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QUARENTA E UM
XLI QUARENTA E UM
ORAÇÃO DO HOMEM NA CRUZ
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“Bondoso Pai, minha condição humana jamais queria que esta hora se aproximasse, mas ela veio. Meu Eu humano não sabia muito bem que deveria passar por isto. O Senhor, porém, sabia e nada pôde fazer, porque a verdade jamais se contradiz. A hora chegou. Não há como repeli-la, nem determinar que ela passe sem que seja total e integralmente experimentada por mim, que a dor passe por todas as fi bras de meu corpo biológico, por todas as ligações emocionais de meu corpo psicológico e, também, pelo meu espirito.
Eu sei que terei que sofrer até as últimas consequências, se quiser levar a cabo o projeto amoroso de resgate da humanidade. Isso foi estabelecido e deve ser cumprido. O meu ser, na sua condição humana, procura fugir desta hora e chego a pedir “Pai, afaste de mim este cálice”, mas meu ser perfeito, em sua dimensão Divina, fortalece o espírito do humano e tenho a coragem de dizer, “contudo não se faça a minha, mas a sua vontade”.
O pecado de toda humanidade pesa sobre mim. Sim, o pecado de todos os outros, porque eu não tenho cometido pecados. Caso os cometesse, deixaria de ser seu fi lho amado, a Segunda pessoa da Santíssima Trindade.
Às vezes o mundo não compreende a extensão, a profundidade e os objetivos de meu sofrimento. Eles acabam tirando muitas conclusões erradas. É porque eles não entendem o amor. Não entendem o que signifi ca amar de verdade. Dizem que amam e são egoístas, vingativos, mentirosos, preguiçosos, possessivos, invejosos e ciumentos, querendo que tudo seja feito para eles. Se uma pessoa lhes diz a verdade, preferem matá-la do que aceitar a verdade. Se uma pessoa os corrige, viram a cara e fi cam de mau, como fazem as crianças em suas brincadeiras. Dizem que amam, de verdade uma pessoa, no entanto, se ela não fi zer tudo “direitinho” como eles querem, então ela não é mais digna de seu amor.
É como um político que diz, eu amo todos vocês e depois que ganha a eleição despede o trabalhador, só porque ele não que não
quer fi liar-se a seu partido e subordinar-se, inclusive ideologicamente, aos caprichos do inseguro administrador ou legislador. Eles não sabem que amar é doar-se totalmente e sem restrições para outro. Amar é não esperar nada em troca. Amar é querer o bem e a felicidade do outro, sem monopolizá-lo, mas deixando-o livre para ser ele. Dedicar e doar a vida inteira ao outro, sem perguntar porquê está fazendo.
“É porque entendo o que seja o amor, eu sou o amor, que me doei tanto, a tal ponto de sofrer e morrer nesta cruz para provar a todos eles. Não foi por pouco que me submeti a estes sofrimentos. Assim como o operário que trabalha o dia todo e à noite pode descansar e receber seu merecido salário. Meu trabalho foi resgatar, endireitar e salvar cada um dos seres humanos a mim confi ados.”
Eu estou terminando meus dias de luta e dor, pregado na Cruz e, logo mais estarei dormindo o merecido sono do descanso, para receber, em seguida, o salário da ressurreição para a eternidade. Assim como Eu estou feliz, quero que todos sejam, também, felizes. “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Pai, quero atraí-los todos a mim, para que juntos, possamos encontrá-lo em seu Reino de amor. “Mulher, heis aí seu fi lho, fi lho, heis sua mãe”. Esta é a minha hora, “em suas mãos entrego meu espirito”. Obrigado, muito obrigado Pai!”