Matéria escola - Bebedouro 45

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8 Educação

Jornalistas em potencial Alunos de escola municipal descobrem universo da imprensa através de projeto que analisa, discute e opina sobre notícias

Giovanni Giocondo

Por Giovanni Giocondo

Esse projeto colaborou muito no processo de aprendizagem dos alunos, que desenvolveram novas habilidades na redação e na leitura

J

ornalismo se faz e se discute muito além das universidades, das redações de jornais e revistas, sites, emissoras de rádio e televisão. Alunos do 4º ano da Escola Municipal de Ensino Básico Octávio Guimarães de Toledo, a partir do “Projeto Jornal”, coordenado pela professora June Mare Salvador da Silva, aprenderam conceitos básicos do processo de construção da notícia ao longo de 2015. O trabalho consistia em alguns eixos: leitura, discussão, comparação entre fontes e tomada de posicionamento dos estudantes quanto às matérias dos jornais impressos que circulam em Bebedouro – entre eles, o Brasil Atual. “Esse projeto colaborou muito no processo de aprendizagem dos alunos, que desenvolveram novas habilidades na redação e na leitura”, explica June Mare, que teve como base para o tra-

balho um capítulo da apostila “Ler e Escrever”, distribuída pela Secretaria Estadual de Educação. “O livro trouxe alguns elementos essenciais do jornalismo, que nós exploramos com muita pesquisa e dedicação”, diz. A professora ainda conta que a partir dessa ideia as crianças levaram para dentro de casa os assuntos das leituras feitas na escola, relacionando com outras notícias dos telejornais e dos portais online. “Eles fizeram a comparação entre os autores de cada matéria, responderam às perguntas ‘onde, como e por quê’, além de tomarem partido, procurarem culpados e defenderem posições.”

Palestra improvisada

Após um ano de aprendizado teórico sobre a mídia, as crianças tinham enorme interesse em co-

nhecer a redação de um veículo de comunicação: saber como funciona, quem trabalha no local e o que se faz lá dentro. Como a redação central do Brasil Atual fica em São Paulo, a solução foi improvisar. Eu, Giovanni Giocondo, repórter do Brasil Atual, fui até a escola e conversei com os estudantes para explicar um pouco da dinâmica diária do jornal e das tarefas profissionais e sociais dos jornalistas. As crianças leram trechos de reportagens, tiraram fotos e fizeram perguntas. Um dos mais curiosos era Pedro Henrique Ferreira, de 9 anos, que questionou se existia um limite de idade mínimo para ser jornalista. A explicação para o menino foi a de que apesar de ainda haver formação superior específica em comunicação social exigida por muitas empresas do setor, qualquer pes-

soa pode exercer o ofício, inclusive dentro da própria escola, desde que atenda a princípios éticos com o público e de liberdade de expressão, respeitando as fontes. Pedro ficou animado e pensa até em fazer um jornal do colégio com a ajuda dos amigos. Já o colega Uriel Diego de Oliveira, de 10 anos, quis saber se era muito difícil conseguir entrevistas a depender do assunto que fosse tratado. Eu lembrei ao menino que temas “cabeludos”, ou seja, problemáticos, fazem com que muitas fontes nem sempre se coloquem à disposição para ser entrevistadas. Segundo a professora June Mare, a “palestra improvisada” foi o assunto do dia seguinte. “Quem faltou ficou triste por não assistir. Mas com certeza teremos outras oportunidades”, comentou.


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