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Noite de Valburga

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noite de valburga

Mefisto transporta Fausto até as montanhas mais distantes, passando por pântanos e florestas. É a noite de Valburga. Todos os anos, na noite entre o dia 31 de março e 1º de abril, os demônios e as feiticeiras se reúnem na montanha para namorar, e Mefisto reina entre eles.

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Fausto e Mefisto chegam à montanha e, de quando em quando, encontram bruxas que cantam em coro e dançam. Estão no meio de uma confusão de luzes, vozes e aparições. Uma das bruxas convida Fausto para dançar e ele escolhe uma moça jovem e linda para ser seu par. Dança todo animado mas, de repente, se afasta.

Mefisto se aproxima, e pergunta:

Por que você deixou a mocinha, que canta tão alegre enquanto dança?

É que, enquanto cantava, um rato vermelho pulou de sua boca — responde Fausto enojado.

Mas isso não é motivo! Quem liga para isso na hora do prazer! Só não pode ser de cor cinzenta — responde Mefisto.

Além disso, eu vi uma criança pálida,

Além disso, eu vi uma criança pálida,

sozinha, em pé, ali na frente. Ela não consegue sair do lugar, parece que os pés estão presos numa corrente. E ela se parece muito com Margarida — diz Fausto.

Deve ser uma miragem! Qualquer um ali vê a imagem da amada. Você tem razão, agora acho que estou vendo também. Venha, vamos embora daqui — explica Mefisto.

Nesse meio-tempo, Margarida deu à luz o filho de Fausto, mas em seu desespero não vê outra saída senão matá-lo. É levada à prisão por cometer infanticídio.

Ao ficar sabendo do infortúnio de Margarida, Fausto começa a gritar agoniado:

É desesperador!

Trancada no cárcere como criminosa, sofrendo torturas vis, a meiga, desgraçada criatura!

Grita com Mefisto:

Você foi longe demais!

Espírito traidor, infame.

Escondeu isso de mim! Fica aí, fica!

Revira teus olhos diabólicos em fúria na tua cabeça!

Fica e me provoca com tua presença insuportável!

Aprisionada! Na dor irremediável!

Nas mãos dos maus espíritos e do ser humano justiceiro e insensível! Enquanto me enchias de alegrias e prazeres, deixavas ela apodrecer indefesa!

Ela não é a primeira! — provoca Mefistófeles sem se abalar.

Fausto continua, gritando:

Cão! Monstro abominável!

Não é a primeira! Eu aqui sofrendo por uma e você ainda se diverte pelo infortúnio de milhares!

Maior dos sedutores! — interrompe Mefistófeles provocativo. Estás chegando ao fim da tua anedota, naquele ponto onde os senhores costumam perder a cabeça. Por que te associas a nós se não tens expediente para negociar? Queres voar e tens vertigem. Ei! Fomos nós os oferecidos ou foste tu?

Não arreganhe esses dentes famintos para mim, que me dá nojo! — grita Fausto e implora — Salva-a! Depois ameaça: Que a mais terrível maldição caia sobre ti, por milhares de anos.

Não posso dissolver o bando de vingadores e libertá-la. Além disso, você não pode aparecer na cidade.

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