Youtube Novas práticas dos utilizadores numa nova cultura digital

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YOUTUBE: NOVAS PRÁTICAS DOS USUÁRIOS EM UMA NOVA CULTURA DIGITAL Tânia Ferrarin Olivatti1 RESUMO Este ensaio busca refletir qual é a cultura digital que circunda o site YouTube, bem como o atual papel requerido pelo usuário da Internet neste contexto. Para tanto, tem como instrumental as novas aquisições da semiótica francesa, em autores como Fontanille, além de confrontar estudos de Wolton, Lévy, Vilches, Castells, entre outros, para fundamentação teórica. Compreende que, se por um lado o YouTube configura um espaço democrático, uma espécie de televisão sem censura em que o cidadão comum tem liberdade de expressão, por outro anuncia o fortalecimento de uma mídia sem filtros, em que a informação é apresentada não mais por crivos jornalísticos. Constituinte dos processos sociais contemporâneas, a Internet, seus novos formatos e as relações que inaugura com seus usuários (cultura digital) necessitam de observação crítica, o que pode desacelerar saudações exageradas ou repúdios precipitados a seus novos formatos. Palavras-chave: YouTube. Usuário/produtor. Cultura digital

Introdução O YouTube é o maior site de compartilhamento de vídeos do mundo. Em especial a partir de 2006, a página passou a se tornar uma espécie de mania, representando não só um excelente empreendimento comercial, mas também uma revolução no meio. A democratização da informação parece ter começado com a Internet, mas o YouTube deu-lhe uma dimensão jamais vista na história da humanidade. Segundo Alberto Dines (2007), graças ao YouTube criou-se a noção do cidadão-jornalista e cidadão-comunicador. Ao mesmo tempo, criou-se a “fofocagem de massas” representada pelo vídeo protagonizado pela modelo Daniela Cicarelli. Para Dines, “ao tentar proibi-lo, a modelo apenas reforçou uma certeza: o YouTube é incontrolável, para desgosto das tiranias e regimes despóticos em todos os quadrantes” (DINES, 2007). Muito além das fofocas on-line, o site tem hospedado vídeos produzidos por traficantes e extremistas islâmicos, e substituído a mídia convencional em campanhas eleitorais dos Estados Unidos (no Brasil, as últimas eleições presidenciais também apontaram este caminho). Qualquer um 1

Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – Universidade Estadual Paulista. E-mail: taniaolivatti@yahoo.com.br Anais do I Simpósio de Comunicação e Tecnologias Interativas Disponível em: http://www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/eventos/simposio/anais.html

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