a natureza dos gĂŞneros ĂŠ nĂŁo ser natureza
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berenice bento
todos os gĂŞneros
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mostra de arte e diversidade
a natureza dos gêneros é não ser natureza
TODOS OS GÊNEROS: MOSTRA DE ARTE E DIVERSIDADE | 3a EDIÇÃO
REALIZAÇÃO
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SÃO PAULO
berenice bento
25 JUN A 3 JUL 2016
mostra de arte e diversidade
centro de memória, documentação e referência
- itaú cultural
todos os gêneros: mostra de arte e diversidade / organização itaú cultural. – são paulo : itaú cultural, 2016.
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80 p. : il.
isbn 978-85-7979-085-0
1. gênero. 2. sexualidade. 3. transgênero. 4. artes cênicas. 5. audiovisual. 6. exposição de arte – catálogo. I. instituto itaú cultural. II. título.
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cdd 306.76
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apresentação a natureza dos gêneros é não ser natureza
berenice bento
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socióloga discute gênero como algo socialmente construído
por berenice bento
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diva dramática e do divertissement uma homenagem à atriz phedra de córdoba
por dyl pires
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e você?
relato de uma mulher transexual
por magô tonhon
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susto, riso e fascínio em uma espiral de desvelamentos
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como o escritor, dramaturgo
e cartunista copi criou um mundo sem regras
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gênero, sexualidade, cinema e militância a presença
– ou ausência –
das mulheres na produção audiovisual brasileira
por patricia galucci
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além do binário ensaio fotográfico com o músico jaloo
por andré seiti
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programação
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por renata pimentel
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Os corpos, as expressões e as identidades se manifestam de diferentes maneiras em nossa sociedade. A discussão do que é o gênero e de como ele se constrói vem crescendo e, para contribuir com esse debate, o Itaú Cultural traz ao público a mostra Todos os Gêneros. O evento, que está em sua terceira edição, tem uma extensa programação composta de espetáculos, mesas de debate e uma mostra de filmes – sempre com a reflexão sobre as questões de gênero e a diversidade em sua pauta. A grade está no final desta publicação, organizada por data. Estão reunidos aqui textos sobre o tema, que trazem questionamentos, junto a outros que homenageiam algumas das personalidades importantes para o crescimento dessas discussões no âmbito cultural. Itaú Cultural
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apresentação
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palavra facilmente
definível, gênero é um projeto social que tem como certidão de nascimento a incompletude
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é doutora em sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Autora dos livros A Reinvenção do Corpo: Sexualidade e Gênero na Experiência Transexual (EDUFRN, 2014), O que É Transexualidade (Brasiliense, 2012), entre outros.
A narrativa naturalizante para os gêneros é uma – entre outras – que disputa os significados para as masculinidades e feminilidades. Falar de gênero é explicitar relações de poder que atravessam/constituem os corpos e que sustentam a biopolítica (Michel Foucault, Nascimento da Biopolítica). Para além de afirmar que ninguém nasce mulher (Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo), ninguém nasce homem: torna-se. É necessário pensar o que, nesse processo do “tornar-se”, deve ser incentivado, premiado, reproduzido, e o que deve ser eliminado. Esse “tornar-se” não é uma obra única, acabada. Gênero é um projeto social que tem como certidão de nascimento a incompletude. Ninguém tem um gênero. O gênero só existe fazendo-se. Se alguém tem alguma dúvida, sugiro que faça um teste com seu próprio gênero. Vista-se com roupas
berenice bento
mais do que uma
O debate sobre o que é gênero ganhou dimensões midiáticas como nunca a sociedade brasileira vira. “Gênero” tornou-se uma palavra abjeta, um palavrão impronunciável. O léxico que circulava anteriormente falava de “direitos das mulheres”, “violência contra as mulheres”. De forma geral, a categoria gênero era relacionada (e reduzida) à mulher. Mulheres transexuais, homens transexuais, travestis, transgêneros, homens transexuais gays, travestis lésbicas colocaram em cena a necessidade de repensar os significados da categoria, nas pesquisas acadêmicas e/ou nas políticas públicas. Simultaneamente, um novo léxico que nega a possibilidade de fazer coincidir vagina = mulher = feminino e pênis = homem = masculino está sendo gestado. Na concepção biologizante das identidades de gênero, a heterossexualidade natural dos corpos é interpretada como o momento do encontro, a complementariedade essencial de duas espécies naturalmente (e radicalmente) diferentes: homens e mulheres.
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[...] ninguém nasce homem: torna-se. [...] Este “tornar-se” não é uma obra única, acabada. Gênero é um projeto social que tem como certidão de nascimento a incompletude. Ninguém tem um gênero. O gênero só existe fazendo-se.
consideradas socialmente inapropriadas para seu gênero. Você também pode caminhar e sentarse com modos considerados não apropriados. Observe os olhares. Tente lê-los. Seus atos “impróprios” colocarão em funcionamento a eficiente polícia de gênero, um panopticon espetacular que todos/todas fomos eficazmente preparados/preparadas para executar. O que confere a legitimidade de algumas expressões de gênero existirem e outras serem eliminadas? Quem pode demandar reconhecimento social de pertencimento a determinado gênero? Há algumas estratégias discursivas acionadas por aqueles/aquelas que se negam a reconhecer o caráter político e performático do gênero, principalmente aqueles assentados em pressupostos religiosos e científicos. A díade normal/patológico é um dos eixos centrais para negar reconhecimento de cidadania e de pertencimento à categoria “humano” para os sujeitos que quebram o suposto caráter biológico das identidades de gênero. Como definir padrões de normalidade? Quem são os “normais” de gênero? Como definir quem são os “não disfóricos de gênero”? Existem exames clínicos para dizer se eu (não) sou disfórica? Não existe nenhum exame médico para “detectar” os (não) disfóricos de gênero.
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Que material o psiquiatra manuseia para chegar a um diagnóstico sobre a “saúde de gênero” do “paciente”? São, exclusivamente, os discursos produzidos socialmente sobre o que é ser “homem de verdade” e “mulher de verdade”.
A beleza da diversidade das expressões de gênero não pode ser confinada nos hospitais, nos hospícios, nas prisões. Por muito tempo, a criminalização e a patologização eram os lugares discursivos reservados para os ditos “anormais”. E, claro, a cereja do bolo da imensa festa da desumanização era a noção de pecado. Mas a vida é plural. Os sujeitos são diversos. Finalmente, as masculinidades e feminilidades se libertaram das amarras do pecado e dos cromossomos. Não voltaremos para os espaços confinados e confessionais porque a “natureza” do gênero está em não ter natureza.
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[...] a cereja do bolo da imensa festa da desumanização era a noção de pecado. Mas a vida é plural. Os sujeitos são diversos. Finalmente, as masculinidades e feminilidades se libertaram das amarras do pecado e dos cromossomos.
Da mesma forma que avançamos na desnaturalização da categoria “raça” ao desmontar os argumentos “científicos” de que havia espécies humanas biologicamente inferiores e superiores, agora chegou a vez de negarmos o império dos hormônios e das genitálias como os demiurgos dos nossos desejos. O último reduto do determinismo biológico está nas concepções hegemônicas sobre os gêneros.
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diva dramรกtica e do divertissement
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dyl pires
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diva dramática e do divertissement morta em abril de
2016,
a atriz cubana phedra de córdoba inspirou coragem ao assumir sua identidade de gênero
dyl pires
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é ator e poeta. Participou dos espetáculos Você Está Livre, com a Cia. Teatro Sem Censura, e E se Fez a Humanidade Ciborgue em Sete Dias, Édipo na Praça, Satyros’ Satyricon e Roberto Zucco, com a Cia. de Teatro Os Satyros. É autor dos livros O Perdedor de Tempo e O Torcedor.
Já a conheci sob o signo das cores de Almodóvar. E, antes, pelo blog do saudoso amigo Alberto Guzik, tive acesso ao phedrês – uma escrita personalíssima que deixava entrever seu idioma de origem, o espanhol, e o português falado no Brasil. Uma agramaticalidade captada pela forma como ouvia no fogo cruzado das duas línguas. Phedra de Córdoba foi uma atriz transexual que trazia no corpo, nos gestos e no temperamento a memória como protagonista de toda sua caminhada. Poucas pessoas nos provocam o sentimento de, ao estar diante delas, quase apalpar suas dores e alegrias – e mesmo a dignidade de como as consumou em si mesma. Falo de uma artista que sempre me suscitara tal sentimento e que, ao abraçá-la, sabia estar abraçando a história de alguém que não só assumiu sua identidade de gênero como também burilou incessantemente a anima artística a ponto de tornar-se uma diva: dramática e do divertissement. Importante salientar que esteve para além do anedotário criado em torno do substantivo. Era diva, sim. Mas, sobretudo, por inspirar coragem numa época – como até os últimos dias – em que mover-se com aguerrida desenvoltura pela sociedade poderia custar-lhe a própria vida.
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Nos bastidores do espetáculo Roberto Zucco, da Cia. de Teatro Os Satyros, enquanto aguardava a última cena, ela surgia como uma entidade que atravessava a estreita coxia na penumbra rumo ao andar de cima, onde se prepararia para representar em seu imperativo silêncio a idosa cadeirante da peça Hipóteses para o Amor e a Verdade. Estivemos juntos na montagem de Édipo na Praça e numa substituição que fiz a um ator na peça Não Morrerás. Do convívio teatral aos encontros fortuitos na Praça Roosevelt, ficou-me também o legado da mais refinada imagem desta paisagem
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em movimento que compreende o fazer teatral: envelhecer reapresentando a vida do espírito humano. E, ainda assim, é como se ela sempre tivesse me dito: “É o tempo que envelhece em nós atores, não o contrário”.
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e vocĂŞ ?
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magĂ´ tonhon
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e você?
um convite para olhar
ao redor e refletir sobre como podemos contribuir para mudar uma realidade
magô tonhon
é mestranda em cultura, educação e saúde na Universidade de São Paulo (USP). Pesquisa gênero e sexualidade e é criadora do canal Voz Trans* no YouTube. Militante LGBT, é produtora do [SSEX BBOX], trabalhou na 1ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil e desenvolve ações pontuais para o projeto.
O meu nome é Magô Tonhon sem R e com ^. Quando nascemos, todos temos uma expectativa acerca do gênero ao qual devemos pertencer. Sou uma mulher transexual. Isso significa que, quando nasci, o gênero que me deram nunca me coube. E eu resolvi ultrapassar essa expectativa e tentar me aproximar daquilo que sonhei para mim mesma, baseada em minha mais íntima identidade e em meu pertencimento de gênero. Eu não vou falar só sobre mim. Não que eu seja matéria que não conheço, mas me conheci mais e melhor quando me aproximei destas outras tantas diferentes pessoas trans: homens e mulheres transexuais e travestis. Bem, onde você está exatamente neste momento? Consegue perceber quantas pessoas estão à sua volta? Conseguiria saber tudo de suas vidas só de olhar para elas? Consegue notar como são diferentes entre si? Corpos, cabelos, peles, roupas, gestos. Você conseguiria me dizer quantas são mulheres e quantos são homens? Elas têm família? Essas pessoas possivelmente foram à escola, frequentaram uma universidade? Da última vez que ficaram doentes, essas pessoas encontraram ajuda médica?
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Quando falamos em população trans e travesti, essas diferenças são tão variadas quanto! Algumas se identificaram ainda crianças como mulheres ou homens trans, outras na juventude, na vida adulta ou numa idade ainda mais avançada. E você? Quando você se identificou como homem ou mulher? Você já se questionou sobre o gênero ao qual disseram que você pertencia alguma vez na vida? Já questionou o destino de gênero que lhe foi imposto alguma vez, ou sempre se identificou com o gênero que atribuíram a você quando nasceu? É homem ou mulher? Pegue seu RG e veja que nome está escrito ali. Quantas vezes teve receio de
Você provavelmente já viu no noticiário o apresentador nos tratando como piada? Quantas mulheres transexuais frequentaram sua casa na última semana? Para quantos homens trans você deu bom-dia no último mês? Para quantas travestis você possivelmente negou um trocado e saiu apressado com medo de ser assaltado no último ano, enquanto passava pela Praça da República de noite, caminhando em direção ao metrô? Você contrataria uma pessoa trans ou uma travesti para trabalhar com você?
magô tonhon
mostrar seu documento por ali conter um nome que não identifica você de fato?
A maioria de nós vive à margem. O que nos diferencia são os acessos. Sou privilegiada por escrever para vocês: sou exceção. O que não é suficiente para modificar a regra. Nossas identidades são escavadas diariamente, pois sobre nós há a negação e a violação de direitos humanos básicos. Temos algo em comum: a transfobia é estrutural e nos nega acesso ao mínimo de cidadania – o direito a uma identidade. Questionamos a ordem de gênero e, com isso, estamos suscetíveis a inúmeras formas de violência: ética, quando deslegitimam nossas identidades, e física, na forma das quase 60 pessoas trans e travestis brutalmente assassinadas só em janeiro de 2016, por exemplo.
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Magô Tonhon participa da programação de Todos os Gêneros como mediadora da atividade Roda de Partilha: Feminismo Interseccional. Saiba mais na página 47.
e você ?
E você? Como pode contribuir para modificar essa realidade?
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susto , riso e fascĂnio em uma espiral de desvelamentos
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renata pimentel
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o argentino copi contesta verdades e cria um mundo sem regras
renata pimentel
é poeta e professora de literatura na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Autora de, entre outros títulos, Copi: Transgressão e Escrita Transformista (2011), também desenvolve pesquisas ligadas à teoria dos gêneros e aos estudos trans.
Nada escapa ao humor sagaz e contundente do autor: sexo, violência, meio intelectual. Até a si mesmo ironizava, ficcionalizando-se sob várias formas. Nomeia personagens de suas obras como Copi, até mesmo lhes cria uma vida completamente distinta da sua. Em A Cidade das Ratas, Copi é um escritor frustrado, alcoólatra, aposentado, heterossexual, pai, divorciado, que cria um rato das ruas de Paris, instruindo-o na literatura universal. O personagem é tradutor das cartas que recebe do rato, o verdadeiro autor do romance! Já em O Baile das Loucas, o Copipersonagem “rememora” seu affair com o italiano Pietro, que (entre outras transições) o trai com uma mulher travesti e muda de sexo para tornarse freira carmelita descalça. Em paralelo, o personagem relata o presente de uma crise criativa e das cobranças de seu editor, que, em certa altura, Copi assassina. Mas tudo não passa de sonho... No palco, fez um teatro visceral que revela, pelo imaginário e pela potência da cena, um mundo capaz de desestabilizar verdades estabelecidas e prisões identitárias – sobretudo relativas a gênero e sexo. Em O Homossexual ou a Dificuldade de se Expressar, Irina é uma transexual amante de sua própria mãe, Madame Simpson – também transexual e sem parentesco sanguíneo algum com Irina. Esta tem diversos amantes. Vários câmbios de sexo e militares no cenário da gélida Sibéria. Mas não se resume a isso: denso é o teor político
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em sua produção,
Penetrar o universo criado por Copi – pseudônimo do dramaturgo, escritor, ator e desenhista argentino Raúl Damonte Botana (1939-1987) – é experimentar sucessivas surpresas. A primeira reação é, com frequência, susto: um choque na nossa percepção do mundo, no modo como encaramos os conceitos cristalizados. Mas há um humor violento também, que torna inevitável um riso nervoso.
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susto, riso e fascínio em uma espiral de desvelamentos
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da defesa das liberdades de expressão. A tese é que a repressão à radical liberdade só leva ao exílio e à impossibilidade de comunicação.
uma personalidade
“trans”
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Nascido em Buenos Aires, Copi muda-se para Paris nos anos 1960, onde reside até morrer em decorrência da aids – por “excesso de vanguardismo”, ironizava, foi uma das primeiras vítimas do HIV. Seu pai, Raúl Taborda, jornalista e artista plástico, rompe com a ditadura peronista e a família tem de fugir para o exílio. Seu avô materno, o uruguaio Natalio Botana, fundou em Buenos Aires o jornal Crítica, que fazia oposição ao governo de Hipólito Yrigoyen; e sua avó materna, Salvadora Onrubia – de quem ganhou o apelido –, era anarquista, feminista, dramaturga, mãe solteira ao casar e notória pelos casos extraconjugais com mulheres. Ligada à magia, apelidava filhos e netos para evitar serem enfeitiçados. O ambiente libertário familiar reflete na criação de Copi, cuja vida foi de contestação ao status quo. Homossexual, personalidade “trans” e ator travesti: propunha um teatro sem rótulos, inclassificável. Segundo José Tcherkaski, “este é o teatro de Copi: sem condicionamentos, porque ele era impossível de enquadrar”.
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teatro-desenho
Se a velocidade proposta por Italo Calvino em Seis Propostas para o Próximo Milênio deve ser um valor para a arte, Copi o faz. Para o dramaturgo argentino Marcos Rosenzvaig, a teatralidade dele “ocorre com a velocidade dos desenhos. Não há descanso, tudo é contínuo quadro a quadro. Ele desenha com os atores e isso o torna criador de uma linguagem: teatro comic. Tudo é possível no mundo do desenho, e aí está sua liberdade desmedida”.
Copi não quer explicações, cria um mundo radical onde tudo é normal e permitido. Astuto, rege sua galeria de seres que brincam de se reinventar. Cria uma casa de espelhos muito particular: o teatrodesenho, onde até a morte é reversível. E nele nos vemos também: loucas e loucos.
Além de apresentar o espetáculo O Homossexual ou a Dificuldade de se Expressar, baseado em texto de Copi, a mostra Todos os Gêneros promove um debate sobre o artista. Saiba mais na grade de programação (páginas 55 e 57).
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A novela O Uruguaio ilustra isso: longa carta a um mestre narra aventuras no “estranhíssimo país chamado Uruguai”. O narrador passeia, quando uma explosão torna os habitantes autômatos, menos ele, que vive a Utopia da solidão completa – até seu cão some num buraco. Faminto até o cão aparecer e cavar buracos de onde saem frangos que se assam ao sol e põem ovos fritos. Surge o presidente militar do Uruguai. Depois, o papa da Argentina, por quem o presidente se apaixona. Fogem, mas o presidente retorna e revela: o papa era traficante de escravas e sodomita. O Uruguaio descobre poderes mágicos e se converte em santo. O presidente lhe propõe casamento... E a carta ininterrupta encerra: “até amanhã, Mestre”.
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gênero , sexualidade , cinema e militância
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patricia galucci
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experiência, a autora propõe uma reflexão sobre a ausência das mulheres na produção audiovisual
– do set de
filmagem às telas
patricia galucci
é cineasta formada pela Faculdade Cásper Líbero e especialista, pela Universidade de São Paulo (USP), no curso de orientações sexuais e identidade de gênero. Em 2010, fundou a produtora Maria João Filmes – primeira produtora independente de audiovisual a focar a temática LGBTQ. Atualmente está desenvolvendo seu primeiro longa-metragem, Viagem Solitária.
patricia galucci
a partir de sua
No decorrer de minha trajetória cinematográfica, fui levada de uma forma muito orgânica para o título de realizadora lésbica. Por ser homossexual, eu me sinto mais apropriada para retratar acontecimentos próximos ao meu universo e àquilo que me cerca, a partir de observações, vivências e também de histórias trocadas com amigxs. Não fui sempre reconhecida como realizadora. Passei por muitas etapas para sobreviver nesse meio, enquanto fazia meus filmes em paralelo. Entre as andanças em sets de filmagem, o machismo sempre foi latente. Hoje não consigo ver o cinema senão como um lugar em que posso soltar todo aquele grito contido quando sofro algum preconceito velado, explícito, físico ou psicológico. Quando vou com minha esposa para algum lugar e atraio muitos olhares, percebo que nosso corpo, nosso contato, nosso carinho se tornam um ato político. É um ato de resistência sair, mesmo sabendo que vamos ser julgadas, e ao mesmo tempo voltar para casa e colocar a cabeça no travesseiro em paz e agradecer por não ter sofrido qualquer tipo de violência. Nos últimos anos, a população tem sido contemplada por obras audiovisuais que discutem feminismo, identidade de gênero e sexualidade. Isso nada mais é que um reflexo de que a sociedade tem mudado e que os assuntos da esfera cultural e social do nosso país interferem diretamente no audiovisual. No entanto, ainda precisaremos de muita luta para que isso se torne uma constante. Se pararmos para definir a imagem da mulher brasileira a partir de sua representação midiática, certamente ainda diríamos que são mulheres
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gênero, sexualidade, cinema e militância
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Hoje não consigo ver o cinema senão como um lugar em que posso soltar todo aquele grito contido quando sofro algum preconceito velado, explícito, físico ou psicológico.
tradicionais ou hipersexualizadas – construídas como fetiche para o público masculino. Majoritariamente, os filmes são dirigidos por homens. Nos últimos 20 anos, apenas 16,5% foram dirigidos por mulheres. Nos sets de filmagem não é diferente: para cada quatro homens, temos apenas uma mulher. Isso quer dizer que as mulheres, no geral, são representadas pela óptica masculina. Isso nos faz levantar a seguinte questão: como fazer filmes de mulheres para mulheres quando vivemos em um lugar onde não há espaço para que aconteça seu empoderamento?
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Ainda no mercado audiovisual, vemos dentro da cadeia LGBTQ filmes dirigidos predominantemente por homens gays. Isso tem uma relação direta com o fato de o homem ser a classe predominante dentro dessa hierarquia. O G desloca-se à frente dentro dessa minoria, carregando seus privilégios. Então, onde estão as outras letras do arco-íris?
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Estamos longe de ter equidade de direitos. O histórico de violência contra a mulher apenas reafirma que vivemos em uma sociedade sexista, misógina e patriarcal, em que a hierarquia social está presente e o topo da cadeia é contemplado pelo homem branco, cis, de classe média/alta. O Brasil está em quinto lugar no ranking de violência contra a mulher.
patricia galucci
A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. 48% das mulheres sofrem violência doméstica. 77% das mulheres declaram que sofrem violência semanal ou diariamente e, em 80% dos casos, a violência é cometida por homens com quem as vítimas têm ou tiveram relacionamento afetivo.* É importante enfatizar ainda que a discriminação em razão de orientação sexual e identidade de gênero faz centenas de vítimas no Brasil todos os anos – uma população que é historicamente marginalizada.
*Dados do levantamento feito pela Folha de S.Paulo em novembro de 2015.
Nesse caso, falo de cinema, mas tente refletir sobre qualquer outra instituição. Certamente é possível verificar que, nacionalmente, a discrepância entre gêneros é uma epidemia que afeta a sociedade como um todo.
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Essa discussão precisa estar em pauta para que o véu de desigualdade social caia e nós, mulheres, possamos protagonizar nossos papéis como indivíduxs, saindo do que nos foi preestabelecido. Dentro da área do audiovisual, que sejam produzidos filmes em que outros tipos de mulheres também possam se ver representadas nas telas e que, com isso, passem a questionar seu lugar na sociedade. Também chegamos a um momento de avançar e rediscutir quem são os protagonistas dentro dos sets de filmagens, bem como as narrativas e os personagens de ficção.
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além do binário ensaio fotográfico com o músico jaloo
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Jaloo vem desconstruindo os padrões de gênero estabelecidos em nossa sociedade com seu trabalho artístico – que brota nas terras férteis do tecnobrega, no Pará. Cantor e compositor, ele se considera uma pessoa não binária (que não se identifica com o duplo homem/ mulher) e traz neste ensaio uma amostra do que apresenta em seus shows. Jaloo está na programação de Todos os Gêneros (saiba mais nas páginas 63 e 67).
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A extensa programação da mostra Todos os Gêneros, que acontece de 25 de junho a 3 de julho, conta com peças de teatro, exibição de filmes, mesas de debate, performance e show. A seguir, você encontra a grade completa. Os ingressos são distribuídos duas horas antes do início do evento para o público preferencial e uma hora antes para o público não preferencial.
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Todas as atividades da mostra contam com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Para mais informações sobre o evento, acesse itaucultural.org.br.
programação
programação
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de junho
25 atividade vivencial
circuito [ssex bbox] roda de partilha:
feminismo interseccional
Neste encontro, mulheres com diferentes histórias colocam em debate os conceitos de gênero e sexo e falam sobre o feminismo interseccional
15h
com djamila ribeiro, inês castilho, sala multiúso jaqueline de jesus e viviane v. duração aproximada mediação magô tonhon 180 minutos
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20h
sala itaú cultural
duração aproximada 88 minutos
O diretor Nelson Baskerville coloca em cena sua própria história: o irmão mais velho desafia as regras de uma família conservadora dos anos 1960 e parte para a Espanha sob o nome de Gabriela.
com cia. mungunzá de teatro (sp)
programação
espetáculo
luis antonio gabriela
fim de semana em família
Nos dias 25 e 26 de junho o coletivo As Rutes conduz atividades para aproximar o público infantil da temática do evento e questionar os padrões de gênero.
oficina
oficina dos princípios – a fantasia da mistura
14h
piso térreo
duração aproximada 50 minutos
contação de história
o jogo de você: contos ancestrais sobre a fantasia de ser o que se é
16h
piso térreo
duração aproximada 50 minutos
Para falar de feminino e masculino, empatia e cooperação, o coletivo oferece diferentes materiais para que o público infantil construa os adereços que quiser. mais bem aproveitado por crianças de 6 a 12 anos
Com a ajuda da música e de alguns objetos cênicos, o grupo propõe a desconstrução de estereótipos de gênero com histórias de donzelas guerreiras e príncipes amorosos.
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11h
sala vermelha
duração aproximada 90 minutos
mesa
pingos nos is: a inclusão radical e a comunicação não violenta
15h
sala multiúso
duração aproximada 180 minutos
espetáculo
luis antonio gabriela
19h
sala itaú cultural
duração aproximada 88 minutos
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mostra de filmes [ssex bbox]
O coletivo apresenta filmes de autoria própria que propõem a reflexão sobre padrões impostos pela sociedade. perfil: um dia com laerte | brasil
perfil: queer com pedro costa | alemanha
ssex bbox | alemanha, brasil, espanha e estados unidos
direção priscilla bertucci
A mesa, que já aconteceu na 1ª Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil, pretende propiciar um encontro de escuta profunda da comunidade sexo-diversa e de suas problemáticas específicas, abordando a importância da comunicação não violenta (CNV).
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com luana hansen, michele bittencourt, fernanda ribeiro e amara moira mediação sandra caselato e yuri haasz
O diretor Nelson Baskerville coloca em cena sua própria história: o irmão mais velho desafia as regras de uma família conservadora dos anos 1960 e parte para a Espanha sob o nome de Gabriela.
com cia. mungunzá de teatro (sp)
programação
filme
circuito [ssex bbox]
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de junho
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joelma
20h
sala itaú cultural
duração aproximada 75 minutos
Joelma conta a história da inadequação de uma mulher nascida no corpo de um homem. A peça aborda, além da questão de gênero e sexualidade, a trajetória religiosa da protagonista.
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com território sirius teatro (ba)
programação
espetáculo
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28/6
mostra de arte e diversidade
de junho
28 mesa
copi: transgressão e teatralidade
15h
sala multiúso
duração aproximada 120 minutos
Renata, Marcos e Fabiano falam sobre o cartunista, dramaturgo e escritor argentino Raúl Damonte Botana (1939-1987), conhecido como Copi. Seu vanguardismo – ele abordava em seu trabalho temas como a liberdade, o exílio, a sexualidade e a política – é apresentado ao público.
com renata pimentel, marcos rosenzvaig e fabiano de freitas
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20h
sala itaú cultural
duração aproximada 70 minutos
Escrita em 1967, a peça coloca em cena a jovem Irina e a Madre, exiladas na Sibéria e rodeadas por lobos, neve e um misterioso vírus das estepes. Seu crime: a redesignação sexual.
com teatro de extremos (rj)
programação
espetáculo
o homossexual ou a dificuldade de se expressar
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mostra de arte e diversidade
de junho
29
20h
sala itaú cultural
duração aproximada 70 minutos
Escrita em 1967, a peça coloca em cena a jovem Irina e a Madre, exiladas na Sibéria e rodeadas por lobos, neve e um misterioso vírus das estepes. Seu crime: a redesignação sexual.
57
com teatro de extremos (rj)
programação
espetáculo
o homossexual ou a dificuldade de se expressar
todos os gĂŞneros
58
30/6
mostra de arte e diversidade
de junho
30
20h
sala itaú cultural
duração aproximada 90 minutos
kbela
direção yasmin thayná vagabunda de meia tigela
direção otavio chamorro
59
roupa de baixo
direção lara dezan
ashes of the afternoon
direção luiza porto e márcia bellotti o corpo nu
direção diego carvalho sá Após a exibição, haverá debate com os diretores e as diretoras.
programação
filme
mostra de filmes
todos os gĂŞneros
60
1/7
mostra de arte e diversidade
de julho
1
20h
sala itaú cultural
duração aproximada 90 minutos
viver de mim
direção juily manghirmalani o coração do príncipe
direção caya ryuichi
61
a ala
direção fred bottrel
eu vou me piratear
direção daniel favaretto e dudu quintanilha
de que lado me olhas
direção carolina de azevedo & elena sassi Após a exibição, haverá debate com os diretores e as diretoras.
programação
filme
mostra de filmes
todos os gĂŞneros
62
2/7
mostra de arte e diversidade
de julho
2 performance
noite bizarra, recalcada e bipolar
18h
sala multiúso
duração aproximada 80 minutos
Diferentes corpos extravagantes e existências estranhas em uma noite agitada com cabaré, talk show, pocket show, stand-up, performance cabeção e bate-cabelo nervoso.
63
jaloo
20h
sala itaú cultural
duração aproximada 80 minutos
O belenense – que vem rompendo com os padrões de gênero e comportamento em suas produções – apresenta sua mistura de pop, eletrônico e experimental em um show especial.
programação
show
fim de semana em família
Nos dias 2 e 3 de julho, toda a família pode participar de atividades que propõem a discussão e a desconstrução de padrões de gênero.
oficina
oficina de flores em crochê
14h
piso térreo
duração aproximada 90 minutos
oficina
oficina amar de leitura, diálogo e artes
16h
Gustavo Silvestre ministra uma oficina de crochê para o público infantojuvenil. mais bem aproveitado por crianças a partir de 8 anos
Marcia Misawa propõe uma experimentação artística com o intuito de contribuir com a reflexão sobre como lidar com o imprevisto, acolher as diferenças e questionar os padrões sociais de certo/errado.
piso térreo
duração aproximada 60 minutos
mais bem aproveitado por crianças a partir de 8 anos
todos os gĂŞneros
66
3/7
mostra de arte e diversidade
de julho
3
jaloo
19h
sala itaú cultural
duração aproximada 80 minutos
O belenense sobe novamente ao palco com sua mistura de pop, eletrônico e experimental para encerrar a programação da mostra com muito glamour e subversão.
67
programação
show
todos os gĂŞneros
68
mostra de arte e diversidade
a natureza dos gĂŞneros ĂŠ nĂŁo ser natureza
69
berenice bento
mostra de arte e diversidade
coordenação editorial edição
conselho editorial
70
Amanda Rigamonti Thiago Rosenberg Ana de Fátima Sousa Ana Paula Fiorotto Cuca Dias Galiana Brasil
coordenação de design
Jader Rosa
projeto gráfico
Estúdio Claraboia
produção editorial
produção gráfica supervisão de revisão revisão
colaboraram nesta publicação
todos os gêneros
Carlos Costa
Bruna Guerreiro Raphaella Rodrigues Lilia Góes (terceirizada) Polyana Lima Ciça Corrêa (terceirizada) Karina Hambra (terceirizada) Berenice Bento Dyl Pires Jaloo Laerte Magô Tonhon Patricia Galucci Renata Pimentel
ficha tĂŠcnica
71
todos os gêneros
72
REALIZAÇÃO
mostra de arte e diversidade