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Tema 3

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TERIAL DIGITAL DO PROFESSOR MA DEZ DIAS NO MANICÔMIO

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ATIVIDADE II TEMA 3

O direito ao trabalho e à educação

HABILIDADES BNCC EM13CHS402, EM13CHS404 e EM13MAT104 ATIVIDADE PÓS-LEITURA

OBJETIVO

Ao capacitar alunas e alunos a interpretarem taxas e índices de natureza socioeconômica — nomeadamente indicadores de emprego, trabalho e renda, em seus múltiplos aspectos, investigando os processos de cálculo desses números, os habilitamos a fazerem análises críticas da realidade, como a desigualdade socioeconômica. Com isso lhes capacitaremos à argumentação e a posicionarem-se criticamente diante da questão do emprego e estudo dos jovens, recorrendo aos mecanismos linguísticos necessários.

JUSTIFICATIVA

O tema do emprego é de grande importância para a maioria dos estudantes do ensino médio. A necessidade de gerar renda, para si mesmo ou para

“ajudar em casa” é uma das causas para a evasão escolar, agravada pela crise econômica. Claro está que não é papel da escola o de formar trabalhadores, mas sim de favorecer a preparação para o trabalho e a cidadania, imbuindo os educandos de competências que os permitam a inserção, de forma ativa, crítica, criativa e responsável em um mundo do trabalho cada vez mais complexo e imprevisível, criando possibilidades para viabilizar seu projeto de vida e continuar aprendendo.

Para esta atividade, tomamos o tema do “jovem e o trabalho” para suscitar a reflexão e passar a aluna e o aluno para uma posição mais consciente e ativa em relação ao mercado de trabalho, ao mesmo tempo que exercitamos e desenvolvemos habilidades das ciências sociais e da matemática, identificando, interpretando e debatendo indicadores estatísticos e os contextos sociais do trabalho em seus múltiplos aspectos.

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25 METODOLOGIA

Quando tinha 20 anos, Nellie Bly queria trabalhar. Não era comum naquela época que mulheres, especialmente as jovens, trabalhassem fora das “lides domésticas”, como cozinhar e costurar. Às mais pobres restava trabalhar turnos exaustivos nas fábricas. Mas Nellie não queria se restringir a isso e, além do mais, tinha uma necessidade premente: seu pai havia falecido e ela e seus irmãos precisavam “trazer dinheiro para casa”. Foi nessa época que

Nellie leu uma coluna no jornal de sua cidade, dizendo que mulheres que não se casassem ou tivessem filhos seriam um estorvo para a sociedade, porque elas não poderiam se sustentar, trabalhando.

Ela prontamente respondeu, indignada, com uma carta em que argumentava, com perspicácia, que as mulheres deveriam ter o direito de trabalhar. (Isso parece estranho hoje, mas àquela época, meados do século 19, as mulheres ainda estavam longe de muitos direitos, como o de votar).

Se as garotas fossem garotos, logo iriam dizer que, não importando de onde comecem, elas podem, se forem ambiciosas, ganhar fama e fortuna. Tantos grandes e ricos homens que conhecemos começaram do nada; mas onde estão as tantas mulheres? Um jovem pode começar trabalhando como moço de recados e trabalhar seu caminho até o topo. As garotas são tão espertas, e um bocado mais rápidas em aprender; então porque não podem fazer o mesmo? Todas as ocupações para mulheres já estão preenchidas, então porque não começar algumas novas? Em vez de colocar as meninas nas fábricas, que elas sejam empregadas na posição de garotas de recado ou contínuas. Seria mais saudável. Teriam uma chance de aprender; as ideias delas cariam mais amplas e elas se tornariam mulheres tão boas, se não melhores, no final. É opinião geral entre os lojistas de que as mulheres são as melhores vendedoras. Porque não enviá-las em navios mercantes? Elas conversam tão bem quanto os homens — ao menos os homens afirmam ser fato notório que elas falam bem mais e mais rápido. Se a habilidade delas em vender excede a dos homens em casa, também não excederia no exterior? Suas vidas seriam mais brilhantes, sua saúde melhor, suas carteiras mais cheias, a não ser que os empregadores fizessem como fazem agora — dão-lhes metade do salário porque elas são mulheres.

Para a nossa atividade, vamos partir de uma provocação parecida com aquela que despertou a indignação de Nellie a acabou por dar a partida em sua carreira de jornalista.

Imagine que alguém afirme que

Trabalhar é mais importante que estudar

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26 Inicie a discussão com a turma e tente explorar com eles o contexto social, cultural e econômico que incentiva alguns alunos a abandonar os estudos para trabalhar. Fale ou pesquise com eles sobre a evasão escolar e sobre a questão dos “nem-nem”, jovens que “nem estudam, nem trabalham”. Peça depoimentos dos alunos que conhecem pessoas nessa situação, ou que tenham sido forçadas a deixar os estudos.

Após essa etapa, peça que eles preparem um texto (dissertativo-argumentativo) defendendo seu ponto de vista. O texto deve apresentar argumentos e reflexões, baseados em fatos e dados estatísticos.

Como subsídio, ofereça os seguint es indicadores, produzidos pela Organização Internacional do Trabalho e IPEA, disponíveis neste link.

ALOCAÇÃO DOS JOVENS NAS CATEGORIAS DE ESTUDO E TRABALHO (%)

TAXA DE INFORMALIDADE DOS JOVENS —15 A 29 ANOS (2012-2019) (%)

TERIAL DIGITAL DO PROFESSOR MA DEZ DIAS NO MANICÔMIO RENDIMENTO MÉDIO REAL1 DO TRABALHO PRINCIPAL DOS JOVENS POR CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS (R$)

A partir desses gráficos e da tabela, peça que interpretem:

Se a proporção de jovens de 15 a 17 anos que não estuda aumentou ou diminuiu de 2012 a 2018.

Se a proporção de jovens de 15 a 17 anos que trabalha (enquanto estuda ou não) aumentou ou diminuiu de 2012 a 2018.

Se a quantidade de jovens de 15 a 29 que trabalham na informalidade (isto é, sem carteira assinada ou por “biscates”) vem aumentando ou diminuindo de 2012 a 2019.

Se o rendimento de um jovem que trabalha é maior ou menor de acordo com a escolaridade.

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