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Copa e Olimpíadas nos oferecem oportunidades ímpares Grandes acontecimentos e eventos estão, em sua grande maioria, ligados a avanços da ciência nos mais diversos campos. São momentos peculiares de evolução e inovação, e grande parte deles, após serem aprovados no campo experimental, acabam beneficiando a todos nós.

O Brasil será palco nos próximos anos de um cenário único na história do esporte mundial, será sede, em um espaço de dois anos, dos dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos. O mundo inteiro estará com os olhos voltados ao nosso País.

No que diz respeito aos grandes eventos esportivos, este cenário não poderia ser diferente. A união de vários segmentos de pesquisa e conhecimento humanos acabam por produzir uma gama considerável de novas tecnologias em dois aspectos muito interessantes da natureza humana: performance e cuidado com a saúde.

Além do compromisso de contribuir para a evolução da performance esportiva, esta é também uma oportunidade ímpar para as empresas abrirem novos nichos de mercado e buscarem soluções de inovação em seus produtos. Todo ambiente formado por estes eventos fará com que consumidores dos mais diversos segmentos estejam atentos e aptos a conhecer e experimentar novas tecnologias, tanto em níveis de componentes, quanto na engenharia de concepção dos calçados.

Assim como o condicionamento físico dos atletas vem se aprimorando em uma velocidade surpreendente, levando nosso corpo a limites até então tidos como impossíveis, os artigos esportivos utilizados por estes atletas também evoluem em níveis extremamente elevados. Dentre os artigos presentes nas mais diferentes modalidades esportivas, existe um que está presente e pode ser um diferencial na grade maioria delas: os calçados. Eles têm o papel de desempenhar as mais diferentes funções, de acordo com o esporte a ser praticado, podem ser fonte de impulsão, absorção de impacto, estabilidade, aderência, entre tantos outros, e seu desempenho pode ser um diferencial em um ambiente em que os atletas estão cada vez mais evoluídos e nivelados.

Cabe a cada um captar as oportunidades que se apresentam e, por que não, até mesmo criar novos segmentos. É papel fundamental das empresas contribuir para a constante evolução do segmento no qual cada uma está inserida, oportunizando ao consumidor a certeza de estar recebendo o que há de mais moderno e compatível com suas necessidades e anseios. Lembrando que a preocupação com a saúde e o bem-estar se tornam ainda mais exponenciais em momento como estes, não sendo apenas relevantes apenas para a prática esportiva, mais uma busca constante no dia a dia das pessoas. Tudo isto contribui de maneira crucial para construção de marcas, fidelização de consumidores e fortalecimento de toda cadeia, garantindo aumento de competitividade e credibilidade constantes.

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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eventos O que aconteceu nas mais recentes feiras e quais são os próximos eventos

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moda & design Bolsas maxi e de mão são tendências para a próxima estação

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publicações Desafios do Brasil com a gestão de resíduos sólidos

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abnt/cb-11 Atividades das Comissões de Estudo

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tecnologia e processos As Redes de Produção como Sistemas Distribuídos

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artigo técnico Tratamento de materiais com o uso de biocidas

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artigo científico Análise da temperatura interna em calçados com diferentes forrações

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opinião Ações para o combate à pirataria

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guia de compras

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caderno de sustentabilidade Atitudes em proteção ao ambiente natural

sumário

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expediente

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dia a dia IBTeC completa 41 anos e é reconhecido como instituição científica e tecnológica

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agenda Calendário das feiras e eventos em 2014

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comunicação e mercado Novidades das indústrias de base para o setor de transformação

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em foco Gestão de resíduos sólidos é debatida em seminário

especial Segmento esportivo pode se beneficiar da Copa e Olimpíadas que serão realizadas no Brasil

Capa: arte de Fábio Scherer sobre foto wallpapersdown.biz

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Conselho Deliberativo Contatos Presidente: Claudio Chies

Para que você, leitor, possa comunicar-se direta e rapidamente com o IBTeC, Tecnicouro publica a seguir os e-mails dos integrantes de cada uma das áreas da entidade. Por meio deles, é possível fazer sugestões e críticas, solicitar informações, esclarecer dúvidas, enviar e receber materiais redacionais e publicitários, inscrever-se em cursos e eventos e ainda agendar sua visita ao IBTeC. Utilize-os para comunicar-se conosco.

Conselheiros: Ernani Reuter Jakson Fernando Wirth

Jornalista Responsável e Editor Luís Vieira (8921-MTb/RS) luis@tecnicouro.com.br Produtora Gráfica e Jornalista Melissa Zambrano (10186-MTb/RS) melissa@tecnicouro.com.br

João Altair dos Santos Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi

Jorge Azeredo Marcelo Fleck

Arte Final Fábio Mentz Scherer fabio@ibtec.org.br

-Institucional/Cursos/Eventos Marcela Chaves da Silva: marcela@ibtec.org.br

Rosnei Alfredo da Silva COMERCIAL -Gerente Karin Becker: karin@ibtec.org.br CONSULTORIAS Paulo César Model (consultor técnico): paulo@ibtec.org.br ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Rogério Luiz Wathier: rogerio@ibtec.org.br

Conselho Fiscal

PROJETOS ESPECIAIS Tetsuo Kakuta: projetos@ibtec.org.br CB-11 Andriéli Soares: andrieli@ibtec.org.br

Maria Gertrudes Hartmann LABORATÓRIO DE BIOMECÂNICA Dr. Aluisio Avila: biomecanica@ibtec.org.br Dr. Milton Zaro: zaro@ibtec.org.br

Renato Kunst

Assinaturas Cássia do Amaral cassia@ibtec.org.br Kelly Tulcatti kelly@ibtec.org.br Conselho Editoral Ênio Erni Klein Wanderlei Gonsalez Milton Antônio Zaro Luís Vieira Ernesto Plentz Mauro Sarmento Janete Maino César Bündchen Evandro Sommer

Conselheiros: Eleno da Silva

Publicidade Cássia do Amaral cassia@ibtec.org.br Romeu Alencar de Mello romeu@ibtec.org.br Kelly Tulcatti kelly@ibtec.org.br

Ricardo Wirth LABORATÓRIO DE SUBSTÂNCIAS RESTRITIVAS Janiela Gamarra: janiela@ibtec.org.br LABORATÓRIOS FÍSICO, QUÍMICO E MECÂNICO Ademir de Varga: laboratorio@ibtec.org.br LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Dr. Markus Wilimzig: markus@ibtec.org.br

redacao@tecnicouro.com.br www.tecnicouro.com.br

Conselho Científico Conselheiros: Dr. Alberto Carlos Amadio Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila Dra. Deyse Borges Machado

A Tecnicouro não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre desde que citada a fonte.

Dr. Luiz Antônio Peroni Dra. Mariliz Gutterres Dr. Milton Zaro Dra. Susana Cristina Domenech ibtec@ibtec.org.br www.ibtec.org.br

Fundada em 1979 Rua Araxá, 750 - Cx. Postal 450 - fone 51 3553 1000 fax 51 3553 1001 - 93334-000 - Novo Hamburgo, RS

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Instituto completa 41 anos de história No dia 7 de outubro, o IBTeC completou 41 anos e, em comemoração à data, a presidência confraternizou com os colaboradores. O presidente-executivo, Paulo Griebeler, e o vice-presidente executivo, Dr. Valdir Soldi, agradeceram à dedicação, compromisso e responsabilidade de todos os funcionários. Lembrando que a instituição é referência internacional em pesquisa, inovação e tecnologia, os executivos fizeram um agradecimento especial às empresas associadas, clientes e parceiros pelo apoio e confiança. Também destacaram que, durante todos esses anos, foram muitos os profissionais e lideranças do setor que ajudaram o IBTeC a cumprir com a sua missão de criar e aplicar soluções tecnológicas para aumentar a competitividade e o desenvolvimento sustentável das empresas brasileiras, em especial do sistema coureiro-calçadista. Hoje o instituto é reconhecido como o mais completo complexo de laboratórios de pesquisas e en-

saios do setor em nível nacional, realizando anualmente em torno de 30 mil procedimentos, somando as consultorias e os ensaios nos laboratórios de biomecânica do calçado, caracterização de materiais, análises de substâncias restritivas e de microbiologia. O trabalho da instituição está fundamentado na alta qualificação do seu maior capital - que são os Recursos Humanos, compostos por uma equipe multiprofissional, cujas competências são reconhecidas muito além das fronteiras do Brasil. Tendo a confiabilidade dos serviços chancelada pelos principais órgãos acreditadores do País e do exterior, o instituto está integrado aos mais importantes organismos voltados ao desenvolvimento do setor de transformação, como a Embrapii, a Rede Rets e o Sibratec - três pilares de extrema importância para o aumento da competitividade da indústria brasileira e o crescimento da nossa nação através da ciência e

Presidência agradeceu à dedicação, compromisso e responsabilidade de todos os funcionários

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tecnologia. Além de ser participante ativo nestes sistemas que são vitais para o posicionamento do Brasil entre os países desenvolvidos, o IBTeC mantém permanentemente convênios de cooperação tecnológica e científica com universidades brasileiras e também da Europa, o que possibilita o alinhamento das suas pesquisas com as mais importantes demandas do mercado global.

Acreditações Credenciado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTe) para realizar testes em EPIs que visam à obtenção de Certificado de Aprovação (CA), o IBTeC tem os seus procedimentos e calibragens também acreditados pelo Inmetro, Rede Metrológica do RS e Instituto Satra (Inglaterra). Orientado pelas normas ISO 9001:2008 e ABNT, o instituto garante a qualidade dos serviços e a confiabilidade nos resultados.

Durante a confraternização, foram homenageados colaboradores com maior tempo no instituto

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IBTeC é reconhecido como instituição científica e tecnológica No mês de setembro, o IBTeC alcançou novos patamares na sua vocação de criar e aplicar soluções tecnológicas diferenciadas para aumentar a competitividade internacional e o desenvolvimento sustentável da indústria brasileira. Em reunião com o Secretário Estadual da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, Cléber Prodanov, e com o secretário nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Álvaro Prata, o instituto obteve parecer favorável para tornar-se uma Instituição Científica e Tecnológica, de acordo com a Lei da Inovação - Lei nº. 10.973, parágrafo V, Art. 19. O presidente executivo, Paulo Griebeler, considera que o reconhecimento permitirá o acesso aos editais do Estado do RS para a obtenção de recursos financeiros, humanos, materiais ou de infraestrutura, destinados a apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento, que são prioridades da política industrial e tecnológica nacional.

Paulo Griebeler (presidente executivo do IBTeC), Cléber Prodanov (secretário estadual da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico) e Álvaro Prata (secretário nacional do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação)

Inmetro promove o debate sobre barreiras técnicas A iniciativa visa a impulsionar as exportações brasileiras aos EUA O IBTeC foi convidado a participar do debate ocorrido no Rio de Janeiro, com o diretor da agência regulatória norte-americana Consumer Product Safety Comission (CPSC), Frank Nava, e representantes da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O encontro para incentivar a exportação, por meio de troca de informações sobre exigências técnicas do mercado dos Estados Unidos, teve a participação de associações industriais dos setores de móveis, calçados e vestuário. De acordo com o Inmetro, a partir da crise global, as medidas de controle técnico sobre importações

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aumentaram em mercados relevantes para o Brasil, mas os empresários brasileiros não têm sido proativos como deveriam, agindo de maneira defensiva. O chefe da Divisão de Superação de Barreiras Técnicas do Inmetro, Rogério Corrêa, disse que, em virtude desta realidade, "o encontro se insere no esforço do Inmetro para incentivar a competitividade e as exportações brasileiras por meio de um contato direto com autoridades de agência regulatória daquele país". O vice-presidente do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, destaca que as barreiras técnicas são um problema que tende a aumentar, e as empresas de calçados devem se preocupar em promover melhorias contí-

nuas nos seus produtos. Ele explicou que o agente norte-americano se concentrou nos produtos oferecidos às crianças, sendo que os enfeites e as substâncias restritas figuram entre as principais preocupações nos EUA com relação aos calçados. "Não é novidade que tanto as substâncias restritivas quanto os componentes que podem ser facilmente retirados e engolidos oferecem riscos às crianças. Mas as empresas precisam estar atentas também sobre o que é permitido ou não, de acordo com a legislação de cada país, evitando, desta forma, surpresas desagradáveis na hora de exportar", enfatiza.

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Agende-se para realizar bons negócios Janeiro

Abril

Setembro

Couromoda 13, 14, 15 e 16 São Paulo/SP www.couromoda.com

Simpósio de Biomecânica do Calçado 8, 9 e 10 Novo Hamburgo/RS www.ibtec.org.br

Ficann 1º, 2 e 3 Fortaleza/CE www.ficann.com.br

Inspiramais 14 e 15 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br

Maio

Seincc 24 e 25 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br

Projeto Comprador 28 e 29 Birigui/SP www.sindicato.org.br

Fevereiro Fenova 18, 19 e 20 Belo Horizonte/MG www.sindinova.com.br

Março 40 Graus 11, 12 e 13 Natal/RN www.feira40graus.com.br Fimec 18, 19, 20 e 21 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br

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Sicc 26, 27 e 28 Gramado/RS www.sicc.com.br

Outubro

Prevensul 28, 29 e 30 Curitiba/PR www.protecaoeventos.com.br

Fisp 8, 9 e 10 São Paulo/SP www. fispvirtual.com.br

Junho

Novembro

Gira Calçados 3, 4 e 5 Campina Grande/PB www.giracalcados.com.br

Feiplar 11, 12 e 13 São Paulo/SP www.feiplar.com.br

Julho

Obs.: o calendário de feiras da Agenda é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

Francal 15, 16, 17 e 18 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br

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Novo modelo standard para produção de calçados

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De acordo com a diretoria da Dürkopp Adler, a nova série M-Type - sucessora da linha de máquinas Typos - oferece a confiabilidade e a qualidade extraordinária que se espera obter de um desenvolvimento da empresa, com a garantia de baixo consumo de energia e maior produtividade com o novo motor ele-

trônico construído sobre o eixo da máquina. Equipada com rodízio superior impulsado, o transporte do material é otimizado - seja a classe 888 com transportador inferior de rolete ou a máquina 838 com dente inferior - e operam perfeitamente com ponto em ponto durante o arremate.

Empresário do Ano O fundador da Stick Fran, Renato Raimundo, conquistou em agosto o prêmio de Empresário do Ano. Autoridades e personalidades locais, além de diretores do GCN Comunicação, formaram a comissão que definiu os homenageados especiais do Top Franca 2013. Os premiados foram homenageados durante uma festa de gala realizada no dia 21 de setembro. Na ocasião as marcas mais lembradas pelos francanos também foram premiadas. Renato Raimundo considerou que "o prêmio Empresário do Ano 2013 e o Top of Mind, concedido ao Grupo STK pela oitava vez consecutiva, representam o reconhecimento de anos e anos de trabalho em equipe, de muito investimento em pesquisas, desenvolvimento de produtos, marketing e relacionamento com clientes. Uma responsabilidade muito grande de toda equipe e é a eles que dedico esta conquista". O médium do Instituto de Medicina do Além (IMA), João Berbel, foi premiado como Empreendedor Social. Já o troféu Hors Concurs foi concedido para o casal dona Conceição e Luiz Carlos Ferreira, que comanda a Chácara Sorriso, local que abriga dezenas de crianças em Patrocínio Paulista.

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Tendências em couro para 2014 Tendências comportamentais, pesquisas de estilo e passarela serviram de base para o Tr e n d b o o k W i n t e r 2 0 1 4 d e s e n v o l v i d o p e l a Killing Tintas e Adesivos. O material, produzido com o foco específico para atingir o segmento coureiro-calçadista, pode ser usado como ferramenta de trabalho, auxiliando o criador na hora de tomar a decisão e optar por qual caminho tomar. Em um único local estão reunidas as tendências para o couro no inverno de 2014, tendências que podem ser visualizadas em texturas, cores, estampas, pigmentos, cortes. "O projeto do catálogo se deu através de uma ampla pesquisa de moda com as fontes mais variadas", explica Maísa Benatti, estilista que apoiou no desenvolvimento do material. "Desde desfiles de grandes marcas em passarelas internacionais e nacionais, blogs e sites conceituados de moda, assim como portais de pesquisa de trending e moda", resume. O resultado é um catálogo dividido em seis tendências principais - Future Flashback, Psychedelic, Urban Jungle, English Garden, Gothic Romance e Imagination Land - cada uma delas com uma cartela de quatro cores, além da sugestão de três tipos de acabamentos relativos ao couro, todas com uma relação direta com a tendência apresentada.

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Conquista da ISO 9001 A Pollibox Indústria de Adesivos Ltda., empresa do grupo Fleckstan/Boxflex, líder na produção de filmes de adesivos Hot Melt, TPU, PU e EVA, e atuante no mercado desde 2006, recebeu no último mês de agosto a recomendação à certificação ISO 9001, que atesta a excelência da gestão de seus processos. O escopo da certificação obtido é o "desenvolvimento, fabricação, beneficiamento e comercialização de componentes resinados, dublados, adesivos em filme, adesivos, além da comercialização de tecidos, não tecidos e adesivos para diversas aplicações". O Sistema de Gestão da Qualidade, baseado na ISO 9001, assegu-

ra que a empresa analise os requisitos do cliente, defina os processos que contribuem para a obtenção de um produto de qualidade requisitado por ele e mantenha seus processos sob controle. Além disso, provê a estrutura para melhoria contínua com o objetivo de aumentar a satisfação do cliente e de outras partes interessadas, gerando confiança à organização e aos seus clientes de que ela é capaz de fornecer produtos que atendam aos requisitos de forma consistente. Conforme o diretor Antônio Carlos Bianchi, a certificação é resultado do trabalho de cada um dos seus 83 funcionários, que têm como referência liderar posição no mercado de filmes de adesivos e ser referencial de quali-

Antônio Carlos Bianchi (diretor da Pollibox) e Adriana Bianchi (auditora do Bureau Veritas Certification)

dade e desempenho por produtos atualizados tecnologicamente e pela excelência de seus serviços.

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Acrílico e cortes a laser

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A história da Affare está ligada à indústria da moda, oferecendo componentes e acessórios em diversos materiais, como acrílico, madeira, couro e sintético, além de couros estampados ou vazados a laser. A empresa também presta serviços de corte e gravação a laser em diversos materiais naturais e sintéticos. Sua tecnologia permite ainda reproduzir estampas digitais, em diferentes superfícies, com cores vibrantes e durabilidade. A supervisora de vendas Elinéa Argente ressalta, dentre os lançamentos para o inverno 2014, uma nova proposta em gravação de solado, que teve como inspiração o design de azulejos. Neste mesmo material, a empresa também destaca alças de bolsas e apliques para calçados e artefatos. De acordo com Elinéa, "o corte em acrílico está em alta no calçado, e se tornou uma boa nova oportunidade para a empresa que tem experiência em desenvolver soluções nesta matéria-prima".

Aspecto de desgaste Com soluções tecnológicas inovadoras, a BHZ produz tecidos especiais e exclusivos para os setores de calçados, bolsas e acessórios. Unindo design criativo e esforço contínuo para o aperfeiçoamento dos acabamentos, oferece produtos únicos, utilizando seis diferentes processos: digital, metalização, convencional, artesanal, pintura a mão e especiais. Um dos destaques de grande aceitação se trata de um desenvolvimento com técnica artesanal, cujo resultado é um produto com efeito amassado. O diretor da empresa, Marcio de Rezende, conta que se trata de um produto específico para calçados e bolsas, e a ideia foi "proporcionar um aspecto de desgaste, como se tratasse de um material antigo".

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Modernidade em transfers termocolantes Especializada no desenvolvimento e produção de transfers termocolantes para o mercado de moda, e apostando na exclusividade para agregar valor ao produto e torna-lo competitivo no mercado da moda, a Blaze Transfers utiliza materiais como strass, pedras, metais e lantejoulas nos seus desenvolvimentos. A supervisora comercial Regina Campos explica que a empresa oferece uma ampla gama de especialidades, aliando meticulosos trabalhos manuais e tecnologias que asseguram acabamento e qualidade aos produtos finais. "A empresa procura sempre ampliar o leque de parcerias para oferecer novas alternativas de aplicações em diferentes bases, como pelos e madeiras." Ela complementa que a Blaze recolhe as sobras de materiais para recuperá-los, e desta prática surgiu uma nova oportunidade para os negócios.

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Inovações para o setor de couro

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A Rhodia, empresa do grupo Solvay, oferece uma ampla gama de soluções para diversos segmentos do setor de couro no Brasil, contribuindo há mais de cinco décadas para o desenvolvimento do mercado. Entre essas soluções está a linha de produtos Rhodiaeco, um sistema de curtimento de couro ao cromo e vegetal, cujos atributos permitem maior eco-

nomia e praticidade operacional e proporcionam como resultado final um couro de melhor qualidade. Desenvolvida no Brasil, a tecnologia oferece como benefícios melhor resistência físico-mecânica, uma flor fina e firme, um toque uniforme, couro mais aberto e compacto, além da eliminação dos problemas causados pela basificação -

Confraternização com clientes e parceiros Comemorando cinco anos de atividades da filial em Caxias do Sul, a Metal Coat/RS realizou em setembro uma palestra para detalhar tecnicamente aos seus clientes e parceiros as mais novas tecnologias disponíveis para tratamento de superfícies em metais. Durante o encontro, que teve como propósito proporcionar o melhor aproveitamento dos produtos fornecidos ao mercado, o gerente técnico André Luiz Vojciechovski salientou aos convidados a importância dos processos de cobre, níquel e verniz cataforético. André Luiz conta que o cobre alcalino pode ser aplicado sobre aço, zamak e latão, como base para a aderência das outras camadas que completam o revestimento eletrodepositado. Esta camada obtida a partir de banho ácido é importante para determinar o padrão final do acabamento no que se refere a alto brilho e nivelamento. Já a camada de níquel obtida do banho por eletrodeposição é imprescindível quando se requer acabamentos que tenham a durabilidade estendida e atendam às normas de avaliação de testes de corrosão e uso.

O palestrante com a gerente comercial Marilene dos Passos e colaboradoras da empresa

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como manchas e probabilidade de soltura da flor -, redução de rugas, couro mais cheio e possibilidade de ganho de área. A empresa também atua no setor de couro com os solventes sustentáveis Augeo®, derivados de glicerina, bicarbonato de sódio (Bicar® Tec) e sulfeto de sódio, ambos aplicados em fases do curtimento do couro.

Homenagem marca 20 anos de fundação

Direção e colaboradores da Colorgraf com o vereador Inspetor Luz

Por requerimento do vereador Inspetor Luz, a Colorgraf foi homenageada na Câmara Municipal de Novo Hamburgo/RS por seus 20 anos de fundação. A homenagem reuniu colaboradores e a direção da empresa no evento que ocorreu durante sessão realizada no Plenário em setembro. No segmento gráfico, a Colorgraf é um dos ícones da indústria de Novo Hamburgo. Fundada em 1993 e impulsionada por investimentos em gestão e tecnologia, a empresa vem crescendo sob a direção de Victor Luis Arnold, Ismael Henrique Arnold e Natália Cristina Arnold. A gerente de marketing da empresa, Jordana Drawanz, considera a homenagem muito especial. Afinal, são 20 anos de fundação com uma história de muitas realizações, marcada pelo comprometimento e responsabilidade social com seus colaboradores, clientes e a comunidade, compromisso este que se reflete no posicionamento entre as 50 maiores empresas da região Vale do Sinos.

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A gestão dos resíduos sólidos no setor Durante o 1º Seminário de Resíduos Sólidos da Indústria Calçadista, que aconteceu no dia 2 de outubro na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo/RS, o vice-presidente do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, falou sobre Inovação e sustentabilidade em novos produtos e materiais. Ele considerou que embora no Brasil, em alguns setores, a questão ambiental ainda não é tratada com devida seriedade, o segmento calçadista vem se preocupando gradativamente com a temática - apesar dos problemas logísticos e dos altos custos neste processo. Porém, há muito ainda para se avançar até encontrarmos soluções definitivas. De acordo com Soldi, quando se trata de calçado sustentável, o mais comum é se considerar aspectos como reuso dos materiais, redução dos recursos e matérias-primas, e reciclagem dos componentes. Mas existe uma questão ainda mais urgente, que deve ser pensada antes mesmo do calçado começar a ser construído. Trata-se do uso de substâncias restritivas, pois elas continuam presentes nos materiais e isso tem uma relação direta com a preservação do meio ambiente e a saúde das pessoas. Outra preocupação é com a qualidade da biodegradação, visto que este é um processo que depende de muitas variáveis, tais como as propriedades físicas e químicas dos materiais. O pesquisador ressaltou que a biodegradabilidade demanda de novas pesquisas e desenvolvimentos, e também da definição sobre qual é o tipo de biodegradação que desejamos para os nossos calçados e artefatos. "Hoje, a porcentagem aceitável para um material ser considerado biodegradável é de 90% em 24 meses, mas se em seis meses 70% já estiver degradado isso é

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O assunto foi discutido durante seminário realizado na Feevale

também um bom índice", ilustrou o palestrante. Ele destacou que existem pesquisas para a utilização de substâncias naturais em substituição as de uso tradicional, que ajudam a obter um processo de biodegradação mais eficiente, menos poluidor e que mantêm as mesmas características funcionais dos materiais, sem prejudicar a performance dos calçados. O setor ainda depende da criação de normas técnicas e definição de metodologias, mas há avanços nesse sentido. O próprio IBTeC vem desenvolvendo cada vez mais pesquisas sobre as substâncias de uso restrito e a microbiologia, para oferecer todo o aporte técnico, científico e tecnológico para as indústrias que buscam agregar aos seus produtos diferenciais competitivos. "O Brasil ainda não tem uma legislação sobre o uso de substâncias restritivas em calçados e componentes, mas já caminha nesta direção. Outro passo importante são os estudos para a criação das normas para a certificação do couro. Essas diretrizes são muito impor-

tantes para o futuro do sistema coureirocalçadista no cenário mundial e elas estão em curso através do CB-11, cuja secretaria funciona na sede do IBTeC", informou.

Projeto de pesquisa Os professores da Universidade Feevale Dr. Vanusca Jahno e Dr. Luiz Robinson apresentaram o projeto de pesquisa Reciclagem de Resíduos na Indústria de Calçados e Avaliação da Degradação desses Materiais. A universidade implantou um laboratório de reciclagem, através do qual realiza uma série de avaliações com relação à degradação de materiais por processos mecânicos ou no solo. Ressaltando que o setor é líder na geração de resíduos, os pesquisadores consideraram que a biodegradabilidade dos produtos é um desafio ainda a ser vencido.

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Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (Lassu/USP), Teresa Cristina Carvalho, apresentou o Programa Origem Sustentável, uma iniciativa da Abicalçados e Assintecal que certifica indústrias que adotam processos de produção sustentáveis tanto do ponto de vista ambiental quanto social, cultural e econômico. São quatro categorias (branco, bronze, prata e ouro) e cada uma tem vários indicadores classificados como desejáveis, muito importantes e obrigatórios. Em reconhecimento à iniciativa que busca a valorização das marcas brasileiras no mercado internacional através da sustentabilidade, o programa recebeu recentemente premiação concedida pela Câmara Brasil-Alemanha.

Inovação e sustentabilidade De acordo com o pesquisador da Feevale, prof. Me. Luís Werlang, de nada adianta todo o esforço para a criação de um conceito de produto sustentável, se o projeto não contemplar também a forma como este artigo será exposto, embalado e distribuído para o consumidor. Vivemos em um universo marcado pela rápida substituição dos produtos, especialmente os eletrônicos, e quem os desenvolve precisa ter a responsabilidade de criar, na mesma velocidade do consumo, soluções que minimizem o impacto ambiental gerado pelo descarte dos equipamentos ultrapassados e também pelos novos que chegam ao mercado. "Mais do que aplicar o uso inteligente dos materiais e se responsabilizar durante todo o ciclo de vida dos produtos, é preciso simplificar o uso, o descarte e a desmontagem, e isso vale também para os artigos de moda", sugeriu.

Ecodesign A pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Lia

Buarque de Macedo, falou sobre Ecodesign/Ecocase, listando uma série de ações que podem ir ao encontro da legislação no quesito reciclagem/ reaproveitamento e logística reversa. "É preciso que o ciclo do produto seja de berço a berço. Quanto mais vezes ele voltar, mais verde ele é", destacou, acrescentando que o que é resíduo para uma indústria pode ser matéria-prima para outra, bastando a criação de uma espécie de "consórcio" entre as mesmas.

Políticas públicas O evento finalizou com a apresentação do painel Políticas públicas em sustentabilidade e resíduos sólidos e em seguida a apresentação de cases de sustentabilidade. Representando a Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do RS, Renata Ferraz apresentou os incentivos do governo gaúcho para o desenvolvimento de parques tecnológicos, incubadoras e empresas inovadoras. O coordenador do Plano Estadual de Resíduos Sólidos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Luiz Henrique Nascimento, ressaltou aspectos da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Já a engenheira ambiental da Fundação Proamb, Taísa Trevisan, fez um balanço histórico sobre as políticas públicas para gestão de resíduos.

Cases - O Sindicato das Indústrias de Calçados de Três Coroas apresentou o Projeto Produção Consciente = Amanhã mais feliz. - O Sindicato das Indústrias de Calçados de Igrejinha detalhou projeto Caminho Sustentável. - O Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Rio Grande do Sul (Sinplast) mostrou seu programa de reciclagem e valorização de resíduos. Novembro/Dezembro 2013

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Inovação é resultado comercial No dia 9 de outubro, a CEO do Polo Tecnológico de São Leopoldo/RS (Tecnosinos), Dra. Susana Kakuta, realizou na sede do IBTeC, em Novo Hamburgo/RS, a palestra Criação Sustentável de Competências para a Inovação. Na visão da especialista, para algo ser inovador de fato, deve não apenas gerar valor junto ao cliente, mas também no caixa da empresa. Mas as oportunidades de inovação só surgem em ambientes que reúnem pessoas com ideias e talentos avançados. "A riqueza das organizações e até mesmo dos países é também resultado dos investimentos em educação. E foram os gastos com a qualificação das pessoas que fizeram nações como a Índia, a China e a Coreia crescerem tanto nas últimas décadas", ilustrou. As empresas precisam entender que nada do que já fizeram ao longo da sua história garantirá a sobrevivência no futuro, e que a competitividade depende da capacidade de cada uma para continuar evoluindo. "Os menos competentes serão substituídos por quem tiver talento para oferecer as melhores respostas, e quanto mais criativo for o capital humano das empresas, melhores serão as condi-

ções para antecipar e atender as necessidades do mercado", definiu. Um dos aspectos mais difíceis talvez seja a gestão das pessoas, pois cada indivíduo tem distintos valores, crenças e aptidões. Mas é preciso, muitas vezes, gerar um certo caos no ambiente para que sejam derrubadas as barreiras internas que separam essas pessoas, possibilitando dessa forma que as ideias se transformem em resultados. "Ninguém faz inovação sem correr riscos e é no ambiente caótico, de incertezas, que as ideias costumam proliferar", assegurou. No ambiente inovador não existem verdades finalizadas. Há sempre a necessidade de se buscar novas propostas que tragam resultados melhores.

Para isso é necessário:

Quebrar regras e sonhar; Abrir as portas e ouvir; Confiar e ser confiável; Experimentar e agir; Procurar a justiça e não a vantagem;

Errar, falhar e persistir; Pagar para ver.

Dra. Susana Kakuta (CEO do Tecnosinos)

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A palestrante lembrou que existe uma distância muito grande entre ter uma boa ideia e transformá-la em ativo de valor, e muitas empresas se perdem neste caminho por não utilizarem as ferramentas certas para avaliar a implantação da inovação. "A tecnologia pode gerar vários produtos, contemplando diferentes mercados, mas como saber qual é o melhor caminho?", questionou Susana antes de apresentar diferentes sistemas para medir se os projetos estão no caminho certo. As ferramentas permitem que se faça as adaptações necessárias e até mesmo se tome a decisão de dar ou não continuidade ante as projeções apresentadas. Dentre as citadas, a Triz e o Canvas já estão em uso, esta última disponibilizada gratuitamente via online pelo site do Sebrae. Mas ela informou que uma nova tecnologia está em desenvolvimento no Tecnosinos. Trata-se da 3 Idea, que também será gratuita via web. O projeto é financiado pela Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico/RS (SCIT) e estará disponível a partir de abril do próximo ano. O evento foi realizado durante o Happy Hour com Tecnologia, que ocorre na primeira terça-feira de cada mês, na sede do IBTeC, e é aberto a todos os interessados. Os ingressos são mediante a doação de um quilo de alimento não perecível por matrícula, e toda a arrecadação é destinada para instituições de assistência social. Os interessados no assunto e que não podem estar presentes, acompanham as palestras ao vivo através do site www.ibtec.org.br.

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Inescop apresenta soluções tecnológicas O Instituto Espanhol Te c n o l ó g i c o do Calçado (Inescop) apresentou em Bologna/ES no mês de outubro, os mais recentes avanços do seu sistema de computador Simac, que é uma referência em todo o mundo para o design de calçados, por fornecerem flexibilidade aos designers e permitir uma poupança considerável de tempo e custos de produção. De acordo com o instituto, o A + Icad3D é, provavelmen-

te, o programa mais abrangente de design de calçados, com o qual se pode criar modelos virtuais de sapatos para serem depois fabricados. Os modelos são desenvolvidos com suas dimensões reais, e o sistema inclui uma ferramenta para a criação de novos componentes (solas, plataformas, saltos etc.), bem como os adereços (rendas, zíperes, fivelas, ilhoses, rebites, e tudo de que se necessite). O sistema destaca ainda um novo módulo de programa que

elimina a rigidez dos modelos utilizando técnicas de relaxamento, bem como módulos de renderização de imagem, totalm e n t e i n t e g r a d o s pa ra a p l i c a ção, e que podem gerar imagens realistas de alta qualidade e vídeo movendo os modelos. Ta m b é m f o r a m a p r e s e n t a dos os programas para o padrão, design e fabricação de sapatos e componentes, bem como um scanner a laser 3D personalizando digitalmente fôrmas e solados.

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Coluna jurídica

Dr. Marciano Buffon advogado tributarista, professor do PPGD da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br Em tempos de crise mundial - com bruscas e inevitáveis oscilações do câmbio - o hedge surge como uma operação que proporciona garantia contra possível perda decorrente da celebração de um contrato internacional (exportação/importação entre outros). Como forma de se proteger das oscilações do câmbio, as empresas que atuam neste mercado efetuam as denominadas operações de hedge, na sistemática conhecida como NDF. Tal operação - realizada com uma instituição financeira - consiste no ajuste de uma compra, e de uma posterior venda de um direito e de uma obrigação futura vinculada à taxa cambial. Tratase, pois, de um típico contrato que visa à proteção, razão pela qual é conhecido como hedge. Ao celebrar um contrato de exportação, por exemplo, os custos de fabricação e o preço de venda são calculados levando-se em consideração a taxa de câmbio da data da negociação. Tendo em vista que, entre a data do pedido e a data do ingresso do numerário correspondente às mercadorias exportadas, transcorre um lapso signi-

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Proteção cambial (hedge): as perdas que não podem ser transformadas em lucro ficativo de tempo - com todos os riscos de oscilações cambiais - os exportadores pactuam com uma instituição financeira que: a) se a taxa cambial ficar aquém da fixada, fica garantido o recebimento dos valores em reais levando-se em consideração o que foi ajustado - neste caso a contratante obtém um ganho; b) se a oscilação implicar valorização do dólar frente ao real, o exportador obriga-se a pagar ao banco a diferença entre as taxas - neste caso suporta uma perda. No ano de 2012, e também neste em curso, houve uma substancial desvalorização da moeda nacional frente ao dólar, motivo pelo qual as empresas que atuam no mercado externo e realizaram tais operações suportaram, em regra, significativas perdas nos contratos NDF, que visavam à proteção cambial. Ocorre que, em face à previsão contida no artigo 249 do Regulamento do Imposto de Renda, na sistemática de apuração do lucro real, são adicionadas ao lucro do período as perdas suportadas nas operações realizadas nessa modalidade. Ou seja, na hipótese de a operação resultar em prejuízo, o valor correspondente à perda não pode ser considerado como uma despesa dedutível na apuração do tributo. Ao contrário, se resultar um ganho, será automaticamente tributado. Para fins fiscais, portanto, quando houver perda/prejuízo na operação, os valores respectivos serão desconsiderados, como despesas dedutíveis, na apuração do Imposto de Renda e a Contribuição Social, implicando recolhimento de tributos sobre um lucro inexistente/fictício, o qual - por mais paradoxal que pareça - é denominado

de "Lucro Real"! Esta exigência constitui grave afronta ao disposto no artigo 153 da Constituição Brasileira, bem como no artigo 43 do Código Tributário Nacional (CTN), os quais estabelecem que o fato gerador do tributo em questão é a obtenção de renda, assim considerada o acréscimo patrimonial verificado dentro do exercício financeiro. Ora, o imposto de renda e a contribuição social das pessoas jurídicas possuem como fato gerador a renda/ lucro, que inevitavelmente devem gerar um acréscimo patrimonial, uma nova riqueza, o que não se verifica quando a empresa absorve prejuízo decorrente das operações com hedge, motivo pela qual a exigência fiscal reveste-se de notória ilegalidade e inconstitucionalidade. É certo, contudo, que o entendimento exposto aplica-se apenas naqueles casos em que as referidas operações são realizadas com o intuito de verdadeira proteção, não abrangendo aquelas situações em que haja evidente cunho especulativo, as quais se materializam quando os valores contratados com a instituição financeira - para fins de proteção - excedem em larga medida os valores das próprias operações de exportação/importação. Nesta intrincada situação, mais uma vez, os contribuintes encontram-se na contingência de buscar socorro no Judiciário, com vistas a não serem compelidos ao recolhimento de imposto de renda/contribuição social sobre um lucro inexistente e, em algumas hipóteses, absurdamente, sobre o próprio prejuízo.

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Finep recebe demanda de R$ 43 bilhões para inovação Empresas e instituições de ensino e pesquisa no Brasil demonstram que não falta disposição para inovar. O resultado dos últimos sete editais lançados pela Agência Brasileira da Inovação Finep em parceria com outros órgãos públicos, em atendimento ao Plano Inova Empresa, do Governo Federal, aponta para uma demanda inicial de R$ 43 bilhões, considerando as cartas de manifestação de interesse recebidas pela Agência Brasileira da Inovação. A demanda qualificada até agosto após a análise das cartas alcançou a cifra de R$ 30 bilhões, faltando ainda apurar os números do Inova Agro, que contempla toda a cadeia do agronegócio e ainda aberto para o recebimento de propostas até o fechamento deste balanço. Os demais editais são o Plano de Apoio à Inovação dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico (Paiss), o Inova Energia, o Inova Petro, que abrange a cadeia de petróleo e gás, o Inova Aerodefesa, voltado para os setores aeroespacial, aeronáutico e de defesa, além de mais duas chamadas do Inova Saúde, a primeira delas na área de equipamentos médicos e a outra nos setores de biofármacos, farmoquímicos e medicamentos. No total, foram disponibilizados R$ 12,8 bilhões nas sete chamadas. "A surpreendente demanda por recursos para inovação comprova que a economia brasileira mudou de patamar de investimento em ciência e tecnologia", disse o diretor de Inovação da Finep, João De Negri. Se-

gundo ele, esses investimentos são decisivos para aumentar a produtividade da economia. É importante ressaltar que cada edital cumpre um cronograma de qualificações, que começa com a seleção das cartas de manifestação de interesse, seguida da realização de workshop de Instrução e Fomento de Parcerias, apresentação e avaliação dos planos de negócio e, por fim, a aprovação da proposta pelo Comitê. No final é estruturado o Plano de Suporte Conjunto, com a participação das empresas selecionadas e das instituições de ensino e pesquisa. Todas as fases contam com prazos para entrada de recursos por parte dos candidatos. Convergindo na mesma direção, a carteira de operações de crédito da Finep, que trabalha com uma demanda espontânea das empresas por recursos para inovação, também aponta para um número recorde de contratações. De janeiro a julho deste ano, a Finep bateu uma marca histórica, contabilizando R$ 2 bilhões. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento de 240% nas contratações. A previsão é de que até o final de 2013 a Finep alcance um volume de contratações em torno de R$ 5,5 bilhões. Atualmente, a carteira potencial da Finep, considerando as operações contratadas, em fase de contratação e em análise, soma R$ 13,1 bilhões. Em relação a dezembro de 2012, isso representa um aumento de R$ 4 bilhões. Novembro/Dezembro 2013

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Exposição tecnológica Comelz A série de máquinas de corte CZ, proposta nas versões CZ/M e CZ/L, foi ampliada com a inserção do modelo CZ/XL, que permite utilizar uma área de trabalho especialmente ampla. A largura da área operacional da versão CZ/XL é de 2,4 metros, característica que permite trabalhar peles e meias-peles de bois adultos. Graças à inclinação, a área original de corte, o quadrado é ergonômico e controlável pelo operador (até 1,6 m de profundidade). Os braços telescópicos suspensos permitem que as cabeças trabalhem em uma área maior, mas sem obstruir a visão e o campo de projeção de apoio com estruturas fixas. Os projetores laser integrados garantem a visibilidade completa das formas: a grande área de trabalho é iluminada por um sistema de lâmpadas LED, orientadas para evitar reflexos. O sistema de admissão da pele controla uma grande quantidade de microssetores independentes, o que reduz as áreas que permanecem descobertas ao longo do contorno irregular da pele. Totalmente desenvolvido, fabricado e integrado pela Comelz, apresenta ferramentas (oscilador lâmina movimento, caneta, torre de perfuração) rápidas, robustas e confiáveis. A rotação é de acesso rápido e fácil para a mudança de ferramentas. A alta tecnologia em cada modelo é equipada para aperfeiçoar o projeto final, reduzindo o desgaste das lâminas e placas de corte. O software de controle é capaz de maximizar a qualidade e o desempenho de uma forma simples e direta, tendo como características peças de corte à distância "0", agrupamento de peças (de nestings diferentes), correspondência automática das peças com rototranslação, fronteiras internas que se sobrepõem, corte programável, marcação, estatísticas de consumo de material e também um editor acessível dos modelos. As estações de trabalho são equipa-

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O modelo CZ/XL é a mais recente proposta da empresa se diferenciando pela praticidade

das com um projetor laser e um monitor de controle que facilitam a coleta e verificação das peças cortadas em um local bem iluminado e equipado. Como opção, há também uma visão integrada do sistema multiponto: enquanto a máquina processa, fornece informações para a colocação de nesting automático, para o recorte e a correção dos materiais com distorções da superfície. Para cortar os materiais estão disponíveis em cada versão rolos, e até mesmo um único ou múltiplo sistema integrado, para estender automaticamente o material (sem tencioná-lo) e mantêlo sempre alinhado com a correia transportadora. Moderna, confiável, prática e altamente funcional, a mesa NT/XL para a marcação e a colocação digital do couro, fora da linha, é a mais recente proposta, que se diferencia pela praticidade. O uso desta unidade, em combinação com as ilhas de corte Comelz, é capaz de eliminar os desequilíbrios entre os tempos de colocação e de corte nesses sistemas, obtendo, de acordo com o caso, aumentos significativos de produtividade. As principais características desta mesa são medição/classificação dos couros e cálculo dos consumos; marcação de couros e colocação das peças em diferentes modalidades; somente marcação de couros, com colocação de peças automática, realizada diretamente na máquina em tempo real, paralelamente ao corte. Além disso, uma estrutura tubular,

prática e leve suporta uma única trave aérea que integra quatro telecâmeras de alta definição para reconhecimento do couro e controle da caneta de marcação virtual; três projetores a laser, sempre visíveis, para projeção das marcações virtuais e colocação manual; iluminação com LED, integrada por uma cobertura para luzes naturais diretas (opcional). O tapete móvel inclinado, de amplas dimensões, recebe facilmente todos os tipos de couro e permite ao operador examinar as peças sempre de perto. A caneta digital antiarranhão marca virtualmente defeitos e áreas de qualidade e ativa todas as funções e comandos principais do sistema, evitando o uso do mouse.

A pequena CZ/P A grande atenção às exigências de um pequeno setor do mercado deu vida à personal cutter CZ/P, que definiu um novo conceito de unidade de corte compacta, de alta acessibilidade, dedicada às amostras, mas sem comprometer a qualidade e a eficiência funcional. Inspirado por máquinas de corte à bandeira, com área de trabalho com elevada acessibilidade e área de corte de 1,3 x 0,7m, o novo personal cutter é agora apresentado em uma correia transportadora para o auxílio do tratamento de peles na superfície de sucção, que se projeta para além do âmbito de utilização de amostragem, para o uso em produção.

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Femicc e Maquintex comemoram sucesso de público e negócios A Luís Vieira - luis@tecnicouro.com.br

Maquintex - Feira de Máquinas, Equipamentos, Serviços e Química para a Indústria Têxtil e a Femicc - Feira de Máquinas para a Indústria Coureiro-Calçadista, realizadas entre os dias 20 e 23 de agosto, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza/CE, superaram todas as expectativas iniciais. Durante os quatro dias, as duas feiras receberam 21 mil visitas profissionais, aumentando em 17% as expectativas iniciais dos organizadores, que informam um volume de negócios da ordem de R$ 587 milhões, considerando as duas mostras. O diretor-presidente da FCEM, Hélvio Roberto Pompeo Madeira, declarou que "o Nordeste é hoje um dos mais importantes polos para o setor têxtil e de confecção do País e o sucesso da Maquintex 2013 evidencia a força da indústria local, incentivando outros polos a também investirem em maquinário. A Maquintex é hoje a maior e mais importante feira da indústria têxtil na região", assegura. Sobre a primeira edição da Femicc, o executivo considerou que o evento fez sua estreia superando as expectativas. "É uma resposta ao forte e positivo desempenho do mercado coureiro-calçadista na

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Durante os quatro dias, mais de 21 mil pessoas percorreram os corredores e estandes das duas feiras

região Nordeste do Brasil, dentro do qual o Ceará é um dos estados que mais se destacam, principalmente graças aos incentivos fiscais e à mão de obra menos onerosa", contextualizou. Organizados e promovidos pela FCEM Feiras e Congressos, os dois eventos terão suas próximas edições realizadas entre os dias 18 a 21 de agosto de 2015, no Centro de Eventos do Ceará/CE.

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Avaliação dos fabricantes de máquinas A Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) coordenou a participação do setor de máquinas na Femicc 2013, em uma ação que teve a parceria com o Sebrae/ RS. O gestor de projetos da Abrameq, Vinicius Fonte, observou que "o custo benefício mostrou-se interessante para os participantes, em virtude do bom fluxo de visitantes e da qualificação dos mesmos, vinculados à estrutura inovadora do evento". Acrescentou que os expositores receberam a visita de representantes de importantes empresas com grande representatividade no nordeste. O resultado da feira, segundo a entidade, foi positivo, com a geração de aproximadamente R$ 100.000,00 em negócios durante o evento. Negociações em andamento ainda podem gerar, nos próximos meses, em torno de R$ 1.200.000,00 em venda de máquinas. O diretor da Sul Máquinas, Werner Beche, considerou que o Nordeste é uma região para ser desbravada, numa aposta para possíveis negócios no futuro. "O movimento foi bom, com bastante contatos novos e também de já clientes." O diretor da Gilmaq, Josinei Correa, informou que fez novos contatos e chegou a fechar pedidos na feira. "Os contatos podem render negócios alguns meses após o término da feira." O gerente administrativo da WO, Sandro Luís da Silva, recebeu clientes e empresas que ainda não são parceiras, e se

Para a maioria dos expositores os resultados foram positivos

animou com os resultados. "Eles vieram em busca de novidades, principalmente com dispositivos de acordo com a NR12 e nós expusemos modelos que atendiam a esta expectativa." Já o diretor da Comelz, Marcelo Cezario, qualificou o evento como muito bom. "Foi acima da expectativa. Recebemos clientes não só da capital, mas também de outros estados como a Bahia. A indústria calçadista compareceu e gostou do que viu." O gerente geral da Dakota Maranguape, Carlos Adriano de Souza, coordenou a visita de 50 profissionais da empresa e gostou da experiência. "Além ser palco para a realização de negócios, este tipo de evento oportuniza aos profissionais o esclarecimento de dúvidas sobre os equipamentos, diretamente com os técnicos das empresas fornecedoras. Parabenizo os idealizadores, que trouxeram as indústrias de base para o

Ceará."

Podia ser melhor Apesar de tantas avaliações positivas, alguns expositores consideraram que são necessárias mudanças para atrair mais público nas próximas edições. A diretora da Maquetec, Margarida Lorscheitter, esperava uma movimentação maior, e resultados melhores devido aos investimentos necessários para se participar de feiras. O diretor da Máquinas Concordia, Luiz Feltyes, também considerou a feira fraca, mas lembrou que a queda de público tem sido uma tendência nas feiras do setor. O gerente industrial da Açoreal, Fabrício Koch, reconheceu que houve crescimento gradativo da visitação, sendo que o movimento do terceiro dia foi muito bom, com resultados positivos para a empresa, mas o evento poderia ter sido mais divulgado. Novembro/Dezembro 2013

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Entidades locais prestigiam a primeira edição Além da Abrameq, a Femicc Nordeste 2013 contou com a participação de outras duas entidades setoriais - o Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros e Peles do Estado do Ceará (Sindicouros) e o Sindicato da Indústria de Calçados de Fortaleza (Sindicalf), representando junto aos visitantes as indústrias dos respectivos setores da cadeia produtiva.

Sindicouros

Visitantes tiveram o apoio dos sindicatos do couro e do calçado

O Sindicouros conta com sete

pois o consumidor de calçados

2013, o setor exportou 24,5

associados estabelecidos na

com esta matéria-prima se

milhões de pares de calçados

região metropolitana de Fortale-

concentra nas camadas A e B.

de injetados, de material sintéti-

za e em Juazeiro do Norte, que

Outra demanda é a competição

co e de couro.

produzem especialmente

com o sintético, que tem ampla

couros bovinos dos estágios

aceitação na produção local. "O

calçadistas empregam 60 mil

wet ao acabado, mas alguns

segmento de estofamento não

trabalhadores diretos, e uma

também desenvolvem couros

tem tempo ruim. Está em

das principais dificuldades

de caprinos e ovinos. Uma das

desenvolvimento contínuo, e os

apontadas pelo Sindicalf,

maiores dificuldades é que

empresários buscam a melhor

apesar dos incentivos fiscais

80% dos rebanhos que abaste-

colocação para o seu produto,

que fizeram muitas empresas

cem as indústrias do couro

o que favorece a configuração

instalarem unidades de produ-

encontram-se fora do CE.

desta realidade", ilustra.

ção no Nordeste Brasileiro, é o

A delegada do sindicato, Rejane

excesso de carga tributária,

Oliveira de Medeiros, revela que os couros cearenses são

além da logística e transporte

Sindicalf

deficientes.

direcionados principalmente

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No estado, as indústrias

A assessora sindical, Regina

para a indústria de

O Ceará abriga hoje 367 indús-

Caetano, considerou a Femicc

estofamento, que proporciona

trias de calçados, fixadas nos

como "uma boa oportunidade

mais lucratividade. Ela defende

polos de Juazeiro do Norte,

dos empresários conhecerem e

que, apesar do propagado

Crato, Sobral e Fortaleza, cujo

se atualizarem com novas

crescimento do consumo na

faturamento mensal gira em

tecnologias que antes só era

classe C, este reflexo não foi

torno de R$ 4,5 milhões. So-

possível participando de feiras

sentido no calçado em couro,

mente no primeiro semestre de

fora do Estado".

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Ceará Moda Contemporânea revela talentos Charme, glamour, estilo e criatividade marcaram a noite da grande final do concurso Ceará Moda Contemporânea 2013, realizado pelo Sinditêxtil/CE, Sindroupas e Sindconfecções, juntamente com Sebrae e Senai. O Concurso, que teve como objetivo motivar os que fazem a moda no Ceará e mostrar à sociedade a sua relevância, reuniu estudantes, autodidatas e profissionais da moda, nas categorias Design, Modelagem e Costura. Os participantes foram avaliados considerando quesitos como técnica e criatividade durante as etapas da competição. Na categoria Design, o primeiro lugar ficou para o estudante de moda David Lee. Ainda nesta categoria, o Prêmio de Reconhecimento ficou para o piauiense e estudante de design de moda na Universidade Estadual Vale do Acaraú-IDECC, Bruno Oliveira Araújo. Já nas categorias Modelagem e Costura, os primeiros lugares ficaram para a dupla Rita de Cassia da Silva Viana/ Aldenira da Silva Gomes e Admilla Niva Rabelo. Paulo Cesar Holanda e a dupla Jefferson da Silva Castro/Angélica Oliveira Barreto foram agraciados com o 2º e 3º lugares em Modelagem. Na categoria Costura, Ana Lúcia Dias Alves e Janaína Braga da Silva ficaram com o 2º e 3º lugares, respectivamente.

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Seminário Tecnológico Paralelamente às feiras Femicc e Maquintex aconteceu o Seminário Tecnológico, com a realização de uma série de palestras técnicas

Elaine Radicetti - especialista em

para a elaboração das tabelas, deve ser criado um manual de medição do produto acabado, utilizando cotas e contendo uma tolerância para cada medida determinada. Outra necessidade é a padronização da ficha técnica do produto acabado para ser uma norma da empresa. Para que se obtenha resultados é preciso que haja o comprometimento de todos. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) realiza um estudo antropométrico para a elaboração de tabelas de medidas da população.

padronização de medidas para o

Normas de segurança NR-12

vestuário

Modelagem tridimensional A palestrante Elaine Radicetti apresentou o painel Modelagem Tridimensional para Design de Moda. Ela explicou que a modelagem tridimensional para o design de moda significa o trabalho conjunto das equipes envolvidas no desenvolvimento de produto. "O trabalho de modelar sob a forma tridimensional qualifica o processo de produção do vestuário associando estilo, ergonomia e modelagem permitindo à indústria nacional aprimorar seus produtos para o consumo interno e assegurar sua competitividade em novos mercados", destacou. A padronização de medidas do corpo para o desenvolvimento de produtos de uma empresa deve ser elaborada com o consenso dos envolvidos, definindo segmentos e suas respectivas grades

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O painelista Moises Abreu contou que, com a criação da cartilha de segurança em equipamentos para calçados e a divulgação da NR12, as escolas técnicas (Senai-SP), que possuem cursos profissionalizante na área do vestuário, passaram a buscar fatores de risco para melhorar as especificações de compra também dos equipamentos para o vestuário. No início, as empresas do vestuário não deram importância, porém quando souberam que empresas de calçados haviam sido multadas e, em alguns casos, tiveram suas portas temporariamente fechadas em decorrência de não cumprimento dos prazos para adequação de seus equipamentos, fixaram seus olhares para seus processos internos, mais precisamente o setor de corte de tecido, que possui máquinas de corte vertical, de disco e balancim

com os mesmos riscos eminentes ao do corte de couro, embora os processos e equipamentos sejam diferentes. Também as máquinas de costura começaram a se mobilizar no sentido de adequação dos equipamentos. Os reflexos destes esforços são as empresas que trabalham com vendas de peças e acessórios que incorporaram em seu catálogo de produtos alguns modelos de dispositivo de segurança, como por exemplo, protetor de olhos e protetor para os dedos utilizados em alguns modelos de máquinas de costura industrial. "Estamos longe de certificar todos os produtos que estão no mercado, porém, os avanços já estão sendo vistos. Por fim, ainda não há uma luz no final do túnel, já que até o momento não se tem um prazo determinado para a adequação tanto das empresas quando dos produtos importados", considerou.

Moises Abreu - tecnólogo em produção do vestuário e instrutor do Senai

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Reinaldo Rozzatti - presidente do Conselho Consultivo e de Ética da Abtt

Sustentabilidade e meio ambiente Na sua palestra, Reinaldo Rozzatti defendeu que o homem é o único responsável pelo atual estado de degradação da qualidade de vida do planeta e, se não houver consciência coletiva de que é necessário esforço de todos e ampla colaboração governo-sociedade, o legado para as próximas gerações será bastante sombrio. Ele lembrou que o desenvolvimento sustentável só é possível onde a exploração dos recursos naturais e a orientação dos investimentos estejam de acordo com as necessidades atuais da humanidade sem comprometer as futuras gerações, e que o triângulo da sustentabilidade é composto pelo uso racional da água, menor consumo de energia - como consequência menor consumo de combustíveis necessários para geração de energia, eletricidade, vapor etc. e, portanto, com menor geração de CO 2 , o

grande causador do efeito estufa que provoca o aquecimento global. Com relação à indústria têxtil, de confecção e de moda, ele citou várias ações que colaboram de maneira efetiva para a sustentabilidade do planeta, dentre elas controle do fluxo e volume nos banhos e máquinas; otimização dos processos de produção e o ajuste da qualidade do prétratamento; combinação de diferentes tratamentos em um único processo; reuso da água; coleta e armazenagem da água da chuva; obter efeitos em peças confeccionadas empregando ozônio, laser e ação mecânica; desenvolver programas de coleta e separação de retalhos, sobras de linhas para o reaproveitamento.

Tendências inverno 2014 Renato Dreher apresentou tendências em calçados e artefatos para o inverno 2014, cuja pesquisa é baseada no que foi mostrado nas semanas de moda em Nova York, Milão e Paris em meados de fevereiro. A cartela que ele propõe é dividida em quatro temas: Planeta Gelado, Desper tar, Reflexão e Reviver, e o palestrante apresentou as cores dominantes em cada um. O Reviver, por exemplo, é uma tendência que remete ao passado e apresenta as cores mais intensas de toda a cartela. O vermelho e amarelo se destacam entre tons mais sóbrios, que também figuram nesta proposta. O branco não está na cartela

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oficial, mas é uma cor que apareceu muito forte nas propostas de vários designers, inclusive em sandálias. Quanto aos materiais, ele sugere que os pelos longos caminham para a sua reta final, mas as versões com pelos curtos ganharam força, assim como a estampa avestruz, que se torna tão forte quanto outras, mais tradicionais. O nubuk e a camurça ganham mais importância, assim como o veludo e os tecidos com estampas abstratas. MODELOS - uma aposta é que os calçados não venham totalmente fechados, mas sejam híbridos. As botas vasadas e as sandálias com cano ilustram bem a proposta. “Os detalhes vão realmente fazer diferença, e o uso de várias fivelas em um mesmo modelo evidencia a tendência. As propostas maxi passam a ser supermaxi, principalmente em anéis, braceletes, brincos, colares e cintos”, complementa.

Renato Dreher - diretor do portal Tencências.com e da Trends & Fashion Novembro/Dezembro 2013

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O papel dos calçados na atuação dos atletas Luís Vieira - luis@tecnicouro.com.br

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o longo da história dos Jogos Olímpicos, o Brasil conquistou 108 medalhas - 23 de ouro, 30 de prata e 55 de bronze, o que o posiciona como o 4º maior ganhador das Américas. Parece uma boa atuação, mas vale destacar que, sozinho, os Estados Unidos conquistaram 104 medalhas na competição de 2012, em Londres, quatro a menos do que nós em todas as edições. Esta comparação muda a perspectiva quanto ao desempenho da nossa nação, mas o que o setor calçadista tem a ver com isto? É o que será abordado nesta reportagem. As disputas que melhor traduzem o espírito olímpico são as do atletismo. Com 47 provas (24 masculinas e 23 femininas) essa é a modalidade que distribui o maior número de medalhas em cada edição (141, somando ouro, prata e bronze). Durante os jogos em Londres, as medalhas do atletismo reluziram no peito de atletas de 33 nacionalidades, porém o Brasil ficou de fora. Pois nenhum dos nossos atletas imprimiu a sua marca entre os que correram mais rápido, saltaram as maiores alturas ou distâncias, e tampouco entre os que fizeram os melhores lançamentos. A primeira medalha olímpica do atletismo brasileiro foi recebida em 1952, e de lá para cá vieram somente mais 13 - quatro delas de ouro: salto triplo (1952 e 1956), corrida 800 metros (1984) e salto em distância (2008). O fraco rendimento se repete na maioria das outras modalidades, resultando na nossa baixa expressividade no quadro geral de medalhas. Em 2012, por exemplo, ficamos em 22º lugar,

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atrás, inclusive, de países com índices de desenvolvimento menores que os nossos. Ante esta realidade, vale pensar sobre formas de incrementar a eficiência dos nossos atletas em 2016, ano que a cidade do Rio de Janeiro vai sediar o evento esportivo. O revés desta situação passa necessariamente pela formação de uma cultura voltada ao esporte de competição, mas isso não se cria em curto e médio prazo. São necessários muitos anos para transformar atletas talentosos em competidores de resultados, e neste processo estão intrínsecos, além da técnica, aspectos de ordem emocional, alimentar, psicológica, disciplinar etc. Isso sem abordar a questão de patrocínios que, com raras exceções, são escassos e canalizados a modalidades com grande exposição midiática.

Como melhorar este panorama? Este foi o questionamento do palestrante Guilherme Pelitti, da escola de atividades criativas Perestroika, durante o Inspiramais, realizado pela Assintecal no último mês de junho. Instigando as indústrias de calçados e componentes a pensar sobre como poderiam contribuir para melhorar o desempenho dos atletas nacionais, ele lembrou que nove das 17 medalhas conquistadas pelo País nas Olimpíadas de Londres, ou seja, pouco mais da metade, vieram de modalidades descalças. "Será que o setor não tem condições de ajudar no rendimento dos atletas brasileiros nos esportes em que se usam calçados?", perguntou. Se por um lado o uso de calçados com tecnologias avançadas não garante vitória, por outro eles são uma ferramenta adicional para a conquista de resultados. Afinal, em provas decididas em centésimos de segundos, como as corridas, ter um calçado mais leve, com sistema para facilitar a arrancada, solado que ofereça maior estabilidade ou palmilha que minimize a pressão plantar pode, sim, fazer diferença. Este é o momento para o setor pensar, junto dos seus fornecedores, em soluções para aumentar a competitividade dos esportistas, e também se beneficiar, das Olimpíadas/2016, da Copa do Mundo, que acontecerá no Brasil em 2014, e de todos os eventos dos próximos anos. Mercado - De acordo com Amir Somoggi, especialista em estudos de administração e auditoria esportiva, em 2012 as vendas globais das três maiores grifes esportivas somaram 48 bilhões de reais. Os tênis representam 56% das vendas da Nike, 46% da Adidas e 49% da Puma. No Brasil, o setor movimenta receita anual de R$ 75 bilhões. Somente com a venda de tênis são faturados mais de R$ 8 bi ao ano.

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Design e tecnologia em calçados esportivos Quando observamos atentamente os calçados esportivos, podemos constatar que eles são resultado da junção de vários materiais e, para cada tipo de atividade, apresentam algumas características principais, as quais são incorporadas de diferentes formas, de acordo com as propostas individuais das marcas. Cada modalidade necessita de um determinado tipo de calçado que melhore o rendimento e preserve a integridade física dos atletas, e vale ainda destacar que as pessoas possuem suas próprias peculiaridades. Por exemplo, enquanto algumas têm a pisada neutra, outras são pronadas ou supinadas, e existem calçados que ajudam a compensar essas e outras particularidades.

Características básicas para algumas modalidades esportivas

leveza e a flexibilidade ajudam o atleta a atingir a velocidade a uma curta distância. Os pinos na frente auxiliam neste propósito, enquanto os do calcanhar proporcionam aderência.

(fonte: design-technology.org/sportshoes)

Corrida de velocidade: O calçado deve ser leve e oferecer flexibilidade na frente. Os modelos tendem a ter pinos localizados na parte da frente, os quais ajudam os atletas a lidarem com os vários tipos de superfícies. A maioria dos atletas olímpicos têm sapatos personalizados nesta modalidade. Corrida de distâncias longas: Os calçados têm de ser resistentes e flexíveis. Uma prioridade real, e uma das preocupações, além da prevenção contra o surgimento de bolhas é a absorção do suor. Esses tênis apresentam malhas no cabedal para permitir a respiração do pé. Enquanto o amortecimento é muito importante, os pinos não são essenciais. Salto em altura: A sola é espessa para proporcionar o máximo apoio. A

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Salto com vara: Esta modalidade exige velocidade do atleta, tanto no solo quanto no ar. Na maioria dos modelos, os cadarços são substituídos por tiras, para tornar os calçados mais flexíveis e estáveis. Os pinos aparecem na parte frontal do solado, e têm a função de proporcionar maior aderência antes do salto.

Calçados específicos para futebol

em metal ou metal coberto de materiais compósitos. Como alternativa, existem travas tipo lâmina, para facilitar a penetração na terra macia do gramado, oferecendo maior tração. Normalmente este tipo de calçado não amortece impactos do solo, visto o terreno ser naturalmente macio. Campo ralo: Gramados ralos exigem solados que façam a distribuição da pressão pela maior área possível, oferecendo simultaneamente um aumento de tração. Por isso apresentam maior quantidade de travas, que possuem menos altura e maior base.

Para escolher as chuteiras adequadas se deve ter atenção a três fatores, como tipo de terreno de jogo, posição/estilo do jogador e necessidades biomecânicas do atleta.

Gramado artificial: Futebol em grama artificial necessita do uso de uma quantidade ainda maior de travas, que são de perfil baixo, oferecendo maior apoio, tração e distribuição de força. As solas são versáteis, podendo ser usadas em diferentes superfícies duras.

O terreno de jogo Gramado normal: as travas para o terreno macio, relvado e terreno úmidos normalmente são de rosca

Indoor: Os calçados para futebol de salão apresentam a sola em borracha de látex para uma maior flexibilidade e tração nas superfícies lisas dos ginásios.

(fonte: calçadoesportivo.com)

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Futebol de campo Centroavante: Para privilegiar a velocidade, a flexibilidade e o remate, as chuteiras são construídas em formato de calçado de corrida e são usados materiais bem leves. Travas em forma de lâmina ou semi-curtas. (foto 1) 1

Laterais/Meio campo: Reforçar a precisão e o controle de bola são prioridades. Chuteiras com formatos mais largos e materiais macios facilitam os passes, os remates e os cruzamentos. Travas dispostas para facilitar movimentos de rotação. (foto 2)

Centrais/Goleiro/Zagueiros: Chuteiras com travas profundas oferecendo uma excelente tração. Formato mais largo visando a maior estabilidade, e uma estrutura sólida para evitar lesões em casos de colisão. (foto 3)

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Futsal Goleiro e fixo: Privilegiar calçados com solas mais firmes e estáveis, e uma estrutura sólida para evitar lesões em casos de colisão. Os goleiros que também ataquem, assim como o fixo, devem procurar um equilíbrio entre estabilidade e firmeza, para situações de defesa, e alguma flexibilidade e resposta em situações de ataque. (foto 4)

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Alas: Os alas devem procurar calçados que facilitem os movimentos de rotação, os dribles e controlo de bola, além da precisão nos passes, podendo optar por modelos com formatos semi-curvos. (foto 5) Pivô: Deve procurar calçado com o centro de gravidade mais baixo (sola fina) mais flexível (formatos mais curvos) e que lhe permita tirar vantagem do seu poder de finalização. (foto 6)

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O nascimento da chuteira que se propõe a ser letal aos adversários Lançada pela Nike com o status de chuteira mais avançada do mundo, a Hypervenom foi elaborada a partir das sugestões de alguns dos maiores jogadores da atualidade, entre eles, Neymar, Wayne Rooney e Zlatan Ibrahimovic. Esses e outros atletas destacam uma questão em comum: precisam de um calçado que os ajude a driblar zagueiros e volantes em alta velocidade e a chutar a bola com precisão de qualquer ângulo. O pedido veio direto de Neymar: "Me ajude a criar espaço com mais frequência e mais rapidamente na partida. Eu quero uma chuteira que melhore minha agilidade e permita que eu possa chutar antes da chegada dos zagueiros". A contribuição foi valiosa para o desenvolvimento. De acordo com o vice-presidente da Nike Futebol para Calçados, Phil McCartney, a Hypervenom se concentra em um detalhe fundamental - a criação do espaço para marcar o gol. "Foi projetada para aumentar a agilidade do jogador e sua capacidade de chute", disse ele. A equipe liderada pelo diretor de design da Nike, Denis Dekovic, começou analisando o ataque dos times. "O jogo está mudando. Ele costumava ser veloz com foco no atacante. Mas agora todo mundo é rápido", contou. "A criação da Hypervenom é uma reação à forma como o jogo evoluiu. Os jogadores querem ser mais velozes. Não apenas na corrida em si, mas rápidos também com a bola nos pés em pequenos espaços. Eles querem aproveitar a agilidade natural para encontrar o milímetro que puderem na grande área congestionada, criando chances quando menos se espera. Os volantes modernos, mais ágeis, precisam ser derrotados e a Hypervenom foi projetada para fazer exatamente isso", assegurou. Para Dekovic, o talento e a facilidade de improviso desses jogadores deixam os torcedores entusiasmados. "Eles são os defensores de seu clube em campo e todos esperam que representem a maior

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ameaça para o adversário. O desafio para nós é como aproveitar isso e dar ao jogador o melhor produto para aumentar essa vantagem", acrescentou o diretor.

Revolução A equipe de Design da Nike trabalhou em um produto que revolucionasse a maneira de fabricar esses calçados esportivos. O cabedal foi criado com o sistema Nikeskin, que possui uma malha flexível, macia, presa a uma película de poliuretano fina. A parte de cima traz ainda a tecnologia ACC (em português significa Controle em Todas as Condições), que favorece o domínio de bola tanto no gramado seco quanto no molhado e se adapta a qualquer condição climática. A chuteira também apresenta o molde mais anatômico da Nike, que deixa o pé mais perto do chão e da bola. Para chegar a este resultado, a empresa trabalhou com alguns dos maiores podólogos do mundo para criar uma sola que aumentasse a capacidade do jogador

ao dar o passo de arranque para escapar da defesa. Dessa parceria surgiu uma sola de náilon comprimido que torna a placa leve e de alta resposta. O calçado ainda conta com a configuração e o comprimento das travas projetados para permitir a penetração e liberação mais rápida do gramado. Outra novidade é a ranhura na parte frontal da chuteira. Ela ajuda a ativação rápida do osso metatarso, área que define o tempo de reação do primeiro movimento do pé. A marca teve ainda a colaboração de biomecânicos, fisiologistas e técnicos de clubes. "A Hypervenom é a expressão máxima dessa nova geração de atletas imprevisíveis. Eles são ágeis. Eles são rápidos. E eles podem finalizar como poucos jogadores no planeta", afirma McCartney. A chuteira entrou em campo pela primeira vez nos pés de Neymar e Wayne Rooney, dia 2 de junho, no amistoso entre Brasil e Inglaterra, no Maracanã/RJ. O jogo terminou empatado pelo placar de 2 a 2, e Rooney marcou o primeiro gol com a chuteira apelidada de letal.

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As previsões são de boas vendas para a Zero Grau A Zero Grau 2013 - Feira de Calçados e Acessórios acontece no momento em que as pesquisas com foco para os lançamentos de calçados e artefatos estão a pleno para o próximo outono/inverno, e a expectativa dos organizadores é que esta seja a maior edição já realizada. Um dos motivos para este otimismo é justamente a sua data de realização, que coincide com a finalização das coleções propostas pelos fabricantes e com o período em que os lojistas buscam novidades para comporem as vitrinas para a estação fria. A terceira edição da mostra acontece de 18 a 20 de novembro no Centro de Feiras e Eventos Serra Park, em Gramado/RS, e já abre as suas portas com um crescimento de 50% na área locável e com a expectativa de incremento no volume de lojistas, em comparação com as edições anteriores. Atraindo compradores de todo o País e também do exterior, a mostra gera negócios que correspondem de 60 a 75 dias de produção das fábricas expositoras, o que garante esteiras cheias em janeiro, fevereiro e até meados de março. Dentre os países representados, se destacam Angola, Austrália, Bolívia, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Finlândia, Inglaterra, Paraguai, Peru, Rússia, Suriname e Uruguai.

Mix diversificado Expandindo ainda mais o leque de expositores, a Zero Grau consegue atingir todos os públicos com modelos voltados para o público masculino, feminino e infantil, além do lojista que busca a linha esportiva. "Esse também é um objetivo nosso, atrair expositores com produtos diferenciados e que tragam mais opções ao lojista", destaca o diretor da

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Nesta edição a feira chega 50% maior em área locável

Merkator Feiras e Eventos, promotora da feira, Frederico Pletsch.

Merkator completa 10 anos A Merkator, empresa promotora da Zero Grau, comemorou no último mês de outubro 10 anos de existência. Tendo a consciência de que o mais importante é saber onde se quer chegar, também é a responsável por promover outras duas importantes feiras - o Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), que se consolida pelo lançamento das coleções da primavera/verão e acontece no mesmo local da Zero Grau, só que no mês de maio, e a 40 Graus - Feira de Calçados e Acessórios, realizada Natal/RN, que leva aos lojistas do Norte e Nordeste os lançamentos para o período das festas juninas e também o Dia dos Pais. Com motivos de sobra para comemorar os resultados obtidos até aqui, a empresa volta seus olhos para o crescimento que ainda está por vir. "O impor-

tante, deste momento, é também projetar o futuro. Graças aos eventos do segmento calçadista, a empresa consegue ingressar em outros setores da economia. Para os próximos dois anos, projetamos duas novas mostras, a Feira da Gastronomia e Radar Feira de Segurança. Acreditamos que a diversificação de produtos vai auxiliar no crescimento da empresa e oxigenar os atuais eventos com estas novas experiências, ressalta a gerente da Merkator, Roberta Pletsch.

Parceiros A Zero Grau conta com o apoio do Sindicato da Indústria de Calçados de Estância Velha, Sindicato da Indústria de Calçados de Ivoti, Sindicato da Indústria de Calçados de Igrejinha, Sindicato da Indústria de Calçados de Novo Hamburgo, Sindicato da Indústria de Calçados de Parobé, Sindicato da Indústria de Calçados de Sapiranga e Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes para Calçados de Três Coroas.

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Simpósio reunirá especialistas em biomecânica do calçado De 8 a 10 de abril, o IBTeC realizará em Novo Hamburgo/RS o 13º Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado, com a presença das maiores autoridades no assunto. Nesta edição, o evento retoma a sua característica essencialmente científica, tendo como foco a apresentação de pesquisas e cases, além de promover o debate sobre a biomecânica do pé, a funcionalidade dos calçados, a segurança e a saúde dos usuários. Para isso, o instituto selecionou uma equipe de palestrantes de peso, cujos trabalhos são reconhecidos no Brasil e no exterior. O simpósio já é uma tradição no segmento calçadista, que reconhece o evento como uma oportunidade para interagir com pesquisadores do mais alto escalão quando o assunto são as novas

tecnologias, inovações e a pesquisa aplicada. Direcionada aos profissionais, pesquisadores, estudantes e formadores de opinião, esta edição terá a presença de cinco cientistas da Alemanha, Canadá e Estados Unidos, além de cinco doutores brasileiros.

Palestrantes internacionais Dr. Stefan Grau - Universidade de Tubingen/Alemanha Dr. Ewald Hennig - Universidade de Duisburg-Essen/Alemanha Dr. Darren Stefanyshyn - Universidade de Calgary/Canadá Dr. Matthew Nurse - Laboratório da Nike Sports Portland/EUA Dr. Thomas Milani - Universidade de Chemnitz/Alemanha

Palestrantes brasileiros Dr. Julio Cerca - USP Dr. Oswaldo Luiz Alves - Unicamp Dr. Valdir Soldi - IBTeC Dra. Eliane Manfio - Feevale Dr. Aluisio Avila - IBTeC

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Ficann de setembro/2014 ocorrerá três semanas mais cedo A Feira Internacional de Calçados e Artefatos do Norte/Nordeste (Ficann), que ocorreu no mês de setembro em Fortaleza/CE e gerou negócios para os mais de 150 expositores de 10 estados brasileiros, atraindo especialmente compradores das regiões Norte e Nordeste do Brasil, terá a sua data de realização em 2014 antecipada em três semanas, em relação à edição deste ano, sendo agendada para o período do dia 1º ao dia 3 de setembro. Esta mudança foi uma solicitação dos próprios expositores, para que a feira tenha um sucesso ainda maior. Já a edição de abril permanece com data indefinida. O presidente do grupo Francal, Abdala Jamil Abdala, avalia que a primeira edição da mostra transcorreu dentro das expectativas. "Mas a avaliação positiva fica por conta de que quem está aqui quer e precisa da feira", destaca. Segundo ele, fatores como as datas estão sendo repensadas para o aproveitamento ainda maior do potencial do Norte e Nordeste, regiões que juntas somam mais de 18 mil CNPJs do varejo de calçados. O diretor-superintendente do Grupo Couromoda, que junto da Francal Feiras promove o evento, Jorge Alves de Souza, avalia que o potencial do mercado da região somado aos investimentos realizados tanto pelo Governo do Ceará quanto pelas promotoras, é motivo de otimismo para o desenvolvimento da Ficann. "A renda média do nordestino, apesar de ainda ser menor do que em estados do Sul e Sudeste, vem crescendo e este é um fator que será refletido positivamente na feira", aposta o dirigente, ressaltando a profissionalização e qualificação dos compradores presentes nos três dias

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Mudança de data foi uma solicitação dos expositores para favorecer os negócios

de evento. "Também tivemos importadores de países da Europa e América Latina, o que foi bastante positivo", completa Souza. O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, destaca que o momento econômico vivido pelas regiões Norte e Nordeste do Brasil, com crescimento do potencial de consumo e o apoio dado pelo Governo do Ceará, são fatores que comprovam o acerto da iniciativa. "A Abicalçados apoia a Ficann e entende que é uma feira relevante para um setor pujante na região, que já responde por mais de 40% da produção nacional de calçados e tem na exportação um ponto muito forte, especialmente favorecido pela localização geográfica privilegiada", ressalta. Segundo o executivo, a primeira edição da feira foi satisfatória e a atitude de revisão de datas é uma demonstração de que os promotores estão atentos aos anseios do mercado. "A primeira edição notabilizou-se pela realização de importantes contatos e pelos eventos paralelos, com destaque para o Talk Shoe, encontro promovido pela Abicalçados e que contou com grande participação", comenta Klein, acrescentando que o lojista da região

se mostrou sedento por informação e a tendência é de que o este interesse aumente ainda mais com a crescente profissionalização do mercado. A Ficann foi realizada pelo Grupo Couromoda e Francal Feiras, contando com o apoio do Governo do Ceará, Abicalçados, Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) e Associação Brasileira da Indústria de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (Abiacav). Paralelamente à feira de calçados, aconteceu a Nordeste Prêà-Porter, mostra de vestuário promovida pelo Grupo Couromoda.

Região Norte/Nordeste Produção: 364 milhões de pares 42,2% do total produzido no Brasil (864 milhões) Exportação: US$ 533 milhões (CE - US$ 319,7 milhões)- 53% do total gerado no Brasil (US$ 1,09 bilhão) Emprego: 116 mil - 33,6% do total da mão de obra da atividade calçadista no Brasil

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Fonte: MDIC/MTE/Abicalçados Dados relativos a 2012


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IBTeC e Tecnicouro participaram da Seincc O IBTeC e a revista Tecnicouro participaram da 13ª Edição da Semana da Indústria Calçadista Catarinense (Seincc), que reuniu no polo de São João Batista/SC 60 expositores de 130 marcas de máquinas, componentes e serviços. O evento recebeu 2.500 visitantes e, de acordo com os organizadores, as expectativas dos expositores foram contempladas, inclusive, com a realização de negócios. O agente comercial Romeu Mello e o consultor Paulo Model realizaram contatos com empresas expositoras e visitantes, através dos quais explicaram todo o potencial da Tecnicouro e do IBTeC para agregar valor e disseminar o conhecimento, gerando valor aos produtos e serviços para as empresas da região. De acordo com os profissionais, a 13ª Seincc recebeu uma visitação bem maior que a do ano anterior e, com uma divulgação mais direcionada, deve melhorar ainda mais nas próximas edições tanto em número de expositores quanto de visitantes. Com expectativas otimistas para a concretização de novos pedidos nos próximos dias e meses, a feira foi encerrada no último dia 26 de

setembro, já tendo a confirmação da data da realização da edição de 2014. A diretoria do Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista (Sincasjb), entidade realizadora do evento, informa que no próximo ano a mostra ocorrerá nos dias 24 e 25 de setembro.

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Ações da Couromoda para otimizar os negócios No dia 10 de outubro, a Couromoda apresentou em Novo Hamburgo/RS um conjunto de ações para otimizar a participação e a realização de negócios na próxima edição da feira, que acontecerá em São Paulo/SP de 13 a 16 de janeiro. As novas oportunidades foram detalhadas a expositores, líderes do setor e formadores de opinião durante o Seminário Preparatório para a Couromoda 2014. O presidente Francisco Santos e a gerente de comunicação do Grupo Couromoda, Juliana Lorenzato, fizeram a apresentação do projeto já em andamento aos convidados.

Participação facilitada Uma das novidades é o site www.couromodaviagens.com.br, através do qual os lojistas e os expositores podem comprar passagens aéreas, efetuar reservas nos hotéis e contratar serviços de traslado na capital paulista com valores promocionais para o período da feira. Wagner Ferreira, diretor da VoeTur, empresa responsável pela plataforma, demonstrou ao vivo como funciona o sistema e salientou a comodidade e as condições especiais oferecidas.

A volta dos desfiles A feira vai retornar os desfiles de moda, com a apresentação de lançamentos de marcas expositoras para os lojistas e importadores. A cada dia serão realizados oito desfiles, que servirão como orientação para as compras.

Visitação otimizada Visando a incentivar a presença de lo-

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Os novos projetos foram detalhados aos expositores

jistas até o último momento da feira, foi lançado o projeto Ótimos Negócios, Todos os Dias que consiste no sorteio de dois automóveis 0km às 16h do dia 16 de janeiro. Os cupons serão distribuídos no penúltimo e último dia da feira, mas só participam da premiação os lojistas que estiverem no Anhembi no momento do sorteio. Na edição 2014, a Couromoda terá seu horário alterado. Vai iniciar mais cedo, às 9h e encerrar às 19 horas, com 10 horas diárias para a realização de negócios.

Varejo otimista O presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Antoniel Marrachine Lordelo, disse que, após o desempenho surpreendente em agosto e os resultados positivos de setembro, o varejo deverá ter um quarto trimestre com vendas entre 6 e 7% maiores do que em igual período de 2012. "Tradicionalmente quando o Dia dos Pais é bom, como foi este ano, o Natal também o é em termos de vendas

para as lojas de calçados", afirmou. Para 2014, a projeção da Ablac é de que o varejo brasileiro de calçados cresça também influenciado por fatores como Copa do Mundo e pelas eleições, mostrando a recuperação da confiança do consumidor no crescimento econômico. O conselheiro da Ablac, Carlos Ajita, também confirmou a perspectiva otimista da sua rede de lojas para os últimos três meses. "Nossa expectativa é de crescimento entre 5% e 6%, motivado pela retomada do consumo e pelas facilidades de pagamento oferecidas aos consumidores", destacou. O presidente-executivo da Associação Brasileira de Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, destacou as boas expectativas do varejo para o último trimestre do ano e a retomada das exportações de calçados para o mercado norte-americano, abrindo novas perspectivas para as indústrias do setor ainda em 2013 e, sobretudo, no próximo ano. Mas avaliou que ainda ocorrem fraudes nas importações de calçados e isso é um grande problema a ser solucionado.

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A sustentabilidade do couro em debate O 2º Fórum CICB de Sustentabilidade, realizado em agosto em Novo Hamburgo/RS, debateu os pilares da economia, meio ambiente e responsabilidade social na produção do couro. O presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Fernando Bello, abriu os trabalhos que foram concluídos em quatro palestras. O encerramento foi feito com o painel do navegador, economista e administrador de empresas Amyr Klink. Ele discorreu sobre o tema Navegando em um Mundo Sustentável, contando suas experiências em quase três décadas de navegação pelo mundo, o que inclui mais de 40 viagens ao continente antártico. Amyr deu detalhes sobre o que aprendeu em suas travessias, os sentimentos e desafios enfrentados nas viagens solitárias, a valorização da tecnologia e do conhecimento empírico, e o trabalho em seu estaleiro. A Abqtic foi a coorganizadora do evento, que contou com o patrocínio da JBS Couros, Clariant, Fenac e Abrameq, e apoio da Aicsul, Apex-Brasil e IBTeC.

Barreiras Técnicas: Certificação, Legislação e Normas No primeiro painel, o italiano Federico Brugnoli destacou que o couro é um produto sustentável e oriundo de uma fonte

Federico Brugnoli

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renovável, embora, muitas vezes, sua imagem junto às pessoas seja outra. "A percepção comum é que a indústria curtumeira está associada a trabalho sujo, uso de mão de obra infantil e baixa tecnologia, mas faltam argumentos consistentes baseados em ciência sã", lamentou. Ele assegura que mais de 99% da produção mundial de couro derivam de peles de animais abatidos para outros propósitos - principalmente o consumo da carne -, e dessa forma os curtumes transformam o respectivo passivo em artigos de valor agregado. Mesmo assim o setor é permanentemente pressionado para encontrar novas soluções ambientais. "Se hoje as barreiras técnicas preocupam a indústria, no futuro serão necessárias informações ainda mais detalhadas sobre os cuidados com a saúde humana, a responsabilidade social e a proteção ao meio ambiente, e isso pode gerar novas barreiras, num sistema contínuo de aperfeiçoamento e aumento de exigências", contextualizou. O labo bom é que as empresas que investem nesse tipo de tecnologia refletem uma imagem positiva para o mercado. Por isso a importância não só de novos avanços em sistemas que possibilitem a rastreabilidade dos animais e peles, mas permitam o acesso a informações sanitárias e sobre o bem-estar dos animais, tudo de acordo com normas técnicas reconhecidas internacionalmente. "O controle pele a pele é difícil de ser resolvido, devido à complexidade da cadeia de fornecimento. Mesmo assim, já é possível oferecer informações confiáveis sobre lotes", destacou. Ele lembrou que a Europa é bem avançada no assunto, mas vários sistemas testados também não deram certo por lá. Além de serem caros (os gastos com sistemas de proteção ambiental consomem em torno de 4,3% da renda do curtume na Europa, índice equiparado à margem de lucro), em cada etapa existem fatores que limitam a consoli-

dação da rastreabilidade. Mas o mais importante é disponibilizar as informações sobre responsabilidade socioambiental e não crueldade com os animais. Porém, cada vez mais clientes exigem que sejam realizadas auditorias em todos os passos da cadeia de valor. O problema é que isso reduz ainda mais a margem do produtor, que se vê obrigado a transferir custos para o consumidor final.

O genuíno é o novo luxo O estilista Ronaldo Fraga apresentou o projeto Design na Pele, através do qual retratou o desenvolvimento de couros especiais que foram utilizados como matéria-prima para a produção de artigos de moda e decoração. De acordo com ele, o couro tem aparecido cada vez com mais destaque nas coleções internacionais. "Minha experiência no projeto é uma via de mão dupla. Enquanto auxilio na busca da apropriação de identidade cultural de estilo e design, tenho entendido mais deste setor que é uma maravilhosa indústria de transformação. Vejo também de positivo dentro da indústria curtidora uma preocupação grande com práticas sustentáveis", destacou o palestrante, que considera como o maior desafio para o setor o rompimento do que ele próprio denomina de "distância oceânica" existente entre a indústria do couro e o design. Fraga pensa o couro como uma base

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para a impressão de elementos que resgatem, através do design, a diversidade cultural, o clima e a memória das comunidades, regiões e pessoas. Mas para chegar a este ponto, é necessário que o estilista esteja mais próximo do técnico para instigá-lo a fazer diferente a sua atividade. "Mas há que se ter o cuidado de respeitar o espaço deste técnico, que é quem detém o conhecimento sobre o processo de curtimento e acabamento do material", admite. Neste processo há por parte do estilista a apropriação cultural das referências da região, que vão nortear todo este trabalho de impressão na matéria-prima. O objetivo é que o couro não se limite a retratar toda a riqueza cultural e a poesia do local, mas provoque o desejo das pessoas em usá-lo. Ele considera que o Brasil tem uma impressão digital mestiça e genuína, e esse diferencial é o novo luxo. "No mundo moderno há uma grande valorização pelas particularidades. Mas falta nas escolas uma maior exploração das matérias-primas genuínas, especialmente o couro. É preciso sair dos espaços de ensino para estudar os materiais e também compreender o tempo no qual estamos vivendo. Pois o mais difícil é criar algo que desperte o desejo de ser usado hoje, sem ficar preso ao passado ou virar uma tendência para o futuro", pontua. Os defeitos do couro não são necessariamente algo ruim. Pelo contrário, podem servir como uma espécie de certificado de procedência. "Mas não basta usar o couro arranhado, é preciso usar outros elementos no acabamento que evidenciem, além das ranhuras e marcas, detalhes únicos dos lugares por onde a pele circulou antes de ser processada, como transferir para o material o brilho das pedras de um determinado riacho ou a textura de uma madeira nativa", pontua. Ele lembra ainda que os curtumes podem colaborar com a sua comunidade disponibilizando pequenos refugos para cooperativas de artesãos, gerando emprego e renda através do reaproveitamento. "Ser sustentável não é apenas evitar poluir, mas também ser ético e ter envolvimento cultural. Neste contexto, o Brasil pode se tornar

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um fornecedor de produtos industrializados com preocupação ambiental, cultural e com design próprio, pois ficar na concorrência só pelo preço é cruel e insustentável", concluiu.

Abate sem crueldade O palestrante inglês Michael Appleby abordou o abate humanitário de animais e a importância do tratamento bovino para a qualidade do couro. Michael defendeu o consumo de carne no mundo, desde que as condições de criação e abate do animal sejam boas, sem lesões por cercas, queimaduras ou choques elétricos, além de se evitar o estresse durante a viagem para o frigorífico, somado ao abate feito com os animais inconscientes. Sob seu ponto de vista esta é uma discussão internacional e não deve ser considerada como uma decisão interna de cada país, pois se trata de uma indústria global. O couro utilizado nos calçados e artefatos já foi pele de algum animal vivo, e a sua qualidade está associada ao tipo de tratamento que aquele animal recebeu durante a sua existência. Por isso a indústria não pode deixar de observar o aspecto ético, além do econômico, social e ambiental. "A indústria do couro pode ser mais engajada com os criadores de gado, negociando não só o preço e a qualidade das peles, mas, principalmente, os cuidados com a saúde e o bem-estar do animal durante toda a sua existência. Este tipo de preocupação não é somente uma questão humanitária. Pode, inclusive, ajudar financeiramente todos os envolvidos, frente a uma boa imagem junto à sociedade e aos consumidores", observou. Segundo Appleby, a pecuária voltada para a produção da carne e do leite é responsável pela emissão de 18% dos gases de efeito estufa, e a tendência é que este impacto ambiental continue crescendo. Neste setor, figuram entre as principais preocupações o consumo de água, a expansão das áreas de desmatamento e a emissão de CO2. Um aspecto a ser observado é o lugar onde são criados os rebanhos, e como este ambi-

Michael Appleby

ente impacta na saúde e no bem-estar dos animais. Pois, a saúde dos bichos é também importante para a saúde humana, uma vez que muitas doenças comuns aos rebanhos podem ser transmissíveis para as pessoas. Os cortes causados por chifres e as marcas produzidas por parasitas são alguns exemplos de problemas que podem surgir durante o período de confinamento, exigindo o uso de produtos especiais para o tratamento, mas é muito importante salientar que antes de causar danos ao couro, estes e outros fatores, inclusive os maus tratos, prejudicam a saúde e a integridade física dos próprios animais, e a sociedade tem que começar a cobrar dos criadores práticas de abate mais humanitárias. "Os curtumes podem entrar nesta luta através do acompanhamento dos seus fornecedores, garantindo dessa forma aos seus clientes que só adquirem peles de criadores com responsabilidade ética, ambiental e social", instigou. Com relação aos espaços para a criação, também é importante questionar se tais áreas não seriam mais apropriadas para o cultivo de outro tipo de alimento. "O mais sensato é criar animais em regiões onde não se consegue produzir outros tipos de alimentos. Além disso, lembremos de que as florestas têm outras funções além da produção de alimentos, e nós temos que limitar os desmatamentos. O importante é aumentar o acesso das pessoas à comida e não só produzir cada vez mais alimentos. Não há problema algum no fato de mais pessoas terem acesso à carne, pois a decisão de comer ou não é da cada um. A questão é se a criação dos animais é sustentável ou não", finalizou.

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Tendências para a próxima temporada: bolsas maxi e de mão

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Gabriella Laino Fotoshoe/Itália foreign@fotoshoe.com Quais são as tendências para as próximas estações? Quando se trata de bolsa, ou mesmo a maioria das tendências da moda, as propostas que surgem remetem sempre ao maxi e nunca ao mini. Bolsas maxi, é claro, são muito espaçosas e geralmente equipadas com uma grande quantidade de bolsos. Criadas com os materiais mais confortáveis, macios ao toque, mesmo na versão masculina, são perfeitas, para se guardar tudo o que é necessário. As bolsas de mão, em vez disso, representam a evolução da vaidade, se tornando companheiras de caminhada, para sempre estarem com você. Com alças rígidas e perfeitas para o seu tempo de lazer, se tornam ainda mais funcionais quando apresentam alça de ombro removível. Sem dúvida acessório indispensável para a vida cotidiana. Estas características nortearam a pesquisa que presenta os modelos aqui selecionados.

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Gabs

Gherardini

Gironacci

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Como trabalhar com sistemas humanos Em tempos em que colaboração é palavra de ordem, é quase impossível que não se pense em trabalhos em grupo. E, apesar de complicados, esses projetos coletivos são inevitáveis e podem ser até mais tranquilos, quando se sabe envolver as diferentes especialidades de cada membro de maneira a equilibrar a equipe. A abordagem vale para quando se fala desde grupos reduzidos (como é o caso dos casais), grupos mais íntimos (como as famílias) até para grupos mais abrangentes e diversificados (como nas empresas). E são indicações como essa (de como equilibrar talentos individuais

em equipes multidisciplinares) que o psiquiatra e psicanalista Dr. Luiz Carlos Osório propõe em seu livro. A obra é voltada (principalmente) para profissionais que trabalham com os mais variados grupos (psicólogos organizacionais, equipes de RH, terapeutas de família e casais), e traz indicações dos mais de 40 anos de trabalho do especialista.

Como trabalhar com sistemas humanos Editora Artmed Autor: Dr. Luiz Carlos Osório 230 páginas R$ 61,00

Resíduos sólidos no Brasil A gestão de resíduos sólidos é um dos principais desafios que o Brasil deverá enfrentar nos próximos anos. Para lidar com esta questão, foi promulgada em 2010 a Lei dos Resíduos Sólidos (Lei Federal n. 12.305). A nova legislação é tema da obra, que tem como coordenadores Rudinei Toneto Júnior, professor titular da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fea-RP) da USP, Carlos César Santejo Saiani, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e Juscelino Dourado, diretor executivo do Instituto Estre de Responsabilidade Socioambiental. Organizado pelo Centro de Informações Tecnológicas e Ambientais em Resíduos (Citar), ligado à Fea-RP/USP, o livro conta com a participação de diversos especialistas, ofere-

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cendo um amplo panorama da gestão dos serviços de manejo de resíduos sólidos no país, discutindo as principais propostas da nova lei e a aplicabilidade delas. Leitura importante para acadêmicos e gestores que queiram implantar ações adequadas para este campo no Brasil, o livro aborda pontos como educação ambiental, logística reversa, tecnologias, coleta seletiva, planos municipais de gestão integrada, aterros sanitários etc.

Resíduos sólidos no Brasil: oportunidades e desafios da lei federal nº 12.305 (lei de resíduos sólidos) Vários autores Editora Manole 456 páginas Preço sob consulta no site da editora: www.manole.com.br

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Vencer é ser você Baseada em estudos da neurociência comportamental, a obra esclarece porque líderes e liderados sofrem as consequências do mesmo grave problema: nem sempre as pessoas certas estão nos lugares certos. Esse dilema gera inúmeros transtornos no dia a dia corporativo e na vida de muita gente. Afinal, um profissional só se destacará em sua carreira se conseguir colocar em prática suas principais habilidades, caso contrário, a infelicidade no trabalho tenderá a refletir negativamente na vida pessoal. Do outro lado, uma empresa só decola com uma equipe de colaboradores capazes de executar bem suas funções e motivados a prosperar. Para que essas duas situações ocorram, a empresa precisa saber qual a pessoa ideal para cada função, já o profissional necessita se autoconhecer muito bem para decidir

onde deve atuar. Ou seja, as pessoas certas precisam estar nos lugares certos para vencer. É por isso que o autor, consultor e especialista em gestão de pessoas lança a oitava edição de seu livro, em versão mais segmentada, atualizada e voltada para a carreira e negócios. O autor procura mostrar como conhecer a si mesmo para potencializar talentos, corrigir limitações e ser bem-sucedido no mundo corporativo. Os pontos chave do livro vão revelar o que é estrutural - e não vai mudar, e o que é acabamento - e pode ser mudado, em uma personalidade.

Vencer é ser você Eduardo Ferraz Editora Gente 176 páginas R$ 27,90

10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso O que norteia a publicação é a linha de pensamento de profissionais vencedores em diferentes áreas, inclusive do autor, que mostra, de maneira prática e simples, como determinar a quantidade de esforço e inspiração necessários para atingir o tão desejado sucesso no mercado de trabalho. Entre os assuntos abordados estão: Como atingir objetivos antes considerados impossíveis; Estabelecer de maneira correta as suas metas e garantir como atingi-la; Criar níveis inigualáveis de felicidade e satisfação em todas as áreas da sua vida entre outros temas. Nos exemplos demonstrados, fica claro que o sucesso é mais transpiração

do que inspiração. Grant Cardone é autor de cinco best-sellers internacionais. É especialista e consultor de vendas, além de palestrante motivacional. O autor também possui uma vasta experiência nos negócios, já que criou três empresas multimilionárias. Também apresenta programa de televisão no canal National Geographic e faz participações nos canais a cabo Fox News e CNN.

10 X - A regra que faz a diferença entre sucesso x fracasso Grant Cardone Livros de Safra - Da Boa Prosa 264 páginas R$ 39,90 Setembro/Outubro 2013

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Confira os desdobramentos dos projetos e revisões realizados pelas Comissões de Estudos do CB-11 Conforto A revisão da norma ABNT NBR 16036 - Determinação de conforto em componentes para calçados - Palmilhas foi concluída e enviada para Consulta Nacional. O Projeto de norma para fôrmas infantis também teve a sua conclusão com a colocação de duas tabelas com as dimensões em milímetros, contendo o Perímetro da fôrma feminina infantil e o Perímetro da fôrma masculina infantil dividido pela numeração para cada tipo de pé; delgado, médio e robusto.

Construção Superior do Calçado As revisões da ABNT NBR 13889 Construção superior do calçado - Laminados sintétic o s - Te r m i n o l o g i a e d a A B N T NBR 15642 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos - Requisitos quanto ao uso em calçados foram concluídas e enviadas para Consulta Nacional. Foi decidido o cancelamento da ABNT NBR 15338 por existirem outros métodos de ensaio mais práticos e rápidos, com menor custo de execução. Iniciou-se a revisão da ABNT NBR 15263 Construção superior do calçado L a m i n a d o s s i n t é t i c o s - D e t e r-

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Reunião da CE de Produção de Couro - Sustentabilidade

minação da resistência à colagem onde, na preparação dos corpos de prova no ensaio após hidrólise, ficou determinado realizar o ensaio de hidrólise conforme ABNT NBR 14190 em um pedaço da amostra. As dimensões deste pedaço devem ser suficientes para que sejam cortadas seis peças retangulares de 150 ± 1mm X 40 ± 1mm, três na direção transversal B e três na direção longitudinal A, após o final do ensaio.

Construção Inferior do Calçados A ABNT NBR 14741 - Construção inferior do calçado - Solas, solados e materiais afins

- Determinação da aptidão dos materiais à colagem foi revisa e encaminhada para Consulta Nacional. Na ABNT NBR 14742 - Construção inferior do calçado - Solas, solad o s e m a t e r i a i s a f i n s - D e t e rminação da resistência a flexões contínuas em um ângulo de 90 foram acrescentadas imagens com prolongadores de flexão, aprovadas com a colocação da seguinte nota: para solas pequenas em que não se consiga posicionar a zona de flexão no cilindro de 30 mm de diâmetro sugere-se utilizar prolongadores nas pinças de fixação. A ABNT NBR 14825 Construção inferior do calçad o - Ta c õ e s e m a t e r i a i s p a r a

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tacões - Determinação da resistência ao desgaste por abrasão especial - Perda de massa teve sua revisão concluída, sendo enviada para Consulta Nacional. A ABNT NBR 14740 Construção inferio r d o c a l ç a d o - Ta c õ e s e m a teriais para tacões - Determinação da deformação estática sob carga constante foi enviada para cancelamento, pois, segundo o grupo, a mesma não é mais utilizada.

Ensaios Físicos e Químicos em Couro A ABNT NBR 14731 - Couro Determinação da resistência da costura - Método estático foi revisada e encaminhada para Consulta Nacional. Após ser feito um interlaboratorial e n t r e I B Te C , S e n a i e B a s f f i cou decidido que a ABNT NBR 14374 será enviada para Cons u l t a N a c i o n a l . Ta m b é m s e decidiu que a ABNT NBR 11054 será substituída pela ISO 5398 métodos 1,2,3 e 4. A ABNT NBR 12848 deve ser encaminhada para cancelamento, pois este método não é utilizado. Foi concluída a tradução da ISO 2589 Couro - Te s t e s f í s i c o s e m e c â n i c o s Determinação da espessura, e ficou decidido que ela vai para Consulta Nacional e será adotada para esta comissão.

Componentes Metálicos A ABNT NBR 14370 Componentes metálicos para calçados e artefatos - Determinação da presença de níquel superficial foi revisada e enviada para Consulta Nacional.

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O Projeto 11:200.05-001 Cour o - Te s t e s q u í m i c o s - D e t e rminação do teor de cromo (VI) foi concluído e enviado para Consulta Nacional.

Estudos Especiais de Produção de Couro Sustentabilidade No Projeto 208:000.00-002 Couro - Princípios, diretrizes para implementação, foram acrescentadas algumas certezas que a norma exigirá: - evidência de que os funcionários que manuseiam os insumos químicos tenham acesso às Fichas de Informação e Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) em português, e mantidas no local de manuseio. - evidência de que todos os tensoativos utilizados são biodegradáveis e isentos de nonilfenoletoxilado (NPE). - evidência de que nos processos de remolho e caleiro são utilizadas técnicas para reduzir o impacto ambiental e m t e r m o s d e S ó l i d o s To t a i s Dissolvidos (STD), Nitrogênio total Kjeldahl (NTK), Demanda Química de Oxigênio (DQO), Demanda Biológica e de Oxigênio ( D B O 5) Sulfetos. - evidência de que no processo de curtimento ao cromo são utilizadas técnicas para aumentar a eficiência do mesmo (incrementando o esgotamento do cromo e/ou reciclando, reutilizando ou recuperando o cromo utilizado, bem como o residual das máquinas de enxugar) e de um sistema de monitoramento da eficiência do processo; - evidência de que são em-

pregados curtentes que atendem aos critérios das substâncias restritivas (Princípio IV), e um sistema de monitoramento da eficiência do processo. São exemplos de atendimento deste indicador: Catálogo, declaração, laudo ou informações técnicas dos fornecedores de que os curtentes atendem aos critér i o s d o P r i n c í p i o I V d e s t a n o rma; Análises periódicas (pelo menos uma vez por semana) do couro e dos banhos; Registros do cálculo de eficiência do curtimento.

Estudo de Calçados Foi concluída a revisão da ABNT NBR 15172 de terminologia do Calçado, modificando todas as imagens e acrescentando algumas nomenclaturas, já enviada para Consulta Nacional.

Insumos e Resíduos Líquidos Ficou determinado que, na ABNT NBR BNT NBR 11058 Insumos - Pastas pigmentadas - Estabilidade ao calor e na ABNT NBR 11127 Insumos P a s t a s p i g m e n t a d a s - D e t e rminação do poder tintorial serão modificados os métodos. As reuniões do CB-11 são gratuitas. Para participar da consulta nacional acesse: http://www.abntonline.com.br/ consultanacional/login.aspx. Adquira sua norma ABNT com a secretaria do CB-11, solicite informações através do e-mail cb11@ibtec.org.br.

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As Redes de Produção como Sistemas Distribuídos de Produção MS Eng. Fernando Oscar Geib

1 - Os Sistemas Distribuídos de Produção: O que é isto? A denominação Sistema de Produção em Rede não é por si só suficiente para identificar e esclarecer aos estudiosos, gestores e responsáveis pela estruturação de sistemas de produção da Nova Fábrica de Calçados (NFC) as características operacionais intrínsecas e os ganhos estratégicos desta avançada proposta de sistema de produção de calçados em descrição ao longo destes sucessivos capítulos. Em um linguajar orientado a esta proposta de inédito formato operacional de gerar calçados e disponibilizá-los para atender simultaneamente ao surgimento e exteriorização das manifestações de necessidades e de desejos de consumo das pessoas, dos consumidores e dos mercados como um todo, denominada de A Nova Fábrica de Calçados (NFC), pode-se colocar que o fundamento da produção simultânea dos calçados, que é o gerador das características operacionais anteriormente explicadas, é desenvolvido e tornado realidade partir de estruturas produtivo-operacionais i d e n t i f i c a das e c ompreendidas como Sistemas Distribuídos de Produção (SDP). Deste modo, os Sistemas de Produção em Rede, como são tecnicamente denominados, devem ser vistos, compreendidos e operados como Sistemas Distribuídos de Produção (SDP). A denominação Sistema Dis-

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tribuído de Produção (SDP) define, portan to , a es tru tu ra fí s i co organizacional do sistema produtivo da Nova Fábrica de Calçados (NFC), o qual se orienta e estabelece a autonomia operacional dos recursos de produção, para dar respostas aos problemas e desafios de configuração e reconfiguração do sistema de produção simultânea, na busca incessante e continuada do fundamento do Balanceamento Simultanear, a partir do domínio total que os gestores e operadores desta fábrica devem ter dos recursos operacionais que são e estão distribuídos e disponíveis nesta fábrica. Sendo o conceito de produção simultânea o fundamento chave aplicado ao Sistema Distribuído de Produção (SDP), a estrutura operacional deste se manifesta, se torna viável e real pelo domínio da totalidade das premissas e fundamentos que são inerentes e intrínsecos ao fundamento da simultaneidade das operações geradoras dos calçados. Deste modo, o Sistema Distribuído de Produção (SDP) identifica-se por um fundamento que é essencial para se alcançar e consol i d ar a s i mu l tan ei d ad e operacional da fábrica em descrição, que é o da implementação e do escalonamento de uma ordem de produção por vez, utilizando todos os recursos de produção disponíveis e necessários. Isto representa dizer que cada ordem de produção define uma estratégia de simultaneidade operacional. Este funda-

mento é essencial para manter e consolidar a característica da simultaneidade da produção. Avançando ainda mais no que está sendo colocado, isto representa dizer que, nas estruturas de produção simultânea, é assumida e tornada fundamento a condição de que a "encomenda" ou "ordem de produção" de um produto ou um modelo de calçado é visto como uma diretriz de produção, e é o fator que desencadeia o processo de configuração do sistema de produção simultânea, o qual é então constituído, estruturado e operacionalizado pelo sistema distribuído de operações de produção articulado pelos Centros de Simultaneidade de Produção (CS), que já foram apresentados em capítulos anteriores e que são reapresentados a seguir, centros estes que são articulados por Elos Operacionais, cujo papel e fundamentos serão apresentados no texto que segue.

2 - Os Elos Operacionais como Operadores da Produção Simultânea Estes "elos" são o coração da operacionalização do fundamento da simultaneidade dos Sistemas Distribuídos de Produção (SDP) da fábrica que está sendo estruturada. Os Elos Operacionais são fatores essenciais que devem ser entendidos e dominados amplamente pelos gestores da fábrica, com base em recursos e modelos matemáticos voltados para esta finalidade.

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Isto ficará claro nas colocações e fundamentos operacionais que se seguirão. Para avançar nestas definições e fundamentos vitais para a estruturação dos sistemas produtivos de calçados foco destas considerações, recorreremos novamente à Rede dos Centros de Simultaneidade de Produção (CS), já apresentada em capítulos anteriores, agora sob uma visão de Sistema Distribuído de Produção (SDP). Primeiramente, é importante afirmar que os Elos Operacionais são implícitos, ou melhor, são inerentes aos relacionamentos entre as operações dos Centros de Simultaneidade de Produção (CS) da figura 1, relacionamentos estes que se identificam em uma primeira etapa ou estágio de definições por serem elos de natureza operacional. É importante também acentuar que estes Elos Operacionais não se limitam ao relacionamento das operações de fabricação dos calçados. Eles se expandem e ampliam as suas funções e estabelecem também relacionamentos operacionais entre Centros de Simultaneidade de Produção (CS). Deste modo os Elos Operacionais podem ser vistos e facilmente identificados na Figura 1 e são eles que explicitam e tornam visíveis os relacionamentos das Operações de Produção dos calçados (OP). Os Elos Operacionais relacionam um conjunto de OP sistemicamente como um sistema

Fig.1: Representação dos Elos Operacionais que estabelecem as relações entre as operações de produção dos calçados

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de produção, um Centro de Simultaneidade de Produção (CS). Os Elos Operacionais avançam nas suas funções e ligam sistemicamente também o conjunto de Centros de Simultaneidade de Produção (CS) o que configuram um sistema de produção simultânea, que é o Sistema de Produção Simultânea (SPS), que pode ser visto na Figura 2, que expressa tecnicamente um grande Sistema Distribuído de Produção (SDP), o qual carrega intrinsecamente o fundamento da simultaneidade operacional. Voltemos agora as nossas atenções para os Elos Operacionais, apresentados na Figura 1, representados pela seta curva de duplos relacionamentos. Quando olhamos para um Elo Operacional, chama-nos a atenção o duplo sentido ou duplo direcionamento operacional que este elo define, ou seja, quais as "direções" que as diretrizes do fluxo de produção devem tomar ou desenvolver para que os calçados sejam produzidos e transformados em um produto a ser utilizado pelos consumidores e pelos mercados, sob uma visão de Produção Simultânea. Os Elos Operacionais têm, portanto, em uma primeira visão, uma dupla função. É por isto que estes são representados por setas curvas de dupla direção: A - Estabelecem e definem a estrutura sistêmica-operacional de cada Centro de Simultaneidade de Produção (CS), indicando como as operações de produção se desencadeiam, se estruturam e se relacionam nesta unidade de produção, quando do desenvolvimento das operações de fabricação dos calçados que lhe foram designadas e planejadas, como uma etapa do grande processo de produção simultânea.

B - Quantificam esta estrutura operacional, a partir de determinações operacionais de engenharia de produção. Os Elos Operacionais orientam e estruturam este Sistema Distribuído de Produção (SDP), de modo que ele opere como um sistema de produção orientado ao produto que está sendo ou será gerado. É importante colocar, ao se enfatizar definições e conceitos, que este Sistema Distribuído de Produção (SDP), por ser voltado ao produto, como já foi colocado anteriormente, é composto ou organizado por um conjunto de "células de produção" que simultaneamente produzem um produto (um modelo de calçado) ou um leque de produtos similares ou não (vários modelos de calçados), incluindo todas as etapas da fabricação destes, ou seja, corte, costura, montagem e acabamento. A concorrência, seja ela nacional ou internacional, faz com que esta fábrica de calçados em descrição por esta série de capítulos, e estruturada pelo fundamento organizacional do Sistema Distribuído de Produção (SDP), possa produzir lotes de quantidades variadas previamente e profundamente estudadas e programados, tanto de vários modelos, ou até de um modelo somente, para atender a tendência da individualização das necessidades e desejos dos consumidores e compradores dos calçados. É essencial registrar que a tendência das demandas dos consumidores e dos mercados se identificam, cada vez mais, por serem de natureza múltipla, diversificada e volátil. Pois a internet incentiva e promove estas características de consumo, tornando-as, a cada dia que passa, uma realidade tangível que cresce e se consolida como um padrão de comportamento e um

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referencial de atendimento exigido, e que deve ser desenvolvido pelos fornecedores para permanecerem nos seus mercados. Aliado a esta tendência de multiplicidade de produtos, está o processo da co-criação já descrito nos primeiros capítulos de estruturação da Nova Fábrica de Calçados (NFC), onde os consumidores, em pontos de venda de calçados, como lojas, shoppings e butiques têm acesso a sistemas informatizados de geração, desenho e desenvolvimento de novos e inéditos estilos de calçados, que lhes permitem criar e definir modelos e especificações de calçados de acordo com as suas necessidades e gostos pessoais e individualizados. A co-criação é uma das mais apuradas manifestações do atendimento individual e pessoalizado dos clientes e consumidores. Somente a característica de Sistemas Distribuídos de Produção (SDP), inerentes ao Sistema de Produção Simultânea (SPS) como os que estão sendo descritos, pode e tem a capacidade, em função desta "alta densidade de recursos operacionais distribuídos e agindo simultaneamente", de gerar atendimentos qualificados como os anteriormente descritos.

3 - Os Elos Operacionais como fatores fundamentais para assegurar a configuração dos Sistemas Distribuídos de Produção-SDP de calçados, sob a ótica da Produção Simultânea dos calçados Os Elos Operacionais, além de serem os instrumentos estruturantes da rede de produção como o identificado na Figura 2, desenvolvem

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Fig. 2: A visualização do Sistema de Produção Simultânea (SPS) entendido como um grande Sistema Distribuído de Produção (SDP) e os seus Centros de Simultaneidade de Produção (CS). Estes Centros de Simultaneidade de Produção (CS) constituem-se também em pequenos Sistemas Distribuídos de Produção (SDP). Os Elos Operacionais têm um papel fundamental para assegurar a consistência da simultaneidade da produção deste sistema

a sua segunda função, a essencial e mais importante, que é a de promover, estruturar e consolidar, ao longo do tempo, a simultaneidade das operações produtivas. O relacionamento operacional - relacionamento entre as operações de produção - é o fundamento b ás i co , o al i cerce da estruturação e operacionalização do fundamento da simultaneidade da produção. Esta afirmação cria ou embute no Elo Operacional a sua função mais importante e expressiva que é a de gerar, assegurar e consolidar o fundamento a simultaneidade da produção. Por esta condição os Elos Operacionais não devem ser entendidos somente como elos que interligam mecanicamente as operações produtivas dos calçados. Além desta condição, assumem um papel vital para o desenvolvimento da simultaneidade operacional

da produção e assumem a condição de serem também "Elos de Simultaneidade". O Elo Operacional contém e representa de forma tangível e q u an ti fi cad a a es t r ut ur a ç ã o e operacionalização de todos os fundamentos de estruturação do Sistema Distribuído de Produção (SDP) como já foi descrito anteriormente, e o que é de vital importância, este elo passa a conter também, as informações da estruturação da simultaneidade operacional do Sistema Distribuído de Produção (SDP). Em função destas propriedades e atri b u i çõ es rel a c iona da s à estruturação da simultaneidade das operações de um Sistema Distribuí d o d e P ro d u ç ã o - S D P, o s E l o s Operacionais passam a desenvolver um papel operacional fundamental para a produção simultânea dos calçados, e assumem e são co-

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locados em um patamar de atribuições essenciais, pois que cada um deles carrega as informações específicas e previamente planejadas pela utilização de modelos matemáticos, para tornar o Sistema Distribuído de Produção (SDP), em um real e efetivo Sistema de Produção Simultânea (SPS). Cada Elo Operacional do Sistema de Produção Simultânea (SPS) contém as informações e as diretrizes fundamentais previamente estudadas, planejadas, definidas e consolidadas como diretrizes fundamentais de operacionalização da produção simultânea dos calçados e que são geradas por sistemas e recursos matemáticos apropriados e dirigidos para a estruturação de sistemas produtivos com esta característica operacional. Na realidade eles constituem-se em elos de simultaneidade da produção. Todos estes fundamentos demonstram estarem nos relacionamentos das operações de produção dos calçados, as "fontes potenciais" e os recursos intrínsecos para planejar e operacionalizar a simultaneidade das operações de fabricação dos calçados. À medida que cresce e se desenvolve a simultaneidade dos Sistemas de Produção Simultânea (SPS), ou seja, quanto mais este se identifica e se consolida como um Sistema Distribuído de Produção (SDP), mais avançam e se desenvolvem os Elos Operacionais, até estes chegarem à sua condição de Elos de Simultaneidade. É importante salientar que, na medida do crescimento e desenvolvimento dos Elos Operacionais na sua "função fim", que é a de se tornarem "Elos de Simultaneidade" na sua plenitude, cresce e se consolida a simultaneidade operacional dos Sistemas de Produção Simultânea (SPS), vistos e entendidos como Sistemas Dis-

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tribuídos de Produção (SDP). É esta condição que faz o propósito ou fundamento da simultaneidade avançar e se consolidar e torna possível também a gradativa transformação dos Elos Operacionais em Elos de Simultaneidade. Assim, concluindo: - Uma "rede de produção" não pode ser considerada um Sistema Distribuído de Produção (SDP) na sua real condição se, mesmo que esta tenha uma "configuração de sistema distribuído", não traga ou contenha claramente nos seus Elos os fundamentos estruturadores ou estruturantes do sistema de produção proposto. - Um Sistema Distribuído de Produção (SDP) torna-se um Sistema de Produção Simultânea (SPS) na medida do crescimento e desenvolvimento dos Elos Operacionais, ou seja, na medida em que estes elos crescem e se desenvolvem para atingir a condição de Elos de Simultaneidade. - São os Elos de Simultaneidade, os "depositários" ou a "memória" das diretrizes ou dos fundamentos dos princípios que orientam e estruturam as operações de produção e os Centros de Simultaneidade de Produção (CS) para formar um Sistema Distribuído de Produção(SDP) que funcione e se operacionalize como um Sistema de Produção Simultânea (SPS). - Os modelos matemáticos utilizados para estruturar o Sistema de Produção Simultânea (SPS) atua fundamentalmente sobre os Elos Operacionais, procurando desenvolver, aperfeiçoar e inovar os relacionamentos entre as operações de produção de modo que estes relacionamentos atinjam a condição de promoção da simultaneidade das operações. São os modelos matemáticos que transformam os Elos Operacionais em Elos de Simultaneidade.

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Tratamento de materiais da área calçadista com biocidas WILIMZIG, Dr. Markus 1 1- Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) markus@ibtec.org.br

Resumo Nos últimos anos, mais de uma centena de amostras de diferentes materiais usados em calçados foram avaliadas quanto à eficácia de tratamento biocida contra a ação de fungos e bactérias. Estes ensaios foram realizados conforme as normas ABNT NBR 15275/ 2005, ABNT NBR 14419/2010, ABNT NBR 15449/2006 com diferentes espécies de fungos e bactérias. Entre os fungos, foram utilizados Aspergillus, M u c o r, Penicillium e Trichoderma, e, entre as bactérias, Pseudomonas, Staphylococcus e Bacillus. Os resultados mostraram ação suficiente contra o ataque de fungos em menos de 40% das amostras, enquanto que ação efetiva contra o ataque de bactérias ocorreu em aproximadamente 60% das amostras analisadas. Considerando que

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os biocidas puros mostraram ser eficientes contra micro-organismos, o baixo efeito observado nas amostras analisadas neste estudo sugere que a aplicação dos biocidas nos materiais não foi adequada, provocando a inativação.

Introdução Atualmente a fabricação de calçados não está unicamente associada ao uso tradicional do couro como componente, mas a uma mistura deste com diferentes materiais poliméricos, látex, borracha e fibras. Por outro lado, entre os materiais poliméricos, o uso de biodegradáveis, seja em função de processos naturais de substituição de sintéticos ou por indução devido a questões ambientais, vem crescendo nos últimos anos, deixando transparecer problemas como o fato de que os processos de

biodegradação sob condições favoráveis de umidade, temperatura e o consequente crescimento de micro-organismos, podem iniciar imediatamente após a fabricação. Em países tropicais como o Brasil, condições favoráveis de temperatura e umidade são permanentes, gerando em produtos como calçados o aparecimento frequente de mofo, acelerando muitas vezes a biodegradação e influenciando, dessa forma, a saúde humana. Um outro aspecto importante a ressaltar é o fato de que no microambiente interno do calçado, durante o uso, a temperatura pode chegar até 35°C e a umidade relativa até 95% (Uedelhoven, W.H., et al., 2001, Deng, F., et al., 2009), favorecendo ainda mais ao crescimento de micro-organismos, sendo, portanto, necessário o tratamento com biocidas. Biocidas são substâncias

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antimicrobianas e antifúngicas que contém um ou mais componentes ativos capazes de prevenir, inibir, diminuir ou eliminar a ação de organismos vivos, patogênicos e não patogênicos. São conhecidos três diferentes tipos de biocidas: I) biocidas incorporados na matriz do material; II) biocidas para aplicação na superfície dos materiais; III) biocidas usados como desinfetantes. Os tipos (I) e (II) demonstraram ser mais adequados e efetivos para a aplicação em materiais utilizados no setor calçadista (Borgmann-Strahsen R., 1999). Com relação ao mecanismo de ação, é conhecido que os biocidas agem em diferentes partes das células bacterianas e fúngicas. Incluem-se as membranas internas e externas, as organelas internas das células, o DNA e sistema de replicação, enzimas e o metabolismo de energia (Silvia Yuko Eguchi, 2013). Um aspecto importante e ao mesmo tempo interessante é o fato de que muitos dos biocidas utilizados são biodegradáveis, ou seja, podem ser biodegradados por fungos e bactérias. Dessa forma, o efeito destes sobre fungos e bactérias depende de uma dose mínima necessária para a eficácia do processo. Acima desta dose mínima estabelecida, estas substâncias efetivamente atuam como biocidas, porém, abaixo são eliminadas pelos micro-organismos. Esta possibilidade de biodegradação de biocidas não pode ser confundida com

biocidas de fontes naturais. Nestes tipos, o componente ativo pode ser o extrato de uma planta, como por exemplo, o extrato de Aloe Vera que é usado como biocida (Jothi, D., 2009). Neste contexto, nos últimos anos, foram investigadas no Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) mais de cem amostras de diferentes materiais usados em calçados quanto à eficácia do tratamento biocida contra a ação de fungos e bactérias. Os resultados mostraram ação suficiente contra o ataque de fungos em menos de 40% das amostras, enquanto que ação efetiva contra o ataque de bactérias ocorreu em aproximadamente 60% das amostras analisadas.

Metodologia Os materiais foram avaliados através de ensaios específicos utilizando as seguintes espécies de fungos: Aspergillus n i g e r, Aspergillus sp., Trichoderma sp., Mucor sp. e Penicillium sp. Entre as bactérias, foram utilizadas Pseudomonas aeroginosa, Staphylococcus aureus e Bacillus cereus. A caraterização e identificação das espécies isoladas foi realizada através de análises microscópicas e de acordo com ensaios descritos por St-Germain, G. e Summerbell, R. (1996) e Bast, E. (2001). Os ensaios com fungos foram realizados conforme os procedimentos descritos nas normas ABNT NBR 15275/ 2005, 14419/2010 e 15449/

2006. Nestes ensaios, corpos de prova foram colocados em meios de cultura sólidos e, na sequência, infectados por fungos. O crescimento dos mesmos foi avaliado após um período de sete dias de incubação. Para os ensaios com bactérias foram seguidas as normas ABNT NBR 15275/2005 e AATCC 147/2011. O procedimento descrito pela norma ABNT NBR 15275/2005 é o mesmo do utilizado para fungos, porém, neste caso, é avaliado o crescimento de bactérias na região entre prova e meio sólido. A norma AATCC 147/2011 foi desenvolvida para a análise da ação antibacteriana em tecidos, porém a mesma foi adaptada para análise em materiais componentes de calçados. Neste ensaio as bactérias são colocadas no meio de cultura sólida em linhas pré-definidas e o corpo de prova, em forma retangular, é colocado sobre estas linhas. Após 24 horas e 48 horas de incubação é avaliado o crescimento de bactérias ao redor e na região de contato amostra-meio de cultura. Para os cálculos estatísticos foram utilizados os resultados de ensaios nos quais as mesmas espécies de fungos e de bactérias participaram em pelo menos dez amostras analisadas. A eficácia dos biocidas foi avaliada de acordo com os critérios definidos nas normas utilizadas, as quais estabelecem valores de 0 a 4, sendo que para valores até 2 o biocida é considerado como de ação efetiva e, acima de 2, classificado como sem efeito. Novembro/Dezembro 2013

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Resultados Os resultados da ação biocida obtidos com diferentes espé-

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cies de fungos e bactérias são mostrados nas Tabelas 1 e 2, mostrando que, em geral, os fungos são mais resistentes

contra a ação de biocidas do que as bactérias. Ao mesmo tempo, os resultados mostram que em mais que 60% das pro-

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Tabela 1: Resultados de ensaios conforme as normas ABNT 15275/2005, ABNT 14419/2010 e ABNT 15449/2006

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Tabela 2: Percentuais dos resultados menor do que 2 (% <2) e major do que 2,01 (% > 2)

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vas não há resistência contra ataque de fungos e em aproximadamente 40% não foi observado efeito contra o ataque de bactérias.

Discussão Os resultados sugerem que o tratamento de materiais componentes de calçados com biocidas não foi efetivo. Em mais de 60% das amostras não foi observada resistência contra o ataque de fungos e em 37% contra o ataque de bactérias. Ensaios realizados com biocidas puros (não mostrados) indicaram ser efetivos contra fungos e bactérias, sugerindo que no processo de aplicação dos biocidas utilizado neste estudo ocorreu uma parcial inativação dos biocidas. De acordo com a análise, existem diferentes pontos a ser considerados quanto aos resultados obtidos: I) nem todos os biocidas são adequados para aplicação em determinado material. Muitas vezes a empresa escolhe o biocida inadequado (errado) e, portanto, não eficaz contra fungos, como observado nos materiais analisados; II) o processo de aplicação não foi o correto. Por exemplo, aplicações de biocidas em materiais utilizando spray podem não alcançar a homogeneidade necessária para a ação contra fungos e bactérias; III) a dose de biocidas utilizada. É necessário definir a dose adequada realizando ensaios com diferentes quantidades de biocida aplicado no material. Em geral, numa aplicação nem todo o biocida perma-

nece incorporado no material devido às lavagens realizadas; IV) muitos biocidas têm uma vida útil (ativa) limitada. Para a aplicação num determinado material é necessário ter todas as informações sobre o produto a ser aplicado. Em resumo, o estudo indica que faltam técnicas e biocidas adequados para aplicação e que sejam eficientes no combate a fungos e bactérias em materiais componentes de calçados. Fica evidente ainda o fato de que são necessárias mais e melhores informações sobre o tratamento de biocidas em materiais poliméricos aplicados a calçados.

Agradecimento O presente artigo é resultado do convênio 11/1506-4 do Programa Pesquisador Gaúcho, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul ( Fapergs), através do edital 02/2011.

Referências A AT C C 147/ 2011, Antibacterial Activity Assessment of Te x t i l e Materials: Parallel Streak Method. ABNT NBR 14419/ 2010, Couro - Determinação da resistência ao ataque fúngico por plaqueamento. ABNT NBR 15449/ 2006: Calçados - Laminados sintéticos - Determinação da resistência ao ataque microbiano. ABNT NBR 15725/ 2005, Construção inferior do calçado - Palmilha - Determinação da resistência ao ataque

microbiano. Bast, E., 2001, Mikrobiologische Methoden : Eine Einführung in g r u n d l e g e n d e Arbeitstechniken, 2. Aufl., Spektrum, Akad. Ve r l . , Heidelberg; Berlin, Germany. Borgmann-Strahsen R., 1999, Microbiocides for PVC and other polymers, in the Proceedings of the Biocides Agenda '99 meeting held on 14-16 September 1999 at the University of Salford, UK. Deng, F., T. Gong, H. Jin and S. Du, 2009, Research on factors influencing temperature and relative humidity inside of shoes, personal communication. Jothi, D., 2009, Experimental study on antimicrobial activity of cotton fabric treated with aloe gel extract from Aloe vera plant for controlling the Staphylococcus aureus (bacterium), African Journal of Microbiology Research Vol. 3(5) pp. 228-232. Silvia Yuko Eguchi, 2013, Ativos antimicrobianos utilizados na indústria, vista 18/05/ 2013 em http:// w w w. s b c c . c o m . b r / revistas_pdfs/ed%2022/ 22Antimicrobianos.pdf St-Germain, G., R. Summerbell, 1996, Identifying filamentous fungi, A clinical laboratory handbook, Star Publishing Company, Belmont California, USA. Uedelhoven, W.H., B. Kurz, M . R ö s c h , 2 0 0 1 , We a r i n g comfort of footwear in hot environments, RTO HFM Symposium on "Blowing Hot and Cold: Protection against climatic extremes", Dresden, Germany. Novembro/Dezembro 2013

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Análise da temperatura interna em calçados com diferentes forrações SARMENTO, Luan Saldanha1,2; SCHIMIDT, Deise F.2,3; FAQUIN, Aline2; PALHANO, Rudnei2; ZARO , Milton Antonio2 1 Universidade Feevale 2 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 3 Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)

Resumo Esse estudo visou a analisar condições de temperatura de materiais distintos referentes a cabedal e forro, processados através de um software de análise de dados, onde o resultado dessa análise nos permite observar situações e variações da temperatura durante a coleta de dados de tempo determinado. Através do processamento feito via este sistema foi possível constatar

que existe uma variação de temperatura do pé relacionado ao material de confecção do calçado, onde observamos também uma diferença de incremento de temperatura em situações diferentes de marcha, por exemplo, caminhada contínua e intermitente. Por fim o uso desse sistema permitiu otimizar e analisar os materiais estudados.

Palavras-chave: temperatura, análise de dados de temperatura, biomecânica, calçado. Abstract This study aimed to analyze internal thermal variations in shoe with different materials. The data was processed through a software data analysis, where the results of this analysis allow us to observe temperature variations during the data collection time. The processing done via the system allowed identify that

there was a temperature variation related of the footwear construction, where we also observed a difference in temperature increment of walking in different situations, for example, intermittent and continuous walking. Finally the uses of this system allowed optimizing and analyzing the materials.

Keywords: temperature, temperature data analysis, biomechanics, footwear.

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Introdução A perfomance do ser humano durante o trabalho ou durante uma atividade física depende do estado térmico do corpo e principalmente dos pés. O conforto térmico dos pés é determinado pela interação entre a meia, pés e os calçados. Vários são os fatores que contribuem para que o calçado venha a ser confortável, dentre eles destaca-se o microclima interno do calçado, a absorção do impacto, a distribuição de pressão, entre outros. Alguns fatores são determinantes para manter a temperatura do pé, estes fatores podem ser fisiológicos, isolamento térmico do calçado ou até mesmo a meia pode ser o fator decisivo para o incremento de temperatura. O caminhar/ correr produz aumento na temperatura e melhor circulação sanguínea do pé, consequentemente, as temperaturas permanecem maiores (Pasche et al., 1990). No estudo de Rohles (1973) foram comparado homens e mulheres e verificaramse que as mulheres são mais sensíveis para a temperatura e menos sensíveis à umidade. A sensibilidade do fluxo do calor na pele está relacionada com o material utilizado e a atividade exercida, ou seja, ocorre condução, convecção e radiação na meia e nos materiais utilizados na forração interna do calçado. Os fatores que influenciam o fluxo de energia e o conforto térmico dos pés não são dependentes somente do isolamento do calçado, mas também do nível de umidade e velocidade do ar, temperatura do ar, temperatura radiante, material utilizado no calçado (cabedal, forração interna, palmilha de acabamento etc), parâmetros do sujeito (metabolismo) e atividade exercida entre outros podem afetar as respostas térmicas. A taxa de transferência de calor depende ainda da quantidade de camadas e como é confeccionado o material, por exemplo cabedal. Segundo Hardy e colaboradores (1952), temperaturas da pele superiores a 45°C e inferiores de 18°C causam dores. Para Oakley (1984) e Fanger (1967), os

pés estão confortáveis quando a temperatura está aproximadamente a 33°C a 34°C. Já a umidade da pele para a zona de conforto não pode exceder 60% de umidade (Oakley, 1984; Nevins et al, 1975). A evaporação do calor da superfície do corpo é o mecanismo da termo-regulação para dissipar excesso de calor do corpo. Se a temperatura interna estiver elevada ocorre produção de suor, que é uma forma de perder calor, ou seja, transferência de energia. A alta umidade pode estar relacionada com algumas lesões na pele (bolhas etc.). Gwosdow e colaboradores (1986) verificaram que umidade aumenta o atrito entre a pele com o material utilizado (meia, forração interna do calçado etc.). Durante o movimento o ar tem fluxo entre a forração interna, mas quando o pé está úmido faz com que a forração umedeça e o fluxo de ar é substituído pela umidade. A umidade conduz o calor cerca de 23 vezes mais que o ar, isto pode estar relacionado à sensação de resfriamento quando o pé está úmido. Segundo Kenshalo (1990), 75 a 80% do gasto de energia durante os movimentos são transformados em calor. Segundo a equação de McCullough e Jones (1984) que determina a capacidade de isolamento do material foi possível concluir que, por exemplo, uma bota apresenta capacidade de isolamento aproximadamente 5 vezes maior que a de uma meia. Dentro deste contexto o estudo teve como objetivo analisar e comparar as variações

de temperatura entre dois calçados com propriedades diferentes de forração.

Materiais e método Para este estudo foram avaliados dois tipos de calçados, com as seguintes especificações: a) Calçado A: cabedal mescla de couro hidrofugado e tecido cordura, forro resistente a penetração d'agua, com membrana 100% PES waterproof, laminado com espuma 2mm, palmilha EVA moldado e solado de borracha (Figura 1); b) Calçado B: cabedal de couro hidrofugado 20 - 22, forro de malha 3D spacer com tratamento PCM termo-regulador de temperatura, palmilha EVA moldado e solado de borracha (Figura 2). A meia utilizada nos ensaios foi a mesma para ambos os calçados, contendo tratamento PCM termo-regulador de temperatura. Os calçados foram avaliados em duas situações: marcha normal simulando a caminhada durante uma hora sem interrupções, e marcha intermitente, com caminhada de 15 minutos seguidos e descanso de mais 15 minutos até o completar de uma hora. Participaram do estudo dois sujeitos (média de idade 32 anos, 170cm e 77kg), ambos numeração de calce 41. Para mensuração da temperatura foi utilizado o equipamento de medição de temperatura da National Instruments, NI cDAQ9172, com 8 sensores resistivos do tipo PT100 - classe A, dos quais foram

Figura 1: Calçados utilizados no estudo: a) calçado A e b) calçado B

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utilizados 4 para medição em regiões distintas do pé. As regiões do pé mapeadas foram: metatarso, região 4 cm abaixo do maléolo medial, região 4 cm abaixo do maléolo lateral e arco plantar. Os testes foram realizados em uma esteira ergométrica, com velocidade programada em 5 km/h. Para a coleta de dados foram adotados os seguintes procedimentos: a) Climatização dos voluntários durante 10 minutos descalços; b) Fixado sensor do tipo PT100 na região do dorso do pé entre as cabeças do metatarso I e II, arco plantar, 4cm abaixo do maléolo lateral e maléolo medial; c) Em seguida os voluntários calçaram o coturno tático; d) Na sequência foi iniciada a caminhada. Para o teste de caminhada de uma hora contínuo foi adotado o procedimento da Tabela 1. Para o teste de caminhada de uma hora intermitente foi adotado o procedimento da Tabela 2. Os dados foram processados através de software de análise de temperatura de biomecânica desenvolvido no IBTeC (Sarmento, 2013). Neste software são identificadas as variações de temperatura durante o ensaio. Os resultados foram avaliados com base na média e diferença percentual entre os calçados.

Tabela 1: Procedimento adotado para o teste de caminhada contínua

Tabela 2: Procedimento adotado para o teste de caminhada intermitente

Figura 2: Tela para envio do documento de dados a ser analisado

Resultados Os resultados obtidos das variações de temperatura ao longo do ensaio, registrados através dos sensores mencionados anteriormente e em diferentes regiões do pé podem ser visualizados na Tabela 3. Os resultados da análise de temperatura obtidos nos testes demonstram um comportamento semelhante de incremento de temperatura de ambos os calçados. Na comparação da marcha contínua de 60 minutos, obtivemos valores semelhantes para os calçados A e B, o mesmo também verificado para a caminha intermitente. Comparando os calçados por regiões observou-se da mesma forma um

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Figura 3: Resultado e gráfico dos dados analisados

Figura 4: Tela para comparação de ensaios e dados

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comportamento semelhante entre os calçados A e B (Figura 5). De acordo com dados apresentados (Figura 5) constata-se que no sensor localizado no metatarso no calçado A, ocorreu um aumento de 7,4°C do valor inicial, sendo este incremento inferior ao calçado B que aumentou 7,8°C. No sensor localizado no maléolo medial obtivemos respectivamente 6,0°C no calçado A e 6,3°C no calçado B. Uma variação pequena foi identificada no maléolo lateral, calçado A teve 7,2°C de aumento em comparação aos 7,5°C do calçado B. Por fim no arco plantar também uma pequena variação, com a temperatura final de 7,7°C no calçado A e 7,6°C no calçado B. Com base nos valores mencionados verificouse que o calçado B teve um aquecimento superior ao calçado A, para as regiões do metatarso, maléolo medial e maléolo lateral. Na região do arco plantar, o calçado A representou mínima superioridade de temperatura. Na comparação da marcha intermitente, também obtivemos diferença na relação de temperatura entre ambos calçados. Equiparando com os sensores no metatarso no calçado A ocorreu um aumento de 3,7°C e um aumento de 4,4°C no calçado B. Com o sensor na posição do maléolo medial, obtivemos uma diferença de temperatura de 3,6°C no calçado A e 4,3°C no calçado B. Outra variação de temperatura ocorreu no maléolo lateral com 4,1°C no calçado A e 4,8°C no calcado B. Por fim a variação de temperatura do arco plantar variou de 5,3°C no calçado A, para 5,1°C no calçado B. Assim como no resultado da marcha contínua, observou-se que na marcha intermitente, apenas na região do arco plantar, o aumento de temperatura foi superior no calçado A em relação ao calçado B. Considerando somente as situações de caminhada contínua e intermitente, constatou-se um incremento médio de 7,1°C para o caminhar contínuo, enquanto para o caminhar intermitente, este incremento foi em de 4,4 °C. Baseado nisso, pode-se constatar

Tabela 3: Valor médio da variação de temperatura (°C) por região do pé, para as condições contínuo (CONT) e intermitente (INT) nos os calçados A e B

Figura 5: Valor médio da variação de temperatura para diferentes regiões do pé nas condições contínua e intermitente para os calçado A e B

que, em uma caminhada contínua, a elevação de temperatura é superior que em uma situação de caminhada intermitente, podendo a diferença na elevação da temperatura chegar próxima a 40% entre estas duas condições. Pelos dados apresentados tanto na condição intermitente quanto contínua o calçado B (cabedal de couro hidrofugado 20 - 22, forro de malha 3D spacer com tratamento PCM termo-regulador de temperatura) apresentou maior incremento de temperatura em relação ao calçado A (cabedal mescla de couro hidrofugado e tecido cordura, forro resistente à penetração d'agua).

Considerações finais Os resultados para este estudo sugerem que uma série de fatores pode influenciar diretamente na temperatura interna do pé com o uso do calçado. Dentre eles o material de confecção do cabedal e do forro se mostrou decisivo para o incremento de temperatura do calçado B em relação ao calçado A. Outro fator que influenciou para o resultado foram as diferentes situações da marcha. Observou-se que, ao caminhar continuamente, a temperatura interna do calçado em contato com o pé aumenta em até 40% em relação à situação de marcha intermitente. Tratando-se do

calçado B, o mesmo teve temperaturas superiores em ambas as situações. Este estudo foi realizado em conjunto com PCA Consulting, com objetivo de análise e implementação da tecnologia Termoregulação PCM nos estudos de conforto

Referências bibliográficas Fanger, P.O. Calculation of thermal comfort: Introduction of a basic comfort equation. ASHRAE Transactions, v.73, 1967. Gwosdow e colaboradores (1986) Hardy, J. D., et al. Pain sensations and reactions. Baltimore, 1952. Kenshalo (1990) McCullough, E., Jones, B.W. A comprehensive data base for estimating clothing insulation. IER Techinical Report, 84-01, 1984. Nevins, R et al., Effect of changes in ambient temperature and level of humidity on comfort and thermal sensations. ASHRAE Transactions, v.81, 1975. Oakley (1984) Pasche et al., 1990 Rohles, F. H. The revised modal comfort envelope. ASHRAE Transactions, v,79, 1973. Sarmento, L. S. Software para análise de temperatura em biomecânica. Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos - IBTeC, 2013. Novembro/Dezembro 2013

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Internal thermal analysis inside of shoes with different materials SARMENTO, Luan Saldanha1,2; SCHIMIDT, Deise F.2,3; FAQUIN, Aline2; PALHANO, Rudnei2; ZARO , Milton Antonio2 1 Universidade Feevale 2 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 3 Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)

Abstract This study aimed to analyze internal thermal variations in shoe with different materials. The data was processed through a software data analysis, where the results of this analysis allow us to observe temperature variations during the data collection time. The processing done via the system allowed identify that

there was a temperature variation related of the footwear construction, where we also observed a difference in temperature increment of walking in different situations, for example, intermittent and continuous walking. Finally the uses of this system allowed optimizing and analyzing the materials.

Keywords: temperature, temperature data analysis, biomechanics, footwear. Resumo Esse estudo visou analisar condições de temperatura de materiais distintos referentes a cabedal e forro, processados através de um software de análise de dados, onde o resultado dessa análise nos permite observar situações e variações da temperatura durante a coleta de dados de tempo determinado. Através do processamento feito via este sistema foi possível constatar

que existe uma variação de temperatura do pé relacionado ao material de confecção do calçado, onde observamos também uma diferença de incremento de temperatura em situações diferentes de marcha, por exemplo, caminhada contínua e intermitente. Por fim o uso desse sistema permitiu otimizar e analisar os materiais estudados.

Palavras-chave: temperatura, análise de dados de temperatura, biomecânica, calçado.

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Introduction The human performance at work or during physical activity depends on the thermal state of the body in special the feet. The thermal comfort of feet is determined by interaction between feet, socks and shoes. There are several factors that contribute to the footwear comfort, among them stands the microclimate inside the shoe, shock absorption, pressure distribution and others. Some crucial factors to maintain the temperature of the foot, these factors can be physiological, thermal insulation of the footwear or even socks can be the deciding factor for the increase of temperature. During the walking or running produce increase of temperature and better blood circulation of the foot, thereby remains higher temperatures (Pasche et al. 1990). In the Rohles' study (1973) it was compared men and women and found that women are more temperature sensitive and less moisture sensitive. The sensitivity of the heat flow in the skin is related to the material used and the activity exerted, and occurs by conduction, convection and radiation in sock and the material used inside of the shoes. The factors that influence the flow of energy and thermal comfort of the feet are not only dependent footwear isolation, but also the level of humidity and air velocity, air temperature, radiant temperature, material used in footwear (leather, internal padding, insole, among others), subject parameters (metabolism) and activity performed can affect thermal responses. The rate of heat transfers also depends on the number of layers and how the made is material. According to Hardy et al. (1952) skin temperatures above 45°C and below 18°C cause pain. To Oakley (1984) and Fanger (1967), the feet are comfortable when the temperature is about 33°C to 34°C. Already skin

humidity comfort zone may not exceed 60% ( Oakley , 1984; Nevins et al , 1975). Evaporation of heat from the body surface is the thermoregulatory mechanism for dissipating excess heat from the body. If the indoor temperature is high, sweat production occurs to lose heat or to energy transfer. High humidity can be related with some skin lesions. Gwosdow et al. (1986 ) found that humidity increases the friction between the skin and the material used e.g. sock, shoe lining, upper, etc. There is air flows inside shoes during the movement, but when the foot has humidity, this make that the material inside of the shoes have humidity too and the air flow is by humidity. The humidity conducts heat approximately 23 times more than air, this may be related with the wet cooling feeling when the foot humid. According Kenshalo (1990 ), around 75 to 80% of the energy expenditure during movement is transformed in heat . According to the equation McCullough and Jones (1984), which determines the insulating capacity of the material, it was possible to conclude, for example, that a boot has approximately 5 times higher insulation capacity than a sock. Within this context the study was realized to analyze and to compare the temperature variations between two

different properties of footwear lining.

Materials and method For this study it had evaluated two types of shoes, with the following specifications: a) Shoes "A": Upper mix of leather water repellent and Cordura tissue, lining resistant to water penetration, PES membrane 100% waterproof, laminated with 2mm foam, insole molded EVA and rubber sole (Figure 1), b) Shoes "B": Upper leather repellent 20-22, 3D spacer mesh lining treated PCM- temperature regulator, molded EVA insole and rubber sole (Figure 2). The socks used in the tests were the same for both shoes, containing PCM thermo-regulator treatment. The shoes were evaluated in two conditions: walking for 1 hour without interruptions and intermittent walking, with 15-minute walk followed and rest another 15 minutes to one hour to complete. Participated in the study, two subjects (mean age 32 years, 170cm and 77kg), both 41shoes size. It was used the equipment for temperature measurement from National Instruments, NI cDAQ9172 with 8 resistive sensors type PT100class A, which 4 were used for measurements in different regions of the foot. The regions of the foot mapped were: metatarsal region, 4 cm region below the medial malleolus, 4

Figure 1: Shoes used in the study: a) Shoe A; b) Shoe B

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cm region below the lateral malleolus and plantar arch. Tests were performed on a treadmill with the speed set at 5 km / h. For data collection was adopted the following procedures: a) Climate volunteers for 10 minutes barefoot; b) Fixed sensor PT100 on the dorsum of the foot between the metatarsal heads I and II, plantar arch, 4cm below the lateral malleolus and the medial malleolus; c) put the shoes on; d) Following the walking was started. For the continuous walking the following procedure was adopted (Table 1). For the intermittent walking the following procedure was adopted (Table 2). The data were processed by software of biomechanics temperature analysis developed in the IBTeC (Sarmento, 2013). In the software are identify the temperature variations during the test. The results were evaluated based on the mean and percentage difference between the shoes.

Table 1: Procedure adopted for testing of continuous walking

Table 2: Procedure adopted for intermittent walking test

Figure 2: Screen for sending the document data to be analyzed

Results The results of temperature variations throughout the test, recorded by the sensors mentioned above and in different regions of the foot can be viewed in table 3. The analysis results obtained in the tests shows similar behavior of the temperature increase for both shoes. Comparing the continuous tests, we obtained similar values for A and B shoes, the same also checked for intermittent walks. Comparing the shoe by regions, it was observed the same results between the shoes A and B (Figure 5). According to the data presented ( Figure 5 ) reveals in the sensor on the

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Figure 3: Data results and graphic analysis

Figure 4: Screen for comparison and testing data

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metatarsal an increase of 7.4°C from baseline to shoe A, significantly lower than shoe B which increase was 7.8 ° C. The sensor located on the medial malleolus obtained respectively 6.0 ° C in the shoe A and 6.3 ° C in the shoe B. A small change was identified in the lateral malleolus, whose increase was 7.2° to shoe A compared to 7.5 ° C shoe B. Finally, the plantar arch there was a small variation, with the final temperature of 7.7 ° C in the shoe A and 7.6 ° C in the shoe B. Based on the values mentioned it was found that the footwear B had a higher temperature variation compared to shoe A in the metatarsal regions, the medial malleolus and the lateral malleolus. In the region of the plantar arch, the shoe A showed minimum temperature superiority. In the intermittent walking, also it was obtained difference in the temperature between the two shoes. In the metatarsal region the temperature increased 3.7 °C to the shoe A and 4.4 ° C to the shoe B. With the sensor in position of the medial malleolus, we obtained a temperature difference of 3.6°C in the shoe A and 4.3 ° C in the shoe B. Another variation occurred in the temperature of lateral malleolus, which increased 4.1°C in the shoe A and 4.8°C in the shoe B. Finally, the temperature variation of the plantar arch was 5.3°C in the shoe A and 5.1°C in the shoe B. As the result of continuous walking, it was observed that in the intermittent walking only in the plantar arch the temperature increased more in the shoe A compared to shoe B. Considering only the conditions of walking (continuous versus intermittent), it was found an increase mean of 7.1°C for continuous walking, while intermittent walking, this increase was 4.4 ° C. Based on this, it can be seen that in a continuous walking, the temperature rise is higher than in a situation of intermittent walking, and the

Table 3: Mean value of temperature variation (°C) by region of the foot, the conditions for continuous (CONT) and intermittent (INT) in the shoes A and B

Figure 5: Average value of temperature variation for different regions of the foot in the conditions continuous and intermittent walking for shoes A and B

difference in elevation of the temperature can reach close to 40 % between these two conditions. About the data presented, in the both conditions as intermittent as continuous, the shoe B (upper leather repellent 20-22 , lining 3D spacer mesh and treated PCM - term regulator ) showed higher increase of temperature in relation of the shoe A (upper mix leather and Cordura tissue, lining resistant to water penetration).

Final considerations The results in this study suggest that a number of factors can influence directly the internal temperature of the foot with the use of the footwear. Among them, the manufacture of the upper material and lining proved to be decisive to temperature increase of the shoe B in relation to shoe A. Another factor that influenced the results was different conditions of walking. It was observed that when walking continuously, the internal temperature of the shoe in contact with the foot increases by 40 % compared to the intermittent walking. In the case of the shoe B, the same was superior temperature in both situations. This study was conducted together

PCA Consulting, whit the objective of to analyze and implementing PCA Thermoregulation technology in studies of comfort.

References Fanger, P.O. Calculation of thermal comfort: Introduction of a basic comfort equation. ASHRAE Transactions, v.73, 1967. Gwosdow e colaboradores (1986) Hardy, J. D., et al. Pain sensations and reactions. Baltimore, 1952. Kenshalo (1990) McCullough, E., Jones, B.W. A comprehensive data base for estimating clothing insulation. IER Techinical Report, 84-01, 1984. Nevins, R et al., Effect of changes in ambient temperature and level of humidity on comfort and thermal sensations. ASHRAE Transactions, v.81, 1975. Oakley (1984) Pasche et al., 1990 Rohles, F. H. The revised modal comfort envelope. ASHRAE Transactions, v,79, 1973. Sarmento, L. S. Software para análise de temperatura em biomecânica. Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos - IBTeC, 2013. Novembro/Dezembro 2013

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Um passo à frente no combate à pirataria Dra. Maria Isabel Montañes Advogada, especialista em marcas

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) foi reconhecido no Plano Nacional de Combate à Pirataria, cuja 3ª edição foi lançada no dia 14 de maio de 2013 pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual. O Plano, que promoverá ações até 2016, está estruturado em três tópicos importantes: educação, economia e fiscalização e tem por objetivo gerar dados consistentes em relação à pirataria.

afinal a pirataria é crime contra o direito autoral. No âmbito econômico, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual pretende contemplar projetos que fortalecerão o ambiente de negócios e a segurança jurídica no Brasil, inclusive no ambiente digital. E, no terceiro tópico, o da fiscalização, propostas que aperfeiçoem medidas de repressão serão colocadas em prática.

É um passo importante, afinal hoje as informações são O Brasil vem pagando um preço altíssimo devido aos desencontradas e baseadas em valores aproximados. Com prejuízos provocados pela pirataria. O combate à piratacerteza, a 3ª edição do plano trará à sociedade um ria não é apenas uma ação a fim de proteger os direitos detalhamento preciso sobre o impacto da pirataria na dos titulares de propriedade intelectual, é mais, o Brasil economia nacional. Entre as medidas anunciadas, destavem sofrendo advertências da Organização Mundial do que para a criação de um observatório que reunirá pesComércio (OMC) sobre a importância de combater a quisas sobre o tema. Além disso, unidades estaduais pirataria. A advertência diz que é preciso respeitar a proque combaterão a pirataria serão criadas e os agentes teção dos direitos dos países que querem investir no públicos serão treinados e capaBrasil, afinal, os investidores, gecitados para desenvolver ações inralmente empresas de médio tegradas em diversos órgãos púporte, não querem investir em blicos. Todas as cidades-sede da um país onde correm o risco de “Está na hora de Copa do Mundo FIFA 2014 tamter seus produtos usurpados. Se promovermos o bém receberão ações contra a práessa prática não for combatida crescimento empresarial" tica de vender produtos sem a urgentemente, a OMC pode até expressa autorização dos propridecretar sanções comerciais em etários de uma marca ou produnível internacional ao Brasil, imto. pedindo que aumente sua importação/exportação, tendo em vista a cultura de sua sociedade de comprar proNo primeiro tópico, o educacional, todo o trabalho será dutos pirateados. O problema é bem mais complexo do feito em cima da conscientização da população. A ideia é que se pode imaginar. alertar os consumidores sobre o perigo e os malefícios de adquirir produtos falsificados. De acordo com uma Com esse Plano Nacional de Combate à Pirataria, que pesquisa da Federação do Comércio do Rio de Janeiro pretende eliminar - ou reduzir - essa prática nociva para (Fecomercio/RJ), em 2012, 38% dos brasileiros afirmaa economia nacional, demos um passo à frente. Já está ram ter adquirido pelo menos uma mercadoria não orimais do que na hora de promovermos o crescimento ginal, contra 52% em 2011. As informações apontam empresarial, sempre em consonância com o desenvolvique houve uma redução significativa, entretanto ainda mento sustentado da sociedade. E, por falar em sociemuito trabalho tem que ser feito. Não podemos pensar dade, é essencial repensarmos o papel do consumidor que estamos acabando com a pirataria. Pelo contrário: em toda a cadeia da pirataria: os produtos falsificados com base em números da pesquisa TIC Domicílios, o podem até custar bem menos, mas têm qualidade infeInstituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), tamrior. Isso não é segredo para ninguém. Seus fabricantes, bém em 2012, registrou que 34,7 milhões de brasileidistribuidores e comerciantes não pagam impostos, diros baixam músicas e filmes pela Internet. Dois em cada reitos autorias, encargos trabalhistas e nenhuma obrigacinco são piratas. A pirataria está migrando do físico para ção formal. No fim das contas, o preço baixo acaba saino virtual. Precisamos reverter esse cenário com urgência, do muito caro!

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A educação financeira e o consumo sustentável Tomás Carmona Gerente corporativo de sustentabilidade da Serasa Experian

A educação financeira, mais especificamente aquela voltada a crianças e adolescentes, pode dotar esse público, futuros consumidores e influenciadores em seus círculos de convivência, de um nível de consciência que dificilmente se perderá ao longo de suas vidas, estabelecendo padrões de comportamento e consumo futuros muito mais sustentáveis. A discussão sobre o nível de consumo que a sociedade pratica nos dias de hoje e em que medida este consumo é ou não é sustentável, aparece em estudos científicos que afirmam já estarmos em um nível aproximadamente 30% acima do que o planeta consegue regenerar. Pois bem, preconizamos a educação financeira dos mais jovens baseada na questão histórica do uso do dinheiro e do consumo; no entendimento claro entre desejo e necessidade, no querer versus precisar; e na exemplaridade dos pais. Tudo isso leva à compreensão da interdependência que há entre a necessidade de maior consciência para o consumo e a sustentabilidade.

para satisfazer desejos, de forma equilibrada. Trabalhar com as crianças os conceitos de querer e precisar é crucial, pois somente assim elas aprenderão a distinguir o consumo para a satisfação de uma necessidade do consumo para a satisfação de um desejo. Crianças procuram se espelhar em seus pais como exemplos, e serão um reflexo dos hábitos que presenciam durante a sua formação. E os hábitos de consumo não são exceção. Os momentos de convívio e lazer familiar, nos dias de hoje e principalmente nas famílias residentes em centros urbanos, são cada vez mais escassos, e frequentemente ocorrem mais intensamente nos finais de semana - já que os pais trabalham fora de casa durante a semana -, e em situações e ambientes que estimulam o consumo: lanche ou almoço no shopping; as compras; a locação de um DVD; o cinema. Trata-se de uma prematura exposição ao consumo que leva muitas crianças a confundir e vincular, desde muito novas, o prazer da convivência com os pais ao prazer do consumo. Na educação financeira infantil, o processo abarca quatro grandes áreas: como ganhar, como poupar, como gastar e como doar. Mais especificamente no que toca ao "como gastar", estamos falando de fazer escolhas. "Ensinar os filhos a discernir as consequências de seguir essa ou aquela opção torna-os responsáveis pelo destino que constroem", escreveu Cássia D'Aquino, renomada autora de publicações sobre educação financeira.

"Trabalhar com as crianças os conceitos de querer e precisar é crucial"

A questão histórica do uso do dinheiro explica a "ética do consumo", surgida na segunda metade do século XIX nos Estados Unidos e, em suma, se caracteriza pela ostentação de hábitos de consumo extravagantes como forma de avaliação social positiva, status e prestígio. No terreno de desejos versus necessidades, a subjetividade da análise é uma constante, pois existem inúmeros estudos, principalmente no campo da psicologia, tentando identificar quais são os fatores que criam, aumentam ou diminuem os nossos desejos. Obviamente que somos influenciados pelas interações com o ambiente que nos cerca. O desejo, por exemplo, de sermos considerados importantes, pode muitas vezes nos motivar a viver acima de nossa capacidade financeira, fomentando um consumo pessoal e familiar direcionado para a aceitação pela sociedade por meio do exibicionismo.

eiro "atravessa" o ato de consumo.

Por isso um jovem financeiramente bem educado saberá discernir e calcular, quando ingressar no mercado de consumo, o quanto do orçamento pode ser destinado a satisfazer necessidades e o quanto pode ser direcionado Novembro/Dezembro 2013

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Entidades do setor ABECA Associação Brasileira de Estilistas de Calçados e Afins (51) 3587.4889 ABEST Associação Brasileira de Estilistas (11) 3256.1655 ABIACAV Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (11) 3739.3608 ABICALÇADOS Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (51) 3594.7011 ABLAC Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (11) 4702.7336 ABQTIC Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (51) 3561.2761

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ABRAMEQ Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (51) 3594.2232 ABRAVEST Associação Brasileira do Vestuário (11) 2901-4333 AICSUL Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (51) 3273.9100 ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (51) 3584.5200 CICB Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (61) 3224-1867 IBTeC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (51) 3553.1000

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Coluna

sustentabilidade

A subida da maré

Rogério da Cruz Carvalho Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br Há alguns anos, quando vi o vídeo e li o livro de Al Gore, um homem a quem costumo me referir como aquele que foi o presidente americano por menos tempo, sempre me vem à mente duas situações: a primeira é o que teria sido do mundo se, ao invés de George Bush (Filho), Al Gore tivesse chego à presidência americana. A outra é a pergunta - será que ele está certo nas suas previsões? Para a primeira pergunta, não tenho a resposta e tampouco creio que estejamos no lugar certo para discuti-la. Para a segunda, vem sem dúvida a afirmação de que ambos os trabalhos, ou seja, o livro e o filme são obras primorosas capazes de levar ao público com uma linguagem fácil e cativante um dos fatos científicos que nos afligem de forma mais contundente o aquecimento global. Na ocasião, ouvimos Al Gore ser chamado de alarmista, oportunista e diversas outras alcunhas.

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Mas num dia destes, pela manhã, me vi lendo o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas - IPCC, em inglês, e o mesmo apenas confirma o que já sabíamos. Que o mundo está mais quente, que os mares estão subindo e que nós, seres humanos, somos os responsáveis, ou melhor, irresponsáveis, por estes fatos. Com a nova previsão de aquecimento que pode chegar a 5ºC até 2100 e consequentemente com a elevação dos níveis do mar podendo chegar a 82cm, o que podemos esperar é o caos. Com este grau de aquecimento, ecossistemas que conhecemos, espécimes fundamentais para o equilíbrio ecológico, geração de comida e das condições de vida, tudo está ameaçado. A elevação de 82cm no nível dos mares, para permitir um exemplo real, significa que estaremos em um futuro não muito distante andando, por exemplo, na praça Independência em Santos/SP com água acima do joelho.

O mais alarmante de tudo é que não vemos, nem agora nem com perspectivas futuras, ações por parte dos governos e autoridades. No passado, quando se identificou a destruição da camada de ozônio e o buraco existente, ações globais foram tomadas e ao longo de 20 anos alcançamos o sucesso que foi o de ter a redução dele com praticamente a eliminação total das substâncias causadoras do problema (CFC). Por que razão não vemos ações? Em parte por interesses econômicos de grupos empresariais de peso, como a indústria do petróleo, cujos lobbies estão fortemente envolvidos nas decisões governamentais, em especial no cenário norte-americano e russo. A menos que a comunidade científica ou a população consigam fazer com que estas ações mudem rápida e drasticamente, as previsões dos cientistas serão confirmadas e agravadas.

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Estudante gaúcho recebe prêmio de sustentabilidade Reciclagem de tubos usados de pasta de dente foi um dos destaques entre os projetos vencedores

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estudante gaúcho Felipe dos Santos Machado, de Novo Hamburgo/RS, foi um dos oito vencedores da 10ª edição do Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais com o projeto Eco Fun. A competição anual é organizada pela multinacional alemã, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), para reconhecer as melhores práticas socioambientais entre jovens estudantes. No total, o programa recebeu mais de 100 projetos de todo o Brasil. O projeto Eco Fun foi criado em 2010 com o intuito de promover um processo eficiente, viável e inovador para reciclagem de tubos usados de pasta de dente. As embalagens vazias são utilizadas na confecção de tábuas "sustentáveis" que podem ter várias aplicações ecologicamente corretas - desde a construção de paredes até de bancos e brinquedos para

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praças sustentáveis, além de possibilitar o trabalho em educação ambiental com crianças. To d o o e m p r e e n d i m e n t o foi idealizado pelo universitário que realiza os testes de resistência e durabilidade das tábuas para que possam ser utilizadas, além de determinar os parâmetros de fabricação e certificação de qualidade. Para a produção do material, conta com a doação de tempo em máquinas de uma empresa voluntária em Novo Hamburgo. Seis escolas já foram beneficiadas com o projeto e, em fase experimental, foi reaproveitada cerca de uma tonelada de tubos de pasta de dente, que iriam para aterros sanitários sem perspectiva alguma de reuso. Foram ministradas diversas palestras sobre educação ambiental e envolvidos cerca de 200 catadores cooperativados, além de 422 famílias da cidade de Novo

Hamburgo. Como prêmio, foi oferecida a Felipe a oportunidade de participar de um intercâmbio de uma semana em Leverkusen, na Alemanha, para conhecer as modernas instalações e as práticas de s u s t e n ta b i l i d a d e d a B a y e r, além de trocar experiências com os vencedores de outros 18 países da América Latina, Ásia e África. Além da viagem, os ganhadores recebem um prêmio em dinheiro. O Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais é realizado mundialmente desde 1998 e já premiou mais de 500 jovens de 19 países. A Bayer foi a primeira empresa a fazer uma parceria mundial de longo prazo com o PNUMA na área da juventude e do meio ambiente. Anualmente, a empresa destina ao PNUMA cerca de • 1,2 milhão. No Brasil, o Programa teve início em 2004 e, desde então, foram nomeados 44 embaixadores ambientais brasileiros.

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HC Collection lança linha exclusiva feita de fibra de alpaca

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amosa por sua delicadeza, a marca de acessórios de moda com design brasileiro HC Collection trás como novidade a lã de Baby Alpaca. A fibra é usada para fabricar todos os cachecóis e écharpes da marca e tem como intuito promover a agricultura sustentável e trazer um toque naturalmente suave para seus consumidores. Trazida das montanhas dos Andes para o Brasil, a hipoalergênica fibra de Baby Alpaca é considerada mais quente e mais leve que a lã tradicional, porém, é um tecido mais versátil e pode ser usado tanto nos dias frios quanto nos quentes. Além disso, a fibra que existe em diversos tons e composições é elástica, não inflamável e também conhecida por ter fios finos e suportar temperaturas baixas, funcionando como um termostato natural.

Na HC Collection é possível encontrar mais de 50 modelos de cachecóis e echarpes feitos desse material que também é utilizado em artigos luxuosos. Isso porque em cada acessório existe a composição que varia do mais alto nível de 100% Premium Baby Alpaca, à tradicional 100% Baby Alpaca até a inovadora composição de Baby Alpaca e Seda. Animais de pelo nobre que se assemelham a lhama, as alpacas originamse das montanhas dos Andes no Peru em seu habitat natural. Sua criação é realizada em parceria com os melhores ranchos dessas montanhas. Atualmente existe menos de uma alpaca criada por acre o que minimiza o impacto sobre o meio terreno. Além disso, a fibra é obtida apenas a cada 12 meses durante a temporada de tosa (de novembro a mar-

ço) o que aumenta a sua raridade. Por ter sua lã recolhida à mão, é possível obter aproximadamente 15 tons naturais não tingidos, o que proporciona leveza e qualidade. Fonte: assessoria HC

Museu da Moda recebe vestido feito com fitas VHS Um vestido todo feito de fita VHS é a nova atração do Museu da Moda (MUM), de Canela/RS. Criado pela artista brasileira, radicada no Canadá, Baby Steinberg, a peça exclusiva prima pela graça e instiga o público a pensar sobre a sustentabilidade ambiental no mercado da moda. O vestido integra a mostra das Divas do Cinema, que expõe modelos consagrados no cinema por retratarem o estilo de atrizes famosas. Fundado em 2012 na serra gaúcha, o museu foi idealizado pela estilista Milka Wolff. Único no mundo pela amplitude de seu período histórico, cronológico, cultural e riqueza em detalhes, o MUM retrata quatro mil anos de vestuário feminino expostos em peças exclusivas e desenhadas pela própria estilista. No espaço de 2.500m² os visitantes podem apreciar um acervo de centenas de peças e percorrem uma viagem desde 2000 A.C., conhecendo a cultura e desvendando vestimentas, utensílios e acessórios que faziam parte da moda de cada época. Sobre Milka Wolff - Há mais de 40 anos a estilista e empresária Milka Wolff realiza desfiles e confecciona peças de alta costura, e já conquistou diversos prêmios internacionais.Em sua Maison, na capital gaúcha, Porto Alegre, ela expõe ao público as suas peças de moda. Fonte: assessoria MUM

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Vert fabrica no Brasil tênis com conceito sustentável

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marca europeia de tênis Vert chegou em setembro ao Brasil. Comercializada inicialmente em lojas de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas e Recife, mas tendo como meta expandir os pontos de venda até o primeiro semestre de 2014, a coleção traz em evidência os modelos Volley, Tauá e Esplar. Uma curiosidade é que os calçados têm fabricação 100% brasileira desde o início da marca. Segundo os sócios, François-Ghislain Morillion e Sébastien Kopp, um dos motivos para esta opção é que o Brasil oferece boa base para produção, com destaque ao acesso à matéria-prima local. O algodão utilizado é cultivado, sem insumo químico, por associações de agricultores. São aproximadamente 700 famílias que seguem o princípio da agroecologia, um modelo agrário de desenvolvimento sustentável. Com o apoio de parceiros reconhecidos, como o Projeto Dom Helder (programa de ações referenciais de combate à pobreza e apoio ao desenvolvimento rural sustentável), a Embrapa Algodão (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o Esplar (Escritório de Planejamento e Assessoria Rural), os agricultores comercializam diretamente com a marca plumas certificadas de algodão orgânico para a fabricação dos fios, com os quais é confeccionada a lona utilizada nos tênis. Este cuidado facilita ao estabelecimento do preço justo. A borracha vem da cooperativa Chico Mendes onde 40 famílias de

seringueiros extraem a matéria-prima do coração da Floresta Amazônica, num projeto em parceria com o WWF (ONG participante de uma rede internacional e comprometida com a conservação da natureza dentro do contexto social e econômico brasileiro) e o Governo do Acre. Os seringueiros são donos das propriedades do seu próprio negócio, também seguindo o modelo de comércio justo. Já o couro utilizado no produto é curtido com extratos de acácia, um tanino natural em substituição ao cromo. A Vert já possui parcerias com grandes marcas e lojas para a distribuição, como por exemplo, a Colette, na França. Hoje a empresa conta com quatro escritórios, o central que fica em Paris, em Londres, e dois no Brasil, um em São Paulo e o outro em Campo Bom. A fábrica brasileira está localizada no Sul, onde são fabricados 120 mil pares por ano. Fonte: assessoria Vert

Bolsas e acessórios com tecidos naturais Há cinco anos no mercado, a Zen Brasil está ampliando a atuação. Especializada em bags e brindes corporativos, produzidos com tecidos naturais e reaproveitados, a marca desenvolveu uma nova linha, voltada exclusivamente para o cliente final: a

Zen Brasil Studio, dedicada à confecção de bolsas e acessórios. A empresa tem como essência a preocupação com a sustentabilidade e com a identidade brasileira, com a utilização de tecidos naturais como algodão ou reaproveitados. A marca aproveitou a bem-sucedida experiência no segmento corporativo para criar uma linha de bolsas, mochilas, nécessaires, estojos, organizadores, carteiras, case para Ipad, entre outros, com tecidos decorados com padronagens exclusivas. As peças são confeccionadas em oficinas próprias, com o acompanhamento de qualidade minucioso, em todas as fases da produção. A Zen Brasil nasceu da convicção ecológica de sua proprietária, a designer Denise Queiroz, que morou cinco anos na Amazônia. Fonte: assessoria Zen

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Meio Ambiente Um bom negócio para o seu negócio! Telma Bartholomeu Silva Especialista em Direito Ambiental, mestre em Direito Econômico e Financeiro e auditora ambiental internacional

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maioria das pessoas vê, nas exigências ambientais da atividade que desenvolve, um custo, algo que onera a produção. No entanto, o que queremos é mudar este paradigma exatamente para que, conhecendo os riscos ambientais e planejando melhor o dia a dia empresarial, a ideia de custo ambiental seja substituída pela de investimento. A importância do assunto coloca-se no momento em que o investimento em meio ambiente apresenta-se como item fundamental inserido no equilíbrio econômico-financeiro almejado por uma empresa que pretende manter a competitividade. Entendemos que a equação econômicofinanceira, que representa o ponto ótimo a ser buscado, traduzse por aquela na qual os custos com o controle da qualidade ambiental sejam considerados reduzidos se comparados aos custos que uma empresa deveria suportar na hipótese da ocorrência de dano decorrente da falta de controle ou de algum acontecimento oriundo de uma não conformidade, como uma multa ambiental. Assim, a adequação do negócio às regras ambientais é um valor que se enquadra na cadeia produtiva enquanto um custo de controle de qualidade ambiental

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que posteriormente acaba retornando, direta ou indiretamente nos moldes de um investimento. Caso ocorra um dano ambiental, vemos que a extensão do problema ambiental pode trazer grandes consequências, como afetar a imagem do negócio, desvalorizar a marca, levar à perda de dinheiro com o pagamento de multas e/ou indenizações ou, ainda, paradas forçadas da atividade. Por outro lado, num cenário econômico cada vez mais globalizado, as fusões, incorporações, as negociações com empresas terceirizadas ocorrem dentro de parâmetros muitas vezes pré-estabelecidos, e a conformidade dos fornecedores aos padrões de qualidade ambiental é algo que vem sendo exigido pelas empresas contratantes, cada vez mais intensamente. Desta forma, o controle ambiental passa a ser encarado como investimento, valorizando, inclusive, o produto ou o serviço prestado por uma empresa. Na verdade, o cumprimento da legislação Ambiental e o desenvolvimento da atividade econômica seguindo as regras ambientais devem ser vistos não como um custo, mas, acima de tudo, um investimento. Muito se fala de passivo ambiental, mas

pode-se afirmar que uma empresa ou um negócio ambientalmente adequado possuem um ativo ambiental que deve ser considerado na avaliação do empreendimento. Por outro lado, a própria legislação em diversos momentos vem procurando valorizar os negócios ambientalmente adequados. A nossa lei maior, a Constituição Federal de 1988, no capitulo que trata da ordem econômica e financeira, deixa claro (art. 170,VI) que a defesa do meio ambiente é um principio da ordem econômica, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. Assim, quanto mais um empreendedor conhecer o risco ambiental e souber dimensionar o custo que deve atribuir à variável ambiental em seu negócio, cada vez mais o meio ambiente deixará de ser um problema para ser um bom negócio. Hoje, em tempos de Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, logística reversa, valorização dos resíduos e incentivos para reciclagem, há um movimento crescente para transformar em uma oportunidade de negócios algo que poderia ser um problema. Fonte: assessoria de comunicação

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