8 Solidariedade
Jovem promove campanhas para realizar cirurgia no exterior Portadora de uma síndrome rara, a bauruense Lais de Oliveira precisa arrecadar R$ 100 mil nos próximos meses
Reprodução Facebook e Ricardo Santana
Eu não desanimo e acredito na solidariedade das pessoas. Vou continuar lutando enquanto for necessário
Eventos de apoio Bazar Beneficente “Unidos Pela Laís”
13 de março, às 14h Rua da Igreja, 1-55 (Salão Paroquial), Vila Dutra
Show Beneficente no Camaleão Bar 27 de março, a partir das 20h Av. Getúlio Vargas, 12-26, Jardim América
L
ais de Oliveira Vaz, de 20 anos, ficou conhecida em toda a região por sua determinação no tratamento de uma enfermidade rara. A bauruense descobriu há três anos que é portadora da Síndrome de Arnold-Chiari, uma má-formação de origem congênita no sistema nervoso central, manifestada entre a junção do pescoço e do crânio, podendo gerar hidrocefalia e a perda de funções motoras. A descoberta da doença ocorreu quando a jovem tinha 17 anos. Uma dor de cabeça contínua e diversas passagens pelos hospitais levaram os médicos a desconfiarem que ela tinha a síndrome en-
contrada em uma a cada 100 milhões de pessoas no mundo Desde então, Lais realizou uma série de tratamentos no Brasil. Em 2014, foi submetida a uma cirurgia no Hospital da Unesp de Botucatu, mas que não resultou em efeitos práticos. “A medicina no país ainda desconhece a síndrome e praticamente todos os recursos foram esgotados. Ainda tenho sequelas da última cirurgia realizada aqui, como espasmos e dores de cabeça”, revela. Mesmo com o desempenho pouco eficiente da cirurgia, a bauruense não deixou de procurar por recursos e pesquisar possíveis tra-
tamentos. Foi assim que ela descobriu o Instituto Chiari, na Espanha, referência no tratamento da doença. Seu maior desejo é realizar uma nova cirurgia por lá. “Os riscos são menores do que no Brasil, pois eles fazem um tratamento mais focado e especializado. É um esforço”, conta Lais. Somente a cirurgia, no entanto, está orçada em € 18 mil (cerca de R$ 80 mil). Adicionando transporte, hospedagem e alimentação, os custos totais podem chegar na faixa dos R$ 100 mil. O tratamento no exterior, porém, não é custeado pelo SUS, o que obrigou a jovem a buscar alternativas. Com o auxílio de familiares e ami-
gos, Lais tem realizado eventos beneficentes para arrecadar o dinheiro. A página “Unidos pela Lais” no Facebook tem ganhado novos seguidores. “Esta é minha única esperança. Já conseguimos mais de 70% com o apoio dos amigos e tenho fé de que vamos além”, conta. A mais nova campanha busca juntar 2.000 pessoas que possam realizar a doação de R$ 10 reais por até três meses. Segundo a jovem, o valor arrecadado já seria suficiente para avançar às próximas etapas do tratamento. “Eu não desanimo e acredito na solidariedade das pessoas. Vou continuar lutando enquanto for necessário”, conclui Lais.