E- generation

Page 1


Ficha Técnica Título

E-Generation: Os Usos de Media pelas Crianças e Jovens em Portugal

Coordenador Científico

Gustavo Cardoso

Investigadores

Rita Espanha, Tiago Lapa

Inquérito Sociedade em Rede em Portugal 2006

Gustavo Cardoso, Rita Espanha, Maria do Carmo Gomes

Coordenação Editorial

Rita Espanha

Centro de Investigação

CIES/ISCTE – Centro de Investigação e Estudos em Sociologia, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa

Apoio à Investigação

Fundação Portugal Telecom

1


Índice

1. Introdução................................................................................................................... 25 2. Metodologia e Dados.................................................................................................. 28 3. Caracterização da Amostra......................................................................................... 32 4. Ciber-geografias e mundos online: Padrões de utilização do computador e da internet ........................................................................................................................................ 39 Blogues ................................................................................................................... 83 Serviço de mensagens instantâneas (IMPs)............................................................ 92 5. Padrões de oportunidades e riscos na rede. Representações da utilidade e níveis de confiança nas TIC......................................................................................................... 112 6. A utilização da televisão entre os jovens portugueses.............................................. 123 Zapping..................................................................................................................... 161 7. A cultura da mobilidade: a utilização dos telemóveis por parte dos jovens............. 165 8. Mundos virtuais: os jogos de computador na cultura juvenil................................... 222 9. Geração Mp3: a música no novo ambiente mediático.............................................. 250 10. Os jovens e os filmes na era digital ........................................................................ 276 11. A Leitura e os jovens na era da internet ................................................................. 298 12. O sistema de oferta mediática múltipla: Multitasking e integração dos media. ..... 304 13. Os media na vida quotidiana dos jovens: Organização no tempo e no espaço. ..... 321 14. Dinâmica familiar e interacção em torno dos media: autonomia dos jovens, autoridade e controlo paternal sobre os media. ............................................................ 361 15. Conclusão ............................................................................................................... 390 Bibliografia................................................................................................................... 419

2


Índice - Tabelas

Tabela 1: Características dos Inquiridos (%).................................................................. 32 Tabela 2: Vive com quem............................................................................................... 33 Tabela 3: Sobre o teu pai - Até quando estudou? ........................................................... 34 Tabela 4: Em relação ao trabalho, o teu pai ?................................................................. 34 Tabela 5: Se o teu pai tem um emprego, diz se ele: ....................................................... 34 Tabela 6: Sobre a tua mãe - Até quando estudou? ......................................................... 35 Tabela 7: Em relação ao trabalho, a tua mãe ? ............................................................... 36 Tabela 8: Se a tua mãe tem um emprego, diz se ela:...................................................... 36 Tabela 9: Características dos Inquiridos (%).................................................................. 37 Tabela 10: Frequenta algum nível de ensino .................................................................. 37 Tabela 11: Se está no secundário:................................................................................... 37 Tabela 12: Qual é a sua condição perante o trabalho ..................................................... 38 Tabela 13: Região........................................................................................................... 38 Tabela 14: Habitat .......................................................................................................... 38 Tabela 15: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?..................... 39 Tabela 16: Tens ligação à internet em tua casa? ............................................................ 40 Tabela 17: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, emai)?: ................ 41 Tabela 18: Utilizas habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar ou fazer trabalhos de casa? ..................................................................................... 42 Tabela 19: Utilização das TIC para fins educativos ....................................................... 43 Tabela 20: Tens algum professor que utiliza a internet para explicar a matéria ou que te incentiva a utilizar a internet para estudar ou praticar matérias da sua disciplina? 44

3


Tabela 21: Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez? ................................................................................................................................ 45 Tabela 22: Qual dos seguintes serviços costuma utilizar: .............................................. 46 Tabela 23: Quando visitas páginas web, quais dos seguintes conteúdos costumas consultar?:............................................................................................................... 47 Tabela 24: Tens amigos que vêm sites destinados a adultos na internet? ...................... 49 Tabela 25: Já fizeste alguma página web ....................................................................... 49 Tabela 26: Já fizeste algum blogue................................................................................. 50 Tabela 27: Quantas contas de correio electrónico usas? ................................................ 51 Tabela 28: Quando participas em chats, comunicas mais: ............................................. 52 Tabela 29: Quando participas num chat, costumas aparecer tal como és ou finges ser outro tipo de pessoa? .............................................................................................. 52 Tabela 30: Já conheceste pessoalmente algum dos teus amigos virtuais? ..................... 53 Tabela 31: Quando utilizas a internet costumas estar: ................................................... 54 Tabela 32: Em tua casa, para além de ti, utilizam a internet: ......................................... 55 Tabela 33: Em tua casa, quem utiliza mais a internet?................................................... 56 Tabela 34: Em tua casa, quem é que mais sabe sobre internet? ..................................... 57 Tabela 35: Quem te ensinou a usar a internet?:.............................................................. 58 Tabela 36: Quando utilizas a internet, como te consideras?........................................... 59 Tabela 37: Utilizadores da internet e/ou o correio electrónico....................................... 60 Tabela 38: Utiliza ou já utilizou alguma vez a internet e/ou o correio electrónico........ 60 Tabela 39: Independentemente do local onde utiliza e do motivo, com que frequência utiliza a internet e/ou correio electrónico ............................................................... 62 Tabela 40: Em que locais tem acesso à internet ............................................................. 63 Tabela 41: Tem hipótese de ter acesso à internet em casa ............................................. 64

4


Tabela 42: Há quantos meses utiliza a internet .............................................................. 64 Tabela 43: Em que ano instalou / passou a ter acesso à internet em sua casa................ 65 Tabela 44: Onde começou a utilizar a internet ............................................................... 66 Tabela 45: Como é que classificaria a sua capacidade de utilizar a internet.................. 67 Tabela 46: Que tipo de ligação à internet é que tem em sua casa .................................. 68 Tabela 47: Qual é o seu fornecedor de internet de banda larga...................................... 70 Tabela 48: Em casa, quem é que utiliza mais frequentemente a internet....................... 71 Tabela 49: Utiliza a internet ou o correio electrónico para: ........................................... 75 Tabela 50: Utiliza a internet ou e-mail para fazer alguma das seguintes actividades: ... 80 Tabela 51: Afirmação que descreve melhor a sua atitude acerca da recepção de correio electrónico não solicitado ....................................................................................... 83 Tabela 52: Sabe o que é um blogue................................................................................ 83 Tabela 53: Mantém algum blogue .................................................................................. 84 Tabela 54: Costuma navegar pela blogosfera................................................................. 85 Tabela 55: Costuma interagir com blogues .................................................................... 86 Tabela 56: Quantos tem a funcionar............................................................................... 87 Tabela 57: Actualiza-o(s) com que frequência............................................................... 87 Tabela 58: Com que frequência consulta outros blogues ............................................... 87 Tabela 59: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 1º ................ 88 Tabela 60: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 2º ................ 88 Tabela 61: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 3º ................ 89 Tabela 62: Como se informa habitualmente sobre os blogues a consultar:.................... 89 Tabela 63: Os blogues que consulta são:........................................................................ 90 Tabela 64: Tem o cuidado de cruzar com outras fontes a informação que consta dum blogue ..................................................................................................................... 91

5


Tabela 65: Principal motivo porque consulta um blogue:.............................................. 91 Tabela 66: Utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (IMPs)............................ 92 Tabela 67: Utiliza-o com que frequência: ...................................................................... 93 Tabela 68: Com quem é que comunica, através desse serviço:...................................... 94 Tabela 69: Tem os seus IMPs personalizados através de:.............................................. 95 Tabela 70: Essa personalização é útil para transmitir às pessoas com quem conversa:. 95 Tabela 71: Na sua lista de contactos, tem principalmente pessoas que pertencem a que grupo:...................................................................................................................... 96 Tabela 72: Com que frequência é que gere a sua presença/ausência utilizando os ícones que indicam um dado estado de atenção ................................................................ 96 Tabela 73: Três principais motivos porque utiliza os IMPs: .......................................... 97 Tabela 74: Utiliza sites na internet onde cria uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses (Social Online Environment) ................................................................. 97 Tabela 75: Utiliza-os com que frequência...................................................................... 98 Tabela 76: Através desses sites, interage principalmente com:...................................... 99 Tabela 77: Utiliza algum serviço de Voice Over IP (VOIP).......................................... 99 Tabela 78: Num mês típico, quantas vezes compra produtos ou serviços através da internet .................................................................................................................. 100 Tabela 79: Acha que as suas compras através da internet ... em relação às compras de produtos e serviços semelhantes nas lojas habituais ............................................ 101 Tabela 80: Até que ponto é que se sente preocupado(a) com a segurança da informação do seu cartão de crédito quando o utiliza para comprar ou pagar alguma coisa na internet .................................................................................................................. 101 Tabela 81: Costuma utilizar o site na internet do seu banco ........................................ 101 Tabela 82: Costuma utilizar caixas Multibanco ........................................................... 101

6


Tabela 83: Diga-me, por favor, se costuma realizar as seguintes operações: .............. 102 Tabela 84: Com que frequência utiliza a internet para:................................................ 103 Tabela 85: Conhece ou já ouviu falar da internet......................................................... 103 Tabela 86: Principal razão porque não usa a internet:.................................................. 104 Tabela 87: Acha que um dia virá a utilizar a internet................................................... 105 Tabela 88: Pediu ou recebeu de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação ou documentação que tenha sido retirada da internet........................................... 106 Tabela 89: Até que ponto o uso da internet influenciou os seus contactos com: ......... 107 Tabela 90: Depois de começar a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar acham que passam mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo consigo .............................................................................................................................. 107 Tabela 91: Existem outros membros da família que utilizam o mesmo computador... 108 Tabela 92: Qual é o sistema operativo que usa habitualmente no seu computador pessoal .............................................................................................................................. 109 Tabela 93: Utiliza habitualmente aplicações e/ou programas informáticos produzidos através de software livre ....................................................................................... 109 Tabela 94: Qual a aplicação que utiliza em regime de software livre:......................... 110 Tabela 95: Qual o browser que tem neste momento instalado no seu computador principal e que utiliza para aceder à internet: ....................................................... 110 Tabela 96: Como é que adquiriu para o seu computador pessoal o último software para processar/ escrever textos ..................................................................................... 111 Tabela 97: O computador que possui é portátil............................................................ 111 Tabela 98: Utiliza a internet através de equipamentos com acesso sem fios (wireless ou wi-fi), através do telemóvel ou computador portátil ............................................ 111

7


Tabela 99: Em que local é que utiliza mais frequentemente as tecnologias de acesso sem fios (wireless) ....................................................................................................... 112 Tabela 100: Desde que utiliza as tecnologias de acesso sem fios (wireless), acha que: .............................................................................................................................. 112 Tabela 101: Já utilizou acessos grátis à internet fornecidos em espaços públicos (MCDonalds/hotéis) ............................................................................................. 112 Tabela 102: Tens algum sistema de protecção instalado quando navegas na internet (anti-virus, filtro de conteúdos)? .......................................................................... 116 Tabela 103: Conheces alguém que esteja totalmente agarrado à internet? .................. 116 Tabela 104: Para mim, a internet:................................................................................. 118 Tabela 105: Riscos na Internet ..................................................................................... 119 Tabela 106: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de notícias publicadas por empresas/agências .......................................................................................... 120 Tabela 107: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de informação publicadas por pessoas.......................................................................................... 120 Tabela 108: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: sites de informação do governo na internet ............................................................................................................. 121 Tabela 109: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: informação proveniente de motores de pesquisa.............................................................................................. 121 Tabela 110: Costuma fazer apostas na internet nos seguintes jogos de sorte e azar: ... 121 Tabela 111: Quantas televisões existem em tua casa? ................................................. 125 Tabela 112: Tens em tua casa televisão paga (TV cabo, Satélite, etc)? ....................... 126 Tabela 113: Quando vês televisão, costumas estar: ..................................................... 127 Tabela 114: Quem vê mais televisão em tua casa? ...................................................... 128 Tabela 115: Dos seguintes serviços de TV quais é que possui: ................................... 129

8


Tabela 116: Qual é o operador de cabo e/ou satélite que utiliza como fornecedor principal ................................................................................................................ 130 Tabela 117: Quantas televisões tem em sua casa ......................................................... 131 Tabela 118: Qual o canal de televisão que mais vê (1ºCANAL) ................................. 132 Tabela 119: Qual o canal de televisão que mais vê (2ºCANAL) ................................. 133 Tabela 120: Qual o canal de televisão que mais vê (3ºCANAL) ................................. 134 Tabela 121: Qual o canal de televisão que mais vê (4ºCANAL) ................................. 135 Tabela 122: Para saber notícias em geral vê canais...................................................... 136 Tabela 123: Para se informar sobre acontecimentos nacionais importantes vê canais... .............................................................................................................................. 136 Tabela 124: Para se informar sobre acontecimentos internacionais importantes vê canais... ................................................................................................................. 136 Tabela 125: Credibilidade que têm para si, o canal de informação:............................. 137 Tabela 126: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor nacional........... 137 Tabela 127: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção nacional ........... 138 Tabela 128: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor estrangeiras ..... 138 Tabela 129: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção estrangeiras...... 139 Tabela 130: E quanto à origem das telenovelas, a quais é que prefere assistir ............ 140 Tabela 131: Das telenovelas que passaram no último ano na televisão, quais as duas que mais gostou:.......................................................................................................... 141 Tabela 132: De todas as telenovelas a que assistiu, qual foi a sua preferida................ 142 Tabela 133: Prefere assistir a telenovelas que se baseiam...: ....................................... 143 Tabela 134: Considera que as telenovelas devem...: .................................................... 143 Tabela 135: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que prefere de um modo geral: ..................................................................................................................... 144

9


Tabela 136: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais credível.. 145 Tabela 137: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais divertido 146 Tabela 138: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é menos interessante .............................................................................................................................. 147 Tabela 139: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que não consegue suportar ................................................................................................................. 147 Tabela 140: Dos comentadores da actualidade, a quais é que assiste na televisão: ..... 148 Tabela 141: Gosta de programas de: ............................................................................ 149 Tabela 142: Qual a sua opinião sobre:.......................................................................... 150 Tabela 143: Qual o principal programa que vê habitualmente (1ªREF)....................... 150 Tabela 144: Qual o principal programa que vê habitualmente (2ªREF)....................... 151 Tabela 145: Qual o principal programa que vê habitualmente (3ªREF)....................... 153 Tabela 146: Costuma gravar programas....................................................................... 154 Tabela 147: Por que motivo costuma gravar programas .............................................. 154 Tabela 148: Qual o tipo de programa que costuma gravar (1ªREF.)............................ 154 Tabela 149: Qual o tipo de programa que costuma gravar (2ªREF.)............................ 155 Tabela 150: Qual o tipo de programa que costuma gravar (3ªREF.)............................ 155 Tabela 151: Costuma trocar gravações de programas com os teus amigos.................. 155 Tabela 152: Já se ligou à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão ................................................................................................................ 156 Tabela 153: Com que frequência se liga à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão..................................................................................... 156 Tabela 154: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (1ªREF).................................................................................................... 156

10


Tabela 155: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (2ªREF).................................................................................................... 157 Tabela 156: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (3ªREF).................................................................................................... 157 Tabela 157: Já participou em algum fórum online sobre um programa de televisão... 158 Tabela 158: Com que frequência.................................................................................. 158 Tabela 159: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (1ªREF) 158 Tabela 160: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (2ªREF) 159 Tabela 161: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (3ªREF) 159 Tabela 162: Os programas de televisão são assunto de conversas com os seus amigos .............................................................................................................................. 159 Tabela 163: A televisão em casa está ligada às horas das refeições............................. 160 Tabela 164: A televisão em casa está ligada mesmo quando ninguém está a ver........ 160 Tabela 165: Costuma ver algum noticiário televisivo das 20h00................................. 160 Tabela 166: Em qual dos canais costuma ver noticiário televisivo das 20h00: ........... 160 Tabela 167: Habitualmente, vê o noticiário televisivo da noite com quem ................. 161 Tabela 168: É habitual trocar opiniões sobre o que viu: .............................................. 161 Tabela 169: Ao longo do tempo em que diariamente vê televisão, quantas vezes é que faz zapping............................................................................................................ 162 Tabela 170: Qual é a principal razão porque faz zapping: ........................................... 162 Tabela 171: E durante o mesmo programa, com que frequência é que faz zapping .... 163 Tabela 172: Qual é a principal razão porque faz zapping durante o mesmo programa 163 Tabela 173: Qual o tipo de programa nos quais tem tendência para fazer mais zapping: .............................................................................................................................. 164

11


Tabela 174: O que é que normalmente faz durante os intervalos do seu programa preferido................................................................................................................ 164 Tabela 175: Se tivesse um aparelho de gravação digital de vídeo retiraria automaticamente a publicidade das emissões gravadas ....................................... 165 Tabela 176: Tens telemóvel?........................................................................................ 168 Tabela 177: Quem paga as tuas despesas com o teu telemóvel?.................................. 169 Tabela 178: Sabes quanto gastas por semana? ............................................................. 170 Tabela 179: Utilizas o telemóvel, principalmente, para: .............................................. 171 Tabela 180: Com que pessoas costumas comunicar mais?: ......................................... 173 Tabela 181: Com que idade tiveste o primeiro telemóvel? .......................................... 174 Tabela 182: Quem comprou o teu primeiro telemóvel? ............................................... 175 Tabela 183: Se ficasse duas semanas sem telemóvel? ................................................. 176 Tabela 184: Consideras que todas as chamadas que fazes e as mensagens que envias são necessárias? .......................................................................................................... 177 Tabela 185: Costumas desligar o telemóvel:................................................................ 178 Tabela 186: Costumas receber chamadas ou mensagens quando já estás deitado? ..... 179 Tabela 187: Quantos telemóveis há em tua casa? ........................................................ 180 Tabela 188: Tem telemóvel .......................................................................................... 181 Tabela 189: Quantos aparelhos possui a funcionar neste momento............................. 181 Tabela 190: Com que idade teve o seu primeiro telemóvel ......................................... 181 Tabela 191: Nº de telemóveis no agregado .................................................................. 182 Tabela 192: São na sua maioria equipamentos de 3G .................................................. 182 Tabela 193: Em termos médios, qual o valor que acha razoável gastar na aquisição de um telemóvel novo ............................................................................................... 183

12


Tabela 194: Principal operador de comunicações móveis (aquele a partir do qual faz o maior número de chamadas)................................................................................. 184 Tabela 195: Utiliza mais do que um operador.............................................................. 184 Tabela 196: Quais são esses outros operadores............................................................ 184 Tabela 197: Qual é a modalidade de pagamento do principal operador de telemóvel . 184 Tabela 198: Em média, quantas vezes carrega o seu telemóvel por mês: .................... 185 Tabela 199: Em média, qual o valor que gasta por mês no seu telemóvel ................... 185 Tabela 200: Quantas chamadas faz em média por dia do seu telemóvel ..................... 187 Tabela 201: Tem telefone fixo em casa........................................................................ 188 Tabela 202: Qual é a operadora de facturação das chamadas ...................................... 188 Tabela 203: Desde que tem telemóvel fala mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo através do telefone fixo de casa................................................................. 189 Tabela 204: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de casa... ........................................................................................................ 189 Tabela 205: Desde que tem telemóvel fala mais...através do telefone fixo do trabalho .............................................................................................................................. 190 Tabela 206: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo do trabalho..................................................................................................... 190 Tabela 207: Com quem é que fala habitualmente pelo telefone fixo de casa desde que tem telemóvel: ...................................................................................................... 190 Tabela 208: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (1ªREF.)191 Tabela 209: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (2ªREF.)191 Tabela 210: Das chamadas que tem no seu telemóvel qual a percentagem que daria a: .............................................................................................................................. 191 Tabela 211: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel para: .......................... 193

13


Tabela 212: Desde que utiliza o telemóvel passou a:................................................... 194 Tabela 213: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel pelos motivos de: ...... 195 Tabela 214: Supondo, que não tinha telemóvel, realizaria na mesma, através de um telefone fixo a maioria das chamadas móveis que efectua:.................................. 195 Tabela 215: Costuma pedir a outras pessoas que lhe façam algumas operações relacionadas com o uso do telemóvel ................................................................... 196 Tabela 216: Qual é a principal operação que pede para as outras pessoas fazerem:.... 196 Tabela 217: Com que frequência costuma utilizar os serviços disponibilizados pelo operador do seu telemóvel de: .............................................................................. 197 Tabela 218: Grau de concordância em relação à frase: ................................................ 199 Tabela 219: Desliga/coloca em silêncio o seu telemóvel em: ...................................... 200 Tabela 220: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (1ª opção):...................................................................................... 201 Tabela 221: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (2ª opção):...................................................................................... 202 Tabela 222: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (3ª opção):...................................................................................... 202 Tabela 223: Já utilizou o telemóvel enquanto esperava por alguém e se encontrava sozinho para:......................................................................................................... 203 Tabela 224: Utiliza as deslocações que faz de carro ou em transportes públicos para resolver assuntos profissionais através do telemóvel: .......................................... 204 Tabela 225: O seu telemóvel tem câmara digital incorporada: .................................... 205 Tabela 226: Em média, quantas fotografias costuma tirar numa semana .................... 205 Tabela 227: E destas, quantas, envia em média, para outras pessoas........................... 206

14


Tabela 228: Qual a principal situação em que utiliza a câmara fotográfica do seu telemóvel .............................................................................................................. 207 Tabela 229: Tem o seu telemóvel personalizado com uma fotografia, um protector de ecrã, um toque favorito......................................................................................... 208 Tabela 230: Em média, quantos SMS envia diariamente através do seu telemóvel .... 209 Tabela 231: Em média, quantos MMS envia diariamente através do seu telemóvel ... 210 Tabela 232: Para quem é que envia mais habitualmente SMS através do telemóvel... 210 Tabela 233: Com que frequência costuma enviar SMS para intervir:.......................... 212 Tabela 234: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (1ºREF.) .............................................................................................................................. 212 Tabela 235: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (2ºREF.) .............................................................................................................................. 213 Tabela 236: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (3ºREF.) .............................................................................................................................. 213 Tabela 237: Já viu aparecer a mensagem/pergunta enviada, no ecrã da TV ................ 214 Tabela 238: Costuma utilizar a internet para enviar SMS............................................ 214 Tabela 239: Utiliza as páginas na internet dos operadores:.......................................... 214 Tabela 240: Com que frequência é que utiliza os sites das operadoras de comunicações móveis na internet para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros ........ 215 Tabela 241: Quais são os sites que utiliza para realizar essas operações:.................... 215 Tabela 242: Costuma utilizar uma linguagem diferente quando escreve SMS, como por exemplo abreviaturas, letras diferentes, símbolos ................................................ 215 Tabela 243: Já utilizou SMS para:................................................................................ 217 Tabela 244: Com que frequência é que comunica por telemóvel com outros membros da família................................................................................................................... 218

15


Tabela 245: Tem algum tarifário especial para telefonar/mandar mensagens para determinados números.......................................................................................... 219 Tabela 246: Habitualmente, costumas jogar com consolas ou computadores?............ 225 Tabela 247: Que tipo de jogos costumas jogar?:.......................................................... 226 Tabela 248: Tens jogos pirateados?.............................................................................. 227 Tabela 249: Com quem costumas jogar?:..................................................................... 228 Tabela 250: Em tua casa, além de ti, utilizam jogos de consola/computador: ............. 229 Tabela 251: Consequências do tempo de uso dos jogos:.............................................. 230 Tabela 252: Costuma utilizar jogos para computador ou consola................................ 233 Tabela 253: Qual o nível de interesse que tem por jogos de computador e consola .... 234 Tabela 254: Em qual das seguintes plataformas costuma jogar: .................................. 236 Tabela 255: Em que plataformas, joga os seguintes tipos de jogos: ............................ 238 Tabela 256: Costuma jogar em rede através da internet:.............................................. 239 Tabela 257: Com quem joga habitualmente em rede através da internet:.................... 239 Tabela 258: Num mês típico, quantos jogos costuma comprar:................................... 240 Tabela 259: E quanto é que gasta em média por mês neste tipo de produtos .............. 241 Tabela 260: Quem é que normalmente compra os jogos que utiliza:........................... 243 Tabela 261: Quando vai comprar um jogo, qual é o principal motivo porque o compra .............................................................................................................................. 244 Tabela 262: Quando não compra ou não lhe oferecem os jogos que utiliza, eles são na sua maioria:........................................................................................................... 245 Tabela 263: Qual o montante máximo que estaria disposto a pagar para descarregar da internet os 10 jogos mais vendidos do mês para PC............................................. 245 Tabela 264: Características dos jogos - Grau de concordância com: ........................... 248

16


Tabela 265: Tens algum leitor de música portátil em que possas utilizar ficheiros MP3? .............................................................................................................................. 251 Tabela 266: Competências relacionadas com a gravação, troca e descarregamento de música:.................................................................................................................. 252 Tabela 267: Habitualmente trocas músicas com os teus amigos(as)? .......................... 254 Tabela 268: Já compraste música através de sítios de venda na internet? ................... 255 Tabela 269: Em que sítios compras habitualmente música através da internet: .......... 255 Tabela 270: Costumas descarregar letras das músicas que obténs na internet? ........... 256 Tabela 271: E ainda em relação a música, achas que é mais errado...?........................ 257 Tabela 272: Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço: ................................................... 258 Tabela 273: Tem algum leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros MP3 .............................................................................................................................. 259 Tabela 274: Qual é a marca desse leitor ....................................................................... 260 Tabela 275: Em que alturas, é que costuma ouvir música no seu leitor de MP3: ........ 261 Tabela 276: Desde que tem o seu leitor MP3, passou a: .............................................. 261 Tabela 277: Por ordem de utilização, em que equipamentos é que costuma ouvir ficheiros MP3: ...................................................................................................... 262 Tabela 278: Competências relacionadas com a gravação, descarregamento e troca de música:.................................................................................................................. 263 Tabela 279: Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:............... 265 Tabela 280: Número de CD's gravados no último mês: ............................................... 266 Tabela 281: Compra CDs de música com regularidade ............................................... 267 Tabela 282: Número de CD's que comprou no último mês.......................................... 267 Tabela 283: Quanto é que gastou em média, no último mês em CD's ......................... 268

17


Tabela 284: Costuma comprar ou gravar CD's dos seus grupos música preferidos:.... 269 Tabela 285: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que quer conhecer melhor:.................................................................................................................. 270 Tabela 286: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que alguém me aconselhou a ouvir:............................................................................................... 270 Tabela 287: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos portugueses: ........ 270 Tabela 288: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos estrangeiros: ........ 270 Tabela 289: Troca músicas com os seus amigos(as): ................................................... 271 Tabela 290: Compra mais ou menos CDs que tragam também DVDs dos grupos/músicos: .................................................................................................... 272 Tabela 291: Frequência que compra música através de sites de venda na internet:..... 272 Tabela 292: Sites onde compra habitualmente música através da internet: ................. 273 Tabela 293: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona ouvem mais, a mesma ou menos música do que há 2 anos atrás: ........................ 273 Tabela 294: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona compram mais, o mesmos ou menos CDs do que há 2 anos atrás: ...................... 273 Tabela 295: Acha correcto:........................................................................................... 274 Tabela 296: Quanto gastaria num mês para adquirir músicas em sites na internet ...... 275 Tabela 297: Costumas assistir habitualmente a filmes? ............................................... 278 Tabela 298: Através de que meios tens acesso aos filmes que habitualmente assistes? .............................................................................................................................. 279 Tabela 299: Habitualmente fazes pesquisas na internet sobre filmes?......................... 280 Tabela 300: Costumas assistir a filmes no teu computador?........................................ 281 Tabela 301: Esses filmes são na sua maioria:............................................................... 281

18


Tabela 302: Quando há um filme novo que te interessa ver, o que fazes normalmente? .............................................................................................................................. 282 Tabela 303: Costuma assistir habitualmente a filmes .................................................. 284 Tabela 304: Em que locais é que costuma assistir a esses filmes: ............................... 284 Tabela 305: Quantas vezes foi ao cinema no último mês............................................. 286 Tabela 306: Os filmes que assiste em casa são: ........................................................... 287 Tabela 307: Tem leitor de DVD's................................................................................. 288 Tabela 308: O leitor de DVDs lê filmes que descarrega da internet ............................ 289 Tabela 309: Quantas vezes é que assistiu em casa a DVD's no último mês................. 290 Tabela 310: Costuma ver filmes no seu computador ................................................... 291 Tabela 311: E esses filmes são na sua maioria............................................................. 292 Tabela 312: Onde é que vê filmes de origem Portuguesa: ........................................... 293 Tabela 313: Onde é que vê filmes de origem Americana: ........................................... 293 Tabela 314: Onde é que vê filmes de origem Europeia:............................................... 293 Tabela 315: Onde é que vê filmes de outras nacionalidades:....................................... 293 Tabela 316: Visionamento de filme - Grau de concordância: ...................................... 294 Tabela 317: Que montante fixo estaria disposto a pagar por mês para poder fazer descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver no seu PC/Leitor Dvd ....................................................................................................................... 295 Tabela 318: Quando há um filme novo que lhe interessa ver, o que faz normalmente:295 Tabela 319: Estás a ler algum livro neste momento, sem contar com os que te mandam ler na escola? ........................................................................................................ 298 Tabela 320: Costuma habitualmente ler livros ............................................................. 299 Tabela 321: Quantos livros comprou no último mês.................................................... 300 Tabela 322: Tem o hábito de ler Jornais....................................................................... 301

19


Tabela 323: Costuma ler jornais gratuitos.................................................................... 302 Tabela 324: Quais os jornais gratuitos que costuma ler: .............................................. 302 Tabela 325: Desde que passou a ler jornais gratuitos, deixou de ler os outros jornais 303 Tabela 326: Qual montante que estaria disposto a pagar num mês para descarregar da internet os jornais pagos em substituição dos jornais em papel ........................... 303 Tabela 327: Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: .................. 305 Tabela 328: Se tivesses de optar entre internet e televisão, qual seria a tua escolha?.. 307 Tabela 329: Se tivesses de optar entre internet e telemóvel, qual seria a tua escolha? 308 Tabela 330: Se tivesses de optar entre jogos de consola ou computador e televisão, qual seria a tua escolha? ............................................................................................... 308 Tabela 331: Se tivesses de optar entre telemóvel e televisão, qual seria a tua escolha? .............................................................................................................................. 309 Tabela 332: Aparelhos electrónicos que possui: .......................................................... 311 Tabela 333: Quantos Computadores Pessoais Fixo Possui .......................................... 312 Tabela 334: Quantos Computadores Pessoais Portátil Possui...................................... 312 Tabela 335: Quantos PDAs Possui............................................................................... 312 Tabela 336: Quantas Câmaras Web Possui .................................................................. 312 Tabela 337: Quantas Agendas Electrónicas (Palm Pilot) Possui ................................. 312 Tabela 338: Quantas Consolas De Jogos Possui .......................................................... 312 Tabela 339: Quantas Câmaras Digitais Possui ............................................................. 313 Tabela 340: Quantos Rádios/Leitor De CDs Possui..................................................... 313 Tabela 341: Quantos Home Cinema Possui ................................................................. 313 Tabela 342: Quantos Auriculares Para A Televisão/Computador Possui .................... 313 Tabela 343: Quantas Pendrive Para Transporte De Dados Possui ............................... 313

20


Tabela 344: Quando se quer informar sobre algum assunto em geral qual a importância que atribui a: ......................................................................................................... 314 Tabela 345: Quando se quer informar sobre entretenimento qual a importância que atribui a:................................................................................................................ 314 Tabela 346: Enquanto utiliza a internet, é frequente:................................................... 315 Tabela 347: Quando está a estudar, costuma................................................................ 316 Tabela 348: Consegue ver televisão quando está ao computador ................................ 317 Tabela 349: Pode ver televisão através do próprio computador................................... 317 Tabela 350: Costuma (enquanto está a ver televisão): ................................................. 318 Tabela 351: Enquanto está a passar publicidade na televisão costuma ........................ 318 Tabela 352: O que mais gostas de fazer depois do jantar?........................................... 322 Tabela 353: Tenho um horário para estudar e procuro cumpri-lo................................ 324 Tabela 354: Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de casa? ................................................................................................. 325 Tabela 355: Quanto tempo passas por dia a estudar e a fazer os trabalhos de casa, sem contar com as horas na sala de aula? .................................................................... 326 Tabela 356: Onde estão as TVs?: ................................................................................. 327 Tabela 357: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a ver televisão? ............ 328 Tabela 358: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a ver televisão? ........................................................................................................ 329 Tabela 359: Onde costumas ver televisão?: ................................................................. 330 Tabela 360: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?................. 331 Tabela 361: Onde se encontra o computador que costumas usar em tua casa?............ 332 Tabela 362: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola? .................................................................................................................. 333

21


Tabela 363: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola? .............................................................................. 334 Tabela 364: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?: ........... 336 Tabela 365: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas a internet, fora da escola? .............................................................................................................................. 337 Tabela 366: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia costumas utilizar a internet? ................................................................................. 338 Tabela 367: Durante a semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: 340 Tabela 368: Ao fim-de-semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: .............................................................................................................................. 341 Tabela 369: A que, ou a quem, retiraste tempo desde que utilizas a internet?:............ 343 Tabela 370: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador? ......................................................................................................... 344 Tabela 371: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador? .................................................................... 345 Tabela 372: Em que locais é que estuda normalmente:................................................ 346 Tabela 373: Quantos minutos por semana gasta a utilizar a internet ........................... 346 Tabela 374: Tempo que passa em casa a (Minutos por semana): ................................ 347 Tabela 375: Tempo que passa na escola a (Minutos por semana): .............................. 348 Tabela 376: Tempo que passa no total a (Minutos por semana): ................................. 348 Tabela 377: Numa semana típica, quanto tempo dedica a (em Minutos): ................... 349 Tabela 378: Numa semana típica, quantos minutos dedica a:...................................... 349 Tabela 379: Quanto tempo gasta, em média, a jogar jogos no computador ou consola (em minutos):........................................................................................................ 350 Tabela 380: Em que locais é que costuma jogar: ......................................................... 350

22


Tabela 381: Horário em que normalmente vê televisão durante a semana: ................. 351 Tabela 382: Horário em que normalmente vê televisão durante o fim-de-semana: ..... 351 Tabela 383: Horário em que normalmente vê televisão sozinho: ................................ 352 Tabela 384: Horário em que normalmente vê televisão acompanhado:....................... 352 Tabela 385: Tem um horário definido para:................................................................. 353 Tabela 386: Actividades que realiza no tempo livre que tem em casa:........................ 354 Tabela 387: Quais actividades costuma fazer em simultâneo: ..................................... 356 Tabela 388: Actividade que faz mais frequentemente antes de jantar: ........................ 358 Tabela 389: Actividade que faz mais frequentemente depois de jantar: ...................... 359 Tabela 390: Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina? .............................................................................................................................. 361 Tabela 391: Acho que deveria estudar mais................................................................. 362 Tabela 392: Os meus pais acham que eu deveria estudar mais .................................... 363 Tabela 393: Tem alguma ajuda para estudar ou fazer o TPC:...................................... 364 Tabela 394: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ligado à internet .................................................................................................................. 366 Tabela 395: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que me ligo à internet ........................................................................................................ 367 Tabela 396: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço quando estou ligado à internet ............................................................................................................... 367 Tabela 397: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto enquanto estou ligado à internet .................................................................................................... 368 Tabela 398: O que fazem os teus pais enquanto estás ligado à internet?: .................... 370 Tabela 399: Quando navegas na internet, segundo os teus pais, que coisas não podes fazer? .................................................................................................................... 371

23


Tabela 400: Os teus pais utilizam a internet como forma de castigo ou de prémio? ... 373 Tabela 401: De que modo?........................................................................................... 373 Tabela 402: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ao telemóvel .............................................................................................................................. 374 Tabela 403: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que utilizo o telemóvel ........................................................................................................... 375 Tabela 404: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço enquanto uso o telemóvel .............................................................................................................. 376 Tabela 405: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em telemóvel ... 377 Tabela 406: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a jogar... 378 Tabela 407: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que jogo .............................................................................................................................. 378 Tabela 408: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de jogos que gosto .... 379 Tabela 409: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em jogos .......... 379 Tabela 410: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a ver televisão ................................................................................................................ 380 Tabela 411: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que vejo televisão ................................................................................................................ 380 Tabela 412: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de programas que vejo .............................................................................................................................. 381 Tabela 413: Quando vês televisão em família, quem decide que programa ver?: ....... 382 Tabela 414: Os teus pais utilizam a televisão como castigo ou prémio? ..................... 383 Tabela 415: Se sim, de que modo? ............................................................................... 383 Tabela 416: Regras por parte dos seus pais sobre: ....................................................... 384 Tabela 417: Estou satisfeito com:................................................................................. 386

24


Capítulo 1: Introdução “Nasceram em 1990, mais coisa, menos coisa. Como é? Como é ter 17 anos hoje? É muitas coisas. Por exemplo, não lhes peçam para fazer uma coisa quando eles podem fazer várias. Por exemplo: ouvir música ou ter a TV ligada, trocar uma dúzia de frases no messenger sobre nada, deixar um comentário na página Hi5 de um amigo” [Jornal Público, 5 de Março de 2007]

A imagem da convivência em família em torno da “lareira electrónica” parece, hoje em dia, dar lugar à rede convivial, real e virtual permitida pela emergência dos novos media e das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC). As gerações mais novas têm crescido no meio de mudanças no domínio da interactividade da comunicação e no meio de um sistema de múltiplos produtores e distribuidores. Os jovens são assim particularmente susceptíveis a uma socialização entre várias realidades mediáticas, concorrentes ou complementares, e crescem entre uma multiplicidade de escolhas no que respeita às formas de comunicação, entretenimento e informação. Novas competências parecem estar a ser adquiridas intuitivamente pelos mais novos como a forma de explorar a interligação entre as várias realidades mediáticas e a forma de operar vários expedientes mediáticos simultaneamente.

Para além das questões da literacia no uso da internet e das novas tecnologias, há um conjunto de questões que se prende com a familiaridade e experiência ou ciberexperiência dos jovens no uso dessas mesmas tecnologias. No que respeita a esta questão será pertinente identificar, por um lado, os tipos de experiência e os padrões sociais e de consumo dos media no seu conjunto e, por outro, os tipos de utilizadores. Pretende-se, assim, compreender os comportamentos específicos dos “consumidores” mais novos de media em Portugal, tentando perceber os seus hábitos e “dieta” mediática: da televisão aos jogos, da internet ao telemóvel. Neste âmbito é desenvolvida uma análise das utilizações da internet; dos sites e temas pesquisados, da frequência de uso, dos tempos de uso, das consequências do uso dos vários media e um escrutínio dos objectivos do uso da internet e das fontes de informação.

Pretende-se também apreender os padrões de interacção dos jovens através da utilização das novas tecnologias, do telemóvel às diversas formas de comunicação mediada por

25


computador. O estudo das práticas mediáticas dos jovens permite antever formas emergentes de lidar com os media, como o multitasking, entre as mais diversas formas de comunicação e utilização integrada de vários media. Numa altura onde a oferta mediática é diversificada, e onde se assiste a um fornecimento múltiplo de informação pela rede, outro aspecto a avaliar é a forma como é organizada a utilização dos media na vida quotidiana dos mais novos, tanto no tempo como no espaço. Portanto, será feito um escrutínio do impacto e da importância da mediação tecnológica nas relações interpessoais e nas práticas quotidianas.

Desenvolve-se, neste projecto, um mapeamento das ciber-geografias dos jovens e, no contexto das transformações recentes, podem identificar-se ainda padrões de oportunidades e riscos no que respeita aos novos media, seja a oportunidade de aceder rapidamente à informação e a novos instrumentos didácticos, seja os riscos de exposição a pornografia na internet ou a violência nos jogos. Outra dimensão de análise relacionada é a percepção que os jovens têm da utilidade das TIC e confiança que depositam nas novas tecnologias. Portanto, um outro campo de indagação é constituído pelas representações, usos e expectativas da população jovem face aos novos media.

A apropriação dos media e das novas tecnologias pelos jovens sugere ainda que possam estar a ocorrer transformações no âmbito da interacção familiar em torno das TIC. Essas transformações poderão incluir a ocorrência de conflitos específicos em torno do consumo dos media - por exemplo, em termos dos tempos de utilização e conteúdos. Deste modo, novos campos de negociação ou de tensão familiar poderão estar a emergir no que respeita à autonomia dos adolescentes, à autoridade paternal, às regras parentais e ao controlo caseiro sobre os media. Apresentação do projecto Este projecto, realizado pelo CIES-ISCTE (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia), com o apoio da Fundação PT, foi desenvolvido em simultâneo com um outro, em colaboração com a PT. COM – Comunicações Interactivas, S.A., e no âmbito de um protocolo de colaboração realizado entre estas instituições, denominado “Crianças e Jovens: A sua Relação com as Tecnologias e os Meios de Comunicação”. Ambos tiveram objectivos semelhantes: mapeamento dos estilos de vida mediáticos de

26


jovens e oportunidades de evolução dos mercados; caracterização dos contextos e usos de media de crianças e jovens em Portugal; e a comparação de resultados a nível europeu e global – numa primeira fase (2006) entre Portugal e Catalunha e numa segunda fase EUA, Canadá; Alemanha, Singapura, Índia, Japão, China, Chile, Argentina, França, Reino Unido, Itália, Suécia e Espanha no quadro do World internet Project. A principal diferença entre estes projectos reside na metodologia de recolha de informação utilizada para cada um deles. O projecto E-Generation baseia-se numa metodologia de recolha de dados realizada através de um questionário presencial aplicado a uma amostra representativa da população, com idades entre 8-18 anos. No caso do projecto desenvolvido em conjunto com a PT.COM, a metodologia escolhida foi a aplicação de um inquérito online realizado pelo CIES-ISCTE, alojado na rede SAPO, a jovens utilizadores de internet. O inquérito esteve online durante um mês e totalizou 1377 respostas, das quais foram consideradas válidas 1353, o que nos permitiu fazer uma caracterização dos jovens utilizadores de internet que responderam ao questionário e da sua relação com as tecnologias e os meios de comunicação. Optámos, neste relatório, por integrar os dados tratados no âmbito do projecto “Crianças e Jovens: A sua Relação com as Tecnologias e os Meios de Comunicação”, pois a comparação e complementariedade da informação beneficia em muito a possibilidade de conhecer melhor a realidade, neste contexto, dos jovens e crianças em Portugal.

27


Capítulo 2: Metodologia e Dados A recolha dos dados obtidos de duas formas distintas (através da aplicação de um inquérito online e através da aplicação tradicional, face a face, de um inquérito a nível nacional) veio de encontro a diferentes objectivos, mas convergentes. Com o inquérito aplicado presencialmente a nível nacional o nosso objectivo é obter dados representativos da população portuguesa no que respeita à utilização dos media. O propósito do inquérito online foi chegar a uma população jovem mais socializada nas novas tecnologias e assim dispor de um novo recurso metodológico. Com estes dados podemos assim comparar as práticas de uma parte (crescente) da população mais socializada nas novas tecnologias e a população nacional, representativa dos vários sectores da sociedade portuguesa. Apesar do uso da internet ter proliferado nos últimos anos, o seu uso, por parte das Ciências Sociais, para conduzir inquéritos por questionário ainda continua bastante limitado. Apesar das reservas e dos cuidados necessários na aplicação deste método, não deixa contudo de fornecer um grande potencial e uma versatilidade metodológica, oferecendo vantagens distintas: proporcionam ao investigador um contacto mais facilitado com populações geograficamente dispersas; proporcionam uma redução de custos no processo de investigação e uma agilização do processo de recolha e armazenamento de dados. À parte das questões metodológicas, uma dificuldade com que os investigadores se deparam está relacionada com as competências técnicas necessárias para utilizar este tipo de técnicas, pelo que, no nosso caso foi bastante frutuosa a parceria com a PT.COM. Apesar do potencial atractivo dos questionários aplicados online, o seu uso deve ser justificado e ponderado, tendo em conta os objectivos do projecto de investigação em causa. Dado o carácter voluntarioso das respostas neste tipo de inquéritos deve ser pensada uma estratégia amostral para obter as respostas de indivíduos relevantes para o estudo. A esta questão, esta ligada a ponderação do uso de incentivos. No caso particular do nosso inquérito foi sorteado um prémio (uma consola de jogos de vídeo) direccionado para a população jovem. Este tipo de inquéritos deverá também ser usado de forma ética, garantindo o consentimento explícito de que os dados estão a ser recolhidos, assim como salvaguardar a confidencialidade e a privacidade dos dados.

28


Para perceber um pouco melhor importantes diferenças entre a aplicação face a face de um inquérito nacional e a aplicação de um inquérito online é necessário discutir um pouco a questão dos erros. Os componentes dos erros totais nos inquéritos tradicionais são considerados como sendo o resultado da presença de dois tipos diferentes de erros: os erros amostrais e os erros não-amostrais. Os erros amostrais são devidos ao facto de os dados recolhidos não cobrirem toda a população alvo mas apenas um sub-total (ou seja, a amostra). Os erros amostrais, podem, por seu turno serem subdivididos em: 1. Erro de estimação: que está inerente ao processo aleatório da selecção da amostra e está intimamente ligado à teoria da inferência estatística. Este tipo de erro pode ser minimizado modificando as metodologias de selecção e recolha da amostra, como aumentar o número de amostras, etc. 2. Erro de selecção: que não está directamente associado ao problema da inferência estatística mas tem origem no risco de escolher uma unidade amostral desapropriada, isto é, uma unidade diferente da esperada (no caso do inquérito online, houve vários indivíduos a responder que não eram os esperados).

Os erros não amostrais podem ser divididos, por sua vez em: 1. Erros de observação na fase de recolha: que poderão derivar de erros de medida ou erros de processamento da informação em que esta não traduz ou traduz erroneamente a intenção do inquirido. 2. Erros de não-observação: que advém da incapacidade de chegar a uma unidade ou várias unidades de observação. Em primeiro lugar, os erros de nãoobservação poderão derivar da impossibilidade de não chegar a determinados indivíduos ou destes recusarem a responder ao questionário. A isto se chama uma unidade de não-resposta. Em segundo lugar, podem originar de taxas de não resposta a determinadas perguntas, produzindo-se assim erros de nãoresposta. Este caso designa-se de item de não-resposta. Este problema pode ser solucionado aumentando o tamanho da amostra e minimizando a taxa de nãorespostas reduzindo assim qualquer distorção dos resultados.

29


Os erros específicos de inquéritos online. No campo específico dos inquéritos online, um tipo especial de erro é bastante relevante: O erro da auto-selecção. Este termo indica que a distorção que acontece quando a amostra de respondentes é constituída por voluntários em vez de uma amostra aleatória ou uma escolhida pelos investigadores. Não é possível neste caso falar em métodos de selecção probabilísticos (Pineau & Slotwiner, 2003). É de notar que nos inquéritos online os erros não amostrais têm particular importância. Contudo, os limites e as possibilidades dos inquéritos online carecem ainda de pesquisas aprofundadas. Uma coisa parece certa, é a capacidade exponencial de crescimento de pesquisas (académicas ou de mercado) que utilizem a internet como meio de recolha de informação.

Como podem ser minimizados os erros dos inquéritos online? O grande desafio que se coloca aos investigadores é como medir cada viés potencial e aplicar as medidas de ajustamento necessárias para corrigir ou minimizar os erros. Existem várias abordagens que podem ser adoptadas para limitar os diferentes tipos de enviesamentos como “limpar” os dados quando possível antes do processamento final dos dados. Métodos de ajustamento como a utilização de ponderadores também poderão constituir uma solução. Mas específico da utilização de inquéritos online é a possibilidade de usar cookies para limitar os problemas inerentes de auto-selecção dos respondentes, prevenindo-se assim que, por exemplo, a mesma pessoa participe várias vezes no mesmo inquérito. Além disso, para limitar os efeitos de auto-selecção é também necessário ter um conhecimento alargado da população em estudo.

Nota metodológica: a utilização de um ponderador no inquérito aplicado a nível nacional. Foi aplicado um ponderador ao inquérito aplicado a nível nacional de modo a garantir que determinados sectores da sociedade não estejam sobre-representados e outros subrepresentados. O ponderador compensa assim o peso de determinadas partes da população de modo a fornecer um espelho mais fiel da sociedade portuguesa, aproximando o inquérito dos dados do censos obtidos pelo Instituto Nacional de

30


Estatística. Com a aplicação do ponderador os frequências absolutas deixaram de ser números inteiros embora estejam arredondados na sua apresentação. Devido a este facto, poderão observar-se ligeiras discrepâncias nas frequências relativas provenientes de números absolutos aparentemente iguais (não o são verdadeiramente porque são números arredondados).

31


Capítulo 3: Caracterização da Amostra

Inquérito online

A população que respondeu ao questionário online é um público constituído por utilizadores de internet, até aos 18 anos, o que lhe confere características específicas. Cerca de metade dos inquiridos frequenta o ensino secundário e a esmagadora maioria partilha ainda a casa dos pais. O número de jovens que responderam ao questionário é maioritariamente masculino, mas ainda assim 42,9% dos internautas inquiridos são raparigas. O nível de qualificação dos inquiridos permite perceber que, quanto maior a formação das pessoas, maior é a utilização da internet.

Tabela 1: Características dos Inquiridos (%) Sexo dos inquiridos Masculino Feminino Escolaridade 2º Ciclo do Ensino Básico (5º ao 6º ano) 3º Ciclo do Ensino Básico (7º ao 9º ano) Ensino Secundário (10º ao 12º ano – via geral, tecnológico e profissional) Idade 9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos

57,1 42,9

8,4 33,8 57,8

11,1 33,4 55,5

No quadro a seguir nota-se uma discrepância entre a percentagem de inquiridos que vive com a mãe (86,2%) e a percentagem de inquiridos que vive com o pai (86,2%) o que sugere que em caso de divórcio ou de separação dos pais, estes jovens vivem tendencialmente com a mãe. Perto de 70% afirma ter um ou mais irmãos e apenas 12,4 afirma ter um avô ou uma avó a viver com eles. Os novos media, juntando-se a outros media tradicionais, como a televisão ou rádio, têm permeado cada vez mais o quotidiano nos contextos familiares. Poderemos, assim, esperar novos formas de uso

32


familiar dos media, provavelmente novas formas de interacção entre pais e filhos, entre irmãos, etc., mas também novos focos de conflito, controlo, vigilância e negociação em torno do uso e consumo dos media.

Tabela 2: Vive com quem N Pai Mãe um irmão/irmã 2 irmãos/irmãs 3 irmãos/irmãs 4 irmãos/irmãs 5 irmãos/irmãs 6 ou mais irmãos/irmãs Avô/Avó Outras pessoas

915 1030 591 108 19 4 2 5 134 64

% 86,2 95,3 54,7 10,0 1,8 ,4 ,2 ,5 12,4 5,9

Tratando-se de jovens com menos de 18 anos é pertinente o contexto sociocultural dos pais: 1,9% dos inquiridos afirma que o pai não acabou o 1º ciclo e 20,6% afirma que o pai só tem até ao 1º ciclo completo. Contudo, 18,6% dos inquiridos afirma que o pai tem um curso superior e 20,1% afirma que a mãe tem formação superior. É de assinalar que estas percentagens estão acima do que se verifica a nível nacional. Os jovens poderão ser um foco difusor de novos valores e novas práticas e o facto de não terem recursos escolares significativos não quer dizer que os afaste necessariamente das novas tecnologias. Contudo, caso a escolaridade dos pais seja mais elevada, essa factor poderá ser mais um elemento que pode potenciar o uso das novas tecnologias ou a forma como são usados. Por outro lado, cerca de 60% dos inquiridos declaram que os pais têm um grau de escolaridade igual ou inferior ao 9º ano. Portanto, se a dupla condição da idade e da baixa escolaridade parece ser um factor inibidor do uso das novas tecnologias 1, em especial, da internet, podemos estar perante uma discrepância significativa em termos de competências no uso dessas tecnologias entre pais e filhos, o que coloca interessantes questões sobre a transmissão do saber e conhecimento entre gerações e sobre as relações de poder e controlo no seio familiar.

1 Cardoso, Gustavo, António Firmino da Costa, Cristina Palma Conceição e Maria do Carmo Gomes, A Sociedade em Rede em Portugal, Porto, Campo das Letras, 2005

33


Tabela 3: Sobre o teu pai - Até quando estudou?

N

%

Não acabou o 1º ciclo (4ª classe)

20

1,9

Tem o 1º ciclo (4ª classe)

223

20,6

Tem o 2º ciclo (6º ano)

158

14,6

Tem o 3º ciclo (9º ano)

185

17,1

Tem o secundário (12º ano)

227

21,0

Tem um curso superior

201

18,6

Não sabe Total

67

6,2

1081

100,0

Na grande maioria dos inquiridos, os pais têm um trabalho ou emprego, sendo o trabalho a principal forma de entrada no consumo de massa e, portanto, no consumo dos vários media. Apenas uma minoria (4,2%) declara que o pai está reformado, o que seria de esperar visto os inquiridos pertencerem a uma camada mais jovem e 3% declara que os pais estão desempregados, o que está abaixo da percentagem de empregados a nível nacional. Mais de metade dos jovens inquiridos (57,5%) afirma que o pai trabalha por conta de outrem, enquanto 12% dos pais tem uma empresa com empregados e 16,6% trabalha por conta própria.

Tabela 4: Em relação ao trabalho, o teu pai ?

N

%

Tem um emprego/trabalho

964

89,2

Está desempregado

32

3,0

Está reformado

45

4,2

Não sabe

40

3,7

1081

100,0

Total

Tabela 5: Se o teu pai tem um emprego, diz se ele:

N

%

É empregado numa empresa ou serviço

624

57,7

Tem uma empresa, com empregados

130

12,0

Trabalha por conta própria

179

16,6

Não sabe

65

6,0

Não tem

83

7,7

1081

100,0

Total

34


Como já foi referido há um maior peso das qualificações mais elevadas na mãe nesta amostra do que na realidade nacional. Para uma percentagem substancial de jovens (41,1%) a mãe tem pelo menos 12º ano de escolaridade, o que vem reforçar o que foi exposto atrás. Tendencialmente, os inquiridos têm pais com o mesmo nível de escolaridade, em especial, se os pais têm o ensino superior. Isto é comprovado pelo teste do qui-quadrado (sig. <0,001) e pela medida de associação V de Cramer (0,395). 65,2% dos inquiridos cujos pais têm um curso superior, as mães também têm uma qualificação académica de nível superior.

Tabela 6: Sobre a tua mãe - Até quando estudou?

N Não acabou o 1º ciclo (4ª classe)

% 17 219 189 176 227 217 36 1081

Tem o 1º ciclo (4ª classe) Tem o 2º ciclo (6º ano) Tem o 3º ciclo (9º ano) Tem o secundário (12º ano) Tem um curso superior Não sabe Total

1,6 20,3 17,5 16,3 21,0 20,1 3,3 100,0

Em relação ao trabalho, há uma menor percentagem de mães (72,5%) inseridas no mercado de trabalho, contudo podemos concluir que há uma percentagem significativa de jovens inquiridos em que ambos os pais trabalham. 15,4% dos inquiridos afirma que a mãe é dona de casa e 8,8% afirma que está desempregada, um valor significativamente mais alto que a percentagem de pais desempregados. Contudo, apenas uma ínfima parte dos inquiridos (0,3%) declara que ambos os pais se encontram desempregados. Ou seja, quase a totalidade dos jovens inquiridos online têm um mínimo de rendimento que os permite aceder ao consumo dos novos media, em especial, da internet. O factor económico é sem dúvida de extrema importância no que respeita

a

discrepâncias

de

utilização

e

ciber-exclusão,

embora

iniciativas

governamentais, como a proliferação do acesso à internet nas escolas tendem de algum modo amenizar essa situação. A maioria das mães dos jovens, a par do verificado nos pais, trabalha por conta de outrem e apenas uma pequena percentagem (4,9%) tem uma empresa com empregados.

35


Tabela 7: Em relação ao trabalho, a tua mãe ?

N

%

Tem um emprego/trabalho

784

72,5

Está desempregada

95

8,8

Está reformada

17

1,6

É dona de casa

167

15,4

18

1,7

1081

100,0

Não sabe Total

Tabela 8: Se a tua mãe tem um emprego, diz se ela:

N

%

É empregada numa empresa ou serviço

579

53,6

Tem uma empresa, com empregados

53

4,9

Trabalha por conta própria

115

10,6

Não sabe

58

5,4

Não tem

276

25,5

1081

100,0

Total

Inquérito Nacional No inquérito online verifica-se um maior peso dos mais velhos enquanto que no inquérito nacional temos um maior peso dos mais jovens, contudo, verifica-se aqui uma distribuição mais equilibrada do peso das três camadas etárias. Isso reflecte-se nas percentagens de inquiridos que frequentam os vários graus de ensino. No inquérito nacional temos um menor peso relativo dos jovens que frequentam o secundário (5%) em comparação com 20,1% dos jovens que responderam ao inquérito online.

36


Tabela 9: Características dos Inquiridos (%) Sexo dos inquiridos Masculino Feminino

51,1 48,9

Escolaridade 1º Ciclo do Ensino Básico (1º ao 4º ano) 2º Ciclo do Ensino Básico (5º ao 6º ano) 3º Ciclo do Ensino Básico (7º ao 9º ano) Ensino Secundário (10º ao 12º ano – via geral, tecnológico e profissional)

34,4 32,6 28,0 5,0

Idade 8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos

39,1 25,3 35,6

Verifica-se ainda que a quase totalidade dos inquiridos frequenta algum nível de ensino, sobrando apenas uma franja da população juvenil (4,6%) que não está inserida no sistema de ensino, o que se prende com a evolução do ensino em Democracia. Portanto, os nossos resultados referem-se a uma população estudantil com práticas de uso dos media relacionadas com esse período do ciclo de vida. Dentro dos que estão dentro secundário, a esmagadora maioria está inserida no ensino via geral e apenas uma pequena minoria na via tecnológica e profissional (apenas 3,1% dos casos). Apenas 3,5% dos jovens inquiridos afirma estar inserido no mercado de trabalho que a tempo inteiro (2,1%), quer a tempo parcial (1,4%).

Tabela 10: Frequenta algum nível de ensino

N

%

Sim

263

95,4

Não

13

4,6

Total

276

100,0

Tabela 11: Se está no secundário: N

%

Via geral

60

93,8

Via tecnológica

2

3,1

Via profissional

2

3,1

Total

64

100,0

37


Tabela 12: Qual é a sua condição perante o trabalho

N

%

Trabalha a tempo completo

6

2,1

Trabalha a tempo parcial

4

1,4

4

1,4

Esta desempregado(a) sem subsídio Doméstica

1

,5

Estudante

261

94,6

Total

276

100,0

O público jovem que participou no inquérito a nível nacional dá-nos uma imagem mais fiel do panorama nacional, considerando as várias regiões do país. O Norte litoral, o Grande Porto e a Grande Lisboa totalizam cerca de 60% dos inquiridos o que condiz com a distribuição da população em Portugal. A menor representação vem do Alentejo (4,4%) e do Algarve (3,1%). Porém, perto de 50% declara viver numa zona com menos de 2.000 habitantes e 33% declara viver em cidades com pelo menos 10.000 habitantes.

Tabela 13: Região

Norte Litoral

N 68

% 24,8

Grande Porto

35

12,7

Interior

38

13,9

Centro Litoral

47

17,1

Grande Lisboa

66

24,0

Alentejo

12

4,4

Algarve Total

8

3,1

276

100,0

Tabela 14: Habitat

N 132

% 47,8

2.000 a 9.999

53

19,1

10.000 a 99.999

66

24,1

100.000 e mais

13

4,6

Cidade de Lisboa

5

1,8

Cidade do Porto

7

2,5

276

100,0

Menos de 2.000

Total

38


Capítulo 4: Ciber-geografias e mundos online: Padrões de utilização do computador e da internet Inquérito online Entre os inquiridos online, apenas uma minoria muito pequena (2,5%) não tem computador em casa. A maioria (56,8%) têm um computador em casa, mas há uma percentagem significativa de jovens inquiridos (40%) que têm dois computadores ou mais em casa. Há uma percentagem ligeiramente superior de inquiridos mais novos (4,2%) sem computador em casa, mas curiosamente é entre os mais novos que se verifica uma maior percentagem de inquiridos com dois computadores ou mais em casa (49,2%).

Tabela 15: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?

N Nenhum

% 27

2,5

Um

614

56,8

Dois

303

28,0

Três

105

9,7

32

3,0

1081

100,0

Mais de três Total

Masculino N Nenhum

Feminino %

N

%

15

2,4

12

2,6

Um

346

56,1

268

57,8

Dois

167

27,1

136

29,3

Três

63

10,2

42

9,1

Mais de três Total

26

4,2

6

1,3

617

100,0

464

100,0 Idade

9 aos 12 anos N Nenhum

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

5

4,2

8

2,2

14

2,3

Um

56

46,7

202

56,0

356

59,3

Dois

34

28,3

97

26,9

172

28,7

Três

20

16,7

39

10,8

46

7,7

Mais de três Total

5

4,2

15

4,2

12

2,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

39


A grande maioria dos jovens inquiridos online (87,3%) tem ligação à internet em casa e é portanto um público que está a socializar na internet e nas possibilidades que a rede oferece. Observa-se que é entre os mais jovens que há uma maior percentagem daqueles com internet em casa (94,2%), verifica-se portanto que nos inquiridos de outros escalões etários temos jovens com competências ao nível da utilização da internet mas sem internet em casa e que responderam ao questionário noutros locais (escola, cibercafé, casa de amigos ou familiares, etc...).

Tabela 16: Tens ligação à internet em tua casa?

N

%

Sim

944

Não

137

12,7

Total

1081

100,0

87,3

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

548

88,8

396

85,3

Não

69

11,2

68

14,7

Total

617

100,0

464

100,0

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

113

94,2

319

88,4

512

85,3

Não

7

5,8

42

11,6

88

14,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Como seria de esperar, verifica-se também que a maior parte dos inquiridos (86%) costuma utilizar a internet em casa e quase metade (47,9%) usa a internet na escola. Um quinto dos inquiridos usa ainda a internet em casa de amigos ou familiares e 8,3% frequenta cibercafés. Não se verificam diferenças muito significativas entre rapazes e raparigas. Verifica-se apenas uma ligeira tendência para haver uma maior percentagem de raparigas a usar a internet na escola, e uma percentagem superior de rapazes a frequentar cibercafés. Os mais novos são aqueles que têm tendência a estar mais remetidos à casa na utilização da internet. Observa-se uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que declaram usar a internet na escola. A maior percentagem de inquiridos que costumam frequentar cibercafés verifica-se entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos.

40


Tabela 17: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?: N

%

Nenhum, não utiliza a internet

5

,5

Em casa

930

86,0

Na escola

518

47,9

90

8,3

Em casa de um amigo/familiar

219

20,3

Noutro sítio

121

11,2

Num cibercafé

Masculino N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola

N

%

4

,6

1

,2

534

86,5

396

85,3

284

46,0

234

50,4

58

9,4

32

6,9

121

19,6

98

21,1

63

10,2

58

12,5

Num cibercafé Em casa de um amigo/familiar

Feminino %

Noutro sítio

Idade 9 aos 12 anos N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola Num cibercafé Em casa de um amigo/familiar Noutro sítio

%

13 aos 15 anos N

16 aos 18 anos

%

N

%

2

1,7

2

,6

1

,2

109

90,8

315

87,3

506

84,3

48

40,0

162

44,9

308

51,3

5

4,2

35

9,7

50

8,3

27

22,5

78

21,6

114

19,0

12

10,0

38

10,5

71

11,8

Grande parte dos jovens internautas (90,8%) utiliza habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar ou fazer trabalhos de casa. Não se verificam diferenças de registo entre os sexos e entre os escalões etários.

41


Tabela 18: Utilizas habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar ou fazer trabalhos de casa?

N Não utilizo Só utilizo o computador, não utilizo a internet Utilizo o computador e a internet Total

% 54 45 982 1081

5,0 4,2 90,8 100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Não utilizo

33

5,3

21

4,5

Só utilizo o computador, não utilizo a internet

29

4,7

16

3,4

Utilizo o computador e a internet

555

90,0

427

92,0

Total

617

100,0

464

100,0

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Não utilizo

9

7,5

17

4,7

28

4,7

Só utilizo o computador, não utilizo a internet

2

1,7

17

4,7

26

4,3

Utilizo o computador e a internet

109

90,8

327

90,6

546

91,0

Total

120

100,0

361

100,0

600

100,0

A utilização de enciclopédias multimédia é uma realidade para 68,7% dos jovens e quase a totalidade dos inquiridos (94,2%) utiliza um processador de texto para fazer trabalhos. Além disso, 88,8% procura informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalhos e 80,6% utiliza o computador para comunicar e pedir ajuda aos colegas. É também considerável a percentagem de jovens que apresenta trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web (73,6%). Pouco menos de metade dos jovens (45,9%) faz problemas, questionários, teste e simulações online, na internet, 34,6% utiliza o computador para estudar e fazer exercícios com um CD-ROM e um quarto dos jovens usa o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD. 24,1% utiliza ainda o computador para comunicar e pedir ajuda aos professores. E, verificam-se percentagens algo superiores de raparigas a fazerem estas últimas actividades. Verificam-se percentagens mais elevadas de inquiridos mais novos a procurar informação em enciclopédias multimédia, a utilizar o computador para estudar e fazer exercícios com um CD-ROM e para praticar e aprender uma língua estrangeira também com um CD. Por seu turno, observam-se percentagens mais elevadas de jovens 42


mais velhos a procurar informação em páginas Web, a escrever trabalhos num processador de texto, a apresentar trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web e a pedir ajuda através da internet a colegas e a professores.

Tabela 19: Utilização das TIC para fins educativos N

%

Procuro informação em enciclopédias multimédia

743

68,7

Procuro informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalhos

960

88,8

Escrevo trabalhos num processador de texto, como o Word

1018

94,2

Apresento trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web

796

73,6

Utilizo o computador para estudar e fazer exercícios com um CD

374

34,6

Faço problemas, questionários, testes e simulações online, na internet

496

45,9

Utilizo o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD.

271

25,1

Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus colegas

871

80,6

Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus professores

260

24,1

Masculino N Procuro informação em enciclopédias multimédia Procuro informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalho Escrevo trabalhos num processador de texto, como o Word Apresento trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web Utilizo o computador para estudar e fazer exercícios com um CD Faço problemas, questionários, testes e simulações online, na internet Utilizo o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD. Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus colegas Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus professores

Feminino %

N

%

418

67,7

325

70,0

539

87,4

421

90,7

575

93,2

443

95,5

456

73,9

340

73,3

187

30,3

187

40,3

262

42,5

234

50,4

140

22,7

131

28,2

497

80,6

374

80,6

159

25,8

101

21,8

43


Idade 9 aos 12 anos N Procuro informação em enciclopédias multimédia Procuro informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalho Escrevo trabalhos num processador de texto, como o Word Apresento trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web Utilizo o computador para estudar e fazer exercícios com um CD Faço problemas, questionários, testes e simulações online, na internet Utilizo o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD. Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus colegas Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus professores

13 aos 15 anos

%

N

%

16 aos 18 anos N

%

90

75,0

252

69,8

401

66,8

101

84,2

310

85,9

549

91,5

105

87,5

337

93,4

576

96,0

56

46,7

253

70,1

487

81,2

50

41,7

139

38,5

185

30,8

54

45,0

181

50,1

261

43,5

42

35,0

102

28,3

127

21,2

77

64,2

296

82,0

498

83,0

17

14,2

71

19,7

172

28,7

Verifica-se que 45% dos jovens declaram que pelo menos alguns professores que utilizam a internet para explicar a matéria ou que incentivam a sua utilização para estudar ou praticar matérias das suas disciplinas. É entre os inquiridos mais velhos que há uma maior percentagem de jovens que confirmam a utilização ou a invocação da internet por parte dos professores para efeitos pedagógicos das suas disciplinas.

Tabela 20: Tens algum professor que utiliza a internet para explicar a matéria ou que te incentiva a utilizar a internet para estudar ou praticar matérias da sua disciplina?

N Não, nenhum Sim, alguns (menos de metade) Sim, quase todos (mais de metade) Sim, todos Total

% 595 430 45 11 1081

55,0 39,8 4,2 1,0 100,0

Masculino Não, nenhum Sim, alguns (menos de metade) Sim, quase todos (mais de metade) Sim, todos Total

N 343 240 27 7 617

% 55,6 38,9 4,4 1,1 100,0

Feminino N 252 190 18 4 464

% 54,3 40,9 3,9 ,9 100,0

44


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

%

16 aos 18 anos N

%

Não, nenhum

85

70,8

208

57,6

302

50,3

Sim, alguns (menos de metade)

32

26,7

139

38,5

259

43,2

Sim, quase todos (mais de metade)

2

1,7

9

2,5

34

5,7

Sim, todos

1

,8

5

1,4

5

,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

34,4% dos inquiridos utilizou a internet pela primeira vez quando tinha 10 anos ou menos. Um pouco mais de metade dos jovens começou a utilizar a internet com 11 anos ou menos. Os jovens inquiridos do sexo masculino tendem a ter começado a utilizar a internet pela primeira vez um pouco mais novos do que os do sexo feminino.

Tabela 21: Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez?

N 10 anos ou menos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos Não me lembro Não utilizo a internet Total

% 372 187 145 105 89 47 12 4 119 1 1081

34,4 17,3 13,4 9,7 8,2 4,3 1,1 ,4 11,0 ,1 100,0

Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez? Masculino N

Feminino %

N

%

10 anos ou menos

233

37,8

139

30,0

11 anos

119

19,3

68

14,7

12 anos

74

12,0

71

15,3

13 anos

57

9,2

48

10,3

14 anos

51

8,3

38

8,2

15 anos

27

4,4

20

4,3

16 anos

6

1,0

6

1,3

17 anos Não me lembro Não utilizo a internet Total

3

,5

1

,2

46

7,5

73

15,7

1

,2

617

100,0

30,0 464

100,0

Os jogos online, os fóruns ou grupos de discussão e o download de música, software ou filmes são utilizações da Web mais populares entre os internautas do sexo masculino. 45


Além disso, estes procuram mais do que as raparigas conteúdos relacionados com desporto, jogos, software e informática. Por seu turno, as internautas procuram mais conteúdos culturais, educativos e relacionados com música. Há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a privilegiar a comunicação por chat ou messenger, por correio electrónico ou através de fóruns ou grupos de discussão. Também se verifica uma maior percentagem de jovens mais velhos a visitar páginas na Web, a fazer compras online e, em especial, a descarregar música, software e filmes. Por seu turno, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos a jogarem online.

Tabela 22: Qual dos seguintes serviços costuma utilizar: N Visitar páginas Web

% 948

87,7

Chat ou Messenger

945

87,4

Correio electrónico

923

85,4

Jogos online

510

47,2

Fóruns ou Grupos de discussão

185

17,1

91

8,4

472

43,7

3

,3

Compras online Download de música, software, filmes Nenhum

Masculino N Visitar páginas Web Chat ou Messenger Correio electrónico Jogos online Fóruns ou Grupos de discussão Compras online Download de música, software, filmes Nenhum Outros serviços

Feminino %

N

%

545

88,3

403

86,9

536

86,9

409

88,1

512

83,0

411

88,6

330

53,5

180

38,8

150

24,3

35

7,5

69

11,2

22

4,7

290

47,0

182

39,2

0

0,0

3

,6

0

0,0

0

0,0

46


Idade 9 aos 12 anos N Visitar páginas Web Chat ou Messenger Correio electrónico Jogos online Fóruns ou Grupos de discussão Compras online Download de música, software, filmes Nenhum

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

100

83,3

311

86,1

537

89,5

91

75,8

322

89,2

532

88,7

94

78,3

302

83,7

527

87,8

78

65,0

195

54,0

237

39,5

11

9,2

50

13,9

124

20,7

3

2,5

21

5,8

67

11,2

34

28,3

161

44,6

277

46,2

1

,8

1

,3

1

,2

No que respeita a conteúdos consultados na internet, os mais populares são os conteúdos referentes a música (consultados por 76,1% dos jovens), seguidos por conteúdos que se ocupam dos jogos (consultados por 58,6% dos inquiridos). Mais de metade dos jovens inquiridos (51,2%) consultam ainda conteúdos sobre assuntos desportivos e 42,8% consulta informação sobre software e informática. Um pouco menos populares são os conteúdos noticiosos, educativos, culturais e referentes a hobbies. Os inquiridos mais novos privilegiam conteúdos educativos e sobre jogos. Entre os mais velhos verificamse maiores percentagens de inquiridos que prestam atenção aos conteúdos sobre música, software e informática, hobbies, noticiosos e culturais.

Tabela 23: Quando visitas páginas Web, quais dos seguintes conteúdos costumas consultar?: N Desporto

% 553

51,2

Jogos

633

58,6

Música

823

76,1

Software e Informática

463

42,8

Notícias

416

38,5

Educativos

349

32,3

Hobbies

386

35,7

Culturais

339

31,4

Nenhum

4

,4

279

25,8

Outros

47


Masculino N Desporto Jogos Música Software e Informática Notícias Educativos Hobbies Culturais

%

N

%

390

63,2

163

35,1

434

70,3

199

42,9

438

71,0

385

83,0

374

60,6

89

19,2

252

40,8

164

35,3

160

25,9

189

40,7

201

32,6

185

39,9

160

25,9

179

38,6

0

0,0

4

,9

145

23,5

134

28,9

Nenhum Outros

Feminino

Idade 9 aos 12 anos N Desporto

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

60

50,0

197

54,6

296

49,3

Jogos

101

84,2

239

66,2

293

48,8

Música

73

60,8

291

80,6

459

76,5

Software e Informática

32

26,7

149

41,3

282

47,0

Notícias

27

22,5

111

30,7

278

46,3

Educativos

50

41,7

113

31,3

186

31,0

Hobbies

33

27,5

135

37,4

218

36,3

Culturais

23

19,2

104

28,8

212

35,3

Nenhum

1

,8

1

,3

2

,3

30

25,0

103

28,5

146

24,3

Outros

40,9% dos inquiridos admite que têm amigos que vêm sites destinados a adultos contra apenas 20,3% que dizem que não conhecem ninguém que o faça. Contudo, é de assinalar a elevada percentagem de inquiridos que não responderam à questão (38,9%). Existe uma percentagem maior de rapazes (49,9%) a admitir que tem amigos que vêem sites destinados a adultos na internet contra 28,9% das raparigas, contudo a percentagem de não respostas nos rapazes (31,6%) é menor do que nas raparigas (48,5%). É entre os jovens dos 16 aos 18 anos que se verifica uma percentagem maior de inquiridos que admitem que têm amigos que vêm sites destinados a adultos (44,5%). Entre os mais novos, dos 9 aos 12 anos, essa percentagem é de 21,7%.

48


Tabela 24: Tens amigos que vêm sites destinados a adultos na internet?

N

%

Sim

442

40,9

Não

219

20,3

Não sabe/não responde Total

420

38,9

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

308

49,9

134

28,9

Não

114

18,5

105

22,6

Não sabe/não responde

195

31,6

225

48,5

Total

617

100,0

464

100,0

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

26

21,7

149

41,3

267

44,5

Não

42

35,0

88

24,4

89

14,8

52

43,3

124

34,3

244

40,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sabe/não responde Total

Um pouco mais de metade dos jovens inquiridos (52,6%) já fez um blogue, enquanto que apenas 36,5% já fizeram alguma página na Web, o que requer mais conhecimentos técnicos. Os rapazes estão mais inclinados para a construção de páginas Web (42,8%) do que as raparigas (28,2%) que são porém mais adeptas dos blogues. 56,3% já criaram um blogue em comparação com 49,9% dos rapazes. Observa-se ainda que há uma percentagem muito maior de inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos que já fizeram alguma página Web (41,8%), em comparação com os mais novos (13,3%). É entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se verifica a maior percentagem daqueles que já fizeram algum blogue (57,1%), contudo é uma percentagem que não é muito díspar com a verificada entre os mais novos (45%).

Tabela 25: Já fizeste alguma página Web

N

%

Sim

395

36,5

Não

674

62,3

12

1,1

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

49


Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

264

42,8

131

28,2

Não

348

56,4

326

70,3

5

,8

7

1,5

617

100,0

464

100,0

Não sabe/não responde Total

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

16

13,3

128

35,5

251

41,8

Não

101

84,2

231

64,0

342

57,0

Não sabe/não responde Total

3

2,5

2

,6

7

1,2

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Tabela 26: Já fizeste algum blogue

N

%

Sim

569

52,6

Não

502

46,4

Não sabe/não responde Total

10

,9

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

308

49,9

261

56,3

Não

305

49,4

197

42,5

4

,6

6

1,3

617

100,0

464

100,0

Não sabe/não responde Total

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

54

45,0

206

57,1

309

51,5

Não

65

54,2

153

42,4

284

47,3

Não sabe/não responde Total

1

,8

2

,6

7

1,2

120

100,0

361

100,0

600

100,0

A grande maioria dos internautas tem duas contas de correio electrónico (43,3%) ou três ou mais (35,1%). Verifica-se que há uma tendência para os inquiridos mais velhos terem mais contas de correio electrónico.

50


Tabela 27: Quantas contas de correio electrónico usas?

N

%

Nenhuma

19

1,8

Uma

215

19,9

Duas

468

43,3

Três ou mais

379

35,1

1081

100,0

Total

Masculino N Nenhuma

Feminino %

N

%

8

1,3

11

2,4

Uma

125

20,3

90

19,4

Duas

261

42,3

207

44,6

Três ou mais

223

36,1

156

33,6

Total

617

100,0

464

100,0

Idade

Nenhuma

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

4

3,3

8

2,2

7

1,2

Uma

40

33,3

76

21,1

99

16,5

Duas

38

31,7

156

43,2

274

45,7

38

31,7

121

33,5

220

36,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Três ou mais Total

É evidente a clara preferência dos inquiridos em comunicarem com pessoas que conhecem de outros locais (como a escola) nos chats (82,3%). Também é a maioria (62%) que diz que se mostra como é nos chats, enquanto que 29,2% admite fingir por vezes ser outro tipo de pessoa e 8,8% admite fingir sempre. 41,9% dos inquiridos diz não ter nenhum amigo virtual, 32,8% diz ter amigos virtuais mas não os conhece pessoalmente, 22% afirma conhecer alguns desses amigos e apenas uma pequena minoria (3,2%) afirma conhecer quase todos. Existem também mais raparigas a admitir que às vezes fingem ou que fingem sempre ser outro tipo de pessoa (35,8% e 10,8% respectivamente) do que rapazes (24,3% e 7,3% respectivamente). E entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que se verifica maiores percentagens de jovens que às vezes fingem ser outro tipo de pessoa (39,3%) e entre os jovens dos 9 aos 12 anos verifica-se a maior percentagem daqueles que dizem fingir sempre (15%). É, portanto, entre os jovens dos 16 aos 18 anos que há uma maior percentagem de inquiridos que dizem mostrarem-se sempre como são (72,3%).

51


Tabela 28: Quando participas em chats, comunicas mais:

N

%

Com pessoas que conheces de outros locais (amigos da escola,

890

82,3

Com pessoas que conheceste em chats

191

17,7

1081

100,0

Total

Masculino N Com pessoas que conheces de outros locais (amigos da escola,

%

N

%

524

84,9

366

78,9

93

15,1

98

21,1

617

100,0

464

100,0

Com pessoas que conheceste em chats Total

Feminino

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

Com pessoas que conheces de outros locais (amigos da escola, etc.) Com pessoas que conheceste em chats Total

%

%

99

82,5

292

80,9

499

83,2

21

17,5

69

19,1

101

16,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Tabela 29: Quando participas num chat, costumas aparecer tal como ĂŠs ou finges ser outro tipo de pessoa?

N

%

Mostro-me sempre como sou

670

62,0

Ă€s vezes finjo

316

29,2

Finjo sempre Total

95

8,8

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Mostro-me sempre como sou

422

68,4

248

53,4

Ă€s vezes finjo

150

24,3

166

35,8

Finjo sempre

45

7,3

50

10,8

52


Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Mostro-me sempre como sou

66

55,0

170

47,1

434

72,3

Às vezes finjo

36

30,0

142

39,3

138

23,0

Finjo sempre

18

15,0

49

13,6

28

4,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

32,8% dos jovens afirmam ter amigos virtuais, mas não os conhecem. Porém 22% afirma já ter conhecido alguns dos seus amigos virtuais e a apenas uma minoria (3,2%) declara conhecê-los a todos. Por outro lado, existem mais rapazes que já conheceram alguns ou quase todos os amigos virtuais (24,1% e 4,5% respectivamente), enquanto que nas raparigas essas percentagens são 19,2% e 1,5% respectivamente. Verifica-se também que, entre os inquiridos mais velhos, há uma maior percentagem de inquiridos com amigos virtuais. É, especificamente, entre os jovens dos 16 aos 18 anos, que se verifica a maior percentagem de inquiridos que conhecem pessoalmente pelo menos alguns amigos virtuais.

Tabela 30: Já conheceste pessoalmente algum dos teus amigos virtuais?

N

%

Não tenho nenhum

453

41,9

Tenho mas não os conheço

355

32,8

Tenho e já conheci alguns

238

22,0

35

3,2

1081

100,0

Tenho e conheci quase todos Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Não tenho nenhum

263

42,6

190

40,9

Tenho mas não os conheço

177

28,7

178

38,4

Tenho e já conheci alguns

149

24,1

89

19,2

28

4,5

7

1,5

Tenho e conheci quase todos

53


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Não tenho nenhum

68

56,7

142

39,3

243

40,5

Tenho mas não os conheço

40

33,3

149

41,3

166

27,7

Tenho e já conheci alguns

5

4,2

63

17,5

170

28,3

Tenho e conheci quase todos

7

5,8

7

1,9

21

3,5

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Como seria de esperar a grande maioria dos inquiridos (92,3%) utiliza a internet sem companhia. Mas é mais frequente os jovens utilizarem a internet com um/a amigo/a do que com familiares como irmãos (19,9%), o pai (13%) ou a mãe (12,9%). Há uma certa tendência para as raparigas estarem mais acompanhadas com um amigo/a ou com vários amigos/as quando utilizam a internet (47,6%), do que os rapazes. É entre os mais novos que a companhia da família é maior, em especial, do pai (32,5%) e da mãe (31,2%), mais preponderante que a presença de um/a amigo/a (25,8%). Verifica-se também que há uma menor percentagem de inquiridos entre os mais novos que utilizam a internet sozinhos, ainda assim, a percentagem de inquiridos dos 9 aos 12 que navegam sozinhos chega aos 80%. Tabela 31: Quando utilizas a internet costumas estar: N

%

Sozinho

998

92,3

Com um amigo/a

442

40,9

Com vários amigos/as

181

16,7

Com um irmão/irmã

215

19,9

Com o meu pai

140

13,0

Com a minha mãe

139

12,9

Com o meu namorado/a

88

8,1

Com outras pessoas

98

9,1

Masculino N Sozinho Com um amigo/a Com vários amigos/as Com um irmão/irmã Com o meu pai Com a minha mãe Com o meu namorado/a Com outras pessoas

576 221 96 116 88 73 42 56

Feminino % 93,4 35,8 15,6 18,8 14,3 11,8 6,8 9,1

N 422 221 85 99 52 66 46 42

% 90,9 47,6 18,3 21,3 11,2 14,2 9,9 9,1

54


Idade 9 aos 12 anos N

%

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

%

%

Sozinho

96

80,0

334

92,5

568

94,7

Com um amigo/a

31

25,8

176

48,8

235

39,2

Com vários amigos/as

10

8,3

68

18,8

103

17,2

Com um irmão/irmã

27

22,5

68

18,8

120

20,0

Com o meu pai

39

32,5

52

14,4

49

8,2

Com a minha mãe

38

31,7

50

13,9

51

8,5

2

1,7

22

6,1

64

10,7

11

9,2

31

8,6

56

9,3

Com o meu namorado/a Com outras pessoas

Mais de metade dos inquiridos (56,2%) declaram que têm irmãos com os quais partilham a utilização da internet. O pai surge em segundo lugar como um utilizador da internet, para além dos jovens inquiridos (46,4%) e só depois surge a mãe (34,6%). Entre os jovens dos 9 aos 12 anos, a grande maioria dos inquiridos declara que partilham o uso da internet com o pai (72,5%) e com a mãe (63,3%). Podemos tirar a ilação de que em muitos destes a iniciativa da instalação da internet partiu, talvez, dos pais.

Tabela 32: Em tua casa, para além de ti, utilizam a internet: N O meu pai

% 502

46,4

A minha mãe

374

34,6

Os meus irmãos/irmãs

607

56,2

Outras pessoas

115

10,6

Mais ninguém

192

17,8

1081

100,0

Total

Masculino N

Feminino %

N

%

O meu pai

280

45,4

222

47,8

A minha mãe

217

35,2

157

33,8

Os meus irmãos/irmãs

349

56,6

258

55,6

65

10,5

50

10,8

113

18,3

79

17,0

Outras pessoas Mais ninguém

55


Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

O meu pai A minha mãe

87 76

% 72,5 63,3

Os meus irmãos/irmãs

59

Outras pessoas

13 8

Mais ninguém

183 141

% 50,7 39,1

232 157

% 38,7 26,2

49,2

201

10,8

40

55,7

347

57,8

11,1

62

10,3

6,7

50

13,9

134

22,3

76,4% dos inquiridos admitem ser quem mais utiliza a internet em casa, contudo, entre os mais novos essa percentagem desde para 45,8%. Mais de um quarto dos jovens dos 9 aos 12 anos (27,5%) afirmam que é o pai quem mais utiliza a internet, o que reforça a ideia de que nas gerações mais novas a iniciativa para instalar a internet em casa parte muitas vezes dos pais e muitas crianças começam nos primeiros anos a crescer e dar como adquirida o acesso à internet no lar.

Tabela 33: Em tua casa, quem utiliza mais a internet?

N

%

Eu

826

76,4

Os meus irmãos/irmãs

123

11,4

O meu pai

88

8,1

A minha mãe

25

2,3

Outras pessoas

19

1,8

1081

100,0

Total

Masculino N Eu

Feminino %

N

%

473

76,7

353

76,1

Os meus irmãos/irmãs

67

10,9

56

12,1

O meu pai

49

7,9

39

8,4

A minha mãe

16

2,6

9

1,9

Outras pessoas

12

1,9

7

1,5 Idade

9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Eu

55

45,8

279

77,3

492

82,0

Os meus irmãos/irmãs

14

11,7

44

12,2

65

10,8

O meu pai

33

27,5

25

6,9

30

5,0

A minha mãe

13

10,8

9

2,5

3

,5

5

4,2

4

1,1

10

1,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Outras pessoas Total

56


73,8% dos jovens afirma ser quem mais sabe de internet em casa, mas mais uma vez essa percentagem decresce bastante entre os mais novos, situando-se nos 41,7%. Para um terço dos inquiridos dos 9 aos 12 anos o pai emerge assim como a pessoa que mais sabe sobre internet em casa.

Tabela 34: Em tua casa, quem é que mais sabe sobre internet?

N

%

Eu

798

73,8

Os meus irmãos/irmãs

140

13,0

O meu pai

105

9,7

A minha mãe

27

2,5

Outras pessoas

11

1,0

1081

100,0

Total

Masculino N Eu

Feminino %

N

%

470

76,2

328

70,7

Os meus irmãos/irmãs

71

11,5

69

14,9

O meu pai

53

8,6

52

11,2

A minha mãe

16

2,6

11

2,4

7

1,1

4

,9

Outras pessoas

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Eu

50

41,7

259

71,7

489

81,5

Os meus irmãos/irmãs

14

11,7

47

13,0

79

13,2

O meu pai

40

33,3

42

11,6

23

3,8

A minha mãe

13

10,8

11

3,0

3

,5

Outras pessoas Total

3

2,5

2

,6

6

1,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

69,1% dos jovens inquiridos declaram que aprenderam sozinhos a utilizar a internet. Portanto, estamos a falar de uma geração que teve de explorar sem a ajuda de ninguém como usar as novas tecnologias. Contudo, cerca de 16,2% referem a ajuda dos professores na escola e 11,5% a ajuda do pai. Entre os mais novos a percentagem de inquiridos que aprenderam sozinhos a utilizar a internet decresce para 44,2% e 35% destes inquiridos refere que quem os ensinou a usar a internet foi o pai. Uma parte significativa dos inquiridos dos 9 aos 12 anos já pertence portanto a uma geração que de certa forma tem crescido com o acesso facilitados às novas tecnologias, recebendo o apoio dos pais na sua utilização.

57


Tabela 35: Quem te ensinou a usar a internet?: N

%

Ninguém, aprendi sozinho

747

69,1

O meu irmão/irmã

104

9,6

O meu namorado/a

7

,6

Os meus amigos/as

102

9,4

O meu pai

124

11,5

A minha mãe O professor/a da escola Outras pessoas

53

4,9

175

16,2

75

6,9

Masculino N Ninguém, aprendi sozinho O meu irmão/irmã

Feminino %

N

%

437

70,8

310

66,8

54

8,8

50

10,8

7

1,5

O meu namorado/a Os meus amigos/as

53

8,6

49

10,6

O meu pai

70

11,3

54

11,6

A minha mãe

28

4,5

25

5,4

O professor/a da escola

86

13,9

89

19,2

Outras pessoas

49

7,9

26

5,6

Idade 9 aos 12 anos N Ninguém, aprendi sozinho O meu irmão/irmã O meu namorado/a Os meus amigos/as O meu pai A minha mãe O professor/a da escola Outras pessoas

53 16 _ 4 42 21 18 12

% 44,2 13,3 _ 3,3 35,0 17,5 15,0 10,0

13 aos 15 anos N 246 39 1 32 48 24 50 27

% 68,1 10,8 ,3 8,9 13,3 6,6 13,9 7,5

16 aos 18 anos N 448 49 6 66 34 8 107 36

% 74,7 8,2 1,0 11,0 5,7 1,3 17,8 6,0

Uma grande parte dos jovens inquiridos acha que tem ou um nível médio (46,9%) ou um nível avançado de utilização da internet (30,9%). 11,2% dos jovens acham mesmo que são especialistas. Verificam-se percentagens maiores de inquiridos do sexo masculino a acharem que têm um nível avançado ou que são especialistas (34,8% e 13,5%, respectivamente), em comparação com 25,6% e 8,2% das raparigas, respectivamente. Sem surpresas, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos que declaram que são principiantes (17,5%), em comparação com 3,6% de inquiridos

58


dos 13 aos 15 anos e 6,2% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos. Curiosamente, é entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, e não entre os mais velhos, que há uma maior percentagem de inquiridos a acharem que têm um nível avançado ou que são especialistas (35,5% e 11,9%, respectivamente), seguidos pelos inquiridos mais novos (26,7% e 17,5% respectivamente).

Tabela 36: Quando utilizas a internet, como te consideras?

N

%

Um principiante

71

6,6

Tenho um nível médio

507

46,9

O meu nível é avançado

334

30,9

Sou um especialista

121

11,2

Não sei/Não respondo Total

48

4,4

1081

100,0

Masculino N Um principiante

Feminino %

N

%

43

7,0

28

6,0

Tenho um nível médio

254

41,2

253

54,5

O meu nível é avançado

215

34,8

119

25,6

Sou um especialista

83

13,5

38

8,2

Não sei/Não respondo

22

3,6

26

5,6

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Um principiante

21

17,5

13

3,6

37

6,2

Tenho um nível médio

41

34,2

156

43,2

310

51,7

O meu nível é avançado

32

26,7

128

35,5

174

29,0

Sou um especialista

21

17,5

43

11,9

57

9,5

5

4,2

21

5,8

22

3,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sei/Não respondo Total

Inquérito nacional Os utilizadores da internet representam cerca de 70% dos casos, porém apenas 37,7%, utilizam regularmente tanto a internet como o correio electrónico. Pelo contrário, 27% dos jovens inquiridos nunca utilizaram a internet em nenhuma situação. Contrastando os dados de ambos sexos, verifica-se que há uma maior fracção de inquiridos do sexo

59


masculino que utiliza tanto a internet como o correio electrónico (42,4%), em comparação com 32,7% das jovens inquiridas. Inversamente, observa-se uma percentagem maior de inquiridas que nunca utilizaram a internet (30,4%), enquanto que nos inquiridos do sexo masculino essa percentagem é de 23,6%. Sem grandes surpresas, é nos escalões mais velhos que se verificam as maiores percentagens de utilizadores: entre os jovens dos 8 aos 12 anos registam-se 57% utilizadores, entre o escalão etário dos 13 aos 15 anos há 84,3% e no escalão entre os 16 e os 18 anos observa-se uma percentagem de 76,9% de utilizadores. Apesar da maior fracção de utilizadores registada se verificar entre os jovens dos 13 aos 15 anos, é entre os inquiridos mais velhos que se regista a maior percentagem de inquiridos que utilizam tanto a internet como o correio electrónico (53,7%), enquanto que entre o escalão dos 13 aos 15 anos verifica-se uma percentagem de 44,8% e entre os mais novos de 18,6%. Contudo, é entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que se regista a menor percentagem de inquiridos que nunca experimentaram utilizar quer a internet quer o correio electrónico (13,3%). Nos mais velhos essa percentagem é de 21,4% e entre os mais novos ascende aos 40,9%. Tabela 37: Utilizadores da internet e/ou o correio electrónico N

%

196

71,0

Total de Não utilizadores

80

29,0

Total de Indivíduos

276

100,0

Total de Utilizadores

Tabela 38: Utiliza ou já utilizou alguma vez a internet e/ou o correio electrónico N

%

% Acumulada

83

30,3

30,3

8

3,0

33,3

104

37,7

71,0

Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar

1

,3

71,2

Sim, mas foi com outras pessoas que me ajudaram a utilizar

5

1,8

73,0

Não, nunca utilizei nada nem estive em nenhuma das situações

74

27,0

100,0

Sim, só a internet Sim, só o correio electrónico (email) Sim, ambos

60


Sexo do entrevistado Masculino N Sim, só a internet

%

N

%

41

29,1

42

31,4

4

2,5

5

3,5

60

42,4

44

32,7

1

,6

Sim, só o correio electrónico (email) Sim, ambos

Feminino

Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar Sim, mas foi com outras pessoas que me ajudaram a utilizar

3

2,3

2

1,3

Não, nunca utilizei nada nem estive em nenhuma das situações

33

23,6

41

30,4

Idade 8 aos 12 anos N Sim, só a internet Sim, só o correio electrónico (email) Sim, ambos

13 aos 15 anos

39

% 36,4

2 20

16 aos 18 anos

24

% 33,7

2,0

4

18,6

Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar

N

N 21

% 21,0

5,8

2

2,2

31

44,8

53

53,7

1

1,1

Sim, mas foi com outras pessoas que me ajudaram a utilizar

2

2,2

1

1,3

2

1,7

Não, nunca utilizei nada nem estive em nenhuma das situações

44

40,9

9

13,3

21

21,4

Entre os utilizadores da internet 31,2% utiliza a internet todos os dias, 21,4% utiliza três a quatro vezes por semana e um terço uma ou duas vezes por semana. Portanto, 85,6% dos jovens usuários da internet são utilizadores regulares. Os utilizadores menos regulares são uma minoria de 12,9%, utilizando a internet poucas vezes por mês ou até menos do que uma vez por mês. Quanto às diferenças entre os sexos, regista-se uma fracção maior de inquiridos do sexo masculino que entram online todos os dias (33,3%) e é também entre os rapazes que há, no total, uma maior percentagem de usuários regulares (90,9%), enquanto que entre as jovens inquiridas, 28,9% usam a internet todos os dias e a fracção de usuárias regulares da internet é de 79,6%. Além disso, é entre os usuários mais novos que se registam as menores percentagens de utilizadores diários (23%) e regulares (74%). Inversamente, é entre os maia velhos que se verificam as maiores fracções de usuários diários (41,6%) e regulares (91,9%).

61


Tabela 39: Independentemente do local onde utiliza e do motivo, com que frequência utiliza a internet e/ou correio electrónico N

%

% Acumulada

Todos os dias

61

31,2

31,2

3 a 4 vezes por semana

42

21,4

52,6

1 ou 2 vezes por semana

65

33,0

85,6

Pelo menos uma vez por mês

15

7,5

93,1

Menos do que uma vez por mês

11

5,4

98,5 100,0

Ns/nr

3

1,5

Total

196

100,0

Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Todos os dias

35

33,3

26

28,9

3 a 4 vezes por semana

25

23,6

17

18,8

1 ou 2 vezes por semana

35

34,0

29

31,9

Pelo menos uma vez por mês

5

4,5

10

11,0

Menos do que uma vez por mês

2

1,9

9

9,3

Ns/nr

3

2,8 Idade

8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Todos os dias

14

23,0

16

26,5

31

41,6

3 a 4 vezes por semana

11

18,2

12

20,7

18

24,5

1 ou 2 vezes por semana

20

32,8

25

42,5

19

25,8

Pelo menos uma vez por mês

8

12,4

4

6,6

3

4,2

Menos do que uma vez por mês

7

11,6

1

1,7

2

3,2

Ns/nr

1

2,1

1

1,9

1

,7

Entre os usuários da internet 53,2% tem acesso à internet em casa, mas, no total da amostra, a fracção de jovens inquiridos com acesso à internet em casa é de apenas 39,9%. Recorde-se que a percentagem de inquiridos no inquérito online que possuem ligação à internet em casa é mais de duas vezes maior que aquela. Portanto, temos aqui uma clara clivagem entre os inquiridos no inquérito face-a-face, que reflectem uma

62


realidade próxima daquilo que acontece a nível nacional e os inquiridos online, largamente socializados nas TIC. 51,2% dos inquiridos no inquérito nacional dizem ter acesso na escola, o que é uma percentagem bem mais próxima daquela verifica entre os jovens inquiridos online (47,4%). Entre os utilizadores da internet, a percentagem de inquiridos que usa a internet na escola ascende aos 73,9%. A percentagem de usuários na escola é assim cerca de 20% superior à fracção de utilizadores em casa. No geral, a escola tornou-se num espaço muito importante de integração e socialização dos jovens nas novas tecnologias da informação e comunicação, sendo portanto, um meio essencial de combate à info-exclusão de parte da população jovem. Entre os sexos não há grandes clivagens a registar, apenas que há uma percentagem maior de inquiridos do sexo masculino que utiliza a internet noutros locais sem ser a casa, a escola ou o trabalho (27,5%) em comparação com 15,8% das jovens usuárias. Também entre as faixas etárias não há diferenças muito discrepantes. Contudo, verificase entre os jovens mais velhos 56,4% de usuários em casa, a maior fracção registada, enquanto que a menor fracção está entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (49,3%). Também é entre os inquiridos nesta faixa etária, a menor fracção de usuários da internet noutros locais (15,9%) , porém, é onde se verifica a maior percentagem de utilizadores na escola (78,9%). A dimensão da info-exclusão por parte daqueles que não têm acesso à internet em casa é melhor avaliada com os seguintes dados: entre esses jovens, apenas 18,5% afirmam que têm hipótese de ter acesso à internet em casa, os restantes 81,5% negam essa possibilidade.

Tabela 40: Em que locais tem acesso à internet N

%

104

53,2

1

0,5

Na escola

145

73,9

Noutros locais

43

22,0

Total de utilizadores

196

100,0

Em casa No trabalho

63


Sexo do entrevistado Masculino N Em casa

Feminino %

56

N 54,1

% 48

52,2

1

1,0

No trabalho Na escola

76

73,0

68

74,9

Noutros locais

29

27,5

14

15,8

Idade 8 aos 12 anos N Em casa

13 aos 15 anos

% 33

N 53,1

16 aos 18 anos

% 29

N 49,3

No trabalho

% 43

56,4

1

1,2

Na escola

44

70,9

46

78,9

55

72,5

Noutros locais

15

24,5

9

15,9

19

24,8

Tabela 41: Tem hipótese de ter acesso à internet em casa N

%

Sim

32

18,5

Não

140

81,5

Total

172

100,0

Em média os jovens usuários já utilizam a internet há 34,74 meses. Metade do inquiridos utilizam a internet até dois anos e também se verifica um maior número de inquiridos que utiliza a internet há um par de anos. Entre os inquiridos do sexo masculino, observa-se uma média maior do tempo de utilização (36,96 meses) do que entre as jovens usuárias (32,05 meses). A mediana é também maior entre os rapazes o que quer dizer que metade dos usuários utiliza a internet até 36 meses, enquanto que metade das raparigas usa a internet até 24 meses. Entre os usuários que têm internet em casa, 40,6% instalaram a internet no seu lar entre 2004 e 2006 e apenas 4% instalaram a internet antes do ano 2000.

Tabela 42: Há quantos meses utiliza a internet Média

34,74

Mediana

24,00

Moda Desvio-padrão

24,00 23,945

Mínimo

0

Máximo

120

Percentis 25

12,00

Percentis 75

48,00

64


Sexo do entrevistado Masculino 36,96

Feminino 32,05

Mediana

36,00

24,00

Moda

24,00

24,00

25,927

21,154

Média

Desvio-padrão Mínimo

1

0

Máximo

120

96

Percentis 25

12,00

12,00

Percentis 75

58,68

48,00

Tabela 43: Em que ano instalou / passou a ter acesso à internet em sua casa

N

%

1996

1

1,1

1999

3

2,9

2000

10

9,4

2001

11

10,7

2002

7

6,7

2003

7

7,0

2004

20

18,8

2005

18

16,9

2006

5

4,9

NS/NR Total

23

21,7

104

100,0

Mais uma vez se verifica a importância da escola na aprendizagem e socialização dos jovens nas novas tecnologias visto que 51,4% dos jovens afirmam que tiveram o seu primeiro contacto com a internet na escola. Já 35,8% começaram a utilizar a internet em casa. A escola e o lar são portanto os principais meios de acesso à internet para os jovens. Uma minoria de 7% dos jovens afirmam ainda que começaram a ter contacto com a internet na casa de outras pessoas e 2,3% dizem que foi num cibercafé que começaram a navegar na rede. Pouco mais de 1% dizem que começaram a ter contacto com a internet numa biblioteca pública e outros tantos no trabalho. Não se verificam grandes clivagens entre os sexos, apenas é de registar uma maior percentagem de raparigas que começaram a utilizar a internet na escola (56,2%) do que de rapazes (47,3%). Por seu turno, perto de 10% de rapazes começou a utilizar a internet em casa de outras pessoas em comparação com 3,7% de raparigas. Os jovens dos 16 aos 18 anos registam a menor fracção daqueles que começaram a utilizar a internet na escola (46,1%), enquanto que nos outros escalões etários essa percentagem situa-se à volta dos

65


55%. Mas verifica-se uma maior percentagem de inquiridos os mais velhos que começaram a utilizar a internet em casa de outras pessoas (9,3%).

Tabela 44: Onde começou a utilizar a internet

N

%

Em casa

70

35,8

Na casa de outras pessoas

14

7,0

2

1,1

No trabalho Na escola/universidade

101

51,4

Num cibercafé

4

2,3

Numa biblioteca pública

3

1,3

Ns/nr

2

1,1

Total

196

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Em casa Na casa de outras pessoas No trabalho Na escola/universidade Num cibercafé Numa biblioteca pública Ns/nr

Feminino %

38 10 2 49 2 2 1

N 36,0 9,8 2,0 47,3 2,3 1,9 ,7

% 32 3

35,6 3,7

51 2 1 1

56,2 2,3 ,7 1,5

Idade

Em casa Na casa de outras pessoas

8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

Num cibercafé Numa biblioteca pública Ns/nr

%

22

35,5

21

34,9

28

36,8

4

7,2

2

3,7

7

9,3

1

2,0

1

1,2

No trabalho Na escola/universidade

%

34

55,1

32

54,4

35

46,1

1

2,2

1

1,7

2

2,8

2

3,4

1

,9

2

2,8

Entre os jovens inquiridos portugueses, 42,6% classifica a sua capacidade de usar a internet como razoável e perto de 50% acha que é boa ou excelente. São realmente poucos os que acham que é má ou muito pois representam apenas 6,3% da amostra. Verifica-se entre as raparigas uma percentagem de 46,3% de inquiridas que consideram a sua capacidade de utilização da internet como boa, o que é, curiosamente, uma fracção visivelmente superior à registada entre os rapazes (29,5%). No entanto é entre os

66


inquiridos do sexo masculino que se regista uma percentagem maior daqueles que consideram que têm um capacidade excelente (13%), embora a discrepância não seja muito grande em relação às jovens inquiridas (7,2%). Sem surpresas, é entre os mais velhos que se registam as maiores percentagens de jovens que consideram as suas capacidades boas (46,3%) ou excelentes (12,1%). Estas percentagens decrescem nas faixas etárias mais novas: verifica-se a menor percentagem de inquiridos que acham que têm boas capacidades entre os jovens dos 8 aos 12 anos (24,8%) e a menor percentagem de internautas que classificam as suas capacidades como excelentes entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (7,5%). Em todos os escalões etários apenas uma minoria classifica as suas capacidades como más ou muito más, porém, é entre os mais novos que há maiores fracções de inquiridos com essa opinião.

Tabela 45: Como é que classificaria a sua capacidade de utilizar a internet

N Muito má

% 3

1,7

9

4,6

Razoável

83

42,6

Boa

74

37,6

Excelente

20

10,3

6

3,3

Ns/nr

Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Muito má

3

4

3,7

5

5,7

Razoável

49

47,4

34

37,1

Boa

31

29,5

43

46,8

Excelente

14

13,0

7

7,2

3

3,3

3

3,2

Ns/nr

3,1

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Muito má

3

4,5

1

,7

5

8,3

2

3,0

2

2,9

Razoável

26

42,3

29

49,6

28

37,3

Boa

15

24,8

23

39,9

35

46,3

Excelente

7

10,9

4

7,5

9

12,1

Ns/nr

6

9,3

1

,9

67


A grande maioria dos jovens usuários com internet em casa ou tem ligação ADSL (38,8%) ou ligação por cabo (27,8%) e apenas 11,9% utilizam a ligação por modem conectado à linha telefónica. A ligação por placa 3g é ainda muito rara e apenas uma minoria muito pequena liga-se à internet por WAP. Verifica-se ainda uma percentagem um pouco superior de raparigas que ainda usam a ligação por modem à linha telefónica (14,8%) em comparação com 9,8% dos rapazes. A ligação por cabo é mais popular entre os mais velhos (em 43% dos casos) do que entre os internautas dos 13 aos 15 anos (22,4%) e entre os usuários mais novos (12,8%). Inversamente, os mais novos usam mais a ligação por ADSL (44,2%) do que os mais velhos (33,5%). Entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos, apenas uma minoria muito pequena de usuários utiliza a linha telefónica (1,7%). Inversamente, a fracção daqueles que usam esse tipo de ligação ganha maior expressão entre os mais novos (14,8%) e entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (23,7%).

Tabela 46: Que tipo de ligação à internet é que tem em sua casa

N

%

Por cabo

29

27,8

Por ADSL

40

38,8

0

,5

12

11,9

4

3,6

2

2,2

Por placa 3g Por modem (linha telefónica) Por telefone móvel (WAP) Outra Ns/nr

16

15,2

Total

104

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Por cabo

15

27,2

14

28,4

Por ADSL

17

35,9

23

41,3

Por placa 3g

0

,8

Por modem (linha telefónica)

5

9,5

7

14,8

Por telefone móvel (WAP)

3

4,9

1

2,2

Outra

1

2,0

1

2,4

Ns/nr

8

14,3

8

16,3

68


Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Por cabo

4

12,8

6

22,4

18

43,0

Por ADSL

14

44,2

12

40,6

14

33,5

0

1,6

7

23,7

1

1,7

2

5,7

7

16,2

Por placa 3g Por modem (linha telefónica)

5

14,8

Por telefone móvel (WAP)

1

4,2

Outra

2

6,9

Ns/nr

6

17,1

3

11,6

Entre os jovens portugueses inquiridos, 37,8% têm como fornecedor a Sapo ADSL, que tem o maior “share” de mercado. Logo a seguir aparecem a Cabovisão e a NetCabo como os segundos maiores fornecedores, praticamente em ex aequo, com um “share” de mercado ligeiramente superior a 20% entre os usuários inquiridos. Apenas 9% dos inquiridos têm como fornecedor a Oniduo e uma pequena minoria de 3,1% usam os serviços da Clix. Os clientes da Telepac entre os jovens representam apenas 1,8%. Observa-se que entre os usuários do sexo masculino há uma maior fracção de clientes da Sapo ADSL (44,8%) do que entre as jovens usuárias (29%). Por seu turno, verificase uma maior percentagem de internautas femininas que são clientes da Cabovisão (25%), em comparação com 17,6% de internautas masculinos. Entre as internautas também se regista uma maior percentagem de inquiridas que usam outros fornecedores não nomeados (10,1%), em contraste com apenas 1,2% de jovens inquiridos do sexo masculino. Em todos os escalões etários a Sapo ADSL mantém-se no topo dos fornecedores, contudo há diferenças a registar. Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os que menos subscrevem a Sapo ADSL (27,7%), enquanto que nos inquiridos mais novos e nos mais velhos a percentagem de clientes desse fornecedor oscila entre os 41% e os 42%. A Oniduo regista percentagens pequenas de clientes entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (6%) e entre os jovens dos 16 aos 18 anos (2,4%). Porém, entre os adolescentes dos 13 aos 15 anos torna-se o segundo maior fornecedor onde regista uma fatia de 23,4% de clientes. Curiosamente, a NetCabo começa com uma percentagem de clientes muito pequena entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (5,4%), mas recupera nos seguintes escalões etários: 16,9% de clientes entre os 13 e os 15 anos e 31,5% de usuários entre os 16 e os 18 anos. Também é entre os inquiridos mais velhos que se verifica uma maior percentagem de usuários da Cabovisão (24,7%), enquanto que nas restantes faixas etárias essa percentagem ultrapassa ligeiramente os 17%. 69


Tabela 47: Qual é o seu fornecedor de internet de banda larga

N

%

Sapo ADSL

26

37,8

NetCabo

14

20,6

Telepac

1

1,8

Oniduo

6

9,0

Clix

2

3,1

15

20,8

4

5,1

Cabovisão Outro Ns/nr

1

1,6

Total

70

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Sapo ADSL

Feminino %

N

%

18

44,8

9

29,0

NetCabo

9

21,7

6

19,2

Telepac

1

3,2

Oniduo

3

8,6

3

9,6

Clix

1

2,9

1

3,5

Cabovisão

7

17,6

8

25,0

Outro

0

1,2

3

10,1

1

3,6

Ns/nr

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sapo ADSL

8

42,0

5

27,7

13

41,3

NetCabo

1

5,4

3

16,9

10

31,5

Telepac

1

6,8

Oniduo

1

6,0

4

23,4

1

2,4

2

11,7

Cabovisão

3

17,1

3

17,7

8

24,7

Outro

3

16,7

0

2,5

Ns/nr

1

6,0

Clix

Entre os jovens usuários, 57,9% têm a opinião que são ele próprios quem utilizam mais frequentemente a internet em casa e apenas 16,1% declaram que são os adultos de casa, com 18 anos ou mais (esta categoria tanto poderá incluir irmãos mais velhos como os próprios pais). Estas percentagens são indícios de que os novos media poderão estar a transformar as relações familiares em torno dos media. Já não são pais que detém todo o saber em casa, muitas vezes são os filhos os que têm maior experiência em termos de utilização das novas tecnologias e muitas vezes são eles que prestam assistência aos próprios pais, verificando-se uma inversão de papéis. As percentagens de ambos os

70


sexos sobre quem utiliza mais frequentemente a internet em casa não divergem muito ainda assim 60,5% das raparigas confessam que são elas quem mais utilizam a internet em casa, uma percentagem cerca de 5% superior à da registada entre os rapazes. A fracção daqueles que declaram que são os próprios que utilizam mais frequentemente a internet em casa vai aumentando há medida que passamos para escalões etários mais velhos. Assim sendo, entre os jovens mais velhos, 70,8% afirmam que são eles os utilizadores mais frequentes da internet enquanto que entre os mais novos 36,8% declaram que são eles os maiores utilizadores da internet em casa. Por seu turno, é entre os internautas dos 8 aos 12 anos que se verifica uma maior percentagem daqueles que afirmam que quem mais utiliza a internet são os adultos da casa (35,1%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem decresce para apenas 5%. Pode-se calcular que parte dos inquiridos mais novos tenham pais pertencentes a uma geração que já se familiarizou com a utilização da internet e que use regularmente a internet em casa. Noutro segmento dos respondentes mais novos, poderá dar-se o caso de que tenham irmãos com idade igual ou superior a 18 anos que sejam os usuários mais frequentes da internet em casa. Tabela 48: Em casa, quem é que utiliza mais frequentemente a internet

N

%

Próprio(a) As crianças da família (até 13 anos)

60

57,9

1

1,0

Jovens da família (14 a 17 anos)

9

8,2

Outros adultos (18 e mais anos)

17

16,1

2

1,6

10

9,8

Outras pessoas da casa Ns/nr Todos elementos do agregado Total

6

5,4

104

100,0

Sexo do entrevistado Masculino N Próprio(a) As crianças da família (até 13 anos) Jovens da família (14 a 17 anos) Outros adultos (18 e mais anos) Outras pessoas da casa Ns/nr Todos elementos do agregado

Feminino %

N

31

55,6

1

1,8

3

% 29

60,5

4,9

6

12,1

10

17,7

7

14,3

2

3,0

5

9,0

5

10,8

5

8,0

1

2,3

71


Idade

Próprio(a) As crianças da família (até 13 anos) Jovens da família (14 a 17 anos) Outros adultos (18 e mais anos) Outras pessoas da casa

8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

% 12

36,8

18

62,6

1

3,4

% 30

70,8

4

12,1

1

3,9

3

8,1

11

35,1

3

11,1

2

5,0

2

5,2 3

11,6

7

16,2

2

7,3

Ns/nr Todos elementos do agregado

%

4

10,7

Quanto às actividades que os utilizadores da internet realizam na rede, mais de metade dos inquiridos transmitem e recebem mensagens de correio electrónico e consultam bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede. Além disso, 41,4% dos inquiridos afirmam que navegam pela internet sem objectivos concretos e a mesma fracção de jovens joga videojogos online. Comparando entre os sexos verifica-se uma maior fracção de rapazes que transmitem e recebem mensagens de correio electrónico (64%), que navegam pela internet sem objectivos concretos (47,7%) e que jogam videojogos online (48,5%), enquanto que entre as inquiridas essas percentagens são de 52,3%, 34,2% e 33,3% respectivamente. Quanto às diferenças etárias, observa-se uma maior percentagem de jovens entre os mais velhos que transmitem e recebem mensagens de correio electrónico (75,7%), percentagem essa que decresce nos escalões etários mais novos atingindo um mínimo entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (42,8%). Também se verifica uma maior tendência para os mais velhos navegarem na internet sem objectivos concretos. Mas é entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que há uma maior percentagem de jogadores que jogam online (48,9%), enquanto que essa percentagem entre os mais velhos é de 31,7%. Uma percentagem um pouco inferior a 40% de jovens participam em chats ou newsgroups e entre 20 e 30% dos jovens combinam ou marcam saídas com os amigos, contactam os amigos na rede quando estão desanimados ou consultam blogues. Quanto à participação em chats ou newsgroups, é patente uma clivagem entre rapazes e raparigas, sendo entre aqueles que há uma maior fracção de jovens, nomeadamente de 47%, que participam em chats ou newsgroups, enquanto que a percentagem de raparigas que fazem o mesmo decresce para os 29,1%. Metade dos jovens internautas dos 16 aos 72


18 anos participa em chats ou newsgroups enquanto que apenas 26,4% dos mais novos fazem a mesma coisa. Quanto a combinar ou marcar saídas com os amigos, as diferenças entre os sexos não são muito marcadas. É entre os diferentes escalões etários que se verificam as maiores diferenças, em especial, se compararmos os inquiridos mais novos com os mais velhos. Como seria de esperar, é entre estes que se verifica a maior percentagem de inquiridos, totalizando 38,4%, que marcam ou combinam encontros com os amigos através da internet, visto serem mais velhos e gozarem de maior autonomia e liberdade. Os mais velhos utilizam assim a internet como um meio de aprofundar as suas relações offline. Entre os mais novos apenas 18,4% afirmam usar a internet para combinarem ou marcarem saídas. Verifica-se ainda uma percentagem um pouco maior de rapazes do que de raparigas que contactam com os amigos na rede quando estão desanimados. Mas mais uma vez é na comparação entre as faixas etárias que se observam as maiores diferenças. 34% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos afirmam que contactam os amigos na rede quando estão desanimados enquanto que nos restantes escalões etários a percentagem de jovens que admitem fazê-lo decresce para os 18,8%. No que respeita à consulta de blogues, mais uma vez as diferenças mais relevantes verificam-se comparando os inquiridos de diferentes idades. É entre os jovens dos 13 aos 15 anos que há maior percentagem de inquiridos que consultam blogues na internet (27,3%) e é entre os mais novos que se verifica a maior percentagem de inquiridos que o fazem (16,7%). Ademais, entre 15% a 20% dos jovens descarregam músicas da rede, inteiram-se de notícias

desportivas,

pesquisam

informação

sobre

espectáculos

programados,

transmitem fotografias suas ou da sua família ou cartões de felicitações electrónicos. Quanto a diferenças relevantes entre os sexos, há uma maior fracção de jovens do sexo masculino que descarregam música da rede (25,7%), que se inteiram de notícias desportivas (20,1%) e que pesquisam informação sobre espectáculos programados (20,2%) do que de inquiridas, cujas fracções daquelas que utilizam a internet para estes fins são 11%, 13% e 12,2%, respectivamente. Quanto às diferenças entre faixas etárias, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que descarregam música da rede (28%), que se inteiram das notícias desportivas (29,1%), que transmitem fotografias ou felicitações electrónicas (20,9% e 20,8%, respectivamente) e que pesquisam informação sobre espectáculos programadas. De um modo geral, as percentagens de jovens que usam a rede para estes fins diminuem nos restantes escalões

73


etários, em alguns casos, para menos de metade das fracções verificadas entre os mais velhos. Outras actividades como pesquisar informação sobre a própria cidade, inteirar-se de notícias na imprensa geral, pesquisar informação sobre cursos de formação ou descarregar software da rede são realizados por percentagens de jovens entre os 10% e os 15%. Há visivelmente, maiores percentagens de rapazes que usam a rede para inteirarem-se de notícias na imprensa geral (15,8%), pesquisarem informação sobre cursos de formação (14,9%) e descarregarem software da rede (16,1%), enquanto que entre as raparigas, essas fracções decrescem para os 8,8%, 8,4% e 5,3% respectivamente. No que respeita às diferenças etárias, são os jovens dos 16 aos 18 anos os que mais utilizam a internet para, igualmente, inteirarem-se de notícias na imprensa geral (17,4%), pesquisarem informação sobre cursos de formação (20,9%) e descarregarem software da rede (15,5%). Nos restantes escalões etários, as fracções de jovens que usam a rede para os fins mencionados chega a ser menos de metade das verificadas entre os internautas mais velhos. Curiosamente, verifica-se uma maior percentagem de jovens dos 8 aos 12 anos que pesquisam na rede informação sobre a sua cidade (20,6%), em comparação com apenas 8,5% de internautas dos 13 aos 15 anos. Observa-se ainda que fracções de jovens inquiridos entre os 5% e os 10% produzem conteúdos para blogues, pesquisam informações sobre viagens, trabalham a partir de casa, telefonam através da internet, participam em cursos online, pesquisam informação sobre serviços públicos, procuram trabalho ou efectuam compras diversas ou pesquisam informações sobre a sua saúde ou de pessoas próximas. Menos de 5% dos jovens enviam mensagens de correio electrónico para programas de rádio ou de televisão, pesquisam receitas na internet, organizam actividades com crianças, pesquisam informação política ou sindical, compram ou reservam entradas para espectáculos, compram livros ou música online, fazem reservas de viagens, alojamento ou alugam um automóvel, procuram apartamento, compram produtos informáticos realizam operações com o seu banco ou admitem consultar ou descarregar pornografia. Além disso, menos de 1% dos internautas inquiridos pesquisam informação sobre gays e lésbicas, participam ou compram num leilão ou compram produtos alimentícios e de limpeza online.

74


Tabela 49: Utiliza a internet ou o correio electrónico para: % Transmitir e receber mensagens de correio electrónico

58,5

Participar em chats ou newsgroups

38,7

Participar ou comprar num leilão

,2

Comprar produtos alimentícios e de limpeza

,2

Comprar livros ou música

2,9

Comprar produtos informáticos

2,3

Comprar ou reservar entradas para espectáculos

3,0

Comprar outras coisas

5,4

Fazer reservas de viagens ou alojamento ou alugar um carro

2,9

Realizar operações com o seu banco

2,0

Trabalhar a partir de casa

8,0

Procurar trabalho

5,4

Procurar apartamento

2,8

Participar em cursos online

6,4

Inteirar-se de notícias na imprensa geral

12,5

Inteirar-se de notícias desportivas

16,8

Navegar pela internet sem objectivos concretos

41,4

Jogar videojogos pela internet

41,4

Transmitir cartões de felicitações electrónicos

15,1

Transmitir fotografias suas ou da sua família

16,3

Descarregar músicas da rede

18,9

Pornografia (consultar, descarregar)

1,9

Pesquisar informação sobre viagens

8,2

Pesquisar informação sobre a sua cidade

14,5

Pesquisar informação sobre espectáculos programados

16,5

Pesquisar informação sobre cursos de formação

11,9

Pesquisar informação política ou sindical

3,4

Pesquisar informação sobre a sua associação profissional

3,0

Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de pessoas próximas

5,1

Pesquisar informação sobre serviços públicos

6,1

Pesquisar informação sobre gays e lésbicas

,7

Descarregar software da rede

11,0

Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas

54,5

Telefonar através da internet

7,7

Combinar ou marcar saídas com amigos

29,8

Organizar as actividades das crianças

3,5

Pesquisar receitas de cozinha

4,9

Contactar com amigos quando está desanimado

24,6

Consultar blogues

21,9

Produzir conteúdos para blogues

9,6

Enviar mensagens de correio electrónico para programas de televisão

2,2

Enviar mensagens de correio electrónico para programas de rádio

4,9

75


Sexo do entrevistado Masculino N Transmitir e receber mensagens de correio electrónico Participar em chats ou newsgroups

Feminino

%

N

%

67

64,0

48

52,3

27

29,1

1

1,1

49

47,0

Participar ou comprar num leilão

0

,3

Comprar produtos alimentícios e de limpeza

0

,3

Comprar livros ou música

5

4,5

Comprar produtos informáticos

4

4,2

Comprar ou reservar entradas para espectáculos

3

2,5

3

3,5

Comprar outras coisas

6

6,0

4

4,7

4

3,4

2

2,3

Fazer reservas de viagens ou alojamento ou alugar um carro Realizar operações com o seu banco

2

1,6

2

2,3

13

12,9

2

2,4

Procurar trabalho

8

7,4

3

3,2

Procurar apartamento

4

3,7

2

1,8

Participar em cursos online

11

10,5

2

1,8

Inteirar-se de notícias na imprensa geral

16

15,8

8

8,8

Inteirar-se de notícias desportivas

21

20,1

12

13,0

Navegar pela internet sem objectivos concretos

50

47,7

31

34,2

Jogar videojogos pela internet

51

48,5

30

33,3

Transmitir cartões de felicitações electrónicos

18

17,2

12

12,8

Transmitir fotografias suas ou da sua família

18

17,3

14

15,1

Descarregar músicas da rede

Trabalhar a partir de casa

27

25,7

10

11,0

Pornografia (consultar, descarregar)

3

2,5

1

1,2

Pesquisar informação sobre viagens

9

8,8

7

7,4

15

14,7

13

14,3

21

20,2

11

12,2

16

14,9

8

8,4

4

3,8

3

3,0

3

2,6

3

3,5

7

6,3

3

3,8

8

7,2

4

4,9

0

,3

1

1,1

Descarregar software da rede

17

16,1

5

5,3

Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas

57

54,5

50

54,5

Telefonar através da internet

11

10,8

4

4,2

Combinar ou marcar saídas com amigos

34

32,3

25

27,0

5

4,4

2

2,4

Pesquisar informação sobre a sua cidade Pesquisar informação sobre espectáculos programados Pesquisar informação sobre cursos de formação Pesquisar informação política ou sindical Pesquisar informação sobre a sua associação profissional Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de pessoas próximas Pesquisar informação sobre serviços públicos Pesquisar informação sobre gays e lésbicas

Organizar as actividades das crianças Pesquisar receitas de cozinha

5

5,2

4

4,6

Contactar com amigos quando está desanimado

29

27,9

19

20,9

Consultar blogues

23

22,4

20

21,4

Produzir conteúdos para blogues

12

11,5

7

7,5

3

3,1

1

1,1

6

6,2

3

3,5

Enviar mensagens de correio electrónico para programas de televisão Enviar mensagens de correio electrónico para programas de rádio

76


Idade 8 aos 12 anos N Transmitir e receber mensagens de correio electrónico Participar em chats ou newsgroups

%

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

%

26

42,9

31

52,9

57

75,7

16

26,4

22

36,9

38

50,0

0

,4

Participar ou comprar num leilão Comprar produtos alimentícios e de limpeza

0

,4

Comprar livros ou música

3

5,2

3

3,3

Comprar produtos informáticos

3

5,2

1

1,6

Comprar ou reservar entradas para espectáculos Comprar outras coisas Fazer reservas de viagens ou alojamento ou alugar um carro Realizar operações com o seu banco Trabalhar a partir de casa

3

5,6

2

3,3

3

5,2

3

5,6

4

5,3

3

5,2

1

1,8

1

1,8

1

1,8

3

3,6

5

7,4

4

7,4

7

8,9

2

3,7

8

11,1

Procurar trabalho Procurar apartamento

6

7,3

9

12,5

Participar em cursos online

3

5,2

Inteirar-se de notícias na imprensa geral

7

11,1

5

7,7

13

17,4

Inteirar-se de notícias desportivas

4

7,1

6

11,0

22

29,1

22

35,1

24

41,0

35

46,8

Navegar pela internet sem objectivos concretos Jogar videojogos pela internet

28

46,2

29

48,9

24

31,7

Transmitir cartões de felicitações electrónicos

6

10,1

8

13,2

16

20,8

Transmitir fotografias suas ou da sua família

7

11,9

9

14,9

16

20,9

Descarregar músicas da rede

4

6,8

12

19,7

21

28,0

1

2,0

3

3,4

Pornografia (consultar, descarregar) Pesquisar informação sobre viagens Pesquisar informação sobre a sua cidade Pesquisar informação sobre espectáculos programados Pesquisar informação sobre cursos de formação Pesquisar informação política ou sindical Pesquisar informação sobre a sua associação profissional Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de pessoas próximas Pesquisar informação sobre serviços públicos

7

12,1

1

1,8

8

10,0

13

20,6

5

8,5

11

14,2

9

14,5

6

9,5

18

23,6

3

5,2

4

7,3

16

20,9

7

8,9

4

6,8

3

5,2

2

3,8

4

4,9

1

1,8

5

6,4

9

11,7

1

1,8

Pesquisar informação sobre gays e lésbicas Descarregar software da rede Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas Telefonar através da internet

6

9,0

4

7,4

12

15,5

35

56,4

28

48,3

44

57,8

7

11,7

8

10,5

11

18,4

18

30,8

29

38,4

Organizar as actividades das crianças

3

5,2

2

3,7

1

1,8

Pesquisar receitas de cozinha

3

5,2

4

7,6

2

2,7

12

18,8

11

18,8

26

34,0

Combinar ou marcar saídas com amigos

Contactar com amigos quando está desanimado Consultar blogues

10

16,7

16

27,3

17

21,9

Produzir conteúdos para blogues

6

9,2

4

7,2

9

11,7

Enviar mensagens de email para a televisão

1

1,4

3

4,5

Enviar mensagens de email para programas de rádio

5

8,4

4

4,6

1

1,7

77


A utilização que uma percentagem substancialmente maior de jovens internautas fazem da internet ou do correio electrónico é procurar informação relacionada com os estudos (em 86,5%) dos casos. Comparando entre os sexos, verifica-se uma maior percentagem de inquiridas (93,8%)

que procuram informação para os seus estudos do que de

internautas do sexo masculino (80,2%). Curiosamente, verifica-se uma percentagem um pouco superior de adolescentes que procuram informações sobre os seus estudos online entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (91%) do que entre os inquiridos dos outros escalões etários (um pouco acima dos 84% nos escalões mais velhos). As actividades mais lúdicas são praticadas por percentagens bem menores de jovens. Estas percentagens indicam uma heterogeneidade de interesses entre os jovens. Jogar jogos online é uma actividade que 35,3% dos jovens dizem fazer. Os jogos online são mais populares entre os internautas do sexo masculino visto que 40,2% destes inquiridos jogam online enquanto que entre as jovens a percentagem de jogadoras é de 29,6%. Os jogos online são também mais populares entre os mais novos onde se verifica uma percentagem de 41,9% de jogadores. O interesse vai decrescendo nos escalões etários mais velhos e entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos a percentagem de jogadores decresce para os 26,8% Actividades como enviar ficheiros ou fotografias, entrar em chats ou comunidades virtuais ou ouvir rádio através da internet são práticas por entre 20% a sensivelmente 25% dos jovens internautas. Entre os sexos, as maiores diferenças verificam-se quanto a entrar em chats ou comunidades virtuais ou ouvir rádio através da internet com 25,8% e 24,5% dos rapazes a realizarem essas actividades, respectivamente, em comparação com 18% e 15,7% das raparigas, respectivamente. Quanto às diferenças entre os escalões etários observa-se que a prática de enviar ficheiros e fotografias vai aumentando com a idade visto que apenas 10,6% e 10,4% dos internautas mais novos afirmam que enviam ficheiros e fotografias, respectivamente, enquanto que entre os mais velhos essas fracções são de 36,7% e 31,7%, respectivamente. Entrar em chats ou em comunidades virtuais é também mais comum entre os mais velhos onde 33,6% o fazem, sendo uma actividade menos comum entre os mais novos onde 15,3% têm esse hábito. Entre 10% e 20% dos internautas inquiridos utilizam a rede para procurarem informações sobre actividades na sua localidade, descarregarem músicas ou filmes da rede, lerem opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet ou blogues, ver 78


televisão ou filmes disponíveis na internet ou entrarem numa página da internet relacionada com um programa de televisão. Observa-se uma maior percentagem de inquiridas que procuram informação sobre actividades da sua localidade (23,9%) do que de rapazes (16,4%). Por seu turno, há uma maior percentagem de internautas do sexo masculino que descarregam músicas ou filmes da internet (22,2%), lêem opiniões de outras pessoas nas suas páginas online (16%), vêem televisão ou filmes disponíveis na internet (19,9%) ou que entram numa página relacionada com um programa televisivo (14,2%), em comparação com 12,8%, 11%, 6,1% e 10,1% das jovens inquiridas, respectivamente. Comparando as faixas etárias, é curioso verificar uma percentagem maior de inquiridos dos 8 aos 12 que procuram informações sobre actividades na sua localidade (25,4%) do que entre os mais velhos (19%), visto que os jovens mais velhos supostamente gozam de mais liberdade e mais autonomia para sair e portanto estariam, em princípio, mais interessados em saber o que se passa na sua localidade em termos de actividades. Todavia, as diferenças percentuais não são suficientemente discrepantes para podermos tirar grandes conclusões. Quanto a descarregar filmes é claramente uma actividade mais realizada pelos inquiridos dos escalões etários mais velhos, em especial pelos inquiridos dos 13 aos 15 anos (24,3%) do que pelos internautas mais novos (6,6%). Também se verificam percentagens maiores de inquiridos entre os 13 e os 18 anos que lêem opiniões de outras pessoas nas suas páginas online (cerca de 15%) do que entre os mais novos (10,8%). Quanto a ver televisão ou filmes disponíveis na internet a maior percentagem de inquiridos que o fazem verifica-se entre os 16 e os 18 anos (18,9%) e a menor entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (7,5%). Publicar fotografias na rede, escrever num blogue ou website, investigar sobre um produto que se quer comprar, descarregar software, comparar preços de um produto e interagir com a televisão são actividades realizadas por menos de 10% dos jovens inquiridos. Verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que publicam fotografias na rede do que de raparigas. Também há uma maior percentagem de rapazes que investigam sobre um produto que querem comprar, descarregam software, comparam preços de um produto e que interagem com a televisão através da internet. Inversamente, uma fracção ligeiramente superior de inquiridas do que de rapazes escrevem num blogue ou website. Verifica-se também fracções maiores de inquiridos mais velhos do que de jovens mais novos que publicam fotografias online, investigam sobre um produto que querem comprar, descarregam software e que comparam preços de um produto. Inversamente percentagens ligeiramente superiores de inquiridos mais 79


novos do que jovens mais velhos, escrevem num blogue ou website e interagem com a televisão. Porém, as diferenças percentuais são pequenas e não permitem tirar conclusões cabais quanto às diferenças entre escalões etários.

Tabela 50: Utiliza a internet ou e-mail para fazer alguma das seguintes actividades: % Procurar informação relacionada com os estudos

86,5

Procurar informação sobre actividades na minha localidade

19,9

Enviar ficheiros

25,2

Enviar fotografias

22,7

Publicar fotografias

9,2

Fazer download de música ou filmes da rede

17,8

Fazer download de software da rede

8,2

Investigar sobre um produto que quero comprar

8,6

Comparar preços de um produto

7,5

Escrever num blogue ou website

9,1

Ler opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet ou blogues

13,6

Jogar jogos online

35,3

Entrar em chats ou comunidades virtuais

22,2

Entrar numa página da internet relacionada com um programa de televisão

12,3

Interagir com a televisão

3,2

Ouvir rádio através de internet

20,4

Ver televisão ou filmes disponíveis na internet

13,5

NS/NR

1,3

80


Sexo do entrevistado Masculino N Procurar informação relacionada com os estudos Procurar informação sobre actividades na minha localidade Enviar ficheiros Enviar fotografias Publicar fotografias Fazer download de música ou filmes da rede Fazer download de software da rede Investigar sobre um produto que quero comprar Comparar preços de um produto Escrever num blogue ou website Ler opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet Jogar jogos online Entrar em chats ou comunidades virtuais Entrar numa página da internet relacionada com um programa de televisão Interagir com a televisão Ouvir rádio através de internet Ver televisão ou filmes disponíveis na internet

Feminino %

N

%

84

80,2

86

93,8

17

16,4

22

23,9

28

26,6

22

23,7

24

23,1

20

22,3

12

11,1

6

7,0

23

22,2

12

12,8

12

11,8

4

4,2

12

11,9

4

4,7

12

11,9

2

2,4

8

7,4

10

11,0

17

16,0

10

11,0

42

40,2

27

29,6

27

25,8

16

18,0

15

14,2

9

10,1

5

5,0

1

1,1

26

24,5

14

15,7

21

19,9

6

6,1

81


Idade 8 aos 12 anos N Procurar informação relacionada com os estudos Procurar informação sobre actividades na minha localidade Enviar ficheiros Enviar fotografias Publicar fotografias Fazer download de música ou filmes da rede Fazer download de software da rede Investigar sobre um produto que quero comprar Comparar preços de um produto Escrever num blogue ou website Ler opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet Jogar jogos online Entrar em chats ou comunidades virtuais Entrar numa página da internet relacionada com um programa de televisão Interagir com a televisão Ouvir rádio através de internet Ver televisão ou filmes disponíveis na internet

%

13 aos 15 anos N

16 aos 18 anos

%

N

%

56

91,0

49

84,1

64

84,8

16

25,4

9

15,3

14

19,0

7

10,6

15

25,7

28

36,7

6

10,4

14

23,9

24

31,7

4

6,8

6

9,8

8

10,6

4

6,8

14

24,3

16

21,7

4

6,8

4

7,4

8

10,1

4

6,8

3

5,5

9

12,4

4

6,8

2

3,7

8

10,9

7

11,0

5

9,1

6

7,5

7

10,8

9

14,8

11

15,0

26

41,9

23

39,2

20

26,8

9

15,3

9

14,8

25

33,6

6

10,5

7

12,4

10

13,7

3

5,2

1

1,8

2

2,7

11

18,2

11

18,4

18

23,6

8

12,5

4

7,5

14

18,9

As mensagens spam não são uma preocupação para os jovens que utilizam o correio electrónico. Destes, 47,1% declaram que não recebem mensagens spam e 14,1% afirmam que as recebem mas o número de mensagens spam que recebem não chega para os incomodar. Cerca de 10% dizem que recebem frequentemente muitas mensagens spam e 5,2% dizem que recebem mesmo muitas dessas mensagens.

82


Tabela 51: Afirmação que descreve melhor a sua atitude acerca da recepção de correio electrónico não solicitado

N

%

Eu não recebo mensagens spam de correio electrónico

92

47,1

Eu recebo mensagens spam mas o número que recebo não me incomoda

28

14,1

Eu recebo frequentemente muitas mensagens spam

20

10,2

10

5,2

46

23,5

196

100,0

Eu recebo mesmo muitas mensagens spam Ns/nr Total

Blogues Não deixa de ser relevante, no que respeita à juventude portuguesa, o facto de apenas 40% saberem o que é um blogue. Note-se que entre os inquiridos online mais de metade já fez um blogue e depreende-se que uma percentagem maior de inquiridos sabe que o é um blogue e que já visitou blogues. Tal situação marca um contraste entre aqueles familiarizados e socializados na internet e a população juvenil em geral. Verifica-se ainda que há percentagem maior de jovens do sexo masculino que pelo menos sabem que os blogues existem (45,5%) do que de raparigas (34,8%). Como seria de esperar há uma maior percentagem de jovens inquiridos entre os mais velhos, a partir dos 13 anos, que sabe o que é um blogue. Cerca de metade dos inquiridos mais velhos sabe da existência da blogosfera em comparação com apenas 25,1% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos.

Tabela 52: Sabe o que é um blogue

N

%

Sim

111

40,3

Não

158

57,2

Ns/nr

7

2,5

Total

276

100,0

83


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

64

45,4

47

34,8

Não

72

51,1

86

63,6

Ns/nr

5

3,4

2

1,6

Total

141

100,0

135

100,0

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

27

25,1

35

50,5

49

49,7

Não

78

72,6

32

46,3

47

48,1

Ns/nr

3

2,3

2

3,2

2

2,3

Total

108

100,0

70

100,0

98

100,0

Dentro daqueles que sabem da existência dos blogues, apenas 20% mantém algum blogue. No entanto, é curioso notar que entre estes inquiridos, há uma percentagem ligeiramente mais elevada de jovens do sexo feminino que mantêm um blogue (22,1%) em comparação com os rapazes (18,3%). Estes dados são assim coerentes com a informação obtida online, o que permite concluir uma tendência para haver mais raparigas a manter um blogue dentro do contexto português. Surpreendentemente, não se verificam diferenças significativas entre os escalões etários no que respeita à manutenção de um blogue. Seria de esperar que a percentagem de inquiridos que têm um blogue na internet fosse maior entre os jovens mais velhos. Pelo contrário, verificase até uma percentagem ligeiramente superior de inquiridos mais novos que mantêm um blogue, embora essa diferença seja muito pequena o que não permite tirar conclusões quanto à diferenciação dos jovens em diferentes escalões etários.

Tabela 53: Mantém algum blogue

N

%

Sim

22

20,0

Não

86

80,0

Total

108

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

11

18,3

10

22,1

Não

50

81,7

37

77,9

Total

61

100,0

47

100,0

84


Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

6

21,9

6

19,1

10

19,5

Não

20

78,1

27

80,9

39

80,5

Total

26

100,0

33

100,0

49

100,0

Mais uma vez, dentro daqueles que sabe da existência dos blogues, apenas uma minoria (21%) costuma navegar pela blogosfera. A percentagem daqueles que têm por hábito navegar na blogosfera e daqueles que mantêm um blogue é praticamente idêntica, com um diferença de apenas 1%. Isto poderá querer dizer que aqueles jovens que navegam na blogosfera são os mesmo que mantêm um blogue. Esta hipótese é confirmada pelo teste do qui-quadrado, que testa a relação entre a manutenção de um blogue e a navegação pela blogosfera, cujo resultado foi estatisticamente significativo (para um p<0,001). A medida de associação V de Cramer teve como resultado o valor de 0,41, o que demonstra uma associação mediana mas relevante entre os dois factores. De facto o blogue é um forma de interacção entre utilizadores da internet com as suas características próprias. O processo passa em colocar textos, impressões ou descrições da vida quotidiana que são expostos online e passíveis de serem comentados por outros utilizadores. Entre os sexos são se verificam grandes diferenças mas curiosamente é há uma percentagem um pouco mais elevada de inquiridos dos 8 aos 12 anos que têm por hábito navegar na blogosfera (24,8%) em comparação com os jovens dos 13 aos 15 anos (22%) e dos 16 aos 18 anos (18,4%).

Tabela 54: Costuma navegar pela blogosfera

N Sim

% 23

21,0

Não

85

79,0

Total

108

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Sim Não Total

Feminino %

13 48 61

21,9 78,1 100,0

N

% 9 38 47

20,0 80,0 100,0

85


Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

Sim Não Total

6 20 26

24,8 75,2 100,0

% 7 26 33

22,0 78,0 100,0

% 9 40 49

18,4 81,6 100,0

Pouco mais de um quarto dos jovens costuma interagir com blogues. Mais uma vez, verificam-se percentagens semelhantes entre aqueles que têm por hábito interagir com blogues, aqueles que costumam navegar na blogosfera e aqueles que mantêm um blogue, o que indicia que estas actividades estão todas correlacionadas. Tal situação é confirmada pelos testes do qui-quadrado efectuados, que relacionaram estas variáveis, cujo resultado foi sempre estatisticamente significativo (.para um p<0,001). A medida de associação V de Cramer entre manter um blogue e interagir com blogues foi de 0,58 e entre navegar na blogosfera e interagir com blogues foi de 0,42, que indicia associações médias, mas bastante relevantes, entre as variáveis. Observa-se ainda uma percentagem ligeiramente superior de raparigas que interagem com blogues (28,5%), embora não seja muito discrepante da verificada entre os rapazes (25,7%). Além disso, verifica-se que há uma maior percentagem de jovens dos 13 aos 15 anos que interage com blogues (34,1%), em comparação com 26,1% de jovens dos 16 aos 18 anos e com 19,4% de inquiridos dos 8 aos 12 anos. A quase totalidade dos jovens (95,7%) tem apenas um blogue a funcionar.

Tabela 55: Costuma interagir com blogues

N

%

Sim

29

26,9

Não

79

73,1

Total

108

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Sim Não Total

Feminino %

16 45 61

25,7 74,3 100,0

N

% 13 34 47

28,5 71,5 100,0

86


Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

Sim Não Total

% 5 21 26

%

19,4 80,6 100,0

11 22 33

34,1 65,9 100,0

% 13 36 49

26,1 73,9 100,0

Tabela 56: Quantos têm a funcionar

N Um

% 21

95,7

1

4,3

22

100,0

Entre dois e quatro Total

Perto de 30% dos jovens actualiza o seu blogue diariamente ou várias vezes por semana, mas a maioria actualiza o blogue uma vez por semana ou uma vez por mês. Observa-se também que 38,3% dos jovens consulta outros blogues diariamente ou várias vezes por semana. Contudo, a maioria apenas o faz uma vez por semana ou com ainda menos frequência.

Tabela 57: Actualiza-o(s) com que frequência

N Diariamente Duas a três vezes por semana Uma vez por semana Uma vez por mês Ns/nr Total

% 3 3 7 4 4 22

14,4 15,3 30,8 20,0 19,4 100,0

Tabela 58: Com que frequência consulta outros blogues N

%

Diariamente

6

16,6

Duas a três vezes por semana

8

21,7

Uma vez por semana

9

22,9

Uma vez por mês

5

13,1

Menos de uma vez por mês

6

16,7

Ns/nr

3

8,9

Total

37

100,0

Entre os jovens que consultam blogues, o entretenimento aparece como o tema mais relevante para 48,4% dos jovens na primeira opção e para 13,9% dos jovens na segunda opção. O segundo tema mais popular é a vida pessoal de um círculo de pessoas restrito, 87


o preferido de 22,8% dos jovens na primeira opção e de 13,4% na segunda opção. Entre as terceiras opções, torna-se mesmo o tema mais relevante, recolhendo 11,5% das preferências. Os temas polémicos da actualidade são apenas relevantes uma minoria dos jovens na primeira opção (2,9%), ganhando depois maior relevância como segunda opção (8,8%) e em especial como terceira opção (10,4%) Os temas relativos a cultura e comunicação também aparecem como pouco relevantes na primeira e na segunda opções mas ganha maior relevância entre como terceira opção, chamando a atenção de 10,9% dos jovens.

Tabela 59: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 1º

N Cultura e comunicação Entretenimento Saúde Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito Temas polémicos da actualidade Outro Ns/nr Total

% 1

2,8

19 1 9 1 3 5 39

48,4 2,9 22,8 2,9 7,3 12,9 100,0

Outro N

% 273

99,0

Aves

1

,3

Informática

1

,3

Poesia Total

1

,4

276

100,0

Tabela 60: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 2º

N Ambiente Cultura e comunicação Entretenimento Saúde Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito Assuntos Profissionais Temas polémicos da actualidade Nenhum Outro Ns/nr Total

% 4 2 5 1 5 2 3 2

11,2 4,7 13,9 2,8 13,4 5,6 8,8 4,7

1 12 39

2,6 32,2 100,0

88


Outro N Música Total

% 275

99,6

1

,4

276

100,0

Tabela 61: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 3º

N

%

Ambiente

2

5,8

Cultura e comunicação

4

10,9

Saúde

1

2,1

Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito

4

11,5

Temas polémicos da actualidade

4

10,4

Nenhum

4

10,8

Outro

1

2,8

Ns/nr

18

45,7

Total

39

100,0

Outro N

% 275

99,6

1

,4

276

100,0

Namoro Total

60,5% dos jovens declara que se informa habitualmente sobre os blogues a consultar através de avisos de amigos, o que demonstra a importância dos círculos de amigos e das relações pessoais fora da internet. Apenas 16,4% dos jovens chega a determinados blogues através de pesquisas em motores de busca e uma percentagem ainda menor (11,3%) pelos outros blogues que consultam.

Tabela 62: Como se informa habitualmente sobre os blogues a consultar:

N Através de avisos de amigos

% 23

60,5

Pelos outros blogues que consulto

4

11,3

Pesquiso em motores de busca

6

16,4

Ns/nr

5

11,8

Total

39

100,0

89


Uma percentagem significativa dos inquiridos (46%) que navegam na blogosfera, consulta alguns blogues sobre opinião e não de notícias e 41,1% afirma que consultam blogues relacionados com os mesmos temas. É relevante ainda a percentagem de inquiridos que alguns blogues sobre informação repetida relativamente ao noticiado através dos jornais, da rádio ou da televisão (31,7%) e de jovens que procuram nos blogues mais uma tertúlia do que um local de notícias (29,9%). Perto de 20% dos jovens internautas utiliza também alguns blogues para discutir o que se noticia na TV, rádio e jornais. A consulta de blogues escritos por pessoas que já escrevem em jornais ou falam em televisões, mantidos por professores do ensino secundário e universitários ou por pessoas que já fazem política activamente na sua vida diária são menos frequentes. 30% dos jovens inquiridos acham ainda que alguns blogues são quase sempre pouco credíveis. Contudo, apenas 27,2% dos jovens têm uma postura crítica perante a informação que obtêm na blogosfera e têm o cuidado de cruzar a com outras fontes de informação.

Tabela 63: Os blogues que consulta são:

Quase sempre escritos por pessoas que já escrevem em jornais ou falam em televisões Quase sempre mantidos por professores do ensino secundário e universitários Quase sempre mantidos por pessoas que já fazem política activamente na sua vida diária Quase sempre informação repetida relativamente às notícias que leio nos jornais, ouço na rádio ou vejo na televisão Quase sempre de opinião e não de notícias Quase sempre sobre os mesmos temas Quase sempre para discutir o que se noticia na TV, rádio e jornais Quase sempre mais uma tertúlia do que um local de notícias Quase sempre pouco credíveis

Nenhuns (%)

Poucos (%)

Alguns (%)

Todos (%)

Ns/nr (%)

41,2

15,7

13,3

_

29,8

41,0

20,2

7,8

_

30,9

51,6

14,8

13,1

_

20,4

32,1

10,0

31,7

_

26,1

13,3

10,3

46,0

8,3

22,1

22,7

15,8

41,1

_

20,4

41,3

15,8

19,9

_

23,0

19,1

19,5

29,9

11,0

20,4

26,8

12,8

30,0

_

30,5

90


Tabela 64: Tem o cuidado de cruzar com outras fontes a informação que consta dum blogue

N

%

Sim

10

27,2

Não

21

54,7

Ns/nr

7

18,2

Total

39

100,0

Ainda no que respeita à consulta dos blogues, a necessidade de procurar informação sobre um determinado tema é o motivo mais citado pelos jovens, nomeadamente, por 36,9% dos jovens inquiridos. Em segundo lugar, aparece a curiosidade sobre uma matéria que surgiu na actualidade, e que é um motivo adiantado por 15,1%. Apenas uma pequena minoria, 5,1% dos jovens inquiridos, declara que o principal motivo porque consultam um blogue é porque necessitam de mais informação sobre uma personalidade.

Tabela 65: Principal motivo porque consulta um blogue: N

%

Porque quero saber mais sobre uma matéria que surgiu na actualidade

6

15,7

Porque necessito de procurar informação sobre um determinado tema

14

36,9

Porque necessito de mais informação sobre uma personalidade

2

5,1

Outro motivo

8

21,0

Ns/nr

8

21,4

Outro Motivo N

% 268

97,1

Comentar e ver fotos dos amigos

1

,3

Curiosidade

2

,8

Divertimento

1

,4

Para entretenimento

1

,3

Para passar tempo

1

,4

Para saber dos meus amigos

1

,4

Pesquisar Total

1

,4

276

100,0

91


Serviço de mensagens instantâneas (IMPs) Dentro daqueles que têm acesso à internet, 31,5% dos jovens utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (MSN Messenger, Yahoo Messenger, Sapo, etc.). Não se verificam grandes discrepâncias entre os sexos, por outro lado, observa-se claramente que os inquiridos mais velhos são os maiores utilizadores e a sua utilização decresce entre os inquiridos mais novos. Apenas 18,3% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos declara que utiliza serviços de mensagens instantâneas, entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos essa percentagem sobe para os 33,1% e entre os mais velhos chega aos 41,1%.

Tabela 66: Utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (IMPs)

N

%

Sim

63

31,5

Não Não sabe do que se trata Ns/nr

120 14 4

59,4 6,9 2,2

Total

201

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

32

30,0

31

33,2

Não

64

59,7

55

59,1

Não sabe do que se trata

9

8,1

5

5,5

Ns/nr

2

2,2

2

2,2

Total

108

100,0

94

100,0

Idade 8 aos 12 anos N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total

12 42 9 1 64

% 18,3 66,4 13,8 1,5 100,0

13 aos 15 anos N 20 36 1 3 61

% 33,1 60,0 1,7 5,2 100,0

16 aos 18 anos N 32 41 4 0 77

% 41,1 53,1 5,3 ,4 100,0

Entre os utilizadores de serviços de mensagens instantâneas, 71,3% usa esses serviços com frequência, isto é, diariamente ou duas a três vezes por semana, estando em minoria os utilizadores esporádicos. Há mais utilizadores frequentes do sexo masculino do que do sexo feminino, e entre aqueles 52,8% declara que utiliza IMP’s diariamente

92


em compara com 31,2% das raparigas. Como se verificou há uma menor percentagem de inquiridos mais novos a utilizar IMP’s, mas estes poucos utilizadores mais novos são utilizadores bastante frequentes desses serviços: 64,5% utiliza esses serviços diariamente e os restantes utilizam duas a três vezes por semana. Ao contrário do que acontece com a utilização simples dos serviços de mensagens instantâneas, a frequência de utilização decresce entre os escalões mais velhos. Entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, 56,6% utiliza esses serviços diariamente e 17,5% utiliza-os duas a três vezes por semana. Entre os inquiridos mais velhos essas percentagens decrescem para 24,9% e 34,1% respectivamente. Há, portanto, mais utilizadores entre os mais velhos mas são utilizadores mais esporádicos, seguindo outros interesses e outras actividades.

Tabela 67: Utiliza-o com que frequência:

N

%

Diariamente Duas a três vezes por semana Uma vez por semana Uma vez por mês Menos de uma vez por mês Total

27 18 11 3 4 63

42,2 29,1 17,8 5,1 5,8 100,0

Sexo do entrevistado Masculino N Diariamente

Feminino

%

N

%

17

52,8

10

31,2

Duas a três vezes por semana

9

27,7

10

30,6

Uma vez por semana

5

16,7

6

18,9

Uma vez por mês

1

2,9

2

7,3

Menos de uma vez por mês

_

_

4

11,9

32

100,0

31

100,0

Total

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

%

16 aos 18 anos N

%

Diariamente

8

64,5

11

56,6

8

24,9

Duas a três vezes por semana

4

35,5

4

17,5

11

34,1

Uma vez por semana

_

_

2

10,3

9

29,0

Uma vez por mês

_

_

1

6,2

2

6,2

Menos de uma vez por mês Total

_

_

2

9,4

2

5,8

12

100,0

20

100,0

32

100,0

93


Praticamente todos os inquiridos falam com amigos (98,8%) e 30,7% fala com familiares. É curioso constatar que nenhum dos inquiridos declarou falar com outras pessoas. 71,4% dos jovens declara ainda que personaliza os seus IMP’s com fotos ou imagens, sendo menos frequente a utilização de frases pessoais ou pensamentos (34,3%) e a ainda menos colocar num mostrador do serviço as músicas em audição (10,6%). Apenas uma pequena minoria (3,6%) declara não usar qualquer tipo de personalização. 54,2% dos jovens afirma que as personalizações servem para demonstrar o seu estado de alma e 32,1% declaram que serve para afirmar uma causa ou uma ideia, sendo estes os dois principais motivos das personalizações. 10,6% afirma ainda que as suas personalizações servem para partilhar o estilo de música de que gostam e para 7,2% para exibir um símbolo, um herói ou um role model.

Tabela 68: Com quem é que comunica, através desse serviço: N

%

Amigos

62

98,8

Familiares

19

30,7

Colegas de trabalho

4

6,5

Outras pessoas

0

0,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Amigos Familiares Colegas de trabalho

Feminino

% 31 11 3

N 97,7 34,8 9,9

31 8 1

% 100,0 26,4 2,9

Idade

Amigos Familiares Colegas de trabalho

8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

12 4 _

% 100,0 38,4 _

20 3 _

% 100,0 16,2 _

31 12 4

% 97,7 37,0 12,9

94


Tabela 69: Tem os seus IMPs personalizados através de: N

%

Fotos ou imagens

45

71,4

Frases pessoais ou pensamentos

22

34,3

Partilha de músicas em audição

7

10,6

Não estão personalizados

2

3,6

Outra forma

0

0,0

Ns/nr

2

3,4

Tabela 70: Essa personalização é útil para transmitir às pessoas com quem conversa: N

%

O seu estado de alma

34

54,2

Para afirmar uma ideia/causa

20

32,1

Para exibir um símbolo/herói/role model

5

7,2

Para partilhar o estilo de música que gosta

7

10,6

Outras

2

2,5

Ns/nr

8

12,2

Dos utilizadores de IMP’s, 89,1% têm principalmente pessoas pertencentes ao grupo de amigos nos seus contactos e apenas uma minoria possui principalmente contactos de familiares, de colegas de trabalho ou da escola, ou grupos de amigos ou de familiares. 55,6% dos inquiridos gere os sinais de presença/ausência com frequência ou muita frequência e apenas 14,9% não faz essa gestão.

95


Tabela 71: Na sua lista de contactos, tem principalmente pessoas que pertencem a que grupo: N

%

Grupo de amigos

56

89,1

Familiares

3

5,4

Colegas de trabalho/escola

2

2,7

Grupo de amigos/familiares

2

3,4

Outro

0

0,0

Ns/nr

1

1,2

Tabela 72: Com que frequência é que gere a sua presença/ausência utilizando os ícones que indicam um dado estado de atenção

N Sempre Muito frequentemente Frequentemente Às vezes Não Ns/nr Total

% 13 12 11 16 9 2 63

19,7 19,3 16,6 25,6 14,9 3,8 100,0

Sem dúvida o principal motivo para a utilização dos IMP’s, adiantado por 74,1% dos jovens internautas, é conversar com os amigos, colegas e conhecidos, sendo que os outros motivos são adiantados sempre por uma minoria dos inquiridos. 31% dos jovens utiliza ainda os IMP’s para combinar encontros e 23,5% dos jovens confessam mesmo que utilizam esse serviço para passar o tempo ocupado a falar de coisas fúteis e sem interesse. 17% dos jovens internautas aproveitam esses serviços para discutir temas ou assuntos da actualidade e 16,1% para saber como está um amigo(a) que não vêm há muito tempo. Pouco mais de um décimo dos jovens aproveita os IMP’s para trabalhar ou estudar, combinar encontros com familiares, namorar ou estabelecer contactos afectivos ou amorosos. 7,9% combina ainda encontros com o/a namorado/a.

96


Tabela 73: Três principais motivos porque utiliza os IMPs: N

%

5

7,9

20

31,0

7

11,4

47

74,1

7

11,2

8

12,8

15

23,5

11

17,0

Saber como está um amigo(a) que não vê há muito tempo

10

16,1

Outro motivo

1

1,2

Combinar encontros com namorado/a, marido/mulher, companheiro/a, etc. Combinar encontros com os seus amigos, colegas Combinar encontros com familiares Conversar com os amigos, colegas e conhecidos Namorar ou estabelecer contactos afectivos/amorosos Trabalhar/estudar Passar o tempo ocupado a falar de coisas fúteis e sem interesse Discutir temas/assuntos da actualidade

Entre aqueles que usam serviço de mensagens instantâneas, 37% utiliza ainda sítios na internet onde é possível criar uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses. Verifica-se a tendência de haver uma maior fracção de internautas do sexo masculino que procuram esses sítios. Na nossa amostra essa fracção atinge os 47% entre os rapazes e é de apenas 26,7% entre as raparigas. É ainda curioso constatar que se verifica uma maior percentagem de inquiridos mais novos que procuram esses sítios (54,1%), em comparação com 35,5% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos e 29,5% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos.

Tabela 74: Utiliza sites na internet onde cria uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses (Social Online Environment)

N

%

Sim

23

37,0

Não

32

50,1

Não sabe do que se trata

7

11,7

Ns/nr

1

1,2

Total

63

100,0

97


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino

%

N

%

Sim

15

47,0

8

26,7

Não

16

49,6

16

50,6

1

3,5

6

20,3

1

2,4

32

100,0

31

100,0

Não sabe do que se trata Ns/nr Total

Idade 8 aos 12 anos N

%

13 aos 15 anos N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

6

54,1

6

29,5

11

35,5

Não

3

28,8

11

54,9

17

54,8

Não sabe do que se trata

2

17,1

2

11,9

3

9,7

1

3,8

20

100,0

32

100,0

Ns/nr Total

12

100,0

Entre os jovens que procuram sítios onde criam uma rede de amigos, colegas ou de grupos de interesse, cerca de metade frequenta-os com frequência, isto é, diariamente ou duas a três vezes por semana. A fracção de jovens que afirmam utilizar esses sítios uma vez por semana é de 14,1%, e 35,6% utiliza esses sítios de uma forma mais esporádica, isto é, uma vez por mês ou menos.

Tabela 75: Utiliza-os com que frequência

N Diariamente Duas a três vezes por semana Uma vez por semana Uma vez por mês Menos de uma vez por mês Total

% 7 5 3 3 5 23

28,5 21,9 14,1 14,0 21,6 100,0

Os amigos são o principal motivo e o principal contacto para 95,2% dos jovens, no que respeita a sítios onde os jovens criam uma rede de amigos, colegas ou de grupos de interesse. É interessante verificar que 26,3% dos jovens internautas declara ainda que interage com desconhecidos nesses sítios, uma fracção maior do que a de jovens que interagem com colegas (21,7%) e significativamente mais elevada do que a de jovens que interagem com familiares (6,5%).

98


Tabela 76: Através desses sites, interage principalmente com: N

%

Amigos

22

95,2

Colegas de trabalho/escola

5

21,7

Familiares

2

6,5

Desconhecidos

6

26,3

Todas as hipóteses referidas

0

0,0

Nenhuma das hipóteses referidas

0

0,0

Nos últimos anos tem-se assistido à emergência de serviços de Voice Over IP ou VOIP, que têm tentado impor-se como uma alternativa ao telefone. Mesmo dentro daquele grupo de jovens que comunica na internet, apenas 19,3% utiliza os serviços de VOIP. Verifica-se ainda que os internautas do sexo masculino são os maiores utilizadores visto que 31,1% utiliza algum serviço de VOIP em comparação com 7,2% das raparigas. Curiosamente, na nossa amostra observa-se uma maior percentagem de inquiridos mais novos que utilizam serviços de VOIP (36,8%), enquanto que apenas 18% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos e 11,2% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos declaram que utilizam esses serviços. Contudo, o número de casos nos vários escalões etários é reduzido, o que não nos permite fazer extrapolações para a população portuguesa.

Tabela 77: Utiliza algum serviço de Voice Over IP (VOIP)

N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total

% 12 42 8 2 63

19,3 66,0 12,1 2,5 100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total

10 20 1 1 32

Feminino % 31,1 62,8 3,5 2,7 100,0

N

% 2 22 7 1 31

7,2 69,4 21,0 2,4 100,0

99


Idade 8 aos 12 anos N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total

% 36,8 30,0 25,9 7,3 100,0

4 4 3 1 12

13 aos 15 anos N 2 15 3 1 20

% 11,2 72,5 12,5 3,8 100,0

16 aos 18 anos N 6 24 2

% 18,0 75,2 6,8

32

100,0

Observa-se ainda que a compra de produtos ou serviços através da internet é ainda muito rara entre os jovens portugueses, visto que num mês típico, 92,8% dos jovens internautas declara que não faz qualquer compra. Para mais saliente-se o controlo paternal a este respeito, ainda para mais envolvendo a utilização do cartão de crédito. Acrescente-se ainda a desconfiança que o pagamento do cartão de crédito através da internet pode gerar tanto em pais como em filhos. Os dados demonstram que apenas 9,3% estão pelo menos algo preocupados com a segurança da informação do cartão de crédito, mas uma percentagem maior de jovens (16,5%) diz não ter preocupações a esse respeito. Contudo, 52,7% dos jovens declara que não tem cartão de crédito, portanto, não têm autonomia para proceder a compras. Para além disso, a utilização do cartão de crédito, em especial na internet, é rara entre os jovens pelo que a segurança do mesmo não faz parte do seu leque de preocupações. Verifica-se ainda que as compras através da internet, para além de raras, ainda não causam impactos no volume de compras nas lojas tradicionais.

Tabela 78: Num mês típico, quantas vezes compra produtos ou serviços através da internet

N

%

0

72

92,8

2

2

2,3

5

1

1,0

NS/NR

3

4,0

77

100,0

Total

100


Tabela 79: Acha que as suas compras através da internet ... em relação às compras de produtos e serviços semelhantes nas lojas habituais

N

%

Sim, reduziram alguma coisa

1

1,5

Não, mantiveram-se iguais

27

34,6

Ns/nr

36

46,3

Não se aplica

14

17,6

Total

77

100,0

Tabela 80: Até que ponto é que se sente preocupado(a) com a segurança da informação do seu cartão de crédito quando o utiliza para comprar ou pagar alguma coisa na internet

N

%

Nada preocupado(a)

13

16,5

Algo preocupado(a)

4

5,2

Muito preocupado(a)

1

1,0

Extremamente preocupado(a)

2

3,1

Não tem cartão de crédito

41

52,7

Ns/nr

13

16,4

4

5,2

77

100,0

Não se aplica Total

Verifica-se que é ainda muito rara a utilização do sítio na internet do banco onde os jovens têm uma conta bancária. Dentro daqueles que responderam, já a utilização das caixas de Multibanco vai tornando-se uma prática um pouco mais comum entre os jovens, em especial, entre os mais velhos dos 16 aos 18 anos.

Tabela 81: Costuma utilizar o site na internet do seu banco

N

%

Sim

1

1,8

Não

74

96,3

Ns/nr

1

1,9

Total

77

100,0

Tabela 82: Costuma utilizar caixas Multibanco

N

%

Sim

52

34,0

Não

94

61,9

Ns/nr

6

4,1

Total

151

100,0

101


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

28

34,9

24

33,2

Não

47

59,1

47

65,0

Ns/nr

5

6,1

1

1,9

Total

79

100,0

72

100,0

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

1

2,3

_

_

51

51,5

Não

38

86,3

8

87,8

48

48,5

98

100,0

Ns/nr

5

11,4

1

12,2

Total

44

100,0

9

100,0

A operação mais comum no multibanco para 97,3% é consultar saldos e movimentos, de seguida encontra-se efectuar pagamentos de serviços, uma operação habitual para 42,2% dos jovens e 21,4% declara que costuma consultar informações sobre as contas bancárias (NIB, IBAN, etc.)., apenas uma pequena minoria (pouco acima dos 3%) efectua transferências interbancárias ou entre contas do mesmo banco.

Tabela 83: Diga-me, por favor, se costuma realizar as seguintes operações: N

%

50

97,3

11

21,4

22

42,2

2

3,2

2

3,5

Pagar impostos e/ou segurança social

0

0,0

Activar a via verde

0

0,0

0

0,0

0

0,0

0

0,0

Consultar saldos e movimentos Consultar informações sobre as contas bancárias (NIB, IBAN) Efectuar pagamentos de serviços Efectuar transferências entre contas do mesmo banco Efectuar transferências interbancárias

Contactar o seu gestor de conta por correio electrónico Fazer aplicações financeiras (fundos de investimento, PPR, PPH, PPA) Nenhuma

102


Entre os jovens são muito raras as actividades que têm a ver com compras ou pagamento de serviços online, com reservas de viagens ou alojamento, com serviços de home-banking ou investimentos. A actividade mais comum, mas ainda assim reservada para apenas uma pequena fracção dos jovens (13%), é pesquisar informação sobre um determinado produto.

Tabela 84: Com que frequência utiliza a internet para: Nunca (%)

Menos do que uma vez por mês (%)

Uma vez por mês (%)

Uma vez por semana (%)

Ns/nr (%)

Pesquisar informação sobre um determinado produto

80,9

4,6

4,4

4,0

6,1

Comprar online

92,7

,6

,6

_

6,1

Fazer reservas de viagens/alojamentos

92,4

1,0

_

_

6,5

Pagar contas

90,9

1,0

1,5

_

6,5

Usar os serviços de home-banking

92,9

_

,6

_

6,5

Investir em acções/fundos, etc.

92,9

_

,6

_

6,5

Dentro daqueles que não têm internet, a grande maioria (78,3%) sabe o que é a internet, contudo, um quinto dos jovens portugueses não sabe o que é mas já ouviu falar. Neste campo, uma fracção um pouco maior de jovens do sexo masculino (82,8%) está mais informada, em comparação com 74,6% das raparigas. Claramente, os inquiridos mais velhos, entre os 16 e os 18 anos (93,2%) e entre os 13 e os 15 anos (90,7%) são os que estão mais informados visto que entre os mais novos a percentagem daqueles que sabem o que é a internet decresce para 68,6%.

Tabela 85: Conhece ou já ouviu falar da internet

N

%

Sim, sabe o que é

58

78,3

Não sabe o que é mas já ouviu falar

15

20,6

Ns/nr

1

1,2

Total

74

100,0

103


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim, sabe o que é

28

82,8

31

74,6

Não sabe o que é mas já ouviu falar

5

14,6

10

25,4

41

100,0

Ns/nr

1

2,6

Total

33

100,0

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

Sim, sabe o que é

30

68,6

Não sabe o que é mas já ouviu falar

14

31,4

8

Ns/nr Total

44

%

100,0

90,7

1

9,3

9

100,0

% 20

93,2

1

6,8

21

100,0

Para 54,9% dos jovens , a principal razão adiantada para não usarem a internet, é porque não dispõem de um computador. 13,4% dos jovens adiantam ainda que não usam a internet porque é muito caro e 12,9% declaram mesmo que não têm interesse na sua utilização. 8,3% afirmam que não têm nenhuma ligação de acesso à internet. Apenas uma pequena minoria dos jovens adianta o motivo de não ter tempo para se dedicar a navegar online e apenas 1,4% não vê utilidade na internet ou não sabe sequer para que serve. Tabela 86: Principal razão porque não usa a internet: N

%

10

12,9

1

1,4

41

54,9

6

8,3

Porque é muito caro

10

13,4

Porque não tem tempo para se dedicar/ é demasiado ocupado

2

3,0

Porque é muito lento

0

0,0

Porque se podem introduzir vírus perigosos

0

0,0

Por outro motivo

0

0,0

Ns/nr

3

3,9

Porque não tem interesse Porque não tem utilidade /não sabe para que serve Porque não tem computador Porque não tem nenhuma ligação de acesso à internet

104


Só uma pequena fracção dos jovens inquiridos acha que não virá a utilizar a internet. Um pouco mais de metade dos jovens acha que irá, sem dúvida, utilizar a internet mais tarde enquanto que 34,9% é mais reticente. Verifica-se uma percentagem próxima dos 60% de rapazes que têm a convicção de que virão a utilizar a internet, sendo que essa percentagem decresce para 45,3% entre as jovens do sexo feminino. Contudo, contabilizando em conjunto aqueles que estão convictos e aqueles que estão em dúvida, rapazes e raparigas estão mais ou menos em pé de igualdade, havendo até uma ligeira vantagem das raparigas. Na comparação entre escalões etários, considerando também o conjunto dos inquiridos que acham que irão utilizar a internet, não há grandes diferenças entre os inquiridos mais novos e os mais velhos. Contudo, verifica-se uma fracção menor de inquiridos que pensam em vir a utilizar a internet, entre os jovens dos 13 aos 15 anos, mas como o número de casos é aqui reduzido, tal não permite tirar grandes conclusões.

Tabela 87: Acha que um dia virá a utilizar a internet

N

%

Sim, sem dúvida

38

51,4

Sim, talvez

26

34,9

Não

5

7,4

Ns/nr

5

6,3

Total

74

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Sim, sem dúvida

Feminino %

N

%

20

59,0

19

45,3

Sim, talvez

8

24,3

18

43,4

Não

3

9,0

2

6,1

Ns/nr

3

7,7

2

5,3

Total

33

100,0

41

100,0

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim, sem dúvida

23

51,6

3

35,9

12

57,8

Sim, talvez

18

39,7

2

22,1

6

30,3

1

2,3

2

21,4

2

11,9

21

100,0

Não Ns/nr

3

6,4

2

20,6

Total

44

100,0

9

100,0

105


Dentro daqueles jovens que não utilizam a internet, apenas uma minoria (13,6%) pediu ou recebeu, pelo menos uma vez, de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação ou documentação que tenha sido retirada da internet.

Tabela 88: Pediu ou recebeu de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação ou documentação que tenha sido retirada da internet

N

%

Sim, mais que uma vez

8

Sim, apenas uma vez

2

2,3

Nunca

49

65,4

Ns/nr

16

21,0

Total

74

100,0

11,3

43,3% é da opinião que a internet não influenciou os seus contactos com os amigos e uma percentagem ligeiramente superior de jovens (44,8%) comunga da opinião de que os contactos com os amigos aumentaram ou aumentaram fortemente. 27,2% dos jovens acham que os contactos com pessoas com quem partilham hobbies e outras actividades recreativas aumentaram, em contraste com 12% que declaram terem diminuído os contactos. Entre os poucos jovens que trabalham, também mais jovens a declararem que aumentara ou aumentaram fortemente os contactos com pessoas da mesma profissão 21,8% e apenas 3,8% afirma que esses contactos diminuíram. Verifica-se também que há uma maior percentagem de jovens inquiridos a dizerem que os contactos com familiares aumentaram (19,5%), do que a fracção de jovens que afirmam que os contactos familiares diminuíram (12,4%). Inversamente, 24,8% dos jovens adianta que os contactos com pessoas com quem partilham interesses políticos diminuíram ou diminuíram fortemente e apenas 3,9% afirma que esses contactos aumentaram. Também se verifica uma maior percentagem de jovens a afirmarem que os contactos com pessoas com interesses totalmente diferentes dos seus diminuíram ou diminuíram fortemente (19,9%) do que de jovens que declaram que esses contactos aumentaram (9,7%). Por fim, 18,3% dos jovens afirmam ainda que o contacto com pessoas com quem partilham a mesma religião diminuiu ou diminuiu fortemente, sendo que apenas 6,7% dos jovens dizem que esse tipo de contactos aumentou. É, no entanto, de sublinhar que a grande tendência é para os jovens acharem que os vários tipos de contactos nem aumentaram nem diminuíram.

106


Tabela 89: Até que ponto o uso da internet influenciou os seus contactos com: Diminuiu fortemente (%)

Diminuiu (%)

Nem aumentou nem diminui (%)

Aumentou (%)

Aumentou fortemente (%)

Ns/nr (%)

_

12,0

50,7

26,6

,6

10,2

5,1

19,0

43,0

3,9

_

29,0

7,5

10,8

44,8

6,7

_

30,1

Familiares

_

12,3

56,7

16,1

3,4

11,5

Amigos

_

1,0

43,3

31,9

12,9

10,8

6,2

13,7

55,6

7,5

2,2

14,8

_

3,8

39,8

17,7

4,1

34,6

Pessoas com quem partilha hobbies e outras actividades recreativas Pessoas com quem partilha interesses políticos Pessoas com quem partilha a mesma religião

Pessoas com interesses totalmente diferentes dos seus Pessoas da sua profissão

Há uma maior fracção de jovens (19,5%), cuja percepção é que, depois de começarem a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar acham que passam menos tempo com elas, em comparação com uma minoria de 2,8% que têm a percepção de que as pessoas do seu agregado familiar acham que os inquiridos passam mais tempo com elas. Todavia, a tendência é para os jovens afirmarem que as pessoas do seu agregado familiar acham que eles passam o mesmo tempo com a família, depois de terem começado a utilizar a internet dentro de casa.

Tabela 90: Depois de começar a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar acham que passam mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo consigo

N Mais tempo

% 2

2,8

O mesmo tempo

21

27,9

Menos tempo

15

19,5

Não se aplica/vive sozinho Ns/nr

34 5

43,9 5,9

Total

77

100,0

Dentro daqueles que têm computador em casa, 87% dos jovens declaram que a utilização do computador é partilhada com outros membros da família que utilizam o mesmo computador. Não se verificam diferenças de registo entre os sexos. Na comparação entre escalões etários, verifica-se uma tendência, entre os inquiridos dos 16 107


aos 18 anos, para a diminuição da percentagem de jovens que partilham o seu computador com outros familiares, que decresce assim para os 79,8% em comparação com 92,1% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos e com 90,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos.

Tabela 91: Existem outros membros da família que utilizam o mesmo computador

N

%

Sim

86

87,0

Não

12

11,9

Ns/nr

1

1,1

Total

99

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

45

87,6

41

86,2

Não

5

10,2

6

13,8

Ns/nr

1

2,2

Total

52

100,0

47

100,0

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

30

90,5

27

92,1

30

79,8

Não

3

9,5

1

4,0

7

20,2

1

3,9

33

100,0

29

100,0

37

100,0

Ns/nr Total

Uma grande maioria dos inquiridos usa habitualmente o Windows como sistema operativo no seu computador pessoal. E 29,1% declara que utiliza aplicações e/ou programas informáticos produzidos através do software livre. Verifica-se que são os rapazes que mais tendem a ter programas de software livre, visto que 38,1% dos jovens do sexo masculino declaram ter esse tipo de software em comparação com 19,3% das raparigas. Verifica-se também que entre os jovens com mais idade, a partir dos 13 anos, há uma maior percentagem de inquiridos que utilizam programas de software livre, em torno dos 34% e dos 35,5%, em comparação com 16,7% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos. Dentro dos inquiridos que utilizam aplicações em regime de software livre, uma maioria de 76% utiliza aplicações de processamento de texto nesse regime. A segunda aplicação 108


em regime de software livre mais citada, por 38,1% dos jovens, é o browser de navegação na internet e um terço dos inquiridos referem ainda que utilizam aplicações de software livre do tipo folha de cálculo. Aplicações como gestores de correio electrónico e de apresentações são um pouco menos populares, tendo sido citadas por 24,8% e 23,5% dos inquiridos, respectivamente.

Tabela 92: Qual é o sistema operativo que usa habitualmente no seu computador pessoal

N Windows

% 153

94,6

MacOS

1

,5

Ns/nr

8

4,9

Total

161

100,0

Tabela 93: Utiliza habitualmente aplicações e/ou programas informáticos produzidos através de software livre

N

%

Sim

47

29,1

Não

85

53,0

Ns/nr

29

17,9

Total

161

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Sim Não Ns/nr Total

32 42 11 84

Feminino % 38,1 49,4 12,5 100,0

N

% 19,3 56,9 23,8 100,0

15 44 18 77

Idade

Sim Não Ns/nr Total

8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

% 9 29 14 51

16,7 56,5 26,8 100,0

% 15 20 9 43

34,0 45,6 20,4 100,0

% 24 37 6 67

35,5 55,0 9,5 100,0

109


Tabela 94: Qual a aplicação que utiliza em regime de software livre: N

%

Processador de texto

36

76,0

Folha de cálculo

15

33,0

Gestor de apresentações

11

23,5

Gestor de correio electrónico

12

24,8

Browser para acesso à internet

18

38,1

Outro software

4

8,9

Outro Software N Gravar CD

% 272

98,5

1

,4

PZP

3

1,2

Total

276

100,0

Uma maioria de 66,7% dos inquiridos assevera que utiliza o internet Explorer como o browser que utiliza para aceder à internet e apenas uma minoria de 4,2% afirma que usa o Mozzila Firefox, contudo, cerca de um quarto dos inquiridos que utilizam a internet não sabem ou não responderam à pergunta sobre que browsers utilizam.

Tabela 95: Qual o browser que tem neste momento instalado no seu computador principal e que utiliza para aceder à internet: N

%

Internet Explorer

99

66,7

Mozzila Firefox

6

4,2

Outro

0

0,0

Ns/nr

38

25,3

Cerca de metade dos inquiridos afirma que o software para processar textos que utiliza veio com o computador. Apenas 13,9% afirma que o adquiriu numa loja e 6,4% admite que foi uma cópia que alguém lhe arranjou. Contudo, uma parte apreciável dos jovens não sabe como foi adquirido e 6,9% não responde.

110


Tabela 96: Como é que adquiriu para o seu computador pessoal o último software para processar/ escrever textos

N

%

Adquirido numa loja

22

13,9

Veio com o computador

81

50,4

Foi uma cópia que alguém lhe arranjou

10

6,4

Não se aplica

2

1,4

Não sabe

34

21,0

Não responde

11

6,9

161

100,0

Total

Apenas uma pequena minoria dos jovens (5,3%) possui um computador portátil e também uma minoria dos jovens (6,9%) utilizam a internet através de equipamentos com acesso sem fios através do telemóvel ou do computador portátil. Dentro dos que utilizam esses equipamentos perto de um terço, utiliza tecnologias de acesso sem fios em deslocações e 29,3%, curiosamente, usa essas tecnologias em casa. Mais de metade dos inquiridos é da opinião que está mais tempo ligado à internet e que incorporou mais a utilização da internet como rotina diária (57,7% e 53,1% respectivamente).

Tabela 97: O computador que possui é portátil

N

%

Sim

15

5,3

Não

254

92,0

Ns/nr

8

2,8

Total

276

100,0

Tabela 98: Utiliza a internet através de equipamentos com acesso sem fios (wireless ou wi-fi), através do telemóvel ou computador portátil

N

%

Sim

14

6,9

Não

174

86,3

Não sabe do que se trata

9

4,6

Ns/nr

4

2,2

Total

201

100,0

111


Tabela 99: Em que local é que utiliza mais frequentemente as tecnologias de acesso sem fios (wireless)

N

%

Em casa

4

29,3

Na escola/universidade

1

6,6

Em deslocações

5

32,7

Ns/nr

4

31,4

Total

14

100,0

Tabela 100: Desde que utiliza as tecnologias de acesso sem fios (wireless), acha que:

N

%

Trabalha mais tempo do que antes

2

14,5

Está mais tempo ligado à internet

8

57,7

7

53,1

14

100,0

Incorporou mais a utilização da internet como uma rotina diária Total

A maior parte dos jovens (71%) ainda não aproveitou a possibilidade de aceder a serviços grátis de acesso à internet em espaços públicos. 12,1% afirmam que utilizam esses serviços sempre que podem e cerca de 10% dos inquiridos já utilizaram, mas apenas uma vez como experiência. 4,6% não tem conhecimento sobre esses serviços.

Tabela 101: Já utilizou acessos grátis à internet fornecidos em espaços públicos (MCDonalds/hotéis)

N Sim, utilizo sempre que posso Sim, já utilizei mas foi apenas para experimentar Não, nunca utilizei Não sabe do que se trata Ns/nr Total

% 24

12,1

20

9,9

143 9 5 201

71,0 4,6 2,4 100,0

Os dados dos dois inquéritos aplicados relevam dois tipos de perfis quanto ao acesso à internet e às práticas mediáticas associadas. Os respondentes online correspondem a um tipo jovens que demonstram uma maior familiarização com as novas tecnologias da informação e comunicação visto que 90% possuem ligação à internet em casa, que é o local privilegiado de utilização da rede para estes adolescentes. Quanto ao inquérito presencial aplicado a nível nacional, fracções significativas de jovens evidenciam menos competências e conhecimentos no que respeita à utilização da internet, para além 112


de haver um segmento importante sem acesso à internet em casa e sem acesso a um computador. Como uma parte da população juvenil portuguesa não tem acesso à rede no seu lar, a escola torna-se um local com uma importância estratégica quanto ao desenvolvimento e promoção da info-literacia de sectores da população jovem. De facto, metade dos respondentes do inquérito nacional começaram a utilizar na escola, o que vem reforçar o importante papel da escola no combate à info-exclusão dos jovens portugueses, dando a oportunidade de estes se familiarizarem com as novas tecnologias. As actividades mais frequentes entre os jovens internautas são receber mensagens de correio electrónico, consultar bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede ou procurar informação relacionada com os estudos. Navegar pela internet sem objectivos concretos e jogar online ou outras actividades que se prendem com as relações sociais dos jovens como participar em chats, comunidades virtuais ou newsgroups, combinar ou marcar saídas com os amigos ou contactar os amigos na rede quando estão desanimados são igualmente relevantes. A utilização da internet por parte dos jovens tem provocado um certo desassossego em parte dos pais e educadores que receiam o isolamento social dos adolescentes. Todavia, de um modo geral, uma das principais utilizações sociais da rede é a interacção e comunicação, ainda que mediada, com os pares da escola ou de outros contextos sociais, seja através de serviços de mensagens instantâneas como o Messenger, chats, fóruns, grupos de interesse ou da utilização de sítios na internet onde é possível criar uma rede de amigos. Através da comunicação mediada por computador combinam-se encontros, fala-se da escola, do dia-a-dia, ou seja, essa comunicação mediada não deixa de revelar formas de interacção entre o que se passa online e offline. A comunicação mediada por computador pode constituir igualmente uma forma de apresentação da identidade juvenil, que é feita muitas vezes através de personalizações. Essas personalizações servem na maior parte dos casos para demonstrar o estado de alma, uma causa ou ideia, que os jovens exprimem através de fotos ou imagens, de mensagens com citações favoritas, frases pessoais, pensamentos ou pela indicação da músicas que estão a ouvir no momento. Tem-se assistido à emergência de novas possibilidades de expressão e também de interacção através da criação de páginas Web ou de blogues. Todavia, há uma clara clivagem entre os inquiridos face-a-face a nível nacional e os respondentes online que estão mais habituados a navegar ou interagir na blogosfera. Em suma, os dois públicos diferenciam quanto ao acesso à internet e quanto ao próprio conhecimento das possibilidades que a internet proporciona. 113


Os respondentes online são igualmente os que fazem o maior uso de novas ferramentas pedagógicas, como enciclopédias multimédia, software de processamento de texto, busca de informação útil em páginas na rede. Além disso, de um modo geral, começaram a utilizar a internet a partir dos 10 ou 11 anos e será de prever que a idade média em que os internautas começam a utilizar diminua ainda mais no futuro. As actividades mais frequentes entre os jovens respondentes online são visitar páginas Web, comunicar num chat ou no Messenger ou ler o seu correio electrónico. Mas, para além dessas actividades, jogar online e efectuar descarregamentos de música, software ou filmes são práticas igualmente relevantes. Quanto aos conteúdos que procuram na rede, nos mais significativos incluem conteúdos relacionados com música, jogos, informações desportivas e relacionadas com software e informática. A utilização da internet é, hoje em dia, uma prática essencialmente individualizada, mas, quando é partilhada pelos jovens, a preferência recai no convívio com os amigos ou amigas. A presença da família é menos vincada e em alguns casos circunscreve-se a práticas de vigilância e controlo por parte dos pais. Porém, também se verificam fracções apreciáveis de jovens internautas que partilham a ligação da internet com os irmãos e com os pais. Em agregados familiares onde a utilização da internet é comum entre vários membros do agregado familiar podem caracterizar-se pelo seu elevado capital cultural no que respeita à utilização das novas tecnologias. Todavia, de um modo geral, muitos dos jovens e adolescentes têm de explorar por sua iniciativa própria como utilizar as novas tecnologias.

114


Capítulo 5: Padrões de oportunidades e riscos na rede. Representações da utilidade e níveis de confiança nas TIC Com a internet e as possibilidades das comunicações em rede os jovens estão expostos a uma séries de oportunidades mas também a actividades de risco. No que respeita aos jovens e às crianças é necessário tem em conta especiais precauções no que respeita à protecção dos dados, a uma possível viciação na exposição à internet e aos jogos, na exposição a mensagens abusivas ou obscenas. Deste modo é necessário dotar os jovens de determinadas competências para evitar todo um conjunto de riscos e saber tirar proveito das oportunidades que a internet poderá oferecer, sendo fundamental o papel de educadores, familiares e dos próprios pares. Contudo, é certo que não vivemos em condições ideias e mesmo o papel de pais e educadores poderá ser inapropriado por defeito devido à sua falta de socialização e conhecimento do funcionamento das novas tecnologias. Neste contexto, não será contudo de menosprezar o espírito crítico e o desenvolvimento de competências pela iniciativa própria dos mais novos que se vão socializando nas novas tecnologias da comunicação.

Inquérito online Como se pode ver em baixo a larga maioria dos jovens inquiridos online (89,8%) tem sistemas de protecção instalados no computador. Pertence, portanto, ao senso comum a utilização destes sistemas para uma melhor protecção dos dados do computador e para a protecção dos próprios jovens, através de filtros de conteúdos. Seria ainda interessante perceber como, no que respeita aos filtros de conteúdos, se processa a negociação entre jovens e os seus pais e educadores, nos ditos e interditos no que respeita ao acesso de determinados conteúdos online.

115


Tabela 102: Tens algum sistema de protecção instalado quando navegas na internet (anti-vírus, filtro de conteúdos)?

N

%

Sim

971

89,8

Não

54

5,0

Não sabe/não responde

56

5,2

1081

100,0

Total

Masculino N

Feminino %

Sim Não Não sabe/não responde

563 31 23

N 91,2 5,0 3,7

% 408 23 33

87,9 5,0 7,1

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

Sim

% 105

Não Não sabe/não responde Total

%

%

87,5

327

90,6

539

89,8

3

2,5

12

3,3

39

6,5

12

10,0

22

6,1

22

3,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

É interessante verificar que mais de metade dos jovens (58%) afirmam que conhecem alguém que esteja totalmente viciado na internet, independentemente do sexo. Quanto às diferenças entre escalões etários é de notar que a uma maior percentagem de inquiridos mais velhos, em especial, dos 13 aos 15 anos (61,5%), a declararem que conhecem outras pessoas viciadas na internet, em comparação com 41,7% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos.

Tabela 103: Conheces alguém que esteja totalmente agarrado à internet?

N

%

Sim

627

58,0

Não

380

35,2

Não sabe/não responde Total

74

6,8

1081

100,0 Masculino

N

Feminino %

N

%

Sim

354

57,4

273

58,8

Não

231

37,4

149

32,1

32

5,2

42

9,1

Não sabe/não responde

116


Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

N

N

%

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

50

41,7

222

61,5

355

59,2

Não

49

40,8

118

32,7

213

35,5

Não sabe/não responde

21

17,5

21

5,8

32

5,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Existe um largo consenso entre os jovens ( para 87,2% dos internautas) de que a internet é algo muito útil e 36,7% acho mesmo que é algo imprescindível, sendo que apenas 9,1% acha que é um capricho. Verifica-se uma ligeira tendência para os rapazes acharem que a internet é algo imprescindível (38,7% em comparação com 34,1% das raparigas). Observa-se ainda a tendência para haver uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a acharem que a internet é algo de muito útil ou mesmo imprescindível. 26,4% dos jovens internautas é da opinião de que a internet é algo que pode provocar habituação e 12,9% acham que é algo que pode mesmo provocar isolamento, deixandoos de procurar os seus amigos. A questão sobre as capacidades de viciação da internet tem sido aliás um elemento de preocupação de pais e educadores com alguma ressonância na comunicação social e em alguma investigação científica. Também são de assinalar críticas feitas à sociedade de consumo e à forma como o mercado leva os consumidores a criarem novas necessidades. Contudo, os jovens reconhecem a utilidade das novas tecnologias, embora, como vimos mais de um terço ache que a internet é imprescindível. Mas os jovens não são elementos passivos, antes são agentes em desenvolvimento enquanto indivíduos, e esse desenvolvimento inclui elementos de reflexividade quanto às suas próprias práticas e às práticas dos outros. No que respeita à utilização da internet, essa condição é tão verdadeira quanto ao resto das suas actividades quotidianas e que por vezes é um pouco negligenciada nas perspectivas sobre as relações geracionais. É ainda de acrescentar que a visão do que é uma utilização adequada ou não da internet parte de uma construção social entre agentes jovens, pais e educadores – que negociam, ou entram em conflito sobre as fronteiras de uma utilização “saudável” das novas tecnologias.

117


Tabela 104: Para mim, a internet: N É algo muito útil É imprescindível

% 943

87,2

397

36,7

98

9,1

285

26,4

139

12,9

14

1,3

É um capricho É algo que pode provocar habituação, tornando-me viciado É algo que pode provocar isolamento, que me leve a deixar de procurar os meus amigos Para mim, a internet: Não sei/Não respondo

Masculino N É algo muito útil É imprescindível

%

N

%

539

87,4

404

87,1

239

38,7

158

34,1

62

10,0

36

7,8

154

25,0

131

28,2

85

13,8

54

11,6

7

1,1

7

1,5

É um capricho É algo que pode provocar habituação, tornando-me viciado É algo que pode provocar isolamento, que me leve a deixar de procurar os meus amigos Não sei/Não respondo

Feminino

Idade 9 aos 12 anos É algo muito útil É imprescindível É um capricho

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N 100 30

% 83,3 25,0

N 314 137

% 87,0 38,0

N 529 230

% 88,2 38,3

8

6,7

39

10,8

51

8,5

É algo que pode provocar habituação, tornando-me viciado

28

23,3

105

29,1

152

25,3

É algo que pode provocar isolamento, que me leve a deixar de procurar os meus amigos

18

15,0

39

10,8

82

13,7

8

6,7

4

1,1

2

,3

Não sei/Não respondo

Inquérito nacional Quanto aos dados do inquérito realizado face-a-face a nível nacional, verifica-se que a ameaça mais comum (para 23,7% dos inquiridos que utilizam a internet) é receber vírus no computador. Outra ameaça a que os jovens, e não só, estão sujeitos é receber mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas. 6,4% dos jovens internautas 118


declara que já receberam mensagens com tais conteúdos. É uma percentagem pequena mas que chama a atenção para práticas dúbias por parte de determinados agentes que actuam na internet e que exploram processos como o “spamming”, tentando desta forma e sem consentimento dos visados reencaminhar os mais incautos a outros sítios na internet potencialmente perigosos ou que vendem um determinado produto. 4,4% dos jovens internautas já foi contactado por alguém de um país estrangeiro longínquo através da internet o que coloca um desafio ao conselho paternal de “Nunca fales com estranhos”. Esta situação poderá não constituir propriamente um risco, pode aliás ser uma oportunidade para alargar as redes sociais, contudo é um desafio ao controlo paternal das sociabilidades dos jovens e pode causar algum transtorno e desconfiança. Uma pequena minoria de jovens afirma ainda que já comprou algo que estava mal apresentado num sítio da internet (2%) e que já foi contactado por alguém através da internet pedindo-lhe informações sobre a sua conta bancária (1,3%). Sendo estas situações, provavelmente pontuais e raras, fazem parte de uma educação para a utilização da internet. Tabela 105: Riscos na Internet % Receber mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas

6,4

Receber vírus no computador

23,7

Comprar algo que estava mal apresentado num sítio da internet

2,0

Roubarem-lhe as informações do seu cartão de crédito por tê-lo usado na internet

,9

Ter sido contactado por alguém de um país estrangeiro longínquo através da internet

4,4

Ter sido contactado por alguém através da internet pedindo-lhe informações sobre a sua conta bancária

1,3

Quanto à confiança e fiabilidade que os jovens internautas atribuem a diversas páginas publicadas na internet, verifica-se uma percentagem significativa de não respostas em torno dos 30 e dos 40%. As não respostas têm um significado, podendo expressar uma genuína não opinião ou simplesmente o facto do os jovens não terem pensado antes sobre a fiabilidade de determinadas páginas na internet ou talvez também porque a consulta de determinadas páginas não faça parte do leque de práticas de muitos jovens.

119


Quanto às páginas de notícias publicadas por empresas ou agências, verifica-se há uma tendência por parte dos inquiridos para confiarem, pelo menos em cerca de metade, na informação vinculada. Contudo, 26,8% declara que deposita toda ou a maior da sua confiança nessa informação. Quando a informação é publicada por simples pessoas a percentagem de inquiridos a confiar, totalmente ou na maior parte, sofre um decréscimo significativo para os 17,1% e 25,8% apenas não confia ou confia apenas numa pequena parte dessa informação. Curiosamente é na informação governamental vinculada através da internet que há um maior número de não respostas (44%), o que vindo de uma população jovem é compreensível dada, talvez, a sua pouca apetência e o pouco incentivo prático para navegar em páginas governamentais. Contudo, também não deixa de ser curioso que apenas 16,4% dos jovens acham que a informação vinculada pelo governo merece toda ou quase toda a confiança. Inversamente, 23,1% é da opinião que essa informação não é fidedigna ou que apenas uma pequena parte merece confiança. Nota-se aqui a cultura de uma desconfiança perante as informações governamentais. A informação proveniente de motores de pesquisa é a que a inspira confiança para uma maior percentagem de inquiridos. 45,3% deposita a sua confiança, totalmente ou na maior parte, nessa informação.

Tabela 106: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de notícias publicadas por empresas/agências

N

%

Nenhuma

21

10,5

Uma pequena parte

16

8,3

Cerca de metade

38

19,4

A maior parte

33

16,9

Toda

19

9,9

Ns/nr

69

35,1

Total

196

100,0

Tabela 107: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de informação publicadas por pessoas

N

%

Nenhuma

20

10,2

Uma pequena parte

31

15,6

Cerca de metade

41

20,9

A maior parte

28

14,4

Toda

6

3,1

Ns/nr

70

35,8

Total

196

100,0

120


Tabela 108: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: sites de informação do governo na internet

N

%

Nenhuma

31

Uma pequena parte

14

7,4

Cerca de metade

32

16,1

A maior parte

17

8,5

Toda

16

7,9

Ns/nr

87

44,3

Total

196

100,0

15,7

Tabela 109: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: informação proveniente de motores de pesquisa

N

%

Nenhuma

5

2,8

Uma pequena parte

3

1,6

Cerca de metade

41

20,8

A maior parte

52

26,6

Toda

37

18,7

Ns/nr

58

29,5

Total

196

100,0

No que respeita a jogos de azar como as apostas na internet verifica-se que quase a totalidade dos inquiridos (97,1%), não faz apostas online.

Tabela 110: Costuma fazer apostas na internet nos seguintes jogos de sorte e azar: N

%

Não faz apostas na internet

95

97,1

Totobola

2

2,2

Euromilhões

1

,7

Totoloto

0

0,0

A partir do que foi exposto atrás é de salientar a importância da adolescência para criar disposições, muitas vezes mais ou menos fixadas na entrada para a vida de adulta. A socialização nas novas tecnologias tem um impacto na confiança e na percepção da sua

121


utilidade, em especial, num contexto onde proliferam múltiplas fontes de informação e informação cruzada. William Dutton e Adrian Shepherd (2006) chamam a atenção para a dinâmica social da ciber-confiança. Apesar do impacto de experiências negativas com o junk email, o spam e o fenómeno do correio electrónico não solicitado, a confiança na internet mantém-se num grupo alargado de utilizadores tendo em conta o seu papel cada vez mais relevante de meio de comunicação. Contudo, a confiança neste novo ciberespaço online pode em larga medida influenciar as decisões de um indivíduo de sobre o que fazer online, como por exemplo comprar ou utilizar o banco electrónico, ou comunicar em chats ou fóruns entre outras actividades. As percepções do risco em contextos tecnológicos podem ser tipificadas com respostas gerais aos riscos, como o fatalismo, moldado por contextos sociais e culturais em que estão inseridos. Alguns autores (Katz e Rice citado por Dutton e Shepherd, 2006) adiantam que as pessoas com maior confiança em geral são mais propensas a confiar na internet. Ora, os dados do Inquérito Social Europeu mostram que os portugueses, tendo como referente o contexto europeu, têm baixos níveis de confiança social o que poderá constituir um entrave para haver uma confiança alargada em Portugal em torno da utilização dos vários serviços disponíveis online. Dutton e Shepherd sugerem que a ciber-confiança é mais influenciada pela experiência. A internet pode ser vista como uma tecnologia de ‘experiência’ visto que é difícil as pessoas entenderem como a internet funciona até que comecem a utilizar a tecnologia e esta noção pode dar uma melhor interpretação ao estudo da dinâmica social da ciberconfiança, em especial, numa geração que tem crescido e tem sido socializada nas novas tecnologias da comunicação. Os não utilizadores são geralmente mais desconfiados em relação à internet e têm menos confiança em relação à informação, às pessoas online e às instituições presentes na internet. Os jovens ao usarem mais a internet ganham experiência e competências para aceder aos recursos da internet, e vão crescendo e aprendendo, muitas vezes sem acompanhamento, sobre as oportunidades e riscos associados a essa utilização.

122


Capítulo 6: A utilização da televisão entre os jovens portugueses A televisão poderá ter perdido a sua importância relativa face a outros media, nomeadamente face à internet, ao telemóvel entre outros. Já não é mais a lareira electrónica visto que, hoje em dia, tem menos capacidade de reunir a família em torno de um só programa e a sua oferta diversificou-se. A televisão migrou também para outros espaços do lar. Não está só presente na sala, mas também na cozinha, no quarto dos pais e no quarto dos jovens. Com o advento das comunicações em rede e com a emergência das novas tecnologias da informação e comunicação, a televisão não passou incólume. A televisão ainda é vista pela larga maioria dos jovens, que ainda passam muitas horas em frente ao ecrã da TV, mas para muitos adolescentes ela deixou de estar no centro das atenções. É muitas vezes vista em regime de multi-tarefa e divide atenções com outros meios como a internet e com outras actividades diárias, servindo, muitas vezes, apenas como um pano de fundo omnipresente em casa. No que respeita à difusão, um sinal importante da mudança da televisão em Portugal foi a introdução da televisão por cabo em 1994, quando a Bragatel foi a primeira empresa a ser licenciada ICP - Instituto das Comunicações de Portugal, assim como foi a primeira a operar. Só após a criação da Bragatel e estar a operar foi constituída a empresa TV Cabo Portugal detida a 100% pelo grupo Portugal Telecom, com a intenção de prestar serviços de distribuição de canais televisivos generalistas e temáticos no território de Portugal continental. No ano de 1995 a Cabovisão começa a operar em Portugal com o intuito de prestar serviços de televisão por cabo, internet de banda larga e telefone fixo por cabo. Contudo, o maior desafio agora é transição do modo analógico de difusão para o modo digital. De acordo com a Anacom, "a passagem do modo analógico para o modo digital na difusão da televisão é, em certa medida, uma nova etapa, provavelmente, a última e de importância crucial neste longo processo de aplicação progressiva das tecnologias digitais ao conjunto dos canais audiovisuais. É certo que a rede digital não vai revolucionar a curto prazo toda a paisagem audiovisual. A passagem para o digital torna possível uma gestão mais económica do espectro das frequências, sendo possível utilizar as frequências - uma vez acabado o serviço analógico - quer para aumentar o espectro atribuído à televisão digital, quer para novos usos."

123


Em 1993 começou o projecto Digital Vídeo Broadcasting, com o objectivo de criar as condições técnicas necessárias à implementação da televisão digital na Europa, ao qual Portugal se associou. A partir da difusão digital, a televisão interactiva começa então a dar os primeiros passos, associada à explosão dos computadores pessoais e da internet. O processo de difusão da televisão digital emprega diversos meios de transmissão, entre eles: cabo, satélite, difusão terrestre e internet. À data de 2006, ainda não existiam canais digitais a serem emitidos em frequências terrestres quer em Portugal Continental, quer nas regiões autónomas (Madeira e Açores). Mas no final de 2006, é concedida ao grupo Media Capital uma autorização temporária com dispensa de licenciamento para utilização de canais específicos, com vista à realização de ensaios técnicos relativos às tecnologias de televisão digital. O início de 2012 é o prazo limite, estabelecido pela Comissão Europeia, para o encerramento das emissões analógicas em todos os Estados Membros da UE. Para que Portugal possa atingir esse objectivo, o Governo tem de aprovar a Lei da Televisão e abrir concurso para operadores da TDT. Entretanto, em 2007 surgem propostas de visualizar televisão sobre IP (IPTV - internet Protocol Television), que ainda se encontra actualmente numa fase embrionária. A PT comunicou em Fevereiro deste ano o facto de se encontrar a lançar uma oferta tripleplay (internet, voz e televisão num só produto) sobre ADSL, enquanto no mercado existe apenas a SmarTV lançada pela Clix. Entretanto começam a estabelecer-se canais cujo meio exclusivo de difusão é a internet. Neste âmbito, a TVNET é a primeira televisão portuguesa da internet. A televisão parece estar a evoluir para uma forma ou meio de entretenimento e informação, onde o consumidor é um simples espectador. Têm crescido as formas de interacção com o público que podem assumir várias formas. Verificam formas mais simples de interacção como as mensagens SMS ou por email para os vários programas televisivos, a participação em concursos, em fóruns de opinião, etc. Mas com o advento da televisão digital as formas de interactividade prometem ser de outra ordem: por exemplo, parar uma emissão em directo e retomá-la no ponto onde ficou ou organizar uma grelha de programação actualizada de todos os canais. As possibilidades poderão passar em criar um canal próprio, partilhá-lo com um círculo de amigos ou família, carregar dados, assistir aos conteúdos carregados por outros, fazer vídeo-conferência ao mesmo tempo que envia ‘emoticons’ ou ‘winks’ aos membros de uma comunidade online. Há aqui portanto a promessa de que o consumidor deixe de ser um espectador passivo e passe a estar no centro da emissão, activamente responsável pelos conteúdos que são disponibilizados no seu próprio canal, e não no seu 124


destino final. A flexibilidade e a interactividade, parecem ser as novas palavras de ordem. As novas formas de difusão da televisão vêm aproveitar as potencialidades da comunicação em rede, entre a qual os jovens estão a crescer. Irá ser mais um acrescento num ambiente mediático de ofertas múltiplas o qual obriga, em muitas situações, os futuros consumidores, em especial, os jovens a escolherem aquilo que querem ver e em que doses.

Inquérito online Entre os jovens inquiridos online, 60,6% diz ter um aparelho de TV no quarto, mas voltaremos a esta análise com mais pormenor adiante. Quanto às televisões que existem em casa, mais de 70% dos internautas tem três ou mais televisões. Não se verificam grandes diferenças entre os sexos ou entre os escalões etários a este respeito. Tabela 111: Quantas televisões existem em tua casa?

N

%

Nenhuma

1

,1

Uma

58

5,4

Duas

252

23,3

Três

331

30,6

Quatro

258

23,9

Mais de quatro

181

16,7

1081

100,0

Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Nenhuma

1

,2

Uma

34

5,5

24

5,2

Duas

144

23,3

108

23,3

Três

184

29,8

147

31,7

Quatro

150

24,3

108

23,3

Mais de quatro

105

17,0

76

16,4 Idade

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

Nenhuma Uma

6

5,0

Duas

25

Três

40

Quatro Mais de quatro Total

% 1

,2

19

5,3

33

5,5

20,8

72

19,9

155

25,8

33,3

112

31,0

179

29,8

28

23,3

96

26,6

134

22,3

21

17,5

62

17,2

98

16,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

125


Entre os jovens internautas, 58,5% afirma ainda ter televisão paga (TV cabo, satélite, etc.). Comparando os sexos entre si, verifica-se que há uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que afirmam ter em sua casa televisão paga, contudo como a diferença entre os dois sexos é pequena não podemos tirar grandes ilações. Curiosamente, é entre os inquiridos mais novos que há uma maior fracção de inquiridos com televisão paga em casa (70%). Essa fracção decresce nos escalões etários e atinge o mínimo entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (56,2%).

Tabela 112: Tens em tua casa televisão paga (TV cabo, Satélite, etc.)?

N

%

Sim

647

59,9

Não

416

38,5

Não sabe/não responde Total

18

1,7

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

380

61,6

267

57,5

Não

231

37,4

185

39,9

6

1,0

12

2,6

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

84

70,0

226

62,6

337

56,2

Não

30

25,0

128

35,5

258

43,0

6

5,0

7

1,9

5

,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sabe/não responde Total

Entre os internautas, 80,9% declaram que vêm televisão sozinhos mas, ainda assim, uma percentagem apreciável de jovens diz ver habitualmente televisão com o pai ou com a mãe, 60,5% e 68,7% respectivamente. Vislumbra-se portanto a tendência para haver uma maior percentagem de inquiridos que vêm televisão com a mãe do que de inquiridos que vêm televisão acompanhados pelo pai. Ver televisão com os irmãos, também é um hábito para 56,6% dos inquiridos. Menos frequente é ver televisão com um amigo ou amiga (21,9%), com outro familiar (18%) ou com outras pessoas (11%). Confrontando os sexos entre si, observa-se que há uma percentagem maior de raparigas que costuma ver televisão com a mãe (72,6%), com um irmão ou uma irmã (58,8%) e

126


com um amigo ou amiga (25,4%), em comparação com 65,8%, 54,9% e 19,3% dos rapazes, respectivamente. Quanto às diferenças entre os escalões etários, verifica-se que há, sem surpresas, uma menor fracção de internautas dos 8 aos 12 anos que vêm televisão sozinhos. Ainda assim, essa fracção atinge quase três quartos dos inquiridos. A maior fracção de inquiridos que vêm televisão sem estarem acompanhados é registada entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (82,5%). Regra geral, os inquiridos mais velhos são os que menos vêm televisão acompanhados dos pais, irmãos ou outros familiares. Inversamente, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos que vêm televisão com a mãe (75,8%) ou com pai (65,8%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem decresce para os 67,3% e 57,5%, respectivamente. São também os mais novos que estão mais acompanhados pelos irmãos ou outros familiares. Mas é entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se verifica a maior percentagem de inquiridos que vêm televisão com um amigo ou amiga e, pelo contrário, são os jovens dos 16 aos 18 anos que registam a menor percentagem (19,2%).

Tabela 113: Quando vês televisão, costumas estar: N Sozinho Com o meu pai Com a minha mãe Com um irmão/irmã Com outro familiar Com um amigo/a Com outras pessoas

% 874 654 743 612 195 237 119

80,9 60,5 68,7 56,6 18,0 21,9 11,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sozinho

498

80,7

376

81,0

Com o meu pai

372

60,3

282

60,8

Com a minha mãe

406

65,8

337

72,6

Com um irmão/irmã

339

54,9

273

58,8

Com outro familiar

106

17,2

89

19,2

Com um amigo/a

119

19,3

118

25,4

57

9,2

62

13,4

Com outras pessoas

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sozinho

89

74,2

298

82,5

487

81,2

Com o meu pai

79

65,8

230

63,7

345

57,5

127


Com a minha mãe

91

75,8

248

68,7

404

67,3

Com um irmão/irmã

72

60,0

211

58,4

329

54,8

Com outro familiar

27

22,5

76

21,1

92

15,3

Com um amigo/a

24

20,0

98

27,1

115

19,2

Com outras pessoas

11

9,2

38

10,5

70

11,7

Perto de um terço dos inquiridos online têm a percepção que são eles os que mais vêm televisão em casa. E para pouco mais de um quarto são os seus irmãos os que mais olham para o ecrã da televisão. Cerca de um quinto aponta o dedo para a mãe e 14,6% nomeia o pai. É entre as jovens inquiridas, que há uma maior fracção (37,7%) com a percepção de que são elas próprias as que mais vêm televisão em casa, enquanto que entre os rapazes essa fracção é de 26,7%. Por seu turno, há percentagens maiores de inquiridos do sexo masculino que apontam o dedo à mãe (23%) ou ao pai (16,9%), em comparação com 15,5% e 11,6% das raparigas, respectivamente. Confrontando os escalões etários entre si, há visivelmente uma maior fracção de inquiridos dos 8 aos 12 anos (40%) que confessam serem eles quem mais vêm televisão em casa. Essa fracção vai decrescendo nos escalões etários seguintes e atinge o mínimo entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (27,2%).

Tabela 114: Quem vê mais televisão em tua casa?

N

%

Eu

340

31,5

Os meus irmãos

280

25,9

O meu pai

158

14,6

A minha mãe

214

19,8

52

4,8

O meu Avô/Avó Outras pessoas Total

37

3,4

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Eu

165

26,7

175

37,7

Os meus irmãos

159

25,8

121

26,1

O meu pai

104

16,9

54

11,6

A minha mãe

142

23,0

72

15,5

O meu Avô/Avó

32

5,2

20

4,3

Outras pessoas

15

2,4

22

4,7

128


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Eu

48

40,0

129

35,7

163

27,2

Os meus irmãos

26

21,7

90

24,9

164

27,3

O meu pai

26

21,7

50

13,9

82

13,7

A minha mãe

8

6,7

68

18,8

138

23,0

O meu Avô/Avó

6

5,0

11

3,0

35

5,8

Outras pessoas

6

5,0

13

3,6

18

3,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Inquérito nacional Verifica-se um maior número de jovens inquiridos, que representam 46,5% dos casos, que afirmam não ter nenhum serviço de televisão. Porém, observa-se uma percentagem não muito distante de inquiridos (42,8%) que afirmam que têm um serviço pago de televisão por cabo e 16% dos jovens admitem que têm um serviço não pago de TV por cabo. Apenas uma minoria usufrui de um serviço pago de TV por satélite e são menos ainda os que têm um serviço não pago de televisão por satélite (1,7%).

Tabela 115: Dos seguintes serviços de TV quais é que possui: N

%

Serviço pago de TV por cabo

118

42,8

Serviço não pago de TV por cabo

16

5,8

Serviço pago de TV por satélite

7

2,4

Serviço não pago de TV por satélite

5

1,7

128

46,5

3

1,2

Nenhum serviço Não tem televisão

Entre aqueles que usufruem de serviços de televisão, pouco mais de três quartos dos inquiridos usam a TV Cabo como fornecedor principal. A Cabovisão surge em segundo lugar com 14,8% de clientes entre os jovens portugueses inquiridos e 5,6% dizem ter outro operador como a TV Tel ou a Bragatel.

129


Tabela 116: Qual é o operador de cabo e/ou satélite que utiliza como fornecedor principal

N

%

TV cabo

94

75,7

Cabovisão

18

14,8

Outro

7

5,6

Ns/nr

5

3,8

Total

125

100,0

Outro N

% 269

97,5

Bragatel

3

,9

TV Tel

4

1,6

276

100,0

Total

Apenas uma pequena minoria de 2,7% dos inquiridos têm apenas uma televisão em casa. Uma parte bastante significativa dos jovens inquiridos declaram que têm duas ou três televisões em casa (70,1%) e 22,4% dos inquiridos têm entre 4 a 7 televisões em casa. O que significa que para a esmagadora maioria dos lares a sala de estar não detém o monopólio da televisão, ela expandiu para outras divisões da casa e em muitos lares estará presente em quase todas as divisões como o quarto dos pais, dos filhos ou a cozinha. Esta expansão da televisão poderá significar uma fragmentação dos interesses dos membros do agregado familiar. A experiência de ver televisão é hoje mais individualizada e ter mais do que uma televisão em casa é solução para os interesses divergentes dos membros do grupo doméstico. Esta evolução da televisão foi simultaneamente devida a factores económicos, como o maior poder de compra que as famílias começaram a sentir nas últimas décadas, assim como devida a factores sociais. Estas transformações foram igualmente acompanhadas pela introdução de novas formas de difusão, em especial, a TV por cabo. Com a introdução da TDT e da IPTV, poderemos talvez esperar uma relação cada vez mais individualizada com a televisão, embora talvez menos passiva e mais activa por parte do consumidor, como já foi dito.

130


Tabela 117: Quantas televisões tem em sua casa

N

%

1

4

2,7

2

59

41,0

3

42

29,1

4

16

10,8

5

10

7,0

6

5

3,7

7

1

,9

NS/NR Total

7

4,7

144

100,0

Quantas televisões tem em sua casa Média Mediana

3,00

Moda

2

Desvio-padrão

1,207

Mínimo

1

Máximo Percentis

2,93

7 25

2,00

75

3,00

A TVI surge claramente como o canal mais visto pelos jovens a julgar pela maior percentagem de inquiridos, pouca mais de metade, que escolheram este canal como o principal canal que vêm. A SIC surge em segundo lugar com 21,2% de jovens telespectadores a afirmarem que é esse o canal que mais vêm. A RTP1 apenas obtém 4,5% das preferências dos jovens, uma percentagem pouco acima daqueles que escolheram a SIC Radical (4,3%). O canal Panda, o Disney Channel, o canal Fox e a MTV, que são canais difundidos por cabo ou por satélite, conseguem obter entre 2,4% e 2,8% das preferências. A SIC Comédia, a AXN e a GNT, também com difusão por cabo ou por satélite, atraem mais de 1% das preferências, assim como a RTP2. Canais de televisão como o Discovery, Lusomundo Premium, Odisseia, Sport TV ou Cartoon Network, obtêm menos de 1% das preferências. Quanto ao segundo canal preferido, a TVI troca lugar com a SIC. Por outras palavras, a TVI é o canal preferido de uma maior fracção de jovens e a SIC é a televisão que mais jovens escolheram como segundo canal favorito (41%). Por seu turno, entre aqueles que não escolheram a TVI como primeiro canal preferido, 18,5% escolhem este canal como o segundo canal que preferem. A RTP1 aparece mais uma vez em terceiro lugar, escolhida por 5,9% dos jovens, mas em ex aequo com a RTP2. O canal Panda aparece em quarto lugar com 4,2% das escolhas, logo seguido pela SIC Radical que reúne 4,1%

131


das preferências. No que respeita ao terceiro canal favorito, a RTP1 aparece em primeiro lugar com 35,7% das escolhas e quanto ao quarto canal preferido, a RTP2 é a que reúne a maior percentagem de preferências (34,1%). Verifica-se portanto que os canais transmitidos em canal aberto são os principais canais que permutam no que respeita à hierarquia das preferências.

Tabela 118: Qual o canal de televisão que mais vê (1ºCANAL)

N RTP1

% 12

RTP2

4,5

3

1,2

SIC

59

21,2

TVI

140

50,8

12

4,3

SIC comédia

4

1,6

AXN

4

1,5

Lusomundo Premium

1

,4

GNT

3

1,2

Fox

7

2,5

Hollywood

3

1,3

Odisseia

1

,3

Discovery

2

,8

Sport TV

1

,3

Disney Channel

7

2,5

Panda

8

2,8

MTV

7

2,4

Outras

1

,5

276

100,0

SIC radical

Total Outras N Cartoon Total

% 274

99,5

1

,5

276

100,0

132


Tabela 119: Qual o canal de televisão que mais vê (2ºCANAL)

N

%

RTP1

16

5,9

RTP2

16

5,9

RTP N

1

,4

SIC

113

41,0

TVI

51

18,5

SIC radical

11

4,1

SIC notícias

2

,6

AXN

10

3,8

Lusomundo Gallery

1

,3

Lusomundo Premium

1

,5

GNT

3

1,0

Fox

7

2,4

Hollywood

1

,5

Odisseia

3

1,1

Discovery

6

2,2

História

3

1,0

Sport TV

2

,9

TV Shop

1

,4

Disney Channel

2

,8

Panda

12

4,2

MTV

8

3,0

Nenhum/mais nenhum

1

,4

Outras Total

3

1,2

276

100,0

Outras N

% 272

98,8

MCM

1

,4

MGM

1

,4

TVE

1

,4

Total

276

100,0

133


Tabela 120: Qual o canal de televisão que mais vê (3ºCANAL)

N

%

RTP1

98

35,7

RTP2

39

14,3

RTP N

1

,4

SIC

36

13,2

TVI

29

10,4

SIC radical

6

2,2

SIC mulher

4

1,6

SIC comédia

1

,5

SIC notícias

1

,2

10

3,5

AXN Lusomundo Gallery

2

,8

Lusomundo Premium

3

1,1

GNT

1

,4

Fox

4

1,6

Hollywood

1

,5

Odisseia

12

4,4

Discovery

2

,9

História

4

1,5

Sport TV

3

1,0

Disney Channel

5

1,7

Panda

3

1,2

MTV

2

,6

Nenhum/mais nenhum

2

,7

Outras

4

1,5

276

100,0

Total Outras N

% 272

98,5

Antena 3

1

,4

MCM

1

,4

Record

1

,3

TV Turbo

1

,4

276

100,0

Total

134


Tabela 121: Qual o canal de televisão que mais vê (4ºCANAL)

N

%

RTP1

54

19,6

RTP2

94

34,1

RTP N

3

1,2

SIC

22

7,8

TVI

17

6,0

SIC radical

4

1,6

SIC mulher

1

,3

SIC comédia

3

1,1

RTP África

3

1,1

SIC notícias

1

,4

AXN

6

2,2

Lusomundo Gallery

2

,8

GNT

2

,7

Fox

1

,5

Hollywood

8

3,1

Odisseia

4

1,4

Discovery

2

,7

História

3

1,2

Sport TV

8

3,0

Disney Channel

7

2,5

Venus

1

,2

Panda

9

3,3

MTV

2

,7

Nenhum/mais nenhum

9

3,4

Outras Total

9

3,2

276

100,0

Outras N

% 267

96,8

Cartoon Network

3

1,0

Eurosport

1

,5

Ns/Nr

1

,3

SIC Gold

1

,3

TV Internacional

1

,3

VH1

2

,8

Total

276

100,0

A grande maioria dos jovens (80,9%) vêm canais portugueses para saber notícias em geral e apenas uma pequena minoria vê canais estrangeiros (1,7%). Todavia, 14,4% afirmam que vêm ambos. Para se informarem sobre acontecimentos nacionais importantes, 78,2% vêm canais portugueses, 3,2% preferem canais estrangeiros e 10,5% vêm ambos. Verifica-se uma menor percentagem, em relação à anterior, de inquiridos que vêm canais portugueses para se informarem sobre acontecimentos internacionais 135


importantes. Inversamente, a fracção de jovens respondentes que vêm canais estrangeiros (6,9%) ou tanto portugueses como estrangeiros (15,2%) aumenta quando estão em causa acontecimentos internacionais.

Tabela 122: Para saber notícias em geral vê canais...

N

%

Canais portugueses

223

80,9

Canais estrangeiros

5

1,7

Ambos

40

14,4

Ns/nr

8

3,0

Total

276

100,0

Tabela 123: Para se informar sobre acontecimentos nacionais importantes vê canais...

N

%

Canais portugueses

216

Canais estrangeiros

9

3,2

29

10,5

Ambos

78,2

Ns/nr

22

8,0

Total

276

100,0

Tabela 124: Para se informar sobre acontecimentos internacionais importantes vê canais...

N

%

Canais portugueses

191

Canais estrangeiros

19

6,9

Ambos

42

15,2

69,2

Ns/nr

24

8,7

Total

276

100,0

O canal de informação que é mais mencionado em primeiro lugar (em 60% dos casos) como o mais credível é a SIC Notícias. Na segunda posição encontra-se a BBC World escolhida por 17% dos inquiridos na primeira ordem de credibilidade, em terceiro está a RTP N (escolhida por 9,8%), que suplanta a CNN (mencionada por 8,9% dos jovens) e a Sky News (com 6,1% das escolhas). A RTP N é a televisão mais mencionada pelos jovens inquiridos (42,1%) na sua segunda escolha sobre qual o canal com maior credibilidade, a Sky News passa a segundo lugar com 15,7% das escolhas, e a CNN e a SIC Notícias estão praticamente em ex aequo no que respeita à fracção das escolhas que lhes cabe (14,4% e 14,3% respectivamente. A Sky News passa a ser a estação mais mencionada (em 30,9% dos casos) quanto ao canal de informação que os jovens acham

136


que está no terceiro lugar na sua hierarquia de credibilidade. A CNN só passa a ser a estação mais mencionada na quarto voto dos jovens e a BBC World passa a ser a mais escolhida na quinta e última escolha.

Tabela 125: Credibilidade que têm para si, o canal de informação: Ordem credibilidade 1

Ordem credibilidade 2

Ordem credibilidade 3

Ordem credibilidade 4

Ordem credibilidade 5

SIC notícias

60,0

14,3

5,1

9,6

11,0

RTP N

9,8

42,1

16,6

14,3

17,2

Sky news

6,1

15,7

30,9

26,8

20,6

CNN

8,9

14,4

28,8

29,5

18,4

BBC World

17,0

13,5

20,2

18,8

30,6

A TVI é a estação escolhida pela maior percentagem de jovens (39,6%) como o canal predilecto para assistir a séries televisivas de humor nacional. A SIC obtém a segunda maior fracção de inquiridos que a escolheram como canal predilecto para assistir a humor nacional e a RTP1 obtém a terceira maior percentagem (7,5%). A SIC comédia (com 6,1% das escolhas) não está muito longe da RTP1. A SIC Comédia obtém 3,1% das escolhas e a AXN e a RTP2, em ex aequo com 1,3%.

Tabela 126: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor nacional

N RTP1 RTP2

% 21

7,5

4

1,3

SIC

83

29,9

TVI

109

39,6

SIC comédia

17

6,1

SIC radical

9

3,1

AXN

4

1,3

Outro

1

,5

Ns/nr

29

10,7

Total

276

100,0

No que diz respeito a séries televisivas de ficção nacional, a TVI é novamente a estação mais visionada pelo maior número de jovens telespectadores (que representam 54% da amostra). A SIC mantém-se na segunda posição com 18,1% de telespectadores frequentes de séries de ficção nacional nessa estação. A RTP1 surge em terceiro lugar

137


com 8,5% das escolhas e a SIC Radical em quarto lugar (com 3,3%) à frente da RTP2 (com 2,1% das audiências de ficção nacional). Estações como a AXN, SIC Comédia ou SIC Mulher recolhem 1% ou menos das preferências. Tabela 127: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção nacional

N

%

RTP1

23

8,5

RTP2

6

2,1

SIC

50

18,1

TVI

149

54,0

SIC comédia

1

,2

SIC mulher

1

,4

SIC radical

9

3,3

AXN

3

1,0

Fox

1

,3

Ns/nr

34

12,2

Total

276

100,0

Quanto ao canal mais assistido para ver séries televisivas de humor estrangeiras, a TVI continua a ser o mais escolhido com 21% das preferências e a SIC continua em segundo lugar com 14,9% das menções. Curiosamente, a RTP2 surge em terceiro lugar reunindo 9,7% das escolhas, à frente da RTP1 que apenas recolhe 5,8% das respostas. A SIC Comédia surge logo a seguir à RTP2 com 9,5% das respostas e a Fox aparece logo a seguir à RTP1 com 5,2% das escolhas. A AXN, a SIC Radical, o canal Hollywood e a SIC Mulher obtêm todos menos de 5% das preferências. Tabela 128: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor estrangeiras

N

%

RTP1

16

5,8

RTP2

27

9,7

SIC

41

14,9

TVI

58

21,0

SIC comédia

26

9,5

SIC mulher

1

,3

SIC radical

8

2,9

AXN

13

4,7

Fox

14

5,2

Hollywood

7

2,5

Nenhum

0

,2

Outro

5

1,8

Ns/nr

59

21,5

Total

276

100,0

138


No que respeita ao canal mais assistido para ver séries televisivas de ficção estrangeiras, mais uma vez, a TVI é a estação mais visionada pela maior fracção de jovens (24,4%) e a SIC continua em segundo lugar com 14,9% das escolhas. A AXN passa para terceiro lugar, reunindo 12,4% das preferências e a seguir surge o canal Hollywood com 6,6% de telespectadores frequentes. A RTP1 surge em quinto lugar com 5,6% de telespectadores frequentes, voltando a estar à frente da RTP2 que agora reúne 4% das escolhas dos jovens inquiridos. As estações Fox e SIC Radical ultrapassam a cifra de 1% de telespectadores frequentes, mas a SIC Comedia e a SIC Mulher obtêm menos de 1% das preferências dos jovens para assistirem a séries de ficção estrangeiras.

Tabela 129: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção estrangeiras

N

%

RTP1

16

5,6

RTP2

11

4,0

SIC

48

17,3

TVI

67

24,4

SIC comédia

2

,7

SIC mulher

2

,8

SIC radical

4

1,3

AXN

34

12,4

Fox

5

1,7

18

6,6

Hollywood Nenhum

0

,2

Outro

9

3,2

Ns/nr

60

21,7

Total

276

100,0

Mais de metade dos inquiridos têm preferência por telenovelas com produção portuguesa e apenas 9,6% declaram que preferem a produção brasileira. Porém, para 22,5% dos jovens é indiferente a origem das mesmas. Além disso, 13,2% dos jovens inquiridos afirmam que não assistem a telenovelas.

139


Tabela 130: E quanto à origem das telenovelas, a quais é que prefere assistir

N Produção brasileira Produção portuguesa Todas, não ligando à origem das mesmas Não assiste a telenovelas Ns/nr Total

% 27 140

9,6 50,9

62

22,5

37 10

13,2 3,8

276

100,0

Foi pedido aos jovens para escolherem duas das novelas que mais gostaram de ver no ano anterior. Sem margem para dúvidas a novela mais mencionada é a “Morangos com açúcar”, uma das favoritas para uma maioria muito significativa de 83,6% de jovens portugueses. As preferências por outras telenovelas são mais heterogéneas. Em segundo lugar, mas a uma grande distância da mais escolhida está a telenovela “Dei-te quase tudo” com 23,2% das preferências. A novela “New wave” encontra-se em terceiro lugar, reunindo 16% das escolhas, seguida muito de perto pela novela “Ninguém como tu” que tem 15,7% das preferências. Em quinto lugar das preferências está a telenovela “Floribella” sendo uma das favoritas de 9,3% dos jovens telespectadores. É ainda de registar que a novela “Saber amar” é uma das preferidas de 7,5% dos jovens, a telenovela “Belíssima” é considerada uma das favoritas por 6,5% dos inquiridos e 6,1% mencionam a telenovela “Alma gémea”. A novela “Mundo meu” ainda consegue reunir um pouco mais de 5% das preferências mas as telenovelas “Chocolate com pimenta”, “O teu olhar”, “Queridas feras”, “Mistura fina”, “Baía das mulheres”, “A lua disse-me” e “Escrava Isaura” foram todas escolhidas por menos de 5% de jovens telespectadores.

140


Tabela 131: Das telenovelas que passaram no último ano na televisão, quais as duas que mais gostou:

N Saber amar

% 17

7,5

Queridas feras

4

1,8

O teu olhar

5

2,1

Mistura fina

3

1,5

Baía das mulheres

3

1,4

Ninguém como tu

36

15,7

Mundo meu

12

5,3

Dei-te quase tudo

53

23,2

191

83,6

15

6,5

3

1,3

14 10 37

6,1 4,4 16,0

Morangos com açúcar Belíssima A lua disse-me Alma gémea Chocolate com pimenta New wave Escrava Isaura Floribella Outra

1

,5

21

9,3

2

,9

A telenovela que uma maior percentagem de jovens (63,1%) considera como a sua preferida, de todas as telenovelas a que assistiram continua a ser a “Morangos com açúcar”. Grande parte das telenovelas mencionadas é recente, o que demonstra que a memória dos produtos mediáticos é curta, em especial, tendo em conta que a amostra é composta por telespectadores jovens, alguns deles muito jovens com apenas 8 anos. uma das favoritas para uma maioria muito significativa de 83,6% de jovens portugueses. Mais uma vez as preferências por outras telenovelas são muito fragmentadas com pequenas percentagens distribuídas por várias novelas. A “Floribella” surge em segundo lugar das novelas favoritas mas apenas com 6,2% das preferências. A novela “Alma gémea” consegue o terceiro lugar com apenas 3,9% de jovens a apontarem a sua preferência por essa telenovela. A novela “New Wave” reúne 2,8% das escolhas, 2,5% mencionam a telenovela “Ninguém como tu” e igual percentagem de jovens preferem as novelas “Dei-te quase tudo” e a novela “Belíssima”. As novelas “Saber Amar” e “América” ainda conseguem ser as favoritas de ligeiramente mais de 1% dos jovens. Já as novelas “Chocolate com pimenta”, “Queridas feras”, “Mistura fina” e “Anjo Selvagem reúnem menos de 1% das escolhas dos jovens inquiridos.

141


Tabela 132: De todas as telenovelas a que assistiu, qual foi a sua preferida

N

%

Saber amar

3

1,5

Queridas feras

1

,6

Mistura fina

1

,5

Ninguém como tu

6

2,5

Mundo meu

2

,9

6 144 6

2,5 63,1 2,5

Alma gémea

9

3,9

Chocolate com pimenta New wave

2

,8

7

2,8

Anjo selvagem

1

,4

Floribella

14

6,2

América

2

1,1

Nenhuma

3

1,5

Outra

10

4,4

Ns/nr

11

4,8

Total

229

100,0

Dei-te quase tudo Morangos com açúcar Belíssima

Entre os jovens telespectadores, 56,8% preferem assistir a telenovelas que se baseiam numa história de amor. Em segundo lugar nas preferências estão as histórias cujas personagens centrais são cómicas, reunindo as escolhas de 17,1% dos inquiridos. As novelas baseadas em histórias passadas num contexto urbano são as preferidas de 12,7% dos jovens inquiridos e 9,6% elegem novelas baseadas numa história de traição, ódio ou vingança. As telenovelas cujas personagens centrais são vilãos ou vilãs, de época ou baseadas num contexto rural acolhem menos de 5% das escolhas dos jovens telespectadores.

142


Tabela 133: Prefere assistir a telenovelas que se baseiam...: N

%

Numa história de amor

130

56,8

Numa história de traição/ódio/vingança

22

9,6

Numa história épica (de época)

9

4,1

Numa história passada em contexto rural

8

3,4

Numa história passada em contexto urbano

29

12,7

Numa história cujas personagens centrais são cómicas

39

17,1

Numa história cujas personagens centrais são vilãos/vilãs

10

4,3

Quantos aos temas que as novelas devem retratar as opiniões aparecem muito dividas visto que há percentagens muito similares de jovens que consideram que as telenovelas devem abordar temas polémicos e actuais da sociedade (61,1%), retratar a realidade portuguesa (59,6%) e educar a população para intervir em determinadas situações (59%). Pelo contrário, uma minoria de 27,2% dos jovens acham que as telenovelas devem tratar apenas de temas que não retratem situações problemáticas.

Tabela 134: Considera que as telenovelas devem...: N

%

Abordar temas polémicos e actuais da sociedade

140

61,1

Educar a população para intervir em determinadas situações

135

59,0

Retratar a realidade portuguesa

136

59,6

Tratar apenas de temas que não retratem situações problemáticas

62

27,2

Entre os apresentadores de noticiários, os que mais colhem as preferências de uma maior fracção de jovens são o Rodrigo Guedes de Carvalho (com 10,5% das preferências) e a Manuela Moura Guedes (com 10,4% das escolhas). Todos os outros apresentadores são da escolha de menos de 5% dos jovens. Entre estes destacam-se o José Rodrigues dos Santos e o José Alberto Carvalho com 4,9% e 4,1% das escolhas respectivamente. Estas pequenas percentagens também se explicam para o número de inquiridos que não responderam à pergunta. 143


Tabela 135: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que prefere de um modo geral:

N José Alberto Carvalho (RTP1) Judite de Sousa (RTP1)

% 11

4,1

5

1,7

José Rodrigues dos Santos (RTP1)

14

4,9

Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)

29

10,5

Clara de Sousa (SIC)

8

2,8

Ana Lourenço (SIC)

1

,3

João Adelino Faria (SIC)

1

,4

29

10,4

Lurdes Baeta (TVI)

7

2,7

Pedro B. Moraes (TVI)

2

,7

Ana Sofia (TVI)

4

1,4

Pedro Pinto (TVI)

6

2,0

Manuela Moura Guedes (TVI)

Nenhum

40

14,5

Ns/nr

120

43,5

Total

276

100,0

A opinião no que concerne o apresentador de noticiários mais credível, também é muito heterogénea entre os jovens a exprimirem opiniões muito diferentes. As escolhas dos jovens inquiridos recaem, em 8,6% dos casos, em Manuela Moura Guedes, sendo esta a percentagem maior. De seguida, verifica-se que 7% dos jovens acham que o Rodrigo Guedes de Carvalho é o mais credível, 5,9% fazem recair a sua escolha em José Rodrigues dos Santos e 4,9% mencionam antes o José Alberto Carvalho. Todos os outros apresentadores recolhem menos de 4% das preferências.

144


Tabela 136: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais credível

N José Alberto Carvalho (RTP1) Judite de Sousa (RTP1)

% 14

4,9

7

2,6

José Rodrigues dos Santos (RTP1)

16

5,9

Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)

19

7,0

Clara de Sousa (SIC)

2

,8

Ana Lourenço (SIC)

1

,3

Alberta Marques Fernandes (RTP2)

1

,2

Manuela Moura Guedes (TVI)

24

8,6

Lurdes Baeta (TVI)

1

,4

Pedro B. Moraes (TVI)

3

1,0

Ana Sofia (TVI)

2

,8

Pedro Pinto (TVI)

11

3,9

Nenhum

43

15,6

Ns/nr

132

47,9

Total

276

100,0

No que respeita ao apresentador que os jovens consideram o mais divertido, mais uma vez a Manuela Moura Guedes é a mais escolhida pelos jovens, demonstrando aqui a sua popularidade, contudo a percentagem de inquiridos que a escolheram representam apenas 12,3%. José Rodrigues dos Santos consegue alcançar a segundo posição com 9,4% a apontarem-lhe o dedo como o apresentador mais divertido e o Rodrigo Guedes de Carvalho está na terceira posição com apenas 3,1% das escolhas. Quanto aos restantes apresentadores as escolhas são bastante fragmentadas e as percentagens de jovens que os escolheram são muito diminutas não ultrapassando os 3%.

145


Tabela 137: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais divertido

N

%

José Alberto Carvalho (RTP1)

8

2,8

Judite de Sousa (RTP1)

1

,3

José Rodrigues dos Santos (RTP1)

26

9,4

Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)

9

3,1

Clara de Sousa (SIC)

1

,4

Ana Lourenço (SIC)

2

,9

João Adelino Faria (SIC)

3

,9

Vasco Matos Trigo (RTP2)

0

,2

Manuela Moura Guedes (TVI)

34

12,3

Lurdes Baeta (TVI)

1

,4

Pedro B. Moraes (TVI)

5

1,9

Ana Sofia (TVI)

3

1,2

Pedro Pinto (TVI)

6

2,2

Nenhum

43

15,7

Ns/nr

133

48,4

Total

276

100,0

Curiosamente, aparece também no topo quanto à percentagem de jovens telespectadores que opinam quanto ao apresentador de noticiários que consideram o menos interessante. Porém a fracção de jovens que a escolheram corresponde apenas a 3,9% das respostas. A seguir está a Alberta Marques Fernandes com 2,8% de jovens a apontar-lhe o dedo e depois está o Vasco Matos Trigo com 2% das escolhas. Os restantes apresentadores têm menos de 2% dos inquiridos a considerá-los os menos interessantes.

146


Tabela 138: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é menos interessante

N

%

José Alberto Carvalho (RTP1)

3

1,2

Judite de Sousa (RTP1)

3

1,1

José Rodrigues dos Santos (RTP1)

2

,7

Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)

1

,3

Clara de Sousa (SIC)

3

1,0

Ana Lourenço (SIC)

2

,8

Alberta Marques Fernandes (RTP2)

8

2,8

Vasco Matos Trigo (RTP2)

5

2,0

11

3,9

Pedro B. Moraes (TVI)

2

,7

Ana Sofia (TVI)

3

,9

Pedro Pinto (TVI)

2

,6

72

25,9

Manuela Moura Guedes (TVI)

Nenhum Ns/nr

160

58,2

Total

276

100,0

Mais uma vez, Manuela Moura Guedes é a mais mencionada (em 4,8% dos casos) desta vez quanto ao apresentador de noticiários que os jovens dizem não conseguirem suportar. A seguir estão a Judite de Sousa e o Vasco Matos Trigo, em ex aequo, com 1,2% de jovens a escolherem-nos. Os restantes apresentadores têm menos de 1% dos inquiridos a declararem que não os conseguem suportar.

Tabela 139: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que não consegue suportar

N

%

Judite de Sousa (RTP1)

3

1,2

Ana Lourenço (SIC)

1

,4

João Adelino Faria (SIC)

1

,4

Alberta Marques Fernandes (RTP2)

1

,3

Vasco Matos Trigo (RTP2)

3

1,2

Manuela Moura Guedes (TVI)

13

4,8

Lurdes Baeta (TVI)

1

,5

Pedro B. Moraes (TVI)

1

,4

Pedro Pinto (TVI) Nenhum

1

,2

98

35,4

Ns/nr

152

55,2

Total

276

100,0

Uma maioria expressiva de jovens, que representa 67,4% das respostas, não assiste aos tempos de antena dos habituais comentadores da actualidade. Porém, o mais visto pelos

147


jovens, embora apenas por 11,4% dos inquiridos, é o Marcelo Rebelo de Sousa, e uma percentagem não muito distante de jovens, nomeadamente, 9,4% dos inquiridos, assistem aos comentários de Miguel Sousa Tavares. Apenas 1,2% ouvem o que António Vitorino tem para dizer e o António Peres Metelo cativa não mais do que uma pequeníssima minoria de 0,2%.

Tabela 140: Dos comentadores da actualidade, a quais é que assiste na televisão: N

%

Miguel Sousa Tavares

25

9,2

António Vitorino

3

1,2

Marcelo Rebelo de Sousa

31

11,4

António Perez Metelo

1

,2

Nenhum / não vê

186

67,4

Ns/nr

38

13,8

No que concerne os programas favoritos dos jovens, 81,7% declaram que gostam de filmes e uma percentagem igualmente expressiva de jovens (78,7%) afirmam gostar de assistir a telenovelas portuguesas. O terceiro tipo de programa mais escolhido pelos jovens, são os programas de humor que recolheram 71% das respostas, e uma fracção muito próxima de inquiridos (70,6%) escolheram os desenhos animados. Os programas de desporto são ainda do agrado de 57,9% dos jovens inquiridos e 56,3% declaram gostar de concursos. As séries nacionais também são do agrado de mais de metade dos inquiridos (53,8%), assim como as séries internacionais (51,8%) e as telenovelas brasileiras (51,1%). Os restantes programas são escolhidos por menos de metade dos jovens telespectadores, entre eles os documentários (com 42,5% das preferências), os reality shows (com 35,3% das escolhas), as notícias (34,8%) e por último os talk shows (com apenas 18% das preferências).

148


Tabela 141: Gosta de programas de: N

%

Desporto

160

57,9

Reality shows

97

35,3

Concursos

155

56,3

Telenovelas portuguesas

217

78,7

Telenovelas brasileiras

141

51,1

Programas de humor

196

71,0

Séries nacionais

148

53,8

Séries internacionais

143

51,8

Filmes

225

81,7

Talk shows

50

18,0

Desenhos animados

195

70,6

Notícias

96

34,8

Documentários

117

42,5

Cerca de metade dos jovens inquiridos portugueses são da opinião de que a oferta de programas para a sua idade é regular, mas 13,8% dos jovens acham que a programação é má. Um terço dos jovens estão mais satisfeitos e acham que a programação é boa mas apenas 2,2% acham que é muito boa. Quanto aos horários dos programas que interessam aos jovens, 20,7% expressam a sua insatisfação e 43,9% acham que os horários são regulares. Ainda assim 31,8% dos jovens inquiridos consideram que os horários televisivos são bons mas só uma pequena minoria de 3,6% de jovens consideram os horários muito bons. Apenas 5,3% dos jovens telespectadores consideram que a qualidade da televisão que vêm é má mas 52,5% são da opinião que é apenas regular. Perto de 40% são da opinião que a qualidade daquilo que assistem na televisão é boa porém uma minoria circunscrita de 2,3% de jovens consideram que é muito boa. É quanto à quantidade de publicidade durante os programas que se regista claramente a maior fracção de jovens inquiridos insatisfeitos, que ascende aos 52,3%. A fracção de jovens telespectadores que consideram a quantidade de publicidade regular decresce para os 27,5% e desce ainda mais para os jovens que sã da opinião que é boa (18,1%) e apenas 2,2% acham que é muito boa.

149


Tabela 142: Qual a sua opinião sobre: Má (%)

Regular (%)

Boa (%)

Muito boa (%)

A oferta de programas para a sua idade

13,8

50,3

33,6

2,2

O horário dos programas que lhe interessam

20,7

43,9

31,8

3,6

5,3

52,5

39,9

2,3

52,3

27,5

18,1

2,2

A qualidade da televisão que vê A quantidade de publicidade durante os programas

Apesar de as telenovelas não estarem em primeiro lugar nos programas favoritos – como vimos estão em segundo lugar com uma percentagem bastante próxima do lugar cimeiro - são o principal tipo de programas que os jovens assistem (em 53,1% dos casos). Por seu turno, embora os filmes tenham sido escolhidos por uma maior fracção de jovens como os programas favoritos, apenas 11,7% dos inquiridos declaram que os filmes e séries são os principais programas televisivos a que assistem. A seguir encontram-se os desenhos animados como o principal tipo de programa a que os jovens assistem habitualmente (com 10,3% das escolhas). Os programas de desporto são referidos, em primeiro lugar, por 7% dos jovens inquiridos, os concursos por apenas 3,4% e ainda menos jovens telespectadores (3%) escolhem os programas de informação.

Tabela 143: Qual o principal programa que vê habitualmente (1ªREF)

N

%

Filmes/series

32

11,7

Telenovelas

146

53,1

Noticias/informação

8

3,0

Desenhos animados

28

10,3

Concursos

9

3,4

Desporto

19

7,0

Outros

19

6,9

Ns/nr

12

4,5

Total

276

100,0

150


Outros N

% 257

93,1

A Herança

1

,4

Art Attack

3

1,0

Circo das Celebridades

1

,4

CSI

1

,4

Curto Circuito

1

,3

Documentários

2

,8

Herman SIC

2

,7

MTV Música

2

,6

Pimp my Ride

0

,2

Smack Down

2

,8

The O.C.

2

,8

Vida Selvagem

1

,3

WWE Smack Down Total

1

,3

276

100,0

Quanto aos programas que os jovens assistem habitualmente, escolhidos em segundo lugar, as telenovelas continuam a ser os programas mais referenciados mas agora por apenas 17,2% dos jovens telespectadores e uma fracção muito próxima (16,6%) mencionam os filmes como segunda escolha. Os desenhos animados são mencionados por 16% dos jovens como o segundo tipo de programa que mais assistem habitualmente. E, enquanto segunda escolha, os programas de informação, com 8,2% das preferências, ultrapassam os concursos (com 4,7% das preferências) e o desporto (com um peso de 1,4% nas segundas escolhas). Os outros programas que os jovens escolheram como o segunda escolha distribuem-se por 12,8% das respostas.

Tabela 144: Qual o principal programa que vê habitualmente (2ªREF)

N

%

Filmes/series

46

16,6

Telenovelas

48

17,2

Noticias/informação

23

8,2

Desenhos animados

44

16,0

Concursos

13

4,7

4

1,4

Outros

35

12,8

Ns/nr

63

22,9

Total

276

100,0

Desporto

151


Outros N

% 240

87,2

A Herança

6

2,1

Allô Allô

1

,4

Caçadores de Mitos

1

,3

CSI

1

,3

Documentário

3

1,0

Dr.House

3

1,2

Herman SIC

1

,5

Humor

1

,4

Maxmen

1

,3

Música

1

,3

New Wave

1

,2

Pista Blue

1

,4

Prismas da Bruma

1

,4

Programa de música

2

,7

Quem quer Ganhar

1

,4

Raw

2

,8

Reality Show

1

,5

Rex

1

,5

Simpsons

1

,4

Você na TV

1

,4

Wrestling

1

,5

Wetwork

1

,5

Will and Grace

1

,4

WWE row

1

,3

276

100,0

Total

No que concerne os programas que os jovens telespectadores vêm habitualmente referenciados em terceiro lugar, verifica-se uma grande divisão das escolhas. Os filmes são os mais mencionados com 9,5% das preferências. Enquanto terceira escolha, os desenhos animados são referenciados por 5,6% e as telenovelas, que continuam no grupo de programas mais escolhidos, são mencionadas por 4,9% dos inquiridos. Os programas de informação são escolhidos por 4,7% como terceira escolha e uma fracção muito próxima (4,6%) escolhe os concursos. O desporto apenas reúne 2,7% das terceiras escolhas.

152


Tabela 145: Qual o principal programa que vê habitualmente (3ªREF)

N

%

Filmes/series

26

9,5

Telenovelas

13

4,9

Noticias/informação

13

4,7

Desenhos animados

15

5,6

Concursos

13

4,6

7

2,7

25

9,1

Desporto Outros Ns/nr

162

58,8

Total

276

100,0

Outros N

% 251

90,9

BBC

1

,3

Canais música

1

,4

Concursos

4

1,6

Documentário

4

1,3

Dr. Hope

1

,3

Em família

2

,6

Euromilhões

1

,3

Hora Discovery

1

,5

Levanta-te e Ri

1

,4

Ovellalling

1

,4

Para rir

1

,4

Prazer dos Diabos

1

,4

Reality Show

2

,7

Serviço de Urgência

1

,4

Tourada

1

,3

Vida Selvagem

2

,6

WWE pqperviews

1

,3

276

100,0

Total

Só uma pequena minoria de 4,6% dos jovens telespectadores tem por hábito gravar programas. Entre aqueles que o fazem cerca de três quartos afirma que o motivo para o fazerem é porque não podem ver os programas à hora que são transmitidos. Cerca de um quarto declaram que o motivo é porque não estão em casa à hora que os programas passam na televisão.

153


Tabela 146: Costuma gravar programas

N

%

Sim

13

4,6

Não

258

93,5

Ns/nr

5

2,0

Total

276

100,0

Tabela 147: Por que motivo costuma gravar programas

N

%

Porque não pode ver à hora que são transmitidos Porque não está em casa à hora que passam na televisão Total

9

74,7

3

25,3

13

100,0

Os filmes e as séries são o principal tipo de programas gravados por uma maior fracção de jovens que corresponde a 36,7%. A seguir encontram-se as telenovelas, o principal tipo de programas gravados por 32,4% dos jovens telespectadores. A percentagem de inquiridos que gravam habitualmente programas de desporto é mais modesta, representando 13,6% e os concursos são mencionados em primeiro lugar por 7,4% dos jovens. Quanto aos programas gravados regularmente pelos jovens referenciados em segundo lugar, cerca de um quarto dos jovens declaram que têm por hábitos gravar filmes ou séries e outros tantos afirmam que gravam telenovelas. A percentagem de inquiridos que mencionam os concursos em segundo lugar decresce para os 8,9%. Apenas os filmes e as séries são referenciados como terceira escolha. Ainda entre aqueles que têm por hábito gravar programas 34,4% costuma trocar gravações de programas com os seus amigos.

Tabela 148: Qual o tipo de programa que costuma gravar (1ªREF.)

Filmes/series

N 5

% 36,7

Telenovelas

4

32,4

Concursos

1

7,4

Desporto

2

13,6

Outros

0

2,6

Ns/nr

1

7,3

Total

13

100,0

154


Tabela 149: Qual o tipo de programa que costuma gravar (2ªREF.)

Filmes/series

N 3

% 25,3

Telenovelas

3

25,2

Concursos

1

8,9

Outros

1

7,4

Ns/nr

4

33,3

Total

13

100,0

Outros N

% 275

99,7

1

,3

276

100,0

Saúde Total

Tabela 150: Qual o tipo de programa que costuma gravar (3ªREF.)

N

%

Filmes/series

1

6,3

Outros

3

25,3

Ns/nr

9

68,5

Total

13

100,0

Outros N

% 273

98,8

3

1,2

276

100,0

Dr.House Total

Tabela 151: Costuma trocar gravações de programas com os teus amigos

N

%

Sim

4

34,4

Não

8

65,6

Total

13

100,0

Apenas uma minoria de 12,5% de jovens já se ligaram à internet para verem páginas relacionada com um programa de televisão. Entre esses jovens telespectadores, um terço só navegam nessas páginas raramente, mas 41,7% fazem-no às vezes. Os que o fazem frequentemente ou muito frequentemente correspondem a cerca de um quarto.

155


Tabela 152: Já se ligou à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão

N

%

Sim

34

12,5

Não

236

85,7

Ns/nr

5

1,9

Total

276

100,0

Tabela 153: Com que frequência se liga à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão

N Muito frequentemente Frequentemente Às vezes Raramente Total

% 4 4 14 11 34

13,0 12,2 41,7 33,2 100,0

Ainda entre os que já consultaram páginas na internet sobre programas televisivos, o tipo de programas referenciado por uma maior percentagem de jovens, nomeadamente 48,8%, são as telenovelas. As páginas sobre concursos foram consultadas por 6,5% dos inquiridos, 3,1% consultaram páginas sobre filmes ou séries e 35,6% referenciam ainda outro tipo de programas entre os quais o Curto Circuito, o Gato Fedorento, o Circo das Celebridades, programas de luta livre, entre outros. Alguns inquiridos referem ainda que visitam as páginas não especificamente de programas mas de estações de televisão. Quanto às páginas sobre programas consultadas, referenciadas em segundo lugar, 19,2% afirmam que já consultaram páginas sobre filmes ou séries, 6,1% de telenovelas e 2,6% de programas de informação. Os programas de informação e os filmes e as séries voltam a ser referenciados em terceiro lugar, por 3% e 2,6%, respectivamente, dos jovens que consultam páginas referentes a programas televisivos.

Tabela 154: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (1ªREF)

N

%

Filmes/series

1

3,1

Telenovelas

17

48,8

Concursos Outros

2

6,5

12

35,6

Ns/nr

2

6,0

Total

34

100,0

156


Outros N

% 264

95,6

Caçadores

1

,4

Circo das celebridades

1

,4

Curto Circuito

2

,8

Discovery

1

,4

Gato Fedorento

1

,4

Google

2

,8

TVI

2

,7

Wrestling Total

1

,5

276

100,0

Tabela 155: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (2ªREF)

Filmes/series

N 7

% 19,2

Telenovelas

2

6,1

Noticias/informação

1

2,6

Outros

5

15,7

Ns/nr

19

56,4

Total

34

100,0

Outros N

% 270

98,0

Música

1

,4

Quem quer Ganhar

1

,4

Wrestling (luta livre)

1

,4

SIC

1

,4

Smack down

1

,4

276

100,0

Total

Tabela 156: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (3ªREF)

N

%

Filmes/series

1

Noticias/informação

1

3,0

Outros

4

12,5

2,6

Ns/nr

28

81,8

Total

34

100,0

157


Outros N

% 271

98,4

Philip the Future

3

1,2

Raw

1

,4

Total

276

100,0

Só uma minoria circunscrita a 1,6% de jovens telespectadores participou em algum fórum online sobre um programa de televisão e fizeram-no apenas raramente. O principal tipo de programas sobre o qual participaram em fóruns refere-se a telenovelas (em 73,9% dos casos). O programa Curto Circuito é também referenciado. Quanto à segunda referência, 73,9% os jovens telespectadores declaram que frequentaram os fóruns sobre filmes e séries e a mesma percentagem de jovens mencionam o programa Philip The Future como terceira referência.

Tabela 157: Já participou em algum fórum online sobre um programa de televisão

N

%

Sim

4

1,6

Não

265

96,2

Ns/nr

6

2,3

Total

276

100,0

Tabela 158: Com que frequência

N

%

Raramente

4

1,6

Ns/nr

271

98,4

Total

276

100,0

Tabela 159: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (1ªREF)

N

% 73,9

Telenovelas

3

Outros

1

26,1

Total

4

100,0

Outros N

% 275

Curto Circuito Total

99,6

1

,4

276

100,0

158


Tabela 160: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (2ªREF)

Filmes/series

N 3

% 73,9

Ns/nr

1

26,1

Total

4

100,0

Tabela 161: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (3ªREF)

N

% 73,9

Outros

3

Ns/nr

1

26,1

Total

4

100,0

Outros N

% 273

Philip the Future Total

98,8

3

1,2

276

100,0

Uma minoria de 15% dos jovens referem que os programas de televisão nunca são assunto de conversas com os seus amigos e 17,9% apontam que o são raramente. Perto de metade afirmam que às vezes são assunto de conversa entre os pares e apenas 15,3% afirmam que o são frequentemente ou muito frequentemente.

Tabela 162: Os programas de televisão são assunto de conversas com os seus amigos

N Muito frequentemente Frequentemente Às vezes Raramente Nunca Ns/nr Total

% 15 29 136 49 41 5 276

5,3 10,5 49,5 17,9 15,0 1,9 100,0

A esmagadora maioria dos jovens, que representam 91,1% dos casos, afirmam que a televisão em casa está ligada às horas das refeições e 51,5% confessam que a televisão fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. Estes dados são indicadores da omnipresença da televisão em casa mesmo em pano de fundo para as actividades diárias ou corriqueiras em casa como comer, entre outras.

159


Tabela 163: A televisão em casa está ligada às horas das refeições

N

%

Sim

251

91,1

Não

19

6,8

Ns/nr

6

2,2

Total

276

100,0

Tabela 164: A televisão em casa está ligada mesmo quando ninguém está a ver

N

%

Sim

142

51,5

Não

119

43,0

Ns/nr

15

5,5

Total

276

100,0

A percentagem de jovens que costumam ver algum noticiário televisivo (45,8%) reparte-se um pouco com a dos que não costumam (53,5%), embora o pendor seja um pouco mais para os que não têm aquele hábito. Entre os jovens telespectadores que vêm o noticiário, há claramente uma maior percentagem a assistir ao da TVI, que corresponde a 60% dos jovens. Em segundo lugar com 36% de jovens telespectadores entre os inquiridos encontra-se a SIC e a RTP aparece em último lugar com uma audiência que corresponde a 20% dos jovens inquiridos. Quase todos os jovens, isto é, 93,1% vêm o noticiário em família e apenas 4,6% afirmam que o vêm sozinho. É ainda de assinalar que 72,9% dos jovens telespectadores têm por hábito trocar opiniões sobre o vêm no noticiário.

Tabela 165: Costuma ver algum noticiário televisivo das 20h00

N

%

Sim

126

45,8

Não

147

53,5

Ns/nr

2

,8

Total

276

100,0

Tabela 166: Em qual dos canais costuma ver noticiário televisivo das 20h00: % RTP

20,8

SIC

36,0

TVI

60,1

Ns/Nr

2,2

160


Tabela 167: Habitualmente, vê o noticiário televisivo da noite com quem

N

%

Sozinho Em família

6

4,6

116

93,1

Não vê telejornal

1

,6

Ns/nr

2

1,7

Total

125

100,0

Tabela 168: É habitual trocar opiniões sobre o que viu:

N

%

Sim

87

72,9

Não

29

24,3

Ns/nr

3

2,8

Total

119

100,0

Zapping O acto de fazer zapping é uma realidade para a maior parte dos jovens visto que 28,4% dos jovens declaram que nunca o fazem. Entre aqueles que o fazem, 27,4% fazem zapping uma ou duas vezes. 8,8% declaram que o fazem mais de duas e menos de cinco vezes e 12,4% fazem-no mais de 5 vezes. Para 14,7% fazer zapping é uma constante. No que respeita as razões porque o fazem, 36,5% dos jovens confessam que a razão prende-se com a curiosidade ou o prazer de navegar entre canais e 29,5% dizem que o fazem para evitar a publicidade. Outra razão, adiantada por 23,6%, prende-se com o desagrado ou o cansaço em relação ao que estão a ver. Outras razões mencionadas relacionam-se com a vontade de ver determinado programa ou notícia (referida por 6,7% dos jovens telespectadores) ou para saber mais sobre determinada informação (mencionada por 2,2% dos jovens).

161


Tabela 169: Ao longo do tempo em que diariamente vê televisão, quantas vezes é que faz zapping

N

%

Sempre

41

14,7

Mais de 5 vezes

34

12,4

Mais de duas e menos de 5 vezes

24

8,8

Uma ou duas vezes

76

27,4

Nunca

78

28,4

Ns/nr

23

8,3

Total

276

100,0

Tabela 170: Qual é a principal razão porque faz zapping: % Para ver determinado programa ou notícia

6,7

Para saber mais sobre determinada informação

2,2

Por desagrado ou cansaço em relação ao que estou a ver Pela curiosidade ou prazer de navegar entre canais

23,6 36,5

Para evitar a publicidade

29,5

Porque não consigo parar de mudar

2,5

Quanto a fazer zapping durante o mesmo programa, 42,7% dos jovens inquiridos afirmam que o fazem uma ou duas vezes. Porém a percentagem de inquiridos que faz zapping com maior frequência diminui: 7,9% dizem que o fazem mais de duas e menos de cinco vezes, 5,6% fazem-no mais de 5 vezes e 9,8% estão sempre a fazer zapping durante o mesmo programa. Já 27,2% afirmam que nunca fazem zapping enquanto estão a ver um programa. No que concerne as razões porque o fazem, 42,9% adiantam que têm curiosidade ou o prazer de navegar entre canais e 28,1% tentam evitar a publicidade. O desagrado ou o cansaço em relação ao que estão a ver é uma razão adiantada por 20,3% e, mais uma vez apenas uma pequena minoria dos jovens fazem zapping, desta feita durante o mesmo programa, por causa da vontade de ver determinado programa ou notícia (em 6,7% dos casos) ou para saber mais sobre determinada informação (em 2,2% dos casos).

162


Tabela 171: E durante o mesmo programa, com que frequência é que faz zapping

N

%

Sempre

17

9,8

Mais de 5 vezes

10

5,6

Mais de duas e menos de 5 vezes

14

7,9

Uma ou duas vezes

75

42,7

Nunca

48

27,2

Ns/nr

12

6,8

Total

175

100,0

Tabela 172: Qual é a principal razão porque faz zapping durante o mesmo programa N

%

Para ver determinado programa ou notícia

7

6,0

Para saber mais sobre determinada informação

3

2,2

23

20,3

49

42,9

32

28,1

Por desagrado ou cansaço em relação ao que estou a ver Pela curiosidade ou prazer de navegar entre canais Para evitar a publicidade Ns/nr

1

,6

Total

115

100,0

Claramente é durante os espaços publicitários, que uma maior fracção de jovens telespectadores tendem a fazer mais zapping. As telenovelas estão em segundo lugar no que respeita à percentagem de jovens (29,4%) que tendem a fazer zapping durante o seu visionamento. Contudo, este percentagem poderá explicar-se pelo facto de as telenovelas serem o tipo de programas que os jovens mais assistem. Quanto aos filmes, 27,4% dos inquiridos fazem zapping durante o seu visionamento e 25,1% declara que fazem zapping durante programas de entrevista. Pouco mais de 23% fazem zapping durante os telejornais ou quando estão a ver espectáculos de entretenimento. Uma percentagem de jovens ligeiramente superior a 20% fazem zapping durante os concursos de televisão e menos de 20% dos jovens telespectadores fazem-no durante emissões desportivas e durante documentários.

163


Tabela 173: Qual o tipo de programa nos quais tem tendência para fazer mais zapping: % Espectáculos de entretenimento

23,1

Emissões desportivas

19,9

Programas de entrevista

25,1

Telenovelas

29,4

Filmes

27,4

Telejornais

23,5

Documentários

15,3

Espaços publicitários

55,6

Concursos

20,5

Durante os intervalos dos programas favoritos dos jovens, 36,7% aproveitam para realizarem alguma coisa ou alguma tarefa que necessitam de fazer em casa. Por seu turno, 34% simplesmente fazem zapping pelos outros canais, todavia, 15,9% afirmam que vêm a publicidade e 5,7% declaram mesmo que seguem a publicidade com atenção.

Tabela 174: O que é que normalmente faz durante os intervalos do seu programa preferido

N Zapping pelos outros canais Aproveita para fazer alguma coisa que precisa em casa Vê a publicidade

% 94

34,0

101

36,7

44

15,9

Segue a publicidade com atenção

16

5,7

Ns/nr

21

7,7

Total

276

100,0

Entre os jovens telespectadores, 33,2% afirmam que retirariam automaticamente a publicidade das emissões gravadas se tivessem um aparelho de gravação digital de vídeo. Uma percentagem menor de inquiridos declaram que não o faria. Contudo, 30% dos inquiridos simplesmente não costumam gravar programas e 8,9% nem sabem do que se trata.

164


Tabela 175: Se tivesse um aparelho de gravação digital de vídeo retiraria automaticamente a publicidade das emissões gravadas

N

%

Sim

91

33,2

Não

52

18,9

Não costuma gravar programas

83

30,0

Não sabe do que se trata

24

8,9

Ns/nr

25

9,1

Total

276

100,0

A partir sensivelmente da década de noventa, em Portugal, o panorama audiovisual começou a alterar-se. Surgiram novos canais generalistas, o acesso à televisão por satélite tornou-se mais comum e começaram a ser introduzidos servisses pagos de televisão, nomeadamente, a TV por cabo que distribui conteúdos e programas televisivos direccionados a públicos mais específicos. Verifica-se que a introdução desses serviços atinge segmentos significativos da população portuguesa. Entre os jovens respondentes em ambos os inquéritos, mais de metade afirmam ainda ter televisão paga (TV cabo, satélite, etc.). A televisão continua a ser um meio de comunicação central no quotidiano dos jovens, embora estes possam estabelecer uma relação mais próxima com outros media. Cerca de um terço dos jovens admitem que são os que mais vêm televisão em casa. E verifica-se a tendência para haver uma maior fracção de raparigas e de respondentes mais novos que declaram ser os que mais vêm televisão dentro do seu agregado doméstico. O que é certo, é que a televisão marca a sua presença, nem que seja como pano de fundo ou algo olhado de vez em quando, muitas vezes no próprio quarto dos jovens. Quase todos os jovens inquiridos afirmam que a televisão está ligada às horas das refeições e cerca de metade confessam que a televisão fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. Por um lado, os jovens passaram a dividir mais frequentemente a sua atenção entre a televisão e outras tarefas e actividades e, por outro lado, a manter uma relação mais individualizada com a televisão em comparação com o que acontecia nas gerações anteriores, embora o visionamento de programas junto da família ainda se verifique. Mas, ao mesmo tempo que a televisão declina enquanto “lareira electrónica”, os aparelhos de televisão estão, hoje em dia, mais presentes em várias divisões da casa como podemos concluir dos dados recolhidos.

165


As telenovelas surgem como o principal tipo de programas a que os jovens assistem. Mas também mostram preferência por filmes, programas de humor e desenhos animados. Além disso, os programas de desporto, os concursos, as séries nacionais e internacionais também são do agrado da maioria dos jovens. Verifica-se ainda que os jovens passaram a apreciar as produções nacionais de conteúdos audiovisuais visto que mais de metade dos jovens inquiridos têm preferência por telenovelas com produção portuguesa e maioria consideram a novela “Morangos com açúcar” como a sua favorita. Além disso, entre os canais favoritos surge claramente a TVI no lugar cimeiro, com a SIC a aparecer em segundo lugar nas preferências juvenis. Observa-se igualmente que o acto de fazer zapping está hoje bem instituído nas práticas da maior parte jovens, que procuram evitar a publicidade ou que são movidos essencialmente pela curiosidade ou prazer de navegar entre canais ou pelo desagrado ou cansaço em relação ao que estão a ver.

166


Capítulo 7: A cultura da mobilidade: a utilização dos telemóveis por parte dos jovens De acordo com um relatório da ANACOM, no final de Setembro de 2004 existiam em Portugal 9,636 milhões de utilizadores de telemóveis, segundo dados entregues pelos operadores móveis. Este número está muito próximo da população total portuguesa e traduz o enorme crescimento que a utilização do telemóvel teve em Portugal desde meados dos anos 90. Em Setembro de 2004, a taxa de penetração do serviço estava nos 92%, o que coloca Portugal acima da média comunitária que no mesmo período era de 84,4%. Os jovens não ficaram alheios a este grande crescimento e têm sido cada vez mais incluídos na rede de utilizadores. Ainda segundo a ANACOM, a maior parte dos utilizadores continua a utilizar cartões pré-pagos, que correspondem a 79% do total do mercado, enquanto os produtos com assinatura representam 21% do mercado. Outra informação é que entre Julho e Setembro de 2004 foram originadas cerca de 1,5 mil milhões de chamadas e 2,7 mil milhões de minutos nas três redes móveis nacionais, TMN, Vodafone e Optimus. Também é relevante o facto de que durante o terceiro trimestre do mesmo ano foram enviadas cerca de 635 milhões de mensagens. Ainda assim, o número de chamadas mensais por utilizador foi superior ao número de mensagens SMS enviadas. Verifica-se, portanto, que toda uma realidade de comunicações móveis emergiu em Portugal, comunica-se mais e das mais variadas formas. E é nesta realidade que as novas gerações se vão socializando e crescendo, uma realidade que se instalou nos seus quotidianos e nas suas práticas diárias. O telemóvel tornou-se num acessório quase obrigatório e é transportado para uma série de situações diárias, desde as aulas, aos tempos lúdicos e aos tempos passados com a família ou com os amigos.

Inquérito online A esmagadora maioria dos jovens (96,6%) tem telemóvel. Deste uma grande parte usa carregamentos e apenas uma pequena minoria tem telemóvel com assinatura. Observase que há uma fracção ligeiramente superior de raparigas que possui telemóvel. Embora, não seja muito prudente tirar ilações de uma diferença percentual pequena, este resultado não deixa de ser coerente com a maior importância subjectiva e relativa a

167


outros media que as raparigas atribuem ao telemóvel. Como seria de esperar há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que possuem telemóvel, a grande diferença está entre os mais novos, dos 9 aos 12 anos, e os outros inquiridos dos escalões etários mais velhos. Mas seja como for, mesmo entre inquiridos tão novos entre os 9 e os 12 anos, 84,2% declaram ter telemóvel. De facto a socialização e democratização do acesso ao telemóvel deu-se não só entre as pessoas em idade adulta das várias classes sociais, mas penetrou também maciçamente no quotidiano dos jovens e mesmo entre aqueles que ainda frequentam o 1º ciclo do ensino básico. Entre os jovens a partir dos 13 anos o acesso ao telemóvel é quase universal entre os inquiridos online. Tabela 176: Tens telemóvel?

N

%

Sim, com carregamentos

961

88,9

Sim, com assinatura

83

7,7

Não

31

2,9

6

,6

1081

100,0

Não sei/Não respondo Total

Masculino N Sim, com carregamentos

Feminino %

N

%

532

86,2

429

92,5

Sim, com assinatura

57

9,2

26

5,6

Não

24

3,9

7

1,5

4

,6

2

,4

Não sei/Não respondo

Idade 9 aos 12 anos N

%

Sim, com carregamentos

90

Sim, com assinatura Não Não sei/Não respondo Total

13 aos 15 anos N

16 aos 18 anos

%

N

%

75,0

312

86,4

559

93,2

11

9,2

37

10,2

35

5,8

16

13,3

11

3,0

4

,7

3

2,5

1

,3

2

,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Averigua-se que em 70% dos casos, quem comporta com a despesa dos telemóveis dos inquiridos são os pais. Só um quarto dos internautas paga directamente essa despesa. Entre as raparigas verifica-se uma ligeira tendência para haver uma maior percentagem de pais que comportam as despesas em comparação com os rapazes, embora as diferenças entre os sexos sejam demasiado pequenas para podermos tirar conclusões. Observa-se mais claramente que há medida que os inquiridos se vão tornando mais

168


velhos, há uma tendência para haver uma transferência dos custos com o telemóvel dos pais para os filhos. Entre os mais novos, apenas 10,8% comporta as suas próprias despesas com o telemóvel enquanto que entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos essa fracção ascende aos 35,2%.

Tabela 177: Quem paga as tuas despesas com o teu telemóvel?

N

%

Eu

270

25,0

Os meus pais

757

70,0

Outras pessoas

19

1,8

Não sei/Não respondo

35

3,2

1081

100,0

Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Eu

164

26,6

106

22,8

Os meus pais

422

68,4

335

72,2

8

1,3

11

2,4

23

3,7

12

2,6

Outras pessoas Não sei/Não respondo

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Eu

13

10,8

46

12,7

211

35,2

Os meus pais

85

70,8

295

81,7

377

62,8

3

2,5

9

2,5

7

1,2

19

15,8

11

3,0

5

,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Outras pessoas Não sei/Não respondo Total

Mais de metade dos inquiridos (53,3%) gasta menos de 3 euros em telemóvel por semana e 27,2% gasta entre 3 e 6 euros no mesmo período. Verifica-se ainda uma ligeira tendência para haver uma maior fracção de raparigas mais gastadoras do que de rapazes, embora as diferenças sejam de facto pequenas. Os mais novos são os que tendem a gastar menos, provavelmente por serem alvos de um controlo mais rigoroso por parte dos pais dos pais e por terem uma menor autonomia financeira e não só. Seja como for os jovens tentam controlar as suas despesas e mesmo entre os mais velhos cerca de 80% não gasta mais do que 6 euros por semana.

169


Tabela 178: Sabes quanto gastas por semana?

N

%

Menos de 3 euros

576

53,3

Entre 3 e 6 euros

294

27,2

Entre 7 e 12 euros

59

5,5

Entre 13 e 18 euros

9

,8

Mas de 18 euros

9

,8

Não sei Total

134

12,4

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Menos de 3 euros

345

55,9

231

49,8

Entre 3 e 6 euros

160

25,9

134

28,9

Entre 7 e 12 euros

31

5,0

28

6,0

Entre 13 e 18 euros

7

1,1

2

,4

Mas de 18 euros

4

,6

5

1,1

70

11,3

64

13,8

Não sei

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Menos de 3 euros

69

57,5

206

57,1

301

50,2

Entre 3 e 6 euros

17

14,2

93

25,8

184

30,7

Entre 7 e 12 euros

4

3,3

13

3,6

42

7,0

4

1,1

5

,8

4

1,1

4

,7

Entre 13 e 18 euros Mas de 18 euros Não sei Total

1

,8

29

24,2

41

11,4

64

10,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Uma maioria significativa (65,8%) utiliza o telemóvel para fazer ou receber chamadas mas a utilização mais comum é mandar mensagens, a julgar pela resposta de 88% dos jovens. 37% dos internautas tem o telemóvel principalmente para receber chamadas. Outra utilização com relevo para 27,4% dos inquiridos é jogar. As raparigas são as maiores fãs das mensagens SMS, visto que 92% afirma que utiliza o telemóvel principalmente para mandar mensagens em comparação com 86% dos rapazes. Por seu turno, os rapazes são os que mais jogam ao telemóvel visto que 31,9% confessam ser essa uma das suas principais utilizações do telemóvel em comparação com 21,3% das raparigas. Observa-se ainda que há uma maior fracção de inquiridos mais novos (46,7%) que utiliza principalmente o telemóvel para receber chamadas, em comparação com 34,8% dos internautas mais velhos. Principalmente entre os mais novos o telemóvel poderá ser

170


um instrumento em favor do maior controlo dos pais. Para além disso, as redes sociais dos mais jovens são ainda limitadas e muitas vezes cingem-se à escola, ao bairro, ou aos pares com quem partilham actividades de tempo livre e que vêm regularmente. Têm também menor liberdade de movimentos e o uso de telemóvel reflecte um pouco essa condição. Os jovens mais velhos, por seu turno, têm mais liberdade e autonomia e poderão usar o telemóvel de uma forma que reforce essa autonomia, seja para trocar mensagens com os seus pares, combinar encontros, alargar os contactos sociais, namorar, etc. Assim sendo, não é de estranhar que se verifique uma maior percentagem de internautas mais velhos que mandam mensagens (94%) e que fazem e recebem chamadas (67,7%), em comparação com 63,3% e 56,7% de inquiridos dos 9 aos 12 anos, respectivamente. Inversamente, constata-se que há claramente uma maior percentagem de inquiridos mais novos (44,2%) que declaram que jogar é uma das principais utilizações que fazem do telemóvel em comparação com apenas 20% dos internautas mais velhos.

Tabela 179: Utilizas o telemóvel, principalmente, para: N Receber chamadas Fazer e receber chamadas Mandar mensagens Participar em chats Navegar na internet Jogar Outras coisas Não sei/Não respondo

% 400 711 960 6 38 296 102 26

37,0 65,8 88,8 ,6 3,5 27,4 9,4 2,4

Masculino N Receber chamadas Fazer e receber chamadas Mandar mensagens Participar em chats Navegar na internet Jogar Outras coisas Não sei/Não respondo

Feminino %

N

%

237

38,4

163

35,1

419

67,9

292

62,9

533

86,4

427

92,0

4

,6

2

,4

27

4,4

11

2,4

197

31,9

99

21,3

64

10,4

38

8,2

19

3,1

7

1,5

171


Idade 9 aos 12 anos N

%

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

%

Receber chamadas

56

46,7

135

37,4

209

34,8

Fazer e receber chamadas

68

56,7

237

65,7

406

67,7

Mandar mensagens

76

63,3

320

88,6

564

94,0

Participar em chats

3

2,5

2

,6

1

,2

Navegar na internet

6

5,0

12

3,3

20

3,3

Jogar

53

44,2

123

34,1

120

20,0

Outras coisas

18

15,0

39

10,8

45

7,5

Não sei/Não respondo

14

11,7

9

2,5

3

,5

No geral, os amigos são o principal alvo de comunicação via telemóvel em 80,3% dos casos. Portanto, revela-se aqui a importância das sociabilidades entre os pares. A família e, em particular, os pais aparecem atrás dos amigos em ordem de importância com quem os jovens costumam falar. Entre os pais, é com a mãe que uma maior fracção de inquiridos costuma comunicar (61,2%) e um pouco atrás está o pai (47,9%). 27% dos inquiridos revelam ainda que o namorado ou a namorada são das pessoas com quem comunicam mais ao telemóvel e 25,3% referem os irmãos. São estes basicamente os círculos de comunicação dos jovens internautas ao telefone. Quanto às diferenças entre os sexos é curioso constatar que há uma maior percentagem de rapazes que falam com o pai (52,4%) em comparação com 42% das raparigas. Por seu turno, há uma maior fracção de raparigas que comunica com os amigos/as (84,7%), enquanto que entre os rapazes essa percentagem decresce para os 77%. Como seria de esperar, a comunicação com os pais é mais relevante para uma maior fracção de inquiridos mais novos. Entre os jovens dos 9 aos 12 anos, 65% declara que a mãe é das pessoas com quem comunicam mais ao telemóvel e 54,2% afirmam que o pai também se inclui nesse círculo de pessoas, enquanto que entre os internautas dos 16 aos 18 anos essas percentagens decrescem para os 59,3% e 46,2%, respectivamente. É apenas entre os inquiridos mais novos que a comunicação com os pais por telemóvel, em particular com a mãe (com um peso de 65%), assume maior importância que a comunicação com os amigos (com um peso de 59,2%). Assim a comunicação com os amigos cresce de peso enquanto que a comunicação com os pais decresce há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos. Alem disso, como seria de esperar a importância de relações afectivas, nomeadamente o namoro, aumenta com a idade dos jovens pelo que 35% dos internautas dos 16 aos 18 anos revelam que o namorado/a está 172


entre as pessoas com quem mais comunicam, enquanto que entre os mais novos essa percentagem é de apenas 10%.

Tabela 180: Com que pessoas costumas comunicar mais?: N Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com outros familiares Com os amigos/as Com o meu namorado/a Com outras pessoas Não sei/Não respondo

% 662 518 274 219 868 292 108 30

61,2 47,9 25,3 20,3 80,3 27,0 10,0 2,8

Masculino N

Feminino %

N

%

Com a minha mãe

383

62,1

279

60,1

Com o meu pai

323

52,4

195

42,0

Com os meus irmãos/irmãs

165

26,7

109

23,5

Com outros familiares

137

22,2

82

17,7

Com os amigos/as

475

77,0

393

84,7

Com o meu namorado/a

162

26,3

130

28,0

Com outras pessoas

63

10,2

45

9,7

Não sei/Não respondo

24

3,9

6

1,3

Com que pessoas costumas comunicar mais?: Idade 9 aos 12 anos N

%

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

%

Com a minha mãe

78

65,0

228

63,2

356

59,3

Com o meu pai

65

54,2

176

48,8

277

46,2

Com os meus irmãos/irmãs

22

18,3

78

21,6

174

29,0

Com outros familiares

32

26,7

70

19,4

117

19,5

Com os amigos/as

71

59,2

306

84,8

491

81,8

Com o meu namorado/a

12

10,0

70

19,4

210

35,0

Com outras pessoas

14

11,7

26

7,2

68

11,3

Não sei/Não respondo

16

13,3

8

2,2

6

1,0

Considerando a amostra dos jovens internautas inquiridos online, 72,1% teve o seu primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. Verifica-se ainda uma maior fracção de raparigas que obteve o telemóvel com 13 anos ou menos (75,6%) em comparação com 69,4% dos rapazes.

173


Tabela 181: Com que idade tiveste o primeiro telemóvel?

N

%

10 anos ou menos

232

21,5

11 anos

186

17,2

12 anos

200

18,5

13 anos

161

14,9

14 anos

147

13,6

15 anos

69

6,4

16 anos

22

2,0

17 anos

5

,5

18 anos ou mais

1

,1

Não me lembro

58

5,4

1081

100,0

Total

Masculino N 10 anos ou menos

Feminino %

N

%

139

22,5

93

20,0

11 anos

95

15,4

91

19,6

12 anos

106

17,2

94

20,3

13 anos

88

14,3

73

15,7

14 anos

87

14,1

60

12,9

15 anos

47

7,6

22

4,7

16 anos

14

2,3

8

1,7

17 anos

1

,2

4

,9

19

4,1

18 anos ou mais

1

,2

Não me lembro

39

6,3

Apenas uma pequena minoria dos jovens (7,8%) comprou o seu primeiro telemóvel a expensas próprias, 50,5% declaram que foi o pai a comprar e 22% que foi a mãe. Portanto, para uma maioria significativa dos jovens a iniciativa de comprar o telemóvel foi tomada em conluio com os pais ou tomada pelos próprios pais. Estes dados poderão sugerir que os muitos pais poderão fazer questão que os filhos utilizem telemóvel para que possam estar contactáveis durante o dia. Para muitos jovens, a obtenção do telemóvel poderá fazer parte de parte de uma estratégia familiar e o grande crescimento da utilização do telemóvel entre os mais novos aconteceu de certo com o apoio de muitos pais que têm percepção de que a utilização do telemóvel por parte dos pais traz vantagens para si. Há uma maior fracção ligeiramente superior de raparigas do que de rapazes que obtiveram o primeiro telemóvel através dos pais. Por seu turno, verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes (9,2%) que compraram com o seu próprio dinheiro o ser primeiro telemóvel, em comparação com 5,8% de raparigas. Observa-se ainda que a percentagem de inquiridos que comprou a expensas próprias o seu primeiro 174


telemóvel cresce há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos, com maior autonomia financeira. Contudo, a iniciativa dos pais em comprar o telemóvel parece sofrer poucas alterações ao longo das faixas etárias.

Tabela 182: Quem comprou o teu primeiro telemóvel?

N Eu

% 84

7,8

O meu pai

546

50,5

A minha mãe

238

22,0

Um irmão/irmã

34

3,1

Outro familiar

127

11,7

Um amigo/a

12

1,1

Outra pessoa

40

3,7

1081

100,0

Total

Masculino N Eu

Feminino %

N

%

57

9,2

27

5,8

O meu pai

303

49,1

243

52,4

A minha mãe

133

21,6

105

22,6

Um irmão/irmã

21

3,4

13

2,8

Outro familiar

78

12,6

49

10,6

2

,3

10

2,2

23

3,7

17

3,7

Um amigo/a Outra pessoa

Idade

Eu

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

2

1,7

23

6,4

59

9,8

O meu pai

58

48,3

187

51,8

301

50,2

A minha mãe

21,7

25

20,8

83

23,0

130

Um irmão/irmã

4

3,3

9

2,5

21

3,5

Outro familiar

18

15,0

39

10,8

70

11,7

Um amigo/a Outra pessoa Total

1

,8

4

1,1

7

1,2

12

10,0

16

4,4

12

2,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

28,6% dos jovens internautas acha que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem telemóvel enquanto que 66,9% acha que não mudaria nada. É curioso verificar aqui um efeito de género, visto que há claramente uma maior fracção de raparigas (36,6%) que considera que a sua vida mudaria para pior se ficasse duas semanas sem telemóvel, enquanto que essa fracção entre os rapazes é de apenas 22,5%. Inversamente, 72,6% dos rapazes acham que não aconteceria nada enquanto que entre

175


as raparigas essa percentagem decresce para os 59,3%. Por outro lado, os internautas mais velhos são também os mais pessimistas visto que 30,5% considera que a sua vida mudaria para pior se ficassem privados do telemóvel durante um par de semanas, enquanto que entre os mais novos apenas 20,8% considera o mesmo. Estes dados poderão dever-se pelo cálculo dos mais velhos de que terão mais a perder se ficarem privados do telemóvel visto que é um meio para melhorar e aprofundar as suas relações sociais e a sua maior autonomia.

Tabela 183: Se ficasse duas semanas sem telemóvel?

N A minha vida mudaria para melhor A minha vida mudaria para pior Não aconteceria nada Total

% 49 309 723 1081

4,5 28,6 66,9 100,0

Masculino N A minha vida mudaria para melhor A minha vida mudaria para pior Não aconteceria nada

Feminino %

30 139 448

N 4,9 22,5 72,6

% 19 170 275

4,1 36,6 59,3

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

A minha vida mudaria para melhor

6

5,0

18

5,0

25

4,2

A minha vida mudaria para pior

25

20,8

101

28,0

183

30,5

Não aconteceria nada

89

74,2

242

67,0

392

65,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

45,2% dos inquiridos admite que apenas algumas mensagens são necessárias, 37,1% acha que muitas são necessárias e apenas 14,3% acha que são todas necessárias. As diferenças entre os sexos não são grandes o suficiente, nem assume todas o mesmo sentido para que possamos tirar conclusões. Quanto às diferenças entre escalões etários, verificamos que há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos maior é a tendência para haver uma maior fracção que considera que muitas ou todas as suas mensagens são necessárias.

176


Tabela 184: Consideras que todas as chamadas que fazes e as mensagens que envias são necessárias?

N

%

Não, nenhuma é necessária

36

3,3

Sim, algumas são necessárias

489

45,2

Sim, muitas são necessárias

401

37,1

Sim, todas são necessárias

155

14,3

1081

100,0

Total

Masculino N Não, nenhuma é necessária

Feminino %

N

%

27

4,4

9

1,9

Sim, algumas são necessárias

270

43,8

219

47,2

Sim, muitas são necessárias

224

36,3

177

38,1

Sim, todas são necessárias

96

15,6

59

12,7

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Não, nenhuma é necessária

14

11,7

12

3,3

10

1,7

Sim, algumas são necessárias

56

46,7

181

50,1

252

42,0

Sim, muitas são necessárias

35

29,2

120

33,2

246

41,0

Sim, todas são necessárias

15

12,5

48

13,3

92

15,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

A situação em que uma maior percentagem de jovens declaram ter por hábito desligar o telemóvel é quando estão nas aulas (40,8%), seguida da situação em que os jovens se encontram no cinema (39,7%). Apenas uma minoria dos jovens declaram que desligam o telemóvel quando estão a estudar (18,6%) ou quando estão em família, às refeições, a ver televisão, etc. (11,4%). Uma fracção ligeiramente superior de rapazes afirma que desligam o telemóvel quando estão nas aulas (43,8%), em comparação com 36,9% das raparigas. De facto, nota-se percentagens ligeiramente superiores de rapazes que desligam o telemóvel nas situações consideradas. São diferenças muito pequenas mas que demonstram uma certa consistência e que nos permitem considerar que uma maior fracção das raparigas é mais relutante em desligar o telemóvel em diversas situações. No que respeita às diferenças entre idades verifica-se, sem margem para dúvidas, que é entre os mais novos que há maior percentagens de inquiridos a desligar o telemóvel nas 177


diversas situações consideradas. 66,7% e 56,7% dos jovens dos 9 aos 12 anos declaram que desligam o telemóvel nas aulas e no cinema, respectivamente. Mas entre os jovens mais velhos, dos 16 aos 18 anos essas percentagens sofrem uma grande queda, sendo 31,3% e 30,3%, respectivamente. Igualmente, fracções maiores de internautas mais novos desligam o telemóvel quando estão a estudar (30,8%) e quando estão em situações familiares (19,2%), enquanto que entre os mais velhos essas percentagens são de 13,3% e 8,5% respectivamente.

Tabela 185: Costumas desligar o telemóvel:

Costumas desligar o telemóvel: quando estou nas aulas

Sim

N 441

% 40,8

Não

609

56,3

Ns/nr

31

2,9

Costumas desligar o telemóvel: quando estou no cinema

Sim

429

39,7

Não

619

57,3

Ns/nr

33

3,1

Costumas desligar o telemóvel: quando estou a estudar

Sim

201

18,6

Não

849

78,5

31

2,9

Costumas desligar o telemóvel: quando estou em família, às refeições, a ver televisão, etc.

Sim

123

11,4

Não

928

85,8

Ns/nr

30

2,8

Ns/nr

Idade Masculino N

Feminino

Costumas desligar o telemóvel: quando estou nas aulas

Sim

270

% 43,8

Não

328

53,2

19

3,1

12

2,6

Costumas desligar o telemóvel: quando estou no cinema

Sim

257

41,7

172

37,1

Não

343

55,6

276

59,5

Ns/nr

17

2,8

16

3,4

Costumas desligar o telemóvel: quando estou a estudar

Sim

123

19,9

78

16,8

Não

476

77,1

373

80,4

Ns/nr

18

2,9

13

2,8

Costumas desligar o telemóvel: quando estou em família, às refeições, a ver televisão, etc.

Sim

76

12,3

47

10,1

Não

524

84,9

404

87,1

Ns/nr

17

2,8

13

2,8

Ns/nr

N 171 281

% 36,9 60,6

178


Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

Costumas desligar o telemóvel: quando estou nas aulas

Sim

80

% 66,7

173

% 47,9

188

% 31,3

Não

29

24,2

175

48,5

405

67,5

Ns/nr

11

9,2

13

3,6

7

1,2

Costumas desligar o telemóvel: quando estou no cinema

Sim

68

56,7

179

49,6

182

30,3

Não

38

31,7

169

46,8

412

68,7

Ns/nr

14

11,7

13

3,6

6

1,0

Costumas desligar o telemóvel: quando estou a estudar

Sim

37

30,8

84

23,3

80

13,3

Não

71

59,2

265

73,4

513

85,5

Ns/nr

12

10,0

12

3,3

7

1,2

Costumas desligar o telemóvel: quando estou em família, às refeições, a ver televisão, etc.

Sim

23

19,2

49

13,6

51

8,5

Não

85

70,8

300

83,1

543

90,5

Ns/nr

12

10,0

12

3,3

6

1,0

A maioria dos inquiridos (56,3%) afirma ainda que, às vezes, recebe mensagens quando já está deitado e 18,8% afirma que isso acontece muitas vezes. Verifica-se que há claramente uma maior percentagem de raparigas que afirma que recebem muitas vezes mensagens quando já estão deitadas, nomeadamente, 25,4% em comparação com 13,8% dos rapazes. Inversamente, 31,4% dos rapazes afirmam que tal situação nunca acontece e apenas 16,2% das raparigas declaram que nunca recebem chamada quando já estão deitadas. Como seria de prever, os mais novos são os menos recebem chamadas quando já estão deitadas. 43,3% dos internautas dos 9 aos 12 anos afirmam que recebem chamadas, às vezes ou muitas vezes, quando já estão deitados, enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos essa percentagem ascende aos 82,8%.

Tabela 186: Costumas receber chamadas ou mensagens quando já estás deitado?

N

%

Sim, às vezes

609

56,3

Sim, muitas vezes

203

18,8

Não, nunca Total

269

24,9

1081

100,0

Masculino N Sim, às vezes Sim, muitas vezes Não, nunca

Feminino %

N

%

338

54,8

271

58,4

85

13,8

118

25,4

194

31,4

75

16,2

179


Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

Sim, às vezes

%

45

37,5

201

55,7

363

60,5

7

5,8

62

17,2

134

22,3

68

56,7

98

27,1

103

17,2

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Sim, muitas vezes Não, nunca Total

%

Pouco menos de 90% afirma que existem três ou mais telemóveis em casa. Portanto podemos assumir que entre os inquiridos online, seja normal haver um telemóvel por cada membro da família ou que quase todos os membros do agregado familiar tenham, cada um, o seu próprio aparelho.

Tabela 187: Quantos telemóveis há em tua casa?

N

%

Um

20

1,9

Dois

92

8,5

Três

314

29,0

Quatro

365

33,8

Mais de quatro

288

26,6

Nenhum Total

2

,2

1081

100,0

Inquérito nacional A par do que foi verificado entre os inquiridos online, também se verifica que a uma grande maioria dos jovens portugueses inquiridos a nível nacional (72,8%) afirmam que têm telemóvel, embora seja uma fracção menor da registada online. Também se verifica que há uma fracção maior de raparigas, mais 5%, do que de rapazes que afirmam ter um telemóvel. Entre os jovens dos 16 aos 18 anos, a posse de telemóvel é quase universal no panorama nacional, visto que 98,2% declaram ter um. O mesmo já não se verifica entre os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, entre os quais 45,9% afirmam ter telemóvel. Contudo, nota-se a clara tendência para uma utilização praticamente universal do telemóvel entre os adolescentes e mesmo entre os mais novos quase metade já tem o seu próprio aparelho. Assim, espera-se que os telemóveis sejam cada vez mais utilizados pelos mais novos. Esta tendência é corroborada pelo facto de que a idade média em que os inquiridos a nível nacional obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos. A

180


larga maioria (89,6%) tem apenas um aparelho e poucos são os que têm dois ou três aparelhos.

Tabela 188: Tem telemóvel

N

%

Sim

201

72,8

Não

75

27,2

Total

276

100,0

Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino

Sim

99

% 70,0

Não

42

30,0

N 102

% 75,7

33

24,3 Idade

8 - 12 anos Sim

N 49

% 45,9

Não

58

54,1

13 - 15 anos

16 - 18 anos

N

N

55

% 78,8

15

21,2

96

% 98,2

2

1,8

Tabela 189: Quantos aparelhos possui a funcionar neste momento

N

%

1

180

89,6

2

18

8,8

3

3

1,6

201

100,0

Total

Tabela 190: Com que idade teve o seu primeiro telemóvel Média

11,8

Mediana

12

Moda

11

Máximo

6

Mínimo

18

Percentil 25

10

Percentil 75

13

Desvio Padrão

2,4

Outro dado que confirma a penetração praticamente universal dos telemóveis nos lares dos portugueses é de que apenas 3,2% dos inquiridos afirmam não haver um telemóvel no agregado familiar. Uma grande maioria dos inquiridos (88,4%) afirma que há pelo menos dois telemóveis em casa e em 67,9% dos casos há três ou mais telemóveis por

181


agregado, o que confirma a tendência já apontada atrás de que em muitos lares portugueses existe pelo menos um telemóvel por cada membro do agregado familiar. O que parece ser mais diminuta é a penetração dos aparelhos de terceira geração nos lares portugueses, que é de apenas 11,4% entre os lares dos jovens inquiridos. Uma maioria de 70% afirma que os telemóveis utilizados no agregado não são da última geração.

Tabela 191: Nº de telemóveis no agregado

N

%

Um

23

8,4

Dois

56

20,5

Três

81

29,7

Quatro

59

21,6

Mais de quatro

45

16,6

Nenhum Total

9

3,2

273

100,0

Tabela 192: São na sua maioria equipamentos de 3G

N

%

Sim, 3g

30

11,4

Não, mas tem muitas funcionalidades aproximadas aos 3g

27

10,2

Não sabe do que se trata Ns/nr

187 6 16

70,0 2,3 6,1

Total

267

100,0

Não

Os jovens portugueses são da opinião, em termos médios, de que o custo razoável de um telemóvel novo é de 114,2 euros. Este valor médio superior entre os rapazes (121,91) do que entre as raparigas (105,15). Além disso, o preço médio que os jovens inquiridos acham razoável pagar na aquisição de um novo telemóvel aumenta há medida que aumenta a idade dos inquiridos. Assim sendo, os inquiridos mais velhos, com um poder de compra e uma liberdade financeira um pouco maior do que os mais novos acham razoável, em termos médios, gastar 123,36 euros num novo telemóvel, enquanto que os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, consideram, em média, que 91,04 euros é um preço razoável.

182


Tabela 193: Em termos médios, qual o valor que acha razoável gastar na aquisição de um telemóvel novo Média

114,20

Mediana

100,00

Moda

100

Desvio-Padrão

63,722

Mínimo

0

Máximo Percentis

400 25

70,00

75

150,00

Sexo do entrevistado

Média

Masculino 121,91

Feminino 105,15

100,00

100,00

100

100

74,171

47,608

0

25

Mediana Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis

400

250

25

62,25

73,66

75

150,00

150,00

8 - 12 anos 91,04

13 - 15 anos 119,73

16 - 18 anos 123,36

60,54

100,00

100,00

Idade Média Mediana Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis

100

100

100

75,128

56,878

57,889

0

20

50

250

250

400

25

42,90

90,00

100,00

75

100,01

150,00

150,00

Entre os jovens portugueses inquiridos, 42% têm como principal operador a TMN, contudo este operador está praticamente em paralelo com Vodafone, que é o principal operador de 41,5% dos jovens. Como a distinção entre os dois é mínima podemos dizer que são estes, em par de igualdade, os principais operadores entre os jovens portugueses, com a Optimus a aparecer como um distante terceiro. Operadores como a Uzo, entre outros, são muito pouco utilizados pelos jovens portugueses. Verifica-se ainda que apenas uma minoria dos jovens inquiridos (12,7%) utiliza mais do que um operador, sendo que a grande maioria (86,1%) mantêm-se fiel a um operador. Quando os jovens utilizam um segundo operador este é um dos três maiores operadores presentes em Portugal.

183


Tabela 194: Principal operador de comunicações móveis (aquele a partir do qual faz o maior número de chamadas)

N

%

Vodafone

83

41,5

Optimus

24

11,8

TMN

84

42,0

Uzo

6

3,0

Outro

3

1,3

Ns/nr

1

,4

Total

201

100,0

Tabela 195: Utiliza mais do que um operador

N

%

Sim

25

12,7

Não

173

86,1

2

1,2

201

100,0

Ns/Nr Total

Tabela 196: Quais são esses outros operadores

% Vodafone

36,4

Optimus

38,0

TMN

48,5

A quase totalidade dos inquiridos (96%) tem como modalidade de pagamento o cartão pré-pago e apenas uma pequena minoria de 2,6% utiliza o modo de pagamento por assinatura individual. Além disso, uma maioria de 61,9% carrega o telemóvel uma vez por mês, apenas 14,2% têm por hábito carregar duas vezes e uma pequena minoria de 6,7% carrega três ou mais vezes por mês. Muito poucos são também aqueles que carregam o telemóvel em intervalos de tempo bastante espaçados como de 2 em 2 meses (4,2%) ou de 3 em 3 meses (0,9%).

Tabela 197: Qual é a modalidade de pagamento do principal operador de telemóvel

N Cartão pré-pago Assinatura individual Ns/nr Total

% 193 5 3 201

96,0 2,6 1,5 100,0

184


Tabela 198: Em média, quantas vezes carrega o seu telemóvel por mês:

N

%

0

2

1,1

1

119

61,9

2

27

14,2

3

6

2,9

4

6

3,1

5

0

,2

10

1

,5

3 em 3 meses

2

,9

2 em 2 meses

8

4,2

Ns/nr

21

11,0

Total

193

100,0

Em média, os jovens gastam 18,69 euros por mês no seu telemóvel. É curioso verificar que são as jovens inquiridas, as mais gastadoras (em média, 21,6 euros por mês), em comparação com os rapazes (15,58 euros, em termos médios), fazendo assim valer o estereótipo de que as raparigas comunicam mais ao telefone ou ao telemóvel do que os rapazes. Ademais, comparando entre escalões etários, como também seria de prever, observa-se que os jovens dos 16 aos 18 anos são os que mais gastam (23,3 euros, em média). Nos escalões etários mais baixos os custos vão diminuindo: os inquiridos dos 13 aos 15 anos gastam, em termos médios, 16,72 euros e os jovens dos 8 aos 12 anos gastam 14,57 euros, em média. Tabela 199: Em média, qual o valor que gasta por mês no seu telemóvel Média

18,69

Mediana

15,00

Moda

10

Desvio-Padrão

21,512

Mínimo

5,00

Máximo Percentis

200,00 25

10,00

75

20,00

185


Sexo do entrevistado Masculino

Feminino

Média

15,58

21,60

Mediana

15,00

15,00

10

10

9,300

28,327

5,00

5,00

Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis

50,00

200,00

25

7,50

10,00

75

20,00

20,00 Idade

8 - 12 anos Média Mediana Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis

13 - 15 anos

16 - 18 anos

14,57

16,72

23,30

10,00

15,00

15,00

10

10

10

14,955

10,050

28,791

5,00

5,00

5,00

100,00

50,00

200,00

25

7,50

10,00

10,00

75

15,00

23,27

25,00

Os jovens portugueses inquiridos fazem, em média, 3,56 chamadas por dia. Verifica-se uma média maior de chamadas diárias entre os rapazes do que entre as raparigas, o que pode parecer de certa forma uma contradição com o facto de ser as raparigas as que mais gastam com o telemóvel. Porém, é de sublinhar que a média é uma medida que é sensível aos valores extremos e como o valor máximo entre os inquiridos do sexo é de 80 chamadas (enquanto que entre as jovens esse valor é de 30 chamadas diárias), esse valor vai influenciar a tendência central. Por outro lado, mesmo no cenário em que se possa aceitar que são os rapazes que mais chamadas fazem, poderá acontecer o caso em que sejam as raparigas a efectuar as chamadas mais longas, podendo assim gastar mais fazendo menos chamadas. Este cenário parece ser corroborado pela análise dos percentis, que serve de como medida de controlo da média: até 75% dos rapazes faz até quatro chamadas por dia, enquanto que entre as raparigas, 75% efectua até três chamadas por dia. Quanto às comparações entre escalões etários verifica-se uma média maior de chamadas diárias (4,76) entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, mas esta média sofre da influência da média masculina, isto é do valor máximo que é 80, enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos o valor máximo é de 30 chamadas e entre os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, é de 10 chamadas por dia. Todavia, verifica-se sem surpresas que são os mais

186


novos os que registam uma média de chamadas menor (2,32), enquanto que os mais velhos registam uma média de 3,68 chamadas diárias. A tendência para os mais velhos registarem um maior número de chamadas terá a ver com a sua maior autonomia e liberdade, assim como a uma rede social maior, em termos médios, do que a dos mais novos. Olhando para os percentis para relativizar os valores das médias, verifica-se que 75% dos jovens dos 16 aos 18 anos fazem até 4 chamadas por dia, enquanto que entre os jovens dos 13 aos 15 anos e entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos, 75% efectua até 3 chamadas. Observa-se então a sobrevalorização da média dos jovens dos 13 aos 15 anos devida aos valores extremos.

Tabela 200: Quantas chamadas faz em média por dia do seu telemóvel Média

3,56

Mediana

2,00

Moda Desvio-padrão

1 7,736

Mínimo

0

Máximo

80

Percentis

25

1,00

75

4,00

Sexo do entrevistado

Média Mediana Moda Desvio-Padrão

Masculino 4,18

Feminino 3,01

2,00

1,00

1

1

10

5

Mínimo

0

0

Máximo

80

30

25

1

1

75

4

3

Percentis

Idade Média Mediana

8 - 12 anos 2,32

13 - 15 anos 4,76

16 - 18 anos 3,68

1,00

1,00

2,00

Moda

1

1

1

Desvio-Padrão

3

14

5

Mínimo

0

0

0

Máximo Percentis

10

80

30

25

1

1

1

75

3

3

4

187


Nos dados seguintes observa-se claramente que o telefone fixo está a perder terreno para os telemóveis, visto que pouco mais de metade dos jovens dizem que têm telefone fixo em casa, enquanto que a cobertura de telemóveis é, hoje em dia, muito maior. Entre aqueles que têm telefone fixo, 74,6% tem a PT como operadora de facturação das chamadas, apenas 9,4% utiliza a Tele 2 e apenas 8% tem como operadora a Novis/home. A Cabovisão reúne apenas uma minoria de 4% de clientes entre os inquiridos e 2,4% utiliza outras operadoras.

Tabela 201: Tem telefone fixo em casa

N

%

Sim

139

Não

127

47,7

Total

267

100,0

52,3

Tabela 202: Qual é a operadora de facturação das chamadas

PT Novis/home

% 74,6 8,0

Tele 2

9,4

Cabovisão

4,0

Ns/nr Outros

1,6 2,4

Desde que os jovens têm telemóvel, 43,7% dizem que falam menos tempo através do telefone fixo em casa. Este poderá ser portanto um indicador de que a expansão da utilização do telemóvel terá acontecido às expensas da utilização do telefone fixo. Os dados divergem um pouco entre os sexos mas a tendência principal mantém-se. Quanto à comparação entre os escalões etários verifica-se que é entre os jovens dos 16 aos 18 anos que há uma maior fracção de inquiridos (56,1%) que afirmam falar menos através do telefone fixo desde que têm telemóvel. Para além das vantagens de mobilidade que o telemóvel garante, é ainda de salientar que a comunicação por telemóvel poderá garantir em determinadas situações maior privacidade. Outro dado que reforça o exposto atrás, é que o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de casa diminuíram , segundo 47,9% dos jovens inquiridos. No que respeita ao telefone fixo do trabalho verifica-se que a transferência de chamadas do fixo para o telemóvel não foi tão acentuada. Porém, não há um único inquirido a

188


afirmar que fala mais pelo telefone fixo do trabalho. É ainda de salientar que são muito poucos os jovens inquiridos que trabalham pelo que não é prudente tirar grandes elações dos dados. Ademais, 23% dos jovens trabalhadores afirmam que as chamadas efectuadas pelo telefone fixo do trabalho diminuíram e apenas 3,5% dizem que aumentaram.

Tabela 203: Desde que tem telemóvel fala mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo através do telefone fixo de casa

N

%

Mais tempo

3

2,6

O mesmo tempo

49

41,5

Menos tempo

51

43,7

Ns/nr

14

12,2

Total

117

100,0

Sexo do entrevistado Masculino N Mais tempo

Feminino %

N

%

1

1,8

2

3,4

O mesmo tempo

23

38,1

25

45,1

Menos tempo

28

45,6

23

41,6

9

14,5

6

9,8

Ns/nr

Idade 8 - 12 anos N

13 - 15 anos

%

N

Mais tempo

16 - 18 anos

%

N

%

1

3,2

2

3,8

O mesmo tempo

16

47,9

18

50,9

15

30,8

Menos tempo

12

36,1

11

32,9

28

56,1

5

16,0

5

13,0

5

9,3

Ns/nr

Tabela 204: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de casa...

N Aumentaram

% 1

1,0

Mantiveram-se

43

36,9

Diminuíram

56

47,9

Ns/nr

17

14,2

Total

117

100,0

189


Tabela 205: Desde que tem telemóvel fala mais...através do telefone fixo do trabalho

N

%

O mesmo tempo

9

39,3

Menos tempo

7

29,5

Ns/nr

7

31,2

Total

23

100,0

Tabela 206: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo do trabalho...

N Aumentaram Mantiveram-se Diminuíram

% 1

3,5

12

53,1

5

23,0

Ns/nr

5

20,5

Total

23

100,0

Desde de que têm telemóvel, 63,3% dos jovens falam habitualmente com o amigos pelo telefone fixo de casa, enquanto que 61,1% afirmam falar com familiares. Confirma-se portanto, que mesmo no telefone fixo. Apenas uma minoria de 4,8% fala com a colegas de trabalho sobre assuntos profissionais.

Tabela 207: Com quem é que fala habitualmente pelo telefone fixo de casa desde que tem telemóvel: % Com familiares

61,1

Com amigos

63,3

Com colegas de trabalho sobre assuntos profissionais

4,8

Tal como se verificou entre os inquiridos online, também entre os jovens inquiridos a nível nacional verifica-se que os amigos ultrapassam os familiares no que respeita com quem habitualmente comunicam através do telemóvel. De facto, 54,2% dos jovens referenciaram em primeiro lugar os amigos e 42,7% referenciaram os pais. Quanto à segunda referencia, as posições invertem-se: 54% dos jovens portugueses inquiridos referenciam em segundo lugar os pais e 41% referenciam os amigos.

190


Tabela 208: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (1ªREF.)

N Com familiares Com amigos Com colegas de trabalho sobre assuntos profissionais Com outras pessoas

% 86

42,7

109

54,2

2

,8

2

,9

Ns/nr

3

1,4

Total

201

100,0

Tabela 209: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (2ªREF.)

N Com familiares Com amigos Com colegas de trabalho sobre assuntos profissionais Com outras pessoas Ns/nr

% 108

54,0

82

41,0

3

1,3

8

3,8

201

100,0

Total

Confirmando o que já foi dito atrás, das chamadas que os jovens têm no seu telemóvel, a maior percentagem, em termos médios, é atribuída a conversas sociais com os amigos (49,21% em média) enquanto que, no que toca a conversas com familiares, a percentagem média desde para os 39,63%. Apenas uma média de 3,25% das chamadas é atribuída a conversas para a resolução de problemas fundamentais da gestão doméstica e familiar, uma média de 1,84% das chamadas é atribuída a conversas profissionais (o que seria de esperar visto que tão poucos jovens declaram trabalhar) e uma média de 6,07% das chamadas é atribuída a outras conversas.

Tabela 210: Das chamadas que tem no seu telemóvel qual a percentagem que daria a:

Média Mediana Moda Desvio-padrão Mínimo

Conversas profissionais 1,84

Conversas sociais com amigos 49,21

Conversas sociais com familiares 39,63

Conversas para resolução de problemas fundamentais da gestão doméstica e familiar 3,25

,00

50,00

40,00

,00

Outras conversas 6,07 ,00

0

50

50

0

0

5,677

25,194

25,843

8,993

15,248

0

0

0

0

0

Máximo

50

100

100

80

100

Percentil 25

,00

30,00

20,00

,00

,00

Percentil 75

,00

60,00

50,00

,00

5,00

191


Entre os jovens utilizadores de telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens SMS: 34,7% dos jovens afirmam que utilizam, frequentemente o telemóvel para enviar ou receber mensagens e para 42% isso acontece muito frequentemente. Quanto a falar ao telemóvel, 37,4% dizem que o fazem frequentemente e apenas 14,7% o fazem muito frequentemente. Outra utilização se ainda assim se engloba nas mais habituais é a função de despertador utilizada frequentemente por 13,2% dos jovens e muito frequentemente por 18,1%. 20,7% dos jovens joga frequentemente ao telemóvel e 6,4% muito frequentemente. Outras utilizações relevantes são: a função de calculadora, utilizada frequentemente ou muito frequentemente por 24% dos jovens; e a função de agenda, usada frequentemente ou muito frequentemente por 21,3% dos jovens. Ouvir rádio ou música são usos que reúnem pouco mais de 13% de utilizadores frequentes ou muito frequentes. Outras utilizações como enviar e receber correio electrónico, faxes ou MMS, navegar ou consultar assuntos na internet, usar programas de mensagens instantâneas, fazer donativos ou utilizar outras aplicações informáticas não reúnem mais do que 10% de utilizadores habituais ou muito habituais.

192


Tabela 211: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel para: Nunca (%)

Pouco frequentemente (%)

Frequentemente (%)

Muito frequentemente (%)

Ns/nr (%)

Falar ao telefone

9,1

36,8

37,4

14,7

2,0

Enviar e receber SMS

5,9

17,4

34,7

42,0

Enviar e receber correio electrónico

81,1

7,6

4,7

4,4

2,2

Enviar e receber faxes

94,9

3,6

,6

,9

Enviar e receber MMS

81,3

11,9

3,3

2,6

,9

Jogar

40,6

32,4

20,7

6,4

Navegar/consultar assuntos na internet

83,2

9,7

3,9

2,7

,5

Utilizar a calculadora

49,7

25,7

16,5

7,5

,5

Ouvir rádio

79,5

6,4

8,5

5,0

,5

Ouvir música

81,7

4,1

7,5

6,1

,5

Utilizar programas de mensagens instantâneas

85,2

4,5

3,5

4,8

2,1

Fazer donativos para campanhas

93,9

2,3

2,6

Utilizar a agenda

57,4

20,3

12,1

9,2

1,1

Utilizar o despertador

48,1

19,5

13,2

18,1

1,1

Utilizar outras aplicações informáticas

91,4

2,3

3,7

1,6

1,0

1,2

Entre os jovens respondentes, 80,7% passaram a felicitar os seus amigos e familiares pelo seu aniversário através de mensagens SMS e/ou MMS (embora as mensagens MMS componham uma pequeníssima minoria a julgar pelos dados expostos atrás). Além disso, uma percentagem próxima de jovens (76,8%) passou a enviar mensagens de boas festas pelo telemóvel e 64,6% mensagens pessoais. A percentagem de jovens que passou a enviar mensagens profissionais é a mais reduzida (24%).

193


Tabela 212: Desde que utiliza o telemóvel passou a: % Felicitar os seus amigos e familiares pelo seu aniversário através de SMS e/ou MMS

80,7

Enviar as mensagens de boas festas através de SMS e/ou MMS

76,8

Enviar muitas das mensagens profissionais através de SMS e/ou MMS Enviar muitas das mensagens pessoais através de SMS e/ou MMS

24,0

64,6

O motivo mais habitual para utilizar o telemóvel, isto é, referido por uma percentagem maior de inquiridos é combinar encontros: 54,2% dos inquiridos utilizam o telemóvel, frequentemente ou muito frequentemente, para combinar encontros. Praticamente metade dos inquiridos referem ainda que utilizam frequentemente ou muito frequentemente o telemóvel para saber como estão os familiares e amigos e/ou para conversar sem assuntos concretos com amigos, familiares e conhecidos. Mais de 40% dos jovens mencionam que saber onde estão os familiares do agregado domestico e/ou saber onde se encontram outras pessoas da família, motivam frequentemente ou muito frequentemente as chamadas por telemóvel. Outra motivação que leva, frequentemente ou muito frequentemente, 38,7% dos jovens a efectuar uma chamada pelo telemóvel é conversar sobre assuntos afectivos ou amorosos. E 30,2% adiantam que ligam, frequentemente ou muito frequentemente, pelo telemóvel para avisar que estão atrasados para uma reunião ou um encontro marcado, enquanto que 26,8% ligam com a mesma frequência para saber se alguém já chegou a uma reunião ou a um encontro e 26,5% telefonam para avisar que chegaram a uma reunião ou a um encontro. Apenas uma pequena minoria dos jovens usa o telemóvel frequentemente para resolver assuntos e problemas profissionais.

194


Tabela 213: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel pelos motivos de: Nunca (%)

Pouco frequentemente (%)

Frequentemente (%)

Muito frequentemente (%)

Ns/nr (%)

11,3

33,9

38,6

15,6

,6

20,9

34,4

34,3

7,3

3,0

14,7

39,8

37,3

6,3

1,9

39,0

31,7

23,7

3,1

2,4

79,9

4,8

2,3

12,6

35,9

40,4

9,2

1,9

43,6

27,5

23,2

3,3

2,5

42,1

24,2

25,5

4,7

3,5

19,4

27,8

40,3

9,6

2,9

32,4

26,5

28,0

10,7

2,4

Combinar encontros Saber onde estão os filhos, pais, ou familiares do agregado doméstico Saber onde se encontram outras pessoas da sua família Saber se alguém já chegou a encontro/reunião marcado Resolver assuntos e problemas profissionais Saber como estão familiares e amigos Avisar que chegou a um encontro/reunião marcado Avisar que está atrasado para encontro/reunião marcado Conversar sem assuntos concretos com amigos, familiares e conhecidos Conversar sobre assuntos amorosos/afectivos

13,0

Apenas 14,5% dos jovens afirmam que, se não tivessem telemóvel, realizariam a maioria das chamadas que efectuam através de um telefone fixo. 27,5% afirmam que só fariam essas chamadas se o motivo fosse realmente urgente e 43,6% afirmam peremptoriamente que não fariam a maioria das chamadas que efectuam no telemóvel através do telefone fixo.

Tabela 214: Supondo, que não tinha telemóvel, realizaria na mesma, através de um telefone fixo a maioria das chamadas móveis que efectua:

N Sim, sempre Sim, mas apenas se o motivo da chamada fosse mesmo urgente Não

% 29

14,5

55

27,5

88

43,6

Ns/nr

29

14,3

Total

201

100,0

Uma esmagadora maioria dos jovens (82,1%) relevam uma grande autonomia no que respeita a operações relacionados com o uso do telemóvel visto que apenas 5,3 pede, às vezes, a outras pessoas que lhes façam algumas operações e 10,3% pede 195


frequentemente. Dentro dos jovens que pedem a outras pessoas para realizar operações relacionadas com o telemóvel, 73,3% pedem para fazer carregamentos do cartão prépago e 15,6% pedem para resolver problemas de funcionamento do equipamento. Apenas 2,5 pede assistência na escrita, envio ou outras operações relacionadas com mensagens escritas.

Tabela 215: Costuma pedir a outras pessoas que lhe façam algumas operações relacionadas com o uso do telemóvel

N

%

Sim, frequentemente

21

10,3

Sim, às vezes

11

5,7

Não

165

82,1

Ns/nr

4

2,0

Total

201

100,0

Tabela 216: Qual é a principal operação que pede para as outras pessoas fazerem:

N Fazer carregamentos do cartão prépago

% 23

73,3

Escrever/enviar e/ou ler/apagar mensagens escritas

1

2,5

Resolver problemas de funcionamento do equipamento

5

15,6

Outra

3

8,6

Total

32

100,0

O serviço utilizado, frequente ou muito frequentemente, pela maior percentagem de jovens são os toques, ainda assim essa percentagem é apenas de 16,4%. 12,8% dos jovens afirmam que utilizam, frequente ou muito frequentemente, o apoio ao cliente e 5,8% utilizam os logos disponibilizados pelos operadores. Mas de um modo geral apenas pequenas fracções de inquiridos utilizam os vários serviços disponibilizados como as notícias, informações sobre trânsito ou sobre o tempo, os alertas e/ou resultados de futebol e outros tipos de serviços.

196


Tabela 217: Com que frequência costuma utilizar os serviços disponibilizados pelo operador do seu telemóvel de: Nunca (%)

Pouco frequentemente (%)

Frequentemente (%)

Muito frequentemente (%)

Ns/nr (%)

Notícias

96,6

2,8

,6

Trânsito

98,3

1,7

Logos

88,1

5,6

4,2

1,6

,6

Tempo

96,5

,6

1,3

1,6

Toques

68,9

14,3

13,3

3,1

,3

Alertas e/ou resultados de futebol

93,8

4,6

1,6

Apoio ao cliente

56,1

30,7

11,2

1,6

,4

Outros tipos

4,1

,5

,6

1,6

93,3

É de assinalar que uma maioria bastante significativa dos jovens (85,2%) concordam ou concordam totalmente com a noção de que se sentem muitos mais tranquilos quando têm consigo o seu telemóvel. 79,4% dos jovens inquiridos também concordam ou concordam totalmente com a ideia de que têm maiores possibilidades de serem controlados quando estão com o seu telemóvel. Esta concordância poderá talvez ser sentida com maior veemência entre os jovens, recebendo o controlo dos pais. Como já foi exposto, levanta-se a hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel entre os jovens portugueses, efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa própria de muitos pais. A habituação ao telemóvel é visível em 57% dos jovens portugueses inquiridos que concordam ou concordam totalmente com a frase “Sinto-me muito ansioso/a quando não posso ter o meu telemóvel”. Apenas 27,8% concordam ou concordam totalmente que têm frequentemente necessidade de desligar o telemóvel para que as chamadas que recebem não interferirem com as suas relações interpessoais mais próximas. Inversamente, 74,3% concordam ou concordam totalmente que o seu telemóvel só lhes é útil se estiver constantemente ligado. Quanto à noção de que o telemóvel permite aos inquiridos gerir a sua vida privada e familiar de um modo muito mais eficaz, recebe a concordância ou a concordância total de 62% dos jovens. Apenas 28,3% dos inquiridos concordam ou concordam totalmente que a ideia de atender o telemóvel em público os incomoda e apenas uma pequeníssima minoria de 3,8%

197


concorda que a maioria das chamadas profissionais que recebem fora do período de trabalho são incómodas e invadem a sua privacidade individual e/ou familiar. A ideia de que vida das pessoas sem telemóvel, em geral, seria muito mais feliz e tranquila apenas acolhe a concordância ou a concordância total de 33,3% dos jovens. O telemóvel já faz parte do quotidiano dos jovens, penetrou, mesmo sub-repticiamente nas práticas do dia a dia, podendo servir várias funções mais práticas e outras mais lúdicas, daí que muitos jovens tenham dificuldade em imaginar uma vida sem telemóvel que fosse mais feliz. A maior parte dos jovens (em 76,8% dos casos) concordam ou concordam totalmente com a noção de que os telemóveis poderão ser um instrumento essencial para a realização de negócios e para a resolução de problemas profissionais a qualquer hora e em qualquer local. Mesmo que esta questão não lhes diga de momento directamente respeito poderão já vislumbrar a utilidade do telemóvel num futuro profissional. Apesar da utilização do telemóvel se ter massificado, ainda assim 44,1% dos jovens mostram a sua concordância ou a sua concordância total com a frase “o telemóvel hoje em dia permite identificar o estatuto social”. 46,5% dos jovens concordam ou concordam totalmente que quando recebem chamadas necessitam de se afastar para falar e 60,2% corroboram ou corroboram totalmente a ideia de que desde que usam o telemóvel deixaram de percorrer distâncias tão grandes para resolver os seus problemas. Uma maioria

bastante

significativa

de

jovens

(84,7%)

concorda

ou

concorda

peremptoriamente com a noção de que quando estão a falar ao telemóvel não gostam de ser interrompidos e 69,9% mostram a sua concordância ou concordância total à ideia de que tentam controlar o volume da sua voz falando mais baixo que o habitual quando estão a utilizar o telemóvel em locais públicos.

198


Tabela 218: Grau de concordância em relação à frase: Discordo totalmente (%) Sinto-me muito mais tranquilo/a quando tenho o meu telemóvel Tenho maiores possibilidades de ser controlado/a quando tenho o meu telemóvel Sinto-me muito ansioso/a quando não posso ter o meu telemóvel Tenho frequentemente necessidade de desligar o telemóvel para que as chamadas que recebo não interfiram com as minhas relações interpessoais mais próximas O meu telemóvel só me é útil se estiver permanentemente ligado O telemóvel permite-me gerir a minha vida privada e familiar de um modo muito mais eficaz A ideia de atender o telemóvel em público incomoda-me A maioria das chamadas profissionais que recebo fora do período de trabalho são incómodas e invadem a minha privacidade individual e/ou familiar O telemóvel hoje em dia permite identificar o estatuto social A vida das pessoas sem telemóvel, em geral, seria muito mais feliz e tranquila Os telemóveis são um instrumento essencial para a realização de negócios e para a resolução de problemas profissionais a qualquer hora e em qualquer local Quando recebo chamadas necessito de me afastar para falar Desde que uso o telemóvel deixei de percorrer distâncias tão grandes para resolver os meus problemas Quando estou a falar ao telemóvel não gosto de ser interrompido Tento controlar o volume da minha voz falando mais baixo que o habitual quando estou a utilizar o telemóvel em locais públicos

Discordo (%)

Concordo (%)

Concordo totalmente (%)

Ns/nr (%)

,9

12,1

63,3

21,9

1,9

1,5

17,3

61,0

18,4

1,8

6,6

32,6

43,9

13,1

3,7

29,2

37,6

19,8

8,0

5,4

2,5

20,0

53,0

21,3

3,2

6,1

24,3

49,5

12,5

7,7

25,8

39,9

25,4

2,9

5,9

29,4

35,2

3,8

19,3

24,4

38,6

6,1

11,5

9,8

42,3

26,1

7,2

14,7

3,8

14,2

56,8

14,0

11,2

11,2

39,4

37,9

8,6

2,8

10,9

20,4

49,6

10,6

8,6

1,0

10,1

69,7

15,0

4,1

4,4

20,2

59,2

10,7

5,5

31,5

A situação onde uma maior fracção de jovens dizem desligar sempre o seu telemóvel é quando estão em conferências, aulas e palestras (60,6%). 58,6% afirmam que desligam

199


os telemóveis em momentos fúnebres e 54,5% em celebrações religiosas em igrejas. Mais de metade afirma ainda que desliga sempre o telemóvel quando estão no cinema e cerca de 40% desliga-o sempre em espectáculos como teatro, ópera ou concertos. As consultas, os exames e tratamentos médicos, são situações que fazem 38,8% dos jovens desligar sempre o telemóvel e 31,2% têm a atenção de o desligar sempre em reuniões de trabalho ou outras. Apenas 16,2% dos jovens inquiridos de desligam sempre o telemóvel em momentos de comemoração como festas ou jantares íntimos. E cerca de 5% dos jovens desliga sempre o telemóvel em situações como conversas particulares face-a-face, refeições em restaurantes ou viagens em transportes públicos ou colectivos.

Tabela 219: Desliga/coloca em silêncio o seu telemóvel em: Sempre (%)

Por vezes (%)

Nunca (%)

Ns/nr (%)

5,1

23,8

67,0

4,1

Celebrações religiosas em igrejas

54,5

14,3

23,0

8,2

Espectáculos (teatro, ópera, concertos)

40,4

19,9

31,6

8,1

Cinema

55,3

21,4

19,5

3,8

Conferências, aulas e palestras

60,6

15,1

18,8

5,5

31,2

18,6

34,8

15,4

16,2

23,1

57,8

2,8

58,6

12,8

20,7

7,9

38,8

28,1

29,1

4,1

Viagens em transportes públicos ou colectivos

5,0

16,0

76,7

2,3

Conversas particulares face-a-face

5,2

21,9

70,3

2,6

Restaurantes

Reuniões de trabalho ou outras Momentos de comemoração (festas/jantares íntimos) Momentos fúnebres (velórios, funerais) Consultas, exames e tratamentos médicos

Quanto às desculpas que os jovens arranjam quando não atendem ou não respondem a uma chamada a mais referida em primeiro lugar pela maior fracção de inquiridos (49,2%) é a de que não ouviram o telemóvel tocar. A seguir, temos 27,8% que utilizam como principal desculpa o facto de a rede estar em baixo. 8,8% referem que não conseguiram ouvir as mensagens e 6,6% de que têm um problema com o equipamento telefónico. Apenas uma pequena minoria de 1,9% refere que utiliza como principal

200


desculpa uma situação doméstica ou familiar para resolver. É ainda curioso verificar que só 3,3% dos jovens afirmam não ter nenhuma desculpa e que atendem sempre o telemóvel. Quanto às desculpas escolhidas como segunda opção, o facto de a rede estar em baixo passa a ser a mais escolhida, sendo mencionada por 31,2% dos jovens e o facto de não ouvirem o telemóvel passa à segunda posição recolhendo 24,1% das respostas. 17,6% têm como segunda opção a desculpa de que não conseguiram ouvir as mensagens e 8,6% preferem utilizar como segunda desculpa eventuais problemas com o equipamento telefónico. As situações domésticas ou familiares servem como uma segunda desculpa para 6,8 dos jovens. No que respeita às desculpas reservadas como terceira opção, a mais mencionada, por 27,9%, é de que os inquiridos não conseguiram ouvir as mensagens e a segunda mais mencionada como terceira opção é que de tiveram um problema com o equipamento telefónico (17,3%). 16% reservam como terceira desculpa o facto de não terem conseguido ouvir o telemóvel tocar e 15,5% o facto de a rede estar em baixo.

Tabela 220: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (1ª opção):

N

%

O facto de a rede estar em baixo

56

27,8

Não ter ouvido o telemóvel tocar

99

49,2

Não ter conseguido ouvir as mensagens

18

8,8

13

6,6

4

1,9

1

,5

2 7 2

,9 3,3 1,1

Ter um problema com o equipamento telefónico Ter uma situação doméstica/familiar urgente para resolver Ter uma situação profissional urgente para resolver Outra Nenhuma/atendo sempre Ns/nr

201


Tabela 221: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (2ª opção):

N

%

O facto de a rede estar em baixo

63

31,2

Não ter ouvido o telemóvel tocar

48

24,1

Não ter conseguido ouvir as mensagens

35

17,6

17

8,6

14

6,8

Ter uma situação profissional urgente para resolver

3

1,6

Outra

2

1,1

7 11

3,7 5,2

Ter um problema com o equipamento telefónico Ter uma situação doméstica/familiar urgente para resolver

Nenhuma/atendo sempre Ns/nr

Tabela 222: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (3ª opção):

N

%

O facto de a rede estar em baixo

11,3

15,5

Não ter ouvido o telemóvel tocar

11,6

16,0

Não ter conseguido ouvir as mensagens

20,3

27,9

12,6

17,3

5,2

7,2

,6

,8

3,3 7,9

4,5 10,8

Ter um problema com o equipamento telefónico Ter uma situação doméstica/familiar urgente para resolver Ter uma situação profissional urgente para resolver Outra Nenhuma/atendo sempre Ns/nr

Dos jovens respondentes, 42,5% já utilizaram o telemóvel enquanto esperavam por alguém e se encontravam sozinhos para se sentirem mais acompanhados e 37,3% enviaram mensagens SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico, nas mesmas circunstâncias. 31,3% utilizaram o telemóvel numa situação similar para resolver assuntos pendentes que consideravam urgentes e 29,5% dos jovens fizeram o mesmo para que ninguém o incomodasse. 22,4% dos inquiridos aproveitaram ainda a situação de estarem sozinhos e à espera de alguém para resolver assuntos pendentes que consideravam urgentes. Verifica-se que há uma maior percentagem de raparigas (45,6%) do que de rapazes (39,3%) que usa o telemóvel para se sentirem mais acompanhadas. Uma maior fracção 202


de raparigas (40,9%) do que rapazes (33,5%) tende também a enviar mensagens SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico na mesma situação. Além disso, também se observa que 36,9% das raparigas utiliza o telemóvel quando estão sozinhas à espera de alguém para que ninguém as incomode, enquanto que entre os inquiridos do sexo masculino essa percentagem decresce para os 21,8%. Por seu turno, verifica-se que há uma fracção maior de rapazes (35,8%) do que de raparigas (27%) que aproveitaram, nas mesmas circunstâncias, para resolver assuntos pendentes que consideravam urgentes. Em todas faixas etárias, o principal motivo para os jovens inquiridos utilizarem o telemóvel prende-se com a sensação de se sentirem mais acompanhados, contudo, a maior percentagem de adolescentes que o fazem está entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (46,2%) e a menor entre os jovens dos 8 aos 12 anos (40,1%). Observa-se também maiores fracções de inquiridos entre os 13 e os 15 anos que enviam mensagens SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico (39,9%), enquanto que nas outras faixas etárias essa percentagem é menor, em especial, entre os jovens dos 16 aos 18 anos (35,6%). É entre as faixas etárias mais velhas que se verifica as maiores percentagens de inquiridos (cerca de 35%) que aproveitam as situações em que estão à espera sozinhos para resolverem assuntos que estavam pendentes e que consideravam urgentes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem decresce para os 20,7%.

Tabela 223: Já utilizou o telemóvel enquanto esperava por alguém e se encontrava sozinho para: % Que ninguém o incomodasse

29,5

Se sentir mais acompanhado

42,5

Resolver assuntos pendentes que considera urgentes

31,3

Resolver assuntos que estavam para resolver há muito tempo Enviar SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico

22,4 37,3

203


Sexo do entrevistado Masculino

Feminino

N

%

N

%

Que ninguém o incomodasse

21

21,8

38

36,9

Se sentir mais acompanhado

39

39,3

47

45,6

Resolver assuntos pendentes que considera urgentes

35

35,8

28

27,0

23

23,5

22

21,3

33

33,5

42

40,9

Resolver assuntos que estavam para resolver há muito tempo Enviar SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico

8 - 12 anos N %

Idade 13 - 15 anos N %

16 - 18 anos N %

Que ninguém o incomodasse

15

30,1

22

39,7

22

23,3

Se sentir mais acompanhado

20

40,1

25

46,2

40

41,7

Resolver assuntos pendentes que considera urgentes

10

20,7

19

34,4

34

35,0

12

23,5

12

21,7

21

22,3

19

37,8

22

39,9

34

35,6

Resolver assuntos que estavam para resolver há muito tempo Enviar SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico

Apenas uma minoria de 4,5% dos jovens utiliza as deslocações que fazem de carro ou em transportes públicos para resolverem assuntos profissionais através do telemóvel.

Tabela 224: Utiliza as deslocações que faz de carro ou em transportes públicos para resolver assuntos profissionais através do telemóvel:

N

%

Sim

9

4,5

Não

181

90,3

Ns/nr

10

5,2

Total

201

100,0

Um pouco mais de metade dos jovens inquiridos têm câmara digital incorporada no telemóvel. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que têm uma câmara incorporada (59,6%) do que raparigas (44%). E é entre os jovens mais velhos dos 16 aos 18 anos que se verifica claramente a maior percentagem de inquiridos que têm câmara digital incorporada (63%) em comparação com 40,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos.

204


Tabela 225: O seu telemóvel tem câmara digital incorporada:

N

%

Sim

104

51,7

Não

97

48,3

Total

201

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

59

59,6

45

44,0

Não

40

40,4

57

56,0

Total

99

100,0

102

100,0 Idade

8 - 12 anos N

13 - 15 anos %

N

16 - 18 anos

%

N

%

Sim

20

40,5

23

41,9

61

63,0

Não

29

59,5

32

58,1

36

37,0

Total

49

100,0

55

100,0

96

100,0

Em média, os jovens costumam tirar numa semana 5,88 fotografias. Os jovens do sexo masculino são os que mais tiram fotografias, em termos médios (6,71), em comparação com as jovens que tiram em média 4,77 fotos numa semana. Curiosamente, são os inquiridos mais novos, dos 8 aos 12 anos, que registam a maior média de fotos tiradas numa semana (8,86) em comparação com as restantes faixas etárias. Os que menos tiram são os inquiridos entre os 13 e os 15 anos (4,42 fotos semanais, em termos médios).

Tabela 226: Em média, quantas fotografias costuma tirar numa semana Média

5,88

Mediana

4,00

Desvio-padrão

7,644

Mínimo

0

Máximo

50

Percentis

25

1,02

75

7,00

205


Sexo do entrevistado Masculino 6,71

Média Mediana Desvio-Padrão

Feminino 4,77

4,00

3,00

9,164

4,826

Mínimo

0

0

Máximo

50

20

25

1,63

1,00

75

10,00

7,00

Percentis

Idade 8 - 12 anos 8,86

Média Mediana Desvio-padrão Mínimo Máximo Percentis

13 - 15 anos 4,42

16 - 18 anos 5,51

2,05

3,00

5,00

13,954

4,594

5,438

0

0

0

50

20

20

25

1,99

1,88

1,00

75

15,00

5,00

10,00

Das fotos tiradas por semana, os inquiridos enviam uma média de 1,35 fotos para outras pessoas. Em termos médios, os rapazes são também os que mais enviam fotos (1,73 fotos), enquanto que a média das raparigas situa-se nas 0,87 fotos. Comparando as faixas etárias entre si, observa-se que são também os inquiridos mais novos os que mais enviam fotos (2,56 fotos, em média), enquanto que os inquiridos mais novos enviam cerca de uma foto, em termos médios.

Tabela 227: E destas, quantas, envia em média, para outras pessoas Média

1,35

Mediana

,00

Desvio-padrão

3,155

Mínimo

0

Máximo Percentis

15 25

,00

75

1,00

206


Sexo do entrevistado Masculino 1,73

Média Mediana Desvio-padrão

Feminino ,87

,00

,00

3,797

2,036

Mínimo

0

0

Máximo

15

10

Percentis

25

,00

,00

75

1,00

1,00 Idade

8 - 12 anos 2,56

Média Mediana Desvio-padrão Mínimo Máximo Percentis

13 - 15 anos 1,26

16 - 18 anos ,99

,00

,00

,00

5,003

3,515

1,983

0

0

0

15

15

10

25

,00

,00

,00

75

3,41

1,00

1,00

Sem margem para dúvidas, a principal razão, invocada por uma maior percentagem de jovens (61%), para utilizar a câmara fotográfica do telemóvel é para ficar com uma recordação do momento. 22,1% adiantam ainda que utilizam a câmara incorporada para mostrar que estiveram presentes numa determinada situação e 12,8% usam a câmara para poder mostrar objectos a amigos, familiares ou conhecido. Apenas um inquirido, que corresponde a 0,8% da amostra, afirma que utiliza a câmara fotográfica do telemóvel por motivos profissionais.

Tabela 228: Qual a principal situação em que utiliza a câmara fotográfica do seu telemóvel

N

%

Para mostrar que esteve presente em determinada situação

23

22,1

Para ficar com uma recordação do momento

63

61,0

13

12,8

1

,8

Para poder mostrar objectos ou pessoas a amigos/familiares/conhecidos Por motivos profissionais Ns/nr

3

3,2

Total

104

100,0

207


A personalização do telemóvel com uma fotografia, um protector de ecrã e/ou um toque favorito é uma realidade para 63,2% dos jovens. Uma maior percentagem de inquiridos do sexo masculino tem o telemóvel personalizado (72,2%), enquanto que entre as jovens essa percentagem é de apenas 54,5%. É também entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos, que se verifica a maior fracção de jovens com o telemóvel personalizado (68,1%) em comparação com 58,7% entre os jovens dos 8 aos 12 anos.

Tabela 229: Tem o seu telemóvel personalizado com uma fotografia, um protector de ecrã, um toque favorito

N

%

Sim Não Nem sei como fazer isso e que se podia fazer isso Ns/nr Total

127 70

63,2 34,8

2

,8

2

1,2

201

100,0

Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

71

72,2

56

54,5

Não

27

27,8

42

41,5

2

1,5

Nem sei como fazer isso e que se podia fazer isso Ns/nr Total

99

100,0

2

2,4

102

100,0

Idade 8 - 12 anos N

13 - 15 anos %

N

16 - 18 anos

%

N

%

Sim

29

58,7

32

58,8

66

68,1

Não

19

38,9

21

39,0

29

30,3

2

1,6

96

100,0

Nem sei como fazer isso e que se podia fazer isso Ns/nr

1

2,4

1

2,3

Total

49

100,0

55

100,0

Em termos médios, os jovens portugueses inquiridos costumam enviar diariamente 25,72 mensagens SMS através do seu telemóvel. Os jovens do sexo masculino são os que, em média, enviam mais mensagens (26,42 por dia), em comparação com as jovens que enviam, em média, 19,26 mensagens num dia. Sem margem para dúvidas, são os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, que registam a maior média de mensagens 208


enviadas num dia (33,17),

que contrasta claramente com a média de mensagens

enviadas diariamente pelos mais novos (4,65).

Tabela 230: Em média, quantos SMS envia diariamente através do seu telemóvel Média

25,72

Mediana

10,00

Desvio-padrão

32,309

Mínimo

0

Máximo Percentis

99 25

3,00

75

34,38

Sexo do entrevistado Masculino 26,42

Média Mediana Desvio-padrão

Feminino 19,26

10,00

10,00

31,664

25,804

Mínimo

0

0

Máximo

96

96

Percentis

25

4,00

3,00

75

50,00

25,00 Idade

8 - 12 anos 4,65

Média Mediana Desvio-padrão

13 - 15 anos 21,56

16 - 18 anos 33,17

3,29

10,00

20,00

4,589

25,493

33,270

Mínimo

0

0

0

Máximo

15

96

96

Percentis

25

1,00

3,00

8,00

75

5,00

30,00

50,00

A grande parte dos jovens inquiridos, nomeadamente, 85,7% não têm por hábito enviar diariamente qualquer MMS. Apenas uma pequena minoria de 5% envia um MMS por dia e 4,1% envia dois. Só 1,9% envia mais de três MMS por dia.

209


Tabela 231: Em média, quantos MMS envia diariamente através do seu telemóvel

N

%

0

172

85,7

1

10

5,0

2

8

4,1

4

1

,5

7

1

,5

8

1

,3

10

1

,6

Ns/Nr Total

7

3,4

201

100,0

Claramente, os amigos são os principais destinatários das mensagens SMS a julgar pela resposta de 77,3% dos jovens. Apenas 17,6% afirmam que enviam mais habitualmente mensagens para familiares. Comparando os sexos entre si, verifica-se a mesma tendência clara, embora se vislumbrem umas pequenas diferenças percentuais: observase uma percentagem maior de inquiridos do sexo masculino que envia mensagens para familiares (19,3%) do que de raparigas (15,9%). Também comparando as diferentes faixas etárias se verifica a mesma tendência mas existem diferenças de registo. Verificase claramente uma maior percentagem de inquiridos mais novos que enviam mais habitualmente mensagens SMS para familiares (37%), em comparação com pouco mais de 11% entre os escalões etários mais velhos. Por outro lado, verifica-se uma percentagem maior de jovens, entre os mais velhos, que enviam mensagens preferencialmente para os amigos (83,7%), em comparação com 63% dos inquiridos mais novos.

Tabela 232: Para quem é que envia mais habitualmente SMS através do telemóvel

N Para familiares Para amigos Familiares/amigos/colegas Para outras pessoas (ex: namorado/a) Ns/nr Total

% 34

17,6

148

77,3

3

1,5

3

1,7

4

1,9

191

100,0

210


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Para familiares

18

19,3

15

15,9

Para amigos

72

76,4

75

78,2

3

2,9

2

2,1

Familiares/amigos/colegas Para outras pessoas

1

1,2

Ns/nr

3

3,1

1

,8

Total

95

100,0

96

100,0

Idade 8 - 12 anos N

13 - 15 anos %

N

16 - 18 anos

%

N

%

Para familiares

17

37,0

6

11,3

11

11,8

Para amigos

28

63,0

41

78,2

78

83,7

Familiares/amigos/colegas

1

2,1

2

1,8

Para outras pessoas

2

4,3

1

1,0

Ns/nr

2

4,0

2

1,7

53

100,0

94

100,0

Total

45

100,0

Regra geral muito poucos jovens costumam enviar SMS para intervir em vários concursos ou programas na media e quando o fazem é com pouca frequência. Apenas há uma pequena minoria de 1,7% que participa muito frequentemente em concursos de rádio e uma minoria de 1,4% participa frequentemente em concursos gerais de TV. É também nestes concursos que 6,5% dos jovens afirmam que participam pouco frequentemente. Além disso, 7,2% dos jovens dizem que utilizam pouco frequentemente ou frequentemente SMS para obter anedotas, insultos e adivinhas. A participação em programas de opinião também é pouco frequente e apenas para 3,6% dos jovens. Entre 2 e 3,5% dos jovens utilizam as mensagens SMS para obter músicas ou imagens publicitadas na TV, rádio e jornais ou imagens do seu clube de futebol. Não ultrapassa 1% a fracção de inquiridos que participam em sondagens de noticiários e programas ou em concursos sobre futebol na TV.

211


Tabela 233: Com que frequência costuma enviar SMS para intervir: Nunca (%)

Pouco frequentemente (%)

Frequentemente (%)

Concursos gerais de TV

91,5

6,5

1,4

Concursos de rádio

94,3

3,4

Sondagens de noticiários e programas

98,4

,6

Concursos sobre futebol na TV

98,8

,6

,6

95,8

3,6

,6

97,1

2,3

,6

96,0

2,9

,6

,6

92,3

6,6

,6

,6

96,9

2,0

,6

,6

Participação em programas de opinião Para obter imagens publicitadas na TV, rádio e jornais Para obter músicas publicitadas na TV, rádio e jornais Para obter anedotas, insultos e adivinhas Para obter imagens do seu clube de futebol

Muito frequentemente (%)

Ns/nr (%) ,6

1,7

,6

,4

,6

As telenovelas são mencionadas por dois dos inquiridos quanto ao principal programa para o qual já enviaram mensagens SMS. Entre outros programas mencionados pelos jovens inclui-se o Sixteen indicado por três inquiridos e o Curto Circuito também referido por dois inquiridos. As Telenovelas e o Curto Circuito são programas que voltam a ser mencionados na segunda referência. Apenas 12% dos inquiridos já viram aparecer uma mensagem ou uma pergunta enviada, no ecrã da TV.

Tabela 234: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (1ºREF.)

N Telenovelas

% 2

6,7

Outros

15

56,1

Ns/nr

10

37,2

Total

27

100,0

212


Outros N

% 260

94,5

Curto Circuito

2

,8

Dia Seguinte

1

,4

Praça da Alegria

1

,3

Publicidade

1

,4

Quem quer Ganhar

2

,8

Rádio Voz do Camões

1

,4

Sixteen

3

1,2

Top móvel

1

,4

Você na TV

1

,4

Vodafone

1

,5

276

100,0

Total

Tabela 235: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (2ºREF.) N

%

Telenovelas

1

3,8

Outros

4

16,2

Ns/nr

22

80,0

Total

27

100,0

Outros N

% 270

98,0

Anedotas

1

,4

Baú

1

,4

Curto Circuito

1

,4

Telenovelas

1

,4

Ns/Nr

1

,4

276

100,0

Total

Tabela 236: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (3ºREF.)

N

%

Outros

4

15,9

Ns/nr

23

84,1

Total

27

100,0

Outros N

% 271

98,4

Ns/Nr

1

,4

Programas de rádio

1

,4

SIC 10 horas

1

,4

Top + Total

1

,4

276

100,0

213


Tabela 237: Já viu aparecer a mensagem/pergunta enviada, no ecrã da TV

N

%

Sim

3

12,0

Não

19

70,1

Ns/nr

5

17,8

Total

27

100,0

Os jovens portugueses inquiridos que costumam utilizar a internet para enviar SMS representam uma minoria de 28%. Dentro daqueles que a utilizam para o efeito, 89,7% usam a página na internet do seu operador de comunicações móveis, 10,3% utilizam a página de outros operadores e 2% servem-se de outras páginas.

Tabela 238: Costuma utilizar a internet para enviar SMS

N

%

Sim

56

28,0

Não

139

69,2

2

,8

4

1,9

201

100,0

Não sabe do que se trata Ns/nr Total

Tabela 239: Utiliza as páginas na internet dos operadores:

N

%

A página na internet do seu operador de comunicações móveis

51

89,7

A página na internet de outros operadores

6

10,3

Outros

1

2,0

Os jovens que utilizam os sites na internet das operadoras de comunicações móveis para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros também estão em minoria visto que apenas 22,1% utilizam esses sites às vezes e só 2,7% usam muito frequentemente esses mesmos sites. Entre aqueles que utilizam os sites mencionados, uma maioria de 59,9% utiliza o site da TMN, 34,5% utiliza o da Vodafone e apenas 5,5% utiliza o da Vodafone.

214


Tabela 240: Com que frequência é que utiliza os sites das operadoras de comunicações móveis na internet para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros

N

%

Muito frequentemente Às vezes Nunca

6

2,7

45

22,1

137

67,8

8

3,9

Não sabe do que se trata Ns/nr

7

3,5

Total

201

100,0

Tabela 241: Quais são os sites que utiliza para realizar essas operações: % TMN

59,9

Vodafone

34,5

Optimus

5,5

Uma maioria de 70,2% dos jovens costuma utilizar sempre ou às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS, utilizando, por exemplo, abreviaturas, letras diferentes ou símbolos. Verifica-se uma maior fracção de jovens do sexo feminino que utiliza, sempre ou às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS (74,4%), em comparação com 66% dos rapazes, contudo há uma percentagem maior de rapazes que escreve sempre com uma linguagem diferente (43,2%), do que de raparigas (32,7%). Há uma fracção maior de inquiridos dos 16 aos 18 anos (86,2%) que utilizam abreviaturas, letras diferentes e símbolos nas mensagens de SMS que escrevem, em comparação com 51,3 dos inquiridos mais novos. Assim sendo, a utilizam de uma linguagem diferente e a criativa para a usar vai crescendo há medida que os adolescente se vão tornando mais velhos.

Tabela 242: Costuma utilizar uma linguagem diferente quando escreve SMS, como por exemplo abreviaturas, letras diferentes, símbolos

N

%

Sim, sempre

89

38,1

Sim, às vezes

75

32,0

Não

33

14,0

Depende para quem é a mensagem

11

4,9

Ns/nr

26

11,0

Total

234

100,0

215


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim, sempre

52

43,2

37

32,7

Sim, às vezes

27

22,8

47

41,7

Não

17

13,9

16

14,1

7

5,9

4

3,8

Depende para quem é a mensagem Ns/nr

17

14,1

9

7,6

Total

120

100,0

113

100,0

Idade 8 - 12 anos N

13 - 15 anos %

N

16 - 18 anos

%

N

%

Sim, sempre

13

18,1

26

39,5

50

51,9

Sim, às vezes

24

33,2

18

27,3

33

34,3

Não

14

19,2

11

17,0

8

8,1

7

10,0

2

3,4

2

2,2

Depende para quem é a mensagem Ns/nr

14

19,4

8

12,8

3

3,5

Total

71

100,0

66

100,0

96

100,0

Quanto a utilizações para fins afectivos das mensagens de SMS, 40,1% dos jovens afirmam que já utilizaram essas mensagens para namorar e 32,3% aceitaram um encontro amoroso através do telemóvel. Além disso, 21,2% dos jovens confessam que já usaram mensagens SMS para seduzir alguém. Parte dos inquiridos também já se serviram das mensagens durante um encontro amoroso que estava a correr mal (em 15,7% dos casos) ou para terminar uma relação amorosa (14,7%). Entre os sexos verificam-se algumas diferenças. De um modo geral os rapazes parecem servir-se mais das mensagens no que toca a assuntos afectivos do que as raparigas. Verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que afirmam namorar através de mensagens (41,2%) do que de raparigas (38,9%). Além disso, maiores fracções de rapazes afirmam que já aceitaram um encontro amoroso (35,8%) ou que já seduziram alguém por SMS (26,3%), em comparação com 28,5% e 15,75 das raparigas, respectivamente. Também se verificam maiores percentagens de rapazes que já terminaram uma relação amorosa por SMS (17,3%) ou que já enviaram uma mensagem durante um encontro amoroso que estava a correr mal, do que de raparigas (12% e 14,7%, respectivamente). Como seria de esperar são muito poucos os inquiridos mais novos que utilizam as mensagens SMS para namorar. A percentagem de inquiridos que namoram via SMS,

216


aumenta bastante entre o escalão etário dos 16 aos 18 anos chegando aos 68,2%. Neste escalão etário, 57,2% dos jovens já aceitaram um encontro amoroso através de mensagens de telemóvel e 35,8% já tentaram seduzir alguém. Pouco mais de um quarto dos inquiridos entre os 16 e os 18 anos já terminaram uma relação amorosa via SMS ou já enviaram uma mensagem durante um encontro amoroso que estava a correr mal.

Tabela 243: Já utilizou SMS para: % Namorar

40,1

Aceitar um encontro amoroso

32,3

Terminar uma relação amorosa

14,7

Enviar uma mensagem durante um encontro amoroso que está a correr mal

15,7

Seduzir alguém

21,2

Sexo do entrevistado Masculino N Namorar Aceitar um encontro amoroso Terminar uma relação amorosa Enviar uma mensagem durante um encontro amoroso que está a correr mal Seduzir alguém

Feminino %

N

%

50

41,2

44

38,9

43

35,8

32

28,5

21

17,3

14

12,0

20

16,7

17

14,7

32

26,3

18

15,7

Idade 8 - 12 anos N Namorar Aceitar um encontro amoroso Terminar uma relação amorosa Enviar uma mensagem durante um encontro amoroso que está a correr mal Seduzir alguém

13 - 15 anos %

N

16 - 18 anos

%

N

%

5

7,3

23

34,4

66

68,2

4

5,9

16

24,4

55

57,2

10

15,1

25

25,4

11

16,3

26

26,9

12

17,9

34

35,8

3

4,5

Entre os inquiridos que comunicam por telemóvel, 36,9% declaram comunicar sempre ou muito frequentemente com outros membros da família, 37,8% afirmam que só 217


comunicam às vezes e 21,2% declaram mesmo que nunca comunicam. Não se verificam diferenças muito significativas entre os sexos, apenas há a registar uma percentagem maior de inquiridos do sexo masculino, cerca de um quarto, que declaram que nunca comunicam com outros membros da família, enquanto que entre as jovens essa percentagem é de 17,3%. É curioso constatar que os inquiridos mais novos são os que menos comunicam com outros membros da família visto que 41,9% dos jovens dos 8 aos 12 anos confessam que nunca comunicam por telemóvel com esses membros da família, enquanto que entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos apenas 15,7% afirmam que nunca o fazem e entre os jovens mais velhos só 2,2% declaram que nunca o fazem.

Tabela 244: Com que frequência é que comunica por telemóvel com outros membros da família

N Sempre Muito frequentemente Às vezes Nunca Ns/nr Total

% 46 56 104 58 11 276

16,7 20,2 37,8 21,2 4,1 100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sempre

26

18,5

20

14,9

Muito frequentemente

26

18,7

29

21,7

Às vezes

51

36,1

53

39,5

Nunca

35

24,9

23

17,3

Ns/nr

3

1,8

9

6,6

Total

141

100,0

135

100,0

Idade 8 - 12 anos N

13 - 15 anos %

N

16 - 18 anos

%

N

%

Sempre

12

11,4

16

22,8

18

18,4

Muito frequentemente

16

14,8

12

17,3

28

28,1

Às vezes

33

31,0

27

38,0

44

45,1

Nunca

45

41,9

11

15,7

2

2,2

Ns/nr

1

,9

4

6,3

6

6,2

Total

108

100,0

70

100,0

98

100,0

218


Quanto a tarifários especiais, apenas 26,9% dos jovens inquiridos afirmam que têm algum tarifário especial para telefonar ou mandar mensagens para determinados números, enquanto que 59,7% dizem que não têm qualquer tipo de tarifário especial.

Tabela 245: Tem algum tarifário especial para telefonar/mandar mensagens para determinados números

N

%

Sim

74

26,9

Não

165

59,7

Ns/nr

37

13,5

Total

276

100,0

Os dados apurados mostram uma grande penetração dos aparelhos de telemóvel entre os jovens portugueses. Entre os respondentes dos 16 aos 18 anos a posse e utilização do telemóvel são praticamente universais, mas mesmo nos inquiridos mais novos a penetração do telemóvel também se pode considerar elevada. Os dados do inquérito presencial mostram que a idade média de idades em que os inquiridos obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos e entre os jovens inquiridos online, 72,1% teve o seu primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. Portanto, hoje em dia, o telemóvel marca a sua presença no quotidiano dos jovens desde muito cedo. Os dados demonstram ainda que é comum existirem vários telemóveis distribuídos pelos membros dos agregados domésticos, que reclamam para si o seu próprio aparelho. Por outro lado, a utilização do telefone fixo está a perder terreno e muitos portugueses optam hoje em dia por não instalar um telefone fixo em casa. Portanto, a expansão da utilização do telemóvel poderá acontecido em detrimento da utilização do telefone fixo. Os dados do inquérito presencial revelam ainda que a TMN e a Vodafone são os principais operadores utilizados pelos jovens, enquanto a Optimus aparece em terceiro lugar, sendo um operador utilizado por uma fracção bem menor de adolescentes. A utilização do telemóvel por parte dos jovens é bem relevadora da sua posição de dependência económica face aos pais, embora possam usufruir de uma muito maior autonomia a outros níveis. Na generalidade, são os pais quem comportam os gastos com os telemóveis, o que poderá implicar que os jovens tenham de justificar os seus gastos e que as suas despesas sejam controladas. Seja como for, fazer chamadas ou enviar mensagens SMS tornaram-se práticas diárias bastante comuns, que se vão naturalizando 219


na vida quotidiana. Entre os adolescentes utilizadores de telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens SMS, que constituem um importante meio de manter contacto frequente com familiares e, em especial, com amigos. O envio de mensagens é, hoje em dia, uma prática corriqueira ao longo do dia e serve também como um meio essencial no envio de felicitações de aniversário ou de boas festas ou simplesmente como forma de enviar mensagens pessoais ou com fins afectivos. As mensagens enviadas por telemóvel vieram também provocar uma nova relação com a linguagem, como a maior utilização de abreviaturas ou de novas expressões. Verifica-se que os amigos são o principal alvo de comunicação via telemóvel, enquanto que a família e, em particular, os pais aparecem em segundo lugar na ordem de importância estabelecida. Todavia, do ponto de vista dos pais, o telemóvel pode servir como um mecanismo de controlo, que é accionado com maior frequência entre os respondentes mais novos. Os dados apurados levam à hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel entre os adolescentes, efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa própria de muitos pais. Outro dado que leva a essa hipótese é que para a maioria dos jovens respondentes, foi o pai ou a mãe que lhes comprou o primeiro telemóvel. Como o telemóvel está bastante presente no quotidiano dos adolescentes, a sua utilização diária tem produzido consequências em termos psicológicos e cognitivos. Os dados do inquérito presencial revelam que a maioria dos jovens se sentem desconfortáveis quando não têm consigo o seu telemóvel, ou quando estão impossibilitados de o usar e a sensação de estar contactável ou de poder contactar alguém em qualquer lugar é um elemento tranquilizante em termos psicológicos. Além disso, a maior parte dos adolescentes sentem que o seu telemóvel só é útil se estiver constantemente ligado e a ausência do telemóvel poderá em muitos casos causar ansiedade, o que é fruto da habituação psicológica ao telemóvel. De facto, as situações quotidianas em que o telemóvel não está ligado são a excepção. As situações em que os jovens desligam o telemóvel são aulas e palestras, momentos fúnebres e celebrações religiosas em igrejas ou quando os jovens estão no cinema ou em espectáculos. O telemóvel tornou-se igualmente um objecto personalizado com fotografias, protectores de ecrã e/ou toques favoritos, fazendo parte da identidade cultural dos adolescentes. E para além das funções principais, os telemóveis mais recentes permitem integrar vários media: câmara digital, rádio, leitor de mp3, máquina de jogos, internet,

220


etc. Ou seja, há todo um leque de actividades possíveis: é um meio de passar o tempo, de jogar, ouvir música, tirar fotografias assim como um instrumento para aprofundar relações sociais, para combinar encontros, fazer chamadas para saber como estão os familiares e amigos ou simplesmente para conversar sem assuntos concretos. Veio possibilitar também a gestão de relações sociais à distância e veio reconfigurar a geografia das práticas quotidianas. Por tudo isto, não admira que muitos jovens tenham dificuldade em imaginar uma vida mais feliz sem telemóvel.

221


Capítulo 8: Mundos virtuais: os jogos de computador na cultura juvenil É hoje patente que os jogos interactivos e de computador pertencem a uma emergente cultura multimédia nas últimas décadas, em especial nas camadas mais jovens, baseada nas capacidades e possibilidades que as novas tecnologias oferecem. Os jogos permeiam a cultura e as práticas dos jovens no seu quotidiano, nas suas interacções com outros jovens, nas conversas, nas sociabilidades e até mesmo na construção identitária. Exemplo disso mesmo é a constituição de clãs, isto é, a formação de comunidades de jogadores online ou a projecção da identidade em personagens virtuais. O consumo de jogos que se centrava essencialmente nos adolescentes espalhou-se, simultaneamente, para um público mais velho (em especial aqueles que se socializaram enquanto jovens na utilização dos jogos mas que entretanto cresceram) e para um público ainda mais novo, isto é, crianças. Várias razões concorrem para a explanação deste desenvolvimento. Partindo de uma abordagem económica pode-se argumentar que as crianças e os jovens têm uma importância crescente como consumidores para as indústrias culturais. A indústria dos jogos de computador e de vídeo cedo se apercebeu que os jovens podem funcionar como forças impulsionadoras no lançamento de determinados produtos e que o seu poder de compra não é nada desprezível, lançando estratégias para cativar este público. Do ponto de vista técnico pode-se apontar a crescente facilidade, em termos ergonómicos e de interface, em jogar jogos electrónicos. Por exemplo, as consolas de jogos de vídeo funcionam à base de mecanismos “Plug and Play” não sendo necessários conhecimentos informáticos específicos. Contudo, como argumenta Fromme (2003) é essencial perceber as mudanças por parte dos próprios jogadores, isto é, os factores que os tornam particularmente susceptíveis para o uso e consumo de jogos de vídeo e de computador. Daí que se relevante perceber como é que os jovens usam e valorizam diferentes jogos, em que medida os jogos são integrados nas vidas das crianças e dos jovens (Livingstone, d'Haenens & Hasebrink, 2001) e como é que a mudança nos media se relaciona com desenvolvimentos sociais mais genéricos. A relevância cultural e social dos jogos prende-se com a discussão sobre a “competência dos media e das TIC” ou info-literacia dos jovens e dos modos ou

222


processos informais de aquisição de competências dentro da cultura dos jogos electrónicos. Greenfield (1984) foi das primeiras autoras que se afastou do medo sensocomunal de que os novos media são maus educadores porque, por exemplo, instilam nas crianças e nos jovens comportamentos violentos. Porém, os novos media como artefactos culturais frequentemente desenvolvem e exigem competências cognitivas complexas, apreendidas de forma informal e à parte dos contextos da aprendizagem formal na escola (Greenfield, 1984). Deste modo, muitos alunos já vão para a escola com competências ao nível do uso de computadores antes da instrução formal de professores ou de educadores, o que alimenta a sensação que as crianças e os jovens já “nascem ensinados” no que respeita ao uso de novas tecnologias. Um melhor conhecimento sobre processos informais de aprendizagem e do seu pano de fundo torna-se assim necessário para evitar, segundo Fromme (2003), o “choque de culturas mediáticas”. Esta noção metafórica chama a atenção para o seguinte: professores, pais e educadores em geral são membros de uma geração que, na sua socialização primária, cresceram numa cultura mediática diferente e, portanto, têm experiências mediáticas diferentes que as gerações mais novas. Estas experiências mediáticas informais não só influenciam os valores privados e as atitudes em relação aos novos media, como também têm impacto no seus conceitos e nas suas práticas de educação. Ou seja, os educadores tendem a abordar as culturas mediáticas das crianças e dos jovens a partir da sua perspectiva geracional que eles representam como a norma implícita nas práticas e nos discursos educacionais, assim como políticos (Fromme, 2003). Isto implica que os novos media sejam muitas vezes olhados com desconfiança e cepticismo pelos educadores. Em especial, os jogos electrónicos parecem apelar mais imediatamente ao lúdico, a uma ética mais hedonista e de satisfação imediata o que poderá chocar com a “ética protestante” Weberiana mais presente nos adultos assente num estilo de vida mais racionalizado e em formas específicas de auto-controlo. Daqui podem surgir conflitos específicos em torno do uso do computador visto que os educadores poderão querer desviar as crianças e os jovens dos jogos para outras actividades e ferramentas informáticas tidas como mais educativas e úteis como trabalhar com processadores de texto, utilizar enciclopédias ou usar ou tipo de software educacional (Leu, 1993). No entanto, se adoptarmos a análise de Himanen (2001) podemos levantar a hipótese de que na realidade as gerações mais novas estão a adoptar uma ética diferente daquela que os seus pais conheceram e que a relação dialéctica entre

223


as duas éticas produz novas formas de relação familiar mediadas pelas experiências mediáticas do membros do agregado doméstico.

Inquérito online A grande maioria dos jovens inquiridos online (80,8%) costuma jogar com consolas ou computadores, ou seja, são um público largamente socializado na cultura dos jogos. Porém ao efectuarmos uma análise por sexos, verifica-se uma disparidade entre rapazes e raparigas. A quase totalidade dos rapazes (90%) costuma jogar em comparação com 68,5% de raparigas. Porém, dentro deste público, a percentagem de raparigas que habitualmente joga é ela própria expressiva, o que significa que o mercado dos jogos também apela às raparigas. É sintomático do desenvolvimento de produtos que apelam não só a um público “masculino” como a um público “feminino”, como no caso do popular jogo de simulação “The Sims”. Mas um dado curioso, é que é entre os mais novos (dos 9 aos 12 anos) que se verifica a maior percentagem de inquiridos que habitualmente jogam (94,2%). Um possível factor explicativo poderia ser a maior percentagem de inquiridos do sexo masculino nesta faixa etária, contudo, tal desequilíbrio não explica esta diferença entre o escalão etário mais novo e os restantes. Fazendo um escrutínio entre os inquiridos dos 9 aos 12 anos verifica-se que 96,1% dos rapazes e 90,7% das raparigas declaram que jogam habitualmente. De facto, verifica-se que com o avanço da idade há uma menor a percentagem de jogadores regulares. Temos assim 83,9% de inquiridos dos 13 aos 15 anos que jogam habitualmente e uma menor percentagem (76,2%) de jogadores entre os 16 e os 18 anos 2. Possíveis factores explicativos deste decréscimo poderão ser a vida social mais preenchida dos mais velhos, assim como o requerimento de um maior tempo de estudo. Contudo, fica aqui em aberto esta questão que será retomada com a análise dos dados do inquérito aplicado face-a-face a nível nacional.

2

Ao se efectuar uma “Análise de Frequências Múltiplas” verificou-se não existir efeito de interacção entre sexo e idade no que respeita à prática de jogar em consolas ou em computadores. Confirmou-se, através do teste do qui-quadrado, uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre os sexos e entre os escalões etários no que respeita à actividade de jogar.

224


Tabela 246: Habitualmente, costumas jogar com consolas ou computadores?

N

%

Sim

873

80,8

Não

208

19,2

Total

1081

100,0 Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

555

90,0

318

68,5

Não

62

10,0

146

31,5

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

113

94,2

303

83,9

457

76,2

Não

7

5,8

58

16,1

143

23,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Os jogos de acção são os mais populares, recolhendo a preferência de 62,8% dos jovens, seguidos pelos jogos de aventura (56,7%), os de corridas (52,2%) e os de estratégia (51,5%). É curioso verificar a aparente fraca popularidade de first person shooters (20,4%) e em especial de role playing games (16,9%), que constituem jogos complexos não só em termos cognitivos como em termos tecnológicos requerendo muitas vezes computadores e placas gráficas com um grande poder de processamento. Este tipo de jogos destina-se geralmente a um tipo específico de jogadores que como podemos verificar é predominantemente masculino e um pouco mais popular nos jogadores mais velhos. Outros jogos mais “masculinos” são os jogos de acção, os jogos de corridas, os de futebol e de outros desportos e os de simulação. Por outro lado é possível identificar jogos mais “femininos” como os jogos de arcade e, em especial, os jogos de puzzles/tabuleiro/cartas. Os jogos de futebol e de outros desportos são particularmente populares entre os mais novos, assim como os jogos de acção, aventura e de corridas. Estes tipos de jogos são menos exigentes cognitivamente, embora requeiram da parte do jogador uma grande coordenação de movimentos. Sem surpresas, é entre os inquiridos mais

velhos

que

maior

percentagem

de

jogadores

de

jogos

de

puzzles/tabuleiro/cartas, role playing games e de simulação, jogos que requerem maiores capacidades cognitivas. Os jogos menos populares são os infantis/familiares (8,2%) recolhendo uma maior preferência por parte das raparigas e, como seria de esperar, dos inquiridos mais novos. 225


Tabela 247: Que tipo de jogos costumas jogar?: N Acção Aventura Arcade (ex: tetris) Corridas Infantil/Família Estratégia Futebol Outros desportos Puzzles/Tabuleiro/Cartas RPG (role playing games) Simulação FPS (First Person Shooters)

% 679 613 193 564 89 557 458 224 238 183 352 221

62,8 56,7 17,9 52,2 8,2 51,5 42,4 20,7 22,0 16,9 32,6 20,4

Masculino N

Feminino %

N

%

Acção

460

74,6

219

47,2

Aventura

359

58,2

254

54,7

81

13,1

112

24,1

385

62,4

179

38,6

28

4,5

61

13,1

Estratégia

347

56,2

210

45,3

Futebol

363

58,8

95

20,5

Outros desportos

158

25,6

66

14,2

Puzzles/Tabuleiro/Cartas

67

10,9

171

36,9

RPG (role playing games)

162

26,3

21

4,5

Simulação

243

39,4

109

23,5

FPS (First Person Shooters)

201

32,6

20

4,3

Arcade (ex: tetris) Corridas Infantil/Família

Idade 9 aos 12 anos N

%

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

%

Acção

83

69,2

246

68,1

350

58,3

Aventura

82

68,3

232

64,3

299

49,8

Arcade (ex: tetris)

22

18,3

58

16,1

113

18,8

Corridas

71

59,2

200

55,4

293

48,8

Infantil/Família

26

21,7

31

8,6

32

5,3

Estratégia

53

44,2

198

54,8

306

51,0

Futebol

76

63,3

165

45,7

217

36,2

Outros desportos

41

34,2

94

26,0

89

14,8

Puzzles/Tabuleiro/Cartas

26

21,7

66

18,3

146

24,3

RPG (role playing games)

18

15,0

56

15,5

109

18,2

Simulação

36

30,0

118

32,7

198

33,0

FPS (First Person Shooters)

18

15,0

72

19,9

131

21,8

226


A maioria dos jovens (69,3%) diz não ter jogos pirateados, contudo, a utilização de jogos pirateados é mais frequente nos rapazes (em 41% dos casos) do que nas raparigas (apenas em 17% dos casos). Os mais velhos são também aqueles que mais se aventuram na utilização de jogos pirateados (34,3%) em comparação com 22,5% dos mais novos.

Tabela 248: Tens jogos pirateados?

N

%

Não, nenhuns

749

69,3

Sim, alguns

246

22,8

Sim, quase todos Total

86

8,0

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Não, nenhuns

364

59,0

385

83,0

Sim, alguns

180

29,2

66

14,2

73

11,8

13

2,8

Sim, quase todos

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Não, nenhuns

93

77,5

262

72,6

394

65,7

Sim, alguns

22

18,3

78

21,6

146

24,3

5

4,2

21

5,8

60

10,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Sim, quase todos Total

A grande maioria (84%) costuma jogar sozinho, apesar de 83% concordar ou concordar em parte que é muito mais divertido jogar com alguém. Como aponta Fromme (2003), as qualidades interactivas dos jogos são atractivas em situações em que os jovens se encontram sozinhos. A percentagem daqueles que joga com amigos decresce para 40,6%, uma percentagem que ainda assim é maior daqueles que jogam com os irmãos/irmãs (31,5%) e com o pai (9,7%) ou a mãe (3,2%). Podemos então tirar a conclusão que os jogos estão mais frequentemente ligados às relações entre amigos ou pares do que ao convívio familiar. É curioso verificar que há uma maior percentagem de rapazes que joga com amigos (47,6%) em comparação com 31,3% das raparigas. Estas têm uma ligeira preferência pelos irmãos (32,1%) e provavelmente jogar um jogo não será motivo suficiente para as raparigas procurarem amigos com quem partilhar essa actividade. É de relembrar ainda

227


que a internet torna possível que dois amigos joguem entre si sem que isso signifique estarem próximos fisicamente. É de realçar ainda que é entre os mais novos que as relações familiares têm particular importância nas actividades com jogos electrónicos. Sem surpresas, a participação do pai é muito maior entre os inquiridos dos 9 aos 12 anos (em 27,5% dos casos) do que entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (4,7% dos casos). E a participação das mães é sempre menor que a dos pais. Todavia, de um modo geral, os pais ou educadores não costumam participar nas actividades com jogos electrónicos, pelo menos, de uma forma activa e interactiva. Os pais são geralmente observadores externos, e apenas alguns participam na cultura dos jogos dos filhos. Portanto, os jogos não são um media familiar que agregue a família em seu torno, o que os contrasta com outros media como a televisão que estão mais integrados nas interacções familiares, em especial, entre indivíduos de diferentes gerações. Tabela 249: Com quem costumas jogar?: N Sozinho Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com amigos/as Com namorado/a Com outras pessoas

% 912 35 105 340 439 59 86

84,4 3,2 9,7 31,5 40,6 5,5 8,0

Masculino N Sozinho Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com amigos/as Com namorado/a Com outras pessoas

532 11 56 191 294 22 52

Feminino % 86,2 1,8 9,1 31,0 47,6 3,6 8,4

N 380 24 49 149 145 37 34

% 81,9 5,2 10,6 32,1 31,3 8,0 7,3

Idade 9 aos 12 anos N Sozinho Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com amigos/as Com namorado/a Com outras pessoas

90 8 33 44 52 3 18

% 75,0 6,7 27,5 36,7 43,3 2,5 15,0

13 aos 15 anos N 301 17 44 116 163 18 26

% 83,4 4,7 12,2 32,1 45,2 5,0 7,2

16 aos 18 anos N 521 10 28 180 224 38 42

% 86,8 1,7 4,7 30,0 37,3 6,3 7,0

228


Claramente, além dos inquiridos, são os irmãos/irmãs os utilizadores mais comuns dos jogos de consola ou de computador, seguidos pelos pais. É ainda interessante verificar que entre os mais novos, 35,8% indicaram que o pai utiliza jogos de consola e de computador. Ou seja, é entre os escalões mais novos que os jogos poderão constituir um media mais familiar partilhado entre irmãos e com a participação do pai. Por outro lado, poderá também haver uma estratificação do tipo de jogos jogados, fazendo com que os diferentes jogos não sejam realmente algo partilhado familiarmente entre irmãos de várias idades ou entre pais e filhos. É ainda de notar a exclusão geral das mães nas actividades com jogos.

Tabela 250: Em tua casa, além de ti, utilizam jogos de consola/computador: N O meu pai A minha mãe Irmão/irmã Avô/Avó Um tio/tia Um amigo/a Outras pessoas Ninguém

% 172 67 575 6 19 101 63 353

15,9 6,2 53,2 ,6 1,8 9,3 5,8 32,7

Masculino N O meu pai A minha mãe Irmão/irmã Avô/Avó Um tio/tia Um amigo/a Outras pessoas Ninguém

102 28 323 3 10 62 31 200

Feminino % 16,5 4,5 52,4 ,5 1,6 10,0 5,0 32,4

N

% 15,1 8,4 54,3 ,6 1,9 8,4 6,9 33,0

70 39 252 3 9 39 32 153

Idade 9 aos 12 anos N O meu pai A minha mãe Irmão/irmã Avô/Avó Um tio/tia Um amigo/a Outras pessoas Ninguém

43 12 58

% 35,8 10,0 48,3

4 12 10 23

3,3 10,0 8,3 19,2

13 aos 15 anos N 69 33 203 3 9 40 21 105

% 19,1 9,1 56,2 ,8 2,5 11,1 5,8 29,1

16 aos 18 anos N 60 22 314 3 6 49 32 225

% 10,0 3,7 52,3 ,5 1,0 8,2 5,3 37,5

229


Dos jovens respondentes, 55,4% concorda ou concorda parcialmente que os jogos tiram tempo de estudo. 41,3% concorda ainda, pelo menos parcialmente, que os jogos tiram tempo para estar com a família sendo mais reduzida a percentagem de inquiridos (33,9%) que afirmam que os jogos tiram tempo para estar com os amigos. Nestas questões, é de apontar que não existem grandes diferenças entre os sexos ou os escalões etários. Apenas 21,2% concordam ou concordam em parte que estão viciados num jogo mas já 70,1% concordam ou concordam em parte que conhecem alguém que, quando está em casa, não para de jogar. É mais comum um rapaz concordar que está viciado num jogo (26,5%) do que uma rapariga (14,2%), contudo, não existe diferenças muito grandes entre escalões etários. Todavia, no que respeita a conhecer alguém que, quando está em casa, não para de jogar, já verificam diferenças entre escalões etários. É entre os mais velhos que existe uma maior percentagem de inquiridos (75,7%), que declara conhecer alguém que não para de jogar em casa, em comparação com 49,2% entre os mais novos. É ainda de apontar que 31,3% dos jovens concorda, pelo menos parcialmente, que os jogos podem torná-los violentos. É curioso constatar que há uma maior percentagem de raparigas (38,5%) a concordar com essa proposição do que rapazes (25,8%). E são os jovens inquiridos entre os 13 e os 15 anos que mais tendem a concordar com essa proposição (em 35,7% dos casos), e os jovens entre os 16 e os 18 os que menos concordam (em 28,7% dos casos).

Tabela 251: Consequências do tempo de uso dos jogos: N Os jogos tiram-me tempo de estudo

209

19,3

Concordo em parte

397

36,7

Discordo em parte

190

17,6

Discordo totalmente

257

23,8

28

2,6

Concordo totalmente

129

11,9

Concordo em parte

318

29,4

Discordo em parte

259

24,0

Discordo totalmente

354

32,7

21

1,9

Concordo totalmente

117

10,8

Concordo em parte

250

23,1

Discordo em parte

217

20,1

Discordo totalmente

475

43,9

22

2,0

Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com a família

Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com os meus amigos

%

Concordo totalmente

Não sabe/Não responde

230


Estou viciado num jogo

Concordo totalmente

88

8,1

Concordo em parte

142

13,1

Discordo em parte

129

11,9

Discordo totalmente

690

63,8

Não sabe/Não responde Conheço pessoas que, quando estão em casa, não param de jogar

32

3,0

Concordo totalmente

457

42,3

Concordo em parte

300

27,8

Discordo em parte

100

9,3

Discordo totalmente

133

12,3

91

8,4

Concordo totalmente

146

13,5

Concordo em parte

192

17,8

Discordo em parte

179

16,6

Discordo totalmente

518

47,9

46

4,3

Concordo totalmente

619

57,3

Concordo em parte

293

27,1

Discordo em parte

81

7,5

Discordo totalmente

49

4,5

Não sabe/Não responde

39

3,6

Não sabe/Não responde Os jogos podem tornar-me violento

Não sabe/Não responde É muito mais divertido jogar com alguém do que jogar sozinho

Masculino N Os jogos tiram-me tempo de estudo

80

17,2

Concordo em parte

239

38,7

158

34,1

Discordo em parte

109

17,7

81

17,5

Discordo totalmente

131

21,2

126

27,2

9

1,5

19

4,1

68

11,0

61

13,1

Concordo em parte

179

29,0

139

30,0

Discordo em parte

165

26,7

94

20,3

Discordo totalmente

199

32,3

155

33,4

6

1,0

15

3,2

Concordo totalmente

Concordo totalmente

66

10,7

51

11,0

Concordo em parte

150

24,3

100

21,6

Discordo em parte

127

20,6

90

19,4

Discordo totalmente

268

43,4

207

44,6

6

1,0

16

3,4

62

10,0

26

5,6

Concordo em parte

102

16,5

40

8,6

Discordo em parte

89

14,4

40

8,6

355

57,5

335

72,2

9

1,5

23

5,0

Concordo totalmente

262

42,5

195

42,0

Concordo em parte

179

29,0

121

26,1

Discordo em parte

59

9,6

41

8,8

Discordo totalmente

73

11,8

60

12,9

Não sabe/Não responde

44

7,1

47

10,1

Concordo totalmente

Discordo totalmente Não sabe/Não responde Conheço pessoas que, quando estão em casa, não param de jogar

%

20,9

Não sabe/Não responde Estou viciado num jogo

N

129

Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com os meus amigos

%

Concordo totalmente

Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com a família

Feminino

231


Os jogos podem tornar-me violento

Concordo totalmente

66

10,7

80

17,2

Concordo em parte

93

15,1

99

21,3

97

15,7

82

17,7

347

56,2

171

36,9

Discordo em parte Discordo totalmente Não sabe/Não responde É muito mais divertido jogar com alguém do que jogar sozinho

14

2,3

32

6,9

Concordo totalmente

390

63,2

229

49,4

Concordo em parte

138

22,4

155

33,4

Discordo em parte

49

7,9

32

6,9

Discordo totalmente

25

4,1

24

5,2

Não sabe/Não responde

15

2,4

24

5,2

9 aos 12 anos N Os jogos tiram-me tempo de estudo

% 17,5

N

21

74

% 20,5

N 114

% 19,0

Concordo em parte

44

36,7

130

36,0

223

37,2

Discordo em parte

25

20,8

57

15,8

108

18,0

Discordo totalmente

24

20,0

89

24,7

144

24,0

6

5,0

11

3,0

11

1,8

Concordo totalmente

17

14,2

46

12,7

66

11,0

Concordo em parte

33

27,5

104

28,8

181

30,2

Discordo em parte

21

17,5

89

24,7

149

24,8

Discordo totalmente

43

35,8

115

31,9

196

32,7

Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com os meus amigos

6

5,0

7

1,9

8

1,3

Concordo totalmente

12

10,0

43

11,9

62

10,3

Concordo em parte

31

25,8

79

21,9

140

23,3

Discordo em parte

22

18,3

72

19,9

123

20,5

Discordo totalmente

49

40,8

160

44,3

266

44,3

6

5,0

7

1,9

9

1,5

Concordo totalmente

12

10,0

34

9,4

42

7,0

Concordo em parte

15

12,5

50

13,9

77

12,8

Discordo em parte

15

12,5

43

11,9

71

11,8

Discordo totalmente

71

59,2

223

61,8

396

66,0

7

5,8

11

3,0

14

2,3

Concordo totalmente

35

29,2

163

45,2

259

43,2

Concordo em parte

24

20,0

81

22,4

195

32,5

Discordo em parte

14

11,7

40

11,1

46

7,7

Discordo totalmente

28

23,3

47

13,0

58

9,7

Não sabe/Não responde

19

15,8

30

8,3

42

7,0

Concordo totalmente

18

15,0

52

14,4

76

12,7

Concordo em parte

18

15,0

77

21,3

97

16,2

Discordo em parte

15

12,5

53

14,7

111

18,5

Discordo totalmente

56

46,7

165

45,7

297

49,5

Não sabe/Não responde

13

10,8

14

3,9

19

3,2

Concordo totalmente

70

58,3

225

62,3

324

54,0

Concordo em parte

25

20,8

86

23,8

182

30,3

Discordo em parte

8

6,7

25

6,9

48

8,0

10

8,3

14

3,9

25

4,2

7

5,8

11

3,0

21

3,5

Não sabe/Não responde Estou viciado num jogo

Não sabe/Não responde Conheço pessoas que, quando estão em casa, não param de jogar

Os jogos podem tornar-me violento

É muito mais divertido jogar com alguém do que jogar sozinho

16 aos 18 anos

Concordo totalmente

Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com a família

13 aos 15 anos

Discordo totalmente Não sabe/Não responde

232


Inquérito nacional

Em comparação com os jovens inquiridos online verifica-se que, no inquérito aplicado de forma tradicional a nível nacional, há uma percentagem bem menor (45,3%) de jovens jogadores. Porém, se considerarmos os utilizadores da internet a percentagem de jogadores habituais sobe para 53,9%, pelo que, quem acede à internet tende a ser um público um pouco mais socializado na cultura dos jogos. À semelhança do verificado com o inquérito online, verifica-se uma disparidade entre rapazes e raparigas. Mais de metade dos rapazes (57,1%) costuma jogar enquanto que nas raparigas a percentagem de jogadoras regulares desce para 33,1%. Nestes dados as diferenças entre escalões etários não são tão claras como nos dados do inquérito online. O teste estatístico efectuado (teste do qui-quadrado), com o intuito de relacionar a idade com a utilização de jogos electrónicos, não foi significativo, o que não nos permite tirar grandes ilações dos dados obtidos. Verifica-se, aqui, uma diferença com os dados obtidos online em que o avanço da idade está relacionado com uma menor percentagem de jogadores regulares. É, contudo, de relembrar que os inquiridos online constituem um público específico.

Tabela 252: Costuma utilizar jogos para computador ou consola

Sim

Total dos inquiridos N % 125 45,3

Utilizadores da internet N % 101 53,9

Não

151

54,7

86

46,1

Total

276

100,0

187

100,0

Sexo Do Entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

80

57,1

45

33,1

Não

60

42,9

90

66,9

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

49

45,2

34

48,1

43

43,4

Não

59

54,8

36

51,9

55

56,6

233


Como seria de esperar há um interesse elevado ou muito elevado entre a maior parte dos jogadores (80,6%), uma percentagem muito semelhante ao interesse demonstrado pelos utilizadores da internet, que é elevado ou muito elevado em 81,3% dos casos. Os dados mais interessantes vêm da comparação entre sexos, onde se vislumbra uma divisão clara entre os interesses demonstrados. Quase todos os rapazes que jogam regularmente (93%) demonstram um interesse elevado ou muito elevado, enquanto que a percentagem de raparigas com um elevado ou muito elevado grau de interesse desce para 58,4%. É portanto, claramente verificável aqui um efeito de género na socialização na cultura dos jogos, tanto em termos mais objectivos, de prática, como em termos mais subjectivos, de interesse pelos jogos. Quanto à comparação entre escalões etários, verifica-se a tendência de o interesse pelos jogos diminuir um pouco com a idade. É entre os mais novos (8 aos 9 anos) que se verifica a maior percentagem de inquiridos com um interesse elevado ou muito elevado pelos jogos (87,1%). Na faixa etária seguinte (dos 13 aos 16 anos) esse percentagem decresce para 78% e entre os jovens dos 16 aos 18 anos desce para os 75%. Portanto, é no campo subjectivo que encontramos diferenças entre escalões etários, o que é coerente com a hipótese levantada, aquando da análise dos dados online, de que os jovens mais velhos provavelmente têm interesses mais diversificados, são solicitados para ou procuram outras actividades, fruto da sua maior autonomia pessoal. A correlação não-paramétrica de Spearman entre as variáveis interesse e idade (em escalões) relevou-se estatisticamente significativa, contudo o valor do efeito de uma variável sobre a outra é muito baixa (0,184) pelo que devemos ser cautelosos em relação a estas conclusões, embora os resultados sejam coerentes, em especial, com os dados analisados no inquérito online.

Tabela 253: Qual o nível de interesse que tem por jogos de computador e consola

Muito elevado

Total dos inquiridos N % 31 24,9

Utilizadores da internet N % 27 26,4

Elevado

70

55,7

55

54,9

Baixo

23

18,5

18

17,6

1

,8

1

1,0

125

100,0

101

100,0

Muito baixo Total

234


Sexo Do Entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Muito elevado

29

35,6

3

5,6

Elevado

46

57,4

24

52,8

6

7,0

18

39,3

1

2,3

Baixo Muito baixo

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Muito elevado

18

36,6

5

14,0

9

20,1

Elevado

25

50,5

22

64,0

24

55,2

6

13,0

7

22,0

9

22,2

1

2,5

Baixo Muito baixo

A consola de jogos é a plataforma mais utilizada para 61% dos jovens inquiridos, enquanto que o computador aparece logo em segundo lugar, sendo a primeira escolha de 48,8% dos jovens. Em geral, há uma grande tendência (em cerca de 86% dos casos) para o computador e a consola estarem entre a primeira e a segunda ordem de utilização. O telemóvel é a plataforma mais preterida se olharmos apenas para a primeira ordem de utilização. Contudo, se considerarmos a primeira e a segunda ordem de utilização, o telemóvel ultrapassa a consola portátil, até porque é uma plataforma mais acessível e comum. Numa análise por sexos, verifica-se claramente que, entre os rapazes, a consola constitui a plataforma de jogos mais utilizada (em 63,2% dos casos), sendo que o computador é escolhido em primeiro lugar apenas em 36,9% dos casos. Já para 72,7% raparigas o computador é a plataforma mais utilizada, ainda assim, a consola é a primeira escolha para mais de metade (57,8%) das raparigas. No que respeita à análise por escalões etários, verificam-se as mesmas tendências gerais apontadas acima para os mais novos e para os mais velhos. É entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que há uma maior percentagem de inquiridos que prefere a utilização do computador, sendo que a consola de jogos aparece em segundo lugar.

235


Tabela 254: Em qual das seguintes plataformas costuma jogar: Total dos Inquiridos: Ordem utilização 1 (%)

Ordem utilização 2 (%)

Ordem utilização 3 (%)

Ordem utilização 4 (%)

Computador

48,8

37,5

11,1

2,6

Consola

61,6

25,0

9,0

4,4

Consola portátil

16,2

11,6

24,3

47,8

Telemóvel

9,6

33,6

37,8

19,0

Ordem utilização 1 (%)

Ordem utilização 2 (%)

Ordem utilização 3 (%)

Ordem utilização 4 (%)

Computador

36,9

46,3

15,0

1,8

Consola

63,2

23,6

10,1

3,1

Consola portátil

20,1

9,1

24,5

46,3

Telemóvel

10,9

28,7

35,5

24,9

Ordem utilização 1 (%)

Ordem utilização 2 (%)

Ordem utilização 3 (%)

Ordem utilização 4 (%)

Computador

72,7

19,8

3,2

4,2

Consola

57,8

28,0

6,6

7,6

Consola portátil

7,5

17,4

24,0

51,1

Telemóvel

6,7

44,8

43,0

5,4

Ordem utilização 1 (%)

Ordem utilização 2 (%)

Ordem utilização 3 (%)

Ordem utilização 4 (%)

Computador

53,6

38,5

3,8

4,1

Consola

67,3

21,6

8,2

2,9

_

14,6

34,4

51,0

6,6

18,6

50,5

24,2

Sexo Masculino:

Sexo Feminino:

8 aos 12 anos:

Consola portátil Telemóvel

236


13 aos 15 anos: Ordem utilização 1 (%)

Ordem utilização 2 (%)

Ordem utilização 3 (%)

Ordem utilização 4 (%)

Computador

62,0

33,7

_

4,3

Consola

54,9

30,2

10,2

4,6

Consola portátil

21,5

23,8

31,4

23,3

Telemóvel

9,0

40,7

35,0

15,3

Ordem utilização 1 (%)

Ordem utilização 2 (%)

Ordem utilização 3 (%)

Ordem utilização 4 (%)

Computador

34,7

39,4

26,0

_

Consola

58,7

25,7

9,4

6,1

Consola portátil

29,2

2,6

10,9

57,3

Telemóvel

12,6

43,6

27,8

16,0

16 aos 18 anos:

O tipo de jogos jogados interliga-se com o tipo de plataformas utilizadas, em especial, com tipo de tecnologia e interface disponibilizadas por cada uma das plataformas. O computador privilegia o rato e o teclado enquanto interface, enquanto que na consola o gamepad ou o comando de jogos constitui o interface com a máquina por excelência. Assim sendo, não é de espantar que os jogos de estratégia, de simulação, de puzzles/ tabuleiro/ cartas, os role playing games e os first person shooters estejam um pouco mais associados ao computador, enquanto que os jogos de acção, de aventura, de futebol e de outros desportos estejam mais associados à consola. No que respeita à consola portátil verifica-se que os jogos de acção tendem a ser os mais jogados neste tipo de plataforma, enquanto que os jogos de arcade tendem a ser os mais populares para o telemóvel.

237


Tabela 255: Em que plataformas, joga os seguintes tipos de jogos: Computador

Consola

Consola portátil

Telemóvel

Não joga

Acção

37,7

52,4

7,1

2,3

20,4

Aventura

33,2

41,0

4,5

1,7

28,9

Arcade (ex:tetris)

17,2

13,6

1,7

7,8

61,3

Corridas

32,5

28,6

5,3

2,7

42,1

Infantil / família

15,6

6,4

0,9

0,0

78,1

Estratégia

29,0

19,0

3,5

4,8

49,1

Futebol

26,6

31,8

2,5

3,5

49,6

Outros desportos

13,1

22,2

1,7

2,4

65,7

Puzzles / tabuleiro / cartas

28,5

5,7

1,7

1,7

63,7

RPG (role playing games)

9,8

8,5

0,9

1,9

78,6

Simulação

14,2

10,0

1,7

0,8

75,8

FPS (first person shooters)

9,4

7,9

0,0

0,0

83,2

Dos jogadores habituais, 20,4% costuma jogar através da internet, mas se considerarmos apenas os jogadores com acesso à internet verificamos que esse valor ascende pouco, para 24,3%. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que joga online (23,7%) do que de raparigas (14,5%). É entre os mais novos que se verifica a menor percentagem de jogadores online (16,8%) e é entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se verifica a maior percentagem de inquiridos a jogar através da internet. No escalão mais velho esse valor decresce para 21,9%. A mais baixa percentagem de jogadores online entre os mais novos talvez reflicta menores competências para rodar um jogo através da internet e talvez uma menor autonomia face à utilização do computador e da internet. Inversamente, os inquiridos dos 13 aos 15 anos poderão distinguir por uma maior competência adquirida nas TIC e de uma maior autonomia face ao escalão etário anterior. O decréscimo de jogadores online entre os 16 e os 18 anos poderá talvez ser, pelo menos em parte, explicado por um interesse menor face aos jogos electrónicos.

238


Tabela 256: Costuma jogar em rede através da internet:

Sim

Total dos inquiridos N % 26 20,4

Não

97

Utilizadores da internet N % 24 24,3

77,3

74

72,9

Ns/nr

3

2,3

3

2,8

Total

125

100,0

101

100,0

Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

19

23,7

6

14,5

Não

60

74,1

37

83,0

Ns/nr

2

2,1

1

2,5

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

8

16,8

8

24,0

9

21,9

Não

39

79,8

24

72,6

33

78,1

Ns/nr

2

3,5

1

3,3

Fazendo a análise com quem os inquiridos jogam em rede através da internet verifica-se mais uma vez uma clara preferência pelos amigos, isto é, confirma-se que os jogos estão mais frequentemente ligados às relações entre amigos ou de pares do que ao convívio familiar. É curioso ainda constatar que o jogos com desconhecidos verificam na totalidade entre os rapazes nesta amostra. Igualmente curioso é o facto de serem os mais novos que mais parecem contactar desconhecidos online para jogarem. Note-se ainda que importância dos jogos em rede com os amigos aumenta nos escalões etários mais velhos.

Tabela 257: Com quem joga habitualmente em rede através da internet: N

%

Com amigos e/ou colegas

19

75,6

Com pais/irmãos ou outros elementos do agregado familiar

3

11,0

Com outros familiares

1

4,2

Com desconhecidos

7

27,0

239


Sexo do entrevistado Masculino

Feminino

N

%

N

%

Com amigos e/ou colegas

15

78,3

4

67,6

Com pais/irmãos ou outros elementos do agregado familiar

2

9,3

1

15,9

Com outros familiares

_

_

1

16,5

Com desconhecidos

7

36,2

_

_

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

%

N

%

N

%

Com amigos e/ou colegas

5

61,1

7

80,8

8

83,8

Com pais/irmãos ou outros elementos do agregado familiar

2

21,7

_

_

1

11,0

Com outros familiares

_

_

1

13,3

_

_

Com desconhecidos

5

72,9

1

5,9

1

5,1

Sem considerar as não respostas, verifica-se que a maior parte dos jogadores não costuma comprar jogos. 27,9% dos jogadores regulares compra pelo menos um jogo por mês. Sem grandes surpresas, verifica-se ainda uma maior tendência por parte dos rapazes para comprar jogos.

Tabela 258: Num mês típico, quantos jogos costuma comprar:

N

%

0

41

32,8

1

28

22,1

2

5

3,8

3

2

1,6

20

1

0,4

1-4 ano

2

1,2

Ns/nr

48

38,0

Total

125

100,0

240


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

0

21

25,8

20

45,5

1

20

24,3

8

18,0

2

4

4,5

1

2,5

3

1

1,2

1

2,5

20

0

,6

1-4 ano

0

,6

1

2,4

35

43,0

13

29,0

Ns/Nr

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

0

16

33,8

9

27,2

15

36,2

1

11

22,8

6

17,5

11

24,9

2

3

5,4

2

6,3

1

3,3

1

2,2

0

1,1

2

4,6

14

41,0

15

35,6

3 20 1-4 ano Ns/Nr

19

38,0

Os jovens inquiridos gastam em média 22,75 euros por mês em jogos, no entanto é de referir que metade dos inquiridos declaram não gastar nada por mês neste tipo de produtos. Como seria de esperar são os rapazes os mais gastadores visto que, em média, gastam 33,26 euros por mês em jogos em comparação com 8,34 euros por parte das raparigas. No que respeita à comparação entre escalões etários não se vislumbram grandes diferenças quanto aos gastos médios em jogos.

Tabela 259: E quanto é que gasta em média por mês neste tipo de produtos Média

22,75

Mediana

,86

Moda

0

Desvio-padrão

32,763

Mínimo

0

Máximo

150

Percentis

25

,00

75

40,00

241


Sexo Do Entrevistado

Média Mediana

Masculino 33,26

Feminino 8,34

24,71

,00

Mínimo

0

0

Máximo

150

60

0

0

37,62

16,48

Moda Desvio-Padrão Percentil 25

,00

,00

Percentil 75

50,00

13,69

Média Mediana

8 aos 12 anos 22,17

Idade 13 aos 15 anos 25,40

16 aos 18 anos 21,62

4,33

1,22

9,85

Mínimo

0

0

0

Máximo

120

150

60

0

0

0

Moda Desvio-Padrão

32,01

45,31

24,75

Percentil 25

,00

,00

,00

Percentil 75

35,00

29,47

50,00

É de realçar que são normalmente os pais que compram os jogos, seja como presentes seja também como uma compra supervisionada. Apenas 20% dos jogadores declaram serem os próprios a comprar os seus jogos. É de notar que são os rapazes que tomam mais a iniciativa de comprar jogos, o que é coerente com os restantes dados. Por outro lado, há visivelmente uma maior percentagem de jovens mais velhos (39,5%) que compram eles próprios os jogos, fruto de um maior poder de compra e de uma maior autonomia e liberdade nas suas compras. Concomitantemente, verifica-se um peso menor dos pais (38,5%) na compra dos jogos. Inversamente, entre os mais novos verifica-se que, em 64,9% dos casos, são os pais os comprados dos jogos, efeito do menor poder de compra e da menor autonomia em escolher os jogos sem a supervisão dos pais.

242


Tabela 260: Quem é que normalmente compra os jogos que utiliza: N

%

O próprio

25

20,0

Os pais

70

56,3

Outros familiares

11

8,8

Amigos(as) / namorados(as) / colegas

2

1,4

Não compra

6

5,1

Outras pessoas

2

1,9

Ns/nr

11

8,4

Outras pessoas N

% 123

98,1

Patrão

1

1,1

Todos juntos

1

,7

125

100,0

Total

Sexo do entrevistado Masculino

Feminino

O próprio Os pais

N 20 46

% 25,3 57,3

N 5 24

% 10,6 54,4

Outros familiares

3

3,9

8

17,6

2

2,1

_

_

Amigos(as) / namorados(as) / colegas Não compra

5

6,5

1

2,5

Outras pessoas

1

1,2

1

3,1

Ns/nr

4

5,4

6

14,0 Idade

8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

O próprio Os pais

N 6 32

% 12,8 64,9

N 2 22

% 5,9 66,4

N 17 16

% 39,5 38,5

Outros familiares

2

4,5

5

15,1

4

8,7

Amigos(as) / namorados(as) / colegas

2

3,5

_

_

_

_

Não compra

1

2,3

1

3,0

4

10,0

2

5,5

7

14,0

3

9,7

0

1,1

Outras pessoas Ns/nr

O principal motivo, invocado em 38,7% dos casos, que move os inquiridos a comprar um jogo é porque se trata de um novo jogo. O segundo motivo mais invocado (em 13,1%) é porque se trata de uma versão nova de um jogo que utiliza com frequência, o que demonstra a importância das sequelas dos jogos e da marca associada a um jogo. 243


Também parece ter alguma relevância os jogos emprestados que foram experimentados e que impeliu os inquiridos a comprar (o que aparentemente aconteceu em 8,5% dos casos).

Tabela 261: Quando vai comprar um jogo, qual é o principal motivo porque o compra

N

%

Porque é uma versão nova de um jogo que utilizo com frequência Porque é um novo jogo Porque alguém da minha família/amigo próximo quer Porque assisti ao filme que originou o jogo Porque alguém me emprestou esse jogo para experimentar e gostei Porque jogar novos jogos é mais divertido do que qualquer outro Porque os meus amigos(as)/colegas têm Não compra jogos Outro motivo

16

13,1

48

38,7

1

,7

2

1,8

11

8,5

7

5,8

5

4,2

8

6,2

2

1,7

Ns/nr

24

19,3

Total

125

100,0

É ainda curioso, que quando os inquiridos apontaram outros motivos, assinalaram o facto de alguns jogos só funcionarem com o disco original. Com a melhoria dos sistemas de protecção é de esperar que no futuro esta razão se torne mais relevante. Outro motivo N

% 123

Só funciona originais Total

98,3

2

1,7

125

100,0

Quando os inquiridos não compram os jogos ou não lhes oferecem os jogos que utilizam, na maior parte dos casos (76,8%), pelo menos declaradamente, são jogos emprestados por amigos, colegas ou familiares. Apenas 6,3% confessam que são jogos copiados a partir dos jogos originais e apenas uma pequena percentagem de inquiridos (1,6%) afirma que aluga os jogos.

244


Tabela 262: Quando não compra ou não lhe oferecem os jogos que utiliza, eles são na sua maioria:

N

%

Emprestados por amigos, colegas ou familiares Copiados a partir dos jogos originais Alugados

96

76,8

8

6,3

2

1,6

Ns/nr

19

15,4

Total

125

100,0

O montante que, em média, os jovens estariam dispostos a pagar por mês para descarregar da internet os 10 jogos mais vendidos é de 8,82 euros porém, é assinalável que mais de metade não estaria disposto a pagar. São os inquiridos do sexo masculino os mais dispostos a pagar uma quantia mais elevada (11,82 euros, em média) em que comparação raparigas que estariam apenas dispostas a pagar, em média, 2,9 euros. Os inquiridos mais velhos dos 16 aos 18 anos estariam dispostos a pagar um pouco mais (10,71 euros, em média) do que os restantes inquiridos mais novos, dispostos a pagar apenas pouco mais de 7 euros.

Tabela 263: Qual o montante máximo que estaria disposto a pagar para descarregar da internet os 10 jogos mais vendidos do mês para PC

Euros 0

N

% 21

51,2

1

3

7,3

5

10

24,4

10

1

2,4

12

1

2,4

15

1

2,4

20

1

2,4

50

2

4,9

120

1

2,4

Total

41

100,0

Média

8,82

Mediana

0,10

Moda

0

Desvio-padrão

22,21

Mínimo

0

Máximo

120

Percentis

25

0,00

75

5,00

245


Sexo Do Entrevistado

Média Mediana

Masculino 11,82

Feminino 2,90

,45

,24

Mínimo

0

0

Máximo

120

12

0

0

26,79

3,71

Moda Desvio-Padrão Percentil 25

,00

,00

Percentil 75

7,16

5,00

Média Mediana

8 aos 12 anos 7,10

Idade 13 aos 15 anos 7,51

16 aos 18 anos 10,71

1,00

,00

4,05

Mínimo

0

0

0

Máximo

50

50

120

Moda

0

0

0

15,52

16,31

28,73

Percentil 25

,00

,00

,00

Percentil 75

5,00

9,08

5,00

Desvio-Padrão

É de notar que perto de 50% concorda ou concorda totalmente que os jogos copiados têm a mesma qualidade que os originais, o que é demonstrativo de que não será a percepção da qualidade dos jogos pirateados que demoverá estes jogadores de adquirilos. É também interessante notar que 65.5% dos inquiridos concorda que os jogos contêm muitas vezes cenas violentas. Verifica-se, como seria de esperar que são os mais velhos os que estão mais expostos a cenas de violência, contudo, mais de 50% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos concorda ou concorda totalmente que os jogos contêm muitas vezes cenas violentas. Além disso, cerca de 40% concorda que a linguagem utilizada pelas personagens dos jogos de acção é muito mais agressiva e com mais palavrões do que estão habituados. É entre os mais novos que há uma maior concordância (47,3% dos casos) de que os jogos têm uma linguagem muito mais agressiva do que estão habituados, enquanto que entre os mais velhos essa concordância desde para valores abaixo dos 30%. Há, portanto evidências de que uma parte significativa dos jogadores está exposta a cenas violentas ou agressivas quando joga. Contudo, isto é verdadeiro num sistema dos media, onde os jogos são apenas uma parte, que espectaculariza a violência. Tal pode alimentar os medos dos pais sobre os efeitos nefastos de uma exposição, pelo menos

246


precoce, a cenas violentas. Tal discussão e receios vêm desde os anos 80 com a popularização dos jogos electrónicos porém, em larga medida, não se poderá dizer que a geração que cresceu a jogar nos anos 80 se tenha tornado mais violenta ou agressiva que as gerações anteriores e os estudos científicos têm se mostrado inconclusivos. E convém relembrar o papel dos educadores enquanto agentes de filtragem e de acompanhamento no que respeita ao consumo de media como os jogos electrónicos. Neste âmbito, é de notar que pouco mais de 40% dos jovens inquiridos concorda ou concorda totalmente que não utiliza jogos que indiquem não serem adequados para a sua idade, o que quer dizer que a maioria não só utiliza jogos desajustados para a sua idade, como têm plena consciência dessa situação. Sem grandes surpresas, é entre os mais novos que há uma maior percentagem de jogares (52,3%) que utilizam jogos que não são para a sua idade, enquanto que entre os mais velhos essa percentagem desde para os 26,3%. Como controlar o acesso dos educandos aos conteúdos dos media é, aliás, um problema com que se debatem pais e educadores. Um momento-chave do controlo sobre os jogos é sem dúvida o momento da compra. Porém, parece que os jovens dispõem de meios e canais alternativos para ter acesso a jogos que não são para a sua idade. Se isto parece preocupante, não devemos no entanto esquecer que os jovens, agentes reflexivos, não são recipientes vazios que recebem acriticamente a violência que vêm e que vivenciam nos jogos. 44,1% dos jovens concorda ou concorda totalmente que jogar certos jogos de acção os deixam menos stressados e mais descontraídos. Inversamente, são poucos (14,7%) os que concordam ou concordam totalmente que se sentem mais agressivos quando terminam de utilizar um jogo violento. Entre os mais novos essa percentagem é ainda ligeiramente menor (12,4%). Todavia, perto de 70% dos jogadores declaram que não se inibem de utilizar jogos mais violentos que certos filmes de acção e cerca de 60% concordam ou concordam totalmente que nos jogos para computador ou consola podem encarnar personagens com comportamentos violentos ou perigosos que nunca fariam na vida real. É ainda de notar que 46,2% dos jovens concorda ou concorda totalmente com a afirmação de que se sentem muito frustrados se não conseguem atingir com sucesso determinados objectivos dos jogos. Um dado final bastante interessante é que cerca de 60% dos jovens inquiridos preferem divertir-se e passar o tempo a jogar do que a ver filmes, isto é, a interactividade dos jogos é para esses jovens mais aliciante do que ver filmes. Entre os mais novos a percentagem daqueles que preferem os jogos aos filmes ascende praticamente aos 68%. 247


Tabela 264: Características dos jogos - Grau de concordância com:

Os jogos copiados têm a mesma qualidade Os jogos para computador ou consola contêm muitas vezes cenas violentas A linguagem utilizada pelas personagens dos jogos de acção para computador ou consola é muito mais agressiva e com mais palavrões do que a que estou habituado Não utilizo jogos que indiquem não ser adequados para a minha idade Depois de jogar certos jogos de acção fico muito menos stressado e sintome mais descontraído O facto de um jogo ser mais violento do que certos filmes de acção não me inibe de jogá-lo Nos jogos para computador ou consola posso encarnar personagens com comportamentos violentos ou perigosos que eu nunca faria na vida real Quando termino de jogar um jogo mais violento comporto-me de modo mais agressivo Sinto-me muito frustrado se não consigo atingir com sucesso determinados objectivos dos jogos para computador ou consola Para me divertir e passar o tempo prefiro sem dúvida jogar no computador ou consola do que ver filmes

Discordo Totalmente (%)

Discordo (%)

Concordo (%)

Concordo Totalmente (%)

Ns/Nr (%)

6,2

21,3

40,8

7,6

24,1

4,1

19,6

58,7

6,8

10,8

8,5

35,5

36,7

3,9

15,4

11,4

37,9

35,3

3,8

11,7

1,7

34,8

33,0

11,1

19,5

1,9

15,6

57,4

11,5

13,7

5,3

20,5

41,5

19,4

13,3

18,7

52,2

13,1

1,6

14,5

5,4

39,4

36,6

9,6

9,0

2,5

28,6

47,0

12,9

9,0

Segundo Fromme (2003), não há evidência empírica que justifique um alarmismo geral em torno das culturas dos jogos. Esta cultura é muitas vezes acusada de promover violência ou o isolamento social das crianças e dos jovens. Em geral, mesmo as crianças e os jovens que estão mais envolvidos nos jogos, em termos de interesse e de frequência de uso, aparentemente não descuram outras actividades e outros interesses dentro e fora de casa, integrando-se em relações sociais. Garry Crawford (2006) é outro autor que explora a importância dos jogos de vídeo e de computador para o mundo social. 248


Segundo este autor a importância de jogos de simulação (futebol, etc.) prende-se com ligações ‘intertextuais’ entre o desporto ou os acontecimentos offline, o que torna os jogos passíveis de serem discutidos e usados em contextos sociais. Ou seja, em vez de vincular uma visão dos jogos ‘enquanto escape’, separadas da experiência do dia-a-dia, as simulações (em particular, as de futebol) necessitam de ser entendidas no âmbito mais alargado das situações culturais e sociais. Porém, as qualidades interactivas dos jogos são atractivas em situações em que os jovens estão sozinhos. Na maior parte dos casos, os pais ou outros adultos não participam nas actividades com jogos electrónicos, pelo menos, de uma forma activa e interactiva. Muitas vezes a participação parental é marcada mais pela vigilância e controlo e jogar jogos electrónicos está ainda longe de ser um projecto comum da família. Por outras palavras, a educação em torno dos media parece restringir-se ao controlo vindo de fora e não parece haver um envolvimento mais activo por parte dos pais. Por outro lado, isto pode ser visto como aceitável num contexto em que as crianças e os jovens reclamam a necessidade das suas próprias esferas.

249


Capítulo 9: Geração Mp3 – a música no novo ambiente mediático A compra, transmissão e gravação de música tem sofrido bastantes mudanças nos últimos tempos. Longe vão os tempos do vinil e das cópias através de cassetes de áudio. Entretanto o CD emergiu como o suporte rei da música mas vê, actualmente, o seu império em risco através da partilha de ficheiros com o formato mp3 e através da emergência de lojas online como o iTunes. A indústria fonográfica vê assim emergirem enormes desafios e os consumos de música diversificam-se. A música espalha-se pela rede e é descarregada em leitores portáteis e observa-se a integração entre leitores como o iPod e lojas de música online. Por outro lado, a indústria fonográfica e os direitos de autor sofrem o desafio da pirataria, visto que muitos daqueles que possuem um computador, possuem também um gravador de CD’s e o preço dos CD’s virgens é muito baixo. A indústria fonográfica recorre assim a estratégias variadas para cativar os consumidores, incluindo pacotes mais atraentes, alguns incluindo extras ou DVD’S de bónus que cada vez mais se vão tornando a norma. É neste contexto em mudança que vamos olhar para as práticas e para os consumos dos jovens no que respeita à música.

Inquérito online

71,1% dos inquiridos online afirma ter um leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros mp3. Não se vislumbram diferenças significativas entre sexos e entre escalões etários. Verifica-se portanto que aqueles que estão mais socializados com a internet são aqueles que também tendem a possuir outro tipo de aparelhos. Na verdade a utilização da internet e a utilização de leitores portáteis de ficheiros de música complementam-se, notando-se uma integração dos media neste nível.

250


Tabela 265: Tens algum leitor de música portátil em que possas utilizar ficheiros MP3?

N

%

Sim

769

71,1

Não

308

28,5

Não sabe/não responde Total

4

,4

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

443

71,8

326

70,3

Não

172

27,9

136

29,3

2

,3

2

,4

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

86

71,7

266

73,7

417

69,5

Não

30

25,0

95

26,3

183

30,5

4

3,3

120

100,0

Não sabe/não responde Total

361

100,0

600

100,0

Verifica-se que a maior parte dos jovens internautas (87%) consegue gravar CD’s de música no PC, sendo esta uma das competências correntes hoje em dia para quem está familiarizado com computadores. A este nível não há diferenças significativas entre os sexos, contudo, como seria de esperar, há uma menor percentagem de inquiridos mais novos a declararem que têm essa competência: 74,2% em comparação com 89,3% dos internautas com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos. 64,4% dos inquiridos afirmam serem capazes de descarregar músicas da internet. Há uma maior percentagem de rapazes (70,2%) do que de raparigas (56,7%) a declararem que têm esta competência. Também existe uma menor percentagem de inquiridos mais novos a afirmarem que são capazes de descarregar músicas da internet: 50,8%, o que está claramente abaixo da percentagem de inquiridos mais velhos que declararam conseguir fazê-lo (66,2%). Em geral, 54,5% dos internautas têm a capacidade de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc.), sendo esta uma competência declarada, mais uma vez, por uma percentagem maior de rapazes (59%) e de internautas entre os 16 e os 18 anos (57,7%), em contraste com as raparigas (48,5%) e os inquiridos mais novos (40%). Verifica-se uma percentagem ainda menor de inquiridos (44,4%) que declaram serem capazes de imprimir capas para os CD’s de música que gravam da internet. 251


Curiosamente, não existem diferenças significativas entre os sexos quanto a esta competência, porém, na comparação entre escalões etários, verifica-se, uma vez mais, uma menor percentagem de inquiridos mais novos com essa competência.

Tabela 266: Competências relacionadas com a gravação, troca e descarregamento de música:

N És capaz de gravar CDs de música no PC

940

87,0

Não

126

11,7

15

1,4

Total

1081

100,0

Sim

696

64,4

Não

347

32,1

Não sabe/não responde És capaz de descarregar músicas da internet

És capaz de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc) És capaz de imprimir capas para os CDs de música que grava da internet

%

Sim

Não sabe/não responde

38

3,5

Total

1081

100,0

Sim

589

54,5

Não

437

40,4

Não sabe/não responde

55

5,1

Total

1081

100,0

Sim

480

44,4

Não

553

51,2

Não sabe/não responde Total

48

4,4

1081

100,0

Masculino N És capaz de gravar CDs de música no PC

N

%

535

86,7

405

87,3

Não

74

12,0

52

11,2

8

1,3

7

1,5

Sim

433

70,2

263

56,7

Não

168

27,2

179

38,6

Não sabe/não responde És capaz de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc) És capaz de imprimir capas para os CDs de música que grava da internet

%

Sim Não sabe/não responde

És capaz de descarregar músicas da internet

Feminino

16

2,6

22

4,7

Sim

364

59,0

225

48,5

Não

223

36,1

214

46,1

30

4,9

25

5,4

Sim

270

43,8

210

45,3

Não

324

52,5

229

49,4

23

3,7

25

5,4

Não sabe/não responde

Não sabe/não responde

252


Idade

És capaz de gravar CDs de música no PC

És capaz de descarregar músicas da internet És capaz de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc) És capaz de imprimir capas para os CDs de música que grava da internet Total

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

Sim

89

% 74,2

315

% 87,3

536

% 89,3

Não

25

20,8

43

11,9

58

9,7

Ns/nr

6

5,0

3

,8

6

1,0

Sim

61

50,8

238

65,9

397

66,2

Não

51

42,5

110

30,5

186

31,0

Ns/nr

8

6,7

13

3,6

17

2,8

Sim

48

40,0

195

54,0

346

57,7

Não

66

55,0

143

39,6

228

38,0

Ns/nr

6

5,0

23

6,4

26

4,3

Sim

44

36,7

175

48,5

261

43,5

Não

72

60,0

169

46,8

312

52,0

Ns/nr

4

3,3

17

4,7

27

4,5

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Verifica-se que entre os internautas, a internet é um dos principais meios de troca de músicas com os amigos, sendo que 29% dos inquiridos declara utilizar a internet para o efeito. Além disso, 28,3% dos inquiridos afirma que troca músicas com os amigos através de CD’s comprados nas lojas e CD’s gravados com ficheiros Mp3. No total 83,6% dos jovens trocam músicas com os amigos, independentemente do meio. É de notar que apenas 14% dos inquiridos diz que não troca habitualmente músicas com os amigos, pelo que podemos aferir que a troca de músicas entre amigos é uma prática comum aos jovens internautas. Não há diferenças muito grandes entre os sexos, mas curiosamente parece haver uma percentagem um pouco maior de raparigas a trocar música com os amigos, em especial através de CD’s. Observa-se ainda uma maior percentagem de inquiridos que não por hábito trocar música com os amigos entre os mais novos (23,3%), uma percentagem bastante acima do a verifica entre os internautas mais velhos (12,2%). São ainda os mais novos os que mais trocam, exclusivamente, CD’s comprados entre os amigos (24,2%) mas os que menos trocam música utilizando a internet (15,8%). Inversamente, são os jovens entre os 13 e os 15 anos, aqueles que mais trocam música utilizando a internet (32,7%).

253


Tabela 267: Habitualmente trocas músicas com os teus amigos(as)?

N

%

Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas

143

13,2

Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros MP3

142

13,1

Sim, de ambos

306

28,3

Sim, utilizando a internet

314

29,0

Não

151

14,0

25

2,3

1081

100,0

Não sei/Não respondo Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas

82

13,3

61

13,1

Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros MP3

80

13,0

62

13,4

Sim, de ambos

150

24,3

156

33,6

Sim, utilizando a internet

189

30,6

125

26,9

Não

102

16,5

49

10,6

14

2,3

11

2,4

Não sei/Não respondo

Idade

Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros MP3 Sim, de ambos

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

29

24,2

40

11,1

74

12,3

14

11,7

44

12,2

84

14,0

21

17,5

103

28,5

182

30,3

Sim, utilizando a internet

19

15,8

118

32,7

177

29,5

Não

28

23,3

50

13,9

73

12,2

9

7,5

6

1,7

10

1,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sei/Não respondo Total

Só uma pequena minoria (1,8%) compra habitualmente músicas na rede e 8% responderam que compram às vezes, contudo, no total, existem 16,2% de inquiridos que já adquiriram músicas na rede pelo menos uma vez. Verifica-se ainda que há uma maior percentagem de internautas do sexo masculino e com mais idade que já compraram músicas na rede. O sítio mais popular entre os jovens que já compraram músicas na internet é o Sapo Música (11,2% dos inquiridos afirmam que já compraram músicas neste sítio), que ultrapassa mesmo o iTunes, onde 9,9% dos inquiridos já compraram música.

254


Tabela 268: Já compraste música através de sítios de venda na internet?

N

%

Sim, compro habitualmente

19

1,8

Sim, compro às vezes

86

8,0

Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar

70

6,5

890

82,3

Não, nunca comprei Não sei/Não respondo Total

16

1,5

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim, compro habitualmente

15

2,4

4

,9

Sim, compro às vezes

58

9,4

28

6,0

43

7,0

27

5,8

492

79,7

398

85,8

9

1,5

7

1,5

Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar Não, nunca comprei Não sei/Não respondo

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim, compro habitualmente

2

1,7

6

1,7

11

1,8

Sim, compro às vezes

7

5,8

23

6,4

56

9,3

Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar

6

5,0

34

9,4

30

5,0

98

81,7

294

81,4

498

83,0

Não, nunca comprei Não sei/Não respondo Total

7

5,8

4

1,1

5

,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Tabela 269: Em que sítios compras habitualmente música através da internet: N iTunes

% 103

9,9

25

2,4

9

,9

Sapo Música

116

11,2

Não sei/Não respondo

749

72,2

Outros

28

2,7

Não compra

65

6,3

1038

100,0

Yahoo Music Napster

Total

47% dos jovens internautas costuma descarregar as letras de algumas músicas que obtêm na internet e 7,4% afirma mesmo que habitualmente descarrega de todas.

255


Curiosamente, esta é uma práticas seguida por uma maior percentagem de raparigas (58,8%) do que de rapazes (51,1%) e por uma maior percentagem de inquiridos mais velhos (59,7%) do que de internautas mais novos (32,5%).

Tabela 270: Costumas descarregar letras das músicas que obténs na internet?

N

%

Sim, habitualmente descarrego de todas

80

7,4

Sim, mas só de algumas

508

47,0

Não, nunca descarrego

443

41,0

Não sei/Não respondo

50

4,6

1081

100,0

Total

Masculino N Sim, habitualmente descarrego de todas

Feminino %

N

%

48

7,8

32

6,9

Sim, mas só de algumas

267

43,3

241

51,9

Não, nunca descarrego

275

44,6

168

36,2

Não sei/Não respondo

27

4,4

23

5,0

Idade

Sim, habitualmente descarrego de todas

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

6

5,0

32

8,9

42

7,0

Sim, mas só de algumas

33

27,5

159

44,0

316

52,7

Não, nunca descarrego

66

55,0

164

45,4

213

35,5

Não sei/Não respondo

15

12,5

6

1,7

29

4,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Há uma clara tendência (em 66,5% dos casos) para achar que é mais errado vender músicas ou CD’s pirateados, enquanto que 19,9% acham que é mais errado comprar. Perto de 10% é da opinião que é errado trocar músicas e/ou CD’s com desconhecidos através da internet, mas apenas uma pequena minoria acha que é errado trocar música entre amigos e conhecidos. Não há grandes diferenças entre os sexos, todavia, parece haver um maior reconhecimento feminino de que é errado trocar música com desconhecidos através da internet. Há uma menor percentagem de inquiridos mais novos (15%) com a opinião de que é errado comprar músicas ou CD’s pirateados mas entre os mais novos há uma maior percentagem de inquiridos da opinião de que é errado trocar música na internet com desconhecidos. Seja como for a larga maioria não olha

256


para a troca de músicas através da internet, seja com desconhecidos ou seja com conhecidos e amigos, como algo fundamentalmente errado, apesar de ser um acto passível de ser punível criminalmente.

Tabela 271: E ainda em relação a música, achas que é mais errado...?

N

%

Vender músicas/CDs pirateados

719

66,5

Comprar músicas/CDs pirateados

215

19,9

Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conhecidos

25

2,3

Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet

16

1,5

106

9,8

1081

100,0

Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet Total

Masculino N Vender músicas/CDs pirateados Comprar músicas/CDs pirateados Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conhecidos Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet

Feminino %

N

%

412

66,8

307

66,2

125

20,3

90

19,4

19

3,1

6

1,3

12

1,9

4

,9

49

7,9

57

12,3

Idade 9 aos 12 anos N Vender músicas/CDs pirateados

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

80

66,7

233

64,5

406

67,7

18

15,0

73

20,2

124

20,7

Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conheci

2

1,7

11

3,0

12

2,0

Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet

3

2,5

6

1,7

7

1,2

17

14,2

38

10,5

51

8,5

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Comprar músicas/CDs pirateados

Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet Total

257


Dos internautas, 41% estariam dispostos a pagar até 10 euros por mês para adquirir músicas em sítios na internet, enquanto que 40,1% não está disposto a pagar nada. Verifica-se uma maior predisposição masculina, assim como dos inquiridos mais velhos, para dar largas à bolsa.

Tabela 272: Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço:

N

%

Até 5 euros

310

28,7

De 6 a 10 euros

133

12,3

De 11 a 15 euros

43

4,0

De 16 a 20 euros

31

2,9

21 euros ou mais

17

1,6

433

40,1

Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet) Não sei/Não respondo Total

114

10,5

1081

100,0

Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço: Masculino N Até 5 euros

Feminino %

N

%

194

31,4

116

25,0

De 6 a 10 euros

75

12,2

58

12,5

De 11 a 15 euros

27

4,4

16

3,4

De 16 a 20 euros

20

3,2

11

2,4

21 euros ou mais

10

1,6

7

1,5

234

37,9

199

42,9

57

9,2

57

12,3

Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet Não sei/Não respondo

Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço: Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Até 5 euros

18

15,0

97

26,9

195

32,5

De 6 a 10 euros

11

9,2

41

11,4

81

13,5

De 11 a 15 euros

3

2,5

16

4,4

24

4,0

De 16 a 20 euros

1

,8

17

4,7

13

2,2

21 euros ou mais

3

2,5

7

1,9

7

1,2

60

50,0

150

41,6

223

37,2

Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet Não sei/Não respondo Total

24

20,0

33

9,1

57

9,5

120

100,0

361

100,0

600

100,0

258


Inquérito nacional No que respeita aos inquiridos do inquérito face-a-face aplicado a nível nacional, estando mais próximo da realidade nacional no seu todo, verifica-se que apenas 28% dos jovens possuem um leitor de música portátil com a capacidade de ler ficheiros mp3. Todavia, se considerarmos apenas aqueles que têm acesso à internet em casa verifica-se que a percentagem de inquiridos com leitores de mp3 sobe até aos 47,5%. Há uma maior percentagem de rapazes (33,6%) e de inquiridos dos 16 aos 18 anos (32,3%) que declaram possuir um desses aparelhos, em comparação com 22,2% de raparigas e 21,9% de inquiridos dos 8 aos 12 anos. Perto de um quarto desses aparelhos é da “Creative”, a segunda marca mais popular é a “Sony” (com 16,1%), estando o “iPod” em terceiro lugar (com 8,6%).

Tabela 273: Tem algum leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros MP3 Total N

%

Utilizadores da internet N % 49 47,5

Sim

77

28,0

Não

190

68,9

50

48,3

5

1,8

1

1,0

Não sabe do que se trata Ns/nr Total

3

1,2

3

3,2

276

100,0

104

100,0

Sexo Do Entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

47

33,6

30

22,2

Não

89

63,4

101

74,6

2

1,4

3

2,3

Não sabe do que se trata Ns/nr

2

1,6

1

,8

Total

141

100,0

135

100,0

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

24

21,9

22

31,5

32

32,3

Não

83

77,1

45

63,8

62

63,5

Não sabe do que se trata

_

_

1

1,4

4

4,1

Ns/nr

1

1,0

2

3,2

Total

108

100,0

70

100,0

98

100,0

259


Tabela 274: Qual é a marca desse leitor

N

%

iPod

7

8,6

Creative

19

24,6

Sony

12

16,1

Outras marcas

19

24,1

Ns/nr

21

26,6

Total

77

100,0

Outras Marcas N

% 257

93,2

Apple

2

,8

Bomag

1

,3

Denver

4

1,4

Inovix

4

1,5

Mitsai

1

,4

Philips

1

,4

Rodstar

1

,2

Samsung

2

,9

Supertec

1

,4

Wattson

1

,3

Worten

1

,3

276

100,0

Total

Dos inquiridos que possuem um leitor de mp3, 55,7% costumam ouvir música quando estão a passear e 52% dos jovens ouvem música no seu leitor de mp3 quando não estão a fazer nada. Além disso, 38,9% dos jovens declaram ainda que aproveitam para ouvir música no seu leitor de mp3 quando estão em viagem. Estas são portanto as situações mais vulgares para ouvir música no leitor mp3. 16,7% dos jovens declara ainda que ouve música nos seus leitores portáteis quando estão nos transportes públicas e 10,5% enquanto estão a ver televisão. Ouvir música através do leitor portátil enquanto se realizam outras actividades como trabalhar, ler, navegar na internet ou fazer desporto é apenas hábito para minorias de jovens que não representam mais do que 10% daqueles que possuem um leitor de mp3.

260


Tabela 275: Em que alturas, é que costuma ouvir música no seu leitor de MP3: N

%

Quando está a passear

43

55,7

Quando está a trabalhar

7

9,6

Quando está a ler revistas, livros, jornais

7

8,8

Quando está a utilizar a internet

5

6,7

Quando está a ver TV

8

10,5

Quando está a fazer desporto

5

7,0

Quando não está a fazer nada

40

52,0

Quando está em viagem

30

38,9

Quando está nos transportes públicos

13

16,7

Não se aplica/não utiliza

1

1,0

Os leitores de mp3 vieram de facto colocar um desafio à rádio e a outros equipamentos de reprodução de música. 49,3% dos jovens inquiridos com um leitor portátil de mp3 declaram que passaram a ouvir menos música noutros equipamentos e 46,3% declaram que passaram a ouvir menos rádio. O principal meio de reprodução de ficheiros mp3 é, sem dúvida o leitor portátil (77,5% dos jovens utilizam este aparelho em primeiro lugar), seguido por uma larga margem pelo computador pessoal (apenas 23,6% utilizam o computador com reprodutor principal de mp3). Apenas 9% ouve ficheiros mp3, preferencialmente, no telemóvel, estabelecendo-se assim a hierarquia.

Tabela 276: Desde que tem o seu leitor MP3, passou a: Menos (%)

Igualmente (%)

Mais (%)

Ouvir rádio

46,3

44,1

9,6

Navegar na internet

6,3

84,3

9,4

Ouvir música noutros equipamentos

49,3

46,3

4,4

261


Tabela 277: Por ordem de utilização, em que equipamentos é que costuma ouvir ficheiros MP3: Ordem utilização 1

Ordem utilização 2

Ordem utilização 3

Ordem utilização 4

No computador pessoal

23,6

62,7

13,7

_

No leitor portátil de ficheiros mp3

77,5

16,5

6,0

_

No telemóvel

9,0

24,0

67,0

_

Noutro suporte

22,6

_

_

77,4

Os inquiridos com internet em casa têm, em geral, um leque mais alargado de competências no que respeita às TIC. Considerando o total dos inquiridos, apenas 37,9% dos jovens dizem saber gravar CD’s de música no PC, porém, a percentagem de inquiridos que sabe gravar CD’s de música sobe para os 64% entre os inquiridos que têm acesso à internet em casa. Cerca de metade dos inquiridos com acesso à internet no seu lar sabe descarregar músicas na internet, enquanto que se considerarmos o total dos inquiridos essa percentagem decresce para os 24%. Ademais, em torno de 40% dos inquiridos com ligação à rede sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet e outros tantos sabem imprimir capas para os CD’s de música que gravam com ficheiros descarregados na internet, em comparação com 18,5% e 22%, entre o total dos inquiridos, respectivamente. Os dados referentes aos utilizadores da internet estão assim mais próximos dos dados apurados em relação aos jovens inquiridos online, que como já vou referido são um público específico, mais socializado nos novos media. Em coerência com o que foi verificado nos dados obtidos online, é entre os inquiridos do sexo masculino e os mais velhos, que se verificam as maiores percentagens de jovens que declaram ter as competências referidas atrás.

262


Tabela 278: Competências relacionadas com a gravação, descarregamento e troca de música: Total dos inquiridos N Sabe gravar CDs de música no pc

%

Sim

104

Não

169

64,0

61,3

35

33,8

2

,8

2

2,2

66

24,0

52

50,3

207

75,2

50

47,6

2

,8

2

2,2

Sim

51

18,5

42

40,5

Não

223

80,7

60

57,3

,8

2

2,2 41,0 59,0

Sim Não

Ns/nr Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet

%

37,9

Ns/nr Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)

N 67

Ns/nr Sabe descarregar músicas da internet

Utilizadores da internet

2

Sim

61

22,0

43

Não

214

77,7

62

1

,4

Ns/nr Total dos inquiridos

Sexo Do Entrevistado Masculino N Sabe gravar CDs de música no pc

Sabe descarregar músicas da internet

Feminino %

N

%

Sim

68

48,2

36

27,0

Não

72

51,0

97

72,1

Ns/nr

1

,8

1

,8

Sim

45

31,6

22

16,1

Não

95

67,6

112

83,1

Ns/nr

1

,8

1

,8

Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)

Sim

34

23,8

17

12,9

Não

106

75,4

116

86,2

1

,8

1

,8

Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet

Sim

41

29,3

19

14,3

Não

100

70,7

115

84,9

1

,7

Ns/nr

Ns/nr

263


Utilizadores da internet Sexo Do Entrevistado Masculino N Sabe gravar CDs de música no pc

Sabe descarregar músicas da internet

Feminino %

N

%

Sim

41

72,8

26

53,6

Não

14

25,2

21

44,1

Ns/nr

1

2,0

1

2,4

Sim

33

57,7

20

41,5

Não

23

40,3

27

56,2

Ns/nr

1

2,0

1

2,4

Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)

Sim

26

45,7

16

34,4

Não

30

52,3

30

63,2

Ns/nr

1

2,0

1

2,4

Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet

Sim

27

48,3

15

32,3

29

51,7

32

67,7

Não

Total dos inquiridos Idade 8 aos 12 anos N Sabe gravar CDs de música no pc

13 aos 15 anos

Sim

16

% 14,6

Não

92

85,4

N

Ns/nr Sabe descarregar músicas da internet

32

% 45,6

36

51,2

2

3,2

16 aos 18 anos N 57

% 57,9

41

42,1

Sim

8

7,1

19

27,1

40

40,4

Não

100

92,9

49

69,7

58

59,6

Ns/nr

2

3,2

Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)

Sim

5

4,2

15

21,7

31

31,9

Não

103

95,8

52

75,1

67

68,1

2

3,2

Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet

Sim

9

8,7

16

23,6

35

35,5

Não

99

91,3

52

75,0

63

64,5

1

1,4

Ns/nr

Ns/nr

Utilizadores da internet Idade 8 aos 12 anos N Sabe gravar CDs de música no pc

Sim

10

% 30,4

Não

23

69,6

Ns/nr Sabe descarregar músicas da internet

13 aos 15 anos N 23

% 80,7

3

11,6

2

7,8

16 aos 18 anos N 33

% 78,5

9

21,5

Sim

7

20,9

18

61,3

28

65,3

Não

26

79,1

9

31,0

15

34,7

2

7,8

Ns/nr Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)

Sim

5

14,0

14

48,2

24

55,7

Não

28

86,0

13

44,0

19

44,3

2

7,8

Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet

Sim

Ns/nr Não

7

20,9

14

49,8

21

50,3

26

79,1

15

50,2

21

49,7

264


Dentro dos inquiridos com capacidade para gravar CD’s de música, grava CD’s de no seu computador pessoal, exclusivamente para si e 21,5% grava para si, assim como para as pessoas da casa. Apenas 17,5% afirma que grava CD’s para amigos, familiares ou colegas e 20,7% afirma que não costuma gravar CD’s. Claramente, verifica-se uma maior percentagem de raparigas (31,6%) que não grava CD’s, sendo que apenas 14,8% dos rapazes afirmam que não têm o costume de gravar músicas em CD. Mais de metade dos rapazes gravam CD’s de música exclusivamente para si em comparação com 32,7% das raparigas. Porém, há uma maior percentagem de raparigas (26,2%) que grava CD’s para as pessoas da sua casa em comparação com 19% dos rapazes. É ainda de assinalar que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a afirmarem que não têm o costume de gravar CD’s (23,6%), uma percentagem um pouco acima da verificada entre os mais novos (17,9%) e entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (16,8%). Cerca de metade dos jovens dos 16 aos 18 anos afirma que grava CD’s de música exclusivamente para si, enquanto que a percentagem de inquiridos mais novos que grava CD’s só para si é de 31,8%. Curiosamente, uma maior percentagem de inquiridos entre os 8 e os 12 anos (37%) que gravam CD’s de música para as pessoas da sua casa, enquanto que essa percentagem entre os jovens dos 16 aos 18 anos é de apenas 10,5%. Note-se ainda que a média de CD’s gravados pelo inquiridos no mês anterior é de cerca de 4 CD’s e metade dos inquiridos gravou até 3 CD’s no mês transacto.

Tabela 279: Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:

Exclusivamente para mim Para mim e para pessoas da minha casa Para amigos, familiares ou colegas Não costumo gravar Ns/nr

N

%

48

45,7

22

21,5

18

17,5

22

20,7

3

2,9

265


Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem: Sexo Do Entrevistado Masculino N Exclusivamente para mim

Feminino %

N

%

36

52,6

12

32,7

Para mim e para pessoas da minha casa

13

19,0

10

26,2

Para amigos, familiares ou colegas

13

18,6

6

15,5

Não costumo gravar

10

14,8

12

31,6

3

4,4

Ns/nr

Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem: Idade

Exclusivamente para mim

8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

5

31,8

14

43,0

29

51,0

Para mim e para pessoas da minha casa

6

37,0

11

33,5

6

10,5

Para amigos, familiares ou colegas

3

16,8

8

23,6

8

14,3

Não costumo gravar

3

17,9

5

16,8

13

23,6

Ns/nr

1

5,3

2

3,8

Tabela 280: Número de CD's gravados no último mês: Média

4,32

Mediana

3,00

Moda

0

Desvio-padrão

4,513

Mínimo

0

Máximo

20

Percentis

25

1,00

75

7,87

Pouco mais de um quinto dos jovens compra CD’s de música com regularidade. Não se verificam diferenças significativas entre os sexos mas observa-se que, como seria de esperar, que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos (cerca de 25%) que compram CD’s musicais com regularidade.

266


Tabela 281: Compra CDs de música com regularidade

N

%

Sim

60

21,8

Não

211

76,5

Ns/nr

5

1,7

Total

276

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

30

21,3

30

22,2

Não

109

77,5

102

75,5

2

1,2

3

2,2

Ns/nr

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

18

16,8

18

25,4

24

24,6

Não

88

81,1

51

73,1

72

73,9

Ns/nr

2

2,1

1

1,4

2

1,6

Dentro daqueles que compram CD’s de música com regularidade, 44,1% comprou um CD no mês anterior e 26,3% comprou pelo menos 2 CD’s. 29,5% não comprou nenhum CD. Os inquiridos do sexo masculino e os mais velhos, com maior poder de compra, demonstram uma tendência para comprar mais CD’s. Os jovens gastaram em média 19,55 euros em CD’s e metade gastou até 18,55 euros. Confirma-se que os inquiridos do sexo masculino foram mais gastadores no mês transacto (gastaram , em média, 22,15 euros) do que as raparigas, que gastaram, em média, 14,74 euros. Os inquiridos mais velhos são os que, em média, gastaram mais no mês anterior (23,33 euros), mas os menos gastadores não foram os inquiridos mais novos, mas sim os jovens dos 13 aos 15 anos (13,67 euros). Tabela 282: Número de CD's que comprou no último mês

N

%

0

16

29,5

1

24

44,1

2

6

11,5

3

3

5,5

4

2

3,3

5

3

6,0

Ns/Nr

6

10,2

Total

60

100,0

267


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

0

8

26,3

8

33,3

1

12

42,1

12

46,5

2

4

14,7

2

7,7

3

1

3,2

2

8,3

4

1

2,5

1

4,2

5

3

11,2

Ns/Nr

1

3,4

5

17,1

Total

29

100,0

25

100,0

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

0

5

33,9

6

35,7

5

22,6

1

8

59,7

7

38,3

9

39,4

2

1

6,4

3

19,8

2

8,4

3

_

_

3

12,7

4

_

_

1

6,2

5

_

_

1

3,1

3

13,8

Ns/Nr

5

26,1

1

4,2

1

2,7

Total

13

100,0

17

100,0

23

100,0

Tabela 283: Quanto é que gastou em média, no último mês em CD's N

37

Média

19,55

Mediana

18,55

Moda

0

Desvio-Padrão

19,730

Mínimo

0

Máximo Percentis

120 25

5

75

25 Sexo do entrevistado

Média Mediana

Masculino 22,15

Feminino 14,74

18

20

Moda

0

20

Mínimo

0

0

Máximo

120

30

Desvio-Padrão

23,08

10,40

Percentil 25

6

2

Percentil 75

30

21

268


8 aos 12 anos 20,20

Idade 13 aos 15 anos 13,67

16 aos 18 anos 23,33

Mediana

18

16

20

Moda

15

0

0

Mínimo

15

0

0

Máximo

35

30

120

Média

Desvio-Padrão

7,85

10,91

25,34

Percentil 25

15

3

2

Percentil 75

26

24

30

Sem surpresas, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que compra CD’s dos seus grupos preferidos (34,6%) e apenas 10,4% declara que compra CD’s de grupos que quer conhecer melhor. Inversamente, 35% dos inquiridos grava CD’s dos grupos musicais que querem conhecer melhor enquanto que 24% dos jovens grava CD’s de bandas favoritas. Menos de 10% compra CD’s no seguimento de um conselho, 32,9% dos jovens prefere antes não arriscar e gravar CD’s de bandas ou músicos aconselhados ou sugeridos por terceiros. As percentagem de inquiridos que compram CD’s de grupos ou músicos portugueses e de bandas ou músicos estrangeiros são muito próximas, 21,6% e 22,3% respectivamente. As percentagens de jovens que gravam CD’s de bandas portugueses e de bandas estrangeiras também são bastante próximas, rondando os 27%. A percentagem de inquiridos que não compra ou não grava CD’s mantém-se estável em torno dos 17%.

Tabela 284: Costuma comprar ou gravar CD's dos seus grupos música preferidos: N

%

Compra CDs

95

34,6

Grava CDs

66

24,0

Não compra/não grava CDs

45

16,5

Ns/nr

74

26,7

269


Tabela 285: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que quer conhecer melhor: N

%

Compra CDs

29

10,4

Grava CDs

90

32,5

Não compra/não grava CDs

49

17,6

Ns/nr

111

40,4

Tabela 286: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que alguém me aconselhou a ouvir: N

%

Compra CDs

26

9,6

Grava CDs

91

32,9

Não compra/não grava CDs

49

17,6

Ns/nr

112

40,8

Tabela 287: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos portugueses: N

%

Compra CDs

60

21,6

Grava CDs

74

26,8

Não compra/não grava CDs

47

17,1

Ns/nr

99

35,7

Tabela 288: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos estrangeiros: N

%

Compra CDs

61

22,3

Grava CDs

75

27,1

Não compra/não grava CDs

47

17,1

Ns/nr

96

34,7

270


Cerca de 48,1% dos jovens troca músicas com os seus amigos/as, sejam CD’s comprados, gravados ou ambos. Pelo contrário, 47,6% dos inquiridos não têm o hábito de trocar música com os seus pares. Observa-se que há uma maior percentagem de inquiridos do sexo masculino (54,8%) e de inquiridos mais velhos (60,5%) que trocam músicas com os amigos, em comparação, respectivamente, com 41,2% das raparigas e com 30% dos inquiridos mais novos.

Tabela 289: Troca músicas com os seus amigos(as):

N

%

Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas

47

17,0

Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros mp3

17

6,2

Sim, de ambos

69

24,9

Não

131

47,6

Ns/nr

12

4,3

Total

276

100,0

Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas

23

16,3

24

17,8

Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros mp3

12

8,6

5

3,8

Sim, de ambos

42

29,9

26

19,6

Não

60

42,5

71

53,0

Ns/nr

4

2,8

8

5,9

Total

141

100,0

135

100,0

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas

15

14,2

14

20,3

17

17,7

Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros mp3

_

_

4

5,7

13

13,5

Sim, de ambos

17

15,8

23

32,6

29

29,3

Não

71

66,1

24

34,6

36

36,5

Ns/nr

4

3,8

5

6,8

3

3,0

Total

108

100,0

70

100,0

98

100,0

271


Apenas uma pequena minoria dos inquiridos (2,4%) compra mais CD’s que tenham também DVD’s, 10,5% afirma que compra o mesmo número e 20,4% declara mesmo que essa não é uma opção que tenha em conta quando compra CD’s musicais.

Tabela 290: Compra mais ou menos CDs que tragam também DVDs dos grupos/músicos:

N Compro mais CDs que tenham também DVDs

% 6

2,4

29

10,5

Compro menos CD que tenham também também DVDs

15

5,3

Não é uma opção que tenha em conta quando compro CDs

56

20,4

144

52,3

Ns/nr

25

9,2

Total

276

100,0

Compro o mesmo número

Não se aplica / não compro CDs

Apenas uma pequena minoria (2,6%) compra habitualmente ou às vezes músicas de sítios de venda na internet. Dentro dos poucos inquiridos que compram música na internet, 58% compra habitualmente na loja virtual iTunes, 15,1% compram na loja portuguesa Sapo Música e outros tantos compram na Yahoo Music.

Tabela 291: Frequência que compra música através de sites de venda na internet:

N Habitualmente Às vezes

% 3

1,2

4

1,4

266

96,6

Ns/nr

2

,8

Total

276

100,0

Nunca comprou

272


Tabela 292: Sites onde compra habitualmente música através da internet: N

%

Itunes

4

58,0

Yahoo music

1

15,1

Napster

0

0,0

Sapo música

1

15,1

Outro

0

0,0

Ns/nr

2

26,9

Perto de 20% dos jovens acham que os seus familiares e amigos próximos ouvem mais música do que há 2 anos atrás, todavia, é menor a percentagem de inquiridos que acham que os seus familiares e amigos compram mais música (13,6%). Inversamente, apenas uma minoria de jovens (4,2%) afirma que os seus familiares e amigos ouvem menos música, contudo, há uma maior percentagem de inquiridos a afirmarem que familiares e amigos compram menos música do que há 2 anos atrás. 34,8% acham que familiares e amigos ouvem a mesma quantidade de música, enquanto que uma percentagem próxima de jovens inquiridos (30,9%) são da opinião de que aqueles que lhes são próximos compram a mesma quantidade de música, porém, uma parte substancial dos jovens (mais de 40%) não demonstra a sua opinião.

Tabela 293: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona ouvem mais, a mesma ou menos música do que há 2 anos atrás:

N

%

Mais

54

19,7

A mesma

96

34,8

Menos

12

4,2

Ns/nr

114

41,4

Total

276

100,0

Tabela 294: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona compram mais, o mesmos ou menos CDs do que há 2 anos atrás:

N

%

Mais

37

13,6

A mesma

85

30,9

Menos

36

12,9

Ns/nr

118

42,6

Total

276

100,0

Uma grande maioria dos jovens (72,2%) acha correcto trocar músicas ou CD’s comprados em lojas entre amigos e conhecidos, mas quando se tratar de trocar músicas 273


entre amigos e conhecidos através da internet, apenas 35,3% consideram que tal prática é correcta. Uma minoria (15,5%) dos jovens acha correcto comprar músicas e ou CD’s pirateados, mas quando se trata de vender músicas ou CD’s pirateados, a percentagem de inquiridos que acham essa situação correcto decresce para cerca de 10%. Entre os respondentes, 11,9% acham ainda correcto trocar músicas com desconhecidos através da internet. Apenas 1,2% dos inquiridos acham que todas as situações são incorrectas.

Tabela 295: Acha correcto: N

%

27

9,9

41

15,0

199

72,2

97

35,3

33

11,9

Nenhuma

3

1,2

NS/NR

37

13,4

Vender músicas/CDs pirateados Comprar músicas/CDs pirateados Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conhecidos Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet

Cerca de metade dos jovens (51,1%) acham que não se deve pagar nada por descarregar músicas na internet. Este é um valor um pouco acima do verificado entre os jovens inquiridos online. Apenas 11,7% dos jovens estariam dispostos a pagar até 5 euros num mês para adquirir músicas em sítios na internet e verifica-se uma pequena minoria de jovens (3,1%) que estariam dispostos a pagar mais do que essa quantia.

274


Tabela 296: Quanto gastaria num mês para adquirir músicas em sites na internet

N Até 5 €

% 32

11,7

De 6 a 10 €

8

2,8

De 11 a 15 €

1

,3

141

51,1

Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet) Ns/nr Total

94

34,1

276

100,0

Verifica-se, em Portugal, no que respeita a equipamentos relacionados com a cópia, compra e reprodução de música, uma divisão entre jovens inquiridos. Entre aqueles com maior acesso a todo um conjunto de equipamentos como o computador, a internet e leitores de mp3 e outros sem acesso a uma parte ou à maior parte desses equipamentos. Uma percentagem significativa daqueles que estão mais socializados e têm maior acesso aos novos media ouve música em formatos imateriais como o mp3, o mais comum e vulgar desses formatos. São também os que têm acesso a um leque mais variado de música e os que mais trocam, legal ou ilegalmente, música. São também aqueles que têm acesso à internet que demonstram maiores competências em gravar CD’s, descarregar músicas na Net ou utilizar programas de trocas de ficheiros peer to peer, o que não é propriamente do agrado da indústria fonográfica. Os formatos imateriais têm estado em crescendo em relação aos suportes materiais de música. Com a facilidade de troca e transmissão de dados e com a crescente popularização dos formatos digitais é de prever que a música seja cada vez mais comprada, comercializada, trocada e transmitida em suporte digital. O formato digital começa a impregnar as culturas juvenis que procuram novos sons e novas experiências na rede. Todavia, uma parte significativa dos jovens continua a comprar e a trocar música em suportes materiais. Os jovens não deixaram de comprar CD’s e uma parte significativa deles pensa que as pessoas que lhes estão próximas compra continua a comprar música na mesma proporção de há 2 anos atrás e perto de 20% acham que até compram mais. A troca e gravação de CD’s partem mais de uma descoberta de sons e músicas desconhecidas. Quando os jovens gostam de uma banda inclinam-se a comprar o suporte físico original. Os jovens são sem dúvida um importantíssimo nicho de mercado para a indústria fonográfica mas são ao mesmo tempo um grupo com pouca

275


autonomia financeira, que muitas vezes tenta o acesso a determinados produtos musicais através da troca de música, da cópia e mais raramente através da obtenção de produtos piratas. Uma grande parte dos jovens pensa que é correcto trocar CD’s legitimamente comprados em lojas com aqueles que lhes estão próximos mas já estão em minoria aqueles que pensam que é correcto trocar músicas noutras condições, utilizando por exemplo a internet ou recorrendo a fontes piratas. Quando podem ou têm competência para tal os jovens tendem a trocar música. A maior parte reconhece que muitas das suas práticas de troca de música não são correctas mas também pensam que não são propriamente erradas. A troca de músicas habita assim um limbo moral suportado pelo sentimento de impunidade em relação à troca de músicas e à compra de música pirateada. Em especial, os jovens tendem a pensar que é mais legítimo trocar música entre amigos e conhecidos num processo de descoberta e troca de experiências, de comunicação e de formação de culturas musicais entre os jovens. Até que ponto a era da troca, mais ou menos livre, de música representa uma ameaça à indústria fonográfica é algo que o decorrer do tempo dirá.

276


Capítulo 10: Os jovens e os filmes na era digital

O panorama audiovisual tem sofrido mudanças nas últimas décadas. Nos anos oitenta temeu-se o declínio do cinema com a introdução das cassetes de vídeo. Mais recentemente assistimos à grande emergência dos DVD’s que têm estado acessíveis com preços relativamente baixos e que vieram substituir as cassetes de vídeo. Porém, a quebra dos códigos e da protecção anti-cópia dos DVD’s e a possibilidade de descarregar filmes na internet veio criar receios de uma pirataria de larga escala à indústria cinematográfica. Novos formatos como o Divx permitem comprimir um filme num CD e permitem a sua difusão mais rápida. Se por um lado este tipo de formato poderá ser um aliado da pirataria, por outro lado, poderá ser a semente de um novo conceito de televisão ou de clube de vídeo, assente na distribuição de conteúdos na internet a pedido do cliente. É neste contexto mediático emergente em que os jovens se movem hoje em dia.

Inquérito online Quase todos os inquiridos assistem a filmes, em especial, os inquiridos do sexo feminino e os mais velhos embora as diferenças sejam muito pequenas. Verifica-se uma maior fracção de inquiridos (29,5%) que os vê através da TV e 28,5% declaram que frequentam habitualmente as salas de cinema. Além disso, 14% dos jovens declaram que alugam habitualmente filmes em suporte DVD e 12% têm por hábito comprar DVD’s. 6,6% visionam filmes emprestados e 4,9% admitem ainda que descarregam da internet os filmes a que habitualmente assistem, enquanto que 1,7% fazem cópias a partir de DVD’s originais. Os inquiridos do sexo masculino são os que mais alugam DVD’s (16%) e os que mais descarregam filmes da internet (6,2%) em comparação com as raparigas (11,2% e 3,2% respectivamente). São os inquiridos mais velhos que mais frequentam as salas de cinema (30,7%) em comparação com os mais novos (24,2%). Entre os jovens, ir ao cinema é uma prática que aumenta, portanto, com a idade. É aqui de relembrar que ir ao cinema é muitas vezes uma actividade social para os jovens e que os mais velhos nesse aspecto gozam de mais liberdade. Os mais novos tendem a ir mais

277


vezes acompanhados dos pais ou familiares e têm, regra geral, menos liberdade para saírem com os seus pares. Os mais velhos são também aqueles que mais alugam DVD’s (14,7%) e também são aqueles que mais vêm filmes emprestados (7,8%) em comparação com 10,8% e 0,8% dos inquiridos mais novos, respectivamente. Por seu turno, curiosamente verifica-se uma maior fracção de inquiridos mais novos que compram DVD’s (17,5%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem desce para os 10%. Além disso, observa-se uma maior percentagem de internautas dos 9 aos 12 anos que vêm habitualmente filmes pela televisão (33,3%) em comparação com 27,8% dos mais velhos.

Tabela 297: Costumas assistir habitualmente a filmes?

N

%

Sim

994

92,0

Não

81

7,5

Não sabe/não responde Total

6

,6

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

561

90,9

433

93,3

Não

53

8,6

28

6,0

3

,5

3

,6

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

107

89,2

328

90,9

559

93,2

Não

10

8,3

32

8,9

39

6,5

3

2,5

1

,3

2

,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sabe/não responde Total

278


Tabela 298: Através de que meios tens acesso aos filmes que habitualmente assistes?

N

%

Não assisto a filmes

23

2,1

Nas salas de cinema

308

28,5

Compro DVDs

130

12,0

Alugo DVDs

151

14,0

Através da TV

319

29,5

Faço download da internet de filmes

53

4,9

Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas

71

6,6

Faço cópias a partir de DVDs originais

18

1,7

Outro meio. Total

8

,7

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Não assisto a filmes

13

2,1

10

2,2

Nas salas de cinema

167

27,1

141

30,4

71

11,5

59

12,7

Compro DVDs Alugo DVDs Através da TV Faço download da internet de filmes Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas Faço cópias a partir de DVDs originais Outro meio.

99

16,0

52

11,2

178

28,8

141

30,4

38

6,2

15

3,2

37

6,0

34

7,3

11

1,8

7

1,5

3

,5

5

1,1

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Não assisto a filmes

5

4,2

9

2,5

9

1,5

Nas salas de cinema

29

24,2

95

26,3

184

30,7

Compro DVDs

21

17,5

49

13,6

60

10,0

Alugo DVDs

13

10,8

50

13,9

88

14,7

Através da TV

40

33,3

112

31,0

167

27,8

6

5,0

17

4,7

30

5,0

1

,8

23

6,4

47

7,8

4

3,3

4

1,1

10

1,7

Faço download da internet de filmes Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas Faço cópias a partir de DVDs originais Outro meio Total

1

,8

2

,6

5

,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

279


Até 76,6% dos jovens internautas fazem pesquisas na internet sobre filmes. Não se verificam diferenças relevantes entre os sexos. Contudo, verifica-se que uma percentagem significativamente menor de inquiridos mais novos que fazem pesquisas na internet (50%) enquanto que nos internautas dos 13 aos 15 anos e dos 16 aos 18 anos essa percentagem ascende a valores em torno dos 80%.

Tabela 299: Habitualmente fazes pesquisas na internet sobre filmes?

%

N

Sim, muito frequentemente

123

11,4

Sim, frequentemente

115

10,6

Sim, às vezes

320

29,6

Sim, raramente

270

25,0

Não, nunca

224

20,7

Não sei/Não respondo

11

1,0

Não se aplica

18

1,7

1081

100,0

Total

Masculino N Sim, muito frequentemente Sim, frequentemente

Feminino %

N

%

76 69

12,3 11,2

47 46

10,1 9,9

Sim, às vezes

180

29,2

140

30,2

Sim, raramente

153

24,8

117

25,2

Não, nunca

129

20,9

95

20,5

Não sei/Não respondo

5

,8

6

1,3

Não se aplica

5

,8

13

2,8

Idade

Sim, muito frequentemente

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

11

9,2

40

11,1

72

12,0

4

3,3

40

11,1

71

11,8

Sim, às vezes

20

16,7

116

32,1

184

30,7

Sim, raramente

25

20,8

93

25,8

152

25,3

Não, nunca

51

42,5

66

18,3

107

17,8

3

2,5

1

,3

7

1,2

Sim, frequentemente

Não sei/Não respondo Não se aplica Total

6

5,0

5

1,4

7

1,2

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Entre os jovens inquiridos online, 57,2% costumam assistir a filmes no computador. Essa prática é mais relevante entre os mais velhos, entre os quais 62,7% usam o computador para ver filmes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem decresce para os 41,7%. 280


Tabela 300: Costumas assistir a filmes no teu computador?

N

%

Sim

618

57,2

Não

451

41,7

Não sabe/não responde Total

12

1,1

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

354

57,4

264

56,9

Não

256

41,5

195

42,0

7

1,1

5

1,1

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

50

41,7

192

53,2

376

62,7

Não

68

56,7

163

45,2

220

36,7

2

1,7

6

1,7

4

,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sabe/não responde Total

Para 25,4% dos inquiridos online os filmes visionados no computador são na sua maioria alugados e para 25,2% são comprados. Apenas 13% dos jovens inquiridos assiste no computador a filmes que são na sua maioria descarregados da internet. Verifica-se ainda uma maior percentagem de inquiridos do sexo masculino que visiona no computador filmes descarregados da internet (15,4%) em comparação com 9,9% das internautas do sexo feminino. Verifica-se ainda que há uma maior fracção de inquiridos mais velhos que visiona filmes alugados no computador (31,2%) e descarregados da internet (15,3%), em comparação com 10,8% dos inquiridos mais novos, em ambos os casos.

Tabela 301: Esses filmes são na sua maioria:

N

%

Não assisto filmes no computador

299

27,7

DVDs comprados

272

25,2

DVDs alugados

275

25,4

Filmes descarregados da internet

141

13,0

Não sei/Não respondo Total

94

8,7

1081

100,0

281


Masculino N

Feminino %

N

%

Não assisto filmes no computador

161

26,1

138

29,7

DVDs comprados

145

23,5

127

27,4

DVDs alugados

166

26,9

109

23,5

Filmes descarregados da internet

95

15,4

46

9,9

Não sei/Não respondo

50

8,1

44

9,5

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Não assisto filmes no computador

46

38,3

116

32,1

137

22,8

DVDs comprados

31

25,8

103

28,5

138

23,0

DVDs alugados

13

10,8

75

20,8

187

31,2

Filmes descarregados da internet

13

10,8

36

10,0

92

15,3

Não sei/Não respondo

17

14,2

31

8,6

46

7,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Sempre que um novo filme é estreado 66,3% dos internautas preferem ir vê-lo ao cinema. Apenas 6,2% procura normalmente descarregá-lo na internet e só 2,4% diz que procura comprar uma cópia pirata na rua. Verifica-se um menor percentagem de internautas mais novos que normalmente vão ver um filme ao cinema, enquanto que a percentagem de inquiridos mais velhos que normalmente vão ver novos filmes ao cinema ascende aos 70%. Estes números poderão reflectir uma menor liberdade de movimentos e capacidade financeira por parte dos inquiridos mais novos. Tabela 302: Quando há um filme novo que te interessa ver, o que fazes normalmente?

N

%

Vou ver o filme ao cinema

717

66,3

Espero até q saia o DVD para alugá-lo

123

11,4

Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia oficial

64

5,9

Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia pirata na rua

26

2,4

Procuro na internet para fazer download

67

6,2

Espero até que passe na televisão

84

7,8

1081

100,0

Total

282


Masculino N

Feminino %

N

%

Vou ver o filme ao cinema

407

66,0

310

66,8

Espero até q saia o DVD para alugá-lo

70

11,3

53

11,4

Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia oficial

39

6,3

25

5,4

Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia pirata na rua

12

1,9

14

3,0

Procuro na internet para fazer download

44

7,1

23

5,0

Espero até que passe na televisão

45

7,3

39

8,4

Idade

Vou ver o filme ao cinema Espero até q saia o DVD para alugá-lo

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

62

51,7

235

65,1

420

70,0

18

15,0

43

11,9

62

10,3

Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia oficial

12

10,0

25

6,9

27

4,5

Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia pirata na rua

1

,8

7

1,9

18

3,0

Procuro na internet para fazer download

8

6,7

23

6,4

36

6,0

19

15,8

28

7,8

37

6,2

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Espero até que passe na televisão Total

Inquérito nacional

85,1% dos jovens inquiridos a nível nacional, portanto uma larga maioria, costuma assistir habitualmente a filmes. Verifica-se uma fracção ligeiramente superior de rapazes (87,3%) que costuma assistir a filmes, em comparação com 82,9%. Mas a diferença entre inquiridos mais velhos e mais novas é bastante clara. Verifica-se uma percentagem substancialmente superior de inquiridos mais velhos (92,1%) que assistem habitualmente a filmes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem desce para

283


os 74,8%. Seja como for, em larga medida, ver filmes é uma prática recorrente para os jovens portugueses, independentemente do sexo e da idade.

Tabela 303: Costuma assistir habitualmente a filmes

N

%

Sim

235

85,1

Não

41

14,9

Total

276

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

123

87,3

112

82,9

Não

18

12,7

23

17,1

Total

141

100,0

135

100,0

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

81

74,8

64

91,3

90

Não

27

25,2

6

8,7

8

7,9

Total

108

100,0

70

100,0

98

100,0

92,1

Dentro daqueles que vêm filmes habitualmente, quase todos (94,4%) assistem a esses filmes em casa (própria, de amigos ou de familiares) e mais de metade (57,8%) assiste aos filmes nas salas de cinema. Uma pequena minoria, assiste a filmes noutros locais como a escola. Não se verificam grandes diferenças entre os sexos. Contudo, em concordância do que já foi verificado entre os inquiridos online, são os jovens mais velhos os que mais vão ao cinema. 68,6% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos declaram que vão ao cinema em comparação com apenas 43% dos inquiridos mais novos.

Tabela 304: Em que locais é que costuma assistir a esses filmes: N

%

Nas salas de cinema

136

57,8

Em casa (própria, de amigos, familiares)

222

94,4

8

3,3

Outros locais

284


Sexo do entrevistado Masculino N Nas salas de cinema Em casa (própria, de amigos, familiares)

Feminino

%

N

%

72

58,7

64

56,9

117

95,5

104

93,2

3

2,5

5

4,1

Outros locais

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

%

16 aos 18 anos N

%

Nas salas de cinema

35

43,0

39

61,4

62

68,6

Em casa (própria, de amigos, familiares)

76

94,3

61

95,8

84

93,5

2

3,1

5

8,2

Outros locais Outros locais N

% 268

97,2

Escola

1

,4

internet

1

,4

Na escola

1

,5

Televisão

4

1,5

276

100,0

Total

Dos jovens inquiridos, 30,2% declaram que foram uma vez ao cinema no mês anterior à entrevista e 32,1% declaram que foram duas ou mais vezes ao cinema. Na nossa amostra, verifica-se ainda que os inquiridos do sexo masculino vão mais vezes do que as raparigas ao cinema visto que entre os rapazes 37,5% declaram que foram duas vezes ou mais ao cinema no mês anterior à entrevista, em comparação com 26% das raparigas. Em consonância com o observado atrás, são os inquiridos mais velhos os que mais vezes vão ao cinema. Entre os inquiridos mais novos 42,5% declaram que não foram ao cinema no mês anterior, enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos essa percentagem é de apenas 18,7%. Ademais, entre os mais novos não há nenhum inquirido que tenha ido ao cinema quatro vezes ou mais e apenas 20,5% foram duas ou três vezes ao cinema, enquanto que entre os mais velhos, 43,2% foram duas ou mais vezes ao cinema no mês anterior.

285


Tabela 305: Quantas vezes foi ao cinema no último mês N

%

0

36

26,7

1

41

30,2

2

23

17,1

3

13

9,2

4

3

2,5

5 NS/NR Total

4

3,3

15

11,1

136

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

0

18

24,8

18

28,8

1

18

25,1

23

35,9

2

16

21,8

8

11,8

3

7

9,5

6

8,9

3

5,3

4 5

4

6,2

NS/NR

9

12,7

6

9,2

72

100,0

64

100,0

Total

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

0

15

42,5

10

25,3

12

18,7

1

10

29,4

14

35,0

17

27,5

2

4

11,3

5

13,2

14

22,8

3

3

9,2

2

5,6

7

11,5

2

6,1

1

1,7

4 5 NS/NR Total

4

7,2

3

7,7

6

14,7

7

10,6

35

100,0

39

100,0

62

100,0

Entre os jovens que assistem filmes em casa, 78,9% vêm filmes que dão na televisão e 48,2% afirmam que assistem a filmes alugados. Uma percentagem bem menor (26,4%) de jovens assistem a filmes comprados e 23,4% assistem a filmes originais emprestados por amigos, familiares ou colegas. 12,9% admitem ainda que visionam cópias a partir de DVD’s originais e 9% confessam que vêm filmes descarregados da internet. Curiosamente, verifica-se uma maior percentagem de raparigas que alugam filmes (55,4%), em comparação com 41,9% dos rapazes. Por seu turno, observa-se uma maior percentagem de rapazes (12,4%) que vêm filmes descarregados na internet, enquanto que nas raparigas essa fracção é de apenas 5,1%. Os inquiridos mais velhos são os que

286


mais alugam filmes (60,8%), os que mais visionam filmes descarregados da internet (12,8%) e os que mais vêm filmes emprestados (28,3%), depreendendo-se que são os que mais trocam filmes entre si. Entre os mais novos, essas percentagens decrescem para os 35%, 7,1% e 16,8%, respectivamente. Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os que mais vêm filmes comprados (35,7%) e os que mais visionam cópias (16,8%) dos originais em comparação com os jovens das outras idades, em especial os mais novos. Por sua vez, entre os mais novos verifica-se a maior fracção de inquiridos que assiste aos filmes que passam na televisão (84,6%), enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos essa percentagem desce para os 70,8%.

Tabela 306: Os filmes que assiste em casa são: N

%

Comprados

58

26,4

Alugados

107

48,2

Filmes que dão na televisão

175

78,9

Downloads da internet

20

9,0

Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas

52

23,4

Cópias a partir de dvds originais

29

12,9

Outros

1

,6

Ns/nr

7

3,1

Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Comprados

31

26,7

27

26,0

Alugados

49

41,9

58

55,4

Filmes que dão na televisão

93

79,3

82

78,4

Downloads da internet

15

12,4

5

5,1

25

21,7

27

25,5

12

12,0

2

2,3

Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas Cópias a partir de dvds originais

16

13,7

Outros

1

1,2

Ns/nr

4

3,8

287


Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

Comprados Alugados

20 27

% 26,4 35,0

Filmes que dão na televisão

22 29

% 35,7 47,4

64 5

84,6

51

7,1

4

13

16,8

Cópias a partir de dvds originais

7

8,8

Outros

1

1,8

Ns/nr

4

4,8

Downloads da internet Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas

N

16 aos 18 anos N 17 51

% 19,6 60,8

82,9

60

70,8

6,1

11

12,8

15

24,9

24

28,3

10

16,8

12

13,8

2

3,9

1

,9

Verifica-se uma grande penetração dos leitores de DVD’s nos lares dos jovens portugueses, visto que 78,3% dos inquiridos declaram ter pelo menos um leitor em casa. Este tipo de aparelhos tem vindo a baixar de preço no mercado pelo que tem vindo a popularizar-se. Curiosamente observa-se uma percentagem ligeiramente superior de raparigas (80.9%) que declaram ter pelo menos um leitor de DVD’s em casa em comparação com 75,9% dos rapazes. Mas é entre os escalões etários que se verificam diferenças que não deixam margem para grandes dúvidas. Há medida que os jovens vão ficando mais velhos, maior a probabilidade de terem um leitor de DVD’s em casa. De facto, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos verifica-se que 86,5%, isto é, a grande maioria, possui pelo menos um leitor de DVD’s, enquanto que entre os mais novos essa percentagem desce para os 68,3%.

Tabela 307: Tem leitor de DVD's

N Sim

184

% 78,3

Não

51

21,7

Total

235

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N Sim

Feminino %

93

N 75,9

% 90

80,9

Não

30

24,1

21

19,1

Total

123

100,0

112

100,0

288


Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

Sim

55

Não Total

N

16 aos 18 anos

%

68,3

50

26

31,7

81

100,0

N

%

79,2

78

86,5

13

20,8

12

13,5

64

100,0

90

100,0

Dos jovens respondentes, 31,2% afirmam que o seu leitor de DVD’s tem a capacidade de ler filmes descarregados na internet, contudo mais de um terço dos jovens (35,2%) não responde ou não sabe a respeito dessa funcionalidade. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que afirmam que o seu leitor lê filmes descarregados na internet (40,1%) em comparação com 22% das raparigas. Contudo, em larga medida, esta diferença poderá ter a ver com o maior desconhecimento das raparigas sobre a funcionalidade em causa visto que 48% das raparigas não respondem à pergunta ou afirma não saber se o seu leitor apresenta essa funcionalidade, em comparação com apenas 22,7% dos rapazes. Por outro lado, também poderá acontecer o caso de que uma fracção dos rapazes procurar comprar leitores que apresentem essa funcionalidade específica. O desconhecimento dessa funcionalidade é também maior entre os inquiridos mais novos, visto que mais de metade dos jovens dos 8 aos 12 anos não responderam ou não sabem de que funcionalidade se trata, enquanto que entre os mais velhos essa fracção é de apenas 24,2%. Inversamente, 36,8% dos inquiridos mais velhos declaram que o seu leitor lê filmes descarregados na internet em comparação com 19,4%. Contudo, como já foi dito, estas diferenças poderão ter a ver, em larga medida, com o desconhecimento dos inquiridos, em especial por parte das jovens e dos inquiridos mais novos.

Tabela 308: O leitor de DVDs lê filmes que descarrega da internet

Sim

N 57

% 31,2

Não

62

33,6

Não sabe do que se trata

29

15,6

Ns/nr

36

19,6

Total

184

100,0

289


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino

%

N

%

Sim

37

40,1

20

22,0

Não

35

37,1

27

30,0

Não sabe do que se trata

13

14,1

16

17,1

Ns/nr

8

8,6

28

30,9

Total

93

100,0

90

100,0 Idade

8 aos 12 anos N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total

11 15 13 16 55

13 aos 15 anos

% 19,4 28,1 23,1 29,4 100,0

N 18 16 5 11 50

% 35,3 31,5 10,7 22,5 100,0

16 aos 18 anos N 29 30 11 8 78

% 36,8 38,9 13,5 10,7 100,0

A média de DVD’s visionados em casa no mês anterior à entrevista é de 4,2. Verifica-se que a média de filmes visionados é maior entre os jovens do sexo masculino (5) em comparação com 3,4 filmes para as jovens. E observa-se ainda que são os mais velhos os que vêm, em média, mais DVD’s em casa (5,9) em comparação com uma média de 2,9 para os jovens dos 13 aos 15 anos e com 3 para os inquiridos dos 8 aos 12 anos.

Tabela 309: Quantas vezes é que assistiu em casa a DVDs no último mês Média

4,22

Mediana

3,00

Moda Desvio-padrão

2 5,64

Mínimo

0

Máximo

30

Percentil 25

1,00

Percentil 75

4,01 Sexo do entrevistado

Média Mediana Moda Desvio-padrão

Masculino 5,03

Feminino 3,38

3,00

2,00

3

2

6,57

4,39

Mínimo

0

0

Máximo

30

30

Percentil 25

2

1

Percentil 75

5

4

290


Média

8 aos 12 anos 3,02

Idade 13 aos 15 anos 2,87

16 aos 18 anos 5,89

2,00

3,00

3,00

Mediana Moda

2

3

2

3,67

2,38

7,53

Mínimo

0

0

0

Máximo

Desvio-padrão

20

10

30

Percentil 25

1

1

2

Percentil 75

4

4

6

Entre os que possuem computador, 32,4% costuma ver filmes no computador. Há uma maior probabilidade de ser um rapaz a visionar um filme no computador (37,7%) do que uma rapariga (26,2%). Verifica-se ainda uma maior probabilidade para um inquirido ver filmes no computador entre os jovens de 16 aos 18 anos (35,3%) do que entre os mais novos (25,8%). Tabela 310: Costuma ver filmes no seu computador

N

% 32,4

Sim

48

Não

101

67,6

Total

149

100,0 Sexo do entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

30

37,7

18

26,2

Não

50

62,3

51

73,8

Total

80

100,0

69

100,0

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

11

25,8

14

34,6

23

35,3

Não

32

74,2

27

65,4

42

64,7

Total

43

100,0

42

100,0

65

100,0

Uma fracção de 34,6% dos jovens declaram que esses filmes são na sua maioria comprados, contudo 31,7% confessam que esses filmes são descarregados da internet. 20,4% afirmam ainda que os filmes são na sua maioria alugas e apenas uma minoria de jovens declara que os filmes são emprestados (6,1%). 2,6% declaram ainda que os

291


filmes que visionam no computador são um misto de filmes comprados, alugados e descarregados da internet.

Tabela 311: E esses filmes são na sua maioria...

N

%

Comprados

17

34,6

Alugados

10

20,4

15

31,7

3

6,1

1

2,6

2

4,7

48

100,0

Filmes descarregados da internet Emprestados Comprados/alugados/desc arregados Ns/nr Total

O leitor de DVD é sempre o mais escolhido como primeira opção quer se trate de ver filmes de origem portuguesa, americana, europeia ou de outras nacionalidades. Depois, segue-se o cinema como local privilegiado para ver cinema de todas as origens. Mas no que respeita à principal escolha para ver filmes, há diferenças a registar. Verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que escolheu o cinema como primeira hipótese para ir ver filmes americanos (50,8%), enquanto que no que diz respeito aos outros filmes (portugueses, europeus e de outras nacionalidades) a fracção de inquiridos que escolhe ir ver filmes ao cinema como primeira opção nunca chega aos 50%. Por outro lado, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que escolheu o leitor de DVD para visionar filmes portugueses (62,2%), em comparação com os filmes das restantes nacionalidades em que a escolha do leitor de DVD nunca excede os 60%. No que respeita a filmes portugueses e europeus, o cinema passa a ser o local mais escolhido na segunda ordem de preferência, recolhendo nos dois casos mais de 40% das preferências. Quanto ao filmes americanos e de outras nacionalidades, o leitor de DVD continua a estar no lugar cimeiro na segunda ordem de preferência, recolhendo também mais de 40% das escolhas. O computador aparece sempre em último lugar na primeira e na segunda ordem de preferências, sendo portanto relegado por 71% dos inquiridos como terceira hipótese para ver filmes.

292


Tabela 312: Onde é que vê filmes de origem Portuguesa: Ordem de preferência 1 (%)

Ordem de preferência 2 (%)

Ordem de preferência 3 (%)

No cinema

41,6

45,6

12,8

No leitor de dvd

62,2

33,6

4,3

No computador

11,4

17,5

71,0

Ordem de preferência 1 (%)

Ordem de preferência 2 (%)

Ordem de preferência 3 (%)

No cinema

50,8

39,2

9,9

No leitor de dvd

54,0

42,3

3,8

No computador

9,7

14,8

75,5

Ordem de preferência 1 (%)

Ordem de preferência 2 (%)

Ordem de preferência 3 (%)

No cinema

46,7

41,8

11,4

No leitor de dvd

57,5

38,8

3,7

No computador

8,3

16,2

75,5

Ordem de preferência 1 (%)

Ordem de preferência 2 (%)

Ordem de preferência 3 (%)

No cinema

47,2

38,3

14,5

No leitor de dvd

53,4

43,6

3,0

No computador

14,8

14,7

70,4

Tabela 313: Onde é que vê filmes de origem Americana:

Tabela 314: Onde é que vê filmes de origem Europeia:

Tabela 315: Onde é que vê filmes de outras nacionalidades:

Pouco mais de metade dos jovens (54,4%) discorda ou discorda totalmente que os filmes que vêm no leitor de DVD dão filmes que normalmente não iriam ver ao cinema. Uma maioria mais significativa de jovens de inquiridos (64,4%) discorda ou discorda totalmente que os filmes que vêm no computador são essencialmente filmes que não conseguem encontrar nas salas de cinema, em aluguer ou à venda. Portanto, fica aqui

293


claro que para a maioria dos jovens, os filmes que vêm no computador, muitas vezes descarregados da internet não são muitas vezes filmes de difícil acesso mas antes de mais uma forma de evitar gastar dinheiro ou visionar um filme sem pagar nada. Além disso, 64,2% dos jovens discordam ou discordam totalmente que os filmes que vêm no computador são filmes que não pagariam para ir ver ao cinema. Inversamente, 62,2% dos jovens concordam ou concordam totalmente que os filmes que visionam no computador são os seus favoritos. Verifica-se ainda que os jovens estão bastante divididos entre a concordância e a discordância no que respeita a opção de escolher o computador como meio de ver filmes para adultos.

Tabela 316: Visionamento de filme - Grau de concordância: Discordo Totalmente (%)

Discordo (%)

Concordo (%)

Concordo Totalmente (%)

12,5

41,9

24,8

20,8

23,3

41,1

29,7

5,9

Os filmes que vejo no computador são filmes que não pagaria para ir ver ao cinema

18,2

46,0

26,6

9,2

Os filmes que vejo no computador são os meus preferidos

10,2

27,6

41,8

20,4

Se tivesse que escolher um local para ver filmes para adultos escolheria o computador

14,5

33,9

33,1

18,4

Os filmes que vejo no leitor de DVD são filmes que normalmente não iria ver no cinema Os filmes que vejo no computador são essencialmente filmes que não consigo encontrar nas salas de cinema, em aluguer ou à venda

Dos inquiridos, 45,2% acham que não se deveria pagar para poder fazer descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver. Este resultado poderá ter a ver com a percepção dos jovens de que é possível, hoje em dia, ter acesso a filmes na internet a custo zero. Verifica-se também uma percentagem de inquiridos que não têm opinião ou que não responderam à questão (34,4%). Apenas 11,6% dos jovens estariam dispostos a pagar até 5 € e só uma minoria de 8,8% aceitariam pagar mais de 5 €.

294


Tabela 317: Que montante fixo estaria disposto a pagar por mês para poder fazer descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver no seu PC/Leitor Dvd

N

%

Até 5 €

27

11,6

De 6 a 10 €

13

5,5

De 11 a 15 €

7

2,9

21 € ou mais

1

,4

106

45,2

Nada (acho que não se deve pagar por este tipo de conteúdos) Ns/nr Total

81

34,4

235

100,0

Sempre que um novo filme é estreado 39,4% dos inquiridos esperam, muitas vezes ou sempre, que o filme passe na televisão, enquanto que 32,4% o faz às vezes. Esta é, portanto, a prática mais comum para os jovens. Os inquiridos que responderam que vão, muitas vezes ou sempre, ir ver um filme novo ao cinema correspondem a 19,7%, contudo, uma fracção expressiva de jovens (38,1%) afirma que às vezes vai ver o filme ao cinema. 12,7% esperam que saia o DVD para alugá-lo mas 30,9% declara que o faz às vezes. Apenas 6,6% procuram, muitas vezes ou sempre, descarregar um novo filme na internet, contudo a grande maioria dos inquiridos (75,7%) afirma que nunca ou quase nunca o faz. 6,1% admitem ainda que procuram, muitas vezes ou sempre, comprar uma cópia pirata na rua mas mais uma vez a grande maioria (75,8%) declara que nunca ou quase nunca o faz. Uma minoria de 4,8% afirma que espera, muitas vezes ou sempre, que saia o DVD para comprar uma cópia oficial contudo 65,7% dos jovens dizem que nunca ou quase nunca esperam para comprar o DVD original.

Tabela 318: Quando há um filme novo que lhe interessa ver, o que faz normalmente: Quase nunca

Às vezes

Muitas vezes

Sempre

Ns/nr

19,0

16,9

38,1

15,4

4,3

6,3

29,4

16,6

30,9

10,3

2,3

10,4

46,4

19,3

19,0

3,4

1,4

10,6

63,3

12,5

8,6

4,8

1,3

9,5

69,6

6,1

8,0

3,8

2,8

9,6

8,5

11,6

32,4

25,9

13,5

8,0

Nunca Vou ver o filme ao cinema Espero até que saia o dvd para alugá-lo Espero até que saia o dvd para comprar uma cópia oficial Espero até que saia o dvd para comprar uma cópia pirata na rua Procuro na internet para fazer download Espero até que passe na televisão

295


Para quase todos os jovens inquiridos, independentemente de terem sido inquiridos online ou face-a-face, ver filmes é uma prática enraizada e a televisão é o principal meio de difusão utilizado pelos jovens. Contudo, o cinema continua a ser bastante importante e não se vislumbra o seu declínio face a outras formas de ver filmes. Ir ao cinema continuará, porventura, a ser uma situação social importante para os jovens, pelo convívio que proporciona com os seus pares, talvez mesmo num cenário de popularização dos sistemas de home cinema. O cinema pertence assim a uma rede de mediática onde participam meios de difusão complementares desde a televisão, ao cinema e aos suportes de DVD, comprados ou alugados. Visionar filmes descarregados na internet é uma prática que ainda tem pouca expressão e está longe de ser o principal meio de obtenção de filmes, assim como as cópias. Entre os inquiridos online, grande parte dos jovens fazem pesquisas sobre filmes na internet, o que coloca o cinema e a internet numa relação de complementaridade entre o sistema dos media em rede. Para além disso, mais de metade assiste a filmes no computador, embora não seja o principal meio de difusão. Podemos ver aqui o embrião de uma integração cada vez mais profunda de diferentes media no computador, onde conteúdos cinematográficos são descarregados da internet a pedido do usuário. Em canais de televisão como a ABC ou a FOX é possível visionar em streaming séries de televisão com bastante qualidade. Porém, no que respeita aos jovens portugueses, uma parte substancial dos filmes visionados no computador são DVD’s comprados e alugados e em comparação os filmes descarregados na internet têm uma menor expressão mesmo para inquiridos mais socializados no mundo da internet. Verificou-se ainda que a maioria dos inquiridos online vai habitualmente ver um novo filme ao cinema. Ir ao cinema também é uma prática habitual para perto 60% dos jovens inquiridos a nível nacional. Destes, mais de 60% foi pelo menos uma vez ao cinema no mês anterior. A nível nacional, a televisão assume muita importância, visto que para quase 80% dos jovens pelo menos parte dos filmes a que assistem em casa que dão na televisão. Perto de metade dos jovens recorre a filmes alugados e perto de um quarto a filmes emprestados. A utilização de cópias representa pouco mais de um décimo e o visionamento de filmes descarregados da internet não representa mais de um décimo. Observou-se ainda uma grande penetração do leitor de DVD nos lares portugueses onde

296


vivem jovens visto que perto de 80% dos jovens a nível nacional afirmaram ter um leitor em casa. Os jovens assistiram em média a pouco mais de 4 DVD’s no mês anterior à entrevista e o visionamento de filmes tende a aumentar com a idade. Quase um terço dos jovens inquiridos a nível nacional vê filmes no computador e destes mais de um terço são filmes comprados, pouco menos de um terço filmes descarregados da internet e cerca de um quinto filmes alugados. Apesar de, como já foi tido, ir ao cinema ser uma prática ainda bem presente nos jovens, o leitor de DVD é sempre o mais escolhido como primeira opção quer se trate de ver filmes de origem portuguesa, americana, europeia ou de outras nacionalidades. Depois, segue-se o cinema como local privilegiado para ver cinema de todas as origens. Um pouco menos de metade dos jovens acha que não se deveria pagar para poder descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver. Este resultado terá talvez origem na percepção de que é possível obter filmes na internet a custo zero sem que haja represálias por isso. A importância da televisão é bem patente no facto de que, quando estreia um filme, uma parte significativa dos jovens inquiridos prefere esperar que um novo filme passe na televisão. Contudo, uma percentagem menor mas apreciável de jovens prefere ir logo ver um filme novo ao cinema e são menos ainda os que esperam para alugá-lo ou comprar o original. Poucos são os que admitem arranjar uma cópia pirata ou descarregálo na internet.

297


Capítulo 11: A Leitura e os jovens na era da internet Têm sido feitas críticas ao ambiente mediático, mais baseado no consumo imediato e na satisfação imediata de emoções, nos filmes, nos jogos de computador, na televisão, incutindo assim uma cultura do imediato nos mais jovens. A leitura teria aqui um grande desafio perante a uma cultura mediática que celebra a mobilidade, o curto-prazo, a realização de tarefas em paralelo que vai contra os requisitos da leitura, paciência, concentração e persistência. Neste capítulo vamos dar conta da realidade da leitura nos jovens no contexto português.

Inquérito online Nos quadros seguintes podemos ver que 58% dos jovens inquiridos online declaram que estão a ler algum livro sem ser escolar. Mas a leitura é uma actividade do agrado de uma maior percentagem de raparigas (65,5%) em comparação com 52,4% dos rapazes. É ainda curioso verificar que, entre os inquiridos online, há uma maior percentagem de leitores nos mais jovens dos 9 aos 12 anos (68,35), do que entre os mais velhos (53,7%). Isto poderá dever-se ao maior leque de actividades disponíveis para os jovens mais velhos, que preterem a leitura em favor de outras actividades.

Tabela 319: Estás a ler algum livro neste momento, sem contar com os que te mandam ler na escola?

N

%

Sim

627

58,0

Não

445

41,2

Não sabe/não responde Total

9

,8

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

323

52,4

304

65,5

Não

287

46,5

158

34,1

7

1,1

2

,4

617

100,0

464

100,0

Não sabe/não responde Total

298


Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

82

68,3

223

61,8

322

53,7

Não

36

30,0

133

36,8

276

46,0

2

1,7

5

1,4

2

,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sabe/não responde Total

Inquérito nacional No dados obtidos no inquérito aplicado a nível nacional face-a-face, as tendências mantêm-se iguais. Como se pode observar 60% dos jovens costuma habitualmente ler livros, um valor muito próximos dos 58% de jovens inquiridos online que declaram que estão a ler algum livro. Confirma-se ainda que a leitura é uma actividade que atrai uma maior percentagem de raparigas (65,7%) em comparação com 54,6% dos rapazes. E confirma-se ainda que há uma maior percentagem de leitores nos inquiridos mais novos (dos 8 aos 12 anos), que é de 67,8%, claramente superior aos 55.4% de leitores, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Tabela 320: Costuma habitualmente ler livros

N

%

Sim

166

Não

110

40,0

Total

276

100,0

60,0

Sexo Do Entrevistado Masculino N Sim

Feminino %

77

N 54,6

% 89

65,7

Não

64

45,4

46

34,3

Total

141

100,0

135

100,0

Idade 8 aos 12 anos N Sim

13 aos 15 anos

% 73

N

16 aos 18 anos

%

67,8

38

N

%

54,4

54

55,4

Não

35

32,2

32

45,6

44

44,6

Total

108

100,0

70

100,0

98

100,0

299


Verifica-se ainda que quase metade dos inquiridos (49,1%) não comprou qualquer livro no mês anterior e 34,4% afirmou que comprou pelo menos um livro. Em coerência com o que foi exposto anteriormente, há uma ligeira tendência para serem as raparigas as maiores consumidoras de livros: 37,2% declararam que comprou pelo menos um livro no mês anterior em comparação com 31,1% dos rapazes. Contudo, entre rapazes e raparigas, verificam-se percentagens semelhantes de inquiridos que não compraram qualquer livro. No que respeita às comparações entre escalões etários, são os inquiridos dos 13 aos 15 anos, os que menos livros compram (em 61,8% dos casos).

Tabela 321: Quantos livros comprou no último mês

N

%

0

81

49,1

1

35

21,0

2

13

8,1

3

8

4,7

4

1

,6

Ns/Nr

27

16,5

Total

166

100,0 Sexo Do Entrevistado

Masculino N

Feminino %

N

%

0

37

48,4

44

49,7

1

12

15,4

23

25,8

2

7

9,0

6

7,3

3

5

6,7

3

2,9

4

1

1,2

Ns/Nr

16

20,4

12

13,1

Total

77

100,0

89

100,0

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

0

32

43,7

23

61,8

26

47,5

1

16

21,8

5

13,3

14

25,3

2

7

9,6

4

10,7

2

4,2

3

4

5,5

2

5,8

2

2,9

1

1,9

4 Ns/Nr

14

19,4

3

8,4

10

18,3

Total

73

100,0

38

100,0

54

100,0

300


Entre os jovens, apenas 31,4% tem o hábito de ler jornais, um hábito que é mais comum entre os jovens do sexo masculino (em 37,1% dos casos) do que entre as raparigas (em 25,4% dos casos). Além disso, é um tipo de leitura que atrai a atenção de 53,1% dos jovens dos 16 aos 18 anos. Pode-se verificar que o hábito de ler jornais aumenta com o aumento da idade. Apenas 12,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos lêem jornais enquanto que entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, a percentagem de leitores de jornais sobre para 30,1%. Há portanto uma maior atenção aos acontecimentos que se passam na sociedade e no mundo em volta por parte dos jovens que estão à porta da idade adulta.

Tabela 322: Tem o hábito de ler Jornais

N

%

Sim

87

31,4

Não

189

68,6

Total

276

100,0 Sexo Do Entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

52

37,1

34

25,4

Não

89

62,9

101

74,6

Total

141

100,0

135

100,0

Idade 8 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

13

12,5

21

30,1

52

53,1

Não

94

87,5

49

69,9

46

46,9

Total

108

100,0

70

100,0

98

100,0

Entre os jovens leitores de jornais, 45,6% costumam ler jornais gratuitos, havendo mais jovens leitoras do sexo feminino a ler jornais gratuitos (58,4%) do que rapazes (37,2%). Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os que mesmo lêem jornais gratuitos. Entre os jornais gratuitos mais lidos estão o “Destak” (com 40,5% de leitores entre aqueles que lêem jornais gratuitos) e o “Metro” (que atrai a atenção de 38,3% dos jovens leitores). O jornal “Dica da Semana” é o terceiro jornal gratuito mais lido (com 18,4% de leitores entre aqueles que lêem jornais gratuitos), 10% dos jovens leitores lêem ainda jornais locais ou regionais. A esmagadora maioria dos jovens que lêem jornais gratuitos

301


(95,2%) afirma que não deixou de ler os outros jornais desde que passou a ler aqueles jornais.

Tabela 323: Costuma ler jornais gratuitos

N

%

Sim

39

45,6

Não

47

54,4

Total

87

100,0 Sexo Do Entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

19

37,2

20

58,4

Não

33

62,8

14

41,6

Total

52

100,0

34

100,0

Idade 8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

7

49,1

8

37,1

25

Não

7

50,9

13

62,9

27

51,8

Total

13

100,0

21

100,0

52

100,0

48,2

Tabela 324: Quais os jornais gratuitos que costuma ler: N

%

Metro

15

38,3

Destak

16

40,5

Dica da semana

7

18,4

Jornais locais/regionais

4

10,0

Outro

4

10,5

Outro N

% 272

98,5

Alerta

1

,3

Fórum

1

,3

Record

1

,5

Odivelas Total

1

,4

276

100,0

302


Tabela 325: Desde que passou a ler jornais gratuitos, deixou de ler os outros jornais

N

%

Sim

2

4,8

Não

38

95,2

Total

39

100,0

Dos jovens inquiridos, 56,2% não estariam dispostos a pagar para descarregar os jornais pagos na internet. Apenas 10,5% estariam dispostos a pagar até 5 euros e uma pequena minoria estaria disposta a pagar 6 euros ou mais.

Tabela 326: Qual montante que estaria disposto a pagar num mês para descarregar da internet os jornais pagos em substituição dos jornais em papel

N Até 5 €

% 29

10,5

De 6 a 10 €

0

,1

De 11 a 15 €

2

,6

De 16 a 20 €

1

,4

155

56,2

Nada (não acho que se deva pagar por este tipo de informação Ns/nr Total

89

32,2

276

100,0

Os dados mostram que mesmo em jovens que estão a crescer entre um ambiente mediático em mudança cerca de 60% dos jovens tem por hábito ler. Não só os jovens demonstram indicadores de literacia segundo os moldes tradicionais como desenvolvem, em paralelo, outros tipos de literacia ligados à utilização das novas tecnologias da informação e comunicação. Verifica-se ainda que 31,4% dos jovens costuma ler jornais e que à entrada da vida adulta essa leitura tende a aumentar. Crescer significa também estar mais atento ou atenta ao que se passa em volta, no nosso país e no mundo.

303


Capítulo 12: O sistema de oferta mediática múltipla: Multitasking e integração dos media. Verifica-se hoje em dia um ambiente mediático onde emerge um sistema de oferta múltipla que acompanha os indivíduos nos tempos e nos espaços do seu quotidiano. A televisão, enquanto media tradicional, vê a sua relevância reduzida face à emergência de novos media. O público específico que respondeu ao questionário online partilha práticas comunicacionais com a generalidade dos portugueses, como é o facto de verem televisão, mas fazem-no noutros moldes. Neste público, a televisão remete-se cada vez mais para um papel de contextualização atomizada em rede e é algo que se deixa ligado em fundo enquanto desenvolvemos outra actividade, como estar na internet3. Esse aspecto é coerente com o facto de uma parte significativa dos jovens inquiridos preterir a televisão em relação a outros media, apesar de menos de 1% dos inquiridos afirmar que não vê televisão. O aumento do uso da internet não significa que esta substitui o consumo de outros meios comunicacionais. Antes, a internet desempenha um papel de reforço de informação. Segundo Espanha, Soares e Cardoso (2006), verifica-se também a tendência para a multiplicação de interesses e actividades por parte dos utilizadores da internet, reforçando a hipótese de que a utilização das novas tecnologias de comunicação leva à diversificação e ampliação das capacidades comunicativas.

Inquérito online Uma maioria significativa de jovens (73,5%) come enquanto olha para o ecrã da TV, em especial, as raparigas (79,7%) e os inquiridos mais velhos dos 16 aos 18 anos (75,7%). 24,7% admite ainda que estuda enquanto vê televisão e 34,6% que faz os trabalhos de casa. Claramente há uma maior de raparigas que estuda (31,3%) e/ou que faz os trabalhos de casa (45%) enquanto vê televisão em comparação com 19,8% e 26,7% dos rapazes respectivamente. Verifica-se também uma maior percentagem de inquiridas que afirma que lêem ao mesmo tempo que vêem televisão (12,3%) do que de rapazes 3 Espanha, Rita; Luís Soares e Gustavo Cardoso, “Do Multimedia ao Wireless: As Dietas Mediáticas dos Portugueses”, in A Sociedade em Rede.- Do Conhecimento à Acção Política”, Colecção Debates, Ed. Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2006

304


(7,3%). Por seu turno, há uma maior percentagem de rapazes que afirma que não fazem nada quando estão a ver televisão (17,8%) do que de raparigas (11,2%). Estes dados parecem dar alguma razão há ideia senso comunal de que as mulheres têm uma maior capacidade para realizarem várias actividades ao mesmo tempo. Também é entre os inquiridos mais novos que se verifica a maior percentagem de jovens que não realiza nenhuma outra tarefa quando vê televisão (22%) enquanto que apenas 13,7% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos não realiza nenhuma outra tarefa quando vê televisão. Mas a grande conclusão é que a grande maioria realiza alguma actividade enquanto vê televisão. É ainda curioso constatar que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que dormem enquanto estão a televisão ligada, quer porque haverá mais inquiridos neste escalão etário com televisão no quarto, quer porque provavelmente têm a liberdade de ver televisão até mais tarde, podendo adormecer a olhar para o ecrã de TV.

Tabela 327: Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: N Estudar Fazer trabalhos de casa Comer Navegar na internet Ler Dormir Não faço nada ao mesmo tempo

% 267 374 795 313 102 152 162

24,7 34,6 73,5 29,0 9,4 14,1 15,0

Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: Masculino N Estudar Fazer trabalhos de casa Comer Navegar na internet Ler Dormir Não faço nada ao mesmo tempo

Feminino %

N

%

122

19,8

145

31,3

165

26,7

209

45,0

425

68,9

370

79,7

182

29,5

131

28,2

45

7,3

57

12,3

84

13,6

68

14,7

110

17,8

52

11,2

305


Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: Idade 9 aos 12 anos N Estudar Fazer trabalhos de casa Comer Navegar na internet Ler Dormir Não faço nada ao mesmo tempo

%

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

%

25

20,8

88

24,4

154

25,7

39

32,5

133

36,8

202

33,7

82

68,3

259

71,7

454

75,7

29

24,2

100

27,7

184

30,7

15

12,5

33

9,1

54

9,0

10

8,3

49

13,6

93

15,5

27

22,5

53

14,7

82

13,7

No que respeita a preferências em relação aos media, verifica-se que a grande maioria dos internautas (72,9%) prefere a internet à televisão. 78,9% dos rapazes escolheria a internet, enquanto que essa percentagem desce para 64,9% para as raparigas. A preferência pela internet sobre a televisão tende ainda a aumentar com o aumento da idade. Quanto à escolha entre internet e telemóvel, um pouco mais de metade dos inquiridos online prefere a internet. Os internautas do sexo masculino continuam claramente a preferir a internet (62,6%) ao telemóvel (31,1%). Todavia, no que respeita às internautas do sexo feminino, os números invertem-se, visto que apenas 40,5% têm preferência pela internet enquanto que 50,4% optaria pelo telemóvel. Por outro lado, 36,6% das raparigas acha que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem telemóvel contra 22,5% dos rapazes. É ainda de notar que a preferência pela internet é clara entre os inquiridos mais novos dos 9 aos 12 anos e entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos. Nestas idades, a preferência pela internet em detrimento do telemóvel ronda os 60%. Contudo, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos a preferência entre a internet e o telemóvel não é tão clara, dada a uma aproximação da percentagem de jovens mais velhos que prefere o telemóvel (43,3%) à percentagem de inquiridos que preferem a internet (48,7%). Registe-se portanto a crescente importância subjectiva do telemóvel nos mais velhos, provavelmente porque nessa idade, providos de maior autonomia, os inquiridos alargam as relações sociais e as suas vivências nas quais incluem o telemóvel como meio essencial de comunicação e interacção social. No geral, a televisão perde ainda terreno para os jogos de consola ou computador, visto que 60,3% dos inquiridos online preferem jogar do que ver televisão. Quanto aos 306


rapazes também há uma clara preferência pelos jogos de consola ou computador (74,4%) em detrimento televisão (19,4%). Apenas 41,6% das raparigas prefere os jogos de consola ou computador à televisão (50,2%). Adiante-se que também há mais rapazes que costumam jogar (90%) do que raparigas (68,5%) e são os rapazes que tendem a passar mais horas a jogar, durante a semana e ao fim-de-semana. Quantos às diferenças entre escalões etários, são os mais novos aqueles que têm a mais clara preferência pelos jogos (em 72,5% dos casos) em prejuízo da televisão, que colhe apenas a preferência de 16,7% dos mais novos. A escolha entre telemóvel e televisão não é tão desnivelada como outras escolhas apresentadas acima. Ainda assim, o telemóvel recolhe as preferências de 51,7% dos jovens, levando vantagem sobre a televisão, que é da preferência de 42,3% dos inquiridos. Entre os rapazes é de notar uma divisão quase equitativa no que respeita às preferências entre o telemóvel (escolhida por 48,5% dos inquiridos do sexo masculino) e a televisão (preferida por 47,2% dos rapazes). Entre as raparigas, a escolha é mais clara, visto que 56% prefere o telemóvel à televisão (favorita em 35,8% dos casos). Inversamente, entre os mais jovens há uma clara predilecção pela televisão (em 55% dos casos) sobre o telemóvel (37,5%). É de referir ainda, que nestas idades entre os 9 e os 12 anos, o telemóvel é muitas vezes um instrumento de comunicação com os pais do que um meio de comunicação entre os pares. Entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, há uma certa paridade no que respeita às preferências entre o telemóvel e a televisão e entre os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, revela-se uma clara inversão de preferências, ganhando o telemóvel relevo (escolhido por 56,2% dos inquiridos nesse escalão etário) sobre a televisão (escolhida por 37% dos jovens mais velhos).

Tabela 328: Se tivesses de optar entre internet e televisão, qual seria a tua escolha?

N

%

internet

788

72,9

Televisão

208

19,2

85

7,9

1081

100,0

Não sei/Não respondo Total Masculino N internet

Feminino %

N

%

487

78,9

301

64,9

Televisão

90

14,6

118

25,4

Nenhuma

40

6,5

45

9,7

307


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

internet

80

66,7

263

72,9

445

74,2

Televisão

33

27,5

64

17,7

111

18,5

Nenhuma

7

5,8

34

9,4

44

7,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Tabela 329: Se tivesses de optar entre internet e telemóvel, qual seria a tua escolha?

N

%

internet

574

53,1

Telemóvel

426

39,4

Não sei/Não respondo Total

81

7,5

1081

100,0

Masculino

Feminino

N

%

N

%

internet

386

62,6

188

40,5

Telemóvel

192

31,1

234

50,4

39

6,3

42

9,1

Não sei/Não respondo

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

internet

75

62,5

207

57,3

292

48,7

Telemóvel

36

30,0

130

36,0

260

43,3

Não sei/Não respondo Total

9

7,5

24

6,6

48

8,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Tabela 330: Se tivesses de optar entre jogos de consola ou computador e televisão, qual seria a tua escolha?

N

%

Jogos de consola ou computador Televisão Não sei/Não respondo Total

652

60,3

353

32,7

76

7,0

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Jogos de consola ou computador

459

74,4

193

41,6

Televisão

120

19,4

233

50,2

38

6,2

38

8,2

Não sei/Não respondo

308


Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Jogos de consola ou computador

87

72,5

236

65,4

329

54,8

Televisão

20

16,7

109

30,2

224

37,3

Não sei/Não respondo

13

10,8

16

4,4

47

7,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Tabela 331: Se tivesses de optar entre telemóvel e televisão, qual seria a tua escolha?

N

%

Telemóvel

559

51,7

Televisão

457

42,3

Não sei/Não respondo Total

65

6,0

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Telemóvel

299

48,5

260

56,0

Televisão

291

47,2

166

35,8

27

4,4

38

8,2

Não sei/Não respondo

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Telemóvel

45

37,5

177

49,0

337

56,2

Televisão

66

55,0

169

46,8

222

37,0

9

7,5

15

4,2

41

6,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Não sei/Não respondo Total

Em suma, este dados parece apontar para a importância dos novos media em relação à televisão. Porém, quando consideramos o sexo dos jovens inquiridos verificamos diferenças de género quanto ao uso dos novos media. O telemóvel assume claramente uma maior importância para as raparigas (mas também para os inquiridos mais velhos) do que para os rapazes visto que são elas que gostam mais de enviar SMS’s depois do jantar, há mais raparigas que rapazes a preferir o telemóvel à televisão e, ao contrário dos inquiridos do sexo masculino, na sua maioria preferem o telemóvel à internet. Para além disso, há uma maior percentagem de raparigas do que de rapazes a achar que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem telemóvel. Quanto às preferências dos jovens inquiridos do sexo masculino, a internet assume claramente um lugar

309


prioritário em relação aos outros media. No meio de práticas diversificadas de media, o telemóvel parece assumir maior importância na vida das raparigas e a internet ter conquistado as preferências dos rapazes que responderam ao questionário online.

Inquérito nacional Vivemos num ambiente mediático onde proliferam os aparelhos electrónicos e os gadgets. Os ecrãs e pequenos aparelhos electrónicos estão em algumas casas bem presentes em quase todos os compartimentos. Esta invasão tecnológica no lar levou a algumas críticas por parte de alguns autores que olham para o desenvolvimentos tecnológico das nossas sociedades. Baudrillard (1993) aponta mesmo que os novos aparelhos electrónicos poderão estar a tornar-se quase como que uma segunda pele: “The new technologies, with their new machines, new images and interactive screens, do not alienate me. Rather, they form an integrated circuit with me. Video screens, televisions, computers and Minitels resemble nothing so much as contact lenses in that they are so many transparent prostheses, integrated into the body to the point of being almost part of its genetic make-up: they are like pacemakers” 4. Entre os jovens, verifica-se que o mais universal aparelho electrónico, não contando com a televisão, é o rádio ou o leitor de CD, que 69,8% dos jovens declararam ter. Mais de metade (56,7%) dos jovens possuem um computador pessoal fixo e apenas 8% declaram ter um computador pessoal portátil. Perto de um terço dos jovens declarou ainda possuir uma consola de jogos e mais de um quarto afirmou que tem uma câmara digital. É de notar ainda que 22,6% declararam ter uma pendrive de transporte de dados e 21,1% afirmaram que possuem auriculares para a televisão ou o computador. Apenas uma minoria possui um sistema de home-cinema (17,8%) e 15,3% uma câmara Web. São muito poucos os que possuem uma agenda electrónica (5,1%) ou um PDA (4,3%).

4

BAUDRILLARD, Jean, The Transparency of Evil, Essays on Extreme Phenomena, Londres, Verso,

1993, p. 58

310


Tabela 332: Aparelhos electrónicos que possui: N

%

Possui computador pessoal fixo

156

56,7

Possui computador pessoal portátil

22

8,0

Possui PDA

12

4,3

Possui câmara Web

42

15,3

Possui agenda electrónica (Palm pilot)

14

5,1

Possui consola de jogos

89

32,3

Possui câmara digital

71

25,7

Possui rádio/leitor de CD

192

69,8

Possui home-cinema

49

17,8

Possui auriculares para a televisão/computador

58

21,1

Possui pendrive para transporte de dados

62

22,6

Daqueles que possuem um computador pessoal fixo, a grande maioria (82,1%) possui apenas um e apenas (4,6%) possui dois ou mais. Daqueles que possuem um computador portátil, um PDA ou uma agenda electrónica, quase todos têm apenas um aparelho. E verifica-se que nenhum inquirido declara ter mais do que uma câmara Web. Também se verifica que os jovens possuem normalmente apenas uma consola de jogos, os inquiridos que têm mais do que uma consola estão em clara minoria (8,6%). A mesma tendência verifica-se com as câmaras digitais (apenas 6,4% possuem duas), com os rádios ou leitores de CD e com os sistemas de home-cinema. Mesmo em aparelhos mais simples e baratos, como os auriculares ou uma chave USB, a grande maioria dos inquiridos possuem apenas um aparelho.

311


Tabela 333: Quantos Computadores Pessoais Fixo Possui

N

%

1

128

82,1

2

4

2,6

3

3

2,0

Ns/Nr

21

13,3

Total

156

100,0

Tabela 334: Quantos Computadores Pessoais Portátil Possui

N

%

1

20

88,5

2

1

5,8

Ns/Nr

1

5,7

Total

22

100,0

Tabela 335: Quantos PDAs Possui

N 1

% 11

2 Total

90,5

1

9,5

12

100,0

Tabela 336: Quantas Câmaras Web Possui

N 1

% 40

93,5

Ns/Nr

3

6,5

Total

42

100,0

Tabela 337: Quantas Agendas Electrónicas (Palm Pilot) Possui

N

%

1

11

75,2

2

1

9,0

Ns/Nr

2

15,9

Total

14

100,0

Tabela 338: Quantas Consolas De Jogos Possui

N

%

1

75

84,1

2

3

3,5

3

5

5,1

Ns/Nr

7

7,3

Total

89

100,0

312


Tabela 339: Quantas Câmaras Digitais Possui

N

%

1

62

87,8

2

5

6,4

Ns/Nr

4

5,7

Total

71

100,0

Tabela 340: Quantos Rádios/Leitor De CDs Possui

N

%

1

157

81,7

2

9

4,5

3

5

2,8

Ns/Nr

21

11,0

Total

192

100,0

Tabela 341: Quantos Home Cinema Possui

N

%

1

45

90,9

2

2

3,6

Ns/Nr

3

5,5

Total

49

100,0

Tabela 342: Quantos Auriculares Para A Televisão/Computador Possui

N

%

1

48

82,1

2

4

7,7

3

1

1,9

6

1

2,2

Ns/Nr

3

6,0

Total

58

100,0

Tabela 343: Quantas Pendrive Para Transporte De Dados Possui

N

%

1

51

81,5

2

3

5,6

3

3

5,1

11

1

2,2

NS/NR

3

5,6

62

100,0

Total

313


No sistema de oferta mediática múltipla verifica-se também uma proliferação de fontes de informação, o que apela à capacidade crítica dos agentes e a uma filtragem da informação tida como mais relevante. No que respeita diferentes media, quando os jovens querem informar-se sobre algum assunto em geral, dão maior importância à televisão. De facto, 86,2% dão importância ou muita importância à televisão enquanto fonte de informação, contudo é interessante verificar que o peso das fontes interpessoais (familiares e amigos) é ainda muito grande e rivaliza com a televisão visto que 86% dos jovens recorrem a essas fontes. Mesmo quando os jovens querem informar-se sobre entretenimento, a mesma hierarquia mantêm com a televisão e as relações interpessoais no topo: visto que 88,9% e 83,6% dos inquiridos atribuem, respectivamente, importância ou muita importância a essas fontes de informação Perto de 70% dos jovens atribui importância ou muita importância à internet como fonte de informação em geral ou de entretenimento. A internet ultrapassa assim, em termos de importância, a rádio e os jornais enquanto fontes de informação. Seja como for, a percentagem de inquiridos que atribuem importância ou muita importância à rádio e aos jornais enquanto meio de informação ronda os 50%.

Tabela 344: Quando se quer informar sobre algum assunto em geral qual a importância que atribui a: Nada importante (%)

Pouco importante (%)

Importante (%)

Muito importante (%)

17,8

12,4

41,4

28,4

,8

13,0

57,3

28,9

Jornais

23,0

26,6

36,7

13,8

Rádio

14,9

29,1

41,1

14,9

Fontes interpessoais (familiares, amigos)

2,9

11,2

54,2

31,8

internet Televisão

Tabela 345: Quando se quer informar sobre entretenimento qual a importância que atribui a: Nada importante (%)

Pouco importante (%)

Importante (%)

Muito importante (%)

internet

20,8

12,5

43,8

22,9

Televisão

2,4

8,7

61,1

27,8

Jornais

28,6

24,3

36,1

11,0

Rádio

19,1

24,7

40,9

15,3

Fontes interpessoais (familiares, amigos)

6,8

9,6

54,4

29,2

314


A actividade mais frequente que os internautas realizam enquanto utilizam a internet é ouvir música (em 56% dos casos). Para 20,8% dos internautas é frequente ainda utilizarem chats ou programas de mensagens instantâneas e 15,6% declararam ainda que falam ao telefone ou ao telemóvel enquanto estão online. Ouvir rádio e ver televisão é uma prática frequente em simultâneo com a navegação na internet para 13,1% e 11,8% dos jovens utilizadores, respectivamente. Saliente que apenas 8,8% declara não realizar nenhuma das actividades descritas enquanto navegam na internet, mas o que é claro é que enquanto estão online os jovens, na sua grande maioria estão também a realizar outras tarefas. Os jovens estão de facto a socializar-se num ambiente mediático que proporciona cada vez mais oferta de produtos e experiências que podem ser usufruídas em simultânea. Os mais novos têm sido socializados num tipo de cultura que pode ser exemplificada pelas janelas do sistema operativo Windows. Janelas, ecrãs, sons e experiências abrem-se e fecham-se com facilidade, emergem em paralelo e proporcionam um usufruto multifacetado e simultâneo.

Tabela 346: Enquanto utiliza a internet, é frequente: % Ouvir música

56,0

Ouvir rádio

13,1

Utilizar Chats ou programas de Mensagens Instantâneas (Ex: MSN)

20,8

Ver televisão

11,8

Falar Ao Telefone/Telemóvel

15,6

Nenhuma destas

8,8

Socializados numa cultura multi-tarefa podemos verificar que 47,2% dos jovens costumam ouvir música e 43,3% têm por hábito usar o computador enquanto estudam. Mais de um terço (35,1%) dos jovens inquiridos navega ainda na internet enquanto estudam, procurando assim informação para os seus estudos e 15,1% procuram, enquanto estudam, informação na internet que não está relacionada com os estudos. A rádio e a televisão também marcam a sua presença entre o estudo para 25,6% e 23,5% dos jovens, respectivamente. Ademais, 21,6% dos jovens inquiridos não resistem a escrever mensagens SMS enquanto estudam. Verifica-se portanto que o ambiente mediático diversificado coloca um desafio à concentração nos estudos e entra mesmo nos tempos de estudo. 315


Contudo, não podemos ver apenas aqui os pontos negativos. A internet veio para ficar como meio auxiliar de estudo, mas veio ao mesmo tempo colocar desafios à forma como a informação é recepcionada. A internet veio, por um lado, facilitar o acesso à informação, mas por outro lado, esse mesmo fácil acesso à informação pode induzir alguns a uma cultura de facilitismo, recorrendo ao plágio e absorvendo de forma acrítica informação já triturada. O ambiente mediático emergente não é contudo, por si só, um desafio aos estudos dos jovens e com iniciativas pró-activas poderá mesmo funcionar como mais um elemento pedagógico. Por exemplo, já existem universidades britânicas que disponibilizam aulas em ficheiros com o formato mp3 que poderão ser descarregados nos leitores portáteis dos alunos. Mas parece claro que a socialização no ambiente mediático emergente deverá ser acompanhada por pais e educadores, é um aspecto da educação dos jovens a utilização de dietas mediáticas equilibradas e pressupõe um leque mais alargado no próprio conceito de “literacia”. Com as novas tecnologias como a internet os jovens poderão assim procurar informação complementar aos manuais escolares e poderão até achar informação contraditória ou que coloca um desafio ao que foi dito nas aulas pelos professores. A “literacia” neste novo contexto mediático requer assim, não só uma educação por parte dos jovens mas por parte daqueles que detêm a “autoridade” de transmitir saber.

Tabela 347: Quando está a estudar, costuma % Usar o computador

43,3

Navegar na internet (procurando informação para o meu estudo)

35,1

Navegar na internet (vendo informação não relacionada com o meu estudo)

15,1

Fazer download de ficheiros através da internet

8,1

Ouvir rádio

25,6

Ouvir música

47,2

Escrever mensagens de correio electrónico e usar o messenger

13,1

Ver televisão

23,5

Interagir com a televisão

2,7

Falar ao telefone

10,1

Escrever SMS's

21,6

Jogar jogos de vídeo

4,6

Ler revistas ou jornais

3,7

316


Entre os jovens com computador em casa, cerca de metade consegue ver televisão quando está ao computador e 22,1% pode mesmo ver televisão através do próprio ecrã do computador.

Tabela 348: Consegue ver televisão quando está ao computador

N

%

Sim

49

49,9

Não

48

48,9

Ns/nr

1

1,1

Total

99

100,0

Tabela 349: Pode ver televisão através do próprio computador

N

%

Sim

22

22,1

Não

66

67,2

Ns/nr

10

10,6

Total

99

100,0

Dos jovens respondentes, 55,5% costumam, frequentemente ou às vezes, comer ou fazer uma refeição enquanto estão a ver TV. Sem contar com as idas à casa de banho (64% afirmaram que vão, frequentemente ou às vezes, à casa de banho enquanto vêm televisão) comer ou fazer uma refeição é a actividade realizada mais frequentemente em simultâneo com o visionamento da televisão. Cerca de um terço dos jovens envia mensagens SMS através do telemóvel enquanto vê televisão, um quarto fala ao telefone e 22,6% navega na internet ou escreve mensagens de correio electrónico. O tempo de ver televisão cruza-se assim com o tempo para fazer outras actividades e nem sempre a televisão é o principal foco de atenção, constituindo muitas vezes o “pano de fundo” das actividades dos jovens, um pano de fundo que de vez em quando consegue captar a atenção dos jovens.

317


Tabela 350: Costuma (enquanto está a ver televisão): Frequentemente (%)

Às vezes (%)

Raramente (%)

Nunca (%)

Ns/nr (%)

Navegar na internet ou escrever mensagens de correio electrónico

4,7

17,9

8,9

65,0

3,5

Ler jornais ou revistas

4,3

7,8

8,2

76,8

3,0

Enviar SMS através do telemóvel

10,0

23,9

9,0

54,1

2,9

Interagir com a televisão

6,4

13,4

10,1

65,6

4,3

Falar ao telefone

7,6

17,4

18,9

53,2

2,9

Comer ou fazer uma refeição

18,6

36,9

17,3

23,1

4,2

Ir à casa de banho

14,6

49,4

17,8

15,7

2,5

O tempo de publicidade não é um tempo morto e é muitas vezes um tempo que se utiliza para outras actividades e é muitas vezes um desafio prender a atenção dos telespectadores nos intervalos. O tempo de intervalo é essencialmente um tempo onde, frequentemente ou às vezes, se vai à casa de banho ou à cozinha (em 71,2% dos casos), se vai comer ou fazer uma refeição (em 58,5% dos casos) ou se vai para outra divisão da casa realizar outras actividades (em 52,3% dos casos). É também nos intervalos que cerca de um terço dos jovens aproveitam para enviar mensagens SMS através do telemóvel, 26,3% aproveitam para falar ao telefone e 30% aproveitam para interagir com a televisão. A actividade menos realizada nos intervalos dos programas de televisão é a navegação na internet.

Tabela 351: Enquanto está a passar publicidade na televisão costuma Frequentemente (%)

Às vezes (%)

Raramente (%)

Nunca (%)

Ns/nr (%)

10,5

41,8

22,4

20,8

4,5

3,5

10,4

12,5

69,2

4,3

10,6

22,8

15,5

47,2

3,9

Interagir com a televisão

9,0

21,0

11,2

53,4

5,4

Falar ao telefone

4,9

21,4

18,5

49,6

5,5

Comer ou fazer uma refeição

12,5

46,0

16,8

20,9

3,8

Ir à casa de banho ou à cozinha

16,8

54,4

16,6

9,8

2,4

Ir para outra divisão da casa Navegar na internet ou escrever mensagens de correio electrónico Enviar SMS através do telemóvel

318


Os jovens que pertencem a um público específico mais familiariza com as TIC partilham práticas comunicacionais com a generalidade da juventude portuguesa de visto que são menos de 1% os inquiridos que afirmam que não vêm televisão. Portanto, os jovens que utilizam com bastante frequência a internet não deixam de olhar com maior ou menor frequência para o ecrã da televisão, porém os moldes em que o fazem são um pouco diferentes. Esses jovens utilizam cada vez mais a televisão como um nó inserido numa rede estabelecida entre vários media, isto é, os jovens tendem cada vez mais a utilizar a televisão como algo ligado em pano de fundo enquanto desenvolvem outras actividades, como estar na internet, jogar e mesmo estudar ou ler 5. Esta reposição do lugar da televisão numa rede mediática mais vasta é confirmada com o facto de uma parte significativa dos jovens inquiridos preterir a televisão em relação a outros media. Além disso, esta reposição, fruto do aumento do uso da internet ou de outros media, não significa a substituição do consumo de determinados meios comunicacionais por outros. Pelo contrario, a utilização de vários media desempenham um papel conjunto e interligado de reforço de informação que acompanha a tendência para a multiplicação de interesses e actividades por parte dos utilizadores das TIC. O quotidiano dos jovens está cada vez mais impregnado de um sistema mediático de oferta múltipla. Contudo, os jovens não escolhem entre práticas mediáticas diversas e que poderão ser concorrentes. Antes, tentam muitas vezes articular, em simultâneo, diversas actividades, ver televisão, estudar, navegar na internet, ouvir música e até comer. O que parece indiscutível é que a televisão vê a sua relevância reduzida face à emergência de novos media, pelo menos no plano subjectivo das preferências. Os dados mostram que a televisão continua a ter um peso enorme nas práticas mediáticas dos jovens, contudo começa a ser muitas vezes preterida em relação a outros media emergentes. A presença da televisão não está a ser necessariamente mais reduzida na vida dos jovens, porém, é muitas vezes relegada para “plano de fundo”. A televisão continua ligada, mas vai fazendo parte de um plano de fundo nas várias actividades que os jovens realizam. Por sua vez, a emergência e a relevância crescente da internet não permite dizer cabalmente que veio roubar tempo a outras actividades. Verifica-se que a navegação na internet é realizada em simultâneo com outras actividades. Para além disso, a internet, pelas capacidades de acesso à informação que proporciona, não é um 5 Espanha, Rita; Luís Soares e Gustavo Cardoso, “Do Multimedia ao Wireless: As Dietas Mediáticas dos Portugueses”, in A Sociedade em Rede.- Do Conhecimento à Acção Política”, Colecção Debates, Ed. Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2006

319


substituto, pelo menos para já, de manuais e livros, desempenha antes um papel de reforço de informação. A saturação mediática no quotidiano dos jovens poderá levar a uma multiplicação de interesses e actividades. De facto é legitimo levantar a hipótese de que a utilização das novas tecnologias de comunicação por parte dos jovens leva à diversificação e ampliação das suas competências comunicativas dos jovens.

320


Capítulo 13: Os media na vida quotidiana dos jovens: Organização no tempo e no espaço. Nos últimos tempos temos assistido como aponta Livingstone (2002) uma mudança do público para o privado na vida dos mais jovens, o que se relaciona, por uma lado, com o declínio da “cultura de rua” e a retirada para a casa ou o apartamento, em especial, em contextos urbanos, por outro lado, com o declínio do convívio familiar em torno da televisão e a emergência da “cultura do quarto de dormir”. Ora tais questões ligam com outras mais gerais sobre o significado do estatuto de “jovem” e do estatuto da família. A penetração dos media no quotidiano pode traduzir-se em novas formas de organizar práticas de tempos livres ou de lazer e de estudo. E a utilização dos vários media poderá de certa forma traduzir o dia-a-dia dos jovens nos seus espaços (casa, escola, outros). A organização, no tempo e no espaço, do uso dos media traduz ainda maiores ou menores graus de liberdade dos jovens, é um foco de negociação e de possível conflito com pais e educadores. Muitos jovens vivem hoje ao abrigo de um verdadeiro sistema de protecção familiar, uma “welfare family” como nota Machado Pais. “Economicamente dependentes dos pais, usufruem, porém, de autonomia existencial. Decoram o quarto a seu gosto, escolhem as suas roupas, decidem sobre os usos do tempo e sobre as companhias com quem andam” (Público, 5 de Março de 2007). De facto, os jovens, em especial os mais velhos, vivem numa situação transitiva entre o estatuto de criança e o estatuto de jovem adulto, o “homenzinho”. Vivem, na maior parte dos casos, sobre a alçada financeira dos pais mas vão desfrutando cada vez mais de novos campos de liberdade e os media podem ser vistos como expressão da sua crescente liberdade. Notese aqui, portanto, a ligação entre a privatização dos tempos livres, está a par de novas reconfigurações e negociações no significado de juventude e de família num contexto de democratização da vida familiar.

Inquérito online No inquérito aplicado online, quanto ao que os jovens internautas mais gostam de fazer depois do jantar, a preferência recai sobre a ligação à internet para 38,2% deles. A televisão aparece em segundo lugar com 28,8% das preferências. Jogar um jogo 321


electrónico (12,9%) e ouvir música (10,6%) são actividades igualmente assinaláveis. Nota-se ainda que conversar com os pais ou os irmãos é actividade preferida depois do jantar para a apenas 2,1% dos inquiridos e falar ao telefone (0,6%) e ir dormir (1%) são actividades menos populares. Quanto às diferenças entre sexos, verifica-se que existem mais raparigas (34,5%) que rapazes (24,5%) a dizer que gostam mais de ver televisão depois do jantar. Há inequivocamente muitos mais rapazes a preferir os jogos (19,6%) do que raparigas (3,9%). Por outro lado há mais raparigas a preferir ouvir música (13,4%), a enviar SMS’s (5,6%) e a conversar com os pais e irmãos (2,6%) do que rapazes (8,6%, 1,9% e 1,8% respectivamente). Quanto às diferenças entre idades verifica-se a preferência pela televisão vai decrescendo nos escalões etários mais velhos (recolhe 36,1% das preferências nos internautas dos 9 aos 12 anos e apenas 26% dos jovens dos 16 aos 18 anos), enquanto que a preferência por ligar-se à internet aumenta entre os mais velhos (40,3% entre os jovens dos 16 aos 18 anos e 37,7% entre os internautas dos 13 aos 15 anos em comparação com 29,2% dos rapazes e raparigas dos 9 aos 12 anos). Entre os mais velhos, a internet sobrepõe-se assim à televisão no campo das preferências. Jogar é outra actividade cuja preferência decresce à medida que aumenta a idade, enquanto que a percentagem de jovens que prefere ouvir música depois do jantar aumenta nos escalões mais velhos.

Tabela 352: O que mais gostas de fazer depois do jantar?

N

%

Ver um pouco de televisão

311

28,8

Ouvir música

115

10,6

Conversar com os meus pais e irmãos

23

2,1

Ligar-me à internet

413

38,2

Falar ao telefone

6

,6

38

3,5

139

12,9

Ir dormir

11

1,0

Nada de especial

25

2,3

1081

100,0

Enviar SMS's Jogar um jogo de consola/computador

Total

322


Masculino N Ver um pouco de televisão

Feminino %

N

%

151

24,5

160

34,5

Ouvir música

53

8,6

62

13,4

Conversar com os meus pais e irmãos

11

1,8

12

2,6

249

40,4

164

35,3

2

,3

4

,9

12

1,9

26

5,6

121

19,6

18

3,9

7

1,1

4

,9

Ligar-me à internet Falar ao telefone Enviar SMS's Jogar um jogo de consola/computador Ir dormir Nada de especial Total

11

1,8

14

3,0

617

100,0

464

100,0

Idade

Ver um pouco de televisão

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

44

36,7

111

30,7

156

26,0

Ouvir música

9

7,5

36

10,0

70

11,7

Conversar com os meus pais e irmãos

2

1,7

5

1,4

16

2,7

35

29,2

136

37,7

242

40,3

2

,6

4

,7

1

,8

16

4,4

21

3,5

20

16,7

49

13,6

70

11,7

Ir dormir

7

5,8

4

,7

Nada de especial

2

1,7

6

1,7

17

2,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Ligar-me à internet Falar ao telefone Enviar SMS's Jogar um jogo de consola/computador

Total

Pouco mais de metade dos inquiridos declara que tem um horário para estudar e que procura, muito ou algo, cumpri-lo. Não se registam grandes diferenças entre os sexos. Quanto às diferenças entre idades é curioso constatar que é entre os mais novos que há uma maior percentagem de jovens que declaram que têm um horário para estudar e que procuram muito cumpri-lo. Este resultado poderá advir de um controlo externo mais apertado de pais e educadores entre os mais novos,

323


Tabela 353: Tenho um horário para estudar e procuro cumpri-lo

N

%

Muito

250

23,1

Algo

316

29,2

Pouco

273

25,3

Nada

242

22,4

Total

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Muito

143

23,2

107

23,1

Algo

176

28,5

140

30,2

Pouco

171

27,7

102

22,0

Nada

127

20,6

115

24,8

Total

617

100,0

464

100,0

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Muito

45

37,5

89

24,7

116

19,3

Algo

31

25,8

110

30,5

175

29,2

Pouco

23

19,2

81

22,4

169

28,2

Nada

21

17,5

81

22,4

140

23,3

Total

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Quanto à organização do estudo no espaço, a maioria dos inquiridos online estuda no quarto (58,6%), sendo que o segundo lugar mais comum é o quarto de estudo ou o escritório (16,7%). Registe-se ainda a importância da sala de estar para 7,5% dos inquiridos. 12,1% dos jovens declara ainda que não têm um lugar fixo de estudo. Existem aliás mais raparigas do que rapazes a declararem que não têm lugar fixo para estudar (15,1% e 9,9% respectivamente). A importância do reduto do quarto enquanto local de estudo aumenta nos escalões etários mais velhos, o que poderá ser sinal de um estudo menos acompanhado por parte desses inquiridos.

324


Tabela 354: Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de casa?

N

%

Não tenho um lugar fixo O meu quarto Um quarto de estudo/escritório A cozinha A sala de estar Outro local Não estudo nem faço os trabalhos de casa habitualmente Total

131 633 181 23 81 18

12,1 58,6 16,7 2,1 7,5 1,7

14

1,3

1081

100,0

Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de casa? Masculino N Não tenho um lugar fixo

Feminino %

N

%

61

9,9

70

15,1

O meu quarto

375

60,8

258

55,6

Um quarto de estudo/escritório

100

16,2

81

17,5

A cozinha

17

2,8

6

1,3

A sala de estar

38

6,2

43

9,3

Outro local

13

2,1

5

1,1

13

2,1

1

,2

617

100,0

464

100,0

Não estudo nem faço os trabalhos de casa habitualmente Total

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

Não tenho um lugar fixo

15

% 12,5

O meu quarto Um quarto de estudo/escritório A cozinha

57 24 8

A sala de estar Outro local Não estudo nem faço os trabalhos de casa habitualmente Total

43

% 11,9

47,5 20,0 6,7

205 66 7

12

10,0

4

3,3

120

100,0

N

16 aos 18 anos N 73

% 12,2

56,8 18,3 1,9

371 91 8

61,8 15,2 1,3

31

8,6

38

6,3

8

2,2

6

1,0

1

,3

13

2,2

361

100,0

600

100,0

A maioria dos jovens inquiridos passa uma hora ou entre uma a duas horas a estudar e a fazer os trabalhos de casa. Perto de 15% passa mais tempo nos deveres escolares e apenas 8% se furta a esses mesmos deveres. São claramente as raparigas quem mais se dedicam aos afazeres escolares, pois não só há uma menor percentagem de raparigas que se furta a esses deveres (4,5% em comparação com 10,7% dos rapazes) como há uma maior percentagem de raparigas que dedicam mais tempo que os rapazes ao estudo. Mais de 50% das raparigas dedica-se mais do que uma hora aos estudos.

325


Quanto às diferenças entre escalões etários é curioso constatar que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que se furtam aos deveres escolares (11,7% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos em comparação com 1,7% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos). Esta clara diferença poderá advir-se ao já referido controlo por parte de pais e de educadores e de uma expectativa de que os mais velhos sejam capazes de ter a responsabilidade e a autonomia suficientes para organizar o seu próprio tempo de estudo. Contudo, é também entre os mais velhos, com maiores responsabilidades escolares que há uma maior percentagem de jovens a dedicar mais tempo de estudo.

Tabela 355: Quanto tempo passas por dia a estudar e a fazer os trabalhos de casa, sem contar com as horas na sala de aula?

N Nenhum

% 87 255 270 311 117 41 1081

Cerca de meia hora Uma hora De uma a duas horas De duas a três horas Mais de três horas Total

8,0 23,6 25,0 28,8 10,8 3,8 100,0

Masculino N Nenhum

Feminino %

N

%

66

10,7

21

4,5

Cerca de meia hora

166

26,9

89

19,2

Uma hora

176

28,5

94

20,3

De uma a duas horas

155

25,1

156

33,6

De duas a três horas

42

6,8

75

16,2

Mais de três horas

12

1,9

29

6,3

617

100,0

464

100,0

Total

Idade

Nenhum

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

2

1,7

15

4,2

70

11,7

Cerca de meia hora

36

30,0

92

25,5

127

21,2

Uma hora

37

30,8

99

27,4

134

22,3

De uma a duas horas

38

31,7

112

31,0

161

26,8

De duas a três horas

5

4,2

33

9,1

79

13,2

Mais de três horas Total

2

1,7

10

2,8

29

4,8

120

100,0

361

100,0

600

100,0

A importância do controlo da televisão por parte dos jovens está bem patente no facto de 60% dos inquiridos declararem que têm televisão no quarto. 59,2% dos inquiridos

326


afirmam ainda que têm televisão na cozinha e 56,7% declara que os pais têm televisão no seu quarto. Estes números demonstram uma tendência para um uso independente dos aparelhos de televisão que se afasta do paradigma do seu uso familiar apesar da presença da televisão na sala de estar ser quase universal (92,9% dos casos). Entre os sexos não há grandes diferenças a registar. Como seria de esperar há uma maior percentagem de inquiridos dos 16 aos 18 anos a ter televisão no quarto (62%), o que é coerente com a sua maior autonomia, contudo não deixa de ser assinalável que 51,7% dos jovens dos 9 aos 12 anos declarem ter o aparelho de TV no seu quarto. Tabela 356: Onde estão as TVs?: N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala

%

649 275 1004 613 640 239

No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais

60,0 25,4 92,9 56,7 59,2 22,1

Onde estão as TVs?: Masculino N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais

Feminino %

N

%

378

61,3

271

58,4

159

25,8

116

25,0

570

92,4

434

93,5

349

56,6

264

56,9

361

58,5

279

60,1

135

21,9

104

22,4

Onde estão as TVs?: Idade 9 aos 12 anos N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais

%

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

%

62

51,7

215

59,6

372

62,0

26

21,7

102

28,3

147

24,5

115

95,8

337

93,4

552

92,0

68

56,7

218

60,4

327

54,5

72

60,0

215

59,6

353

58,8

33

27,5

92

25,5

114

19,0

327


Durante a semana, um pouco mais de metade dos inquiridos vêm entre uma a quatro horas de televisão por dia, cerca de 25% vêm uma hora ou menos de TV e é muito residual a percentagem de inquiridos que declaram não ver televisão (0,6%). Cerca de 16% dos inquiridos declaram ainda que vê televisão mais de 4 horas por dia. Durante o fim-de-semana há uma certa tendência para os jovens verem mais televisão, como seria de prever. Em coerência com o que já foi exposto, são as raparigas que mais horas vêm televisão, 51,2% das jovens inquiridas vê 2 ou mais horas de televisão, enquanto que essa percentagem decresce para os 39,2% entre os rapazes. Durante o fim-de-semana, a percentagem de raparigas que vê 2 ou mais horas de televisão por dia ascende aos 63,6%, enquanto que a percentagem de rapazes ascende aos 52,2%. Os dados não nos permitem tirar grandes elações sobre as diferenças entre escalões etários, não se encontrando divergências muito acentuadas.

Tabela 357: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a ver televisão?

N

%

Nenhum

7

,6

58

5,4

1 hora

205

19,0

Entre 1 e 2 horas

257

23,8

Entre 2 e 3 horas

187

17,3

Entre 3 e 4 horas

118

10,9

Entre 4 e 5 horas

72

6,7

5 horas ou mais

102

9,4

10 minutos ou menos

Não sei Total

75

6,9

1081

100,0

Masculino N Nenhum

Feminino %

N

%

5

,8

2

,4

42

6,8

16

3,4

1 hora

140

22,7

65

14,0

Entre 1 e 2 horas

156

25,3

101

21,8

Entre 2 e 3 horas

101

16,4

86

18,5

Entre 3 e 4 horas

51

8,3

67

14,4

Entre 4 e 5 horas

38

6,2

34

7,3

5 horas ou mais

51

8,3

51

11,0

Não sei

33

5,3

42

9,1

10 minutos ou menos

328


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

Nenhum

N

1

10 minutos ou menos

16 aos 18 anos

%

,8

1

N ,3

% 5

,8

3

2,5

15

4,2

40

6,7

1 hora

28

23,3

69

19,1

108

18,0

Entre 1 e 2 horas

32

26,7

89

24,7

136

22,7

Entre 2 e 3 horas

14

11,7

57

15,8

116

19,3

Entre 3 e 4 horas

10

8,3

46

12,7

62

10,3

Entre 4 e 5 horas

5

4,2

26

7,2

41

6,8

5 horas ou mais

15

12,5

41

11,4

46

7,7

Não sei Total

12

10,0

17

4,7

46

7,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Tabela 358: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a ver televisão?

N

%

Nenhum

7

,6

38

3,5

1 hora

121

11,2

Entre 1 e 2 horas

211

19,5

Entre 2 e 3 horas

228

21,1

Entre 3 e 4 horas

187

17,3

Entre 4 e 5 horas

82

7,6

5 horas ou mais

120

11,1

10 minutos ou menos

Não sei Total

87

8,0

1081

100,0

Masculino N Nenhum

Feminino %

N

%

4

,6

3

,6

10 minutos ou menos

31

5,0

7

1,5

1 hora

40

8,6

81

13,1

Entre 1 e 2 horas

139

22,5

72

15,5

Entre 2 e 3 horas

122

19,8

106

22,8

Entre 3 e 4 horas

105

17,0

82

17,7

Entre 4 e 5 horas

37

6,0

45

9,7

5 horas ou mais

58

9,4

62

13,4

Não sei

40

6,5

47

10,1

329


Idade 9 aos 12 anos N Nenhum 10 minutos ou menos

13 aos 15 anos

%

N

-

16 aos 18 anos

%

-

1

N

%

,3

6

1,0

5

4,2

9

2,5

24

4,0

1 hora

12

10,0

48

13,3

61

10,2

Entre 1 e 2 horas

28

23,3

62

17,2

121

20,2

Entre 2 e 3 horas

22

18,3

79

21,9

127

21,2

Entre 3 e 4 horas

15

12,5

74

20,5

98

16,3

Entre 4 e 5 horas

9

7,5

25

6,9

48

8,0

5 horas ou mais

14

11,7

43

11,9

63

10,5

Não sei Total

15

12,5

20

5,5

52

8,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Em coerência com o que foi dito atrás, 51,1% dos inquiridos costuma ver televisão no quarto, mas a sala de estar continua a ser o sítio por excelência do visionamento de televisão visto que 81% dos jovens declaram que aí vêm televisão. A cozinha é outro dos locais onde há uma percentagem algo expressiva de inquiridos (34,1%) a ver TV. As diferenças entre os sexos não são muito significativas. Comparando os escalões etários, como seria de prever, verifica-se que há uma maior percentagem de inquiridos dos 16 a 18 anos a ver televisão no quarto (54%) em comparação com os inquiridos mais novos dos 9 aos 12 anos (40,8%) visto que também há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos com um aparelho de televisão no quarto. É ainda de notar que a percentagem de inquiridos que vê televisão na sala tende a diminuir um pouco com o aumento da idade o que poderá significar uma retirada do espaço familiar mais amplo em alguns casos. Inversamente, há uma maior percentagem de inquiridos dos 9 aos 12 anos a ver televisão no quarto dos pais (13,3%), sendo que apenas 4,7% dos inquiridos mais velhos declara que vêm televisão nesse espaço.

Tabela 359: Onde costumas ver televisão?: N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais

% 552

51,1

43

4,0

876

81,0

84

7,8

369

34,1

88

8,1

330


Masculino N No meu quarto

Feminino %

315

No quarto do meu irmão/irmã Na sala

% 237

51,1

20

3,2

23

5,0

492

79,7

384

82,8

No quarto dos meus pais Na cozinha

N

51,1

35

5,7

49

10,6

194

31,4

175

37,7

44

7,1

44

9,5

Noutros locais

Idade 9 aos 12 anos N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais

% 40,8 5,8 85,0 13,3 29,2 12,5

49 7 102 16 35 15

13 aos 15 anos N 179 19 300 40 115 30

16 aos 18 anos

% 49,6 5,3 83,1 11,1 31,9 8,3

N 324 17 474 28 219 43

% 54,0 2,8 79,0 4,7 36,5 7,2

A maioria dos jovens inquiridos online (56,8%) declara que tem um computador em casa, contudo verifica-se uma percentagem apreciável de inquiridos (40,7%) que declaram ter dois ou mais computadores em casa que sejam utilizados.

Tabela 360: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?

N Nenhum

% 27

2,5

Um

614

56,8

Dois

303

28,0

Três

105

9,7

Mais de três Total

32

3,0

1081

100,0

Masculino N Nenhum

Feminino %

N

%

15

2,4

12

2,6

Um

346

56,1

268

57,8

Dois

167

27,1

136

29,3

Três

63

10,2

42

9,1

Mais de três

26

4,2

6

1,3

617

100,0

464

100,0

Total

331


Idade 9 aos 12 anos N Nenhum

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

5

4,2

8

2,2

14

2,3

Um

56

46,7

202

56,0

356

59,3

Dois

34

28,3

97

26,9

172

28,7

Três

20

16,7

39

10,8

46

7,7

5

4,2

15

4,2

12

2,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Mais de três Total

39,3% dos jovens afirmam que têm o computador no seu quarto, 31,5% que o computador está no escritório e 13,5% que está na sala de estar. Apenas 7,9% afirma que o computador é portátil. É de assinalar que se verifica uma maior percentagem de rapazes com computador no quarto (43,8%) do que raparigas (33,4%), o que poderá demonstrar uma maior pressão por parte dos jovens do sexo masculino em ter um computador no quarto. Além disso, a percentagem de inquiridos com computador no quarto aumenta entre os escalões etários mais velhos. É aqui importante sublinhar a importância do quarto dos jovens como um local onde se realizam diversas actividades e que vem dar substância àquilo que Livingstone designa de “cultura do quarto de dormir”. Verificamos que os inquiridos a par de utilizar o computador, estudam, vêm televisão, ouvem música entre outras actividades no quarto, cada vez menos um espaço privado onde apenas se dorme mas onde se realiza todo um conjunto de práticas ligadas aos media. Podemos mesmo dizer os sistemas dos media visíveis no espaço público têm invadido o espaço privado do quarto de dormir, em especial, nas novas gerações. Esta lógica “do quarto para o mundo” pode provocar novas tensões e reconfigurações da fronteira entre público e privado.

Tabela 361: Onde se encontra o computador que costumas usar em tua casa?

N Não tenho computador No meu quarto

% 27

2,5

425

39,3

No quarto de um irmão/Irmã

46

4,3

Na sala de estar

146

13,5

12

1,1

340

31,5

No quarto dos meus pais No escritório/Sala de trabalho É portátil Total

85

7,9

1081

100,0

332


Masculino N Não tenho computador

Feminino %

N

%

15

2,4

12

2,6

270

43,8

155

33,4

No quarto de um irmão/Irmã

21

3,4

25

5,4

Na sala de estar

76

12,3

70

15,1

9

1,5

3

,6

183

29,7

157

33,8

No meu quarto

No quarto dos meus pais No escritório/Sala de trabalho É portátil Total

43

7,0

42

9,1

617

100,0

464

100,0

Idade 9 aos 12 anos N Não tenho computador No meu quarto

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

4

3,3

8

2,2

15

2,5

33

27,5

128

35,5

264

44,0

No quarto de um irmão/Irmã

3

2,5

17

4,7

26

4,3

Na sala de estar

19

15,8

52

14,4

75

12,5

No quarto dos meus pais No escritório/Sala de trabalho

1

,8

7

1,9

4

,7

48

40,0

130

36,0

162

27,0

É portátil

12

10,0

19

5,3

54

9,0

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Mais de metade dos internautas utiliza o computador mais de 2 horas por dia, durante a semana. Há uma maior propensão por parte dos internautas do sexo masculino e mais velhos para usar o computador mais horas. Sem surpresas, verifica-se ainda a tendência para haver uma maior utilização do computador ao fim-de-semana. Tabela 362: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola?

N

%

Não utilizo

29

2,7

30 minutos ou menos

83

7,7

1 hora

125

11,6

Entre 1 e 2 horas

213

19,7

Entre 2 e 3 horas

164

15,2

Entre 3 e 4 horas

127

11,7

Entre 4 e 5 horas

77

7,1

5 horas ou mais

192

17,8

71

6,6

1081

100,0

Não sei Total

333


Masculino N

Feminino %

N

%

Não utilizo

14

2,3

15

30 minutos ou menos

47

7,6

36

7,8

1 hora

64

10,4

61

13,1

Entre 1 e 2 horas

114

18,5

99

21,3

Entre 2 e 3 horas

97

15,7

67

14,4

Entre 3 e 4 horas

78

12,6

49

10,6

Entre 4 e 5 horas

43

7,0

34

7,3

5 horas ou mais

127

20,6

65

14,0

Não sei Total

3,2

33

5,3

38

8,2

617

100,0

464

100,0

Idade 9 aos 12 anos N Não utilizo

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

6

5,0

12

30 minutos ou menos

25

20,8

1 hora

18

15,0

Entre 1 e 2 horas

29

Entre 2 e 3 horas

13

Entre 3 e 4 horas

N

%

3,3

11

1,8

31

8,6

27

4,5

48

13,3

59

9,8

24,2

68

18,8

116

19,3

10,8

50

13,9

101

16,8

7

5,8

48

13,3

72

12,0

Entre 4 e 5 horas

4

3,3

29

8,0

44

7,3

5 horas ou mais

11

9,2

51

14,1

130

21,7

Não sei Total

7

5,8

24

6,6

40

6,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Tabela 363: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola?

N

%

Não utilizo

57

5,3

30 minutos ou menos

59

5,5

1 hora

79

7,3

Entre 1 e 2 horas

166

15,4

Entre 2 e 3 horas

239

22,1

Entre 4 e 5 horas

178

16,5

5 horas ou mais

244

22,6

59

5,5

1081

100,0

Não sei Total

334


Masculino N

Feminino %

N

%

Não utilizo

35

5,7

22

4,7

30 minutos ou menos

27

4,4

32

6,9

1 hora

41

6,6

38

8,2

Entre 1 e 2 horas

83

13,5

83

17,9

Entre 2 e 3 horas

134

21,7

105

22,6

Entre 4 e 5 horas

106

17,2

72

15,5

5 horas ou mais

163

26,4

81

17,5

28

4,5

31

6,7

617

100,0

464

100,0

Não sei Total

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Não utilizo

10

8,3

12

3,3

35

5,8

30 minutos ou menos

16

13,3

17

4,7

26

4,3

1 hora

16

13,3

28

7,8

35

5,8

Entre 1 e 2 horas

23

19,2

53

14,7

90

15,0

Entre 2 e 3 horas

19

15,8

86

23,8

134

22,3

Entre 4 e 5 horas

13

10,8

73

20,2

92

15,3

5 horas ou mais

14

11,7

75

20,8

155

25,8

Não sei Total

9

7,5

17

4,7

33

5,5

120

100,0

361

100,0

600

100,0

A casa do próprio é sem dúvida o local privilegiado para a utilização da internet por parte de 86% dos inquiridos. A seguir vem a escola enquanto espaço de utilização habitual da internet em 47,9% dos casos. É de notar que a escola é um meio essencial para uma maior democratização do acesso e difusão das novas tecnologias, em especial, da internet. Verifica-se então que mais de metade não refere a escola como local de utilização frequente da internet, mas não se sabe se isso se deve a desinteresse visto a maior parte dos inquiridos já terem acesso à internet em casa se à falta efectiva de computadores e de infra-estruturas tecnológicas na escola. É ainda de referir a importância das redes familiares e de pares visto que 20,3% refere que costuma entrar online a partir da casa de um amigo ou de um familiar. É ainda assinalável que 8,3% destes inquiridos utiliza ainda os serviços dos cibercafés. Não há diferenças assinaláveis entre os sexos. Entre os escalões etários verifica-se que os mais novos tendem a utilizar a internet mais em casa em 90,8% dos casos enquanto que essa percentagem decresce para os 84,3% entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Um pouco mais de metade destes inquiridos mais velhos que costuma utilizar a internet na escola em comparação com 40% dos inquiridos mais novos. Os inquiridos mais velhos dos 13 aos 15 anos e dos 16

335


aos 18, com a sua maior autonomia, também costumam utilizar mais a internet nos cibercafés do que os inquiridos mais novos.

Tabela 364: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?: N

%

Nenhum, não utiliza a internet

5

,5

Em casa

930

86,0

Na escola

518

47,9

90

8,3

Em casa de uma amigo/familiar

219

20,3

Noutro sítio

121

11,2

Num cibercafé

Masculino N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola

N

%

4

,6

1

,2

534

86,5

396

85,3

284

46,0

234

50,4

58

9,4

32

6,9

121

19,6

98

21,1

63

10,2

58

12,5

Num cibercafé Em casa de uma amigo/familiar

Feminino %

Noutro sítio

Idade 9 aos 12 anos N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola Num cibercafé Em casa de uma amigo/familiar Noutro sítio

%

13 aos 15 anos N

16 aos 18 anos

%

N

%

2

1,7

2

,6

1

,2

109

90,8

315

87,3

506

84,3

48

40,0

162

44,9

308

51,3

5

4,2

35

9,7

50

8,3

27

22,5

78

21,6

114

19,0

12

10,0

38

10,5

71

11,8

Durante a semana 42,5% dos jovens navega mais de duas horas por dia enquanto que durante o fim-de-semana essa percentagem ascende para perto de 60% dos inquiridos, portanto, a utilização da internet é maior durante o fim-de-semana. Sem surpresas constata-se que os rapazes tendem a ficar mais tempo na internet visto que 45% dos inquiridos do sexo masculino ficam online mais de duas horas por dia em comparação com 39,5% das raparigas. Este dado é coerente com o facto já descrito atrás de que

336


também são os rapazes desta amostra que ficam mais tempo em frente ao computador. Claramente, há medida que os inquiridos são mais velhos, tendem a despender mais tempo por dia a navegar na internet. Durante a semana, quase 50% dos inquiridos mais velhos passam mais de duas horas por dia ligados na internet, enquanto que apenas 26,7% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos passam mais de duas horas online. Mais uma vez chamamos a atenção para o maior controlo e vigilância parental no que respeita à utilização quotidiana dos media. Durante o fim-de-semana confirma-se a tendência para ser os rapazes e os jovens mais velhos os que tendem a passar mais tempo online.

Tabela 365: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas a internet, fora da escola?

N

%

Não utilizo

67

6,2

30 minutos ou menos

138

12,8

1 hora

149

13,8

Entre 1 e 2 horas

199

18,4

Entre 2 e 3 horas

158

14,6

Entre 3 e 4 horas

80

7,4

Entre 4 e 5 horas

65

6,0

5 horas ou mais

158

14,6

Não sei Total

67

6,2

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Não utilizo

33

5,3

34

7,3

30 minutos ou menos

80

13,0

58

12,5

1 hora

81

13,1

68

14,7

Entre 1 e 2 horas

110

17,8

89

19,2

Entre 2 e 3 horas

89

14,4

69

14,9

Entre 3 e 4 horas

47

7,6

33

7,1

Entre 4 e 5 horas

35

5,7

30

6,5

5 horas ou mais

107

17,3

51

11,0

Não sei Total

35

5,7

32

6,9

617

100,0

464

100,0

337


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Não utilizo

11

9,2

26

7,2

30

30 minutos ou menos

33

27,5

50

13,9

55

9,2

1 hora

18

15,0

70

19,4

61

10,2

Entre 1 e 2 horas

19

15,8

58

16,1

122

20,3

Entre 2 e 3 horas

9

7,5

43

11,9

106

17,7

Entre 3 e 4 horas

5

4,2

29

8,0

46

7,7

5,0

Entre 4 e 5 horas

4

3,3

24

6,6

37

6,2

5 horas ou mais

14

11,7

39

10,8

105

17,5

Não sei Total

7

5,8

22

6,1

38

6,3

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Tabela 366: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia costumas utilizar a internet?

N

%

Não utilizo

87

8,0

30 minutos ou menos

88

8,1

1 hora

98

9,1

Entre 1 e 2 horas

164

15,2

Entre 2 e 3 horas

182

16,8

Entre 3 e 4 horas

88

8,1

Entre 4 e 5 horas

105

9,7

5 horas ou mais

208

19,2

Não sei Total

61

5,6

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Não utilizo

48

7,8

39

8,4

30 minutos ou menos

52

8,4

36

7,8

1 hora

53

8,6

45

9,7

Entre 1 e 2 horas

86

13,9

78

16,8

Entre 2 e 3 horas

99

16,0

83

17,9

Entre 3 e 4 horas

49

7,9

39

8,4

Entre 4 e 5 horas

59

9,6

46

9,9

5 horas ou mais

140

22,7

68

14,7

31

5,0

30

6,5

617

100,0

464

100,0

Não sei Total

338


Idade 9 aos 12 anos N Não utilizo

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

9

7,5

24

6,6

54

9,0

30 minutos ou menos

22

18,3

26

7,2

40

6,7

1 hora

25

20,8

32

8,9

41

6,8

Entre 1 e 2 horas

15

12,5

55

15,2

94

15,7

Entre 2 e 3 horas

18

15,0

65

18,0

99

16,5

Entre 3 e 4 horas

5

4,2

30

8,3

53

8,8

Entre 4 e 5 horas

5

4,2

44

12,2

56

9,3

5 horas ou mais

11

9,2

68

18,8

129

21,5

Não sei

10

8,3

17

4,7

34

5,7

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Total

Durante a semana, o período de utilização da internet mais popular é a tarde até às 20 horas com metade dos internautas a declararem que costumam estar online durante esse período. Entre as 20 e as 22 horas a percentagem de jovens utilizadores decresce um pouco para os 43,5%. É depois das 22 horas que se verifica uma quebra acentuada de utilizadores. Entre as 22 horas e a meia-noite a percentagem de utilizadores é ainda assim apreciável (21,8%), mas apenas uma pequena percentagem costuma navegar na internet depois da meia noite (4,8%). 12,6% dos jovens declara que utiliza a internet durante todo o dia. Os inquiridos de ambos os sexos seguem mais ou menos o mesmo padrão temporal de utilização durante os dias da semana. O período por excelência de utilização da internet por parte dos inquiridos dos 9 aos 12 é e tarde até às 20 horas visto que quase 70% dos mais novos está ligado durante esse período. O período seguinte das 20 às 22h, o horário usual do jantar, regista uma quebra acentuada de utilizadores mais novos, que decresce para 30%. Entre os mais novos regista-se ainda a menor percentagem de inquiridos que estão online todo o dia (5%). A percentagem de inquiridos que utiliza a internet todo o dia cresce nos escalões etários mais velhos chegando aos 16,2% entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Ainda nos inquiridos mais velhos, o momento do dia com maior afluência passa a ser das 20h às 22h (com 45,8% de utilizadores mais velhos) a par da tarde até às 20 horas (com 43,2% de utilizadores). Sem surpresas, a utilização das 22 horas à meia-noite regista também uma acentuada subida de utilizadores nos escalões etários mais velhos. 29,3% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos costumam utilizar a internet nesse período enquanto que apenas 2,5% dos inquiridos mais novos utilizam a internet nesse período. É ainda

339


significativo não haver nenhum inquirido dos 9 aos 12 anos que declare que utilize a internet depois da meia-noite.

Tabela 367: Durante a semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: N

%

De manhã

132

12,2

De tarde até às 20 horas

543

50,2

Das 20 às 22 horas

470

43,5

Das 22 horas à meia-noite

236

21,8

45

4,2

7

,6

136

12,6

22

2,0

Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet

Masculino N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meia-noite Da meia-noite às 2h da manhã

Não utilizo a internet

N

%

66

10,7

66

14,2

308

49,9

235

50,6

272

44,1

198

42,7

136

22,0

100

21,6

31

5,0

14

3,0

4

,6

3

,6

82

13,3

54

11,6

11

1,8

11

2,4

A partir das 2h da manhã Todo o dia

Feminino %

Idade 9 aos 12 anos N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meianoite Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

17

14,2

41

11,4

74

12,3

83

69,2

201

55,7

259

43,2

36

30,0

159

44,0

275

45,8

3

2,5

57

15,8

176

29,3

-

-

5

1,4

40

6,7

-

-

1

,3

6

1,0

6

5,0

33

9,1

97

16,2

6

5,0

8

2,2

8

1,3

340


Durante o fim-de-semana, o período mais popular continua a ser de tarde até às 20 horas mas com uma menor percentagem de utilizadores (42,1%) em comparação com os dias da semana. É entre os utilizadores que declaram que utilizam a internet durante todo o dia que se nota uma subida acentuada, sendo que a percentagem deste tipo de utilizadores dobra passando de 12,6% durante a semana para 26% durante o fim-desemana. Ambos sexos e os escalões etários considerados seguem mais ou menos o mesmo padrão temporal de utilização semanal durante o sábado e o domingo.

Tabela 368: Ao fim-de-semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: N

%

De manhã

198

18,3

De tarde até às 20 horas

455

42,1

Das 20 às 22 horas

315

29,1

Das 22 horas à meia-noite

230

21,3

Da meia-noite às 2h da manhã

84

7,8

A partir das 2h da manhã

22

2,0

281

26,0

79

7,3

Todo o dia Não utilizo a internet

Masculino N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meia-noite Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet

Feminino %

N

%

114

18,5

84

18,1

251

40,7

204

44,0

162

26,3

153

33,0

131

21,2

99

21,3

58

9,4

26

5,6

18

2,9

4

,9

174

28,2

107

23,1

42

6,8

37

8,0

341


Idade 9 aos 12 anos N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meianoite Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet

13 aos 15 anos

%

N

%

16 aos 18 anos N

%

43

35,8

71

19,7

84

14,0

68

56,7

155

42,9

232

38,7

26

21,7

113

31,3

176

29,3

13

10,8

63

17,5

154

25,7

4

3,3

23

6,4

57

9,5

-

5

1,4

17

2,8

22

18,3

95

26,3

164

27,3

8

6,7

23

6,4

48

8,0

Perto de metade dos inquiridos (46,8%) refere que retirou tempo à televisão para utilizar a internet, sendo aquela a principal “perdedora” para a internet. Contudo, não nos podemos esquecer que muitos jovens utilizam vários media em regime de multitarefa, isto é, vêm televisão ou estudam enquanto navegam na internet. O que se passa muitas vezes é que a televisão deixa de ser o principal foco de atenção para se tornar um “pano de fundo”. Cerca de um quarto dos inquiridos afirmam que retiraram tempo ao estudo para utilizar a internet e cerca de um quinto que retiraram tempo à família. Este último dado pode dar azo a alguns receios sobre o isolamento de alguns jovens que se “viciam” no uso da internet, contudo, a internet pode também significar um alargamento e aprofundamento das relações sociais que se estabelecem fora do seio familiar. 21,1% referem ainda que retiraram tempo à consola de jogos. 10% ou mais dos jovens, mas menos do que 20% afirmaram que retiraram também tempo aos amigos, à leitura, ao lazer e tempos livres e ao desporto. Mas é curioso constatar que apenas uma pequena minoria (3,4%) afirma ter retirado tempo ao namorado ou à namorada. Perto de um terço dos inquiridos afirma, contudo, que não retirou tempo a nada para usar a internet. Verifica-se uma ligeira tendência para as raparigas se afastarem menos daqueles com quem mantêm relações afectivas (família, amigos) em comparação com os rapazes, assim como há uma menor tendência das raparigas para retirarem tempo a actividades de lazer e tempos livres e ao desporto para utilizarem a internet. No cômputo geral, há uma percentagem superior de raparigas que declaram que não retiraram tempo a nada para usar a internet (35,1%), do que de rapazes (30,1%).

342


Uma maior percentagem de inquiridos mais velhos revela que retiraram tempo à família (23,2%), ao estudo (25,8%) e à televisão (50%). Por seu turno uma maior percentagem de inquiridos mais novos (25,8%) retiraram tempo ao jogos, porém, é também entre os mais novos que há uma maior percentagem de inquiridos que declaram que não retiraram tempo a nada para utilizar a internet (39,2%). Tabela 369: A que, ou a quem, retiraste tempo desde que utilizas a internet?: N

%

Família

225

20,8

Amigos

135

12,5

Namorado/a

37

3,4

Estudo

272

25,2

Televisão

506

46,8

Consola de jogos

228

21,1

Leitura

199

18,4

Lazer/tempos livres

163

15,1

Desporto

108

10,0

A nada

349

32,3

Masculino N

Feminino

%

N

%

Família

134

21,7

91

19,6

Amigos

90

14,6

45

9,7

Namorado/a

22

3,6

15

3,2

Estudo

161

26,1

111

23,9

Televisão

288

46,7

218

47,0

Consola de jogos

185

30,0

43

9,3

Leitura

112

18,2

87

18,8

Lazer/tempos livres

106

17,2

57

12,3

73

11,8

35

7,5

186

30,1

163

35,1

Desporto A nada

Idade 9 aos 12 anos N Família Amigos Namorado/a Estudo Televisão Consola de jogos Leitura Lazer/tempos livres Desporto A nada

21 14 5 22 42 31 18 18 14 47

% 17,5 11,7 4,2 18,3 35,0 25,8 15,0 15,0 11,7 39,2

13 aos 15 anos N 65 49 13 95 164 83 65 57 36 114

% 18,0 13,6 3,6 26,3 45,4 23,0 18,0 15,8 10,0 31,6

16 aos 18 anos N 139 72 19 155 300 114 116 88 58 188

% 23,2 12,0 3,2 25,8 50,0 19,0 19,3 14,7 9,7 31,3

343


Durante a semana mais de metade dos inquiridos joga até uma hora por dia e a grande maioria (68,5%) não joga mais do que duas horas. Os rapazes são jogadores mais ávidos que as raparigas. Entre os escalões etários, curiosamente, não há grandes discrepâncias a registar. Como seria de esperar o tempo de jogo aumenta durante o fim-de-semana. Verifica-se ainda a tendência, durante o sábado e o domingo, de os inquiridos mais novos passarem mais tempo a jogar. A menor tempo dispendido a jogar por parte dos mais velhos poderá ser devido à sua maior autonomia e liberdade para sair e desfrutar outro tipo de interesses. Tabela 370: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador?

N

%

10 minutos ou menos

271

25,1

1 hora

282

26,1

Entre 1 e 2 horas

187

17,3

Entre 2 e 3 horas

95

8,8

Entre 3 e 4 horas

49

4,5

Entre 4 e 5 horas

29

2,7

5 horas ou mais

39

3,6

129

11,9

1081

100,0

Não sei Total

Masculino N

Feminino %

N

%

10 minutos ou menos

104

16,9

167

36,0

1 hora

175

28,4

107

23,1

Entre 1 e 2 horas

124

20,1

63

13,6

Entre 2 e 3 horas

65

10,5

30

6,5

Entre 3 e 4 horas

38

6,2

11

2,4

Entre 4 e 5 horas

25

4,1

4

,9

5 horas ou mais

36

5,8

3

,6

Não sei

50

8,1

79

17,0 Idade

9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

10 minutos ou menos

17

14,2

79

21,9

175

29,2

1 hora

38

31,7

101

28,0

143

23,8

Entre 1 e 2 horas

23

19,2

65

18,0

99

16,5

Entre 2 e 3 horas

9

7,5

42

11,6

44

7,3

Entre 3 e 4 horas

4

3,3

17

4,7

28

4,7

Entre 4 e 5 horas

4

3,3

11

3,0

14

2,3

6

5,0

13

3,6

20

3,3

19

15,8

33

9,1

77

12,8

5 horas ou mais Não sei

344


Tabela 371: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador?

N

%

10 minutos ou menos

210

19,4

1 hora

218

20,2

Entre 1 e 2 horas

207

19,1

Entre 2 e 3 horas

136

12,6

Entre 3 e 4 horas

75

6,9

Entre 4 e 5 horas

48

4,4

5 horas ou mais

62

5,7

125

11,6

1081

100,0

Não sei Total

Masculino N

Feminino %

10 minutos ou menos

N

%

71

11,5

139

30,0

1 hora

116

18,8

102

22,0

Entre 1 e 2 horas

133

21,6

74

15,9

Entre 2 e 3 horas

100

16,2

36

7,8

Entre 3 e 4 horas

59

9,6

16

3,4

Entre 4 e 5 horas

34

5,5

14

3,0

5 horas ou mais

57

9,2

5

1,1

Não sei

47

7,6

78

16,8

Idade 9 aos 12 anos N 10 minutos ou menos

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

9

7,5

54

15,0

147

24,5

1 hora

27

22,5

79

21,9

112

18,7

Entre 1 e 2 horas

27

22,5

65

18,0

115

19,2

Entre 2 e 3 horas

17

14,2

53

14,7

66

11,0

Entre 3 e 4 horas

11

9,2

31

8,6

33

5,5

Entre 4 e 5 horas

5

4,2

23

6,4

20

3,3

5 horas ou mais Não sei Total

6

5,0

22

6,1

34

5,7

18

15,0

34

9,4

73

12,2

120

100,0

361

100,0

600

100,0

Inquérito nacional A grande maioria dos inquiridos no inquérito aplicado no terreno (85,6%) declara que estuda no seu quarto. A sala de estar ou de jantar é o segundo lugar mais popular como lugar de estudo embora só cerca de 30% dos inquiridos usam esse espaço para estudar.

345


Tabela 372: Em que locais é que estuda normalmente: N

%

No meu quarto

213

85,6

Na sala de estar ou na sala de jantar

74

29,7

Em outro lugar da casa

7

2,9

Na biblioteca do meu bairro

3

1,3

Noutro local

11

4,3

Ns/nr

1

,4

Noutro Local N

% 265

96,1

ATL

1

,5

Casa de amigos

1

,4

Cozinha

1

,5

Escola

3

1,3

Escritório

2

,8

Na varanda no verão

1

,4

276

100,0

Total

Claramente, é no espaço privado da sua casa onde os inquiridos passam, em média, mais tempo a utilizar a internet: 611,4 minutos por semana, isto é, mais de 10 horas por semana em comparação com uma média de utilização de 187,1 minutos por semana na escola e 163,5 minutos semanais noutros locais. No total, o tempo médio passado na internet é de 494,8 minutos por semana, muito por força da utilização em casa.

Tabela 373: Quantos minutos por semana gasta a utilizar a internet

Média

Em casa

Na escola

Noutros locais

Tempo médio passado na internet

611,4

187,1

163,5

494,8

Mediana

300

120

60

239

Moda

300

60

60

60

Mínimo

0

0

10

5

Máximo

4830

4800

2520

7200

Percentis 25

120

60

30

115

Percentis 75

720

180

171

480

968,2

421,3

324,0

918,2

Desvio-padrão

346


As actividades onde os inquiridos despendem mais tempo em casa, são as actividades mais lúdicas de jogar jogos, ouvir música e ver vídeos (169,2 minutos por semana). Contudo, logo a seguir vem a pesquisa de informação para a escola que ocupa aos jovens 136,1 minutos por semana, em média. Já pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins apenas ocupa 45,6 minutos por semana aos jovens. Uma outra actividade de relevo é a participação em chats ou grupos de discussão onde os jovens inquiridos despendem, em média, mais de 120 minutos por semana. No seu espaço caseiro, os jovens gastam ainda, em média, quase 90 minutos semanais a enviar e a receber e-mails e o tempo gasto em compras e operações financeiras é muito reduzido (1,25 minutos por semana, em média).

Tabela 374: Tempo que passa em casa a (Minutos por semana):

94

90

90

95

Pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins (notícias/receitas/ software) 88

Média

89,92

120,42

169,20

136,09

45,64

1,25

Mediana

60,00

11,44

60,00

60,00

,00

,00

Enviar e receber emails N

Chats ou grupos de discussão

Jogar jogos/ouvir música/ver vídeos

Pesquisar informação para a escola/ trabalho

Compras e operações financeiras 88

Mínimo

0

0

0

0

0

0

Máximo

1200

2400

4200

1800

540

90

Percentil 25

10,00

,00

10,63

30,00

,00

,00

Percentil 75

61,50

120,00

120,00

120,00

30,00

,00

No espaço escolar, a pesquisa de informação para a escola tem claramente a prioridade visto que ocupa de longe a maior fatia de tempo aos jovens que utilizam a internet na escola (em média, 105,5 minutos por semana). Ainda assim as actividades lúdicas (jogar/ouvir música/ver vídeos) aparecem em segundo lugar no que respeita ao tempo gasto nessas actividades (20,8 minutos por semana, em termos médios), enquanto que enviar e receber e-mails aparece em terceiro lugar (15,6 minutos por semana), participar em chats ou grupos de discussão em quarto (14,9 minutos por semana) e a pesquisa de informação por motivos pessoais e outros fins em quinto lugar (com a qual os jovens despendem, em média, 13,7 minutos por semana). As compras e as operações financeiras continuam a ser uma actividade quase negligenciável no que respeita gasto de tempo.

347


Tabela 375: Tempo que passa na escola a (Minutos por semana):

123

124

126

132

Pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins (notícias/receitas/ software) 126

15,55

14,91

20,80

105,48

13,72

3,10

Mediana

,00

,00

,00

60,00

,00

,00

Mínimo

0

0

0

0

0

0

Máximo

360

480

600

600

360

180

Percentil 25

,00

,00

,00

30,00

,00

,00

Percentil 75

10,00

,00

30,00

120,00

,00

,00

Enviar e receber emails N Média

Chats ou grupos de discussão

Jogar jogos/ouvir música/ver vídeos

Pesquisar informação para a escola/ trabalho

Compras e operações financeiras 127

No total, a pesquisa de informação para a escola continua a ser a actividade que mais tempo ocupa aos jovens que utilizam a internet (em média, 162,3 minutos por semana). Para aqueles que utilizam a internet, independentemente do local, as actividades lúdicas (jogar/ouvir música/ver vídeos) ocupam o segundo lugar no que respeita ao tempo gasto (114,4 minutos por semana, em termos médios). A actividade seguinte em termos de tempo gasto é a participação em chats ou grupos de discussão em quarto que ocupa, em média, 79,3 minutos por semana aos jovens. Em termos totais, pode-se adiantar ainda que são despendidos, em média, 64,5 minutos por semana a enviar e receber e-mails e 35,3 minutos por semana a pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins.

Tabela 376: Tempo que passa no total a (Minutos por semana):

172

168

169

176

Pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins (notícias/receitas/ software) 166

Média

64,51

79,32

114,39

162,29

35,27

2,49

Mediana

20,00

,00

30,00

90,00

,00

,00

Mínimo

0

0

0

0

0

0

Máximo

Enviar e receber emails N

Chats ou grupos de discussão

Jogar jogos/ouvir música/ver vídeos

Pesquisar informação para a escola/ trabalho

Compras e operações financeiras 164

1200

2400

4200

2040

660

180

Percentil 25

,00

,00

,00

33,38

,00

,00

Percentil 75

60,00

60,00

120,00

180,00

30,00

,00

No que respeita ao tempo dedicado aos média tradicionais, como seria de esperar, a televisão (que ocupa, em média, 941,2 minutos por semana aos jovens) ganha claramente sobre a rádio (onde os jovens gastam 356,4 minutos por semana) e os jornais (com um gasto médio de tempo de 36,7 minutos).

348


Tabela 377: Numa semana típica, quanto tempo dedica a (em Minutos):

Ver TV 941,23

Média Mediana Desvio-padrão

Ouvir rádio 356,44

Ler jornais 36,36

900,00

180,00

,00

659,410

619,465

82,986

Mínimo

0

0

0

Máximo

5400

5400

603

Percentis

25

480,00

30,00

,00

75

1230,65

420,00

60,00

Quanto a actividades lúdicas fora do sistema dos media, estar com a família é a actividade que mais tempo ocupa aos jovens (em média, 939,9 minutos por semana), contudo, os jovens despendem também um tempo apreciável para estar com os seus amigos/colegas fora da escola (em média, 730,9 minutos por semana). Fazer exercício ou participar em actividades desportivas ocupa, em média, 145,6 minutos semanais aos jovens.

Tabela 378: Numa semana típica, quantos minutos dedica a: Estar com os seus amigos/colegas fora da escola ou do horário de trabalho

Estar com a sua família

Fazer exercício ou participar em actividades desportivas

Média

730,93

939,88

145,61

Mediana

600,00

882,65

120,00

1200

1200

0

659,632

656,899

156,054

Moda Desvio-padrão Mínimo

30

60

0

Máximo

4200

3600

960

Percentis

25

300,00

451,57

,00

75

1200,00

1200,00

240,00

Os jovens inquiridos a nível nacional gastam, em média 75,1 minutos por dia a jogar e 418,8 minutos semanais. Dentro dos jogadores habituais, a esmagadora maioria costuma jogar em casa (em 90,9% dos casos), contudo, ainda assim cerca de um quarto dos inquiridos costuma jogar em casa de amigos e 8,7% declara ainda jogar no espaço escolar ou no trabalho. A percentagem daqueles que declaram jogar habitualmente no cibercafé é muito reduzida (1,9%).

349


Tabela 379: Quanto tempo gasta, em média, a jogar jogos no computador ou consola (em minutos): Por dia

Por semana

Média

75,06

418,79

Mediana

60,00

300,00

Moda Desvio-padrão

60

300

78,754

431,423

Mínimo

0

0

Máximo

420

2400

25

30,00

120,00

75

90,00

569,60

Percentis

Tabela 380: Em que locais é que costuma jogar: % Em casa

90,9

Em casa de amigos

24,9

Na empresa/faculdade/ escola

8,7

Em cibercafés

1,9

Em lojas

,8

Noutro local

4,0

Durante a semana, o final da tarde (das 18 às 21 horas) é o horário habitual para ver televisão para 68,8% dos inquiridos e a noite (das 21 às 24 horas) para 47,1% dos jovens. É portanto durante estes dois horários (“nobres”) que uma larga maioria dos jovens vê televisão. 18,8% dos jovens vê televisão das 16 às 18 horas e 10% das 7 às 10 horas. Poucos são aqueles que habitualmente vêm televisão no meio da manhã (das 10 às 13 horas) e durante a madrugada (das 24 às 7 horas da manhã). Durante o fim-de-semana, o final da tarde (das 18 às 21 horas) continua a ser o horário habitual para ver televisão para 58,3% dos jovens inquiridos, a par do horário da noite (das 21 às 24 horas), durante o qual 53,2% dos jovens assiste televisão. Verifica-se portanto que durante fim-de-semana há uma ligeira diminuição da percentagem de jovens telespectadores que assistem televisão ao final da tarde e um subida da percentagem daqueles que vêm televisão à noite. Os horários do meio do dia e da tarde assumem substancial importância durante o fim-de-semana, visto que, respectivamente, 33,7% e 46,8% dos jovens declaram ver habitualmente televisão nesses horários durante

350


os dias de descanso semanal. O período das 7 às 10 horas da manhã é ainda visto habitualmente por 23,2% dos jovens, período onde habitualmente passam programas de teor infantil e juvenil. É de assinalar ainda o aumento da percentagem de inquiridos que assiste televisão de madrugada durante o fim de semana (9,8%).

Tabela 381: Horário em que normalmente vê televisão durante a semana: N

%

Manhã (7.00 - 10.00)

28

10,0

Meio da manhã (10.00 - 13.00)

9

3,4

Meio do dia (13.00 - 16.00)

23

8,3

Tarde (16.00 - 18.00)

52

18,8

Final da tarde (18.00 - 21.00)

190

68,8

Noite (21.00-24.00)

130

47,1

9

3,3

Madrugada (24.00-7.00)

Tabela 382: Horário em que normalmente vê televisão durante o fim-de-semana: N

%

Manhã (7.00 - 10.00)

64

23,2

Meio da manhã (10.00 - 13.00)

15

5,3

Meio do dia (13.00 - 16.00)

93

33,7

Tarde (16.00 - 18.00)

129

46,8

Final da tarde (18.00 - 21.00)

161

58,3

Noite (21.00-24.00)

147

53,2

Madrugada (24.00-7.00)

27

9,8

Não se aplica

9

3,2

É durante o final da tarde e a tarde que há uma maior percentagem de jovens que vêm televisão sozinhos (25,3% e 21,4% respectivamente), sendo porventura estes os períodos onde muitos jovens já não têm aulas mas em que muitos dos pais e das mães

351


continuam a trabalhar. No entanto, é de notar que entre o meio do dia e a noite verificase um aumento substancial da percentagem de inquiridos que vê televisão acompanhado: durante o final da tarde chega mesmo aos 58,6% dos casos e durante a noite aos 50% dos casos.

Tabela 383: Horário em que normalmente vê televisão sozinho: N

%

Manhã (7.00 - 10.00)

49

17,7

Meio da manhã (10.00 - 13.00)

17

6,1

Meio do dia (13.00 - 16.00)

38

13,6

Tarde (16.00 - 18.00)

59

21,4

Final da tarde (18.00 - 21.00)

70

25,3

Noite (21.00-24.00)

40

14,5

Madrugada (24.00-7.00)

14

5,1

Não se aplica

111

40,3

Tabela 384: Horário em que normalmente vê televisão acompanhado: N

%

Manhã (7.00 - 10.00)

31

11,3

Meio da manhã (10.00 - 13.00)

11

4,0

Meio do dia (13.00 - 16.00)

74

26,8

Tarde (16.00 - 18.00)

101

36,6

Final da tarde (18.00 - 21.00)

162

58,6

Noite (21.00-24.00)

138

50,0

Madrugada (24.00-7.00)

17

6,0

Não se aplica

43

15,6

Cerca de metade dos jovens declara que tem um horário definido para fazer os trabalhos de casa e 42,2% declaram que têm um horário estipulado para praticar desporto, 352


passatempos e hobbies. Porém, o horário de sono é aquele que está definido para uma maior percentagem de inquiridos (61%). O sono, a escola e os seus deveres e prática de desporto, de passatempos e hobbies são as actividades que mais contribuem para a estruturação do tempo dos jovens. Ainda assim um número apreciável de jovens declara ter um horário definido para estar com os amigos, ver televisão e estar com a família (38,2%, 37,9% e 33,5% respectivamente).

Tabela 385: Tem um horário definido para: N

%

Ver televisão

94

37,9

Estar com os amigos

95

38,2

Fazer os trabalhos de casa

126

50,4

Estar com a família

84

33,5

Praticar desporto, passatempos e hobbies

105

42,2

Dormir

152

61,0

Verifica-se uma tendência geral para realizar um conjunto de actividades preferencialmente antes do jantar, sendo que o período depois do jantar é muitas vezes um tempo um pouco mais morto e de preparação para deitar. Actividade mais popular, antes e depois do jantar, continua a ser, sem sombra de dúvida, ver televisão (97,1% e 93,5% respectivamente). Estudar ou fazer os trabalhos de casa é a segunda actividade mais referida em termos percentuais (72,3%) antes do jantar, contudo, a percentagem de inquiridos que declara ocupar-se dos deveres escolares depois do jantar é de apenas 33,2%. Ouvir música é outra actividade bastante popular entre os inquiridos visto que 60,5% declara que o faz antes do jantar e 40,3% depois do jantar, sendo que esta é a segunda actividade mais realizada neste período. A utilização do computador antes do jantar é uma realidade para 40,9% dos inquiridos enquanto que essa percentagem decresce para 26,7% depois do jantar. Podemos aferir que pelo menos parte desse tempo passado à frente do computador é dedicado aos jogos visto que 34,2% dos jovens declaram que jogam antes de jantar e 24,9% depois de jantar (percentagens muito próximas da utilização do computador). A leitura (de livros, revistas e banda desenhada)

353


é ainda mais frequente antes do jantar, sendo uma actividade para 18,8%, 17,1% e 13,1% dos respondentes, respectivamente.

Tabela 386: Actividades que realiza no tempo livre que tem em casa: Antes de jantar

Depois de jantar

N

%

N

%

Ver televisão

242

97,1

233

93,5

Interagir com a televisão

18

7,2

16

6,3

Ver dvds ou vídeos

30

11,9

30

12,1

Ver programas de TV gravados

12

5,0

7

2,6

Usar o computador

102

40,9

66

26,7

Usar MSN/chats

26

10,6

16

6,4

Navegar na internet

47

18,9

42

16,7

Ouvir música

151

60,5

100

40,3

Jogar jogos

85

34,2

62

24,9

Fazer downloads de música na internet

15

5,8

14

5,7

4

1,7

4

1,6

7

2,7

6

2,6

Fazer desporto

30

11,9

4

1,7

Ler livros

47

18,8

36

14,4

Ler revistas

43

17,1

23

9,3

Ler banda desenhada

33

13,1

21

8,6

Estudar/ fazer trabalhos de casa

180

72,3

83

33,2

Falar ao telefone

33

13,1

29

11,8

Enviar mensagens SMS a amigo/as

80

32,1

68

27,4

Nenhuma

1

,4

2

,6

Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet

354


É ainda assinalável a importância de enviar mensagens SMS a amigos/as, actividade realizada por 32,1% dos jovens inquiridos antes do jantar e, com uma ligeira quebra, por 27,4% dos jovens depois de jantar. Note-se que a percentagem de jovens que envia mensagens é claramente superior à actividade de falar ao telefone que é perpetrada por 13,1% dos jovens antes do jantar e por 11,8% depois do jantar. Antes do jantar as principais actividades que os jovens costumam realizar em simultâneo são ver televisão (em 45,3% dos casos), ouvir música (33,5%) e estudar e fazer os trabalhos de casa (32,1%). Percentagens ainda apreciáveis de jovens inquiridos declaram ainda que enviam mensagens SMS a amigo/as (18,9%), usam o computador (15,8%) e jogam jogos electrónicos (10,7%) em simultâneo com outras actividades. 12,2% dos inquiridos declaram também que não realizam nenhuma actividade em simultâneo. Depois do jantar mantêm-se as principais tendências, contudo, é de assinalar que a percentagem de inquiridos que não faz nenhuma actividade em simultâneo atinge os 26,1%.

355


Tabela 387: Quais actividades costuma fazer em simultâneo: Antes de jantar

Depois de jantar

N

%

N

%

112

45,3

100

40,0

Interagir com a televisão

6

2,6

9

3,5

Ver DVD ou vídeos

4

1,7

3

1,3

Ver programas de TV gravados

_

_

1

,5

Usar o computador

39

15,8

29

11,8

Usar MSN/chats

5

2,0

6

2,3

Navegar na internet

17

6,7

16

6,6

Ouvir música

83

33,5

57

23,0

Jogar jogos

27

10,7

25

10,2

Fazer downloads de música na internet

1

,5

2

,8

_

_

1

,4

_

_

1

,4

Fazer desporto

_

_

0

,1

Ler livros

6

2,6

6

2,4

Ler revistas

14

5,8

9

3,7

Ler banda desenhada

5

2,2

11

4,4

Estudar/ fazer trabalhos de casa

80

32,1

32

12,8

Falar ao telefone

11

4,5

13

5,2

Enviar mensagens SMS a amigo/as

47

18,9

39

15,7

Nenhuma

30

12,2

65

26,1

Ver televisão

Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet

356


No que respeita à atribuição de uma ordem de frequência às actividades mais realizadas antes do jantar, a televisão continua a ter a maior prioridade para 49,9% dos jovens inquiridos, logo de seguida está estudar e fazer os trabalhos que é da maior frequência para 39,3% dos inquiridos. Outras actividades relevantes para os jovens na primeira ordem de frequência estão: usar o computador (14,5%), enviar mensagens SMS a amigos/as (13,3%) e fazer desporto (13,1%). Outras actividades lúdicas tomam a segunda prioridade como ouvir música (em 31,2% dos casos) e interagir com a televisão (em 31,4% dos casos), assim como usar o computador (23,1%), ver DVD’s ou vídeos (21,4%) e navegar na internet (20,4%). Estudar e fazer os trabalhos de casa (25,1%) é também uma actividade relevante na segunda ordem de frequência. É ainda de assinalar que ver televisão, enviar mensagens por SMS, usar o computador e estudar ou fazer os trabalhos de casa são actividades relevantes em todas as ordens de frequência, e são as principais actividades que estruturam os tempos livres dos jovens antes de jantar, independentemente de ser uma actividade a que dedicam grande atenção ou uma actividade de fundo, como o ir espreitando o que se passa no ecrã da televisão. Não são actividades que se sobrepõe, mas que convivem essencialmente umas com as outras.

357


Tabela 388: Actividade que faz mais frequentemente antes de jantar: N

Ordem frequência 1 (%)

Ordem frequência 2 (%)

Ordem frequência 3 (%)

Ns/nr (%)

Ver televisão

242

49,9

19,7

20,1

10,4

Interagir com a televisão

18

8,9

31,4

5,9

53,7

Ver dvds ou vídeos

30

3,8

21,4

2,2

72,7

Ver programas de TV gravados

12

_

8,9

6,4

84,7

Usar o computador

102

14,5

23,1

18,8

43,6

Usar MSN/chats

26

7,2

6,4

15,8

70,6

Navegar na internet

47

6,0

20,4

20,3

53,3

Ouvir música

151

3,4

31,2

20,5

45,0

Jogar jogos

85

3,6

21,7

22,9

51,9

Fazer downloads de música na internet

15

_

17,1

14,8

68,0

4

_

23,7

_

76,3

7

_

_

_

100,0

Fazer desporto

30

13,1

8,5

10,7

67,7

Ler livros

47

9,2

14,4

18,1

58,3

Ler revistas

43

14,4

21,2

64,4

Ler banda desenhada

33

2,6

14,8

12,1

70,5

Estudar/ fazer trabalhos de casa

180

39,3

25,1

18,1

17,4

Falar ao telefone

33

3,4

9,0

8,7

78,9

Enviar mensagens SMS a amigo/as

80

13,3

10,8

20,6

55,3

Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet

Quanto à atribuição de uma ordem de frequência às actividades mais realizadas depois do jantar, a televisão reforça a sua posição como actividade mais frequente para 67,3% dos jovens inquiridos, logo de seguida está ver programas de TV gravados (34,2%). Estudar e fazer os trabalhos de casa continua a ser uma actividade na primeira ordem de frequência para 27,3% dos inquiridos. Outras actividades relevantes depois do jantar na

358


primeira ordem de frequência estão: enviar mensagens SMS a amigos/as (19,2%), jogar jogos (13,2%), usar o computador (13,1%), e falar ao telefone (12,5%).

Tabela 389: Actividade que faz mais frequentemente depois de jantar: N

Ordem frequência 1 (%)

Ordem frequência 2 (%)

Ordem frequência 3 (%)

Ns/nr (%)

Ver televisão

233

67,3

13,9

11,0

7,9

Interagir com a televisão

16

6,9

35,9

5,5

51,8

Ver dvds ou vídeos

30

6,7

37,2

7,9

48,2

Ver programas de TV gravados

7

34,2

_

17,2

48,7

Usar o computador

66

13,1

32,8

20,9

33,2

Usar MSN/chats

16

5,0

30,4

5,8

58,8

Navegar na internet

42

9,9

21,5

28,7

39,9

Ouvir música

100

9,0

29,7

24,6

36,7

Jogar jogos

62

13,2

30,1

22,9

33,8

Fazer downloads de música na internet

14

5,5

_

7,9

86,6

4

_

23,5

28,7

47,7

6

_

_

14,4

85,6

Fazer desporto

4

7,7

_

24,0

68,3

Ler livros

36

6,0

30,3

23,0

40,6

Ler revistas

23

_

26,3

14,1

59,6

Ler banda desenhada

21

6,4

40,7

10,5

42,5

Estudar/ fazer trabalhos de casa

83

27,3

35,1

17,4

20,2

Falar ao telefone

29

12,5

7,1

28,0

52,4

Enviar mensagens SMS a amigo/as

68

19,2

21,0

21,7

38,1

Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet

Ainda quanto às actividades mais realizadas depois do jantar, na segunda ordem de frequência destacam-se outras actividades lúdicas como ler banda desenhada (40,7%) e

359


livros (30,3%), ver DVD’s ou vídeos (37,2%), interagir com a televisão (35,9%), usar o computador (em 32,8% dos casos), usar o MSN e chats (30,4%) e jogar jogos (30,1%). Saliente-se ainda que estudar e fazer os trabalhos de casa é uma actividade que se encontra na segunda ordem de frequência depois do jantar para 35,1% dos inquiridos.

Verifica-se uma centralidade do quarto dos jovens enquanto local privilegiado onde se realizam diversas actividades o que justifica a designação de “cultura do quarto de dormir” no que respeita ao usufruto dos tempos livres. Os jovens realizam um conjunto de práticas com os media, em simultâneo ou em exclusivo, utilizam o computador, estudam, vêm televisão, ouvem música entre outras actividades tudo no mesmo espaço físico do quarto. Isto também é sinal de novas formas de organização familiar e, em particular, da organização geográfica das actividades familiares. Não podemos falar que a sala se tornou irrelevante enquanto espaço familiar comum na utilização dos media. Verifica-se pelo contrário que continua a ser bastante relevante contudo tem sofrido a concorrência de outros espaços domésticos, em especial, o quarto que cresce em importância como local de utilização dos media a par de uma utilização cada vez mais privatizada de vários aparelhos, cada membro em potência poderá ter direito a ter o seu próprio telemóvel ou telefone, aparelho de televisão, computador, etc… O quarto tornase assim cada vez menos um espaço privado onde apenas se dorme mas onde se realiza todo um conjunto de práticas ligadas aos media. Podemos mesmo dizer os sistemas dos media visíveis no espaço público têm invadido o espaço privado do quarto de dormir, em especial, nas novas gerações. Esta lógica “do quarto para o mundo” pode, no futuro, lançar novas tensões e reconfigurações da fronteira entre público e privado e novas reconfigurações e negociações no que se entende por vida familiar.

360


Capítulo 14: Dinâmica familiar e interacção em torno dos media: autonomia dos jovens, autoridade e controlo paternal sobre os media. Neste capítulo queremos dar conta não só das dinâmicas familiares num sentido lato mas, principalmente, da forma como a apropriação dos media e das novas tecnologias pelos jovens pode estar a ter impacto no âmbito da interacção familiar em torno das TIC. Com o rápido aumento do número de agregados familiares com conexão à internet, surge o interesse em perceber como as novas tecnologias influenciam as relações familiares e qual o potencial das TICs para mudar a vida familiar, tanto no desempenho de papéis tradicionais, como na produção de novos campos de possível conflito. Mas antes de nos debruçarmos com a interacção familiar em torno dos media, vamos olhar um pouco para a situação escolar dos jovens, que constitui uma importante esfera de negociação e conflito, e para as percepções de pais e filhos sobre essa realidade, que, em muitas situações, se interliga com dinâmica familiar em torno dos media. Dos jovens respondentes, 22,9% afirmam que da última vez que tiveram notas, reprovaram a alguma disciplina. Existe uma percentagem superior de rapazes (25,4%) do que de raparigas (19,6%) que reprovou a alguma disciplina, o que é coerente com vários estudos que demonstram um maior aproveitamento escolar por parte das raparigas. Além disso, como seria de esperar, são os mais velhos que têm maiores dificuldades na progressão dos estudos, sendo que 27,2% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos reprovaram a alguma disciplina, da última vez que obtiveram notas escolares.

Tabela 390: Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina?

N Sim

% 248

22,9

Não

833

77,1

Total

1081

100,0

Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina? Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

157

25,4

91

19,6

Não

460

74,6

373

80,4

Total

617

100,0

464

100,0

361


Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina? Idade

Sim Não Total

9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

% 7 113 120

5,8 94,2 100,0

% 78 283 361

21,6 78,4 100,0

% 163 437 600

27,2 72,8 100,0

Verifica-se que há uma percepção generalizada dos jovens de que deveriam estudar mais: 21,8% dos jovens concorda muito que o deveriam fazer e 51,5% concorda algo. Em coerência com o exposto atrás, há uma maior percentagem de rapazes que acham que concordam algo (52,5% em comparação com 50,2% das raparigas) e que concordam muito (23,7% em comparação com 19,4% das raparigas) com a ideia de que deveriam estudar mais. São também os inquiridos mais velhos que têm uma maior percepção de que deveriam aplicar-se mais nos estudos.

Tabela 391: Acho que deveria estudar mais

N

%

Muito

236

21,8

Algo

557

51,5

Pouco

228

21,1

Nada

60

5,6

Total

1081

100,0

Acho que deveria estudar mais Masculino N

Feminino %

N

%

Muito

146

23,7

90

19,4

Algo

324

52,5

233

50,2

Pouco

112

18,2

116

25,0

Nada

35

5,7

25

5,4

Total

617

100,0

464

100,0

Acho que deveria estudar mais Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Muito

16

13,3

68

18,8

152

25,3

Algo

49

40,8

184

51,0

324

54,0

Pouco

44

36,7

84

23,3

100

16,7

Nada

11

9,2

25

6,9

24

4,0

Total

120

100,0

361

100,0

600

100,0

362


É clara a discrepância entre a percepção que os inquiridos têm sobre o que os pais pensam em relação ao estudo e o que eles próprios pensam. Grande parte dos jovens afirma que os pais acham muito ou algo que eles deveriam estudar mais (37,4% e 36% respectivamente). É de sublinhar que para 44,2% dos rapazes os pais acham muito que eles deveriam estudar mais, enquanto que apenas 28,2% das raparigas acham o mesmo. Em coerência com o que foi dito atrás, também entre os mais velhos há maiores percentagens de jovens a afirmar que os pais pensam que eles deveriam estudar mais, porém, as diferenças entre escalões etários não são tão marcadas como entre os sexos.

Tabela 392: Os meus pais acham que eu deveria estudar mais

N

%

Muito

404

37,4

Algo

389

36,0

Pouco

184

17,0

Nada

104

9,6

Total

1081

100,0

Os meus pais acham que eu deveria estudar mais Masculino N

Feminino %

N

%

Muito

273

44,2

131

28,2

Algo

226

36,6

163

35,1

74

12,0

110

23,7

Pouco Nada

44

7,1

60

12,9

Total

617

100,0

464

100,0

Os meus pais acham que eu deveria estudar mais Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Muito

41

34,2

128

35,5

235

39,2

Algo

39

32,5

133

36,8

217

36,2

Pouco

27

22,5

56

15,5

101

16,8

Nada

13

10,8

44

12,2

47

7,8

Total

120

100,0

361

100,0

600

100,0

É notório que a grande maioria dos jovens inquiridos (72,8%) estuda sozinho, sendo que a ajuda dentro da família tem pouca expressão. No seio familiar, há uma maior percentagem de inquiridos a invocar a ajuda da mãe (13,5%) do que a ajuda do pai (8,4%). 9,9% dos inquiridos declara ainda que vai a casa de um explicador. Não há grandes diferenças a este respeito a registar entre os sexos. E, sem grandes surpresas,

363


são os inquiridos dos 8 aos 12 anos que mais recebem ajuda para estudar ou fazer os trabalhos de casa. Claramente, o apoio da família tem um peso preponderante entre os mais novos, sendo a mãe quem dá mais apoio (em 50,8%), seguida do pai (30%) e dos irmãos (12,5%). O peso das explicações e dos apoios fora de casa vai aumenta nos escalões etários mais velhos a par da diminuição do apoio dentro do seio familiar.

Tabela 393: Tem alguma ajuda para estudar ou fazer o TPC: N

%

Não, estudo sozinho

787

72,8

Sim, a minha mãe ajuda-me

146

13,5

Sim, o meu pai ajuda-me

91

8,4

Sim, ajuda-me um irmão ou irmã

76

7,0

Sim, vem um explicador a minha casa

13

1,2

Sim, vou a casa de um explicador

107

9,9

Sim, vou a um centro de explicações/externato

50

4,6

Sim, na escola (ATL, estudo acompanhado, etc.)

33

3,1

Sim, mas é um tipo de ajuda diferente das indicadas anteriormente

40

3,7

Masculino N Não, estudo sozinho Sim, a minha mãe ajuda-me Sim, o meu pai ajuda-me Sim, ajuda-me um irmão ou irmã Sim, vem um explicador a minha casa Sim, vou a casa de um explicador Sim, vou a um centro de explicações/externato Sim, na escola (ATL, estudo acompanhado, etc.) Sim, mas é um tipo de ajuda diferente das indicadas anteriormente

Feminino %

N

%

450

72,9

337

72,6

81

13,1

65

14,0

47

7,6

44

9,5

44

7,1

32

6,9

6

1,0

7

1,5

60

9,7

47

10,1

23

3,7

27

5,8

19

3,1

14

3,0

23

3,7

17

3,7

364


Idade 9 aos 12 anos N

%

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

%

Não, estudo sozinho

62

51,7

255

70,6

470

78,3

Sim, a minha mãe ajuda-me

61

50,8

54

15,0

31

5,2

Sim, o meu pai ajudame

36

30,0

37

10,2

18

3,0

15

12,5

33

9,1

28

4,7

6

1,7

7

1,2

Sim, ajuda-me um irmão ou irmã Sim, vem um explicador a minha casa Sim, vou a casa de um explicador Sim, vou a um centro de explicações/externato Sim, na escola (ATL, estudo acompanhado, etc.) Sim, mas é um tipo de ajuda diferente das indicadas anteriormente

5

4,2

25

6,9

77

12,8

2

1,7

18

5,0

30

5,0

6

5,0

13

3,6

14

2,3

5

4,2

12

3,3

23

3,8

No inquérito online foram feitas perguntas específicas sobre se já houve ou não discussões e conflitualidade familiar em torno do uso de diferentes media. Verifica-se que 44,8%, ou seja, perto de metade dos jovens inquiridos, já teve discussões com os pais por causa do tempo que passa ligado à internet. E é interessante verificar que existe uma maior percentagem de raparigas (47,2%) do que de rapazes (42,9%) que afirmam já terem tido discussões familiares relacionadas com o tempo que passam na internet. Igualmente curioso é verificar que é entre os mais novos que se verifica a menor percentagem de jovens inquiridos a ter discussões com os pais. Isto poderá ser talvez o resultado de um controlo paternal mais apertado, onde os pais podem impedir o acesso ao computador e à internet. Nas camadas mais velhas, relativa aos adolescentes, a existência de maiores percentagens de jovens que já tiveram discussões com os pais poderá ser um sinal de maior liberdade e autonomia quanto ao acesso e ao uso da internet (ou de procura dessa maior autonomia). Mais especificamente, verifica-se que a etapa onde o conflito parece ser mais propenso é entre os 13 e os 15 anos, baixando um pouco entre os 16 e os 18 anos. Este declínio poderá ainda cruzar com o (ainda curto) ciclo de vida do adolescente e com a forma como é negociada a autonomia entre pais e filhos. Entre os 13 e os 15 anos muitos adolescentes ainda não têm liberdade para sair à noite ou para organizar determinado tipo de programas com os seus pares, contudo, poderão já ter liberdade suficiente para um livre acesso à internet. Adolescentes com

365


este grau intermédio de liberdade poderão recorrer mais ao uso da internet, potenciando o conflito. Além disso, parte da vida social dos adolescentes poderá estar a ser transferida para os programas de computador que permitem uma mediação por computador das interacções sociais. Abre-se aqui todo um campo de pesquisa, necessária para um conhecimento mais aprofundado destas questões.

Tabela 394: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ligado à internet

Sim

N 484

% 44,8

Não

584

54,0

Não sabe/não responde Total

13

1,2

1081

100,0 Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

265

42,9

219

47,2

Não

344

55,8

240

51,7

8

1,3

5

1,1

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

44

36,7

178

49,3

262

43,7

Não

75

62,5

176

48,8

333

55,5

1

,8

7

1,9

5

,8

Não sabe/não responde

O período do dia em que os inquiridos se ligam à internet parece gerar bem menos conflito que o tempo de uso. Apenas 18,5% dos inquiridos assinalam que já tiveram discussões com os pais em torno do período do dia em que estão online. Mas, neste campo, são os rapazes os que declaram ter mais discussões (19,8%). E é entre os mais novos que parece ser um pouco mais propenso o conflito em torno desta questão. A propensão para o conflito parece ir descendo há medida que a idade dos inquiridos aumenta. Isto faz sentido se pensarmos que é nas idades mais jovens que há um maior controlo paternal sobre os horários como os horários das refeições, de deitar e de levantar.

366


Tabela 395: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que me ligo à internet

N

%

Sim

200

18,5

Não

861

79,6

20

1,9

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

122

19,8

78

16,8

Não

484

78,4

377

81,3

11

1,8

9

1,9

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

24

20,0

70

19,4

106

17,7

Não

95

79,2

283

78,4

483

80,5

1

,8

8

2,2

11

1,8

Não sabe/não responde

A fonte menos significativa de conflito é o que os jovens fazem quando navegam na internet. E, sem surpresas, é entre os mais jovens que esse conflito é maior o que denota um maior controlo paternal nos jovens entre os 9 e os 12 anos, sendo claro que os mais velhos (dos 16 aos 18 anos) gozam de mais liberdade e autonomia.

Tabela 396: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço quando estou ligado à internet

N

%

Sim

92

8,5

Não

968

89,5

Não sabe/não responde Total

21

1,9

1081

100,0 Masculino

N Sim Não Não sabe/não responde

Feminino %

55 550 12

N 8,9 89,1 1,9

% 37 418 9

8,0 90,1 1,9

367


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

14

11,7

33

9,1

45

7,5

Não

104

86,7

318

88,1

546

91,0

2

1,7

10

2,8

9

1,5

Não sabe/não responde

Os gastos também só são um foco de conflito para uma minoria dos jovens internautas (16,7%). Será de esperar que este seja um foco de conflito cada vez menos importante há medida que aumentarem as ligações de banda larga e há medida que os contractos com as empresas de telecomunicações tenham limites de tráfego menos restritivos. O conflito em torno dos gastos parece ser um pouco mais propenso entre os rapazes (17,8%) e entre os jovens entre os 16 e os 18 anos (17,7%). O conflito em tornos dos gastos está ligado com o conflito em torno do tempo de uso. Tal foi verificado estatisticamente utilizando o teste do qui-quadrado (sig. <0,001). A relação entre os dois conflitos é moderada (V de Cramer =0,49). Portanto, uma parte das discussões em torno do tempo não será tanto em torno do argumento de que a internet “rouba” tempo para outras actividades (estudar, estar com a família, etc.) mas pela razão económica que os pais sentem no bolso. Contudo, não é só entre esses dois conflitos que existem relações estatisticamente significativas. Elas foram verificadas (para um sig.<0,001) entre todos os tipos de conflitos. Fica então patente que as discussões com os pais envolvem muitas vezes as várias dimensões de utilização que constituem um “pacote” completo com o qual os jovens são confrontados. Por outras palavras, tendencialmente, os inquiridos que declararam já ter tido discussões com os pais numa dimensão declaram também já ter tido discussões noutra dimensão de utilização.

Tabela 397: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto enquanto estou ligado à internet

N

%

Sim

181

16,7

Não

883

81,7

17

1,6

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

368


Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

110

17,8

71

15,3

Não

497

80,6

386

83,2

10

1,6

7

1,5

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

20

16,7

55

15,2

106

17,7

Não

98

81,7

299

82,8

486

81,0

2

1,7

7

1,9

8

1,3

Não sabe/não responde

Perguntar directamente aos jovens o que estão a fazer parece ser a forma mais frequente de vigilância paternal (38,1%) e logo a seguir está a olhada dos pais sobre os que jovens internautas estão a fazer (36,9%). As raparigas parecem sofrer uma vigilância um pouco mais apertada do que os rapazes visto que 41,8% declara que os pais perguntam o que estão a fazer e 40,7% afirma que os pais vão olhar, contra 35,3% e 34% dos rapazes, respectivamente. O controlo directo do correio electrónico é muito pouco frequente (0,6% dos casos), assim como é pouco frequente os pais acederem ao historial dos browsers para verificar onde os filhos andaram a navegar (2,9%). A percentagem de jovens que são acompanhados pelos pais que se sentam ao lado do computador também é bastante minoritária (7,1%), assim como a percentagem de jovens cujos pais os ajudam a navegar (6,8%). 11,2% dos inquiridos declaram ainda que os pais estão presentes na mesma sala quando estão ligados à internet. O que é significativa é a percentagem de jovens inquiridos que afirmam que os pais não fazem nada (53,6%), contudo, isto não deve ser equacionado com a ausência de controlo por parte dos pais destes inquiridos. Como seria de esperar a vigilância por parte dos pais é mais apertada entre os mais jovens. 42,5% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos afirma que os pais perguntam o que estão a fazer e 47,5% declaram que os pais vão espreitar o que estão a fazer. Ademais, todas as percentagens relativas à vigilância e à ajuda parental aumenta nos inquiridos mais jovens. Como seria de esperar essas percentagens descem à medida que são considerados os inquiridos mais velhos.

369


Tabela 398: O que fazem os teus pais enquanto estás ligado à internet?: N Perguntam-me o que estou a fazer Dão uma olhadela

% 412

38,1

399

36,9

73

6,8

121

11,2

77

7,1

31

2,9

6

,6

579

53,6

Ajudam-me Estão na mesma sala Sentam-se comigo Vão ver, a seguir, por onde andei a navegar Vão ver o meu correio electrónico Não fazem nada

Masculino N Perguntam-me o que estou a fazer Dão uma olhadela Ajudam-me Estão na mesma sala Sentam-se comigo Vão ver, a seguir, por onde andei a navegar Vão ver o meu correio electrónico Não fazem nada

Feminino %

N

%

218

35,3

194

41,8

210

34,0

189

40,7

43

7,0

30

6,5

62

10,0

59

12,7

40

6,5

37

8,0

19

3,1

12

2,6

2

,3

4

,9

340

55,1

239

51,5

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Perguntam-me o que estou a fazer

51

42,5

151

41,8

210

35,0

Dão uma olhadela

57

47,5

149

41,3

193

32,2

Ajudam-me

26

21,7

27

7,5

20

3,3

18

15,0

40

11,1

63

10,5

20

16,7

28

7,8

29

4,8

11

9,2

16

4,4

4

,7

3

2,5

1

,3

2

,3

43

35,8

177

49,0

359

59,8

Estão na mesma sala Sentam-se comigo Vão ver, a seguir, por onde andei a navegar Vão ver o meu correio electrónico Não fazem nada

As compras e a revelação de informações pessoais são as proibições mais significativas (41,4% e 38,9% dos casos, respectivamente). A terceira maior proibição é o download de ficheiros, mas apenas 16,1% dos inquiridos declaram que não têm permissão de o 370


fazer. Nos restantes itens a taxa de proibição é menos elevada não chegando aos 10%. (É curioso que 5% declaram que não têm o aval para preencher questionários, visto que a informação aqui exposta foi obtida por questionário ficamos a saber que pelo menos 5% desobedecem aos pais). Uma percentagem substancial de inquiridos (43,1%) declara não ter qualquer proibição. As raparigas parecem ser um pouco mais advertidas pelos pais no sentido de não fazerem compras (43,3%) e de não darem informações pessoais (42,9%) em comparação com os rapazes (40% e 35,8%, respectivamente). E são mais os rapazes que declaram não ter qualquer proibição (44,9%), do que raparigas (40,7%). No que respeita a proibições, verifica-se uma clara estratificação por idades. Os mais novos são os que menos liberdades têm, como seria de esperar. Apenas 14,2 dos internautas dos 9 aos 12 anos declara não ter qualquer tipo de proibição. A larga maioria está proibida de fazer compras e 63,3% afirmam terem sido advertidos para não darem informações pessoais. Há aqui um claro contraste com os inquiridos mais velhos, visto que apenas 31% destes jovens estão avisados para não fazer compras e 30% para não fornecer informações pessoais. 20,8% dos inquiridos mais jovens estão ainda proibidos de participar em chats e 15,8% de jogar online. 13,3% declaram ainda que não podem preencher questionários. Uma minoria não pode enviar SMS’s nem enviar mensagens de correio electrónico (8,3% e 6,7% respectivamente). Nas camadas mais velhas a clara tendência é para haja menos restrições. A percentagem de inquiridos dos 13 aos 15 anos que declara não terem proibições explícitas é de 34,6%, e entre os inquiridos entre os 16 e os 18 anos de idade, essa percentagem ascende aos 54%.

Tabela 399: Quando navegas na internet, segundo os teus pais, que coisas não podes fazer? N

%

Fazer compras

448

41,4

Participar em chats

106

9,8

Dar informações pessoais

420

38,9

54

5,0

174

16,1

Enviar SMS's

39

3,6

Enviar mensagens de correio electrónico

22

2,0

Jogar online

80

7,4

466

43,1

Preencher questionários Fazer download de ficheiros (musica, jogos, etc.)

Não me proíbem de fazer nada

371


Masculino N Fazer compras Participar em chats Dar informações pessoais Preencher questionários Fazer download de ficheiros (musica, jogos, etc.) Enviar SMS's Enviar mensagens de correio electrónico Jogar online Não me proíbem de fazer nada

Feminino %

N

%

247

40,0

201

43,3

52

8,4

54

11,6

221

35,8

199

42,9

36

5,8

18

3,9

94

15,2

80

17,2

26

4,2

13

2,8

14

2,3

8

1,7

54

8,8

26

5,6

277

44,9

189

40,7

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

Fazer compras

86

71,7

Participar em chats

25

Dar informações pessoais

76

Preencher questionários Fazer download de ficheiros (musica, jogos, etc.) Enviar SMS's Enviar mensagens de correio electrónico Jogar online Não me proíbem de fazer nada

16 aos 18 anos

%

N

%

176

48,8

186

31,0

20,8

47

13,0

34

5,7

63,3

164

45,4

180

30,0

16

13,3

20

5,5

18

3,0

37

30,8

62

17,2

75

12,5

10

8,3

17

4,7

12

2,0

8

6,7

8

2,2

6

1,0

19

15,8

26

7,2

35

5,8

17

14,2

125

34,6

324

54,0

Apenas uma minoria dos jovens inquiridos (16,7%) afirma que os pais utilizam a internet como mecanismo de recompensa ou de castigo. Entre os sexos não há grandes diferenças. É entre os escalões etários que se notam as principais diferenças, em especial, entre os inquiridos mais velhos (dos 16 aos 18 anos) e os restantes. Entre os mais velhos, apenas 11,2% afirmam que os pais usam a internet como prémio ou castigo enquanto que nos inquiridos entre os 13 e os 15 anos essa percentagem ascende aos 23% e entre os mais novos dos 9 aos 12 atinge os 25%.

372


Tabela 400: Os teus pais utilizam a internet como forma de castigo ou de prémio?

N

%

Sim

180

16,7

Não

715

66,1

Não sabe/não responde Total

186

17,2

1081

100,0 Masculino

N

Feminino %

N

%

Sim

105

17,0

75

16,2

Não

404

65,5

311

67,0

Não sabe/não responde

108

17,5

78

16,8

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

30

25,0

83

23,0

67

11,2

Não

71

59,2

219

60,7

425

70,8

Não sabe/não responde

19

15,8

59

16,3

108

18,0

Verifica-se que, tendencialmente, entre os inquiridos a internet é mais utilizada como mecanismo de punição (em 12,5% dos casos) do que de sanção (em 9,3% dos casos). Essa tendência é especialmente evidente entre as raparigas e os inquiridos dos 13 aos 15 anos de idade. Já entre os inquiridos mais jovens dos 9 aos 12 anos, verifica-se o inverso, visto que 17,5% declaram que os pais utilizam a internet como prémio contra 14,2% que dizem que os pais constrangem o uso da internet como castigo. No entanto é de notar que a maioria dos inquiridos declara que os pais não fazem nada.

Tabela 401: De que modo?

N

%

Deixam-me utilizar a internet durante mais tempo como prémio

100

9,3

Não me deixam utilizar a internet ou retiram-me tempo de útil

135

12,5

Não fazem nada

846

78,3

1081

100,0

Total

373


Masculino N

Feminino %

N

%

Deixam-me utilizar a internet durante mais tempo como prémio

68

11,0

32

6,9

Não me deixam utilizar a internet ou retiram-me tempo de útil

71

11,5

64

13,8

478

77,5

368

79,3

Não fazem nada

Idade 9 aos 12 anos N Deixam-me utilizar a internet durante mais tempo como prémio Não me deixam utilizar a internet ou retiram-me tempo de útil Não fazem nada

13 aos 15 anos

%

N

%

16 aos 18 anos N

%

21

17,5

45

12,5

34

5,7

17

14,2

69

19,1

49

8,2

82

68,3

247

68,4

517

86,2

Apenas cerca de 20% dos jovens declara já ter tido discussões por causa do tempo que passou ao telemóvel. Um dado curioso é a discrepância entre a percentagem de raparigas que já teve discussões com os pais por causa do tempo (27,8%) e a percentagem de rapazes (13,5%). Por outro lado são os mais velhos que tendencialmente têm mais discussões em torno do tempo gasto a falar ao telemóvel. Uma possível explicação será que os jovens mais velhos utilizam mais o telemóvel como forma de aprofundar e alargar as suas relações sociais, condizendo com a sua maior liberdade, seja para falar e trocar impressões com parceiros, combinar saídas, encontros, ou simplesmente namorar.

Tabela 402: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ao telemóvel

N

%

Sim

212

19,6

Não

841

77,8

28

2,6

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

83

13,5

129

27,8

Não

515

83,5

326

70,3

19

3,1

9

1,9

Não sabe/não responde

374


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

17

14,2

70

19,4

125

20,8

Não

92

76,7

279

77,3

470

78,3

Não sabe/não responde

11

9,2

12

3,3

5

,8

O período do dia em que os jovens falam ao telemóvel só é um foco de claro de conflito para 9,5% dos inquiridos. Mais uma vez são as raparigas que são mais propensas às discussões com os pais visto que 11,5% declara já ter tido discussões em torno do período de utilização do telemóvel, contra 7,8% dos rapazes. Os mais velhos estão são os que mais declaram já ter tido discussões em torno dos períodos de utilização (10,2), que poderão ser devido a utilizações tardias do telemóvel, nas horas das refeições, em momentos inconvenientes, etc.

Tabela 403: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que utilizo o telemóvel

N

%

Sim

103

9,5

Não

953

88,2

Não sabe/não responde Total

25

2,3

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

48

7,8

55

11,9

Não

551

89,3

402

86,6

18

2,9

7

1,5

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

10

8,3

32

8,9

61

10,2

Não

100

83,3

318

88,1

535

89,2

10

8,3

11

3,0

4

,7

Não sabe/não responde

O uso que é dado ao telemóvel é o que gera menos conflito. Apenas 7,7% declara já ter entrado em conflito com os pais por causa da utilização do telemóvel. Não são de registar diferenças muito significativas entre rapazes e raparigas, embora se verifique mais uma ténue tendência para serem as raparigas as mais propensas a entrarem em

375


conflito com os pais por causa do telemóvel. No entanto, é entre os mais novos que é mais evidente uma maior propensão para o conflito com os pais., talvez fruto do maior controlo parental a que são sujeitos.

Tabela 404: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço enquanto uso o telemóvel

N

%

Sim

83

7,7

Não

972

89,9

Não sabe/não responde Total

26

2,4

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

46

7,5

37

8,0

Não

553

89,6

419

90,3

18

2,9

8

1,7

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

15

12,5

27

7,5

41

6,8

Não

95

79,2

322

89,2

555

92,5

Não sabe/não responde

10

8,3

12

3,3

4

,7

Os gastos com o telemóvel são o principal tópico de discussão com os pais para 31,4% dos jovens. Conduziu-se o teste estatístico do qui-quadrado para verificar até que ponto as discussões em torno dos gastos se associam à discussão em torno do tempo gasto em telemóvel e de facto, mais uma vez, verificou-se uma ligação entre os dois conflitos – o do tempo e o dos gastos (sig <0,001). Como a medida de associação V de Cramer verificou-se assim que a associação entre os dois conflitos está entre uma associação mediana e uma associação forte (V de Cramer = 0,665). Poderemos então dizer, com propriedade, que grande parte da discussão sobre o tempo é derivada dos gastos com o telemóvel, até porque muito do tempo que os jovens passam ao telemóvel é invisível para os pais enquanto tempo, mas revela-se nos custos. Aprofundando a análise verificamos relações estatisticamente significativas entre todos os tipos de conflitos, o que sugere que quando é despoletado um conflito familiar em torno da utilização do telemóvel são discutidos muitas vezes em conjunto as várias dimensões de utilização: o

376


tempo, o período do dia em que se usa o telemóvel, o que se faz com o telemóvel, os gastos. E uma vez mais são as raparigas as que revelam maior tendência para o conflito com os pais, desta vez em torno dos gastos: 37,9% das raparigas afirmam já terem entrado em conflito com os pais, uma percentagem claramente acima da verificada entre os rapazes (26,4%). No que respeita à comparação entre os vários escalões etários, já não se verificam diferenças tão evidentes.

Tabela 405: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em telemóvel

N

%

Sim

339

31,4

Não

712

65,9

30

2,8

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

163

26,4

176

37,9

Não

431

69,9

281

60,6

23

3,7

7

1,5

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

34

28,3

117

32,4

188

31,3

Não

74

61,7

232

64,3

406

67,7

Não sabe/não responde

12

10,0

12

3,3

6

1,0

Cerca de um terço dos jovens internautas já entrou numa discussão com os pais por causa do tempo que passou a jogar jogos de vídeo ou de computador, sendo este o principal foco de discussão. E desta fez a propensão para o conflito é muito mais clara entre os rapazes, e isto é verdadeiro para todos os tipos de conflito considerados: o tempo que se passa a jogar; o período do dia em que se joga; o tipo de jogos de que os inquiridos gostam; e os gastos em jogos. 41,5% dos rapazes declara já ter entrado em contenda com os pais por causa do tempo passado a jogar, sendo que as raparigas estão a uma distância de 20 pontos percentuais. 17,2% dos rapazes já tiveram discussões por causa do período em que estiveram a jogar e pouco mais de dez por cento declara ainda ter tido discussões em torno do tipo de jogos jogados, enquanto que apenas 7,5% das raparigas entrou em conflito com os pais por causa do período do dia em que jogaram e

377


só 4,3% afirmam já ter tido discussões por causa do que tipo de jogos que gostam. Os inquiridos mais novos também estão mais propensos à discussão com os pais nos vários focos de conflito considerados, mas as diferenças entre escalões etários não são tão díspares como as diferenças entre rapazes e raparigas.

Tabela 406: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a jogar

N

%

Sim

357

33,0

Não

710

65,7

Não sabe/não responde Total

14

1,3

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

256

41,5

101

21,8

Não

357

57,9

353

76,1

4

,6

10

2,2

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

45

37,5

125

34,6

187

31,2

Não

72

60,0

229

63,4

409

68,2

3

2,5

7

1,9

4

,7

Não sabe/não responde

Tabela 407: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que jogo

N

%

Sim

141

13,0

Não

929

85,9

11

1,0

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

106

17,2

35

7,5

Não

507

82,2

422

90,9

4

,6

7

1,5

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

23

19,2

43

11,9

75

12,5

Não

94

78,3

312

86,4

523

87,2

3

2,5

6

1,7

2

,3

Não sabe/não responde

378


Tabela 408: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de jogos que gosto

N

%

Sim

93

8,6

Não

977

90,4

Não sabe/não responde Total

11

1,0

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

73

11,8

20

4,3

Não

541

87,7

436

94,0

3

,5

8

1,7

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

19

15,8

42

11,6

32

5,3

Não

97

80,8

313

86,7

567

94,5

4

3,3

6

1,7

1

,2

Não sabe/não responde

Tabela 409: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em jogos

N

%

Sim

112

10,4

Não

957

88,5

Não sabe/não responde Total

12

1,1

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

83

13,5

29

6,3

Não

531

86,1

426

91,8

3

,5

9

1,9

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

Sim

19

15,8

40

11,1

53

8,8

Não

98

81,7

314

87,0

545

90,8

3

2,5

7

1,9

2

,3

Não sabe/não responde

No que respeita à utilização da televisão, o principal tópico de conflito com os pais é o tempo passado a ver televisão (29,1% dos casos). A seguir vem a contenda em torno do período do dia em que os jovens vêm televisão (14,7% dos casos) e por último, a discussão em torno do tipo de programas que os jovens inquiridos vêm (9,1%). As

379


raparigas são mais propensas ao conflito com os pais no que respeita ao tempo despendido e ao período do dia que os inquiridos passam a ver televisão. Porém, a situação inverte-se nas discussões em torno do tipo de programas vistos. Os inquiridos entre os 9 e os 12 anos, com menos liberdade e sujeitos a maior controlo paternal, constituem o escalão etário mais propenso ao conflito. O conflito poderá até ter maior incidência neste escalão etário por causa de um processo de negociação contínua entre pais e filhos, na tentativa destes ganharam territórios de liberdade no que respeita à utilização dos media.

Tabela 410: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a ver televisão

N

%

Sim

315

29,1

Não

755

69,8

11

1,0

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

154

25,0

161

34,7

Não

458

74,2

297

64,0

5

,8

6

1,3

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

47

39,2

122

33,8

146

24,3

Não

68

56,7

236

65,4

451

75,2

5

4,2

3

,8

3

,5

Não sabe/não responde

Tabela 411: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que vejo televisão

N

%

Sim

159

14,7

Não

911

84,3

11

1,0

1081

100,0

Não sabe/não responde Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

83

13,5

76

16,4

Não

529

85,7

382

82,3

5

,8

6

1,3

Não sabe/não responde

380


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

25

20,8

51

14,1

83

13,8

Não

90

75,0

306

84,8

515

85,8

5

4,2

4

1,1

2

,3

Não sabe/não responde

Tabela 412: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de programas que vejo

N

%

Sim

98

9,1

Não

969

89,6

Não sabe/não responde Total

14

1,3

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

67

10,9

31

6,7

Não

543

88,0

426

91,8

7

1,1

7

1,5

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

17

14,2

38

10,5

43

7,2

Não

97

80,8

319

88,4

553

92,2

6

5,0

4

1,1

4

,7

Não sabe/não responde

É curioso que uma parte substancial dos jovens inquiridos (58,9%) declara assumir o controlo sobre o que vê na televisão, mesmo nos inquiridos mais novos. Ao controlo do próprio só se sobrepõe o paternal (65,3%) que é maior do que o maternal (58,3%), o que será talvez um espelho das relações de poder entre a família, ou da forma como são, elas próprias, percepcionadas pelos jovens. 30,9% dos inquiridos declara que os irmãos também participam na decisão de que programa ver, contudo, é de notar que nem todos os inquiridos têm irmãos pelo que o peso dos irmãos na decisão sobre que programas ver pode estar subestimado. O que isto parece querer dizer é que a decisão sobre o que ver na televisão é um processo negociado entre pais e filhos, provavelmente de um modo mais democrático e aberto que antigamente, que poderá deixar antever mudanças no seio familiar e no modo como as decisões são tomadas em família, pelo menos no que respeita à utilização dos media. É de notar ainda o pouco peso dos avós neste

381


contexto, contudo, hoje em dia, são cada vez menos as famílias onde vivem três gerações.

Tabela 413: Quando vês televisão em família, quem decide que programa ver?: N Eu Os meus irmãos O meu pai A minha mãe O meu Avô/Avó Outras pessoas Quase nunca vemos televisão juntos

% 637 334 706 630 56 39 120

58,9 30,9 65,3 58,3 5,2 3,6 11,1

Masculino N

Feminino %

N

%

Eu

347

56,2

290

62,5

Os meus irmãos

177

28,7

157

33,8

O meu pai

408

66,1

298

64,2

A minha mãe

363

58,8

267

57,5

O meu Avô/Avó

34

5,5

22

4,7

Outras pessoas

25

4,1

14

3,0

Quase nunca vemos televisão juntos

66

10,7

54

11,6

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

Eu Os meus irmãos

72 36

% 60,0 30,0

O meu pai

80

A minha mãe

69

O meu Avô/Avó Outras pessoas Quase nunca vemos televisão juntos

N

16 aos 18 anos

213 119

% 59,0 33,0

66,7

240

57,5

229

7

5,8

3 15

N 352 179

% 58,7 29,8

66,5

386

64,3

63,4

332

55,3

23

6,4

26

4,3

2,5

15

4,2

21

3,5

12,5

35

9,7

70

11,7

A televisão é mais utilizada como mecanismo de recompensa ou de castigo do que a internet. 27,9% dos jovens inquiridos afirma que os pais usam a televisão como forma de castigo ou de prémio. Entre os sexos não existem significativas a diferenças a apontar, sendo entre os escalões etários que se verificam diferenças, em particular, entre os inquiridos mais velhos (dos 16 aos 18 anos) e os restantes. Entre os mais velhos, 21,2% afirmam que os pais usam a internet como prémio ou castigo enquanto que nos inquiridos entre os 13 e os 15 anos essa percentagem sobe para os 35,7% e entre os mais novos dos 9 aos 12 atinge os 38,3%.

382


Tabela 414: Os teus pais utilizam a televisão como castigo ou prémio?

N

%

Sim

302

27,9

Não

658

60,9

Não sabe/não responde Total

121

11,2

1081

100,0

Masculino N

Feminino %

N

%

Sim

172

27,9

130

28,0

Não

378

61,3

280

60,3

67

10,9

54

11,6

Não sabe/não responde

Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

16 aos 18 anos

%

N

%

Sim

46

38,3

129

35,7

127

21,2

Não

51

42,5

198

54,8

409

68,2

Não sabe/não responde

23

19,2

34

9,4

64

10,7

Ao contrário da internet, a televisão funciona mais como mecanismo de recompensa (em 56,8% dos casos) do que de punição (em 43,2% dos casos). Contudo, no caso dos inquiridos mais jovens dos 9 aos 15, verifica-se o inverso. Tabela 415: Se sim, de que modo?

N

%

Deixam-me ver mais tempo de televisão como prémio

614

56,8

Retiram-me algum tempo de televisão como castigo

467

43,2

1081

100,0

Total

Masculino N

Feminino %

N

%

Deixam-me ver mais tempo de televisão como prémio

366

59,3

248

53,4

Retiram-me algum tempo de televisão como castigo

251

40,7

216

46,6

383


Idade 9 aos 12 anos N

13 aos 15 anos

%

N

%

16 aos 18 anos N

%

Deixam-me ver mais tempo de televisão como prémio

51

42,5

173

47,9

390

65,0

Retiram-me algum tempo de televisão como castigo

69

57,5

188

52,1

210

35,0

No inquérito aplicado no terreno a nível nacional verifica-se que o maior controlo é sobre a televisão. 40% dos jovens afirmaram existirem regras por parte dos pais sobre o tempo para ver televisão e 29,5% declarou existirem regras sobre o tempo para jogar, sendo este o segundo maior foco de atenção dos pais. O tempo de uso do computador e da internet aparecem com menos destaque (em 24,6% e 22,2% dos casos respectivamente), porventura, espelhando ainda a falta de acesso a estes media numa parte da população portuguesa. Considerando apenas os jovens que são utilizadores regulares da internet, a televisão fica relegada para último lugar enquanto foco das regras parentais (28,5% dos casos) e a internet ganha um claro destaque (41,1% dos utilizadores regulares da internet afirmam que existem regras sobre o tempo de uso da internet). Verifica-se uma transferência do controlo parental da televisão para os jogos (32,8% dos casos), para o computador (36,2% dos casos) e principalmente para a internet. As diferenças entre os sexos não são de grande dimensão sendo mais significativas as diferenças entre os escalões etários, verificando-se uma clara tendência para um maior controlo parental sobre os inquiridos mais novos.

Tabela 416: Regras por parte dos seus pais sobre: Total da amostra (n=249)

Utilizadores regulares da internet (N=100)

N

%

N

%

O tempo para ver televisão

100

40,0

28

28,5

O tempo para jogar jogos

73

29,5

33

32,8

O tempo de uso da internet

55

22,2

41

41,1

O tempo de uso do computador

61

24,6

36

36,2

384


Masculino N O tempo para ver televisão O tempo para jogar jogos O tempo de uso da internet O tempo de uso do computador

Feminino

%

N

%

52

41,1

48

38,9

39

31,2

34

27,8

28

22,5

27

21,8

31

24,5

30

24,6

Idade

O tempo para ver televisão O tempo para jogar jogos O tempo de uso da internet O tempo de uso do computador

8 aos 12 anos

13 aos 15 anos

16 aos 18 anos

N

N

N

%

%

%

63

58,6

22

33,1

14

19,3

45

41,4

20

29,4

9

12,0

27

25,5

16

23,3

12

16,3

36

33,4

15

21,4

11

14,5

Ainda dentro do tema das relações familiares analisamos questões que se prendem com a satisfação dos jovens inquiridos em relação a determinadas dimensões das relações em família. Genericamente os jovens estão satisfeitos no que respeita às relações dentro do seio familiar. O que parece ser mais consensual é a percepção dos jovens quanto à ajuda que recebem da família quando acontece algum problema. 71,2% declaram que quase sempre recebem essa ajuda. Já não parece ser tão consensual entre os jovens o facto de a família aceitar as suas vontades, de fazer coisas novas e de fazer mudanças no seu estilo de vida. Ainda assim, 58% dos inquiridos declaram que a sua família aceita quase sempre essas vontades. Mais de 60% dos jovens entrevistados afirmam ainda que, quase sempre, a família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto com eles e exprime os seus afectos e sentimentos. Está aqui patente portanto uma família contemporânea mais democratizada, onde se exprimem afectos e onde se abrem brechas para a comunicação, o diálogo, a comunicação assim como, não poderia deixar de ser, o conflito, aberto ou latente. É dentro deste cenário que os jovens racionalizam a sua situação familiar, onde negoceiam e conquistam a sua autonomia, onde agem entre os ditos e os interditos. É ainda de notar que 67% dos entrevistados afirma que se sentem quase sempre satisfeitos com o tempo que dedicam à família. É curioso notar que, em todas as dimensões de satisfação apresentadas no que respeita às relações familiares, há sempre uma maior percentagem de raparigas satisfeitas do que de rapazes. Em quase todas as dimensões a percentagem de raparigas geralmente

385


satisfeitas é superior a 70% e apenas no que respeita à aceitação das vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no seu estilo de vida é inferior a essa percentagem (65,8%). Já os rapazes apresentam taxas inferiores de satisfação, geralmente inferiores a 60%. É de notar ainda que é entre os mais velhos (dos 16 aos 18 anos) que se verificam as menores percentagens de jovens satisfeitos com as dimensões expostas no que respeita às relações familiares. Tal resultado poderá advir precisamente da exigência de maior autonomia e individualização destes jovens dentro da família, que sejam reconhecidos como elementos com vontades próprias e com exigências de democratização das relações. Contudo tais exigências poderão ser muitas vezes problemáticas numa situação transitória entre ser criança e tornar-se adulto, entre querer ser mais autónomo/a e independente sendo, todavia, económica e emocionalmente dependente da família.

Tabela 417: Estou satisfeito com:

Com a ajuda que recebo da minha família quando acontece algum problema Com a forma como a minha família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto comigo Com o facto de a minha família aceitar as minhas vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no nosso estilo de vida Com o modo como a minha família exprime os seus afectos e sentimentos como a raiva, o perdão, o amor Com o tempo que dedico à minha família

Quase nunca

Às vezes

Quase sempre

Ns/nr

,2

22,7

71,2

5,9

2,2

27,6

63,6

6,6

5,6

27,8

58,2

8,5

1,4

26,8

64,2

7,5

1,9

23,7

67,0

7,4

386


Sexo do entrevistado Masculino N

Feminino %

N

%

Quase nunca

1

,5

Às vezes

38

26,9

25

18,3

Quase sempre

94

66,5

103

76,1

Ns/nr

9

6,7

7

5,1

Com a forma como a minha família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto comigo Com o facto de a minha família aceitar as minhas vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no nosso estilo de vida

Quase nunca

Com o modo como a minha família exprime os seus afectos e sentimentos como a raiva, o perdão, o amor

Quase nunca

Com a ajuda que recebo da minha família quando acontece algum problema

3

2,3

3

2,1

Às vezes

46

33,0

29

21,9

Quase sempre

81

57,4

95

70,1

Ns/nr

10

7,3

8

5,9

Quase nunca

11

7,9

4

3,1

Às vezes

45

31,8

32

23,6

Quase sempre

72

51,0

89

65,8

Ns/nr

13

9,3

10

7,6

3

2,1

1

,8

Às vezes

48

34,2

26

19,1

Quase sempre

79

56,2

98

72,5

Ns/nr

11

7,5

10

7,6

Quase nunca Com o tempo que dedico à minha família

3

2,5

2

1,2

Às vezes

42

29,8

23

17,4

Quase sempre

84

59,7

101

74,6

Ns/nr

11

8,1

9

6,8

Idade 8 aos 12 anos N Com a ajuda que recebo da minha família quando acontece algum problema Com a forma como a minha família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto comigo Com o facto de a minha família aceitar as minhas vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no nosso estilo de vida Com o modo como a minha família exprime os seus afectos e sentimentos como a raiva, o perdão, o amor

13 aos 15 anos N

%

16 aos 18 anos N

Quase nunca

%

Às vezes Quase sempre Ns/nr Quase nunca

14 84 10 3

13,0 78,0 9,0 3,0

16 52 2 1

22,2 74,6 3,1 1,4

1 33 60 4 2

,7 33,6 61,3 4,4 2,0

Às vezes

19

17,3

20

28,4

37

38,2

Quase sempre

75

69,9

46

65,4

54

55,4

Ns/nr

11

9,8

3

4,8

4

4,4

5

5,0

3

4,1

7

7,2

Às vezes

22

20,3

22

31,5

33

33,4

Quase sempre

67

62,3

39

56,5

54

55,0

Ns/nr

13

12,4

6

8,0

4

4,4

1

1,5

3

3,0

Às vezes

25

23,0

17

23,7

33

33,2

Quase sempre

72

66,9

47

66,8

58

59,4

Ns/nr

11

10,1

6

8,0

4

4,4

2

1,5

3

3,5

Às vezes

19

17,7

16

22,9

30

30,9

Quase sempre

75 12

69,9 10,8

49 4

70,7 6,4

60 4

61,1 4,4

Quase nunca

Quase nunca

Quase nunca Com o tempo que dedico à minha família

%

Ns/nr

387


Os dados do inquérito aplicado no terreno a nível nacional e do inquérito online apontam para uma diversificação do controlo parental que se joga em várias frentes: da televisão ao telemóvel, dos jogos à internet. Entre os utilizadores da internet, a televisão deixou de ser o foco principal das regras parentais. Verifica-se assim uma transferência do controlo da televisão para outros media e em especial para a internet. Esta diversificação em várias frentes das regras parentais sugere a emergência de vários campos de negociação entre pais e filhos com repercussões na organização da vida familiar. As novas tecnologias da informação e da comunicação têm permeado cada vez mais o dia a dia dos adolescentes o que poderá dar azo à ocorrência de conflitos específicos em torno do consumo dos media. No inquérito online verificou-se que os conflitos em torno do tempo de utilização são os mais frequentes, no que respeita à internet, à televisão e aos jogos. No que diz respeitos à utilização do telemóvel, o principal foco de contenda são os gastos. Verificaram-se relações estatisticamente significativas entre os vários tipos de conflito o que indicia que as discussões com os pais envolvem muitas vezes mais do que uma dimensão de utilização. Isto é, nas contendas com os pais, os jovens são confrontados com as várias dimensões de utilização com ao mesmo tempo: o tempo de utilização, o período do dia, o uso que dão e os gastos monetários. O que quer dizer que estas dimensões serão, porventura, negociadas em “pacote” entre pais e filhos. Os conflitos em torno da utilização do telemóvel incidem em especial sobre as raparigas enquanto que o conflito em torno dos jogos é mais evidente no caso dos rapazes. É ainda patente um maior controlo e uma maior incidência das regras e das proibições sobre os mais novos. Um estudo efectuado por Gustavo Mesch (2006) demonstra como a utilização dos media e especificamente as competências dos jovens na utilização dos novos media estão a causar impacto nas relações familiares. Segundo este autor, verifica-se um aumento do conflito entre pais e adolescentes em famílias onde o adolescente era considerado como o perito na utilização da internet. Tais conflitos eram tanto maiores quanto maior era a pressão dos pais para tentar reduzir a autonomia do adolescente, ao controlar o acesso à internet e onde os pais mostravam preocupações negativas sobre o uso da mesma. Como já foi dito, no nosso inquérito realizado online, grande parte dos jovens declara serem eles que mais sabem sobre internet em casa e apenas cerca de 10% declara ser o pai quem mais sabe de internet. A discrepância de conhecimentos sobre a utilização dos novos media, que muitas vezes pende para o lado dos filhos que 388


demonstram ter maiores competências na utilização das novas tecnologias, poderá confundir as representações no que diz respeito às relações de poder em casa. Face a realidades e a tecnologias muitas vezes desconhecidas por parte dos pais, criam-se focos de incerteza no que respeita a aplicação de regras e emergem novos campos de negociação ou de tensão familiar no que respeita à autonomia dos adolescentes, à autoridade paternal e ao controlo caseiro sobre os media.

389


Capítulo 15: Conclusão

Depois de termos olhado para o panorama dos media em Portugal, no que respeita aos jovens, podemos dizer que as suas relações com o sistema dos media contemporâneo são bastante diferentes das relações com os media verificadas nas gerações anteriores. Talvez não seja exagerado falar em descontinuidades em relação a formas anteriores de relacionamento e consumo de produtos mediáticos. Verificaram-se bastante mudanças a partir dos anos 90 no panorama dos media, mudanças que se têm aprofundado nos dias de hoje e que prometem continuar. Uma das grandes mudanças, verificada no sector dos jovens inquiridos mais familiarizados com as novas tecnologias, é a perda do lugar central da televisão em termos subjectivos. Não se dá o caso de a televisão ser menos difundida hoje, antes pelo contrário, ela é difundida por vários meios, por radiodifusão, por cabo, pela internet, por comunicações móveis. Além disso, os seus conteúdos diversificaram-se, multiplicaram-se, chegando assim a nichos de mercados e satisfazendo interesses mais específicos, resultando numa experiência mais individual. Mas os dias da televisão como “lareira electrónica” e como um media essencialmente familiar estão em declínio. A televisão está hoje inserida num sistema dos media mais vasto e diversificado, inserida numa rede convivial, real ou virtual, permitida pela emergência de novas tecnologias e de novos media. As mudanças no domínio da interactividade da comunicação e a emergência de um sistema múltiplo de produtores e distribuidores poderá parecer confuso para as gerações mais velhas, mas é neste meio que as novas gerações têm sido socializadas. O domínio e o manejo das novas tecnologias e dos novos media, a escolha entre múltiplas ofertas é algo com que os jovens têm crescido, faz parte das suas práticas diárias e está a introduzir-se na racionalidade prática dos jovens. Por outras palavras, esta socialização no sistema mediático contemporâneo tem permitido a aquisição intuitiva por parte dos jovens de novas competências como se pode demonstrar pela maior facilidade de explorar a interligação entre várias realidades mediáticas e métodos de operar vários expedientes mediáticos simultaneamente. Assim sendo, ver televisão ou navegar internet não são práticas que se impõem entre si ou em relação a outras

390


actividades. São antes práticas que se justapõem em regime de multi-tarefa com outras actividades quotidianas ou mais estritamente mediáticas.

Entre os jovens inquiridos há dois tipos de perfis quanto às práticas mediáticas, em particular, no que respeita à internet. Os adolescentes inquiridos online são, sem dúvida, os que demonstram um maior arcaboiço no que respeita à familiarização e utilização de computadores e da internet. Um segmento significativo de jovens respondentes a nível nacional evidencia muito menos competências e conhecimentos no que respeita à utilização da internet. No inquérito nacional, apura-se que cerca de 70% dos jovens são utilizadores da internet, mas entre estes, pouco mais de metade têm acesso à internet em casa. O que é um claro contraste com os dados apurados no inquérito online, onde perto de 90% dos respondentes possuem ligação à internet em casa, que é o local privilegiado de utilização da rede. Entre os jovens não utilizadores, a grande maioria, que corresponde quase a 80%, sabe o que é a internet. A principal razão adiantada para a não utilização da internet é a falta de um computador pessoal. Apenas uma pequena minoria jovens que não usam a internet declaram que os motivos se prendem com a falta interesse na sua utilização ou porque não lhe reconhecem utilidade. São igualmente bastante minoritários os jovens que acham que não irão utilizar a internet no futuro. A nível nacional, os dados demonstram que a escola é um local com uma importância estratégica quanto ao desenvolvimento e promoção da info-literacia de vastos sectores da população juvenil que não têm acesso à internet em casa, nem têm hipótese de o obter. A grande maioria dos jovens internautas inquiridos face-a-face são utilizadores regulares da internet: um pouco mais de metade utiliza a internet pelo menos 3 vezes por semana e cerca de 85% utiliza-a pelo menos uma vez por semana. Além disso, metade dos utilizadores já usam a internet há mais de dois anos. Cerca de 35% destes jovens internautas começaram a utilizam a internet em casa, mas metade começaram a utilizar na escola, um dado que reforça a ideia de que a escola tem um papel muito importante no combate à info-exclusão dos jovens portugueses, dando a oportunidade de estes se familiarizarem com as novas tecnologias. Para aqueles que têm internet em casa as principais formas de ligação são por cabo ou por ligação ADSL. As actividades mais populares na rede entre os jovens portugueses inquiridos são receber mensagens de correio electrónico, consultar bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede ou procurar informação relacionada com os estudos. As 391


actividades mais lúdicas são praticadas por percentagens bem menores de jovens e, de um modo geral, verifica-se uma heterogeneidade de interesses e de formas de utilizar da internet jovens. Navegar pela internet sem objectivos concretos e jogar online são outras actividades bastante relevantes entre os jovens. Outras actividades que se prendem com as relações sociais dos jovens como participar em chats, comunidades virtuais ou newsgroups, combinar ou marcar saídas com os amigos ou contactar os amigos na rede quando estão desanimados são também assinaláveis. De facto, ao contrário do medo que pais e educadores poderão sentir em relação a um possível isolamento social dos adolescentes que poderá advir da utilização da internet, uma das principais utilizações sociais da rede é a interacção e comunicação, ainda que mediada, com os pares que os jovens conhecem da escola e de outros contextos. E a internet faculta ainda novas possibilidades de partilha e novas formas de interacção que são exploradas pelos jovens em actividades como enviar ficheiros e fotografias, ou em sítios na internet que criam uma rede essencialmente de amigos, mas também de colegas, desconhecidos ou de grupos de interesse. Na rede criou-se assim um mundo social em rede, paralelo ao existente offline, um mundo social auto-regulado, que emergiu pela própria iniciativa dos usuários, muitas vezes, sem regras formais mas com modos de conduta e normas próprias, mesmo que implícitas. Ouvir rádio através da internet ou consultar blogues são também práticas mencionas por percentagens relevantes de jovens. Quanto a ouvir rádio na internet prevê-se que seja uma actividade cada vez mais comum, remetendo para as questões da integração dos media e de novas formas de difusão de médias tradicionais. Os blogues representam de facto novas possibilidades de expressão e também de interacção sendo que um dos principais temas de consulta, para além do entretenimento, é a vida pessoal de um círculo restrito de pessoas e a principal forma de chegar a um blogue é através de avisos de amigos. Contudo, apenas 40% dos inquiridos a nível nacional sabem o que é um blogue e dentro dos que sabem da sua existência apenas 20% mantêm um, o que é um indicador que os distancia claramente dos respondentes online, entre os quais mais de metade já fez um blogue. Claramente, os inquiridos face-a-face a nível nacional tendem menos do que respondentes online a navegar ou interagir na blogosfera. Os dois públicos diferenciam quanto à utilização internet e quanto ao próprio conhecimento das possibilidades que a internet proporciona. Outra forma bastante importante de comunicar com os pares através da rede é a utilização de serviços de mensagens instantâneas como o Messenger. Normalmente, os 392


seus usuários recorrem a esses serviços diariamente ou com bastante regularidade e comunicam essencialmente com os seus amigos ou pares que conheceram em contextos fora da rede. A comunicação com familiares também é relevante, embora, muito menos do que a com os amigos. São utilizados por uma fracção relevante de inquiridos para combinar encontros, o que revela formas de interacção entre o que se passa online e o que se passa offline. A comunicação pelo Messenger constitui também uma forma de apresentação da identidade juvenil, que é feita através de personalizações. Essas personalizações servem na maior parte dos casos para demonstrar o estado de alma ou uma causa ou ideia, para os jovens se exprimirem através de fotos ou imagens, de mensagens com citações favoritas, frases pessoais ou pensamentos ou pela partilha das músicas que estão a ouvir. Serviços como o Voice over IP (VoIP), que poderão constituir uma alternativa ao telefone, são apenas utilizados por uma minoria dos internautas que ronda os 20%. A utilização de outros serviços como a compra de produtos, pagar contas através da internet ou a utilização de serviços de home-banking ainda é muito rara entre os jovens portugueses e é alvo de vigilância e controlo dos pais. Como foi dito os jovens que responderam ao inquérito online, constituem, na generalidade, um público com mais competências informáticas e mais familiarizado com a internet. Praticamente todos estes jovens têm computador em casa e verifica-se mesmo uma fracção bastante apreciável de inquiridos, que corresponde a 40%, que declaram ter dois ou mais computadores em casa. Pode-se presumir que em parte destes jovens o computador já permeia o seu ambiente mediático da mesma forma como acontece com outros media, nomeadamente, a televisão e o telemóvel, que são reclamados pelos vários membros do agregado familiar. Em alguns sectores profissionais, em que o computador é uma ferramenta de trabalho, os pais utilizam os seus próprios aparelhos, enquanto que os filhos reclamam para si o seu próprio computador. Mas no panorama nacional, olhando para os dados do inquérito presencial verifica-se que na grande parte dos lares dos respondentes com computador, que correspondem a uma percentagem de 87%, o mesmo computador é partilhado com outros membros do agregado familiar. Portanto, ainda estamos longe de um cenário em que cada membro do agregado familiar tem o seu próprio computador, ao contrário do que já acontece com o telemóvel. A utilização de novas ferramentas pedagógicas, como enciclopédias multimédia, software de processamento de texto, busca de informação útil em páginas na rede é uma 393


realidade bastante presente entre os respondentes online e que permeia as suas tarefas escolares. Quase a totalidade dos inquiridos afirmam que usam um processador de texto para fazerem os seus trabalhos da escola e quase três quartos apresentam trabalhos através do PowerPoint ou de páginas Web, uma realidade que é diferente comparada com outros segmentos juvenis e com aquilo que acontecia há mais de 10 anos atrás. São um tipo de utilizadores que tiram mais partido de novos expedientes de aprendizagem como a resolução de problemas, questionários ou teste presentes online, que tendem a usar mais o computador para fazer exercícios com um CD- ou DVD-ROM ou para praticar e aprender uma língua estrangeira. Mas o computador também é uma forma de comunicação para falar sobre os estudos: cerca de 80% dos jovens internautas comunicam e pedem ajuda aos colegas em chats ou noutras formas de comunicação online e perto de um quarto contactam os professores. A grande maioria destes jovens começaram a utilizar cedo a internet, a partir dos 10 ou 11 anos e será de prever que a idade média em que os internautas começaram a utilizar a internet tenderá a diminuir. Se perguntarmos a um jovem o que está a fazer na internet, a grande probabilidade é que esteja a visitar páginas Web, a comunicar num chat ou no Messenger ou a ler o seu correio electrónico. Contudo, jogar online ou efectuar descarregamentos de música, software ou filmes são também práticas relevantes para uma fracção superior a 40% dos jovens inquiridos online. Quanto aos conteúdos que procuram na rede, a música surge à cabeça, seguido dos jogos, das informações desportivas e relacionadas com software e informática. Os conteúdos noticiosos, educativos, culturais e referentes a hobbies são os menos populares. Jogar online, descarregar música, software ou filmes e participar em fóruns ou grupos de discussão são actividades mais populares entre os jovens do sexo masculino do que entre as internautas. São também os rapazes, os que mais procuram informação na rede sobre desporto, jogos, software e informática, enquanto que as jovens internautas tendem a procurar conteúdos culturais, educativos e relacionados com música. As práticas e preferências também se diferenciam quanto às idades: há uma maior fracção de jovens mais velhos que privilegiam a comunicação mediada por computador, seja por chat ou Messenger, correio electrónico ou através de fóruns ou grupos de discussão, que visitam páginas na Web, fazem compras online e descarregam música, software e filmes da rede; os mais novos inclinam-se mais os jogos online e isso reflecte-se no tipo de conteúdos que procuram na internet. Já os respondentes dos 16 aos 18 anos mostram um

394


maior interesse por conteúdos sobre música, software e informática, hobbies, noticiosos e culturais. Os respondentes online tiram também mais proveito de novas possibilidades de comunicação como criar o seu próprio blogue ou a sua página na rede, práticas que requerem algumas competências técnicas. São também respondentes que têm em geral várias contas de correio electrónico, que utilizam mais os chats ou programas tipo Messenger. Podia-se dizer que são jovens respondentes que levam uma vida mais virtualizada, todavia, a internet é na maior parte das vezes uma forma de aprofundar as relações já existentes fora da rede. De facto, para mais de 80% destes jovens verifica-se a clara preferência em comunicar com pessoas que conhecem de outros locais e, em especial, da escola. A comunicação com pessoas desconhecidas acontece e a formação de novas amizades com amigos virtuais acontecem mas são menos comuns. Também não é comum para a generalidade dos jovens encontrarem-se pessoalmente com amigos virtuais. A maioria destes internautas afirmam que se mostram como são nos chats e estão em minoria aqueles que admitem fingir por vezes e não excedem os 10% aqueles que confessam fingir sempre o que não são nos chats. A utilização da internet é essencialmente uma prática individualizada entre os jovens. Mas quando os jovens utilizam a internet acompanhados é mais provável que estejam com amigos ou amigas. A presença da família, em termos gerais, não se faz sentir tanto. Porém, fracções bastante apreciáveis de jovens internautas declaram que partilham a ligação da internet com os irmãos e com os pais. Ou seja, pertencem a lares onde a utilização da internet é comum entre vários membros do agregado familiar. Assim sendo, nesses lares podemos falar de um elevado capital cultural no que respeita à utilização das novas tecnologias. Nalguns lares também poderemos suspeitar que a iniciativa da instalação da internet poderá ter partido dos pais, em especial, nos lares dos inquiridos mais novos. Todavia, em termos gerais, a aprendizagem da utilização da internet efectuou-se em regime auto-didacta para a maioria dos jovens. Por outras palavras, a presente geração de adolescentes teve de explorar por sua iniciativa própria como utilizar as novas tecnologias. São adolescentes que tendem a considerar-se os peritos da internet em casa, o que pode acarretar tensões nas relações familiares e inverter um pouco as relações de autoridade e de domínio do conhecimento em casa. Mesmo entre os inquiridos do inquérito realizado presencialmente, mais de 90% consideram que as suas capacidades de utilizar a internet são pelo menos razoáveis e perto de 60% afirmam que são os próprios quem utiliza mais frequentemente a internet. 395


As novas tecnologias da comunicação e da informação com a internet abrem novas possibilidades e oportunidades de acesso à informação e à comunicação em rede, mas as suas características também acarretam a exposição dos agentes a uma séries de riscos. Questões como a protecção dos dados, a viciação em relação à utilização da internet e aos jogos, a exposição a mensagens abusivas, obscenas ou pornográficas preocupam pais e educadores e têm tido ressonância na comunicação social e em alguma investigação científica. São ainda apontadas críticas à sociedade de consumo e à forma como o mercado leva os consumidores e em especial os jovens e adolescentes a criarem novas necessidades. A info-literacia envolve também o desenvolvimento de determinadas competências para evitar todo um conjunto de riscos e saber tirar proveito das oportunidades que a internet poderá oferecer, sendo fundamental o papel de educadores, familiares e dos próprios pares. Porém, o papel de muitos pais e educadores poderá ser inapropriado por defeito devido também à sua pouca info-literacia. Muitas vezes os jovens têm de contar com o seu espírito crítico e com o desenvolvimento de competências por sua iniciativa própria enquanto vão socializando nas novas tecnologias da comunicação. Os jovens internautas são agentes reflexivos quanto às suas próprias práticas e às práticas dos outros e não podem ser considerados meros elementos passivos no que concerne a utilização da internet e o resto das suas actividades quotidianas. A visão do que é uma utilização adequada ou não da internet parte de uma construção social entre agentes de diferentes gerações e de culturas mediáticas muitas vezes diversas - jovens, pais e educadores – que negociam, ou entram em conflito sobre as fronteiras de uma utilização “saudável” das novas tecnologias. A ameaça mais comum, que 23,7% dos inquiridos a nível nacional que utilizam a internet já sofreram, é receber vírus no computador. Outra ameaça relevante para os jovens é o recebimento de mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas. O “spamming”, que tem o intuito de reencaminhar os mais incautos, muitas vezes sem consentimento dos visados, a outros sítios na internet potencialmente perigosos ou que vendem um determinado produto, é um risco que a utilização do correio electrónico traz e que também é apontada por alguns jovens. Quanto à opinião juvenil da utilidade da internet, verifica-se um largo consenso de que a internet é algo muito útil e um mais de um terço dos respondentes online acham mesmo que é algo imprescindível. Verifica-se ainda uma ligeira tendência para os rapazes acharem que a internet é algo imprescindível, embora as diferenças entre os sexos não 396


seja muito marcadas, mas observa-se também a tendência para haver uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a acharem que a internet é algo de muito útil ou mesmo imprescindível. Apenas uma minoria de um pouco mais de um quarto dos jovens internautas é da opinião de que a internet é algo que pode provocar habituação e é ainda menor a fracção de respondentes que acham que é algo que pode provocar isolamento. Todavia, mais de metade dos jovens declaram que conhecem alguém que esteja totalmente viciado na internet. E é neste contexto, que vale a pena chamar a atenção para a dinâmica social da ciberconfiança, que é influenciada pela experiência. De facto, a internet pode ser entendida como uma tecnologia de ‘experiência’ que requer a sua utilização por parte dos indivíduos de modo a estes entenderem como funciona. A confiança no ciberespaço pode em larga medida influenciar as decisões de um indivíduo sobre o que fazer online, como por exemplo comprar ou utilizar o banco electrónico, ou comunicar em chats ou fóruns entre outras actividades. Experiências negativas como o junk email, o spam e o fenómeno do correio electrónico não solicitado, não fazem com que um grupo alargado de jovens utilizadores perca a sua confiança na internet que é um meio de comunicação cada vez mais relevante. É de notar a importância das experiências que se vivem na adolescência na formação de disposições, muitas vezes mais ou menos fixadas na entrada para a vida de adulta. Deste modo, a socialização e a utilização dos novos media na adolescência têm efeitos duradouros na confiança e na percepção da sua utilidade. Mas a dinâmica da ciber-confiança não se cinge só ao que acontece online. Um elevado grau de confiança social presente na sociedade em geral, offline ou online, também tem um impacto bastante importante nos indivíduos. E estes podem tipificar-se segundo as suas formas próprias de percepcionarem ou de lidarem com os riscos. As percepções do risco em contextos tecnológicos fazem parte de respostas mais genéricas aos riscos presentes na sociedade. Em Portugal, um clima geral de fatalismo, moldado por contextos sociais e culturais próprios, poderá não ajudar muito a que os portugueses tenham um elevado grau de confiança nas novas tecnologias, em especial na população mais velha. Se os jovens portugueses alterarem essa situação, se os adolescentes de hoje apresentarem um maior grau confiança social em geral, então estarão mais propensos a confiar na internet e nas novas tecnologias. Por outro lado, os não utilizadores, menos cientes das possibilidades de uma tecnologia como a internet, são em geral mais desconfiados e cépticos e poderão demonstrar menores índices de confiança em relação à informação, às pessoas online e às instituições presentes na internet. 397


A relação que os jovens de hoje em dia têm com a televisão parece ser diferente com aquela que existia nas gerações anteriores, em especial, no que respeita à importância subjectiva que os adolescentes lhe atribuem face a outros media como a internet ou o telemóvel. A sua importância como lareira electrónica que reúne toda a família também declinou. Nos dias que correm tem uma menor capacidade de reunir a família em torno de um só programa familiar e a sua oferta diversificou-se, acompanhando a fragmentação de interesses e a individualização na relação com os media. Todavia, a televisão não deixa de ser vista pela larga maioria da televisão, muitos jovens ainda passam muitas horas em frente ao ecrã da TV e parte dos jovens têm a percepção que são eles quem mais vêem televisão em casa, em especial , as respondentes e os inquiridos mais novos. Além disso, para a maioria os programas de televisão constituem assunto de conversas entre os pares. A geografia da televisão também se alterou: verifica-se uma migração, na generalidade dos lares, para a cozinha, o quarto dos pais e o próprio quarto dos adolescentes. Além disso, a televisão tem-se integrado no sistema dos media em rede, servindo, muitas vezes, apenas como um pano de fundo omnipresente, partilhado em regime de multitarefa com várias actividades quotidianas e mediáticas. A esmagadora maioria dos jovens inquiridos a nível nacional afirmam que a televisão em casa está ligada às horas das refeições e cerca de metade confessam que a televisão fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. A omnipresença da televisão nos lares portugueses é observada tanto no inquérito online como no inquérito nacional: mais de 90% dos jovens que têm pelo menos duas em casa e percentagens apreciáveis declaram que têm três ou mais televisões no seu lar. Para além disso, fracções bastante significativas de jovens, em especial, entre os respondentes online, declaram que têm um aparelho de TV no quarto. Estes indicadores poderão ser lidos como uma demonstração de que o visionamento da televisão é hoje mais individualizado e a multiplicação dos aparelhos de TV será porventura uma solução para os interesses divergentes dos vários membros do agregado familiar. Como a televisão é um meio mais universal não se verificam grandes diferenças entre os inquiridos online e os respondentes do inquérito presencial. Os serviços de televisão como a TV por cabo tiveram uma grande expansão nas últimas décadas e em ambos os inquéritos verifica-se que mais de metade usufruem desses serviços, na maior parte das vezes pagos. Entre os jovens que usufruem de serviços de 398


televisão, para pouco mais de três quartos dos inquiridos, a TV Cabo é o fornecedor principal, com a Cabovisão a surgir em segundo lugar a grande distância e com a TV Tel e a Bragatel a servir pequenas minorias dos respondentes. Quanto aos canais de televisão mais populares entre os jovens, a TVI surge claramente como o canal mais visto pelos jovens. A SIC surge em segundo lugar em termos de preferências e a RTP1 aparece em terceiro lugar. Portanto, apesar da maior fragmentação de gostos, os canais generalistas continuam nos lugares cimeiros em termos de preferências. A TVI é ainda a estação escolhida pela maior fracção de jovens para assistir a séries televisivas de humor e de ficção, seja de produção nacional ou estrangeira, aparecendo a SIC, mais uma vez, em segundo lugar. As telenovelas são o principal tipo de programas a que os jovens assistem. Os programas favoritos dos jovens são os filmes, as telenovelas portuguesas, os programas de humor e os desenhos animados. Os programas de desporto, os concursos, as séries nacionais e internacionais assim como as telenovelas brasileiras são tipos de programas que recolhem igualmente as preferências de percentagens bastante significativas de adolescentes, nomeadamente, mais de metade dos jovens respondentes. Como se verificou as telenovelas têm uma posição central no tipo de programas visionados pelos jovens. Nas últimas décadas assistiu-se a um impulso e a um crescimento da produção nacional que veio, simultaneamente, criar novos públicos e satisfazer a crescente procura por essa produção. De facto, verifica-se que mais de metade dos jovens respondentes do inquérito presencial aplicado a nível nacional preferem telenovelas com produção portuguesa e apenas 9,6% preferem a produção brasileira. Sem margem para dúvidas, a novela mais mencionada pelos jovens como a favorita é a “Morangos com açúcar”, sendo que as preferências por outras telenovelas são mais heterogéneas. O hábito de ver noticiários televisivos é verificado em pouco menos de metade dos jovens e entre os jovens telespectadores, há claramente uma maior percentagem a assistir ao noticiário da TVI. Porém, o canal de informação que é mais mencionado em primeiro lugar como o mais credível é a SIC Notícias. Na televisão portuguesa existem algumas figuras de referência: entre os apresentadores de noticiários, o Rodrigo Guedes de Carvalho e a Manuela Moura Guedes são os que recolhem a preferência de uma maior fracção de jovens e entre os comentadores da actualidade, o Marcelo Rebelo de Sousa, aparece como a maior referência para os jovens.

399


Com a diversificação da oferta televisiva, o zapping tornou-se uma prática cada vez mais comum. De facto, o zapping é um acto recorrente para a maior parte dos jovens. As principais razões porque o fazem prendem-se com a curiosidade ou o prazer de navegar entre canais, para evitar a publicidade e com o desagrado ou o cansaço em relação ao que estão a ver. Claramente, é durante os espaços publicitários, que uma maior percentagem de jovens telespectadores tendem a fazer mais zapping e apenas minoria dos respondentes ficam a ver a publicidade e seguem-na com atenção. Uma mudança que também se tem verificado no panorama televisivo, é a integração de conteúdos na internet. Hoje em dia, os canais de televisão disponibilizam informação variada sobre programas televisivos e sobre as grelhas, assim como conteúdos. Porém, apenas uma minoria de 12,5% de jovens respondentes já se ligaram à internet para verem páginas relacionada com um programa de televisão. Ainda entre os que já consultaram páginas na internet sobre programas televisivos, o tipo de programas referenciado por perto de metade são as telenovelas e só uma minoria muito circunscrita de adolescentes já participaram em algum fórum online sobre programas televisivos.

Dados recolhidos em Setembro de 2004 apresentados pela ANACOM, mostram que, em Portugal a taxa de penetração do serviço de telemóveis correspondia a 92%, o que colocava o nosso país acima da média comunitária na altura, correspondente a 84,4%. Os nossos dados mostram que os jovens portugueses não ficaram alheios a este grande crescimento em território nacional e têm sido cada vez mais incluídos na rede de utilizadores. De facto, grande parte dos jovens portugueses inquiridos a nível nacional, que correspondem a quase três quartos da amostra, afirmam que têm telemóvel. Entre os jovens respondentes online, a posse de um telemóvel é quase universal visto que corresponde a 96,6% dos casos. Em ambos os inquéritos, como seria de esperar há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos que possuem telemóvel, sendo que nessa faixa etária a utilização do telemóvel é praticamente universal, segundo dados dos dois inquéritos realizados. Porém mesmo nos respondentes mais novos a penetração do telemóvel também se pode considerar elevada, em especial, entre os respondentes online. No inquérito realizado presencialmente a nível nacional, quase metade dos respondentes dos 8 aos 12 anos já têm o seu próprio aparelho. No inquérito online, entre inquiridos os inquiridos dos 9 e os 12 anos, a taxa de penetração da utilização do telemóvel é de 84,2% e entre os jovens a partir dos 13

400


anos o acesso ao telemóvel é quase universal. Nota-se, portanto, uma clara tendência para uma utilização praticamente universal do telemóvel entre os adolescentes e esperase que os telemóveis sejam cada vez mais utilizados pelos mais novos. Esta tendência é corroborada pelo facto de que a idade média de idades em que os inquiridos a nível nacional obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos. Considerando a amostra dos jovens inquiridos online, 72,1% teve o seu primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. A democratização do acesso ao telemóvel em Portugal não chegou só às pessoas em idade adulta de várias classes sociais, mas foi também penetrando maciçamente no quotidiano dos jovens, que se converteram num importante nicho de mercado. Vários dados confirmam a penetração praticamente universal dos telemóveis nos lares dos portugueses: um deles indica que apenas 3,2% dos inquiridos a nível nacional afirmam não haver um telemóvel no agregado familiar. Uma grande maioria dos inquiridos, correspondente a 88,4%, declaram que há pelo menos dois telemóveis em casa e em 67,9% dos casos há três ou mais telemóveis por agregado. Ou seja, em muitos lares portugueses existe, tendencialmente, pelo menos um telemóvel por cada membro do agregado familiar. Entre os respondentes online, esta realidade é ainda mais expressiva: pouco menos de 90% dos jovens afirmam que existem três ou mais telemóveis em casa. Portanto podemos assumir que, entre os inquiridos online, seja comum haver um telemóvel por cada membro da família ou que quase todos os membros do agregado familiar tenham, ou reclamem para si, o seu próprio aparelho. No período em que a utilização do telemóvel está perto de atingir os seus máximos, a utilização do telefone fixo está a perder terreno: apenas cerca de metade dos jovens respondentes dizem que têm telefone fixo em casa, enquanto que a cobertura de telemóveis é, hoje em dia, muito maior. Desde que os jovens têm telemóvel, 43,7% dizem que falam menos tempo através do telefone fixo em casa e apenas 14,5% dos jovens afirmam que, se não tivessem telemóvel, realizariam a maioria das chamadas que efectuam através de um telefone fixo. Estes dados são indicadores de que a expansão da utilização do telemóvel terá acontecido às expensas da utilização do telefone fixo. Entre os inquiridos a nível nacional, a TMN e a Vodafone têm uma taxa de jovens clientes que ultrapassa os 40%, sendo estes os principais operadores entre os jovens portugueses, com a Optimus a aparecer em terceiro lugar a uma distância apreciável. Entre os inquiridos online, averigua-se que, em 70% dos casos, quem comporta os

401


gastos com os telemóveis são os pais dos jovens. Só um quarto dos internautas paga directamente essa despesa. Portanto, tendencialmente, são os pais que comportam as despesas, colocando os jovens numa posição de dependência económica, o que implica que os jovens terão de, muitas vezes, justificar os seus gastos e terão as suas despesas controladas. No inquérito a nível nacional, mais de metade dos inquiridos gastam menos de 3 euros em telemóvel por semana e mais de um quarto gastam entre 3 e 6 euros no mesmo período. No inquérito aplicado a nível nacional, os jovens respondentes gastam, em média, 18,69 euros por mês no seu telemóvel. As jovens inquiridas são as mais gastadoras com uma média de gastos de 21,6 euros por mês, enquanto que os rapazes gastam 15,58 euros, em termos médios. Estes dados fazem assim valer o estereótipo de que as raparigas falam mais ao telefone ou ao telemóvel do que os rapazes. Além disso, observa-se que são os jovens mais velhos, dos 16 aos 18 anos, os que mais gastam, 23,3 euros, em média. Os mais novos são os que tendem a gastar menos, provavelmente por serem alvos de um controlo mais rigoroso por parte dos pais dos pais e por terem uma menor autonomia financeira. Os jovens portugueses inquiridos fazem, em média, 3,56 chamadas por dia e costumam enviar diariamente 25,72 mensagens SMS através do seu telemóvel, o que demonstra a dimensão com que o telemóvel penetrou no quotidiano dos jovens e com que fazer uma chamada ou enviar uma mensagem se tornaram práticas regulares no dia a dia. Sem margem para dúvidas, são os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, que registam a maior média de mensagens enviadas num dia. Tanto os dados do inquérito nacional como do inquérito online confirmam a grande importância dos amigos na comunicação por telemóvel visto que os amigos ultrapassam os familiares no que respeita aos principais destinatários das mensagens SMS ou das chamadas efectuadas pelos jovens. Quer no inquérito online quer no presencial, entre os adolescentes utilizadores de telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens SMS. Por outras palavras, é mais provável encontrar um jovem a receber ou a mandar mensagens do que a fazer ou receber chamadas. O envio de mensagens tornou-se de facto numa prática mediática de grande relevância, não só na troca de mensagens corriqueiras ao longo do dia. Tornou-se um importante meio de os jovens felicitarem os seus amigos e familiares pelo seu aniversário, enviarem mensagens de boas festas ou simples mensagens pessoais. Também é relevante a utilização das mensagens por parte dos jovens para fins afectivos. Além disso, as mensagens vieram provocar uma nova

402


relação com a língua portuguesa em muitos adolescentes, o que não é, muitas vezes, do agrado dos educadores. Uma maioria de 70,2% dos jovens costuma utilizar sempre ou às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS, utilizando, por exemplo, abreviaturas, letras diferentes ou símbolos. Os jovens portugueses inquiridos presencialmente que costumam utilizar a internet para enviar SMS representam uma minoria de 28% e fazem-no utilizando, na maior parte dos casos, a página na internet do seu operador de comunicações móveis. São também minoritários os jovens que utilizam os sites na internet das operadoras de comunicações móveis para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros. A forma como o telemóvel se introduz na vida dos indivíduos é bem patente em situações em que se sentem desconfortáveis quando não têm consigo o seu telemóvel, ou quando estão impossibilitados de o usar (porque não há rede ou porque não têm bateria, por exemplo). A sensação de estar contactável ou de poder contactar alguém em qualquer lugar é reconfortante e os nossos dados são indicadores dessa situação: uma parte bastante significativa dos jovens, correspondente a 85,2%, concordam ou concordam totalmente de que se sentem muito mais tranquilos quando têm o telemóvel consigo. Além disso, 74,3% concordam ou concordam totalmente que o seu telemóvel só lhes é útil se estiver constantemente ligado. Por outro lado, 57% dos jovens portugueses inquiridos concordam ou concordam totalmente de que se sentem muito ansiosos quando estão impossibilitados de ter o seu telemóvel, o que constitui outro indicador da habituação psicológica ao telemóvel. São poucas as situações em que os jovens não têm o telemóvel ligado, sendo que essas situações são essencialmente conferências, aulas e palestras, momentos fúnebres e celebrações religiosas em igrejas e quando os jovens estão no cinema ou em espectáculos. Segundo dados do inquérito online, em geral, os amigos são o principal alvo de comunicação via telemóvel, enquanto que a família e, em particular, os pais aparecem atrás dos amigos em ordem de importância. Entre os pais, é com a mãe que uma maior fracção de inquiridos costuma comunicar em algum detrimento do pai. Do ponto de vista dos pais, o telemóvel pode servir como um mecanismo de controlo: dos jovens respondentes, 79,4% concordam ou concordam totalmente com a ideia de que têm maiores possibilidades de serem controlados quando estão com o seu telemóvel. Neste âmbito, a comunicação e o controlo dos pais através do telemóvel é mais visível para uma maior fracção de inquiridos mais novos do que para os mais velhos. Estes dados

403


permitem levantar-se a hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel entre os jovens portugueses efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa própria de muitos pais, que retiram daí vantagens para o exercício do seu papel parental. Ademais, para a maioria dos jovens respondentes, foi o pai ou a mãe que lhes comprou o primeiro telemóvel. A integração da câmara digital no telemóvel, também tem permitido que a tirar fotografias se tenha tornado uma prática quotidiana mais comum seja para os jovens ficarem com uma recordação do momento, para mostrarem que estiveram presentes numa determinada situação ou para poderem mostrar objectos a amigos, familiares ou conhecido. Outra utilização com relevo para os adolescentes é jogar. O telemóvel aprofunda assim a sua presença no quotidiana enquanto objecto que pode integrar vários media, câmara digital, rádio, leitor de mp3, máquina de jogos, internet, etc. O telemóvel tornou-se também um objecto personalizado com fotografias, protectores de ecrã e/ou toques favoritos. É um objecto que pode ter um valor sentimental com o qual os jovens aprofundam as suas relações sociais, combinando encontros, fazendo chamadas para saber como estão os familiares e amigos ou simplesmente para conversar sem assuntos concretos com amigos, familiares e conhecidos. O telemóvel permitiu também o aprofundar das relações sociais à distância e veio reconfigurar a geografia das práticas quotidianas e da própria gestão da vida familiar. A noção de que o telemóvel permite aos inquiridos gerir a sua vida privada e familiar de um modo muito mais eficaz, recebe a concordância ou a concordância total de 62% dos jovens. O telemóvel penetrou subrepticiamente nas actividades quotidianas dos jovens, podendo servir várias funções, umas práticas e outras mais lúdicas, daí que muitos jovens tenham dificuldade em imaginar uma vida sem telemóvel que fosse mais feliz.

Entre os jovens, verifica-se ainda uma emergente cultura multimédia da qual os jogos interactivos e de computador fazem parte. Verifica-se uma cultura dos jogos em segmentos da população jovem que permeiam as suas práticas, interacções, sociabilidades e conversas. Para muitos jovens a constituição de clãs de jogadores na internet e de comunidades online é algo normal presente no seu quotidiano, constituindo palcos virtuais onde se constrói e se projecta a identidade. Além disso, os jogos não fazem apenas parte do imaginário juvenil, são também utilizados por públicos mais velhos. Muitos deles cresceram a jogar desde os anos 80 e 90 e ainda hoje não

404


abandonaram essa prática. Também é de notar a diversificação da oferta, o que corresponde a uma variedade de públicos-alvo: desde jogadores mais novos até jogadores mais velhos. Nos inquéritos analisados, verifica-se que são os adolescentes inquiridos online os que mais estão socializados na cultura dos jogos de vídeo e de computador, visto que 80,8% afirmam que costuma jogar, uma fracção bastante superior à verificada entre os jovens inquiridos a nível nacional, 45,3%. Porém, se considerarmos apenas os usuários da internet no inquérito nacional a percentagem de jogadores regulares cresce para os 53,9%. É assim pertinente levantar a hipótese de que os jovens socializados na internet tendem e estar também mais socializados noutros tipos de media como os jogos. Apurase igualmente que a cultura dos jogos apela mais a um público masculino do que feminino. A quase totalidade dos respondentes do sexo masculino inquiridos online declaram que costumam jogar, enquanto que, entre as jovens internautas, a fracção de jogadoras decresce para os 68,5%. O maior interesse masculino pelos jogos é ainda corroborado no inquérito nacional onde se apuram 57,1% de jogadores do sexo masculino e 33,1% de jogadoras. São também os jovens do sexo masculino os que mais tendem a comprar jogos. Contudo, como se constata, a cultura dos jogos não é completamente alheia às jovens portuguesas. Em especial, a percentagem de jogadoras verificada entre as jovens inquiridas online é expressiva e significa que o mercado dos jogos também apela a segmentos de jovens do sexo feminino. Entre os respondentes do inquérito online, observa-se que com o avanço da idade há uma menor percentagem de jogadores habituais, contudo, não se verificaram grandes desfasamentos entre os escalões etários no inquérito nacional. Sendo no entanto de notar uma percentagem ligeiramente inferior de jogadores mais velhos. Os possíveis factores explicativos deste decréscimo, em especial, entre os respondentes do inquérito online, poderão prender com a maior variedade de interesses ou com uma vida social mais preenchida fruto da maior autonomia e independência dos inquiridos mais velhos, assim como o requerimento de um maior tempo dedicado aos estudos. Além disso, entre os inquiridos a nível nacional, observa-se a tendência para o interesse pelos jogos diminuir com a idade. Observam-se também que os vários tipos de jogos são utilizados por perfis diferentes de jogadores. De um modo geral, os jogos de acção, os jogos de aventura, os de corrida e os de estratégia são os mais populares. Entre os menos populares estão os first person shooters e os role playing games, que são jogos mais complexos, por lado, em termos 405


cognitivos, requerendo maior tempo de aprendizagem e de imersão no jogo, e, por outro lado, em termos tecnológicos, exigindo muitas vezes consolas ou computadores dispendiosos de última geração. Este tipo de jogos apela mais a um determinado tipo de jogador, predominantemente masculino e tendencialmente mais velho. Outros tipos de jogos que apelam mais a um público masculino são os jogos de acção, de corridas, de simulação, de futebol e de outros desportos. Os jogos de árcade e de puzzles, tabuleiro ou cartas são os que mais apelam ao público feminino. Além disso, o público mais novo tem maior atracção por jogos de futebol e de outros desportos, acção, aventura e corridas. Os jogos de simulação, puzzles, tabuleiro e cartas apelam a um público mais velho. Entre os inquiridos a nível nacional, apura-se ainda que a consola apela mais a um público masculino e os jogos no computador a um público mas feminino. Regra geral, os jogos não são partilhados em família e alguns tipos de jogos apelam a uma experiência mais individualizada. Esta situação contrasta com a televisão que ainda é um media familiar que pode agregar a família em seu torno. De facto, a grande maioria dos inquiridos online, que corresponde a 84,4%, costumam jogar sozinhos. Quando jogam com outras pessoas a companhia favorita de 40,6% são os amigos e a seguir estão os irmãos ou irmãs. A preferência pelos amigos é confirmada com os dados do inquérito aplicado presencialmente, preferência esta que persiste quando os inquiridos jogam online. Apenas, uma pequena minoria dos jovens respondentes afirma que jogam com o pai, e menos ainda com a mãe. Portanto, verifica-se na grande maioria dos casos a ausência parental no que respeita às actividades lúdicas com jogos. A participação parental, é na maior parte das vezes, de outra índole, marcada pela vigilância e controlo. É entre os mais novos que a participação activa do pai, jogando com os filhos, se faz mais sentir. Mas também é entre os mais novos que se verifica uma maior fracção de pais jogadores. É portanto, neste tipo de famílias que os jogos poderão constituir um media mais familiar, partilhado entre irmãos e com a participação do pai. É de realçar ainda que são normalmente os pais a comprarem os jogos, seja como presente, seja, provavelmente como uma compra supervisionada. Pode-se dizer que a relevância cultural e social dos jogos está interligada com a discussão sobre as competências ou info-literacia dos jovens no que diz respeito aos media. Na sua socialização com os novos médias, entre os quais podemos incluir os jogos, os jovens desenvolvem processos informais de aquisição de competências. Pais e educadores, prendem-se muitas vezes a visões dos jogos como maus educadores, disseminadores de comportamentos violentos ou simplesmente como algo que consome 406


tempo aos jovens, desviando-os de actividades mais produtivas. Esta situação pode criar um “choque de culturas mediáticas” entre gerações. Pais e educadores são membros de uma geração, cuja socialização primária se efectuou num cultura mediática diferente da das gerações mais novas. Diferentes gerações são, deste modo, influenciadas por experiências mediáticas díspares que influenciam tanto os valores privados e as atitudes em relação aos media como os conceitos e as práticas de educação. Os educadores tendem assim a ver as culturas mediáticas das crianças e dos adolescentes a partir da sua própria perspectiva geracional que apresentam como a norma. Daí que muitos pais e educadores olhem com desconfiança e cepticismo as práticas mediáticas dos mais novos. Todavia, os jogos também contribuem para o desenvolvimento de novas competências cognitivas complexas, apreendidas de forma informal à parte dos contextos da aprendizagem formal da escola. Muitas crianças já entram na escola com competências ao nível do uso de computadores antes da instrução formal dos educadores, o que conduz à sensação de que as crianças já “nascem ensinadas” no que respeita à utilização de novas tecnologias. Por outro lado, os jogos não são uma esfera fechada em relação ao mundo social circundante, separados da experiência quotidiana, ou seja, os jogos podem ligar-se com acontecimentos externos (por exemplo, desportivos) e são passíveis de ser discutidos e usados entre contextos sociais.

A esfera fonográfica tem sofrido grandes mudanças nos últimos tempos em termos da forma como se compra, transmite e grava música. O vinil e as cópias através de cassetes de áudio foram largamente substituídos pelo CD que emergiu como o principal suporte de música. Porém, a difusão de música em CD e os reprodutores de música associados sofrem agora a concorrência da difusão e partilha de músicas em formato mp3 e dos seus reprodutores. A diversificação dos consumos de música parece acompanhar a forma como a música se espalha pela rede e como é descarregada em reprodutores portáteis. Além disso, verifica-se a integração entre leitores como o iPod e lojas de música online. Por acrescento, a indústria fonográfica e os direitos de autor vêm-se a braços com o desafio da pirataria: muitos daqueles que possuem um computador, possuem também um gravador de CD’s e o preço dos CD’s virgens é actualmente bastante acessível. Algumas estratégias de combate à pirataria foram já implementadas: por exemplo, em alguns países a compra de um CD virgem inclui o pagamento de uma taxa que reverte a favor de um fundo comum, redistribuído depois por editoras ou

407


agentes da indústria fonográfica. Para além disso, esta recorre a estratégias variadas para cativar os consumidores, incluindo pacotes mais atraentes, com a inclusão de extras ou DVD’s de bónus que se vão tornando cada vez mais a norma. Os jovens inquiridos dividem-se em distintos perfis no que respeita a equipamentos relacionados com a cópia, compra e reprodução de música consoante o acesso a todo um conjunto de equipamentos como o computador, a internet e leitores de mp3. Uma percentagem significativa daqueles com acesso a um conjunto alargado de equipamentos ouvem música em formatos imateriais como o mp3, têm acesso a um leque mais variado de música e são os que mais trocam, legal ou ilegalmente, música. Aqueles que têm acesso à internet demonstram igualmente maiores competências em gravar CD’s, descarregar músicas na internet ou utilizar programas de trocas de ficheiros peer to peer. A possibilidade de troca e transmissão de dados sem grandes conhecimentos informáticos e a emergente popularização dos formatos digitais permitem prever um cenário futuro onde uma parte significativa da música é comprada, comercializada, trocada e transmitida em suporte digital. Porém, uma parte expressiva dos jovens respondentes continua a comprar e a trocar música em suportes materiais. Além disso, a compra de CD’s ainda é uma prática comum entre os jovens, pois quando gostam de uma banda inclinam-se a comprar o suporte físico original se tiverem possibilidade. É no consumo de produtos culturais que muitas vezes os jovens sentem as contradições da sua condição de dependentes económicos mas de pessoas independentes no que respeita a gostos e preferências. Ademais, essa contradição poderá ser agravada pelo facto de os jovens serem considerados um importantíssimo nicho de mercado para a indústria fonográfica, doravante a sua pouca autonomia financeira. Neste contexto, muitas vezes os jovens tentam o acesso a determinados produtos musicais através da troca de música, da cópia e mais raramente através da obtenção de cópias piratas. De facto, uma grande parte dos jovens pensa que é correcto trocar CD’s originais com aqueles que lhes estão próximos mas já estão em minoria aqueles que pensam que é correcto trocar músicas noutras condições, utilizando por exemplo a internet ou recorrendo a fontes piratas. Uma parte significativa dos inquiridos tendem a pensar que é legitimo trocar música entre amigos e conhecidos num processo de descoberta e troca de experiências, de comunicação e de formação de culturas musicais. Com o auxílio da internet, os jovens tendem a trocar música quando podem ou têm competência para tal.

408


A maior parte destes adolescentes reconhecem que muitas das suas práticas de troca de música não são as mais correctas, porém, não as consideram propriamente erradas. Verifica-se, portanto, um limbo moral no que concerne a troca de músicas, sustentado pela sensação de impunidade em relação a formas ilegais de obtenção de música. Fica por apurar o dano que este espírito de troca representa para indústria fonográfica no presente e, essencialmente, no futuro.

Na era da digitalização dos conteúdos e mesmo com a maior disseminação dos conteúdos cinematográficos por vários meios, desde a internet aos DVD’s, a ida ao cinema continua a ser uma prática enraizada entre crianças e adolescentes. Perto de 60% dos jovens inquiridos a nível nacional vão habitualmente às salas de cinema. Outro indicador que reforça a relevância do cinema, é o seguinte: entre os inquiridos que declararam ir habitualmente ao cinema, mais de 60% foi pelo menos uma vez ao cinema no mês anterior. A ida ao cinema constitui ainda uma importante situação social para os jovens, pelas sociabilidades que proporciona. Mesmo num cenário de popularização dos sistemas de home-cinema ou da distribuição de conteúdos via internet, essas práticas serão talvez complementares à ida ao cinema, visto serem, em princípio, mais individualizadas. Porém, a televisão é o principal meio de difusão utilizado pelos jovens. A nível nacional, pelo menos parte dos filmes a que quase 80% dos jovens assistem em casa dão na televisão. Ademais, a importância da televisão fica reforçada no facto de que, quando estreia um filme, uma parte significativa dos jovens inquiridos prefere esperar que um novo filme passe na televisão. Todavia, há uma percentagem menor mas apreciável de jovens que preferem ir ver um filme novo ao cinema, sem esperas. Perto de metade dos jovens recorre a filmes alugados e cerca de um quarto recorre a filmes emprestados quando quer ver um filme. De facto, verifica-se, entre os lares dos jovens inquiridos, uma grande penetração do leitor de DVD que atinge perto de 80%. Apesar de ir ao cinema ser uma prática comum entre os jovens, o leitor de DVD é sempre o mais escolhido como primeira opção para ver filmes de origem portuguesa, americana, europeia ou de outras nacionalidades. Só depois surge o cinema como local privilegiado para ver cinema de todas as origens. O computador surge também como um meio de visionamento de filmes relevante para perto de um terço dos jovens inquiridos a nível nacional. Destes mais de um terço são filmes comprados e pouco menos de um terço são filmes descarregados da internet e cerca de um quinto filmes 409


alugados. Em termos gerais, visionar filmes descarregados na internet ou obter cópias de filmes são práticas ainda pouco habituais para um segmento largamente maioritário do público juvenil. Contudo, verifica-se que um pouco menos de metade dos jovens é da opinião que não se deveria pagar nada para descarregar filmes livremente na internet. Tal resultado poderá estar relacionado, pelo menos em parte, com percepção dos jovens de que é possível obter filmes na internet a custo zero sem que haja represálias. No que respeita à sua relação com conteúdos cinematográficos, os inquiridos online apresentam traços próprios: entre estes respondentes, grande parte efectuam pesquisas sobre filmes na internet, colocando assim o cinema e a internet numa relação de complementaridade. Para além disso, mais de metade deste jovens internautas assistem a filmes no computador, embora este não seja o principal meio de difusão. Poderá estar aqui patente uma tendência emergente de utilização integrada de diferentes media no computador, em especial, numa altura onde se torna possível descarregar da internet conteúdos cinematográficos ou televisivos a pedido do usuário. Contudo, entre estes jovens, a maior utilização do computador para visionar filmes não se sobrepôs à ida ao cinema visto que a maioria dos inquiridos online vai habitualmente ver um novo filme ao cinema.

Como já foi dito anteriormente, pais e educadores, socializados num contexto mediático diferente dos jovens de hoje em dia, apontam críticas ao ambiente mediático dos mais novos, mais baseado no consumo imediato e na satisfação imediata de emoções. Segundo esta visão, a persistência da leitura enquanto prática habitual entre as crianças e os jovens, que requer paciência, concentração e persistência, estará a ser desafiada pela cultura mediática que celebra a mobilidade, o curto-prazo, a realização de tarefas em paralelo. Porém, os dados mostram que mesmo em jovens que estão a crescer entre um ambiente mediático em mudança cerca de 60% dos jovens – tanto os inquiridos online como os respondentes do inquérito nacional - têm hábitos de leitura. Quanto ao perfil dos leitores: verificou-se que a há tendência para serem as raparigas as maiores consumidoras de livros e que há uma maior percentagem de leitores nos inquiridos mais novos (dos 8 aos 12 anos). Apura-se ainda que 31,4% dos adolescentes costumam ler jornais, hábito que tende a aumentar entre os jovens que se encontram à entrada da vida adulta. Estes dados, sugerem a ideia de que crescer, tornar-se adulto, significa também estar mais atento ou atenta ao que se passa no mundo social em volta. De um modo 410


geral, os dados demonstram também indicadores de literacia nos jovens segundo os moldes tradicionais. Não há indicadores de que novos tipos de literacia estejam a sobrepor-se a competências mais tradicionais como a leitura. Antes o que parece estar a acontecer é o desenvolvimento, em paralelo, de diferentes tipos de competências mediáticas.

Nos dias que correm, um ambiente mediático permeia a maior parte dos lares com ecrãs e aparelhos electrónicos, por vezes, bem presentes em todos os compartimentos da casa. A televisão é o aparelho mais omnipresente em casa estando muitas vezes na sala, nos quartos, na cozinha. Segundo os dados apurados a nível nacional, os rádios e leitores de CD aparelhos são os aparelhos mais universais a seguir à televisão. Além disso, mais de metade dos jovens possuem um computador pessoal fixo, embora apenas 8% declarem ter um computador portátil. Perto de um terço têm uma consola de jogos em casa e mais de um quarto afirmam ter uma câmara digital. Tanto o público juvenil inquirido face-a-face como o público específico que respondeu ao questionário lança online partilham práticas comunicacionais, cuja evolução não se dá de um dia para o outro. Contudo, para os respondentes online a televisão é algo que se insere cada vez mais numa rede de múltiplos media, que se deixa ligado em pano de fundo enquanto se desenvolvem outras actividades. Verifica-se que os jovens continuam a realizar actividades tradicionais enquanto vêm televisão: a maioria significativa dos jovens come enquanto olha para o ecrã da TV ou estudam e fazem os trabalhos de casa, olhando de soslaio para o que se passa no ecrã. Mas o que se torna agora significativo, é que entre os jovens respondentes do inquérito online, uma porção não muito distante de um terço navega na internet enquanto vê televisão. Hoje em dia, o próprio mercado oferece já produtos que integram vários media e que são procurados pelos jovens. Por exemplo, cerca de 22% dos respondentes online, afirmam que podem ver televisão através do próprio ecrã do computador. Há indicadores, portanto, de uma tendência emergente de integrar várias actividades. No que respeita ao inquérito aplicado presencialmente, poucos são os inquiridos que afirmam não realizar nenhuma actividade em simultâneo e percentagens apreciáveis de jovens respondentes afirmam ver televisão, ouvir música, estudar ou fazer os trabalhos de casa, usar o computador e enviar mensagens em simultâneo com outras actividades. A vida diária dos adolescentes é impregnada de um sistema mediático de oferta múltipla, na qual os jovens vão criando capacidades comunicativas como o facto de 411


aprenderem a integrar as várias possibilidades de oferta e de articular em simultâneo diversas actividades. Neste sentido, entre os inquiridos online, cerca de metade afirmam que conseguem ver televisão quando está ao computador. A actividade mais frequente quando estes inquiridos utilizam a internet é ouvir música, em 56% dos casos, enquanto que 20,8% usam chats ou programas de mensagens instantâneas e 15,6% falam ao telefone ao mesmo tempo que estão na rede. Ouvir rádio e ver televisão são outras actividades relevantes e frequentes para alguns jovens. A cultura multi-tarefa também se expande para outras actividades como estudar. Perto de metade ouvem música enquanto estudam, embora se possa dizer que esta não será propriamente uma realidade nova. Porém, verifica-se uma maior integração do computador nos estudos nos respondentes online visto que 43,3% têm o hábito de usar o computador enquanto estudam e mais de um terço navegam na internet procurando informação para os seus estudos. Ademais, 15,1% admitem que procuram informação não relacionada com o estudo, a televisão e a rádio também marcam presença durante o estudo para cerca de um quarto dos inquiridos e 21,6% não resistem a enviar mensagens pelo telemóvel. A televisão continua a ter um peso omnipresente nas práticas mediáticas dos jovens, todavia, começa a ser preterida em relação a outros media pelo menos no plano subjectivo das preferências. Parte significativa dos respondentes online, pretere a televisão em relação a outros media em cenários em que teriam de escolher apenas um meio de comunicação. Perto de três quartos dos internautas inquiridos online preferem a internet à televisão e a preferência pela internet tende ainda a aumentar com o aumento da idade. Também uma maioria dos inquiridos prefere os jogos ou o telemóvel à televisão. Para além disso, os jovens também aprendem a rentabilizar os tempos mortos ou os tempos de publicidade entre os programas de televisão. Aproveitam para realizar actividades corriqueiras, mas também para falar ao telefone, enviar mensagens ou navegar na internet, embora em menor extensão. A emergência e a relevância crescente da internet não permitem advogar que esta veio substituir outras actividades, até porque a navegação é muitas vezes realizada em regime de multi-tarefa. Para além disso, para os respondentes do inquérito face-a-face a televisão ainda é das principais fontes de informação: mais de metade dos jovens inquiridos recorrem à televisão ou a fontes interpessoais para se informarem-se sobre algum assunto em geral ou sobre entretenimento em comparação com 40% dos jovens recorrem habitualmente à internet como fonte de informação que, neste caso, se equipa à rádio em termos de relevância. Mas sem dúvida que a internet veio trazer um reforço 412


da informação e alimentar a tendência para a multiplicação de interesses e actividades e para a diversificação e ampliação das capacidades comunicativas. A partir das práticas mediáticas dos jovens, em especial aqueles mais familiarizados com as TIC, podemos antever formas emergentes de lidar com os media como o multitasking, modos de utilização mais interactivos e a utilização integrada de vários media. As gerações mais novas parecem ser cada vez mais socializadas num tipo de cultura que pode ser exemplifica pelas janelas de um sistema operativo: janelas, ecrãs, sons e experiências aparecem e desaparecem com a instrução de um clique, emergem em paralelo e proporcionam aos usuários formas de experienciar os media multifacetadas e integradas.

Quanto aos gastos de tempo na sociedade em rede, os adolescentes inquiridos a nível nacional dizem que passam, em média, sensivelmente 10 horas semanais em casa a utilizar da internet, hora e meia a enviar e receber emails e mais de duras horas em chats e grupos de discussões e a pesquisar informação para a escola. Perto de 3 horas semanais são passadas, em média, a jogar. Na escola há muito pouco tempo de uso pessoal da internet visto que a maior parte do tempo - mais de uma hora e meia semanal, em média – é passado a pesquisar informação para a própria escola. Quanto ao tempo passado a ver televisão, é, em média, cerca de 15 horas semanais. No que respeita os horários diários de visionamento da televisão, durante a semana, perto de 70% dos adolescentes assistem aos programas televisivos entre as 18 e as 21 horas e um pouco menos de metade das 21 horas à meia noite. Durante fim-de-semana, o principal pico de assistência por parte da população juvenil situa-se num período mais alargado que vai das 16 horas até meia noite. E apesar de o visionamento da televisão ser hoje em dia talvez uma actividade mais privatizada, cerca de um quarto dos adolescentes afirmam que assistem televisão sozinhos, particularmente, no período das 16h às 21h, enquanto que mais de metade afirmam que assistem a programas televisivos acompanhados, em especial no período das 18h à meia noite. A televisão não deixa de ser o media mais utilizado, embora a sua utilização possa ter, hoje em dia, outros moldes para muitos jovens. Ver televisão para um jovem de hoje em dia pode não significar o mesmo para outras gerações. Isto é, o visionamento dos programas de televisão é muitas vezes repartido simultaneamente com outras actividades ou, em especial, com a utilização de outros media e pode não significar um visionamento atento ou exclusivo. Ademais, a televisão mesmo sendo o media mais presente na quotidiano dos jovens poderá estar perder a sua importância relativa, de um 413


modo geral. Como foi dito, entre os inquiridos online, jovens claramente mais familiarizados com a utilização das TIC, a televisão perdeu para uma fracção significativa dos adolescentes inquiridos a sua importância subjectiva face a outros media e, em especial, face à internet. Sendo de prever o alargamento da utilização da internet e das TIC, em geral, numa camada significativa da população juvenil é também de prever a perda da importância subjectiva que a televisão tem na vida dos jovens. Seja como for, a importância da televisão, hoje em dia, é incontornável e o tempo médio passado a ver televisão é mesmo similar ao tempo que os inquiridos afirmam estar com a família, sendo de notar que os dois tempos podem, obviamente, sobrepor-se. Para o conjunto dos jovens inquiridos, ouvir rádio ocupa-lhes 6 horas semanais, em média. Observa-se ainda que muito pouco tempo é gasto na leitura de jornais – pouco mais de meia hora semanal. Contudo, estar com os amigos ou colegas fora da escola ocupa aos jovens, em média, 12 horas semanais. Fica por esclarecer se este tempo com os amigos é passado na rua ou em casa uns dos outros. O que seria um indicador interessante para perceber em que extensão podemos falar do declínio da “cultura de rua”, em especial, nas relações interpessoais. Por fim, os jogos de computador ou consola ocupam, em média, 7 a 8 horas semanais do tempo dos jovens A organização das tarefas diárias e a estipulação de horários atinge mais de 60% dos adolescentes inquiridos a nível nacional no que respeita aos tempos para dormir e mais de 50% no que respeita os horários para estudar. Uma percentagem semelhante de inquiridos online também declaram que têm horários estipulados para estudar e que procuram cumpri-los. Os horários e os gasto de tempo inquiridos online, apresentam um perfil um pouco diferente. Estes jovens inquiridos utilizam, na sua generalidade, mais tempo o computador, mais de metade usam o computador mais de duas horas por dia. Durante a semana, acima de 40% navegam na internet mais de duas horas diárias, enquanto que a fracção de jovens que entram na rede atinge perto de 60%, durante o fim-de-semana. Alem disso, durante a semana, o principal período de ligação à rede é de tarde até às 20 horas, sendo o período das 20 às 22 horas igualmente relevante. Durante o fim-desemana, o tempo passado a navegar na rede tende a aumentar e cerca de um quarto dos jovens utiliza a internet todo o dia. Observa-se ainda que durante a semana, um pouco mais de metade dos inquiridos vêm entre uma a quatro horas de televisão, verificandose igualmente a tendência para os jovens internautas assistirem mais horas de televisão

414


durante o fim-de-semana. A maioria destes adolescentes passa, por dia, uma hora ou entre uma a duas horas a estudar ou a fazer os trabalhos de casa. Também podemos falar em dois perfis no que diz respeito a práticas e preferências quanto ao que os jovens gostam de fazer. Quanto ao inquérito realizado face-a-face, apurou-se que praticamente todos os adolescentes assistem televisão antes ou depois do jantar e que assistir televisão é a actividade mais frequente para a fracção maioritária de jovens inquiridos. Outras actividades frequentes relevantes são usar MSN/chats, usar o computador em geral, estudar ou fazer os trabalhos de casa e, em menor dimensão, navegar na internet, jogar jogos, ouvir música e enviar mensagens SMS aos amigos. Depois do jantar, a posição da televisão como a actividade mais frequente e mais citada sai ainda mais reforçada. Jogar jogos, usar o computador ou navegar na internet, ouvir música são outras actividades que mantêm o seu relevo depois do jantar, embora a fracção de jovens inquiridos que realizam essas actividades desça. Cerca de 60% dos jovens ouvem música antes do jantar e cerca de 40% depois. Também há mais inquiridos que usam o computador antes do jantar (cerca de 40%) do que depois. Cerca de um terço dos inquiridos jogam ou mandam mensagens SMS aos amigos antes do jantar, enquanto que depois do jantar cerca de uma quarto dos jovens fazem essas actividades. Verifica-se ainda um maior relevo das actividades de leitura - ler banda desenhada, livros ou revistas - depois do jantar. Falar ou telefone ou mandar mensagens através do telemóvel são actividades que também assumem uma maior relevância depois do jantar. Por outro lado, estudar ou fazer os trabalhos de casa é uma actividade com menor relevo: perto de três quartos dos adolescentes inquiridos estudam ou fazem os trabalhos de casa antes do jantar, enquanto que essa percentagem cai para cerca de um terço depois do jantar, que é uma altura mais reservada ao lazer, relaxamento e preparação para dormir. Os adolescentes inquiridos online apresentam um perfil diferente quanto ao que mais gostam de fazer depois do jantar visto que, para a maioria, a preferência recai sobre a ligação à internet em detrimento da televisão, que aparece em segundo lugar. Jogar jogos de computador ou de consola ou ouvir música são outras actividades assinaláveis entre as actividades que estes adolescentes gostam de fazer depois do jantar. De um modo geral, poderá dizer-se que existem sinais de novas formas de organização familiar e de novos modos de organização geográfica das actividades familiares. A vida dos jovens está a deslocar-se do público para o privado, situação que está relacionada, por um lado, com o declínio da “cultura de rua” em segmentos da população juvenil, em 415


especial, em contextos urbanos, e a consequente retirada para a casa ou o apartamento e, por outro lado, com o declínio do convívio familiar tradicional. Os nossos dados demonstram, sem sombra de dúvida, que a casa dos jovens inquiridos, nos vários quadrantes da sociedade portuguesa, é o local privilegiado das actividades relacionadas com os media. A impregnação dos media no quotidiano dos jovens veio traduzir-se em novas formas de organizar os tempos livres e as actividades de lazer e de estudo, mas também deu azo à emergência de uma cultura do “quarto de dormir”, onde os jovens tendem a concentrar no seu reduto mais privado os media que utilizam. É nesse reduto que os jovens realizam um conjunto de práticas em simultâneo ou em exclusivo: navegam na internet, usam o computador, estudam, jogam, assistem a programas de televisão, entre outras actividades. O quarto de dormir dos adolescentes ganha assim uma maior centralidade enquanto local privilegiado onde se realizam diversas actividades. O quarto também serve muitas vezes como um espaço onde os jovens exercem a sua autonomia, decorando-o e apetrechando-o a seu gosto, é o espaço que podem apropriar como seu e que podem mais facilmente proteger contra as regras e os controlos paternais. Não quer isto dizer que a sala de estar se tenha tornado irrelevante na geografia doméstica, enquanto um espaço utilizado por todos os membros do agregado para usufruir de diferentes media. No inquérito realizado online, 81% dos jovens declaram que aí vêm televisão. Todavia, o visionamento da televisão espalha-se por outros espaços domésticos e, em particular, do quarto de dormir onde cerca de metade dos adolescentes inquiridos online costumam ver televisão. Esta expansão é concomitante com a utilização cada vez mais privatizada de vários aparelhos visto que cada membro do agregado doméstico poderá ter o direito de reivindicar para si o seu próprio telemóvel, a sua televisão, o seu computador, etc... É sintomático deste fenómeno, o facto de mais 70% dos adolescentes que responderam ao inquérito lançado na internet afirmarem que existem três ou mais televisões em casa. Além disso, 60% desses jovens inquiridos declaram que têm televisão no seu quarto de dormir. Uma percentagem igualmente apreciável destes adolescentes, que ronda os 40%, afirmam que têm dois ou mais computadores em casa e uma fracção similar desses jovens – com tendência para aumentar nos escalões mais velhos – dizem que têm um computador no seu quarto. O quarto deixou de ser aquele espaço privado onde se dorme, se estuda ou confinado a práticas mais íntimas. É onde se realiza cada vez mais todo um conjunto de práticas ligadas aos media e onde os sistemas de media visíveis no espaço público têm penetrado 416


nesse conclave privado. Por outro lado, verifica-se uma lógica de expansão do quarto para o “mundo” permitida pelas TIC, o que pode lançar reconfigurações e mesmo tensões quanto aos significados e fronteiras entre público e privado. Tudo isto acontece num contexto de autonomia existencial dos adolescentes mas de dependência económica face aos pais o que pode proporcionar tensões dentro do seio familiar. Com a individualização e privatização dos tempos livres, os jovens vão conquistando novos campos de liberdade, novas formas de expressão e consumo e os media podem ser vistos como uma expressão da liberdade e autonomia juvenil. Estes processos ligam-se com novas reconfigurações e negociações no significado de juventude e de família num contexto de democratização da vida familiar.

A apropriação dos media e das TIC pelos jovens está a gerar transformações no âmbito da interacção familiar. Hoje em dia, o controlo paternal joga-se, no que respeita aos media, em múltiplas frentes, desde a televisão ao telemóvel, do tempo gasto com os jogos às formas de utilização da internet. Verificou-se que, entre os utilizadores da internet, a televisão deixou de ser o foco principal das regras parentais, o que foi acompanhado por uma transferência do controlo da televisão para outros muito e, em particular, a internet. As regras parentais têm se diversificado em várias frentes, regras estas que têm reagido às transformações no campo mediático. O sistema dos media contemporâneo tem assim despoletado, no seio das famílias, vários campos de negociação e a ocorrência de conflitos específicos entre pais e filhos em torno do consumo dos media, com repercussões na organização da vida familiar. Entre os inquiridos mais familiarizados com a internet, verificou-se que os conflitos em torno do tempo em que estão na rede, jogam ou vêm televisão são os mais frequentes. Quanto à utilização do telemóvel, o principal despoletador dos conflitos familiares prende-se com os gastos, que se traduz obviamente em tempo de utilização, mas que neste caso poderá ser muito mais “invisível” para os pais. Ademais, existem relações significativas entre os vários tipos de conflito pelo que as discussões com pais envolvem muitas vezes a confrontação a respeito de mais do que uma dimensão de utilização dos media: tempo de utilização, período do dia, actividades efectuadas e os gastos monetários. Como seria de esperar, os jovens mais novos são alvo de um maior controlo parental, havendo sobre eles uma incidência maior de regras e proibições. Entre os adolescentes mais familiarizados com o uso da internet, grande parte afirmam serem eles que mais sabem sobre internet em casa. Ora, em muitos lares portugueses 417


poderá assistir-se a uma discrepância de conhecimentos entre os pais e os filhos que demonstram ter maiores competências na utilização das novas tecnologias. Tudo isto poderá baralhar as relações tradicionais de poder em casa, fazendo com que a utilização das novas tecnologias por parte dos jovens gere focos de incerteza para os pais na aplicação de regras e de controlo sobre os filhos. Estudos sugerem mesmo o aumento do conflito entre pais e adolescentes em famílias onde o adolescente é considerado o perito na utilização dos novos media e em especial da internet. Adiantam ainda a hipótese de os conflitos serem maiores quando há pressão dos pais para reduzir a autonomia do adolescente, controlando o acesso à internet, e quando mostram reacções negativas sobre o uso da mesma. A família no início do século XXI encontra-se em processo de reconfiguração e democratização negocial entre pais e filhos. A família na sociedade contemporânea poderá, talvez, como sugere Manuel Castells, estar perante o desafio de integrar as características da sociedade em rede nas relações familiares: flexibilidade, autonomia, adaptabilidade. A questão que fica é saber se irá adoptar essas características ou lutar contra elas porque elas são erosivas do poder patriarcal tradicional. Na primeira hipótese teremos uma família mais democrática e onde o poder é fruto da negociação. Na segunda hipótese veremos as tensões acumular-se e o possível surgir de relações fracturadas e extremadas.

418


Bibliografia

BAUDRILLARD, Jean (1993) The Transparency of Evil, Essays on Extreme Phenomena, Londres: Verso

BUCKINGHAM, D. (2000) After the Death of Childhood: Growing Up in the Age of Electronic Media, Cambridge: Polity Press

CARDOSO, Gustavo e outros (2005) A sociedade em rede em Portugal, Porto: Campo das Letras

CARDOSO, Gustavo (2006), Os Media na Sociedade em Rede, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian

CASTELLS, Manuel e Pekka Himanen (2003). The Information Society and the Welfare State: The Finnish Model. Oxford: Oxford University Press

CRAWFORD, Garry (2006) The cult of Champ Man: the culture and pleasures of Championship Manager/Football Manager gamers, Information, Communication & Society, Vol. 9 (4): 496-514

DUTTON, William e Adrian Shepherd (2006) Trust in the internet as an experience technology, Information, Communication & Society, Vol. 9 (4): 433-451

ESPANHA, Rita, Luís Soares e Gustavo Cardoso (2006), “Do Multimedia ao Wireless: As Dietas Mediáticas dos Portugueses”, in A Sociedade em Rede - Do Conhecimento à Acção Política”, Lisboa: Colecção Debates, Ed. Imprensa Nacional – Casa da Moeda

FROMME, Johannes (2003), Computer Games as a Part of Children's Culture, Game Studies, Vol. 3 (1) em http://www.gamestudies.org/0301/fromme/

GREENFIELD, Patricia (1984) Mind and Media: The effects of television, video games and computers. Cambridge, MA: Harvard University Press

419


HIMANEN, Pekka (2001) The Hacker Ethic and the Spirit of the Information Age, Nova Iorque: Random House Inc.

LEU, Hans Rudolf (1993) How children use computers. Study to dewitch a new technology, Munique: Deutsches Jugendinstitut

LIVINGSTONE, Sonia, Leen d'Haenens & Uwe Hasebrink (2001) Childhood in Europe: Contexts for Comparison. In S. Livingstone & M. Bovill (Eds.), Children and Their Changing Media Environment. A European Comparative Study. Mahwah, NJ & London: Lawrence Erlbaum Associates: 3-30

LIVINGSTONE, Sonia (2002) Young People and New Media: Childhood and the Changing Media Environment, Londres: Sage

MESCH, Gustavo (2006) Family characteristics and intergenerational conflicts over the Internet, Information, Communication & Society, Vol. 9 (4): 473-495

PINEAU, Vicki e Daniel Slotwiner (2003) Probability samples vs. Volunteer Respondents in internet research: Defining Potential Effects on Data and DecisionMaking in Marketing Applications em http://www.knowledgenetworks.com/insights/docs/Volunteer%20white%20paper%201 1-19-03.pdf

420


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.