Filho de pai francês e mãe brasileira, Henri Ballot nasceu, em 8 de fevereiro de 1921, em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Mudou-se, aos 2 anos, para a região de Charente, na França, onde cresceu. Durante a Segunda Guerra Mundial, atuou na Resistência Francesa e foi prisioneiro do exército alemão, na Espanha, por quatro meses. Foi libertado e passou a integrar como piloto a Free French Air Force, na Inglaterra. Encerrou sua carreira nos ares, em 1945, quando, pilotando um bombardeiro B17 sofreu um acidente aéreo na África no qual, entre as quatro pessoas que estavam a bordo, foi o único sobrevivente. Mas teve seu pulmão esquerdo perfurado. Conseguiu chegar às linhas norte-americanas e foi tratado em um hospital militar na cidade de Aurora, no Colorado (EUA), o Fitzsimons Army Hospital, por 20 meses. Durante sua convalescença comprou uma máquina fotográfica Contax III, motivado pelas aulas de um esquimó, também paciente do hospital, chamado Fima, que havia sido fotógrafo do Exército norteamericano. Foi ele que iniciou Ballot na arte da fotografia. As primeiras imagens produzidas por Ballot foram dos seus companheiros de enfermaria. Quando se recuperou, voltou a Paris para encontrar seus pais, que o julgavam morto. Em setembro de 1947, chegou ao Rio de Janeiro, contratado pela Revista Rio. No mesmo ano, mudou-se para São Paulo. Em 1951, foi contratado pela O Cruzeiro, carro-chefe dos Diários Associados, e, entre esse ano e 1968, produziu para a revista cerca de 13 mil imagens. Suas fotos foram publicadas em mais de 500 matérias. Ao longo da década de 50, também fez algumas contribuições para a revista A Cigarra. Possuía três máquinas fotográficas: uma Speed Graphic 4 x 5, uma Rolleiflex e uma Leica. Essa última era sua preferida porque permitia eliminar ao máximo o uso do flash, obtendo fotos mais naturais. Ballot foi um dos integrantes da equipe que promoveu uma revolução no fotojornalismo brasileiro quando O Cruzeiro incorporou o modelo da fotorreportagem. O time da revista contava com os fotógrafos Carlos Moskovics (1916 - 1988), Ed Keffel (1903 – 1994), Eugênio Silva (1921 -2001), Flávio Damm (1928-2020), Indalécio Wanderley (1928 - 2001), Jean Manzon (1915 1990), José Medeiros (1921 - 1990), Luciano Carneiro (1926 - 1959), Luiz Carlos Barreto (1928-), Marcel Gautherot (1910 – 1996) e Peter Scheier (1908 – 1979), dentre outros. Ballot, uma vez referido como o Cartier Bresson do Cruzeiro, de pouca conversa e muitas objetivas (O Cruzeiro, 12 de janeiro de 1957), teve como parceiros constantes, dentre outros, os repórteres David Nasser (1917 - 1980), Jorge Ferreira (1924 - 2007), com quem realizou sua primeira matéria para a revista; e Margarida Izar (19? - 1974), considerada a primeira repórter mulher do Brasil, que trabalhava desde novembro de 1933 para os Diários Associados, e fez sua matéria de estreia na Cruzeiro com Ballot, em 1951. Para ele os melhores fotógrafos eram o francês Jean Manzon (1915 - 1990), José Medeiros (1921 - 1990), o escocês Leonardo McCombe (1930-) e talvez Indalécio Wanderley (1928 - 2001).
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