C A PÍ T U L O V I I
O OBJ E T I VO E M V I S TA
À
s seis da manhã de domingo, 25 de setembro, as enfermeiras puxaram meu cobertor. “Venha, é hora de sair da cama”, disseram; abriram a janela e deixaram entrar o vento frio. Minhas roupas me foram devolvidas. Depois de me vestir, me mostraram um lavatório onde todas as outras pacientes tentavam livrar seus rostos de todos os vestígios de sono. Às sete horas nos deram alguma gororoba, que Mary nos disse ser uma canja de galinha. O frio, que nos fizera sofrer bastante no dia anterior, estava penetrante, e quando reclamei para a enfermeira, ela disse que uma das regras da instituição era não ligar o aquecimento até outubro, portanto teríamos que aguentar, já que o encanamento sequer estava pronto. As enfermeiras da noite, armadas com tesouras, começaram a fazer as vezes de manicure com as pacientes. Cortaram minhas unhas rapidamente, assim como fizeram com as de várias outras pacientes.
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