake The Dead” um momento de apreensão. Um fã da banda desmaiou após um stage dive, mas foi rapidamente socorrido. Após uma pequena pausa e os pedidos do público, o Comeback Kid voltou ao palco para os seus últimos dois sons naquela noite: “Give´r (Reprise)” e “Final Goodbye”, que fechou de maneira precisa mais um grande show promovido pela Liberation Music Company no Brasil. Segundo a própria banda, este show de São Paulo está entre os dez melhores da carreira do Comeback Kid. E eles já querem voltar em 2009! André Henrique Franco Fotos: Mauricio Santana
Face to face Capital Disco 14/02/09 Santos (Bra) Face To Face, banda de Hardcore que dispensa apresentações, aterrissou por nossas terras neste último mês de 2008 para 5 shows (Curitiba, São Paulo, Santos, Porto Alegre e Rio de Janeiro) que antes mesmo de serem realizados já prometiam entrar para a história. Infelizmente por questões de agenda, só pude comparecer ao show de Santos, mas felizmente pude presenciar um dos concertos épicos que os caras prepararam para sua turnê mundial depois de 5 anos sem pisar juntos em um palco. Tradicional na cena Hardcore, o público de Santos lotou a casa, via-se muitas pessoas em frente ao local desde bem cedo. Para a grande maioria, se tinha a impressão de ser uma reunião do colégio ou da escola. Era possível encontrar pessoas e velhos amigos que não se via a mais de 10 anos, mas que ainda compartilhavam o mesmo gosto pela banda que ouviam em sua adolescência ou que tiveram como trilha sonora nos anos 90. Descontraídos e brincalhões desde o primeiro momento, Trever Keith e seu Face To Face demonstraram simpatia a grande prazer em estarem de volta e principalmente por estarem pela primeira vez fazendo uma turnê pela América do Sul. O concerto foi um verdadeiro “Best Of ” com canções de todas as fases da banda e a platéia respondia a qualquer suspiro do quarteto que mesmo demonstrando certo cansaço em alguns momentos do show, não perderam o pique para acompanhar o publico que não parava um segundo. Era um verdadeiro festival de “moshes” e “rodas-punk”. Alguns se jogavam até de cima das grandes caixas de som sem ter ninguém para segurá-los, tamanha a empolgação. O setlist visivelmente feito com todo o cuidado, contava com clássicos como “I Want”, “You Lied”, “Pastel”, o hino “Disconnected”, “A-OK”, “It’s Not Over”, entre muitos outros. A felicidade do Face To Face não parou nos 6 concertos pela America do Sul. Trevor em seu blog no website MySpace descreveu os shows no Brasil como “inacreditáveis” e classificou esta turnê como uma das cinco melhores de todos os tempos. Foi um verdadeiro clássico sem espaços para pontos negativos. Nos resta agora esperar que a banda volte a nos presentear com mais shows pelo Brasil e que não entrem em mais um hiato depois desta turnê. Luiz Felipe Leite Foto: Charline Messa
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UNDEROATH Espaço Lux 14/12/08 São Bernardo do Campo/SP (Bra) Pela primeira vez no Brasil, os norte-americanos do Underoath passaram por aqui para 2 únicas apresentaçãoes. Fomos conferir um o show do dia 14 de Dezembro no Espaço Lux, em São Bernardo (SP), que teve como bandas de abertura Sonni, Musicbox Superhero e Cardiac. Está última ganhou destaque com um som pesado e agitado que colocou a galera no gás total para receber a banda principal da noite. Divulgando seu mais novo CD, “Lost in the Sound of Separation”, o quinto de estúdio da carreira, o Underoath atingiu marcas histórias nas paradas já nas primeiras semanas de lançamento: atingiram o número 8 da Billboard, o número 15 no Top Canadian Albums e o número 1 da Top Christian Albuns. Além disso, presentearam os fãs com o lançamento de uma edição limitada de 5 mil cópias numeradas manualmente e assinadas pelos membros da banda. Já no primeiro som “Breathing in a New Mentality”, que também abre o novo CD, a banda tinha o público nas mãos. Todas estavam muito entusiasmados com a reação da galera, com destaque especial para o tecladista Christopher Dudley, o mais empolgado de todos. Na segunda música, o lugar já estava super abafado, e muita gente teve que ser resgatada da grade, porque além do calor, o público empurrava muito e quem ficou na frente foi absurdamente esmagado. Mesmo
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assim, o show continuou, e até o vocalista, Spencer, pareceu surpreso quando viu “Young and Aspiring” sendo cantada aos brados por todo o público. Enquanto o guitarrista Tim McTague se empolgava em “Desperate Times, Desperate Measures”, uma camisinha inflada, que já voava pelo palco há alguns minutos, estourou no braço da guitarra e levantou ainda mais o público, que já começava a ficar rouco. O novo CD segue a mesma trilha do anterior “Define the Great Line” de 2006, e a banda definitivamente parece ter deixado o peso dos primeiros discos de lado para seguir uma linha, digamos, mais comercial. Isso tudo rendeu a eles (como se pode notar pelos presentes) mais fãs, já que também por essa mudança, tornaram-se mais conhecidos. Como bons cristãos, a banda não deixou de mencionar Jesus e sua filosofia de vida antes da última música, insistindo que não importa se o público é religioso ou não, e que todos estavam ali porque gostavam de música. “Writing on the Walls” trouxe o Espaço Lux abaixo e a banda se retirou para o já esperado bis. Fechando a apresentação com “Everyone Looks So Good From Here”, o Underoath mostrou que sua inclinação religiosa não afeta em nada a postura da banda, nem no palco e nem no som. Gabriela Hesz Revisão e edição: Andréa Ariani Fotos: Caio Paifer
Fim do Silêncio
fim do silencio Rancho 2o/12/08 Guarulhos/SP (Bra) A expectativa para ver qual seria o resultado do segundo CD do Fim do Silêncio ao vivo era grande, já que a banda usou todas as estratégias de divulgação, inclusive liberar todas as músicas alguns dias antes, para fazer a galera chegar lá com todas elas na ponta da língua. Para abrir a festa foram convidadas algumas das bandas de maior destaque dentro da cena underground paulistana: Life to Live, Kathrina, Paura, Drive in e os cariocas do Itsari. Com o cancelamento da tour do Eyes Set to Kill, a line up ficou todo brazuca. O local foi muito bem escolhido e dispunha de uma estrutura muito boa para o evento, com um palco ao fundo, um tablado devidamente reservado para o público agitar e mesas ao redor (o que não atrapalhava o show, pois ficavam em um espaço afastado do palco). A primeira banda que acompanhamos foi a Drive in. Os vocais oscilam entre berros caóticos e melodia bem afinada e no geral a banda tem uma excelente performance. O púlico respondeu muito bem ao show e cantou junto várias musicas que ao serem anunciadas pelos vocais ja causavam euforia. Destaque para “Estigma” e “Acredite se Quiser”. A próxima banda foi o Paura. Foi o primeiro show da banda após terem devastado do outro lado do Atlântico e mostrado ao velho continente o melhor do Hardcore/ Metal da terra tupiniquim. Para se ter idéia da agitação da galera, na simples passagem de som, já se formou um brutal circle pit que não demonstrava que iria se fechar tão
cedo. Tudo pronto e o vocalista Fabio faz as devidas saudações e começa o show com “In the Desert of Ignorance”. O Paura segurou a galera com facilidade, deixando a energia do show bem uniforme do início ao fim. Destaque para “Drive by fire” - o Fabio jogou o microfone pra galera que cantou aos berros o refrão. “Soultrap” foi anunciada como a última música, porém havia um bônus. Sem anunciar o que seria, a banda deu inicio aos riffs de “Slave New World” do Sepultura. Pano de fundo armado anunciando a próxima banda: Envydust. Inicia-se o show e a banda mostra muita competência junto ao público e boa performance de palco. Ter tocado depois do Paura tirou um pouco do brilho do show já que são estilos diferentes mas o pessoal ficou em frente ao palco curtindo as músicas e cantou com grande emoção algumas delas. E eis que chega a hora dos donos da festa, após um intervalo mais estendido para arrumar o palco para a banda, sobe ao palco o Fim do Silêncio. Público eufórico já abre um grande círculo e dentro o pessoal já começa a moshar. Músicas como “Punhos Cerrados”, “Da Cor a Palidez”, “Marreta” e a nova “Ausência” são entoadas em coro pelo pessoal que não pára de agitar um único instante. Desnecessário dizer que a banda é exemplo de competência no palco, mesmo passando por mudanças na formação. Quem substitui os membros anteriores seguraram a bronca numa boa (me refiro ao baixista Carlos que entrou no lugar do performático Jeronimo e do vocal Leandro que é tão carismatico quanto o Muha). O ingresso dava direto a um CD da banda e quem foi não se arrependeu. Show perfeito. Fabiano Azevedo Revisão e edição: Andréa Ariani Fotos: Renato Lorenzetto
Envydust
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ao vivo Confronto/I shot cyrus Galpão do Jabaquara 24/01/09 São Paulo/SP (Bra) Há 10 anos acontece o Festival de Hardcore de São Paulo. São dois dias de Punk-HardCore-Metal que agitam a galera Hardcore de vários estados brasileiros. Um bom local para reencontrar os amigos do rock espalhados pelo país afora. Este ano estive presente no primeiro dia de show. Vi os shows das bandas Red Dons, dos Estados Unidos; I Shot Cyrus, em seu show de despedida e o Confronto. Para o dia, todos os ingressos haviam sido vendidos antecipadamente. De acordo com a organização havia no local mais de mil pessoas entre público, bandas, convidados e organização. O Red Dons veio de Portland, toca um Punk Rock bonitinho e bem trabalhado. Os músicos subiram no palco vestidos, digamos, meio que Strokes. O show foi bom, mas não gosto muito da banda. Já havia assistido ao show deles no Rio de Janeiro. São bons músicos, mas o poder de criação um pouco limitado. As músicas são muito parecidas. Porém, parece que o púbico discordou de mim e fez a festa no show com muito pogo. Na sequência, uma palestra que não me interessou muito. Fui trocar idéia com os amigos e esperar pelo show do I Shot Cyrus. Foi o último show depois de 11 anos de estrada. Muita gente foi
para vê-los e tentar descobrir quem matou Cyrus. Saíram de lá sem a resposta. Mas com a certeza de que valeu a pena conferir o show. Enquanto os membros da banda arrumavam seus instrumentos as pessoas iam se aglomerando na frente do palco. Tudo pronto, acordes soando e a porrada em cima do palco começou, na frente dele também. As pessoas correram para o mosh e circle pit, parecia uma mar de gente indo para frente. Foram feitos muitos agradecimentos, pessoas pedindo para a banda não acabar e muitas loucuras nos stage dives. Pessoas subiam em cima dos PA’s e se jogavam no pessoal do gargarejo. A banda fez um set list especial. Abriram um tópico em sua comunidade do Orkut e escolheram as músicas mais votadas. Durante o show, membros de outras bandas que começaram junto com o Cyrus e fizeram muitas gig’s juntos, fizeram participações. O palco toda hora era invadido e em certos momentos era impossível ver algum integrante da banda no palco, devido a quantidade de pessoas que estavam por lá. Quando o show terminou, pensei comigo. “Vai ser difícil o Confronto fazer um show mais energético que esse”. Pois é, me enganei. Em pouco tempo tudo pronto e a luz do
galpão foi apagada. Microfonia da guitarra e barulho de pratos. O vocalista, Chehuan, gritou: “Confronto 2009. Dez anos. Sactuarium! Vamos ae Jabaquara!” Os presentes começaram a gritar. Logo já tocaram o hit do novo álbum, “Santuário das Almas”, que foi cantado em coro. E assim foi em todas as músicas. Da parte do público, fora toda a insanidade, muitos rostos sangrando, alguns braços e ombros quebrados e deslocamentos. Posso dizer que a integração do público com a banda foi o dobro, o triplo; ou sabe-se lá que classificação numérica pode se dar para aquilo; do show do Cyrus. Nunca tinha assistido show do Confronto na Terra da Garoa. Sempre me falaram que beira o absurdo. Neste dia pude comprovar isso e constatar que em São Paulo, no Jabaquara, Confronto é rei! Dia 25 de Abril, a banda vai gravar seu primeiro DVD no mesmo local, e não poderia haver lugar melhor e com o público mais afinado. 2009, pelo que tudo parece, vai ser deles. Athos Moura Revisão e edição: Andréa Ariani Foto: Maurício Santana
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