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QUARENTA E SETE
XLVII QUARENTA E SETE
PARA NÃO DIZEREM QUE
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NÃO FALEI DE AMOR
O período da idade cronológica mais povoado de frenética paixão é o tempo da adolescência e juventude, na época do namoro. Os casais se entregam e se integram nas mais variadas formas de experiências amorosas, desde o emocionado fl erte, passando pelo toque de mãos, abraços, afagos carinhosos, carícias, até ao beijo apaixonado e longo. O frenesi toma conta dos corpos, a paixão assume o controle da mente e a emoção comanda o espírito. O coração fi ca doido e o organismo inteiro toma rumo, decisões e atitudes completamente incontroláveis pela consciência e, até pela razão. E os enamorados dizem “não sei mais o que fazer”.
É, de certa forma, esperada e compreensível essa situação, pois até o momento presente, em meio a uma paixão desenfreada, não experimentaram o amor. Gostar de uma pessoa é uma coisa, amá-la é outra bem diferente. A paixão cerceia a liberdade, limita o espaço, direciona o rumo, determina os gostos, escolhe os prazeres e defi ne a ideologia da pessoa a quem se apaixonou. Ao contrário, o amor libera, não impõe limites, não direciona, não determina gostos, não escolhe prazeres, não defi ne ideologia, mas respeita, compreende, valoriza, incentiva, acolhe, faz despertar para o sucesso e é feliz porque a pessoa, objeto de seu amor, é o que é e não o que ele quer que ela seja.
Desta forma é possível perceber, a diferença entre a paixão por uma pessoa que tornar-se-á mero objeto de meus caprichos e a paixão enamorada por uma pessoa que amo. Esta é completamente realizada como pessoa, respeitada e reconhecida como tal. Quando um ser humano amado como deve, a recíproca é a mesma. Quem é amado, ama e quem é usado, odeia.
Entender o real signifi cado e o processo do verdadeiro amor é o mais acertado caminho de libertação total do homem. Quem ama, de verdade, tem uma grande e ilimitada veneração pela pessoa escolhida e amada. Esse é o signifi cado do amor. Daí decorre que amar não é tão fácil assim, como muitos acreditam ser. O amor exige renúncia, perdão ilimitado, desprendimento, sacri-
fício, doação, dedicação, compreensão, acolhimento, respeito e veneração.
Quem sabe possamos celebrar o Dia dos Namorados com essa visão correta do amor e da paixão? Sem, no entanto, esquecer do enunciado bíblico, “lá onde está seu tesouro, estará, também, seu coração”. Quem sabe, possamos celebrar esta data, pedindo perdão à pessoa que julgamos ter amado até agora. Quem sabe, possamos celebrar este dia, começando hoje a amar de paixão a pessoa que escolhemos para ser nossa eterna companheira ou companheiro.
Dizer que a amo só não basta. É preciso provar. Provar que a amo só não basta. É preciso demonstrar. Demonstrar que a amo só não basta. É preciso amá-la de veras. E, em amando-a, dedicar-lhe a vida inteira e intensamente, até a última gota, para que ela e, unicamente ela, seja feliz. Faça, da pessoa amada, a razão de seu próprio existir, mas permita que a pessoa amada exista em sua plenitude, para que ela também, possa ser feliz. Se, enamorar-se de alguém, passar a ser, amar alguém, então, no Dia dos Namorados, vale a pena falar de amor.