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SESSENTA E CINCO
LXV SESSENTA E CINCO
CORPO E ALMA NOBRES
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DILUÍDOS EM DEUS.
Indiscutivelmente nascemos nobres. Basta analisar interna e externamente nosso organismo, relacionando-o a outros seres de espécies diferentes. Todo ser humano, indistintamente, é especial e possui uma fi nalidade peculiar. Não se sabe ainda a que fi m foi criado. Mas uma coisa, pelo menos é certa, não foi gerado sem um objetivo específi co. Resta saber para o qual. Alenta-nos a ideia de que o homem não nasceu por acaso. Existe um projeto para todo ser que possui alguma espécie de vida. Esse projeto faz parte do processo existencial divino. É Deus que vive, se movimenta e caminha seu próprio caminho. O ser humano participa disso. Porém, como se pode provar?
A maneira mais contundente, para explicar o objetivo da existência humana, talvez seja a comparação com a rede fl uvial do Planeta. Cada nascente despeja suas águas, através de riacho, pequenos fi letes ou caudalosos rios, todas no mar. Enquanto percorrem as distâncias que lhes compete, vão cumprindo um ritual e uma missão. Sua última fi nalidade é chegar ao mar para alimentá-lo com a própria vida. Ao longo do caminho vão realizando, pequenos ou grandes feitos, por exemplo, umedecer à terra para que outras formas de vida cresçam e produzam frutos; matar a sede de outros seres vivos; promover a limpeza para garantir a saúde da Terra; diluir elementos químicos para fi ns medicamentosos e alimentares, entre infi nitos outros. O mais importante é caminhar rumo ao mar, para alimentá-lo. Essa é a sua fi nalidade maior. Mesmo que encontre obstáculos, não pode parar. Se isso acontecer fi cam estagnadas, enferrujam, apodrecem e morrem sem cumprir sua missão.
Dessa mesma forma, o ser humano brota de uma nascente e tem como fi nalidade desembocar em Deus, que é o mar. O processo é o mesmo. Imaginemos que tudo é mar e que existem porções de terras que imergem desse oceano e que a própria água do mar necessita dar vida a essa terra, mas que seria contra producente se ela mesmo o fi zesse, por isso, permite que parte de si
se transforme em água doce e percorra um itinerário previamente estabelecido, partindo de uma fonte, para percorrer e alimentar à terra e, cumprida sua missão, volta feliz para o início, que é o seu lugar. Da mesma forma que a água, o homem precisa caminhar, percorrer o trecho, não parar na beira do caminho para não estagnar, enferrujar e morrer antes de cumprir a missão.
O cumprimento da missão se realiza com o homem total. É o corpo e a alma que se propõem a cumprir seu destino e dirigir-se a Deus, alimentando sua obra pelo caminho. Todos os homens, necessariamente se orientam na direção de Deus, fazendo o seu próprio leito, superando obstáculos e mantendo-se fi éis ao direcionamento proposto. Vão caminhando, da melhor maneira que podem para seu fi m último, o Mar Divino. Essa grandeza do homem o torna nobre. E a sua nobreza de corpo e alma lhe garantem a felicidade eterna, diluídos em Deus.