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OUTRA DIMENSÃO

III TRÊS

OUTRA DIMENSÃO

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Mais que pensar sobre a fé é preciso envolver-se com essa questão. As religiões falam em conversão. Conversão é convergência. O que é convergir? É, nada mais nada menos, que mudar de rumo, mudar de direção. Em estando num caminho errado, o transeunte para, refl ete, analisa e faz a conversão para o caminho certo, que o levará ao fi m correto. Na caminhada da História Sagrada do Homem sobre a Terra, a dinâmica é a mesma. Um dado momento da vida é preciso parar, refl etir, analisar e tomar nova atitude. Isso é conversão, é envolvimento na questão da fé.

Para que aconteça a conversão, o caminho mais seguro e certo é o da comunicação. Quando entra no processo da comunicação e começa procurar ansiosamente a explicação da própria origem, o signifi cado da existência, seu fi m último e as realidades que lhe fogem ao raciocínio lógico, o ser humano torna-se inquieto, e se torna inconformado, até que encontre alguma forma de explicação, que lhe mostre a verdade e acalme os ânimos.

Porém, muitas vezes, isso leva quase a vida toda. A cada passo dado, no infi nito universo do conhecimento, encontra-se sempre alguma surpresa. Quanto mais se embrenha na misteriosa fl oresta do saber, tanto mais quebras cabeças, enigmas e incógnitas são encontrados. Há os de fácil solução, porque são explicáveis pela experiência científi ca ou pela conclusão fi losófi ca, mas também existem os inexplicáveis, por fugirem à compreensão sensível. Estes últimos pertencem a outra dimensão que não está ao alcance da compreensão intelectual humana, nem de seu raciocínio, somente podem ser alcançados pela fé. Porém, é preciso tomar cuidado para não atribuir valor de existência espiritual a fatos e fenômenos que nada têm de verdadeiro, como, por exemplo, as superstições. Acreditar em verdades transcendentes, dogmáticas e teológicas, faz parte do processo de conhecimento engendrado pela razão humana, que levá-lo-á à verdade sobre o que existe nesta dimensão e, também poderá dar sustentação, fundamentação e segurança, para que se possa crer nas realidades existentes em outra dimensão, ou seja, no lado sobrenatural.

Não se pode esquecer, contudo, que esta dimensão é de domínio da Teologia. A palavra dimensão sugere a ideia de “estado”, não obstante, os humanos tenham arraigada, na memória, a conotação de “espaço” a esse conceito e, o que é pior, espaço físico. Essa concepção de “espaço físico” lhe é atribuída pela tentativa de querer entender tudo o que diz respeito à origem, à existência e ao fi m de todas as coisas, inclusive o “sobrenatural”. Esquece-se, que existem entidades, seres e objetos que fogem da dimensão de tempo e de espaço material. Todavia são realidades que, independentemente de as conhecermos ou não, de as compreendermos ou não, e de ter-se qualquer relacionamento com elas, existem e continuam existindo.

O espírito não ocupa espaço, pois trata-se de mero sopro, emanação de Deus. É o próprio Deus que se alastra às suas criaturas e as vivífi cas. O espírito, portanto, não possui a estrutura atômica da física. Ele não é criatura, mas parte do Criador. A vida pertence a Deus. Quando se pensa, o ato de pensar não ocupa espaço, porém é real como parte do ser pensante. Como o ato do pensamento é possível e, portanto, real, assim também, a dimensão espiritual é possível em Deus e, portanto, realidade aqui e na eternidade. Fica aqui o convite. Entremos no processo da Fé e mergulhemos na dimensão da espiritualidade, o que em outras palavras é um convite a ser santo com Jesus Cristo para encontrar-se com Deus na dimensão da eternidade.

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