REVISTA DE EDUCAÇÃO DA ESE DE FAFE
EDIÇÃO 009 00
009
“Hoje é exigido aos professores do ensino regular um papel mais dinamizador perante um grande leque de competências e saberes, sobre o qual recaem responsabilidades acrescidas na concretização da filosofia inclusiva.”
EDUCAÇÃO ESPE ESPECIAL
Atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2.º e 3..ºº ciclo para com os alunos NEE Susana Maria Fernandes Pereira Gonçalves
009
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Revista de Educação da ESE de Fafe Número 009 ISSN 2182-2964 2015-2016 Janeiro Direção Dulce Noronha
Coordenação m
José Carlos Meneses
207 – Revista Científica
Atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2.º e 3.ºº ciclo para com os alunos NEE
Susana Maria Fernandes Pereira Gonçalves
208 – Revista Científica
A escola atual encontra-se perante o
desafio
de
efetividade
responder
às
com
Necessidades
Educativas Especiais (NEE) de uma população escolar cada vez mais heterogénea e de construir uma Escola Inclusiva, onde se adote um modelo de atendimento adequado a
Resumo
cada um. Hoje é exigido aos professores do ensino
regular
um
papel
mais
dinamizador perante um grande leque de competências e saberes, sobre
o
qual
responsabilidades
recaem
acrescidas
na
concretização da filosofia inclusiva. Assim,
saber
as
perceções
e
atitudes inclusivas dos professores do 2º e 3º ciclo de ensino básico adotam para com as crianças com NEE nas salas de aula do ensino regular foi o objetivo deste estudo. Os
resultados
obtidos
demonstraram que os professores adotam atitudes favoráveis à prática da inclusão, embora considerem que a inclusão dos alunos com NEE nas salas de aula prejudica a aprendizagem dos outros colegas da turma. Além disto, enunciam uma
urgente
necessidade
de
formação para trabalhar com alunos com NEE na sala de aula do ensino regular.
209 – Revista Científica
A inclusão de alunos nas escolas do ensino regular, sendo fundamental percorrer um longo caminho que vai para além da simples integração física
ou
inserção
de
crianças
diferentes e caracterizadas como tendo
Necessidades
Educativas
Especiais (NEE), junto dos seus
Atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2.º e 3.º ciclo para com os alunos NEE Metodologia Palavras-chave Inclusão, Escola Inclusiva, Necessidades Educativas Especiais, Professores do Ensino Regular
pares. Aos
professores
é
pedido
que
identifiquem e intervenham face às diferenças mesma
entre turma,
os
alunos
que
da
procurem
soluções de intervenção no ensino às diferenças individuais dos seus alunos. Os estudos realizados por Carvalho e Peixoto (2000), Correia e Martins (2000)
apontam
que
existem
benefícios na integração dos alunos
Susana Maria Fernandes Pereira Gonçalves IESFafe
com
NEE,
académicos dúvidas
mas
em
colocam
termos algumas
relativamente
aos
benefícios para os alunos que não apresentam NEE. Por outro lado apresentam
“alguns
relação
este
mudança
a
receios
em
processo
de
especialmente,
porque
sentem que lhes falta formação necessária para ensinar alunos com NEE” (Correia, 2008:23, citando Correia & Martins, 2000). Apontam a necessidade de mais apoio, pois não dispõem de falta de tempo para
210 – Revista Científica
um
acompanhamento
mais
identificar
atitudes
inclusivas
individualizado de que esses alunos
promovidas pelos professores, em
necessitam. Os estudos referem
contexto da sala de aula junto dos
que os professores mencionaram o
alunos com NEE, contamos com a
aumento da tensão, de frustração e
colaboração de 60 professores do
de
ensino regular do 2º e 3º ciclo dos
angústia
quando
locionam
turmas que comportam alunos com
Agrupamentos
de
Escolas
de
Cabeceiras de Basto e Amarante,
NEE.
mais concretamente 30 professores Para que as escolas sejam verdadeiras comunidades de apoio,
pertencentes ao 2º ciclo e 30 ao 3º ciclo do ensino básico.
é necessário criar culturas
Como hipóteses, tentamos perceber
verdadeiras de escola que, apoiem
se os professores do ensino regular
os princípios de igualdade, de
do 2º e 3º ciclo adotam atitudes
justiça, de dignidade, respeito
favoráveis à prática da inclusão,
mútuo e a promoção de práticas inclusivas para que, “os alunos
consideram alunos
com
que
a
NEE
inclusão
de
prejudica
a
possam viver experiências
aprendizagem dos outros colegas
enriquecedoras, aprender uns com
da turma e se sentem necessidade
os outros e assimilar atitudes e
de mais formação para trabalhar
valores que conduzam a uma
com alunos NEE. Constatamos que
melhor aceitação da diversidade
são favoráveis à prática da inclusão,
(Correia, 2003:16).”
acreditam que a inclusão dos alunos com
NEE,
demais
pode
colegas
prejudicar (sem
NEE)
os e
Então, como a inclusão é uma
admitem necessitar de ter formação
realidade atual, que obriga a que o
para trabalhar com crianças com
papel executado pelos professores
NEE.
do ensino regular seja cada vez mais exigente e complexo, devendo este acreditar que os alunos com NEE fazem parte do ensino regular e
serão
capazes
de
conseguir
aprender. Assim com o objetivo de
211 – Revista Científica
Ao longo dos tempos, a conceção de
escola
tem
vindo
a
sofrer
reformas consideráveis em relação aos princípios que a regem. Passou-se
de
uma
escola
segregadora dos alunos afetados por algum problema ou deficiência,
Atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2.º e 3.º ciclo para com os alunos NEE
para uma escola aberta a todos. O termo Inclusão, que direcionou a escola para um atendimento a todos os alunos, estando as crianças com deficiência,
em
igualdade
de
oportunidades nas turmas do ensino Uma escola aberta a todos
regular, envolvendo-as “não apenas nas atividades curriculares, mas também
em
todas
as
outras
atividades desenvolvidas na escola procurando diminuir as diferenças, aceitá-las e respeitá-las, o que é fundamental,
inclusivamente
em
termos de cultura escolar (Jesus & Martins, 2000: 6).”
A questão central para as escolas regulares, é saber gerir a heterogeneidade e promover a igualdade de oportunidades de sucesso de todos os alunos, num clima de escola para todos. Para isso, é necessário estar atento às diferenças. Diferenciar o ensino, organizando atividades e interações, para que cada aluno
212 – Revista Científica
seja cada vez mais defrontado com
necessidades educativas especiais
situações didáticas enriquecedoras,
devem receber o apoio suplementar
tendo em conta as suas
de que precisam para assegurar
necessidades e características
uma educação eficaz (Declaração
pessoais.
de Salamanca, 1994), o que exige dos
professores
novas
responsabilidades, uma vez que Dentro do documentos legais que
têm de lidar com maior diversidade
servem de base à implementação
de
de práticas educativas, onde todas
diferentes
as crianças têm acesso a uma
culturais,
educação no ensino regular junto
variedade
dos seus pares, independentemente
aprendizagem
e
das
conhecimento
pedagógico
suas
condições
físicas
e
alunos
provenientes estratos
sociais
fomentar de
de
uma
e
maior
situações
de
demonstrar e
mentais, ou seja, a uma escola
didático, o que só é possível numa
inclusiva, destacamos a Declaração
escola aberta à intervenção de
de
todos na partilha de conhecimentos
Salamanca
Espanha,
no
realizada ano
de
em 1994.
e interajuda.
Efetivamente, este documento veio
Se no passado, o professor era o
impulsionar
de
centro de todo o processo de
paradigma “e incitar a sociedade,
ensino/aprendizagem, hoje, o centro
sobretudo
deslocou-se
a
nos
subscreveram, promovê-la
e
mudança
países a
que
a
divulgá-la,
aplicá-la,
através
para
o
aluno.
O
docente não é encarado como um mero
transmissor
de
duma planificação e intervenção
conhecimentos, mas um orientador
educativas, nos respetivos sistemas
que procura ajudar os seus alunos a
nacionais de ensino e educação
construírem
(Rebelo, 2008: 95)”.
aprendizagem e a terem sucesso
Neste sentido, a escola tem de
educativo.
identificar
as
ensino que dá ênfase não apenas
necessidades de todos os seus
ao sucesso académico do aluno,
alunos, adaptando-se aos diversos
mas também e, de um modo
ritmos
particular,
de
e
satisfazer
aprendizagem.
Nas
escolas inclusivas, os alunos com
a
Uma
ao
global do aluno.
sua
própria
perspetiva
de
desenvolvimento
213 – Revista Científica
Neste contexto de mudança, as
pedagógica, por isso para que
atitudes dos professores não podem
sejam
ser
adequadamente é necessário:
isoladas
das
atitudes
da
utilizados
e
combinados
sociedade em geral, as atitudes sociais devem servir de alicerce à inclusão, há que dar oportunidade “ a todos os alunos, a uma educação
Despender energia e tempo e dispor
igual e de qualidade (Correia, 2001:
das competências profissionais
128).” Nesse sentido o professor
necessárias para imaginar e criar
necessita, para além da formação
outros tipos de situações de
inicial, de uma formação contínua
aprendizagem, que as didáticas
que não se limite a meras aulas
contemporâneas encaram como
teóricas, mas que se baseie numa
situações amplas, abertas,
abordagem efetiva, real e prática
carregadas de sentido e de
que ajude a criar condições para
regulação, as quais requerem um
que
os
professores
sintam
método de pesquisa de identificação e de resolução de problemas
confiança para desenvolverem uma prática
construtiva
e
capaz
(Perrenoud, 2000: 25).
de
contribuir para o sucesso educativo de todos os alunos. A formação de professores deve
O conhecimento não deve apenas
incidir e valorizar o desenvolvimento
referir-se
dos
ir
investigações mas estar ligado à
além da aplicação das técnicas,
aquisição e construção do saber de
favorecer a reflexão na e sobre a
um
ação
o
metodológico, partindo da análise
pela
da experiência e dos trabalhos dos
partilha que exige colaboração e
alunos, de observação e diálogo
interações
com
mesmos,
de
conhecimento
permitindo-lhes
modo se
de
a
que
mobilize
experimentação
aos
modo
outros
trabalhos
das
sistemático
professores
sobre
a
sua
e
e
das
acerca do processo de ensino-
reflexões
aprendizagem que aumentam a
prática.
eficácia do contexto onde decorre a
Grossmam (1999, 96) estabeleceu
aprendizagem. Os conhecimentos
quatro
são a base de toda a competência
conhecimento
componentes profissional
própria
do dos
214 – Revista Científica
professores:
o
conhecimento
outro fator a ter em conta quanto ao
conteúdo;
atendimento de alunos com NEE,
didático do conteúdo e do contexto.
quando baseados em práticas e
O
modelos de atendimento inovadores
psicopedagógico;
primeiro
do
relacionado
com
o
ensino: a aprendizagem, os alunos,
(Scruggs
o conhecimento sobre as técnicas
citado por Correia, 2000). Por sua
didáticas,
as
vez, Porter (1997) considera a
e
a
atitude do professor em ministrar
outros.
O
um ensino eficaz com todos os
conhecimento do conteúdo é um
alunos incluindo os alunos com NEE
complemento do primeiro e está
necessita
relacionado com o domínio que o
competências a nível:
as
turmas,
a
avaliação
planificações, cultura
social,
entre
&
Mastropieri,
de
(1996),
desenvolver
professor tem sobre a matéria das diversas
disciplinas.
O
(a)
do
ensino
com
níveis
conhecimento didático do conteúdo
diversificados;
representa a combinação entre o
(b) da aprendizagem cooperativa;
conhecimento da matéria a ensinar
(c) da gestão da sala de aula e da
e o conhecimento pedagógico e
atividade dos alunos;
didático de como a ensina.
(d) da capacidade de resolução de
Partindo
do
conhecimento
as
problemas através da colaboração;
atitudes dos professores podem
(e)
contribuir para a implementação de
competências do apoio entre pares
práticas educacionais inovadoras e,
e trabalho de grupo.
do
desenvolvimento
das
concludentemente para o sucesso de todos os alunos. Tais atitudes
Ao desenvolver as atitudes acima
devem ser consideradas a dois
mencionadas o professor está a
níveis, o da classe regular, onde “as
permitir que as escolas se tornem
atitudes dos professores influenciam
mais inclusivas, porque assumem e
as suas expectativas e os seus
valorizem os seus conhecimentos e
comportamentos, vindo a influenciar
as suas práticas e considerem a
as realizações escolares dos alunos
diferença
e até, a afetar a sua autoestima
oportunidade para criação de novas
(Correia, 1997:18)” e as práticas e
situações de aprendizagem, são
dos métodos de atendimento são
capazes de inventariar o que está a
um
desafio
e
uma
215 – Revista Científica
impedir a participação de todos,
lidar, remetem a sua resolução para
utilizam os recursos disponíveis e
fora da sala de aula ou apontam
gerem
para
outros,
ou
sejam
têm
problemas
estruturais
da
coragem de correr riscos (Sanches
escola tais como: recursos humanos
& Teodoro, 2007).
insuficientes,
“Apesar de ser inquestionável em
inadequadas,
termos éticos a importância da
precários e trabalho cooperativo
Escola Inclusiva nos tempos atuais,
inexistente, barreiras às práticas
ainda
inclusivas.
se
detetam
muitas
instalações recursos
materiais
resistências veladas de professores,
Atualmente, com afirma Ainscow
de
(2000),
decisores
políticos,
de
citado
por
Sanches
&
administrativos, de outros pais, etc.,
Teodoro (2007: 45), em vez da
quando
tradicional
não
posições
assumem
mais
outras
discordantes
procura
especializadas
de
que
possam
ser
(Fonseca, 2002: 19).” Costa (1999)
usadas
aponta como barreira à escola
dificuldades de aprendizagem dos
inclusiva a ausência de formação
alunos individualmente, a técnica
em matéria de NEE por parte dos
deve ser posta na procura de
professores do regular e a formação
modos
dos professores especializados que
possam
por
aprendizagem de todos os alunos”
vezes,
alheamento professores
cria
um
por
clima
parte
regulares,
de dos
deixando
para
técnicas
de
melhorar
criar condições
facilitar
e
as
que
apoiar
a
.
parecer que todos os casos difíceis são deficiências e estão fora da sua alçada diminuindo a sua expectativa e o seu empenhamento nestes alunos,
contribuindo
para
uma
menor integração na turma. No entender de Ainscow, Porter e Wang (1997) muitos professores do ensino
regular
para
evitarem
enfrentar uma situação que os assusta e com a qual não sabem
O professor deve ser um modelo para os alunos, proporcionando-lhes um ambiente acolhedor que suscite o aumento de interações entre alunos sem NEE e alunos com NEE, fomentando entre eles sentimentos de amizade e de valorização da diferença. Os alunos portadores de uma qualquer NEE
216 – Revista Científica
necessitam de sentir que são elites
escolar; caso contrário ocorre uma
por todos, que são apreciados por
rejeição/exclusão.
colegas e por professores.
A interação positiva entre crianças com e sem NEE, em classes regulares,
vai
depender
das
atitudes dos professores e da sua O
educador/professor
é,
conjuntamente com o Encarregado de
Educação
um
elemento
no
processo de ensino/aprendizagem do aluno, que atende às suas necessidades e interesses para o seu desenvolvimento equilibrado, competindo
ao
professor
a
realização desse plano. O professor é o dinamizador das estratégias e atividades na sala de aula, é responsável por gerir as matérias curriculares, as suas atitudes face ao
ensino
e
à
aprendizagem
determinam o clima da sala de aula e consequentemente, os resultados dos
alunos.
Compete-lhe
criar
ambientes educativos positivos e enriquecedores dado que as suas atitudes
influenciam
imenso
a
inserção harmoniosa dos alunos com NEE na classe regular, dado que as atitudes de empatia e uma pré-sensibilização
de
todos
os
alunos da turma/escola em relação a estes (alunos com NEE) facilitam a sua aceitação e inclusão no meio
capacidade ambiente
para
promover
educativo
salutar
um e
harmonioso. “Sensibilizar os alunos sobre os tipos de diferenças que existem entre as crianças, incluindo os que apresentam NEE é um dos aspetos no qual o professor se deverá
empenhar
(Correia
&
Martins, 2002: 59).” para que a inserção física, académica e social dos alunos com NEE na classe regular ocorra com sucesso, rumo à escola inclusiva.
217 – Revista Científica
Este estudo assumiu-se com um referencial para educação inclusiva porque nos ajudou a aprofundar os conhecimentos acerca da inclusão dos alunos com NEE nas salas de aula do ensino regular e identificar atitudes inclusivas dos professores
Atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2.º e 3.º ciclo para com os alunos NEE Metodologia
escolhidos
aleatoriamente,
distribuídos no Agrupamento de Vertical de Escolas de Cabeceiras de Basto e no Agrupamento Vertical de Escolas de Amarante, sendo divididos da seguinte forma: 30 professores pertencentes ao 2º ciclo e 30 ao 3º ciclo. O instrumento de recolha de dados foi um inquérito por questionário que utilizou a metodologia quantitativa e assentou na recolha de informações acerca das perceções e atitudes que os professores sentiram e implementaram para a inclusão das crianças de NEE no ensino regular, inquérito
por
questionário
constituído por catorze questões de natureza fechada, em que as 3 primeiras
serviram
para
a
caracterização dos professores que representaram a nossa amostra, relativamente ao tempo de serviço, habilitações literárias e nível de ensino que locionam. As questões 4 a
6
sobre
a
perceção
dos
professores sobre a inclusão; as
218 – Revista Científica
questões 7 e 8, sobre as práticas de inclusão; as questões 9 e 10, relativamente
aos
obstáculos
à
inclusão, as questões 11 e 12 acerca das práticas pedagógicas e às
práticas
organizacionais
são
expressas nas questões 13 e 14, face à inclusão dos alunos como NEE nas salas de aula do ensino regular, solicitando que expressa-se a sua preferência num conjunto de cinco possíveis.
219 – Revista Científica
Em todas as escolas dos sessenta professores inquiridos, pertencentes ao 2º e 3º ciclo, existem alunos com Necessidades
Educativas
Especiais. Pelos dados recolhidos acerca da perceção dos professores sobre a inclusão verificamos que apenas
Atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2.º e 3.º ciclo para com os alunos NEE
23.3% dos professores inquiridos concorda que os alunos com NEE devem frequentar sempre a escola regular, sendo que os restantes (77%) nem sempre concordam com
Apresentação dos resultados
a
sua
frequência,
independentemente do ciclo em que locionam. As razões apresentadas pelos professores dos dois ciclos de ensino
como
condicionantes
impedimento
ou
à
de
inclusão
crianças com NEE nas salas de aula
do
ensino
regular,
estão
relacionadas com a problemática do aluno
e
sua
dificuldade
de
integração devido à deficiência, pelo menos metade dos inquiridos dos dois ciclos, 2º ciclo (53.3%) e 3º ciclo
(50%),
reconhece
que
a
problemática da qual uma criança com NEE é portadora condiciona a sua inclusão. Nas práticas de inclusão apuramos que os professores do 2º ciclo apontam
como
condições
mais
220 – Revista Científica
prementes para a inclusão dos
desenvolvimento das competências
alunos com NEE as condições
dos restantes alunos.
especiais de avaliação (20.6%), material didático adaptado (17.6%) e
as
condições
especiais
de
frequência (16.2%). Os professores do
3º
ciclo
referem
também
condições especiais de avaliação (31.1%) e as de frequência
As
práticas
pedagógicas
estão
condicionadas pela formação pois, os professores do 2º e 3º ciclo são da opinião que têm necessidade de mais formação para trabalhar com alunos com NEE, pois da totalidade de
inquiridos,
aproximadamente
(19.7%). Nos dois ciclos de ensino,
80% respondeu que não se sente
os professores apontam como uma
preparado para ajudar na integração
das mais importantes práticas para
destes alunos na escola e todos os
a inclusão as condições especiais
professores inquiridos (100%), ao
de avaliação e necessidade de mais
longo da sua prática pedagógica já
meios humanos e materiais.
sentiram necessidade de modificar
Os obstáculos à inclusão sentidos no geral são que ensinar alunos com NEE nas salas de aula do ensino regular tem efeitos negativos no
desenvolvimento
global
dos
outros alunos; enquanto dos 30 professores do 2º ciclo inquiridos, 14 (46.7%) reconhecem que a
as suas estratégias de forma a diminuir as dificuldades dos alunos com NEE e a mais utilizada pelos docentes do 2º ciclo (62,5%) e do 3º ciclo
(66.7%)
foi
individualizado, trabalho
de
o
trabalho
seguindo-se pares
cifrada
o em
(27.5%) e (24.2%) respetivamente.
qualquer
Quanto às páticas organizacionais a
prejuízo para os alunos sem NEE, já
totalidade (100%) dos professores
no
inquiridos indica que é de extrema
inclusão
3º
não
ciclo
acarreta
são
apenas
8
professores (26.7%) que o afirmam.
importância
Também
dos
educativos se reúnam para partilha
professores dos 2 ciclos de ensino
de informações de modo a facilitar a
inquiridos (≈70%), concorda que o
inclusão dos alunos. Salientam a
tempo e atenção dispensados aos
colaboração prestada pelos agentes
alunos com NEE nas aulas do
educativos ocorrem de forma eficaz,
ensino regular vai prejudicar o
tanto para os professores do 2º ciclo
a
grande
parte
que
todos
agentes
221 – Revista Científica
(66.7%) como do 3ºciclo (86.7%) e afirmam receber habitualmente o apoio dos Docente de Educação Especial os professores do 2º ciclo (52.8%) e do 3º ciclo (50%). As atitudes que os professores dos dois níveis de ensino consideraram como as mais importantes face à inclusão dos alunos com NEE nas salas de aula do ensino regular foram a definição de estratégias - 2º ciclo (34.6%) / 3º ciclo (26%) e a colaboração com o docente de Educação
Especial
-
(33.3%) / 3º ciclo (28.8%).
2º
ciclo
222 – Revista Científica
A partir deste estudo, de modo particular no bloco de recolha de dados, constatamos que na escola onde lecionam os professores do ensino
regular
respondentes
existem alunos com NEE. Isto vem
Atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2.º e 3.º ciclo para com os alunos NEE Discussão dos Resultados
demostrar que o Decreto-Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, está a ser implementado porque estabelece as regras no atendimento a crianças e jovens como NEE e tem como objetivos:
A inclusão educativa e social, o acesso e o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, bem como a promoção da igualdade de oportunidades, a preparação para o prosseguimento de estudos ou para uma adequada preparação para a vida profissional e para uma transição da escola para o emprego das crianças e dos jovens com necessidades educativas especiais nas condições acima descritas. (artigo 1º, ponto 2)
E que a Lei nº 21/2008, de 12 de Maio,
veio
fazer
a
primeira
alteração, onde preconiza que a:
223 – Revista Científica
centrada na criança, capaz de ir ao encontro
Educação especial organiza -
sendo
se segundo modelos
destas
necessidades”
capazes
de
edificar
“comunidades abertas e solidárias,
diversificados de integração
construindo
em ambientes de escola
uma
sociedade
inclusiva e atingindo a educação
inclusiva e integradora,
para todos”.
garantindo a utilização de
Através dos resultados podemos
ambientes o menos restritivos
verificar que os professores dos
possível, desde que dessa
dois níveis de ensino em estudo,
integração não resulte
nem sempre concordam com a
qualquer tipo de segregação
inclusão das crianças de NEE no
ou de exclusão da criança ou
ensino regular, como constatamos
jovem com necessidades
através da análise da tabela 3, pois
educativas especiais. (artigo
76.7% dos professores apontaram
4º, ponto 6)
que a problemática que o aluno apresenta
e
a
integração
devido
dificuldade à
de
deficiência
E só nos casos mais graves,
condicionam a sua inclusão nas
“podem
no
salas de aula do ensino regular, o
processo de referenciação e de
que vem contrariar o princípio de
avaliação constantes do presente
escola inclusiva que “consiste em
diploma, propor a frequência de
todos os alunos aprenderem juntos,
uma
sempre
os
intervenientes
instituição
de
educação
especial”(artigo 4º, ponto 7).
que
possível,
independentemente
das
dificuldades e das diferenças que Tudo
isto
proclamado
vai de encontro na
Declaração
ao de
Salamanca de 1994, ao prever que “as
crianças
e
jovens
com
necessidades educativas especiais devem
ter
acesso
às
escolas
regulares, que a elas se devem adequar através duma pedagogia
apresentam (UNESCO, 1994: 11).” Ao analisarmos os resultados das práticas de inclusão, constatamos que para os professores do 2º ciclo, as
mais
importantes
são
as
condições especiais de avaliação (27%), o material didático adaptado (23%) e as condições especiais de
224 – Revista Científica
frequência (21%), enquanto para os do
3º
ciclo
são
as
condições
concentração sobretudo nos recursos humanos (Rodrigues, 2003: 98).
especiais de avaliação (44%) e as condições especiais de frequência
Através da análise dos resultados
(21%). A propósito dos recursos materiais na sala de aula refere que “um ensino eficaz requer meios técnicos e estes podem facilitar, quando bem utilizados, a melhoria da qualidade do
ensino,
satisfação
o
rendimento
pessoal
do
e
a
aluno
(Zabalza 1997: 183).”
obtidos conclui-se que a grande parte dos professores inquiridos (63.3%) considera que ensinar e trabalhar com os alunos com NEE nas salas de aula do ensino regular causa danos no desenvolvimento global dos outros alunos, assim como
também
73.3%
considera
mesmo, que o tempo e atenção
Além disto, também se constata que
dispensados a estes alunos vão
a grande maioria dos professores
prejudicar o desenvolvimento das
assinala que a sua escola tem
competências dos restantes sem
necessidades ao nível de meio
NEE.
humanos e materiais, os quais são
Outro
decisivos para o sucesso escolar de
aprontamos do nosso estudo, é
todos e de cada um dos alunos
relativamente à necessidade de
(Correia, 2003). Contudo,
formação
aspeto
dos
importante
professores
que
para
trabalhar com alunos com NEE, os O aspeto da insuficiência é notório
professores do 2º e 3º ciclo são da
quando se constata a capacidade
opinião que têm necessidade de ter
económica reduzida das escolas
mais formação para trabalhar no
para obter recursos julgados
dia-a-dia com as crianças com NEE
essenciais. Cabe a este respeito
nas suas salas de aulas, pois 81.7%
citar que os professores, apesar de
dos inquiridos respondeu que não
apontarem a falta de recursos como
se sente preparado para ajudar
uma dificuldade ao desenvolvimento
estas crianças a integrarem-se na
de práticas inclusivas, encontram
escola.
alguma dificuldade em enunciar o
Estes resultados são, de certa
que faz falta, havendo uma
forma, esperados, uma vez que, em
225 – Revista Científica
termos
de
formação
inicial,
continua-se a verificar que em muitos cursos de formação de professores
a
área
das
Necessidades Educativas Especiais não é desenvolvida. Em termos de
fator de valorização profissional e pessoal. A necessidade de investimento na formação
inicia
é
fundamental,
assim como na formação contínua.
formação contínua “verificamos que as
ofertas
proporcionadas
aos
professores raramente se situam na
A formação inicial não deve ser
realidade
considerada como uma vacina
problemas
em
que
foram
os
seus
identificados
(desde que tomada uma vez atua
(Rodrigues, 2003: 97)”. Para além
por um longo período de tempo)
desta lacuna de adaptabilidade da
mas, sim como um estádio inicial de
formação às necessidades reais dos
conhecimento que permite, ter
professores,
verifica-se
que
“as
acesso a instrumentos que
formações são genéricas e não
propiciam a aquisição de uma maior
descem aos detalhes do estudo de
eficiência. A formação dos
casos concretos (Rodrigues, 2003:
professores/educadores só é eficaz
97).”
se for permanente (Sanches, 1996: 27).
Uma vez que as NEE exigem aos profissionais
em
educação,
flexibilidade, disponibilidade além de outros requisitos pessoais inerentes à
própria
personalidade
do
professor, é necessário que os professores
adquiriram
novos
suportes teóricos e novas práticas. Para isso, é essencial a formação contínua de forma a dotar os professores de estratégias eficazes
Então, a formação contínua é um bom suporte mas também compete aos professores selecionarem-na consoante
as
necessidades
individuais e não apenas para satisfação avaliação
dos do
critérios
desempenho
de da
carreira docente.
para trabalhar com alunos com NEE
Assim sendo, pode-se concluir que
e que estes a considerem como um
é
necessário
estratégias,
quer
desenvolver ao
nível
da
226 – Revista Científica
formação inicial, quer da formação
poderão levar à necessidade de
contínua, que sejam capazes de
mudar as práticas pedagógicas, as
ajudar os professores a adotar
representações que os professores
metodologias
que
têm acerca de uma prática ou
tenham em conta todos os alunos
procedimento pode influenciar a sua
presentes na sala de aula. Nesta
disponibilidade para as aprender e
perspetiva, é importante encorajar
para
os professores a explorarem formas
formação inicial e contínua dos
de
professores e formadores, a fim de
de
desenvolver
trabalho
a
sua
prática
as
aprendizagem de todos os alunos.
competências
É
os
evolução e às expectativas da
professores para novas formas de
sociedade e sejam adaptadas aos
pensar,
que
diferentes
novas
possibilidades
lhes
desvendarão para
o
conhecimentos
a
que
sensibilizar
seus
“Modernizar
educativa, de modo a facilitar a
preciso
os
utilizar.
respondam
grupos
(Afonso
e à
&
Canário, 2002: 3).”
aperfeiçoamento da sua prática na sala de aula e fora dela. Assim
sendo,
relativamente
à
postura dos professores face à inclusão e a necessidade sentida de formação nesta área, pensamos que cabe às instituições formadoras de
professores,
estudantes
de
munirem
os
conhecimentos,
competências e capacidades de análise e de crítica, que lhes permitam desempenhar um papel inovador na escola afastando o conservadorismo e a passividade existente
ainda
nas
escolas
atualmente. Tratando-se de uma mudança para os profissionais, é natural que surjam dúvidas que
A formação do professor deve ser feita em contexto porque só assim é possível ver as necessidades reais, de modo a poderem encontrar-se os mecanismos mais apropriados para dar respostas aos problemas (Benavente,1993: 164).” Aisncow et al (1997) defende que a formação influência as opções que se tomam na adequação das respostas educativas para os alunos com problemas específicos e abre caminho para uma mudança de atitudes e práticas.
227 – Revista Científica
ensino
estratégias apropriadas - 2º ciclo
apontadas como as mais utilizadas
(34.6%) / 3º ciclo (26%) e a
pelos professores inquiridos para
colaboração com o docente de
minimizar as dificuldades dos seus
Educação Especial- 2º ciclo (33.3%)
alunos são: trabalho individualizado
/ 3º ciclo (28.8%), como as mais
(64%) e trabalho de pares (26%).
fundamentais para que isto se torne
Numa
escola
uma realidade no decorrer das suas
inclusiva, perante a questão sobre a
aulas. Apercebemo-nos de uma
colaboração dos agentes educativos
maneira geral que os professores,
e de quem habitualmente recebem
ainda não se encontram totalmente
mais apoio tanto os professores do
preparados para a inclusão. Os
2º ciclo (52.8%) como do 3º ciclo
professores sentem necessidade de
(50%), consideram ser do Docente
formação para o trabalho dinâmico,
de
embora
ativo e aberto que decorre nas salas
outros
de aula com as crianças que
parceiros educativos e os pais. “Os
possuem NEE. Apesar do conceito
professores devem trabalhar em
de escola inclusiva e a prestação
conjunto,
dos apoios especializados terem a
Nas
estratégias
perspetiva
Educação
sejam
de
de
Especial,
considerados
tentando
desenvolver
estratégia e adotar novas práticas,
lei
que tenham em conta todos os
condicionalismos
alunos da classe (Correia, 1999:
grandes
47)”, assim como o atendimento à
processe com rigor o paradigma da
diversidade
concretizável
inclusão. Fundamentados no nosso
mediante adoção de práticas de
estudo e apoiados em Bairrão,
colaboração, que se configuram em
Felgueiras,
partilha
Vilhena (1998), reconhecemos que
só
de
é
objetos,
decisões,
como
suporte,
entraves
que
constituem
para
Fontes,
que
Pereira
e
a
todos os intervenientes, incluindo os
conhecimentos que a lei implica e
pais.
as
Sendo que as atitudes para inclusão
concretos é frequente.
dos alunos com NEE nas aulas do
As relações que se estabelecem
ensino regular são importantes e
entre crianças e jovens diferentes
indispensáveis,
promovem
consideraram
a
professores definição
de
suas
aplicações
a
entre
se
recursos e responsabilidades entre
os
discrepância
são
a
os
casos
materialização
de
conceitos como: igualdade, justiça,
228 – Revista Científica
equidade
e
liberdade.
Segundo
vários investigadores, a presença de alunos com NEE nas classes regulares pode ser uma fonte de criatividade, pois, face aos desafios que
apresentam,
responder
aos
tem
que
problemas
se da
diversidade e da individualidade. A interação entre alunos diferentes conduz à socialização, promovendo atitudes de normalização, daí a importância da interação com os pares “normais” tanto pedagógica como emocionalmente. Podemos
enfim
confirmar
que
normalizar é tornar os padrões e condições
de
vida
diária
dos
indivíduos em desvantagem, “tão próximas ou semelhantes quanto possível das que são a componente principal da comunidade em que está inserido (Costa, 1999: 27).”
229 – Revista Científica
Atualmente, a inclusão dos alunos com NEE no ensino regular ainda continua a ser uma batalha não conseguida na sua totalidade. É
Conclusão
consensual
entre
críticos
e
defensores da Inclusão, que o sucesso
das
depende
da
escolas
Inclusivas
reorganização
da
escola nos seus diferentes aspetos, entre os quais os professores, agentes
indispensáveis
sucesso/insucesso práticas
de
das
inclusão,
para
o
diversas daí
que
perceber de que modo atuam os professores do ensino regular do 2º e 3º ciclo, junto dos alunos com Necessidades Educativas Especiais em contexto de sala de aula? Questão colocada no início deste estudo
e
objetivos
tendo propostos
presente
os
conseguimos
comprovar as nossas hipóteses. Assim, os resultados que obtidos salientam as principais opiniões daqueles que diariamente trabalham com
estas
crianças
–
os
professores. Segundo os professores do ensino regular do 2º e 3º ciclo inquiridos, as atitudes que adotam são favoráveis à prática da inclusão, no entanto consideram que, a problemática de cada aluno e a sua dificuldade de integração influência de certa forma
230 – Revista Científica
o sucesso da sua inclusão, o que
com estas crianças, nas salas de
confirma a primeira hipótese por nós
aula do ensino regular.
formulada no início do trabalho “Os
Também
professores do ensino regular do
professores ainda se encontram um
2º e 3º ciclo adotam atitudes
pouco renitentes em relação ao
favoráveis à prática da inclusão”.
sucesso da inclusão de todas as
Relativamente à segunda hipótese
crianças
“Os
independentemente
professores
regular
do
2º
do e
ensino 3º
ciclo
se
verificou
que
com
problemática.
os
NEE, da
Isto
sua
no
nosso
consideram que a inclusão de
entender, pode ser facto de, embora
alunos com NEE prejudica a
a grande parte da nossa amostra
aprendizagem dos outros colegas
detenha como Habilitação Literária
da
o
turma”,
esta
hipótese
foi
grau
de
Licenciatura,
confirmada porque grande parte dos
relativamente ao Tempo de Serviço,
professores incluídos neste estudo
estes possuem entre 11 e 20 anos
acredita
dos
de lecionação, não sentindo por isso
pode
formação atualizada para trabalhar
prejudicar os demais colegas (sem
com os alunos como NEE nas salas
NEE), o que remete para que as
de aula do ensino regular.
Escolas do Ensino Especial têm
Sendo assim, torna-se necessário
melhores condições para os educar
apostar
adequadamente.
professores,
No que concerne à verificação da
caminho não é a exclusão mas sim
terceira hipótese “Os professores
a inclusão, sendo esta entendida
do ensino regular do 2º e 3º ciclo
como uma questão de igualdade de
sentem
alunos
que com
a
articulação
NEE
com,
na
sensibilização mostrando
mais
oportunidades,
trabalhar
com
restrito possível, baseada na crença
alunos NEE”, confirmamos também
de que todos os alunos têm o direito
a sua veracidade, pois, constatamos
de
que
professores
efetivos, em todas as experiências
inquiridos e pertencentes ao 2º e 3º
educativas, promovendo o conceito
ciclos, admitem necessitar de ter
de que os alunos com NEE devem
formação para trabalhar no dia-a-dia
frequentar a sala de aula do ensino
formação
para
81.7%
dos
participar,
meio
o
de
necessidade
no
que
dos
como
menos
membros
regular e ter o direito a professores
231 – Revista Científica
com
expectativas
relação
às
positivas
suas
em
capacidades
destes alunos. Ao criar escolas com espírito
de
equipa
humanizadas,
(Morgado, 1999).
e
mais
obtêm-se
as
condições necessárias para um ambiente educativo mais propício ao Desde logo entendemos que a
processo
de
ensino/aprendizagem.
Assim,
escola, hoje, tem de ser uma escola
recomenda-se
que
onde tenham lugar todos os alunos,
ajustamentos
curriculares
se
realizem nos
independentemente das suas
cursos que asseguram a formação
necessidades e características,
básica dos professores, de forma a
estando a expressão Necessidades
dotá-los de capacidades para um
Educativa Especial relacionada com
maior desempenho profissional no
todas as crianças e jovens que
âmbito da escola inclusiva, assim
expressem carências relacionadas
como proporcionar o acesso dos
com deficiências, dificuldades ao
docentes a ações de formação que
nível da aprendizagem e que
incidam sobre esta temática.
necessitam de apoios que lhes
São os professores que localmente,
confirmem uma educação
nas escolas, constituem o motor da
adequada, capaz de permitir o seu
inclusão
integral desenvolvimento.
procuram
e
problemas
que
quase
soluções que
sempre
para
os
enfrentam
diariamente, junto dos seus alunos.
O sucesso da escola inclusiva depende do esforço e intervenção de todos os agentes educativos participantes
neste
processo,
conduzindo este movimento para fora da escola, isto é, a todas as estruturas, instituições e órgãos escolares e administrativos, que de alguma forma poderão influenciar positivamente o percurso escolar
Indubitavelmente,
que
aferir
opiniões é um processo que deixa sempre margem de dúvidas. Nunca poderemos avaliar as atitudes e opiniões com a mesma eficácia com que se interpretam dados lineares. Mas atrevemo-nos a concluir que, de facto, as atitudes inclusivas dos professores do ensino regular do 2º e 3º ciclo do ensino básico estão
232 – Revista Científica
presente
nas
suas
conceções
ideológicas e, que apesar, de se deparem com algumas dificuldades, nos
níveis
anteriormente
mencionados as tentam minimizar de algum modo.
233 – Revista Científica
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Declaração
De
Salamanca.
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Mundial
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sobre
235 – Revista Científica
REVISTA EVISTA DE EDUCAÇÃO DA ESE DE FAFE
“A inclusão é uma realidade atual, que obriga a que o papel executado pelos professores do ensino regular seja cada vez mais exigente e complexo, devendo este acreditar que os alunos com NEE fazem parte do ensino regular e serão capazes de conseguir aprender” apren
EDIÇÃO 009