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Tema 1

TERIAL DIGITAL DO PROFESSOR MA DEZ DIAS NO MANICÔMIO

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PROPOSTAS DE ATIVIDADE II

ATIVIDADE II TEMA 1

“Loucura” e doença mental

HABILIDADES BNCC EM13CHS502, EM13CHS503

ATIVIDADE DE PRÉ-LEITURA

OBJETIVOS

Investigar, a partir de relatos e registros históricos, a relação da sociedade com os doentes mentais ao longo da história, para dirimir preconceitos e estimular a proposição de soluções para ratificação dos direitos humanos e da igualdade entre os homens.

JUSTIFICATIVA

O livro Dez dias no manicômio foi relatado por uma mulher que é considerada pioneira no jornalismo investigativo e que lutou muito para ser reconhecida na sua época.

Grande parte da história se passa dentro do manicômio da Ilha de Blackwell, onde ela viveu por 10 dias e depois que conseguiu ser libertada, denunciou com a sua narrativa os abusos de médicos e enfermeiras do local e a maneira como era feita a triagem das pacientes. Os limites entre a sanidade e a razão também foram questionados, pois muitas das mulheres internadas, segundo ela, pareciam sãs. Não havia nenhuma preocupação com a cura, mas apenas com a exclusão daquelas que não se encaixassem no padrão do comportamento socialmente aceito pela sociedade, sendo muitas pobres e imigrantes.

Na sua obra O alienista, Machado de Assis colocou também em questão os limites entre o que é ser louco e o que é ser normal quando deu ao médico Simão Bacamarte o condão de classificar e confinar os loucos da cidade.

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19 Mas houve quem propusesse mudanças nos tratamentos no hoje chamado campo da saúde mental. Talvez os estudantes já tenham ouvido falar de Sigmund Freud, médico austríaco que revolucionou a psiquiatria, criador do método terapêutico chamado psicanálise.

No Brasil, foi a médica Nise da Silveira que, em 1946, revolucionou os tratamentos dos pacientes do Hospital Pedro II, no Rio de Janeiro, retirando os pacientes do encarceramento e propondo terapias por meio das artes plásticas. A produção foi tão grande que em 1952 foi criado o “Museu do Inconsciente”, que pode ser visitado neste link.

Cabe destacar ainda o Movimento da Luta Antimanicomial, resultando no Brasil na aprovação da Lei 10.216/2001, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais.

METODOLOGIA

Antes de iniciar a leitura, indague dos alunos sobre o livro e a autora. Pergunte se já tinham ouvido falar em Nellie Bly e na história dos 10 dias passados no manicômio.

Será que os alunos conhecem outras jornalistas que também se aventuram no campo da narração? Peça que deem exemplos de mulheres do jornalismo mundial ou nacional.

Leia com eles o texto de apresentação da editora e em seguida deixe que os alunos levantem hipóteses sobre o que trata o livro.

Peça ainda que contextualizem a época em que se passa a narrativa, final do século 19. Como eles acham que as pessoas viviam nessa época nos Estados Unidos e no Brasil. E as mulheres? Havia diferenças de direitos entre homens e mulheres?

E com relação aos doentes psiquiátricos (ou como eram mais comumente chamados, os doentes mentais)? Eles sabem o que é ou conhecem pessoas acometidas por algum transtorno mental? Provavelmente, muitos já ouviram falar em palavras como: depressão, síndrome do pânico, fobias, TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo), entre outras.

A narrativa fará com que os alunos e alunas reflitam sobre a situação de desigualdade das mulheres no século 19 e sobre o tratamento ou, melhor, sobre o controle do comportamento social dos chamados doentes mentais antes das novas terapias psiquiátricas.

O professor pode iniciar um debate em sala de aula e pedir que eles falem, a partir do conhecimento prévio dos estudantes, sobre o que eles acham que mudou com relação aos direitos das mulheres e dos pacientes psiquiátricos.

TERIAL DIGITAL DO PROFESSOR MA DEZ DIAS NO MANICÔMIO Caso seja possível, e de acordo com a possibilidade de cada escola ou de cada aluno, proponha que assistam ao filme Nise, o coração da loucura (Roberto Berliner, 2016).

HABILIDADES EM13CHS502 Analisar situações da vida cotidiana (estilos de vida, valores, condutas etc.), desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade e preconceito, e propor ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às escolhas individuais.

EM13CHS503 Identificar diversas formas de violência (física, simbólica, psicológica etc.), suas causas, significados e usos políticos, sociais e culturais, avaliando e propondo mecanismos para combatê-las, com base em argumentos éticos.

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