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Sugestões de referências complementares

TERIAL DIGITAL DO PROFESSOR MA DEZ DIAS NO MANICÔMIO

35 SUGESTÕES DE REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

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Dez dias no manicômio tange uma questão discutida ao longo da história da humanidade: a “loucura” e o que a sociedade deve fazer com as pessoas que, afligidas por doenças mentais, não conseguem prover a própria subsistência.

À época de Nellie Bly, a “solução” que a sociedade encontrava para os doentes mentais era simplesmente o confinamento: mantê-los apartados do resto da população, como se tivessem alguma doença contagiosa. Ficou famoso no Reino Unido o “Bedlam” (apelido do Bethlem Royal Hospital) no século 18, quando os internos, quase relegados à própria sorte, eram visitados pelo público como uma espécie de zoológico macabro.

Damas vitorianas visitam o Bethlem Royal Hospital. Quadro de William Hogarth, 1735. Domínio Público. Wikemedia, disponível neste link.

Na virada do século 20, pouco depois do relato de Nellie Bly, houve um desenvolvimento da psiquiatria e, em paralelo, da psicologia, que lançaram luz sobre as razões, físicas e psíquicas, da alienação mental. Em diálogo com as ciências sociais, alcançamos um tratamento mais humano dos doentes mentais.

O psiquiatra italiano Franco Basaglia propôs o fim dos asilos e o movimento antimanicomial ganhou especial força no Brasil. Uma das razões para a adesão brasileira seja a tétrica experiência do Hospital Colônia de Barbacena, Minas Gerais, que chegou a abrigar cinco mil internos em condições desumanas — muitos dos quais sequer eram doentes mentais, mas meros “desajustados” de quem a família, ou mesmo os governos autoritários, querem se desembaraçar. O hospital chegou a ser comparado com um campo de concentração, dada as más condições e a imensa proporção de mortes por pacientes. A jornalista Daniela Arbex relatou essa triste história em O holocausto brasileiro, de 2013.

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36 Por outro lado, alguns psiquiatras e psicólogos, inspirados pelas reflexões de autores como Gustav Jung (1875-1961), buscaram formas mais humanas para lidar com os distúrbios mentais e oferecer aos doentes a reintegração com a sociedade. A brasileira Nise da Silveira (1905-1999) notabilizou-se pela introdução da “arte terapia”, onde os internos do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, sob sua direção, empregavam as artes plásticas para se expressar e lidar com sua condição.

A história de Nise da Silveira é contada no filme Nise, o coração da loucura, dirigido por Roberto Berliner e lançado em 2016. Clique na imagem abaixo para ter acesso ao trailler cinematrográfico.

Imagem de divulgação.

Ainda no audivisual, vale a pena assistir uma das adaptações de Dez dias no manicômio e comparar o relato textual com a linguagem cinematográfica. Recomendamos o filme Dez dias no manicômio, dirigido por Timothy Hines em 2016. Clique na imagem para acesar o trailler.

Imagem de divulgação.

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