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Tecnologia em prol da saúde
COMO A PANDEMIA DE COVID-19 ACELEROU A UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS NO SETOR DE SAÚDE E CONTRIBUIU PARA A EFICIÊNCIA DOS PROCESSOS
A pandemia de covid-19 trouxe um cenário difícil para o setor de saúde ao redor do planeta. No Brasil, o novo coronavírus apresentou desafios diferentes aos sistemas de saúde, tanto no âmbito público quanto no privado.
“No público, apesar do Sistema Único de Saúde (SUS) ter um diferencial no mundo, o surto expôs suas fragilidades, o que o colocou em caos”, diz Thelma Helena Bohrer, Gerente de Desenvolvimento de Negócios para Saúde da Ingram Micro Brasil. “O setor privado, por sua vez, sofreu com a perda de pacientes de procedimentos eletivos. Consequentemente, teve um déficit financeiro.”
Segundo dados do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Laboratórios e Demais Estabelecimentos de Saúde do Estado de São Paulo (SindHosp), a estimativa de perda financeira no sistema privado é de R$ 6 bilhões por mês, os quais não não foram repassados pelos planos de saúde desde março de 2020, quando a pandemia foi decretada no país.
Apesar da situação complexa, a crise acabou abrindo espaço para avanços no setor e cooperação entre as instituições.
Além disso, afirma Thelma, “sem dúvida, a tecnologia passa a mover uma das engrenagens do sistema, buscando melhorar o acesso à informação”.
Avanços tecnológicos
As tecnologias se destacaram com o objetivo de aumentar a higiene e segurança de pacientes e profissionais de saúde durante o surto do novo coronavírus. Aqui, o exemplo mais popular é a Telemedicina. A modalidade permite aos médicos fazer atendimento a distância, bastando que as duas pontas tenham conexão à internet e ferramentas de voz e vídeo.
No Brasil, a Telemedicina é praticada oficialmente desde outubro de 2018. Mas ela era apenas permitida para atendimentos psicológicos. Com o aumento da demanda no setor e a necessidade do distanciamento social, o Ministério da Saúde autorizou que a prática fosse realizada por várias especialidades – pelo menos enquanto a situação de emergência na saúde perdurar no país.
“A liberação da Telemedicina teve impacto positivo na saúde, tornando-se a tecnologia que mais contribui para o setor hoje”, aponta Claudio Giulliano Alves da Costa, Líder da FOLKS Consultoria e da HIMSS Analytics Latin America.
O relacionamento digital entre profissional de saúde e paciente, no entanto, vai além da Telemedicina. Utilização de totens inteligentes nas unidades de atendimento, aplicativos móveis, aparelhos de medição de sinais vitais e outras tecnologias estão entre as novidades que visam agilizar e facilitar o acesso à informação.
Além disso, uma solução que vem ajudando a monitorar pacientes e está fazendo a diferença entre os especialistas é a Internet das Coisas (IoT). Um exemplo real é o da Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC), que está implementando o projeto Beira-Leito em seus 10 hospitais. “A tecnologia captura os dados in loco e já atualiza o prontuário, agilizando a coleta de informações do paciente e deixando mais tempo livre para o atendimento. Isso sem contar que o conteúdo não fica restrito, pois pode ser compartilhado com outras especialidades”, explica Ricardo Vanicelli de Sá, Head de Inovação, Arquitetura e Cyber Security da ACSC.
Claudio lembra ainda o poder do Analytics, uma ferramenta que analisa dados e entrega estatísticas concretas que vão contribuir para tomadas de decisão. No contexto da pandemia, ela está sendo usada para olhar o panorama de forma geral. “Existe a possibilidade de prever o número de pacientes em uma cidade e quantos precisarão ser internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), bem como se há a necessidade de comprar mais leitos e respiradores ou construir novos hospitais”, comenta o especialista.
O futuro é agora
As tecnologias adotadas desde março de 2020 contribuíram para a rotina de hospitais e profissionais.
“Se o projeto for bem planejado e aplicado, é possível notar ganhos de produtividade, segurança e automação, além de diminuir certas burocracias”, ressalta Claudio. Para o profissional, a dica para acertar nessa mudança é se basear em modelos internacionais – uma vez que o Brasil ainda está engatinhando nesse quesito.
Mesmo assim, é primordial desde já apostar na transformação digital. Isso porque foi possível notar que os hospitais, as clínicas e os laboratórios que estavam mais avançados nessa fase se saíram melhor durante a crise. “A pandemia foi menos dolorosa para os digitalizados, teve menos perda de receita”, aponta Ricardo.
De acordo com Claudio, quem não for altamente digital a partir de agora ficará para trás no futuro. “Aquelas empresas que mais apostarem em digitalização vão viver os próximos anos no tão esperado pós-pandemia. As outras não vão ter capacidade de sobreviver”, afirma o Líder da FOLKS Consultoria e da HIMSS Analytics Latin America.
O que vem a seguir?
A curto prazo, a área de saúde deve focar esforços na retomada da economia e dos procedimentos para atingir um nível similar ao praticado no pré-covid. “Hoje, a grande dúvida do setor é: será que os pacientes que não foram atendidos no primeiro semestre voltarão com carga total? E os hospitais privados, vão recuperar a receita ainda no segundo semestre ou só em 2021? São questionamentos que pairam sobre a cabeça de todos os gestores”, aponta Claudio.
Agora, os recursos estão voltados para combater a pandemia e suas consequências. Apenas quando este período caótico passar é que será possível analisar as tecnologias e o que poderá ser aproveitado a longo prazo. “Modelos e estratégias vêm sendo testados ‘a ferro e fogo’ durante o surto do novo coronavírus. Temos tudo para ter um futuro promissor – desde que tenhamos aprendido alguma coisa com o momento”, diz o especialista.
Ricardo tem uma visão ainda mais otimista. Para ele, o sistema abraçou a inovação já em 2020. “Vejo um setor que conseguiu aproveitar o momento difícil para realizar algumas evoluções e, principalmente, para quebrar barreiras, o que facilitará futuros avanços em projetos de transformação digital na saúde”, conclui o Head de Inovação, Arquitetura e Cyber Security da ACSC.
Tecnologia que Salva Vidas
Hoje, há uma série de aplicações interessantes de tecnologia na saúde. Uma delas é a solução batizada de Suporte à Decisão Clínica, que, como o próprio nome diz, visa entregar informações baseadas em evidências e que vão ajudar o médico a tomar decisões.
No Brasil, um dos melhores exemplos é a empresa Laura, que desenvolveu o Robô Laura. Na prática, ele consegue detectar, de maneira precoce, os casos de sepse, pacientes que estão caminhando para ter uma infecção generalizada. “Por meio de uma análise dos sinais vitais, o robô alarma que há um possível quadro de septicemia, que pode evoluir a óbito se não tratado imediatamente”, explica Claudio Giulliano Alves da Costa, Líder da FOLKS Consultoria e da HIMSS Analytics Latin America.
Casas como A.C.Camargo Cancer Center e Hospital Alemão Oswaldo Cruz já usam o Robô Laura. Existem dados que mostram que foram mais de 24 mil vidas salvas até agora. Saiba mais sobre o trabalho da empresa em www.laura-br.com.
Estônia é modelo
Diferentes iniciativas espalhadas pelo mundo podem servir de inspiração para o setor de saúde brasileiro. A Estônia, por exemplo, é o país mais conectado do globo e criou várias tecnologias para achatar a curva de contágio da covid-19.
Além de o país apostar na Telemedicina e usar inteligência artificial para automatizar prontuários, o destaque vai para a base de dados que reúne voluntários e organizações com experiência em medicina. A lista foi organizada pela empresa VAAB e tem o objetivo de desafogar os profissionais de saúde. No total, a plataforma reúne informações de mais de 750 pessoas que estão disponíveis para auxiliar os hospitais.
O mais interessante é que o país não guardou a tecnologia para si. O governo estoniano forneceu diversos recursos para auxiliar outras nações a enfrentar os desafios gerados pelo novo coronavírus.
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Empresas e organizações de saúde que precisem de suporte em sua jornada digital podem contar com o apoio da Ingram Micro Brasil e de seus parceiros de tecnologia para acelerar sua transformação digital.
O contato pode ser feito diretamente com Thelma Helena Bohrer, Gerente de Desenvolvimento de Negócios para Saúde da Ingram Micro Brasil, pelo e-mail Thelma.Bruzadin@ingrammicro.com.