Jornal Brasília Capital 554

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“Grass e Veras cumprem dever de ofício” Presidente da Associação de Veículos de Comunicação Comunitária do DF e Entorno (Asvecom) defende iniciativa dos dois distritais de pedir explicações sobre as contas da Secretaria de Comunicação do GDF. E cobra transparência Ano XII - número 554

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ENTREVISTA / EDVALDO BRITO

Brasília, 19 a 25 de fevereiro de 2022

AGÊNCIA BRASÍLIA

João Fortes alega impedimento legal para não pagar dívidas Empreiteira diz que acordo de recuperação judicial a proíbe de quitar débitos com a Casa Transitória de Brasília, que atende mais de 300 crianças em Taguatinga, no Areal e na Candangolândia Página 6

Lata velha

1.106 sucatas

DIVULGAÇÃO

transportando gente GDF vai enviar mensagem à Câmara Legislativa pror-

transporte público de passageiros do Distrito Federal.

rogando por 180 dias autorização para que ônibus

Tema foi debatido na CLDF em audiência pública pro-

com mais de sete anos de uso continuem operando no

posta pelo deputado Chico Vigilante.

Pelaí – Páginas 2 e 3

GABRIEL PONTES

Justiça fecha centro de treinamento em Taguatinga

Carlos Maroja, juiz da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário, acata reclamação de morador e interrompe atividades do Cabana, na QNA 37 Via Satélites – Página 8

Hamburgueria 5 estrelas. Equipe nota 10 Heróis Super Burguer, na 307 Sul, se inspira nos personagens da Marvel. Nos bastidores, garçons e cozinheiros experientes garantem o sucesso do Faisão Dourado, na 314 Sul Dedé Roriz – Página 12


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Ex pedien te

Dança – Conhecido e respeitado na política local, o expresidente da Câmara Legislativa, Wasny de Roure, ensaia voltar à cena em 2022. Agora no PDT, o ex-petista já articula com lideranças e caminha pelas cidades. Enquanto isso, o distrital Reginaldo Veras pode trocar o PDT pelo PV ou PSB para tentar um voo para deputado federal.

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Frota sucateada AGÊNCIA BRASÍLIA

As empresas de ônibus que operam no Distrito Federal teriam até o dia 28 de fevereiro para trocar 1.106 dos 2.800 que circulam na cidade. Eles estão com mais de sete anos de uso. No entanto, os empresários alegam que a pandemia dificultou a compra de novos carros. O GDF vai enviar proposta à Câmara Legislativa ampliando o prazo em 180 dias. ULTIMATO – A decisão foi anunciada na quinta-feira (17) pelo secretário de Transportes, Walter Casimiro, em audiência pública promovida pelo deputado Chico Vigilante (PT). Ao final da discussão, Vigilante estabeleceu que segunda-feira (21) será o prazo final para as empresas enviarem a nova data para a substituição dos veículos. A medida terá de passar pelo crivo do plenário da CLDF. DECRETO LEGISLATIVO – A audiência pública contou com a presença de vários parlamentares, de representantes do GDF, dos sindicatos dos rodoviários e dos metroviários e de especialistas em mobilidade urbana. Vigilante é autor de um decreto legislativo – atualmente em vigor – que revogou decisão do Conselho de Transporte Público Coletivo e alterou a validade dos ônibus, exigindo a renovação da frota pelas empresas a cada sete anos. PRODUÇÃO REDUZIDA – Apesar do decreto, algumas delas alegaram que os fabricantes de veículos, diante da pandemia, reduziram a produção, o que impossibilitaria o cumprimento do contrato. “A população não pode andar em ônibus tão antigos. Precisamos garantir um mínimo de segurança para as pessoas que usam o transporte público”, afirmou o deputado.

DIVULGAÇÃO

180 DIAS – Pelo que foi exposto durante o debate, serão necessários, no mínimo, 180 dias para a efetivação da troca, com substituições parciais ao longo desse período. Conforme explicou Vigilante, caso não seja definido um novo cronograma, no dia 28 de fevereiro próximo, 1.106 ônibus terão de ser recolhidos, segundo o contrato firmado pelo GDF com as empresas. UMAS, SIM. OUTRAS NÃO – Há empresas que conseguiram renovar 100% da frota dentro do prazo, caso da Pi-

racicabana, da Pioneira e da TCB. Já a Marechal precisa trocar 356 dos seus 464 veículos. A São José necessita de 448 novos ônibus - além dos 100 que já renovou -, e a Urbi tem 314 coletivos para trocar. METRÔ – Representando o Sindicato dos Metroviários, Neiva Lopes reivindicou que o metrô, a exemplo do sistema de ônibus, seja contemplado com o subsídio intitulado “tarifa técnica”, que cobre a diferença entre os custos operacionais e a arrecadação com as passagens.


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Barroso x Bolsonaro O ministro Luís Roberto Barroso se despede do Tribunal Superior Eleitoral na terça-feira (22). Ele liderou o TSE nas eleições de 2020 e defendeu arduamente a urna eletrônica e o sistema brasileiro de votação dos ataques do presidente Bolsonaro. JOGO DURO – Mesmo com a saída de Barroso, o TSE se manterá firme na defesa da democracia. É o que prometem os novos presidente,

Edson Fachin, e vice, Alexandre de Moraes. Bolsonaro e sua ânsia autoritária não terão vida fácil durante as eleições deste ano. MAMBEMBE – Antes do adeus, Barroso afirmou, em entrevista coletiva, que tentativas do presidente de desacreditar o processo eleitoral configuram “repetição mambembe” do que fez Donald Trump nos EUA após perder as eleições de 2020.

Brasília Capital na TV Numa parceria com a TV Comunitária, o Brasília Capital e o blog Brasília por Chico Sant’Anna estreiam, segunda-feira (21), às 19h30, o programa “Brasília Capital Notícias – Eleições 2022”. O primeiro entrevistado será o ex-deputado e pré-candidato a governador pelo PT, Geraldo Magela. Apresentado ao vivo, com duração de 30 minutos, o programa será transmitido pelo canal 12 da Net e pelo Facebook da TV Comunitária, do Brasília Capital e do blog Brasília por Chico Sant’Anna e terá a participação do editor do Brasília Capital, Orlando Pontes, e

do diretor da TV Comunitária, Paulo Miranda. A apresentação será de Chico Sant’Anna.

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Abritta é o novo presidente do Sindivarejista O empresário Sebastião Abritta foi eleito, sexta-feira (18), presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF. Ele encabeçou chapa única à sucessão de Edson de Castro. Os vices-presidentes eleitos são Antônio Mathias, Talal Abull Alan e Geraldo César Araújo. A posse da nova dire-

toria será no dia 1º de abril. Abritta prometeu trabalhar para dinamizar o varejo com criatividade, espírito vencedor e a união dos varejistas. Vamos ter em mente trazer novas empresas do varejo para o Distrito Federal, gerando empregos e renda”

A sanha dos militares pelo poder político J. B. Pontes (*)

camente estaria ao lado do governo. Este, no entanto, nada fez. DIVULGAÇÃO O Gabinete foi induzido a reunirInegável que D. -se no Quartel General do Exército, Pedro II foi um goonde foi cercado pelas tropas rebelvernante culto, hondes. Instado a reagir em defesa do rado, honesto e comgoverno, Floriano recusou-se. Ouro prometido com os Preto teve que se render. As portas interesses do Brasil. do QG foram, então, abertas aos miliE sensível à causa tares rebelados. A esse respeito, disse dos mais pobres, inOuro Preto: “Fomos miseravelmente clusive os escravos. traídos. Chamaram-nos para esta raLutou, a despeito de toeira afim de que não pudéssemos uma classe política desqualificada e dos poderosos, pela organizar lá fora a resistência. Antes grandeza do País, pela educação e me houvessem matado!”. pela igualdade social e econômica. Sua deposição por um golpe militar – O TIRO NO PÉ DE D. PEDRO II – Assim, a Proclamação da República - foi um em 15 de novembro de 1989, Deodoato injusto e covarde, marcado por ro, um monarquista admirador de D. corporativismo, traições e fake news, Pedro II, subiu as escadas do QG do só justificado pela ânsia dos militares Exército dando vivas ao Imperador, declarando a derrubada do governo e pelo poder político. A família real sofria desgastes po- a prisão dos Ministros. Cientificado da situação por Ouro líticos desde 1870, fato agravado pelo descontentamento da aristocracia ru- Preto, liberado para com ele converral pela abolição da escravidão, equi- sar, Pedro II relutou em aceitá-la. Foi vocadamente atribuída à Princesa Iza- convencido, afinal, de que o golpe não bel. É certo que os ideais republicanos tinha volta, e numa atitude impensada excitavam o ânimo dos intelectuais e indicou Gaspar Silveira Martins para dos universitários. Ideais que, em ver- montar o novo gabinete. Um tiro no dade, nunca foram seguidos no Brasil. pé... Isso porque o gaúcho era inimigo de Deodoro, a quem havia acusado de A BRAVATA DE OURO PRETO – Segundo o crimes (não comprovados). Além dishistoriador Paulo Rezzutti, tudo come- so, ambos disputaram o amor da Baçou com atritos entre os militares e o ronesa do Triunfo, Maria Adelaide de governo, potencializados por uma bra- Andrade Neves Meireles, que acabou vata do então presidente do Conselho por preferir Silveira Martins. de Ministros, Visconde de Ouro Preto, a respeito do Marechal Deodoro, li- CORPORATIVISMO, FAKE NEWS E TRAIÇÕES – derança militar que mais se insurgia Por isso, na noite de 15 de novembro, contra os políticos: “... este prende-se e quando Deodoro soube da possível indicação do inimigo para primeiro-mifuzila-se”. O major Frederico Sólon, encar- nistro, declarou proclamada a Repúbliregado pelos republicanos, passou a ca. Seguiu-se o sítio ao Paço Imperial e espalhar boatos - fake news - de que a ordem do governo provisório para a Deodoro seria preso e que alguns cor- família real deixar o País em 24 horas, pos do Exército sediados no Rio de Ja- motivada pelo medo de um contragolneiro seriam transferidos para outras pe, que começava a ser articulado. A faprovíncias. A boataria chegou aos mília real já estava na Europa quando quartéis e três batalhões rebelaram- recebeu a notícia do banimento. Esta a origem e as motivações da -se em solidariedade ao Marechal. A rebelião, em princípio, objetivava nossa República: corporativismo, fake somente a derrubada do Gabinete de news e traições, assim como a sanha dos Ministros. Ou seja, do governo, e não militares pelo mando político, elementos que persistem até hoje. da monarquia. E o povo continua excluído da deOuro Preto reuniu os ministros no Arsenal da Marinha para analisar mocracia... a situação. Várias providências para conter a rebelião foram atribuídas ao Marechal Floriano Peixoto, que teori- (*) Geólogo, advogado e escritor


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Ucrânia, verdades e mitos Júlio Miragaya (*) AGÊNCIA BRASIL

A possível guerra entre Rússia e Ucrânia tem monopolizado o noticiário internacional nas últimas semanas, lamentavelmente permeado de inverdades e com um enorme viés americanista. Segundo maior país em extensão territorial da Europa, com 42 milhões de habitantes, a Ucrânia vem sendo “seduzida” pelos EUA para se associar à OTAN. Uma provocação à Rússia. A mídia orquestrada passa a imagem de uma Rússia selvagem e hostil. Mas ela tem motivos para temer as forças da OTAN em suas fronteiras. Embora os antigos Império Russo e a União Soviética (a partir de Stalin) não devam ser santificados, a história revela ter sido a Rússia, mais do que agressora, alvo de agressões por parte do Ocidente, sempre derrotado e repelido. Derrota da invasão sueca em 1240, na Batalha do Neva; derrota da invasão teutônica (alemães) em 1242, na Batalha do Lago Peipus; derrota da invasão polaco-lituana em 1612, na Revolta de Moscou; derrota da invasão sueca em 1709, na Batalha de Poltava; derrota da invasão francesa de Napoleão em 1812, na Batalha de Maloyaroslavetz; derrota da agressão por Alemanha, Grã-Bretanha, França, EUA e mais 12 países contra o nascente Estado Soviético na Guerra Civil Russa (1918/21) que se seguiu à Revolução Russa de 1917; e derrota imposta à Alemanha em 1941/45, quando o Exército Vermelho destroçou a Wehrmacht nas épicas batalhas de Moscou, Stalingrado e Kursk. RELIGIÃO E MIGRAÇÃO – A formação territorial da Ucrânia é extremamente complexa. Desde o século V, toda a porção central e setentrional da vasta planície drenada pelos grandes rios que correm para o Mar Báltico e para o Mar Negro era ocupada por uma miríade de tribos e povos eslavos, notadamente russos, ucranianos e bielorrussos.

Em 882, sob o comando dos varegues, constituíram o Principado de Kiev, que posteriormente se fragmentou em diversos principados adeptos do cristianismo ortodoxo, que subsistiram até 1240, sucumbindo à invasão mongol. Após a saída destes, as planícies foram repovoadas pelos eslavos, e dois estados se sobressaíram. A oeste, a União Polaco-Lituana, que em 1569 tornou-se a República das Duas Nações: além da Polônia e Lituânia (católicas), incorporara os territórios atuais da Bielo Rússia e norte/oeste da Ucrânia (majoritariamente ortodoxas). A leste, surgiu o Principado de Moscou (ortodoxo), depois Czarado da Rússia, que se expandiu até o médio Donetsk (Kharkov foi fundada pelos russos em 1654). Quanto ao sul da planície, na bacia do Mar Negro e dos baixos Dnieper e Donetsk (sul e leste da Ucrânia) e do baixo Don e do Kuban (sul da Rússia), sua ocupação se deu por volta do século VII por povos túrquicos (pechenegues, khazares e polovtsys), posteriormente submetidos à Horda de Ouro mongol e, a partir de 1441, organizados no Canato da Crimeia, de religião islâmica, protetorado do Império Otomano. Vitoriosa na Guerra Russo-Turca de 1768/74, a Rússia anexou o Canato da Crimeia. E nos cem anos seguintes, cerca de um milhão de tártaros da Crimeia emigraram para a Turquia, Balcãs e Ásia Central. A região passou a ser povoada por russos, situação atestada pelo fato de que as capitais e principais cidades da região terem sido fundadas por russos: Zaporizhia (1770), Dnipropetrovsk, Kherson, Mykolaiv e Sebastopol (todas em 1776), Mariupol (1778), Odessa (1794), Luhansk (1795) e Donetsk (1870). Com o colapso da República das Duas Nações (1791) e a partilha da Polônia (1772/95), o Império Russo se expandiu para oeste e incorporou a Bielo Rússia, o norte/oeste da atual Ucrânia e a Polônia e a Lituânia. A partir de então, com os ucranianos agora integrando o Império Russo, migraram aos milhares para a região pouco povoada que formara o Canato da Crimeia, partilhando com os russos o território. REPÚBLICA SOVIÉTICA – Em nenhum

momento de sua milenar história, a Ucrânia existiu como nação. Isto só ocorreu em 1917, na Revolução Russa, com a República Socialista da Ucrânia, uma das 15 repúblicas da União Soviética. Seu território passou a compreender não somente o território ancestralmente ocupado pela Polônia, mas também as regiões de colonização russa: três oblasts (províncias) na bacia do rio Donetsk (Donetsk, Luhansk e Kharkiv); quatro no baixo Dnieper (Dnipropetrovsk, Zaporizhia, Kherson e Mykolaiv) e um no baixo Dniester (Odessa), sendo que a península da Crimeia (com Sebastopol) se manteve território russo até 1954, sendo então cedida à Ucrânia por Kruschev. Esses nove oblasts, em que quase metade da população é de etnia russa e mais de 70% falam o idioma russo, possuem 257 mil km² (42,6% do território ucraniano), 20,6 milhões de habitantes (46,8% do total) e tem os principais centros industriais e oito das 10 maiores cidades do país. DISCRIMINAÇÃO E PERSEGUIÇÃO – Mas, não obstante serem milhões, os russos étnicos ou russófonos na Ucrânia têm sido, desde a independência, em 1991, discriminados e perseguidos. Formaram, em 1997, o Partido das Regiões, que, junto com o PC da Ucrânia, elegeram em cinco eleições de 1998 a 2012, de 26% a 43% do parlamento ucraniano e, inclusive, o presidente, em 2010. Mas, mesmo com tamanha expressão eleitoral, ambos foram declarados ilegais em 2015. Desde então, o governo de Kiev vem proibindo o ensino do russo nas escolas e descumprindo o “Protocolo de Minsk” (2014), que prevê o “Estatuto Especial de Governança Local”, conferindo autonomia às regiões russófonas da Ucrânia. Acuados, os russófilos proclamaram repúblicas separatistas nos oblasts de Donetsk e Luhansk, ambas no Donbass, e o conflito bélico teve início, já com 15 mil mortos. Em 1962, quando a URSS iniciou a instalação de uma base militar em Cuba, a 370 Km de Miami, os EUA ameaçaram iniciar a 3ª Guerra Mundial. E agora querem instalar bases da OTAN na Ucrânia, estando a fronteira desta a 70 Km de Rostov e a 40

Km de Belgorod, cidades russas em que foram travadas batalhas sangrentas na 2ª Guerra. INSTRUMENTO DE INSTABILIDADE – Putin protesta, com razão, contra a quebra dos compromissos firmados quando da dissolução da URSS, de não se levar a OTAN até às fronteiras russas. Quando se trata dos interesses norte-americanos, Biden é igual a Trump, que é igual a Obama, a Bush, Clinton, Reagan etc. Os EUA fazem da OTAN um instrumento de instabilidade política, promovendo guerras cinicamente tratadas como ações humanitárias, como as da Bósnia, Kosovo, Somália, Iraque, Síria, Afeganistão, Líbia etc. Mas Biden sabe que, se o encontro de Putin com Bolsonaro não tem qualquer relevância, outra dimensão teve o encontro de Putin com Xi Jinping. SEPARAÇÃO DO TEXAS DOS EUA – Quando os capitalistas alemães, embalados pela suástica, buscaram escravizar os eslavos russos e ucranianos, esses povos se uniram e lutaram lado a lado. Morreram aos milhões, mas expulsaram os nazistas de Moscou, de Stalingrado, de Kiev e de Kharkiv. Hoje, o governo de Zelensky, em troca dos bilhões de dólares e euros, aceita que EUA e União Europeia transformem a Ucrânia numa ameaça permanente contra o coração da Rússia. Admitir a Ucrânia na OTAN - que tem forte e milenar relação com a Rússia, fez parte do Império Russo por 200 anos e da URSS por outros 70, guarda com a Rússia uma vasta fronteira e em sua porção sul/leste, colonizada por russos, a maior parte da população tem etnia russa ou fala o russo - é como se Porto Rico ou o Texas - os hispanos já são mais de 40% da população texana e estão próximos de se tornarem maioria - se separassem dos EUA, perseguissem a minoria anglo-saxônica, coibissem o uso do inglês, tornassem ilegais os partidos Democrata e Republicano e passassem a integrar uma aliança militar comandada pela Rússia. Como reagiriam os EUA?

(*) Doutor em Desenvolvimento Econômico Sustentável, ex-presidente da Codeplan e do Conselho Federal de Economia


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I NF OR M E

Os desalentados da Saúde A área da Saúde tem inflação própria. Tem cartelização – associação de operadoras de planos de saúde na negociação com prestadores de serviços e produtos de saúde para definição de preços. Tem concentração de mercado, com as mesmas operadoras adquirindo hospitais e laboratórios particulares e assumindo o controle de serviços terceirizados pelo Estado, travestidos de Organizações Sociais da Saúde. Os fenômenos do mundo das relações de trabalho também têm paralelos no universo da prestação de assistência à saúde. Falo sempre dos “nem-nem” da Saúde. Na economia do trabalho, esse grupo é constituído por jovens que não estudam nem trabalham. Na Saúde são aqueles enganados, que pagam por planos que não entregam a assistência que anunciam: são desprezados pela saúde suplementar (a dos planos de saúde) e excluídos do orçamento destinado ao nosso SUS. Aqui, vou me referir ao grupo dos desalentados da Saúde. O conceito faz referência às pessoas desempregadas que desistiram de procurar emprego porque não têm esperanças de que irão encontrar. Hoje, são cerca de 5 milhões de brasileiros. Quando falo de desalen-

tados da Saúde não vejo uma situação muito diferente. E não acontece só nos chamados vazios assistenciais, onde os braços do SUS não chegam ou são raquíticos. Aqui, na capital da República, quem nunca ouviu falar de gente que passa meses e até anos nas filas do SUS para conseguir uma consulta ou uma cirurgia até desistir ou morrer? Não falta quem gasta o que não tem em clínicas populares. E não é raro encontrar nas redes sociais anúncios de campanhas de arrecadação, leilões e rifas para pagamento de tratamentos de saúde vitais para muita gente que luta contra doenças graves. Ao mesmo tempo que o SUS é a maior política social de inclusão do mundo, tem obstáculos de acesso que nunca foram derrubados e furos jamais remendados por onde escorrem vidas dos nossos compatriotas. E os governos que se sucedem pouco fazem ou até contribuem para o agravamento desses entraves ao SUS. Temos um abismo entre os usuários dos sistemas de saúde público e complementar. No DF, 70% dependem do SUS e 30% têm plano de saúde, estatística que varia de bairro para bairro. Segundo a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio de 2018, em Águas Claras, 71% tinham

plano de saúde. Em Ceilândia, apenas 18,6%, sendo que 10,6% tinham plano empresarial. Com o aumento do desemprego na pandemia, não será surpresa que muitos desses o tenham perdido junto com o emprego. E, com isso, estão excluídos da previsão orçamentária do SUS. E o que se faz por essa parcela da população? Inauguram-se prédios novos, sem corpo clínico, sem equipamentos nem insumos necessários, como o chamado “Hospital da Cidade do Sol”, que não passa de um galpão adaptado para funcionar como enfermaria. Tem prédio, mas não tem assistência. Li uma postagem no Instagram em que se dizia “plano de saúde de pobre é não adoecer”. E nem nisso o GDF ajuda: a atenção primária à saúde, que devia atuar em ações preventivas, está desorganizada e forçada a funcionar dentro de uma cultura hospitalocêntrica, quando o paciente já está doente. A Saúde pública do DF já funcionou bem e pode voltar a ser assim. O primeiro passo é estabelecer políticas públicas efetivas na atenção primária para evitar hospitalizações, preencher e aumentar as equipes de profissionais, equipar e garantir a manutenção dos equipamentos e abastecer adequadamente

Dr. Gutemberg Fialho Médico e advogado Presidente da Federação Nacional dos Médicos e do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal

as unidades de saúde com insumos e medicamentos necessários para uma assistência digna à população. Depois disso é que se constroem novas unidades. As que existem, aos trancos e barrancos, funcionam com o que têm. O que não funciona na Saúde pública do DF é a gestão desalentadora.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

Caminhos para a prosperidade Zélio Maia da Rocha (*) Desde a Grande Depressão de 1929, os investimentos públicos despontam em todo mundo como a principal estratégia para a retomada do crescimento. A ação do Estado na forma de investimentos em infraestrutura e ampliação da capacidade produtiva, em um ambiente de integridade pública e responsabilidade fiscal, contribui para o aumento da produção, do emprego e, por consequência, do bem-estar social, por meio da redução estrutural da pobreza e das desigualdades. O recurso público, se bem empregado, tem um efeito multiplicador

na economia. Estimativas apontam que o crescimento de 1% do investimento público produz um incremento de 1,7% do PIB. Cada R$ 1 investido no saneamento, proporciona R$ 29,19 em benefícios sociais aos brasileiros. Durante a construção, o investimento em saneamento movimenta toda a cadeia produtiva da construção civil. E, após instaladas, as redes de água e esgoto se refletem imediatamente na melhoria da saúde e qualidade de vida das pessoas. São obras que ninguém vê, feitas em baixo da terra, mas ferramentas poderosas de desenvolvimento. Desde 1987, o Brasil cresce, em média, 2% ao ano, 1,4 ponto percentual abaixo do crescimento mundial médio, que ficou em 3,4%. A década de 2010 foi pior para a economia do que a dos anos 1980, conhecida como a “Década Perdida”. Ainda as-

sim, o investimento em infraestrutura está no menor patamar da história – algo em torno de 0,1% do PIB. Já a taxa de investimento, que representa a parcela do investimento sobre a produção, é de 19% do PIB, bem abaixo da média global (26,7%) e dos países emergentes (33,2%). Aqui não se está a advogar o Estado “gastador” ou um estatismo ultrapassado, muito menos estabelecer discussões ideológicas. Tampouco estamos dando como exemplo esse ou aquele período histórico do Brasil. O que pretendo afirmar é que, em um país com tantas possibilidades naturais e humanas, não podemos contemplar passivamente situações como: indústria com ociosidade recorde, alto desemprego, crise energética, casas sem coletas de esgoto, famílias sem teto, entre tantos outros problemas que exi-

gem, para serem solucionados, mobilização estatal em parceria com a iniciativa privada. Nessa área, o Distrito Federal tem se destacado. Em 2021, o GDF iniciou ou entregou uma obra a cada oito horas. Atualmente, são 1,4 mil em andamento, sendo 200 de grande porte, que geraram 30 mil oportunidades de trabalho. Estimamos que a nossa capital sirva de exemplo para o Brasil e, desse modo, retomemos de maneira sustentável o crescimento e a geração de empregos, com Estado e mercado integrando uma grande estratégia nacional capaz de conduzir Brasil e o seu povo ao caminho da prosperidade. (*) Subprocurador-geral do DF, advogado (licenciado), professor de Direito Constitucional, atual diretor-geral do Detran


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João Fortes alega impedimento legal para não pagar dívida ANTÔNIO SABINO

Construtora diz que acordo de recuperação judicial a impede de honrar compromisso com a Casa Transitória de Brasília

Contas atrasadas

José Silva Jr Uma semana após o Brasília Capital denunciar o calote que a construtora João Fortes Incorporadora deu numa família dona de um terreno de mais de nove mil m² em Taguatinga Sul, onde seria construída uma creche para 350 crianças carentes, representantes da empresa procuraram a reportagem e quebraram o silêncio. A assessoria da empreiteira explicou que a creche situada na cobertura do prédio na QSF 1 não foi entregue porque a empresa tenta fazer um acordo de recuperação judicial e, por isso, está impedida da pagar qualquer tipo de dívida a credores classificados de classes I, II e III, que neste caso é o dos donos do terreno. Por telefone, uma assessora explicou que, apesar de a Casa Tran-

Operação é uma permuta e não uma dívida, contestam advogados da creche

sitória de Brasília (CTB) alegar que falta apenas a construtora liberar o espaço de 3 mil m³, não pode desobedecer a decisão judicial que determina o congelamento das dívidas da empresa enquanto durar o processo. Segundo ela, nenhum credor pode ser pago, sob risco de quebra do acordo, caso seja descumprida a decisão. Ao ser retrucada pela reporta-

gem sobre o fato de a CTB ser credora de Classe III – detentora de dívidas grandes – não entraria no grupo de prioridades, que é justamente o de funcionários que cobram o pagamento de suas rescisões, a assessora, que não se identificou, garantiu que a João Fortes não possui dívidas trabalhistas e que todas as pendências se referem a bancos, empresas e aos donos do terreno.

Na QS 6 do Areal, onde estão 167 estudantes da creche, na Candangolândia, que comporta 132 crianças, e na propriedade vizinha ao lote na QSF 1, uma casa alugada pela construtora que atende a 20 crianças na QSF 2, as contas estão atrasadas porque a empresa não tem honrado com o que prometeu: arcar com os custos provisórios até a entrega da creche definitiva. O calote da João Gomes não mexe somente com pessoas deste plano espiritual. A iniciativa de montar uma creche para crianças e adolescentes em situação de precariedade foi de Lino de Almeida, que teve um presságio antes de sua morte, em 1993. “Era o sonho do meu pai. A gente deu continuidade apenas. Isso dói muito”, lamenta Adélia Maria.

Operação é de permuta Mas a versão foi contestada pelos advogados dos herdeiros do dono do terreno, o pioneiro de Taguatinga Lino de Almeida. Os defensores garantem que a entrega não tem nada relacionado à dívida. Segundo eles, a operação realizada entre a mulher de Lino, Maria da Paz, e os filhos Adonay Sândalo de Araújo Almeida e Adélia Maria da Paz é de permuta e não de dívida.

De acordo com a promessa lavrada no Cartório do 5º Ofício de Notas do DF, a empresa construiria duas torres de apartamentos e, em troca, faria um pavimento inteiro, com 12 salas de aula e refeitório. A estrutura teria capacidade para 350 crianças passarem o dia inteiro, recebendo até cinco refeições. A promessa de entrega era para

quatro anos. A obra, de fato, está pronta, mas a João Fortes ainda não a liberou. Pior: começou a atrasar alguns pagamentos de locação de imóveis que foram alugados para abrigar as crianças enquanto a construção não ficasse pronta. A demora na entrega da obra faz com que a instituição a CTB entre numa espiral de dívidas. Para ceder

o terreno na QSF 1 para a obra, a empresa teve de acomodar as crianças em pontos diferentes. Noventa crianças e adolescentes foram levados para a QSD 27. Mas dona Maria da Paz tem passado dias de angústia. Além do aluguel atrasado, a construtora não está pagando as contas de água e luz, conforme se comprometeu no acordo.


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Entrevista / Edvaldo Brito FOTOS: ANTÔNIO SABINO

Surgiu uma polêmica em relação ao requerimento apresentado pelo deputado Leandro Grass (PV) quanto aos gastos do GDF com publicidade. Qual a visão da Asvecom a respeito? – Até agora eu não consegui entender o motivo da polêmica. Os deputados Grass e Reginaldo Veras (PDT), que subscrevem o requerimento, estão apenas cumprindo dever de oficio, assim como o Tribunal de Contas do DF e o Ministério Público. O problema é que os números apresentados pela Secretaria de Comunicação no Diário Oficial do DF do dia 5 de fevereiro são muito polêmicos. Que números são esses? – O balanço dos gastos do GDF com publicidade e propaganda no quarto trimestre de 2021. O que diz essa publicação? – É um balanço do que a Secom gastou e empenhou em publicidade no último trimestre do ano. Há alguma irregularidade? – Após o requerimento dos deputados, analisamos os dados. Dos blogs e jornais impressos comunitários, no item em que nós da Asvecom somos incluídos, a Secom gastou R$ 3.217.163. Este valor equivale a 6,8% do que foi gasto no trimestre (R$ 47,4 milhões). Qual o problema nisso? – O problema é que, de acordo com o parágrafo 9°, artigo 149, da Emenda 74 da Lei Orgânica do DF, o mínimo que o GDF deve investir nesse item é 10%. Então, quer dizer que jor-

Presidente da Asvecom diz que Leandro Grass e Reginaldo Veras cumprem “dever de ofício”

“Tem alguma coisa errada nas contas da Secom” Orlando Pontes

M

ais de uma dezena de donos de jornais, sites e blogs filiados à Associação de Veículos de Comunicação Comunitária do DF e Entorno (Asvecom) se reuniram, quarta-feira (16), no Parque da Fa-

cita, em espaço cedido pela Associação Comercial e Industrial de Taguatinga (Acit), para avaliar a prestação de contas da Secretaria de Comunicação do GDF e os investimentos em mídias alternativas. Falando em nome do grupo e esclarecendo que vários associados avisaram que não compareceriam por temer retaliações como restrições impeditivas para cadastro e não inclusão do veículo no plano de mídia do GDF, o presidente da entidade, jornalista Edvaldo Brito, concedeu entrevista coletiva em que sai em defesa dos deputados Leandro Grass (PV) e Reginaldo Veras (PDT), que cobram explicações sobre os gastos da Secom: “Eles cumpriram dever de ofício”.

nais, blogs e sites deveriam ter recebido, no mínimo, R$ 4,7 milhões no período, e não apenas R$ 3,2 milhões. Mas o disparate maior disso tudo é o seguinte: 75,4% desses R$ 3,2 milhões foram

para blogs e sites políticos, e não para veículos virtuais e jornais impressos comunitários, que ficaram com menos de 25%. E tem outro número que chamou a atenção dos deputados, que

eu pude perceber no requerimento deles: dos 25%, um único veículo entre os 22 jornais contemplados ficou com 66% da verba. Realmente tem alguma coisa errada nas contas da Secom.

O que você acha que está errado? – O problema é que se trata de um jornal diário, embora não seja um veículo tradicional, como o Correio Braziliense e o Jornal de Brasília, por exemplo. Portanto, não se enquadraria nos critérios de jornais comunitários. Deveria estar na coluna da mídia tradicional, não junto com a gente. Tirando o valor que foi gasto com esse jornal, o que sobra para os jornais comunitários são apenas R$ 268 mil. Mas, tão logo o Brasília Capital publicou a notícia sobre o requerimento dos deputados, alguns blogs publicaram matérias dizendo que eles estavam tentando tutelar a imprensa alternativa... – Eu não sei por que esses blogs estão fazendo isso. Estão errados. Neste caso, os deputados estão ajudando, provocando transparência e mais isonomia de tratamento a todos os veículos. A gente até entende que esses donos de blogs e sites políticos assumam a defesa da Secom. Afinal, eles são claramente mais beneficiados em relação aos veículos comunitários. A prestação de contas da Secom inclui todos os órgãos do GDF? – O que eu achei mais interessante no requerimento dos deputados Grass e Veras é que, nesse balanço, não tem descrito se existe verba das autarquias e empresas estatais, como o BRB, por exemplo, que deveriam ter uma prestação de contas em separado. Se não estiverem nessa conta, o buraco fica ainda maior.


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VIA

Satélites

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Por Gabriel Pontes

TAGUATINGA – A partir desta segunda (21), uma das três faixas na Avenida Central de Taguatinga, sentido Plano Piloto, será interditada. A intervanção resulta do avanço das obras do túnel e deve durar até 30 de maio.

TAGUATINGA FOTOS: GABRIEL PONTES

Justiça mete a colher em reclamação de vizinho Reclamações corriqueiras numa vizinhança viraram caso de Justiça na QNA 37, em Taguatinga Norte. O alvo dos incomodados é o centro de treinamento Cabana Beach e suas quadras de areia para a prática de esportes. O empreendimento está fechado desde o dia 30 de janeiro, após decisão liminar do juiz Carlos Frederico Maroja de Medeiros, da Vara de Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário do TJDFT. Maroja suspendeu o alvará de funcionamento e interditou as aulas de futevôlei, voleibol e demais atividades desenvolvidas no Cabana Beach, atendendo pedido do vizinho Eduardo Barbosa. Segundo o magis-

trado, pela Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), o lote na QNA 37 deve, obrigatoriamente, ser usado para fins residenciais. No máximo, poderia ser usado simultaneamente para moradia e para uso do espaço aberto para outra destinação. O Cabana, no entanto, tem todas as licenças exigidas, como alvará de funcionamento, Habite-se e autorizações da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros. “Há uma perseguição por parte de uma minoria da vizinhança e, também, uma insegurança jurídica, já que temos toda a documentação necessária para funcionarmos”, afirma Felipe Martins, gerente do centro de treinamento.

Insegurança jurídica Até o juiz reconhece o problema jurídico do caso. “Sob o pretexto de se facilitar o laisser faire [liberalismo econômico], o legislador praticamente dispensa a visada mais atenta do poder público sobre as atividades econômicas, permitindo um licenciamento de empresas praticamente automático, a partir da mera declaração do interessado”. “O resultado é a proliferação de si-

tuações como a presente, em que, não necessariamente por má-fé do empresário, há uma má compreensão do que se pode ou não instalar nas várias regiões da cidade, gerando conflitos, danos ambientais e mesmo prejuízos financeiros para os empreendedores que passam a acreditar numa liberdade praticamente absoluta que, definitivamente, não existe e nem pode existir na vida em sociedade”, completa.

Maioria é a favor do Cabana Na petição, os advogados de Eduardo Barbosa anexaram um abaixo-assinado com 20 signatários contrárias ao funcionamento do centro esportivo. Mas outro abaixo-assinado também circula na vizinhança, a favor da reabertura do empreendimento, que já conta com cerca de 100 adesões. Lucineide Soteldo, de 63 anos, moradora da casa 2 da QNA 37, é uma das defensoras do Cabana Beach. “Moro aqui há mais de 30 anos. O lote onde hoje funciona o Cabana era abandonado, escuro e deixava o local muito perigoso. Tanto meu pai, quanto minha mãe já foram assaltados no local. O movimento na rua é ótimo!”, afirma Lucineide, que frequentava as aulas de futevôlei. “Há uma clara perseguição de um vizinho que se comporta como o dono da rua”, completa. PERSEGUIÇÃO – Na petição apresentada à Justiça, o vizinho incomodado classifica o empreendimento como “atividade comércio

em área inapropriada, que trouxe consigo poluição sonora, visual e ambiental, perturbação do sossego, impactos no trânsito, insegurança e provavelmente ilícitos civis, penais e administrativos, ocorrências essas que, por óbvio, vêm incomodando toda a vizinhança, atrapalhando o descanso, a paz, a tranquilidade de todos os moradores vizinhos ao empreendimento”. Apesar de as reclamações corroborarem com a perseguição apontada pelos outros vizinhos, o único argumento acatado pelo juiz como ilegal diz respeito à destinação do terreno. Sendo assim, os advogados de defesa entraram com recurso para tentar reabrir o centro esportivo. Procurado pelo Brasília Capital, o advogado Luiz Fernando Zafred Dechichi afirmou que “não há qualquer relação pessoal, a única coisa se persegue ou se busca são os cumprimentos da legislação urbana e ambiental do DF”.


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I NF OR M E

Professores fazem paralisação na 3ª feira Categoria cobra mais qualidade de ensino e segurança sanitária nas escolas do DF Professores e orientadores educacionais da rede pública do Distrito Federal farão paralisação na terça-feira (22), durante assembleia geral da categoria, que tem como uma das pautas a luta por mais qualidade no ensino e pelo respeito a todos os profissionais que, diariamente, precisam contornar vários desafios e problemas para levar o melhor ensino às futuras gerações. No início deste ano letivo, pais e estudantes encontraram salas de aula superlotadas; falta de professores, de orientadores educacionais e de monitores; escolas sem condições sanitárias para receber a comunidade, e centenas de problemas relacionados ao negacionismo da pandemia da covid-19 e à insistência de governos, como o de Ibaneis Rocha (MDB), em sucatear e privatizar a educação pública,

ou seja, transformá-la em serviço pago. Todos esses problemas somam-se à preocupação com o aumento do número de infectados e mortos em decorrência da covid-19. Sem exigência do cartão de vacinação, 470 mil estudantes se aglomeram em salas superlotadas, num momento que o DF está no início do pico da terceira onda da pandemia, com intensa hospitalização de crianças, baixa vacinação desse grupo populacional e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) lotadas, com filas esperando por um leito. “O déficit de professores no DF é muito grande. Há uma previsão de 36 mil professores, mas não temos nem 27 mil na ativa, Isso sem tirar aqueles que trabalham em Coordenações Regionais de Ensino (CRE), por exemplo, que, associado à falta de investimento, precariza a educação

pública e prejudica o ensino. É preciso mais concurso público e recursos para a educação”, explica Rosilene Corrêa, diretora do Sinpro-DF. Estrutura precária nas escolas – O quadro fica ainda mais crítico quando se descobre que muitas escolas precisam de reformas, que regiões administrativas não têm unidades escolares suficientes, que há falta de material pedagógico, dentre outros fatores que prejudicam a qualidade do ensino. Os alunos, parte mais importante deste processo, têm seu desenvolvimento pedagógico prejudicado pela falta de investimento e prioridade do GDF. E professores e orientadores educacionais há sete anos sem reajuste salarial. Para a diretora do Sinpro, Rosilene Corrêa,

a paralisação é necessária para que os professores e orientadores educacionais possam debater os problemas e encontrar soluções. “Todos os problemas e deficiências encontradas nas escolas trazem prejuízos para os nossos alunos. Nossa luta é, e sempre será, para levar um ensino de qualidade para que todos eles possam ter chances reais de entrar numa faculdade e, em seguida, no mercado de trabalho”, conclui Rosilene.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital

I NF OR M E

Carlos Pial e Detrito Federal são as atrações do Arte|Fato A 19ª edição do projeto Arte|Fato, que o Sindicato dos Bancários de Brasília promove na terça-feira (22), tem como atrações musicais o percussionista maranhense radicado em Brasília Carlos Pial, e a banda Detrito Federal, uma das precursoras do Punk Rock Nacional. O ator Murilo Grossi apresenta o programa que vai ao ar a partir das 20h, pelo canal youtube.com/bancariosbsb. Com mais de 20 anos de carreira na música instrumental, Pial é um artista eclético, que mistura sons percussivos genuinamente brasileiros – como baião, samba e maracatu – com sons africanos e pitadas de jazz e blues, entre outros gêneros. Sempre com uma pegada singular, bem suingada e contemporânea. Ele tem quatro álbuns autorais lançados e acumula prêmios e excursões pelo Brasil e exterior. Já a banda Detrito Federal, encerrada nos anos 1990, ressurgiu em 2005 e manteve suas origens punks com o lançamento do álbum autoral 1983. No momento, está

Dança e literatura – O programa também contará com a apresentação do casal de dançarinos, professores de dança de salão e coreógrafos Thiago e Mariana Brito. Bancária do Banco do Brasil há nove anos, a dançarina iniciou sua trajetória no sapateado americano há mais de 20 anos. Partindo para a literatura, o Arte|Fato conversa com o mineiro Aguinaldo Tadeu. Formado em História, ele é autor de sete livros, entre contos, romance, literatura infantil e poesias.

em processo de gravação do novo CD – "Eu ainda Uso Coturno". A atual formação conta com Bosco Detrito, na guitarra; Alex Podrão, no vocal; Bil Detrito, no baixo; e Marcus Guerra, bancário há 10 anos no Santander, na bateria.

Carnaval, festa da alegria – O bate-papo desta edição terá como tema “Carnaval Festa da Alegria, Diversidade e Liberdade”. Os convidados são Paulão de Varandeiro e José Sóter, criadores do irreverente e tradicional bloco de carnaval Pacotão; Leny Valadão, historiadora e diretora do Sindicato; e Francinaldo Araújo, diretor da Fetec/CUT-CN. Quem tem fome tem pressa – O programa

convida a comunidade a se engajar com doações para a campanha “Quem tem fome tem pressa”, desenvolvida pelo Sindicato, por meio do Comitê de Solidariedade Bancária de Combate ao Coronavírus. Frente à realidade de insegurança alimentar, a iniciativa auxilia catadores de materiais recicláveis, pessoas em situação de rua, mulheres vítimas de violência, quilombolas, pessoas LGBTQIAP+, indígenas, bem como abrigos para a terceira idade, creches e categorias profissionais impactadas pela covid-19, como é o caso da classe artística. Conheça mais sobre a campanha em https:// quemtemfometempressa.bancariosdf.com.br/.

Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasília Capital


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Brasília

Acompanhe também na Internet o blog Brasília, por Chico Sant’Anna, em https://chicosantanna.wordpress.com Contatos: blogdochicosantanna@gmail.com

Por Chico Sant’Anna

Como vota a bancada do DF em matérias polêmicas? SENADO FEDERAL DO BRASIL

Os congressistas costumam se organizar em bancadas temáticas. Mais do que seguir um partido, eles se pautam pelos interesses pessoais ou corporativos. As bancadas mais famosas são apelidadas de BBB – da Bíblia, do Boi e da Bala, que agrupam evangélicos, defensores do agronegócio e da segurança pública, respectivamente. Um mesmo deputado pode estar em mais de uma bancada. Recentemente, a maioria da Casa votou a favor da flexibilização da comercialização de agrotóxicos no Brasil, muitos deles cancerígenos, e contra o projeto-de-lei do senador Reguffe (Podemos-DF), vetado pelo presidente Bolsonaro, que assegurava aos doentes portadores de plano de saúde a cobertura do tratamento quimioterápico domiciliar, por meio de comprimidos, considerado mais humano e mais econômico. Alguns desses deputados são do DF. Dia 8 de fevereiro, o veto ao projeto de Reguffe chegou a ser derrubado no Senado, mas foi mantido pela Câmara. Faltaram apenas 23 votos. A bancada do DF se dividiu ao meio. Quatro votaram com Reguffe - Erika Kokay (PT), Professor Israel (PV), Paula Belmonte (Cidadania) e Bia Kicis (PSL) - e quatro contra – Laerte Bessa (PL), Celina Leão (PP), Luís Miranda (DEM) e

Projeto de Reguffe, vetado por Bolsonaro, assegurava tratamento humanizado contra o câncer

Júlio Cesar (Republicanos). AGROTÓXICOS – No dia seguinte, na apreciação do projeto-de-lei 6.299/2002, que facilita a autorização e comercialização de agrotóxicos, os quatro que já haviam votado contra o tratamento domiciliar do câncer, voltaram a votar favoravelmente a uma lei que pode ampliar os casos de câncer no Brasil. Somaram-se a eles, Belmonte e Bia Kicis. Ambientalistas e associações de defesa da saúde criticam o projeto, ale-

gando que ele traz riscos ao meio ambiente e à saúde da população. Um dos principais temores é que, além da contaminação de alimentos e de trabalhadores rurais, os mananciais de águas em todo o país sejam contaminados, gerando um efeito multiplicador imensurável. MÊMES NAS REDES – Nas redes sociais, o comportamento de parte dos deputados do DF virou mêmes. A coluna procurou os oito deputados de Brasília. Bessa respondeu com a abrevia-

ção de um palavrão: “pqp”. Kicis se limitou a enviar uma nota do governo federal na qual é dito que “os pesticidas são os remédios das plantas para combater pragas e doenças” e que “a proposta vai melhorar o cenário ambiental e da Saúde Pública”. Paula Belmonte disse que apoiou o projeto de Reguffe por ele ter “um grande alcance social”. Em relação à flexibilizar do uso dos agrotóxicos, segundo a assessoria dela, o voto baseou-se no entendimento da parlamentar de que “é necessário uma legislação que atenda às necessidades do setor agropecuário e que priorize a segurança e desenvolvimento do País”. Celina Leão, Luís Miranda e Júlio César não responderam. Professor Israel avalia que a nova lei vai expor a população a um risco desconhecido para causas de câncer. E que a nova lei vai punir os órgãos federais responsáveis pela análise dos agrotóxicos e da proteção dos brasileiros. “Nesse governo, há um desmonte dos órgãos de controle, um ataque à Anvisa e ao Ibama”. No Twitter, Erika Kokay afirmou que “ao invés de votar medidas para combater a fome que assombra o povo brasileiro, a base de Bolsonaro quer mais veneno na mesa, no solo, nas águas e no ar”.

DF fora do top 100 da construção civil do Brasil As construtoras do DF já não despontam no cenário nacional. Embora a cidade tenha abrigado empresas famosas, atualmente nenhuma delas aparece entre as cem maiores do Brasil. Segundo levantamento da Intec Bra-

sil, especializada em dados técnicos de obras em andamento, das cem maiores, apenas três são do Centro-Oeste (duas de Goiás e uma de Mato Grosso). O ranking é definido com base na metragem construída em 2021 e foca em-

preendimentos residenciais e comerciais. Obras de infraestrutura, como pontes, viadutos e tuneis não são computados. Os dados mais recentes do IBGE são de 2019. E apontam a existência no DF de 1013 construtoras (878 com matriz no DF). Na época,

o setor empregava quase 40 mil pessoas e o total de obras somava R$ 6,77 bilhões. O sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) alega desconhecer o ranking Intec Brasil e a instituição que o promove.


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QUESTÕES DA ALMA

Anna Ribeiro Reprodução humana? Numa sociedade onde se compra quase tudo, o que é que tem comprar um bebê, um óvulo ou coisa que o valha? A gente sempre busca os produtos mais novos mais novos nas prateleiras dos supermercados, sem marcas e com boa aparência. Afinal, se consome primeiro com os olhos. Embalagens tortas, mal etiquetadas, não são atrativas. O que dizer, então, de um produto com a data de validade expirada? Se o produto já não entrega o motivo de sua criação, descarte. Uma fruta podre descartada no chão. Era assim que ela se sentiu ao ser descartada de um lugar intitulado de reprodução humana. Foi tratada como um animal cujo potencial fundamental fora perdido. Um termo comum para o que não presta mais e precisa ser descartado. Numa sociedade onde se compra quase tudo, o que é que tem comprar um bebê, um óvulo ou coisa que o valha? Ela pode. Mas não foi oferecida

uma possibilidade, e sim uma salvação para este destino de descarte. Ela não sabe nem ao certo o próprio nome. Ficou tonta com a queda. Ainda está buscando a certidão de nascimento para verificar se a validade é assim tão curta mesmo. Onde fica o Procon divino? Ela estava com a alma no varal, com muitas perguntas penduradas à espera do sol, da luz. A veterinária, quer dizer, a especialista em reprodução humana, tinha agido como um touro violento. Alguma coisa está fora da ordem. Ela se questionava por não poder gestar. Mais que isso: se questionava por sentir tanto. Foi oferecido a ela um cardápio de óvulos. Pode-se escolher as características e, pasmem, a nacionalidade. A médica, brasileira, afirmou que as reprodutoras argentinas são bem superiores. Assustada, pensou: Será que um pão

ESPÍRITA

José Matos Após a morte – notícias do Além Os espíritos também se comunicam por meio de sonhos e não só por meio de médiuns. Saiba como Em 1865, durante algum tempo, o mestre francês Allan Kardec interrogou os espíritos, por meio de uma equipe de médiuns. Questionou-os sobre seu estado de felicidade ou infelicidade, e escreveu o livro “O Céu e o Inferno”. Posteriormente, a partir de 1944, por meio do médium Chico Xavier,

o espírito André Luís, numa série de 13 livros, passou a dar notícias do mundo espiritual. O primeiro livro da série foi “Nosso Lar”. Nessa obra, que transformou-se em filme de grande sucesso, informa sobre o Além, suas moradias, seus moradores e seus costumes.

dormido se sente assim ao ser descartado? Coitado do pão. Coitado do mundo. Só não tinha pena das Hermanas, que, pelo visto, possuem alguma superioridade, tipo gado do tipo Angus? Ela havia lido em algum lugar: “Angus destaca-se como gado fértil”. Depois da tal avaliação para ser inoculada, foi ao mercado, ainda tonta. Pensou nos produtos da prateleira. Algumas coisas são melhores com o tempo, outras coisas deve-se consumir novas. Mas ela não é uma coisa; é uma mulher, uma pessoa, muito além de uma carne dura ou mole. Não se gesta só com a barriga, mas com a mente. Estava mais grávida que nunca. Passado o baque inicial, decidiu seguir os conselhos de uma amiga: “depois de um tempo, isso será só uma sombra, você não vai lembrar. E mais, você comprou o óvulo! Então é seu!”. Retomou o processo, engordou como uma vaca! Entre pílulas e injeções de hormônio para conseguir ser uma incubadora de sucesso. Meses à espera do tal óvulo doado, que de doado não tem nada. Paga-se em dólar! Conta bancária magra, ela gorda, o casamento em crise. Mas tudo certo: ela gravidinha da Silva! Ostentava a barriga com orgulho. Nas reuniões de família, passaram a tratá-la melhor. Afinal, agora ela já era mãe! E mãe só tem uma. Não neste caso, não para ela. Sozinha, à noite pensava nas muitas mulheres que poderiam ser a doadora. A criança nasceu. e com ela o pro-

cesso narcísico tomou força. Ela queria encontrar os seus traços na criança. Impossível. Passaram-se anos e ela resolveu tirar férias sozinha. Adivinha? Foi para a Argentina... Desde o aeroporto ao hotel e cafés, ficava investigando cada traço de cada uma das mulheres com as quais se encontrava. Estava obcecada pela ideia de encontrar a doadora. Busca vã. Desistiu. Poderia ser qualquer uma ou nenhuma. Não havia o que fazer. Talvez resignar-se. Será? Voltou ao Brasil. A filha estava doente. Tinha um amigo médico geneticista. Início do pesadelo. Teria que confessar a verdade. Não era filha dela. Era do marido com outra. Entre lágrimas e constrangimento, confessou o crime ao amigo. Ele tinha uma notícia para a qual ela não estava preparada. Surpreso, aflito, desconcertado, o médico disparou: “A filha é sua! É o seu material genético, seu e do seu marido”. Outra vez ela se sentiu como no supermercado. Tonta, jogada no chão. Enganada. O que fazer com tanto sentimento? Como explicar a si mesma por que não se via na própria filha até o momento em que a verdade foi descoberta? Agora estava novamente no chão, sem chão. E balbuciou com voz trêmula à filha: Me perdoe!

Muitos anos mais tarde, Chico dedicou seu tempo a receber mensagens de espíritos, principalmente de filhos para seus pais. Essas mensagens também foram publicadas em livros que procuram esclarecer e consolar os pais sobre as razões da morte dos filhos. Então, para os espíritas, acabou o mistério sobre o mundo espiritual. Os espíritos também se comunicam por meio de sonhos e não só por meio de médiuns. Vejamos. O que significa sonhar com pessoas que morreram e se apresentam numa atitude de tristeza? Estão sofrendo por culpas que carregam ou preocupadas com coisas erradas que você anda fazendo e vai se prejudicar. Por que sonhamos com almas pedindo missas? Porque são católicos, estão sofrendo e sabem ou imaginam que missas ajudam. É errado pedir

ajuda aos “mortos”? Não é bom, porque se não tiverem condições de ajudar, sofrerão. Peça a Jesus, a Deus, aos santos de sua devoção. É errado fazer promessas? Não é bom. Se você quiser ser ajudado, ajude outros necessitados e será recompensado. Mas aja com o coração. Deus ajuda e abençoa a quem ajuda seus filhos. Apesar de algumas igrejas afirmarem que após a morte ficamos dormindo, aguardando o Juízo Final, Jesus, na Parábola do Rico e de Lázaro, mostra que ninguém estava dormindo. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. Busque o Reino de Deus e Sua Justiça e tudo o mais te será dado de acréscimo”.

Anna Ribeiro Escritora

José Matos

Professor e palestrante


Brasília Capital n Gastronomia n 12 n Brasília, 19 a 25 de fevereiro de 2022 - bsbcapital.com.br

Gastronomia

CLASSIFICAÇÃO $ - BARATO $$ - MÉDIO $$$ - ALTO $$$$ - CARÍSSIMO

Dedé Roriz

HERÓIS SUPER BURGER

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Empresário e radialista divulgando a boa gastronomia e eventos de Brasília Instagram: @dederoriz

BASTIDORES DA COZINHA

Uma hamburgueria cinco estrelas Inspirada nos super heróis da Marvel, a hamburgueria Heróis Super Burger, na 307 Sul, é a primeira casa a receber o selo 5 estrelas do Brasília Capital em 2022. O título é pelo conjunto da obra: hambúrgueres temáticos e super deliciosos, arquitetura do local e atendimento. Até hoje, o selo foi concedido a apenas cinco restaurantes. A casa foi inaugurada em novembro do ano passado pelos empresários Wilian Lopes e Rafael Vilela e é toda inspirada em super heróis. Os hambúrgueres e pães levam o nome e a imagem dos personagens. A experiência no Heróis Super Burger conta ainda com personagens da Marvel indo às mesas e brincando com as crianças às sextas-feiras, dia do Capitão América. Nós, da editoria de Gastronomia do Brasilia Capital, experimentamos, de entrada, o Heróis da Galáxia (batata crinckle com frango empanado coberta de cheddar derretido). Como pratos principais, escolhemos os hambúrgueres do Hulk (420 gramas de carne, bacon, queijo prato e uma Maionese verde saborosíssima); do Homem Aranha (steak Angus chedar bacon e cebola caramelizada); e o Doctor Opus (hambúrguer, cebola caramelizada, chedar fatiado, tentáculos de bacon e piscina de chedar com farofa de bacon).

Da esquerda pra direita: Luiz, Régis, Mário, Valdo, Cícero, Noronha, Urbano e Antônio

A turma unida que alegra o Faisão Dourado MAIS INFORMAÇÕES: Heróis Super burguer – 307 Sul Instagram: @heroisburgerbrasilia $$

Mas tem as opções de outros hambúrgueres, como os do capitão América, Mulher Maravilha, Aquaman, Thor e Viúva Negra. A casa também oferece super Milkshakes. Heróis Super Burger\; Sem dúvida, uma experiência cinco estrelas!

Esta semana, estreamos o quadro “Bastidores da Cozinha”. Afinal, por trás de todo bom restaurante existe uma equipe que, literalmente, põe a mão na massa: cozinheiros, garçons e outros auxiliares. No Faisão Dourado, na 314 Sul, o famoso filé mignon é considerado um dos melhores da cidade. A casa é dirigida pelo Luiz, que herdou o dom do pai e, mesmo em dias de grande movimento, a equipe consegue manter o bom atendimento. O alto padrão dos funcionários tem muito a ver com a experiência.

Valdo trabalha na casa há 20 anos

Um deles, o Cícero, está há mais de 27 anos no emprego. Valdo e Noronha têm mais de 20 anos de casa. A turma do Faisao é mesmo unida. A maioria tem pelo menos 15 anos no local, mantendo uma comida de excelência, que sai sempre rapidinho e todos trabalhando com um sorriso no rosto.

Mais informações Faisão Dourado 314 asa sul- Bloco D Instagram: @faisaodouradorestaurante


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