Conhecendo mais Lenine e vivenciando a prática do maracatu

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ESPAÇO DO PROFESSOR

CONHECENDO MAIS LENINE E VIVENCIANDO A PRÁTICA DO MARACATU

MÚSICA |

HISTÓRIA |

LÍNGUA PORTUGUESA



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ouvir, colocar (música) para tocar

registrar, criar, destacar, grifar, completar

apresentar, relatar, compartilhar em voz alta

comentar, explicar demonstrar, experimentar, cantar, praticar (exercícios de música) dica



título

Conhecendo Mais Lenine e Vivenciando a Prática do Maracatu apresentação Esta sequência pretende explorar a musicalidade de Lenine e sua “leitura” da nossa tradição musical popular, principalmente pernambucana, reinventada com base em seu olhar criativo e contemporâneo. Deste manancial explorado por Lenine, mergulharemos no maracatu, praticando sua célula rítmica básica.

objetivos ••Ampliar conhecimento sobre a obra do artista Lenine; ••Apropriar-se da célula rítmica básica do maracatu; ••Compreender estas contribuições em nossa identidade cultural.

áreas do conhecimento Música, história e língua portuguesa.

segmento

duração

Ensino Fundamental II.

2 aulas.

recursos necessários ••Aparelho de som que reproduza CD; ••Música “Caribenha Nação/Tuaregue e Nagô” do CD Olho de Peixe (1993), de Lenine;

••Impressão do verbete sobre Lenine; ••Uma ficha (anexo 1) para cada aluno com o quadro: discografia comentada de Lenine; ••Uma ficha (anexo 2) para cada aluno com o esquema rítmico do maracatu.


desenvolvimento 1º MOMENTO

Aproximação Prepare o aparelho de som com a canção “Caribenha Nação”, organize os alunos em semicírculo – se preferir, a atividade pode ser feita em duplas – e distribua as cópias para os alunos dos:

••Verbete; ••Anexo 1 (quadro: discografia comentada de Lenine); ••Anexo 2 (esquema rítmico do maracatu). Para apresentar o assunto aos alunos, sugere-se a leitura compartilhada do verbete sobre Lenine no site da Enciclopédia Itaú Cultural. Enquanto visualizam o verbete de Lenine, podem ouvir canções do autor, de acordo com a seleção do educador.

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2º MOMENTO

Leitura do verbete Agora, individualmente ou em duplas, os alunos devem fazer a leitura do verbete, grifando e anotando, no próprio texto, todos os discos produzidos pelo autor, de 1983 até o momento atual, ressaltando aspectos importantes escritos sobre cada álbum:

Trecho do Verbete

O compositor inicia a carreira no Rio de Janeiro, porém as células rítmicas pernambucanas e a batida percussiva no violão denunciam suas origens. Seu estilo de tocar violão, com cordas soltas nos acordes, linhas marcadas de baixo e harmônico, consagra-o na linha evolutiva do violão brasileiro. Para o compositor, sua criatividade deve-se ao fato de “tirar de ouvido” todos os elementos da música, incluindo contrabaixo e percussão, e de assumir os ruídos na execução do violão, como o trastejar. Seu primeiro disco, Baque Solto, criado com o parceiro musical Lula Queiroga, é uma mescla de ritmos de maracatu e cirandas, transpostos para outros instrumentos. Nesse sentido, pode-se afirmar que esse álbum prenuncia o movimento manguebeat dos anos 1990. Entre o primeiro álbum e o lançamento do disco Olho de Peixe, há um período de amadurecimento musical do compositor e de refluxo da chamada MPB, que perde espaço para a música estrangeira. Ao lado de compositores como Chico César, Moska, Pedro Luís (1960), integrantes da geração pop da MPB, Lenine restabelece a força da música brasileira com os êxitos “Relampiano”, “A Medida da Paixão”, “Hoje eu Quero Sair Só”. Olho de Peixe, por sua síntese estética, é um marco na carreira de Lenine. A partir desse álbum, observa-se características preservadas nas obras posteriores: cadências harmônicas elaboradas, harpejos, bordões que fazem função de chamada para outras partes da música. Esses elementos aproximam o compositor Lenine de suas referências assumidas: Hermeto Pascoal (1936), Djavan (1949), Gilberto Gil (1942), MiIton Nascimento (1942), a música erudita e algumas vertentes do rock, como The Police, Led Zeppelin, Jehtro Tull e Frank Zappa (1940-1993).

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Por esse ecletismo musical, alguns aficionados do rock consideram Lenine um músico de MPB, e fãs de MPB avaliam seu “som” esteticamente ligado ao rock. A fusão de gêneros é mais explorada a partir do álbum O Dia em que Faremos Contato, no qual o compositor introduz a música eletrônica. Esse disco apresenta um grande contraste em relação à concepção acústica de Olho de Peixe (voz, violão e percussão orgânica). Nele, o percussionista Marcos Suzano (1963) convive com os beats eletrônicos do produtor Chico Neves (1960). Nesse disco, reconhecemos o estilo característico de tocar violão, com cordas bem puxadas, em uma amálgama de ritmos, como maracatu e caboclinho com funk e pop. Essas misturas são conscientes, assim como a originalidade do compositor, cronista de seu tempo. Lenine não gosta de qualificar sua música com adjetivos, mas defende o termo cantautor, definindo-se com um trovador contemporâneo, que transita entre o texto e a canção para retratar a sua realidade e seu tempo por meio da música. Esse traço é notado no disco Na Pressão, sobretudo na canção “Jack Soul Brasileiro”, na qual relata muito do que realiza na prática. Lenine coloca em canções e atitudes a crença de que arte também é política. Seu engajamento está presente na atuação em ONGs nas críticas sociais manifestas em “Relampiano” e “Rosebud”, ambas do disco Falange Canibal, e “A Mancha” e “É Fogo”, gravadas em Labiata. Lenine também participa de shows de apoio a causas ambientais e divulga o trabalho de ONGs. O músico acompanha todo processo de produção do álbum, do encarte à masterização, e assina como coprodutor todos seus discos. Essa atitude pode ser considerada um reflexo das transformações tecnológicas e mercadológicas que afetam a música depois dos anos 1990. Essas mudanças criam condições para que surja uma geração de compositores que participam de todas as etapas da produção musical. A relação com a França reflete-se na produção musical de Lenine. Os laços com o país são reforçados com a composição do tema para o projeto “Ano do Brasil na França” e o lançamento do disco In Cité. Além de contar com outros dois artistas latino-americanos, o show de abertura do evento é gravado em Paris, gerando um disco e um DVD. A iniciativa surge de um convite do Cité de La Musique para o projeto Carte Blanche, no qual a instituição abre as portas para o artista realizar um show autoral. A partir desse momento, Lenine passa a ser um dos artistas brasileiros de maior vendagem na Europa. A experiência como compositor de trilhas sonoras, além de lhe render um álbum, transforma sua maneira de compor, fazendo com que o próximos discos tenham características temáticas. A partir de um mote inicial, ele compõe as

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canções dos discos Labiata e Chão. Outro aspecto desse último trabalho é o empenho do autor em trazer a experiência do disco para o show. As caixas de som são dispostas pelo teatro de modo a reproduzir a espacialidade e os ruídos utilizados no disco, como os sons de chaleira fervendo, serra elétrica e batida de coração. O reconhecimento por seu trabalho vem com cinco prêmios nacionais e outros cinco internacionais, entre eles, o Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo, Prêmio Tim e Prêmio Sharp, em 1998.

3º MOMENTO

Completando o quadro Os alunos devem completar o quadro: discografia comentada de Lenine (anexo 1) com informações do verbete. Com o quadro já preenchido, o professor coordena uma leitura das informações coletadas, comentando os diferentes momentos do trabalho do compositor.

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4º MOMENTO

Apropriando-se da batida do maracatu. A ideia é reproduzir a célula do maracatu, utilizando os dedos em estalos para marcar o pulso da música, e as mãos para marcar as subdivisões. Como referência, deve-se utilizar o início da canção “Caribenha Nação” do disco Olho de Peixe.

Considerar o tempo “1” no primeiro toque da moringa (0’23’’). Primeiramente, deve-se experimentar os movimentos em um andamento lento. Conforme os alunos assimilarem a proposta, os movimentos devem ser acelerados até que se chegue ao andamento da canção no CD. Uma dica é executar o exercício enquanto escutam o trecho da canção e acompanhar com a ficha do esquema rítmico da célula do maracatu (anexo 2). Exercício: Dividir os alunos da classe em 3 grupos que realizarão as ações descritas abaixo: Grupo 1 – Contando 2 ciclos de 1 a 8, compassadamente (1,2,3,4, 5,6,7,8, 1,2,3,4, 5,6,7,8), os alunos desse grupo devem produzir estalos com os dedos em cada tempo contado, conforme esquema abaixo:

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11 22 33 44

55 66 77 88

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mão direita

551 66 77 88

22 33 44

3

4

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55 66 77 88 1

11 22 33 44

55 66 77 88

2

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Mão Direita

Mão Esquerda

Mão Direita

Mão Esquerda

Mão Direita

Mão Esquerda

Mão Direita

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Mão Esquerda

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6

Mão Esquerda

5

Mão Direita

4

Mão Esquerda

3

Mão Direita

contagem

11 22 33 44 2 55 66 77 88

Mão Esquerda

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estalo

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Mão Esquerda

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mão esquerda

Mão Direita

11

55 66 77 88

11


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1

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Mão Direita

Mão Esquerda

Mão Direita

Mão Esquerda

Bater

5

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1

2

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4

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3

Bater

2

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1

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contagem

Mão Esquerda

1

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8

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7

Mão Direita

6

Mão Esquerda

5

Mão Direita

3 4

Mão Esquerda

2

Mão Direita

1

Bater

Grupo 2 – Contando 2 ciclos de 1 a 8, compassadamente (1,2,3,4, 5,6,7,8, 1,2,3,4, 5,6,7,8), os alunos desse grupo devem produzir uma sonoridade “grave”, batendo com a palma da mão no peito nos tempos indicados no esquema a seguir:

8

Mão Esquerda

estalo

Bater

de peito

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2

3 4

5

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1

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Mão Esquerda

contagem

1

2

5

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1

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Mão Direita

1

Mão Esquerda

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Mão Esquerda

7

Mão Direita

6

Mão Esquerda

5

Mão Direita

3 4

Mão Esquerda

2

Mão Direita

1

Mão Direita

Grupo 3 – Contando 2 ciclos de 1 a 8, compassadamente (1,2,3,4, 5,6,7,8, 1,2,3,4, 5,6,7,8), os alunos desse grupo devem produzir o som do “agogô” com as mãos em concha e com as mãos espalmadas, conforme esquema a seguir:

8

7

8

Mão Esquerda Bater

Mão Esquerda

Mão Direita Bater Concha

Mão Direita

Mão Esquerda Espalmada

Mão Direita

estalo

Bater

Bater

Concha

Espalmada

Bater

de peito

CONHECENDO MAIS LENINE E VIVENCIANDO A PRÁTICA DO MARACATU

Espalmada

Espalmada

Concha

Espalmada

Concha

“agogô”

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reflexão final

L

enine é um grande representante da geração pós anos 1980. Com as canções do compositor, foi possível aprender um pouco mais sobre o maracatu e sua célula rítmica básica. Incentive os alunos a observarem outros ritmos e compartilharem com a sala as novas descobertas.

referências LENINE. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org. br/pessoa13361/lenine>. Acesso em: jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7. LENINE. Site oficial. Disponível em: http://www.lenine.com.br/. Acesso em: jan. 2018. LENINE. Caribenha nação/ Tuaregue Nagô. In: Olho de peixe. São Paulo: Velas, 1993. 1 CD.

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ANEXO 1

QUADRO: DISCOGRAFIA COMENTADA DE LENINE ANO

NOME DO ÁLBUM

1983

Baque Solto

1993

Olho de Peixe

1997

O Dia em que Faremos Contato

1999

Na Pressão

2001

Falange Canibal

2004

In Cité

2007

Breu

2008

Labiata

2011

Chão

VERBETE

CANÇÕES IMPORTANTES

OUTRAS OBSERVAÇÕES

CONHECENDO MAIS LENINE E VIVENCIANDO A PRÁTICA DO MARACATU


grupo 3 som de “agogô” 5 7 8

Mão Direita Mão Esquerda

6

Espalmada

Mão Esquerda

Bater

grupo 2 som grave de peito Mão Direita

4

Bater

3

Mão Esquerda

Mão Direita

Mão Esquerda

2

Concha

Mão Esquerda

1

Espalmada

Bater

Espalmada

Mão Direita

Mão Direita

8

Bater

7

Concha

Mão Esquerda

6

Espalmada

Mão Direita

5

Mão Esquerda

4

Mão Direita

3

Concha

estalo 2

Mão Esquerda

grupo 1 1

Mão Direita

contagem

Espalmada

Bater

alunos

Concha

ANEXO 2

ESQUEMA RÍTMICO DO MARACATU

ESPAÇO DO PROFESSOR



núcleo enciclopédia Gerência Tânia Rodrigues Coordenação Glaucy Tudda Equipe Camila Nader Elaine Lino Lucas Rosalin (estagiário)

núcleo comunicação Gerência Ana de Fátima Souza Coordenação Carlos Costa Direção de Arte Arthur Costa Luciana Orvat (terceirizada) Projeto Gráfico Serifaria Produção Editorial Victória Pimentel


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