4 Do discurso nascem as coisas
Ao contemplar essas paisagens essenciais, Kublai refletia sobre a ordem invisível que governava a cidade, sobre as regras a que respondiam o seu surgir e formar-se e prosperar e adaptar-se às estações e definhar e cair em decadência. Ítalo Calvino
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No primeiro capítulo, foi apresentada a cidade de Manaus sob um olhar histórico-cultural, trazendo vozes da literatura amazônica. As questões propostas giraram em torno da reflexão sobre a construção dos espaços e respectivos discursos do patrimônio na cidade. O segundo capítulo foi um descritivo dos espaços públicos e suas características de espaços não-revitalizados e espaços revitalizados, que dentro de uma ideia voltada para o turismo e o tempo-espaço pós-moderno, caminham para transformar as áreas abertas de Manaus em espaços para o olhar rápido e o registro fotográfico, conferindo à cidade a ideia de cartãopostal. Neste terceiro capítulo, a abordagem é sobre o instrumental para a análise dos dados, as categorias levantadas, os autores que serão utilizados como apoio à análise intertextual. Do discurso nascem as coisas, é inicialmente uma paráfrase ao título do livro de Bruno Munari, Das coisas nascem coisas. Traz aqui a ideia de que é pelo discurso que as coisas vão sendo constituídas, especificamente neste caso, em que os discursos das políticas públicas apontam para a construção do espaço público em Manaus. Ou seja, é pela palavra que se dá a existência das coisas, a nomeação para o existir, tanto físico quanto simbólico. Trata do conceito de patrimônio e de design urbano também como discursos constitutivos na construção do espaço. Para discutir o conceito de patrimônio, especialmente o patrimônio como discurso e o patrimônio como invenção, além das políticas de patrimônio urbano que possam ter impactado nas políticas de patrimônio em Manaus, serão