Revista Mirante - nº 27- maio de 1959

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MIRANTE

mirandoo que acontece,.r

FESTA DO DIVINO SEM.

TRADIÇÃO

PRE RENOVADA pág. 8

RIO DAS PEDRAS CUMPRIU UM PROGRAMA pág. 13

CAFÉ DA MANHA pág. 17

A ARGENTINA QUE VIMOS.

pág. 24

MÃOS QUE

ALIVIAM DORES pág. 32

N. 27 MENSAL - MIIO-


o Ilielhor aperitivo Nacional

De pai para filho desde 1910... D'ABRONZO S. A. lv. D, MariaEliza,44 -

- Vila Rezende- Piracicaba

I TATÚiíÑH0


AUTO RETRATO JOAQUIM DO MARCO

Sucede, às vêzes, ao cronista ler algo genial

MIRANTE

irando o que acontece.„

ÉW"WiWENSAL EDITADA POR PIRACiCABA PUBLICIDADE

e fica com mêdo de produzir crônicas originais. Aos

maiores cronistas já aconteceu tal mêdo, por isso, não será de estranhar que seja eu, um pobre rabis-

cador provinciano,o visitado de hoje pelo temor. Invoco, aliás e humildemente,o patrocínio de Gui-

Diretor: RENATO WAGNER Redator: JOAQUIM DO MARCO

retrato do poeta norte-americano Walt Whitman:

Colaboradores diversos

«Americano de nascimento, de saúde descuidada, o corpo perfeito, isento de taras da Cabeçaaos pés; sem nunca ter conhecidoenxaqueca,nem dispepsia; de sangue rico; com seis pés de altura; co-

pregou :— Addinafara anual,

lherme de Almeida, que traduziu éste formoso auto-

mendo bem, nunca tendo tomado remédio e não bebendo senão água; gostando muito de nadar nos rios ou nas praias; aprumado e caminhando a passos len-

• tos; um ar indescritível em que se notam indife-

'ta cidade — Cr$ ffO,OO

'ora — Cr$ 120,00 — Cr$ 12,00

númerodo

númeroafradadc —Cr$ 15,00

rença e. desdém; de amplas proporções, pesando cen-

to e oitenta e cinco libras e com trinta e seis anos de idade; a pele queimada, de um vermelho transparente; a barba curta, semeada de pelos brancos; os cabelos como o fêno quando, depois de ceifado,

é pôsto a fanar; o rosto nem requintado e intelec-

tual, mas calmo e são; cara de animal desafeiçoado, fisionomia que absorve franqueza e sol e que recebe, como iguais, o homem e o selvagem; semblante de alguém que come e bebe bem e que é um rude amante e beijoqueiro; dois olhos cinzentos, onde dormem a

paixão e a altiveze, atrás de tudo, a melancolia;um espírito que sabe misturar-se alegremente com o mundo; não um democrata diletante, mas um homem que está em boas relações com a gente do povo e com a vida imediata; que adora as ruas, gosta das docas, da fala grosseira dos homens, áspera como lixa; que quer ser tratado pelo nome que lhe foi da-

do e pouco se importa que o tratem por «Senhor»; que sabe rir com os que riem; que gosta das manei-

SEDE Piracicaba-Fublicidade Rua MoraisBarros,802 - Salas, 20 e 21- Telefone,

PIRACICABA Estado de Sio Paulo- Brasil

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ras bruscas dos trabalhadores; que não tem um cei-

til de preconceito contra os irlandeses e conversa com os negros; que não finge de «perfeito cavalheiro», nem pelo seu saber, nem pela sua educação; que

come pratos vulgares e gosta de tomar, de madrugada, o café forte e aromático que servem os vendedores do mercado, ou de ceiar as ostras que acabam de chegar por um barco de pesca; que adora comer

com operários e marinheiros; que abandonaria a qualquer momento uma noitada mundana de pessoas elegantes para ir ter com labregos, desordeiros

e patifes; que gosta de receber os agrados e o bom acolhimentodessa gente, de ouvir a sua algazarra, as suas pragas, as suas obcenidades, as suas balelas,

as suas gargalhadas, as suas réplicas, e que sabe conservar perfeitamente, entre êsses e os de sua espécie, a sua própria personalidade...» Nossa capa: Srta. Maria Mada-

lena BarbosaFurtado. rainha

dos Jogos Universitários do Interior,• ladeada pelas princesas Silvia Hage e Vera Lucia Garroux

da Com u r-rnacarroçaria Carpintaria Sto. A ntonio Possuindo pessoal altamente especializado no ramo, a Carpintaria Santo Antonio fabrica carroçarias Iguais às melhores estrangeiras para qualquer tipo de chassis.

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Realizou-seàs 12 horas do dia 29 último,na

Matriz do Bom Jesus, o enlace matrimonial do sr. José Pleury Decco, filho do sr José Decco e d. Rosa Gerdulho Decco, com a Srta. orofa. Marlene Cominetti, filha do Sr. Americo

José AntonioCominettied. Zulmira Cortezzi. Foram padrinhos do noivo no religioso o sr. AntonioCervantes e Sra. e da noiva o sr, Antonio Gorgulho e Sra. A cerimónia civil rea-

lizou-se no mesmo dia, às 9 horas, na residência

dos pais da noiva, sendo padrinhos da noiva o sr. Antonio Rainho e Sra. profa. Ivete Gui.

rado e do noivo o sr. Flavio Deccoe senhora. O jovem par fixará residência em Presidente Wenceslau.

Piracicaba

MII

Ana Cristina Meirelles de Mattos é a primeira neta do casal Dr. Nelson Meirelles e Da. Maria Olivia

Ferraz Meirellese primogénitado casal Dr. Jairo Ri-

beiro de Mattos e Da. Ana Maria Meirelles de Mattos, seu batizado foi no dia 29 de Abril, na residência dos avós que foram padrinhos.

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O clássico"sorrisso da felicidade" um sorrisso feliz no jovem par é realmente Zilmar Ziller Marcose Nadir que receberam a bênção nupcial, no dia 2Vieira dêste na Igreja Metodista Central de eSão Paulo. querido e popular campeão de cos e de Da. Lili Z. Marcos. ténis Julio Mar-

O jovem Zilmar, agrônomo, laureadode nossa «Luiz de Queiros•é filho do


0 famoso corte VEM FAZENDO

ELEGANTES!...

E agora no recente concurso

Consulta á Opinião Pública Mitidieri foi consagradq como O momento é de felicidade, mas também de responsabilidade: Maria Edna Rossi, a cativante professóra, e Ole. gario Gonzales Pedreira sentem isso na hora de coloca-rem a aliança - símbolo da eterna união de seu casamento realizado em 29 de Abril último.

o melhor em seu ramo. • PARAO INVERNO CASEMIRAS NACIONAIS

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Mais um jovem par, Dorival Zenero e Elza Moraes, que certamente formará mais um lar piracicabano feliz, recebeu a bênção nupcial do Monsenhor Martinho Salgot. Momento em que Dorival colocava a aliança no dedo da gentil noiva.

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4

Duas

damas

e um valete CONTO DE DAVID ANTUNES

perder vinte anos de esfôrço, quisesse ou não teria que sofrer Vitória, no mínimo de quinzena em quinzena, por imperativo dos interêsses de meus patrões, que centralizavam no Panamérica quase a totalidade dos negócios. E eis aí o cravo.maior dos meus percalços: sofrer Vitória. Dava para doer na vista e na sensibilidadeaquela mulher tipo comer cial, soberba, vasta de corpo e de rosto, bôca dura, sem a aragem de um sorriso, sobrancelhas grossas, olhar impérvio de quem impõe decisões irrevogáveis. Eu aproximava-me dela com recato. Dos seus lábios pendia a estabilidade de mmha firma, que não vogava em boa maré. Lembra-me um dia em que a reputação da fábrica chegara ao último furo das contemporizações.Sem ter em conta o aluvioã de comprcmisscs vencidos em outros Bancos, dois meses já corriam que o operariado não recobia salário. Faltava um sôpro para desfazer-se a bôlha de sabão, ou seja, o bom nome da fábrica. Num vai-não-vai, nem sei se de aflição ou desespêro, atafulhei na pasta uma centena de títulos refugadospor outros Bancose fui tourear — o têr mo é êste, não há outro — fui tourear Vitória. Ao vê-la diante de sua mesa, debruçada sôbre bordereaux de descontos, nunca se me representou tão hostil e inacessível. O semblante enevoado, com fortes pinceladasde borrasca na testa, não permitia o mais leve presságio de êxito para a operação que me levava à sua presença. Contudo, esperei a vez de en-

frentá-la como quem faz um sacrifício inútil. De dinário comedidano trato dos clientes, nesse dia Vitória não vingava reprimir sua irritação. Um dos contínuos trouxe-lhe um maço de papéis, que ela folheou, apressada e por alto. Depois, num frenesi, meteu-os nas mãos do empregado, despachando-o com rispidez. «Onde tem a cabeça? Volte e tragame o que lhe pedi. Estas relações são do sub-gerenhe»...O serventuário saiu, fininho, trocando pernas e esbarrando em móveis. E logo um freguês deu de disse frente com a mortal Vitória. «Impossível Seu limite ela, irrevogávelcomo uma sentença está esgotado». A vítima seguinte escabreou-se com a mesma fórmula: «Impossível...' Era a frase—mestra

em tôrno à qual gira tôda a estrutura de um Banco. «Seu limite está esgotado...» Meu dever, antes de qualquer conveniência pessoal, era aguardar o seu chamado. Éste me foi anunciado, daí a nada. por um salto do coração. «O senhor aí...» E eu ievantando-me do assento, desalentado e miserável ( «Deus de misericórdia, acalmai Vitória!,..») acheguei-me à assistente, cauteloso e humilde. Sem me corresponder ao cumprimento reverencioso, fê-me

um quase imperceptívelsinal de cabeça para que

Para, dizer verdade, não sei como cheguei a casar-me com Vitória. Conheci-a no Banco Panamérica. Assistente da gerência, fazia ela as vêzes de crivo por onde passavam as propostas de empréstimo, posição que lhe assegurava prestígio igual ao de qualquer dos diretores. Eu, mandatário de um lanifício, cujo crédito bancário me cumpria defender, para não

ocupasse a poltrona ao seu lado. Ela ainda continuou espaçada, a visar papéis acumulados à sua frente . Depois, entestando comigo, de sobrancelhas carregadas, apontou-me a relação dos efeitos. «Nêste mês é a terceira vez que o senhor pleiteia o desconto dêsses títulos» . Pura realidade. Sentindo que minha

emprêsa resvalava na falência, tratei de ajuntar as energias já em meia dispersão para escalar a rigidez de Vitória. «Estamos fora do limite, mas acho que a

senhorita poderia considerar uma pequena majoracão, tendo em vista a posição sólida dêstes coobri-


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gados...» Vitória fitou-me em plenos olhos, com que intenção não atinei, porém sarcástica, se é que não me engano. «Posição sólida? Êste aqui já faliu duas vezes. Éste outro está com um pedido de concorda-

ta pendente de julgamento.Aquêle,veja bem, tem vários títulos no protesto...» Tudo irremediàvel-

mente exato. A memória supranormal da funcioná-

ria importava numa cabeça de ponte levantada sôbre minhas pretensões de lhe vencer a resistência. Mas uma tarraxinha inesperada saltou fora das previsões. Algo falou nas entranhas de Vitória e um milagre aconteceu. Com todo o seu autocratismo, deteve-se a considerar a relação das duplicatas e a

bater com um lápis vermelho um toque-toque rit-

mado em cima do vidro que lhe recobria a secretária. Depois, com seu traço resoluto passou o lápis

sôbre um dos papéis de crédito em que figuravam os coobrigados indesejáveis. Visou a proposta e entregou-ma: «Queira apresentar-se ao gerente».

Minha emprêsa estava salva da bancarrôta.

Mas, fora do seu condicionamento funcional, ela

revelava-se humana. Uma noite o acaso nos reu-

niu, Vitória e eu, num coquetelcomemorativo de qualquer ocorrência, que se me apagou da memória, em casa de um amigo. A ocasião vinha-me à procura para atraivlhe alguma simpatia, que servisse

ao andamento dos meus negócios, na firma. Tive

sorte, Conhecí uma Vitória diferente, lhana, macia, liberta daquele cachet bancário, que a convertia. qua-

se numa déspota. Tanto que durou a reunião, con-

versamos sem parar. Não se tocou em Banco, bem é de ver. Versei com ela assuntos de farinha e farelo, próprios para mulheres. Quando, alta madrugada, os últimos convivas se despediram do anfitrião, propus

levar Vitória a sua casa, de auto. Contra meus cálculos, aceitou-me o oferecimento. Soube ser gentil. Depois dêste, outros encontros tivemos. Meu trabalho diplomático surtia inesperadas soluções. Se o lanifício não se desenvolveu na medida dos meus desejos, cheguei, ao menos, a impôr consideração à minha pessoa no Panamérica, por artes de uma velada proteção de Vitória.

Pelo Natal, não sei bem o que me deu. Não

sei. Talvez impressão perdida num pequeno desvão da memória e projetada, de arranco, à tona da consciência, me haja refletido a bancária sob um aspecto diverso daquela fisionomia fechada e aterradora, que eu devia afrontar cada vez que o lanifício se punha na dependura, por falta de numerário. Bem pode ser também reminiscência de Vitória, em casa do nosso amigo comum, uma Vitória favorecida pelo efeito do vestuário, da iluminação, do ambiente de cordialidade, ou de um coquetel a mais. Ou, ainda, confronto inconsciente de alguns traços dela com os

de outras mulheres em fortuítas aventuras. Tudo é

possível. Quem poderá analisar êsse capricho esquigito que me salteou naquele Natal? A tantas e tão impoderáveis influências está sujeita a natureza humana! Em suma, não sei, nunca saberei, o que buliu dentro de mim. Mas o caso foi que uma inibição fêz

parar minha cabeça. E daí resultou correr eu ao Telégrafoe passar um telegrama a Vitória: «Quer casar comigo? Responda-me sim ou não ainda hoje». ga... Dirse-ia remorso de um crime que eu não pra-

ticara. Se ela me respondesse com um não sêco? EsMomentos depois, sobreveio-me um pressenti-

mento máu, um desassossêgo,um arrepio, uma coi— taria comprometidaa situaçãoda emprêsa no Panamérica. Se nada respondesse? Muito pior. Forçoso

seria achar outro Banco para as operações de caução e desconto. E que diria ela do meu senso comum, aquilo que não falta nem aos cavalos? A resposta chegou-me no dia de Ana Bom: «Podemos conversar». Pelo inesperado, natural que eu ficasse zonzo e frio. Refiz-me do impacto com uis-

que e, alvoroçado, fui ter com Vitória. Era a primei-

ra vez que a visitava. Acolheu-me festiva, posso a-

juntar que transfigurada de alegria, não como pensei, pelo prazer de prenunciar—mesua ausência ao

pedido, mas como agora sei, de certeza, pela vaidade de expor-se a mim num flamante vestido, que me pôs chispa nos olhos e alegria no coração. Apresentou-me à velhinha, sua mãe, remanescente da família. Lisonjeou-me perceber que minha futura so-

gra simpatizou comigo, não que mo dissesse, mas

por intuiçãodo sorrisocom que me saudou. Em su-

ma, pela volta da meia noite, saí noivo da casa de

Vitória.

E foi assim que casei. Os primeiros dias de convívio, que gostosura de

vida! Descobrí em Vitória um docinho de ternura,

um veludo de suavidade. Após dois meses, surpreen-

di dentro de mim um sentimento identificável com certo desajuste, como se me faltasse parte de minha

pessoa. Eu já não sentia Vitória. Invadiu-me uma saudade do meu tempo de solteiro. E esta saudade, em lugar de estancar, de dissolver-se, crescia na ra-

zão direta dos dias que se escoavam. Mudei de hábitos, de gostos. E até de emprêgo. Por nada. Era para liberar-me da incumbência de pedinchar empréstimos no Panamérica ou, com mais propriedade,

alvitre mais à mão, de que me socorri, para resol-

ver um caso de consciência... Mas em breve surgiu um atrito, êste se engrenou em outro e outro em outro, até se formar uma

seqüência uniforme de malentendidos. Para encur-

tar, nossa vida de casados degenerou em tormenta

Não direi o que interferiu com mais decisãopara

torná-la impossível. Eu não compreendia Vitória. E, vamos lá, não quero tôda a justiça para mim: é bom

admitir também que andasse eu no avêsso e ela no

direito. Mas abstenho-me de examinar o fato em si, mesmo porque nem me lembro como foi o prelúdio

hipótese de que não lhe arranhava os escrúpulos a paixão de um homem casado.

Porém, algum tempo depois, ela estonteou-me

com esta fumigação: Não podemos continuar assim. Separemo-nos como dois bons amigos que vão encetar uma viagem... cada qual por seu lado.

Seja também elegante, vá ao

MITI DIE RI consagrado pela opinião pública


6

de nosso drama íntimo. Quem acertará com a raiz das quizilas conjugais? Ela a mim parecia mandona, mesquinha, exclusivista, assomadiça. Nunca lhe ví os dentes num sorriso amigável. Vitória parece que

dava arranjo em nossas brevíssimasconversaspa-

ra transformá-las em conflitose desafios.

Sua compleição robusta me fazia ver nela a mu-

lher durável, que me infernizariaa existênciaaté a morte. Eis a essência de meus pesares. Lógico, por-

tanto, que eu vivesse mais na rua do que em casa. Eu encomprindavaas tardes com amigos e, à falta

— Ó Eduarda! O que me exiges é o impossível. Que será de mim sem a tua presença efetiva, sem o teu conchego de cada hora? Morro. Se tu conheces-

ses minha espôsa, verias que tenho razões pessoais para te amar até o desespêro.Vem comigo à minha casa para que vejas e sintas por ti mesmo o abismo que me aparta de Vitória. Fui eloqüente. A prova está em que Eduarda

me topou a sugestão. Levei-a para conhecer Vitória.

E sucedeu o imprevisível. Eduarda renovou as

visitas por si mesma e acabou unha e carne com

ação consistia em reduzir ao mínimo o tempo em

minha mulher. Passado tempo, esta não aturava dois dias seguidos sem Eduarda. E Eduarda, se não

Nêste pé das atribulações, conhecí Eduarda, numa festinha de aniversário, no aparamento de um

no cabeleireiro, na modista, no cinema, aqui e ali, ou para combinaremum chá, um almôçona cidade,

dêstes, com simples conhecidos. Meu programa de

que teria de suportar Vitória.

parente Era uma portuguesinha esbelta, pequeno porte, vivaz e graciosa. Não me deu impressão de

nenhuma beleza. Talvez nem chegasse a ser bonita. Mas devia ter lá um quid com que me tomou de assalto, os sentidos. Fiquei enredado nos seus encantos. Eduarda afigurou-se-me um espécime de mulher perpétua, quero dizer mulher com quem poderia viver sem nunca me enfadar. Inesquecível. Inesquecível.V 2{ão mais se me deslocou da re-

aparecia, telefonava à amiga para marcar encontros,

uma reunião,uma visita.

No princípio não me desprazia aquêle xifopagismo afetivo. Mas entrou-me logo pelos olhos que, de

pouco em pouco, Eduarda se esgueirava de mim

Chegara ao descaro, mais de uma feita, de fingir não me ver na rua. Condescendí, primeiro, em interpretar tais faltas como distração. Mas, vencido pela evi-

dência de que eram propositadas,ainda fiz a mim mesmo estendal de boas disposições,admitindo que

a nobrezado seu caráter a preservavade uma desSeja também elegante, vá ao

MITI DIE RI consagrado pela opinião pública tina aquela jovem de olhos grandes e luminosos. Se-

menteira de todos os meus ideais terrenos, tinha

fascínioem cada gesto, um mundode caríciasem

cada sorriso. Impossível descrevê-la. Só por uma abstração se reconheceria Eduarda. Inesquecível. Sempre nos víamos, imaginava eu que por acaso. Hoje sei que era eu quem ajeitava o acaso para

achá-le em tôda a parte. Acamaradamo-nos numa intimidade que podia ser interpretada por namôro. Mas ainda faltava muito para namôro. Não me sobrou ousadia para revelar-lhe meu estado civil. Se ela o descobrisse,abrir-se-ia um valo entre nossas afeiçÕes.E para que destruir duas ilusões, de uma assentada, se a questão fôsse apenas cultuar a ver-

dade? Será que a verdade vale um rasgo de heroismo? Maior que tôdas as verdades era isto, válido por

axioma: eu ardia de paixão por Eduarda.

Mas chegou o dia do inevitável. O inevitável nunca falhou nos desesperos de homens casados co-

lhidos por uma paixão extra. Eduarda soube de Vi-

tória. Pegou-me direitinho numa curva dos meus despistamentos, por traição do subconsciente. Não atinei com outra saída para o enleio senão expor-lhe

a verdade, fazendo apenas uma ressalva para minha conduta: eu detestava Vitória. Nada mais real. Vi-

•tória consubstanciava a própria imagem do ódio que

eu lhe tinha.

pois que Eduarda me estorquira o

segrêdo, o momento surgiu de confessar-lhe meu amor. Sou por dizer que não se impressionou muito

com a minha declaração.Mas, porque não me recusou a companhia nos dias que vieram, aceitei a

lealdadecom Vitória. Fechei-medentro dêste círcu-

Io, sern me dar conta da fragilidade do seu amor por

mim, se o deixava superar pela amizade de outra

mulher.

Uma carta dos pais de Eduarda, decidiu-a, de um

momento para outro, a embarcar para Chaves, em Portugal. Certo negÓcio intrincado exigia-lhe a presenga em sua terra. Conquanto nos assegurasse vol-

tar breve, entreguei-me ao desalento. E, meio constrangido, confesso: chorei sem medida à hora em

que dela me despedí, esquecido até de Vitória a meu lado... Seguiu-se longo intermezzo de completa deso-

lação em casa. Fôsse impressão ou realidade, entre mim jurei que Vitória se vingava de minhas lágrimas infiéis, no aeroporto. Porque eu nada mais re-

presentava para ela. Raro nos falávamos. Um dia, porém, sua fisionomia se iluminou. Foi ao receber a primeira carta de Eduarda. Leu-a, guardou-a — e foi só. Esperei outra para mim. Não veio.

Eduarda não me amava. Mesmo com mais êste deconstante à sua lembrança. Que ela não desprezassencanto incorporado às minhas angústias, continuei se jamais a amiga, eis o pensamento que, então, me

governava. Cúmulo do aviltramento: •eu já me satisfazia comum amor de ricochete.Resignava-mea ser

lembrado por tabela, como marido de Vitória... Mes,

para ser exato, eu bem que ninava a ilusão de reavê-la, um dia, da minha mulher.

Um começode pneumoniame reteve

leito vários dias. Vitória entrou com sua parte ao de sorte dedicada,tirando férias, no Banco, para contapme. Graçastalvez a ela, foi o mal depressatradebelado. Mas o médico me aconselhou certo resguar do. Decidipor oito dias mais de repouso. Nesse período, peguei a

da fidelidade de Vitória. Mulher adúltera suspeitar trai-se no olhar e nas


atitudes equívocas. Sua conduta normal sofre logo uma alteração visível. Adota modos e táticas fora de qualquer compreensão para um observador desprevenido. E, até certo ponto, admira que seja o marido o Último a compenetrar-se das fugas sentimentais

da espôsa. Vitória, por exemplo, a tantas horas, insinuava-me um passeiozinho até à praça Alpha, três quarteirões distante de nossa casa. Por que êsse em-

penho que eu saísse e, o mais para notar, à hora cer-

ta? Pois ela sabia não me interessar senão a minha

bergàre, onde eu passava pedaços do dia a ver figuras em revistas e a lêr romances policiais.Mas tanto me persuadiu Vitória, que acabei indo à praça. Minto. Chegueià última esquina e voltei, sorrateiro. Eu estava quase atingindo o portão do pequeno jardim de casa, quando ví parar alí o carteiro. Vitória esperava-o do lado de dentro do gradil. Encolhi-me junto a um poste de iluminação para observá-la. O carteiro deu-lhe um envelope que ela enfiou, rápida,

no seio. E retirou-se, antes de me perceber.

No dias eguinte, saí em direção à praça, à mesma hora e, repetindo a experiênciada véspera, logo voltei sôbre meus passos e tornei a encontrá-la, recebendo outra carta.

Entrei, representando fleugma. — Recebeu alguma carta hoje?

guas ao meu afã, enquanto não as descobrisse. Eu vigiava cada movimento de minha mulher, pondo sentido em não a deixar desconfiar das minhas atividades de policial.

E tanto espionei que, certa noite, entrando em nosso quarto, apanhei Vitória a guardar qualquer coisa num cofrinho. Tive quase consciência de que o coração se me despregou dentro do peito. Mas dissi-

mulei, o melhor que pude, minha agitação. Eu já conhecia essa pequena caixa de prata, com relevos representativos dos idílios de Dalphnis e Chloé, obra

prima de cinzeladura e lembrança de seu avô pater-

no, adquirida na Europa, fazia mais de cinqüenta anos. Vitória trouxera o cofrinho para casa, quando

nos casamos.Nunca me dera gana de saber o que continha. Agora eu sabia que guardava as cartas de

um amante.

Reserveio dia imediatopara a lida de encon-

trar a chave do cofre. Não houve esconderijo ou escaninho de móvel, caixa e guardados de Vitória, que eu não vasculhasse com ôlho sequioso — sequioso de

verdade ou de escândalo, o que vinha a ser o mesmo. Mas, num momento em que Vitória recebia uma

Seja também elegante, vá ao

MITI DIE RI

— Não.

— E ontem?

consagrado pela opinião pública

— Também não.

Eis a confirmação de minhas desconfianças. AIguém escrevia a Vitória. É preciso a gente ater-se ao valor das palavras: alguém escrevia a Vitória... De nossa união, não me sobrava um resquício de amor àquela criatura. Seria lógico ver no aparecimento de um intruso no lar a solução para o problema de minha alforria matrimonial. Pois não foi assim. O instinto aquisitivo saltou fora do eu como parafuso frouxo de um maquinismo em funcionamento. E tudo parou dentro de mim, ao lembrarme de que Vitória era minha mulher. «Vitória é minha, Vitória é minha... » Esta frase idiota, que tomava de repente, um significadojamais pressentido, parecia acompanhar certa musiquinha enjoadaf que eu costumava trautear porque vivia dentro dos meus ouvidos. «Vitória é minha...» Curioso pensamento que me produziu uma visão nova do mundo. Girei pela casa e observei que tudo ao meu redor mudava de aspecto. Até minha consciênciase encolhia... ou se dilatava, nem sei bem... «Vitória é minha, Vitória é minha...» E eu não podia despregar da memória a frase funesta associada à musiquinha amaldiçoada. Que sensação constrangedora saber que ela ia passar, se já não passara, aos braços de outro! Urgia-me descobrir êsse outro. É que se encontrava em elaboração na minha cabeça todo o processo de vindita. Quem eliminaria? Vitória, a mais culpada. A mulher é sempre a mais culpada... Mas, talvez, conviesse cortar a garganta do sedutor.

Às vêzes, eu pendia também para o duplo assassínio, prevendo sucesso digno de bela manchete e de, pelo menos, duas colunas de jornal. Se era caso de «lavar a honra», o sangue de um só não bastaria. Mes as cartas, onde punha ela as cartas? Se as queimava, como poderia eu, senão pela tortura, arrancar-lhe o nome do amante? Prorroguei, por minha conta, o prazo da convalescença. Não daria tré-

visita na sala, dei busca num cestinho de costura que

ela conservava na saleta de trabalho. No fundo encontrei uma chavezinha. Devia ser do cofre. Deixei-a

onde estava. Daí a dias eu teria os movimentos livres para minhas rebuscas dentro de cada. E, consoante o previsto, dois dias depois Vitória voltou ao Panamérica.

Tão logo a vi sair, corri à cesta, peguei a cha-

vinha e fui abrir o cofre. Encontrei um maço de car-

tas atado por uma fita. Tomei uma, trêmulo e sem respiração. O coração não me enganara: carta de amôr para Vitória. Assinava-a Dudu. Eis outro problema para desafiar-me a sagacidade: quem seria Dudu? Passei em revista mental meus amigos e conhecidos. Nenhum, que eu soubesse, tinha aquêle apelido. Por ventura o Duarte? Mas Jesus, êste era velho demais, velho e estúpido... Lívio... um quase adolescente... Evaldo, sim, êste, quem sabe? Lembrava-me que êle atendia por um apelido às vezes. Mas Dudu ?

E depois amava que nem um perdido a

espôsa, formosa espôsa, por quem eu seria homem

de transceder até o instinto de propriedade,inclusive a musiquinhaentjoda que cooperavapara for talecê-lo: «Vitória é minha. Vitória é minha...» E assim arrostei minutos agoniados, procurando por todos os recantos da memória o amante de Vitória... Corri carta por carta, sentindo-as masoquistamente em cada expressão de ternura, em cada passagem proibida, em cada evocação de imagens despudoradas. Em tôdas exalava a mesma poesia, com as mesmas explosões de amôr, com as mesmas juras — e com a mesma assinatura: Dudu. Ah! eu não lograria descobrir o meu rival. Eis a síntese do meu desespêro. Humilhado e vencido, ia recolocar o cofrinho no seu lugar, quando me lembrei — e só

então me lembrei! — de verificar a procedência das cartas pecaminosas.Vinham de Chaves...


0 festeiro dêste ano, entusiasta

FESTA

DO DIVI

SEMPRE RENO Sr. Samuel de Castro Neves Filho - o -popular Samuelzinho- que, aproveitandoa experiênciade seus antecessores, pretende realizar, este ano, uma Festa

10.000flâmulas sugestivas como estas, vêm sendo vendidas para que todo o povo piracicabano coopere na po—

pularfesta da Rua do Pôrto.

Reportagem de JOTA MORAIS FOTOS:

Cantarelli - Geraldo

de Toledo

Festa do Divino, em Piracicaba, é sempre assunto que empolga. Dá sempre o que falar e pensar

e comentar. É assunto que nunca se encerra. Nem bem terminam •os atos pomposos de uma festa, já se iniciam os movimentos para o ano seguinte com

o «sorteio» do casal festeiro. Este casal tem que tomar parte ativa no final dos festejos para receber o «material» isto é, a pombinha do Divino e as «ban-

deiras», que ficará sob suá guarda, em sua casa, para a festa do ano seguinte. Fazer reportagem a respeito da Festa do Divino é tentador, perigoso mesmo, porque, dá vontade de se dizer tudo quanto a gente sabe e sente, o que seria um nunca ac;bar, difícil de se acomodar no espaço reservado. Prova? Vamos, com

ligeiras alterações, transcrever aqui o que, espontâneamente, rabiscou um amigo dos festeiros dêste do apenas «colaborar»com o repórter.ano, queren-

do Divinode arromba.


e dinâmico, revela seus planos...

NO TRADIÇÃO VADA

seu respeito ao Divino Espírito Santo, afluindo, em

massa, às margens do Rio Piracicaba,para assistir

ao «encontro» e dar expansão aos seus sentimentos religiosos.

Para essa festa, cujo cunho folclórico e regional não afetou seu profundo sentido cristão, deve ser escolhido, como festeiro, um casal que, por sua exem-

plar vida de família, por suas demonstraçÕesde fé católica e pela sua conhecida popularidade, esteja à altura do difícil encargo. Este ano, S. Excia. Revma., D. Ernesto de PauIa, Digníssimo Bispo Diocesano, houve por bem escolher, com aprovação geral de todos que o conhecem, o distinto casal Samuel de Castro Neves Filho e exma. espôsa D. Elza Olbrich de Castro Neves. É um casal-ornamento da Cidade Alta, integrante querido da comunidade piracicabana, entre a qual granjeou todo o respeito, estima e consideração a que faz jús por seus excelentes dotes de coração e espírito. Conhecedores de tôda a grande bondade do distinto casal, estávamos certos de sua boa acolhida. Por isso, sem nenhum aviso, munidos de nossa «Parker» e da indispensável máquina fotográfica de Cantarelli & Geraldo de Toledo «baixamos» na bela vivenda da rua São José, onde fomos encontrar o Sa-

muelzinho e D, Elza em sua labuta diária. Cordial-

mente recebidos, logo expusemos os motivos de nos-

Os festeiros Samuel de Castro Neves Filho e exma. esposa Da. Elza Olbrich, casal-ornamento e integrante querido da comunidade piracicabana.

«Já é do conhecimento de todos os habitantes da cidade que, no próximo mês de Setembro, provàvelmente no dia 18, será realizada a tradicional festa do «encontro das bandeiras». Através dessa festa, o povo católico rende sua homenagem e tributa

sa visita e, depois de instalados em confortáveis poltronas, fomos informados do programa organizado para a realização da festa tradicional, que, êste ano, talvez seja ainda mais requintada e brilhante do que nos anos anteriores.

Continua


10

DIVINO

1959

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FLÂMULA CONTRIBUIND03RA

FESTA

DIVIONO

CR $ 35,00 Um dos vistosos cartazes concebidos por Baby Barioni, e que estão sendo profusamente afixados

em Piracicaba e cidades vizinhas

Ficamossabendoque Samuelde Castro Neves

Filho e sua espôsa vêm imprimindo um rítmo acelerado aos trabalhos preparatórios dos festejos, sendo sua firme intenção, com a ajuda de Deus, é claro, e o apôio imprescindível da população, promover uma grande festa, à altura da confiança nêles depositada pelo Exmo. Bispo Diocesano e pelo povo, que,

felizmente, vem prestigiando os preparativos e cooperando em pról do brilhantismo das festividades.

jornalística e sentir, principalmente, na cobertura divulgadas não só serão que festas, radiafônica das paucidades outras em também mas em nossa cidade brasileiras. listas e em várias capitais e cidades a ser desenPelo programa em andamento e volvido, pela operosidade e espírito de iniciativa dos «festeiros»e pelo apoio certo de tôda a populeção termina o nosso «colaborador», piracicabana — temos a certeza de que, «Parker» guardando sua a um colorido e assistiremos Setembro, de no mês vibrante espetáculo de fé no cenário de incomparável beleza de nossa rua do Pôrto».

Como vêem os leitores, tínhamos razão em afir— mar que falar da Festa do Divino é empolgante e... perigoso, porque nos faz falar demais. E, contudo,

ainda temos algumas notas do que ouvimos na entrevista com o casal D. Elza e Samuel,notas realmente interessantes e que mostram, de um lado, o espírito imaginoso e realizador dos «festeiros» e auguram, de outro, um movimento festivo de fato sem precedentes. Se não vejamos: PLANO DE CESTASCOM CARNE:— É um plano grandioso e original, pois pretendem os festeiros distribuir aos pobres o vultoso número de 2.000 cestas de vime, contendo carne de vaca, cestas essas que, depois de vazias, servirão para uso caseiro. Se obtiverem os auxílios populares que esperam, os

festeirosadicionarãoà carne das cestas,pão e leite condensado, tornando assim a dádiva mais generosa.

PIÃO DOS BOIS: — Sua originalidade está no grande movimento que desejam dar-lhe os festeiros. A meta é obter a doação de, no mínimo, 100

bois. Considerandoque o que interessa à festa é a

carne, para melhor proveito, os bois doados serão vendidos aos marchantes, dos quais será adquirida a carne necessária. Para execuçãodêsse plano, real-

mente racionale produtivo.já contam os festeiros com a col?boraçãovaliosado Sr. OctamiroGarcia, do FrigoríficoPiracicaba. PLANODO LEILÃO:— Este já é tradicional e

Algumas iniciativas já postas em prática cons-

será naturalmente grandioso como sempre. Entretan-

tituem movimentoinédito na cidade,como a dos

to, a coleta de prendes já se processa ativamente e

cartazes de propaganda coloridos, entregues à co-

o resultado até agora Obtido é sobremodo animador.

nhecida maestria publicitária de Baby Barioni. Tais cartazes procuram expressar o sentido religioso das

Tudo indica que o número e o valor das prendas, êste ano, ultrapassarão os dos anos anteriores. Além

interior do Estado, fato de grande alcance para nossa terra, pois resultará, certamente, num convite às populações das circunvizinhançss e demais regiões do «interland». Além dos cartazes, já foram confeccio-

rido Gijo, da Baiana — o que será mais um penhor

festas e seu aspecto trpdicional, objetivando que as mesmas se tornam conhecidasem outras cidadesdo

nadas flâmulas muito expressivas, em profusão jamais vista: 10.000 flâmulas, que serão oferecidas ao

preço irrisório de Cr$ 35,00, afim de que todos os católicos ou simples edmiradores da Festa do Divino possam contribuir para a grandiosidade desta e ainda guardem dela e de sua própria generosidade

uma recordação palpável e bonita. Mencione-se ainda que Samuel de Castro Neyes Filho, revelando sempre um espírito inovador

é dinâmico,entrou em contafo com o Departamen-

'to de Turismo do Estado, cuja contribuição se fará

disso, já foi assentado que a direção do leilão estará a cngo do festeiro do ano passado, o popular e que-

seguro de êxito dêsse ato popularíssimo, sempre ren-

doso e aguardado ansiosamente pelo povo.

PLANO DOS FOGOS E ORNAMENTAÇÃO: —

A fim de atrair a atenção das gentes e despertar ne— Ias o desejo de «vêr» a festa, haverá um programa deslumbrante de queimas de fogos de artifício, cargo do José Balestero, conhecido pirotécnico pira-a cicabano, que promete novidades de embasbacar. Por outro lado, deverá ser profusa e vistosamente ornamentada a tradicional rua do Pôrto, de maneira que os olhos dos festejadores se deleitem tanto com a belezanatural do rio quanto com o colorido da ornamentação. PLANO DO FOLCLORE E DA DIVULGAÇÃO:


11

— Tudo será feito para que o setor do folclore, tão intimamente ligado à Festa do Divino, tenha um brilho excepcional. E o êxito dêsse desiderato já se po-

brantável, mas também uma garantia certíssima de que êle apoiará financeiramente os festeps, com-

dinâmica do Prof. João Chiarini, que comandará as demonstrações folclóricas, com seus violeiros, can-

Como se vê dos «planos» enumerados, a Festa do Divino, êste ano, vai ser mesmo .de arromba. O Samuel de Castro Neves Filho e sua espôsa estão animadíssimos e satisfeitos com a reação favorável que sentem por parte do povo ante seus desejos de apresentarem uma festa monumental. Estão encantados

de considerar plenamente assegurado com a ação

tadorese dançadoresjá famososem todo o Estado. O serviço de divulgação da festa vai ser uma verdadeira inovação, que trará maior vida ao brilhan-

te tradicionalismodo «encontro».Além dos carta-

parecendo àqueles atos destinados a arrecadar fundos e contribuindo para êstes generosamente.

zes eoloridos de Baby Barione, a que já aludimos, teremos a notável jornalista e radialista (Rádio Piratininga) de São Paulo, Adélia Cai}l, grande pro-

com a multidão de devotos que entra todos os dias em sua casa para se ajoelhar e rezar ante 0 altar.

na propaganda escrita e falada da festa, através dos jornais e emissoras da capital bandeirante. PLANO FINANCEIRO: — Uma das molas prin-

orientação e cooperação que vêm recebendo dos fes-

pulsora do turismo no Estado, também trabalhando

cipais da festa não há dúvida que é constituida peias DESPESASque se façam. Sem gastos não pode haver festa, e para gastar é preciso primeiro arrecadar, sem esquecer que a receita terá que ser sempre superior à despesa. Tudo, porém, indica que receita não faltará, porque o povo está disposto a

ajudar a popularidadedos festeirosé um fato incontestável.

O interêsse que o povo demonstra pela

BANDEIRA,não é só uma prova de sua fé inque-

E, também, sentem-se deveras estimulados e segu-

ros de vencer a santa empreitada, pela preciosa

teiros anteriores como o VirgílioCastilho,o Anto-

nio Romano, o Joaquim Servolo, o Romeu Gomes. Francamente, «seu» Samuel e D. Elza, «Mirante» ficou contagiado pelo seu entusiasmo, pelo gôsto e pelo espírito de iniciativa e de trabalho, com

que estão preparando a Festa do Divino de 1959. «Mirante»saiu da entrevista que vocês lhe concederam confiante e certa de que essa festa vai ser mesmo de uma grandiosidade sem precedentes. Será o «fato novo» de 1959, nos anais religiosos e popu-

lares da Noiva da Colina.

Da da bandeira e do altar do Divino,instalados em sua residência. O novo festeiro posa com sua familiaao lado (sobrinha do casal), snr. Samuel de Castro Neves Pilho, Paulo Fernanesquerda para a direita snrta. Elisabeth Maria do, Samuel, D. Elza Olbrichde Castro Neves, Maria Catharina e Lucila Maria.


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Na fala do povo, nunca houve

outra festa

igual A Ao redor de uma mesa, O grupo que, com outros, deu

tanto brilho ao baile: IJr, Syllas Silveira Mello, presidente de U. S. Jorge, Sra. Lenyra S. Mello,Sra. Myrthes C. de Toledo Almeida,Sra. Lorudes Fraga, Dr. Celso Galdino Fraga, integro Juiz de. Direito da Comarca, I)r. Arthur A

«Filha dileta da

co-

marca» viveu momentos de

rara

alegria e

ele-

de Toledo Almeidae Dr. José de Moraes.

gância. Reportagem de: José de Moraes Fotos: Idálio Filetti

CONTINUA

Rio das Pedras cumpriu

um programa!

As mesas do grande baile foram tôdas tomadas. Nesta vemos da esquerda para a direita, o dinâmico industrial Donato Marino Neto, Waldomiro D. Justolin, Sra. Elvira M. Justolin, Sra. Josefina V. Canónico, Sra. Cecília V. Jorge e Sr. Raymundo Jorge, presidente da Sociedade Cultural Riopedrense.


RIO

CUMPRIU

UM

Nestes tempos as chaminés já estão contando a história do porvir. Umas elevadíssimas, mais baixas

outras, erguem-se tôdas altivas, nas quatro Usinas d DMunicípio:Bom Jesus, São Jorge, Santa Helena

e São José. Outras tôrres de modernas cerâmicas e variadas indústrias completam e enaltecem o labor de sua gente.

Há um mês, uma plêiade de homens públicos da terra se pôs a campo exaustivamente, organizando-se em comissão de festejos: Luiz Augusto Barrichello, dr. Syllas Silveira Mello, Donato Marino Neto, dr. Francisco Gorga, Raimundo Jorge, Denis José Guidolin, Euclides Montagnani, João de Cliveira Dorta, Nelson Caproni, Amaury Zepelini, Joa-

quim Cirilo da Silva, Iraci Martins, Jaime Pissaia, profs. Olavode Arruda Mello, José Luiz Machado Isa Fadigas de Souza, Sr. Waldemar Caporali e autor destas considerações.

E a natureza brindou com maravilhoso dia 0 1.0

de maio. . . Pela manhã, ocorreram as provas de pedestria-

A comissão de festejos do I.0 de Maio de posse das tlâmulas ofertadàs pela E. Industrial "Coronel Febeliano da Costa"

Versão viva do capital e do trabalho, cuja di-

.námica mór é o progresso, espalhada em 220 quilô—

metros quadrados de solo fértil, onde milhares de almas, de cedo à noite, se entregam à ininterrupta faina.

nismo e ciclismo, seguindo-se apoteótico desfile com as balisas

Sílvia Hage e Vera Lúcia Garroux que, em empolgantes passos de balé, levaram a graça o encantamento às principais ruas da cidade. A e fanfarra da Escola Industrial «Cel. Fernando Febeliano da Costa», apresentou-se grandiosa em sua com— posição: três porta-balisas, quatro guarda-bandeirts e mais sessenta outros elementos.As clarinadas, os rataplãs de surdos e caixas de repique, e as evoluções fizeram-na aclamadíssimaa cadência por onde

passava, sendo conduzida pela balisa Maria Dirce Marques Penteado. Aliás,graciosa atente-se locação de fanfarras de Piracicaba, graças à I.a coao apôio do diretor da Escola, prof. Mário Bôscolo e ciente direção do prof. Danilo Sancinetti. da efiAlunos do Ginásio e Grupo Escolar locais garbo e, finalmente, dezenas de seguiam com mui caminhões e tratores a atestar a pujança da mecanização agrícola do

Município.

À tarde, seguiram-se

no Estádio Municipal «Massud Coury», variadas provas desportivas. Os noivos: Srta. Maria Eugênia da Silva e Cont. Wiliam Civolani,que muito ornamentaram o fino baile.


As competições,mui concorridase disputadas, mereceram,por isso, da Comissão,a mais farta e

rica distribuição de prêmios.

Reservou-separa o dia 2 de maio o encerra-

mento das festividades com um baile na Sociedade

Cultural Riopedrense, cujo presidente Sr. Raimundo

Jorge, pessoa dinâmica e enérgica, colaborou eficazmente no rítmo impetuoso dos comemorativos do dia.

A «filha dileta da Comarca» — epíteto que a

poética engastou no denodo e valor de seus muní-

cipes, teve, às 22 horas, os portais de sua Sociedade Cultural abertos para acolher as elites das sociedades local, piracicabana e demais importantes

cidades. Ao som de «Serenade»e seu rítmo de boate, os selecionadospares deslizaramaté as últimas horas da antemanhã seguinte. Aqui a elegância, ali as mais custosas «toilettes»,numa reunião onde não faltaram as presenças de respeitáveis famílias e gradas personalidades especialmente convidadas a darem o toque magno de fidalguia. Senhoritas hou-

Outro brilhante grupo: os casais sr. EuclidesMontagnani e senhora, Sr. Luiz Augusto Barrichello conceituado presidente da Usina Bom Jesus, figura altamente estimada na sociedade riopedrense, e sua senhora Da.Jamile Barrichello

ve, cuja insinuância e beleza aclamadas, puseram co-

lorido mágico no tapiz de nossas mais delicadas recordaçÕese, ao despedirem-se,ficaram a vibrar no eco de incontidas reminiscências... As comemorações dêsses dois dias tiveram, na imprensa, um papel relevante, pontificando ela nos gloriosos acontecimentos.Os jornais da Comarca franquearam suas colunas para realçar a cidade e dignas de registro foram as presenças do admirável jornalista Rocha Neto que produziu variadíssimas reportagens em a «Gazeta Esportiva» e do feste— jado cronista social Marco Aurélio. A fala do povo ainda deita o comentário de

que jamais houve outra festa igual e o bom luso aqui aportado há 60 anos, veio transmitirnos, na rusticidade de suas palavras, sua viva e emocionada admiração e, igualmente comovidos recebemos partilhando da Comissão a que pertencemos.

O povo nas ruas, no Estádio e nos salões nes-

ses dois dias, cumpriu um memorável programa!

RESULTADO DAS PROVAS DESPORTIVAS DE 1.0 DE MAIO: Pedestrianismo — (3.300 me-

tros) — 1.0 Milton Rosinelli, 11,35"; 2.0 — João (3.300 meAlexandre Bassa, 12'. Ciclismo 7,35"; 2.0 Rodrigues, Castro — José tros) — 1.0

— Antonio Adolfo Texemes, 8'. Arremêsso de pêso — 1.0 — Sebastião Evangelista (peso de 3 kg) , 13,88 m.; 2.0 — Valdomiro de Paula, 12,94 m. Salto de extensão — 1.0 Sebastião Hansem, 5,45 m; 2.0 — Leonil Roncato, 5,24 m. Salto de altura — 1.0 Moacir Antonelli, 1,55m; 2.0 Sebastião Hansem, Antonio Soares e Domingos Perrone, 1,50m. Cabo

de Guerra — Venceu a Turma da Lapa — Ginkana venceram Antonio Carlos Andrade Leone e Maria Terezinha Begiato.

As provas atléticas atrairam a multidão. Na foto, original salto de altura, de ponta cabeça, do atléta João Taranto. Naturalmente não se classificou.

O desfile foi monumental, soberbamente comandado peIa fanfarra da Escola Industrial -Cel. Febelianoda Costa» e pela graça das balisas Silvia Hagee Vera Lucia Garroux.


DIGNO MELLO AYRES A 2 de novembro de 1884, em berço modesto, mas abençoadopela honradez, nasceu, nesta cidade, José Martins de Toledo.

Abriu os olhos ao mundo, naquela época em que Piracicaba acordava para os idems democráti-

cos .

E ao calor de tal ambiente, José Martins de Toledo, em sua meninice, ia arejando o espírito com as

luzes da cartilha. Em 1896, o govêrno estadual, às voltas com o ensino, que é a base da democracia, estabeleceu duas escolas complementares no coração do Estado, para a formação de mestres primários. Uma foi Iocalizada em Itapetininga e a outra teve por sede a Noiva da Colina. A 22 de abril de 1897, com expressiva solenidade, a escola complementar de Piracicaba abriu suas portas à juventlde, no sobradão que se erguia

no comêço da rua do Rosário. O primeiro pretendente à matrícula foi um ra-

pazinho moreno, acanhado, mal saído dos bancos da escola primária, com 12 anos de idade. Exibiu os documentos, que se achavam em ordem. Foi-lhe dado o livro de inscriçÕes. Não cabendo em si de contente, o candidato to-

mou da caneta e com letra bonita, feitio americano, assinou com cuidado— José Martins de Toledo.

Depois de vencer, com aprovação plena, as proDario vas vestibulares, ao lado de Adolfo Carvalho, Silva da Nunes, Brasil, Felinto de Brito, Joaquim Joaquim Diniz, José Henrique de Menezes, Querubim Fernandes de Sampaio, fêz o jovem Zêzinho Martins os seus estudos, pondo em relêvo uma inteli-

gência clara a serviço de um caráter nobre. Em 1900, ao raiar do século, entre flôres e aplausos, José Martins de Toledo sagrava-se professor, disposto a alistar-se, rico de fé e civismo, nas

hostes do magistério. Parcimionioso, assíduo, cheio de interêsse peIo ensino, claro em suas lições, em alto conceito o senso de responsabilidade, amigo da ordem e da disciplina, o jovem complementarista deu provas inequívocas de sua vocação para o apostolado cívico. A 10 de junho de 1912,José Martins de Toledo assumiu a direção do Grupo Escolar Morais Barros, cargo que exerceu com devotamento e larga visão,

até ser colhidopela morte, a 15 de julho de 1945. Piracicaba chorou sentidamente a perda do grandeeducador.Chorou,porque partiu para a eter nidade um de seus filhos mais devotados, eis que Martins de Toledo serviu sempre com o coração a sua incomparável terra natal. Serviu-a nos dias de glória e serviu-a nas horas

de angústias. A tôdas as iniciativas boas, visando o bem de

Piracicaba, emprestou o seu esfôrço, cheio de alma. A todas as instituições piracicabanas concorreu com

a sua ajuda inestimável.

Foi medularmente piracicabano!... Nasceu, ou-

vindo a canção rude do SALTO.Na manhã de sua

meninice, brincou no largo de São Benedito, em comCONTINUA na paz. 21

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Café da Manhã MARCO AURÉLIO Fotos: IDÁLIO FtLETTl

-49

A sociedade piracicabana elegerá, até outubro próximo vindouro, as dez representantes de sua elegância. Uma comissão de quatro membros, especialmente designada, será responsável pela seleção das DEZ MAIS de 59. Visando evitar injustiças, temos

ouvido, constantemente, ilustres damas do nosso «high life», que não se têm furtado à indicação pes-

soal, de dez nomes para o honroso galardão. Da: remos hoje um resumo dos votos publicados até 15 * A senhora OTÍLIA DEDINT,espôsa do gran-

de industrial Com. MÁRIODEDINI,indica para as «dezmais» de 59: senhoras

A graciosa Lúcia Cristina, filhado casalLuciano (Amélia) Guidotti

ZELINDA FALANGHE JARDIM • BEATRIZ BORGES CORRÊA • MYRIAN FURLAN

E você, leitora, já, se preparou para ser elegante também no inverno ? EL MO MAGAZINEpossue todas as novidades

para a estação.

• DORIS BUELONI FILLIPPINI MARIA FIGUEIREDO • ELOÁ CLEMENT • ZORAIDBMAGALHÃESDUTRA

• TALGEMALUF ALVESDE MORAISMENDES •

O distinto casal João (Isis) Guidotti, em companhia da bonita filha Magnólia, ao ser entrevistado pelo «Café da Manhã..

YOPE BROWN

* A senhora MYRIAN FURLAN, espôsa do ilustre dr. OSÓRIO FURLAN, indica para as «dez mais de 59: senhoras • BEATRIZ BORGES CORRÊA

• OffÍLIA DEDINI

• ZELINDA FALANGHE JARDIM continua


18

CORRÊA • BEATRIZ BORGES JARDIM FALANGHE • ZELINDA RÍPOLI • BELINHA FILLIPINI • DÓRIS BU.ELONI

• ELOÁ CLEMENT ROMPA • YOPE BROWN • EUNICE COURY • TALGINHA MALUF

• DIVA FAGUNDES • LIVICA MEIRELLES

JARDIM, * A senhora ZELINDAFALANGHE espôsa do ilustre prof. Dr. WALTERRAMOS JARDIM, indica para as «dez mais»

A elegante senhora Maria José Catani, quandofazia entrega de uma jóia à Rainha.

• ELOÁCLEMENT

• MARIA FIGUEIREDO • MARIA OMETTO • YVONE MALUF GOLDSMITH • ANITA COURY • EUNICE COURY

de 59: senhoras DO CANTO CARVALHO BELICA • • DIVA FAGUNDES • BEATRIZ BORGES CORRÊA • BELINHA RÍPOLI • ELOÁ CLEMENT • MYRIAN FURLAN • NIDA DEDINI RICCIARDI • OTTÍLIA DEDINI • RACHEL CULLEN • YOP BROWN ROMPA * A senhora BELINHA RÍPOLI, espôsa do di-

nâmico dr. ROMEUÍTALO RÍPOLI, indica

• JUREMA COURY

* A senhora BEATRIZ BORGES CORRÊA, es pôsa do distinto Sr. CARLOS DIAS CORRÊA FILHO, indica para as «dez mais» de

59: senhoras

• ZELINDA FALANGHE JARDIM • NIDA DEDINI RICCIARDI

GALERIA DOS TECIDOS Onde compram as pessôas de bom gosto

• ELOÁ CLEMENT • EUNICE COURY • GENNY BOTELHO DE CASTRO NEVES • MYRIAN FURLAN • OTTÍLIA DEDINI • LOURDES GALDINO FRAGA * A senhora NIDA DEDINI RICCIARDI, espôsa do simpático «sportsman» ARNALDO RIC-

CIARDI,indica para as «dez mais» de 59:

senhoras

que estaria vendo a Vera Maria Bisogni? Cm disco voador ou papai Miguel?

Café MAR


19

Um belo par: Maria Eliza Guerra e Ayrton Mazzonetto. * A senhora GLORINHA DE SOUZA CARVA-

LHO, espôsa do presidente «gentleman» Dr. RUBENS DE SOUZA CARVALHO, indica

para as «dez mais» de 59: senhoras

• ELOÁ CLEMENT • BEATRIZ BORGES CORRÊA • BELICA DO CANTO CARVALHO

• INÁ MONTENEGRO

• HELENA MACHADO • MARIA LIZ POUSA JARDIM

Na A CINDERELA, encontram-se os muis finos e elegantes calçados da cidade

• MARIA JOSÉ BISOGM • MYRIAN FURLAN • MARIA JOSÉ MENDES CATAM • ZELINDA FALANGHE JARDIM

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AURÉLIO

manha para as «dezmais» de 59: senhoras

• IRENE MAZZONETTO • ELOÁ CLEMENT • NILCE ALDROVANDI

* A senhora YOLANDA DO AMARAL MELLC), espôsa do ilustre professor Dr. HELÁDIO DO AMARAL MELLO, indica para as «dez mais» de 59: senhoras • ANGELINA MALUF • BEATRIZ BORGES CORRÊA • BELINHA RÍPOLI • GENNY BOTELHO DE CASTRO NEVES • GUIOMAR FERRAZ DE ARRUDA • LOURDES NOGUEIRA DE LIMA • MYRIAN FURLAN • NIDA DEDINI RICCIARDI • RACHEL TOLEDO CULLEN RUTH PACHECO E CHAVES

• MARIAJOSÉ BISOGNI

• ZELINDA FALANGHE JARDIM

• DIVA FAGUNDES • NIDA DEDINI RICCIARDI • LENY ALVES DE MORAES

• BEATRIZ BORGES CORRÊA • YOLANDA DO AMARAL MELO

* A senhora DIVA FAGUNDES, espôsa do es-

timado, Dr. VIRGÍLIO FAGUNDES,Indica para as «dez mais» de 59: senhoras

• ZELINDA FALANGHE JARDIM • ELOÁ CLEMENT • NIDA DEDINI RICCIARDI • BEATRIZ BORGES CORRÊA • DOLMÉIA VASCONCELLOS

o NOEMIA 0MErrro ARRUDA

• BELINHA RÍPOLI • ZORAIDE MAGALHÃES DUTRA • GENNY BOTELHO DE CASTRO NEVES • LATIFE KRAIDE

O presidente do Centro Acadêmico "Luiz dé Queiroz", Snr. António Dinaert Piteri, quando fazia entrega de um mimo à princeza Silvia Hage. Ao fundo o snr- Miguel Bisogni, positivamente satisfeito.


Café da Manhã MARCO AURÉLIO 3,

Fotos: IDÁLIO FILETTI

A senhora IRENE MAZZONETTO,espôsa do

simpático «businessmanS ANTONIO MAZZONETTO, indica para as «dez mais» de 59: se-

nhoras

• DORIS BUELONI FILLIPPINI • BEATRIZ BORGES CORRÊA • BELINHA RÍPOLI • ELOÁ CLEMENT

• ESTHER FARAH DE TOLEDO

• MYRIAN FURLAN • NIDA DEDINI RICCIARDI

A bela Myrian Arruda (ex Rainha), quando

coroava sua sucessora Maria Madalena Bar-

bosa Furtado.

• OTÍLIA DEDINI

• ZELINDA FALANGHE JARDIM o ZORAIDE MAGALHÃESDUTRA

* A senhora LATIFE BEDRAN KRAIDE, espôsa do estimedo comerciante FUED HELOU KRAIDE, indica para as «dez mais» de

59: senhoras

• NOEMIA OMEVI'O ARRUDA

• DIVA FAGUNDES • BEATRIZBORGÉS CORRÊA

• NORMA DEDINI • GENNY BOTELHO DE CASTRO NEVES

• ZELINDA FALANGHE JARDIM • MARIA IZABEL AGUIAR

• BELICA DO CANTO CARVALHO

• VERA CARVALHOAZANHA • DORIS BUELONI FILLIPPINI

Em virtude da escassês de espaço, deixaremos registrados, hoje, apenas êsses onze votos de distintas damas da nossa «haute gomme». Nos próximos números, estaremos publicando novas indicações para o honroso galardão das DEZMAIS ELEGANTES DE 59. Pelo exposto, verifica o leitor, que o nosso

trabalho de seleçãoserá dos mais imparciais possíveis — o que temos visto é a própria sociedade votando e sendo votada. Ao colunista e aos quatro

membros da comissão caberá, tão sàmente, ratificar a opinião emitida pelas mais destacadas perso-

nalidades da célula social piracicabana. A citação de um nome, nas várias indicações que vêm sendo publicadaspelo CAFÉ DA MANHÃ,já é suficiente

para se atribuir à sua portadora uma MENÇÃO

HONROSA.

A elegância é, infelizmente, um predicado não

muito constantena personalidadehumana. É, sem

dúvida, um dos maiores atributos da mulher, principalmente quando se exterioriza não apenas na fantasia do corpo, mas muito mais acentuadamente nas

qualidades invejáveis do espírito. Assim compreenRegina Célia, encantadora filha do casal Alcebiades (Celina) Monteiro.

demos a elegância, assim compreenderam-na as damas que nos honraram com suas indicações.Honra.

pois, aos nomes aqui citados.


21

A MEMÓRIA DE... continuaçãoda pag. 16

panhia de Chico Lagreca. Diplomou-se pela escola complementarda rua do Rosário. Exerceu o magistério, quase meio século, em Piracicaba. Falava pausadamente, no rítmo piracicabano. O mesmo sino da matriz de Santo Antonio, que anunciou em cântico cristalino o seu batismo, plangentemente dobrou por ocasião de sua morte. Martins de Toledo nasceu em Piracicaba. Cres-

ceu em Piracicaba. Estudou em Piracicaba. Exerceu o magistério em Piracicaba. Morreu em Piracicaba. Sôbre seu túmulo lacrimejam estrêlas do céu de Piracicaba.

Piracicaba, porisso, não o pode esquecer! Jovem, ainda, perdeu o pai. Enxugou as lágrimas de amargura, com grande resignação, e abriu-se em afetos à família. Velou, com carinho, pela

mãe, na noite de sua viuvez. Tomou a direção da casa, avaliando bem as responsabilidades que assumia. Orientou nos estudos todos os irmãos. Fêz de cada irmã, pelo exemplo, uma educadora cheia de virtudes. Fêz do irmão mais moço um médico consciencioso, apto a zelar dos que sofrem, assim como êle

zelou da saúde moral da juventude. Deus o agraciou. José Martins de Toledo mor-

reu, legando um testamento de honestidade a todos os seus .

O saudoso professor piracicabano não foi só o diretor modêlo do Grupo Escolar Morais Barros.

Foi ainda o abnegado companheiro de Coriolano Ferraz, a cuidar dos destinos desta Casa, em que se consorciam a ciência e a caridade cristã.

Por muitos e muitos anos, exerceu,com des-

vêlo, o cargo de secretário da mesa adrninistrativa, porque a maior satistrabalhando com fação de Martins de Toledo era poder cooperar em benefício da coletividade. Era daqueles que não se pertencem. Vivia para servir, dentro do verdadeiro

espírito cristão. Por essa razão é que se inaugura, neste instante, o retrato de José Martins de Toledo na galeria

dos beneméritos da Santa Casa, ou melhor, dos benfeitores de Piracicaba.

Homenagem que é justiça à sua memória. Não a diremos tardia, eis que a justiça está acimas das contingências do tempo. Morou sempre no coração

do Cristo e por isso mesmo ganhou o sêlo das cousas eternas.

ArchimedesDutra fixou na tela o saudoso pi-

racicabano. Trabalhou mais com a alma do que com o pincel, porque Archimedes que, em uniforme de

escoteiro, foi aluno de José Martins de Toledo, tem guardado no fundo de seu coração a fisionomia mo-

ral de seu mestre e grande amigo. Eis, na tela, o Martins em tôda a lealdade de sua expressão! Calva avançada. Os poucos cabelos empoeira-

CONTINUA na pag. 31

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24

VIMOS Texto de FRANCISCOL. ANDIA Fotos: IBRAHIM DAIBES e FRANCISCO L. ANDIA

Principal praça da «CIUDADDE LOS NIÑOS„ vendo-se ao fundo o Edifícioda Entrada.

Pautando nossa experiência em pontos-de-vista

diversos, vamos dar aos leitores de MIRANTE, den-

tro da fidelidadedos fatos, uma visão diferente do que se fêz e pode-se ver na Argentina de hoje. Sacudida pelo impacto de convulsões internas, frutos de políticas malbaratadas, ela resistiu a tudo e a todos dando como mostra de sua pujança e dinamismo êsse afluxo crescente de divisas forjadas pelas correntes turísticas. Lá estivemos em fins de marco. O pouco que nossa fraca memória poude reter, aqui vai para uma idéia geral dos possíveis leitores. Possui Buenos Aires avenidas belíssimas, predomina o estilo europeu nas fachadas dos onde dios. Nota-se limpeza impecável nas ruas, pontopréês-

Ibrahim Daibes, Eduardo Maluf e Francisco L. Andia, autores desta reportagem, posam na Praça de Maio, vendo-se ao fundo a Casa Rosada.


25

te que, de início, chama a atenção do turista mais Para

complemento da higiene, não faltam, também, os desinfetantes. Patenteando 'o índice cultural do povo argentino, encontramos a cada passo um Museu, uma Galeria de arte. Contamos, entre um e outro, aproximadamente trinta, destacando-se dentre êles o «Nacional de Bellas Artes», na av. San Martin, 2273. Palermo, com seus cinco quilómetros quadra-

panhola e segunda do mundo latino. O perímetro urbano é atravessado por 1912

em cujos bordos o argentino se queda nos feriados, deixandoo espírito espairecer à vista de suas espe-

MITI DIE RI

distraído.

dos de área, é um parque com três lagos artificiais

lhadas e tranqüilas águas.

Contar a grandiosidade de Buenos Aires, por certo jamais o faríamos com fidelidade, baseados

no curto espaço de tempo que lá estivemos. Por êste motivo, aqui vão as palavras d'um

amigo saudoso que lá deixamos: «A capital argentina, com 190 quilômetros quadrados de superfície, ocupa uma área superior à de Paris ou Berlim. Sua população— quase 6 milhões de habitantes— a converteu na mais importante cidade da América do Sul; na primeira do mundo de fala es-

avenidas,ruas e travessas,havendoduas avenidas

que se prolongam até as proximidades de Lujan, dis-

tante 65 quilômetros da capital. A outra, a Gal. Paz,

cujo percursoé de 22 quilómetros,toma as divisas oeste e norte da capital. A estas duas avenidas deve-

Seja também elegante vá ao Consagrado pela opinião pública

mos acrescentara «9 de Julho», consideradaa mais

larga do mundo, com seus 160 metros. Buenos Aires conta com 105 espaços abertos destinados a parques, praças e passeios. Nêles acham-se embasados 46 mo-

numentos públicose 63 obras de arte decorativa». Tudo isto é Buenos Aires, centro de permanente

atraçào universal.Acrescentemosa isso um outro as-

pectonão menosinteressante:a mundialmentefa-

moga vida noturna, que é o ponto culminante de toUmadas principais ruas da "Ciudadde Los Niños".Pela altura dos repórteres, pode-se ter uma noção do tamanho

das casas


26

SOMBRINHAS

sempre lembrado Seja inteligente, economize com-

prandoseu guarda chuva diretamente na fábrica. Fábrica de sombrinhas

Magnífico edificio em estilo oriental (Ciudad de Los Niños)

e guarda-chuvas.

dos os turistas que buscam divertimentos. Um mun-

A PRIMAVERA

do de sons e beleza dá um toque de fantasia à noite

Teatros, «boites», «confiterias», que se cinemas e «varietés», tudo nos parece um eterno con-

Morais Barros, 1 165

vite aos prazeres... Para nosso aperitivo, encontramos «confiterias»comoa Adlon,La Fragata etc. onde sempre ocorre uma visita do mundo artístico, em

verdadeiros«shows» de arte e encantamento.

Lavalle, com suas salas de projeção, é o prin-

cipal divertimento do turista até a metade da noite.

CÓPIAS

FOTOCÓPIAS

Corrientes, Maipu, Suipacha, nos absorvem até o amanhecer!

São realmente espetáculos artísticos com as

mais belas garotas do mundo (ao nosso ver...) . No que diz respeito ao gráu de cultura dos portenhos, repetimos, notamos pelos contactos diversos

que mantivemos em setôres varios, que o mesmo é Norma e Baby, da alta sociedade de Buenos Ayres, lêem interessadas números da Revista «Mirante», levados pe10s repórteres.

e4600

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bem acentuado.

Poucas são as lacunas que o ensino de preencher. A elite intelectual, talvez por deixou influência do categÓrica europeu ou pela miscigenação de tipos e doutrinas, traz dentro de si valores notáveis. Tivemos,certa noite, a oportunidade de travar conhecimentocom Pitigrilli, agora radicado na Argentina. Com um rasgo de audácia (só justificado em terras distantes...) nos acercamos dêle e travamos breve palestra. Nota-se, em resumo, que o mesmo não perdeu aquela sua verve humorística e predisposiçãopara certas fatuidades da vida. Alguns aspectos do govêrno anterior, embora ditatorial, ainda são dignos de elogios, pois suas

supERKnvn'

obras atendem perfeitamente às necessid2des do povo. Falamos da «Ciudad de 10s niños». É a Única no mundo em seu gênero. Completa nos mínimos deta-

Transformadores nacionais, fabricados com ma-

terial selecionado da mais alta qualidade

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ou interno

Caixa de chapa de Ferro de 1/8" de espessura, Outra praça da "Ciudad" na qual Walt Disney baseou-se para construção de sua famosa "Disneyland"

lhes. Pudemos observar sua igreja, suas praças escolas, residências, trens, praças de esportes, cinemas, embaixadas típicas, etc. etc.. Tudo isto nada representaria se sua construção não obedecessea ume estudo prévio, dentro duma pedagogia moderna, do que mais a caracteriza.• — a miniatura! Segundo soubemos e tivemos a oportunidade de ver, a tãO famosa «Dysneilândia», de Los Angeles — Califórnia (USA), visitada em viagem anterior, é uma cópia de tudo o que se fêz na Argentina,no quilômetro 40 da via que liga Buenos Aires a La Plata. Essa é a Argentina que vimos... sem contar Mar d'el Plata e La Plata, etc. que ficarão para um capítulo à parte...

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22

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DÊ-ME A MÃO,

E TE CONDUZIREIENTÃO DE DEGRAUEM DEGRAU ATÉ LÁ, E A MEDIDAQUE FOREMSUMINDO NOS AMALDIÇOAREMOS OS FILHOSDE JACO. AS MULETASDE JÓ. E FREDERICO BARBA ROXA.

POIS TU BEM SABES QUE HOMEM MAU

ERA O CORONELDE INFANTARIA, SEDUZIU A MULHER

DO CAPITÃO DANDO-LHE DE PRESENTE

O SEU MELHOR CANHÃO.

MAS QUE LEGAL

RAPAZ,

ABRISTE A PORTA AO CONTRÁRIO!

ANTES DE MAIS NADA, PARTA AGORA

QUE ONTEM SERÁ TARDE DEMAIS.

ROXOÉ O BRANCO QUE EU MAIS APRECIO.

MATO OU MORRO. VÁ ATÉ LÁ,

E QUANDOCHEGAR AO INFINITO CAI DA TERRA. MONSTRO,QUE BELEZA! VIDRO DA JANELA!

ÊSSE SIM É FILOSOFO,

PASSA AS HORAS OLHANDOPARA OS DOIS LADOS, REFLETINDO,REFLETINDO

PAPAI CAIU NO LIQUIDIFICADOR! EMPRESTAA TUA DENTADURA PARA QUE EU POSSA TAMBÉM

SORRIR PARA MARCO AURÉLIO QUANDO ÊLE PASSAR.

OH! QUE VASTIDÃO A CONTINUAÇÃO,PEQUENINA! ESSA SIM É DIFÍCIL. AGORASIM,

CHEGUEIAO ml.

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consagrado pela opinião pública


'M(JlwLu/l

)ΟυΤΟΚ,

S'OMENTEMAIS

MINUTOS ΡΕ

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30

NOSSO JORNAL

Curso para Namorados

Salve, 13 de Maio!

É com grande prazer que reverenciamos a data

L. C. CARDOSO

magna dos homens de côr.

Estamos com Benedito de Barros — o Ditinho o excelente linotipista do «Diário de Piracicaba», a cuja maestria e dedicação está devendo «Mirante» o magnífico trabalho de linotipia que apresenta em seus textos. Comungamoscom seu ideal

Casar é um problema que todo homem solteiro terá qualquer dia pela frente, mesmo porque as mulheres solteiras nunca se esquecem de torná-lo ines-

que vivem nesta adorável e adorada Noiva da Co-

Mas a questão mais séria do casamento não se refere às observações antipáticas da eugenia, ou às

de homenagear os homens e mulheres de sua côr,

lina, presenteando-os, todos os anos, em Maio, com

um belo número de «NOSSOJORNAL». Com esfôrço, com dedicação,buscando elevar espiritualmente êsses humildes, ordeiros e traba-

lhadores homens que trazem a noite na côr e o dia na alma simples e conformada, Ditinho assume pro-

porçÕesde gigante com essa teimosia cultural de as-

sinalar com um jornal impressoa passagemdo mês

da Lei Áurea. No mesmo linotipo em que êle, zelosamente, compõe jornais, revistas e livros para os outros, há de serlhe um prazer imenso compor a variada e nobre matéria dêsse «NOSSOJORNAL», que traz o amoroso sub-título «homenagemaos homens de côr de Piracicaba». «Mirante» recebeu, desvanecido, o n. III, do ano III, e, ao mesmo tempo que egradece ao Diti-

nho a gentilezada oferta, formula os mais efusivos votos para que êle possa continuar nessa enobrecedora empreitada, concitando a todos os homens de côr e também aos brancos a que não deixem de dar-

-lhe a mão, material e espiritualmente,na obra que

se propôs realizar. Parabéns! ao «NOSSO JORNAL» e a Benedito

de Barros, seu realizador. «Mirante», com prazer, fica esperando pelas edições dos próximos anos.

Ditinho.o Pelédo linotipo.É êle o realizadordesse ma-

gnifico ' 'Nosso Jornal", em homenagem aos homens de cor, que circula todos os anos em Maio.

quecível.

de compatibilidadede gênios. Tudo isso — dizem

o amor desdenha ou vence. O que, porém, não faz, quando o casal quer unirse «ante Deus e a sociedade», é desprezar ou derrotar êsse terrível monstro chamado «situação financeira». Casar-se sem ter nada no bolso, além do fôrro e do lenço, tra-

ta-se de uma aventura que os pais da noiva, em geral, não apreciam. Mas é inconcebívelque um homem, não sendo paupérrimo de imaginação, permaneça por muito tempo pobre de finanças. Eu já tenho o meu plano formado: quando quiser casar-me, ou senão quando

desejar simplesmente ganhar dinheiro, o que não deixa de ser uma ambição nobre, para dispensar a solicitude e o sustento de meu pai, fundarei o «Cur so para Namorados». Primeira .matéria: astronomia. Ensinarei aos meus alunos algumas noçÕes que lhes aproveitem. exibindo o mapa do céu. Eles saberão descobrir Sírius com o seu brilho azul de estrêla jovem, a dominar soberanamente o hemisfério. Assim, nas noi-

tes claras de verão, «êle» dirá a «ela»que aquela

estrêla, a maior do firmamento, pisca menos branda e lindamente do que os seus olhos, acrescentando ainda outros tantos lugares comuns em que as mulheres crêem sempre. É verdadeiramente astronÔ-

mico o partido que um rapaz de mediana inteligência pode tirar dos corpos e fenômenos celestes.Êle mostrará, também, a grandeza dos espaços extraterrestres, falará nos milhões de anos luzque abrange a Via Láctea, na imensidade das galáxias, p?ra acrescentar afinal: «No entanto, o nosso amor é maior do que tudo isso». Ah, que efeito! A segunda matéria: psicologia. Note-se, a pro-

pósito, que o Curso se dedicará ao ensino do namô-

ro para o sexo masculino apenas, porque as mulhe-

res, por instinto, da primeira vez, e experiência,da segunda em diante, sabem sempre o que fazer,ou seja, principalmente,ouvir e fingir que acreditam

nas bobagens ditas pelos homens. Pois bem: nós es-

tudaremos a psicologia da mulher, referente ao modo de agradá-la e de convencê-la.Verificaremosque

elas, quando dizem «não» querem dizer sim»; quando dizem «sim», gostariam dea crescentar. «mas é insu-

ficiente»; e quando respondem «talvez», estão penSando sempre que perdemos minutos preciosos com perguntas tolas. A terceira matéria: poesia. Estando o casal prestes a resvalar por essa temerária «falta de as-


31

sunto», que é freqüentemente o princípiode assuntos infindáveispara os mexeriqueiros,bem ficaria que o rapaz, tornando lânguido o olhar, com gestos aprendidos no Curso, recitasse aquêle inebriante —

«Amo-tequanto em largo, alto e profundo,minha alma alcança», de Elizabeth Browning, ou então o brasileiro «Ora, direis, ouvir estrêlas». Isso evitará os silêncios demorados, sendo de notar que devemos temer os homens calados, e ainda mais essa aberração que é a mulher de poucas palavras. O aluno aprenderá também que dizer à jovem amada simplesmente «eu gpsto muito de você» tem o seu efeito favorável até a terceira repetição, mas depois começa a ficar enfadonho. Na verdade, um homem que ama, e não sabe exprimir-se, deve de preferência fugir ao assunto, evitando constantes atentados à complicada retórica do amor. Entretanto, os que freqüentarem o meu Curso, sem propriamente sairem demagogos do coração feminino, serão ca-

pazes de estender por meia hora sentimental o que comumente se faz em trinta insípidos segundos. Creio que outras matérias poderiam ser lecionadas, como botânica, sociologia, relaçÕeshumanas,

boas maneiras etc.. O fato de ser eu professor de quase tudo isso não implicará necessàriamente na

conclusão de que entenda muito dessas coisas; pois afinal parece evidente ser a ignorância o maior títuIo dos mestres em geral. Dia virá, também, em que os namorados, sem diploma do meu Curso, merece— rão de tôdas as jovens o desprêzo que as pessoas ho— je consagram ao charlatão, ao gamela e ao rábula. Contei êsse meu plano altamente rendoso a um amigo, mas êle profetizou:

O seu Curso, assim, fracassará.

— Por que?

Porque o principal você esqueceu: as aulas

práticas.

À MEMORIA DE UM... continuaçãoda pag. 21 dos pelo giz. Atitude serena de quem vive na prática

do bem. Tez morena do brasileiro, que conjugava a bondade do piracicabano com a verticalidade do

paulista. Despretensão no trajar. Olhar sereno, atra—

vés do qual se avista uma alma grande e generosa... Martins de Toledo viveu com esta Santa Casa -em seu coração. Que a Santa Casa, entidade abençoada por Deus, guarde, também, em seu coração,cheio de amor, a figura suave de José Martins de Toledo.

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32

Há mais de 30 anos que Vitor Pexe se dedica a minorar, com massagens, a dor alheia. Dos pacientes, nada cobra, rece,

bendoapenas presentes espontâneos.

Considera-se apenas um massagista que aplica sua prática e habilidade nos casos ao seu alcance. Reportagem de Mirante

Fotos: Cantarelli - Geraldo Toledo

Múltiplas e variadas são as formas pelas quais a popularidadepode projetar o nome de um indivíduo, de um produto industrial, de um fenômeno qualquerou de uma simples marca de cigarro. Nos dias febricitantes que estamos vivendo, com

meios de comunicaçõesultra-rápidos e ultra-perfeitos, a popularidade costuma surgir, de forma relâmpago, através da publicidadeescrita, falada e, sobretudo, televisionada. As outras fontes de popularidade — a capacidadetécnica, o saber, a honestidade ou o exotismo — hoje em dia pouco produzem.

E' bem verdade, porém, que essa popularidadeem geral relâmpago, conquistada a toque-de—caixa,

tem pouca duração e só se mantém a poder dos mesmos e cada vez mais custosos meios de propaganda

modernos. Os «cartazes», criados pelo concorrência feroz, surgem aos montes ,atropelando-se uns aos ou-

tros, num movimento maluco de gangorra desordenada.

Mas a propósito de que vêm aqui êstes desali-

nhavados comentários «filosóficos», que nenhuma

relação parecemter com o título da reportagem?

Com um pouco de boa vontade é fácil descobrir que a relação existe. E' a relação do contraste. Sim, porque a popularidadede Vitor Pexe — o massagista do Bairro Alto, o que «põe os músculos, os ossos e os nervos no lugar» — é justamente o inver-

Estas mãos têm aliviado dores de muita gente 50 pessoas por diá em média, são tmassagiadass vpelo Pexe, principalmente jogadores de futebol.


33

O popular massagista Vitor Pexe entregue ao seu carinhoso mister de «pôr músculos e nervos no lugar•.

so daquela que campeia nesta era do átomo, da eletrônica e do jato. Não dependeu de custosa propaganda escrita ou falada. Nasceu e cresceu, silenciosa e discretamente, através dos anos e das simples informações verbais transmitidas de paciente para paciente, de família para família, de bairro pa-

ra bairro e assim por diante. Não explodiu de um dia para outro e, certa—

mente, não desaparecerá do dia para a noite, como em geral sucede às popularidades que deixam de ser

trombeteadas. Há mais de 3()anos que Vitor Pexe, ferroviário da Sorocabana; hoje aposentado, se dedica, sem nenhuma preocupação de benefícios finan-

ceiros, antes com o objetivo de minorar as dores do próximo, à atividade de massagista. E nesses 30 anos, sem qualquer sentido de profissionalismo, sua fama cresceu de forma extraordinária, ultrapassando as fronteiras da cidade, do município e do Estado.

Seus pacientes, cuja média diária atinge a 50 e dos quais nada cobra, recebendoapenas presentes e gratificaçõesespontâneas, vêm dos pontos mais di-

versos e longínquosdo Estado e do país. Do município, é claro, vem a maioria dêles.

continua

A figura simpática de Vitor l'exe «informa»-orepórter

MdOS

DORES


apenas Não se considera um «curandeiro»,e mas habilidade, prática sua aplica um massagistaque quais entende, encanos casos ao seu alcance e dossistemàticamente, aos conhece, não que minhando os de massagista atestado médicos. Tem mesmo um Moreira, prático que lhe conferiu o Instituto Godoy um teste a adesubmetido haver-se em 1.947, após saúde. de casa quádo naquela muitos Há um setor em que êle tem prestado de jogadores futebol, dos no é e constantes serviços: servindo indistintamente aos eelmentos de qualquer clube, inclusive do XV de Novembro, que tem o seu massagista próprio.

Casosbem sucedidospara narrar tem centenas. Um dos mais recentes que lembra sempre com emo— ção, é o de certa garotinha do Bairro do Paraíso, que se apresentava com o corpo inteiro paralisado.

Após seis mêses de massagens diárias, ela deu sôzinha seus primeiros passos e hoje está quase completamente boa, continuando a fazer-lhe massagens sua própria mãe. Vitor Pexe diz que hoje, com a velhice, anda

ABAT-JOURS

bem adoentado,mas, assim mesmo se esforça para atender aos necessitados. Tem um filho, o Salvador,

+ LUSTRES

que lhe está seguindoas pêgadase o tem ajudado

muitas vêzes no seu caridoso mister. Além de Salvador, o Pexe, como é conhecido, casado com d. Irma Pexe, tem uma filha, Ignez, e uma netinha, que é o seu encanto e o seu orgulho, a Rosângela Maria, Eis aí, em poucas linhas, a história de uma popularidade autêntica, baseada apenas no desejo de

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servir ao próximo necessitado e cuja duração só de-

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verá findar muitos anos depois que Vitor Pexe, por falta de fôrças ou a cahmadodo Senhor, não puder

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mais cumprir sua missão de massagista.

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O massagista Pexe. sua senhora D. Irma, sua filha [gnez, a netinha Rosângela que é seu encanto, o filho Salvador, já seu ajudante, e a esposa.


35

OLHOS IRRIOUIEIOS LOURDES WHITAKER Teus olhos risonhos Com brilhos luzentes, Vivendo de sonhos, Sonhando contentes,

n Princêza

Teus olhos brilhantes

Parecem cismar

Com cousas distantes

Num puro sonhar.

Izabel

Assim irriquietos

A filosofar:

Se somos bonecos

Não há que pensar,

(POESIA ESCOLAR)

Se nada sabemos, Por que preocupar Nas horas que temos? Pois vamos dançar.

Mil e oitocentos e quarenta e seis. A alegria, no Paço, vai acêsa, Pois no sétimo mês, a vinte e nove, Nascera a meiga e cândida princesa. Pedro II, o pai feliz, exulta, Pois antevê do trôno seu a herdeira,

INSCRIÇÃO

Fadada a conquistar a simpatia

Da nobre e culta gente brasileira.

O presságio do austero Imperador Tornou-se realidade palpitante.

A PrincesaIsabel, em oitenta e oito,

Seu nome ouviu em bradofriunfante.

DOMINGOS CARVALHO DA SILVA

Mãe, flama anunciadora, aurora

de frágil sol e tênue brilho. Estrêla-guiasôbreo mar de naus errantes, de teu filho.

o povo embriagado de entusiasmo, Enchendo as ruas, atulhando a Praça, Glorificava em estos de alegria, A redentora da africana raça.

Haste de rosa sôbre a terra,

nuvem de luz, brisa de pólem.

Minha girândola de lágrimas, fonte onde a linfa se fêz homem.

A figura da excelsa brasileira Enche, agora, de luz, o Panteão. A Lei-Áurea assinou, alvissareira, Que extinguiu, para sempre, a escravidão.

Meus olhos vieram de teus olhos de um horizonte ausente e langue.

A pele — amianto em que me oculto —

é um

Bem haja o ínclito vulto da Princesa, Que abriu caminha aos páramos da Glória, E o seu nome gravou, com letras de ouro, Nas luminosas páginas da História. Avaré — João Teixeira de Araújo

véu tecido no teu sangue.

Mãe, riso claro na manhã,

rosto de altiva e triste lua:

poesia dos versos que canto

com

esta voz que é sempre tua.


36

rnms ama. NAIDADEDAPEOA" n v/04 0 Aht404 HOMEM SUA A CONQUISTAR PAPA NÃO A usma PALAVRASBONITAS,MAS F A. IvosrQAVA TEMPO O sa

09

Afinal, o Bcbefo decidiu dac/apar seu amor

pela Batinha...

A covawsm FQ4 M4/S F4éL, POIS EM EPOC4 DAS SERENATAS...

/959-ÉR400

- IDA

CARA,

DA'MA/S

EIVÃO

MÇA A

AO CASAMENTO,

Sintomuro, querida, meu vio/ão estd guebt•ado por isso vim com este instFVDWhfO.

MULHCR00601 CO-

MOVIMENTAR...

O/ tucanão, vamos aconTeceF numa voltinha de

ambreta?

Zega/, /ega/.

NOA,V02000 0 HOMCM um /IVFER/OQ/Z41VX-S& COM OS AeowreC/MCWTOS DO ANO

/959, SWDO

zoraMENT6 DO-

IV/WAOOPELA

PASSAN

00 DA/'A SER O FRAGL---

lave direito Esses peaTosenquanto

voopescan unsma"l's.


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