Aplicações de Saúde para Telemóveis - Segmentação de Mercados

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Aplicações de Saúde para Telemóvel Adriana Pedro - adrianapedrohea@gmail.com Francisco Silva - franciscosilva1000@hotmail.com Joana de Sousa - joanavdesousa@gmail.com Tomás Oliveira - tomas_14_oliveira@hotmail.com

Resumo O presente estudo procura compreender a utilização de aplicações de saúde para telemóvel. Para tal, procedeu-se à análise de determinadas variáveis que se relacionam com os objetivos em estudo, nomeadamente a frequência e as motivações de utilização, a importância atribuída e os benefícios considerados pelos utilizadores destas aplicações.

Os resultados foram obtidos através de um questionário online e, posteriormente, analisados com o software IBM SPSS, realizando as análises de Two-Step Cluster e de Frequências Simples.

As aplicações de saúde para telemóvel apresentam um crescimento expressivo fundamentado pelo aumento de utilizadores, que revelam um interesse recente pelas mesmas.

Palavras-chave: segmentação de mercados, variáveis base de segmentação; saúde; aplicações móveis; interatividade.

Introdução No âmbito da unidade curricular de Segmentação de Mercados, o presente trabalho tem por objetivo compreender o comportamento do utilizador perante as aplicações de saúde para telemóvel através da pesquisa de artigos científicos em plataformas como o Google Scholar (Google Académico) e o B-On. Pretende-se aferir as motivações que

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levam os utilizadores a descarregarem as apps de saúde e o impacto que estas têm nos respetivos quotidianos.

Nos últimos anos temos assistido a um rápido crescimento do mercado das aplicações de saúde para telemóvel. “A cada dia, o número de clientes de dispositivos móveis aumenta, devido a novos avanços tecnológicos e serviços, juntamente com uma maior interoperabilidade entre os sistemas.” (Martins, R., et al, 2003). Atualmente, e nas diversas plataformas, existem milhares de apps dedicadas à saúde, nas suas mais variadas vertentes: exercício físico, cuidados alimentares, controlo menstrual, entre outras.

As aplicações de saúde procuram atender às necessidades da população, tendo em conta que “a saúde pública/saúde coletiva é definida genericamente como campo de conhecimento e de práticas organizadas institucionalmente e orientadas à promoção da saúde das populações” (Sabroza, 1994, citado por Czeresnia & Freitas, 2009). A relação entre a tecnologia e a saúde é uma realidade recente e decorre dos avanços tecnológicos que a Internet impulsionou.

1. Revisão Bibliográfica 1.1.

Segmentação de mercados

Smith (1956) garante que a segmentação de mercados é um conceito que já existe há mais de 50 anos. A segmentação de mercado pode ser caracterizada como um “processo de divisão do mercado em subgrupos homogéneos, com o fim de levar a cabo uma estratégia comercial diferenciada para cada um deles, permitindo satisfazer de forma mais eficaz as suas necessidades e alcançar os objetivos comerciais da empresa” (Rodrigues, 1999, citando Santesmases, 1999).

Das diferentes formas de segmentação, nem todas são fiáveis. Para serem úteis, os segmentos precisam de ser: (também referido por Ferreira, F.H.G., 2000). Mensuráveis – Quando é possível medir o tamanho, poder de compra e outras características dos segmentos. As preferências de diferenças para os produtos devem ser identificáveis e capazes de ser mensuráveis; Substanciais – Quando os segmentos são suficientemente grandes e/ou lucrativos;

2


Acessíveis – Quando os segmentos podem ser atingidos e servidos com programas direcionados; Diferenciáveis – Quando os segmentos são, conceitualmente, distintos e respondem diferentemente a diversos programas e elementos de marketing-mix. Devem existir diferenças claras nas preferências do consumidor pelo produto; Acionáveis - Programas eficazes podem ser formulados para atrair e servir os segmentos.

Segundo Lengler, Vieira, e Fachin (2002), o conceito de segmentação de mercado constitui uma forte ferramenta que é frequentemente utilizada na tomada de decisão nas organizações. “Market segmentation is used widely across business sectors to manage diverse customer needs and to target marketing resources” (Weinstein, 2004; LaPlaca, 1997; McDonald & Dunbar, 2004). Existem várias oportunidades para a utilização da segmentação de mercados, dados os vários gostos e escolhas dos consumidores. Para Ferreira (2000), “Segmentar um mercado significa escolher um grupo de consumidores, com necessidades homogéneas, para o qual a empresa poderá fazer uma oferta mercadológica. O processo de segmentação requer que sejam identificados os factores que afectam as decisões de compras dos consumidores.”.

Bourgeois e Brodwin (1984) realçam a ideia de que um fator importante a abordar é a dificuldade de implementação da segmentação de mercados em algumas empresas: “The complexity of implementation has long been recognized”. Podem então surgir algumas dificuldades no processo, como a monopolização dos mercados. Contudo, a segmentação de mercados apresenta também uma forte vantagem para as empresas no mercado: mantém os consumidores próximos da marca, constituindo um auxílio nos programas de marketing, visto que permite identificar e compreender melhor o consumidor (Albert, 2003; Beane & Ennis, 1987; Freytag & Clarke, 2001). Wong e Saunders (1993) explicam que “by improving customer orientation, market segmentation also has the potential to develop competitive advantage and improve business profitability”.

Outro aspeto relevante, defendido por Li e Bernoff (2008), é o nível de participação nos sites de redes sociais, em que a segmentação de mercados permite perceber os diferentes tipos de utilizadores dessas plataformas. Constantinides, Amo e Romero (2010) confirmam esta ideia: “segmented the users of social networking sites aged 16 to 74 in the Netherlands, identifying four different segments on the basis of participation

3


level in social media and the use of these applications as sources of information, interaction and socializations platforms”.

1.2.

Saúde e Interatividade:

Soares (2013) afirma, citando Rice (2001), que, nos EUA, o uso de sites de saúde apresenta um crescimento muito mais acentuado do que o crescimento do uso geral da Internet, sendo que os usuários procuram, na sua maioria, informação sobre doenças, dieta e nutrição, produtos farmacêuticos, forma fiś ica, saúde infantil, depressão, cancro, bipolaridade, artrite/reumatismo, pressão arterial, enxaqueca, ansiedade, doenças cardiovasculares e transtornos no sono. O autor defende que a Internet renovou as perspetivas para a comunicação na saúde, na medida em que esta apresenta “quantidades maciças de informação: de folhetos a livros inteiros podem ser baixados em segundos, salvos digitalmente ou impressos pelo usuário, agentes de saúde ou organizadores locais” (Soares, 2013).

Ao longo do seu artigo, Soares (2013), cita Mittman e Cain (2001), que destacam características da Internet que atendem as necessidades dos usuários e organizações (de cuidados de saúde). São elas: - Baixo custo. Para os autores, o custo mensal dos serviços de provimento da Internet, bem como o custo do computador são pequenos e os usuários ainda podem contar com o acesso cada vez mais comum em bibliotecas e escolas, além do local de trabalho e, em muitos casos, acesso gratuito, via wireless. - Facilidade de uso. Os programas de navegação são intuitivos e não exigem conhecimento técnico, tornando a navegação e a busca atividades prazerosas porque dão a sensação de domínio. - Democratizaçao ̃ . Antes da Internet, somente grandes insti- tuições tinham condições de disseminar seu ponto de vista, o que agora está acessiv ́ el a qualquer pessoa, empresa ou grupo de interessados. O resultado, do ponto de vista do usuário, é uma variedade enorme de perspectivas sobre assuntos de saúde. - Alcance global. Embora o fornecimento de serviços de saúde seja, inerentemente, um fenómeno local, a Internet é essencialmente um fenômeno planetário.

Isso

significa

que

possiv ́ el

obter

informação

médica,

aconselhamento de fontes em qualquer local onde se possa acessar a rede, contribuindo para a diversidade da informação disponível. - Funcionalidade crescente. A Internet ganha cada vez mais so sticação e funcionalidade e novos aplicativos provêm um rol mais rico de recursos capazes de realizar interfaces e para integração de sistemas de informação de saúde.

4


Soares (2013) infere que um número considerável de países enfrenta barreiras no que concerne à alfabetização, que constitui uma condição essencial para a navegação em si, já que a maior parte dos conteúdos e instruçoe ̃ s é apresentada sob a forma escrita. Segundo o autor, isto leva, de antemão, a uma exclusão digital.

1.3.

Aplicações móveis e Saúde:

A pesquisa proposta tem por base as aplicações móveis. Estas têm um papel fulcral no dia-a-dia dos jovens e, cada vez mais, nos adultos e idosos: “The past decade has witnessed the advent of the smartphone, a device armed with computing power, mobility and downloadable apps” (Franko & Tirrell, 2012).

As aplicações móveis, que surgem com o aparecimento dos smartphones, procuram aproveitar, da melhor maneira, as capacidades destes telemóveis: “The companies that build mobile OSs want apps that are specific to their own environments that can take full advantage of their particular features” (Serrano, Hernantes & Gallardo, 2013).

A performance das aplicações é um fator importantíssimo para a utilização, ou não, das mesmas. Esta constitui uma preocupação por parte de quem as desenvolve “Performance is one of app developers’ chief concerns.”, (Serrano, Hernantes & Gallardo, 2013). A facilidade de acesso a estas aplicações traduziu-se na intensificação do desenvolvimento de aplicações e da respetiva utilização.

Com o crescente número de aplicações, surgiu um mercado de aplicações móveis relacionadas com a saúde. Os utilizadores de smartphones procuram, cada vez mais, encontrar informação útil relacionada com a saúde no geral, mas também procuram perceber o seu caso em específico (Fox & Duggan, 2012).

Fox e Duggan (2012),

entenderam também que a procura por este tipo de informações é mais recorrente por parte de mulheres entre os 30 e os 64 anos. Com o avanço da tecnologia, os utilizadores de smartphones vão poder acompanhar e utilizar estas aplicações numa vertente mais individual, com um cuidado muito mais detalhado. A amostra em estudo, levada a cabo por Franko e Tirrell (2012), revela que a maioria dos utilizadores prefere um iPhone e logo a seguir Android.

Existem hospitais a adotarem a monitorização dos pacientes por aplicações móveis: “Smartphone apps, such as those available in the Apple and Android app stores, are quickly becoming integrated into clinical practice” (Franko & Tirrell, 2012). Isto permite, tanto ao utilizador como a quem está a monitorizar, uma informação fidedigna e

5


reportada no exato momento em que o paciente se encontra com algum tipo de sintoma.

1.4.

Variáveis base de segmentação:

Segundo Oliveira-Brochado e Martins (2008), “na identificação de grupos homogéneos, a primeira etapa técnica recai na seleção das variáveis base de segmentação”. As variáveis base de segmentação de mercado têm classificações diferentes mediante a visão de alguns autores. Kotler (2000), citado por Toledo e Siqueira (2001), divide-as segundo dois fatores: “características dos consumidores: geográficas, demográficas e psicográficas, e respostas dos consumidores ou comportamentais: benefícios, ocasiões de uso ou marcas. Os programas de segmentação baseiam-se numa análise combinada das variáveis.”

Aaker (2001) também divide as variáveis de segmentação segundo duas abordagens. Segundo Aaker (2001) Os segmentos podem ser descritos a partir de características gerais não relacionadas com o produto, como localização geográfica, tipos de organização, tamanho da empresa, estilo de vida, sexo, idade, ocupação. A outra abordagem está relacionada com os produtos, como tipo de usuário, utilização, benefícios, sensibilidade ao preço, marcas concorrentes, aplicação e fidelidade.

2. Metodologia Em resposta aos objetivos estabelecidos, procedeu-se a uma metodologia quantitativa, baseada na recolha e análise de dados obtidos a partir de um inquérito aplicado online. Este constitui um estudo transversal.

2.1.

Participantes

Participaram neste questionário 349 indivíduos, 56 homens e 293 mulheres.

2.2.

Recolha de dados

Como técnica de recolha de dados, foi realizado um questionário online na plataforma Google Docs, disponível de 1 de novembro de 2016 a 22 de novembro do mesmo ano. Tendo em conta os nossos objetivos - motivação que leva as pessoas a descarregarem as apps de saúde; que impacto têm as apps de saúde no quotidiano da população -, selecionámos as variáveis de estudo que se encontram descritas na tabela abaixo, juntamente com as respetivas escalas:

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Tabela 1 - Variáveis utilizadas e respetiva escala

Variável

Escala

1 - Idade

Ordinal

2 - Género

Nominal

3 - Situação Profissional

Ordinal

10 - Numa semana típica, quantas vezes utiliza as aplicações de saúde para telemóvel? 30 - Fui motivado para as aplicações de saúde para telemóvel através dos media 35 - As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim 39 - As aplicações de saúde para telemóvel utilizadas fazem com que me sinta mais motivado para melhorar a saúde 40 - Os benefícios da utilização das aplicações de saúde para telemóvel são visíveis

2.3.

Ordinal

Ordinal

Ordinal

Ordinal

Ordinal

Análise de dados

A análise dos dados foi realizada através do programa IBM SPSS Statistics 22, recorrendo à análise de frequências simples e TwoStep Cluster Analysis. As análises de frequência simples foram realizadas tendo em vista a melhor compreensão de algumas variáveis selecionadas. Optámos também pelo TwoStep Cluster Analysis por ser um método que, para além de permitir analisar grandes amostras, trabalha com variáveis categorizadas e contínuas, possibilitando a sua divisão em clusters. A partir dessa divisão, é possível traçar o perfil dos indivíduos segmentados em cada cluster.

7


3. Discussão dos resultados De forma a utilizar o método Two Step Clusters, foram destacadas as variáveis “Género” (2), “Situação Profissional” (3), “Numa semana típica, quantas vezes utiliza as aplicações de saúde para telemóvel?” (10) e “As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim” (35). Após ser aplicado o critério AIC, foram obtidos os seguintes resultados: Gráfico 1 - Output do TwoStep Clusters

Figura 1 - Output do TwoStep Clusters

Estes permitiram-nos concluir, através da Figura 1, que a nossa amostra poderia ser segmentada em 3 Clusters, obtendo uma qualidade justa (fair). O Gráfico 1, por sua vez, apresenta a percentagem da nossa amostra a que corresponde determinado Cluster. Após esta análise, foram elaboradas tabelas de referência cruzada, de forma a cruzar os clusters obtidos com as variáveis selecionadas, tendo-se obtido o seguinte output: 3.1.1. Género Tabela de Referência Cruzada 1 - TwoStep Clusters vs. Género

Gráfico 2 - TwoStep Clusters vs. Género

Género Feminino Masculino TwoStep Cluster Number

1

Count % within Género

2

Count % within Género

3

Count % within Género

Total

Count % within Género

71

0

24,2%

0,0%

222

0

75,8%

0,0%

0

56

0,0%

100,0%

293

56

100,0%

100,0%

8


Constata-se, portanto, que aos Clusters 1 e 2 correspondem indivíduos do sexo feminino, ao invés do Cluster 3, que é constituído apenas por elementos do sexo masculino. É também possível aferir que foram inquiridos 293 mulheres e 56 homens. 3.1.2. Situação Profissional Tabela de Referência Cruzada 2 - TwoStep Cluster vs. Situação Profissional

Situação profissional estudante TwoStep Cluster Number

1

Count % within Situação profissional

2

Count % within Situação profissional

3

Count % within Situação profissional

Total

Count % within Situação profissional

empregado desempregado

reformado

outro

53

16

2

0

0

24,5%

17,4%

7,7%

0,0%

0,0%

136

56

22

3

5

63,0%

60,9%

84,6%

37,5%

71,4%

27

20

2

5

2

12,5%

21,7%

7,7%

62,5%

28,6%

216

92

26

8

7

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 3 - TwoStep Cluster vs. Situação Profissional

Conclui-se que todos os Clusters são maioritariamente constituídos por estudantes e empregados. Para

além

disto,

é

também

possível concluir que o Cluster 2 apresenta a grande maioria de desempregados inquiridos. De notar que os resultados podem ter sofrido

comprometimento

pelo

facto da quantidade de inquiridos na

situação

profissional

de

“estudante” e “empregado” ser manifestamente

superior

em

relação às restantes situações profissionais.

9


Conclui-se ainda que responderam ao inquérito, 216 estudantes, 92 empregados, 26 desempregados, 8 reformados e ainda 7 pessoas cuja situação profissional não pertence a nenhuma das categorias apresentadas.

3.1.3. Frequência de utilização de apps de saúde para telemóveis Tabela de Referência Cruzada 3 - TwoStep Clusters vs. Frequência de utilização

Numa semana típica, quantas vezes utiliza as aplicações de saúde para telemóvel? (Frequência de utilização) Nenhuma TwoStep 1 Count Cluster % within Frequência Number de utilização 2 Count % within Frequência de utilização? 3 Count % within Frequência de utilização Total

Count % within Frequência de utilização

1-3

4-6

7-9

Mais de 9

0

71

0

0

0

0,0%

88,8%

0,0%

0,0%

0,0%

204

0

13

2

3

83,3%

0,0%

76,5%

100,0%

60,0%

41

9

4

0

2

16,7%

11,3%

23,5%

0,0%

40,0%

245

80

17

2

5

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

Gráfico 4 - TwoStep Clusters vs. Frequência de utilização

É possível concluir que o Cluster

1

é

constituído

somente por indivíduos que, semanalmente,

utilizam

aplicações de saúde para telemóvel de 1 a 3 vezes. Por seu turno, os Clusters 2 e 3 são

maioritariamente

constituídos por indivíduos que não utilizam aplicações de saúde para telemóvel, embora o primeiro apresente ainda

um

número

considerável de indivíduos que utilizam aplicações de saúde para telemóvel entre 4 a 6

10


vezes por semana. É ainda relevante mencionar que responderam a este inquérito 245 pessoas que não utilizam aplicações de saúde para telemóvel, o que pode constituir um entrave no que toca à credibilidade de estudos realizados com base nesta amostra. 3.1.4. Importância dada às apps de saúde para telemóvel Tabela de Referência Cruzada 4 - TwoStep Clusters vs. Importância

As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim discordo totalmente discordo concordo TwoStep 1 Count Cluster % within As aplicações de saúde para Number telemóvel são muito importantes para mim

9

21

32

9

9,0%

16,5%

35,2%

29,0%

71

85

45

21

71,0%

66,9%

49,5%

67,7%

20

21

14

1

20,0%

16,5%

15,4%

3,2%

100

127

91

31

100,0%

100,0%

100,0%

100,0%

2 Count % within As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim 3 Count % within As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim Total

Count % within As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim Com

Gráfico 5 - TwoStep Clusters vs. Importância

concordo totalmente

base

na

análise

do

output

apresentado, é possível concluir que o Cluster 1 é constituído maioritariamente por

indivíduos

que

consideram

as

aplicações de saúde para telemóvel moderadamente

importantes.

Note-se

que estes indivíduos selecionaram a opção “Concordo” ao invés da opção “Concordo Totalmente”. Já os Cluster 2 e 3 apresentam-se muito semelhantes no que toca a esta variável, uma vez que ambos são maioritariamente constituídos por indivíduos que discordam (moderada e totalmente) da afirmação, o que significa que não atribuem importância às apps de saúde para mobile. De constatar que a maioria dos inquiridos (227 indivíduos) não considera as referidas aplicações importantes.

11


3.1.5. Perfil dos indivíduos Torna-se, com base nos dados acima analisados, possível traçar o perfil dos indivíduos presentes em cada um dos Clusters. De notar que o critério utilizado é o da maioria, pelo que serão contemplados os dados mais recorrentes em cada Cluster. Tabela 2 - Perfil dos Indivíduos

Cluster Variável Género (2)

Situação Profissional (3)

Cluster 2

Cluster 3

(63,6%)

(16%)

Feminino

Feminino

Masculino

Estudante;

Estudante;

Empregado

Empregado

Cluster 1 (20,3%)

Frequência de Utilização

1-3 vezes por

(10)

semana

As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim” (35)

3.2.

Concordo

Estudante; Empregado; Desempregado

Nenhuma

Nenhuma

Discordo;

Discordo;

Discordo

Discordo

Totalmente

Totalmente

Frequência com que são utilizadas as apps de saúde para telemóvel

Gráfico 6 - Numa semana típica, quantas vezes utiliza as aplicações de saúde para telemóvel?

A partir da análise do gráfico, é possível constatar que os inquiridos não se mostram totalmente desinteressados, apresentando um uso consideravelmente regular de aplicações móveis. Segundo Fox e Duggan (2012), os utilizadores de smartphones cada

12


vez mais procuram informação neste tipo de aplicações, o que não se verifica no nosso estudo.

70,2% afirmam não aceder nenhuma vez por semana a este tipo de aplicações relacionadas com saúde. Logo a seguir, com 23%, encontram-se aqueles que utilizam entre uma a três vezes por semana. De notar que existem mais inquiridos a utilizar aplicações de saúde para telemóvel “Mais de 9” vezes do que indivíduos que as utilizam “Entre 7 e 9” vezes por semana. 3.3.

Benefícios das apps de saúde para telemóvel

Gráfico 6 - A utilização de aplicações de saúde para telemóvel, é benéfica

Para a maioria da população, precisamente 51,86%, a utilização de aplicações de saúde revela-se moderadamente benéfica. Esta tendência contextualiza-se no panorama de crescimento das aplicações móveis, nomeadamente as de saúde.

As aplicações de saúde apresentam benefícios para os utilizadores na medida em que respondem às necessidades dos indivíduos com base nas suas especificidades. Segundo Augustin, Yamin, Geyer, e Barbosa (2001), “Mais do que transferir e adaptar as aplicações baseadas em equipamento desktop para trabalhar na plataforma móvel, requer - se facilidades de desenvolvimento para uma nova geração de aplicações, as quais podem interagir inteligentemente com o usuário, baseado no conhecimento de seu ambiente”. A segunda percentagem com maior expressão corresponde ao “Concordo totalmente”, com 22,35%, que corrobora com a ideia de que as aplicações de saúde correspondem às expectativas e necessidades dos seus utilizadores.

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A percentagem diametralmente oposta, “Discordo totalmente”, apresenta uma percentagem irrisória de 6,30%, o que demonstra que existem poucos utilizadores que não encontram nas aplicações de saúde qualquer benefício para a sua vida quotidiana. Gráfico 7 - Os benefícios da utilização das aplicações de saúde para telemóvel são visíveis

Os resultados desta variável são bastante similares, o que não nos permite tirar conclusões imediatas acerca do comportamento dos indivíduos. 48,43% dos inquiridos não concordam quando questionados acerca da visibilidade dos benefícios da utilização das aplicações móveis, sendo que 17,48% discordam de forma total. Por outro lado, 51,57% dos inquiridos dizem concordar com esta afirmação, de entre os quais, 13,75% totalmente.

3.4.

Motivações para a utilização de apps de saúde para telemóvel Gráfico 8 - Fui motivado para as aplicações de saúde para telemóvel através dos media

Mais de metade dos inquiridos (62.75%) diz não ter sido motivado pelos media para utilizar aplicações móveis de saúde, sendo que apenas 37.24% concorda em parte ou

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totalmente com a afirmação “Fui motivado para as aplicações de saúde para telemóvel através dos media”. Esta variável permite-nos explorar o poder de persuasão que os media têm no que concerne a este tipo de aplicações. 3.5.

Importância das apps de saúde para telemóvel Gráfico 9 - As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim

A maioria dos inquiridos ( 65%) não atribui uma grande importância às aplicações de saúde para telemóvel, discordando, de alguma forma (moderada ou totalmente), da afirmação “As aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes para mim.”. De entre os restantes ( 35%), apenas 8,88% considera que as aplicações de saúde para telemóvel são muito importantes nas suas vidas. Esta variável permite explicar o impacto que as apps de saúde para telemóvel têm no quotidiano dos indivíduos.

15


3.6.

Motivações decorrentes da utilização de apps de saúde

Gráfico 10 - As aplicações de saúde para telemóvel utilizadas fazem com que me sinta mais motivado para melhorar a saúde

A grande maioria dos inquiridos (61,03%) considera-se mais motivado para melhorar a saúde pela utilização de aplicações de saúde para telemóvel, embora apenas 21,2% destes concorde totalmente com a afirmação “As aplicações de saúde para telemóvel utilizadas fazem com que me sinta mais motivado para melhorar a saúde.”. Esta variável permite explicar o impacto que as aplicações de saúde para telemóvel têm no quotidiano dos indivíduos.

4. Conclusão O estudo realizado permitiu compreender a expressão que as aplicações de saúde para telemóvel têm na população e o consequente impacto nos seus utilizadores.

Através da análise dos dados obtidos, verificou-se a presença recente das aplicações móveis de saúde no quotidiano dos seus utilizadores. No entanto, o seu impacto revela uma expressão significativa e com pronúncios de crescimento.

As apps de saúde para telemóvel têm sido alvo de pouca atenção mediática, pelo que os indivíduos não têm conhecimento deste tipo de aplicações através deste meio.

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A utilização deste tipo de aplicações móveis revela-se benéfica, apesar de quase metade dos inquiridos não conseguir ver resultados derivados do uso destas apps. Isto pode ser uma das causas que leva a que mais de metade dos indivíduos não dêem grande importância às aplicações móveis de saúde, apesar de afirmarem que estas aumentam a sua motivação para melhorarem a sua saúde.

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