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cena 6

Romeu e Frei Lourenço esperam por Julieta na igreja de São Pedro e, torcendo para tudo dar certo, Frei Lourenço diz: – Que o céu sorria para este ato santo e que o futuro não traga horas tristes.

Ao que Romeu responde: – Amém, amém! Mas que venham quantas tristezas vierem, não vão conseguir equilibrar a alegria imensa que sinto num pequeno minuto ao lado dela. É só juntar nossas mãos com palavras consagradas, que a morte assassina do amor faça o que quiser. Para mim já basta poder chamá-la de minha.

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E o Frei Lourenço adverte: – Alegrias violentas têm finais violentos e morrem no seu triunfo. É como a pólvora e o fogo, que se consomem num beijo. O mais doce mel acaba enjoando por causa da doçura e o seu sabor pode enganar o apetite. Por isso, para que o amor dure, ame moderadamente. Quem corre muito pode chegar mais tarde do que quem caminha.

Nesse momento, Julieta chega. – Aí está Julieta. Seus passos leves nunca gastarão as pedras das calçadas. Os apaixonados conseguem andar nos mais finos fios da teia de aranha. A vaidade também é leve.

Julieta cumprimenta o Frei Lourenço.

– Para o meu santo confessor, bom dia. – Filha, Romeu irá agradecer por nós dois.

Romeu beija Julieta. – E também vou agradecer por nós dois – responde Julieta e beija Romeu de volta. – Ah! Julieta, se medir a sua alegria pela minha... Você tem mais arte que eu para enfeitar a imagem da felicidade que as nossas duas almas recebem nesse maravilhoso encontro.

Julieta também fala de seu amor por Romeu até que é interrompida por Frei Lourenço: – Vamos, vamos! Vamos abreviar o trabalho. Não pretendo deixar vocês sozinhos nem um minuto até que a Igreja abençoe esse casamento, fazendo dos dois um só.

TERCEIRO ATO

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