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CHAMADO À VIDA
XV QUINZE
CHAMADO À VIDA
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Afi rmamos constantemente, embasados na investigação bibliográfi ca, científi ca e fi losófi ca, que o ser humano tem, pelo menos quatro características fundamentais que o distinguem de todas as outras espécies de seres existentes sobre a face da terra. A primeira é a eternidade, ele nunca deixa de existir “nem a priori, nem a posteriori”. As transformações, — (pré vida ou projeto, antes da concepção; a consciente, que vai da concepção à morte e a vida pós morte, eterna ou espiritual) —, evidentes em seu ser, são diferentes dimensões da mesma existência. A segunda é a individualidade. É único, individual e completo si mesmo. Não existem dois seres iguais na mesma espécie. Cada um é um, com características próprias e distintas. A terceira é a racionalidade. O homem distingue-se dos demais pela capacidade efi ciente de pensar, memorizar, raciocinar, imaginar, tirar conclusões, projetar, executar projetos, planejar o futuro e analisar o passado. A quarta é a emotividade. A estrutura psicológica de cada indivíduo o sensibiliza no trato com os demais seres e com o mundo em torno de si. Determina seu humor e dá sabor ao seu viver. A Quinta é a espiritualidade. Sua alma recebe a infusão da graça divina e a vida sobrenatural passa fazer parte de sua existência eternizando-o e o transformado em fi lho legítimo de Deus, herdeiro de suas promessas. Para chegar a esta forma de pensar, existem dois caminhos distintos. O da investigação científi ca e o da refl exão fi losófi ca. Ambos nos dão a certeza da verdade, um pela conclusão da experiência a partir de amostras físicas tiradas da natureza, analisadas e comparadas entre si e o outro através de juízos lógicos verdadeiros ou premissas comparadas que formularão as conclusões verdadeiras. Assim o homem tem a certeza de o próprio existir, da fi nalidade de sua vida e do destino de seu fi m. Até aqui tudo bem, e se alguém não acreditar que é assim? Nada mudará. O mundo e os seres existem independentes da consciência e da crença do ser humano. Então qual a função da fé na vida humana se esta independe da crença ou descrença do homem? Em primeiro lugar é preciso ter formação, conhecimento e humildade sufi cientes para compreender que a fé, como virtude teologal, força sobrenatu-
ral presente no ser humano, é responsável pela aceitação de sua condição de ser criado, amparado, protegido, amado, enviado e aperfeiçoado por Deus.
Há, porém, uma constatação da fé, que é a mais forte de todas. A evidência de que cada indivíduo humano é oriundo de Deus. Essa é a prova da eternidade do homem. Assim como Deus, o homem sempre existiu, existe e existirá, antes como projeto armazenado na “consciência e vontade divina”, depois como obra real, (vida consciente), e fi nalmente como perfeição eterna, (ser espiritual), perfeito como Deus. São como fagulhas ou gotas que, ao longo do tempo, irão sendo moldadas até chegarem à perfeição e se unirem novamente à sua origem. Acreditando ou não, o ser humano continua sendo parte de Deus e, como tal, será trabalhado para voltar a ser o todo. Nesse processo de criação o homem foi dotado do livre arbítrio. A vontade do pai é a perfeição do fi lho. O orgulho e a vitória do pai será o fato de o fi lho conseguir isso por si mesmo. Se nós humanos somos assim em relação a nossos fi lhos, imagine Deus, em relação às suas criaturas. Ele cria e envia o homem como ser responsável. Por confi ar nos fi lhos Ele não fi ca dirigindo, passo a passo, suas vidas. Seu grande desejo e sonho é que eles possam construir seu existir da melhor forma possível. O Homem é tão livre em relação Deus e seu projeto, que pode escolher o próprio caminho e seu destino. Essa ideia de céu e inferno é, justamente, para que cada pessoa possa escolher seu fi m. O céu é voltar para Deus e estar Nele eternamente e o inferno é afastar-se Dele e estar fora por toda a eternidade. Desde o primeiro momento da existência humana consciente, até seu último momento, na hora da grande Páscoa (passagem), Deus está sempre chamando cada pessoa. Ouvir é próprio do homem e depende, única e exclusivamente, de nós escutar ou não o chamado de Deus. Ele cria, (dá o presente da vida), depois libera, (presenteia com a liberdade) e, então convoca, chama, (a graça da vocação), mas a resposta positiva ou negativa está nas mãos do homem. Ele é livre para responder ou não. Ser feliz com Deus ou infeliz sem Ele, está na escolha livre de cada pessoa que vive neste mundo.