Respiro

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Evany Nascimento


Evany Nascimento


Ilustração e Diagramação Clicia Vidal

Ficha Catalográfica Dados Internacionais de Catalogração na Publicação (CIP) N244m Nascimento, Evany. Respiro[recurso eletrônico]/ Evany Nascimento; ilustrações de CliciaVidal. --1. ed. 48p.: il.; color.; X Tamanho MB, GB. ISBN: --------------------------E-book no formato PDF, de produção independente do autor, escrito na cidade de Manaus, AM durante a pandemia de Covid-19 e publicado em 2021. 1. Poesia brasileira. I. Nascimento, Evany. II.Título. CDU: 82-1(811.3) CDU: 82-1(81) (Ficha catalográfica elaborada por Bibliotecário Thiago Giordano Siqueira CRB 11/878) Esta obraestá licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.


Respiro Evany Nascimento


Dedico

A todos os meus amigos e amigas que, com sua presença virtual têm me ajudado a passar por esses tempos sombrios. Aos meus colegas professores e professoras, alunos e alunas que estão nessa maratona diária de ensino remoto. Aos que buscam um respiro em meio ao cenário desolador que nos envolve. Desejo saúde e vida a todas, todos e todes!


Da nescessidade de criar...

Este livro intitula-se Respiro, para mostrar que ainda respiro, para aproveitar enquanto respiro. E para trazer a poesia como momento brando, leve, diante do vendaval macabro da política e da pandemia que vivemos. A poesia como um momento de respiro. A poesia é por onde nossa sensibilidade respira. Todos os dezenove poemas foram feitos entre março de 2020 e março de 2021. O primeiro ano de pandemia da Covid-19, em que precisamos ficar isolados e mudar drasticamente nossa forma de nos relacionarmos com as pessoas e com o mundo. O isolamento me oportunizou um reencontro com esse gênero literário. Então vou contar um pouco à vocês como foi o processo criativo. Os textos não estão na ordem cronológica em que foram escritos. Organizei tentando criar uma narrativa, das poesias mais longas para as mais curtas e de um geral para um particular. Nesse período, especialmente no primeiro semestre de 2020, eu estava apaixonada pelo Tolkien e cheguei aos seus livros de poesia: Tom Bombadil e A queda de Artur. Também li Os Lusíadas, de Luís de Camões, a metade do livro em voz alta, para assimilar melhor o encadeamento das estrofes. Eram poemas bem densos e para equilibrar eu recorri à alegria dos versos da literatura de cordel nas adaptações de clássicos da literatura universal: O flautista misterioso e os ratos de Hamelin, de Braulio Tavares; O Pequeno Príncipe em Cordel, de Raimundo Clementino; O corcunda de Notre-Dame em Cordel, de João Gomes de Sá; O Pequeno Polegar, de Varneci Nascimento. E ainda à obra O Brasil no Papel em poesia de cordel, com os textos do Fábio Sombra. É uma musicalidade que fica reverberando na cabeça. Esse contato direto e diário com poesia, textos rimados, deixou meu pensamento aguçado e explodindo em quadras, sextetos e outras estruturas. Era poesia pra todo lado. E que bom que eu explodi assim. Amazônida surgiu para uma coletânea que eu iria participar e precisava enviar um poema com temática amazônica. Fiz esse na perspectiva das narrativas autobiográficas. No final das contas, o projeto não deu certo e eu fiquei com o poema. Rua Nova Esperança veio no momento em que eu trabalhava com essa temática da cidade como contadora de histórias e fiz uma live sobre o tema, num curso de extensão de contação de histórias.


Aproveitei as anotações do que eu já vinha observando sobre a rua e procurei descrevê-la, seus sujeitos e acontecimentos. Briga de rua já foi para dar destaque ao Napoleão que tem uma legião de fãs nas redes sociais. Construí histórias visuais com ele e resolvi contar essa história da confusão em que ele se meteu. Aproveitei e gravei um podcast também. Esse poema Vida de Professora – A saga, eu fiz no dia 15 de outubro mesmo. Minha primeira intenção era homenagear os professores e professoras. Mas fui contando a minha trajetória e quando vi, tinha mais dessabores do que motivos de comemoração. Mas deixei assim mesmo. É a vida como ela é. Publiquei no meu blog. Do virtual ao real SPO encontrei foi um poema por encomenda também. Para uma coletânea de professores e alunos que participaram do Curso de Letras Mediado, promovido pela UEA – turma de São Paulo de Olivença. O livro foi organizado pelo professor Lizandro Barbosa, publicado e tenho meus exemplares físicos em casa. As aulas do Mediado também renderam a prévia do poema Delícias literárias. Aqui ele foi revisto e ampliado para fazer parte da Oficina de Mediação de Leitura com um grupo de professoras da SEMED. O foco era a literatura regional. Para compartilhar eu gravei um podcast. Sons de Março. Foi uma paródia de um dia em que tudo aconteceu na minha rua enquanto eu tentava gravar um vídeo. Eu ia compartilhando nas redes sociais a saga, até que resolvi parar de reclamar e nasceu a paródia. Gravei, divulguei o vídeo no Instagram e Facebook e uma colega professora, Renata Fernandes, me deu mais uma estrofe “É pai, é mãe, é a filha chorando, o marido almoçando e por mim tá chamando”. E o Tom Nascimento sugeriu o título. Ampliei a paródia, gravei outro vídeo e disponibilizei no meu canal do YouTube. “Se a vida te dá limões...” Que dia foi esse!?!. Apareceu no final de um dia bem corrido, pensei em escrever usando a velha técnica de enumeração. Dividi a estrutura do poema conforme os momentos do dia e fui listando. Ficou extenso! Até eu me surpreendi. Mas acredito que dá uma noção sobre o quão atribulado é esse trabalho remoto.


A série Poemas Curtos, são poemas que nasceram realmente curtos, uma ideia em uma ou duas estrofes. Freireando, foi para as redes sociais em homenagem a Paulo Freire. Divulgação, foi para divulgar o poema Briga de rua, que eu postei no Blog Paneiro e gravei um podcast. Tinha dias assim em que eu estava tão envolvida em rimas que fazia poemas para divulgar os poemas que tinha feito. Explodindo em poesia. A quadra Z.L. nasceu da observação de uma foto das construções que vejo da minha laje. E de algo que há tempos eu já havia observado na área em que moro. Bordaduras, nasceu enquanto eu escrevia um artigo para a publicação de um evento realizado online, em que falei sobre a poesia como “arte que salva” e contei um pouco sobre a minha relação com esse gênero literário e minhas produções. O poeminha seguiu no final do meu texto (ainda não publicado). Dia do Nordestino, foi para uma postagem no Facebook sobre o Dia do Nordestino. E o Cidadão do Mundo, faz parte de outro projeto, mas que trouxe pra cá porque quero antecipá-lo. Ainda tenho poemas em produção. Alguns desses rompantes que eu colocava no Facebook, meu amigo Amarildo Gonzaga acrescentava uma estrofe. Daí nasceu a série Poemas em Parceria. Só tem dois. Mas é uma série de dois. Vem chuva, foi quando olhei pela janela e vi o tempo se formando com raios e trovões e as nuvens escuras. Passarinho, foi quando olhei pela janela e vi no quintal um passarinho catando bichinhos no chão. A Série Fragmentos Poéticos ainda é um verdadeiro exercício de pensamento sintético. Não sou muito boa nisso. Deixei para o final mostrando que estou em transição. No processo de amadurecimento, menos é mais. Um dia eu chego lá (ou não!). Então organizei os poemas e entrei em contato com a Clicia Vidal para materializar a ideia nesse livro digital e fazê-lo circular por muitos leitores (eu sonhando!). Espero que você se divirta com as histórias em versos. Que se aventure, quem sabe, a escrever as suas também. Olhar o mundo caótico e escrever poesia, não é negar o que se vê. É tentar mudar a lente e promover alguma transformação. A poesia é um respiro!

Evany Nascimento Abril, 2021


Sumário

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Amazônida....................................................................... Rua Nova Esperança..................................................

Briga de Rua.................................................................. Vida de Professora - a Saga.....................................

Do virtual ao real SPO encontrei........................... Delícias Literárias..................................................... Sons de Março............................................................. QUE DIA FOI ESSE?................................................... Poemas Curtos............................................................ Poemas em Parceria.................................................. Pensamentos Poéticos..............................................


Amazônida Eu nasci nessa Que tem o nome Manauara assim Sou urbana, da

cidade de Manaus me chamam capital

E pensava que amazônida Essa palavra-conceito Era também minha identidade Por ela eu batia no peito Mas nunca aprendi a nadar Nem remar ou coisa assim Quando viajava pra outro lugar Sempre perguntavam de mim Como eram nossos rios E os gigantes que aqui habitam Como era a nossa floresta Era isso que achavam bonito Mas então o Além do que Além do que Além do que

que eu sabia lia nos livros? via nas ruas? diziam os antigos?

Era manauara Sem conhecer o Amazonas Comecei a lamentar

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Minha avó que me contava Histórias de Tarauacá Do interior do Acre Minha mãe veio de lá Diziam que era bem longe Até os vizinhos eram esparços Para visitar algum deles Só remando mesmo no braço Mas tinham as procissões Que reuniam as gentes Os santos ficavam numa casa Quem chegava era parente Na casa de minha avó Essas festas eram tradição Matava-se porco e galinha Para receber a procissão E os festejos amanheciam Depois das rezas a festança Momentos para confraternizar Velhos, adultos, crianças Uma vidinha modesta Um estirão de só lonjura Um lugar de sonhar fora Mas de lá enfim saíram Trouxeram saudades tantas! Porque aqui tinha emprego Com a chegada da Zona Franca Primeiro os homens vieram E as mulheres não puderam cuidar Do cantinho de terra que tinham Também precisaram se mudar E pelo rio todas seguiram Na embarcação, apertadas Tanta gente peregrinando Com suas trouxas, redes atadas

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Sem saber o que esperar Mas esperando coisas boas Foram se juntando aos parentes Ninguém podia ficar à toa Esperanças costuradas Nos farrapos que traziam Dos estilhaços que deixavam Minha mãe, jovem cabocla Chegou mesmo sem saber Nenhuma palavra ou número Sem saber ler e escrever Foram tempos bem cruéis Que ela enfrentou com coragem Suportou com altivez Não desistiu da viagem O trabalho que se tinha Era nas casas das patroas Limpar, lavar o que havia E elas não eram boas Repetindo a sina Faxina, dinheiro pouco Essa era a nova vida Então conheceu o meu pai Caboquinho do Pará Um romance sem promessas Cada um no seu lugar Uma história pra uma estrofe Eu vim ao mundo Que sorte! E eu nasci em Manaus A capital do Estado Mas do Estado eu nada sabia Porque Manaus é um cercado

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Pensamos que é um mundo De prédios, ruas e casas Sem árvores ou rio à vista Um mormaço que arrasa Meu trabalho me fez conhecer Outras cidades ao redor Manaus que era então uma ilha Na verdade não está só Ela escoa pra outros portos Mesmo que negue sua origem De cidade flutuante Suas irmãs ainda lhe dizem Há mais amazônidas espalhados Pelos cantos que seguem o Negro Pelos cantos que seguem o Solimões Que de saber já me alegro Em Manaus não é só de estrada Que se vai a todo lugar No interior é o barco Quando o rio quer te levar Esse encontro é necessário Pra saber-se mais Que citadino de capital Pegar um barco ou lancha Cruzar os rios em horas Dias a fio em que se vê A natureza que demora

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Que nos ensina outro tempo Que não é o relógio que diz Um tempo de sabedoria Pra ser amazônida raiz E A A E

começa quando se sente imensidão da natureza pequenez do humano esse tipo de beleza

De olhar e reconhecer Quem somos nós nesse mundo Que poder temos aqui Nesse rio escuro e profundo Homem e rio Se ele quisesse Nos engolia

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Rua Nova Esperança Vou falar Contar as As coisas E ainda o Não Não Vim Mas

da minha rua histórias que ouvi que observei que aprendi

é a rua é a rua para cá é a rua

da minha infância onde eu cresci já adulta que habita em mim

Chamava Nova Esperança E esse nome eu guardei Pois foi num tempo de mudança Que para cá eu migrei Foi minha irmã que encontrou Esse cantinho de morar E com os antigos moradores Vim então negociar Desembarquei de mala e cuia Num caminhão de mudança Gostei de chegar nessa rua A Rua Nova Esperança É uma rua sem saída Esse é o charme que tem nela É longa e volta por outra Que no final acaba nela É quase fora do bairro Dizem que seria conjunto Mas não fecharam a entrada E segue todo mundo junto

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Quando a gente desce a rua Uma mata ao fim avista É a mata da UFAM Que tem a rua a perder de vista É uma visão que acalma Nos fins de tardes que chegam Uma visão bem poética De pertença e aconchego Na esquina tem quitanda Verdura, fruta, açaí E a simpatia da família Que conhece quem é daqui Na outra esquina, a padaria Com café e x-caboquinho Uma delícia de manhã E servido com todo carinho Tem vizinho no karaokê E outro aprendendo bateria Os que tocam violão Fazem festa todo dia Tenho vizinha idosa Que acena da janela Cabelinhos bem branquinhos Aceno ao passar por ela Tem crianças que sempre correm Atiçando os cachorros Gritam e fazem algazarra Param e voltam de novo Os casais de namorados Ainda passam de mãos dadas São jovens e vão à igreja Numa passagem comportada

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A Igreja fica na rua Ao final do lado esquerdo Ouço os cantos e hinos Mas da laje só ouço, não vejo Mais à frente há uma casa Que sempre alugam pra festas Fica até de madrugada Som ao vivo, uma seresta Há casas de todo tipo De madeira e alvenaria Com grade e sem grades de ferro Pintadas em tom de alegria Há muitos gatos na rua Uma vizinha é quem adota Fazem bagunça em tudo E ainda batem na minha porta E os cachorros que ela cria São oito vira-latas ao total Latem sempre noite e dia Uma matilha infernal Pedintes ainda passam Batendo palmas na frente Chamando atenção das pessoas Para doações e presentes Fim de tarde tem revoada De passarinhos e araras Nem parece que é cidade Uma experiência tão rara! Todo dia o carro do lixo Desce e sobe ligeiro Os coletores animados Trabalham aqui o ano inteiro

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Mas dizem que no final da rua Tem gente vendendo droga A polícia vai lá sempre Eu não sei, nem quero prova De manhã passa o carro Todo dia vendendo peixe À tarde também tem sempre O tradicional carro do sorvete E um carro que não tem hora Mas também não deixa furo É o carro da sucata Todo dia, isso é seguro Minha rua tem um louco Dizem que a droga o deixou assim Quando bebe muito grita alto Mas nunca fez mal a mim Tem costureira e manicure Eletricista e pedreiro Motorista e mecânico Aposentado e faxineiro Aos domingos também passa Com seu triângulo quase à toa O vendedor de cascalho Traz algodão doce e também broa E assim é minha rua Na zona leste da cidade Um canto bom de morar Pra gente de toda idade

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Briga de Rua Um gato marginal Entrou no meu quintal Pra brigar com o Napoleão Veja que situação! Napoleão não deixou barato Reagiu, bateu no gato Foi uma grande confusão! Estava eu bem deitada No meu canto, sossegada Quando ouvi os miados Pensei então: Que diabos! Abri a porta correndo Pra ver o que estava acontecendo Dei de cara com os danados Napoleão todo eriçado Estava bem estressado Se voltando para o invasor Uma cena de horror! O outro, maior parecia Miava alto e não se mexia Era de fato bem pior Sai então em defesa Do meu gato que, certeza Apanharia do meliante. Que situação humilhante! A plateia que ali estava Da gataria que se formava Espantei no mesmo instante

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Napoleão ofendido Sentiu sua honra em perigo Não aceitou minha defesa Voltou a brigar com sua presa E os dois se engalfinharam Pela rua então rolaram Pra minha grande surpresa Napoleão satisfeito O orgulho de volta ao peito Ouviu então que eu chamava E foi voltando pra casa. O outro ficou jogado Era pelo pra todo lado Mas assim mesmo miava. E esse foi o ocorrido Narrei bem resumido A briga presenciada Na noite que não tinha lua O silêncio voltou à rua Eram três da madrugada.

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Vida de Professora - a Saga Hoje me peguei pensando No que é ser Professora Os problemas que enfrentamos Mesmo quando se é doutora O trabalho não se esgota Até depois de lançar nota E pior quando se é gestora Vou contar então essa saga Bem do meu ponto de vista Alguns podem dizer que é praga Outros podem anotar a lista Dos desprazeres que somam À vida dos que tomam Profissão não tão bem quista A FORMAÇÃO Quem olha de fora não vê Esse trabalho exaustivo Pensa, supõe e até crê Que conhecimento é contemplativo Que não precisa dedicação Ler não é só decodificação É um trabalho reflexivo Aprender esse ofício Requer anos de estudo Preparação e sacrifícios Para entrar nesse outro mundo Precisa investimento Custa caro esse tempo E não se chega a aprender tudo

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Para se formar professor Tem que fazer Licenciatura Esse desafio exige amor E uma boa dose de loucura São quatro anos de curso Uma vida nesse percurso Uma estrada que não é segura Disciplinas sérias, complexas Fazemos em cada período Costurando leituras conexas E até as que não fazem sentido Trabalhos, pesquisas e provas Até saírem as boas-novas: Próximo período garantido! É muita correria que passa O estudante que faz essa escolha Talvez você até ache graça Ou quem sabe me acolha O licenciando entre tantos Que escolheram outros recantos Precisa encontrar a sua bolha E suportar todavia Chacotas que possa sofrer Por escolher entre as que havia Essa carreira para viver Se apoiar nos amigos loucos Que vai encontrar pouco a pouco E vão dizer: Estamos com você!

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PROCURANDO EMPREGO Depois de formado começa A correria por um emprego Quem sai da faculdade tem pressa Não tem um dia de sossego Não tem mais meia-passagem A realidade é a mensagem: - Agora é contigo, meu nêgo! Os estágios até ajudam A encontrar portas abertas Mas se de categoria mudam A porta já é incerta Pra estagiário tem vaga Mas pro formado, nem água Nessa sala tão deserta O concurso é opção Que o licenciado procura Segurança, salário na mão Sem precisar de aventura Mas concurso não tem todo dia Esperar é uma agonia Uma verdadeira tortura E muitas vezes acontece Do licenciado assumir Mesmo atendendo à sua prece Várias escolas pra seguir Carga horária pequena Correria que não vale a pena Mas é o que se tem por aqui E assim vai abrindo caminho Sua estrada de chão batido Não se sente mais tão sozinho Pois outros caminham consigo A categoria se mostra Nesse jogo uma boa aposta Sua classe é seu partido

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NA SALA DE AULA Quando chega na sala de aula Outros desafios se apresentam Pra começar é preciso ter calma Respirar, não perder o alento Lidar com crianças e jovens E toda a energia que os movem Requer sabedoria e talento Às vezes a impressão Que se tem nessas horas É que não houve preparação Para enfrentar o que tem aqui fora O mundo em constante mudança Produz diferentes crianças Não vale a pedagogia de outrora E o professor vai ajustando O conhecimento recebido As brigas que vai apartando Nesse cotidiano vivido A realidade da escola Nem sempre tá na sacola Dos teóricos que tinha aprendido Cada realidade um contexto Que é preciso interpretar Mais difícil que o complicado texto Que ele um dia teve que fichar Mas a experiência vai se instalando A cada ano que vai passando Até você se acostumar E ganhar mais confiança No ofício de todo dia Até o pavor ser uma lembrança Que ao chegar você sorria Sala de aula ensina Tanto quanto desanima Mas é um espaço de alegria

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E O SALÁRIO Essa profissão desmotiva Quando o salário cai na conta Porque se tem uma perspectiva Que os valores não dão conta Querer comprar material Para uma aula especial Se olha o contracheque, desmonta E os livros para ampliar O conhecimento adquirido? Pois o mundo está sempre a mudar As estratégias seguem o ocorrido Não se pode parar no tempo E é preciso mais investimento Se é outro o espaço preterido Quem é sozinho investe Que tem família divide O salário entristece Porque não é emprego-cabide Se trabalha muito sempre Até quando se está doente Na escola é onde mais se reside E o pior dos sofrimentos É fazer comparação Do salário que recebemos Com outros tipos de profissão Fica estampado o descaso Com toda a educação, no caso Como alicerce de uma nação O descaso já é o projeto Que se instalou e ainda segue Que nos trata como objeto De pouco valor, não se negue Para seguirmos amarrados Oprimidos e alienados Reclamando desse perrengue

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MAS ENTÃO? Se é tudo isso de horror Por que a profissão escolheu? Sei lá foi um momento de torpor Uma leseira que me deu Eu queria ser cientista Tinha outras opções na lista Mas a Licenciatura venceu Escolhi a Licenciatura Achei a palavra bonita Não imaginei uma vida dura E sim possibilidades infinitas Quando se está estudando Nossa mente vai criando Não prevê criptonita Mas digo que abracei Esse caminho sem volta Que um dia também recusei Mas que veio e bateu à minha porta Segui tateando no escuro Construindo pontes no lugar de muro Sou professora, é o que importa Passei a acreditar na mudança E no poder que temos no ofício Trabalhei com adulto e criança Ensinar se tornou um vício Levando a bandeira da arte Onde vou, por toda parte Esse é meu palanque e comício

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Essa saga que aqui conto Por toda ela eu passei Nenhum professor nasce pronto Vai se construindo bem sei Se fazendo a cada aula No desespero e na calma No seu valor, na sua lei Mais de vinte anos de história Conquistas e fracassos também Uma profissão inglória Se a deixarmos como refém Mas foi a profissão escolhida Para esse espaço de vida E a ela eu quero bem

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Do virtual ao real SPO encontrei Em São Paulo de Olivença Pelas telas eu cheguei Foi no Curso Mediado Que primeiro embarquei Conhecendo a turma de Letras Muito aprendi e ensinei Quando a UEA se espalhou Foi para trinta municípios Com cursos de graduação Pois educação é seu ofício Mediado por Tecnologia Chegamos sem sacrifício A primeira impressão Que tive dessa cidade Foi pela sua gente Criativa de verdade Com música e teatro Poesia e sensibilidade Mas um dia eu pude ir Conhecer bem de pertinho E aí fui recebida Com feijoada e carinho E um bom karaokê Pra alegrar o caminho Pra chegar, grande viagem Saindo de Manaus primeiro De avião até Tabatinga Pra SPO vai de recreio São quatro horas de lancha Até que vai bem ligeiro

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Da cidade bem me lembro Da praça em frente à igreja E de uma boa pizzaria Onde tomamos cerveja Café da manhã nas freiras Não pode atrasar ou perde a mesa Lembro da quadra gigante Onde fizemos aulas de arte Uma experiência fascinante Que esquecer não faz parte Uma semana inteira Um espetáculo à parte Um curso Intercultual De Pedagogia, muita entrega Dedicação por completo Alto nível se enxerga Dos professores que eram Kokama, Tikuna, Kambeba Pois a cidade tem esse jeito De reunir muita gente De lugares e culturas Etnias diferentes São Paulo de Olivença um recanto Em que o Solimões fica na frente

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Delícias Literárias ABERTURA Vamos falar de literatura Dos caboquinhos daqui Aqueles que falam a língua De quem come jaraqui Literatura infantojuvenil Regional, dos lados de cá Para falar da nossa cultura Do povo do tacacá É um programa de receitas E um livro vamos lançar também Não perca esse episódio Espia, manazinha! Chega! Vem! O Programa Delícias Literárias Está começando outra vez Hoje cheinho de autores Vamos ver o que esse povo fez?

APRESENTANDO O TEMA E o que é literatura Regional pra começar? É simplesmente literatura Falando desse lugar O Amazonas ou Amazônia Tem muita história para contar Os escritores trazem memórias Da sua infância para ensinar E deixar viva a cultura De um tempo que muda sempre Os livros aqui são registros Da mata, bichos e gente1 1

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Recomendamos também Para maiores informações A dissertação de mestrado Da Lucila Bonina Simões Informações e curiosidades De autores e suas obras Temas, personagens, viagens Pode vir que tem de sobra A Valer deixou em livros Muitas histórias contadas Mas a livraria foi fechada E não restou quase nada A Editora continua Publicando nossa voz Levando para outros caminhos O que carregamos em nós EDUA é a Editora Da Universidade Federal Tem produções acadêmicas E de temática regional A UEA também tem editora E muita pesquisa publicou Literatura, contos, poemas Muitos autores lançou E quem são nossos autores Gente da cidade e do interior Que abrem o painel da memória Escrevem histórias, falam de amor Os temas então são esses Os causos, lendas e mitos A floresta e os animais O visto, o imaginado e o dito Então vou apresentar Dez livros desse universo Tão poético e sensível Dito em prosa e em verso

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APRESENTANDO OS LIVROS Ararinha, o sumiço – Aldísio Filgueiras Aldísio fala de uma ararinha Mas não é só uma, é verdade Porque muitos pássaros estão sumindo Em todos os cantos da nossa cidade

Vitória-régia – Cristina Marinho Vitória-Régia é uma história De uma índia apaixonada Por Jaci, a lua brilhante Ela ficou encantada

O som das letras – Elson Farias Élson Farias faz brinquedo E brincadeiras com sons É gostoso ler o texto Jogos com palavras são tão bons!

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As aventuras de Zezé na floresta amazônica – Elson Farias O Zezé é um menino Que vive muitas aventuras Conhece animais e plantas Ele os defende e não faz travessuras

Lia sempre lia – Soraia Magalhães Lia é aquela garotinha Que nos livros vive agarrada Alguns a admiram e outros Acham que ela é muito parada

Passarinhos e outros bichos – Tenório Telles O Tenório contou pra gente Algumas histórias de bichinhos Tem pássaro e tem formiga E outros seres pequenininhos

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O urubu albino – Zemaria Pinto O urubu do Zemaria Nasceu diferente dos irmãos Era branquinho e voou longe Com a luz do sol era a sensação

Duas histórias da noite – Leyla Leong A noite nos inspira muita coisa E a Leyla Leong é quem diz Da disputa pela sua posse De quem quase a escondeu por um triz

A cidade perdida dos meninos-peixe – Zemaria Pinto O Zemaria fala de uma cidade Perdida no fundo do rio Nela havia meninos-peixe Alguém conhece? Alguém viu?

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OS ANIMAIS DO MEU QUINTAL – ANA PEIXOTO Ah, essa eu sei que vocês conhecem A Ana Peixoto conta bem Dos animais que temos no quintal Conta aí o que você tem!

TEM MUITO MAIS PRA CONTAR E assim nós encerramos Esse programa gostoso Com sabores da nossa terra Sei que ficou curioso Em breve retornaremos Com mais receitas e dicas Da literatura amazônica E tudo o que ela incita Vale a pena mergulhar E descobrir novos furos Nesses caminhos de rio Que tanto nos dão orgulho

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Sons de Março É pássaro, é gato É cachorro latindo Tem avião passando Vizinho construindo

São os sons dessa rua Nos dias de março E eu querendo gravar Um vídeo! Mas que diacho!

É o Correio chegando Alguém bate na porta Não vou me levantar Vou me fingir de morta

Já vem o cascalheiro Tem triângulo tocando Karaokê começou Vizinho tá gritando

É o carro da sucata É o carro da verdura Vendedor de pupunha É o grito da loucura

São os sons dessa rua Nos dias de março Não dá pra me isolar Vou chorar, mas disfarço

São os sons da minha rua

De noite e de dia E pra gravar um vídeo É uma grande agonia É pai, é mãe, É a filha chorando É a hora do almoço Marido tá chamando É o carro do peixe É o carro do lixo É o carro do sorvete Vizinha feito bicho

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QUE DIA FOI ESSE? O DESPERTAR Acordo. Penso na vida. Ah, quantos problemas pra resolver! Não, espera! Primeiro agradecer Por mais esse dia de oportunidades. Verdade! Fecho os olhos, faço uma oração. Volta o sono. Quero dormir de novo. Os pensamentos aceleram. Olho pro lado, gato enrolado. Telefone desperta! São 6h da manhã. Meg já chega Pedindo ração. - Não vou levantar! Ela morde meu nariz. Escondo embaixo do lençol. Ela descobre o lençol. - Não vou levantar! Ela vai na estante, derruba um livro. - Não vou levantar! Ela briga com o Napoleão! - Tá bom! Vamos colocar sua ração!

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CAFÉ DA MANHÃ Os passarinhos cantam alto. Estão na goiabeira. - Preciso cortar as fatias de mamão. Comida dos passarinhos. Comida para as cachorras. Comida para os gatos. Tomo o remédio. Tomo banho. Escovo os dentes. Abro as janelas. Acordo pra vida. Molho as plantas. - Que dia lindo!

Preparo um chá. - Uma tapioca? Hoje tô com coragem. Bora fazer.

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COMEÇANDO OS TRABALHOS Ligo o computador. São 7h30 da manhã. Leio as notícias. Que mundo é esse? Vejo os e-mails. Respondo e-mails. Respondo mensagens. Whatsapp, Messenger. Envio mensagens. Olho o Facebook. Faço as postagens. Agenda do dia. O que temos pra hoje? Planejamento. Abro as pastas. Tem dissertação pra ler. Começo a ler. Chega mensagem. Leio e respondo. Volto pra dissertação. Chega mensagem. - Que matéria legal! Boa para o grupo de pesquisa. Compartilho. Olho o whatsapp. Envio mensagens. Agenda de orientação. Lembretes de tarefas. Volto à dissertação. - Cadê minha garrafa com água? Pego a garrafa. Pego uma maçã. Volto pra leitura. - Nossa, que calor! Ligo o ventilador.

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Passa Passa Passa Passa

o carro da sucata! o carro do peixe! o moço da verdura! o restamista!

Leio a dissertação. Faço anotações. Os cachorros da vizinha brigam. Leio a dissertação. Chega mensagem. Leio e respondo. Chega mensagem. Leio e respondo. Verifico email. Paro pra responder. - Onde estão esses arquivos? Respondo o email. Volto pra dissertação. - Já são 10h! Tenho aula pra planejar. Paro a dissertação. Planejo a aula. Começo a fazer os slides. Procuro as imagens. - Nossa! Que matéria legal! Vou salvar pra ler depois. Posto no Facebook. Volto para os slides. Pesquiso mais imagens. - Como eu vim parar no YouTube? Esse é o novo vídeo do Diogo Almeida? Vejo o vídeo. Compartilho. Bebo água. Alguém bate no portão. Faço doação. Volto para os slides. Procuro mais imagens. - Que live foi essa? Melhor guardar. Assino o canal e compartilho. Volto para os slides. Quase terminando. Preciso de mais imagens. Toca o telefone. - Oi, mamãe! Como está?

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Volto aos slides. - São quase 12h! O que vou almoçar hoje? Ah! Só esquentar a sopa de ontem! Volto aos slides. - E a trilha sonora? Agora no YouTube Pesquiso e monto playlist. Reviso os slides. Separo os materiais. - Já são 13h20! Melhor esquentar a sopa. Panela no fogo. Banho! - Cheiro de queimado? Abro a sala do Meet. Coloco a playlist. Desligo o microfone. Desligo a webcam. E a sopa no prato. Prendo o cabelo. Passo batom. Celular no silencioso. Notificações de som desativadas. A sopa está esfriando. Os alunos estão chegando. - São 13h40! Olá, boa tarde! Uma colherada de sopa. - Olá, boa tarde! Uma colherada de sopa. - E essa propaganda chata no meio da música! Termino a sopa. Fecho todas as janelas. Pego a garrafa de água. Ligo o microfone. Ligo a webcam. Paro a playlist. - São 14h! Boa tarde! Aciono a gravação. Começo a aula. - Boa tarde a todos, todas e todes! Falo sobre a playlist do dia. Dou as coordenadas da aula. Abro para comentários.

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Apresento os slides. Paro para os comentários. Volto para os slides. Meg desarruma a cama. Continuo explicando os slides. Paro para os comentários. Meg vomita no quarto. Continuo explicando os slides. Encerro o primeiro bloco. Música do intervalo. Limpo a sujeira da Meg. Volto para o segundo bloco. Apresento material. Abro a discussão. Faço perguntas. Alguns ligam a webcam. Alguns ligam o microfone. Alguns comentam. Síntese da aula. Encaminhamentos. - Até a próxima aula! Deixo a playlist. Os alunos se despedem no chat. Paro a gravação. A playlist continua Até o último aluno sair. Vou respondendo os comentários no chat. Começo a guardar o material. Livros de volta às prateleiras. Respiro e paro a playlist. Encerrou a aula. Passa o carro do sorvete. São 16h30. Abro as janelas. Vou para a cozinha. - Alguma coisa pra comer? Nada que eu queira. Volto para o computador. Leio e-mails. Respondo e-mails. Leio mensagens. Respondo mensagens. Agenda de novas reuniões.

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Agenda de novas bancas. Vejo o Facebook. Curto os comentários. - Que horas abre o Churrasquinho das Torres? São 18h. Os cachorros da vizinha se agitam. As minhas cadelas entram no embalo. O Churrasquinho das Torres já abriu. Peço 3 espetinhos de frango. Com acompanhamento de arroz. Abro o YouTube. Vejo a live que eu salvei. - Isso é ótimo para a próxima disciplina. Abro a pasta do próximo semestre. Rascunho um plano de ação. Lembro de uma música. Procuro e canto junto. Volto para a live. Passa o vendedor de cascalho. O churrasquinho chega. Vem bem quentinho! Coloco no prato. Sento na mesa da cozinha. Computador do lado. Live e jantar. Chega mensagem, respondo. Live e jantar. - Esse churrasquinho é ótimo! Sento na cama pra esticar as pernas. Volto à dissertação. Meg deita do lado. Vejo as tarefas do dia seguinte. Amplio a lista. Volto à dissertação. Não estou mais entendendo. - O que vou comentar? Chega mensagem. Pendência para a lista. Respondo mensagens. Compartilho vídeos de humor. Volto à dissertação. Não consigo me concentrar. Melhor deixar pra depois.

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TERMINANDO OS TRABALHOS Desligo o computador. São 23h30. Coloco o computador na estante. Tomo mais um copo com água. Coloco a comida dos gatos. Uma barata passeia pela cozinha. Volto para o quarto. Napoleão deita na mesa. Meg observa de longe. Napoleão quer dormir. Meg quer perturbar. - Eu não vou mais levantar! Meg vai para a mesa. Os dois brigam. Eu levanto.

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DESACELERANDO - Que dia foi esse? Preciso desacelerar. Pego os livros de literatura. Volto para a cama. Pego o celular. Música celta bem baixinho. Leio um capítulo de um livro. Atualizo o Cabeceira. Leio um capítulo de outro. Atualizo o Cabeceira. A mente começa a acalmar. O sono está chegando. Leio mais algumas páginas. - Adoro essas histórias! Vou ler mais! São 1h30 da madrugada. Hora de dormir. Vou apagar a luz. Não! Espera! Napoleão tá pedindo ração!

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Poemas Curtos FREIREANDO Paulo Freire, nordestino, do sertão de Pernambuco Homem de educação, dos livros, um gênio, culto Que muito contribuiu com seu saber alfabetizar Brasileiros, jovens e adultos que não sabiam o bê-a-bá Segue ainda ensinando professores de mente ativa A praticar na sala de aula uma educação significativa

DIVULGAÇÃO Escrevi um “poeminha” Terminei de madrugada. Fui contar a minha história Mas aí virou uma saga. Pra quem curte poesia Sabe que ela melhora o dia Quando não resta mais nada Gravei ainda um podcast É mais fácil, só ouvir Ainda tô fazendo testes Mas vocês podem seguir Acompanhar as postagens Embarcar nas viagens Compartilhar e curtir

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Z.L. A marca da construção Aquilo que e se torna

Zona Leste: de tijolo aparente é provisório permanente

BORDADURAS Em tempos de poesia Leio tudo versificado Se não tem vou colocando. Cada palavra, um achado. Costurando, costurando Da linha faço bordado

DIA DO NORDESTINO (8 de outubro) Para findar essa noite do dia do nordestino! Depois de ouvir tanto verso e me inspirar feito menino

Saúdo esse povo tão rico, de beleza sem igual Com uma obra prima da música, do Quinteto Armorial! Lançado em setenta e quatro, bem no ano em que nasci

Pérola da cultura brasileira, presente que recebi Sonoridade que a cor do nordeste exalta o brio Dos fortes da região, o coração do Brasil.

CIDADÃO DO MUNDO Milton Nascimento cantava: “Cidadão do mundo eu sou” Mas na época nem imaginava Ver o que essa aldeia se tornou. Num mesmo click tantos lugares Todos sabem onde estou.

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Poemas em Parceria VEM CHUVA E ela vem vindo Vem rindo Vem forte Vem chuva Vem raios Trovões É sorte? (Evany Nascimento) Eis que logo ela cai e logo morre no chão sem medo do homem que a assedia, ladrão. (Amarildo Gonzaga)

PASSARINHO Um passarinho no meu quintal Parece brincar de amarelinha Pulando catando bichinhos Com suas pernas fininhas (Evany Nascimento) Com suas pernas bem fininhas Ele pula, pula, pula Traz pra cá a amarelinha Bem aqui, pro meio da rua (Amarildo Gonzaga)

Pensamentos Poéticos ISOLAMENTO Eu, o computador e o tempo passando.

URGÊNCIA A urgência é tanta Que as palavras se atropelam

RESPIRO Quando estou sufocada de trabalho Escrevo poesia para respirar.

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A Autora... Evany Nascimento nasceu em Manaus-AM, filha de Francisca (que veio de Tarauacá – Acre). Leonina, arte educadora, apaixonada por livros e gatos. Licenciada em Educação Artística pela UFAM, com doutorado em Artes & Design pela PUC-Rio. É professora da Universidade do Estado do Amazonas, do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras e Artes. Adora escrever, desenhar, cantar e como diz “fazer marmotas”. Autora dos livros Monumentos Públicos do Centro Histórico de Manaus, publicado pela Valer em 2013 e do Manaus em Poesia, publicado pela Editora da UEA em 2019.

Contatos: nasci.eva@gmail.com evany.nascimento @nasci.eva paneiro.blogspot.com anchor.fm/literatura-infantojuvenil EvanyNascimento

A Ilustradora Clicia Vidal é Designer formada pela Fucapi, Ilustradora e Maga nas horas vagas. Amazonense, adora ilustrar e sua primeira aventura com livro ilustrado foi no Manaus em Poesia. Gosta de lagartos e coisas meio roxas.

Contatos: @cliciavidal Behance.net/CliciaVidal

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