iDeia Templuz - Edição 02

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Editorial Nasce mais uma edição da revista iDeia. Buscamos organizar e contribuir com assuntos que são múltiplos e diversos em sua natureza. A revista vai tomando forma, ganha experiência, diversidade e amadurece a cada edição, buscando primar pela inquietação de uma sociedade que convive singularmente em sua diversidade. O universo é imenso e, nessa imensidão, são as diferenças que permitem que ele seja o que é – “universo”. Gerenciar atitudes que tenham como foco a “diversidade” é mais que um desafio, é um teste de aptidão, pois, como dizia Charles Darwin, só os aptos à mudança sobreviverão. Falar sobre diversidade é tentar entender a variedade e convivência de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ou ambiente. Podemos então entender que a ideia de diversidade está intimamente ligada aos conceitos de pluralidade, multiplicidade, heterogeneidade, variedade, assim como a diferentes ângulos de visão ou de abordagem.

Expediente: Editor Camilo Belchior Jornalista Responsável: Cilene Imperizieri 5236/MG Jornalistas: Ana Cláudia Uhôa Clarissa Damas Danilo Borges Júlia Andrade

Os princípios desta sociedade diversa trazem estampadas em si as modernas práticas e modelos de ação dos países mais avançados do globo. O homem contemporâneo é chamado a aprender e a utilizar essa diversidade para seu crescimento pessoal. E a iDeia procura seguir esse modelo, reunindo múltiplos conjuntos de informações, que traduzem o nosso estilo de vida atual.

Thaís Casagrande

Nossa matéria de capa traz o indiano radicado em Amsterdam, Satyendra Pakhalé, um designer extremamente ativo e empreendedor que busca encontrar, na mistura entre materiais e tecnologias, soluções para necessidades específicas das várias culturas globais. Recheamos a revista com perfis, entrevistas, artigos e reportagens que materializam a nossa diversidade cultural e que nos mostram a riqueza espalhada em nosso território brasileiro, além de curiosidades bem específicas fora do nosso país, como é o caso da seção Giro Cultural.

Satyendra Pakhalé

Acrescentamos uma novidade, que deverá estar presente nas próximas edições: a participação especial de profissionais de destaque nas áreas de arquitetura e design, dizendo o que entendem por “iluminação“. Espero que, ao ler e folhear a revista, você possa ter o mesmo prazer que tivemos ao elaborar esta edição.

Boa leitura, Camilo Belchior

Projeto gráfico e coordenação gráfica Cláudio Valentin Capa:

Foto: Simon Bruehlmann, CH Impressão: Hiper Graphic Digital Revista iDeia é uma publicação da Templuz, com distribuição gratuita. Contato: ideia@templuz.com


conheça nossos

Andréa Tristão Analista da unidade de inovação e sustentabilidade do Sebrae Minas.

João Gabriel

Júlio Pessoa

Engenheiro Elétrico,

Cineasta e

professor e especialista

coordenador dos

em iluminação.

cursos de Cinema e Moda da UNA.

Jum Nakao

Natália Dornellas

Trabalha com

Editora do caderno

direção de arte,

Pandora, publicitária e

exposições, aulas,

jornalista de moda.

palestras e projetos especiais.

Tatiana Tameirão

Wilson Sallouti

Mestre em arte

Especialista em

contemporânea pela

iluminação

Université Paris 8.

e fibra ótica.


04Perfil 13Business 18Entrevistas 32Matériadecapa 39Artigos 50Luz,Câmera,Ação 54Projetos 62AçãoSocial 66ModaemAção 70GiroCultural 75Persona 78Lighting


Perfil

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Madeira de volta à madeira por Júlia Andrade

02 Banco Solo

03 Estúdio Domingos Tótora

Função e emoção, fundamentais nos trabalhos de Domingos Tótora, refletem a sustentabilidade em toda a sua essência Em meio às montanhas de Maria da Fé, Minas Gerais, o artista Domingos Tótora coloca em prática o conceito de sustentabilidade, mostrando que é possível não haver distância entre o discurso e as ações. Premiado em diversos concursos de design – como os prêmios Greenbest, Craft+Design e Brasil Design Awards –, o nome de Domingos tem tido projeção internacional e reconhecimento por seu trabalho consciente e, principalmente, pela beleza de suas peças. Há 15 anos, Tótora trabalha com papelão, antes descartado nas redondezas de seu ateliê. Sacos de cimento, caixas e qualquer tipo de papel. Nenhum material é desperdiçado. “A ideia é fazer com que o papel volte à sua origem, com a durabilidade, beleza, resistência e textura da madeira”, conta o designer. A base de seus trabalhos vem de uma mistura do papel com uma espécie de papel marchê, a perfeição do processo desenvolvido e os acabamentos do trabalho dão um novo significado às obras feitas do descarte. “O lixo é o material cuja oferta mais cresce no planeta. Mas, o trabalho tem que ter um sentido, tem que emocionar” explica.

Foto: Domingos Tótora

cola, aglutinação e água. Apesar de considerar sua técnica


Fotos: Domingos T贸tora

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Perfil Tótora não trabalha sozinho. Oito moradores da pequena comunidade próxima ao ateliê dão vida aos projetos do designer. Todos têm em comum uma história de trabalhos árduos como agricultores, pedreiros e até mesmo padeiros que largaram suas antigas profissões para se dedicar exclusivamente à arte. São pessoas simples, que através desse trabalho conquistaram um espaço e um novo olhar para o mundo. “A sustentabilidade não pode estar presente apenas na reciclagem, mas na inclusão e oportunidade para todos”, diz. O trabalho de Tótora transforma em conceitos e formas, matérias desacreditadas e descartadas. Tudo se torna uma coisa única, que a partir de traços exóticos ou tradicionais encantam a todos. A madeira retorna à sua origem, com trabalho e sustentabilidade, convertida em arte. MAKING OF BANCO TERRÃO – DOMINGOS TÓTORA Um exemplo do trabalho desenvolvido por Domingos Tótora é o “Banco Terrão”. Ao olhar para a peça é fácil confundi-la com um assento de pedra. Afinal, a textura e a cor avermelhada do produto não lembram em nada a sua matéria-prima, o papelão. Para que você possa entender melhor como se dá o processo de produção do designer a equipe da revista iDeia separou algumas imagens desse banco, que esta exposto na IV Bienal Brasileira de Design, que ocorre durante o mês de outubro, em Belo Horizonte. 04 Artesão colando frisos

Fotos: Domingos Tótora

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05 A transformação do papelão começa pela sua forma. Primeiro o material é picado e levado ao liquidificador com água. Depois essa massa é prensada, com as mãos, para retirar o excesso de água. A mistura gerada é a matéria-prima de todos os trabalhos de Domingos.


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06 Buscando dar um aspecto natural ao seu último projeto, Tótora optou pela coloração avermelhada da terra. Para isso, ele utilizou o pigmento de amostras recolhidas em Rio Acima, cidade rica em óxido de ferro.

07 Após receber o pigmento, a massa é exposta ao sol para secar. Os pedaços maiores, que se juntam durante o processo, são espalhados com um ancinho.

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08 Na etapa final, o designer acrescenta uma cola à mistura e a despeja em moldes. Em seguida, a massa é socada como um “chão de terra batida”. Depois de secos, os bancos recebem os acabamentos finais. Depois, são lixados, impermeabilizados e têm os pés parafusados.

Fotos: Domingos Tótora

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01 Pranchas de Surf artesanal de poliuretano e madeira CroccoStudio + Ogro

Arte sobre ondas por Ana Cláudia Ulhôa

As formas irregulares e curvas dos anéis de crescimento da madeira que inspiraram a designer gaúcha, Heloísa Crocco, em mais de 30 anos de carreira, recebem agora uma superfície de aplicação diferente de todas que a artista já trabalhou. Em parceria firmada entre a CROCCOSTUDIO e o shaper Henrique “Ogro” Perrone, os traços que se formam a cada estação inverno e verão -, ganham vida em pranchas de surf de diferentes estilos e tamanhos.. Conhecida pela pesquisa Topomorfose - desenvolvida a partir de uma viagem para a Floresta Amazônica – Heloísa sempre teve como foco, em seu trabalho, a força e a exuberância da natureza. Em todas as peças desenvolvidas, sejam lençóis, painéis ou louças, é possível encontrar a cor, o desenho e a textura da madeira. O interesse em transportar sua vivência para o mundo do surf ocorreu porque seu filho, Thomaz Sellins, é surfista e empresário da área. “A questão tribal, que envolve o universo das pranchas e dos surfistas, tem muito a ver com os desenhos da madeira e uma relação direta com os grafismos que cerâmicas e adornos”, explica. Para desenvolver as imagens que seriam reproduzidas nas pranchas, foi necessário dedicar um bom tempo aos estudos. “Fizemos uma grande pesquisa. Foi muito inusitado, porque este universo do surf é singular para mim. Mas, é um lugar no qual se pode utilizar o conceito da Topomorfose. São impressionantes as possibilidades de desdobramentos e aplicações desses desenhos”, comenta.

Foto: cedidas por Heloísa Crocco

encontramos no homem, por meio da pintura corporal, ou na superfície de


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Foto: Netun

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Pranchas artesanais

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Na primeira fase do projeto Crocco Studio + Ogro, que ocorreu em junho de 2012, foram confeccionados 12 modelos de pranchas artesanais de poliuretano e madeira. Agora, a empresa promete surpreender com mais seis modelos, que terão versões em três cores distintas, mais uma coleção complementar para o surf, de sacos, sacolas e mochilas. Para quem quiser conferir a coleção de perto, o lançamento ocorre durante o mês de novembro, em paralelo ao festival de vídeos de surf e skate MIMPI FEST, que ocorrerá no COMPLEX, em Porto Alegre.

Outros trabalhos Outro projeto recente da designer é o livro “Topomorfose”. Como o próprio nome indica, a obra aborda a pesquisa realizada por Heloísa Crocco a partir de 1986, quando ela entrou pela primeira vez na

Foto: cedidas por Heloísa Crocco

Floresta Amazônica.


Perfil 02 Heloísa Crocco

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03 resultado do processo topomorfose em estampa para tecidos.

04 Carimbos para produção de estampas – processo topomorfose.

Nessa viagem, Crocco se encantou com o que chamou de “alma da árvore”. “Quando cheguei de lá, decidi que queria trabalhar com o que estava dentro da árvore, com os anéis de crescimento. Iniciei trabalhando cortes em topo da madeira e elegi o quadrado para fazer todas as combinações. Como uma escritora senta para escrever um livro, sentei para esgotar as possibilidades daquelas combinações, e com isso nasceram as matrizes”, afirma. Através de imagens de topos, carimbos e esboços de projetos, o livro feito em parceria com José Alberto Nemer e Marcelo Drummond, busca revelar um pouco da poética e do processo criativo da artista, em um verdadeiro poema visual. Em todos esses anos de carreira, Heloísa já desenhou peças para a marca Tok&Stok e desenvolveu trabalhos ligados à comunidades artesanais no Brasil, Colômbia, Uruguai e Espanha. Em suas viagens pelo Brasil, a designer, junto às populações locais, reflete sobre como se expressar por meio de coisas que tenham significado para elas. A longevidade do trabalho de Crocco, a metodologia de pesquisa e o envolvimento em propostas que visam agregar desgin e artesanato, são alguns dos fatores que transformaram Heloísa Crocco em um dos principais nomes do design.


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“Iluminação unida à tecnologia com soluções inteligentes, valoriza os projetos dos profissionais” Tânia Salles


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Iluminação brasileira conquista mercado internacional por Ana Cláudia Ulhôa

O bairro Alcântara, em Lisboa, abriga um ponto considerado o reduto da arte, design e gastronomia da capital portuguesa, a LX Factory. Famosa por unir o passado e o presente, através de sua arquitetura e eventos culturais, esse centro que reúne empresas e profissionais da indústria conta hoje com um showroom da brasileira Light Desgin. Especializada em projetos luminotécnicos e produtos de iluminação, a empresa fechou uma parceria com a Exporlux – fabricante de artigos de iluminação lusitana – para levar a marca para o exterior. De acordo com Manoel Caetano, diretor comercial da Light Design, essa indústria foi muito importante para seu projeto de expansão. “A parceira com a Exporlux permite que as peças sejam fabricadas em Portugal. Esse diferencial torna o produto Light Design também europeu, o que possibilitou a empresa receber o selo ‘Compro o que é Nosso’, que destaca a qualidade dos produtos fabricados no país com a Certificação Europeia”, destaca.


Business

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01 Pendente decorativo da LightDesign

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02, 04, 05 e 06 Luminárias residenciais da LightDesign Fotos cedidas pela LightDesign 03 Silvia Caetano e Manoel Caetano diretores da LightDesign

Manoel diz que o interesse em investir fora do Brasil veio do momento vivido pelo velho continente, em 2009, quando seus planos começaram a ser colocados em prática. “A Europa estava em excelente situação e percebemos a oportunidade de internacionalizar a marca Light Design. Essa foi apenas a ponte para iniciar o trabalho no exterior, que já conta com projetos na Suíça e Angola”. Nos últimos 20 anos, a companhia registrou um crescimento significativo, ampliando sua atuação, não só no exterior, mas em todas as regiões do país. Se em 1974 a empresa possuía apenas uma unidade no Rio de Janeiro, hoje ela conta com 11 lojas próprias e 15 lojas multimarcas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Pará, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

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06 Lorem ipsum dolor amet lorem ipsum dolor amet

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Para Manoel Caetano, os resultados alcançados pela Light Design estão diretamente ligados ao seu pioneirismo. “A empresa nasceu da necessidade de oferecer aos clientes projetos luminotécnicos personalizados, conforme as demandas dos ambientes e estilo de vida das pessoas. A partir desse enfoque, a Light Design iniciou seu processo de criação e fabricação de produtos. Todos elaborados para entregar soluções diferenciadas às propostas sugeridas nos projetos. Nós percebemos o quanto a luz influenciava nos ambientes e na vida das pessoas”, lembra. Em 2012, o consumidor da capital mineira também terá a oportunidade de conferir toda a linha Light Design. Por meio de um acordo, a loja Templuz se tornou a representante exclusiva da marca em Belo Horizonte, disponibilizando vários modelos de luminárias e pendentes.


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Belle Époque Café (Acrílica sobre tela)

O Café Barão convidou o artista plástico Rogério Fernandes para desenvolver, com exclusividade, a embalagem do seu mais novo produto: o Espresso Barão. Uma arte que traduz toda inspiração, técnica e cuidado utilizados na produção de uma grande obra. Tudo isso para proporcionar a você o prazer de degustar um sabor único e inconfundível. O estado da arte em espresso.


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Entrevistas

Pela democratização da moda por Thaís Casagrande

A badalada estilista Juliana Jabour relata sua experiência de fazer moda para um público diferente Com inúmeras parcerias no currículo, Juliana Jabour, a consagrada estilista que esbanja bom gosto e criatividade nos looks que circulam pelas passarelas mais concorridas do mundo, também aderiu à moda da democratização, pois TODOS têm direito a ter estilo! Juliana Jabour é uma colecionadora de parcerias, e não cansa de colocar o seu nome nas mais diversas áreas. Após a bem sucedida sociedade com a Shoestock, que culminou em sapatos da marca na sua passarela de inverno 2012, Juliana ainda se atreveu a criar uma coleção de joias ao lado de Raphael Falci. Com a marca de óculos, Evoke, o sucesso da parceria já dura 5 anos. Em 2011 ela participou do projeto Fashion Five da Riachuelo, que contou com uma linha de roupas de festa também com peças assinadas por André Lima, Huis Clos, Maria Garcia e Martha Medeiros. Com o sucesso do trabalho, foi convidada novamente para criar o Outono/Inverno 2012 pela loja de departamento. Uma coleção exclusiva assinada pela estilista. “Foi uma experiência muito legal, eu já tinha feito outras parcerias antes, com outras empresas, foi tudo mais ou menos com a mesma proposta, de democratizar a moda, de fazer com que o meu produto chegasse a um público que a princípio não chegaria” conta Juliana Jabour. “Essas colaborações de estilistas famosos com grandes empresas de varejo é algo que existe há muito tempo nos países lá fora, e é muito bom ver que agora o Brasil também acordou para isso”, disse Ju. A coleção para Riachuelo contava com 40 modelos entre confecção e acessórios, e apostava na variedade de tecidos para compor o mix de produtos. De acordo com Juliana, a experiência foi incrível e só rendeu bons resultados. “Eu tinha toda essa responsabilidade de manter o DNA da marca, acredito que seja isso que as pessoas querem quando propõem uma parceria. Por isso, fiquei muito atenta para manter o controle de tudo, pois tinha a preocupação da coleção levar o meu nome”, afirma Juliana. “Claro que a matéria prima não iria ser a seda pura, porque assim iria contra o princípio do fast fashion, tive que ir me adaptando”, finaliza.


EntrevistaNacional

Coleção Juliana Jabour para Riachuelo - Inverno 2012 - Fotos Jacques Dequeker

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Entrevistas

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As bases da coleção para a Riachuelo iam desde rendas com paetês misturadas com moletinho até lãs pesadas. Outras bases importantes são o georgette, nas versões lisa e estampada, tricôs, alfaiatarias em diferentes pesos e viscolycra, que é característica da marca, usada pela estilista em diferentes formas, com estampas, com outros tecidos, modelagens amplas e diferenciadas. “Tentei adaptar para o público ter uma bom caimento, e uma boa qualidade, independente das matérias-primas não serem tão nobres” disse. A inspiração da estilista para criar a coleção, foi a mulher moderna, que possui informação de moda, mas que não abre mão do conforto. Segundo ela, “essa é a mulher que me inspira, porque ela tem personalidade pra se vestir e está sempre se sentindo bem, confortável

Fotos: Jacques Dequeker

e linda!”.

Juliana Jabour - Foto: Silvia Boriello

peça com o DNA da Juliana Jabour, a modelagem, o


Entrevistas

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O resultado foi tão positivo que refletiu até mesmo em sua própria marca, “como a coleção foi feita direcionada para um público muito maior, isso abre portas até para outras parcerias, de repente de outras linhas diferentes, como algo de cama, mesa e banho, ou produtos de beleza, isso faz com que sua marca chegue em locais que ela não chegaria normalmente” relata Juliana Jabour.

Do armário para a casa toda Fica bem em você, pode ficar bem na sua casa também. Agora com olhos na arquitetura, Juliana Jabour criou estampas exclusivas para a marca Mixtape Design, impressas em tapetes, estofados e almofadas. “Acho que hoje mais do que nunca, moda, decoração, arquitetura, e até mesmo música, Coleção Juliana Jabour para Riachuelo - Inverno 2012 Fotos Jacques Dequeker

está tudo interligado, uma coisa reflete na outra, isso é comum,” finaliza Juliana Jabour.


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Entrevistas

A luz comanda nossa vida. Hora de acordar, hora de dormir. E viver sob nuances divinas, que revelam os objetos de maneira sempre surpreendentes. Como arquitetos, imitamos a natureza e provocamos emoções. Valem as velas, cúpulas, fluorescentes, leds, filtros, graus, dimmers e temperaturas de cor. Linguagem que articulamos para escrever o bem estar. Eraldo Pinheiro


Entrevistas

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Entrevista Baba Vacaro por Danilo Borges

Designer de produtos, consultora empresarial, roteirista de TV, palestrante... Baba Vacaro é movida pela curiosidade e um olhar minucioso, características que, nos últimos 20 anos a têm levado a atuar nas mais diferentes áreas. Pragmática, Baba vê o design como uma ferramenta estratégica, seja para agregar valor a uma marca ou para melhorar a vida das pessoas e fazê-las mais felizes. “O design está em nosso dia a dia, mesmo que nem sempre o notemos”, lembra a designer. Revista iDeia - Você começou sua carreira na área de produtos e, atualmente, atua em diversas áreas – de televisão (como roteirista do Casa Brasileira) a trabalhos de gestão estratégica de design, em empresas. De onde veio esse interesse por outras áreas do design? A versatilidade é uma tendência do design atual? Baba Vacaro: Para mim, o design e o pensamento estratégico das empresas estão intrinsecamente ligados. O design é, fundamentalmente, multidisciplinar, e isso se reflete em todas as suas áreas de abrangência, assim como na relação com os diversos setores – do produto à comunicação. Desde o início de minha carreira já atuava dessa maneira nas empresas com as quais colaborei durante os últimos 20 anos. O desenvolvimento de produtos é apenas uma das coisas que faço. Com relação à minha atuação no campo da comunicação, acho que esta é realmente uma característica pessoal. Sempre me interessei pelas pessoas e pela maneira como elas se relacionam com os objetos. Essa curiosidade, acompanhada de um estudo profundo sobre as nuances do mercado, me levaram a escrever para diversos veículos e, por fim, para a TV.


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Entrevistas

Ri: Muitos designers recém-formados se queixam da falta de mercado e da competitividade do setor com outras áreas (publicidade, artes plásticas etc). Como você avalia esse mercado? Quais são os principais caminhos e tendências no Brasil? BV: É difícil determinar as fronteiras entre as diversas áreas em que o design está inserido; suas relações de proximidade são, inclusive, uma boa área, um bom objeto de estudo para nós. Não vejo a competitividade como um problema. O mercado tende a se abrir cada vez mais para o designer, nos mais diversos segmentos de atuação. O pensamento do design tem sido ferramenta estratégica para o sucesso dos mais diversos tipos de negócio, e, por isso, muitas portas podem se abrir para os profissionais no Brasil. Ri: Você costuma dizer que gosta de acompanhar o processo de produção de uma peça, vê-la tomar forma na fábrica. Além disso, você também atua nas empresas, como gestora de design estratégico. Na sua opinião, o design ainda precisa ser mais pragmático, “tangível”, para conquistar novos mercados? BV: O Brasil ainda está amadurecendo para a parceria entre designers e empreendedores. Faz pouco tempo que as empresas começaram a perceber o quanto o design pode fazer bem para os negócios e que os designers começaram e entender melhor seu papel neste processo. Devagar as duas partes vão criando parâmetros de atuação, e é preciso que cada um aprenda a olhar para o outro e entender como cada parte pode fazer o que for melhor para o negócio. Ri: Para muitas pessoas, o design é visto como um “luxo”, disponível a poucos. Essa percepção está mudando? Como os designers encaram essa questão? BV: Infelizmente, enquanto o mercado não cresce, o designer segue desenhando para um nicho mais restrito. Não é por falta de vontade dos designers, mas por falta de oportunidade. Desenhar produtos de massa demanda um bom investimento em

tecnologia e ferramental – e se não temos quem consuma, fica difícil encaixar um projeto nesse segmento. Ri: Algumas de suas peças, como a famosa poltrona mandacaru, destacaram-se por conciliar funcionalidade e estética. Como lidar com essa permanente tensão entre a demanda ‘objetiva e a “criação artística”?


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nossa felicidade, e cada vez mais as pessoas percebem isso. O sucesso do Casa Brasileira vem daí. As pessoas querem viver melhor, com mais harmonia, numa casa que seja um reflexo delas mesmas, de suas memórias, de seu repertório cultural, gostos e desejos. Ri: Você lançou, recentemente, o livro “De traços abertos”. De onde surgiu a ideia do livro? Como foi a produção da obra? BV: Fui convidada pela editora C4 para fazer parte de sua coleção “Design & Processo” e convidei a jornalista e escritora Cristina Ramalho para fazer o projeto do livro. Desde que respeitássemos o formato e o número de páginas, tivemos a liberdade de fazer tudo como queríamos. Então resolvemos criar crônicas livres sobre os temas que, segundo a Cristina, mais se destacam em meu trabalho. É um livro gostoso de se ler – mesmo para quem não tem intimidade com o design – porque é repleto de histórias, de crônicas sobre pessoas que fizeram o design moderno. BV: No meu trabalho, o produto é sempre decorrente de um processo, de uma demanda objetiva. A forma é um resultado Luminária de mesa Nuage produzida no tecido ceda. Criação Baba Vacaro

mesmo, mas não uma premissa. Ri: Desde 2009, você assina o roteiro do programa Casa Brasileira. Como você avalia o papel do design de ambientes na vida das pessoas? O Brasileiro está se preocupando mais com o local em que vive? BV: O design, a arquitetura, tudo o que nos cerca tem um papel muito importante na

Ri: O que o leitor encontrará na obra? BV: O leitor irá encontrar um pouco do meu universo – não apenas minhas criações, mas de onde vem meu ‘repertório’: viagens, leituras, gostos, a formação racionalista, ligada à escola BauHaus, o amor pela casa, vontade de aconchego, o trabalho em equipe etc. A obra também mostra que o design está em tudo, tem a ver com música, viagens, fatos históricos, moda, novela, os amores de todos nós...O design está em nosso dia a dia, mesmo que nem sempre o notemos.


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Entrevistas


Entrevistas

Restaurante Kaá Arquitetura: Arthur Casas Foto: Andrés Otero

Entrevista Carlos Fortes por Thaís Casagrande

A LUZ QUE VALORIZA E TRANSFORMA A iluminação valoriza um ambiente tanto na macro escala como em detalhes. Pode torná-lo mais confortável, romântico, dramático ou onírico, reforçando a identidade de um projeto arquitetônico. É desse modo que o renomado lighting designer, Carlos Fortes, define um bom projeto luminotécnico. Com 22 anos de atuação na área do lighting design, Fortes possui uma experiência abrangente, com projetos realizados em diferentes escalas – residenciais, comerciais, museus, aeroportos, praças etc. Reconhecido internacionalmente e premiado em 2007 pelo IALD – 24th Annual IALD Lighting Design Award, com o projeto de revitalização da Estação da Luz, em São Paulo, e implantação do Museu da Língua Portuguesa (em parceria com Gilberto Franco), Carlos Fortes conta, com exclusividade para a revista iDeia, como foi o início de sua carreira, sua trajetória de sucesso e como enxerga o cenário do lighting design no Brasil. Foto: André Ligeiro

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Revista iDeia: De onde surgiu o interesse por iluminação? Carlos Fortes: Surgiu de forma intuitiva. Talvez a primeira influência tenha sido o cinema, ainda na adolescência. Durante algum tempo esse foi meu principal interesse, e cheguei mesmo a cursar, durante um curto período, a faculdade de Cinema na UFF – Universidade Federal Fluminense. Mas, a Arquitetura, que eu cursava paralelamente, demandava muito do meu tempo, e eu acabei optando, profissionalmente, pelo segundo curso. Logo após minha graduação, cheguei a cogitar um curso na Escola de Cinema de Cuba, fundada por Gabriel García Márquez. Mas, mais uma vez, a arquitetura falou mais alto e eu acabei me mudando para São Paulo.


Fotos: André Ligeiro

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Ri: E como foi o início da sua carreira? CF: Tive meu primeiro contato profissional como lighting design trabalhando no escritório paulistano dos arquitetos Esther Stiller e Gilberto Franco – a quem, mais tarde, vim a me associar. Eu conheci o trabalho deles no Rio de Janeiro, quando era estagiário dos arquitetos Paulo Casé e Luís Aciolie, e a oportunidade de trabalhar com eles abriu uma nova, e definitiva, perspectiva para mim. Ri: Qual a filosofia do seu trabalho? CF: Ele se baseia, fundamentalmente, em interpretar e valorizar, através da luz, as intenções do projeto arquitetônico. Acredito na iluminação em arquitetura como instrumento a serviço dos edifícios e dos espaços urbanos. Por isso, não uso fórmulas ou receitas para executar um projeto. Cada um tem suas peculiaridades; cada arquiteto responde de uma maneira particular a um mesmo programa ou demanda. Assim, cabe ao lighting designer compreender, antes de elaborar qualquer proposta, os conceitos apresentados. Ri: O que é necessário para ser um lighting designer de sucesso? CF: Acredito ser fundamental uma formação multidisciplinar em arquitetura, design, artes, história – ainda que informal. O conhecimento acumulado, assim como um olhar crítico e permanente para a produção artística, arquitetônica e cultural, aliados a uma permanente atualização tecnológica, constituem a principal ferramenta de trabalho para o lighting designer. A formação específica, o conhecimento de física e matemática, o domínio de softwares são acessórios fundamentais à prática profissional – mas só contribuem efetivamente para um bom resultado se postos a serviço da expertise e talento do lighting designer.


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02 Antonio Bernardo Iguatemi SP Arquitetura: Dado Castello Branco Foto: Andrés Otero

03 Banco Votorantim Arquitetura: Edo Rocha Foto: Nelson Kon

04 Aeroporto Santos Dumont Arquitetura: Sérgio Jardim Foto: Andrés Otero

Ri: Qual a importância da iluminação para um projeto arquitetônico? CF: A iluminação reforça a identidade de um projeto arquitetônico. Se bem interpretado, um bom projeto luminotécnico irá valorizar a arquitetura tanto na macro escala como em detalhes. Os sistemas a serem adotados devem refletir as intenções do arquiteto. Assim, a iluminação poderá ser mais intuitiva, discreta, quase mimetizada em detalhes sutis da arquitetura (como podemos observar nos projetos do arquiteto Álvaro Siza); poderá ser mais exuberante, expressionista – aqui tomando emprestado um termo utilizado pela designer Baba Vacaro (como em projetos do Marcelo Rosenbaum, em que o objeto em si traduz o conceito do projeto) e assim por diante. Ou seja, a iluminação nunca é a protagonista, é sempre uma resposta à proposta inicial do projeto. Cabe ao lighting designer interpretar corretamente esses conceitos. Para isso, precisa conhecer com detalhes o projeto, seus acabamentos, cores, materiais, para que as propostas de iluminação elejam e valorizem corretamente detalhes que devem ser enfatizados. Ri: Como deve ser a parceria do lighting designer com o arquiteto responsável pelo projeto? CF: Quanto mais próxima, maiores são as chances de o projeto ter sucesso. Cabe ao arquiteto expor seus conceitos e suas expectativas em relação à iluminação e, ao lighting designer dar as respostas adequadas. Quando o lighting designer


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Entrevistas 05 Inhotim - Pavilhão Adriana Varejão Arquitetura: Rodrigo Cerviño Lopez Foto: divulgação Inhotim

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06 Restaurante Kaá Arquitetura: Arthur Casas Foto: Andrés Otero

desenvolve seu projeto simultaneamente ao arquiteto, a sinergia entre os profissionais gera a oportunidade de se desenvolver, a quatro mãos, detalhes e soluções que viabilizem e correspondam às expectativas. Após a conceituação e definição do projeto

1997, juntamente com os arquitetos e lighting

básico de iluminação, os demais planos

designers Mônica Lobo e Gilberto Franco.

complementares devem ser desenvolvidos

Naquele ano, participamos do encontro

e compatibilizados com a iluminação.

anual do IES em Cleveland, Ohio, ocasião

Infelizmente, nem sempre esse ritmo é

em que nos apresentamos em uma reunião

respeitado, embora cada vez mais os

do comitê. Tínhamos a intenção de fundar,

empreendedores e clientes estejam tomando

no Brasil, uma associação de profissionais de

consciência da importância desse timing.

iluminação, mas não tínhamos muito claro

Quando o lighting designer é chamado

o formato. Esse primeiro contato com o IES

a desenvolver seu projeto quando o de

talvez tenha sido o movimento embrionário

arquitetura já está finalizado e os demais

para a futura fundação da AsBAI (Associação

complementares desenvolvidos, as limitações

Brasileira de Projetistas de Iluminação). Os

são muito maiores.

membros do IES se mostraram bastante

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colaborativos, no sentido de nos apoiar com Ri: Qual o projeto mais significativo já

sua experiência corporativa, e nos cederam

realizado por você? Aquele que você julga

cópias dos estatutos do IES. Houve, inclusive,

como um marco em sua carreira.

um movimento que não vingou de se formar

CF: É difícil eleger, dentre tantos projetos

uma espécie de “IES Brasil”, a exemplo do

desenvolvidos em 22 anos de atuação,

que já ocorria no México e no Canadá.

o mais significativo. Mas, poderia citar, por exemplo, o projeto de revitalização

Ri: E você foi um dos Fundadores da

da Estação da Luz, em São Paulo, com

Associação Brasileira de Projetistas de

a implantação do Museu da Língua

Iluminação, certo? Como surgiu a proposta?

Portuguesa, como marcante em minha

CF: Depois dessa reunião em Cleveland,

carreira, pelo reconhecimento internacional

voltamos ao Brasil com o propósito de levar

que tivemos. Atualmente, o projeto que estou

adiante a proposta. Para isso, contatamos

desenvolvendo para o MAR – Museu de

dois grupos de profissionais atuantes no

Arte do Rio (arquitetura de Thiago Bernardes

mercado, em São Paulo e no Rio de

e Paulo Jacobsen), da Fundação Roberto

Janeiro, e convocamos duas reuniões para

Marinho, me entusiasma bastante.

apresentar nossa ideia e a possível parceria heterogêneos, embora todos comungassem

Relações Internacionais da Associação IES-

do interesse comum em iluminação

NA (Illuminating Engineering Society of North

arquitetônica. Como era de se supor, essas

America)?

primeiras reuniões, e as que se sucederam,

CF: A minha participação começou em

foram bastantes polêmicas, principalmente,

Fotos: André Ligeiro

com o IES. Esses grupos iniciais eram bastante Ri: Como é representar o Brasil no Comitê de


Entrevistas

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em relação ao formato que deveríamos adotar. Acabamos por declinar de uma parceria formal com o IES – entidade bastante abrangente, que agrega profissionais das mais variadas formações. Optamos pela formação de um grupo de arquitetos de iluminação, que se aproximava mais do formato do IALD (Illuminating Association of Lighting Designers) e do PLDA (Professional Association of Lighting Designers). Assim foi fundada a AsBAI. Ri: Você acha que ainda temos muito que aprender com o Lighting Design do exterior? CF: Eu acredito que a produção de projetos de iluminação no Brasil esteja bastante aproximada da produção internacional. É raro que algum empreendimento de relevância prescinda de um lighting designer em sua equipe de projetistas. A indústria de luminárias também vem buscando se aperfeiçoar, investindo em pesquisa e em design. Ainda temos um caminho a percorrer e acredito que a recente e acelerada mudança na indústria das lâmpadas, com as restrições impostas por programas de sustentabilidade e de conservação de energia, forcem uma rápida e eficiente adequação dos produtos às novas tecnologias, principalmente, à utilização de LEDs em substituição às fontes convencionais. Mas acho que, definitivamente, o Brasil está inserido no mercado internacional.


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Design para o mundo real

Satyendra Pakhalé fala sobre a importância de o design atender às necessidades da população por Clarissa Damas


Add-on Radiator Sistema modular

Indiano radicado na Holanda, o designer Satyendra Pakhalé conquistou o respeito e a admiração mundial. Unindo elementos ocidentais e orientais em suas criações, sempre levando em conta a questão ambiental e a sustentabilidade, Satyendra se firma como um dos designers mais importantes do mundo. Formado em Engenharia e mestre em Design, ele traz para seu escritório toda a experiência adquirida nos anos de trabalho na Phillips, e alia, a isso, o desejo de contribuir com o mundo, de proporcionar soluções, e de

Foto: Tubes, IT

resgatar e valorizar o trabalho artesanal.

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Foto: Satyendra Pakhalé Design Studio

02 pág. 36

03

Criando desde objetos simples, como vasos

são únicas e precisam de uma atenção

e móveis, a mais sofisticados, como carros e

especial visando novas perspectivas.

motos, Satyendra diz que ainda tem muito a fazer pelas pessoas e que o design pode, e

Ri: Em 14 anos de escritório próprio, você

deve, provocar mudanças.

acredita que o design mudou de alguma forma? Pode nos dizer em que?

Revista iDeia: Você acredita que o design

SP: A única coisa constante na vida é a

praticado hoje, de forma geral, está mais

“mudança” e o design não é uma exceção.

próximo das necessidades reais dos seres

A mudança é a lei de natureza e da vida.

humanos?

É difícil falar sobre mudanças globais, mas

Satyendra Pakhalé: É difícil falar em nome

podemos ver crescentes preocupações com

de todos. Sou sempre cauteloso ao fazer tais

“o design para as pessoas no mundo em

generalizações, porque o mundo está cheio

desenvolvimento”. Há várias questões que

de contradições fascinantes, bem como

precisam ser abordadas do ponto de vista

possibilidades surpreendentes. Na verdade, o

de design. Eu vejo que há oportunidades

design deve atender às necessidades reais do

de design industrial nas sociedades ao redor

ser humano, olhando para as possibilidades

do mundo. O desafio é fazer com que a

que estão lá fora, especialmente em

vontade política e industrial aconteça.

países como o Brasil, Índia e China, onde as

Foto: Erreti, IT

condições geográficas, ambientais e culturais


Matériadecapa

02 KABU Chaise Longue 03 Alinata Shelving System 04 Kalpa - ceramic vase & bowl

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Ri: Como você definiria a sua atuação hoje,

diferentes agora, no século XXI, do que há

como um designer de expressão mundial?

muitos séculos, mesmo que seja mais fácil, nos

SP: O meu papel primordial é o de criar,

dias de hoje, se relacionar com o contexto

inovar, pensar e cultivar minha sensibilidade

humano universal... Graças ao acesso fácil

ao mais profundo nível, para ser um designer

que temos à informação, tão próxima de

melhor a cada dia. Criar possibilidades para

nossos dedos. No entanto, eu sempre me

ser um protagonista significativo no campo

abstenho de definir algo pronto, muito menos

da indústria, tecnologia, sociedade e, acima

projetar.

de tudo, na cultura. Se todas as minhas atividades puderem levar uma pequena

Ri: Em seu trabalho, a ligação entre as

contribuição para nossa cultura, com certeza

questões industriais, humanitárias e sensoriais

vou estar satisfeito.

são importantes. Você acredita que esse é o caminho para o design do século XXI? Por

Ri: Como você define o Design Universal para

quê?

o século XXI?

SP: Como você mesmo disse, corretamente,

SP: Valores humanos universais não são

sou fascinado pelo design e seu impacto

Foto: Mr. Shuurmans, NL

04


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Matériadecapa

positivo na humanidade, se aplicado

uma grande satisfação quando conseguimos

corretamente. No entanto, eu nunca iria

trazer essa ideia inicial frágil para uma

professar qualquer abordagem definida

realidade, e transformá-la em um produto

para desenhar. Eu realmente acredito em

industrial, que foi bem recebido pelos usuários.

Foto: Danny Hollander, NL

05

pluralidade de expressão e não iria me limitar a uma abordagem específica para projetar

Ri: Você acredita que o design pode

no século XXI.

provocar uma mudança na forma como as pessoas pensam e veem as coisas?

Ri: Existe algum trabalho específico dentro

SP: Com certeza, o design pode causar

de toda sua vida profissional, que tenha lhe

uma mudança, se ele tiver uma substância,

deixado mais orgulhoso do que os demais?

um propósito, um significado, um apelo

Qual e por quê?

tecnológico e material, inovação ou

SP: Não podemos pensar em uma tarefa

expressão cultural.

específica que torna um profissional mais orgulhoso, no entanto, a profissão de design é

Ri: Você pode nos falar um pouco sobre

uma grande satisfação quando ela passa por

os projetos que você está trabalhando

um conjunto misto de emoções e frustrações

atualmente?

durante o processo de desenvolvimento e,

SP: Neste momento estamos envolvidos com

eventualmente, leva a uma certa solução,

10-12 projetos cuidadosamente escolhidos

ideia ou um produto que torne uma solução

internacionalmente, que vão desde o design

completa. Se você insistir na pergunta,

industrial, com produtos tecnologicamente

poderia citar em retrospectiva o “add-on do

complexos, até peças de edição para a

radiador”, projeto que não só efetivamente

arquitetura. Ressalto um projeto que estamos

cumpre sua utilidade, mas também se

trabalhando agora, que é um produto feito

torna um produto sensorial que pode ser

através do processo de fabricação do vidro

perfeitamente integrado na arquitetura. Foi

dobrado aplicado à arquitetura, com ênfase

05 O Moonwaka é uma criação de Satyendra para o “Moon Life Project”, projeto que especula sobre a possibilidade dos seres humanos viverem na Lua em um futuro próximo. Esse objeto foi desenvolvido para ajudar os viajantes a se acostumerem com a gravidade da Lua.


Matériadecapa

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06

para a conservação da água da chuva e armazenamento da energia solar. Todos os anos, relacionamos um material ou processo ao exercício do artesanato. Este ano, estamos trabalhando com o mármore, em colaboração com alguns artesãos da Itália que levarão as peças desta edição para a Galeria Ammann, na Alemanha. Ri: Você acredita que o design deve contemplar uma associação de culturas para gerar uma identidade única para os povos do mundo? Como isto é possível? SP: Bem, como eu disse antes, eu não tenho uma noção fixa ou uma receita para criar uma identidade única para os povos do mundo. No entanto, eu acredito que precisamos ter mais identidades com expressões plurais, portanto, mais originais, como as culturas regionais, e não tanto como as nacionais. 07 Roll Carbon Ceramic Chair

Foto: RSVP, IT

06 Akasma Glass Fruit Basket

Foto: Mr. Tiziano Rossi, IT

07


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“Iluminação não é apenas um recurso funcional, mas também de arte, pois toca os sentidos além da visão, valoriza o iluminado e emociona o observador.” Claudius e Gabi - Duo Projetos


Novas ferramentas, para um novo profissional Artigos

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por João Gabriel

Recentemente, participei de um Congresso Internacional de Iluminação, em Las Vegas, o Lightfair 2012. Dentre as palestras que tive a oportunidade de presenciar, a que mais me chamou a atenção foi a apresentada pelo Sr. Don Marinelli, professor de Drama e Gerenciamento de Artes e produtor executivo da Entertainment Technology Center , empresa situada na Universidade de Carnegie Mellon, no estado da Pensilvânia, EUA.

visto sua frequência e o tempo de permanência dos visitantes diminuírem assustadoramente nos últimos anos. O que estaria acontecendo? Segundo Don Marinelli, a “geração gamer” não suporta mais ser apenas um ator passivo em suas atividades cotidianas. Ou seja, seria necessário propor uma maior integração entre as atrações oferecidas pelos museus e seus visitantes. De forma geral, a ideia seria unir os lados esquerdo e direito do cérebro uma mesma ação: aprender! Ensinar não é mais como antigamente: livros e apostilas dão lugar a jogos interativos e softwares

Esse grande professor (e brilhante orador!) percebeu

poderosos. E-books, ilustrados com vídeos e músicas,

que, para educar a nova geração – chamada por ele

abrem novas e mais atrativas possibilidades para a

de “geração dos gamers” ou “geração dos jogadores

transmissão do conhecimento adquirido.

eletrônicos” –, teríamos que repensar toda a nossa forma de ensinar, bem como as ferramentas utilizadas no

Em vez de passar horas a fio lendo apostilas

processo.

entediantes, por que não “brincar” em um simulador virtual que possa nos levar a adquirir os mesmos

Entre os desafios apresentados por Marinelli, estava a

conhecimentos, de maneira mais interativa,

demanda de um grande museu americano, o qual tinha

multissensorial, colorida e em HD?


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01


Artigos

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02

01 e 02 Imagens em 3D resultado de trabalho em software Foto: Divulgação Direcional

BIM, Archicad, Bentlay, Vector Works, Revit, Dialux Para os profissionais das áreas de arquitetura, engenharia,

Na área da iluminação, por exemplo, termos como

design, etc., esta forma de aprendizagem vem à tona

W/m, lm/m, plugins, drives de corrente, drives de tensão,

com o surgimento de uma centena de novos conceitos,

pixels, resolução, passam a ser corriqueiros. E para nos

como o BIM (Building Information Modelling), as novas

atualizarmos neste novo mundo precisamos estar atentos

ferramentas de CAD, os softwares para cálculos de toda

aos novos programas e tecnologias disponíveis: ArchiCAd,

espécie, os programas para renderização de imagens,

Bentlay, Vector Works, Revit, Dialux, etc, etc, etc.

entre outros. Todas essas novidades e avanços dos softwares Trabalhando com as ferramentas do BIM, é possível

proporcionam uma significativa melhoria na forma

alterar dinamicamente um determinado modelo, com a

de se apresentar um projeto. Maquetes eletrônicas e

elaboração automática de layouts, elevações, cortes,

imagens em 3D fornecem ao cliente uma noção cada

além de poder exportar esses arquivos para outros

vez mais perfeita sobre o projeto em questão, o que

programas de cálculos.

permite comparar com precisão se o que foi comprado corresponde ao que foi apresentado pelo fornecedor.

Outra grande novidade é que o processo passa a ser colaborativo: todos os profissionais envolvidos em um

A atualização passa por uma poderosa estrutura

determinado projeto podem trabalhar em uma mesma

tecnológica (hardware de alto desempenho, com

base de dados. Como “só uma andorinha não faz

alguns subsistemas para apoio), por infovias largas e

verão”, torna-se necessário que o mercado, como um

confiáveis. E, nesse quesito, estamos ainda engatinhando.

todo, passe a adotar esses novos conceitos para que o

Recentemente, assistimos a uma ousada iniciativa

sistema realmente funcione.

do governo federal em punir três das quatro maiores operadoras de telefonia do Brasil. Entretanto, ainda

De maneira geral, nossa atualização profissional passa

temos que melhorar muito.

muito mais pelos bits e bytes do que por livros e apostilas. Não que eles tenham perdido o seu valor. Nada disso.

Pois então, nada de ficar acomodado com o

Mas a forma de transmitir o conhecimento é que mudou

conhecimento adquirido nos bancos da escola.

radicalmente.

Precisamos estudar mais e aprender mais. Sempre!


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Antropófagos dos nossos próprios clichês por Jum Nakao

Empresas brasileiras e britânicas nos convidaram para assinar a cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres 2012, um espetáculo de oito minutos, no qual o Brasil foi apresentado ao mundo. O trabalho foi denominado de “figurinocenárioimaginário”, um figurino pensado para compor o cenário num palco em branco, uma ambientação perfeita para o imaginário coletivo de quatro bilhões de espectadores. A partir de um roteiro que nos fora encaminhado, desenhamos todos os figurinos. Procuramos valorizar manifestações populares através da “gambiarra” como recurso de linguagem. A “gambiarra”, ou improvisação, é um dos traços que caracterizam a produção artística no Brasil, com a assimilação, pela arte, de procedimentos e estéticas das ruas e do povo. No maracatu atômico – figurino utilizado pelo músico “B Negão” –, a fiação interligando as lâmpadas foi exposta. Sob estas lâmpadas, um tecido refletor feito de tachinhas. Uma enorme saia foi construída a partir de guarda-chuvas. Uma roda gigante foi transportada para as costas das nossas passistas. A magia e o truque compartilhados sem receio de desfazer o encantamento.

Organização da bateria - Cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Londres 2012 Fotos: cedidas por Jum Nakao


Artigos

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Artigos

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01 Apresentação do Gari Renato Sorriso, da Top Alessandra Ambrósio e Seu Jorge. Fotos cedidas por Jum Nakao

01

02 Preparação da roupa do rapper BNegão Fotos cedidas por Jum Nakao 03 Brasil representado por índios iluminados por luzes verdes e amarelas. Fotos cedidas por Jum Nakao.

O vestido de Alessandra Ambrosio foi concebido para ser visível em um estádio, com fluidez para valorizar a coreografia e mais curto na frente para conferir liberdade de movimentos. No espetáculo, Alessandra representou a beleza da mulher brasileira. Para bailar com Seu Jorge e Sorriso, o vestido foi desenhado em um tecido super vaporoso que valorizava seus movimentos. O vestido foi paetado em degradé, com maior concentração de paetês na parte superior, para iluminar o rosto, e um pouco menos na saia, para flutuar ao vento. Em meio a reis, coroamos Alessandra com uma tiara cravejada de brilhantes reproduzindo a calçada de Copacabana. Como uma estrela prateada no céu, o reluzente vestido foi feito para brilhar na imensidão do estádio.

02


Artigos

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03

Na dimensão de um estádio a roupa

Tropicália. A antropofagia na arte brasileira

desparece. O figurino deveria, portanto,

é a percepção das influências estrangeiras,

cumprir, também, um papel cenográfico e

sua compreensão e deglutição em uma

dinâmico ao mesmo tempo. Recorremos,

apropriação que mantém apenas o

então, aos instrumentos de percussão

que interessa à criação local, de modo

gigantes sobre a bateria, assim como as

consciente e refletido. Se a apropriação

rodas gigantes nas passistas, ambos com

de elementos de outras culturas e países é

recursos luminotécnicos que permitiram,

aceitável por essa elite cultural que critica

junto com as lâmpadas do figurino

a cerimônia, o que nos impede de sermos

maracatu, um desenho de luzes no palco.

antropófagos dos nossos próprios clichês e valores?

Com recursos simples, simpatia, sorriso, mostramos que somos um país de braços

A concepção do projeto foi feita de forma

abertos para abraçar muito mais do que já

generosa e não-egocêntrica, voltada

alcançamos.

não para uma minoria que se acha mais inteligente que os outros, que se isola,

O Brasil contemporâneo se fez pulsante

e que se envergonha de valores e do

por meio do conceito da antropofagia,

imaginário brasileiros, mas sim para quatro

do modernismo e, posteriormente, da

bilhões de pessoas.


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Empreender, uma opção de carreira por Andréa Tristão

Quase 80% da população brasileira considera o empreendedorismo como uma boa opção de carreira, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor / GEM 2010. Pergunto-me quantos designers vislumbram essa alternativa. Afinal, um obstáculo rotineiro da profissão é o pouco conhecimento da área entre os empresários. Essa realidade gradativamente vem sendo corrigida. É possível dizer que a troca de informações no mercado globalizado e o bom momento da economia brasileira são responsáveis por abrir um campo de trabalho precioso para algumas profissões, inclusive o design. Lojas como Tok&Stok e Imaginarium são referências na escolha do design como principal atributo de venda. Elas oferecem ao mercado soluções que o consumidor nem sabia ter, mas adora encontrar e comprar. Apesar desse grato diagnóstico, o processo de mudança de modelos mentais e paradigmas é lento. Por isso, empreender é uma opção de carreira bastante apropriada aos cenários atuais. Sérgio Matos é um exemplo de pequeno empreendedor que gosto de citar. Ao ganhar uma edição do Prêmio Sebrae Minas Design, Sérgio descartou de vez a ideia de abandonar a profissão e viu nas parcerias a possibilidade de levar suas criações ao público final. Inicialmente, o designer paraibano, criador do banco Ianomâmi, viabilizou seu projeto tendo uma grande empresa como parceira. Hoje, à frente do seu próprio ateliê, tem parceria com pequenas empresas do interior de Minas Gerais. Mas, como ele, existem muitos outros que podem e devem ser seguidos. De acordo com a GEM, o Brasil tem a população mais empreendedora dos países do BRIC, formado também pela China, Rússia e Índia. No topo da lista dos empreendedores

01 Estante Poleirinho porta treco, em madeira de reflorestamento. Autoria de: Frederico Mendes Teixeira, Rodrigo Braga França, Ulisses Andrade N. Neuenschwander Penha.

02


Artigos

02

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empresa e, na fase de produção, não encontrar meios industriais capazes de atingir o resultado planejado. Para empreender também é necessário inovar, isto é, apresentar algo novo ou fazer de uma forma diferente. Portanto, o designer deve ter um olhar apurado sobre o meio, para criar soluções que, realmente, sejam relevantes para o seu público. Afinal, em sua atualíssima definição, o design tem a missão de ser cada vez mais funcional. Definido como o processo que conecta criatividade e inovação, o design gera ideias práticas e atrativas tanto às empresas quanto aos seus clientes. Com o design — considerado fundamental na expertise dos negócios — produtos estão empresas destinadas às soluções

passam a ter não só o preço como diferencial

para o consumidor final. Como o designer

competitivo, mas também valores estéticos

dispõe de um mercado amplo de atuação,

e utilitários a eles agregados. Quando é

escolher um segmento não deve ser difícil. Os

aplicado em áreas de serviços, alcança

obstáculos estão na gestão de uma empresa,

resultados que extrapolam a funcionalidade,

para isso, o profissional inevitavelmente

chegando a gerar benefícios até no

precisará do apoio de instituições como o

convívio entre as pessoas, cumprindo um

Sebrae, além de pleitear junto às instituições

papel social. Com o apoio do Sebrae-MG,

de ensino de design a inclusão de disciplinas

tenho conseguido levar essa mensagem

ligadas à administração.

dos diferenciais do design às empresas. Por outro lado, venho buscando conscientizar os

03

O designer empreendedor também deve

designers dos resultados extraordinários do

pensar na viabilidade do projeto. Não

empreendedorismo, inclusive, estamos na

adianta ter uma boa ideia, saber gerir uma

fase final do Prêmio Sebrae Minas Design.

02 Mesa abstrak, autoria de Daniel Bahia. 03 Banco Yanomami, autoria de Sérgio J. Matos.


01

01 balizadores Zero 02 sede Vodafone, projeto Barbosa & Guimarães, Portugal 03 residência, projeto Sérgio Parada Arq. Associados, Brasil

BELO HORIZONTE GANHA UMA NOVIDADE NO MERCADO DA ILUMINAÇÃO.

A TEMPLUZ oferece, com exclusividade, os produtos da Light Design+Exporlux. Agora, em um único lugar, todas as novidades em soluções luminotécnicas completas. Fundada nos anos 70, a Light Design há mais de 38 anos desenvolve projetos exclusivos, atendendo às múltiplas necessidades do mercado, em parceria com arquitetos, designers de interiores, paisagistas, lighting designers e demais profissionais do setor. É fabricante de tudo aquilo que projeta e ainda comercializa, instala e garante assistência técnica para cada projeto. Ou seja, cobre todas as etapas, algo bem raro no mercado da iluminação. Há uma atenção especial às tendências, o que possibilita trabalhar com todo tipo de iluminação, seja planejada, técnica ou funcional.

Em 2012 a Light Design deu um grande passo à frente e realizou sua fusão com a Exporlux, empresa portuguesa líder em soluções LED aplicadas a sistemas de iluminação, unindo suas forças para ampliar as opções ao mercado, em termos de soluções eficazes, sustentáveis e com design inovador, passando a dispor de um centro tecnológico com total domínio das soluções LED dentro de casa. “É como se o mundo estivesse saindo da era da máquina de escrever para a era do computador neste mercado da iluminação”, como gosta de citar Silvia Caetano, presidente da Light Design+ Exporlux. Seus produtos não só são produzidos no Brasil, mas também são fabricados e certificados na Europa, com o selo CE de Conformidade Europeia, um diferencial de qualidade sem igual no mercado brasileiro.


Refletir o futuro em cada projeto

02

1 02 03

03

Encontre um de nossos 26 showrooms no Brasil e no exterior atravĂŠs do www.lightdesign.com.br


LuzCâmeraAção

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Saul Bass e o Design no Cinema por Júlio Pessoa Quando John “Scottie” Ferguson (James Stewart) sobe desajeitadamente a escadaria de uma torre atrás de Madeleine (Kim Novak), tentando impedi-la de saltar, a fobia de altura que sentia, transformada em vertigem, é potencializada por uma inserção de trucagem em forma elíptica. Nauseado e tonto, vê pela janela o corpo da amada indo ao encontro da morte. Essa cena, muito conhecida do filme Um Corpo que Cai – tradução infeliz de Vertigo – do cineasta britânico Alfred Hitchcock, é um exemplo emblemático da associação do design gráfico com o cinema. E permite-me relembrar aqui um dos mais importantes designers gráficos de todos os tempos: Saul Bass, bem como sua enorme contribuição para o cinema como o temos hoje. O nova-iorquino Bass, judeu de origem no leste europeu, iniciou sua carreira no cinema aos 34 anos, criando para Otto Preminger o cartaz de Carmen Jones. Impressionado com a obra, Preminger solicitou a Bass que também criasse os créditos iniciais do filme. No ano seguinte, 1955, Bass criou para Preminger o cartaz e os créditos iniciais de The Man With The Golden Arm (O Homem com o Braço de Ouro). O impacto causado na conservadora

01 Vertigo - filme estadunidense de 1958, do gênero suspense, dirigido por Alfred Hitchcock 02 Storyboard de Saul Bass para o filme Psicose

01


Artigos sociedade americana com o filme – a história de um músico viciado em heroína – foi ampliado pelo cartaz que mostrava um braço retorcido, a mão crispada, sempre com uma aparência sombreada, emoldurada – ou melhor, “enquadrada” – por blocos de retângulos mal cortados. Se não bastasse, Bass ainda fez os créditos iniciais. A fonte que criara – que passaria para a História como Hitchcock – alterou um hábito americano: os cinemas que antes deixavam a luz acesa para o público ir se acomodando nas poltronas durante a exibição dos créditos, passou a fechar as cortinas e apagar as luzes quando entravam os créditos. Menos por admiração a forma do que pela mudança promovida pelo designer em parceria com o diretor: os créditos passavam a ser parte integrante do filme, componente de seu núcleo dramático e, muitas vezes, narrativo. Mas foi, provavelmente, em Um Corpo Que Cai que a mudança de paradigma se concretizou. Usando recursos do próprio cinema com movimentação de câmera e mudança de enquadramento – a abertura é em si filmada – e com inserções de grafismos em cima da película, Bass cria a atmosfera do filme que receberá o espectador a partir da filmagem de um rosto feminino enquadrado em planos detalhes (boca, olhos, nariz). Injusto seria esquecer a música perfeita de Bernard Hermann. Em parceria, os dois evocam toda a sensação de tensão que percorrerá o filme nos parcos minutos iniciais. E permite ao diretor o refinamento de sua construção narrativa, com vistas a envolver o espectador que, a essa altura, já está totalmente ambientado com o “clima” da narrativa, ainda que não a conheça! Em Anatomy of a Murder (Anatomia de Um Crime), Bass criou um cartaz de um corpo fragmentado, como no chão, remetendo aos desenhos de giz da polícia e aos estudos anatômicos médicos. E claro, com sua singularíssima “assinatura”, um traço único que permitia reconhecer todo o

02

Lorem ipsum dolor amet ipsum dolor amet it lereum of sit


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LuzCâmeraAção

seu trabalho. A precisão sofisticadíssima oculta em linhas quase infantis. Nos créditos do filme, o desenho do “corpo fragmentado” é utilizado a partir de suas partes. Ora pés, ora mãos. Ora apenas uma referência. Assim permite a penetração do público na história aos poucos, com uma

Já em Psycho (Psicose), Bass é

referência mais cerebral que sanguínea.

responsável pelo storyboard da mais conhecida cena: o assassinato de Marion

Outra revolução seria feita com os créditos de North by

Crane (Janet Leigh) no banheiro do

Norwest (Intriga Internacional), de novo de Hitchcock.

Bates Motel. Embora tenha desenhado o

Nesse filme, Bass ultrapassa a ideia de uma apresentação

storyboard, é difícil saber até que ponto

de créditos que introduz o filme para construir a

participou da decupagem (processo

passagem em uma fusão de imagens que faz dela,

no qual o diretor define, a partir do

efetivamente, o começo do filme. Novamente a música

roteiro, como irá planificar o filme,

de Bernard Hermann – em prenúncio do que hoje

como enquadrará cada plano, como

comporia parte da função do sound designer – pontua e

a câmera irá se movimentar e como os

conduz a passagem. Bass constrói sobre fundo verde as

atores se movimentarão diante dela),

linhas quadriculadas que, ao se fundirem com a imagem,

mas a precisão te faz pensar que foi

revelam um edifício nova-iorquino com janelas de vidro.

mais que um tradutor para o desenho do pensamento do diretor. De qualquer

Em 1956, em Around the World in 80 Days (A Volta

forma, nesse filme, ele recebeu créditos

ao Mundo em 80 Dias) Bass mexe novamente com a

como “pictorial consultant” o que faz

temporalidade do espectador americano. Se antes de O

supor que sua participação tenha sido

Homem do Braço de Ouro o americano médio chegava

um pouco mais contundente.

ao cinema depois dos créditos iniciados, em A Volta Ao Mundo (...) Bass convence-o a assistir até o fim dos créditos finais. Cria uma animação riquíssima que resume a história e até revela algum ponto oculto da trama.


03

03 Montagem de cartazes

Depois de uma carreira gloriosa em que inseriu definitivamente os efeitos visuais no cinema como parte constituinte da

É interessante notar que os sofisticados

trama narrativa, Bass diminui o ritmo

softwares que compõem hoje o

nos anos 1970 e 1980. Praticamente

repertório cinematográfico, tendo

parando. E, mesmo quando trabalhava,

intervenção na história e na linguagem,

produzia os cartazes, não mais os

tem origem nos traços únicos de Saul

créditos. Caberia a James L. Brooks e

Bass. Embora o Design – em seus vários

Martin Scorcese o resgate do artista,

e inumeráveis aspectos – tenha sempre

convidando-o a fazer créditos e cartazes

sido parte integrante da atividade

para seus filmes da década de 90. Em

cinematográfica (que, ela mesma,

seu último trabalho, Casino (Cassino),

poderia ser chamada de “design de

de 1995, Bass, pelas mãos de Scorcese,

cinema”), foi por suas mãos e pincéis

trabalharia pela primeira vez com um

que o design gráfico se somou a ela

programa de computador. Morreria um

como elemento constitutivo do que

ano depois.

efetivamente entendemos por cinema.


Projetos

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01

Funeral House

Na movimentada Av. Afonso Pena, um casarão rosado, com escadas de mármore branco e colunas duplas, se destaca na noite de Belo Horizonte. Dezenas de pessoas param seus carros à entrada da casa, onde um vallet os aguarda para levar o veículo ao estacionamento. A maioria enverga trajes elegantes e chega acompanhada por familiares. Não fosse pelo “Funeral House”, escrito em maiúscula nos dois grandes banners estendidos ao longo dos pilares frontais da casa, os milhares de transeuntes que passam pelo local acreditariam tratar-se de uma celebração solene, repleta de luxos e convidados “VIPs”. E o interior da mansão, tombada pelo Patrimônio Histórico, faz jus à proposta: o imponente mobiliário antigo, feito de madeira nobre; os elegantes lustres de cristal e bronze – fabricados na Itália, de acordo com os originais – e os pisos de mármore e madeira resultam num cenário que, provavelmente, não causaria estranhamento ao arquiteto italiano que projetou a casa, há mais de 60 anos.

Fotos: cedidas pela Funeral House

por Danilo Borges

01 Fachada do Funeral House 02 Corredor principal


Projetos

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Além da preocupação com a mobília e a decoração, outra questão central para o sucesso do empreendimento é a iluminação do ambiente. Embora possa parecer um elemento secundário – afinal, não se costuma ir a um velório para garimpar tendências – um projeto luminotécnico mal feito poderia não só comprometer o clima “interiorano” do funeral, como afetar ainda mais a sensibilidade dos presentes. “Controlar a temperatura da iluminação é extremamente importante nessa ocasião. Uma luz muito branca, por exemplo, poderia acentuar ainda mais a palidez do falecido, o que pode causar constrangimentos desnecessários”, explica a lighting planner do projeto, Lorena Mattos. Segundo Lorena, o projeto da Funeral House procurou dar aconchego e conforto 02

àqueles que perderam um ente querido. Desenvolvido com lâmpadas de led e fibra ótica, a iluminação das três salas de velório explora cores mais quentes e luzes difusas.


Projetos

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03, 04 e 05 Dependências do Funeral

“A iluminação deve fazer com que os

03

04

familiares sintam-se como se estivessem em sua própria casa”, afirma Lorena. Mas a verdadeira inovação do projeto está na “sala da despedida”, por onde o falecido deixa o casarão, rumo ao seu derradeiro e eterno destino. O caixão deixa o ambiente por um nicho recoberto por uma sutil cortina de fibra ótica iluminada, um momento que, segundo o proprietário, costuma causar bastante comoção nos clientes, dada sua semelhança com as tradicionais representações da ascensão aos céus, sempre repletas de luz. A ocasião pode ser ainda mais tocante se os familiares optarem por explorar as possibilidades da cortina de fibra ótica: é possível escolher a cor da luz que marcará a ‘passagem’ do ente querido, o que põe fim à hegemonia do branco nesse ritual. “Muitas vezes, a cor é um elemento que desperta sensibilidade nas pessoas. Por isso, pensamos em dar às famílias a opção de escolher aquela que mais representa o sentimento deles pela pessoa que parte”, destaca a lighting planner.

05


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Fotos: Netun

01

Projetos


Projetos

01 Primeiro andar da Loja Hotel 02 Vitrine da avenida do Contorno, Savassi 03 Champanharia, no segundo andar da loja

Estilo italiano; arquiteto chileno; iluminação brasileira

por Thaís Casagrande

Projeto da Loja Hotel de Belo Horizonte alia a tecnologia de iluminação com o glamour do “Made in Italy” No primeiro andar, roupas finas vindas da Itália, o berço da alta costura. No segundo, uma champanharia, símbolo de glamour e requinte. Ambientes que exigem um projeto arquitetônico e luminotécnico com o mais alto nível de sofisticação. A bem-sucedida marca de moda masculina italiana Hotel Style chega ao Brasil, primeiramente em Belo Horizonte, para conquistar os homens que gostam de se vestir bem e apreciam produtos de qualidade “made in Italy”. A loja, situada na Av. do Contorno com Rua Lavras, no coração da revitalizada Savassi, conta com 350 m² divididos entre dois andares, e abriga coleções lançadas simultaneamente na Itália, da moda street aos sofisticados ternos em lã fria com silhueta slim e acabamento clássico. Decorado para remeter à atmosfera italiana, o ambiente foi valorizado pelos artefatos italianos de Pompéia, trazidos pelo renomado artista plástico chileno, Keko Valenzuela, também responsável pela decoração da Hotel Style. Sempre com uma penumbra agradável e música ambiente de qualidade, a loja oferece aos seus clientes uma experiência única na hora da compra, que pode render longas conversas ao redor do balcão da champanharia, e uma sensação única de estar em plena Europa. A iluminação técnica foi inteiramente fornecida pela loja Templuz e projetada de forma cênica. Quanto às

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tecnologias, foram utilizadas fitas de led

iluminação in loco prestando atenção nos

mais amarelas para manter o aconchego

nos painéis pintados por Valenzuela para

mínimos detalhes para avaliar se estava

que esse tipo de lâmpada produz. Nos

realçar o trabalho do artista. “A utilização

tudo dentro das referências construídas.

nichos expositores, foram recomendados

dessas fitas foi uma solução para valorizar

Ao final do projeto, o artista plástico Keko

o uso de dimmer, também para deixar

e não comprometer a pintura dos

Valenzuela foi solicitado para dar seu

o ambiente mais cálido, sem perder o

afrescos por conta do calor que outras

último “toque” em toda a loja.

destaque nos objetos. De acordo com o

lâmpadas podem emitir”, afirma Paola.

proprietário Cláudio Fava, ora esses nichos “Fizemos o acompanhamento inclusive

funcionariam como exposições de objeto

O responsável pela loja Hotel Style em

na etapa de instalação, e durante esse

de arte, ora como expositores de produtos

Belo Horizonte é Cláudio Fava, um

processo realizamos mudanças em

que poderiam ser comercializados.

empresário italiano apaixonado pelo

relação ao projeto inicial. Fizemos tudo

Brasil, onde reside há cerca de oito anos.

em cima do sentimento, das recordações

Foram usadas lâmpadas de led máster,

Para alcançar o resultado ideal, foram

e referências do cliente”, afirma Paola

led dicroicas e mine dicroicas nos nichos

realizadas várias reuniões com estudos

Duarte, lighting planner da Templuz.

e no espaço dos provadores, pois

preliminares, discutindo o conceito e

iluminam e substituem perfeitamente as

técnica a serem utilizados de acordo com

O Projeto Luminotécnico

lâmpadas convencionais. Lâmpadas

o que Fava tinha em seu pensamento.

Em alguns pontos do projeto foram

mais suaves e de grau fechado foram

Depois disso, foram feitos testes de

utilizados gelatinas âmbar e lâmpadas

usadas no balcão da champanharia


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e nos provadores do primeiro piso, deixando o ambiente na penumbra e com iluminação cênica. As lâmpadas com um grau mais aberto e de maior potência foram instaladas nas vitrines e áreas de exposição, devido ao pé direito duplo, para dar destaque aos objetos expostos e mostrar os detalhes das peças. E ainda, fitas de led nos afrescos e balcão da champanharia. Para valorizar a entrada da loja e chamar a atenção do público, foram instaladas luminárias de piso na fachada, que emitem uma luz potente e de grau fechado, acompanhando o conceito luminotécnico do interior da loja.


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AçãoSocial

O desafio da reabilitação por Ana Cláudia Ulhôa

Há quatro anos, Luciana Moreira Xavier, 40 anos, sai de casa, às terças e quintas-feiras, às 06h45. De Contagem até o bairro Mangabeiras, ela gasta em torno de uma hora e meia de carro. Para poder cumprir com seu compromisso, Luciana decidiu até abandonar o emprego. Todo esse esforço é feito para que sua filha, Isadora Moreira Xavier, 6 anos, possa receber o tratamento adequado para uma paralisia causada pela retirada de um tumor no cérebro. De acordo com Luciana, após a cirurgia, sua filha apresentou dificuldades para andar e falar. Inicialmente, Isadora fazia apenas fisioterapia, pois a família não tinha condições de pagar por outros tipos de tratamentos. Após uma conversa com uma conhecida, Luciana ficou sabendo da existência de uma instituição que oferecia diversos tipos de terapias de forma gratuita, a AMR Associação Mineira de Reabilitação. “Depois dessa conversa, eu fui à AMR e fiz a inscrição da Isadora. Eu esperei uns dois meses e ela começou a ser atendida”, diz. Desde então, a menina frequenta sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, esporteterapia e musicoterapia, apresentando ótimos resultados. “Hoje, ela já está andando e começando a falar. Ela consegue tirar o sapato, se alimentar, ser mais independente”, comemora a mãe. Outro auxílio oferecido pela associação é o acompanhamento psicológico para os pais das crianças. Luciana conta que já chegou a chorar por não saber como seria o futuro de Isadora, mas, graças ao apoio dos profissionais da instituição, aprendeu a lidar com as dificuldades. “Eles me ajudaram a entender o

Trabalho de fisioterapia


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comportamento dela, a tratá-la de maneira igual e a não exceder os limites. A AMR me ajudou muito quando eu precisei”.

História A Associação Mineira de Reabilitação foi criada em 1964, pelo médico Márcio de Lima Castro, com o auxílio do empresário José Mendes Júnior, responsável pela construção do prédio onde a AMR se encontra atualmente.

Segundo Márcia Castro Fernandes, superintendente geral

A superintendente explica que, durante esses 48 anos de

da AMR, na época, o número de casos de poliomielite

jornada, a associação cresceu aos poucos. Os fatores

era enorme. Por isso, Lima Castro decidiu colocar em

fundamentais foram as doações de empresas públicas

prática o projeto de abrir a instituição. “Ela foi concebida

e privadas e a evolução da medicina. “Antes, a gente

para proporcionar o tratamento de reabilitação para

atendia só crianças, mas agora recebemos também

crianças carentes, pois elas não tinham onde se tratar

adolescentes até 17 anos”, comenta.

em Belo Horizonte. A partir daí, Dr. Márcio, que era muito envolvido com essa questão, idealizou a construção de

Hoje, a AMR atende de forma gratuita cerca de 500

um centro de reabilitação e conseguiu apoio de várias

crianças e adolescentes carentes com algum tipo de

autoridades”, recorda Márcia.

deficiência. São disponibilizados serviços nas áreas de Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia,


AçãoSocial

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Doações

01

Para manter seus trabalhos, a Associação Mineira de Reabilitação conta com doações em dinheiro, alimentos e itens de higiene.

As quantias em dinheiro podem ser destinadas à AMR através de boletos bancários, débito em contas da Cemig e Copasa, ou por depósito na seguinte conta corrente:

Favorecido: Associação Mineira de Reabilitação CNPJ: 17.221.615/0001-40 Banco Real - Agência: 0477 – Conta Bancária: 103.2002 02

Os produtos que a instituição mais necessita são: Alimentos: leite, amido de milho, Mucilon, farinha láctea, Neston, arroz, feijão, açúcar, cremogema. Higiene: fraldas descartáveis infantil nos tamanhos G e GG, creme dental, xampu, condicionador, creme hidratante corporal e sabonete.

Limpeza: Cloro, cera líquida, desinfetante, detergente, sabão em pó, limpeza multiuso.

Outra maneira de ajudar é por meio do

01 Prática da Esporte terapia

02 Terapia Ocupacional

apadrinhamento de crianças. A partir de uma contribuição mensal, necessidades básicas como acesso à saúde, educação, cultura, lazer e proteção dos direitos dessas crianças podem ser atendidas.

Psicologia, Serviço Social, Neurologia, Ortopedia, Odontologia e Esporte Terapia. As

Para tirar dúvidas sobre serviços e

famílias que não podem pagar por cadeiras

doações basta ligar para os números:

de rodas adaptadas, cadeiras de banho e

0800 72 71 347 ou (31) 3304-1300

equipamentos terapêuticos feitos sob medida, também podem se beneficiar com a Oficina Ortopédica criada pela instituição.


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“Iluminação é a arte de valorizar o belo, é experimentar o inusitado, é sentir paz e aconchego na penumbra, é sentir o brilho e se emocionar, é ver detalhes, onde normalmente se vê o todo”. Cristina Morethson


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por Natália Dornelas Você já se ligou nos fashion films? Deveria Efeito imediato do crescimento das redes sociais e sua democratização na divulgação de conteúdos, os fashion films são a bola da vez no Brasil e no mundo. Tratam-se de curtas produções em que o alvo é a moda e se diferenciam dos filmes e documentários do fashion, principalmente pela duração e objetivo.

ModaemAção


ModaemAção

Frames dos fashion films produzidos por: Dois coletivos (Chágelado e Binóculo) e seis profissionais (Erik Ricco, Júlia Lego, Márcio Rodrigues, Paulo Raic, Vinicius Leonel e Weber Pádua)

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ModaemAção

Tanto para marcas grandes como Prada e Lavin, que sempre arrasam nas produções, quanto para gigantes nacionais ou nem tanto, os fashion films têm por objetivo vender uma coleção ou seu conceito. Na verdade, tinham. O resultado final desses materiais tem levado profissionais de vídeo e fotografia a se lançarem em produções cada vez mais elaboradas e artísticas, se aproximando bastante da linguagem cinematográfica. Um exemplo? O filme Terapia, em que Helena Bonham Carter vive uma paciente atormentada pelo ímpeto do consumo. Do outro lado do divã está o superator Bem Kinsley, atuando divinamente e, por trás das câmeras, Roman Polanksi. De quem é? Prada, caro leitor.


ModaemAção

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Dois coletivos (Chágelado e Binóculo) e seis profissionais (Erik Ricco, Júlia Lego, Márcio Rodrigues, Paulo Raic, Vinicius Leonel e Weber Pádua) foram convidados a produzir sete fashion films de 3 min., que foram exibidos em simpáticas cabines interativas no BH Shopping, o primeiro parceiro do projeto. Para o próximo ano, a ideia da organização é de que o Moda em Movimento tome proporções maiores, com premiações de várias categorias e seleção de Focando em Minas

possíveis participantes

Celeiro de profissionais competentes,

Vale lembrar que, no circuito global, também

Belo Horizonte tem hoje uma produção

começam a pipocar festivais de formatos

representativa, até mesmo comparável à São

variados. San Diego, na Califórnia, sediou, em

Paulo. Pensando nisso, criou-se o projeto Moda

julho, a terceira edição do “La Jolla Fashion Film

em Movimento (MM), que pretende jogar luz

Festival” que premia profissionais envolvidos

sobre o material feito aqui.

nas mais diversas áreas dessa indústria, que começa a se fortalecer. Já São Paulo, a

Pensado pelo designer estratégico Camilo

capital cultural e de moda do Brasil, recebe

Belchior, o diretor do curso de Cinema da UNA

em dezembro o São Paulo Fashion Film (SPFF),

Julio Pessoa, o designer Gustavo Greco e eu,

idealizado pelo fotógrafo Jacques Dekequer,

o MM teve sua primeira edição no mês de

do coletivo Cavalaria.

setembro e integrou o calendário paralelo da Bienal de Design, cujas atividades se estendem por outubro, em Belo Horizonte.


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Arte sob trilhos Viaduc des Arts Arte sob trilhos Viaduc des Arts Arte sob trilhos Viaduc des Arts Arte sob trilhos Viaduc des Arts Arte sob trilhos Viaduc des Arts por Tatiane Tameirão Paris é uma cidade intensa, que conquista turistas do mundo inteiro com seus monumentos, praças, museus e sua gastronomia. Porém, o visitante que se aventura fora das páginas do seu guia de viagem pode descobrir lugares inusitados e encantadores que a capital francesa possui. Um desses lugares é o Viaduc des Arts – o Viaduto das Artes.

GiroCultural


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Vista geral dos arcos

O Viaduto das Artes é uma antiga linha

largos e altos. O Viaduto das Artes se estende

de trem elevada, inaugurada em 1859,

por 1,5 quilômetros, entre a Praça da Bastilha

que ligava a Bastilha até pequenas

e a Gare de Lyon, com seus 64 arcos. Essa

comunidades ao leste de Paris. A linha de

estrutura foi transformada em espaços de

trem existiu por quase um século. Com

exposição e em ateliers, instalados no interior

a implantação dos trens suburbanos, na

dos arcos.

década de 60, ela tornou-se obsoleta e foi desativada. O local ficou abandonado até

Esses espaços são destinados a promover

a década de 80, quando começou um

a arte e o design e funcionam como uma

trabalho para reabilitar o viaduto. Em 1994,

vitrine para profissionais de todos os tipos de

o primeiro arco do viaduto foi inaugurado e,

criação de objetos artísticos. A França é um

em 1997, o Viaduto das Artes foi finalmente

país que faz um verdadeiro esforço para

terminado.

preservar o conhecimento profissional do artesão, do artista e do trabalho manual. A

A estrutura de sustentação da linha elevada

criação desse lugar responde à necessidade

do trem é toda construída em tijolos

de dar um espaço forte, visível e inovador às

alaranjados e sua base é em forma de arcos

profissões artísticas e ao artesanato do país.


GiroCultural

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01 vista da vitrine de uma das varias lojas de arte 02 e 03 Interior de uma das lojas

02

01


GiroCultural

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03

Hoje, o Viaduto das Artes tornou-se um

topo da estrutura e um jardim (muito bem)

local emblemático do design e da arte

escondido de 4 quilômetro se estende entre

em Paris. Ele proporciona a descoberta de

a Bastilha e o Jardim Reuilly. Um local em

mais de cinquenta ateliers e lojas de design

que se pode viver um momento de calma

de interiores, design de joias, iluminação,

e desfrutar de um passeio delicioso nas

grafistas, estilistas, restauração de objetos

alturas, que proporciona ao visitante uma

de arte, assim como da sede do Instituto

descoberta de um ponto de vista diferente

Nacional das Profissões Artísticas (INMA), que

da arquitetura local, com uma mistura de

promove o desenvolvimento do trabalho

imóveis antigos e de novas construções

artístico e do design no país. O Viaduto das

populares do século XX. Um jardim muito

Artes é também a sede do L’Atelier (Ateliers

apreciado pelos habitantes do bairro, um

de arte da França) que serve como local de

verdadeiro jardim secreto na cidade.

exposição do conjunto de profissões ligadas à

Dois cafés-restaurantes também estão

criação artística francesa.

instalados nos arcos. Ideal para tomar um café na calçada – o “esporte” preferido dos

Uma visita ao Viaduto das Artes pode durar

parisienses – ou almoçar. Muitas vezes, ao

toda uma tarde! O visitante é convidado

cair da noite, as lojas e ateliers abrem suas

a conhecer os ateliers e as lojas e existe

portas para exposições e instalações, que

uma atmosfera de descoberta do trabalho

acontecem em uma atmosfera descontraída

criativo. Os profissionais são receptivos e

e animada.

podemos aprender um pouco mais sobre a

Fotos: Tatiana Tameirão

tradição das profissões. Nos antigos trilhos elevados, acima dos arcos, um enorme jardim foi construído: é a Promenade Plantée, um passeio florido. Ao longo dos arcos, escadas nos levam ao


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“ Acreditamos que a iluminação é um dos pontos mais importantes do projeto construtivo porque através dela a arquitetura é valorizada e o ambiente cria vida e passa a despertar emoções. A iluminação eficiente integra arte e tecnologia para criar um espaço funcional, confortável e esteticamente agradável. O projeto deve atender a um extenso conjunto de condicionantes: o conforto visual, a saúde e o bem estar psicológico e estético dos usuários, o baixo consumo de energia, a vida útil das lâmpadas e a facilidade de manutenção dos equipamentos.” Ana Paula Luchesi e Junia Carsalade


Persona

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Design brasileiro à moda italiana

por Ana Cláudia Ulhôa

Apesar do rosto de menino, Rafael Miranda já se tornou uma das grandes promessas do design contemporâneo. Carioca, 32 anos, o designer que decidiu largar a faculdade de Administração para ir atrás do sonho de se tornar designer industrial na Itália. Hoje, ele atua como sócio da Associazione per il Disegno Industriale, e é também diretor criativo da Dwiss, uma jovem marca de relógios suíços.

Móvel modular Brasileirinho


Persona

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Durante o mês de setembro, em uma de suas

01

passagens pelo Brasil, para o lançamento de seu último relógio, Miranda atendeu, com extrema simpatia, a equipe da Revista iDeia para um pequeno bate-papo sobre a sua trajetória. Revista iDeia - Por que você trocou a administração pelo design? Rafael Miranda - Quando escolhi administração, realmente, não sabia bem para onde ir. Depois de algum tempo na faculdade, fui descobrindo a profissão de designer. Sempre fui muito criativo e gostava muito de desenhar, mas essa profissão não era divulgada como hoje. Quando descobri que poderia trabalhar em algo tão interessante, mudei o destino da minha

RI - Quando você foi para a Itália? Por que você quis ir para fora? RM - Fui em 2000. Percebi que o design industrial no Brasil, na época, estava muito atrasado. Tinha muito design gráfico, webdesign, mas de produtos era, realmente, pouco ou quase nenhum. Resolvi tentar a sorte no país que ensinou design para o mundo. Foi então que embarquei nessa viajem para Milão e moro lá até hoje. RI - Quais foram os seus primeiros trabalhos? RM - Meu primeiro trabalho como designer foi para a Hitachi Europe. Fiquei lá por três anos, desenhando TVs de plasma, máquinas de filmar e gravar, leitores de DVDs e eletrônicos em geral. Em paralelo, desenhava móveis como designer autônomo, o que faço até hoje. Mas, com muito menos intensidade, devido ao tempo dedicado aos relógios. RI - De onde veio essa paixão pelos relógios? RM - Depois de trabalhar na Hitachi, resolvi procurar outro emprego e entrei no estúdio do designer Giorgio Galli. Logo em seguida, o estúdio foi comprado pela Timex Group e passou a ser parte do grupo. A partir desse momento, começamos todos a desenhar somente relógios, foi aí que percebi essa minha paixão.

Fotos: cedidas por Rafael Simões Miranda

carreira em um piscar de olhos.

RI - Como surgiu sua marca de relógios? RM - Foi depois de trabalhar por três anos para o grupo Timex e fazer alguns anos de consultoria para o grupo Morellato/Sector e para a Bulova. Tenho know-how do design, da produção e do marketing, então pude dar um passo além do design. RI - Como é representar o Brasil lá fora? RM – Hoje é mais fácil. Antigamente éramos pouco reconhecidos. Era muito difícil conseguir apresentar o Brasil em um campo que não fosse o futebol. Hoje em dia, felizmente, isso mudou. O futebol está ruim, mas o design melhorando. Não digo que isso é fácil. Ainda temos muito pela frente e eu vou continuar fazendo o que eu puder para melhorar nossa representação. RI - Como o design brasileiro é visto no mundo hoje? RM - O design brasileiro era, praticamente,

02


Persona

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zero lá fora. Somente pessoas de muita cultura na área conheciam o trabalho valioso de Sérgio Rodrigues, por exemplo. Hoje em

trabalho mesmo é ser designer, continuo

dia, isso mudou. Cada vez mais profissionais

sempre criando com a música ligada, me dá

brasileiros são reconhecidos lá fora. Acho que

inspiração e me enche o ambiente.

o avanço que fizemos nesses últimos anos, nenhum outro país fez.

RI - Você disse que está no Brasil para lançar um novo relógio da sua marca. Você poderia

RI - Como as culturas brasileira e europeia

nos dar mais detalhes desse seu último

influenciam no seu trabalho?

trabalho?

RM - Tem um mix de informações que tento

RM - Os relógios Dwiss são produtos de

trazer no meu design. Normalmente, penso

alta gama, produzidos com o melhor da

um produto que possa valorizar o melhor dos

relojoaria Suíça, com um design único. Os

dois lados do mundo, misturando a história

modelos “Emme” já estão a venda no Rio de

europeia com a descontração brasileira.

Janeiro, na Caneta Continental e, em breve, começaremos as vendas online.

RI – Pelas costeletas de artista de rock dá para ver que você gosta de música. Como ela

RI - Você está com mais alguma novidade ou

influencia no seu trabalho como designer?

projeto?

RM - Tive uma banda por dez anos em

RM - O próximo lançamento será um relógio

Milão. Gravamos alguns CDs, mas o meu

em edição limitada chamado “Brasilia”, desenvolvido especialmente para o lançamento na Capital Federal. É exclusivo,

01 Linha de relógios da marca Dwiss 02 CHAISE SU

feito em ouro 18k, com pulseira em couro de crocodilo, visor em vidro de safira com duplo antirreflexo, certificado COSC e resistente à água (100 metros).

03 Linha de Anéis Paris Ring

02


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“A

matéria prima do profissional de iluminação”

por Wilson Sallouti Observando a proeminente evolução tecnológica demonstrada na última Expolux, resolvi propor um despretensioso e descontraído questionamento aos profissionais de iluminação que por lá circulavam, fossem eles especificadores, lojistas ou fabricantes. A pergunta era: “Qual é – ou deveria ser – a matéria-prima do profissional de iluminação?” Recebi diferentes e interessantes respostas, sob variados pontos de vista, que passaram por: “a criatividade”, “os catálogos de produtos”, “as luminárias”, “a tecnologia”... Tecnologia! Mas, no caso da iluminação, seria ela uma aliada ou uma vilã? Após mais de 20 anos trabalhando nesse segmento no Brasil, ouso arriscar o palpite que ela pode assumir os dois papéis, dependendo da forma e contexto em que for empregada. Sempre fui um defensor da ideia de que a escolha da tecnologia jamais deveria se sobrepor aos objetivos claramente definidos de iluminação desejados, sob o duro risco dos resultados serem comprometidos pelo emprego de modismos. Se assim considerarmos, o mais coerente caminho seria antes desenhar a luz que se quer fazer, para somente depois buscar o que há disponível em termos de recursos, cujos pontos fortes e fracos permitam-nos chegar o mais próximo possível do efeito almejado.


Lighting

Simplificando a ideia, convido o leitor a me acompanhar em um descontraído devaneio. Vamos imaginar que o mercado de iluminação profissional, realmente, tivesse evoluído consideravelmente por um lado, mas ainda vivêssemos na era do fogo, sem nem mesmo a invenção da lâmpada elétrica. Então, os fabricantes de luminárias estariam empenhados em desenvolver corpos óticos para atingir os mais diversos efeitos (como “up fires” e “down fires”, por exemplo), que seriam expostos numa eventual “ExpoFireLux” e posteriormente usados com maestria pelos “Fire Lighting Designers” em seus projetos. Note, caro leitor, que mesmo nessa hipotética (e quase patética) situação, nossa essência iluminadora já se faria presente, buscando gerar funcionalidade, causar emoções, criar ambientes confortáveis, iluminar espaços e pessoas, independente dos níveis tecnológicos a que tenhamos alcançado. Partindo dessa premissa, talvez possamos concluir que a criatividade se colocaria como a inspiração artística do profissional de iluminação. E que as luminárias e catálogos de produtos (ou seja, a tal tecnologia) seriam algumas das principais ferramentas de trabalho. Mas a verdadeira e eterna matéria-prima seria sempre, pura e simplesmente... A LUZ!!!

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Entrevistas


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