OJB EDIÇÃO 15 - ANO 2023

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Notícias do Brasil Batista Notícias do Brasil Batista Fé para Hoje Observatório Batista

Fundamental

Educação Cristã é o foco do artigo de Lourenço Rega

ISSN 1679-0189 R$ 3.60 ANO CXXII EDIÇÃO 15 DOMINGO, 09.04.2023 ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901 Celebração da história CIEM comemora 101 anos de existência Cuidando da família pastoral OPBB - MG promove retiro para pastores e esposas
Coluna enfatiza importância da oração
Oração
para as Igrejas
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Ele ressuscitou! Feliz Páscoa! “E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna” (I João 2.25).

“Então Jacó trabalhou sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto que a amava” (Gn 29.20).

Jacó foi um enganador que acabou enganado. Fez um acordo com seu parente, Labão, para ter Raquel, mas foi-lhe entregue Lia. E o tempo de sete anos de serviço a Labão foi dobrado. Mas, por Raquel, esses anos pareceram pouco, pelo muito que a amava.

Páscoa: o amor de Cristo por Seu povo

A vida de Cristo, seus três últimos anos, culminando na semana da paixão e atingindo o clímax no seu agonizante julgamento e em sua morte atroz, também teve como alvo o amor que faz valer a pena todo o sacrifício. Como Jacó, Jesus tem a sua Raquel: a Igreja.

Se Raquel foi motivo para Jacó servir sete anos, pela Igreja, Cristo serviu por toda a vida. Para ter Raquel, Jacó suportou as trapaças e as injustiças de

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista

Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DO

CONSELHO GERAL DA CBB

FUNDADOR

W.E. Entzminger

PRESIDENTE Hilquias da Anunciação Paim

DIRETOR GERAL

Sócrates Oliveira de Souza

Labão; pela Igreja, Cristo suportou todas as afrontas. Para ter Raquel, Jacó fez alguns sacrifícios; pela Igreja, Cristo deu-se a si mesmo como sacrifício. Para ter Raquel, sete anos pareceram poucos dias, pelo muito que Jacó a amava; pela Igreja, Cristo está presente todos os dias, até a consumação dos séculos, e seu amor por ela não é somente muito, mas total e perfeito.

Na Páscoa, não apenas lembramos a tristeza da sexta-feira, mas celebra-

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( ) Digital - 80,00

mos com alegria o domingo. A vitória da ressurreição garante que as promessas de Deus serão cumpridas, e tais promessas têm, em grande parte, a Igreja como alvo.

Por amar Raquel, tudo valeu a pena para Jacó. Muito mais vale o amor de Cristo pela Igreja! n

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IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda

A TRIBUNA

2 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23
EDITORIAL
REFLEXÃO
Charles Negreiros Extraído do Manancial 2023, da UFMBB

REFLEXÃO

Jesus viu na samaritana a missio-

BILHETE

Solidariedade

nária que poderia levar ao seu povo a mensagem de que o Messias havia chegado, e, estava junto ao poço pronto para passar dois dias em Samaria, pregando o Evangelho da salvação a um povo odiado pelos judeus. Jesus viu no publicano Zaqueu alguém que podia ser transformado pelo poder do Espírito Santo, e, assim, salvar toda a família. A multidão via um ladrão, desonesto, Jesus viu o poder do arrependimento mudando uma vida e uma família. A multidão ao pé da cruz via nos salteadores, homens que mereciam o castigo imposto pelo governo romano. Jesus viu no ladrão arrependido alguém que poderia adentrar o paraíso em companhia do Mestre, naquele dia lúgubre.

Quem labora com gente precisa crer que há em cada pessoa rejeitada e condenada pela sociedade, alguém que traz em si algo que restou da imagem e semelhança divina do Pai, por isso é possível restaurá-la, com a graça de Cristo. Há esperança para a humani-

dade perdida. Para os que são julgados como párias sociais, há esperança em Cristo.

Isso fica claro quando vemos países se unindo para resgatar as vítimas do terremoto que atingiu a Turquia e Síria. Alguns sobreviventes resgatados após horas e dias, nos escombros, oferecem a garantia de que o apego à vida é uma realidade que permanece sob mais terrível tragédia. Deus nos criou para viver. Colocou no íntimo de cada ser humano o apego à vida, não importam as tragédias. A solidariedade integra o que restou de bom no homem pecador. Apesar das guerras assassinas, provocadas por líderes sem o temor a Deus, o ser humano possui algo bom que precisa ser resgatado pelo poder do Evangelho.

Embora a mídia nos mostre a cada novo dia o que há de mais bárbaro na sociedade, gerando medo e pavor; isto é apenas uma fração mínima do que existe de bom no ser humano. Há milhões de seres humanos trabalhando e

lutando para trazer à tona o que restou de bom no homem, subjugado pelo pecado. A minoria que revela o horror do pecado, em suicídios, feminicídios, roubo, agressões, ódio, desonestidade, jamais conseguirá suplantar a bondade do bom samaritano. Há governantes honestos que suplantam os desonestos. Pais que protegem os filhos são em maior número do que aqueles que os abandonam nas lixeiras mal cheirosas das ruas.

Deus continua crendo na redenção da criatura criada a Sua imagem e semelhança. Foi por crer nesta verdade que o Pai enviou o Seu único Filho ao mundo. Por crer no poder transformador do sacrifício feito na cruz, que Jesus se deu a Si mesmo para resgatar o pecador perdido.

A solidariedade vista nos escombros de um terremoto, convence-nos que nem tudo está perdido. Há esperança para a sociedade corrompida, adúltera e pervertida. Jesus é a materialização dessa esperança. n

Levir

No mês de abril, a Convenção Batista Brasileira celebra com as Igrejas o mês da Escola Bíblica Dominical, organizada na Inglaterra há mais de 200 anos, com o propósito inicial de ajudar crianças no ensino da Palavra de Deus. Praticamente quase todas as denominações evangélicas desenvolvem algum tipo de EBD, que, na verdade, se bem desenvolvida e estruturada, se torna um verdadeiro centro de estudos da Palavra de Deus para o crescimento e maturidade da Igreja do Senhor. Mesmo com tentativas de acabar com

a EBD, ela se manteve firme e forte em muitas Igrejas, sendo um dos pilares também para o evangelismo e missões. Tem sido uma bênção na vida do povo cristão autêntico.

A temática acima é o ensino bíblico, embasado nas Escrituras, não com “remendos”, mas bem solidificada com base na interpretação sadia e com sólidos ensinos da boa teologia sistemática.

Nesses importantes livros de Esdras e Neemias, do pós -cativeiro, o povo de Deus daquela época (assim como o de hoje), enfrentou ameaças que vinham de duas direções: 1: a tentação de permanecer em um formalismo vazio e no legalismo sem sentido, que ameaçava sua vida de adoração. O simples desinteresse e a indiferença os importunavam constantemente. 2: os valores morais ou imorais do mundo ameaça-

vam substituir os padrões de Deus e a fé dos judeus que retornavam do exílio fora severamente enfraquecida. ´

É nesse contexto que Deus usa Esdras e Neemias em preservar três histórias que ilustram e se relacionam com essas ameaças ao povo de Deus:

1: a primeira, é a história da reconstrução do templo, que demonstrou a importância suprema da adoração (hoje os templos que precisam ser reconstruídos são vidas, que antes caminhavam bem com o Senhor e em algum momento da vida se afastaram dos propósitos de Deus através do comodismo, indiferença, imaturidade e falta de amor) 2: a segunda, é a narrativa de uma ênfase renovada à Lei de Deus, que ressalta a absoluta necessidade de regras e ajustes, a fim de que a adoração e a vida diante de Deus sejam aceitáveis. 3: a terceira história, é a

da restauração dos muros de Jerusalém e de suas reformas (Os muros de Jerusalém podem ser um símbolo da Igreja hoje precisando de uma reforma do espírito, do quebrantamento diante do Santo Senhor e Rei do Universo, Jesus Cristo!)

Por essa razão, os livros de Esdras e Neemias constituem um profundo encorajamento ao povo de Deus para considerar a adoração como supremamente importante, e que enfatiza a necessidade e o uso da Palavra de Deus como a única regra de vida com autoridade e a preocupação com a imagem que o povo de Deus tem diante do mundo.

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3 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23
Proclamemos a verdade ao mundo através do ensino bíblico DE
SOROCABA
Pr. Julio Oliveira Sanches
“Eles leram o Livro da Lei de Deus, interpretando-o e explicando o que a passagem que estava sendo lida queria dizer” (Ne 8.8).
Na EBD, temos a grande oportunidade de aprendermos mais da Palavra de Deus e no dia a dia colocarmos esse aprendizado em prática, proclamando ao mundo que a esperança e a alegria verdadeira só vêm do Senhor Jesus Cristo!

Mateus 10.16-23 traz várias admoestações, ou seja, conselhos de Jesus aos Seus discípulos. Eles estavam com uma missão e missão dada é missão cumprida. O verso 16 começa dizendo que eles foram enviados como ovelhas entre lobos. Os lobos eram as autoridades civis e religiosas da época. A atitude dos discípulos diante deles devia ser de prudência e pureza, ou seja, eles deviam agir com bom senso.

Jesus nunca deixou Seus discípulos sem informações. Ele os admoestou sobre o que os esperavam. O próprio Jesus em certa ocasião disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci.”

Perseguição era o cenário sombrio que aguardavam os discípulos; eles seriam entregues aos sinédrios e seriam açoitados nas suas sinago-

Admoestações

gas. A perseguição seria também no âmbito familiar, a ponto de um irmão entregar o outro à morte; o pai, o filho; e os filhos se levantarão contra os pais e os matarão. Quem desejasse seguir a Jesus sofreria perseguição, “e odiados de todos sereis por causa do meu nome.” A vida cristã não seria um mar de rosas, não seria nada fácil. Eles iriam sofrer na própria pele pelo fato de pregarem o Evangelho de Jesus. Mas a perseverança conta muito. Perseverar é não desistir da batalha, é não abandonar, é não fugir da luta. O verso 22 diz: “E odiados de todos sereis por causa do meu nome; mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo”.

No verso 23 temos a seguinte admoestação: “Quando pois vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel sem que venha o Filho do homem”.

Vencer o mal com o bem

“Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12.21).

A história da tradição humana ensina a “lei de Talião”, isto é, a prática do “olho por olho, dentre por dente”. Escrevendo sobre este tema, o apóstolo Paulo propõe: “Não deixem que o mal vença vocês, mas vençam o mal com o bem” (Rm 12.21).

A morte do Jesus crucificado revela a atitude divina, quando o assunto é a Sua justiça, no enfrentamento do mal: “Então Jesus disse: Pai, perdoa esta gente! Eles não sabem o que estão fazendo!” (Lc

O nosso consolo é saber que, mesmo com lutas, aflições, perseguições e até martírio, há uma promessa para os salvos. A promessa é de vida eterna com Jesus. Uma vida que durará por toda a eternidade.

23.34). Jesus sempre soube por que foi enviado ao mundo: “Eu sou a porta. Quem entrar por Mim, será salvo - poderá entrar e sair e achará comida. Eu vim para que as ovelhas tenham vida, a vida completa” (Jo 10.9-10).

O convite feito por Jesus é amplo e definitivo: “Venham a Mim todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas e Eu lhes darei descanso. Sejam Meus seguidores e aprendam Comigo, porque sou bondoso e tenho um coração humilde - e vocês encontrarão descanso” (Mt 11.28-29). Vamos aprender a fazer o bem com o Mestre!

Então, não fique triste com a situação atual da sua vida, se sofre pelo nome de Jesus, glorifique a Ele por este momento em que você está vivendo.

Páscoa de Jesus ou de chocolate?

O chocolate é algo delicioso. E não precisa necessariamente ser degustado nesta época do ano, na Páscoa, em forma de ovos, mas durante o ano todo. Quem “inventou” o coelhinho e o ovo de chocolate como símbolos des-

se período, de vida, de prosperidade, justamente numa referência a ressurreição de Jesus, três dias após Sua morte, está redondamente enganado. Cristo morreu numa cruz, na sexta-feira da Paixão, sofrendo toda a carga de pecado, para nos salvar, sem merecermos nada disso, por sermos pecadores. E ressuscitou no

domingo de Páscoa, festa tradicional judaica.

A importância, portanto, deste período é muito grande para o Cristianismo e não por causa de ser o final de uma “quaresma” iniciada na Quarta-Feira de Cinzas, no Carnaval, quando todos fazem o que bem entendem e, depois, pedem perdão...

Deus enviou Seu único filho (João 3.16) para nos salvar das armadilhas do diabo e nos dar uma vida melhor neste mundo e uma vida eterna lá no céu.

E você, acha que a Páscoa é de Jesus mesmo ou do chocolate tão gostoso ou do coelhinho tão bonitinho? n

4 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23
Cleverson Pereira do Valle pastor, colaborador de OJB
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Olavo Fe ijó Rogerio Araujo (Rofa) colaborador de OJB
REFLEXÃO
pastor & professor de Psicologia

Tanto verdades quanto mentiras são questionadas. Os humanos, somos inclinados a buscar a verdade e a comprovar. A dúvida leva uma pessoa a buscar a realidade de fatos que estão sendo questionados, sejam verdade ou mentiras. Assim, a dúvida sincera e honesta conduz a pessoa a conhecer a verdade, isto é, a verdade da verdade ou a verdade da mentira. Esse é o papel da filosofia: buscar o que é sincero, verdadeiro e ausente de mentira.

A verdade, pois, afirma o que é correto, seguro e real. É bem distinto do humor ou da própria mentira. A divulgação de algo que não corresponde à verdade fática comprovada, tem a chancela de “fake”, palavra inglesa que corresponde a “falso” ou “falsificação” que pode se referir tanto a uma pessoa, um objeto ou a qualquer ato que não seja autêntico, isto é, verdadeiro. Contemporaneamente, se referem a contas ou perfis em redes sociais de pessoas que ocultam a verdadeira identidade. Falsos perfis se encartam em fóruns de discussões onde os interlocutores não desejam ser identificados.

Verdade: mentiras existem!

Há dois mil anos, Jesus dialogava com os judeus que criam nEle. E, em um desses encontros, Ele disse: “Se vocês permanecerem na minha palavra, verdadeiramente vocês serão meus discípulos e vocês conhecerão a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.31-32). Observe-se, pois, como reconhecer a verdade das mentiras existentes sobre os mais variados assuntos.

Verdade, mentira existe

Primeiro, conhecer a verdade do fato apresentado. Aqui, Jesus se apresenta como o Filho Unigênito de Deus que viera para cumprir o plano salvador de Deus, o Pai, para toda a humanidade; apresentava-se como “o caminho, a verdade e a vida e ninguém poderia vir ao Pai a não ser por Ele” (Jo 14.6). E, os judeus gostariam de reconhecê-lo. E, então, eles estavam diante da exposição da verdade.

Segundo, dispor-se a seguir, ser discípulo. Pessoa que se dispõe a conhecer a verdade, de verdade, sem dúvida passa a segui-la. E, Jesus deve ser, pois, seguido por aqueles que desejam conhecê-lo melhor. Seria, em exemplo prático, saber da existência de um diamante em determinada região, e não seguir a trilha para buscá-lo. Uma vida entre jovens que pretendem se unir, segue esse segundo passo: um segue ao outro na esperança de serem convencidos da verdade de poderem pertencer um ao outro.

Terceiro, permanecer firme na verdade. Pessoa que permanece na escolha de seguir a verdade, Jesus, jamais se confunde. O episódio narrado pelo evangelista João, no seu capítulo 8, é sugestivo. No Monte das oliveiras, onde costumeiramente se assentava para ensinar, escribas e fariseus lhe trouxeram uma mulher em más condições de vida, que perante a Lei deveria ser apedrejada, e, estes, invocaram a Moisés, para sumariamente sentenciá-la. E, assim, indagaram: “Tu, pois, o que dizes?” (vs. 5).

É importante reconhecer todas as circunstâncias que envolvem um fato. E assim fez o Mestre. Com certeza, o contexto da exposição da mulher à julgamento versava sobre o perdão

e a misericórdia pregada e vivida por Jesus. E, qual seria a exposição da verdade? Então, Ele pergunta: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela” (vs. 7). E, assim, Ele dá mais tempo para reflexão sobre a verdade que, na verdade, não gostariam de entender, pois foi tal o convencimento da verdade que não gostariam de ouvir e ver, que, “saíram um a um, a começar pelos mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava no meio. E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais. Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (vs. 9-2).

Pessoa que reconhece a verdade, mas não a aceita, vive sua mentira que se transforma em sua verdade. Pessoa que reconhece a verdade do fato que deseja aceitar, dispõe-se a seguir e a permanecer firme nela, fatalmente receberá a bênção finalmente desejada.

E, assim será: anote.

E, quarto, é liberta pela verdade encontrada, por experiência própria. Esse foi o desfecho final para a mulher que reconhecidamente se viu livre de acusações externas, e, principalmente do peso em seu coração, ao ouvir Jesus perguntar e afirmar: “Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais. Falou-lhes, pois,

Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (vs. 10-12).

A verdade sobre o perdão de pecados foi trabalhada por Jesus para que todos os pecadores entendam que, ninguém pode condenar a pessoa que reconhece os seus pecados e se apresenta perante Jesus e pede-lhe que a perdoe. Verdade: “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado porque não acreditou no Nome do Filho unigênito de Deus” (Jo 3.18). Então, é verdade: mentira existe. Então, não saia da presença de Jesus; fique com Ele e viva melhor e salvo.

É verdade: mentiras existem. Mas, é preciso buscar encontrar a verdade sobre a própria crença e reconhecer que na individualidade não existe sustentação porque a vida em plenitude depende sempre de terceiros que a sustentam. Não se deve negar o conhecimento que se aceita porque na mentira a pessoa nega o conhecimento que sabe ser verdade. E, Jesus ensinou: “conheça a verdade, e a verdade te liberta” (Jo 8.32).

O pecado não faz tanto mal. Isso é mentira! A honestidade aproveita só a quem interessa. Essa também é uma mentira. Mas, é verdade que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus” (Rm 6.23). O diabo pode prometer, mas não tem um céu para seus seguidores. Verdade: a mentira existe. Mas, “Deus amou o mundo de tal maneira que todo aquele que nele crer, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Então, é preciso aceitar esta verdade, porque a mentira existe. n

5 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 REFLEXÃO

No calendário Batista, abril é o mês da Escola Bíblica Dominical e o mês em que falamos e estudamos a ressurreição de Jesus, nosso Senhor. Os Batistas sempre foram conhecidos “como o povo da Bíblia” e as EBD’s das Igrejas locais sempre foram muito fortes, no século passado. A “fama” de “povo da Bíblia” se deu por conta da tradição dos Batistas no ensino bíblico. As dificuldades dos tempos atuais têm forçado a Igreja a repensar e planejar melhor as ações da área do ensino, e até que Jesus volte, será assim. A Igreja cristã sempre terá que buscar metodologias, estratégia, materiais atualizados, formas de ensino e abordagens para cumprir a missão de ensinar a Palavra de Deus. Algumas comunidades de fé abandonaram a EBD, outras cancelaram, outras remodelaram e trocaram de horário, e outras seguem lutando para mantê-la. A pandemia da COVID-19 trouxe grandes impactos sobre a EBD em muitas

Congregações. Nós louvamos a Deus, pois nessa época de isolamento social, conseguimos, pela graça de Deus, dar sequência, manter, e alcançar algumas pessoas por meio das aulas. No pós-pandemia, a EBD na nossa Igreja local, segue cumprindo sua missão de ensinar todas as faixas etárias, desde as crianças até os adultos. Tem sido um prazer ver a Igreja cheia nos domingos pela manhã, buscando mais da palavra de Deus. Tem sido impactante ver as crianças em grande quantidade sendo ensinadas no caminho do Senhor, assim como o grupo de adolescentes lindos que Deus nos deu. Tem sido impressionante a perseverança dos adultos nos mais variados temas, domingo após domingo, aprendendo da Palavra de Deus.

Num contexto tão secularizado, complexo, desafiador e difícil como o nosso, ver nossa EBD bem e se fortalecendo para os próximos passos enche nosso coração de orgulho. Agradecemos a perseverança e paciência daqueles que vieram antes de nós e pavimentaram uma estrada de

Amamos a EBD

boa doutrina para podermos trafegar bem, e nós damos sequência nessa pavimentação visando com que as novas gerações passem pelo mesmo caminho do conhecimento da Palavra de Deus. Pensando em caminho, ensino e ressurreição, não tem como não citar Jesus e os dois discípulos no caminho de Emaús. Jesus se apresenta aos dois discípulos, que estavam desolados com a morte de Jesus, e o Senhor, ao lado deles, vai explicando o evangelho, começando de “Moisés e por todos os profetas”, explicando tudo sobre Ele que já estava revelado nas Escrituras (cf. Lucas 24.1327). Esses dois discípulos de Jesus, após terem seus olhos abertos pela presença pedagógica de Jesus, disseram que enquanto eles andavam pelo caminho, tendo uma aula bíblica com Jesus, seus corações ardiam. Que os nossos corações ardam de amor e que a Palavra de Deus quebrante nosso coração. Que nossos corações sejam aquecidos pela palavra de Deus. Que nosso coração e mente sejam um depósito da Palavra de Deus, para não

pecarmos contra o Senhor (cf. Salmo 119.11).

Nós amamos a EBD, e por isso lutaremos por sua permanência, por sua relevância e por sua continuidade. Nós amamos aprender e ensinar a Bíblia, e nesse processo vemos milagres acontecerem, vidas transformadas, famílias restauradas, Igrejas revitalizadas, tudo para a honra e glória de Deus. Nós, que amamos a Deus e a Sua obra, amamos a EBD e convidamos pessoas para as aulas, trazemos nossos filhos, oramos pelos professores, pelos alunos (as). Amamos a EBD, pois foi em aulas especiais que demos os primeiros passos na caminhada cristã, aprendendo a folhear a Bíblia, entender a diferença do Antigo e Novo Testamento, a encontrar as referencias bíblicas e os endereços dos textos, a ter uma compreensão da história da redenção etc. Na EBD, tivemos as nossas aulas para a preparação para o batismo, que em muitos casos, foi e é a base da vida cristã. Nesse mês da ressurreição vamos nos dedicar ao ensino bíblico. Venha para EBD. Venha e traga alguém! n

Chamados à adoração:

O convite do Salmo 95

qualquer maneira e nem é dirigido para qualquer pessoa. Existe reconhecimento e objetivos que precisam ser observados nesta prática.

posta se encontra no próprio Salmo. Ela é objetiva e completa, visto que não abre espaço para outras interpretações e nem explicações.

Receber um convite especial é muito bom, principalmente, quando se tem familiaridade e aproximação com o convidado. A partir do convite, expectativas são geradas sobre o grande dia. Inclusive, na forma de se apresentar e o que levar ou presentear em ato de gratidão. Afinal, um convite expressa o valor que aquele que convida atribui ao convidado.

Na vida cristã isso não é diferente, pois estamos também diante de um convite especial, porém, a forma de expressar gratidão é apenas uma e requer atitude. Ela é apresentada pelo salmista na palavra adoração. A partir da adoração ocorre uma demonstração ativa sobre o que move o ato de devoção e louvor do adorador.

Observa-se no texto que há uma intenção clara do salmista em apontar as razões desta adoração, o que evidencia que este ato não é feito de

Para que se possa atender ao convite, o salmista identifica a motivação que precisa estar presente no coração do convidado. Essa motivação pode ser evidenciada na disposição de atender a um chamado e ou convite. Afinal, estar disposto revela desejo de fazer algo com inteireza de mente e coração.

É por isso que a palavra “vinde”, neste Salmo, assume a ideia de compartilhar uma caminhada, de andar lado a lado, de estabelecer vínculos fraternos como referência de unidade e comunhão e que se expressam em práticas coletivas, as quais são verbalizadas assim: cantemos, apresentemos, adoremos, prostemos, ajoelhemos.

A partir das ações estabelecidas pelo salmista ao fazer o convite, surge a seguinte questão: qual seria a razão para efetivar tais práticas? E o que elas expressam ou dizem sobre os atos a serem realizados? É claro que a res-

Interessante, que o salmista no versículo 1 evidencia o teor do convite, ou seja, a sua finalidade e no versículo 2, ele usa a palavra “porque”, no sentido de enunciar a razão de ser do convite e das ações decorrentes dele. Compreende-se, então, que o teor do convite está em louvar a Deus, o Senhor, porque Ele é a rocha da salvação. Ele é soberano, o grande Rei. Ele é o Criador de tudo o que veio a existência. Quanto de beleza e convicção de fé podem ser encontrados na afirmação do salmista sobre o ser de Deus.

Os atributos de Deus são anunciados neste Salmo de maneira declaratória e ainda há o reconhecimento de que a partir dele é que se tem vida. Afirma o salmista no versículo 6 que ele “nos criou” e por esse motivo ele se torna “o nosso Deus e nós o seu povo”, quando há o entendimento, o reconhecimento e aceitação desta verdade.

Mente e coração do adorador precisam estar em sintonia com a verdade de Deus. É preciso mantê-los abertos à sua voz e obedecer à sua direção. É assim que se apresenta louvores a Deus, com reverência e gratidão. No ato da adoração e do louvor há alegria, paz e compreensão sobre o mover de Deus na história.

O que é possível aprender com este Salmo? Bom, identificam-se três propósitos bem definidos. O primeiro, é que não se pode falar de adoração distanciada de Deus, porque ele é o centro e a razão de ser deste ato. Segundo, não há como adorar sem disposição de mente e coração. É preciso que eles estejam em sintonia com o objetivo da adoração. Terceiro, a adoração pode ser realizada em comunhão, não é apenas um ato solitário e restrito à pessoa. Adoração pode ser estendida à prática coletiva, trazendo unidade e comunhão.

Então, você aceita o chamado e se dispõe a exercer a prática da adoração comunitária? n

6 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 REFLEXÃO
Gleyds Silva Domingues pedagoga, educadora cristã, teóloga e professora

Dia de batismo é dia de festa, emoção e alegria!

Redação de Missões Nacionais

Louvamos ao Senhor, porque sete pessoas confessaram publicamente a fé em Jesus. Maria Eduarda, Kamila, Ester, Elisete, Breno, Francisca e Jailson iniciaram uma nova caminhada ao lado de Cristo e foram batizados na Igreja Batista Nova Canaã, em Porto Velho - RO, onde atua a família missionária: pastor Efrain, Marina e Ghabriel.

Dentre eles, mãe e filho foram batizados juntos, dona Francisca e seu filho Jailson. Que momento especial!

Ela, aceitou Jesus no período da pandemia e orava por seu filho em todo culto de oração. Neste ano, após um livramento, Jailson decidiu entregar sua vida a Jesus e se batizar.

Por todo o país, temos visto batismos. No Rio Grande do Sul, Gabrielly e Beatriz, confessaram publicamente a fé em Cristo e desceram às águas, durante a celebração que aconteceu na Igreja Batista Scharlau, em São Leopoldo - RS. Em Camaçari, na Bahia, testemunhamos o batismo do surdo Luiz Carlos. Para a glória de Deus, o Evangelho também sido anunciado por meio da Língua Brasileira de Sinais! No Nordeste, mais batismos. Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará também testemunharam muitas decisões por Cristo.

Essas pessoas são fruto de muito trabalho e você, querido apoiador da obra missionária, faz parte disso. Então, alegre-se conosco e louve ao Senhor, porque temos avançado na conquista da Pátria para Cristo!

Ore sem cessar e oferte pelo site: https://missoesnacionais.org.br/contribuir/. Há muito trabalho pela frente e, juntos, vamos avançar! n

7 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23
MISSÕES NACIONAIS
8 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
9 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Formandas do Polo Penha Solenidade de formatura do Polo Penha Formandas do Polo MS com Solange Araujo Solenidade de formatura do Polo MS

Homens Batistas Catarinenses se reúnem em 38°

Congresso

Luiz Henrique Machado presidente da União Missionária de Homens Batistas Catarinenses; pastor da Congregação Batista no SantinhoSC

Realizado pela União Missionário de Homens Batistas Catarinense (UMHBC) nos dias 10,11 e 12 de março, no Recanto Batista Catarinense, na cidade de Biguaçu, região da grande Florianópolis, o 38° Congresso de Homens Batistas Catarinenses utilizou como tema o texto de João 3.30: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua”. Com 220 homens e 32 Igrejas Batistas, conseguimos glorificar o nome do Senhor Jesus.

A programação contou com os preletores pastor Rogerio Souza, diretor executivo da Convenção Batista Catarinense; pastor Sergio de Souza de Carvalho, da PIB de Gaspar - SC; pastor Alex Guimarães, da PIB do Arroio do Silva - SC; e pastor Leonardo

Mais de 200 homens participaram da programação.

Amorim, da PIB de São Bento do Sul. Eles desafiaram os homens a refletirem sobre pontos essenciais para que Cristo cresça. Contamos também com o pastor Fabiano Lessa, coordenador Nacional de Embaixadores do Rei.

Outras palestras direcionadas, como a do pastor Mario Fernandes, que atua na psicologia, abordou o assunto pecado da pornografia como

destruidor de muitas famílias. Irmão Leonardo, da PIB de São Francisco do Sul, líder da empresa Fluo Missão, que através da moda direciona seu recurso para manter missionários no campo, abordou e incentivou empresas a terem esse olhar. O tempo livre no congresso foi momento de descanso, conversas, torneio de futebol, vôlei, piscina, outros jogos e afazeres. Tivemos dois tempos específicos para

OPBB - MG promove

orações lideradas pelo pastor Aimoré Costa, da Igreja Batista do Rio Vermelho - SC.

Encerramos esse 38º Congresso de homens agradecidos ao Senhor, aos irmãos colaboradores, pastores e líderes. Observamos o quanto Cristo tem nos abençoado e transformado homens em nosso meio e na comunhão entre Igrejas no estado de Santa Catarina. n

encontro

para pastores e esposas

Famílias pastorais tiveram momentos de lazer e ministração.

Comunicação da Convenção Batista Mineira

Entre os dias 09 e 12 de março aconteceu no Hotel China Park, no Espírito Santo, o Encontro de pastores e esposas promovido pela Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Minas Gerais (OPBB - MG). Os preletores convidados foi o casal Nívea e Guilherme Gimenez, que palestraram sobre o tema: “Encontros e desencontros no casamento”. Ao todo foram cinco palestras com os seguintes assuntos: “Por que tantos desencontros?”; “De onde vem os desencontros?”; “Como se reencontrar?”; “Caminhos opostos são desencontros certos?”; “Amor e reencontro”.

Segundo Guilherme Gimenez, a experiência de falar aos pastores e esposas foi marcante: “a forma como Deus falou ao coração de todos, primeiramente ao meu próprio coração. Fomos além da proposta do tema e trocamos experiências pessoais, falando daquilo que vivemos no ministério e que afeta diretamente o casamento. O modo como os casais responderam e interagiram mostra que tivemos dias

de comunhão com Deus e uns com os outros”.

Um dos participantes do retiro foi o pastor Lucas Júnior Alves Souza, pastor auxiliar na Igreja Batista Memorial Veneza em Ipatinga - MG. Ele estava com a esposa, Débora Assis, e a filha do casal e aproveitou o tempo para descansar, aprender e ter um tempo de qualidade com a família: “Para mim foi um privilégio muito grande poder participar do retiro de pastores juntamente com nossas famílias, tirar um tempo de descanso e também para sermos ministrados. Foi realmente abençoa -

dor! Agradeço a OPBB pela oportunidade te termos um encontro tão bom junto com os demais colegas de ministério, e também agradeço a Deus pela condução em nossas vidas nesses dias”.

Durante o encontro houve momentos reservados do palestrante Guilherme com os pastores e da palestrante Nívia com as mulheres. Para Nívea, a experiência foi maravilhosa: “A convivência com os irmãos foi muito boa, uma mistura de comunhão e companheirismo, sempre muito participativos e com o coração aberto a ouvir e aprender”.

Outro ponto importante observado pelos participantes foi o clima de amizade e a liderança amorosa do pastor Renê Toledo que preparou tudo com muito carinho para pastores e esposas. “É de grande alegria proporcionar isso para nossos pastores e suas esposas. Como pastor sei pelas minhas experiências o quanto os momentos de descanso são importantes para o sucesso do ministério pastoral e também do casamento e família pastoral. Este encontro foi muito bom, com ministrações importantes e trocas de experiências ímpares”, finaliza o pastor Renê. n

10 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
Homens de 32 Igrejas da Convenção Batista Catarinense participaram do Congresso Esposas e pastores durante encontro promovido pela Ordem de Pastores Batistas do Brasil - Seção Minas Gerais

Completar a missão é servir

O programa Voluntários sem Fronteiras atua em diversos campos de Missões Mundiais. A Voluntária Christina esteve no Equador e contou um pouco de como foi a sua experiência ali.

“Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo” (Isaías 41.13).

Diante do chamado de Deus ao campo de Missões Mundiais, em junho de 2022, encorajei-me a ter o propósito firme para assumir um novo desafio, confiante que essa era a vontade de Deus para minha vida: Voluntariar = Servir.

Entrei em contato com a organização dos Voluntários Sem Fronteiras, na modalidade individual e corri atrás das documentações necessárias para seguir adiante nesse projeto. Após alguns meses de espera, a resposta veio ao meu encontro: Equador.

“Senhor tu me queres nesse lugar, é para lá que vou!”

Quando nos colocamos à disposição do voluntariado em um campo missionário, nos preparamos em oração para que Deus possa agir sobrenaturalmente a cada momento nessa

ação. Então, do dia 21 de setembro de 2022 ao dia 21 de outubro de 2022, foram dias intensos com a missionária Marta, que se dedica em tempo integral ao ministério de evangelismo nas cidades do Equador.

Durante esse período apareceu um grupo de apoio, as missionárias voluntárias Kelvy, Larissa e Wilma (queridas irmãs em Cristo), que fizeram toda diferença com o trabalho infantil e com mulheres em ação. Fizemos a preparação de materiais de capacitação para o trabalho com adultos e crianças, montagem de kits de higiene bucal, ensinando a utilização de trabalhos manuais, tais como “passaporte missionário” focando nos quatro pilares do DNA missionário de Missões Mundiais (orar, ir, mobilizar, ofertar), teatro

de fantoches, dinâmicas em grupo e jogos lúdicos direcionados a Palavra de Deus.

O trabalho no Equador foi realizado em torno de escolas carentes, escola de surdos, áreas rurais, capacitações na Igreja Batista de Riobamba, e Igreja Batista de Santo Domingos.

Essa experiência missionária me fez acreditar que as pessoas, de diferentes culturas ainda, mesmo após a pandemia e o distanciamento social, se aproximam por um bem maior que é Cristo, que nos coloca como uma única família que é a família de Deus.

Sou imensamente grata a Deus e a todas as famílias equatorianas que me receberam em suas casas, escolas, instituições, dos sorrisos e abraços carinhosos das crianças, a missioná-

ria Marta que esteve junto comigo em todo tempo, as meninas missionárias, meus intercessores, a Igreja Batista do Bacacheri - PR, e a equipe dos Voluntários Sem Fronteiras de Missões Mundiais que me proporcionaram esse crescimento espiritual ao qual eu aprendi muito.

É gratificante saber que essa obra será valorizada e continuada daqui para frente, com as irmãs e irmãos em Cristo, se doando, investindo, seja por um tempo curto ou longo, dada a idoneidade e seriedade do compromisso de servir com a missão do voluntariado para o amor em Cristo. Amém!

Faça como a Christina, seja um Voluntário Sem Fronteiras! Escreva para voluntarios@jmm.org.br para mais informações. n

Projeto leva alimento e Jesus às crianças africanas

Jessé Carvalho

pastor, coordenador da JMM no Oriente Médio, Norte da África e Sahel Africano

Os fenômenos naturais, as guerras e doenças continuam a ceifar vidas em diversos lugares do mundo. Mas, pouco é divulgado sobre uma calamidade que continua a fazer milhares e milhares de vidas em diversas partes do mundo: a FOME.

A fome ainda é um dos maiores causadores de morte no mundo, e quando não mata deixa sequelas irreversíveis àqueles que conseguem sobreviver. Segundo um relatório da ONU, atualmente mais de meio milhão de pessoas vivem com fome. E entre 2021 e 2022, os níveis de crise de fome ou em pior situação, aumentou em 40 milhões em relação ao ano anterior. Em mais de 50 países ou territórios, 193 milhões de pessoas enfrentaram “segurança alimentar aguda”.

Além disso, um relatório da ONU apontou um crescimento expressivo da fome no mundo. No geral, mais 2,3 bilhões de pessoas (ou 30% da população global) não tinham acesso à alimentação adequada durante todo o ano. Esse indicador – conhecido como prevalência de insegurança alimentar

moderada ou grave – saltou, em um ano, tanto quanto nos cinco anos anteriores combinados.

A África, como sempre, é o continente mais afetado por esse terrível problema. Em minha recente viagem ao continente, estive no país que tem o 2º pior IDH do mundo. Devido ao radicalismo religioso que tomou boa parte do interior do país, próximo às fronteiras com países vizinhos, milhares de pessoas fugiram de suas vilas e se aglomeram em terrenos vazios na capital. A condição de vida é mais precária do que se imagina, e como consequência a fome mata centenas de crianças anualmente.

Em meio a esse caos, nossos mis-

sionários no país desenvolvem um projeto que salva crianças da morte. O nome do projeto, que chamo aqui de “Nutri-Salvação”, distribui alimentos como leite, farinha enriquecida e algo muito mais precioso àquelas mães: o pão do céu, que é Cristo. Acompanhei um dia de atividade de nossos missionários, como eles fazem o controle da evolução de cada criança, como advertem e encaminham os casos mais graves ao hospital, como visitam as famílias nas suas ocas, identificam outras necessidades e dificuldades.

Tive o privilégio de pregar para as dezenas de mães com seus filhos que esperavam o atendimento. Falei sobre a sabedoria dos amigos do paralítico que

o levaram até Jesus. Disse que quando levamos nossos problemas a Cristo temos a respostas para nossos problemas visíveis, e a solução para o principal problema, nossos pecados, que muitas vezes não vemos, mas que nos levam para a eternidade longe de Deus.

Também orei por cada criança que entrava no espaço de atendimento. A maioria trazia em seu pescoço um patuá, ou amuleto, que identificava o encaminhamento ao feiticeiro da tribo e consagrada aos espíritos. Em minha oração eu impunha as mãos e dedicava as crianças ao Senhor, pedindo que Ele as tomasse para Si e as salvasse. Uma das crianças que tomei no colo tinha o nome árabe que significa “abençoado”. Ele chegou ao projeto com pouco menos de um ano de idade, e pesava menos de 3kg. Hoje, fora de perigo, “abençoado” está com um ano e quase 10kg, e é acompanhado pelos nossos missionários. Foi difícil conter as lágrimas em alguns momentos naquela pequena sala.

Ore pelo nosso casal de missionários e por suas duas filhas. Pelas duas irmãs de igrejas locais que ajudam no projeto. E por cada uma daquelas famílias atendidas. Estamos completando a missão através do Nutri-Salvação.

11 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 MISSÕES MUNDIAIS
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Convenção Batista Baiana realiza

1° treinamento para missionários

Atividade capacitou 30 missionários.

facilitadores

Uelington Rocha

gerente de Responsabilidade Social da Convenção Batista Baiana

Nos dias 03 e 04 de março, foi realizado, na cidade de Itapetinga, o primeiro Treinamento para missionários facilitadores do PEPE Bahia

2023. O evento ocorreu nas dependências da Primeira Igreja Batista de Itapetinga e contou as presenças do pastor Paulo Dias, diretor executivo da Abiah PEPE Brasil, e pastor Jurandir Júnior, diretor adjunto da ABIAH PEPE Brasil, além da coordenadora do PEPE Bahia, a irmã Edna Peixo -

to, e do gerente de Responsabilidade Social da Convenção Batista Baiana, Uelington Rocha.

Foram 30 missionários treinados, com nove cidades representadas e 11 Igrejas participantes. Seguimos avançando na propagação do Reino de Deus através do ensino e da com -

paixão com essas crianças.

Se você deseja implantar uma unidade do PEPE em sua Igreja ou cidade, entre em contato com a Gerência de Responsabilidade Social da CBBA e fique atento à data do próximo treinamento: (71) 996941363.  n

Batistas do Pará participam do congresso Conexão Missionária

Atividade foi realizada numa parceria entre COBAPA e JMM.

Comunicação da Convenção Batista do Pará

No dia 04 de março, Belém - PA recebeu o “Conexão Missionária” da Junta de Missões Mundiais (JMM) em parceria com a Convenção Batista do Pará (COBAPA). Contando com a representatividade de mais de 60 Igrejas e mais de 200 inscritos, a Igreja Batista da Perebebui sediou o evento, que foi organizado pelos mobilizadores voluntários da JMM no Pará.

O presidente da COBAPA, pastor Josuberti Costa, saudou a todos e destacou a grande parceria entre COBAPA e JMM para o avanço do Evangelho no Pará. O diretor administrativo do Seminário Teológico Batista Equatorial (STBE), pastor Jefferson Dantas, encorajou a todos a se envolverem com os trabalhos missionários e destacou as ações da Junta de Missões Nacionais (JMN) e os cursos e eventos que acontecerão no STBE. Os missionários regionais, pastor Ebenézer Barros e missionário Wagner Souza, representaram a equipe executiva da COBAPA e falaram a respeito dos projetos Missionários da Convenção, destacando o projeto de Coordenadoria Regional, Plantação de Igrejas e Radical COBAPA.

Programação teve mais de 200 inscritos

Participantes ouviram sobre os desafios do campo missionário

O coordenador da JMM do Norte/ Nordeste, missionário Sandro Rocha, falou dos desafios enfrentados pelos missionários e como os Batistas brasileiros têm contribuído para o avanço missionário pelo mundo. O casal Juan e Narriman, missionários aposentados

da JMM, compartilharam as experiências vividas no campo e desafiaram os presentes a se comprometerem com Missões.

O congresso Conexão Missionária é uma iniciativa da Junta de Missões Mundiais (JMM) em todo o Brasil, que

tem por meta ser um poderoso instrumento de aproximação, unidade e mobilização missionária durante a promoção da Campanha Missionária que a JMM, realizada no primeiro semestre de cada ano.

12 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA
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Primeiro treinamento para missionários facilitadores do PEPE Bahia
13 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23

A oração é o instrumento que o Pai disponibilizou para que conversássemos com Ele. É impressionante o valor da oração. Enseja intimidade com o nosso Criador e Redentor em Cristo Jesus. Ela produz quebra de sistemas, esquemas e movimentos deste mundo. Deve ser sempre feita na vontade do Senhor revelada nas Escrituras. A oração tem o poder de destruir as coisas ruins e construir as coisas boas, que edificam e abençoam o povo de Deus. Deus se agrada da oração dos Seus servos e servas. Ele tem prazer ao ver Seus filhos O buscarem com quebrantamento e contrição (Salmos 51.17). Os filhos de Deus devem ter um imenso prazer, deleite em orar. O ato de buscar o Senhor revela o reconhecimento de nossas profundas limitações e carências. A oração se caracteriza pela dependência (de Deus) e pela interdependência (a dependência mútua, na comunhão fraterna). A prática da oração é salutar, isto é, traz saúde para o cristão e para a Igreja - o Corpo vivo de Cristo (I Coríntios 12.12-31).

Na oração temos o prazer da intimidade com o Senhor. Nesta relação somos tratados e encorajados na caminhada cristã. Neste relacionamento com o Deus Pai, somos desafiados a viver como filhos obedientes. A prática do diálogo com o Senhor é sempre positiva. Aquele que se inclina diante do Senhor tem o privilégio de receber do dEle as orientações devidas para o viver cristão. Há uma relação íntima entre o ato de orar e o exercício da soberania de Deus. Isto significa dizer que Deus nos responde segundo o Seu querer. Na verdade, a busca da vontade de Deus deve ser caracterizada pela fé, confiança e pelo contentamento. Sabemos, pela Palavra, que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11.6). A resposta da petição será caracterizada pelo contentamento, pela profunda alegria de entender a vontade do Pai. Que formemos grupos de oração nos lares, na Igreja e nos ambientes de trabalho e da escola. Oremos sem cessar, oremos intensa e apaixonadamente. A oração é a chave do avivamento. Dobremos nossos joelhos em oração cheios de amor pelas pessoas sem Cristo e por todos os que estão afastados e excluídos da Igreja

A

do Senhor.

Temos ciência de que oração é adoração, confissão, intercessão, petição e gratidão. Nela lembramos dos outros em primeiro lugar, pois a oração é altruísta. Na verdade, ela é um serviço que prestamos a Deus e ao próximo. A nossa relação com o Senhor por meio da intercessão deve ter o traço da humildade. Nela, reconhecemos as nossas fraquezas e a plena fortaleza do Senhor. A nossa incapacidade e a total capacidade DELE. As nossas imperfeições e a perfeição DELE. Na vida de oração somos constantemente oxigenados pelo Espírito Santo. É este mesmo Espírito que nos assiste em nossas fraquezas, pois não sabemos como pedir. Ele intercede por nós sobremaneira com gemidos inexprimíveis (Romanos 8.26,27).

Somos desafiados a um compromisso inadiável com a vida de busca intensa pelo Senhor. O nosso interesse é agradá-lO. A nossa motivação é Ele mesmo. A nossa alegria deve estar

da oração

sempre nEle. Ele é a nossa segurança. NEle nos movemos. Ele nos conduz para a Sua glória. Aliás, Ele é glorificado quando somos obedientes. Na obediência o caos se torna obra esplêndida. Ele faz novas todas as coisas em Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote. Deus, o Pai, é a fonte e o alvo da oração; o Filho é o meio e o Espírito Santo é o poder. A oração pode quebrar o status quo. Como declara Jaques Ellul, filósofo cristão francês, “a oração mantém unidos os fragmentos destruídos da criação. É ela que torna a história possível”.

Não podemos prescindir de uma vida de comunicação criativa com o Senhor, de constante busca pela ação dEle na História. Devemos interceder pelas autoridades, pelos líderes de organizações, por homens e mulheres que ocupam posições de relevância nos cenários nacional e internacional, pelos enfermos, pobres e miseráveis. Não nos esqueçamos de interceder pelas vítimas de maus tratos, pelos

injustiçados, pelos dependentes químicos, pelas prostitutas, lésbicas e homossexuais, pelos mendigos, pelos profissionais de saúde, pelos policiais, pelos professores e tantos outros que carecem de nossas orações. Devemos nos importar com os que sofrem. Que a mesma pessoa que ora seja também instrumento de transformação do caos. Busquemos ao Senhor sem cessar. Tenhamos o privilégio e a responsabilidade de orar no Espírito. Que a pregação, o ensino, o evangelismo pessoal e a ação social sejam regados com oração sincera. Se desejamos fazer toda a diferença neste mundo ‘que jaz no maligno’ (1 João 5.19), precisamos urgentemente orar. Intercedamos a Deus por nossas famílias, nossas Igrejas e as instituições de servidores. A oração do justo pode muito em sua eficácia (Tiago 5.16). Que a nossa oração seja dia após dia relacionamento sincero com Aquele que era, que é e que há de vir, o Senhor Todo Poderoso (Apocalipse 1.8). n

14 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 FÉ PARA HOJE PONTO DE VISTA
importância

A educação na Igreja tem papel estratégico!

Tem sido preocupante tomar conhecimento do enfraquecimento do ensino em muitas regiões e Igrejas. Se considerarmos a importância do papel educacional da Igreja teremos de inserir, com urgência, este tema em nossa agenda de prioridades e preocupações.

Torna-se necessário refletirmos sobre os riscos que estamos correndo quando não priorizamos o processo educacional como parte das prioridades e atividades de uma Igreja, até mesmo no cumprimento da ampla missão que Deus tem para ela.

Necessitamos compreender a importância de quando a pessoa aceita a Cristo como seu Salvador e Senhor, levando em conta que isso é apenas o ponto de partida para uma nova vida. Aceitar a Cristo não é um fim em si mesmo indicando que apenas possuindo como que um “cartão magnético” para ingressar futuramente no céu, tudo o mais estará resolvido em sua vida.

Precisamos ampliar nossa compreensão da profundidade e amplitude de significado do “aceitar a Jesus” que dá início a um novo modo de ser, viver, pensar e agir, agora como filhos da luz, novas criaturas, cujo papel é ser sal, luz, embaixador de Cristo no viver diário. O Novo Testamento está repleto de textos demonstrando tudo isso.

Se pensarmos que a prioridade está em apenas conquistar “almas” para a salvação preparando-as para a eternidade, deixaremos de cumprir de forma completa nosso papel como Igreja. Veja que, se separarmos o conteúdo histórico e escatológico do

Novo Testamento, o que ficar praticamente focaliza a vida a ser vivida aqui no cotidiano antes da volta de Cristo. Estamos perdendo muito em reter a salvação apenas no território jurídico - Jesus morreu por nossos pecados - e escatológico - Ele veio para nos garantir um futuro com Deus. Estamos deixando de apresentar toda a verdade e plano de Deus (Atos 20.27). Esta visão resulta em fraqueza espiritual, experiencial, doutrinária para a vida daqueles que são salvos.

Será necessário recuperar o ensino do Novo Testamento ao apontar que a salvação é um meio para corrigir o nosso estado pecaminoso para nos levar, então, de volta ao plano original de Deus que nos criou para sua convivência, para que vivamos em equilíbrio com o próprio Deus, conosco mesmos, com o próximo com nosso ambiente - viver para a glória de Deus.

Longe da comunhão com Deus, o ser humano se infantilizou e passou a viver em conflito consigo mesmo, com os outros e com o ambiente, tudo em direção oposta ao plano original para o qual foi criado. A salvação por meio de Jesus Cristo leva o ser humano potencialmente de volta a este estado de vida. A salvação, portanto, em vez de ser considerada meramente como que uma apólice de seguro contra o incêndio do inferno, promove reconquista do que foi perdido.

Assim, ao sermos salvos, somos recolocados na vida para reconstruirmos nossa história, e, mais do que isso, reconstruirmos nosso modo de tomar decisões na vida, de nos relacionarmos em nosso âmbito de atuação - no lar, entre os vizinhos, entre os amigos, no trabalho, na escola, no trânsito,

no exercício da cidadania. Após nossa conversão nossa vida terá novos ideais, novos valores, que serão os referenciais para as escolhas diárias, enquanto aqui aguardamos a volta de nosso Mestre Jesus Cristo.

Diante de tudo isso, como igreja, temos o papel de preparar o cristão não somente para ser bom membro da igreja, mas e, principalmente, para o exercício da prática cristã de vida em todos os âmbitos e sentidos. Podemos chamar isso de missão da Igreja voltada a si mesma. Aqui entra o trabalho do púlpito com a admoestação, sem dúvida, mas também temos de pensar no trabalho da educação para dar ao membro da igreja, desde a sua conversão, condições para o crescimento no conhecimento da Palavra de Deus, das doutrinas bíblicas, dos princípios éticos etc. Condições também para seu amadurecimento na vida cristã, na dependência de Deus, para que possa viver sua vida aos pés do Mestre, na dependência do Espírito Santo, sabendo enfrentar os diversos dilemas e dificuldades da vida, também para que se relacione adequadamente com Deus, consigo mesmo, com as pessoas e com seu ambiente. A educação também deverá proporcionar capacitação para o exercício dos dons de serviços, mas também para o desenvolvimento da vida piedosa em oração, no estudo da Palavra de Deus.

A educação na Igreja deverá ter o papel de contribuir para a formação de lares sólidos em que o ensino da Bíblia seja a tônica em palavras e em exemplos práticos para os filhos.

Quando focalizamos apenas a missão da Igreja voltada à conquista do mundo para a salvação, fatalmen-

te teremos Igrejas que se parecerão com orfanatos espirituais repletas de crianças espirituais. Quando focalizamos apenas o aspecto institucional da Igreja caímos no reducionismo de confundir cristianismo com atividades dominicais transformando o domingodia de descanso e celebração - em dia do cansaço, agitação, mas sem vidas transformadas.

Quando buscamos inserir e priorizar a educação como fomento de preparo dos salvos no caminho da vida transformada, estaremos semeando nessas vidas a oportunidade para que sejam sal, luz, embaixadores do reino diante de um mundo volátil, incerto, complexo, ambíguo (mundo VUCA), onde Deus já não é a fonte de significação real da vida. Em um mundo assim, não bastam palavras, é necessário ir mais longe e fundo com testemunho concreto por meio de vidas transformadas que irão semear vidas transformadoras, que, por sua vez, serão instrumentos de um Evangelho real, vivo, não apenas de palavra, mas também de obra e ação (Tiago 1.19ss).

Então, já é possível ir descobrindo quão é necessária e estratégica é a educação na Igreja. Como preparar os cristãos para a vida a ser vivida após a conversão? Como levá-los a compreender o seu papel no mundo à luz dos valores e princípios bíblicos?

Assim, iremos compreender a ampla missão que Deus tem dado à sua Igreja. Como está a educação em sua Igreja? Qual é a prioridade que lhe tem sido dada?

Contato: rega@batistas.org

Instagram: @lourencosteliorega

15 O JORNAL BATISTA Domingo, 09/04/23 OBSERVATÓRIO BATISTA PONTO DE VISTA
Lourenço Stelio Rega
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