Brasília Capital n Cidades n 5 n Brasília, 9 a 15 de julho de 2022 - bsbcapital.com.br
Nação Fla causa rombo de R$ 64 mi no BRB Ministério Público de Contas dá 10 dias para o banco esclarecer denúncias de falta de transparência nas operações deficitárias do cartão A falta de transparência parece estar disseminada no Governo
do Distrito Federal. Quando o assunto é ocultar números que correspondem a vultosas quantias de dinheiro público usadas para pagar interesses privados – conforme o Brasília Capital vem revelando em suas edições – a prática não é exclusividade de uma única Secretaria. O Banco de Brasília (BRB) também tem feito o dever de casa direitinho, ao não dar transparência às informações de operações dos cartões de crédito concedidos a torcedores do Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro, o Na-
ção BRB Fla. Segundo reportagem do Correio Braziliense de quinta-feira (7), o rombo pode ultrapassar os R$ 64 milhões. A ocultação desses dados, que são públicos – ou deveriam ser –, entrou no radar do Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPCDF), que é ligado ao Tribunal de Contas do DF. O MP de Contas deu um prazo de dez dias, a contar da quinta-feira (7), para o BRB esclarecer sobre as denúncias de transparência na divulgação das operações deficitárias do cartão de crédito do banco. DIVULGAÇÃO
Museu do Flamengo O assunto não se constitui uma novidade. Há mais de um mês, na edição 570, o Brasília Capital divulgou as aberrações contidas nesse contrato entre o banco estatal e o clube carioca. O jornal revelou que o BRB havia feito um aporte de mais R$ 2,5 milhões ao rubro-negro para construir o Museu do Flamengo na capital fluminense. Na mesma reportagem, o jornal trouxe a informação de que produtores culturais do Distrito Federal estavam indignados com esse contrato milionário entre o banco da capital federal e o time do Rio de Janeiro. Não é para menos. A instituição
pública, que tem como destino fomentar o desenvolvimento do DF, está fazendo mimos ao time de outro estado. E não somente com o time de futebol, que recebe do BRB um aporte fixo de R$ 32 milhões por ano. PATROCÍNIO AOS RIVAIS DE BRASÍLIA – O basquete rubro-negro, rival dos times da mesma modalidade de Brasília, conta com R$ 2,5 milhões do BRB, sendo que não havia necessidade, uma vez que o clube carioca teve uma receita em 2021 de mais de R$ 1 bilhão. Tanto dinheiro em via de mão
única acendeu o sinal amarelo no MP de Contas. No pedido feito ao banco, o procurador Demóstenes Albuquerque quer informações sobre as atividades do BRB, como os números relacionados à inadimplência de clientes detentores do cartão Nação BRB FLA. Além disso, o procurador quer o pronunciamento da Controladoria-Geral do DF sobre o assunto. O MP suspeita estar havendo uma manobra para escamotear um mau negócio. Um calote que pode passar de 50%. A cada dois clientes que têm os cartões com as marcas BRB e Flamengo um pode estar inadimplente.
Licitação de R$ 250 milhões causa polêmica na Secretaria de Educação do DF Será retomada, na segunda-feira (11), às 10h, a licitação para contratação das empresas de vigilância armada e supervisão motorizada das escolas públicas, unidades orgânicas e coordenações regionais de ensino da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal. São dois lotes, totalizando R$ 250 milhões por ano. O pregão número 09/2021 aconteceu em 31 de maio deste ano para contratação de duas empresas pelos próximos cinco anos. Mas a retomada da licitação está cercada de dúvidas. Após o pregão, as duas primeiras colocadas nos dois lotes (Transporter Segurança, do lote 1, e Brasfort, do lote 2) foram desclassificadas por problemas na documentação. Assim, a GI Empresa de Segurança, que ficou em segundo lugar em ambos os pregões, ascendeu ao primeiro lugar. A GI é a atual prestadora do serviço para um dos lotes. Agora, sua documentação está sendo questionada pela própria Secretaria, responsável pela emissão dos documentos. A suspeita é de que a eliminação da GI seja para favorecer ou direcionar os contratos para empresas de famílias de políticos. RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Empresas terceirizadas fazem a segurança da sede da Secretaria, escolas e regionais de ensino