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UM ANTÍDOTO PARA OS MALES DA SOCIEDADE

XIV QUATORZE

UM ANTÍDOTO PARA OS MALES DA SOCIEDADE

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Quando uma criança, desnorteada, perde o rumo e se desencanta com a sociedade onde vive, encontrará alento no saco de cola, na lata de lixo, nos restos de cozinhas de restaurantes sofi sticados, na esmola e nos pequenos furtos praticados, para enganar a fome ou iludir-se numa “viagem translúcida” ou encontrará a dependência escravista de um adulto bem situado, marginal, usurpador, depravado que comercializa seu corpo (o da criança) e sua mente em benefício próprio (dele) e não será para enganar a fome e “viajar” que ela agirá, mas, com assaltos a mão armada, médios roubos e prostituição para satisfazer seu dono, matar a fome e ter uma pseudo segurança e ilusória independência.

Quando o adolescente se revolta pelas mentiras que encontra, no dia a dia, em sua sociedade emporcalhada, falsa e malandra, buscará apoio, ressonância e acolhida, na pessoa do chefe ou da chefe, líderes gratuitos e bem posicionados em grupos escusos ou gangues. Então, começará querer ser diferente, poderoso, porque conta com a proteção, acolhida, valorização pessoal, compreensão, empatia, respostas a seus porquês, encorajamento, respeito, dedicação irrestrita, segurança, apoio moral e “amor”, do “grupo” ou de falsos líderes e trafi cantes.

Quando jovem, se estiver vivo ainda, deverá lutar sozinho, pois já é considerado marmanjo e, por não receber mais carinho, compreensão, apoio e o mínimo de aprovação de seus atos, encontrá-los-á em vícios, nas drogas liberadas, cigarro, bebida e outros como o sexo descontrolado e livre, para fugir indomável rumo à satisfação pessoal ou entrará no mundo do crime para poder manter a aparência e mostrar ser poderoso perante a sociedade, por sugestão dos que os manipulam para terem o domínio através da força jovem, corajosa, destemida e determinada. Em muitas ocasiões a juventude é incitada a pintar a cara e sair na frente, para provocar mudanças que os aproveitadores não têm coragem de fazer. Mas depois de feitas usurpam a glória a seu próprio favor.

A criança, o adolescente, os jovens acabam expostos, vulneráveis, contraindo as mais medonhas doenças do mundo. E, o que é pior, não têm quem os cure, porque o remédio é escasso, raro, encontrando-se em uma única fonte, que hoje está em vias de extinção.

A criança, o adolescente, o jovem e, mesmo o adulto, abandonados na rua ou na própria casa, sozinhos, solitários tornam-se fracos, sem resistência, sem ânimo, com baixa autoestima, sem discernimento, sem ética, sem auto controle e sem amor. Parecem “vegetar”, perambulando pelas ruas sem o tino da responsabilidade, sem caráter sem moral.

Mas há um antídoto para tudo isso. Trata-se da família. É a única esperança que ainda resta, neste mundo, para a recomposição do ser humano. Quando tomaremos consciência de que não há remédio mais efi ciente do que o aconchego do lar? A família é um bálsamo que suaviza as feridas. É um travesseiro onde se pode recostar a cabeça para descansar e recobrar as forças, um ouvido que escuta e acolhe nossas dores e angústias, o leito onde podemos descansar com tranquilidade e segurança. A família é luz, é carinho, é conforto, é esperança, é vida.

Nestes tempos fortes em que, a maioria da sociedade brasileira, ouve lindas mensagens sobre ela, é preciso pôr os pés no chão e refl etir com seriedade sobre o seu papel no mundo moderno. Não fi car somente na poesia e romantismo, imaginando que é lindo ver um lar unido. Que o amor deve reinar em seu seio e assim por diante. É preciso ver na prática a responsabilidade do pai e da mãe em acompanhar os fi lhos. Acolhê-los e ama-los, estabelecendo limites, corrigindo, ensinando, impondo ordem, moral e ética. É ver na prática o pai ou mãe que, preocupados com os bens materiais permitem ou fi ngem que não vêm as desmazelas dos fi lhos e que, para não se incomodar, permitem tudo, inclusive que o fi lho não estude ou trabalhe. E os pais que não têm bens e por isso, pensam que não têm responsabilidade sobre a prole e a deixam a “Deus-dará”.

É preciso retomar o original signifi cado e as legítimas funções da família para que a sociedade pare de produzir pessoas indese-

jáveis, perigosas e, depois fi quem jogando a culpa no sistema, nos governos, no tempo e até em Deus. Se existem pessoas indesejáveis na sociedade, a responsabilidade é da família. É preciso que cada pessoa que constituiu ou vai constituir uma família retome suas verdadeiras funções, ou seja, “procriativa, educativa, econômica e emocional” para que ela cumpra seu papel não permitindo que “outros interessados” o façam.

Investir na família signifi ca descobrir o verdadeiro antídoto para todos os males da sociedade atual. Destruir a família é abrir as portas para entrarem na sociedade homens e mulheres sem caráter, sem personalidade, sem princípios, desonestos, que estarão em todos os lugares se aproveitando de oportunidades, situações e pessoas, para atingirem seus fi ns. É a família que acolhe, dá carinho, conforto, segurança, educação, religiosidade, bons princípios, moral, ética, profi ssionalismo, sabe escutar, acaricia, perdoa, ama e constrói, dando o que há de melhor em seres humanos para a sociedade. Ao contrário do que muitos interesseiros querem, salve e viva a família brasileira!

Para a nossa família Spachinski de Oliveira, o Amani é nosso exemplo de ser humano, de bondade, de carisma, ele para nós é um anjo. Não estávamos sempre juntos, mas todos o amamos e seguiremos os seus exemplos.

Guarapuava, 9 de maio de 2021.

Irmãos: Maria Laura de Oliveira, Erony Aparecida Spachinski de Oliveira, João Francisco de Oliveira, Marlene de Jesus Oliveira.

Rozendo Mendes de Oliveira (pai), Maria Spachinski de Oliveira (mãe) e Pedro Armando de Oliveira (irmão) in-memorian.

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