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Tema 1, pré-leitura
from Passando-se MDP
by EdLab Press
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PASSANDO-SE
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PROPOSTAS DE ATIVIDADE I
ATIVIDADE I TEMA 1
Identidade e identificação
HABILIDADES BNCC EM13LGG102, EM13LP18, EM13LP19 ATIVIDADE DE PRÉ-LEITURA
CONTEÚDO
Explorar os processos de “identidade” investigando o impacto da visão do grupo e da pressão social na formação da auto-imagem no indivíduo. Analisar os mecanismos do preconceito, destacando o papel da linguagem.
OBJETIVO
Estimular alunas e alunos a compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitar a diversidade, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.
Capacitar alunas e alunos a lidar com visões de mundo conflitantes, amplificando a compreensão e interpretação crítica, para identificar e dirimir preconceitos na linguagem corrente e nas diversas mídias.
JUSTIFICATIVA
Passando-se mostra como uma distinção arbitrária, como uma suposta
“raça” ou “cor”, pode confinar (muitas vezes literalmente) um indivíduo a uma posição social e a um campo cultural, moldando ou mesmo aniquilando sua identidade pessoal ou auto-imagem, sobrepujando-a com uma identidade coletiva baseada no preconceito.
Esse tema encontra enorme ressonância entre os alunos do ensino médio brasileiro por duas razões. Primeiramente, por eles se encontrarem na fase da vida em que forjamos nossa identidade pessoal (que determinará, em boa parte, sua trajetória profissional e cidadã) e quando justamente estamos
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5 mais suscetíveis à opinião que “os outros” (pais, colegas, “influenciadores”, sociedade) tem de nós. A segunda e mais grave razão é que nosso passado escravocrata está ainda muito presente, e o ambiente de repressão e conflito que as personagens de Passando-se enfrentaram nos Estados Unidos dos anos 1920 não é tão diferente da que muitos jovens vivenciam no Brasil, um século depois.
Ainda que menos de 10% de nossa população declare-se como “negra”, quase a metade (o maior contingente) define-se como “nem branca, nem preta”, empregando ou termos que estão sendo reavaliados (“pardo”, “mulato”) ou eufemismos (“marrom”, “café com leite”, “moreno escuro”). Embora as protagonistas de Passando-se tenham de fato ascendência africana e caucasiana, pela dicotomia racial americana, onde o racismo tinha até os anos 1960 base na lei, elas são negras. Também no Brasil, mesmo que nosso racismo seja dissimulado por uma extensa gama de meios-tons entre o branco e o negro, quem tiver a pele mais escura receberá maiories restrições de ordens sociais, econômicas e culturais, impostas pelo preconceito.
Nas palavras da escritora Eliana Alves Cruz, “assumir a identidade não é tarefa fácil para quem descende dos que foram sequestrados no outro lado do Atlântico. No surpreendente Passando-se, Nella Larsen expõe com maestria os matizes e consequências deste movimento violento. Curiosamente, o romance fala de maneira contundente com o público negro brasileiro que, independentemente das marcas mais ou menos evidentes deixadas em sua pele, está reivindicando ancestralidade para, finalmente, ocupar o lugar que sempre lhe foi de direito na história do mundo.”
A compreensão pelo educando, seja ele/ela negro, branco ou de outra etnia, dos mecanismos do preconceito, imbuídos muitas vezes nos discursos de diversos registros e nas mídias, pode capacitá-lo a assumir uma posição mais empática e construtiva na sociedade, abrindo-se para a diversidade e expandindo seu repertório cultural.
Ao mesmo tempo, compreender de forma crítica o processo identitário — como o meio em que vivemos conforma nossa identidade e como nossa individualidade é em boa parte moldada pela posição que nos é permitida no espaço comum — capacita-nos a gestar conflitos que permeiam as práticas sociais de linguagem. Em Passando-se o choque entre o desejo de individualidade na personagem Claire e o cumprimento ao status social, personificado na narradora Irene, conduzem a trama até o inevitável conflito.
METODOLOGIA
Proponha às alunas e aos alunos a elaboração de uma apresentação pessoal, isto é, que façam uma apresentação individual sobre si mesmos, por meio de ferramentas digitais.
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6 Entre as ferramentas digitais estão: vídeos e animações curtas ao estilo “Tiktok” ou “Stories”; “Memes” (com vídeos, imagens, gifs ou quadrinhos); Apresentações multimídia (“Powerpoint”); vídeos musicais etc.
As apresentações devem responder a duas perguntas básicas: 1) “Como eu me vejo” e 2) “Como os outros me veem”. A critério do aluno, a segunda pergunta pode ser desdobrada em múltiplos “outros” (por exemplo: “como meu pai me vê”, “como meu professor me vê”, “como o guarda na rua me vê” etc).
Quando apresentar a tarefa, ressalte para os alunos sobre a necessidade de, ao responder as perguntas, refletirem sobre preconceitos (por “cor”, gênero, situação social, alguma eventual deficiência ou distinção física), tanto os que lhe são imputados por terceiros (“os outros”) quanto os preconceitos (ou “complexos”) que eles mesmos se impingem. Estimule-os a detectar os preconceitos inconscientes e os que estão embutidos, subliminarmente, nos diferentes discursos da linguagem escrita e oral.
Finalizado o prazo para produção, selecione alguns alunos para apresentarem diante da turma o seu trabalho. Estimule a turma a refletir sobre os resultados, a partir de algumas perguntas-chave:
Quão diferente é a nossa imagem pessoal (“como me vejo”) da imagem que as pessoas têm da gente?
O que da visão/opinião “dos outros” a gente concorda ou deseja para si?
O que da visão/opinião “dos outros”, mesmo a gente não concordando, influencia o que a gente é ou será (por exemplo, no projeto de vida, na situação social etc)
Quanto da opinião “dos outros” sobre a gente vem não daquilo que a gente fala ou faz, mas sim de sinais como a “cor”, as roupas, o gênero, a postura etc?
Peça para os alunos apresentarem uma conclusão sobre o papel do preconceito, e dos padrões sociais, na conformação de nossa identidade pessoal. Peça também que tracem um paralelo com a trama de Passando-e, perguntando quantos na turma acham que podemos ser quem a gente quiser (até mesmo “passarmo-nos” por outros), como Claire e quantos na turma acham que temos que fazer o melhor que pudermos dentro do espaço que a sociedade nos designar, como faz Irene.
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PASSANDO-SE HABILIDADES
EM13LGG102 Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade.
EM13LP18 Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e ambientes colaborativos para criar textos e produções multissemióticas com finalidades diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e apropriando-se de práticas colaborativas de escrita, de construção coletiva do conhecimento e de desenvolvimento de projetos.
EM13LP19 Apresentar-se por meio de textos multimodais diversos (perfis variados, gifs biográficos, biodata, currículo web, videocurrículo etc.) e de ferramentas digitais (ferramenta de gif, wiki, site etc.), para falar de si mesmo de formas variadas, considerando diferentes situações e objetivos.
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