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Papo de cumadres: Quando nós garimpávamos

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A SIRENE

A SIRENE

Consebida e Clemilda , numa conversa, lembram com muitas saudades antes do rompimento da Barragem da Samarco. Época que o garimpo era trabalho, diversão e constituía seus modos tradicionais de vida.

— Cumadre Clemilda, já tive muitas tristezas e também aligria por dentro dessa vida, antonte eu tava mexendu nas caxinhas da minha cabeça, onde que eu guardu minhas lembrança. Lá, cumadre, tem de tudu, tristeza, aligria, esperança....

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— Pois é cumadre, vira e mexe tô eu rivirandu essa caixa, pamode nunca esquecê quem nois semus nem de onde viemus.

— A cumadre prestenção, eu revirei caixa por caixa e cê sabe undé eu incontrei a maior quantidade di felicidade ?

— Sei não, cê num me falou ainda, cumé que eu vou adivinhá?

— Pois então vou te falá, a maioria das minha felicidade tá na caixa du garimpo, guardadas todas com data de antes do rompimento da barrage da samalco, du ladu da caixa da sardade, porque cumadre, u garimpu num era só trabaiu, tinha satisfação nu modu simples de nois com prazer exercê uma profição, era família, aligria e diveusão, num modu de trabaiu que sempre nus deu u pão. — Intonse cumadre, quandu nois luta por reparação, ês pensa que nois só quer dinheiru, num sabenu eles que nossa maior riqueza sempre foi a aligria de juntu dus amigu e de nossa famia constitui nossos modu de vida, sempre com muitu zelu, quase sem lugar pru dinheiru.

Maria na casa de Dona Chica, onde foi feita a visita pela deputada.

Adecir dentro de sua cozinha, mostrando as trincas nas paredes de sua casa

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