Planos e ângulos na fotografia

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CADERNO DO PROFESSOR

PLANOS E ÂNGULOS NA FOTOGRAFIA

ARTES VISUAIS |

CIÊNCIAS



guia de ícones

assistir, apresentar (vídeo)

comentar, explicar dica observar, ver (obra de arte)

pesquisar, aprofundar, procurar

recuperar, retomar, relembrar

registrar, criar, destacar, grifar, completar

trabalho interdisciplinar



título

Planos e Ângulos na Fotografia apresentação Na fotografia, o posicionamento da câmera por meio da escolha dos planos e ângulos é determinante para o resultado da imagem. Neste caderno, vamos estudar esses enquadramentos a partir das fotografias de Maureen Bisilliat, Madalena Schwartz, Geraldo de Barros e Thomaz Farkas.

objetivos • Analisar a formação das imagens na câmera fotográfica analógica. • Conhecer a linguagem fotográfica, explorando planos e ângulos. • Elaborar de modo coletivo e colaborativo uma série fotográfica impressa.

áreas do conhecimento Artes visuais, física e química.

segmento(s) e habilidades da BNCC Ensino Médio: EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG401, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG701, EM13LGG704, EM13CNT301, EM13CNT302 e EM13CNT205.

duração 4 aulas.


recursos necessários • Equipamento fotográfico (analógico ou digital), celular ou tablet com câmera. • Filmes fotográficos ou películas fotográficas de formato 35 mm. • Varal e pregadores de roupas. • Impressoras com papel fotográfico fosco. São Paulo, 2021


desenvolvimento 1º MOMENTO

Constatação Apresente para a turma algumas obras dos fotógrafos Geraldo de Barros, Maureen Bisilliat, Madalena Schwartz e Thomaz Farkas, como Autorretrato, A João Guimarães Rosa, Dzi Croquettes e Nathalie Philippart do Ballet Champs Elysées. Explique que essas imagens foram obtidas por câmeras analógicas, cujas técnicas de revelação utilizavam processos físicos e químicos. Comente sobre a história da fotografia no Brasil, que remonta a 1839, com a chegada do daguerreótipo ao Rio de Janeiro. Até a década de 1930, as fotografias tinham cunho documental, sem pretensões artísticas, e com exclusiva intenção de retratar as paisagens brasileiras. A fotografia moderna representou a renovação da linguagem fotográfica no país e se expandiu com a criação dos fotoclubes e outras iniciativas nessa área, como o Foto Cine Clube Bandeirante, a Caravana Farkas, a Galeria Fotóptica, o Foto Clube Brasileiro, as expedições científicas, a produção de livros e revistas de fotografia, etc. Para concluir este momento, peça que se organizem em grupos e adquiram rolos de filmes fotográficos ou películas fotográficas de formato 35 mm já negativados, e tragam na próxima aula. Solicite ainda que explorem outros verbetes, como objetividade fotográfica, cianótipo, câmara de estúdio, solarização e tempo de exposição.

2º MOMENTO

Formação da imagem Retome o que foi estudado na aula anterior perguntando se houve dificuldade em compreender os conceitos dos verbetes pesquisados. Em grupos, disponibilize para manuseio os filmes fotográficos ou as películas fotográficas de formato 35 mm. Provoque a turma com as seguintes indagações: O que é a emulsão? Por que a coloração varia entre amarelo, preto e vermelho? Como transformamos uma película numa fotografia impressa? Qual a função das perfurações nas laterais?

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Explique que um filme é o suporte em que a imagem fotográfica é registrada. Sua base é flexível e transparente, e pode ser de acetato de celuloide, triacetato ou poliéster, e sobre ela é aplicada uma emulsão, processo químico que se dá pela suspensão de halogenetos de sais de prata numa camada de gelatina. Destaque que os filmes se classificam em negativos e positivos, e mostre a imagem invertida nos negativos. Apresente o verbete matriz-negativo e comente que o amarelo no negativo será representado em azul na ampliação; e o vermelho vai se converter em ciano; e quanto mais luz nos negativos, mais pretos ficam, é o que chamamos de queimar o filme ou sobre exposição. Já o filme positivo é aquele que sofreu processos químicos, em que ocorreu a revelação. Esses filmes têm forma de bobinas, com perfurações laterais para facilitar o avançar ou rebobinar na câmera convencional. Fale sobre o funcionamento do obturador e o diafragma nas câmeras.

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1. Câmara Escura – Maior componente da câmara. É uma caixa fechada que obstrui totalmente a passagem da luz, e tem uma placa sensível em um de seus lados internos (filme). 2. Visor – Parte em que observamos os limites do objeto a ser fotografado. 3. Objetiva – Lente convexa que forma a imagem, ao projetar a luz que vem do objeto (tema) sobre o plano focal (filme). Possui um sistema de focalização que permite gerar a imagem com nitidez sobre o filme. 4. Obturador – É semelhante ao diafragma e controla o tempo de exposição do filme ou da chapa à luz. 5. Diafragma – Controla a quantidade de luz que entra na câmara, variando o diâmetro do feixe luminoso que atravessa a objetiva durante a abertura do obturador. Saliente que a passagem da luz pelo diafragma é automática, semelhante ao nosso olho, porém, é a pupila que regula a passagem da luz.

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Componentes da câmera fotográfica.


Estimule a turma a compreender os mecanismos internos de uma câmera fotográfica, associando-os às partes internas do olho humano. Destaque que, nas máquinas analógicas, a imagem capturada poderá ser tremida ou desfocada, e que isso vai ser descoberto apenas na revelação, o que exige que os fotógrafos refaçam os registros, dando atenção a altura dos olhos, luz natural, troca de lentes, ponto de vista, cores e distância focal. Solicite que tragam para a próxima aula celulares com câmera ou outros equipamentos fotográficos.

Esclerótica

Coróide

Íris Retina

Pupila

Cristalino

Estrutura interna do olho humano.

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3º MOMENTO

Enquadramentos Os enquadramentos podem ser analisados tanto na fotografia quanto no cinema. Inicie a aula apresentando alguns tipos de planos e ângulos, de acordo com o cineasta Carlos Gerbase, exemplificando com fotografias disponíveis na Enciclopédia Itaú Cultural. Plano geral (PG): é um enquadramento visual aberto. A câmera apresenta o cenário à sua frente, onde a figura humana ou objetos ocupam espaço reduzido na tela, como na obra Vista do Congresso Nacional no dia da inauguração de Brasília, de Thomaz Farkas.

Exemplo de plano geral Thomaz Farkas Vista do Congresso Nacional no dia da inauguração de Brasília, 21/4/1960 Brasília, DF Fotografia Crédito: Thomaz Farkas/ Acervo Instituto Moreira Salles

Plano americano (PAm): a figura humana é enquadrada do joelho para cima. Primeiro plano (PP) ou close-up: a figura humana é enquadrada do peito para cima. Primeiríssimo plano (PPP) ou big close-up: designa o retrato realizado em extremo primeiro plano, focalizando apenas o rosto, ou parte do rosto, do retratado. Plano detalhe (PD): é aquele em que a câmera enquadra uma parte do rosto ou do corpo (um olho, uma mão, um pé, etc.). Também é usado para objetos pequenos, como uma caneta sobre a mesa, um copo, uma caixa de fósforos, etc.

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Exemplo de plano detalhe Maureen Bisilliat Índios - Cenas do dia-a-dia, ca. 1975 Parque Indígena do Xingu - MT Fotografia Crédito: Maureen Bisilliat/ Acervo Instituto Moreira Salles

Ângulo plongée: na obra Edifício antigo do Rio de Janeiro, de Thomaz Farkas, percebe-se uma fotografia em preto e branco no ângulo plongée, ou, na linguagem cinematográfica, ângulo picado (filmagem de cima para baixo). Com o advento das câmeras digitais, esse processo pode ser feito inúmeras vezes, com efeitos da própria câmera, até conseguir a imagem ideal.

Exemplo de ângulo plongée Thomaz Farkas Edifício antigo do Rio de Janeiro, 1947 Rio de Janeiro Fotografia Crédito: Thomaz Farkas/ Acervo Instituto Moreira Salles

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Ângulo contra-plongée: é quando a câmera está abaixo do nível dos olhos, com a lente voltada para cima, como na foto Rua do Jogo da Bola, de Thomas Farkas.

Exemplo de ângulo contra-plongée Thomaz Farkas Rua do Jogo da Bola, 1947 Rio de Janeiro Fotografia Crédito: Thomaz Farka/ Acervo Instituto Moreira Salles

Você também pode exibir o documentário Câmara Viajante, do diretor Joe Pimentel, orientando a turma a observar e identificar seus enquadramentos e os efeitos que eles provocam.

Prepare a turma para elaborar uma série fotográfica, captando imagens do interior da escola e permitindo que vivam a experiência de fotografar e ser fotografado. Esclareça que, desde o clique fotográfico até a revelação em papel fotográfico, há um processo que necessita de cuidados com a imagem digital. Sugira uma resolução máxima na captura das fotos, definindo o tamanho ideal das impressões e se serão coloridas ou em preto e branco. Ressalte que cor, brilho, contraste, matiz e nitidez se alteram na impressão no papel A4 ofício e no fotográfico, e que este último é o ideal.

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4º MOMENTO

Expografia Prontas as fotografias, organize uma exposição de varal, em que a própria turma vai realizar a mediação educativa e planejar a curadoria, decidindo se a exposição vai ser permanente, temporária ou itinerante. O material expográfico deve contemplar: as fotografias impressas; os suportes de apresentação (os varais e os pregadores); os suportes de informação – textos/material para divulgação nas redes sociais e na escola e comunidade; a data de abertura e o período de duração da exposição.

reflexão final

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xperimentar planos e ângulos nas câmeras analógicas ou digitais não se esgota neste caderno. A Enciclopédia Itaú Cultural possibilita o acesso a uma variedade de fotografias. Pode-se optar por outras para somar às aulas e também experienciar fotografias próprias, diversificando com outros locais fora da escola, e explorando os enquadramentos estudados.

sugestões complementares

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ara experimentar a inversão de uma imagem real numa câmera artesanal, sugerimos a construção de uma câmara obscura. Veja outras ideias no Caderno de Atividades – Fotonovela: Sociedade/Classes/Fotografia, do Itaú Cultural, como em Texto Vivo, que pode ser aplicado de forma interdisciplinar nas situações didáticas de artes visuais e teatro. Outra sugestão é um mapeamento de equipamentos culturais da sua região, como o Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, e o Museu da Fotografia de Fortaleza, além de fotoclubes, festivais e exposições fotográficas. Se possível, programe uma visita mediada a algum desses eventos ou instituições de sua cidade. Incentive a turma a conhecer museus e exposições virtuais.

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verbetes utilizados • A João Guimarães Rosa • Autorretrato • Câmara de Estúdio • Carlos Gerbase • Cianótipo • Close-up • Daguerreótipo • Dzi Croquettes • Edifício antigo do Rio de Janeiro • Formato • Foto Cine Clube Bandeirante • Foto Clube Brasileiro • Fotografia documental • Fotografia modernista • Fotografia no Brasil • Geraldo de Barros • Imagem Digital • Índios – Cenas do dia-a-dia • Joe Pimentel

• Luz Natural • Madalena Schwartz • Matriz-negativo • Maureen Bisilliat • Museu da Imagem e do Som

(São Paulo, SP) • Nathalie Philippart do Ballet Champs Elysées • Negativo • Objetividade Fotográfica • Resolução • Rua do Jogo da Bola • Sobre Exposição • Solarização • Tempo de Exposição • Thomaz Farkas • Vista do Congresso Nacional no dia da inauguração de Brasília

referências BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC, 2018. Disponível em: <http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/historico/BNCC_EnsinoMedio_embaixa_site_110518.pd>. Acesso em: ago. 2020. CÂMARA Viajante. Direção: Joe Pimentel. Brasil: TrioFilmes, 2007. ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br>. Acesso em: abr. 2021. FOTONOVELAS: Sociedade/Classes/Fotografia. Caderno de Atividades. Itaú Cultural. Material educativo baseado na exposição Fotonovela: Sociedade/ Classes/Fotografia. São Paulo: Itaú Cultural, 2013. Disponível em: <https://issuu. com/itaucultural/docs/catalogo_atividade_final__3_>. Acesso em: ago. 2020.

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GERBASE, Carlos. Cinema Primeiro Filme: Descobrindo - Fazendo - Pensando. Porto Alegre: Editora Artes e Ofícios, 2012. GOOGLE Arts & Culture. Disponível em: <https://artsandculture.google.com/>. Acesso em: out. 2020. MUSEU da Fotografia. Instituto Paula e Silvio Frota. Fortaleza. Disponível em: <https://museudafotografia.com.br/institucional/#visitacao3d>. Acesso em: ago. 2020. O LIVRO. Primeiro Filme, [s.l., s.d.]. Disponível em: <https://www.primeirofilme. com.br/site/o-livro/introducao/>. Acesso em: jun. 2021.

RODRIGUES, Marco Antonio. A fotografia e algumas aplicações no Ensino de Física. 2001. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Física) – Instituto de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, mar. 2001. Projeto de Instrumentação de Final de Curso. Disponível em: <https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/3080?locale=en>. Acesso em: ago. 2020.

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núcleo enciclopédia Gerência Tânia Rodrigues Coordenação Glaucy Tudda Produção e Pesquisa Beatriz Pastore (estagiária) Elaine Lino Karine Arruda Revisão Vânia Valente Redação Charles Farias Siqueira (terceirizado) O conteúdo desta publicação foi lido e comentado por professoras e professores atuantes em diferentes etapas de escolarização.

núcleo comunicação Gerência Ana de Fátima Sousa Coordenação Carlos Costa Direção de Arte Arthur Costa Projeto Gráfico Serifaria Design Girafa Não Fala Produção Editorial Victória Pimentel


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