Um jornal feito por estudantes para estudantes
Universidade Paulista - Unip - Chácara Santo Antonio - junho de 2012
Animes fazem a cabeça de uma galera diferente
Eles são jovens, não curtem bebida alcoólica, imitam personagens de desenhos animados e se consolidam como público consumidor. Seus encontros em São Paulo reúnem até 40 mil participantes, em busca de afinidades e diversão. Identificados com aspectos da cultura japonesa, são ávidos consumidores de informação, jogos eletrônicos, e raramente brigam entre si...........PÁGINA 12
Millôr Fernandes (1923-2012) Frases eternas do tradutor, dramaturgo, desenhista, humorista que deveria ter sido registrado como Milton, mas que por erro gráfico tornou-se Millôr, um dos artistas mais queridos do nosso tempo............ PÁGINA 2
Mensalidade igual a ZERO
Trabalho voluntário pode ajudar no ensino universitário ........................ PÁGINA 3
Brasil é ainda o país do futebol?
É cada vez mais difícil acreditar ......... PÁGINA 4
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Quem é beneficiado com os bares perto das faculdades?
Proximidade é controversa. Diversão de um lado, reclamações de outro. ......................... PÁGINA 6
Sex shops: público feminino já se iguala ao masculino
Empresários investem em lojas do segmento para atender à crescente demanda ............. PÁGINA 9
Crianças e jovens discutem política feito gente grande
Fórum reúne milhares de crianças que aprendem desde cedo a criticar e debater ideias .............PÁGINA 10
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EXPEDIENTE/EDITORIAL
EXPEDIENTE REITOR Professor Dr. João Carlos Di Genio DIRETOR Professor Francisco Alves da Silva ASSISTENTE DE DIRETORIA Professora Marisa Regina Paixão COORDENADOR GERAL Professor Fernando Perillo da Costa COORDENADOR AUXILIAR Professor Elvis Wanderley dos Santos PROFESSOR RESPONSÁVEL Dávius Sampaio (MTb: 21.187) EDITORES-CHEFES Clayton Santos e Bárbara de Pinheiro Ferreira EDITORIAS ARTE/FOTOGRAFIA Waldemar Terô Sato Aline Pigozzi CIDADES Magda Oliveira Alves (Subeditora) Aline Aiolfe Clayton Costa Fabio di Barros Shirley Milene COMPORTAMENTO Jessica Barbosa da Silva (subeditora) Amanda Barbosa de Freitas Gabriela Herculano de Andrade Larissa Lessa Calil Roseli Oliveira Herédia Leme Tuany Troleze CULTURA/ENTRETENIMENTO Thiago Henrique Farias (subeditor) Jairo Oliveira Ketlen Damasceno de Souza Nayara Rios Sarah Dias Tatiana Santos Silva ESPORTE Clayton da Silva Gomes (subeditor) Alexandre C. Kalfa Aline Franco Ivan Lima da Silva Luiz Antonio Lamboglia POLÍTICA Mônica Araújo (subeditora) Aline Pigozzi Bárbara de Pinheiro Ferreira Clayton Santos Daniel Baldini Waldemar Terô Sato
C hi
Chegamos lá!
E
ste jornal foi idealizado e desenvolvido pelos alunos de jornalismo da Unip - Chácara Santo Antônio para você, aluno, nosso(a) colega. Tentamos nos colocar no seu lugar para propor pautas interessantes, que justificassem a sua atenção. Por isso, o É NOTÍCIA! pede a você que, se possível, entre em contato pelo http://pautasnaweb.wordpress.com para opinar sobre este projeto. Sua opinião, que será compartilhada com toda a turma, também vai fazer parte do nosso processo de aprendizagem. Fazer um jornal-laboratório não é tão simples quanto se imagina. Não existe “treinamento”, o primeiro é o que vale. Os critérios de supervisão são profissionais, para simular as condições reais de uma redação, apesar de os alunos ainda não terem a bagagem de um profissional tarimbado – sem falar da dificuldade de se trabalhar de forma integrada a partir de várias equipes (as editorias). Tivemos todo tipo de divergência interna. Mas o jornal está aí, em suas mãos. Entre outras sugestões de pauta, o É NOTÍCIA! foi tentar entender por que os universitários frequentam cada vez mais os sex shops da cidade. Foi também conhecer uma comunidade que vive a partir da sua própria moeda, o Sampaio, em vez do Real – a agência bancária local não tem porta giratória nem seguranças! Visitou também o Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente, onde criança debate política feito gente grande. Estas são apenas algumas das diversas matérias que o É NOTÍCIA! leva até você. Esperamos que você goste e nos envie a sua opinião.
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Por Tat
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Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim. Viver é desenhar sem borracha. Chato...Indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele. Quem mata o tempo não é assassino mas sim um suicida. Viva o Brasil Onde o ano inteiro É primeiro de abril O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O socialismo é o contrário. A diferença entre a galinha e o político é que o político cacareja e não bota o ovo. Toda lei é boa, desde que seja usada legalmente. Millôr Fernandes (1923-2012)
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CULTURA
Caminhada noturna revela aspectos da história e da arquitetura de São Paulo
Guia turístico acompanha o interessado pelas ruas do centro velho da cidade, às quintas-feiras. Por Tatiana Santos Silva
restaurante vegetariano APFEL, Carlos Beutel, decidiu promover o passeio pela primeira vez. Carlos sempre defendeu a conservação e recuperação do centro paulistano e decidiu dar forma a esse sentimento. Em um encontro comunitário que tratava das problemáticas da Rua Barão de Itapetininga, o empresário lançou a ideia: uma caminhada que revelasse às pessoas o que cada lugar
Clayton Santos
I
magine conhecer uma São Paulo como você nunca viu. É o que oferece a Caminhada Noturna pelo Centro de São Paulo às quintas-feiras, sempre a partir das 20h, em frente ao Teatro Municipal, Praça Ramos de Azevedo. A atividade costuma reunir cerca de 100 pessoas semanalmente e dura aproximadamente duas horas. A ideia surgiu em 2005, quando um empresário paulistano, dono do
representa e o que o Centro sofreu com o tempo, o abandono. Uma moradora da região da Bela Vista, Ângela Carroceli, emendou: “Por que não fazer um passeio diferenciado, noturno, como se faz em Barcelona?”. E o projeto nasceu.
A partir de 2006, o grupo contratou um guia turístico, profissionalizando a atividade, que está disponível a qualquer interessado, gratuitamente, toda semana. Lucas Coelho, 21 anos, é um dos adeptos. “Nunca imaginei fazer uma caminhada noturna por São Paulo, é uma sensação inacreditável e única”, destaca. O estudante conta que o projeto possibilita ao participante observar detalhes de construções importantes do
município. “É São Paulo como a gente não conhece, pois estamos sempre com tanta pressa que não olhamos as maravilhas históricas que estão a nossa volta, é uma oportunidade enriquecedora por tratar dos aspectos históricos e arquitetônicos que têm uma das melhores infraestruturas da América Latina”, diz Lucas. Os interessados não precisam se inscrever. Basta que compareçam às escadarias do Teatro Municipal, às 20h, às quintas-feiras.
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Trabalho voluntário pode Livros. Como sabêlos sem lê-los? ajudar na mensalidade do ensino superior M Por Nayara Rios
Empresas e governo do Estado de São Paulo enxergam com bons olhos os jovens com experiências nesse setor
Cálculo da mensalidade
Mensalidade = Trabalho voluntário - (Estado + Faculdade) Mensalidade = 100% - (máx. R$ 310,00 + restante, financiado pela faculdade)
Mensalidade = ZERO
Por Tatiana Santos Silva
O
s esforços voltados para o crescimento profissional e acadêmico contam com um aliado estratégico: o trabalho voluntário. A consultora do banco Itaú Layla Peluzzo afirma que as empresas enxergam o voluntário com bons olhos, principalmente nos casos em que a empresa contratante patrocina projetos sociais e percebe que o candidato consegue vincular essas experiências à vida pessoal e profissional.
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O Governo do Estado de São Paulo oferece uma possibilidade de voluntariado que pode ajudar o universitário a bancar 100% da sua mensalidade. É o projeto Escola da Família, parceria celebrada entre o governo estadual e universidades, em que 50% da mensalidade são pagos pelo Estado – até o limite de R$ 310,00 por mês, que se renova a cada semestre – e o restante é financiado pela própria faculdade. A contrapartida esperada do beneficiário é o seu engajamento em pro-
jetos educacionais promovidos pelo Governo. O primeiro passo para aderir ao projeto é procurar a delegacia de ensino da região e comprovar incapacidade financeira de arcar com os custos da faculdade. Segundo Karina Dias, ex-beneficiária do programa, a participação foi uma grande experiência profissional e pessoal. “Fez-me aprender várias coisas e perceber a importância do projeto para a comunidade. Além da ajuda para custear os estudos, a parceria impulsionou a minha carreira. O fundamental é que esse trabalho seja um compromisso e não apenas uma peça de marketing pessoal”, adverte Karina.
essias Coelho se dedica integralmente a seu estabelecimento, o Sebo do Messias, e trabalha duro para que sebo seja apenas referência ao tipo de livraria. É que parte dos 50 funcionários que trabalham com ele cuida da limpeza dos livros antes de ir às prateleiras. O asseio de cada volume é cuidadoso. Nascido em Guanhães (MG), ele investiu todas as economias num acervo de 5 mil livros. Hoje são 250 mil volumes entre livros, CDs, DVDs e LPs. “Nós compramos os produtos aqui na loja ou recolhemos em domicílio. Apesar de tudo ser usado, é necessário que esteja em bom estado”, insiste. A enorme procura levou o Sebo do Messias para a internet em 2007 e o site é responsável por 50% da clientela. “Hoje as pessoas podem comprar e receber
em casa ou reservar e vir retirar aqui na loja. É seguro. Vendemos para o Brasil inteiro”, comemora o mineiro. Nunca teve loja física o SebosOnline.com e, segundo Luciana Carvalho, a visitação é de 50 mil pessoas por dia. Disponibiliza produtos cadastrados por mais de 900 sebos do País.
Quem aprecia a companhia de um bom livro e adora sentir o aroma de página nova precisa saber que livros antigos, de fato, perdem esse cheiro, garantem fieis leitores; por outro lado, dizem, os exemplares amarelados acabam adquirindo fragrância de papel antigo, o que pode ser tão gratificante quanto folhear um livro novo.
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ESPORTES
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O país (que já foi) do futebol Após longo período de supremacia, futebol brasileiro perde credibilidade Por Clayton da Silva Gomes
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á muitos anos somos considerados o país do futebol, seja pelas conquistas, pelos craques que fabricamos ou pela paixão incondicional que leva o povo aos estádios brasileiros. Ostentamos esse título e sempre procuramos fazer jus ao rótulo. Porém, os atributos acima estão começando a ficar cada vez mais escassos e a cada dia estamos mais distantes de sermos o país do futebol. Ao longo da história, três épocas ajudam a traduzir bem essa nossa situação atual, três resultados distintos, com equipes completamente diferentes entre si, sempre movidas mais pela fé dos torcedores do que de fato por superioridade reconhecida. A primeira delas foi a seleção brasileira de 1970, composta pelos maiores camisas 10 da história do nosso futebol. A equipe de Pelé e companhia encantou o
mundo com um futebol vistoso, que nos rendeu o status que sustentamos até hoje (o tal “país do futebol”...). Já o ano de 1982 mostrou à história que, apesar da frustração pela desclassificação ante a seleção italiana, o conjunto brasileiro marcou época e, quer pela mídia, quer pelo relato do torcedor comum, a equipe co-
mandada por Telê Santana não sairia da memória dos brasileiros tão cedo. Mas é em 82 também que a fé do torcedor começa a fraquejar, pois desde então o “favoritismo” brasileiro, tido como “natural”, padece
diante da superioridade técnica estrangeira. O País passou em 2011 pela final do Mundial de clubes da FIFA, representado pelo Santos, contra ninguém menos que o poderoso Barcelona de Messi e companhia – confronto que, em tese, apontava amplo favoritismo para a equipe catalã. Apesar disso, um fio de esperança pairava no ar. Afinal, “somos o país do futebol”. Mas foi só a bola rolar para que todos testemunhassem o que já se sabia: não somos mais esse país. Além do placar elástico a seu favor, as chances desperdiçadas pela equipe europeia traduziram inferioridade técnica alarmante do time brasileiro. O derrotado era, simplesmente, não apenas o melhor time brasileiro do momento, mas também do continente sul-americano. Às vésperas de sediar a Copa do Mundo de futebol, a Seleção Brasileira ainda não tem uma base
“
Por Ali
Com fé, iremos vencer! formada. O comandante da equipe canarinho já convocou 72 atletas e desde que assumiu o cargo não conseguiu montar uma base que possa devolver a credibilidade que a camisa verde e amarela sempre teve. Outro fator que pode ter atrapalhado o treinador é a falta de matéria-prima. Nos últimos anos o Brasil vem sofrendo a falta de grandes revelações. Hoje, a quantidade de jogadores que vêm se destacando do meio para a frente no cenário mundial está aquém do que estamos
”
acostumados. Segundo Cafu, jogador com maior número de convocações pela Seleção e único jogador a disputar três finais de Copa do Mundo seguidas – campeão em duas oportunidades (1994 e 2002) –, o momento vivido pelo futebol brasileiro é complicado. O país não vem conseguindo revelar grandes atletas, o que acaba gerando mais cobranças sobre a comissão técnica. Uma espécie de crônica da morte anunciada. Todo mundo via e sabia.
Na esperança de assistir a bons jogos da Seleção Brasileira de Futebol, torcedores lotam estádios, mas quase sempre saem de lá frustrados pela fraca atuação da equipe.
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joúmepela ador s de eguiduas 4 e vivileiro s não eveque cossão e de nunvia e
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ESPORTES
Futebol de rua brasileiro é campeão mundial
Projeto social leva crianças carentes para disputar mundial
Por Aline Franco
Q
uem não se lembra daquele futebol jogado em frente de casa, descalço, sem compromisso, a não ser com o divertimento e a reunião com os amigos? Pois é, com o passar do tempo a brincadeira de criança virou coisa séria. O projeto Futebol Social resgata a prática do futebol de rua e o leva pelo mundo. Por meio de parcerias com a Ocas (Organização Civil de Ação Social) e a Rede Rua foi possível organizar campeonatos regionais e nacionais da modalidade, e desde 2003 um
torneio mundial é promovido pela Homeless World Cup, fundação que objetiva incentivar a mudança na vida de jovens desabrigados a partir do futebol. Todo ano, países de diferentes continentes se reúnem em um país-sede para a disputa, que já teve como anfitriões Itália, Austrália, Suécia, África do Sul, Escócia, Dinamarca, Áustria e Brasil, em 2010, no Rio de Janeiro, quando a nossa seleção sagrou-se campeã mundial de futebol de rua. Este ano, em outubro, o evento será realizado no México. O projeto tem como
padrinho um dos maiores ídolos do futebol mundial, o ex-atacante Romário, que apoia e incentiva os jovens na prática do esporte. Outra ajuda muito importante vem dos patrocinadores Nike e Eletrobrás, que fornecem os recursos necessários para que os garotos possam desenvolver suas habilidades. Jovens carentes brasileiros só saem ganhando com essas parcerias. Uma vez por ano, o presidente Guilherme Araújo e o técnico da seleção brasileira, Pupo Fernandes, convocam de 23 a 30 atletas entre 16 e 20 anos. Esses jovens
respondem a um questionário que serve como parâmetro para a escolha dos selecionados. Segundo o treinador, o critério de escolha não é a habilidade. “Os jogadores que participam são os mais carentes”, garante o comandante. Curioso refletir sobre os porquês de eles serem os campeões mundiais... As partidas lembram o futebol de rua, em uma quadra de grama sintética de 22x16 metros, com o gol de 4 metros de comprimento por 1 de altura. As equipes jogam com três jogadores na linha e um goleiro, e apenas dois
desses jogadores podem defender, pois na regra as equipes não podem ter três atletas de linha no campo defensivo, o que torna o jogo dinâmico e sujeito a muitos gols. Pupo destaca que “enquanto esses garotos jogam o futebol de rua deixam para traz todo o sofrimento do dia a dia e buscam nesses momentos de alegria a chance de mudar de vida”.
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Esporte é tábua da salvação
Atividade esportiva pode ajudar comunidade carente na educação de crianças e jovens Por Waldemar Terô Sato
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ifícil imaginar uma sociedade perfeita, isenta de problemas relacionados a questões materiais ou de dificuldades de convivência entre as pessoas. Não é necessário viajar para regiões longínquas para confirmá-lo. Em qualquer parte do País, são poucas ou raras as iniciativas que despertam a população para o interesse político relacionado à própria comunidade. Bairros populosos e abandonados, carentes de infraestrutura básica, hospitais, escolas etc., os problemas aumentam, a começar pelo crescimento da incidência de diversas doenças, inclusive aquelas facilitadas pela falta de cuidados sanitários elementares. A educação das crianças e dos jovens acaba ficando para
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segundo plano, tanto por parte das máquinas dos governos quanto das próprias famílias que não encontram opções. Por outro lado, em grande parte, milhares de famílias, conscientes de que o melhor caminho para os filhos é a educação, buscam alternativas. Quando não encontram vagas em escolas públicas, conseguem espaço em ONGs – organizações não governamentais atuantes na própria comunidade, estrategicamente localizadas para tentar suprir deficiências que as máquinas governamentais ignoram. É o que ocorre na periferia de grandes centros urbanos do Brasil em que é notória a presença de famílias carentes, privadas de necessidades básicas,
não atendidas pelo poder público. Mas é por meio do esporte que entidades fazem despertar o interesse das crianças e dos jovens para uma atividade esportiva em vez de viverem perambulando pelas ruas. Afinal, “cabeça vazia, oficina do diabo”! Eis que o esporte se apresenta como atividade salvadora. Em “Utopia”, Thomas Moore, ao fazer críticas aos poderosos e à sociedade do seu tempo, descreve
uma comunidade perfeita, organizada de forma racional, em que as pessoas conviveriam de modo a fomentar o partilhamento material igualitário, derrubando as diferenças. Dessa forma, a paz e a harmonia imperariam entre os cidadãos, na medida em que não haveria motivos materiais que despertassem a ganância ou estimulassem a competição por alguma forma de superioridade. Nem seria necessária a “perfeição”. Afinal, ela
é utópica. Mas que os impostos arrecadados, que batem recorde atrás de recorde, poderiam atenuar as diferenças sociais tão profundas entre os brasileiros, ah, poderiam. E não em forma de auxílio, bolsa-isso, bolsaaquilo, mas por meio de um projeto transformador que erradicasse as necessidades sociais elementares: educação de qualidade; saneamento básico; saúde pública e moradia dignas; transporte coletivo. De resto, como sempre, o próprio brasileiro resolveria, individualmente. Seríamos um outro país. Que o esporte – tanto o espetacular quanto o que tem função social – continue inspirando a sociedade a buscar os recursos de que precisa para tornar a sociedade brasileira igualitária.
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CIDADES
Bares junto às faculdades – lazer polêmico
Por Shi
Moeda social: ideia que deu certo
O País já possui serviços bancários gerenciados pelas próprias comunidades beneficiadas por eles. Por Bárbara de Pinheiro Ferreira
S
Por Magda O. Alves e Aline Aiolfe
N
ão é de hoje que os famosos “barzinhos” tentam se aproximar das instituições de ensino. O motivo, provavelmente, é a lucrativa procura pelo serviço durante todo o ano letivo. Segundo relatos do soldado PM Moura, que faz ronda às sextas-feiras em frente à Unip localizada na Rua da Paz, no bairro Chácara Santo Antonio, zona Sul de São Paulo, os clientes não são apenas alunos, mas jovens de outras regiões, que vêm em busca de curtição, sem se preocupar se a música e gritaria – principalmente em dias de jogo – incomodam os moradores e os estudantes que permanecem em sala de aula. Para Eliane da Silva, moradora vizinha à Unip na Rua Cancioneiro Popular, o incômodo maior acontece em dia de futebol. “Eles gritam muito e é sempre assim, não nos dão paz, às vezes chamamos a polícia, mas o silêncio só predomina durante
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a permanência da viatura”, reclama. O dono do bar, a quem vamos chamar de Diogo, afirma que sabe que o barulho incomoda, mas que nada pode fazer, pois o som não vem do seu estabelecimento, mas das adjacências. Ele ressalta que seu trabalho é o que sustenta a família e que cumpre o que estabelece a lei. O barulho viria dos carros que estacionam em frente ao seu comércio. Alguns dos frequentadores habituais, por sua vez, reivindicam o direito de escolher estar ali. “Não me importo com isso, mantenho boas notas na faculdade, acho errado ter moradia próxima a barzinhos e à faculdade”, diz o estudante Leonardo Amaral. Entre pressões daqui e dali, a sociedade vai encontrando respostas para os problemas de convivência. Por isso o debate é essencial. Afinal, diz o velho ditado que quem cala, consente.
em detectores de metais ou seguranças armados, um novo tipo de banco vem caindo na graça da população. São os bancos comunitários, bem diferentes das imponentes instituições financeiras convencionais. Alguns desses estabelecimentos populares funcionam em pequenos cômodos dentro da própria comunidade. Os serviços se baseiam em duas linhas de crédito: uma em Real e a outra em moeda social circulante. Moeda social é uma moeda complementar ao Real, criada e controlada pelo banco comunitário. Tem como objetivo fazer com que o “dinheiro” circule na própria comunidade, ampliando o poder de comercialização local, gerando trabalho e renda. Ela não substitui o Real, a ideia é que funcione de modo complementar à moeda nacional, desenvolvendo as economias locais. Em São Paulo a moeda solidária está presente em cinco regiões: no Jardim Filhos da Terra, zona norte; Jardim Inácio Monteiro, zona leste; Jardim Donária; zona oeste; e no Jardim Maria Sampaio, na zona sul da capital – a moeda que circula por lá há três anos é o Sampaio, emitida pelo Banco União
Sampaio, que funciona nos fundos da ONG União Popular de Mulheres. Rafael Mesquita, morador do bairro, é também o gerente do banco. “O diferencial do banco é buscar o desenvolvimento de nossa comunidade, e não gerar lucros para o enriquecimento individual”, diz. Além de oferecer descontos nos estabelecimentos da região, o Sampaio tem o mesmo valor que o real, é seguro e circula livremente no bairro. O comerciante que faz seus negócios em Sampaios pode usá-los em outros estabele-
cimentos ou trocá-los por reais quando pagar uma conta fora do bairro. Um dos serviços que o banco oferece é o de crédito de consumo, que prioriza o fortalecimento do comercio local. O empréstimo é de até 300 sampaios, condicionado ao prazo de até quatro meses para saldar a dívida. Não há juro. Caso o tomador atrase o pagamento, arca com taxa administrativa de 1% ao mês e R$ 0,25 por dia de atraso. Para acessar os créditos é pre-
ciso fazer uma solicitação junto ao banco e depois receber em sua casa a visita de um representante, para a análise do pedido. “Para aprovação do crédito, os clientes respondem a um questionário socioeconômico. Para liberação do dinheiro, o banco quer verificar a finalidade do crédito e exige um aval solidário de um vizinho, para saber se esse vizinho emprestaria dinheiro pessoal para o cliente”, explica Rafael. Atualmente, 23 lojas aceitam o Sampaio. São padarias, cabeleireiros, casas de material de construção, mercadinhos, drogarias, bares e o famoso Açougue Silvestre, que foi o primeiro estabelecimento a aceitar a moeda como forma de pagamento. Moradores e comerciantes afirmam que depois da criação do Sampaio, a vida da comunidade mudou, e para melhor. Até o índice de violência, por se tratar de uma periferia, diminuiu depois da implantação do banco. De forma criativa, sem paternalismos do Estado nem a especulação do mercado, as próprias comunidades vêm sendo capazes de viabilizar alternativas que há até alguns anos pareceriam impossíveis. Sinal dos tempos...
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CIDADES ONG busca novos lares para gatos abandonados Encontrar outro dono é uma luta diária ONG Adote Um Gatinho, hoje com 40 voluntários, luta todos os dias para que os felinos que resgata encontrem um lar depois de terem sido abandonados. A lista de maus tratos contra animais no Brasil é incalculável e tornou-se assunto corriqueiro nos jornais. Dalva, senhora acima de qualquer suspeita, tinha a fama de boa samaritana, mas na verdade ganhou os noticiários porque maltrata-
cuidar de mais de 350 animais. Possui ainda três veterinários e lares temporários que funcionam na casa de voluntários. Quando chegam à ONG, os gatos recebem atendimento veterinário e são castrados e vacinados. Depois são anunciados para possível adoção. Alguns deles chegam ao abrigo em péssimo estado e precisam passar dias internados em clínicas vinculadas à ONG. A organização é a primeira criada para atender especialmente aos
va os animais que resgatava das ruas. Ela matou 35 gatos na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, no inicio deste ano. Lá também foram encontrados mais cinco cachorros mortos, além de uma cadela e oito gatinhos vivos, recolhidos sob a proteção da ONG. Na internet desde 2003, o site da associação surgiu da iniciativa das amigas Susan Yamamoto e Juliana Bissab, jornalistas e apaixonadas por bichanos. “Ficávamos indignadas com a situação em que esses animais se encontravam nas ruas. Percebemos que tínhamos que fazer alguma coisa por eles”, conta Juliana. A dedicação das amigas levou a entidade a agrupar cerca de 40 voluntários e
felinos e já não dá conta do número de animais que chegam por lá. Para ajudar a bancar as despesas, além de receber donativos a entidade vende produtos e acessórios para gatos por meio do seu site: adoteumgatinho.com.br. “O interessado em adotar precisa dispor de condições financeiras para poder proporcionar boa alimentação e cuidados veterinários e, claro, ser uma pessoa responsável”, explica Susan. Antes de o gatinho ser entregue ao adotante, uma vistoria à futura casa do animal precisa ser realizada. Interessados podem conhecer um pouco mais sobre os bichanos pelo próprio site da organização.
Por Shirley Milene
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Shoppings a céu aberto Feiras de artesanato viram boa opção para quem quer economia e qualidade. Por Magda Oliveira Alves e Fabio di Barros
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capital paulista é conhecida por seu comércio intenso, seus milhões de consumidores, sua forte demanda por todo tipo de produto, de alfinetes a carros luxuosos. Suas feiras de arte e artesanato não deixam por menos: só na Grande São Paulo há mais de 40, que oferecem de tudo, de produtos inusitados a obras de arte para todos os gostos. Uma das mais conhecidas e tradicionais delas acontece na Praça da República, centro da cidade, há mais de 40 anos. É lá que aos sábados e domingos, das 9h às 17h, artesãos e outros expositores produzem sua arte na hora, de acordo com o gosto do cliente. Também há décadas, a tradicional Feira do Masp recebe turistas de todo o mundo em plena Avenida Paulista, no famoso vão livre do Masp – Museu de Arte de São Paulo. Todos os domingos, das 8h às 17h, dezenas de colecionadores e expositores de antiguidades oferecem por lá uma infinidade de relíquias e raridades de encher os olhos. A famosa Feira da Liberdade, localizada no bairro que
leva seu nome, também é boa opção para quem procura conhecer um pouco da culinária oriental e outros costumes japoneses. A feira funciona aos sábados e domingos, das 8 às 19h, e conta com cerca de 150 barracas que vendem desde peixes ornamentais até luminárias, entre muitos outros artigos da cultura japonesa – sem falar das disputadas barracas de comida, que talvez sejam um dos principais atrativos para milhares de visitantes fiéis. Mas há quem procure lugar mais calmo e de clima mais interiorano. Nesse caso, a boa dica é a Feirinha de Embu das Artes, às mar-
gens da rodovia Régis Bittencourt. A pequena cidade é opção de compras e lazer para quem busca ambiente tranquilo e ar mais puro. Embu das Artes é um dos centros turísticos mais visitados da região metropolitana. Há 30 anos sua feira é conhecida por vender desde produtos artesanais a obras de arte. Dezenas de artesãos recebem os visitantes ao longo de pequenas ladeiras e ruas da cidade. Cada uma dessas feiras pode significar um passeio diferente e mais estimulante que as costumeiras visitas aos shoppings da cidade, às vezes tão enfadonhas e repetitivas. Por que não variar?
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COMPORTAMENTO
Mulheres pagam mais para ter privacidade Academias femininas ganham mercado e se multiplicam
que praticando os exercícios. “Aqui eu faço o circuito de trinta minutos e vou embora. É mais prático e rápido.” Não há pesquisa a respeito, mas acredita-se que o negócio busque atingir também um público especial, o das mulheres que evitam frequentar academias tradicionais, por não se sentirem à vontade, ou por conta das cobranças de namorados e maridos ciumentos. Em tese, um marido ciumento pagaria de bom grado para sua
Por Tua
Gabriela H. Andrade e Roseli O. H. Leme
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Mas a privacidade tem cada dia as mulhepreço. Para desfrutar dessa res se tornam mais independentes e suposta vantagem a cliente tem de arcar com mensaadicionam tarefas à lidade três vezes maior do sua rotina diária. Foi penque a das academias consando nisso que em 1998 empresários lançaram a primeira academia de fitness só para mulheres nos Estados Unidos, hoje com mais de 1000 unidades no mundo e 100 no Brasil. Mulheres buscam na Contours um treino rápido e eficaz para a saúde e Juliane frequenta a academia há três meses. a boa forma.
vencionais, o que acaba limitando o público-alvo. Enquanto uma academia feminina atende a 125 alunas ativas, as convencionais atendem a 350. A Contours oferece um circuito rápido, de trinta minutos, que trabalha todas as partes do corpo, buscando resistência e bemestar. Juliane, 28 anos, farmacêutica, aderiu a essa nova proposta em janeiro passado. Saiu da academia convencional porque passava mais tempo conversando do Gabriela H. Andrade e Roseli O. H. Leme
Por Gabriela Herculano de Andrade e Roseli Oliveira Herédia Leme
mulher a mensalidade de uma academia que incluísse no preço o valor da privacidade. Se esse raciocínio corresponde ou não à realidade, o fato é que esse negócio se consolida a cada ano.
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Eles vivem da arte numa luta pela vida Por meio dela eles obtêm o sustento e viajam pelo mundo
Por Jéssica Barbosa da Silva e Amanda Barbosa de Freitas
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s vezes são vistos, outras, ignorados. Em luta pela arte e pela liberdade, os artesãos estão nas ruas produzindo e vendendo brincos e colares a baixo custo para se sustentarem. Em São Paulo não podia ser diferente. Sem emprego fixo e há 20 anos na profissão, o paraense Simba (33) encara a dura realidade da metrópole. “Ainda não inventaram outra maneira para sobreviver senão o trabalho.” Sua vida é a arte e por meio do artesanato conheceu nove países, como Bolívia, Venezuela, Chile, Paraguai e Equador. Solteiro e pai de quatro filhos, atualmente trabalha na Avenida Paulista. “O que atrapalha a Paulista são os policiais e a fiscalização, que chegam e nos tiram
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Comportamento de consumo nas redes sociais
95% dos internautas brasileiros acessaram ao menos uma rede social nos últimos 30 dias Por Tatiana Santos Silva e WaldemarTerô Sato
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das praças. Ainda sofremos muito preconceito, existem comunidades na internet contra os hippies. Além disso, não consigo emprego pelo meu estilo”, diz Simba. Mas em contrapartida os turistas prestigiam e admiram seu trabalho.
número de usuários das redes sociais aumenta em todo o mundo de forma epidêmica. Enquanto pesquisadores das diversas áreas acadêmicas buscam compreender o fenômeno, o mercado encomenda cada vez mais pesquisas na busca de pistas que ajudem a entender melhor quem é esse novo consumidor. Recente estudo da Hi-Midia (abril/2012), pertencente à holding digital do Grupo RBS, e da M. Sense, empresa especializada em pesquisa de mercado digital, mapeou o comportamento do usuário de redes sociais no
Brasil, chegando a resultados impressionantes. Ao todo, 484 pessoas foram ouvidas em todas as regiões do País. Cerca de 95% delas afirmaram que usam as redes sociais. O Facebook lidera o ranking, acessado por 86%. O Orkut vem em seguida, com 63% dos pesquisados. O Twitter, em terceiro, visitado por 32% dos respondentes. Dentre todos os usuá-
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rios, 72% acessam o Face ao menos uma vez ao dia. Na outra ponta, 20% dizem que se mantêm conectados à rede o dia todo. As marcas mais “curtidas” pelos pesquisados são Nike (16%), L’Oréal (8%), Nokia (8%), Skol (7%), Coca-Cola (6%), Samsung (6%) e Sony (6%). Embora estes e outros números possam ser engordados por ações de marketing das respectivas empresas, pode ser curioso utilizá-los para provocar debates sobre o que os jovens brasileiros mais desejam enquanto navegam pelas redes.
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COMPORTAMENTO
Casamento com prazo
Deputada defende validade de dois anos para casamento
Por Tuany Troleze e Larissa Lessa Calil
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o México, uma controversa proposta apresentada pela deputada Lizbeth Montero entrou em discussão: casamento com prazo de validade de dois anos. Seria a solução encontrada para reduzir o desgaste jurídico e os problemas emocionais decorrentes das separações, cada vez mais frequentes, diz a deputada. A proposta prevê que ao final do prazo inicial estabelecido, os cônjuges precisariam de comum acordo renovar os votos. “Dois anos é um tempo mínimo que já permite co-
para uma separação. No caso de um contrato desse tipo, acabou, pronto, sem maiores problemas”. A psicóloga Patrícia Menezes (49) alerta que a maior parte dos casos de separação de casais que atende se deve à falta de diálogo entre os cônjuges: “os casais não priorizam a conversa, e aí começa a acontecer um acúmulo de decepções e mágoas.” O advogado Caio Roberto (32) concorda: “Deve-se cuidar das relações e dos detalhes, ‘ninguém tropeça em montanha’”. “O maior erro está no propósito: as pessoas ainda pensam em se
Sex shops se aproximam das universidades Público consumidor feminino já equivale ao masculino
Por Jéssica Barbosa da Silva e Amanda Barbosa de Freitas
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endo em vista o crescimento da demanda por sex shops, os donos estão investindo cada vez mais em novidades vindas de outros países e na localização das lojas. Se há alguns anos esse negócio buscava total discrição, hoje ele procura visibilidade, aproximando-se de universidades, bares e até shoppings, frequentados principalmente por jovens. Atualmente são mais de 300 pontos de venda só no estado de São Paulo. Localizada próxima à Universidade Paulista – UNIP, na Chácara Santo Antônio, a Exclusiva Sex Shop tem atraído muitos alunos. Não foi de propósito, garante o dono, que prefere não se identificar.
Só depois de inaugurar o ponto é que o gestor se deu conta de que a loja seria tão procurada por universitários. Segundo uma das vendedoras, Carmem Lúcia, 37, houve aumento significativo nos lucros por conta da procura dos estudantes: “os alunos realmente frequentam a loja, compram e trazem amigos que sempre voltam com mais amigos”. Mas quem compra mais, homens ou mulheres? O público feminino é frequentador tão assíduo quanto o masculino, diz Carmem. Elas preferem os estimuladores clitorianos, além dos cosméticos (gel para sexo oral); eles, as calcinhas comestíveis, além dos cosméticos também. A loja dispõe de cerca de cinco mil produtos – entre eles, uma variedade
enorme de preservativos. Mas nem todos encaram a visita a um sex shop como natural, observa a vendedora. O segredo para quebrar o gelo, diz, está na abordagem. “Os jovens se sentem inibidos, e é nessa hora que o bom humor ajuda e muito. Vendedor de sex shop acaba se tornando meio ‘psicólogo’, conhecendo um pouco mais os clientes, ficando amigos deles”, revela.
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nhecer e avaliar como é a vida do casal. Se o casal renova (o contrato), isto significa que há um entendimento entre os parceiros, que as regras estão claras e ambos têm certeza jurídica de seus direitos e deveres”, argumenta. No Brasil, a polêmica está apenas no começo, mas já há opiniões conflitantes. “Não sou a favor. Quando a gente casa, não é pensando em separar, senão seria só um namoro”, diz Natália M. (22). Já Marília de Lima (24) questiona a possível situação em que a pessoa quisesse quebrar o contrato antes do tempo: “ela teria que ficar presa ao outro pelo fato de o contrato ainda não ter acabado”. Para Carlos Rodriguez (30), “sou a favor. Hoje há muita burocracia
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Quem tem pressa come cru casar ‘para ser feliz’, enquanto poderiam pensar ‘quero me casar para fazer o outro feliz’. Assim, ambos seriam felizes, pois entenderiam que o casamento é partilha. Sempre digo que o casamento é como uma grande mala de viagem. Temos que colocar dentro dela toda a história de vida de cada um, todos os sonhos, os projetos, os medos e traumas. É necessário analisar o que é prioritário e no que se pode ceder, para que tudo se acomode harmonicamente”, completa a terapeuta. Em tempos em que os laços pessoais são substituídos com tanta facilidade pelas conexões que vão e que vêm, é provável que o assunto tenha vindo para ficar.
Paradinha para o lanche antes da aula é quase obrigatória Por Tuany Troleze e Larissa Lessa Calil
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air de casa às 6h, chegar ao trabalho às 8h, sair às 18h, chegar à faculdade às 19h, sair da faculdade às 23h e chegar em casa tarde da noite... Essa é a realidade da maior parte dos universitários paulistanos que estudam à noite. Esse esforço diário se reflete diretamente sobre a saúde, segundo especialistas. A alimentação dessas milhares de pessoas, geralmente, não é saudável, por causa da pressa. O estudante Dorival Gonçalez, 21 anos, gasta em média R$ 10 por dia para tapear o apetite na faculdade. Embora o lanche seja reforçado, como ele diz, Dorival não prioriza as-
pectos nutricionais. Em sua opinião os lanches naturais, que em tese seriam mais saudáveis, não “sustentam” após um dia inteiro de trabalho: “eu poderia usar esses R$ 10 para comer melhor, mas prefiro comprar algo que sustente mais, afinal, chego muito tarde em casa e acabo não jantando”. Já Tatiane Resende, 19 anos, leva em conta o preço e acaba optando por comer um salgado, mais barato, em vez dos caros lanches considerados mais saudáveis. “Eu escolheria comer um lanche natural se ele fosse mais barato. Mas infelizmente, não posso, já que pago o lanche da noite com minha remuneração de estagiária. Por isso, prefiro comer uma coxinha e beber
um refrigerante. No final, a conta dá apenas R$ 5,00.” Para a nutricionista Débora Vitzkausen, é possível manter uma alimentação saudável gastando menos, apesar da rotina corrida. “Muitas vezes os estudantes esquecem que levar um lanche natural de casa pode ser mais barato, tranquilo e saudável do que enganar a fome de qualquer jeito.” E completa: “É claro que priorizar a saúde exige alguma dedicação. Mas o importante é lembrar que esse esforço valerá a pena no futuro. Muitos casos de obesidade que já atendi vêm de pessoas dessa faixa etária por conta de hábitos assim, aparentemente inofensivos.”
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POLÍTICA
ARTIGO
Chegou Eles debatem e criticam a nossa vez feito gente grande
Do se re
Crianças e adolescentes discutem questões políticas
Tudo pela
Por Aline Pigozzi e Mônica Araújo
Daniel Baldini
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Por Daniel Baldini
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ndar por Paris, Zagreb, Roma, Lisboa entre outras cidades europeias me trouxe a estranha sensação de poder caminhar tranquilamente pelas ruas portando câmera digital, filmadora, celular e mochila à mostra. Foram 28 dias com este estranhamento e pensando em como se sentiria um europeu visitando nossa inglesa Estação da Luz e dividindo espaço com os zumbis que, mesmo após as ações da Polícia Militar, ainda habitam aquela região. Outra coisa que me impressionou foi a visão europeia de que o país do futuro virou o país do presente. Ouvi muitos elogios em relação a nossa economia, ao nosso pleno emprego, além de afirmações de que no Brasil tudo se compra e tudo se vende. Voltei ao Brasil e, no segundo dia, acontece uma
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colisão entre trens do metrô. Os governantes brasileiros não são capazes de controlar nossas 81 estações espalhadas por nossos inacreditáveis 74 km de extensão do metrô em São Paulo – enquanto Paris, somente de metrô, possui 387 estações com tamanho aproximado de 213 km, onde 95% dos trens trafegam no horário previsto. Viajei entre cidades italianas com trens que trafegavam a 250km/h exatamente nos horários estipulados. Qual o preço que pagamos por viver no país do presente se este não tem qualquer cuidado com educação, saúde, transportes e, além disso, os parlamentares aumentam seus próprios salários em índices muito acima da média dos aumentos do salário mínimo? Realmente somos a bola da vez, mas e agora?
ocê já pensou em crianças e adolescentes interferindo nas questões políticas? Isso, de fato, acontece! Trata-se do Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente, que se consagra como espaço para debates e formulação de propostas por parte de quem ainda não vota, mas já sabe como interferir na vida pública. Os encontros são organizados em fases – regional, municipal, estadual e nacional – e chega a envolver mais de 15 mil pequenos cidadãos. Um dos membros da Executiva do Fórum Municipal de São Paulo, Lourival Nonato dos Santos, explica que um dos conceitos norteadores do fórum é a democracia participativa e que seus trabalhos são baseados na Convenção Internacional dos Direitos da Criança e no Estatuto da Criança e do Adolescente. “O Fórum luta para que as crianças e adolescentes sejam protagonistas, sem prejudicar sua condição de pessoas em condição de desenvolvimento”, assegura. No bairro do Campo Limpo, por exemplo, o Fórum Regional da Criança e do Adolescente reúne cerca de 100 participantes em encontros mensais pautados pelos próprios jovens, adolescentes e crianças. Maria Kauana Souza Cabral, de 14 anos, conta que gosta de participar do Fórum para discutir sobre a desigualdade social. “Eu me tornei mais atenta e consigo me posicionar melhor sobre vários assuntos”, completa. Experiências como essa podem promover a ideia de uma geração mais crí-
Por Wa
tica, que desde pequena se preocupa com a realidade do nosso país. Enquanto isso... Enquanto crianças e adolescentes lutam para mudar a realidade em que vivem, buscando alternativas políticas e discutindo seus direitos e deveres como cidadãos, muitos jovens intensificam suas manifestações sobre o governo culpando as administrações, os políticos, o regime e o sistema, acreditando que são conscientes do seu posicionamento político. Mas será que realmente são? Segundo o TSE – Tribunal Superior Eleitoral, o jovem de 16 a 25 anos representa hoje quase 15% do total de eleitores em São Paulo. Na prática, essa parcela poderia contribuir para melhorar o cenário político da capital paulistana, até por conta do seu potencial de conectividade pelas mídias sociais. Por isso a equipe do ÉNOTÍCIA! fez uma enquete com 30 jovens de diversas áreas de atuação para compreender melhor a relação entre as suas reclamações e as respectivas atitudes. Como mostra a tabela, a maioria dos participantes da enquete não possui participação política e, apesar de muitos dizerem que pro-
curam informações sobre seus candidatos, nem sempre acompanham se suas propostas foram de fato concluídas. Muitas respostas como “minha atitude é igual a de muitos, reclamo bastante” e “apenas espero melhorias” foram ouvidas, além de outras como a de Guilherme Carvalho, de 17 anos: “gostaria de participar ativamente, mas os estudantes são muito parados”. Apesar dessa aparente acomodação, muitas pessoas transformam discurso em prática, como acontece no Fórum de Campo Limpo e, quer por meio de partidos políticos ou de movimentos sociais, contribuem para o aperfeiçoamento da democracia.
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POLÍTICA
Tudo começa pelas hastes Por Waldemar Terô Sato
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umbuca (TO) é um vilarejo da região do Jalapão. É lá que existe o capim dourado.
Com as hastes são formados pequenos maços, costurados com a fibra obtida de folhas da palmeira buriti para depois serem transformados em peças de decoração, pulseiras, brincos, chaveiros, bolsas, cintos, vasos, cestos etc.
A arte chegou à região por volta de 1920, ensinada pelos índios aos moradores da comunidade. Famílias inteiras praticam a extração do capim dourado, mas são orientadas para colhêlo na época certa. Regulamentações no estado proíbem a saída “in natura” da região, a não ser peças produzidas pela comunidade local, o que significa proteger o capim dourado e fortalecer a economia. O artesanato envolve as pessoas na obtenção de renda, além de levar informações e conhecimentos sobre o seu manejo. Daí a função primordial de ONGs – organizações não governamentais e de institutos do governo para conscientizar o povo de que o indivíduo tem papel fundamental na preservação do seu próprio material, informar sobre os cuidados com o meio ambiente, orientá-lo sobre a organização, a formação de preços, a venda e distribuição do produto final, a inclusão social e manutenção de renda continuada.
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Bom Prato é para quem? “Não se
pode esperar muito de políticos”
Política social atinge o público certo? Por Waldemar Terô Sato
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á mais de uma década o Bom Prato oferece, de segunda à sextafeira, refeição a R$ 1,00. Para o governo estadual, o custo de cada prato sai por R$ 2,50. Lançado na cidade de São Paulo por Geraldo Alckmin em 2000, por meio da Secretaria de Agricultura do Estado, o sistema de restaurante é destinado aos trabalhadores de baixa renda, aos desempregados, aos aposentados e aos moradores de rua. Ampliado para a grande São Paulo, cidades do Interior e litoral paulista, hoje são 30 unidades na capital e outras instaladas em Campinas, São José dos Campos, Guarulhos, Osasco e Santo André. A intenção
Tramontina fala sobre despoluição dos rios Logo de manhã (8h40), pessoas se aglomeram na porta da entrada.
do governador é expandir esse benefício aos outros bairros de São Paulo e às outras cidades do Interior. Na opinião dos que ficam na fila, o sistema ajuda aqueles que têm renda baixa. Donos de restaurantes da rua Afonso Sardinha, Lapa, acham que não tem como concorrer por preço tão baixo. Outros dizem que a concorrência é necessária em qualquer ramo, principalmente, no
de alimento. Afirmam que as pessoas não permanecem por muito tempo comendo no mesmo lugar. Mas José Ribamar, morador de rua há mais de 15 anos, reclama: “Prá quem é? Pode ver, é gente até bem-vestida. Tá certo que é velho e velha, mas e o resto? Minha roupa tá ‘detonada’. Quem está na fila fica me encarando”. E lamenta: “Gostaria muito de comer aí, mas não dá, não!”
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Pau que nasce torto...
Ficha Limpa vai barrar político com passado nebuloso?
Por Waldemar Terô Sato
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om apoio popular, foi aprovada, em fevereiro de 2012, a lei que impede político com problemas na justiça a se candidatar para disputa eleitoral a partir de outubro deste ano. No entanto, parlamentares como Valdemar Costa Neto, PR-SP, (envolvido com o mensalão), Jader Barbalho, PMDBPA (denunciado, em meio a uma queda de braço com o então senador Antonio Carlos Magalhães, PFLBA), José Roberto Arruda, sem partido-DF (apontado pelo Ministério Público como líder de um esquema de propina), entre outros, tornaram-se elegíveis, podendo voltar à vida políti-
.. não tem jeito, termina em pizza!
ca ou se candidatarem nas próximas eleições. Apesar da aprovação da lei, opiniões contraditórias ainda parecem permanecer. Os ministros José Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e o presidente da corte, Cezar Peluso não concordam
com a lei. “A missão desta corte é aplicar a Constituição mesmo que seja com uma posição contrária à da maioria”, diz Mendes. Em contrapartida, o ministro Marco Aurélio Mello acha que o passado pode revelar como será no futuro o comportamento do político, e afirma: “A lei não é inconstitucional. Creio na conformidade do parágrafo nono do artigo 14 da Constituição, que considera importante a vida pregressa do candidato”. No entender de Reinaldo Azevedo, colunista de www.veja.com.br, “Ficha Limpa: além de não moralizar a política, como querem alguns, joga no lixo fundamentos da ordem democrática”.
Por Clayton Santos
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apresentador da Rede Globo Carlos Tramontina esteve na unidade Chácara Santo Antonio da Unip – Universidade Paulista, abrindo o Encontro de Jornalismo 2012, organizado pelos estudantes.
Leslie Ribeiro
Do capim se obtêm reais
O jornalista ministrou palestra falando sobre sua trajetória e compartilhando experiências profissionais, principalmente sobre suas reportagens acerca da despoluição do rio Han, na Coreia do Sul, onde em 27 meses foi feito o trabalho de desconstrução da via que passava por cima do rio e revitalização do espaço e construção de um parque linear no entorno que hoje é um cartão postal da capital Seul e orgulho dos habitantes. Ele foi direto ao destacar que “não se pode esperar muito do Estado”, ao falar sobre os políticos brasileiros que “sequer propõem soluções parecidas para a despoluição dos rios paulistanos Pinheiros e Tietê”. Após a apresentação, Tramontina esclareceu dúvidas dos alunos em relação ao meio ambiente e também ao mercado de trabalho para os jornalistas, sendo homenageado ao final do evento que recebeu cerca de 300 alunos e professores.
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ENTRETENIMENTO
Animes se consolidam entre brasileiros Entretenimento e interação com a cultura nipônica são o foco das atrações do evento que reúne milhares de pessoas todos os anos Por Tatiana Santos Silva e Ketlen Damasceno de Souza/Fotografia Lucas Fernandes Coelho
Internet, redes sociais e eventos – o que eles têm em comum? Geração digital se comunica cada vez mais rapidamente Por Sarah Dias
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osplay e animekés são atrações muito procuradas nos eventos de animes espalhados por todo o mundo. Em São Paulo os encontros costumam reunir entre 30 e 40 mil pessoas. O foco das atrações é o entretenimento e a interação com a cultura japonesa, que cativa cada vez mais admiradores. E com outro diferencial: sem bebida alcoólica ou qualquer outro tipo de droga. Esses eventos não recebem investimento governamental ou publicitário. Por isso os organizadores podem ter lucro ou prejuízo, segundo explica Luciano Rodrigo dos Santos
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Fernandes, presidente do grupo Seirei no Yume, um dos responsáveis por vários desses encontros. Eventos de outros tipos destinados a jovens costumam receber patrocínio de cervejarias. É, aliás, com a venda de bebidas que boa parte da receita é apurada. Mas o mundo
dos animes não se beneficia desses interesses. Por isso os eventos são sempre um risco para os promotores. Para que um evento de médio porte seja realizado são necessárias de 40 a 50 pessoas entre coordenadores e staffs – estes, voluntários –, divididos em diversos setores: games, batalha campal, etc. Incluindo-se os profissionais de segurança, limpeza, elétrica, a equipe pode chegar a 80 pessoas. “Sem essas pessoas nada disso seria possível, elas fazem a diferença”, afirma Geovana Barbosa Silva, organizadora geral do grupo Seirei no Yume. Um dos eventos mais conhecidos do segmento é o Ressaca Friends, que costuma contar com mais de 50 atrações e envolve todos os seus participantes em ambiente que promete muita diversão, onde se pode jogar, cantar, interpretar, beber os famosos mupy’s (bebida à base de leite de soja, de diversos sabores), além, claro, de fazer amigos. É participar para conferir.
uem nunca publicou na internet o lugar em que estava (o famoso check-in) com um amigo, namorado ou até mesmo com a família que atire a primeira pedra! Os serviços de geolocalização que muitas redes sociais oferecem ou que podem ser instalados como aplicativos nos smartphones acabaram se tornando parte da vida de quem acessa a web e as redes sociais o tempo todo. A nova geração, nascida após os anos 1980, é formada por jovens orientados a desempenhar várias tarefas ao mesmo tempo e de forma mais interativa, diz Eduardo Natário, mestre em comunicação interativa, especialista e pesquisador de mídia social online. “A maioria desses jovens sente necessidade de divulgar o que está fazendo, e isso precisa ser em tempo real, pelas redes sociais”, afirma. Samantha Spilla, 29, e Marcelle Brum, 27, ambas publicitárias, confirmam o que diz o professor. “Gosto muito de shows e festivais”, conta Marcelle. “Quando pego meu ingresso, a primeira ação é tirar uma foto e postar no Twitter, que já está integrado ao Facebook.” Samantha complementa: “ao fazer isso, conseguimos mostrar aos nossos amigos que
vamos comparecer ao evento, além de descobrir quem vai ao encontro também”. Ainda que não pareça, esse comportamento é parcialmente parecido com o que nossos avós faziam antigamente. Começavam a “curtir” o evento muito antes de ele acontecer. “Lembro que esperávamos ansiosamente por um baile, discutíamos que vestido usaríamos e quem seria nosso par”, lembra Sebastiana Rosa, de 75 anos. A diferença entre aquela época e a atual está na simplicidade e no valor dos antigos eventos – antes eles custavam o que seria equivalente hoje a até R$ 15,00, enquanto atualmente alguns ingressos chegam a custar a bagatela de R$ 1.500, a exemplo do Skol Sensation 2012. Marcio Riedhorst, diretor da Spring Break Viagens, revela que o preço do dólar não influencia no valor dos bilhetes, mas sim o poder de compra que as classes C e D possuem agora. “Antes os eventos pareciam não ser tão caros, mas é somente por que as camadas mais baixas não podiam adquiri-los; hoje, para que um evento se torne mais ‘elitizado’, temos que elevar os preços”, explica o executivo. Em outras palavras, são as tais das leis de mercado...
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