iniciais.PMD
2
14/08/2013, 17:26
ed
editorial
Uma questão de coerência e responsabilidade Existe hoje em tramitação um Projeto de Lei que pretende proibir a utilização de saltos com mais de dois centímetros de altura em calçados infantis. Sem dúvida a infância é uma das etapas que requer maior cuidado e atenção no momento da escolha do tipo de calçado que se irá usar, pois se trata de um período de crescimento rápido e formação da estrutura óssea e muscular, e um descuido pode trazer comprometimentos à saúde para o resto da vida. O que vale a pena pontuar é de que maneira iremos proteger a saúde de nossas crianças e adolescentes e como se pode regrar de maneira correta a confecção de calçados para este público. É evidente que o salto se trata de um componente importante na concepção dos calçados, mas ele não é o único. Além disso, quando se trata de salto, a altura também não deve ser o único ponto a ser observado. A altura também depende de outros fatores do conjunto da construção como um todo, que pode ser aliviada pelo uso de plataformas na parte dianteira. Saltos com alturas menores, dependendo de sua espessura, por exemplo, também podem oferecer riscos de estabilidade, forçando a estrutura óssea e muscular e causar problemas, como a pronação do pé. Sem dúvidas entendemos que o assunto é de grande importância, mas acreditamos que o tema deve ser analisado e tratado da forma mais
abrangente possível, e não apenas através de regramentos que contemplem parte da questão e possam trazer severas restrições para a indústria, que se verá amplamente limitada na pesquisa e concepção de novos produtos. Defendemos a necessidade de coerência e responsabilidade de todos envolvidos na cadeia, na qual o IBTeC se inclui, para oferecermos cada vez mais aos consumidores produtos seguros e inovadores, e que os regramentos sejam claros, embasados cientificamente e que atendam as necessidades de todas as partes envolvidas no processo. Atitudes esporádicas e isoladas são louváveis pela intenção de melhora e proteção do consumidor final, mas podem nos levar a pensar de uma maneira mais abrangente e embasada, para garantirmos um resultado final consistente. O IBTeC conquistou o reconhecimento em todo o Brasil e no exterior pela sua relevante contribuição no aumento da oferta de soluções que conduzam a melhorias abrangentes e duradouras nos calçados e seus materiais componentes. Através de suas linhas de pesquisas, busca disseminar e viabilizar ao mercado novas possibilidades para que se atinja o máximo em excelência de produtos também em vários segmentos, e apoiará sempre este caminho, que é o seu compromisso e vocação.
Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo
iniciais.PMD
3
14/08/2013, 17:26
su
sumário
06
expediente
08
dia a dia Setor dá o primeiro passo para a criação de Normas Brasileiras sobre substâncias restritivas
18
agenda Calendário das feiras e eventos do setor
56
moda & design Recortes e vazados como inspiração
60
publicações O deslocamento das indústrias calçadistas para o Nordeste
62
abnt/cb-11 Atividades das Comissões de Estudo
22
comunicação e mercado Novidades das indústrias de base para o setor de transformação
64
tecnologia e processos A Produção Simultânea por Fluxo em Rede e as Redes de Consumo como fatores da sistematização da Entrega Já!
30
em foco Os megaeventos realizados no Brasil dos próximos anos criam oportunidades para o setor de materiais esportivos
68
artigo técnico TPUs soft até onde irão?
74
artigo científico Características antropométricas e classificação de diferentes perfis de pé
84
opinião As cinco forças de um ambiente competitivo
90
guia de compras
91
caderno de sustentabilidade Atitudes em proteção ao ambiente natural
44
especial Projeto de Lei pretende proibir a venda de calçados infantis com salto maior que 2cm
52
eventos Se atualize sobre o que aconteceu nas mais recentes feiras do setor e quais são os próximos eventos setoriais
Capa: arte de Fábio Scherer
4
iniciais.PMD
Setembro/Outubro 2013
4
15/08/2013, 14:16
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
5
14/08/2013, 17:26
dd
5
Conselho Deliberativo Contatos Presidente: Claudio Chies
Para que você, leitor, possa comunicar-se direta e rapidamente com o IBTeC, Tecnicouro publica a seguir os e-mails dos integrantes de cada uma das áreas da entidade. Por meio deles, é possível fazer sugestões e críticas, solicitar informações, esclarecer dúvidas, enviar e receber materiais redacionais e publicitários, inscrever-se em cursos e eventos e ainda agendar sua visita ao IBTeC. Utilize-os para comunicar-se conosco.
Conselheiros: Ernani Reuter Jakson Fernando Wirth
Jornalista Responsável e Editor Luís Vieira (8921-MTb/RS) luis@tecnicouro.com.br Produtora Gráfica e Jornalista Melissa Zambrano (10186-MTb/RS) melissa@tecnicouro.com.br
João Altair dos Santos Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi
Jorge Azeredo Marcelo Fleck
Arte Final Fábio Mentz Scherer fabio@ibtec.org.br
-Institucional/Cursos/Eventos Marcela Chaves da Silva: marcela@ibtec.org.br
Rosnei Alfredo da Silva COMERCIAL -Gerente Daniel Steigleder: daniel@ibtec.org.br CONSULTORIAS Paulo César Model (consultor técnico): paulo@ibtec.org.br ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Rogério Luiz Wathier: rogerio@ibtec.org.br
Conselho Fiscal
PROJETOS ESPECIAIS Tetsuo Kakuta: projetos@ibtec.org.br CB-11 Morghana Ávila: cb11@ibtec.org.br
Maria Gertrudes Hartmann LABORATÓRIO DE BIOMECÂNICA Dr. Aluisio Avila: biomecanica@ibtec.org.br Dr. Milton Zaro: zaro@ibtec.org.br
Renato Kunst
Assinaturas Cássia do Amaral cassia@ibtec.org.br Vanessa Camargo vanessa@ibtec.org.br Conselho Editoral Ênio Erni Klein Wanderlei Gonsalez Milton Antônio Zaro Luís Vieira Ernesto Plentz Mauro Sarmento Janete Maino César Bündchen Evandro Sommer
Conselheiros: Eleno da Silva
Publicidade Cássia do Amaral cassia@ibtec.org.br Romeu Alencar de Mello romeu@ibtec.org.br Vanessa Camargo vanessa@ibtec.org.br
Ricardo Wirth LABORATÓRIO DE SUBSTÂNCIAS RESTRITIVAS Janiela Gamarra: janiela@ibtec.org.br LABORATÓRIOS FÍSICO, QUÍMICO E MECÂNICO Ademir de Varga: laboratorio@ibtec.org.br
redacao@tecnicouro.com.br www.tecnicouro.com.br
LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Dr. Markus Wilimzig: markus@ibtec.org.br Errata Na edição 277, na reportagem sobre Couro X Sintético, o responsável pelas informações sobre os desenvolvimentos da Bayer é o gerente da Unidade de Negócios CAS da Bayer MaterialScience para a América Latina, Alberto Hassessian, e não Muriel Valencia, conforme informado.
Conselho Científico Conselheiros: Dr. Alberto Carlos Amadio Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila Dra. Deyse Borges Machado
A Tecnicouro não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre desde que citada a fonte.
Dr. Luiz Antônio Peroni Dra. Mariliz Gutterres Dr. Milton Zaro Dra. Susana Cristina Domenech ibtec@ibtec.org.br www.ibtec.org.br
Fundada em 1979 Rua Araxá, 750 - Cx. Postal 450 - fone 51 3553 1000 fax 51 3553 1001 - 93334-000 - Novo Hamburgo, RS
iniciais.PMD
6
14/08/2013, 17:26
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
7
14/08/2013, 17:26
dd
7
dd
d i a a d i a d o I B Te C
CB-11 estabelece Comissão de Estudos sobre o uso de substâncias restritivas em calçados e componentes O Happy Hour com Tecnologia, que aconteceu no dia 23 de julho, na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), em Novo Hamburgo/RS, teve como foco as substâncias restritivas, que foram abordadas em dois momentos distintos. Na primeira parte, o vice-presidente executivo do instituto, Dr. Valdir Soldi, apresentou as mais recentes atualizações do Reach, a principal regulamentação europeia. Logo em seguida foram iniciados os trabalhos da 1ª Reunião da Comissão de Estudos de Substâncias Restritivas em Couro, Calçados, Artefatos e Componentes, quando ficou definido o modelo de trabalho a ser desenvolvido. O Dr. Soldi lembrou que a regulamentação europeia está em vigor desde 2007, substituindo um conjunto de 40 diretivas e regulamentos comunitários por um único instrumento legislativo, que já conta com mais de 9 mil substâncias cadastradas na sua base de dados. Estudos mostram que, das substâncias avaliadas até 2010, 134 causam câncer; 158 são tóxicas ao cérebro e
A primeira reunião aconteceu na sede do IBTeC, durante Happy Hour, com a presença de mais de 40 profissionais do setor
8
iniciais.PMD
ao sistema nervoso; 186 causam infertilidade; 151 causam defeitos congênitos ou desenvolvimento anormal. Soldi comentou sobre algumas substâncias recorrentes no sistema coureiro-calçadista. Ele destacou os respectivos riscos à saúde humana e ao meio ambiente, explicou onde elas são usadas com mais frequência e apontou quais são as alternativas para evitar a utilização. Dentre as substâncias que mais causam preocupação aparecem corantes azoicos, ftalatos, cloroparafinas, retardantes de chamas, organoestanhos, perfluroctano sulfonato e ácidos, além de metais pesados, como chumbo, cádmio, arsênio, antimônio e níquel. Ele ressaltou que até 20 de junho de 2013, 144 substâncias foram consideradas de preocupação muito elevada, e que as substâncias em geral estão classificadas da seguinte forma: Classe 1 - Com efeitos perigosos comprovados; Classe 2 - Com efeitos perigosos; Classe 3 - Com impacto ambiental; Classe 4 - Altamente suspeitas de terem efeitos nocivos sobre os usuários; Classe 5 - Suspeitas de terem um efeito sobre o usuário. "Depois do Reach, várias diretrizes foram criadas mundo afora, estabelecendo limites ou proibições para o uso de substâncias perigosas. Mas isso depende da aplicabilidade e uso - tanto destas substâncias, quanto dos materiais ou produtos que as contêm na sua composição", define o palestrante. Enquanto isso, as discussões no Brasil em torno das substâncias restritivas são muito pontuais, e o País ainda não criou uma legislação específica sobre este assunto, o que aumenta as dificuldades para quem deseja se adequar às crescentes exigências
internacionais. "Neste sentido, estamos perdendo até mesmo para nações com menores índices de desenvolvimento", ilustra o especialista, reforçando a importância do trabalho que será efetuado pela nova Comissão de Estudos do CB-11. A técnica química do IBTeC, Mônica Barth Mombach, foi eleita por aclamação como coordenadora da comissão e passou a conduzir os trabalhos. A profissional considerou que o grupo vai normatizar o uso de substâncias restritivas no Brasil, especificamente nos componentes e calçados. "Primeiro definiremos, dentre as normas internacionais, quais serão aplicadas no Brasil, pois não se pode adotar dentro do País uma regulamentação para as substâncias, materiais e produtos que seja diferente da utilizada para o mercado externo. Mas para que elas sejam validadas, vamos alinhar os procedimentos com o Inmetro, que é um órgão reconhecido mundialmente e oferece a credibilidade necessária para os laudos emitidos no Brasil", contextualiza a coordenadora. As reuniões da Comissão de Estudos em Substâncias Químicas serão mensais, a participação é voluntária e gratuita, e os encontros acontecerão também na sede do IBTeC, onde funciona a secretaria do CB-11. As datas dos próximos debates serão nos dias 24 de setembro, 22 de outubro e 26 de novembro, sempre das 13h30min às 16h. A sede do IBTeC fica na Rua Araxá, 750 Bairro Ideal, em Novo Hamburgo/RS. Durante a reunião, que ocorreu no dia 27 de agosto, foram destacadas algumas normas ISO relativas ao couro e também projetos de novas normas relacionadas a algumas substâncias que ainda não tenham normatização internacional. A confirmação de presença nas futuras reuniões deve ser efetuada através do e-mail: cb11@ibtec.org.br.
Setembro/Outubro 2013
8
15/08/2013, 14:16
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
9
14/08/2013, 17:26
dd
9
dd
d i a a d i a d o I B Te C
Gabinete da Primeira-Dama de NH recebe calçados A doação foi realizada pelo IBTeC, a Coelho Assessoria e a Fenac, através do Projeto Fábrica Conceito realizado na Fimec 2013 No dia 23 de julho, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), a Coelho Assessoria e a Fenac entregaram para o Gabinete da PrimeiraDama de Novo Hamburgo os calçados fabricados no Projeto Fábrica Conceito, realizado durante a última Fimec. A solenidade aconteceu nos pavilhões da Fenac, e o presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler, ressaltou que a doação reafirma o caráter social do projeto, que é norteado por dois pilares: a doação de parte da produção para projetos sociais, e a complementação dos postos de trabalho com profissionais em desemprego, para que eles demonstrem a sua capacitação técnica aos empresários que visitam o espaço. "Além destas preocupações, a Fábrica Conceito se destaca por priorizar a utilização de equipamentos e materiais com tecnologias limpas", pontua Griebeler. O presidente da Fenac, Elivir Desiam, acrescentou que na área da Fábrica Conceito os técnicos e empresários tiveram a oportunidade de ver na prática como funcionam alguns insumos, componentes e máquinas que foram oferecidos pelos expositores da feira. "Essa interação permite que os interessados conheçam mais detalhadamente o potencial dos artigos que lhes interessam", considera. A primeira-dama, Jorgia Marisa Seibel, disse que a doação veio em boa hora, pois o gabinete precisa de mais recursos para atender as demandas sociais do município. "Esta ideia de associar a tecnologia com as necessidades das pessoas é muito feliz, e contribui para que este empreendimento
10
iniciais.PMD
Marina Rambo Speacht (Coelho Assessoria), Luis Lauermann (prefeito de Novo Hamburgo), Jorgia Marisa Seibel (primeira-dama de NH), Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC), Elivir Desiam (presidente da Fenac) e Valdir Soldi (vice-presidente executivo do IBTeC)
cresça cada vez mais", acentua. O prefeito de Novo Hamburgo, Luis Lauermann, agradeceu a todas as empresas que participaram desta ação, e aproveitou o momento para lembrar que o Governo do Estado incentiva a aquisição de matérias-primas gaúchas dentro do próprio RS. "Esta medida é muito importante para o desenvolvimento das empresas locais e regionais, que conseguem hoje ampliar a circulação das suars mercadorias no nosso mercado", finalizou.
O projeto O Projeto Fábrica Conceito encerrou na Fimec 2013 a sua quarta edição, tendo como Patrocinador Master o Badesul, e co-
executoras a West Coast e a Italianinho. Durante a feira, os visitantes puderam acompanhar o funcionamento de máquinas e equipamentos, além da aplicabilidade de vários materiais oferecidos por mais de 50 empresas participantes do projeto. No espaço foram produzidos diferentes modelos de calçados masculinos e femininos, e os pares doados serão convertidos em recursos para projetos sociais. O público também pode conferir o perfil dos seus pés, através de um scanner tridimensional. As informações incrementam o banco de dados sobre o perfil dos pés dos brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento de calçados que atendam as características específicas dos consumidores do mercado nacional.
Setembro/Outubro 2013
10
14/08/2013, 17:27
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
11
14/08/2013, 17:27
dd
11
dd
d i a a d i a d o I B Te C
O Consumidor Moderno e o Fast Fashion Numa iniciativa do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o economista, consultor de moda e autor do livro A Revolução do Fast-Fashion, Enrico Cietta, realizou no dia 17 de julho, na sede do instituto, a palestra O Consumidor Moderno e o Fast Fashion. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, abriu os trabalhos ressaltando que o instituto tem como compromisso oferecer soluções tecnológicas para o setor de calçados e artefatos, que tem um grande potencial no segmento da moda e precisa se reinventar buscando inovações nos produtos, no sistema de produção e nos modelos de negócios. Paulo também lembrou que o IBTeC vem se reaproximando de todas as entidades representativas da cadeia produtiva e também dos órgãos de fomento, a exemplo do Sebrae, que trouxe a palestra para a sede do instituto. O gerente
regional do Sebrae/RS, Marco Copetti, destacou que o Sebrae estimula o sistema coureiro-calçadista a buscar por diferenciais produtivos e que eventos como este são oportunidades para agregar valor à cadeia de produção. O painelista ressaltou que a rapidez não é o objetivo, mas o modelo de negócio proposto pelo sistema fast fashion. Outra observação é que o consumidor de moda é mais que um comprador, e sim um gerador de valor aos artigos e marcas. "Muitas vezes, o usuário confere ao produto um valor muito acima daquele que a própria empresa espera, pois nesta relação de consumo estão presentes também as experiências e informações que cada indivíduo traz consigo sobre o produto ou a grife em questão", exemplifica. Ele complementa que a relação do produto com o ponto de venda também é muito importante para a geração de valor junto ao cliente. A criatividade e a capacidade de personalizar os produtos são fundamen-
tais para o sucesso nesta proposta de negócio, onde o design, a produção e a distribuição caminham em simultaneidade. "O designer do sistema fast fashion necessita interagir constantemente com o consumidor e a loja para saber de antemão quais são as expectativas dos compradores e responder rapidamente a estas necessidades, valorizando os artigos com maior apelo comercial", ensina. Mas para que esta estratégia funcione é preciso que a empresa tenha uma linha de produção com ciclo contínuo, onde os artigos possam ser reeditados na velocidade que o mercado espera, sempre trazendo algum aspecto novo a cada relançamento, seja na complementação da cartela de cores, na elaboração de novas estampas ou ainda na aplicação de algum adorno. "O iPhone é um exemplo, por se tratar de uma ferramenta estandardizada, mas também personalizada, pois cada usuário configura o produto na forma mais apropriada para o seu estilo pessoal", exemplifica.
Riscos
Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC), Marco Copetti (gerente regional do Sebrae/RS) e Enrico Cietta (consultor de moda)
12
iniciais.PMD
Um dos riscos inerentes ao fast fashion é a possibilidade de geração de sobras, o que ocasionaria o excesso de liquidações a cada temporada. Para evitar que isso ocorra, a empresa deve conhecer a frequência de compra do seu públicoalvo e aprofundar a interação com este consumidor. "Neste sentido, o pequeno negócio e a empresa local costumam responder melhor a esta sistemática. O primeiro por já vivenciar, via de regra, a cultura da produção em pequenos lotes no seu cotidiano. O segundo, pela proximidade territorial do seu usuário e conhecer bem os seus costumes", contextualiza.
Setembro/Outubro 2013
12
14/08/2013, 17:27
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
13
14/08/2013, 17:27
dd
13
dd
14
iniciais.PMD
d i a a d i a d o I B Te C
Setembro/Outubro 2013
14
14/08/2013, 17:27
d i a a d i a d o I B Te C
dd
IBTeC apresenta pesquisas em simpósio internacional Três pesquisadores do IBTeC foram palestrantes no 11 o Simpósio de Biomecânica do Calçado, ocorrido em Natal/RN, de 31 de julho a 2 de agosto. O evento contou com 180 especialistas das maiores companhias de calçados esportivos e casuais, como Nike, Adidas, Puma, Asics e Reebok. O Brasil foi o único representante da América Latina, e o IBTeC a única instituição brasileira a apresentar pesquisas. No painel Rotação Interna da Tíbia Durante a Marcha , o Dr. Aluisio Avila destacou um estudo no qual, para a mensuração da ro-
tação interna da tíbia, foi utilizado um giroscópio durante a comparação de três diferentes modelos de calçados. A pesquisa apontou para a similaridade nos resultados da sapatilha e tênis. Já o calçado com salto alto induziu a maior rotação interna da tíbia durante o movimento. A Distribuição da Pressão Plantar em Calçados de Futsal foi o assunto da Dra. Aline Faquin. Ela explicou que o esporte é associado a corridas com forças externas, durante as quais podem ocorrer lesões. O estudo comparou os picos de pressão plantar
durante a corrida com três tipos de calçados de futsal, com diferentes palmilhas. Os resultados indicaram redução nos picos de pressão no calcâneo para a palmilha PU, no hálux a palmilha EVA e PU. O Dr. Rudnei Palhano apresentou a Análise do Impacto em Calçados com Diferentes Materiais. O objetivo foi caracterizar os solados e comparar a absorção do impacto durante a marcha em calçados com solados de PU, SBR e EVA. Os solados apresentaram diferentes índices de absorções do impacto.
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
15
15/08/2013, 14:17
15
dd
d i a a d i a d o I B Te C
Prefeito e diretores do Grupo Sinos visitam o instituto No dia 1º de agosto, o instituto recebeu a visita do prefeito de Novo Hamburgo/ RS e da diretoria do Grupo Sinos, que edita o Jornal Exclusivo e a Revista Lançamentos. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, destacou que o instituto é o braço tecnológico do setor calçadista e para avançar neste compromisso é preciso alinhar os projetos com as demandas do mercado, contando ainda com parcerias envolvendo organizações públicas e privadas, e instituições de ensino e pesquisa do Brasil e exterior. Ele enfatizou que "mais de 60% da equipe é composta por profissionais com doutorado, mestrado ou MBA, que estão prontos para assessorar as empresas com a oferta das melhores soluções para cada necessidade". O vice-presidente executivo, Valdir Soldi, reforçou que o instituto foca cada vez mais em pesquisas aplicadas. "Precisamos antecipar soluções para necessidades que surgirão talvez daqui a cinco ou 10 anos. Mas isso demanda de um crescente volume de investimentos em profissionais, novas tecnologias e ampliação ou adequação do espaço físico". Dentro desta proposta, o IBTeC abriga a sede do CB-11 onde hoje começam a ser delineadas as primeiras normas brasileiras referentes ao uso de substâncias restritivas nos calçados e seus materiais componentes. "Alinhadas com as regulamentações internacionais, se tornarão um importante instrumento para adequar tanto os produtos brasileiros ofertados no exterior quanto os estrangeiros aqui comercializados", considerou. O prefeito Lauermann destacou que "o principal desafio é tornar o Brasil uma sociedade baseada no conhecimento, e o IBTeC é exemplo de como se faz essa transferência de saber para a indústria". Complementou que o País deixa de vender somente commodities e exporta pro-
16
iniciais.PMD
Valdir Soldi (vice-presidente executivo do IBTeC), Marcelo Fleck e Ernani Reuter (conselheiros do IBTeC), Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC), Cláudio Azevedo (secretário geral de governo), Luis Lauermann (prefeito de Novo Hamburgo), Claudio Chies (presidente do Conselho Deliberativo do IBTeC), Dr. Milton Zaro (pesquisador do IBTeC), Marcelo Lauxen (engenheiro químico do IBTeC), Rogério Wathier (gerente administrativofinanceiro do IBTeC) e Tetsuo Kakuta (coordenador de projetos especiais do IBTeC)
Valdir Soldi (vice-presidente executivo do IBTeC), Jakson Wirth (conselheiro do IBTeC), Marcus Klein (diretor superintendente do Grupo Sinos), Luis Lauermann (prefeito de Novo Hamburgo), Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC), Daniel Noschang (diretor do Grupo Sinos), Claudio Chies (presidente do Conselho Deliberativo do IBTeC) e Ernani Reuter (conselheiro do IBTeC)
dutos com tecnologia embarcada, mas precisa avançar mais neste sentido. "A prefeitura será ainda mais atuante nas demandas do setor junto aos Governos Federal e Estadual, para que sejam aproveitadas todas as oportunidades já existentes e novas sejam criadas." GRUPO SINOS - Os diretores do Grupo Sinos, Marcus Klein e Daniel Noschang, participaram da visita guiada aos laboratórios, onde todos os visitantes conheceram detalhes sobre testes, pes-
quisas e serviços oferecidos. Consideraram que o consumidor está consciente sobre o valor pago pelos produtos, deseja retorno à altura dos investimentos e quer acesso às informações, e os veículos do Grupo Sinos podem fazer esse conhecimento chegar até o ponto de venda e o consumidor final. O presidente executivo Paulo Griebeler agradeceu aos visitantes e considerou que estas parcerias são muito importantes para a instituição.
Setembro/Outubro 2013
16
14/08/2013, 17:27
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
17
14/08/2013, 17:27
dd
17
ag
agenda
Agende-se para realizar bons negócios Setembro
Janeiro
Abril
ACLE/CIFF 4, 5 e 6 Shanghai/China www.aplf.com
Couromoda 13, 14, 15 e 16 São Paulo/SP www.couromoda.com
Simpósio de Biomecânica do Calçado 8, 9 e 10 Novo Hamburgo/RS www.ibtec.org.br
Seincc 24, 25 e 26 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br
Inspiramais 14 e 15 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br
Maio
FICANN 24, 25 e 26 Fortaleza/CE www.ficann.com.br
Projeto Comprador 28 e 29 Birigui/SP www.sindicato.org.br
Outubro
Março
Exponorma 30 e 31 São Paulo/SP www.abnt.org.br
40 Graus 11, 12 e 13 Natal/RN www.feira40graus.com.br
Novembro
Fimec 18, 19, 20 e 21 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br
Zero Grau 18, 19 e 20 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br
18
iniciais.PMD
Sicc 26, 27 e 28 Gramado/RS www.sicc.com.br Prevensul 28, 29 e 30 Curitiba/PR www.protecaoeventos.com.br
Julho Francal 15, 16, 17 e 18 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br
Obs.: o calendário de feiras da Agenda é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.
Setembro/Outubro 2013
18
15/08/2013, 14:25
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
19
14/08/2013, 17:28
dd
19
dd
20
iniciais.PMD
d i a a d i a d o I B Te C
Setembro/Outubro 2013
20
14/08/2013, 17:28
d i a a d i a d o I B Te C
Julho/Agosto 2013
iniciais.PMD
21
14/08/2013, 17:28
dd
21
cm
comunicação e mercado
Produtividade com baixo consumo
1 2 3 4 5
A M96 - máquina de colar solados da Morbach - tem como pontos fortes a sua alta produtividade e a grande economia de ar em relação às máquinas convencionais, além de estar completamente em conformidade com a NR12. De acordo com a empresa, esta é a única máquina do mercado com sistema troca rápida, tanto da membrana externa (diafragma) quanto da membrana interna (lâmina).
Para uma perfeita colagem dos solados no cabedal montado na fôrma, a M96 possui duas câmeras. A primeira envolve totalmente o solado e a fôrma, evitando deslocamentos, e a segunda exerce a força sobre a planta da sola, executando uma perfeita colagem consumindo apenas 25 litros de ar (em condições ideais de operação) por ciclo e com consumo de energia de apenas 0,7 Kw/h.
Confraternização em bodas de prata No último dia 03 de agosto, o Grupo Cofrag, fabricante de componentes para calçados e bolsas (tecidos, não tecidos, forros, dublagem industrial, termoadesivos e viés) comemorou seus 25 anos de fundação, reunindo seus colaboradores, parceiros comerciais, representantes das entidades setoriais e autoridades para um almoço de confraternização na cidade de Sapiranga/RS, onde a matriz da empresa está instalada desde janeiro do ano passado. Na oportunidade, a empresa prestou homenagem aos seus colaboradores com mais de cinco anos de empresa, ofertando a cada um deles um troféu. O empresário Gilmar Haag, diretor do Grupo Cofrag, foi homenageado pelas unidades da empresa da Bahia, Dubahia, Martêxtil do Ceará e pelos funcionários da Matriz Sapiranga, recebendo placas comemorativas aos 25 anos de fundação da empresa. O industrial agradeceu aos presentes na solenidade salientando que "nenhum sentido teria essa comemoração sem a presença de todos que aqui estão, pois nada se constrói sem parceria e espirito coletivo. Meu muito obrigado a cada um de vocês".
Couros exóticos A Aguapé se especializou no curtimento de peles exóticas, de peixes e rãs, para diversas aplicações - calçados, artefatos, vestuário, móveis, utensílios e bijuterias. Após alguns anos de desenvolvimento e pesquisas, a empresa foca hoje no curtimento, tingimento e acabamento de peles de tilápia, que oferece um couro de alta qualidade. Com uma diversidade de cores, a empresa realiza processos de curtimento 100% vegetal. A diretora Sharen Zancaner argumenta que este tipo de processo não utiliza cromo ou outro metal em qualquer etapa do curtimento. "O único agente curtente é o tanino, extraído da casca de algumas espécies de árvores, como a acácia", assegura. A cada mês são produzidos em média 10 mil couros, disponíveis em 34 cores e quatro acabamentos - natural, semi-verniz, verniz e metalizado - comercializados em peças avulsas ou em mantas patchwork.
Gilmar Haag (diretor do Grupo Cofrag)
22
Comunicação e Mercado.pmd
Setembro/Outubro 2013
22
14/08/2013, 17:31
comunicação e mercado
cm 1 2 3 4 5
Setembro/Outubro 2013
Comunicação e Mercado.pmd
23
14/08/2013, 17:31
23
cm
comunicação e mercado
Tendências em estampas e transfers
1 2 3 4 5
Na moda, o romantismo do universo dos filmes transforma-se em mágica e heroísmo para conquistar os consumidores, oferecendo a certeza de finais felizes realmente possíveis. São esses conceitos de transformação, amparo e proteção que norteiam o desenvolvimento das tendências Colorgraf para o inverno do ano que vem. Conforme a responsável pelo marketing da empresa, Jordana Drawanz, as forças criativas da imaginação e da inspiração projetam seus caminhos conduzindo sonhos de paixão e saudade, baseados na natureza, nos mitos e nas lendas. "O inverno 2014 vai nos cativar através do encanto envolvente do luar, da beleza e da poesia. Depois do homem conquistar o satélite, trouxe de lá também a inspiração para acabamentos e texturas, estruturas geométricas e materiais inusitados", observa Jordana.
Solução elimina processos e materiais
Pedras e cristais da República Tcheca
A JR Dublagens inovou com a criação do cabedal corte único, que chega ao mercado com a promessa de proporcionar a economia de oito processos e quatro materiais. O coordenador de desenvolvimento, Gilson Oclair Contel, conta que "essa solução foi possível porque a empresa fabrica o tecido, a espuma, a entretela, faz a estamparia e detém toda a tecnologia de dublagem. Desta forma, o material quando cortado já pode ser usado como um cabedal pronto, o que evita erros nos processos, além do uso excessivo de máquinas e de mão de obra", assegura. A empresa também se preocupa em usar adesivos 100% base água, diminuir ao máximo a emissão orgânica volátil, e utiliza máquinas que possam eliminar etapas dos processos e encurtar o tempo de produção. Além disso, estabeleceu uma rotina de coleta dos materiais excedentes nos seus clientes, direcionando as sobras de matérias-primas para o reaproveitamento ou reciclagem, sendo que os mesmos retornam ao mercado em novos ciclos de produção.
A Europe Star é a maior distribuidora da América Latina de strass e componentes de cristal Preciosa, da República Tcheca, que são ofertados como matéria-prima para os segmentos de joias, calçados, confecções e móveis. O diretor da empresa, Marcelo Bello, aponta que, entre os diferenciais, destacam-se a ampla linha de strass e componentes de cristal com muitas opções de cores exclusivas, tamanhos e formatos, a qualidade certificada e a flexibilidade no atendimento, tanto em relação à entrega quanto ao pagamento. Um dos destaques são as pedras termocolantes com base reta, para facilitar a aplicação nos calçados e demais artigos de moda. "Temos ainda a vantagem de trabalharmos com pedras que são reconhecidas como uma das mais resistentes do mercado", pontua.
24
Comunicação e Mercado.pmd
Setembro/Outubro 2013
24
14/08/2013, 17:31
comunicação e mercado
cm
Acabamento em couros Tendo como foco o oferecimento de artigos nobres e diferenciados para atender o mercado de moda com a incorporação do design, a Aplic Colour se consolida como uma organização inovadora e criativa. Primando por agregar valor aos artigos, posicionando o couro no alvo de muitas coleções, traz, dentre várias outras propostas, a imitação de trissê e texturas de bichos, como lagartos e cobras, além de estampas geométricas. A partir desta base, pode aplicar diversificadas técnicas como tamponamento. A gerente comercial Camila Balbinot Mattes e a assistente comercial Cristiane Inês da Silva consideram que "a coleção chega com um forte apelo comercial, trazendo materiais que se destacam pelas técnicas de acabamento, com uma grande vari-
1 2 3 4 5
edade de efeitos, a exemplo da serigrafia, que vem com muita força no próximo inverno".
Setembro/Outubro 2013
Comunicação e Mercado.pmd
25
14/08/2013, 17:32
25
cm 1 2 3 4 5
comunicação e mercado
C
Por que falta inovação oluna tecnológica no calçado? do Zaro
Dr. Milton Zaro pesquisador do Laboratório de Biomecânica do IBTeC zaro@ibtec.org.br Lendo a publicação Estudos Setoriais de Inovação (Indústria de Couro, Calçado e Artefatos), da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a Seção 4 cita a estrutura da inovação tecnológica da indústria calçadista. “São apresentados os indicadores de inovação segundo as categoriais de firmas líderes, seguidoras e frágeis. Em seguida, busca-se identificar o sistema setorial de inovação, com seus principais componentes. É analisada até aonde é relevante a participação do capital estrangeiro e o papel dos agentes públicos no financiamento dos investimentos setoriais. Por fim, são analisadas as oportunidades tecnológicas, as estratégias empresariais e tecnológicas e algumas propostas de políticas setoriais". Somente no item 4.5 que se fala sobre "oportunidades tecnológicas, estratégicas e propostas", salientando que "as oportunidades tecnológicas e as estratégias do setor de calçados podem ser agrupadas em cinco blocos: (a) inovação em produto, (b) distribuição, (c) produção, (d) localização com internacionalização e (e) escala de negócios. A inovação de produto envolve a articulação de fontes de informação, de relações de cooperação, de licenciamento e
26
Comunicação e Mercado.pmd
subcontratação e, principalmente, de montagem de estruturas próprias de busca, seleção e desenvolvimento de tecnologias, vale dizer, centros ou organizações internas e privadas voltadas ao P&D. Esse último item está surpreendentemente ausente nas empresas seguidoras e é pouco frequente mesmo em parte das empresas líderes". Em outras palavras, o documento ressalta "desenvolvimento de tecnologias centros ou organizações internas e privadas voltadas ao P&D". Esse para mim é um dos tópicos mais importantes no que tange à nossa dificuldade cada vez maior de concorrer no mercado globalizado. As empresas nacionais não possuem tradição de pesquisa. Quantas indústrias nacionais ou multinacionais aqui instaladas possuem mestres, doutores, físicos, químicos, biólogos, engenheiros etc. no seu quadro de funcionários? Como existe um número significativo de empresas de médio e grande porte no setor coureiro-calçadista, ou essas empresas mudam de mentalidade urgentemente, ou se associam a universidades e centros de pesquisa, como o IBTeC, por exemplo. No caso brasileiro, prefiro essa parceria, porque demandaria menos custos para as empresas e poderia alavancar laboratórios de universidades e institutos de pesquisa. A Coreia é um case de sucesso recente (últimos 10 anos, principalmente). Por quê? Um dos principais motivos: investiu em um centro de pesquisa no setor, que hoje é referência mundial, pelo número de pessoas e pela qualidade de seus pesquisadores (a última informação que eu recebi falava em um número perto de 100 doutores). Temos algum instituto ou laboratório, ou universidade que tenha o foco no calçado que consiga competir? A palavra fica com vocês, com os diretores das empresas do setor e com os responsáveis pela política brasileira no setor.
Artigos inovadores A TexPrima, referência em tecidos de alta qualidade e tecnologia, traz uma coleção de tecidos e malhas diferenciados para a moda feminina. Superfícies trabalhadas em paetê, foil craquelado sobre pele com aspecto glacial e foil sobre Jersey com aspecto sofisticado são destaques na coleção do próximo inverno. Além disso, a empresa desenvolveu para a estação mais de 40 ideias de estamparia digital. Uma das propostas é o paetê Leather Amour, que tem a base composta por poliéster e elastano, com a aplicação de lantejoulas sintéticas opacas, que apresentam a aparência de couro. A coordenadora de vendas Cibele Sartori explica que tal componente oferece um caimento estruturado, sendo uma boa opção para o desenvolvimento de peças inovadoras.
Setembro/Outubro 2013
26
14/08/2013, 17:34
comunicação e mercado
Setembro/Outubro 2013
Comunicação e Mercado.pmd
27
14/08/2013, 17:34
cm
27
cm
comunicação e mercado
1 2 3 4 5
28
Comunicação e Mercado.pmd
Setembro/Outubro 2013
28
15/08/2013, 14:29
comunicação e mercado
Setembro/Outubro 2013
Comunicação e Mercado.pmd
29
14/08/2013, 17:34
cm
29
fo
em foco
Oportunidades e desafios no mercado esportivo Com o foco na Copa do Mundo em 2014 e as os Jogos Olímpicos de 2016, o projeto Inovamais, realizado em julho durante o salão Inspiramais, apresentou palestras voltadas às oportunidades geradas pelos dois megaeventos que acontecerão no Brasil. Enquanto o consultor Amir Somoggi mostrou detalhes sobre o mercado no País e no cenário mundial, Guilherme Pelitti, da escola de atividades criativas Perestroyca, instigou as indústrias de calçados, materiais e componentes a pensarem como podem contribuir para melhorar o desempenho dos atletas e se beneficiar destes que figuram entre os mais notáveis acontecimentos do esporte.
Panorama mundial e brasileiro Apontando que as vendas globais das três maiores grifes em 2012 somaram 48 bilhões de reais, Amir destaca que os tênis representam 56% das vendas da Nike, 46% da Adidas e 49% da Puma. O restante das vendas provém de roupas e equipamentos. De acordo com ele, somente nos EUA, a indústria
de materiais esportivos movimenta em torno de 800 bilhões/ano e o varejo representa 30% deste total. Enquanto isso, os times profissionais e as ligas movimentam R$ 26 bilhões com a venda de produtos licenciados. As vendas diretas no varejo - que é o consumo de produtos e serviços ligados às atividades esportivas - são muito atrativas, mas é bom observar também as oportunidades geradas pelo esporte de exibição, onde, através do licenciamento de produtos, por exemplo, se pode faturar alto com ações de marketing. "Em nível global, o marketing no esporte fatura US$ 56 bilhões/ano. Nos EUA, as licenças vendem hoje mais do que os patrocínios", demonstrou o painelista.
Como crescer neste mercado? Para crescer neste mercado é preciso, no mínimo, entender como ele funciona. No Brasil, os esportes prediletos são o futebol, o vôlei e a caminhada. O futebol é praticado por 79% dos homens e 22% das mulheres; o vôlei é jogado por 39% do público masculino
e 8% do feminino; a caminhada é realizada por 8% dos homens e 39% das mulheres. Em torno de 93% dos homens e 75% das mulheres assistem a jogos de futebol, enquanto 5% do público masculino e 17% do feminino acompanham a partidas de vôlei. Na última década, o crescimento do setor esportivo no Brasil foi de 10% ao ano e hoje o segmento movimenta 1,8 do PIB do nosso País, o que significa 75 bilhões de receita anual. O varejo fatura 40 bilhões/ano e os impostos arrecadados somaram mais de 15 bilhões em 2012. A venda de tênis no Brasil em 2006 movimentava R$ 4,5 bilhões e hoje supera R$ 8 bilhões. A maior parte dos praticantes regulares de esportes estão na faixa dos 16 aos 24 anos (46%), em seguida vem o público de 25 a 44 anos (35%). Somoggi chamou a atenção para a classe C, considerando que se trata de um segmento que deve ser mais incentivado a praticar esportes regulares. Pois a classe C brasileira corresponde a praticamente 100 milhões de pessoas, que têm o papel de influenciar o perfil de consumo das classes D e E. Hoje, 42% das classes A e B praticam esportes, enquanto na classe C este índice fica em torno de 27% e nas classes C e D chega a 19%. O palestrante aposta que após a copa, e também as Olimpíadas, este perfil deve sofrer mudanças significativas.
Amir Somoggi
30
Em foco.pmd
Setembro/Outubro 2013
30
15/08/2013, 14:31
em foco
Guilherme Pelitti
Felicidade Interna Bruta Guilherme Pelitti sustentou que a revolução industrial e o Fordismo ditaram por muito tempo os sistemas de produção, mas estamos hoje vivenciando acontecimentos antes inimagináveis. "Passamos do modelo cartesiano linear para o digital randômico. As fronteiras geográficas foram diminuídas e o fluxo da informação cresce exponencialmente", contextualizou ele, destacando que com o advento da Copa e das Olimpíadas as indústrias de materiais esportivos do Brasil devem tirar bons proveitos. Mas a questão é: De que forma esta influência pode ser proveitosa? "Os jogos, por exemplo, são vendidos pelas oportunidades de negócios geradas, mas tais oportunidades são restritas a setores específicos. Existe então a necessidade de se encontrar formas de aproveitar estes eventos, mesmo que não sejam necessariamente ligadas aos jogos em si", explicou o palestrante. Sediar uma Copa ou uma Olimpíada não deixa de forma alguma os países mais ricos, ao ponto de aumentar o PIB, por exemplo. Mas mesmo assim, algum retorno financeiro aos investimentos deve acontecer. Este retorno pode vir através do aumento do índice do que Pelitti chama de Felicidade Interna Bruta (FIB). "Sediar um
evento esportivo, por exemplo, costuma proporcionar mais felicidade à população, mesmo que os indivíduos não estejam mais ricos", esclarece. O transporte público é um exemplo desta realidade. O Brasil convive atualmente com muitos protestos exigindo maior qualidade no serviço prestado, encurtamento do tempo de espera e diminuição das tarifas cobradas. Com a vinda da Copa e dos Jogos Olímpicos algumas mudanças serão concretizadas neste setor, trazendo mais bem-estar e qualidade de vida para a população. "É evidente que as políticas governamentais continuam a ser discutidas em torno de ganhos financeiros, mas a busca da felicidade entra cada vez mais na pauta dos governantes, e não só destes, mas dos principais empreendedores", opinou.
Mas o que o setor calçadista tem a ver com isso? Quanto mais pessoas felizes, mais calçados serão comprados, pois as pessoas felizes se movimentam mais, passeiam, praticam esportes, encontram prazer em se divertir e ir às compras. Portanto, uma boa estratégia é convencer estas pessoas a complementarem a sua felicidade com calçados novos. Mas isso não basta. As indústrias de calçados devem estimular os brasileiros a pratica-
rem mais atividades físicas, principalmente aquelas que precisam de calçados para serem realizadas com conforto e segurança. "É preciso que se crie um novo círculo virtuoso, compreendendo felicidade, prática de esportes, aumento da performance e identificação com ídolos. Porém, não pode ser apenas uma estratégia marqueteira. Tem que ser algo muito profundo e verdadeiro. O cidadão deve sentir que no seu país a qualidade de vida realmente melhorou, mas esta mudança de percepção só virá através de ações concretas e impactantes, e isso não cabe somente ao Governo. As empresas também têm a responsabilidade de oferecer produtos e serviços que proporcionem maior bem-estar às pessoas, e este caminho pode ser tão rentável quanto desafiador", sugere. Pelitti lembrou que ao término das Olimpíadas de Londres o Brasil ficou posicionado na 19ª colocação, com 17 medalhas, sendo que nove delas foram conquistadas através de modalidades descalças. Das três medalhas de ouro obtidas, duas vieram de esportes em que não se usam calçados. O País ficou atrás de sete nações com menor desenvolvimento econômico, a exemplo da Jamaica, que terminou em 18º lugar, mesmo tendo uma população 10 vezes menor que a nossa. “Será que o setor calçadista não tem condições de ajudar os atletas brasileiros a melhorarem a sua performance naquelas modalidades em que se usam calçados? É preciso pensar em novas soluções que aumentem o nível de desempenho dos esportistas brasileiros, e estes grandes eventos esportivos são uma oportunidade para se pensar neste assunto", concluiu. Setembro/Outubro 2013
Em foco.pmd
31
fo
14/08/2013, 17:38
31
fo
em foco
Propostas em couros para o verão 2015 O Preview do Couro exibiu durante o Inspiramais os principais materiais oferecidos pelos curtumes brasileiros para o verão 2015. Além de visualizar cores, texturas e aplicações, os visitantes receberam a cartela de cores da estação para inspirarem as suas futuras criações. O coordenador do Núcleo de Moda da Assintecal, Walter Rodrigues, reforçou que cada vez mais as estações se misturam, e as pessoas usam artigos de inverno e de verão quase ao mesmo tempo. E mais ainda: que no segmento da moda o feminino está saturado, e o mundo busca agora encantar os homens, que de acordo com ele, é a nova mulher em termos de consumo. Os painelistas apresentaram os três conceitos que nortearam as propostas dos curtumes brasileiros. A coleção teve como desafio pensar em artigos genuinamente brasileiros, mas tendo como ponto de partida o olhar do estrangeiro sobre a nossa nação. Então, naturalmente, o nosso hino foi escolhido como a fonte de inspiração. O Conceito 1 se fundamentou no tema Terra Adorada; O Conceito 2 teve como foco o Sol da Liberdade; o Conceito 3 apostou no Novo Mundo.
bressaem misturas de cores fortes, materiais com aspectos de desgastados, grafismos geométricos e texturas marcantes que lembram redes de pesca ou escamas de peixe, dentre outros. Na cartela, 12 cores iniciam a paleta, que deve ser concluída com aproximadamente 30 matizes.
Conceito 2: Sol da Liberdade Os balneários são naturalmente uma fonte de inspirações para os criadores brasileiros, afinal o nosso País tem uma estreita relação com o mar, que está presente em uma faixa litorânea convidativa ao lazer, com 7.367 km de extensão, que se inicia no Rio Grande do Sul e chega aos Lençóis Maranhenses. Nesta proposta, verdadeiras joias do nosso País foram transpostas para os materiais, como o brilho do sol e as cores fortes e texturas marcantes oferecidas pela nossa flo-
ra, especialmente através de flores, folhas, fungos, madeiras, que são repassadas para os couros oferecidos não só para os calçados, confecções e acessórios, mas também móveis, utensílios etc.
Conceito 3: Novo Mundo Nem só de mar vive o brasileiro. Pensando nesta realidade, a tendência Mundo Novo se inspirou na cultura de rua para compor a sua cartela de cores e os acabamentos. O brasileiro é um povo irreverente por natureza, que tem a sensibilidade de rir de si mesmo e criar soluções para driblar as dificuldades. Se não tem mar, o jeito é trazer as cores da praia para a cidade, e o azul turquesa é uma das propostas da coleção. Outros elementos usados como base são as tramas dos "gatos" - ligações de luz clandestinas, as estamparias de animais, e também de calçadas, que têm uma forte ligação com o cenário urbano.
Conceito 1: Terra Adorada O Conceito 1 é caracterizado pela forma como nos comunicamos. Os brasileiros encontram maneiras criativas de expressão, com traços e cores bem característicos, e muitas vezes até descompromissados com o uso correto da grafia, a exemplo das frases de parachoques de caminhões, placas de avisos e fachadas de estabelecimentos. Neste conceito se so-
32
Em foco.pmd
Marnei Carminatti, Walter Rodrigues e Ramon Oliveira Soares, do Núcleo de design da Assintecal
Setembro/Outubro 2013
32
14/08/2013, 17:38
fo
em foco
Inovação é um dos segredos do sucesso da Arezzo Investimentos em inovação para o desenvolvimento sustentável, interação entre as esferas pública e privada, como medir resultados, dicas a serem seguidas e erros a serem evitados. Esses e outros assuntos foram abordados por empresários durante seminário realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, em parceria com a Agência Brasileira da Inovação (Finep), em junho. O CEO da Arezzo, Alexandre Birman, foi um dos debatedores do painel Como aumentar o investimento privado em inovação?, ao lado do presidente da Fras-Le e membro do Comitê Executivo das Empresas Randon, Daniel Raul Rondon; do co-presidente do Conselho de Administração da Natura, Pedro Luiz Passos e do presidente do Conselho de Administração da Bematech, Wolney Betiol. "Fóruns como este são fundamentais para discutirmos o tema inovação e avaliarmos os gargalos existentes. Para estimular a inovação é necessário aumentar a competitividade", afirma Alexandre Birman. Durante sua explanação, o ele contou um pouco da história da Arezzo, os investimentos rumo à internacionalização com a abertura da Schutz em Nova
Yo r k e a L e i d o B e m - l e i 11.196/05 de incentivos fiscais às pessoas jurídicas que realizarem pesquisa e desenvolvimento de inovação tecnológica. Também destacou alguns diferenciais do grupo, como foco em inovação, design, P&D e branding. "Produzimos mais de 11.500 tipos de calçados no ano, cinco novos modelos por dia e 60 mil bolsas nos últimos 12 meses. Só em nossa fábrica de amostras são mais de 200 funcionários produzindo diariamente novos protótipos", pontuou o CEO, ressaltando que a companhia consegue criar, des e n v o l v e r, produzir e comercializar seus produtos em apenas 35 dias. "O desafio é reduzir o espaço de tempo entre a criação do calçados no Brasil e a chegada às lojas. Estamos em constante transformação, buscando sempre a perenidade do nosso negócio. Se o ambiente é propício, temos que inovar", finalizou. A Arezzo é líder no setor de calçados, bolsas e acessórios femininos, com as marcas Arezzo, Schutz, Alexandre Birman e Anacapri. Tem 40 anos de história e comercializa atualmente mais de oito milhões de produtos, que se destacam pela qualidade, design, conforto e inovação. Setembro/Outubro 2013
Em foco.pmd
33
14/08/2013, 17:38
33
fo
em foco
Setor coureiro da Toscana visa ao mercado brasileiro de luxo A Francal 2013 ocorrida no último mês de julho em São Paulo/ SP - palco para o lançamento das coleções de calçados, bolsas e acessórios para a primavera-verão 2014 - serviu como ponto de partida para a divulgação no Brasil do couro produzido na Toscana. Durante a feira, o presidente Franc o D o n a t i e o diretor P i e r o Maccanti da Associação Conciatori Santa Croce Sull'Arno realizaram uma coletiva promocional e percorreram pelos estandes para divulgar a matéria-prima desta região da Itália, reconhecida pelo alto padrão em curtimento. Se o couro italiano tem fama de ser o mais apreciado do mundo pela sua beleza, qualidade e sintonia com a moda, o produzido na Toscana é a sua melhor expressão, pois é de lá que partem as ideias mais avançadas para o acabamento e uso do material, considerado como o mais nobre para a construção de sapatos de luxo. Franco analisa que os brasileiros estão consumindo mais produtos de grifes e aumentaram a sua exigência quanto à qualidade, e isso se tornou ao mesmo tempo uma oportunidade e uma necessidade para as empresas. "Uma vantagem do Brasil é que o custo de produção no país é mais baixo do que na Europa, o que mantém a sua competitividade no mercado mundial". Piero concorda que o mercado luxo tem um grande potencial no Brasil, e considera que o couro da Toscana é uma opção acer-
34
Em foco.pmd
A Associação Conciatori Santa Croce Sull'Arno veio ao País para divulgar as qualidades da matéria-prima junto aos fabricantes
tada para as indústrias calçadistas que primam pela qualidade superior. Ele ressaltou que a China melhorou os seus produtos, passou a implantar a qualidade nos seus processos e com isso passa a também ser competitiva no segmento de artigos com valor agregado. "Isso se torna um desafio adicional para o calçado brasileiro, que precisa responder com uma qualidade ainda maior, e a nossa proposta é não somente oferecer a melhor matéria-prima, mas complementar o atendimento através da assessoria em design, afinal trabalhamos no hemisfério norte com um ano e meio de antecipação à estação brasileira. Todo este atendimento é pontuado pela excelência, ética e o respeito ao estilo brasileiro". A Toscana - L o c a l i z a d a e m uma região com 22,997 km 2 na I t á l i a C e n t r a l , a To s c a n a t e m como capital Florença, e uma população estimada em 3,7 milhões de habitantes. Abriga 300 curtumes e 300 empresas de
beneficiamento e acabamento, que empregam 6.000 trabalhadores e faturam anualmente 1.500 milhões de euros, com uma quota de exportação estimada em 70%. O modelo produtivo se caracteriza por uma estrutura fragmentada de pequenas e médias empresas, integradas por uma rede de terceirizados, o que facilita a flexibilidade para atender desde pedidos de pequenos lotes até grandes volumes. Outra vantagem para aumentar a competitividade é a capacidade de oferecer também a certificação de qualidade e sustentabilidade. Para isso, o distrito criou as condições para a otimização da depuração das águas de descarga e a recuperação ao uso por parte da construção civil, além da utilização da lama de depuração pela agricultura, e a recuperação do cromo que retorna às empresas para ser reutilizado no processo de curtimento.
Setembro/Outubro 2013
34
14/08/2013, 17:38
em foco
Setembro/Outubro 2013
Em foco.pmd
35
14/08/2013, 17:38
fo
35
fo
em foco
Calçadistas articulam prorrogação do Reintegra Na busca da prorrogação do Reintegra, programa de incentivo às exportações do governo federal que devolve 3% do total faturado com as vendas externas para as indústrias exportadoras, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) foi à Brasília/ DF no último mês de julho. O presidente-executivo da e n t i d a d e , H e i t o r K l e i n , p a rticipou de reunião com os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Ana Amélia Lemos (PP-RS) e o deputado federal Renato Molling (PPRS). A articulação da Abicalçados com os políticos visa à inclusão do Reintegra na MP 610/2013, cuja relatoria é do senador Eunício Oliveira. O benefício, que caducou no dia 3 de junho, traz importante benefício para a indústria calçadista brasileira. No período de vigência do Reintegra - dezembro de 2011 até junho de 2013 - a indústria calçadista exportou o equivalente a R$ 3 bilhões, o q u e p r o p o r c i o n o u u m re t o rno de quase R$ 100 milhões. Segundo Klein, o Reintegra representa forte beneficio ao setor exportador e tem o propósito de devolver os impostos que se incorporam no custo dos produtos ao
36
Em foco.pmd
Ana Amélia Lemos, Heitor Klein, Eunício Oliveira e Renato Molling
longo da cadeia produtiva, um dos principais gargalos do setor calçadista. "No âmbito do esforço de desoneração da produção e em particular das exportações, o programa tem particular efeito na formação de preços competitivos, principalmente neste momento em que se desenvolvem as negociações dos embarques destinados ao Hemisfério Norte", comenta o executivo. O objetivo dos calçadistas é de que o Reint e g r a s e j a p r o r r o g a d o d e f o rma retroativa à data em que a MP 601, que instituía o programa, foi caducada. "Dessa forma, será possível evitar prejuízo em relação aos créditos que as empresas exportadoras têm direi-
to", ressalta Molling. A senadora Ana Amélia destacou a importância do setor coureiro-calçadista para o Rio Grande do Sul na geração de empregos e renda. Qualquer medida negativa, alertou, causará um impacto muito prejudicial ao setor no Estado. A parlamentar gaúcha elaborou, em conjunto com o deputado Molling, que preside a Frente Parlamentar em Defesa dos setores CoureiroCalçadista e Moveleiro, e o presidente-executivo da Abicalçados, um documento que foi entregue ao senador Eunício Oliveira reforçando o pedido. A expectativa do setor é de que o Reintegra s e j a i n c l u s o n a M P 6 1 0 , p a rtindo para votação na Câmara e no Senado Federal.
Setembro/Outubro 2013
36
14/08/2013, 17:38
em foco
Setembro/Outubro 2013
Em foco.pmd
37
14/08/2013, 17:38
fo
37
fo
em foco
Exposição conta períodos da História da Moda 100 alunos produziram 25 miniaturas de trajes que remontam diversas culturas de diferentes períodos temporais A exposição (Re)Cortes da História da Moda, realizada pelo curso de Moda da Universidade Feevale, mostrou a evolução da Moda em diversos períodos da cultura. A exposição envolveu quase 100 alunos da disciplina de História da Arte e da Indumentária I e aconteceu em julho, no Museu Nacional do Calçado (MNC), localizado no Câmpus I da instituição. Durante a mostra, foram expostas 25 miniaturas de trajes produzidas por acadêmicos a partir da interpretação de obras de arte. O professor Raphael Scholl, responsável pela disciplina e um
38
Em foco.pmd
dos curadores da mostra, e a coordenadora do museu, Ida Helena Thön, disseram que a ideia foi instigar os alunos a pensarem na interação da moda com a evolução da história e da arte. "Trabalhamos na perspectiva de uma pesquisa histórica que abrange diversos períodos temporais e culturas, nos movimentos artísticos e nas mudanças que ocorrem nas formas de vestir ao longo do tempo", disse Scholl. As miniaturas foram apresentadas em bustos de costura e contemplaram desde a Pré-história, a Grécia e a Roma Antiga, o Império Bizantino, a Idade Média, o
Renascimento, o Barroco e o Rococó, chegando ao século XIX, desde as primeiras roupas com o estilo Império, passando pelo Romantismo e culminando com a última década do século XIX, em que ocorre a Belle Époque e grandes mudanças na moda e nos costumes. Os trajes foram produzidos a partir da interpretação dos alunos sobre obras de arte, por meio das quais eles puderam pesquisar os tecidos, as silhuetas, os adornos, as cores e outros elementos que, somados, são representantes das formas que as roupas assumem em uma determinada fase da História.
Setembro/Outubro 2013
38
14/08/2013, 17:38
em foco
Setembro/Outubro 2013
Em foco.pmd
39
14/08/2013, 17:38
fo
39
fo
em foco
Imposto de importação para insumos será reduzido A partir de outubro deste ano a importação de calçados desmontados ficará mais fácil no Brasil. Isso porque o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a redução do imposto de importação de 25% para 18% para 100 insumos utilizados pela indústria de transformação, entre partes superiores dos calçados (cabedais) e seus componentes, solas exteriores e saltos de borracha ou plástico. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) lamenta a decisão, que vai de encontro aos esforços do Governo Federal para devolver a competitividade para a indústria nacional. Segundo o presidente-
executivo da entidade, Heitor Klein, o imposto de 25% era um pleito dos calçadistas brasileiros para tentar barrar a importação de calçados desmontados, que aumentou quase 50% depois da adoção da tarifa antidumping contra o produto proveniente da China, em 2010. "Os importadores de calçados chineses, para burlar a tarifa antidumping de US$ 13,85 por par, passaram a importar os calçados desmontados para mera montagem no Brasil. Considerando que a tarifa de importação de calçados é 35%, os agentes conseguiram obter ganho, pois passaram a pagar somente 18%. O pleito de elevar a tarifa para 25% era, ao menos, para
fechar mais próximo do valor da alíquota de importação para o produto acabado", explica. Klein ressalta que o aumento da tarifa para importação de partes, instituído em outubro de 2012 e revogado este ano, diminuiu o ímpeto das importações dos componentes, trazendo mais competitividade para a indústria brasileira. "A partir de agora devemos enfrentar, novamente, uma onda de importações de calçados desmontados, especialmente da China. A medida do governo vem de encontro aos esforços já feitos como a desoneração da folha de pagamento e o Reintegra", lamenta o executivo.
Projeto Sapateiro doa calçados para a Fábrica da Cidadania O projeto de extensão Sapateiro, realizado pela Universidade Feevale em parceria com os Sindicatos dos Sapateiros de Novo Hamburgo e Campo Bom e o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Vestuário, Calçados e Componentes de Estância Velha, doou cerca de 60 pares de calçados para a Fábrica da Cidadania, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), da Prefeitura de Novo Hamburgo/RS. Os sapatos foram fabricados durante os módulos já realizados desta edição do projeto, que começou no início do ano. Além dos professores e bolsistas do projeto, a entrega foi acompanhada pelo seu coordenad o r, p ro f e s s o r A t a l i b i o A n t o n i o M u l l e r, e p o r Renati Coutinho, gerente da Fábrica da Cidadania. Com a doação foi concluído o módulo de
40
Em foco.pmd
pré-fabricados e montagem. O projeto Sapateiro - capacitação para reinserção no mercado de trabalho das indústrias de calçado de Novo Hamburgo é voltado para pessoas interessadas no assunto, com ou sem experiência no setor calçadista, além de acadêmicos de áreas afins. O objetivo é capacitar para o mercado de trabalho das indústrias de calçados da região, por meio de técnicas de fabricação de calçados que melhorem o aproveitamento do tempo, de matérias-primas e uso e separação correta de resíduos na fabricação de calçados. O curso disponibiliza toda a estrutura de uma completa fábrica de calçados, com máquinas e equipamentos, além de professores e bolsistas que auxiliam os participantes nas atividades.
Setembro/Outubro 2013
40
14/08/2013, 17:38
em foco
Setembro/Outubro 2013
Em foco.pmd
41
14/08/2013, 17:38
fo
41
fo
Coluna e m fjurídica oco
Dr. Marciano Buffon advogado tributarista, professor do PPGD da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br Os tempos que sucedem 2008 são marcados por um sentimento de angústia e desalento, no campo econômico e social. A crise que surge nos Estados Unidos e se abate, especialmente sobre os países periféricos da Europa, forja um novo cenário, como uma espécie de quebra-cabeça, cujas peças são montadas sem que se tenha ideia do formato do final. É óbvio, pois, que os países em desenvolvimento - Brasil entre eles - são em maior ou menor grau também afetados pela crise. Não se ignora que a história é uma contínua evolução, e pretender buscar no passado um cenário comparativo, talvez seja uma tentativa inútil de se compreender o presente. Todavia, é inegável que a denominada "Grande Depressão", que se segue à crise de 1929, pode ser utilizada como um referencial potencialmente útil, para os caminhos que ora necessitam ser construídos. Dentro dessa linha, vale lembrar algumas experiências positivas outrora adotadas, notadamente nos países escandinavos - guardadas as devidas proporções e particularidades. A Suécia teve reconhecido êxito no enfrentamento da "Grande Depressão", com uma reforma social, a qual contou com o apoio dos trabalhadores urbanos (e da social democracia) e dos agricultores em dificuldade, em torno de políticas de pleno emprego e de apoio ao preço dos produtos agrícolas. Além disso, o país firmou à época o que se convencionou denominar de "compromisso histórico" entre traba-
42
Em foco.pmd
Educação Infantil: um caminho para a igualdade de oportunidades lhadores e capitalistas. Tal pacto consistiu, basicamente, no compromisso público com o crescimento econômico, mantendo-se as prerrogativas do capital e, por outro lado, em um conjunto de políticas econômicas para assegurar o pleno emprego, além de tributação progressiva para reduzir a desigualdade econômica e financiar a satisfação de necessidades coletivas, como educação, saúde e habitação. (KERSTENETZKY, Celia. O estado do bem-estar social na idade da razão, pag. 17). O inegável sucesso da social democracia escandinava, nas décadas seguintes, é atribuído, pela literatura especializada, a uma eficaz universalização dos serviços sociais, em especial àqueles mais caros a qualquer sociedade: educação e saúde. Um dos pontos altos foi a reforma educacional sueca, iniciada em 1950, que garantiu igualdade de oportunidades educacionais a todas as crianças, dentro do mesmo sistema compreensivo, de nove anos de educação compulsória. Ademais, esse sistema educacional introduziu, pioneiramente, a educação infantil pública, com cobertura universal e de qualidade. (op. cit. pag. 45). No início dos anos 2000, o investimento público com a educação de crianças de 0-6 anos corresponde a quatro vezes o valor investido em países como Estados Unidos, por exemplo. (op. cit. pag. 168). Inegavelmente, isto contribui para que os Suecos estejam entre os países de melhor Índice de Desenvolvimento Humano - IDH e menor desigualdade social, entre outros indicadores social e economicamente saudáveis. Nas discussões do Brasil do Século XXI, invariavelmente chega-se à conclusão que o ponto crucial para superar os históricos problemas que assolam a nação reside na educação. Ocorre que, se faz necessário avançar. De que educação se está a falar? Do acesso ao conhecimento formal? Da formação de um caráter ético? Ou de treinar alguém para ser economicamente útil ao mercado de trabalho? Ou de tudo isso? Com todo respeito e necessária humildade intelectual, há de se refletir se existe uma mesma possibilidade de aprendizagem por parte de uma criança que, só ao ingressar no sistema educacional brasileiro (lá pelos cinco
ou seis anos de idade), passa a ter os estímulos necessários a uma adequada formação; comparativamente aquela que, desde os primeiros momentos da vida, teve o devido estímulo, seja no seio de uma família estruturada, seja mediante acesso a escolas infantis de qualidade. Ninguém olvida ser este período da existência o mais decisivo na formação do ser humano, na mais ampla acepção deste termo. Em vista disso, é razoável sustentar que o legítimo desejo de uma educação pública de qualidade passa, necessariamente, por propiciar uma educação infantil igualmente de qualidade. Isso não é possível em um local no qual as crianças são apenas deixadas por suas mães (no mais das vezes por total necessidade de prover o sustento da família) para serem cuidadas por pessoas sem o devido preparo, comprometidas a assegurar, tão somente, a satisfação das necessidades biológicas mais básicas. Como uma criança nesta situação chegará no primeiro ano do ensino regular? Terá - de fato - as mesmas possibilidades de formação e aprendizagem? Vejam, que sequer discute-se aqui a, não menos importante, qualidade do ensino público disponibilizado a partir daí. Se somos "todos pela educação" temos que assumir o compromisso de ampliar os investimentos em educação infantil, e, especificamente, em creches públicas. Estudos atestam a importância desses investimentos iniciais para tornar os gastos em educação mais efetivos, nos níveis avançados, e para reduzir as desigualdades socioeconômicas intergeracionais. (op. cit. pag. 268). Alguém poderia questionar o que isso tem a ver com a questão tributária, da qual tradicionalmente nos ocupamos. Em resposta, muitos outros diriam que, entre todas as razões para se tributar, seguramente pode-se afirmar que uma efetiva educação pública de qualidade para todos ocupa o topo das prioridades, e ela deve ser propiciada da melhor forma possível que nossa geração puder propiciar aqueles que estão dando os primeiros passos de sua existência.
Setembro/Outubro 2013
42
14/08/2013, 17:38
em foco
Setembro/Outubro 2013
Em foco.pmd
43
14/08/2013, 17:38
fo
43
es
salto
especial
Salto alto para crianças é assunto de gente grande É Luís Vieira - luis@tecnicouro.com.br
de conhecimento público que as mulheres adoram sapatos. E elas costumam expressar o seu desejo por esta peça do vestuário desde bem pequenas. Tanto, que é comum surpreender as meninas a se esforçarem para manter o equilíbrio sobre os calçados de suas mães. Tá certo que este não é um privilégio somente do sexo feminino, pois os garotinhos também gostam de calçar os sapatos dos seus pais, e se sentem o máximo tentando desenvolver alguns passos. Até aí está tudo certo, pois a curiosidade faz parte do aprendizado infantil. Mas o assunto começa a ficar mais sério quando se busca imitar o design de coleções adultas aplicando saltos em artigos destinados às crianças, especialmente nas coleções femininas. A questão, neste caso, é se o uso de salto prejudica ou não o desenvolvimento sadio dos pezinhos. O interesse pelo tema é tanto que um deputado federal de Santa Catarina criou um Projeto de Lei que veta a comercialização, em todo o território nacional, de calçados femininos de tamanho apropriado a crianças, equipados com saltos de altura superior a dois centímetros. Por reconhecer que tal medida visa à preservação da integridade da nossa garotada e merece ser tratada com abrangência e responsabilidade, mas tendo a coerência de que a restrição não seja somente uma tentativa de regramento às indústrias, e sim um estímulo a novas pesquisas voltadas ao conforto e à saúde dos usuários, a Revista Tecnicouro consultou especialistas e formadores de opinião, além do próprio autor. O resultado você acompanha nesta Reportagem Especial.
Chutando o balde Dizem que uma das dificuldades de ser mãe de meninas é ter que dividir os calçados. Mas isso
44
Especial.pmd
parece não ser problema absoluto para as mulheres. Algumas - não poucas - incentivam as suas filhas a estarem sempre impecáveis, literalmente da cabeça aos pés. Um exemplo de máxima expressão desta realidade é o caso da fashionista mirim Suri Cruise, filha de Katie Holmes e Tom Cruise, que esbanja estilo desfilando pelas ruas com sapatos e roupas de grife, usando, inclusive, o questionado salto (a foto é uma reprodução publicada no site Just Jared, especializado em celebridades). Embora tenha somente sete anos, ela se tornou rapidamente um ícone da moda infantil, influenciando o comportamento de consumo de filhas e, principalmente, mães do planeta afora, o que lhe rendeu a entrada na lista das mulheres mais bem-vestidas da revista britânica Glamour. Por ser filha de estrelas internacionais, a pequena Suri tem a sua vida acompanhada por uma verdadeira legião de paparazzi, em busca do clic perfeito. Não demorou para que as fotos dela usando salto causassem mal-estar em especialistas de toda ordem. Dentre os que contestam esta prática figuram, principalmente, ortopedistas, psicólogos e fisioterapeutas, que listam uma série de razões para justificar a sua oposição ao uso de salto não só por Suri, mas por qualquer criança com até 12 anos de idade. E olha que há empresas faturando com a oferta, inclusive para bebês de colo. Em 2008, uma empresa americana passou a comercializar pela internet a coleção Heelarious, feita para crianças de até seis meses. O nome é um trocadilho com as palavras heel (salto) e hilarious (hilário), e o produto traz no rótulo um alerta de que se trata apenas de uma brincadeira, uma proposta de enfeite para dar mais graça às pequenas usuárias. Na rede mundial, a então novidade não passou despercebida e até hoje internautas disparam opiniões favoráveis ou contrárias ao produto, com adjetivos que variam do lindo ao absurdo.
Setembro/Outubro 2013
44
14/08/2013, 17:43
salto
Regulamentação ao uso Se depender do deputado federal catarinense Décio Nery de Lima, o hábito de crianças usando salto alto pode estar com os dias contados. O parlamentar é autor do Projeto de Lei 1885/11, que tramita na Câmara dos Deputados e tem por objetivo proibir a venda de sapatos infantis com saltos com altura superior a dois centímetros - entendendo por criança a pessoa com até 12 anos de idade. Se a matéria for aprovada, será difícil encontrar tais artigos nas lojas, pois quem os vender, estará sujeito à punição. O deputado alega que a medicina aponta uma série de riscos à saúde das mulheres relacionados ao uso de sapatos de saltos altos, e a gravidade é
ainda maior quando se trata de crianças, pois a estrutura óssea ainda em formação pode se deformar devido à sobrecarga na parte da frente do pé provocada pela elevação do calcanhar durante o uso de sapatos de salto. "Há a possibilidade de o pé sofrer um processo degenerativo, compreendendo o alargamento da base e o encurtamento dos ligamentos. Igualmente nocivos são os efeitos sobre a coluna infantil, consistindo no aumento da curvatura da região lombar em decorrência da projeção para a frente do centro de gravidade corporal, o que pode gerar dores e, até mesmo, mudanças na posição da coluna", defende. De acordo com ele, os alertas dos médicos costumam ser abafados ante os apelos da
Sapatinho com salto para bebês são uma proposta de enfeite para os minúsculos pezinhos
Suri Cruise, filha de Katie
especial
es
Projeto de Lei 1885/11 Art. 1º Esta Lei veda a comercialização de calçados femininos equipados com saltos altos destinados a crianças. Art. 2º É vedada a comercialização, em todo o território nacional, de calçados femininos de tamanho apropriado a crianças equipados com saltos de altura superior a 2cm (dois centímetros). § 1º O regulamento disporá sobre a definição das dimensões dos calçados que terão sua comercialização vedada, nos termos do caput deste artigo. § 2º Considera-se criança, para efeitos desta Lei, a pessoa com até 12 (doze) anos de idade incompletos. Art. 3º A oferta, a apresentação e a publicidade de calçados femininos cujas dimensões permitam sua comercialização, nos termos do regulamento, equipados com saltos de altura superior a 2cm (dois centímetros) devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre os riscos à saúde e à segurança decorrentes de sua utilização por crianças. Art. 4º A violação do disposto nesta Lei sujeita os infratores às sanções administrativas especificadas no art. 56 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor. Parágrafo único. A multa de que trata o inciso I do dispositivo mencionado no caput deste artigo não será inferior a R$ 200,00 (duzentos reais) por par de calçados comercializado. Art. 5º A violação do disposto nesta Lei sujeita os infratores às sanções penais especificadas nos art. 63 a 68 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 - Código de Defesa do Consumidor. Art. 6º Esta Lei entra em vigor no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de sua publicação.
Holmes e Tom Cruise Setembro/Outubro 2013
Especial.pmd
45
14/08/2013, 17:43
45
es
salto
especial
moda. "Temos a obrigação, como parlamentares, de zelar pela proteção à saúde e à segurança de nossas meninas. Desta forma, a iniciativa busca coibir a comercialização de sapatos de saltos altos", pontua ele no documento submetido à análise e votação dos seus pares.
Em defesa do salto baixo A professora universitária do Laboratório de Biomecânica da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Dra. Deyse Borges Koch, é especialista em biomecânica, ortopedia/ traumatologia e neurobiologia do desenvolvimento. Ela explica que os pés, assim como o resto do corpo da criança, se encontram em processo não só de crescimento, mas também de desenvolvimento, principalmente no que diz respeito ao sistema musculoesquelético. "O sistema musculoesquelético é composto por materiais viscoelásticos que respondem mecanicamente à demanda motora. Conforme as forças externas e internas são aplicadas a esta estrutura recebemos efeitos, que podem ser influenciados pelo próprio movimento, mas também por fatores exógenos, a exemplo do calçado. É importante respeitarmos o crescimento e desenvolvimento dos pés infantis e permitir que eles experimentem uma variedade motora sem receber influências externas que podem gerar efeitos negativos", pondera. Defendendo que o desenvolvimento de calçados infantis deve ser precedido de um profundo conhecimento e
46
Especial.pmd
respeito das características anatomo-funcionais do pé, e não podem ser versões menores dos desenvolvidos para adultos, ela aponta que o pé infantil demonstra diferentes características biomecânicas durante o crescimento e desenvolvimento. O próprio processo de ossificação só é concluído no final da adolescência e início da idade adulta. Como os diferentes tipos de calçado influenciam os padrões de distribuição de carga no sistema musculoesquelético, ela é contra o uso de calçados infantis com saltos cuja altura seja superior a dois centímetros, e defende a criação de uma legislação mais rígida no que diz respeito à confecção e comércio de calçados destinados a esta população. Mas ela vai além, sugere ainda a implantação de um programa de educação sobre o calçado a ser elaborado e oferecido pelas áreas da saúde e pelo setor calçadista de forma que pais e filhos recebam informações sobre calçados e pés. "O uso de numeração correta de calçado, por exemplo, é de extrema importância. Atualmente existem induções científicas de que sapatos de salto não devam ser utilizados antes dos 15 anos, no entanto há uma grande carência de estudos científicos randomizados que avaliem este aspecto mais profundamente", conclui.
O cuidado é percebível A preocupação com o conforto, saúde e segurança das crianças tem aumentado, e hoje já não
há tanta oferta de calçados infantis com salto, devido à baixa procura, causada, em parte, pelo senso comum de que eles podem oferecer riscos. Durante a feira Francal, realizada em julho na cidade de São Paulo/SP, mais de 1.000 empresas calçadistas expuseram calçados e artefatos para lojistas de todo o Brasil e compradores internacionais. Uma boa parcela dos fabricantes ofertou calçados para crianças e o que se pode perceber é que os saltos altos não têm obtido muito espaço nessas coleções. Outro indicativo de que eles têm sido evitados foi uma pesquisa realizada com estabelecimentos que alugam vestuário para festas. Nestes locais também não foram encontradas opções com saltos elevados. A Pimpolho, de Vila Velha/ ES, fabrica calçados para crianças com até três anos de idade e, conforme a analista de marketing, Luiza Malovini, desenvolve modelos com saltos inferiores a 1cm. "Para nossa faixa etária, o máximo que podemos chegar sem afetar o bem-estar do bebê é 1cm de salto. Porém, a Pimpolho ainda coloca menos do que isso. Atualmente, seu maior salto possui 7mm. A maioria dos calçados de numeração 20 a 25 (atendendo crianças de 1 a 3 anos) possui saltos entre 4mm e 6mm", detalha a profissional. Para atender ao apelo fashion, a grife trabalha com a sensação de salto alto, mas sem alterar na altura do componente. Um exemplo é a linha Menina Moça, cujos saltos possuem 7mm; porém, foi criado um efeito (a partir do corte da sola) para dar a impressão de que se
Setembro/Outubro 2013
46
14/08/2013, 17:43
salto
trata de um salto um pouco maior. A grade da empresa compreende desde o número 01 até o 25. Mas a numeração de 01 a 04, que atende a crianças de 0 a 7 meses, não traz salto algum, somente solados chatos, acompanhando a planta do pé. "O pé de uma criança do nosso target está em formação. Por isto, a Pimpolho não fabrica e não é favorável a sapatos com saltos elevados, pois eles não afetam só os pés, mas também a postura", define. A indústria Maria Lua, instalada há quatro anos em São João Batista/SC, oferece ao público infantil duas opções de solados - rasteiros (25 ao 36) e anabelas (28 ao 36). A sóciaproprietária, Morgana Gonçalves Faria, conta que as alturas máximas variam de 3,5cm a 5cm, estes últimos só em anabelas, e ela explica que o uso depende da condição de cada criança, pois algumas têm mais equilíbrio do que outras. "A criança não usa este tipo de calçado o dia inteiro. São modelos parecidos com os adultos, e atendem a uma solicitação do ponto de venda para abastecer, inclusive, a mães que calçam 36 e compram um par para ela e outro para a filha", enfatiza. Gledson Fernandes, diretor da Pekenos, empresa de Campina Grande/PB, não concorda com a presença de saltos em calçados para crianças. "As crianças estão em pleno crescimento, e o salto pode influenciar um desenvolvimento de forma errada, trazendo prejuízos no futuro", justifica. Ele baseia a sua opinião no "senso comum, de que é prejudicial, conforme a orientação de ortopedistas". A
empresa é especializada na numeração do 13 ao 25, e partir do número 18 os modelos têm uma pequena elevação, mas que não chega a 1cm a diferença da parte traseira comparando com a frente. Situada em Juazeiro do Norte/CE, a EVA Plast - Brisa tem no seu portfólio anabelas com 5cm de altura na parte traseira, porém, segundo Joelma Guimarães da Silva Lima, do setor de design, a elevação é de apenas três centímetros em relação a parte dianteira, que tem 2cm de altura. Já as sandálias têm salto com 3cm, mas o solado mede 1cm, o que causa uma elevação de 2cm no calcanhar. A questão é: se as empresas alegam que estão tomando o cuidado, será que o mercado não está buscando outras alternativas caso o produto não seja encontrado? Para esta resposta, a redação da Revista Tecnicouro entrou em contato com estabelecimentos que oferecem roupas de festa para alugar. Afinal, festas são ocasiões propícias para uma produção mais arrojada. Juçara, proprietária do brechó Empório Infantil Era Meu Agora é Teu, de Brasília/DF, percebe que as mães já não querem alugar calçados com salto para as meninas, e tampouco este tipo de mercadoria chega à sua loja para ser oferecida. Já a atendente Laine, da Mari Noivas, de Terezina/PI, informa que a partir do número 33 há modelos com salto de 5cm para alugar, mas estes não são para crianças e sim para adolescentes. Para o público infantil, só mesmo o estilo boneca. Em São Paulo/SP, Daniele,
especial
Pimpolho
Maria Lua
Brisa
Pekenos
Setembro/Outubro 2013
Especial.pmd
47
14/08/2013, 17:43
es
47
es
salto
especial
da Aslan, também assegura que só do 33 para cima é que os calçados superam a altura de 4cm, e que normalmente as mães querem para as filhas saltos menores. A Luciane, da Nanda Noivas, de Porto Alegre/ RS, diz que para o público infantil só tem sapatinhos estilo boneca. O salto é exclusivo para uso de adultos e, mesmo que tenham uma numeração pequena, como 33, o estilo é bem social, sem condições de ser usado por uma criança. Ela complementa que é difícil uma mãe procurar este tipo de calçado para oferecer a uma filha. Parece então que os pais consideram que o salto prejudica o desenvolvimento sadio das crianças. Mas será mesmo que o salto é, em sua essência, prejudicial ou isso pode ser um tabu?
Saltos não são necessariamente prejudiciais O Brasil é o pioneiro mundial na publicação de normas técnicas para quantificar o conforto oferecido pelos calçados e os seus componentes. São seis normas que estabelecem os métodos que determinam massa (peso), distribuição da pressão plantar, temperatura interna, índice de amortecimento, índice de pronação e níveis de percepção do calce durante o uso do calçado. Outras três normas regulamentam os testes para determinar o índice de conforto oferecido pelos solados, palmilhas e forros. Essas normas são elaboradas pelo Comitê Brasi-
48
Especial.pmd
leiro do Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11), com a participação aberta e voluntária de todas as partes interessadas, inclusive a sociedade, e posteriormente publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), contemplando as necessidades básicas do pé. Mas em nenhuma delas existe qualquer orientação quanto à altura máxima para que se considere um salto confortável. Nem para crianças e muito menos para adultos. O Dr. Aluisio Avila, coordenador do Laboratório de Biomecânica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), que abriga na sua sede em Novo Hamburgo/ RS a secretaria do CB-11, lembra que o salto é apenas um dos componentes do calçado, mas o seu desenho e aplicação requer, acima do conceito modal, um eficiente projeto de engenharia. "Assim como todo o projeto de engenharia, se o salto for bem fundamentado, não oferecerá riscos", argumenta o pesquisador. Ele lembra que durante muito tempo se criou a ideia de que salto alto é sinônimo de dor e desconforto. Mas com a normatização do conforto em calçados este mito não se sustenta mais, e algumas marcas conquistaram a certificação de conforto, inclusive, em modelos com saltos bem elevados. Isso foi possível pelas soluções em design implantadas nos produtos oferecidos ao consumidor. "É claro que quando se fala em calçado infantil não se deve ir aos extremos. Mas é possível,
sim, oferecer um calçado com um pouco mais de elevação, desde que a empresa conheça e respeite as características do pé durante as mais variadas etapas da infância, e tenha a preocupação também com a qualidade dos materiais utilizados", pontua. O Dr. Avila explica que o desenvolvimento da criança sofre influência genética e também do meio ambiente e quanto mais versátil for o ambiente em que ela é submetida melhor será para o seu desenvolvimento. No caso do pé, o meio ambiente é o sapato e, por uma questão lógica, quanto mais versátil o ambiente para o pé, mais saudável vai ser o seu desenvolvimento. "Proibir um sapato alto para uma criança, que provavelmente vai utilizá-lo por poucas horas, em uma festa ou algo assim, vai ter muito pouco efeito. Se fosse um regramento relativo ao uso permanentemente só de calçado de salto alto daria para concordar, pois é errado se usar somente um tipo de calçado, mas vale ressaltar que tanto faz se o salto for alto ou se for rasteiro. Até mesmo o uso só de tênis baixo é errado", adverte. O ideal é intercalar o uso, mas experimentar desde o salto zero até a altura em que elas se sintam confortáveis. "Essas variações só vão somar para o desenvolvimento sadio do pé, pois o estímulo de diferentes grupos musculares vai proporcionar mais habilidades. E a criança avisa quando o sapato incomoda. Essa é a realidade", avalia. Ele lembra que as botinhas ortopédicas foram banidas exatamente pelo
Setembro/Outubro 2013
48
14/08/2013, 17:43
salto
fato de que atrofiavam os pés que ficavam somente em uma condição, e analisa que, se fosse o caso, deveria ser proibido que crianças praticassem ballet, devido ao treinamento rigoroso a que as meninas são submetidas para conseguirem atingir a evolução necessária do pé para executar a ponta com perfeição. A Alemanha é um dos países mais avançados quando o assunto é a saúde das crianças, e lá o debate é se as empresas serão obrigadas a oferecer calçados infantis com três ou cinco perfis diferentes para cada numeração. O comércio pressiona para ser somente três, mas especialistas querem o aumento. "Uma lei neste sentido teria o apoio do IBTeC, porque a falta de diferentes perfis obriga, muitas vezes, os pais a comprarem calçados com números maiores para os seus filhos, e é claro que isso não pode ser considerado saudável. Hoje o pé deve se adaptar ao calçado, o que é um absurdo. O calçado é que precisa se adaptar ao pé", instiga. O pé da criança cresce em média 12 milímetros por ano. Se entre um número e outro há uma diferença de 6,6 milímetros no comprimento, a conclusão é de que, para respeitar esta evolução, devem ser usados, no mínimo, dois pares de calçados por ano. Mas há crianças cujos pés chegam a aumentar 18 mm/ano. Estas precisam de três numerações diferentes no período de 12 meses, o que significa que quatro meses é o máximo de tempo que elas devem usar o mesmo sapato.
especial
Os calçados para as diversas fases da infância - O calçado para ser utilizado durante os primeiros meses de idade das crianças precisa oferecer proteção ao pé, especialmente com relação ao clima, mantendo os membros inferiores secos e aquecidos. Como nesta fase da vida a criança identifica os objetos pela boca, a presença de metais pesados, substâncias tóxicas ou componentes que possam ser engolidos ou causar alergia estão completamente descartados. - O aprendizado do caminhar ocorre no período próximo ao primeiro ano de idade, mais precisamente dos 10 aos 15 meses, quando a criança começa a realizar os primeiros passos. Nesta fase, o calçado passa a ser um elemento comprometido com este aprendizado, devendo agregar características para facilitar o equilíbrio e o andar. - A próxima etapa vai até o quarto ano de idade. É neste período que ocorre o amadurecimento do caminhar e a criança começa a correr e saltar. O calçado é orientado para oferecer uma melhor performance durante a execução dessas atividades. Absorção de impacto, diminuição do atrito, flexibilidade na região dos metatarsos e o duplo apoio para auxiliar no desenvolvimento do arco plantar devem estar presentes. - A partir do quarto ano, a necessidade é que o calçado esteja apto para ser usado em atividades mais específicas. - Os tênis voltados para a corrida, por exemplo, já devem levar em consideração os movimentos de arrancada e freada, e oferecerem sistemas que diminuem a intensidade dos impactos decorrentes dos choques do pé com o solo durante as passadas. A regulagem da
temperatura do pé também é importante. Para a prática de futebol, os calçados precisam ser projetados de acordo com os diferentes pisos disponíveis para este esporte, como gramado, madeira ou cimento. Os impactos que ocorrem quando os atletas disputam uma bola, os movimentos de dribles e as colisões geradas no momento do chute são outros objetos de estudo para o oferecimento de um produto adequado. - Os calçados feitos para caminhar têm como principais preocupações evitar o aparecimento de bolhas, oferecer uma boa ventilação, absorver o suor, entre outras. A estabilidade, considerando os diversos tipos de superfície - areia, grama, pista de asfalto, aclives, declives e terrenos acidentados também está entre as prioridades. - Em atividades sociais, os sapatos também precisam oferecer conforto, impedindo o aquecimento demasiado e o aparecimento de bolhas ou calosidades. Além disso, um sistema para o combate a fungos e bactérias causadores de mau cheiro é indicado. - Existem ainda outras situações em que o calçado é utilizado por várias horas seguidas. O período escolar é uma destas situações que exigem da criança o uso do mesmo sapato, sandália ou tênis durante um turno inteiro. - Além da altura do salto, a indústria precisa levar esses atributos em consideração se quiser realmente oferecer um calçado que ofereça conforto aos seus consumidores, mas para chegar a resultados confiáveis, é necessário submeter os materiais, os componentes e os produtos acabados a ensaios em laboratórios confiáveis e a testes de campo.
Setembro/Outubro 2013
Especial.pmd
49
es
14/08/2013, 17:43
49
es
entrevista
especial
Décio Lima
Autor detalha a matéria em processo de aprovação
D
eputado federal no segundo mandato, e assumindo a presidência da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, o advogado Décio Neri de Lima se empenha para aprovar junto aos seus pares um Projeto de Lei de sua autoria que proíbe a venda de calçados infantis cujos saltos tenham altura superior a dois centímetros, por representarem riscos ao desenvolvimento saudável dos pés ainda em formação. A matéria está
embasada em alertas de médicos que, segundo o parlamentar, muitas vezes têm a sua voz abafadas ante os apelos do segmento da moda, que molda os gostos de crianças e reduz o poder de reação dos pais. Mesmo reconhecendo que os políticos não devem insurgir contra as preferências das pessoas, ele considera que como deputado tem a obrigação de zelar pela proteção à saúde e segurança das crianças, e é isso que motiva a criação do seu projeto.
Décio Neri de Lima, deputado federal
Quando o Projeto de Lei foi criado e quais foram as suas motivações?
de Lei, devendo assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre os riscos à saúde e à segurança decorrentes de sua utilização por crianças.
Como o Sr. vem articulando com seus pares para tentar convencê-los sobre a importância do assunto e a adequação da proposta, e como está o andamento do projeto na Câmara?
D - Apresentei o PL 1885/2011, em agosto de 2011, com o intuito de contribuir para o debate sobre a saúde e proteção de nossas crianças. Como pai e avô e também como parlamentar, entendo como obrigação zelar pela infância, neste caso específico de que trata o PL, pelas meninas expostas aos apelos da indústria da moda e do universo adulto. O Projeto de Lei tem por objetivo vedar a comercialização, em todo o território nacional, de calçados femininos de tamanho apropriado a crianças - para efeitos da lei, até 12 anos incompletos - equipados com saltos de altura superior a 2cm (dois centímetros). Já a oferta, apresentação e publicidade de calçados femininos com salto superior a dois centímetros também está prevista no Projeto
50
Especial entrevista.pmd
Quais argumentos embasam esta teoria e de onde eles partiram? D - Já há algum tempo a medicina tem apontado os males trazidos às mulheres pelo uso de sapatos de saltos altos. Os riscos à saúde provocados por este acessório são ainda mais graves, porém, quando se trata de crianças, pois a estrutura óssea infantil deforma-se com facilidade, daí que a sobrecarga na parte da frente do pé provocada pelo uso de sapatos de saltos altos por meninas pode causar deformações só corrigidas por cirurgia.
D - A matéria tramita em regime ordinário na Câmara dos Deputados. A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, da Câmara dos Deputados, aprovou parecer pela rejeição do projeto, em dezembro de 2012, com voto em separado pela aprovação, do deputado Zeca Dirceu. Embora concordando com o mérito de nosso Projeto de Lei, o parecer aprovado pela referida comissão entende que devem ser empregados outros mecanismos para desestimular o uso de saltos altos por crianças. Atualmente o PL 1885/2011 aguarda parecer da relatoria na Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados.
Setembro/Outubro 2013
50
14/08/2013, 17:44
56
Moda e design.pmd
Setembro/Outubro 2013
56
15/08/2013, 14:39
ev
eventos
Inspiramais reforça a brasilidade Durante os dias 10 e 11 de julho, o Inspiramais - Salão de Design e Inovação de Componentes recebeu mais de cinco mil visitantes de diversos estados brasileiros, além do exterior. Ponto de encontro de profissionais que buscaram matériasprimas e componentes com soluções e tecnologias criativas e inovadoras para os diversos segmentos da moda, a mostra apresentou os lançamentos do Inverno 2014 e verão 2015, evidenciando a identidade brasileira. "Estamos valorizando nossa identidade de moda brasileira ao mundo. E isso certamente contribui a partir do desenvolvimento das matérias-primas, calçados e acessórios", conta Walter Rodrigues, coordenador do Núcleo de Design da Assintecal, associação realizadora do evento. O projeto Inovamais apresentou palestras voltadas para as inovações tecnológicas e sustentáveis para artigos esportivos. O Fórum de Inspirações expôs componentes, texturas, couros e materiais que servirão de base para as criações da temporada de Inverno 2014. No espaço foi possível identificar três conceitos que nortearam os desenvolvimentos. O Conceito 1 trata do Romantismo em Camadas, inspirado nos festivais de música, contos de fada, alquimia, universo estelar e alma jovem. As cores predominantes são os tons energéticos, como amarelo e o laranja. As texturas vão da seda e do tule até o tricô e as tramas. O
Mais de 5 mil profissionais visitaram a mostra
Conceito 2 tem como tema Romantismo em Transformação, no qual predominam as cores reluzentes, os reflexos, os brilhos, todos em tons de cinza e azul. Já o Conceito 3 tem como temática Proteção. As inspirações remetem à era medieval, armaduras, romantismo gótico, místico e aspectos primitivos. Tingimentos, ouro velho, carmim, carvão, ródio negro, cobre e tons de marrom novos compõem a cartela de cores. O Preview do Couro exibiu os principais materiais oferecidos pelos curtumes brasileiros para o verão 2015. Além de visualizar cores, texturas e aplicações, os visitantes receberam a cartela de cores da estação para inspirarem as suas futuras criações.
Inovação e Tecnologia nas palestras durante o evento
52
eventos.pmd
Inspirações norteadas por três conceitos
Preview do Couro para o verão 2015
Setembro/Outubro 2013
52
14/08/2013, 17:42
eventos
Setembro/Outubro 2013
eventos.pmd
53
14/08/2013, 17:42
ev
53
ev
eventos
Francal estimula o comércio de calçados por todo o País e no exterior A 45ª edição da Francal, encerrada no dia 12 de julho em São Paulo/SP, recebeu nos quatro dias de duração mais de 61 mil visitantes, dentre os quais 26 mil lojistas brasileiros e 1.520 compradores internacionais de 63 países. O presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, destaca que muitos expositores bateram a meta de vendas já no primeiro dia, e a mostra cumpriu o compromisso de dar o start para os negócios do setor no segundo semestre. Um dia antes da abertura, a Francal promoveu o Fórum de Moda & Marketing - um ciclo de palestras sobre moda, economia e marketing de varejo cujo objetivo foi orientar as compras do varejo dentro do pavilhão e colaborar na gestão dos pontos de venda ao consumidor final. O Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) foi representado pela presidência, que participou dos eventos oficiais e interagiu
com as demais entidades e parceiros expositores, além de atender às solicitações da imprensa para divulgar os produtos e serviços oferecidos ao mercado. Já a Revista Tecnicouro teve uma tiragem ampliada, distribuída aos expositores, enquanto a redação fez a cobertura da mostra calçadista, que aconteceu em uma área total de 82 mil m², no Anhembi, com mais de 1.000 expositores representando cerca de 3.000 marcas, entre eles, as maiores empresas de calçados do País. Em 2014, a feira acontece entre os dias 15 e 18 de julho, logo após a Copa do Mundo. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Antoniel Lordelo, as principais marcas mostraram coleções muito coloridas, que vão permitir o desenvolvimento de vitrines belas e atrativas aos consumidores. A entidade estima um crescimento de 5% a 7% nas vendas do segun-
do semestre em relação ao mesmo período do ano passado, contra um aumento de 3% no primeiro semestre. Para o presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, a 45ª edição da feira foi superior à do ano passado, especialmente para os exportadores e marcou "o início da recuperação do setor calçadista na área internacional, impulsionada por um câmbio mais competitivo e a confirmação do Reintegra - programa de incentivo às exportações do governo federal que devolve 3% do total faturado com as vendas externas para as indústrias exportadoras. "Nos primeiros cinco meses já notamos um incremento de 3% nas exportações. O ambiente é positivo, de forma que a expectativa é de aumento nos embarques em 2013", constata Klein, acrescentando que as exportações devem gerar mais de US$ 1,3 bilhão no ano.
Destaque e Garra de Ouro Abertura oficial
Nelson Giardino (presidente do Sinbi/SP), Vidal Veicer (presidente da Abiacav), Renato Molling (deputado federal), Marcelo Clark Alves (presidente da ACI-NH/CB/EV), Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC), Heitor Klein (presidente executivo da Abicalçados) e Jânio Gomes (presidente do Sindicalçados/MG) na abertura oficial
54
eventos.pmd
Wiliam Nicolau (fundador do Grupo Cipatex), Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC), Fernando Gusmão (presidente da Diretoria Executiva do Grupo Sinos), Abdala Jamil Abdala (presidente do Grupo Francal), Claudio Chies (presidente do Conselho Deliberativo do IBTeC) e Daniel Noschang (diretor do Jornal Exclusivo/Revista Lançamentos) na entrega do Troféu Destaque e Garra de Ouro
Setembro/Outubro 2013
54
14/08/2013, 17:42
eventos
ev
A rodada de negócios da noroeste paulista já tem data marcada O Projeto Comprador, a maior rodada de negócios da região noroeste do Estado de São Paulo, já tem data marcada: 28 e 29 e janeiro de 2014. O evento, realizado pelo Sindicato das Indústrias do Calçado e Vestuário de Birigui (Sinbi) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP), chega à 11ª edição, consolidado como fomentador de excelentes negócios, tanto para os fabricantes locais quanto para os lojistas, que vêm de todos os
Estados do Brasil para prestigiar os produtos de Birigui, a Capital Brasileira do Calçado Infantil. Mas o polo se destaca no cenário nacional por sua diversidade produtiva. Além de calçados infantis, no Projeto Comprador os lojistas podem encontrar produtos do segmento feminino e masculino adultos. A cidade é a maior produtora de calçados do Estado, com uma produção diária de aproximadamente 245 mil. A edição anterior atraiu aproximadamente 100 lojistas de
todo o Brasil e gerou R$ 2 milhões em negócios durante a sua realização, fomentando ainda em torno de R$ 7 milhões de negócios pós-evento. "O Projeto Comprador aquece a economia do polo de Birigui no primeiro semestre. Os lojistas que participam do evento vêm a Birigui com o objetivo de comprar, a fim de aprimorar suas vitrines com produtos diversos e de qualidade", afirma o presidente do Sinbi, Nelson Giardino.
IFLS de muitos negócios Após o encerramento da IFLS - International Footwear and Leather Show, os calçadistas brasileiros já aguardam a próxima edição do salão colombiano, que está marcada de 4 a 7 de fevereiro de 2014. Com muitos pedidos anotados e com a expectativa de negócios a se realizar, as 13 empresas que representaram o Brasil com mais de 20 marcas saíram do evento satisfeitas com os resultados. Durante os quatro dias da mostra, realizada de 30 de julho a 2 de agosto, no Corfeiras, em Bogotá, os expositores nacionais fizeram mais de 400 contatos, que geram uma perspectiva de negócios na ordem de US$ 3,9 milhões nos próximos 12 meses. O supervisor de exportação da Amazonas, Daniel Maia, afirma que a empresa faz um trabalho de posicionamento de marca nos diferentes países em que trabalha. "Estar no grupo do Brasil, que já está consolidado aqui na Colômbia, foi muito bom para a nossa imagem", destacou. A coordenadora de negócios internacionais da Pampili, Michela Gabriel, considera que a feira proporcionou novos contatos, além de ajudar na manutenção dos clientes. "Estamos trabalhando na Colômbia há cinco anos e temos notado um interesse crescente pelos nossos produtos, principalmente pelos diferenciais de con-
forto e design", contou. Já Roberto Braun, gerente de exportação da Cristófoli, assegura que a possibilidade de ouvir a opinião dos compradores colombianos foi extremamente importante. "Os profissionais que visitaram o nosso estande gostaram muito da coleção e acharam o nosso preço bem competitivo. Então, acredito que teremos um bom futuro aqui."
Setembro/Outubro 2013
eventos.pmd
55
14/08/2013, 17:42
55
md
moda e design
Recortes dão força à imaginação Melissa Zambrano - melissa@tecnicouro.com.br Cristófoli
Vazados e recortes criam efeitos visuais diversos nos calçados do verão 2014. Cadarços, aplicações pontuais de enfeites, elásticos e fivelas agregam ainda mais valor para as peças. Formas abstratas, lúdicas, flores e geometrismo aparecem como preferência. "Valorizamos os trabalhos feitos à mão e recortes a laser", destaca Danilo Cristófoli, diretor geral da Cristófoli, acrescentando que a marca utiliza a técnica aliada a tiras para evidenciar as sandálias, que ficam sensuais e fáceis de combinar com qualquer tipo de look. Aproveita, se-
Alexander McQueen
56
Moda e design.pmd
gundo ele, a onda étnica buscando referências nas regiões litorâneas e ilhas italianas para estabelecer as referências estéticas, de cor e linhas dos produtos. Para a estilista da Corso Como, Roberta de Castilhos, as formas arredondadas e geométricas, com materiais em verniz holográfico e vinil, ganham diversas texturas por gravações com navalha de perfuração e alguns detalhes feitos com corte à mão. Desenhos feitos com laser também são apostas da Esdra em modelos bicolores e misturas minimalistas com branco e preto. Construções tropicais, inspiradas na natureza e nas formas orgânicas, são abordadas na coleção. O ecletismo cultural surge numa proposta da Orcade ricamente pontuada nas civilizações Inca e Maia. Intitulada de Tribal Folk os modelos trazem um mix de tendências. Garantindo estilo e elegância com saltos altos, médios, baixos e anabelas, os calçados da Divalesi apresentam detalhes com correntes e cortes a laser - que proporcionam desenhos especiais aos pés. Já a Via Marte apresenta concepções geométricas na sua coleção, com ar sexy e ousado. As estampas ganham formas que dão toda a diferença.
Setembro/Outubro 2013
56
15/08/2013, 14:39
Bottero
Divalesi Orcade
Corso Como
Esdra
Via Marte
moda e design
Setembro/Outubro 2013
Moda e design.pmd
57
14/08/2013, 17:47
md
57
md
moda e design
Coluna de moda
Cintos em destaque: delineando a cintura
Mgm New Co 2 Alen 2
Berge
Gabriella Laino Fotoshoe/Itália foreign@fotoshoe.com L'Accessorio
Eles podem tanto servir para envolver carinhosamente a cintura, ressaltando assim a silhueta das mulheres, quanto serem um útil acessório no guarda-roupa masculino. É claro que o assunto são os cintos, que nos últimos anos foram renovados através de diferentes acabamentos e nova seleção de materiais e componentes. A coluna desta edição apresenta o que há de melhor na produção artesanal italiana, com uma atenção especial a cada detalhe desta peça fundamental no look.
Niagara Belt
Esperanto Puntovita
Terry Bijoux Stefano Corsin
58
Moda e design.pmd
Setembro/Outubro 2013
58
14/08/2013, 17:47
moda e design
Setembro/Outubro 2013
Moda e design.pmd
59
14/08/2013, 17:47
md
59
pu
publicações
O deslocamento de empresas de calçados para o nordeste brasileiro Desde a metade dos anos 1990, a indústria de calçados do Vale do Sinos tem deslocado unidades de produção para o Nordeste brasileiro. Esta publicação é resultado de um estudo elaborado em 1997 pelo Núcleo de Estudos de Tecnologia, Indústria e Trabalho (NETIT), do Departamento de Ciências Econômicas da UFRGS, cujo objetivo foi avaliar a natureza desse movimento do setor. Ao se fazer um retrospecto, nota-se que pontos assinalados no trabalho mostraram-se em linha com a trajetória observada no setor. Muitas empresas deslocaram unidades de produção, mas mantiveram suas sedes no Vale. Contudo, percebe-se que se alterou a geografia da produção de calçados no Brasil, com
os Estados do Ceará, Bahia e Paraíba assumindo frações expressivas da produção e do emprego nessa atividade. Destacou-se, ainda, que o ingresso na produção de calçados em âmbito internacional de produtores asiáticos - a China em particular - viera para ficar, o que implicava a necessidade de o Brasil reavaliar sua posição competitiva diante desses novos concorrentes.
O deslocamento de empresas de calçados para o nordeste brasileiro Autores: Achyles Barcelos da Costa e Flávio Benevett Fligenspan Editora da UFRGS 144 páginas R$ 35,00
Nos bastidores da Coca-Cola Após se aposentar, o executivo sênior da Coca-Cola Company recebeu um telefonema, em 2004, com um convite desafiador - ocupar o cargo de presidente do conselho e CEO, com missão de colocar a empresa novamente no rumo certo. A decisão bem-sucedida levou o executivo a compartilhar no livro Nos bastidores da Coca-Cola, lançamento da Editora Prumo, as lições que aprendeu em seu papel na reconstrução da marca mais conhecida do mundo. Segundo o autor, a Coca-Cola parece ser, em muitos aspectos, a empresa perfeita: ela é lucrativa, vende um produto disponível praticamente no mundo inteiro e proporciona ao cliente alguns minutos de prazer a um custo bastante acessível. No entanto, Neville sinaliza que tudo isso, no mundo atual, não basta
60
publicações.pmd
mais. Relacionando as controvérsias a respeito da fama da Coca-Cola, ele afirma que ela não é universalmente respeitada, especialmente entre certas elites. A empresa já foi acusada de contribuir para a obesidade e a diabetes, de destruir o suprimento de água na Índia e de várias outras transgressões. Para narrar essa e outras reflexões e momentos curiosos, Neville explora no livro a história de sua vida e o futuro intimidante dos negócios globais.
Nos bastidores da Coca-Cola: O ex-CEO da Companhia conta como foi construída a marca mais popular do mundo Autores: Neville Isdell e David Beasley Editora Prumo 224 páginas R$ 34,90
Setembro/Outubro 2013
60
14/08/2013, 17:48
publicações
pu
Vencer é ser você Baseada em estudos da neurociência comportamental, a obra esclarece porque líderes e liderados sofrem as consequências do mesmo grave problema: nem sempre as pessoas certas estão nos lugares certos. Esse dilema gera inúmeros transtornos no dia a dia corporativo e na vida de muita gente. Afinal, um profissional só se destacará em sua carreira se conseguir colocar em prática suas principais habilidades, caso contrário, a infelicidade no trabalho tenderá a refletir negativamente na vida pessoal. Do outro lado, uma empresa só decola com uma equipe de colaboradores capazes de executar bem suas funções e motivados a prosperar. Para que essas duas situações ocorram, a empresa precisa saber qual a pessoa ideal para cada função, já o profissional necessita se autoconhecer muito bem para decidir
onde deve atuar. Ou seja, as pessoas certas precisam estar nos lugares certos para vencer. É por isso que o autor, consultor e especialista em gestão de pessoas lança a oitava edição de seu livro, em versão mais segmentada, atualizada e voltada para a carreira e negócios. O autor procura mostrar como conhecer a si mesmo para potencializar talentos, corrigir limitações e ser bem-sucedido no mundo corporativo. Os pontos chave do livro vão revelar o que é estrutural - e não vai mudar, e o que é acabamento - e pode ser mudado, em uma personalidade.
Vencer é ser você Eduardo Ferraz Editora Gente 176 páginas R$ 27,90
10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso O que norteia a publicação é a linha de pensamento de profissionais vencedores em diferentes áreas, inclusive do autor, que mostra, de maneira prática e simples, como determinar a quantidade de esforço e inspiração necessários para atingir o tão desejado sucesso no mercado de trabalho. Entre os assuntos abordados estão: Como atingir objetivos antes considerados impossíveis; Estabelecer de maneira correta as suas metas e garantir como atingi-la; Criar níveis inigualáveis de felicidade e satisfação em todas as áreas da sua vida entre outros temas. Nos exemplos demonstrados, fica claro que o sucesso é mais transpiração
do que inspiração. Grant Cardone é autor de cinco best-sellers internacionais. É especialista e consultor de vendas, além de palestrante motivacional. O autor também possui uma vasta experiência nos negócios, já que criou três empresas multimilionárias. Também apresenta programa de televisão no canal National Geographic e faz participações nos canais a cabo Fox News e CNN.
10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso Grant Cardone Livros de Safra - Da Boa Prosa 264 páginas R$ 39,90 Setembro/Outubro 2013
publicações.pmd
61
14/08/2013, 17:48
61
nt
ABNT/CB-11 | informes
CB-11 revisa normas e cria nova Comissão de Estudos Conforto em Calçados No dia 9 de Julho, a Comissão de Estudos de Conforto em Calçados iniciou a revisão da norma ABNT NBR 16036:2012 - Determinação de conforto em componentes para calçados - Palmilhas. Foram propostas algumas modificações na amostragem do produto e nos ensaios que devem ser realizados, e essa revisão continuará na próxima reunião, quando também será d a d o i n í c i o a o p r o j e t o d e f ô rmas infantis.
Construção Inferior do Calçado No dia 16 do mesmo mês, a Comissão de Estudos da Construção Inferior do Calçado iniciou a revisão da norma ABNT NBR 14741 - Construção inferior do calçado - Solas, solad o s e m a t e r i a i s a f i n s - D e t e rminação da aptidão dos materiais à colagem. Foram feitas alterações nos cálculos e nas figuras dos projetos, e haverá continuidade sobre o assunto nas próximas reuniões.
Comissão de Estudos de Conforto em Calçados
mos encontros (terças-feiras das 13h30min às 17h) e o nome da coordenadora da Comissão (Mônica Mombach). A Comissão adotará normas ISO e s p e c i f i c a s d o n o s s o s e t o r. Para as normas internacionais que não sejam do setor
coureiro-calçadista, serão cria d o s p r o j e t o s A B N T. A s p r i meiras normas a serem trabalhadas serão: PROJETO 11:200.05-001 C o u ro - Te s t e s q u í m i c o s - D e terminação do teor de cromo (VI) (adoção da norma ISO
Substâncias Restritivas Já no dia 23, foi instalada a Comissão de Estudos de Substâncias Restritivas em Couro, C a l ç a d o s , C o m p o n e n t e s e A rtefatos. Na primeira reunião foram definidos temas como as datas e horários dos próxi-
62
cb-11.pmd
Comissão de Estudos de Substâncias Restritivas em Couro, Calçados, Componentes e Artefatos
Setembro/Outubro 2013
62
15/08/2013, 14:49
ABNT/CB-11 | informes
nt
17075:2007); PROJETO 11:200.05-002 Determinação de cádmio Método decomposição úmida (baseado na norma EN 1222).
Ensaios Físicos e Químicos em Couro No dia 25, a Comissão de Estudos de Ensaios Físicos e Quím i c o s e m C o u r o i n i c i o u e t e rminou a análise da Consulta Nacional do Projeto de revisão de Norma ABNT NBR 11031 - Couro - Determinação da cinza total sulfatada. Conforme relatório da Gerência do Processo de Normalização, o projeto recebeu algumas recomendações e foi encaminhado para a mesma por mais 30 dias. Ta m b é m f o r a m e s t u d a d a s as normas ABNT NBR 11065 Couro - Determinação de nitrogênio e de substância dérmica, ABNT NBR 13525 Ensaios físicos e químicos em couro - Requisitos e o Projeto 11:100.02-044 - Couro - Determinação da cinza total sulfatada e cinza sulfatada insolúvel em água. O projeto será concluído na próxima reunião. Foi explicado que os valores com diclorometano não estão mais de acordo com o mercado, e que há vários comparativos sendo realizados comprovando essas alterações. A comissão decidiu realizar um interlaboratorial ent r e C T C o u r o , I B Te C e B A S F para atestar tais alterações.
Ensaios Biológicos em Couro Ta m b é m n o d i a 2 5 d e J u l h o , a Comissão de Ensaios Biológi-
Comissão de Certificação de Couro
cos em Couro iniciou a revisão da norma ABNT NBR 15275. Foi explicado que para a análise utilizando a cultura bacteriana deve-se inserir o c o r p o d e p r o v a c o m a s u p e rfície a ser testada em contato com o meio de cultura. A comissão também começou a elaboração do projeto 11:100.03-040 - Ensaios biológicos - Palmilha, laminados s i n t é t i c o s e s o l a d o s - D e t e rminação da atividade antibacteriana. Para a próxima reunião serão apresentadas normas internacionais como base para a elaboração da norma brasileira.
Certificação de Couro No dia 1º de agosto, a Comissão de Certificação de Couro iniciou a revisão do Projeto 208:000.00-002 - Couro - Princípios. Para a implementação foi acrescentada a ferramenta de gestão balanced scorecard , que considera os objetivos estratégicos nas perspectivas financeiras, de clientes, de pro-
cessos internos e de crescimento e aprendizado, com suas respectivas metas e indicadores, possibilitando a avaliação do desempenho da organização. Ta m b é m a c re s c e n t o u - s e o s documentos adequados à legislação local, dentro dos prazos de validade, tais como: licença de operação fornecida pelo órgão ambiental competente (estadual e/ou municipal); cadastro técnico federal expedid o p el o In s ti tu to B r a sile ir o do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); certificado de licença de funcionamento, expedido pela Polícia Federal para o uso de produtos químicos restritos; licença do Exército e Secretaria de Segurança Pública; outorga para uso de água; alvará de funcionamento da prefeitura; licença do Corpo de Bombeiros; relatórios de monitoramento requerido pelos órgãos competentes, caso haja dispensa ou isenção de alguma licença, deve ser apresentado correspondência ou comprovante. Setembro/Outubro 2013
cb-11.pmd
63
15/08/2013, 14:49
63
tp
tecnologia e processos
A Produção Simultânea por Fluxo em Rede e as Redes de Consumo como fatores da sistematização da Entrega Já! MS Eng. Fernando Oscar Geib
1 - A Entrega Já! frente ao dinamismo e mobilidade dos desejos dos consumidores e dos mercados As organizações que detêm monopólios, sejam elas estatais ou convencionais, certamente não pensam, não se preocupam e nem se detêm para avaliar as mudanças nas manifestações dos desejos e dos comportamentos de consumo dos seus clientes, consumidores e da sociedade no seu todo. As suas propostas e condições de disponibilização de bens e serviços gerados são estabelecidas de acordo com as suas conveniências e necessidades. Igualmente as suas estruturas produtivas são, na maioria significativa das vezes, pesadas e inflexíveis e seus sistemas de custos dificilmente levam em consideração a capacidade econômica dos seus mercados, dos seus agentes econômicos de consumo e da sociedade. Este reducionismo de comportamento organizacional tem um potencial enorme de levá-las a um inexorável colapso, por colocá-las em níveis elevados de risco de desaparecimento, pois faz muito tempo que a sociedade e os consumidores que as sustentam não estão mais dispostos a tolerar estes tratamentos aceitos universalmente
64
Tecnologia e processos.pmd
como ultrapassados e desrespeitosos. Estas rápidas considerações querem chamar a atenção para o fato de que, diferentemente dos tempos passados, os consumidores e os usuários de bens e serviços, há muito já se "rebelaram e não toleram mais a tutelagem exclusivista de seus fornecedores". A "Produção em Massa", planejada e estruturada pelas três grandes organizações americanas produtoras de automóveis, com base nos fundamentos da produção linear, sequencial, inflexível e alongadora dos Tempos de Entrega, foi a primeira estrutura produtiva a ser contestada pela nova sociedade de consumidores. A pressão destes foi tanta, que a maior delas entrou em insolvência. Os japoneses, em tempos mais recentes, orientados pelos fundamentos de W. Edwards Deming, introduziram em suas atividades produtivas o conceito unitário de "processo", e mais ainda, a "gestão por processos" que resultou na "gestão da produção baseada em processos". Este fundamento deu início a uma nova visão de atendimento das necessidades dos consumidores e da sociedade, pois contemplou o fundamento do "respeito aos consumidores pela qualidade dos produtos
e serviços a eles oferecidos". Mesmo com processos produtivos estruturados de forma sequencial, a gestão por processos foi o início de uma nova era de disponibilização de produtos e serviços, por ser capaz de gerar o atendimento dos anseios por qualidade dos consumidores, há muito tempo cansados e desrespeitados pelos baixos níveis deste requisito, inerentes aos produtos oferecidos pelas organizações seguidoras do fundamento da produção sequencial e linear baseada no fundamento da "produção em massa". Esta nova forma de produzir contemplou pela primeira vez o fator Tempo. O fundamento do "justo no tempo", conhecido também como just in time, sustentado e tornado viável pela gestão da produção baseada em processos, estipulava produzir os componentes dos automóveis quando estes seriam temporalmente necessários à montagem dos automóveis. Este avanço trouxe pela primeira vez para dentro dos sistemas produtivos a variável Tempo, como um fator de gestão da produção. Mesmo sendo repetitivo, é sempre oportuno lembrar que o fundamento do "justo no tempo" só se tornou uma realidade porque havia uma consolidada gestão por processos. É por isto que W. Edward
Setembro/Outubro 2013
64
14/08/2013, 17:52
tecnologia e processos
Deming é considerado tanto pelos japoneses quanto pelo mundo todo, o Pai da Qualidade, o que ele realmente é. Ele, por suas propostas e fundamentos, permitiu que os processos fossem gerenciados e conduzidos a elevados níveis de desempenho de qualidade, de custo e de pontualidade. A qualidade gerenciada a partir do domínio dos processos gerou a qualidade assegurada, a qual deu os primeiros passos na direção da Simultaneidade entre as manifestações dos desejos de consumo e do atendimento destes, pelos bens e serviços gerados. Avançando no desenvolvimento do nosso tema, não podemos deixar de lembrar também o que aconteceu em um passado ainda não tão distante, nos países do Leste Europeu, quando um grande e poderoso fornecedor, o Estado, se propôs, sob uma visão de rígidos fundamentos e comportamentos filosófico-idealistas, orientar os desejos das pessoas e da sociedade, para gerar o seu progresso e desenvolvimento econômico e social. O Estado também acreditou que a produção linear, sequencial e de massa seria a estratégia capaz de atender as necessidades de consumo de uma sociedade e de seus membros ideologicamente conduzidos. O fracasso não levou muito tempo para se manifestar! Estas curtas e rápidas considerações colocadas, mesmo que já amplamente debatidas nesta sequência de considerações que vêm sendo desenvolvidas em torno de sistemas de produção, devem ser entendidas como subsídios adicionais para se avançar no tema do comportamento organizacional contemporâneo hoje exigido. Deste modo, a proposta da Nova Fábrica de Calçados (NFC) deve ser entendida e compreendi-
da como um avanço ou uma Inovação Organizacional, pois ela lida basicamente com a Simultaneidade e, por consequência, coloca o Tempo no centro de suas ações, para promover o seu fundamento básico que é a Entrega Já! dos calçados produzidos. A Entrega Já! é, portanto, o fundamento ou diretriz essencial desta organização, no seu propósito de, pelo fundamento da Simultaneidade, disponibilizar os calçados e os serviços a eles agregados, para as suas partes interessadas, consumidores e mercados, com Valor e no tempo exato de suas necessidades. De igual modo, as rápidas considerações feitas anteriormente, das realidades e dos ambientes organizacionais e comerciais de um passado recente e de um presente ainda vivido, tem o propósito de mais uma vez chamar a atenção, relembrar e enfatizar que continua atual e verdadeira na nossa sociedade a necessidade de se gerar novos formatos de comportamentos e de estruturas organizacionais, que se identifiquem por serem diametralmente opostos àqueles hoje praticados pelas organizações com as quais estamos habituados a lidar e a conviver. As atuais fábricas de calçados não fogem a esta regra e necessitam, portanto, reinventar-se com urgência, quando olham para os seus mercados. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) não quer olhar somente para dentro de si. Ela se propõe e quer ir muito além do que as mais avançadas estratégias organizacionais hoje propostas vão, como forma de atuação nos atuais e dinâmicos ambientes de consumo de calçados e de serviços a eles agregados. E é nestes que ela desenvolve e implementa as suas estratégias geradoras de benefícios, para tornar efetiva sua proposta diferenciadora,
que lida com o "Tempo Exato de Satisfação Máxima" dos consumidores e dos mercados, através da Entrega Já! dos calçados a eles oferecidos. Este qualificativo de atendimento, expressa clara e explicitamente que esta organização se propõe a ter o Domínio do Tempo nos seus relacionamentos com os seus compradores, os consumidores e os mercados, para oferecer-lhes o máximo valor agregado aos seus produtos e serviços. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) tem, portanto, a consciência exata de que ela "navega no Tempo", e é sua estratégia desenvolver esta habilidade organizacional de dominá-lo a favor dos consumidores reais e potenciais dos seus calçados, pela Simultaneidade entre a oferta de seus calçados e as necessidades por eles expressas, tanto implícita como explicitamente. Ela se propõe, a partir deste domínio do Tempo e da Simultaneidade que dele resulta, fazer destes os seus instrumentos competitivos essenciais, pois sabe que é impulsionada por eles, que nascem, se desenvolvem e se afirmam às necessidades de consumo dos compradores e dos mercados adquirentes de calçados. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) acredita e desenvolve as suas estratégias mercadológicas orientadas pelo princípio de que "não há coisas novas ou inovações se não existir o Tempo". Não haverão novas linhas e estilos de calçados sem o domínio dos avanços do Tempo. Moda e Tempo são irmãos gêmeos siameses e intrinsecamente relacionados pela Simultaneidade que os entrelaça. Ao adotar o fundamento ou princípio organizacional da Simultaneidade, entre manifestação das Setembro/Outubro 2013
Tecnologia e processos.pmd
65
tp
14/08/2013, 17:52
65
tp
tecnologia e processos
necessidades dos seus compradores e dos mercados e o atendimento destas, esta organização quer ter sob seu completo e total domínio estes eventos de consumo e propõe se envolver sistemicamente para tornar estas manifestações e desejos em realidades atendidas através dos calçados que ela disponibiliza. Por isto ela tem como proposta e escopo de sua atuação também a Simultaneidade entre os requisitos e as necessidades emergentes (desejos, estilo, design, a moda em si) gerados pelo Tempo, que ao avançar, atua e se consolida nas mentes dos consumidores e dos mercados, e o atendimento destas propostas de consumo, através de calçados que estejam rigorosamente inseridos e alinhados com estas manifestações de desejos determinados pelo avançar do Tempo. Deste modo, amplia-se o escopo do fundamento da Simultaneidade Operacional da fábrica de calçados em descrição. A partir desta afirmação e proposta, é implícito nesta que o fundamento da Entrega Já! envolve também e se fundamenta no princípio do "Design do Agora", ou seja, o fundamento de Simultaneidade se expande para o projeto - modelagem - dos calçados a serem disponibilizados pela fábrica, com Entrega Já!, para terem um característica de "serem absolutos" pelo ineditismo em moda e design, motivando os consumidores a terem em seus pés produtos identificados por um design inserido no Tempo do Agora. É o fundamento do Design do Agora, com Entrega Já!. Esta habilidade básica da Nova Fábrica de Calçados (NFC), de oferecer calçados e serviços agregados, em Simultaneidade ao tempo em que estão prevalecendo nos mercados, estes seus requisitos de moda e de design, é uma característica
66
Tecnologia e processos.pmd
organizacional classificada como Competência Essencial por esta organização em descrição. Esta essencialidade é a promotora do que denominamos de "sustentabilidade plena" da Nova Fábrica de Calçados (NFC), onde esta plenitude é identificada pelo atendimento simultâneo dos seus cinco parâmetros de sustentabilidade que são: o político, o econômico, o social, o tecnológico e o eco-ambiental. É importante ter-se a percepção de que a prática continuada da Simultaneidade e o crescimento organizacional e pessoal neste fundamento coloca a Nova Fábrica de Calçados (NFC) em uma posição extremamente vantajosa nos ambientes negociais, fazendo com que os fundamentos e princípios estratégicos de compra que envolvem naturalmente o mundo dos negócios - e que se manifesta pelas comparações entre as fábricas de calçados e produtos oferecidos, que lojistas e gestores de redes de lojas desenvolvem no ato de suas aquisições - seja minimizada a níveis mínimos e insignificantes, colocando a fábrica em descrição em posições competitivas extremamente vantajosas e até insuperáveis. Qualidade, custos, inovação, estilo, design, disponibilidade, produtividade e satisfação dos clientes pelo atendimento de suas necessidades são conceitos relativos, isto é, estão sujeitos à condição dos fatores ambientais e locais onde estes fatores se desenvolveram. A Simultaneidade inerente a Nova Fábrica de Calçados (NFC) tem a capacidade de minimizar os efeitos desta relatividade a níveis insignificantes.
2 - A Produção por Fluxo em Rede desenvolve a Entrega Já!
A disponibilização dos calçados em Redes de Centros de Oferta e de Aquisição dos Calçados promove a Disponibilização Já! dos calçados aos consumidores e aos mercados. Torna-se infrutífero o esforço da Nova Fábrica de Calçados (NFC) em promover a Entrega Já! dos calçados produzidos pelo fundamento da Simultaneidade, se este benefício temporal por ela gerado não se expandir e chegar às mãos dos compradores e consumidores. Isto representa dizer que os ganhos da Simultaneidade devem se expandir e serem repassados para estas partes interessadas, pois são elas os beneficiários-alvo de todo o esforço da cadeia produtiva envolvida na geração dos calçados. Para que esta proposta avance, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) assume que os seus mercados, e os consumidores que os constituem, são considerados também como parte integrante de suas "Áreas de produção". A "produção dos mercados" manifesta-se pelo consumo dos calçados que estes desenvolvem, fechando assim o ciclo sistêmico de produção e de geração destes produtos pela fábrica que está sendo descrita. Uma entrega de calçados que foge do fundamento da Simultaneidade identifica-se por seus prazos alongados para a sua realização junto aos pontos de venda, ou seja, por consumir Tempo em função da sequencialidade dos seus processos de produção. Este fato gerará naturalmente perdas de valor para calçados a serem comercializados, com consequente diminuição da capacidade econômica destes pontos de venda que, à medida que se repetem, afetarão também as suas negociações futuras com as fábricas. Assim colocado, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) assume o fun-
Setembro/Outubro 2013
66
14/08/2013, 17:52
tecnologia e processos
damento de que os mercados também fazem parte de sua organização, ou seja, os mercados devem ser entendidos como "Áreas de Produção do Consumo", fechando assim o ciclo sistêmico de produção dos calçados. Avançando mais no tema que se está desenvolvendo, é importante lembrar que este ciclo produtivo se expande, fazendo com que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) passe a ser a responsável pelos danos ambientais resultante dos calçados que, após o uso, são indevidamente descartados. Todas estas considerações até agora desenvolvidas e voltadas à produção dos calçados permitem afirmar que, se os mercados são áreas de produção de consumo, elas devem igualmente estar sujeitas ao
princípio da Simultaneidade. A aplicação do fundamento Áreas de Produção de Consumo, para os processos de consumos, institui ou gera por consequência o fundamento do Consumo por Fluxos em Rede, ou seja, as lojas individuais, as cadeias de lojas e os demais clientes da Nova Fábrica de Calçados (NFC) devem ser entendidos e devem formar grande Rede Produção de Consumo, para a qual devem ser articuladas macroestratégias de atendimento aos consumidores e aos mercados que mobilizam este fluxo de Consumo. Estas colocações expandem o conceito de Fluxos em Rede e de Simultaneidade para "fora das paredes" da Nova Fábrica de Calçados (NFC), ou seja, a Entrega Já não
deve ser uma exclusividade desta fábrica em descrição. O varejo individual e as redes de lojas devem ser vistos e entendidos como etapas operacionais necessárias para promover a continuidade do fundamento da Entrega Já!, fundamentada no princípio da Simultaneidade iniciada nas operações de produção da Fábrica de Calçados (NFC). Esta qualificação ou modo de operação da fábrica deve obrigatoriamente "chegar às mãos" dos consumidores e compradores dos calçados, e deve gerar nestes a percepção de que há uma clara e indiscutível Simultaneidade entre o que lhes está sendo oferecido na forma de calçados e os desígnios, fundamentos e estilo da moda vigentes e o que está sendo desejado pelos mercados.
Setembro/Outubro 2013
Tecnologia e processos.pmd
67
tp
14/08/2013, 17:52
67
at
artigo técnico
TPUs soft até onde irão? ARAUJO, Ricardo C. 1 1- Químico, consultor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo FCC
Introdução Na tecnologia dos polímeros, como em outras áreas da tecnologia, procuramos sempre superar os limites existentes. Quando falamos de poliuretanos termoplásticos (TPUs), um dos limites a ser superado é o da obtenção de durezas cada vez menores. Comercialmente, a maior parte dos TPUs oferecidos no mercado situa-se em uma faixa entre 75 Shore A e 60 Shore D. Uma das dificuldades de se desenvolver TPUs com durezas
Figura 1: Esquema do TPU
68
artigo técnico.pmd
abaixo de 70 Shore A é garantir que a peça injetada apresente estabilidade dimensional suficiente para ser retirada do molde em curto espaço de tempo (setting), o que permite obter ciclos curtos de injeção. Há cerca de 10 anos foi encontrada uma solução para diminuir a dureza dos TPUs. Foram adicionados plastificantes externos, em geral ftalatos, durante a síntese dos TPUs. Porém esta solução aumentava o ciclo de injeção, reduzia muito as propriedades mecânicas, e
com isto, limitava em muito as aplicações. Visando a ultrapassar estas limitações, iniciou-se aqui, como em outras partes do mundo, o trabalho de desenvolvimento para a obtenção de TPUs com baixa dureza e ciclo rápido.
Estrutura dos TPUs Podemos conceituar os TPUs como elastômeros t e r m o p l á s t i c o s poliuretânicos, constituídos por estruturas flexíveis soft block e rigidas hard block intercaladas (fig1). Podemos associar uma maior ou menor interpenetração das duas fases hard e soft em função do percentual de hard block presente na estrutura, processo de produção,[1] histórico de processamento e de outras peculiaridades do
Setembro/Outubro 2013
68
14/08/2013, 17:53
artigo técnico
projeto que não serão considerados neste artigo. Um macrodiol - na maioria dos casos poliéter ou poliéster, com peso molecular em torno de 2000 - constitui o soft block e proporciona flexibilidade à peça injetada. A dureza do TPU será definida pela quantidade dos blocos duros presentes, ou seja, estruturas uretânicas formadas pela reação de MDI (4,4' P-fenileno diisocianato) e um glicol, geralmente o 1,4 butanodiol. As pontes de hidrogênio formadas entre as ligações uretânicas estão muito mais concentradas nos hard blocks. Desta forma, ao diminuirmos o percentual em peso destes na estrutura, teremos como consequência a diminuição da dureza e coesão do TPU. Os hard blocks restringem o escoamento dos soft blocks, principalmente devido à força coesiva das pontes de hidrogênio formadas entre ligações uretânicas (fig.1). Como resultado, temos um material resiliente. A energia coesiva formada pelas pontes de hidrogênio entre as ligações uretânicas é de pouco mais de 50 kJ/ mol [2,3].
Solução do problema Para compensar a redução das pontes de hidrogênio devido à redução do percentual de hard blocks presentes no TPU, podemos adicionar micro hard blocks. Estes podem ser gerados
Figura 2: Esquema de uma das possiveis cofigurações bi-dentadas
Figura 3: Gráfico conceitual
pela adição de poliaminas adequadas que, ao reagirem com MDI, formam ligações tipo ureia. As ligações ureia conferem alta rigidez ao gerarem pontes de hidrogênio tipo bidentadas (fig 2). Estas pontes de hidrogênio são cerca de 20% mais fortes do que as pontes de hidrogênio das ligações uretânicas ficando em torno de 80kJ/ mol. [2,3]. TPUs modificado com ligações ureia são também conhecidos como TPUU. Na verdade, os valores de energia de ligação anteriormente colocados, têm como objetivo apenas dar uma ideia de grandeza, pois o assunto é bem mais complexo, e depende de configurações moleculares, do tipo de cálculo executado etc.
Pelo fato dos TPUs mais duros conterem um maior percentual de hard blocks, apresentam maior dureza e maior energia coesiva, sendo necessária maior temperatura para injetá-los. Em compensação, teremos um setting mais rápido (estabilização da peça no molde). Temos a situação inversa ao diminuirmos a dureza tornando-se crítico abaixo de 70 Shore A, pois o setting se torna muito lento. Neste caso, uma saída é a adição das ligações tipo ureia, conforme explicado anteriormente. Naturalmente, o setting também é influenciado pela espessura da peça, superfície do molde, design etc.
Características mecânicas Processamento
Quanto maior o percentual Setembro/Outubro 2013
artigo técnico.pmd
69
at
14/08/2013, 17:53
69
at
artigo técnico
d e hard block presente na molécula, teremos maior módulo de tração e menor elongação, consequentemente, maior rigidez. Na figura 3, onde o TPU com dureza 60 Shore D apresenta uma curva que reflete uma estrutura muito mais rígida, com uma elongação inferior a 20%, a curva no gráfico se aproxima do eixo das ordenadas e, depois dos 20%, o perfil da curva muda bastante. Ao diminuirmos a dureza, já abaixo de 70 Shore A, a curva resultante do gráfico tração X elongação tende a apresentar completa linearidade até a ruptura, refletindo o comportamento de um material completamente elástico.
Propriedades típicas
Tabela 1: Valores tipicos obtidos com o TPU com dureza 55 Shore A
Com uma dureza de 55 Shore A, o Fortiprene Komfort é exemplo recente desta inovação. Na figura 4, um corpo de prova do Fortiprene Konfort sendo flexionado.
Outras considerações Referências bibliográficas Como parte da filosofia da FCC, todos os poliuretanos desenvolvidos precisam se enquadrar dentro das normas REACH (Registration Evaluation and Authorization of Chemicals). Ao romper a barreira dos 60 Shore A, a empresa acredita no desenvolvimento de novos TPUs com dureza ainda menor.
Conclusões Já dispomos no Brasil de uma nova tecnologia aqui desenvolvida que permite a fabricação em escala industrial de TPUs com durezas abaixo de 70 Shore A, sem adição de plastificantes.
70
artigo técnico.pmd
Figura 4
[1] CHO, Jaedong; GARRETT, James T; RUNT, James; XU, Ruijian. Phase separation of diamine chain-extended poly(urethane) copolymers: FTIR spectriscopy and phase t r a n s i t i o n s . U S A , 6 n o v. 2002. Departament of Materials Science and Engineering and Materials Research Institute The Pennsylvania State University, University Park, PA 16802. Polymer 44 (2003) 2711-2719. [2] YILGÖR, Emel; YILGÖR, Ískender; YURTSEVER, Ervin. Hydrogen bonding and polyurethane morphology. I. Quantum mechanical calculations of hydrogem
Bond energies and vibrational spectroscopy of model compounds. Istambul, 19 ago. 2002. D e p a r t m e n t o f C h e m i s t r y, Koç Universty, 80910 Sariyer. Polymer 43(2002) 65516559. [3] BURGAZ, E; YILGÖR, E; YILGÖR, I; YURTSEVER, E. Comparison of hydrogen bonding in polydimethylsiloxane and polyether based urethane and urea copolymers. Istambul, 26 m a r. 1999. D e p a r t m e n t o f C h e m i s t r y, K o ç U n i v e r s t y, 5 C a y i r Caddesi, Istinye 80860. Polymer 41(2000) 849-857.
Setembro/Outubro 2013
70
15/08/2013, 14:50
artigo tĂŠcnico
Setembro/Outubro 2013
artigo tĂŠcnico.pmd
71
14/08/2013, 17:53
at
71
at
artigo tĂŠcnico
72
artigo tĂŠcnico.pmd
Setembro/Outubro 2013
72
14/08/2013, 17:53
artigo tĂŠcnico
Setembro/Outubro 2013
artigo tĂŠcnico.pmd
73
14/08/2013, 17:53
at
73
ac
artigo científico
Características antropométricas e classificação de diferentes perfis de pé FAQUIN, Aline1; PALHANO, Rudnei1; JACOBS, Geraldo1; AVILA, Aluisio Otavio Vargas1. 1 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)
Resumo Este estudo teve como objetivo a realização de medidas antropométricas dos pés de voluntários e classificá-los em diferentes perfis para um mesmo comprimento. Foi utilizado um dispositivo para medição dos pés, sendo possível aferir o comprimento, a largura e o perímetro dos pés. Participaram 11 homens e 15 mulheres. Os perfis mais frequentes foram o delgado e o mé-
dio. A maior frequência de perímetro esteve no intervalo entre 220 e 250 mm, representando 84,6% da amostra. Os resultados indicam que tanto o perímetro como a largura não aumentam necessariamente na mesma razão do incremento do comprimento. Sendo possível constatar dentro de uma mesma numeração a presença dos três tipos de perfil (delgado, médio e robusto).
Palavras-chave: antropometria, pés, diferentes perfis de pé Abstract The aim of this study was to realized anthropometric measurements of the feet of volunteers and classify them into different profiles for the same length. It was used a device for measuring the feet, what is possible to measure the length, width and perimeter of the foot. 11 men and 15 women participated of the study. The most common profiles were slim
and medium. The higher frequency perimeter was in the range of 220 to 250 mm, representing 84.6% of the sample. The results indicate that both the perimeter and the width does not necessarily increase at the same rate of increase in length. There is a presence of three profile types (slim, medium, and strong) for the same show size.
Keywords: anthropometry, feet, different feet profiles
74
artigo científico.pmd
Setembro/Outubro 2013
74
14/08/2013, 17:54
artigo científico
Introdução A busca por produtos confortáveis e inovadores, que integrem qualidade com adaptação à anatomia humana, e mais precisamente, à anatomia do pé do brasileiro, torna-se a cada dia mais necessário. Para Avila et. al. (2009), os aspectos qualitativos e quantitativos relacionados ao conforto do calçado têm crescido substancialmente nos últimos anos. O bom encaixe (harmonia entre o pé e entre o calçado) é um dos importantes fatores no conforto do calçado. Para Berwanger (2011) embora a indústria brasileira de calçados tenha evoluído, ainda há espaço para produtos que se adaptem melhor aos diferentes tipos de pés, buscando principalmente a adequação às diferentes medidas e conformações de pés. Uma boa adequação do calçado às medidas do pé parte da premissa da concepção de uma fôrma adequada. Baseado nisso, atualmente tem-se à disposição pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) uma Norma específica para avaliação de fôrmas de calçado, incluindo a diferenciação de três perfis no perímetro da fôrma
em relação a apenas um comprimento (NBR 15159/2013). Calçados com diferentes perfis de perímetro para uma mesma numeração já são comercializados no exterior, em países como Estados Unidos e Alemanha. O setor calçadista no Brasil ainda não adotou este parâmetro. Mas, com o intuito de auxiliar o próprio consumidor na escolha de um calçado ajustado às suas medidas do pé, foi criado um equipamento portátil que permite medir os pés, oferecendo informação de três medidas (comprimento, largura e perímetro) de grande importância para a adequação do calçado às diferentes medidas dos pés. Com base nisto, este estudo tem como objetivo obter dados que possam contribuir na customização de diferentes perfis de fôrma e ao mesmo tempo fornecer informações descritivas das medidas do pé, utilizando o mesmo sistema que está à disposição do setor para mensurar o pé do consumidor.
Material e Métodos Participaram do estudo voluntári-
Figura 1: Dispositivo para medição do pé humano (JACOBS, 2013).
os de ambos os sexos, presentes durante a Feira Fimec 2013 (Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Equipamentos e Máquinas para Calçados e Curtumes). Foram critérios de exclusão: lesões que impossibilitem a medição do pé e deformações no pé que pudessem alterar as medidas realizadas. Como instrumento de medição foi utilizado um dispositivo para medição do pé humano (JCMP) (JACOBS, 2013). O equipamento possibilita a medição das três dimensões fundamentais do pé humano: o comprimento, a largura e o perímetro (Figura 1). As partes 1 e 2 do instrumento são usadas para controlar o comprimento, a parte 3 é usada para controlar a largura máxima do pé (na região da cabeça dos metatarsos) e através da parte 4 controla-se a posição para medição do perímetro na cabeça dos metatarsos (JACOBS, 2013). Os participantes foram orientados quanto ao procedimento, em seguida foi solicitado que os sujeitos ficassem em posição ortostática, pé descalço com o calcâneo posicionado na parte 2. O pesquisador realizou o ajuste do comprimento do pé através da movimentação da parte 1. A mensuração do comprimento foi realizada através da numeração do calçado descrita na parte 5. Em seguida a parte 3 do dispositivo foi ajustada em contato com o pé na máxima largura dos pés (região da cabeça dos metatarsos). A mensuração da largura foi realizada em centímetros, com base na indicação da régua marcada na parte 3. Por fim, o perímetro na região dos metatarsos foi mensurado em centímetros com uso da fita métrica fixada na parte 3. As medidas foram realizadas em ambos os pés. Os dados foram analisados atraSetembro/Outubro 2013
artigo científico.pmd
75
ac
14/08/2013, 17:54
75
ac
artigo científico
vés da estatística descritiva (média, moda, frequência simples e desvio padrão). Para comparar as medidas entre os pés direito e esquerdo foi utilizado Test t de Student para dados pareados, considerando nível de confiança de 95%.
Resultados No total, 26 sujeitos foram avaliados. Para o grupo a média de idade foi de 37 anos ± 13 anos, massa média 70,0kg ± 12,7kg e estatura média 168cm ± 9cm, e numeração do calce de 39 ± 3. As medidas antropométricas dos pés encontram-se na Tabela 1. Não foi constatada diferença significativa entre os pés direito e esquerdo para o grupo avaliado. Os valores obtidos para o perímetro na região dos metatarsos foram até 7mm superiores aos descritos por Manfio (2001) usando a mesma metodologia de avaliação. Em seguida, o grupo foi dividido entre homens (n=11) e mulheres (n=15), cujas medidas encontram-se descritas na Tabela 2. O grupo de mulheres tinha como características: massa (63,5 ± 8,4) kg, estatura (164 ± 5,3) cm, idade (31 ± 11) anos e número de calce 37 ± 2. O grupo de homens tinha como características: massa (79,6 ± 12,3) kg, estatura (175 ± 10) cm, idade (44 ± 13) anos e número de calce 41±2. De acordo com os dados obtidos para este grupo, também não foi verificada diferença significativa entre os pés direito e esquerdo para nenhuma das medidas realizadas. Como esperado, as medidas dos homens foram superiores as das mulheres. A variabilidade dos dados foi baixa, conforme se pode constatar ante os valores de coeficiente de variação (CV%), todos abai-
76
artigo científico.pmd
Tabela 1: Média e desvio padrão das medidas dos pés em milímetros de todos os participantes
Tabela 2: Valores descritivos das medidas dos pés em milímetros para mulheres e homens
Tabela 3: Valor da moda para o perímetro e a largura dos pés do grupo de acordo com a numeração
Setembro/Outubro 2013
76
14/08/2013, 17:54
artigo científico
xo de 5%. Para as mulheres a numeração 37 foi aquela que mais se repetiu, sendo que a mesma situação foi observada por Berwanger (2011). Estando também as numerações encontradas dentro das descritas por Manfio (2001). Foram também verificadas as medidas de perímetro e largura que mais se repetem para cada numeração (Tabela 3). Os resultados indicam que tanto o perímetro quanto a largura não necessariamente aumentam na mesma razão do incremento do comprimento. Os valores obtidos foram próximos ao de Berwanger (2011) realizando tais medidas através de um scanner tridimensional. No estudo de Berwanger (2011), a maior concentração para as medidas do perímetro do pé foi no intervalo de 210 a 250mm, representando 92,3% da amostra. O mesmo foi observado para este grupo com a maior frequência de perímetro no intervalo entre 220 e 250mm, representando 84,6% da amostra. Em seguida foi realizada a classificação dos perfis dos pés avaliados, conforme a tabela proposta na NBR15159/2013, quanto ao perfil do pé feminino e masculino, de acordo com a numeração (Tabela 4). Pelos resultados adquiridos, pode-se observar que a maioria dos pés avaliados enquadra-se no perfil mediano (42%), no perfil delgado (38%). Também foram encontradas menores frequências para o perfil de pé robusto (19%) para as numerações deste grupo. Nas numerações 37 e 39 se obteve uma melhor distribuição, sendo possível observar pés que se enquadraram nos três perfis propostos.
ciação dos pés no que se refere aos perímetros e larguras para uma mesma numeração. Para o grupo avaliado a distribuição concentrouse nos perfis médio e delgado de tipo de pé, mas foi possível constatar dentro de uma mesma numeração a presença dos três tipos de perfil (delgado, médio e robusto). Tais resultados atentam para a necessidade de adequação dos calçados e avaliação do tipo de fôrma, propondo a divulgação do perfil de fôrma do calçado para o consumidor. Acredita-se que isto possa auxiliar na escolha correta do calçado para o perfil de pé do usuário e consequentemente favorecer ao conforto.
Considerações Finais
Referências Bibliográficas
Os dados indicam que há diferen-
Associação Brasileira de Normas
Tabela 4: Classificação dos perfis de pé para o grupo avaliado seguindo a NBR 15159/2013
Técnicas - ABNT NBR 15159 - Conforto de calçados e componentes determinação dos diferentes perfis para o mesmo número - Fôrmas. 2013. AVILA, A. O. V. Tecnologia no design de calçados confortáveis. Revista Tecnicouro, v.30, n.27, p.72-81, 2009. BERWANGER, E. Antropometria do pé feminino em diferentes alturas de salto com fundamento para conforto de calçados. Dissertação (Mestrado). Faculdade de arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul - 2011. JACOBS, G. Dispositivo para medição do pé humano - medidor de pés. 2013. Disponível em http:/ //www.geraldo.jacobs.net.br MANFIO, E. Um estudo de parâmetros antropométricos do pé. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Santa Maria - 2001. Setembro/Outubro 2013
artigo científico.pmd
77
ac
15/08/2013, 15:00
77
ac
artigo científico
Anthropometric characteristics and classification of different feet profiles FAQUIN, Aline1; PALHANO, Rudnei1; JACOBS, Geraldo1; AVILA, Aluisio Otavio Vargas1. 1 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)
Abstract The aim of this study was to realized anthropometric measurements of the feet of volunteers and classify them into different profiles for the same length. It was used a device for measuring the feet, what is possible to measure the length, width and perimeter of the foot. 11 men and 15 women participated of the study. The most common profiles were slim
and medium. The higher frequency perimeter was in the range of 220 to 250 mm, representing 84.6% of the sample. The results indicate that both the perimeter and the width does not necessarily increase at the same rate of increase in length. There is a presence of three profile types (slim, medium, and strong) for the same show size.
Keywords: anthropometry, feet, different feet profiles Resumo Este estudo teve como objetivo a realização de medidas antropométricas dos pés de voluntários e classificá-los em diferentes perfis para um mesmo comprimento. Foi utilizado um dispositivo para medição dos pés, sendo possível aferir o comprimento, a largura e o perímetro dos pés. Participaram 11 homens e 15 mulheres. Os perfis mais frequentes foram o delgado e o mé-
dio. A maior frequência de perímetro esteve no intervalo entre 220 e 250 mm, representando 84,6% da amostra. Os resultados indicam que tanto o perímetro como a largura não aumentam necessariamente na mesma razão do incremento do comprimento. Sendo possível constatar dentro de uma mesma numeração a presença dos três tipos de perfil (delgado, médio e robusto).
Palavras-chave: antropometria, pés, diferentes perfis de pé
78
artigo científico ing.pmd
Setembro/Outubro 2013
78
14/08/2013, 17:54
artigo cientĂfico
Introduction The search for innovative and comfortable products that integrate quality with adaptation to the human anatomy, and more precisely, the anatomy of the Brazilians'foot, becomes every day more necessary. Second Avila et al. (2009), the qualitative and quantitative aspects related to footwear comfort has grown substantially in recent years. The good fit (harmony between the foot and footwear) is one of the important factors in footwear comfort. According to Berwanger (2011) although the Brazilian footwear industry has evolved, there is still room for products which can be better suited to different types of feet, seeking primarily the adequacy of the different measures and feet conformations. A good fit of the shoe to the foot measures assumes the design of a suitable shoe last. Based on this, it has currently provided by the Brazilian Association of Technical Standards (ABNT) a specific Standard to shoe last evaluation,
including the differentiation of three profiles on the perimeter for the same size of shoes (NBR 15159/2013). Shoes with different profiles for the same size are sold internationally, in countries like the United States and Germany. The Brazilian footwear industry has not yet adopted this parameter. However, in order to assist the consumer in the choice of a correct shoe them foot, it was created a portable device for measuring the feet, giving information of three measurements (length, width and perimeter) wich are for the great importance for the footwear adequacy to different foot characteristics. On this basis, this aims of this study are to obtain data that can contribute to the customization of different profiles shoe last, in the same time to provided descriptive information of the measures of the foot using the same system that the industry can use to measure consumer's foot.
Materials and Methods
Figure 1: Apparatus for measuring the human foot (JACOBS, 2013)
Participated in the study, volunteers of both sexes present during FIMEC Fair 2013 (International Fair of Leather, Chemicals, Components, Equipment and Machines for Footwear). Exclusion criteria were: injuries that preclude the measurement of foot and foot deformities that could affect the measurements. A measurement device has been used to measure the human foot (JCMP) (JACOBS, 2013). The device enables the measurement of the three critical dimensions of the human foot: the length, width and perimeter (Figure 1). Parts 1 and 2 of the device are used to control the length, Part 3 is used to control the maximum width of the foot (in the region of the metatarsal heads) and the 4 controls the position for measuring the perimeter in the metatarsal heads (JACOBS, 2013). The participants were informed about the procedure, then the subject was asked to stay in the orthostatic position, barefoot, the heel was positioned at the 2. The researcher adjusted the length of the foot by moving from part 1. The length measurement is accomplished by numbering the shoes described in Part 5. Then the third part of the device was adjusted in contact with the foot in maximum width of the feet (the region of the metatarsal heads). The width measurement is performed in inches based on indication of ruler marked in part 3. Finally, the perimeter region of the metatarsals in centimeters was measured using the measuring tape attached to the part 3. The measurements were performed on both feet. Data were analyzed using descriptive statistics (mean, Setembro/Outubro 2013
artigo cientĂfico ing.pmd
79
ac
14/08/2013, 17:54
79
ac
artigo científico
mode, single frequency and standard deviation). To compare the measurements between the right and left feet was used Student t test, confidence level of 95%.
Results In total, 26 subjects were evaluated. For this group the mean age was 37yrs ± 13yrs, mean weight 70.0 kg ± 12.7 kg and mean height 168cm ± 9cm, and size of shoe 39 ± 3. Anthropometric measures the feet are in Table 1. There was no significant difference between the right and left feet for the group evaluated. The values obtained for the metatarsals perimeter were even until 7mm higher than those described by Manfio (2001) using the same evaluation methodology. The group was divided between men (n = 11) and women (n = 15), whose measurements are shown in Table 2. The women group had the following characteristics: mass (63.5 ± 8.4) kg, height (164±5.3) cm, age (31±11) years and mean shoe size 37 ± 2. The men group had the following characteristics: mass (79.6 ± 12.3) kg, height (175 ±10) cm, age (44± 13) years and mean shoe size 41 ± 2. To the data obtained for this group it was not verified significant difference between the right and left feet for any of the measurements. As expected, the measures of men were superior to women. The data variability was low, as can be seen by the coefficient of variation (CV%), all below 5%. For women the show size 37
80
artigo científico ing.pmd
Table 1: Mean and standard deviation (sd) of the measurements in millimeters of the feet of all participants
Table 2: Descriptive values of the measures of the feet in millimeters for women and men
Table 3: Value of mode to the perimeter and the width of the feet according to shoe size
Setembro/Outubro 2013
80
14/08/2013, 17:54
artigo científico
was the one that most repeated, the same was observed by Berwanger (2011), being also found within the numbering described by Manfio (2001). It was verified the perimeter and width that are more repetitive for each shoe size (Table 3). The results indicate that both, the perimeter and the width, does not necessarily increase at the same rate of increase in length. The values obtained were close to the Berwanger (2011) performing such measurements through a three dimensional scanner. In the study of Berwanger (2011), the highest concentration measurements of the perimeter were in the range of 210 to 250mm, representing 92.3% of the sample. The same was observed for this group with the highest frequency of perimeter in the range from 220 to 250 mm, representing 84.6% of the sample. Then it was classified profiles of feet evaluated, followed the table proposed by NBR15159/ 2013, according to the shoe size (Table 4). By the results it can be seen that the most feet evaluated fits in the medium profile (42%) and the slim profile (38%). Also, smaller frequencies were found for strong profile foot (19%) to the size for this group. The size 37 and 39 were those were a better distribution, where it was be possible observed feet that fit into the three proposed profiles.
Table 4: Classification of the foot profiles according to the NBR 15159/2013
the group evaluated, the distribution concentrated on medium and slim foot profiles, but it could be seen within the same size the presence of the three foot profiles (slim, medium and strong). These results call attention to the necessity of the shoes adequacy and shoe last evaluation, proposing the release profile of the shoe last to the consumer. It is believed that this may assist in choosing the correct footwear for the profile of the user's foot and consequently promote comfort.
Considerations References The data indicate that there is differentiation of the feet with respect to the perimeter and width for a same shoe size. For
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR 15159 - Conforto de calçados e componentes
- determinação dos diferentes perfis para o mesmo número Fôrmas. 2013. AVILA, A. O. V. Tecnologia no design de calçados confortáveis. Revista Tecnicouro, v.30, n.27, p.72-81, 2009. JACOBS, G. Dispositivo para medição do pé humano - medidor de pés. Disponível em http:/ //www.geraldo.jacobs.net.br BERWANGER, E. Antropometria do pé feminino em diferentes alturas de salto com fundamento para conforto de calçados. Dissertação (Mestrado). Faculdade de arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul - 2011. MANFIO, E. Um estudo de parâmetros antropométricos do pé. Tese (Doutorado). Universidade Federal de Santa Maria 2001. Setembro/Outubro 2013
artigo científico ing.pmd
81
ac
15/08/2013, 15:00
81
ac
artigo cientĂfico
82
artigo cientĂfico ing.pmd
Setembro/Outubro 2013
82
14/08/2013, 17:54
artigo cientĂfico
Setembro/Outubro 2013
artigo cientĂfico ing.pmd
83
14/08/2013, 17:54
ac
83
op
opinião
As cinco forças de um ambiente competitivo Dobson Ferreira Borges Especialista em gestão estratégica de marketing e de empresas
Toda organização funciona em um ambiente competitivo mais próximo e imediato. O ambiente operacional ou competitivo é o nível do ambiente externo à organização composto de setores que normalmente têm implicações específicas e relativamente mais imediatas na administração da organização. Um dos principais gurus da estratégia, Michael Porter, nos demonstrou um interessante modelo de análise dos concorrentes. Nele, está contido cinco forças que fazem parte do ambiente competitivo:
vendas. A ameaça de entrada coloca um limite nos preços e modula o investimento exigido para deter entrantes.
1. A ameaça de novos concorrentes que ingressam no setor; 2. A intensidade da rivalidade entre os concorrentes existentes; 3. A ameaça de produtos ou serviços substitutos; 4. O poder de barganha dos compradores; 5. O poder de barganha dos fornecedores.
O ambiente competitivo é assim formado por uma série de determinantes que influenciam a maneira como uma empresa opera. São inúmeros fatores que determinam a vida das organizações, a começar pela instabilidade econômica, fator esse que comanda de forma muito presente nas empresas de todo o mundo.
O objetivo disso tudo é construir e manter a chamada "Vantagem Competitiva Sustentável", isto é, a condição sustentável pela empresa, por meio das alternativas de baixo custo ou de diferenciação que lhe permitam enfrentar as forças da concorrência no seu negócio e superar seus rivais.
Desse modo, a chave da comA própria intensidade da competição eficaz está na empresa petição exige da empresa uma "A chave da competição encontrar uma posição no merforma de atuação para a pronta está na empresa encontrar cado a partir da qual possa inpercepção de problemas nesse uma posição no mercado" fluenciar essas cinco forças em terreno e a formulação de soseu benefício, ou defender-se luções mais adequadas possíveis contra elas. O vigor coletivo das para o enfrentamento dos mescinco forças determina a habilidade da empresa em mos. Assim, procuram-se meios de perseguir níveis obter taxas de retorno superiores ao custo do capital de produtividade que possibilite as empresas situarinvestido. Além disso, elas determinam a rentabilidase em posição de destaque diante de seus concorde da indústria porque influenciam os preços, os cusrentes, e isto só será obtido por meio de práticas tos e o investimento necessário das empresas em gerenciais efetivas em termos financeiros, de produuma indústria - os elementos do retorno sobre o inção, de vendas e de gestão de recursos humanos. vestimento. Para finalizar, quero lembrá-los que quem vive ou pelo menos tenta sobreviver no mundo dos negócios, indeO poder do comprador influencia os preços que as pendente do tamanho, setor de atividade, origem, crença empresas podem cobrar, por exemplo, da mesma ou tradição, sabe que não pode deixar de se preocupar forma da ameaça da substituição. Também pode ine de se ocupar com ambiente competitivo. Seja para fluenciar o custo e o investimento, porque compradoconviver com a competitividade, para contorná-la, para res poderosos exigem serviços dispendiosos. O poder confrontar os concorrentes ou para esquivar deles, esse de negociação dos fornecedores determina os custos ambiente parece ser o centro das atenções e traz condas matérias-primas e de outros insumos. A intensisigo inúmeras ações e movimentos previsíveis e não dade da rivalidade influencia os preços, assim como previsíveis. Parafraseando Tom Peters, "é o fim do os custos da concorrência em áreas como fábricas, mundo, da forma como o conhecemos". desenvolvimento de produto, publicidade e força de
84
Opinião.pmd
Setembro/Outubro 2013
84
14/08/2013, 18:02
opinião
op
A educação financeira e o consumo sustentável Tomás Carmona Gerente corporativo de sustentabilidade da Serasa Experian
A educação financeira, mais especificamente aquela voltada a crianças e adolescentes, pode dotar esse público, futuros consumidores e influenciadores em seus círculos de convivência, de um nível de consciência que dificilmente se perderá ao longo de suas vidas, estabelecendo padrões de comportamento e consumo futuros muito mais sustentáveis. A discussão sobre o nível de consumo que a sociedade pratica nos dias de hoje e em que medida este consumo é ou não é sustentável, aparece em estudos científicos que afirmam já estarmos em um nível aproximadamente 30% acima do que o planeta consegue regenerar. Pois bem, preconizamos a educação financeira dos mais jovens baseada na questão histórica do uso do dinheiro e do consumo; no entendimento claro entre desejo e necessidade, no querer versus precisar; e na exemplaridade dos pais. Tudo isso leva à compreensão da interdependência que há entre a necessidade de maior consciência para o consumo e a sustentabilidade.
para satisfazer desejos, de forma equilibrada. Trabalhar com as crianças os conceitos de querer e precisar é crucial, pois somente assim elas aprenderão a distinguir o consumo para a satisfação de uma necessidade do consumo para a satisfação de um desejo. Crianças procuram se espelhar em seus pais como exemplos, e serão um reflexo dos hábitos que presenciam durante a sua formação. E os hábitos de consumo não são exceção. Os momentos de convívio e lazer familiar, nos dias de hoje e principalmente nas famílias residentes em centros urbanos, são cada vez mais escassos, e frequentemente ocorrem mais intensamente nos finais de semana - já que os pais trabalham fora de casa durante a semana -, e em situações e ambientes que estimulam o consumo: lanche ou almoço no shopping; as compras; a locação de um DVD; o cinema. Trata-se de uma prematura exposição ao consumo que leva muitas crianças a confundir e vincular, desde muito novas, o prazer da convivência com os pais ao prazer do consumo. Na educação financeira infantil, o processo abarca quatro grandes áreas: como ganhar, como poupar, como gastar e como doar. Mais especificamente no que toca ao "como gastar", estamos falando de fazer escolhas. "Ensinar os filhos a discernir as consequências de seguir essa ou aquela opção torna-os responsáveis pelo destino que constroem", escreveu Cássia D'Aquino, renomada autora de publicações sobre educação financeira.
"Trabalhar com as crianças os conceitos de querer e precisar é crucial"
A questão histórica do uso do dinheiro explica a "ética do consumo", surgida na segunda metade do século XIX nos Estados Unidos e, em suma, se caracteriza pela ostentação de hábitos de consumo extravagantes como forma de avaliação social positiva, status e prestígio. No terreno de desejos versus necessidades, a subjetividade da análise é uma constante, pois existem inúmeros estudos, principalmente no campo da psicologia, tentando identificar quais são os fatores que criam, aumentam ou diminuem os nossos desejos. Obviamente que somos influenciados pelas interações com o ambiente que nos cerca. O desejo, por exemplo, de sermos considerados importantes, pode muitas vezes nos motivar a viver acima de nossa capacidade financeira, fomentando um consumo pessoal e familiar direcionado para a aceitação pela sociedade por meio do exibicionismo. Por isso um jovem financeiramente bem educado saberá discernir e calcular, quando ingressar no mercado de consumo, o quanto do orçamento pode ser destinado a satisfazer necessidades e o quanto pode ser direcionado
A exemplaridade e o poder de influência dos pais na formação do caráter das novas gerações impõe a todos uma responsabilidade ainda não percebida pela maioria. Vencer o desafio da sustentabilidade pelo caminho da educação financeira de crianças e adolescentes leva tempo e exige repetição e muito empenho. Mas é um caminho mais poderoso que qualquer mídia, escola, publicidade ou campanha. Estabelecer interdependência entre a necessidade da diminuição de consumo e a sustentabilidade significa falar de educação financeira e uso consciente do dinheiro interligando todo o processo de consumir, pois o dinheiro "atravessa" o ato de consumo. Setembro/Outubro 2013
Opinião.pmd
85
14/08/2013, 18:02
85
op
86
Opini達o.pmd
opini達o
Janeiro/Fevereiro 2013
86
14/08/2013, 18:02
opini達o
Setembro/Outubro 2013
Opini達o.pmd
87
14/08/2013, 18:02
op
87
op
88
Opini達o.pmd
opini達o
Janeiro/Fevereiro 2013
88
14/08/2013, 18:02
opini達o
Setembro/Outubro 2013
Opini達o.pmd
89
14/08/2013, 18:02
op
89
gc
guia de compras Localize o telefone e o endereço eletrônico dos anunciantes nesta edição ABNT
11 5641.4655
www.abnt.org.br
19
Lab. Biomecânica
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
82
Abrameq
51 3594.2232
www.abrameq.org.br
37
Lab. Físico Mecânico
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
59
Acreditações
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
51
Lab. Microbiologia
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
93
Associados
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
86
Lab. Subst. Restritivas 51 3553.1000
www.ibtec.org.br
97
11 2818.6959
Baxmann
Benefícios Associados 51 3553.1000
www.baxmann.com.br
15
www.ibtec.org.br
57
Linhasita
11 4487.6600
www.linhasita.com.br
02
Máquinas Morbach
51 3066.5666
www.morbach.com.br
11
Metalcoat
51 3215.1849
www.metalcoat.com.br
09
OTB
16 3722.8302
www.otbpen.com.br
25
Cebec
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
72
Cofrag
51 3587.1000
www.cofrag.com.br
28
Colorgraf
51 3587.3700
www.colorgraf.com.br
39
Consultoria Industrial
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
83
Parceiros pesquisas
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
53
Couromoda
11 3897.6100
www.couromoda.com
27
Plastécnica
51 3364.1320
www.plastecnica.com.br
33
Dürkopp Adler
0800 7074484
www.durkoppadler.com
05
Rádio União
51 3594.8181
www.uniaofm.com.br
41
Rhodia
11 3741.7733
www.rhodia.com.br
13
Stick Fran
16 3712.0450
www.stickfran.com.br
20
Fimec
51 3584.7200
www.fimec.com.br
35
Foamtech
19 3869.4127
www.foamtech.com.br
100
Fórum CICB
513561.2761
forumcicb@abqtic.com.br
17 Tecnicouro
51 3553.1000
www.tecnicouro.com.br
71
Gestão Varejo
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
14
Testes em EPIs
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
61
Induma
47 3411.0055
www.induma.com.br
07
Undercorp
51 3036.6080
www.undercorp.com.br
43
Institucional IBTeC
51 3553.1000
www.ibtec.org.br
99 Zero Grau
51 3593.7889
www.feirazerograu.com.br
23
Entidades do setor ABECA Associação Brasileira de Estilistas de Calçados e Afins (51) 3587.4889 ABEST Associação Brasileira de Estilistas (11) 3256.1655 ABIACAV Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (11) 3739.3608 ABICALÇADOS Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (51) 3594.7011 ABLAC Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (11) 4702.7336 ABQTIC Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (51) 3561.2761
90
guia de compras.pmd
ABRAMEQ Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (51) 3594.2232 ABRAVEST Associação Brasileira do Vestuário (11) 2901-4333 AICSUL Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (51) 3273.9100 ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (51) 3584.5200 CICB Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (61) 3224-1867 IBTeC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (51) 3553.1000
Feiras do setor COUROMODA - (11) 3897.6100 COUROVISÃO - (51) 3584.7200 FEBRAC - (37) 3226.2625 FEIPLAR - (11) 3779.0270 FEMICC - (85) 3181.6002 FENOVA - (37) 3228.8500 FETECC - (88) 3571.2010 FICANN - (11) 3897.6100 FIMEC - (51) 3584.7200 FISP - (11) 5585.4355 FRANCAL - (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS - (83) 2101.5476 INSPIRAMAIS - (51) 3584.5200 40 GRAUS - (51) 3593.7889 QUÍMICA - (11) 3060.5000 SEINCC - (48) 3265.0393 SICC - (51) 3593.7889 ZERO GRAU - (51) 3593.7889
Setembro/Outubro 2013
90
14/08/2013, 17:55
caderno sustentabilidade.pmd
91
14/08/2013, 17:56
Coluna
sustentabilidade
Por conforto desaprendemos
Rogério da Cruz Carvalho Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br Pode parecer exagero ou ainda uma afirmação errada, mas notamos que a cada dia, seja por conforto ou comodidade, estamos desaprendendo. Antes sabíamos de cor todos os telefones de parentes, amigos, empresas que considerávamos importantes, hoje nem de nossos filhos muitas vezes nos lembramos, pois estão facilmente guardados na memória do celular. O mesmo se passa na questão ambiental. Antigamente nossas avós pegavam o óleo de fritura usado, misturavam com essência e soda e faziam sabão. Também usavam cascas de frutas para fazer doces em conserva; hoje, na maioria, lançamos ao lixo e aos esgotos ambos os materiais. Fazíamos compras em supermercados e feiras nos utilizando de sacolas de juta, tecido e carrinhos de arame. Hoje, vamos de mãos vazias ao supermercado e saímos carregados de saquinhos e sacolas plásticas - que em geral não aguen-
92
caderno sustentabilidade.pmd
tam o peso das compras, rasgando no meio do caminho. Qual seria o ponto em que nos perdemos ou ao menos perdemos nossa consciência e desaprendemos coisas boas em nome da comodidade, e talvez até mesmo por medo do estigma de estar fora de moda? Ao ensinar geografia para minha filha, outro dia, me lembrei de um trabalho que tive de fazer na segunda série (literalmente no século passado), na qual fizemos em escala 3D um mapa do estado de São Paulo, com rios, montanhas e planaltos. A curiosidade é que este mapa era feito de massa, não a plástica que se compra hoje nas lojas "made in China", mas massa feita em casa, com farinha de trigo. Agora imagine... o que você iria dizer se um professor, nos dias de hoje, sugerisse "tal heresia" de mandar fazer uma maquete do seu estado e ainda por cima fazer a massa para a maquete!!! Dizer que "emburrecemos" seria não apenas exagero como também
ofensivo, mas podemos e devemos dizer que desaprendemos fazer coisas simples para aderirmos ao conforto. Também podemos dizer que deixamos para trás pequenos detalhes e pequenos momentos de prazer que provavelmente não serão vividos ou resgatados por nossos filhos e netos. Sentir o prazer de ir com uma avó a uma feira e ajudar a puxar um carrinho de compras pelas ruas. Ver um monte de farinha se transformar numa massa colorida e ganhar forma, sentindo o orgulho de ver o quanto um pai ou uma mãe são inteligentes e conseguem fazer e criar as coisas. Com a velocidade da informação os dias parecem mais curtos, os anos parecem voar, mas temos de parar, respirar, valorizar os detalhes, ver o quanto valem os momentos e assim melhorar nossa qualidade de vida e principalmente reaprender a aprender e ter prazer no aprender, no fazer e no ensinar.
Setembro/Outubro 2013
92
14/08/2013, 17:56
Setembro/Outubro 2013
caderno sustentabilidade.pmd
93
14/08/2013, 17:56
93
Insustentável leveza da sustentabilidade
R
ealizado em junho do ano passado, com 45 mil visitantes e a presença de 120 chefes de Estado e de Governo, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (RIO + 20) teve seu foco nitidamente concentrado no tema da erradicação da pobreza. No debate sobre o futuro que queremos, foi unânime a afirmação de que o crescimento econômico sustentável, inclusivo e equitativo é um requisito imprescindível para mitigar a miséria e a fome e alcançar os objetivos d o d e sen v o l v i m e n to d o m i lênio. Falou-se muito da importância de um crescimento liderado pela economia verde; do acesso de todos à água, saneamento, energia, transporte e mobilidade; dos assentamentos humanos com condições de vida segura e salutares, especialmente para crianças, jovens, mulheres e anciões; da saúde; do pleno emprego e renda; da proteção das florestas e da biodiversidade, do direito à educação, dentre outros. Tudo perfeito, se não fosse a dura realidade que en-
94
caderno sustentabilidade.pmd
frentamos no Brasil. A Lei do Saneamento Básico (11.445/2007), embora tenha entrado em vigor há mais de cinco anos, está longe de garantir as metas de proporcionar água e esgotos tratados para todos os brasileiros. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente a 2008, realizada em convênio com o Ministério das Cidades, com a participação de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e técnicos especialistas, demonstrou que a situação ainda é grave no País, e não ocorreram grandes avanços nos últimos anos. No tocante à rede de esgotos, 44,8% dos municípios ainda não dispunham do serviço. Nas localidades onde existia, 56% dos domicílios não eram atendidos. Ademais, 31,2% do esgoto coletado não eram tratados. Outro dado preocupante é que 50,8% das cidades destinavam seus resíduos a vazadouros a céu aberto e apenas 27,7% dispunham de aterro sanitário. A nova Política Nacional de Resídu-
os Sólidos proíbe a manutenção de lixões após 2014, mas os números expressam uma realidade que dificilmente poderá ser alterada em curto prazo pela lei. Outro estudo do IBGE (Suplemento de Meio Ambiente da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - MUNIC/2002), embora tenha dez anos, evidencia as graves consequências do saneamento básico deficie n t e . Tr a t a - s e d o p r i m e i r o levantamento ambiental no âmbito dos municípios realizado pelo instituto. A pesquisa identificou 1.159 cidades com taxas de mortalidade infantil acima de 40 óbitos por mil nascidos vivos. Nesse conjunto de localidades, 584 apontaram ter havido alterações a m b i e n t a i s c o m consequência sobre as condições de vida. A alteração mais frequente foi justamente a presença de esgoto a céu aberto (327), seguida por ocorrência de doença endêmica (cólera, dengue, febre amarela e malária) ou epidemia (304) e presença de vetor de doença (266). Ao se relacionar a ausência ou precariedade de
Setembro/Outubro 2013
94
14/08/2013, 17:56
saneamento básico à mortalidade infantil, fica clara a premência da instalação de redes de água e esgoto nos lares brasileiros. Enquanto a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos residindo em domicílios adequados (aqueles com água e esgoto) era 26,1 por mil, para as que residiam em domicílios inadequados, chegava a 44,8 por mil. Ta i s d a d o s c o n f i r m a m a pertinência de uma equação consensual, de que para cada real investido em saneamento, o setor público economiza quatro reais em medicina curativa. A precariedade do saneamento básico gera, portanto, mais pressões sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), cuja incapacidade de atendimento e falta de qualidade são notórios. Cria-se, assim, um círculo vicioso, com complexas consequências sociais. Nas grandes cidades, a qualidade da vida também é afetada pelos crescentes problemas de mobilidade. Sobram carros e congestionamentos e falta transporte coletivo, numerosas pessoas ficam duas ou três horas diárias em trânsito para exercer o direito de ir e vir
(...ao trabalho, às escolas, às compras e a outros destinos de suas atividades cotidianas). Enquanto a população brasileira aumentou, nos últimos 10 anos, em 21 milhões de habitantes, ou 12,34%, a sua frota de veículos teve expansão de 35 milhões de unidades, ou 119%. Além disso, a insuficiente infraestrutura urbana e de transportes em geral, agrava o custo brasil e conspira contra o pleno emprego, consentâneo à competitividade. Apesar dos avanços na inclusão socioeconômica dos últimos anos, dados oficiais mostram que mais de 16 milhões de brasileiros continuam vivendo abaixo da linha da miséria. Esta rápida, mas contundente análise técnica evidencia ser insustentável, do ponto de vista da realidade, nossos legisladores utilizarem de modo tão amplo o termo sustentabilidade no País. Não obstante termos sido protagonistas de um dos maiores eventos mundiais sobre o desenvolvimento sustentável, a RIO + 20, ainda estamos muito distan-
tes do ideal preconizado pelo conceito do desenvolvimento economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto. Mais preocupante é que a sociedade e os setores produtivos ficam muito limitados para suprir soluções, pois as próprias leis, a cada dia, são mais restritivas. Um exemplo disso é o novo Código Florestal, que, ao tratar das áreas rurais da mesma forma que as urbanas, não atentou para o fato de que, em 2050, 75% dos 9 bilhões de habitantes deste planeta estarão vivendo nas cidades. Nestas, em decorrência de nossas restritivas legislações de uso e ocupação do solo, são cada vez mais limitadas as possibilidades de aplicar políticas de planejamento e desenho urbano para responder com eficácia às questões do crescimento previsto da população e de sua qualidade de vida. Antes de desejarmos ser sustentáveis é necessário que entendamos e nos permitamos ser sustentáveis. Fonte: Luiz Augusto Pereira de Almeida diretor da Fiabci/Brasil e diretor de marketing da Sobloco Construtora Setembro/Outubro 2013
caderno sustentabilidade.pmd
95
14/08/2013, 17:56
95
Programa Origem Sustentável recebe Prêmio Von Martius
N
o último mês de junho, o Programa Origem Sustentável recebeu o Prêmio Von Martius, criado há 13 anos pelo Departamento de Meio Ambiente, Energias Renováveis e Eficiência Energética da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, que contempla trabalhos de empresas, organizações não governamentais, indivíduos, governos e instituições nacionais que promovam o desenvolvimento econômico, social e cultural alinhado ao conceito de desenvolvimento sustentável. "Este é o reconhecimento do trabalho realizado pelo Instituto By Brasil e Assintecal em um projeto de quase dois anos e com muito profissionalismo, envolvendo a Abicalçados, o Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (Lassu/USP) e o Massachusetts Institute of Technology (MTI), que fez com que nós preparássemos os 52 itens de orientação e controle do selo Origem Sustentável", explicou Valdemar Masselli Jr, vicepresidente de Inovação e Sustentabilidade da Assintecal. É a primeira vez no Brasil que um setor tem programa definido de alicerce sustentável. "Quando o selo sustentável recebe a resposta positiva de um prêmio que está engajado e junto na solução de ações positivas para o meio ambiente, é mais do que um aval que estamos no caminho certo. É a possibilidade de expandir o selo do Programa Origem Sustentável para mais empresas da ca-
deia coureiro calçadista", salienta Valdemar. O Programa Origem Sustentável tem por objetivo certificar as indústrias de calçados e componentes que possuem sistemas produtivos acordados com os conceitos de sustentabilidade ambiental, econômica, social e cultural. Se trata de uma garantia de alinhamento da indústria de componentes e de calçados brasileira com iniciativas internacionais de sustentabilidade como SAC, Biocalce, DOW Jones Sustainability Index, ISE-Bovespa entre outras. Também conta com o apoio do Sebrae e da ApexBrasil para promover a incorporação de boas práticas de sustentabilidade na cadeia produtiva do setor calçadista. A certificação, realizada pela ABNT ou SGS, segue a escala Branco, Bronze, Prata, Ouro e Diamante, de acordo com o nível de sustentabilidade alcançado pela empresa. Também conta com o apoio do Sindicato de Igrejinha e Caminho Sustentável. Com o Programa Origem Sustentável, as entidades também pretendem que empresas da cadeia produtiva da moda tenham um maior engajamento em questões de sustentabilidade, o que resultará na ampliação das oportunidades no mercado de exportação para países que possuem regulamentação orientada à aquisição de produtos sustentáveis. Fonte: assessoria de imprensa Abicalçados
Goóc quer inovar varejo com Canto Verde A Goóc Eco Sandal, fabricante brasileira de calçados sustentáveis feitos com borracha de pneus reciclados, bolsas e acessórios produzidos a partir de lona reutilizada, está apostando no projeto Canto Verde para divulgar suas sandálias sustentáveis junto ao comércio varejista e público consumidor. A iniciativa, criada por Thái Quang Nghiã, fundador e diretor da Goóc, propõe a instalação de ambientes e montagem de vitrine em lojas do Brasil com plantas naturais, bambus e pneus para a ex-
96
caderno sustentabilidade.pmd
posição de produtos da fabricante. "Os espaços se diferenciam por oferecerem ao público a sensação de realmente estar em ‘um cantinho’ verde e vivo, ligados a identidade da fauna, flora e cultura brasileira, além de agregarem no mesmo local um mix de produtos Goóc", diz Thái Quang. De acordo com o empresário, o projeto é um formato totalmente novo e diferenciado para o varejo cujo objetivo é mostrar para o Brasil e o mundo a possibilidade de se reutilizar pneus para a fabricação de
sandálias. O primeiro Canto Verde na Capital de São Paulo foi instalado em julho na cidade de São Paulo. A expectativa é de que 1.000 lojas adotem a iniciativa até o fim do ano. Para 2014, espera-se que 3000 pontos tenham aderido ao projeto. Além de aumentar a visibilidade para a necessidade de conceitos como reciclagem e sustentabilidade, o espaço traz mensagens que convocam os brasileiros a preservarem sua identidade.
Setembro/Outubro 2013
96
15/08/2013, 14:52
Setembro/Outubro 2013
caderno sustentabilidade.pmd
97
14/08/2013, 17:56
97
76 empresas associadas ao Sindigrejinha investem em sustentabilidade
O
Programa Caminho Sustentável - A opção consciente amplia a sua base de atuação e hoje congrega todas as 76 empresas associadas ao Sindicato da Indústria de Calçados de Igrejinha (Sindigrejinha). Criado em 2009, o Caminho Sustentável é um projeto que possui uma filosofia de ação, de gestão e de desenvolvimento sustentável do setor, exercendo impactos nos objetivos, estratégias e no próprio significado de empresa. "A diretoria do Sindigrejinha foi muito visionária ao criar o programa que busca materializar conceitos modernos de respeito ao crescimento das empresas com responsabilidades com os seus colaboradores, sua comunidade e o meio ambiente", diz Renato Klein, presidente do sindicato. O objetivo é difundir conceitos de sustentabilidade, os quais estão baseados nos aspectos econômicos, sociais e ambientais. A partir disso, as empresas associadas assumem à frente e desenvolvem ações com foco nos três pilares da sustentabilidade. Para o coordenador do projeto, Luís Coelho, depois de quatro anos de trabalho, o pro-
jeto atingiu a sua maturidade. "Isto porque agora o projeto comemora a ampliação da nossa base de atuação. No início, foram algumas empresas que apostaram neste trabalho e nos auxiliaram na caminhada até aqui. Hoje temos uma ampliação importante e estamos trabalhando com todas as empresas associadas ao sindicato que tem o couro e o calçado no seu DNA", diz Coelho. Ele assegura que a partir de agora as ações terão um eco maior tanto nas empresas como na comunidade e no próprio setor calçadista. PROGRAMA - O Programa Caminho Sustentável - A opção consciente é uma filosofia de ação, de gestão e de desenvolvimento sustentável do setor coureiro-calçadista de Igrejinha. A iniciativa envolve a troca de informações, treinamentos, qualificação em meio ambiente e tecnologia. Também são realizados projetos sociais de inclusão social e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e comunidade geral. EMPRESAS ASSOCIADAS - São associadas ao Programa Caminho Sustentável todas as 76 empresas da cadeia couro e calçados filiadas ao Sindigrejinha.
Villaget lança coleção em algodão orgânico A linha de produtos em algodão orgânico da Villaget é resultado de parceria com a Justa Trama, cooperativa que carrega a ideia do fazer no coletivo e o esforço da consolidação de um modelo de desenvolvimento sustentável e solidário, e que desenvolve o processo que se inicia no plantio do algodão
98
caderno sustentabilidade.pmd
agroecológico e vai até a comercialização de peças de confecção produzidas com o insumo. Mário Pereira, designer, sociólogo, coordenador da Villaget e idealizador do projeto de capacitação profissional que deu origem à marca, pontua que a parceria é uma forma consciente de produzir moda, pois o algodão é produzido sem o uso de agrotóxicos, que contaminam o solo e água. "Assim como a Villaget, a Justa Trama confecciona todos os seus produtos de uma forma consciente integrando pessoas que mudam sua realidade e o lugar em que vivem com seu trabalho", considera. A matéria-prima gera um tecido leve e natural, que é ligado ao design
moderno, contemplando principalmente o público jovem preocupado com o consumo consciente. Parte dos recursos obtidos com as vendas são investidos em projetos de capacitação profissional dos jovens atendidos no Instituto Villaget, criação de novos produtos, além de custear despesas fixas da Cooperget, cooperativa responsável pela produção da marca e que integra jovens formados nos projetos de capacitação profissional. Os recursos obtidos com a venda da coleção também são investidos na Univens, cooperativa que gerou a marca Justa Trama.
Setembro/Outubro 2013
98
15/08/2013, 14:52
Fonte: assessoria Villaget
Setembro/Outubro 2013
caderno sustentabilidade.pmd
99
14/08/2013, 17:56
99
100
caderno sustentabilidade.pmd
Setembro/Outubro 2013
100
14/08/2013, 17:56