Calder and Brazilian Art
SĂŁo Paulo, 2016
To shed light on the influence of the oeuvre of Alexander Calder (1898-1976) in Brazil, Itaú Cultural sets the stage for Calder and Brazilian Art. Curated by Luiz Camillo Osorio, the exhibition reveals the artist’s importance in forming the background of neo-concretism in the country. A pioneering exponent of kinetic art, Calder was noted, inter alia, for imbuing industrial materials, such as sheet metal and wire with a sense of lightness and movement. His use of these elements – as well as the interplay between discipline and improvisation, or intellectual rigor and agility – remarkably affected Brazilian contemporary art in the 1950s energizing local artistic production. With 60 artworks on view – half of which are works by Calder – the show explores the output of 14 Brazilian artists directly or indirectly influenced by the sculptor, including Carlos Bevilacqua, Ernesto Neto, Lygia Pape, Waltercio Caldas, and Willys de Castro.
Para lançar luz sobre a influência da obra de Alexander Calder (1898-1976) no Brasil, o Itaú Cultural promove Calder e a Arte Brasileira. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, a exposição revela a importância do artista na formação do neoconcretismo no país. Pioneiro da arte cinética, Calder se destacou, entre outros aspectos, por dar leveza e movimento a materiais como o aço e o arame, assim como pelo jogo entre a disciplina e o improviso, ou entre o rigor intelectual e o movimento, que na década de 1950 afetou destacadamente a arte contemporânea brasileira, energizando a produção artística local. Com 60 obras no espaço expositivo – metade delas de Calder –, a mostra explora produções de 14 artistas brasileiros marcados direta ou indiretamente pela produção do escultor, como Carlos Bevilacqua, Ernesto Neto, Lygia Pape, Waltercio Caldas e Willys de Castro.
Abraham Palatnik, Hélio Oiticica and Lygia Clark are also in this group of Brazilian experimentalists – the works of these three artists have already been showcased at Itaú Cultural in 2009, 2010, and 2012, respectively. Therefore, the institute persists with its commitment to turn the spotlight on the Brazilian artistic production, its main influences and their impact on the current landscape.
Abraham Palatnik, Hélio Oiticica e Lygia Clark também integram o grupo dos experimentalistas brasileiros que fazem parte da exposição – obras dos três artistas já foram apresentadas no Itaú Cultural em 2009, 2010 e 2012, respectivamente. O instituto persiste, assim, no compromisso de trazer à cena a produção artística brasileira, suas principais influências e seus impactos no contexto atual.
In addition to the comments by curator Luiz Camillo Osorio on the approach taken in the show, this publication brings a more in-depth historical context in regards to the influence of Calder in the Brazilian creative output. Itaú Cultural has also broadened the scope of its actions to include the virtual environment. As a result, further information on Alexander Calder is available both in Itaú Cultural Encyclopedia and website at itaucultural.org.br.
Além de um texto do curador Luiz Camillo Osorio sobre o recorte da mostra, esta publicação apresenta uma contextualização histórica mais aprofundada no que se refere à influência de Calder na criação artística dos brasileiros. O Itaú Cultural expande suas ações ao ambiente virtual: é possível pesquisar mais informações sobre Alexander Calder tanto na Enciclopédia Itaú Cultural quanto no site itaucultural.org.br.
Milú Villela president, Itaú Cultural
Milú Villela presidente do Itaú Cultural
Calder and the work Untitled (1941) in the exhibition Alexander Calder held in 1948 at the Museum of Modern Art, Rio de Janeiro ( MAM Rio) | Calder e a obra Sem Título (1941) na exposição Alexander Calder, realizada em 1948 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ)
BIOGRAPHY
Alexander Calder was born in 1898 in the state of Pennsylvania, United States, into a family of artists. As a child, he was given tools and a workshop where he made toys and jewelry for his sister’s dolls. In his twenties, Calder moved to New York, where he studied at the Art Students League and produced his first paintings. He worked for the National Police Gazette, illustrating sporting events, and for the Ringling Bros. and Barnum Bailey Circus. Calder moved to Paris in 1926, where he created Cirque Calder (1926-1931). Made of wire and a spectrum of found materials, Cirque was a work of performance art that gained Calder an introduction to the Parisian avant-garde. At this time, Calder also expanded upon his invention of wire sculpture, whereby he “drew” with wire in three dimensions the portraits of friends, animals, circus themes, and personalities of the day. His famed series of the performer Josephine Baker date to this period. “Aside from the sketch of his wire heads, [Calder] doesn’t make statues. It was probably this absorption in rhythm that made him seek to introduce later in his work a new element, the actual motion, and not its representation,” as Mário Pedrosa points out in his article Calder, Escultor de Cata-Ventos [Calder, the Sculptor of Pinwheels], originally published in 1944 in Correio da Manhã.
BIOGRAFIA
Alexander Calder nasceu em 1898 no estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em uma família de artistas. Ainda na infância, ganhou suas primeiras ferramentas e uma oficina onde fazia brinquedos e joias para as bonecas da irmã. Aos 20 anos, mudou-se para Nova York, onde estudou na Art Students League e fez suas primeiras pinturas. Trabalhou no National Police Gazette, ilustrando eventos esportivos, e na companhia circense Ringling Bros. and Barnum & Bailey Circus. Calder mudou-se para Paris em 1926, onde criou o Cirque Calder (1926-1931). Feito de arame e uma gama de materiais fundidos, o Cirque foi um trabalho de arte performance que rendeu ao artista sua inclusão na vanguarda parisiense. Nessa época, Calder também ampliou sua invenção de escultura de arame, por meio da qual ele “desenhava” com o arame em três dimensões retratos de amigos, animais, temas circenses e personalidades da época. Sua famosa série da performer Josephine Baker data desse período. “À parte do esboço de suas cabeças de arame, [Calder] não faz estátuas. Foi provavelmente esta absorção pelo ritmo que o fez procurar introduzir mais tarde em sua obra um novo elemento, o movimento real, e não a sua representação”, destaca Mário Pedrosa em seu artigo “Calder, escultor de cata-ventos”, publicado originalmente em 1944 no Correio da Manhã.
In the fall of 1931, a radical shift occurred in Calder’s artistic career when he created kinetic abstract sculpture and gave form to an entirely new type of art. The earliest of these objects moved by motors and were dubbed “mobiles” by Marcel Duchamp (1887-1968) – in French, “mobile” refers to both “motion” and “motive.” Calder soon turned away from the motorized compositions of his earliest mobiles and developed works that responded to air currents and human interaction. He also created stationary abstract works that Jean Arp (1886-1966) dubbed “stabiles.” In 1933, Calder and his wife, Louisa, left France and returned to the United States, where they purchased an old farmhouse in Roxbury, Connecticut. Calder went on to receive two important commissions: Mercury Fountain for the Spanish pavilion at the 1937 Paris World’s Fair, and Lobster Trap and Fish Tail (1939) for the Museum of Modern Art (MoMA) in New York. The following decade was a remarkably productive period for Calder, during which time he expanded upon his practice and gained international distinction. In 1946, he had a major show at Galerie Louis Carré in Paris for which Jean-Paul Sartre wrote a seminal essay.
No outono de 1931, uma mudança radical ocorreu na carreira artística de Calder quando ele criou a escultura abstrata cinética e deu forma a um tipo inteiramente novo de arte. Os primeiros objetos desse tipo eram movidos por motores e foram apelidados de “móbiles” por Marcel Duchamp (1887-1968) – em francês, mobile refere-se tanto a “movimento” como a “motivo”. Calder afastou-se logo das composições motorizadas de seus primeiros móbiles, desenvolvendo trabalhos que respondiam às correntes de ar e à interação humana. Criou também obras abstratas fixas que Jean Arp (1886-1966) chamou de stabiles. Em 1933, Calder e sua esposa, Louisa, deixaram a França e voltaram para os Estados Unidos, onde compraram uma velha fazenda em Roxbury, em Connecticut. O artista recebeu, então, duas importantes encomendas: Mercury Fountain [Fonte de Mercúrio], para o pavilhão espanhol na Feira Mundial de Paris de 1937, e Lobster Trap and Fish Tail [Armadilha da Lagosta e Cauda de Peixe] (1939), para o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). A década seguinte foi um período extraordinariamente produtivo para Calder, durante o qual ele elaborou mais sua arte e ganhou distinção internacional. Em 1946, foi montada uma grande mostra do artista na Galerie Louis Carré, em Paris, para a qual JeanPaul Sartre escreveu um ensaio seminal.
Alexander Calder Red, White, Black and Brass | Vermelho, Branco, Preto e Bronze (1934)
Calder first traveled to Brazil in 1948 on the occasion of solo exhibitions in Rio de Janeiro and São Paulo. Notably, his works went on to be included in the first and second São Paulo Art Biennials, and the Museum of Modern Art of Rio de Janeiro (MAM-Rio) held a solo exhibition of his work in 1959. In all, he made three trips to this country, and he established friendships with renowned Brazilian artists and architects, such as Roberto Burle Marx (1909-1994), Rino Levi (1901-1965), Henrique Mindlin (1911-1971), Heitor dos Prazeres (1898-1966), and Lina Bo Bardi (1914-1992). During a yearlong stay in Aix-en-Provence in 1953, Calder created the first group of large-scale outdoor works and concentrated on painting gouaches. In 1954 and 1955, he visited the Middle East, India, and South America, with trips to Paris in between, resulting in an astonishing output and range of work. Calder soon turned his attention to commissions both at home and abroad, producing such recognizable works as Acoustic Ceiling (1954), for the Aula Magna auditorium at the Universidad Central de Venezuela; .125 (1957), for the New York Port Authority in John F. Kennedy Airport; and Spirale (1958), for UNESCO in Paris. In Italy, Calder created Teodelapio, a stabile over 56 feet tall, for the 1962 Spoleto Festival.
Alexander Calder Untitled | Sem Título (1945)
Calder esteve no Brasil pela primeira vez em 1948, para a realização de exposições individuais no Rio de Janeiro e em São Paulo. Notavelmente, suas obras foram depois incluídas na primeira e na segunda edição da Bienal de São Paulo, e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) promoveu uma mostra individual de seu trabalho em 1959. Ao todo, Calder visitou o país em três ocasiões, fazendo amizade com renomados artistas e arquitetos brasileiros, como Roberto Burle Marx (19091994), Rino Levi (1901-1965), Henrique Mindlin (1911-1971), Heitor dos Prazeres (1898-1966) e Lina Bo Bardi (1914-1992). Durante uma estadia de um ano em Aix-enProvence, em 1953, Calder criou o primeiro grupo de obras de grande escala para exposição ao ar livre, concentrando-se ao mesmo tempo nas pinturas com guache. Em 1954 e 1955, visitou o Oriente Médio, a Índia e a América do Sul, com idas a Paris entre essas viagens, apresentando, em consequência disso, uma surpreendente produção e extensão de seu trabalho. Calder logo dedicou sua atenção às encomendas tanto dentro como fora dos Estados Unidos, produzindo obras reconhecidas, como Acoustic Ceiling [Teto Acústico] (1954), para o auditório Aula Magna na Universidade Central da Venezuela; .125 (1957), para a Autoridade Portuária de Nova York no Aeroporto John F. Kennedy; e Spirale (1958), para a Unesco em Paris. Na Itália, criou Teodelapio, um stabile com mais de 17 metros de altura, para o Spoleto Festival de 1962.
In 1963, Calder completed the construction of a large studio overlooking the Indre Valley in Saché, France. With the assistance of an industrial ironworks, he began to fabricate monumental works, and he devoted much of his later years to public commissions. Some of his most important projects include Trois disques for the 1967 Expo in Montreal; El Sol Rojo for the 1968 Mexico City Olympic Games; and La Grande vitesse for Grand Rapids, Michigan, 1969. Major retrospectives of Calder’s work were held at the Museum of Modern Art (MoMA), New York (1943); Solomon R. Guggenheim Museum, New York (1964); The Museum of Fine Arts, Houston (1964); Musée National d’Art Moderne, Paris (1965); Fondation Maeght, Saint-Paulde-Vence, France (1969); and the Whitney Museum of American Art, New York (1976). Calder died in New York in 1976 at the age of seventy-eight.
Em 1963, Calder concluiu a construção de um grande estúdio com vista para o Vale do Indre, em Saché, na França. Com o auxílio de uma fundição industrial, começou a fabricar suas obras monumentais, dedicando grande parte de seus últimos anos de trabalho às encomendas públicas. Alguns de seus projetos mais importantes são Trois Disques, para a Expo de 1967, em Montreal, no Canadá; El Sol Rojo, para as Olimpíadas de 1968, na Cidade do México; e La Grande Vitesse, para Grand Rapids, em Michigan, em 1969. Grandes retrospectivas da obra de Calder foram realizadas no MoMA (1943) e no Museu Solomon R. Guggenheim (1964), ambos em Nova York; no Museu de Belas Artes em Houston (1964); no Museu Nacional de Arte Moderna de Paris (1965); na Fundação Maeght, em Saint-Paul-de-Vence, na França (1969); e no Museu Whitney de Arte Americana, em Nova York (1976). Calder faleceu em Nova York em 1976, aos 78 anos de idade.
The Calder room on the opening night of the II São Paulo Art Biennial, Museum of Modern Art, São Paulo, Brazil, 1953 | Sala Calder na noite de abertura da II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 1953
CALDER AND BRAZILIAN ART: GEOMETRY, BODY AND MOVEMENT By Luiz Camillo Osorio
From wire sculptures to mobiles, the curator addresses the specifics in the oeuvre of the American artist and his influence on the Brazilian artistic output
The influence of Alexander Calder (1898-1976) on Brazilian art is seldom studied. His relationship with Brazil has been extensively discussed, but little attention has been given to the reverberation of his work on the artistic output itself. I would risk saying that Calder is to neo-concretism as the artist Max Bill (1908-1994) is to concretism. The American’s work is a sort of lively and procedural antidote to the machinic and serial austerity deriving from the Swiss artist. A decisive contribution, albeit indirect, to the dissemination of Calder’s work in Brazil was given by Mário Pedrosa in his seminal articles on the sculptor written back in the 1940s. With an enormous emotional bond, it
Alexander Calder Untitled | Sem Título (ca. 1948)
CALDER E A ARTE BRASILEIRA: GEOMETRIA, CORPO E MOVIMENTO Por Luiz Camillo Osorio
Das esculturas em arame aos móbiles, o curador aborda as especificidades da obra do artista norte-americano e sua influência na produção artística brasileira
A influência de Alexander Calder (1898-1976) na arte brasileira ainda é pouco estudada. Discutiu-se muito sua relação com o Brasil, mas pouco sua reverberação na criação artística propriamente dita. Arriscaria dizer que Calder está para o neoconcretismo assim como o artista Max Bill (1908-1994) está para o concretismo. A obra do norte-americano é uma espécie de antídoto lúdico e processual à austeridade “maquínica” e serial advinda do artista suíço. Uma contribuição decisiva, embora indireta, para a disseminação do trabalho de Calder no Brasil foi dada por Mário Pedrosa em seus textos seminais sobre o escultor, escritos ainda nos anos 1940. Instalou-se ali, com enorme cumplicidade, a semente do que brotaria uma década depois
was then that the seed was sown that sprouted a decade later in neo-concretism – the use of ordinary materials, the promotion of a more dynamic plastic form, the de-repression of the body and the breaking of a more contemplative and ceremonial distance between the audience and the artwork. The importance of the dialog engaging Calder and Pedrosa mixes, of course, with a number of other references and articulations arising out of the Brazilian cultural landscape. It’s not about seeing neo-concretism against concretism nor Calder against Bill, but rather seeing – by means of these analogies – other possibilities of understanding the appropriation of the constructive/neoplastic tradition that ensured form, now freed from the plane, three combined potentials: spatial integration, organic effusion and rhythmic energy. In a way, what would unfold from the mobiles and become disseminated in neoconcretism would be a constantly unique equation of improvisation and rigor, body and geometry, construction and intuition. Starting with the performances of Cirque Calder, in the 1920s, Calder’s remarkable characteristic was his ability to render industrial material, like wire, lightness, and movement. Then, forms were gently
no neoconcretismo – o uso de materiais comuns, a dinamização da forma plástica, o desrecalque do corpo e a quebra de uma distância mais contemplativa e cerimoniosa do público diante da obra. A importância do diálogo entre Calder e Pedrosa mistura-se, claro, a uma série de outras referências e articulações produzidas no interior da cena cultural brasileira. Não se trata de opor neoconcretismo a concretismo nem Calder a Bill, mas de enxergar – por meio dessas analogias – outras possibilidades de entendimento da apropriação da tradição construtiva/ neoplástica que garantia à forma, agora liberada do plano, três potencialidades combinadas: integração espacial, efusão orgânica e energia rítmica. De certa maneira, o que se desdobraria dos móbiles e se disseminaria no neoconcretismo seria uma equação, sempre singular, de improviso e rigor, corpo e geometria, construção e intuição. Desde as performances com o Cirque Calder, na década de 1920, é notável no artista norte-americano sua capacidade de dar leveza e movimento a um material industrial como o arame. Depois, as formas passam a ser delicadamente animadas pelo vento,
Alexander Calder Untitled | Sem Título (1939)
brought alive by the wind, thus giving way to the appearance of the mobiles. Calder is one of the few modern artists who did not fear simplicity and grace. He gave to constructivist tradition in general an expansive freedom that would later influence musicians, dancers, poets and, evidently, a whole new possibility of sculpture integrated into motion – kinetic art. This exhibition, which engages Calder’s work in a dialog with Brazilian art, is a small facet of a universe full of possibilities. It is divided into three sections. On the second basement, we see the generational relationship with the concrete and neo-concrete tradition, the common will to concentrate and expand the abstract form – in and out of the picture plane. So, the line can both structure itself geometrically and expand organically. On the first basement, the idea is to suggest the subliminal development of Calder’s influence on Brazilian contemporary art. The aspect worth highlighting here is the presence of the body as a vehicle for form, the incorporation of motion and geometry crossed by a specific social and cultural
dando origem aos móbiles. Calder é dos poucos artistas modernos que não temeram a simplicidade e a graça. Isso garantiu à tradição construtiva uma liberdade expansiva que iria posteriormente influenciar músicos, dançarinos, poetas e, evidentemente, toda uma nova possibilidade de escultura integrada ao movimento – a arte cinética. Esta exposição, que coloca a obra de Calder em diálogo com a arte brasileira, é um pequeno recorte de um universo cheio de possibilidades. Ela se divide em três momentos. No 2o subsolo, vemos a relação geracional com a tradição concreta e neoconcreta, a vontade comum de concentração e expansão da forma abstrata – no plano pictórico e fora dele. Aí, a linha pode tanto se estruturar geometricamente como se ampliar organicamente. No 1o subsolo, pretende-se sugerir o desdobramento subliminar da influência de Calder na arte contemporânea brasileira. O ponto que cabe ressaltar aqui é a presença do corpo na ativação da forma, a incorporação do movimento e da geometria atravessados por um contexto social e cultural específico, no qual passado e futuro
context where past and future intertwine. From Critters, bilaterals and parangolés by Lygia Clark (1920-1988) and Hélio Oiticica (1937-1980) to the sculptures by Waltercio Caldas (1946-), Ernesto Neto (1964-) and Carlos Bevilacqua (1965-), what we realize is how much our modernity distinguished itself owing to the vigor of a constructivist will tensioned and fueled by a constitutive precariousness. The balance is contingent and risky – like in the mobiles. The exhibition journey ends on the first floor, where the motion of the forms turns vertical, detached from architecture, expanding into the atmosphere. The mobiles draw in the space, de-materialize themselves, resist gravity. A sculpture as vital breath, as lively energy, which renews itself over time, loses contact with the ground to transform air and rhythm into formal elements. Amidst these works, we find the vibration of an unalienating optimism, one that silently reminds us that art and grace are ways to resist idiocy, instrumentalization, death.
Luiz Camillo Osorio is a professor in the department of philosophy at the Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro (PUC/RJ), researcher of the National Council of Technological and Scientific Development (CNPq), and curator of Institute PIPA. Between 2009 and 2015, Luiz served as curator of the Museum of Modern Art of Rio de Janeiro (MAM Rio) and, in 2015, as curator of the Brazilian Pavilion at the Venice Biennale. He is also an art critic and curator of Calder and Brazilian Art.
se entrecruzam. Desde os Bichos, os bilaterais e os parangolés de Lygia Clark (1920-1988) e Hélio Oiticica (1937-1980) até as esculturas de Waltercio Caldas (1946-), Ernesto Neto (1964-) e Carlos Bevilacqua (1965-), o que percebemos é o quanto a nossa modernidade se singularizou pelo vigor de uma vontade construtiva tensionada e alimentada por uma precariedade constitutiva. O equilíbrio é contingente e arriscado – como nos móbiles. Completando a exposição, no 1o andar, o movimento das formas verticaliza-se, solta-se na arquitetura, expande-se na atmosfera. Os móbiles desenham no espaço, desmaterializam-se, resistem à gravidade. Escultura como sopro vital, como energia lúdica, que se renova com o tempo e perde contato com o chão, fazendo do ar e do ritmo elementos formais. Vibra entre esses trabalhos um otimismo desalienante que nos lembra, silenciosamente, que a arte e a graça são formas de resistir – à idiotia, à instrumentalização, à morte.
Luiz Camillo Osorio é professor do departamento de filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ), pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e curador do Instituto Pipa. Entre 2009 e 2015, foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e, em 2015, curador do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza, na Itália. É também crítico de arte e curador de Calder e a Arte Brasileira.
CALDER AND BRAZILIAN NEO-CONCRETISM By Letícia de Castro
CALDER E O NEOCONCRETISMO BRASILEIRO Por Letícia de Castro
How the work of the American sculptor influenced
Como a obra do escultor norte-americano
one of the most important movements of Brazilian
influenciou um dos mais importantes movimentos
modern art in the 1950s
The presence of Alexander Calder in Brazil coincides with a unique stage in the art history of this country. From his first exhibition in 1939 at the Salao de Maio to his great solo exhibitions in 1948 – also taking into account his appearance in major exhibitions throughout the 1950s – Calder was present during a time of deep transformation in the visual arts of Brazil. It was a period of consolidation of modern art and the rise of abstractionism. A time of modernization of the market and the institutions, when the first art biennials were held and large museums were opened – the São Paulo Museum of Art (Masp) in 1947, and the Museum of Modern Art in Rio de Janeiro (MAM-Rio) in 1948. A time of growing cultural exchange with Europe and the United States, and intense creative effervescence and aesthetic renovation.
Alexander Calder Untitled | Sem Título (1962)
da arte moderna brasileira dos anos 1950
A presença de Alexander Calder no Brasil coincide com um momento singular da história da arte no país. Entre a primeira exposição do norte-americano em território brasileiro – no Salão de Maio, em São Paulo (SP), em 1939 – e a sua grande individual em 1948, levando em conta ainda a sua presença em mostras importantes ao longo dos anos 1950, as artes visuais no Brasil viveram um período de profundas transformações. Foi o momento de consolidação da arte moderna e de ascensão do abstracionismo. Uma época de modernização do mercado e das instituições, com a abertura de grandes museus – o Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 1947, e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), em 1948 – e a realização das primeiras bienais de arte. Uma época de intercâmbio cultural cada vez maior com a Europa e os Estados Unidos e de grande efervescência criativa e renovação estética.
Much of this renovation was marked by Calder’s influence. His interest in industrial materials, such as sheet metal and wire, his use of pure, geometric forms, and his denial of representation on behalf of the creation of an autonomous artistic universe echoed in a movement taking shape in the early 1950s in Brazil: neo-concretism. This art movement, which gained momentum in Rio de Janeiro with the Grupo Frente [Frente Group], brought together artists directly linked to Mário Pedrosa. The art critic was one of the main disseminators of Calder’s work in Brazil and extremely influential to the generation of artists emerging in the 1950s. Lygia Clark, Lygia Pape, Hélio Oiticica, Willys de Castro, Abraham Palatnik – all of them appearing in Calder and Brazilian Art – incorporated into the neo-concrete experience much of what Pedrosa observed in the works by Calder: an abstraction based on subjectivity, combining construction and expression, humor and mechanics – that is, characteristics very different from the concrete, rationalist-parexcellence design of Constructivism. “Pedrosa’s adherence to Calder’s abstractionism is likely to have influenced the unique course followed by the Rio de Janeiro group,” noted Roberta Saraiva in her book Calder no Brasil [Calder in Brazil] (Cosac Naify, 2006).
Muito dessa renovação foi marcada pela influência de Calder. O interesse do escultor por materiais industriais, como o metal e o arame, o uso de formas puras e geométricas e a negação da representação em nome da criação de um universo artístico autônomo ecoaram em um movimento que tomava forma no início dos anos 1950 no Brasil: o neoconcretismo. A escola artística que ganhou força no Rio de Janeiro com o Grupo Frente reunia artistas diretamente ligados a Mário Pedrosa. O crítico de arte foi um dos principais divulgadores do trabalho de Calder no Brasil e extremamente influente para aquela geração de artistas que despontava nos anos 1950. Lygia Clark, Lygia Pape, Hélio Oiticica, Willys de Castro, Abraham Palatnik – todos representados em Calder e a Arte Brasileira – incorporaram na experiência neoconcreta muito do que o crítico observou no trabalho de Calder: uma abstração pautada na subjetividade, que aliava construção e expressão, humor e mecânica, características bem diferentes do projeto concreto do construtivismo, racionalista por excelência. “A filiação de Pedrosa ao abstracionismo de Calder terá plausivelmente influenciado o rumo singular do grupo carioca”, observou Roberta Saraiva no livro Calder no Brasil (Cosac Naify, 2006).
Willys de Castro Ascension | Ascensão (1959)
Calder’s influence also reached the concrete artists in São Paulo. Painter and sculptor Luiz Sacilotto, a member of the Grupo Ruptura [Rupture Group], worked in 1946 in the office of Jacob Ruchti, a modernist architect and enthusiast for Calder’s work, and went on to adhere to abstractionism. The same path was pursued by visual artist Judith Lauand, the only woman to join the group of concrete artists in São Paulo. Art and life Neo-concretism is considered by part of the critics as the group that, in a way, inaugurates contemporary art in Brazil, as their works propose a “fusion of art and life” and assume a more active role of the viewers and sensory experiences. These characteristics were also highlighted by Mário Pedrosa in the work of Calder, whose art, according to the critic, “would be confused with daily-life activities and the everyday practice of living.” (Mário Pedrosa: Forma e Percepção Estética – Selected Articles, Edusp, 1995.)
Abraham Palatnik Kinetic Object | Objeto Cinético (1986)
Também em São Paulo o norte-americano marcou os concretos. O pintor e escultor Luiz Sacilotto, integrante do Grupo Ruptura, trabalhou em 1946 no escritório de Jacob Ruchti, arquiteto modernista entusiasta do trabalho de Calder, e aderiu ao abstracionismo – caminho seguido também pela artista visual Judith Lauand, única mulher a integrar o grupo concreto paulistano. Arte e vida O neoconcretismo é considerado por parte da crítica como o grupo que, de certa forma, inaugura a arte contemporânea no Brasil, na medida em que suas obras propõem uma “fusão da arte com a vida”, pressupondo um papel mais ativo do espectador e experiências sensoriais. Essas características foram ressaltadas também por Mário Pedrosa na obra de Calder, cuja arte, segundo o crítico, “seria confundida com as atividades da rotina diária e a prática cotidiana de viver” (Mário Pedrosa: Forma e Percepção Estética – Textos Escolhidos, Edusp, 1995).
This setting of expansion of horizons and consolidation of the arts community, with the opening of new museums and galleries from the 1960s onward, provides the backdrop to artists like Waltercio Caldas, Ernesto Neto, Carlos Bevilacqua, and Cao Guimarães. Heirs to a greater or lesser degree of the neoconcrete-art legacy, they radicalize the sensory experience and the fusion of art and life.
Letícia de Castro is a journalist graduated from the Pontifical Catholic University of São Paulo (PUC/SP). Between 2005 and 2009, she worked for the Folha de S.Paulo newspaper and, between 2010 and 2013, for Trip magazine. Currently, Letícia works as director of Editora Veneta.
É nesse contexto de expansão dos horizontes e de consolidação do circuito das artes, com a abertura de novos museus e galerias a partir dos anos 1960, que estão artistas como Waltercio Caldas, Ernesto Neto, Carlos Bevilacqua e Cao Guimarães. Herdeiros em maior ou menor grau do legado neoconcreto, eles radicalizam a experiência sensorial e a fusão entre arte e vida.
Letícia de Castro é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Entre 2005 e 2009, trabalhou no jornal Folha de S.Paulo e, entre 2010 e 2013, na revista Trip. Atualmente é diretora de comunicação da Editora Veneta.
Waltercio Caldas Untitled | Sem Título (2002)
ABOUT CALDER FOUNDATION
SOBRE A CALDER FOUNDATION
Located in New York, USA, the Calder Foundation is dedicated to collecting, exhibiting, and preserving the art and archives of Alexander Calder (1898-1976). A non-profit organization, the institution was founded in 1987 by Alexander S. C. Rower, its current president, and the Calder family. The Foundation’s projects include collaborating on exhibitions and publications, cataloging and maintaining the Calder archives, and examining works attributed to him.
Localizada em Nova York, nos Estados Unidos, a Calder Foundation dedica-se a reunir, expor e preservar as obras e os documentos de Alexander Calder (1898-1976). Organização sem fins lucrativos, a instituição foi fundada em 1987 por Alexander S. C. Rower, seu atual presidente, e pela família Calder. Entre suas ações estão a colaboração em mostras e publicações, a catalogação e a manutenção dos arquivos do artista e a análise de obras atribuídas a ele.
The Foundation has catalogued more than 23,000 works by Calder, ranging from monumental sculptures, mobiles, stabiles, paintings, and drawings to jewelry, furniture, and domestic objects. Included in the archives are thousands of photographs, films, books, magazines, and press clippings, as well as extensive historic documents covering all aspects of Calder’s life and career.
A fundação conta com mais de 23 mil trabalhos de Calder, abrangendo desde esculturas monumentais, móbiles, stabiles, pinturas e desenhos até joias, móveis e objetos domésticos. Os arquivos também guardam milhares de fotografias, filmes, livros, revistas e recortes de reportagens, além de uma vasta documentação histórica cobrindo todos os aspectos da vida e da carreira do artista norte-americano.
Recent collaborations include exhibitions at the Fondation Beyeler (Riehen/Basel, 2016), Tate Modern (London, 2015), Pushkin State Museum of Fine Arts (Moscow, 2015), Pulitzer Arts Foundation (Saint Louis, 2015), Fundación Jumex Arte Contemporáneo (Mexico City, 2015), Los Angeles County Museum of Art (Los Angeles, 2013-2014), and Leeum, Samsung Museum of Art (Seoul, 2013). Over the past decade, the Foundation’s programming has expanded to include projects that explore Calder’s impact on contemporary artists, many of whom the Foundation supports through the biannual Calder Prize and Atelier Calder residency in Saché, France.
Entre as exposições mais recentes que receberam colaboração da instituição estão as realizadas na Fundação Beyeler (Riehen/Basileia, 2016), na Tate Modern (Londres, 2015), no Museu Estatal Pushkin de Belas-Artes (Moscou, 2015), na Fundação Pulitzer para as Artes (Saint Louis, 2015), na Fundação Jumex de Arte Contemporânea (Cidade do México, 2015), no Museu de Arte do Condado de Los Angeles (Los Angeles, 2013-2014) e no Leeum, Museu de Arte Samsung (Seul, 2013). Ao longo dos últimos anos, a programação da fundação se ampliou e atualmente inclui projetos que exploram o impacto da obra de Calder na produção de artistas contemporâneos, muitos dos quais receberam o apoio da instituição por meio do Prêmio Calder semestral e da residência Atelier Calder, em Saché, na França.
IMAGES INDEX/ ÍNDICE DE IMAGENS
Alexander Calder • Untitled, 1947 • Sheet metal, wire, and paint • Calder Foundation, New York • Photo: Tom Powel Imaging • Photo courtesy: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Calder with Untitled (1941) in the exhibition Alexander Calder, Museum of Modern Art of Rio de Janeiro, Brazil, 1948 • Photo courtesy: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Alexander Calder • Red, White, Black and Brass, 1934 • Sheet metal, rod, wire, brass, lead, and paint • Calder Foundation, New York • Photo courtesy: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Alexander Calder • Sem Título, 1947 • chapa de metal, arame e tinta • Calder Foundation, New York • Foto: Tom Powel Imaging • Foto cortesia: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Calder com Sem Título (1941) na exposição Alexander Calder, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Brasil, 1948 • Foto cortesia: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Alexander Calder • Vermelho, Branco, Preto e Bronze, 1934 • Chapa de metal, hastes de metal, arame, bronze, chumbo e tinta • Calder Foundation, New York • Foto cortesia: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Alexander Calder • Untitled, 1945 • Oil on canvas • Collection: Jones Bergamin • Photo courtesy: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Alexander Calder • Sem Título, 1945 • Óleo sobre tela • Coleção Jones Bergamin • Foto cortesia: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
The Calder room on the opening night of the II São Paulo Art Biennial, Museum of Modern Art, São Paulo, Brazil, 1953 • Photo courtesy: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York • Photo courtesy of the Wanda Svevo Historic Archives
Sala Calder na noite de abertura da II Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil, 1953 • Foto cortesia: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York • Foto cortesia do Arquivo Histórico Wanda Svevo
Alexander Calder • Untitled, ca. 1948 • Polychrome sheet metal • Collection: Assis Chateaubriand São Paulo Museum of Art • Artist’s donation, 1948 • Photo: João L. Musa
Alexander Calder • Sem Título, ca. 1948 • Metal policromado • Coleção Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand • Doação do artista, 1948 • Foto: João L. Musa
Alexander Calder • Untitled, 1939 • Sheet metal, rod, wire, and paint • Calder Foundation, New York • Photo Courtesy: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Alexander Calder • Untitled, 1962 • Sheet metal, wire, and paint • Collection: RIM • Photo courtesy: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Willys de Castro • Ascension, 1959 • Oil on canvas • Collection: Banco Itaú • Photo: João L. Musa/ Itaú Cultural
Abraham Palatnik • Kinetic Object, 1986 • Industrial ink, wood, Formica, metal, and engine • Collection: São Paulo Museum of Modern Art (MAM/SP), Acquisition Fund for the MAM/SP – Pirelli Archive • Photo: Romulo Fialdini
Waltercio Caldas • Untitled, 2002 • Enamel on stainless steel • Collection: Banco Itaú • Photo: João L. Musa/Itaú Cultural
Alexander Calder • Sem Título, 1939 • Chapa de metal, hastes de metal, arame e tinta • Calder Foundation, New York • Foto cortesia: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Alexander Calder • Sem Título, 1962 • Chapa de metal, arame e tinta • Coleção RIM • Foto cortesia: Calder Foundation, New York/Art Resource, New York
Willys de Castro • Ascensão, 1959 • Óleo sobre tela • Acervo Banco Itaú • Foto: João L. Musa/Itaú Cultural
Abraham Palatnik • Objeto Cinético, 1986 • Tinta industrial, madeira, fórmica, metal e motor • Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Fundo para Aquisição de Obras para o Acervo MAM/SP – Pirelli • Foto: Romulo Fialdini
Waltercio Caldas • Sem Título, 2002 • Esmalte sobre aço inoxidável • Acervo Banco Itaú • Foto: João L. Musa/Itaú Cultural
All works by Alexander Calder | Todos os trabalhos de Alexander Calder © 2016 Calder Foundation, New York/AUTVIS, Brasil
CALDER AND BRAZILIAN ART/ CALDER E A ARTE BRASILEIRA Conception and realization Itaú Cultural, Expomus, and the Calder Foundation (New York) Curatorship Luiz Camillo Osorio Exhibition design Una Arquitetos
Concepção e realização Itaú Cultural, Expomus e Calder Foundation (New York) Curadoria Luiz Camillo Osorio Projeto expográfico Una Arquitetos
ITAÚ CULTURAL President Milú Villela Chief executive officer Eduardo Saron Chief administrative officer Sérgio M. Miyazaki
ITAÚ CULTURAL Presidente Milú Villela Diretor-superintendente Eduardo Saron Superintendente administrativo Sérgio M. Miyazaki
Department of visual arts Manager Sofia Fan Coordinator Juliano Ferreira Executive production Nicole Plascak
Núcleo de artes visuais Gerência Sofia Fan Coordenação Juliano Ferreira Produção-executiva Nicole Plascak
Department of encyclopedia Manager Tânia Francisco Rodrigues Coordinator Glaucy Tudda Research Camila Nader and Elaine Lino (intern)
Núcleo de enciclopédias Gerência Tânia Francisco Rodrigues Coordenação Glaucy Tudda Pesquisa Camila Nader e Elaine Lino (estagiária)
Department of communication and relationship Manager Ana de Fátima Sousa Content coordinator Carlos Costa Content editing and production Maria Clara Matos Social media Renato Corch Translation Marisa Shirasuna (Portuguese-English) outsourced Proofreading supervision Polyana Lima Text proofreading Karina Hambra and Rachel Reis (Portuguese), and Denise Chinem (English) outsourced Design coordination Jader Rosa Visual communication Yoshiharu Arakaki and Arthur Costa Graphic design Guilherme Ferreira Editorial production Luciana Araripe Photo editing Marcos Ribeiro (outsourced) Events and strategic communication Melissa Contessoto and Simoni Barbiellini
Núcleo de comunicação e relacionamento Gerência Ana de Fátima Sousa Coordenação de conteúdo Carlos Costa Produção e edição de conteúdo Maria Clara Matos Redes sociais Renato Corch Tradução Marisa Shirasuna (português-inglês) terceirizada Supervisão de revisão Polyana Lima Revisão de texto Karina Hambra e Rachel Reis (português) e Denise Chinem (inglês) terceirizadas Coordenação de design Jader Rosa Comunicação visual Arthur Costa e Yoshiharu Arakaki Projeto gráfico Guilherme Ferreira Produção editorial Luciana Araripe Edição de fotografia Marcos Ribeiro (terceirizado) Eventos e comunicação estratégica Melissa Contessoto e Simoni Barbiellini
Department of audiovisual services and literature Manager Claudiney Ferreira Coordinator Kety Fernandes Nassar Production Paula Bertola Recording and editing Richner Allan
Núcleo de audiovisual e literatura Gerência Claudiney Ferreira Coordenação Kety Fernandes Nassar Produção Paula Bertola Gravação e edição Richner Allan
Department of event production Manager Henrique Idoeta Soares Coordinators Vinícius Ramos and Edvaldo Inácio Silva Production Carmen Fajardo, Erica Pedrosa, Daniel Suares (outsourced), Wanderley Bispo, and Maria Zelada (outsourced) Department of education and relationship Manager Valéria Toloi Coordinator of education services Tatiana Prado Team Amanda Freitas, Caroline Faro, Danilo Fox, Thays Heleno, Victor Soriano, and Vinicius Magnun Interns Alan Ximendes, Bianca Ferreira, Breno Gomes, Camille Andrea de Carvalho, Edson Bismark, Giovani Monaco, Giovanna Nardini, Graziele de Almeida, Leandro Lima, Letícia Sato, Lidiany Shuede, Lucas Albuquerque, Lucas Balioes, Marcus Ecclissi, Maria Luiza Kazi, Marina Moço, Pamela Mezadi, Renan Ortega, Sara Barbosa, Sidnei Santos, Silas de Almeida, Vitor Rosa, and William Miranda Coordinator of educational programs Samara Ferreira Educators Carla Léllis, Claudia Malaco, Edinho Santos, Josiane Cavalcanti, Lucas Takahaschi, Luisa Saavedra, Malu Ramirez, Raphael Giannini, Thiago Borazanian, and Viny Rodrigues Acknowledgments Coleção Itaú, Coleção RIM, Eduardo Ortega, Galeria Fortes Vilaça (São Paulo), Galeria Nara Roesler, Ivan Cardoso, João Sattamini, Jones Bergamin, Katia Mindlin Leite Barbosa, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói), Museu de Arte de São Paulo (Masp), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Pinacoteca de São Paulo, Projeto Lygia Pape, Luis Fernando Cardoso de Almeida, João Luiz de Medeiros, Ministério das Relações Exteriores, Alexander S. C. Rower, Lily Lyons, Melissa Claus, Susan Braeuer Dam, Vera Pedrosa, Ateliê Hugo França, Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP), João L. Musa, Romulo Fialdini, Patricia Queiroz, Roberta Saraiva Coutinho Itaú Cultural and the curator wish to acknowledge all photographers who provided the images and all collectors who lent their works for this exhibition.
Núcleo de produção de eventos Gerência Henrique Idoeta Soares Coordenação Vinícius Ramos e Edvaldo Inácio Silva Produção Carmen Fajardo, Erica Pedrosa, Daniel Suares (terceirizado), Wanderley Bispo e Maria Zelada (terceirizada) Núcleo de educação e relacionamento Gerência Valéria Toloi Coordenação de atendimento educativo Tatiana Prado Equipe Amanda Freitas, Caroline Faro, Danilo Fox, Thays Heleno, Victor Soriano e Vinicius Magnun Estagiários Alan Ximendes, Bianca Ferreira, Breno Gomes, Camille Andrea de Carvalho, Edson Bismark, Giovani Monaco, Giovanna Nardini, Graziele de Almeida, Leandro Lima, Letícia Sato, Lidiany Shuede, Lucas Albuquerque, Lucas Balioes, Marcus Ecclissi, Maria Luiza Kazi, Marina Moço, Pamela Mezadi, Renan Ortega, Sara Barbosa, Sidnei Santos, Silas de Almeida, Vitor Rosa e William Miranda Coordenação de programas de formação Samara Ferreira Educadores Carla Léllis, Claudia Malaco, Edinho Santos, Josiane Cavalcanti, Lucas Takahaschi, Luisa Saavedra, Malu Ramirez, Raphael Giannini, Thiago Borazanian e Viny Rodrigues Agradecimentos Coleção Itaú, Coleção RIM, Eduardo Ortega, Galeria Fortes Vilaça (São Paulo), Galeria Nara Roesler, Ivan Cardoso, João Sattamini, Jones Bergamin, Katia Mindlin Leite Barbosa, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói), Museu de Arte de São Paulo (Masp), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Pinacoteca de São Paulo, Projeto Lygia Pape, Luis Fernando Cardoso de Almeida, João Luiz de Medeiros, Ministério das Relações Exteriores, Alexander S. C. Rower, Lily Lyons, Melissa Claus, Susan Braeuer Dam, Vera Pedrosa, Ateliê Hugo França, Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/SP), João L. Musa, Romulo Fialdini, Patricia Queiroz, Roberta Saraiva Coutinho O Itaú Cultural e o curador agradecem a todos os fotógrafos que cederam imagens e a todos os colecionadores que emprestaram suas obras para a exposição.
OPENING wednesday august 31, 2016 8 pm VISITING HOURS thursday september 1 to sunday october 23, 2016 tuesday to friday 9 am to 8 pm [visitors may remain up to 8:30 pm] saturday, sunday and holidays 11 am to 8 pm levels 1, -1 and -2
ABERTURA quarta 31 de agosto de 2016 20h VISITAÇÃO quinta 1 de setembro a domingo 23 de outubro de 2016 terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30] sábado, domingo e feriado 11h às 20h pisos 1, -1 e -2