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A medida certa Qual seu número de calçado? Depende da marca, do tipo de calçados etc. Quantas vezes já ouvimos esta resposta, que por muitas vezes nos impõe dificuldade para encontrarmos o sapato ideal para os nossos pés. O tema da Reportagem Especial desta edição vai muito além de expor uma simples dificuldade na hora da compra de um sapato ou qualquer peça de vestuário pelo consumidor final. Também mostra o quanto ainda se precisa evoluir para atender o mercado nacional e internacional com artigos baseados em normas técnicas claras e uniformes. Vários setores da sociedade vêm trabalhando de uma maneira mais organizada nos últimos anos na busca de soluções para a falta de padrão nas medidas de calçados e peças de vestuário em geral. O governo vem cobrando da indústria, através de suas entidades de classe, que seja normatizado e organizado um padrão de medidas para toda indústria nacional de artigos de moda. Este esforço resultará em benefícios para todos. Não só o consumidor sairá ganhando, mas a indústria também. Quantos calçados e peças de vestuário deixam de ser comprados como presentes devido ao receio que as pessoas têm de errar o tamanho e gerar a necessidade de troca pela pessoa que os recebem? O comércio
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on-line é outra oportunidade que merece atenção, pois vem crescendo em todos os segmentos, e o setor de calçados e vestuário acompanha esta tendência mundial. As empresas que conseguirem mais rapidamente passar ao consumidor final a confiança de que ele esta adquirindo um produto que quando chegar a sua casa é só tirar da embalagem e usar, certamente terão uma grande vantagem neste meio de comercialização. Além de tudo isso, profissionalização e normatização são sempre bem-vindos. Nossa indústria de vestuário e moda tem a necessidade e o compromisso de se tornar cada vez mais competitiva e competente, passando assim confiança a todo o mercado, sendo referência mundial, como sempre o fez nos aspectos de produtividade e qualidade. O IBTeC apoia este movimento. O instituto está preparado e estruturado para contribuir de maneira substancial e decisiva para que a indústria brasileira encontre a sua medida certa, que haja regras claras para confecção de artigos de calçados e vestuário, e que as mesmas sejam amplamente divulgadas e fiscalizadas. Que tenhamos uma indústria cada vez mais forte e consumidores mais satisfeitos. Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo
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sumário
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expediente
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dia a dia IBTeC fortalece os laços com as entidades e o mercado
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entrevista Cléber Prodanov - secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do RS
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agenda Calendário das feiras e eventos do setor
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comunicação e mercado Novidades das indústrias de base para o setor de transformação
em foco Lei da Transparência obriga a informar aos consumidores os tributos incidentes
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especial Somos uma geração de pés grandes?
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Propriedades que conferem ao sintético a aparência de couro
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eventos Francal e Inspiramais expõem tendências e tecnologia em calçados, artefatos e materiais
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moda & design Tachas ganham novas propostas
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publicações Regras que diferenciam sucesso e fracasso
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tecnologia e processos As redes de produção como estratégia mercadológica
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artigo técnico Estudo sobre substâncias tóxicas em brinquedos
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artigo científico Comparação da aceleração tibial para calçados femininos
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opinião Vender preço é suicídio
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guia de compras
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caderno de sustentabilidade Atitudes em proteção ao ambiente natural
Capa: arte de Fábio Scherer
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Conselho Deliberativo Contatos Presidente: Claudio Chies
Para que você, leitor, possa comunicar-se direta e rapidamente com o IBTeC, Tecnicouro publica a seguir os e-mails dos integrantes de cada uma das áreas da entidade. Por meio deles, é possível fazer sugestões e críticas, solicitar informações, esclarecer dúvidas, enviar e receber materiais redacionais e publicitários, inscrever-se em cursos e eventos e ainda agendar sua visita ao IBTeC. Utilize-os para comunicar-se conosco.
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Arte Final Fábio Mentz Scherer fabio@ibtec.org.br
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Governo do RS aponta caminhos para a inovação No mês de maio, o secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do RS, Cléber Prodanov, realizou uma palestra a empresários do Vale do Sinos, através da qual apontou caminhos para alavancar o desenvolvimento da cadeia produtiva através da ciência, tecnologia e inovação. A iniciativa foi do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), que realiza uma série de eventos para incentivar os industriais especialmente do segmento do couro, calçado e artefatos - a buscarem junto aos órgãos de fomento os recursos financeiros disponibilizados para incrementar a competitividade das empresas. Enfatizando que este é um momento de diálogo do Governo com as entidades e as empresas, Prodanov cobrou uma maior participação do setor calçadista gaúcho nos editais voltados à captação dos recursos oferecidos para o desenvolvimento do setor produtivo brasileiro. Baseado nos resultados de várias pesquisas, o secretário defende que é urgente ampliar a base de investimento em ciência, tecnologia e P&D nas indústrias, lembrando que para este processo ser bem sucedido é importante que os empreendedores busquem o apoio das entidades representativas, dos centros de pesquisas e das universidades. "Neste contexto, o IBTeC exerce um importante papel pela sua ampla capacidade na produção de conhecimento e transferência de tecnologia, bem como a larga experiência em atuar de forma integrada com universidades, escolas técnicas e outros centros tecnológicos não só do País, como do exterior", contextualizou. Prodanov salientou ainda que uma das preocupações do Governo Gaúcho é que a tecnologia seja usada para criar novas oportunidades e não para fechar postos de trabalho, e que para isso o Estado precisa estar muito presente e atuante para oferecer soluções concretas para as demandas inerentes aos diversos setores industriais. "No passado se dizia que se o governo quisesse ajudar era só não atrapalhar. Mas hoje o Brasil vive uma realidade completamente diferente. O nosso país fi-
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Lideranças setoriais prestigiaram o encontro com o secretário Prodanov, que mostrou oportunidades concretas oferecidas pelo Estado e cobrou dos empresários uma atitude mais proativa
gura entre as seis maiores economias do mundo e vive em uma fase de protagonismo mundial, atraindo grandes eventos internacionais, mesmo com todas as dificuldades de infraestrutura aqui encontradas", destacou. O palestrante lembrou que esta visibilidade abre novas oportunidades de negócios no mundo inteiro. Porém, não se pode achar que as coisas acontecerão por si. É fundamental que toda a sociedade entenda a necessidade de se ter uma cultura voltada para a ciência e tecnologia, que são mecanismos que podem gerar os diferenciais produtivos e competitivos, necessários para alavancarmos negócios realmente consistentes e duradouros. Os resultados virão, mas é importante que se inicie o quanto antes esta mudança cultural. "Tenho a impressão que o eixo da tecnologia esteja mais ligado às empresas que desenvolvem o produto final, mas percebo também o deslocamento para as indústrias fornecedoras, que também estão preocupadas em oferecer elementos que comportem diferenciais de ciência e tecnologia", pontuou. Dentre as pesquisas citadas, ele apresentou um estudo feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), que posiciona o RS como altamente empreendedor, mas com uma intensidade tecnológica muito baixa nas suas empresas . De acordo com o documento, somente 1,67% das indústriais gaúchas apresentam alta intensidade tecnológica - um índice próximo à média nacional. "Se mesmo com baixo investimento em tecnologia o setor calçadista consegue ser competitivo e ter uma boa capacidade produtiva, imaginem o quanto pode melhorar se passar a usar tecnologias mais avançadas nas máquinas, equipamentos, componentes e no produto acabado", instigou. O secretário reforçou o que vem dizendo em vários encontros com os empresários: recursos existem e estão sendo distribuídos, mas para obtê-los é preciso se mexer. "Nos próximos nesses haverá no Brasil e no RS um grande movimento neste sentido. Se os industriais gaúchos não forem atrás dos incentivos para incrementarem os seus negócios, haverão outros em São João Batista, São Paulo ou outro lugar qualquer que vão tomar esta iniciativa. Então devemos estar atentos para não perdermos as oportunidades", conclui.
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Cleber Prodanov
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Dinheiro existe, o que falta é articulação
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secretário Cleber Prodanov informou que até o final do ano o Governo Estadual deve investir no sistema de Ciência e Tecnologia mais de R$ 150 milhões, através da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul (SCIT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Essa soma trata-se de um investimento recorde em áreas de transferência de tecnologia e de apoio às empresas. Mas infelizmente,
ainda, o setor coureiro-calçadista, que talvez seja, dentre os setores econômicos mais importantes para o RS, o que menos demanda acesso a estes recursos disponíveis. O encontro ocorreu no mês de maio, durante o Almoço com Tecnologia, realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), logo após o secretário ter visitado a sede do instituto e conhecido o mais completo complexo de laboratórios do sistema coureirocalçadista brasileiro.
- Durante o encontro com empresários e lideranças do setor, o Sr. afirmou que um dos principais gargalos do setor de transformação é que o RS é um Estado altamente empreendedor, mas com uma intensidade tecnológica muito baixa nas suas empresas. Quais são, na prática, as políticas do Governo Gaúcho para reverter esta situação? C - As políticas adotadas pelo governo do Estado se dão em várias áreas. Primeiramente fiscais, como o Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul Fundopem/RS e Pró-Inovação, gerido pela SCIT, ambos voltados para empresários inovadores terem diferenciais fiscais. Além disso, temos as políticas de Ciência e Tecnologia de financiamento, bem como os bancos do Estado: Badesul e Banrisul, que oferecem linhas de créditos para projetos inovadores e para empresas que querem passar de uma baixa densidade tecnológica para uma alta densidade tecnológica. Então, existem mecanismos ficais de crédito e uma política de Ciência e Tecnologia. Além disso, uma Política Industrial que olha 22 setores e que deseja apoiar.
muito tímida neste processo, quem mais perde com esta falta de articulação? C - Quem perde é a sociedade gaúcha. Hoje o papel do Estado do Rio Grande do Sul é de indutor, mobilizador e articulador. As empresas que têm acessos a crédito de fomento, financiamentos e a políticas de modernização e de inovação, mas não as utilizam, estão perdendo competitividade. Ao perder competitividade elas perdem mercado nacional e internacional. E aí está em risco também a manutenção das empresas, dos empregos, a criação de renda nas regiões. A indústria calçadista tem um grande potencial para crescer. Existem muitos investimentos que podem ser feitos, a inclusão de novas tecnologias nos processos produtivos, novos materiais e, assim, ter ganhos significativos, principalmente de competitividade até mesmo internacional.
- Quando existe uma situação como esta, em que o Governo disponibiliza recursos para inovação, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, mas ainda assim setores como o coureiro-calçadista participam de forma
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- O que falta para as empresas serem mais eficientes na elaboração e encaminhamento de projetos realmente consistentes e com reais chances de serem aprovados pelos programas de fomento? C - É sempre uma visão de ganho de competitividade. Acessando programas como o Pró-Inovação, organizado pela nossa secretaria. Fazendo investimentos em pesquisa e desenvolvimento, associando-se a universidades ou a
Cleber Prodanov - secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do RS
centros de pesquisa, como o próprio IBTeC, por exemplo, procurando o conhecimento que hoje está nas instituições de ensino e nos institutos de pesquisa, para que sejam transferidos para as empresas, e buscando fomento e incentivo através do governo do Estado e do Governo Federal. - Quais são os mecanismos do Governo para distribuir os recursos existentes, e qual é a forma de atuação de cada um deles? C - Na secretaria utilizamos como mecanismos os editais, chamadas públicas extremamente democráticas. Pressupomos que para apoiar projetos de tecnologia e transferência de tecnologia temos que ter uma conjunção de fatores. O apoio dado através dos editais e projetos que tragam as empresas e as universidade. A tríplice hélice - movimento de universidade, empresa e governo - é supervalorizada. Estes processos são avaliados do ponto de vista técnico e apoio nas diversas regiões do Estado. Temos, hoje, 23 polos de inovação, 15 parques tecnológicos e esses são os nossos grandes ambientes de inovação. Existe também o importante desafio para outros institutos trabalharem em conjunto com as universidades. É o caso do IBTeC, instituto nacional de apoio ao setor, que a secretaria vai incentivar a sua participação na Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
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CICB lança programa de certificação do couro brasileiro No dia 13 de junho, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) apresentou na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), em Novo Hamburgo/RS, o Programa de Certificação do Couro Brasileiro com Ênfase em Sustentabilidade. O selo vai reconhecer as empresas do setor curtidor com as melhores práticas dentro dos três pilares da sustentabilidade: ambiental, econômico e social. O presidente do CICB, Fernando Bello, lembrou que o Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo, é o segundo produtor de couros e peles, mas ocupa a terceira posição em faturamento. Isso porque ainda se exporta muito couro no estágio wet blue. "Precisamos agregar valor ao nosso couro para podermos, quem sabe, dobrar o faturamento. A Itália é exemplo de que isso é possível", ilustrou. Ele ponderou ainda que o setor conta com laboratórios, tecnologia e conhecimento necessários para atingir este objetivo, e que a iniciativa tem a parceria do Inmetro, que vai estabelecer os parâmetros deste programa, que será a diretriz para as agências certificadoras, aumentando a credibilidade junto aos organismos interna-
cionais. Rosaura Morais, da diretoria da qualidade do Inmetro, ressaltou a necessidade da criação de critérios confiáveis, pois existe no mercado muita maquiagem sobre o termo sustentabilidade. "O papel do Inmetro é garantir o reconhecimento internacional desta certificação, que será realizada através de métodos transparentes e sólidos", esclareceu. O consultor Álvaro Flores considerou que a sustentabilidade ainda é um diferencial, mas no futuro será uma condição básica para se continuar no mercado, assim como ocorreu com a qualidade. "Existem grandes oportunidades para o setor coureiro através deste programa de certificação", instigou.
Objetivos do Programa de Certificação do Couro Brasileiro - Definir os quesitos de sustentabilidade do couro brasileiro, melhorando o processo produtivo das empresas participantes; - Capacitar e treinar as empresa do setor nos quesitos de sustentabilidade estabelecidos;
A iniciativa reconhecerá as empresas com as melhores práticas nos três pilares da sustentabilidade: ambiental, econômico e social
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- Promover as melhores práticas de produção através do alinhamento com o estado da arte em termos internacionais; - Garantir uma vantagem para a indústria nacional de produtos transformados que poderá agregar aos seus artigos o atributo de sustentabilidade; - Criar uma "marca" para o couro brasileiro; - Manter os mercados internacionais que já utilizam o couro brasileiro, protegendo o mercado interno da concorrência; - Fortalecer o couro brasileiro no exterior, proporcionando que as empresas possam agregar valor aos seus produtos através da certificação; - Evitar barreiras (técnicas ou não comerciais) ao couro brasileiro do mercado internacional, e o impacto que estas podem trazer para os produtores nacionais e para o País; - Capacitar os institutos nacionais a atuarem no processo da certificação, evitando a dependência de organismos internacionais. O processo iniciou em setembro de 2012, através da análise de mais de 30 referências internacionais de certificação, dentre eles o europeu Reach e o brasileiro Origem Sustentável. O passo seguinte foi pensar os quesitos de sustentabilidade para o couro brasileiro. O modelo proposto é um alinhamento do selo ao Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade (Sbac) e ao Programa de Acreditação dos Organismos Certificadores, tendo como base normativa a ABNT A partir de agora serão realizadas reuniões quinzenais para o andamento dos trabalhos. Os encontros serão realizados no IBTeC nas seguintes datas: - Julho (18) das 9h30min às 11h30min - Agosto (01, 15 e 29) das 9h30min às 11h30min O agendamento para a participação das reuniões pode ser realizado pelo e-mail cb11@ibtec.org.br.
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CICB e IBTeC formalizam parceria No dia 13 de junho, o presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, e o presidente executivo do CICB, Fernando Bello, formalizaram a assinatura de convênio de cooperação para o desenvolvimento de ações conjuntas entre as instituições. Através desta parceria, os associados do CICB passam a ter descontos especiais em anúncios na Revista Tecnicouro, e a entidade setorial recebe espaço publicitário na revista técnica editada pelo instituto. Entre outros benefícios mútuos, se destacam a adesão do IBTeC como apoiador do Fórum de Sustentabilidade CICB, e o aporte de recursos do CICB para a manutenção da secretaria do CB-11 junto ao IBTeC. Bello apontou que o CB-11 é uma instituição internacionalizada e o IBTeC é um instituto multifacetado, e que esta parceria tende a produzir bons resultados para o setor. "As indústrias curtumeiras precisam saber dos benefícios proporcionados pelo IBTeC, que presta excelentes serviços tecnológicos a toda a cadeia do couro e calçado com um diferencial muito importante, que é a agilidade que o mercado precisa", considerou. Griebeler complementou que o
Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC) e Fernando Bello (presidente executivo do CICB)
instituto tem todo o interesse de se aproximar mais das indústrias curtumeiras e que "este foi um importante passo para o surgimento de novas ações estratégicas". Ele lembrou ainda que este tipo de convênio vem sendo estabelecido com demais instituições do setor.
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Satra divulga soluções tecnológicas em Happy Hour no IBTeC O Happy Hour com Tecnologia ocorrido no IBTeC, em junho, apresentou uma série de soluções desenvolvidas pelo instituto inglês Satra para aumentar a eficiência nas indústrias de calçados. O gerente de negócios na América Latina, Ollie Chandler, relembrou o histórico da instituição e ressaltou testes, normas, treinamentos e tecnologias para comprovar e melhorar a eficiência dos processos em toda a produção. Logo após, foi a vez do especialista em sistemas para costura, Ray Wisken, apresentar o Vision Slitch - um pacote criado para tornar este tipo de operação o mais eficiente possível. O técnico fez questão de salientar que rapidez não é necessariamente sinônimo de eficiência, e é justamente este o foco do sistema apresentado: encontrar o tempo ideal de cada máquina e operador, otimizando todo o processo. Ele contou que a tecnologia é acompanhada de uma completa assessoria, desde explicações sobre o funcionamento e toda a potencialidade do equipamento até soluções em design de mesa, visando não somente a facilitar a instalação do novo dispositivo para coleta e mapeamento dos dados, mas principalmente tornar o posto de trabalho o mais adequado para cada operador. De acordo com o palestrante, o Vision Slitch melhora a qualidade do produto, otimiza o tempo da operação e aumenta o índice de eficiência do funcionário, tudo isso através da configuração das estações de trabalho. "O correto ajuste das máquinas pode reduzir em até 33% o tempo do processo. Mas para isso é preciso entender como realmente funcionam as máquinas de costura, e de que forma o trabalhador executa a função", argumenta. O sistema funciona através da criação de escalas, a partir das informações sobre a velocidade da máquina e o tempo levado pelo profissional para realizar o trabalho (tanto o tempo em que a máquina está efetivamente costurando quanto o tempo em que está parada enquanto o trabalhador realiza outras operações inerentes ao processo, como a mudança da
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posição da peça). Um computador conectado à máquina gera o gráfico com a visualização de como a máquina e o operador interagem. Os dados ficam gravados, gerando informações por modelo de máquina, tipo de peça que está sendo costurada ou outro item selecionado. As empresas podem, então, cruzar os dados e reprogramar todo o setor para que as máquinas e operadores obtenham melhor desempenho. Wisken salienta que os funcionários têm dificuldades para controlar a velocidade do motor da máquina de costura, porque enquanto pressionam o motor, precisam alinhar a costura com o layout da peça, fazer manobras com os materiais e realizar outras atribuições simultâneas, que os desconcentram e impedem uma padronização da pressão exercida pelo pé. Mas com a utilização da ferramenta desenvolvida pelo Satra, após se encontrar a pressão ideal para que a costura seja realizada da forma mais eficiente, e gravar esta informação no computador, esta parte do processo deixa de ser uma preocupação para o trabalhador, que vai ter melhores condições de realizar todas as outras atribuições, pois o sistema realiza automatica-
mente pressão correta.
Time Line Wisken ainda apresentou o sistema Time Line que controla todo o processo de produção da fábrica de calçado. A tecnologia fornece, em tempo real, informações estratégicas sobre cada célula de trabalho, possibilitando aos administradores a tomada de decisões simultâneas aos acontecimentos, evitando paradas na produção, acúmulo de trabalho em determinados postos e outras situações que atrasam o processo. "Com o novo sistema, se pode, por exemplo, comparar como cada processo na linha de montagem é realizado e como ele deveria ocorrer. Outra facilidade é que o sistema aponta em quais postos de trabalho existem funcionários ociosos e onde acontece sobrecarga de trabalho, oportunizando a realocação dos trabalhadores", finalizou. Vale a pena destacar que esta ferramenta possibilita a implantação da Produção Simultânea para as empresas calçadistas otimizarem os seus processos, um tema que a Revista Tecnicouro aborda há várias edições, através dos artigos do colaborador MS Eng. Fernando Geib.
Sistemas oferecidos buscam a eliminação de gargalos e a otimização da produção
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IBTeC e Sebrae planejam ações para 2014 A equipe de Gestão de Projetos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) - Regional Sinos, Caí e Paranhana/RS - esteve reunida na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), no dia 13 de junho, com vistas ao planejamento de ações integradas às MPE produtoras de bolsas, calçados e luvas. Para o desenvolvimento desse trabalho, o grupo convocará os fabricantes para que, juntos, possam identificar as demandas existentes no mercado atual, visando ao alinhamento dos principais temas que serão abordados a partir de 2014. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, conta que, a partir desta iniciativa, serão firmados projetos estruturantes entre as instituições, que implantarão nas empresas ferramentas tecnológicas de gestão, processos produtivos, qualidade e inovação.
Paulo Griebeler e Marcela Chaves (IBTeC), Carolina Rostirolla e Maico Fernandes (Sebrae), Valdir Soldi (IBTeC) e Tetsuo Kakuta (IBTeC) e Paulo Model (Model Consultoria)
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Agende-se para realizar bons negócios
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Francal 9, 10, 11 e 12 São Paulo/SP www.francal.com.br
ACLE/CIFF 4, 5 e 6 Shanghai/China www.aplf.com
40 Graus 11, 12 e 13 Natal/RN www.feira40graus.com.br
Inspiramais 11 e 12 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br
Seincc 24, 25 e 26 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br
Fimec 18, 19, 20 e 21 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br
Febrac 23, 24 e 25 Nova Serrana/MG www.feirafebrac.com.br
FICANN 24, 25 e 26 Fortaleza/CE rodrigo@couromoda.com.br
Abril
Agosto
Novembro
WSA 18, 19, 20 e 21 Las Vegas/EUA www.wsashow.com
Zero Grau 18, 19 e 20 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br
Femicc 20, 21, 22 e 23 Fortaleza/CE www.femicc.com.br
Janeiro
Sicc 26, 27 e 28 Gramado/RS www.sicc.com.br
Couromoda 13, 14, 15 e 16 São Paulo/SP www.couromoda.com
Prevensul 28, 29 e 30 Curitiba/PR www.protecaoeventos.com.br
Inspiramais 15 e 16 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br
Obs.: o calendário de feiras da Agenda é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.
Simpósio de Biomecânica do Calçado 8, 9 e 10 Novo Hamburgo/RS www.ibtec.org.br
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RS tem novo espaço para o fornecimento de materiais
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Com a inauguração da sua mais recente loja, realizada em Novo Hamburgo/RS no dia 24 de maio, a StickFran deu um largo passo no caminho de sucesso da marca junto ao sistema brasileiro da moda. O diretor presidente do Grupo StickFran, Renato Raimundo, disse que sente muito orgulho da trajetória da sua empresa, que começou em Franca/SP há 15 anos, em um espaço de 16 m 2 e apenas um funcionário, mas hoje é um empreendimento fortalecido, figurando entre as marcas mais consagradas e lembradas no fornecimento de materiais componentes para as indústrias de calçados, artefatos, vestuário e de outros setores. "O Rio Grande do Sul sempre foi o sonho de consumo da StickFran, e eu estou emocionado com a inauguração deste espaço, que está à disposição de toda a cadeia produtiva", salientou Renato. Ele contou que a empresa tem uma cartela de produtos permeada com 21 mil itens, oferecidos para suprir as neces-
sidades dos clientes com o preço justo no mercado. "A StickFran está presente hoje nas principais grifes brasileiras e todos os nossos clientes, desde os pequenos fabricantes até as maiores indústrias, são muito importantes para a nossa empresa, recebendo o que de melhor podemos oferecer - atendimento diferenciado, itens que agregam valor aos produtos, agilidade na entrega e uma ótima relação custo-benefício, além da qualidade que supera as expectativas", pontua Renato. Ele lembrou ainda que o sucesso da marca é um reflexo da relação de compromisso, respeito e reconhecimento estabelecido com os seus fornecedores, colaboradores e clientes. Com a nova unidade, com 800 m 2 , os pedidos feitos pelas empresas da região - que levavam em torno de 48 horas para serem atendidos - agora são efetuados por pronta-entrega. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, ressaltou que a StickFran reúne todos os
Com a inauguração de loja em NH, a StickFran aprimora a sua logística de distribuição em um dos principais polos calçadistas do País
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ingredientes para ajudar no fortalecimento das empresas gaúchas. "O Renato é um empresário que tem o empreendedorismo enraizado em si. Ele criou uma corporação que a cada ano amplia a oferta de produtos amplamente reconhecidos pela inovação, aplicabilidade e alto padrão. Esta loja chega na região em um momento especial, quando o Brasil cresce, o consumo no mercado interno aumenta e as empresas precisam de fornecedores que as abasteçam no tempo certo. Tudo isso certamente vai ajudar na permanência e crescimento da empresa aqui no Vale do Sinos, onde vai escrever uma bela história de sucesso", contextualizou Griebeler. Durante a inauguração, a empresa recebeu lideranças do setor, clientes e a imprensa, que puderam conferir as novidades já disponíveis na loja. Após o descerramento da placa inaugural, os visitantes foram convidados para um jantar de confraternização com a diretoria e colaboradores.
O diretor presidente, Renato Raimundo, com colaboradores da empresa
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Otimização em corte de materiais Durante o Sicc 2013, a Mecsul instalou no Projeto Fábrica Modelo de Artefatos uma máquina de cortar a laser, que chamou a atenção dos visitantes pela funcionalidade, potência e facilidade de operação. O sistema basicamente consiste na instalação de dois projetores, que mostram na própria matéria-prima e também em um painel como ficará o corte, antes da operação final ser realizada. O mecanismo que antecipa todas as correções necessárias para aproveitar ao máximo o material a ser utilizado é bastante simples e seguro de ser manuseado. Isto é comprovado pelo desempenho da voluntária Bruna Silva dos Santos, que trabalhava há apenas duas semanas com máquinas de corte e aprendeu a utilizar o equipamento com somente duas horas e meia de treinamento. "A principal diferença deste modelo com o que eu conhecia é que a projeção do desenho das peças que serão cortadas feita em cima do material torna o procedimento muito mais eficiente, evitando o desperdício e tornando a operação mais rápida", confirma Bruna. O diretor Rogério Moura destaca que a máquina corta diversos materiais, como couros, tecidos e sintéticos, e que Bruna recebeu o treinamento na própria feira, não
encontrando qualquer dificuldade para utilizar o equipamento. "Se ela - mesmo sem qualquer experiência em trabalhar no ambiente industrial - se sentiu à vontade com este sistema, que lhe significou uma concepção totalmente diferente de corte, imagina como tal sistema contribui para o trabalho dos profissionais já qualificados e acostumados com as exigências do ambiente de fábrica, onde a otimização da produção é uma busca permanente", instiga o empresário.
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Trumpler apresenta recurtentes e cartela de cores para 2015
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No lançamento, o destaque foram os produtos com baixo impacto ambiental No dia 13 de junho, a Trumpler - empresa alemã com quase 150 anos de fundação e ramificada em todos os polos curtumeiros mundiais - apresentou para técnicos e industriais do Vale do Sinos, no Rio Grande do Sul, a sua linha de produtos com baixo impacto ambiental. O lançamento ocorreu na cidade de Novo Hamburgo, onde também foram antecipadas as tendências em cores para o outono-inverno 2015. O diretor regional das Américas, Ulrich Buckenmayer, explicou que, ciente de que o mercado exige cada vez mais que os produtos oferecidos aos consumidores sejam livres de substâncias prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, a Trumpler assumiu este compromisso como um dos princípios para os seus lançamentos. Para isso, investe constantemente em P&D, submetendo os artigos a testes confiáveis, alinhados com as legislações ambientais da Europa, onde tais exigências são bem rigorosas. Como resultado desta preocupação, foram lançados diversos recurtentes, tendo como premissa trabalhar com matérias-primas renováveis, baixa pegada de carbono, bom esgotamento no curtume, eficiente biodegradabilidade e ausência de metais pesados, além de oferecer boa solidez à luz e ao amarelamento - uma meta nada fácil de se atingir. "Como é praticamente impossível reunir todas estas propriedades em um só produto, a alternativa foi oferecer uma linha completa de recurtentes, onde cada um apresenta o melhor ponto de equilíbrio destas demandas", resumiu. Logo em seguida, o CEO da Trumpler espanhola, Joan Barenys, apresentou a linha Trupotan, salientando as principais características de cada produto, direcionados
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a diversas aplicabilidades (estofamento, confecções, calçados, artefatos e uso geral). Em um quadro comparativo, os produtos foram avaliados de acordo com a base, o uso, o aspecto, a carga, o pH, a solidez à luz e ao envelhecimento.
Cartela de cores A demonstração da cartela de cores ficou por conta da consultora de moda da Trumpler Espanha, Gemma Monleon. Ela apresentou tendências da coleção outonoinverno 2015, que vem bastante variada e distribuída em seis diferentes linhas. Nesta diversidade, se destacam os metalizados e brilhos, que conferem elegância e sofisticação às coleções. Quanto às tonalidades, a empresa propõe uma ampla gama de azuis, marrons, verdes e vermelhos, além dos clássicos branco e preto, dentre mais opções tanto em acabamentos brilhosos quanto foscos.
Principais características da linha Trupotan Bio - É uma alternativa aos taninos sintéticos convencionais e às resinas ureia formol; - Baseado em subprodutos do colágeno; - Isento de formaldeído, fenol e cromo; - Baixa DQO no efluente aquoso; - Excelente esgotamento e fixação; - Notável resistência à luz e calor; - Tingimentos uniformes e intensos; - Melhora a firmeza da flor e finura do poro; - Excelentes propriedades de enchimento; - Propriedades de lixamento muito boas; - Relação custo x benefício positiva
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Cores ainda mais vibrantes A linha primavera-verão da MB Dublagens traz para as indústrias calçadistas, moveleiras e de vestuário uma farta opção de artigos resultantes de pesquisa e desenvolvimento próprio. Bianca Machado, do setor de desenvolvimento da empresa, lembra que os florais e as formas geométricas se destacam entre as opções de estampas, bem como as texturas em linho e renda, assim como os tecidos com brilho. "Para atender aos nossos clientes com a máxima eficiência, desenvolvemos desde a base até a prestação de serviços em dublagem", conta a profissional. Além do linho, dos florais e dos geométricos, a s e s t a m pas étnic as e de bic hos es tão en tre as mais solicitadas da coleção. A cartela de cores repete muitos tons que fizeram sucesso durante a temporada fria, mas se apresentam ainda mais vibrantes. "O inverno brasileiro está bem colorido, e isso é ampliado durante toda a primavera e o verão",
salienta Bianca, complementando que esta é uma tendência não apenas do Brasil, mas da América Latina, onde a empresa distribui os seus componentes. A MB produz diariamente em torno de 1.500 metros, e o setor de calçados e artefatos absorve 70% deste volume.
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Sobras transformadas em lucro
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Como transformar as sobras de matérias-primas novamente em produtos rentáveis? A Compomax assegura que tem uma solução para esta demanda. O diretor da empresa, Jeison Diego, conta que o sucesso do seu empreendimento vem do arremate de materiais excedentes em grandes empresas para a redistribuição a pequenos fabricantes. Desta forma, enquanto as indústrias garantem um lucro adicional com os componentes que seriam descartados, as micro e pequenas têm a oportunidade de acessarem matérias-primas, muitas vezes inéditas, a um preço bem abaixo do que se fossem compradas direto dos fornecedores. Diego explica que as empresas compram os seus materiais por estimativa de venda, mas quando esta expectativa não se confirma ocorrem as sobras. Por isso, o importante nesse processo é a agilidade na aquisição e redistribuição destes materiais, o que possibilita aos compradores colocarem na vitrine produtos com o mesmo aspecto visual das grandes marcas. Como isso é possível? É que, segundo o empresário, no auge das estações, quando o giro dos produtos está mais alto, os grandes fabricantes já estão trabalhando a próxima temporada, enquanto isso os pequenos negócios permanecem focados nas reposições. Como eles produzem em pequenos lotes, podem lançar novas versões dos produtos com as peças adquiridas, renovando as suas coleções.
A Compomax mantém representantes no Brasil inteiro e fornece uma gama variada de laminados sintéticos, tecidos, solas, fitas, linhas e outros componentes, que chegam aos seus clientes fabricantes de sapatos, artefatos, etiquetas, vestuário e móveis com uma diferença de no mínimo 50% a menos do que eles valiam quando adquiridos pelos primeiros compradores. "Temos materiais importados que chegaram a custar em torno de 40 reais o metro, e hoje os vendemos ao preço de 14 reais", exemplifica Diego.
Qualidade comprovada A Inpol é incansável na busca de soluções tecnológicas aos seus clientes. Um dos orgulhos da empresa são os tacões, desenvolvidos através de técnicas e matérias-primas avançadas, para oferecer mais durabilidade aos calçados e
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aumentar a segurança ao caminhar. A gerente Cátia Cardoso enfatiza que de nada adianta o calçado ter uma boa aparência e oferecer um calce confortável se o taco incorporado ao salto for de baixa qualidade. "Embora seja uma peça pequena se comparada com todo o volume do calçado, o taco é um componente de extrema importância. Como sofre atrito direto com o solo, precisa ser resistente, mas sem causar impacto excessivo aos pés. Além, é claro, de manter ao máximo a sua forma para não desvalorizar o visual do sapato", contextualiza. Apesar dessa importância, muitas vezes o consumidor não percebe esta necessidade. Por isso, durante o Sicc, realizado em Gramado/RS, neste último mês de maio, a empresa ofereceu gratuita-
mente a troca de tacões para visitantes da feira. Além da substituição dos componentes já degradados por outros novos, renovando a aparência de sapatos e botas, a empresa aproveitou para conscientizar os lojistas e demais compradores sobre a importância do uso de bons tacos. "A proximidade com o consumidor final é uma tendência da nossa empresa, para que a população perceba a necessidade de adquirir calçados que tenham tacos com qualidade superior", assegura Cátia. A ação da empresa aconteceu junto ao projeto Fábrica Modelo de Artefatos, realizado pelo IBTeC e Merkator Feiras e Eventos. Foram levados em torno de 50 modelos de tacos contemplando aos mais variados tipos de calçados.
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Detalhes renovados Trissês, flores e vazados são destaques dentre a variedade de opções oferecidas pela Estamparia JC para calçados, confecções, artefatos, móveis e artigos de decoração para a próxima primavera-verão. A diretora da empresa, Cleci Mara Setti, conta que estes elementos já tinham aparecido nas vitrines deste último outono-inverno, mas os produtos ressurgem com uma roupagem renovada. De acordo com ela, a temporada quente será palco para coleções bastante floridas e com muitas cores. "O que se percebe é que os materiais brilhosos, que foram amplamente difundidos em desfiles internacionais também terão uma grande exposição nas vitrinas", pontua a diretora. Com base nestas tendências, a empresa tem opções que são oferecidas em cinco linhas. As gravações trazem como destaque fitas douradas, tanto em alto quanto em baixo relevo. Já os vazados em laser misturam formas e tamanhos diferentes em uma mesma peça. Enquanto isso, os trissês apresentam combinações em preto e branco, além das
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tiras estarem mais largas, valorizando o aspecto artesanal. As flores, por sua vez, além de terem tamanhos maiores, vêm com pedrarias e metais. Quanto às cores, o azul se sobressai, mas a cartela está bem variada.
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Empresas devem mostrar valores de tributos Desde o dia 10 de junho, toda venda de mercadorias e serviços ao consumidor deve apresentar nos documentos fiscais, ou equivalentes emitidos, a informação do valor aproximado correspondente à totalidade dos tributos federais, estaduais e municipais, cuja incidência influi na formação dos respectivos preços de venda. "Esta nova realidade tem o lado positivo que deve ser exaltado, pois, o consumidor tem uma visão mais clara do quanto paga de tributos na aquisição de cada mercadoria, o que também possibilita que possa exigir com maior propriedade seus direitos. Mas, há também o lado negativo, pois, com a complexidade do sistema tributário brasileiro, há dificuldade para empresas fornec e rem es tas i n fo rmaçõ es , p ri n cipalmente as que não possuem um sistema de ERP que englobe a tributação de cada produto", considera o gerente fiscal da Confirp Consultoria Contábil, Marcos Gomes. De acordo com a Lei nº 12.741/2012, conhecida como L e i d a Tr a n s p a r ê n c i a , a i n f o rmação no documento fiscal deve ser feita sobre a apuração do valor dos tributos incid e n t e s em m e r c a d o r i a o u s e rviço, separadamente, inclusive nas hipóteses de regimes jurídicos tributários diferenciados dos respectivos fabrican-
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tes, varejistas e prestadores de s e r v i ç o s , q u a n d o c o u b e r. "Diferente de outros países, nos quais também são detalhados os valores pagos com tributos, o sistema tributário b ras i l ei ro é b as tan te c om plic a do e cada produto tem particularidades nos pagamentos dos tributos (dependendo do regime de apuração adotado pela empresa), o que faz com que a adaptação não seja tão simples", explica o gerente. Uma alternativa para empresas é que em vez de divulgarem a informação nos documentos fiscais, poderão passar os valores por meio de painel afixado em local visível, ou ainda por qualquer outro meio e l e t r ô n i c o o u i m p re s s o , d e f o rma a demonstrar o valor ou percentual dos tributos incidentes sobre todas as mercadorias ou serviços. Ou seja, os impostos incidentes sobre produtos e serviços têm que ser discriminados nas notas fiscais ou afixados em cartazes em todos os estabelecimentos comerciais do País. Além disto, sempre que o pagamento de pessoal constituir item de custo direto do serviço ou produto fornecido a o c o n s u m i d o r, d e v e s e r divulgada, ainda, a contribuição previdenciária dos empregados e dos empregadores incidente, alocada ao serviço ou produto.
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Inescop é premiado Impulsionado pela busca da inovação tecnológica na indústria de curtume, o Inescop - Instituto Tecnológico de Calçados e Indústrias Conexas, sediado na Espanha, embarcou no projeto europeu Oxatan - ambiente oxazolidina-tanned couro, que objetiva demonstrar, promover e diseminar a existência de uma possível alternativa à tradicionais procedimentos de bronzeamento artificial baseados em sal de cromo, usando oxazolidina, bem como melhorar os emissões resultantes de processos da indústria de couro. A Comissão Europeia reconheceu o trabalho e o projeto foi um dos premiados pela LIFEAmbiente 2012 programa Awards. Os processos tradicionais, que são usados para curtir mais de 90% do couro em todo o mundo, fazem uso do cromo como um agente para estabilizar o colágeno. Este processo agrega ao couro excelentes propiedades, no entanto, em alguns casos, o cromo pode produzir alergias, especialmente em usuários sensíveis. Além disso, as características químicas do cromo, dependendo das condições em que ele está exposto, podem ser modificadas, afe-
tando o ambiente. Diante desta situação, o Inescop trabalha para oferecer aos curtumes novas técnicas que permitem melhorar o processo sem comprometer a qualidade do produto final. O instituto espanhol garante que este objectivo é alcançado via oxazolidina pois, com a implantação desta técnica, é possível reduzir consideravelmente o impacto ambiental gerado, tanto durante o processo de curtimento de couro, quanto ao final do ciclo de vida do material - através dos resíduos das fábricas, e também quando os productos industrializados (sapatos, bolsas etc.) são descartados pelo consumidor. Os testes realizados pelo Inescop demonstram que o couro curtido com oxazolidina está em conformidade com os requisitos estabelecidos pelo rótulo ecológico europeu para calçado e também com os valores recomendados para a fabricação de calçados, o que, segundo a diretoria do instituto, acrescenta valor para aqueles fabricantes que desejam estar em conformidade com as exigências ambientais mais rigorosas estabelecidas pela UE.
A distinção foi concedida pela Comissão Europeia pela promoção de técnica de curtimento de couro, que reduz os impactos ambientais Julho/Agosto 2013
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Tempo médio para contratar profissionais qualificados no Brasil é menor que média mundial A falta de mão de obra qualificada tem sido muito debatida e tida como um dos entrav e s p a r a o c r e s c i m e n t o do País. Entretanto, de acordo com o International Business Report 2013 (IBR) da Grant Thornton International, o tempo médio de contratação de profissionais qualificados no Brasil é de 48 dias, um dos menores entre as 40 economias pesquisadas e bem abaixo da média global de 70 dias. Para 48% dos empresários brasileiros a contratação de um executivo qualificado demora até um mês, para 16% leva até dois meses e apenas 5% revelaram que o processo toma mais de quatro meses. A pesquisa engloba 12 mil empresas no mundo, sendo 300 brasileiras. Apesar de o tempo ser menor que em outros países, a maioria dos entrevistados no Brasil (58%) revelou dificuldades para encontrar profissionais com qualificações necessárias para suas companhias. "O que acontece muitas vezes é que com a dificuldade de encontrar o profissional com a qualificação desejada, a empresa opta por contratar um profissional júnior ou menos qualificado e treiná-lo na própria companhia", diz Paulo Sérgio Dortas, Managing Partner da Grant Thornton Brasil.
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PA R Â M E T R O G L O B A L - a Tu r q u i a ( 2 3 d i a s ) , o M é x i c o (31 dias), a Armênia e a China (37 dias) são os países que apresentam o menor tempo médio para contratar profissionais qualificados. Na contramão, os empresários no Japão são os que perdem mais tempo para encontrar funcionários qualificados (116 dias em média), seguidos pelos indianos (96 dias), malaios (93dias), alemães (92 dias) e noruegueses (91 dias). Os japoneses relatam o baixo número de candidatos como a principal razão da demora em contratar um profissional qualificado (79%). Na Malásia, a falta de habilidades específicas ou técnicas é o fator mais crítico no processo de seleção (68%). E na Alemanha a demora é justificada pela falta de qualificação para o cargo (69%).
Retendo os talentos O desafio do empresariado no mundo não reside somente em encontrar profissionais qualificados, mas também em reter os talentos que contrata. Apenas 31% dos empresários disseram não ter problemas com retenção de talentos em seus times. No Brasil, esse percentual é de 26%. O fato é que perder funcionários qualificados pode atrapalhar o
desempenho e o projeto de crescimento das empresas. O IBR também mostrou que 84% dos empresários pretendem elevar os salários, com 19% c o n s i d e r a n d o aumentos a c i m a da inflação. D e a c o r d o c o m o I B R , a sobrecarga d e t r a b a l h o p a r a a equipe (48%) e o aumento dos custos operacionais (45%) são, para os brasileiros, as principais consequências da saída de executivos qualificados. As dificuldades em introduzir novas práticas de trabalho (38%), a queda nos padrões de qualidade do atendimento aos clientes e atrasos no desenvolvimento de novos produtos (ambos com 26%) foram outros itens citados.
Principais problemas na hora de contratar * Ausência de habilidades específicas ou técnicas (76%) * Falta de competências gerais - trabalhar em equipe, comunicação etc. (69%) * Não ter as qualificações exigidas pelo cargo (67%) * Sem experiência de trabalho (65%) * Baixo número de candidatos ao cargo (54%)
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Em agosto se encerram as inscrições do Prêmio Finep A edição de 2013 do Prêmio Finep de Inovação está inscrições abertas até 8 de agosto. Este ano, serão disponibilizados de R$ 100 mil a R$ 500 mil para os primeiros colocados regionais e nacionais de cada categoria, totalizando R$ 8 milhões. Em 2013, a premiação regional será realizada em uma única cerimônia, no Rio de Janeiro. A finalíssima nacional ocorre em Brasília. São nove categorias: Micro e Pequena Empresa, Média Empresa, Grande Empresa (apenas na etapa nacional), Instituição de Ciência e T e c n o l o g i a , Te c n o l o g i a S o c i a l , I n ventor I n o v a d o r, Te c n o l o g i a A s s i s t i v a , Inovação Sustentável e Inovar Fundos também restrita à etapa nacional e dividida em três subcategorias - Governança, Equipe
e Operação. Após a inscrição, haverá uma etapa de pré-qualificação, na qual será feita uma análise quanto ao preenchimento do formulário, bem como o atendimento ao perfil, às condições de participação e às categorias previstas no regulamento. Em seguida, durante o julgamento regional, as propostas pré-qualificadas serão avaliadas por comitês de jurados compostos por especialistas, representantes de instituições inovadoras, do setor empresarial e da Finep. Os vencedores de cada região serão pre miados em uma cerimônia conjunta, realizada no Rio de Janeiro. Os primeiros colocados nessa fase concorrem à final nacional, que ocorrerá no Palácio do Planalto, em Brasília. Julho/Agosto 2013
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Loja cheia não é sinônimo de faturamento alto O crescimento do volume de clientes nos pontos de venda foi de 0,8% em fevereiro, enquanto a Intenção de Compras das Famílias (ICF) recuou 3,8% no mesmo período. Por que os números não fecham? P a r a a d i r e t o r a g e r a l d a V i rtual Gate, que fornece soluções para o varejista aumentar vendas por meio da gestão do fluxo de consumidor e da taxa de conversão, Heloísa Cranchi, a resposta é simples: sem uma gestão estratégica o lucro não aparece e a onda de "achismos" predomina no varejo. Considerando que a informatização de processos e soluções que embasem ações de marketing e vendas é peça-chave para o sucesso de uma loja, ela enfatiza, que a análise de potencial máximo de negócio, considerando três fatores importantes - Índices d e F l u x o d e C l i e n t e s , Ta x a d e C o n v e r s ã o e Va l o r M é d i o d e Cupom - permite um retrato fiel da loja e é fundamental para que se obtenham os resultados esperados.
ICF x Fluxo de Clientes Analisando os dados da Conf e d e r a ç ã o N a c i o n a l d o C o m é rc i o d e B e n s , S e r v i ç o s e Tu r i s mo (CNC) referente à Intenção de Consumo das Famílias (ICF) foi possível verificar que houve um crescimento de
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0,4% na comparação entre Janeiro e Fevereiro de 2013 e queda de 3,8% na comparação entre Fevereiro de 2012 e 2013, motivado principalmente "pelo menor otimismo com o mercado de trabalho e elevado nível de endividamento e i n a d i m p l ê n c i a " . Ta l a n á l i s e baseia-se na comparação do fluxo de clientes de Dezembro de 2011 a Fevereiro de 2012 e Dezembro de 2012 a Fevereiro de 2013, com total de 785 pontos de vendas de diversos ramos de atividades. No entanto, quando é utilizada a comparação entre evolução do fluxo de compradores no ponto de venda e os dados da CNC, os números variam. Entre janeiro e fevereiro de 2013 houve uma queda de 7,1% na quantidade de compradores em relação a 2012, mas uma evolução de 0,8% em fevereiro deste ano em comparação ao mesmo p e r í o d o d o a n o a n t e r i o r. Ou seja, a quantidade de clientes nos pontos de vendas não acompanha curva descendente registrada pela pesquis a d e I C F, d e m o n s t r a n d o q u e por mais que a intenção de consumo sofra quedas, os consumidores permanecem visitando o ponto de vendas. "Por esse motivo cada vez mais o varejista vem investindo em formas de conhecer melhor os hábitos de seus clientes por meio de sistemas e informações que os auxiliem a
ter resposta sobre eficiência e potencial de negócio", explica Heloísa. "É preciso que o varejista seja mais atrativo aos clientes e ao mesmo temp o , m a i s c o m p e t i t i v o a o m e rcado", explica. Se no passado era possível apenas saber a quantidade de compradores atendidos em um determinado dia (analisando os tickets emitidos), hoje a questão vai mais além: qual é o potencial de vendas diário da loja? Afinal, um desempenho medido apenas pela receita traz resultados tendenciosos, já que um faturamento alto não é, necessariamente, um indicador de eficiência. "Tão importante quanto aumentar vendas é saber até onde a loja pode chegar em termos de potencial de crescimento e lucro", explica a executiva, lembrando que o fundamental é identificar o valor médio de cada indicador e elevar índice de cada loja que está abaixo desse ponto. "Com a utilização da ferramenta certa, para extrair informações no volume de dados gerados nestas transições, é possível transformá-los em lucro e expandir o faturamento mesmo sem a abertura de novas lojas, mas a capacidade de análise desses dados será fundamental para o desenvolvimento de c a m p a n h a s d e m a r k e t i n g p e rsonalizadas, voltadas para a melhor experiência do cliente", conclui.
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Estudo de gerenciamento de riscos nas empresas Apesar das expectativas de crescimento um pouco melhores para 2013, as economias de países desenvolvidos enfrentam ambientes regulatórios e de compliance cada vez mais complexos no período que se segue à crise financeira agravada no ano passado. Ao mesmo tempo, capitalizar oportunidades no mundo emergente requer que as empresas entendam os novos mercados e aprendam sobre os riscos correspondentes. Consequentemente, a gestão de riscos continua sendo um importante assunto na pauta corporativa global, conclui pesquisa desenvolvida pela KPMG International. Em dezembro do ano passado, a EIU (Economist Intelligence Unit, do grupo The Economist), a pedido da KPMG, realizou uma pesquisa global que contou com a participação de 1.092 diretores executivos. O levantamento buscou explorar como as empresas estão se adequando à integração de uma estrutura conceitual holística de governança, risco e compliance (GRC) por toda empresa. As principais constatações da pesquisa, as quais serviram de base para a elaboração do relatório Expectativas de como o Gerenciamento de Riscos Pode Aumentar a Sua Atuação - É hora de agir, são: - O gerenciamento de riscos é visto como uma atividade que contribui significativamente para os negócios. Contudo, as organizações precisam aprimorar a maneira com que avaliam como o gerenciamento de riscos traz retorno em relação aos seus investimentos e a maneira pela qual comunicam a sua estrutura e processo de gerenciamento de riscos, os valores gerados e a eficácia da sua aplicação aos seus formadores de opinião. - Os executivos continuam enfrentando desafios em relação à avaliação da exposição a riscos nas empresas que atuam. - Os executivos consideram o
gerenciamento de riscos de extrema importância, mas são poucas as organizações que possuem o seu apetite ao risco definido. - As pressões e mudanças relacionadas ao ambiente regulatório são os elementos que representam a maior ameaça às corporações, segundo os entrevistados; já a instabilidade econômica e política em âmbito global é vista como a maior ameaça no cenário de riscos. - Entrevistados acreditam que as unidades de negócio estão mais aptas a avaliar os seus riscos e gerenciá-los do que uma área específica de gestão de riscos, de compliance ou de auditoria interna. - A falta de recursos humanos e de especialistas no assunto impede a convergência das funções de controles internos e de gerenciamento de riscos (considerar o gerenciamento de riscos como parte da estrutura de controles internos da empresa). - Estruturas deficientes de incentivos na remuneração impedem a tomada de decisões baseadas em riscos. - Os gastos para aprimoramento do gerenciamento de riscos continuarão a aumentar ao longo dos próximos três anos. O sócio líder de Consultoria em Riscos da KPMG no Brasil, Sidney Ito, avalia que o aumento da complexidade e o reforço do marco regulatório dos variados mercados são efeitos naturais em momentos imediatamente posteriores às crises. E o Brasil, como País plenamente integrado no cenário internacional, reflete o arcabouço de medidas que buscam mitigar a exposição das empresas e instituições aos variados riscos. Lidar com as exigências recém estabelecidas pelos reguladores e com as novas realidades de mercado é um grande desafio para que os gestores tratem de modo eficiente e produtivo a exposição corporativa aos riscos". Julho/Agosto 2013
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Coluna e m fjurídica oco
Dr. Marciano Buffon advogado tributarista, professor do PPGD da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br Com frequência, os meios de comunicação produzem matérias que visam a examinar a questão da tributação e desvendar a "caixa-preta" fiscal. Infelizmente, muitas vezes, essas matérias se alicerçam em dados infundados - fornecidos por conhecidos organismos públicos e privados - e contêm o reprovável sensacionalismo como objetivo subliminar. Se isso serve para chamar atenção sobre esta importante questão, também auxilia para lançar um véu que encobre e torna o sistema tributário mais insano e incompreensível. Não obstante, há de se reconhecer que alguns tributos alcançaram um grau de complexidade que, mesmo com informações tecnicamente confiáveis, não se consegue elucidar seus pontos mais complexos. Com isso, abre-se, por um lado, o indesejável espaço da discricionariedade, do arbítrio e da ilegalidade e, de outro lado, estimula-se condutas que têm por norte a evasão fiscal. A situação é tão esdrúxula que, nos dias atuais, nenhum contribuinte, por mais que aja de uma forma que entenda ser ética é lícita, tem a certeza de não estar cometendo alguma irregularidade. Parece, pois, ser este o caso do ICMS - tão conhecido por todos, mas cada vez mais impossível de se compreender. São tantos os problemas que permeiam o ICMS que, neste pequeno espaço, seria inviável catalogá-los à exaustão. Por isso, faz-se necessário optar pela abordagem daqueles que mais colaboram para que um sentimento de angústia e descren-
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O ICMS e seus dilemas ça progressivamente se instale naqueles que diariamente têm a árdua tarefa de compreender, explicar e operacionalizar a incidência deste imposto estadual, sem mencionar aqueles que efetivamente arcam com o ônus de sua cobrança. A questão da denominada "guerra fiscal" ocupa um espaço destacado neste contexto, pois ela é a origem de uma parcela expressiva dos problemas em questão. É indiscutível que as Unidades da Federação possam adotar políticas públicas para atração de investimentos, com vistas a desenvolver, social e economicamente, seus territórios. Todavia, da forma como isto está acontecendo, corre-se o risco de se transformar a já desgastada Federação Brasileira num amontoado de republiquetas, cada qual buscando prosperidade exclusivamente para os seus limites territoriais, como se fosse possível isolar-se da eventual degradação do vizinho. Em vista dessa fratricida guerra travada por todos os Estados da Federação - sem exceção - criam-se situações inconstitucionais, arbitrárias e ilegais e, do lado do contribuinte, estimula-se a evasão fiscal, com todos os ônus dela decorrentes (afronta a livre concorrência, principalmente). O caso mais grave diz respeito à substituição tributária de ICMS que, paulatinamente, vai transformando este imposto em monofásico, cuja incidência concentra-se na saída da mercadoria do estabelecimento industrial. Em face disso, o montante do imposto incidente em determinadas operações (ICMS próprio + ICMS substituição) alcança percentuais confiscatórios e representa para as empresas optantes pelo Supersimples valores que as impulsionam à inviabilização. Sem contar que estes valores precisam ser recolhidos aos Cofres Públicos muito antes de os clientes/adquirentes pagarem suas duplicatas. Ainda sobre a substituição tributária de ICMS, é difícil imaginar algo que possa ferir mais a Federação do que a prática usual, em quase todos os Estados, de exigir o denominado diferencial de alíquotas nas entradas de mercadorias em seus territórios. Tudo isso feito à margem da lei (por decretos/instruções normativas etc.) e da constituição, a qual assegura a livre circulação de bens e pessoas no Território Nacional (art. 150, V), sem a exigência de tributos para tanto. Quanto aos princípios constitucionais que fundamentam o ICMS, melhor sorte não
lhes assiste. Veja o caso do princípio da seletividade em função da essencialidade, segundo o qual, singelamente, as mercadorias e serviços tributados pelo imposto teriam suas alíquotas fixadas de acordo com seu grau de importância à vida do cidadão. Como explicar, então, que se tribute ainda tão fortemente a energia elétrica, as comunicações, os alimentos etc.? No caso do princípio da não-cumulatividade, que historicamente visa a evitar o denominado "efeito cascata" na tributação, é inadmissível que, após mais de vinte e cinco anos da Constituição, ainda se discuta quais itens ensejam direito a crédito fiscal do imposto. É inegável que os Estados estão em uma situação economicamente fragilizada e isto vem progressivamente se agravando ao longo dos anos. No entanto, a forma como o ICMS vem sendo tratado, ao invés de colaborar na solução deste inercial processo, colaborará para aprofundar a crise vivenciada pela a maior parcela das Unidades da Federação. Em vista disso, é necessário que os projetos que tramitam no Congresso Nacional, visando a enfrentar a questão do ICMS, alcancem o consenso necessário para sua aprovação. Notadamente, a unificação da alíquota interestadual de todos os produtos (importados já é assim desde o início do ano) pode representar um importante passo neste sentido, especialmente para minimizar os efeitos da denominada guerra fiscal. Não que isso signifique uma melhora considerável no cenário descrito, mas representa um alento a servir como marco divisor de um tempo. É fundamental, enfim, que se possam reconstruir relações de confiabilidade, coerência, lealdade - para não dizer legalidade e igualdade - entre Estado e contribuinte, pois se, de um lado, o primeiro tem o legítimo direito de desempenhar sua função fiscal - na plenitude de suas possibilidades jurídicas -, o segundo também tem o direito de não se submeter à exigência de tributos em descompasso com as normas que vinculam a todos - inclusive e principalmente ao próprio Fisco. Normas essas, cuja gravidade do desrespeito seria menor, se não estivessem formalmente consagradas em algo que deveríamos, com orgulho, denominar de CONSTITUIÇÃO!
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Cresce demanda por calçados com numerações maiores Luís Vieira
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xiste o consenso de que, comparando com décadas atrás, cresceram no ponto de venda as solicitações por c a l ç a d o s c o m n u m e r a ç õ e s m a i o r e s . Ta l afirmação tem como base tanto depoimentos de quem vive diariamente a rotina da venda ao consumidor final quanto das indústrias que atendem aos pedidos dos lojistas, cujas grades buscam números mais altos nas coleções. Mas esta constatação é suficiente para se afirmar que o tamanho dos pés brasileiros aumentou? Para o coordenador do Laboratório de Biomecânica do I n s t i t u t o B r a s i l e i r o d e Te c n o l o g i a d o C o u r o , C a l ç a d o e A r t e f a t o s (IBTeC), D r. A l u i s i o Av i l a , a resposta não é tão simples quanto parece - principalmente pela falta de padronização d a numeração d o s c a l ç a d o s . O tema desta Reportagem Especial chega a o s l e i t o r e s d a Te c n i c o u r o e m u m m o m e n t o e s t r a t é g i c o p a r a o s e t o r, q u a n d o o G o v e r n o F e d e r a l m o b i l i z a t o d o o s i s t e m a d e vestuário brasileiro para que sejam criadas as bases normativas que vão definir os padrões que correspondem ao perfil da nossa população, o que vai implicar em adequações nos s e t o r e s d e c a l ç a d o , confecções, d e s i g n , g e mas e joias. Pesquisas que comprovam o aumento da estatura da nossa população não faltam. Os dados do estudo Saúde Brasil 2008 feito pelo Ministério da Saúde, por exemplo, r e v e l a m q u e e n t r e o s a d o l e s c e n t e s , n a f ai x a
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de 10 a 19 anos, o índice de déf i c i t d e a l t u r a t e v e u m a r e d u ç ã o d e 70 % e m 20 0 3 , c o m p a r a n d o c o m 1974 . N o m e s m o p e r í o d o , na população adulta, as mulheres ganharam em média 3,3 cm, enquanto os homens aumentaram a uma média de 1,9 cm. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por sua vez, assegura que a cada ano o brasileiro fica mais alto. A afirmação tem por base a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). De acordo com o levantam e n t o , e m 2 0 0 2 /20 0 3 o s h o m e n s d e 19 anos tinham uma altura mediana de 1,69m. E n t r e t a n t o , e m 2 0 0 8 /2 0 0 9 p a s s o u a s e r d e 1 ,72 m . E n t r e a s m u l h e r e s d a m e s m a i d a d e a c u r v a e v o l u i u d e 1 , 6 0 m p a r a 1 , 61 m . Porém, outro estudo, realizado pelo pesquisador da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Adroaldo Cezar Araujo Gaya, através do Projeto Esporte Brasil (ProespBR), sugere que os brasileiros vinham aumentando o seu tamanho de geração para g e r a ç ã o . To d a v i a , e s s a t e n d ê n c i a d e a u m e n to estaria declinando nos últimos anos. "Os dados do Proesp-BR, analisando os anos de 19 9 9 a 2010 , n ã o t ê m a p r e s e n t a d o i n c r e mentos nas estaturas de crianças e adolesc e n t e s d e 7 a 17 a n o s e m a m b o s o s s e x o s " , e x p l i c a o p e s q u i s a d o r, c u j a e q u i p e j á m e d i u a altura de mais de 58 mil crianças e adolescentes em todo o Brasil. Segundo ele, isto pode significar que a população brasileira atingiu o seu ápice de crescimento.
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Na justa medida Visando a aprimorar a política industrial, tecnológica e de comércio exterior, o Governo Federal criou o Plano Brasil Maior. Uma das estruturantes diz respeito ao fortalecimento das cadeias produtivas, especialmente os setores industriais intensamente atingidos pela concorrência das importações. Com isso, busca aumentar a eficiência produtiva das empresas nacionais, agregar valor no próprio País e coibir práticas desleais de competição. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) participa deste processo em duas esferas - uma mais política e estratégica, relativa às questões de competitividade como um todo, e outra técnica. As duas têm uma ligação estreita, mas tratam de maneira diferente esses temas. Um dos assuntos que competem à esfera operacional se refere ao aprimora-
mento do arcabouço normativo, legal e regulatório, cujas iniciativas são de desenvolver, atualizar e implantar uma base normativa que vai compreender toda a área do sistema de moda brasileiro (envolvendo os setores de calçado, confecções, design, gemas e joias) na definição dos padrões que correspondem ao perfil da população. Cada setor vai dar sequência aos trabalhos através das respectivas entidades representativas. O presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, explica que esta proposta se encontra em uma fase bastante inicial, de articulações para o financiamento de um estudo antropométrico que será o fundamento para a regulamentação. Desta forma, a entidade propôs uma parceria ao IBTeC para a realização do estudo e a formatação do banco de dados sobre o pé brasileiro. "A partir deste estudo, que
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será feito em diversos pontos do Brasil, a indústria nacional será beneficiada com o acesso a um amplo banco de dados confiáveis para a adequação da produção, evitando perdas e desperdícios, possibilitando a padronização de tamanhos", pontua Klein, complementando que a iniciativa beneficiará também o comércio eletrônico, pois os internautas terão maior segurança quanto ao tamanho dos calçados adquiridos. O coordenador do Laboratório de Biomecânica do IBTeC, Dr. Aluisio Avila, lembra que o instituto domina a tecnologia de medição dos pés, e que este tipo de informação é estratégica para as empresas. "Temos toda a condição de realizar este estudo em âmbito nacional, envolvendo todas as populações - desde indivíduos recém-nascidos até da terceira idade -, coletando tanto dados gerais quanto específicos.
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Pois, além de contarmos com uma equipe especializada neste tipo de serviço, o equipamento que será utilizado possibilita a análise de dezenas de parâmetros", assegura.
Que número é este? Assim como as pesquisas sugerem que a nossa população teve um aumento na estatura, existe o entendimento de que os pés acompanharam esta evolução e estão maiores do que em décadas atrás. O pesquisador do IBTeC aponta que hoje as empresas calçadistas utilizam as grades de pedidos das lojas como indicativo de que houve um crescimento na média do tamanho dos pés da população brasileira. Embora seja válido para as relações de compra e venda, esta metodologia não é conclusiva sob o ponto de vista científico. "Sob vários aspectos a grade não pode ser tratada como um método 100% fidedigno para se afirmar que o pé brasileiro está maior hoje do que era há 10 ou 20 anos atrás. Um dos problemas
é que as fábricas não adotaram ainda uma tabela padrão para construírem os seus calçados. Desta forma, dois sapatos com a mesma metragem podem ser vendidos como sendo de numeração diferente (enquanto uma grife classifica um determinado tamanho como número 40 outra considera 41, por exemplo), e esse é o problema. Mas se realmente a numeração dos calçados obedecesse a um padrão nacional, a grade seria um indicativo mais confiável", explica o pesquisador. Porém, ele salienta que, por falta de estudos mais aprofundados sobre o tema, a grade se torna um indicador importante, pois representa uma tendência que o próprio mercado se encarrega de confirmar. O Dr. Aluisio conta que o IBTeC realiza pesquisas antropométricas desde 1990, e as informações coletadas durante todo este período estão armazenadas em um banco de dados, servindo como fonte de informações para indústrias que desejam aprimorar os seus desenvolvimen-
tos com características que atendam ao perfil do pé brasileiro. Mas para se afirmar cientificamente que houve alguma mutação seria necessário um período maior de análises. "Na Alemanha, por exemplo, existe um estudo publicado há 10 anos comparando o tamanho do pé da população. A pesquisa tem como base levantamentos antropométricos datados de 100 anos atrás. Esses dados são renovados ao longo do tempo e estão acessíveis ao público. Daqui a 100 anos, se desejarem, podem verificar novamente se houve ou não alguma evolução. Os apontamentos brasileiros, infelizmente, não correspondem a um período tão longo", lamenta. SAINDO DA FÔRMA Mas nem tudo está perdido. Desde janeiro de 2013, estão publicadas as normas brasileiras de fôrmas que determinam as numerações correspondentes a cada tamanho de pé. A publicação foi feita pela Associação Brasileira de Normas Técnicas a
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partir dos estudos realizados pelo Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11), com a livre participação de todos os setores interessados. Dr. Avila ressalta que mesmo que as empresas obedeçam ao comprimento das fôrmas determinado pelas normas, o ideal é que elas ofereçam pelo menos três perfis para cada número, atendendo assim as necessidades dos consumidores com pés delgados (D), médios (M) ou robustos (R). "Mas aquelas que oferecem apenas um perfil deveriam informar ao consumidor para que tipo de pé o produto é indicado", contextualiza.
Comércio incentiva a produção de números maiores A pedido da Tecnicouro, a Abicalçados realizou um levantamento junto aos seus associados. A pesquisa abrangeu 13 empresas de calçados masculinos, femininos e infantis. Destas, sete informaram que tiveram de
aumentar as opções de tamanhos em suas grades, num comparativo ao que era oferecido há dez anos. A maioria implantou um ou dois números, mas houve um caso, no segmento masculino, em que hoje são ofertados até três números a mais. Quando a pergunta é se a empresa passou a adotar um número maior como sendo a base da grade, quatro confirmaram esta mudança devido às solicitações de compras dos últimos anos. Cinco empresas acreditam que o tamanho do pé dos brasileiros está maior hoje do que há uma década. Mas seis informaram que não alteraram a numeração da sua grade em virtude de um possível crescimento dos pés dos consumidores. Durante o Salão Internacional do Couro e Calçado (Sicc), realizado em maio na cidade de Gramado/RS, a redação da Tecnicouro entrevistou lojistas e fabricantes para saber como esta questão é percebida. EMPRESAS A analista de marketing da Pim-
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polho, Luiza Malovini, conta que a empresa divide em três fases a produção diária de 20 mil pares de calçados infantis. A fase 1 se refere à numeração do 01 a 04 (para crianças de até 7 meses), a fase 02 corresponde do 16 ao 19 (para crianças de 4 a 9 meses) e a fase 3 abrange do número 20 ao 25 (para crianças de 9 meses a 3 anos). Anteriormente, porém, a fase 02 tinha numeração 15 ao 18, e a fase 03 tinha numeração 19 ao 24. "O foco da Pimpolho continua sendo crianças de zero a três anos, mas a empresa percebeu a necessidade de aumentar em um número seus produtos para acompanhar a mudança de numeração destas crianças, conforme a solicitação dos lojistas", destaca. O diretor da Contramão, Hermínio Santos, informa que a sua empresa foi criada em 1993 tendo como público-alvo crianças na idade dos cinco até os 13 anos. Na época, a sua grade compreendia até o número 32, mas hoje, mesmo mantendo a mesma faixa etária como foco,
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em alguns modelos, como as sandálias rasteiras, precisa oferecer também o número 39. "As meninas de 13 anos hoje calçam números iguais ou até maiores do que mulheres adultas. Se antes os números maiores eram pouco solicitados, hoje eles passaram a ser tão significativos quanto os tamanhos médios e menores", pontua. O diretor da Zeket, Paulo Santana, confirma que há 20 anos os números de calçados femininos mais solicitados eram 37 e 38, mas hoje a maioria corresponde ao 38 e 39. Antes a exceção era o 39, mas hoje é o 40, assegura. A diretora de desenvolvimento da Piccadilly, Ana Carolina Grings, diz que há uma década a grade da marca feminina ia do 33 ao 39, e o número 35 era o mais vendido. Hoje, porém, é necessário oferecer também o 40 e até mesmo o 41, que já está presente em cinco linhas. Os números 36 e 37 passaram a ser os mais vendidos. VAREJO Juliana Becker Hrynyszyn, da Boutique Nô, de Porto Alegre/RS, assegura que há dez anos percebe que as clientes passaram a pedir calçados maiores. Ela ressalta que as filhas adolescentes já estão apresentando um calce maior que as mães. "A maioria dos fornecedores aumentou a sua opção de tamanhos, e hoje o 40 e o 41 já não sobram nas prateleiras", revela. Outro lojista a notar que os pés dos adolescente cresceram mais do que os dos seus pais é Francisco Felix, da Bebel Calçados, de Belo Horizonte/MG. De acordo com ele, meninas de 15 anos calçam 39 e 40. Na sua loja, ele
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oferece para o público feminino artigos que vão até o número 41, enquanto os homens contam com artigos até o 45. "No segmento feminino, os menos solicitados hoje são o 33 e o 34. Mas o bom do calçado masculino é que vende bem todos os números", disse. Já o lojista Angelo da Silva Henriques, da Finex, do Rio de Janeiro/RJ, nota que não foram só as solicitações dos números maiores que cresceram. "A solicitação por números pequenos, principalmente o 33, aumentou nos últimos anos, na mesma proporção que o número 41 feminino. Enquanto isso, os 34 e 35 encalham na loja", considera. Eduardo Cunha, do Mercadão do Calçado, de Natal/RN, ressalta que há diferenças no número para uma mesma fôrma, conforme a marca. Mas mesmo assim, ele identifica que houve um aumento na procura por números maiores. "A grade feminina ia do 33 ao 38 e passou a ser do 34 ao 40. Enquanto isso, a masculina aumentou do 37 ao 42 para 38 ao 44", reforça.
Um pé cá outro lá Observando-se estudos realizados em vários países, se percebe que a média dos pés no mundo tende a ficar cada vez mais próxima. Isso devido ao aumento da miscigenação. A população brasileira é exemplo desta realidade, pois a nossa nação historicamente recebe imigrantes de todos os continentes, o que gera misturas de raças, cujos descendentes agregam características de vários povos, com estruturas corpóreas completamente diferentes, como africanos, asiáticos, europeus ou latino-americanos. Isso também ocorre nas outras nações. Desta forma, quando forem realizadas medições daqui há algumas gerações, os futuros descendentes farão parte das estatísticas, influenciando cada vez mais nas características biológicas dos povos.
A tendência é que nas próximas gerações as características dos pés não tenham mais tanta diferença de uma raça para outra, devido à miscigenação dos povos
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Couros X Sintéticos, tão semelhantes quanto diferentes O Luís Vieira
Centro das Indústrias de Curtume do Brasil (CICB) está em plena campanha nacional, advertindo quanto à proibição do uso do termo couro em produtos que não sejam de pele animal. A estratégia da entidade é primeiramente fiscalizar e depois punir quem descumpre a Lei 4.888 - que existe desde 1965 e regulamenta essa proibição, mas havia caído em esquecimento. A retomada deste assunto é uma resposta ao crescimento da oferta de calçados, artefatos, roupas e outros bens de consumo descritos ao consumidor como sendo de couro sintético ou couro ecológico, quando na verdade de couro mesmo nada têm. A regra é simples: o material é couro ou não é. Desta forma, vale ressaltar que o próprio couro não deve ser propagado com adjetivos como couro natural. A Revista Tecnicouro volta a abordar o tema com a realização da segunda parte desta reportagem especial. Na primeira, publicada na edição 276, de maio/junho, foram tratados aspectos de mercado - como o posicionamento das entidades setoriais sobre o assunto e as relações de consumo no ponto de venda. Nesta, o foco é como os sintéticos evoluíram, ao ponto de algumas vezes confundir até mesmo profissionais experientes quanto ao tipo de material componente de determinados produtos.
O presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couros, Calçados e Artefatos (Assintecal), Marcelo Nicolau, lembra que, se retrocedermos no tempo, a conclusão é que houve um grande desenvolvimento tecnológico nos materiais alternativos ao couro. "Nos anos 60, praticamente todos os laminados eram confeccionados em PVC. Se tratavam de materiais duros, o cheiro não era agradável e a grande maioria apresentava problemas de resistência. A semelhança ao couro se dava somente pelo aspecto visual. Mas hoje os sintéticos agregaram propriedades como maciez, resistência no uso, adaptabilidade em todos os processos constru-
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tivos do calçado, além de transpirabilidade e absorção", aponta. Essa transformação se deve ao desenvolvimento de setores como o plástico, com as novas propriedades dos poliuretanos, o têxtil com alternativas de tecidos e, principalmente, o setor de não tecidos (TNT), com diferentes tipos de fibras, em especial as de origem vegetal, que propiciaram o desenvolvimento da tecnologia de produzir bases coaguladas. Tais evoluções foram o passo principal para que a indústria de laminados sintéticos conseguisse apresentar às indústrias calçadistas novas opções de materiais com propriedades muito avançadas a preços competitivos. Desde então, o desenvolvimento da indústria de produtos para acabamentos para o couro e também para os produtos alternativos ao couro exerceu fator determinante para que as características de toque e aparência fossem aceitas pelos fabricantes de calçados e os consumidores finais. "É importante salientar que este desenvolvimento não para e a cada momento novas matérias-primas se apresentam ao mercado, viabilizando o lançamento constante de produtos inovadores que agregam ainda mais valor aos materiais alternativos", avisa Marcelo. O couro sempre foi considerado pela indústria de calçados e artefatos como o material mais nobre, e talvez o mais desejado, sendo, portanto, referência para quem pretende oferecer ao mercado alternativas que confiram performance superior aos produtos. Os laminados sintéticos, por sua vez, além de buscarem copiar as principais características deste material tão desejado, oferecem algumas vantagens, como reprodução em escala industrial, facilidade operacional e custos de processamento mais baixos, fatores que contribuem para a sua competitividade. "Os fabricantes de materiais alternativos têm a obrigação de oferecer aos consumidores dos seus produtos as mesmas propriedades e características do couro, que é um material superior, a preços que viabilizem que a maior parte da população tenha acesso a calçados que atendam às suas expectativas", conclui.
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Caracterização dos materiais O objetivo da Lei 4.888 não é impedir ou dificultar a concorrência dos produtos sintéticos com aspecto de couro, e sim garantir à sociedade o direito de saber a composição dos produtos ofertados. Mas que aspectos são estes que tornam os sintéticos tão semelhantes ao couro, tanto visualmente quanto pelo toque e o cheiro, ao ponto de, em algumas situações, serem confundidos mesmo por profissionais experientes? Na busca desta resposta, a Tecnicouro não se limitou a ressaltar as qualidades de cada um destes materiais, solicitou junto a técnicos do Laboratório de Ensaios FísicoMecânicos do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e do Laboratório de Controle da Qualidade do Centro Tecnológico do CalçadoSenai, ambos sediados em Novo Hamburgo/RS, informações também sobre testes realizados diariamente para analisar a performance dos produtos, apontando os tipos de problemas mais comuns nas diferentes matérias-primas.
Calçados em couro - Resistência ao atrito e à flexão; - Absorção da umidade natural; - Boa transpiração; - Ajuda a regular a temperatura do pé, evitando que ocorra seu resfriamento ou seu superaquecimento; - Quando usado em sola, facilita a descarga da energia estática (normal no corpo humano) para o solo, evitando choques elétricos; - Molda às variações do volume dos diversos tipos de pés, adaptando-se aos seus movimentos. Calçados em sintético - Leveza do calçado; - Versatilidade; - Impermeabilidade na grande maioria dos sintéticos; - Resistência à flexão; - Sintéticos em PU apresentam toque macio. Calçados em materiais têxteis (tecidos planos, malhas ou não tecidos) - Versatilidade; - Os tecidos planos geralmente proporcionam resistência ao cabedal; - Apresentam boa absorção e dessorção de umidade.
Tecnologias dos sintéticos buscam copiar também as fibras do couro, tornando o produto com toque semelhante
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Problemas que podem ser detectados em testes laboratoriais É importante deixar claro que os problemas apresentados nesta matéria pelos técnicos do IBTeC e do Senai não são de forma alguma um indicativo de que todos os materiais sejam ruins. Pelo contrário, se temos ciência de que eles ocorrem é devido à constante preocupação - evidenciada em todos os elos da cadeia produtiva do sistema coureirocalçadista - com o aperfeiçoamento dos substratos, componentes e produtos acabados, para que se atinja o máximo de qualidade possível, traduzida em artigos que ofereçam segurança, saúde e conforto aos usuários e proteção ao ambiente natural. Desta forma, os testes laboratoriais são uma necessidade para a comprovação das propriedades ou apontar adequações aos produtos, de acordo com as respectivas aplicabilidades. Afinal, é evidente que, sabendo de antemão quais as principais características dos materiais, diminui-se em muito as chances de que os problemas sejam detectados somente após a distribuição das coleções ao consumidor. Com relação a testes de durabilidade, há diferenças significativas na performance de couros quando comparados a laminados sintéticos ou não tecidos? IBTeC - Não se pode afirmar que um material seja inferior ou superior ao outro. Existem sintéticos e couros de boa e de má qualidade e resistência. A avaliação dos materiais deve se dar pela parte funcional onde será utilizado no calçado, seja cabedal, forro, avesso, contraforte ou couraça. Cada um dos materiais apresenta características e funções específicas, podendo variar de acordo com o modelo, adequando-se aos processos de fabricação. Senai - Quando comparamos materiais de boa qualidade em relação à durabiJulho/Agosto 2013
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lidade não encontramos diferenças significativas na performance. É indicado que os materiais sejam sempre previamente testados e aprovados para a finalidade a que se destinam. Em materiais para calçados tanto para forro, quanto para palmilhas internas ou cabedal podemos encontrar materiais muito bons nos testes, seja couro ou laminado sintético, assim como não tecidos. Para que isso ocorra deve sempre se levar em conta qual a finalidade de uso do calçado e a performance esperada. Respeitando suas características individuais no processo de produção e efetuando ensaios de controle da qualidade dos mesmos. Quando há algum problema, este ocorre pelas características gerais dos materiais em teste ou por algum fator pontual? IBTeC - Geralmente se trata de problema pontual, como falha no processo ou algum dano que o produto possa ter sofrido. Os fatores podem ser vários, que vão do processamento da matériaprima até a montagem do calçado. Também podem ser devido à degradação dos materiais, causadas por corrosão, temperatura e desgaste. Normalmente em couros os resultados são mais variados. Por se tratar de um produto natural, um aglomerado de fibras, algumas partes podem ter resistência maior ou menor que outros. Já em laminados os resultados dos ensaios normalmente são mais homogêneos. Senai - Cada material tem suas características, vantagens e desvantagens. Se o material foi desenvolvido respeitando as qualidades requeridas para a performance a que se destina, não haverão discrepâncias. Um problema pontual que pode ocorrer é a capacidade de permitir a permeabilidade do suor. Nos sintéticos, normalmente, existe pouca permeabilidade, enquanto no couro esta característica é majorada. Porém, dependendo do acabamento aplicado ao couro, do tipo de forro ou mesmo
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do método de preparação/montagem do cabedal do calçado (utilizando muito adesivo) essa capacidade acaba sendo diminuída. De uma maneira geral, quais são os maiores problemas de performance apresentados pelos calçados em couro? IBTeC - Um é a questão da fixação da cor, que é mais difícil no couro por ser um produto natural. Outro um tanto comum, mas não somente para couros, e sim para produtos de cor clara, é em relação à resistência a luz ou amarelamento. Existe ainda a questão da resistência à flexão, principalmente nos artigos de cor branca, pois os acabamentos desta cor geralmente quebram com facilidade. Outro problema se refere ao acabamento em verniz, que impede a transpiração, uma forte característica do couro. Senai - Os problemas no cabedal e/ou forro geralmente são relativos à fixação de corantes, causando migração de cor, manchamentos de meia ou do próprio pé, no caso de calçados que são utilizados sem meia. Outro problema é a colagem do cabedal ao solado, muitas vezes o teor de óleo no couro pode interferir nessa propriedade. Quais são os maiores problemas de performance apresentados pelos calçados em sintéticos? IBTeC - Pode-se citar como um problema a questão da transpiração que muitos dos laminados sintéticos apresentam, principalmente os de acabamento base PVC. Outro, comum para laminados base PU, é a questão da hidrólise, que faz com que o acabamento do calçado, quando este é submetido a intempéries (umidade, calor, luz etc.), comece a quebrar e descascar. Senai - Os problemas no cabedal e/ ou forro geralmente são relativos à camada plástica do laminado, tais como marcas, quebras etc.
Quais são os maiores problemas de performance apresentados pelos calçados em não tecidos? IBTeC - A avaliação dos materiais em não tecido é mais complexa, uma vez que dificilmente se encontram produtos cujo cabedal é todo feito com este material, que é mais utilizado em forros. Quando utilizado em forros, um dos possíveis problemas é o enovelamento (formação de bolinhas) e, em alguns casos, manchamento. Senai - O não tecido, na grande maioria das vezes, é utilizado como avesso em calçados (forro do calcanhar). Os problemas identificados são manchamento da meia (ou pé), formação de bolinhas (enovelamento) ou até mesmo o rasgamento do material por falta de resistência à abrasão. Com relação às composições dos materiais, quais são os problemas em potencial do couro e do sintético? IBTeC - Nos couros é a possibilidade da presença de substâncias que possuem restrição, a exemplo do cromo VI (uma vez que a maioria dos couros são curtidos com cromo), metais pesados, o formaldeído, corantes e aminas. Com os laminados os problemas seriam os mesmos, substâncias restritas (metais pesados, corantes, aminas e ftalatos - um plastificante usado em PVC. Nos não tecidos, os maiores problemas seriam os metais pesados e corantes. Senai - No couro, a maioria das vezes estão relacionados aos acabamentos, fixação de corantes, migração de substâncias, homogeneidade na cor e acabamento. Em alguns tipos de laminados de poliuretano identifica-se a baixa resistência à umidade da camada plástica, tornando-se quebradiça após um tempo de uso; nos laminados de PVC verifica-se a quebra da camada plástica e a migração de substâncias devido à ação do plastificante. Como os não tecidos são largamente utilizados como avesso (forro do calcanhar) o maior problema identificado é em relação ao enovelamento.
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Soluções químicas para melhorar a performance Alberto Hassessian, gerente da unidade de negócios CAS da Bayer MaterialScience para a América Latina, salienta que a empresa possui uma linha inovadora de isocianatos e resinas de poliuretanos a base de água chamada Impranil. Foram desenvolvidos especialmente para atender as rigorosas especificações da indústria coureira e de laminados aliando a alta performance dos poliuretanos a um produto livre de solventes, e podem compor as formulações de todas as camadas do laminado, ou seja, a camada de adesão ao substrato, a camada expandida e o acabamento final. "Esse é um grande diferencial, pois há a possibilidade de se eliminar as camadas de coagulado ou PVC tendo um produto 100% a base de água e de alta performance, entretanto isso não exclui a possibilidade de se ter um produto misto, ou seja, tendo camadas intermediárias em PVC ou coagulado e com o acabamento a base de água", assegura. O executivo de conta considera ainda que os produtos da Bayer compõem as formulações de todas as camadas dos laminados acima do substrato, os métodos de aplicação são correspondentes aos que já são utilizados convencionalmente no mercado, seja por espalmagem direta ao substrato, ou por aplicação sobre o papel de transferência. A vendedora técnica da Maxxi Química, Rejane de Oliveira, explica que o que confere ao sintético a aparência de couro é o processo de fabricação desde o início do material. Já os pigmentos da empresa são usados no final, no acabamento, quando o sintético já terá uma característica muito similar ao couro. Atualmente, a linha de cores conta com pigmentos a base de micas naturais, micas sintéticas, pigmentos iridescentes, pigmentos fluorescentes, fosforescentes, pigmentos com borosilicatos. Além disso, a empresa trabalha com glitteres em vários tama-
nhos e formatos a partir de 002 polegadas até 090 polegadas. O pigmento aplicado dá ao material a característica que o cliente desejar, em termos de brilho, maciez, textura, reflexão. "Com os pigmentos da Maxxi Química se pode obter um acabamento natural, com transparência ou com cobertura. A ação do pigmento depende apenas da criatividade do cliente, desde a aplicação até a escolha variada para atender a demanda de tendência em cores e efeito", comenta. O produto é de fácil aplicação. Pode ser usado em meio aquoso ou em meio solvente. Além disso é compatível com resinas acrílicas, vinílicas, nitrocelulose, PU, PVC, podendo ser aplicado com pistola, multiponto, espalmado, dependendo do resultado final desejado. O gerente de pesquisa e inovação de poliamida e intermediários do grupo Solvay Rhodia, Wagner Lourenço, destaca que o principal produto para a indústria de sintéticos é o ácido adípico, utilizado como matéria-prima para a produção de polióis-poliésteres empregados na fabricação de laminados sintéticos de poliuretano. A substância é usada para preparar os poliois-poliésteres, empregados em várias aplicações, incluindo-se a preparação de poliuretanos pela reação com isocianatos. "Com o ácido adípico é possível produzir poliésteres lineares. Este produto confere ao poliol-poliéster propriedades físicas tais como a flexibilidade, por exemplo, no caso dos poliuretanos para espumas flexíveis e elastômeros. Além disso, também proporciona outras propriedades ao poliuretano onde se emprega o poliéster, como maior resistência a graxas, solventes e à oxidação", considera. O ácido adípico, por meio de seu poliéster, confere ao poliuretano melhores propriedades relacionadas à resistência, abrasão e estabilidade dimensional. O material é utilizado como produto puro, no estado sólido, tratando-se da principal matéria-prima
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de uma gama extensa de produtos finais, criando uma maior resistência às graxas/solventes/oxidação e uma maior flexibilidade. A Brisa é uma das muitas empresas de laminados sintéticos que se beneficiam destas e tantas outras soluções tecnológicas para agregarem performance e qualidade aos seus produtos. Hoje, ela oferece ao mercado uma enorme gama de produtos alternativos ao couro, que vão desde forros transpirantes e absorventes, característicos da linha Ecoline, a produtos para cabedais de calçados e bolsas com uma variedade de texturas, cores e acabamentos diferenciados. O diretor José Cláudio Blos ressalta que a Brisa é uma das poucas empresas no Brasil a produzir seus próprios coagulados em PU. "Por isso consegue oferecer ao mercado sua linha de forros Ecoline que são transpirantes e absorventes, com tratamento antifúngico e antibacteriano. Sua estrutura poromérica confere aos calçados, forrados com este produto, características de conforto extremo muito similar aos melhores couros utilizados como forros existentes no mercado", avalia. Para cabedais, a empresa oferece diferentes opções, sendo todas com conteúdo tecnológico de última geração através das linhas Ecopelle, Ecoform e Nanopelle. Cada uma com propriedades específicas, para que os clientes possam construir seus produtos de acordo com as melhores características requeridas. Ele explica que o couro é a matériaprima mais requerida no calçado, e reproduzir sua estrutura, suas características, suas propriedades e sua beleza é o grande desafio e o objetivo de todo o fabricante de materiais alternativos. "Com as tecnologias existentes, assim como as matérias-primas disponíveis no mercado, poderíamos dizer que, sem exceção, todas as propriedades podem ser reproduzidas, não há limites tecnológicos. Mas evidentemente, até por razões de status, o calçado em couro será sempre o objeto de maior desejo", contextualiza. Julho/Agosto 2013
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45ª Francal expõe 3.500 marcas para 65 mil visitantes De 9 a 12 de julho, acontece em São Paulo/SP a Francal - feira internacional da moda em calçados e acessórios para a temporada primavera-verão. A mostra chega a sua 45ª edição com 42 mil m2 de área de exposição, onde mais de 3.500 marcas exibem as suas coleções para um público de aproximadamente 65 mil profissionais do setor, entre os quais 27 mil lojistas. O presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, lembra que não é por obra do acaso que o Brasil é hoje o terceiro maior produtor mundial de calçado, com 800 milhões de pares. Pelo contrário, as indústrias calçadistas nacionais têm a expertise no desenvolvimento de sapatos com qualidade e evoluiu bastante no design, agregando características de brasilidade aos produtos, o que agrada tanto aos importadores quanto aos lojistas brasileiros. Esta é uma das mais importantes evoluções deste setor que exporta para mais de 130 países. O sistema coureiro-calçadista do nosso país é formado por mão de obra especializada, fornecedores qualificados, plantas fabris adequadas, o trabalho infantil foi eliminado e o salário está dentro dos parâmetros brasileiros. "Tudo isso contribui para o potencial produtivo da indústria calçadista, e esta é a razão do acesso ao mercado interno, que é para onde escoa o maior volume de vendas, e também ao mercado internacional, embora o volume das exportações hoje sejam menores do que no passado",
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A feira alavanca a comercialização de calçados e artefatos que estarão nas vitrines na temporada mais quente do ano
contextualiza. O executivo afirma que o design e a qualidade são parâmetros que diferenciam os calçados brasileiros dos asiáticos, posicionando-os bem próximos aos de maior referência, que são os europeus - especialmente italianos. "A Francal, ao reunir o melhor da indústria calçadista brasileira, se tornou a vitrine que mostra tudo isso aos seus visitantes, que vêm de todas as regiões do País e dos cinco continentes", define. Abdala lamenta o que chama de política de represamento do dólar e também os custos da produção brasileira, que são fatores inibidores de um desempenho melhor da classe industrial. "A política cambial que o Brasil vinha praticando dificultava a concor-
rência com o mercado internacional, mas houve uma certa mudança. Então eu acredito que se essa nova tendência do câmbio prevalecer e for consistente, deveremos começar, aos poucos, a recuperar o fôlego nas exportações", pontua. Os fornecedores brasileiros conquistaram a confiança dos compradores internacionais, mas esta relação foi construída no decorrer dos últimos 40 anos, quando os produtos nacionais começaram a abastecer, gradativamente, o mercado externo. "Nós iniciamos as nossas exportações majoritariamente para os EUA, e hoje vendemos para os mais importantes mercados compradores", lembra o empresário.
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Inspiramais mostra a força da brasilidade Nos dias 10 e 11 de julho o Inspiramais - Salão de Design e Inovação de Componentes - recebe no Shopping Frei Caneca, em São Paulo/SP, compradores da América Latina, Europa e Estados Unidos, além de industriais, designers, estilistas, fabricantes de insumos e produtos finais de mais de cinco mil empresas de todo o País, que buscam informação e produtos inéditos, com soluções e tecnologias inovadoras, e com um grande diferencial: a brasilidade. Em sua 8ª edição, o evento lança inspirações em matériasprimas e componentes para os diversos segmentos da cadeia produtiva, como tecidos, couros, fivelas, laços, pedrarias, solados, cabedais, materiais sintéticos, botões e todos os outros materiais e aviamentos que compõem as roupas, calçados e acessórios. O estilista Walter Rodrigues, que coordena o núcleo de design do Inspiramais, conta que o projeto busca implantar a cultura do design e inovação Made in Brasil, a importância da pesquisa e
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do desenvolvimento de uma identidade própria e com referências brasileiras, tudo aplicado ao desenvolvimento de novos produtos. "Estamos valorizando nossa identidade de moda brasileira ao mundo. E isso certamente contribui a partir do desenvolvimento das matérias-primas, que acabam sendo a base fundamental de toda a construção das roupas, bolsas, calçados e acessórios", conta Walter Rodrigues.
Mais que um salão de moda Realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), o salão agrega 99 expositores que apresentam produtos inéditos para a cadeia produtiva da moda. São mais de 600 materiais desenvolvidos pelo setor de componentes e apresentados para mais de cinco mil compradores nacionais e internacio-
nais. Também oferece ações paralelas para estimulo ao intercâmbio de informações, como Fórum de Inspirações, Preview do Couro, Oficina de Criação, Referências Brasileiras, Mix By Brasil, Projeto Comprador e Inovamais. "É muito mais do que um evento de moda e negócios, o Inspiramais é um ação de estímulo às novas ideias, interligando a aplicação do design a cada segmento, gerando oportunidades, valorizando o produto nacional, incentivando e trazendo muito mais conhecimento através de oficinas especializadas e profissionais de primeira linha", conta Marcelo Nicolau, presidente da Assintecal, realizadora do Salão. É também o momento em que a indústria e os profissionais inseridos no mercado da moda têm o primeiro contato com as novidades desenvolvidas pelas empresas brasileiras de componentes para a próxima estação: cores, formas, composições, possibilidades.
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CICB realiza em agosto a segunda edição do Fórum de Sustentabilidade No próximo dia 28 de agosto, será realizado em Novo Hamburgo/RS, o 2º Fórum CICB de Sustentabilidade, que vai reunir especialistas de renome mundial para debater as a sustentabilidade na cadeia coureira. O evento vai ocorrer no Parque de Exposições da Fenac, das 13h30min às 18h, com organização do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB). Depois do sucesso da primeira edição, o fórum amplia seu alcance e traz para o Brasil palestrantes internacionais. Para facilitar o acesso aos conhecimentos disseminados, haverá tradução simultânea de todos os painéis que trazem ao público temas inovadores dentro da indústria do couro no mundo. O primeiro painel tem confirmado o palestrante Federico Brugnoli, da Itália. Especialista em sustentabilidade, avaliação de ciclo de vida e gerenciamento de desempenho em couro, ele foi o responsável por relatório técnico da Unido Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial sobre couro e emissões de carbono. Federico irá palestrar no fórum no painel Barreiras Técnicas: Certificação, Legislação e Normas. Ta m b é m está c o n f i r m a d o o palestrante Michael Appleby, da Sociedade Mundial de Proteção
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Animal, de Londres. Michael f a l a r á sobre C o u r o , P a s s a d o e Futuro: Ecologia, Economia e É t i c a d a S u s t e n t a b i l i d a d e . Ele trará ao fórum um tema de extrema importância para a cadeia coureira e cuja consideração é tendência mundial entre os maiores mercados compradores de couro: as correlações diretas entre o bem-estar do gado e a quantidade e qualidade do couro produzido. "A produção de couro para ser sustentável deve abordar a ecologia, economia e ética do uso de animais vivos", destaca o especialista. Federico Brugnoli tem mais de 15 anos de experiência em consultoria para empresas e associações europeias e internacionais de diversos setores da economia, e também é gestor em diferentes projetos para o processo de design sustentável em curtumes.
Confira a programação 1 - Barreiras Técnicas: Certificação, Legislação e Normas. Palestrante: Federico Brugnoli, especialista em sustentabilidade, avaliação de ciclo de vida e gerenciamento de desempenho em couro, ele foi o responsável por relatório técnico da Unido sobre couro e emissões de carbono 2 - Design na Pele e Sustentabilidade. Palestrante: Ronaldo Fraga. 3 - Couro, Passado e Futuro: Ecologia, Economia e Ética da Sustentabilidade. Palestrante: Michael Appleby, Chief Scientific Adviser da Sociedade Mundial de Proteção Animal, de Londres. 4 - Debate Sustentável. Nesta etapa, todos os participantes dos painéis anteriores se reunirão para uma série de debates sobre os mais relevantes assuntos que pautam a indústria do couro no âmbito da sustentabilidade.
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Sicc oportunizou vendas para a primavera-verão e Dia dos Pais Três dias de intensa visitação e geração de negócios. Assim pode ser definida a 22ª edição do SICC - Salão Internacional do Couro e do Calçado, que aconteceu em Gramado/ RS de 27 a 28 de maio. A feira apresentou 360 expositores com mais de 1.000 marcas de calçados e de acessórios, que receberam lojistas de todas as regiões brasileiras e importadores de cinco continentes, e formalizaram pedidos com entregas programadas para 30 e 40 dias depois. Frederico Pletsch - diretor da Merkator Feiras e Eventos, empresa que realiza a mostra de calçados e artefatos - considera que "a data da feira está ajustada tanto para os varejistas que buscam lançamentos para a primavera-verão quanto para o Dia dos Pais". Ele antecipa, ainda, que no próximo ano o salão acontecerá no período de 26 a 28 de maio de 2014. Pletsch salienta que a mudança do horário do evento (a feira foi ampliada em seis horas, com duas horas adicionadas a cada dia, o que significou mais um dia de negociações sem mexer no calendário) foi comemorada nos corredores. Outra solicitação dos expositores é sobre a ampliação da área da feira. "Para a edição de 2014, a promotora projeta aumentar a área da feira devido a pedidos dos clientes", comenta Pletsch.
Produtos desenvolvidos na feira
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A presidência e equipe do IBTeC com integrantes do Projeto Villaget e empresas parceiras da Fábrica Modelo de Artefatos edição 2013
Projeto Fábrica Modelo de Artefatos Realizado em conjunto pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Merkator Feiras e Eventos, o Projeto Fábrica Modelo de Artefatos ocupou uma área com 270 m², na feira, onde foram fabricadas
mochilas, bolsas e carteiras, com a utilização de materiais reaproveitáveis. Nesta edição, o Instituto Villaget foi convidado para ser o co-executor, unindo-se a 13 empresas fornecedoras de materiais, máquinas e serviços. O Instituto Villaget é um centro de capacitação profissional criado há 10 anos para oferecer oportunidades a jovens em situação de risco social. Além de artefatos, a grife Villaget desenvolve tênis e acessórios esportivos. Os recursos obtidos com as vendas são investidos em projetos, criação de novos produtos, além de custear despesas fixas. Na edição de 2013, o projeto teve como parceiros o Grupo StickFran e as empresas Clason, Colorgraf, Compomax, Dublarte, Ecosimple, Inpol, Estamparia JC, Kundem Systems, Mecsul, Orisol, Transduarte e WO.
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Gira Calçados propicia R$ 8 milhões em negócios A segunda edição do Gira Calçados atingiu a sua meta de negócios. Quarenta e quatro empresas do Nordeste e 13 de outros estados venderam cerca de R$ 8 milhões em produtos e máquinas durante três dias. Os negócios foram fechados no evento e projetados para até um ano. A feira contou com a participação de mais de 200 lojistas de 25 estados brasileiros, além da exposição de 22 máquinas e cerca de 166 mil produtos. O Gira Calçados 2014 será de 3 a 5 de junho. O total das transações realizadas na Rodada de Negócios entre expositores e lojistas durante o Gira Calçados deste ano foi de R$ 1,9 milhão. Os negócios projetados para até um ano são de R$ 4 milhões, o que somou entre pedidos fechados e a fechar R$ 6 milhões, segundo a coordenadora da Rodada, Christianne Fiúsa. "Em relação ao ano passado, o valor fechado aumentou 35%. Superamos as metas de valores. Para a realidade do varejo foi um resultado excelente", explicou Christianne. Já o showroom de máquinas e componentes para calçados gerou R$ 1,2 milhão em vendas diretas e quase R$ 820 mil em negócios projetados em até seis meses, conforme o gestor do projeto de Calçados do Sebrae Paraíba, Rodrigo Dantas.
Empresários A empresa All Foot, da cidade de Salvador (BA), fabrica as marcas Vitiello, Kammy e Week e, devido aos bons negócios fechados este ano, será uma das que parti-
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cipará do Gira Calçados 2014. O representante Edson Pithon e o diretor comercial Ricardo Candeias trouxeram um produto de tendência na Bahia para a feira. Um tipo de sapatilha de tecido com corda, colorida, que chamou a atenção dos lojistas. "Colocamos uma meta de vender dois mil pares, mas chegamos a cinco mil. Fizemos ainda muitos contatos, vendemos para cinco redes do Sul do País e para o Rio Grande do Norte, Mato Grosso, São Paulo, Sergipe, Rio de Janeiro, Acre e Amazônia", detalhou Edson. O evento foi lucrativo também para os paraibanos, como o grupo Cimar Calçados, que fabrica as marcas +Bella e Personal Sandálias, que vendeu R$ 300 mil para um semestre. No segundo ano de participação do Gira Calçados, o Cimar conseguiu mais negócios do que ano passado por causa de uma linha de calçados lançada, com
inovação e maior valor agregado. O diretor executivo, Aírton Figueirêdo Filho, criou o blog da futura loja virtual multimarcas chamada Calce.me (http://calce.me).
Lojistas Os compradores do Gira Calçados levaram muitos produtos nordestinos para suas localidades. Francisco das Chagas Silva, vendedor da empresa Chagas Novidades, da cidade de Manaus (AM) comprou da Paraíba e do Ceará. "Estou levando calçados e acessórios. Achei a escala de produção boa. Estou na primeira participação do evento e pretendo voltar", comentou. O conterrâneo dele, José Dorval da Costa, da Cinderela Calçados, também da cidade de Manaus, investiu um pouco mais para seu negócio. "Fiz cerca de R$ 100 mil em compras. Achei os produtos de ótima qualidade", disse. Ele veio pela primeira vez, mas vai voltar.
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Aplicações surgem repaginadas Melissa Zambrano
As modernas tachas que vêm se firmando na moda de acessórios ganham nova proposta para o verão 2014. Versáteis, agora elas aparecem em diferentes formatos e coloridas combinando, muitas vezes, com o tom do calçado e bolsa onde são aplicadas. Para o gerente de mercado da Cristófoli, Daniel Keller, esta tendência deixa o produto mais elaborado e sofisticado. Ele sugere fazer uma composição com diferentes tamanhos e formatos. Inspirados na moda feminina, os sapatos infantis vêm repletos desta referência. "As tachas e os spikes são a sensação da estação, uma proposta com um visual mais descolado", aponta Juliana Polesso, estilista da Piccadilly For Girls. Os enfeites, na sua opinião, agregam valor, modernidade e sofisticação. "Os modelos repletos de detalhes é que fazem a diferença", garante, destacando que as aplicações em várias cores, formas e tamanhos combinando com a cor do modelo ganham formas lúdicas para as tweens. Quem também adaptou a moda adulta à infantil foi a Pimpolho, com o diferencial de acrescentar modismos mesmo para bebês recém-nascidos. Conforme Luiza Malovini, analista de marketing, elas chegam para a moda infantil de forma um pouco diferente, com formatos arredondados e superfícies lisas, sem as famosas pontas de spike, para não machucar os pés dos bebês. Na cartela de cores, se encontra pink, lilás, roxo, violeta, royal, turquesa, verde bandeira, amarelo, tangerina, marrom, dourado, prata, branco e preto. Além de tons cítricos, como amarelo, verde, laranja e rosa. Calçando do número 25 ao 37, a Bibi criou a linha urbana Gummy New com enfeites coloridos na mesma cor do sapato dando uma textura especial - e apostando em uma paleta de tons cor-de-rosa. As mais estilosas vão adorar a linha Renascence, que pode ser encontrada do tamanho 28 ao 39. Em diferentes cores e estampas são ótimas opções para quem gosta de estar na moda.
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Pegada esportiva Pensando em agregar um apelo fashion, remetendo mais para o conceito de moda, dando ênfase a uma das tendências do verão, a Coca Cola Shoes decidiu apresentar as tachas de uma maneira não muito usual, ou seja, nas mesmas cores do material que o tênis é confeccionado. "Assim temos um elemento da moda, porém com uma proposta diferenciada", salienta o gerente de produto Rodrigo de Castilhos. Em formato de cone e aplicadas em lona e couro vão colorir o verão em combinações variadas de azul royal, verde, amarelo, laranja e vermelho. "Neste verão, apostamos em produtos exclusivos que vão do clássico ao ousado. Muita moda e democracia com uma pegada totalmente colorida", pontua.
Sensualidade a seus pés O escarpin Pigalle Spikes da Louboutin continua sendo o eleito pelas celebridades e fashionistas.
Coca Cola Shoes
Efeito sutil As transparências juntam-se a tachas metálicas fazendo um belo contraponto. A linha Punk Elegance da Biondini continua nesta estação com calçados supertachados, evidenciando esta tendência marcante. Já a Minimal traz produtos limpos e transparentes. Com inspiração em diferentes universos, a coleção verão da Contramão traz modelos com uma variedade de cores, com nuances discretas e aquareladas. Os calçados recebem superfícies metálicas, peroladas e brilhantes, mostrando uma atmosfera futurista às criações com pedrarias e tachas. As texturas e aplicações também são apostas certas da Firezzi e surgem em spikes cortados, pirâmides e cravos em perfeitas combinações com tons nude.
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Coluna de moda
Looks coloridos do Brogue
Ernesto Dolani
Gabriella Laino Fotoshoe/Itália foreign@fotoshoe.com O brogue é sem dúvida um ícone da moda. Originário da Escócia e Irlanda, o estilo que conhecemos hoje foi usado pela primeira vez, na sua forma mais rudimentar, como um sapato para caminhada. Feito de couro não curtido, as perfurações foram muito úteis para a drenagem ao atravessar um pântano ou outro tipo de terreno encharcado. Tradicionalmente considerado um sapato ao ar livre, tais calçados passaram por uma grande transformação, sendo atualmente adequados para praticamente qualquer ocasião. Para a próxima temporada são propostas combinações encantadoras de cores para o novo brogue, atualizando esta peça clássica do guarda-roupa dos homens, transformando-o em um acessório super na moda para um olhar alegre e jovem. Na cartela figuram combinações de tons como vermelho, verde, azul, incluindo tinalidades naturais, que caracterizam tanto os acabamentos no cabedal quanto nas solas, sempre bastante leves.
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Vencer é ser você Baseada em estudos da neurociência comportamental, a obra esclarece porque líderes e liderados sofrem as consequências do mesmo grave problema: nem sempre as pessoas certas estão nos lugares certos. Esse dilema gera inúmeros transtornos no dia a dia corporativo e na vida de muita gente. Afinal, um profissional só se destacará em sua carreira se conseguir colocar em prática suas principais habilidades, caso contrário, a infelicidade no trabalho tenderá a refletir negativamente na vida pessoal. Do outro lado, uma empresa só decola com uma equipe de colaboradores capazes de executar bem suas funções e motivados a prosperar. Para que essas duas situações ocorram, a empresa precisa saber qual a pessoa ideal para cada função, já o profissional necessita se autoconhecer muito bem para decidir
onde deve atuar. Ou seja, as pessoas certas precisam estar nos lugares certos para vencer. É por isso que o autor, consultor e especialista em gestão de pessoas lança a oitava edição de seu livro, em versão mais segmentada, atualizada e voltada para a carreira e negócios. O autor procura mostrar como conhecer a si mesmo para potencializar talentos, corrigir limitações e ser bem-sucedido no mundo corporativo. Os pontos- chave do livro vão revelar o que é estrutural - e não vai mudar, e o que é acabamento - e pode ser mudado, em uma personalidade.
Vencer é ser você Eduardo Ferraz Editora Gente 176 páginas R$ 27,90
10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso O que norteia a publicação é a linha de pensamento de profissionais vencedores em diferentes áreas, inclusive do autor, que mostra, de maneira prática e simples, como determinar a quantidade de esforço e inspiração necessários para atingir o tão desejado sucesso no mercado de trabalho. Entre os assuntos abordados estão: como atingir objetivos antes considerados impossíveis; estabelecer de maneira correta as suas metas e garantir como atingi-las; criar níveis inigualáveis de felicidade e satisfação em todas as áreas da sua vida entre outros temas. Nos exemplos demonstrados, fica claro que o sucesso é mais transpiração
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do que inspiração. Grant Cardone é autor de cinco best-sellers internacionais. É especialista e consultor de vendas, além de palestrante motivacional. O autor também possui uma vasta experiência nos negócios, já que criou três empresas multimilionárias. Também apresenta programa de televisão no canal National Geographic e faz participações nos canais a cabo Fox News e CNN.
10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso Grant Cardone Livros de Safra - Da Boa Prosa 264 páginas R$ 39,90
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Vencer é ser você Baseada em estudos da neurociência comportamental, a obra esclarece porque líderes e liderados sofrem as consequências do mesmo grave problema: nem sempre as pessoas certas estão nos lugares certos. Esse dilema gera inúmeros transtornos no dia a dia corporativo e na vida de muita gente. Afinal, um profissional só se destacará em sua carreira se conseguir colocar em prática suas principais habilidades, caso contrário, a infelicidade no trabalho tenderá a refletir negativamente na vida pessoal. Do outro lado, uma empresa só decola com uma equipe de colaboradores capazes de executar bem suas funções e motivados a prosperar. Para que essas duas situações ocorram, a empresa precisa saber qual a pessoa ideal para cada função, já o profissional necessita se autoconhecer muito bem para decidir
onde deve atuar. Ou seja, as pessoas certas precisam estar nos lugares certos para vencer. É por isso que o autor, consultor e especialista em gestão de pessoas lança a oitava edição de seu livro, em versão mais segmentada, atualizada e voltada para a carreira e negócios. O autor procura mostrar como conhecer a si mesmo para potencializar talentos, corrigir limitações e ser bem-sucedido no mundo corporativo. Os pontos chave do livro vão revelar o que é estrutural - e não vai mudar, e o que é acabamento - e pode ser mudado, em uma personalidade.
Vencer é ser você Eduardo Ferraz Editora Gente 176 páginas R$ 27,90
10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso O que norteia a publicação é a linha de pensamento de profissionais vencedores em diferentes áreas, inclusive do autor, que mostra, de maneira prática e simples, como determinar a quantidade de esforço e inspiração necessários para atingir o tão desejado sucesso no mercado de trabalho. Entre os assuntos abordados estão: Como atingir objetivos antes considerados impossíveis; Estabelecer de maneira correta as suas metas e garantir como atingi-la; Criar níveis inigualáveis de felicidade e satisfação em todas as áreas da sua vida entre outros temas. Nos exemplos demonstrados, fica claro que o sucesso é mais transpiração
do que inspiração. Grant Cardone é autor de cinco best-sellers internacionais. É especialista e consultor de vendas, além de palestrante motivacional. O autor também possui uma vasta experiência nos negócios, já que criou três empresas multimilionárias. Também apresenta programa de televisão no canal National Geographic e faz participações nos canais a cabo Fox News e CNN.
10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso Grant Cardone Livros de Safra - Da Boa Prosa 264 páginas R$ 39,90 Julho/Agosto 2013
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tecnologia e processos
As redes de produção como uma estratégia de conquista e liderança nos mercados MS Eng. Fernando Oscar Geib
1 - Por que a produção por Fluxos de Produção em Redes: O invisível tornando-se um fator de competitividade Os sistemas de produção por Fluxos Operacionais em Rede constituem-se nas estruturas operacionais que têm a capacidade e a condição de gerar e dar consistência à proposta de sistemas de produção de calçados fundamentados no princípio d a S i m u l t a n e i d a d e Operacional. A Produção Simultânea é a estratégia operacional para tornar real e efetiva a Nova Fábrica de Calçados (NFC) e a sua proposta básica que é a Entrega Já! Mas estas afirmações, para terem consistência e serem reais, necessitam ser fundamentadas em princípios e pressupostos capazes de torná-las efetivas. Este capítulo tem, portanto, o propósito de avançar no tema da Produção Simultânea de calçados, ou seja, dar um passo adiante, importante e necessário para explicar e demonstrar porque estas estruturas de produção referidas têm a condição de promover a Simultaneidade da Produção e também porque estas permitem e implementam a consolidação do princípio fundamental para
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esta proposta de sistemas de produção, que é identificada como Balanceamento S i m u l t a n e a r. O fundamento da estruturação dos sistemas produtivos baseado em Fluxos de Produção por Redes não é uma diretriz que propõe mudanças nos sistemas produtivos das fábricas com o exclusivo propósito de mudar por mudar as suas estruturas produtivas eternizadas pelos anacrônicos fluxos lineares e sequenciais das linhas de produção hoje existentes e predominantes na maioria das nossas fábricas de calçados. A produção por Fluxo em Redes é, antes de tudo e fundamentalmente, uma estratégia de produção que propõe inserir a Nova Fábrica de Calçados (NFC) de modo dinâmico e competitivo nos seus mercados de atuação, ou seja, que esta tenha a capacidade e a condição efetiva de estabelecer relacionamentos de Simultaneidade entre a manifestação dos desejos e necessidades expressas pelos consumidores e mercados e o atendimento destas manifestações, por esta fábrica em estruturação. A Simultaneidade entre a manifestação dos desejos de consumo destas partes e a
disponibilização dos calçados que atendam a estas manifestações são a essência e o fundamento da "Entrega Já". Avançar neste propósito de Simultaneidade vai além do Balanceamento Simultanear operacional interno à Nova Fábrica de Calçados (NFC), pois exige desta e do balanceamento operacional referido uma compreensão de como se exteriorizam e se expandem, pelos mercados, as manifestações de consumo dos seus agentes e componentes. Estas não são de natureza contínua, ou seja, as exteriorizações dos mercados e dos seus agentes não acontecem segundo uma lógica sequencial previsível e dentro de um contexto do Tempo (relógio) que não para de avançar. Elas são aleatórias ao longo do Tempo, tanto por sua intensidade, como por seus conteúdos e natureza. Estas características apontam para o fato, ou nos permitem dizer, de que não há uma lógica de continuidade no comportamento dos consumidores e dos mercados, que possibilite identificá-los como "previsíveis", e com alguma antecedência no Tempo. Sob esta ótica de sua imprevisibilidade, onde o seu desenho antecipa-
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do envolve probabilidades de realização e riscos, os mercados podem ser entendidos como um grande sistema probabilístico de consumo e, abrindo as oportunidades de avançar na sua compreensão, é permitido também afirmar terem estes o que chamamos de um "Comportamento Quântico". Mas antes de avançar no texto, é necessário esclarecer o que vem a ser Comportamento Quântico. Estruturas organizacionais e comportamentos de mercado e de consumidores são classificados como Quânticos, pois identificam-se por uma dinâmica de comportamento, no modo de s e r e d e e v o l u i r, q u e é t o t a l mente diferente do que fomos acostumados e ensinados a c o m p r e e n d e r, q u e é o d a
Melhoria Contínua. O comportamento dos consumidores e dos mercados não avança e se modifica pela lógica da Melhoria Contínua. Os avanços e as mudanças do mundo e do Universo que nos cerca, onde também se inserem os mercados e os consumidores, se dá por pequenos avanços, que são unitários e de natureza exclusiva. Estes pequenos saltos têm conteúdo próprio e único, que jamais se repetem. Cada salto quântico está dissociado do salto que lhe é antecessor e do salto que lhe sucede. Por esta visão, estes pequenos saltos, os chamados Quantums, podem ser identificados como pequenas "inovações" que a natureza desenvolve e que se manifestam pela ação dos consumidores e dos
mercados. Assim, para poder atender com efetividade estes mercados de comportamento com estas características anteriormente c o l o c a d as , a N o v a F á b r i c a d e Calçados (NFC) deve adotar um modo de ser e um modo de agir, também Quântico e, com base neste requisito, deve desenvolver e implantar o fundamento da Simultaneidade da produção e das entregas de seus calçados quando da manifestação dos desejos e necessidades dos consumidores e dos mercados. Esta fábrica deve estar engajada e alinhada com o Co m p o r t a m e n t o Qu â n t i c o d o s seus consumidores e dos seus mercados. A partir destas premissas comportamentais dos mercados, o fundamento do Balanceamento Simultanear necessita ser continuamente monitorado e gerenciado de acordo com este Comportament o Qu â n t i c o d o s m e r c a d o s e dos consumidores. Os Centros de Simultaneidade de Produção (CS), e a Rede de Produção (Fig.:1) ou o Fluxo de Produção em Rede, que estes estruturam, devem adequar esta condição de Simultaneidade de Produção ao Comportamento Quântico dos mercados e d o s c o n s u m i d o r e s , a n t e r i o rmente conceituado.
O Fator Relevante dos Sistemas de Produção Simultânea (SPS) Fig. 1 - A visualização do Sistema de Produção Simultânea (SPS) por Fluxo em Rede de cabedais para calçados estruturado por seus Centros de Simultaneidade de Produção (CS). Os relacionamentos entre estes CS definem um Sistema de Relatividades entre as operações de produção. De igual modo todas as informações necessárias aos avanços e implantação da produção circulam por todo este sistema em função dos relacionamentos entre estes. Esta livre e intensa circulação de informações reforça o Caráter Quântico desta rede de produção.
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Não há uma Estrutura Padrão nem um Modelo Básico para a estruturação dos Sistemas de Produção Simultânea (SPS). A estrutura dos SPS representa a visão estratégica de produção
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dos gestores da Nova Fábrica de Calçados (NFC), que é pensada, implantada e está dirigida para o momento ou momentos em que deve ser desenvolvido o atendimento das demandas dos Consumidores e dos Mercados. Esta condição ou modus operandi da Simultaneidade da Produção propicia a condição de se avançar no conceito de comportamento organizacional e gerencial já identificado anteriormente como Comportamento Quântico, alinhando cada vez mais a fábrica com o mundo - comportamento dos mercados e consumidores que nos cerca. Este modo de ser nos orienta também a adotar como premissa que o significado de fábrica quântica deve ser buscado e desenvolvido na relação ou relacionamento das coisas, e não nas coisas isoladas. O significado do que é Comportamento Quântico, de Operações ou de um Sistema de Operações, somente emerge e se torna realidade efetiva a partir das Relações entre estas Operações ou Sistemas de Operações, pois a realidade que nos cerca - dos consumidores e dos mercados, principalmente - é um todo relacional indivisível, ou seja, vivemos em um Mundo de Relações, como afirma Einstein, quando nos diz que "vivemos em um Mundo de Relatividades onde as relações entre as coisas que nos cercam se estabelecem naturalmente e são as fontes de informações sobre como as coisas evoluem e s e d e s e n v o l v e m ”. Qualquer estrutura em Rede, onde se inclui automaticamente a Rede de Centros de Simultaneidade de Produção
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(CSP) apresentada na Fig.1, ao estabelecer relacionamentos entre os seus componentes, é um sistema de Comportamento Quântico. Estes sistemas podem ser igualmente chamados de Sistemas Relacionais de Produção. To d a s e s t a s c o n s i d e r a ç õ e s servem para consolidar e reafirmar o fundamento de que os sistemas de Produção em Rede, que perseguem o fundamento da Simultaneidade Operacional, são sistemas produtivos efetivos e por isto sustentáveis - tanto sob o ponto de vista tecnológico quanto e, principalmente, econômico. A Produção por Fluxo em Redes é, portanto, o fundamento operacional básico da Nova Fábrica de Calçados (NFC) e é o princípio promotor da Entrega Já! Com base no que foi anteriormente colocado pode-se afirmar que a linearidade e a consequente Sequencialidade de operações de produção das atuais e praticadas linhas de produção são estruturas operacionais destruidoras dos relacionamentos entre as operações de produção, o que gera automática e intrinsecamente desperdícios e perdas, cujo dano maior é o alongamento do Tempo, ou seja, estas estruturas produtivas esticam o Tempo, como se alonga uma tira de borracha. Mais ainda, a Sequencialidade das linhas de produção trata-se de um fundamento operacional que embute ou traz intrinsecamente Perdas intangíveis e imperceptíveis no dia a dia da produção. Porém a mais dramática destas são as perdas relacionadas ao fator Tempo, que são absolutamente
irrecuperáveis e que trazem consigo, intrinsecamente, a elevação dos custos operacionais com significativas ameaças à sustentabilidade econômica das fábricas de calçados que utilizam. O Tempo é absoluto e não é elástico, ou seja, cada vez que se tenta distendê-lo ou espichá-lo, por ações lineares e sequenciais, perdas são geradas automaticamente, gerando inviabilidade temporal das estruturas de produção que adotam a linearidade sequencial como sua estratégia operacional. Estas afirmações reforçam o que já foi colocado em capítulos anteriores, onde foi chamada a atenção para as perdas e as incongruências intrínsecas aos fluxos de produção Lineares e Sequenciais promovidos pelas conhecidas e usuais linhas de produção, e porque eles representam práticas que conden a m a s o rg a n i z a ç õ e s , e m p a rticular as fábricas de calçados, a uma convivência com crescentes dificuldades em sua sustentabilidade econômica. Avan çan d o mais na a plic a ção dos Fluxos de Produção em Rede, podemos colocar serem estes os fundamentos para o estabelecimento de relações sistêmicas entre os processos/ operações de fabricação dos calçados e, por se estruturarem como Redes, são capazes de aceitar pequena falhas, de modo a impedir que as grandes falhas não ocorram de modo frequente ou contínuo. Esta capacidade das Redes de acomodar o erro em vez de expulsálo é que as tornam um terreno fértil para o aprendizado, a adaptação e a evolução. A úni-
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ca estrutura capaz de crescimento do aprendizado e do aperfeiçoamento ilimitado da qualidade e da produtividade são as Redes. Todas as demais estruturas produtivas limitam o que podemos chamar de "o que pode acontecer de criativo e de educativo". Por outro lado, não s e p o d e e s q u e c e r q u e o a p e rfeiçoamento das Redes de Produção ou dos Fluxos de Produção em Rede perseguem tenazmente o seu aperfeiçoamento maior - a Simultaneidade da Produção. Isto representa dizer serem os sistemas de produção por Fluxos Lineares e Sequenciais de Produção - as chamadas Linhas de Produção "escondedores e maquiadores" de realidades de desperdícios e de erros tornados invisíveis e imperceptíveis aos responsáveis pela condução destes sistemas produtivos, sobrecarregando e afetando dramaticamente a qualidade, a produtividade e os custos operacionais e, principalmente, alongando os ciclos produtivos - pois os tempos operacionais se somam, diminuindo, no seu todo, a efetividade das operações de produção quanto a sua capacidade de atendimento dos prazos de entrega dos calçados nos prazos estabelecidos entre a fábrica e as lojas e os pontos de venda no varejo. E s t e a l o n g a m e n t o d o Te m po gera o que podemos chamar de incompatibilidades dos calçados com os desejos de uso destes por parte dos consumidores e dos mercados. Eles passam a ficar fora da moda e das tendências do mercado. A Sequencialidade é um fator que conspira pesadamente contra os
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consumidores e os mercados por afetar de modo sensível o princípio da Entrega Já! e no Tempo Certo do Uso. Outro fator a ser considerado, quando se avaliam as estruturas de Produção em Rede, é o da pluralidade da natureza das operações de produção, que normalmente gera divergências entre os processos produtivos. A Sequencialidade Linear da produção não tolera esta característica, o que acaba afetando a produtividade e, principalmente, a qualidade dos calçados produzidos. Somente as estruturas produtivas por Fluxo em Rede têm a capacidade de manter coerentes e coesas entre si as operações de produção. Esta característica permite colocar o seguinte fundamento operacional destas estruturas produtivas: Nenhum outro arranjo produtivo pode acomodar as diversidades operacionais de produção, como o Sistema de Produção estruturado por Fluxos em Rede! Convém também estar ciente de que a lógica das Redes de Produção é a manifestação de uma nova lógica do mundo real, pois este modo de produzir é Distribuído e Descentralizado de modo que a Rede não é uma "coisa", pois passa a ser entendida como um macroprocesso, estruturado por Operações articuladas e relacionadas entre si. Avançando mais no tema em desenvolvimento, podemos colocar que a característica quântica dos sistemas de produção em Redes gera uma lógica que se expressa pelas afirmações e colocações a seguir apresentadas: - As Redes de Produção têm
a capacidade de acomodar o erro em vez de expulsá-lo, tornando este sistema distribuído de produção um terreno fértil para o aprendizado. Elas aceitam pequenas falhas de modo a que falhas grandes não ocorram tão frequentemente. Esta capacidade de acomodar o erro em vez de expulsálo é que torna o caráter distributivo das Redes de Produção um terreno fértil para o aprendizado, a adaptação, e a evolução como já foi colocado anteriormente. A única estrutura capaz de crescimento ilimitado, ou de aprendizado contínuo ou de inovações, é a Rede. Todas as demais estruturas produtivas, em particular as lineares sequenciais, limitam a percepção do que pode acontecer como fatores prejudiciais aos processos e operações de produção. A pluralidade das oper a ç õ e s , q u e p o d e m s e r d i v e rgentes entre si, só podem se manter coerentes numa Rede. Nenhum outro arranjo produtivo pode acomodar a diversidade das operações de produção e atuar como um todo uníssono. As Redes de Produção são a manifestação de uma nova lógica de produção. Por serem distributivas e descentralizadas, as Redes de Produção, e não é demasia a repetição da afirmação, não são uma "coisa desestruturada sequêncialmente", mas sim, o principal Macroprocesso da Nova Fábrica de Calçados (NFC). A lógica da Rede supõe outra realidade àquela hoje existente nos Sistemas Sequenciais de produção, com a qual nos acostumamos a conviver nas fábricas de calçados.
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Uma investigação de substâncias tóxicas em brinquedos para crianças VARGA, Ademir Dorneles1,2; BERETTA, Elisa Marangon3 ; JÚNIOR, Wilson Kindlein4; SANTANA, Ruth Campomanes5 1 Coordenador Técnico da Unidade de Materiais do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos - IBTeC 2 Mestrando do PPG3M da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 3 Doutorando do PPG3M da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 4 Docente do PPG3M da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS 5 Docente do PPG3M da Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS
Introdução A produção e o consumo de brinquedos têm crescido fortemente nas últimas décadas, juntamente com a necessidade de se adotar melhores condições de vida. No entanto, desenvolvimentos tecnológicos no mercado de brinquedos têm levantado novas questões relacionadas à segurança, aumentando a preocupação dos consumidores. Um dos problemas é a exposição das crianças a aditivos tóxicos. A presença de aditivos tóxicos nestes artigos constitui uma categoria de poluentes que não podem ser negligenciados já que as crianças são consideradas mais sensíveis a influências ambientais que adultos. De fato, muitos artigos infantis nocivos já tiveram que ser retirados do mercado (NOGUEROL-CALA et al, 2011). Crianças são mais vulneráveis que adultos a exposições químicas como resultado dos seus sistemas imaturos, seu rápido desenvolvi-
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mento físico, maior ventilação e taxas metabólicas, e suas atividades. Assim, pequenos níveis de exposição crônica a algumas substâncias químicas no ambiente eventualmente podem levar a efeitos de saúde adversos em crianças (WILSON et al, 2007). Existem vários aditivos encontrados no mercado usados na produção de diversos materiais (NOGUEROL-CALA et al, 2011). Nos anos de 2000 e 2001 foi conduzido o estudo Children's Total Exposure to Persistent Pesticides and Other Persistent Organic Pollutants, nos EUA, investigando a exposição de 257 crianças em idade pré-escolar a uma variedade de substâncias químicas orgânicas antropogênicas que possivelmente seriam encontradas em pequenos níveis nos ambientes em que estas estão inseridas diariamente. Mais de 50 substâncias químicas foram encontradas, dentre elas o pentaclorofenol, o bisfenol A e o nonilfenol (WILSON et al,
2007). O bisfenol A é uma substância química industrial que serve como um precursor para uma variedade de compostos encontrados em materiais como policarbonato e resinas epóxicas. Como resultado, pode ser encontrado em uma grande variedade de produtos aos quais os consumidores podem estar expostos. Mesmo que o bisfenol A seja usado há anos na indústria com garantia de substância segura, estudos realizados nos últimos 20 anos mostram que este não apenas é um poluente para o corpo humano, mas também se trata de uma toxina potente em doses bastante baixas (ERLER e NOVAK, 2010). Os produtos em que o bisfenol A pode estar presente são, por exemplo, mamadeiras, garrafas plásticas, embalagens de comida para micro-ondas, óculos, equipamentos médicos, brinquedos, entre outros. Existem mais de 125 estudos financiados por agências governa-
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mentais dos Estados Unidos como do Instituto Nacional de Saúde relacionando o bisfenol A a variados efeitos, incluindo mudanças estruturais e neuroquímicas no cérebro associadas a mudanças comportamentais e hiperatividade, déficits de atenção, agressividade, anormalidades na produção de esperma em homens e oocistos em mulheres, rompimento na produção de hormônio e fertilidades em homens e mulheres, problemas imunológicos para citar alguns destes (ERLER e NOVAK, 2010). Em 2008 foi proposta uma legislação nos EUA (BPA-Free Kids Act) para banir o bisfenol A visando à proteção da criança, especialmente limitando a exposição da toxina a menores de 7 anos. Ainda foram sugeridas outras legislações para banir produtos contendo bisfenol A, proibir a manufatura, venda e distribuição de produtos para crianças que contenham essa substância, além de requerer que as indústrias procurem materiais alternativos mais seguros. Alguns varejistas pararam de vender produtos que continham bisfenol. Outras substâncias controladas nos brinquedos infantis são os ftalatos. O Diisononil ftalato e outros esteres dialquil ftalatos são amplamente usados como plastificantes para prover suavidade e flexibilidade para os produtos que contenham policloreto de vinila (PVC) rígido. Este está presente em muitos produtos, incluindo fios e cabos, filmes e folhas, recobrimento e tecidos, além de uma variedade de produtos para crianças como mordedores, chocalhos e brinquedos. Até o início dos anos 1980, o Dietil Ftalato (DEHP) era o plastificante predominante usado em produtos para crianças feitos
em PVC macio. No entanto, pesquisas sobre carcinógenos mostraram que, a grandes doses, o DEHP pode causar câncer de fígado (WILKINSON e LAMB IV, 1999). Ainda se pode observar a presença de metais pesados em tintas utilizadas em brinquedos. Os metais pesados podem afetar virtualmente qualquer órgão do corpo humano, particularmente o sistema nervoso, hematológico e gastrointestinal. São amplamente distribuídos pelo ambiente devido à contaminação de processos de produção de energia, metalurgia e processos associados. As crianças são mais sensíveis a problemas de saúde causados pela exposição a metais pesados do que adultos e alguns estudos mostram que a contaminação em brinquedos de baixo custo é muito recorrente no mercado atual (ALIYEV, 2011). Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a presença de substâncias consideradas tóxicas em brinquedos voltados para crianças de 1 a 3 anos de idade, verificando a quantidade e a toxicidade nos materiais destes artigos.
dos Espectrômetro de Infravermelho (FTIR), Espectrofotômetro de Absorção Atômica e Cromatografia Gasosa acoplada a espectometria de massa (GC/MS).
Materiais e métodos
Métodos utilizados: - Atomização por Chama FAAS; - Forno de grafite - GFAAS; - Geração de Vapor de Hidreto - HGAAS;
Foi analisada uma pequena gama de produtos, apenas duas (02) amostras de diferentes valores monetários de lojas da região do Vale dos Sinos-RS. Utilizaram-se técnicas analíticas por digestão como descrito nas normas BS EN 14372/2004 para ftalatos; BS EN 713/1995 para metais solúveis e BS EN 14362-2/2003 para corantes azoicos, no Laboratório de Substâncias Restritivas do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC). Para a avaliação foram utiliza-
Descrição de métodos e equipamentos utilizados Espectrofotômetro de Absorção atômica (AA) Vantagens: - Coleta e Injeção automática da amostra; Diluição automática; Dois métodos de correção de interferentes altamente precisos; Sistema de segurança eficaz (sensores de dreno, temperatura, monitores de pressão de gás); Sistema de microamostragem; Resultados em ppm (mg/kg) e ppb (microgramas/ kg). Descrição do equipamento: Sob alta temperatura, elementos são transformados em nível atômico. Átomos de cada elemento absorvem radiação em comprimentos de onda específicos, e esta absorção é dependente da concentração dos mesmos.
Uso: Detecção quantitativa de metais e semi-metais em acabamentos metálicos de couros, saltos, fivelas entre outros. No IBTeC atualmente se pode analisar Chumbo; Zinco; Manganês; Cálcio; Cádmio; Ferro; Cobre; Alumínio; Cobalto; Níquel; Cromo; Magnésio; Mercúrio; Boro. Julho/Agosto 2013
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Cromatografia gasosa com detector de massas (GC/MS) Vantagens: Injeção automática; Detecção de amostras em diversos tipos de coluna; Utilizada para análises quantitativas e qualitativas; Biblioteca com centenas de substâncias já identificadas. Descrição do equipamento: A cromatografia é essencialmente um método físico de separação em que os componentes a serem separados são distribuídos entre duas fases, uma das quais é estacionária e outra móvel (gás de arraste, He). A amostra é transportada por uma corrente de gás através de uma coluna. Devido a sua simplicidade, sensibilidade e efetividade para separar os componentes de misturas, a cromatografia de gás é uma das ferramentas mais importantes em química. Usos: Identificação de amostras de diversas áreas como na medicina, alimentícia, calçados, entre outras podem ser realizadas na Cromatografia gasosa. Inicialmente faremos a determinação de Aminas, que são resultantes do processo de clivagem de certos corantes azoicos que são cancerígenos;
Tabela 1: Determinação de ftalatos
Tabela 2: Determinação de metais (Sb a Se - Amostra "Pinguim")
Tabela 3: Determinação de metais (Al a Zn - Amostra "Pinguim")
Ensaios e resultados Criança e artigos de uso - Requisitos de segurança - Item 6.3.2: Determinação de ftalatos, conforme BS EN 14372/2004*: Valor orientativo: Valor adotado, conforme regulamentação Europeia: Máximo 0,1% Tabela 4: Determinação de metais (Sb a Se - Amostra "Esquimó")
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Tabela 5: Determinação de metais (Al a Zn - Amostra "Esquimo")
Especificação: Valores adotados para metais solúveis, conforme exportação
Tabela 6: Especificações metais solúveis (Sb a Se)
Tabela 7: Especificações metais solúveis (Al a Zn)
Tabela 8: Determinação de Aminas Aromáticas
Gráfico 1: Espectro de FTIR - Amostra Pinguim
Gráfico 2: Espectro de FTIR - Amostra "Esquimó"- PVC
Segurança de brinquedos - Migração de certos elementos - Determinaa r t isolúveis, g o t éconforme c n i c onorção de metais ma BS EN 71-3/1995*: Têxtil - Determinação de aminas aromáticas derivadas de azo corantes - detecção de uso de certos corantes azóicos acessíveis por extração das fibras - conforme BS EN 14362-2:2003 Método de detecção e quantificação: Cromatografia Gasosa com espectrofotômetro de massa Aminas analisadas 1. 4 - Aminodifenil 2. Benzidina 3. 4 - Clorotoluidina 4. 2 - Naftilamina 5. 2 - Aminoazotolueno 6. 5 - Nitro - 2 - toluidina 7. 4 - Cloroanilina 8. 4 - Metoxi-m-fenilenediamina 9. 4,4 - Metilenodianelina 10. 3,3 - Diclorolbenzidina 11. 3,3 - Dimetoxibenzedina 12. 3,3 - Dimetilbenzedina 13. 4,4 - Metilenedi-2-toluidina 14.6 - Metoxi-m-toluidina-p-cresidina 15. 4,4 - Metilene-bis-(cloroanilina) 16. 4,4 - Oxidianilina 17. 4,4 - Tiodianilina 18. 0 - Toluidina 19. 4 - Metil-m-fenilenediamina 20. 2,4,5 - Trimetilanilina 21. 0 - Anisidina 22. 4 - Aminoazobenzeno
Especificação Valor adotado para cada amina detectada, conforme a norma ISO/DIS 17234-1:2010 Não detectado (limite de detecção: 30 ppm) Determinação do tipo de material, por infravermelho - FTIR: espectros de infravermelhos - resultados Amostra "Pinguim" (Corpo: Copoliester; Tinta: podendo conter bisfenol A, ácido benzóico e fenil)
Gráfico 3: Espectro de FTIR - Amostra "Esquimó"
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Resumo dos resultados - Os resultados da determinação de ftalatos, conforme norma BS EN 14372 obteve os seguintes resultados (Tabela 9). - O ensaio de metais solúveis, avaliados (Sb, As, B a , C d , C r, P b , H g , S e , A l , Co, Cu, Mn, Ni, Sn, Zn) conforme norma BS EN 71-3, apresentaram os seguintes desempenhos (Tabela 10). - O ensaio de detecção de corantes azoicos, conforme norma BS EN 143622 obteve os seguintes resultados (Tabela 11) . Tabela 9 (resultados ftalatos) < LOD: Menor que o limite de detecção
Discussão
Especificação: Máximo 0,1%
- Este estudo identificou o uso e presença de cobalto (metal pesado) e ftalatos em duas amostras de brinquedos. - Estes brinquedos não foram fabricados no Brasil. - Países asiáticos são os maiores vendedores de brinquedo do mundo com aproximadamente 8 mil fá-
Tabela 10 (resultados metais solúveis)
Tabela 11 (resultados corantes azoicos)
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bricas de brinquedos, que empregam até 3 milhões de trabalhadores (Brinquedos de Crianças Negócio, 2009). - Foram encontrados Cobalto (Co) nas amostras "Pinguim" e "Esquimó - Corpo Amarelo" com valores acima da concentração máxima do elemento, que é de 10,5 mg/kg de Co. - O valor máximo permitido para ftalatos é de 0,1%, conforme regulamentação Europeia. Amostra da embalagem do Pinguim e amostra do brinquedo "Esquimó" apresentaram quantidades maiores que 0,1%. As amostras de Pinguim, Pinguim - piscina branca e Esquimó - embalagem plástica, não apresentaram ftalatos.
Conclusão As duas amostras de brinquedos de crianças coletadas na região do Vale dos Sinos, vindos do exterior, apresentaram substâncias tóxicas, como cobalto e ftalatos, que podem causar riscos à saúde de crianças, quando em excesso, e podem criar uma periculosidade ambiental principalmente em seu uso e disposição. É importante que produtos vindos de outros países sejam fiscalizados. A Portaria Inmetro n° 108/2005, anexa o regulamento técnico Mercosul para Segurança de Brinquedos - Base: NM 300/2002, aprovado pela Mercosul/ GMC/Res. 23/04. Esta nor-
ma apresenta também ensaios químicos, que analisa a presença de metais pesados, nocivos à saúde, nos produtos, assim como ensaios de impacto/queda, m o r d i d o s , t r a ç ã o , inflamabilidade e ruído. A certificação de brinquedos importados e nacionais do Brasil é um dos modelos de certificação existente, sendo uma atividade de caráter compulsório, que está baseada na norma brasileira NBR 11786 - Segurança do Brinquedo, regulamentada pela Portaria Inmetro n° 177 de 30 de novembro 1998. Os resultados obtidos servem para a verificação da permanência da conformidade de produto aos requisitos especificados, com o intuito de comprovar a eficácia do programa de Avaliação da Conformidade, bem como o aperfeiçoamento constante da utilização deste programa. O s r e s u l t a d o s sugerem que o uso indevido da Marca de Conformidade e ao não uso da mesma, podem ser encontrados alguns produtos com selos divergentes no mercado, principalmente no comércio informal, e que podem pôr em risco a saúde dos consumidores destes produtos. De acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) existem 318 fabricantes de brinquedos no Brasil, que geram uma movimentação no mercado nacional em torno de 5.369 modelos de brinquedos nacionais. Isso representa,
para o mercado nacional, a comercialização de cerca de 250 milhões de brinquedos por ano.
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Comparação da aceleração tibial durante a marcha para diferentes calçados femininos WÜST, Eduardo1; PALHANO, Rudnei1,2; FAQUIN, Aline1; ZARO, Milton Antonio1; AVILA, Aluisio Otavio Vargas1 1 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Resumo Neste estudo foi comparado o pico de aceleração tibial durante a marcha descalço, com calçado de salto alto e com tênis. Participaram três voluntárias e os dados foram obtidos através do uso de um acelerômetro fixado no terço-médio da tíbia. Os resultados indicaram ocorrer diferenças significativas entre as
condições avaliadas. O pico de aceleração foi menor no tênis, com uma redução dos valores superior a 40%, em comparação as outras condições. Não foram verificadas diferenças entre as situações: descalço e com salto alto, o que incita maiores investigações e pesquisas voltadas para o calçado de salto alto.
Palavras-chave: biomecânica, calçado, salto alto, acelerometria tibial Abstract In this study subject was compared the peak of tibial acceleration during walking, with high heels shoes, tennis shoes and barefoot. Three participated and the data were obtained using an accelerometer fixed in the middle-third of the tibia. The results indicated significant differences in the peaks of acceleration
between the conditions. The peak of acceleration was lower in the sport shoes, with a reduction in the values above 40%, as compared to other conditions. There was no difference between the conditions: barefoot and with heels, which encourages further investigation and research for the high heels shoes.
Keywords: biomechanics, footwear, high heel, tibial acceleration
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Introdução O impacto gerado sobre as estruturas músculo-esqueléticas durante o caminhar pode ser interpretado através das vibrações. Segundo Lafortune, Lake e Hennig (1996), repetitivos contatos do pé com o solo produzem forças de impacto que provocam uma onda de choque que percorre todo o corpo. A origem das vibrações pode ocorrer de várias formas; um fator significativo parece ser o acoplamento de energia cinética da massa e a energia potencial armazenada na forma de rigidez dos componentes. Diversos elementos do calçado (tais como o salto, a sola e entressola) podem ser muito rígidos e comprometer o amortecimento, reduzindo a absorção de impacto e de vibrações de altas frequências e amplitudes que podem ser prejudiciais ao corpo humano. A vibração pode ser medida através das grandezas deslocamento, velocidade e aceleração. A aceleração é fundamental em certos processos, como no caso do calçado, porque pode ser associada à força pela lei de Newton, F=m.a (e, consequentemente, ao Impacto). A acelerometria tibial é uma técnica que pode ser usada em Biomecânica, para analisar as vibra-
ções no corpo humano. No que se refere aos calçados, o impacto do pé durante a caminhada ou corrida, por exemplo, produz vibrações que são transmitidas para todo o corpo humano. De modo geral, grande parte do desgaste e das lacerações do sistema músculo-esquelético deve-se a um efeito cumulativo da carga dinâmica. Do ponto de vista mecânico, os aumentos na carga aplicada bem como os aumentos na frequência dessa aplicação podem levar a lesões (VOLOSHIN, 2004). Assim, torna-se necessário avaliar as vibrações a que os indivíduos são submetidos, quer seja de maneira recreacional ou esportiva, no sentido de melhor compreender a influência do calçado sobre tais condições. Mais especificamente, no caso das mulheres, o sapato de salto alto está presente no cotidiano de uso de muitas delas. Sendo assim, o objetivo deste estudo é comparar os picos de aceleração tibial durante a marcha descalço e com dois diferentes modelos de calçados femininos.
Material e Métodos Participaram do estudo 3 voluntárias,
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com idade média de 25 anos, sem histórico de lesões em membros inferiores. Neste experimento, foi utilizado um acelerômetro da marca B&K, fundo de escala +7g (1g=9,81 m/s2), sensibilidade 952,1mV/g, sensibilidade transversal < 5%, faixa de frequência de 0,4 a 0,6 Hz. O acelerômetro foi posicionado na tíbia, no ponto médio entre a interlinha articular do joelho e o maléolo medial, conforme mostra a Figura 1 (a) e (b). O acelerômetro foi fixado à pele com uma cinta de velcro e elástico. O condicionador de sinais utilizado foi o Endevco, modelo EE 0247. A saída do condicionador foi conectada a uma placa conversora A/D Lynx CAD12/32, 12 bits, fundo de escala ± 5V, taxa máxima de amostragem de 31 kHz (32 canais), instalada num computador convencional. Para a análise da aceleração tibial foram escolhidos dois calçados: a) calçado de salto alto com altura de salto de 65mm e b) tênis com solado de EVA (altura posterior do solado de 30mm) (Figura 2) e mais a condição descalço. A taxa de aquisição foi de 2000 Hz, as aquisições iniciaram a partir de 3 minutos de caminhada na esteira ergométrica a uma velocidade controlada de 4 km/h e o tempo de coleta para cada aquisição foi de 30 segundos. Foi realizada uma aquisição para cada condição com cada participante. As aquisições foram randomizadas, sorteandose a ordem entre as condições. A aceleração foi avaliada através do pico de aceleração tibial, que se refere ao valor máximo de aceleração transmitido para a tíbia a cada toque do pé com o solo. Para a média dos picos de acelera-
Figura 1: Posicionamento e fixação do acelerômetro na tíbia; (a) vista Figura 2: Calçados utilizados na avaliação: a) salto alto e b) tênis
frontal e (b) lateral
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Para a média dos picos de aceleração foram excluídos os valores extremos. Os dados foram comparados através de análise de variância para medidas repetidas com post-hoc teste de Bonferroni, com nível de significância 5%.
Tabela 1: Valores médios e desvio-padrão para a aceleração tibial nas condições analisadas
Resultados Os resultados obtidos da aceleração tibial durante o caminhar constam na Tabela 1. Os resultados apontaram para uma grande variabilidade dos dados, principalmente no que se refere à marcha com o uso de salto alto (41%). Como esperado, a marcha descalço foi a que apresentou menor variabilidade (28%). Na comparação entre as três situaçõs avaliadas (Figura 3), verificouse que o pico de aceleração tibial foi maior na situação descalço, sendo significativamente maior apenas em comparação ao caminhar com o uso do tênis. Neste caso, o uso do tênis reduziu de forma significativa os picos de aceleração tibial durante o caminhar, em comparação ao salto alto e à situação descalço. Por sua vez, não se observou diferença significativa entre a aceleração tibial para a situação descalço e para a caminhada com salto alto. Os resultados indicaram uma redução do pico de aceleração tibial de 12% com o uso do salto alto e de 48% com o uso do tênis, em comparação a situação descalço. O uso do tênis também reduziu em 41% o pico de aceleração tibial em comparação ao pico durante o caminhar usando o salto alto. Os resultados indicam que o uso de salto alto, para estes ensaios, não reduziu a aceleração tibial, em contrapartida, ao utilizar um tênis foi possível observar uma redução nos picos de aceleração, que sugerem atenuar as vibrações transmitidas ao corpo
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Figura 3: Comparação da média da aceleração tibial (g) para as três condições avaliadas
durante o caminhar. O mesmo destacou Wüst (2009), onde o tênis foi o calçado que melhor desempenhou a função para minimizar os efeitos do pico de aceleração tibial.
Considerações finais Observa-se a possibilidade de diferenciação entre calçados no que se refere à absorção de vibrações ao corpo humano, através dos picos de aceleração tibial. A ausência de diferenças entre os picos de aceleração descalço e com salto alto para este estudo incita maior atenção e estudos para este perfil de calçado, tão comumente usado. A continuidade do estudo se faz necessária, para conclusões definitivas e para maior compreensão dos efeitos do calçado durante o andar.
Referências Bibliográficas LAFORTUNE M.A., LAKE M.J., HENNING E.M. Differential shock transmission response of the human body to impact severity and lower limb posture. Journal of Biomechanics. 1996, v. 29, p. 15311538. VOLOSHIN, A. Propagação do Impacto e seus Efeitos Sobre o Corpo Humano. In: Zatsiorky, V. Biomecânica no Esporte Performance do Desempenho e Prevenção de Lesão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. WÜST, E. Influência do calçado na aceleração tibial. Dissertação (Mestrado) Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. 2009. 57p. WÜST E, et al. Repetibilidade dos picos de aceleração através da acelerometria tibial para calçado feminino de salto alto e calçado masculino de segurança. Revista Tecnicouro. 2009
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Comparison of tibial acceleration during the gait with different women shoes WÜST, Eduardo1; PALHANO, Rudnei1,2; FAQUIN, Aline1; ZARO, Milton Antonio1; AVILA, Aluisio Otavio Vargas1 1 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Abstract In this study subject was compared the peak of tibial acceleration during walking, with high heels shoes, tennis shoes and barefoot. Three volunteers participated and the data were obtained using an accelerometer fixed in the middle-third of the tibia. The results indicated a significant differences in the peaks of acceleration
between the conditions. The peak of acceleration was lower in the sport shoes, with a reduction in the values above 40%, as compared to other conditions. There was no difference between the conditions: barefoot and with heels, which encourages further investigation and research for the high heels shoes.
Keywords: biomechanics, footwear, high heel, tibial acceleration Resumo Neste estudo foi comparado o pico de aceleração tibial durante a marcha descalço, com calçado de salto alto e com tênis. Participaram três voluntárias e os dados foram obtidos através do uso de um acelerômetro fixado no terço-médio da tíbia. Os resultados indicaram ocorrer diferenças significativas entre as
condições avaliadas. O pico de aceleração foi menor no tênis, com uma redução dos valores superior a 40%, em comparação as outras condições. Não foram verificadas diferenças entre as situações: descalço e com salto alto, o que incita maiores investigações e pesquisas voltadas para o calçado de salto alto.
Palavras-chave: biomecânica, calçado, salto alto, acelerometria tibial
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Introduction The impact on the musculoskeletal system during walking can be interpreted through the vibrations. According Lafortune, Hennig and Lake (1996) the contact of the foot on the ground produce impact forces which result on a shock wave that travels throughout the body. The vibrations can occur in many forms, a significant factor appears to be the coupling of the kinetic energy of the mass and the potential energy stored in the form of rigid components. Several elements of the footwear (such as the heel, midsole and the sole) can be high hardness and compromise the absorption of impact and vibrations of the high frequencies and amplitudes, which can be harmful to the human body. The vibration may be measured by the displacement, velocity and acceleration. The acceleration is critical in the case of footwear, because it could be associated to the force by Newton's law, F = m.a (and therefore the impact). The tibial accelerometry is a technique that can be used in Biomechanics, to analyze the vibrations in the human body. In respect to footwear, the impact
of the foot during walking or running, for example, produces vibrations that are transmitted to the whole body. In general, most of the wear and tearing of the human musculoskeletal system occurs due to a cumulative effect of the dynamic load rather commonly known. To the mechanical point of view, increases the applied load as increases of the frequency of such application can lead to injury (Voloshin, 2004). Thus, it becomes necessary to evaluate the vibration to which individuals are subjected, whether at leisure or sport, in order to better understand the influence of footwear on such conditions. More specifically, in the case of women, the high heel shoe is present in the daily use of many of them. Thus, the aim of this study was to compare the peak tibial acceleration during walking no shoes and with two different models of women's shoes.
Materials and Methods Participated of the study 3 subjects, with a mean age of 25 years, no history of lower limb injuries. In this experiment, was used an accelerometer B&K, full scale + 7g (1g
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= 9.81 m/s-2), sensitivity 952.1 mV / g, cross sensitivity <5%, frequency range from 0.4 to 0.6 Hz. The accelerometer was fixed at the midpoint of the tibia between the knee joint and the medial malleolus, as shown in Figure 1 (a) and (b). The accelerometer was fixed on skin with a strap and elastic. The signal conditioner used was the ENDEVCO, Model 0247 EE. The output of the conditioner was connected to a converter board A / D Lynx CAD12/32, 12-bit, full scale ± 5V, maximum sampling rate of 31 kHz (32 channels), installed on a conventional computer. For the analysis of tibial acceleration were chosen two shoes: a) an high heel shoes with 65mm; b) a tennis shoes with EVA sole (posterior height of the sole 30mm) (Figure 2) and more a barefoot condition. The data acquisition rate was 2000 Hz. The data acquisition start after of 3 minute walking on the treadmill at a controlled speed of 1.1m/s and the time of the data collect for each acquisition was 30 seconds. Acquisition was performed for each condition with each participant. The acquisitions were randomized, raffling the order between conditions. The tibial acceleration was evaluated by the peak of tibial acceleration, which represents the maximum value of acceleration transmitted to the tibia at each touch of the foot in the ground. For the mean peak acceleration were excluded extreme values. Data were compared using analysis of
Figure 1: Position and fixation of the accelerometer in the tibia, (a) front view and (b) side view
Figure 2: Shoes used in the evaluation: a) high heel shoe and b) tennis shoe
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variance for repeated measures with post-hoc Bonferroni test, with significance level of 5%.
Results The results obtained from tibial acceleration during walking are shown in Table 1. The results showed a large variability in the data, especially with the gait using high heels (41%). As expected, the barefoot gait showed the lowest variability (28%). Figure 3 shows a comparison between all three evaluated conditions Comparing the three conditions evaluated, it was found that the tibial acceleration was higher in the barefoot situation, being significantly higher compared to walk with tennis shoes. In this case, the use of tennis shoes reduced significantly the peak of tibial acceleration during walking, compared to walk with high heels and barefoot situation. There was no significant difference between the tibial acceleration for the situation: barefoot and high heels shoes. The results indicated a reduction in tibial acceleration peak of 12% with the use of high heels and 48% with the use of tennis shoes compared to barefoot condition. The use of tennis also reduced by 41% the tibial acceleration peak compared to peak during walking using the high heel. These results indicate that the use of high heels casual shoes, for these trials did not reduce tibial acceleration, however when using a tennis was possible to observe a reduction in peak acceleration, suggesting attenuate vibrations transmitted to the body during walking. The same was observed by Wüst (2009) where the tennis shoe that was best served as to minimize the effects of peak of tibial acceleration.
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Table 1: Mean values and standard deviation for the tibial acceleration under the conditions studied
Figure 3: Comparison of the average tibial acceleration (g) for three conditions evaluated.
Conclusions There is the possibility of differentiating shoe in relation to the absorption of vibrations to the human body through the peak of tibial acceleration. The absence of differences in the peaks between the barefoot and high heels conditions, for this study, draws attention for more studies for this type of footwear, so commonly used. The continued of the study is necessary for definitive conclusions and to better understand the effects of footwear during walking.
References LAFORTUNE M.A., LAKE M.J., HENNING E.M. Differential shock
transmission response of the human body to impact severity and lower limb posture. Journal of Biomechanics. 1996, v. 29, p. 1531-1538. VOLOSHIN, A. Propagação do Impacto e seus Efeitos Sobre o Corpo Humano. In: Zatsiorky, V. Biomecânica no Esporte Performance do Desempenho e Prevenção de Lesão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. WÜST, E. Influência do calçado na aceleração tibial. Dissertação (Mestrado) Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. 2009. 57p. WÜST E, et al. Repetibilidade dos picos de aceleração através da acelerometria tibial para calçado feminino de salto alto e calçado masculino de segurança. Revista Tecnicouro. 2009
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Vender preço é suicídio Marcos Luthero Consultor, palestrante e técnico em treinamento do Instituto Tecnológico de Negócios
Não existe uma fórmula consagrada para o sucesso, mas com toda certeza, existem comportamentos que têm o poder de levar ao fracasso, tais como: querer agradar a todo mundo, evitar dizer não, atuar sem foco, trabalhar sem objetivo definido e agir sem planejamento. Com o advento da internet e das redes sociais, os consumidores finais estão muito bem informados. Por sua vez, os compradores nas empresas, estão deixando de ser "colocadores de pedidos" e se transformando em experts em negociação. Já se foi o tempo em que o vendedor era o lado forte da relação cliente-vendedor.
rentes. Na precificação com base nos custos, o ponto de partida é o produto. Já na precificação com base no valor, o ponto de partida é a definição do segmento em que a empresa pretende atuar. Pesquisas recentes comprovam que enquanto os vendedores consideram o preço o principal fator de decisão de compra, os clientes o colocam em terceiro ou quar to lugar, dando mais impor tância para outros fatores, como a qualidade e os serviços prestados.
Cabe a toda empresa disposta a defender os seus lucros, fazer o seu dever de casa, ou seja: O mercado atual se ca- d e f i n i r, c o m a m a i o r racteriza por uma proli"O departamento de custos é precisão possível, o cusferação de concorrento dos produtos e serum dos piores lugares tes - diretos e indiretos, viços; pela valorização da mo- avaliar a importância para se obter informações eda, maior profissionade sua marca no mersobre o mercado" li s m o , n e c e s s i d a d e d e cado; saber quais os resultados rápidos, repontos fortes e fracos dução das margens de lucro e uma maida empresa e dos concorrentes; or consciência dos consumidores de sua - verificar se a empresa tem potencial proimportância e direitos. dutivo, de recursos humanos, logístico ou financeiro para alcançar os objetivos O departamento de custos ou o escritópropostos; - pesquisar no mercado os preços e prario são os piores lugares para se obter zos praticados pelos concorrentes; informações sobre o mercado. A decisão - listar, com os clientes, os benefícios do do preço final não deve ser fundamentada apenas pelas fórmulas de cálculos, seu produto ou serviço valorizados pelos clientes potenciais e pelos quais esmas somada à interpretação de tendências e informações colhidas junto aos tão dispostos a pagar mais; - definir o potencial de mercado e a parmercados. ticipação desejada; - analisar a possível existência de leis, Ao determinar o preço de venda os regulamentos ou normas que possam gestores devem levar em conta três imcomprometer ou condenar a estratégia portantes variáveis: o cálculo de custos de preços praticados pela empresa no dos produtos, a sensibilidade dos clienfuturo. tes e os preços praticados pelos concor-
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ABRAMEQ Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (51) 3594.2232 ABRAVEST Associação Brasileira do Vestuário (11) 2901-4333 AICSUL Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (51) 3273.9100 ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (51) 3584.5200 CICB Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (61) 3224-1867 IBTeC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (51) 3553.1000
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Coluna
sustentabilidade
Áreas verdes
Rogério da Cruz Carvalho Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br Assuntos como preservação, conservação e áreas de preservação, são constantemente abordados nesta coluna, mas por diversas vezes fomos questionados sobre qual seria a razão para a criação de áreas de preservação dentro das empresas. Inevitavelmente a resposta é sempre a de que essa é nossa obrigação, ao menos moral. É claro que existem outras explicações, como as obrigações legais estabelecidas por PRAD - Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, muitas vezes decorrentes de TAC - Termos de Ajuste de Conduta. Mas o importante é que em quaisquer destes processos de plantio ou recuperação, uma regra básica seja mantida, que é o uso de espécimes nativas. Quando agregamos ainda a ele o uso de espécimes frutíferas, isto nos possibilita trazer aves
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e animais ao ambiente, tornando o habitat criado ainda mais agradável aos colaboradores. Um cliente nosso, localizado há muitos anos à beira de um rio totalmente morto na região metropolitana de Curitiba, decidiu fazer a sua parte. Em um projeto efetuamos a limpeza do rio no limite da propriedade, do qual tiramos três caçambas com 7m 2, contendo todo o tipo de resíduo imaginável, incluindo-se parachoques, mesas, vasos sanitários e outros. Identificamos dois pontos de lançamento irregular na empresa no trecho, que foram imediatamente corrigidos. Na sequência, retiramos todas as espécies vegetais exóticas (não naturais da região) e, através de um projeto (PRAD), sem qualquer intervenção legal, elaboramos um bosque na faixa de 30m do rio. Nesta área, aproximadamente 1.800 árvores foram plantadas, sendo 2/3 de frutíferas. Para incentivarmos os colaboradores, cada um plantou a sua árvore no local, sendo que foi colocada uma placa de identificação com o nome
da planta e o nome do funcionário que a plantou. Como resultado, as árvores tornaram-se a paixão dos empregados e proprietários da empresa, ocupando uma área antes abandonada e repleta de lixo e entulho. Toda esta ação teve um custo relativamente baixo ao avaliarmos hoje, dois anos depois, os resultados do engajamento dos colaboradores nos demais projetos ambientais da empresa, e na busca pela certificação ISO 14001. Esta ação inspirou o surgimento de outras, como um programa de compostagem de resíduos do restaurante, o qual é disposto diretamente no bosque, ajudando no desenvolvimento do mesmo, gerando ainda a redução de custos na destinação dos resíduos. Eu, particularmente, procuro plantar sempre nas áreas de meu condomínio árvores e plantas. E já venho colhendo literalmente frutos - comendo pitangas no jardim das praças do condomínio. Experimente fazer o mesmo.
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Mais de 3 mil municípios destinam inadequadamente os resíduos
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altando um ano do prazo estipulado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) para que os municípios deem fim à destinação inadequada de resíduos, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) constatou que, em 2012, mais de 3 mil cidades brasileiras enviaram quase 24 milhões de toneladas de resíduos para destinos considerados inadequados, o equivalente a 168 estádios do Maracanã lotados de lixo. Esses dados fazem parte do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2012, a 10ª edição do documento publicado anualmente pela entidade e divulgado no último mês de maio. "A maioria desses municípios tem menos de 10 mil habitantes e não dispõe de condições técnicas e financeiras para solucionar a questão dos resíduos sólidos de maneira isolada, diante das disposições da PNRS", explica Carlos Silva Filho, diretor executivo da entidade, ao destacar que a carência de recursos aplicados no setor torna o problema ainda mais grave. "As mudanças demandadas pela PNRS requerem investimentos concretos e perenidade, e os avanços não vão acontecer sem sustentabilidade econômica", acrescenta.
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Apesar de ter crescido 7% em 2012, atingindo uma média de R$ 11,00/habitante/mês, o volume de recursos aplicados pelas administrações públicas ainda está longe de ser suficiente para fazer frente à coleta de resíduos sólidos e demais serviços de limpeza urbana, que são essenciais e devem atender à totalidade da população, que tem crescido, consumido mais e descartado mais resíduos. Ainda segundo o estudo, foram geradas no ano passado quase 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos, o que equivale a uma geração per capita de 383 kg /ano. Em relação a 2011, houve um crescimento de 1,3% no lixo por habitante, índice superior à taxa de crescimento populacional registrada no mesmo período, que foi de 0,9%. Do total gerado, mais de 55 milhões de toneladas foram coletadas, o que representa um aumento de 1,9%, se comparado ao ano anterior, com uma cobertura de serviços superior a 90% no País. "Percebemos, nestes dez anos de estudo, que o índice de coleta tem crescido paulatinamente, indicando que a universalização desses serviços é um caminho possível", destaca o diretor da Abrelpe. A quantidade de resíduos que deixaram de ser coletados
chegou a 6,2 milhões de toneladas, número 3% inferior ao relatado na edição anterior. A situação da destinação final manteve-se praticamente inalterada em relação a 2011, já que 58% dos resíduos coletados, quase 32 milhões de toneladas, seguiram para destinação adequada em aterros sanitários. Nessa mesma linha, a questão da coleta seletiva praticamente não mudou de um ano para outro. Em 2012, cerca de 60% dos municípios brasileiros declararam ter algum tipo de iniciativa nesse sentido - que muitas vezes resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores. "São muito tímidos os estímulos de parte das autoridades em favor da coleta seletiva e da reciclagem. Tanto é que, apesar do esforço da população, pouco se avançou na última década. Isso mostra que o modelo utilizado precisa ser repensado e reestruturado se quisermos ampliar os índices verificados atualmente", alerta Silva Filho. Também preocupa a geração de Resíduos de Construção e Demolição (RCD), que vem crescendo significativamente ano a ano e, de 2011 para 2012, aumentou em 5,3%, chegando a 35 milhões de toneladas. Esse volume tende a ser
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ainda maior, considerando que os municípios, via de regra, coletam apenas os resíduos lançados nos logradouros públicos. "Com base nos dados do Panorama 2012, é possível perceber que o País está evoluindo a passos bastante lentos no estabelecimento de uma gestão integrada e sustentável de resíduos sólidos. Com isso, concluímos que apenas a PNRS não é suficiente para alterar práticas correntes e corrigir desvios. Os instrumentos estão disponíveis e exemplos não faltam para que as ações adequadas sejam pensadas, planejadas, implementadas e cobradas", conclui o diretor. Os maiores percentuais de destinação inadequada são do Centro-Oeste e Norte Dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil apontam que as regiões Centro-Oeste e Norte mantêm os piores desempenhos no que diz respeito à destinação final de resíduos no País. A publicação ainda retrata outro agravante: o Nordeste é a região que tem a maior quantidade de resíduos com destinação inadequada, um total de 38 mil toneladas por dia, que incluem 12 mil toneladas de RSU por dia que não são sequer coletados. Nestas três regiões estão 74% dos municípios que ainda utilizam lixões e aterros controlados para depositar seus resíduos sólidos urbanos (RSU). Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe, destaca
ainda que mais de 3 mil municípios no País encaminham seus resíduos para lixões e aterros controlados, os quais, do ponto de vista ambiental, pouco se diferenciam dos próprios lixões. O Norte gerou em 2012 mais de 13,7 mil toneladas diárias de resíduos sólidos urbanos, o equivalente a 0,965 kg por habitante por dia. Do volume coletado, 35% foi destinado a aterros sanitários e 65% depositado em lixões ou aterros controlados. E ainda são maioria os municípios que não tratam adequadamente seus resíduos, representando 80% das 449 cidades da região. Com uma participação de quase 26% do total de resíduos urbanos gerados do País, um volume equivalente a mais de 51,6 mil toneladas de lixo por dia, o Nordeste aparece com a pior cobertura de coleta de RSU, pouco mais de 77% dos resíduos gerados são coletados. Além disso, a região não apresentou evolução na destinação final adequada em relação a 2011, encaminhando diariamente 65% dos resíduos coletados, ou seja, mais de 25,8 mil toneladas, para lixões e aterros controlados. No Centro-Oeste, a geração de resíduos sólidos superou as 16 mil toneladas por dia (1,251 kg diário por habitante) em 2012, um acréscimo de 1,5% em relação ao ano anterior. Do volume gerado, 92,11% foi coletado, o que representa um acréscimo de 2,3%. Entretanto, menos de 30% dos resíduos
coletados tiveram destino adequado - o menor percentual de adequação do País. Com uma geração diária de mais de 98 mil toneladas, equivalente a 1,295 kg por habitante por dia, o Sudeste ainda figura como a região que tem a melhor cobertura de coleta (96,87%). Desse total coletado em 2012, 72% teve como destino final os aterros sanitários, mantendo-se também como a região que melhor destina seus resíduos. Entretanto, o percentual com tratamento inadequado, apesar de ser bem menor em relação a outras regiões do País, representa um volume absoluto de mais de 26 mil toneladas/dia. Quando consideradas as cidades que não tratam adequadamente seus resíduos, o percentual é de 51%, o equivalente a 854 municípios da região. A menor geração per capita de resíduos sólidos urbanos do Brasil ainda continua sendo observada na região Sul, com 0,905 kg por habitante por dia. Em contraponto, o Sul foi o que apresentou o maior crescimento na geração de resíduos em 2012, de 2,9%, o equivalente a mais de 21 mil toneladas diárias. Por outro lado, a região não apresentou evolução na destinação adequada e manteve o percentual do ano passado de 70% para o encaminhamento dos resíduos coletados a aterros sanitários. Dos 1.188 municípios do Sul, 41% ainda não dão destino correto aos resíduos. Fonte: Comunicação Abrelpe Julho/Agosto 2013
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Ekogoma, meio ambiente e logística reversa
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objetivo principal da Logística Reversa é atender aos princípios da Sustentabilidade Ambiental através de uma produção em que as responsabilidades com o meio ambiente estão presentes em todas as etapas do processo. Através deste mecanismo, as empresas organizam canais reversos possibilitando que os produtos, após cumprirem o seu ciclo de vida, retornem para as empresas que os desenvolveram para que os materiais sejam reutilizados, reciclados ou reparados, dando origem a novos produtos, evitando que tais matérias-primas tenham o lixo ou os aterros industriais como destino. Existem muitos materiais que podem ser reciclados, dentre eles vidros, metais, plásticos e termoplásticos. Porém outros resíduos, como o de EVA e da borracha, até pouco tempo eram utilizados como fonte energética para cimenteiras,
sendo misturados com asfalto, e transformados em pó para serem absorvidos em pequenos volumes nos compostos a serem vulcanizados. O EVA também se acumula em abundância nos lixões e em áreas industriais, pois não existe mais lugar para o descarte. Mas a partir da descoberta da reversão da vulcanização da borracha e do Eva, estes materiais podem ser adicionados em compostos poliméricos e elastoméricos em proporções bem maiores que a do pó. O resultado desta reversão é um novo produto denominado Ekogoma, através do qual os resíduos da borracha e do Eva que se tornariam lixo retornam para sua própria indústria em forma de matéria-prima (Ekogoma e Ekogoma EVA), passando a ter maior valor através do aspecto ecologicamente correto. Fonte: Comunicação Ekogoma
A primeira patente verde no RS A invenção que será utilizada como alternativa ao Finger, plataforma utilizada em aeroportos que permite o acesso às aeronaves, movido à base de energia solar, com bateria de lithium é a primeira Patente Verde deferida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no Rio Grande do Sul. "É um grande passo do órgão federal agilizar o processo para esse tipo de inovações limpas. Um dos principais problemas que se enfrenta no âmbito de registro de patentes hoje é a morosidade no julgamento dos pedidos de registro, já que,
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em média, o INPI tem demorado cerca de 8 anos para registrar uma patente", explica o presidente do Grupo Marpa, Valdomiro Soares, ressaltando que o pedido foi encaminhado em maio de 2012 e em menos de 1 ano foi deferido. "É um progresso para o País, pois o registro de patentes verdes estimula ações sustentáveis", destaca. A Marpa é líder no registro de propriedade intelectual no Sul do Brasil. O objetivo do programa do Governo Federal criado em 2012 é reduzir o tempo de espera do registro de patentes que apresentem tecnologias que diminuam os efeitos das mudanças climáticas
globais. Estão incluídas nessa categoria inovações referentes a energias alternativas, transporte, conservação de energia, gerenciamento de resíduos e agricultura. Assim, os benefícios da tecnologia limpa chegarão mais rápido à sociedade. Segundo relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), investimento global em tecnologias limpas, que impactem menos na mudança climática, teria que sair dos atuais US$ 250 bilhões, último dado de 2010, para US$ 500 bilhões por ano até 2020.
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Produção 100% limpa é meta 2013 da Rubras
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er uma estrutura 100% limpa. Esta é a meta da Rubras em 2013. Para alcançar tal objetivo, a produtora gaúcha de laminados sintéticos tem feito investimento de capital em soluções ecológicas. A compra de uma caldeira alimentada a gás natural é uma delas. O investimento, de mais de um milhão de reais, deve acabar com a emissão de gases industriais na atmosfera, já que a novidade trabalha em ciclos, reaproveitando todos os resíduos. Ainda que as demais caldeiras da companhia operem nos padrões permitidos por lei, tais equipamentos igualmente passarão a ser movidos a gás natural, alternativa muito mais limpa, visto que atualmente funcionam à base de óleo BPF (derivado do petróleo, que pode ser nocivo ao sistema respiratório). "Nossa intenção é realmente produzir sem poluir o meio ambiente. As caldeiras abastecidas a gás devem acabar com a queima do altamente corrosivo enxofre produzido pelo óleo, assim como a do gás carbônico. Ademais, como a ideia é
introduzir o sistema em ciclo, a manutenção das máquinas será mais simples, o que deve reduzir significativamente o risco de acidentes entre os operadores", explica o diretor geral da Rubras, Antônio Gualberto Pereira. Com capacidade produtiva de 120 mil metros lineares/mês, a Rubras é a única empresa no Sul do País que possui a torre de destilação de DMF (dimethylformamide). Utilizado na fabricação de PU, o DMF é um solvente tóxico cujo resíduo deve ser administrado pelas empresas, sem que tenha qualquer contato com o meio ambiente. "Investimos quatro milhões de reais na torre porque queremos ter certeza de que o DMF usado pela Rubras é administrado apropriadamente", diz Pereira. Além do dimethylformamide produzido na companhia, a Rubras também presta o serviço de recuperação de DMF a outras empresas. "As torres realizam a separação da água e do DMF, de forma que tudo é
purificado e reaproveitado. Assim, ainda que nem todas as indústrias se preocupem, sabemos que nós e mais algumas companhias da região (Vale do Sinos, Rio Grande do Sul), estão fazendo sua parte", expõe. Fonte: Comunicação Rubras
Cresce o uso de embalagens de papel cartão Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF Nacional), baseados em informações do IBGE, a produção de embalagens impressas teve crescimento de 1% em março de 2012, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O índice reflete, por um lado, um declínio na produção de embalagens de plástico (-12%) e, por outro, um importante crescimento de 3,9% das embalagens impressas em papel e papelão. A mesma tendência apresenta-se nos dados trimestrais e dos últimos 12 meses. No primeiro trimestre de 2012, a produção relativa ao grupo gráfico de embalagens cresceu 2,05% em relação a igual período de 2011. O desempenho positivo deveu-se à expansão de 4,7% das embalagens impressas de papel cartão, que neutralizou a queda de 8,7% das impressas de plástico.
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Nos doze meses contados de abril de 2011 a março de 2012, frente aos doze meses imediatamente anteriores, a atividade do segmento de embalagens apresentou crescimento de 2,05% na sua produção, como decorrência da queda de 6,51% na atividade de produção das impressas em plástico e, em sentido oposto, do crescimento de 3,87% nas impressas em papel cartão. "O crescimento contínuo na produção de embalagens impressas em papel é fruto da alteração nos padrões de consumo da população, que busca cada vez mais produtos renováveis e recicláveis", salienta Fabio Arruda Mortara, presidente da ABIGRAF Nacional. Ele acredita ser cada vez maior o grau de consciência da população sobre os desafios relativos ao meio ambiente, à reversão do aquecimento global e ao consumo responsável. Fonte: Comunicação Abigraf
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