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SEIS
VI SEIS
DEUS NÃO SE DEFINE
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Por mais que procure uma explicação para certos mistérios do Mundo, do tempo e da vida, o homem jamais a encontrará, na forma e do modo como procura. Há momentos que se faz necessário extrapolar os limites dos horizontes vistos e experimentados puramente por sentidos materiais. Nossos olhos somente enxergam o que queremos enxergar. Os ouvidos somente ouvem o que queremos ouvir. Quando se trata de algo cômodo e agradável para nosso organismo emocional, então ousamos ver, ouvir, sentir, degustar, apalpar. Mas, se ao contrário, nos deparamos com realidades que fogem a essa forma tradicional de agir, então preferimos não aceitar, refutar e, nem mesmo procuramos esclarecer melhor, porque o mistério é mais atraente e não necessita de explicação.
A verdade racional, lógica, como ela é, nos interessa pouco. Preferimos fi car no senso comum, na opinião da maioria, no senso mitológico, nos “contos da Carochinha”, porque não nos comprometem e nem exigem de nós maiores esforços. Muitas pessoas me perguntam: quem é Deus para você? Qual o conceito que você tem sobre Deus? Eu lhes digo. Deus não se defi ne. Ele É. Com isso a resposta estaria dada, mas as pessoas não se conformam. Sua fé não é sufi ciente para aceitarem que Deus simplesmente é e ponto fi nal. Elas querem uma prova científi ca, matemática, que lhes acomode a consciência. Querem uma explicação material, para aquilo que é espiritual.
Então, como todo estudioso, preciso dizer que, as Sagrada Escrituras apresentam e explicam Deus, mas para acolher e compreender essa Verdade, é necessária humildade, simplicidade, mansidão, boa vontade, sinceridade e fé. Para encontrar, aceitar e seguir Deus, a partir das Páginas bíblicas, é mister ter um mínimo de capacidade par interpretar a simbologia utilizada pelo autor sagrado e o máximo de boa vontade para refl etir e acolher sua Palavra. Aí os céticos, orgulhosos e prepotentes, argumentam que tal explicação não os convencem e precisam de mais “dados”, mais “fundamentação”. Nesse caso temos o recurso da
Ciência que não se propõe explicar explicitamente quem é Deus, mas também não se utiliza de recursos científi cos para negar sua existência. Pelo contrário, prefere permanecer num campo neutro, “graças a Deus” nas questões de fé.
No entanto, para estudar Deus à luz da Ciência é necessário grande esforço. Existiram cientistas que passaram grande parte da vida investigando o sobrenatural e chegaram a um momento que não quiseram aceitar as provas contundentes sobre a realidade Divina preferindo fi car escondido atrás de uma monumental montanha de “provas” contra o sobrenatural. Porém, nos bastidores, sempre acreditaram existência divina e pediram sua proteção. A Ciência é a prova mais evidente de que Deus é. Alguns estudiosos das ciências tentam eliminar todas as possibilidades da atuação Divina sobre a Terra, mas não conseguem explicar a origem primeira de tudo. Justamente aí está a maior prova. É necessária uma primeira força, um primeiro movimento para que tudo comece a existir e transformar-se.
Nossa busca de explicação, para os chamados mistérios sobrenaturais, deve ser salutar e não desesperadora a ponto de nos angustiar. Quando estudarmos e investigarmos sobre Deus, o processo e os resultados deverão ser para nos alimentar e não para nos confundir e angustiar. Quem conhece e compreende a vida de alguém que ama torna-se realizado e feliz? Assim também deve ser em relação a Deus. Esta é uma refl exão que nos introduz em um caminho seguro de investigação teológica e de fé sobre a dimensão Divina. De tudo o que se investiga e se busca sobre Deus, fi cará sempre a seguinte afi rmação. Ele É, independente de minha fé, e até mesmo de minha própria existência. Quer creia ou quer não creia, quer conheça ou quer não conheça, Ele estará sempre aqui, me preenchendo todo o interior de meu ser ou me envolvendo totalmente como uma belíssima embalagem que protege, dá segurança, embeleza e dá vida a seu conteúdo.