Ele era executor do MC. O homem que distribua punições dentro do clube. Homens tinha medo dele, e assim a paz era mantida. Na maioria das vezes. Mas Spider não está em paz consigo mesmo. Há apenas uma coisa na vida que ele quer, e ela acabou de voltar para sua vida...
Willa Desde o momento em que eu o vi, eu pertencia a Spider Masterson. Agora, quatro anos depois, eu ainda não posso evitar a não ser lhe pertencer. Mesmo depois de toda a dor que ele me fez passar, eu não conseguia manter distância.
Spider Houve duas mulheres na minha vida que já me fizeram sentir algo. Uma delas era minha melhor amiga. A outra era dona da minha alma. Ela tinha tatuado o nome dela no meu coração no segundo em que sorriu para mim pela primeira vez. Mas o passado está no nosso caminho. Eu sei que eu preciso explicar aquela noite para ela, mas quando eu a tenho em minha cama, não consigo pensar em nada a não ser em fazê-la minha.
Sumário Capítulo Um ..................................................................................... 4 Capitulo Dois.................................................................................. 15 Capitulo Três ................................................................................. 25 Capitulo Quatro ............................................................................. 36 Capítulo Cinco ................................................................................ 45 Capítulo Seis .................................................................................. 55 Capítulo Sete .................................................................................. 66 Capítulo Oito .................................................................................. 76 Capítulo Nove ................................................................................ 91 Capítulo Dez ................................................................................. 103 Capítulo Onze ............................................................................... 114 Capítulo Doze ............................................................................... 126 Capítulo Treze ............................................................................. 134 Capítulo Catorze .......................................................................... 147 Capítulo Quinze ........................................................................... 165 Capítulo Dezesseis ...................................................................... 172 Capítulo Dezessete ...................................................................... 185
Capítulo Um Willa Quatro anos antes…
Fiz uma careta para o armazém, me perguntando se eu deveria sair do táxi ou dizer ao motorista para me levar de volta para o aeroporto. O problema era que eu tinha pedido por isto, na verdade, tinha implorado. Eu tinha dezessete, quase dezoito anos, e eu mal conhecia o homem que era o meu pai. Quanto a minha irmã? Ela era uma vaga lembrança que eu tinha de quando eramos ambas pequenas, brincando de festa de chá com as nossas bonecas. Eu queria conhecer melhor os dois, pelo menos o meu pai, e a única maneira de fazer isso era ir até eles. Aqui. Em Vegas. Na sede do MC, onde o meu pai morava com os outros membros. Duke Blackstone era o presidente do Red Dragons MC, e não comia, bebia e respirava nada além do seu clube. Minha irmã, Tasha, tinha fugido para morar com o nosso pai quando tinha dezesseis anos e eu não a via desde então. Isso tinha sido há quatro anos. O motorista limpou a garganta, mas eu o ignorei naquele momento. Não tinha certeza se estava pronta. As motos estacionadas no estacionamento em frente ao armazém que servia de moradia para os Red Dragons me apavoraram e faziam algo mexer dentro de mim a que eu não estava acostumada. O aviso da minha mãe que a emoção do MC poderia se tornar viciante ecoou na minha
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mente e eu engoli de volta o caroço nervoso na minha garganta. Não havia nada mais assustador para mim do que um vicio. De qualquer tipo. A porta do lugar se abriu e de lá saiu um homem grande e corpulento. Meu coração se torceu, pois eu o teria reconhecido em qualquer lugar mesmo que eu não o tivesse visto por um ano. Duke parou quando viu o táxi parado na parte de trás do estacionamento, seus olhos se estreitaram e eu reuni a minha coragem antes de abrir a porta. Assim que ele me viu, soltou um grito e começou a caminhar até o táxi. — Willa! Sorri enquanto ele se aproximava. Posso não ter visto Duke por mais de um ano, mas ele não tinha mudado tanto assim. Mesmo quando eu era uma garotinha ele sempre parecia o mesmo: alto, ombros largos, braços musculosos, uma ligeira barriga de cerveja, e um desgrenhado cabelo grisalho com um toque de vermelho nele. Vestido com uns jeans velhos manchados de graxa, uma camiseta branca um casaco de couro por cima, ele era o mesmo de como eu me lembrava dele de
quando eu tinha cinco anos de idade, a
última vez que ele tinha vivido na mesma casa comigo. E então os meus pais se divorciaram e a minha mãe se mudou comigo e minha irmã para Seattle. Desde então, eu o tinha visto uma vez por ano, se muito. Minha mãe tinha amado e odiado esse homem. Ela não o queria perto de mim, caso ele me influenciasse. Como ele influenciou Tasha. Assim que estava ao meu alcance, ele me puxou para os seus braços para um abraço apertado de urso. Respirei fundo e senti o aroma de fumo, álcool velho e suor. Outra coisa que não tinha mudado desde a minha infância. Era nojento e reconfortante. Abracei Duke, enterrando o meu rosto em seu peito para que ele não visse as minhas lagrimas de felicidade. Quando ele se afastou, eu tinha as minhas emoções sob controle e lhe ofereço um sorriso, seus olhos deslizando sobre mim, da cabeça aos pés. — Merda. — Seu sorriso desapareceu. — Tão bonita quanto a maldita da sua mãe. Eu vou ter que bater com um bastão nos fodidos para se afastarem.
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Eu não consegui dizer se era um elogio ou uma preocupação verdadeira. Eu sabia que eu era bonita em um estilo “vizinha” de ser, mas ele tinha que estar exagerando. Rindo dele, puxei a minha única mala do porta-malas e ele a tirou de mim. — Obrigado por me deixar vir visitá-lo nesse verão, papai. — Não me agradeça, querida. — Ele balançou a cabeça, me levando até o prédio com a mão livre nas minhas costas. — Eu queria você aqui comigo… embora provavelmente vá me arrepender disso em poucos dias. Merda, eu vou ter que prender alguns crânios em cima de você. Bufei. — Sério, você está me elogiando ou devo ficar preocupada? Duke parou na porta, mas não a abriu imediatamente. Em vez disso ele apenas ficou lá olhando para mim. Finalmente, ele soltou um suspiro e balançou a cabeça novamente. — Se alguém lhe der problemas, Willa, você vem me contar imediatamente. Ok? Estou falando serio. Qualquer um. Antes que eu pudesse sequer acenar, ele abriu a porta e me empurrou. Eu tive que piscar algumas vezes para que meus olhos se ajustassem à luz fraca ali dentro. Quando finalmente entrou em foco eu quase engasguei. Este lugar era um mundo completamente diferente pelo lado de dentro. A primeira coisa que vi foram três mesas de sinuca no meio do que tinha que ser a sala de estar. Cinco sofás enormes estavam ao redor da área e havia uma tela de setenta e duas polegadas pendurada na parede. Havia quatro homens perto das mesas de bilhar, bebendo garrafas marrons de cerveja e fumando enquanto riam. A televisão estava ligada a um canal de notícias locais, mas ninguém parecia estar assistindo. Além da sala de estar estava uma enorme cozinha de tamanho industrial com utensílios de aço inoxidável. Duas mulheres que eram ainda mais magras do que eu, faziam um lanche enquanto riam sobre algo que um homem com um corte de cabelo diferente estava dizendo. Um bar situava-se de lado com
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um velho muito magro sentado atrás dele. Ele tinha uma caneca de café em sua frente enquanto fumava um charuto. Levei menos de dez segundos para aceitar tudo isso. Assim que alguém me notou ali com Duke, todos pararam o que estavam fazendo e ficaram em silêncio. O único som que se conseguia ouvir por um minuto inteiro era a voz da apresentadora, que estava fazendo o noticiário do meio-dia. Eu senti os olhos de todos sobre mim, e me perguntava se eles achavam que eu era tão bonita como a minha irmã ou simples, como eu tinha a certeza que era. Finalmente o homem com um corte diferente avançou primeiro, quebrando o silêncio que eu achava desconfortável. Ele caminhou lentamente, mas os seus passos consumiram rapidamente a distancia com suas longas pernas. Me deixei olhar para ele. Seu cabelo estava comprido e era de um loiro sujo. Seus olhos, notei uma vez que ele estava mais perto, eram de um verde cor de jade surpreendentes e cheios com diversão. Suas feições nem eram fortes nem bonitas demais, mas era sexy de seu jeito proprio. O colete que ele usava me dizia que ele pertencia ao Angel’s Halo MC. — Raider. — Duke avançou, parando o outro homem a poucos metros de distância. — Gostaria que você conhecesse a minha filha. Esta é Willa. Ela esta me visitando durante verão. Eu vi quando Raider fez uma careta, mas o seu sorriso voltou rapidamente. — Entendi, cara. — Ele estendeu a mão para mim. — Prazer em conhecê-la Willa. Me chamo Raider Hannigan. Aperto sua mão, dando-lhe um pequeno sorriso. — Você também, Raider. — Porque você não mostra o quarto dela? Aquele ao lado do de Tasha. Eu preciso falar com os caras… e não se esqueça de apresentar Willa para Bash e Spider. Certifique-se de que eles se lembrem do que eu disse na noite passada. — Duke deu um beijo na minha testa e entregou minha mala para Raider.
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Meu pai caminhou para os homens ainda de pé silenciosos nas mesas de bilhar enquanto Raider avançou e acenou com a cabeça em direção às escadas que levavam ao segundo andar. Estava tudo muito aberto e eu pude ver uma dúzia de portas fechadas em cada lado. Enquanto eu subia as escadas atrás de Raider, eu olhei para baixo, para o primeiro andar e vi o meu pai dizer algo em voz baixa para os homens que estavam lá antes deles o seguirem pela cozinha para uma porta fechada. A porta tinha uma enorme placa na frente onde simplesmente dizia: CAPELA. Quando a porta se fechou atrás do último homem, eu voltei a minha atenção para o homem na minha frente. As asas de anjo dentro de um diamante com uma auréola de fogo por cima não deveriam parecer viril, mas de alguma forma parecia. Talvez fosse porque o diamante representavam o um por cento dos motoqueiros que eram bandidos. Os Red Dragons tinham o mesmo diamante em seus coletes, mas com um dragão vermelho escamoso explodindo através dele respirando fogo em quem estava por trás. — Aqui vamos nós, Willa. — Raider parou em frente a uma porta de metal no final do lado direito do segundo andar. Ao lado do meu quarto havia outra porta com — QUARTO DE TASHA. ENTRE A SEU PRÓPRIO RISCO — rudemente gravado no metal. Parecia que alguém simplesmente tinha pegado tinha uma faca e riscado as palavras na porta. Lembrando o quão louca a minha irmã tinha sido a última vez que eu a tinha visto há quatro anos, não surpreendia se tivesse sido ela a riscar isso. — Se você precisar de alguma coisa, avise seu pai, ok? — Seu olhar foi para a porta do quarto de Tasha e seus olhos se estreitaram. — E se algum dos meus homens lhe der problemas me avise, ok? — Obrigado, Rider. — eu murmurei quando ele abriu a porta e depositou a minha mala no chão. Eu dei a ele outro pequeno sorriso. — Te vejo mais tarde, eu acho. — Com certeza, garota. — Com um aceno de cabeça, ele virou e foi embora pelo caminho que tínhamos vindo.
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Fechei a minha porta antes de finalmente olhar ao redor do quarto que seria meu. Como eu tinha um quarto de canto, tinha duas janelas. Uma que ficava na parte posterior do complexo, onde ficava o lixo, e outra que dava para a rua lateral que ficava entre a sede e algum tipo de prédio velho e abandonado. O quarto não era muito grande. A cama queen-size, com almofadas e lençóis cinzentos não eram muito velhos, mas a colcha em cima dela me fez sorrir assim que toquei nos cantos ligeiramente desgastados. Minha avó a fez para mim quando era uma garotinha. Costumava dormir debaixo dela quando ia visita-la nas férias de Ação de Graças. As pareces eram brancas e pareciam pintadas recentemente, enquanto o chão estava coberto por um tapete marrom que parecia bastante gasto. Eu tinha meu proprio banheiro, e estava certa que a maior parte dos outros quartos também tinha. Dando uma olhada no interior, vi que era simples e eficiente. A combinação banheira/chuveiro com uma cortina preta, vermelha e prata. A pia era pequena, mas havia um grande armário de remédios com um espelho embutido. As paredes eram de uma cor azul bebê, enquanto os pisos eram cor de pedra. Toalhas limpas estavam dobradas no pequeno armário utilitário que também guardava alguns produtos de limpeza. Tudo no meu quarto era bom e do tipo caseiro. Não era algo que eu esperava. Quando tinha imaginado o meu quarto na sede do MC, eu pensei que teria uma velha cama onde tinha dormido cinquenta motoqueiros suados diferentes e um banheiro que era um pouco mais do que um furo na parede. Eu me senti mal por pensar isso e eu quase quis pedir desculpas ao meu pai. Decidi desempacotar e em seguida tomar um banho, então coloquei a minha mala no final da cama e comecei a pendurar as roupas no pequeno armário. Eu tinha embalado principalmente shorts e tops, mas também tinha trazido algumas roupas melhores. Quem sabe, talvez se eu me desse bem com Tasha nos poderíamos sair ou algo assim. Quando eu falei isso para a minha mãe ela tinha apenas me dado um olhar preocupado, mas não tinha dito nada.
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Eu sabia que ela tinha reservas sobre a minha visita, mas ela também sabia que eu tinha que fazer isso. Honestamente, eu acho que ela estava esperando que eu odiasse isso aqui para dizer “eu te avisei”. Eu estava saindo do banho quando ouvi o que parecia uma batida no meu quarto. No começo eu pensei que era alguém batendo na porta do meu quarto e vesti um robe, e envolvi o meu cabelo na toalha enquanto corria para atender. Mas quando cheguei ao meu quarto ouvi novamente a batida e definitivamente não era na porta. O terceiro golpe era tão alto e forte que me fez saltar, uma maldição seguiu a batida, e em seguida, iniciou-se um ritmo constante. Meus olhos se arregalaram e de repente eu me senti enjoada. Nojento. Nojento. Nojento. Tasha estava fazendo sexo com um cara. No meio do dia. Enquanto o nosso pai estava no mesmo lugar. Será que Duke sabia? Será que ele se importava? Meu instinto me dizia que ele provavelmente sabia, e não, ele provavelmente não dava a mínima. Mamãe sempre me dizia que Duke deixava Tasha fazer praticamente tudo o que quisesse. Sempre deixou. E sempre deixaria. Ela não era a garotinha do papai ou qualquer coisa assim. Na verdade, mamãe tinha certeza de que Duke e Tasha nem gostavam muito um do outro, eram muito parecidos, ela havia dito. Tasha era selvagem e Duke não se importava o suficiente para controlála. Corri, me vestindo e tentando bloquear os sons vindos do quarto ao lado da porta. O ritmo aumentou e eu estava realmente sufocando na hora em que puxei o meu cabelo ainda molhado em um rabo de cavalo bagunçado e peguei os meus ténis de corrida. Eu não me importava se estava sem maquiagem ou que o meu top não combinava com minha calça. Eu só queria sair deste quarto e ir para longe do barulho erótico que vinha através da parede.
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Sapatos ainda na mão, corri para baixo e em seguida, fiz uma pausa nos degraus para colocá-los. Murmurando para mim mesma, fui procurar meu pai. Os homens que eu tinha visto seguirem o meu pai para o quarto dos fundos estavam jogando bilhar mais uma vez. Quando me viram, pararam e balançaram a cabeça em saudação, mas não me deram mais nenhum olhar. As duas mulheres ainda estavam na cozinha e eu tive que admitir que o que elas estavam fazendo tinha um cheiro incrível. Quando ouvi a voz de Duke, fui em direção ao quarto dos fundos, onde a porta agora estava aberta. — Ele sabe que está aqui para resolver o meu problema, certo? Não apenas se deitar lá para transar com ela. Parei na entrada e olhei para dentro. Meu pai estava sentando em sua escrivaninha, com um charuto em sua boca e um copo de uísque de aparência sofisticada, sentado na mesa à sua frente. Dois homens estavam sentados em frente à mesa. Raider estava na primeira cadeira inclinada para frente, bloqueando a minha visão do rosto do segundo homem. Ele era enorme, tanto que eu nem conseguia dizer. Com ombros largos e pernas longas esticadas na sua frente. Tive um vislumbre de cabelos castanhos escuros longos e encaracolados. Raider encolheu os ombros. — Tenho certeza que ele só precisa tirar para fora do seu sistema. Além disso, nós ficaremos aqui por algumas semanas, Duke. Não tem como ele apressar isso. — Quanto mais cedo ele começar a limpar essa bagunça mais feliz eu vou ficar, rapazes. Eu… — Ele parou quando me viu de pé na porta. Colocando o charuto em um cinzeiro de vidro, ele acenou para que eu entrasse. — Ei você ai, menina. Já se instalou? Eu dei um passo para frente. —Já... — Estou quase terminando aqui, Willa. Você pode ir ajudar as senhoras a terminar o almoço… ou eu posso arranjar alguém para lhe mostrar o lugar. Embora não haja muito para ver. — Ele acenou com a cabeça para os homens
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que estavam sentados na frente da sua mesa. — Você já conhece Raider, mas este é o Spider. O homem levantou-se e eu virei a minha cabeça para conseguir o meu primeiro olhar no rosto dele... Droga! Eu respirei fundo enquanto olhava para o homem grande. Seu cabelo era mais longo do que eu tinha pensado antes e eu era louca por cabelos longos, mas este homem era como se um tipo de pura luxuria fosse direto para entre as minhas pernas. Ele tinha uma mandibula forte, sem ser estragada por pelos faciais e a pele levemente bronzeada. A argola no seu nariz me chamou a atenção e eu notei que ele devia tê-lo quebrado pelo menos uma vez, porque era torto. A covinha no queixo me chamou a atenção e eu tive a súbita vontade de lambê-la, que porra era essa? Eu nunca tinha tido um pensamento como esse na minha vida. Claro que eu tive paixões aleatórias por caras quentes na escola e alguns músicos que poderiam fazer a minha calcinha molhar com apenas o som de sua voz. Agora isto? Isso era lúxuria pura em um piscar de olhos e minha boca continuou aberta enquanto eu deixava os meus olhos vaguearem sobre o peito dele. Caramba, sério? Como poderia um homem ser tão grande? Sua camisa estava apertada debaixo do seu colete, o que me mostrava que ele malhava com frequencia. Os velhos jeans desgastados estava pendurado em seus quadris e eu vi apenas uma fração de pele entre a bainha da sua camiseta e as calças jeans cinzas. Pele lisa. Eu queria acariciar e lamber… — Willa…? Pisquei com o som do meu nome e calor encheu instantaneamente as minhas bochechas. Ele estava ali com a mão esticada, mas havia um sorriso no rosto sexy como pecado e um calor escuro em seus olhos negros. Olhos. Pretos. Eles me lembravam de alcaçuz, o que me fez desejar de imediato um Jägerbomb, a unica bebida alcoolica de que eu realmente gostava.
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Mordendo o meu lábio, eu finalmente coloquei minha mão na sua. Eletricidade queimava no meu braço como se eu estivesse sendo eletrocutada. Sua mão era enorme e quente, os dedos envolvendo os meus e engolindo completamente a minha mão. Meu coração deu um pulo e saiu correndo, como se fosse liderar uma corrida a procura da medalha de ouro olímpico. Um suspiro escapou antes que eu pudesse pensar em pará-lo, e levantei os olhos das nossas mãos para encontrar aqueles olhos negros me observando de perto. — Spider é o seu nome verdadeiro? — A pergunta saiu da minha boca sem a permissão do meu cérebro e eu imediatamente bati em minha boca. Sutil, Willa. Bem sutil. Ele riu, mas não de uma forma que me fez pensar que ele estava tirando sarro de mim. — Na verdade, é James. — Jogando o cabelo para trás, fui presenteada com algo que só tinha visto no canal de National Goegraphic e nos meus pesadelos. A aranha preta com uma mancha vermelha em suas costas subia pelo seu pescoço e se ele ainda nao estivesse segurando a minha mão eu poderia ter dado alguns passos para trás. Em vez disso, apenas fiquei ali parada, me sentindo segura com o seu calor penetrando em mim. Decido que apesar da tatuagem ser assustadora como o inferno, ela também era bonita. — Eu costumava ter tarântulas quando era criança e por isso o meu tio Razor sempre me chamou de menino aranha. Eventualmente o menino foi abandonado e me tornei apenas Spider. — Ah… — Eu não sabia mais o que dizer e o meu rosto escureceu ainda mais com o constrangimento. Porra, eu nunca tinha ficado tão sem palavras na minha vida. Normalmente eu era uma garota sem rodeios, aquela que não se importava de se fazer de boba ou mesmo de soar como uma vadia. Isso me tornou popular na escola, por algum motivo estranho que eu ainda estava tentando descobrir. Quem queria estar em volta de uma vadia como eu frequentemente?
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— Spider. — Raider apenas disse o nome dele, mas havia algo no tom do outro homem que fez com que Spider soltasse a minha mão e recuasse alguns passos para trás. Mas o calor escuro permaneceu e eu quase mordi o meu lábio quando percebi isso. — Por que você não vai ajudar as outras mulheres e me faz um pouco da sua limonada? Ninguém faz limonada tão boa quanto a sua, menina. — Duke levantou e
agarrou a minha mão, dando-lhe um aperto suave antes de
praticamente me puxar para fora da sala. No corredor, ele parou e praticamente me empurrou na direção da cozinha. — Ele não é para você, Willa. — Por-Porque não? — Sussurrei, tentando olhar de volta para o escritório. Meu coração estava implorando por apenas mais um vislumbre da bela besta assustadora lá dentro. Menos de 10 minutos. Isso era tudo o que precisou para eu me apaixonar. — Ele é mais velho do que você. — Duke começou e eu bufei. Sabia com toda a certeza que Tasha tinha brincado com homens na faixa dos trinta anos, quando ela tinha apenas quinze. Ninguém a não ser a minha mãe tivera problemas com isso. Eu tinha apenas alguns meses faltando para o meu 18º aniversário e ainda era virgem. E Spider não parecia muito mais velho do que eu. Talvez vinte e poucos anos, certamente mais novo do que Raider. — Ele pertence a um MC diferente. Nem mesmo é do nosso estatuto… — Do seu estatuto papai. Eu não tenho nada a ver com este MC. — lembrei. Duke deixou escapar um suspiro de frustração. — Basta aceitar minha palavra, menina. Mantenha-se afastada dos meninos do Angel´s Halo, e especialmente de Spider. Se ao menos eu tivesse ouvido seu aviso…
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Capitulo Dois Willa Eu sabia que havia uma razão para eu não ter falado com a minha irmã durante anos. Tinha escorregado da minha mente pela minha emoção de ver a ela e ao meu pai. Agora enquanto eu estava na pia da cozinha, eu estava lembrando com uma clareza enjoada. Tasha era uma cadela psicótica. Eu não a tinha visto no dia anterior. Ela havia se trancado em seu quarto com o cara dos Angel’s Halo e nem tinha saído para jantar na noite anterior. Na verdade, tudo o que tinha me preocupado era se eu teria que ouvir a ela e o maníaco por sexo transando como coelhos. Felizmente não houve qualquer batida nas paredes a noite toda. No entanto, enquanto esperava que o café ficasse pronto, os meus olhos deslizaram sobre a minha irmã. Nós não eramos parecidas, nem um pouco. Eu era parecida com a nossa mãe, desde a cor do meu cabelo escuro e comprido ao cinza dos meus olhos. Com apenas um metro e cinquenta, tinha a mesma altura da minha mãe, assim como era curvilínea. Tasha por outro lado parecia ser a versão feminina do nosso pai. Isso não era ruim, pois a minha irmã era linda. Mas ela tinha os ombros mais largos do que o normal, seios pequenos e pouca bunda. Seu cabelo era uma longa massa de cachos vermelhos que eu sabia que ela tinha reforçado com alguns produtos. Não me interessa o quão bom eram os nossos genes, não tinha como seu cabelo brilhante ser vermelho natural. O rosto dela era lindo. Grandes olhos marrons, boca carnuda e nariz pequeno ligeiramente arrebitado. Seu queixo era suave, mas muito feminino.
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Foi o odio refletido naqueles olhos castanhos que me fez lembrar que a minha irmã não era exatamente estável quando se tratava da nossa relação como irmãs. Eu sabia como era, o que fazia ela me odiar tanto. Nossa mãe. Clara Blackstone não tinha feito nenhum segredo de como se sentia em relação a sua filha mais velha. Minha mãe sempre disse que ela sentia algo escuro em sua filha e não tinha coragem de realmente amá-la. Sempre pensei que era triste... E sim, realmente assustador. Enquanto ela se distanciava de uma filha, ela puxava a outra, eu, o mais próximo possível. Eu era a luz para a escuridão de Tasha, assim como a minha irmã sempre dizia. Eu odiava ser comparada com a minha irmã de tal forma. Honestamente, eu não era nenhum anjo. Eu tinha a minha cota de pecado. Fumar antes das aulas com os meus amigos, algo que eu tinha odiado e só tinha feito uma vez. Beber com amigos em festas, ficando tão bêbada que ficava com medo de ir para casa até que a ressaca passasse completamente. Ficando com meninos e deixando-os chegar mais longe do que deveria. Os caras da escola achavam que eu era uma vagabunda provocadora porque não tinha deixado nenhum deles tirar minha virgindade mesmo eu tendo deixadoos ir tão longe. Claro que não tinha, eu não sentia nada além de um fascínio leve com a coisa toda. Se eles pudessem me fazer sentir inebriada com paixao, eu abriria minhas pernas para eles sem sequer pestanejar. Desde que eu me lembrava, Clara me comparava com a minha irmã. Tasha não conseguia fazer nada direito. Eu não podia fazer nada errado. Era assim que tinha sido com o nosso pai também, só que ele não tinha esfregado na cara de Tasha como a nossa mãe. Eu amava a minha mãe, mas ela sempre parecia tão insensível sobre Tasha que não era normal. Como você poderia odiar a sua própria filha? — Como está a velha? Eu suspirei. Não podia culpar Tasha por chamar a nossa mãe assim, mas isso não queria dizer que não me incomodava. Eu amava Clara, e eu queria amar Tasha também. — A mãe tem tido alguns problemas de saúde. — Foi, provavelmente, a única razão pela qual ela tinha me deixado ir para Las Vegas. Ela não me queria por perto para vê-la passar pela quimioterapia que os
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médicos insistiram que ela precisava. — Segundo estágio de câncer de mama. Mas ela não vai deixar os médicos operarem-na. Tasha nem sequer pestanejou quando eu disse a ela que nossa mãe tinha câncer, enquanto eu tinha chorado por dois dias inteiros quando Clara finalmente tinha me contado a novidade. — Eu não acho que gostaria que algum charlatão cortasse os meus seios também. — ela disse, tomando um gole de seu Screwdriver1, a única coisa que estava tomando no café da manhã. — O câncer pode voltar se ela não fizer a cirurgia. — eu disse a ela. — Todos os médicos disseram que, embora seja apenas o segundo estagio, mesmo com a quimioterapia esse tipo de câncer era tão agressivo que provavelmente se espalharia, a menos que ela faça uma mastectomia dupla. Ela encolheu os ombros. — Ah bem. Me avise quando ela finalmente morrer. Vou abrir o champanhe e brindar a isso. Me virei, incapaz de olhar para ela por mais tempo. Talvez nossa mãe tivesse sido dura com Tasha, mas Clara ainda era sua mãe, a mulher que a trouxe ao mundo. Ela não sentia nem um pouco de compaixão? Felizmente, o café estava pronto e eu me servi de uma caneca enorme antes de adicionar apenas um pouco de açúcar. Pegando-o, juntamente com a fatia de pão que eu tinha feito antes, fui embora sem dar outra palavra a Tasha, que estava agora na sua segunda dose de Screwdriver da manhã. Cai em um dos longos sofás da sala de estar. Duas mulheres estavam sentadas no outro sofá, parecendo sofrerem com ressaca. Não eram as que eu tinha ajudado a fazer o jantar no dia anterior, estas duas pareciam menos acolhedoras do que as duas de ontem. Então eu mantive os meus olhos na televisão que estava em algum canal de notícias locais e terminei o meu café da manhã.
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Bebida Alcoólica com vodca e suco de laranja.
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Meia hora mais tarde os caras começaram a descer. O bando do meu pai estava todo rabugento por ser tão cedo da manhã, onze e meia. Quando alguém falava com outra pessoa, tudo o que eu ouvia eram respostas resmungadas que eram incompreensíveis para mim. Tentei não ficar animada cada vez que a porta de alguém se abria no segundo andar, mas o meu coração não queria me ouvir. Tudo o que eu queria era apenas mais um vislumbre dele, ou assim eu continuava a dizer a mim mesma. Um pequeno vislumbre e eu seria feliz pelo resto do dia. Raider parecia estar com os olhos embaraçados quando desceu as escadas. Ele não foi imediatamente para a cozinha, como os outros homens fizeram. Em vez disso, ele simplesmente deixou-se cair no sofá mais próximo e fechou os olhos novamente. Eu ri, porque tinha sido no meu sofá que ele tinha caído. — Noite difícil? — Provoquei. Merda. Eu nunca mais vou beber Moonshine2 com o seu pai. — ele murmurou. — Vou estar me sentindo mal por alguns dias. — Parece um bom plano. — eu disse com um sorriso. — É muito cedo para estar acordado. — É quase meio-dia. — Eu estava de pé desde as sete, tinha ido correr, em seguida tomado banho, antes de voltar para baixo para comer alguma coisa. — Esta vendo? Cedo. — Ele bocejou. — Eu tenho um bar, querida. Geralmente não estou rastejando para a cama até o amanhecer. Meio-dia não é uma hora do dia que eu vejo muitas vezes.
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Bebida alcoolica e ilegal, feita com whisky ou ruim.
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— Um bar? — Isso fazia sentido para mim. Provavelmente funcionava muito bem para ele. No pouco tempo em que o conhecia tinha rapidamente percebido que Raider era um mulherengo do pior tipo. As duas mulheres do dia anterior tinham estado em cima dele depois do jantar na noite passada. Eu o tinha visto sair com uma e meia hora depois ele voltou para a outra. Nojento. — Hannigan’s. — Ele bocejou novamente, caindo um pouco para mais baixo no sofá. — Meus irmãos e eu cuidamos dele. Quando a minha irmã tiver idade suficiente, ela também vai. Raider parecia que queria sentar lá e voltar a dormir. A coisa certa a fazer era deixá-lo. Mas ele era a única pessoa que parecia disposto a falar comigo e eu estava morrendo de vontade de conversar. — Qual a idade dela? — Rave? — Ele abriu um olho e bocejou novamente. — Ela acabou de fazer dezesseis a algumas semanas. Quantos anos você tem? Dei de ombros. — Vou fazer dezoito anos em breve. Isso fez os seus olhos se abrirem e ele se sentou direito. — Dezessete? — Balancei a cabeça, porque parecia que ele precisava de confirmação. Ele gemeu e esfregou as mãos sobre o rosto. — Caramba. Eu ri. — É assim tão ruim? — Pode ser. — Ele deixou cair as mãos e suspirou. — É o que eu acho. Vou ter que avisá-lo. — Avisar quem? — Perguntei, mas Raider levantou, evitando a minha pergunta. — Hey. — eu o chamo, indo atrás dele. — Ele quem? — Vejo você mais tarde, Willa. — Ele disse por cima do ombro. — Fique longe de problemas e longe dos meus homens. Eu olhei para ele. — Idiota.
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— Ouvi isso. — Ele riu, mas eu mostrei o dedo para suas costas.
Spider Eu odiava viagens como esta. Nós não estávamos fazendo nada. Não estávamos vendendo nada. Apenas sentados por ali, procurando provas. Trabalhando em uma questão interna dentro de outro MC. Ficariamos aqui, até que fosse considerado oficialmente terminado, e quem sabia quanto tempo essa merda poderia durar. Os Red Dragons tinham um traidor e era nosso trabalho farejá-lo, e entao cuidar do problema. Só tinha feito isso apenas uma vez antes, e claro, Bash tinha estado comigo nesse momento. Levou três semanas e tínhamos apanhado três membros desse MC. Embora Hawk tivesse estado conosco. Não Raider. Eu não era fã de Raider. Não que eu não o respeitasse. Eu respeitava. Respeitava todo mundo no meu clube, eles eram a minha família, especialmente os irmãos Hannigan. Raider… ele só não tinha bolas para algo como isso, em minha opinião. Sério, você precisava ser implacável quando se tratava desse tipo de coisas e na família Hannigan eu colocaria Raider no fim da lista quando se tratava de ser implacável. Jet estava no topo da lista, seguido por Hawk, Colt e depois Raider. E se você realmente queria a minha opinião, eu colocaria Raven lá entre Jet e Hawk. Mesmo com dezesseis anos a mulher era implacável quando se travava de certas coisas, e sim ela era sexy no meu ponto de vista.
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Quando Raider me disse que eu não podia nem olhar para Willa Blackstone, mas ele estava farejando a filha do presidente dos Red Dragons? Sim, isso não me tornou mais fã dele. Não… Porra? Com quem eu estava brincando? Eu adorava o idiota como um irmão, até que ele bancou o superior e me mandou ficar longe de Willa, porque Duke Blackstone tinha mandado, em seguida começou a colar-se nela feito cola. Ele tinha sorte que eu não queria enfrentar a surra de Bash ou eu já teria ensinado uma lição ao retardado. Fazia cinco dias desde que Willa tinha chegado e eu tinha me afastado para manter distância dela. Mas minha decisão estava desaparecendo rapidamente e eu iria ceder. Especialmente quando ela olhava para mim através daqueles deliciosos cílios longos com olhos cinzentos de tempestade. Ela tentou chamar a minha atenção inúmeras vezes, e eu a tinha ignorado sem rodeios, magoando-a. Não gostava de olhar para seu rosto quando ela estava sofrendo. Aquele olhar tinha estado no seu rosto esta manhã, quando eu havia passado por ela enquanto ela tentava falar comigo. Tinha ficado destruída e desde então meu humor estava escuro quando estacionamos nossas motos no complexo dos Red Dragons. Nós não estávamos nem perto de encontrar os traidores do que tínhamos estado quando chegamos. Ninguém sabia por que estávamos aqui, com exceção de Duke, e já que alguns do MC conheciam Bash, eles também sabiam qual era o seu trabalho no Angel’s Halo. Executores só apareciam quando a merda estava prestes a bater no ventilador, então todos se calaram. Bash era o executor mais temido da Costa Ocidental, ninguém queria ter que enfrenta-lo para sofrer uma punição. Eles não precisavam se preocupar. Bash e eu não estávamos aqui para bater em ninguem, a menos que alguem stivesse vendendo informações. Estávamos aqui para cuidar da situação. Acabar de uma vez por todas. Isso não exigia deixar o traidor quebrado e ensanguentado. Apenas morto. Punhos
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não estariam envolvidos. Ao meu lado, Bash estava saindo de sua motocicleta. Raider já estava a meio do caminho do prédio. Eu deveria estar também. O calor era abrasador em Nevada e eu estava ansioso por entrar. Mas quando comecei a sair da moto, algo do canto do meu olho me chamou a atenção. Vinrando a cabeça, vi Willa correndo pela rua lateral. Vestida com um top rosa e shorts de corrida brancos que mal cobriam a bunda perfeitamente redonda dela, ela teria feito um homem morto se sentar e prestar atenção. Seu longo cabelo escuro estava puxado para trás em um rabo de cavalo apertado que balançava a cada passo que ela dava. Sua camisa estava coberta de suor e eu me perguntei quanto tempo ela tinha estado aqui fora. Com este calor? Ela teria uma insolação se nao se cuidasse. Raider desapareceu na sede, mas Bash percebendo a minha hesitação, seguiu o meu olhar. Balançando a cabeça escura, ele se virou para olhar para mim. — Ela poderia fazer você ser morto, cara. Não era um aviso, apenas uma declaração. Nós dois conheciamos as regras. Se o presidente de um MC dizia para tirar as mãos, isso significava mesmo tirar as mãos. Ou enfrentar as consequências. Bash estava lutando com essa regra, tanto como eu estava agora. Uma semana antes, nós tínhamos chegado de outra viagem, e Raven tinha dito a Bash que ela queria ser dele. O que tinha parado Bash não foram as regras, mas a idade de Raven. De maneira nenhuma Bash faria isso com ela.3 Mesmo que estivesse matando-o. Ele estava transando com tudo ao seu alcance que ele entendia como mulher para tirá-la fora de seu sistema e nada estava funcionando. Nem mesmo um dia inteiro de sexo depravado e doente com Tasha Blackstone.
3
O termo usado é jailbail, que significa ter relações sexuais com uma mulher jovem e menor de idade. Mesmo consentidas, legalmente é considerado estrupo.
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Quando eu não disse nada, meu amigo apenas suspirou. — Eu cubro você, irmão. — ele assegurou antes de caminhar para o complexo sem olhar para trás. Esperei até que a porta se fechasse atrás de Bash antes de descer a rua lateral onde tinha visto Willa virar. O calor estava batendo em mim e minha camisa estava colada em minha pele sobre o meu colete. Se eu estava tão quente e desconfortável, como é que ela deve estar se sentindo? No fim da rua encontrei Willa parada, inclinando-se e respirando profundamente. Ela usava fones de ouvido e assim que eu bati em seu ombro, ela pulou assustada. Seus olhos cinzentos estavam desconfiados quando ela olhou para cima. — Hey. — Está fazendo 40º aqui fora, Willa. Você não acha que devia esperar até o sol se pôr? — Seu rosto estava vermelho, suor saindo dela. Eu queria lamber tudo. — Você pode ter uma insolação ou algo assim por aqui. O que aconteceu com o protetor solar? Você está queimando. — Eu apertei a sua mão gentilmente para que pudesse inspecionar melhor os braços vermelhos. Ela estava queimando, o que só me irritou. Sua pele era perfeita, de porcelana. Ela puxou o braço livre. — Era sair para correr ou matar minha própria irmã. Eu iria ter que aguentar o calor em uma cela de prisão. Fiz uma careta com a menção de Tasha. Não era segredo que Tasha não fazia mais nada a não ser provocar Willa. Insultando-a a cada chance que ela tinha. Era infantil e Willa se mostrava a mais madura das duas irmãs, ignorando Tasha. Na maior parte das vezes. Tasha conseguia ter a paciência de um santo e nenhum mero mortal conseguiria segurar para sempre. Willa acabaria por perder o controle, e ninguém iria culpa-la. Isso era exatamente o que Tasha queria, fazer Willa desferir o primeiro golpe. E então, todo o inferno se soltaria. Tasha era um pedaço de trabalho desagradável. Ela jogava sujo, fodia sujo e lutava sujo. Eu mesmo acabaria em uma cela se Tasha magoasse Willa.
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— Venha para o meu quarto, então. — Eu me encontrei oferecendo. — Tasha não irá incomodá-la lá. Ela arregalou os olhos com a boca aberta. Eu a tinha surpreendido bastante. — Você esta se sentindo bem? Esta manhã, você nem sequer falou comigo. Agora você esta se oferecendo para passar seu tempo comigo? De livre e espontanea vontade ou o meu pai lhe pediu para fazer isso? Bufei. — Baby, seu pai iria me matar se descobrisse que eu quero você no meu quarto. — Então porque a mudança? — ela perguntou, erguendo a sobrancelha quando virou a cabeça para olhar para mim. Empurrei as minhas mãos nos bolsos das minhas calças jeans e dei de ombros. — Podemos falar sobre isso mais tarde. Então, você quer ir ou não? Tenho alguns DVDs no meu quarto. Alguns dos meus filmes favoritos. Podíamos assistir alguns. Ela ficou pensando por um longo tempo e eu comecei a pensar no que falar para ela, quando ela finalmente acenou com a cabeça. — Eu preciso tomar um banho primeiro. Deixe a sua porta encostada e eu vou lá quando eu terminar. — Não deixe que ninguém te veja, supostamente eu nao posso olhar para voce, Willa… Olhos cinzentos de tempestade se estreitaram. — Então é por isso? Meu pai não quer você perto de mim? — Solto um suspiro frustrado e concordo. Seu rosto relaxa e ela sorri. — Ok, então. Este é o nosso segredo. Eu era um homem morto.
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Capitulo Três Spider Eu precisava urgentemente de um banho. Desde que tinha vindo de Vegas, parecia que eu estava tomando um banho a cada vez que eu saia para o calor. Levei meu tempo, garantindo de que não iria me envergonhar por estar a sós com Willa durante um longo período de tempo. Era o seu rosto que eu via quando fechava os olhos e me acariciava. Cerrei a mandibula para tentar conter o gemido que estava rasgando minha garganta. Deixei a porta aberta, pensando que teria mais tempo para me vestir antes que ela chegasse. Então, quando sai do banheiro com apenas uma toalha em volta da minha cintura, fiquei surpreso ao vê-la sentada na beira da minha cama, com a minha coleção de filmes favoritos espalhados ao seu redor. — Hey, esse é o meu favorito! — Ela levantou a cabeça com o DVD de “Santos Justiceiros” em sua mão. Quando seus olhos cinzentos viram o meu peito nu e úmido, ela corou num lindo tom de rosa, mas não desviou o olhar. Não pareceu incomoda-la eu ter acabado de sair do chuveiro. Meu corpo tinha ficado duro assim que eu a vi. A toalha ao meu redor subiu, deixando-a ver o quão afetado eu estava por sua proximidade. Mas se eu estava esperando que ela ficasse constrangida pela minha reação
a
ela, eu estava
completamente errado e isso só fez o meu corpo ficar mais duro com a necessidade por ela.
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Quando o seu olhar deslizou por mim, me acariciando com aqueles olhos de nuvem de tempestade, eu reagi como se ela tivesse fisicamente me tocando. Minha respiração ficou pesada enquanto eu ficava lá, deixando-a olhar para o conteúdo do seu coração. Quase gemi em voz alta quando a sua língua escapou de sua boca que parecia picada por uma abelha de tão carnuda e lambeu o lábio inferior enquanto seus olhos bebiam da visão brilhante de água do meu abdómen. Quando ela viu a toalha e percebeu o quão afetado eu estava, ela deu um pequeno gemido e finalmente desviou o olhar. — Desculpe. — ela murmurou. — Eu não sabia… Desculpe. Rindo, porque eu só podia rir ou chorar, alcancei a camiseta que tinha deixado na minha cama e a vesti com o meu peito ainda úmido. Imaginando que ela já tinha visto tudo de mim de qualquer maneira, deixo cair a toalha e visto uns boxers e uma calça jeans limpa. Ouço a parada na sua respiração, mas não olho para ela, até que tenho abotoado e fechado o jeans. — Então você é fã de Norman Reedus? — Mais uma fã de Sean Patrick Flanery. Me sento na beira da cama ao lado dela, tentando manter algum espaço entre nos, eu não era tão forte como eu estava tentando dizer a mim mesmo que era. Bastaria tocar no seu joelho para ficar em cima dela. Não importava se ela tinha apenas dezessete ou que ela era filha de Duke Blackstone. Toda essa regra de não tocar? Foda-se essa merda. — Quer assistir? — perguntei, tirando o DVD dela. — Willa assentiu. — Yeah. Se você não se importar. — Levantei e fui até a tela plana e o leitor de DVD. Depois de colocar o filme, fui fazer um pouco de pipoca no pequeno microondas que estava no canto do meu quarto. Não era muito diferente do meu apartamento em Creswell Springs, então eu me senti em casa.
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Willa não parecia ter problemas por estar no meu quarto. Ela se apressou a ir se deitar contra os travesseiros, aconchegando-se debaixo do cobertor que eu levava para todos os lugares comigo. Bash gozava de mim pelo cobertor, mas eu não dava a mínima. Eu não conseguia dormir sem essa coisa. Entreguei-lhe o saco de pipocas e uma lata de Pepsi que um dos membros mantinha estocado na pequena geladeira. Logo que ela parecia estar confortável, desliguei as luzes e verifiquei se a porta estava trancada e subi na cama com ela. Foi uma coisa boa que eu já tinha visto o filme uma centena de vezes antes, porque a minha atenção estava toda nela ao meu lado. Cada vez que eu respirava, eu sentia seu aroma limpo e ligeiramente floral. Cada exalação me deixava excitado e jeans não eram amigos de um pau duro. — Tem algum chocolate? — Perguntou Willa no meio do filme. Abri a gaveta do criado-mudo e tirei um saco de mini Snickers. Meu único vício. Ela fez um som feliz e surpreendido com o meu esconderijo. Rindo, eu roubei alguns e os coloquei na minha boca. Sério, a melhor invenção conhecida pelo homem. O filme terminou e Willa já tinha outro pronto para ser colocado. Blade II. Sim, eu era um grande fã de Norman Reedus. Tinha o Santos Justiceiros, assim como o Mensageiros II, Red Canyon, Um Crime, e The Beatnicks. Eu não viajava sem aqueles filmes. A cinco minutos do começo do filme, Bash bateu o punho na minha porta trancada. — Ei, cara. Jantar. Olhei para Willa. — Está com fome? — Nem um pouco. Você me encheu com pipocas e chocolate. — Ela bocejou, aconchegando-se melhor em meus travesseiros. — Mas você pode ir.
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De jeito nenhum eu perderia um segundo dela na minha cama. — Não estou com fome. — eu gritei para Bash através da porta. — Spider… Nós temos que sair por volta da meia-noite. — ele me lembrou, então eu o ouvi ir embora. — Você está indo embora? — Ela se sentou, não mais demonstrando sono. Dei de ombros. — Nós temos que cuidar de algumas coisas. — De forma alguma eu iria contar a ela o que fariamos esta noite. Não seria bonito e eu não queria que ela se assustasse comigo. Tirar informações de caras na base da surra não era uma visão bonita. Tortura-los era ainda pior. Era um trabalho sujo, mas era o unico jeito de conseguir a verdade. — Ainda são seis horas. Nós ainda podemos assistir a outro filme quando este acabar. Se voce quiser. — Ela relaxou. — Oh. Eu pensei que você estava indo embora. Indo para casa ou algo assim. — Não tão cedo, linda. — Estendi a mão e tirei o cabelo dela para trás de seu rosto. Ela ficar chateada com a ideia de eu ir embora tinha feito algo dentro de mim se torcer. O pensamento de ter que deixa-la quando esse trabalho terminar… Isso me assustou tanto que o meu estômago deu um nó com esse pensamento. Quando os meus dedos deslizaram sobre o seu rosto, percebi que tinha cometido um erro quase instantaneamente. Um toque inocente pequeno e o meu corpo ficou completamente vivo. Meu cérebro se desligou e uma cabeça diferente assumiu. Sua pele era tão suave. Perfeita. Os meus dedos deslizaram sobre a mandibula descendo sobre o seu pescoço. Me senti tremer e puxei-a para mim. Apenas um puxão e ela veio de vontade propria pelo resto do caminho. Sua perna esquerda se envolveu sobre as minhas, sua coxa roçando a minha braguilha, me fazendo ranger os meus dentes naquele prazer simples. Sua pele era macia e quente sobre o meu toque.
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Sua camisola de alças não oferecia muita proteção dos meus dedos que procuravam delinear seu corpo com as minhas mãos. Isto era perigoso. Eu teria uma morte horrível se seu pai descobrisse que ela estava no meu quarto. Porra, eu morreria um homem feliz… Minha consciência foi o que me fez parar. Mesmo quando eu estava deslizando os meus dedos por cima dos seus shorts, aquela voz estupida que sempre me dizia o que era certo e errado tinha começado a gritar comigo. Esta menina era especial. Ela merecia mais do que uma transa rápida antes de eu sair e possivelmente bater em alguém. Sua cabeça se inclinou para trás. Olhos de tempestate olharam para mim através de cílios grossos cheios de inocência e desejo. Eu sabia que estava louca para beijá-la. Porra, eu estava louco de vontade de beijá-la. Mas eu sabia que assim que a provasse estaria tudo acabado. Eu estaria me empurrando dentro dela nua e de costas em questão de minutos. — Qual sua idade, Spider? — ela murmurou, quando eu só fiquei olhando para ela como o homem faminto que eu era. — Vinte. — Esfreguei o meu nariz contra o dela. Foi uma caricia tao inocente mas fez algo torcer no meu peito. — Mas provavelmente ainda demasiado velho para o seu pai se sentir tranquilo. Suas mãos esfregavam sobre o meu peito, movendo, acariciando. Aprendendo a sensação de mim. Nunca tinham me tocado assim. Eu nunca tinha deixado. Para mim, quando eu deixava uma mulher me tocar era sobre sairmos e voltarmos aos negócios. Com Willa eu me estava me transformando em um bicho, porque eu realmente gostei disso. — Então meu pai o têm mantido longe de mim? Eu não entendo o motivo. Ele me alertou para não ficar perto de você. Que você era um encrenqueiro… mas você não me parecer ser um encrenqueiro.
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Puxei-a para mais perto, enfiando a cabeça dela debaixo do meu queixo para que ela não pudesse ler a minha cara. Eu tinha as minhas suspeitas do porque seu pai não a queria perto de mim, a ultima vez que eu tinha vindo para Vegas com Bash e alguns outros da Angel’s Halo, eu tinha acabado na cama de Tasha. Um dia era tudo o que precisou para parar com a vadia louca. Claro que tinha sido divertido de um jeito depravado. Tasha era selvagem e tinha um sério talento no quarto. Mas tinha sido apenas sexo. Na manhã seguinte ambos já estávamos aborrecidos um com o outro, e ela tinha se mudado para outro membro da Angel’s Halo, enquanto eu tinha passado o resto da nossa visita trabalhando. Isso tinha sido há dezoito meses. Duke provavelmente pensou que se Willa se envolvesse comigo, Tasha teria motivo para provocar problemas. Ela provavelmente faria, mas eu não deixaria estragar tudo o que havia entre mim e a menina deitada em meus braços. — Seu pai está apenas tentando tomar conta de seu bebê. — eu disse a ela depois de uma longa pausa. — Se eu tivesse uma filha parecida com você eu não iria querer que ela ficasse com um motoqueiro também. Eu gostaria que ela ficasse com algum médico ou algo assim. — Muito ruim para Duke. — Ela se afastou para olhar para mim. Willa estava sorrindo e suas bochechas estavam levemente rosadas. — A menos que de repente você obtenha uma licença médica, eu duvido que eu jamais vá querer um.
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Willa O tempo parecia correr. Antes de percebermos mais duas semanas se passaram, e tinham sido bem agitadas. Eu estava evitando a minha irmã na maior parte do tempo. Ela tentava me arrastar para discussões todas as vezes que estávamos na mesma sala por mais de dois minutos. Eram discussões infantis que a maioria das irmãs teriam quando tinham cinco anos. As poucas que não eram infantis só serviam para provar que Tasha era louca. A verdade? Era que eu tinha um pouco de medo dela, mas eu nunca admitiria em voz alta. Seria apenas para satisfazer Tasha e demonstrar isso a ela só faria que ela viesse me atormentar ainda mais. Felizmente para mim, alguém sempre estava por perto quando Tasha começava alguma discussão. O meu pai. Raider. Bash... Spider. Minha calcinha ficava úmida só do nome dele passar pela minha cabeça. Durante as duas últimas semanas, ele e eu tínhamos chegado a conhecer um ao outro muito bem. Eu sabia que ele tinha um vicio pelos filmes do Norman Reedus, Snickers e pelo perfume no meu pescoço. Eu sabia que ele preferia estar esboçando algum projeto novo para uma tatuagem do que quase qualquer outra coisa. Ele tinha um talento assassino e eu já havia pedido a ele para fazer a minha primeira tatuagem. Pele virgem. Menina virgem… Sim, eu queria que ele fosse o primeiro em ambas as experiencias. Algo que eu não tinha feito nenhum segredo para ele. Só que ele não estava pulando para me aliviar de nenhum dos meus estados virginais. Eu sabia que ele me queria. Sentia a sua ereção contra o meu estômago toda a noite enquanto ele me segurava em sua cama e assistíamos filmes e a primeira temporada de The Walking Dead. Quando os seus dedos tremiam
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enquanto ele acariciava o meu braço, eu sabia que ele estava lutando contra si mesmo para não me tocar em outros lugares. Quando ele se distraia das suas partes favoritas de um filme olhando para os meus lábios, eu percebia que ele estava lutando para não me beijar. Era tudo culpa do meu pai. Eu sabia que Spider não faria amor comigo a menos que uma das coisas acontecesse. A primeira, Duke recuar e dizer que estava tudo bem eu estar com Spider. A segunda e a mais propensa a acontecer, eu seduzir o motoqueiro gigante e lentamente matá-lo de desejo. Enquanto eu estava pensando nas maneiras de fazer exatamente isso, eu também estava me sentindo como se o tempo estivesse escorregando pelos meus dedos. Eu tinha ouvido Raider falar ontem à noite depois do jantar, que o trabalho estava terminando e eles estariam voltando para Creswell Springs. Meu coração tinha rachado um pouco ao ouvir isso. Quando Raider fosse embora, Bash e Spider tambem iriam. Bash, eu realmente não me importava se fosse. Ele era educado, mas ele me intimidava. Ele era tão alto quanto Spider, mas ele era mais largo de ombros e seus musculos pareciam flexionar com cada respiração que ele dava. Ele irradiava uma sensação de perigo quando entrava na sala. Seus olhos azuis eram sempre elétricos, como se uma tempestade de raios vivesse lá dentro. Além disso... Bem, eu o ouvi fazendo sexo com a minha irmã. Esse tipo de coisas me manteve afastado dele. Podia ser sexy como o pecado, mas quando eu olhava para ele tudo o que eu conseguia ver era ele com Tasha. Desagradável. Era Spider que me machucava fisicamente quando eu pensava nele indo embora. Eu queria que ele ficasse comigo. Eu queria que ele me levasse com ele. Talvez fosse porque era a primeira vez que eu me sentia assim sobre outro ser humano, mas eu me sentia como se eu fosse desmoronar só de pensar em não vê-lo todos os dias. Se eu não pudesse deitar com ele na cama depois do jantar e ouvir o seu coração batendo em meu ouvido, enquanto assistiamos Santos Justiceiros II.
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Hoje à noite eu estava esperando manter a sua atenção mais em mim do que em Norman Reedus. Tinha tomado banho e raspado tudo o que uma garota devia raspar, especialmente quando ela iria seduzir o homem por quem ela tinha se apaixonado. Minhas mãos tremiam com uma mistura de nervosismo e expectativa. Eu estava ansiosa pelas suas mãos no meu corpo, seus lábios nos meus. Ansiava por sentir o seu corpo quente e duro sob os meus dedos. Sequei o meu cabelo, penteando-o, em seguida, coloquei mais maquiagem do que normalmente teria colocado. Meus olhos pareciam enormes e selvagens, os lábios carnudos e beijáveis. A camisola da noite era branca transparente, destacando o fato de que tudo o que eu estava usando era uma calcinha branca de seda e nada mais. Meus seios estavam quase saindo para fora do decote, e a cor rosada dos meus mamilos, duros e latejantes apenas o pensamento de Spider me vendo assim, eram facilmente vistos através do material transparente. Quando estava convencida de que estava sexy, coloquei outra camisola de dormir mais volumosa e calças. Alguns Red Dragons estavam lá em baixo jogando sinuca. Fiquei nas sombras, como estava acostumada a fazer nas minhas caminhadas noturnas para o quarto do Spider. Sua porta estava aberta e entrei em seu quarto sem bater. O chuveiro estava ligado e eu rapidamente me livrei da minha camisola e calça, mas enquanto eu estava ali no meio do seu quarto vestida com a minha camisola, meus nervos assumiram. E se ele só queria ser meu amigo e nada mais? E se eu tinha lido mal os sinais e ele realmente não me queria afinal de contas? E se ele me mandasse de volta para o meu quarto e nunca mais falasse comigo? E se… A porta do banheiro se abriu de repente todos os “e se” dos cenários desapareceram da minha mente como se o meu cérebro se desligasse. Meus olhos começaram em seus pés, enormes e masculinos, e viajaram para o norte, sem pedir permissão da minha cabeça. Suas pernas longas e musculosas
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estavam molhadas do banho. Lambi os meus lábios como se toda a umidade deixasse a minha boca e viajasse para aquele lugar secreto e dolorido entre as minhas pernas, fazendo com que a minha calcinha de seda ficasse desconfortavelmente úmida. Quem diria que panturrilhas seriam tao sexys? Quando o meu olhar viajou lentamente para cima, fui incapaz de conter o suspiro que escapou dos meus lábios quando descobri o seu muito grande e muito bonito pau pendurando livre e duro. Não era a primeira vez que eu o tinha visto e tinha sido incapaz de olhar para aquele pedaço perfeito de masculinidade na noite em que tinha vindo aqui pela primeira vez. Mas agora era incapaz de desviar o olhar em constrangimento. Olhei avidamente, apreciando as veias salientes que pareciam pulsar com cada batida do seu coração. Era rosa como se ruborizasse com o calor que estava começando a me consumir. Mordi o lábio para não gemer e finalmente forcei os meus olhos a subirem. Água rastejava pelos seus abdominais esculpidos e eu tive o desejo repentino de saborear aquelas gotas de água. A tatuagem em seu braço esquerdo, a imagem igual a que estava na parte de trás do seu colete, me chamou a atenção como sempre, e a minha vontade de ter uma aumentou enquanto eu pensava em quão dolorosamente eufórico seria a sensação de ter Spider marcando a minha pele. Subindo, meu olhar foi até a tatuagem da aranha em seu pescoço. Isso foi quando notei a mudança e dei um passo para trás, surpreendida. Ele raspou a cabeça. Todo o seu cabelo encaracolado tinha ido embora e eu estava presa entre o sentimento de perda sobre o quanto eu tinha amado aquele cabelo e sobre como eu achava sexy o seu couro cabeludo raspado. Finalmente meus olhos encontraram o seu olhar preto. Ou, pelo menos, tentaram. Seus olhos estavam por toda a parte, me comendo viva enquanto ele me olhava da cabeça aos pés em uma analise silenciosa. A boca de Spider estava aberta e ele estava respirando rápido e com dificuldade, dando um passo hesitante em minha direção.
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— Você esta tentando me matar, não é? Tentando me levar ao extremo até que eu entre em combustão espontânea de desejo por você. Um pequeno sorriso nervoso apareceu nos meus lábios. — Só seguindo o seu exemplo. Estive queimando por dias. Ele sufocou um gemido e passou a mão sobre a cabeça nua. Meus dedos formigavam para fazer o mesmo, para traçar sobre as veias… para lambê-las. Uau. Eu precisava me acalmar ou eu estaria atacando-o e começando a lamber o seu couro cabeludo. Então, ele provavelmente acharia que eu era uma aberração e me mandaria de volta para o meu quarto.
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Capitulo Quatro Spider Eu estava sonhando. Deve ser isso. Na vida real não acontecia nada tao incrível e verdadeiro. Se eu estava sonhando, então significava que eu poderia fazer o que estava ansioso por fazer praticamente no momento em que coloquei os olhos na bela mulher que estava na minha frente agora mesmo. Meus olhos não pareciam querer deixar seu corpo, deslizando sobre ela da cabeça aos pés desde sua camisola virginal transparente. Mas tinham sido os seus seios perfeitos que me fizeram olhar de novo e de novo. Aqueles mamilos rosados e escuros pareciam maduros e perfeitos para a minha boca. Eu me perguntava como seria prová-los. Tal como os frutos silvestres que eu cheirava em sua pele ao longo do tempo? Ou será que ela tinha o seu próprio gosto? Seria viciante? Será que iria sobreviver a abstinência se eu ficasse viciado? Meu coração batia forte, meus pulmões doíam de quão rápido eu estava respirando. Meu pau pulsava ao ritmo do meu pulso e a ponta estava úmida como prova do quanto eu queria a mulher diante de mim. Eu tentei ser forte. Tentei manter as minhas mãos, os lábios... A língua, de fora dela. Mas se era realmente era um sonho ou não, eu não seria capaz de permanecer forte por mais um segundo. Murmurando uma maldição sob a minha respiração, cheguei até ela, e levantei-a nos meus braços. Suas pernas se enrolaram na minha cintura depois de um pouco de hesitação e os seus braços agarraram os meus ombros enquanto eu enterrei o meu rosto em seu peito. Ela cheirava a algo limpo, fresco e doce.
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Não como aquela ovelha que tinha estado no bar hoje à noite quando eu e o Bash tínhamos saído para farejar o traidor. Sua pele estava quente sob os meus lábios enquanto eu beijava através da sua clavícula e para baixo entre os seus seios. Não como a carne fria que eu tinha carregado por cima do ombro enquanto Bash me ajudava a enterrar o corpo que tínhamos torturado por duas horas antes de conseguirmos as informações de que precisávamos. Estremeci de repulsa de mim mesmo. Como eu poderia ter enterrado um homem há apenas uma hora atrás e ter esse anjo em meus braços agora? Sim, isso tinha que ser um sonho. Um que eu necessitava desesperadamente. Dedos trêmulos traçavam sobre o meu couro cabeludo e eu gemi com a sensação fodidamente boa do seu toque. Eu tinha ficado com sangue no meu cabelo hoje à noite e não tinha conseguido tirá-lo mesmo depois de tomar banho duas vezes. Então eu peguei minha máquina e comecei a raspar. Mesmo assim, eu senti como se tivesse sangue daquele filho da puta em mim e raspei-o antes de esfregar minha cabeça até que a minha pele doesse. Não tinha deixado de perceber como este trabalho estava me deixando louco, e era tudo por causa de Willa. Toda a noite eu me sentia mais e mais indigno dela. Com cada batida que eu ajudava Bash a dar, com cada morte que tínhamos que fazer, eu sentia que as minhas hipóteses de estar com ela escorriam pelos meus dedos. Eu era um assassino. Um monstro. Como ela poderia me querer? Seus lábios úmidos e quentes roçaram em meu ouvido e todos os pensamentos de como eu era indigno desapareceram, quando a minha necessidade por ela acendeu num inferno dentro de minha alma. — Eu quero você, James. — ela sussurrou. O uso do meu nome verdadeiro me fez estremecer e eu apertei o meu abraço nela. Ninguém mais me chamava de James. Nem mesmo a minha própria mãe. Nos lábios de Willa não havia nada que soasse mais doce. — Faça amor comigo. Com um grunhido cheio com toda a minha necessidade reprimida, cai na cama atrás de mim com ela ainda em meus braços. Ela montou no meu colo,
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a calcinha úmida esfregando contra o meu pau duro como aço. Ela fez um som choramingando no contato íntimo, os dentes afundando em meu pescoço com força. Segurando a sua bunda apertada, abrindo ainda mais suas coxas, puxei as suas costas contra mim. Os seios dela colando-se em meu peito, seus longos cabelos acariciando a minha pele superaquecida. Seus gemidos encheram o meu quarto e por um momento fugaz eu me perguntei se a porta estava trancada. Mas então as unhas raspando em meu couro cabeludo fizeram todos os meus pensamentos se perderem, exceto pelo quanto eu a queria. Peguei a beira da sua camisola e rasguei até o material cair, deixando-a em apenas com uma calcinha branca que me fazia lembrar do quão inocente minha menina era. Ofegante, procurei por seu monte úmido através de sua calcinha. Tão quente, tão molhada. Mais dois rasgões e ela estava completamente nua em meus braços. Agarrando os seus braços eu a puxei para trás até que conseguia ver tudo dela. Merda. Oh, merda. Eu nunca tinha posto os olhos em um par mais perfeito de seios. Grandes o suficiente para encher as minhas grandes mãos, com mamilos apertados de cor e tamanho de cerejas. Coloquei um em minha boca, chupando até que ela gritasse com prazer. Ela tinha gosto de mel, doce e pecaminoso. Liberando o mamilo, me virei e levei o outro mamilo profundamente em minha boca, querendo dar-lhe a mesma atenção. Minhas mãos não podiam ficar paradas. Minha mão esquerda torturava seu mamilo livre, beliscando e puxando enquanto ela jogava a cabeça para trás. Suas mãos seguravam a minha cabeça, me mantendo firmemente contra ela enquanto eu chupava ainda mais forte. Minha mão direita se arrastou para baixo, espalhando os lábios da sua boceta e descobrindo o cerne endurecido de desejo em seu clitóris. Ela empurrou no primeiro toque do meu polegar sobre a sua carne inchada. — James… — Ela chorou o meu nome quando um jorro de seu desejo líquido inundou os meus dedos. Porra, ela cheirava bem. Afastando-se do seu
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peito, eu chupava sua essência dos meus dedos encharcados, gemendo quando o gosto dela estourou na minha língua. Não havia nada mais doce do que o gosto da sua buceta. Willa pegou a minha mão e puxou-a para longe dos meus lábios. Seus olhos cinzas tinham escurecido para cinzento metal com o desejo. — Me beije. — ela ordenou. — Eu tenho ficado louca querendo saber a sensação de como será beijar você. Eu tenho evitado os seus lábios a todo o custo. Eu ainda não estava completamente certo se isto era um sonho induzido por toda a necessidade reprimida que eu tinha por Willa ou se era real. Era tão bom senti-la assim, e o calor escaldante da sua buceta na cabeça do meu pau, me dizia que era real. Mas eu ainda era cético. Meu cérebro era conhecido por jogar piadas cruéis sobre mim. Se eu a beijasse, algo que eu tinha feito com poucas mulheres, mesmo que eu tenha fodida mais do que a minha cota permitia, eu gostaria de saber se era real ou apenas um sonho muito quente. Quando ela viu a hesitação em meus olhos, um pouco do desejo dela desapareceu. — Não… — Ela mordeu o lábio inferior cheio, que ela queria que eu beijasse e desviou o olhar. — Você não me quer beijar, James? Agarrei seus cabelos com as duas mãos, apertando até que sua cabeça foi puxada para trás e eu forcei-a a olhar os meus olhos. — Porque você está me chamando de James? — Exigi calmamente. Rosa encheu as suas bochechas, espalhando-se pelo pescoço e peito. Assim. Droga. Sexy. Meu pau saltou em reação ao quanto eu gostava dela corando, deslizando através das suas dobras molhadas. Nós dois sibilamos com o contato, mas eu não deixei o meu pau entrar ainda mais. — Willa? — Insisti com necessidade de saber a resposta. — Eu vou parar se você quiser…
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Balancei a minha cabeça. — Eu não disse que não gostava, Willa. Só quero saber o porquê. — Porque eu não posso fazer amor com você e te chamar Spider. Não parece certo para mim. Eu amo o seu verdadeiro nome. — Willa suspirou. — Esta tudo bem, Spider. Não vou chamá-lo de James de novo... E… e você não tem que me beijar se não quiser. Xingando baixinho, puxei-a para perto. O calor da sua boca estava quase tão quente como sua buceta. Parecia que iria empolar os meus lábios. O aroma de menta do creme dental e seu doce néctar encheu o meu nariz bem antes de eu devorar sua boca. Suas unhas enterravam-se em meus tríceps enquanto ela me segurava. Eu suspeitava que Willa era virgem desde o primeiro dia, pela forma como ela corava a maioria dos dias em que me via sem camisa, mas ela não era nenhuma novata quando se tratava de beijar. O ciúme tomou conta de mim como um banho de ácido. Eu queria matar cada filho da puta que já tinha tido os lábios da minha mulher. O beijo tornou-se mais agressivo quando o meu sangue fervia com uma mistura de necessidade e raiva. Merda, eu nunca tinha tido ciúmes por toda a minha vida. Willa gemeu e se afastou apenas o suficiente para respirar fundo algumas vezes. — Você está com raiva de mim? — Seus lábios estavam inchados, talvez até machucados. Eu não estava arrependido. Era a prova de que ela era minha. — Quantos caras você já beijou? — Eu exigi, minha voz dura com a mistura de emoções correndo por mim, deixando meu tom quase áspero. — Dois. — ela respondeu sem vacilar. Subindo seu queixo, não recuando de mim. Naqueles olhos, os olhos de tempestade de nuvens cinzentas que de repente eu percebi que amava, eu vi a diversão. Ela pensava que era engraçado eu estar com ciúmes? — Você nunca mais falará com eles de novo. — Eu era um bárbaro.
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— Homem das cavernas. — Ela riu quando eu apenas continuava a olhar para ela. — Eu não tenho falado com nenhum dos caras desde a noite em que os beijei. O único cara que eu quero perto dos meus lábios agora é você. — Ela baixou a cabeça e suavemente rouçou os lábios sobre os meus. — Agora me beije direito ou não me beijo de jeito nenhum. Não tinha como deixar de beijá-la agora. Havia algo na sua boca quando eu a provei, alguma droga, que tinha invadido o meu corpo e estava me torcendo por dentro. Um beijo e eu era um caso perdido. Não havia mais qualquer dúvida sobre se isto era um sonho ou a realidade. A realidade era muito melhor. Mais doce. Mais quente. Ela tinha me consumido com seu beijo, me fazendo perder o controle dos meus pensamentos. Virei-a de costas, nossas pernas metade dentro e metade fora da cama. Suas coxas se abriram e meu pau, como se ele soubesse que pertencia lá, se empurrou para sua abertura. Seu gemido me balançou para frente até que a cabeça estava completamente dentro. Assim. Apertado. Meus olhos quase revirarem para trás pelo jeito como ela era apertada. Espremendo a ponta do meu pau como um vício sedoso e molhado. Rangendo os dentes para não gritar em êxtase, olhei para ela para ver se ela estava bem. Eu não estava perto de violar a sua virgindade ainda, mas isso não queria dizer que não poderia estar machucando-a. Não havia nenhum sinal de dor em seu rosto quando ela sorriu para mim. Por um segundo eu fiquei mudo pela beleza da mulher deitada debaixo de mim. Tudo isso era demais, o cabelo escuro brilhante espalhado sobre os lençóis. Seus seios se elevando e sacudindo com cada respiração ofegante que ela dava. Seus olhos cinzentos estavam mais uma vez com desejo reprimido depositado em suas profundezas. Seus lábios inchados com meus beijos. Minha.
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— Você é tão bom, Spider. — Ela arqueou os quadris um pouco mais e eu empurrei apenas um pouco mais. — James. — eu corrigi, me empurrando dentro dela profundamente. Eu vi o flash de dor em seu rosto. Seus lábios franziram, sua testa enrugou, e seus olhos se encheram de lagrimas instantaneamente. Seu queixo começou a tremer e eu me perdi. Não conseguia lidar com a visão dela prestes a chorar. Ela era tão pequena e eu não era um homem mediano no que se referia ao tamanho do meu equipamento. Abaixando a minha cabeça, eu coloquei os meus olhos sobre os seus olhos úmidos, sussurrando a ela o quanto eu sentia por machuca-la. Eu deveria tê-la preparado melhor. Deveria ter feito um milhão de coisas diferentes. Nunca tinha estado com uma virgem até agora. Isto era tão novo para mim como era para ela. Willa não falou e eu tentei não me mover até que ela conseguisse me aguentar sem dor. Para distrai-la, e a mim, eu deixei as minhas mãos percorrerem seu corpo, enquanto eu continuava a beijar seu rosto. — Não me odeie. Ela engasgou quando eu cobri os seus seios fartos com as minhas mãos, seus mamilos endurecidos rasparam sobe as palmas das minhas mãos. — Não é sua culpa. — ela murmurou. — Eu era virgem. Eu sabia que ia doer. Traçando beijos suaves, mordendo o seu pescoço, senti-a relaxar em volta do meu pau ainda enterrado com as bolas profundas em seu interior. Levou toda a força que eu tinha para não me mover, para não começar a empurrar o meu caminho para o céu. Beijei-a através da sua clavícula para o seu peito esquerdo. Provocando seu mamilo com a língua, fui recompensado com as paredes da sua buceta apertando em minha volta. Sugando profundamente em minha boca, ela gemeu e as suas longas unhas rasparam minhas costas, arranhando a pele. — Me toque…
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O comando hesitante me fez sorrir contra a sua carne. Puxando para trás, eu empurrei a minha mão entre nós, colocando o meu polegar sobre seu clitóris. O tremor das suas paredes internas fizeram as minhas bolas se apertarem. Merda. Eu não duraria muito tempo se ela continuasse assim. — J-J-James-s-s... — ela chorou. Eu enterrei o meu rosto em seu peito, beijando e mordiscando enquanto eu continuava a esfregar seu clitores em círculos apertados. Eu não me movi, nem sequer tentei. Não precisava. A forma como a sua buceta se apertava e contraia ao meu redor estava me fazendo chegar ao orgasmo mais rápido do que qualquer outra coisa que eu já tinha feito antes. Willa traçou as suas unhas sobre a minha cabeça careca, me fazendo rosnar com prazer. Se eu soubesse que era tao bom ter as mãos de uma mulher na minha cabeça nua, eu teria raspado há muito. — É certo... Eu me sentir tão bem... depois de sentir tanta dor...? — ela perguntou, ofegante enquanto eu aumentava a sucção no mamilo dela. — Porra! Isso é bom. Mal compreendi a sua pergunta, mas não poderia ter respondido mesmo que tivesse compreendido. Honestamente, eu não conseguia me lembrar do sexo me fazendo me sentir tão bem. Tinha sido só sobre o prazer que vinha com o sexo, e não sobre a forma como ele me fazia sentir durante o ato. No passado era sobre extravasar para não bater na cabeça de alguém, então este era realmente um território novo para mim. Eu não estava correndo para sair, em vez disso queria garantir que ela estava se sentindo tão bem quanto eu. Seu corpo começou a ficar tenso e eu sabia que ela esta perto. Ergui a cabeça e selei os nossos lábios para abafar o grito que eu conseguia sentir que estava se construindo dentro dela. Seu corpo inteiro se apertou e foi como ter um aperto de luva de veludo no meu pau e não soltasse. Balancei para trás, longe do calor e da aderência quase dolorosa da sua buceta apenas para bater de novo, e de novo, enquanto os meus dedos continuavam a esfregar o seu clitóris, trabalhando o seu orgasmo para fora. Mais duas estocadas dentro
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desse paraíso apertado e empurrei o meu próprio grito pelo meu orgasmo em sua boca.
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Capítulo Cinco Willa — Você tem certeza disso? Uma vez que eu começo, eu não posso parar. Eu sorrio, escondendo meu nervosismo enquanto deito na cama de Spider. Ele tinha todo o seu material de tatuagem exposto e pronto para começar a tatuagem que eu finalmente tinha conseguido fazê-lo desenhar em mim. O estêncil já estava em toda a minha caixa torácica esquerda e apenas esperando ele trabalhar em sua magia. — Não volte atrás agora, James. — Eu provoquei, vendo a indecisão em seus olhos negros. — Quanto mais cedo você começar, mais cedo isso vai acabar e nós podemos fazer amor. — Eu não quero te machucar, Willa. O local em que você quer essa tatuagem vai doer muito. Me deixe fazê-la em suas costas. Revirei os olhos para ele e virei para que eu pudesse ver The Beatnicks passando no DVD. — Eu quero aqui. Não se preocupe com a dor. Eu tenho um alto limite para ela. Depois de um minuto inteiro ocupado com sua luta interior, o que só me fez sentir todos os tipos de derretida por dentro pela maneira com que ele estava preocupado, ele finalmente ligou a pistola de tatuagem e começou a trabalhar na árvore da vida que eu tinha o visto criar para mim ao longo dos últimos dias. Ela seria em tons de preto, cinza, e um pouco de marrom terroso. Na primeira picada da agulha eu fiz uma careta, mas apertei meu queixo e forcei meus olhos a se manterem focados na tela plana pendurada na parede. Pelas próximas três horas ele trabalhou como se estivesse em algum tipo de transe, completamente focado na tarefa com a mão, ao invés de em quem ele
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estava tatuando. Sua mão era firme e trabalhava com habilidade e talento óbvio. Meu corpo estava dividido entre a picada da dor e a combustão de suas mãos em mim. Eu o queria tanto, tão obsessivamente. A sala estava cheia de nossa tensão sexual porque eu podia sentir a mesma necessidade que era intensa dentro de mim saindo dele também. A forma como ele continuou esgueirando pequenos olhares para mim sob os longos cílios. A batida irregular do pulso na base de sua garganta. Mas ele manteve a sua atenção sobre o que estava fazendo e eu tentei bloquear a minha dor e necessidade. Tentei não fazer nenhum som, mas quando ele chegou a um ponto particularmente sensível sob o meu peito esquerdo eu não pude segurar o pequeno gemido. Ele não mostrou sinais de ouvi-lo, exceto por fazer uma pausa longa o suficiente para me dar um momento para respirar fundo enquanto ele acrescentava mais tinta. Quando ele acabou, eu estava com muita dor. Ele tinha razão. As costelas não eram motivo de riso quando se tratava de tatuagens e eu estava começando a senti-la queimando. Muito. Ele me limpou e colocou um pouco de pomada sobre a tatuagem. — Dê uma olhada antes de eu colocar o curativo nela. Não deixe que nada esfregue diretamente contra ela por alguns dias. Tente não fazer qualquer corrida porque o suor não vai parecer tão bom contra a pele recém-pintada. — Ele já estava limpando sua bagunça, sem olhar para mim. Eu saí lentamente da cama e entrei em seu banheiro para dar uma olhada no espelho. Engoli em seco quando vi o quão bonito ele tinha deixado o meu corpo. Com um dedo levemente trêmulo eu segui a imagem no espelho. Eu amei a tatuagem, a forma com que os ramos se espalhavam como uma flor que floresce no sol, me envolvendo como um abraço. — Então? — Sua voz rouca perguntou atrás de mim e eu virei para colocar meus braços em volta de seu pescoço. Foi quando o senti tremendo.
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— O que há de errado? — Eu perguntei preocupada quando sua mandíbula permaneceu firmemente cerrada. Eu coloquei seu rosto em minhas mãos. — Fale comigo, James. — Eu não gosto de machucar você. — ele rosnou e escondeu o rosto no meu peito. Mordi o lábio. — Você não me machucou. Eu estou bem. — Quando ele não disse nada eu tentei uma tática diferente. — Você prefere que eu peça para outra pessoa fazer minhas tatuagens a partir de agora? — Ele se esticou ainda mais e eu sabia que essa ideia tinha pouco apelo para ele. — Além disso, eu pensei que tatuadores não consideravam isso ferir as pessoas, mas ajudálos a se expressar. Ele se afastou, me olhando duro. — Talvez seja assim com outras pessoas, mas eu não consigo lidar com o fato de vê-la se machucando de forma alguma. E não, eu não quero outra pessoa fazendo suas tatuagens. Eu acabaria matando um homem se ele tocasse em você. Então, se você quiser outra tatuagem, vamos discutir o assunto. Ok? Sorrindo, eu envolvi minhas mãos em seu pescoço novamente, deixando minhas unhas se arrastarem sobre a parte de trás de seu couro cabeludo suavemente raspado. Eu realmente amava sua cabeça raspada. — Me beija, idiota.
*** O sol brilhava através da janela quando abri meus olhos. Gemendo com a visão, eu me virei na cama. Eu sabia que Spider não estaria lá. Eu o ouvi me deixar por volta das três da manhã. Eu deveria ter me levantado e voltado para o meu quarto depois. Isso era o que eu normalmente fazia nas duas últimas semanas. Fazer amor com Spider até as primeiras horas da manhã, dormir por cerca de uma hora com ele, e, em seguida, ir na ponta dos pés de volta para o meu quarto. Eu sabia
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que Duke iria estourar um vaso sanguíneo se descobrisse que eu estava dormindo com Spider. A única vez que eu tentei falar com ele sobre isso para ver como ele reagiria, mal eu citei o moqueiro do Angel’s Halo, meu pai tinha ido ao limite mais alto com a pergunta hipotética. Desde então, eu garanti que a coisa entre mim e Spider fosse completamente secreta. A única pessoa que sabia era Bash, que eu descobri nao ser tão assustador quando ele estava rindo com Spider. Eu suspeitava que Raider sabia o que estava acontecendo também, mas eu não estava a ponto de perguntar por medo de quebrar alguma estranha amizade que nós dois tínhamos desenvolvido. A coisa sobre Raider era que ele não tinha amigas mulheres, mas tinha muitas namoradas. Namoradas de uma noite. Esta manhã eu não tinha sido capaz de encontrar energia para sair da cama quando Spider tinha acordado com Bash batendo em sua porta. Eles tiveram que ir cuidar de alguns negócios, ou pelo menos essa era a desculpa que Spider tinha me dado quando ele tinha me beijado e prometeu me ver hoje à noite. Mesmo meio dormindo eu tinha visto o olhar no seu rosto e isso tinha me assustado demais. Ele estaria indo embora em breve. Seu trabalho estava quase no fim e ele voltaria para Creswell Springs, Califórnia. Eu só tinha duas semanas restantes de minhas férias aqui com Duke, mas elas pareceriam uma vida sem Spider aqui comigo. Eu queria pedir a ele para ficar até que eu tivesse que ir para casa, mas estava com muito medo que ele me dissesse não. Então, eu tinha me aconchegado ao seu travesseiro e chorei até voltar a dormir. Foi um erro, porque agora eu tinha que me esgueirar no caminho de volta para o meu quarto para que eu pudesse tomar banho e me preparar para o dia. Nesta altura do dia, a sede estava acordando e se movimentando lá
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embaixo. Não seria fácil e eu só tinha a mim mesma para culpar se eu fosse pega. Rastejando para fora da cama, puxei minhas roupas: uma camiseta folgada e shorts de basquete. Eu parei de usar camisolas sensuais três noites depois que eu tinha convencido Spider a fazer amor. Tudo o que ele fazia era rasgá-las em mim cinco minutos depois de vê-las. As roupas de dormir largas caiam melhor. Principalmente porque eu começava a tirá-las logo que a porta estava fechada e trancada atrás de mim. Abrindo um pouco a porta coloquei minha cabeça para fora para olhar em volta. Ninguém estava no andar de cima, mas havia seis Red Dragons lá embaixo jogando bilhar, três idiotas na cozinha e minha irmã estava sentada no balcão comendo enquanto ela olhava para o espaço. Ela tinha estado mais sombria do que o habitual e tinha estado doente nas últimas manhãs. Eu tinha minhas suspeitas sobre o que estava errado com ela. A única questão era... Quem era o pai? Eu esperava que não fosse Bash. Eu meio que gostava daquela besta e não queria que ele estivesse amarrado à minha irmã clinicamente insana pelo resto de sua vida por causa de uma criança. Ele não tinha estado com ela desde o primeiro dia em que chegou - pelo menos não que eu soubesse. Ele tinha meio que se mantido em suas calças pelo que eu podia ver, mas estava constantemente procurando imagens em seu telefone. Tão rápido e silenciosamente quanto eu podia, fiz uma corrida para o meu quarto, mantendo um olho sobre as pessoas lá embaixo para me certificar de que eles não estavam olhando muito de perto para a direção da qual eu tinha acabado de vir. Quando cheguei ao meu quarto sem sequer um olhar de qualquer um, eu respirei um suspiro de alívio e pulei para o chuveiro. Pelo resto do dia eu tentei me manter na sombra. Não foi tão difícil de fazer. Nenhum dos caras do MC do meu pai olhava para mim e muito menos falava comigo. O clube estúpido sempre me ignorou, achando que eu era o
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tipo de garota que pensava que eu era melhor do que eles. Aparentemente, tinha sido como minha mãe agiu quando ela tinha vivido aqui na sede com o meu pai antes que ela tivesse engravidado de Tasha - algo que eu tinha estranhado completamente quando eu tinha ouvido de Cletus, o velho que estava constantemente sentado no bar bebendo e observando o que se passava ao redor do complexo. Eu tinha recebido um olhar compreensivo de Cletus quando eu tinha descido para comer alguma coisa antes, mas a piscadela que ele tinha me dado tinha silenciosamente me prometido que não ia contar a Duke sobre isso. Então, eu me sentei com meu aliado e mantive minha cabeça baixa, enquanto eu comia um sanduíche de peru e bebia Diet Coke. Tasha continuou vociferando comigo toda vez que ela passava por mim e eu estava tentada a dar um soco em seu rosto. A única coisa que mantinha minhas mãos para mim era saber que ela poderia estar carregando meu sobrinho ou sobrinha em seu corpo vil. Eu me perguntei se ela sabia que ela poderia estar grávida ou se ela nem se importava. Será que ela iria se livrar da criança se ela estivesse? Ter um aborto? Eu não acreditava nisso pessoalmente, mas eu também era a favor da escolha. O corpo da mulher era seu problema e eu não colocaria meu nariz nisso. No caso da Tasha, no entanto, eu tinha certeza que qualquer criança que ela tivesse estaria melhor não tendo que lidar com uma mãe psicopata. Agora, enquanto Tasha caminhava em minha direção com aquele sorriso maligno em seu rosto, eu sabia que ela me tinha em sua mira. Não havia muito que eu não tinha ouvido dela. Tudo, desde o quanto ela odiava a nossa mãe até as sardas no meu ombro direito. Ela tinha um comentário sarcástico para tudo. Minha irmã não era feliz a menos que ela não estivesse tentando me fazer sentir mal. Na maioria das vezes ela conseguia, mas eu não estava disposta a deixá-la saber disso. Isso apenas a faria fazer mais disso.
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— Vi você observando a aranha no jantar ontem à noite, irmãzinha. Pena que ele não gosta das mansas. Você não sabe o que está perdendo com isso. — Ela realmente acabou de se referir à Spider como a aranha? Eu estava determinada a apenas sentar lá com Cletus e manter minha boca fechada. Eu pensei que não havia nada que ela pudesse dizer que iria me fazer perder a cabeça. Eu estava errada. Tão, tão errada. Spider era a única coisa que poderia me fazer perder o controle. — Como você sabe? — Exigi antes que eu tivesse tempo ou sentido para parar. Os olhos de Tasha escureceram com prazer, sabendo que ela tinha acabado de marcar um ponto sobre mim, e sabendo que ela estava prestes a marcar um inferno de muito mais com o que estava prestes a voar para fora de sua boca. — Spider e eu nos conhecemos a muito tempo, irmãzinha. Ele tem um grande apetite. Gosta disso a noite toda e quanto mais sujo, melhor. Bile subiu no fundo da minha garganta com o pensamento de Spider... eu não pude nem terminar o pensamento. De jeito nenhum. Spider não tocaria em Tasha. Ele era melhor do que isso. Ele era especial. E ele nunca tinha sido sujo comigo. Nem uma única vez nas duas semanas fazendo amor todas as noites. Toda vez era mais perfeito do que a última com ele. Ele era gentil, mesmo quando ele era selvagem em meus braços. Eu sabia que ele tinha um grande apetite, no entanto. Às vezes, precisava de três ou quatro vezes antes que ele estivesse mesmo cansado. Eu vinha lutando para continuar andando, como se eu nao tivesse fodido o inferno para fora de mim nas duas últimas semanas. Cletus resmungou algo baixinho, mas eu não o ouvi. Eu estava muito focada na minha irmã e na verdade - pela primeira vez - brilhando para mim. — Quando? — Eu pensei que eu tinha gritado a pergunta pela forma que a minha garganta estava de repente tão ferida, mas saiu apenas um sussurro. — Oh, eu não o tenho tido faz algum tempo. — Tasha me assegurou. — Mas algumas outras têm feito com ele o tempo todo recentemente. Certo, Topaz?
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Olhei por cima do ombro de Tasha para a mulher chamada Topaz. Esse não era o seu nome verdadeiro, mas o nome de stripper que ela usava em um dos clubes de meu pai. Eu sabia, porque ela sempre caminhava pelo complexo vestindo nada mais do que um fio dental e um top de biquíni. Quando os caras ficavam entediados, ela saltava para uma das mesas de sinuca e dançava para eles. Ela teria sido bonita se ela não fosse tão doentiamente magra e não tivesse tantas rugas em seu rosto bronzeado. Ela estava apenas em seus vinte e tantos anos, mas ela parecia perto dos quarenta. Não pela primeira vez, eu me perguntei se ela tinha um problema com drogas. Topaz encolheu os ombros ossudos, fazendo seu peito caro - cortesia dos Red Dragons – se destacarem ainda mais em seu quadro estreito. — Eu não sei sobre as outras meninas, mas sim, eu brinquei com ele algumas vezes desde que ele esteve aqui. Faz algumas semanas, entretanto. Isso significava que ele não tinha me traido? Eu não consegui pensar em mais nada pelo resto do dia. Tasha, tendo me batido duro com seu mais recente ataque verbal, estava mantendo distância de mim. Eu não tinha certeza se ela estava me deixando lamber minhas feridas ou apenas esperando eu quebrar antes dela vir para matar. Muito provavelmente o último, eu tinha certeza disso. Foi então que percebi que minha irmã nao só era uma psicopata, mas uma idiota também. Porque ela poderia ter me batido forte no peito com a última jogada, mas ela também tinha feito o meu sangue ferver de uma maneira que era quase impossível de fazer. Sangue seria derramado quando eu terminasse com essa puta maluca. Cletus ainda estava onde eu o havia deixado quando desci vestindo minha roupa de corrida. Eu tinha que ir para uma corrida ou eu ia enlouquecer. Corri até eu vomitar. Mesmo que estivesse ficando tarde, enquanto o sol estava fora estava ardentemente quente lá fora. Quando voltei para o meu quarto para tomar banho eu tinha decidido deixar isso para lá. Spider merecia a minha confiança e eu não estava indo para cima dele toda louca como minha
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irmã provavelmente tinha pensado que eu faria. Em vez disso, tomei banho, vesti um short de corrida curto – sim, eu tinha uma fonte infinita deles - e uma regata antes de andar furtivamente para o quarto do Spider. Ele já estava nocauteado em sua cama. Exausto pelo que parecia. Ele só estava usando um par de boxers e uma toalha ao lado de sua cabeça, o que me dizia que el tinha recentemente saído do chuveiro. Olhando para ele, com a cabeça sobre o travesseiro escondendo sua tatuagem de aranha de mim, ele parecia quase como um anjo caído, com aquele rosto de menino bonito em um corpo em que sonhos molhados eram feitos. Cada centímetro dele era como uma obra-prima esculpida que algum deus havia criado. Eu queria correr minha língua sobre cada centímetro duro dele, algo que eu tinha feito inúmeras vezes nas últimas duas semanas. Em vez disso, eu tinha que ter paciência, porque havia algo que eu precisava fazer antes de começar algo que provavelmente não parariamos até que nós dois estivéssemos quase mortos de exaustão. Checando duas vezes se a porta estava trancada atrás de mim eu subi na cama ao lado de Spider. Ele não se moveu quando me deitei ao lado dele e passei meus braços em torno dele por trás. Eu pressionei meus lábios em seu pescoço e ele rosnou meu nome em seu sono. Porra, eu era uma covarde, dizendo-lhe isso enquanto ele estava dormindo. Mas eu não tinha coragem de dizer isso na cara dele. — Eu te amo, James. — eu sussurrei em seu ouvido. Todo o seu corpo parecia tenso e de repente eu estava de costas com um Spider bem acordado deitado em cima de mim com os olhos selvagens procurando os meus. — Diga isso de novo. — ele ordenou em voz mais áspera do que a habitual. — Diga pra mim, Willa. Fechei os olhos, me sentindo muito exposta com a maneira que ele parecia estar dissecando a minha alma com os olhos. Engolindo em seco, juntei minha coragem e finalmente abri os olhos de novo. — Eu te amo.
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Seus ombros caíram em alívio e os olhos fecharam como se estivesse saboreando a minha confissão. Eu estava aliviada comigo mesma. Eu vinha lutando comigo mesmo por dias para manter essas três palavras presas dentro de mim. Agora que estavam lá fora e Spider sabia como eu me sentia, eu poderia respirar normalmente de novo. Se eu estava esperando obter essas mesmas palavras em troca eu estava redondamente enganada, mas seus lábios devorando os meus me distraíram disso. Spider estava selvagem e perdeu pouco tempo me deixando nua, antes que ele estivesse empurrando dentro de mim. Talvez eu fosse estúpida por não fazê-lo usar preservativo, mas eu estava usando anticoncepcional, de modo que ele não podia me engravidar. Minha mãe me levou para comprar anticoncepcional no dia em que eu tinha voltado para casa com catorze anos e disse que tinha uma queda pelo presidente da classe sênior. Eu poderia ser sua favorita, mas aparentemente ela queria todas as suas bases cobertas. Ou minhas bases, na verdade. Depois da nossa primeira vez juntos, Spider tinha me dito que ele sempre preservativo com outras meninas e me garantiu que estava limpo. Ele tinha pedido desculpas e tinha ficado pálido até que eu disse a ele que estava tomando o anticoncepcional. Eu tinha aceitado a palavra dele e dito que não havia necessidade delas, já que ele estava limpo. Assim, mesmo que ele tivesse pelo menos duas no bolso das calças de brim, ele nunca chegou a pegar nelas. Foram realmente horas depois, antes que ele caísse sobre a cama ao meu lado e me puxasse com força contra o peito encharcado de suor. — Minha. — ele rosnou antes de fechar seus olhos. Rindo, eu beijei seu peito e me aconcheguei mais contra ele. Minha. Não era o “eu te amo” que eu estava esperando, mas vindo do homem ao meu lado era praticamente a mesma coisa. — Eu amo você, James.
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Capítulo Seis Spider Eu iria para o inferno. Para minha sorte, eu iria com o meu melhor amigo. O sangue encharcando o chão ao nosso redor era apenas uma prova de quão longe além do ponto retorno nós estávamos. Pelo menos não tinha sido um de nós a puxar o gatilho desta vez. O sangue espirrado em nossos peitos não era nossa culpa. Duke ficou entre nós com Raider e o vice-presidente de Duke do outro lado de Bash. Finalmente encontramos o traidor, aquele que estava vazando informações para os federais. Não tinha sido fácil, e tinhamos nos deparado com vários becos sem saída e pelo menos outras duas pessoas morrerram que tinham sido inocentes afinal de contas, exceto por associação. Para Duke - e qualquer MC – isso seria tão ruim quanto ter sido a pessoa sussurando no ouvido dos federais. Agora, com o sargento-de-armas dos Red Dragons sangrando no chão, eu de repente me senti como se eu não pudesse respirar. Este era realmente o fim e nós estaríamos voltando para casa no dia seguinte ou assim. Porra! Isso significava que eu deixaria Willa para trás. Eu me senti doente e não tinha nada a ver com o fato de que havia um corpo morto deitado na minha frente. Eu estava familiarizado com a morte. Esta súbita dor violenta no meu intestino e a perda que estava enchendo o meu coração? Nunca experimentei isso antes na minha vida. Raider e Bash apertaram a mão de Duke e seu vice-presidente, enquanto eu tentava não vomitar. Ninguém prestou atenção em mim e eu sabia que era
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porque Bash estava mantendo sua atenção em outra coisa senão no fato de que eu estava lentamente ficando louco. Três dias atrás, Willa tinha me dito que me amava e eu não tinha dito as palavras de volta. Eu deveria ter. Eu deveria ter dito a semanas atrás, antes de nós sequer começarmos a ter relações sexuais. Eu senti isso na época, talvez até mesmo antes disso. Agora a hora passou e eu não sabia como dizer adeus. — Você poderia ser um nômade. Pisquei enquanto Bash se levantava ao meu lado. Todo mundo tinha ido embora, exceto Raider que estava mantendo distância de nossas motos. — O quê? Bash encolheu os ombros. — Ser nômade. Mudar para perto dela. Há empregos de tatuadores em todos os lugares do mundo, irmão. Então tudo com que você tem que se preocupar é a mãe dela. A ideia tinha mérito. Só que eu estaria desistindo de muita coisa se eu seguisse Willa, tanto quanto eu estaria se não fizesse. Creswell Springs era minha casa. Minha família estava lá. Meu MC. Bash. Eu não podia simplesmente decidir fazer as malas e deixar qualquer um deles assim. Eu teria que pensar sobre isso. Voltamos para a sede mais cedo do que o habitual. Normalmente estávamos fora até depois da meia-noite seguindo os comandos. O complexo estava tranquilo esta noite; todos estavam tanto irritados, quanto de luto pela perda de seu irmão e sargento-de-armas. A traição cortou profundo, porque as coisas que o cara estava contando aos federais poderiam colocar todos dentro do MC na cadeia. Nenhum deles teria sido isento e isso era uma queimadura que ia para o coração. Era o sargento-de-armas deles, a mão direita de seu presidente... Isso tornava o corte duas vezes mais fundo.
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Bash, Raider e eu me nos sentamos com eles e os ajudamos a beber uma caixa de tequila. Claro que era a minha fraqueza. Tequila me anestesiava bem e eu estava feliz por essa dormência esta noite. Raider disse que estávamos saindo de manhã. Jet tinha ligado mais cedo e disse que éramos necessários em casa. Eu bebi quase uma garrafa inteira de Patron sozinho e tropecei no andar de cima para a cama. Eu não me preocupei em ligar a luz enquanto eu batia a porta atrás de mim. Jogando as roupas em qualquer direção, eu caí em cima da cama e encontrei um corpo quente me esperando. Meu pau endureceu instantaneamente, precisando estar dentro de Willa imediatamente. Cegamente eu a puxei em meu peito e agarrei seus quadris... Praguejando, eu empurrei a vadia para longe de mim. Mesmo no escuro e muito bêbado, eu saberia se eu estivesse fazendo amor com Willa. A garota que tinha estado perto de sentar no meu pau não tinha sido ela. Alcançando a luz ao lado da cama eu a acendi e encontrei Tasha deitada no pé da minha cama. Ela tinha um sorriso no rosto e um olhar vidrado em seus olhos que me disse que estava tão bêbada quanto eu. Eu tinha ouvido rumores de que ela esteve apaixonada pelo sargento-de-armas, mesmo de seu jeito estranho e fodido. Eles tinham transado mais vezes do que qualquer outro cara que ela já tinha levado para a cama, então eu acho que foi tão profundo quanto Tasha podia chegar no que se referia ao amor. — O que diabos você está fazendo aqui? — Eu exigi. — Pensei que poderíamos ter um último passeio para lembrar os bons tempos. — ela pronuncia inarticuladamente enquanto se levanta. — Mas, se você preferir... Eu não disse uma palavra enquanto pegava suas roupas. Sem se preocupar em colocá-las novamente — e realmente eu duvidava que ela pudesse se vestir, de tão bêbada quanto ela estava — Tasha saiu sem olhar
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para trás. Esfregando a mão sobre meu rosto, eu encostei na cabeceira da cama e fechei os olhos. Quando a porta abriu de novo eu não me preocupei em abrir os olhos. — Cai fora, Tasha. O suspiro repentino na direção da porta fez meus olhos se abrirem de imediato para encontrar uma Willa pálida parada ali. — Porra. — eu murmurei. Vendo as lágrimas, eu sabia que ela estava pensando o pior. Sua irmã tinha acabado de sair completamente nua dali e aqui estava eu, também sem roupas. — Willa, não é assim. — Ah, é? — Uma lágrima caiu e se arrastou para baixo de sua bochecha. — Tasha acabou de me dizer o contrário. Disse que voce ainda estava excitado se eu quisesse vir aqui e fazer uma tentativa. — Seu olhar foi para o meu pau ainda duro. — Parece que ela estava certa. — Willa, pare. — Eu estava de pé, cambaleei um pouco e quase cai em cima da cama de novo. Xingando baixinho eu tentei novamente e desta vez quase a alcancei. — Eu não quis foder Tasha. Encontrei-a na minha cama e chutei-a para fora assim que percebi que ela não era você. Willa sacudiu a cabeça. — Eu quero acreditar em você. Que ela não acreditava em mim cortou profundo e em cima de toda a dor e confusão que eu estava sentindo, só pus isso para fora. — Acredite em qualquer merda que quiser, Willa. Se você não pode confiar em mim, então é uma coisa boa que eu vou embora de manhã. — De manhã? — Seu rosto se desintegrou. — Quando você ia me contar? — Eu acabei de descobrir. — Mas... — Ela engoliu em seco e assentiu. — Ok. Tenha uma viagem segura para casa.
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E ela apenas se virou e me deixou lá. Sem adeus. Sem 'eu te amo'. Nada. Virando, eu soquei meu punho através da parede mais próxima. A tequila manteve a dor e eu caí em cima da cama, com lágrimas nos olhos, pela primeira vez desde que eu era um menino.
Willa Eu andei. Por horas e horas eu andei. Meu coração e cabeça estavam em guerra um com o outro. O único problema era que eu estava mais inclinada a acreditar no meu coração quando se tratava de Spider. Mas eu estava cega por meus sentimentos por ele? Eu estava tão envolvida que eu não podia aceitar o que estava bem na frente do meu rosto? Por volta das quatro, eu desisti da discussão e disse ao meu cérebro para calar a boca. Eu deixei o meu quarto e silenciosamente fiz meu caminho de volta para Spider. Se ele estava me deixando em poucas horas, então eu tinha que ter certeza que ele soubesse que eu o amava e que sentiria falta dele. Eu precisava de um último beijo. Alguma coisa, qualquer coisa. Batendo na porta, ouvi um rouco. — Entre. Abrindo a porta, eu acendi a luz e quase vomitei. Duas meninas estavam espalhadas na cama ao lado Spider. Elas estavam só de sutiã e calcinha, enquanto ele ainda estava nu como eu o havia deixado mais cedo. Topaz levantou a cabeça e piscou algumas vezes para limpar o sono de sua visão. — Oh, ei Willa. Você precisa de algo? Olhei para ela e para a outra garota agora bem acordada no outro lado de Spider, que estava dormindo profundamente. — Não... — eu sussurrei. — Não, eu não preciso de nada.
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De alguma forma, eu me mantive calma até que eu estivesse de volta ao meu quarto. Logo que eu estava em segurança, eu perdi o controle. Nada estava seguro da minha destruição enquanto eu jogava coisas até que o quarto estava completamente destruído. Então eu comecei a fazer as malas. Eu não me incomodei com os artigos de higiene no banheiro. Apenas joguei a roupa limpa com a suja e fechei o zíper da mala. Chamei um táxi enquanto eu estava descendo as escadas. Na capela, encontrei um pedaço de papel e escrevi uma nota rápida para Duke, dizendo que algo tinha acontecido com a minha mãe e eu ligaria para ele. Em algum momento. Mas não tão cedo. Eu não queria lidar com qualquer coisa relacionada com motoqueiros por um tempo muito longo. — Você vai sair, menina? Eu quase pulei ao som da voz de Cletus saindo do escuro. Voltando, encontrei-o no seu lugar habitual no bar. Ele tinha uma xícara de café na frente dele enquanto fumava um charuto. Eu sabia que ele deve ter visto tudo, como ele sempre tende a fazer quando estava na sede. Não havia por que de mentir para ele. — Eu não posso ficar aqui. Ele acenou com a cabeça. — Compreensível. — Tasha ganhou. — eu murmurei. Cletus encolheu os ombros magros. — Yep. Eu acho que sim. Sua confirmação só me fez doer mais. — Vejo você por aí, Cletus. — Duvido, menina. Cuide de si mesma. — Ele pegou a caneca e tomou um longo gole, me fazendo pensar se não havia mais do que apenas café por dentro. — Diga a sua mãe que eu disse Olá. Engolindo um soluço, eu balancei a cabeça e quase corri para fora do complexo. A viagem para casa não foi divertida. Eu chorei no voo para casa até que eu ficasse doente. Os comissários de bordo ficavam me perguntando
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se eu estava bem e eu finalmente disse a eles que tinha terminado com o meu namorado. Eles aceitaram isso e me deixaram sozinha, exceto para me trazer xícaras de cafés e chocolates. Minha mãe não estava me esperando e eu não tinha me dado ao trabalho de ligar para ela nos últimos três dias ou mais. A última vez que tinha falado, ela estava tendo alguns problemas com a quimioterapia e queria ser deixada sozinha. Quando o táxi parou em frente à pequena casa de três quartos logo fora de Seattle, eu dei um pequeno suspiro de alívio. Foi então que percebi que eu era uma menina da mamãe, mas eu não dava a mínima para isso. Eu precisava dos braços da minha mãe em volta de mim ou eu ia desmoronar. Usando a minha chave, entrei na casa. — Mãe? — O carro dela ainda estava na garagem, então eu sabia que ela estava em casa. — Mãe, eu estou em casa. Quando não recebi uma resposta imediata, meu intestino começou a doer de novo. A cozinha, que era onde ela normalmente teria estado neste momento da manhã, estava vazia e não havia café no pote ou qualquer louça de café na pia. Gritei o nome dela e depois de um breve momento pensei ter ouvido um gemido. Correndo para a parte de trás da casa onde os nossos quartos estavam, eu abri a porta e a encontrei deitada no chão, entre o banheiro e a cama. Quando eu tinha saído seis semanas atrás, minha mãe estava pelo menos dez quilos acima do peso. Agora, ela não passava de um saco de ossos. Ela não se parecia com a mesma mulher de jeito nenhum. Seus olhos estavam recuados em sua cabeça, seu rosto estava alinhado com a tensão e a doença, seus olhos e pele estavam amarelos com icterícia. — M-m-mãe? — Eu não poderia impedir a hesitação em minha voz enquanto eu me agachava do lado dela. — O que... o que aconteceu?
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— Willa... — Ela estava com falta de ar e eu a virei de costas. Como ela tinha ficado tão mal ao longo de seis semanas? Não parecia certo para mim. — Estou tão feliz que você está em casa... Há algo que eu preciso te dizer. Eu não tentei esconder minhas lágrimas enquanto eu a segurava. Ela estava fria e eu me perguntei quanto tempo ela tinha estado no chão. — Não fale mamãe. Eu preciso chamar uma ambulância. — Eu já tinha meu celular na mão, 911 já marcado e estava prestes a bater o botão de ligar quando o dedo fino de minha mãe pegou o telefone da minha mão. — Willa... Não. — Ela balançou a cabeça e percebi que o cabelo dela estava mais fino, quebradiço e seco. — Eu tenho que te dizer... a verdade. — Ela respirou em pequenas golfadas de ar, os lábios tremendo. — Eu não fui honesta com você. Isto... não é apenas um câncer de mama. Já tinha... se espalhado quando... os médicos... descobriram. Meu fígado. Meus pulmões. Isto era um pesadelo. Eu acordaria em breve. Eu precisava. Eu. Precisava. Eu acordaria novamente no complexo ao lado de Spider e ele faria amor comigo de novo antes que eu fosse para a minha corrida. Ele não tinha quebrado o meu coração na noite passada. Minha mãe não estava morrendo... Os dedos de Clara Blackstone estavam tão frios no meu rosto que doía fisicamente e eu sabia que estava acordada. Seus dedos tremiam e eu a puxei para perto de mim, tentando deixar meu calor aquecê-la. — Eu... eu tenho mais seis meses, Willa. Talvez um ano, se... se eu tiver sorte. As lágrimas jorravam dos meus olhos tão rápido que eu mal podia ver o rosto dela. — Mas você tem feito quimio e radioterapia. — Não ajudaram. O câncer está... muito avançado. Sinto muito, querida. Lamento... tanto.
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Spider A porta do Razor’s Ink Shop estava aberta, mas eu não me preocupei em olhar para longe da tatuagem que eu estava projetando para Jet Hannigan. O anjo negro seria muito detalhado e exigiria muito sombreamento, então eu precisava fazer isto direito antes de começar a pintar suas costas no final da semana. Nos últimos dois meses eu vinha trabalhando até a morte. Quanto mais ocupado eu estava, mais fácil era manter os pensamentos sobre Willa para fora da minha cabeça. Claro que isso não ajudava quando chegava a hora de dormir. Eu já havia tentado beber até o esquecimento, assim eu nem sonharia com ela, mas isso só tinha feito os sonhos muito mais reais. Duas semanas depois de ter chegado em casa eu tentei ligar para seu celular. Ela havia mudado seu número, então agora eu não tinha como fazer contato com ela. Eu sabia que ela morava em algum lugar fora de Seattle, mas eu estava lutando comigo mesmo sobre virar nômade e ir procurá-la. Eu não conseguia respirar direito sem ela, no entanto. A única coisa que me impedia é que eu sabia que ela me odiava. Quando eu tinha acordado na manhã seguinte com duas meninas do meu lado, eu sabia que tinha estragado tudo, mesmo que se eu não me lembrasse de ter feito qualquer sacanagem. Cletus tinha me dito que Willa tinha entrado no meu quarto e visto as duas mulheres e então caido fora. Eu tinha ferrado muito as coisas e não conseguiria essa menina de volta. — Estou oficialmente ligado ao Satanás para o resto da minha maldita vida. Eu deixei cair o lápis com o tom derrotado na voz do meu melhor amigo. Olhando para cima, o encontrei em pé no balcão da frente, apoiando-se nos cotovelos que ele tinha apoiado sobre o tampo de vidro. Seus ombros estavam
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caídos, cabeça baixa. No mês passado, Tasha havia ligado para Bash e contado que estava grávida. Ela não tinha ideia de quem era o pai, poderia ter sido qualquer um dos seis rapazes, incluindo o sargento-de-armas dos Red Dragons que seu pai tinha apagado. Ela tinha planejado fazer um teste de DNA e Bash teve que ceder sua amostra. Esse tinha sido o fim de tudo. Bash não parecia estar preocupado com a possibilidade do filho de Tasha ser seu. Aparentemente, ele deveria ter se preocupado, porque agora ele tinha um grande problema em suas mãos. Bash não estava em um bom lugar desde antes de chegarmos em casa. Raven estava evitando-o e eu sabia que isso o estava matando. A garota tinha saído e lhe dito diretamente que queria ser sua namorada. Acho que a maneira dele dizer não a tinha afastado para sempre. Bash estava lentamente perdendo a cabeça, fodendo qualquer vagina que chegava perto dele para tirar Raven fora de sua cabeça. Eu poderia ter dito a ele que não valia o trabalho, mas agora ele tinha a prova viva de que era uma má ideia. — O que você vai fazer? — Eu perguntei a única questão que realmente precisava ser respondida no momento. Bash passou a mão sobre o rosto. — Eu disse a ela que eu não ligava para o que ela fizesse com a criança. Eu mandarei cheques de apoio e isso era tudo o que ela vai conseguir de mim. Sua resposta deixou meu maxilar apertando tão forte que começou a doer. Eu queria gritar com ele que, com uma mãe como Tasha para lidar, Bash deveria ter pelo menos algum interesse na pobre criança. Não era o meu lugar, porém, e eu não tinha certeza se eu teria sido capaz de dizer que eu iria lidar com esta situação de forma diferente se eu estivesse no lugar dele. — Você vai contar ao clube?
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Bash balançou a cabeça. — Ainda não. Não até que eu precise. Eu consigo ver Jet me enchendo, querendo que eu consiga a custódia da criança. Ela estaria melhor sem um pai de merda como eu. Eu levantei uma sobrancelha. — Ela? — Seja qual for o teste de DNA que Tasha tenha feito, confirmou que ela está tendo uma menina. — Parabéns, cara. — Eu lhe dei um tapa nas costas e, em seguida, peguei meu lápis. — E quanto a Raven? Você está pensando em dizer a ela? Seu rosto apertou. — Ela não está falando comigo agora, então não. Eu não direi a ela a menos que eu precise. — Não vai ser para sempre, irmão, — eu assegurei a ele enquanto eu começava a tatuagem mais uma vez. — Raven vai fazer dezoito anos antes que você perceba e você pode ter o que é seu. — Sim, se eu sobreviver tanto tempo. — Bash murmurou enquanto caminhava para fora da loja.
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Capítulo Sete 2 anos depois
Bash Eu ia matar alguém hoje à noite. Franzindo a testa para os homens sentados a minha volta, eu cerrei os dentes e tentei me concentrar em outra coisa senão o fato de que Raven estava andando por aí com shorts na polpa de sua bunda e um sutiã rosa quente sob a camisa branca do Hannigan’s. Será que ela não percebe que eu tinha um problema de não conseguir parar de olhá-la quando ela estava usando sua roupa de trabalho normal, por isso era dez vezes mais difícil quando ela estava mostrando o que só eu estava autorizado a ver? Murmurando uma maldição sob a minha respiração, eu bebi a metade da cerveja cheia na minha frente e praticamente bati a garrafa sobre a mesa. A coisa do segredo estava me pegando. Mal. Há três meses, eu tenho me esgueirando com Raven e eu estava cansado disso. Cansado de não conseguir reivindicar o que era meu. Cansado de ter que manter meus sentimentos escondidos quando tudo que eu queria era cuidar dela. Cansado de não conseguir tocá-la quando a cada segundo que ela não estava em meus braços, eu sofria por sua pele na minha. Eu sabia que ela estava lutando tão duro quanto eu, mas ela se recusava a me deixar ir até seus irmãos. Minha Raven, que não tinha medo de nada nem ninguém, estava apavorada por mim. Com medo de que eles me matassem. Eu não gostava da surra que viria a seguir, mas eu podia aceitála. Não havia nada que pudesse fazer que iria me manter longe da minha mulher.
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— Olhos para você, irmão. Eu não olhei para a minha esquerda, ao som da voz de Spider. Meus olhos estavam em Raven quando ela se curvou sobre uma mesa na parte de trás, perto das mesas de bilhar. Algumas senhoras estavam sentadas lá com uma jarra de frozen margarita. Elas disseram algo que a fez rir e esse som foi como um choque elétrico para o meu pau, que já estava a meio mastro em prontidão para ela. Duas mesas longe das senhoras estava um grupo de recém-chegados. Eles haviam andado por uma hora ou mais, parando em seu caminho até onde-o-diabo-sabe. Posudos, em suas jaquetas de couro e botas caras. Suas motos tinham um trabalho de arte foda sobre elas, mas esta era a única coisa que valia nos jovens punks brincando de ser uma gangue. Isso era o que eles tinham chamado a si mesmos. Uma gangue. Eles não têm a menor ideia do que significa fazer parte de um MC. Não sabiam nada sobre as regras. Especialmente as regras do Angel’s Halo. Ninguém toca em Raven Hannigan. Eles não tinham tentado tocá-la, mas eu podia vê-los criando coragem. Era sábado e, como de costume, os estúpidos estavam presentes. Meninas estavam todas sobre os membros solteiros do clube sentados ao redor bebendo ou jogando bilhar. Nenhuma delas, no entanto, tentou se aproximar dos recém-chegados e eu poderia dizer que isso estava irritando-os. Era apenas uma questão de tempo antes que um deles colocasse um dedo sobre Raven. Eu não era o único a vê-los observar Raven. Jet estava em pé atrás do bar misturando bebidas enquanto Colt abastecia o frigobar com mais cerveja engarrafada. Mesmo quando estava servindo doses, seus olhos nunca deixaram os cinco novatos que estavam falando em voz alta sobre o ruído habitual do bar de rock e os risos femininos estridentes. Isso irritava a minha espinha - tudo isso. Eu estalei meus dedos, pronto para eles fazerem uma jogada.
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— Será que vou ter que ir lá e arrancar as cabeças deles fora para você se acalmar, porra? — Spider exigiu em voz baixa, para que Hawk, que estava sentado em uma mesa próxima com Raider e dois outros membros do clube, não conseguissem ouvir. Eles estavam jogando poker, mas como Jet, os outros dois irmãos Hannigan estavam observando os recém-chegados olhando sua irmãzinha. — Eu estou bem. — eu assegurei ao meu amigo com uma mentira que tinha gosto ruim na minha língua. Eu não estava bem. Eu estava fervendo de raiva. Se eu pudesse tornar nossa relação pública, esses filhos da puta não estariam sentados lá olhando para a minha mulher. — Hey baby, que tal mais uma rodada de cervejas? Eu empurrei quando aquele que parecia ser o líder dos cinco posudos chamou Raven de 'baby'. Quando ela automaticamente não virou, o perdedor estendeu a mão e puxou o seu braço. Todos os músculos do meu corpo ficaram tensos, prontos e dispostos a bater em alguém. Atrás de mim, ouvi duas cadeiras deslizarem pelo chão de madeira. Hawk e Raider. Eu não tinha que olhar para o bar para saber que Jet e Colt estavam prestes a saltar sobre o balcão. Mas eles não se precipitaram, esperando para ver o que ia acontecer em seguida. Raven virou a cabeça lentamente, olhando para a mão ainda puxando o seu braço. Quando ela levantou os olhos eles estavam frios enquanto ela olhava para o homem. — Eu não sou seu bebê. Pegue sua própria cerveja. — Vamos lá, rabo doce. — O posudo lhe deu um sorriso que eu assumi que fosse para ser encantador, mas só serviu para me irritar. — Vá buscar uma cerveja para o papai. Spider expeliu cerveja pelo seu nariz. Ele tossiu, rindo tanto que estava sufocando. Eu não podia deixar de sorrir. Isso não ia acabar bem para o recém-chegado. A minha tensão diminuiu um pouco enquanto Raven virava o rosto para o motoqueiro e seus amigos. Seus olhos verdes de oliva-jade
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brilhavam de raiva. Aproximando-se, ela abaixou a cabeça e sussurrou algo no ouvido do homem que tinha o seu gogó balançando. O homem se levantou e estendeu a mão como se para pegar sua bunda. Ela não lhe deu a oportunidade quando ela lhe deu uma cotovelada no esterno e, em seguida, ergueu o joelho rápido e forte na sua virilha. — Me chame de rabo doce de novo. — ela gritou. — Agora vai pegar a sua maldita cerveja, papai. Atrás de Raven, as senhoras estavam morrendo de rir, enquanto o motoqueiro caia de joelhos, ofegando enquanto ele lutava para permanecer consciente após a debilitante surra que seu pau e bolas tinham acabado de levar. Por mais duro que ela tenha dado a joelhada, eu tinha certeza de que o cara ia precisar de cirurgia de recuperação para remover as bolas de sua garganta. Ela voltou para a mesa, mas antes que ela pudesse dar um passo um para longe, os outros recém-chegados a alcançaram, seus rostos definido com linhas de raiva. Como se estivesse em câmera lenta, eu vi sua mão subir e eu estava do outro lado da sala um segundo antes que ele fizesse contato com o seu braço. Seu aperto sobre ela era duro, estava machucando-a e eu vi vermelho. Jet e seus irmãos não tiveram tempo de se mover antes que eu estivesse sobre o homem de costas, com o nariz quebrado e seu olho esquerdo fechado com inchaço. Eu nem sequer lembro de socá-lo pela primeira vez, e muito menos pela segunda. Ninguém tocava em Raven Hannigan. Ninguém tocava na minha mulher. Três conjuntos de braços de repente estavam em volta de mim, me socando. Eu dei uma cotovelada no rosto do homem à minha direita, e sorri quando ouvi seu nariz quebrando. Aquele atrás de mim não durou muito tempo enquanto eu o socava com a cabeça duas vezes, mas ele tinha um aperto firme sobre mim e eu fui com ele. O terceiro homem era o maior e um pouco lento da cabeça pelo olhar em seu rosto. Embora isso não significasse
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que ele não poderia lutar e eu suspeitava que ele só era mantido por perto como uma espécie de guarda-costas para os outros quatro idiotas. Eu senti um chute nas minhas costelas e rosnei com uma súbita dor aguda. Tentando me libertar do homem que ainda tinha um aperto da morte sobre mim, eu levantei, só para ter que abaixar quando o homem forte como um boi balançou a carne de seus punhos sobre a minha cabeça. O próximo soco pousou no meu queixo e eu fui incapaz de controlar o instinto de desmembrar enquanto eu batia no homem mais e mais com meus punhos. Cabeça. Barriga. Cotovelo para as costelas. Rim. Rim. O boi tropeçou para trás, mas não antes que ele estendesse a mão para tentar pegar a si mesmo. O que ele pegou foi a minha camiseta que eu usava quando trabalhava no Tio Jack arrumando os carros mais antigos, que às vezes ele pegava. Ele caiu, rasgando minha camiseta no caminho. Fiquei ali, camiseta pendurada e rasgada, sugando o ar para acalmar a ebulição em minhas veias que tinha começado muito antes que o filho da puta tivesse agarrado Raven. Ao meu redor o bar estava quieto. Alguém até atinha desligado a música, então tudo que eu ouvia era o som dos homens no chão em volta de mim gemendo e a minha própria respiração pesada. Quando virei, eu esperava que todos os olhos estivessem nos homens sangrando atrás de mim, mas eles não estavam. Em vez disso, seus olhos estavam sobre mim. Ou melhor, na nova tatuagem que Spider tinha feito em mim naquela manhã. “Raven” estava em negrito, escrita em estilo gótico por todo o lado esquerdo do meu peito. Ouvi Raven suspirar quando ela viu a marca que dizia ao mundo que eu era dela tanto quanto ela era minha. Ela deu um passo para frente, os dedos tremendo enquanto deslizavam sobre o nome dela em minha pele. Quando ela ergueu os olhos para mim, eles estavam cheios de uma mistura de admiração e puro terror. Terror por mim enquanto eu repentinamente senti a respiração de cinco motoqueiros irlandeses furiosos atrás de mim.
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Ela puxou minha camisa para esconder a tatuagem e se aproximou. — Eu te amo. — ela sussurrou antes de se colocar entre mim e seus irmãos. — Jet... Não. — Saia daí, Rave. — O tom de Jet estava mais frio do que eu alguma vez já tinha ouvido. Foi ele quem tinha assumido uma figura paterna quando Mad Max Hannigan tinha morrido. Era ele quem tinha sido sempre o maior protetor e possessivo com Raven. Ela tinha sido o seu bebê dele desde o dia em que nasceu. Claro que ele seria o meu carrasco. — Por favor. — Eram lágrimas na voz de Raven? Ela não me deixaria virar para ver se eram. Ela estava colada na minha frente, meu último muro de defesa antes da minha morte — ou o meu desejo pela morte. — Não o machuque. Eu o amo. O olhar no rosto de Jet só ficou mais frio. — Quanto tempo? — Seus olhos estavam em Raven, mas a pergunta foi direcionada totalmente para mim. Eu passei a minha mão com carinho sobre o cabelo loiro de Raven, sabendo que eu não iria poder tocá-lo ou a ela por pelo menos algumas semanas. Que era provavelmente, quanto tempo eu estaria me recuperando depois que os irmãos Hannigan acabassem comigo. — Desde o aniversário dela. — eu disse honestamente ao meu presidente do MC. Minha resposta fez os olhos de Jet finalmente encontrarem os meus. — Tudo isso? — Sua cabeça virou para o lado como se ele estivesse curioso. Ele provavelmente estava. Eu poderia ter mentido e dito que eu não tinha tocado Raven ainda. Que eu estava esperando até que eu tivesse a permissão dele e dos irmãos. Talvez eu devesse ter ido por esse caminho, mas eu não tinha. Eu tinha tomado o que eu queria e dito foda-se para as consequências. Consequências que eu ia ter que enfrentar como um homem agora. Eu balancei a cabeça. — Sim. Tanto tempo assim.
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— Eu nunca teria suspeitado de você, Bash. O sempre leal executor quebrando a única regra que iria assinar automaticamente o seu atestado de óbito. — Ele virou o pescoço para a esquerda e para a direita, estalando-o. Era uma tática de medo. Mas eu não estava com medo. Assim que eu conseguisse andar após a surra que eu estava prestes a receber, eu gostaria de chamar Raven de minha de uma vez por todas.
Willa Eu estava dormindo quando o telefone tocou. Eu pulei acordada e sentei na cama. A última vez que eu tinha recebido um telefonema no meio da noite foi quando minha mãe tinha morrido. Ela aguentou firmemente por oito meses antes que o câncer finalmente a tinha levado de mim. Esses oito meses não tinham sido bonitos. Eu tentei cuidar dela sozinha, mas um dia minha mãe tinha pedido ao médico para admiti-la em um lar de idosos. Ela morreu três dias depois. Eu sabia que ela tinha feito isso para que eu não tivesse que viver com a memória de sua morte em nossa casa. Agora eu não tinha certeza do que esperar. Meu coração estava batendo forte enquanto eu pegava o telefone. — Alô? Senti o sangue saindo do meu rosto enquanto eu escutava o agente federal. Houve uma invasão no complexo do meu pai ontem à noite e a maioria de seus membros estavam mortos. Incluindo o meu pai e irmã. Lágrimas queimaram meus olhos enquanto eu balançava a cabeça enquanto o agente especial continuava falando e falando. Eu não poderia ter me importado menos com Tasha estar morta, mas o meu pai...
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— ... Eu estava esperando que você fosse pudesse me ajudar a me comunicar com o pai de sua sobrinha. Eu estava fora do meu estupor causado pela tristeza com o pedido do agente especial. Eu sabia que Bash Reid era o pai de Lexa. Mesmo que eu não tivesse acompanhado os problemas com o pai do bebê da minha irmã. O único motivo pelo qual eu sabia o nome da minha sobrinha e que Bash era o pai dela era porque eu tinha ouvido Duke contando a Clara pouco antes que a minha mãe tivesse morrido. — Lexa está bem? — Lexa vivia no complexo com Tasha e meu pai. Se o lugar tinha sido fuzilado então havia uma chance de que Lexa houvesse se machucado também. — Sua sobrinha está bem, senhorita Blackstone. Mas se eu não chegar a seu guardião legal nas próximas horas não terei escolha senão entregá-la aos serviços de proteção a criança. Com o coração batendo por uma razão completamente diferente, eu assegurei o agente especial que iria conseguir falar com Bash o mais rápido possível. Um olhar para o relógio de cabeceira me disse que era mais cedo do que eu tinha pensado. Um pouco depois de uma hora. Eu me perguntava o que Bash estava fazendo agora enquanto eu socava o seu número. Eu tinha mudado meu número quando eu tinha voltado de Las Vegas, há dois anos, mas eu tinha guardado o de Raider, Bash, e até mesmo o número de Spider no meu celular. De vez em quando eu puxava o número de Spider, digitava a raiva que eu queria jogar nele, mas nunca enviava a mensagem de texto. O telefone tocou seis vezes antes que fosse para o correio de voz. Eu desliguei e imediatamente liguei novamente. Ele tocou de novo e de novo e eu estava prestes a tentar novamente quando sua voz encheu minha orelha. — O quê? — Ele praticamente rosnou para mim.
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— Bash? — Eu limpei minha garganta, que ainda estava entupida com lágrimas por descobrir que meu pai tinha ido embora. — Bash, é Willa Blackstone. Houve uma hesitação antes que ele finalmente me respondesse. — O que foi, Willa? — Lexa precisa de você. O complexo dos Red Dragons foi invadido ontem à noite. Duke e Tasha... se foram. — Ouvi sua inspiração trêmula. — Sua filha será colocada em um orfanato se você não levá-la. Ele estava tão quieto por tanto tempo que o primeiro pensamento que tive foi que ele tinha desligado na minha cara. Então ouvi o seu gemido como se estivesse com dor. Um momento depois, ele amaldiçoou e me disse que estava indo para Vegas agora. — Embora eu não saiba como cuidar de uma criança. Eu não sei por que me ofereci. Talvez porque Lexa era toda a família que me restava agora. Talvez fosse porque eu estava sozinha há anos, muito antes que a minha mãe tinha morrido. — Eu vou pegar o primeiro voo para Las Vegas e encontrá-lo lá. Eu vou ajudá-lo tanto quanto você precisar, Bash. Demorou um pouco para conseguir um voo para Las Vegas. No momento em que cheguei Bash já estava lá. Honestamente, eu não sabia como ele era capaz de ficar de pé. Seu braço estava engessado, com o corpo preto e azul. Era óbvio que alguém tinha batido muito nele, o que só me confundiu. O homem era uma fera. Um exército inteiro tinha que ter interferido para tê-lo espancado tanto. Ele não quis falar comigo sobre isso, porém. Só me disse para levar Lexa de volta comigo no próximo voo para Seattle e ele me encontraria lá. Bash Reid se tornou meu melhor amigo. Falamos sobre tudo, menos sobre Spider e Vegas. Dois assuntos que estavam completamente fora dos limites. Eu nunca descobri quem tinha batido tanto nele, mas eu podia imaginar que tinha algo a ver com Raven Hannigan.
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No início Bash era um pai muito ruim, mas ele encontrou o equilíbrio e se tornou muito bom. Morávamos na casa antiga da minha mãe e ele foi trabalhar em uma garagem local durante o dia. Nos fins de semana, ele era segurança em algum clube em Seattle e nós vivíamos muito confortavelmente. Ele me assegurou que tinha se cansado do estilo de vida de um MC, mas eu percebia que seu coração não tinha. Então, quando ele recebeu a ligação de San Quentin eu não fiquei surpresa quando Bash aceitou a oferta de ser o novo presidente da Angel’s Halo.
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Capítulo Oito Willa Dias atuais Eu odiava as noites de sábado no Hannigan’s. Eu só estava trabalhando no bar a duas semanas, mas nos dois sábados que eu tinha trabalhado eu decidi que eles foram os piores dias da semana. Quando eu tive que trabalhar, eles foram os piores dias da minha vida. Eu carregava uma bandeja com garrafas de cerveja na parte de trás do bar, onde sete motoqueiros estavam jogando sinuca, enquanto sete ovelhas se esfregavam nos homens junto com a batida do ritmo de sacanagem do rock batendo pelo bar. Eu tentei manter uma expressão neutra no meu rosto enquanto eu distribuía cervejas para os motoqueiros. Eles sabiam que eu estava sob a proteção de Bash, mas não havia nenhuma regra sobre as mãos. Assim, enquanto os motoqueiros mantinham suas mãos para si mesmos, os olhares que eu estava recebendo das ovelhas não era um bom sinal. Elas não gostavam de mim por uma mistura de razões. Uma era que as ovelhas do Angel’s Halo MC eram leais a Raven Hannigan e me consideravam uma destruidora de lares, de alguma forma. Eu admito que enquanto Raven e eu não éramos melhores amigas, nós não éramos inimigas também. Eu gostava de pensar que tinhamos percorrido um longo caminho nesse mês desde que eu me mudei para a casa dos Hannigan
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com Lexa. Raven e eu nos dávamos muito bem, embora eu soubesse que ela ainda tinha dúvidas sobre o tempo que Bash e eu tínhamos vivido sob o mesmo teto. Agora que eu estava trabalhando como garçonete no bar de sua família nos demos um pouco melhor. Eu fiz isso para ter algo para fazer, mas também para tentar aliviar um pouco do estresse que era empurrado para Raven mais e mais a cada dia que passava. Fazia duas semanas desde que Flick tinha fugido. Raven não estava aceitando isso bem. Ela culpava a si mesma e estava sofrendo por isso. O clã inteiro dos Hannigan estava aceitando isso muito mal. Incluindo Jet que estava em San Quentin e era o mais impotente de todos eles. Logo que todos tinham suas cervejas, eu fui embora sem dizer uma palavra. Foi assim que eu terminava minhas noites. Mantendo a boca fechada. Eu não tenho que perguntar às pessoas o que elas queriam beber, elas normalmente apenas gritavam ou iam até o bar para pedir e eu levava para eles. No meu caminho de volta para o bar eu peguei o máximo de garrafas vazias que pude para jogá-las fora e voltei para o bar onde Colt e Raider Hannigan estavam ocupados misturando bebidas e cuidando dos clientes sentados em banquinhos em frente ao balcão superior. Havia senhoras e algumas ovelhas sentadas no bar que acabaram de sentar, porque não estavam lá quando eu tinha saído, a poucos minutos atrás. Eu não dei-lhes nenhuma atenção quando eu pisei atrás do bar com Colt e Raider e comecei a lavar os copos sujos que estavam na pia. Me manter ocupada fazia as noites passarem mais rápido e evitava que minha mente viajasse. Enquanto eu secava os copos de dose e colocava-os em seus respectivos lugares, vi que Raider já estava conversando com uma nova conquista, mesmo que ele já tenha levado uma garota para o banheiro a menos de 40 minutos atrás. Revirei os olhos para ele quando ele olhou
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na minha direção e sorriu. Ele só me fez revirar os olhos de novo, fazendoo rir. Colt acidentalmente esbarrou em meu ombro e eu me virei para pedir desculpas a ele, mas ele apenas segurou meu braço e me guiou para o lado, piscando enquanto pegava uma garrafa de uísque. Eu tinha ouvido falar que Colt era o mais parecido com Jet em personalidade e aparência, e eu poderia honestamente entender o que Felicity deve ter sentido quando se apaixonou por Jet, se Colt era qualquer coisa parecido com ele. Charmoso, perigoso quando precisava ser, e uma mistura de doçura e arrogância, tudo ao mesmo tempo. Eu estava imune ao seu charme, assim como eu era imune a quase todas as coisas do sexo masculino, mas eu ainda podia entender todo o alarido sobre ele. Era quase meia-noite, duas horas antes do fechamento, quando Bash entrou. Ele normalmente não vinha aos sábados, a menos que Raven estivesse trabalhando. Ele ficava a maior parte do tempo colado ao seu lado, olhando-a como se ela fosse quebrar a qualquer momento. Era meio fofo. Mas Bash não estava sozinho e eu tive que cerrar os dentes para não xingar quando vi Spider chegar atrás de seu melhor amigo. Eu realmente não conseguia entender os dois e a amizade fodida deles. Um dia, eles estavam brigando e odiando o outro. No próximo eles eram melhores amigos novamente. Era uma maravilha nenhum dos dois sair machucado pela forma como eles iam e voltavam tão rapidamente. Colt colocou uma garrafa fechada de Patron na minha bandeja vazia junto com dois copos de dose e um saleiro. Pegando uma bacia de limões cortados, ele pegou a bandeja e entregou-a para mim. — É o seu habitual. — disse ele quando eu apenas levantei uma sobrancelha para ele. — Favorito do Spider, na verdade. Cuidado. Ele parece irritado. Normalmente Raven é a única que pode lidar com ele assim. Seja cuidadosa.
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Era realmente uma noite de revirar os olhos. — Eu não tenho medo de James Masterson. Colt levantou uma sobrancelha e virou a cabeça para me estudar com curiosidade. — Eu não acho que exista uma pessoa com bolas o suficiente para chamá-lo de James na cara dele. Boa sorte com isso. Balançando a cabeça, eu pisei em volta de Colt e fui em direção a cabine traseira que todos pareciam chamar de Cabine dos Originais. Muito poucos dos Originais vinham nas noites de sábado ao passo que todos eles vinham às sextas-feiras. Eu aprendi rapidamente que eles não gostam de ter de senhoras e ovelhas no bar nas noites de sexta-feira. Eles só deixavam que Raven as atendesse ou um dos outros Hannigan. Eu conseguia entender por que, já que parecia que o Hannigan’s era sua sede e sexta-feira noites eram quando eles realizaram suas reuniões oficiais. Mesmo que o Angel’s Halo tivesse seu próprio armazém, eu assumi que era muito parecido com o complexo do Red Dragons antes dele ter ido para o inferno. Eu fiz o meu caminho através das massas de pessoas para chegar à cabine de trás. O bar era bastante grande e o layout era espaçoso. As mesas de sinuca na parte de trás, o bar na frente, com cerca de cinco cabines e trinta ou mais mesas com pelo menos cinco cadeiras para cada mesa no meio. Este era o único bar por perto. Às vezes, os moradores que não eram associados com o MC entravam, mas eu tinha percebido que eram aqueles que pareciam muito mais assustadores e muito mais corajosos do que os moradores habituais de Creswell Springs. Também entravam
alguns
estudantes
universitários
de
vez
em
quando,
principalmente do sexo feminino à procura de um passeio no lado selvagem. Quando cheguei à cabine dos Originais, Bash e Spider pararam de falar de repente, me fazendo perguntar do que eles estavam falando. Me senti como se eu fosse um adolescente estúpido pela quantidade de
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vezes que eu estava revirando os olhos esta noite. Colocar o Patron e tudo o mais em cima da mesa na frente deles, eu peguei a bandeja. Ao invés de me virar e sair como eu tenho certeza que eles achavam que eu faria, eu parei ali, colocando uma mão no quadril e franzindo o cenho para eles. — Então, do que vocês estão falando? Vi os lábios de Bash contorcerem com diversão. Tendo vivido na mesma casa comigo há 15 meses, ele me conhecia bem. Éramos amigos —inferno, ele tinha sido meu único amigo de verdade. Desde sempre. — Negócios do clube. — Oh sim? Então, você não deveria estar falando com o clube sobre isso também? Ou este é um bate-papo só para o presidente e o executor? Spider pegou a garrafa de Patron e derramou duas doses. Ele bebeu as duas, sem muito mais que um vacilo e encontrei meus olhos fixos na visão de sua garganta enquanto se movia para cima e para baixo com cada gole. Um joelho cutucou minha perna e eu balancei a cabeça, limpando o estúpido nevoeiro cheio de desejo antes que qualquer outra pessoa além de Bash notasse. De jeito nenhum eu queria que Spider soubesse que ele ainda me afetava de forma tão completa. Não era inteligente deixar o grande homem saber que eu estava lutando comigo mesma no último mês. Desde o dia em que eu tinha colocado os olhos nele novamente, eu tinha sido uma massa de dores de carne feminina. Meu corpo parecia não compreender o que minha mente constantemente gritava comigo todo dia. Spider tinha me traido, desfiado meu coração em milhões de pedaços. E eu não seria uma daquelas garotas estúpidas que aceitava a traição de seu homem com um grão de sal e não mais do que um bater de cilios. Tinha sido uma das coisas que tinham terminado o casamento dos meus pais. Duke tinha a enganado com prostitutas do clube, além de outras coisas relacionadas clube até que Clara tinha o suficiente.
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Eu estava feliz por ter aprendido cedo como Spider realmente era e como eu assumi que todos os motoqueiros eram. — É apenas uma questão pequena. — Bash disfarçando o assunto só me deixou mais curiosa, mas eu não insisti. Por enquanto. Eu tinha pego algumas palavras de sua conversa: Raven, Hannigan’s, Hawk e o garoto da fraternidade tinham sido a única coisa que tinha feito sentido. Sobre o garoto da fraternidade, eu só poderia assumir que era o cara que tinha tentado assaltar Gracie Morgan em uma festa a um mês atrás. Hawk ficava sangrento quando se tratava do cara e era obvio para todos que ele e Gracie se preocupavam um com o outro. Eu não tinha ideia do que os dois tinham a ver com o Raven ou até mesmo com os Hannigan’s, mas eu provavelmente não conseguiria tirar nada de Bash em breve. Me sentei na cabine com eles. Meus pés estavam começando a doer e eu realmente não tinha feito uma pausa a noite toda. Quando nenhum homem falou, peguei o prato de salgadinhos que eu tinha colocado ali anteriormente. Os da cabine dos Originais eram os únicos que eu ousaria comer porque não haviam sido tocados por uma centena de mãos nesta noite. Nojento. Spider tomou outra dose, sem se preocupar com o sal e limão. Depois de um momento, Bash serviu-se de uma dose também, em seguida, me ofereceu uma. Eu balancei minha cabeça. Eu não era um grande fã de beber e eu não tinha tolerância nenhuma. Uma dose era tudo que precisava para que eu começasse a agir feito estúpida. — Vá embora, Willa. É o que você faz melhor. Meus olhos se estreitaram quando me virei meu olhar sobre Spider. Ele estava olhando para mim quando bebeu outra dose. — Vá foder uma das ovelhas, Spider. É o que você faz melhor.
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— Covarde. — TRAIDOR. Ele se encolheu, como se eu o tivesse esbofeteado, mas acabou tomando outra dose. Parecia a centésima vez hoje à noite — talvez até mesmo passou da marca de duzentos — mas eu revirei os olhos novamente. Droga, ele estava me transformando em uma adolescente. Todo este bar estava. Parecia que eu tinha doze anos, em vez de quase vinte e dois. — Eu preciso sair? — perguntou Bash, bebendo uma segunda dose de Patron. — Quero dizer, se vocês dois vão ter sexo com raiva, o que é muito quente por sinal, então eu não quero estar nem perto dessa merda. Você é como minha irmã, Willa. Vê-la nua é simplesmente errado. Eu mostrei-lhe o dedo. — Cale-se. Eu não vou fazer sexo com ele em um bar lotado... — Eu parei quando percebi a maneira que soou. Eu podia sentir minhas bochechas ficando rosa e meu rosto ficando quente. — Eu não quero fazer sexo com ele, ponto. — eu corrigi, silenciosamente me xingando. A garrafa de Patron já estava meio vazia, mas não parecia estar afetando Spider. Ele se concentrou em meu rubor e se eu não estivesse olhando para ele eu juraria que havia um animal uivando fora. Não havia; o animal estava sentado em frente de mim na cabine e ele estava roncando de um jeito que lembrava muito de um. O som foi direto para o centro do meu desejo e eu tive que cruzar as pernas quanto a minha calcinha ficou úmida. — Seus mamilos duros sugerem o contrário. — Spider garantiu quando ele empurrou a garrafa de tequila para longe e se inclinou para frente para que ele pudesse olhar mais atentamente. — E o pulso quase pulsando na base de sua garganta ... Sim, isso confirma.
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Meu rosto ficou mais vermelho e eu levantei rapidamente. — Que seja. Eu tenho trabalho a fazer. Nenhum deles tentou me parar, mas eu ouvi Bash rindo e aumentei a velocidade dos meus passos. Eu podia sentir o calor vindo do meu rosto e sabia que ia demorar alguns minutos antes do vermelho deixar meu rosto. Droga, não era como se eu fosse virgem. Eu não deveria ser capaz de corar desse jeito. É claro que uma voz no fundo da minha mente me lembrou, minha reação era por causa de Spider. Qualquer outro homem e eu teria sido capaz de ir embora, fresca e sem corar.
Spider Minha cabeça estava me matando quando acordei. Quase uma garrafa inteira de Patron tinha sido meu único jantar ontem à noite, a minha refeição nestes dias. Raven ia acabar comigo quando ela descobrisse e havia pouca dúvida de que isso iria chegar até ela. Eu só estava esperando ela ligar ou aparecer. Ou enviar um de seus irmãos para arrastar a minha bunda para sua casa para que ela pudesse enfiar comida na minha garganta até que eu estivesse muito cheio para pensar sobre álcool. Depois de quase um mês envenenando o meu sistema com boa tequila eu estava pronto para abrandar o consumo. Especialmente depois do que eu tinha descoberto ontem à noite. Meu corpo apertou quando me lembrei do rubor bonito que tinha enchido o rosto de Willa e depois se espalhado para baixo, desaparecendo em sua camisa. Eu sabia por experiência própria que o rubor estaria por todo seu corpo. O fato de que ela ainda era capaz de corar me dizia que ela não tinha passado os quatro anos que tínhamos estado separados
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fodendo tudo com um pau. Quando eu tinha percebido que ela ainda me queria, toda a tequila que eu tinha ingerido poucos minutos antes pareceu evaporar e o pequeno zumbido que eu tinha em curso tinha me abandonado completamente. A visão de seus mamilos pressionados tão apertados e duros contra o sutiã e delineados pela camiseta de trabalho apertada que ela estava usando tinha me deixado sóbrio. O resto da noite eu sentei com Bash e observei Willa trabalhando. Quando caras a paravam para falar com ela, provavelmente pedindo uma bebida, eu engolia mais algumas doses para me impedir de punir e socar os dentes dos meus irmãos do MC. Até a hora em que Bash estava pronto para sair eu estava completamente perdido e ele teve que chamar Hawk para me levar para casa. Xingando, eu me arrastei para fora da cama e fui para o chuveiro. Pela forma como o sol estava brilhando através das cortinas fechadas no quarto / sala de estar eu poderia dizer que era algo em torno do meio da tarde. Era domingo e eu tinha o dia de folga, mas havia coisas que eu precisava cuidar. Felizmente Bash tinha tido feito alguém trazer a minha moto, assim uma hora mais tarde, eu estacionava na calçada dos Hannigan’s e sentava na minha Hog por alguns minutos olhando para a enorme casa que estava em processo de reforma. Os meninos de construção do tio Chaz estavam construindo mais dois quartos na casa. Um movimento na frente da casa me chamou a atenção e eu encontrei Lexa de pé na porta agora aberta. Ver a filha do meu melhor amigo me fez sorrir. Maldição, ela se parecia com seu pai e era muito bonita. Com cabelo longo e escuro, e grandes olhos azuis cheios de raios, e uma ligeira inclinação dos lábios que um dia assustaria muito os meninos quando ela ficasse chateada com eles. Quando ela percebeu que era eu, ela acenou. —Oi, tio Spider. Raven, Raven. É o tio Spider.
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Um momento depois Raven encheu a porta, levantando Lexa no quadril. — Eu lhe disse para não abrir a porta sem falar com alguém antes, Lexa,— ela repreendeu suavemente. — Não é seguro para bebês bonitos fazerem isso. —Desculpe. Eu não vou fazer isso de novo. — Lexa prometeu. Raven beijou o topo da cabeça da menina antes de virar os olhos para mim. — Ei, estranho. — ela gritou, um sorriso fazendo o seu rosto brilhar, mesmo que não chegasse a atingir os olhos. Eu desci da moto e caminhei em direção a ela. — Ei, linda. — Eu puxei tanto Lexa quanto ela em meus braços para um abraço apertado. Depois de apenas um minuto ela se afastou, franzindo a testa para mim. — Você perdeu peso. Você ainda está bebendo o seu jantar? — Eu não gosto de mentir para Raven, então fiquei quieto. Ela olhou para mim. — Venha e eu vou preparar alguma coisa para comer. Meu estômago estava rosnando pelo que parecia ser a primeira vez desde sempre e eu nem sequer tentei detê-la enquanto eu a segui para dentro e fechei a porta atrás de mim. Na cozinha, ela colocou Lexa em uma cadeira na enorme mesa de café antes de ir para a geladeira. — É muito cedo para o jantar – o qual você está ficando sem, a propósito. Do que você gostaria: presunto ou peru? Tirei minha jaqueta e a pendurei em uma das cadeiras de jantar antes de sentar. — Os dois. Cinco minutos depois, dois sanduíches monstruosos com um grande saco de Munchies4 foram colocados na minha frente. Um copo de leite foi colocado na minha frente e na de Lexa e eu sorri para a menina quando peguei meu copo. —Saúde, Lexa.
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Salgadinho de queijo frito.
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Ela riu e bateu o copo de plástico com o meu. — Saúde, tio Spider. Depois que eu tinha comido o primeiro sanduíche, eu percebi que a casa parecia mais quieta do que o normal. Com Raven, três de seus quatro irmãos, Gracie Morgan, Willa, Bash e Lexa morando aqui, este lugar era raramente tranquilo a menos que eles não estivessem por perto. — Onde estão todos? Raven deu de ombros, enquanto ela continuava a limpar a bagunça que tinha feito fazendo meus sanduíches. —Bash ainda está dormindo. Hawk levou Gracie para um passeio. Raider e Colt estão na casa de Matt e Tanner. E Willa saiu para uma corrida. São só eu e Lexa no momento. — Então, eu estou rompendo o momento das meninas? Raven torceu o nariz. — Sim, mas está tudo bem. Nós gostamos de ter a atenção do sexo masculino, não gostamos Lexa? A menina de três anos de idade riu de novo e balançou a cabeça. — Nós gostamos de você, tio Spider. Eu toquei um dedo enorme em seu pequeno nariz de botão. — Eu gosto de você também, Lexa. Eu estava engolindo o último pedaço do segundo sanduíche quando a porta de trás abriu e uma Willa suada entrou. Ela não olhou na minha direção quando foi até a geladeira, pegou uma jarra de água e serviu-se de um copo grande. Raven se movia ao redor como se ela nem percebesse a outra fêmea, limpando as gotas do leite de Lexa que haviam pingado sobre a mesa. Meu corpo reagiu imediatamente ao vê-la. Ela estava usando um short rosa néon apertado de corrida com um top branco que mostrava o fato de que ela estava usando um sutiã esportivo rosa neon embaixo. Suas coxas e panturrilhas tonificadas flexionavam a cada passo que ela dava. Seu cabelo era uma bagunça com mechas úmidas caindo de seu
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rabo de cavalo e se agarrava ao seu pescoço e rosto. Ela parecia exatamente como eu me lembrava dela na maioria das noites em Vegas há quatro anos atrás. Minhas bolas apertaram, tornando quase impossível ficar sentado sem causar algum dano irreversível. Eu levantei e levei meu prato vazio para a pia para lavar. Fazia um tempo desde que eu tinha estado na casa dos Hannigan, mas eu estava mais confortável aqui do que eu estava na casa do meu tio. Antes de Bash voltar e trazer Willa e Lexa com ele, eu tinha sido um regular nesta casa para o jantar. Raven tinha tomado conta de mim e eu sempre cuidaria dela. A pia estava ao lado da geladeira, onde Willa ainda estava de pé, de costas para a sala enquanto ela engolia o resto de sua água antes de encher o copo de novo. Ela fechou a porta da geladeira e virou para mim. Fiquei surpreso que ela não estava olhando para mim com raiva, mas ela com certeza não estava feliz em me ver. — Eu acho que você decidiu tirar o rabo de entre as pernas e voltar a aparecer por aqui. Eu endureci com ela me acusando de ser um cão covarde. Claro, eu não tinha vindo visitar Raven. Ela tinha bastante merda em seu prato no momento, sem eu adicionar a minha merda nele. Ela iria querer tomar partido e eu não quero que ela faça isso quando ela estava apenas começando a aceitar Willa. — Pensei em deixar as águas acalmarem por aqui antes que eu enfiasse os dedos nela e as agitasse novamente. — Eu respondi. Ela levantou uma sobrancelha para mim, mas não disse uma palavra enquanto se sentou à mesa ao lado de Lexa. — Lexa, vá acordar seu pai. — Raven disse a menina. — Ele não pode dormir o dia todo só porque chegou em casa às duas da manhã. — Não fique brava com ele, Rave. — eu disse a ela enquanto caia na minha cadeira novamente. — Ele estava fora comigo.
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Lexa saltou para fora da sala antes que Raven virasse para franzir a testa para mim. — Eu não estou brava com ele porque ele estava com você. Ela pode não ter estado brava com isso, mas era óbvio que ela estava brava com ele sobre algo. Peguei a mão dela, puxando-a para mim para que eu pudesse olhar para ela mais de perto. Seu rosto estava pálido, e eu pude ver que seus olhos estavam cansados. — Está se sentindo bem? — Eu perguntei, percebendo que suas mãos tremiam ligeiramente. — Só uma dor de estômago, Spider. — Ela me deu um pequeno sorriso e se afastou, ocupando-se com mais limpeza. — Mais uma vez? — Willa perguntou com um olhar preocupado em seu belo rosto. — Você esteve assim a semana toda. Talvez você deva consultar o médico. — Não é nada. Eu estou bem. — O tom de Raven estava firme, mas ela sorriu um pouco a medida que ia limpando a mesa novamente. — Eu sei o que há de errado comigo. Eu vou ficar bem. Antes que eu pudesse abrir a boca para perguntar a ela o que estava errado, a porta dos fundos se abriu novamente e Gracie entrou. Suas bochechas estavam vermelhas e seu cabelo estava uma bagunça, mas ela parecia feliz enquanto ela nos cumprimentou antes de praticamente sair pulando pela cozinha em direção as escadas. Um minuto depois, Hawk entrou com um sorriso no rosto. Ver Hawk Hannigan sorrindo era um evento raro. Ele era sempre tão sério e pensativo. Ao lado de Jet ele era o Hannigan com quem você não queria foder. Ele era a razão pela qual eu estava trabalhando pra caramba tentando descobrir o que Kevin Samson estava fazendo. Se eu não descobrisse o que aquele babaca estava fazendo, então as pessoas que eu amava iriam acabar mal.
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— O que tem para o jantar, Rave? — Hawk perguntou enquanto ele pegava uma cerveja da geladeira antes de sentar em seu lugar habitual na mesa. — Estou morrendo de fome. — Espaguete, pão de alho e salada. — Ela piscou para mim quando eu sorri para ela. Ela estava fazendo o meu favorito. — Bolo de maçã para a sobremesa. — Eu gemi de apreciação e ela apertou meu ombro enquanto passava. — Eu tenho que engordar algumas pessoas por aqui. Eles estão definhando. Assim que Gracie voltou para cozinha, ela começou a ajudar Raven a fazer o jantar. O bolo estava indo para o forno quando Bash se juntou a nós. Quando Gracie o saudou, ele resmungou algo ininteligível e caiu na cadeira entre mim e Willa. — Você não bebeu muito na noite passada, mano. — Bash sacudiu a cabeça e recostou-se na cadeira, com os olhos fechados como se estivesse indo voltar a dormir ali mesmo. — Está se sentindo doente também? —Não. Só não conseguir dormir até quase seis. — Seus olhos se abriram. — Quem está doente? — Ninguém está doente. — Raven lhe garantiu quando ela colocou uma caneca de café preto na frente dele. — Você não estaria acordado até seis da manhã se não estivesse tentando tanto me engravidar. Deve ter havido um nevoeiro na sala pelo jeito que a temperatura caiu tão rapidamente de um lado da mesa e ao mesmo tempo estava escaldante do outro. Eu vi como o rosto de Bash empalideceu enquanto o de Hawk ficou vermelho sangue, e suas narinas dilataram. Eu cerrei os dentes, incerto sobre como me sentir sobre acusação de Raven e quem eu protegeria se – quando - Hawk pegasse Bash para estourar seus miolos.
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Raven seria, obviamente, uma boa mãe. O jeito que ela tinha assumido a figura materna de Lexa mesmo que ela ainda estivesse lutando para aceitar o fato de que Bash tinha tido um filho com outra pessoa,
mostrava
isso.
Pensar
em
Raven
grávida,
no
entanto,
simplesmente não se parecia certo. Sim, eu sabia que ela tinha relações sexuais - tinha realmente pego ela e Bash fazendo a apenas algumas semanas atrás. Isso não significava que eu queria ainda mais provas da menina que eu considerava minha irmã, fazendo sexo. Se eu estava tendo esses sentimentos, então eu sabia que Hawk e qualquer um de seus outros três irmãos - não iriam levar isso bem também. Não importava que Bash fosse presidente do MC. — Raven... — Bash começou, mas ela o cortou com um olhar que congelaria um vulcão ativo. — Não tente dar desculpas. Sei a algum tempo que você estava tentando, mas aí já era tarde demais para fazer qualquer coisa para parar. — Raven bateu a mão na mesa fazendo Gracie saltar e Willa vacilar. — Parabéns. Você pode parar de tentar agora. E ela foi embora, deixando um pedaço de papel brilhante na mesa.
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Capítulo Nove Willa Quatro pares de olhos irritados viraram para Bash, inclusive o meu. Como ele pôde fazer algo assim para alguém, ainda mais Raven — a mulher que ele disse que amava mais do que a própria vida? Antes que eu pudesse me parar eu estava exigindo uma resposta para essa pergunta. Eu levantei rápido e me virei para ele. Eu nunca tinha estado tão zangada com Bash antes na minha vida. Nos 15 meses que vivemos sob o mesmo teto, havíamos nos tornado tão próximos como irmão e irmã e tínhamos confiado um no outro quase tudo o que era importante para nós. Houve momentos em que eu queria gritar com ele e até mesmo chutar a bunda dele algumas vezes, mas eu nunca estive tão perto de matar o meu irmão substituto até este minuto. — Como você pôde fazer isso com ela? — Eu me encontrei gritando em vez de perguntar racionalmente. Como se não houvesse outras três pessoas na sala o encarando mortalmente, dois dos quais, provavelmente, poderiam quebrar todos os ossos do seu corpo, sem nem mesmo tentar, Bash levantou e olhou para mim. Esse olhar não escondia de mim o medo completo e total naqueles olhos disparando raios para mim. — Eu preciso que ela esteja grávida. Com essa conexão para nos manter juntos, eu sei que não vou perdê-la novamente.
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— Você não acha que ela deve ter uma opinião a dizer quando ela ficasse grávida? — Eu coloquei meu dedo em seu peito duro. — É o corpo dela; será ela quem terá que carregar o bebê por nove meses e depois empurrá-lo para fora. Você tirou a escolha dela. Seja qual for a conexão que você poderia ter tido com ela, acabou de ficar muito menor. Sua mandíbula se apertou tão forte que eu tinha certeza que ele quebraria alguns dentes e eu esperava que ele fizesse. — Porra... — ele murmurou baixinho e virou para olhar pela janela da cozinha. — Você é um maldito idiota às vezes, Bash. — eu gritei para ele quando eu me virei e sai da cozinha. Encontrei Raven no quarto que eu dividia com Lexa. Ela estava sentada no tapete em frente à cama, brincando com a casa de bonecas que ela tinha comprado para minha sobrinha poucos dias depois de Lexa e eu termos vindo morar aqui. Ela tinha um sorriso em seu rosto enquanto brincava com a menina de três anos de idade, que não alcançava seus olhos verdes cor de jade, que estavam brilhantes com uma mistura de emoções tempestuosas. No pouco tempo em que eu a conhecia, eu tinha descoberto que precisava de muito para fazer Raven chorar. Ela não gostava de se emocionar com nada. Então, se ela estava à beira das lágrimas, isso estava realmente perturbando-a. Ou talvez sejam os hormônios da gravidez? Quando entrei no quarto, sua cabeça se levantou e seu olhar se voltou um pouco menos amigável quando ela me viu. Ela ainda estava lutando com toda a ideia de que eu vivi na mesma casa a sós com Bash por tanto tempo. Eu não sei como provar a ela que Bash e eu nunca tínhamos dormido juntos, mesmo se houvesse química. Me sentei ao lado de Lexa e peguei uma das bonecas ainda no chão entre elas. — Quer falar sobre isso?
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— Eu estava morrendo de vontade de falar com Flick sobre tudo isso. Ela poderia me ajudar com isso, me ajudar a descobrir como lidar com isso ... — Seu queixo tremeu por alguns segundos antes dela morder o lábio e balançar a cabeça loira. — Mas ela não está aqui e eu não tenho nenhuma ideia de onde ela está ou se ela está mesmo bem. Eu balancei a cabeça, sabendo que Felicity ter fugido a estava machucando. Sua melhor amiga não tinha contado a ela sobre o maior tipo de tragédia e ela sentiu como se tivesse falhado com a amiga. — Tenho certeza de que ela está bem, Rave. Ela só precisa de algum tempo para si mesma. Você pode falar comigo, apesar de tudo. Eu nunca estive grávida antes e eu não sei o que eu faria se eu estivesse no seu lugar... Provavelmente cortaria o pau fora se um cara fizesse isso comigo ... — Eu olhei para Lexa para pedir desculpas pelo minha boca suja, mas ela não estava prestando atenção em nós. A imaginação dela a pegou e ela estava fora em seu próprio pequeno mundo com suas bonecas no interior da casa de bonecas. — Você deve pensar que eu sou uma idiota por não perceber o que ele estava fazendo antes. — Ela fez uma careta e encolheu os ombros. — No passado, ele sempre foi responsável por se proteger. Ele sempre usava algo para me impedir de ficar grávida... Honestamente, naquela época eu tinha tanta certeza de que íamos ficar juntos para sempre que eu comecei a me ressentir daquelas camisinhas estúpidas. Eu queria um filho dele e pensei que talvez se eu engravidasse, meus irmãos iriam facilitar para ele, pois ele seria o pai de sua sobrinha ou sobrinho. — Isso poderia ter matado-o mais do que protegido. Raven riu mas soou oco. — Sim, eu percebi isso assim que eu o vi no hospital após Jet tem acabado com ele. Dei uma olhada em quão ruim meu irmão tinha batido nele e sabia que se Bash tivesse me engravidado ele estaria no necrotério em vez de na UTI.
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Lembrando de como Bash estava mal dias depois de apanhar, estremeci com a forma como ele deveria estar depois do que tinha acontecido. — Bash disse que não tentou lutar de volta. — Jet disse a mesma coisa. Bash teve sua punição e não fez nenhum som. — Raven pegou Lexa e puxou-a para seu colo. — Era por isso que eu não conseguia entender por que ele tinha me deixado... Por que ele ficou longe. Eu pensei que Jet tinha batido seu amor por mim para fora dele. Eu não teria culpado Bash se Jet tivesse feito isso. — Ele não fez. — eu assegurei a ela. — Bash te ama mais do que qualquer coisa ou qualquer um. Seu rosto se fechou e ela não falou por quase um minuto inteiro. — Eu o amo, mas eu não sei como lidar com isso. Eu não sei como me sentir sobre estar grávida quando eu não estava preparada. A nossa relação é ainda tão rochosa. Eu estou tentando aprender a confiar nele novamente. — Esqueça Bash por um momento. Não se preocupe com ele e apenas se concentre em você e no bebê crescendo dentro de você. Descubra o que você quer e faça isso. — Me levantei e peguei Lexa em meus braços. — Vá para uma das casas e limpe sua cabeça. Se você pedir a Spider, ele não vai deixar Bash chegar perto de você durante o tempo que você precisar. Deixei-a sentada ali, um olhar pensativo em seu rosto. Eu carreguei Lexa pelas escadas e me sentei no sofá na sala de estar antes de ligar a TV e o Netflix para que ela pudesse assistir Daniel Tiger. Ouvi vozes alteradas vindo da cozinha e corri lá para impedir que alguém matasse alguém. Encontrei Gracie em pé entre Hawk e Bash. Bash não estava tentando se defender, enquanto Hawk o chamava de todos os tipos de nomes feios. Gracie estava com as mãos no peito de Hawk, a única coisa
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impedindo-o de tirá-la de seu caminho e rasgar seu presidente do grupo em um bilhão de partes pequenas. O que realmente me surpreendeu foi que Spider ainda estava sentado à mesa, bebendo uma cerveja como se estivesse assistindo a um programa na TV. É óbvio que ele não se incomodava que Hawk estava prestes a eviscerar seu melhor amigo. — Chega. — eu gritei quando eu me coloquei entre Gracie e Bash, adicionando um pouco mais de proteção para o animal de homem em pé atrás de mim. — Todo mundo se acalme e respire fundo. Hawk, você sabia que Bash e Raven estavam juntos então você não pode exatamente ficar surpreso por ela estar grávida. Suas bochechas ficaram rosadas e se a situação não fosse tão séria eu teria rido do fato de que ele estava corando. Claro que era uma mistura de raiva e os pensamentos de sua irmã, na verdade, tendo relações sexuais, mas ainda assim, Hawk Hannigan corando? Hilariante. — Ela não concordou exatamente em ficar grávida, Willa. — Isso não significa que ela não concordou com o sexo. Nada é sempre cem por cento efetivo e esse é um risco que você corre quando faz sexo. Então, relaxe e se preocupe mais com o fato de que sua irmã está lutando para se sentir feliz em ter um bebê em vez de acabar com o pai do bebê. — Hawk pareceu relaxar um pouco e Gracie empurrou com força suficiente em seu peito para fazê-lo dar alguns passos para trás e me deu um suspiro de alívio. Assassinato evitado. Pelo menos por enquanto. O som de pneus chiando na garagem me disseram que Raven tinha aceitado o meu conselho, o que me surpreendeu muito. Achei que ela poderia fazer o contrário do que eu havia sugerido. — Ela deve ter saído pela frente. — disse Hawk enquanto olhava pela janela da cozinha, observando sua irmã em seu Dodge Challenger. A
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coisa era rápida como o inferno, então eu não conseguia entender porque ele continuava olhando. — Droga. — Bash exclamou por trás de mim e o ouvi pegar as chaves para a sua moto. — Oh não, você não vai. — eu bati nele e peguei as chaves de sua mão antes que ele pudesse tentar me parar. — Ela precisa de algum tempo para limpar a cabeça. Se você ir atrás dela, vocês dois vão matar um ao outro ou vão foder até dizer chega. Nenhum dos dois é exatamente útil para a situação no momento. O olhar no rosto de Bash teria aterrorizado uma pessoa mais fraca. Eu olhei de volta para ele determinada a defender minha posição, não importa o quão grande fosse a raiva dele. Eu estava de pé entre ele e sua tábua de salvação, mas Raven precisava de um tempo para si mesma ou ela iria para o fundo do poço. — Ela está dirigindo feito louca, Willa. E se ela se destruir? — Ele passou a mão pelos longos cabelos negros, os olhos cheios de relâmpago em sua preocupação por Raven. — Raven vai ficar bem. — Eu coloquei as chaves no bolso, sabendo que ele não se atreveria a tentar pegá-los se estivessem em um lugar tão pessoal. — Porra, Willa. — Bash andou em volta de mim e enfrentou Spider. — Vá garantir que ela está bem. Pelo menos ela vai ouvi-lo. Eu vi como Spider considerava seu amigo por um longo momento, seu rosto impassível, exceto pelo olhar em seus olhos negros. Ele levantou lentamente, fazendo com que a sua altura parecesse ainda mais dramático quando ele finalmente ficou ereto. — Eu vou cuidar dela. Como eu sempre faço. Mas estou ficando realmente cansado de ter que limpar as lágrimas dela por você, filho da puta.
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Raven Eu estava dirigindo por aí sem destino definido. Meu estômago estava turvo e minhas mãos ainda estavam tremendo ligeiramente. Era difícil entender o que eu estava sentindo. Durante os últimos três dias eu tinha mantido o conhecimento para mim mesma sobre o bebê, ainda atordoada demais para aceitar que o médico tinha confirmado minha suspeita de gravidez com um ultrassom. Ontem à noite, depois que Bash fez amor comigo até que eu estava exausta, eu tinha percebido que realmente era verdade e que ele estava tentando me engravidar desde a primeira vez que estivemos juntos novamente. Eu tinha estado com mais raiva de mim mesma do que dele em primeiro lugar. O fato de que eu não tinha percebido que ele deliberadamente não estava usando a proteção me fez sentir todos os tipos de idiota por confiar meu corpo a um homem que já tinha quebrado o meu coração uma vez. Então a minha raiva em Bash tinha assumido e eu estava chateada desde então. Bash alegou que me amava então por que ele estava tomando todas as escolhas de mim? Havia diferença em amar alguém e ser um maníaco por controle possessivo. Para mim, os dois não andavam de mãos dadas e eu não iria me colocar nisso. O verdadeiro problema, porém, era que eu estava lutando arduamente para aceitar o fato de que eu estava grávida. Um minuto eu estava animada. Eu teria o bebê de Bash. Isso era algo que eu sempre quis. No minuto seguinte, eu era uma confusão com raiva. Eu não estava pronta, nem perto disso. Como Bash se atreve a tirar o meu direito de escolher quando engravidar assim? Não era justo. Além disso, Lexa e eu ainda estávamos tropeçando para conhecer uma a outra. Eu queria que ela estivesse mais instalada, confortável comigo como sua madrasta antes de adicionar uma outra criança na equação.
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Eu pensei que Bash gostaria de se casar e ter as reformas da casa terminadas antes mesmo de começarmos a falar de ter um bebê. Eu também pensei que Jet estaria em casa e Felicity voltaria para me ajudar a passar por isso... Eu precisava tanto deles agora. Jet sempre foi minha figura paterna. Mesmo quando nosso pai ainda estava vivo, ele havia assumido esse papel. Ele tinha sido o único a me entender, o melhor de meus quatro irmãos. Ele poderia ajudar a me orientar. Felicity... Ela era minha melhor amiga, a única mulher que eu tive na minha vida em quem eu confiava e poderia me ajudar com qualquer coisa relacionada ao sexo feminino. Quando eu tinha percebido que eu estava grávida, meu primeiro pensamento foi ligar para ela e pedir para ela ir ao médico comigo. Eu não era o tipo de pessoa que precisava de alguém para segurar minha mão constantemente nos momentos difíceis, mas agora eu realmente precisava dela. Sabendo que eu não seria capaz de falar com Felicity tão cedo, eu fiz a única coisa que eu podia. Virei o carro e sai da cidade. Eu fiz uma ligação para ver se eu poderia conseguir ver o meu irmão em San Quentin e disseram que eu teria que esperar até de manhã, já que seria muito tarde quando eu chegasse lá. Cinco horas depois, eu estava em um quarto de motel barato, deitada na cama enquanto eu olhava cegamente para o teto. Eu desliguei meu telefone horas atrás, quando Bash e meus irmãos começaram a enchê-lo com mensagens. Até mesmo as poucas chamadas de Spider tinham ficado sem resposta, porque eu não podia lidar com falar com ninguém agora. Ninguém entendia por que eu precisava ver Jet, talvez nem mesmo o próprio Jet. Ele não queria me ver na prisão, tinha me proibido de visitar, mas agora eu não ligava para o que ele queria. Eu não dormi muito naquela noite. Minha mente não se calava e quando me sentei na sala dos visitantes na frente do meu irmão eu estava
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pálida com círculos sob meus olhos tão escuros que pareciam hematomas. Honestamente, Jet não parecia muito melhor. Ele era maior do que eu me lembrava, seus músculos salientes flexionando a cada respiração que ele tomava, mas ele estava pálido, precisando fazer a barba e parecendo como se ele não tivesse dormido o suficiente. A segurança de Jet não tinha sido algo que eu tinha realmente me preocupado enquanto ele estava na prisão. Tínhamos membros do clube em San Quentin que teriam apoiado meu irmão, quando sua reputação não fosse suficiente para protegê-lo. Poucas pessoas queriam mexer com Jet Hannigan. Ele era cruel, assustador como o inferno, e mais frequentemente do que não, tinha um olhar ameaçador em seu rosto que iria irradiar à sua volta e podia causar terror em homens crescidos. Talvez eu deveria ter me preocupado com ele. Por um momento, meus problemas foram empurrados para o fundo da minha mente enquanto eu alcancei as mãos do meu irmão. — Você está bem? Seus dedos apertaram em torno dos meus e ele me deu um sorriso que aliviou um pouco da sensação de aperto no peito. — Eu só tenho muita coisa na minha mente, Rave. — Seus olhos estavam comendo os olhos de mim e ele apertou a mandíbula. — Você não deveria vir aqui. Eu disse que isso não é um lugar para você. — Eu tinha que te ver... — eu sussurrei, engolindo as lágrimas que estavam queimando minha garganta de repente Olhos idênticos ao meu próprio se estreitaram. — Se você está aqui para me dar algumas notícias de merda como Flick, então eu acho que eu não quero ouvir. Fechei os olhos. Hawk não teve escolha a não ser ligar para Jet quando Felicity tinha fugido. Que ela tinha parado para vê-lo antes de ir tinha sido como um tapa na cara para mim porque eu não tinha ideia do que a minha melhor amiga e meu irmão tinham feito, e ainda perdido um
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bebê. Eu não tinha sido completamente cega, eu sabia que Felicity tinha estado tão apaixonada por Jet como eu estava por Bash, mas eu tinha estado tão presa em meus próprios problemas que eu não tinha nenhuma pista que as coisas tinham realmente chegado a este ponto entre eles. — Raven...? — A voz de Jet era firme, obrigando-me a abrir os olhos. — Querida, o que está errado? Uma lágrima escapou dos meus olhos e eu mordi meu lábio para evitar
que
ele
tremesse.
Por
que
eu
estava
chorando
muito
ultimamente? Era o bebê que estava fazendo isso comigo? Se fosse, então eu acho que eu não ia gostar de estar grávida. Finalmente eu limpei minha garganta e balancei a cabeça. — Estou grávida. Seus olhos brilharam por um segundo e, em seguida, ele viu que isso não era uma novidade exatamente feliz por mim para compartilhar com ele. — Eu pensei que você e Bash estavam trabalhando as coisas? Ele está brincando? Você quer que eu acerte com ele? Que ele estava falando sério sobre realmente resolver as coisas com Bash, embora Bash fosse presidente do Angel’s Halo me assustou um pouco. — Não! — Eu rapidamente disse, enquanto olhava para o guarda que estava a poucos metros de distância nos observando. — Não, ele não está me traindo. Por favor, não faça nada estúpido como isso, Jet. — Então por que você está aqui, Raven? Por que você está tão chateada por estar grávida? Você ama Bash, eu sei que sim. Você o ama desde que você tinha quinze anos ... — Eu dei um suspiro surpreso e ele riu. — Eu sabia, Raven. Eu sabia o tempo todo que você e Bash estavam se esgueirando. Isso não me incomodou. Mas quando ele abriu o jogo, eu não tive escolha a não ser a punição. — Você poderia tê-lo matado. — Eu olhei para ele agora, irritada mais uma vez que ele havia machucado tanto Bash. Se sabia, então por
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que ele colocou Bash na UTI? — Eu implorei e implorei para não machucá-lo. — Por que ele não tinha dito isso antes...? Ele suspirou e passou a mão pelo rosto. — Não havia como contornar isso, Rave. Todo o clube teria se rebelado se eu não tivesse feito. Mas eu fiz tudo sozinho. Se Hawk, Raider e Colt tivessem ficado sobre ele, então ele teria morrido. Colt e Raider teriam rasgado a cabeça dele. Minha raiva queimava e eu não queria fazer nada mais do que rastejar para o seu colo e deixar o meu irmão me segurar. Ele realmente me amava mais do que o MC, assim como eu tinha pensado o tempo todo. Isso não era exatamente o caso quando ele se tratava dos meus outros três irmãos. Jet estendeu a mão, fazendo com que as correntes que prendiam seus pulsos juntos batessem na mesa entre nós, e segurou meu rosto. — Então, por que você não está feliz em ter o meu sobrinho ou sobrinha, Raven? — Bash me enganou. Ele me engravidou e não tinha conversado comigo. Eu não estou pronta para ter um bebê. As coisas são complicadas o suficiente como estão, sem adicionar um outro garoto nessa loucura. — Suspirei e balancei a cabeça. — Eu não sei o que fazer. Jet levantou uma sobrancelha, uma expressão estranha em seu rosto. — Ele enganou você? Como diabos ele te enganou? — Ele não usou proteção. No passado, ele era sempre tão responsável e eu confiava nele para ser desta vez. Mas ele nunca fez. — Meu irmão revirou os olhos. Eu fiz uma careta. Na verdade, ele revirou os olhos para mim. — O quê? — Eu exigi. — Sério, Raven? Ele enganou você? Você não acha que você se deixou levar? — Eu abri minha boca, determinada a me defender, mas fechei com a mesma rapidez. Ele estava certo? Eu não tinha dito nada depois da primeira vez. Eu sabia que ele não tinha usado nada, mas me
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mantive em silêncio. Toda vez depois da primeira eu sabia que ele não estava usando proteção. Eu poderia ter dito alguma coisa, dizer que eu não estava pronta para um bebê... — Depois da primeira vez você deve ter percebido que ele estava fazendo isso de propósito. Se você realmente não queria ficar grávida, você teria falado. Você não dizer nada só mostra que você realmente não se importava se ficasse grávida. Talvez você quisesse tanto quanto ele obviamente quer. Jet estava repetindo tudo que estava acontecendo na minha cabeça. — Não... — Eu tentei negar, mas era um argumento fraco, mesmo para os meus ouvidos. Ele sorriu, fazendo-o parecer mais jovem e menos cansado. — Sim, querida. Admita, Raven. Você realmente está feliz com este bebê. Diga. — Eu balancei minha cabeça enquanto eu lutava contra as lágrimas, incerta se elas eram de tristeza, raiva ou de felicidade agora. — Diga, Raven Anne. — Eu realmente quero este bebê... — Sua mão no meu queixo deu um pequeno aperto e uma lágrima transbordou. — Eu estou feliz com o bebê. Dizer as palavras em voz alta aliviou a pressão no meu peito e eu fechei meus olhos enquanto eu saboreava a sensação livre de admitir aquilo. Era por isso que eu precisava ver Jet. Ele me dizia diretamente, e me fazia ver o que eu estava me recusando a enxergar. Abrindo os olhos, eu virei minha cabeça e beijei sua mão. — Eu amo você. Seu rosto apertou de emoção. — Eu também te amo.
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Capítulo Dez Spider Eu estava em frente a geladeira, decidindo se eu queria mais uma cerveja ou uma lata de Coca-Cola. Eu tinha estado na casa dos Hannigan desde a meia-noite da noite anterior, quando eu tive que aceitar a derrota e voltar sem Raven. Eu tinha viajado por 100km em todas as direções, sem nenhum sinal de Raven ou do carro dela. Desde então Bash estava ficando louco e ninguém, exceto Lexa, tinha conseguido dormir na noite passada. Bash estava sentado na mesa da cozinha quando eu me virei com a Coca-Cola na mão. Ele parecia um verdadeiro inferno com seu cabelo emaranhado por correr os dedos por ele a noite toda. Seu rosto estava cinzento e as mãos ainda estavam tremendo. Se Raven não voltasse para casa logo Bash enlouqueceria e eu duvidava que houvesse alguma coisa que eu seria capaz de fazer para conter a explosão. Felizmente Gracie tinha pego Lexa para mantê-la longe da tensão na casa durante o dia. Mesmo aos três anos de idade, ela tinha ficado chateada pelo fato de que Raven não estava por perto para colocá-la para dormir. Isso em cima da tensão que irradiava de seu pai era o suficiente para deixar Lexa ansiosa. Os irmãos de Raven tinham saído procurando por ela hoje e não tinham ligado nenhuma vez. Bash queria ir também, mas ele não tinha sido capaz nem de andar, então eu tinha ficado para trás para ajudar Willa caso Bash saltasse ao fundo do poço. Com a escuridão começando
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a cair, eu sabia que não demoraria muito para que isso acontecesse a menos que Raven fosse encontrada ou entrasse pela porta. Willa, que estava no fogão cozinhando o jantar, me lançou um olhar preocupado e eu dei de ombros. Ela me deu um pequeno sorriso triste e eu estava tão feliz que não era um olhar de 'foda-se' que eu sorri de volta. — Você está com fome? O jantar está quase pronto. Eu não tinha comido mais do que um sanduíche durante todo o dia. Meu estômago estava em nós pela preocupação com Raven. Fugir não era o estilo dela. Eu sabia que ela só precisava de tempo para limpar a cabeça e, em seguida, estaria de volta, mas eu não poderia lidar com a incerteza do paradeiro dela. — Claro, querida. Eu poderia comer. Ela não se ligou no meu deslize 'querida' e eu levei isso como um bom sinal quando eu me inclinei contra o balcão ao lado do fogão, onde ela estava fazendo o espaguete que Raven tinha me prometido ontem. Pela aparência das coisas o jantar estava quase pronto e meu estômago roncou com a visão do molho de tomate. A cozinha foi preenchida com os aromas do molho de dar água na boca, juntamente com pão de alho crocante no forno. — Isso cheira incrível. — tomei outro gole da lata de Coca-Cola e me inclinei para mais perto, tentando respirar seu aroma único sobre o alho e ervas italianas. Ela se acalmou quando eu coloquei a mão em seu quadril, mas não se moveu imediatamente. Estar perto dela deixava meu pau duro como uma rocha. — Eu não sabia que você poderia cozinhar assim. Willa mordeu o lábio e levantou os olhos para os meus. Eu vi o desejo ardente em seus olhos, e sabia que não seria preciso muito para seduzi-la de volta para a minha cama. Era onde eu a queria pelos últimos quatro anos, e quando eu chegasse lá, era provável que eu não a deixaria sair de lá novamente. Me movi um pouco mais e sua respiração engatou.
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Não importava que Bash estivesse na sala. Ele estava fora em seu pequeno
inferno
pessoal.
Eu
precisava
provar
seus
lábios
novamente. Descobrir se ela ainda era tão viciante como ela tinha sido há quatro anos. Baixei a cabeça, meu olhar fixo em seus lábios. Eu podia sentir o calor de sua respiração no meu rosto. Seus dentes morderam seu lábio inferior gordo e eu pensei que eu realmente ouvi as batidas do seu coração ou talvez fosse o meu próprio que eu estava ouvindo. — Willa... — Eu respirei o nome dela, pronto para tomar o que eu queria... O toque do telefone da casa a fez saltar e qualquer feitiço que tinha acontecido pareceu evaporar diante dos meus olhos quando seus os olhos cinzentos ficaram nublados. Ela estendeu a mão para alcançar o telefone em cima do balcão atrás dela. — A-Alô? Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração e me abstive de socar o armário ao meu lado. — Sim... Jet? Mas ... — Minha cabeça se voltou com a menção do nome de Jet Hannigan e Bash pulou de seu assento na mesa da cozinha. Quando ele estendeu a mão para pegar o telefone de Willa ela mandou-o embora antes de apertar sua orelha com um dedo para ouvir melhor quem estava ao telefone. — Tudo bem. Obrigado por ligar. Ela desligou e colocou o telefone para baixo antes de olhar para Bash. — Era um dos guardas em San Quentin. Jet pediu-lhe para ligar e garantir que todos saibam que Raven deve voltar para casa na parte da manhã. Alívio tomou conta de mim e o aperto no meu peito diminuiu. Raven estava segura. Ela tinha acabado de visitar o irmão. Eu iria bater a merda para fora dela quando ela chegasse em casa. — Ela está bem?
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— O guarda disse que estava cansada depois de passar a manhã com Jet, então Jet pediu a ela para conseguir um hotel e voltar para casa na parte da manhã. — Ela deu um passo em direção a Bash. Seu corpo inteiro estava tremendo agora. Eu nunca tinha visto o meu amigo assim antes. Ele estava enlouquecendo rápido. Willa colocou a mão em seu braço e ele empurrou de volta como se ela o tivesse esbofeteado. — Eu tenho que ir... — Ele rosnou e puxou-lhe as chaves do bolso. — Eu tenho que... — Ele parou e balançou a cabeça. – Ligue para Hawk e diga-lhe que ela está bem. — ele disse por cima do ombro. Ele estava fora da porta antes que eu percebesse que eu deveria têlo parado, provavelmente, mas eu sabia que ele precisava de um tempo sozinho para se recompor. Ele não me agradeceria se eu o visse quebrar completamente. Ele era um dos presidentes mais difíceis que um clube de motoqueiros poderia ter. Chorar como um bebê na frente de um membro, mesmo que eu fosse o seu melhor amigo, não seria um bom momento. Fazendo uma careta, eu engoli o resto do meu refrigerante e joguei a lata no lixo. Willa olhou para a lata de lixo antes de virar o olhar frio para mim. — Reciclagem. — O quê? Ela colocou as mãos nos quadris. — Reciclagem. Coloque-o na lixeira. — Ela apontou para a despensa. — Desde quando eles reciclam nesta casa? — Eu resmunguei quando peguei minha lata do lixo e abri a porta da despensa. Dentro haviam três caixas. Eu vi garrafas de cerveja de vidro em um, garrafas plásticas de água em outro, e latas de refrigerante vazias no último.
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— Não foi ideia minha. Gracie é toda sobre como salvar o mundo. Ela está ensinando a todos sobre a importância da economia de energia elétrica, reciclagem, e inúmeras outras coisas que precisamos fazer para sermos mais verdes. — Ela encolheu os ombros quando ela desligou o fogo e levantou a panela de macarrão. — Eu só estou fazendo o que me foi dito. Primeiro por Gracie e, em seguida, por Hawk. Eu sorri. Claro que seria Gracie. A menina era doce e cheia de todos os tipos de inocência. Hawk estava se apaixonando forte por ela. Ele não conseguia dormir, comer, respirar... sem ela. Eu sabia tudo sobre isso. Durante seis semanas Willa tinha sido minha. Por quatro anos eu tinha sido incapaz de respirar direito. Na hora em que eu tinha feito a ligação para Hawk, o jantar estava na mesa e Gracie entrou com uma Lexa obviamente cansada. Nós quatro sentamos para comer e eu me perguntei se eu poderia encontrar uma razão para passar outra noite aqui. Eu ainda estava semi duro desde o quase beijo mais cedo e eu era como um viciado pela necessidade de sentir minha droga favorita.
Bash Minhas mãos ainda tremendo tornavam difícil dirigir. Eu tive sorte que eu não tinha destruído a maldita coisa e me matado. Levou seis horas para chegar aqui por causa disso. Passei a mão pelo meu cabelo e coloquei meu capacete na moto antes de voltar a olhar para o motel barato. Raven tinha seus cartões de crédito com ela, junto com o dinheiro que eu pedi para ela guardar em caso de emergências. Ela poderia ter ido para qualquer lugar mais
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agradável para passar a noite, mas em vez disso ela estava em uma das partes mais sórdidas da cidade. Não levou muito tempo para encontrar o carro. Eu tinha começado com a prisão de San Quentin e trabalhei meu caminho a partir de lá. Dois estacionamentos de hotel mais tarde e eu tinha visto o Challenger. O potente carro esportivo se destacava no estacionamento cheio de máquinas velhas e Cadillacs que obviamente eram de traficantes de drogas. Um médico ou advogado não estaria dirigindo esse tipo de cromado por aqui. Eram quase duas da manhã e eu provavelmente iria assustar o inferno para fora dela, mas depois das últimas 36 horas que tive, eu realmente não dava a mínima. Ela tinha motivos de sobra para ficar chateada comigo sobre isso, mas fugir nunca tinha sido sua resposta a um problema antes. Fugir era o caminho dos covardes e Raven Anne Hannigan era tudo menos uma covarde. Eu andei até a primeira porta que eu vi para a direita na frente de seu carro e bati. Depois de esperar alguns segundos eu comecei a bater novamente. Ouvi alguém tropeçando lá dentro, seguido por uma maldição suave antes da porta abrir alguns momentos mais tarde. Minha respiração ficou presa no meu peito com a visão de Raven. Seu cabelo era um emaranhado, com os olhos ainda meio dormindo. Vestida com apenas a camiseta e calcinha, meu pau endureceu instantaneamente por ela. Porra, ela era tão bonita. O tremor passou de minhas mãos e irradiou para todo o meu corpo. Desespero como eu nunca tinha sentido antes na minha vida tomou conta de mim e meus joelhos quase dobraram. Ela estava bem. Ela. Estava. Segura. — Bash. — Ela piscou algumas vezes, em seguida, deu um passo para atrás. — O que você está fazendo aqui?
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Eu não respondi. Não poderia mesmo se eu quisesse. Minha garganta estava bloqueada com um caroço do tamanho de uma calota e eu mal podia respirar quanto mais falar. Agarrando seus braços eu me virei de volta para a sala e deixei a porta se fechar atrás de mim. Havia uma lâmpada ao lado da cama da qual ela tinha acabado de se arrastar e eu consegui ver como seus olhos se arregalaram quando ela percebeu como eu estava. Eu era uma bagunça. Não tinha sido capaz de dormir nada na noite anterior
enquanto
eu
andava
pela
casa,
preocupado
com
ela. Pensamentos de sua dor e medo, sem que eu estivesse a seu lado para protegê-la... Pensamentos de nunca encontrá-la. Nunca dizer a ela o quanto eu a amava só mais uma vez e quanto eu sentia que eu a tinha forçado a gravidez nela. — Você está tremendo. — Raven engasgou, sentindo meus tremores enquanto minhas mãos apertaram seus braços. Ela se soltou e me empurrou para a cama. Eu caí para trás e a levei comigo. Ela caiu sobre o meu peito e eu respirei o cheiro calmante de seu cabelo. Se eu a estava tocando, então eu podia respirar novamente. — Bash, você está me assustando. — Sinto muito. — eu botei pra fora antes de limpar a garganta. — Eu sinto muito, Raven. — Foi a coisa mais importante que precisava dizer e a única coisa que eu poderia espremer para fora da minha garganta. Lágrimas de alívio queimaram meus olhos, mas eu não me importava se ela visse. Droga, ela precisava vê-las. Para entender o quanto eu sentia por foder o que tínhamos mais uma vez. Ela se levantou para que pudesse olhar para mim. Seus olhos estavam cheios de preocupação, o ódio que tinha estado olhando de volta para mim na noite de domingo não estava mais lá. Um novo alívio passou por mim e ela usou seu polegar para enxugar uma lágrima que tinha escorregado. — Eu estou bem agora. Eu só precisava ver Jet para colocar
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minha cabeça no lugar. Eu teria chegado em casa pela manhã, Bash. Não precisava vir à minha procura. — Eu não podia esperar tanto tempo. — Cheguei mais perto para empurrar o cabelo para trás de seu rosto. Porra, ela era tão bonita. Como eu pude viver um ano e meio sem ela? Eu devia estar louco por ter ficado tanto tempo longe. — Se você não está pronta, não temos... — Eu limpei minha garganta novamente. — Nós não temos que ter esse bebê. — Cortaria meu coração ao meio, mas eu não poderia lidar com Raven me deixando. — É claro que vou ter esse bebê. Isso nunca foi uma opção. — Ela levantou e começou a andar pela sala. Não era muito grande, com apenas uma cama queen-size, um suporte de TV pequena e uma televisão de não mais que trinta e duas polegadas. Se você adicionasse o banheiro, o quarto de motel era um pouco maior do que um armário de vassouras. — Por que você diria uma coisa dessas? — Porque você não está feliz. Eu não posso lidar com o pensamento de você estar miserável por ter esse garoto, Raven. Eu deveria ter falado com você sobre ficar grávida, não tirar a escolha de você. Podemos tentar novamente dentro de alguns anos, quando estiver pronta. — Me sentei, olhando-a da cama, enquanto ela continuava a andar. Assistindo seu movimento, seus seios saltando cada vez que ela se virava rapidamente e andava na direção oposta, a forma como seus quadris balançavam, e seu cabelo caia sobre seus ombros acariciando seus braços... Meus jeans estavam como uma prisão confinando e torturando o meu pau. — Eu quero este bebê, seu idiota. Eu queria desde o momento em que eu percebi que estava grávida. Eu só precisava de algum tempo para descobrir isso. Mas mesmo quando eu estava lutando com todos, eu nunca pensei em ter um... aborto. — A última palavra saiu mais suave, como se fosse um tabu para ela. Ela parou e olhou para mim, lágrimas de raiva em seus olhos verdes jade esfaqueando algo profundo em meu
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peito. — Se eu não virei as costas para Lexa, como eu poderia virar as costas para esse bebê? Este bebê é parte de você. De nós. Eu amo-o tanto quanto eu te amo. Eu não sabia o que dizer sobre isso. Não era possível encontrar as palavras certas para dizer a ela com quanto eu estava aliviado que ela se sentia dessa maneira sobre o nosso bebê crescendo dentro dela. Quando Tasha havia me dito que estava grávida e o teste de paternidade tinha confirmado que seu bebê era meu, eu quase implorei que ela tivesse abortado. Eu estava feliz por não ter feito, porque eu não poderia imaginar minha vida sem Lexa agora. O pensamento de Raven matando nosso filho era algo que teria me rasgado por dentro, mas eu teria aceitado sua decisão se era isso que ela queria. — Olha... Me desculpe por fugir daquele jeito. Eu estava chateada e com medo... E eu só precisava de Jet ou Felicity para dar algum sentido para mim. — Seu queixo tremia e ela baixou os olhos para o tapete. — Eu realmente preciso de Flick agora. A dor em sua voz me cortou. — Ela vai voltar, baby. Assim como você, ela só precisa de algum tempo. — Eu estendi minha mão para ela e ela aceitou sem hesitar. Puxei-a ao meu lado e segurei seu rosto em minhas duas mãos grandes. Eu sempre tinha que ter cuidado quando eu tocava Raven. Eu me sentia como Hulk, porque eu era tão grande que se eu não visse o que eu estava fazendo eu poderia machucá-la tão facilmente. — Você nunca me assuste assim de novo, porra, você está me ouvindo? Eu não quero sentir como eu me senti nos últimos dias nunca mais. Ela abriu a boca, mas eu não lhe dei tempo de dizer alguma coisa antes que eu capturasse seus lábios e me recusasse a soltá-la. Raven estava mais doce do que o normal. Seu gosto explodindo na minha língua quando eu mergulhei fundo para explorar cada parte de sua pequena boca quente. Enquanto eu bebia o seu doce dos lábios, minhas mãos
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foram em busca de seu corpo, querendo memorizar a forma e a sensação dela mais uma vez. Ela gemeu quando eu encontrei os seus seios e belisquei um mamilo através de sua camisa. Agarrando a bainha da camisa eu puxei-a sobre a cabeça, só parando o beijo por tempo suficiente para terminar o trabalho. Sua volúpia caiu em minhas mãos e eu rosnei quando eles se encaixam perfeitamente. Em minhas mãos ela era apenas tímida. Meu polegar esfregou sobre um mamilo distendido. Era duro como um diamante e enquanto eu observava, seus seios incharam ainda mais. — Bash... — ela disse, respirando com o meu nome. Empurrando os dedos pelo meu cabelo comprido, ela puxou minha cabeça para baixo em direção a dela. Desta vez, ela estava no controle do beijo, sua língua lambendo meus dentes, acariciando a minha língua. Provando como eu tinha provado dela. Quando ela quebrou o beijo, nós dois estávamos respirando com dificuldade e eu estava prestes a estourar o zíper da minha calça jeans pelo jeito como eu estava duro. — Bash, eu te amo. Eu respirei fundo e levantei-a para o meu colo, de modo que ela olhasse para mim. — Eu também te amo, baby. O calor através da calcinha era quase escaldante. O material de algodão estava encharcado e eu não conseguia parar de praguejar sobre quão duro isso me deixava. Chegando entre nós, Raven desabotoou minha calça jeans e cuidadosamente puxou o zíper para baixo. Meu pau saltou livre, fazendo-a gemer com a visão e a sensação dele entre nós. Ela me acariciava com um punho apertado, mordendo o lábio como se estivesse pensando em comê-lo todo. Eu não duraria. Minhas bolas já estavam tão apertadas que um pouco mais desses golpes hábeis e eu iria nos molhar todo, de tão forte seria minha libertação. Sua calcinha estava no caminho e eu a rasguei
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antes de levantar seus quadris o suficiente para que o meu pau ficasse exatamente onde eu precisava. Algumas gotas de seu desejo pingaram sobre meu pau e escorreram sobre ele. A visão era tão erótica e eu me segurava com força, com medo de que eu iria explodir ali mesmo. Raven estremeceu quando eu plantei minhas bolas fundo em sua pequena buceta apertada. Ela gemeu meu nome quando suas unhas arranhavam minhas costas, me pedindo por mais. A tatuagem do corvo nas minhas costas tinha todos os tipos de arranhões, o que ela não conseguia impedir quando ficava tão excitada. Eu adorava, e isso nunca deixou de me deixar ainda mais duro, saber que eu poderia fazer isso com minha mulher. Duas pancadas profundas e ela começou a se contrair em volta de mim. Ela gritou o meu nome quando sua boceta era inundada com sua libertação. A sensação de tudo isso me levou ao ápice e eu gozei, com seu nome em meus lábios.
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Capítulo Onze Willa Eu não vou dar uma joelhada nas bolas dele. Eu não vou dar uma joelhada nas bolas dele. Eu. Não. Vou. Dar. Uma. Joelhada. Nas. Bolas. Dele. Eu não parava de repetir essas palavras em minha cabeça enquanto eu caminhava de volta para o bar com uma bandeja carregada de garrafas vazias. A picada na minha bunda de onde o motoqueiro idiota tinha acabado de me beliscar alimentava a minha raiva enquanto eu tentava manter a calma e repetia as palavras de novo. Era terça-feira e mais uma vez eu estava no trabalho. As coisas estavam relativamente lentas, já que que era apenas sete da noite. Hawk era o único dos Hannigan hoje à noite porque as terças-feiras eram normalmente lentas. Ele não tinha passado tanto tempo no bar como seus irmãos em noites lentas, então ele veio para dar a Colt e Raider uma noite de folga. Alguns dos caras do clube estavam sentados em várias mesas ao redor do bar, mas um punhado deles estava nas mesas de sinuca na parte de trás. Mesas de sinuca ficavam escondidas da visão do bar, por isso Hawk não tinha visto um de seus irmãos do MC beliscar minha bunda depois de me pedir um boquete. Levou tudo dentro de mim para não estourar uma garrafa de cerveja sobre a cabeça do idiota. Eu provavelmente deveria ter feito isso. Hawk ou seus irmãos não iriam me demitir se eu tivesse aleijado um de seus membros, e não era como se eu estivesse trabalhando aqui porque eu precisava do
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dinheiro. Meu pai tinha me deixado uma porrada de dinheiro junto com um fundo fiduciário para Lexa. Provavelmente foi obtido ilegalmente, mas eu não viraria meu nariz para ele. Trabalhar no Hannigan’s era apenas para ajudar Raven, especialmente agora que ela havia prometido a Bash que não iria trabalhar no bar a menos que ela tivesse que fazer. O olhar na minha cara deve ter dito a Hawk quão puta eu estava, porque ele parou de misturar o Crown e a Coca-Cola que estavam em sua mão. — O quê? Dei de ombros. De jeito nenhum eu queria que alguém pensasse que eu não podia cuidar de mim mesma. Eu não era uma pequena mulher que precisava de um homem para protegê-la. Se eu corresse para contar a ele sobre todo homem que me irritava, então ninguém me respeitaria. Eu não me respeitaria. — Eu estou bem. — eu assegurei a ele com um sorriso que não era tão forçado quando eu olhei para ele. Hawk podia ser reservado com a maioria das pessoas, mas havia algo em seus olhos que me dizia que ele era um bom homem. Prova disso era o quão doce ele era com Gracie. Eles poderiam ter apenas se conhecido há pouco mais de cinco semanas, mas eles eram quase inseparáveis. Eu ainda estava tentando descobrir o que estava acontecendo com aqueles dois, mas considerando que o quarto deles ficava contra o do meu e de Lexa eu sabia de fato que eles não estavam fazendo sexo. Aquelas paredes eram muito finas e ninguém poderia ser tão tranquilo todas as noites. — Tudo o que você tem a fazer é dizer e eu vou estripar qualquer um que te incomodar. — Hawk me garantiu quando ele colocou o copo de Crown e Coca-Cola na minha bandeja. — Você sabe o que, espere um minuto... — Ele se inclinou para trás no balcão superior e mexeu em algumas coisas antes ficar em pé novamente. — Aqui. Coloque isto na sua perna. Use-o sempre que você sentir a necessidade de se proteger.
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Ele me entregou uma haste de metal curto, e quando eu o peguei eu percebi que era um pouco mais pesado do que eu estava esperando. Havia um pequeno botão no meio e eu apertei, curiosa para saber o que faria. A haste estendeu, transformando-se em um longo bastão. — Puta merda! Vou bater algum sentido nesses idiotas. Hawk riu. — Yeah. Raven sempre carregava com ela quando ela começou a trabalhar aqui. Mantenha em você, Willa. Mas, falando sério, se alguém lhe incomodar nos avise. Eu prefiro ter que conversar com alguém do que deixar Bash matá-los. Com um suspiro, eu aceitei. — Tudo bem. — Pegando a bandeja, dei-lhe outro sorriso. — Obrigado pelo novo brinquedo. — Use-o se for preciso. — Ele foi e pegou um pano e começou a limpar o balcão superior enquanto eu me afastava para dar a bebida para o motoqueiro sentado perto da cabine dos Originais com alguns outros regulares. — Yo, doçura. Outra rodada aqui. Eu me encolhi com a voz do homem e cerrei os dentes, enquanto fui pegar mais cinco garrafas de cerveja. Quando eu levantei a bandeja a porta se abriu e Bash entrou com Spider e dois dos Originais. Tio Jack, como todos tendiam a chamá-lo, juntamente com aquele que todos chamavam de Razor - o tio de Spider. Razor não era nada como eu esperava. Quando eu tinha imaginado o tio de Spider, eu tinha imaginado mais como Spider. Em vez disso, Razor era menor por pelo menos 15 centímetros, mais magro e com um sorriso fácil. Mas tão bom quanto ele parecia para mim, eu também tinha visto alguns dos membros do Angel’s Halo andando com cuidado em volta do homem. Eu aprendi que ao lado de Tio Jack, Razor era o que você não queria irritar. Nunca.
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— Ei, Willa. Uma rodada de cerveja e uma garrafa de Jameson, quando você tiver a chance. — Bash chamou enquanto seguia os outros para o lugar dos Originais. — Peça a Hawk. — eu respondi enquanto me dirigia para as mesas de bilhar. — Estou ocupada. — Eu disse quando você tiver a chance, mulher. Não se machuque nessa lâmina afiada de cadela que você está carregando. — Eu atirei-lhe um olhar e ele me deu um sorriso que me fez revirar os olhos. — O que aconteceu com ela? — Disse Razor com diversão em seu tom. — Você foi brincar com a menina novamente, Spiderman? — Ainda não. — eu ouvi Spider assegurar seu tio, fazendo com que os outros três homens rissem e eu quase deixasse minha bandeja carregada com as cervejas cair no 'ainda'. Quão fodida eu era por estar ansiosa pelo 'ainda'? Eu era uma masoquista quando se tratava desse homem. Desde que Raven fugiu, tinha começado uma espécie de trégua e estávamos nos dando muito bem. Isso queria dizer que nós não estávamos insultando um ao outro e eu não estava tendo devaneios de cortar o pau dele. Além disso, havia o quase beijo que tinha me deixado mais molhada do que eu tinha estado em um longo, longo tempo e me deixado dolorida por dias. Eu não ia pensar nisso agora. Não quando eu ainda tinha algumas horas para trabalhar com a calcinha encharcada, o que não era confortável. Quando eu cheguei à mesa de bilhar onde os cinco motoqueiros estavam jogando, eles estavam ficando turbulentos. O cara que tinha me beliscado antes parecia ser o líder, aquele que os outros quatro procuravam por orientação sobre como deviam agir. Ele era mais
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convencido do que os outros, e honestamente não tão horrível de se olhar com sua barba por fazer. Seu nariz, por outro lado, tinha obviamente sido quebrado algumas vezes. Ao contrário do nariz quebrado de Spider, que lhe dava mais sex appeal, o desse cara dava a seu rosto uma espécie de aparência estranha. Eu coloquei a bandeja na mesa de sinuca ao lado da que eles estavam jogando e comecei a distribuir as cervejas. O Nariz quebrado foi o último a pegar a sua e quando ele estendeu a mão agarrou meu pulso em um aperto forte que quase deixou hematomas. Eu não fui capaz de esconder minha careta e ele zombou de meu pequeno sinal de dor. — Que tal aquela chupada no meu pau agora, doçura? Bile subiu e eu peguei o bastão que eu tinha amarrado a minha coxa, antes de vir para cá. Antes que eu pudesse agarrá-lo, ele pegou minha mão e me puxou para ficar mais ou menos contra ele. O cheiro de seu hálito realmente me fez enjoar quando a mistura de cerveja e fumaça invadiu meu nariz. Esses dois aromas misturados não eram sexy de jeito nenhum. Ele estava machucando meus pulsos e eu tentava não gemer quando ele me apoiou em direção a uma das outras mesas de bilhar. O sorriso no rosto, juntamente com a dor que estava causando estava me irritando e meu joelho surgiu antes que ele pudesse adivinhar minhas intenções, acertando-o bem nas bolas. O motoqueiro dobrou ao meio com a dor, mas não aliviou seu poder sobre mim. Seus quatro amigos me rodearam e eu sabia que estava em apuros. Eles não estavam felizes que eu estava arruinando sua diversão. Eu abri minha boca para gritar por socorro. Eu pretendia gritar por Hawk, ou mesmo Bash, mas não foram os nomes que saíram dos meus lábios. — SPIDER! O som de uma cadeira caindo sobre o piso de madeira duro não pareceu fazer os cinco homens se preocuparem. Alguns deles riram que
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eu tinha gritado por Spider. Será que eles pensavam que ele não iria me ajudar? Mesmo que nós tivéssemos nossos problemas, Spider me manter segura nunca foi algo que eu teria questionado. Ele era um bom homem — quando ele mantinha seu pau fora de outras bucetas. — Spider só cuida de uma mulher, doçura. Raven não está aqui hoje à noite. — Aquele à minha esquerda me informou quando ele estendeu a mão para tocar meu cabelo. — Filhos da puta. — O rugido fez todos os cinco virarem suas cabeças, até mesmo o líder de nariz quebrado que ainda estava tentando respirar. — Tire suas mãos da minha garota. Suas mandíbulas caíram e quatro dos cinco saltaram para trás de mim, como se eu de repente tivesse sido diagnosticada com algum tipo de infecção zumbi contagiosa. — Nós não sabíamos, cara. — disse um homem, mas ele foi ignorado quando Spider caminhou em direção ao motoqueiro do nariz quebrado que ainda tinha suas mãos em volta de mim. Ainda em dor óbvia pela minha batida direto em seu órgão favorito, o homem de nariz quebrado endireitou em toda sua altura, sem recuar para Spider. Engoli em seco quando eu dei um olhar mais atento para o homem atacando a frente. A argola de touros no nariz dele tremia a cada expiração, seus olhos negros como um monstro estavam faiscando em um show de ficção científica quando ele analisava o homem que estava me machucando, fazendo com que o termo "Se olhar pudesse matar” fosse algo com que se preocupar. Seu corpo inteiro estava flexionando, 1,90m de pura perfeição masculina em uma missão para estripar o perigo para longe de sua mulher. Mordi o lábio quando as palavras 'sua mulher' repetiam na minha cabeça uma e outra vez antes de agitar esse pensamento louco pra longe. Eu não era a mulher dele. Esse era um caminho louco para seguir
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novamente. Uma estrada que só deixaria meu coração ser quebrado mais uma vez. — Solte-a. Agora. — A voz de Spider, normalmente rouca por natureza, estava soando quase demoníaca quando ele parou a poucos centímetros do homem me segurando. Um movimento por trás de Spider me chamou a atenção e eu vi Hawk, Bash e os dois originais acompanhando seu executor. Os outros motoqueiros que estavam no bar estavam enchendo a porta atrás de seus funcionários do MC. Era evidente pelo olhar no rosto de Bash que ele sabia que não seria necessário, mas queria ver o show e deixar claro para todos os presentes que ele sempre estaria ao lado de seu executor. Seu melhor amigo. — É a primeira vez que eu ouço que ela era sua mulher. — o motoqueiro de nariz quebrado disse com uma voz mais forte do que eu lhe teria dado o crédito, visto que ele ainda estava ofegante após o dano causado à suas bolas. — O mais próximo que eu já vi você com uma mulher foi Raven Hannigan e já que Bash está de volta, parece que você perdeu sua chance de explorar isso. Ouvi Bash rosnar algo violento, mas isso não me assustou tanto quanto o olhar que apareceu nos olhos negros de Spider. Oh merda. Eu sabia que Spider e Raven eram próximos. O tipo próximo de irmão e irmã. Melhores-amigos-para-sempre. Sem tirar os olhos do rosto do outro homem, Spider estendeu a mão e agarrou a mão direita do homem. Ele gritou quando o executor inclinou-lhe o pulso para trás tão rapidamente que ele soltou o meu braço assim que eu ouvi o osso quebrar. Me movendo rapidamente agora que eu estava livre, eu tropecei de volta contra a mesa de bilhar antes que Spider desse o primeiro soco que derrubou o motoqueiro de nariz quebrado no chão, com o nariz mais uma vez quebrado e jorrando sangue enquanto ele estava deitado no chão inconsciente. Dois chutes nas costelas do homem o nocautearam. Spider
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se agachou ao lado dele e envolveu sua mão ao redor da garganta do homem. — Há algumas regras que você deve conhecer, Murphy, já que você é novo na área e tudo mais. — Ele apertou seus braços e lutou quando Murphy empurrou a mão de Spider para longe. — Regra número um ... Se você não pode tocar Raven Hannigan, isso com toda a certeza significa que você não pode falar sobre ela de forma alguma. Entendeu? — Murphy, que estava ficando roxo, rapidamente concordou. — Regra número dois... Vamos estender a regra 'ninguém toca em Raven Hannigan' para Willa também. Se eu pegar você ou qualquer outro filho da puta apenas parecendo que vai tocá-la, eu mato. Entendeu? Spider não deixou Murphy responder antes que ele o soltasse. De pé, ele chutou o homem nas costelas novamente antes de virar o rosto para mim. Assim que seus olhos encontraram os meus, a raiva pareceu escurecer em seus olhos e ele estendeu a mão para mim. Eu caí em seus braços e respirei seu cheiro enquanto seus braços se apertaram ao meu redor. — Você está bem? — Ele perguntou baixo o suficiente para que só eu pudesse ouvir a pergunta. Tudo o que eu podia fazer era acenar. Meu coração estava disparado com uma mistura de medo persistente de Murphy e seus amigos, bem como o desejo que começava a me consumir. Vagamente ouvi Bash chamar alguns dos outros para tirar Murphy do bar, ele lidaria com o homem no final da semana, aparentemente. As grandes mãos de Spider estavam esfregando para cima e para baixo minhas costas, me aquecendo e trazendo todo o meu corpo à vida com seu toque.
Spider Minha raiva foi lentamente desaparecendo. A sensação de Willa em meus braços foi o suficiente para me acalmar na maior parte. O cheiro
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do seu cabelo estava ajudando. O jeito que ela estava tremendo ao meu toque estava fazendo meu sangue começar a ferver por uma razão completamente diferente. Ouvi Bash levando todos para a frente do bar e eu sabia que estaria sozinho em breve. Eu não tinha certeza se era porque ele estava chateado com o próprio Murphy ou se ele queria dar a Willa e eu um pouco de privacidade. Eu não me importava de uma forma ou de outra. Tudo o que eu sabia era que ninguém iria nos ver em um minuto e eu estava prestes a transar com Willa contra a parede mais próxima. Esse era o jeito que sempre foi com a gente. A menor faísca e ficávamos insaciáveis pelo outro. Roupas seriam arrancadas, coisas iriam quebrar, em nossa pressa de nos tornar parte um do outro. Fiquei surpreso que eu tinha durado tanto tempo, mas eu não tinha tido ela em meus braços até agora. Não tinha o cheiro que era tão singularmente dela invadindo todos os meus sentidos, fazendo com que o meu pau ficasse duro e lutando contra os limites do meu zíper. Pressionando um beijo no topo de sua cabeça, olhei em volta e vi que estávamos completamente sozinhos agora. Erguendo-a sem esforço, andei até que ela estava presa contra a parede mais próxima. Suas pernas em volta da minha cintura e eu abaixei a cabeça, devorando seus lábios antes que ela pudesse protestar meu beijo. Ao primeiro toque da minha boca na dela, ela endureceu, as mãos empurrando meu peito. Passei minha língua sobre seu lábio inferior, o que a levou a ofegar e eu coloquei minha língua dentro da boca dela, pondo um fim a todos os protestos quando ela começou a me beijar de volta. Eu não lembro quando abaixei a calça jeans dela, mal pensando antes de rasgar sua calcinha. Sem me preocupar em tirar minha própria calça, eu libertei meu pau e empurrei para dentro dela em um impulso longo e profundo. Ela fez um barulho choramingando que eu avidamente engoli enquanto eu mascarava meu rugido de alívio com a forma como
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ela era apertada. Ela estava tão apertada quanto eu me lembrava. Assim como quente e molhada para mim. Eu não me mexi de novo até que suas unhas começaram a arranhar pelas minhas costas, um pedido silencioso para que eu continuasse a beber de seus beijos. Finalmente terminei o beijo e tirei alguns centímetros. Seus olhos estavam em chamas e vi como eles quase rolaram para trás em sua cabeça quando eu empurrei para a frente de novo. Dentes brancos morderam o lábio inferior para conter seus gritos de prazer. Isso também era o sinal que eu estava esperando. O que sempre me dizia que ela estava perto. Aumentando meu ritmo, as mãos de Willa deixaram meus ombros para esfregar sobre minha cabeça lisa e fiquei perdido. Seu toque suave na minha pele sensível era minha ruína e eu começou a empurrar duro e rápido, assim como ela sabia que eu faria. Willa escondeu o rosto no meu peito, tentando abafar seus gritos quando seus músculos internos começaram a apertar em volta do meu pau. Eu parei. Fiquei completamente imóvel dentro dela quando sua libertação começava a construir. A sensação de seu calor convulsionando em torno de mim ia me levar direto ao longo da borda de uma das maravilhas aonde só esta mulher já tinha me levado antes. No momento seguinte eu vi estrelas e tive que trancar meus joelhos para que eu não caísse e a soltasse no processo. Isso nunca tinha sido tão bom. Nunca. Não antes de Willa e certamente não depois. As poucas mulheres que eu tive nos últimos quatro anos foram poucas e distantes entre si. Todas elas apenas um meio para um fim, para que eu pudesse tentar tirar Willa da minha cabeça. Nunca tinha funcionado e eu tinha finalmente desistido. A culpa que eu sentia depois de cada encontro me deixava como se eu tivesse cometido adultério, me comendo vivo por semanas depois. Ofegante e tentando recuperar o fôlego, eu finalmente levantei a cabeça para olhar para ela. Ela estava lutando para respirar tanto quanto
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eu estava. Parte de mim estava com medo de que ela me olhasse com ódio e nojo como quando ela veio pela primeira vez para Creswell Springs. Eu merecia seu desgosto pela maneira que eu era incapaz de me controlar quando estava com ela. Em vez de desgosto ou até mesmo ódio, fiquei surpreso de encontrá-la sorrindo. Eu pisquei, pensando que eu estava sonhando. — Oi. — ela sussurrou, sua cabeça caindo para trás contra a parede atrás dela. — Hey. — Eu aproveitei a oportunidade e beijei a ponta de seu nariz. — Você está bem? — Minha memória é muito ruim. Eu tinha esquecido o quão bom isso realmente era entre nós. — Ela mordeu o lábio de novo, fazendo meu pau ficar duro novamente. Como eu ainda estava dentro dela, ela sentiu e suas pernas apertaram em volta da minha cintura, me incentivando para levá-la de novo. O pensamento disso me fez tantas promessas, mas eu não podia fazer isso com ela duas vezes. Qualquer um poderia entrar na sala e nos ver assim. Vê-la assim. Eu já tinha dado uma surra em um filho da puta. Eu não queria fazer isso de novo. — Vamos sair daqui. — Eu beijei o queixo, as bochechas e testa dela. — Vamos para minha casa. Os olhos dela nublaram e ela hesitou, como se pensasse em uma razão para não sair comigo. Após um longo momento em que eu prendi a respiração até que ela me desse sua resposta, Willa finalmente concordou. — Tudo bem... Mas isso não quer dizer nada, Spider. É apenas sexo. Minha mandíbula se apertou e eu cerrei os dentes. Isso não era apenas sexo. Era muito mais. Talvez até mais do que tinha sido em Vegas há quatro anos. Ainda assim, eu não discutiria com ela aqui e
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agora. Haveria bastante tempo para mudar de ideia. Para lhe dizer a verdade sobre a noite em Las Vegas. Para dizer a ela o que eu deveria ter dito a ela naquela noite, há tantos anos. Que eu a amava. Depois de ajudá-la a colocar a calça jeans de volta e, em seguida, encontrar a calcinha destruída que eu tinha arrancado dela, eu peguei a mão dela e a puxei para fora pela saída de emergência. Todos no bar sabiam o que estava acontecendo aqui, e se por algum milagre, eles não sabiam, saberiam assim que vissem o rosto de Willa. Seu rabo de cavalo estava caindo, o rosto estava corado, os olhos meio fechados de seu orgasmo. Quando chegamos à minha moto, seu rosto se iluminou quando eu lhe entreguei o meu capacete. Em Vegas, ela havia me dito inúmeras vezes que queria andar comigo. Nós nunca tivemos a chance; algo que eu sempre tinha lamentado. Eu queria a sensação dela montada atrás de mim. Eu queria ter essa memória. Agora eu teria. Chegando lá, eu montei antes de oferecer minha mão para ajudála a sentar atrás de mim. Quando suas mãos se apertaram em volta da minha cintura, eu fechei meus olhos, saboreando este momento por alguns segundos. Meu pau ficou mais duro e eu sorri, imaginando o quão rápido eu poderia nos levar de volta para o meu apartamento sem nos matar no processo.
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Capítulo Doze Willa A vibração da moto estava fazendo coisas para o meu corpo já sensível. Estar pressionada contra as costas de Spider não ajudava. Meu coração estava disparado com uma mistura de adrenalina, emoção pura, e luxúria crua. Eu sempre quis andar com Spider e com mais ninguém. Nunca me perguntei como que seria andar atrás de Bash. Nem por um segundo eu tinha pensado em sequer pedir ao meu pai para me levar para um passeio em sua própria moto. Somente com Spider. Agora que eu estava recebendo o que eu sempre fantasiei, eu estava achando mais difícil me controlar do que eu tinha imaginado. Minhas mãos se apertaram ao redor de sua cintura magra e empurrei meu rosto em suas costas, inalando o ar da noite misturado com cem por cento do cheiro do sexo masculino. Senti seu rugido mais do que ouvi e isso fez o jeans que ele tinha me ajudado a colocar a menos de cinco minutos atrás ficar encharcado. A moto aumentou a velocidade e eu joguei minha cabeça para trás, apreciando o passeio de todo coração. Me sentia livre. Viva. Momentos depois a moto reduziu a velocidade e, em seguida, Spider parou completamente. Olhei para o prédio. Ele havia sido um motel, e enquanto o piso inferior era ainda o mesmo, a parte superior tinha sido reformada. Não era nojento de se ver, mas eu poderia dizer que algumas pessoas perigosas provavelmente viviam aqui. E eu estava agarrada ao mais perigoso deles...
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Me oferecendo sua mão, Spider me ajudou a sair da moto antes de sair por si mesmo. Eu não tive tempo para começar a subir as escadas antes que ele me agarrasse pela cintura e me jogasse por cima do ombro. Um grito escapou de mim e eu ri quando ele tomou as escadas para o segundo andar, três degraus de cada vez. Quando ele parou em frente ao apartamento do canto, Spider fez uma pausa longa o suficiente para destrancar a porta antes de me levar para dentro. Quatro grandes passos depois e eu estava sendo jogada em cima da cama, os dedos longos já trabalhando no botão de cima do meu jeans. Meu clitóris pulsava com a promessa de que o único homem que ela sempre quis tocando, chupando e mordendo faria isso e em breve. Quando o zíper ficou preso, Spider rosnou como o demônio em que ele tinha se transformado e empurrou até o zíper quebrar. Menos de um segundo depois o jeans saiu voando por cima do ombro. Deitada ali, bem aberta para o único homem a me ver assim, minhas coxas tremeram em antecipação. Eu sabia que o prazer estava prestes a nos consumir e eu estaria mentindo se eu dissesse que não tinha medo de como isso me fazia sentir. Porra. Meu coração não era para derreter ao vê-lo me comer com os olhos. Ele não deveria ser tão gentil comigo quando ele deslizava a mão para baixo de cada coxa, beijando o topo da minha barriga, como se ele estivesse me acariciando. Aquelas não eram as coisas que você sentia ou fazia quando era apenas sexo. Isso é o que você fazia quando você se importava. Quando você amava... Me sentei, determinada a bloquear aquela voz estúpida na parte de trás da minha cabeça que continuava a sussurrar que eu ainda estava apaixonada por Spider Masterson. Ele não protestou quando eu empurrei-o de volta na cama e montei em sua cintura. Eu não era gentil quando eu comecei em seu cinto, puxando-o livre antes de tirá-lo, fazendo com que seu pau empurrasse através de seus jeans. Eu não pude evitar, mas sorri. — A que horas você tem que estar no trabalho amanhã?
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— Foda-se o trabalho. Eu não vou. Depois desta noite eu vou estar morto ou de fazer amor com você a noite toda ou ainda insaciável e enterrado profundamente dentro de você. — Suas mãos agarraram meus quadris, me forçando a mover em sua dureza. Gemendo, eu comecei em seu zíper, lentamente puxando-o para baixo para que eu pudesse pegálo. Puxei os dezoito centímetros de perfeição masculina e minha boca começou a salivar instantaneamente. Lambendo meus lábios, eu desci no enorme corpo de Spider até que eu pude abaixar minha cabeça. Ele pareceu parar de respirar enquanto minha língua escapou para provar sua excitação já brilhando na ponta. Uma mistura de seu sabor único, juntamente com o meu próprio do nosso encontro anterior explodiu nas minhas papilas gustativas. Era erótico, provar a mim mesma em seu pau. Levei-o plenamente em minha boca, sugando todos os vestígios que ele havia sido enterrado dentro de mim há meia hora atrás. Spider soltou meu cabelo do rabo de cavalo e envolveu-o em torno de seu pulso, segurando-me cativa. Ele não precisava se preocupar. Eu estava me divertindo muito chupando-o. Ele estendeu a minha boca ao ponto de doer, a ponta quicando no fundo da minha garganta quando eu me recusei a colocar tudo dele. Ainda. Assim que eu o levasse mais ele estaria perdido e eu queria prolongar isso por maior tempo possível. — Sua boca é perfeita. — ele gemeu. — Porra, Willa. Ah ... Porra. Eu diminui o ritmo, usando a minha mão livre para acariciá-lo enquanto eu lambia a ponta. A mão que segurava meu cabelo apertou, em silêncio, me implorando por mais. Sorrindo maliciosamente, eu mordia a carne logo abaixo da cabeça, fazendo Spider empurrar de surpresa e rosnar em aprovação. Ele adorava quando eu era áspera com o pau dele. Eu arrastei minhas unhas para baixo de suas coxas enquanto eu lambia seu longo eixo antes de tomar suas bolas em minha boca.
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— Willa... eu estou perto. — Spider soltou meu cabelo, as mãos chegando em mim. — Me deixe ficar dentro de você de novo, baby. Me deixe sentir você em cima de mim. — Ele me puxou em seu peito, seus lábios procurando os meus. Por um momento, eu evitei os lábios, fazendo-o se esforçar pelo meu beijo. Seu rosnado deveria ter me assustado, mas em vez disso, fez a minha paixão escorrer pelas minhas coxas grossas em rios. Ele ainda estava vestido com sua camisa e seus jeans mal estavam abertos, mas eu não me importei. Quando ele levantou meus quadris e me empurrou para baixo sobre sua ereção longa, eu gritei. — James, — em vez de Spider, como eu deveria ter chamado. Spider era o homem "só sexo". James... James era muito mais para mim. Seus lábios encontraram os meus, enfiando a língua fundo quando ele me penetrou com o seu enorme pau outra vez. Meus quadris assumiram uma vontade própria, enquanto eu o montava rápido e forte e ele olhava para mim o tempo todo. A cama estava tremendo enquanto ele batia na parede uma e outra vez. Eu não tinha certeza se seus vizinhos estavam em casa, mas se estivessem eles estavam recebendo um bom show. Meus gritos encheram o ar, o seu nome era uma ladainha em minha língua quando eu implorava a ele por mais. — James ... Por favor ... Oh Deus, eu estou tão perto. Ele nos virou de modo que eu estava de costas antes que eu pudesse respirar de novo, suas grandes mãos em minha bunda enquanto empurrava seus quadris rápido. Meu clímax bateu tão rápido que eu pensei que ia desmaiar de prazer quando Spider me levou até as estrelas. Minhas unhas afundaram em seus bíceps, me ancorando a terra quando eu o senti endurecer em cima de mim segundos antes dele gritar meu nome. Spider caiu sobre mim, sua respiração vindo em rápidos suspiros enquanto ele enterrava seu rosto no meu pescoço. Eu estava lutando para
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respirar também, esfregando os dedos pelo corpo dele encharcado de suor. Meus olhos ficaram pesados, meu corpo agora esgotado da nossa tomada de amor. Quando o sono começou a me consumir, eu percebi que mesmo que eu não quisesse, que eu estivesse com medo e aterrorizada, eu estava apaixonada por Spider Masterson.
*** As batidas na porta me fizeram acordar. O monstro de homem ao meu lado gemeu e rolou, seus braços em volta de mim com força enquanto enterrava o rosto no meu pescoço. Um segundo depois, ele começou a roncar. Eu sorri e virei minha cabeça para beijar sua testa antes de me deitar para voltar a dormir. As batidas vieram novamente. — Spider! Eu sei que você está aí. Abra a porra da porta. A voz de Raven chamando através da porta nos fez abrir nossos olhos. Com uma maldição, Spider pulou da cama e pegou um par de boxers. Eu nem sequer tive tempo para apreciar a vista da bunda do homem antes que ele abrisse a porta. — Ei, o que há de errado? — Seu tom era suave o tom que ele usava quando estava conversando com Raven ou Lexa. Uma semana atrás, isso me deixava com inveja. Por alguma razão inexplicável, não foi o caso esta manhã. Ela passou por Spider e entrou no apartamento. Olhos verdes jadeoliva se concentraram em mim e eu congelei me perguntando o que diabos eu tinha feito com ela agora antes que ela sorrisse. — É bom ver que você ainda está viva. Lexa estava começando a ficar preocupada. Eu prometi a ela que eu iria verificar você hoje. Um rubor encheu meu rosto e eu puxei os lençóis mais perto do meu peito enquanto eu me sentava. Eu deveria saber que Lexa iria começar a se preocupar se eu não voltasse para casa quando deveria. Como eu não tinha voltado para casa por três dias, então eu
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tinha certeza de que ela estaria pirando um pouco. Ela não tinha a mim para se aconchegar a noite na cama que nós compartilhávamos, ou para chutar as costelas um milhão de vezes, enquanto ela se virava e monopolizava a cama a noite toda. Durante três dias, Spider e eu não tínhamos deixado o apartamento dele. Mal tínhamos dormido durante esse tempo, só nos atrevendo a pedir pizza e bebidas para nos manter enquanto tentávamos consumir um ao outro. Talvez devêssemos ter passado os últimos três dias fazendo algo produtivo, como conversar, mas reaprender o corpo um do outro parecia a melhor opção. Com certeza tinha sido a opção mais divertida. Quando eu não disse nada, Raven voltou seu sorriso para Spider. — Eu odeio perturbar a festa de sexo e tudo mais, mas quando eu disse a Bash que eu estava parando para ver se você ainda estava vivo, ele disse que tinha alguns negócios que ele precisava discutir com você. Algo sobre um cara chamado Samson e sobre não deixar Hawk saber de nada. Spider soltou mais alguns palavrões antes de pisar no banheiro sem outra palavra. Eu fiz uma careta, desejando que ele tivesse pelo menos me beijado antes de personificar o executor do MC. Mas era Spider. Amostras públicas de afeto, não importava quão grande a multidão, não era o estilo dele. Ele era muito privado. Ainda assim, um simples beijo na bochecha teria sido um longo caminho naquele momento. Parecia que o nosso tempo juntos tinha chegado ao fim. Pelo menos por ora. Precisando de um banho, mas sabendo que eu só iria tomar um quando chegasse em casa, eu enrolei os lençóis em volta de mim. Indo para a cômoda, eu encontrei um par de boxers de Spider e os coloquei antes de pegar uma de suas camisetas. Com relutância, eu puxei as minhas calças jeans sujas antes de me virar para Raven novamente.
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Ela
estava
sentada
na
beira
da
cama
me
observando
atentamente. — O quê? — Eu perguntei enquanto eu penteava com os dedos alguns dos emaranhados do meu cabelo. Raven tirou um laço de cabelo de seu pulso e o ofereceu a mim. — Na verdade, estou começando a achar que você e eu podemos ser amigas. — Ela assentiu com a cabeça, como se tomasse a decisão. — Sim, nós podemos. — Seus olhos se voltaram gelados e ela se levantou. — Mas se você machucá-lo, eu vou fazer você sangrar. Entendido? Revirei os olhos para ela. Se eu continuasse fazendo isso, eu conseguiria que meus olhos ficassem presos, com certeza. Mas isso era tudo que eu parecia fazer. — Entendido, Raven. O gelo derreteu e ela estava sorrindo novamente. Era assustador como o inferno vê-la transformar suas emoções assim tão rapidamente, e eu não achava que era por causa dos hormônios da gravidez que ela era capaz de fazê-lo. Crescendo em uma casa cheia de motoqueiros difíceis provavelmente a fez aprender a fazê-lo rápido. — Bom. Quer ir para casa? Colt está cuidando de Lexa para mim, por isso eu preciso voltar o mais rápido possível. Com um olhar demorado à porta fechada do banheiro, eu balancei a cabeça e segui Raven para fora. Se eu ficasse, eu estaria tentada a conversar com Spider em mais uma rodada de sexo mais quente, o que significaria que Spider ficaria em apuros com Bash e iria faltar ao trabalho esta noite. Uma rodada nunca era suficiente. Eu não tinha certeza se algum dia seria o suficiente. — Por que Gracie não está com ela? — Ela tem alguma entrevista na universidade. É a última antes de enviar as cartas de aceitação para sua Faculdade de Direito. Eu não entendo nada dessa merda. Quero dizer, ela já teve duas entrevistas, obteve notas excepcionais em seus SATs, e é inteligente como o inferno. Eles deviam estar pedindo-lhe para se juntar a sua faculdade de
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direito em vez de colocá-la através de todo esse estresse para entrar na porra da escola. — Ela abriu a porta do lado do motorista do Challenger e entrou, quando eu me juntei a ela no banco do passageiro, ela começou a subir o carro, mas não o tirou do estacionamento imediatamente. Ao contrário, ela fungou e fez uma careta. — Sério, Willa? Vocês não tomaram banho ao longo dos últimos três dias? Eu cheirei o ar e fiz uma careta. — Eu não estou cheirando a nada. Não sou eu. — Sinto o cheiro de sexo em cima de você. — Raven apertou um botão em sua porta, fazendo com que ambas as nossas janelas abrissem. — Sério, deve ser o bebê fazendo o seu nariz ficar louco, porque eu não posso sentir nada. Além disso, nós tomamos banhos umas seis vezes... — Meu corpo aqueceu nas memórias de todas as seis vezes que havíamos tomado banho. Claro que tínhamos ficado limpos, mas tínhamos ficado muito, muito sujos no chuveiro também. Sem o medo do meu pai descobrir sobre nossas cabeças, Spider não tinha se retido em me fazer gritar de prazer com todas as diferentes maneiras que pôde. Raven soltou um suspiro e, finalmente, colocou o carro em sentido inverso. — Você sempre cora assim? É meio fofo.
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Capítulo Treze Gracie Animação estava fazendo meu coração disparar mais rápido do que ele esteve em um longo, longo tempo. Eu não podia acreditar no quão feliz eu estava. E eu só queria compartilhar minha felicidade com uma pessoa. Hawk Hannigan. Mordi o lábio quando eu parei no estacionamento do bar. Eu nunca tinha ido ver Hawk no trabalho e ele nunca me tinha convidado para um drinque. Por um lado, eu não gostava de beber. Muitas lembranças de meu pai ficando bêbado e batendo em minha mãe me assombravam. A família do meu pai estava cheia de alcoólatras e eu não ousava olhar por esse caminho e muito menos segui-lo. Por outro lado, eu tinha certeza de que Hawk não queria que eu visse o que acontecia quando ele estava no trabalho. Muitas noites ele tinha vindo do trabalho para casa com cheiro da bebida e fumo, mas havia noites em que ele chegava em casa cheirando a perfume barato também. Essas eram as noites em que eu não o deixava me abraçar, mesmo que eu tivesse pesadelos. Hoje à noite eu simplesmente não podia esperar para compartilhar minhas notícias com ele. Eu tinha passado a tarde no campus com o decano da faculdade de direito da universidade e do comitê que decidia quem entraria ou não. A Trinity University era uma escola pequena, mas não era menos prestigiosa do que Harvard quando se tratava do curso de Direito. Meu pai tinha ido pra lá quando ela tinha sido inaugurada, e
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tinha sido um dos seus primeiros graduados da Faculdade de Direito da Trinity University. Eu tive a minha escolha de faculdades, universidades e seus programas de advocacia. Eu tinha escolhido Trinity não só porque era esperado de mim, mas também porque foi onde minha mãe tinha ido para a faculdade. Essa conexão anulava que era onde meu pai tinha ido, um homem que eu ainda odiava, embora agora ele estivesse enterrado no cemitério da família. Que a sua alma negra queimasse para sempre no inferno. Abrindo a porta do Chevrolet Chevelle 1967 cinza, eu saí. Ele era um dos muitos carros clássicos que os irmãos Hannigan tinham, mas este era o de Hawk e ele me emprestou parra quando ele não podia me levar a algum lugar. Eu estava com medo de dirigir a beleza clássica, e eu sinceramente não estava confortável com os olhares que os caras no campus me davam quando eu andava com ele. Mas dirigia como um sonho, e eu estaria mentindo se eu dissesse que não me fazia derreter por dentro quando ouvia o motor acelerando. O estacionamento estava lotado de motos, ou “Hogs” como eu tinha aprendido rapidamente com Raider, já que todas eram motocicletas Harley Davidson. Eu aprendi todos os tipos de vocabulário novo de Hawk e seus irmãos ao longo das últimas seis semanas. Nem todas as palavras que eu tinha aprendido eram bem-vindas também. Eu poderia ter vivido sem saber o que era uma ovelha ou rabo doce. Significavam a mesma coisa. Todos eram o tipo de mulher que eu tinha certeza de que eram a razão por Hawk chegar em casa cheirando como uma prostituta barata algumas noites. Abrindo a porta do bar eu fiquei momentaneamente surpresa com a mistura de fumaça e o cheiro de álcool. A atmosfera estava tensa, como se todos lá dentro estivessem apenas esperando que algo acontecesse.
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Descobri que havia apenas homens lá dentro exceto por Willa, que estava distribuindo bebidas. Acenei para ela e me dirigi em sua direção. Eu não a via a dias e Hawk havia dito algo sobre ela estar com Spider. Eu percebi que algo tinha acontecido com os dois um tempo atrás, e eu esperava que eles pudessem trabalhar com isso. Willa parou o que estava fazendo e piscou como se estivesse tentando descobrir se eu era real ou não. — Oi. — eu cumprimentei com um sorriso. — Hawk está aqui? — Uhmm, sim. — Ela assentiu com a cabeça sobre o ombro para uma cabine na parte de trás. Um grupo de homens mais velhos estavam sentados com Bash, Hawk, Raider, Colt e Spider. — Mas eu não iria lá agora... — Ela estava chamando atrás de mim, mas eu acenei novamente enquanto eu corria para Hawk. Era egoísta da minha parte interromper seu tempo no MC, mas eu estava muito animada para me importar agora. Ninguém reparou em mim de imediato, porque eles estavam muito ocupados ouvindo algo que Bash estava dizendo. Eu estava a menos de um metro de distância quando a cabeça de um homem mais velho levantou e toda a conversa na cabine parou abruptamente. Eu não deilhes qualquer atenção enquanto meus olhos se concentraram em Hawk. Ele parecia surpreso ao me ver e eu sorri. — Eu entrei! Ele estava fora de seu lugar, em segundos, e eu estava sendo girada ao redor e ao redor. Sua risada se misturou a minha e eu abracei seu pescoço apertado. Depois de quase ser estuprada, eu nunca pensei que iria ficar bem com as mãos de um homem em mim novamente. Hawk era diferente. Ele não me fazia sentir suja quando me tocava. Apenas segura. Segura e protegida. — Essa é a melhor notícia que eu ouvi durante a noite toda, Gracie. Alguém limpou a garganta atrás de Hawk e ele parou de me girar. Meus braços se apertaram por um segundo, não querendo que ele me deixasse ir, antes que eu me forçasse a soltá-lo e dar um passo para
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trás. Seu braço permaneceu na minha cintura quando ele se virou para enfrentar os outros. Olhei para os homens que eu conhecia. Spider, Colt, Raider, e Bash me deram um sorriso caloroso. Tanner e Matt Reid ainda balançaram a cabeça em reconhecimento. — Parabéns, Gracie. — Bash disse, inclinando sua cerveja em minha direção. — Você merece. Prazer fez minhas bochechas queimarem e eu abaixei meus olhos. Se alguma vez houvesse um retrato da beleza masculina seria Bash Reid. O homem era de tirar o fôlego, mas ele ainda não se comparava a Hawk aos meus olhos. Com seus grandes olhos verdes de jade, cabelo loiro desgrenhado, e um corpo que era ao mesmo tempo duro e tão suave... Umidade ameaçou surgir entre minhas pernas e eu cerrei os olhos fechados, com vergonha de ter tal reação apenas de pensar sobre um homem que tinha sido nada, além de bom para mim. — Obrigada, Bash. Uma garganta foi limpa de novo e eu virei minha cabeça para encontrar o homem mais velho me olhando duro. Eu não tinha certeza se era só a iluminação do bar, mas ele parecia pálido, talvez até doente. Hawk me puxou para mais perto para o seu lado. — Tio Jack, este é Gracie Morgan. Gracie, este é o Tio Jack ... Esse é Razor, tio Chaz, tio George. Cumprimentei-os timidamente. — Oi. — Morgan? — Tio Jack levantou uma sobrancelha, com o rosto de repente parecendo desenhado. Ele se levantou e eu notei que suas mãos tremiam. Ele deu um passo em minha direção antes de parar. Seus olhos castanhos escureceram quando ele pareceu ter dificuldade para engolir. — Os nomes de seus pais são Shannon e Craig? Eu vacilei com o som dos nomes dos meus pais. Isso nunca deixava de rasgar uma ferida no meu coração que estava apenas começando a
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cicatrizar. Minha mãe tinha sido o meu tudo, e agora ela se foi. Levada pelas mãos de um monstro bêbado que só aconteceu de compartilhar o DNA comigo. Eu pisquei as lágrimas que sua pergunta inocente tinha causado e ofereci-lhe um pequeno sorriso, triste. — O nome da minha mãe era Shannon, sim. Mas ela já se foi. — Eu informei a ele, ignorando a pergunta sobre o meu pai. — Você a conheceu? — Minha mãe tinha crescido no Condado de Trinity, mas isso era tudo que eu sabia. Quando eu perguntei a ela anos atrás, se ela tinha alguma família que deixou para trás na Califórnia, ela tinha sido vaga sobre o assunto. Eu sempre tive a esperança que sim, rezava para que ela tivesse alguém lá fora, que a amava tanto quanto eu. Alguém que viria para salvá-la do mal que invadira nossa casa. Ninguém nunca veio, então eu tinha parado de orar. — Gracie... — Meu nome saiu como um sussurro e fiquei surpresa ao ver que lágrimas encherem os olhos do Tio Jack. — Oh meu Deus ... Gracie ... — Tio Jack? — Bash se levantou, colocando uma mão firme sobre os ombros do homem mais velho, mas o Tio Jack não tirava os olhos de mim. Por alguma razão o meu coração começou a bater e eu olhei com mais atenção para o homem que estava na minha frente. Seu longo cabelo estava puxado para trás em um rabo de cavalo. Era cinza com apenas um toque de vermelho nele. Seu rosto estava marcado e enrugado ao redor dos olhos e da boca, o que me dizia que ele tinha passado muitos anos franzindo a testa. Seus lábios eram finos, nada de notável sobre eles ... Mas o seu nariz, eu tinha visto esse nariz todos os dias da minha vida, no meu espelho. No rosto de minha mãe. E aqueles olhos cor de Bourbon envelhecido, que foi o que Hawk tinha me dito apenas a algumas semanas atrás, quando ele tinha acordado ao meu lado, olhando profundamente em meus olhos, como se pudesse ver a minha alma.
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Meu coração se contraiu e eu rasguei meu olhar de Tio Jack para olhar para Hawk. Ele estava olhando de mim para seu tio honorário como se tentando descobrir um quebra-cabeças complicado. — Eu-eu não estou me sentindo bem. Eu deveria... ir... Como se minhas palavras tivessem arrancado Jack fora de seu torpor, ele deu um passo adiante. Mãos fortes agarraram meus braços e me empurraram contra um peito que ainda era duro para um homem de sua idade. Seus braços se envolveram em volta de mim e eu senti as lágrimas em meu pescoço enquanto enterrava o rosto no meu cabelo. — Você se parece com sua mãe. Porra, você é tão bonita. Tão bonita. Eu tenho uma foto sua... — Ele puxou de volta, fungando em voz alta e sem vergonha quando ele me deu um sorriso brilhante. — É uma da escola. Você tinha cerca de cinco anos de idade... Mesmo assim, você se parecia tanto com sua mãe que eu me matava de olhar para a foto. Eu ouvi sussurros e virei minha cabeça para encontrar os homens na cabine olhando para nós como se de repente três cabeças tivessem crescido em nós. Meu coração estava batendo... Não, ele estava quebrando. Eu fechei os olhos e me afastei do homem ainda segurando em mim. Todos esses anos esperando e rezando apenas para desistir, quando a salvação de minha mãe tinha estado aqui. Fazendo nada. — Você é o meu avô? — Eu sussurrei, minha voz embargada. Jack acenou com a cabeça. — Sim, querida. Tenho certeza que sou. Sem pensar no que eu estava fazendo a minha mão levantou e no momento seguinte ela estava se conectando com rosto do velho. O som de carne batendo duro contra a carne soou mais como um tiro no bar muito tranquilo. Minha mão começou a arder, mas eu o deixei cair ao meu lado em vez de segurá-la contra o meu peito como eu queria fazer. Lágrimas de raiva turvaram minha visão enquanto eu olhava para a única família que eu tinha no mundo do lado da minha mãe. — Onde
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diabos você estava quando minha mãe precisava de você!? — Eu gritei para ele antes de virar e correr para fora do bar. Cadeiras rasparam rapidamente. Algumas pessoas moveram-se para o meu caminho, mas eu passei por eles. Eu tinha acabado de bater em um de seus membros do MC. É claro que eles estariam todos loucos e iriam querer me parar. Lágrimas me cegaram e eu senti uma dor profunda na alma quando cheguei à porta e a abri. Antes que eu pudesse dar mais do que alguns passos na direção do carro de Hawk, braços fortes vieram em volta da minha cintura. Eu sabia no momento em que ele me tocou quem era então eu não estava com medo. Eu nunca poderia ter medo de Hawk, mas eu ainda lutava para me libertar. Eu não queria que ele me visse assim. Tudo que eu queria era ir para casa e me esconder debaixo das cobertas na cama. Para chorar e lamentar por minha mãe mais uma vez. — Ei, ei. — A voz de Hawk saiu mais suave do que eu já tinha ouvido quando ele me puxou ao redor e passou os braços firmemente em torno da minha cintura. Ele continuou murmurando palavras suaves, me balançando para frente e para trás enquanto eu soluçava em seu peito. — Está tudo bem. Você está bem. — Ele... ss-só... a deixou! — Eu chorei mais, minhas mãos apertando sua camiseta branca. — E-ele... a fez ... morrer. — Gracie, baby. Você está se machucando. — Sua voz soou embargada, torturado. — Não faça isso com você, querida. — Me-me dess-desculpe. — Eu segurei minha respiração, tentando me forçar a controlar mesmo que fosse apenas por ele. Meus ombros tremiam sob a força de meus soluços contidos e as mãos ásperas deslizaram sob o meu top, esfregando círculos sobre minha pele nua. Minha pele instantaneamente arrepiou com prazer, mas meu coração estava muito abalado para compreender como era bom sentir Hawk esfregando minhas costas.
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Depois de quase um minuto inteiro, Hawk me empurrou um pouco para trás e agarrou meu queixo, me forçando a encontrar seus olhos na luz fraca vinda das luzes da rua. — Fale comigo, Gracie. O que aconteceu lá? Você é neta do Tio Jack? Eu balancei a cabeça. — S-sim, acho que sim. Minha m-mãe ... — A minha voz quebrou de novo e eu respirei fundo para firmá-la. — Ela era a filha dele. Eu vi como seus olhos se arregalaram e começaram a escurecer na falta de iluminação. — Você nunca fala sobre sua mãe. Por que isso? — É... é muito difícil, H-Hawk. — Eu soluçava. — Ela era a minha pessoa favorita no mundo. Liberando meu queixo, ele limpou algumas lágrimas com a parte áspera de seu polegar. — O que aconteceu com ela, baby? Eu não queria falar sobre isso. As lembranças eram muito difíceis de reviver. Mas eu devia tanto a Hawk. Se havia alguém que eu pudesse compartilhar isso era com ele, o homem ainda me segurando com tanta ternura. — Meu pai batia nela. Toda noite que ele bebia, ele batia nela. O que era quase todas as noites perto do fim. — Eu fechei meus olhos enquanto as imagens passavam pela minha mente, fazendo meu estômago revirar com bile. — Uma noite, ele chegou em casa e ele bateu nela tanto que ela mal podia suportar... Naquela noite, ela revidou. Ela atirou nele com uma pistola que eu nem sabia que ela tinha... E depois ela morreu de hemorragia interna porque ele havia quebrado uma costela que rompeu o baço dela. — Levou uma semana para a polícia trabalhar nos acontecimentos daquela noite. Meu avô e meu tio tinham acobertado tudo, sem querer que o nome dos Morgan fosse arrastado pela lama. Lama que estava cheia de todos os tipos de segredos de família feias.
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Como o fato de que todos os homens da minha família eram espancadores de mulheres, e todas as mulheres ou tinham muito medo de deixar o pedaço de merda que eram seus maridos ou eram muito gananciosas para deixar todo o prestígio e o dinheiro que vinha com estar casado com os Morgans. A coisa toda me deixava doente. E era por isso que eu virei de costas para todos eles. Levando o pouco de herança que eu tinha guardado quando o meu pai tinha morrido, o que foi apenas o suficiente para pagar um semestre da Trinity University e um ano de faculdade de direito. Eu não sabia o que eu ia fazer quando chegasse a hora de pagar pelo resto da escola. Eu não podia tocar o resto da minha herança até que eu tivesse vinte e cinco ou casasse. Isso envolveria ter que ir até o meu tio e assinar uma carga de documentos legais. E se eu me casasse... Bem, isso exigiria que meu tio ou meu avô aprovassem o noivo. De jeito nenhum eu ia deixá-los escolher o homem a quem eu estaria presa por anos. Eu não queria outra cópia de todos os homens que eu tinha enfrentado na vida até agora. Eu iria arranjar outro jeito quando chegasse a hora do meu segundo ano da faculdade de Direito. Algo que não envolvesse lidar com os Morgans nunca mais. Hawk me puxou com força contra o peito dele, beijando meu cabelo. Ele provavelmente não esperava o que eu tinha acabado de confessar a ele. Meus pais tinham matado um ao outro; um em autodefesa, e o outro por maldade pura. — Vamos lá, eu vou te levar para casa. Eu não disse nada quando ele me ajudou a entrar no banco do passageiro do Chevelle. Quando ele ligou o carro, eu coloquei minha cabeça para trás e olhei para fora da janela do lado enquanto dirigia para casa. Estava tranquilo dentro do carro, mas eu sentia a tensão. Eu podia sentir Hawk me mandando olhares preocupados. Perto de chegar em casa, ele agarrou minha mão e ligou nossos dedos. Foi então que eu percebi que meus dedos estavam dormentes de frio. Sua mão maior e
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quente me fez tremer e eu virei minha cabeça para dar-lhe um sorriso fraco que ele retornou. — Estou tão feliz que eu encontrei você. — eu sussurrei quando ele entrou na garagem. Colocando o carro na garagem, ele se virou para mim. Mãos grandes seguraram meu rosto quando ele se inclinou para a frente e deu um beijo no meio da minha testa. — Estou tão feliz que eu encontrei você também, Gracie.
Hawk A TV estava ligada quando eu entrei na sala de estar com Gracie dobrada em meu lado. Minha mente estava toda atrapalhada com a notícia que recebi hoje à noite, junto com a descoberta sobre Tio Jack e Gracie. A confissão de Gracie sobre seus pais foi apenas a cereja no topo do sundae da grande de merda que esta noite se transformou. Raven estava espalhada no sofá assistindo algum show de drama. Já era depois das oito, então eu sabia que Lexa estava na cama. Minha irmã levantou a cabeça para nos cumprimentar quando ela viu quão pálida Gracie estava. — O que aconteceu? — Ela perguntou, preocupada. Nas seis semanas que Gracie havia vivido conosco, Raven tinha se apegado a ela. Ela era tão protetora de Gracie como era de Lexa. — Eu explico mais tarde, Rave. — Eu prometi a ela enquanto exortava Gracie para as escadas. – Nós estamos indo para a cama. Olhos idênticos aos meus próprios se arregalaram, mas ela apenas balançou a cabeça. — Se você precisar de mim é só gritar.
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— Yeah. — Eu continuei andando, segurando Gracie contra mim. Quando chegamos ao nosso quarto, fechei e tranquei a porta antes de ir para o banheiro. Ela não disse uma palavra quando liguei o chuveiro. Me voltando para ela, eu a puxei contra o meu peito novamente. Ela parecia exausta e com o coração partido. Isso me deixava triste por ela. Minha Gracie nunca devia ter seu coração partido por qualquer motivo. Eu teria que conversar com Tio Jack na parte da manhã sobre toda essa merda. Quando o banheiro começou a se encher de vapor, eu dei um passo para trás. — Você precisa de ajuda? Rosa
encheu
as
bochechas,
fazendo
meu
corpo
reagir
instantaneamente. Porra, ela era tão malditamente bonita. Eu não sei como eu tinha ficado tão forte nas últimas seis semanas, mantendo as minhas mãos e pau para mim mesmo com ela dormindo dobrada contra mim na maioria das noites. Eu queria essa mulher como eu nunca quis nada na minha vida. Ela era especial e eu não queria estragar o que tínhamos. — Obrigado por cuidar de mim, Hawk. Eu gostaria que ela parasse de me agradecer por ter feito algo que parecia vir como uma segunda natureza com ela. Ela era minha e eu ia cuidar dela para o resto da minha vida. Se eu pudesse juntar minhas coisas e apenas lhe dizer como eu me sentia. — Você precisa de alguma coisa? Eu posso te fazer um pouco do chá que você parece gostar? — Eu aprendi a fazer isso há algumas semanas porque ajudava em seu sono. Entre Raven e Willa, eu descobri como funcionava uma chaleira e chá de saco. Eu imaginei que os meus irmãos ou Bash encheriam meu saco por fazer essa merda, mas ninguém disse uma palavra sobre isso. Minha irmã, provavelmente, ameaçou-os com uma faca. Ela era assustadora com uma faca.
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Quando Gracie deu um sorriso maior do que ela tinha me dado nos últimos 45 minutos, o meu coração se contraiu. Tomando isso como um sim eu deixei cair um beijo no topo de sua cabeça. — Eu vou fazer pra você uma xícara enquanto você toma banho, bebê. Raven ainda estava no sofá quando eu desci as escadas. Eu fui direto
para
a
cozinha
e
ela
me
seguiu,
impaciente
por
informações. Enquanto eu colocava a chaleira no fogão eu contei a ela sobre o Tio Jack ser o avô de Gracie. — Puta merda. — ela sussurrou, olhando para o teto como se pudesse ver Gracie. — Agora que você mencionou, ela meio que parece um pouco com ele. — Sim, eu vi isso também. Os olhos e algumas outras características faciais. — Eu adicionei meia colher de açúcar na caneca e deixei cair o saco de chá de camomila nela, esperando a água esquentar. Eu queria dizer a Raven sobre o resto, sobre os pais de Gracie, mas não queria quebrar sua confiança assim. Se Gracie queria que minha irmã soubesse, ela teria dito a ela. Mas eu tinha que dizer a ela algo mais sobre esta noite, porque envolvia tanto ela quanto Gracie. — Eu não quero você no bar sozinha. — disse a ela. Ela ia no início de alguns dias para fazer a nossa contabilidade ou só para fazer um pouco de limpeza extra. Antes desta noite eu nunca teria pensado que seria algo com que eu teria que me preocupar. Por um lado, a minha irmãzinha podia cuidar de si mesma. Por outro lado, todos do Angel’s Halo sabiam que só assinariam sua sentença de morte se ousassem mexer com o bar ou com nossa irmã. Agora eu sabia melhor. Alguém queria a sua sentença de morte assinada, selada e entregue. Por mim pessoalmente. Kevin Samson. Ele havia tentado o estupro coletivo de Gracie na noite em que a conheci. Mais tarde eu tinha descoberto que não era a primeira vez que ele tentou ferir uma menina, mas era a primeira vez que ele não tinha conseguido. Na noite seguinte, os rapazes e eu tínhamos queimado a
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fraternidade do cara. Agora ele queria retaliação e queria terminar o que tinha começado. Retaliação queimando algo importante para o Clube e ter suas mãos sobre Gracie. O homem teria apenas uma recompensa. Minha bala em seu cérebro. Depois de fazer Raven me prometer que não iria para o bar sem alguém estar com ela, levei o chá até Gracie. Ela estava sentada na cama com uma grande toalha branca enrolada em volta dela e seu cabelo pingando quando ela puxou um pente através dos longos cabelos vermelhos. Seu rosto estava pálido e abatido, com os olhos escuros e torturados. Quando fechei a porta atrás de mim, sua cabeça se levantou e ela me ofereceu um sorriso fraco. — Hey. — ela sussurrou. Ofereci o chá e peguei o pente dela. Pegando a toalha da cama eu sentei atrás dela e terminei de secar o cabelo dela enquanto ela tomava um gole de chá. Quando terminei de pentear o cabelo e, em seguida, passei meus braços ao redor da cintura dela, puxando-a de volta contra mim. Meu corpo fez o que sempre faz e veio a vida ao senti-la contra mim, mas eu cerrei os dentes até que o tesão diminuiu antes de beijar a bochecha de Gracie. — Tudo vai ficar bem, Gracie. Eu tenho você. Nada vai te machucar, desde que eu tenha você.
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Capítulo Catorze Spider O bar estava quase vazio. Olhei para o relógio no meu novo telefone, e vi que eram quase duas da manhã e então guardei a coisa. Eu odiava o iPhone, mas pelo menos era mais fácil de usar do que o último smartphone que eu tive e destruí em uma noite na qual tinha bebido demais. Eu ainda tinha que aprender a usar este e realmente, eu odiava aprender coisas novas sobre tecnologia. Eu não era um grande fã, mas tendia a tornar a minha vida mais fácil. Me estiquei na cabine com Bash bem ao meu lado. Ele deveria ter saído a mais de uma hora atrás, quando o Tio Jack tinha saído. O homem tinha bebido até cair, o que era incomum para o velho nesses dias. Descobrir que sua neta estava em Creswell Springs, que o odiava, e que ela estava vivendo com Hawk Hannigan não tinha feito sua noite perfeita. Raider tinha garantido que Tio Jack tinha chegado bem em casa e agora ele estava de volta, começando a fechar o bar. Ele também estava flertando como louco com a minha mulher enquanto ela o ajudava por trás do bar. Ela estava enchendo a máquina de lavar louça com copos sujos, enquanto Raider limpava o balcão superior e reabastecia o licor e Colt desligava a máquina registradora. Eu cerrei os dentes quando Willa riu pela quinta vez em pouco tempo para algo que Raider disse. — Acalme-se, homem. Você diminua a pressão dos dentes ou vai precisar de uma visita ao dentista. — Bash engoliu o resto de sua cerveja e empurrou a garrafa vazia sobre a mesa com as outras vazias que ainda enchiam nossa mesa. Willa tinha dito há uma hora que ela não iria limpar
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a nossa bagunça, então nós teríamos que jogar nossas garrafas fora antes de sairmos. — Você se sente assim quando Raven ri comigo? — Eu perguntei ao meu amigo, sem tirar os olhos de Raider enquanto ele entregava um copo a Willa para que ela colocasse na máquina de lavar. — Essa raiva e a necessidade de fazer alguém sangrar? — Porque se fosse, então eu estava arrependido. Não tão triste que pararia de fazer isso com Raven, porque ela era a minha família e eu amava aquela garota até a morte, então eu não iria prometer não fazê-la rir. Ainda assim, eu iria tentar não fazer isso na frente de Bash, porque, merda, isso era difícil de assistir. — Às vezes. — Bash encolheu os ombros. — Mas eu não estou com ciúmes de você e Raven. Você não a ama assim, e ela iria me matar em meu sono se eu fosse homem das cavernas sobre ela e dissesse que não poderia vê-lo. Então eu tento ignorar. — Eu tenho que me preocupar com Raider? — Eu fiz a pergunta, mesmo quando Raider se aproximou de Willa e sussurrou algo que a fez levantar a cabeça e olhar diretamente para mim. Ela me deu um sorriso triste e se voltou para o que estava fazendo. Que diabos foi isso? — Se Raider fosse fazer um movimento para Willa, ele já teria feito isso. Todo mundo sabe que quando Raider vê algo que ele quer, ele não se importa com quem ele pisa para conseguir. Ele não tem medo de você, por isso ela já estaria na cama dele se fosse isso que ele quisesse. Raider podia não estar com medo, mas ele ficaria se ele continuasse a flertar com a minha mulher. Ele iria engolir alguns dentes em questão de segundos, se não se afastasse. — Willa, você está quase pronta? — Eu gritei. Não tinha como eu sair daqui sem ela. Ela se virou para me encarar, seu rosto apertado. — Eu tenho mais algumas coisas para fazer. Vá em frente, eu vou pegar uma carona com Raider e Colt.
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— De jeito nenhum. — Eu balancei a cabeça e cruzei os braços sobre o peito. — Você vai para casa comigo. Seus olhos se estreitaram em mim. — Então, cale-se e me deixe trabalhar. Raider riu e eu mandei-lhe um olhar de morte, que ele ignorou. — Vá em frente, Willa. Eu termino isso. — Tem certeza? — Ela já estava tirando seu avental, mas ela parecia indecisa. — Eu ainda tenho algumas coisas... Ele acenou com a cabeça. — Tenho certeza. Vejo você depois. — Não, ela não vai ver ninguém, porra. — eu rosnei de onde eu estava. — Você não vai manter suas bolas por muito tempo se continuar com isso. — Bash assegurou-me com um sorriso. — Willa é muito parecida com Raven e é bom você lembrar disso, meu amigo. Encarei-o quando eu puxei as minhas chaves do meu bolso. — Você faria bem indo pra casa, para a sua mulher grávida, filho da puta. E talvez por um anel em seu dedo enquanto você está nisso. — Porra. — Bash me chamou. — Não me apresse. Willa já estava saindo pela porta antes que eu pudesse alcançála. Sem um olhar por cima do ombro para ver se eu estava seguindo-a, dirigiu-se para a minha moto. Eu fiz uma careta. Então, ela realmente estava com raiva de mim, mas eu não tinha ideia do que eu tinha feito para irritá-la. — O que há de errado? — Exigi quando cheguei a ela. Ela virou-se rapidamente, o rosto definido em linhas de raiva, mas seus olhos estavam cheios de dor. Isso doeu em mim. — Você pode me foder na parte de trás do bar com a possibilidade de qualquer um entrar,
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mas você não pode me beijar na frente de Raven ou de seus irmãos MC? Isso diz muito sobre como você se sente sobre mim, Spider. — Willa... — Eu não sabia como defender a mim ou aos meus sentimentos por ela. Não sabia como dizer a ela que eu não tinha pensado em como ela ficaria por eu não tê-la beijado naquela tarde ou porque eu mantive minha distância durante toda a noite. Nem foi porque eu não quis, porque eu tinha estado dolorido para saborear seus lábios durante todo o dia, como um viciado doía por uma agulha no braço. A única razão que eu não tinha a beijado era porque eu não teria sido capaz de parar em apenas um beijo, e transar com ela no bar novamente não era uma opção. — Isto é apenas sexo. — ela me disse e foi como uma facada no peito. Ela havia dito as mesmas palavras na terça à noite, mas eu não tinha acreditado nela. O jeito que ela estava ali olhando para mim não me fez acreditar nas palavras agora mais do que eu tinha na época, mas isso não queria dizer que não doía. Em seguida, seu queixo tremeu e eu vi as lágrimas encherem seus olhos. — É... apenas sexo. — É tudo o que você quer que seja, baby. Eu aceito o que você quiser me dar. — Eu assegurei a ela quando eu peguei-a pela cintura e a puxei para mim. — Sinto muito se você se sentiu como se eu tivesse vergonha de te beijar. Não era nada disso. Eu só não quero te beijar e depois acabar no banheiro com o bar inteiro ouvindo, porque eu não posso manter minhas mãos longe de você. Ficamos ali por alguns minutos antes que ela começasse a relaxar contra mim. Quando ela fez eu dei metade de um passo para trás para que eu pudesse olhar para ela. Parecia um longo caminho para olhar para baixo. Ela era tão pequena, enquanto eu era um gigante. Mas eu nunca me senti como se eu tivesse que tratá-la como se ela fosse quebrar. Ela pode ser pequena, mas não era frágil. Minha mulher era uma das pessoas mais fortes que eu conhecia. Especialmente se ela ainda podia querer
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mesmo estar perto de mim com o nosso passado entre nós. Eu ia ter que lidar com isso logo, eu sabia, mas por enquanto eu só precisava levá-la para casa e para a cama. Ou para o chuveiro. Talvez contra a porta do meu apartamento. Meu pau cresceu desconfortavelmente duro e eu levantei-a em meus braços. Ela envolveu suas pernas ao redor da minha cintura imediatamente e segurou meus ombros enquanto eu levava os últimos passos para a minha moto. — Eu vou resolver isso amanhã. — eu prometi quando a coloquei sobre a minha moto antes de subir e iniciar o poderoso ronco. — Segure-se firme, baby. Eu quebrei cada lei de trânsito que havia em Creswell voltando para o meu apartamento. Seus braços se apertaram ao redor da minha cintura, o rosto enterrado nas minhas costas e eu pensei que eu senti o seu sorriso. Ela adorava estar atrás de mim assim. Eu dirigi mais rápido e senti o riso quando ele sacudiu seu corpo vibrando contra minhas costas. Chegando ao estacionamento, não perdi tempo de descer da moto e peguei-a em meus braços, levando-a da mesma forma que eu tinha feito dez minutos antes. Meus braços eram firmes ao seu redor, ligando-nos fisicamente como eu esperava emocionalmente. Willa abaixou a cabeça e começou a beijar meu pescoço, tornando difícil de andar com a fúria de tesão em meus jeans. De alguma forma eu cheguei até o meu apartamento, sem tropeçar. Assim que a porta estava fechada e trancada atrás de nós eu comecei a arrancar suas roupas. Willa sacudiu minha jaqueta dos meus ombros e começou a agarrar a minha camisa, as unhas perfurando através do material fino da minha camiseta branca velha e rasgando-a facilmente. O short jeans que ela estava usando esta noite caiu no chão assim que ela soltou as pernas ao redor da minha cintura. Sua calcinha foi embora com apenas dois
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pequenos puxões para os lados e ela riu com o quão bárbaro eu era quando a despi. — Talvez eu devesse parar de usar calcinha. — Quando você estiver aqui, seria uma boa ideia. Quando você não está comigo, então é melhor você usar aquelas que sua avó usaria ou algo assim. Apenas para minha paz de espírito. Raider não gosta de cuecas de vovó. — Willa bufou outra risada, seus dedos se atrapalhando no meu cinto pela falta de concentração. — Isso não é engraçado, Willa. — Ciúmes. — Ela levantou a cabeça e levantou uma sobrancelha para mim. Meu rosnado foi a minha resposta, e ela sorriu maliciosamente para mim. — Bom. Eu quero que você seja ciumento. Só não mate ninguém. De repente, meus jeans estavam abertos e meu pau estava sendo cuidadosamente puxado livre. Willa murmurou uma maldição quando ela baixou os olhos para o meu pau antes de cair de joelhos na minha frente. O calor úmido de sua boca queimou meu pau pulsando quando ela me levou em sua boca, engolindo a ponta do jeito que eu havia lhe ensinado há quatro anos. Ela gemeu, apreciando o sabor do meu desejo. Minhas bolas apertaram e eu sabia que eu não ia durar muito tempo se continuasse assim. Eu me senti um animal selvagem do jeito que eu estava continuamente rosnando em volta dela, mas eu não podia conter o grunhido de dor cheio de prazer que me escapou, quando eu levantei-a para longe. Um pop alto encheu o ar quando a boca soltou meu pau dolorido. Eu era estúpido com a minha necessidade por ela, por estar dentro dela. Joguei-a sobre a cama e virei-a de barriga. Gemidos e lamúrias ecoaram pelas paredes quando eu a penetrei com um impulso longo e bruto. — James! — ela gritou, e eu estava perdido. Willa empurrou para cima os joelhos me dando um ângulo mais profundo enquanto ela tocava a si mesma. Ela estava sozinha nesta rodada, porque eu não conseguia parar de pensar e ajudá-la na minha
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corrida desenfreada para marcar essa mulher como minha, derramando a minha semente dentro dela. O fim veio mais rápido do que eu estava esperando e eu gritei o nome dela quando meu corpo ficou tenso e eu a enchi com a minha libertação. — James, por favor. — Willa chorou, tão perto mas ainda tão longe. Saí de dentro dela, virei-a de costas e entrei nela novamente com a mesma rapidez. Ela estava molhada com o seu próprio desejo e com minha libertação. Meu pau ainda estava duro como uma rocha, embora eu tivesse quase um derrame com o poder do meu último orgasmo. — Eu me sinto tão bem com você dentro de mim. — Willa respirou, suas unhas cavando em meu bíceps. — Eu não quero que isso acabe, James. Por favor, não deixe isso acabar. Suas palavras me pararam no meio do impulso e eu pisquei como se a visse pela primeira vez desde que ela tinha entrado no meu apartamento. O que diabos eu estava fazendo? Eu estava realmente estourando os miolos dela quando eu deveria estar fazendo amor com esta mulher? Ela nunca iria entender que eu a amava, se tudo o que eu estava fazendo era transar com ela? Willa fez um barulho em protesto, levantando seus quadris para chamar minha atenção. — James... Murmurando uma maldição, eu saí dela e cai na cama ao lado dela, puxando-a em meu peito. Levantando-a pelos quadris, eu enchi-a novamente com o meu pau latejante. Seus olhos eram de um cinza ardósia com uma mistura de desejo insaciável e confusão. Engoli em seco. — Eu não quero que isso acabe nunca, Willa. Nunca mais. Ela mordeu o lábio, porque não havia como negar que eu não estava falando sobre o sexo. Tudo o que eu estava sentindo estava brilhando de volta para ela em meus olhos para que ela visse. Para ela tomar ou acabar com tudo. Eu não me importava, contanto que ela
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soubesse o que estava passando pela minha mente, o que estava enchendo meu coração agora e para sempre. Prendi a respiração enquanto ela apenas ficou lá, montando minha cintura com meu pau bem no fundo de seu pequeno corpo apertado. Se ela se levantasse e me deixasse pendurado, eu entenderia, mas eu pedi a Deus que ela não fizesse. Eu não era bom o suficiente para ela, nunca tinha sido bom o suficiente. Razão pela qual, mesmo depois de eu ter encontrado a verdade, eu não tinha ido atrás de Willa. Mas com ela aqui, com ela tão perto que eu podia tocar, não tinha como eu me manter afastado. Willa ficou lá por quase dois minutos completos, decidindo se ela queria o que eu queria ou não, antes de finalmente me colocar para fora da minha miséria. Ela sorriu e abaixou a cabeça até que seus lábios cobriram os meus. — Ok. — foi tudo o que disse antes de me levar no passeio da minha vida.
Willa Eu tinha um sentimento ruim de que eu ia entrar em uma luta esta noite. Era sábado, de modo que o bar estava cheio não só com os membros do MC, mas também com senhoras e, claro, as ovelhas de costume. As senhoras estavam começando a me aceitar, especialmente porque eu tinha tornado óbvio ao longo das últimas semanas que eu não queria nada com seus homens. Spider tinha me ajudado nesse departamento também, mostrando abertamente que estávamos juntos por me beijar sempre que ele entrava no bar, não importando o que eu estava fazendo.
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Estar com as senhoras tinha me colocado na lista negra de mais do que algumas ovelhas, entretanto. Eu descobri que Spider não tinha tocado em nenhuma delas em anos, o que havia secretamente me encantado e surpreendido. Isso não as impediu de querer sua atenção. Desde que ele havia reclamado oficialmente que era meu, era como se tivesse empurrado alguns botões e garras haviam sido aguçadas a minha volta. Durante duas semanas, eu tinha sido submetida a indiretas malintencionadas daquelas ridículas. Por dois sábados, desde que Spider tinha vindo em uma noite e apenas me beijado até que eu perdesse o folego na frente de todos, eu tinha sido submetida a insultos, cotovelos supostamente acidentais no estômago, e mais do que algumas bebidas derramadas sobre mim. No último sábado eu até mesmo vi uma vadia dando em cima do meu homem, apenas para ser derrubada rápida e humilhantemente na frente de suas amigas. Essa mesma ovelha estava causando problemas esta noite e eu estava a uma indireta longe de rasgar seu cabelo para fora de sua não tão linda cabeça. Eu estava atrás do bar, tentando fazer com que minha raiva ficasse sob controle. Spider e Bash não tinham chegado ainda esta noite, embora eu soubesse que Spider estaria aqui a qualquer momento. Ele sempre vinha quando eu estava trabalhando e ficava até o fechamento para que ele pudesse me levar para casa. Nas duas semanas desde que ele tinha, basicamente, me implorado com os olhos para tornar o que quer que existia entre nós mais do que apenas sexo, ele tinha sido o namorado mais incrível que qualquer menina poderia querer. O que fez com eu segurasse o passado entre nós como um escudo em volta do meu coração ainda mais forte. Uma mão tocou meu braço e eu vacilei com o contato dos dedos calejados na minha pele. Eu sabia que não era Spider então, naturalmente, o evitei, sabendo que ele iria ficar com ciúmes se visse algum cara me tocando. Eu poderia ter dito a ele que eu queria que ele
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fosse ciumento, mas, honestamente, eu não queria que ele se machucasse desse jeito porque eu sabia o quão ruim ele podia se sentir. A mão de Raider se enrolou no meu pulso e me puxou para fora do balcão um pouco para que ele pudesse falar no meu ouvido, sem ter que gritar sobre o volume da conversa das senhoras e seus homens. — Você está bem? Eu não olhei para ele, mas deixei meus olhos passarem por cima de seu ombro para a loira de cara feia do outro lado. Olhos vidrados e azuis encontraram os meus e ela olhou para mim como se eu tivesse matado seu cachorro, ou roubado o seu homem. — Nada que eu não possa lidar por mim mesma. — eu assegurei a ele antes de me virar para pegar uma jarra de cerveja e uma garrafa de Jameson. — Eu vou ficar bem. — Não faça algo que vá te machucar. Raven vai matar todos nós. — Raider me chamou e eu tive que sorrir. Raven tinha me aceitado oficialmente. Nós tínhamos ficado muito próximas nas últimas duas semanas, e eu estava feliz. Eu não queria que ela me odiasse, e eu realmente não queria que ela continuasse a me segurar contra Bash. Ela se acalmou sobre isso, e Bash estava parecendo mais feliz cada vez que eu o via. O único problema era que os irmãos dela e Spider estavam pressionando Bash para pedir Raven em casamento. Eu não entendia por que ele apenas não fazia, porque eu sabia que ele queria que a menina tivesse seu sobrenome mais do que qualquer coisa no mundo agora. Felizmente, Raven não parecia se importar que Bash não tinha colocado um anel em seu dedo ainda. Com a minha bandeja carregada com garrafas de cerveja e a maior garrafa de Jameson que havia no bar, eu teci meu caminho através do bar lotado em direção à parte de trás. Tanner e Matt estavam lá jogando sinuca com alguns garotos da faculdade. Eles estavam apressando os dois meninos ricos. Eu não tinha certeza do que os dois irmãos faziam
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para viver. Bash trabalhava na garagem de carro e moto do Tio Jack, todos os Hannigan trabalhavam aqui, e Spider, claro ficava na loja de tatuagem de seu tio. Eu sabia que alguns dos MC trabalhavam fora de Creswell Springs, e até mesmo fora do Condado de Trinity. Eu também sabia que não devia perguntar o que exatamente eles faziam que os levasse tão longe de casa. Tanner e Matt às vezes caiam nesta última categoria e tinham acabado de voltar de onde quer que fosse que eles estavam trabalhando. Me vendo chegar com a cerveja e uísque, Matt esfregou as mãos e sorriu para os dois homens que ele e seu irmão estavam arrasando esta noite. — Paguem a senhora, rapazes. Os dois rapazes eram universitários e bonitos, com roupas caras e gel no cabelo. Eram enormes, porém, com tatuagens que espreitavam para fora sob suas camisas polo. Eles, obviamente, tinham algumas grandes bolas para terem entrado hoje no Hannigans. Mas eles estariam saindo com os bolsos vazios pela experiência. Um deles me deu uma nota de cem dólares e me disse para ficar com o troco, então me bateu na bunda quando me virei para ir embora. Não pude conter o grito que saiu dos meus lábios e eu senti o ar atrás de mim ficar tenso. A próxima coisa que eu vi era Matt em cima do garoto de faculdade que tinha batido no meu traseiro. — Não ouse tocála novamente, idiota. Ela não é propriedade do clube. Ela é uma das senhoras. Eu não fiquei para assistir ao show, mas eu teria que lembrar de agradecer a Matt mais tarde. Foi a primeira vez que eu tinha sido chamada assim, e mesmo odiando esse rótulo, ainda colocou um sorriso em meus lábios enquanto eu coletava as garrafas vazias das mesas no caminho de volta para o bar. A hora seguinte passou sem incidentes e eu estava começando a relaxar um pouco.
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Bash chegou por volta das dez. Ele estava sozinho e parecia cansado quando se sentou no bar. Quando eu coloquei uma garrafa de sua cerveja favorita na frente dele, ele me deu um sorriso triste e um aceno de cabeça antes de engolir a metade dela em um gole. — Dia difícil? — Disse. Eu não saberia como seu dia tinha sido porque eu estava basicamente vivendo no apartamento de Spider nos dias de hoje. — Pior. — ele resmungou antes entornar o resto da cerveja. Eu balancei a cabeça e coloquei outra na frente dele, lançando a garrafa vazia na grande lata de lixo atrás de mim. — Raven? — eu perguntei, querendo saber o que tinha causado a expressão preocupada na sua testa franzida. Bash balançou a cabeça. — Não. Apenas coisas do clube. Obrigado pelas cervejas. — Levantou e olhou ao redor. — Spider não está aqui ainda? Eu fiz uma careta. — Ainda não. — Eu estava começando a me preocupar com ele. Ele havia me dito naquela manhã que ele tinha uma tatuagem para terminar hoje e chegaria atrasado, mas eu o estava esperando por pelo menos uma hora atrás, já que o cara em que ele estava trabalhando veio para mostrar a nova tatoo. Os olhos de Bash nublaram, mas ele não disse nada quando ele torceu o caminho através da multidão para a cabine dos Originais na parte de trás. Eu voltei a trabalhar, mas mantive um olho nele, me certificando que ele não precisava de outra cerveja ou algo mais forte. Antes que eu percebesse, uma hora tinha passado e ainda não havia nenhum sinal de Spider. Eu puxei meu celular do meu bolso do avental e vi que ele não tinha mandado mensagem. Não que eu esperasse. Spider não era amigável com a tecnologia. Eu bati ligar em seu nome e ouvi tocar meia dúzia de vezes antes que ele finalmente atendesse. — Hey, — ele disse, soando sem fôlego, e
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eu fiz uma careta, quando o ruído de fundo começou a fazer sentido para mim. Havia música sensual - e algumas vaias e assobios. — Eu estava começando a me preocupar com você. Está tudo bem? — Eu não queria ser aquela namorada, aquela que conferia seu namorado para ter certeza que ele não estava fazendo algo que iria quebrar seu coração. Mesmo que eu tivesse motivos de sobra para pensar assim, eu ainda não queria ser uma vaca... Ou que os meus piores receios se confirmariam. Agora eu só estava preocupada com ele. Ele normalmente chegava no bar o mais tardar lá pelas dez, na maioria das noites. Já era depois da onze e eu estava preocupada que ele poderia ter entrado em um acidente ou algo pior. — Só tinha que cuidar de algumas coisas, baby. Eu vou acabar em pouco tempo. Assim que limpar a bagunça aqui. — Eu ouvi alguém chamando seu nome no fundo. Uma mulher. Ele murmurou uma maldição. — Eu tenho que ir, Willa. — Okay... Tchau — Mas ele já tinha desligado antes que eu pudesse terminar. Onde ele estava? — Oh-ouh, — disse uma voz nasal e doce atrás de mim e eu me virei para encontrar a minha inimiga autonomeada Bubbles ali com um sorriso maligno no rosto. Eu tinha certeza de que sua mãe não tinha a chamado assim, porque quem diabos faria isso com seu filho? Se ela queria um apelido estúpido ela deveria ter escolhido algo como BandAid porque era tão grande quanto sua cintura era. Provavelmente devido a toda a cocaína que ela cheirava. O pequeno frasco em seu pescoço estava apenas pela metade em comparação com o que tinha sido quando ela tinha andado pela primeira vez no bar esta noite. — Problemas no paraíso? Três suposições do que seja ... — Ela levantou a mão e mexeu três dedos. — Mas eu tenho certeza que eu só preciso de um. Eu virei de volta, pronta para me afastar dela antes que eu realmente perfurasse seu rosto. Eu poderia realmente torná-la mais
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atraente se eu reorganizasse algumas de suas características, mas eu estava
acima
disso.
Ou
assim
eu continuava
dizendo
a
mim
mesma. Bubbles não pegou a dica e me seguiu. — Eu diria que ele está na fazenda de buceta da Angel’s Halo. — Oh, você quer dizer que ele foi para a sua casa? — Eu zombei dela por cima do meu ombro, então mordi a língua logo que ela tinha deixado minha boca. Merda. Eu não tinha a intenção de jogar o seu jogo. Agora eu tinha caído direto em suas pequenas mãos ósseas. — De jeito nenhum, queridinha. Eu posso ser uma ovelha, mas eu tenho padrões. Nós estaríamos na casa do clube ou em nossas próprias casas. Eu estou falando sobre o bordel real, ou como eles legalmente o chamam de clube de strip. As coisas podem ficar selvagens ali, porque aquele é o lugar onde todos os meninos universitários tendem a entrar. O MC não entra lá com tanta frequência. É o vergonhoso segredo de Bash e Spider, desde que o velho de Bash deixou para ele. O homem o comprou, e o aproveita enquanto o nosso maravilhoso Spider fica fora com você. Se as coisas ficam descontroladas Spider é chamado lá, para cuidar dos negócios... E então ele cuida dos negócios com Topaz. Eu tinha a intenção de ignorar tudo o que estava expelindo da boca Bubbles. Em vez disso, meus ouvidos se abriram ainda mais para ouvila sobre o barulho do bar lotado. Então Spider era proprietário de parte de um clube de strip desprezível, eu não me importei. Como eu poderia fazer julgamentos sobre algo assim quando eu soube há anos que o meu pai tinha pelo menos três fazendas de coelho em Las Vegas, bem como de alguns clubes de strip? Eles tinham fechado o clubes e as fazendas — pela quantidade de dinheiro que meu pai deixou para mim e Lexa, tinha sido um negócio muito lucrativo, e eu não tinha ideia do que tinha acontecido com eles depois que mais da metade do MC do Red Dragons foram basicamente “abatidos” pelos federais.
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O que tinha feito meu estômago subir de repente na minha garganta e a bile ameaçando me sufocar era a última parte. Realmente apenas uma palavra havia quebrado meu peito. Topaz. Claro que havia uma abundância de strippers que usavam esse nome como seu nome artístico, mas eu sabia lá no fundo, que era a mesma Topaz de Vegas. A mesma vadia que encheu a cama de Spider na noite em que o meu mundo ruiu. Em vez de deixar Bubbles saber o quanto suas palavras me afetaram, eu virei meu olhar para Bash. Ele estava olhando para o telefone, franzindo a testa enquanto ele mandava uma mensagem. Algo deve tê-lo alertado para o meu olhar. Nós nos tornamos tão próximos como irmãos quando tínhamos nos juntado para aprender a cuidar de Lexa. Tendo compartilhado algumas experiências assustadoras, como uma vigília de uma semana no hospital quando pela primeira vez Lexa havia entrado em contato com manteiga de amendoim apenas alguns dias depois que sua mãe morreu, tinha-nos forçado a aprender a amar um ao outro por causa da menina. Bash tinha me visto no meu melhor, que foi quando eu estava com Spider pela primeira vez, e ele definitivamente tinha me visto no meu pior, quando eu tive que enterrar meu pai. O olhar na minha cara deve ter refletido tudo o que eu estava sentindo por dentro. Ele se levantou e empurrou o seu caminho em direção a mim. A maioria dos motoqueiros saiu do caminho para que seu presidente do clube passasse enquanto ele corria em minha direção. — Willa? — É a mesma Topaz? — Eu sussurrei embora eu soubesse que ele não podia me ouvir acima do barulho no bar, mas ele deve ter sido capaz de ler os meus lábios ou talvez ele simplesmente soubesse qual seria minha pergunta. Eu vi a hesitação em seus olhos azuis incomuns, a indecisão em seu rosto e eu soube antes mesmo dele acenar com a cabeça afirmativamente que a resposta era sim.
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— Tipo... — Minha voz se quebrou e eu limpei minha garganta antes de começar novamente. — Há quanto tempo ela está em Creswell Springs? Bash fez uma careta e passou a mão sobre o rosto. Para ele, me machucar era como machucar Lexa e eu sabia que ele não queria dizer nada, mas ele também sabia que eu precisava de respostas. Obviamente Spider não tinha planejado me contar. Pensar em deixar que a nossa relação fosse mais do que apenas sexo estava começando a fazer o coração torcer. — Ela veio até nós à procura de emprego alguns meses depois de Lexa nascer. Tasha havia batido muito nela e seu pai disse que ela estaria segura com a gente. Nós oferecemos-lhe a tarefa de gerenciar o Paradise City. — Raven sabe você possui um clube de strip? — Porque eu com certeza nunca soube disso. Em mais de um ano vivendo com esse homem, eu pensei que o conhecia muito bem, mas agora eu percebia que provavelmente eu mal tinha arranhado a sua camada externa. Isso me deixou um pouco triste. — Ela sempre soube. Ela faz a contabilidade de lá às terças-feiras. — Ele suspirou. — Olha Willa, depois de seu rompimento com Spider pela primeira vez, ele estava muito mal. Precisou de muito tempo antes que ele conseguisse se arrumar depois que você o deixou. Algumas coisas vieram
à
luz
sobre
aquela
noite
que
você
realmente
precisa
saber. Portanto, antes de ir ao fundo do poço novamente, deixe-o explicar desta vez, ok? — Por que diabos ele está lá agora? — Exigi, tentando manter minha raiva controlada. Todo o meu corpo era uma grande dor. A última vez quase tinha me matado, mas eu tive que empurrar tudo isso para baixo para cuidar da minha mãe que estava morrendo. Desta vez, isso me quebraria, não haveria nada para me manter distraída da dor.
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— Um grupo de jovens universitários que passam o verão nas casas de fraternidade estavam causando problemas. Houve uma luta que precisou de todos os seguranças para lidar com eles e enquanto isso estava acontecendo uma das meninas foi agredida nas costas. Spider foi lidar com o cara que a machucou. — Ele dobrou os joelhos, de modo que ele estava no nível dos meus olhos um pouco mais. Eu me senti como se estivesse falando comigo como ele falava com Lexa, tentando explicar algo que ele não queria, mas que precisava dizer. — Eu quero que você se lembre de algo, porém, está bem? — Ele esperou que eu acenasse antes de continuar. — Spider não lida com mulheres muito bem. Ele não tem pontos fracos para elas. Nem mesmo com a mãe dele. Só existem duas mulheres com quem ele se preocupava. Raven é uma deles. Demorei um pouco, mas eu percebi que ele se transformou em um outro irmão para ela, e enquanto a sua relação ainda tem a tendência a me irritar, eu estou feliz que ela a tem. Bash pegou minhas mãos e deu-lhes um aperto. As pessoas estavam atirando nos olhares curiosos, mas eu não percebi. Tudo que eu podia focar era no Bash estava dizendo. — A outra mulher é você, Willa. Você mudou algo no interior de Spider que o deixou diferente, bem diferente. Eu soube disso há quatro anos. Eu sei disso agora. Então, basta ouvi-lo... Ok? Tanto quanto eu estava sofrendo naquele momento, eu sabia que não ia ser capaz de fazer promessas. Se eu visse Spider, eu só iria arranhar-lhe os olhos. — Eu não posso ouvir agora. Eu só quero ficar sozinha. — Willa... — Quando ele viu as lágrimas brilhando nos meus olhos, murmurou uma maldição. — Tudo bem. Você não tem que fazê-lo esta noite. Tire alguns dias para se acalmar. Mas isso não significa que eu possa impedi-lo de caçar você, Willa. Ele vai querer vê-la.
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— Se ele puder me encontrar. — Eu puxei meu avental para fora e joguei em seus braços. — Eu estou indo de carro até Seattle. — Seus olhos se estreitaram em mim e eu dei de ombros. — Pare de se preocupar. Eu voltarei. Lexa está aqui. Eu não posso passar mais do que alguns dias sem ver aquela garota. Preciso assinar alguns papéis de qualquer maneira já que a venda da casa vai se concretizar em breve. Bash me seguiu para fora do bar. — Seu aniversário é na próxima semana. Raven quer fazer algo especial. — Eu estarei de volta antes do meu aniversário. — Eu estaria fazendo vinte e dois na sexta-feira. Eu ainda não tinha pensado sobre o meu aniversário, mas o fato de Raven querer comemorar diminuiu uma pequena fração da dor que estava sentindo.
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Capítulo Quinze Felicity Um bebê gritando não era algo de que eu reclamaria. Três bebês gritando, no entanto, era algo que me deixava rangendo os dentes, mas eu aguentei firme enquanto eu levantava um Jagger Armstrong de seis meses de idade do berço e rapidamente fazia o meu caminho até a mesa para trocar a fralda e deixa-lo seco após sua hora da soneca. Eu não sabia o que eu estava pensando, prometendo tomar conta não só dos dois filhos pelos quais eu era paga, mas também dos gêmeos Luca e Lyric Thornton enquanto Layla e Emmie levavam Lucy para sua sessão de terapia. Eu sabia que Jesse e Nik voltariam do estúdio em breve, por isso gostaria de tentar manter a minha sanidade mental até então. Normalmente tomar conta de Luca e Lyric não era um problema para mim. Eles eram aventureiros, animais pequenos e adoráveis e eu ainda estava tentando envolver minha cabeça em torno do fato de que eles haviam nascido muito cedo. Logo que eu deixei Jagger seco eu o levei para a sala de jogos onde Mia estava sentada no meio do cercado circular com uma Luca berrando e puxando o cabelo da menina. Lyric estava puxando e gritando em uma conversa de bebê para seu irmão, tentando convencê-lo a soltá-la. Luca estava em um estado de espírito hoje, e eram dias como este que eu podia ver exatamente cuja personalidade cada bebê herdou de seus pais. Luca era completamente seu pai ainda que os dois bebês fossem idênticos na aparência e favoreciam Jesse Thornton mesmo nos olhos em constante mudança, como se fossem os demônios dos quais o nome da banda se referia.
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Luca era agressivo às vezes, exigente, e ruim até os ossos. Mas ele também era carinhoso, protetor, e às vezes era o mais doce bebezinho que eu já vi. Lyric, ou Ric como Emmie e alguns dos outros membros da família tendiam a chamá-lo, era como sua mãe, Layla. Ele era calmo – a maior parte do tempo – e muito carinhoso, mesmo na sua idade delicada. Lyric era o guardião da paz quando seu irmão gêmeo era turbulento. É claro que se você deixá-lo com raiva, então não havia nada menos do que abraços de sua mãe que o acalmassem. Mia agarrou a mão de Luca e tentou retirar os dedos de seu primo de seus longos cabelos ruivos. Luca era fascinado pelo cabelo dela e de Emmie. Qualquer cabelo de menina, na verdade. Eu aprendi rapidamente a manter meu cabeço em nó no topo da minha cabeça se Luca estava por perto. — Luca, dói. Pare. — Mia tinha lágrimas em seus olhos com a dor evidente que o puxão de Luca estava fazendo com ela, mas ela ainda era gentil com o bebê. Nos dois meses que eu vinha trabalhando para os Armstrong, eu tinha descoberto que Mia era muito parecida com sua mãe em apenas um aspecto. Ela tinha sua capacidade de gestão, que iria ajudá-la através da vida com o que ela teria que lidar sendo a “Princesa, Filha do Rock Star”, como os tabloides tinha chamado ela e Neveah Stevenson, há duas semanas quando haviam publicado uma foto de Nik e Mia com Drake Stevenson e sua filha adorável. Ela também era atrevida e não aceitava nada de qualquer pessoa que andava pela casa e pelo escritório de sua mãe. Eu a tinha visto chutar seu tio Axton na canela por provocá-la, o que tinha encantado o seu pai, tanto que ele tinha atirado a Diet Coke em seu nariz. Mia era uma alegria de cuidar porque ela me mantinha entretida tanto quanto eu entretinha ela e seu irmão bebê. Coloquei Jagger no balanço que ele tanto amava antes de pisar sobre a cerca que, em sua maior parte, mantinha Luca fora de problema enquanto ele estava visitando. Me abaixando, eu delicadamente mas com firmeza suficiente para mostrar ao bebê que eu falava sério, abri os dedos gordinhos para longe de todo o cabelo longo de Mia. Quando ela estava livre, vi que
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Luca ainda tinha vários fios presos em suas garras. Suspirando, eu pegueio em minhas mãos. Felizmente, com Mia agora livre, Lyric se acalmou e se arrastou em seu colo. Ele deu-lhe um abraço e começou a tagarelar, apontando para a cabeça de Mia. Eu fiz uma careta para Luca quando eu pisei para fora da área cercada. — Isso não foi legal, Luca. Não faça isso de novo. Ele olhou para mim, como se me dizendo que eu não era sua chefe, e enormes lágrimas rolaram pelo seu rosto bonito. Eu me inclinei para a frente até que meu nariz estava tocando o seu. — Sua pobre mãe vai ter dificuldade com você, se você for tão obcecado por cabelo longo e bonito quando você ficar mais velho. Eu ouvi uma risada profunda e me virei para encontrar Jesse Thornton. O baterista muito assustador e muito sexy da Demon’s Wings estava encostado no batente da porta. Vendo seu pai, Luca soltou um grito feliz e se mexeu em meus braços, me fazendo ter que aumentar meu aperto em volta de seu corpo grosso ou arriscar em soltá-lo. — Tenho a sensação de que você está certa, Felicity. — Ele deu um passo para frente e tomou o seu filho mais velho dos meus braços. — Ele foi difícil? — Nada que eu não conseguisse lidar. — Era verdade. Eu poderia lidar com qualquer coisa que Luca ou qualquer um dos outros bebês jogassem em meu caminho. Isso não queria dizer que não me cansava. Algumas noites eu subia na cama me arrastando. Eu estava grata por essas noites porque eu adormecia rapidamente. Elas impediam que a minha mente viajasse e me impediam de me odiar porque eu era muito covarde para fazer alguns telefonemas para as pessoas que mais importavam para mim. Raven provavelmente sentia minha falta, porque eu com certeza sentia falta dela. Nunca tinhamos ficado mais do que alguns dias longe uma da outra por toda a nossa vida. Eu me perguntava como ela estava indo com Bash e como ela estava lidando com Lexa e Willa vivendo sob o mesmo teto. Antes de eu ter fugido, Raven tinha se firmado com Lexa, mas Willa era outra
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história. Eu me perguntava como Hawk estava e se ele e Gracie ainda eram amigos. Os outros Hannigan sempre passavam pela minha cabeça e até mesmo Matt e Tanner. Então eu me perguntava de Toby, o meu amado cão, e se Lexa estava se divertindo tanto com aquele animal adorável como eu costumava fazer. Pensar em Toby sempre me forçava a pensar na pessoa da qual eu prometi a mim mesma nunca mais pensar. Jet havia me dado Toby de presente, sem motivo. Ele tinha visto os cães para venda na beira da estrada e a pessoa que os tinha vendido não tinha percebido que Toby e seus irmãos eram Bullmastiff caros, por isso ele tinha conseguido o cão bonito por uma centena de dólares, quando o homem poderia ter vendido por milhares. Tendo tido uma queda por Jet por todos os meus anos de adolescente, e ver essa queda se transformar em amor, me fez pensar que me dar Toby era seu jeito de me dizer que ele se importava comigo também. Então, eu tinha certeza que ele sabia que eu estava aberta para qualquer relacionamento que ele queria ter comigo. Tinha saído pela culatra na minha cara da pior maneira. Tudo que Jet via em mim era a filha de Marcie Bolton. A filha bastarda de uma prostituta do clube era boa para apenas uma coisa: tornarse uma prostituta do clube também. Foi assim que ele me fez sentir nos poucos meses em que ficamos juntos. Ele me disse que eu não podia contar a ninguém sobre o nosso relacionamento e eu não tinha contado. Nem mesmo a Raven, por medo de que ele iria acabar tudo. Garota estúpida. Eu pensei que nos manter em segredo era apenas sua maneira de me manter a salvo de todas as ovelhas que estavam praticamente obcecadas pela atenção de Jet Hannigan na cama com eles. Jet raramente tocava nas ovelhas e isso só fez com que eles o quisessem ainda mais. Quando tudo tinha ficado as claras, eu descobri que ele não queria que ninguém soubesse porque ele não queria me compartilhar com seus irmãos de MC - ainda.
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Ele tinha levado minha virgindade e meu coração e me feito sentir como a prostituta que eu sempre prometi a mim mesma que nunca me tornaria. A garota estúpida que eu havia sido ainda o amava, mesmo depois de eu ter perdido o bebê. Mesmo depois de toda a feiura. De toda a dor. Eu ainda amava Jet Hannigan, o que significava que eu nunca seria capaz de ir para casa. — Obrigado por tomar conta deles. — Jesse fez malabarismos com Luca em um braço e tirou algo do bolso de trás. — Emmie disse que você pediu. Eu tenho vocês dois, só em caso. — Ele colocou dois telefones celulares em minhas mãos. Telefones descartáveis. Mordi o lábio e assenti. — Yeah. Obrigado, Jesse. — Nós realmente gostamos de você, Felicity. Espero que você planeje ficar por um tempo. — Ele me deu um sorriso triste. — Você é boa com todas as crianças ... especialmente com Lucy. Meu coração se apertou de pensar em Lucy. Ela era a razão pela qual eu precisava do telefone descartável. Ela era a razão pela qual eu faria um telefonema que rasgaria o meu coração com a vontade de ir para casa. Mas depois de ver por mim o quanto a menina ainda estava sofrendo, o quanto seus pesadelos ainda assombravam não só a ela, mas a família dela, eu sabia que eu tinha que fazer alguma coisa. Não só para Lucy, mas por Emmie e Jesse também. Emmie estava tendo sonhos ruins também, e às vezes eu a encontrava apenas andando pela casa, sem conseguir dormir por causa do que tinha acontecido. Por culpa, por seus próprios pesadelos. Ela me confessou uma noite que ela se culpava pelo que aconteceu a Lucy e, embora eu não ache que ela devesse arcar com esse fardo, eu conseguia ver exatamente do que ela estava falando. — Se você precisar de alguma coisa é só me avisar ... Ok? Eu balancei a cabeça e ofereci outro sorriso. Durante as próximas horas eu ajudei Jesse a levar os gêmeos para casa e depois alimentei Mia e Jagger
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e coloquei-os na cama. Emmie chegou em casa, parecendo exausta. O terapeuta de Lucy pediu que Emmie começasse a frequentar algumas das sessões da menina, para ajudá-las a falar sobre a noite em que Lucy havia sido sequestrada. Não estava ajudando muito Emmie, se suas noites insones diziam algo. Ela apenas me deu um olhar que me dizia seu agradecimento por trabalhar tão duro e subiu as escadas para ir para a cama. Nik já estava lá esperando por ela, como sempre depois de uma dessas sessões. Amanhã os dois estariam tranquilo e andando com seus próprios demônios nublando suas mentes. Felizmente amanhã é domingo e não haveria necessidade de ir para o estúdio, porque Nik não teria ido de qualquer maneira. Emmie precisaria dele por perto, só para se sentir segura, mesmo que ela não admitisse isso em voz alta. Eu esperei até que a porta se fechasse atrás dela, antes de pegar um dos telefones e sair para o pátio. Meu coração estava disparado e eu senti todos os tipos de engasgo enquanto eu caminhava até a praia e me sentava na areia úmida. Meu olhar estava sobre as ondas quando eu digitei o número que eu já tinha decorado. Passei minhas noites sem dormir aqui, apenas deixando as ondas baterem em meus pés como se fossem lavar minhas memórias ... O telefone tocou cinco vezes antes que alguém atendesse. O número constaria como não listado, não rastreável. Eu sabia que ele não responderia imediatamente, mas ele estava acostumado a usar telefones descartáveis e sabia que seria importante. — O quê? Mordi o lábio quando ele começou a tremer. A voz de Hawk bateu em cima de mim, me fazendo doer de vontade de ir casa. Para Raven. Para Jet. — O-oi... Houve uma longa pausa do outro lado, como se ele estivesse tendo dificuldade em acreditar no que ouvia. — Flick?
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O som desse nome me fez estremecer. Não há muitas pessoas em minha nova vida que me chamavam de Flick. Eles me conheciam como Felicity, mesmo que Emmie soubesse mais da minha vida agora pela verificação de antecedentes que ela tinha feito em mim. A mulher tinha sido como a CIA quando se tratava de descobrir tudo sobre a pessoa que estaria cuidando de seus filhos. — Sim, sou eu. Olha, eu não tenho muito tempo ... — Porque eu vou começar a dizer onde estou e pedir para você vir buscar. Para me levar de volta para a vida da qual eu tinha me afastado. — Mas eu preciso de um favor. É um grande favor. Houve outra pausa, então ele xingou e eu sabia que ele não iria me decepcionar. — Qualquer coisa, Flick. Apenas diga. — Eu preciso que você vá ver Jet. Para pedir para fazer algo por mim. — Flick ... — É importante, Hawk. Ele me deve. — Eu não queria fazer isso, mas eu faria. Isto era muito grande, muito importante para não ser usado se eu tivesse que fazer. Hawk soltou um suspiro longo e frustrado. — O que eu preciso pedir a ele?
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Capítulo Dezesseis Spider Eu tinha perdido muito tempo. Assim que Bash tinha me chamado, eu sabia que eu tinha perdido muito tempo. Eu deveria ter contado a ela desde o primeiro dia em que a vi novamente. Porra, eu deveria ter contado a ela quando eu tinha a encontrado pela primeira vez na verdade. Em vez disso eu apenas escondi a cabeça na areia e deixado-a sozinha. Com muito medo de que uma maldita vadia arriscasse sua rejeição. Então lá estava eu, na minha moto após dirigir mais de dez horas seguidas, sentado na calçada da casa onde Willa tinha crescido. O sol tinha se posto já a algumas horas agora, e o carro que tinha estado na garagem dos Hannigan desde que ela tinha voltado para a minha vida, estava estacionado bem na minha frente. Meu coração afrouxou um pouco por saber que ela tinha chegado em segurança. Eu estava com medo de que ela estivesse tão chateada que algo tivesse acontecido. A casa era legal, fora do caminho e mais como uma casa de campo do que qualquer outra coisa. O pátio era cheio de plantas, mas sem flores. Willa não era um fã de flores. Ela era alérgica a abelhas e flores atraiam abelhas. Pelo menos dez casas de pássaros estavam espalhadas pelo jardim da frente, e eu sabia que era para desencorajar as abelhas, tanto como as plantas sem flores. Eu fiz uma promessa silenciosa de que se ela me perdoasse eu iria comprar-lhe uma casa e construir uma centena de casas de pássaro no nosso jardim da frente. Eu desci da moto e fui em direção a porta da frente. Tentando a maçaneta, eu encontrei-a destrancada. Balançando a cabeça, eu entrei, mas
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além das chaves do carro de Willa em cima da mesa não havia sinal dela. Subindo, eu percebi que ela deveria estar exausta depois de dirigir a noite toda. Eu com certeza estava. Um Bash relutante me deu o endereço da antiga casa de Willa. Ele queria dar a Willa alguns dias para pensar, mas eu sabia que se ela tivesse muito tempo para pensar na situação ela iria começar a imaginar todos os tipos de merda. Coisas que seriam tão longe da verdade que ela nunca acreditaria em mim quando eu explicasse tudo. A primeira porta que eu vi era um quarto que tinha sido pintado de rosa. Havia uma cama de criança contra a parede, me dizendo que este tinha sido o quarto de Lexa. Bash tinha me dito que Willa estava vendendo a casa de sua mãe, com quase todos os móveis incluídos já que não havia necessidade para eles em Creswell Springs. Os próximos dois quartos me mostraram ser um banheiro social e o que deve ter sido o quarto de Bash enquanto ele estava morando aqui. Tinha sido um quarto pequeno, com apenas uma cama e algumas outras coisas, mas me mostrou que ele realmente tinha tido seu próprio quarto. A porta seguinte era a última e ficava a uma boa distância dos outros dois quartos. Ao abri-la calmamente, minha respiração ficou presa em meus pulmões quando eu achei Willa espalhada por todo o topo do edredom da cama queen-size. Ela tinha a cabeça apoiada em seu braço e ela tinha um sapato no pé, enquanto o outro estava no chão ao lado da cama. Seus jeans estavam desabotoado, mas sua camiseta ainda em se corpo ia até as costas, mostrando a pele de alabastro que eu amava lamber e sentir o gosto. Era seu rosto, as olheiras sob seus olhos, e as manchas de lágrimas em seu rosto que me fez querer bater minha cabeça contra a parede mais próxima. Fazê-la chorar era a última coisa que eu queria fazer. Eu era tão fodido quando se tratava dela e nosso relacionamento. Com a mandíbula apertada, eu me sentei na beira da cama e tirei o sapato restante dela antes de puxar fora seus jeans para que ela pudesse
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dormir mais confortavelmente. Em seguida, fui até ela e puxei as cobertas para trás, antes de ajeitá-la. Eu sofria de vontade de me deitar ao lado dela naquele momento, mas eu estava uma bagunça. Um banho seria necessário antes que eu pudesse dormir. Eu não queria que ela acordasse e me encontrasse com cheiro de fumaça e perfume barato do Paradise City, bem como sangue e suor de onde eu havia agredido um rapaz da faculdade por tentar estuprar uma das meninas que trabalhavam no clube. Quando voltei do banho, eu mal conseguia manter os olhos abertos. Eu subi na cama ao lado de Willa e a puxei para perto, meus olhos já se fechando de exaustão enquanto eu caia em um sono profundo e sem sonhos...
*** O tapa em meu rosto fez meus olhos se abrirem de imediato. Uma muito acordada e muito irritada Willa se inclinou sobre mim. O brilho em seu rosto misturado com a dor em seus olhar de nuvens de tempestade me doeu mais do que a dor de seu tapa. Eu toquei a mão em meu rosto, deixando-a ter seus cinco segundos de redenção. Ela sabia que eu não bateria de volta. Eu cortaria a minha própria mão antes de tocar nela dessa forma. — Eu não quero você aqui. — ela gritou, levantou-se e virou-se para olhar para mim. — Pegue suas roupas e saia. — Eu sairei depois que nós conversamos. — eu disse a ela enquanto me sentava, puxando o edredom e os lençóis até a minha cintura. Não me ganharia quaisquer pontos por mostrar o meu tesão enquanto ela gritava comigo. Eu não quero sair daqui sem ela, mas se isso era o que ela quiser depois que eu contasse a verdade, então era o que eu iria fazer. Isso não quer dizer que eu não ia continuar forçando quando ela voltasse para Creswell Springs, no entanto. Eu estava pronto para lutar por tanto tempo e tão sujo quanto precisasse para tê-la de volta.
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— Não há nada para falar. Você teve a garota com quem me traiu trabalhando para você por três anos, não se preocupou em me contar, e eu não gosto disso. Fim de conversa. — Eu não te trai. — Minha voz era calma quando eu me sentei lá e a segui com os olhos. Ela estava andando pra lá e para cá, mas com a minha confissão, ela parou e todo o seu rosto mudou. Lágrimas de raiva vazaram de seus olhos e seu nariz se amassou enquanto se preparava para explodir sua ira em mim. Ou, como Raven teria chamado: “chorar feio”. Eu esperava que ela não chorasse. — Mentiroso! — ela gritou. — Você é mentiroso. Eu entrei e vi tudo. Você tinha duas meninas. Duas malditas meninas, Spider! — deitadas com você, nuas como no dia em que nasceram. — Você viu o que você deveria ver, baby. — Eu tentei manter minha voz calma, mas a minha raiva sobre todo o episódio até anos mais tarde, foi o suficiente para acender a minha raiva mais uma vez. A noite que eu tinha descoberto a verdade foi a noite que eu estive o mais próximo de bater em uma mulher na minha vida. — A sua irmã louca armou para mim. Naquela noite, ela sabia que tinha alguma coisa acontecendo entre nós. Sabia que meus sentimentos por você eram muito mais profundos do que apenas alguém com quem eu passei a noite. Você a viu tentar fazer o seu caminho para a minha cama naquela noite. Foi por isso que você correu de volta para o seu quarto, em primeiro lugar... — Não tente virar esse jogo. Eu sei o que vi. — Mas um pouco da raiva parecia deixar o rosto, sendo substituído por confusão. — Você estava dormindo com duas meninas ... — Eu estava desmaiado. Eu tinha bebido quase uma garrafa inteira de tequila, porque eu não queria enfrentar me despedir de você na manhã seguinte. Eu queria pedir-lhe para vir para Creswell Springs comigo. Ou me deixar voltar para Seattle com você. Droga, Willa, eu te amava e eu estava prestes a virar nômade por você. Teria virado as costas para o meu MC, para
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meus amigos e família. Eu teria deixado todos para que eu pudesse estar com você. — Faria isso agora se precisasse. Qualquer coisa que a fizesse ver o que ela significava para mim, eu faria sem hesitação. — Como você sabe que Tasha armou tudo? — ela exigiu, tremendo o queixo. Eu respirei um pouco mais fundo quando vi algo semelhante a esperança em seus olhos cinzentos. As coisas podiam acabar bem para nós, afinal. — Topaz confessou na noite em que apareceu em Paradise City. Ela não queria fazer em primeiro lugar, mas Tasha era assustadora como o inferno quando se tratava de forçar as pessoas a fazer o que ela queria. — Eu fiz uma careta, lembrando da forma que Topaz tinha estado na noite em que ela tinha aparecido precisando de um lugar seguro para se curar e pedindo um emprego. Tasha realmente havia trabalhado nela, e Topaz sempre teria algumas cicatrizes para se lembrar de Tasha Blackstone. — Tasha fez Topaz e outras ovelhas subirem na cama comigo, sabendo que você iria encontrálas lá. Eu estava tão bêbado que eu pensei que eu apaguei e te trai, quando tudo que eu fiz foi pegar no sono. Willa mordeu o lábio e se sentou na cadeira de balanço ao lado da cama. Seus dedos tremiam enquanto corria-os por seu rosto. — Por que você não me contou antes? Por mais de um ano, eu tinha pensado que eu tinha feito o imperdoável. Isso tinha me assombrado e eu pensei que eu era indigno de Willa por causa disso. Assim que eu havia descoberto a verdade, eu deveria ter ido para a estrada atrás dela para ter minha mulher de volta. Era o maior arrependimento da minha vida. — Eu não sei como lhe dizer. Eu tinha ouvido falar através de algumas pessoas que você estava tendo dificuldade em cuidar de sua mãe. Eu estava com medo de que você não iria acreditar em mim e que me ver só pioraria. Quando você apareceu em Creswell Springs, eu fiquei chateado no início. Você tem vivido com Bash há mais de um ano,
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então é claro que eu pensei a mesma coisa que Raven. Que você e meu melhor amigo não seriam capazes de viver juntos tanto tempo e não ficarem juntos. Seu olhar voltou. — Bash só tem sido um amigo. Ele é como um irmão para mim. É claro que nos aproximamos enquanto moramos aqui, mas isso foi só por causa de Lexa. Nós dois crescemos rápido quando tivemos que aprender a cuidar de um bebê indefeso. Além disso, ele estava apaixonado por Raven. Ele falava sobre ela todos os dias, e eu vi o quanto ele a amava. — Ela balançou a cabeça e desviou o olhar, as bochechas se enchendo de rosa. — Levar a nossa amizade a algo mais nunca tinha sequer passado pela minha cabeça, porque tudo que eu conseguia pensar era em você. — Ótimo. — O pensamento de que ela não podia me tirar de sua cabeça me deu esperança. Talvez ela me amasse tanto quanto eu a amava. Eu sabia que ela querer rotular o relacionamento como “apenas sexo” no início tinha sido sua forma de proteger a si mesma. Quando ela concordou em nos fazer algo mais, eu pensei que ela estava aprendendo a confiar em mim. Willa suspirou e balançou a cabeça, mas um pequeno sorriso brincou em seus lábios com a minha resposta arrogante. — Você me amou, há quatro anos? — Sua voz era suave, como se ela fosse tímida. — Mais do que qualquer coisa. Era por isso que eu me odiei por tanto tempo depois daquela noite. Eu teria desistido de tudo por você, Willa. Tudo. Um novo lote de lágrimas encheram seus olhos. — E agora? Você ... me ama agora? — Eu nunca parei. — As palavras saíram mais roucas do que eu esperava, com minha garganta obstruída com emoções que eu não estava acostumado a sentir. Nunca pensei que dizer a uma mulher que a amava me afetaria tanto. Porra, nunca pensei que eu diria a outra mulher além de Raven que eu a amava. Era um pouco assustador, mas assim que as palavras saíram eu me senti mais leve, por algum motivo inexplicável.
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Willa — Eu nunca parei. Eu me senti como se eu ainda estivesse sonhando. Honestamente, os sonhos que eu tinha tido antes de acordar e encontrar Spider pressionado contra minhas costas tinham sido bizarros para dizer no mínimo. A longa viagem durante a noite tinha sido mais que desgastante fisicamente. Chorar pela maior parte do caminho para Seattle tinha me deixado emocionalmente e mentalmente esgotada e eu mal tive tempo de usar o banheiro antes de cair na cama que tinha sido da minha mãe. Os sonhos tinham começado assim que eu estava dormindo. Uma pequena casa com um quintal enorme. Uma motocicleta na garagem e três crianças brincando no balanço no jardim da frente. Eu sabia que era o futuro que eu queria com Spider e nunca teria. Eu tinha acordado me sentindo tão emocionalmente abalada que eu tinha sido incapaz de conter a raiva por ter tudo isso arrancado pelo homem deitado tão pacificamente ao meu lado, que eu tinha dado um tapa em seu rosto bonito. O tapa só me fez sentir um pouco melhor por um momento e então eu comecei a lamentar. Eu nunca bati nele antes, e não queria me transformar no tipo de mulher que demonstrava sua raiva de forma violenta. Eu não era Tasha, afinal de contas, e minha mãe ficaria tão envergonhada de mim se tivesse visto o que eu tinha feito. Agora, depois de ouvi-lo explicar que tinha sido a minha irmã que provocou o pior tipo de pegadinha — me deixou um pouco doente e ter Spider me dizendo que me amava naquela época e nunca tinha parado me deixou sem palavras. Meu coração foi quebrado em um milhão de pedaços, mas de repente eles não pareciam que não podiam ser colocado de volta juntos novamente. Se eu me deixasse acreditar nele, então talvez ele pudesse reconstruir o meu coração e corrigir a dor torcendo o meu peito.
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— Eu nunca parei, Willa. Eu te amei desde a primeira vez que te vi. Isso parece loucura, e se eu não tivesse sentido isso em primeira mão, eu diria que amor à primeira vista não existe. Porra, eu diria que o amor em si não existe. Mas no primeiro dia, assim que eu te vi, algo mudou dentro de mim. Você me fez diferente em um piscar de olhos. — Ele mudou de posição na cama, fazendo com que as cobertas caíssem alguns centímetros na sua cintura. Eu tentei não deixar meus olhos derivarem de seu rosto, mas a tentação de vê-lo em toda a sua glória nua era quase maior do que eu poderia suportar. Mas essa conversa foi, possivelmente, a mais importante que eu jamais teria na minha vida para que eu não me forçasse a me focar. — Eu tentei lutar contra o que eu sentia por você, mas eu sabia que era uma batalha perdida. Menos de uma semana depois e eu praticamente estava implorando para você passar um tempo comigo. — Ele fez uma careta. — Eu tinha certeza de que eu te amava quando você assistia a todos esses filmes do Norman Reedus comigo sem reclamar. — Apesar de todas as emoções, um riso agitado escapou de mim com a última declaração e ele sorriu. — Nem mesmo Raven assiste tanto Norman Reedus comigo, e ela é uma grande fã do Daryl de The Walking Dead. — Bem, é aí que você tem que entender a grande diferença entre Raven e eu. — Ele franziu a testa e eu ofereci-lhe um pequeno sorriso. — Eu te amo de uma forma maior do que Raven ama. As palavras mal saíram dos meus lábios quando ele estava do outro lado da cama me puxando para fora da cadeira de balanço. Ele me empurrou contra seu peito com tanta força que nos jogou sobre o colchão. Seus lábios selaram em volta dos meus, sua língua mergulhando profundamente, como se estivesse tentando me marcar de dentro e para fora. Spider me beijou até que eu estava sem fôlego, seus braços estavam firmes ao redor da minha cintura enquanto ele a segurava como se estivesse com medo que eu desaparecesse.
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Ele não precisava ter se preocupado. Eu não iria a lugar nenhum, nunca mais. Eu acreditava nele sobre Topaz e realmente confiava que ele me amava. Quatro anos atrás, eu tinha certeza de que ele me amava, até aquela noite terrível. Ele tinha me mostrado uma e outra vez como se sentia, exatamente como ele havia me mostrado repetidamente ao longo das duas últimas semanas. Um homem que raramente demonstrava emoção, tinha garantido que todos os que entrassem no Hannigan’s soubessem que eu era dele e ele era meu. Se isso não me mostrasse o quanto Spider se importava, havia pouco mais que poderia me provar isso. — Spider ... — Respirei fundo algumas vezes para satisfazer a minha falta de ar. Ele abandonou meus lábios para que ele não me sufocasse e começou a beijar meu pescoço. Quando ele parou de chupar a pele sensível logo abaixo da minha orelha direita eu tive que me concentrar ainda mais para me lembrar do que eu ia dizer. Maldição, o homem sabia como me distrair. — James... — Isso chamou sua atenção e ele levantou a cabeça. — Hey. — Ele sorriu para mim, fazendo meu coração derreter com o amor brilhando em seus olhos negros. Esteve brilhante por todo esse tempo? Eu me recusava a ver até agora. — Oi. — Levantei a mão e tracei-a sobre o nariz dele, brincando com o anel no meio, e eu levantei minha cabeça para roubar um beijo rápido. — Podemos terminar de conversar antes que as coisas fiquem fora de controle? — Eu já estava em chamas e minha calcinha estava encharcada com a necessidade por ele. Mais alguns beijos e eu duvidava que estaríamos falando qualquer coisa por alguns dias. — Do que você quer falar? — Seus lábios não me tocavam em qualquer parte de mim, mas suas mãos estavam por toda parte. Acariciando para cima e para baixo dos meus lados, provocando meus mamilos latejantes. Levantando a borda da minha calcinha e procurando pela pele por baixo.
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Spider se mexeu e seu pênis longo e duro se empurrou contra meu centro. O calor de sua ereção me obrigou a reprimir um gemido. — ... Eu.. Eu ... Hum ... eu esqueci. Sua risada vibrou em seu peito, bem como a minha. — Você está certa. Nós precisamos conversar. Na verdade, eu preciso te perguntar uma coisa. — Ele se levantou e foi em direção ao banheiro. Caramba! O corpo do homem era tão bonito. Minha boca encheu de água com a ideia de correr a minha língua por cada centímetro de perfeição masculina de pé diante de mim. Eu vi quando ele pegou a calça jeans do chão do banheiro, em seguida, voltou para mim. Depois de puxar algo fora de seu bolso, ele sentou-se na cama ao meu lado e eu me sentei, curiosa para saber o que ele tinha na mão. Era pequeno, e cabia facilmente dentro de seu punho. Com a mão livre, Spider segurou minha mão e levou-a aos lábios. Eu pisquei, não esperava que ele fizesse algo tão doce. — Eu deveria ter perguntado isso a quatro anos atrás, mas eu ainda era uma criança assustada na época. Ficar sem você por tanto tempo, querendo você e te amando, mas com muito medo de lutar pelo que você me mostrou o que é ser vivo de verdade. As últimas semanas têm sido ótimas, mas há algo que podemos fazer para tornar ainda melhor. Para tornar perfeito. Meus olhos se arregalaram e eu percebi que ele estava segurando a minha mão esquerda. Oh Merda! Lágrimas encheram meus olhos instantaneamente e meu queixo começou a tremer quando ele abriu a mão e me mostrou um anel de noivado de platina com o maior diamante que eu já vi na minha vida. — Case-se comigo, Willa. Eu não só amo voce, eu preciso de você. — Oh meu Deus! — eu sussurrei quando ele colocou o anel no meu dedo. — É lindo! Ele sorriu. — Eu gostaria de dizer que é uma herança de família, mas não é. Meu tio comprou para a garota com quem ele queria se casar a 20 anos atrás. Ela não queria que a vida dela fosse ser uma senhora do MC. Razor não poderia devolver o anel e não queria que ele fosse para o lixo, então ele
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deu para minha mãe guardar para quando eu decidisse me casar. Quando ela descobriu que você era a mesma garota por quem eu estava lastimando a mais de quatro anos atrás, ela me deu o anel e me disse para virar homem. — Spider balançou a cabeça, e eu não pude deixar de rir. Eu conheci sua mãe recentemente e honestamente ela era a mulher menos maternal do mundo, então eu conseguia imaginá-la dizendo a seu único filho para virar homem e muito mais. — Eu estive andando por aí com essa coisa no meu bolso a mais de uma semana. Eu não conseguia tirar os olhos do anel. Realmente era a coisa mais linda que eu já tinha visto. O ajuste era quase perfeito, apenas um pouco solto, mas eu preferia que fosse assim. Meu “amigo” mensal garantiria que o anel coubesse confortavelmente por pelo menos alguns dias, afinal de contas. — Willa ...? Eu fiz uma careta com o tom tenso na voz de Spider e relutantemente levantei meu olhar para encontrar o dele. Seu rosto estava muito nublado e com o que parecia ser preocupação. — Qual o problema? — Você não respondeu minha pergunta, baby. — Quando eu continuei a franzir a testa em confusão, ele soltou um suspiro frustrado. — Quer se casar comigo, Willa? Engoli em seco. — Oh. — No meu torpor sobre a beleza do anel que estaria no meu dedo pelo resto da minha vida, eu tinha esquecido de fazer a coisa mais importante. Eu joguei meus braços em volta do pescoço. — Sim, James. Sim, é claro que eu quero me casar com você. Ele soltou um suspiro de alívio e me segurou com força contra o peito. — Graças a Deus. Eu pensei que você estava tentando encontrar uma maneira de me dizer não. — Spider enterrou o rosto no meu cabelo. Eu senti um tremor sacudir seu corpo e percebi que ele realmente tinha sentido medo de que eu dissesse não.
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— Se você tivesse me pedido em casamento há quatro anos atrás, eu teria dito sim. — Eu me empurrei contra seu peito para que eu pudesse voltar o suficiente para encontrar seus olhos. O que eu ia dizer era importante. — Eu nunca iria lhe pediria para desistir de seu MC. Não antes, e definitivamente não agora. É parte de quem você é, Spider. Fez de você o homem que você é hoje. Eu te amo. — Eu também te amo, Willa. — ele sussurrou. — Mais do que qualquer coisa ou qualquer um. — Mais do que Raven? — Eu perguntei, mas só de brincadeira. Eu sabia que o que ele sentia por mim era completamente diferente do amor que ele tinha por Raven. — Um milhão de vezes mais do que Raven. — ele me assegurou com um sorriso. Eu me inclinei para um beijo, mas antes de nossos lábios se tocaram eu puxei de volta. — Nós não iremos morar em seu apartamento por muito mais tempo, vamos? Por mais que eu passei a amar a sua cama, eu não sou muito fã daquela parte da cidade... — Eu vou comprar uma casa para nós. Qualquer casa que você quiser.— Spider prometeu. — Sério? Ele assentiu, muito ocupado degustando do meu pescoço para se preocupar com as palavras. Minha respiração engatou enquanto suas mãos talentosas seguraravam meus seios. — Há uma casa à venda na rua da casa de Raven ... — Se você gostar, então vamos comprá-la. — Ele beliscou meus mamilos, me fazendo gritar de prazer. — Sem mais conversa, Willa. Eu quero amar você agora.
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— Sem mais conversa. — eu concordei. — Eu te amo. — Porra, baby. Eu também te amo.
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Capítulo Dezessete Jet Eu estava ficando cansado de ter visitas surpresa. Cada visita só me deixou dolorido e um pouco mais destruído do que eu estava antes. Agora, enquanto eu caminhava em direção a sala de visitas com as mãos acorrentadas e algemas em meus pés, junto com um guarda se arrastando atrás de mim, eu me perguntava quem tinha vindo para foder com a minha mente dessa vez. A visita de Raven tinha, pelo menos, me deixado com algo para esperar quando eu saísse desse inferno: uma sobrinha ou sobrinho que eu iria mimar tanto quanto humanamente possível. Eu sabia que a minha irmãzinha seria uma grande mãe. E enquanto Bash a fizesse feliz, então ele viveria o suficiente para ver seu segundo filho crescer. Foi a visita de Felicity que ainda me assombrava e fazia meu intestino se apertar com uma mistura de medo e esperança. Esperança de que era ela na sala de visitas. Medo de que não fosse. Quando chegamos à porta da sala, um segundo guarda esperou para abri-la para mim, mas eu balancei minha cabeça. Eu precisava de um minuto para me preparar para quem estava lá esperando, possivelmente pronto para balançar meu mundo mais uma vez. Depois de alguns minutos, o guarda se cansou de esperar e abriu a porta de qualquer maneira. Eu olhei para ele enquanto eu passava por ela e relutantemente olhei em volta até que meus olhos caíram sobre a única pessoa sentada na sala. Meus olhos se arregalaram e um pouco do medo que eu estava sentindo saiu quando vi meu irmão. — Hawk?
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Hawk me deu um sorriso triste quando ele se levantou e nos abraçamos rapidamente, antes que o guarda que me trouxe nos separasse. — É bom ver você, irmão. — disse Hawk quando nos sentamos à mesa. — Como você está? Como está Raven? Colt? Raider? — Eu balancei a cabeça, tentando lembrar o nome da garota que Raven tinha dito que se tornara uma grande parte da vida dos meus irmãos, mas sobretudo da de Hawk. — Como está ... Gracie, é o nome dela? A mudança que parecia vir no rosto do meu irmão era tão incomum para o homem que eu conhecia tão bem, que se Raven não tivesse explicado a situação para mim, eu teria me preocupado. Hawk não era de viver por suas emoções. Ele sempre foi o mais fechado de nós cinco. Então, quando todo o seu corpo parecia se iluminar com apenas a menção do nome da mulher, eu sabia que ele estava perdido. — Gracie está lidando com algumas coisas. Uma sendo ter descoberto que o Tio Jack acontece de ser seu avô. Tossi, o aparente ar me estrangulando com a notícia chocante que ele tinha acabado de entregar. — Que porra é essa? Hawk deu de ombros. — É uma longa história. Uma que eu gostaria de contar, mas eu não tenho tempo para hoje. Quando eu liguei para pedir uma visita me disseram que só tinham uma vaga de 15 minutos em aberto. — Sua mandíbula se apertou e meu intestino se agitou quando eu vi o jeito que seu rosto passou de brilhante e feliz para fechada e ameaçadora. — Eu recebi um telefonema na noite de sábado, Jet. Flick usando um descartável para me ligar. Se ele tivesse me esfaqueado teria doido menos. Minhas mãos se fecharam em punhos apertados e eu mordi de volta uma série de maldições violentas que teriam feito o guarda encerrar a visita. — Ela está bem? O que ela queria? — E por que diabos ela estava ligando para Hawk? Claro que ela tinha ficado próxima dele — mais próxima do que eu já tinha visto Hawk chegar a outro ser humano. Mas eu pensei que era porque eu tinha contado
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a Hawk parte de algo que poucas pessoas sabiam. Que ele havia consolado Felicity com a perda de nosso filho, sua sobrinha ou sobrinho. Poderia ter se tornado algo mais? Hawk tinha saído com a minha mulher? — Ela não sabia para quem ligar. Ela precisava de um favor e eu era o único em quem ela podia pensar para trazer a você do jeito certo. — O que diabos isso significa? — Eu cuspi. Do jeito certo? — Se ela precisa de um favor, ela poderia apenas me ligar, ou melhor ainda, vir me ver. — Ela não podia ligar para você, porque as ligações são monitoradas. — Hawk olhou por cima do ombro para o guarda que era um dos melhores homens que trabalhavam em San Quentin. Ele estava na folha de pagamento de alguém que não era o diretor da cadeia. Já que eu era um trunfo poderoso para seu chefe, então eu sabia que eu estava seguro com o homem. Porém, isso não significava que ele precisava saber do negócio do meu MC. Outra dor passou por mim e eu tinha que me lembrar que a Angel’s Halo não era mais meu MC. Eu tinha desistido do clube e da vida que ia com ele, por razões que eu não tinha certeza se eu ainda tinha. Felicity tinha acabado tudo comigo, de vez desta vez. Ou até que eu a encontrasse. — Não questione isso. — Hawk se inclinou para frente e baixou a voz. — Basta ouvir, porque eu não tenho muito tempo. — Eu balancei a cabeça e ele continuou. — Flick está trabalhando para uma família que tem uma menina... — Com Hawk rapidamente me contando o que tinha acontecido, todo o meu corpo pareceu apoderar-se e eu sabia o verdadeiro motivo dele vir me ver antes mesmo dele revelar o favor de Felicity. Sendo doce e amorosa, Felicity Bolton me pedir um favor desse era o suficiente para me dizer o quão desesperada era a situação. Meu queixo estava tão apertado que todo o meu rosto começou a doer. — Só precisa espalhar a palavra por aí. Deixar as pessoas certas saberem o que o filho da puta fez e irão cuidar dele em alguns dias ...
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Eu olhei para o meu irmão. — Se Flick está me pedindo para fazer isso, então eu vou fazer pessoalmente. Mas você sabe que se não for bem feito eu não estarei saindo daqui em poucas semanas, como eu deveria. — Foi um aviso, para ele dar a notícia para a nossa irmã gentilmente se chegasse a isso. Raven sentia tanto minha falta quando eu sentia dela. Eu sentia como se ela fosse mais minha filha do que minha irmã. — Nós estamos falando muito mais do que alguns anos aqui, Hawk. Eu poderia passar o resto da minha vida aqui, se eu não fizer isso direito. Hawk bateu o punho na mesa entre nós. — E é por isso que você precisa fazer o que eu sugeri. Porra, Jet. Se não fosse por causa de Flick eu nem teria vindo aqui. Você pode fazer isso sem ter que passar o resto de sua vida neste buraco. Houve uma batida na porta e eu sabia que a visita tinha acabado. Fazendo uma careta, eu me levantei e me afastei da mesa. — Diga a Flick para não se preocupar mais. Está feito. Ela deveria saber que eu faria qualquer coisa por ela. — Ela não deveria estar se perguntando isso. — Hawk rosnou. — Tanto quanto eu amo essa garota, eu a odeio tanto agora. — Não. Odiar não é uma opção. Amá-la também não é. Ame a sua Gracie, não Flick. Os olhos de Hawk quase saltaram para fora de sua cabeça. — Você está brincando comigo agora? Irmão, você tem que saber que Flick — Eu o interrompi. — Não tenho a pretensão de saber mais nada, Hawk. Diga a Raven que eu a amo. — Com um aceno de cabeça para o guarda, ele abriu a porta e eu voltei para minha cela, já planejando como eu poderia lidar com isso sem ganhar uma extensão à minha pena. A situação me manteve acordado a noite toda, e pela manhã eu estava fazendo alguns favores que teriam feito bem não só a mim mesmo durante o
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tempo em que eu tinha que passar em San Quentin, mas teria sido bom para o Angel’s Halo no caminho. Eu só esperava que depois disso, Felicity percebesse que ela significou mais para mim do que eu tinha estupidamente tentado fazê-la pensar. O pátio estava ocupado, como normalmente era de manhã. Havia homens levantando peso em uma parte do quintal, enquanto alguns estavam sentados tomando um pouco de sol antes de ter que passar o resto do dia ou em suas celas ou fazendo suas tarefas de trabalho. Me sentei em uma mesa com os homens com quem eu normalmente ficava preso. Eles me ofereceram proteção contra os MCs rivais que eu tinha chateado ao longo dos anos enquanto eu era um símbolo de proteção ao seu povo do lado de fora. Eu tinha um sorriso no rosto, fingindo ouvir os homens em minha volta. Mas meus olhos estavam sobre o homem que está por cima do muro com cinco homens muito parecidos com ele. Drogados. Homens que estavam aqui porque tinha deixado as drogas governarem suas vidas. Alguns deles eram pessoas basicamente ruins, mas o que eu estava olhando era, possivelmente, tão ruim quanto parecia. Eu deixei o meu ódio se apoderar de mim enquanto eu observava o homem. Dez minutos depois, eu estava de pé, caminhando em direção as portas enquanto todos nós íamos para o almoço. Já era tempo, e no final do dia eu gostaria de saber se eu passaria o resto da minha vida em San Quentin ou não. Um dos meus homens ficou mais perto e facilitou meu caminho através da multidão em direção a minha presa. Um homem na minha frente olhou para cima e acenou com a cabeça antes de bater no cara à sua esquerda. Um grunhido encheu o ar e eu me mexi rápido, socando o cara na parte inferior das costas três vezes. Assustado, o cara virou-se, dor e raiva enchendo seus olhos. Deixei que ele me batesse repetidas vezes antes de lutar de volta. Eu não levantei, e os homens ao meu redor me deram bastante tempo para fazer
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o dano que precisava ser feito antes que os guardas pudessem chegar até mim. Uma dor aguda atravessou meu lado e meu sorriso era pura maldade quando eu aceitei a barra que alguém havia tão generosamente fornecido e e que tinha me custado três favores enormes que eu estava economizando para Bash e meus irmãos do MC. Puxando a barra, eu tinha menos de um segundo para ver que era um pente de plástico derretido em uma ponta afiada. No minuto seguinte, a barra desapareceu no peito do cara e fui recompensado com um gorgolejo enquanto o sangue rapidamente enchia seus pulmões. Me afastei o suficiente para ver seu rosto. — Por Lucy. — As palavras eram apenas um sussurro, mas eu vi o olhar assustado nos olhos do homem enquanto ele respirava seu último suspiro. Eu não recebi o almoço naquele dia. Em vez disso eu fiquei na enfermaria durante o dia todo. Com Vince Grady declarado morto, a minha história junto com os homens a minha volta no momento tinha de ser levada em conta. Auto-defesa. Era a história que eu estava contando, e com os seis pontos necessários para fechar a ferida do meu lado onde alguém tinha me esfaqueado até fazer parecer que Grady tinha me esfaqueado, era uma história plausível. Na hora do jantar os guardas e o diretor me avisaram que a morte havia sido escrita como auto-defesa e eu voltei para a minha cela na esperança de que a chefe de Felicity conseguisse dormir à noite agora.
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