Adriana Pedro, N.º 219779 Conteúdos e Audiências
Ana Catarina Cabrito, N.º 219767
Dezembro 2016
Andreia Neves, N.º 217864
Ano letivo: 2016/2017
Francisco Silva, N.º 219769
Professora: Maria João Cunha
Joana de Sousa, N.º 219816
Professora: Carla Cruz
Tomás Desidério, N.º 220392
índice Ficha técnica ......................................................................................................................................... 4 1.
Introdução ...................................................................................................................................... 5
2.
Metodologia ................................................................................................................................... 6
3.
Resultados ..................................................................................................................................... 8 Análise Descritiva ..................................................................................................................... 8
3.1. 3.1.1.
Meio ........................................................................................................................................ 9
3.1.2.
Género do Protagonista .................................................................................................... 10
3.1.3.
Idade do Protagonista ........................................................................................................ 11
3.1.4.
Atributo do Protagonista .................................................................................................... 12
3.1.5.
Enfoque da notícia ............................................................................................................. 13 Análise Bivariada .................................................................................................................... 14
3.2. 3.2.1.
“Foto” vs. “Assunto” ............................................................................................................ 14
3.2.2.
“Mês” vs. “Enfatização” ...................................................................................................... 15
3.2.3.
“Atributo” vs. “Enfoque”...................................................................................................... 16
3.2.4.
“Assunto” vs. “Espaço” ...................................................................................................... 17
4.
Conclusões .................................................................................................................................. 19
Bibliografia ........................................................................................................................................... 20 Webgrafia............................................................................................................................................. 20 Apêndices ............................................................................................................................................ 21
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Índice do Gráficos e Tabelas Gráfico 1……………………………………………………………………………………………… 7 Gráfico 2……………………………………………………………………………………………… 8 Gráfico 3……………………………………………………………………………………………… 9 Gráfico 4………………………………………………………………………………………………11 Gráfico 5……………………………………………………………………………………………...12 Gráfico 6…………………………………………………………………………………………..… 13 Gráfico 7…………………………………………………………………………………………….. 14 Gráfico 8…………………………………………………………………………………………….. 15 Gráfico 9…………………………………………………………………………………………….. 16 Gráfico 10…………………………………………………………………………………………… 22 Tabela 1……………………………………………………………………………………………… 4 Tabela 2……………………………………………………………………………………………… 6 Tabela 3…………………………………………………………………………………………….. 10 Tabela 4…………………………………………………………………………………………..… 10 Tabela 5 …………………………………………………………………………………………… 20 Tabela 6…………………………………………………………………………………………..… 21 Tabela 7…………………………………………………………………………………………..… 23
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Ficha técnica Tabela 1: Ficha técnica relativa à divisão da análise dos meios. Alunos Adriana Pedro
Ana Cabrito
Andreia Neves
Francisco Silva
Joana de Sousa
Tomás Desidério
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Meios Correio da Manhã (1.ª quinzena de janeiro; 1ª quinzena de fevereiro; 1ª quinzena de março). Público (1.ª quinzena de janeiro; 1.ª quinzena de fevereiro; 1.ª quinzena de março); Jornal de Notícias (1.º quinzena de fevereiro; 1.ª quinzena de março); Expresso; Sol. Correio da Manhã (2.ª quinzena de janeiro, 2.ª quinzena de fevereiro; 2.ª quinzena de março). Público (2ª quinzena de janeiro; 2ª quinzena de fevereiro; 2.ª quinzena de março); Jornal de Notícias (2.ª quinzena de fevereiro; 2.ª quinzena de março); Sábado. Diário de Notícias (1.ª quinzena de janeiro; 1ª quinzena de fevereiro; 1ª quinzena de março); Jornal de Notícias (1.ª quinzena de janeiro). Diário de Notícias (2.ª quinzena de janeiro; 2.º quinzena de fevereiro; 2.ª quinzena de março); Jornal de Notícias (2.ª quinzena de janeiro); Visão.
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1. Introdução O presente trabalho, realizado no âmbito da Unidade Curricular de Conteúdos e Audiências, teve por base a pergunta de partida “Qual o valor da Minoria “Crianças e Jovens”, entre os 0 e os 24 anos, na imprensa escrita portuguesa, ao longo do 1.º trimestre de 2015?”. Para responder a esta questão foram analisados os seguintes jornais: Correio da Manhã, Diário de Noticias, Expresso, Jornal de Notícias, Público e Sol, bem como as seguintes revistas: Sábado e Visão. No mundo, as minorias são grupos marginalizados dentro da sociedade devido a aspetos económicos, sociais, culturais, físicos ou religiosos (Araújo, s.d.). Dentro dos media, vulgarmente, as minorias são entendidas como os negros, as mulheres, os homossexuais, as pessoas com deficiência, os idosos, os jovens, as crianças, além de outros grupos que estão à margem da sociedade (Scoralick, 2009, p. 192). As crianças e os jovens, à semelhança de outras minorias, que outrora, pela exclusão, foram mantidos fisicamente afastados, têm agora por objetivo a ocupação de espaços (Scoralick, 2009, p. 192). As crianças, assim como as mulheres, viviam ocultas sob o manto do privado e do íntimo, um obstáculo ao seu reconhecimento público e social (Mâropo, cit. in Martins, 2001: 02). A UNICEF (United Nations Children’s Fund) desenvolveu formas de abordar diretamente as crianças para solicitar suas opiniões e envolvê-las na discussão sobre questões de desenvolvimento (Giersing, 199, p. 351). Muito além disso, esta organização esteve impulsionou o desenvolvimento iniciativas que pretenderam levar as crianças a escrever as próprias notícias, como foi o caso do Children’s Express (CE), criado em 1975, por Bob Clampitt, um homem que acreditava apaixonadamente que o que as crianças pensavam e diziam importava (Young, 1999, p.355). O CE cobriu vários eventos onde não só as crianças, como também os jovens eram protagonistas, de entre os quais é possível destacar: a cobertura do Parlamento Europeu Jovem, em Bruxelas, e os Prémios BAFTA de Televisão para Crianças, em outubro de 1996. Embora se admita uma crescente visibilidade da infância no discurso noticioso, diversas investigações continuam a denunciar a subrepresentação mediática das crianças e dos assuntos relacionados com elas (Mâropo, 2011, p. 649). Esta situação é proveniente do chamado “adultocentrismo” da sociedade, isto é, a infância é uma categoria construída em oposição à idade adulta, e por norma é silenciada nos media como reflexo do processo hegemónico em que o poder social e político está exclusivamente nas mãos dos adultos (Mâropo cit. in Moeller, 2002: 43). Assim, é do nosso interesse perceber a relevância que a imprensa escrita portuguesa das crianças e jovens, entre os 0 e os 24 anos. Qual é o papel das crianças e dos jovens, que representam o nosso futuro? Crianças e Jovens
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2. Metodologia o
Pergunta de Partida: Qual o valor da Minoria “Crianças e Jovens”, entre os 0 e os 24 anos, na imprensa escrita portuguesa (Correio da Manhã, Diário de Noticias, Expresso, Jornal de Notícias, Público, Sábado, Sol e Visão), ao longo do 1.º trimestre de 2015?
o
Objetivo: Para respondermos à pergunta anterior definimos vários objetivos.
Tabela 2: Objetivos, variáveis e técnicas escolhidas. Objetivos Analisar a representatividade das crianças e jovens nas notícias dos meios em estudo. Analisar o protagonista das várias notícias.
Análise da secção que contém mais notícias sobre crianças e jovens. Analisar o tipo de foto existente em cada assunto. Analisar a enfatização de cada notícia, de acordo com o mês em que foi emitida. Analisar o enfoque da notícia tendo em conta o atributo do seu protagonista. Analisar a localização dos vários assuntos das notícias.
o
Variáveis e técnicas Comparar o número de notícias total com o número de notícias em cada meio, através da análise de frequência simples “meio”. Análise de frequência simples das variáveis “género do protagonista” e “idade do protagonista” (análise descritiva). Análise de frequência simples da variável “secção” (análise descritiva). Cruzamento da variável “fotografia” com a variável “assunto” (análise bivariada). Cruzamento da variável “enfatização” com a variável “mês” (análise bivariada). Cruzamento da variável “enfoque” com a variável “atributo” (análise bivariada). Cruzamento da variável “assunto” com a variável “espaço” (análise bivariada).
Técnicas de análise: Para compreender a relevância das Crianças e Jovens na imprensa escrita portuguesa, nomeadamente nos jornais já referidos, foi utilizada uma análise de conteúdo.
o
Corpus da análise: A análise é constituída pelas notícias encontradas nos meios e que possibilitam realizar esta técnica. No total, a amostra é constituída por 826 notícias (apêndices 1).
o
Etapas do trabalho em campo: Após a entrega do manual de codificação, feito pelas docentes, o grupo procedeu à realização de uma matriz no SPSS. Depois da matriz ser corrigida, dirigimo-nos à HML (Hemeroteca Municipal de Lisboa), onde se encontram arquivos dos jornais e revistas em estudo. Foram analisados todos os jornais diários desde 1 de janeiro de 2015 até 31 de março de 2015, com exceção de todo o mês de março do Diário de Notícias e dos exemplares 9 de janeiro de 2015 (N.º 437), 23 de janeiro de 2015 (N.º 439), 20 de fevereiro de 2015 (N.º 443) e 27 de março de 2015 (N.º 448) do semanário Sol, por não se encontrarem disponíveis na HML e, em consenso
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com as docentes, a análise dos exemplares em falta foi anulada. A consulta, bem como o clipping posterior, foram realizados entre os dias 5 de novembro de 2016 até ao dia 16 de novembro de 2016, contabilizando um total aproximado de 20 horas por cada um dos elementos do grupo. A elaboração do relatório final foi elaborada na Biblioteca do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, entre os dias 28 de novembro de 2016 e 2 de dezembro de 2016. o
Instrumentos de análise: Para tratar quantitativamente os dados recolhidos, o grupo utilizou o programa de estatística IBM SPSS22. No que concerne à discussão dos resultados foram criados gráficos circulares e gráficos de barras, assim como tabelas, onde as variáveis foram analisadas isolada e coletivamente. Para a Análise Descritiva foram utilizadas análises de frequência simples, por sua vez, para a Análise Bivariada foram usadas análises de referência cruzada (crosstabs).
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3. Resultados 3.1.
Análise Descritiva
Gráfico 1: Análise descritiva dos meios.
Tendo em consideração o panorama geral dos jornais e revistas analisados, é possível concluir que a quantidade de notícias sobre crianças e jovens varia consoante o meio (Gráfio 1), destacando-se o jornal Correio da Manhã com 50.12% das notícias referentes a esta minoria. O semanário Expresso apresenta o menor valor, com apenas 0.85%. Por sua vez, o Jornal de Notícias, o Público e o Diário de Notícias são, a seguir ao Correio da Manhã, os jornais com maior número de notícias referentes à minoria analisada, com percentagens de 23.12%; 11.86% e 10.65% respetivamente, sendo que o Público e o Diário de Notícias apresentam valores próximos.
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3.1.1. Meio Gráfico 2: Percentagem de notícias sobre “Crianças e Jovens”, em cada meio analisado.
A análise de frequências realizada à variável “Meio” permitiu-nos concluir que os dois jornais onde o tema em estudo apareceu mais vezes foram o Correio da Manhã, com 50.12%, e o Jornal de Notícias, com 23.12% do total de notícias. Em oposição, o Expresso e a revista Sábado foram os meios onde foram encontradas menos notícias sobre crianças e jovens, tendo 0.85% e 0.97%, respetivamente. O elevado número de notícias encontradas no Correio da Manhã e no Jornal de Notícias apontam para uma crescente visibilidade das crianças e jovens no discurso noticioso português (Marôpo & Pacheco, s.d., p.104), pelo que estes são apenas recentemente reconhecidos oficialmente como sujeitos de direitos e atores participantes na sociedade (Marôpo, 2012, p.208). O facto de se encontrar uma produção noticiosa de tal dimensão nos jornais já referidos está relacionada com as transformações na área do jornalismo, que, por sua vez, apontam no sentido de dar prioridade à comunicação com o leitor em detrimento da orientação tradicional da busca pela verdade (Marôpo & Pacheco, s.d., p.94). Relativamente à baixa percentagem de notícias por parte dos restantes meios, que não conferem tanto protagonismo às crianças e jovens, poderá estar relacionada com o facto de que a voz de crianças e jovens dificilmente se encaixa regularmente no dia-a-dia dos jornais, já que são escassas as possibilidades de terem um papel relevante no debate
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sobre os problemas que os afetam ou de organizarem eventos com valor noticioso (Marôpo & Pacheco, s.d., p. 100-101). Com isto é preciso salientar que os jornais que mais enfoque dão as crianças, Correio da Manhã e Diário de Notícias, têm enquadramentos sensacionalistas e dramáticos que, se por um lado, chamam atenção para problemas como maus tratos e violência sexual contra crianças, por outro ficam limitados a abordagem de casos singulares extremos tratados de um ponto de vista privado, em detrimento de uma reflexão sobre processos e políticas públicas para resolver os problemas (Mâropo cit. in Ponte e Afonso, 2009, p.649). É ainda de destacar que os “Formatos” são, na sua esmagadora maioria, reportagens e colunas/breves, como se pode ver no gráfico 9, do apêndice 3. 3.1.2. Género do Protagonista Gráfico 3: Género dos protagonistas, em cada meio analisado.
Tabela 3: Género do protagonista. Género
Frequência Válido
Ausente Total
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Porcentagem
Porcentagem
Porcentagem
válida
acumulativa
Masculino
334
40,4
40,5
40,5
Feminimo
209
25,3
25,3
65,8
Indecifrável
282
34,1
34,2
100,0
Total
825
99,9
100,0
1
,1
826
100,0
Sistema
10
De acordo com Cerqueira (2008), os meios de comunicação têm um papel preponderante na construção de identidades, sendo a de género muito marcante. O género do protagonista continua a levantar questões pertinentes sobre a igualdade entre os homens e mulheres. Este autor afirma ainda que o ingresso das mulheres em todas as esferas da sociedade é uma evidência, mas o início do século XXI ainda continua a ser dominando pelos homens. Os resultados desta análise mostram que o género masculino conta com 40.48%, o que corrobora a perspetiva apresentada por Cerqueira (2008): a imprensa ainda continua a fazer uma grande separação de género e a comprovar que a visão masculina é hegemónica na sociedade. O género indecifrável apresenta um valor bastante expressivo, com 34.18%, o que demonstra a tendência para os meios de comunicação preservarem a identidade das crianças e jovens, devido à sua sensibilidade. Por essa razão, o jornalismo em geral parece reconhecer as necessidades assistenciais e de proteção das crianças, representando-as predominantemente como vítimas, recipientes das políticas governamentais ou alvo de cuidados (Pereira, 2011). Por fim, o género feminino apresenta o valor mais baixo, com 25.33%, algo que espelha a inferioridade deste género na sociedade, e consequentemente nos meios de comunicação. 3.1.3. Idade do Protagonista Tabela 4: Idade do protagonista, em cada meio analisado.
Estatísticas de uma amostra Erro padrão da
Idade
N
Média
Desvio Padrão
média
471
16,73
6,989
,322
Com uma amostra limitada até aos 24 anos de idade, das 471 notícias que referiam a idade do protagonista, a média de idades é, aproximadamente, de 17 anos. Deste modo, podemos concluir que a idade média dos protagonistas de notícias desta temática estão no limiar da maioridade.
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3.1.4. Atributo do Protagonista Gráfico 4: Atributo do protagonista, em cada meio analisado.
Lídia Marôpo (2011), citando Martins (2001: 02), afirma que até há bem pouco tempo as crianças eram omitidas dos meios de comunicação, pois eram vistas como algo de privado e íntimo, de assunto individual das famílias e que, por isso, não eram uma questão para debate público. Atualmente, há um crescimento na quantidade de notícias publicadas, mas persistem peças que apelam às sensações, com uma elevada carga dramática, que por norma, têm como tema maus tratos e violência sexual, mas que, no entanto, são casos singulares e polémicos (Marôpo, cit. in Ponte & Afonso, 2009). Os resultados obtidos dos jornais e revistas nacionais analisados revelam que, de facto, há uma tendência crescente na quantidade de notícias que são produzidas com o atributo relacionado ao “crime” e “morte”, mas é a variável “civil” que lidera. No gráfico 4, podemos observar que a variável “civil” lidera com 12% do total de notícias, seguido da “morte”, com 11%, e de “atleta” (12%), “criminoso” (9%), “acidentado” (8%) e “vítima” (7%). Podemos, desta forma, concluir que, apesar do atributo “civil” liderar é possível fazer um somatório das peças relacionadas com aspetos mais dramáticos, como, o “crime”, “acidentado” e “vítima” chegando a um valor de 24% e que dão razão à autora Lídia Mâropo (2011).
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3.1.5. Enfoque da notícia Gráfico 5: “Enfoque” de cada notícia.
Com os resultados obtidos da análise ao enfoque da notícia, foi possível comprovar as teorias anteriormente referidas, que afirmam que as notícias são maioritariamente de carácter “negativo”. É de destacar a categoria “negativo”, com mais de metade das notícias (51%), cujas expressões dominantes apelam à violência, sendo as crianças e jovens vítimas e praticantes: “Duas das crianças espancadas”; “Três rapazes (…)” acabaram jihadistas”; “Hamas forma crianças-soldados”. É também de realçar o enfoque “neutro” (30%), que se enquadra em notícias relacionadas com o desporto e as artes. Por último, o enfoque “positivo” (19%), onde lideram expressões como “Novo centro escolar recebe mais de cem alunos”; “Centro de reabilitação do Norte já tratou quase 1200 doentes”; “Isenção de taxas moderadoras para menores de 18 anos”.
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3.2.
Análise Bivariada 3.2.1. “Foto” vs. “Assunto”
Gráfico 6: Cruzamento da “Foto” vs. “Assunto”.
Segundo Souza (2011), a imagem desde a sua criação e durante muitos anos, não só foi a essência da representação do real, mas também a própria realidade; daí a sua permanente articulação com uma relação cultural de tempo, espaço e da ideologia do fotógrafo. A foto constitui um elemento bastante importante do conteúdo noticioso, visto que permite uma contextualização do texto da notícia. No assunto “Casos pessoais”, a foto revela-se bastante preponderante (9,82%), contrariamente à percentagem do “Não” (4%). A “Foto Explícita” apresenta uma expressão significativa nos assuntos “Desporto” e “Saúde”. Estes assuntos são considerados menos agressivos, o que justifica a apresentação da foto explícita na notícia. As “Artes” (5,94%) e a “Educação” (3,76%) revelam, também, um acompanhamento do texto com fotos explícitas. É importante evidenciar que a preocupação de ilustrar as notícias sobre “Educação” não é um fator de emancipação (Adorno, 2000). A “Criminalidade” assume as percentagens mais elevadas, sendo notória a predominância do “Não” (11,27%). É visível a atenção dos jornais em resguardarem a identificação da criança ou jovem perante a brutalidade e agressividade do assunto. Crianças e Jovens
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Segundo Martins (2002), a influência de Rousseau ao alertar para o valor da infância como etapa especial de vida humana, preservando-a dos contactos nocivos da sociedade, é uma valorização da própria condição da infância. Ainda assim, é de ressalvar os valores da foto “Não
Explícita” (8,36%)
e
“Explícita” (6,79%),
que
corresponde
às
abordagens
sensacionalistas de alguns jornais, onde são publicitados conteúdos com maior fragilidade e impacto emocional. 3.2.2. “Mês” vs. “Enfatização” Gráfico 7: Cruzamento do “Mês” vs. “Enfatização”.
O domínio da organização das informações por sua disposição visual, dentro de um mesmo espaço físico, tornou-se a chave instrumental do discurso e parte integrante do conteúdo jornalístico (Pivetti, 2006). Relativamente à enfatização das notícias, é de destacar a “Pág. 3”, que conta apenas com 0.12% do total de notícias, apenas no mês de janeiro. Esta página é crucial no alinhamento do jornal, constituindo uma das mais importante, com a falta de notícias relativas a crianças e jovens nesta página é possível concluir que os meios não lhe conferem uma grande importância. Por sua vez, nas “Páginas ímpares” e “Páginas pares”, os artigos são distribuídos de forma bastante similar, sendo que as páginas ímpares ocupam 44.4% e as páginas pares 45.64%. No que concerne à “Contra capa”, foram colocadas 4,36% das notícias nesse espaço, 2,18% no “Destaque” e 0.84 em “Manchete”. As “Páginas Crianças e Jovens
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centrais” tiveram relevância principalmente no mês de Janeiro, representando 1.21% de 1.69% da totalidade dos 3 meses analisados. 3.2.3. “Atributo” vs. “Enfoque” Gráfico 8: Cruzamento do “Atributo” vs. “Enfoque”.
Como já referido no presente trabalho, o carácter noticioso relacionado com o tema de crianças e jovens, é, na sua maioria, sensacionalista e dramático (Marôpo, 2011), persistindo temas ligados à “Criminalidade”, cujo conteúdo principal tem a ver com maus tratos. Ao analisar o gráfico 8 conseguimos perceber a conexão entre o “Atributo” e o “Enfoque” da notícia. A categoria “Negativo” predomina em atributos, como: “Morte” (9%); “Acidentado” (7%); “Doença” (4%); “Assaltante” (5%); “Criminoso” (7%); “Vítima” (7%); “Violado” (3%). A categoria “Neutro” lidera em atributos relacionados com: “Atleta” (7%); “Figura pública” (4%); “Estudante” (4%) e “Civil” (5%). Já o enfoque “Positivo” lidera no atributo de “Herói” e “Alvo preconceito”, que num contexto geral, dada a sua dimensão, têm pouca relevância.
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Deste modo, numa análise geral, as notícias apresentam uma grande negatividade. Mais uma vez, confirmamos o carácter dramático dos conteúdos que são publicados, visto que, o enfoque é tendencialmente “Negativo”. 3.2.4. “Assunto” vs. “Espaço” Gráfico 9: Cruzamento do “Assunto” vs. “Espaço”.
Nos últimos anos, as crianças estiveram no centro mediático de Portugal, a partir de grandes processos que criaram uma imagem coletiva de criança em perigo, como vítima e expressão da crise social (Marôpo, 2012, p. 212). O cruzamento das variáveis “Assunto” e “Espaço” mostraram-se relevantes para o presente trabalho, pois permitirem corroborar a veracidade da citação anterior. Na sua grande maioria, no espaço nacional, as notícias sobre “Crianças e Jovens” fazem alusão a criminalidade e a casos pessoais. Estas são, em linhas gerais, características fortemente presentes da cobertura portuguesa sobre criminalidade e infância, onde os mais novos são representados especialmente pelo seu valor emocional (Marôpo, 2012, p. 212). No âmbito nacional, é possível comprovar que nos jornais e revistas analisados, a temática “Criminalidade”, com 22.91%, e “Casos pessoais”, com 13.21%, são os assuntos mais retratados. Tal comprova que tem existido uma maior individualização das crianças e Crianças e Jovens
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dos jovens, revelando uma grande valorização do pessoal. Na área da criminalidade, as crianças são mais frequentemente vítimas e os jovens, na sua maioria, criminosos. São levantadas muitas críticas pelos autores relativamente ao tratamento do media, sobretudo no que diz respeito à temática da criminalidade, independentemente das crianças e dos jovens representarem as vítimas ou os praticantes. Este tipo de tratamento é sensacionalista, na medida em que representa um estereotipo e uma individualização dos casos. Os media são muitas vezes um paradoxo: alertam para situações de desrespeito aos direitos das crianças e, ao mesmo tempo, atuam como violadores destes direitos (Marôpo, 212, p.208). De acordo com as variáveis cruzadas, as temáticas “Educação” (8,73%) e “Saúde” (7,03%) são as terceiras e quartas, respetivamente, mais faladas nos meios analisados. No que concerne ao “Espaço Internacional”, os jornais e revistas estudados não lhe dão uma relevância de destaque. No entanto, mais uma vez, as temáticas “Criminalidade” (3.52%) e “Casos pessoais” (3.88%) são os mais referidos. É também importante referir que o tema “Terrorismo” não fica atrás destes dois, já que atinge um total de 3.39% do total de notícias.
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4. Conclusões Primeiramente, é necessário salientar que as “Crianças e Jovens” são, de facto, uma minoria na imprensa portuguesa, nomeadamente nos jornais e revistas analisados (Correio da Manhã, Diário de Noticias, Expresso, Jornal de Notícias, Público, Sábado, Sol e Visão). Esta conclusão é retirada a partir do número total de notícias, que constituem a nossa amostra, em cada meio. Esta minoria tem uma maior representatividade no Correio da Manhã, Jornal de Notícias e Público. Vale lembrar que não há qualquer relação entre minorias e maiorias com os números, isto é, pode haver numericamente mais pobres, por exemplo, mas eles continuam a ser minorias. (Scoralick, 2009, p. 194). Para responder à pergunta inicialmente imposta “Qual o valor da Minoria “Crianças e Jovens”, entre os 0 e os 24 anos, na imprensa escrita portuguesa, ao longo do 1.º trimestre de 2015?”, podemos concluir que são nos assunto mais dramáticos da sociedade, como criminalidade e casos pessoais, que este tipo de minoria ganha mais notoriedade. Tal ajuda a combater a falta de notícias relativamente a este tema, registada anteriormente, contudo não existe um carácter positivo em relação ao retrato feito às crianças e jovens, dado que o enfoque das mensagens é maioritariamente negativo. Os media, de uma forma geral, ajuda no sentido de formar mentalidades, construir valores e narrar a realidade à sua maneira, interferindo na construção das identidades (Scoralick, 2009, p. 192). O protagonista principal das notícias tem, em média 17 anos, e é do género masculino. Por esta razão, os jovens no limiar da idade maioritária são o foco dos media. Em suma, apesar do crescimento das notícias relativas a “Crianças e Jovens”, não existe um carácter noticioso positivo ligado a estes. Portanto, esta visibilidade insuficiente (e desfocada) é um reflexo do estatuto minoritário das crianças na sociedade, embora na verdade não sejam uma minoria em termos quantitativos, já que as pessoas com idade até 18 anos representam aproximadamente 37% da população mundial (Marôpo, 2011, p.64).
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Bibliografia Carlsson, U., & Feilitzen, C. V. (1999). A criança e a violência na mídia. Tradução de Maria Elisabeth Santo. Cerqueira, C. (2008) A imprensa e a perspectiva de género: As vozes femininas nas notícias de primeira página do Público e do Correio da Manhã Marôpo, L. (2011). Jornalismo e direitos infantis: a voz de crianças e jovens na produção, recepção e monitorização do discurso noticioso. Literacia, Media e Cidadania, 647-658. Marôpo, L. (2012). Anjos ou demónios? Crianças, jovens e crimes nos media: um debate sobre a ética jornalística e os direitos infantis. Comunicação & Cultura, 14, 207-225. Marôpo, L., & Pacheco, L. Representações de crianças e jovens nas notícias: o cenário português. Martins, E. (2002). As reformas sociais e a protecção da criança marginalizada: estudo histórico do século XIX a meados do século XX. Infância e Juventude, 55-93. Pivetti, M. (2006). Planejamento e representação gráfica no jornalismo impresso: a linguagem jornalística e a experiência nacional (Doctoral dissertation, Universidade de São Paulo). Scoralick,
K.
(2009).
A
representação
das
minorias
marginalizadas
no
telejornalismo. Revista de C. Humanas, 9(2), 191-203. Souza, D.R. M. (2011) A Fotografia Enquanto Representação do Real: A identidade visual criada pelas imagens dos povos do Médio-Oriente publicadas na National Geographic Adorno, T.W. (2000) Educação e emancipação. Paz e Terra.
Webgrafia Araújo,
F.
(s.d.).
infoescola.com.
Obtido
em:
infoescola.com/sociedade/minorias/:
http://www.infoescola.com/sociedade/minorias/
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Apêndices Apêndice 1- Meio analisado com respetiva periodicidade, período de análise e número de notícias. Tabela 5: Meio analisado com respetiva periodicidade, período de análise e número de notícias.
Periodicidade
Períodos de Análise
Nº de Notícias
Diário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015.
98
Diário de Notícias
Diário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015, excetuando o mês de Março.
85
Jornal de Notícias
Diário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015.
191
Correio da Manhã
Diário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015.
413
Expresso
Semanário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015.
7
Sol
Semanário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015, com exceção dos exemplares 437, 439, 443 e 448.
9
Sábado
Semanário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015.
8
Visão
Semanário
Todas as edições do primeiro trimestre de 2015.
11
Total
-
-
826
Meio Público
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Apêndice 2- “Assunto” vs. “Secção”. Tabela 6: “Assunto” vs. “Secção”.
Secção Política
Economia
Sociedade
Cultura
Desporto
Internacional
Outra
Estado
14,3%
0,0%
0,9%
2,4%
0,0%
3,7%
0,4%
Partidos Políticos
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
1,2%
0,0%
Autarquias
0,0%
0,0%
0,6%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
Temas Diplomáticos
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
1,2%
0,0%
Finanças
0,0%
20%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
Segurança
0,0%
0,0%
8,3%
0,0%
0,0%
2,4%
3,0%
Terrorismo
0,0%
0,0%
2,0%
0,0%
0,0%
23,2%
1,9%
Trabalho
0,0%
0,0%
0,9%
2,4%
0,0%
1,2%
2,3%
Dramas Sociais
0,0%
0,0%
5,4%
0,0%
0,0%
3,7%
0,8%
Manifestação
0,0%
0,0%
0,3%
0,0%
0,0%
0,0%
0,4%
Criminalidade
14,3%
0,0%
26,6%
0,0%
4,1%
19,5%
39,6%
Tribunais
42,9%
0,0%
2,0%
0,0%
0,0%
0,0%
3,8%
Festividades
0,0%
0,0%
0,9%
2,4%
0,0%
0,0%
0,8%
Artes
0,0%
0,0%
1,7%
61,0%
0,0%
0,0%
1,9%
Ambiente
0,0%
0,0%
0,3%
0,0%
0,0%
0,0%
0,4%
Educação
14,3%
60,0%
14,6%
22,0%
0,0%
1,2%
4,5%
Saúde
0,0%
20,0%
12,6%
2,4%
0,0%
13,4%
5,7%
Tecnologia
0,0%
0,0%
0,6%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
Religião
0,0%
0,0%
0,3%
0,0%
0,0%
2,4%
0,4%
Desporto
0,0%
0,0%
0,6%
0,0%
94,6%
1,2%
1,5%
Moda
0,0%
0,0%
3,4%
7,3%
0,0%
3,7%
1,9%
Gastronomia
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,4%
Migrações
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,4%
Casos Pessoais
14,3%
0,0%
16,3%
0,0%
1,4%
12,2%
27,2%
Insólitos
0,0%
0,0%
2,0%
0,0%
0,0%
6,1%
1,5%
100% 100% 100% 100% 100% 100% Apêndice 3- “Formatos” mais utilizados em notícias sobre “Crianças e Jovens”.
100%
Assunto
TOTAL
Crianças e Jovens
22
Gráfico 10: “Formatos” mais utilizados nas notícias.
Crianças e Jovens
23
Apêndice 4- “Formato” vs “Enfoque”. Tabela 7 - Formato vs. Enfoque
Formato Cartoon Reportagem Opinião Coluna Editorial Correio Entrevista Crónica Enfoque Positivo
0,0%
23,9%
14,3%
13,4%
18,5%
0,0%
25,0%
0,0%
Negativo
100%
44,2%
28,6%
61,2%
33,3%
50,0%
12,5%
0,0%
Neutro
0,0%
31,9%
57,1%
25,4%
48,1%
50,0%
62,5%
100,0%
TOTAL
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
100%
Crianças e Jovens
24
Apêndice 5- Manual de Codificação.
Crianças e Jovens
25
Crianรงas e Jovens
26
Crianรงas e Jovens
27
Crianรงas e Jovens
28