Cena da peça Interior, da Cia. dos Bondrés | foto: Renato Mangolin
JANEIRO 20
foto: Anna Carolina Bueno
\férias
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Cada dia uma área de expressão anima as férias, com temas novos toda semana | pág. 9
Inscreva-se no curso que debate formas de pensar a cidade para além da vigilância | pág. 9
Construído com jovens de 13 a 22 anos, o Nosso Labirinto e Seus Ecos tem mostra e rodas de conversa | pág. 9
Festival a_ponte: cena do teatro universitário reúne peças selecionadas de todo o país | pág. 6
foto: Anna Carolina Bueno
foto: Jéssica Mangaba
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Batalha de Improvisação com Máscaras
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Desmontagem – Evocando os Mortos: Poéticas da Experiência
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FUNCIONAMENTO DO ITAÚ CULTURAL terça a sexta 9h às 20h [permanência no espaço expositivo até as 20h30] sábado, domingo e feriado 11h às 20h
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DISTRIBUIÇÃO DE INGRESSOS público preferencial: uma hora antes do evento, com direito a um acompanhante – ingressos liberados apenas na presença do preferencial e do acompanhante | público não preferencial: uma hora antes do evento, um ingresso por pessoa Alguns eventos contam com distribuição de ingressos pela internet.
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VISITAS EDUCATIVAS Realizadas de terça a domingo, conforme demanda do público. Duração aproximada de 60 minutos. Podem ser feitas em português, inglês, espanhol e Libras (Língua Brasileira de Sinais). Consulte a disponibilidade.
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Visitas acessíveis em Libras nos dias 18 e 19, das 11h às 18h.
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VISITAS EDUCATIVAS AGENDADAS Oferecidas em português, inglês, espanhol e Libras (Língua Brasileira de Sinais) a escolas, organizações não governamentais e instituições em geral. Entidades públicas ou sem fins lucrativos da cidade de São Paulo contam com serviço gratuito de ônibus. Mais informações pelo telefone 11 2168 1876, de terça a sexta, das 9h às 20h. CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA Livre
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Ocupação Alceu Valença
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Não recomendado para menores de 10 anos Não recomendado para menores de 12 anos
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Não recomendado para menores de 14 anos
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Nosso Labirinto e Seus Ecos
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ACESSIBILIDADE Acessível em Libras (Língua Brasileira de Sinais) Audiodescrição Tradução simultânea Pessoa com deficiência visual Pessoa com deficiência física Open Captioning
no Itaú Cultural \exposição
foto: Antônio Melcop
Ocupação Alceu Valença Há quem queira parar o tempo, mas o tempo não tem parada. E é Alceu Valença, compositor e instrumentista pernambucano, quem mergulha, de maneira constante, na dimensão das horas, chave de entrada para seu mundo frenético e brincante. Dos versos às rimas, do rock ao frevo, do circo ao cinema, a vida e a obra do artista são celebradas na 48a edição do programa Ocupação Itaú Cultural. Fotografias, depoimentos, objetos e produções literárias procuram desvendar os muitos mundos ocupados por Alceu Valença.
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foto: Anna Carolina Bueno
até domingo 2 de fevereiro terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30] sábado, domingo e feriado 11h às 20h piso térreo
Minha Recife adorada, Ficaste em mim incrustada Como joia que se guarda Do início até o fim, Meu relógio de algibeira, Meu camafeu trancelim." "Encontro Marcado", poema de Alceu Valença, publicado em O Poeta da Madrugada (2015)
Franz Weissmann: o Vazio como Forma Um panorama da obra do escultor, pintor e desenhista Franz Weissmann (1911-2005). Em três andares, o público acessa produções de várias fases do artista neoconcreto – além de esculturas, estão disponíveis 50 desenhos inéditos. A curadoria é de Felipe Scovino. A mostra ainda se estende para o Parque Prefeito Mário Covas – na Avenida Paulista, 1853 –, onde fica exposta a escultura Cubo Azul (1978-2011). Weissmann sempre se interessou em ter suas criações na cidade, possibilitando novas relações com a arte.
foto: Edouard Fraipont
Confira também a formação Tensionando o Espaço Público (página 9), que ocorre como programação paralela da exposição. Outras informações em itaucultural.org.br.
até domingo 9 de fevereiro terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30] sábado, domingo e feriado 11h às 20h pisos 1, -1 e -2
Espaço Olavo Setubal –
Coleção Brasiliana no Itaú Cultural
terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30] sábado, domingo e feriado 11h às 20h pisos 4 e 5
Entre pinturas, gravuras, moedas e manuscritos, a exposição permanente apresenta mais de mil itens que narram histórias do Brasil.
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no Itaú Cultural \teatro
Barracal | foto: Tim Oliveira
a_ponte: cena do teatro universitário Pela segunda vez o Itaú Cultural apresenta uma programação especial de espetáculos realizados por estudantes de todo o país. A convocatória a_ponte: cena do teatro universitário selecionou grupos vinculados a instituições de ensino de nível superior, escolas técnicas de nível médio ou escolas independentes de teatro para compor uma mostra no instituto.
Além das dez peças selecionadas, acontecem no período algumas mesas e a apresentação de outros espetáculos de grupos convidados. Confira nas páginas a seguir os horários desses trabalhos convidados. A programação completa está disponível em itaucultural.org.br.
Barracal Na casa de Carolina Maria de Jesus moram as estrelas. Nos cantinhos da sua sala, ressoa a música de Cartola, enquanto seus filhos, deitados, perguntam: “Mãe, quantos anos tem o Brasil?”. Esse é Barracal, espetáculo que se constrói da união do livro Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus, com músicas do carioca Cartola e que se propõe a colocar em debate questões que envolvem teatro-documento, estrutura de moradia das cidades, desigualdade social, periferia, emprego, a mulher e seu espaço.
quinta 16 | 20h Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 150 lugares [duração aproximada: 70 minutos]
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá | foto: Gustavo Garcetti
Interior | foto: Renato Mangolin
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O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá
Cia. 4 pra Nada
O espetáculo parte do encontro de três bailarinos/atores em cena. Uma investigação do homem. Ser homem. Corpo de homem. Um homem diante de outro homem. Um homem encostando em outro homem. Um homem dançando para outro homem. Os homens que são em cena. Os homens que são a cena.
sexta 17 | 21h Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 150 lugares [duração aproximada: 75 minutos]
Grupo 59 de Teatro
Baseada no livro homônimo de Jorge Amado, a peça apresenta a história do amor impossível entre um gato malhado e uma andorinha, em um jogo teatral lúdico, despojado e recheado de canções, que provoca o imaginário das crianças de todas as idades.
sábado 18 e domingo 19 | 15h Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 150 lugares [duração aproximada: 60 minutos]
Interior
Cia. dos Bondrés Neste espetáculo a ação se desenrola paralelamente em dois espaços que não se comunicam. Dentro da casa, a família se reúne tranquilamente após o jantar sem suspeitar do drama pelo qual está passando. Do lado de fora, os habitantes da cidade estão cada vez mais perto de revelar o trágico infortúnio que acaba de acontecer. A tensão se traduz na presença das máscaras, assim como na potência das imagens e das atmosferas que transformam o espaço cênico.
domingo 19 | 19h Sala Multiúso (piso 2) – 40 lugares [duração aproximada: 60 minutos]
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no Itaú Cultural \teatro Desmontagem Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência com Tânia Farias (Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz)
A desmontagem Evocando os Mortos – Poéticas da Experiência refaz o caminho do ator na criação de personagens emblemáticos da dramaturgia contemporânea. Constitui um olhar sobre as discussões de gênero, abordando a violência contra a mulher em suas variantes, questões que passaram a ocupar centralmente o trabalho de criação do grupo Ói Nóis Aqui Traveiz. Desvelando os processos de criação de diferentes personagens concebidas entre 1999 e 2011, Tânia Farias deixa ver o quanto as suas vivências, pessoais e do coletivo Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, atravessam os mecanismos de criação. Através da ativação da memória corporal, a atriz faz surgir e desaparecer as personagens, realizando uma espécie de ritual de evocação de seus mortos para compreensão dos desafios de fazer teatro nos dias de hoje.
sexta 24 | 20h Sala Multiúso (piso 2) – 70 lugares [duração aproximada: 90 minutos]
Mozart
Grupo Sobrevento Dois distintos cavalheiros e uma jovem senhorita do século XVIII tiram de uma pequena carroça bonecos que não têm fios nem varas, mas parecem ganhar vida própria, para contar momentos curiosos da vida agitada de Mozart, famoso compositor austríaco.
sábado 25 e domingo 26 | 15h Sala Multiúso (piso 2) – 40 lugares [duração aproximada: 50 minutos]
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Ordinários | foto: Paulo Barbuto
Ordinários Cia. LaMínima
Em algum lugar, três soldados formam um pelotão improvável. Diante da angústia da espera, esmeram-se em treinamentos até finalmente receber uma missão. Quanto mais avançam pelo território inimigo, ficam evidentes os segredos que um esconde do outro e o quanto eles são inadequados para o mundo da guerra. Mas, afinal, quem é adequado para a guerra?
domingo 26 | 19h Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 150 lugares [duração aproximada: 70 minutos]
\arte na rua
Batalha de Improvisação com Máscaras Cia. dos Bondrés
Dez atores utilizando máscaras se confrontam no palco aos moldes das antigas disputas dos programas de auditório, lançando-se em uma apresentação imprevisível na qual tudo é improvisação. O público é convidado a participar, sugerindo temas de improvisação a ser sorteados. Como nos antigos programas de auditório, a plateia vota, torce e participa.
domingo 19 | 14h calçada do Itaú Cultural [duração aproximada: 70 minutos]
\formação
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\férias
foto: Jéssica Mangaba
foto: Anna Carolina Bueno
Nosso Labirinto e Seus Ecos
O Itaú Cultural preparou uma programação especial para as férias de janeiro. Todos os dias (exceto às segundas, quando o instituto está fechado), às 14h, acontece no Itaú Cultural uma atividade voltada para toda a família, desde o público infantojuvenil até a terceira idade.
Olhares Poéticos em Libras No terceiro fim de semana de cada mês, o Itaú Cultural promove vivências para sensibilizar o público em relação à língua e à cultura surdas. Nesses encontros, o poeta e educador Edinho Santos apresenta performances que, por meio da poesia, unem a arte à Língua Brasileira de Sinais (Libras).
sábado 18 e domingo 19 | 16h30 ponto de encontro: piso térreo [duração aproximada: 60 minutos] [sem necessidade de inscrição]
Tensionando o Espaço Público Como programação paralela da exposição Franz Weissmann: o Vazio como Forma, em 4 e 6 de fevereiro, das 18h30 às 21h30, será realizado um curso sobre o impacto da arte no contexto urbano. A obra pública pode, por exemplo, pôr em xeque um entendimento da cidade que se dê pelas vias da vigilância e da normatização. A formação traz esse e outros modos de pensar o tema, tendo em destaque os pontos de vista da arquitetura, com Guilherme Wisnik, e das artes visuais, com o curador da mostra, Felipe Scovino, além do artista Vitor Cesar. Inscreva-se de 7 a 22 de janeiro em itaucultural.org.br. Resultados em 29 de janeiro.
Sala Multiúso (piso 2) – 70 vagas + 20 de lista de espera [mais bem aproveitado por maiores de 16 anos]
Como é estar jovem no mundo contemporâneo? As vozes jovens são de fato ouvidas? Seus sonhos condizem com suas realidades? Ao longo de sete meses, pessoas de 13 a 22 anos habitantes de diversas regiões de São Paulo reuniram-se no Itaú Cultural para pensar questões como essas. O resultado é uma grande instalação que o instituto apresenta ao público entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro. Além de material audiovisual com depoimentos dos jovens que participaram do projeto, o espaço abriga intervenções cênicas e rodas de conversa. Acesse itaucultural.org.br para conhecer a programação.
sexta 31 de janeiro a domingo 2 de fevereiro
A programação do mês foi pensada de forma a abordar diferentes linguagens: terças de cordel, quartas de encadernação, quintas teatrais, sextas brasilianas, sábados das esculturas e domingos na Paulista. Dialogando com as exposições em cartaz no instituto, a cada semana as temáticas mudam, sempre dentro da atividade proposta para cada dia. Você encontra a programação completa no folheto disponível no balcão de informações e no site itaucultural.org.br.
terça 7 a sexta 31 | 14h
Sala Multiúso (piso 2)
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no Itaú Cultural \conteúdo Exilados na própria cultura? por Daniel Munduruku
Há quem diga que os indígenas não podem deixar de ser indígenas ou que frequentar outros ambientes poderia ser prejudicial à manutenção da cultura ancestral. Quem afirma isso quase sempre é alguém com uma visão romantizada sobre nossa gente. Ou seja, fica na superfície e aceita, sem muitos questionamentos, o que foi ensinado, pregado, alimentado e noticiado. Quase sempre são pessoas que compreendem a cultura de modo congelado, sem dinâmica ou parada num tempo imemorial; que consideram que ser indígena é uma condição de exilado étnico e que estamos condenados a ficar eternamente presos a uma condição de humanidade vista de forma estereotipada. Ou seja, que temos de nos manter “puros” caso queiramos ser chamados por essa palavra nem sempre empregada da maneira correta. Observando a história, podemos ver que a construção do conceito que hoje recai sobre nós foi sempre feita através de políticas violentas, de extermínio ou massacre cultural. Foi assim que muitos dos povos indígenas foram sendo dizimados – por causa das infecções trazidas pelo contato, pela ingestão de alimentos com alto teor de gordura, de açúcar e de sal. Foi também assim que nos fizeram acreditar em outras entidades espirituais em detrimento de nossas crenças ancestrais; ainda hoje somos bombardeados por inúmeras formas de massacre que nos são passadas pela mídia, pela escola, pela universidade e pelas igrejas. Confesso que não condeno quem pensa assim. Se o fizesse, reproduziria um sentimento que não considero humano. Prefiro agir com tolerância, paciência e espírito educador. Vejamos, portanto, o que está em jogo quando se pensa que os indígenas são escravos da tradição ou condenados a ser exilados na própria cultura: 1. A cultura humana é dinâmica. Sempre foi. É sua forma de manter-se viva. Sim, a cultura é um organismo vivo que se alimenta de nossa condição humana e costuma atualizar-se quando coloca os humanos em contato numa troca de saberes. A natureza encontrou no ser humano o organismo ideal para tornar-se presente, ou seja, fazer-se cultura. Nossa vã pretensão de sermos superiores não nos oferece esse olhar de pertencimento a ela. Nossa vaidade prefere achar que somos os senhores da cultura, mas nos nega a humildade de perceber que somos parte. Infelizmente o que vemos e presenciamos são culturas que se
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Texto publicado em agosto de 2018 no site do Itaú Cultural. Acesse itaucultural.org.br e confira mais conteúdos em texto, áudio e vídeo sobre a arte e a cultura brasileiras.
acham melhores, maiores, mais humanas e com isso têm o sentimento de que podem e devem submeter as demais, explorá-las, dizimá-las ou, o que é pior, escravizar seus pensamentos a uma forma única de pertencimento. A dinâmica da cultura nos mostra que ela se realiza na diversidade, na multiplicidade, na pluralidade. A cultura se movimenta nessa direção de sermos humanos sem sermos iguais. 2. Tradição é a parte da cultura que nos reveste de pertencimento. Ela não nos escraviza a um modelo congelado, mas nos lembra que estamos em movimento e temos de aceitar a dinâmica da existência refletida na convivência com outras formas de humanidade. Defender a tradição não é a mesma coisa que conservadorismo. As populações indígenas não são conservadoras. São tradicionais. O conservadorismo está ligado a uma visão saudosista do passado. O tradicional é aquele que busca no passado os sentidos do presente. Faz isso não porque sente saudade do passado, mas porque busca na experiência dos antigos a ligação para não se perder no presente. Isso tem a ver com a sua compreensão circular do tempo – um tempo que se desdobra sobre si mesmo trazendo para o agora as experiências que alimentam a história. 3. Ser indígena é ser um contemporâneo. Ser contemporâneo não pode significar romper com o passado, mas buscar nele a presença dos ancestrais, sustentáculos da tradição e, portanto, da cultura que se atualiza em nossas experiências de humanidade. Simbolicamente, posso afirmar que somos todos canibalizados pela cultura. 4. Vestir-nos de outras culturas, às vezes alheias à nossa própria cultura, é um movimento normal. Usar colares, brincos, tatuagens, lenços, burcas, cocares, bonés, tecidos de outras gentes é um exercício de liberdade. Mais do que isso, é um exercício estético e uma postura ética que se desdobra em compromisso com a diversidade, com a contemporaneidade, com o presente. Portanto, lícito. Especialmente se o fazemos como forma de lembrar-nos de que somos parte da humanidade dos outros. Ao pensarmos assim, nós nos sentimos não como apropriadores do que o outro é ou tem como expressão, mas como um fio na teia da cultura humana. Nesse sentido, não tem nenhuma importância o debate sobre apropriação cultural, porque a cultura não pertence a ninguém, nós é que pertencemos a ela. Ela nos usa mais do que a usamos. Claro que não estou defendendo o uso desqualificado ou comercial da cultura alheia. Estou falando do uso estético capaz de reforçar em cada humano seu papel central na elaboração de uma convivência
pacífica, positiva, consciente de sua própria experiência de humanidade. Estou dizendo todas essas coisas para reforçar que os sábios indígenas têm lembrado sempre que precisamos estar alinhados à tradição ancestral, mas isso não implica abrir mão de nossa contemporaneidade. Ou, se preferir, precisamos estar conectados à nossa contemporaneidade sem fechar os olhos para nossos saberes ancestrais. Andar, portanto, por este presente, participar dele, atuar nele, usufruir do que nos oferece, participar de sua dinâmica, utilizar suas inventividades sem esquecer de quem somos, de onde viemos e de qual é o sentido que há nele. Para que isso aconteça sem o perigo de nos perdermos e de perdermos o compasso da cultura, temos de estar antenados à tradição. É ela, a tradição, que alimenta nossa simplicidade, nossa humanidade. É ela que nos obriga a sermos um fio na teia sem corrermos o risco de nos considerarmos o fio da teia. Ou seja, ela nos lembra que cada fio é importante para que o equilíbrio seja mantido, para que nossa saúde – física, mental e espiritual – seja mantida e que o céu não despenque sobre nossa vaidade construída, quase sempre, sobre a ideia de poder, posse e riquezas diversas, alimentada por sentimentos desumanos de exploração, exclusão, preconceitos, estereótipos e apelidos, entre outros. Um último ponto para concluir esta reflexão: os povos indígenas brasileiros já vivem nesta terra há muitos milhares de anos. Têm passado por várias transformações ao longo desse tempo todo. Aprenderam a lidar com as mudanças – sejam elas humanas, culturais ou ambientais –; aprenderam a atualizar a própria cultura como garantia de sobrevivência; já viveram perdas e ganhos nesse processo. Muitos grupos não conseguiram sobreviver aos impactos causados pela incompreensão traduzida em guerras de extermínio, escravidão, expulsão dos territórios tradicionais, perseguições, práticas de racismo, preconceito institucional; outros grupos criaram estratégias de sobrevivência que os fizeram dominar formas culturais alienígenas com o objetivo de “convencer” seus perseguidores do apagamento de suas culturas tradicionais, entre outras coisas. São, portanto, povos tarimbados na tarefa de manter vivas suas tradições. Imaginar que esta discussão sobre a apropriação cultural é nova é desconhecer a capacidade de ressignificar, resistir, reexistir que esses povos têm. E, pior, não aprender nada com ela. Daniel Munduruku é um escritor indígena brasileiro.
Arte e cultura para seus ouvidos Não importa o lugar ou a hora, o melhor da cultura chega a você com os podcasts do Itaú Cultural.
Conheça mais em www.itaucultural.org.br/podcasts
Bicicleta Estacionamento com seguro e gratuito para 15 bicicletas. Válido somente para visitantes do Itaú Cultural.
Horário de funcionamento terça a sexta 9h às 20h sábado, domingo e feriado 11h às 20h Espaços acessíveis O prédio do Itaú Cultural apresenta facilidades para pessoas com deficiência física. Há um fraldário localizado no piso térreo do instituto. Restaurante Panaroma segunda 9h às 17h terça a sexta 9h às 20h sábado e domingo 11h às 20h fone 11 3251 1801
Biblioteca Localizada no piso 2, a biblioteca do Itaú Cultural funciona de terça a sexta, das 10h às 18h. Para visitar o acervo é necessário inscrever-se pelo e-mail biblioteca@itaucultural.org.br. Consultas também podem ser realizadas pela internet, em itaucultural.org.br/acervobiblioteca. Não é permitido comer, beber, fumar e falar ao celular nos espaços expositivos, nos auditórios e na biblioteca.
Estacionamento (para carros) Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho. Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7 | 4 horas: R$ 9 | 5 a 12 horas: R$ 10 Com manobrista e seguro.
Alvará de Funcionamento de Local de Reunião – Protocolo: 2016.0.189.341-4 – Lotação: 742 pessoas Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) – Número: 406986 – Vencimento: 30/4/2022
Consulte esta programação no site issuu.com/itaucultural.
entrada gratuita itaucultural.org.br fone 11 2168 1777 atendimento@itaucultural.org.br avenida paulista 149 são paulo sp 01311 000
Auditório Ibirapuera Bilheteria sexta e sábado 13h às 22h domingo 13h às 20h
Para a sua comodidade, recomendamos chegar com uma hora de antecedência às apresentações e sugerimos a utilização de táxi, bicicleta ou transporte público.
Espaços acessíveis O prédio do Auditório Ibirapuera apresenta facilidades para pessoas com deficiência física.
O acesso de automóveis é realizado pelo portão 3. Para pedestres, o portão mais próximo é o 2.
Venha de bicicleta Como o Auditório Ibirapuera não possui estacionamento ou sistema de valet, os frequentadores dos espetáculos dispõem apenas do estacionamento do Parque Ibirapuera, com sistema de Zona Azul e vagas limitadas.
Alvará de Funcionamento de Local de Reunião – Número: 2019/01557-00 – Vencimento: 31/1/2020 Lotação do Auditório: 806 – Capacidade da plateia externa: 15 mil Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) – Número: 393008 – Vencimento: 16/1/2021 – Protocolo de renovação: 014450-2/2017
auditorioibirapuera.com.br fone 11 3629 1075 info@auditorioibirapuera.com.br avenida pedro álvares cabral s/no parque ibirapuera são paulo sp 04094 050