JIT • Jornal Internacional de Turismo • Ed. 54 • Maio de 2014 • www.jitonline.com.br
Florianópolis Capital catarinense tem boas opções de programas até no inverno
Ostras invadem o Brasil • Santa Catarina responde por mais de 90% da produção nacional • Conheça mais o marisco que começa a ser degustado também em outras regiões do país
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OSTRAS
Ostras pérola negra, servida ao molho de vinagre balsâmico e laranja, e ostras gratinadas servidas em um dos principais restaurantes de Florianópolis
É hora de saborear ostras em Santa Catarina urtir as inúmeras belezas naturais catarinenses pode ter um gostinho mais que especial para aqueles que não deixam de saborear uma das suas mais famosas iguarias. Aliás, quem visita o Estado tem o compromisso de provar as Ostras catarinense, produto cultivado com qualidade e em grande quantidade, que faz parte do cardápio de muitos catarinenses, turistas, entre outros tantos brasileiros que já recebem o molusco fresquinho no seu próprio Estado. O fato é que o sucesso é tão grande que Santa Catarina responde por cerca de 90% da produção nacional, levando o molusco para requintados restaurantes, principalmente do Rio de Janeiro e São Paulo. As opções para saborear
ou vivenciar a cultura das ostras não são poucas pelo estado. Em Florianópolis, onde se concentram a maior parte das fazendas produtoras do molusco, podem ser compradas a preços atraentes em peixarias, como no Mercado Público, no centro da Ilha, que comercializa por em média R$ 8,00 a dúzia. Outra opção é provar nos variados restaurantes espalhados pela cidade, que servem a iguarias nas mais diferentes receitas. Pode optar pelas mais procuradas, como crua com sal e limão, que custa entre R$ 6,00 e R$ 15,00, meia dúzia, ou gratinada que custa cerca de R$ 27,00. Para os que desejam ir mais a fundo podem ainda ter a experiência visitando as fazendas marinhas, que se concentram, na maioria, no Ribeirão da Ilha e Santo Antônio de Lisboa, norte de sul da Ilha.
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Texto: Adoniran Lopes
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Turistas e moradores têm o privilégio de saborear a ostra catarinense, alimento saudável e rico em vitaminas que está ganhando espaço nos restaurantes de todo o Brasil. Santa Catarina, a maior produtora de ostras no País, responde por mais de 90% da produção nacional
Águas produtivas
Área de cultivo de ostras no norte de Florianópolis Divulgação
A alta produção catarinense de ostras deve aos recursos naturais do litoral do estado que facilita a produção, a qualidade e a rapidez com que os moluscos se desenvolvem em um clima subtropical (em apenas seis meses). No Estado, os destaques na produção são para as fazendas marinhas da região de Florianópolis, como no Ribeirão da Ilha e em Santo Antonio de Lisboa. De acordo com ultima pesquisa da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), referente ao ano de 2010, os municípios que mais produziram ostras foram Florianópolis, com 1.477 toneladas, representando 77,4% da produção estadual, seguido por Palhoça, com 14 %, São José, com 6,6% e Biguaçu, com 1,4%. A comunidade do Ribeirão da Ilha, no município de Florianópolis, destaca-se como a maior produtora, com 1.114 toneladas, representando 58,4% da produção estadual.
Adoniran Lopes
OSTRAS
História
A maricultura teve início em Florianópolis na década de 70, quando foram realizados os primeiros estudos sobre a produção sem muito sucesso. Nessa época, mergulhadores e pescadores extraíam dos costões ostras e mexilhões para incrementar sua renda e a experiência com a ostra nativa não atingiu bons resultados. Para solucionar o problema, em meados da década de 80 foram trazidas sementes de outras regiões e a Universidade Federal de Santa Catarina passou a produzir sementes em um laboratório, construído em 1986. Até hoje os produtores da região utilizam as sementes, agregando mais valor no produto.
Alimento saudável e afrodisíaco
Fachada dos casarios em estilo colonial no bairro de Santo Antônio de Lisboa
Rica em zinco, mineral importante para o funcionamento dos órgãos reprodutores, as ostras são conhecidas pelos poderes afrodisíacos e revigorantes. O alimento faz bem a saúde, além das baixas calorias e pouca gordura, o molusco possui proteínas, vitaminas A, do complexo B e D, ferro, cálcio e fósforo. Além de todos os benefícios à saúde, a ostra é importante para o meio ambiente, pois trabalha como um filtro absorvendo das impurezas nas águas. O povoamento ajuda a repovoar as baías com espécies como robalos e chernes que estavam desaparecendo.
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lém do turismo de verão com as belas praias, Florianópolis oferece inúmeras surpresas em outras épocas do ano. No inverno, é possível participar de vários passeios, praticar esportes, conhecer museus e um pouco da sua história. O Centro Histórico é integrado pelos prédios da antiga Alfândega, Mercado Público e casario colonial. Abriga pontos de venda de artesanato, peixaria e pequenas lojas. Nos bares e restaurantes dos arredores é possível saborear iguarias da culinária típica açoriana e beber um chope gelado no vão do Mercado Público. Florianópolis tem uma série de museus que contam os quase 300 anos da sua história, como o tradicional Palácio Cruz e Souza (Praça XV de Novembro), que abrigou a sede do Poder Executivo Catarinense até 1985. No museu Victor Meirelles, a dois passos da Praça XV de Novembro, além de conhecer a casa onde o autor da famosa tela “A primeira Missa no Brasil” nasceu e morreu, pode-se apreciar algumas das principais obras do pintor. Na rua atrás da Igreja está o Teatro Álvaro de Carvalho, com capacidade para 480 pessoas, possui clima de pompa e elevado glamour. Ainda na região central o Teatro da Ubro, com sua característica singela, promove apresentações de pequenos espetáculos. Junto ao Centro Integrado de Cultura – CIC está o Teatro Ademir Rosa, amplo espaço que abriga os maiores espetáculos regionais e nacionais num local aconchegante e moderno. Ainda dentro do CIC, está localizado um cinema que exibe filmes alternativos.
Divulgação/Santur
As inúmeras opções de turismo no inverno de Florianópolis
A trilha da Lagoinha do Leste é uma das mais famosas da cidade
Divulgação/AdrenaIlha
Inverno em Florianópolis Avenida Beira Mar Norte Uma das regiões mais valorizadas da cidade, onde ficam alguns dos mais sofisticados endereços da sociedade local. É também palco de grande concentração gastronômica e de lazer. Nada melhor do que apreciar o pôr do sol no “píer” situado próximo aos diversos estabelecimentos ao longo da avenida, que oferecem ótimos e diversificados serviços de gastronomia. À noite, casas como El Divino Café e Ópera Games, animam os visitantes com festas que se estendem durante toda a madrugada.
Ponte Hercílio Luz Uma das maiores pontes pênseis do mundo teve sua construção iniciada em 14 de novembro de 1922 e foi inaugurada a 13 de maio de 1926. O comprimento total é de 819,471m, com 259m de viaduto insular, 339,471m de vão central e 221m de viaduto continental. A ponte foi projetada e construída durante o governo de Hercílio Luz. O idealizador não viu seu sonho ser concluído, pois morreu em 1924, doze dias depois de inaugurar uma ponte pênsil de madeira, construída na Praça XV especialmente para o ato simbólico. Por medida de segurança a ponte foi interditada em 1982, sob risco de desabamento. Atualmente está em processo de reforma com perspectivas de reabrir novamente para o trânsito de pedestres e veículos de pequeno porte. Na parte insular, abaixo da ponte está o Museu de Armas Major José Lara Ribas – Forte Sant’Ana.
Fortalezas Este significativo sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina foi construído no século XVIII para consolidar o domínio português no Sul do Brasil. Da ilha de Anhatomirim, pode-se avistar diversas outras ilhas como Arvoredo, Ratones e do Francês. Os passeios são feitos de escuna que partem do trapiche da Avenida Beira Mar, no centro da cidade. No percurso que dura cerca de 90 minutos, além da beleza de Florianópolis, o visitante conhece a baia dos golfinhos, deslumbrando-se com centenas desses animais no seu habitat natural.
Beto Westphal
Dunas da Joaquina são o lugar ideal para a prática de sandboard
A Lagoa da Conceição é destino certo para esportistas durante todo o ano
Lagoa da Conceição Do alto da estrada de acesso às praias mais badaladas de Floripa, vislumbra-se um dos mais espetaculares cenários da ilha: lagoa, morros, dunas, mar azul turquesa, mata nativa e marinas. Na lagoa da Conceição, segundo mais famoso cartão-postal da cidade, o movimento fica por conta dos bares, restaurantes e equipamentos de lazer. O local é um rico reduto açoriano, com pescadores, rendeiras, benzedeiras que convivem em meio aos surfistas e a nobre área residencial. A costa leste da Ilha de Santa Catarina reúne algumas das mais belas paisagens de Florianópolis. Uma boa sugestão é praticar o “sandboard” nas dunas, conhecer a Joaquina dos surfistas, a badalada praia Mole e as paisagens bucólicas da Costa da Lagoa.
Ilha de Anhatomirim abriga fortaleza construída no século XVIII
Santo Antônio de Lisboa Esta pequena comunidade distante apenas 13 Km do centro de Florianópolis foi umas das primeiras comunidades açorianas fundadas por imigrantes que chegaram na metade do século XVIII. Vale a pena conhecer a Casa Açoriana, que abriga importante acervo de artistas locais e o “ Mundo
Ovo”, onde a artista primitiva Eli Heil expõe sua criatividade onírica em telas, esculturas e cerâmicas. A Casa Açoriana expõe e comercializa objetos de cerâmica, cestaria, trabalho em arte popular e escultura contemporânea. A pesca artesanal é outro atrativo aos turistas e apreciadores de boa comida.
Esportes Costões, lagoas, dunas, cachoeiras e morros cobertos por Mata Atlântica compõem um cenário belíssimo para caminhadas e outras aventuras na Ilha de Santa Catarina e na região da Grande Florianópolis. Trekking, Rapel e Canyoning Lagoinha do Leste e Lagoa do Peri, Solidão, Saquinho, Naufragados e Costa da Lagoa. Costões entre as praias do Santinho e Moçambique, da Barra da Lagoa até a Praia Mole e de Ingleses até a Praia Brava. Para os mais aventureiros existe ainda o costeirismo que une trekking com técnicas de escaladas, rapel e tirolesa para travessia de costões. Os locais mais usados para o rapel ficam na Ponta do Gravatá – entre Barra da Lagoa e Mole – e no Costão das Aranhas, com acesso pela Praia do Santinho. Outra opção mais radical é o trekking do Cambirela, pico com quase 1.000m de altitude, localizado fora da Ilha, dentro do Parque da Serra do Tabuleiro. Em Águas Mornas, pode-se praticar canyoning – com tirolesa, rapel, caminhada e flutuação – no Rio Forquilhas e no Rio Salto.
Divulgação/Qlitoral
Mirante do Morro da Cruz Privilegiado ponto de observação panorâmico da cidade, não pode faltar em qualquer visita que se faça à Floripa. Seu topo está a 450 m acima do nível do mar. A vista é magnífica, proporcionando uma visualização belíssima de Florianópolis e seus arredores. Do alto do Morro da Cruz é possível vislumbrar-se com as baías recortadas, as ondulações do relevo, o paredão de edifício à beira-mar, a história ponte Hercílio Luz, enfim, ambiente que compõe um incrível cartão postal. É no Morro da Cruz que estão também a maioria das emissoras de televisão.
a história da imigração açoriana, iniciada a partir de 1748, através de explanação, vídeos e acervo histórico. O Ribeirão possui várias opções em restaurantes, baseados principalmente nas ostras cultivadas no local.
Ribeirão da Ilha Primeira povoação açoriana de Florianópolis, distante a 36 Km do centro, o lugar guarda a magia do casario colonial agrupado em volta da pracinha, a igreja centenária (1806) de frente para o mar e as ruas estreitas por onde a vida passa mansamente. Possui um eco museu onde o visitante poderá conhecer
Pesca A capital catarinense é considerada um dos pontos de referência no Brasil para a pesca esportiva e amadora, tanto embarcada quanto de trapiche ou de costão. Vôo Livre Florianópolis e Santo Amaro, reúnem condições perfeitas para a prática do vôo livre. Na Praia Mole (Costão Norte: 120m; Sul: 145m), um tradicional reduto de jovens, os parapentes coloridos já fazem parte da paisagem. O Morro da Lagoa da Conceição que tem uma rampa de decolagem (225m) em um dos visuais mais bonitos do país. As praias do Santinho e Brava (140m) e a localidade de Rio Vermelho (95m) também são apropriadas para o vôo livre. Em Santo Amaro da Imperatriz é adequado para o vôo de térmica, que não depende das condições do vento. Decola-se a 590m de altitude e é possível subir até 1.000m acima da rampa. Trilhas Outro espetáculo a parte são as dezenas de trilhas existentes na Ilha de Santa Catarina. Elas contemplas todas os gostos e modalidades, percorrendo praias, costões e matas. Modalidade praticada por um público cada vez maior e de todas as idades. Os turistas realmente encantam-se com as belezas encontradas em todas as regiões da ilha.