Anayde Beiriz MDP

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Material Digital do Professor ENSINO MÉDIO Elaborado por Maria Carolina Rahal Gonzalez Bruno Gradella Vicente Castro CC BY NC 4.0 International

Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.


Anayde Beiriz – uma biografia em quadrinhos 1a edição – João Pessoa/PB – 2021 Material Digital do Professor Ensino Médio Elaboração: Maria Carolina Rahal Gonzalez, Bruno Gradella, Vicente Castro Coordenação editorial: Nilcéia Esposito / Book Maker Composição Editorial Edição: Daniel Orlando e Flavia Brandão Assistência editorial: Paula Dias Revisão: Book Maker Composição Editorial Diagramação: Nany Produções Gráficas

JC DISTRIBUIDORA DE LIVROS EIRELI Avenida dos Tabajaras, 960 - Centro - João Pessoa/PB, CEP 58.013-270

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Sumário Carta ao professor ......................................................................................4 Na ponta da língua ......................................................................................6 Proposta de atividades I Ampliando horizontes.............................................................................. 13 Proposta de atividades II Mergulhando na obra .............................................................................. 17 Aprofundamento Novos caminhos ....................................................................................... 28 Referências complementares Organizando a estante ........................................................................... 30 Bibliografia comentada

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Carta ao professor Caro professor, Este material digital do professor tem como objetivo fornecer subsídios para o trabalho com a obra literária Anayde Beiriz – uma biografia em quadrinhos, de Luyse Costa. A obra, no formato de história em quadrinhos, conta a história de vida de Anayde Beiriz, uma das mulheres mais ousadas da Paraíba no início do século 20. Anayde foi uma mulher à frente do seu tempo. Sempre apreciou a leitura e era uma incondicional amante da liberdade. Inconformada com os limites sociais impostos às mulheres, estudou e se tornou professora de uma colônia de pescadores, tendo também realizado publicações textuais sobre os mais diversos assuntos, muitos dos quais, foram considerados “ousados demais” para seu tempo. Entretanto, sua trajetória e representação histórica ficaram marcadas pelo escândalo político que resultou no assassinato do presidente João Pessoa. Na manhã de 26 de Julho de 1930, João Pessoa, recentemente eleito Presidente da República pelo Partido Liberal, foi morto por seu desafeto e adversário político histórico, João Dantas, do Partido Republicano Conservador, com quem Anayde tinha um relacionamento amoroso.

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A história de Anayde contada através dos quadrinhos Anayde esteve entre as primeiras mulheres do Brasil e da Paraíba que aderiram ao Modernismo no cenário da Semana de Arte Moderna, se utilizando das características antropofágicas em suas poesias, crônicas e contos, expressando temas ligados ao cotidiano vivido pelas mulheres daquela época. O gênero literário de Anayde Beiriz – Uma biografia em quadrinhos, de Luyse Costa é a história em quadrinhos, ou seja, uma narrativa composta por texto e imagem. Ela é composta pelos elementos básicos de uma narrativa como: enredo, personagem, tempo, local, sendo também caracterizada por uma sequência de desenhos, nos quais o leitor observa a situação – cumprindo o papel de um texto descritivo –, e de balões com formas variadas que mostram os diálogos dos personagens ou seus pensamentos. A obra apresenta a biografia da poetisa e professora paraibana Anayde Beiriz, uma figura importante na década de 1920 na Paraíba pelo seu desempenho ativista às causas feministas.

QUADRO RESUMO Gênero

Tema

História em quadrinhos

Feminismo e igualdade de gênero

A autora faz uso dos quadrinhos para contar a história de Anayde Beiriz, escritora paraibana.

Anayde faz parte da história feminista no Brasil. Mulher de vanguarda, lutou pela emancipação feminina durante sua vida toda.

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Na ponta da língua Proposta de atividades I Antes da leitura DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação. (EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede. (EM13LP12) Selecionar informações, dados e argumentos em fontes confiáveis, impressas e digitais, e utilizá-los de forma referenciada, para que o texto a ser produzido tenha um nível de aprofundamento adequado (para além do senso comum) e contemple a sustentação das posições defendidas. (EM13LP20) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/ problemas/ questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins.

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1. Na atividade de pré-leitura, sugere-se, para que haja uma maior compreensão dos alunos das questões entremeadas na obra e na vida de Anayde Beiriz, que seja aberta uma roda de conversa livre sobre o feminino, o feminismo e o histórico da mulher frente à sociedade e à família, bem como os movimentos de emancipação e a oposição conservadora. Ao final, devem os alunos produzir um texto argumentativo-opinativo sobre as questões. Para orientar a roda de conversa comece com questionamentos como: • Você conhece alguma mulher que foi impedida de trabalhar por ser mulher? • Para as alunas da turma: vocês já sentiram que não poderiam estar em algum lugar por ser mulher? Após as respostas dos alunos, apresente dados sobre a situação da mulher no Brasil. Você pode encontrar informações no site do IBGE, em estatísticas de gênero. Ao compreender a situação da mulher nos dias de hoje, os alunos terão mais repertório para a leitura da biografia em quadrinhos de Anayde, uma mulher que enfrentou as convenções sociais da época (anos 1920) para manter vivo seu sonho de escrever. Espera-se que os alunos compreendam que as mulheres passam por problemas relacionados ao seu gênero. Em pleno século XXI as mulheres ainda recebem menos para exercer as mesmas funções que homens. Há também o assédio, que mesmo com campanhas para a denúncia e leis recentes, as mulheres não encontram canais públicos para falar sobre o assunto. Há ainda falta de incentivo à participação das mulheres na Ciência e na política, o que leva a jovens a não pensar nessas áreas como possibilidade de carreira para o futuro. É importante que os alunos homens participem da conversa e escutem os anseios e problemas que suas colegas passam. Apenas com a ajuda de todos que conseguiremos a igualdade de gêneros. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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Durante a leitura DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais). (EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como na recepção, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, usando/ reconhecendo adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temática, e organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência; tese/argumentos; problema/ solução; definição/exemplos etc.). (EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.

2. Durante a leitura, sugerimos que os alunos busquem outras fontes para conhecer melhor da biografia da protagonista da obra que está sendo lida. Atente à postura contestadora de Anayde e quais são suas contribuições para a emancipação feminina. Também, para formar um arcabouço intertextual mais robusto, sugere-se que se pesquise também sobre o Modernismo e a Semana de Arte Moderna de 1922 e os impactos destes no desenvolvimento da temática ora abordada. A Semana de Arte Moderna marcou uma ruptura na literatura brasileira. Autores contemporâneos à Anayde Beiriz, como Mário de Andrade, foram influência em sua carreira e seu estilo de vida.

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Semana da Arte Moderna A Semana de Arte Moderna realizou-se no Teatro Municipal de São Paulo nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. A conferência de Graça Aranha intitulada "A emoção estética da arte moderna" abriu o evento. Houve ainda palestras, conferências e discursos de escritores como Ronald de Carvalho, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Entre os pintores que participaram da Semana estavam Anita Malfati, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Oswaldo Goeldi, John Graz, Zina Aita, Inácio da Costa Ferreira, João Fernando de Almeida Prado, Antônio Paim Vieira e Alberto Martins Ribeiro. Tomaram parte também os escultores Vitor Brecheret, Wilhelm Haerberg e Hildergardo Leão Veloso, e os arquitetos Antônio Garcia Moya e Georg Przyrembel. Os músicos modernistas que participaram da Semana foram Villa-Lobos, Guiomar Novaes, Ernani Braga, Frutuoso Viana, Paulina D'Ambrosio, Lucília Villa-Lobos, Alfredo Corazza, Pedro Vieira, Antão Soares, Orlando Frederico e outros coadjuvantes. A dança teve a contribuição de Yvonne Daumierie. Vários outros escritores estiveram presentes, dando apoio aos conferencistas. Entre eles, Guilherme de Almeida, Agenor Barbosa, Plínio Salgado, Cândido Mota Filho, Renato de Almeida, Sérgio Buarque de Holanda, Paulo Prado, Henri Mugnier, Rubens Borba de Morais e Luís Aranha. Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/ anos20/ArteECultura/SemanaDaArteModerna>. Acesso em 15 de abril de 2021.

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Depois de ler DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias como forma de ampliar suas as possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/ na realidade. (EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas. (EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e sem preconceito linguístico. (EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais. (EM13LP15) Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do texto, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio histórico mais geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à variedade linguística apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir. (EM13LP16) Produzir e analisar textos orais, considerando sua adequação aos contextos de produção, à forma composicional e ao estilo do gênero em questão, à clareza, à progressão temática e à variedade linguística empregada, como também aos elementos relacionados à fala (modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.).

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(EM13LP29) Resumir e resenhar textos, com o manejo adequado das vozes envolvidas (do autor da obra e do resenhador), por meio do uso de paráfrases, marcas do discurso reportado e citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas. (EM13LP30) Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, experimento científico, levantamento de dados etc.), usando fontes abertas e confiáveis, registrando o processo e comunicando os resultados, tendo em vista os objetivos colocados e demais elementos do contexto de produção, como forma de compreender como o conhecimento científico é produzido e apropriar-se dos procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na realização de pesquisas. (EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.).

3. Como atividade pós-leitura, e inspirados pela obra Anayde Beiriz – uma biografia em quadrinhos, sugerimos a produção de uma fanzine. Fanzine é uma publicação não oficial e não profissional, realizada por fãs ou entusiastas de uma determinada obra ou de um determinado universo. A característica artesanal desse tipo de produção permite que os amantes de uma determinada história possam interagir com ela, completá-la, expandi-la, restaurá-la, preenchendo seus furos de roteiro, por exemplo, entre outros. Na obra, viu-se que Anayde gostava muito de escrever cartas. Uma sugestão para a fanzine é criar uma correspondente para Anayde, com quem discutiria questões do seu dia a dia e a repressão do machismo estrutural que sofriam. Ou, então, abordar como foram os dias após a prisão de João Dantas. Nesse caso, os alunos poderiam ler a peça As troianas, de Eurípedes. Podem também criar narrativas completando momentos não abordados na obra sobre o cotidiano da protagonista. A produção final pode ser exibida e divulgada na página do colégio. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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No canal da TV Brasil do YouTube você encontra uma matéria sobre a produção de fanzines durante evento em Brasília, DF. A matéria está diponível no seguinte link: https://www.youtube.com/ watch?v=nd8xsioAJBs. Acesso em 9 de março de 2021. As troianas, de Eurípedes (480 a.C. a 406 a.C.), conta a história das mulheres escravizadas após a Guerra de Troia. A peça é marcada pelo sofrimento e brutalidade da guerra e suas consequências. Escrita por volta de 400 a.C., a peça continua atual ao condenar a brutalidade contra as mulheres. Sugerimos também o filme homônimo, baseado na peça teatral de 1971, dirigido por Michael Cacoyannis.

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Ampliando horizontes Proposta de atividades II A obra Anayde Beiriz – uma biografia em quadrinhos possibilita trabalhos interdisciplinares e integradores de diferentes campos do saber e áreas de conhecimento. A seguir, propomos algumas atividades que podem ser desenvolvidas conjuntamente com professores de outras áreas. Além das habilidades de Linguagens e suas Tecnologias e de Língua Portuguesa, indicadas nas etapas da seção anterior e válidas também para esta, listamos a seguir as habilidades de outras áreas, presentes na abordagem interdisciplinar: DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13CNT201) Analisar e discutir modelos, teorias e leis propostos em diferentes épocas e culturas para comparar distintas explicações sobre o surgimento e a evolução da Vida, da Terra e do Universo com as teorias científicas aceitas atualmente. (EM13CNT303) Interpretar textos de divulgação científica que tratem de temáticas das Ciências da Natureza, disponíveis em diferentes mídias, considerando a apresentação dos dados, tanto na forma de textos como em equações, gráficos e/ou tabelas, a consistência dos argumentos e a coerência das conclusões, visando construir estratégias de seleção de fontes confiáveis de informações. (EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. (EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, evolução, modernidade etc.), avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-as a narrativas que contemplem outros agentes e discursos. Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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(EM13CHS106) Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais, incluindo as escolares, para se comunicar, acessar e difundir informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (EM13CHS401) Identificar e analisar as relações entre sujeitos, grupos e classes sociais e sociedades com culturas distintas diante das transformações técnicas, tecnológicas e informacionais e das novas formas de trabalho ao longo do tempo, em diferentes espaços (urbanos e rurais) e contextos.

Antes da leitura

4. Para uma melhor compreensão do contexto da época, sugere-se nessa atividade que os alunos produzam um artigo enciclopédico abordando a República Velha e a Revolução de 1930. Para isso, recomenda-se a participação dos professores de Ciências Humanas para auxiliá-los a compreender a estruturação política do período, bem como as mudanças sociais e econômicas que o país viveu entre 1889 e 1930. Sugere-se, também, convidar professores de Ciências da Natureza para auxiliar os alunos com a manipulação de dados estatísticos e a eventual formulação de gráficos, visando, assim, enriquecer o trabalho. Apresente o texto biográfico de Anayde para os professores de Ciências Humanas. Eles podem trazer informações importantes sobre o contexto do período e ainda trazer mais repertório sobre a região de moradia de Anayde, a Paraíba, e a importância de sua pessoa para o estado. O professor também pode trazer informaçõs importantes sobre o movimento sufragista do período, envolvendo a luta das mulheres pelo voto. Mais repertório para o aluno, significa uma leitura mais abrangente e crítica por parte dos alunos. O auxílio dos professores de Ciências da Natureza pode ser pontual, mas de extrema importância para a análise dos dados.

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Durante a leitura

5. Anayde Beiriz foi uma poetisa brasileira que enfrentou a sociedade majoritariamente masculina e se formou professora. Anayde também defendia a participação das mulheres na vida política, ação que era muito malvista pela sociedade na década de 1920. A mulher brasileira conquistou o direito de exercer sua vida política através do voto apenas em 1932, mas outras dinâmicas patriarcais continuavam vigentes, como a impossibilidade do divórcio e a obrigação de acrescentar o sobrenome do marido ao seu. Os tempos passaram e as mulheres ganharam o direito de poder exercer seu livre arbítrio, vivemos em um novo contexto e em uma nova cultura, mas ainda há muito para se fazer. Mulheres que recebem salários menores do que seus colegas homens exercendo a mesma função, dupla jornada de trabalho e preconceitos velados para com mães solos e com as mulheres que não pretendem ser mães, são os novos desafios para as mulheres do século XXI. Em conjunto com os professores de Ciências Humanas, retome os assuntos debatidos na atividade 1 de Língua Portuguesa. Apresentem em conjunto dados coletados no IBGE e discutam com os alunos possibilidades de mudanças para a próxima geração. Solicite também que façam um apontamento de tudo o que Anayde foi impedida de fazer por ser mulher durante a leitura e comparem com os dados de hoje.

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Depois da leitura

6. Por fim, sugira a produção de uma matéria jornalística, valendo-se de recursos textuais e de vídeo, em que as pautas feministas deverão ser abordadas. A discussão do empoderamento da mulher e seu acesso a lugares antes restritos aos homens é presente, bem como é contemporânea as ponderações acerca das dificuldades ainda encontradas. Para a realização deste trabalho, divida a sala em grupos, cada um deve observar alguma questão perene da atualidade e, com todo o material até então desenvolvido nas atividades até agora, deverão produzir uma reportagem, discutindo essa questão a luz de pontos como: igualdade de gênero, padrões de beleza e representatividade. O conteúdo final poderá ser exibido para a sala e divulgado na página da escola. Caso seja possível, trabalhe com a comunidade escolar. Após a exibição da reportagem, incentive os alunos a criar um conselho de classe voltado para as pautas das alunas da escola. Um local onde elas podem se sentir seguras, de incentivo aos estudos e de reforço à igualdade de gênero.

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Mergulhando na obra Aprofundamento Ao chegar ao Ensino Médio, é necessário que os estudantes se aprofundem na compreensão das múltiplas linguagens e, sobretudo, da linguagem literária. Em relação à literatura, a BNCC traz as seguintes considerações: “[...] a leitura do texto literário, que ocupa o centro do trabalho no Ensino Fundamental, deve permanecer nuclear também no Ensino Médio. Por força de certa simplificação didática, as biografias de autores, as características de épocas, os resumos e outros gêneros artísticos substitutivos [...], têm relegado o texto literário a um plano secundário do ensino. Assim, é importante não só (re)colocá-lo como ponto de partida para o trabalho com a literatura, como intensificar seu convívio com os estudantes. Como linguagem artisticamente organizada, a literatura enriquece nossa percepção e nossa visão de mundo. Mediante arranjos especiais das palavras, ela cria um universo que nos permite aumentar nossa capacidade de ver e sentir. Nesse sentido, a literatura possibilita uma ampliação da nossa visão do mundo, ajuda-nos não só a ver mais, mas a colocar em questão muito do que estamos vendo e vivenciando.” (Brasil, 2018, p. 491)

Nesta seção, desenvolvemos um trabalho de aprofundamento que, em diálogo com a formação continuada de professores, oferece subsídios para a abordagem do texto literário.

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UMA MULHER DE SEU TEMPO E À FRENTE DE SEU TEMPO

Anayde Beiriz se formou na escola, aos 17 anos em 1922, mesmo ano da realização da Semana de Arte Moderna. Jovem, ávida leitora, estava ciente dos acontecimentos que chacoalharam a conservadora sociedade paulistana no ano de sua graduação. Atenta ao protagonismo das mulheres na Semana de Arte Moderna, Anayde aplicou em sua vida fundamentos propostos pelas modernistas, não só em sua produção artística e literária, mas também na sua militância por um mundo mais livre para o feminino. Sem as obrigações pré-determinadas por pais ou maridos. Almejava um universo onde a mulher pudesse se realizar como desejasse, a partir de seu próprio coração e pensamento, sem a necessidade de um avalista masculino. Naturalmente, isso chocava a sociedade paraibana de seu tempo. Não obstante, talvez sua trajetória tivesse seguido um caminho mais tranquilo não fosse seu relacionamento amoroso. Este sim, também escandalizava a sociedade, em razão da grande diferença de idade dos componentes do casal. Mas o que mais marcou esse relacionamento foi o desfecho trágico, quando seu parceiro, João Dantas, assassinou seu adversário político João Pessoa, recentemente eleito Presidente da República. Este evento foi o estopim para a Revolução de 1930. Esta Revolução representou o transbordar de uma tensão política que encampava grande parte das elites nacionais. Foi o movimento armado, liderado pelos estados da Paraíba, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que resultou com o golpe de Estado de 1930. O período da Revolução de 1930 foi palco de manifestações lideradas por grupos urbanos que consolidaram as transformações comportamentais e a adoção de novos hábitos que expressavam a insatisfação da mulher diante da inexistência de espaço social, da falta de representante no domínio da política e da economia, e da aspiração de autonomia e igualdade com os homens.

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Em verdade, essa Revolução mudou para sempre o país, tanto nos campos sociais e econômicos. Entretanto, por estar no epicentro dos acontecimentos que levaram ao estopim, Anayde acabou sofrendo as consequências do assassinato do rival de seu amado de maneira mais dura, tendo sido esse, muito provavelmente, também o estopim do fim de sua vida.

A REVOLUÇÃO DE 1930 Para você ter um panorama melhor sobre o momento político vivido por Anayde é importante se atentar para o período entre os anos 1894 e 1930, no qual dois grupos exerceram maior influência política e econômica no Brasil: os fazendeiros do estado de São Paulo e os do estado de Minas Gerais. Período que ficou conhecido como “Política do café com leite”, fazendo uma referência a produção agrícola da região. Desde a Constituição de 1891 (promulgada após a proclamação da República) o voto era permitido apenas a homens acima de 21 anos. No entanto, o número de eleitores era pequeno, considerando ainda que a maior parte da população ainda não tinha direito a voto, como mulheres, militares de baixa patente e analfabetos. Temos que levar em consideração que a escravidão no Brasil só foi abolida em 1888, ou seja, até 1930, as marcas deste período eram muito presentes (assim como são presentes até os dias de hoje). Os escravizados não tinham acesso à educação, portanto, uma maioria negra era considerada analfabeta e não tinha a permissão de votar. As mulheres no Brasil só puderam votar a partir de 1932, após a Revolução de 1930. Com isso, os eleitores brasileiros do período eram homens e, em sua maioria, brancos da elite. Durante o período da 1ª República, o voto era aberto, ou seja, não era secreto como hoje. Prevaleceu um sistema violento de controle da população pobre que podia votar. As eleições eram constantemente fraudadas, pois, a elite intervia no resultado, de forma a favorecê-la. Prudente de Morais foi o primeiro presidente brasileiro a se favorecer Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons – Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International). Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam licenciadas sob os mesmos parâmetros.

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deste tipo de eleição. O paulista ocupou o cargo entre 1894 a 1898. Foi o primeiro civil a ocupar o cargo, após os mandatos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, ambos militares. O mandato seguinte foi novamente paulista, Campos Sales ocupou o cargo entre 1898 e 1902. Sales criou duas frentes de controle social, a Política de Governadores e o coronelismo. Por meio da Política de Governadores, o presidente fazia alianças com as oligarquias locais, que em troca, favoreciam determinado grupo político no poder, como na eleição de governadores, e no Congresso. As oligarquias, geralmente, eram comandadas por coronéis, que eram ricos fazendeiros vindos de famílias da elite local. A relação entre governadores e coronéis garantia a manutenção do poder oligárquico paulista e mineiro. Os votos eram controlados por dois grupos políticos o PRP – Partido Republicano Paulista e PRM – Partido Republicano Mineiro. Com o passar dos anos, essa política começou a gerar insatisfação em vários grupos, entre eles os militares, agora distantes do poder. Surgiram diversos movimentos de contestação ao governo federal e aos governos locais, principalmente contra o poder dos coronéis. É nesse contexto que em 1930 as eleições foram marcadas por tensões entre os grupos opositores e as oligarquias. De acordo com a “Política do café com leite” era a vez de um presidente paulista ceder lugar a um presidente mineiro. Mas o presidente naquele momento, Washington Luís, insistia na candidatura de Júlio Prestes (paulista). A discussão entre paulistas e mineiros abriu possibilidades para que outras oligarquias entrassem na disputa presidencial. As lideranças políticas de Minas Gerais se uniram às lideranças do Rio Grande do Sul e Paraíba. Juntos formaram a Aliança Liberal. Eles lançaram Getúlio Vargas (que era filho de general e fazendeiro), governador geral do Rio Grande do Sul e, para vice, o candidato João Pessoa, da Paraíba, ambos defendiam os interesses das elites regionais não ligadas ao setor cafeeiro. Contudo, o processo eleitoral, como sempre, foi fraudado na eleição de março de 1930, dando vitória a Júlio Prestes. A chapa de oposição, Aliança Liberal, aceitou a derrota, mas passou a planejar um ataque para impedir a posse do presidente eleito.

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Em julho de 1930, aconteceu o assassinato do candidato à vice-presidência da Aliança Liberal, João Pessoa, como vimos em Anayde. Esse fato foi utilizado como motivo para dar início à chamada Revolução de 1930. Em outubro de 1930, as tropas da Aliança Liberal destituem do governo o presidente Washington Luís, dando o cargo para Getúlio Vargas, que foi oficializado, em 3 de novembro chefe do governo provisório. Instaurava-se, no país, um novo período republicano, a República Nova ou Era Vargas, como ficou mais conhecida.

UMA OBRA DA ATUALIDADE Por que as falas e atitudes de Anayde Beiriz na década de 1920 ecoam ainda nos dias de hoje? As reflexões sobre a posição social da mulher contemporânea caminham ainda sobre o reflexo de lutas como a de Anayde. Conhecer estas personagens do passado é também reconhecer e cobrar, como sociedade, que estas pautas estejam sempre em evidência e discussão para que, de fato, sejam tomadas as devidas ações de mudança e igualdade. Os registros históricos e literários sobre a emancipação feminina deixadas por Anayde Beiriz resgatam a história de luta desta mulher que revolucionou a arte de ensinar e de escrever a história das mulheres paraibanas e, ao mudar o curso da própria história, provocou um anseio de mudança no âmbito nacional. Esta obra, além de contemporânea no seu caráter gráfico, pois estamos cada vez mais imersos num universo da comunicação que dialoga a palavra com a imagem, trata sobre questões de grande interesse social, que é a questão da igualdade de gênero. Trazer esta e outras possibilidades de leitura, em diversos formatos, sobre esta pauta enriquece o debate dentro e fora de sala de aula.

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SUGESTÕES DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES: RELAÇÕES DIALÓGICAS E INTERTEXTUAIS DE OLHO NA BNCC As atividades sugeridas nesta subseção contemplam as seguintes habilidades propostas pela BNCC: (EM13LP03) Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades. (EM13LP04) Estabelecer relações de interdiscursividade e intertextualidade para explicitar, sustentar e conferir posicionamentos e para construir e corroborar explicações e relatos, fazendo uso de citações e paráfrases devidamente marcadas. (EM13LP50) Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de diferentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico e de momentos históricos diversos, explorando os modos como a literatura e as artes em geral se constituem, dialogam e se retroalimentam. (EM13LP52) Analisar obras significativas da literatura brasileira e da literatura de outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição, estilo, aspectos discursivos), ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais, considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente.

No Ensino Médio, da mesma forma que no Ensino Fundamental, a BNCC organiza o trabalho com as práticas de linguagem em cinco campos de atuação social. São eles: campo da vida pessoal, campo da vida pública, campo jornalístico-midiático, campo artístico-literário e campo das práticas de estudo e pesquisa. De acordo com essa divisão, propomos na sequência um trabalho interdiscursivo e intertextual com a obra Anayde Beiriz – uma biografia em quadrinhos.

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CAMPO DA VIDA PESSOAL “O campo da vida pessoal pretende funcionar como espaço de articulações e sínteses das aprendizagens de outros campos postas a serviço dos projetos de vida dos estudantes. As práticas de linguagem privilegiadas nesse campo relacionam-se com a ampliação do saber sobre si, tendo em vista as condições que cercam a vida contemporânea e as condições juvenis no Brasil e no mundo. Está em questão também possibilitar vivências significativas de práticas colaborativas em situações de interação presenciais ou em ambientes digitais e aprender, na articulação com outras áreas, campos e com os projetos e escolhas pessoais dos jovens, procedimentos de levantamento, tratamento e divulgação de dados e informações e o uso desses dados em produções diversas e na proposição de ações e projetos de natureza variada, para fomentar o protagonismo juvenil de forma contextualizada.” (BNCC, p. 502)

• Na obra lida, é ressaltado que Anayde gostava muito de escrever cartas. Hoje, raramente se escreve uma carta nos moldes como era feito até quarenta anos atrás. Hoje, prefere-se sua versão eletrônica, o e-mail. Entretanto, há alguns elementos estruturais que eram comuns às cartas e permanecem nos e-mails, como a existência de um remetente e um destinatário, a utilização de uma saudação (formal ou informal), o corpo da carta, a despedida, a assinatura e data e um eventual post scriptum, o p.s. Observe esses elementos com os alunos. Em seguida, peça que escrevam um e-mail fictício a uma pessoa querida, contando sobre a leitura do livro e as atividades que produziram.

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CAMPO DE ATUAÇÃO NA VIDA PÚBLICA “No cerne do campo de atuação na vida pública estão a ampliação da participação em diferentes instâncias da vida pública, a defesa dos direitos, o domínio básico de textos legais e a discussão e o debate de ideias, propostas e projetos. [...] Ainda no domínio das ênfases, indica-se um conjunto de habilidades que se relacionam com a análise, discussão, elaboração e desenvolvimento de propostas de ação e de projetos culturais e de intervenção social.” (BNCC, p. 502)

• Ao longo da leitura da obra e das atividades realizadas, foi abordado o tema do feminismo e muitas de suas decorrências. Entre elas, a questão da atuação da mulher no mercado de trabalho, mais especificamente, como, apesar de muitas vezes restarem em mesmos postos ou postos até superiores, as mulheres ainda ganham salários inferiores aos homens. Solicite que os alunos busquem dados acerca da questão, procurando matérias de jornais e estudos acadêmicos. Esta atividade pode contar com a participação dos professores de Ciências Humanas e Ciências da Natureza. A ideia é produzir uma apresentação ou quadro mural a respeito da questão, em que serão apresentados dados, estatísticas, gráficos, bem como possíveis explicações sociológicas sobre essa situação.

CAMPO JORNALÍSTICO-MIDIÁTICO “Em relação ao campo jornalístico-midiático, espera-se que os jovens que chegam ao Ensino Médio sejam capazes de: compreender os fatos e circunstâncias principais relatados; perceber a impossibilidade de neutralidade absoluta no relato de fatos; adotar procedimentos básicos de checagem de veracidade de informação; identificar diferentes pontos de vista diante de questões polêmicas de relevância social; avaliar argumentos utilizados e posicionar-se em relação a eles de forma ética;

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identificar e denunciar discursos de ódio e que envolvam desrespeito aos Direitos Humanos; e produzir textos jornalísticos variados, tendo em vista seus contextos de produção e características dos gêneros. Eles também devem ter condições de analisar estratégias linguístico-discursivas utilizadas pelos textos publicitários e de refletir sobre necessidades e condições de consumo. No Ensino Médio, os jovens precisam aprofundar a análise dos interesses que movem o campo jornalístico midiático, da relação entre informação e opinião, com destaque para o fenômeno da pós-verdade, consolidar o desenvolvimento de habilidades, apropriar-se de mais procedimentos envolvidos na curadoria de informações, ampliar o contato com projetos editoriais independentes e tomar consciência de que uma mídia independente e plural é condição indispensável para a democracia. Como já destacado, as práticas que têm lugar nas redes sociais têm tratamento ampliado.” (BNCC, p. 502-503)

• A representação da mulher na literatura ou na mídia quase sempre foi relacionada a um determinado lugar na sociedade. O lugar de mãe, de esposa, de prostituta, da amante, mas não havia a mulher representando o papel da mulher. Assim como Anayde, única mulher a se formar em sua turma, muitas mulheres também foram pioneiras em profissões exclusivas para homens. Atualmente ainda acompanhamos manifestações de empoderamento das mulheres para atividades básicas, como ter a licença para dirigir na Arábia Saudita. Proponha aos alunos que pesquisem sobre a representação das mulheres em veículos midiáticos ao longo da história e compartilhem quais são os papéis que elas desempenham nessas produções.

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CAMPO ARTÍSTICO-LITERÁRIO “No campo artístico-literário buscam-se a ampliação do contato e a análise mais fundamentada de manifestações culturais e artísticas em geral. Está em jogo a continuidade da formação do leitor literário e do desenvolvimento da fruição. A análise contextualizada de produções artísticas e dos textos literários, com destaque para os clássicos, intensifica-se no Ensino Médio. Gêneros e formas diversas de produções vinculadas à apreciação de obras artísticas e produções culturais (resenhas, vlogs e podcasts literários, culturais etc.) ou a formas de apropriação do texto literário, de produções cinematográficas e teatrais e de outras manifestações artísticas (remidiações, paródias, estilizações, videominutos, fanfics etc.) continuam a ser considerados associados a habilidades técnicas e estéticas mais refinadas. A escrita literária, por sua vez, ainda que não seja o foco central do componente de Língua Portuguesa, também se mostra rica em possibilidades expressivas.” (BNCC, p. 503)

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Anayde foi uma poetisa brasileira e encontrou na escrita a liberdade que tantas mulheres almejam, mesmo nos dias de hoje: a liberdade de poder se expressar e de poder realizar suas escolhas de maneira segura. O século XX conta a com a presença de grandes escritoras e grandes personagens que representam a mulher em seu infinito particular, como Clarice Lispector, autora de A Hora da Estrela, que nos apresenta Macabéa, não apenas fisicamente, mas nos faz mergulhar em cada pensamento da personagem. Proponha aos alunos organizarem um sarau com apresentações sobre autoras brasileiras e suas obras. A turma poderá se organizar em grupos e o professor poderá organizar os grupos de forma que não haja repetição de autoras. Sugira a leitura de obras de Carolina de Jesus, Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Lygia Fagundes Telles, entre a própria Anayde Beiriz.

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CAMPO DAS PRÁTICAS DE ESTUDO E PESQUISA “O campo das práticas de estudo e pesquisa mantém destaque para os gêneros e habilidades envolvidos na leitura/escuta e produção de textos de diferentes áreas do conhecimento e para as habilidades e procedimentos envolvidos no estudo. Ganham realce também as habilidades relacionadas à análise, síntese, reflexão, problematização e pesquisa: estabelecimento de recorte da questão ou problema; seleção de informações; estabelecimento das condições de coleta de dados para a realização de levantamentos; realização de pesquisas de diferentes tipos; tratamento dos dados e informações; e formas de uso e socialização dos resultados e análises. Além de fazer uso competente da língua e das outras semioses, os estudantes devem ter uma atitude investigativa e criativa em relação a elas e compreender princípios e procedimentos metodológicos que orientam a produção do conhecimento sobre a língua e as linguagens e a formulação de regras.” (BNCC, p. 504)

• A história de Anayde é retrata em formato de quadrinhos permitindo uma leitura interdisciplinar entre Ciências Humanas e Língua Portuguesa. Conseguir atrair a atenção dos jovens é uma tarefa especial e utilizar a arte em sala de aula é uma excelente oportunidade para abordar os conteúdos de forma alternativa e didática. Proponha aos alunos a confecção de uma história em quadrinhos, utilizando ferramentas do design gráfico, de mulheres pioneiras em suas vidas ou carreiras. Os alunos poderão expandir para a pesquisa global e o professor poderá sugerir a leitura das histórias de Ruth Ginsburg, Madam C.J Walker, Carolina de Jesus, Amelia Earhart, Kamala Haris, Adélia Sampaio entre outras mulheres.

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Novos caminhos Referências complementares

LIVRO TRONCA, Ítalo. Revolução de 30: a dominação oculta. São Paulo: Brasiliense, 1995. • O livro narra e analisa os acontecimentos que marcaram esse acontecimento político que encerrou a república oligárquica e alçou Getúlio Vargas ao poder, colocando o Brasil nos trilhos do século XX. FILME Parahyba Mulher Macho. Direção: Tizuka Yamasaki (Brasil, 1983). • A cineasta gaúcha conduz este drama histórico-biográfico com base na vida de Anayde Beiriz e sua participação na Revolução de 1930. A protagonista é construída dentro de um jogo político em que as mulheres reivindicam o direito de ocupar novos espaços. ARTIGO SILVA, Aureni Maria da. Anayde Beiriz: mulher moderna numa Paraíba antiga. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, v. 16, n. 1, p. 117-135, jan./jun. 2016. <https://periodicos.ufv.br/RCH/article/download/1367/ Anayde%20Beiriz%3A%20Mulher%20Moderna%20numa%20 Para%C3%ADba%20Antiga/9642>. Acesso em 15 de abril de 2021. • O artigo apresenta ao público uma análise das contribuições para autonomia e emancipação feminina deixadas por Anayde Beiriz a partir de suas publicações.

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REPORTAGEM LACERDA, Rodrigo. Memórias lacerdistas: coração quase bárbaro. Revista Piauí, ed. 85, out. 2013. Disponível em: <https://piaui.folha. uol.com.br/materia/coracao-quase-barbaro/>. Acesso em 15 de abril de 2021. • Nesta reportagem especial da Revista Piauí, o neto do jornalista e político Carlos Lacerda, Rodrigo Lacerda, assume a voz do avô numa autobiografia romanceada onde relata a morte de João Pessoa e a Revolução de 1930. Especial Semana de Arte Moderna. TV Cultura, 2002, 40 min. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LdO_ebONK9I>. Acesso em: 15 abr. 2021. • A reportagem especial, produzida em comemoração aos 80 anos da Semana de Arte Moderna, passa pelos principais fatos, personagens, atos e efeitos do movimento Modernista. SITE Centenário modernista. <http://www.cultura.sp.gov.br/centenariomodernista/>. Acesso em: 15 abr. 2021. • Site criado pela Secretaria de Cultura do governo de São Paulo para noticiar ações da Comissão de Curadoria do Projeto de Comemoração dos 100 Anos da Semana de Arte Moderna de 1922.

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Organizando a estante Bibliografia comentada

ARANHA, Marcus. Anayde Beiriz: Panthera dos olhos dormentes. São Paulo: Cultura e Arte, 2015. • O livro fala de uma Anayde professora, intelectual, leitora, apaixonada e moderna, ou seja, do que fazia dela uma mulher a frente do seu tempo. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ versaofinal_site.pdf. Acesso em: 7 mar. 2021. • Documento oficial do Ministério da Educação (MEC) que traça as diretrizes curriculares para a Educação Básica. FAUSTO, Boris. A revolução de 1930. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1997. • Este clássico da historiografia brasileira mostra como o Estado que surgiu da Revolução de 1930 manteve o papel de desorganizador político da classe operária, ao mesmo tempo que se colocou acima das divisões de classes, como suposto Estado conciliador. ARTIGOS BORGES, Alanna Maria Santos; QUEIROGA, Maria do Socorro N. Muitas atitudes minhas incompreensíveis ao olhos desses fariseus: os múltiplos discursos produzidos sobre Anayde Beiriz. Disponível em: <periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/28173/16978>. Acesso em: 3 fev. 2021. • As autoras tratam questões de gênero e história das mulheres no Brasil e na Paraíba, desde o início do Século XX, tomando como referencial Anayde Beiriz.

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