2 minute read

TRINTA E TRÊS

XXXIII TRINTA E TRÊS

LER E ESCREVER PARA NÃO MORRER

Advertisement

O processo da Comunicação Humana é um fator relevante e indispensável para os relacionamentos interpessoais, sociais, econômicos e culturais da humanidade. Ele é responsável pelos fatos positivos, agradáveis ou negativos e desagradáveis que aconteceram, acontecem e/ou acontecerão na vida das pessoas e dos grupos humanos. De certa forma o processo da comunicação é determina os rumos da história dos homens, está presente e acontece, efetivamente, desde os primeiros tempos do aparecimento dos seres humanos sobre a face da Terra. Uma das mais ricas formas de comunicação humana, além da fala é a escrita. Escrever é a ação que perpetua tudo o que se refere a vida, inclusive eterniza a própria existência do ser. Ler é o sublime ato de receber, conceber, gestar e recriar a mensagem escrita, fazendo dela um dos imperativos da vida. Ler é experimentar, depois de um certo tempo, o que o autor vivenciou em sua época. Entre escrever e ler não existe muita distância. Embora este segundo seja mais amplamente utilizado e o qual, de fato, transforma o modus vivendi de qualquer pessoa e do mundo inteiro. Até mesmo o escritor escreve, porque um dia leu. A leitura é tão importante e necessária para o espírito e ao psiquismo, como uma vitamina, uma caloria, a luz, o ar, a água, o alimento e o próprio oxigênio para o organismo biológico do ser humano. Ler é prolongar a vida, inclusive a vida biológica. Existem estudos que indicam a leitura como um dos excelentes recursos para fortalecer, vitalizar, perpetuar neurônios e outros recursos da vida humana. O maior anseio do escritor é que o leitor lhe compreenda, diz o poeta, e eu acrescento, o maior anseio do leitor é viver e, me arrisco, que ele encontrará a vida no ato de ler.

Os seres humanos são eternos. Sua existência espiritual nunca teve início e jamais terá fi m. Mas somente a alguns poucos é concedido o dom da vida consciente, nas três dimensões, ou seja, física, psíquica e social. A vida é um presente fi nito. Dura apenas enquanto durarem as lembranças de seus amigos e ente queridos. Depois se apaga da história do mundo. Eu, por exemplo, nada sei

sobre o avô do meu tetravô. Ninguém sabe. Nada foi registrado sobre ele. Embora exista e tenha vivido nas quatro dimensões, (espiritual, física, psíquica e social). Contudo, conheço muito bem o Olavo Bilac. Porque dele se escreveu e está registrado para sempre.

Existe, portanto, uma forma de perpetuar e, até eternizar esta vida. Quem escreve um livro se eterniza no tempo e se fi rma no espaço. O corpo físico, psíquico e emocional se desintegra, fi cando apenas o espírito, que não morre e o pensamento, se for registrado.

O registro da trajetória do homem enquanto entidade e enquanto pensamento sempre foi uma preocupação do processo da comunicação quer oral, quer escrita, tendo por fi nalidade a perpetuidade da ideia entre todas as gerações. Escrever um livro é eternizar-se.

This article is from: