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EAD - Do caos à solução
COMO A TECNOLOGIA TEVE UM PAPEL FUNDAMENTAL PARA O SUCESSO DAS AULAS DURANTE A PANDEMIA
Estudantes que saíram da escola no início de março de 2020, sem saber exatamente quando voltariam à sala de aula, ainda são os mesmos. Mas, a seu redor, tudo mudou. No meio do caminho, eles perderam o contato com lousa e giz. Adotaram videoaulas, telas compartilhadas e muito conteúdo multimídia. Saiu o “vamos fazer silêncio” para entrar o “todo mundo tá me ouvindo?” e o “seu microfone tá fechado”.
Mesmo com o retorno presencial, esses artifícios tecnológicos não devem sair de cena. Pelo contrário. O digital agora se torna ferramenta protagonista do ensino – ao lado, claro, das aulas presenciais, que não devem desaparecer tão cedo. Mas o caminho até aqui, principalmente a partir de março de 2020, não foi fácil.
“Até abril, no Brasil, ocorreu o que foi chamado de ensino remoto emergencial. Houve a correria para que instituições adotassem tecnologias”, relembra Ronei Pasquetto, Diretor de Inovação da Big Brain. “Iniciou-se o fenômeno de estudantes à frente do computador, mas sem uma direção muito certa.”
Por volta de maio, a importância do ensino remoto foi finalmente entendida. “Do emergencial, passou-se ao planejado. Nesse ponto, pais, professores e muitas pessoas envolvidas já haviam se surpreendido positivamente com o uso da tecnologia na nova sala de aula – no caso, a digital”, completa o executivo.
A partir desse estágio, a confusão foi ficando para trás. O entendimento de como a tecnologia educacional seria vital para os estudos ganhou força. Houve adaptação e preparação adequada do ensino presencial para o remoto – respeitando-se todas as diferenças entre ambientes.
O uso de vídeos é um exemplo. Emum curso presencial, é comum professores explicarem algo por 45 minutos, 90 minutos. Em transmissões por vídeo, adotaram-se (em muitos casos) aulas mais curtas. Houve a inclusão de alternativas ao que era meramente expositivo – interação por meio de documentos, salas e janelas trabalhando em paralelo.
Do ponto de vista de infraestrutura, a nuvem nunca havia sido tão explorada para fins didáticos. Ao mesmo tempo, quando se pensa em equipamentos, houve grande procura por periféricos adequados (teclados e mouses), além de fones e microfones.
Ainda sobre a caminhada rumo ao ensino digital, por mais que se saiba que a tecnologia veio para ficar, não é seguro dizer para onde aponta. O que os especialistas entrevistados pela IM Magazine concordam é que não houve o surgimento de novas tecnologias. Elas foram, na verdade, aceleradas. O que se viu foi a adoção e otimização de recursos que já existem. Por exemplo, vídeos, compartilhamento de arquivos, uso da nuvem.
“Houve relativa aceleração do processo de transformação digital”, aponta Pasquetto. “Quando você olha para outras indústrias, não houve disrupção. Por exemplo, na Uber ou no Airbnb, houve mudança de paradigmas. Em ambos, as modificações foram acontecendo de forma natural. Na educação, não havia uma grande disrupção – o que ocorreu foi uma exposição da atenção a essa área.”
Entretanto, a tecnologia, em geral, é só uma parte – importante, claro – do ensino remoto. O todo é um processo denominado Transformação Digital da Educação.
Duzentos anos
“De maneira geral, vivenciamos um processo educativo de 200 anos atrás – uma sala organizada em fileiras e aulas expositivas. Isso pode não fazer tanto sentido para as novas gerações”, aponta Vera Cabral, Diretora de Educação da Microsoft. “A transformação do ensino passa inevitavelmente, hoje, por um processoamplamente denominado como Transformação Digital da Educação.”
De acordo com a especialista, Transformação Digital da Educação vai além do uso de equipamentos e soluções virtuais. “É sobre pessoas e como utilizar todo o potencial da tecnologia”, diz Vera. “Trata-se, principalmente, de entendê-la como meio, como ferramenta para auxiliar a transformação de processos inerentes à educação.”
Durante esse processo de Transformação Digital da Educação, houve, ao menos, uma mudança pontual. A área pedagógica era muito resistente ao ensino remoto. Os professores e os pais, principalmente, tinham objeções. Esse cenário foi, pouco a pouco, mudando. Houve um novo olhar para a tecnologia – agora, ela se tornou solução no ambiente educacional.
“Nesse momento, depois de meses e meses de distanciamento social e escolas fechadas, muitas instituições já conseguiram se organizar para conduzir adequadamente o processo educativo de maneira remota, mediada por diferentes tecnologias”, ressalta Vera. “Esse é um dos primeiros passos em direção à Transformação Digital da Educação.”
Enquanto algumas escolas ainda engatinham, outras perceberam a necessidade de organizar suas estruturas de funcionamento em função de recursos de tecnologia para a aprendizagem. Essa iniciativa é extremamente necessária – até porque o distanciamento social, em alguma medida, deve perdurar ainda por um bom tempo.
Acesso à conectividade e a dispositivos adequados à aprendizagem, segundo etapas da educação escolar e faixa etária, tomaram proporções inéditas durante a pandemia. Esses pontos se tornaram pauta de políticas públicas, associados ao próprio direito de aprendizagem, garantido pela Constituição Federal.
“Este período de aulas remotas explicitou a inadequação do modelo tradicional, seja ao estudante, seja ao mundo de hoje”, comenta Vera. “Em boa parte, a educação remota que vemos atualmente ainda é baseada nas mesmas práticas de sempre. Mas o fato é que esse incômodo aflige boa parte das escolas, e dos professores, pais e alunos.”
O interesse, as discussões, os inúmeros workshops e lives que ocorrem a cada dia sobre metodologias ativas na educação e ensino híbrido comprovam o que relata a especialista da Microsoft. Muitos professores e escolas já mudaram a sua forma de trabalho desde o início da pandemia. A estratégia de avaliação da aprendizagem é um exemplo. O modelo com foco no desenvolvimento de competências, definido pela Base Nacional Comum Curricular, passou a fazer mais sentido. Já o conceito tradicional, de transmissão de conteúdo, perdeu espaço.
“No início de 2020, falávamos com certo distanciamento sobre a realidade que já atropelava o setor de educação e pedia transformação. Mas isso não era o suficiente para mudar algo. Com a quarentena prolongada, a educação sofreu mudanças. Nas condições anteriores, isso poderia levar décadas”, aponta Vera. “Esse cenário passa pela adoção de recursos de tecnologia. Mas vai além. Associa-se a uma transformação mais profunda, que inclui o conjunto dos seus processos e resultados esperados.”
Big Brain
Durante a pandemia, a Big Brain, especializada em tecnologia educacional, auxiliou estados e municípios a trocar as salas de aulas pelo ensino remoto. Em meio a localidades como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro, as soluções e ferramentas da companhia atingiram mais de 400 mil docentes e 5 milhões de alunos. A empresa é parceira da Microsoft. Para saber mais sobre seus projetos, soluções e detalhes, acesse: https://bigbrain.com.br.
Ferramentas Microsoft
A Microsoft oferece licenciamento gratuito da versão em nuvem do Office 365 a todas as instituições de ensino. Nele, estão as ferramentas de produtividade mais utilizadas no mundo – como Word, Excel, PowerPoint, OneNote, Planner.
Além delas, há o hub de colaboração e de produtividade Teams, que tem uma versão gratuita para educação. Ele integra as principais ferramentas da Microsoft. Com isso, oferece recursos pedagógicos, como:
• criar e gerenciar classes virtuais;
• usar ferramentas aplicadas, como atribuição de trabalhos, notas e monitoramento do engajamento digital dos alunos;
• aplicar provas via Microsoft Forms;
• gerir conteúdos com o OneNote;
• designar trabalhos e atividades com base em arquivos do Word, Excel e PowerPoint;
• propiciar aos alunos desenvolverem seus trabalhos individual ou colaborativamente.
A plataforma funciona também como hub para a postagem. O professor pode incluir e administrar materiais diversos (como textos e vídeos) e exercícios.