Ficha Técnica Título
E-Generation: Os Usos de Media pelas Crianças e Jovens em Portugal
Coordenador Científico
Gustavo Cardoso
Investigadores
Rita Espanha, Tiago Lapa
Inquérito Sociedade em Rede em Portugal 2006
Gustavo Cardoso, Rita Espanha, Maria do Carmo Gomes
Coordenação Editorial
Rita Espanha
Centro de Investigação
CIES/ISCTE – Centro de Investigação e Estudos em Sociologia, Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa
Apoio à Investigação
Fundação Portugal Telecom
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Índice
1. Introdução................................................................................................................... 25 2. Metodologia e Dados.................................................................................................. 28 3. Caracterização da Amostra......................................................................................... 32 4. Ciber-geografias e mundos online: Padrões de utilização do computador e da internet ........................................................................................................................................ 39 Blogues ................................................................................................................... 83 Serviço de mensagens instantâneas (IMPs)............................................................ 92 5. Padrões de oportunidades e riscos na rede. Representações da utilidade e níveis de confiança nas TIC......................................................................................................... 112 6. A utilização da televisão entre os jovens portugueses.............................................. 123 Zapping..................................................................................................................... 161 7. A cultura da mobilidade: a utilização dos telemóveis por parte dos jovens............. 165 8. Mundos virtuais: os jogos de computador na cultura juvenil................................... 222 9. Geração Mp3: a música no novo ambiente mediático.............................................. 250 10. Os jovens e os filmes na era digital ........................................................................ 276 11. A Leitura e os jovens na era da internet ................................................................. 298 12. O sistema de oferta mediática múltipla: Multitasking e integração dos media. ..... 304 13. Os media na vida quotidiana dos jovens: Organização no tempo e no espaço. ..... 321 14. Dinâmica familiar e interacção em torno dos media: autonomia dos jovens, autoridade e controlo paternal sobre os media. ............................................................ 361 15. Conclusão ............................................................................................................... 390 Bibliografia................................................................................................................... 419
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Índice - Tabelas
Tabela 1: Características dos Inquiridos (%).................................................................. 32 Tabela 2: Vive com quem............................................................................................... 33 Tabela 3: Sobre o teu pai - Até quando estudou? ........................................................... 34 Tabela 4: Em relação ao trabalho, o teu pai ?................................................................. 34 Tabela 5: Se o teu pai tem um emprego, diz se ele: ....................................................... 34 Tabela 6: Sobre a tua mãe - Até quando estudou? ......................................................... 35 Tabela 7: Em relação ao trabalho, a tua mãe ? ............................................................... 36 Tabela 8: Se a tua mãe tem um emprego, diz se ela:...................................................... 36 Tabela 9: Características dos Inquiridos (%).................................................................. 37 Tabela 10: Frequenta algum nível de ensino .................................................................. 37 Tabela 11: Se está no secundário:................................................................................... 37 Tabela 12: Qual é a sua condição perante o trabalho ..................................................... 38 Tabela 13: Região........................................................................................................... 38 Tabela 14: Habitat .......................................................................................................... 38 Tabela 15: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?..................... 39 Tabela 16: Tens ligação à internet em tua casa? ............................................................ 40 Tabela 17: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, emai)?: ................ 41 Tabela 18: Utilizas habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar ou fazer trabalhos de casa? ..................................................................................... 42 Tabela 19: Utilização das TIC para fins educativos ....................................................... 43 Tabela 20: Tens algum professor que utiliza a internet para explicar a matéria ou que te incentiva a utilizar a internet para estudar ou praticar matérias da sua disciplina? 44
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Tabela 21: Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez? ................................................................................................................................ 45 Tabela 22: Qual dos seguintes serviços costuma utilizar: .............................................. 46 Tabela 23: Quando visitas páginas web, quais dos seguintes conteúdos costumas consultar?:............................................................................................................... 47 Tabela 24: Tens amigos que vêm sites destinados a adultos na internet? ...................... 49 Tabela 25: Já fizeste alguma página web ....................................................................... 49 Tabela 26: Já fizeste algum blogue................................................................................. 50 Tabela 27: Quantas contas de correio electrónico usas? ................................................ 51 Tabela 28: Quando participas em chats, comunicas mais: ............................................. 52 Tabela 29: Quando participas num chat, costumas aparecer tal como és ou finges ser outro tipo de pessoa? .............................................................................................. 52 Tabela 30: Já conheceste pessoalmente algum dos teus amigos virtuais? ..................... 53 Tabela 31: Quando utilizas a internet costumas estar: ................................................... 54 Tabela 32: Em tua casa, para além de ti, utilizam a internet: ......................................... 55 Tabela 33: Em tua casa, quem utiliza mais a internet?................................................... 56 Tabela 34: Em tua casa, quem é que mais sabe sobre internet? ..................................... 57 Tabela 35: Quem te ensinou a usar a internet?:.............................................................. 58 Tabela 36: Quando utilizas a internet, como te consideras?........................................... 59 Tabela 37: Utilizadores da internet e/ou o correio electrónico....................................... 60 Tabela 38: Utiliza ou já utilizou alguma vez a internet e/ou o correio electrónico........ 60 Tabela 39: Independentemente do local onde utiliza e do motivo, com que frequência utiliza a internet e/ou correio electrónico ............................................................... 62 Tabela 40: Em que locais tem acesso à internet ............................................................. 63 Tabela 41: Tem hipótese de ter acesso à internet em casa ............................................. 64
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Tabela 42: Há quantos meses utiliza a internet .............................................................. 64 Tabela 43: Em que ano instalou / passou a ter acesso à internet em sua casa................ 65 Tabela 44: Onde começou a utilizar a internet ............................................................... 66 Tabela 45: Como é que classificaria a sua capacidade de utilizar a internet.................. 67 Tabela 46: Que tipo de ligação à internet é que tem em sua casa .................................. 68 Tabela 47: Qual é o seu fornecedor de internet de banda larga...................................... 70 Tabela 48: Em casa, quem é que utiliza mais frequentemente a internet....................... 71 Tabela 49: Utiliza a internet ou o correio electrónico para: ........................................... 75 Tabela 50: Utiliza a internet ou e-mail para fazer alguma das seguintes actividades: ... 80 Tabela 51: Afirmação que descreve melhor a sua atitude acerca da recepção de correio electrónico não solicitado ....................................................................................... 83 Tabela 52: Sabe o que é um blogue................................................................................ 83 Tabela 53: Mantém algum blogue .................................................................................. 84 Tabela 54: Costuma navegar pela blogosfera................................................................. 85 Tabela 55: Costuma interagir com blogues .................................................................... 86 Tabela 56: Quantos tem a funcionar............................................................................... 87 Tabela 57: Actualiza-o(s) com que frequência............................................................... 87 Tabela 58: Com que frequência consulta outros blogues ............................................... 87 Tabela 59: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 1º ................ 88 Tabela 60: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 2º ................ 88 Tabela 61: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 3º ................ 89 Tabela 62: Como se informa habitualmente sobre os blogues a consultar:.................... 89 Tabela 63: Os blogues que consulta são:........................................................................ 90 Tabela 64: Tem o cuidado de cruzar com outras fontes a informação que consta dum blogue ..................................................................................................................... 91
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Tabela 65: Principal motivo porque consulta um blogue:.............................................. 91 Tabela 66: Utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (IMPs)............................ 92 Tabela 67: Utiliza-o com que frequência: ...................................................................... 93 Tabela 68: Com quem é que comunica, através desse serviço:...................................... 94 Tabela 69: Tem os seus IMPs personalizados através de:.............................................. 95 Tabela 70: Essa personalização é útil para transmitir às pessoas com quem conversa:. 95 Tabela 71: Na sua lista de contactos, tem principalmente pessoas que pertencem a que grupo:...................................................................................................................... 96 Tabela 72: Com que frequência é que gere a sua presença/ausência utilizando os ícones que indicam um dado estado de atenção ................................................................ 96 Tabela 73: Três principais motivos porque utiliza os IMPs: .......................................... 97 Tabela 74: Utiliza sites na internet onde cria uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses (Social Online Environment) ................................................................. 97 Tabela 75: Utiliza-os com que frequência...................................................................... 98 Tabela 76: Através desses sites, interage principalmente com:...................................... 99 Tabela 77: Utiliza algum serviço de Voice Over IP (VOIP).......................................... 99 Tabela 78: Num mês típico, quantas vezes compra produtos ou serviços através da internet .................................................................................................................. 100 Tabela 79: Acha que as suas compras através da internet ... em relação às compras de produtos e serviços semelhantes nas lojas habituais ............................................ 101 Tabela 80: Até que ponto é que se sente preocupado(a) com a segurança da informação do seu cartão de crédito quando o utiliza para comprar ou pagar alguma coisa na internet .................................................................................................................. 101 Tabela 81: Costuma utilizar o site na internet do seu banco ........................................ 101 Tabela 82: Costuma utilizar caixas Multibanco ........................................................... 101
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Tabela 83: Diga-me, por favor, se costuma realizar as seguintes operações: .............. 102 Tabela 84: Com que frequência utiliza a internet para:................................................ 103 Tabela 85: Conhece ou já ouviu falar da internet......................................................... 103 Tabela 86: Principal razão porque não usa a internet:.................................................. 104 Tabela 87: Acha que um dia virá a utilizar a internet................................................... 105 Tabela 88: Pediu ou recebeu de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação ou documentação que tenha sido retirada da internet........................................... 106 Tabela 89: Até que ponto o uso da internet influenciou os seus contactos com: ......... 107 Tabela 90: Depois de começar a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar acham que passam mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo consigo .............................................................................................................................. 107 Tabela 91: Existem outros membros da família que utilizam o mesmo computador... 108 Tabela 92: Qual é o sistema operativo que usa habitualmente no seu computador pessoal .............................................................................................................................. 109 Tabela 93: Utiliza habitualmente aplicações e/ou programas informáticos produzidos através de software livre ....................................................................................... 109 Tabela 94: Qual a aplicação que utiliza em regime de software livre:......................... 110 Tabela 95: Qual o browser que tem neste momento instalado no seu computador principal e que utiliza para aceder à internet: ....................................................... 110 Tabela 96: Como é que adquiriu para o seu computador pessoal o último software para processar/ escrever textos ..................................................................................... 111 Tabela 97: O computador que possui é portátil............................................................ 111 Tabela 98: Utiliza a internet através de equipamentos com acesso sem fios (wireless ou wi-fi), através do telemóvel ou computador portátil ............................................ 111
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Tabela 99: Em que local é que utiliza mais frequentemente as tecnologias de acesso sem fios (wireless) ....................................................................................................... 112 Tabela 100: Desde que utiliza as tecnologias de acesso sem fios (wireless), acha que: .............................................................................................................................. 112 Tabela 101: Já utilizou acessos grátis à internet fornecidos em espaços públicos (MCDonalds/hotéis) ............................................................................................. 112 Tabela 102: Tens algum sistema de protecção instalado quando navegas na internet (anti-virus, filtro de conteúdos)? .......................................................................... 116 Tabela 103: Conheces alguém que esteja totalmente agarrado à internet? .................. 116 Tabela 104: Para mim, a internet:................................................................................. 118 Tabela 105: Riscos na Internet ..................................................................................... 119 Tabela 106: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de notícias publicadas por empresas/agências .......................................................................................... 120 Tabela 107: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de informação publicadas por pessoas.......................................................................................... 120 Tabela 108: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: sites de informação do governo na internet ............................................................................................................. 121 Tabela 109: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: informação proveniente de motores de pesquisa.............................................................................................. 121 Tabela 110: Costuma fazer apostas na internet nos seguintes jogos de sorte e azar: ... 121 Tabela 111: Quantas televisões existem em tua casa? ................................................. 125 Tabela 112: Tens em tua casa televisão paga (TV cabo, Satélite, etc)? ....................... 126 Tabela 113: Quando vês televisão, costumas estar: ..................................................... 127 Tabela 114: Quem vê mais televisão em tua casa? ...................................................... 128 Tabela 115: Dos seguintes serviços de TV quais é que possui: ................................... 129
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Tabela 116: Qual é o operador de cabo e/ou satélite que utiliza como fornecedor principal ................................................................................................................ 130 Tabela 117: Quantas televisões tem em sua casa ......................................................... 131 Tabela 118: Qual o canal de televisão que mais vê (1ºCANAL) ................................. 132 Tabela 119: Qual o canal de televisão que mais vê (2ºCANAL) ................................. 133 Tabela 120: Qual o canal de televisão que mais vê (3ºCANAL) ................................. 134 Tabela 121: Qual o canal de televisão que mais vê (4ºCANAL) ................................. 135 Tabela 122: Para saber notícias em geral vê canais...................................................... 136 Tabela 123: Para se informar sobre acontecimentos nacionais importantes vê canais... .............................................................................................................................. 136 Tabela 124: Para se informar sobre acontecimentos internacionais importantes vê canais... ................................................................................................................. 136 Tabela 125: Credibilidade que têm para si, o canal de informação:............................. 137 Tabela 126: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor nacional........... 137 Tabela 127: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção nacional ........... 138 Tabela 128: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor estrangeiras ..... 138 Tabela 129: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção estrangeiras...... 139 Tabela 130: E quanto à origem das telenovelas, a quais é que prefere assistir ............ 140 Tabela 131: Das telenovelas que passaram no último ano na televisão, quais as duas que mais gostou:.......................................................................................................... 141 Tabela 132: De todas as telenovelas a que assistiu, qual foi a sua preferida................ 142 Tabela 133: Prefere assistir a telenovelas que se baseiam...: ....................................... 143 Tabela 134: Considera que as telenovelas devem...: .................................................... 143 Tabela 135: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que prefere de um modo geral: ..................................................................................................................... 144
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Tabela 136: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais credível.. 145 Tabela 137: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais divertido 146 Tabela 138: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é menos interessante .............................................................................................................................. 147 Tabela 139: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que não consegue suportar ................................................................................................................. 147 Tabela 140: Dos comentadores da actualidade, a quais é que assiste na televisão: ..... 148 Tabela 141: Gosta de programas de: ............................................................................ 149 Tabela 142: Qual a sua opinião sobre:.......................................................................... 150 Tabela 143: Qual o principal programa que vê habitualmente (1ªREF)....................... 150 Tabela 144: Qual o principal programa que vê habitualmente (2ªREF)....................... 151 Tabela 145: Qual o principal programa que vê habitualmente (3ªREF)....................... 153 Tabela 146: Costuma gravar programas....................................................................... 154 Tabela 147: Por que motivo costuma gravar programas .............................................. 154 Tabela 148: Qual o tipo de programa que costuma gravar (1ªREF.)............................ 154 Tabela 149: Qual o tipo de programa que costuma gravar (2ªREF.)............................ 155 Tabela 150: Qual o tipo de programa que costuma gravar (3ªREF.)............................ 155 Tabela 151: Costuma trocar gravações de programas com os teus amigos.................. 155 Tabela 152: Já se ligou à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão ................................................................................................................ 156 Tabela 153: Com que frequência se liga à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão..................................................................................... 156 Tabela 154: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (1ªREF).................................................................................................... 156
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Tabela 155: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (2ªREF).................................................................................................... 157 Tabela 156: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (3ªREF).................................................................................................... 157 Tabela 157: Já participou em algum fórum online sobre um programa de televisão... 158 Tabela 158: Com que frequência.................................................................................. 158 Tabela 159: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (1ªREF) 158 Tabela 160: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (2ªREF) 159 Tabela 161: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (3ªREF) 159 Tabela 162: Os programas de televisão são assunto de conversas com os seus amigos .............................................................................................................................. 159 Tabela 163: A televisão em casa está ligada às horas das refeições............................. 160 Tabela 164: A televisão em casa está ligada mesmo quando ninguém está a ver........ 160 Tabela 165: Costuma ver algum noticiário televisivo das 20h00................................. 160 Tabela 166: Em qual dos canais costuma ver noticiário televisivo das 20h00: ........... 160 Tabela 167: Habitualmente, vê o noticiário televisivo da noite com quem ................. 161 Tabela 168: É habitual trocar opiniões sobre o que viu: .............................................. 161 Tabela 169: Ao longo do tempo em que diariamente vê televisão, quantas vezes é que faz zapping............................................................................................................ 162 Tabela 170: Qual é a principal razão porque faz zapping: ........................................... 162 Tabela 171: E durante o mesmo programa, com que frequência é que faz zapping .... 163 Tabela 172: Qual é a principal razão porque faz zapping durante o mesmo programa 163 Tabela 173: Qual o tipo de programa nos quais tem tendência para fazer mais zapping: .............................................................................................................................. 164
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Tabela 174: O que é que normalmente faz durante os intervalos do seu programa preferido................................................................................................................ 164 Tabela 175: Se tivesse um aparelho de gravação digital de vídeo retiraria automaticamente a publicidade das emissões gravadas ....................................... 165 Tabela 176: Tens telemóvel?........................................................................................ 168 Tabela 177: Quem paga as tuas despesas com o teu telemóvel?.................................. 169 Tabela 178: Sabes quanto gastas por semana? ............................................................. 170 Tabela 179: Utilizas o telemóvel, principalmente, para: .............................................. 171 Tabela 180: Com que pessoas costumas comunicar mais?: ......................................... 173 Tabela 181: Com que idade tiveste o primeiro telemóvel? .......................................... 174 Tabela 182: Quem comprou o teu primeiro telemóvel? ............................................... 175 Tabela 183: Se ficasse duas semanas sem telemóvel? ................................................. 176 Tabela 184: Consideras que todas as chamadas que fazes e as mensagens que envias são necessárias? .......................................................................................................... 177 Tabela 185: Costumas desligar o telemóvel:................................................................ 178 Tabela 186: Costumas receber chamadas ou mensagens quando já estás deitado? ..... 179 Tabela 187: Quantos telemóveis há em tua casa? ........................................................ 180 Tabela 188: Tem telemóvel .......................................................................................... 181 Tabela 189: Quantos aparelhos possui a funcionar neste momento............................. 181 Tabela 190: Com que idade teve o seu primeiro telemóvel ......................................... 181 Tabela 191: Nº de telemóveis no agregado .................................................................. 182 Tabela 192: São na sua maioria equipamentos de 3G .................................................. 182 Tabela 193: Em termos médios, qual o valor que acha razoável gastar na aquisição de um telemóvel novo ............................................................................................... 183
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Tabela 194: Principal operador de comunicações móveis (aquele a partir do qual faz o maior número de chamadas)................................................................................. 184 Tabela 195: Utiliza mais do que um operador.............................................................. 184 Tabela 196: Quais são esses outros operadores............................................................ 184 Tabela 197: Qual é a modalidade de pagamento do principal operador de telemóvel . 184 Tabela 198: Em média, quantas vezes carrega o seu telemóvel por mês: .................... 185 Tabela 199: Em média, qual o valor que gasta por mês no seu telemóvel ................... 185 Tabela 200: Quantas chamadas faz em média por dia do seu telemóvel ..................... 187 Tabela 201: Tem telefone fixo em casa........................................................................ 188 Tabela 202: Qual é a operadora de facturação das chamadas ...................................... 188 Tabela 203: Desde que tem telemóvel fala mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo através do telefone fixo de casa................................................................. 189 Tabela 204: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de casa... ........................................................................................................ 189 Tabela 205: Desde que tem telemóvel fala mais...através do telefone fixo do trabalho .............................................................................................................................. 190 Tabela 206: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo do trabalho..................................................................................................... 190 Tabela 207: Com quem é que fala habitualmente pelo telefone fixo de casa desde que tem telemóvel: ...................................................................................................... 190 Tabela 208: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (1ªREF.)191 Tabela 209: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (2ªREF.)191 Tabela 210: Das chamadas que tem no seu telemóvel qual a percentagem que daria a: .............................................................................................................................. 191 Tabela 211: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel para: .......................... 193
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Tabela 212: Desde que utiliza o telemóvel passou a:................................................... 194 Tabela 213: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel pelos motivos de: ...... 195 Tabela 214: Supondo, que não tinha telemóvel, realizaria na mesma, através de um telefone fixo a maioria das chamadas móveis que efectua:.................................. 195 Tabela 215: Costuma pedir a outras pessoas que lhe façam algumas operações relacionadas com o uso do telemóvel ................................................................... 196 Tabela 216: Qual é a principal operação que pede para as outras pessoas fazerem:.... 196 Tabela 217: Com que frequência costuma utilizar os serviços disponibilizados pelo operador do seu telemóvel de: .............................................................................. 197 Tabela 218: Grau de concordância em relação à frase: ................................................ 199 Tabela 219: Desliga/coloca em silêncio o seu telemóvel em: ...................................... 200 Tabela 220: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (1ª opção):...................................................................................... 201 Tabela 221: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (2ª opção):...................................................................................... 202 Tabela 222: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (3ª opção):...................................................................................... 202 Tabela 223: Já utilizou o telemóvel enquanto esperava por alguém e se encontrava sozinho para:......................................................................................................... 203 Tabela 224: Utiliza as deslocações que faz de carro ou em transportes públicos para resolver assuntos profissionais através do telemóvel: .......................................... 204 Tabela 225: O seu telemóvel tem câmara digital incorporada: .................................... 205 Tabela 226: Em média, quantas fotografias costuma tirar numa semana .................... 205 Tabela 227: E destas, quantas, envia em média, para outras pessoas........................... 206
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Tabela 228: Qual a principal situação em que utiliza a câmara fotográfica do seu telemóvel .............................................................................................................. 207 Tabela 229: Tem o seu telemóvel personalizado com uma fotografia, um protector de ecrã, um toque favorito......................................................................................... 208 Tabela 230: Em média, quantos SMS envia diariamente através do seu telemóvel .... 209 Tabela 231: Em média, quantos MMS envia diariamente através do seu telemóvel ... 210 Tabela 232: Para quem é que envia mais habitualmente SMS através do telemóvel... 210 Tabela 233: Com que frequência costuma enviar SMS para intervir:.......................... 212 Tabela 234: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (1ºREF.) .............................................................................................................................. 212 Tabela 235: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (2ºREF.) .............................................................................................................................. 213 Tabela 236: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (3ºREF.) .............................................................................................................................. 213 Tabela 237: Já viu aparecer a mensagem/pergunta enviada, no ecrã da TV ................ 214 Tabela 238: Costuma utilizar a internet para enviar SMS............................................ 214 Tabela 239: Utiliza as páginas na internet dos operadores:.......................................... 214 Tabela 240: Com que frequência é que utiliza os sites das operadoras de comunicações móveis na internet para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros ........ 215 Tabela 241: Quais são os sites que utiliza para realizar essas operações:.................... 215 Tabela 242: Costuma utilizar uma linguagem diferente quando escreve SMS, como por exemplo abreviaturas, letras diferentes, símbolos ................................................ 215 Tabela 243: Já utilizou SMS para:................................................................................ 217 Tabela 244: Com que frequência é que comunica por telemóvel com outros membros da família................................................................................................................... 218
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Tabela 245: Tem algum tarifário especial para telefonar/mandar mensagens para determinados números.......................................................................................... 219 Tabela 246: Habitualmente, costumas jogar com consolas ou computadores?............ 225 Tabela 247: Que tipo de jogos costumas jogar?:.......................................................... 226 Tabela 248: Tens jogos pirateados?.............................................................................. 227 Tabela 249: Com quem costumas jogar?:..................................................................... 228 Tabela 250: Em tua casa, além de ti, utilizam jogos de consola/computador: ............. 229 Tabela 251: Consequências do tempo de uso dos jogos:.............................................. 230 Tabela 252: Costuma utilizar jogos para computador ou consola................................ 233 Tabela 253: Qual o nível de interesse que tem por jogos de computador e consola .... 234 Tabela 254: Em qual das seguintes plataformas costuma jogar: .................................. 236 Tabela 255: Em que plataformas, joga os seguintes tipos de jogos: ............................ 238 Tabela 256: Costuma jogar em rede através da internet:.............................................. 239 Tabela 257: Com quem joga habitualmente em rede através da internet:.................... 239 Tabela 258: Num mês típico, quantos jogos costuma comprar:................................... 240 Tabela 259: E quanto é que gasta em média por mês neste tipo de produtos .............. 241 Tabela 260: Quem é que normalmente compra os jogos que utiliza:........................... 243 Tabela 261: Quando vai comprar um jogo, qual é o principal motivo porque o compra .............................................................................................................................. 244 Tabela 262: Quando não compra ou não lhe oferecem os jogos que utiliza, eles são na sua maioria:........................................................................................................... 245 Tabela 263: Qual o montante máximo que estaria disposto a pagar para descarregar da internet os 10 jogos mais vendidos do mês para PC............................................. 245 Tabela 264: Características dos jogos - Grau de concordância com: ........................... 248
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Tabela 265: Tens algum leitor de música portátil em que possas utilizar ficheiros MP3? .............................................................................................................................. 251 Tabela 266: Competências relacionadas com a gravação, troca e descarregamento de música:.................................................................................................................. 252 Tabela 267: Habitualmente trocas músicas com os teus amigos(as)? .......................... 254 Tabela 268: Já compraste música através de sítios de venda na internet? ................... 255 Tabela 269: Em que sítios compras habitualmente música através da internet: .......... 255 Tabela 270: Costumas descarregar letras das músicas que obténs na internet? ........... 256 Tabela 271: E ainda em relação a música, achas que é mais errado...?........................ 257 Tabela 272: Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço: ................................................... 258 Tabela 273: Tem algum leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros MP3 .............................................................................................................................. 259 Tabela 274: Qual é a marca desse leitor ....................................................................... 260 Tabela 275: Em que alturas, é que costuma ouvir música no seu leitor de MP3: ........ 261 Tabela 276: Desde que tem o seu leitor MP3, passou a: .............................................. 261 Tabela 277: Por ordem de utilização, em que equipamentos é que costuma ouvir ficheiros MP3: ...................................................................................................... 262 Tabela 278: Competências relacionadas com a gravação, descarregamento e troca de música:.................................................................................................................. 263 Tabela 279: Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:............... 265 Tabela 280: Número de CD's gravados no último mês: ............................................... 266 Tabela 281: Compra CDs de música com regularidade ............................................... 267 Tabela 282: Número de CD's que comprou no último mês.......................................... 267 Tabela 283: Quanto é que gastou em média, no último mês em CD's ......................... 268
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Tabela 284: Costuma comprar ou gravar CD's dos seus grupos música preferidos:.... 269 Tabela 285: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que quer conhecer melhor:.................................................................................................................. 270 Tabela 286: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que alguém me aconselhou a ouvir:............................................................................................... 270 Tabela 287: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos portugueses: ........ 270 Tabela 288: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos estrangeiros: ........ 270 Tabela 289: Troca músicas com os seus amigos(as): ................................................... 271 Tabela 290: Compra mais ou menos CDs que tragam também DVDs dos grupos/músicos: .................................................................................................... 272 Tabela 291: Frequência que compra música através de sites de venda na internet:..... 272 Tabela 292: Sites onde compra habitualmente música através da internet: ................. 273 Tabela 293: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona ouvem mais, a mesma ou menos música do que há 2 anos atrás: ........................ 273 Tabela 294: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona compram mais, o mesmos ou menos CDs do que há 2 anos atrás: ...................... 273 Tabela 295: Acha correcto:........................................................................................... 274 Tabela 296: Quanto gastaria num mês para adquirir músicas em sites na internet ...... 275 Tabela 297: Costumas assistir habitualmente a filmes? ............................................... 278 Tabela 298: Através de que meios tens acesso aos filmes que habitualmente assistes? .............................................................................................................................. 279 Tabela 299: Habitualmente fazes pesquisas na internet sobre filmes?......................... 280 Tabela 300: Costumas assistir a filmes no teu computador?........................................ 281 Tabela 301: Esses filmes são na sua maioria:............................................................... 281
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Tabela 302: Quando há um filme novo que te interessa ver, o que fazes normalmente? .............................................................................................................................. 282 Tabela 303: Costuma assistir habitualmente a filmes .................................................. 284 Tabela 304: Em que locais é que costuma assistir a esses filmes: ............................... 284 Tabela 305: Quantas vezes foi ao cinema no último mês............................................. 286 Tabela 306: Os filmes que assiste em casa são: ........................................................... 287 Tabela 307: Tem leitor de DVD's................................................................................. 288 Tabela 308: O leitor de DVDs lê filmes que descarrega da internet ............................ 289 Tabela 309: Quantas vezes é que assistiu em casa a DVD's no último mês................. 290 Tabela 310: Costuma ver filmes no seu computador ................................................... 291 Tabela 311: E esses filmes são na sua maioria............................................................. 292 Tabela 312: Onde é que vê filmes de origem Portuguesa: ........................................... 293 Tabela 313: Onde é que vê filmes de origem Americana: ........................................... 293 Tabela 314: Onde é que vê filmes de origem Europeia:............................................... 293 Tabela 315: Onde é que vê filmes de outras nacionalidades:....................................... 293 Tabela 316: Visionamento de filme - Grau de concordância: ...................................... 294 Tabela 317: Que montante fixo estaria disposto a pagar por mês para poder fazer descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver no seu PC/Leitor Dvd ....................................................................................................................... 295 Tabela 318: Quando há um filme novo que lhe interessa ver, o que faz normalmente:295 Tabela 319: Estás a ler algum livro neste momento, sem contar com os que te mandam ler na escola? ........................................................................................................ 298 Tabela 320: Costuma habitualmente ler livros ............................................................. 299 Tabela 321: Quantos livros comprou no último mês.................................................... 300 Tabela 322: Tem o hábito de ler Jornais....................................................................... 301
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Tabela 323: Costuma ler jornais gratuitos.................................................................... 302 Tabela 324: Quais os jornais gratuitos que costuma ler: .............................................. 302 Tabela 325: Desde que passou a ler jornais gratuitos, deixou de ler os outros jornais 303 Tabela 326: Qual montante que estaria disposto a pagar num mês para descarregar da internet os jornais pagos em substituição dos jornais em papel ........................... 303 Tabela 327: Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: .................. 305 Tabela 328: Se tivesses de optar entre internet e televisão, qual seria a tua escolha?.. 307 Tabela 329: Se tivesses de optar entre internet e telemóvel, qual seria a tua escolha? 308 Tabela 330: Se tivesses de optar entre jogos de consola ou computador e televisão, qual seria a tua escolha? ............................................................................................... 308 Tabela 331: Se tivesses de optar entre telemóvel e televisão, qual seria a tua escolha? .............................................................................................................................. 309 Tabela 332: Aparelhos electrónicos que possui: .......................................................... 311 Tabela 333: Quantos Computadores Pessoais Fixo Possui .......................................... 312 Tabela 334: Quantos Computadores Pessoais Portátil Possui...................................... 312 Tabela 335: Quantos PDAs Possui............................................................................... 312 Tabela 336: Quantas Câmaras Web Possui .................................................................. 312 Tabela 337: Quantas Agendas Electrónicas (Palm Pilot) Possui ................................. 312 Tabela 338: Quantas Consolas De Jogos Possui .......................................................... 312 Tabela 339: Quantas Câmaras Digitais Possui ............................................................. 313 Tabela 340: Quantos Rádios/Leitor De CDs Possui..................................................... 313 Tabela 341: Quantos Home Cinema Possui ................................................................. 313 Tabela 342: Quantos Auriculares Para A Televisão/Computador Possui .................... 313 Tabela 343: Quantas Pendrive Para Transporte De Dados Possui ............................... 313
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Tabela 344: Quando se quer informar sobre algum assunto em geral qual a importância que atribui a: ......................................................................................................... 314 Tabela 345: Quando se quer informar sobre entretenimento qual a importância que atribui a:................................................................................................................ 314 Tabela 346: Enquanto utiliza a internet, é frequente:................................................... 315 Tabela 347: Quando está a estudar, costuma................................................................ 316 Tabela 348: Consegue ver televisão quando está ao computador ................................ 317 Tabela 349: Pode ver televisão através do próprio computador................................... 317 Tabela 350: Costuma (enquanto está a ver televisão): ................................................. 318 Tabela 351: Enquanto está a passar publicidade na televisão costuma ........................ 318 Tabela 352: O que mais gostas de fazer depois do jantar?........................................... 322 Tabela 353: Tenho um horário para estudar e procuro cumpri-lo................................ 324 Tabela 354: Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de casa? ................................................................................................. 325 Tabela 355: Quanto tempo passas por dia a estudar e a fazer os trabalhos de casa, sem contar com as horas na sala de aula? .................................................................... 326 Tabela 356: Onde estão as TVs?: ................................................................................. 327 Tabela 357: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a ver televisão? ............ 328 Tabela 358: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a ver televisão? ........................................................................................................ 329 Tabela 359: Onde costumas ver televisão?: ................................................................. 330 Tabela 360: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?................. 331 Tabela 361: Onde se encontra o computador que costumas usar em tua casa?............ 332 Tabela 362: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola? .................................................................................................................. 333
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Tabela 363: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola? .............................................................................. 334 Tabela 364: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?: ........... 336 Tabela 365: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas a internet, fora da escola? .............................................................................................................................. 337 Tabela 366: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia costumas utilizar a internet? ................................................................................. 338 Tabela 367: Durante a semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: 340 Tabela 368: Ao fim-de-semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: .............................................................................................................................. 341 Tabela 369: A que, ou a quem, retiraste tempo desde que utilizas a internet?:............ 343 Tabela 370: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador? ......................................................................................................... 344 Tabela 371: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador? .................................................................... 345 Tabela 372: Em que locais é que estuda normalmente:................................................ 346 Tabela 373: Quantos minutos por semana gasta a utilizar a internet ........................... 346 Tabela 374: Tempo que passa em casa a (Minutos por semana): ................................ 347 Tabela 375: Tempo que passa na escola a (Minutos por semana): .............................. 348 Tabela 376: Tempo que passa no total a (Minutos por semana): ................................. 348 Tabela 377: Numa semana típica, quanto tempo dedica a (em Minutos): ................... 349 Tabela 378: Numa semana típica, quantos minutos dedica a:...................................... 349 Tabela 379: Quanto tempo gasta, em média, a jogar jogos no computador ou consola (em minutos):........................................................................................................ 350 Tabela 380: Em que locais é que costuma jogar: ......................................................... 350
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Tabela 381: Horário em que normalmente vê televisão durante a semana: ................. 351 Tabela 382: Horário em que normalmente vê televisão durante o fim-de-semana: ..... 351 Tabela 383: Horário em que normalmente vê televisão sozinho: ................................ 352 Tabela 384: Horário em que normalmente vê televisão acompanhado:....................... 352 Tabela 385: Tem um horário definido para:................................................................. 353 Tabela 386: Actividades que realiza no tempo livre que tem em casa:........................ 354 Tabela 387: Quais actividades costuma fazer em simultâneo: ..................................... 356 Tabela 388: Actividade que faz mais frequentemente antes de jantar: ........................ 358 Tabela 389: Actividade que faz mais frequentemente depois de jantar: ...................... 359 Tabela 390: Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina? .............................................................................................................................. 361 Tabela 391: Acho que deveria estudar mais................................................................. 362 Tabela 392: Os meus pais acham que eu deveria estudar mais .................................... 363 Tabela 393: Tem alguma ajuda para estudar ou fazer o TPC:...................................... 364 Tabela 394: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ligado à internet .................................................................................................................. 366 Tabela 395: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que me ligo à internet ........................................................................................................ 367 Tabela 396: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço quando estou ligado à internet ............................................................................................................... 367 Tabela 397: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto enquanto estou ligado à internet .................................................................................................... 368 Tabela 398: O que fazem os teus pais enquanto estás ligado à internet?: .................... 370 Tabela 399: Quando navegas na internet, segundo os teus pais, que coisas não podes fazer? .................................................................................................................... 371
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Tabela 400: Os teus pais utilizam a internet como forma de castigo ou de prémio? ... 373 Tabela 401: De que modo?........................................................................................... 373 Tabela 402: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ao telemóvel .............................................................................................................................. 374 Tabela 403: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que utilizo o telemóvel ........................................................................................................... 375 Tabela 404: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço enquanto uso o telemóvel .............................................................................................................. 376 Tabela 405: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em telemóvel ... 377 Tabela 406: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a jogar... 378 Tabela 407: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que jogo .............................................................................................................................. 378 Tabela 408: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de jogos que gosto .... 379 Tabela 409: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em jogos .......... 379 Tabela 410: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a ver televisão ................................................................................................................ 380 Tabela 411: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que vejo televisão ................................................................................................................ 380 Tabela 412: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de programas que vejo .............................................................................................................................. 381 Tabela 413: Quando vês televisão em família, quem decide que programa ver?: ....... 382 Tabela 414: Os teus pais utilizam a televisão como castigo ou prémio? ..................... 383 Tabela 415: Se sim, de que modo? ............................................................................... 383 Tabela 416: Regras por parte dos seus pais sobre: ....................................................... 384 Tabela 417: Estou satisfeito com:................................................................................. 386
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Capítulo 1: Introdução “Nasceram em 1990, mais coisa, menos coisa. Como é? Como é ter 17 anos hoje? É muitas coisas. Por exemplo, não lhes peçam para fazer uma coisa quando eles podem fazer várias. Por exemplo: ouvir música ou ter a TV ligada, trocar uma dúzia de frases no messenger sobre nada, deixar um comentário na página Hi5 de um amigo” [Jornal Público, 5 de Março de 2007]
A imagem da convivência em família em torno da “lareira electrónica” parece, hoje em dia, dar lugar à rede convivial, real e virtual permitida pela emergência dos novos media e das novas tecnologias da informação e comunicação (TIC). As gerações mais novas têm crescido no meio de mudanças no domínio da interactividade da comunicação e no meio de um sistema de múltiplos produtores e distribuidores. Os jovens são assim particularmente susceptíveis a uma socialização entre várias realidades mediáticas, concorrentes ou complementares, e crescem entre uma multiplicidade de escolhas no que respeita às formas de comunicação, entretenimento e informação. Novas competências parecem estar a ser adquiridas intuitivamente pelos mais novos como a forma de explorar a interligação entre as várias realidades mediáticas e a forma de operar vários expedientes mediáticos simultaneamente.
Para além das questões da literacia no uso da internet e das novas tecnologias, há um conjunto de questões que se prende com a familiaridade e experiência ou ciberexperiência dos jovens no uso dessas mesmas tecnologias. No que respeita a esta questão será pertinente identificar, por um lado, os tipos de experiência e os padrões sociais e de consumo dos media no seu conjunto e, por outro, os tipos de utilizadores. Pretende-se, assim, compreender os comportamentos específicos dos “consumidores” mais novos de media em Portugal, tentando perceber os seus hábitos e “dieta” mediática: da televisão aos jogos, da internet ao telemóvel. Neste âmbito é desenvolvida uma análise das utilizações da internet; dos sites e temas pesquisados, da frequência de uso, dos tempos de uso, das consequências do uso dos vários media e um escrutínio dos objectivos do uso da internet e das fontes de informação.
Pretende-se também apreender os padrões de interacção dos jovens através da utilização das novas tecnologias, do telemóvel às diversas formas de comunicação mediada por
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computador. O estudo das práticas mediáticas dos jovens permite antever formas emergentes de lidar com os media, como o multitasking, entre as mais diversas formas de comunicação e utilização integrada de vários media. Numa altura onde a oferta mediática é diversificada, e onde se assiste a um fornecimento múltiplo de informação pela rede, outro aspecto a avaliar é a forma como é organizada a utilização dos media na vida quotidiana dos mais novos, tanto no tempo como no espaço. Portanto, será feito um escrutínio do impacto e da importância da mediação tecnológica nas relações interpessoais e nas práticas quotidianas.
Desenvolve-se, neste projecto, um mapeamento das ciber-geografias dos jovens e, no contexto das transformações recentes, podem identificar-se ainda padrões de oportunidades e riscos no que respeita aos novos media, seja a oportunidade de aceder rapidamente à informação e a novos instrumentos didácticos, seja os riscos de exposição a pornografia na internet ou a violência nos jogos. Outra dimensão de análise relacionada é a percepção que os jovens têm da utilidade das TIC e confiança que depositam nas novas tecnologias. Portanto, um outro campo de indagação é constituído pelas representações, usos e expectativas da população jovem face aos novos media.
A apropriação dos media e das novas tecnologias pelos jovens sugere ainda que possam estar a ocorrer transformações no âmbito da interacção familiar em torno das TIC. Essas transformações poderão incluir a ocorrência de conflitos específicos em torno do consumo dos media - por exemplo, em termos dos tempos de utilização e conteúdos. Deste modo, novos campos de negociação ou de tensão familiar poderão estar a emergir no que respeita à autonomia dos adolescentes, à autoridade paternal, às regras parentais e ao controlo caseiro sobre os media. Apresentação do projecto Este projecto, realizado pelo CIES-ISCTE (Centro de Investigação e Estudos de Sociologia), com o apoio da Fundação PT, foi desenvolvido em simultâneo com um outro, em colaboração com a PT. COM – Comunicações Interactivas, S.A., e no âmbito de um protocolo de colaboração realizado entre estas instituições, denominado “Crianças e Jovens: A sua Relação com as Tecnologias e os Meios de Comunicação”. Ambos tiveram objectivos semelhantes: mapeamento dos estilos de vida mediáticos de
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jovens e oportunidades de evolução dos mercados; caracterização dos contextos e usos de media de crianças e jovens em Portugal; e a comparação de resultados a nível europeu e global – numa primeira fase (2006) entre Portugal e Catalunha e numa segunda fase EUA, Canadá; Alemanha, Singapura, Índia, Japão, China, Chile, Argentina, França, Reino Unido, Itália, Suécia e Espanha no quadro do World internet Project. A principal diferença entre estes projectos reside na metodologia de recolha de informação utilizada para cada um deles. O projecto E-Generation baseia-se numa metodologia de recolha de dados realizada através de um questionário presencial aplicado a uma amostra representativa da população, com idades entre 8-18 anos. No caso do projecto desenvolvido em conjunto com a PT.COM, a metodologia escolhida foi a aplicação de um inquérito online realizado pelo CIES-ISCTE, alojado na rede SAPO, a jovens utilizadores de internet. O inquérito esteve online durante um mês e totalizou 1377 respostas, das quais foram consideradas válidas 1353, o que nos permitiu fazer uma caracterização dos jovens utilizadores de internet que responderam ao questionário e da sua relação com as tecnologias e os meios de comunicação. Optámos, neste relatório, por integrar os dados tratados no âmbito do projecto “Crianças e Jovens: A sua Relação com as Tecnologias e os Meios de Comunicação”, pois a comparação e complementariedade da informação beneficia em muito a possibilidade de conhecer melhor a realidade, neste contexto, dos jovens e crianças em Portugal.
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Capítulo 2: Metodologia e Dados A recolha dos dados obtidos de duas formas distintas (através da aplicação de um inquérito online e através da aplicação tradicional, face a face, de um inquérito a nível nacional) veio de encontro a diferentes objectivos, mas convergentes. Com o inquérito aplicado presencialmente a nível nacional o nosso objectivo é obter dados representativos da população portuguesa no que respeita à utilização dos media. O propósito do inquérito online foi chegar a uma população jovem mais socializada nas novas tecnologias e assim dispor de um novo recurso metodológico. Com estes dados podemos assim comparar as práticas de uma parte (crescente) da população mais socializada nas novas tecnologias e a população nacional, representativa dos vários sectores da sociedade portuguesa. Apesar do uso da internet ter proliferado nos últimos anos, o seu uso, por parte das Ciências Sociais, para conduzir inquéritos por questionário ainda continua bastante limitado. Apesar das reservas e dos cuidados necessários na aplicação deste método, não deixa contudo de fornecer um grande potencial e uma versatilidade metodológica, oferecendo vantagens distintas: proporcionam ao investigador um contacto mais facilitado com populações geograficamente dispersas; proporcionam uma redução de custos no processo de investigação e uma agilização do processo de recolha e armazenamento de dados. À parte das questões metodológicas, uma dificuldade com que os investigadores se deparam está relacionada com as competências técnicas necessárias para utilizar este tipo de técnicas, pelo que, no nosso caso foi bastante frutuosa a parceria com a PT.COM. Apesar do potencial atractivo dos questionários aplicados online, o seu uso deve ser justificado e ponderado, tendo em conta os objectivos do projecto de investigação em causa. Dado o carácter voluntarioso das respostas neste tipo de inquéritos deve ser pensada uma estratégia amostral para obter as respostas de indivíduos relevantes para o estudo. A esta questão, esta ligada a ponderação do uso de incentivos. No caso particular do nosso inquérito foi sorteado um prémio (uma consola de jogos de vídeo) direccionado para a população jovem. Este tipo de inquéritos deverá também ser usado de forma ética, garantindo o consentimento explícito de que os dados estão a ser recolhidos, assim como salvaguardar a confidencialidade e a privacidade dos dados.
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Para perceber um pouco melhor importantes diferenças entre a aplicação face a face de um inquérito nacional e a aplicação de um inquérito online é necessário discutir um pouco a questão dos erros. Os componentes dos erros totais nos inquéritos tradicionais são considerados como sendo o resultado da presença de dois tipos diferentes de erros: os erros amostrais e os erros não-amostrais. Os erros amostrais são devidos ao facto de os dados recolhidos não cobrirem toda a população alvo mas apenas um sub-total (ou seja, a amostra). Os erros amostrais, podem, por seu turno serem subdivididos em: 1. Erro de estimação: que está inerente ao processo aleatório da selecção da amostra e está intimamente ligado à teoria da inferência estatística. Este tipo de erro pode ser minimizado modificando as metodologias de selecção e recolha da amostra, como aumentar o número de amostras, etc. 2. Erro de selecção: que não está directamente associado ao problema da inferência estatística mas tem origem no risco de escolher uma unidade amostral desapropriada, isto é, uma unidade diferente da esperada (no caso do inquérito online, houve vários indivíduos a responder que não eram os esperados).
Os erros não amostrais podem ser divididos, por sua vez em: 1. Erros de observação na fase de recolha: que poderão derivar de erros de medida ou erros de processamento da informação em que esta não traduz ou traduz erroneamente a intenção do inquirido. 2. Erros de não-observação: que advém da incapacidade de chegar a uma unidade ou várias unidades de observação. Em primeiro lugar, os erros de nãoobservação poderão derivar da impossibilidade de não chegar a determinados indivíduos ou destes recusarem a responder ao questionário. A isto se chama uma unidade de não-resposta. Em segundo lugar, podem originar de taxas de não resposta a determinadas perguntas, produzindo-se assim erros de nãoresposta. Este caso designa-se de item de não-resposta. Este problema pode ser solucionado aumentando o tamanho da amostra e minimizando a taxa de nãorespostas reduzindo assim qualquer distorção dos resultados.
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Os erros específicos de inquéritos online. No campo específico dos inquéritos online, um tipo especial de erro é bastante relevante: O erro da auto-selecção. Este termo indica que a distorção que acontece quando a amostra de respondentes é constituída por voluntários em vez de uma amostra aleatória ou uma escolhida pelos investigadores. Não é possível neste caso falar em métodos de selecção probabilísticos (Pineau & Slotwiner, 2003). É de notar que nos inquéritos online os erros não amostrais têm particular importância. Contudo, os limites e as possibilidades dos inquéritos online carecem ainda de pesquisas aprofundadas. Uma coisa parece certa, é a capacidade exponencial de crescimento de pesquisas (académicas ou de mercado) que utilizem a internet como meio de recolha de informação.
Como podem ser minimizados os erros dos inquéritos online? O grande desafio que se coloca aos investigadores é como medir cada viés potencial e aplicar as medidas de ajustamento necessárias para corrigir ou minimizar os erros. Existem várias abordagens que podem ser adoptadas para limitar os diferentes tipos de enviesamentos como “limpar” os dados quando possível antes do processamento final dos dados. Métodos de ajustamento como a utilização de ponderadores também poderão constituir uma solução. Mas específico da utilização de inquéritos online é a possibilidade de usar cookies para limitar os problemas inerentes de auto-selecção dos respondentes, prevenindo-se assim que, por exemplo, a mesma pessoa participe várias vezes no mesmo inquérito. Além disso, para limitar os efeitos de auto-selecção é também necessário ter um conhecimento alargado da população em estudo.
Nota metodológica: a utilização de um ponderador no inquérito aplicado a nível nacional. Foi aplicado um ponderador ao inquérito aplicado a nível nacional de modo a garantir que determinados sectores da sociedade não estejam sobre-representados e outros subrepresentados. O ponderador compensa assim o peso de determinadas partes da população de modo a fornecer um espelho mais fiel da sociedade portuguesa, aproximando o inquérito dos dados do censos obtidos pelo Instituto Nacional de
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Estatística. Com a aplicação do ponderador os frequências absolutas deixaram de ser números inteiros embora estejam arredondados na sua apresentação. Devido a este facto, poderão observar-se ligeiras discrepâncias nas frequências relativas provenientes de números absolutos aparentemente iguais (não o são verdadeiramente porque são números arredondados).
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Capítulo 3: Caracterização da Amostra
Inquérito online
A população que respondeu ao questionário online é um público constituído por utilizadores de internet, até aos 18 anos, o que lhe confere características específicas. Cerca de metade dos inquiridos frequenta o ensino secundário e a esmagadora maioria partilha ainda a casa dos pais. O número de jovens que responderam ao questionário é maioritariamente masculino, mas ainda assim 42,9% dos internautas inquiridos são raparigas. O nível de qualificação dos inquiridos permite perceber que, quanto maior a formação das pessoas, maior é a utilização da internet.
Tabela 1: Características dos Inquiridos (%) Sexo dos inquiridos Masculino Feminino Escolaridade 2º Ciclo do Ensino Básico (5º ao 6º ano) 3º Ciclo do Ensino Básico (7º ao 9º ano) Ensino Secundário (10º ao 12º ano – via geral, tecnológico e profissional) Idade 9 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
57,1 42,9
8,4 33,8 57,8
11,1 33,4 55,5
No quadro a seguir nota-se uma discrepância entre a percentagem de inquiridos que vive com a mãe (86,2%) e a percentagem de inquiridos que vive com o pai (86,2%) o que sugere que em caso de divórcio ou de separação dos pais, estes jovens vivem tendencialmente com a mãe. Perto de 70% afirma ter um ou mais irmãos e apenas 12,4 afirma ter um avô ou uma avó a viver com eles. Os novos media, juntando-se a outros media tradicionais, como a televisão ou rádio, têm permeado cada vez mais o quotidiano nos contextos familiares. Poderemos, assim, esperar novos formas de uso
32
familiar dos media, provavelmente novas formas de interacção entre pais e filhos, entre irmãos, etc., mas também novos focos de conflito, controlo, vigilância e negociação em torno do uso e consumo dos media.
Tabela 2: Vive com quem N Pai Mãe um irmão/irmã 2 irmãos/irmãs 3 irmãos/irmãs 4 irmãos/irmãs 5 irmãos/irmãs 6 ou mais irmãos/irmãs Avô/Avó Outras pessoas
915 1030 591 108 19 4 2 5 134 64
% 86,2 95,3 54,7 10,0 1,8 ,4 ,2 ,5 12,4 5,9
Tratando-se de jovens com menos de 18 anos é pertinente o contexto sociocultural dos pais: 1,9% dos inquiridos afirma que o pai não acabou o 1º ciclo e 20,6% afirma que o pai só tem até ao 1º ciclo completo. Contudo, 18,6% dos inquiridos afirma que o pai tem um curso superior e 20,1% afirma que a mãe tem formação superior. É de assinalar que estas percentagens estão acima do que se verifica a nível nacional. Os jovens poderão ser um foco difusor de novos valores e novas práticas e o facto de não terem recursos escolares significativos não quer dizer que os afaste necessariamente das novas tecnologias. Contudo, caso a escolaridade dos pais seja mais elevada, essa factor poderá ser mais um elemento que pode potenciar o uso das novas tecnologias ou a forma como são usados. Por outro lado, cerca de 60% dos inquiridos declaram que os pais têm um grau de escolaridade igual ou inferior ao 9º ano. Portanto, se a dupla condição da idade e da baixa escolaridade parece ser um factor inibidor do uso das novas tecnologias 1, em especial, da internet, podemos estar perante uma discrepância significativa em termos de competências no uso dessas tecnologias entre pais e filhos, o que coloca interessantes questões sobre a transmissão do saber e conhecimento entre gerações e sobre as relações de poder e controlo no seio familiar.
1 Cardoso, Gustavo, António Firmino da Costa, Cristina Palma Conceição e Maria do Carmo Gomes, A Sociedade em Rede em Portugal, Porto, Campo das Letras, 2005
33
Tabela 3: Sobre o teu pai - Até quando estudou?
N
%
Não acabou o 1º ciclo (4ª classe)
20
1,9
Tem o 1º ciclo (4ª classe)
223
20,6
Tem o 2º ciclo (6º ano)
158
14,6
Tem o 3º ciclo (9º ano)
185
17,1
Tem o secundário (12º ano)
227
21,0
Tem um curso superior
201
18,6
Não sabe Total
67
6,2
1081
100,0
Na grande maioria dos inquiridos, os pais têm um trabalho ou emprego, sendo o trabalho a principal forma de entrada no consumo de massa e, portanto, no consumo dos vários media. Apenas uma minoria (4,2%) declara que o pai está reformado, o que seria de esperar visto os inquiridos pertencerem a uma camada mais jovem e 3% declara que os pais estão desempregados, o que está abaixo da percentagem de empregados a nível nacional. Mais de metade dos jovens inquiridos (57,5%) afirma que o pai trabalha por conta de outrem, enquanto 12% dos pais tem uma empresa com empregados e 16,6% trabalha por conta própria.
Tabela 4: Em relação ao trabalho, o teu pai ?
N
%
Tem um emprego/trabalho
964
89,2
Está desempregado
32
3,0
Está reformado
45
4,2
Não sabe
40
3,7
1081
100,0
Total
Tabela 5: Se o teu pai tem um emprego, diz se ele:
N
%
É empregado numa empresa ou serviço
624
57,7
Tem uma empresa, com empregados
130
12,0
Trabalha por conta própria
179
16,6
Não sabe
65
6,0
Não tem
83
7,7
1081
100,0
Total
34
Como já foi referido há um maior peso das qualificações mais elevadas na mãe nesta amostra do que na realidade nacional. Para uma percentagem substancial de jovens (41,1%) a mãe tem pelo menos 12º ano de escolaridade, o que vem reforçar o que foi exposto atrás. Tendencialmente, os inquiridos têm pais com o mesmo nível de escolaridade, em especial, se os pais têm o ensino superior. Isto é comprovado pelo teste do qui-quadrado (sig. <0,001) e pela medida de associação V de Cramer (0,395). 65,2% dos inquiridos cujos pais têm um curso superior, as mães também têm uma qualificação académica de nível superior.
Tabela 6: Sobre a tua mãe - Até quando estudou?
N Não acabou o 1º ciclo (4ª classe)
% 17 219 189 176 227 217 36 1081
Tem o 1º ciclo (4ª classe) Tem o 2º ciclo (6º ano) Tem o 3º ciclo (9º ano) Tem o secundário (12º ano) Tem um curso superior Não sabe Total
1,6 20,3 17,5 16,3 21,0 20,1 3,3 100,0
Em relação ao trabalho, há uma menor percentagem de mães (72,5%) inseridas no mercado de trabalho, contudo podemos concluir que há uma percentagem significativa de jovens inquiridos em que ambos os pais trabalham. 15,4% dos inquiridos afirma que a mãe é dona de casa e 8,8% afirma que está desempregada, um valor significativamente mais alto que a percentagem de pais desempregados. Contudo, apenas uma ínfima parte dos inquiridos (0,3%) declara que ambos os pais se encontram desempregados. Ou seja, quase a totalidade dos jovens inquiridos online têm um mínimo de rendimento que os permite aceder ao consumo dos novos media, em especial, da internet. O factor económico é sem dúvida de extrema importância no que respeita
a
discrepâncias
de
utilização
e
ciber-exclusão,
embora
iniciativas
governamentais, como a proliferação do acesso à internet nas escolas tendem de algum modo amenizar essa situação. A maioria das mães dos jovens, a par do verificado nos pais, trabalha por conta de outrem e apenas uma pequena percentagem (4,9%) tem uma empresa com empregados.
35
Tabela 7: Em relação ao trabalho, a tua mãe ?
N
%
Tem um emprego/trabalho
784
72,5
Está desempregada
95
8,8
Está reformada
17
1,6
É dona de casa
167
15,4
18
1,7
1081
100,0
Não sabe Total
Tabela 8: Se a tua mãe tem um emprego, diz se ela:
N
%
É empregada numa empresa ou serviço
579
53,6
Tem uma empresa, com empregados
53
4,9
Trabalha por conta própria
115
10,6
Não sabe
58
5,4
Não tem
276
25,5
1081
100,0
Total
Inquérito Nacional No inquérito online verifica-se um maior peso dos mais velhos enquanto que no inquérito nacional temos um maior peso dos mais jovens, contudo, verifica-se aqui uma distribuição mais equilibrada do peso das três camadas etárias. Isso reflecte-se nas percentagens de inquiridos que frequentam os vários graus de ensino. No inquérito nacional temos um menor peso relativo dos jovens que frequentam o secundário (5%) em comparação com 20,1% dos jovens que responderam ao inquérito online.
36
Tabela 9: Características dos Inquiridos (%) Sexo dos inquiridos Masculino Feminino
51,1 48,9
Escolaridade 1º Ciclo do Ensino Básico (1º ao 4º ano) 2º Ciclo do Ensino Básico (5º ao 6º ano) 3º Ciclo do Ensino Básico (7º ao 9º ano) Ensino Secundário (10º ao 12º ano – via geral, tecnológico e profissional)
34,4 32,6 28,0 5,0
Idade 8 aos 12 anos 13 aos 15 anos 16 aos 18 anos
39,1 25,3 35,6
Verifica-se ainda que a quase totalidade dos inquiridos frequenta algum nível de ensino, sobrando apenas uma franja da população juvenil (4,6%) que não está inserida no sistema de ensino, o que se prende com a evolução do ensino em Democracia. Portanto, os nossos resultados referem-se a uma população estudantil com práticas de uso dos media relacionadas com esse período do ciclo de vida. Dentro dos que estão dentro secundário, a esmagadora maioria está inserida no ensino via geral e apenas uma pequena minoria na via tecnológica e profissional (apenas 3,1% dos casos). Apenas 3,5% dos jovens inquiridos afirma estar inserido no mercado de trabalho que a tempo inteiro (2,1%), quer a tempo parcial (1,4%).
Tabela 10: Frequenta algum nível de ensino
N
%
Sim
263
95,4
Não
13
4,6
Total
276
100,0
Tabela 11: Se está no secundário: N
%
Via geral
60
93,8
Via tecnológica
2
3,1
Via profissional
2
3,1
Total
64
100,0
37
Tabela 12: Qual é a sua condição perante o trabalho
N
%
Trabalha a tempo completo
6
2,1
Trabalha a tempo parcial
4
1,4
4
1,4
Esta desempregado(a) sem subsídio Doméstica
1
,5
Estudante
261
94,6
Total
276
100,0
O público jovem que participou no inquérito a nível nacional dá-nos uma imagem mais fiel do panorama nacional, considerando as várias regiões do país. O Norte litoral, o Grande Porto e a Grande Lisboa totalizam cerca de 60% dos inquiridos o que condiz com a distribuição da população em Portugal. A menor representação vem do Alentejo (4,4%) e do Algarve (3,1%). Porém, perto de 50% declara viver numa zona com menos de 2.000 habitantes e 33% declara viver em cidades com pelo menos 10.000 habitantes.
Tabela 13: Região
Norte Litoral
N 68
% 24,8
Grande Porto
35
12,7
Interior
38
13,9
Centro Litoral
47
17,1
Grande Lisboa
66
24,0
Alentejo
12
4,4
Algarve Total
8
3,1
276
100,0
Tabela 14: Habitat
N 132
% 47,8
2.000 a 9.999
53
19,1
10.000 a 99.999
66
24,1
100.000 e mais
13
4,6
Cidade de Lisboa
5
1,8
Cidade do Porto
7
2,5
276
100,0
Menos de 2.000
Total
38
Capítulo 4: Ciber-geografias e mundos online: Padrões de utilização do computador e da internet Inquérito online Entre os inquiridos online, apenas uma minoria muito pequena (2,5%) não tem computador em casa. A maioria (56,8%) têm um computador em casa, mas há uma percentagem significativa de jovens inquiridos (40%) que têm dois computadores ou mais em casa. Há uma percentagem ligeiramente superior de inquiridos mais novos (4,2%) sem computador em casa, mas curiosamente é entre os mais novos que se verifica uma maior percentagem de inquiridos com dois computadores ou mais em casa (49,2%).
Tabela 15: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?
N Nenhum
% 27
2,5
Um
614
56,8
Dois
303
28,0
Três
105
9,7
32
3,0
1081
100,0
Mais de três Total
Masculino N Nenhum
Feminino %
N
%
15
2,4
12
2,6
Um
346
56,1
268
57,8
Dois
167
27,1
136
29,3
Três
63
10,2
42
9,1
Mais de três Total
26
4,2
6
1,3
617
100,0
464
100,0 Idade
9 aos 12 anos N Nenhum
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
5
4,2
8
2,2
14
2,3
Um
56
46,7
202
56,0
356
59,3
Dois
34
28,3
97
26,9
172
28,7
Três
20
16,7
39
10,8
46
7,7
Mais de três Total
5
4,2
15
4,2
12
2,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
39
A grande maioria dos jovens inquiridos online (87,3%) tem ligação à internet em casa e é portanto um público que está a socializar na internet e nas possibilidades que a rede oferece. Observa-se que é entre os mais jovens que há uma maior percentagem daqueles com internet em casa (94,2%), verifica-se portanto que nos inquiridos de outros escalões etários temos jovens com competências ao nível da utilização da internet mas sem internet em casa e que responderam ao questionário noutros locais (escola, cibercafé, casa de amigos ou familiares, etc...).
Tabela 16: Tens ligação à internet em tua casa?
N
%
Sim
944
Não
137
12,7
Total
1081
100,0
87,3
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
548
88,8
396
85,3
Não
69
11,2
68
14,7
Total
617
100,0
464
100,0
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
113
94,2
319
88,4
512
85,3
Não
7
5,8
42
11,6
88
14,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Como seria de esperar, verifica-se também que a maior parte dos inquiridos (86%) costuma utilizar a internet em casa e quase metade (47,9%) usa a internet na escola. Um quinto dos inquiridos usa ainda a internet em casa de amigos ou familiares e 8,3% frequenta cibercafés. Não se verificam diferenças muito significativas entre rapazes e raparigas. Verifica-se apenas uma ligeira tendência para haver uma maior percentagem de raparigas a usar a internet na escola, e uma percentagem superior de rapazes a frequentar cibercafés. Os mais novos são aqueles que têm tendência a estar mais remetidos à casa na utilização da internet. Observa-se uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que declaram usar a internet na escola. A maior percentagem de inquiridos que costumam frequentar cibercafés verifica-se entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos.
40
Tabela 17: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?: N
%
Nenhum, não utiliza a internet
5
,5
Em casa
930
86,0
Na escola
518
47,9
90
8,3
Em casa de um amigo/familiar
219
20,3
Noutro sítio
121
11,2
Num cibercafé
Masculino N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola
N
%
4
,6
1
,2
534
86,5
396
85,3
284
46,0
234
50,4
58
9,4
32
6,9
121
19,6
98
21,1
63
10,2
58
12,5
Num cibercafé Em casa de um amigo/familiar
Feminino %
Noutro sítio
Idade 9 aos 12 anos N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola Num cibercafé Em casa de um amigo/familiar Noutro sítio
%
13 aos 15 anos N
16 aos 18 anos
%
N
%
2
1,7
2
,6
1
,2
109
90,8
315
87,3
506
84,3
48
40,0
162
44,9
308
51,3
5
4,2
35
9,7
50
8,3
27
22,5
78
21,6
114
19,0
12
10,0
38
10,5
71
11,8
Grande parte dos jovens internautas (90,8%) utiliza habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar ou fazer trabalhos de casa. Não se verificam diferenças de registo entre os sexos e entre os escalões etários.
41
Tabela 18: Utilizas habitualmente o computador e a internet fora da escola para estudar ou fazer trabalhos de casa?
N Não utilizo Só utilizo o computador, não utilizo a internet Utilizo o computador e a internet Total
% 54 45 982 1081
5,0 4,2 90,8 100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Não utilizo
33
5,3
21
4,5
Só utilizo o computador, não utilizo a internet
29
4,7
16
3,4
Utilizo o computador e a internet
555
90,0
427
92,0
Total
617
100,0
464
100,0
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Não utilizo
9
7,5
17
4,7
28
4,7
Só utilizo o computador, não utilizo a internet
2
1,7
17
4,7
26
4,3
Utilizo o computador e a internet
109
90,8
327
90,6
546
91,0
Total
120
100,0
361
100,0
600
100,0
A utilização de enciclopédias multimédia é uma realidade para 68,7% dos jovens e quase a totalidade dos inquiridos (94,2%) utiliza um processador de texto para fazer trabalhos. Além disso, 88,8% procura informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalhos e 80,6% utiliza o computador para comunicar e pedir ajuda aos colegas. É também considerável a percentagem de jovens que apresenta trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web (73,6%). Pouco menos de metade dos jovens (45,9%) faz problemas, questionários, teste e simulações online, na internet, 34,6% utiliza o computador para estudar e fazer exercícios com um CD-ROM e um quarto dos jovens usa o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD. 24,1% utiliza ainda o computador para comunicar e pedir ajuda aos professores. E, verificam-se percentagens algo superiores de raparigas a fazerem estas últimas actividades. Verificam-se percentagens mais elevadas de inquiridos mais novos a procurar informação em enciclopédias multimédia, a utilizar o computador para estudar e fazer exercícios com um CD-ROM e para praticar e aprender uma língua estrangeira também com um CD. Por seu turno, observam-se percentagens mais elevadas de jovens 42
mais velhos a procurar informação em páginas Web, a escrever trabalhos num processador de texto, a apresentar trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web e a pedir ajuda através da internet a colegas e a professores.
Tabela 19: Utilização das TIC para fins educativos N
%
Procuro informação em enciclopédias multimédia
743
68,7
Procuro informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalhos
960
88,8
Escrevo trabalhos num processador de texto, como o Word
1018
94,2
Apresento trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web
796
73,6
Utilizo o computador para estudar e fazer exercícios com um CD
374
34,6
Faço problemas, questionários, testes e simulações online, na internet
496
45,9
Utilizo o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD.
271
25,1
Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus colegas
871
80,6
Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus professores
260
24,1
Masculino N Procuro informação em enciclopédias multimédia Procuro informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalho Escrevo trabalhos num processador de texto, como o Word Apresento trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web Utilizo o computador para estudar e fazer exercícios com um CD Faço problemas, questionários, testes e simulações online, na internet Utilizo o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD. Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus colegas Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus professores
Feminino %
N
%
418
67,7
325
70,0
539
87,4
421
90,7
575
93,2
443
95,5
456
73,9
340
73,3
187
30,3
187
40,3
262
42,5
234
50,4
140
22,7
131
28,2
497
80,6
374
80,6
159
25,8
101
21,8
43
Idade 9 aos 12 anos N Procuro informação em enciclopédias multimédia Procuro informação em páginas Web para estudar ou fazer trabalho Escrevo trabalhos num processador de texto, como o Word Apresento trabalhos com o PowerPoint ou através de páginas Web Utilizo o computador para estudar e fazer exercícios com um CD Faço problemas, questionários, testes e simulações online, na internet Utilizo o computador para praticar e aprender uma língua estrangeira com um CD. Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus colegas Utilizo o computador para comunicar e pedir ajuda aos meus professores
13 aos 15 anos
%
N
%
16 aos 18 anos N
%
90
75,0
252
69,8
401
66,8
101
84,2
310
85,9
549
91,5
105
87,5
337
93,4
576
96,0
56
46,7
253
70,1
487
81,2
50
41,7
139
38,5
185
30,8
54
45,0
181
50,1
261
43,5
42
35,0
102
28,3
127
21,2
77
64,2
296
82,0
498
83,0
17
14,2
71
19,7
172
28,7
Verifica-se que 45% dos jovens declaram que pelo menos alguns professores que utilizam a internet para explicar a matéria ou que incentivam a sua utilização para estudar ou praticar matérias das suas disciplinas. É entre os inquiridos mais velhos que há uma maior percentagem de jovens que confirmam a utilização ou a invocação da internet por parte dos professores para efeitos pedagógicos das suas disciplinas.
Tabela 20: Tens algum professor que utiliza a internet para explicar a matéria ou que te incentiva a utilizar a internet para estudar ou praticar matérias da sua disciplina?
N Não, nenhum Sim, alguns (menos de metade) Sim, quase todos (mais de metade) Sim, todos Total
% 595 430 45 11 1081
55,0 39,8 4,2 1,0 100,0
Masculino Não, nenhum Sim, alguns (menos de metade) Sim, quase todos (mais de metade) Sim, todos Total
N 343 240 27 7 617
% 55,6 38,9 4,4 1,1 100,0
Feminino N 252 190 18 4 464
% 54,3 40,9 3,9 ,9 100,0
44
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
%
16 aos 18 anos N
%
Não, nenhum
85
70,8
208
57,6
302
50,3
Sim, alguns (menos de metade)
32
26,7
139
38,5
259
43,2
Sim, quase todos (mais de metade)
2
1,7
9
2,5
34
5,7
Sim, todos
1
,8
5
1,4
5
,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
34,4% dos inquiridos utilizou a internet pela primeira vez quando tinha 10 anos ou menos. Um pouco mais de metade dos jovens começou a utilizar a internet com 11 anos ou menos. Os jovens inquiridos do sexo masculino tendem a ter começado a utilizar a internet pela primeira vez um pouco mais novos do que os do sexo feminino.
Tabela 21: Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez?
N 10 anos ou menos 11 anos 12 anos 13 anos 14 anos 15 anos 16 anos 17 anos Não me lembro Não utilizo a internet Total
% 372 187 145 105 89 47 12 4 119 1 1081
34,4 17,3 13,4 9,7 8,2 4,3 1,1 ,4 11,0 ,1 100,0
Lembras-te que idade tinhas quando utilizaste a internet pela primeira vez? Masculino N
Feminino %
N
%
10 anos ou menos
233
37,8
139
30,0
11 anos
119
19,3
68
14,7
12 anos
74
12,0
71
15,3
13 anos
57
9,2
48
10,3
14 anos
51
8,3
38
8,2
15 anos
27
4,4
20
4,3
16 anos
6
1,0
6
1,3
17 anos Não me lembro Não utilizo a internet Total
3
,5
1
,2
46
7,5
73
15,7
1
,2
617
100,0
30,0 464
100,0
Os jogos online, os fóruns ou grupos de discussão e o download de música, software ou filmes são utilizações da Web mais populares entre os internautas do sexo masculino. 45
Além disso, estes procuram mais do que as raparigas conteúdos relacionados com desporto, jogos, software e informática. Por seu turno, as internautas procuram mais conteúdos culturais, educativos e relacionados com música. Há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a privilegiar a comunicação por chat ou messenger, por correio electrónico ou através de fóruns ou grupos de discussão. Também se verifica uma maior percentagem de jovens mais velhos a visitar páginas na Web, a fazer compras online e, em especial, a descarregar música, software e filmes. Por seu turno, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos a jogarem online.
Tabela 22: Qual dos seguintes serviços costuma utilizar: N Visitar páginas Web
% 948
87,7
Chat ou Messenger
945
87,4
Correio electrónico
923
85,4
Jogos online
510
47,2
Fóruns ou Grupos de discussão
185
17,1
91
8,4
472
43,7
3
,3
Compras online Download de música, software, filmes Nenhum
Masculino N Visitar páginas Web Chat ou Messenger Correio electrónico Jogos online Fóruns ou Grupos de discussão Compras online Download de música, software, filmes Nenhum Outros serviços
Feminino %
N
%
545
88,3
403
86,9
536
86,9
409
88,1
512
83,0
411
88,6
330
53,5
180
38,8
150
24,3
35
7,5
69
11,2
22
4,7
290
47,0
182
39,2
0
0,0
3
,6
0
0,0
0
0,0
46
Idade 9 aos 12 anos N Visitar páginas Web Chat ou Messenger Correio electrónico Jogos online Fóruns ou Grupos de discussão Compras online Download de música, software, filmes Nenhum
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
100
83,3
311
86,1
537
89,5
91
75,8
322
89,2
532
88,7
94
78,3
302
83,7
527
87,8
78
65,0
195
54,0
237
39,5
11
9,2
50
13,9
124
20,7
3
2,5
21
5,8
67
11,2
34
28,3
161
44,6
277
46,2
1
,8
1
,3
1
,2
No que respeita a conteúdos consultados na internet, os mais populares são os conteúdos referentes a música (consultados por 76,1% dos jovens), seguidos por conteúdos que se ocupam dos jogos (consultados por 58,6% dos inquiridos). Mais de metade dos jovens inquiridos (51,2%) consultam ainda conteúdos sobre assuntos desportivos e 42,8% consulta informação sobre software e informática. Um pouco menos populares são os conteúdos noticiosos, educativos, culturais e referentes a hobbies. Os inquiridos mais novos privilegiam conteúdos educativos e sobre jogos. Entre os mais velhos verificamse maiores percentagens de inquiridos que prestam atenção aos conteúdos sobre música, software e informática, hobbies, noticiosos e culturais.
Tabela 23: Quando visitas páginas Web, quais dos seguintes conteúdos costumas consultar?: N Desporto
% 553
51,2
Jogos
633
58,6
Música
823
76,1
Software e Informática
463
42,8
Notícias
416
38,5
Educativos
349
32,3
Hobbies
386
35,7
Culturais
339
31,4
Nenhum
4
,4
279
25,8
Outros
47
Masculino N Desporto Jogos Música Software e Informática Notícias Educativos Hobbies Culturais
%
N
%
390
63,2
163
35,1
434
70,3
199
42,9
438
71,0
385
83,0
374
60,6
89
19,2
252
40,8
164
35,3
160
25,9
189
40,7
201
32,6
185
39,9
160
25,9
179
38,6
0
0,0
4
,9
145
23,5
134
28,9
Nenhum Outros
Feminino
Idade 9 aos 12 anos N Desporto
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
60
50,0
197
54,6
296
49,3
Jogos
101
84,2
239
66,2
293
48,8
Música
73
60,8
291
80,6
459
76,5
Software e Informática
32
26,7
149
41,3
282
47,0
Notícias
27
22,5
111
30,7
278
46,3
Educativos
50
41,7
113
31,3
186
31,0
Hobbies
33
27,5
135
37,4
218
36,3
Culturais
23
19,2
104
28,8
212
35,3
Nenhum
1
,8
1
,3
2
,3
30
25,0
103
28,5
146
24,3
Outros
40,9% dos inquiridos admite que têm amigos que vêm sites destinados a adultos contra apenas 20,3% que dizem que não conhecem ninguém que o faça. Contudo, é de assinalar a elevada percentagem de inquiridos que não responderam à questão (38,9%). Existe uma percentagem maior de rapazes (49,9%) a admitir que tem amigos que vêem sites destinados a adultos na internet contra 28,9% das raparigas, contudo a percentagem de não respostas nos rapazes (31,6%) é menor do que nas raparigas (48,5%). É entre os jovens dos 16 aos 18 anos que se verifica uma percentagem maior de inquiridos que admitem que têm amigos que vêm sites destinados a adultos (44,5%). Entre os mais novos, dos 9 aos 12 anos, essa percentagem é de 21,7%.
48
Tabela 24: Tens amigos que vêm sites destinados a adultos na internet?
N
%
Sim
442
40,9
Não
219
20,3
Não sabe/não responde Total
420
38,9
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
308
49,9
134
28,9
Não
114
18,5
105
22,6
Não sabe/não responde
195
31,6
225
48,5
Total
617
100,0
464
100,0
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
26
21,7
149
41,3
267
44,5
Não
42
35,0
88
24,4
89
14,8
52
43,3
124
34,3
244
40,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sabe/não responde Total
Um pouco mais de metade dos jovens inquiridos (52,6%) já fez um blogue, enquanto que apenas 36,5% já fizeram alguma página na Web, o que requer mais conhecimentos técnicos. Os rapazes estão mais inclinados para a construção de páginas Web (42,8%) do que as raparigas (28,2%) que são porém mais adeptas dos blogues. 56,3% já criaram um blogue em comparação com 49,9% dos rapazes. Observa-se ainda que há uma percentagem muito maior de inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos que já fizeram alguma página Web (41,8%), em comparação com os mais novos (13,3%). É entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se verifica a maior percentagem daqueles que já fizeram algum blogue (57,1%), contudo é uma percentagem que não é muito díspar com a verificada entre os mais novos (45%).
Tabela 25: Já fizeste alguma página Web
N
%
Sim
395
36,5
Não
674
62,3
12
1,1
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
49
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
264
42,8
131
28,2
Não
348
56,4
326
70,3
5
,8
7
1,5
617
100,0
464
100,0
Não sabe/não responde Total
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
16
13,3
128
35,5
251
41,8
Não
101
84,2
231
64,0
342
57,0
Não sabe/não responde Total
3
2,5
2
,6
7
1,2
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Tabela 26: Já fizeste algum blogue
N
%
Sim
569
52,6
Não
502
46,4
Não sabe/não responde Total
10
,9
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
308
49,9
261
56,3
Não
305
49,4
197
42,5
4
,6
6
1,3
617
100,0
464
100,0
Não sabe/não responde Total
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
54
45,0
206
57,1
309
51,5
Não
65
54,2
153
42,4
284
47,3
Não sabe/não responde Total
1
,8
2
,6
7
1,2
120
100,0
361
100,0
600
100,0
A grande maioria dos internautas tem duas contas de correio electrónico (43,3%) ou três ou mais (35,1%). Verifica-se que há uma tendência para os inquiridos mais velhos terem mais contas de correio electrónico.
50
Tabela 27: Quantas contas de correio electrónico usas?
N
%
Nenhuma
19
1,8
Uma
215
19,9
Duas
468
43,3
Três ou mais
379
35,1
1081
100,0
Total
Masculino N Nenhuma
Feminino %
N
%
8
1,3
11
2,4
Uma
125
20,3
90
19,4
Duas
261
42,3
207
44,6
Três ou mais
223
36,1
156
33,6
Total
617
100,0
464
100,0
Idade
Nenhuma
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
4
3,3
8
2,2
7
1,2
Uma
40
33,3
76
21,1
99
16,5
Duas
38
31,7
156
43,2
274
45,7
38
31,7
121
33,5
220
36,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Três ou mais Total
É evidente a clara preferência dos inquiridos em comunicarem com pessoas que conhecem de outros locais (como a escola) nos chats (82,3%). Também é a maioria (62%) que diz que se mostra como é nos chats, enquanto que 29,2% admite fingir por vezes ser outro tipo de pessoa e 8,8% admite fingir sempre. 41,9% dos inquiridos diz não ter nenhum amigo virtual, 32,8% diz ter amigos virtuais mas não os conhece pessoalmente, 22% afirma conhecer alguns desses amigos e apenas uma pequena minoria (3,2%) afirma conhecer quase todos. Existem também mais raparigas a admitir que às vezes fingem ou que fingem sempre ser outro tipo de pessoa (35,8% e 10,8% respectivamente) do que rapazes (24,3% e 7,3% respectivamente). E entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que se verifica maiores percentagens de jovens que às vezes fingem ser outro tipo de pessoa (39,3%) e entre os jovens dos 9 aos 12 anos verifica-se a maior percentagem daqueles que dizem fingir sempre (15%). É, portanto, entre os jovens dos 16 aos 18 anos que há uma maior percentagem de inquiridos que dizem mostrarem-se sempre como são (72,3%).
51
Tabela 28: Quando participas em chats, comunicas mais:
N
%
Com pessoas que conheces de outros locais (amigos da escola,
890
82,3
Com pessoas que conheceste em chats
191
17,7
1081
100,0
Total
Masculino N Com pessoas que conheces de outros locais (amigos da escola,
%
N
%
524
84,9
366
78,9
93
15,1
98
21,1
617
100,0
464
100,0
Com pessoas que conheceste em chats Total
Feminino
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
Com pessoas que conheces de outros locais (amigos da escola, etc.) Com pessoas que conheceste em chats Total
%
%
99
82,5
292
80,9
499
83,2
21
17,5
69
19,1
101
16,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Tabela 29: Quando participas num chat, costumas aparecer tal como ĂŠs ou finges ser outro tipo de pessoa?
N
%
Mostro-me sempre como sou
670
62,0
Ă&#x20AC;s vezes finjo
316
29,2
Finjo sempre Total
95
8,8
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Mostro-me sempre como sou
422
68,4
248
53,4
Ă&#x20AC;s vezes finjo
150
24,3
166
35,8
Finjo sempre
45
7,3
50
10,8
52
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Mostro-me sempre como sou
66
55,0
170
47,1
434
72,3
Às vezes finjo
36
30,0
142
39,3
138
23,0
Finjo sempre
18
15,0
49
13,6
28
4,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
32,8% dos jovens afirmam ter amigos virtuais, mas não os conhecem. Porém 22% afirma já ter conhecido alguns dos seus amigos virtuais e a apenas uma minoria (3,2%) declara conhecê-los a todos. Por outro lado, existem mais rapazes que já conheceram alguns ou quase todos os amigos virtuais (24,1% e 4,5% respectivamente), enquanto que nas raparigas essas percentagens são 19,2% e 1,5% respectivamente. Verifica-se também que, entre os inquiridos mais velhos, há uma maior percentagem de inquiridos com amigos virtuais. É, especificamente, entre os jovens dos 16 aos 18 anos, que se verifica a maior percentagem de inquiridos que conhecem pessoalmente pelo menos alguns amigos virtuais.
Tabela 30: Já conheceste pessoalmente algum dos teus amigos virtuais?
N
%
Não tenho nenhum
453
41,9
Tenho mas não os conheço
355
32,8
Tenho e já conheci alguns
238
22,0
35
3,2
1081
100,0
Tenho e conheci quase todos Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Não tenho nenhum
263
42,6
190
40,9
Tenho mas não os conheço
177
28,7
178
38,4
Tenho e já conheci alguns
149
24,1
89
19,2
28
4,5
7
1,5
Tenho e conheci quase todos
53
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Não tenho nenhum
68
56,7
142
39,3
243
40,5
Tenho mas não os conheço
40
33,3
149
41,3
166
27,7
Tenho e já conheci alguns
5
4,2
63
17,5
170
28,3
Tenho e conheci quase todos
7
5,8
7
1,9
21
3,5
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Como seria de esperar a grande maioria dos inquiridos (92,3%) utiliza a internet sem companhia. Mas é mais frequente os jovens utilizarem a internet com um/a amigo/a do que com familiares como irmãos (19,9%), o pai (13%) ou a mãe (12,9%). Há uma certa tendência para as raparigas estarem mais acompanhadas com um amigo/a ou com vários amigos/as quando utilizam a internet (47,6%), do que os rapazes. É entre os mais novos que a companhia da família é maior, em especial, do pai (32,5%) e da mãe (31,2%), mais preponderante que a presença de um/a amigo/a (25,8%). Verifica-se também que há uma menor percentagem de inquiridos entre os mais novos que utilizam a internet sozinhos, ainda assim, a percentagem de inquiridos dos 9 aos 12 que navegam sozinhos chega aos 80%. Tabela 31: Quando utilizas a internet costumas estar: N
%
Sozinho
998
92,3
Com um amigo/a
442
40,9
Com vários amigos/as
181
16,7
Com um irmão/irmã
215
19,9
Com o meu pai
140
13,0
Com a minha mãe
139
12,9
Com o meu namorado/a
88
8,1
Com outras pessoas
98
9,1
Masculino N Sozinho Com um amigo/a Com vários amigos/as Com um irmão/irmã Com o meu pai Com a minha mãe Com o meu namorado/a Com outras pessoas
576 221 96 116 88 73 42 56
Feminino % 93,4 35,8 15,6 18,8 14,3 11,8 6,8 9,1
N 422 221 85 99 52 66 46 42
% 90,9 47,6 18,3 21,3 11,2 14,2 9,9 9,1
54
Idade 9 aos 12 anos N
%
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
%
%
Sozinho
96
80,0
334
92,5
568
94,7
Com um amigo/a
31
25,8
176
48,8
235
39,2
Com vários amigos/as
10
8,3
68
18,8
103
17,2
Com um irmão/irmã
27
22,5
68
18,8
120
20,0
Com o meu pai
39
32,5
52
14,4
49
8,2
Com a minha mãe
38
31,7
50
13,9
51
8,5
2
1,7
22
6,1
64
10,7
11
9,2
31
8,6
56
9,3
Com o meu namorado/a Com outras pessoas
Mais de metade dos inquiridos (56,2%) declaram que têm irmãos com os quais partilham a utilização da internet. O pai surge em segundo lugar como um utilizador da internet, para além dos jovens inquiridos (46,4%) e só depois surge a mãe (34,6%). Entre os jovens dos 9 aos 12 anos, a grande maioria dos inquiridos declara que partilham o uso da internet com o pai (72,5%) e com a mãe (63,3%). Podemos tirar a ilação de que em muitos destes a iniciativa da instalação da internet partiu, talvez, dos pais.
Tabela 32: Em tua casa, para além de ti, utilizam a internet: N O meu pai
% 502
46,4
A minha mãe
374
34,6
Os meus irmãos/irmãs
607
56,2
Outras pessoas
115
10,6
Mais ninguém
192
17,8
1081
100,0
Total
Masculino N
Feminino %
N
%
O meu pai
280
45,4
222
47,8
A minha mãe
217
35,2
157
33,8
Os meus irmãos/irmãs
349
56,6
258
55,6
65
10,5
50
10,8
113
18,3
79
17,0
Outras pessoas Mais ninguém
55
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
O meu pai A minha mãe
87 76
% 72,5 63,3
Os meus irmãos/irmãs
59
Outras pessoas
13 8
Mais ninguém
183 141
% 50,7 39,1
232 157
% 38,7 26,2
49,2
201
10,8
40
55,7
347
57,8
11,1
62
10,3
6,7
50
13,9
134
22,3
76,4% dos inquiridos admitem ser quem mais utiliza a internet em casa, contudo, entre os mais novos essa percentagem desde para 45,8%. Mais de um quarto dos jovens dos 9 aos 12 anos (27,5%) afirmam que é o pai quem mais utiliza a internet, o que reforça a ideia de que nas gerações mais novas a iniciativa para instalar a internet em casa parte muitas vezes dos pais e muitas crianças começam nos primeiros anos a crescer e dar como adquirida o acesso à internet no lar.
Tabela 33: Em tua casa, quem utiliza mais a internet?
N
%
Eu
826
76,4
Os meus irmãos/irmãs
123
11,4
O meu pai
88
8,1
A minha mãe
25
2,3
Outras pessoas
19
1,8
1081
100,0
Total
Masculino N Eu
Feminino %
N
%
473
76,7
353
76,1
Os meus irmãos/irmãs
67
10,9
56
12,1
O meu pai
49
7,9
39
8,4
A minha mãe
16
2,6
9
1,9
Outras pessoas
12
1,9
7
1,5 Idade
9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Eu
55
45,8
279
77,3
492
82,0
Os meus irmãos/irmãs
14
11,7
44
12,2
65
10,8
O meu pai
33
27,5
25
6,9
30
5,0
A minha mãe
13
10,8
9
2,5
3
,5
5
4,2
4
1,1
10
1,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Outras pessoas Total
56
73,8% dos jovens afirma ser quem mais sabe de internet em casa, mas mais uma vez essa percentagem decresce bastante entre os mais novos, situando-se nos 41,7%. Para um terço dos inquiridos dos 9 aos 12 anos o pai emerge assim como a pessoa que mais sabe sobre internet em casa.
Tabela 34: Em tua casa, quem é que mais sabe sobre internet?
N
%
Eu
798
73,8
Os meus irmãos/irmãs
140
13,0
O meu pai
105
9,7
A minha mãe
27
2,5
Outras pessoas
11
1,0
1081
100,0
Total
Masculino N Eu
Feminino %
N
%
470
76,2
328
70,7
Os meus irmãos/irmãs
71
11,5
69
14,9
O meu pai
53
8,6
52
11,2
A minha mãe
16
2,6
11
2,4
7
1,1
4
,9
Outras pessoas
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Eu
50
41,7
259
71,7
489
81,5
Os meus irmãos/irmãs
14
11,7
47
13,0
79
13,2
O meu pai
40
33,3
42
11,6
23
3,8
A minha mãe
13
10,8
11
3,0
3
,5
Outras pessoas Total
3
2,5
2
,6
6
1,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
69,1% dos jovens inquiridos declaram que aprenderam sozinhos a utilizar a internet. Portanto, estamos a falar de uma geração que teve de explorar sem a ajuda de ninguém como usar as novas tecnologias. Contudo, cerca de 16,2% referem a ajuda dos professores na escola e 11,5% a ajuda do pai. Entre os mais novos a percentagem de inquiridos que aprenderam sozinhos a utilizar a internet decresce para 44,2% e 35% destes inquiridos refere que quem os ensinou a usar a internet foi o pai. Uma parte significativa dos inquiridos dos 9 aos 12 anos já pertence portanto a uma geração que de certa forma tem crescido com o acesso facilitados às novas tecnologias, recebendo o apoio dos pais na sua utilização.
57
Tabela 35: Quem te ensinou a usar a internet?: N
%
Ninguém, aprendi sozinho
747
69,1
O meu irmão/irmã
104
9,6
O meu namorado/a
7
,6
Os meus amigos/as
102
9,4
O meu pai
124
11,5
A minha mãe O professor/a da escola Outras pessoas
53
4,9
175
16,2
75
6,9
Masculino N Ninguém, aprendi sozinho O meu irmão/irmã
Feminino %
N
%
437
70,8
310
66,8
54
8,8
50
10,8
7
1,5
O meu namorado/a Os meus amigos/as
53
8,6
49
10,6
O meu pai
70
11,3
54
11,6
A minha mãe
28
4,5
25
5,4
O professor/a da escola
86
13,9
89
19,2
Outras pessoas
49
7,9
26
5,6
Idade 9 aos 12 anos N Ninguém, aprendi sozinho O meu irmão/irmã O meu namorado/a Os meus amigos/as O meu pai A minha mãe O professor/a da escola Outras pessoas
53 16 _ 4 42 21 18 12
% 44,2 13,3 _ 3,3 35,0 17,5 15,0 10,0
13 aos 15 anos N 246 39 1 32 48 24 50 27
% 68,1 10,8 ,3 8,9 13,3 6,6 13,9 7,5
16 aos 18 anos N 448 49 6 66 34 8 107 36
% 74,7 8,2 1,0 11,0 5,7 1,3 17,8 6,0
Uma grande parte dos jovens inquiridos acha que tem ou um nível médio (46,9%) ou um nível avançado de utilização da internet (30,9%). 11,2% dos jovens acham mesmo que são especialistas. Verificam-se percentagens maiores de inquiridos do sexo masculino a acharem que têm um nível avançado ou que são especialistas (34,8% e 13,5%, respectivamente), em comparação com 25,6% e 8,2% das raparigas, respectivamente. Sem surpresas, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos que declaram que são principiantes (17,5%), em comparação com 3,6% de inquiridos
58
dos 13 aos 15 anos e 6,2% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos. Curiosamente, é entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, e não entre os mais velhos, que há uma maior percentagem de inquiridos a acharem que têm um nível avançado ou que são especialistas (35,5% e 11,9%, respectivamente), seguidos pelos inquiridos mais novos (26,7% e 17,5% respectivamente).
Tabela 36: Quando utilizas a internet, como te consideras?
N
%
Um principiante
71
6,6
Tenho um nível médio
507
46,9
O meu nível é avançado
334
30,9
Sou um especialista
121
11,2
Não sei/Não respondo Total
48
4,4
1081
100,0
Masculino N Um principiante
Feminino %
N
%
43
7,0
28
6,0
Tenho um nível médio
254
41,2
253
54,5
O meu nível é avançado
215
34,8
119
25,6
Sou um especialista
83
13,5
38
8,2
Não sei/Não respondo
22
3,6
26
5,6
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Um principiante
21
17,5
13
3,6
37
6,2
Tenho um nível médio
41
34,2
156
43,2
310
51,7
O meu nível é avançado
32
26,7
128
35,5
174
29,0
Sou um especialista
21
17,5
43
11,9
57
9,5
5
4,2
21
5,8
22
3,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sei/Não respondo Total
Inquérito nacional Os utilizadores da internet representam cerca de 70% dos casos, porém apenas 37,7%, utilizam regularmente tanto a internet como o correio electrónico. Pelo contrário, 27% dos jovens inquiridos nunca utilizaram a internet em nenhuma situação. Contrastando os dados de ambos sexos, verifica-se que há uma maior fracção de inquiridos do sexo
59
masculino que utiliza tanto a internet como o correio electrónico (42,4%), em comparação com 32,7% das jovens inquiridas. Inversamente, observa-se uma percentagem maior de inquiridas que nunca utilizaram a internet (30,4%), enquanto que nos inquiridos do sexo masculino essa percentagem é de 23,6%. Sem grandes surpresas, é nos escalões mais velhos que se verificam as maiores percentagens de utilizadores: entre os jovens dos 8 aos 12 anos registam-se 57% utilizadores, entre o escalão etário dos 13 aos 15 anos há 84,3% e no escalão entre os 16 e os 18 anos observa-se uma percentagem de 76,9% de utilizadores. Apesar da maior fracção de utilizadores registada se verificar entre os jovens dos 13 aos 15 anos, é entre os inquiridos mais velhos que se regista a maior percentagem de inquiridos que utilizam tanto a internet como o correio electrónico (53,7%), enquanto que entre o escalão dos 13 aos 15 anos verifica-se uma percentagem de 44,8% e entre os mais novos de 18,6%. Contudo, é entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que se regista a menor percentagem de inquiridos que nunca experimentaram utilizar quer a internet quer o correio electrónico (13,3%). Nos mais velhos essa percentagem é de 21,4% e entre os mais novos ascende aos 40,9%. Tabela 37: Utilizadores da internet e/ou o correio electrónico N
%
196
71,0
Total de Não utilizadores
80
29,0
Total de Indivíduos
276
100,0
Total de Utilizadores
Tabela 38: Utiliza ou já utilizou alguma vez a internet e/ou o correio electrónico N
%
% Acumulada
83
30,3
30,3
8
3,0
33,3
104
37,7
71,0
Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar
1
,3
71,2
Sim, mas foi com outras pessoas que me ajudaram a utilizar
5
1,8
73,0
Não, nunca utilizei nada nem estive em nenhuma das situações
74
27,0
100,0
Sim, só a internet Sim, só o correio electrónico (email) Sim, ambos
60
Sexo do entrevistado Masculino N Sim, só a internet
%
N
%
41
29,1
42
31,4
4
2,5
5
3,5
60
42,4
44
32,7
1
,6
Sim, só o correio electrónico (email) Sim, ambos
Feminino
Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar Sim, mas foi com outras pessoas que me ajudaram a utilizar
3
2,3
2
1,3
Não, nunca utilizei nada nem estive em nenhuma das situações
33
23,6
41
30,4
Idade 8 aos 12 anos N Sim, só a internet Sim, só o correio electrónico (email) Sim, ambos
13 aos 15 anos
39
% 36,4
2 20
16 aos 18 anos
24
% 33,7
2,0
4
18,6
Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar
N
N 21
% 21,0
5,8
2
2,2
31
44,8
53
53,7
1
1,1
Sim, mas foi com outras pessoas que me ajudaram a utilizar
2
2,2
1
1,3
2
1,7
Não, nunca utilizei nada nem estive em nenhuma das situações
44
40,9
9
13,3
21
21,4
Entre os utilizadores da internet 31,2% utiliza a internet todos os dias, 21,4% utiliza três a quatro vezes por semana e um terço uma ou duas vezes por semana. Portanto, 85,6% dos jovens usuários da internet são utilizadores regulares. Os utilizadores menos regulares são uma minoria de 12,9%, utilizando a internet poucas vezes por mês ou até menos do que uma vez por mês. Quanto às diferenças entre os sexos, regista-se uma fracção maior de inquiridos do sexo masculino que entram online todos os dias (33,3%) e é também entre os rapazes que há, no total, uma maior percentagem de usuários regulares (90,9%), enquanto que entre as jovens inquiridas, 28,9% usam a internet todos os dias e a fracção de usuárias regulares da internet é de 79,6%. Além disso, é entre os usuários mais novos que se registam as menores percentagens de utilizadores diários (23%) e regulares (74%). Inversamente, é entre os maia velhos que se verificam as maiores fracções de usuários diários (41,6%) e regulares (91,9%).
61
Tabela 39: Independentemente do local onde utiliza e do motivo, com que frequência utiliza a internet e/ou correio electrónico N
%
% Acumulada
Todos os dias
61
31,2
31,2
3 a 4 vezes por semana
42
21,4
52,6
1 ou 2 vezes por semana
65
33,0
85,6
Pelo menos uma vez por mês
15
7,5
93,1
Menos do que uma vez por mês
11
5,4
98,5 100,0
Ns/nr
3
1,5
Total
196
100,0
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Todos os dias
35
33,3
26
28,9
3 a 4 vezes por semana
25
23,6
17
18,8
1 ou 2 vezes por semana
35
34,0
29
31,9
Pelo menos uma vez por mês
5
4,5
10
11,0
Menos do que uma vez por mês
2
1,9
9
9,3
Ns/nr
3
2,8 Idade
8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Todos os dias
14
23,0
16
26,5
31
41,6
3 a 4 vezes por semana
11
18,2
12
20,7
18
24,5
1 ou 2 vezes por semana
20
32,8
25
42,5
19
25,8
Pelo menos uma vez por mês
8
12,4
4
6,6
3
4,2
Menos do que uma vez por mês
7
11,6
1
1,7
2
3,2
Ns/nr
1
2,1
1
1,9
1
,7
Entre os usuários da internet 53,2% tem acesso à internet em casa, mas, no total da amostra, a fracção de jovens inquiridos com acesso à internet em casa é de apenas 39,9%. Recorde-se que a percentagem de inquiridos no inquérito online que possuem ligação à internet em casa é mais de duas vezes maior que aquela. Portanto, temos aqui uma clara clivagem entre os inquiridos no inquérito face-a-face, que reflectem uma
62
realidade próxima daquilo que acontece a nível nacional e os inquiridos online, largamente socializados nas TIC. 51,2% dos inquiridos no inquérito nacional dizem ter acesso na escola, o que é uma percentagem bem mais próxima daquela verifica entre os jovens inquiridos online (47,4%). Entre os utilizadores da internet, a percentagem de inquiridos que usa a internet na escola ascende aos 73,9%. A percentagem de usuários na escola é assim cerca de 20% superior à fracção de utilizadores em casa. No geral, a escola tornou-se num espaço muito importante de integração e socialização dos jovens nas novas tecnologias da informação e comunicação, sendo portanto, um meio essencial de combate à info-exclusão de parte da população jovem. Entre os sexos não há grandes clivagens a registar, apenas que há uma percentagem maior de inquiridos do sexo masculino que utiliza a internet noutros locais sem ser a casa, a escola ou o trabalho (27,5%) em comparação com 15,8% das jovens usuárias. Também entre as faixas etárias não há diferenças muito discrepantes. Contudo, verificase entre os jovens mais velhos 56,4% de usuários em casa, a maior fracção registada, enquanto que a menor fracção está entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (49,3%). Também é entre os inquiridos nesta faixa etária, a menor fracção de usuários da internet noutros locais (15,9%) , porém, é onde se verifica a maior percentagem de utilizadores na escola (78,9%). A dimensão da info-exclusão por parte daqueles que não têm acesso à internet em casa é melhor avaliada com os seguintes dados: entre esses jovens, apenas 18,5% afirmam que têm hipótese de ter acesso à internet em casa, os restantes 81,5% negam essa possibilidade.
Tabela 40: Em que locais tem acesso à internet N
%
104
53,2
1
0,5
Na escola
145
73,9
Noutros locais
43
22,0
Total de utilizadores
196
100,0
Em casa No trabalho
63
Sexo do entrevistado Masculino N Em casa
Feminino %
56
N 54,1
% 48
52,2
1
1,0
No trabalho Na escola
76
73,0
68
74,9
Noutros locais
29
27,5
14
15,8
Idade 8 aos 12 anos N Em casa
13 aos 15 anos
% 33
N 53,1
16 aos 18 anos
% 29
N 49,3
No trabalho
% 43
56,4
1
1,2
Na escola
44
70,9
46
78,9
55
72,5
Noutros locais
15
24,5
9
15,9
19
24,8
Tabela 41: Tem hipótese de ter acesso à internet em casa N
%
Sim
32
18,5
Não
140
81,5
Total
172
100,0
Em média os jovens usuários já utilizam a internet há 34,74 meses. Metade do inquiridos utilizam a internet até dois anos e também se verifica um maior número de inquiridos que utiliza a internet há um par de anos. Entre os inquiridos do sexo masculino, observa-se uma média maior do tempo de utilização (36,96 meses) do que entre as jovens usuárias (32,05 meses). A mediana é também maior entre os rapazes o que quer dizer que metade dos usuários utiliza a internet até 36 meses, enquanto que metade das raparigas usa a internet até 24 meses. Entre os usuários que têm internet em casa, 40,6% instalaram a internet no seu lar entre 2004 e 2006 e apenas 4% instalaram a internet antes do ano 2000.
Tabela 42: Há quantos meses utiliza a internet Média
34,74
Mediana
24,00
Moda Desvio-padrão
24,00 23,945
Mínimo
0
Máximo
120
Percentis 25
12,00
Percentis 75
48,00
64
Sexo do entrevistado Masculino 36,96
Feminino 32,05
Mediana
36,00
24,00
Moda
24,00
24,00
25,927
21,154
Média
Desvio-padrão Mínimo
1
0
Máximo
120
96
Percentis 25
12,00
12,00
Percentis 75
58,68
48,00
Tabela 43: Em que ano instalou / passou a ter acesso à internet em sua casa
N
%
1996
1
1,1
1999
3
2,9
2000
10
9,4
2001
11
10,7
2002
7
6,7
2003
7
7,0
2004
20
18,8
2005
18
16,9
2006
5
4,9
NS/NR Total
23
21,7
104
100,0
Mais uma vez se verifica a importância da escola na aprendizagem e socialização dos jovens nas novas tecnologias visto que 51,4% dos jovens afirmam que tiveram o seu primeiro contacto com a internet na escola. Já 35,8% começaram a utilizar a internet em casa. A escola e o lar são portanto os principais meios de acesso à internet para os jovens. Uma minoria de 7% dos jovens afirmam ainda que começaram a ter contacto com a internet na casa de outras pessoas e 2,3% dizem que foi num cibercafé que começaram a navegar na rede. Pouco mais de 1% dizem que começaram a ter contacto com a internet numa biblioteca pública e outros tantos no trabalho. Não se verificam grandes clivagens entre os sexos, apenas é de registar uma maior percentagem de raparigas que começaram a utilizar a internet na escola (56,2%) do que de rapazes (47,3%). Por seu turno, perto de 10% de rapazes começou a utilizar a internet em casa de outras pessoas em comparação com 3,7% de raparigas. Os jovens dos 16 aos 18 anos registam a menor fracção daqueles que começaram a utilizar a internet na escola (46,1%), enquanto que nos outros escalões etários essa percentagem situa-se à volta dos
65
55%. Mas verifica-se uma maior percentagem de inquiridos os mais velhos que começaram a utilizar a internet em casa de outras pessoas (9,3%).
Tabela 44: Onde começou a utilizar a internet
N
%
Em casa
70
35,8
Na casa de outras pessoas
14
7,0
2
1,1
No trabalho Na escola/universidade
101
51,4
Num cibercafé
4
2,3
Numa biblioteca pública
3
1,3
Ns/nr
2
1,1
Total
196
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Em casa Na casa de outras pessoas No trabalho Na escola/universidade Num cibercafé Numa biblioteca pública Ns/nr
Feminino %
38 10 2 49 2 2 1
N 36,0 9,8 2,0 47,3 2,3 1,9 ,7
% 32 3
35,6 3,7
51 2 1 1
56,2 2,3 ,7 1,5
Idade
Em casa Na casa de outras pessoas
8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
Num cibercafé Numa biblioteca pública Ns/nr
%
22
35,5
21
34,9
28
36,8
4
7,2
2
3,7
7
9,3
1
2,0
1
1,2
No trabalho Na escola/universidade
%
34
55,1
32
54,4
35
46,1
1
2,2
1
1,7
2
2,8
2
3,4
1
,9
2
2,8
Entre os jovens inquiridos portugueses, 42,6% classifica a sua capacidade de usar a internet como razoável e perto de 50% acha que é boa ou excelente. São realmente poucos os que acham que é má ou muito pois representam apenas 6,3% da amostra. Verifica-se entre as raparigas uma percentagem de 46,3% de inquiridas que consideram a sua capacidade de utilização da internet como boa, o que é, curiosamente, uma fracção visivelmente superior à registada entre os rapazes (29,5%). No entanto é entre os
66
inquiridos do sexo masculino que se regista uma percentagem maior daqueles que consideram que têm um capacidade excelente (13%), embora a discrepância não seja muito grande em relação às jovens inquiridas (7,2%). Sem surpresas, é entre os mais velhos que se registam as maiores percentagens de jovens que consideram as suas capacidades boas (46,3%) ou excelentes (12,1%). Estas percentagens decrescem nas faixas etárias mais novas: verifica-se a menor percentagem de inquiridos que acham que têm boas capacidades entre os jovens dos 8 aos 12 anos (24,8%) e a menor percentagem de internautas que classificam as suas capacidades como excelentes entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (7,5%). Em todos os escalões etários apenas uma minoria classifica as suas capacidades como más ou muito más, porém, é entre os mais novos que há maiores fracções de inquiridos com essa opinião.
Tabela 45: Como é que classificaria a sua capacidade de utilizar a internet
N Muito má
% 3
Má
1,7
9
4,6
Razoável
83
42,6
Boa
74
37,6
Excelente
20
10,3
6
3,3
Ns/nr
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Muito má
3
Má
4
3,7
5
5,7
Razoável
49
47,4
34
37,1
Boa
31
29,5
43
46,8
Excelente
14
13,0
7
7,2
3
3,3
3
3,2
Ns/nr
3,1
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Muito má
3
4,5
1
,7
Má
5
8,3
2
3,0
2
2,9
Razoável
26
42,3
29
49,6
28
37,3
Boa
15
24,8
23
39,9
35
46,3
Excelente
7
10,9
4
7,5
9
12,1
Ns/nr
6
9,3
1
,9
67
A grande maioria dos jovens usuários com internet em casa ou tem ligação ADSL (38,8%) ou ligação por cabo (27,8%) e apenas 11,9% utilizam a ligação por modem conectado à linha telefónica. A ligação por placa 3g é ainda muito rara e apenas uma minoria muito pequena liga-se à internet por WAP. Verifica-se ainda uma percentagem um pouco superior de raparigas que ainda usam a ligação por modem à linha telefónica (14,8%) em comparação com 9,8% dos rapazes. A ligação por cabo é mais popular entre os mais velhos (em 43% dos casos) do que entre os internautas dos 13 aos 15 anos (22,4%) e entre os usuários mais novos (12,8%). Inversamente, os mais novos usam mais a ligação por ADSL (44,2%) do que os mais velhos (33,5%). Entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos, apenas uma minoria muito pequena de usuários utiliza a linha telefónica (1,7%). Inversamente, a fracção daqueles que usam esse tipo de ligação ganha maior expressão entre os mais novos (14,8%) e entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (23,7%).
Tabela 46: Que tipo de ligação à internet é que tem em sua casa
N
%
Por cabo
29
27,8
Por ADSL
40
38,8
0
,5
12
11,9
4
3,6
2
2,2
Por placa 3g Por modem (linha telefónica) Por telefone móvel (WAP) Outra Ns/nr
16
15,2
Total
104
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Por cabo
15
27,2
14
28,4
Por ADSL
17
35,9
23
41,3
Por placa 3g
0
,8
Por modem (linha telefónica)
5
9,5
7
14,8
Por telefone móvel (WAP)
3
4,9
1
2,2
Outra
1
2,0
1
2,4
Ns/nr
8
14,3
8
16,3
68
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Por cabo
4
12,8
6
22,4
18
43,0
Por ADSL
14
44,2
12
40,6
14
33,5
0
1,6
7
23,7
1
1,7
2
5,7
7
16,2
Por placa 3g Por modem (linha telefónica)
5
14,8
Por telefone móvel (WAP)
1
4,2
Outra
2
6,9
Ns/nr
6
17,1
3
11,6
Entre os jovens portugueses inquiridos, 37,8% têm como fornecedor a Sapo ADSL, que tem o maior “share” de mercado. Logo a seguir aparecem a Cabovisão e a NetCabo como os segundos maiores fornecedores, praticamente em ex aequo, com um “share” de mercado ligeiramente superior a 20% entre os usuários inquiridos. Apenas 9% dos inquiridos têm como fornecedor a Oniduo e uma pequena minoria de 3,1% usam os serviços da Clix. Os clientes da Telepac entre os jovens representam apenas 1,8%. Observa-se que entre os usuários do sexo masculino há uma maior fracção de clientes da Sapo ADSL (44,8%) do que entre as jovens usuárias (29%). Por seu turno, verificase uma maior percentagem de internautas femininas que são clientes da Cabovisão (25%), em comparação com 17,6% de internautas masculinos. Entre as internautas também se regista uma maior percentagem de inquiridas que usam outros fornecedores não nomeados (10,1%), em contraste com apenas 1,2% de jovens inquiridos do sexo masculino. Em todos os escalões etários a Sapo ADSL mantém-se no topo dos fornecedores, contudo há diferenças a registar. Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os que menos subscrevem a Sapo ADSL (27,7%), enquanto que nos inquiridos mais novos e nos mais velhos a percentagem de clientes desse fornecedor oscila entre os 41% e os 42%. A Oniduo regista percentagens pequenas de clientes entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (6%) e entre os jovens dos 16 aos 18 anos (2,4%). Porém, entre os adolescentes dos 13 aos 15 anos torna-se o segundo maior fornecedor onde regista uma fatia de 23,4% de clientes. Curiosamente, a NetCabo começa com uma percentagem de clientes muito pequena entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (5,4%), mas recupera nos seguintes escalões etários: 16,9% de clientes entre os 13 e os 15 anos e 31,5% de usuários entre os 16 e os 18 anos. Também é entre os inquiridos mais velhos que se verifica uma maior percentagem de usuários da Cabovisão (24,7%), enquanto que nas restantes faixas etárias essa percentagem ultrapassa ligeiramente os 17%. 69
Tabela 47: Qual é o seu fornecedor de internet de banda larga
N
%
Sapo ADSL
26
37,8
NetCabo
14
20,6
Telepac
1
1,8
Oniduo
6
9,0
Clix
2
3,1
15
20,8
4
5,1
Cabovisão Outro Ns/nr
1
1,6
Total
70
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Sapo ADSL
Feminino %
N
%
18
44,8
9
29,0
NetCabo
9
21,7
6
19,2
Telepac
1
3,2
Oniduo
3
8,6
3
9,6
Clix
1
2,9
1
3,5
Cabovisão
7
17,6
8
25,0
Outro
0
1,2
3
10,1
1
3,6
Ns/nr
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sapo ADSL
8
42,0
5
27,7
13
41,3
NetCabo
1
5,4
3
16,9
10
31,5
Telepac
1
6,8
Oniduo
1
6,0
4
23,4
1
2,4
2
11,7
Cabovisão
3
17,1
3
17,7
8
24,7
Outro
3
16,7
0
2,5
Ns/nr
1
6,0
Clix
Entre os jovens usuários, 57,9% têm a opinião que são ele próprios quem utilizam mais frequentemente a internet em casa e apenas 16,1% declaram que são os adultos de casa, com 18 anos ou mais (esta categoria tanto poderá incluir irmãos mais velhos como os próprios pais). Estas percentagens são indícios de que os novos media poderão estar a transformar as relações familiares em torno dos media. Já não são pais que detém todo o saber em casa, muitas vezes são os filhos os que têm maior experiência em termos de utilização das novas tecnologias e muitas vezes são eles que prestam assistência aos próprios pais, verificando-se uma inversão de papéis. As percentagens de ambos os
70
sexos sobre quem utiliza mais frequentemente a internet em casa não divergem muito ainda assim 60,5% das raparigas confessam que são elas quem mais utilizam a internet em casa, uma percentagem cerca de 5% superior à da registada entre os rapazes. A fracção daqueles que declaram que são os próprios que utilizam mais frequentemente a internet em casa vai aumentando há medida que passamos para escalões etários mais velhos. Assim sendo, entre os jovens mais velhos, 70,8% afirmam que são eles os utilizadores mais frequentes da internet enquanto que entre os mais novos 36,8% declaram que são eles os maiores utilizadores da internet em casa. Por seu turno, é entre os internautas dos 8 aos 12 anos que se verifica uma maior percentagem daqueles que afirmam que quem mais utiliza a internet são os adultos da casa (35,1%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem decresce para apenas 5%. Pode-se calcular que parte dos inquiridos mais novos tenham pais pertencentes a uma geração que já se familiarizou com a utilização da internet e que use regularmente a internet em casa. Noutro segmento dos respondentes mais novos, poderá dar-se o caso de que tenham irmãos com idade igual ou superior a 18 anos que sejam os usuários mais frequentes da internet em casa. Tabela 48: Em casa, quem é que utiliza mais frequentemente a internet
N
%
Próprio(a) As crianças da família (até 13 anos)
60
57,9
1
1,0
Jovens da família (14 a 17 anos)
9
8,2
Outros adultos (18 e mais anos)
17
16,1
2
1,6
10
9,8
Outras pessoas da casa Ns/nr Todos elementos do agregado Total
6
5,4
104
100,0
Sexo do entrevistado Masculino N Próprio(a) As crianças da família (até 13 anos) Jovens da família (14 a 17 anos) Outros adultos (18 e mais anos) Outras pessoas da casa Ns/nr Todos elementos do agregado
Feminino %
N
31
55,6
1
1,8
3
% 29
60,5
4,9
6
12,1
10
17,7
7
14,3
2
3,0
5
9,0
5
10,8
5
8,0
1
2,3
71
Idade
Próprio(a) As crianças da família (até 13 anos) Jovens da família (14 a 17 anos) Outros adultos (18 e mais anos) Outras pessoas da casa
8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
% 12
36,8
18
62,6
1
3,4
% 30
70,8
4
12,1
1
3,9
3
8,1
11
35,1
3
11,1
2
5,0
2
5,2 3
11,6
7
16,2
2
7,3
Ns/nr Todos elementos do agregado
%
4
10,7
Quanto às actividades que os utilizadores da internet realizam na rede, mais de metade dos inquiridos transmitem e recebem mensagens de correio electrónico e consultam bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede. Além disso, 41,4% dos inquiridos afirmam que navegam pela internet sem objectivos concretos e a mesma fracção de jovens joga videojogos online. Comparando entre os sexos verifica-se uma maior fracção de rapazes que transmitem e recebem mensagens de correio electrónico (64%), que navegam pela internet sem objectivos concretos (47,7%) e que jogam videojogos online (48,5%), enquanto que entre as inquiridas essas percentagens são de 52,3%, 34,2% e 33,3% respectivamente. Quanto às diferenças etárias, observa-se uma maior percentagem de jovens entre os mais velhos que transmitem e recebem mensagens de correio electrónico (75,7%), percentagem essa que decresce nos escalões etários mais novos atingindo um mínimo entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (42,8%). Também se verifica uma maior tendência para os mais velhos navegarem na internet sem objectivos concretos. Mas é entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que há uma maior percentagem de jogadores que jogam online (48,9%), enquanto que essa percentagem entre os mais velhos é de 31,7%. Uma percentagem um pouco inferior a 40% de jovens participam em chats ou newsgroups e entre 20 e 30% dos jovens combinam ou marcam saídas com os amigos, contactam os amigos na rede quando estão desanimados ou consultam blogues. Quanto à participação em chats ou newsgroups, é patente uma clivagem entre rapazes e raparigas, sendo entre aqueles que há uma maior fracção de jovens, nomeadamente de 47%, que participam em chats ou newsgroups, enquanto que a percentagem de raparigas que fazem o mesmo decresce para os 29,1%. Metade dos jovens internautas dos 16 aos 72
18 anos participa em chats ou newsgroups enquanto que apenas 26,4% dos mais novos fazem a mesma coisa. Quanto a combinar ou marcar saídas com os amigos, as diferenças entre os sexos não são muito marcadas. É entre os diferentes escalões etários que se verificam as maiores diferenças, em especial, se compararmos os inquiridos mais novos com os mais velhos. Como seria de esperar, é entre estes que se verifica a maior percentagem de inquiridos, totalizando 38,4%, que marcam ou combinam encontros com os amigos através da internet, visto serem mais velhos e gozarem de maior autonomia e liberdade. Os mais velhos utilizam assim a internet como um meio de aprofundar as suas relações offline. Entre os mais novos apenas 18,4% afirmam usar a internet para combinarem ou marcarem saídas. Verifica-se ainda uma percentagem um pouco maior de rapazes do que de raparigas que contactam com os amigos na rede quando estão desanimados. Mas mais uma vez é na comparação entre as faixas etárias que se observam as maiores diferenças. 34% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos afirmam que contactam os amigos na rede quando estão desanimados enquanto que nos restantes escalões etários a percentagem de jovens que admitem fazê-lo decresce para os 18,8%. No que respeita à consulta de blogues, mais uma vez as diferenças mais relevantes verificam-se comparando os inquiridos de diferentes idades. É entre os jovens dos 13 aos 15 anos que há maior percentagem de inquiridos que consultam blogues na internet (27,3%) e é entre os mais novos que se verifica a maior percentagem de inquiridos que o fazem (16,7%). Ademais, entre 15% a 20% dos jovens descarregam músicas da rede, inteiram-se de notícias
desportivas,
pesquisam
informação
sobre
espectáculos
programados,
transmitem fotografias suas ou da sua família ou cartões de felicitações electrónicos. Quanto a diferenças relevantes entre os sexos, há uma maior fracção de jovens do sexo masculino que descarregam música da rede (25,7%), que se inteiram de notícias desportivas (20,1%) e que pesquisam informação sobre espectáculos programados (20,2%) do que de inquiridas, cujas fracções daquelas que utilizam a internet para estes fins são 11%, 13% e 12,2%, respectivamente. Quanto às diferenças entre faixas etárias, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que descarregam música da rede (28%), que se inteiram das notícias desportivas (29,1%), que transmitem fotografias ou felicitações electrónicas (20,9% e 20,8%, respectivamente) e que pesquisam informação sobre espectáculos programadas. De um modo geral, as percentagens de jovens que usam a rede para estes fins diminuem nos restantes escalões
73
etários, em alguns casos, para menos de metade das fracções verificadas entre os mais velhos. Outras actividades como pesquisar informação sobre a própria cidade, inteirar-se de notícias na imprensa geral, pesquisar informação sobre cursos de formação ou descarregar software da rede são realizados por percentagens de jovens entre os 10% e os 15%. Há visivelmente, maiores percentagens de rapazes que usam a rede para inteirarem-se de notícias na imprensa geral (15,8%), pesquisarem informação sobre cursos de formação (14,9%) e descarregarem software da rede (16,1%), enquanto que entre as raparigas, essas fracções decrescem para os 8,8%, 8,4% e 5,3% respectivamente. No que respeita às diferenças etárias, são os jovens dos 16 aos 18 anos os que mais utilizam a internet para, igualmente, inteirarem-se de notícias na imprensa geral (17,4%), pesquisarem informação sobre cursos de formação (20,9%) e descarregarem software da rede (15,5%). Nos restantes escalões etários, as fracções de jovens que usam a rede para os fins mencionados chega a ser menos de metade das verificadas entre os internautas mais velhos. Curiosamente, verifica-se uma maior percentagem de jovens dos 8 aos 12 anos que pesquisam na rede informação sobre a sua cidade (20,6%), em comparação com apenas 8,5% de internautas dos 13 aos 15 anos. Observa-se ainda que fracções de jovens inquiridos entre os 5% e os 10% produzem conteúdos para blogues, pesquisam informações sobre viagens, trabalham a partir de casa, telefonam através da internet, participam em cursos online, pesquisam informação sobre serviços públicos, procuram trabalho ou efectuam compras diversas ou pesquisam informações sobre a sua saúde ou de pessoas próximas. Menos de 5% dos jovens enviam mensagens de correio electrónico para programas de rádio ou de televisão, pesquisam receitas na internet, organizam actividades com crianças, pesquisam informação política ou sindical, compram ou reservam entradas para espectáculos, compram livros ou música online, fazem reservas de viagens, alojamento ou alugam um automóvel, procuram apartamento, compram produtos informáticos realizam operações com o seu banco ou admitem consultar ou descarregar pornografia. Além disso, menos de 1% dos internautas inquiridos pesquisam informação sobre gays e lésbicas, participam ou compram num leilão ou compram produtos alimentícios e de limpeza online.
74
Tabela 49: Utiliza a internet ou o correio electrónico para: % Transmitir e receber mensagens de correio electrónico
58,5
Participar em chats ou newsgroups
38,7
Participar ou comprar num leilão
,2
Comprar produtos alimentícios e de limpeza
,2
Comprar livros ou música
2,9
Comprar produtos informáticos
2,3
Comprar ou reservar entradas para espectáculos
3,0
Comprar outras coisas
5,4
Fazer reservas de viagens ou alojamento ou alugar um carro
2,9
Realizar operações com o seu banco
2,0
Trabalhar a partir de casa
8,0
Procurar trabalho
5,4
Procurar apartamento
2,8
Participar em cursos online
6,4
Inteirar-se de notícias na imprensa geral
12,5
Inteirar-se de notícias desportivas
16,8
Navegar pela internet sem objectivos concretos
41,4
Jogar videojogos pela internet
41,4
Transmitir cartões de felicitações electrónicos
15,1
Transmitir fotografias suas ou da sua família
16,3
Descarregar músicas da rede
18,9
Pornografia (consultar, descarregar)
1,9
Pesquisar informação sobre viagens
8,2
Pesquisar informação sobre a sua cidade
14,5
Pesquisar informação sobre espectáculos programados
16,5
Pesquisar informação sobre cursos de formação
11,9
Pesquisar informação política ou sindical
3,4
Pesquisar informação sobre a sua associação profissional
3,0
Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de pessoas próximas
5,1
Pesquisar informação sobre serviços públicos
6,1
Pesquisar informação sobre gays e lésbicas
,7
Descarregar software da rede
11,0
Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas
54,5
Telefonar através da internet
7,7
Combinar ou marcar saídas com amigos
29,8
Organizar as actividades das crianças
3,5
Pesquisar receitas de cozinha
4,9
Contactar com amigos quando está desanimado
24,6
Consultar blogues
21,9
Produzir conteúdos para blogues
9,6
Enviar mensagens de correio electrónico para programas de televisão
2,2
Enviar mensagens de correio electrónico para programas de rádio
4,9
75
Sexo do entrevistado Masculino N Transmitir e receber mensagens de correio electrónico Participar em chats ou newsgroups
Feminino
%
N
%
67
64,0
48
52,3
27
29,1
1
1,1
49
47,0
Participar ou comprar num leilão
0
,3
Comprar produtos alimentícios e de limpeza
0
,3
Comprar livros ou música
5
4,5
Comprar produtos informáticos
4
4,2
Comprar ou reservar entradas para espectáculos
3
2,5
3
3,5
Comprar outras coisas
6
6,0
4
4,7
4
3,4
2
2,3
Fazer reservas de viagens ou alojamento ou alugar um carro Realizar operações com o seu banco
2
1,6
2
2,3
13
12,9
2
2,4
Procurar trabalho
8
7,4
3
3,2
Procurar apartamento
4
3,7
2
1,8
Participar em cursos online
11
10,5
2
1,8
Inteirar-se de notícias na imprensa geral
16
15,8
8
8,8
Inteirar-se de notícias desportivas
21
20,1
12
13,0
Navegar pela internet sem objectivos concretos
50
47,7
31
34,2
Jogar videojogos pela internet
51
48,5
30
33,3
Transmitir cartões de felicitações electrónicos
18
17,2
12
12,8
Transmitir fotografias suas ou da sua família
18
17,3
14
15,1
Descarregar músicas da rede
Trabalhar a partir de casa
27
25,7
10
11,0
Pornografia (consultar, descarregar)
3
2,5
1
1,2
Pesquisar informação sobre viagens
9
8,8
7
7,4
15
14,7
13
14,3
21
20,2
11
12,2
16
14,9
8
8,4
4
3,8
3
3,0
3
2,6
3
3,5
7
6,3
3
3,8
8
7,2
4
4,9
0
,3
1
1,1
Descarregar software da rede
17
16,1
5
5,3
Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas
57
54,5
50
54,5
Telefonar através da internet
11
10,8
4
4,2
Combinar ou marcar saídas com amigos
34
32,3
25
27,0
5
4,4
2
2,4
Pesquisar informação sobre a sua cidade Pesquisar informação sobre espectáculos programados Pesquisar informação sobre cursos de formação Pesquisar informação política ou sindical Pesquisar informação sobre a sua associação profissional Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de pessoas próximas Pesquisar informação sobre serviços públicos Pesquisar informação sobre gays e lésbicas
Organizar as actividades das crianças Pesquisar receitas de cozinha
5
5,2
4
4,6
Contactar com amigos quando está desanimado
29
27,9
19
20,9
Consultar blogues
23
22,4
20
21,4
Produzir conteúdos para blogues
12
11,5
7
7,5
3
3,1
1
1,1
6
6,2
3
3,5
Enviar mensagens de correio electrónico para programas de televisão Enviar mensagens de correio electrónico para programas de rádio
76
Idade 8 aos 12 anos N Transmitir e receber mensagens de correio electrónico Participar em chats ou newsgroups
%
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
%
26
42,9
31
52,9
57
75,7
16
26,4
22
36,9
38
50,0
0
,4
Participar ou comprar num leilão Comprar produtos alimentícios e de limpeza
0
,4
Comprar livros ou música
3
5,2
3
3,3
Comprar produtos informáticos
3
5,2
1
1,6
Comprar ou reservar entradas para espectáculos Comprar outras coisas Fazer reservas de viagens ou alojamento ou alugar um carro Realizar operações com o seu banco Trabalhar a partir de casa
3
5,6
2
3,3
3
5,2
3
5,6
4
5,3
3
5,2
1
1,8
1
1,8
1
1,8
3
3,6
5
7,4
4
7,4
7
8,9
2
3,7
8
11,1
Procurar trabalho Procurar apartamento
6
7,3
9
12,5
Participar em cursos online
3
5,2
Inteirar-se de notícias na imprensa geral
7
11,1
5
7,7
13
17,4
Inteirar-se de notícias desportivas
4
7,1
6
11,0
22
29,1
22
35,1
24
41,0
35
46,8
Navegar pela internet sem objectivos concretos Jogar videojogos pela internet
28
46,2
29
48,9
24
31,7
Transmitir cartões de felicitações electrónicos
6
10,1
8
13,2
16
20,8
Transmitir fotografias suas ou da sua família
7
11,9
9
14,9
16
20,9
Descarregar músicas da rede
4
6,8
12
19,7
21
28,0
1
2,0
3
3,4
Pornografia (consultar, descarregar) Pesquisar informação sobre viagens Pesquisar informação sobre a sua cidade Pesquisar informação sobre espectáculos programados Pesquisar informação sobre cursos de formação Pesquisar informação política ou sindical Pesquisar informação sobre a sua associação profissional Pesquisar informação sobre a sua saúde ou de pessoas próximas Pesquisar informação sobre serviços públicos
7
12,1
1
1,8
8
10,0
13
20,6
5
8,5
11
14,2
9
14,5
6
9,5
18
23,6
3
5,2
4
7,3
16
20,9
7
8,9
4
6,8
3
5,2
2
3,8
4
4,9
1
1,8
5
6,4
9
11,7
1
1,8
Pesquisar informação sobre gays e lésbicas Descarregar software da rede Consultar bibliotecas/enciclopédias/dicionários/ atlas Telefonar através da internet
6
9,0
4
7,4
12
15,5
35
56,4
28
48,3
44
57,8
7
11,7
8
10,5
11
18,4
18
30,8
29
38,4
Organizar as actividades das crianças
3
5,2
2
3,7
1
1,8
Pesquisar receitas de cozinha
3
5,2
4
7,6
2
2,7
12
18,8
11
18,8
26
34,0
Combinar ou marcar saídas com amigos
Contactar com amigos quando está desanimado Consultar blogues
10
16,7
16
27,3
17
21,9
Produzir conteúdos para blogues
6
9,2
4
7,2
9
11,7
Enviar mensagens de email para a televisão
1
1,4
3
4,5
Enviar mensagens de email para programas de rádio
5
8,4
4
4,6
1
1,7
77
A utilização que uma percentagem substancialmente maior de jovens internautas fazem da internet ou do correio electrónico é procurar informação relacionada com os estudos (em 86,5%) dos casos. Comparando entre os sexos, verifica-se uma maior percentagem de inquiridas (93,8%)
que procuram informação para os seus estudos do que de
internautas do sexo masculino (80,2%). Curiosamente, verifica-se uma percentagem um pouco superior de adolescentes que procuram informações sobre os seus estudos online entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos (91%) do que entre os inquiridos dos outros escalões etários (um pouco acima dos 84% nos escalões mais velhos). As actividades mais lúdicas são praticadas por percentagens bem menores de jovens. Estas percentagens indicam uma heterogeneidade de interesses entre os jovens. Jogar jogos online é uma actividade que 35,3% dos jovens dizem fazer. Os jogos online são mais populares entre os internautas do sexo masculino visto que 40,2% destes inquiridos jogam online enquanto que entre as jovens a percentagem de jogadoras é de 29,6%. Os jogos online são também mais populares entre os mais novos onde se verifica uma percentagem de 41,9% de jogadores. O interesse vai decrescendo nos escalões etários mais velhos e entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos a percentagem de jogadores decresce para os 26,8% Actividades como enviar ficheiros ou fotografias, entrar em chats ou comunidades virtuais ou ouvir rádio através da internet são práticas por entre 20% a sensivelmente 25% dos jovens internautas. Entre os sexos, as maiores diferenças verificam-se quanto a entrar em chats ou comunidades virtuais ou ouvir rádio através da internet com 25,8% e 24,5% dos rapazes a realizarem essas actividades, respectivamente, em comparação com 18% e 15,7% das raparigas, respectivamente. Quanto às diferenças entre os escalões etários observa-se que a prática de enviar ficheiros e fotografias vai aumentando com a idade visto que apenas 10,6% e 10,4% dos internautas mais novos afirmam que enviam ficheiros e fotografias, respectivamente, enquanto que entre os mais velhos essas fracções são de 36,7% e 31,7%, respectivamente. Entrar em chats ou em comunidades virtuais é também mais comum entre os mais velhos onde 33,6% o fazem, sendo uma actividade menos comum entre os mais novos onde 15,3% têm esse hábito. Entre 10% e 20% dos internautas inquiridos utilizam a rede para procurarem informações sobre actividades na sua localidade, descarregarem músicas ou filmes da rede, lerem opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet ou blogues, ver 78
televisão ou filmes disponíveis na internet ou entrarem numa página da internet relacionada com um programa de televisão. Observa-se uma maior percentagem de inquiridas que procuram informação sobre actividades da sua localidade (23,9%) do que de rapazes (16,4%). Por seu turno, há uma maior percentagem de internautas do sexo masculino que descarregam músicas ou filmes da internet (22,2%), lêem opiniões de outras pessoas nas suas páginas online (16%), vêem televisão ou filmes disponíveis na internet (19,9%) ou que entram numa página relacionada com um programa televisivo (14,2%), em comparação com 12,8%, 11%, 6,1% e 10,1% das jovens inquiridas, respectivamente. Comparando as faixas etárias, é curioso verificar uma percentagem maior de inquiridos dos 8 aos 12 que procuram informações sobre actividades na sua localidade (25,4%) do que entre os mais velhos (19%), visto que os jovens mais velhos supostamente gozam de mais liberdade e mais autonomia para sair e portanto estariam, em princípio, mais interessados em saber o que se passa na sua localidade em termos de actividades. Todavia, as diferenças percentuais não são suficientemente discrepantes para podermos tirar grandes conclusões. Quanto a descarregar filmes é claramente uma actividade mais realizada pelos inquiridos dos escalões etários mais velhos, em especial pelos inquiridos dos 13 aos 15 anos (24,3%) do que pelos internautas mais novos (6,6%). Também se verificam percentagens maiores de inquiridos entre os 13 e os 18 anos que lêem opiniões de outras pessoas nas suas páginas online (cerca de 15%) do que entre os mais novos (10,8%). Quanto a ver televisão ou filmes disponíveis na internet a maior percentagem de inquiridos que o fazem verifica-se entre os 16 e os 18 anos (18,9%) e a menor entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (7,5%). Publicar fotografias na rede, escrever num blogue ou website, investigar sobre um produto que se quer comprar, descarregar software, comparar preços de um produto e interagir com a televisão são actividades realizadas por menos de 10% dos jovens inquiridos. Verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que publicam fotografias na rede do que de raparigas. Também há uma maior percentagem de rapazes que investigam sobre um produto que querem comprar, descarregam software, comparam preços de um produto e que interagem com a televisão através da internet. Inversamente, uma fracção ligeiramente superior de inquiridas do que de rapazes escrevem num blogue ou website. Verifica-se também fracções maiores de inquiridos mais velhos do que de jovens mais novos que publicam fotografias online, investigam sobre um produto que querem comprar, descarregam software e que comparam preços de um produto. Inversamente percentagens ligeiramente superiores de inquiridos mais 79
novos do que jovens mais velhos, escrevem num blogue ou website e interagem com a televisão. Porém, as diferenças percentuais são pequenas e não permitem tirar conclusões cabais quanto às diferenças entre escalões etários.
Tabela 50: Utiliza a internet ou e-mail para fazer alguma das seguintes actividades: % Procurar informação relacionada com os estudos
86,5
Procurar informação sobre actividades na minha localidade
19,9
Enviar ficheiros
25,2
Enviar fotografias
22,7
Publicar fotografias
9,2
Fazer download de música ou filmes da rede
17,8
Fazer download de software da rede
8,2
Investigar sobre um produto que quero comprar
8,6
Comparar preços de um produto
7,5
Escrever num blogue ou website
9,1
Ler opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet ou blogues
13,6
Jogar jogos online
35,3
Entrar em chats ou comunidades virtuais
22,2
Entrar numa página da internet relacionada com um programa de televisão
12,3
Interagir com a televisão
3,2
Ouvir rádio através de internet
20,4
Ver televisão ou filmes disponíveis na internet
13,5
NS/NR
1,3
80
Sexo do entrevistado Masculino N Procurar informação relacionada com os estudos Procurar informação sobre actividades na minha localidade Enviar ficheiros Enviar fotografias Publicar fotografias Fazer download de música ou filmes da rede Fazer download de software da rede Investigar sobre um produto que quero comprar Comparar preços de um produto Escrever num blogue ou website Ler opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet Jogar jogos online Entrar em chats ou comunidades virtuais Entrar numa página da internet relacionada com um programa de televisão Interagir com a televisão Ouvir rádio através de internet Ver televisão ou filmes disponíveis na internet
Feminino %
N
%
84
80,2
86
93,8
17
16,4
22
23,9
28
26,6
22
23,7
24
23,1
20
22,3
12
11,1
6
7,0
23
22,2
12
12,8
12
11,8
4
4,2
12
11,9
4
4,7
12
11,9
2
2,4
8
7,4
10
11,0
17
16,0
10
11,0
42
40,2
27
29,6
27
25,8
16
18,0
15
14,2
9
10,1
5
5,0
1
1,1
26
24,5
14
15,7
21
19,9
6
6,1
81
Idade 8 aos 12 anos N Procurar informação relacionada com os estudos Procurar informação sobre actividades na minha localidade Enviar ficheiros Enviar fotografias Publicar fotografias Fazer download de música ou filmes da rede Fazer download de software da rede Investigar sobre um produto que quero comprar Comparar preços de um produto Escrever num blogue ou website Ler opiniões de outras pessoas nas suas páginas na internet Jogar jogos online Entrar em chats ou comunidades virtuais Entrar numa página da internet relacionada com um programa de televisão Interagir com a televisão Ouvir rádio através de internet Ver televisão ou filmes disponíveis na internet
%
13 aos 15 anos N
16 aos 18 anos
%
N
%
56
91,0
49
84,1
64
84,8
16
25,4
9
15,3
14
19,0
7
10,6
15
25,7
28
36,7
6
10,4
14
23,9
24
31,7
4
6,8
6
9,8
8
10,6
4
6,8
14
24,3
16
21,7
4
6,8
4
7,4
8
10,1
4
6,8
3
5,5
9
12,4
4
6,8
2
3,7
8
10,9
7
11,0
5
9,1
6
7,5
7
10,8
9
14,8
11
15,0
26
41,9
23
39,2
20
26,8
9
15,3
9
14,8
25
33,6
6
10,5
7
12,4
10
13,7
3
5,2
1
1,8
2
2,7
11
18,2
11
18,4
18
23,6
8
12,5
4
7,5
14
18,9
As mensagens spam não são uma preocupação para os jovens que utilizam o correio electrónico. Destes, 47,1% declaram que não recebem mensagens spam e 14,1% afirmam que as recebem mas o número de mensagens spam que recebem não chega para os incomodar. Cerca de 10% dizem que recebem frequentemente muitas mensagens spam e 5,2% dizem que recebem mesmo muitas dessas mensagens.
82
Tabela 51: Afirmação que descreve melhor a sua atitude acerca da recepção de correio electrónico não solicitado
N
%
Eu não recebo mensagens spam de correio electrónico
92
47,1
Eu recebo mensagens spam mas o número que recebo não me incomoda
28
14,1
Eu recebo frequentemente muitas mensagens spam
20
10,2
10
5,2
46
23,5
196
100,0
Eu recebo mesmo muitas mensagens spam Ns/nr Total
Blogues Não deixa de ser relevante, no que respeita à juventude portuguesa, o facto de apenas 40% saberem o que é um blogue. Note-se que entre os inquiridos online mais de metade já fez um blogue e depreende-se que uma percentagem maior de inquiridos sabe que o é um blogue e que já visitou blogues. Tal situação marca um contraste entre aqueles familiarizados e socializados na internet e a população juvenil em geral. Verifica-se ainda que há percentagem maior de jovens do sexo masculino que pelo menos sabem que os blogues existem (45,5%) do que de raparigas (34,8%). Como seria de esperar há uma maior percentagem de jovens inquiridos entre os mais velhos, a partir dos 13 anos, que sabe o que é um blogue. Cerca de metade dos inquiridos mais velhos sabe da existência da blogosfera em comparação com apenas 25,1% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos.
Tabela 52: Sabe o que é um blogue
N
%
Sim
111
40,3
Não
158
57,2
Ns/nr
7
2,5
Total
276
100,0
83
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
64
45,4
47
34,8
Não
72
51,1
86
63,6
Ns/nr
5
3,4
2
1,6
Total
141
100,0
135
100,0
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
27
25,1
35
50,5
49
49,7
Não
78
72,6
32
46,3
47
48,1
Ns/nr
3
2,3
2
3,2
2
2,3
Total
108
100,0
70
100,0
98
100,0
Dentro daqueles que sabem da existência dos blogues, apenas 20% mantém algum blogue. No entanto, é curioso notar que entre estes inquiridos, há uma percentagem ligeiramente mais elevada de jovens do sexo feminino que mantêm um blogue (22,1%) em comparação com os rapazes (18,3%). Estes dados são assim coerentes com a informação obtida online, o que permite concluir uma tendência para haver mais raparigas a manter um blogue dentro do contexto português. Surpreendentemente, não se verificam diferenças significativas entre os escalões etários no que respeita à manutenção de um blogue. Seria de esperar que a percentagem de inquiridos que têm um blogue na internet fosse maior entre os jovens mais velhos. Pelo contrário, verificase até uma percentagem ligeiramente superior de inquiridos mais novos que mantêm um blogue, embora essa diferença seja muito pequena o que não permite tirar conclusões quanto à diferenciação dos jovens em diferentes escalões etários.
Tabela 53: Mantém algum blogue
N
%
Sim
22
20,0
Não
86
80,0
Total
108
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
11
18,3
10
22,1
Não
50
81,7
37
77,9
Total
61
100,0
47
100,0
84
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
6
21,9
6
19,1
10
19,5
Não
20
78,1
27
80,9
39
80,5
Total
26
100,0
33
100,0
49
100,0
Mais uma vez, dentro daqueles que sabe da existência dos blogues, apenas uma minoria (21%) costuma navegar pela blogosfera. A percentagem daqueles que têm por hábito navegar na blogosfera e daqueles que mantêm um blogue é praticamente idêntica, com um diferença de apenas 1%. Isto poderá querer dizer que aqueles jovens que navegam na blogosfera são os mesmo que mantêm um blogue. Esta hipótese é confirmada pelo teste do qui-quadrado, que testa a relação entre a manutenção de um blogue e a navegação pela blogosfera, cujo resultado foi estatisticamente significativo (para um p<0,001). A medida de associação V de Cramer teve como resultado o valor de 0,41, o que demonstra uma associação mediana mas relevante entre os dois factores. De facto o blogue é um forma de interacção entre utilizadores da internet com as suas características próprias. O processo passa em colocar textos, impressões ou descrições da vida quotidiana que são expostos online e passíveis de serem comentados por outros utilizadores. Entre os sexos são se verificam grandes diferenças mas curiosamente é há uma percentagem um pouco mais elevada de inquiridos dos 8 aos 12 anos que têm por hábito navegar na blogosfera (24,8%) em comparação com os jovens dos 13 aos 15 anos (22%) e dos 16 aos 18 anos (18,4%).
Tabela 54: Costuma navegar pela blogosfera
N Sim
% 23
21,0
Não
85
79,0
Total
108
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Sim Não Total
Feminino %
13 48 61
21,9 78,1 100,0
N
% 9 38 47
20,0 80,0 100,0
85
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
Sim Não Total
6 20 26
24,8 75,2 100,0
% 7 26 33
22,0 78,0 100,0
% 9 40 49
18,4 81,6 100,0
Pouco mais de um quarto dos jovens costuma interagir com blogues. Mais uma vez, verificam-se percentagens semelhantes entre aqueles que têm por hábito interagir com blogues, aqueles que costumam navegar na blogosfera e aqueles que mantêm um blogue, o que indicia que estas actividades estão todas correlacionadas. Tal situação é confirmada pelos testes do qui-quadrado efectuados, que relacionaram estas variáveis, cujo resultado foi sempre estatisticamente significativo (.para um p<0,001). A medida de associação V de Cramer entre manter um blogue e interagir com blogues foi de 0,58 e entre navegar na blogosfera e interagir com blogues foi de 0,42, que indicia associações médias, mas bastante relevantes, entre as variáveis. Observa-se ainda uma percentagem ligeiramente superior de raparigas que interagem com blogues (28,5%), embora não seja muito discrepante da verificada entre os rapazes (25,7%). Além disso, verifica-se que há uma maior percentagem de jovens dos 13 aos 15 anos que interage com blogues (34,1%), em comparação com 26,1% de jovens dos 16 aos 18 anos e com 19,4% de inquiridos dos 8 aos 12 anos. A quase totalidade dos jovens (95,7%) tem apenas um blogue a funcionar.
Tabela 55: Costuma interagir com blogues
N
%
Sim
29
26,9
Não
79
73,1
Total
108
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Sim Não Total
Feminino %
16 45 61
25,7 74,3 100,0
N
% 13 34 47
28,5 71,5 100,0
86
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
Sim Não Total
% 5 21 26
%
19,4 80,6 100,0
11 22 33
34,1 65,9 100,0
% 13 36 49
26,1 73,9 100,0
Tabela 56: Quantos têm a funcionar
N Um
% 21
95,7
1
4,3
22
100,0
Entre dois e quatro Total
Perto de 30% dos jovens actualiza o seu blogue diariamente ou várias vezes por semana, mas a maioria actualiza o blogue uma vez por semana ou uma vez por mês. Observa-se também que 38,3% dos jovens consulta outros blogues diariamente ou várias vezes por semana. Contudo, a maioria apenas o faz uma vez por semana ou com ainda menos frequência.
Tabela 57: Actualiza-o(s) com que frequência
N Diariamente Duas a três vezes por semana Uma vez por semana Uma vez por mês Ns/nr Total
% 3 3 7 4 4 22
14,4 15,3 30,8 20,0 19,4 100,0
Tabela 58: Com que frequência consulta outros blogues N
%
Diariamente
6
16,6
Duas a três vezes por semana
8
21,7
Uma vez por semana
9
22,9
Uma vez por mês
5
13,1
Menos de uma vez por mês
6
16,7
Ns/nr
3
8,9
Total
37
100,0
Entre os jovens que consultam blogues, o entretenimento aparece como o tema mais relevante para 48,4% dos jovens na primeira opção e para 13,9% dos jovens na segunda opção. O segundo tema mais popular é a vida pessoal de um círculo de pessoas restrito, 87
o preferido de 22,8% dos jovens na primeira opção e de 13,4% na segunda opção. Entre as terceiras opções, torna-se mesmo o tema mais relevante, recolhendo 11,5% das preferências. Os temas polémicos da actualidade são apenas relevantes uma minoria dos jovens na primeira opção (2,9%), ganhando depois maior relevância como segunda opção (8,8%) e em especial como terceira opção (10,4%) Os temas relativos a cultura e comunicação também aparecem como pouco relevantes na primeira e na segunda opções mas ganha maior relevância entre como terceira opção, chamando a atenção de 10,9% dos jovens.
Tabela 59: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 1º
N Cultura e comunicação Entretenimento Saúde Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito Temas polémicos da actualidade Outro Ns/nr Total
% 1
2,8
19 1 9 1 3 5 39
48,4 2,9 22,8 2,9 7,3 12,9 100,0
Outro N
% 273
99,0
Aves
1
,3
Informática
1
,3
Poesia Total
1
,4
276
100,0
Tabela 60: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 2º
N Ambiente Cultura e comunicação Entretenimento Saúde Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito Assuntos Profissionais Temas polémicos da actualidade Nenhum Outro Ns/nr Total
% 4 2 5 1 5 2 3 2
11,2 4,7 13,9 2,8 13,4 5,6 8,8 4,7
1 12 39
2,6 32,2 100,0
88
Outro N Música Total
% 275
99,6
1
,4
276
100,0
Tabela 61: Principais temas sobre os quais consulta ou mantém blogues: 3º
N
%
Ambiente
2
5,8
Cultura e comunicação
4
10,9
Saúde
1
2,1
Vida pessoal de um círculo de pessoas restrito
4
11,5
Temas polémicos da actualidade
4
10,4
Nenhum
4
10,8
Outro
1
2,8
Ns/nr
18
45,7
Total
39
100,0
Outro N
% 275
99,6
1
,4
276
100,0
Namoro Total
60,5% dos jovens declara que se informa habitualmente sobre os blogues a consultar através de avisos de amigos, o que demonstra a importância dos círculos de amigos e das relações pessoais fora da internet. Apenas 16,4% dos jovens chega a determinados blogues através de pesquisas em motores de busca e uma percentagem ainda menor (11,3%) pelos outros blogues que consultam.
Tabela 62: Como se informa habitualmente sobre os blogues a consultar:
N Através de avisos de amigos
% 23
60,5
Pelos outros blogues que consulto
4
11,3
Pesquiso em motores de busca
6
16,4
Ns/nr
5
11,8
Total
39
100,0
89
Uma percentagem significativa dos inquiridos (46%) que navegam na blogosfera, consulta alguns blogues sobre opinião e não de notícias e 41,1% afirma que consultam blogues relacionados com os mesmos temas. É relevante ainda a percentagem de inquiridos que alguns blogues sobre informação repetida relativamente ao noticiado através dos jornais, da rádio ou da televisão (31,7%) e de jovens que procuram nos blogues mais uma tertúlia do que um local de notícias (29,9%). Perto de 20% dos jovens internautas utiliza também alguns blogues para discutir o que se noticia na TV, rádio e jornais. A consulta de blogues escritos por pessoas que já escrevem em jornais ou falam em televisões, mantidos por professores do ensino secundário e universitários ou por pessoas que já fazem política activamente na sua vida diária são menos frequentes. 30% dos jovens inquiridos acham ainda que alguns blogues são quase sempre pouco credíveis. Contudo, apenas 27,2% dos jovens têm uma postura crítica perante a informação que obtêm na blogosfera e têm o cuidado de cruzar a com outras fontes de informação.
Tabela 63: Os blogues que consulta são:
Quase sempre escritos por pessoas que já escrevem em jornais ou falam em televisões Quase sempre mantidos por professores do ensino secundário e universitários Quase sempre mantidos por pessoas que já fazem política activamente na sua vida diária Quase sempre informação repetida relativamente às notícias que leio nos jornais, ouço na rádio ou vejo na televisão Quase sempre de opinião e não de notícias Quase sempre sobre os mesmos temas Quase sempre para discutir o que se noticia na TV, rádio e jornais Quase sempre mais uma tertúlia do que um local de notícias Quase sempre pouco credíveis
Nenhuns (%)
Poucos (%)
Alguns (%)
Todos (%)
Ns/nr (%)
41,2
15,7
13,3
_
29,8
41,0
20,2
7,8
_
30,9
51,6
14,8
13,1
_
20,4
32,1
10,0
31,7
_
26,1
13,3
10,3
46,0
8,3
22,1
22,7
15,8
41,1
_
20,4
41,3
15,8
19,9
_
23,0
19,1
19,5
29,9
11,0
20,4
26,8
12,8
30,0
_
30,5
90
Tabela 64: Tem o cuidado de cruzar com outras fontes a informação que consta dum blogue
N
%
Sim
10
27,2
Não
21
54,7
Ns/nr
7
18,2
Total
39
100,0
Ainda no que respeita à consulta dos blogues, a necessidade de procurar informação sobre um determinado tema é o motivo mais citado pelos jovens, nomeadamente, por 36,9% dos jovens inquiridos. Em segundo lugar, aparece a curiosidade sobre uma matéria que surgiu na actualidade, e que é um motivo adiantado por 15,1%. Apenas uma pequena minoria, 5,1% dos jovens inquiridos, declara que o principal motivo porque consultam um blogue é porque necessitam de mais informação sobre uma personalidade.
Tabela 65: Principal motivo porque consulta um blogue: N
%
Porque quero saber mais sobre uma matéria que surgiu na actualidade
6
15,7
Porque necessito de procurar informação sobre um determinado tema
14
36,9
Porque necessito de mais informação sobre uma personalidade
2
5,1
Outro motivo
8
21,0
Ns/nr
8
21,4
Outro Motivo N
% 268
97,1
Comentar e ver fotos dos amigos
1
,3
Curiosidade
2
,8
Divertimento
1
,4
Para entretenimento
1
,3
Para passar tempo
1
,4
Para saber dos meus amigos
1
,4
Pesquisar Total
1
,4
276
100,0
91
Serviço de mensagens instantâneas (IMPs) Dentro daqueles que têm acesso à internet, 31,5% dos jovens utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (MSN Messenger, Yahoo Messenger, Sapo, etc.). Não se verificam grandes discrepâncias entre os sexos, por outro lado, observa-se claramente que os inquiridos mais velhos são os maiores utilizadores e a sua utilização decresce entre os inquiridos mais novos. Apenas 18,3% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos declara que utiliza serviços de mensagens instantâneas, entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos essa percentagem sobe para os 33,1% e entre os mais velhos chega aos 41,1%.
Tabela 66: Utiliza algum serviço de mensagens instantâneas (IMPs)
N
%
Sim
63
31,5
Não Não sabe do que se trata Ns/nr
120 14 4
59,4 6,9 2,2
Total
201
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
32
30,0
31
33,2
Não
64
59,7
55
59,1
Não sabe do que se trata
9
8,1
5
5,5
Ns/nr
2
2,2
2
2,2
Total
108
100,0
94
100,0
Idade 8 aos 12 anos N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total
12 42 9 1 64
% 18,3 66,4 13,8 1,5 100,0
13 aos 15 anos N 20 36 1 3 61
% 33,1 60,0 1,7 5,2 100,0
16 aos 18 anos N 32 41 4 0 77
% 41,1 53,1 5,3 ,4 100,0
Entre os utilizadores de serviços de mensagens instantâneas, 71,3% usa esses serviços com frequência, isto é, diariamente ou duas a três vezes por semana, estando em minoria os utilizadores esporádicos. Há mais utilizadores frequentes do sexo masculino do que do sexo feminino, e entre aqueles 52,8% declara que utiliza IMP’s diariamente
92
em compara com 31,2% das raparigas. Como se verificou há uma menor percentagem de inquiridos mais novos a utilizar IMP’s, mas estes poucos utilizadores mais novos são utilizadores bastante frequentes desses serviços: 64,5% utiliza esses serviços diariamente e os restantes utilizam duas a três vezes por semana. Ao contrário do que acontece com a utilização simples dos serviços de mensagens instantâneas, a frequência de utilização decresce entre os escalões mais velhos. Entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, 56,6% utiliza esses serviços diariamente e 17,5% utiliza-os duas a três vezes por semana. Entre os inquiridos mais velhos essas percentagens decrescem para 24,9% e 34,1% respectivamente. Há, portanto, mais utilizadores entre os mais velhos mas são utilizadores mais esporádicos, seguindo outros interesses e outras actividades.
Tabela 67: Utiliza-o com que frequência:
N
%
Diariamente Duas a três vezes por semana Uma vez por semana Uma vez por mês Menos de uma vez por mês Total
27 18 11 3 4 63
42,2 29,1 17,8 5,1 5,8 100,0
Sexo do entrevistado Masculino N Diariamente
Feminino
%
N
%
17
52,8
10
31,2
Duas a três vezes por semana
9
27,7
10
30,6
Uma vez por semana
5
16,7
6
18,9
Uma vez por mês
1
2,9
2
7,3
Menos de uma vez por mês
_
_
4
11,9
32
100,0
31
100,0
Total
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
%
16 aos 18 anos N
%
Diariamente
8
64,5
11
56,6
8
24,9
Duas a três vezes por semana
4
35,5
4
17,5
11
34,1
Uma vez por semana
_
_
2
10,3
9
29,0
Uma vez por mês
_
_
1
6,2
2
6,2
Menos de uma vez por mês Total
_
_
2
9,4
2
5,8
12
100,0
20
100,0
32
100,0
93
Praticamente todos os inquiridos falam com amigos (98,8%) e 30,7% fala com familiares. É curioso constatar que nenhum dos inquiridos declarou falar com outras pessoas. 71,4% dos jovens declara ainda que personaliza os seus IMP’s com fotos ou imagens, sendo menos frequente a utilização de frases pessoais ou pensamentos (34,3%) e a ainda menos colocar num mostrador do serviço as músicas em audição (10,6%). Apenas uma pequena minoria (3,6%) declara não usar qualquer tipo de personalização. 54,2% dos jovens afirma que as personalizações servem para demonstrar o seu estado de alma e 32,1% declaram que serve para afirmar uma causa ou uma ideia, sendo estes os dois principais motivos das personalizações. 10,6% afirma ainda que as suas personalizações servem para partilhar o estilo de música de que gostam e para 7,2% para exibir um símbolo, um herói ou um role model.
Tabela 68: Com quem é que comunica, através desse serviço: N
%
Amigos
62
98,8
Familiares
19
30,7
Colegas de trabalho
4
6,5
Outras pessoas
0
0,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Amigos Familiares Colegas de trabalho
Feminino
% 31 11 3
N 97,7 34,8 9,9
31 8 1
% 100,0 26,4 2,9
Idade
Amigos Familiares Colegas de trabalho
8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
12 4 _
% 100,0 38,4 _
20 3 _
% 100,0 16,2 _
31 12 4
% 97,7 37,0 12,9
94
Tabela 69: Tem os seus IMPs personalizados através de: N
%
Fotos ou imagens
45
71,4
Frases pessoais ou pensamentos
22
34,3
Partilha de músicas em audição
7
10,6
Não estão personalizados
2
3,6
Outra forma
0
0,0
Ns/nr
2
3,4
Tabela 70: Essa personalização é útil para transmitir às pessoas com quem conversa: N
%
O seu estado de alma
34
54,2
Para afirmar uma ideia/causa
20
32,1
Para exibir um símbolo/herói/role model
5
7,2
Para partilhar o estilo de música que gosta
7
10,6
Outras
2
2,5
Ns/nr
8
12,2
Dos utilizadores de IMP’s, 89,1% têm principalmente pessoas pertencentes ao grupo de amigos nos seus contactos e apenas uma minoria possui principalmente contactos de familiares, de colegas de trabalho ou da escola, ou grupos de amigos ou de familiares. 55,6% dos inquiridos gere os sinais de presença/ausência com frequência ou muita frequência e apenas 14,9% não faz essa gestão.
95
Tabela 71: Na sua lista de contactos, tem principalmente pessoas que pertencem a que grupo: N
%
Grupo de amigos
56
89,1
Familiares
3
5,4
Colegas de trabalho/escola
2
2,7
Grupo de amigos/familiares
2
3,4
Outro
0
0,0
Ns/nr
1
1,2
Tabela 72: Com que frequência é que gere a sua presença/ausência utilizando os ícones que indicam um dado estado de atenção
N Sempre Muito frequentemente Frequentemente Às vezes Não Ns/nr Total
% 13 12 11 16 9 2 63
19,7 19,3 16,6 25,6 14,9 3,8 100,0
Sem dúvida o principal motivo para a utilização dos IMP’s, adiantado por 74,1% dos jovens internautas, é conversar com os amigos, colegas e conhecidos, sendo que os outros motivos são adiantados sempre por uma minoria dos inquiridos. 31% dos jovens utiliza ainda os IMP’s para combinar encontros e 23,5% dos jovens confessam mesmo que utilizam esse serviço para passar o tempo ocupado a falar de coisas fúteis e sem interesse. 17% dos jovens internautas aproveitam esses serviços para discutir temas ou assuntos da actualidade e 16,1% para saber como está um amigo(a) que não vêm há muito tempo. Pouco mais de um décimo dos jovens aproveita os IMP’s para trabalhar ou estudar, combinar encontros com familiares, namorar ou estabelecer contactos afectivos ou amorosos. 7,9% combina ainda encontros com o/a namorado/a.
96
Tabela 73: Três principais motivos porque utiliza os IMPs: N
%
5
7,9
20
31,0
7
11,4
47
74,1
7
11,2
8
12,8
15
23,5
11
17,0
Saber como está um amigo(a) que não vê há muito tempo
10
16,1
Outro motivo
1
1,2
Combinar encontros com namorado/a, marido/mulher, companheiro/a, etc. Combinar encontros com os seus amigos, colegas Combinar encontros com familiares Conversar com os amigos, colegas e conhecidos Namorar ou estabelecer contactos afectivos/amorosos Trabalhar/estudar Passar o tempo ocupado a falar de coisas fúteis e sem interesse Discutir temas/assuntos da actualidade
Entre aqueles que usam serviço de mensagens instantâneas, 37% utiliza ainda sítios na internet onde é possível criar uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses. Verifica-se a tendência de haver uma maior fracção de internautas do sexo masculino que procuram esses sítios. Na nossa amostra essa fracção atinge os 47% entre os rapazes e é de apenas 26,7% entre as raparigas. É ainda curioso constatar que se verifica uma maior percentagem de inquiridos mais novos que procuram esses sítios (54,1%), em comparação com 35,5% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos e 29,5% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos.
Tabela 74: Utiliza sites na internet onde cria uma rede de amigos, colegas ou grupos de interesses (Social Online Environment)
N
%
Sim
23
37,0
Não
32
50,1
Não sabe do que se trata
7
11,7
Ns/nr
1
1,2
Total
63
100,0
97
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino
%
N
%
Sim
15
47,0
8
26,7
Não
16
49,6
16
50,6
1
3,5
6
20,3
1
2,4
32
100,0
31
100,0
Não sabe do que se trata Ns/nr Total
Idade 8 aos 12 anos N
%
13 aos 15 anos N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
6
54,1
6
29,5
11
35,5
Não
3
28,8
11
54,9
17
54,8
Não sabe do que se trata
2
17,1
2
11,9
3
9,7
1
3,8
20
100,0
32
100,0
Ns/nr Total
12
100,0
Entre os jovens que procuram sítios onde criam uma rede de amigos, colegas ou de grupos de interesse, cerca de metade frequenta-os com frequência, isto é, diariamente ou duas a três vezes por semana. A fracção de jovens que afirmam utilizar esses sítios uma vez por semana é de 14,1%, e 35,6% utiliza esses sítios de uma forma mais esporádica, isto é, uma vez por mês ou menos.
Tabela 75: Utiliza-os com que frequência
N Diariamente Duas a três vezes por semana Uma vez por semana Uma vez por mês Menos de uma vez por mês Total
% 7 5 3 3 5 23
28,5 21,9 14,1 14,0 21,6 100,0
Os amigos são o principal motivo e o principal contacto para 95,2% dos jovens, no que respeita a sítios onde os jovens criam uma rede de amigos, colegas ou de grupos de interesse. É interessante verificar que 26,3% dos jovens internautas declara ainda que interage com desconhecidos nesses sítios, uma fracção maior do que a de jovens que interagem com colegas (21,7%) e significativamente mais elevada do que a de jovens que interagem com familiares (6,5%).
98
Tabela 76: Através desses sites, interage principalmente com: N
%
Amigos
22
95,2
Colegas de trabalho/escola
5
21,7
Familiares
2
6,5
Desconhecidos
6
26,3
Todas as hipóteses referidas
0
0,0
Nenhuma das hipóteses referidas
0
0,0
Nos últimos anos tem-se assistido à emergência de serviços de Voice Over IP ou VOIP, que têm tentado impor-se como uma alternativa ao telefone. Mesmo dentro daquele grupo de jovens que comunica na internet, apenas 19,3% utiliza os serviços de VOIP. Verifica-se ainda que os internautas do sexo masculino são os maiores utilizadores visto que 31,1% utiliza algum serviço de VOIP em comparação com 7,2% das raparigas. Curiosamente, na nossa amostra observa-se uma maior percentagem de inquiridos mais novos que utilizam serviços de VOIP (36,8%), enquanto que apenas 18% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos e 11,2% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos declaram que utilizam esses serviços. Contudo, o número de casos nos vários escalões etários é reduzido, o que não nos permite fazer extrapolações para a população portuguesa.
Tabela 77: Utiliza algum serviço de Voice Over IP (VOIP)
N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total
% 12 42 8 2 63
19,3 66,0 12,1 2,5 100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total
10 20 1 1 32
Feminino % 31,1 62,8 3,5 2,7 100,0
N
% 2 22 7 1 31
7,2 69,4 21,0 2,4 100,0
99
Idade 8 aos 12 anos N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total
% 36,8 30,0 25,9 7,3 100,0
4 4 3 1 12
13 aos 15 anos N 2 15 3 1 20
% 11,2 72,5 12,5 3,8 100,0
16 aos 18 anos N 6 24 2
% 18,0 75,2 6,8
32
100,0
Observa-se ainda que a compra de produtos ou serviços através da internet é ainda muito rara entre os jovens portugueses, visto que num mês típico, 92,8% dos jovens internautas declara que não faz qualquer compra. Para mais saliente-se o controlo paternal a este respeito, ainda para mais envolvendo a utilização do cartão de crédito. Acrescente-se ainda a desconfiança que o pagamento do cartão de crédito através da internet pode gerar tanto em pais como em filhos. Os dados demonstram que apenas 9,3% estão pelo menos algo preocupados com a segurança da informação do cartão de crédito, mas uma percentagem maior de jovens (16,5%) diz não ter preocupações a esse respeito. Contudo, 52,7% dos jovens declara que não tem cartão de crédito, portanto, não têm autonomia para proceder a compras. Para além disso, a utilização do cartão de crédito, em especial na internet, é rara entre os jovens pelo que a segurança do mesmo não faz parte do seu leque de preocupações. Verifica-se ainda que as compras através da internet, para além de raras, ainda não causam impactos no volume de compras nas lojas tradicionais.
Tabela 78: Num mês típico, quantas vezes compra produtos ou serviços através da internet
N
%
0
72
92,8
2
2
2,3
5
1
1,0
NS/NR
3
4,0
77
100,0
Total
100
Tabela 79: Acha que as suas compras através da internet ... em relação às compras de produtos e serviços semelhantes nas lojas habituais
N
%
Sim, reduziram alguma coisa
1
1,5
Não, mantiveram-se iguais
27
34,6
Ns/nr
36
46,3
Não se aplica
14
17,6
Total
77
100,0
Tabela 80: Até que ponto é que se sente preocupado(a) com a segurança da informação do seu cartão de crédito quando o utiliza para comprar ou pagar alguma coisa na internet
N
%
Nada preocupado(a)
13
16,5
Algo preocupado(a)
4
5,2
Muito preocupado(a)
1
1,0
Extremamente preocupado(a)
2
3,1
Não tem cartão de crédito
41
52,7
Ns/nr
13
16,4
4
5,2
77
100,0
Não se aplica Total
Verifica-se que é ainda muito rara a utilização do sítio na internet do banco onde os jovens têm uma conta bancária. Dentro daqueles que responderam, já a utilização das caixas de Multibanco vai tornando-se uma prática um pouco mais comum entre os jovens, em especial, entre os mais velhos dos 16 aos 18 anos.
Tabela 81: Costuma utilizar o site na internet do seu banco
N
%
Sim
1
1,8
Não
74
96,3
Ns/nr
1
1,9
Total
77
100,0
Tabela 82: Costuma utilizar caixas Multibanco
N
%
Sim
52
34,0
Não
94
61,9
Ns/nr
6
4,1
Total
151
100,0
101
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
28
34,9
24
33,2
Não
47
59,1
47
65,0
Ns/nr
5
6,1
1
1,9
Total
79
100,0
72
100,0
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
1
2,3
_
_
51
51,5
Não
38
86,3
8
87,8
48
48,5
98
100,0
Ns/nr
5
11,4
1
12,2
Total
44
100,0
9
100,0
A operação mais comum no multibanco para 97,3% é consultar saldos e movimentos, de seguida encontra-se efectuar pagamentos de serviços, uma operação habitual para 42,2% dos jovens e 21,4% declara que costuma consultar informações sobre as contas bancárias (NIB, IBAN, etc.)., apenas uma pequena minoria (pouco acima dos 3%) efectua transferências interbancárias ou entre contas do mesmo banco.
Tabela 83: Diga-me, por favor, se costuma realizar as seguintes operações: N
%
50
97,3
11
21,4
22
42,2
2
3,2
2
3,5
Pagar impostos e/ou segurança social
0
0,0
Activar a via verde
0
0,0
0
0,0
0
0,0
0
0,0
Consultar saldos e movimentos Consultar informações sobre as contas bancárias (NIB, IBAN) Efectuar pagamentos de serviços Efectuar transferências entre contas do mesmo banco Efectuar transferências interbancárias
Contactar o seu gestor de conta por correio electrónico Fazer aplicações financeiras (fundos de investimento, PPR, PPH, PPA) Nenhuma
102
Entre os jovens são muito raras as actividades que têm a ver com compras ou pagamento de serviços online, com reservas de viagens ou alojamento, com serviços de home-banking ou investimentos. A actividade mais comum, mas ainda assim reservada para apenas uma pequena fracção dos jovens (13%), é pesquisar informação sobre um determinado produto.
Tabela 84: Com que frequência utiliza a internet para: Nunca (%)
Menos do que uma vez por mês (%)
Uma vez por mês (%)
Uma vez por semana (%)
Ns/nr (%)
Pesquisar informação sobre um determinado produto
80,9
4,6
4,4
4,0
6,1
Comprar online
92,7
,6
,6
_
6,1
Fazer reservas de viagens/alojamentos
92,4
1,0
_
_
6,5
Pagar contas
90,9
1,0
1,5
_
6,5
Usar os serviços de home-banking
92,9
_
,6
_
6,5
Investir em acções/fundos, etc.
92,9
_
,6
_
6,5
Dentro daqueles que não têm internet, a grande maioria (78,3%) sabe o que é a internet, contudo, um quinto dos jovens portugueses não sabe o que é mas já ouviu falar. Neste campo, uma fracção um pouco maior de jovens do sexo masculino (82,8%) está mais informada, em comparação com 74,6% das raparigas. Claramente, os inquiridos mais velhos, entre os 16 e os 18 anos (93,2%) e entre os 13 e os 15 anos (90,7%) são os que estão mais informados visto que entre os mais novos a percentagem daqueles que sabem o que é a internet decresce para 68,6%.
Tabela 85: Conhece ou já ouviu falar da internet
N
%
Sim, sabe o que é
58
78,3
Não sabe o que é mas já ouviu falar
15
20,6
Ns/nr
1
1,2
Total
74
100,0
103
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim, sabe o que é
28
82,8
31
74,6
Não sabe o que é mas já ouviu falar
5
14,6
10
25,4
41
100,0
Ns/nr
1
2,6
Total
33
100,0
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
Sim, sabe o que é
30
68,6
Não sabe o que é mas já ouviu falar
14
31,4
8
Ns/nr Total
44
%
100,0
90,7
1
9,3
9
100,0
% 20
93,2
1
6,8
21
100,0
Para 54,9% dos jovens , a principal razão adiantada para não usarem a internet, é porque não dispõem de um computador. 13,4% dos jovens adiantam ainda que não usam a internet porque é muito caro e 12,9% declaram mesmo que não têm interesse na sua utilização. 8,3% afirmam que não têm nenhuma ligação de acesso à internet. Apenas uma pequena minoria dos jovens adianta o motivo de não ter tempo para se dedicar a navegar online e apenas 1,4% não vê utilidade na internet ou não sabe sequer para que serve. Tabela 86: Principal razão porque não usa a internet: N
%
10
12,9
1
1,4
41
54,9
6
8,3
Porque é muito caro
10
13,4
Porque não tem tempo para se dedicar/ é demasiado ocupado
2
3,0
Porque é muito lento
0
0,0
Porque se podem introduzir vírus perigosos
0
0,0
Por outro motivo
0
0,0
Ns/nr
3
3,9
Porque não tem interesse Porque não tem utilidade /não sabe para que serve Porque não tem computador Porque não tem nenhuma ligação de acesso à internet
104
Só uma pequena fracção dos jovens inquiridos acha que não virá a utilizar a internet. Um pouco mais de metade dos jovens acha que irá, sem dúvida, utilizar a internet mais tarde enquanto que 34,9% é mais reticente. Verifica-se uma percentagem próxima dos 60% de rapazes que têm a convicção de que virão a utilizar a internet, sendo que essa percentagem decresce para 45,3% entre as jovens do sexo feminino. Contudo, contabilizando em conjunto aqueles que estão convictos e aqueles que estão em dúvida, rapazes e raparigas estão mais ou menos em pé de igualdade, havendo até uma ligeira vantagem das raparigas. Na comparação entre escalões etários, considerando também o conjunto dos inquiridos que acham que irão utilizar a internet, não há grandes diferenças entre os inquiridos mais novos e os mais velhos. Contudo, verifica-se uma fracção menor de inquiridos que pensam em vir a utilizar a internet, entre os jovens dos 13 aos 15 anos, mas como o número de casos é aqui reduzido, tal não permite tirar grandes conclusões.
Tabela 87: Acha que um dia virá a utilizar a internet
N
%
Sim, sem dúvida
38
51,4
Sim, talvez
26
34,9
Não
5
7,4
Ns/nr
5
6,3
Total
74
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Sim, sem dúvida
Feminino %
N
%
20
59,0
19
45,3
Sim, talvez
8
24,3
18
43,4
Não
3
9,0
2
6,1
Ns/nr
3
7,7
2
5,3
Total
33
100,0
41
100,0
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim, sem dúvida
23
51,6
3
35,9
12
57,8
Sim, talvez
18
39,7
2
22,1
6
30,3
1
2,3
2
21,4
2
11,9
21
100,0
Não Ns/nr
3
6,4
2
20,6
Total
44
100,0
9
100,0
105
Dentro daqueles jovens que não utilizam a internet, apenas uma minoria (13,6%) pediu ou recebeu, pelo menos uma vez, de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação ou documentação que tenha sido retirada da internet.
Tabela 88: Pediu ou recebeu de algum familiar, amigo ou conhecido alguma informação ou documentação que tenha sido retirada da internet
N
%
Sim, mais que uma vez
8
Sim, apenas uma vez
2
2,3
Nunca
49
65,4
Ns/nr
16
21,0
Total
74
100,0
11,3
43,3% é da opinião que a internet não influenciou os seus contactos com os amigos e uma percentagem ligeiramente superior de jovens (44,8%) comunga da opinião de que os contactos com os amigos aumentaram ou aumentaram fortemente. 27,2% dos jovens acham que os contactos com pessoas com quem partilham hobbies e outras actividades recreativas aumentaram, em contraste com 12% que declaram terem diminuído os contactos. Entre os poucos jovens que trabalham, também mais jovens a declararem que aumentara ou aumentaram fortemente os contactos com pessoas da mesma profissão 21,8% e apenas 3,8% afirma que esses contactos diminuíram. Verifica-se também que há uma maior percentagem de jovens inquiridos a dizerem que os contactos com familiares aumentaram (19,5%), do que a fracção de jovens que afirmam que os contactos familiares diminuíram (12,4%). Inversamente, 24,8% dos jovens adianta que os contactos com pessoas com quem partilham interesses políticos diminuíram ou diminuíram fortemente e apenas 3,9% afirma que esses contactos aumentaram. Também se verifica uma maior percentagem de jovens a afirmarem que os contactos com pessoas com interesses totalmente diferentes dos seus diminuíram ou diminuíram fortemente (19,9%) do que de jovens que declaram que esses contactos aumentaram (9,7%). Por fim, 18,3% dos jovens afirmam ainda que o contacto com pessoas com quem partilham a mesma religião diminuiu ou diminuiu fortemente, sendo que apenas 6,7% dos jovens dizem que esse tipo de contactos aumentou. É, no entanto, de sublinhar que a grande tendência é para os jovens acharem que os vários tipos de contactos nem aumentaram nem diminuíram.
106
Tabela 89: Até que ponto o uso da internet influenciou os seus contactos com: Diminuiu fortemente (%)
Diminuiu (%)
Nem aumentou nem diminui (%)
Aumentou (%)
Aumentou fortemente (%)
Ns/nr (%)
_
12,0
50,7
26,6
,6
10,2
5,1
19,0
43,0
3,9
_
29,0
7,5
10,8
44,8
6,7
_
30,1
Familiares
_
12,3
56,7
16,1
3,4
11,5
Amigos
_
1,0
43,3
31,9
12,9
10,8
6,2
13,7
55,6
7,5
2,2
14,8
_
3,8
39,8
17,7
4,1
34,6
Pessoas com quem partilha hobbies e outras actividades recreativas Pessoas com quem partilha interesses políticos Pessoas com quem partilha a mesma religião
Pessoas com interesses totalmente diferentes dos seus Pessoas da sua profissão
Há uma maior fracção de jovens (19,5%), cuja percepção é que, depois de começarem a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar acham que passam menos tempo com elas, em comparação com uma minoria de 2,8% que têm a percepção de que as pessoas do seu agregado familiar acham que os inquiridos passam mais tempo com elas. Todavia, a tendência é para os jovens afirmarem que as pessoas do seu agregado familiar acham que eles passam o mesmo tempo com a família, depois de terem começado a utilizar a internet dentro de casa.
Tabela 90: Depois de começar a utilizar a internet em casa, as pessoas do seu agregado familiar acham que passam mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo consigo
N Mais tempo
% 2
2,8
O mesmo tempo
21
27,9
Menos tempo
15
19,5
Não se aplica/vive sozinho Ns/nr
34 5
43,9 5,9
Total
77
100,0
Dentro daqueles que têm computador em casa, 87% dos jovens declaram que a utilização do computador é partilhada com outros membros da família que utilizam o mesmo computador. Não se verificam diferenças de registo entre os sexos. Na comparação entre escalões etários, verifica-se uma tendência, entre os inquiridos dos 16 107
aos 18 anos, para a diminuição da percentagem de jovens que partilham o seu computador com outros familiares, que decresce assim para os 79,8% em comparação com 92,1% dos inquiridos dos 13 aos 15 anos e com 90,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos.
Tabela 91: Existem outros membros da família que utilizam o mesmo computador
N
%
Sim
86
87,0
Não
12
11,9
Ns/nr
1
1,1
Total
99
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
45
87,6
41
86,2
Não
5
10,2
6
13,8
Ns/nr
1
2,2
Total
52
100,0
47
100,0
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
30
90,5
27
92,1
30
79,8
Não
3
9,5
1
4,0
7
20,2
1
3,9
33
100,0
29
100,0
37
100,0
Ns/nr Total
Uma grande maioria dos inquiridos usa habitualmente o Windows como sistema operativo no seu computador pessoal. E 29,1% declara que utiliza aplicações e/ou programas informáticos produzidos através do software livre. Verifica-se que são os rapazes que mais tendem a ter programas de software livre, visto que 38,1% dos jovens do sexo masculino declaram ter esse tipo de software em comparação com 19,3% das raparigas. Verifica-se também que entre os jovens com mais idade, a partir dos 13 anos, há uma maior percentagem de inquiridos que utilizam programas de software livre, em torno dos 34% e dos 35,5%, em comparação com 16,7% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos. Dentro dos inquiridos que utilizam aplicações em regime de software livre, uma maioria de 76% utiliza aplicações de processamento de texto nesse regime. A segunda aplicação 108
em regime de software livre mais citada, por 38,1% dos jovens, é o browser de navegação na internet e um terço dos inquiridos referem ainda que utilizam aplicações de software livre do tipo folha de cálculo. Aplicações como gestores de correio electrónico e de apresentações são um pouco menos populares, tendo sido citadas por 24,8% e 23,5% dos inquiridos, respectivamente.
Tabela 92: Qual é o sistema operativo que usa habitualmente no seu computador pessoal
N Windows
% 153
94,6
MacOS
1
,5
Ns/nr
8
4,9
Total
161
100,0
Tabela 93: Utiliza habitualmente aplicações e/ou programas informáticos produzidos através de software livre
N
%
Sim
47
29,1
Não
85
53,0
Ns/nr
29
17,9
Total
161
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Sim Não Ns/nr Total
32 42 11 84
Feminino % 38,1 49,4 12,5 100,0
N
% 19,3 56,9 23,8 100,0
15 44 18 77
Idade
Sim Não Ns/nr Total
8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
% 9 29 14 51
16,7 56,5 26,8 100,0
% 15 20 9 43
34,0 45,6 20,4 100,0
% 24 37 6 67
35,5 55,0 9,5 100,0
109
Tabela 94: Qual a aplicação que utiliza em regime de software livre: N
%
Processador de texto
36
76,0
Folha de cálculo
15
33,0
Gestor de apresentações
11
23,5
Gestor de correio electrónico
12
24,8
Browser para acesso à internet
18
38,1
Outro software
4
8,9
Outro Software N Gravar CD
% 272
98,5
1
,4
PZP
3
1,2
Total
276
100,0
Uma maioria de 66,7% dos inquiridos assevera que utiliza o internet Explorer como o browser que utiliza para aceder à internet e apenas uma minoria de 4,2% afirma que usa o Mozzila Firefox, contudo, cerca de um quarto dos inquiridos que utilizam a internet não sabem ou não responderam à pergunta sobre que browsers utilizam.
Tabela 95: Qual o browser que tem neste momento instalado no seu computador principal e que utiliza para aceder à internet: N
%
Internet Explorer
99
66,7
Mozzila Firefox
6
4,2
Outro
0
0,0
Ns/nr
38
25,3
Cerca de metade dos inquiridos afirma que o software para processar textos que utiliza veio com o computador. Apenas 13,9% afirma que o adquiriu numa loja e 6,4% admite que foi uma cópia que alguém lhe arranjou. Contudo, uma parte apreciável dos jovens não sabe como foi adquirido e 6,9% não responde.
110
Tabela 96: Como é que adquiriu para o seu computador pessoal o último software para processar/ escrever textos
N
%
Adquirido numa loja
22
13,9
Veio com o computador
81
50,4
Foi uma cópia que alguém lhe arranjou
10
6,4
Não se aplica
2
1,4
Não sabe
34
21,0
Não responde
11
6,9
161
100,0
Total
Apenas uma pequena minoria dos jovens (5,3%) possui um computador portátil e também uma minoria dos jovens (6,9%) utilizam a internet através de equipamentos com acesso sem fios através do telemóvel ou do computador portátil. Dentro dos que utilizam esses equipamentos perto de um terço, utiliza tecnologias de acesso sem fios em deslocações e 29,3%, curiosamente, usa essas tecnologias em casa. Mais de metade dos inquiridos é da opinião que está mais tempo ligado à internet e que incorporou mais a utilização da internet como rotina diária (57,7% e 53,1% respectivamente).
Tabela 97: O computador que possui é portátil
N
%
Sim
15
5,3
Não
254
92,0
Ns/nr
8
2,8
Total
276
100,0
Tabela 98: Utiliza a internet através de equipamentos com acesso sem fios (wireless ou wi-fi), através do telemóvel ou computador portátil
N
%
Sim
14
6,9
Não
174
86,3
Não sabe do que se trata
9
4,6
Ns/nr
4
2,2
Total
201
100,0
111
Tabela 99: Em que local é que utiliza mais frequentemente as tecnologias de acesso sem fios (wireless)
N
%
Em casa
4
29,3
Na escola/universidade
1
6,6
Em deslocações
5
32,7
Ns/nr
4
31,4
Total
14
100,0
Tabela 100: Desde que utiliza as tecnologias de acesso sem fios (wireless), acha que:
N
%
Trabalha mais tempo do que antes
2
14,5
Está mais tempo ligado à internet
8
57,7
7
53,1
14
100,0
Incorporou mais a utilização da internet como uma rotina diária Total
A maior parte dos jovens (71%) ainda não aproveitou a possibilidade de aceder a serviços grátis de acesso à internet em espaços públicos. 12,1% afirmam que utilizam esses serviços sempre que podem e cerca de 10% dos inquiridos já utilizaram, mas apenas uma vez como experiência. 4,6% não tem conhecimento sobre esses serviços.
Tabela 101: Já utilizou acessos grátis à internet fornecidos em espaços públicos (MCDonalds/hotéis)
N Sim, utilizo sempre que posso Sim, já utilizei mas foi apenas para experimentar Não, nunca utilizei Não sabe do que se trata Ns/nr Total
% 24
12,1
20
9,9
143 9 5 201
71,0 4,6 2,4 100,0
Os dados dos dois inquéritos aplicados relevam dois tipos de perfis quanto ao acesso à internet e às práticas mediáticas associadas. Os respondentes online correspondem a um tipo jovens que demonstram uma maior familiarização com as novas tecnologias da informação e comunicação visto que 90% possuem ligação à internet em casa, que é o local privilegiado de utilização da rede para estes adolescentes. Quanto ao inquérito presencial aplicado a nível nacional, fracções significativas de jovens evidenciam menos competências e conhecimentos no que respeita à utilização da internet, para além 112
de haver um segmento importante sem acesso à internet em casa e sem acesso a um computador. Como uma parte da população juvenil portuguesa não tem acesso à rede no seu lar, a escola torna-se um local com uma importância estratégica quanto ao desenvolvimento e promoção da info-literacia de sectores da população jovem. De facto, metade dos respondentes do inquérito nacional começaram a utilizar na escola, o que vem reforçar o importante papel da escola no combate à info-exclusão dos jovens portugueses, dando a oportunidade de estes se familiarizarem com as novas tecnologias. As actividades mais frequentes entre os jovens internautas são receber mensagens de correio electrónico, consultar bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede ou procurar informação relacionada com os estudos. Navegar pela internet sem objectivos concretos e jogar online ou outras actividades que se prendem com as relações sociais dos jovens como participar em chats, comunidades virtuais ou newsgroups, combinar ou marcar saídas com os amigos ou contactar os amigos na rede quando estão desanimados são igualmente relevantes. A utilização da internet por parte dos jovens tem provocado um certo desassossego em parte dos pais e educadores que receiam o isolamento social dos adolescentes. Todavia, de um modo geral, uma das principais utilizações sociais da rede é a interacção e comunicação, ainda que mediada, com os pares da escola ou de outros contextos sociais, seja através de serviços de mensagens instantâneas como o Messenger, chats, fóruns, grupos de interesse ou da utilização de sítios na internet onde é possível criar uma rede de amigos. Através da comunicação mediada por computador combinam-se encontros, fala-se da escola, do dia-a-dia, ou seja, essa comunicação mediada não deixa de revelar formas de interacção entre o que se passa online e offline. A comunicação mediada por computador pode constituir igualmente uma forma de apresentação da identidade juvenil, que é feita muitas vezes através de personalizações. Essas personalizações servem na maior parte dos casos para demonstrar o estado de alma, uma causa ou ideia, que os jovens exprimem através de fotos ou imagens, de mensagens com citações favoritas, frases pessoais, pensamentos ou pela indicação da músicas que estão a ouvir no momento. Tem-se assistido à emergência de novas possibilidades de expressão e também de interacção através da criação de páginas Web ou de blogues. Todavia, há uma clara clivagem entre os inquiridos face-a-face a nível nacional e os respondentes online que estão mais habituados a navegar ou interagir na blogosfera. Em suma, os dois públicos diferenciam quanto ao acesso à internet e quanto ao próprio conhecimento das possibilidades que a internet proporciona. 113
Os respondentes online são igualmente os que fazem o maior uso de novas ferramentas pedagógicas, como enciclopédias multimédia, software de processamento de texto, busca de informação útil em páginas na rede. Além disso, de um modo geral, começaram a utilizar a internet a partir dos 10 ou 11 anos e será de prever que a idade média em que os internautas começam a utilizar diminua ainda mais no futuro. As actividades mais frequentes entre os jovens respondentes online são visitar páginas Web, comunicar num chat ou no Messenger ou ler o seu correio electrónico. Mas, para além dessas actividades, jogar online e efectuar descarregamentos de música, software ou filmes são práticas igualmente relevantes. Quanto aos conteúdos que procuram na rede, nos mais significativos incluem conteúdos relacionados com música, jogos, informações desportivas e relacionadas com software e informática. A utilização da internet é, hoje em dia, uma prática essencialmente individualizada, mas, quando é partilhada pelos jovens, a preferência recai no convívio com os amigos ou amigas. A presença da família é menos vincada e em alguns casos circunscreve-se a práticas de vigilância e controlo por parte dos pais. Porém, também se verificam fracções apreciáveis de jovens internautas que partilham a ligação da internet com os irmãos e com os pais. Em agregados familiares onde a utilização da internet é comum entre vários membros do agregado familiar podem caracterizar-se pelo seu elevado capital cultural no que respeita à utilização das novas tecnologias. Todavia, de um modo geral, muitos dos jovens e adolescentes têm de explorar por sua iniciativa própria como utilizar as novas tecnologias.
114
Capítulo 5: Padrões de oportunidades e riscos na rede. Representações da utilidade e níveis de confiança nas TIC Com a internet e as possibilidades das comunicações em rede os jovens estão expostos a uma séries de oportunidades mas também a actividades de risco. No que respeita aos jovens e às crianças é necessário tem em conta especiais precauções no que respeita à protecção dos dados, a uma possível viciação na exposição à internet e aos jogos, na exposição a mensagens abusivas ou obscenas. Deste modo é necessário dotar os jovens de determinadas competências para evitar todo um conjunto de riscos e saber tirar proveito das oportunidades que a internet poderá oferecer, sendo fundamental o papel de educadores, familiares e dos próprios pares. Contudo, é certo que não vivemos em condições ideias e mesmo o papel de pais e educadores poderá ser inapropriado por defeito devido à sua falta de socialização e conhecimento do funcionamento das novas tecnologias. Neste contexto, não será contudo de menosprezar o espírito crítico e o desenvolvimento de competências pela iniciativa própria dos mais novos que se vão socializando nas novas tecnologias da comunicação.
Inquérito online Como se pode ver em baixo a larga maioria dos jovens inquiridos online (89,8%) tem sistemas de protecção instalados no computador. Pertence, portanto, ao senso comum a utilização destes sistemas para uma melhor protecção dos dados do computador e para a protecção dos próprios jovens, através de filtros de conteúdos. Seria ainda interessante perceber como, no que respeita aos filtros de conteúdos, se processa a negociação entre jovens e os seus pais e educadores, nos ditos e interditos no que respeita ao acesso de determinados conteúdos online.
115
Tabela 102: Tens algum sistema de protecção instalado quando navegas na internet (anti-vírus, filtro de conteúdos)?
N
%
Sim
971
89,8
Não
54
5,0
Não sabe/não responde
56
5,2
1081
100,0
Total
Masculino N
Feminino %
Sim Não Não sabe/não responde
563 31 23
N 91,2 5,0 3,7
% 408 23 33
87,9 5,0 7,1
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
Sim
% 105
Não Não sabe/não responde Total
%
%
87,5
327
90,6
539
89,8
3
2,5
12
3,3
39
6,5
12
10,0
22
6,1
22
3,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
É interessante verificar que mais de metade dos jovens (58%) afirmam que conhecem alguém que esteja totalmente viciado na internet, independentemente do sexo. Quanto às diferenças entre escalões etários é de notar que a uma maior percentagem de inquiridos mais velhos, em especial, dos 13 aos 15 anos (61,5%), a declararem que conhecem outras pessoas viciadas na internet, em comparação com 41,7% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos.
Tabela 103: Conheces alguém que esteja totalmente agarrado à internet?
N
%
Sim
627
58,0
Não
380
35,2
Não sabe/não responde Total
74
6,8
1081
100,0 Masculino
N
Feminino %
N
%
Sim
354
57,4
273
58,8
Não
231
37,4
149
32,1
32
5,2
42
9,1
Não sabe/não responde
116
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
N
N
%
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
50
41,7
222
61,5
355
59,2
Não
49
40,8
118
32,7
213
35,5
Não sabe/não responde
21
17,5
21
5,8
32
5,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Existe um largo consenso entre os jovens ( para 87,2% dos internautas) de que a internet é algo muito útil e 36,7% acho mesmo que é algo imprescindível, sendo que apenas 9,1% acha que é um capricho. Verifica-se uma ligeira tendência para os rapazes acharem que a internet é algo imprescindível (38,7% em comparação com 34,1% das raparigas). Observa-se ainda a tendência para haver uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a acharem que a internet é algo de muito útil ou mesmo imprescindível. 26,4% dos jovens internautas é da opinião de que a internet é algo que pode provocar habituação e 12,9% acham que é algo que pode mesmo provocar isolamento, deixandoos de procurar os seus amigos. A questão sobre as capacidades de viciação da internet tem sido aliás um elemento de preocupação de pais e educadores com alguma ressonância na comunicação social e em alguma investigação científica. Também são de assinalar críticas feitas à sociedade de consumo e à forma como o mercado leva os consumidores a criarem novas necessidades. Contudo, os jovens reconhecem a utilidade das novas tecnologias, embora, como vimos mais de um terço ache que a internet é imprescindível. Mas os jovens não são elementos passivos, antes são agentes em desenvolvimento enquanto indivíduos, e esse desenvolvimento inclui elementos de reflexividade quanto às suas próprias práticas e às práticas dos outros. No que respeita à utilização da internet, essa condição é tão verdadeira quanto ao resto das suas actividades quotidianas e que por vezes é um pouco negligenciada nas perspectivas sobre as relações geracionais. É ainda de acrescentar que a visão do que é uma utilização adequada ou não da internet parte de uma construção social entre agentes jovens, pais e educadores – que negociam, ou entram em conflito sobre as fronteiras de uma utilização “saudável” das novas tecnologias.
117
Tabela 104: Para mim, a internet: N É algo muito útil É imprescindível
% 943
87,2
397
36,7
98
9,1
285
26,4
139
12,9
14
1,3
É um capricho É algo que pode provocar habituação, tornando-me viciado É algo que pode provocar isolamento, que me leve a deixar de procurar os meus amigos Para mim, a internet: Não sei/Não respondo
Masculino N É algo muito útil É imprescindível
%
N
%
539
87,4
404
87,1
239
38,7
158
34,1
62
10,0
36
7,8
154
25,0
131
28,2
85
13,8
54
11,6
7
1,1
7
1,5
É um capricho É algo que pode provocar habituação, tornando-me viciado É algo que pode provocar isolamento, que me leve a deixar de procurar os meus amigos Não sei/Não respondo
Feminino
Idade 9 aos 12 anos É algo muito útil É imprescindível É um capricho
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N 100 30
% 83,3 25,0
N 314 137
% 87,0 38,0
N 529 230
% 88,2 38,3
8
6,7
39
10,8
51
8,5
É algo que pode provocar habituação, tornando-me viciado
28
23,3
105
29,1
152
25,3
É algo que pode provocar isolamento, que me leve a deixar de procurar os meus amigos
18
15,0
39
10,8
82
13,7
8
6,7
4
1,1
2
,3
Não sei/Não respondo
Inquérito nacional Quanto aos dados do inquérito realizado face-a-face a nível nacional, verifica-se que a ameaça mais comum (para 23,7% dos inquiridos que utilizam a internet) é receber vírus no computador. Outra ameaça a que os jovens, e não só, estão sujeitos é receber mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas. 6,4% dos jovens internautas 118
declara que já receberam mensagens com tais conteúdos. É uma percentagem pequena mas que chama a atenção para práticas dúbias por parte de determinados agentes que actuam na internet e que exploram processos como o “spamming”, tentando desta forma e sem consentimento dos visados reencaminhar os mais incautos a outros sítios na internet potencialmente perigosos ou que vendem um determinado produto. 4,4% dos jovens internautas já foi contactado por alguém de um país estrangeiro longínquo através da internet o que coloca um desafio ao conselho paternal de “Nunca fales com estranhos”. Esta situação poderá não constituir propriamente um risco, pode aliás ser uma oportunidade para alargar as redes sociais, contudo é um desafio ao controlo paternal das sociabilidades dos jovens e pode causar algum transtorno e desconfiança. Uma pequena minoria de jovens afirma ainda que já comprou algo que estava mal apresentado num sítio da internet (2%) e que já foi contactado por alguém através da internet pedindo-lhe informações sobre a sua conta bancária (1,3%). Sendo estas situações, provavelmente pontuais e raras, fazem parte de uma educação para a utilização da internet. Tabela 105: Riscos na Internet % Receber mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas
6,4
Receber vírus no computador
23,7
Comprar algo que estava mal apresentado num sítio da internet
2,0
Roubarem-lhe as informações do seu cartão de crédito por tê-lo usado na internet
,9
Ter sido contactado por alguém de um país estrangeiro longínquo através da internet
4,4
Ter sido contactado por alguém através da internet pedindo-lhe informações sobre a sua conta bancária
1,3
Quanto à confiança e fiabilidade que os jovens internautas atribuem a diversas páginas publicadas na internet, verifica-se uma percentagem significativa de não respostas em torno dos 30 e dos 40%. As não respostas têm um significado, podendo expressar uma genuína não opinião ou simplesmente o facto do os jovens não terem pensado antes sobre a fiabilidade de determinadas páginas na internet ou talvez também porque a consulta de determinadas páginas não faça parte do leque de práticas de muitos jovens.
119
Quanto às páginas de notícias publicadas por empresas ou agências, verifica-se há uma tendência por parte dos inquiridos para confiarem, pelo menos em cerca de metade, na informação vinculada. Contudo, 26,8% declara que deposita toda ou a maior da sua confiança nessa informação. Quando a informação é publicada por simples pessoas a percentagem de inquiridos a confiar, totalmente ou na maior parte, sofre um decréscimo significativo para os 17,1% e 25,8% apenas não confia ou confia apenas numa pequena parte dessa informação. Curiosamente é na informação governamental vinculada através da internet que há um maior número de não respostas (44%), o que vindo de uma população jovem é compreensível dada, talvez, a sua pouca apetência e o pouco incentivo prático para navegar em páginas governamentais. Contudo, também não deixa de ser curioso que apenas 16,4% dos jovens acham que a informação vinculada pelo governo merece toda ou quase toda a confiança. Inversamente, 23,1% é da opinião que essa informação não é fidedigna ou que apenas uma pequena parte merece confiança. Nota-se aqui a cultura de uma desconfiança perante as informações governamentais. A informação proveniente de motores de pesquisa é a que a inspira confiança para uma maior percentagem de inquiridos. 45,3% deposita a sua confiança, totalmente ou na maior parte, nessa informação.
Tabela 106: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de notícias publicadas por empresas/agências
N
%
Nenhuma
21
10,5
Uma pequena parte
16
8,3
Cerca de metade
38
19,4
A maior parte
33
16,9
Toda
19
9,9
Ns/nr
69
35,1
Total
196
100,0
Tabela 107: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: páginas de informação publicadas por pessoas
N
%
Nenhuma
20
10,2
Uma pequena parte
31
15,6
Cerca de metade
41
20,9
A maior parte
28
14,4
Toda
6
3,1
Ns/nr
70
35,8
Total
196
100,0
120
Tabela 108: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: sites de informação do governo na internet
N
%
Nenhuma
31
Uma pequena parte
14
7,4
Cerca de metade
32
16,1
A maior parte
17
8,5
Toda
16
7,9
Ns/nr
87
44,3
Total
196
100,0
15,7
Tabela 109: Qual a confiança e fiabilidade que atribui: informação proveniente de motores de pesquisa
N
%
Nenhuma
5
2,8
Uma pequena parte
3
1,6
Cerca de metade
41
20,8
A maior parte
52
26,6
Toda
37
18,7
Ns/nr
58
29,5
Total
196
100,0
No que respeita a jogos de azar como as apostas na internet verifica-se que quase a totalidade dos inquiridos (97,1%), não faz apostas online.
Tabela 110: Costuma fazer apostas na internet nos seguintes jogos de sorte e azar: N
%
Não faz apostas na internet
95
97,1
Totobola
2
2,2
Euromilhões
1
,7
Totoloto
0
0,0
A partir do que foi exposto atrás é de salientar a importância da adolescência para criar disposições, muitas vezes mais ou menos fixadas na entrada para a vida de adulta. A socialização nas novas tecnologias tem um impacto na confiança e na percepção da sua
121
utilidade, em especial, num contexto onde proliferam múltiplas fontes de informação e informação cruzada. William Dutton e Adrian Shepherd (2006) chamam a atenção para a dinâmica social da ciber-confiança. Apesar do impacto de experiências negativas com o junk email, o spam e o fenómeno do correio electrónico não solicitado, a confiança na internet mantém-se num grupo alargado de utilizadores tendo em conta o seu papel cada vez mais relevante de meio de comunicação. Contudo, a confiança neste novo ciberespaço online pode em larga medida influenciar as decisões de um indivíduo de sobre o que fazer online, como por exemplo comprar ou utilizar o banco electrónico, ou comunicar em chats ou fóruns entre outras actividades. As percepções do risco em contextos tecnológicos podem ser tipificadas com respostas gerais aos riscos, como o fatalismo, moldado por contextos sociais e culturais em que estão inseridos. Alguns autores (Katz e Rice citado por Dutton e Shepherd, 2006) adiantam que as pessoas com maior confiança em geral são mais propensas a confiar na internet. Ora, os dados do Inquérito Social Europeu mostram que os portugueses, tendo como referente o contexto europeu, têm baixos níveis de confiança social o que poderá constituir um entrave para haver uma confiança alargada em Portugal em torno da utilização dos vários serviços disponíveis online. Dutton e Shepherd sugerem que a ciber-confiança é mais influenciada pela experiência. A internet pode ser vista como uma tecnologia de ‘experiência’ visto que é difícil as pessoas entenderem como a internet funciona até que comecem a utilizar a tecnologia e esta noção pode dar uma melhor interpretação ao estudo da dinâmica social da ciberconfiança, em especial, numa geração que tem crescido e tem sido socializada nas novas tecnologias da comunicação. Os não utilizadores são geralmente mais desconfiados em relação à internet e têm menos confiança em relação à informação, às pessoas online e às instituições presentes na internet. Os jovens ao usarem mais a internet ganham experiência e competências para aceder aos recursos da internet, e vão crescendo e aprendendo, muitas vezes sem acompanhamento, sobre as oportunidades e riscos associados a essa utilização.
122
Capítulo 6: A utilização da televisão entre os jovens portugueses A televisão poderá ter perdido a sua importância relativa face a outros media, nomeadamente face à internet, ao telemóvel entre outros. Já não é mais a lareira electrónica visto que, hoje em dia, tem menos capacidade de reunir a família em torno de um só programa e a sua oferta diversificou-se. A televisão migrou também para outros espaços do lar. Não está só presente na sala, mas também na cozinha, no quarto dos pais e no quarto dos jovens. Com o advento das comunicações em rede e com a emergência das novas tecnologias da informação e comunicação, a televisão não passou incólume. A televisão ainda é vista pela larga maioria dos jovens, que ainda passam muitas horas em frente ao ecrã da TV, mas para muitos adolescentes ela deixou de estar no centro das atenções. É muitas vezes vista em regime de multi-tarefa e divide atenções com outros meios como a internet e com outras actividades diárias, servindo, muitas vezes, apenas como um pano de fundo omnipresente em casa. No que respeita à difusão, um sinal importante da mudança da televisão em Portugal foi a introdução da televisão por cabo em 1994, quando a Bragatel foi a primeira empresa a ser licenciada ICP - Instituto das Comunicações de Portugal, assim como foi a primeira a operar. Só após a criação da Bragatel e estar a operar foi constituída a empresa TV Cabo Portugal detida a 100% pelo grupo Portugal Telecom, com a intenção de prestar serviços de distribuição de canais televisivos generalistas e temáticos no território de Portugal continental. No ano de 1995 a Cabovisão começa a operar em Portugal com o intuito de prestar serviços de televisão por cabo, internet de banda larga e telefone fixo por cabo. Contudo, o maior desafio agora é transição do modo analógico de difusão para o modo digital. De acordo com a Anacom, "a passagem do modo analógico para o modo digital na difusão da televisão é, em certa medida, uma nova etapa, provavelmente, a última e de importância crucial neste longo processo de aplicação progressiva das tecnologias digitais ao conjunto dos canais audiovisuais. É certo que a rede digital não vai revolucionar a curto prazo toda a paisagem audiovisual. A passagem para o digital torna possível uma gestão mais económica do espectro das frequências, sendo possível utilizar as frequências - uma vez acabado o serviço analógico - quer para aumentar o espectro atribuído à televisão digital, quer para novos usos."
123
Em 1993 começou o projecto Digital Vídeo Broadcasting, com o objectivo de criar as condições técnicas necessárias à implementação da televisão digital na Europa, ao qual Portugal se associou. A partir da difusão digital, a televisão interactiva começa então a dar os primeiros passos, associada à explosão dos computadores pessoais e da internet. O processo de difusão da televisão digital emprega diversos meios de transmissão, entre eles: cabo, satélite, difusão terrestre e internet. À data de 2006, ainda não existiam canais digitais a serem emitidos em frequências terrestres quer em Portugal Continental, quer nas regiões autónomas (Madeira e Açores). Mas no final de 2006, é concedida ao grupo Media Capital uma autorização temporária com dispensa de licenciamento para utilização de canais específicos, com vista à realização de ensaios técnicos relativos às tecnologias de televisão digital. O início de 2012 é o prazo limite, estabelecido pela Comissão Europeia, para o encerramento das emissões analógicas em todos os Estados Membros da UE. Para que Portugal possa atingir esse objectivo, o Governo tem de aprovar a Lei da Televisão e abrir concurso para operadores da TDT. Entretanto, em 2007 surgem propostas de visualizar televisão sobre IP (IPTV - internet Protocol Television), que ainda se encontra actualmente numa fase embrionária. A PT comunicou em Fevereiro deste ano o facto de se encontrar a lançar uma oferta tripleplay (internet, voz e televisão num só produto) sobre ADSL, enquanto no mercado existe apenas a SmarTV lançada pela Clix. Entretanto começam a estabelecer-se canais cujo meio exclusivo de difusão é a internet. Neste âmbito, a TVNET é a primeira televisão portuguesa da internet. A televisão parece estar a evoluir para uma forma ou meio de entretenimento e informação, onde o consumidor é um simples espectador. Têm crescido as formas de interacção com o público que podem assumir várias formas. Verificam formas mais simples de interacção como as mensagens SMS ou por email para os vários programas televisivos, a participação em concursos, em fóruns de opinião, etc. Mas com o advento da televisão digital as formas de interactividade prometem ser de outra ordem: por exemplo, parar uma emissão em directo e retomá-la no ponto onde ficou ou organizar uma grelha de programação actualizada de todos os canais. As possibilidades poderão passar em criar um canal próprio, partilhá-lo com um círculo de amigos ou família, carregar dados, assistir aos conteúdos carregados por outros, fazer vídeo-conferência ao mesmo tempo que envia ‘emoticons’ ou ‘winks’ aos membros de uma comunidade online. Há aqui portanto a promessa de que o consumidor deixe de ser um espectador passivo e passe a estar no centro da emissão, activamente responsável pelos conteúdos que são disponibilizados no seu próprio canal, e não no seu 124
destino final. A flexibilidade e a interactividade, parecem ser as novas palavras de ordem. As novas formas de difusão da televisão vêm aproveitar as potencialidades da comunicação em rede, entre a qual os jovens estão a crescer. Irá ser mais um acrescento num ambiente mediático de ofertas múltiplas o qual obriga, em muitas situações, os futuros consumidores, em especial, os jovens a escolherem aquilo que querem ver e em que doses.
Inquérito online Entre os jovens inquiridos online, 60,6% diz ter um aparelho de TV no quarto, mas voltaremos a esta análise com mais pormenor adiante. Quanto às televisões que existem em casa, mais de 70% dos internautas tem três ou mais televisões. Não se verificam grandes diferenças entre os sexos ou entre os escalões etários a este respeito. Tabela 111: Quantas televisões existem em tua casa?
N
%
Nenhuma
1
,1
Uma
58
5,4
Duas
252
23,3
Três
331
30,6
Quatro
258
23,9
Mais de quatro
181
16,7
1081
100,0
Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Nenhuma
1
,2
Uma
34
5,5
24
5,2
Duas
144
23,3
108
23,3
Três
184
29,8
147
31,7
Quatro
150
24,3
108
23,3
Mais de quatro
105
17,0
76
16,4 Idade
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
Nenhuma Uma
6
5,0
Duas
25
Três
40
Quatro Mais de quatro Total
% 1
,2
19
5,3
33
5,5
20,8
72
19,9
155
25,8
33,3
112
31,0
179
29,8
28
23,3
96
26,6
134
22,3
21
17,5
62
17,2
98
16,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
125
Entre os jovens internautas, 58,5% afirma ainda ter televisão paga (TV cabo, satélite, etc.). Comparando os sexos entre si, verifica-se que há uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que afirmam ter em sua casa televisão paga, contudo como a diferença entre os dois sexos é pequena não podemos tirar grandes ilações. Curiosamente, é entre os inquiridos mais novos que há uma maior fracção de inquiridos com televisão paga em casa (70%). Essa fracção decresce nos escalões etários e atinge o mínimo entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (56,2%).
Tabela 112: Tens em tua casa televisão paga (TV cabo, Satélite, etc.)?
N
%
Sim
647
59,9
Não
416
38,5
Não sabe/não responde Total
18
1,7
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
380
61,6
267
57,5
Não
231
37,4
185
39,9
6
1,0
12
2,6
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
84
70,0
226
62,6
337
56,2
Não
30
25,0
128
35,5
258
43,0
6
5,0
7
1,9
5
,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sabe/não responde Total
Entre os internautas, 80,9% declaram que vêm televisão sozinhos mas, ainda assim, uma percentagem apreciável de jovens diz ver habitualmente televisão com o pai ou com a mãe, 60,5% e 68,7% respectivamente. Vislumbra-se portanto a tendência para haver uma maior percentagem de inquiridos que vêm televisão com a mãe do que de inquiridos que vêm televisão acompanhados pelo pai. Ver televisão com os irmãos, também é um hábito para 56,6% dos inquiridos. Menos frequente é ver televisão com um amigo ou amiga (21,9%), com outro familiar (18%) ou com outras pessoas (11%). Confrontando os sexos entre si, observa-se que há uma percentagem maior de raparigas que costuma ver televisão com a mãe (72,6%), com um irmão ou uma irmã (58,8%) e
126
com um amigo ou amiga (25,4%), em comparação com 65,8%, 54,9% e 19,3% dos rapazes, respectivamente. Quanto às diferenças entre os escalões etários, verifica-se que há, sem surpresas, uma menor fracção de internautas dos 8 aos 12 anos que vêm televisão sozinhos. Ainda assim, essa fracção atinge quase três quartos dos inquiridos. A maior fracção de inquiridos que vêm televisão sem estarem acompanhados é registada entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (82,5%). Regra geral, os inquiridos mais velhos são os que menos vêm televisão acompanhados dos pais, irmãos ou outros familiares. Inversamente, há uma maior percentagem de inquiridos mais novos que vêm televisão com a mãe (75,8%) ou com pai (65,8%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem decresce para os 67,3% e 57,5%, respectivamente. São também os mais novos que estão mais acompanhados pelos irmãos ou outros familiares. Mas é entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se verifica a maior percentagem de inquiridos que vêm televisão com um amigo ou amiga e, pelo contrário, são os jovens dos 16 aos 18 anos que registam a menor percentagem (19,2%).
Tabela 113: Quando vês televisão, costumas estar: N Sozinho Com o meu pai Com a minha mãe Com um irmão/irmã Com outro familiar Com um amigo/a Com outras pessoas
% 874 654 743 612 195 237 119
80,9 60,5 68,7 56,6 18,0 21,9 11,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sozinho
498
80,7
376
81,0
Com o meu pai
372
60,3
282
60,8
Com a minha mãe
406
65,8
337
72,6
Com um irmão/irmã
339
54,9
273
58,8
Com outro familiar
106
17,2
89
19,2
Com um amigo/a
119
19,3
118
25,4
57
9,2
62
13,4
Com outras pessoas
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sozinho
89
74,2
298
82,5
487
81,2
Com o meu pai
79
65,8
230
63,7
345
57,5
127
Com a minha mãe
91
75,8
248
68,7
404
67,3
Com um irmão/irmã
72
60,0
211
58,4
329
54,8
Com outro familiar
27
22,5
76
21,1
92
15,3
Com um amigo/a
24
20,0
98
27,1
115
19,2
Com outras pessoas
11
9,2
38
10,5
70
11,7
Perto de um terço dos inquiridos online têm a percepção que são eles os que mais vêm televisão em casa. E para pouco mais de um quarto são os seus irmãos os que mais olham para o ecrã da televisão. Cerca de um quinto aponta o dedo para a mãe e 14,6% nomeia o pai. É entre as jovens inquiridas, que há uma maior fracção (37,7%) com a percepção de que são elas próprias as que mais vêm televisão em casa, enquanto que entre os rapazes essa fracção é de 26,7%. Por seu turno, há percentagens maiores de inquiridos do sexo masculino que apontam o dedo à mãe (23%) ou ao pai (16,9%), em comparação com 15,5% e 11,6% das raparigas, respectivamente. Confrontando os escalões etários entre si, há visivelmente uma maior fracção de inquiridos dos 8 aos 12 anos (40%) que confessam serem eles quem mais vêm televisão em casa. Essa fracção vai decrescendo nos escalões etários seguintes e atinge o mínimo entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (27,2%).
Tabela 114: Quem vê mais televisão em tua casa?
N
%
Eu
340
31,5
Os meus irmãos
280
25,9
O meu pai
158
14,6
A minha mãe
214
19,8
52
4,8
O meu Avô/Avó Outras pessoas Total
37
3,4
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Eu
165
26,7
175
37,7
Os meus irmãos
159
25,8
121
26,1
O meu pai
104
16,9
54
11,6
A minha mãe
142
23,0
72
15,5
O meu Avô/Avó
32
5,2
20
4,3
Outras pessoas
15
2,4
22
4,7
128
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Eu
48
40,0
129
35,7
163
27,2
Os meus irmãos
26
21,7
90
24,9
164
27,3
O meu pai
26
21,7
50
13,9
82
13,7
A minha mãe
8
6,7
68
18,8
138
23,0
O meu Avô/Avó
6
5,0
11
3,0
35
5,8
Outras pessoas
6
5,0
13
3,6
18
3,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Inquérito nacional Verifica-se um maior número de jovens inquiridos, que representam 46,5% dos casos, que afirmam não ter nenhum serviço de televisão. Porém, observa-se uma percentagem não muito distante de inquiridos (42,8%) que afirmam que têm um serviço pago de televisão por cabo e 16% dos jovens admitem que têm um serviço não pago de TV por cabo. Apenas uma minoria usufrui de um serviço pago de TV por satélite e são menos ainda os que têm um serviço não pago de televisão por satélite (1,7%).
Tabela 115: Dos seguintes serviços de TV quais é que possui: N
%
Serviço pago de TV por cabo
118
42,8
Serviço não pago de TV por cabo
16
5,8
Serviço pago de TV por satélite
7
2,4
Serviço não pago de TV por satélite
5
1,7
128
46,5
3
1,2
Nenhum serviço Não tem televisão
Entre aqueles que usufruem de serviços de televisão, pouco mais de três quartos dos inquiridos usam a TV Cabo como fornecedor principal. A Cabovisão surge em segundo lugar com 14,8% de clientes entre os jovens portugueses inquiridos e 5,6% dizem ter outro operador como a TV Tel ou a Bragatel.
129
Tabela 116: Qual é o operador de cabo e/ou satélite que utiliza como fornecedor principal
N
%
TV cabo
94
75,7
Cabovisão
18
14,8
Outro
7
5,6
Ns/nr
5
3,8
Total
125
100,0
Outro N
% 269
97,5
Bragatel
3
,9
TV Tel
4
1,6
276
100,0
Total
Apenas uma pequena minoria de 2,7% dos inquiridos têm apenas uma televisão em casa. Uma parte bastante significativa dos jovens inquiridos declaram que têm duas ou três televisões em casa (70,1%) e 22,4% dos inquiridos têm entre 4 a 7 televisões em casa. O que significa que para a esmagadora maioria dos lares a sala de estar não detém o monopólio da televisão, ela expandiu para outras divisões da casa e em muitos lares estará presente em quase todas as divisões como o quarto dos pais, dos filhos ou a cozinha. Esta expansão da televisão poderá significar uma fragmentação dos interesses dos membros do agregado familiar. A experiência de ver televisão é hoje mais individualizada e ter mais do que uma televisão em casa é solução para os interesses divergentes dos membros do grupo doméstico. Esta evolução da televisão foi simultaneamente devida a factores económicos, como o maior poder de compra que as famílias começaram a sentir nas últimas décadas, assim como devida a factores sociais. Estas transformações foram igualmente acompanhadas pela introdução de novas formas de difusão, em especial, a TV por cabo. Com a introdução da TDT e da IPTV, poderemos talvez esperar uma relação cada vez mais individualizada com a televisão, embora talvez menos passiva e mais activa por parte do consumidor, como já foi dito.
130
Tabela 117: Quantas televisões tem em sua casa
N
%
1
4
2,7
2
59
41,0
3
42
29,1
4
16
10,8
5
10
7,0
6
5
3,7
7
1
,9
NS/NR Total
7
4,7
144
100,0
Quantas televisões tem em sua casa Média Mediana
3,00
Moda
2
Desvio-padrão
1,207
Mínimo
1
Máximo Percentis
2,93
7 25
2,00
75
3,00
A TVI surge claramente como o canal mais visto pelos jovens a julgar pela maior percentagem de inquiridos, pouca mais de metade, que escolheram este canal como o principal canal que vêm. A SIC surge em segundo lugar com 21,2% de jovens telespectadores a afirmarem que é esse o canal que mais vêm. A RTP1 apenas obtém 4,5% das preferências dos jovens, uma percentagem pouco acima daqueles que escolheram a SIC Radical (4,3%). O canal Panda, o Disney Channel, o canal Fox e a MTV, que são canais difundidos por cabo ou por satélite, conseguem obter entre 2,4% e 2,8% das preferências. A SIC Comédia, a AXN e a GNT, também com difusão por cabo ou por satélite, atraem mais de 1% das preferências, assim como a RTP2. Canais de televisão como o Discovery, Lusomundo Premium, Odisseia, Sport TV ou Cartoon Network, obtêm menos de 1% das preferências. Quanto ao segundo canal preferido, a TVI troca lugar com a SIC. Por outras palavras, a TVI é o canal preferido de uma maior fracção de jovens e a SIC é a televisão que mais jovens escolheram como segundo canal favorito (41%). Por seu turno, entre aqueles que não escolheram a TVI como primeiro canal preferido, 18,5% escolhem este canal como o segundo canal que preferem. A RTP1 aparece mais uma vez em terceiro lugar, escolhida por 5,9% dos jovens, mas em ex aequo com a RTP2. O canal Panda aparece em quarto lugar com 4,2% das escolhas, logo seguido pela SIC Radical que reúne 4,1%
131
das preferências. No que respeita ao terceiro canal favorito, a RTP1 aparece em primeiro lugar com 35,7% das escolhas e quanto ao quarto canal preferido, a RTP2 é a que reúne a maior percentagem de preferências (34,1%). Verifica-se portanto que os canais transmitidos em canal aberto são os principais canais que permutam no que respeita à hierarquia das preferências.
Tabela 118: Qual o canal de televisão que mais vê (1ºCANAL)
N RTP1
% 12
RTP2
4,5
3
1,2
SIC
59
21,2
TVI
140
50,8
12
4,3
SIC comédia
4
1,6
AXN
4
1,5
Lusomundo Premium
1
,4
GNT
3
1,2
Fox
7
2,5
Hollywood
3
1,3
Odisseia
1
,3
Discovery
2
,8
Sport TV
1
,3
Disney Channel
7
2,5
Panda
8
2,8
MTV
7
2,4
Outras
1
,5
276
100,0
SIC radical
Total Outras N Cartoon Total
% 274
99,5
1
,5
276
100,0
132
Tabela 119: Qual o canal de televisão que mais vê (2ºCANAL)
N
%
RTP1
16
5,9
RTP2
16
5,9
RTP N
1
,4
SIC
113
41,0
TVI
51
18,5
SIC radical
11
4,1
SIC notícias
2
,6
AXN
10
3,8
Lusomundo Gallery
1
,3
Lusomundo Premium
1
,5
GNT
3
1,0
Fox
7
2,4
Hollywood
1
,5
Odisseia
3
1,1
Discovery
6
2,2
História
3
1,0
Sport TV
2
,9
TV Shop
1
,4
Disney Channel
2
,8
Panda
12
4,2
MTV
8
3,0
Nenhum/mais nenhum
1
,4
Outras Total
3
1,2
276
100,0
Outras N
% 272
98,8
MCM
1
,4
MGM
1
,4
TVE
1
,4
Total
276
100,0
133
Tabela 120: Qual o canal de televisão que mais vê (3ºCANAL)
N
%
RTP1
98
35,7
RTP2
39
14,3
RTP N
1
,4
SIC
36
13,2
TVI
29
10,4
SIC radical
6
2,2
SIC mulher
4
1,6
SIC comédia
1
,5
SIC notícias
1
,2
10
3,5
AXN Lusomundo Gallery
2
,8
Lusomundo Premium
3
1,1
GNT
1
,4
Fox
4
1,6
Hollywood
1
,5
Odisseia
12
4,4
Discovery
2
,9
História
4
1,5
Sport TV
3
1,0
Disney Channel
5
1,7
Panda
3
1,2
MTV
2
,6
Nenhum/mais nenhum
2
,7
Outras
4
1,5
276
100,0
Total Outras N
% 272
98,5
Antena 3
1
,4
MCM
1
,4
Record
1
,3
TV Turbo
1
,4
276
100,0
Total
134
Tabela 121: Qual o canal de televisão que mais vê (4ºCANAL)
N
%
RTP1
54
19,6
RTP2
94
34,1
RTP N
3
1,2
SIC
22
7,8
TVI
17
6,0
SIC radical
4
1,6
SIC mulher
1
,3
SIC comédia
3
1,1
RTP África
3
1,1
SIC notícias
1
,4
AXN
6
2,2
Lusomundo Gallery
2
,8
GNT
2
,7
Fox
1
,5
Hollywood
8
3,1
Odisseia
4
1,4
Discovery
2
,7
História
3
1,2
Sport TV
8
3,0
Disney Channel
7
2,5
Venus
1
,2
Panda
9
3,3
MTV
2
,7
Nenhum/mais nenhum
9
3,4
Outras Total
9
3,2
276
100,0
Outras N
% 267
96,8
Cartoon Network
3
1,0
Eurosport
1
,5
Ns/Nr
1
,3
SIC Gold
1
,3
TV Internacional
1
,3
VH1
2
,8
Total
276
100,0
A grande maioria dos jovens (80,9%) vêm canais portugueses para saber notícias em geral e apenas uma pequena minoria vê canais estrangeiros (1,7%). Todavia, 14,4% afirmam que vêm ambos. Para se informarem sobre acontecimentos nacionais importantes, 78,2% vêm canais portugueses, 3,2% preferem canais estrangeiros e 10,5% vêm ambos. Verifica-se uma menor percentagem, em relação à anterior, de inquiridos que vêm canais portugueses para se informarem sobre acontecimentos internacionais 135
importantes. Inversamente, a fracção de jovens respondentes que vêm canais estrangeiros (6,9%) ou tanto portugueses como estrangeiros (15,2%) aumenta quando estão em causa acontecimentos internacionais.
Tabela 122: Para saber notícias em geral vê canais...
N
%
Canais portugueses
223
80,9
Canais estrangeiros
5
1,7
Ambos
40
14,4
Ns/nr
8
3,0
Total
276
100,0
Tabela 123: Para se informar sobre acontecimentos nacionais importantes vê canais...
N
%
Canais portugueses
216
Canais estrangeiros
9
3,2
29
10,5
Ambos
78,2
Ns/nr
22
8,0
Total
276
100,0
Tabela 124: Para se informar sobre acontecimentos internacionais importantes vê canais...
N
%
Canais portugueses
191
Canais estrangeiros
19
6,9
Ambos
42
15,2
69,2
Ns/nr
24
8,7
Total
276
100,0
O canal de informação que é mais mencionado em primeiro lugar (em 60% dos casos) como o mais credível é a SIC Notícias. Na segunda posição encontra-se a BBC World escolhida por 17% dos inquiridos na primeira ordem de credibilidade, em terceiro está a RTP N (escolhida por 9,8%), que suplanta a CNN (mencionada por 8,9% dos jovens) e a Sky News (com 6,1% das escolhas). A RTP N é a televisão mais mencionada pelos jovens inquiridos (42,1%) na sua segunda escolha sobre qual o canal com maior credibilidade, a Sky News passa a segundo lugar com 15,7% das escolhas, e a CNN e a SIC Notícias estão praticamente em ex aequo no que respeita à fracção das escolhas que lhes cabe (14,4% e 14,3% respectivamente. A Sky News passa a ser a estação mais mencionada (em 30,9% dos casos) quanto ao canal de informação que os jovens acham
136
que está no terceiro lugar na sua hierarquia de credibilidade. A CNN só passa a ser a estação mais mencionada na quarto voto dos jovens e a BBC World passa a ser a mais escolhida na quinta e última escolha.
Tabela 125: Credibilidade que têm para si, o canal de informação: Ordem credibilidade 1
Ordem credibilidade 2
Ordem credibilidade 3
Ordem credibilidade 4
Ordem credibilidade 5
SIC notícias
60,0
14,3
5,1
9,6
11,0
RTP N
9,8
42,1
16,6
14,3
17,2
Sky news
6,1
15,7
30,9
26,8
20,6
CNN
8,9
14,4
28,8
29,5
18,4
BBC World
17,0
13,5
20,2
18,8
30,6
A TVI é a estação escolhida pela maior percentagem de jovens (39,6%) como o canal predilecto para assistir a séries televisivas de humor nacional. A SIC obtém a segunda maior fracção de inquiridos que a escolheram como canal predilecto para assistir a humor nacional e a RTP1 obtém a terceira maior percentagem (7,5%). A SIC comédia (com 6,1% das escolhas) não está muito longe da RTP1. A SIC Comédia obtém 3,1% das escolhas e a AXN e a RTP2, em ex aequo com 1,3%.
Tabela 126: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor nacional
N RTP1 RTP2
% 21
7,5
4
1,3
SIC
83
29,9
TVI
109
39,6
SIC comédia
17
6,1
SIC radical
9
3,1
AXN
4
1,3
Outro
1
,5
Ns/nr
29
10,7
Total
276
100,0
No que diz respeito a séries televisivas de ficção nacional, a TVI é novamente a estação mais visionada pelo maior número de jovens telespectadores (que representam 54% da amostra). A SIC mantém-se na segunda posição com 18,1% de telespectadores frequentes de séries de ficção nacional nessa estação. A RTP1 surge em terceiro lugar
137
com 8,5% das escolhas e a SIC Radical em quarto lugar (com 3,3%) à frente da RTP2 (com 2,1% das audiências de ficção nacional). Estações como a AXN, SIC Comédia ou SIC Mulher recolhem 1% ou menos das preferências. Tabela 127: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção nacional
N
%
RTP1
23
8,5
RTP2
6
2,1
SIC
50
18,1
TVI
149
54,0
SIC comédia
1
,2
SIC mulher
1
,4
SIC radical
9
3,3
AXN
3
1,0
Fox
1
,3
Ns/nr
34
12,2
Total
276
100,0
Quanto ao canal mais assistido para ver séries televisivas de humor estrangeiras, a TVI continua a ser o mais escolhido com 21% das preferências e a SIC continua em segundo lugar com 14,9% das menções. Curiosamente, a RTP2 surge em terceiro lugar reunindo 9,7% das escolhas, à frente da RTP1 que apenas recolhe 5,8% das respostas. A SIC Comédia surge logo a seguir à RTP2 com 9,5% das respostas e a Fox aparece logo a seguir à RTP1 com 5,2% das escolhas. A AXN, a SIC Radical, o canal Hollywood e a SIC Mulher obtêm todos menos de 5% das preferências. Tabela 128: Canal em que mais assiste a séries televisivas de humor estrangeiras
N
%
RTP1
16
5,8
RTP2
27
9,7
SIC
41
14,9
TVI
58
21,0
SIC comédia
26
9,5
SIC mulher
1
,3
SIC radical
8
2,9
AXN
13
4,7
Fox
14
5,2
Hollywood
7
2,5
Nenhum
0
,2
Outro
5
1,8
Ns/nr
59
21,5
Total
276
100,0
138
No que respeita ao canal mais assistido para ver séries televisivas de ficção estrangeiras, mais uma vez, a TVI é a estação mais visionada pela maior fracção de jovens (24,4%) e a SIC continua em segundo lugar com 14,9% das escolhas. A AXN passa para terceiro lugar, reunindo 12,4% das preferências e a seguir surge o canal Hollywood com 6,6% de telespectadores frequentes. A RTP1 surge em quinto lugar com 5,6% de telespectadores frequentes, voltando a estar à frente da RTP2 que agora reúne 4% das escolhas dos jovens inquiridos. As estações Fox e SIC Radical ultrapassam a cifra de 1% de telespectadores frequentes, mas a SIC Comedia e a SIC Mulher obtêm menos de 1% das preferências dos jovens para assistirem a séries de ficção estrangeiras.
Tabela 129: Canal em que mais assiste a séries televisivas de ficção estrangeiras
N
%
RTP1
16
5,6
RTP2
11
4,0
SIC
48
17,3
TVI
67
24,4
SIC comédia
2
,7
SIC mulher
2
,8
SIC radical
4
1,3
AXN
34
12,4
Fox
5
1,7
18
6,6
Hollywood Nenhum
0
,2
Outro
9
3,2
Ns/nr
60
21,7
Total
276
100,0
Mais de metade dos inquiridos têm preferência por telenovelas com produção portuguesa e apenas 9,6% declaram que preferem a produção brasileira. Porém, para 22,5% dos jovens é indiferente a origem das mesmas. Além disso, 13,2% dos jovens inquiridos afirmam que não assistem a telenovelas.
139
Tabela 130: E quanto à origem das telenovelas, a quais é que prefere assistir
N Produção brasileira Produção portuguesa Todas, não ligando à origem das mesmas Não assiste a telenovelas Ns/nr Total
% 27 140
9,6 50,9
62
22,5
37 10
13,2 3,8
276
100,0
Foi pedido aos jovens para escolherem duas das novelas que mais gostaram de ver no ano anterior. Sem margem para dúvidas a novela mais mencionada é a “Morangos com açúcar”, uma das favoritas para uma maioria muito significativa de 83,6% de jovens portugueses. As preferências por outras telenovelas são mais heterogéneas. Em segundo lugar, mas a uma grande distância da mais escolhida está a telenovela “Dei-te quase tudo” com 23,2% das preferências. A novela “New wave” encontra-se em terceiro lugar, reunindo 16% das escolhas, seguida muito de perto pela novela “Ninguém como tu” que tem 15,7% das preferências. Em quinto lugar das preferências está a telenovela “Floribella” sendo uma das favoritas de 9,3% dos jovens telespectadores. É ainda de registar que a novela “Saber amar” é uma das preferidas de 7,5% dos jovens, a telenovela “Belíssima” é considerada uma das favoritas por 6,5% dos inquiridos e 6,1% mencionam a telenovela “Alma gémea”. A novela “Mundo meu” ainda consegue reunir um pouco mais de 5% das preferências mas as telenovelas “Chocolate com pimenta”, “O teu olhar”, “Queridas feras”, “Mistura fina”, “Baía das mulheres”, “A lua disse-me” e “Escrava Isaura” foram todas escolhidas por menos de 5% de jovens telespectadores.
140
Tabela 131: Das telenovelas que passaram no último ano na televisão, quais as duas que mais gostou:
N Saber amar
% 17
7,5
Queridas feras
4
1,8
O teu olhar
5
2,1
Mistura fina
3
1,5
Baía das mulheres
3
1,4
Ninguém como tu
36
15,7
Mundo meu
12
5,3
Dei-te quase tudo
53
23,2
191
83,6
15
6,5
3
1,3
14 10 37
6,1 4,4 16,0
Morangos com açúcar Belíssima A lua disse-me Alma gémea Chocolate com pimenta New wave Escrava Isaura Floribella Outra
1
,5
21
9,3
2
,9
A telenovela que uma maior percentagem de jovens (63,1%) considera como a sua preferida, de todas as telenovelas a que assistiram continua a ser a “Morangos com açúcar”. Grande parte das telenovelas mencionadas é recente, o que demonstra que a memória dos produtos mediáticos é curta, em especial, tendo em conta que a amostra é composta por telespectadores jovens, alguns deles muito jovens com apenas 8 anos. uma das favoritas para uma maioria muito significativa de 83,6% de jovens portugueses. Mais uma vez as preferências por outras telenovelas são muito fragmentadas com pequenas percentagens distribuídas por várias novelas. A “Floribella” surge em segundo lugar das novelas favoritas mas apenas com 6,2% das preferências. A novela “Alma gémea” consegue o terceiro lugar com apenas 3,9% de jovens a apontarem a sua preferência por essa telenovela. A novela “New Wave” reúne 2,8% das escolhas, 2,5% mencionam a telenovela “Ninguém como tu” e igual percentagem de jovens preferem as novelas “Dei-te quase tudo” e a novela “Belíssima”. As novelas “Saber Amar” e “América” ainda conseguem ser as favoritas de ligeiramente mais de 1% dos jovens. Já as novelas “Chocolate com pimenta”, “Queridas feras”, “Mistura fina” e “Anjo Selvagem reúnem menos de 1% das escolhas dos jovens inquiridos.
141
Tabela 132: De todas as telenovelas a que assistiu, qual foi a sua preferida
N
%
Saber amar
3
1,5
Queridas feras
1
,6
Mistura fina
1
,5
Ninguém como tu
6
2,5
Mundo meu
2
,9
6 144 6
2,5 63,1 2,5
Alma gémea
9
3,9
Chocolate com pimenta New wave
2
,8
7
2,8
Anjo selvagem
1
,4
Floribella
14
6,2
América
2
1,1
Nenhuma
3
1,5
Outra
10
4,4
Ns/nr
11
4,8
Total
229
100,0
Dei-te quase tudo Morangos com açúcar Belíssima
Entre os jovens telespectadores, 56,8% preferem assistir a telenovelas que se baseiam numa história de amor. Em segundo lugar nas preferências estão as histórias cujas personagens centrais são cómicas, reunindo as escolhas de 17,1% dos inquiridos. As novelas baseadas em histórias passadas num contexto urbano são as preferidas de 12,7% dos jovens inquiridos e 9,6% elegem novelas baseadas numa história de traição, ódio ou vingança. As telenovelas cujas personagens centrais são vilãos ou vilãs, de época ou baseadas num contexto rural acolhem menos de 5% das escolhas dos jovens telespectadores.
142
Tabela 133: Prefere assistir a telenovelas que se baseiam...: N
%
Numa história de amor
130
56,8
Numa história de traição/ódio/vingança
22
9,6
Numa história épica (de época)
9
4,1
Numa história passada em contexto rural
8
3,4
Numa história passada em contexto urbano
29
12,7
Numa história cujas personagens centrais são cómicas
39
17,1
Numa história cujas personagens centrais são vilãos/vilãs
10
4,3
Quantos aos temas que as novelas devem retratar as opiniões aparecem muito dividas visto que há percentagens muito similares de jovens que consideram que as telenovelas devem abordar temas polémicos e actuais da sociedade (61,1%), retratar a realidade portuguesa (59,6%) e educar a população para intervir em determinadas situações (59%). Pelo contrário, uma minoria de 27,2% dos jovens acham que as telenovelas devem tratar apenas de temas que não retratem situações problemáticas.
Tabela 134: Considera que as telenovelas devem...: N
%
Abordar temas polémicos e actuais da sociedade
140
61,1
Educar a população para intervir em determinadas situações
135
59,0
Retratar a realidade portuguesa
136
59,6
Tratar apenas de temas que não retratem situações problemáticas
62
27,2
Entre os apresentadores de noticiários, os que mais colhem as preferências de uma maior fracção de jovens são o Rodrigo Guedes de Carvalho (com 10,5% das preferências) e a Manuela Moura Guedes (com 10,4% das escolhas). Todos os outros apresentadores são da escolha de menos de 5% dos jovens. Entre estes destacam-se o José Rodrigues dos Santos e o José Alberto Carvalho com 4,9% e 4,1% das escolhas respectivamente. Estas pequenas percentagens também se explicam para o número de inquiridos que não responderam à pergunta. 143
Tabela 135: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que prefere de um modo geral:
N José Alberto Carvalho (RTP1) Judite de Sousa (RTP1)
% 11
4,1
5
1,7
José Rodrigues dos Santos (RTP1)
14
4,9
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)
29
10,5
Clara de Sousa (SIC)
8
2,8
Ana Lourenço (SIC)
1
,3
João Adelino Faria (SIC)
1
,4
29
10,4
Lurdes Baeta (TVI)
7
2,7
Pedro B. Moraes (TVI)
2
,7
Ana Sofia (TVI)
4
1,4
Pedro Pinto (TVI)
6
2,0
Manuela Moura Guedes (TVI)
Nenhum
40
14,5
Ns/nr
120
43,5
Total
276
100,0
A opinião no que concerne o apresentador de noticiários mais credível, também é muito heterogénea entre os jovens a exprimirem opiniões muito diferentes. As escolhas dos jovens inquiridos recaem, em 8,6% dos casos, em Manuela Moura Guedes, sendo esta a percentagem maior. De seguida, verifica-se que 7% dos jovens acham que o Rodrigo Guedes de Carvalho é o mais credível, 5,9% fazem recair a sua escolha em José Rodrigues dos Santos e 4,9% mencionam antes o José Alberto Carvalho. Todos os outros apresentadores recolhem menos de 4% das preferências.
144
Tabela 136: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais credível
N José Alberto Carvalho (RTP1) Judite de Sousa (RTP1)
% 14
4,9
7
2,6
José Rodrigues dos Santos (RTP1)
16
5,9
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)
19
7,0
Clara de Sousa (SIC)
2
,8
Ana Lourenço (SIC)
1
,3
Alberta Marques Fernandes (RTP2)
1
,2
Manuela Moura Guedes (TVI)
24
8,6
Lurdes Baeta (TVI)
1
,4
Pedro B. Moraes (TVI)
3
1,0
Ana Sofia (TVI)
2
,8
Pedro Pinto (TVI)
11
3,9
Nenhum
43
15,6
Ns/nr
132
47,9
Total
276
100,0
No que respeita ao apresentador que os jovens consideram o mais divertido, mais uma vez a Manuela Moura Guedes é a mais escolhida pelos jovens, demonstrando aqui a sua popularidade, contudo a percentagem de inquiridos que a escolheram representam apenas 12,3%. José Rodrigues dos Santos consegue alcançar a segundo posição com 9,4% a apontarem-lhe o dedo como o apresentador mais divertido e o Rodrigo Guedes de Carvalho está na terceira posição com apenas 3,1% das escolhas. Quanto aos restantes apresentadores as escolhas são bastante fragmentadas e as percentagens de jovens que os escolheram são muito diminutas não ultrapassando os 3%.
145
Tabela 137: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é mais divertido
N
%
José Alberto Carvalho (RTP1)
8
2,8
Judite de Sousa (RTP1)
1
,3
José Rodrigues dos Santos (RTP1)
26
9,4
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)
9
3,1
Clara de Sousa (SIC)
1
,4
Ana Lourenço (SIC)
2
,9
João Adelino Faria (SIC)
3
,9
Vasco Matos Trigo (RTP2)
0
,2
Manuela Moura Guedes (TVI)
34
12,3
Lurdes Baeta (TVI)
1
,4
Pedro B. Moraes (TVI)
5
1,9
Ana Sofia (TVI)
3
1,2
Pedro Pinto (TVI)
6
2,2
Nenhum
43
15,7
Ns/nr
133
48,4
Total
276
100,0
Curiosamente, aparece também no topo quanto à percentagem de jovens telespectadores que opinam quanto ao apresentador de noticiários que consideram o menos interessante. Porém a fracção de jovens que a escolheram corresponde apenas a 3,9% das respostas. A seguir está a Alberta Marques Fernandes com 2,8% de jovens a apontar-lhe o dedo e depois está o Vasco Matos Trigo com 2% das escolhas. Os restantes apresentadores têm menos de 2% dos inquiridos a considerá-los os menos interessantes.
146
Tabela 138: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que é menos interessante
N
%
José Alberto Carvalho (RTP1)
3
1,2
Judite de Sousa (RTP1)
3
1,1
José Rodrigues dos Santos (RTP1)
2
,7
Rodrigo Guedes de Carvalho (SIC)
1
,3
Clara de Sousa (SIC)
3
1,0
Ana Lourenço (SIC)
2
,8
Alberta Marques Fernandes (RTP2)
8
2,8
Vasco Matos Trigo (RTP2)
5
2,0
11
3,9
Pedro B. Moraes (TVI)
2
,7
Ana Sofia (TVI)
3
,9
Pedro Pinto (TVI)
2
,6
72
25,9
Manuela Moura Guedes (TVI)
Nenhum Ns/nr
160
58,2
Total
276
100,0
Mais uma vez, Manuela Moura Guedes é a mais mencionada (em 4,8% dos casos) desta vez quanto ao apresentador de noticiários que os jovens dizem não conseguirem suportar. A seguir estão a Judite de Sousa e o Vasco Matos Trigo, em ex aequo, com 1,2% de jovens a escolherem-nos. Os restantes apresentadores têm menos de 1% dos inquiridos a declararem que não os conseguem suportar.
Tabela 139: Dos seguintes apresentadores de noticiários qual é que não consegue suportar
N
%
Judite de Sousa (RTP1)
3
1,2
Ana Lourenço (SIC)
1
,4
João Adelino Faria (SIC)
1
,4
Alberta Marques Fernandes (RTP2)
1
,3
Vasco Matos Trigo (RTP2)
3
1,2
Manuela Moura Guedes (TVI)
13
4,8
Lurdes Baeta (TVI)
1
,5
Pedro B. Moraes (TVI)
1
,4
Pedro Pinto (TVI) Nenhum
1
,2
98
35,4
Ns/nr
152
55,2
Total
276
100,0
Uma maioria expressiva de jovens, que representa 67,4% das respostas, não assiste aos tempos de antena dos habituais comentadores da actualidade. Porém, o mais visto pelos
147
jovens, embora apenas por 11,4% dos inquiridos, é o Marcelo Rebelo de Sousa, e uma percentagem não muito distante de jovens, nomeadamente, 9,4% dos inquiridos, assistem aos comentários de Miguel Sousa Tavares. Apenas 1,2% ouvem o que António Vitorino tem para dizer e o António Peres Metelo cativa não mais do que uma pequeníssima minoria de 0,2%.
Tabela 140: Dos comentadores da actualidade, a quais é que assiste na televisão: N
%
Miguel Sousa Tavares
25
9,2
António Vitorino
3
1,2
Marcelo Rebelo de Sousa
31
11,4
António Perez Metelo
1
,2
Nenhum / não vê
186
67,4
Ns/nr
38
13,8
No que concerne os programas favoritos dos jovens, 81,7% declaram que gostam de filmes e uma percentagem igualmente expressiva de jovens (78,7%) afirmam gostar de assistir a telenovelas portuguesas. O terceiro tipo de programa mais escolhido pelos jovens, são os programas de humor que recolheram 71% das respostas, e uma fracção muito próxima de inquiridos (70,6%) escolheram os desenhos animados. Os programas de desporto são ainda do agrado de 57,9% dos jovens inquiridos e 56,3% declaram gostar de concursos. As séries nacionais também são do agrado de mais de metade dos inquiridos (53,8%), assim como as séries internacionais (51,8%) e as telenovelas brasileiras (51,1%). Os restantes programas são escolhidos por menos de metade dos jovens telespectadores, entre eles os documentários (com 42,5% das preferências), os reality shows (com 35,3% das escolhas), as notícias (34,8%) e por último os talk shows (com apenas 18% das preferências).
148
Tabela 141: Gosta de programas de: N
%
Desporto
160
57,9
Reality shows
97
35,3
Concursos
155
56,3
Telenovelas portuguesas
217
78,7
Telenovelas brasileiras
141
51,1
Programas de humor
196
71,0
Séries nacionais
148
53,8
Séries internacionais
143
51,8
Filmes
225
81,7
Talk shows
50
18,0
Desenhos animados
195
70,6
Notícias
96
34,8
Documentários
117
42,5
Cerca de metade dos jovens inquiridos portugueses são da opinião de que a oferta de programas para a sua idade é regular, mas 13,8% dos jovens acham que a programação é má. Um terço dos jovens estão mais satisfeitos e acham que a programação é boa mas apenas 2,2% acham que é muito boa. Quanto aos horários dos programas que interessam aos jovens, 20,7% expressam a sua insatisfação e 43,9% acham que os horários são regulares. Ainda assim 31,8% dos jovens inquiridos consideram que os horários televisivos são bons mas só uma pequena minoria de 3,6% de jovens consideram os horários muito bons. Apenas 5,3% dos jovens telespectadores consideram que a qualidade da televisão que vêm é má mas 52,5% são da opinião que é apenas regular. Perto de 40% são da opinião que a qualidade daquilo que assistem na televisão é boa porém uma minoria circunscrita de 2,3% de jovens consideram que é muito boa. É quanto à quantidade de publicidade durante os programas que se regista claramente a maior fracção de jovens inquiridos insatisfeitos, que ascende aos 52,3%. A fracção de jovens telespectadores que consideram a quantidade de publicidade regular decresce para os 27,5% e desce ainda mais para os jovens que sã da opinião que é boa (18,1%) e apenas 2,2% acham que é muito boa.
149
Tabela 142: Qual a sua opinião sobre: Má (%)
Regular (%)
Boa (%)
Muito boa (%)
A oferta de programas para a sua idade
13,8
50,3
33,6
2,2
O horário dos programas que lhe interessam
20,7
43,9
31,8
3,6
5,3
52,5
39,9
2,3
52,3
27,5
18,1
2,2
A qualidade da televisão que vê A quantidade de publicidade durante os programas
Apesar de as telenovelas não estarem em primeiro lugar nos programas favoritos – como vimos estão em segundo lugar com uma percentagem bastante próxima do lugar cimeiro - são o principal tipo de programas que os jovens assistem (em 53,1% dos casos). Por seu turno, embora os filmes tenham sido escolhidos por uma maior fracção de jovens como os programas favoritos, apenas 11,7% dos inquiridos declaram que os filmes e séries são os principais programas televisivos a que assistem. A seguir encontram-se os desenhos animados como o principal tipo de programa a que os jovens assistem habitualmente (com 10,3% das escolhas). Os programas de desporto são referidos, em primeiro lugar, por 7% dos jovens inquiridos, os concursos por apenas 3,4% e ainda menos jovens telespectadores (3%) escolhem os programas de informação.
Tabela 143: Qual o principal programa que vê habitualmente (1ªREF)
N
%
Filmes/series
32
11,7
Telenovelas
146
53,1
Noticias/informação
8
3,0
Desenhos animados
28
10,3
Concursos
9
3,4
Desporto
19
7,0
Outros
19
6,9
Ns/nr
12
4,5
Total
276
100,0
150
Outros N
% 257
93,1
A Herança
1
,4
Art Attack
3
1,0
Circo das Celebridades
1
,4
CSI
1
,4
Curto Circuito
1
,3
Documentários
2
,8
Herman SIC
2
,7
MTV Música
2
,6
Pimp my Ride
0
,2
Smack Down
2
,8
The O.C.
2
,8
Vida Selvagem
1
,3
WWE Smack Down Total
1
,3
276
100,0
Quanto aos programas que os jovens assistem habitualmente, escolhidos em segundo lugar, as telenovelas continuam a ser os programas mais referenciados mas agora por apenas 17,2% dos jovens telespectadores e uma fracção muito próxima (16,6%) mencionam os filmes como segunda escolha. Os desenhos animados são mencionados por 16% dos jovens como o segundo tipo de programa que mais assistem habitualmente. E, enquanto segunda escolha, os programas de informação, com 8,2% das preferências, ultrapassam os concursos (com 4,7% das preferências) e o desporto (com um peso de 1,4% nas segundas escolhas). Os outros programas que os jovens escolheram como o segunda escolha distribuem-se por 12,8% das respostas.
Tabela 144: Qual o principal programa que vê habitualmente (2ªREF)
N
%
Filmes/series
46
16,6
Telenovelas
48
17,2
Noticias/informação
23
8,2
Desenhos animados
44
16,0
Concursos
13
4,7
4
1,4
Outros
35
12,8
Ns/nr
63
22,9
Total
276
100,0
Desporto
151
Outros N
% 240
87,2
A Herança
6
2,1
Allô Allô
1
,4
Caçadores de Mitos
1
,3
CSI
1
,3
Documentário
3
1,0
Dr.House
3
1,2
Herman SIC
1
,5
Humor
1
,4
Maxmen
1
,3
Música
1
,3
New Wave
1
,2
Pista Blue
1
,4
Prismas da Bruma
1
,4
Programa de música
2
,7
Quem quer Ganhar
1
,4
Raw
2
,8
Reality Show
1
,5
Rex
1
,5
Simpsons
1
,4
Você na TV
1
,4
Wrestling
1
,5
Wetwork
1
,5
Will and Grace
1
,4
WWE row
1
,3
276
100,0
Total
No que concerne os programas que os jovens telespectadores vêm habitualmente referenciados em terceiro lugar, verifica-se uma grande divisão das escolhas. Os filmes são os mais mencionados com 9,5% das preferências. Enquanto terceira escolha, os desenhos animados são referenciados por 5,6% e as telenovelas, que continuam no grupo de programas mais escolhidos, são mencionadas por 4,9% dos inquiridos. Os programas de informação são escolhidos por 4,7% como terceira escolha e uma fracção muito próxima (4,6%) escolhe os concursos. O desporto apenas reúne 2,7% das terceiras escolhas.
152
Tabela 145: Qual o principal programa que vê habitualmente (3ªREF)
N
%
Filmes/series
26
9,5
Telenovelas
13
4,9
Noticias/informação
13
4,7
Desenhos animados
15
5,6
Concursos
13
4,6
7
2,7
25
9,1
Desporto Outros Ns/nr
162
58,8
Total
276
100,0
Outros N
% 251
90,9
BBC
1
,3
Canais música
1
,4
Concursos
4
1,6
Documentário
4
1,3
Dr. Hope
1
,3
Em família
2
,6
Euromilhões
1
,3
Hora Discovery
1
,5
Levanta-te e Ri
1
,4
Ovellalling
1
,4
Para rir
1
,4
Prazer dos Diabos
1
,4
Reality Show
2
,7
Serviço de Urgência
1
,4
Tourada
1
,3
Vida Selvagem
2
,6
WWE pqperviews
1
,3
276
100,0
Total
Só uma pequena minoria de 4,6% dos jovens telespectadores tem por hábito gravar programas. Entre aqueles que o fazem cerca de três quartos afirma que o motivo para o fazerem é porque não podem ver os programas à hora que são transmitidos. Cerca de um quarto declaram que o motivo é porque não estão em casa à hora que os programas passam na televisão.
153
Tabela 146: Costuma gravar programas
N
%
Sim
13
4,6
Não
258
93,5
Ns/nr
5
2,0
Total
276
100,0
Tabela 147: Por que motivo costuma gravar programas
N
%
Porque não pode ver à hora que são transmitidos Porque não está em casa à hora que passam na televisão Total
9
74,7
3
25,3
13
100,0
Os filmes e as séries são o principal tipo de programas gravados por uma maior fracção de jovens que corresponde a 36,7%. A seguir encontram-se as telenovelas, o principal tipo de programas gravados por 32,4% dos jovens telespectadores. A percentagem de inquiridos que gravam habitualmente programas de desporto é mais modesta, representando 13,6% e os concursos são mencionados em primeiro lugar por 7,4% dos jovens. Quanto aos programas gravados regularmente pelos jovens referenciados em segundo lugar, cerca de um quarto dos jovens declaram que têm por hábitos gravar filmes ou séries e outros tantos afirmam que gravam telenovelas. A percentagem de inquiridos que mencionam os concursos em segundo lugar decresce para os 8,9%. Apenas os filmes e as séries são referenciados como terceira escolha. Ainda entre aqueles que têm por hábito gravar programas 34,4% costuma trocar gravações de programas com os seus amigos.
Tabela 148: Qual o tipo de programa que costuma gravar (1ªREF.)
Filmes/series
N 5
% 36,7
Telenovelas
4
32,4
Concursos
1
7,4
Desporto
2
13,6
Outros
0
2,6
Ns/nr
1
7,3
Total
13
100,0
154
Tabela 149: Qual o tipo de programa que costuma gravar (2ªREF.)
Filmes/series
N 3
% 25,3
Telenovelas
3
25,2
Concursos
1
8,9
Outros
1
7,4
Ns/nr
4
33,3
Total
13
100,0
Outros N
% 275
99,7
1
,3
276
100,0
Saúde Total
Tabela 150: Qual o tipo de programa que costuma gravar (3ªREF.)
N
%
Filmes/series
1
6,3
Outros
3
25,3
Ns/nr
9
68,5
Total
13
100,0
Outros N
% 273
98,8
3
1,2
276
100,0
Dr.House Total
Tabela 151: Costuma trocar gravações de programas com os teus amigos
N
%
Sim
4
34,4
Não
8
65,6
Total
13
100,0
Apenas uma minoria de 12,5% de jovens já se ligaram à internet para verem páginas relacionada com um programa de televisão. Entre esses jovens telespectadores, um terço só navegam nessas páginas raramente, mas 41,7% fazem-no às vezes. Os que o fazem frequentemente ou muito frequentemente correspondem a cerca de um quarto.
155
Tabela 152: Já se ligou à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão
N
%
Sim
34
12,5
Não
236
85,7
Ns/nr
5
1,9
Total
276
100,0
Tabela 153: Com que frequência se liga à internet para ver uma página relacionada com um programa de televisão
N Muito frequentemente Frequentemente Às vezes Raramente Total
% 4 4 14 11 34
13,0 12,2 41,7 33,2 100,0
Ainda entre os que já consultaram páginas na internet sobre programas televisivos, o tipo de programas referenciado por uma maior percentagem de jovens, nomeadamente 48,8%, são as telenovelas. As páginas sobre concursos foram consultadas por 6,5% dos inquiridos, 3,1% consultaram páginas sobre filmes ou séries e 35,6% referenciam ainda outro tipo de programas entre os quais o Curto Circuito, o Gato Fedorento, o Circo das Celebridades, programas de luta livre, entre outros. Alguns inquiridos referem ainda que visitam as páginas não especificamente de programas mas de estações de televisão. Quanto às páginas sobre programas consultadas, referenciadas em segundo lugar, 19,2% afirmam que já consultaram páginas sobre filmes ou séries, 6,1% de telenovelas e 2,6% de programas de informação. Os programas de informação e os filmes e as séries voltam a ser referenciados em terceiro lugar, por 3% e 2,6%, respectivamente, dos jovens que consultam páginas referentes a programas televisivos.
Tabela 154: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (1ªREF)
N
%
Filmes/series
1
3,1
Telenovelas
17
48,8
Concursos Outros
2
6,5
12
35,6
Ns/nr
2
6,0
Total
34
100,0
156
Outros N
% 264
95,6
Caçadores
1
,4
Circo das celebridades
1
,4
Curto Circuito
2
,8
Discovery
1
,4
Gato Fedorento
1
,4
2
,8
TVI
2
,7
Wrestling Total
1
,5
276
100,0
Tabela 155: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (2ªREF)
Filmes/series
N 7
% 19,2
Telenovelas
2
6,1
Noticias/informação
1
2,6
Outros
5
15,7
Ns/nr
19
56,4
Total
34
100,0
Outros N
% 270
98,0
Música
1
,4
Quem quer Ganhar
1
,4
Wrestling (luta livre)
1
,4
SIC
1
,4
Smack down
1
,4
276
100,0
Total
Tabela 156: Qual o principal programa sobre os quais já consultou as páginas na internet (3ªREF)
N
%
Filmes/series
1
Noticias/informação
1
3,0
Outros
4
12,5
2,6
Ns/nr
28
81,8
Total
34
100,0
157
Outros N
% 271
98,4
Philip the Future
3
1,2
Raw
1
,4
Total
276
100,0
Só uma minoria circunscrita a 1,6% de jovens telespectadores participou em algum fórum online sobre um programa de televisão e fizeram-no apenas raramente. O principal tipo de programas sobre o qual participaram em fóruns refere-se a telenovelas (em 73,9% dos casos). O programa Curto Circuito é também referenciado. Quanto à segunda referência, 73,9% os jovens telespectadores declaram que frequentaram os fóruns sobre filmes e séries e a mesma percentagem de jovens mencionam o programa Philip The Future como terceira referência.
Tabela 157: Já participou em algum fórum online sobre um programa de televisão
N
%
Sim
4
1,6
Não
265
96,2
Ns/nr
6
2,3
Total
276
100,0
Tabela 158: Com que frequência
N
%
Raramente
4
1,6
Ns/nr
271
98,4
Total
276
100,0
Tabela 159: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (1ªREF)
N
% 73,9
Telenovelas
3
Outros
1
26,1
Total
4
100,0
Outros N
% 275
Curto Circuito Total
99,6
1
,4
276
100,0
158
Tabela 160: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (2ªREF)
Filmes/series
N 3
% 73,9
Ns/nr
1
26,1
Total
4
100,0
Tabela 161: Qual o principal programa sobre o qual já participou em fóruns (3ªREF)
N
% 73,9
Outros
3
Ns/nr
1
26,1
Total
4
100,0
Outros N
% 273
Philip the Future Total
98,8
3
1,2
276
100,0
Uma minoria de 15% dos jovens referem que os programas de televisão nunca são assunto de conversas com os seus amigos e 17,9% apontam que o são raramente. Perto de metade afirmam que às vezes são assunto de conversa entre os pares e apenas 15,3% afirmam que o são frequentemente ou muito frequentemente.
Tabela 162: Os programas de televisão são assunto de conversas com os seus amigos
N Muito frequentemente Frequentemente Às vezes Raramente Nunca Ns/nr Total
% 15 29 136 49 41 5 276
5,3 10,5 49,5 17,9 15,0 1,9 100,0
A esmagadora maioria dos jovens, que representam 91,1% dos casos, afirmam que a televisão em casa está ligada às horas das refeições e 51,5% confessam que a televisão fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. Estes dados são indicadores da omnipresença da televisão em casa mesmo em pano de fundo para as actividades diárias ou corriqueiras em casa como comer, entre outras.
159
Tabela 163: A televisão em casa está ligada às horas das refeições
N
%
Sim
251
91,1
Não
19
6,8
Ns/nr
6
2,2
Total
276
100,0
Tabela 164: A televisão em casa está ligada mesmo quando ninguém está a ver
N
%
Sim
142
51,5
Não
119
43,0
Ns/nr
15
5,5
Total
276
100,0
A percentagem de jovens que costumam ver algum noticiário televisivo (45,8%) reparte-se um pouco com a dos que não costumam (53,5%), embora o pendor seja um pouco mais para os que não têm aquele hábito. Entre os jovens telespectadores que vêm o noticiário, há claramente uma maior percentagem a assistir ao da TVI, que corresponde a 60% dos jovens. Em segundo lugar com 36% de jovens telespectadores entre os inquiridos encontra-se a SIC e a RTP aparece em último lugar com uma audiência que corresponde a 20% dos jovens inquiridos. Quase todos os jovens, isto é, 93,1% vêm o noticiário em família e apenas 4,6% afirmam que o vêm sozinho. É ainda de assinalar que 72,9% dos jovens telespectadores têm por hábito trocar opiniões sobre o vêm no noticiário.
Tabela 165: Costuma ver algum noticiário televisivo das 20h00
N
%
Sim
126
45,8
Não
147
53,5
Ns/nr
2
,8
Total
276
100,0
Tabela 166: Em qual dos canais costuma ver noticiário televisivo das 20h00: % RTP
20,8
SIC
36,0
TVI
60,1
Ns/Nr
2,2
160
Tabela 167: Habitualmente, vê o noticiário televisivo da noite com quem
N
%
Sozinho Em família
6
4,6
116
93,1
Não vê telejornal
1
,6
Ns/nr
2
1,7
Total
125
100,0
Tabela 168: É habitual trocar opiniões sobre o que viu:
N
%
Sim
87
72,9
Não
29
24,3
Ns/nr
3
2,8
Total
119
100,0
Zapping O acto de fazer zapping é uma realidade para a maior parte dos jovens visto que 28,4% dos jovens declaram que nunca o fazem. Entre aqueles que o fazem, 27,4% fazem zapping uma ou duas vezes. 8,8% declaram que o fazem mais de duas e menos de cinco vezes e 12,4% fazem-no mais de 5 vezes. Para 14,7% fazer zapping é uma constante. No que respeita as razões porque o fazem, 36,5% dos jovens confessam que a razão prende-se com a curiosidade ou o prazer de navegar entre canais e 29,5% dizem que o fazem para evitar a publicidade. Outra razão, adiantada por 23,6%, prende-se com o desagrado ou o cansaço em relação ao que estão a ver. Outras razões mencionadas relacionam-se com a vontade de ver determinado programa ou notícia (referida por 6,7% dos jovens telespectadores) ou para saber mais sobre determinada informação (mencionada por 2,2% dos jovens).
161
Tabela 169: Ao longo do tempo em que diariamente vê televisão, quantas vezes é que faz zapping
N
%
Sempre
41
14,7
Mais de 5 vezes
34
12,4
Mais de duas e menos de 5 vezes
24
8,8
Uma ou duas vezes
76
27,4
Nunca
78
28,4
Ns/nr
23
8,3
Total
276
100,0
Tabela 170: Qual é a principal razão porque faz zapping: % Para ver determinado programa ou notícia
6,7
Para saber mais sobre determinada informação
2,2
Por desagrado ou cansaço em relação ao que estou a ver Pela curiosidade ou prazer de navegar entre canais
23,6 36,5
Para evitar a publicidade
29,5
Porque não consigo parar de mudar
2,5
Quanto a fazer zapping durante o mesmo programa, 42,7% dos jovens inquiridos afirmam que o fazem uma ou duas vezes. Porém a percentagem de inquiridos que faz zapping com maior frequência diminui: 7,9% dizem que o fazem mais de duas e menos de cinco vezes, 5,6% fazem-no mais de 5 vezes e 9,8% estão sempre a fazer zapping durante o mesmo programa. Já 27,2% afirmam que nunca fazem zapping enquanto estão a ver um programa. No que concerne as razões porque o fazem, 42,9% adiantam que têm curiosidade ou o prazer de navegar entre canais e 28,1% tentam evitar a publicidade. O desagrado ou o cansaço em relação ao que estão a ver é uma razão adiantada por 20,3% e, mais uma vez apenas uma pequena minoria dos jovens fazem zapping, desta feita durante o mesmo programa, por causa da vontade de ver determinado programa ou notícia (em 6,7% dos casos) ou para saber mais sobre determinada informação (em 2,2% dos casos).
162
Tabela 171: E durante o mesmo programa, com que frequência é que faz zapping
N
%
Sempre
17
9,8
Mais de 5 vezes
10
5,6
Mais de duas e menos de 5 vezes
14
7,9
Uma ou duas vezes
75
42,7
Nunca
48
27,2
Ns/nr
12
6,8
Total
175
100,0
Tabela 172: Qual é a principal razão porque faz zapping durante o mesmo programa N
%
Para ver determinado programa ou notícia
7
6,0
Para saber mais sobre determinada informação
3
2,2
23
20,3
49
42,9
32
28,1
Por desagrado ou cansaço em relação ao que estou a ver Pela curiosidade ou prazer de navegar entre canais Para evitar a publicidade Ns/nr
1
,6
Total
115
100,0
Claramente é durante os espaços publicitários, que uma maior fracção de jovens telespectadores tendem a fazer mais zapping. As telenovelas estão em segundo lugar no que respeita à percentagem de jovens (29,4%) que tendem a fazer zapping durante o seu visionamento. Contudo, este percentagem poderá explicar-se pelo facto de as telenovelas serem o tipo de programas que os jovens mais assistem. Quanto aos filmes, 27,4% dos inquiridos fazem zapping durante o seu visionamento e 25,1% declara que fazem zapping durante programas de entrevista. Pouco mais de 23% fazem zapping durante os telejornais ou quando estão a ver espectáculos de entretenimento. Uma percentagem de jovens ligeiramente superior a 20% fazem zapping durante os concursos de televisão e menos de 20% dos jovens telespectadores fazem-no durante emissões desportivas e durante documentários.
163
Tabela 173: Qual o tipo de programa nos quais tem tendência para fazer mais zapping: % Espectáculos de entretenimento
23,1
Emissões desportivas
19,9
Programas de entrevista
25,1
Telenovelas
29,4
Filmes
27,4
Telejornais
23,5
Documentários
15,3
Espaços publicitários
55,6
Concursos
20,5
Durante os intervalos dos programas favoritos dos jovens, 36,7% aproveitam para realizarem alguma coisa ou alguma tarefa que necessitam de fazer em casa. Por seu turno, 34% simplesmente fazem zapping pelos outros canais, todavia, 15,9% afirmam que vêm a publicidade e 5,7% declaram mesmo que seguem a publicidade com atenção.
Tabela 174: O que é que normalmente faz durante os intervalos do seu programa preferido
N Zapping pelos outros canais Aproveita para fazer alguma coisa que precisa em casa Vê a publicidade
% 94
34,0
101
36,7
44
15,9
Segue a publicidade com atenção
16
5,7
Ns/nr
21
7,7
Total
276
100,0
Entre os jovens telespectadores, 33,2% afirmam que retirariam automaticamente a publicidade das emissões gravadas se tivessem um aparelho de gravação digital de vídeo. Uma percentagem menor de inquiridos declaram que não o faria. Contudo, 30% dos inquiridos simplesmente não costumam gravar programas e 8,9% nem sabem do que se trata.
164
Tabela 175: Se tivesse um aparelho de gravação digital de vídeo retiraria automaticamente a publicidade das emissões gravadas
N
%
Sim
91
33,2
Não
52
18,9
Não costuma gravar programas
83
30,0
Não sabe do que se trata
24
8,9
Ns/nr
25
9,1
Total
276
100,0
A partir sensivelmente da década de noventa, em Portugal, o panorama audiovisual começou a alterar-se. Surgiram novos canais generalistas, o acesso à televisão por satélite tornou-se mais comum e começaram a ser introduzidos servisses pagos de televisão, nomeadamente, a TV por cabo que distribui conteúdos e programas televisivos direccionados a públicos mais específicos. Verifica-se que a introdução desses serviços atinge segmentos significativos da população portuguesa. Entre os jovens respondentes em ambos os inquéritos, mais de metade afirmam ainda ter televisão paga (TV cabo, satélite, etc.). A televisão continua a ser um meio de comunicação central no quotidiano dos jovens, embora estes possam estabelecer uma relação mais próxima com outros media. Cerca de um terço dos jovens admitem que são os que mais vêm televisão em casa. E verifica-se a tendência para haver uma maior fracção de raparigas e de respondentes mais novos que declaram ser os que mais vêm televisão dentro do seu agregado doméstico. O que é certo, é que a televisão marca a sua presença, nem que seja como pano de fundo ou algo olhado de vez em quando, muitas vezes no próprio quarto dos jovens. Quase todos os jovens inquiridos afirmam que a televisão está ligada às horas das refeições e cerca de metade confessam que a televisão fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. Por um lado, os jovens passaram a dividir mais frequentemente a sua atenção entre a televisão e outras tarefas e actividades e, por outro lado, a manter uma relação mais individualizada com a televisão em comparação com o que acontecia nas gerações anteriores, embora o visionamento de programas junto da família ainda se verifique. Mas, ao mesmo tempo que a televisão declina enquanto “lareira electrónica”, os aparelhos de televisão estão, hoje em dia, mais presentes em várias divisões da casa como podemos concluir dos dados recolhidos.
165
As telenovelas surgem como o principal tipo de programas a que os jovens assistem. Mas também mostram preferência por filmes, programas de humor e desenhos animados. Além disso, os programas de desporto, os concursos, as séries nacionais e internacionais também são do agrado da maioria dos jovens. Verifica-se ainda que os jovens passaram a apreciar as produções nacionais de conteúdos audiovisuais visto que mais de metade dos jovens inquiridos têm preferência por telenovelas com produção portuguesa e maioria consideram a novela “Morangos com açúcar” como a sua favorita. Além disso, entre os canais favoritos surge claramente a TVI no lugar cimeiro, com a SIC a aparecer em segundo lugar nas preferências juvenis. Observa-se igualmente que o acto de fazer zapping está hoje bem instituído nas práticas da maior parte jovens, que procuram evitar a publicidade ou que são movidos essencialmente pela curiosidade ou prazer de navegar entre canais ou pelo desagrado ou cansaço em relação ao que estão a ver.
166
Capítulo 7: A cultura da mobilidade: a utilização dos telemóveis por parte dos jovens De acordo com um relatório da ANACOM, no final de Setembro de 2004 existiam em Portugal 9,636 milhões de utilizadores de telemóveis, segundo dados entregues pelos operadores móveis. Este número está muito próximo da população total portuguesa e traduz o enorme crescimento que a utilização do telemóvel teve em Portugal desde meados dos anos 90. Em Setembro de 2004, a taxa de penetração do serviço estava nos 92%, o que coloca Portugal acima da média comunitária que no mesmo período era de 84,4%. Os jovens não ficaram alheios a este grande crescimento e têm sido cada vez mais incluídos na rede de utilizadores. Ainda segundo a ANACOM, a maior parte dos utilizadores continua a utilizar cartões pré-pagos, que correspondem a 79% do total do mercado, enquanto os produtos com assinatura representam 21% do mercado. Outra informação é que entre Julho e Setembro de 2004 foram originadas cerca de 1,5 mil milhões de chamadas e 2,7 mil milhões de minutos nas três redes móveis nacionais, TMN, Vodafone e Optimus. Também é relevante o facto de que durante o terceiro trimestre do mesmo ano foram enviadas cerca de 635 milhões de mensagens. Ainda assim, o número de chamadas mensais por utilizador foi superior ao número de mensagens SMS enviadas. Verifica-se, portanto, que toda uma realidade de comunicações móveis emergiu em Portugal, comunica-se mais e das mais variadas formas. E é nesta realidade que as novas gerações se vão socializando e crescendo, uma realidade que se instalou nos seus quotidianos e nas suas práticas diárias. O telemóvel tornou-se num acessório quase obrigatório e é transportado para uma série de situações diárias, desde as aulas, aos tempos lúdicos e aos tempos passados com a família ou com os amigos.
Inquérito online A esmagadora maioria dos jovens (96,6%) tem telemóvel. Deste uma grande parte usa carregamentos e apenas uma pequena minoria tem telemóvel com assinatura. Observase que há uma fracção ligeiramente superior de raparigas que possui telemóvel. Embora, não seja muito prudente tirar ilações de uma diferença percentual pequena, este resultado não deixa de ser coerente com a maior importância subjectiva e relativa a
167
outros media que as raparigas atribuem ao telemóvel. Como seria de esperar há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que possuem telemóvel, a grande diferença está entre os mais novos, dos 9 aos 12 anos, e os outros inquiridos dos escalões etários mais velhos. Mas seja como for, mesmo entre inquiridos tão novos entre os 9 e os 12 anos, 84,2% declaram ter telemóvel. De facto a socialização e democratização do acesso ao telemóvel deu-se não só entre as pessoas em idade adulta das várias classes sociais, mas penetrou também maciçamente no quotidiano dos jovens e mesmo entre aqueles que ainda frequentam o 1º ciclo do ensino básico. Entre os jovens a partir dos 13 anos o acesso ao telemóvel é quase universal entre os inquiridos online. Tabela 176: Tens telemóvel?
N
%
Sim, com carregamentos
961
88,9
Sim, com assinatura
83
7,7
Não
31
2,9
6
,6
1081
100,0
Não sei/Não respondo Total
Masculino N Sim, com carregamentos
Feminino %
N
%
532
86,2
429
92,5
Sim, com assinatura
57
9,2
26
5,6
Não
24
3,9
7
1,5
4
,6
2
,4
Não sei/Não respondo
Idade 9 aos 12 anos N
%
Sim, com carregamentos
90
Sim, com assinatura Não Não sei/Não respondo Total
13 aos 15 anos N
16 aos 18 anos
%
N
%
75,0
312
86,4
559
93,2
11
9,2
37
10,2
35
5,8
16
13,3
11
3,0
4
,7
3
2,5
1
,3
2
,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Averigua-se que em 70% dos casos, quem comporta com a despesa dos telemóveis dos inquiridos são os pais. Só um quarto dos internautas paga directamente essa despesa. Entre as raparigas verifica-se uma ligeira tendência para haver uma maior percentagem de pais que comportam as despesas em comparação com os rapazes, embora as diferenças entre os sexos sejam demasiado pequenas para podermos tirar conclusões. Observa-se mais claramente que há medida que os inquiridos se vão tornando mais
168
velhos, há uma tendência para haver uma transferência dos custos com o telemóvel dos pais para os filhos. Entre os mais novos, apenas 10,8% comporta as suas próprias despesas com o telemóvel enquanto que entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos essa fracção ascende aos 35,2%.
Tabela 177: Quem paga as tuas despesas com o teu telemóvel?
N
%
Eu
270
25,0
Os meus pais
757
70,0
Outras pessoas
19
1,8
Não sei/Não respondo
35
3,2
1081
100,0
Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Eu
164
26,6
106
22,8
Os meus pais
422
68,4
335
72,2
8
1,3
11
2,4
23
3,7
12
2,6
Outras pessoas Não sei/Não respondo
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Eu
13
10,8
46
12,7
211
35,2
Os meus pais
85
70,8
295
81,7
377
62,8
3
2,5
9
2,5
7
1,2
19
15,8
11
3,0
5
,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Outras pessoas Não sei/Não respondo Total
Mais de metade dos inquiridos (53,3%) gasta menos de 3 euros em telemóvel por semana e 27,2% gasta entre 3 e 6 euros no mesmo período. Verifica-se ainda uma ligeira tendência para haver uma maior fracção de raparigas mais gastadoras do que de rapazes, embora as diferenças sejam de facto pequenas. Os mais novos são os que tendem a gastar menos, provavelmente por serem alvos de um controlo mais rigoroso por parte dos pais dos pais e por terem uma menor autonomia financeira e não só. Seja como for os jovens tentam controlar as suas despesas e mesmo entre os mais velhos cerca de 80% não gasta mais do que 6 euros por semana.
169
Tabela 178: Sabes quanto gastas por semana?
N
%
Menos de 3 euros
576
53,3
Entre 3 e 6 euros
294
27,2
Entre 7 e 12 euros
59
5,5
Entre 13 e 18 euros
9
,8
Mas de 18 euros
9
,8
Não sei Total
134
12,4
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Menos de 3 euros
345
55,9
231
49,8
Entre 3 e 6 euros
160
25,9
134
28,9
Entre 7 e 12 euros
31
5,0
28
6,0
Entre 13 e 18 euros
7
1,1
2
,4
Mas de 18 euros
4
,6
5
1,1
70
11,3
64
13,8
Não sei
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Menos de 3 euros
69
57,5
206
57,1
301
50,2
Entre 3 e 6 euros
17
14,2
93
25,8
184
30,7
Entre 7 e 12 euros
4
3,3
13
3,6
42
7,0
4
1,1
5
,8
4
1,1
4
,7
Entre 13 e 18 euros Mas de 18 euros Não sei Total
1
,8
29
24,2
41
11,4
64
10,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Uma maioria significativa (65,8%) utiliza o telemóvel para fazer ou receber chamadas mas a utilização mais comum é mandar mensagens, a julgar pela resposta de 88% dos jovens. 37% dos internautas tem o telemóvel principalmente para receber chamadas. Outra utilização com relevo para 27,4% dos inquiridos é jogar. As raparigas são as maiores fãs das mensagens SMS, visto que 92% afirma que utiliza o telemóvel principalmente para mandar mensagens em comparação com 86% dos rapazes. Por seu turno, os rapazes são os que mais jogam ao telemóvel visto que 31,9% confessam ser essa uma das suas principais utilizações do telemóvel em comparação com 21,3% das raparigas. Observa-se ainda que há uma maior fracção de inquiridos mais novos (46,7%) que utiliza principalmente o telemóvel para receber chamadas, em comparação com 34,8% dos internautas mais velhos. Principalmente entre os mais novos o telemóvel poderá ser
170
um instrumento em favor do maior controlo dos pais. Para além disso, as redes sociais dos mais jovens são ainda limitadas e muitas vezes cingem-se à escola, ao bairro, ou aos pares com quem partilham actividades de tempo livre e que vêm regularmente. Têm também menor liberdade de movimentos e o uso de telemóvel reflecte um pouco essa condição. Os jovens mais velhos, por seu turno, têm mais liberdade e autonomia e poderão usar o telemóvel de uma forma que reforce essa autonomia, seja para trocar mensagens com os seus pares, combinar encontros, alargar os contactos sociais, namorar, etc. Assim sendo, não é de estranhar que se verifique uma maior percentagem de internautas mais velhos que mandam mensagens (94%) e que fazem e recebem chamadas (67,7%), em comparação com 63,3% e 56,7% de inquiridos dos 9 aos 12 anos, respectivamente. Inversamente, constata-se que há claramente uma maior percentagem de inquiridos mais novos (44,2%) que declaram que jogar é uma das principais utilizações que fazem do telemóvel em comparação com apenas 20% dos internautas mais velhos.
Tabela 179: Utilizas o telemóvel, principalmente, para: N Receber chamadas Fazer e receber chamadas Mandar mensagens Participar em chats Navegar na internet Jogar Outras coisas Não sei/Não respondo
% 400 711 960 6 38 296 102 26
37,0 65,8 88,8 ,6 3,5 27,4 9,4 2,4
Masculino N Receber chamadas Fazer e receber chamadas Mandar mensagens Participar em chats Navegar na internet Jogar Outras coisas Não sei/Não respondo
Feminino %
N
%
237
38,4
163
35,1
419
67,9
292
62,9
533
86,4
427
92,0
4
,6
2
,4
27
4,4
11
2,4
197
31,9
99
21,3
64
10,4
38
8,2
19
3,1
7
1,5
171
Idade 9 aos 12 anos N
%
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
%
Receber chamadas
56
46,7
135
37,4
209
34,8
Fazer e receber chamadas
68
56,7
237
65,7
406
67,7
Mandar mensagens
76
63,3
320
88,6
564
94,0
Participar em chats
3
2,5
2
,6
1
,2
Navegar na internet
6
5,0
12
3,3
20
3,3
Jogar
53
44,2
123
34,1
120
20,0
Outras coisas
18
15,0
39
10,8
45
7,5
Não sei/Não respondo
14
11,7
9
2,5
3
,5
No geral, os amigos são o principal alvo de comunicação via telemóvel em 80,3% dos casos. Portanto, revela-se aqui a importância das sociabilidades entre os pares. A família e, em particular, os pais aparecem atrás dos amigos em ordem de importância com quem os jovens costumam falar. Entre os pais, é com a mãe que uma maior fracção de inquiridos costuma comunicar (61,2%) e um pouco atrás está o pai (47,9%). 27% dos inquiridos revelam ainda que o namorado ou a namorada são das pessoas com quem comunicam mais ao telemóvel e 25,3% referem os irmãos. São estes basicamente os círculos de comunicação dos jovens internautas ao telefone. Quanto às diferenças entre os sexos é curioso constatar que há uma maior percentagem de rapazes que falam com o pai (52,4%) em comparação com 42% das raparigas. Por seu turno, há uma maior fracção de raparigas que comunica com os amigos/as (84,7%), enquanto que entre os rapazes essa percentagem decresce para os 77%. Como seria de esperar, a comunicação com os pais é mais relevante para uma maior fracção de inquiridos mais novos. Entre os jovens dos 9 aos 12 anos, 65% declara que a mãe é das pessoas com quem comunicam mais ao telemóvel e 54,2% afirmam que o pai também se inclui nesse círculo de pessoas, enquanto que entre os internautas dos 16 aos 18 anos essas percentagens decrescem para os 59,3% e 46,2%, respectivamente. É apenas entre os inquiridos mais novos que a comunicação com os pais por telemóvel, em particular com a mãe (com um peso de 65%), assume maior importância que a comunicação com os amigos (com um peso de 59,2%). Assim a comunicação com os amigos cresce de peso enquanto que a comunicação com os pais decresce há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos. Alem disso, como seria de esperar a importância de relações afectivas, nomeadamente o namoro, aumenta com a idade dos jovens pelo que 35% dos internautas dos 16 aos 18 anos revelam que o namorado/a está 172
entre as pessoas com quem mais comunicam, enquanto que entre os mais novos essa percentagem é de apenas 10%.
Tabela 180: Com que pessoas costumas comunicar mais?: N Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com outros familiares Com os amigos/as Com o meu namorado/a Com outras pessoas Não sei/Não respondo
% 662 518 274 219 868 292 108 30
61,2 47,9 25,3 20,3 80,3 27,0 10,0 2,8
Masculino N
Feminino %
N
%
Com a minha mãe
383
62,1
279
60,1
Com o meu pai
323
52,4
195
42,0
Com os meus irmãos/irmãs
165
26,7
109
23,5
Com outros familiares
137
22,2
82
17,7
Com os amigos/as
475
77,0
393
84,7
Com o meu namorado/a
162
26,3
130
28,0
Com outras pessoas
63
10,2
45
9,7
Não sei/Não respondo
24
3,9
6
1,3
Com que pessoas costumas comunicar mais?: Idade 9 aos 12 anos N
%
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
%
Com a minha mãe
78
65,0
228
63,2
356
59,3
Com o meu pai
65
54,2
176
48,8
277
46,2
Com os meus irmãos/irmãs
22
18,3
78
21,6
174
29,0
Com outros familiares
32
26,7
70
19,4
117
19,5
Com os amigos/as
71
59,2
306
84,8
491
81,8
Com o meu namorado/a
12
10,0
70
19,4
210
35,0
Com outras pessoas
14
11,7
26
7,2
68
11,3
Não sei/Não respondo
16
13,3
8
2,2
6
1,0
Considerando a amostra dos jovens internautas inquiridos online, 72,1% teve o seu primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. Verifica-se ainda uma maior fracção de raparigas que obteve o telemóvel com 13 anos ou menos (75,6%) em comparação com 69,4% dos rapazes.
173
Tabela 181: Com que idade tiveste o primeiro telemóvel?
N
%
10 anos ou menos
232
21,5
11 anos
186
17,2
12 anos
200
18,5
13 anos
161
14,9
14 anos
147
13,6
15 anos
69
6,4
16 anos
22
2,0
17 anos
5
,5
18 anos ou mais
1
,1
Não me lembro
58
5,4
1081
100,0
Total
Masculino N 10 anos ou menos
Feminino %
N
%
139
22,5
93
20,0
11 anos
95
15,4
91
19,6
12 anos
106
17,2
94
20,3
13 anos
88
14,3
73
15,7
14 anos
87
14,1
60
12,9
15 anos
47
7,6
22
4,7
16 anos
14
2,3
8
1,7
17 anos
1
,2
4
,9
19
4,1
18 anos ou mais
1
,2
Não me lembro
39
6,3
Apenas uma pequena minoria dos jovens (7,8%) comprou o seu primeiro telemóvel a expensas próprias, 50,5% declaram que foi o pai a comprar e 22% que foi a mãe. Portanto, para uma maioria significativa dos jovens a iniciativa de comprar o telemóvel foi tomada em conluio com os pais ou tomada pelos próprios pais. Estes dados poderão sugerir que os muitos pais poderão fazer questão que os filhos utilizem telemóvel para que possam estar contactáveis durante o dia. Para muitos jovens, a obtenção do telemóvel poderá fazer parte de parte de uma estratégia familiar e o grande crescimento da utilização do telemóvel entre os mais novos aconteceu de certo com o apoio de muitos pais que têm percepção de que a utilização do telemóvel por parte dos pais traz vantagens para si. Há uma maior fracção ligeiramente superior de raparigas do que de rapazes que obtiveram o primeiro telemóvel através dos pais. Por seu turno, verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes (9,2%) que compraram com o seu próprio dinheiro o ser primeiro telemóvel, em comparação com 5,8% de raparigas. Observa-se ainda que a percentagem de inquiridos que comprou a expensas próprias o seu primeiro 174
telemóvel cresce há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos, com maior autonomia financeira. Contudo, a iniciativa dos pais em comprar o telemóvel parece sofrer poucas alterações ao longo das faixas etárias.
Tabela 182: Quem comprou o teu primeiro telemóvel?
N Eu
% 84
7,8
O meu pai
546
50,5
A minha mãe
238
22,0
Um irmão/irmã
34
3,1
Outro familiar
127
11,7
Um amigo/a
12
1,1
Outra pessoa
40
3,7
1081
100,0
Total
Masculino N Eu
Feminino %
N
%
57
9,2
27
5,8
O meu pai
303
49,1
243
52,4
A minha mãe
133
21,6
105
22,6
Um irmão/irmã
21
3,4
13
2,8
Outro familiar
78
12,6
49
10,6
2
,3
10
2,2
23
3,7
17
3,7
Um amigo/a Outra pessoa
Idade
Eu
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
2
1,7
23
6,4
59
9,8
O meu pai
58
48,3
187
51,8
301
50,2
A minha mãe
21,7
25
20,8
83
23,0
130
Um irmão/irmã
4
3,3
9
2,5
21
3,5
Outro familiar
18
15,0
39
10,8
70
11,7
Um amigo/a Outra pessoa Total
1
,8
4
1,1
7
1,2
12
10,0
16
4,4
12
2,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
28,6% dos jovens internautas acha que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem telemóvel enquanto que 66,9% acha que não mudaria nada. É curioso verificar aqui um efeito de género, visto que há claramente uma maior fracção de raparigas (36,6%) que considera que a sua vida mudaria para pior se ficasse duas semanas sem telemóvel, enquanto que essa fracção entre os rapazes é de apenas 22,5%. Inversamente, 72,6% dos rapazes acham que não aconteceria nada enquanto que entre
175
as raparigas essa percentagem decresce para os 59,3%. Por outro lado, os internautas mais velhos são também os mais pessimistas visto que 30,5% considera que a sua vida mudaria para pior se ficassem privados do telemóvel durante um par de semanas, enquanto que entre os mais novos apenas 20,8% considera o mesmo. Estes dados poderão dever-se pelo cálculo dos mais velhos de que terão mais a perder se ficarem privados do telemóvel visto que é um meio para melhorar e aprofundar as suas relações sociais e a sua maior autonomia.
Tabela 183: Se ficasse duas semanas sem telemóvel?
N A minha vida mudaria para melhor A minha vida mudaria para pior Não aconteceria nada Total
% 49 309 723 1081
4,5 28,6 66,9 100,0
Masculino N A minha vida mudaria para melhor A minha vida mudaria para pior Não aconteceria nada
Feminino %
30 139 448
N 4,9 22,5 72,6
% 19 170 275
4,1 36,6 59,3
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
A minha vida mudaria para melhor
6
5,0
18
5,0
25
4,2
A minha vida mudaria para pior
25
20,8
101
28,0
183
30,5
Não aconteceria nada
89
74,2
242
67,0
392
65,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
45,2% dos inquiridos admite que apenas algumas mensagens são necessárias, 37,1% acha que muitas são necessárias e apenas 14,3% acha que são todas necessárias. As diferenças entre os sexos não são grandes o suficiente, nem assume todas o mesmo sentido para que possamos tirar conclusões. Quanto às diferenças entre escalões etários, verificamos que há medida que os inquiridos se vão tornando mais velhos maior é a tendência para haver uma maior fracção que considera que muitas ou todas as suas mensagens são necessárias.
176
Tabela 184: Consideras que todas as chamadas que fazes e as mensagens que envias são necessárias?
N
%
Não, nenhuma é necessária
36
3,3
Sim, algumas são necessárias
489
45,2
Sim, muitas são necessárias
401
37,1
Sim, todas são necessárias
155
14,3
1081
100,0
Total
Masculino N Não, nenhuma é necessária
Feminino %
N
%
27
4,4
9
1,9
Sim, algumas são necessárias
270
43,8
219
47,2
Sim, muitas são necessárias
224
36,3
177
38,1
Sim, todas são necessárias
96
15,6
59
12,7
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Não, nenhuma é necessária
14
11,7
12
3,3
10
1,7
Sim, algumas são necessárias
56
46,7
181
50,1
252
42,0
Sim, muitas são necessárias
35
29,2
120
33,2
246
41,0
Sim, todas são necessárias
15
12,5
48
13,3
92
15,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
A situação em que uma maior percentagem de jovens declaram ter por hábito desligar o telemóvel é quando estão nas aulas (40,8%), seguida da situação em que os jovens se encontram no cinema (39,7%). Apenas uma minoria dos jovens declaram que desligam o telemóvel quando estão a estudar (18,6%) ou quando estão em família, às refeições, a ver televisão, etc. (11,4%). Uma fracção ligeiramente superior de rapazes afirma que desligam o telemóvel quando estão nas aulas (43,8%), em comparação com 36,9% das raparigas. De facto, nota-se percentagens ligeiramente superiores de rapazes que desligam o telemóvel nas situações consideradas. São diferenças muito pequenas mas que demonstram uma certa consistência e que nos permitem considerar que uma maior fracção das raparigas é mais relutante em desligar o telemóvel em diversas situações. No que respeita às diferenças entre idades verifica-se, sem margem para dúvidas, que é entre os mais novos que há maior percentagens de inquiridos a desligar o telemóvel nas 177
diversas situações consideradas. 66,7% e 56,7% dos jovens dos 9 aos 12 anos declaram que desligam o telemóvel nas aulas e no cinema, respectivamente. Mas entre os jovens mais velhos, dos 16 aos 18 anos essas percentagens sofrem uma grande queda, sendo 31,3% e 30,3%, respectivamente. Igualmente, fracções maiores de internautas mais novos desligam o telemóvel quando estão a estudar (30,8%) e quando estão em situações familiares (19,2%), enquanto que entre os mais velhos essas percentagens são de 13,3% e 8,5% respectivamente.
Tabela 185: Costumas desligar o telemóvel:
Costumas desligar o telemóvel: quando estou nas aulas
Sim
N 441
% 40,8
Não
609
56,3
Ns/nr
31
2,9
Costumas desligar o telemóvel: quando estou no cinema
Sim
429
39,7
Não
619
57,3
Ns/nr
33
3,1
Costumas desligar o telemóvel: quando estou a estudar
Sim
201
18,6
Não
849
78,5
31
2,9
Costumas desligar o telemóvel: quando estou em família, às refeições, a ver televisão, etc.
Sim
123
11,4
Não
928
85,8
Ns/nr
30
2,8
Ns/nr
Idade Masculino N
Feminino
Costumas desligar o telemóvel: quando estou nas aulas
Sim
270
% 43,8
Não
328
53,2
19
3,1
12
2,6
Costumas desligar o telemóvel: quando estou no cinema
Sim
257
41,7
172
37,1
Não
343
55,6
276
59,5
Ns/nr
17
2,8
16
3,4
Costumas desligar o telemóvel: quando estou a estudar
Sim
123
19,9
78
16,8
Não
476
77,1
373
80,4
Ns/nr
18
2,9
13
2,8
Costumas desligar o telemóvel: quando estou em família, às refeições, a ver televisão, etc.
Sim
76
12,3
47
10,1
Não
524
84,9
404
87,1
Ns/nr
17
2,8
13
2,8
Ns/nr
N 171 281
% 36,9 60,6
178
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
Costumas desligar o telemóvel: quando estou nas aulas
Sim
80
% 66,7
173
% 47,9
188
% 31,3
Não
29
24,2
175
48,5
405
67,5
Ns/nr
11
9,2
13
3,6
7
1,2
Costumas desligar o telemóvel: quando estou no cinema
Sim
68
56,7
179
49,6
182
30,3
Não
38
31,7
169
46,8
412
68,7
Ns/nr
14
11,7
13
3,6
6
1,0
Costumas desligar o telemóvel: quando estou a estudar
Sim
37
30,8
84
23,3
80
13,3
Não
71
59,2
265
73,4
513
85,5
Ns/nr
12
10,0
12
3,3
7
1,2
Costumas desligar o telemóvel: quando estou em família, às refeições, a ver televisão, etc.
Sim
23
19,2
49
13,6
51
8,5
Não
85
70,8
300
83,1
543
90,5
Ns/nr
12
10,0
12
3,3
6
1,0
A maioria dos inquiridos (56,3%) afirma ainda que, às vezes, recebe mensagens quando já está deitado e 18,8% afirma que isso acontece muitas vezes. Verifica-se que há claramente uma maior percentagem de raparigas que afirma que recebem muitas vezes mensagens quando já estão deitadas, nomeadamente, 25,4% em comparação com 13,8% dos rapazes. Inversamente, 31,4% dos rapazes afirmam que tal situação nunca acontece e apenas 16,2% das raparigas declaram que nunca recebem chamada quando já estão deitadas. Como seria de prever, os mais novos são os menos recebem chamadas quando já estão deitadas. 43,3% dos internautas dos 9 aos 12 anos afirmam que recebem chamadas, às vezes ou muitas vezes, quando já estão deitados, enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos essa percentagem ascende aos 82,8%.
Tabela 186: Costumas receber chamadas ou mensagens quando já estás deitado?
N
%
Sim, às vezes
609
56,3
Sim, muitas vezes
203
18,8
Não, nunca Total
269
24,9
1081
100,0
Masculino N Sim, às vezes Sim, muitas vezes Não, nunca
Feminino %
N
%
338
54,8
271
58,4
85
13,8
118
25,4
194
31,4
75
16,2
179
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
Sim, às vezes
%
45
37,5
201
55,7
363
60,5
7
5,8
62
17,2
134
22,3
68
56,7
98
27,1
103
17,2
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Sim, muitas vezes Não, nunca Total
%
Pouco menos de 90% afirma que existem três ou mais telemóveis em casa. Portanto podemos assumir que entre os inquiridos online, seja normal haver um telemóvel por cada membro da família ou que quase todos os membros do agregado familiar tenham, cada um, o seu próprio aparelho.
Tabela 187: Quantos telemóveis há em tua casa?
N
%
Um
20
1,9
Dois
92
8,5
Três
314
29,0
Quatro
365
33,8
Mais de quatro
288
26,6
Nenhum Total
2
,2
1081
100,0
Inquérito nacional A par do que foi verificado entre os inquiridos online, também se verifica que a uma grande maioria dos jovens portugueses inquiridos a nível nacional (72,8%) afirmam que têm telemóvel, embora seja uma fracção menor da registada online. Também se verifica que há uma fracção maior de raparigas, mais 5%, do que de rapazes que afirmam ter um telemóvel. Entre os jovens dos 16 aos 18 anos, a posse de telemóvel é quase universal no panorama nacional, visto que 98,2% declaram ter um. O mesmo já não se verifica entre os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, entre os quais 45,9% afirmam ter telemóvel. Contudo, nota-se a clara tendência para uma utilização praticamente universal do telemóvel entre os adolescentes e mesmo entre os mais novos quase metade já tem o seu próprio aparelho. Assim, espera-se que os telemóveis sejam cada vez mais utilizados pelos mais novos. Esta tendência é corroborada pelo facto de que a idade média em que os inquiridos a nível nacional obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos. A
180
larga maioria (89,6%) tem apenas um aparelho e poucos são os que têm dois ou três aparelhos.
Tabela 188: Tem telemóvel
N
%
Sim
201
72,8
Não
75
27,2
Total
276
100,0
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino
Sim
99
% 70,0
Não
42
30,0
N 102
% 75,7
33
24,3 Idade
8 - 12 anos Sim
N 49
% 45,9
Não
58
54,1
13 - 15 anos
16 - 18 anos
N
N
55
% 78,8
15
21,2
96
% 98,2
2
1,8
Tabela 189: Quantos aparelhos possui a funcionar neste momento
N
%
1
180
89,6
2
18
8,8
3
3
1,6
201
100,0
Total
Tabela 190: Com que idade teve o seu primeiro telemóvel Média
11,8
Mediana
12
Moda
11
Máximo
6
Mínimo
18
Percentil 25
10
Percentil 75
13
Desvio Padrão
2,4
Outro dado que confirma a penetração praticamente universal dos telemóveis nos lares dos portugueses é de que apenas 3,2% dos inquiridos afirmam não haver um telemóvel no agregado familiar. Uma grande maioria dos inquiridos (88,4%) afirma que há pelo menos dois telemóveis em casa e em 67,9% dos casos há três ou mais telemóveis por
181
agregado, o que confirma a tendência já apontada atrás de que em muitos lares portugueses existe pelo menos um telemóvel por cada membro do agregado familiar. O que parece ser mais diminuta é a penetração dos aparelhos de terceira geração nos lares portugueses, que é de apenas 11,4% entre os lares dos jovens inquiridos. Uma maioria de 70% afirma que os telemóveis utilizados no agregado não são da última geração.
Tabela 191: Nº de telemóveis no agregado
N
%
Um
23
8,4
Dois
56
20,5
Três
81
29,7
Quatro
59
21,6
Mais de quatro
45
16,6
Nenhum Total
9
3,2
273
100,0
Tabela 192: São na sua maioria equipamentos de 3G
N
%
Sim, 3g
30
11,4
Não, mas tem muitas funcionalidades aproximadas aos 3g
27
10,2
Não sabe do que se trata Ns/nr
187 6 16
70,0 2,3 6,1
Total
267
100,0
Não
Os jovens portugueses são da opinião, em termos médios, de que o custo razoável de um telemóvel novo é de 114,2 euros. Este valor médio superior entre os rapazes (121,91) do que entre as raparigas (105,15). Além disso, o preço médio que os jovens inquiridos acham razoável pagar na aquisição de um novo telemóvel aumenta há medida que aumenta a idade dos inquiridos. Assim sendo, os inquiridos mais velhos, com um poder de compra e uma liberdade financeira um pouco maior do que os mais novos acham razoável, em termos médios, gastar 123,36 euros num novo telemóvel, enquanto que os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, consideram, em média, que 91,04 euros é um preço razoável.
182
Tabela 193: Em termos médios, qual o valor que acha razoável gastar na aquisição de um telemóvel novo Média
114,20
Mediana
100,00
Moda
100
Desvio-Padrão
63,722
Mínimo
0
Máximo Percentis
400 25
70,00
75
150,00
Sexo do entrevistado
Média
Masculino 121,91
Feminino 105,15
100,00
100,00
100
100
74,171
47,608
0
25
Mediana Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis
400
250
25
62,25
73,66
75
150,00
150,00
8 - 12 anos 91,04
13 - 15 anos 119,73
16 - 18 anos 123,36
60,54
100,00
100,00
Idade Média Mediana Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis
100
100
100
75,128
56,878
57,889
0
20
50
250
250
400
25
42,90
90,00
100,00
75
100,01
150,00
150,00
Entre os jovens portugueses inquiridos, 42% têm como principal operador a TMN, contudo este operador está praticamente em paralelo com Vodafone, que é o principal operador de 41,5% dos jovens. Como a distinção entre os dois é mínima podemos dizer que são estes, em par de igualdade, os principais operadores entre os jovens portugueses, com a Optimus a aparecer como um distante terceiro. Operadores como a Uzo, entre outros, são muito pouco utilizados pelos jovens portugueses. Verifica-se ainda que apenas uma minoria dos jovens inquiridos (12,7%) utiliza mais do que um operador, sendo que a grande maioria (86,1%) mantêm-se fiel a um operador. Quando os jovens utilizam um segundo operador este é um dos três maiores operadores presentes em Portugal.
183
Tabela 194: Principal operador de comunicações móveis (aquele a partir do qual faz o maior número de chamadas)
N
%
Vodafone
83
41,5
Optimus
24
11,8
TMN
84
42,0
Uzo
6
3,0
Outro
3
1,3
Ns/nr
1
,4
Total
201
100,0
Tabela 195: Utiliza mais do que um operador
N
%
Sim
25
12,7
Não
173
86,1
2
1,2
201
100,0
Ns/Nr Total
Tabela 196: Quais são esses outros operadores
% Vodafone
36,4
Optimus
38,0
TMN
48,5
A quase totalidade dos inquiridos (96%) tem como modalidade de pagamento o cartão pré-pago e apenas uma pequena minoria de 2,6% utiliza o modo de pagamento por assinatura individual. Além disso, uma maioria de 61,9% carrega o telemóvel uma vez por mês, apenas 14,2% têm por hábito carregar duas vezes e uma pequena minoria de 6,7% carrega três ou mais vezes por mês. Muito poucos são também aqueles que carregam o telemóvel em intervalos de tempo bastante espaçados como de 2 em 2 meses (4,2%) ou de 3 em 3 meses (0,9%).
Tabela 197: Qual é a modalidade de pagamento do principal operador de telemóvel
N Cartão pré-pago Assinatura individual Ns/nr Total
% 193 5 3 201
96,0 2,6 1,5 100,0
184
Tabela 198: Em média, quantas vezes carrega o seu telemóvel por mês:
N
%
0
2
1,1
1
119
61,9
2
27
14,2
3
6
2,9
4
6
3,1
5
0
,2
10
1
,5
3 em 3 meses
2
,9
2 em 2 meses
8
4,2
Ns/nr
21
11,0
Total
193
100,0
Em média, os jovens gastam 18,69 euros por mês no seu telemóvel. É curioso verificar que são as jovens inquiridas, as mais gastadoras (em média, 21,6 euros por mês), em comparação com os rapazes (15,58 euros, em termos médios), fazendo assim valer o estereótipo de que as raparigas comunicam mais ao telefone ou ao telemóvel do que os rapazes. Ademais, comparando entre escalões etários, como também seria de prever, observa-se que os jovens dos 16 aos 18 anos são os que mais gastam (23,3 euros, em média). Nos escalões etários mais baixos os custos vão diminuindo: os inquiridos dos 13 aos 15 anos gastam, em termos médios, 16,72 euros e os jovens dos 8 aos 12 anos gastam 14,57 euros, em média. Tabela 199: Em média, qual o valor que gasta por mês no seu telemóvel Média
18,69
Mediana
15,00
Moda
10
Desvio-Padrão
21,512
Mínimo
5,00
Máximo Percentis
200,00 25
10,00
75
20,00
185
Sexo do entrevistado Masculino
Feminino
Média
15,58
21,60
Mediana
15,00
15,00
10
10
9,300
28,327
5,00
5,00
Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis
50,00
200,00
25
7,50
10,00
75
20,00
20,00 Idade
8 - 12 anos Média Mediana Moda Desvio-Padrão Mínimo Máximo Percentis
13 - 15 anos
16 - 18 anos
14,57
16,72
23,30
10,00
15,00
15,00
10
10
10
14,955
10,050
28,791
5,00
5,00
5,00
100,00
50,00
200,00
25
7,50
10,00
10,00
75
15,00
23,27
25,00
Os jovens portugueses inquiridos fazem, em média, 3,56 chamadas por dia. Verifica-se uma média maior de chamadas diárias entre os rapazes do que entre as raparigas, o que pode parecer de certa forma uma contradição com o facto de ser as raparigas as que mais gastam com o telemóvel. Porém, é de sublinhar que a média é uma medida que é sensível aos valores extremos e como o valor máximo entre os inquiridos do sexo é de 80 chamadas (enquanto que entre as jovens esse valor é de 30 chamadas diárias), esse valor vai influenciar a tendência central. Por outro lado, mesmo no cenário em que se possa aceitar que são os rapazes que mais chamadas fazem, poderá acontecer o caso em que sejam as raparigas a efectuar as chamadas mais longas, podendo assim gastar mais fazendo menos chamadas. Este cenário parece ser corroborado pela análise dos percentis, que serve de como medida de controlo da média: até 75% dos rapazes faz até quatro chamadas por dia, enquanto que entre as raparigas, 75% efectua até três chamadas por dia. Quanto às comparações entre escalões etários verifica-se uma média maior de chamadas diárias (4,76) entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, mas esta média sofre da influência da média masculina, isto é do valor máximo que é 80, enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos o valor máximo é de 30 chamadas e entre os mais pequenos, dos 8 aos 12 anos, é de 10 chamadas por dia. Todavia, verifica-se sem surpresas que são os mais
186
novos os que registam uma média de chamadas menor (2,32), enquanto que os mais velhos registam uma média de 3,68 chamadas diárias. A tendência para os mais velhos registarem um maior número de chamadas terá a ver com a sua maior autonomia e liberdade, assim como a uma rede social maior, em termos médios, do que a dos mais novos. Olhando para os percentis para relativizar os valores das médias, verifica-se que 75% dos jovens dos 16 aos 18 anos fazem até 4 chamadas por dia, enquanto que entre os jovens dos 13 aos 15 anos e entre os inquiridos dos 8 aos 12 anos, 75% efectua até 3 chamadas. Observa-se então a sobrevalorização da média dos jovens dos 13 aos 15 anos devida aos valores extremos.
Tabela 200: Quantas chamadas faz em média por dia do seu telemóvel Média
3,56
Mediana
2,00
Moda Desvio-padrão
1 7,736
Mínimo
0
Máximo
80
Percentis
25
1,00
75
4,00
Sexo do entrevistado
Média Mediana Moda Desvio-Padrão
Masculino 4,18
Feminino 3,01
2,00
1,00
1
1
10
5
Mínimo
0
0
Máximo
80
30
25
1
1
75
4
3
Percentis
Idade Média Mediana
8 - 12 anos 2,32
13 - 15 anos 4,76
16 - 18 anos 3,68
1,00
1,00
2,00
Moda
1
1
1
Desvio-Padrão
3
14
5
Mínimo
0
0
0
Máximo Percentis
10
80
30
25
1
1
1
75
3
3
4
187
Nos dados seguintes observa-se claramente que o telefone fixo está a perder terreno para os telemóveis, visto que pouco mais de metade dos jovens dizem que têm telefone fixo em casa, enquanto que a cobertura de telemóveis é, hoje em dia, muito maior. Entre aqueles que têm telefone fixo, 74,6% tem a PT como operadora de facturação das chamadas, apenas 9,4% utiliza a Tele 2 e apenas 8% tem como operadora a Novis/home. A Cabovisão reúne apenas uma minoria de 4% de clientes entre os inquiridos e 2,4% utiliza outras operadoras.
Tabela 201: Tem telefone fixo em casa
N
%
Sim
139
Não
127
47,7
Total
267
100,0
52,3
Tabela 202: Qual é a operadora de facturação das chamadas
PT Novis/home
% 74,6 8,0
Tele 2
9,4
Cabovisão
4,0
Ns/nr Outros
1,6 2,4
Desde que os jovens têm telemóvel, 43,7% dizem que falam menos tempo através do telefone fixo em casa. Este poderá ser portanto um indicador de que a expansão da utilização do telemóvel terá acontecido às expensas da utilização do telefone fixo. Os dados divergem um pouco entre os sexos mas a tendência principal mantém-se. Quanto à comparação entre os escalões etários verifica-se que é entre os jovens dos 16 aos 18 anos que há uma maior fracção de inquiridos (56,1%) que afirmam falar menos através do telefone fixo desde que têm telemóvel. Para além das vantagens de mobilidade que o telemóvel garante, é ainda de salientar que a comunicação por telemóvel poderá garantir em determinadas situações maior privacidade. Outro dado que reforça o exposto atrás, é que o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de casa diminuíram , segundo 47,9% dos jovens inquiridos. No que respeita ao telefone fixo do trabalho verifica-se que a transferência de chamadas do fixo para o telemóvel não foi tão acentuada. Porém, não há um único inquirido a
188
afirmar que fala mais pelo telefone fixo do trabalho. É ainda de salientar que são muito poucos os jovens inquiridos que trabalham pelo que não é prudente tirar grandes elações dos dados. Ademais, 23% dos jovens trabalhadores afirmam que as chamadas efectuadas pelo telefone fixo do trabalho diminuíram e apenas 3,5% dizem que aumentaram.
Tabela 203: Desde que tem telemóvel fala mais tempo, o mesmo tempo ou menos tempo através do telefone fixo de casa
N
%
Mais tempo
3
2,6
O mesmo tempo
49
41,5
Menos tempo
51
43,7
Ns/nr
14
12,2
Total
117
100,0
Sexo do entrevistado Masculino N Mais tempo
Feminino %
N
%
1
1,8
2
3,4
O mesmo tempo
23
38,1
25
45,1
Menos tempo
28
45,6
23
41,6
9
14,5
6
9,8
Ns/nr
Idade 8 - 12 anos N
13 - 15 anos
%
N
Mais tempo
16 - 18 anos
%
N
%
1
3,2
2
3,8
O mesmo tempo
16
47,9
18
50,9
15
30,8
Menos tempo
12
36,1
11
32,9
28
56,1
5
16,0
5
13,0
5
9,3
Ns/nr
Tabela 204: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo de casa...
N Aumentaram
% 1
1,0
Mantiveram-se
43
36,9
Diminuíram
56
47,9
Ns/nr
17
14,2
Total
117
100,0
189
Tabela 205: Desde que tem telemóvel fala mais...através do telefone fixo do trabalho
N
%
O mesmo tempo
9
39,3
Menos tempo
7
29,5
Ns/nr
7
31,2
Total
23
100,0
Tabela 206: Desde que tem telemóvel o número de chamadas efectuadas pelo telefone fixo do trabalho...
N Aumentaram Mantiveram-se Diminuíram
% 1
3,5
12
53,1
5
23,0
Ns/nr
5
20,5
Total
23
100,0
Desde de que têm telemóvel, 63,3% dos jovens falam habitualmente com o amigos pelo telefone fixo de casa, enquanto que 61,1% afirmam falar com familiares. Confirma-se portanto, que mesmo no telefone fixo. Apenas uma minoria de 4,8% fala com a colegas de trabalho sobre assuntos profissionais.
Tabela 207: Com quem é que fala habitualmente pelo telefone fixo de casa desde que tem telemóvel: % Com familiares
61,1
Com amigos
63,3
Com colegas de trabalho sobre assuntos profissionais
4,8
Tal como se verificou entre os inquiridos online, também entre os jovens inquiridos a nível nacional verifica-se que os amigos ultrapassam os familiares no que respeita com quem habitualmente comunicam através do telemóvel. De facto, 54,2% dos jovens referenciaram em primeiro lugar os amigos e 42,7% referenciaram os pais. Quanto à segunda referencia, as posições invertem-se: 54% dos jovens portugueses inquiridos referenciam em segundo lugar os pais e 41% referenciam os amigos.
190
Tabela 208: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (1ªREF.)
N Com familiares Com amigos Com colegas de trabalho sobre assuntos profissionais Com outras pessoas
% 86
42,7
109
54,2
2
,8
2
,9
Ns/nr
3
1,4
Total
201
100,0
Tabela 209: Com quem é que fala mais habitualmente através do telemóvel (2ªREF.)
N Com familiares Com amigos Com colegas de trabalho sobre assuntos profissionais Com outras pessoas Ns/nr
% 108
54,0
82
41,0
3
1,3
8
3,8
201
100,0
Total
Confirmando o que já foi dito atrás, das chamadas que os jovens têm no seu telemóvel, a maior percentagem, em termos médios, é atribuída a conversas sociais com os amigos (49,21% em média) enquanto que, no que toca a conversas com familiares, a percentagem média desde para os 39,63%. Apenas uma média de 3,25% das chamadas é atribuída a conversas para a resolução de problemas fundamentais da gestão doméstica e familiar, uma média de 1,84% das chamadas é atribuída a conversas profissionais (o que seria de esperar visto que tão poucos jovens declaram trabalhar) e uma média de 6,07% das chamadas é atribuída a outras conversas.
Tabela 210: Das chamadas que tem no seu telemóvel qual a percentagem que daria a:
Média Mediana Moda Desvio-padrão Mínimo
Conversas profissionais 1,84
Conversas sociais com amigos 49,21
Conversas sociais com familiares 39,63
Conversas para resolução de problemas fundamentais da gestão doméstica e familiar 3,25
,00
50,00
40,00
,00
Outras conversas 6,07 ,00
0
50
50
0
0
5,677
25,194
25,843
8,993
15,248
0
0
0
0
0
Máximo
50
100
100
80
100
Percentil 25
,00
30,00
20,00
,00
,00
Percentil 75
,00
60,00
50,00
,00
5,00
191
Entre os jovens utilizadores de telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens SMS: 34,7% dos jovens afirmam que utilizam, frequentemente o telemóvel para enviar ou receber mensagens e para 42% isso acontece muito frequentemente. Quanto a falar ao telemóvel, 37,4% dizem que o fazem frequentemente e apenas 14,7% o fazem muito frequentemente. Outra utilização se ainda assim se engloba nas mais habituais é a função de despertador utilizada frequentemente por 13,2% dos jovens e muito frequentemente por 18,1%. 20,7% dos jovens joga frequentemente ao telemóvel e 6,4% muito frequentemente. Outras utilizações relevantes são: a função de calculadora, utilizada frequentemente ou muito frequentemente por 24% dos jovens; e a função de agenda, usada frequentemente ou muito frequentemente por 21,3% dos jovens. Ouvir rádio ou música são usos que reúnem pouco mais de 13% de utilizadores frequentes ou muito frequentes. Outras utilizações como enviar e receber correio electrónico, faxes ou MMS, navegar ou consultar assuntos na internet, usar programas de mensagens instantâneas, fazer donativos ou utilizar outras aplicações informáticas não reúnem mais do que 10% de utilizadores habituais ou muito habituais.
192
Tabela 211: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel para: Nunca (%)
Pouco frequentemente (%)
Frequentemente (%)
Muito frequentemente (%)
Ns/nr (%)
Falar ao telefone
9,1
36,8
37,4
14,7
2,0
Enviar e receber SMS
5,9
17,4
34,7
42,0
Enviar e receber correio electrónico
81,1
7,6
4,7
4,4
2,2
Enviar e receber faxes
94,9
3,6
,6
,9
Enviar e receber MMS
81,3
11,9
3,3
2,6
,9
Jogar
40,6
32,4
20,7
6,4
Navegar/consultar assuntos na internet
83,2
9,7
3,9
2,7
,5
Utilizar a calculadora
49,7
25,7
16,5
7,5
,5
Ouvir rádio
79,5
6,4
8,5
5,0
,5
Ouvir música
81,7
4,1
7,5
6,1
,5
Utilizar programas de mensagens instantâneas
85,2
4,5
3,5
4,8
2,1
Fazer donativos para campanhas
93,9
2,3
2,6
Utilizar a agenda
57,4
20,3
12,1
9,2
1,1
Utilizar o despertador
48,1
19,5
13,2
18,1
1,1
Utilizar outras aplicações informáticas
91,4
2,3
3,7
1,6
1,0
1,2
Entre os jovens respondentes, 80,7% passaram a felicitar os seus amigos e familiares pelo seu aniversário através de mensagens SMS e/ou MMS (embora as mensagens MMS componham uma pequeníssima minoria a julgar pelos dados expostos atrás). Além disso, uma percentagem próxima de jovens (76,8%) passou a enviar mensagens de boas festas pelo telemóvel e 64,6% mensagens pessoais. A percentagem de jovens que passou a enviar mensagens profissionais é a mais reduzida (24%).
193
Tabela 212: Desde que utiliza o telemóvel passou a: % Felicitar os seus amigos e familiares pelo seu aniversário através de SMS e/ou MMS
80,7
Enviar as mensagens de boas festas através de SMS e/ou MMS
76,8
Enviar muitas das mensagens profissionais através de SMS e/ou MMS Enviar muitas das mensagens pessoais através de SMS e/ou MMS
24,0
64,6
O motivo mais habitual para utilizar o telemóvel, isto é, referido por uma percentagem maior de inquiridos é combinar encontros: 54,2% dos inquiridos utilizam o telemóvel, frequentemente ou muito frequentemente, para combinar encontros. Praticamente metade dos inquiridos referem ainda que utilizam frequentemente ou muito frequentemente o telemóvel para saber como estão os familiares e amigos e/ou para conversar sem assuntos concretos com amigos, familiares e conhecidos. Mais de 40% dos jovens mencionam que saber onde estão os familiares do agregado domestico e/ou saber onde se encontram outras pessoas da família, motivam frequentemente ou muito frequentemente as chamadas por telemóvel. Outra motivação que leva, frequentemente ou muito frequentemente, 38,7% dos jovens a efectuar uma chamada pelo telemóvel é conversar sobre assuntos afectivos ou amorosos. E 30,2% adiantam que ligam, frequentemente ou muito frequentemente, pelo telemóvel para avisar que estão atrasados para uma reunião ou um encontro marcado, enquanto que 26,8% ligam com a mesma frequência para saber se alguém já chegou a uma reunião ou a um encontro e 26,5% telefonam para avisar que chegaram a uma reunião ou a um encontro. Apenas uma pequena minoria dos jovens usa o telemóvel frequentemente para resolver assuntos e problemas profissionais.
194
Tabela 213: Com que frequência costuma utilizar o telemóvel pelos motivos de: Nunca (%)
Pouco frequentemente (%)
Frequentemente (%)
Muito frequentemente (%)
Ns/nr (%)
11,3
33,9
38,6
15,6
,6
20,9
34,4
34,3
7,3
3,0
14,7
39,8
37,3
6,3
1,9
39,0
31,7
23,7
3,1
2,4
79,9
4,8
2,3
12,6
35,9
40,4
9,2
1,9
43,6
27,5
23,2
3,3
2,5
42,1
24,2
25,5
4,7
3,5
19,4
27,8
40,3
9,6
2,9
32,4
26,5
28,0
10,7
2,4
Combinar encontros Saber onde estão os filhos, pais, ou familiares do agregado doméstico Saber onde se encontram outras pessoas da sua família Saber se alguém já chegou a encontro/reunião marcado Resolver assuntos e problemas profissionais Saber como estão familiares e amigos Avisar que chegou a um encontro/reunião marcado Avisar que está atrasado para encontro/reunião marcado Conversar sem assuntos concretos com amigos, familiares e conhecidos Conversar sobre assuntos amorosos/afectivos
13,0
Apenas 14,5% dos jovens afirmam que, se não tivessem telemóvel, realizariam a maioria das chamadas que efectuam através de um telefone fixo. 27,5% afirmam que só fariam essas chamadas se o motivo fosse realmente urgente e 43,6% afirmam peremptoriamente que não fariam a maioria das chamadas que efectuam no telemóvel através do telefone fixo.
Tabela 214: Supondo, que não tinha telemóvel, realizaria na mesma, através de um telefone fixo a maioria das chamadas móveis que efectua:
N Sim, sempre Sim, mas apenas se o motivo da chamada fosse mesmo urgente Não
% 29
14,5
55
27,5
88
43,6
Ns/nr
29
14,3
Total
201
100,0
Uma esmagadora maioria dos jovens (82,1%) relevam uma grande autonomia no que respeita a operações relacionados com o uso do telemóvel visto que apenas 5,3 pede, às vezes, a outras pessoas que lhes façam algumas operações e 10,3% pede 195
frequentemente. Dentro dos jovens que pedem a outras pessoas para realizar operações relacionadas com o telemóvel, 73,3% pedem para fazer carregamentos do cartão prépago e 15,6% pedem para resolver problemas de funcionamento do equipamento. Apenas 2,5 pede assistência na escrita, envio ou outras operações relacionadas com mensagens escritas.
Tabela 215: Costuma pedir a outras pessoas que lhe façam algumas operações relacionadas com o uso do telemóvel
N
%
Sim, frequentemente
21
10,3
Sim, às vezes
11
5,7
Não
165
82,1
Ns/nr
4
2,0
Total
201
100,0
Tabela 216: Qual é a principal operação que pede para as outras pessoas fazerem:
N Fazer carregamentos do cartão prépago
% 23
73,3
Escrever/enviar e/ou ler/apagar mensagens escritas
1
2,5
Resolver problemas de funcionamento do equipamento
5
15,6
Outra
3
8,6
Total
32
100,0
O serviço utilizado, frequente ou muito frequentemente, pela maior percentagem de jovens são os toques, ainda assim essa percentagem é apenas de 16,4%. 12,8% dos jovens afirmam que utilizam, frequente ou muito frequentemente, o apoio ao cliente e 5,8% utilizam os logos disponibilizados pelos operadores. Mas de um modo geral apenas pequenas fracções de inquiridos utilizam os vários serviços disponibilizados como as notícias, informações sobre trânsito ou sobre o tempo, os alertas e/ou resultados de futebol e outros tipos de serviços.
196
Tabela 217: Com que frequência costuma utilizar os serviços disponibilizados pelo operador do seu telemóvel de: Nunca (%)
Pouco frequentemente (%)
Frequentemente (%)
Muito frequentemente (%)
Ns/nr (%)
Notícias
96,6
2,8
,6
Trânsito
98,3
1,7
Logos
88,1
5,6
4,2
1,6
,6
Tempo
96,5
,6
1,3
1,6
Toques
68,9
14,3
13,3
3,1
,3
Alertas e/ou resultados de futebol
93,8
4,6
1,6
Apoio ao cliente
56,1
30,7
11,2
1,6
,4
Outros tipos
4,1
,5
,6
1,6
93,3
É de assinalar que uma maioria bastante significativa dos jovens (85,2%) concordam ou concordam totalmente com a noção de que se sentem muitos mais tranquilos quando têm consigo o seu telemóvel. 79,4% dos jovens inquiridos também concordam ou concordam totalmente com a ideia de que têm maiores possibilidades de serem controlados quando estão com o seu telemóvel. Esta concordância poderá talvez ser sentida com maior veemência entre os jovens, recebendo o controlo dos pais. Como já foi exposto, levanta-se a hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel entre os jovens portugueses, efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa própria de muitos pais. A habituação ao telemóvel é visível em 57% dos jovens portugueses inquiridos que concordam ou concordam totalmente com a frase “Sinto-me muito ansioso/a quando não posso ter o meu telemóvel”. Apenas 27,8% concordam ou concordam totalmente que têm frequentemente necessidade de desligar o telemóvel para que as chamadas que recebem não interferirem com as suas relações interpessoais mais próximas. Inversamente, 74,3% concordam ou concordam totalmente que o seu telemóvel só lhes é útil se estiver constantemente ligado. Quanto à noção de que o telemóvel permite aos inquiridos gerir a sua vida privada e familiar de um modo muito mais eficaz, recebe a concordância ou a concordância total de 62% dos jovens. Apenas 28,3% dos inquiridos concordam ou concordam totalmente que a ideia de atender o telemóvel em público os incomoda e apenas uma pequeníssima minoria de 3,8%
197
concorda que a maioria das chamadas profissionais que recebem fora do período de trabalho são incómodas e invadem a sua privacidade individual e/ou familiar. A ideia de que vida das pessoas sem telemóvel, em geral, seria muito mais feliz e tranquila apenas acolhe a concordância ou a concordância total de 33,3% dos jovens. O telemóvel já faz parte do quotidiano dos jovens, penetrou, mesmo sub-repticiamente nas práticas do dia a dia, podendo servir várias funções mais práticas e outras mais lúdicas, daí que muitos jovens tenham dificuldade em imaginar uma vida sem telemóvel que fosse mais feliz. A maior parte dos jovens (em 76,8% dos casos) concordam ou concordam totalmente com a noção de que os telemóveis poderão ser um instrumento essencial para a realização de negócios e para a resolução de problemas profissionais a qualquer hora e em qualquer local. Mesmo que esta questão não lhes diga de momento directamente respeito poderão já vislumbrar a utilidade do telemóvel num futuro profissional. Apesar da utilização do telemóvel se ter massificado, ainda assim 44,1% dos jovens mostram a sua concordância ou a sua concordância total com a frase “o telemóvel hoje em dia permite identificar o estatuto social”. 46,5% dos jovens concordam ou concordam totalmente que quando recebem chamadas necessitam de se afastar para falar e 60,2% corroboram ou corroboram totalmente a ideia de que desde que usam o telemóvel deixaram de percorrer distâncias tão grandes para resolver os seus problemas. Uma maioria
bastante
significativa
de
jovens
(84,7%)
concorda
ou
concorda
peremptoriamente com a noção de que quando estão a falar ao telemóvel não gostam de ser interrompidos e 69,9% mostram a sua concordância ou concordância total à ideia de que tentam controlar o volume da sua voz falando mais baixo que o habitual quando estão a utilizar o telemóvel em locais públicos.
198
Tabela 218: Grau de concordância em relação à frase: Discordo totalmente (%) Sinto-me muito mais tranquilo/a quando tenho o meu telemóvel Tenho maiores possibilidades de ser controlado/a quando tenho o meu telemóvel Sinto-me muito ansioso/a quando não posso ter o meu telemóvel Tenho frequentemente necessidade de desligar o telemóvel para que as chamadas que recebo não interfiram com as minhas relações interpessoais mais próximas O meu telemóvel só me é útil se estiver permanentemente ligado O telemóvel permite-me gerir a minha vida privada e familiar de um modo muito mais eficaz A ideia de atender o telemóvel em público incomoda-me A maioria das chamadas profissionais que recebo fora do período de trabalho são incómodas e invadem a minha privacidade individual e/ou familiar O telemóvel hoje em dia permite identificar o estatuto social A vida das pessoas sem telemóvel, em geral, seria muito mais feliz e tranquila Os telemóveis são um instrumento essencial para a realização de negócios e para a resolução de problemas profissionais a qualquer hora e em qualquer local Quando recebo chamadas necessito de me afastar para falar Desde que uso o telemóvel deixei de percorrer distâncias tão grandes para resolver os meus problemas Quando estou a falar ao telemóvel não gosto de ser interrompido Tento controlar o volume da minha voz falando mais baixo que o habitual quando estou a utilizar o telemóvel em locais públicos
Discordo (%)
Concordo (%)
Concordo totalmente (%)
Ns/nr (%)
,9
12,1
63,3
21,9
1,9
1,5
17,3
61,0
18,4
1,8
6,6
32,6
43,9
13,1
3,7
29,2
37,6
19,8
8,0
5,4
2,5
20,0
53,0
21,3
3,2
6,1
24,3
49,5
12,5
7,7
25,8
39,9
25,4
2,9
5,9
29,4
35,2
3,8
19,3
24,4
38,6
6,1
11,5
9,8
42,3
26,1
7,2
14,7
3,8
14,2
56,8
14,0
11,2
11,2
39,4
37,9
8,6
2,8
10,9
20,4
49,6
10,6
8,6
1,0
10,1
69,7
15,0
4,1
4,4
20,2
59,2
10,7
5,5
31,5
A situação onde uma maior fracção de jovens dizem desligar sempre o seu telemóvel é quando estão em conferências, aulas e palestras (60,6%). 58,6% afirmam que desligam
199
os telemóveis em momentos fúnebres e 54,5% em celebrações religiosas em igrejas. Mais de metade afirma ainda que desliga sempre o telemóvel quando estão no cinema e cerca de 40% desliga-o sempre em espectáculos como teatro, ópera ou concertos. As consultas, os exames e tratamentos médicos, são situações que fazem 38,8% dos jovens desligar sempre o telemóvel e 31,2% têm a atenção de o desligar sempre em reuniões de trabalho ou outras. Apenas 16,2% dos jovens inquiridos de desligam sempre o telemóvel em momentos de comemoração como festas ou jantares íntimos. E cerca de 5% dos jovens desliga sempre o telemóvel em situações como conversas particulares face-a-face, refeições em restaurantes ou viagens em transportes públicos ou colectivos.
Tabela 219: Desliga/coloca em silêncio o seu telemóvel em: Sempre (%)
Por vezes (%)
Nunca (%)
Ns/nr (%)
5,1
23,8
67,0
4,1
Celebrações religiosas em igrejas
54,5
14,3
23,0
8,2
Espectáculos (teatro, ópera, concertos)
40,4
19,9
31,6
8,1
Cinema
55,3
21,4
19,5
3,8
Conferências, aulas e palestras
60,6
15,1
18,8
5,5
31,2
18,6
34,8
15,4
16,2
23,1
57,8
2,8
58,6
12,8
20,7
7,9
38,8
28,1
29,1
4,1
Viagens em transportes públicos ou colectivos
5,0
16,0
76,7
2,3
Conversas particulares face-a-face
5,2
21,9
70,3
2,6
Restaurantes
Reuniões de trabalho ou outras Momentos de comemoração (festas/jantares íntimos) Momentos fúnebres (velórios, funerais) Consultas, exames e tratamentos médicos
Quanto às desculpas que os jovens arranjam quando não atendem ou não respondem a uma chamada a mais referida em primeiro lugar pela maior fracção de inquiridos (49,2%) é a de que não ouviram o telemóvel tocar. A seguir, temos 27,8% que utilizam como principal desculpa o facto de a rede estar em baixo. 8,8% referem que não conseguiram ouvir as mensagens e 6,6% de que têm um problema com o equipamento telefónico. Apenas uma pequena minoria de 1,9% refere que utiliza como principal
200
desculpa uma situação doméstica ou familiar para resolver. É ainda curioso verificar que só 3,3% dos jovens afirmam não ter nenhuma desculpa e que atendem sempre o telemóvel. Quanto às desculpas escolhidas como segunda opção, o facto de a rede estar em baixo passa a ser a mais escolhida, sendo mencionada por 31,2% dos jovens e o facto de não ouvirem o telemóvel passa à segunda posição recolhendo 24,1% das respostas. 17,6% têm como segunda opção a desculpa de que não conseguiram ouvir as mensagens e 8,6% preferem utilizar como segunda desculpa eventuais problemas com o equipamento telefónico. As situações domésticas ou familiares servem como uma segunda desculpa para 6,8 dos jovens. No que respeita às desculpas reservadas como terceira opção, a mais mencionada, por 27,9%, é de que os inquiridos não conseguiram ouvir as mensagens e a segunda mais mencionada como terceira opção é que de tiveram um problema com o equipamento telefónico (17,3%). 16% reservam como terceira desculpa o facto de não terem conseguido ouvir o telemóvel tocar e 15,5% o facto de a rede estar em baixo.
Tabela 220: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (1ª opção):
N
%
O facto de a rede estar em baixo
56
27,8
Não ter ouvido o telemóvel tocar
99
49,2
Não ter conseguido ouvir as mensagens
18
8,8
13
6,6
4
1,9
1
,5
2 7 2
,9 3,3 1,1
Ter um problema com o equipamento telefónico Ter uma situação doméstica/familiar urgente para resolver Ter uma situação profissional urgente para resolver Outra Nenhuma/atendo sempre Ns/nr
201
Tabela 221: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (2ª opção):
N
%
O facto de a rede estar em baixo
63
31,2
Não ter ouvido o telemóvel tocar
48
24,1
Não ter conseguido ouvir as mensagens
35
17,6
17
8,6
14
6,8
Ter uma situação profissional urgente para resolver
3
1,6
Outra
2
1,1
7 11
3,7 5,2
Ter um problema com o equipamento telefónico Ter uma situação doméstica/familiar urgente para resolver
Nenhuma/atendo sempre Ns/nr
Tabela 222: Qual a principal desculpa que utiliza quando não atende ou não responde a uma chamada (3ª opção):
N
%
O facto de a rede estar em baixo
11,3
15,5
Não ter ouvido o telemóvel tocar
11,6
16,0
Não ter conseguido ouvir as mensagens
20,3
27,9
12,6
17,3
5,2
7,2
,6
,8
3,3 7,9
4,5 10,8
Ter um problema com o equipamento telefónico Ter uma situação doméstica/familiar urgente para resolver Ter uma situação profissional urgente para resolver Outra Nenhuma/atendo sempre Ns/nr
Dos jovens respondentes, 42,5% já utilizaram o telemóvel enquanto esperavam por alguém e se encontravam sozinhos para se sentirem mais acompanhados e 37,3% enviaram mensagens SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico, nas mesmas circunstâncias. 31,3% utilizaram o telemóvel numa situação similar para resolver assuntos pendentes que consideravam urgentes e 29,5% dos jovens fizeram o mesmo para que ninguém o incomodasse. 22,4% dos inquiridos aproveitaram ainda a situação de estarem sozinhos e à espera de alguém para resolver assuntos pendentes que consideravam urgentes. Verifica-se que há uma maior percentagem de raparigas (45,6%) do que de rapazes (39,3%) que usa o telemóvel para se sentirem mais acompanhadas. Uma maior fracção 202
de raparigas (40,9%) do que rapazes (33,5%) tende também a enviar mensagens SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico na mesma situação. Além disso, também se observa que 36,9% das raparigas utiliza o telemóvel quando estão sozinhas à espera de alguém para que ninguém as incomode, enquanto que entre os inquiridos do sexo masculino essa percentagem decresce para os 21,8%. Por seu turno, verifica-se que há uma fracção maior de rapazes (35,8%) do que de raparigas (27%) que aproveitaram, nas mesmas circunstâncias, para resolver assuntos pendentes que consideravam urgentes. Em todas faixas etárias, o principal motivo para os jovens inquiridos utilizarem o telemóvel prende-se com a sensação de se sentirem mais acompanhados, contudo, a maior percentagem de adolescentes que o fazem está entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (46,2%) e a menor entre os jovens dos 8 aos 12 anos (40,1%). Observa-se também maiores fracções de inquiridos entre os 13 e os 15 anos que enviam mensagens SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico (39,9%), enquanto que nas outras faixas etárias essa percentagem é menor, em especial, entre os jovens dos 16 aos 18 anos (35,6%). É entre as faixas etárias mais velhas que se verifica as maiores percentagens de inquiridos (cerca de 35%) que aproveitam as situações em que estão à espera sozinhos para resolverem assuntos que estavam pendentes e que consideravam urgentes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem decresce para os 20,7%.
Tabela 223: Já utilizou o telemóvel enquanto esperava por alguém e se encontrava sozinho para: % Que ninguém o incomodasse
29,5
Se sentir mais acompanhado
42,5
Resolver assuntos pendentes que considera urgentes
31,3
Resolver assuntos que estavam para resolver há muito tempo Enviar SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico
22,4 37,3
203
Sexo do entrevistado Masculino
Feminino
N
%
N
%
Que ninguém o incomodasse
21
21,8
38
36,9
Se sentir mais acompanhado
39
39,3
47
45,6
Resolver assuntos pendentes que considera urgentes
35
35,8
28
27,0
23
23,5
22
21,3
33
33,5
42
40,9
Resolver assuntos que estavam para resolver há muito tempo Enviar SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico
8 - 12 anos N %
Idade 13 - 15 anos N %
16 - 18 anos N %
Que ninguém o incomodasse
15
30,1
22
39,7
22
23,3
Se sentir mais acompanhado
20
40,1
25
46,2
40
41,7
Resolver assuntos pendentes que considera urgentes
10
20,7
19
34,4
34
35,0
12
23,5
12
21,7
21
22,3
19
37,8
22
39,9
34
35,6
Resolver assuntos que estavam para resolver há muito tempo Enviar SMS para amigos, familiares e conhecidos sobre nenhum assunto específico
Apenas uma minoria de 4,5% dos jovens utiliza as deslocações que fazem de carro ou em transportes públicos para resolverem assuntos profissionais através do telemóvel.
Tabela 224: Utiliza as deslocações que faz de carro ou em transportes públicos para resolver assuntos profissionais através do telemóvel:
N
%
Sim
9
4,5
Não
181
90,3
Ns/nr
10
5,2
Total
201
100,0
Um pouco mais de metade dos jovens inquiridos têm câmara digital incorporada no telemóvel. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que têm uma câmara incorporada (59,6%) do que raparigas (44%). E é entre os jovens mais velhos dos 16 aos 18 anos que se verifica claramente a maior percentagem de inquiridos que têm câmara digital incorporada (63%) em comparação com 40,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos.
204
Tabela 225: O seu telemóvel tem câmara digital incorporada:
N
%
Sim
104
51,7
Não
97
48,3
Total
201
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
59
59,6
45
44,0
Não
40
40,4
57
56,0
Total
99
100,0
102
100,0 Idade
8 - 12 anos N
13 - 15 anos %
N
16 - 18 anos
%
N
%
Sim
20
40,5
23
41,9
61
63,0
Não
29
59,5
32
58,1
36
37,0
Total
49
100,0
55
100,0
96
100,0
Em média, os jovens costumam tirar numa semana 5,88 fotografias. Os jovens do sexo masculino são os que mais tiram fotografias, em termos médios (6,71), em comparação com as jovens que tiram em média 4,77 fotos numa semana. Curiosamente, são os inquiridos mais novos, dos 8 aos 12 anos, que registam a maior média de fotos tiradas numa semana (8,86) em comparação com as restantes faixas etárias. Os que menos tiram são os inquiridos entre os 13 e os 15 anos (4,42 fotos semanais, em termos médios).
Tabela 226: Em média, quantas fotografias costuma tirar numa semana Média
5,88
Mediana
4,00
Desvio-padrão
7,644
Mínimo
0
Máximo
50
Percentis
25
1,02
75
7,00
205
Sexo do entrevistado Masculino 6,71
Média Mediana Desvio-Padrão
Feminino 4,77
4,00
3,00
9,164
4,826
Mínimo
0
0
Máximo
50
20
25
1,63
1,00
75
10,00
7,00
Percentis
Idade 8 - 12 anos 8,86
Média Mediana Desvio-padrão Mínimo Máximo Percentis
13 - 15 anos 4,42
16 - 18 anos 5,51
2,05
3,00
5,00
13,954
4,594
5,438
0
0
0
50
20
20
25
1,99
1,88
1,00
75
15,00
5,00
10,00
Das fotos tiradas por semana, os inquiridos enviam uma média de 1,35 fotos para outras pessoas. Em termos médios, os rapazes são também os que mais enviam fotos (1,73 fotos), enquanto que a média das raparigas situa-se nas 0,87 fotos. Comparando as faixas etárias entre si, observa-se que são também os inquiridos mais novos os que mais enviam fotos (2,56 fotos, em média), enquanto que os inquiridos mais novos enviam cerca de uma foto, em termos médios.
Tabela 227: E destas, quantas, envia em média, para outras pessoas Média
1,35
Mediana
,00
Desvio-padrão
3,155
Mínimo
0
Máximo Percentis
15 25
,00
75
1,00
206
Sexo do entrevistado Masculino 1,73
Média Mediana Desvio-padrão
Feminino ,87
,00
,00
3,797
2,036
Mínimo
0
0
Máximo
15
10
Percentis
25
,00
,00
75
1,00
1,00 Idade
8 - 12 anos 2,56
Média Mediana Desvio-padrão Mínimo Máximo Percentis
13 - 15 anos 1,26
16 - 18 anos ,99
,00
,00
,00
5,003
3,515
1,983
0
0
0
15
15
10
25
,00
,00
,00
75
3,41
1,00
1,00
Sem margem para dúvidas, a principal razão, invocada por uma maior percentagem de jovens (61%), para utilizar a câmara fotográfica do telemóvel é para ficar com uma recordação do momento. 22,1% adiantam ainda que utilizam a câmara incorporada para mostrar que estiveram presentes numa determinada situação e 12,8% usam a câmara para poder mostrar objectos a amigos, familiares ou conhecido. Apenas um inquirido, que corresponde a 0,8% da amostra, afirma que utiliza a câmara fotográfica do telemóvel por motivos profissionais.
Tabela 228: Qual a principal situação em que utiliza a câmara fotográfica do seu telemóvel
N
%
Para mostrar que esteve presente em determinada situação
23
22,1
Para ficar com uma recordação do momento
63
61,0
13
12,8
1
,8
Para poder mostrar objectos ou pessoas a amigos/familiares/conhecidos Por motivos profissionais Ns/nr
3
3,2
Total
104
100,0
207
A personalização do telemóvel com uma fotografia, um protector de ecrã e/ou um toque favorito é uma realidade para 63,2% dos jovens. Uma maior percentagem de inquiridos do sexo masculino tem o telemóvel personalizado (72,2%), enquanto que entre as jovens essa percentagem é de apenas 54,5%. É também entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos, que se verifica a maior fracção de jovens com o telemóvel personalizado (68,1%) em comparação com 58,7% entre os jovens dos 8 aos 12 anos.
Tabela 229: Tem o seu telemóvel personalizado com uma fotografia, um protector de ecrã, um toque favorito
N
%
Sim Não Nem sei como fazer isso e que se podia fazer isso Ns/nr Total
127 70
63,2 34,8
2
,8
2
1,2
201
100,0
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
71
72,2
56
54,5
Não
27
27,8
42
41,5
2
1,5
Nem sei como fazer isso e que se podia fazer isso Ns/nr Total
99
100,0
2
2,4
102
100,0
Idade 8 - 12 anos N
13 - 15 anos %
N
16 - 18 anos
%
N
%
Sim
29
58,7
32
58,8
66
68,1
Não
19
38,9
21
39,0
29
30,3
2
1,6
96
100,0
Nem sei como fazer isso e que se podia fazer isso Ns/nr
1
2,4
1
2,3
Total
49
100,0
55
100,0
Em termos médios, os jovens portugueses inquiridos costumam enviar diariamente 25,72 mensagens SMS através do seu telemóvel. Os jovens do sexo masculino são os que, em média, enviam mais mensagens (26,42 por dia), em comparação com as jovens que enviam, em média, 19,26 mensagens num dia. Sem margem para dúvidas, são os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, que registam a maior média de mensagens 208
enviadas num dia (33,17),
que contrasta claramente com a média de mensagens
enviadas diariamente pelos mais novos (4,65).
Tabela 230: Em média, quantos SMS envia diariamente através do seu telemóvel Média
25,72
Mediana
10,00
Desvio-padrão
32,309
Mínimo
0
Máximo Percentis
99 25
3,00
75
34,38
Sexo do entrevistado Masculino 26,42
Média Mediana Desvio-padrão
Feminino 19,26
10,00
10,00
31,664
25,804
Mínimo
0
0
Máximo
96
96
Percentis
25
4,00
3,00
75
50,00
25,00 Idade
8 - 12 anos 4,65
Média Mediana Desvio-padrão
13 - 15 anos 21,56
16 - 18 anos 33,17
3,29
10,00
20,00
4,589
25,493
33,270
Mínimo
0
0
0
Máximo
15
96
96
Percentis
25
1,00
3,00
8,00
75
5,00
30,00
50,00
A grande parte dos jovens inquiridos, nomeadamente, 85,7% não têm por hábito enviar diariamente qualquer MMS. Apenas uma pequena minoria de 5% envia um MMS por dia e 4,1% envia dois. Só 1,9% envia mais de três MMS por dia.
209
Tabela 231: Em média, quantos MMS envia diariamente através do seu telemóvel
N
%
0
172
85,7
1
10
5,0
2
8
4,1
4
1
,5
7
1
,5
8
1
,3
10
1
,6
Ns/Nr Total
7
3,4
201
100,0
Claramente, os amigos são os principais destinatários das mensagens SMS a julgar pela resposta de 77,3% dos jovens. Apenas 17,6% afirmam que enviam mais habitualmente mensagens para familiares. Comparando os sexos entre si, verifica-se a mesma tendência clara, embora se vislumbrem umas pequenas diferenças percentuais: observase uma percentagem maior de inquiridos do sexo masculino que envia mensagens para familiares (19,3%) do que de raparigas (15,9%). Também comparando as diferentes faixas etárias se verifica a mesma tendência mas existem diferenças de registo. Verificase claramente uma maior percentagem de inquiridos mais novos que enviam mais habitualmente mensagens SMS para familiares (37%), em comparação com pouco mais de 11% entre os escalões etários mais velhos. Por outro lado, verifica-se uma percentagem maior de jovens, entre os mais velhos, que enviam mensagens preferencialmente para os amigos (83,7%), em comparação com 63% dos inquiridos mais novos.
Tabela 232: Para quem é que envia mais habitualmente SMS através do telemóvel
N Para familiares Para amigos Familiares/amigos/colegas Para outras pessoas (ex: namorado/a) Ns/nr Total
% 34
17,6
148
77,3
3
1,5
3
1,7
4
1,9
191
100,0
210
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Para familiares
18
19,3
15
15,9
Para amigos
72
76,4
75
78,2
3
2,9
2
2,1
Familiares/amigos/colegas Para outras pessoas
1
1,2
Ns/nr
3
3,1
1
,8
Total
95
100,0
96
100,0
Idade 8 - 12 anos N
13 - 15 anos %
N
16 - 18 anos
%
N
%
Para familiares
17
37,0
6
11,3
11
11,8
Para amigos
28
63,0
41
78,2
78
83,7
Familiares/amigos/colegas
1
2,1
2
1,8
Para outras pessoas
2
4,3
1
1,0
Ns/nr
2
4,0
2
1,7
53
100,0
94
100,0
Total
45
100,0
Regra geral muito poucos jovens costumam enviar SMS para intervir em vários concursos ou programas na media e quando o fazem é com pouca frequência. Apenas há uma pequena minoria de 1,7% que participa muito frequentemente em concursos de rádio e uma minoria de 1,4% participa frequentemente em concursos gerais de TV. É também nestes concursos que 6,5% dos jovens afirmam que participam pouco frequentemente. Além disso, 7,2% dos jovens dizem que utilizam pouco frequentemente ou frequentemente SMS para obter anedotas, insultos e adivinhas. A participação em programas de opinião também é pouco frequente e apenas para 3,6% dos jovens. Entre 2 e 3,5% dos jovens utilizam as mensagens SMS para obter músicas ou imagens publicitadas na TV, rádio e jornais ou imagens do seu clube de futebol. Não ultrapassa 1% a fracção de inquiridos que participam em sondagens de noticiários e programas ou em concursos sobre futebol na TV.
211
Tabela 233: Com que frequência costuma enviar SMS para intervir: Nunca (%)
Pouco frequentemente (%)
Frequentemente (%)
Concursos gerais de TV
91,5
6,5
1,4
Concursos de rádio
94,3
3,4
Sondagens de noticiários e programas
98,4
,6
Concursos sobre futebol na TV
98,8
,6
,6
95,8
3,6
,6
97,1
2,3
,6
96,0
2,9
,6
,6
92,3
6,6
,6
,6
96,9
2,0
,6
,6
Participação em programas de opinião Para obter imagens publicitadas na TV, rádio e jornais Para obter músicas publicitadas na TV, rádio e jornais Para obter anedotas, insultos e adivinhas Para obter imagens do seu clube de futebol
Muito frequentemente (%)
Ns/nr (%) ,6
1,7
,6
,4
,6
As telenovelas são mencionadas por dois dos inquiridos quanto ao principal programa para o qual já enviaram mensagens SMS. Entre outros programas mencionados pelos jovens inclui-se o Sixteen indicado por três inquiridos e o Curto Circuito também referido por dois inquiridos. As Telenovelas e o Curto Circuito são programas que voltam a ser mencionados na segunda referência. Apenas 12% dos inquiridos já viram aparecer uma mensagem ou uma pergunta enviada, no ecrã da TV.
Tabela 234: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (1ºREF.)
N Telenovelas
% 2
6,7
Outros
15
56,1
Ns/nr
10
37,2
Total
27
100,0
212
Outros N
% 260
94,5
Curto Circuito
2
,8
Dia Seguinte
1
,4
Praça da Alegria
1
,3
Publicidade
1
,4
Quem quer Ganhar
2
,8
Rádio Voz do Camões
1
,4
Sixteen
3
1,2
Top móvel
1
,4
Você na TV
1
,4
Vodafone
1
,5
276
100,0
Total
Tabela 235: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (2ºREF.) N
%
Telenovelas
1
3,8
Outros
4
16,2
Ns/nr
22
80,0
Total
27
100,0
Outros N
% 270
98,0
Anedotas
1
,4
Baú
1
,4
Curto Circuito
1
,4
Telenovelas
1
,4
Ns/Nr
1
,4
276
100,0
Total
Tabela 236: Qual o principal programa para o qual já enviou mensagens SMS (3ºREF.)
N
%
Outros
4
15,9
Ns/nr
23
84,1
Total
27
100,0
Outros N
% 271
98,4
Ns/Nr
1
,4
Programas de rádio
1
,4
SIC 10 horas
1
,4
Top + Total
1
,4
276
100,0
213
Tabela 237: Já viu aparecer a mensagem/pergunta enviada, no ecrã da TV
N
%
Sim
3
12,0
Não
19
70,1
Ns/nr
5
17,8
Total
27
100,0
Os jovens portugueses inquiridos que costumam utilizar a internet para enviar SMS representam uma minoria de 28%. Dentro daqueles que a utilizam para o efeito, 89,7% usam a página na internet do seu operador de comunicações móveis, 10,3% utilizam a página de outros operadores e 2% servem-se de outras páginas.
Tabela 238: Costuma utilizar a internet para enviar SMS
N
%
Sim
56
28,0
Não
139
69,2
2
,8
4
1,9
201
100,0
Não sabe do que se trata Ns/nr Total
Tabela 239: Utiliza as páginas na internet dos operadores:
N
%
A página na internet do seu operador de comunicações móveis
51
89,7
A página na internet de outros operadores
6
10,3
Outros
1
2,0
Os jovens que utilizam os sites na internet das operadoras de comunicações móveis para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros também estão em minoria visto que apenas 22,1% utilizam esses sites às vezes e só 2,7% usam muito frequentemente esses mesmos sites. Entre aqueles que utilizam os sites mencionados, uma maioria de 59,9% utiliza o site da TMN, 34,5% utiliza o da Vodafone e apenas 5,5% utiliza o da Vodafone.
214
Tabela 240: Com que frequência é que utiliza os sites das operadoras de comunicações móveis na internet para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros
N
%
Muito frequentemente Às vezes Nunca
6
2,7
45
22,1
137
67,8
8
3,9
Não sabe do que se trata Ns/nr
7
3,5
Total
201
100,0
Tabela 241: Quais são os sites que utiliza para realizar essas operações: % TMN
59,9
Vodafone
34,5
Optimus
5,5
Uma maioria de 70,2% dos jovens costuma utilizar sempre ou às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS, utilizando, por exemplo, abreviaturas, letras diferentes ou símbolos. Verifica-se uma maior fracção de jovens do sexo feminino que utiliza, sempre ou às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS (74,4%), em comparação com 66% dos rapazes, contudo há uma percentagem maior de rapazes que escreve sempre com uma linguagem diferente (43,2%), do que de raparigas (32,7%). Há uma fracção maior de inquiridos dos 16 aos 18 anos (86,2%) que utilizam abreviaturas, letras diferentes e símbolos nas mensagens de SMS que escrevem, em comparação com 51,3 dos inquiridos mais novos. Assim sendo, a utilizam de uma linguagem diferente e a criativa para a usar vai crescendo há medida que os adolescente se vão tornando mais velhos.
Tabela 242: Costuma utilizar uma linguagem diferente quando escreve SMS, como por exemplo abreviaturas, letras diferentes, símbolos
N
%
Sim, sempre
89
38,1
Sim, às vezes
75
32,0
Não
33
14,0
Depende para quem é a mensagem
11
4,9
Ns/nr
26
11,0
Total
234
100,0
215
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim, sempre
52
43,2
37
32,7
Sim, às vezes
27
22,8
47
41,7
Não
17
13,9
16
14,1
7
5,9
4
3,8
Depende para quem é a mensagem Ns/nr
17
14,1
9
7,6
Total
120
100,0
113
100,0
Idade 8 - 12 anos N
13 - 15 anos %
N
16 - 18 anos
%
N
%
Sim, sempre
13
18,1
26
39,5
50
51,9
Sim, às vezes
24
33,2
18
27,3
33
34,3
Não
14
19,2
11
17,0
8
8,1
7
10,0
2
3,4
2
2,2
Depende para quem é a mensagem Ns/nr
14
19,4
8
12,8
3
3,5
Total
71
100,0
66
100,0
96
100,0
Quanto a utilizações para fins afectivos das mensagens de SMS, 40,1% dos jovens afirmam que já utilizaram essas mensagens para namorar e 32,3% aceitaram um encontro amoroso através do telemóvel. Além disso, 21,2% dos jovens confessam que já usaram mensagens SMS para seduzir alguém. Parte dos inquiridos também já se serviram das mensagens durante um encontro amoroso que estava a correr mal (em 15,7% dos casos) ou para terminar uma relação amorosa (14,7%). Entre os sexos verificam-se algumas diferenças. De um modo geral os rapazes parecem servir-se mais das mensagens no que toca a assuntos afectivos do que as raparigas. Verifica-se uma percentagem ligeiramente superior de rapazes que afirmam namorar através de mensagens (41,2%) do que de raparigas (38,9%). Além disso, maiores fracções de rapazes afirmam que já aceitaram um encontro amoroso (35,8%) ou que já seduziram alguém por SMS (26,3%), em comparação com 28,5% e 15,75 das raparigas, respectivamente. Também se verificam maiores percentagens de rapazes que já terminaram uma relação amorosa por SMS (17,3%) ou que já enviaram uma mensagem durante um encontro amoroso que estava a correr mal, do que de raparigas (12% e 14,7%, respectivamente). Como seria de esperar são muito poucos os inquiridos mais novos que utilizam as mensagens SMS para namorar. A percentagem de inquiridos que namoram via SMS,
216
aumenta bastante entre o escalão etário dos 16 aos 18 anos chegando aos 68,2%. Neste escalão etário, 57,2% dos jovens já aceitaram um encontro amoroso através de mensagens de telemóvel e 35,8% já tentaram seduzir alguém. Pouco mais de um quarto dos inquiridos entre os 16 e os 18 anos já terminaram uma relação amorosa via SMS ou já enviaram uma mensagem durante um encontro amoroso que estava a correr mal.
Tabela 243: Já utilizou SMS para: % Namorar
40,1
Aceitar um encontro amoroso
32,3
Terminar uma relação amorosa
14,7
Enviar uma mensagem durante um encontro amoroso que está a correr mal
15,7
Seduzir alguém
21,2
Sexo do entrevistado Masculino N Namorar Aceitar um encontro amoroso Terminar uma relação amorosa Enviar uma mensagem durante um encontro amoroso que está a correr mal Seduzir alguém
Feminino %
N
%
50
41,2
44
38,9
43
35,8
32
28,5
21
17,3
14
12,0
20
16,7
17
14,7
32
26,3
18
15,7
Idade 8 - 12 anos N Namorar Aceitar um encontro amoroso Terminar uma relação amorosa Enviar uma mensagem durante um encontro amoroso que está a correr mal Seduzir alguém
13 - 15 anos %
N
16 - 18 anos
%
N
%
5
7,3
23
34,4
66
68,2
4
5,9
16
24,4
55
57,2
10
15,1
25
25,4
11
16,3
26
26,9
12
17,9
34
35,8
3
4,5
Entre os inquiridos que comunicam por telemóvel, 36,9% declaram comunicar sempre ou muito frequentemente com outros membros da família, 37,8% afirmam que só 217
comunicam às vezes e 21,2% declaram mesmo que nunca comunicam. Não se verificam diferenças muito significativas entre os sexos, apenas há a registar uma percentagem maior de inquiridos do sexo masculino, cerca de um quarto, que declaram que nunca comunicam com outros membros da família, enquanto que entre as jovens essa percentagem é de 17,3%. É curioso constatar que os inquiridos mais novos são os que menos comunicam com outros membros da família visto que 41,9% dos jovens dos 8 aos 12 anos confessam que nunca comunicam por telemóvel com esses membros da família, enquanto que entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos apenas 15,7% afirmam que nunca o fazem e entre os jovens mais velhos só 2,2% declaram que nunca o fazem.
Tabela 244: Com que frequência é que comunica por telemóvel com outros membros da família
N Sempre Muito frequentemente Às vezes Nunca Ns/nr Total
% 46 56 104 58 11 276
16,7 20,2 37,8 21,2 4,1 100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sempre
26
18,5
20
14,9
Muito frequentemente
26
18,7
29
21,7
Às vezes
51
36,1
53
39,5
Nunca
35
24,9
23
17,3
Ns/nr
3
1,8
9
6,6
Total
141
100,0
135
100,0
Idade 8 - 12 anos N
13 - 15 anos %
N
16 - 18 anos
%
N
%
Sempre
12
11,4
16
22,8
18
18,4
Muito frequentemente
16
14,8
12
17,3
28
28,1
Às vezes
33
31,0
27
38,0
44
45,1
Nunca
45
41,9
11
15,7
2
2,2
Ns/nr
1
,9
4
6,3
6
6,2
Total
108
100,0
70
100,0
98
100,0
218
Quanto a tarifários especiais, apenas 26,9% dos jovens inquiridos afirmam que têm algum tarifário especial para telefonar ou mandar mensagens para determinados números, enquanto que 59,7% dizem que não têm qualquer tipo de tarifário especial.
Tabela 245: Tem algum tarifário especial para telefonar/mandar mensagens para determinados números
N
%
Sim
74
26,9
Não
165
59,7
Ns/nr
37
13,5
Total
276
100,0
Os dados apurados mostram uma grande penetração dos aparelhos de telemóvel entre os jovens portugueses. Entre os respondentes dos 16 aos 18 anos a posse e utilização do telemóvel são praticamente universais, mas mesmo nos inquiridos mais novos a penetração do telemóvel também se pode considerar elevada. Os dados do inquérito presencial mostram que a idade média de idades em que os inquiridos obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos e entre os jovens inquiridos online, 72,1% teve o seu primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. Portanto, hoje em dia, o telemóvel marca a sua presença no quotidiano dos jovens desde muito cedo. Os dados demonstram ainda que é comum existirem vários telemóveis distribuídos pelos membros dos agregados domésticos, que reclamam para si o seu próprio aparelho. Por outro lado, a utilização do telefone fixo está a perder terreno e muitos portugueses optam hoje em dia por não instalar um telefone fixo em casa. Portanto, a expansão da utilização do telemóvel poderá acontecido em detrimento da utilização do telefone fixo. Os dados do inquérito presencial revelam ainda que a TMN e a Vodafone são os principais operadores utilizados pelos jovens, enquanto a Optimus aparece em terceiro lugar, sendo um operador utilizado por uma fracção bem menor de adolescentes. A utilização do telemóvel por parte dos jovens é bem relevadora da sua posição de dependência económica face aos pais, embora possam usufruir de uma muito maior autonomia a outros níveis. Na generalidade, são os pais quem comportam os gastos com os telemóveis, o que poderá implicar que os jovens tenham de justificar os seus gastos e que as suas despesas sejam controladas. Seja como for, fazer chamadas ou enviar mensagens SMS tornaram-se práticas diárias bastante comuns, que se vão naturalizando 219
na vida quotidiana. Entre os adolescentes utilizadores de telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens SMS, que constituem um importante meio de manter contacto frequente com familiares e, em especial, com amigos. O envio de mensagens é, hoje em dia, uma prática corriqueira ao longo do dia e serve também como um meio essencial no envio de felicitações de aniversário ou de boas festas ou simplesmente como forma de enviar mensagens pessoais ou com fins afectivos. As mensagens enviadas por telemóvel vieram também provocar uma nova relação com a linguagem, como a maior utilização de abreviaturas ou de novas expressões. Verifica-se que os amigos são o principal alvo de comunicação via telemóvel, enquanto que a família e, em particular, os pais aparecem em segundo lugar na ordem de importância estabelecida. Todavia, do ponto de vista dos pais, o telemóvel pode servir como um mecanismo de controlo, que é accionado com maior frequência entre os respondentes mais novos. Os dados apurados levam à hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel entre os adolescentes, efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa própria de muitos pais. Outro dado que leva a essa hipótese é que para a maioria dos jovens respondentes, foi o pai ou a mãe que lhes comprou o primeiro telemóvel. Como o telemóvel está bastante presente no quotidiano dos adolescentes, a sua utilização diária tem produzido consequências em termos psicológicos e cognitivos. Os dados do inquérito presencial revelam que a maioria dos jovens se sentem desconfortáveis quando não têm consigo o seu telemóvel, ou quando estão impossibilitados de o usar e a sensação de estar contactável ou de poder contactar alguém em qualquer lugar é um elemento tranquilizante em termos psicológicos. Além disso, a maior parte dos adolescentes sentem que o seu telemóvel só é útil se estiver constantemente ligado e a ausência do telemóvel poderá em muitos casos causar ansiedade, o que é fruto da habituação psicológica ao telemóvel. De facto, as situações quotidianas em que o telemóvel não está ligado são a excepção. As situações em que os jovens desligam o telemóvel são aulas e palestras, momentos fúnebres e celebrações religiosas em igrejas ou quando os jovens estão no cinema ou em espectáculos. O telemóvel tornou-se igualmente um objecto personalizado com fotografias, protectores de ecrã e/ou toques favoritos, fazendo parte da identidade cultural dos adolescentes. E para além das funções principais, os telemóveis mais recentes permitem integrar vários media: câmara digital, rádio, leitor de mp3, máquina de jogos, internet,
220
etc. Ou seja, há todo um leque de actividades possíveis: é um meio de passar o tempo, de jogar, ouvir música, tirar fotografias assim como um instrumento para aprofundar relações sociais, para combinar encontros, fazer chamadas para saber como estão os familiares e amigos ou simplesmente para conversar sem assuntos concretos. Veio possibilitar também a gestão de relações sociais à distância e veio reconfigurar a geografia das práticas quotidianas. Por tudo isto, não admira que muitos jovens tenham dificuldade em imaginar uma vida mais feliz sem telemóvel.
221
Capítulo 8: Mundos virtuais: os jogos de computador na cultura juvenil É hoje patente que os jogos interactivos e de computador pertencem a uma emergente cultura multimédia nas últimas décadas, em especial nas camadas mais jovens, baseada nas capacidades e possibilidades que as novas tecnologias oferecem. Os jogos permeiam a cultura e as práticas dos jovens no seu quotidiano, nas suas interacções com outros jovens, nas conversas, nas sociabilidades e até mesmo na construção identitária. Exemplo disso mesmo é a constituição de clãs, isto é, a formação de comunidades de jogadores online ou a projecção da identidade em personagens virtuais. O consumo de jogos que se centrava essencialmente nos adolescentes espalhou-se, simultaneamente, para um público mais velho (em especial aqueles que se socializaram enquanto jovens na utilização dos jogos mas que entretanto cresceram) e para um público ainda mais novo, isto é, crianças. Várias razões concorrem para a explanação deste desenvolvimento. Partindo de uma abordagem económica pode-se argumentar que as crianças e os jovens têm uma importância crescente como consumidores para as indústrias culturais. A indústria dos jogos de computador e de vídeo cedo se apercebeu que os jovens podem funcionar como forças impulsionadoras no lançamento de determinados produtos e que o seu poder de compra não é nada desprezível, lançando estratégias para cativar este público. Do ponto de vista técnico pode-se apontar a crescente facilidade, em termos ergonómicos e de interface, em jogar jogos electrónicos. Por exemplo, as consolas de jogos de vídeo funcionam à base de mecanismos “Plug and Play” não sendo necessários conhecimentos informáticos específicos. Contudo, como argumenta Fromme (2003) é essencial perceber as mudanças por parte dos próprios jogadores, isto é, os factores que os tornam particularmente susceptíveis para o uso e consumo de jogos de vídeo e de computador. Daí que se relevante perceber como é que os jovens usam e valorizam diferentes jogos, em que medida os jogos são integrados nas vidas das crianças e dos jovens (Livingstone, d'Haenens & Hasebrink, 2001) e como é que a mudança nos media se relaciona com desenvolvimentos sociais mais genéricos. A relevância cultural e social dos jogos prende-se com a discussão sobre a “competência dos media e das TIC” ou info-literacia dos jovens e dos modos ou
222
processos informais de aquisição de competências dentro da cultura dos jogos electrónicos. Greenfield (1984) foi das primeiras autoras que se afastou do medo sensocomunal de que os novos media são maus educadores porque, por exemplo, instilam nas crianças e nos jovens comportamentos violentos. Porém, os novos media como artefactos culturais frequentemente desenvolvem e exigem competências cognitivas complexas, apreendidas de forma informal e à parte dos contextos da aprendizagem formal na escola (Greenfield, 1984). Deste modo, muitos alunos já vão para a escola com competências ao nível do uso de computadores antes da instrução formal de professores ou de educadores, o que alimenta a sensação que as crianças e os jovens já “nascem ensinados” no que respeita ao uso de novas tecnologias. Um melhor conhecimento sobre processos informais de aprendizagem e do seu pano de fundo torna-se assim necessário para evitar, segundo Fromme (2003), o “choque de culturas mediáticas”. Esta noção metafórica chama a atenção para o seguinte: professores, pais e educadores em geral são membros de uma geração que, na sua socialização primária, cresceram numa cultura mediática diferente e, portanto, têm experiências mediáticas diferentes que as gerações mais novas. Estas experiências mediáticas informais não só influenciam os valores privados e as atitudes em relação aos novos media, como também têm impacto no seus conceitos e nas suas práticas de educação. Ou seja, os educadores tendem a abordar as culturas mediáticas das crianças e dos jovens a partir da sua perspectiva geracional que eles representam como a norma implícita nas práticas e nos discursos educacionais, assim como políticos (Fromme, 2003). Isto implica que os novos media sejam muitas vezes olhados com desconfiança e cepticismo pelos educadores. Em especial, os jogos electrónicos parecem apelar mais imediatamente ao lúdico, a uma ética mais hedonista e de satisfação imediata o que poderá chocar com a “ética protestante” Weberiana mais presente nos adultos assente num estilo de vida mais racionalizado e em formas específicas de auto-controlo. Daqui podem surgir conflitos específicos em torno do uso do computador visto que os educadores poderão querer desviar as crianças e os jovens dos jogos para outras actividades e ferramentas informáticas tidas como mais educativas e úteis como trabalhar com processadores de texto, utilizar enciclopédias ou usar ou tipo de software educacional (Leu, 1993). No entanto, se adoptarmos a análise de Himanen (2001) podemos levantar a hipótese de que na realidade as gerações mais novas estão a adoptar uma ética diferente daquela que os seus pais conheceram e que a relação dialéctica entre
223
as duas éticas produz novas formas de relação familiar mediadas pelas experiências mediáticas do membros do agregado doméstico.
Inquérito online A grande maioria dos jovens inquiridos online (80,8%) costuma jogar com consolas ou computadores, ou seja, são um público largamente socializado na cultura dos jogos. Porém ao efectuarmos uma análise por sexos, verifica-se uma disparidade entre rapazes e raparigas. A quase totalidade dos rapazes (90%) costuma jogar em comparação com 68,5% de raparigas. Porém, dentro deste público, a percentagem de raparigas que habitualmente joga é ela própria expressiva, o que significa que o mercado dos jogos também apela às raparigas. É sintomático do desenvolvimento de produtos que apelam não só a um público “masculino” como a um público “feminino”, como no caso do popular jogo de simulação “The Sims”. Mas um dado curioso, é que é entre os mais novos (dos 9 aos 12 anos) que se verifica a maior percentagem de inquiridos que habitualmente jogam (94,2%). Um possível factor explicativo poderia ser a maior percentagem de inquiridos do sexo masculino nesta faixa etária, contudo, tal desequilíbrio não explica esta diferença entre o escalão etário mais novo e os restantes. Fazendo um escrutínio entre os inquiridos dos 9 aos 12 anos verifica-se que 96,1% dos rapazes e 90,7% das raparigas declaram que jogam habitualmente. De facto, verifica-se que com o avanço da idade há uma menor a percentagem de jogadores regulares. Temos assim 83,9% de inquiridos dos 13 aos 15 anos que jogam habitualmente e uma menor percentagem (76,2%) de jogadores entre os 16 e os 18 anos 2. Possíveis factores explicativos deste decréscimo poderão ser a vida social mais preenchida dos mais velhos, assim como o requerimento de um maior tempo de estudo. Contudo, fica aqui em aberto esta questão que será retomada com a análise dos dados do inquérito aplicado face-a-face a nível nacional.
2
Ao se efectuar uma “Análise de Frequências Múltiplas” verificou-se não existir efeito de interacção entre sexo e idade no que respeita à prática de jogar em consolas ou em computadores. Confirmou-se, através do teste do qui-quadrado, uma diferença estatisticamente significativa (p<0,001) entre os sexos e entre os escalões etários no que respeita à actividade de jogar.
224
Tabela 246: Habitualmente, costumas jogar com consolas ou computadores?
N
%
Sim
873
80,8
Não
208
19,2
Total
1081
100,0 Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
555
90,0
318
68,5
Não
62
10,0
146
31,5
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
113
94,2
303
83,9
457
76,2
Não
7
5,8
58
16,1
143
23,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Os jogos de acção são os mais populares, recolhendo a preferência de 62,8% dos jovens, seguidos pelos jogos de aventura (56,7%), os de corridas (52,2%) e os de estratégia (51,5%). É curioso verificar a aparente fraca popularidade de first person shooters (20,4%) e em especial de role playing games (16,9%), que constituem jogos complexos não só em termos cognitivos como em termos tecnológicos requerendo muitas vezes computadores e placas gráficas com um grande poder de processamento. Este tipo de jogos destina-se geralmente a um tipo específico de jogadores que como podemos verificar é predominantemente masculino e um pouco mais popular nos jogadores mais velhos. Outros jogos mais “masculinos” são os jogos de acção, os jogos de corridas, os de futebol e de outros desportos e os de simulação. Por outro lado é possível identificar jogos mais “femininos” como os jogos de arcade e, em especial, os jogos de puzzles/tabuleiro/cartas. Os jogos de futebol e de outros desportos são particularmente populares entre os mais novos, assim como os jogos de acção, aventura e de corridas. Estes tipos de jogos são menos exigentes cognitivamente, embora requeiram da parte do jogador uma grande coordenação de movimentos. Sem surpresas, é entre os inquiridos mais
velhos
que
há
maior
percentagem
de
jogadores
de
jogos
de
puzzles/tabuleiro/cartas, role playing games e de simulação, jogos que requerem maiores capacidades cognitivas. Os jogos menos populares são os infantis/familiares (8,2%) recolhendo uma maior preferência por parte das raparigas e, como seria de esperar, dos inquiridos mais novos. 225
Tabela 247: Que tipo de jogos costumas jogar?: N Acção Aventura Arcade (ex: tetris) Corridas Infantil/Família Estratégia Futebol Outros desportos Puzzles/Tabuleiro/Cartas RPG (role playing games) Simulação FPS (First Person Shooters)
% 679 613 193 564 89 557 458 224 238 183 352 221
62,8 56,7 17,9 52,2 8,2 51,5 42,4 20,7 22,0 16,9 32,6 20,4
Masculino N
Feminino %
N
%
Acção
460
74,6
219
47,2
Aventura
359
58,2
254
54,7
81
13,1
112
24,1
385
62,4
179
38,6
28
4,5
61
13,1
Estratégia
347
56,2
210
45,3
Futebol
363
58,8
95
20,5
Outros desportos
158
25,6
66
14,2
Puzzles/Tabuleiro/Cartas
67
10,9
171
36,9
RPG (role playing games)
162
26,3
21
4,5
Simulação
243
39,4
109
23,5
FPS (First Person Shooters)
201
32,6
20
4,3
Arcade (ex: tetris) Corridas Infantil/Família
Idade 9 aos 12 anos N
%
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
%
Acção
83
69,2
246
68,1
350
58,3
Aventura
82
68,3
232
64,3
299
49,8
Arcade (ex: tetris)
22
18,3
58
16,1
113
18,8
Corridas
71
59,2
200
55,4
293
48,8
Infantil/Família
26
21,7
31
8,6
32
5,3
Estratégia
53
44,2
198
54,8
306
51,0
Futebol
76
63,3
165
45,7
217
36,2
Outros desportos
41
34,2
94
26,0
89
14,8
Puzzles/Tabuleiro/Cartas
26
21,7
66
18,3
146
24,3
RPG (role playing games)
18
15,0
56
15,5
109
18,2
Simulação
36
30,0
118
32,7
198
33,0
FPS (First Person Shooters)
18
15,0
72
19,9
131
21,8
226
A maioria dos jovens (69,3%) diz não ter jogos pirateados, contudo, a utilização de jogos pirateados é mais frequente nos rapazes (em 41% dos casos) do que nas raparigas (apenas em 17% dos casos). Os mais velhos são também aqueles que mais se aventuram na utilização de jogos pirateados (34,3%) em comparação com 22,5% dos mais novos.
Tabela 248: Tens jogos pirateados?
N
%
Não, nenhuns
749
69,3
Sim, alguns
246
22,8
Sim, quase todos Total
86
8,0
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Não, nenhuns
364
59,0
385
83,0
Sim, alguns
180
29,2
66
14,2
73
11,8
13
2,8
Sim, quase todos
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Não, nenhuns
93
77,5
262
72,6
394
65,7
Sim, alguns
22
18,3
78
21,6
146
24,3
5
4,2
21
5,8
60
10,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Sim, quase todos Total
A grande maioria (84%) costuma jogar sozinho, apesar de 83% concordar ou concordar em parte que é muito mais divertido jogar com alguém. Como aponta Fromme (2003), as qualidades interactivas dos jogos são atractivas em situações em que os jovens se encontram sozinhos. A percentagem daqueles que joga com amigos decresce para 40,6%, uma percentagem que ainda assim é maior daqueles que jogam com os irmãos/irmãs (31,5%) e com o pai (9,7%) ou a mãe (3,2%). Podemos então tirar a conclusão que os jogos estão mais frequentemente ligados às relações entre amigos ou pares do que ao convívio familiar. É curioso verificar que há uma maior percentagem de rapazes que joga com amigos (47,6%) em comparação com 31,3% das raparigas. Estas têm uma ligeira preferência pelos irmãos (32,1%) e provavelmente jogar um jogo não será motivo suficiente para as raparigas procurarem amigos com quem partilhar essa actividade. É de relembrar ainda
227
que a internet torna possível que dois amigos joguem entre si sem que isso signifique estarem próximos fisicamente. É de realçar ainda que é entre os mais novos que as relações familiares têm particular importância nas actividades com jogos electrónicos. Sem surpresas, a participação do pai é muito maior entre os inquiridos dos 9 aos 12 anos (em 27,5% dos casos) do que entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos (4,7% dos casos). E a participação das mães é sempre menor que a dos pais. Todavia, de um modo geral, os pais ou educadores não costumam participar nas actividades com jogos electrónicos, pelo menos, de uma forma activa e interactiva. Os pais são geralmente observadores externos, e apenas alguns participam na cultura dos jogos dos filhos. Portanto, os jogos não são um media familiar que agregue a família em seu torno, o que os contrasta com outros media como a televisão que estão mais integrados nas interacções familiares, em especial, entre indivíduos de diferentes gerações. Tabela 249: Com quem costumas jogar?: N Sozinho Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com amigos/as Com namorado/a Com outras pessoas
% 912 35 105 340 439 59 86
84,4 3,2 9,7 31,5 40,6 5,5 8,0
Masculino N Sozinho Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com amigos/as Com namorado/a Com outras pessoas
532 11 56 191 294 22 52
Feminino % 86,2 1,8 9,1 31,0 47,6 3,6 8,4
N 380 24 49 149 145 37 34
% 81,9 5,2 10,6 32,1 31,3 8,0 7,3
Idade 9 aos 12 anos N Sozinho Com a minha mãe Com o meu pai Com os meus irmãos/irmãs Com amigos/as Com namorado/a Com outras pessoas
90 8 33 44 52 3 18
% 75,0 6,7 27,5 36,7 43,3 2,5 15,0
13 aos 15 anos N 301 17 44 116 163 18 26
% 83,4 4,7 12,2 32,1 45,2 5,0 7,2
16 aos 18 anos N 521 10 28 180 224 38 42
% 86,8 1,7 4,7 30,0 37,3 6,3 7,0
228
Claramente, além dos inquiridos, são os irmãos/irmãs os utilizadores mais comuns dos jogos de consola ou de computador, seguidos pelos pais. É ainda interessante verificar que entre os mais novos, 35,8% indicaram que o pai utiliza jogos de consola e de computador. Ou seja, é entre os escalões mais novos que os jogos poderão constituir um media mais familiar partilhado entre irmãos e com a participação do pai. Por outro lado, poderá também haver uma estratificação do tipo de jogos jogados, fazendo com que os diferentes jogos não sejam realmente algo partilhado familiarmente entre irmãos de várias idades ou entre pais e filhos. É ainda de notar a exclusão geral das mães nas actividades com jogos.
Tabela 250: Em tua casa, além de ti, utilizam jogos de consola/computador: N O meu pai A minha mãe Irmão/irmã Avô/Avó Um tio/tia Um amigo/a Outras pessoas Ninguém
% 172 67 575 6 19 101 63 353
15,9 6,2 53,2 ,6 1,8 9,3 5,8 32,7
Masculino N O meu pai A minha mãe Irmão/irmã Avô/Avó Um tio/tia Um amigo/a Outras pessoas Ninguém
102 28 323 3 10 62 31 200
Feminino % 16,5 4,5 52,4 ,5 1,6 10,0 5,0 32,4
N
% 15,1 8,4 54,3 ,6 1,9 8,4 6,9 33,0
70 39 252 3 9 39 32 153
Idade 9 aos 12 anos N O meu pai A minha mãe Irmão/irmã Avô/Avó Um tio/tia Um amigo/a Outras pessoas Ninguém
43 12 58
% 35,8 10,0 48,3
4 12 10 23
3,3 10,0 8,3 19,2
13 aos 15 anos N 69 33 203 3 9 40 21 105
% 19,1 9,1 56,2 ,8 2,5 11,1 5,8 29,1
16 aos 18 anos N 60 22 314 3 6 49 32 225
% 10,0 3,7 52,3 ,5 1,0 8,2 5,3 37,5
229
Dos jovens respondentes, 55,4% concorda ou concorda parcialmente que os jogos tiram tempo de estudo. 41,3% concorda ainda, pelo menos parcialmente, que os jogos tiram tempo para estar com a família sendo mais reduzida a percentagem de inquiridos (33,9%) que afirmam que os jogos tiram tempo para estar com os amigos. Nestas questões, é de apontar que não existem grandes diferenças entre os sexos ou os escalões etários. Apenas 21,2% concordam ou concordam em parte que estão viciados num jogo mas já 70,1% concordam ou concordam em parte que conhecem alguém que, quando está em casa, não para de jogar. É mais comum um rapaz concordar que está viciado num jogo (26,5%) do que uma rapariga (14,2%), contudo, não existe diferenças muito grandes entre escalões etários. Todavia, no que respeita a conhecer alguém que, quando está em casa, não para de jogar, já verificam diferenças entre escalões etários. É entre os mais velhos que existe uma maior percentagem de inquiridos (75,7%), que declara conhecer alguém que não para de jogar em casa, em comparação com 49,2% entre os mais novos. É ainda de apontar que 31,3% dos jovens concorda, pelo menos parcialmente, que os jogos podem torná-los violentos. É curioso constatar que há uma maior percentagem de raparigas (38,5%) a concordar com essa proposição do que rapazes (25,8%). E são os jovens inquiridos entre os 13 e os 15 anos que mais tendem a concordar com essa proposição (em 35,7% dos casos), e os jovens entre os 16 e os 18 os que menos concordam (em 28,7% dos casos).
Tabela 251: Consequências do tempo de uso dos jogos: N Os jogos tiram-me tempo de estudo
209
19,3
Concordo em parte
397
36,7
Discordo em parte
190
17,6
Discordo totalmente
257
23,8
28
2,6
Concordo totalmente
129
11,9
Concordo em parte
318
29,4
Discordo em parte
259
24,0
Discordo totalmente
354
32,7
21
1,9
Concordo totalmente
117
10,8
Concordo em parte
250
23,1
Discordo em parte
217
20,1
Discordo totalmente
475
43,9
22
2,0
Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com a família
Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com os meus amigos
%
Concordo totalmente
Não sabe/Não responde
230
Estou viciado num jogo
Concordo totalmente
88
8,1
Concordo em parte
142
13,1
Discordo em parte
129
11,9
Discordo totalmente
690
63,8
Não sabe/Não responde Conheço pessoas que, quando estão em casa, não param de jogar
32
3,0
Concordo totalmente
457
42,3
Concordo em parte
300
27,8
Discordo em parte
100
9,3
Discordo totalmente
133
12,3
91
8,4
Concordo totalmente
146
13,5
Concordo em parte
192
17,8
Discordo em parte
179
16,6
Discordo totalmente
518
47,9
46
4,3
Concordo totalmente
619
57,3
Concordo em parte
293
27,1
Discordo em parte
81
7,5
Discordo totalmente
49
4,5
Não sabe/Não responde
39
3,6
Não sabe/Não responde Os jogos podem tornar-me violento
Não sabe/Não responde É muito mais divertido jogar com alguém do que jogar sozinho
Masculino N Os jogos tiram-me tempo de estudo
80
17,2
Concordo em parte
239
38,7
158
34,1
Discordo em parte
109
17,7
81
17,5
Discordo totalmente
131
21,2
126
27,2
9
1,5
19
4,1
68
11,0
61
13,1
Concordo em parte
179
29,0
139
30,0
Discordo em parte
165
26,7
94
20,3
Discordo totalmente
199
32,3
155
33,4
6
1,0
15
3,2
Concordo totalmente
Concordo totalmente
66
10,7
51
11,0
Concordo em parte
150
24,3
100
21,6
Discordo em parte
127
20,6
90
19,4
Discordo totalmente
268
43,4
207
44,6
6
1,0
16
3,4
62
10,0
26
5,6
Concordo em parte
102
16,5
40
8,6
Discordo em parte
89
14,4
40
8,6
355
57,5
335
72,2
9
1,5
23
5,0
Concordo totalmente
262
42,5
195
42,0
Concordo em parte
179
29,0
121
26,1
Discordo em parte
59
9,6
41
8,8
Discordo totalmente
73
11,8
60
12,9
Não sabe/Não responde
44
7,1
47
10,1
Concordo totalmente
Discordo totalmente Não sabe/Não responde Conheço pessoas que, quando estão em casa, não param de jogar
%
20,9
Não sabe/Não responde Estou viciado num jogo
N
129
Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com os meus amigos
%
Concordo totalmente
Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com a família
Feminino
231
Os jogos podem tornar-me violento
Concordo totalmente
66
10,7
80
17,2
Concordo em parte
93
15,1
99
21,3
97
15,7
82
17,7
347
56,2
171
36,9
Discordo em parte Discordo totalmente Não sabe/Não responde É muito mais divertido jogar com alguém do que jogar sozinho
14
2,3
32
6,9
Concordo totalmente
390
63,2
229
49,4
Concordo em parte
138
22,4
155
33,4
Discordo em parte
49
7,9
32
6,9
Discordo totalmente
25
4,1
24
5,2
Não sabe/Não responde
15
2,4
24
5,2
9 aos 12 anos N Os jogos tiram-me tempo de estudo
% 17,5
N
21
74
% 20,5
N 114
% 19,0
Concordo em parte
44
36,7
130
36,0
223
37,2
Discordo em parte
25
20,8
57
15,8
108
18,0
Discordo totalmente
24
20,0
89
24,7
144
24,0
6
5,0
11
3,0
11
1,8
Concordo totalmente
17
14,2
46
12,7
66
11,0
Concordo em parte
33
27,5
104
28,8
181
30,2
Discordo em parte
21
17,5
89
24,7
149
24,8
Discordo totalmente
43
35,8
115
31,9
196
32,7
Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com os meus amigos
6
5,0
7
1,9
8
1,3
Concordo totalmente
12
10,0
43
11,9
62
10,3
Concordo em parte
31
25,8
79
21,9
140
23,3
Discordo em parte
22
18,3
72
19,9
123
20,5
Discordo totalmente
49
40,8
160
44,3
266
44,3
6
5,0
7
1,9
9
1,5
Concordo totalmente
12
10,0
34
9,4
42
7,0
Concordo em parte
15
12,5
50
13,9
77
12,8
Discordo em parte
15
12,5
43
11,9
71
11,8
Discordo totalmente
71
59,2
223
61,8
396
66,0
7
5,8
11
3,0
14
2,3
Concordo totalmente
35
29,2
163
45,2
259
43,2
Concordo em parte
24
20,0
81
22,4
195
32,5
Discordo em parte
14
11,7
40
11,1
46
7,7
Discordo totalmente
28
23,3
47
13,0
58
9,7
Não sabe/Não responde
19
15,8
30
8,3
42
7,0
Concordo totalmente
18
15,0
52
14,4
76
12,7
Concordo em parte
18
15,0
77
21,3
97
16,2
Discordo em parte
15
12,5
53
14,7
111
18,5
Discordo totalmente
56
46,7
165
45,7
297
49,5
Não sabe/Não responde
13
10,8
14
3,9
19
3,2
Concordo totalmente
70
58,3
225
62,3
324
54,0
Concordo em parte
25
20,8
86
23,8
182
30,3
Discordo em parte
8
6,7
25
6,9
48
8,0
10
8,3
14
3,9
25
4,2
7
5,8
11
3,0
21
3,5
Não sabe/Não responde Estou viciado num jogo
Não sabe/Não responde Conheço pessoas que, quando estão em casa, não param de jogar
Os jogos podem tornar-me violento
É muito mais divertido jogar com alguém do que jogar sozinho
16 aos 18 anos
Concordo totalmente
Não sabe/Não responde Os jogos tiram-me tempo para estar com a família
13 aos 15 anos
Discordo totalmente Não sabe/Não responde
232
Inquérito nacional
Em comparação com os jovens inquiridos online verifica-se que, no inquérito aplicado de forma tradicional a nível nacional, há uma percentagem bem menor (45,3%) de jovens jogadores. Porém, se considerarmos os utilizadores da internet a percentagem de jogadores habituais sobe para 53,9%, pelo que, quem acede à internet tende a ser um público um pouco mais socializado na cultura dos jogos. À semelhança do verificado com o inquérito online, verifica-se uma disparidade entre rapazes e raparigas. Mais de metade dos rapazes (57,1%) costuma jogar enquanto que nas raparigas a percentagem de jogadoras regulares desce para 33,1%. Nestes dados as diferenças entre escalões etários não são tão claras como nos dados do inquérito online. O teste estatístico efectuado (teste do qui-quadrado), com o intuito de relacionar a idade com a utilização de jogos electrónicos, não foi significativo, o que não nos permite tirar grandes ilações dos dados obtidos. Verifica-se, aqui, uma diferença com os dados obtidos online em que o avanço da idade está relacionado com uma menor percentagem de jogadores regulares. É, contudo, de relembrar que os inquiridos online constituem um público específico.
Tabela 252: Costuma utilizar jogos para computador ou consola
Sim
Total dos inquiridos N % 125 45,3
Utilizadores da internet N % 101 53,9
Não
151
54,7
86
46,1
Total
276
100,0
187
100,0
Sexo Do Entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
80
57,1
45
33,1
Não
60
42,9
90
66,9
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
49
45,2
34
48,1
43
43,4
Não
59
54,8
36
51,9
55
56,6
233
Como seria de esperar há um interesse elevado ou muito elevado entre a maior parte dos jogadores (80,6%), uma percentagem muito semelhante ao interesse demonstrado pelos utilizadores da internet, que é elevado ou muito elevado em 81,3% dos casos. Os dados mais interessantes vêm da comparação entre sexos, onde se vislumbra uma divisão clara entre os interesses demonstrados. Quase todos os rapazes que jogam regularmente (93%) demonstram um interesse elevado ou muito elevado, enquanto que a percentagem de raparigas com um elevado ou muito elevado grau de interesse desce para 58,4%. É portanto, claramente verificável aqui um efeito de género na socialização na cultura dos jogos, tanto em termos mais objectivos, de prática, como em termos mais subjectivos, de interesse pelos jogos. Quanto à comparação entre escalões etários, verifica-se a tendência de o interesse pelos jogos diminuir um pouco com a idade. É entre os mais novos (8 aos 9 anos) que se verifica a maior percentagem de inquiridos com um interesse elevado ou muito elevado pelos jogos (87,1%). Na faixa etária seguinte (dos 13 aos 16 anos) esse percentagem decresce para 78% e entre os jovens dos 16 aos 18 anos desce para os 75%. Portanto, é no campo subjectivo que encontramos diferenças entre escalões etários, o que é coerente com a hipótese levantada, aquando da análise dos dados online, de que os jovens mais velhos provavelmente têm interesses mais diversificados, são solicitados para ou procuram outras actividades, fruto da sua maior autonomia pessoal. A correlação não-paramétrica de Spearman entre as variáveis interesse e idade (em escalões) relevou-se estatisticamente significativa, contudo o valor do efeito de uma variável sobre a outra é muito baixa (0,184) pelo que devemos ser cautelosos em relação a estas conclusões, embora os resultados sejam coerentes, em especial, com os dados analisados no inquérito online.
Tabela 253: Qual o nível de interesse que tem por jogos de computador e consola
Muito elevado
Total dos inquiridos N % 31 24,9
Utilizadores da internet N % 27 26,4
Elevado
70
55,7
55
54,9
Baixo
23
18,5
18
17,6
1
,8
1
1,0
125
100,0
101
100,0
Muito baixo Total
234
Sexo Do Entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Muito elevado
29
35,6
3
5,6
Elevado
46
57,4
24
52,8
6
7,0
18
39,3
1
2,3
Baixo Muito baixo
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Muito elevado
18
36,6
5
14,0
9
20,1
Elevado
25
50,5
22
64,0
24
55,2
6
13,0
7
22,0
9
22,2
1
2,5
Baixo Muito baixo
A consola de jogos é a plataforma mais utilizada para 61% dos jovens inquiridos, enquanto que o computador aparece logo em segundo lugar, sendo a primeira escolha de 48,8% dos jovens. Em geral, há uma grande tendência (em cerca de 86% dos casos) para o computador e a consola estarem entre a primeira e a segunda ordem de utilização. O telemóvel é a plataforma mais preterida se olharmos apenas para a primeira ordem de utilização. Contudo, se considerarmos a primeira e a segunda ordem de utilização, o telemóvel ultrapassa a consola portátil, até porque é uma plataforma mais acessível e comum. Numa análise por sexos, verifica-se claramente que, entre os rapazes, a consola constitui a plataforma de jogos mais utilizada (em 63,2% dos casos), sendo que o computador é escolhido em primeiro lugar apenas em 36,9% dos casos. Já para 72,7% raparigas o computador é a plataforma mais utilizada, ainda assim, a consola é a primeira escolha para mais de metade (57,8%) das raparigas. No que respeita à análise por escalões etários, verificam-se as mesmas tendências gerais apontadas acima para os mais novos e para os mais velhos. É entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos que há uma maior percentagem de inquiridos que prefere a utilização do computador, sendo que a consola de jogos aparece em segundo lugar.
235
Tabela 254: Em qual das seguintes plataformas costuma jogar: Total dos Inquiridos: Ordem utilização 1 (%)
Ordem utilização 2 (%)
Ordem utilização 3 (%)
Ordem utilização 4 (%)
Computador
48,8
37,5
11,1
2,6
Consola
61,6
25,0
9,0
4,4
Consola portátil
16,2
11,6
24,3
47,8
Telemóvel
9,6
33,6
37,8
19,0
Ordem utilização 1 (%)
Ordem utilização 2 (%)
Ordem utilização 3 (%)
Ordem utilização 4 (%)
Computador
36,9
46,3
15,0
1,8
Consola
63,2
23,6
10,1
3,1
Consola portátil
20,1
9,1
24,5
46,3
Telemóvel
10,9
28,7
35,5
24,9
Ordem utilização 1 (%)
Ordem utilização 2 (%)
Ordem utilização 3 (%)
Ordem utilização 4 (%)
Computador
72,7
19,8
3,2
4,2
Consola
57,8
28,0
6,6
7,6
Consola portátil
7,5
17,4
24,0
51,1
Telemóvel
6,7
44,8
43,0
5,4
Ordem utilização 1 (%)
Ordem utilização 2 (%)
Ordem utilização 3 (%)
Ordem utilização 4 (%)
Computador
53,6
38,5
3,8
4,1
Consola
67,3
21,6
8,2
2,9
_
14,6
34,4
51,0
6,6
18,6
50,5
24,2
Sexo Masculino:
Sexo Feminino:
8 aos 12 anos:
Consola portátil Telemóvel
236
13 aos 15 anos: Ordem utilização 1 (%)
Ordem utilização 2 (%)
Ordem utilização 3 (%)
Ordem utilização 4 (%)
Computador
62,0
33,7
_
4,3
Consola
54,9
30,2
10,2
4,6
Consola portátil
21,5
23,8
31,4
23,3
Telemóvel
9,0
40,7
35,0
15,3
Ordem utilização 1 (%)
Ordem utilização 2 (%)
Ordem utilização 3 (%)
Ordem utilização 4 (%)
Computador
34,7
39,4
26,0
_
Consola
58,7
25,7
9,4
6,1
Consola portátil
29,2
2,6
10,9
57,3
Telemóvel
12,6
43,6
27,8
16,0
16 aos 18 anos:
O tipo de jogos jogados interliga-se com o tipo de plataformas utilizadas, em especial, com tipo de tecnologia e interface disponibilizadas por cada uma das plataformas. O computador privilegia o rato e o teclado enquanto interface, enquanto que na consola o gamepad ou o comando de jogos constitui o interface com a máquina por excelência. Assim sendo, não é de espantar que os jogos de estratégia, de simulação, de puzzles/ tabuleiro/ cartas, os role playing games e os first person shooters estejam um pouco mais associados ao computador, enquanto que os jogos de acção, de aventura, de futebol e de outros desportos estejam mais associados à consola. No que respeita à consola portátil verifica-se que os jogos de acção tendem a ser os mais jogados neste tipo de plataforma, enquanto que os jogos de arcade tendem a ser os mais populares para o telemóvel.
237
Tabela 255: Em que plataformas, joga os seguintes tipos de jogos: Computador
Consola
Consola portátil
Telemóvel
Não joga
Acção
37,7
52,4
7,1
2,3
20,4
Aventura
33,2
41,0
4,5
1,7
28,9
Arcade (ex:tetris)
17,2
13,6
1,7
7,8
61,3
Corridas
32,5
28,6
5,3
2,7
42,1
Infantil / família
15,6
6,4
0,9
0,0
78,1
Estratégia
29,0
19,0
3,5
4,8
49,1
Futebol
26,6
31,8
2,5
3,5
49,6
Outros desportos
13,1
22,2
1,7
2,4
65,7
Puzzles / tabuleiro / cartas
28,5
5,7
1,7
1,7
63,7
RPG (role playing games)
9,8
8,5
0,9
1,9
78,6
Simulação
14,2
10,0
1,7
0,8
75,8
FPS (first person shooters)
9,4
7,9
0,0
0,0
83,2
Dos jogadores habituais, 20,4% costuma jogar através da internet, mas se considerarmos apenas os jogadores com acesso à internet verificamos que esse valor ascende pouco, para 24,3%. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que joga online (23,7%) do que de raparigas (14,5%). É entre os mais novos que se verifica a menor percentagem de jogadores online (16,8%) e é entre os jovens dos 13 aos 15 anos que se verifica a maior percentagem de inquiridos a jogar através da internet. No escalão mais velho esse valor decresce para 21,9%. A mais baixa percentagem de jogadores online entre os mais novos talvez reflicta menores competências para rodar um jogo através da internet e talvez uma menor autonomia face à utilização do computador e da internet. Inversamente, os inquiridos dos 13 aos 15 anos poderão distinguir por uma maior competência adquirida nas TIC e de uma maior autonomia face ao escalão etário anterior. O decréscimo de jogadores online entre os 16 e os 18 anos poderá talvez ser, pelo menos em parte, explicado por um interesse menor face aos jogos electrónicos.
238
Tabela 256: Costuma jogar em rede através da internet:
Sim
Total dos inquiridos N % 26 20,4
Não
97
Utilizadores da internet N % 24 24,3
77,3
74
72,9
Ns/nr
3
2,3
3
2,8
Total
125
100,0
101
100,0
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
19
23,7
6
14,5
Não
60
74,1
37
83,0
Ns/nr
2
2,1
1
2,5
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
8
16,8
8
24,0
9
21,9
Não
39
79,8
24
72,6
33
78,1
Ns/nr
2
3,5
1
3,3
Fazendo a análise com quem os inquiridos jogam em rede através da internet verifica-se mais uma vez uma clara preferência pelos amigos, isto é, confirma-se que os jogos estão mais frequentemente ligados às relações entre amigos ou de pares do que ao convívio familiar. É curioso ainda constatar que o jogos com desconhecidos verificam na totalidade entre os rapazes nesta amostra. Igualmente curioso é o facto de serem os mais novos que mais parecem contactar desconhecidos online para jogarem. Note-se ainda que importância dos jogos em rede com os amigos aumenta nos escalões etários mais velhos.
Tabela 257: Com quem joga habitualmente em rede através da internet: N
%
Com amigos e/ou colegas
19
75,6
Com pais/irmãos ou outros elementos do agregado familiar
3
11,0
Com outros familiares
1
4,2
Com desconhecidos
7
27,0
239
Sexo do entrevistado Masculino
Feminino
N
%
N
%
Com amigos e/ou colegas
15
78,3
4
67,6
Com pais/irmãos ou outros elementos do agregado familiar
2
9,3
1
15,9
Com outros familiares
_
_
1
16,5
Com desconhecidos
7
36,2
_
_
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
%
N
%
N
%
Com amigos e/ou colegas
5
61,1
7
80,8
8
83,8
Com pais/irmãos ou outros elementos do agregado familiar
2
21,7
_
_
1
11,0
Com outros familiares
_
_
1
13,3
_
_
Com desconhecidos
5
72,9
1
5,9
1
5,1
Sem considerar as não respostas, verifica-se que a maior parte dos jogadores não costuma comprar jogos. 27,9% dos jogadores regulares compra pelo menos um jogo por mês. Sem grandes surpresas, verifica-se ainda uma maior tendência por parte dos rapazes para comprar jogos.
Tabela 258: Num mês típico, quantos jogos costuma comprar:
N
%
0
41
32,8
1
28
22,1
2
5
3,8
3
2
1,6
20
1
0,4
1-4 ano
2
1,2
Ns/nr
48
38,0
Total
125
100,0
240
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
0
21
25,8
20
45,5
1
20
24,3
8
18,0
2
4
4,5
1
2,5
3
1
1,2
1
2,5
20
0
,6
1-4 ano
0
,6
1
2,4
35
43,0
13
29,0
Ns/Nr
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
0
16
33,8
9
27,2
15
36,2
1
11
22,8
6
17,5
11
24,9
2
3
5,4
2
6,3
1
3,3
1
2,2
0
1,1
2
4,6
14
41,0
15
35,6
3 20 1-4 ano Ns/Nr
19
38,0
Os jovens inquiridos gastam em média 22,75 euros por mês em jogos, no entanto é de referir que metade dos inquiridos declaram não gastar nada por mês neste tipo de produtos. Como seria de esperar são os rapazes os mais gastadores visto que, em média, gastam 33,26 euros por mês em jogos em comparação com 8,34 euros por parte das raparigas. No que respeita à comparação entre escalões etários não se vislumbram grandes diferenças quanto aos gastos médios em jogos.
Tabela 259: E quanto é que gasta em média por mês neste tipo de produtos Média
22,75
Mediana
,86
Moda
0
Desvio-padrão
32,763
Mínimo
0
Máximo
150
Percentis
25
,00
75
40,00
241
Sexo Do Entrevistado
Média Mediana
Masculino 33,26
Feminino 8,34
24,71
,00
Mínimo
0
0
Máximo
150
60
0
0
37,62
16,48
Moda Desvio-Padrão Percentil 25
,00
,00
Percentil 75
50,00
13,69
Média Mediana
8 aos 12 anos 22,17
Idade 13 aos 15 anos 25,40
16 aos 18 anos 21,62
4,33
1,22
9,85
Mínimo
0
0
0
Máximo
120
150
60
0
0
0
Moda Desvio-Padrão
32,01
45,31
24,75
Percentil 25
,00
,00
,00
Percentil 75
35,00
29,47
50,00
É de realçar que são normalmente os pais que compram os jogos, seja como presentes seja também como uma compra supervisionada. Apenas 20% dos jogadores declaram serem os próprios a comprar os seus jogos. É de notar que são os rapazes que tomam mais a iniciativa de comprar jogos, o que é coerente com os restantes dados. Por outro lado, há visivelmente uma maior percentagem de jovens mais velhos (39,5%) que compram eles próprios os jogos, fruto de um maior poder de compra e de uma maior autonomia e liberdade nas suas compras. Concomitantemente, verifica-se um peso menor dos pais (38,5%) na compra dos jogos. Inversamente, entre os mais novos verifica-se que, em 64,9% dos casos, são os pais os comprados dos jogos, efeito do menor poder de compra e da menor autonomia em escolher os jogos sem a supervisão dos pais.
242
Tabela 260: Quem é que normalmente compra os jogos que utiliza: N
%
O próprio
25
20,0
Os pais
70
56,3
Outros familiares
11
8,8
Amigos(as) / namorados(as) / colegas
2
1,4
Não compra
6
5,1
Outras pessoas
2
1,9
Ns/nr
11
8,4
Outras pessoas N
% 123
98,1
Patrão
1
1,1
Todos juntos
1
,7
125
100,0
Total
Sexo do entrevistado Masculino
Feminino
O próprio Os pais
N 20 46
% 25,3 57,3
N 5 24
% 10,6 54,4
Outros familiares
3
3,9
8
17,6
2
2,1
_
_
Amigos(as) / namorados(as) / colegas Não compra
5
6,5
1
2,5
Outras pessoas
1
1,2
1
3,1
Ns/nr
4
5,4
6
14,0 Idade
8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
O próprio Os pais
N 6 32
% 12,8 64,9
N 2 22
% 5,9 66,4
N 17 16
% 39,5 38,5
Outros familiares
2
4,5
5
15,1
4
8,7
Amigos(as) / namorados(as) / colegas
2
3,5
_
_
_
_
Não compra
1
2,3
1
3,0
4
10,0
2
5,5
7
14,0
3
9,7
0
1,1
Outras pessoas Ns/nr
O principal motivo, invocado em 38,7% dos casos, que move os inquiridos a comprar um jogo é porque se trata de um novo jogo. O segundo motivo mais invocado (em 13,1%) é porque se trata de uma versão nova de um jogo que utiliza com frequência, o que demonstra a importância das sequelas dos jogos e da marca associada a um jogo. 243
Também parece ter alguma relevância os jogos emprestados que foram experimentados e que impeliu os inquiridos a comprar (o que aparentemente aconteceu em 8,5% dos casos).
Tabela 261: Quando vai comprar um jogo, qual é o principal motivo porque o compra
N
%
Porque é uma versão nova de um jogo que utilizo com frequência Porque é um novo jogo Porque alguém da minha família/amigo próximo quer Porque assisti ao filme que originou o jogo Porque alguém me emprestou esse jogo para experimentar e gostei Porque jogar novos jogos é mais divertido do que qualquer outro Porque os meus amigos(as)/colegas têm Não compra jogos Outro motivo
16
13,1
48
38,7
1
,7
2
1,8
11
8,5
7
5,8
5
4,2
8
6,2
2
1,7
Ns/nr
24
19,3
Total
125
100,0
É ainda curioso, que quando os inquiridos apontaram outros motivos, assinalaram o facto de alguns jogos só funcionarem com o disco original. Com a melhoria dos sistemas de protecção é de esperar que no futuro esta razão se torne mais relevante. Outro motivo N
% 123
Só funciona originais Total
98,3
2
1,7
125
100,0
Quando os inquiridos não compram os jogos ou não lhes oferecem os jogos que utilizam, na maior parte dos casos (76,8%), pelo menos declaradamente, são jogos emprestados por amigos, colegas ou familiares. Apenas 6,3% confessam que são jogos copiados a partir dos jogos originais e apenas uma pequena percentagem de inquiridos (1,6%) afirma que aluga os jogos.
244
Tabela 262: Quando não compra ou não lhe oferecem os jogos que utiliza, eles são na sua maioria:
N
%
Emprestados por amigos, colegas ou familiares Copiados a partir dos jogos originais Alugados
96
76,8
8
6,3
2
1,6
Ns/nr
19
15,4
Total
125
100,0
O montante que, em média, os jovens estariam dispostos a pagar por mês para descarregar da internet os 10 jogos mais vendidos é de 8,82 euros porém, é assinalável que mais de metade não estaria disposto a pagar. São os inquiridos do sexo masculino os mais dispostos a pagar uma quantia mais elevada (11,82 euros, em média) em que comparação raparigas que estariam apenas dispostas a pagar, em média, 2,9 euros. Os inquiridos mais velhos dos 16 aos 18 anos estariam dispostos a pagar um pouco mais (10,71 euros, em média) do que os restantes inquiridos mais novos, dispostos a pagar apenas pouco mais de 7 euros.
Tabela 263: Qual o montante máximo que estaria disposto a pagar para descarregar da internet os 10 jogos mais vendidos do mês para PC
Euros 0
N
% 21
51,2
1
3
7,3
5
10
24,4
10
1
2,4
12
1
2,4
15
1
2,4
20
1
2,4
50
2
4,9
120
1
2,4
Total
41
100,0
Média
8,82
Mediana
0,10
Moda
0
Desvio-padrão
22,21
Mínimo
0
Máximo
120
Percentis
25
0,00
75
5,00
245
Sexo Do Entrevistado
Média Mediana
Masculino 11,82
Feminino 2,90
,45
,24
Mínimo
0
0
Máximo
120
12
0
0
26,79
3,71
Moda Desvio-Padrão Percentil 25
,00
,00
Percentil 75
7,16
5,00
Média Mediana
8 aos 12 anos 7,10
Idade 13 aos 15 anos 7,51
16 aos 18 anos 10,71
1,00
,00
4,05
Mínimo
0
0
0
Máximo
50
50
120
Moda
0
0
0
15,52
16,31
28,73
Percentil 25
,00
,00
,00
Percentil 75
5,00
9,08
5,00
Desvio-Padrão
É de notar que perto de 50% concorda ou concorda totalmente que os jogos copiados têm a mesma qualidade que os originais, o que é demonstrativo de que não será a percepção da qualidade dos jogos pirateados que demoverá estes jogadores de adquirilos. É também interessante notar que 65.5% dos inquiridos concorda que os jogos contêm muitas vezes cenas violentas. Verifica-se, como seria de esperar que são os mais velhos os que estão mais expostos a cenas de violência, contudo, mais de 50% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos concorda ou concorda totalmente que os jogos contêm muitas vezes cenas violentas. Além disso, cerca de 40% concorda que a linguagem utilizada pelas personagens dos jogos de acção é muito mais agressiva e com mais palavrões do que estão habituados. É entre os mais novos que há uma maior concordância (47,3% dos casos) de que os jogos têm uma linguagem muito mais agressiva do que estão habituados, enquanto que entre os mais velhos essa concordância desde para valores abaixo dos 30%. Há, portanto evidências de que uma parte significativa dos jogadores está exposta a cenas violentas ou agressivas quando joga. Contudo, isto é verdadeiro num sistema dos media, onde os jogos são apenas uma parte, que espectaculariza a violência. Tal pode alimentar os medos dos pais sobre os efeitos nefastos de uma exposição, pelo menos
246
precoce, a cenas violentas. Tal discussão e receios vêm desde os anos 80 com a popularização dos jogos electrónicos porém, em larga medida, não se poderá dizer que a geração que cresceu a jogar nos anos 80 se tenha tornado mais violenta ou agressiva que as gerações anteriores e os estudos científicos têm se mostrado inconclusivos. E convém relembrar o papel dos educadores enquanto agentes de filtragem e de acompanhamento no que respeita ao consumo de media como os jogos electrónicos. Neste âmbito, é de notar que pouco mais de 40% dos jovens inquiridos concorda ou concorda totalmente que não utiliza jogos que indiquem não serem adequados para a sua idade, o que quer dizer que a maioria não só utiliza jogos desajustados para a sua idade, como têm plena consciência dessa situação. Sem grandes surpresas, é entre os mais novos que há uma maior percentagem de jogares (52,3%) que utilizam jogos que não são para a sua idade, enquanto que entre os mais velhos essa percentagem desde para os 26,3%. Como controlar o acesso dos educandos aos conteúdos dos media é, aliás, um problema com que se debatem pais e educadores. Um momento-chave do controlo sobre os jogos é sem dúvida o momento da compra. Porém, parece que os jovens dispõem de meios e canais alternativos para ter acesso a jogos que não são para a sua idade. Se isto parece preocupante, não devemos no entanto esquecer que os jovens, agentes reflexivos, não são recipientes vazios que recebem acriticamente a violência que vêm e que vivenciam nos jogos. 44,1% dos jovens concorda ou concorda totalmente que jogar certos jogos de acção os deixam menos stressados e mais descontraídos. Inversamente, são poucos (14,7%) os que concordam ou concordam totalmente que se sentem mais agressivos quando terminam de utilizar um jogo violento. Entre os mais novos essa percentagem é ainda ligeiramente menor (12,4%). Todavia, perto de 70% dos jogadores declaram que não se inibem de utilizar jogos mais violentos que certos filmes de acção e cerca de 60% concordam ou concordam totalmente que nos jogos para computador ou consola podem encarnar personagens com comportamentos violentos ou perigosos que nunca fariam na vida real. É ainda de notar que 46,2% dos jovens concorda ou concorda totalmente com a afirmação de que se sentem muito frustrados se não conseguem atingir com sucesso determinados objectivos dos jogos. Um dado final bastante interessante é que cerca de 60% dos jovens inquiridos preferem divertir-se e passar o tempo a jogar do que a ver filmes, isto é, a interactividade dos jogos é para esses jovens mais aliciante do que ver filmes. Entre os mais novos a percentagem daqueles que preferem os jogos aos filmes ascende praticamente aos 68%. 247
Tabela 264: Características dos jogos - Grau de concordância com:
Os jogos copiados têm a mesma qualidade Os jogos para computador ou consola contêm muitas vezes cenas violentas A linguagem utilizada pelas personagens dos jogos de acção para computador ou consola é muito mais agressiva e com mais palavrões do que a que estou habituado Não utilizo jogos que indiquem não ser adequados para a minha idade Depois de jogar certos jogos de acção fico muito menos stressado e sintome mais descontraído O facto de um jogo ser mais violento do que certos filmes de acção não me inibe de jogá-lo Nos jogos para computador ou consola posso encarnar personagens com comportamentos violentos ou perigosos que eu nunca faria na vida real Quando termino de jogar um jogo mais violento comporto-me de modo mais agressivo Sinto-me muito frustrado se não consigo atingir com sucesso determinados objectivos dos jogos para computador ou consola Para me divertir e passar o tempo prefiro sem dúvida jogar no computador ou consola do que ver filmes
Discordo Totalmente (%)
Discordo (%)
Concordo (%)
Concordo Totalmente (%)
Ns/Nr (%)
6,2
21,3
40,8
7,6
24,1
4,1
19,6
58,7
6,8
10,8
8,5
35,5
36,7
3,9
15,4
11,4
37,9
35,3
3,8
11,7
1,7
34,8
33,0
11,1
19,5
1,9
15,6
57,4
11,5
13,7
5,3
20,5
41,5
19,4
13,3
18,7
52,2
13,1
1,6
14,5
5,4
39,4
36,6
9,6
9,0
2,5
28,6
47,0
12,9
9,0
Segundo Fromme (2003), não há evidência empírica que justifique um alarmismo geral em torno das culturas dos jogos. Esta cultura é muitas vezes acusada de promover violência ou o isolamento social das crianças e dos jovens. Em geral, mesmo as crianças e os jovens que estão mais envolvidos nos jogos, em termos de interesse e de frequência de uso, aparentemente não descuram outras actividades e outros interesses dentro e fora de casa, integrando-se em relações sociais. Garry Crawford (2006) é outro autor que explora a importância dos jogos de vídeo e de computador para o mundo social. 248
Segundo este autor a importância de jogos de simulação (futebol, etc.) prende-se com ligações ‘intertextuais’ entre o desporto ou os acontecimentos offline, o que torna os jogos passíveis de serem discutidos e usados em contextos sociais. Ou seja, em vez de vincular uma visão dos jogos ‘enquanto escape’, separadas da experiência do dia-a-dia, as simulações (em particular, as de futebol) necessitam de ser entendidas no âmbito mais alargado das situações culturais e sociais. Porém, as qualidades interactivas dos jogos são atractivas em situações em que os jovens estão sozinhos. Na maior parte dos casos, os pais ou outros adultos não participam nas actividades com jogos electrónicos, pelo menos, de uma forma activa e interactiva. Muitas vezes a participação parental é marcada mais pela vigilância e controlo e jogar jogos electrónicos está ainda longe de ser um projecto comum da família. Por outras palavras, a educação em torno dos media parece restringir-se ao controlo vindo de fora e não parece haver um envolvimento mais activo por parte dos pais. Por outro lado, isto pode ser visto como aceitável num contexto em que as crianças e os jovens reclamam a necessidade das suas próprias esferas.
249
Capítulo 9: Geração Mp3 – a música no novo ambiente mediático A compra, transmissão e gravação de música tem sofrido bastantes mudanças nos últimos tempos. Longe vão os tempos do vinil e das cópias através de cassetes de áudio. Entretanto o CD emergiu como o suporte rei da música mas vê, actualmente, o seu império em risco através da partilha de ficheiros com o formato mp3 e através da emergência de lojas online como o iTunes. A indústria fonográfica vê assim emergirem enormes desafios e os consumos de música diversificam-se. A música espalha-se pela rede e é descarregada em leitores portáteis e observa-se a integração entre leitores como o iPod e lojas de música online. Por outro lado, a indústria fonográfica e os direitos de autor sofrem o desafio da pirataria, visto que muitos daqueles que possuem um computador, possuem também um gravador de CD’s e o preço dos CD’s virgens é muito baixo. A indústria fonográfica recorre assim a estratégias variadas para cativar os consumidores, incluindo pacotes mais atraentes, alguns incluindo extras ou DVD’S de bónus que cada vez mais se vão tornando a norma. É neste contexto em mudança que vamos olhar para as práticas e para os consumos dos jovens no que respeita à música.
Inquérito online
71,1% dos inquiridos online afirma ter um leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros mp3. Não se vislumbram diferenças significativas entre sexos e entre escalões etários. Verifica-se portanto que aqueles que estão mais socializados com a internet são aqueles que também tendem a possuir outro tipo de aparelhos. Na verdade a utilização da internet e a utilização de leitores portáteis de ficheiros de música complementam-se, notando-se uma integração dos media neste nível.
250
Tabela 265: Tens algum leitor de música portátil em que possas utilizar ficheiros MP3?
N
%
Sim
769
71,1
Não
308
28,5
Não sabe/não responde Total
4
,4
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
443
71,8
326
70,3
Não
172
27,9
136
29,3
2
,3
2
,4
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
86
71,7
266
73,7
417
69,5
Não
30
25,0
95
26,3
183
30,5
4
3,3
120
100,0
Não sabe/não responde Total
361
100,0
600
100,0
Verifica-se que a maior parte dos jovens internautas (87%) consegue gravar CD’s de música no PC, sendo esta uma das competências correntes hoje em dia para quem está familiarizado com computadores. A este nível não há diferenças significativas entre os sexos, contudo, como seria de esperar, há uma menor percentagem de inquiridos mais novos a declararem que têm essa competência: 74,2% em comparação com 89,3% dos internautas com idades compreendidas entre os 16 e os 18 anos. 64,4% dos inquiridos afirmam serem capazes de descarregar músicas da internet. Há uma maior percentagem de rapazes (70,2%) do que de raparigas (56,7%) a declararem que têm esta competência. Também existe uma menor percentagem de inquiridos mais novos a afirmarem que são capazes de descarregar músicas da internet: 50,8%, o que está claramente abaixo da percentagem de inquiridos mais velhos que declararam conseguir fazê-lo (66,2%). Em geral, 54,5% dos internautas têm a capacidade de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc.), sendo esta uma competência declarada, mais uma vez, por uma percentagem maior de rapazes (59%) e de internautas entre os 16 e os 18 anos (57,7%), em contraste com as raparigas (48,5%) e os inquiridos mais novos (40%). Verifica-se uma percentagem ainda menor de inquiridos (44,4%) que declaram serem capazes de imprimir capas para os CD’s de música que gravam da internet. 251
Curiosamente, não existem diferenças significativas entre os sexos quanto a esta competência, porém, na comparação entre escalões etários, verifica-se, uma vez mais, uma menor percentagem de inquiridos mais novos com essa competência.
Tabela 266: Competências relacionadas com a gravação, troca e descarregamento de música:
N És capaz de gravar CDs de música no PC
940
87,0
Não
126
11,7
15
1,4
Total
1081
100,0
Sim
696
64,4
Não
347
32,1
Não sabe/não responde És capaz de descarregar músicas da internet
És capaz de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc) És capaz de imprimir capas para os CDs de música que grava da internet
%
Sim
Não sabe/não responde
38
3,5
Total
1081
100,0
Sim
589
54,5
Não
437
40,4
Não sabe/não responde
55
5,1
Total
1081
100,0
Sim
480
44,4
Não
553
51,2
Não sabe/não responde Total
48
4,4
1081
100,0
Masculino N És capaz de gravar CDs de música no PC
N
%
535
86,7
405
87,3
Não
74
12,0
52
11,2
8
1,3
7
1,5
Sim
433
70,2
263
56,7
Não
168
27,2
179
38,6
Não sabe/não responde És capaz de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc) És capaz de imprimir capas para os CDs de música que grava da internet
%
Sim Não sabe/não responde
És capaz de descarregar músicas da internet
Feminino
16
2,6
22
4,7
Sim
364
59,0
225
48,5
Não
223
36,1
214
46,1
30
4,9
25
5,4
Sim
270
43,8
210
45,3
Não
324
52,5
229
49,4
23
3,7
25
5,4
Não sabe/não responde
Não sabe/não responde
252
Idade
És capaz de gravar CDs de música no PC
És capaz de descarregar músicas da internet És capaz de utilizar sistemas de troca de ficheiros (ex: emule, soulseek, etc) És capaz de imprimir capas para os CDs de música que grava da internet Total
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
Sim
89
% 74,2
315
% 87,3
536
% 89,3
Não
25
20,8
43
11,9
58
9,7
Ns/nr
6
5,0
3
,8
6
1,0
Sim
61
50,8
238
65,9
397
66,2
Não
51
42,5
110
30,5
186
31,0
Ns/nr
8
6,7
13
3,6
17
2,8
Sim
48
40,0
195
54,0
346
57,7
Não
66
55,0
143
39,6
228
38,0
Ns/nr
6
5,0
23
6,4
26
4,3
Sim
44
36,7
175
48,5
261
43,5
Não
72
60,0
169
46,8
312
52,0
Ns/nr
4
3,3
17
4,7
27
4,5
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Verifica-se que entre os internautas, a internet é um dos principais meios de troca de músicas com os amigos, sendo que 29% dos inquiridos declara utilizar a internet para o efeito. Além disso, 28,3% dos inquiridos afirma que troca músicas com os amigos através de CD’s comprados nas lojas e CD’s gravados com ficheiros Mp3. No total 83,6% dos jovens trocam músicas com os amigos, independentemente do meio. É de notar que apenas 14% dos inquiridos diz que não troca habitualmente músicas com os amigos, pelo que podemos aferir que a troca de músicas entre amigos é uma prática comum aos jovens internautas. Não há diferenças muito grandes entre os sexos, mas curiosamente parece haver uma percentagem um pouco maior de raparigas a trocar música com os amigos, em especial através de CD’s. Observa-se ainda uma maior percentagem de inquiridos que não por hábito trocar música com os amigos entre os mais novos (23,3%), uma percentagem bastante acima do a verifica entre os internautas mais velhos (12,2%). São ainda os mais novos os que mais trocam, exclusivamente, CD’s comprados entre os amigos (24,2%) mas os que menos trocam música utilizando a internet (15,8%). Inversamente, são os jovens entre os 13 e os 15 anos, aqueles que mais trocam música utilizando a internet (32,7%).
253
Tabela 267: Habitualmente trocas músicas com os teus amigos(as)?
N
%
Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas
143
13,2
Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros MP3
142
13,1
Sim, de ambos
306
28,3
Sim, utilizando a internet
314
29,0
Não
151
14,0
25
2,3
1081
100,0
Não sei/Não respondo Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas
82
13,3
61
13,1
Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros MP3
80
13,0
62
13,4
Sim, de ambos
150
24,3
156
33,6
Sim, utilizando a internet
189
30,6
125
26,9
Não
102
16,5
49
10,6
14
2,3
11
2,4
Não sei/Não respondo
Idade
Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros MP3 Sim, de ambos
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
29
24,2
40
11,1
74
12,3
14
11,7
44
12,2
84
14,0
21
17,5
103
28,5
182
30,3
Sim, utilizando a internet
19
15,8
118
32,7
177
29,5
Não
28
23,3
50
13,9
73
12,2
9
7,5
6
1,7
10
1,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sei/Não respondo Total
Só uma pequena minoria (1,8%) compra habitualmente músicas na rede e 8% responderam que compram às vezes, contudo, no total, existem 16,2% de inquiridos que já adquiriram músicas na rede pelo menos uma vez. Verifica-se ainda que há uma maior percentagem de internautas do sexo masculino e com mais idade que já compraram músicas na rede. O sítio mais popular entre os jovens que já compraram músicas na internet é o Sapo Música (11,2% dos inquiridos afirmam que já compraram músicas neste sítio), que ultrapassa mesmo o iTunes, onde 9,9% dos inquiridos já compraram música.
254
Tabela 268: Já compraste música através de sítios de venda na internet?
N
%
Sim, compro habitualmente
19
1,8
Sim, compro às vezes
86
8,0
Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar
70
6,5
890
82,3
Não, nunca comprei Não sei/Não respondo Total
16
1,5
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim, compro habitualmente
15
2,4
4
,9
Sim, compro às vezes
58
9,4
28
6,0
43
7,0
27
5,8
492
79,7
398
85,8
9
1,5
7
1,5
Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar Não, nunca comprei Não sei/Não respondo
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim, compro habitualmente
2
1,7
6
1,7
11
1,8
Sim, compro às vezes
7
5,8
23
6,4
56
9,3
Sim, mas foi apenas uma vez para experimentar
6
5,0
34
9,4
30
5,0
98
81,7
294
81,4
498
83,0
Não, nunca comprei Não sei/Não respondo Total
7
5,8
4
1,1
5
,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Tabela 269: Em que sítios compras habitualmente música através da internet: N iTunes
% 103
9,9
25
2,4
9
,9
Sapo Música
116
11,2
Não sei/Não respondo
749
72,2
Outros
28
2,7
Não compra
65
6,3
1038
100,0
Yahoo Music Napster
Total
47% dos jovens internautas costuma descarregar as letras de algumas músicas que obtêm na internet e 7,4% afirma mesmo que habitualmente descarrega de todas.
255
Curiosamente, esta é uma práticas seguida por uma maior percentagem de raparigas (58,8%) do que de rapazes (51,1%) e por uma maior percentagem de inquiridos mais velhos (59,7%) do que de internautas mais novos (32,5%).
Tabela 270: Costumas descarregar letras das músicas que obténs na internet?
N
%
Sim, habitualmente descarrego de todas
80
7,4
Sim, mas só de algumas
508
47,0
Não, nunca descarrego
443
41,0
Não sei/Não respondo
50
4,6
1081
100,0
Total
Masculino N Sim, habitualmente descarrego de todas
Feminino %
N
%
48
7,8
32
6,9
Sim, mas só de algumas
267
43,3
241
51,9
Não, nunca descarrego
275
44,6
168
36,2
Não sei/Não respondo
27
4,4
23
5,0
Idade
Sim, habitualmente descarrego de todas
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
6
5,0
32
8,9
42
7,0
Sim, mas só de algumas
33
27,5
159
44,0
316
52,7
Não, nunca descarrego
66
55,0
164
45,4
213
35,5
Não sei/Não respondo
15
12,5
6
1,7
29
4,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Há uma clara tendência (em 66,5% dos casos) para achar que é mais errado vender músicas ou CD’s pirateados, enquanto que 19,9% acham que é mais errado comprar. Perto de 10% é da opinião que é errado trocar músicas e/ou CD’s com desconhecidos através da internet, mas apenas uma pequena minoria acha que é errado trocar música entre amigos e conhecidos. Não há grandes diferenças entre os sexos, todavia, parece haver um maior reconhecimento feminino de que é errado trocar música com desconhecidos através da internet. Há uma menor percentagem de inquiridos mais novos (15%) com a opinião de que é errado comprar músicas ou CD’s pirateados mas entre os mais novos há uma maior percentagem de inquiridos da opinião de que é errado trocar música na internet com desconhecidos. Seja como for a larga maioria não olha
256
para a troca de músicas através da internet, seja com desconhecidos ou seja com conhecidos e amigos, como algo fundamentalmente errado, apesar de ser um acto passível de ser punível criminalmente.
Tabela 271: E ainda em relação a música, achas que é mais errado...?
N
%
Vender músicas/CDs pirateados
719
66,5
Comprar músicas/CDs pirateados
215
19,9
Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conhecidos
25
2,3
Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet
16
1,5
106
9,8
1081
100,0
Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet Total
Masculino N Vender músicas/CDs pirateados Comprar músicas/CDs pirateados Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conhecidos Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet
Feminino %
N
%
412
66,8
307
66,2
125
20,3
90
19,4
19
3,1
6
1,3
12
1,9
4
,9
49
7,9
57
12,3
Idade 9 aos 12 anos N Vender músicas/CDs pirateados
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
80
66,7
233
64,5
406
67,7
18
15,0
73
20,2
124
20,7
Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conheci
2
1,7
11
3,0
12
2,0
Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet
3
2,5
6
1,7
7
1,2
17
14,2
38
10,5
51
8,5
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Comprar músicas/CDs pirateados
Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet Total
257
Dos internautas, 41% estariam dispostos a pagar até 10 euros por mês para adquirir músicas em sítios na internet, enquanto que 40,1% não está disposto a pagar nada. Verifica-se uma maior predisposição masculina, assim como dos inquiridos mais velhos, para dar largas à bolsa.
Tabela 272: Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço:
N
%
Até 5 euros
310
28,7
De 6 a 10 euros
133
12,3
De 11 a 15 euros
43
4,0
De 16 a 20 euros
31
2,9
21 euros ou mais
17
1,6
433
40,1
Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet) Não sei/Não respondo Total
114
10,5
1081
100,0
Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço: Masculino N Até 5 euros
Feminino %
N
%
194
31,4
116
25,0
De 6 a 10 euros
75
12,2
58
12,5
De 11 a 15 euros
27
4,4
16
3,4
De 16 a 20 euros
20
3,2
11
2,4
21 euros ou mais
10
1,6
7
1,5
234
37,9
199
42,9
57
9,2
57
12,3
Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet Não sei/Não respondo
Que montante estarias disposto a gastar num mês para adquirir músicas em sítios na internet que disponham desse serviço: Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Até 5 euros
18
15,0
97
26,9
195
32,5
De 6 a 10 euros
11
9,2
41
11,4
81
13,5
De 11 a 15 euros
3
2,5
16
4,4
24
4,0
De 16 a 20 euros
1
,8
17
4,7
13
2,2
21 euros ou mais
3
2,5
7
1,9
7
1,2
60
50,0
150
41,6
223
37,2
Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet Não sei/Não respondo Total
24
20,0
33
9,1
57
9,5
120
100,0
361
100,0
600
100,0
258
Inquérito nacional No que respeita aos inquiridos do inquérito face-a-face aplicado a nível nacional, estando mais próximo da realidade nacional no seu todo, verifica-se que apenas 28% dos jovens possuem um leitor de música portátil com a capacidade de ler ficheiros mp3. Todavia, se considerarmos apenas aqueles que têm acesso à internet em casa verifica-se que a percentagem de inquiridos com leitores de mp3 sobe até aos 47,5%. Há uma maior percentagem de rapazes (33,6%) e de inquiridos dos 16 aos 18 anos (32,3%) que declaram possuir um desses aparelhos, em comparação com 22,2% de raparigas e 21,9% de inquiridos dos 8 aos 12 anos. Perto de um quarto desses aparelhos é da “Creative”, a segunda marca mais popular é a “Sony” (com 16,1%), estando o “iPod” em terceiro lugar (com 8,6%).
Tabela 273: Tem algum leitor de música portátil em que possa utilizar ficheiros MP3 Total N
%
Utilizadores da internet N % 49 47,5
Sim
77
28,0
Não
190
68,9
50
48,3
5
1,8
1
1,0
Não sabe do que se trata Ns/nr Total
3
1,2
3
3,2
276
100,0
104
100,0
Sexo Do Entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
47
33,6
30
22,2
Não
89
63,4
101
74,6
2
1,4
3
2,3
Não sabe do que se trata Ns/nr
2
1,6
1
,8
Total
141
100,0
135
100,0
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
24
21,9
22
31,5
32
32,3
Não
83
77,1
45
63,8
62
63,5
Não sabe do que se trata
_
_
1
1,4
4
4,1
Ns/nr
1
1,0
2
3,2
Total
108
100,0
70
100,0
98
100,0
259
Tabela 274: Qual é a marca desse leitor
N
%
iPod
7
8,6
Creative
19
24,6
Sony
12
16,1
Outras marcas
19
24,1
Ns/nr
21
26,6
Total
77
100,0
Outras Marcas N
% 257
93,2
Apple
2
,8
Bomag
1
,3
Denver
4
1,4
Inovix
4
1,5
Mitsai
1
,4
Philips
1
,4
Rodstar
1
,2
Samsung
2
,9
Supertec
1
,4
Wattson
1
,3
Worten
1
,3
276
100,0
Total
Dos inquiridos que possuem um leitor de mp3, 55,7% costumam ouvir música quando estão a passear e 52% dos jovens ouvem música no seu leitor de mp3 quando não estão a fazer nada. Além disso, 38,9% dos jovens declaram ainda que aproveitam para ouvir música no seu leitor de mp3 quando estão em viagem. Estas são portanto as situações mais vulgares para ouvir música no leitor mp3. 16,7% dos jovens declara ainda que ouve música nos seus leitores portáteis quando estão nos transportes públicas e 10,5% enquanto estão a ver televisão. Ouvir música através do leitor portátil enquanto se realizam outras actividades como trabalhar, ler, navegar na internet ou fazer desporto é apenas hábito para minorias de jovens que não representam mais do que 10% daqueles que possuem um leitor de mp3.
260
Tabela 275: Em que alturas, é que costuma ouvir música no seu leitor de MP3: N
%
Quando está a passear
43
55,7
Quando está a trabalhar
7
9,6
Quando está a ler revistas, livros, jornais
7
8,8
Quando está a utilizar a internet
5
6,7
Quando está a ver TV
8
10,5
Quando está a fazer desporto
5
7,0
Quando não está a fazer nada
40
52,0
Quando está em viagem
30
38,9
Quando está nos transportes públicos
13
16,7
Não se aplica/não utiliza
1
1,0
Os leitores de mp3 vieram de facto colocar um desafio à rádio e a outros equipamentos de reprodução de música. 49,3% dos jovens inquiridos com um leitor portátil de mp3 declaram que passaram a ouvir menos música noutros equipamentos e 46,3% declaram que passaram a ouvir menos rádio. O principal meio de reprodução de ficheiros mp3 é, sem dúvida o leitor portátil (77,5% dos jovens utilizam este aparelho em primeiro lugar), seguido por uma larga margem pelo computador pessoal (apenas 23,6% utilizam o computador com reprodutor principal de mp3). Apenas 9% ouve ficheiros mp3, preferencialmente, no telemóvel, estabelecendo-se assim a hierarquia.
Tabela 276: Desde que tem o seu leitor MP3, passou a: Menos (%)
Igualmente (%)
Mais (%)
Ouvir rádio
46,3
44,1
9,6
Navegar na internet
6,3
84,3
9,4
Ouvir música noutros equipamentos
49,3
46,3
4,4
261
Tabela 277: Por ordem de utilização, em que equipamentos é que costuma ouvir ficheiros MP3: Ordem utilização 1
Ordem utilização 2
Ordem utilização 3
Ordem utilização 4
No computador pessoal
23,6
62,7
13,7
_
No leitor portátil de ficheiros mp3
77,5
16,5
6,0
_
No telemóvel
9,0
24,0
67,0
_
Noutro suporte
22,6
_
_
77,4
Os inquiridos com internet em casa têm, em geral, um leque mais alargado de competências no que respeita às TIC. Considerando o total dos inquiridos, apenas 37,9% dos jovens dizem saber gravar CD’s de música no PC, porém, a percentagem de inquiridos que sabe gravar CD’s de música sobe para os 64% entre os inquiridos que têm acesso à internet em casa. Cerca de metade dos inquiridos com acesso à internet no seu lar sabe descarregar músicas na internet, enquanto que se considerarmos o total dos inquiridos essa percentagem decresce para os 24%. Ademais, em torno de 40% dos inquiridos com ligação à rede sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet e outros tantos sabem imprimir capas para os CD’s de música que gravam com ficheiros descarregados na internet, em comparação com 18,5% e 22%, entre o total dos inquiridos, respectivamente. Os dados referentes aos utilizadores da internet estão assim mais próximos dos dados apurados em relação aos jovens inquiridos online, que como já vou referido são um público específico, mais socializado nos novos media. Em coerência com o que foi verificado nos dados obtidos online, é entre os inquiridos do sexo masculino e os mais velhos, que se verificam as maiores percentagens de jovens que declaram ter as competências referidas atrás.
262
Tabela 278: Competências relacionadas com a gravação, descarregamento e troca de música: Total dos inquiridos N Sabe gravar CDs de música no pc
%
Sim
104
Não
169
64,0
61,3
35
33,8
2
,8
2
2,2
66
24,0
52
50,3
207
75,2
50
47,6
2
,8
2
2,2
Sim
51
18,5
42
40,5
Não
223
80,7
60
57,3
,8
2
2,2 41,0 59,0
Sim Não
Ns/nr Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet
%
37,9
Ns/nr Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)
N 67
Ns/nr Sabe descarregar músicas da internet
Utilizadores da internet
2
Sim
61
22,0
43
Não
214
77,7
62
1
,4
Ns/nr Total dos inquiridos
Sexo Do Entrevistado Masculino N Sabe gravar CDs de música no pc
Sabe descarregar músicas da internet
Feminino %
N
%
Sim
68
48,2
36
27,0
Não
72
51,0
97
72,1
Ns/nr
1
,8
1
,8
Sim
45
31,6
22
16,1
Não
95
67,6
112
83,1
Ns/nr
1
,8
1
,8
Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)
Sim
34
23,8
17
12,9
Não
106
75,4
116
86,2
1
,8
1
,8
Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet
Sim
41
29,3
19
14,3
Não
100
70,7
115
84,9
1
,7
Ns/nr
Ns/nr
263
Utilizadores da internet Sexo Do Entrevistado Masculino N Sabe gravar CDs de música no pc
Sabe descarregar músicas da internet
Feminino %
N
%
Sim
41
72,8
26
53,6
Não
14
25,2
21
44,1
Ns/nr
1
2,0
1
2,4
Sim
33
57,7
20
41,5
Não
23
40,3
27
56,2
Ns/nr
1
2,0
1
2,4
Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)
Sim
26
45,7
16
34,4
Não
30
52,3
30
63,2
Ns/nr
1
2,0
1
2,4
Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet
Sim
27
48,3
15
32,3
29
51,7
32
67,7
Não
Total dos inquiridos Idade 8 aos 12 anos N Sabe gravar CDs de música no pc
13 aos 15 anos
Sim
16
% 14,6
Não
92
85,4
N
Ns/nr Sabe descarregar músicas da internet
32
% 45,6
36
51,2
2
3,2
16 aos 18 anos N 57
% 57,9
41
42,1
Sim
8
7,1
19
27,1
40
40,4
Não
100
92,9
49
69,7
58
59,6
Ns/nr
2
3,2
Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)
Sim
5
4,2
15
21,7
31
31,9
Não
103
95,8
52
75,1
67
68,1
2
3,2
Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet
Sim
9
8,7
16
23,6
35
35,5
Não
99
91,3
52
75,0
63
64,5
1
1,4
Ns/nr
Ns/nr
Utilizadores da internet Idade 8 aos 12 anos N Sabe gravar CDs de música no pc
Sim
10
% 30,4
Não
23
69,6
Ns/nr Sabe descarregar músicas da internet
13 aos 15 anos N 23
% 80,7
3
11,6
2
7,8
16 aos 18 anos N 33
% 78,5
9
21,5
Sim
7
20,9
18
61,3
28
65,3
Não
26
79,1
9
31,0
15
34,7
2
7,8
Ns/nr Sabe utilizar sistemas de troca de ficheiros na internet (p2p)
Sim
5
14,0
14
48,2
24
55,7
Não
28
86,0
13
44,0
19
44,3
2
7,8
Sabe imprimir capas para os CDs de música que grava da internet
Sim
Ns/nr Não
7
20,9
14
49,8
21
50,3
26
79,1
15
50,2
21
49,7
264
Dentro dos inquiridos com capacidade para gravar CD’s de música, grava CD’s de no seu computador pessoal, exclusivamente para si e 21,5% grava para si, assim como para as pessoas da casa. Apenas 17,5% afirma que grava CD’s para amigos, familiares ou colegas e 20,7% afirma que não costuma gravar CD’s. Claramente, verifica-se uma maior percentagem de raparigas (31,6%) que não grava CD’s, sendo que apenas 14,8% dos rapazes afirmam que não têm o costume de gravar músicas em CD. Mais de metade dos rapazes gravam CD’s de música exclusivamente para si em comparação com 32,7% das raparigas. Porém, há uma maior percentagem de raparigas (26,2%) que grava CD’s para as pessoas da sua casa em comparação com 19% dos rapazes. É ainda de assinalar que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a afirmarem que não têm o costume de gravar CD’s (23,6%), uma percentagem um pouco acima da verificada entre os mais novos (17,9%) e entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos (16,8%). Cerca de metade dos jovens dos 16 aos 18 anos afirma que grava CD’s de música exclusivamente para si, enquanto que a percentagem de inquiridos mais novos que grava CD’s só para si é de 31,8%. Curiosamente, uma maior percentagem de inquiridos entre os 8 e os 12 anos (37%) que gravam CD’s de música para as pessoas da sua casa, enquanto que essa percentagem entre os jovens dos 16 aos 18 anos é de apenas 10,5%. Note-se ainda que a média de CD’s gravados pelo inquiridos no mês anterior é de cerca de 4 CD’s e metade dos inquiridos gravou até 3 CD’s no mês transacto.
Tabela 279: Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem:
Exclusivamente para mim Para mim e para pessoas da minha casa Para amigos, familiares ou colegas Não costumo gravar Ns/nr
N
%
48
45,7
22
21,5
18
17,5
22
20,7
3
2,9
265
Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem: Sexo Do Entrevistado Masculino N Exclusivamente para mim
Feminino %
N
%
36
52,6
12
32,7
Para mim e para pessoas da minha casa
13
19,0
10
26,2
Para amigos, familiares ou colegas
13
18,6
6
15,5
Não costumo gravar
10
14,8
12
31,6
3
4,4
Ns/nr
Grava CDs de músicas no seu computador pessoal para quem: Idade
Exclusivamente para mim
8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
5
31,8
14
43,0
29
51,0
Para mim e para pessoas da minha casa
6
37,0
11
33,5
6
10,5
Para amigos, familiares ou colegas
3
16,8
8
23,6
8
14,3
Não costumo gravar
3
17,9
5
16,8
13
23,6
Ns/nr
1
5,3
2
3,8
Tabela 280: Número de CD's gravados no último mês: Média
4,32
Mediana
3,00
Moda
0
Desvio-padrão
4,513
Mínimo
0
Máximo
20
Percentis
25
1,00
75
7,87
Pouco mais de um quinto dos jovens compra CD’s de música com regularidade. Não se verificam diferenças significativas entre os sexos mas observa-se que, como seria de esperar, que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos (cerca de 25%) que compram CD’s musicais com regularidade.
266
Tabela 281: Compra CDs de música com regularidade
N
%
Sim
60
21,8
Não
211
76,5
Ns/nr
5
1,7
Total
276
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
30
21,3
30
22,2
Não
109
77,5
102
75,5
2
1,2
3
2,2
Ns/nr
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
18
16,8
18
25,4
24
24,6
Não
88
81,1
51
73,1
72
73,9
Ns/nr
2
2,1
1
1,4
2
1,6
Dentro daqueles que compram CD’s de música com regularidade, 44,1% comprou um CD no mês anterior e 26,3% comprou pelo menos 2 CD’s. 29,5% não comprou nenhum CD. Os inquiridos do sexo masculino e os mais velhos, com maior poder de compra, demonstram uma tendência para comprar mais CD’s. Os jovens gastaram em média 19,55 euros em CD’s e metade gastou até 18,55 euros. Confirma-se que os inquiridos do sexo masculino foram mais gastadores no mês transacto (gastaram , em média, 22,15 euros) do que as raparigas, que gastaram, em média, 14,74 euros. Os inquiridos mais velhos são os que, em média, gastaram mais no mês anterior (23,33 euros), mas os menos gastadores não foram os inquiridos mais novos, mas sim os jovens dos 13 aos 15 anos (13,67 euros). Tabela 282: Número de CD's que comprou no último mês
N
%
0
16
29,5
1
24
44,1
2
6
11,5
3
3
5,5
4
2
3,3
5
3
6,0
Ns/Nr
6
10,2
Total
60
100,0
267
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
0
8
26,3
8
33,3
1
12
42,1
12
46,5
2
4
14,7
2
7,7
3
1
3,2
2
8,3
4
1
2,5
1
4,2
5
3
11,2
Ns/Nr
1
3,4
5
17,1
Total
29
100,0
25
100,0
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
0
5
33,9
6
35,7
5
22,6
1
8
59,7
7
38,3
9
39,4
2
1
6,4
3
19,8
2
8,4
3
_
_
3
12,7
4
_
_
1
6,2
5
_
_
1
3,1
3
13,8
Ns/Nr
5
26,1
1
4,2
1
2,7
Total
13
100,0
17
100,0
23
100,0
Tabela 283: Quanto é que gastou em média, no último mês em CD's N
37
Média
19,55
Mediana
18,55
Moda
0
Desvio-Padrão
19,730
Mínimo
0
Máximo Percentis
120 25
5
75
25 Sexo do entrevistado
Média Mediana
Masculino 22,15
Feminino 14,74
18
20
Moda
0
20
Mínimo
0
0
Máximo
120
30
Desvio-Padrão
23,08
10,40
Percentil 25
6
2
Percentil 75
30
21
268
8 aos 12 anos 20,20
Idade 13 aos 15 anos 13,67
16 aos 18 anos 23,33
Mediana
18
16
20
Moda
15
0
0
Mínimo
15
0
0
Máximo
35
30
120
Média
Desvio-Padrão
7,85
10,91
25,34
Percentil 25
15
3
2
Percentil 75
26
24
30
Sem surpresas, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que compra CD’s dos seus grupos preferidos (34,6%) e apenas 10,4% declara que compra CD’s de grupos que quer conhecer melhor. Inversamente, 35% dos inquiridos grava CD’s dos grupos musicais que querem conhecer melhor enquanto que 24% dos jovens grava CD’s de bandas favoritas. Menos de 10% compra CD’s no seguimento de um conselho, 32,9% dos jovens prefere antes não arriscar e gravar CD’s de bandas ou músicos aconselhados ou sugeridos por terceiros. As percentagem de inquiridos que compram CD’s de grupos ou músicos portugueses e de bandas ou músicos estrangeiros são muito próximas, 21,6% e 22,3% respectivamente. As percentagens de jovens que gravam CD’s de bandas portugueses e de bandas estrangeiras também são bastante próximas, rondando os 27%. A percentagem de inquiridos que não compra ou não grava CD’s mantém-se estável em torno dos 17%.
Tabela 284: Costuma comprar ou gravar CD's dos seus grupos música preferidos: N
%
Compra CDs
95
34,6
Grava CDs
66
24,0
Não compra/não grava CDs
45
16,5
Ns/nr
74
26,7
269
Tabela 285: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que quer conhecer melhor: N
%
Compra CDs
29
10,4
Grava CDs
90
32,5
Não compra/não grava CDs
49
17,6
Ns/nr
111
40,4
Tabela 286: Costuma comprar ou gravar CD's dos grupos/músicos que alguém me aconselhou a ouvir: N
%
Compra CDs
26
9,6
Grava CDs
91
32,9
Não compra/não grava CDs
49
17,6
Ns/nr
112
40,8
Tabela 287: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos portugueses: N
%
Compra CDs
60
21,6
Grava CDs
74
26,8
Não compra/não grava CDs
47
17,1
Ns/nr
99
35,7
Tabela 288: Costuma comprar ou gravar CD's de grupos/músicos estrangeiros: N
%
Compra CDs
61
22,3
Grava CDs
75
27,1
Não compra/não grava CDs
47
17,1
Ns/nr
96
34,7
270
Cerca de 48,1% dos jovens troca músicas com os seus amigos/as, sejam CD’s comprados, gravados ou ambos. Pelo contrário, 47,6% dos inquiridos não têm o hábito de trocar música com os seus pares. Observa-se que há uma maior percentagem de inquiridos do sexo masculino (54,8%) e de inquiridos mais velhos (60,5%) que trocam músicas com os amigos, em comparação, respectivamente, com 41,2% das raparigas e com 30% dos inquiridos mais novos.
Tabela 289: Troca músicas com os seus amigos(as):
N
%
Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas
47
17,0
Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros mp3
17
6,2
Sim, de ambos
69
24,9
Não
131
47,6
Ns/nr
12
4,3
Total
276
100,0
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas
23
16,3
24
17,8
Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros mp3
12
8,6
5
3,8
Sim, de ambos
42
29,9
26
19,6
Não
60
42,5
71
53,0
Ns/nr
4
2,8
8
5,9
Total
141
100,0
135
100,0
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim, mas apenas CDs comprados nas lojas
15
14,2
14
20,3
17
17,7
Sim, mas apenas CDs gravados com ficheiros mp3
_
_
4
5,7
13
13,5
Sim, de ambos
17
15,8
23
32,6
29
29,3
Não
71
66,1
24
34,6
36
36,5
Ns/nr
4
3,8
5
6,8
3
3,0
Total
108
100,0
70
100,0
98
100,0
271
Apenas uma pequena minoria dos inquiridos (2,4%) compra mais CD’s que tenham também DVD’s, 10,5% afirma que compra o mesmo número e 20,4% declara mesmo que essa não é uma opção que tenha em conta quando compra CD’s musicais.
Tabela 290: Compra mais ou menos CDs que tragam também DVDs dos grupos/músicos:
N Compro mais CDs que tenham também DVDs
% 6
2,4
29
10,5
Compro menos CD que tenham também também DVDs
15
5,3
Não é uma opção que tenha em conta quando compro CDs
56
20,4
144
52,3
Ns/nr
25
9,2
Total
276
100,0
Compro o mesmo número
Não se aplica / não compro CDs
Apenas uma pequena minoria (2,6%) compra habitualmente ou às vezes músicas de sítios de venda na internet. Dentro dos poucos inquiridos que compram música na internet, 58% compra habitualmente na loja virtual iTunes, 15,1% compram na loja portuguesa Sapo Música e outros tantos compram na Yahoo Music.
Tabela 291: Frequência que compra música através de sites de venda na internet:
N Habitualmente Às vezes
% 3
1,2
4
1,4
266
96,6
Ns/nr
2
,8
Total
276
100,0
Nunca comprou
272
Tabela 292: Sites onde compra habitualmente música através da internet: N
%
Itunes
4
58,0
Yahoo music
1
15,1
Napster
0
0,0
Sapo música
1
15,1
Outro
0
0,0
Ns/nr
2
26,9
Perto de 20% dos jovens acham que os seus familiares e amigos próximos ouvem mais música do que há 2 anos atrás, todavia, é menor a percentagem de inquiridos que acham que os seus familiares e amigos compram mais música (13,6%). Inversamente, apenas uma minoria de jovens (4,2%) afirma que os seus familiares e amigos ouvem menos música, contudo, há uma maior percentagem de inquiridos a afirmarem que familiares e amigos compram menos música do que há 2 anos atrás. 34,8% acham que familiares e amigos ouvem a mesma quantidade de música, enquanto que uma percentagem próxima de jovens inquiridos (30,9%) são da opinião de que aqueles que lhes são próximos compram a mesma quantidade de música, porém, uma parte substancial dos jovens (mais de 40%) não demonstra a sua opinião.
Tabela 293: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona ouvem mais, a mesma ou menos música do que há 2 anos atrás:
N
%
Mais
54
19,7
A mesma
96
34,8
Menos
12
4,2
Ns/nr
114
41,4
Total
276
100,0
Tabela 294: Acha que os seus familiares e amigos próximos com quem se relaciona compram mais, o mesmos ou menos CDs do que há 2 anos atrás:
N
%
Mais
37
13,6
A mesma
85
30,9
Menos
36
12,9
Ns/nr
118
42,6
Total
276
100,0
Uma grande maioria dos jovens (72,2%) acha correcto trocar músicas ou CD’s comprados em lojas entre amigos e conhecidos, mas quando se tratar de trocar músicas 273
entre amigos e conhecidos através da internet, apenas 35,3% consideram que tal prática é correcta. Uma minoria (15,5%) dos jovens acha correcto comprar músicas e ou CD’s pirateados, mas quando se trata de vender músicas ou CD’s pirateados, a percentagem de inquiridos que acham essa situação correcto decresce para cerca de 10%. Entre os respondentes, 11,9% acham ainda correcto trocar músicas com desconhecidos através da internet. Apenas 1,2% dos inquiridos acham que todas as situações são incorrectas.
Tabela 295: Acha correcto: N
%
27
9,9
41
15,0
199
72,2
97
35,3
33
11,9
Nenhuma
3
1,2
NS/NR
37
13,4
Vender músicas/CDs pirateados Comprar músicas/CDs pirateados Trocar músicas/CDs comprados em lojas entre amigos e conhecidos Trocar músicas/CDs entre amigos e conhecidos através da internet Trocar músicas/CDs com desconhecidos através da internet
Cerca de metade dos jovens (51,1%) acham que não se deve pagar nada por descarregar músicas na internet. Este é um valor um pouco acima do verificado entre os jovens inquiridos online. Apenas 11,7% dos jovens estariam dispostos a pagar até 5 euros num mês para adquirir músicas em sítios na internet e verifica-se uma pequena minoria de jovens (3,1%) que estariam dispostos a pagar mais do que essa quantia.
274
Tabela 296: Quanto gastaria num mês para adquirir músicas em sites na internet
N Até 5 €
% 32
11,7
De 6 a 10 €
8
2,8
De 11 a 15 €
1
,3
141
51,1
Nada (não acho que se deva pagar por descarregar música da internet) Ns/nr Total
94
34,1
276
100,0
Verifica-se, em Portugal, no que respeita a equipamentos relacionados com a cópia, compra e reprodução de música, uma divisão entre jovens inquiridos. Entre aqueles com maior acesso a todo um conjunto de equipamentos como o computador, a internet e leitores de mp3 e outros sem acesso a uma parte ou à maior parte desses equipamentos. Uma percentagem significativa daqueles que estão mais socializados e têm maior acesso aos novos media ouve música em formatos imateriais como o mp3, o mais comum e vulgar desses formatos. São também os que têm acesso a um leque mais variado de música e os que mais trocam, legal ou ilegalmente, música. São também aqueles que têm acesso à internet que demonstram maiores competências em gravar CD’s, descarregar músicas na Net ou utilizar programas de trocas de ficheiros peer to peer, o que não é propriamente do agrado da indústria fonográfica. Os formatos imateriais têm estado em crescendo em relação aos suportes materiais de música. Com a facilidade de troca e transmissão de dados e com a crescente popularização dos formatos digitais é de prever que a música seja cada vez mais comprada, comercializada, trocada e transmitida em suporte digital. O formato digital começa a impregnar as culturas juvenis que procuram novos sons e novas experiências na rede. Todavia, uma parte significativa dos jovens continua a comprar e a trocar música em suportes materiais. Os jovens não deixaram de comprar CD’s e uma parte significativa deles pensa que as pessoas que lhes estão próximas compra continua a comprar música na mesma proporção de há 2 anos atrás e perto de 20% acham que até compram mais. A troca e gravação de CD’s partem mais de uma descoberta de sons e músicas desconhecidas. Quando os jovens gostam de uma banda inclinam-se a comprar o suporte físico original. Os jovens são sem dúvida um importantíssimo nicho de mercado para a indústria fonográfica mas são ao mesmo tempo um grupo com pouca
275
autonomia financeira, que muitas vezes tenta o acesso a determinados produtos musicais através da troca de música, da cópia e mais raramente através da obtenção de produtos piratas. Uma grande parte dos jovens pensa que é correcto trocar CD’s legitimamente comprados em lojas com aqueles que lhes estão próximos mas já estão em minoria aqueles que pensam que é correcto trocar músicas noutras condições, utilizando por exemplo a internet ou recorrendo a fontes piratas. Quando podem ou têm competência para tal os jovens tendem a trocar música. A maior parte reconhece que muitas das suas práticas de troca de música não são correctas mas também pensam que não são propriamente erradas. A troca de músicas habita assim um limbo moral suportado pelo sentimento de impunidade em relação à troca de músicas e à compra de música pirateada. Em especial, os jovens tendem a pensar que é mais legítimo trocar música entre amigos e conhecidos num processo de descoberta e troca de experiências, de comunicação e de formação de culturas musicais entre os jovens. Até que ponto a era da troca, mais ou menos livre, de música representa uma ameaça à indústria fonográfica é algo que o decorrer do tempo dirá.
276
Capítulo 10: Os jovens e os filmes na era digital
O panorama audiovisual tem sofrido mudanças nas últimas décadas. Nos anos oitenta temeu-se o declínio do cinema com a introdução das cassetes de vídeo. Mais recentemente assistimos à grande emergência dos DVD’s que têm estado acessíveis com preços relativamente baixos e que vieram substituir as cassetes de vídeo. Porém, a quebra dos códigos e da protecção anti-cópia dos DVD’s e a possibilidade de descarregar filmes na internet veio criar receios de uma pirataria de larga escala à indústria cinematográfica. Novos formatos como o Divx permitem comprimir um filme num CD e permitem a sua difusão mais rápida. Se por um lado este tipo de formato poderá ser um aliado da pirataria, por outro lado, poderá ser a semente de um novo conceito de televisão ou de clube de vídeo, assente na distribuição de conteúdos na internet a pedido do cliente. É neste contexto mediático emergente em que os jovens se movem hoje em dia.
Inquérito online Quase todos os inquiridos assistem a filmes, em especial, os inquiridos do sexo feminino e os mais velhos embora as diferenças sejam muito pequenas. Verifica-se uma maior fracção de inquiridos (29,5%) que os vê através da TV e 28,5% declaram que frequentam habitualmente as salas de cinema. Além disso, 14% dos jovens declaram que alugam habitualmente filmes em suporte DVD e 12% têm por hábito comprar DVD’s. 6,6% visionam filmes emprestados e 4,9% admitem ainda que descarregam da internet os filmes a que habitualmente assistem, enquanto que 1,7% fazem cópias a partir de DVD’s originais. Os inquiridos do sexo masculino são os que mais alugam DVD’s (16%) e os que mais descarregam filmes da internet (6,2%) em comparação com as raparigas (11,2% e 3,2% respectivamente). São os inquiridos mais velhos que mais frequentam as salas de cinema (30,7%) em comparação com os mais novos (24,2%). Entre os jovens, ir ao cinema é uma prática que aumenta, portanto, com a idade. É aqui de relembrar que ir ao cinema é muitas vezes uma actividade social para os jovens e que os mais velhos nesse aspecto gozam de mais liberdade. Os mais novos tendem a ir mais
277
vezes acompanhados dos pais ou familiares e têm, regra geral, menos liberdade para saírem com os seus pares. Os mais velhos são também aqueles que mais alugam DVD’s (14,7%) e também são aqueles que mais vêm filmes emprestados (7,8%) em comparação com 10,8% e 0,8% dos inquiridos mais novos, respectivamente. Por seu turno, curiosamente verifica-se uma maior fracção de inquiridos mais novos que compram DVD’s (17,5%), enquanto que entre os mais velhos essa percentagem desce para os 10%. Além disso, observa-se uma maior percentagem de internautas dos 9 aos 12 anos que vêm habitualmente filmes pela televisão (33,3%) em comparação com 27,8% dos mais velhos.
Tabela 297: Costumas assistir habitualmente a filmes?
N
%
Sim
994
92,0
Não
81
7,5
Não sabe/não responde Total
6
,6
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
561
90,9
433
93,3
Não
53
8,6
28
6,0
3
,5
3
,6
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
107
89,2
328
90,9
559
93,2
Não
10
8,3
32
8,9
39
6,5
3
2,5
1
,3
2
,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sabe/não responde Total
278
Tabela 298: Através de que meios tens acesso aos filmes que habitualmente assistes?
N
%
Não assisto a filmes
23
2,1
Nas salas de cinema
308
28,5
Compro DVDs
130
12,0
Alugo DVDs
151
14,0
Através da TV
319
29,5
Faço download da internet de filmes
53
4,9
Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas
71
6,6
Faço cópias a partir de DVDs originais
18
1,7
Outro meio. Total
8
,7
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Não assisto a filmes
13
2,1
10
2,2
Nas salas de cinema
167
27,1
141
30,4
71
11,5
59
12,7
Compro DVDs Alugo DVDs Através da TV Faço download da internet de filmes Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas Faço cópias a partir de DVDs originais Outro meio.
99
16,0
52
11,2
178
28,8
141
30,4
38
6,2
15
3,2
37
6,0
34
7,3
11
1,8
7
1,5
3
,5
5
1,1
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Não assisto a filmes
5
4,2
9
2,5
9
1,5
Nas salas de cinema
29
24,2
95
26,3
184
30,7
Compro DVDs
21
17,5
49
13,6
60
10,0
Alugo DVDs
13
10,8
50
13,9
88
14,7
Através da TV
40
33,3
112
31,0
167
27,8
6
5,0
17
4,7
30
5,0
1
,8
23
6,4
47
7,8
4
3,3
4
1,1
10
1,7
Faço download da internet de filmes Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas Faço cópias a partir de DVDs originais Outro meio Total
1
,8
2
,6
5
,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
279
Até 76,6% dos jovens internautas fazem pesquisas na internet sobre filmes. Não se verificam diferenças relevantes entre os sexos. Contudo, verifica-se que uma percentagem significativamente menor de inquiridos mais novos que fazem pesquisas na internet (50%) enquanto que nos internautas dos 13 aos 15 anos e dos 16 aos 18 anos essa percentagem ascende a valores em torno dos 80%.
Tabela 299: Habitualmente fazes pesquisas na internet sobre filmes?
%
N
Sim, muito frequentemente
123
11,4
Sim, frequentemente
115
10,6
Sim, às vezes
320
29,6
Sim, raramente
270
25,0
Não, nunca
224
20,7
Não sei/Não respondo
11
1,0
Não se aplica
18
1,7
1081
100,0
Total
Masculino N Sim, muito frequentemente Sim, frequentemente
Feminino %
N
%
76 69
12,3 11,2
47 46
10,1 9,9
Sim, às vezes
180
29,2
140
30,2
Sim, raramente
153
24,8
117
25,2
Não, nunca
129
20,9
95
20,5
Não sei/Não respondo
5
,8
6
1,3
Não se aplica
5
,8
13
2,8
Idade
Sim, muito frequentemente
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
11
9,2
40
11,1
72
12,0
4
3,3
40
11,1
71
11,8
Sim, às vezes
20
16,7
116
32,1
184
30,7
Sim, raramente
25
20,8
93
25,8
152
25,3
Não, nunca
51
42,5
66
18,3
107
17,8
3
2,5
1
,3
7
1,2
Sim, frequentemente
Não sei/Não respondo Não se aplica Total
6
5,0
5
1,4
7
1,2
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Entre os jovens inquiridos online, 57,2% costumam assistir a filmes no computador. Essa prática é mais relevante entre os mais velhos, entre os quais 62,7% usam o computador para ver filmes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem decresce para os 41,7%. 280
Tabela 300: Costumas assistir a filmes no teu computador?
N
%
Sim
618
57,2
Não
451
41,7
Não sabe/não responde Total
12
1,1
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
354
57,4
264
56,9
Não
256
41,5
195
42,0
7
1,1
5
1,1
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
50
41,7
192
53,2
376
62,7
Não
68
56,7
163
45,2
220
36,7
2
1,7
6
1,7
4
,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sabe/não responde Total
Para 25,4% dos inquiridos online os filmes visionados no computador são na sua maioria alugados e para 25,2% são comprados. Apenas 13% dos jovens inquiridos assiste no computador a filmes que são na sua maioria descarregados da internet. Verifica-se ainda uma maior percentagem de inquiridos do sexo masculino que visiona no computador filmes descarregados da internet (15,4%) em comparação com 9,9% das internautas do sexo feminino. Verifica-se ainda que há uma maior fracção de inquiridos mais velhos que visiona filmes alugados no computador (31,2%) e descarregados da internet (15,3%), em comparação com 10,8% dos inquiridos mais novos, em ambos os casos.
Tabela 301: Esses filmes são na sua maioria:
N
%
Não assisto filmes no computador
299
27,7
DVDs comprados
272
25,2
DVDs alugados
275
25,4
Filmes descarregados da internet
141
13,0
Não sei/Não respondo Total
94
8,7
1081
100,0
281
Masculino N
Feminino %
N
%
Não assisto filmes no computador
161
26,1
138
29,7
DVDs comprados
145
23,5
127
27,4
DVDs alugados
166
26,9
109
23,5
Filmes descarregados da internet
95
15,4
46
9,9
Não sei/Não respondo
50
8,1
44
9,5
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Não assisto filmes no computador
46
38,3
116
32,1
137
22,8
DVDs comprados
31
25,8
103
28,5
138
23,0
DVDs alugados
13
10,8
75
20,8
187
31,2
Filmes descarregados da internet
13
10,8
36
10,0
92
15,3
Não sei/Não respondo
17
14,2
31
8,6
46
7,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Sempre que um novo filme é estreado 66,3% dos internautas preferem ir vê-lo ao cinema. Apenas 6,2% procura normalmente descarregá-lo na internet e só 2,4% diz que procura comprar uma cópia pirata na rua. Verifica-se um menor percentagem de internautas mais novos que normalmente vão ver um filme ao cinema, enquanto que a percentagem de inquiridos mais velhos que normalmente vão ver novos filmes ao cinema ascende aos 70%. Estes números poderão reflectir uma menor liberdade de movimentos e capacidade financeira por parte dos inquiridos mais novos. Tabela 302: Quando há um filme novo que te interessa ver, o que fazes normalmente?
N
%
Vou ver o filme ao cinema
717
66,3
Espero até q saia o DVD para alugá-lo
123
11,4
Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia oficial
64
5,9
Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia pirata na rua
26
2,4
Procuro na internet para fazer download
67
6,2
Espero até que passe na televisão
84
7,8
1081
100,0
Total
282
Masculino N
Feminino %
N
%
Vou ver o filme ao cinema
407
66,0
310
66,8
Espero até q saia o DVD para alugá-lo
70
11,3
53
11,4
Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia oficial
39
6,3
25
5,4
Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia pirata na rua
12
1,9
14
3,0
Procuro na internet para fazer download
44
7,1
23
5,0
Espero até que passe na televisão
45
7,3
39
8,4
Idade
Vou ver o filme ao cinema Espero até q saia o DVD para alugá-lo
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
62
51,7
235
65,1
420
70,0
18
15,0
43
11,9
62
10,3
Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia oficial
12
10,0
25
6,9
27
4,5
Espero até q saia o DVD para comprar uma cópia pirata na rua
1
,8
7
1,9
18
3,0
Procuro na internet para fazer download
8
6,7
23
6,4
36
6,0
19
15,8
28
7,8
37
6,2
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Espero até que passe na televisão Total
Inquérito nacional
85,1% dos jovens inquiridos a nível nacional, portanto uma larga maioria, costuma assistir habitualmente a filmes. Verifica-se uma fracção ligeiramente superior de rapazes (87,3%) que costuma assistir a filmes, em comparação com 82,9%. Mas a diferença entre inquiridos mais velhos e mais novas é bastante clara. Verifica-se uma percentagem substancialmente superior de inquiridos mais velhos (92,1%) que assistem habitualmente a filmes, enquanto que entre os mais novos essa percentagem desce para
283
os 74,8%. Seja como for, em larga medida, ver filmes é uma prática recorrente para os jovens portugueses, independentemente do sexo e da idade.
Tabela 303: Costuma assistir habitualmente a filmes
N
%
Sim
235
85,1
Não
41
14,9
Total
276
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
123
87,3
112
82,9
Não
18
12,7
23
17,1
Total
141
100,0
135
100,0
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
81
74,8
64
91,3
90
Não
27
25,2
6
8,7
8
7,9
Total
108
100,0
70
100,0
98
100,0
92,1
Dentro daqueles que vêm filmes habitualmente, quase todos (94,4%) assistem a esses filmes em casa (própria, de amigos ou de familiares) e mais de metade (57,8%) assiste aos filmes nas salas de cinema. Uma pequena minoria, assiste a filmes noutros locais como a escola. Não se verificam grandes diferenças entre os sexos. Contudo, em concordância do que já foi verificado entre os inquiridos online, são os jovens mais velhos os que mais vão ao cinema. 68,6% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos declaram que vão ao cinema em comparação com apenas 43% dos inquiridos mais novos.
Tabela 304: Em que locais é que costuma assistir a esses filmes: N
%
Nas salas de cinema
136
57,8
Em casa (própria, de amigos, familiares)
222
94,4
8
3,3
Outros locais
284
Sexo do entrevistado Masculino N Nas salas de cinema Em casa (própria, de amigos, familiares)
Feminino
%
N
%
72
58,7
64
56,9
117
95,5
104
93,2
3
2,5
5
4,1
Outros locais
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
%
16 aos 18 anos N
%
Nas salas de cinema
35
43,0
39
61,4
62
68,6
Em casa (própria, de amigos, familiares)
76
94,3
61
95,8
84
93,5
2
3,1
5
8,2
Outros locais Outros locais N
% 268
97,2
Escola
1
,4
internet
1
,4
Na escola
1
,5
Televisão
4
1,5
276
100,0
Total
Dos jovens inquiridos, 30,2% declaram que foram uma vez ao cinema no mês anterior à entrevista e 32,1% declaram que foram duas ou mais vezes ao cinema. Na nossa amostra, verifica-se ainda que os inquiridos do sexo masculino vão mais vezes do que as raparigas ao cinema visto que entre os rapazes 37,5% declaram que foram duas vezes ou mais ao cinema no mês anterior à entrevista, em comparação com 26% das raparigas. Em consonância com o observado atrás, são os inquiridos mais velhos os que mais vezes vão ao cinema. Entre os inquiridos mais novos 42,5% declaram que não foram ao cinema no mês anterior, enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos essa percentagem é de apenas 18,7%. Ademais, entre os mais novos não há nenhum inquirido que tenha ido ao cinema quatro vezes ou mais e apenas 20,5% foram duas ou três vezes ao cinema, enquanto que entre os mais velhos, 43,2% foram duas ou mais vezes ao cinema no mês anterior.
285
Tabela 305: Quantas vezes foi ao cinema no último mês N
%
0
36
26,7
1
41
30,2
2
23
17,1
3
13
9,2
4
3
2,5
5 NS/NR Total
4
3,3
15
11,1
136
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
0
18
24,8
18
28,8
1
18
25,1
23
35,9
2
16
21,8
8
11,8
3
7
9,5
6
8,9
3
5,3
4 5
4
6,2
NS/NR
9
12,7
6
9,2
72
100,0
64
100,0
Total
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
0
15
42,5
10
25,3
12
18,7
1
10
29,4
14
35,0
17
27,5
2
4
11,3
5
13,2
14
22,8
3
3
9,2
2
5,6
7
11,5
2
6,1
1
1,7
4 5 NS/NR Total
4
7,2
3
7,7
6
14,7
7
10,6
35
100,0
39
100,0
62
100,0
Entre os jovens que assistem filmes em casa, 78,9% vêm filmes que dão na televisão e 48,2% afirmam que assistem a filmes alugados. Uma percentagem bem menor (26,4%) de jovens assistem a filmes comprados e 23,4% assistem a filmes originais emprestados por amigos, familiares ou colegas. 12,9% admitem ainda que visionam cópias a partir de DVD’s originais e 9% confessam que vêm filmes descarregados da internet. Curiosamente, verifica-se uma maior percentagem de raparigas que alugam filmes (55,4%), em comparação com 41,9% dos rapazes. Por seu turno, observa-se uma maior percentagem de rapazes (12,4%) que vêm filmes descarregados na internet, enquanto que nas raparigas essa fracção é de apenas 5,1%. Os inquiridos mais velhos são os que
286
mais alugam filmes (60,8%), os que mais visionam filmes descarregados da internet (12,8%) e os que mais vêm filmes emprestados (28,3%), depreendendo-se que são os que mais trocam filmes entre si. Entre os mais novos, essas percentagens decrescem para os 35%, 7,1% e 16,8%, respectivamente. Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os que mais vêm filmes comprados (35,7%) e os que mais visionam cópias (16,8%) dos originais em comparação com os jovens das outras idades, em especial os mais novos. Por sua vez, entre os mais novos verifica-se a maior fracção de inquiridos que assiste aos filmes que passam na televisão (84,6%), enquanto que entre os jovens dos 16 aos 18 anos essa percentagem desce para os 70,8%.
Tabela 306: Os filmes que assiste em casa são: N
%
Comprados
58
26,4
Alugados
107
48,2
Filmes que dão na televisão
175
78,9
Downloads da internet
20
9,0
Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas
52
23,4
Cópias a partir de dvds originais
29
12,9
Outros
1
,6
Ns/nr
7
3,1
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Comprados
31
26,7
27
26,0
Alugados
49
41,9
58
55,4
Filmes que dão na televisão
93
79,3
82
78,4
Downloads da internet
15
12,4
5
5,1
25
21,7
27
25,5
12
12,0
2
2,3
Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas Cópias a partir de dvds originais
16
13,7
Outros
1
1,2
Ns/nr
4
3,8
287
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
Comprados Alugados
20 27
% 26,4 35,0
Filmes que dão na televisão
22 29
% 35,7 47,4
64 5
84,6
51
7,1
4
13
16,8
Cópias a partir de dvds originais
7
8,8
Outros
1
1,8
Ns/nr
4
4,8
Downloads da internet Filmes originais emprestados por amigos/familiares/colegas
N
16 aos 18 anos N 17 51
% 19,6 60,8
82,9
60
70,8
6,1
11
12,8
15
24,9
24
28,3
10
16,8
12
13,8
2
3,9
1
,9
Verifica-se uma grande penetração dos leitores de DVD’s nos lares dos jovens portugueses, visto que 78,3% dos inquiridos declaram ter pelo menos um leitor em casa. Este tipo de aparelhos tem vindo a baixar de preço no mercado pelo que tem vindo a popularizar-se. Curiosamente observa-se uma percentagem ligeiramente superior de raparigas (80.9%) que declaram ter pelo menos um leitor de DVD’s em casa em comparação com 75,9% dos rapazes. Mas é entre os escalões etários que se verificam diferenças que não deixam margem para grandes dúvidas. Há medida que os jovens vão ficando mais velhos, maior a probabilidade de terem um leitor de DVD’s em casa. De facto, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos verifica-se que 86,5%, isto é, a grande maioria, possui pelo menos um leitor de DVD’s, enquanto que entre os mais novos essa percentagem desce para os 68,3%.
Tabela 307: Tem leitor de DVD's
N Sim
184
% 78,3
Não
51
21,7
Total
235
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N Sim
Feminino %
93
N 75,9
% 90
80,9
Não
30
24,1
21
19,1
Total
123
100,0
112
100,0
288
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
Sim
55
Não Total
N
16 aos 18 anos
%
68,3
50
26
31,7
81
100,0
N
%
79,2
78
86,5
13
20,8
12
13,5
64
100,0
90
100,0
Dos jovens respondentes, 31,2% afirmam que o seu leitor de DVD’s tem a capacidade de ler filmes descarregados na internet, contudo mais de um terço dos jovens (35,2%) não responde ou não sabe a respeito dessa funcionalidade. Verifica-se que há uma maior percentagem de rapazes que afirmam que o seu leitor lê filmes descarregados na internet (40,1%) em comparação com 22% das raparigas. Contudo, em larga medida, esta diferença poderá ter a ver com o maior desconhecimento das raparigas sobre a funcionalidade em causa visto que 48% das raparigas não respondem à pergunta ou afirma não saber se o seu leitor apresenta essa funcionalidade, em comparação com apenas 22,7% dos rapazes. Por outro lado, também poderá acontecer o caso de que uma fracção dos rapazes procurar comprar leitores que apresentem essa funcionalidade específica. O desconhecimento dessa funcionalidade é também maior entre os inquiridos mais novos, visto que mais de metade dos jovens dos 8 aos 12 anos não responderam ou não sabem de que funcionalidade se trata, enquanto que entre os mais velhos essa fracção é de apenas 24,2%. Inversamente, 36,8% dos inquiridos mais velhos declaram que o seu leitor lê filmes descarregados na internet em comparação com 19,4%. Contudo, como já foi dito, estas diferenças poderão ter a ver, em larga medida, com o desconhecimento dos inquiridos, em especial por parte das jovens e dos inquiridos mais novos.
Tabela 308: O leitor de DVDs lê filmes que descarrega da internet
Sim
N 57
% 31,2
Não
62
33,6
Não sabe do que se trata
29
15,6
Ns/nr
36
19,6
Total
184
100,0
289
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino
%
N
%
Sim
37
40,1
20
22,0
Não
35
37,1
27
30,0
Não sabe do que se trata
13
14,1
16
17,1
Ns/nr
8
8,6
28
30,9
Total
93
100,0
90
100,0 Idade
8 aos 12 anos N Sim Não Não sabe do que se trata Ns/nr Total
11 15 13 16 55
13 aos 15 anos
% 19,4 28,1 23,1 29,4 100,0
N 18 16 5 11 50
% 35,3 31,5 10,7 22,5 100,0
16 aos 18 anos N 29 30 11 8 78
% 36,8 38,9 13,5 10,7 100,0
A média de DVD’s visionados em casa no mês anterior à entrevista é de 4,2. Verifica-se que a média de filmes visionados é maior entre os jovens do sexo masculino (5) em comparação com 3,4 filmes para as jovens. E observa-se ainda que são os mais velhos os que vêm, em média, mais DVD’s em casa (5,9) em comparação com uma média de 2,9 para os jovens dos 13 aos 15 anos e com 3 para os inquiridos dos 8 aos 12 anos.
Tabela 309: Quantas vezes é que assistiu em casa a DVDs no último mês Média
4,22
Mediana
3,00
Moda Desvio-padrão
2 5,64
Mínimo
0
Máximo
30
Percentil 25
1,00
Percentil 75
4,01 Sexo do entrevistado
Média Mediana Moda Desvio-padrão
Masculino 5,03
Feminino 3,38
3,00
2,00
3
2
6,57
4,39
Mínimo
0
0
Máximo
30
30
Percentil 25
2
1
Percentil 75
5
4
290
Média
8 aos 12 anos 3,02
Idade 13 aos 15 anos 2,87
16 aos 18 anos 5,89
2,00
3,00
3,00
Mediana Moda
2
3
2
3,67
2,38
7,53
Mínimo
0
0
0
Máximo
Desvio-padrão
20
10
30
Percentil 25
1
1
2
Percentil 75
4
4
6
Entre os que possuem computador, 32,4% costuma ver filmes no computador. Há uma maior probabilidade de ser um rapaz a visionar um filme no computador (37,7%) do que uma rapariga (26,2%). Verifica-se ainda uma maior probabilidade para um inquirido ver filmes no computador entre os jovens de 16 aos 18 anos (35,3%) do que entre os mais novos (25,8%). Tabela 310: Costuma ver filmes no seu computador
N
% 32,4
Sim
48
Não
101
67,6
Total
149
100,0 Sexo do entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
30
37,7
18
26,2
Não
50
62,3
51
73,8
Total
80
100,0
69
100,0
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
11
25,8
14
34,6
23
35,3
Não
32
74,2
27
65,4
42
64,7
Total
43
100,0
42
100,0
65
100,0
Uma fracção de 34,6% dos jovens declaram que esses filmes são na sua maioria comprados, contudo 31,7% confessam que esses filmes são descarregados da internet. 20,4% afirmam ainda que os filmes são na sua maioria alugas e apenas uma minoria de jovens declara que os filmes são emprestados (6,1%). 2,6% declaram ainda que os
291
filmes que visionam no computador são um misto de filmes comprados, alugados e descarregados da internet.
Tabela 311: E esses filmes são na sua maioria...
N
%
Comprados
17
34,6
Alugados
10
20,4
15
31,7
3
6,1
1
2,6
2
4,7
48
100,0
Filmes descarregados da internet Emprestados Comprados/alugados/desc arregados Ns/nr Total
O leitor de DVD é sempre o mais escolhido como primeira opção quer se trate de ver filmes de origem portuguesa, americana, europeia ou de outras nacionalidades. Depois, segue-se o cinema como local privilegiado para ver cinema de todas as origens. Mas no que respeita à principal escolha para ver filmes, há diferenças a registar. Verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que escolheu o cinema como primeira hipótese para ir ver filmes americanos (50,8%), enquanto que no que diz respeito aos outros filmes (portugueses, europeus e de outras nacionalidades) a fracção de inquiridos que escolhe ir ver filmes ao cinema como primeira opção nunca chega aos 50%. Por outro lado, verifica-se uma maior percentagem de inquiridos que escolheu o leitor de DVD para visionar filmes portugueses (62,2%), em comparação com os filmes das restantes nacionalidades em que a escolha do leitor de DVD nunca excede os 60%. No que respeita a filmes portugueses e europeus, o cinema passa a ser o local mais escolhido na segunda ordem de preferência, recolhendo nos dois casos mais de 40% das preferências. Quanto ao filmes americanos e de outras nacionalidades, o leitor de DVD continua a estar no lugar cimeiro na segunda ordem de preferência, recolhendo também mais de 40% das escolhas. O computador aparece sempre em último lugar na primeira e na segunda ordem de preferências, sendo portanto relegado por 71% dos inquiridos como terceira hipótese para ver filmes.
292
Tabela 312: Onde é que vê filmes de origem Portuguesa: Ordem de preferência 1 (%)
Ordem de preferência 2 (%)
Ordem de preferência 3 (%)
No cinema
41,6
45,6
12,8
No leitor de dvd
62,2
33,6
4,3
No computador
11,4
17,5
71,0
Ordem de preferência 1 (%)
Ordem de preferência 2 (%)
Ordem de preferência 3 (%)
No cinema
50,8
39,2
9,9
No leitor de dvd
54,0
42,3
3,8
No computador
9,7
14,8
75,5
Ordem de preferência 1 (%)
Ordem de preferência 2 (%)
Ordem de preferência 3 (%)
No cinema
46,7
41,8
11,4
No leitor de dvd
57,5
38,8
3,7
No computador
8,3
16,2
75,5
Ordem de preferência 1 (%)
Ordem de preferência 2 (%)
Ordem de preferência 3 (%)
No cinema
47,2
38,3
14,5
No leitor de dvd
53,4
43,6
3,0
No computador
14,8
14,7
70,4
Tabela 313: Onde é que vê filmes de origem Americana:
Tabela 314: Onde é que vê filmes de origem Europeia:
Tabela 315: Onde é que vê filmes de outras nacionalidades:
Pouco mais de metade dos jovens (54,4%) discorda ou discorda totalmente que os filmes que vêm no leitor de DVD dão filmes que normalmente não iriam ver ao cinema. Uma maioria mais significativa de jovens de inquiridos (64,4%) discorda ou discorda totalmente que os filmes que vêm no computador são essencialmente filmes que não conseguem encontrar nas salas de cinema, em aluguer ou à venda. Portanto, fica aqui
293
claro que para a maioria dos jovens, os filmes que vêm no computador, muitas vezes descarregados da internet não são muitas vezes filmes de difícil acesso mas antes de mais uma forma de evitar gastar dinheiro ou visionar um filme sem pagar nada. Além disso, 64,2% dos jovens discordam ou discordam totalmente que os filmes que vêm no computador são filmes que não pagariam para ir ver ao cinema. Inversamente, 62,2% dos jovens concordam ou concordam totalmente que os filmes que visionam no computador são os seus favoritos. Verifica-se ainda que os jovens estão bastante divididos entre a concordância e a discordância no que respeita a opção de escolher o computador como meio de ver filmes para adultos.
Tabela 316: Visionamento de filme - Grau de concordância: Discordo Totalmente (%)
Discordo (%)
Concordo (%)
Concordo Totalmente (%)
12,5
41,9
24,8
20,8
23,3
41,1
29,7
5,9
Os filmes que vejo no computador são filmes que não pagaria para ir ver ao cinema
18,2
46,0
26,6
9,2
Os filmes que vejo no computador são os meus preferidos
10,2
27,6
41,8
20,4
Se tivesse que escolher um local para ver filmes para adultos escolheria o computador
14,5
33,9
33,1
18,4
Os filmes que vejo no leitor de DVD são filmes que normalmente não iria ver no cinema Os filmes que vejo no computador são essencialmente filmes que não consigo encontrar nas salas de cinema, em aluguer ou à venda
Dos inquiridos, 45,2% acham que não se deveria pagar para poder fazer descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver. Este resultado poderá ter a ver com a percepção dos jovens de que é possível, hoje em dia, ter acesso a filmes na internet a custo zero. Verifica-se também uma percentagem de inquiridos que não têm opinião ou que não responderam à questão (34,4%). Apenas 11,6% dos jovens estariam dispostos a pagar até 5 € e só uma minoria de 8,8% aceitariam pagar mais de 5 €.
294
Tabela 317: Que montante fixo estaria disposto a pagar por mês para poder fazer descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver no seu PC/Leitor Dvd
N
%
Até 5 €
27
11,6
De 6 a 10 €
13
5,5
De 11 a 15 €
7
2,9
21 € ou mais
1
,4
106
45,2
Nada (acho que não se deve pagar por este tipo de conteúdos) Ns/nr Total
81
34,4
235
100,0
Sempre que um novo filme é estreado 39,4% dos inquiridos esperam, muitas vezes ou sempre, que o filme passe na televisão, enquanto que 32,4% o faz às vezes. Esta é, portanto, a prática mais comum para os jovens. Os inquiridos que responderam que vão, muitas vezes ou sempre, ir ver um filme novo ao cinema correspondem a 19,7%, contudo, uma fracção expressiva de jovens (38,1%) afirma que às vezes vai ver o filme ao cinema. 12,7% esperam que saia o DVD para alugá-lo mas 30,9% declara que o faz às vezes. Apenas 6,6% procuram, muitas vezes ou sempre, descarregar um novo filme na internet, contudo a grande maioria dos inquiridos (75,7%) afirma que nunca ou quase nunca o faz. 6,1% admitem ainda que procuram, muitas vezes ou sempre, comprar uma cópia pirata na rua mas mais uma vez a grande maioria (75,8%) declara que nunca ou quase nunca o faz. Uma minoria de 4,8% afirma que espera, muitas vezes ou sempre, que saia o DVD para comprar uma cópia oficial contudo 65,7% dos jovens dizem que nunca ou quase nunca esperam para comprar o DVD original.
Tabela 318: Quando há um filme novo que lhe interessa ver, o que faz normalmente: Quase nunca
Às vezes
Muitas vezes
Sempre
Ns/nr
19,0
16,9
38,1
15,4
4,3
6,3
29,4
16,6
30,9
10,3
2,3
10,4
46,4
19,3
19,0
3,4
1,4
10,6
63,3
12,5
8,6
4,8
1,3
9,5
69,6
6,1
8,0
3,8
2,8
9,6
8,5
11,6
32,4
25,9
13,5
8,0
Nunca Vou ver o filme ao cinema Espero até que saia o dvd para alugá-lo Espero até que saia o dvd para comprar uma cópia oficial Espero até que saia o dvd para comprar uma cópia pirata na rua Procuro na internet para fazer download Espero até que passe na televisão
295
Para quase todos os jovens inquiridos, independentemente de terem sido inquiridos online ou face-a-face, ver filmes é uma prática enraizada e a televisão é o principal meio de difusão utilizado pelos jovens. Contudo, o cinema continua a ser bastante importante e não se vislumbra o seu declínio face a outras formas de ver filmes. Ir ao cinema continuará, porventura, a ser uma situação social importante para os jovens, pelo convívio que proporciona com os seus pares, talvez mesmo num cenário de popularização dos sistemas de home cinema. O cinema pertence assim a uma rede de mediática onde participam meios de difusão complementares desde a televisão, ao cinema e aos suportes de DVD, comprados ou alugados. Visionar filmes descarregados na internet é uma prática que ainda tem pouca expressão e está longe de ser o principal meio de obtenção de filmes, assim como as cópias. Entre os inquiridos online, grande parte dos jovens fazem pesquisas sobre filmes na internet, o que coloca o cinema e a internet numa relação de complementaridade entre o sistema dos media em rede. Para além disso, mais de metade assiste a filmes no computador, embora não seja o principal meio de difusão. Podemos ver aqui o embrião de uma integração cada vez mais profunda de diferentes media no computador, onde conteúdos cinematográficos são descarregados da internet a pedido do usuário. Em canais de televisão como a ABC ou a FOX é possível visionar em streaming séries de televisão com bastante qualidade. Porém, no que respeita aos jovens portugueses, uma parte substancial dos filmes visionados no computador são DVD’s comprados e alugados e em comparação os filmes descarregados na internet têm uma menor expressão mesmo para inquiridos mais socializados no mundo da internet. Verificou-se ainda que a maioria dos inquiridos online vai habitualmente ver um novo filme ao cinema. Ir ao cinema também é uma prática habitual para perto 60% dos jovens inquiridos a nível nacional. Destes, mais de 60% foi pelo menos uma vez ao cinema no mês anterior. A nível nacional, a televisão assume muita importância, visto que para quase 80% dos jovens pelo menos parte dos filmes a que assistem em casa que dão na televisão. Perto de metade dos jovens recorre a filmes alugados e perto de um quarto a filmes emprestados. A utilização de cópias representa pouco mais de um décimo e o visionamento de filmes descarregados da internet não representa mais de um décimo. Observou-se ainda uma grande penetração do leitor de DVD nos lares portugueses onde
296
vivem jovens visto que perto de 80% dos jovens a nível nacional afirmaram ter um leitor em casa. Os jovens assistiram em média a pouco mais de 4 DVD’s no mês anterior à entrevista e o visionamento de filmes tende a aumentar com a idade. Quase um terço dos jovens inquiridos a nível nacional vê filmes no computador e destes mais de um terço são filmes comprados, pouco menos de um terço filmes descarregados da internet e cerca de um quinto filmes alugados. Apesar de, como já foi tido, ir ao cinema ser uma prática ainda bem presente nos jovens, o leitor de DVD é sempre o mais escolhido como primeira opção quer se trate de ver filmes de origem portuguesa, americana, europeia ou de outras nacionalidades. Depois, segue-se o cinema como local privilegiado para ver cinema de todas as origens. Um pouco menos de metade dos jovens acha que não se deveria pagar para poder descarregar da internet todo e qualquer filme que quisesse ver. Este resultado terá talvez origem na percepção de que é possível obter filmes na internet a custo zero sem que haja represálias por isso. A importância da televisão é bem patente no facto de que, quando estreia um filme, uma parte significativa dos jovens inquiridos prefere esperar que um novo filme passe na televisão. Contudo, uma percentagem menor mas apreciável de jovens prefere ir logo ver um filme novo ao cinema e são menos ainda os que esperam para alugá-lo ou comprar o original. Poucos são os que admitem arranjar uma cópia pirata ou descarregálo na internet.
297
Capítulo 11: A Leitura e os jovens na era da internet Têm sido feitas críticas ao ambiente mediático, mais baseado no consumo imediato e na satisfação imediata de emoções, nos filmes, nos jogos de computador, na televisão, incutindo assim uma cultura do imediato nos mais jovens. A leitura teria aqui um grande desafio perante a uma cultura mediática que celebra a mobilidade, o curto-prazo, a realização de tarefas em paralelo que vai contra os requisitos da leitura, paciência, concentração e persistência. Neste capítulo vamos dar conta da realidade da leitura nos jovens no contexto português.
Inquérito online Nos quadros seguintes podemos ver que 58% dos jovens inquiridos online declaram que estão a ler algum livro sem ser escolar. Mas a leitura é uma actividade do agrado de uma maior percentagem de raparigas (65,5%) em comparação com 52,4% dos rapazes. É ainda curioso verificar que, entre os inquiridos online, há uma maior percentagem de leitores nos mais jovens dos 9 aos 12 anos (68,35), do que entre os mais velhos (53,7%). Isto poderá dever-se ao maior leque de actividades disponíveis para os jovens mais velhos, que preterem a leitura em favor de outras actividades.
Tabela 319: Estás a ler algum livro neste momento, sem contar com os que te mandam ler na escola?
N
%
Sim
627
58,0
Não
445
41,2
Não sabe/não responde Total
9
,8
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
323
52,4
304
65,5
Não
287
46,5
158
34,1
7
1,1
2
,4
617
100,0
464
100,0
Não sabe/não responde Total
298
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
82
68,3
223
61,8
322
53,7
Não
36
30,0
133
36,8
276
46,0
2
1,7
5
1,4
2
,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sabe/não responde Total
Inquérito nacional No dados obtidos no inquérito aplicado a nível nacional face-a-face, as tendências mantêm-se iguais. Como se pode observar 60% dos jovens costuma habitualmente ler livros, um valor muito próximos dos 58% de jovens inquiridos online que declaram que estão a ler algum livro. Confirma-se ainda que a leitura é uma actividade que atrai uma maior percentagem de raparigas (65,7%) em comparação com 54,6% dos rapazes. E confirma-se ainda que há uma maior percentagem de leitores nos inquiridos mais novos (dos 8 aos 12 anos), que é de 67,8%, claramente superior aos 55.4% de leitores, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Tabela 320: Costuma habitualmente ler livros
N
%
Sim
166
Não
110
40,0
Total
276
100,0
60,0
Sexo Do Entrevistado Masculino N Sim
Feminino %
77
N 54,6
% 89
65,7
Não
64
45,4
46
34,3
Total
141
100,0
135
100,0
Idade 8 aos 12 anos N Sim
13 aos 15 anos
% 73
N
16 aos 18 anos
%
67,8
38
N
%
54,4
54
55,4
Não
35
32,2
32
45,6
44
44,6
Total
108
100,0
70
100,0
98
100,0
299
Verifica-se ainda que quase metade dos inquiridos (49,1%) não comprou qualquer livro no mês anterior e 34,4% afirmou que comprou pelo menos um livro. Em coerência com o que foi exposto anteriormente, há uma ligeira tendência para serem as raparigas as maiores consumidoras de livros: 37,2% declararam que comprou pelo menos um livro no mês anterior em comparação com 31,1% dos rapazes. Contudo, entre rapazes e raparigas, verificam-se percentagens semelhantes de inquiridos que não compraram qualquer livro. No que respeita às comparações entre escalões etários, são os inquiridos dos 13 aos 15 anos, os que menos livros compram (em 61,8% dos casos).
Tabela 321: Quantos livros comprou no último mês
N
%
0
81
49,1
1
35
21,0
2
13
8,1
3
8
4,7
4
1
,6
Ns/Nr
27
16,5
Total
166
100,0 Sexo Do Entrevistado
Masculino N
Feminino %
N
%
0
37
48,4
44
49,7
1
12
15,4
23
25,8
2
7
9,0
6
7,3
3
5
6,7
3
2,9
4
1
1,2
Ns/Nr
16
20,4
12
13,1
Total
77
100,0
89
100,0
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
0
32
43,7
23
61,8
26
47,5
1
16
21,8
5
13,3
14
25,3
2
7
9,6
4
10,7
2
4,2
3
4
5,5
2
5,8
2
2,9
1
1,9
4 Ns/Nr
14
19,4
3
8,4
10
18,3
Total
73
100,0
38
100,0
54
100,0
300
Entre os jovens, apenas 31,4% tem o hábito de ler jornais, um hábito que é mais comum entre os jovens do sexo masculino (em 37,1% dos casos) do que entre as raparigas (em 25,4% dos casos). Além disso, é um tipo de leitura que atrai a atenção de 53,1% dos jovens dos 16 aos 18 anos. Pode-se verificar que o hábito de ler jornais aumenta com o aumento da idade. Apenas 12,5% dos inquiridos dos 8 aos 12 anos lêem jornais enquanto que entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, a percentagem de leitores de jornais sobre para 30,1%. Há portanto uma maior atenção aos acontecimentos que se passam na sociedade e no mundo em volta por parte dos jovens que estão à porta da idade adulta.
Tabela 322: Tem o hábito de ler Jornais
N
%
Sim
87
31,4
Não
189
68,6
Total
276
100,0 Sexo Do Entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
52
37,1
34
25,4
Não
89
62,9
101
74,6
Total
141
100,0
135
100,0
Idade 8 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
13
12,5
21
30,1
52
53,1
Não
94
87,5
49
69,9
46
46,9
Total
108
100,0
70
100,0
98
100,0
Entre os jovens leitores de jornais, 45,6% costumam ler jornais gratuitos, havendo mais jovens leitoras do sexo feminino a ler jornais gratuitos (58,4%) do que rapazes (37,2%). Os inquiridos dos 13 aos 15 anos são os que mesmo lêem jornais gratuitos. Entre os jornais gratuitos mais lidos estão o “Destak” (com 40,5% de leitores entre aqueles que lêem jornais gratuitos) e o “Metro” (que atrai a atenção de 38,3% dos jovens leitores). O jornal “Dica da Semana” é o terceiro jornal gratuito mais lido (com 18,4% de leitores entre aqueles que lêem jornais gratuitos), 10% dos jovens leitores lêem ainda jornais locais ou regionais. A esmagadora maioria dos jovens que lêem jornais gratuitos
301
(95,2%) afirma que não deixou de ler os outros jornais desde que passou a ler aqueles jornais.
Tabela 323: Costuma ler jornais gratuitos
N
%
Sim
39
45,6
Não
47
54,4
Total
87
100,0 Sexo Do Entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
19
37,2
20
58,4
Não
33
62,8
14
41,6
Total
52
100,0
34
100,0
Idade 8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
7
49,1
8
37,1
25
Não
7
50,9
13
62,9
27
51,8
Total
13
100,0
21
100,0
52
100,0
48,2
Tabela 324: Quais os jornais gratuitos que costuma ler: N
%
Metro
15
38,3
Destak
16
40,5
Dica da semana
7
18,4
Jornais locais/regionais
4
10,0
Outro
4
10,5
Outro N
% 272
98,5
Alerta
1
,3
Fórum
1
,3
Record
1
,5
Odivelas Total
1
,4
276
100,0
302
Tabela 325: Desde que passou a ler jornais gratuitos, deixou de ler os outros jornais
N
%
Sim
2
4,8
Não
38
95,2
Total
39
100,0
Dos jovens inquiridos, 56,2% não estariam dispostos a pagar para descarregar os jornais pagos na internet. Apenas 10,5% estariam dispostos a pagar até 5 euros e uma pequena minoria estaria disposta a pagar 6 euros ou mais.
Tabela 326: Qual montante que estaria disposto a pagar num mês para descarregar da internet os jornais pagos em substituição dos jornais em papel
N Até 5 €
% 29
10,5
De 6 a 10 €
0
,1
De 11 a 15 €
2
,6
De 16 a 20 €
1
,4
155
56,2
Nada (não acho que se deva pagar por este tipo de informação Ns/nr Total
89
32,2
276
100,0
Os dados mostram que mesmo em jovens que estão a crescer entre um ambiente mediático em mudança cerca de 60% dos jovens tem por hábito ler. Não só os jovens demonstram indicadores de literacia segundo os moldes tradicionais como desenvolvem, em paralelo, outros tipos de literacia ligados à utilização das novas tecnologias da informação e comunicação. Verifica-se ainda que 31,4% dos jovens costuma ler jornais e que à entrada da vida adulta essa leitura tende a aumentar. Crescer significa também estar mais atento ou atenta ao que se passa em volta, no nosso país e no mundo.
303
Capítulo 12: O sistema de oferta mediática múltipla: Multitasking e integração dos media. Verifica-se hoje em dia um ambiente mediático onde emerge um sistema de oferta múltipla que acompanha os indivíduos nos tempos e nos espaços do seu quotidiano. A televisão, enquanto media tradicional, vê a sua relevância reduzida face à emergência de novos media. O público específico que respondeu ao questionário online partilha práticas comunicacionais com a generalidade dos portugueses, como é o facto de verem televisão, mas fazem-no noutros moldes. Neste público, a televisão remete-se cada vez mais para um papel de contextualização atomizada em rede e é algo que se deixa ligado em fundo enquanto desenvolvemos outra actividade, como estar na internet3. Esse aspecto é coerente com o facto de uma parte significativa dos jovens inquiridos preterir a televisão em relação a outros media, apesar de menos de 1% dos inquiridos afirmar que não vê televisão. O aumento do uso da internet não significa que esta substitui o consumo de outros meios comunicacionais. Antes, a internet desempenha um papel de reforço de informação. Segundo Espanha, Soares e Cardoso (2006), verifica-se também a tendência para a multiplicação de interesses e actividades por parte dos utilizadores da internet, reforçando a hipótese de que a utilização das novas tecnologias de comunicação leva à diversificação e ampliação das capacidades comunicativas.
Inquérito online Uma maioria significativa de jovens (73,5%) come enquanto olha para o ecrã da TV, em especial, as raparigas (79,7%) e os inquiridos mais velhos dos 16 aos 18 anos (75,7%). 24,7% admite ainda que estuda enquanto vê televisão e 34,6% que faz os trabalhos de casa. Claramente há uma maior de raparigas que estuda (31,3%) e/ou que faz os trabalhos de casa (45%) enquanto vê televisão em comparação com 19,8% e 26,7% dos rapazes respectivamente. Verifica-se também uma maior percentagem de inquiridas que afirma que lêem ao mesmo tempo que vêem televisão (12,3%) do que de rapazes 3 Espanha, Rita; Luís Soares e Gustavo Cardoso, “Do Multimedia ao Wireless: As Dietas Mediáticas dos Portugueses”, in A Sociedade em Rede.- Do Conhecimento à Acção Política”, Colecção Debates, Ed. Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2006
304
(7,3%). Por seu turno, há uma maior percentagem de rapazes que afirma que não fazem nada quando estão a ver televisão (17,8%) do que de raparigas (11,2%). Estes dados parecem dar alguma razão há ideia senso comunal de que as mulheres têm uma maior capacidade para realizarem várias actividades ao mesmo tempo. Também é entre os inquiridos mais novos que se verifica a maior percentagem de jovens que não realiza nenhuma outra tarefa quando vê televisão (22%) enquanto que apenas 13,7% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos não realiza nenhuma outra tarefa quando vê televisão. Mas a grande conclusão é que a grande maioria realiza alguma actividade enquanto vê televisão. É ainda curioso constatar que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que dormem enquanto estão a televisão ligada, quer porque haverá mais inquiridos neste escalão etário com televisão no quarto, quer porque provavelmente têm a liberdade de ver televisão até mais tarde, podendo adormecer a olhar para o ecrã de TV.
Tabela 327: Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: N Estudar Fazer trabalhos de casa Comer Navegar na internet Ler Dormir Não faço nada ao mesmo tempo
% 267 374 795 313 102 152 162
24,7 34,6 73,5 29,0 9,4 14,1 15,0
Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: Masculino N Estudar Fazer trabalhos de casa Comer Navegar na internet Ler Dormir Não faço nada ao mesmo tempo
Feminino %
N
%
122
19,8
145
31,3
165
26,7
209
45,0
425
68,9
370
79,7
182
29,5
131
28,2
45
7,3
57
12,3
84
13,6
68
14,7
110
17,8
52
11,2
305
Realizas alguma destas actividades enquanto vês televisão?: Idade 9 aos 12 anos N Estudar Fazer trabalhos de casa Comer Navegar na internet Ler Dormir Não faço nada ao mesmo tempo
%
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
%
25
20,8
88
24,4
154
25,7
39
32,5
133
36,8
202
33,7
82
68,3
259
71,7
454
75,7
29
24,2
100
27,7
184
30,7
15
12,5
33
9,1
54
9,0
10
8,3
49
13,6
93
15,5
27
22,5
53
14,7
82
13,7
No que respeita a preferências em relação aos media, verifica-se que a grande maioria dos internautas (72,9%) prefere a internet à televisão. 78,9% dos rapazes escolheria a internet, enquanto que essa percentagem desce para 64,9% para as raparigas. A preferência pela internet sobre a televisão tende ainda a aumentar com o aumento da idade. Quanto à escolha entre internet e telemóvel, um pouco mais de metade dos inquiridos online prefere a internet. Os internautas do sexo masculino continuam claramente a preferir a internet (62,6%) ao telemóvel (31,1%). Todavia, no que respeita às internautas do sexo feminino, os números invertem-se, visto que apenas 40,5% têm preferência pela internet enquanto que 50,4% optaria pelo telemóvel. Por outro lado, 36,6% das raparigas acha que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem telemóvel contra 22,5% dos rapazes. É ainda de notar que a preferência pela internet é clara entre os inquiridos mais novos dos 9 aos 12 anos e entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos. Nestas idades, a preferência pela internet em detrimento do telemóvel ronda os 60%. Contudo, entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos a preferência entre a internet e o telemóvel não é tão clara, dada a uma aproximação da percentagem de jovens mais velhos que prefere o telemóvel (43,3%) à percentagem de inquiridos que preferem a internet (48,7%). Registe-se portanto a crescente importância subjectiva do telemóvel nos mais velhos, provavelmente porque nessa idade, providos de maior autonomia, os inquiridos alargam as relações sociais e as suas vivências nas quais incluem o telemóvel como meio essencial de comunicação e interacção social. No geral, a televisão perde ainda terreno para os jogos de consola ou computador, visto que 60,3% dos inquiridos online preferem jogar do que ver televisão. Quanto aos 306
rapazes também há uma clara preferência pelos jogos de consola ou computador (74,4%) em detrimento televisão (19,4%). Apenas 41,6% das raparigas prefere os jogos de consola ou computador à televisão (50,2%). Adiante-se que também há mais rapazes que costumam jogar (90%) do que raparigas (68,5%) e são os rapazes que tendem a passar mais horas a jogar, durante a semana e ao fim-de-semana. Quantos às diferenças entre escalões etários, são os mais novos aqueles que têm a mais clara preferência pelos jogos (em 72,5% dos casos) em prejuízo da televisão, que colhe apenas a preferência de 16,7% dos mais novos. A escolha entre telemóvel e televisão não é tão desnivelada como outras escolhas apresentadas acima. Ainda assim, o telemóvel recolhe as preferências de 51,7% dos jovens, levando vantagem sobre a televisão, que é da preferência de 42,3% dos inquiridos. Entre os rapazes é de notar uma divisão quase equitativa no que respeita às preferências entre o telemóvel (escolhida por 48,5% dos inquiridos do sexo masculino) e a televisão (preferida por 47,2% dos rapazes). Entre as raparigas, a escolha é mais clara, visto que 56% prefere o telemóvel à televisão (favorita em 35,8% dos casos). Inversamente, entre os mais jovens há uma clara predilecção pela televisão (em 55% dos casos) sobre o telemóvel (37,5%). É de referir ainda, que nestas idades entre os 9 e os 12 anos, o telemóvel é muitas vezes um instrumento de comunicação com os pais do que um meio de comunicação entre os pares. Entre os inquiridos dos 13 aos 15 anos, há uma certa paridade no que respeita às preferências entre o telemóvel e a televisão e entre os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, revela-se uma clara inversão de preferências, ganhando o telemóvel relevo (escolhido por 56,2% dos inquiridos nesse escalão etário) sobre a televisão (escolhida por 37% dos jovens mais velhos).
Tabela 328: Se tivesses de optar entre internet e televisão, qual seria a tua escolha?
N
%
internet
788
72,9
Televisão
208
19,2
85
7,9
1081
100,0
Não sei/Não respondo Total Masculino N internet
Feminino %
N
%
487
78,9
301
64,9
Televisão
90
14,6
118
25,4
Nenhuma
40
6,5
45
9,7
307
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
internet
80
66,7
263
72,9
445
74,2
Televisão
33
27,5
64
17,7
111
18,5
Nenhuma
7
5,8
34
9,4
44
7,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Tabela 329: Se tivesses de optar entre internet e telemóvel, qual seria a tua escolha?
N
%
internet
574
53,1
Telemóvel
426
39,4
Não sei/Não respondo Total
81
7,5
1081
100,0
Masculino
Feminino
N
%
N
%
internet
386
62,6
188
40,5
Telemóvel
192
31,1
234
50,4
39
6,3
42
9,1
Não sei/Não respondo
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
internet
75
62,5
207
57,3
292
48,7
Telemóvel
36
30,0
130
36,0
260
43,3
Não sei/Não respondo Total
9
7,5
24
6,6
48
8,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Tabela 330: Se tivesses de optar entre jogos de consola ou computador e televisão, qual seria a tua escolha?
N
%
Jogos de consola ou computador Televisão Não sei/Não respondo Total
652
60,3
353
32,7
76
7,0
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Jogos de consola ou computador
459
74,4
193
41,6
Televisão
120
19,4
233
50,2
38
6,2
38
8,2
Não sei/Não respondo
308
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Jogos de consola ou computador
87
72,5
236
65,4
329
54,8
Televisão
20
16,7
109
30,2
224
37,3
Não sei/Não respondo
13
10,8
16
4,4
47
7,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Tabela 331: Se tivesses de optar entre telemóvel e televisão, qual seria a tua escolha?
N
%
Telemóvel
559
51,7
Televisão
457
42,3
Não sei/Não respondo Total
65
6,0
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Telemóvel
299
48,5
260
56,0
Televisão
291
47,2
166
35,8
27
4,4
38
8,2
Não sei/Não respondo
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Telemóvel
45
37,5
177
49,0
337
56,2
Televisão
66
55,0
169
46,8
222
37,0
9
7,5
15
4,2
41
6,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Não sei/Não respondo Total
Em suma, este dados parece apontar para a importância dos novos media em relação à televisão. Porém, quando consideramos o sexo dos jovens inquiridos verificamos diferenças de género quanto ao uso dos novos media. O telemóvel assume claramente uma maior importância para as raparigas (mas também para os inquiridos mais velhos) do que para os rapazes visto que são elas que gostam mais de enviar SMS’s depois do jantar, há mais raparigas que rapazes a preferir o telemóvel à televisão e, ao contrário dos inquiridos do sexo masculino, na sua maioria preferem o telemóvel à internet. Para além disso, há uma maior percentagem de raparigas do que de rapazes a achar que a sua vida mudaria para pior se ficassem duas semanas sem telemóvel. Quanto às preferências dos jovens inquiridos do sexo masculino, a internet assume claramente um lugar
309
prioritário em relação aos outros media. No meio de práticas diversificadas de media, o telemóvel parece assumir maior importância na vida das raparigas e a internet ter conquistado as preferências dos rapazes que responderam ao questionário online.
Inquérito nacional Vivemos num ambiente mediático onde proliferam os aparelhos electrónicos e os gadgets. Os ecrãs e pequenos aparelhos electrónicos estão em algumas casas bem presentes em quase todos os compartimentos. Esta invasão tecnológica no lar levou a algumas críticas por parte de alguns autores que olham para o desenvolvimentos tecnológico das nossas sociedades. Baudrillard (1993) aponta mesmo que os novos aparelhos electrónicos poderão estar a tornar-se quase como que uma segunda pele: “The new technologies, with their new machines, new images and interactive screens, do not alienate me. Rather, they form an integrated circuit with me. Video screens, televisions, computers and Minitels resemble nothing so much as contact lenses in that they are so many transparent prostheses, integrated into the body to the point of being almost part of its genetic make-up: they are like pacemakers” 4. Entre os jovens, verifica-se que o mais universal aparelho electrónico, não contando com a televisão, é o rádio ou o leitor de CD, que 69,8% dos jovens declararam ter. Mais de metade (56,7%) dos jovens possuem um computador pessoal fixo e apenas 8% declaram ter um computador pessoal portátil. Perto de um terço dos jovens declarou ainda possuir uma consola de jogos e mais de um quarto afirmou que tem uma câmara digital. É de notar ainda que 22,6% declararam ter uma pendrive de transporte de dados e 21,1% afirmaram que possuem auriculares para a televisão ou o computador. Apenas uma minoria possui um sistema de home-cinema (17,8%) e 15,3% uma câmara Web. São muito poucos os que possuem uma agenda electrónica (5,1%) ou um PDA (4,3%).
4
BAUDRILLARD, Jean, The Transparency of Evil, Essays on Extreme Phenomena, Londres, Verso,
1993, p. 58
310
Tabela 332: Aparelhos electrónicos que possui: N
%
Possui computador pessoal fixo
156
56,7
Possui computador pessoal portátil
22
8,0
Possui PDA
12
4,3
Possui câmara Web
42
15,3
Possui agenda electrónica (Palm pilot)
14
5,1
Possui consola de jogos
89
32,3
Possui câmara digital
71
25,7
Possui rádio/leitor de CD
192
69,8
Possui home-cinema
49
17,8
Possui auriculares para a televisão/computador
58
21,1
Possui pendrive para transporte de dados
62
22,6
Daqueles que possuem um computador pessoal fixo, a grande maioria (82,1%) possui apenas um e apenas (4,6%) possui dois ou mais. Daqueles que possuem um computador portátil, um PDA ou uma agenda electrónica, quase todos têm apenas um aparelho. E verifica-se que nenhum inquirido declara ter mais do que uma câmara Web. Também se verifica que os jovens possuem normalmente apenas uma consola de jogos, os inquiridos que têm mais do que uma consola estão em clara minoria (8,6%). A mesma tendência verifica-se com as câmaras digitais (apenas 6,4% possuem duas), com os rádios ou leitores de CD e com os sistemas de home-cinema. Mesmo em aparelhos mais simples e baratos, como os auriculares ou uma chave USB, a grande maioria dos inquiridos possuem apenas um aparelho.
311
Tabela 333: Quantos Computadores Pessoais Fixo Possui
N
%
1
128
82,1
2
4
2,6
3
3
2,0
Ns/Nr
21
13,3
Total
156
100,0
Tabela 334: Quantos Computadores Pessoais Portátil Possui
N
%
1
20
88,5
2
1
5,8
Ns/Nr
1
5,7
Total
22
100,0
Tabela 335: Quantos PDAs Possui
N 1
% 11
2 Total
90,5
1
9,5
12
100,0
Tabela 336: Quantas Câmaras Web Possui
N 1
% 40
93,5
Ns/Nr
3
6,5
Total
42
100,0
Tabela 337: Quantas Agendas Electrónicas (Palm Pilot) Possui
N
%
1
11
75,2
2
1
9,0
Ns/Nr
2
15,9
Total
14
100,0
Tabela 338: Quantas Consolas De Jogos Possui
N
%
1
75
84,1
2
3
3,5
3
5
5,1
Ns/Nr
7
7,3
Total
89
100,0
312
Tabela 339: Quantas Câmaras Digitais Possui
N
%
1
62
87,8
2
5
6,4
Ns/Nr
4
5,7
Total
71
100,0
Tabela 340: Quantos Rádios/Leitor De CDs Possui
N
%
1
157
81,7
2
9
4,5
3
5
2,8
Ns/Nr
21
11,0
Total
192
100,0
Tabela 341: Quantos Home Cinema Possui
N
%
1
45
90,9
2
2
3,6
Ns/Nr
3
5,5
Total
49
100,0
Tabela 342: Quantos Auriculares Para A Televisão/Computador Possui
N
%
1
48
82,1
2
4
7,7
3
1
1,9
6
1
2,2
Ns/Nr
3
6,0
Total
58
100,0
Tabela 343: Quantas Pendrive Para Transporte De Dados Possui
N
%
1
51
81,5
2
3
5,6
3
3
5,1
11
1
2,2
NS/NR
3
5,6
62
100,0
Total
313
No sistema de oferta mediática múltipla verifica-se também uma proliferação de fontes de informação, o que apela à capacidade crítica dos agentes e a uma filtragem da informação tida como mais relevante. No que respeita diferentes media, quando os jovens querem informar-se sobre algum assunto em geral, dão maior importância à televisão. De facto, 86,2% dão importância ou muita importância à televisão enquanto fonte de informação, contudo é interessante verificar que o peso das fontes interpessoais (familiares e amigos) é ainda muito grande e rivaliza com a televisão visto que 86% dos jovens recorrem a essas fontes. Mesmo quando os jovens querem informar-se sobre entretenimento, a mesma hierarquia mantêm com a televisão e as relações interpessoais no topo: visto que 88,9% e 83,6% dos inquiridos atribuem, respectivamente, importância ou muita importância a essas fontes de informação Perto de 70% dos jovens atribui importância ou muita importância à internet como fonte de informação em geral ou de entretenimento. A internet ultrapassa assim, em termos de importância, a rádio e os jornais enquanto fontes de informação. Seja como for, a percentagem de inquiridos que atribuem importância ou muita importância à rádio e aos jornais enquanto meio de informação ronda os 50%.
Tabela 344: Quando se quer informar sobre algum assunto em geral qual a importância que atribui a: Nada importante (%)
Pouco importante (%)
Importante (%)
Muito importante (%)
17,8
12,4
41,4
28,4
,8
13,0
57,3
28,9
Jornais
23,0
26,6
36,7
13,8
Rádio
14,9
29,1
41,1
14,9
Fontes interpessoais (familiares, amigos)
2,9
11,2
54,2
31,8
internet Televisão
Tabela 345: Quando se quer informar sobre entretenimento qual a importância que atribui a: Nada importante (%)
Pouco importante (%)
Importante (%)
Muito importante (%)
internet
20,8
12,5
43,8
22,9
Televisão
2,4
8,7
61,1
27,8
Jornais
28,6
24,3
36,1
11,0
Rádio
19,1
24,7
40,9
15,3
Fontes interpessoais (familiares, amigos)
6,8
9,6
54,4
29,2
314
A actividade mais frequente que os internautas realizam enquanto utilizam a internet é ouvir música (em 56% dos casos). Para 20,8% dos internautas é frequente ainda utilizarem chats ou programas de mensagens instantâneas e 15,6% declararam ainda que falam ao telefone ou ao telemóvel enquanto estão online. Ouvir rádio e ver televisão é uma prática frequente em simultâneo com a navegação na internet para 13,1% e 11,8% dos jovens utilizadores, respectivamente. Saliente que apenas 8,8% declara não realizar nenhuma das actividades descritas enquanto navegam na internet, mas o que é claro é que enquanto estão online os jovens, na sua grande maioria estão também a realizar outras tarefas. Os jovens estão de facto a socializar-se num ambiente mediático que proporciona cada vez mais oferta de produtos e experiências que podem ser usufruídas em simultânea. Os mais novos têm sido socializados num tipo de cultura que pode ser exemplificada pelas janelas do sistema operativo Windows. Janelas, ecrãs, sons e experiências abrem-se e fecham-se com facilidade, emergem em paralelo e proporcionam um usufruto multifacetado e simultâneo.
Tabela 346: Enquanto utiliza a internet, é frequente: % Ouvir música
56,0
Ouvir rádio
13,1
Utilizar Chats ou programas de Mensagens Instantâneas (Ex: MSN)
20,8
Ver televisão
11,8
Falar Ao Telefone/Telemóvel
15,6
Nenhuma destas
8,8
Socializados numa cultura multi-tarefa podemos verificar que 47,2% dos jovens costumam ouvir música e 43,3% têm por hábito usar o computador enquanto estudam. Mais de um terço (35,1%) dos jovens inquiridos navega ainda na internet enquanto estudam, procurando assim informação para os seus estudos e 15,1% procuram, enquanto estudam, informação na internet que não está relacionada com os estudos. A rádio e a televisão também marcam a sua presença entre o estudo para 25,6% e 23,5% dos jovens, respectivamente. Ademais, 21,6% dos jovens inquiridos não resistem a escrever mensagens SMS enquanto estudam. Verifica-se portanto que o ambiente mediático diversificado coloca um desafio à concentração nos estudos e entra mesmo nos tempos de estudo. 315
Contudo, não podemos ver apenas aqui os pontos negativos. A internet veio para ficar como meio auxiliar de estudo, mas veio ao mesmo tempo colocar desafios à forma como a informação é recepcionada. A internet veio, por um lado, facilitar o acesso à informação, mas por outro lado, esse mesmo fácil acesso à informação pode induzir alguns a uma cultura de facilitismo, recorrendo ao plágio e absorvendo de forma acrítica informação já triturada. O ambiente mediático emergente não é contudo, por si só, um desafio aos estudos dos jovens e com iniciativas pró-activas poderá mesmo funcionar como mais um elemento pedagógico. Por exemplo, já existem universidades britânicas que disponibilizam aulas em ficheiros com o formato mp3 que poderão ser descarregados nos leitores portáteis dos alunos. Mas parece claro que a socialização no ambiente mediático emergente deverá ser acompanhada por pais e educadores, é um aspecto da educação dos jovens a utilização de dietas mediáticas equilibradas e pressupõe um leque mais alargado no próprio conceito de “literacia”. Com as novas tecnologias como a internet os jovens poderão assim procurar informação complementar aos manuais escolares e poderão até achar informação contraditória ou que coloca um desafio ao que foi dito nas aulas pelos professores. A “literacia” neste novo contexto mediático requer assim, não só uma educação por parte dos jovens mas por parte daqueles que detêm a “autoridade” de transmitir saber.
Tabela 347: Quando está a estudar, costuma % Usar o computador
43,3
Navegar na internet (procurando informação para o meu estudo)
35,1
Navegar na internet (vendo informação não relacionada com o meu estudo)
15,1
Fazer download de ficheiros através da internet
8,1
Ouvir rádio
25,6
Ouvir música
47,2
Escrever mensagens de correio electrónico e usar o messenger
13,1
Ver televisão
23,5
Interagir com a televisão
2,7
Falar ao telefone
10,1
Escrever SMS's
21,6
Jogar jogos de vídeo
4,6
Ler revistas ou jornais
3,7
316
Entre os jovens com computador em casa, cerca de metade consegue ver televisão quando está ao computador e 22,1% pode mesmo ver televisão através do próprio ecrã do computador.
Tabela 348: Consegue ver televisão quando está ao computador
N
%
Sim
49
49,9
Não
48
48,9
Ns/nr
1
1,1
Total
99
100,0
Tabela 349: Pode ver televisão através do próprio computador
N
%
Sim
22
22,1
Não
66
67,2
Ns/nr
10
10,6
Total
99
100,0
Dos jovens respondentes, 55,5% costumam, frequentemente ou às vezes, comer ou fazer uma refeição enquanto estão a ver TV. Sem contar com as idas à casa de banho (64% afirmaram que vão, frequentemente ou às vezes, à casa de banho enquanto vêm televisão) comer ou fazer uma refeição é a actividade realizada mais frequentemente em simultâneo com o visionamento da televisão. Cerca de um terço dos jovens envia mensagens SMS através do telemóvel enquanto vê televisão, um quarto fala ao telefone e 22,6% navega na internet ou escreve mensagens de correio electrónico. O tempo de ver televisão cruza-se assim com o tempo para fazer outras actividades e nem sempre a televisão é o principal foco de atenção, constituindo muitas vezes o “pano de fundo” das actividades dos jovens, um pano de fundo que de vez em quando consegue captar a atenção dos jovens.
317
Tabela 350: Costuma (enquanto está a ver televisão): Frequentemente (%)
Às vezes (%)
Raramente (%)
Nunca (%)
Ns/nr (%)
Navegar na internet ou escrever mensagens de correio electrónico
4,7
17,9
8,9
65,0
3,5
Ler jornais ou revistas
4,3
7,8
8,2
76,8
3,0
Enviar SMS através do telemóvel
10,0
23,9
9,0
54,1
2,9
Interagir com a televisão
6,4
13,4
10,1
65,6
4,3
Falar ao telefone
7,6
17,4
18,9
53,2
2,9
Comer ou fazer uma refeição
18,6
36,9
17,3
23,1
4,2
Ir à casa de banho
14,6
49,4
17,8
15,7
2,5
O tempo de publicidade não é um tempo morto e é muitas vezes um tempo que se utiliza para outras actividades e é muitas vezes um desafio prender a atenção dos telespectadores nos intervalos. O tempo de intervalo é essencialmente um tempo onde, frequentemente ou às vezes, se vai à casa de banho ou à cozinha (em 71,2% dos casos), se vai comer ou fazer uma refeição (em 58,5% dos casos) ou se vai para outra divisão da casa realizar outras actividades (em 52,3% dos casos). É também nos intervalos que cerca de um terço dos jovens aproveitam para enviar mensagens SMS através do telemóvel, 26,3% aproveitam para falar ao telefone e 30% aproveitam para interagir com a televisão. A actividade menos realizada nos intervalos dos programas de televisão é a navegação na internet.
Tabela 351: Enquanto está a passar publicidade na televisão costuma Frequentemente (%)
Às vezes (%)
Raramente (%)
Nunca (%)
Ns/nr (%)
10,5
41,8
22,4
20,8
4,5
3,5
10,4
12,5
69,2
4,3
10,6
22,8
15,5
47,2
3,9
Interagir com a televisão
9,0
21,0
11,2
53,4
5,4
Falar ao telefone
4,9
21,4
18,5
49,6
5,5
Comer ou fazer uma refeição
12,5
46,0
16,8
20,9
3,8
Ir à casa de banho ou à cozinha
16,8
54,4
16,6
9,8
2,4
Ir para outra divisão da casa Navegar na internet ou escrever mensagens de correio electrónico Enviar SMS através do telemóvel
318
Os jovens que pertencem a um público específico mais familiariza com as TIC partilham práticas comunicacionais com a generalidade da juventude portuguesa de visto que são menos de 1% os inquiridos que afirmam que não vêm televisão. Portanto, os jovens que utilizam com bastante frequência a internet não deixam de olhar com maior ou menor frequência para o ecrã da televisão, porém os moldes em que o fazem são um pouco diferentes. Esses jovens utilizam cada vez mais a televisão como um nó inserido numa rede estabelecida entre vários media, isto é, os jovens tendem cada vez mais a utilizar a televisão como algo ligado em pano de fundo enquanto desenvolvem outras actividades, como estar na internet, jogar e mesmo estudar ou ler 5. Esta reposição do lugar da televisão numa rede mediática mais vasta é confirmada com o facto de uma parte significativa dos jovens inquiridos preterir a televisão em relação a outros media. Além disso, esta reposição, fruto do aumento do uso da internet ou de outros media, não significa a substituição do consumo de determinados meios comunicacionais por outros. Pelo contrario, a utilização de vários media desempenham um papel conjunto e interligado de reforço de informação que acompanha a tendência para a multiplicação de interesses e actividades por parte dos utilizadores das TIC. O quotidiano dos jovens está cada vez mais impregnado de um sistema mediático de oferta múltipla. Contudo, os jovens não escolhem entre práticas mediáticas diversas e que poderão ser concorrentes. Antes, tentam muitas vezes articular, em simultâneo, diversas actividades, ver televisão, estudar, navegar na internet, ouvir música e até comer. O que parece indiscutível é que a televisão vê a sua relevância reduzida face à emergência de novos media, pelo menos no plano subjectivo das preferências. Os dados mostram que a televisão continua a ter um peso enorme nas práticas mediáticas dos jovens, contudo começa a ser muitas vezes preterida em relação a outros media emergentes. A presença da televisão não está a ser necessariamente mais reduzida na vida dos jovens, porém, é muitas vezes relegada para “plano de fundo”. A televisão continua ligada, mas vai fazendo parte de um plano de fundo nas várias actividades que os jovens realizam. Por sua vez, a emergência e a relevância crescente da internet não permite dizer cabalmente que veio roubar tempo a outras actividades. Verifica-se que a navegação na internet é realizada em simultâneo com outras actividades. Para além disso, a internet, pelas capacidades de acesso à informação que proporciona, não é um 5 Espanha, Rita; Luís Soares e Gustavo Cardoso, “Do Multimedia ao Wireless: As Dietas Mediáticas dos Portugueses”, in A Sociedade em Rede.- Do Conhecimento à Acção Política”, Colecção Debates, Ed. Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2006
319
substituto, pelo menos para já, de manuais e livros, desempenha antes um papel de reforço de informação. A saturação mediática no quotidiano dos jovens poderá levar a uma multiplicação de interesses e actividades. De facto é legitimo levantar a hipótese de que a utilização das novas tecnologias de comunicação por parte dos jovens leva à diversificação e ampliação das suas competências comunicativas dos jovens.
320
Capítulo 13: Os media na vida quotidiana dos jovens: Organização no tempo e no espaço. Nos últimos tempos temos assistido como aponta Livingstone (2002) uma mudança do público para o privado na vida dos mais jovens, o que se relaciona, por uma lado, com o declínio da “cultura de rua” e a retirada para a casa ou o apartamento, em especial, em contextos urbanos, por outro lado, com o declínio do convívio familiar em torno da televisão e a emergência da “cultura do quarto de dormir”. Ora tais questões ligam com outras mais gerais sobre o significado do estatuto de “jovem” e do estatuto da família. A penetração dos media no quotidiano pode traduzir-se em novas formas de organizar práticas de tempos livres ou de lazer e de estudo. E a utilização dos vários media poderá de certa forma traduzir o dia-a-dia dos jovens nos seus espaços (casa, escola, outros). A organização, no tempo e no espaço, do uso dos media traduz ainda maiores ou menores graus de liberdade dos jovens, é um foco de negociação e de possível conflito com pais e educadores. Muitos jovens vivem hoje ao abrigo de um verdadeiro sistema de protecção familiar, uma “welfare family” como nota Machado Pais. “Economicamente dependentes dos pais, usufruem, porém, de autonomia existencial. Decoram o quarto a seu gosto, escolhem as suas roupas, decidem sobre os usos do tempo e sobre as companhias com quem andam” (Público, 5 de Março de 2007). De facto, os jovens, em especial os mais velhos, vivem numa situação transitiva entre o estatuto de criança e o estatuto de jovem adulto, o “homenzinho”. Vivem, na maior parte dos casos, sobre a alçada financeira dos pais mas vão desfrutando cada vez mais de novos campos de liberdade e os media podem ser vistos como expressão da sua crescente liberdade. Notese aqui, portanto, a ligação entre a privatização dos tempos livres, está a par de novas reconfigurações e negociações no significado de juventude e de família num contexto de democratização da vida familiar.
Inquérito online No inquérito aplicado online, quanto ao que os jovens internautas mais gostam de fazer depois do jantar, a preferência recai sobre a ligação à internet para 38,2% deles. A televisão aparece em segundo lugar com 28,8% das preferências. Jogar um jogo 321
electrónico (12,9%) e ouvir música (10,6%) são actividades igualmente assinaláveis. Nota-se ainda que conversar com os pais ou os irmãos é actividade preferida depois do jantar para a apenas 2,1% dos inquiridos e falar ao telefone (0,6%) e ir dormir (1%) são actividades menos populares. Quanto às diferenças entre sexos, verifica-se que existem mais raparigas (34,5%) que rapazes (24,5%) a dizer que gostam mais de ver televisão depois do jantar. Há inequivocamente muitos mais rapazes a preferir os jogos (19,6%) do que raparigas (3,9%). Por outro lado há mais raparigas a preferir ouvir música (13,4%), a enviar SMS’s (5,6%) e a conversar com os pais e irmãos (2,6%) do que rapazes (8,6%, 1,9% e 1,8% respectivamente). Quanto às diferenças entre idades verifica-se a preferência pela televisão vai decrescendo nos escalões etários mais velhos (recolhe 36,1% das preferências nos internautas dos 9 aos 12 anos e apenas 26% dos jovens dos 16 aos 18 anos), enquanto que a preferência por ligar-se à internet aumenta entre os mais velhos (40,3% entre os jovens dos 16 aos 18 anos e 37,7% entre os internautas dos 13 aos 15 anos em comparação com 29,2% dos rapazes e raparigas dos 9 aos 12 anos). Entre os mais velhos, a internet sobrepõe-se assim à televisão no campo das preferências. Jogar é outra actividade cuja preferência decresce à medida que aumenta a idade, enquanto que a percentagem de jovens que prefere ouvir música depois do jantar aumenta nos escalões mais velhos.
Tabela 352: O que mais gostas de fazer depois do jantar?
N
%
Ver um pouco de televisão
311
28,8
Ouvir música
115
10,6
Conversar com os meus pais e irmãos
23
2,1
Ligar-me à internet
413
38,2
Falar ao telefone
6
,6
38
3,5
139
12,9
Ir dormir
11
1,0
Nada de especial
25
2,3
1081
100,0
Enviar SMS's Jogar um jogo de consola/computador
Total
322
Masculino N Ver um pouco de televisão
Feminino %
N
%
151
24,5
160
34,5
Ouvir música
53
8,6
62
13,4
Conversar com os meus pais e irmãos
11
1,8
12
2,6
249
40,4
164
35,3
2
,3
4
,9
12
1,9
26
5,6
121
19,6
18
3,9
7
1,1
4
,9
Ligar-me à internet Falar ao telefone Enviar SMS's Jogar um jogo de consola/computador Ir dormir Nada de especial Total
11
1,8
14
3,0
617
100,0
464
100,0
Idade
Ver um pouco de televisão
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
44
36,7
111
30,7
156
26,0
Ouvir música
9
7,5
36
10,0
70
11,7
Conversar com os meus pais e irmãos
2
1,7
5
1,4
16
2,7
35
29,2
136
37,7
242
40,3
2
,6
4
,7
1
,8
16
4,4
21
3,5
20
16,7
49
13,6
70
11,7
Ir dormir
7
5,8
4
,7
Nada de especial
2
1,7
6
1,7
17
2,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Ligar-me à internet Falar ao telefone Enviar SMS's Jogar um jogo de consola/computador
Total
Pouco mais de metade dos inquiridos declara que tem um horário para estudar e que procura, muito ou algo, cumpri-lo. Não se registam grandes diferenças entre os sexos. Quanto às diferenças entre idades é curioso constatar que é entre os mais novos que há uma maior percentagem de jovens que declaram que têm um horário para estudar e que procuram muito cumpri-lo. Este resultado poderá advir de um controlo externo mais apertado de pais e educadores entre os mais novos,
323
Tabela 353: Tenho um horário para estudar e procuro cumpri-lo
N
%
Muito
250
23,1
Algo
316
29,2
Pouco
273
25,3
Nada
242
22,4
Total
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Muito
143
23,2
107
23,1
Algo
176
28,5
140
30,2
Pouco
171
27,7
102
22,0
Nada
127
20,6
115
24,8
Total
617
100,0
464
100,0
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Muito
45
37,5
89
24,7
116
19,3
Algo
31
25,8
110
30,5
175
29,2
Pouco
23
19,2
81
22,4
169
28,2
Nada
21
17,5
81
22,4
140
23,3
Total
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Quanto à organização do estudo no espaço, a maioria dos inquiridos online estuda no quarto (58,6%), sendo que o segundo lugar mais comum é o quarto de estudo ou o escritório (16,7%). Registe-se ainda a importância da sala de estar para 7,5% dos inquiridos. 12,1% dos jovens declara ainda que não têm um lugar fixo de estudo. Existem aliás mais raparigas do que rapazes a declararem que não têm lugar fixo para estudar (15,1% e 9,9% respectivamente). A importância do reduto do quarto enquanto local de estudo aumenta nos escalões etários mais velhos, o que poderá ser sinal de um estudo menos acompanhado por parte desses inquiridos.
324
Tabela 354: Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de casa?
N
%
Não tenho um lugar fixo O meu quarto Um quarto de estudo/escritório A cozinha A sala de estar Outro local Não estudo nem faço os trabalhos de casa habitualmente Total
131 633 181 23 81 18
12,1 58,6 16,7 2,1 7,5 1,7
14
1,3
1081
100,0
Em tua casa, que lugar utilizas habitualmente para estudar ou fazer os trabalhos de casa? Masculino N Não tenho um lugar fixo
Feminino %
N
%
61
9,9
70
15,1
O meu quarto
375
60,8
258
55,6
Um quarto de estudo/escritório
100
16,2
81
17,5
A cozinha
17
2,8
6
1,3
A sala de estar
38
6,2
43
9,3
Outro local
13
2,1
5
1,1
13
2,1
1
,2
617
100,0
464
100,0
Não estudo nem faço os trabalhos de casa habitualmente Total
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
Não tenho um lugar fixo
15
% 12,5
O meu quarto Um quarto de estudo/escritório A cozinha
57 24 8
A sala de estar Outro local Não estudo nem faço os trabalhos de casa habitualmente Total
43
% 11,9
47,5 20,0 6,7
205 66 7
12
10,0
4
3,3
120
100,0
N
16 aos 18 anos N 73
% 12,2
56,8 18,3 1,9
371 91 8
61,8 15,2 1,3
31
8,6
38
6,3
8
2,2
6
1,0
1
,3
13
2,2
361
100,0
600
100,0
A maioria dos jovens inquiridos passa uma hora ou entre uma a duas horas a estudar e a fazer os trabalhos de casa. Perto de 15% passa mais tempo nos deveres escolares e apenas 8% se furta a esses mesmos deveres. São claramente as raparigas quem mais se dedicam aos afazeres escolares, pois não só há uma menor percentagem de raparigas que se furta a esses deveres (4,5% em comparação com 10,7% dos rapazes) como há uma maior percentagem de raparigas que dedicam mais tempo que os rapazes ao estudo. Mais de 50% das raparigas dedica-se mais do que uma hora aos estudos.
325
Quanto às diferenças entre escalões etários é curioso constatar que há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos que se furtam aos deveres escolares (11,7% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos em comparação com 1,7% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos). Esta clara diferença poderá advir-se ao já referido controlo por parte de pais e de educadores e de uma expectativa de que os mais velhos sejam capazes de ter a responsabilidade e a autonomia suficientes para organizar o seu próprio tempo de estudo. Contudo, é também entre os mais velhos, com maiores responsabilidades escolares que há uma maior percentagem de jovens a dedicar mais tempo de estudo.
Tabela 355: Quanto tempo passas por dia a estudar e a fazer os trabalhos de casa, sem contar com as horas na sala de aula?
N Nenhum
% 87 255 270 311 117 41 1081
Cerca de meia hora Uma hora De uma a duas horas De duas a três horas Mais de três horas Total
8,0 23,6 25,0 28,8 10,8 3,8 100,0
Masculino N Nenhum
Feminino %
N
%
66
10,7
21
4,5
Cerca de meia hora
166
26,9
89
19,2
Uma hora
176
28,5
94
20,3
De uma a duas horas
155
25,1
156
33,6
De duas a três horas
42
6,8
75
16,2
Mais de três horas
12
1,9
29
6,3
617
100,0
464
100,0
Total
Idade
Nenhum
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
2
1,7
15
4,2
70
11,7
Cerca de meia hora
36
30,0
92
25,5
127
21,2
Uma hora
37
30,8
99
27,4
134
22,3
De uma a duas horas
38
31,7
112
31,0
161
26,8
De duas a três horas
5
4,2
33
9,1
79
13,2
Mais de três horas Total
2
1,7
10
2,8
29
4,8
120
100,0
361
100,0
600
100,0
A importância do controlo da televisão por parte dos jovens está bem patente no facto de 60% dos inquiridos declararem que têm televisão no quarto. 59,2% dos inquiridos
326
afirmam ainda que têm televisão na cozinha e 56,7% declara que os pais têm televisão no seu quarto. Estes números demonstram uma tendência para um uso independente dos aparelhos de televisão que se afasta do paradigma do seu uso familiar apesar da presença da televisão na sala de estar ser quase universal (92,9% dos casos). Entre os sexos não há grandes diferenças a registar. Como seria de esperar há uma maior percentagem de inquiridos dos 16 aos 18 anos a ter televisão no quarto (62%), o que é coerente com a sua maior autonomia, contudo não deixa de ser assinalável que 51,7% dos jovens dos 9 aos 12 anos declarem ter o aparelho de TV no seu quarto. Tabela 356: Onde estão as TVs?: N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala
%
649 275 1004 613 640 239
No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais
60,0 25,4 92,9 56,7 59,2 22,1
Onde estão as TVs?: Masculino N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais
Feminino %
N
%
378
61,3
271
58,4
159
25,8
116
25,0
570
92,4
434
93,5
349
56,6
264
56,9
361
58,5
279
60,1
135
21,9
104
22,4
Onde estão as TVs?: Idade 9 aos 12 anos N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais
%
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
%
62
51,7
215
59,6
372
62,0
26
21,7
102
28,3
147
24,5
115
95,8
337
93,4
552
92,0
68
56,7
218
60,4
327
54,5
72
60,0
215
59,6
353
58,8
33
27,5
92
25,5
114
19,0
327
Durante a semana, um pouco mais de metade dos inquiridos vêm entre uma a quatro horas de televisão por dia, cerca de 25% vêm uma hora ou menos de TV e é muito residual a percentagem de inquiridos que declaram não ver televisão (0,6%). Cerca de 16% dos inquiridos declaram ainda que vê televisão mais de 4 horas por dia. Durante o fim-de-semana há uma certa tendência para os jovens verem mais televisão, como seria de prever. Em coerência com o que já foi exposto, são as raparigas que mais horas vêm televisão, 51,2% das jovens inquiridas vê 2 ou mais horas de televisão, enquanto que essa percentagem decresce para os 39,2% entre os rapazes. Durante o fim-de-semana, a percentagem de raparigas que vê 2 ou mais horas de televisão por dia ascende aos 63,6%, enquanto que a percentagem de rapazes ascende aos 52,2%. Os dados não nos permitem tirar grandes elações sobre as diferenças entre escalões etários, não se encontrando divergências muito acentuadas.
Tabela 357: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a ver televisão?
N
%
Nenhum
7
,6
58
5,4
1 hora
205
19,0
Entre 1 e 2 horas
257
23,8
Entre 2 e 3 horas
187
17,3
Entre 3 e 4 horas
118
10,9
Entre 4 e 5 horas
72
6,7
5 horas ou mais
102
9,4
10 minutos ou menos
Não sei Total
75
6,9
1081
100,0
Masculino N Nenhum
Feminino %
N
%
5
,8
2
,4
42
6,8
16
3,4
1 hora
140
22,7
65
14,0
Entre 1 e 2 horas
156
25,3
101
21,8
Entre 2 e 3 horas
101
16,4
86
18,5
Entre 3 e 4 horas
51
8,3
67
14,4
Entre 4 e 5 horas
38
6,2
34
7,3
5 horas ou mais
51
8,3
51
11,0
Não sei
33
5,3
42
9,1
10 minutos ou menos
328
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
Nenhum
N
1
10 minutos ou menos
16 aos 18 anos
%
,8
1
N ,3
% 5
,8
3
2,5
15
4,2
40
6,7
1 hora
28
23,3
69
19,1
108
18,0
Entre 1 e 2 horas
32
26,7
89
24,7
136
22,7
Entre 2 e 3 horas
14
11,7
57
15,8
116
19,3
Entre 3 e 4 horas
10
8,3
46
12,7
62
10,3
Entre 4 e 5 horas
5
4,2
26
7,2
41
6,8
5 horas ou mais
15
12,5
41
11,4
46
7,7
Não sei Total
12
10,0
17
4,7
46
7,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Tabela 358: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a ver televisão?
N
%
Nenhum
7
,6
38
3,5
1 hora
121
11,2
Entre 1 e 2 horas
211
19,5
Entre 2 e 3 horas
228
21,1
Entre 3 e 4 horas
187
17,3
Entre 4 e 5 horas
82
7,6
5 horas ou mais
120
11,1
10 minutos ou menos
Não sei Total
87
8,0
1081
100,0
Masculino N Nenhum
Feminino %
N
%
4
,6
3
,6
10 minutos ou menos
31
5,0
7
1,5
1 hora
40
8,6
81
13,1
Entre 1 e 2 horas
139
22,5
72
15,5
Entre 2 e 3 horas
122
19,8
106
22,8
Entre 3 e 4 horas
105
17,0
82
17,7
Entre 4 e 5 horas
37
6,0
45
9,7
5 horas ou mais
58
9,4
62
13,4
Não sei
40
6,5
47
10,1
329
Idade 9 aos 12 anos N Nenhum 10 minutos ou menos
13 aos 15 anos
%
N
-
16 aos 18 anos
%
-
1
N
%
,3
6
1,0
5
4,2
9
2,5
24
4,0
1 hora
12
10,0
48
13,3
61
10,2
Entre 1 e 2 horas
28
23,3
62
17,2
121
20,2
Entre 2 e 3 horas
22
18,3
79
21,9
127
21,2
Entre 3 e 4 horas
15
12,5
74
20,5
98
16,3
Entre 4 e 5 horas
9
7,5
25
6,9
48
8,0
5 horas ou mais
14
11,7
43
11,9
63
10,5
Não sei Total
15
12,5
20
5,5
52
8,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Em coerência com o que foi dito atrás, 51,1% dos inquiridos costuma ver televisão no quarto, mas a sala de estar continua a ser o sítio por excelência do visionamento de televisão visto que 81% dos jovens declaram que aí vêm televisão. A cozinha é outro dos locais onde há uma percentagem algo expressiva de inquiridos (34,1%) a ver TV. As diferenças entre os sexos não são muito significativas. Comparando os escalões etários, como seria de prever, verifica-se que há uma maior percentagem de inquiridos dos 16 a 18 anos a ver televisão no quarto (54%) em comparação com os inquiridos mais novos dos 9 aos 12 anos (40,8%) visto que também há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos com um aparelho de televisão no quarto. É ainda de notar que a percentagem de inquiridos que vê televisão na sala tende a diminuir um pouco com o aumento da idade o que poderá significar uma retirada do espaço familiar mais amplo em alguns casos. Inversamente, há uma maior percentagem de inquiridos dos 9 aos 12 anos a ver televisão no quarto dos pais (13,3%), sendo que apenas 4,7% dos inquiridos mais velhos declara que vêm televisão nesse espaço.
Tabela 359: Onde costumas ver televisão?: N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais
% 552
51,1
43
4,0
876
81,0
84
7,8
369
34,1
88
8,1
330
Masculino N No meu quarto
Feminino %
315
No quarto do meu irmão/irmã Na sala
% 237
51,1
20
3,2
23
5,0
492
79,7
384
82,8
No quarto dos meus pais Na cozinha
N
51,1
35
5,7
49
10,6
194
31,4
175
37,7
44
7,1
44
9,5
Noutros locais
Idade 9 aos 12 anos N No meu quarto No quarto do meu irmão/irmã Na sala No quarto dos meus pais Na cozinha Noutros locais
% 40,8 5,8 85,0 13,3 29,2 12,5
49 7 102 16 35 15
13 aos 15 anos N 179 19 300 40 115 30
16 aos 18 anos
% 49,6 5,3 83,1 11,1 31,9 8,3
N 324 17 474 28 219 43
% 54,0 2,8 79,0 4,7 36,5 7,2
A maioria dos jovens inquiridos online (56,8%) declara que tem um computador em casa, contudo verifica-se uma percentagem apreciável de inquiridos (40,7%) que declaram ter dois ou mais computadores em casa que sejam utilizados.
Tabela 360: Quantos computadores há em tua casa, que sejam utilizados?
N Nenhum
% 27
2,5
Um
614
56,8
Dois
303
28,0
Três
105
9,7
Mais de três Total
32
3,0
1081
100,0
Masculino N Nenhum
Feminino %
N
%
15
2,4
12
2,6
Um
346
56,1
268
57,8
Dois
167
27,1
136
29,3
Três
63
10,2
42
9,1
Mais de três
26
4,2
6
1,3
617
100,0
464
100,0
Total
331
Idade 9 aos 12 anos N Nenhum
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
5
4,2
8
2,2
14
2,3
Um
56
46,7
202
56,0
356
59,3
Dois
34
28,3
97
26,9
172
28,7
Três
20
16,7
39
10,8
46
7,7
5
4,2
15
4,2
12
2,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Mais de três Total
39,3% dos jovens afirmam que têm o computador no seu quarto, 31,5% que o computador está no escritório e 13,5% que está na sala de estar. Apenas 7,9% afirma que o computador é portátil. É de assinalar que se verifica uma maior percentagem de rapazes com computador no quarto (43,8%) do que raparigas (33,4%), o que poderá demonstrar uma maior pressão por parte dos jovens do sexo masculino em ter um computador no quarto. Além disso, a percentagem de inquiridos com computador no quarto aumenta entre os escalões etários mais velhos. É aqui importante sublinhar a importância do quarto dos jovens como um local onde se realizam diversas actividades e que vem dar substância àquilo que Livingstone designa de “cultura do quarto de dormir”. Verificamos que os inquiridos a par de utilizar o computador, estudam, vêm televisão, ouvem música entre outras actividades no quarto, cada vez menos um espaço privado onde apenas se dorme mas onde se realiza todo um conjunto de práticas ligadas aos media. Podemos mesmo dizer os sistemas dos media visíveis no espaço público têm invadido o espaço privado do quarto de dormir, em especial, nas novas gerações. Esta lógica “do quarto para o mundo” pode provocar novas tensões e reconfigurações da fronteira entre público e privado.
Tabela 361: Onde se encontra o computador que costumas usar em tua casa?
N Não tenho computador No meu quarto
% 27
2,5
425
39,3
No quarto de um irmão/Irmã
46
4,3
Na sala de estar
146
13,5
12
1,1
340
31,5
No quarto dos meus pais No escritório/Sala de trabalho É portátil Total
85
7,9
1081
100,0
332
Masculino N Não tenho computador
Feminino %
N
%
15
2,4
12
2,6
270
43,8
155
33,4
No quarto de um irmão/Irmã
21
3,4
25
5,4
Na sala de estar
76
12,3
70
15,1
9
1,5
3
,6
183
29,7
157
33,8
No meu quarto
No quarto dos meus pais No escritório/Sala de trabalho É portátil Total
43
7,0
42
9,1
617
100,0
464
100,0
Idade 9 aos 12 anos N Não tenho computador No meu quarto
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
4
3,3
8
2,2
15
2,5
33
27,5
128
35,5
264
44,0
No quarto de um irmão/Irmã
3
2,5
17
4,7
26
4,3
Na sala de estar
19
15,8
52
14,4
75
12,5
No quarto dos meus pais No escritório/Sala de trabalho
1
,8
7
1,9
4
,7
48
40,0
130
36,0
162
27,0
É portátil
12
10,0
19
5,3
54
9,0
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Mais de metade dos internautas utiliza o computador mais de 2 horas por dia, durante a semana. Há uma maior propensão por parte dos internautas do sexo masculino e mais velhos para usar o computador mais horas. Sem surpresas, verifica-se ainda a tendência para haver uma maior utilização do computador ao fim-de-semana. Tabela 362: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola?
N
%
Não utilizo
29
2,7
30 minutos ou menos
83
7,7
1 hora
125
11,6
Entre 1 e 2 horas
213
19,7
Entre 2 e 3 horas
164
15,2
Entre 3 e 4 horas
127
11,7
Entre 4 e 5 horas
77
7,1
5 horas ou mais
192
17,8
71
6,6
1081
100,0
Não sei Total
333
Masculino N
Feminino %
N
%
Não utilizo
14
2,3
15
30 minutos ou menos
47
7,6
36
7,8
1 hora
64
10,4
61
13,1
Entre 1 e 2 horas
114
18,5
99
21,3
Entre 2 e 3 horas
97
15,7
67
14,4
Entre 3 e 4 horas
78
12,6
49
10,6
Entre 4 e 5 horas
43
7,0
34
7,3
5 horas ou mais
127
20,6
65
14,0
Não sei Total
3,2
33
5,3
38
8,2
617
100,0
464
100,0
Idade 9 aos 12 anos N Não utilizo
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
6
5,0
12
30 minutos ou menos
25
20,8
1 hora
18
15,0
Entre 1 e 2 horas
29
Entre 2 e 3 horas
13
Entre 3 e 4 horas
N
%
3,3
11
1,8
31
8,6
27
4,5
48
13,3
59
9,8
24,2
68
18,8
116
19,3
10,8
50
13,9
101
16,8
7
5,8
48
13,3
72
12,0
Entre 4 e 5 horas
4
3,3
29
8,0
44
7,3
5 horas ou mais
11
9,2
51
14,1
130
21,7
Não sei Total
7
5,8
24
6,6
40
6,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Tabela 363: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia utilizas o computador, fora da escola?
N
%
Não utilizo
57
5,3
30 minutos ou menos
59
5,5
1 hora
79
7,3
Entre 1 e 2 horas
166
15,4
Entre 2 e 3 horas
239
22,1
Entre 4 e 5 horas
178
16,5
5 horas ou mais
244
22,6
59
5,5
1081
100,0
Não sei Total
334
Masculino N
Feminino %
N
%
Não utilizo
35
5,7
22
4,7
30 minutos ou menos
27
4,4
32
6,9
1 hora
41
6,6
38
8,2
Entre 1 e 2 horas
83
13,5
83
17,9
Entre 2 e 3 horas
134
21,7
105
22,6
Entre 4 e 5 horas
106
17,2
72
15,5
5 horas ou mais
163
26,4
81
17,5
28
4,5
31
6,7
617
100,0
464
100,0
Não sei Total
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Não utilizo
10
8,3
12
3,3
35
5,8
30 minutos ou menos
16
13,3
17
4,7
26
4,3
1 hora
16
13,3
28
7,8
35
5,8
Entre 1 e 2 horas
23
19,2
53
14,7
90
15,0
Entre 2 e 3 horas
19
15,8
86
23,8
134
22,3
Entre 4 e 5 horas
13
10,8
73
20,2
92
15,3
5 horas ou mais
14
11,7
75
20,8
155
25,8
Não sei Total
9
7,5
17
4,7
33
5,5
120
100,0
361
100,0
600
100,0
A casa do próprio é sem dúvida o local privilegiado para a utilização da internet por parte de 86% dos inquiridos. A seguir vem a escola enquanto espaço de utilização habitual da internet em 47,9% dos casos. É de notar que a escola é um meio essencial para uma maior democratização do acesso e difusão das novas tecnologias, em especial, da internet. Verifica-se então que mais de metade não refere a escola como local de utilização frequente da internet, mas não se sabe se isso se deve a desinteresse visto a maior parte dos inquiridos já terem acesso à internet em casa se à falta efectiva de computadores e de infra-estruturas tecnológicas na escola. É ainda de referir a importância das redes familiares e de pares visto que 20,3% refere que costuma entrar online a partir da casa de um amigo ou de um familiar. É ainda assinalável que 8,3% destes inquiridos utiliza ainda os serviços dos cibercafés. Não há diferenças assinaláveis entre os sexos. Entre os escalões etários verifica-se que os mais novos tendem a utilizar a internet mais em casa em 90,8% dos casos enquanto que essa percentagem decresce para os 84,3% entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Um pouco mais de metade destes inquiridos mais velhos que costuma utilizar a internet na escola em comparação com 40% dos inquiridos mais novos. Os inquiridos mais velhos dos 13 aos 15 anos e dos 16
335
aos 18, com a sua maior autonomia, também costumam utilizar mais a internet nos cibercafés do que os inquiridos mais novos.
Tabela 364: Em que sítio costumas utilizar a internet (navegar, chat, email)?: N
%
Nenhum, não utiliza a internet
5
,5
Em casa
930
86,0
Na escola
518
47,9
90
8,3
Em casa de uma amigo/familiar
219
20,3
Noutro sítio
121
11,2
Num cibercafé
Masculino N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola
N
%
4
,6
1
,2
534
86,5
396
85,3
284
46,0
234
50,4
58
9,4
32
6,9
121
19,6
98
21,1
63
10,2
58
12,5
Num cibercafé Em casa de uma amigo/familiar
Feminino %
Noutro sítio
Idade 9 aos 12 anos N Nenhum, não utiliza a internet Em casa Na escola Num cibercafé Em casa de uma amigo/familiar Noutro sítio
%
13 aos 15 anos N
16 aos 18 anos
%
N
%
2
1,7
2
,6
1
,2
109
90,8
315
87,3
506
84,3
48
40,0
162
44,9
308
51,3
5
4,2
35
9,7
50
8,3
27
22,5
78
21,6
114
19,0
12
10,0
38
10,5
71
11,8
Durante a semana 42,5% dos jovens navega mais de duas horas por dia enquanto que durante o fim-de-semana essa percentagem ascende para perto de 60% dos inquiridos, portanto, a utilização da internet é maior durante o fim-de-semana. Sem surpresas constata-se que os rapazes tendem a ficar mais tempo na internet visto que 45% dos inquiridos do sexo masculino ficam online mais de duas horas por dia em comparação com 39,5% das raparigas. Este dado é coerente com o facto já descrito atrás de que
336
também são os rapazes desta amostra que ficam mais tempo em frente ao computador. Claramente, há medida que os inquiridos são mais velhos, tendem a despender mais tempo por dia a navegar na internet. Durante a semana, quase 50% dos inquiridos mais velhos passam mais de duas horas por dia ligados na internet, enquanto que apenas 26,7% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos passam mais de duas horas online. Mais uma vez chamamos a atenção para o maior controlo e vigilância parental no que respeita à utilização quotidiana dos media. Durante o fim-de-semana confirma-se a tendência para ser os rapazes e os jovens mais velhos os que tendem a passar mais tempo online.
Tabela 365: Durante a semana, quanto tempo por dia utilizas a internet, fora da escola?
N
%
Não utilizo
67
6,2
30 minutos ou menos
138
12,8
1 hora
149
13,8
Entre 1 e 2 horas
199
18,4
Entre 2 e 3 horas
158
14,6
Entre 3 e 4 horas
80
7,4
Entre 4 e 5 horas
65
6,0
5 horas ou mais
158
14,6
Não sei Total
67
6,2
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Não utilizo
33
5,3
34
7,3
30 minutos ou menos
80
13,0
58
12,5
1 hora
81
13,1
68
14,7
Entre 1 e 2 horas
110
17,8
89
19,2
Entre 2 e 3 horas
89
14,4
69
14,9
Entre 3 e 4 horas
47
7,6
33
7,1
Entre 4 e 5 horas
35
5,7
30
6,5
5 horas ou mais
107
17,3
51
11,0
Não sei Total
35
5,7
32
6,9
617
100,0
464
100,0
337
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Não utilizo
11
9,2
26
7,2
30
30 minutos ou menos
33
27,5
50
13,9
55
9,2
1 hora
18
15,0
70
19,4
61
10,2
Entre 1 e 2 horas
19
15,8
58
16,1
122
20,3
Entre 2 e 3 horas
9
7,5
43
11,9
106
17,7
Entre 3 e 4 horas
5
4,2
29
8,0
46
7,7
5,0
Entre 4 e 5 horas
4
3,3
24
6,6
37
6,2
5 horas ou mais
14
11,7
39
10,8
105
17,5
Não sei Total
7
5,8
22
6,1
38
6,3
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Tabela 366: Durante o fim-de-semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia costumas utilizar a internet?
N
%
Não utilizo
87
8,0
30 minutos ou menos
88
8,1
1 hora
98
9,1
Entre 1 e 2 horas
164
15,2
Entre 2 e 3 horas
182
16,8
Entre 3 e 4 horas
88
8,1
Entre 4 e 5 horas
105
9,7
5 horas ou mais
208
19,2
Não sei Total
61
5,6
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Não utilizo
48
7,8
39
8,4
30 minutos ou menos
52
8,4
36
7,8
1 hora
53
8,6
45
9,7
Entre 1 e 2 horas
86
13,9
78
16,8
Entre 2 e 3 horas
99
16,0
83
17,9
Entre 3 e 4 horas
49
7,9
39
8,4
Entre 4 e 5 horas
59
9,6
46
9,9
5 horas ou mais
140
22,7
68
14,7
31
5,0
30
6,5
617
100,0
464
100,0
Não sei Total
338
Idade 9 aos 12 anos N Não utilizo
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
9
7,5
24
6,6
54
9,0
30 minutos ou menos
22
18,3
26
7,2
40
6,7
1 hora
25
20,8
32
8,9
41
6,8
Entre 1 e 2 horas
15
12,5
55
15,2
94
15,7
Entre 2 e 3 horas
18
15,0
65
18,0
99
16,5
Entre 3 e 4 horas
5
4,2
30
8,3
53
8,8
Entre 4 e 5 horas
5
4,2
44
12,2
56
9,3
5 horas ou mais
11
9,2
68
18,8
129
21,5
Não sei
10
8,3
17
4,7
34
5,7
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Total
Durante a semana, o período de utilização da internet mais popular é a tarde até às 20 horas com metade dos internautas a declararem que costumam estar online durante esse período. Entre as 20 e as 22 horas a percentagem de jovens utilizadores decresce um pouco para os 43,5%. É depois das 22 horas que se verifica uma quebra acentuada de utilizadores. Entre as 22 horas e a meia-noite a percentagem de utilizadores é ainda assim apreciável (21,8%), mas apenas uma pequena percentagem costuma navegar na internet depois da meia noite (4,8%). 12,6% dos jovens declara que utiliza a internet durante todo o dia. Os inquiridos de ambos os sexos seguem mais ou menos o mesmo padrão temporal de utilização durante os dias da semana. O período por excelência de utilização da internet por parte dos inquiridos dos 9 aos 12 é e tarde até às 20 horas visto que quase 70% dos mais novos está ligado durante esse período. O período seguinte das 20 às 22h, o horário usual do jantar, regista uma quebra acentuada de utilizadores mais novos, que decresce para 30%. Entre os mais novos regista-se ainda a menor percentagem de inquiridos que estão online todo o dia (5%). A percentagem de inquiridos que utiliza a internet todo o dia cresce nos escalões etários mais velhos chegando aos 16,2% entre os inquiridos dos 16 aos 18 anos. Ainda nos inquiridos mais velhos, o momento do dia com maior afluência passa a ser das 20h às 22h (com 45,8% de utilizadores mais velhos) a par da tarde até às 20 horas (com 43,2% de utilizadores). Sem surpresas, a utilização das 22 horas à meia-noite regista também uma acentuada subida de utilizadores nos escalões etários mais velhos. 29,3% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos costumam utilizar a internet nesse período enquanto que apenas 2,5% dos inquiridos mais novos utilizam a internet nesse período. É ainda
339
significativo não haver nenhum inquirido dos 9 aos 12 anos que declare que utilize a internet depois da meia-noite.
Tabela 367: Durante a semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: N
%
De manhã
132
12,2
De tarde até às 20 horas
543
50,2
Das 20 às 22 horas
470
43,5
Das 22 horas à meia-noite
236
21,8
45
4,2
7
,6
136
12,6
22
2,0
Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet
Masculino N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meia-noite Da meia-noite às 2h da manhã
Não utilizo a internet
N
%
66
10,7
66
14,2
308
49,9
235
50,6
272
44,1
198
42,7
136
22,0
100
21,6
31
5,0
14
3,0
4
,6
3
,6
82
13,3
54
11,6
11
1,8
11
2,4
A partir das 2h da manhã Todo o dia
Feminino %
Idade 9 aos 12 anos N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meianoite Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
17
14,2
41
11,4
74
12,3
83
69,2
201
55,7
259
43,2
36
30,0
159
44,0
275
45,8
3
2,5
57
15,8
176
29,3
-
-
5
1,4
40
6,7
-
-
1
,3
6
1,0
6
5,0
33
9,1
97
16,2
6
5,0
8
2,2
8
1,3
340
Durante o fim-de-semana, o período mais popular continua a ser de tarde até às 20 horas mas com uma menor percentagem de utilizadores (42,1%) em comparação com os dias da semana. É entre os utilizadores que declaram que utilizam a internet durante todo o dia que se nota uma subida acentuada, sendo que a percentagem deste tipo de utilizadores dobra passando de 12,6% durante a semana para 26% durante o fim-desemana. Ambos sexos e os escalões etários considerados seguem mais ou menos o mesmo padrão temporal de utilização semanal durante o sábado e o domingo.
Tabela 368: Ao fim-de-semana, em que momento do dia costumas utilizar a internet: N
%
De manhã
198
18,3
De tarde até às 20 horas
455
42,1
Das 20 às 22 horas
315
29,1
Das 22 horas à meia-noite
230
21,3
Da meia-noite às 2h da manhã
84
7,8
A partir das 2h da manhã
22
2,0
281
26,0
79
7,3
Todo o dia Não utilizo a internet
Masculino N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meia-noite Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet
Feminino %
N
%
114
18,5
84
18,1
251
40,7
204
44,0
162
26,3
153
33,0
131
21,2
99
21,3
58
9,4
26
5,6
18
2,9
4
,9
174
28,2
107
23,1
42
6,8
37
8,0
341
Idade 9 aos 12 anos N De manhã De tarde até às 20 horas Das 20 às 22 horas Das 22 horas à meianoite Da meia-noite às 2h da manhã A partir das 2h da manhã Todo o dia Não utilizo a internet
13 aos 15 anos
%
N
%
16 aos 18 anos N
%
43
35,8
71
19,7
84
14,0
68
56,7
155
42,9
232
38,7
26
21,7
113
31,3
176
29,3
13
10,8
63
17,5
154
25,7
4
3,3
23
6,4
57
9,5
-
5
1,4
17
2,8
22
18,3
95
26,3
164
27,3
8
6,7
23
6,4
48
8,0
Perto de metade dos inquiridos (46,8%) refere que retirou tempo à televisão para utilizar a internet, sendo aquela a principal “perdedora” para a internet. Contudo, não nos podemos esquecer que muitos jovens utilizam vários media em regime de multitarefa, isto é, vêm televisão ou estudam enquanto navegam na internet. O que se passa muitas vezes é que a televisão deixa de ser o principal foco de atenção para se tornar um “pano de fundo”. Cerca de um quarto dos inquiridos afirmam que retiraram tempo ao estudo para utilizar a internet e cerca de um quinto que retiraram tempo à família. Este último dado pode dar azo a alguns receios sobre o isolamento de alguns jovens que se “viciam” no uso da internet, contudo, a internet pode também significar um alargamento e aprofundamento das relações sociais que se estabelecem fora do seio familiar. 21,1% referem ainda que retiraram tempo à consola de jogos. 10% ou mais dos jovens, mas menos do que 20% afirmaram que retiraram também tempo aos amigos, à leitura, ao lazer e tempos livres e ao desporto. Mas é curioso constatar que apenas uma pequena minoria (3,4%) afirma ter retirado tempo ao namorado ou à namorada. Perto de um terço dos inquiridos afirma, contudo, que não retirou tempo a nada para usar a internet. Verifica-se uma ligeira tendência para as raparigas se afastarem menos daqueles com quem mantêm relações afectivas (família, amigos) em comparação com os rapazes, assim como há uma menor tendência das raparigas para retirarem tempo a actividades de lazer e tempos livres e ao desporto para utilizarem a internet. No cômputo geral, há uma percentagem superior de raparigas que declaram que não retiraram tempo a nada para usar a internet (35,1%), do que de rapazes (30,1%).
342
Uma maior percentagem de inquiridos mais velhos revela que retiraram tempo à família (23,2%), ao estudo (25,8%) e à televisão (50%). Por seu turno uma maior percentagem de inquiridos mais novos (25,8%) retiraram tempo ao jogos, porém, é também entre os mais novos que há uma maior percentagem de inquiridos que declaram que não retiraram tempo a nada para utilizar a internet (39,2%). Tabela 369: A que, ou a quem, retiraste tempo desde que utilizas a internet?: N
%
Família
225
20,8
Amigos
135
12,5
Namorado/a
37
3,4
Estudo
272
25,2
Televisão
506
46,8
Consola de jogos
228
21,1
Leitura
199
18,4
Lazer/tempos livres
163
15,1
Desporto
108
10,0
A nada
349
32,3
Masculino N
Feminino
%
N
%
Família
134
21,7
91
19,6
Amigos
90
14,6
45
9,7
Namorado/a
22
3,6
15
3,2
Estudo
161
26,1
111
23,9
Televisão
288
46,7
218
47,0
Consola de jogos
185
30,0
43
9,3
Leitura
112
18,2
87
18,8
Lazer/tempos livres
106
17,2
57
12,3
73
11,8
35
7,5
186
30,1
163
35,1
Desporto A nada
Idade 9 aos 12 anos N Família Amigos Namorado/a Estudo Televisão Consola de jogos Leitura Lazer/tempos livres Desporto A nada
21 14 5 22 42 31 18 18 14 47
% 17,5 11,7 4,2 18,3 35,0 25,8 15,0 15,0 11,7 39,2
13 aos 15 anos N 65 49 13 95 164 83 65 57 36 114
% 18,0 13,6 3,6 26,3 45,4 23,0 18,0 15,8 10,0 31,6
16 aos 18 anos N 139 72 19 155 300 114 116 88 58 188
% 23,2 12,0 3,2 25,8 50,0 19,0 19,3 14,7 9,7 31,3
343
Durante a semana mais de metade dos inquiridos joga até uma hora por dia e a grande maioria (68,5%) não joga mais do que duas horas. Os rapazes são jogadores mais ávidos que as raparigas. Entre os escalões etários, curiosamente, não há grandes discrepâncias a registar. Como seria de esperar o tempo de jogo aumenta durante o fim-de-semana. Verifica-se ainda a tendência, durante o sábado e o domingo, de os inquiridos mais novos passarem mais tempo a jogar. A menor tempo dispendido a jogar por parte dos mais velhos poderá ser devido à sua maior autonomia e liberdade para sair e desfrutar outro tipo de interesses. Tabela 370: Durante a semana, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador?
N
%
10 minutos ou menos
271
25,1
1 hora
282
26,1
Entre 1 e 2 horas
187
17,3
Entre 2 e 3 horas
95
8,8
Entre 3 e 4 horas
49
4,5
Entre 4 e 5 horas
29
2,7
5 horas ou mais
39
3,6
129
11,9
1081
100,0
Não sei Total
Masculino N
Feminino %
N
%
10 minutos ou menos
104
16,9
167
36,0
1 hora
175
28,4
107
23,1
Entre 1 e 2 horas
124
20,1
63
13,6
Entre 2 e 3 horas
65
10,5
30
6,5
Entre 3 e 4 horas
38
6,2
11
2,4
Entre 4 e 5 horas
25
4,1
4
,9
5 horas ou mais
36
5,8
3
,6
Não sei
50
8,1
79
17,0 Idade
9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
10 minutos ou menos
17
14,2
79
21,9
175
29,2
1 hora
38
31,7
101
28,0
143
23,8
Entre 1 e 2 horas
23
19,2
65
18,0
99
16,5
Entre 2 e 3 horas
9
7,5
42
11,6
44
7,3
Entre 3 e 4 horas
4
3,3
17
4,7
28
4,7
Entre 4 e 5 horas
4
3,3
11
3,0
14
2,3
6
5,0
13
3,6
20
3,3
19
15,8
33
9,1
77
12,8
5 horas ou mais Não sei
344
Tabela 371: Durante o fim de semana, sábado e domingo, quanto tempo por dia passas a jogar na consola ou no computador?
N
%
10 minutos ou menos
210
19,4
1 hora
218
20,2
Entre 1 e 2 horas
207
19,1
Entre 2 e 3 horas
136
12,6
Entre 3 e 4 horas
75
6,9
Entre 4 e 5 horas
48
4,4
5 horas ou mais
62
5,7
125
11,6
1081
100,0
Não sei Total
Masculino N
Feminino %
10 minutos ou menos
N
%
71
11,5
139
30,0
1 hora
116
18,8
102
22,0
Entre 1 e 2 horas
133
21,6
74
15,9
Entre 2 e 3 horas
100
16,2
36
7,8
Entre 3 e 4 horas
59
9,6
16
3,4
Entre 4 e 5 horas
34
5,5
14
3,0
5 horas ou mais
57
9,2
5
1,1
Não sei
47
7,6
78
16,8
Idade 9 aos 12 anos N 10 minutos ou menos
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
9
7,5
54
15,0
147
24,5
1 hora
27
22,5
79
21,9
112
18,7
Entre 1 e 2 horas
27
22,5
65
18,0
115
19,2
Entre 2 e 3 horas
17
14,2
53
14,7
66
11,0
Entre 3 e 4 horas
11
9,2
31
8,6
33
5,5
Entre 4 e 5 horas
5
4,2
23
6,4
20
3,3
5 horas ou mais Não sei Total
6
5,0
22
6,1
34
5,7
18
15,0
34
9,4
73
12,2
120
100,0
361
100,0
600
100,0
Inquérito nacional A grande maioria dos inquiridos no inquérito aplicado no terreno (85,6%) declara que estuda no seu quarto. A sala de estar ou de jantar é o segundo lugar mais popular como lugar de estudo embora só cerca de 30% dos inquiridos usam esse espaço para estudar.
345
Tabela 372: Em que locais é que estuda normalmente: N
%
No meu quarto
213
85,6
Na sala de estar ou na sala de jantar
74
29,7
Em outro lugar da casa
7
2,9
Na biblioteca do meu bairro
3
1,3
Noutro local
11
4,3
Ns/nr
1
,4
Noutro Local N
% 265
96,1
ATL
1
,5
Casa de amigos
1
,4
Cozinha
1
,5
Escola
3
1,3
Escritório
2
,8
Na varanda no verão
1
,4
276
100,0
Total
Claramente, é no espaço privado da sua casa onde os inquiridos passam, em média, mais tempo a utilizar a internet: 611,4 minutos por semana, isto é, mais de 10 horas por semana em comparação com uma média de utilização de 187,1 minutos por semana na escola e 163,5 minutos semanais noutros locais. No total, o tempo médio passado na internet é de 494,8 minutos por semana, muito por força da utilização em casa.
Tabela 373: Quantos minutos por semana gasta a utilizar a internet
Média
Em casa
Na escola
Noutros locais
Tempo médio passado na internet
611,4
187,1
163,5
494,8
Mediana
300
120
60
239
Moda
300
60
60
60
Mínimo
0
0
10
5
Máximo
4830
4800
2520
7200
Percentis 25
120
60
30
115
Percentis 75
720
180
171
480
968,2
421,3
324,0
918,2
Desvio-padrão
346
As actividades onde os inquiridos despendem mais tempo em casa, são as actividades mais lúdicas de jogar jogos, ouvir música e ver vídeos (169,2 minutos por semana). Contudo, logo a seguir vem a pesquisa de informação para a escola que ocupa aos jovens 136,1 minutos por semana, em média. Já pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins apenas ocupa 45,6 minutos por semana aos jovens. Uma outra actividade de relevo é a participação em chats ou grupos de discussão onde os jovens inquiridos despendem, em média, mais de 120 minutos por semana. No seu espaço caseiro, os jovens gastam ainda, em média, quase 90 minutos semanais a enviar e a receber e-mails e o tempo gasto em compras e operações financeiras é muito reduzido (1,25 minutos por semana, em média).
Tabela 374: Tempo que passa em casa a (Minutos por semana):
94
90
90
95
Pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins (notícias/receitas/ software) 88
Média
89,92
120,42
169,20
136,09
45,64
1,25
Mediana
60,00
11,44
60,00
60,00
,00
,00
Enviar e receber emails N
Chats ou grupos de discussão
Jogar jogos/ouvir música/ver vídeos
Pesquisar informação para a escola/ trabalho
Compras e operações financeiras 88
Mínimo
0
0
0
0
0
0
Máximo
1200
2400
4200
1800
540
90
Percentil 25
10,00
,00
10,63
30,00
,00
,00
Percentil 75
61,50
120,00
120,00
120,00
30,00
,00
No espaço escolar, a pesquisa de informação para a escola tem claramente a prioridade visto que ocupa de longe a maior fatia de tempo aos jovens que utilizam a internet na escola (em média, 105,5 minutos por semana). Ainda assim as actividades lúdicas (jogar/ouvir música/ver vídeos) aparecem em segundo lugar no que respeita ao tempo gasto nessas actividades (20,8 minutos por semana, em termos médios), enquanto que enviar e receber e-mails aparece em terceiro lugar (15,6 minutos por semana), participar em chats ou grupos de discussão em quarto (14,9 minutos por semana) e a pesquisa de informação por motivos pessoais e outros fins em quinto lugar (com a qual os jovens despendem, em média, 13,7 minutos por semana). As compras e as operações financeiras continuam a ser uma actividade quase negligenciável no que respeita gasto de tempo.
347
Tabela 375: Tempo que passa na escola a (Minutos por semana):
123
124
126
132
Pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins (notícias/receitas/ software) 126
15,55
14,91
20,80
105,48
13,72
3,10
Mediana
,00
,00
,00
60,00
,00
,00
Mínimo
0
0
0
0
0
0
Máximo
360
480
600
600
360
180
Percentil 25
,00
,00
,00
30,00
,00
,00
Percentil 75
10,00
,00
30,00
120,00
,00
,00
Enviar e receber emails N Média
Chats ou grupos de discussão
Jogar jogos/ouvir música/ver vídeos
Pesquisar informação para a escola/ trabalho
Compras e operações financeiras 127
No total, a pesquisa de informação para a escola continua a ser a actividade que mais tempo ocupa aos jovens que utilizam a internet (em média, 162,3 minutos por semana). Para aqueles que utilizam a internet, independentemente do local, as actividades lúdicas (jogar/ouvir música/ver vídeos) ocupam o segundo lugar no que respeita ao tempo gasto (114,4 minutos por semana, em termos médios). A actividade seguinte em termos de tempo gasto é a participação em chats ou grupos de discussão em quarto que ocupa, em média, 79,3 minutos por semana aos jovens. Em termos totais, pode-se adiantar ainda que são despendidos, em média, 64,5 minutos por semana a enviar e receber e-mails e 35,3 minutos por semana a pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins.
Tabela 376: Tempo que passa no total a (Minutos por semana):
172
168
169
176
Pesquisar informação por motivos pessoais e outros fins (notícias/receitas/ software) 166
Média
64,51
79,32
114,39
162,29
35,27
2,49
Mediana
20,00
,00
30,00
90,00
,00
,00
Mínimo
0
0
0
0
0
0
Máximo
Enviar e receber emails N
Chats ou grupos de discussão
Jogar jogos/ouvir música/ver vídeos
Pesquisar informação para a escola/ trabalho
Compras e operações financeiras 164
1200
2400
4200
2040
660
180
Percentil 25
,00
,00
,00
33,38
,00
,00
Percentil 75
60,00
60,00
120,00
180,00
30,00
,00
No que respeita ao tempo dedicado aos média tradicionais, como seria de esperar, a televisão (que ocupa, em média, 941,2 minutos por semana aos jovens) ganha claramente sobre a rádio (onde os jovens gastam 356,4 minutos por semana) e os jornais (com um gasto médio de tempo de 36,7 minutos).
348
Tabela 377: Numa semana típica, quanto tempo dedica a (em Minutos):
Ver TV 941,23
Média Mediana Desvio-padrão
Ouvir rádio 356,44
Ler jornais 36,36
900,00
180,00
,00
659,410
619,465
82,986
Mínimo
0
0
0
Máximo
5400
5400
603
Percentis
25
480,00
30,00
,00
75
1230,65
420,00
60,00
Quanto a actividades lúdicas fora do sistema dos media, estar com a família é a actividade que mais tempo ocupa aos jovens (em média, 939,9 minutos por semana), contudo, os jovens despendem também um tempo apreciável para estar com os seus amigos/colegas fora da escola (em média, 730,9 minutos por semana). Fazer exercício ou participar em actividades desportivas ocupa, em média, 145,6 minutos semanais aos jovens.
Tabela 378: Numa semana típica, quantos minutos dedica a: Estar com os seus amigos/colegas fora da escola ou do horário de trabalho
Estar com a sua família
Fazer exercício ou participar em actividades desportivas
Média
730,93
939,88
145,61
Mediana
600,00
882,65
120,00
1200
1200
0
659,632
656,899
156,054
Moda Desvio-padrão Mínimo
30
60
0
Máximo
4200
3600
960
Percentis
25
300,00
451,57
,00
75
1200,00
1200,00
240,00
Os jovens inquiridos a nível nacional gastam, em média 75,1 minutos por dia a jogar e 418,8 minutos semanais. Dentro dos jogadores habituais, a esmagadora maioria costuma jogar em casa (em 90,9% dos casos), contudo, ainda assim cerca de um quarto dos inquiridos costuma jogar em casa de amigos e 8,7% declara ainda jogar no espaço escolar ou no trabalho. A percentagem daqueles que declaram jogar habitualmente no cibercafé é muito reduzida (1,9%).
349
Tabela 379: Quanto tempo gasta, em média, a jogar jogos no computador ou consola (em minutos): Por dia
Por semana
Média
75,06
418,79
Mediana
60,00
300,00
Moda Desvio-padrão
60
300
78,754
431,423
Mínimo
0
0
Máximo
420
2400
25
30,00
120,00
75
90,00
569,60
Percentis
Tabela 380: Em que locais é que costuma jogar: % Em casa
90,9
Em casa de amigos
24,9
Na empresa/faculdade/ escola
8,7
Em cibercafés
1,9
Em lojas
,8
Noutro local
4,0
Durante a semana, o final da tarde (das 18 às 21 horas) é o horário habitual para ver televisão para 68,8% dos inquiridos e a noite (das 21 às 24 horas) para 47,1% dos jovens. É portanto durante estes dois horários (“nobres”) que uma larga maioria dos jovens vê televisão. 18,8% dos jovens vê televisão das 16 às 18 horas e 10% das 7 às 10 horas. Poucos são aqueles que habitualmente vêm televisão no meio da manhã (das 10 às 13 horas) e durante a madrugada (das 24 às 7 horas da manhã). Durante o fim-de-semana, o final da tarde (das 18 às 21 horas) continua a ser o horário habitual para ver televisão para 58,3% dos jovens inquiridos, a par do horário da noite (das 21 às 24 horas), durante o qual 53,2% dos jovens assiste televisão. Verifica-se portanto que durante fim-de-semana há uma ligeira diminuição da percentagem de jovens telespectadores que assistem televisão ao final da tarde e um subida da percentagem daqueles que vêm televisão à noite. Os horários do meio do dia e da tarde assumem substancial importância durante o fim-de-semana, visto que, respectivamente, 33,7% e 46,8% dos jovens declaram ver habitualmente televisão nesses horários durante
350
os dias de descanso semanal. O período das 7 às 10 horas da manhã é ainda visto habitualmente por 23,2% dos jovens, período onde habitualmente passam programas de teor infantil e juvenil. É de assinalar ainda o aumento da percentagem de inquiridos que assiste televisão de madrugada durante o fim de semana (9,8%).
Tabela 381: Horário em que normalmente vê televisão durante a semana: N
%
Manhã (7.00 - 10.00)
28
10,0
Meio da manhã (10.00 - 13.00)
9
3,4
Meio do dia (13.00 - 16.00)
23
8,3
Tarde (16.00 - 18.00)
52
18,8
Final da tarde (18.00 - 21.00)
190
68,8
Noite (21.00-24.00)
130
47,1
9
3,3
Madrugada (24.00-7.00)
Tabela 382: Horário em que normalmente vê televisão durante o fim-de-semana: N
%
Manhã (7.00 - 10.00)
64
23,2
Meio da manhã (10.00 - 13.00)
15
5,3
Meio do dia (13.00 - 16.00)
93
33,7
Tarde (16.00 - 18.00)
129
46,8
Final da tarde (18.00 - 21.00)
161
58,3
Noite (21.00-24.00)
147
53,2
Madrugada (24.00-7.00)
27
9,8
Não se aplica
9
3,2
É durante o final da tarde e a tarde que há uma maior percentagem de jovens que vêm televisão sozinhos (25,3% e 21,4% respectivamente), sendo porventura estes os períodos onde muitos jovens já não têm aulas mas em que muitos dos pais e das mães
351
continuam a trabalhar. No entanto, é de notar que entre o meio do dia e a noite verificase um aumento substancial da percentagem de inquiridos que vê televisão acompanhado: durante o final da tarde chega mesmo aos 58,6% dos casos e durante a noite aos 50% dos casos.
Tabela 383: Horário em que normalmente vê televisão sozinho: N
%
Manhã (7.00 - 10.00)
49
17,7
Meio da manhã (10.00 - 13.00)
17
6,1
Meio do dia (13.00 - 16.00)
38
13,6
Tarde (16.00 - 18.00)
59
21,4
Final da tarde (18.00 - 21.00)
70
25,3
Noite (21.00-24.00)
40
14,5
Madrugada (24.00-7.00)
14
5,1
Não se aplica
111
40,3
Tabela 384: Horário em que normalmente vê televisão acompanhado: N
%
Manhã (7.00 - 10.00)
31
11,3
Meio da manhã (10.00 - 13.00)
11
4,0
Meio do dia (13.00 - 16.00)
74
26,8
Tarde (16.00 - 18.00)
101
36,6
Final da tarde (18.00 - 21.00)
162
58,6
Noite (21.00-24.00)
138
50,0
Madrugada (24.00-7.00)
17
6,0
Não se aplica
43
15,6
Cerca de metade dos jovens declara que tem um horário definido para fazer os trabalhos de casa e 42,2% declaram que têm um horário estipulado para praticar desporto, 352
passatempos e hobbies. Porém, o horário de sono é aquele que está definido para uma maior percentagem de inquiridos (61%). O sono, a escola e os seus deveres e prática de desporto, de passatempos e hobbies são as actividades que mais contribuem para a estruturação do tempo dos jovens. Ainda assim um número apreciável de jovens declara ter um horário definido para estar com os amigos, ver televisão e estar com a família (38,2%, 37,9% e 33,5% respectivamente).
Tabela 385: Tem um horário definido para: N
%
Ver televisão
94
37,9
Estar com os amigos
95
38,2
Fazer os trabalhos de casa
126
50,4
Estar com a família
84
33,5
Praticar desporto, passatempos e hobbies
105
42,2
Dormir
152
61,0
Verifica-se uma tendência geral para realizar um conjunto de actividades preferencialmente antes do jantar, sendo que o período depois do jantar é muitas vezes um tempo um pouco mais morto e de preparação para deitar. Actividade mais popular, antes e depois do jantar, continua a ser, sem sombra de dúvida, ver televisão (97,1% e 93,5% respectivamente). Estudar ou fazer os trabalhos de casa é a segunda actividade mais referida em termos percentuais (72,3%) antes do jantar, contudo, a percentagem de inquiridos que declara ocupar-se dos deveres escolares depois do jantar é de apenas 33,2%. Ouvir música é outra actividade bastante popular entre os inquiridos visto que 60,5% declara que o faz antes do jantar e 40,3% depois do jantar, sendo que esta é a segunda actividade mais realizada neste período. A utilização do computador antes do jantar é uma realidade para 40,9% dos inquiridos enquanto que essa percentagem decresce para 26,7% depois do jantar. Podemos aferir que pelo menos parte desse tempo passado à frente do computador é dedicado aos jogos visto que 34,2% dos jovens declaram que jogam antes de jantar e 24,9% depois de jantar (percentagens muito próximas da utilização do computador). A leitura (de livros, revistas e banda desenhada)
353
é ainda mais frequente antes do jantar, sendo uma actividade para 18,8%, 17,1% e 13,1% dos respondentes, respectivamente.
Tabela 386: Actividades que realiza no tempo livre que tem em casa: Antes de jantar
Depois de jantar
N
%
N
%
Ver televisão
242
97,1
233
93,5
Interagir com a televisão
18
7,2
16
6,3
Ver dvds ou vídeos
30
11,9
30
12,1
Ver programas de TV gravados
12
5,0
7
2,6
Usar o computador
102
40,9
66
26,7
Usar MSN/chats
26
10,6
16
6,4
Navegar na internet
47
18,9
42
16,7
Ouvir música
151
60,5
100
40,3
Jogar jogos
85
34,2
62
24,9
Fazer downloads de música na internet
15
5,8
14
5,7
4
1,7
4
1,6
7
2,7
6
2,6
Fazer desporto
30
11,9
4
1,7
Ler livros
47
18,8
36
14,4
Ler revistas
43
17,1
23
9,3
Ler banda desenhada
33
13,1
21
8,6
Estudar/ fazer trabalhos de casa
180
72,3
83
33,2
Falar ao telefone
33
13,1
29
11,8
Enviar mensagens SMS a amigo/as
80
32,1
68
27,4
Nenhuma
1
,4
2
,6
Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet
354
É ainda assinalável a importância de enviar mensagens SMS a amigos/as, actividade realizada por 32,1% dos jovens inquiridos antes do jantar e, com uma ligeira quebra, por 27,4% dos jovens depois de jantar. Note-se que a percentagem de jovens que envia mensagens é claramente superior à actividade de falar ao telefone que é perpetrada por 13,1% dos jovens antes do jantar e por 11,8% depois do jantar. Antes do jantar as principais actividades que os jovens costumam realizar em simultâneo são ver televisão (em 45,3% dos casos), ouvir música (33,5%) e estudar e fazer os trabalhos de casa (32,1%). Percentagens ainda apreciáveis de jovens inquiridos declaram ainda que enviam mensagens SMS a amigo/as (18,9%), usam o computador (15,8%) e jogam jogos electrónicos (10,7%) em simultâneo com outras actividades. 12,2% dos inquiridos declaram também que não realizam nenhuma actividade em simultâneo. Depois do jantar mantêm-se as principais tendências, contudo, é de assinalar que a percentagem de inquiridos que não faz nenhuma actividade em simultâneo atinge os 26,1%.
355
Tabela 387: Quais actividades costuma fazer em simultâneo: Antes de jantar
Depois de jantar
N
%
N
%
112
45,3
100
40,0
Interagir com a televisão
6
2,6
9
3,5
Ver DVD ou vídeos
4
1,7
3
1,3
Ver programas de TV gravados
_
_
1
,5
Usar o computador
39
15,8
29
11,8
Usar MSN/chats
5
2,0
6
2,3
Navegar na internet
17
6,7
16
6,6
Ouvir música
83
33,5
57
23,0
Jogar jogos
27
10,7
25
10,2
Fazer downloads de música na internet
1
,5
2
,8
_
_
1
,4
_
_
1
,4
Fazer desporto
_
_
0
,1
Ler livros
6
2,6
6
2,4
Ler revistas
14
5,8
9
3,7
Ler banda desenhada
5
2,2
11
4,4
Estudar/ fazer trabalhos de casa
80
32,1
32
12,8
Falar ao telefone
11
4,5
13
5,2
Enviar mensagens SMS a amigo/as
47
18,9
39
15,7
Nenhuma
30
12,2
65
26,1
Ver televisão
Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet
356
No que respeita à atribuição de uma ordem de frequência às actividades mais realizadas antes do jantar, a televisão continua a ter a maior prioridade para 49,9% dos jovens inquiridos, logo de seguida está estudar e fazer os trabalhos que é da maior frequência para 39,3% dos inquiridos. Outras actividades relevantes para os jovens na primeira ordem de frequência estão: usar o computador (14,5%), enviar mensagens SMS a amigos/as (13,3%) e fazer desporto (13,1%). Outras actividades lúdicas tomam a segunda prioridade como ouvir música (em 31,2% dos casos) e interagir com a televisão (em 31,4% dos casos), assim como usar o computador (23,1%), ver DVD’s ou vídeos (21,4%) e navegar na internet (20,4%). Estudar e fazer os trabalhos de casa (25,1%) é também uma actividade relevante na segunda ordem de frequência. É ainda de assinalar que ver televisão, enviar mensagens por SMS, usar o computador e estudar ou fazer os trabalhos de casa são actividades relevantes em todas as ordens de frequência, e são as principais actividades que estruturam os tempos livres dos jovens antes de jantar, independentemente de ser uma actividade a que dedicam grande atenção ou uma actividade de fundo, como o ir espreitando o que se passa no ecrã da televisão. Não são actividades que se sobrepõe, mas que convivem essencialmente umas com as outras.
357
Tabela 388: Actividade que faz mais frequentemente antes de jantar: N
Ordem frequência 1 (%)
Ordem frequência 2 (%)
Ordem frequência 3 (%)
Ns/nr (%)
Ver televisão
242
49,9
19,7
20,1
10,4
Interagir com a televisão
18
8,9
31,4
5,9
53,7
Ver dvds ou vídeos
30
3,8
21,4
2,2
72,7
Ver programas de TV gravados
12
_
8,9
6,4
84,7
Usar o computador
102
14,5
23,1
18,8
43,6
Usar MSN/chats
26
7,2
6,4
15,8
70,6
Navegar na internet
47
6,0
20,4
20,3
53,3
Ouvir música
151
3,4
31,2
20,5
45,0
Jogar jogos
85
3,6
21,7
22,9
51,9
Fazer downloads de música na internet
15
_
17,1
14,8
68,0
4
_
23,7
_
76,3
7
_
_
_
100,0
Fazer desporto
30
13,1
8,5
10,7
67,7
Ler livros
47
9,2
14,4
18,1
58,3
Ler revistas
43
14,4
21,2
64,4
Ler banda desenhada
33
2,6
14,8
12,1
70,5
Estudar/ fazer trabalhos de casa
180
39,3
25,1
18,1
17,4
Falar ao telefone
33
3,4
9,0
8,7
78,9
Enviar mensagens SMS a amigo/as
80
13,3
10,8
20,6
55,3
Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet
Quanto à atribuição de uma ordem de frequência às actividades mais realizadas depois do jantar, a televisão reforça a sua posição como actividade mais frequente para 67,3% dos jovens inquiridos, logo de seguida está ver programas de TV gravados (34,2%). Estudar e fazer os trabalhos de casa continua a ser uma actividade na primeira ordem de frequência para 27,3% dos inquiridos. Outras actividades relevantes depois do jantar na
358
primeira ordem de frequência estão: enviar mensagens SMS a amigos/as (19,2%), jogar jogos (13,2%), usar o computador (13,1%), e falar ao telefone (12,5%).
Tabela 389: Actividade que faz mais frequentemente depois de jantar: N
Ordem frequência 1 (%)
Ordem frequência 2 (%)
Ordem frequência 3 (%)
Ns/nr (%)
Ver televisão
233
67,3
13,9
11,0
7,9
Interagir com a televisão
16
6,9
35,9
5,5
51,8
Ver dvds ou vídeos
30
6,7
37,2
7,9
48,2
Ver programas de TV gravados
7
34,2
_
17,2
48,7
Usar o computador
66
13,1
32,8
20,9
33,2
Usar MSN/chats
16
5,0
30,4
5,8
58,8
Navegar na internet
42
9,9
21,5
28,7
39,9
Ouvir música
100
9,0
29,7
24,6
36,7
Jogar jogos
62
13,2
30,1
22,9
33,8
Fazer downloads de música na internet
14
5,5
_
7,9
86,6
4
_
23,5
28,7
47,7
6
_
_
14,4
85,6
Fazer desporto
4
7,7
_
24,0
68,3
Ler livros
36
6,0
30,3
23,0
40,6
Ler revistas
23
_
26,3
14,1
59,6
Ler banda desenhada
21
6,4
40,7
10,5
42,5
Estudar/ fazer trabalhos de casa
83
27,3
35,1
17,4
20,2
Falar ao telefone
29
12,5
7,1
28,0
52,4
Enviar mensagens SMS a amigo/as
68
19,2
21,0
21,7
38,1
Fazer downloads de filmes na internet Fazer downloads de programas e jogos na internet
Ainda quanto às actividades mais realizadas depois do jantar, na segunda ordem de frequência destacam-se outras actividades lúdicas como ler banda desenhada (40,7%) e
359
livros (30,3%), ver DVD’s ou vídeos (37,2%), interagir com a televisão (35,9%), usar o computador (em 32,8% dos casos), usar o MSN e chats (30,4%) e jogar jogos (30,1%). Saliente-se ainda que estudar e fazer os trabalhos de casa é uma actividade que se encontra na segunda ordem de frequência depois do jantar para 35,1% dos inquiridos.
Verifica-se uma centralidade do quarto dos jovens enquanto local privilegiado onde se realizam diversas actividades o que justifica a designação de “cultura do quarto de dormir” no que respeita ao usufruto dos tempos livres. Os jovens realizam um conjunto de práticas com os media, em simultâneo ou em exclusivo, utilizam o computador, estudam, vêm televisão, ouvem música entre outras actividades tudo no mesmo espaço físico do quarto. Isto também é sinal de novas formas de organização familiar e, em particular, da organização geográfica das actividades familiares. Não podemos falar que a sala se tornou irrelevante enquanto espaço familiar comum na utilização dos media. Verifica-se pelo contrário que continua a ser bastante relevante contudo tem sofrido a concorrência de outros espaços domésticos, em especial, o quarto que cresce em importância como local de utilização dos media a par de uma utilização cada vez mais privatizada de vários aparelhos, cada membro em potência poderá ter direito a ter o seu próprio telemóvel ou telefone, aparelho de televisão, computador, etc… O quarto tornase assim cada vez menos um espaço privado onde apenas se dorme mas onde se realiza todo um conjunto de práticas ligadas aos media. Podemos mesmo dizer os sistemas dos media visíveis no espaço público têm invadido o espaço privado do quarto de dormir, em especial, nas novas gerações. Esta lógica “do quarto para o mundo” pode, no futuro, lançar novas tensões e reconfigurações da fronteira entre público e privado e novas reconfigurações e negociações no que se entende por vida familiar.
360
Capítulo 14: Dinâmica familiar e interacção em torno dos media: autonomia dos jovens, autoridade e controlo paternal sobre os media. Neste capítulo queremos dar conta não só das dinâmicas familiares num sentido lato mas, principalmente, da forma como a apropriação dos media e das novas tecnologias pelos jovens pode estar a ter impacto no âmbito da interacção familiar em torno das TIC. Com o rápido aumento do número de agregados familiares com conexão à internet, surge o interesse em perceber como as novas tecnologias influenciam as relações familiares e qual o potencial das TICs para mudar a vida familiar, tanto no desempenho de papéis tradicionais, como na produção de novos campos de possível conflito. Mas antes de nos debruçarmos com a interacção familiar em torno dos media, vamos olhar um pouco para a situação escolar dos jovens, que constitui uma importante esfera de negociação e conflito, e para as percepções de pais e filhos sobre essa realidade, que, em muitas situações, se interliga com dinâmica familiar em torno dos media. Dos jovens respondentes, 22,9% afirmam que da última vez que tiveram notas, reprovaram a alguma disciplina. Existe uma percentagem superior de rapazes (25,4%) do que de raparigas (19,6%) que reprovou a alguma disciplina, o que é coerente com vários estudos que demonstram um maior aproveitamento escolar por parte das raparigas. Além disso, como seria de esperar, são os mais velhos que têm maiores dificuldades na progressão dos estudos, sendo que 27,2% dos inquiridos dos 16 aos 18 anos reprovaram a alguma disciplina, da última vez que obtiveram notas escolares.
Tabela 390: Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina?
N Sim
% 248
22,9
Não
833
77,1
Total
1081
100,0
Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina? Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
157
25,4
91
19,6
Não
460
74,6
373
80,4
Total
617
100,0
464
100,0
361
Da última vez que tiveste notas escolares, reprovaste a alguma disciplina? Idade
Sim Não Total
9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
% 7 113 120
5,8 94,2 100,0
% 78 283 361
21,6 78,4 100,0
% 163 437 600
27,2 72,8 100,0
Verifica-se que há uma percepção generalizada dos jovens de que deveriam estudar mais: 21,8% dos jovens concorda muito que o deveriam fazer e 51,5% concorda algo. Em coerência com o exposto atrás, há uma maior percentagem de rapazes que acham que concordam algo (52,5% em comparação com 50,2% das raparigas) e que concordam muito (23,7% em comparação com 19,4% das raparigas) com a ideia de que deveriam estudar mais. São também os inquiridos mais velhos que têm uma maior percepção de que deveriam aplicar-se mais nos estudos.
Tabela 391: Acho que deveria estudar mais
N
%
Muito
236
21,8
Algo
557
51,5
Pouco
228
21,1
Nada
60
5,6
Total
1081
100,0
Acho que deveria estudar mais Masculino N
Feminino %
N
%
Muito
146
23,7
90
19,4
Algo
324
52,5
233
50,2
Pouco
112
18,2
116
25,0
Nada
35
5,7
25
5,4
Total
617
100,0
464
100,0
Acho que deveria estudar mais Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Muito
16
13,3
68
18,8
152
25,3
Algo
49
40,8
184
51,0
324
54,0
Pouco
44
36,7
84
23,3
100
16,7
Nada
11
9,2
25
6,9
24
4,0
Total
120
100,0
361
100,0
600
100,0
362
É clara a discrepância entre a percepção que os inquiridos têm sobre o que os pais pensam em relação ao estudo e o que eles próprios pensam. Grande parte dos jovens afirma que os pais acham muito ou algo que eles deveriam estudar mais (37,4% e 36% respectivamente). É de sublinhar que para 44,2% dos rapazes os pais acham muito que eles deveriam estudar mais, enquanto que apenas 28,2% das raparigas acham o mesmo. Em coerência com o que foi dito atrás, também entre os mais velhos há maiores percentagens de jovens a afirmar que os pais pensam que eles deveriam estudar mais, porém, as diferenças entre escalões etários não são tão marcadas como entre os sexos.
Tabela 392: Os meus pais acham que eu deveria estudar mais
N
%
Muito
404
37,4
Algo
389
36,0
Pouco
184
17,0
Nada
104
9,6
Total
1081
100,0
Os meus pais acham que eu deveria estudar mais Masculino N
Feminino %
N
%
Muito
273
44,2
131
28,2
Algo
226
36,6
163
35,1
74
12,0
110
23,7
Pouco Nada
44
7,1
60
12,9
Total
617
100,0
464
100,0
Os meus pais acham que eu deveria estudar mais Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Muito
41
34,2
128
35,5
235
39,2
Algo
39
32,5
133
36,8
217
36,2
Pouco
27
22,5
56
15,5
101
16,8
Nada
13
10,8
44
12,2
47
7,8
Total
120
100,0
361
100,0
600
100,0
É notório que a grande maioria dos jovens inquiridos (72,8%) estuda sozinho, sendo que a ajuda dentro da família tem pouca expressão. No seio familiar, há uma maior percentagem de inquiridos a invocar a ajuda da mãe (13,5%) do que a ajuda do pai (8,4%). 9,9% dos inquiridos declara ainda que vai a casa de um explicador. Não há grandes diferenças a este respeito a registar entre os sexos. E, sem grandes surpresas,
363
são os inquiridos dos 8 aos 12 anos que mais recebem ajuda para estudar ou fazer os trabalhos de casa. Claramente, o apoio da família tem um peso preponderante entre os mais novos, sendo a mãe quem dá mais apoio (em 50,8%), seguida do pai (30%) e dos irmãos (12,5%). O peso das explicações e dos apoios fora de casa vai aumenta nos escalões etários mais velhos a par da diminuição do apoio dentro do seio familiar.
Tabela 393: Tem alguma ajuda para estudar ou fazer o TPC: N
%
Não, estudo sozinho
787
72,8
Sim, a minha mãe ajuda-me
146
13,5
Sim, o meu pai ajuda-me
91
8,4
Sim, ajuda-me um irmão ou irmã
76
7,0
Sim, vem um explicador a minha casa
13
1,2
Sim, vou a casa de um explicador
107
9,9
Sim, vou a um centro de explicações/externato
50
4,6
Sim, na escola (ATL, estudo acompanhado, etc.)
33
3,1
Sim, mas é um tipo de ajuda diferente das indicadas anteriormente
40
3,7
Masculino N Não, estudo sozinho Sim, a minha mãe ajuda-me Sim, o meu pai ajuda-me Sim, ajuda-me um irmão ou irmã Sim, vem um explicador a minha casa Sim, vou a casa de um explicador Sim, vou a um centro de explicações/externato Sim, na escola (ATL, estudo acompanhado, etc.) Sim, mas é um tipo de ajuda diferente das indicadas anteriormente
Feminino %
N
%
450
72,9
337
72,6
81
13,1
65
14,0
47
7,6
44
9,5
44
7,1
32
6,9
6
1,0
7
1,5
60
9,7
47
10,1
23
3,7
27
5,8
19
3,1
14
3,0
23
3,7
17
3,7
364
Idade 9 aos 12 anos N
%
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
%
Não, estudo sozinho
62
51,7
255
70,6
470
78,3
Sim, a minha mãe ajuda-me
61
50,8
54
15,0
31
5,2
Sim, o meu pai ajudame
36
30,0
37
10,2
18
3,0
15
12,5
33
9,1
28
4,7
6
1,7
7
1,2
Sim, ajuda-me um irmão ou irmã Sim, vem um explicador a minha casa Sim, vou a casa de um explicador Sim, vou a um centro de explicações/externato Sim, na escola (ATL, estudo acompanhado, etc.) Sim, mas é um tipo de ajuda diferente das indicadas anteriormente
5
4,2
25
6,9
77
12,8
2
1,7
18
5,0
30
5,0
6
5,0
13
3,6
14
2,3
5
4,2
12
3,3
23
3,8
No inquérito online foram feitas perguntas específicas sobre se já houve ou não discussões e conflitualidade familiar em torno do uso de diferentes media. Verifica-se que 44,8%, ou seja, perto de metade dos jovens inquiridos, já teve discussões com os pais por causa do tempo que passa ligado à internet. E é interessante verificar que existe uma maior percentagem de raparigas (47,2%) do que de rapazes (42,9%) que afirmam já terem tido discussões familiares relacionadas com o tempo que passam na internet. Igualmente curioso é verificar que é entre os mais novos que se verifica a menor percentagem de jovens inquiridos a ter discussões com os pais. Isto poderá ser talvez o resultado de um controlo paternal mais apertado, onde os pais podem impedir o acesso ao computador e à internet. Nas camadas mais velhas, relativa aos adolescentes, a existência de maiores percentagens de jovens que já tiveram discussões com os pais poderá ser um sinal de maior liberdade e autonomia quanto ao acesso e ao uso da internet (ou de procura dessa maior autonomia). Mais especificamente, verifica-se que a etapa onde o conflito parece ser mais propenso é entre os 13 e os 15 anos, baixando um pouco entre os 16 e os 18 anos. Este declínio poderá ainda cruzar com o (ainda curto) ciclo de vida do adolescente e com a forma como é negociada a autonomia entre pais e filhos. Entre os 13 e os 15 anos muitos adolescentes ainda não têm liberdade para sair à noite ou para organizar determinado tipo de programas com os seus pares, contudo, poderão já ter liberdade suficiente para um livre acesso à internet. Adolescentes com
365
este grau intermédio de liberdade poderão recorrer mais ao uso da internet, potenciando o conflito. Além disso, parte da vida social dos adolescentes poderá estar a ser transferida para os programas de computador que permitem uma mediação por computador das interacções sociais. Abre-se aqui todo um campo de pesquisa, necessária para um conhecimento mais aprofundado destas questões.
Tabela 394: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ligado à internet
Sim
N 484
% 44,8
Não
584
54,0
Não sabe/não responde Total
13
1,2
1081
100,0 Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
265
42,9
219
47,2
Não
344
55,8
240
51,7
8
1,3
5
1,1
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
44
36,7
178
49,3
262
43,7
Não
75
62,5
176
48,8
333
55,5
1
,8
7
1,9
5
,8
Não sabe/não responde
O período do dia em que os inquiridos se ligam à internet parece gerar bem menos conflito que o tempo de uso. Apenas 18,5% dos inquiridos assinalam que já tiveram discussões com os pais em torno do período do dia em que estão online. Mas, neste campo, são os rapazes os que declaram ter mais discussões (19,8%). E é entre os mais novos que parece ser um pouco mais propenso o conflito em torno desta questão. A propensão para o conflito parece ir descendo há medida que a idade dos inquiridos aumenta. Isto faz sentido se pensarmos que é nas idades mais jovens que há um maior controlo paternal sobre os horários como os horários das refeições, de deitar e de levantar.
366
Tabela 395: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que me ligo à internet
N
%
Sim
200
18,5
Não
861
79,6
20
1,9
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
122
19,8
78
16,8
Não
484
78,4
377
81,3
11
1,8
9
1,9
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
24
20,0
70
19,4
106
17,7
Não
95
79,2
283
78,4
483
80,5
1
,8
8
2,2
11
1,8
Não sabe/não responde
A fonte menos significativa de conflito é o que os jovens fazem quando navegam na internet. E, sem surpresas, é entre os mais jovens que esse conflito é maior o que denota um maior controlo paternal nos jovens entre os 9 e os 12 anos, sendo claro que os mais velhos (dos 16 aos 18 anos) gozam de mais liberdade e autonomia.
Tabela 396: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço quando estou ligado à internet
N
%
Sim
92
8,5
Não
968
89,5
Não sabe/não responde Total
21
1,9
1081
100,0 Masculino
N Sim Não Não sabe/não responde
Feminino %
55 550 12
N 8,9 89,1 1,9
% 37 418 9
8,0 90,1 1,9
367
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
14
11,7
33
9,1
45
7,5
Não
104
86,7
318
88,1
546
91,0
2
1,7
10
2,8
9
1,5
Não sabe/não responde
Os gastos também só são um foco de conflito para uma minoria dos jovens internautas (16,7%). Será de esperar que este seja um foco de conflito cada vez menos importante há medida que aumentarem as ligações de banda larga e há medida que os contractos com as empresas de telecomunicações tenham limites de tráfego menos restritivos. O conflito em torno dos gastos parece ser um pouco mais propenso entre os rapazes (17,8%) e entre os jovens entre os 16 e os 18 anos (17,7%). O conflito em tornos dos gastos está ligado com o conflito em torno do tempo de uso. Tal foi verificado estatisticamente utilizando o teste do qui-quadrado (sig. <0,001). A relação entre os dois conflitos é moderada (V de Cramer =0,49). Portanto, uma parte das discussões em torno do tempo não será tanto em torno do argumento de que a internet “rouba” tempo para outras actividades (estudar, estar com a família, etc.) mas pela razão económica que os pais sentem no bolso. Contudo, não é só entre esses dois conflitos que existem relações estatisticamente significativas. Elas foram verificadas (para um sig.<0,001) entre todos os tipos de conflitos. Fica então patente que as discussões com os pais envolvem muitas vezes as várias dimensões de utilização que constituem um “pacote” completo com o qual os jovens são confrontados. Por outras palavras, tendencialmente, os inquiridos que declararam já ter tido discussões com os pais numa dimensão declaram também já ter tido discussões noutra dimensão de utilização.
Tabela 397: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto enquanto estou ligado à internet
N
%
Sim
181
16,7
Não
883
81,7
17
1,6
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
368
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
110
17,8
71
15,3
Não
497
80,6
386
83,2
10
1,6
7
1,5
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
20
16,7
55
15,2
106
17,7
Não
98
81,7
299
82,8
486
81,0
2
1,7
7
1,9
8
1,3
Não sabe/não responde
Perguntar directamente aos jovens o que estão a fazer parece ser a forma mais frequente de vigilância paternal (38,1%) e logo a seguir está a olhada dos pais sobre os que jovens internautas estão a fazer (36,9%). As raparigas parecem sofrer uma vigilância um pouco mais apertada do que os rapazes visto que 41,8% declara que os pais perguntam o que estão a fazer e 40,7% afirma que os pais vão olhar, contra 35,3% e 34% dos rapazes, respectivamente. O controlo directo do correio electrónico é muito pouco frequente (0,6% dos casos), assim como é pouco frequente os pais acederem ao historial dos browsers para verificar onde os filhos andaram a navegar (2,9%). A percentagem de jovens que são acompanhados pelos pais que se sentam ao lado do computador também é bastante minoritária (7,1%), assim como a percentagem de jovens cujos pais os ajudam a navegar (6,8%). 11,2% dos inquiridos declaram ainda que os pais estão presentes na mesma sala quando estão ligados à internet. O que é significativa é a percentagem de jovens inquiridos que afirmam que os pais não fazem nada (53,6%), contudo, isto não deve ser equacionado com a ausência de controlo por parte dos pais destes inquiridos. Como seria de esperar a vigilância por parte dos pais é mais apertada entre os mais jovens. 42,5% dos inquiridos dos 9 aos 12 anos afirma que os pais perguntam o que estão a fazer e 47,5% declaram que os pais vão espreitar o que estão a fazer. Ademais, todas as percentagens relativas à vigilância e à ajuda parental aumenta nos inquiridos mais jovens. Como seria de esperar essas percentagens descem à medida que são considerados os inquiridos mais velhos.
369
Tabela 398: O que fazem os teus pais enquanto estás ligado à internet?: N Perguntam-me o que estou a fazer Dão uma olhadela
% 412
38,1
399
36,9
73
6,8
121
11,2
77
7,1
31
2,9
6
,6
579
53,6
Ajudam-me Estão na mesma sala Sentam-se comigo Vão ver, a seguir, por onde andei a navegar Vão ver o meu correio electrónico Não fazem nada
Masculino N Perguntam-me o que estou a fazer Dão uma olhadela Ajudam-me Estão na mesma sala Sentam-se comigo Vão ver, a seguir, por onde andei a navegar Vão ver o meu correio electrónico Não fazem nada
Feminino %
N
%
218
35,3
194
41,8
210
34,0
189
40,7
43
7,0
30
6,5
62
10,0
59
12,7
40
6,5
37
8,0
19
3,1
12
2,6
2
,3
4
,9
340
55,1
239
51,5
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Perguntam-me o que estou a fazer
51
42,5
151
41,8
210
35,0
Dão uma olhadela
57
47,5
149
41,3
193
32,2
Ajudam-me
26
21,7
27
7,5
20
3,3
18
15,0
40
11,1
63
10,5
20
16,7
28
7,8
29
4,8
11
9,2
16
4,4
4
,7
3
2,5
1
,3
2
,3
43
35,8
177
49,0
359
59,8
Estão na mesma sala Sentam-se comigo Vão ver, a seguir, por onde andei a navegar Vão ver o meu correio electrónico Não fazem nada
As compras e a revelação de informações pessoais são as proibições mais significativas (41,4% e 38,9% dos casos, respectivamente). A terceira maior proibição é o download de ficheiros, mas apenas 16,1% dos inquiridos declaram que não têm permissão de o 370
fazer. Nos restantes itens a taxa de proibição é menos elevada não chegando aos 10%. (É curioso que 5% declaram que não têm o aval para preencher questionários, visto que a informação aqui exposta foi obtida por questionário ficamos a saber que pelo menos 5% desobedecem aos pais). Uma percentagem substancial de inquiridos (43,1%) declara não ter qualquer proibição. As raparigas parecem ser um pouco mais advertidas pelos pais no sentido de não fazerem compras (43,3%) e de não darem informações pessoais (42,9%) em comparação com os rapazes (40% e 35,8%, respectivamente). E são mais os rapazes que declaram não ter qualquer proibição (44,9%), do que raparigas (40,7%). No que respeita a proibições, verifica-se uma clara estratificação por idades. Os mais novos são os que menos liberdades têm, como seria de esperar. Apenas 14,2 dos internautas dos 9 aos 12 anos declara não ter qualquer tipo de proibição. A larga maioria está proibida de fazer compras e 63,3% afirmam terem sido advertidos para não darem informações pessoais. Há aqui um claro contraste com os inquiridos mais velhos, visto que apenas 31% destes jovens estão avisados para não fazer compras e 30% para não fornecer informações pessoais. 20,8% dos inquiridos mais jovens estão ainda proibidos de participar em chats e 15,8% de jogar online. 13,3% declaram ainda que não podem preencher questionários. Uma minoria não pode enviar SMS’s nem enviar mensagens de correio electrónico (8,3% e 6,7% respectivamente). Nas camadas mais velhas a clara tendência é para haja menos restrições. A percentagem de inquiridos dos 13 aos 15 anos que declara não terem proibições explícitas é de 34,6%, e entre os inquiridos entre os 16 e os 18 anos de idade, essa percentagem ascende aos 54%.
Tabela 399: Quando navegas na internet, segundo os teus pais, que coisas não podes fazer? N
%
Fazer compras
448
41,4
Participar em chats
106
9,8
Dar informações pessoais
420
38,9
54
5,0
174
16,1
Enviar SMS's
39
3,6
Enviar mensagens de correio electrónico
22
2,0
Jogar online
80
7,4
466
43,1
Preencher questionários Fazer download de ficheiros (musica, jogos, etc.)
Não me proíbem de fazer nada
371
Masculino N Fazer compras Participar em chats Dar informações pessoais Preencher questionários Fazer download de ficheiros (musica, jogos, etc.) Enviar SMS's Enviar mensagens de correio electrónico Jogar online Não me proíbem de fazer nada
Feminino %
N
%
247
40,0
201
43,3
52
8,4
54
11,6
221
35,8
199
42,9
36
5,8
18
3,9
94
15,2
80
17,2
26
4,2
13
2,8
14
2,3
8
1,7
54
8,8
26
5,6
277
44,9
189
40,7
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
Fazer compras
86
71,7
Participar em chats
25
Dar informações pessoais
76
Preencher questionários Fazer download de ficheiros (musica, jogos, etc.) Enviar SMS's Enviar mensagens de correio electrónico Jogar online Não me proíbem de fazer nada
16 aos 18 anos
%
N
%
176
48,8
186
31,0
20,8
47
13,0
34
5,7
63,3
164
45,4
180
30,0
16
13,3
20
5,5
18
3,0
37
30,8
62
17,2
75
12,5
10
8,3
17
4,7
12
2,0
8
6,7
8
2,2
6
1,0
19
15,8
26
7,2
35
5,8
17
14,2
125
34,6
324
54,0
Apenas uma minoria dos jovens inquiridos (16,7%) afirma que os pais utilizam a internet como mecanismo de recompensa ou de castigo. Entre os sexos não há grandes diferenças. É entre os escalões etários que se notam as principais diferenças, em especial, entre os inquiridos mais velhos (dos 16 aos 18 anos) e os restantes. Entre os mais velhos, apenas 11,2% afirmam que os pais usam a internet como prémio ou castigo enquanto que nos inquiridos entre os 13 e os 15 anos essa percentagem ascende aos 23% e entre os mais novos dos 9 aos 12 atinge os 25%.
372
Tabela 400: Os teus pais utilizam a internet como forma de castigo ou de prémio?
N
%
Sim
180
16,7
Não
715
66,1
Não sabe/não responde Total
186
17,2
1081
100,0 Masculino
N
Feminino %
N
%
Sim
105
17,0
75
16,2
Não
404
65,5
311
67,0
Não sabe/não responde
108
17,5
78
16,8
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
30
25,0
83
23,0
67
11,2
Não
71
59,2
219
60,7
425
70,8
Não sabe/não responde
19
15,8
59
16,3
108
18,0
Verifica-se que, tendencialmente, entre os inquiridos a internet é mais utilizada como mecanismo de punição (em 12,5% dos casos) do que de sanção (em 9,3% dos casos). Essa tendência é especialmente evidente entre as raparigas e os inquiridos dos 13 aos 15 anos de idade. Já entre os inquiridos mais jovens dos 9 aos 12 anos, verifica-se o inverso, visto que 17,5% declaram que os pais utilizam a internet como prémio contra 14,2% que dizem que os pais constrangem o uso da internet como castigo. No entanto é de notar que a maioria dos inquiridos declara que os pais não fazem nada.
Tabela 401: De que modo?
N
%
Deixam-me utilizar a internet durante mais tempo como prémio
100
9,3
Não me deixam utilizar a internet ou retiram-me tempo de útil
135
12,5
Não fazem nada
846
78,3
1081
100,0
Total
373
Masculino N
Feminino %
N
%
Deixam-me utilizar a internet durante mais tempo como prémio
68
11,0
32
6,9
Não me deixam utilizar a internet ou retiram-me tempo de útil
71
11,5
64
13,8
478
77,5
368
79,3
Não fazem nada
Idade 9 aos 12 anos N Deixam-me utilizar a internet durante mais tempo como prémio Não me deixam utilizar a internet ou retiram-me tempo de útil Não fazem nada
13 aos 15 anos
%
N
%
16 aos 18 anos N
%
21
17,5
45
12,5
34
5,7
17
14,2
69
19,1
49
8,2
82
68,3
247
68,4
517
86,2
Apenas cerca de 20% dos jovens declara já ter tido discussões por causa do tempo que passou ao telemóvel. Um dado curioso é a discrepância entre a percentagem de raparigas que já teve discussões com os pais por causa do tempo (27,8%) e a percentagem de rapazes (13,5%). Por outro lado são os mais velhos que tendencialmente têm mais discussões em torno do tempo gasto a falar ao telemóvel. Uma possível explicação será que os jovens mais velhos utilizam mais o telemóvel como forma de aprofundar e alargar as suas relações sociais, condizendo com a sua maior liberdade, seja para falar e trocar impressões com parceiros, combinar saídas, encontros, ou simplesmente namorar.
Tabela 402: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo ao telemóvel
N
%
Sim
212
19,6
Não
841
77,8
28
2,6
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
83
13,5
129
27,8
Não
515
83,5
326
70,3
19
3,1
9
1,9
Não sabe/não responde
374
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
17
14,2
70
19,4
125
20,8
Não
92
76,7
279
77,3
470
78,3
Não sabe/não responde
11
9,2
12
3,3
5
,8
O período do dia em que os jovens falam ao telemóvel só é um foco de claro de conflito para 9,5% dos inquiridos. Mais uma vez são as raparigas que são mais propensas às discussões com os pais visto que 11,5% declara já ter tido discussões em torno do período de utilização do telemóvel, contra 7,8% dos rapazes. Os mais velhos estão são os que mais declaram já ter tido discussões em torno dos períodos de utilização (10,2), que poderão ser devido a utilizações tardias do telemóvel, nas horas das refeições, em momentos inconvenientes, etc.
Tabela 403: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que utilizo o telemóvel
N
%
Sim
103
9,5
Não
953
88,2
Não sabe/não responde Total
25
2,3
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
48
7,8
55
11,9
Não
551
89,3
402
86,6
18
2,9
7
1,5
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
10
8,3
32
8,9
61
10,2
Não
100
83,3
318
88,1
535
89,2
10
8,3
11
3,0
4
,7
Não sabe/não responde
O uso que é dado ao telemóvel é o que gera menos conflito. Apenas 7,7% declara já ter entrado em conflito com os pais por causa da utilização do telemóvel. Não são de registar diferenças muito significativas entre rapazes e raparigas, embora se verifique mais uma ténue tendência para serem as raparigas as mais propensas a entrarem em
375
conflito com os pais por causa do telemóvel. No entanto, é entre os mais novos que é mais evidente uma maior propensão para o conflito com os pais., talvez fruto do maior controlo parental a que são sujeitos.
Tabela 404: Já tive discussões [com os pais] por causa do que faço enquanto uso o telemóvel
N
%
Sim
83
7,7
Não
972
89,9
Não sabe/não responde Total
26
2,4
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
46
7,5
37
8,0
Não
553
89,6
419
90,3
18
2,9
8
1,7
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
15
12,5
27
7,5
41
6,8
Não
95
79,2
322
89,2
555
92,5
Não sabe/não responde
10
8,3
12
3,3
4
,7
Os gastos com o telemóvel são o principal tópico de discussão com os pais para 31,4% dos jovens. Conduziu-se o teste estatístico do qui-quadrado para verificar até que ponto as discussões em torno dos gastos se associam à discussão em torno do tempo gasto em telemóvel e de facto, mais uma vez, verificou-se uma ligação entre os dois conflitos – o do tempo e o dos gastos (sig <0,001). Como a medida de associação V de Cramer verificou-se assim que a associação entre os dois conflitos está entre uma associação mediana e uma associação forte (V de Cramer = 0,665). Poderemos então dizer, com propriedade, que grande parte da discussão sobre o tempo é derivada dos gastos com o telemóvel, até porque muito do tempo que os jovens passam ao telemóvel é invisível para os pais enquanto tempo, mas revela-se nos custos. Aprofundando a análise verificamos relações estatisticamente significativas entre todos os tipos de conflitos, o que sugere que quando é despoletado um conflito familiar em torno da utilização do telemóvel são discutidos muitas vezes em conjunto as várias dimensões de utilização: o
376
tempo, o período do dia em que se usa o telemóvel, o que se faz com o telemóvel, os gastos. E uma vez mais são as raparigas as que revelam maior tendência para o conflito com os pais, desta vez em torno dos gastos: 37,9% das raparigas afirmam já terem entrado em conflito com os pais, uma percentagem claramente acima da verificada entre os rapazes (26,4%). No que respeita à comparação entre os vários escalões etários, já não se verificam diferenças tão evidentes.
Tabela 405: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em telemóvel
N
%
Sim
339
31,4
Não
712
65,9
30
2,8
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
163
26,4
176
37,9
Não
431
69,9
281
60,6
23
3,7
7
1,5
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
34
28,3
117
32,4
188
31,3
Não
74
61,7
232
64,3
406
67,7
Não sabe/não responde
12
10,0
12
3,3
6
1,0
Cerca de um terço dos jovens internautas já entrou numa discussão com os pais por causa do tempo que passou a jogar jogos de vídeo ou de computador, sendo este o principal foco de discussão. E desta fez a propensão para o conflito é muito mais clara entre os rapazes, e isto é verdadeiro para todos os tipos de conflito considerados: o tempo que se passa a jogar; o período do dia em que se joga; o tipo de jogos de que os inquiridos gostam; e os gastos em jogos. 41,5% dos rapazes declara já ter entrado em contenda com os pais por causa do tempo passado a jogar, sendo que as raparigas estão a uma distância de 20 pontos percentuais. 17,2% dos rapazes já tiveram discussões por causa do período em que estiveram a jogar e pouco mais de dez por cento declara ainda ter tido discussões em torno do tipo de jogos jogados, enquanto que apenas 7,5% das raparigas entrou em conflito com os pais por causa do período do dia em que jogaram e
377
só 4,3% afirmam já ter tido discussões por causa do que tipo de jogos que gostam. Os inquiridos mais novos também estão mais propensos à discussão com os pais nos vários focos de conflito considerados, mas as diferenças entre escalões etários não são tão díspares como as diferenças entre rapazes e raparigas.
Tabela 406: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a jogar
N
%
Sim
357
33,0
Não
710
65,7
Não sabe/não responde Total
14
1,3
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
256
41,5
101
21,8
Não
357
57,9
353
76,1
4
,6
10
2,2
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
45
37,5
125
34,6
187
31,2
Não
72
60,0
229
63,4
409
68,2
3
2,5
7
1,9
4
,7
Não sabe/não responde
Tabela 407: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que jogo
N
%
Sim
141
13,0
Não
929
85,9
11
1,0
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
106
17,2
35
7,5
Não
507
82,2
422
90,9
4
,6
7
1,5
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
23
19,2
43
11,9
75
12,5
Não
94
78,3
312
86,4
523
87,2
3
2,5
6
1,7
2
,3
Não sabe/não responde
378
Tabela 408: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de jogos que gosto
N
%
Sim
93
8,6
Não
977
90,4
Não sabe/não responde Total
11
1,0
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
73
11,8
20
4,3
Não
541
87,7
436
94,0
3
,5
8
1,7
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
19
15,8
42
11,6
32
5,3
Não
97
80,8
313
86,7
567
94,5
4
3,3
6
1,7
1
,2
Não sabe/não responde
Tabela 409: Já tive discussões [com os pais] por causa do que gasto em jogos
N
%
Sim
112
10,4
Não
957
88,5
Não sabe/não responde Total
12
1,1
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
83
13,5
29
6,3
Não
531
86,1
426
91,8
3
,5
9
1,9
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
Sim
19
15,8
40
11,1
53
8,8
Não
98
81,7
314
87,0
545
90,8
3
2,5
7
1,9
2
,3
Não sabe/não responde
No que respeita à utilização da televisão, o principal tópico de conflito com os pais é o tempo passado a ver televisão (29,1% dos casos). A seguir vem a contenda em torno do período do dia em que os jovens vêm televisão (14,7% dos casos) e por último, a discussão em torno do tipo de programas que os jovens inquiridos vêm (9,1%). As
379
raparigas são mais propensas ao conflito com os pais no que respeita ao tempo despendido e ao período do dia que os inquiridos passam a ver televisão. Porém, a situação inverte-se nas discussões em torno do tipo de programas vistos. Os inquiridos entre os 9 e os 12 anos, com menos liberdade e sujeitos a maior controlo paternal, constituem o escalão etário mais propenso ao conflito. O conflito poderá até ter maior incidência neste escalão etário por causa de um processo de negociação contínua entre pais e filhos, na tentativa destes ganharam territórios de liberdade no que respeita à utilização dos media.
Tabela 410: Já tive discussões [com os pais] por causa do tempo que passo a ver televisão
N
%
Sim
315
29,1
Não
755
69,8
11
1,0
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
154
25,0
161
34,7
Não
458
74,2
297
64,0
5
,8
6
1,3
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
47
39,2
122
33,8
146
24,3
Não
68
56,7
236
65,4
451
75,2
5
4,2
3
,8
3
,5
Não sabe/não responde
Tabela 411: Já tive discussões [com os pais] por causa do período do dia em que vejo televisão
N
%
Sim
159
14,7
Não
911
84,3
11
1,0
1081
100,0
Não sabe/não responde Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
83
13,5
76
16,4
Não
529
85,7
382
82,3
5
,8
6
1,3
Não sabe/não responde
380
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
25
20,8
51
14,1
83
13,8
Não
90
75,0
306
84,8
515
85,8
5
4,2
4
1,1
2
,3
Não sabe/não responde
Tabela 412: Já tive discussões [com os pais] por causa do tipo de programas que vejo
N
%
Sim
98
9,1
Não
969
89,6
Não sabe/não responde Total
14
1,3
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
67
10,9
31
6,7
Não
543
88,0
426
91,8
7
1,1
7
1,5
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
17
14,2
38
10,5
43
7,2
Não
97
80,8
319
88,4
553
92,2
6
5,0
4
1,1
4
,7
Não sabe/não responde
É curioso que uma parte substancial dos jovens inquiridos (58,9%) declara assumir o controlo sobre o que vê na televisão, mesmo nos inquiridos mais novos. Ao controlo do próprio só se sobrepõe o paternal (65,3%) que é maior do que o maternal (58,3%), o que será talvez um espelho das relações de poder entre a família, ou da forma como são, elas próprias, percepcionadas pelos jovens. 30,9% dos inquiridos declara que os irmãos também participam na decisão de que programa ver, contudo, é de notar que nem todos os inquiridos têm irmãos pelo que o peso dos irmãos na decisão sobre que programas ver pode estar subestimado. O que isto parece querer dizer é que a decisão sobre o que ver na televisão é um processo negociado entre pais e filhos, provavelmente de um modo mais democrático e aberto que antigamente, que poderá deixar antever mudanças no seio familiar e no modo como as decisões são tomadas em família, pelo menos no que respeita à utilização dos media. É de notar ainda o pouco peso dos avós neste
381
contexto, contudo, hoje em dia, são cada vez menos as famílias onde vivem três gerações.
Tabela 413: Quando vês televisão em família, quem decide que programa ver?: N Eu Os meus irmãos O meu pai A minha mãe O meu Avô/Avó Outras pessoas Quase nunca vemos televisão juntos
% 637 334 706 630 56 39 120
58,9 30,9 65,3 58,3 5,2 3,6 11,1
Masculino N
Feminino %
N
%
Eu
347
56,2
290
62,5
Os meus irmãos
177
28,7
157
33,8
O meu pai
408
66,1
298
64,2
A minha mãe
363
58,8
267
57,5
O meu Avô/Avó
34
5,5
22
4,7
Outras pessoas
25
4,1
14
3,0
Quase nunca vemos televisão juntos
66
10,7
54
11,6
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
Eu Os meus irmãos
72 36
% 60,0 30,0
O meu pai
80
A minha mãe
69
O meu Avô/Avó Outras pessoas Quase nunca vemos televisão juntos
N
16 aos 18 anos
213 119
% 59,0 33,0
66,7
240
57,5
229
7
5,8
3 15
N 352 179
% 58,7 29,8
66,5
386
64,3
63,4
332
55,3
23
6,4
26
4,3
2,5
15
4,2
21
3,5
12,5
35
9,7
70
11,7
A televisão é mais utilizada como mecanismo de recompensa ou de castigo do que a internet. 27,9% dos jovens inquiridos afirma que os pais usam a televisão como forma de castigo ou de prémio. Entre os sexos não existem significativas a diferenças a apontar, sendo entre os escalões etários que se verificam diferenças, em particular, entre os inquiridos mais velhos (dos 16 aos 18 anos) e os restantes. Entre os mais velhos, 21,2% afirmam que os pais usam a internet como prémio ou castigo enquanto que nos inquiridos entre os 13 e os 15 anos essa percentagem sobe para os 35,7% e entre os mais novos dos 9 aos 12 atinge os 38,3%.
382
Tabela 414: Os teus pais utilizam a televisão como castigo ou prémio?
N
%
Sim
302
27,9
Não
658
60,9
Não sabe/não responde Total
121
11,2
1081
100,0
Masculino N
Feminino %
N
%
Sim
172
27,9
130
28,0
Não
378
61,3
280
60,3
67
10,9
54
11,6
Não sabe/não responde
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
16 aos 18 anos
%
N
%
Sim
46
38,3
129
35,7
127
21,2
Não
51
42,5
198
54,8
409
68,2
Não sabe/não responde
23
19,2
34
9,4
64
10,7
Ao contrário da internet, a televisão funciona mais como mecanismo de recompensa (em 56,8% dos casos) do que de punição (em 43,2% dos casos). Contudo, no caso dos inquiridos mais jovens dos 9 aos 15, verifica-se o inverso. Tabela 415: Se sim, de que modo?
N
%
Deixam-me ver mais tempo de televisão como prémio
614
56,8
Retiram-me algum tempo de televisão como castigo
467
43,2
1081
100,0
Total
Masculino N
Feminino %
N
%
Deixam-me ver mais tempo de televisão como prémio
366
59,3
248
53,4
Retiram-me algum tempo de televisão como castigo
251
40,7
216
46,6
383
Idade 9 aos 12 anos N
13 aos 15 anos
%
N
%
16 aos 18 anos N
%
Deixam-me ver mais tempo de televisão como prémio
51
42,5
173
47,9
390
65,0
Retiram-me algum tempo de televisão como castigo
69
57,5
188
52,1
210
35,0
No inquérito aplicado no terreno a nível nacional verifica-se que o maior controlo é sobre a televisão. 40% dos jovens afirmaram existirem regras por parte dos pais sobre o tempo para ver televisão e 29,5% declarou existirem regras sobre o tempo para jogar, sendo este o segundo maior foco de atenção dos pais. O tempo de uso do computador e da internet aparecem com menos destaque (em 24,6% e 22,2% dos casos respectivamente), porventura, espelhando ainda a falta de acesso a estes media numa parte da população portuguesa. Considerando apenas os jovens que são utilizadores regulares da internet, a televisão fica relegada para último lugar enquanto foco das regras parentais (28,5% dos casos) e a internet ganha um claro destaque (41,1% dos utilizadores regulares da internet afirmam que existem regras sobre o tempo de uso da internet). Verifica-se uma transferência do controlo parental da televisão para os jogos (32,8% dos casos), para o computador (36,2% dos casos) e principalmente para a internet. As diferenças entre os sexos não são de grande dimensão sendo mais significativas as diferenças entre os escalões etários, verificando-se uma clara tendência para um maior controlo parental sobre os inquiridos mais novos.
Tabela 416: Regras por parte dos seus pais sobre: Total da amostra (n=249)
Utilizadores regulares da internet (N=100)
N
%
N
%
O tempo para ver televisão
100
40,0
28
28,5
O tempo para jogar jogos
73
29,5
33
32,8
O tempo de uso da internet
55
22,2
41
41,1
O tempo de uso do computador
61
24,6
36
36,2
384
Masculino N O tempo para ver televisão O tempo para jogar jogos O tempo de uso da internet O tempo de uso do computador
Feminino
%
N
%
52
41,1
48
38,9
39
31,2
34
27,8
28
22,5
27
21,8
31
24,5
30
24,6
Idade
O tempo para ver televisão O tempo para jogar jogos O tempo de uso da internet O tempo de uso do computador
8 aos 12 anos
13 aos 15 anos
16 aos 18 anos
N
N
N
%
%
%
63
58,6
22
33,1
14
19,3
45
41,4
20
29,4
9
12,0
27
25,5
16
23,3
12
16,3
36
33,4
15
21,4
11
14,5
Ainda dentro do tema das relações familiares analisamos questões que se prendem com a satisfação dos jovens inquiridos em relação a determinadas dimensões das relações em família. Genericamente os jovens estão satisfeitos no que respeita às relações dentro do seio familiar. O que parece ser mais consensual é a percepção dos jovens quanto à ajuda que recebem da família quando acontece algum problema. 71,2% declaram que quase sempre recebem essa ajuda. Já não parece ser tão consensual entre os jovens o facto de a família aceitar as suas vontades, de fazer coisas novas e de fazer mudanças no seu estilo de vida. Ainda assim, 58% dos inquiridos declaram que a sua família aceita quase sempre essas vontades. Mais de 60% dos jovens entrevistados afirmam ainda que, quase sempre, a família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto com eles e exprime os seus afectos e sentimentos. Está aqui patente portanto uma família contemporânea mais democratizada, onde se exprimem afectos e onde se abrem brechas para a comunicação, o diálogo, a comunicação assim como, não poderia deixar de ser, o conflito, aberto ou latente. É dentro deste cenário que os jovens racionalizam a sua situação familiar, onde negoceiam e conquistam a sua autonomia, onde agem entre os ditos e os interditos. É ainda de notar que 67% dos entrevistados afirma que se sentem quase sempre satisfeitos com o tempo que dedicam à família. É curioso notar que, em todas as dimensões de satisfação apresentadas no que respeita às relações familiares, há sempre uma maior percentagem de raparigas satisfeitas do que de rapazes. Em quase todas as dimensões a percentagem de raparigas geralmente
385
satisfeitas é superior a 70% e apenas no que respeita à aceitação das vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no seu estilo de vida é inferior a essa percentagem (65,8%). Já os rapazes apresentam taxas inferiores de satisfação, geralmente inferiores a 60%. É de notar ainda que é entre os mais velhos (dos 16 aos 18 anos) que se verificam as menores percentagens de jovens satisfeitos com as dimensões expostas no que respeita às relações familiares. Tal resultado poderá advir precisamente da exigência de maior autonomia e individualização destes jovens dentro da família, que sejam reconhecidos como elementos com vontades próprias e com exigências de democratização das relações. Contudo tais exigências poderão ser muitas vezes problemáticas numa situação transitória entre ser criança e tornar-se adulto, entre querer ser mais autónomo/a e independente sendo, todavia, económica e emocionalmente dependente da família.
Tabela 417: Estou satisfeito com:
Com a ajuda que recebo da minha família quando acontece algum problema Com a forma como a minha família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto comigo Com o facto de a minha família aceitar as minhas vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no nosso estilo de vida Com o modo como a minha família exprime os seus afectos e sentimentos como a raiva, o perdão, o amor Com o tempo que dedico à minha família
Quase nunca
Às vezes
Quase sempre
Ns/nr
,2
22,7
71,2
5,9
2,2
27,6
63,6
6,6
5,6
27,8
58,2
8,5
1,4
26,8
64,2
7,5
1,9
23,7
67,0
7,4
386
Sexo do entrevistado Masculino N
Feminino %
N
%
Quase nunca
1
,5
Às vezes
38
26,9
25
18,3
Quase sempre
94
66,5
103
76,1
Ns/nr
9
6,7
7
5,1
Com a forma como a minha família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto comigo Com o facto de a minha família aceitar as minhas vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no nosso estilo de vida
Quase nunca
Com o modo como a minha família exprime os seus afectos e sentimentos como a raiva, o perdão, o amor
Quase nunca
Com a ajuda que recebo da minha família quando acontece algum problema
3
2,3
3
2,1
Às vezes
46
33,0
29
21,9
Quase sempre
81
57,4
95
70,1
Ns/nr
10
7,3
8
5,9
Quase nunca
11
7,9
4
3,1
Às vezes
45
31,8
32
23,6
Quase sempre
72
51,0
89
65,8
Ns/nr
13
9,3
10
7,6
3
2,1
1
,8
Às vezes
48
34,2
26
19,1
Quase sempre
79
56,2
98
72,5
Ns/nr
11
7,5
10
7,6
Quase nunca Com o tempo que dedico à minha família
3
2,5
2
1,2
Às vezes
42
29,8
23
17,4
Quase sempre
84
59,7
101
74,6
Ns/nr
11
8,1
9
6,8
Idade 8 aos 12 anos N Com a ajuda que recebo da minha família quando acontece algum problema Com a forma como a minha família discute questões e assuntos de interesse comum e resolvem problemas em conjunto comigo Com o facto de a minha família aceitar as minhas vontades de fazer coisas novas e de fazer mudanças no nosso estilo de vida Com o modo como a minha família exprime os seus afectos e sentimentos como a raiva, o perdão, o amor
13 aos 15 anos N
%
16 aos 18 anos N
Quase nunca
%
Às vezes Quase sempre Ns/nr Quase nunca
14 84 10 3
13,0 78,0 9,0 3,0
16 52 2 1
22,2 74,6 3,1 1,4
1 33 60 4 2
,7 33,6 61,3 4,4 2,0
Às vezes
19
17,3
20
28,4
37
38,2
Quase sempre
75
69,9
46
65,4
54
55,4
Ns/nr
11
9,8
3
4,8
4
4,4
5
5,0
3
4,1
7
7,2
Às vezes
22
20,3
22
31,5
33
33,4
Quase sempre
67
62,3
39
56,5
54
55,0
Ns/nr
13
12,4
6
8,0
4
4,4
1
1,5
3
3,0
Às vezes
25
23,0
17
23,7
33
33,2
Quase sempre
72
66,9
47
66,8
58
59,4
Ns/nr
11
10,1
6
8,0
4
4,4
2
1,5
3
3,5
Às vezes
19
17,7
16
22,9
30
30,9
Quase sempre
75 12
69,9 10,8
49 4
70,7 6,4
60 4
61,1 4,4
Quase nunca
Quase nunca
Quase nunca Com o tempo que dedico à minha família
%
Ns/nr
387
Os dados do inquérito aplicado no terreno a nível nacional e do inquérito online apontam para uma diversificação do controlo parental que se joga em várias frentes: da televisão ao telemóvel, dos jogos à internet. Entre os utilizadores da internet, a televisão deixou de ser o foco principal das regras parentais. Verifica-se assim uma transferência do controlo da televisão para outros media e em especial para a internet. Esta diversificação em várias frentes das regras parentais sugere a emergência de vários campos de negociação entre pais e filhos com repercussões na organização da vida familiar. As novas tecnologias da informação e da comunicação têm permeado cada vez mais o dia a dia dos adolescentes o que poderá dar azo à ocorrência de conflitos específicos em torno do consumo dos media. No inquérito online verificou-se que os conflitos em torno do tempo de utilização são os mais frequentes, no que respeita à internet, à televisão e aos jogos. No que diz respeitos à utilização do telemóvel, o principal foco de contenda são os gastos. Verificaram-se relações estatisticamente significativas entre os vários tipos de conflito o que indicia que as discussões com os pais envolvem muitas vezes mais do que uma dimensão de utilização. Isto é, nas contendas com os pais, os jovens são confrontados com as várias dimensões de utilização com ao mesmo tempo: o tempo de utilização, o período do dia, o uso que dão e os gastos monetários. O que quer dizer que estas dimensões serão, porventura, negociadas em “pacote” entre pais e filhos. Os conflitos em torno da utilização do telemóvel incidem em especial sobre as raparigas enquanto que o conflito em torno dos jogos é mais evidente no caso dos rapazes. É ainda patente um maior controlo e uma maior incidência das regras e das proibições sobre os mais novos. Um estudo efectuado por Gustavo Mesch (2006) demonstra como a utilização dos media e especificamente as competências dos jovens na utilização dos novos media estão a causar impacto nas relações familiares. Segundo este autor, verifica-se um aumento do conflito entre pais e adolescentes em famílias onde o adolescente era considerado como o perito na utilização da internet. Tais conflitos eram tanto maiores quanto maior era a pressão dos pais para tentar reduzir a autonomia do adolescente, ao controlar o acesso à internet e onde os pais mostravam preocupações negativas sobre o uso da mesma. Como já foi dito, no nosso inquérito realizado online, grande parte dos jovens declara serem eles que mais sabem sobre internet em casa e apenas cerca de 10% declara ser o pai quem mais sabe de internet. A discrepância de conhecimentos sobre a utilização dos novos media, que muitas vezes pende para o lado dos filhos que 388
demonstram ter maiores competências na utilização das novas tecnologias, poderá confundir as representações no que diz respeito às relações de poder em casa. Face a realidades e a tecnologias muitas vezes desconhecidas por parte dos pais, criam-se focos de incerteza no que respeita a aplicação de regras e emergem novos campos de negociação ou de tensão familiar no que respeita à autonomia dos adolescentes, à autoridade paternal e ao controlo caseiro sobre os media.
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Capítulo 15: Conclusão
Depois de termos olhado para o panorama dos media em Portugal, no que respeita aos jovens, podemos dizer que as suas relações com o sistema dos media contemporâneo são bastante diferentes das relações com os media verificadas nas gerações anteriores. Talvez não seja exagerado falar em descontinuidades em relação a formas anteriores de relacionamento e consumo de produtos mediáticos. Verificaram-se bastante mudanças a partir dos anos 90 no panorama dos media, mudanças que se têm aprofundado nos dias de hoje e que prometem continuar. Uma das grandes mudanças, verificada no sector dos jovens inquiridos mais familiarizados com as novas tecnologias, é a perda do lugar central da televisão em termos subjectivos. Não se dá o caso de a televisão ser menos difundida hoje, antes pelo contrário, ela é difundida por vários meios, por radiodifusão, por cabo, pela internet, por comunicações móveis. Além disso, os seus conteúdos diversificaram-se, multiplicaram-se, chegando assim a nichos de mercados e satisfazendo interesses mais específicos, resultando numa experiência mais individual. Mas os dias da televisão como “lareira electrónica” e como um media essencialmente familiar estão em declínio. A televisão está hoje inserida num sistema dos media mais vasto e diversificado, inserida numa rede convivial, real ou virtual, permitida pela emergência de novas tecnologias e de novos media. As mudanças no domínio da interactividade da comunicação e a emergência de um sistema múltiplo de produtores e distribuidores poderá parecer confuso para as gerações mais velhas, mas é neste meio que as novas gerações têm sido socializadas. O domínio e o manejo das novas tecnologias e dos novos media, a escolha entre múltiplas ofertas é algo com que os jovens têm crescido, faz parte das suas práticas diárias e está a introduzir-se na racionalidade prática dos jovens. Por outras palavras, esta socialização no sistema mediático contemporâneo tem permitido a aquisição intuitiva por parte dos jovens de novas competências como se pode demonstrar pela maior facilidade de explorar a interligação entre várias realidades mediáticas e métodos de operar vários expedientes mediáticos simultaneamente. Assim sendo, ver televisão ou navegar internet não são práticas que se impõem entre si ou em relação a outras
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actividades. São antes práticas que se justapõem em regime de multi-tarefa com outras actividades quotidianas ou mais estritamente mediáticas.
Entre os jovens inquiridos há dois tipos de perfis quanto às práticas mediáticas, em particular, no que respeita à internet. Os adolescentes inquiridos online são, sem dúvida, os que demonstram um maior arcaboiço no que respeita à familiarização e utilização de computadores e da internet. Um segmento significativo de jovens respondentes a nível nacional evidencia muito menos competências e conhecimentos no que respeita à utilização da internet. No inquérito nacional, apura-se que cerca de 70% dos jovens são utilizadores da internet, mas entre estes, pouco mais de metade têm acesso à internet em casa. O que é um claro contraste com os dados apurados no inquérito online, onde perto de 90% dos respondentes possuem ligação à internet em casa, que é o local privilegiado de utilização da rede. Entre os jovens não utilizadores, a grande maioria, que corresponde quase a 80%, sabe o que é a internet. A principal razão adiantada para a não utilização da internet é a falta de um computador pessoal. Apenas uma pequena minoria jovens que não usam a internet declaram que os motivos se prendem com a falta interesse na sua utilização ou porque não lhe reconhecem utilidade. São igualmente bastante minoritários os jovens que acham que não irão utilizar a internet no futuro. A nível nacional, os dados demonstram que a escola é um local com uma importância estratégica quanto ao desenvolvimento e promoção da info-literacia de vastos sectores da população juvenil que não têm acesso à internet em casa, nem têm hipótese de o obter. A grande maioria dos jovens internautas inquiridos face-a-face são utilizadores regulares da internet: um pouco mais de metade utiliza a internet pelo menos 3 vezes por semana e cerca de 85% utiliza-a pelo menos uma vez por semana. Além disso, metade dos utilizadores já usam a internet há mais de dois anos. Cerca de 35% destes jovens internautas começaram a utilizam a internet em casa, mas metade começaram a utilizar na escola, um dado que reforça a ideia de que a escola tem um papel muito importante no combate à info-exclusão dos jovens portugueses, dando a oportunidade de estes se familiarizarem com as novas tecnologias. Para aqueles que têm internet em casa as principais formas de ligação são por cabo ou por ligação ADSL. As actividades mais populares na rede entre os jovens portugueses inquiridos são receber mensagens de correio electrónico, consultar bibliotecas, enciclopédias, dicionários e atlas na rede ou procurar informação relacionada com os estudos. As 391
actividades mais lúdicas são praticadas por percentagens bem menores de jovens e, de um modo geral, verifica-se uma heterogeneidade de interesses e de formas de utilizar da internet jovens. Navegar pela internet sem objectivos concretos e jogar online são outras actividades bastante relevantes entre os jovens. Outras actividades que se prendem com as relações sociais dos jovens como participar em chats, comunidades virtuais ou newsgroups, combinar ou marcar saídas com os amigos ou contactar os amigos na rede quando estão desanimados são também assinaláveis. De facto, ao contrário do medo que pais e educadores poderão sentir em relação a um possível isolamento social dos adolescentes que poderá advir da utilização da internet, uma das principais utilizações sociais da rede é a interacção e comunicação, ainda que mediada, com os pares que os jovens conhecem da escola e de outros contextos. E a internet faculta ainda novas possibilidades de partilha e novas formas de interacção que são exploradas pelos jovens em actividades como enviar ficheiros e fotografias, ou em sítios na internet que criam uma rede essencialmente de amigos, mas também de colegas, desconhecidos ou de grupos de interesse. Na rede criou-se assim um mundo social em rede, paralelo ao existente offline, um mundo social auto-regulado, que emergiu pela própria iniciativa dos usuários, muitas vezes, sem regras formais mas com modos de conduta e normas próprias, mesmo que implícitas. Ouvir rádio através da internet ou consultar blogues são também práticas mencionas por percentagens relevantes de jovens. Quanto a ouvir rádio na internet prevê-se que seja uma actividade cada vez mais comum, remetendo para as questões da integração dos media e de novas formas de difusão de médias tradicionais. Os blogues representam de facto novas possibilidades de expressão e também de interacção sendo que um dos principais temas de consulta, para além do entretenimento, é a vida pessoal de um círculo restrito de pessoas e a principal forma de chegar a um blogue é através de avisos de amigos. Contudo, apenas 40% dos inquiridos a nível nacional sabem o que é um blogue e dentro dos que sabem da sua existência apenas 20% mantêm um, o que é um indicador que os distancia claramente dos respondentes online, entre os quais mais de metade já fez um blogue. Claramente, os inquiridos face-a-face a nível nacional tendem menos do que respondentes online a navegar ou interagir na blogosfera. Os dois públicos diferenciam quanto à utilização internet e quanto ao próprio conhecimento das possibilidades que a internet proporciona. Outra forma bastante importante de comunicar com os pares através da rede é a utilização de serviços de mensagens instantâneas como o Messenger. Normalmente, os 392
seus usuários recorrem a esses serviços diariamente ou com bastante regularidade e comunicam essencialmente com os seus amigos ou pares que conheceram em contextos fora da rede. A comunicação com familiares também é relevante, embora, muito menos do que a com os amigos. São utilizados por uma fracção relevante de inquiridos para combinar encontros, o que revela formas de interacção entre o que se passa online e o que se passa offline. A comunicação pelo Messenger constitui também uma forma de apresentação da identidade juvenil, que é feita através de personalizações. Essas personalizações servem na maior parte dos casos para demonstrar o estado de alma ou uma causa ou ideia, para os jovens se exprimirem através de fotos ou imagens, de mensagens com citações favoritas, frases pessoais ou pensamentos ou pela partilha das músicas que estão a ouvir. Serviços como o Voice over IP (VoIP), que poderão constituir uma alternativa ao telefone, são apenas utilizados por uma minoria dos internautas que ronda os 20%. A utilização de outros serviços como a compra de produtos, pagar contas através da internet ou a utilização de serviços de home-banking ainda é muito rara entre os jovens portugueses e é alvo de vigilância e controlo dos pais. Como foi dito os jovens que responderam ao inquérito online, constituem, na generalidade, um público com mais competências informáticas e mais familiarizado com a internet. Praticamente todos estes jovens têm computador em casa e verifica-se mesmo uma fracção bastante apreciável de inquiridos, que corresponde a 40%, que declaram ter dois ou mais computadores em casa. Pode-se presumir que em parte destes jovens o computador já permeia o seu ambiente mediático da mesma forma como acontece com outros media, nomeadamente, a televisão e o telemóvel, que são reclamados pelos vários membros do agregado familiar. Em alguns sectores profissionais, em que o computador é uma ferramenta de trabalho, os pais utilizam os seus próprios aparelhos, enquanto que os filhos reclamam para si o seu próprio computador. Mas no panorama nacional, olhando para os dados do inquérito presencial verifica-se que na grande parte dos lares dos respondentes com computador, que correspondem a uma percentagem de 87%, o mesmo computador é partilhado com outros membros do agregado familiar. Portanto, ainda estamos longe de um cenário em que cada membro do agregado familiar tem o seu próprio computador, ao contrário do que já acontece com o telemóvel. A utilização de novas ferramentas pedagógicas, como enciclopédias multimédia, software de processamento de texto, busca de informação útil em páginas na rede é uma 393
realidade bastante presente entre os respondentes online e que permeia as suas tarefas escolares. Quase a totalidade dos inquiridos afirmam que usam um processador de texto para fazerem os seus trabalhos da escola e quase três quartos apresentam trabalhos através do PowerPoint ou de páginas Web, uma realidade que é diferente comparada com outros segmentos juvenis e com aquilo que acontecia há mais de 10 anos atrás. São um tipo de utilizadores que tiram mais partido de novos expedientes de aprendizagem como a resolução de problemas, questionários ou teste presentes online, que tendem a usar mais o computador para fazer exercícios com um CD- ou DVD-ROM ou para praticar e aprender uma língua estrangeira. Mas o computador também é uma forma de comunicação para falar sobre os estudos: cerca de 80% dos jovens internautas comunicam e pedem ajuda aos colegas em chats ou noutras formas de comunicação online e perto de um quarto contactam os professores. A grande maioria destes jovens começaram a utilizar cedo a internet, a partir dos 10 ou 11 anos e será de prever que a idade média em que os internautas começaram a utilizar a internet tenderá a diminuir. Se perguntarmos a um jovem o que está a fazer na internet, a grande probabilidade é que esteja a visitar páginas Web, a comunicar num chat ou no Messenger ou a ler o seu correio electrónico. Contudo, jogar online ou efectuar descarregamentos de música, software ou filmes são também práticas relevantes para uma fracção superior a 40% dos jovens inquiridos online. Quanto aos conteúdos que procuram na rede, a música surge à cabeça, seguido dos jogos, das informações desportivas e relacionadas com software e informática. Os conteúdos noticiosos, educativos, culturais e referentes a hobbies são os menos populares. Jogar online, descarregar música, software ou filmes e participar em fóruns ou grupos de discussão são actividades mais populares entre os jovens do sexo masculino do que entre as internautas. São também os rapazes, os que mais procuram informação na rede sobre desporto, jogos, software e informática, enquanto que as jovens internautas tendem a procurar conteúdos culturais, educativos e relacionados com música. As práticas e preferências também se diferenciam quanto às idades: há uma maior fracção de jovens mais velhos que privilegiam a comunicação mediada por computador, seja por chat ou Messenger, correio electrónico ou através de fóruns ou grupos de discussão, que visitam páginas na Web, fazem compras online e descarregam música, software e filmes da rede; os mais novos inclinam-se mais os jogos online e isso reflecte-se no tipo de conteúdos que procuram na internet. Já os respondentes dos 16 aos 18 anos mostram um
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maior interesse por conteúdos sobre música, software e informática, hobbies, noticiosos e culturais. Os respondentes online tiram também mais proveito de novas possibilidades de comunicação como criar o seu próprio blogue ou a sua página na rede, práticas que requerem algumas competências técnicas. São também respondentes que têm em geral várias contas de correio electrónico, que utilizam mais os chats ou programas tipo Messenger. Podia-se dizer que são jovens respondentes que levam uma vida mais virtualizada, todavia, a internet é na maior parte das vezes uma forma de aprofundar as relações já existentes fora da rede. De facto, para mais de 80% destes jovens verifica-se a clara preferência em comunicar com pessoas que conhecem de outros locais e, em especial, da escola. A comunicação com pessoas desconhecidas acontece e a formação de novas amizades com amigos virtuais acontecem mas são menos comuns. Também não é comum para a generalidade dos jovens encontrarem-se pessoalmente com amigos virtuais. A maioria destes internautas afirmam que se mostram como são nos chats e estão em minoria aqueles que admitem fingir por vezes e não excedem os 10% aqueles que confessam fingir sempre o que não são nos chats. A utilização da internet é essencialmente uma prática individualizada entre os jovens. Mas quando os jovens utilizam a internet acompanhados é mais provável que estejam com amigos ou amigas. A presença da família, em termos gerais, não se faz sentir tanto. Porém, fracções bastante apreciáveis de jovens internautas declaram que partilham a ligação da internet com os irmãos e com os pais. Ou seja, pertencem a lares onde a utilização da internet é comum entre vários membros do agregado familiar. Assim sendo, nesses lares podemos falar de um elevado capital cultural no que respeita à utilização das novas tecnologias. Nalguns lares também poderemos suspeitar que a iniciativa da instalação da internet poderá ter partido dos pais, em especial, nos lares dos inquiridos mais novos. Todavia, em termos gerais, a aprendizagem da utilização da internet efectuou-se em regime auto-didacta para a maioria dos jovens. Por outras palavras, a presente geração de adolescentes teve de explorar por sua iniciativa própria como utilizar as novas tecnologias. São adolescentes que tendem a considerar-se os peritos da internet em casa, o que pode acarretar tensões nas relações familiares e inverter um pouco as relações de autoridade e de domínio do conhecimento em casa. Mesmo entre os inquiridos do inquérito realizado presencialmente, mais de 90% consideram que as suas capacidades de utilizar a internet são pelo menos razoáveis e perto de 60% afirmam que são os próprios quem utiliza mais frequentemente a internet. 395
As novas tecnologias da comunicação e da informação com a internet abrem novas possibilidades e oportunidades de acesso à informação e à comunicação em rede, mas as suas características também acarretam a exposição dos agentes a uma séries de riscos. Questões como a protecção dos dados, a viciação em relação à utilização da internet e aos jogos, a exposição a mensagens abusivas, obscenas ou pornográficas preocupam pais e educadores e têm tido ressonância na comunicação social e em alguma investigação científica. São ainda apontadas críticas à sociedade de consumo e à forma como o mercado leva os consumidores e em especial os jovens e adolescentes a criarem novas necessidades. A info-literacia envolve também o desenvolvimento de determinadas competências para evitar todo um conjunto de riscos e saber tirar proveito das oportunidades que a internet poderá oferecer, sendo fundamental o papel de educadores, familiares e dos próprios pares. Porém, o papel de muitos pais e educadores poderá ser inapropriado por defeito devido também à sua pouca info-literacia. Muitas vezes os jovens têm de contar com o seu espírito crítico e com o desenvolvimento de competências por sua iniciativa própria enquanto vão socializando nas novas tecnologias da comunicação. Os jovens internautas são agentes reflexivos quanto às suas próprias práticas e às práticas dos outros e não podem ser considerados meros elementos passivos no que concerne a utilização da internet e o resto das suas actividades quotidianas. A visão do que é uma utilização adequada ou não da internet parte de uma construção social entre agentes de diferentes gerações e de culturas mediáticas muitas vezes diversas - jovens, pais e educadores – que negociam, ou entram em conflito sobre as fronteiras de uma utilização “saudável” das novas tecnologias. A ameaça mais comum, que 23,7% dos inquiridos a nível nacional que utilizam a internet já sofreram, é receber vírus no computador. Outra ameaça relevante para os jovens é o recebimento de mensagens de correio electrónico abusivas ou obscenas. O “spamming”, que tem o intuito de reencaminhar os mais incautos, muitas vezes sem consentimento dos visados, a outros sítios na internet potencialmente perigosos ou que vendem um determinado produto, é um risco que a utilização do correio electrónico traz e que também é apontada por alguns jovens. Quanto à opinião juvenil da utilidade da internet, verifica-se um largo consenso de que a internet é algo muito útil e um mais de um terço dos respondentes online acham mesmo que é algo imprescindível. Verifica-se ainda uma ligeira tendência para os rapazes acharem que a internet é algo imprescindível, embora as diferenças entre os sexos não 396
seja muito marcadas, mas observa-se também a tendência para haver uma maior percentagem de inquiridos mais velhos a acharem que a internet é algo de muito útil ou mesmo imprescindível. Apenas uma minoria de um pouco mais de um quarto dos jovens internautas é da opinião de que a internet é algo que pode provocar habituação e é ainda menor a fracção de respondentes que acham que é algo que pode provocar isolamento. Todavia, mais de metade dos jovens declaram que conhecem alguém que esteja totalmente viciado na internet. E é neste contexto, que vale a pena chamar a atenção para a dinâmica social da ciberconfiança, que é influenciada pela experiência. De facto, a internet pode ser entendida como uma tecnologia de ‘experiência’ que requer a sua utilização por parte dos indivíduos de modo a estes entenderem como funciona. A confiança no ciberespaço pode em larga medida influenciar as decisões de um indivíduo sobre o que fazer online, como por exemplo comprar ou utilizar o banco electrónico, ou comunicar em chats ou fóruns entre outras actividades. Experiências negativas como o junk email, o spam e o fenómeno do correio electrónico não solicitado, não fazem com que um grupo alargado de jovens utilizadores perca a sua confiança na internet que é um meio de comunicação cada vez mais relevante. É de notar a importância das experiências que se vivem na adolescência na formação de disposições, muitas vezes mais ou menos fixadas na entrada para a vida de adulta. Deste modo, a socialização e a utilização dos novos media na adolescência têm efeitos duradouros na confiança e na percepção da sua utilidade. Mas a dinâmica da ciber-confiança não se cinge só ao que acontece online. Um elevado grau de confiança social presente na sociedade em geral, offline ou online, também tem um impacto bastante importante nos indivíduos. E estes podem tipificar-se segundo as suas formas próprias de percepcionarem ou de lidarem com os riscos. As percepções do risco em contextos tecnológicos fazem parte de respostas mais genéricas aos riscos presentes na sociedade. Em Portugal, um clima geral de fatalismo, moldado por contextos sociais e culturais próprios, poderá não ajudar muito a que os portugueses tenham um elevado grau de confiança nas novas tecnologias, em especial na população mais velha. Se os jovens portugueses alterarem essa situação, se os adolescentes de hoje apresentarem um maior grau confiança social em geral, então estarão mais propensos a confiar na internet e nas novas tecnologias. Por outro lado, os não utilizadores, menos cientes das possibilidades de uma tecnologia como a internet, são em geral mais desconfiados e cépticos e poderão demonstrar menores índices de confiança em relação à informação, às pessoas online e às instituições presentes na internet. 397
A relação que os jovens de hoje em dia têm com a televisão parece ser diferente com aquela que existia nas gerações anteriores, em especial, no que respeita à importância subjectiva que os adolescentes lhe atribuem face a outros media como a internet ou o telemóvel. A sua importância como lareira electrónica que reúne toda a família também declinou. Nos dias que correm tem uma menor capacidade de reunir a família em torno de um só programa familiar e a sua oferta diversificou-se, acompanhando a fragmentação de interesses e a individualização na relação com os media. Todavia, a televisão não deixa de ser vista pela larga maioria da televisão, muitos jovens ainda passam muitas horas em frente ao ecrã da TV e parte dos jovens têm a percepção que são eles quem mais vêem televisão em casa, em especial , as respondentes e os inquiridos mais novos. Além disso, para a maioria os programas de televisão constituem assunto de conversas entre os pares. A geografia da televisão também se alterou: verifica-se uma migração, na generalidade dos lares, para a cozinha, o quarto dos pais e o próprio quarto dos adolescentes. Além disso, a televisão tem-se integrado no sistema dos media em rede, servindo, muitas vezes, apenas como um pano de fundo omnipresente, partilhado em regime de multitarefa com várias actividades quotidianas e mediáticas. A esmagadora maioria dos jovens inquiridos a nível nacional afirmam que a televisão em casa está ligada às horas das refeições e cerca de metade confessam que a televisão fica ligada mesmo quando ninguém está a ver. A omnipresença da televisão nos lares portugueses é observada tanto no inquérito online como no inquérito nacional: mais de 90% dos jovens que têm pelo menos duas em casa e percentagens apreciáveis declaram que têm três ou mais televisões no seu lar. Para além disso, fracções bastante significativas de jovens, em especial, entre os respondentes online, declaram que têm um aparelho de TV no quarto. Estes indicadores poderão ser lidos como uma demonstração de que o visionamento da televisão é hoje mais individualizado e a multiplicação dos aparelhos de TV será porventura uma solução para os interesses divergentes dos vários membros do agregado familiar. Como a televisão é um meio mais universal não se verificam grandes diferenças entre os inquiridos online e os respondentes do inquérito presencial. Os serviços de televisão como a TV por cabo tiveram uma grande expansão nas últimas décadas e em ambos os inquéritos verifica-se que mais de metade usufruem desses serviços, na maior parte das vezes pagos. Entre os jovens que usufruem de serviços de 398
televisão, para pouco mais de três quartos dos inquiridos, a TV Cabo é o fornecedor principal, com a Cabovisão a surgir em segundo lugar a grande distância e com a TV Tel e a Bragatel a servir pequenas minorias dos respondentes. Quanto aos canais de televisão mais populares entre os jovens, a TVI surge claramente como o canal mais visto pelos jovens. A SIC surge em segundo lugar em termos de preferências e a RTP1 aparece em terceiro lugar. Portanto, apesar da maior fragmentação de gostos, os canais generalistas continuam nos lugares cimeiros em termos de preferências. A TVI é ainda a estação escolhida pela maior fracção de jovens para assistir a séries televisivas de humor e de ficção, seja de produção nacional ou estrangeira, aparecendo a SIC, mais uma vez, em segundo lugar. As telenovelas são o principal tipo de programas a que os jovens assistem. Os programas favoritos dos jovens são os filmes, as telenovelas portuguesas, os programas de humor e os desenhos animados. Os programas de desporto, os concursos, as séries nacionais e internacionais assim como as telenovelas brasileiras são tipos de programas que recolhem igualmente as preferências de percentagens bastante significativas de adolescentes, nomeadamente, mais de metade dos jovens respondentes. Como se verificou as telenovelas têm uma posição central no tipo de programas visionados pelos jovens. Nas últimas décadas assistiu-se a um impulso e a um crescimento da produção nacional que veio, simultaneamente, criar novos públicos e satisfazer a crescente procura por essa produção. De facto, verifica-se que mais de metade dos jovens respondentes do inquérito presencial aplicado a nível nacional preferem telenovelas com produção portuguesa e apenas 9,6% preferem a produção brasileira. Sem margem para dúvidas, a novela mais mencionada pelos jovens como a favorita é a “Morangos com açúcar”, sendo que as preferências por outras telenovelas são mais heterogéneas. O hábito de ver noticiários televisivos é verificado em pouco menos de metade dos jovens e entre os jovens telespectadores, há claramente uma maior percentagem a assistir ao noticiário da TVI. Porém, o canal de informação que é mais mencionado em primeiro lugar como o mais credível é a SIC Notícias. Na televisão portuguesa existem algumas figuras de referência: entre os apresentadores de noticiários, o Rodrigo Guedes de Carvalho e a Manuela Moura Guedes são os que recolhem a preferência de uma maior fracção de jovens e entre os comentadores da actualidade, o Marcelo Rebelo de Sousa, aparece como a maior referência para os jovens.
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Com a diversificação da oferta televisiva, o zapping tornou-se uma prática cada vez mais comum. De facto, o zapping é um acto recorrente para a maior parte dos jovens. As principais razões porque o fazem prendem-se com a curiosidade ou o prazer de navegar entre canais, para evitar a publicidade e com o desagrado ou o cansaço em relação ao que estão a ver. Claramente, é durante os espaços publicitários, que uma maior percentagem de jovens telespectadores tendem a fazer mais zapping e apenas minoria dos respondentes ficam a ver a publicidade e seguem-na com atenção. Uma mudança que também se tem verificado no panorama televisivo, é a integração de conteúdos na internet. Hoje em dia, os canais de televisão disponibilizam informação variada sobre programas televisivos e sobre as grelhas, assim como conteúdos. Porém, apenas uma minoria de 12,5% de jovens respondentes já se ligaram à internet para verem páginas relacionada com um programa de televisão. Ainda entre os que já consultaram páginas na internet sobre programas televisivos, o tipo de programas referenciado por perto de metade são as telenovelas e só uma minoria muito circunscrita de adolescentes já participaram em algum fórum online sobre programas televisivos.
Dados recolhidos em Setembro de 2004 apresentados pela ANACOM, mostram que, em Portugal a taxa de penetração do serviço de telemóveis correspondia a 92%, o que colocava o nosso país acima da média comunitária na altura, correspondente a 84,4%. Os nossos dados mostram que os jovens portugueses não ficaram alheios a este grande crescimento em território nacional e têm sido cada vez mais incluídos na rede de utilizadores. De facto, grande parte dos jovens portugueses inquiridos a nível nacional, que correspondem a quase três quartos da amostra, afirmam que têm telemóvel. Entre os jovens respondentes online, a posse de um telemóvel é quase universal visto que corresponde a 96,6% dos casos. Em ambos os inquéritos, como seria de esperar há uma maior percentagem de inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos que possuem telemóvel, sendo que nessa faixa etária a utilização do telemóvel é praticamente universal, segundo dados dos dois inquéritos realizados. Porém mesmo nos respondentes mais novos a penetração do telemóvel também se pode considerar elevada, em especial, entre os respondentes online. No inquérito realizado presencialmente a nível nacional, quase metade dos respondentes dos 8 aos 12 anos já têm o seu próprio aparelho. No inquérito online, entre inquiridos os inquiridos dos 9 e os 12 anos, a taxa de penetração da utilização do telemóvel é de 84,2% e entre os jovens a partir dos 13
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anos o acesso ao telemóvel é quase universal. Nota-se, portanto, uma clara tendência para uma utilização praticamente universal do telemóvel entre os adolescentes e esperase que os telemóveis sejam cada vez mais utilizados pelos mais novos. Esta tendência é corroborada pelo facto de que a idade média de idades em que os inquiridos a nível nacional obtiveram o seu primeiro telemóvel é de 11,8 anos. Considerando a amostra dos jovens inquiridos online, 72,1% teve o seu primeiro telemóvel com 13 anos ou menos. A democratização do acesso ao telemóvel em Portugal não chegou só às pessoas em idade adulta de várias classes sociais, mas foi também penetrando maciçamente no quotidiano dos jovens, que se converteram num importante nicho de mercado. Vários dados confirmam a penetração praticamente universal dos telemóveis nos lares dos portugueses: um deles indica que apenas 3,2% dos inquiridos a nível nacional afirmam não haver um telemóvel no agregado familiar. Uma grande maioria dos inquiridos, correspondente a 88,4%, declaram que há pelo menos dois telemóveis em casa e em 67,9% dos casos há três ou mais telemóveis por agregado. Ou seja, em muitos lares portugueses existe, tendencialmente, pelo menos um telemóvel por cada membro do agregado familiar. Entre os respondentes online, esta realidade é ainda mais expressiva: pouco menos de 90% dos jovens afirmam que existem três ou mais telemóveis em casa. Portanto podemos assumir que, entre os inquiridos online, seja comum haver um telemóvel por cada membro da família ou que quase todos os membros do agregado familiar tenham, ou reclamem para si, o seu próprio aparelho. No período em que a utilização do telemóvel está perto de atingir os seus máximos, a utilização do telefone fixo está a perder terreno: apenas cerca de metade dos jovens respondentes dizem que têm telefone fixo em casa, enquanto que a cobertura de telemóveis é, hoje em dia, muito maior. Desde que os jovens têm telemóvel, 43,7% dizem que falam menos tempo através do telefone fixo em casa e apenas 14,5% dos jovens afirmam que, se não tivessem telemóvel, realizariam a maioria das chamadas que efectuam através de um telefone fixo. Estes dados são indicadores de que a expansão da utilização do telemóvel terá acontecido às expensas da utilização do telefone fixo. Entre os inquiridos a nível nacional, a TMN e a Vodafone têm uma taxa de jovens clientes que ultrapassa os 40%, sendo estes os principais operadores entre os jovens portugueses, com a Optimus a aparecer em terceiro lugar a uma distância apreciável. Entre os inquiridos online, averigua-se que, em 70% dos casos, quem comporta os
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gastos com os telemóveis são os pais dos jovens. Só um quarto dos internautas paga directamente essa despesa. Portanto, tendencialmente, são os pais que comportam as despesas, colocando os jovens numa posição de dependência económica, o que implica que os jovens terão de, muitas vezes, justificar os seus gastos e terão as suas despesas controladas. No inquérito a nível nacional, mais de metade dos inquiridos gastam menos de 3 euros em telemóvel por semana e mais de um quarto gastam entre 3 e 6 euros no mesmo período. No inquérito aplicado a nível nacional, os jovens respondentes gastam, em média, 18,69 euros por mês no seu telemóvel. As jovens inquiridas são as mais gastadoras com uma média de gastos de 21,6 euros por mês, enquanto que os rapazes gastam 15,58 euros, em termos médios. Estes dados fazem assim valer o estereótipo de que as raparigas falam mais ao telefone ou ao telemóvel do que os rapazes. Além disso, observa-se que são os jovens mais velhos, dos 16 aos 18 anos, os que mais gastam, 23,3 euros, em média. Os mais novos são os que tendem a gastar menos, provavelmente por serem alvos de um controlo mais rigoroso por parte dos pais dos pais e por terem uma menor autonomia financeira. Os jovens portugueses inquiridos fazem, em média, 3,56 chamadas por dia e costumam enviar diariamente 25,72 mensagens SMS através do seu telemóvel, o que demonstra a dimensão com que o telemóvel penetrou no quotidiano dos jovens e com que fazer uma chamada ou enviar uma mensagem se tornaram práticas regulares no dia a dia. Sem margem para dúvidas, são os inquiridos mais velhos, dos 16 aos 18 anos, que registam a maior média de mensagens enviadas num dia. Tanto os dados do inquérito nacional como do inquérito online confirmam a grande importância dos amigos na comunicação por telemóvel visto que os amigos ultrapassam os familiares no que respeita aos principais destinatários das mensagens SMS ou das chamadas efectuadas pelos jovens. Quer no inquérito online quer no presencial, entre os adolescentes utilizadores de telemóvel verifica-se que a utilização mais frequente é enviar ou receber mensagens SMS. Por outras palavras, é mais provável encontrar um jovem a receber ou a mandar mensagens do que a fazer ou receber chamadas. O envio de mensagens tornou-se de facto numa prática mediática de grande relevância, não só na troca de mensagens corriqueiras ao longo do dia. Tornou-se um importante meio de os jovens felicitarem os seus amigos e familiares pelo seu aniversário, enviarem mensagens de boas festas ou simples mensagens pessoais. Também é relevante a utilização das mensagens por parte dos jovens para fins afectivos. Além disso, as mensagens vieram provocar uma nova
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relação com a língua portuguesa em muitos adolescentes, o que não é, muitas vezes, do agrado dos educadores. Uma maioria de 70,2% dos jovens costuma utilizar sempre ou às vezes uma linguagem diferente quando escreve SMS, utilizando, por exemplo, abreviaturas, letras diferentes ou símbolos. Os jovens portugueses inquiridos presencialmente que costumam utilizar a internet para enviar SMS representam uma minoria de 28% e fazem-no utilizando, na maior parte dos casos, a página na internet do seu operador de comunicações móveis. São também minoritários os jovens que utilizam os sites na internet das operadoras de comunicações móveis para descarregar logos, toques e outros efeitos sonoros. A forma como o telemóvel se introduz na vida dos indivíduos é bem patente em situações em que se sentem desconfortáveis quando não têm consigo o seu telemóvel, ou quando estão impossibilitados de o usar (porque não há rede ou porque não têm bateria, por exemplo). A sensação de estar contactável ou de poder contactar alguém em qualquer lugar é reconfortante e os nossos dados são indicadores dessa situação: uma parte bastante significativa dos jovens, correspondente a 85,2%, concordam ou concordam totalmente de que se sentem muito mais tranquilos quando têm o telemóvel consigo. Além disso, 74,3% concordam ou concordam totalmente que o seu telemóvel só lhes é útil se estiver constantemente ligado. Por outro lado, 57% dos jovens portugueses inquiridos concordam ou concordam totalmente de que se sentem muito ansiosos quando estão impossibilitados de ter o seu telemóvel, o que constitui outro indicador da habituação psicológica ao telemóvel. São poucas as situações em que os jovens não têm o telemóvel ligado, sendo que essas situações são essencialmente conferências, aulas e palestras, momentos fúnebres e celebrações religiosas em igrejas e quando os jovens estão no cinema ou em espectáculos. Segundo dados do inquérito online, em geral, os amigos são o principal alvo de comunicação via telemóvel, enquanto que a família e, em particular, os pais aparecem atrás dos amigos em ordem de importância. Entre os pais, é com a mãe que uma maior fracção de inquiridos costuma comunicar em algum detrimento do pai. Do ponto de vista dos pais, o telemóvel pode servir como um mecanismo de controlo: dos jovens respondentes, 79,4% concordam ou concordam totalmente com a ideia de que têm maiores possibilidades de serem controlados quando estão com o seu telemóvel. Neste âmbito, a comunicação e o controlo dos pais através do telemóvel é mais visível para uma maior fracção de inquiridos mais novos do que para os mais velhos. Estes dados
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permitem levantar-se a hipótese de que a grande penetração da utilização do telemóvel entre os jovens portugueses efectuou-se em conluio ou até mesmo pela iniciativa própria de muitos pais, que retiram daí vantagens para o exercício do seu papel parental. Ademais, para a maioria dos jovens respondentes, foi o pai ou a mãe que lhes comprou o primeiro telemóvel. A integração da câmara digital no telemóvel, também tem permitido que a tirar fotografias se tenha tornado uma prática quotidiana mais comum seja para os jovens ficarem com uma recordação do momento, para mostrarem que estiveram presentes numa determinada situação ou para poderem mostrar objectos a amigos, familiares ou conhecido. Outra utilização com relevo para os adolescentes é jogar. O telemóvel aprofunda assim a sua presença no quotidiana enquanto objecto que pode integrar vários media, câmara digital, rádio, leitor de mp3, máquina de jogos, internet, etc. O telemóvel tornou-se também um objecto personalizado com fotografias, protectores de ecrã e/ou toques favoritos. É um objecto que pode ter um valor sentimental com o qual os jovens aprofundam as suas relações sociais, combinando encontros, fazendo chamadas para saber como estão os familiares e amigos ou simplesmente para conversar sem assuntos concretos com amigos, familiares e conhecidos. O telemóvel permitiu também o aprofundar das relações sociais à distância e veio reconfigurar a geografia das práticas quotidianas e da própria gestão da vida familiar. A noção de que o telemóvel permite aos inquiridos gerir a sua vida privada e familiar de um modo muito mais eficaz, recebe a concordância ou a concordância total de 62% dos jovens. O telemóvel penetrou subrepticiamente nas actividades quotidianas dos jovens, podendo servir várias funções, umas práticas e outras mais lúdicas, daí que muitos jovens tenham dificuldade em imaginar uma vida sem telemóvel que fosse mais feliz.
Entre os jovens, verifica-se ainda uma emergente cultura multimédia da qual os jogos interactivos e de computador fazem parte. Verifica-se uma cultura dos jogos em segmentos da população jovem que permeiam as suas práticas, interacções, sociabilidades e conversas. Para muitos jovens a constituição de clãs de jogadores na internet e de comunidades online é algo normal presente no seu quotidiano, constituindo palcos virtuais onde se constrói e se projecta a identidade. Além disso, os jogos não fazem apenas parte do imaginário juvenil, são também utilizados por públicos mais velhos. Muitos deles cresceram a jogar desde os anos 80 e 90 e ainda hoje não
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abandonaram essa prática. Também é de notar a diversificação da oferta, o que corresponde a uma variedade de públicos-alvo: desde jogadores mais novos até jogadores mais velhos. Nos inquéritos analisados, verifica-se que são os adolescentes inquiridos online os que mais estão socializados na cultura dos jogos de vídeo e de computador, visto que 80,8% afirmam que costuma jogar, uma fracção bastante superior à verificada entre os jovens inquiridos a nível nacional, 45,3%. Porém, se considerarmos apenas os usuários da internet no inquérito nacional a percentagem de jogadores regulares cresce para os 53,9%. É assim pertinente levantar a hipótese de que os jovens socializados na internet tendem e estar também mais socializados noutros tipos de media como os jogos. Apurase igualmente que a cultura dos jogos apela mais a um público masculino do que feminino. A quase totalidade dos respondentes do sexo masculino inquiridos online declaram que costumam jogar, enquanto que, entre as jovens internautas, a fracção de jogadoras decresce para os 68,5%. O maior interesse masculino pelos jogos é ainda corroborado no inquérito nacional onde se apuram 57,1% de jogadores do sexo masculino e 33,1% de jogadoras. São também os jovens do sexo masculino os que mais tendem a comprar jogos. Contudo, como se constata, a cultura dos jogos não é completamente alheia às jovens portuguesas. Em especial, a percentagem de jogadoras verificada entre as jovens inquiridas online é expressiva e significa que o mercado dos jogos também apela a segmentos de jovens do sexo feminino. Entre os respondentes do inquérito online, observa-se que com o avanço da idade há uma menor percentagem de jogadores habituais, contudo, não se verificaram grandes desfasamentos entre os escalões etários no inquérito nacional. Sendo no entanto de notar uma percentagem ligeiramente inferior de jogadores mais velhos. Os possíveis factores explicativos deste decréscimo, em especial, entre os respondentes do inquérito online, poderão prender com a maior variedade de interesses ou com uma vida social mais preenchida fruto da maior autonomia e independência dos inquiridos mais velhos, assim como o requerimento de um maior tempo dedicado aos estudos. Além disso, entre os inquiridos a nível nacional, observa-se a tendência para o interesse pelos jogos diminuir com a idade. Observam-se também que os vários tipos de jogos são utilizados por perfis diferentes de jogadores. De um modo geral, os jogos de acção, os jogos de aventura, os de corrida e os de estratégia são os mais populares. Entre os menos populares estão os first person shooters e os role playing games, que são jogos mais complexos, por lado, em termos 405
cognitivos, requerendo maior tempo de aprendizagem e de imersão no jogo, e, por outro lado, em termos tecnológicos, exigindo muitas vezes consolas ou computadores dispendiosos de última geração. Este tipo de jogos apela mais a um determinado tipo de jogador, predominantemente masculino e tendencialmente mais velho. Outros tipos de jogos que apelam mais a um público masculino são os jogos de acção, de corridas, de simulação, de futebol e de outros desportos. Os jogos de árcade e de puzzles, tabuleiro ou cartas são os que mais apelam ao público feminino. Além disso, o público mais novo tem maior atracção por jogos de futebol e de outros desportos, acção, aventura e corridas. Os jogos de simulação, puzzles, tabuleiro e cartas apelam a um público mais velho. Entre os inquiridos a nível nacional, apura-se ainda que a consola apela mais a um público masculino e os jogos no computador a um público mas feminino. Regra geral, os jogos não são partilhados em família e alguns tipos de jogos apelam a uma experiência mais individualizada. Esta situação contrasta com a televisão que ainda é um media familiar que pode agregar a família em seu torno. De facto, a grande maioria dos inquiridos online, que corresponde a 84,4%, costumam jogar sozinhos. Quando jogam com outras pessoas a companhia favorita de 40,6% são os amigos e a seguir estão os irmãos ou irmãs. A preferência pelos amigos é confirmada com os dados do inquérito aplicado presencialmente, preferência esta que persiste quando os inquiridos jogam online. Apenas, uma pequena minoria dos jovens respondentes afirma que jogam com o pai, e menos ainda com a mãe. Portanto, verifica-se na grande maioria dos casos a ausência parental no que respeita às actividades lúdicas com jogos. A participação parental, é na maior parte das vezes, de outra índole, marcada pela vigilância e controlo. É entre os mais novos que a participação activa do pai, jogando com os filhos, se faz mais sentir. Mas também é entre os mais novos que se verifica uma maior fracção de pais jogadores. É portanto, neste tipo de famílias que os jogos poderão constituir um media mais familiar, partilhado entre irmãos e com a participação do pai. É de realçar ainda que são normalmente os pais a comprarem os jogos, seja como presente, seja, provavelmente como uma compra supervisionada. Pode-se dizer que a relevância cultural e social dos jogos está interligada com a discussão sobre as competências ou info-literacia dos jovens no que diz respeito aos media. Na sua socialização com os novos médias, entre os quais podemos incluir os jogos, os jovens desenvolvem processos informais de aquisição de competências. Pais e educadores, prendem-se muitas vezes a visões dos jogos como maus educadores, disseminadores de comportamentos violentos ou simplesmente como algo que consome 406
tempo aos jovens, desviando-os de actividades mais produtivas. Esta situação pode criar um “choque de culturas mediáticas” entre gerações. Pais e educadores são membros de uma geração, cuja socialização primária se efectuou num cultura mediática diferente da das gerações mais novas. Diferentes gerações são, deste modo, influenciadas por experiências mediáticas díspares que influenciam tanto os valores privados e as atitudes em relação aos media como os conceitos e as práticas de educação. Os educadores tendem assim a ver as culturas mediáticas das crianças e dos adolescentes a partir da sua própria perspectiva geracional que apresentam como a norma. Daí que muitos pais e educadores olhem com desconfiança e cepticismo as práticas mediáticas dos mais novos. Todavia, os jogos também contribuem para o desenvolvimento de novas competências cognitivas complexas, apreendidas de forma informal à parte dos contextos da aprendizagem formal da escola. Muitas crianças já entram na escola com competências ao nível do uso de computadores antes da instrução formal dos educadores, o que conduz à sensação de que as crianças já “nascem ensinadas” no que respeita à utilização de novas tecnologias. Por outro lado, os jogos não são uma esfera fechada em relação ao mundo social circundante, separados da experiência quotidiana, ou seja, os jogos podem ligar-se com acontecimentos externos (por exemplo, desportivos) e são passíveis de ser discutidos e usados entre contextos sociais.
A esfera fonográfica tem sofrido grandes mudanças nos últimos tempos em termos da forma como se compra, transmite e grava música. O vinil e as cópias através de cassetes de áudio foram largamente substituídos pelo CD que emergiu como o principal suporte de música. Porém, a difusão de música em CD e os reprodutores de música associados sofrem agora a concorrência da difusão e partilha de músicas em formato mp3 e dos seus reprodutores. A diversificação dos consumos de música parece acompanhar a forma como a música se espalha pela rede e como é descarregada em reprodutores portáteis. Além disso, verifica-se a integração entre leitores como o iPod e lojas de música online. Por acrescento, a indústria fonográfica e os direitos de autor vêm-se a braços com o desafio da pirataria: muitos daqueles que possuem um computador, possuem também um gravador de CD’s e o preço dos CD’s virgens é actualmente bastante acessível. Algumas estratégias de combate à pirataria foram já implementadas: por exemplo, em alguns países a compra de um CD virgem inclui o pagamento de uma taxa que reverte a favor de um fundo comum, redistribuído depois por editoras ou
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agentes da indústria fonográfica. Para além disso, esta recorre a estratégias variadas para cativar os consumidores, incluindo pacotes mais atraentes, com a inclusão de extras ou DVD’s de bónus que se vão tornando cada vez mais a norma. Os jovens inquiridos dividem-se em distintos perfis no que respeita a equipamentos relacionados com a cópia, compra e reprodução de música consoante o acesso a todo um conjunto de equipamentos como o computador, a internet e leitores de mp3. Uma percentagem significativa daqueles com acesso a um conjunto alargado de equipamentos ouvem música em formatos imateriais como o mp3, têm acesso a um leque mais variado de música e são os que mais trocam, legal ou ilegalmente, música. Aqueles que têm acesso à internet demonstram igualmente maiores competências em gravar CD’s, descarregar músicas na internet ou utilizar programas de trocas de ficheiros peer to peer. A possibilidade de troca e transmissão de dados sem grandes conhecimentos informáticos e a emergente popularização dos formatos digitais permitem prever um cenário futuro onde uma parte significativa da música é comprada, comercializada, trocada e transmitida em suporte digital. Porém, uma parte expressiva dos jovens respondentes continua a comprar e a trocar música em suportes materiais. Além disso, a compra de CD’s ainda é uma prática comum entre os jovens, pois quando gostam de uma banda inclinam-se a comprar o suporte físico original se tiverem possibilidade. É no consumo de produtos culturais que muitas vezes os jovens sentem as contradições da sua condição de dependentes económicos mas de pessoas independentes no que respeita a gostos e preferências. Ademais, essa contradição poderá ser agravada pelo facto de os jovens serem considerados um importantíssimo nicho de mercado para a indústria fonográfica, doravante a sua pouca autonomia financeira. Neste contexto, muitas vezes os jovens tentam o acesso a determinados produtos musicais através da troca de música, da cópia e mais raramente através da obtenção de cópias piratas. De facto, uma grande parte dos jovens pensa que é correcto trocar CD’s originais com aqueles que lhes estão próximos mas já estão em minoria aqueles que pensam que é correcto trocar músicas noutras condições, utilizando por exemplo a internet ou recorrendo a fontes piratas. Uma parte significativa dos inquiridos tendem a pensar que é legitimo trocar música entre amigos e conhecidos num processo de descoberta e troca de experiências, de comunicação e de formação de culturas musicais. Com o auxílio da internet, os jovens tendem a trocar música quando podem ou têm competência para tal.
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A maior parte destes adolescentes reconhecem que muitas das suas práticas de troca de música não são as mais correctas, porém, não as consideram propriamente erradas. Verifica-se, portanto, um limbo moral no que concerne a troca de músicas, sustentado pela sensação de impunidade em relação a formas ilegais de obtenção de música. Fica por apurar o dano que este espírito de troca representa para indústria fonográfica no presente e, essencialmente, no futuro.
Na era da digitalização dos conteúdos e mesmo com a maior disseminação dos conteúdos cinematográficos por vários meios, desde a internet aos DVD’s, a ida ao cinema continua a ser uma prática enraizada entre crianças e adolescentes. Perto de 60% dos jovens inquiridos a nível nacional vão habitualmente às salas de cinema. Outro indicador que reforça a relevância do cinema, é o seguinte: entre os inquiridos que declararam ir habitualmente ao cinema, mais de 60% foi pelo menos uma vez ao cinema no mês anterior. A ida ao cinema constitui ainda uma importante situação social para os jovens, pelas sociabilidades que proporciona. Mesmo num cenário de popularização dos sistemas de home-cinema ou da distribuição de conteúdos via internet, essas práticas serão talvez complementares à ida ao cinema, visto serem, em princípio, mais individualizadas. Porém, a televisão é o principal meio de difusão utilizado pelos jovens. A nível nacional, pelo menos parte dos filmes a que quase 80% dos jovens assistem em casa dão na televisão. Ademais, a importância da televisão fica reforçada no facto de que, quando estreia um filme, uma parte significativa dos jovens inquiridos prefere esperar que um novo filme passe na televisão. Todavia, há uma percentagem menor mas apreciável de jovens que preferem ir ver um filme novo ao cinema, sem esperas. Perto de metade dos jovens recorre a filmes alugados e cerca de um quarto recorre a filmes emprestados quando quer ver um filme. De facto, verifica-se, entre os lares dos jovens inquiridos, uma grande penetração do leitor de DVD que atinge perto de 80%. Apesar de ir ao cinema ser uma prática comum entre os jovens, o leitor de DVD é sempre o mais escolhido como primeira opção para ver filmes de origem portuguesa, americana, europeia ou de outras nacionalidades. Só depois surge o cinema como local privilegiado para ver cinema de todas as origens. O computador surge também como um meio de visionamento de filmes relevante para perto de um terço dos jovens inquiridos a nível nacional. Destes mais de um terço são filmes comprados e pouco menos de um terço são filmes descarregados da internet e cerca de um quinto filmes 409
alugados. Em termos gerais, visionar filmes descarregados na internet ou obter cópias de filmes são práticas ainda pouco habituais para um segmento largamente maioritário do público juvenil. Contudo, verifica-se que um pouco menos de metade dos jovens é da opinião que não se deveria pagar nada para descarregar filmes livremente na internet. Tal resultado poderá estar relacionado, pelo menos em parte, com percepção dos jovens de que é possível obter filmes na internet a custo zero sem que haja represálias. No que respeita à sua relação com conteúdos cinematográficos, os inquiridos online apresentam traços próprios: entre estes respondentes, grande parte efectuam pesquisas sobre filmes na internet, colocando assim o cinema e a internet numa relação de complementaridade. Para além disso, mais de metade deste jovens internautas assistem a filmes no computador, embora este não seja o principal meio de difusão. Poderá estar aqui patente uma tendência emergente de utilização integrada de diferentes media no computador, em especial, numa altura onde se torna possível descarregar da internet conteúdos cinematográficos ou televisivos a pedido do usuário. Contudo, entre estes jovens, a maior utilização do computador para visionar filmes não se sobrepôs à ida ao cinema visto que a maioria dos inquiridos online vai habitualmente ver um novo filme ao cinema.
Como já foi dito anteriormente, pais e educadores, socializados num contexto mediático diferente dos jovens de hoje em dia, apontam críticas ao ambiente mediático dos mais novos, mais baseado no consumo imediato e na satisfação imediata de emoções. Segundo esta visão, a persistência da leitura enquanto prática habitual entre as crianças e os jovens, que requer paciência, concentração e persistência, estará a ser desafiada pela cultura mediática que celebra a mobilidade, o curto-prazo, a realização de tarefas em paralelo. Porém, os dados mostram que mesmo em jovens que estão a crescer entre um ambiente mediático em mudança cerca de 60% dos jovens – tanto os inquiridos online como os respondentes do inquérito nacional - têm hábitos de leitura. Quanto ao perfil dos leitores: verificou-se que a há tendência para serem as raparigas as maiores consumidoras de livros e que há uma maior percentagem de leitores nos inquiridos mais novos (dos 8 aos 12 anos). Apura-se ainda que 31,4% dos adolescentes costumam ler jornais, hábito que tende a aumentar entre os jovens que se encontram à entrada da vida adulta. Estes dados, sugerem a ideia de que crescer, tornar-se adulto, significa também estar mais atento ou atenta ao que se passa no mundo social em volta. De um modo 410
geral, os dados demonstram também indicadores de literacia nos jovens segundo os moldes tradicionais. Não há indicadores de que novos tipos de literacia estejam a sobrepor-se a competências mais tradicionais como a leitura. Antes o que parece estar a acontecer é o desenvolvimento, em paralelo, de diferentes tipos de competências mediáticas.
Nos dias que correm, um ambiente mediático permeia a maior parte dos lares com ecrãs e aparelhos electrónicos, por vezes, bem presentes em todos os compartimentos da casa. A televisão é o aparelho mais omnipresente em casa estando muitas vezes na sala, nos quartos, na cozinha. Segundo os dados apurados a nível nacional, os rádios e leitores de CD aparelhos são os aparelhos mais universais a seguir à televisão. Além disso, mais de metade dos jovens possuem um computador pessoal fixo, embora apenas 8% declarem ter um computador portátil. Perto de um terço têm uma consola de jogos em casa e mais de um quarto afirmam ter uma câmara digital. Tanto o público juvenil inquirido face-a-face como o público específico que respondeu ao questionário lança online partilham práticas comunicacionais, cuja evolução não se dá de um dia para o outro. Contudo, para os respondentes online a televisão é algo que se insere cada vez mais numa rede de múltiplos media, que se deixa ligado em pano de fundo enquanto se desenvolvem outras actividades. Verifica-se que os jovens continuam a realizar actividades tradicionais enquanto vêm televisão: a maioria significativa dos jovens come enquanto olha para o ecrã da TV ou estudam e fazem os trabalhos de casa, olhando de soslaio para o que se passa no ecrã. Mas o que se torna agora significativo, é que entre os jovens respondentes do inquérito online, uma porção não muito distante de um terço navega na internet enquanto vê televisão. Hoje em dia, o próprio mercado oferece já produtos que integram vários media e que são procurados pelos jovens. Por exemplo, cerca de 22% dos respondentes online, afirmam que podem ver televisão através do próprio ecrã do computador. Há indicadores, portanto, de uma tendência emergente de integrar várias actividades. No que respeita ao inquérito aplicado presencialmente, poucos são os inquiridos que afirmam não realizar nenhuma actividade em simultâneo e percentagens apreciáveis de jovens respondentes afirmam ver televisão, ouvir música, estudar ou fazer os trabalhos de casa, usar o computador e enviar mensagens em simultâneo com outras actividades. A vida diária dos adolescentes é impregnada de um sistema mediático de oferta múltipla, na qual os jovens vão criando capacidades comunicativas como o facto de 411
aprenderem a integrar as várias possibilidades de oferta e de articular em simultâneo diversas actividades. Neste sentido, entre os inquiridos online, cerca de metade afirmam que conseguem ver televisão quando está ao computador. A actividade mais frequente quando estes inquiridos utilizam a internet é ouvir música, em 56% dos casos, enquanto que 20,8% usam chats ou programas de mensagens instantâneas e 15,6% falam ao telefone ao mesmo tempo que estão na rede. Ouvir rádio e ver televisão são outras actividades relevantes e frequentes para alguns jovens. A cultura multi-tarefa também se expande para outras actividades como estudar. Perto de metade ouvem música enquanto estudam, embora se possa dizer que esta não será propriamente uma realidade nova. Porém, verifica-se uma maior integração do computador nos estudos nos respondentes online visto que 43,3% têm o hábito de usar o computador enquanto estudam e mais de um terço navegam na internet procurando informação para os seus estudos. Ademais, 15,1% admitem que procuram informação não relacionada com o estudo, a televisão e a rádio também marcam presença durante o estudo para cerca de um quarto dos inquiridos e 21,6% não resistem a enviar mensagens pelo telemóvel. A televisão continua a ter um peso omnipresente nas práticas mediáticas dos jovens, todavia, começa a ser preterida em relação a outros media pelo menos no plano subjectivo das preferências. Parte significativa dos respondentes online, pretere a televisão em relação a outros media em cenários em que teriam de escolher apenas um meio de comunicação. Perto de três quartos dos internautas inquiridos online preferem a internet à televisão e a preferência pela internet tende ainda a aumentar com o aumento da idade. Também uma maioria dos inquiridos prefere os jogos ou o telemóvel à televisão. Para além disso, os jovens também aprendem a rentabilizar os tempos mortos ou os tempos de publicidade entre os programas de televisão. Aproveitam para realizar actividades corriqueiras, mas também para falar ao telefone, enviar mensagens ou navegar na internet, embora em menor extensão. A emergência e a relevância crescente da internet não permitem advogar que esta veio substituir outras actividades, até porque a navegação é muitas vezes realizada em regime de multi-tarefa. Para além disso, para os respondentes do inquérito face-a-face a televisão ainda é das principais fontes de informação: mais de metade dos jovens inquiridos recorrem à televisão ou a fontes interpessoais para se informarem-se sobre algum assunto em geral ou sobre entretenimento em comparação com 40% dos jovens recorrem habitualmente à internet como fonte de informação que, neste caso, se equipa à rádio em termos de relevância. Mas sem dúvida que a internet veio trazer um reforço 412
da informação e alimentar a tendência para a multiplicação de interesses e actividades e para a diversificação e ampliação das capacidades comunicativas. A partir das práticas mediáticas dos jovens, em especial aqueles mais familiarizados com as TIC, podemos antever formas emergentes de lidar com os media como o multitasking, modos de utilização mais interactivos e a utilização integrada de vários media. As gerações mais novas parecem ser cada vez mais socializadas num tipo de cultura que pode ser exemplifica pelas janelas de um sistema operativo: janelas, ecrãs, sons e experiências aparecem e desaparecem com a instrução de um clique, emergem em paralelo e proporcionam aos usuários formas de experienciar os media multifacetadas e integradas.
Quanto aos gastos de tempo na sociedade em rede, os adolescentes inquiridos a nível nacional dizem que passam, em média, sensivelmente 10 horas semanais em casa a utilizar da internet, hora e meia a enviar e receber emails e mais de duras horas em chats e grupos de discussões e a pesquisar informação para a escola. Perto de 3 horas semanais são passadas, em média, a jogar. Na escola há muito pouco tempo de uso pessoal da internet visto que a maior parte do tempo - mais de uma hora e meia semanal, em média – é passado a pesquisar informação para a própria escola. Quanto ao tempo passado a ver televisão, é, em média, cerca de 15 horas semanais. No que respeita os horários diários de visionamento da televisão, durante a semana, perto de 70% dos adolescentes assistem aos programas televisivos entre as 18 e as 21 horas e um pouco menos de metade das 21 horas à meia noite. Durante fim-de-semana, o principal pico de assistência por parte da população juvenil situa-se num período mais alargado que vai das 16 horas até meia noite. E apesar de o visionamento da televisão ser hoje em dia talvez uma actividade mais privatizada, cerca de um quarto dos adolescentes afirmam que assistem televisão sozinhos, particularmente, no período das 16h às 21h, enquanto que mais de metade afirmam que assistem a programas televisivos acompanhados, em especial no período das 18h à meia noite. A televisão não deixa de ser o media mais utilizado, embora a sua utilização possa ter, hoje em dia, outros moldes para muitos jovens. Ver televisão para um jovem de hoje em dia pode não significar o mesmo para outras gerações. Isto é, o visionamento dos programas de televisão é muitas vezes repartido simultaneamente com outras actividades ou, em especial, com a utilização de outros media e pode não significar um visionamento atento ou exclusivo. Ademais, a televisão mesmo sendo o media mais presente na quotidiano dos jovens poderá estar perder a sua importância relativa, de um 413
modo geral. Como foi dito, entre os inquiridos online, jovens claramente mais familiarizados com a utilização das TIC, a televisão perdeu para uma fracção significativa dos adolescentes inquiridos a sua importância subjectiva face a outros media e, em especial, face à internet. Sendo de prever o alargamento da utilização da internet e das TIC, em geral, numa camada significativa da população juvenil é também de prever a perda da importância subjectiva que a televisão tem na vida dos jovens. Seja como for, a importância da televisão, hoje em dia, é incontornável e o tempo médio passado a ver televisão é mesmo similar ao tempo que os inquiridos afirmam estar com a família, sendo de notar que os dois tempos podem, obviamente, sobrepor-se. Para o conjunto dos jovens inquiridos, ouvir rádio ocupa-lhes 6 horas semanais, em média. Observa-se ainda que muito pouco tempo é gasto na leitura de jornais – pouco mais de meia hora semanal. Contudo, estar com os amigos ou colegas fora da escola ocupa aos jovens, em média, 12 horas semanais. Fica por esclarecer se este tempo com os amigos é passado na rua ou em casa uns dos outros. O que seria um indicador interessante para perceber em que extensão podemos falar do declínio da “cultura de rua”, em especial, nas relações interpessoais. Por fim, os jogos de computador ou consola ocupam, em média, 7 a 8 horas semanais do tempo dos jovens A organização das tarefas diárias e a estipulação de horários atinge mais de 60% dos adolescentes inquiridos a nível nacional no que respeita aos tempos para dormir e mais de 50% no que respeita os horários para estudar. Uma percentagem semelhante de inquiridos online também declaram que têm horários estipulados para estudar e que procuram cumpri-los. Os horários e os gasto de tempo inquiridos online, apresentam um perfil um pouco diferente. Estes jovens inquiridos utilizam, na sua generalidade, mais tempo o computador, mais de metade usam o computador mais de duas horas por dia. Durante a semana, acima de 40% navegam na internet mais de duas horas diárias, enquanto que a fracção de jovens que entram na rede atinge perto de 60%, durante o fim-de-semana. Alem disso, durante a semana, o principal período de ligação à rede é de tarde até às 20 horas, sendo o período das 20 às 22 horas igualmente relevante. Durante o fim-desemana, o tempo passado a navegar na rede tende a aumentar e cerca de um quarto dos jovens utiliza a internet todo o dia. Observa-se ainda que durante a semana, um pouco mais de metade dos inquiridos vêm entre uma a quatro horas de televisão, verificandose igualmente a tendência para os jovens internautas assistirem mais horas de televisão
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durante o fim-de-semana. A maioria destes adolescentes passa, por dia, uma hora ou entre uma a duas horas a estudar ou a fazer os trabalhos de casa. Também podemos falar em dois perfis no que diz respeito a práticas e preferências quanto ao que os jovens gostam de fazer. Quanto ao inquérito realizado face-a-face, apurou-se que praticamente todos os adolescentes assistem televisão antes ou depois do jantar e que assistir televisão é a actividade mais frequente para a fracção maioritária de jovens inquiridos. Outras actividades frequentes relevantes são usar MSN/chats, usar o computador em geral, estudar ou fazer os trabalhos de casa e, em menor dimensão, navegar na internet, jogar jogos, ouvir música e enviar mensagens SMS aos amigos. Depois do jantar, a posição da televisão como a actividade mais frequente e mais citada sai ainda mais reforçada. Jogar jogos, usar o computador ou navegar na internet, ouvir música são outras actividades que mantêm o seu relevo depois do jantar, embora a fracção de jovens inquiridos que realizam essas actividades desça. Cerca de 60% dos jovens ouvem música antes do jantar e cerca de 40% depois. Também há mais inquiridos que usam o computador antes do jantar (cerca de 40%) do que depois. Cerca de um terço dos inquiridos jogam ou mandam mensagens SMS aos amigos antes do jantar, enquanto que depois do jantar cerca de uma quarto dos jovens fazem essas actividades. Verifica-se ainda um maior relevo das actividades de leitura - ler banda desenhada, livros ou revistas - depois do jantar. Falar ou telefone ou mandar mensagens através do telemóvel são actividades que também assumem uma maior relevância depois do jantar. Por outro lado, estudar ou fazer os trabalhos de casa é uma actividade com menor relevo: perto de três quartos dos adolescentes inquiridos estudam ou fazem os trabalhos de casa antes do jantar, enquanto que essa percentagem cai para cerca de um terço depois do jantar, que é uma altura mais reservada ao lazer, relaxamento e preparação para dormir. Os adolescentes inquiridos online apresentam um perfil diferente quanto ao que mais gostam de fazer depois do jantar visto que, para a maioria, a preferência recai sobre a ligação à internet em detrimento da televisão, que aparece em segundo lugar. Jogar jogos de computador ou de consola ou ouvir música são outras actividades assinaláveis entre as actividades que estes adolescentes gostam de fazer depois do jantar. De um modo geral, poderá dizer-se que existem sinais de novas formas de organização familiar e de novos modos de organização geográfica das actividades familiares. A vida dos jovens está a deslocar-se do público para o privado, situação que está relacionada, por um lado, com o declínio da “cultura de rua” em segmentos da população juvenil, em 415
especial, em contextos urbanos, e a consequente retirada para a casa ou o apartamento e, por outro lado, com o declínio do convívio familiar tradicional. Os nossos dados demonstram, sem sombra de dúvida, que a casa dos jovens inquiridos, nos vários quadrantes da sociedade portuguesa, é o local privilegiado das actividades relacionadas com os media. A impregnação dos media no quotidiano dos jovens veio traduzir-se em novas formas de organizar os tempos livres e as actividades de lazer e de estudo, mas também deu azo à emergência de uma cultura do “quarto de dormir”, onde os jovens tendem a concentrar no seu reduto mais privado os media que utilizam. É nesse reduto que os jovens realizam um conjunto de práticas em simultâneo ou em exclusivo: navegam na internet, usam o computador, estudam, jogam, assistem a programas de televisão, entre outras actividades. O quarto de dormir dos adolescentes ganha assim uma maior centralidade enquanto local privilegiado onde se realizam diversas actividades. O quarto também serve muitas vezes como um espaço onde os jovens exercem a sua autonomia, decorando-o e apetrechando-o a seu gosto, é o espaço que podem apropriar como seu e que podem mais facilmente proteger contra as regras e os controlos paternais. Não quer isto dizer que a sala de estar se tenha tornado irrelevante na geografia doméstica, enquanto um espaço utilizado por todos os membros do agregado para usufruir de diferentes media. No inquérito realizado online, 81% dos jovens declaram que aí vêm televisão. Todavia, o visionamento da televisão espalha-se por outros espaços domésticos e, em particular, do quarto de dormir onde cerca de metade dos adolescentes inquiridos online costumam ver televisão. Esta expansão é concomitante com a utilização cada vez mais privatizada de vários aparelhos visto que cada membro do agregado doméstico poderá ter o direito de reivindicar para si o seu próprio telemóvel, a sua televisão, o seu computador, etc... É sintomático deste fenómeno, o facto de mais 70% dos adolescentes que responderam ao inquérito lançado na internet afirmarem que existem três ou mais televisões em casa. Além disso, 60% desses jovens inquiridos declaram que têm televisão no seu quarto de dormir. Uma percentagem igualmente apreciável destes adolescentes, que ronda os 40%, afirmam que têm dois ou mais computadores em casa e uma fracção similar desses jovens – com tendência para aumentar nos escalões mais velhos – dizem que têm um computador no seu quarto. O quarto deixou de ser aquele espaço privado onde se dorme, se estuda ou confinado a práticas mais íntimas. É onde se realiza cada vez mais todo um conjunto de práticas ligadas aos media e onde os sistemas de media visíveis no espaço público têm penetrado 416
nesse conclave privado. Por outro lado, verifica-se uma lógica de expansão do quarto para o “mundo” permitida pelas TIC, o que pode lançar reconfigurações e mesmo tensões quanto aos significados e fronteiras entre público e privado. Tudo isto acontece num contexto de autonomia existencial dos adolescentes mas de dependência económica face aos pais o que pode proporcionar tensões dentro do seio familiar. Com a individualização e privatização dos tempos livres, os jovens vão conquistando novos campos de liberdade, novas formas de expressão e consumo e os media podem ser vistos como uma expressão da liberdade e autonomia juvenil. Estes processos ligam-se com novas reconfigurações e negociações no significado de juventude e de família num contexto de democratização da vida familiar.
A apropriação dos media e das TIC pelos jovens está a gerar transformações no âmbito da interacção familiar. Hoje em dia, o controlo paternal joga-se, no que respeita aos media, em múltiplas frentes, desde a televisão ao telemóvel, do tempo gasto com os jogos às formas de utilização da internet. Verificou-se que, entre os utilizadores da internet, a televisão deixou de ser o foco principal das regras parentais, o que foi acompanhado por uma transferência do controlo da televisão para outros muito e, em particular, a internet. As regras parentais têm se diversificado em várias frentes, regras estas que têm reagido às transformações no campo mediático. O sistema dos media contemporâneo tem assim despoletado, no seio das famílias, vários campos de negociação e a ocorrência de conflitos específicos entre pais e filhos em torno do consumo dos media, com repercussões na organização da vida familiar. Entre os inquiridos mais familiarizados com a internet, verificou-se que os conflitos em torno do tempo em que estão na rede, jogam ou vêm televisão são os mais frequentes. Quanto à utilização do telemóvel, o principal despoletador dos conflitos familiares prende-se com os gastos, que se traduz obviamente em tempo de utilização, mas que neste caso poderá ser muito mais “invisível” para os pais. Ademais, existem relações significativas entre os vários tipos de conflito pelo que as discussões com pais envolvem muitas vezes a confrontação a respeito de mais do que uma dimensão de utilização dos media: tempo de utilização, período do dia, actividades efectuadas e os gastos monetários. Como seria de esperar, os jovens mais novos são alvo de um maior controlo parental, havendo sobre eles uma incidência maior de regras e proibições. Entre os adolescentes mais familiarizados com o uso da internet, grande parte afirmam serem eles que mais sabem sobre internet em casa. Ora, em muitos lares portugueses 417
poderá assistir-se a uma discrepância de conhecimentos entre os pais e os filhos que demonstram ter maiores competências na utilização das novas tecnologias. Tudo isto poderá baralhar as relações tradicionais de poder em casa, fazendo com que a utilização das novas tecnologias por parte dos jovens gere focos de incerteza para os pais na aplicação de regras e de controlo sobre os filhos. Estudos sugerem mesmo o aumento do conflito entre pais e adolescentes em famílias onde o adolescente é considerado o perito na utilização dos novos media e em especial da internet. Adiantam ainda a hipótese de os conflitos serem maiores quando há pressão dos pais para reduzir a autonomia do adolescente, controlando o acesso à internet, e quando mostram reacções negativas sobre o uso da mesma. A família no início do século XXI encontra-se em processo de reconfiguração e democratização negocial entre pais e filhos. A família na sociedade contemporânea poderá, talvez, como sugere Manuel Castells, estar perante o desafio de integrar as características da sociedade em rede nas relações familiares: flexibilidade, autonomia, adaptabilidade. A questão que fica é saber se irá adoptar essas características ou lutar contra elas porque elas são erosivas do poder patriarcal tradicional. Na primeira hipótese teremos uma família mais democrática e onde o poder é fruto da negociação. Na segunda hipótese veremos as tensões acumular-se e o possível surgir de relações fracturadas e extremadas.
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