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UMA SOLUÇÃO SIMPLES

XVII DEZESSETE

UMA SOLUÇÃO SIMPLES

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Nestes tempos de grandes desencontros na política mundial a humanidade corre apressadamente para o risco de uma catástrofe econômica. Chegará um tempo em que os mais ricos e poderosos correrão em círculos cada vez menores, como fazem o cão e o gato atrás do próprio rabo, por não terem mais ninguém para perseguir, pois os mais pobres estarão à margem do processo, totalmente inativos ou destruídos. Restará então, aos que têm poder, bens e prestígio, unicamente a possibilidade de correr atrás de si mesmos, porque tudo estará em suas mãos.

Esta não é uma profecia infundada. Vejam-se as estatísticas, as experiências e a história. O que aconteceu, por exemplo, na política brasileira, foi um sonho realizado. Um presidente de origem das classes trabalhadoras, eleito pela maioria do povo, governa o País. Isso, porém, custou caro para que acontecesse. Foi preciso viver, durante décadas, a mesma mordomia e aparência de riqueza, opulência e poder, para assemelhar-se aos que “podem” chegar ao governo. Somente após abandonar a carreira de torneiro mecânico e viver, por longo tempo, com um salário considerável, sem precisar bater cartão, andar a pé ou calcular os centavos para comprar menos pão e poder trazer o leite, ou comprar menos leite para poder trazer o pão e alimentar as crianças, levando uma vida de pseudo rico e poderoso, então estaria pronto e poderia enfrentar a campanha de igual para igual, com muitos apoios e acertos, para garantir a vitória. Conseguiu chegar lá e isso foi importante. O futuro dirá como será. Aliás, o presente já está mostrando. Não é tão fácil como se imaginava.

Mas, voltando à questão da catástrofe econômica eminente, pensemos. Isso não será um grande desastre, porque o povo está acostumado. Não diferiu no tempo dos fi lósofos, há vinte e cinco séculos passados. Tanto que condenaram e mataram Sócrates, por ser considerado um “corrompedor” da juventude como desculpa, contudo, esqueceram de contar, na história ofi cial, que não foi condenado o vendedor de ópio, o poderoso que escolhia mulheres, não importando se casadas ou solteiras, mas que fossem

bonitas ou virgens para sua satisfação pessoal, nem o político que podia roubar, perseguir e matar, para manter-se no poder. No tempo do Feudalismo não foi diferente, em que o “senhor” era o dono, tinha poder sobre o vassalo, mesmo mantido com o trabalho deste. Também na época de Jesus Cristo quando mataram o justo e pobre e liberaram o corrupto e poderoso. Ato e fato ao que o poder constituído lavou as mãos. Tudo para não perder o poder nem o domínio econômico, como acontece com as guerras atuais.

A explicação para o possível caos econômico mundial é muito simples e qualquer economista ou matemático explica facilmente. Tudo concorre para o bem daqueles que administram o dinheiro dos outros. Quando se administra o próprio dinheiro, aí é que “são elas”. Não estica, cresce ou aumenta. Proibido a distribuição. Só diminui, encolhe e some. A conclusão é a de que não se sabe administrar. De fato, vai à falência, perde tudo. Fica sem para o sustento da própria família.

Aí acontece o milagre. Começa a administrar o alheio, principalmente através de um cargo eletivo, e tudo volta a normalizar-se. Não só ele, mas também todos os de sua graça passam a ter mais, a ganhar mais, a enriquecer. Paga-se todas as dívidas pessoais e sobra dinheiro para a outra campanha própria e de alguns correligionários. O dinheiro pode ser distribuído à vontade. É o mistério do bom administrador da coisa pública.

A grande catástrofe econômica, social e política do mundo poderá ser evitada por um simples ato humano que toda pessoa, maior de dezesseis anos, pode fazer: votar. O segredo é votar certo, na pessoa honesta. Essa é uma solução simples para um problema grave.

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