JornalCana 228 (Janeiro/2013)

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Ribeirão Preto/SP

Janeiro/2013

Série 2

Nº 228

R$ 20,00

UMA NOVA GERAÇÃO! Altos custos tendem a baixar e viabilizar produção em escala comercial do etanol celulósico


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Janeiro/2013

Í N D I C E ACOPLAMENTOS VEDACERT

CORRENTES INDUSTRIAIS 16 39474732

80

AÇOS TUPER

47 36315000

35

DECANTADORES

40

CSJ METALÚRGICA VLC

AÇOS INOXIDÁVEIS MARC-FIL

18 39056156 16 39515080 11 30169619

2 28

16 39515080 11 38482900 11 30169619

CONGER 2 64 28

PROCANA BRASIL

ANHEMBI

EMPILHADEIRAS

16

SEMAG

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO 11 26826633

36

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL JEFFERSON ENGENHARIA METROVAL

16 36225744 19 21279400

82 10

AUTOPEÇAS COBRA ROLAMENTOS

11 50336400

83

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS EQUILÍBRIO VIBROMAQ

16 39452433 16 39452825

78 82

BOMBAS IMBIL REZENFLEX

36 13

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS FERRUSI

44

19 34374242 18 39056156

1 E 38 40 80

11 30937088 16 35132600

19 1E9

16 39452825

82

CENTRÍFUGAS VIBROMAQ

COLETORES DE DADOS MARKANTI

SANARDI CONGER ENGEVAP FETZ

GRUPO MELO CORDEIRO NAMBEI FIOS E CABOS

11 46747400 11 50568900

63 25

RUDLOFF

19 34391101

46

16 35124300

49 E 73

ALCOLINA PRODUQUÍMICA

16 39413367

4

CITROTEC CSJ METALÚRGICA

ARGUS

FERRAMENTAS

19 38266670

9

11 55848570

27

CONSULTORIA EM RH

DOCEPAN

19 21279400 7139866366

10 3

79

16 36269001

76

LOGÍSTICA E TRANSPORTES 16 21057870 16 32219000 19 35473539

17 32262555

AGRIMEC

19 34391101 16 35138800 49 35669800

32 39

CONTINENTAL AGROTEC

22

19 34172800

30

41 36216234 11 33563100 16 39515080 11 30169619 16 33039796 19 34374242 11 11 16 16 82

30604942 31645672 21328936 39111384 33279632

FERRUSI STORK FERRUSI

53 46 18 6 33

16 37978900 19 34431400

44

EDRA SANEAMENTO FLUID BRASIL VLC

46 80

TRATORES

19 34391101 16 35138800

FERRUSI

11 30169619 34 33199500

28 5

76 32 39 80

44

GALPÕES PARA AÇÚCAR RENTANK

11 41389266

SÃO FRANCISCO GRÁFICA SEMAG

20

16 21014151

42

78 82

55 32227710 16 32513001

50 34

INOVE INSPEÇÕES WELDING

16 39461800

1

CSJ METALÚRGICA

19 34374242

1 E 38

SL PNEUS

16 33221201

80

16 32513001

34

16 39461800

1

16 30422838 16 35138600

BETABIO/WALLERSTEIN PRODUQUÍMICA REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

ROLAMENTOS

57

COBRA ROLAMENTOS IRSA ROLAMENTOS S/A

11 21014069

45

11 21014069 16 39756495

45 62

DMB

16 39461800

1

18 39056156

40

TRATAMENTO DE ÁGUA / EFLUENTES

VALTRA

19 35769366 11 33787500 19 38129119

11 E 69 71 52

11 47952000

84

AGAPITO MARC-FIL

16 39479222 18 39056156

82 40

CONTUFLEX TUPER VETRO

11 29418044 47 36315000 16 33431556

17 35 23

VÁLVULAS INDUSTRIAIS DURCON-VICE 11 44477600 FOXWALL 11 46128202 JEFFERSON ENGENHARIA 16 36225744 PENTAIR DDI 713 9866366 VALEQ 21 31011224 VÁLVULAS SF 19 31243124

31 54 82 3 62 24

CTC

19 34298199

41

VEDAÇÕES E ADESIVOS 11 38482900 11 30169619

64 28

16 36265540

79

11 50336400 11 44224000

83 47

REFRATÁRIOS

66

81

VARIEDADES DE CANA

PRODUTOS QUÍMICOS

INSPEÇÃO TÉCNICA 80

16 39452433 16 39452825

PNEUS

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS DMB

DMB

16 37978900

TUBOS E CONEXÕES 39

PLANTAS INDUSTRIAIS

INSPEÇÃO INDUSTRIAL 81

19 35473539

PLANTADORAS DE CANA 16 39464766

1E4

TROCADORES DE CALOR

PLAINAS

GUINDASTES 16 32219000 19 35473539 19 34431400

16 39464766

PENEIRAS ROTATIVAS

FUNDIÇÃO

11 56948377

TRANSBORDOS

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS

AGRIMEC SEMAG

AVANZI RADIOPLAN

MARC-FIL

PRODUQUÍMICA UBYFOL

21 1 E 38

82 34 57

TRANSPORTADORES INTERNOS

37

EQUILÍBRIO VIBROMAQ

16 39479222 16 32513001 16 35138600

TELECOMUNICAÇÃO / RADIOCOMUNICAÇÃO

44 40

52

DURAFACE - DURAPARTS

19

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

16 39464766 19 32499571

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

2 28

ARMO DO BRASIL

14

MONTAGENS INDUSTRIAIS CONGER ENGEVAP

UTP BOHLER

16 38262999

MOENDAS

GRÁFICA 16 36269001

50

METAIS

46 80 67

AGAPITO SEMAG WELDING

AVANZI 17 13

MECANIZAÇÃO - SERVIÇOS

56

11 20834500

55 32227710

11 30937088

SUPRIMENTOS INDUSTRIAIS

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

11 29418044 19 34121144

RONTAN

SUPRIMENTOS DE SOLDA 74

34

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS LEMAGI

16 36265540

16 32513001

FERRAMENTAS INDUSTRIAIS ARMO DO BRASIL

DOCEPAN

55

SOLDAS INDUSTRIAIS

CONTUFLEX REZENFLEX

SUGARSOFT

CONTROLE DE FLUÍDOS

28

48

CONSULTORIA/ENGENHARIA INDUSTRIAL 82

11 30169619

19 34669300

BUSSOLA DURAFACE - DURAPARTS LEMAGI

19 34023399

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

16 08007779070

SINALIZADORES INDUSTRIAIS

MANGUEIRAS E CORREIAS

FEIRAS E EVENTOS ALCANTARA MACHADO IQPC MULTIPLUS SINATUB TECNOLOGIA STAB

PRODUQUÍMICA

BUSSOLA DURAFACE - DURAPARTS

ENTIDADES

ANSELL

10

MANCAIS E CASQUEIROS

ENGRENAGENS

APDC

SÃO FRANCISCO SAÚDE

19 21279400

INSUMOS AGRÍCOLAS

TRANSESPECIALISTA

ENGENHARIA INDUSTRIAL

FERMENTO

METROVAL PENTAIR

51 15

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS

METROVAL

LEVEDURAS E ENZIMAS

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL

COMBATE A INCÊNDIO - EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS

WIABILIZA

40

EVAPORADORES 16 35138800

CARROCERIAS E REBOQUES RONTAN SERGOMEL

18 39056156

FIOS E CABOS

ESPECIALIDADES QUÍMICAS

CALDEIRAS ENGEVAP

MARC-FIL

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

FILTROS INDUSTRIAIS

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

16 39464766

CALDEIRARIA CSJ METALÚRGICA MARC-FIL

16 36902200 11 30432125

14 28 23

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS

GENERAL CHAINS 19 38439833 19 34121144

1 E 38 52

16 38262999 11 30169619 16 33431556

ELETROCALHAS DISPAN

DWYLER

19 34374242 19 38129119

CONTINENTAL AGROTEC PRODUQUÍMICA VETRO

EDITORA

ARTIGOS DE BORRACHA 11 26013311

30 7

DESTILARIAS

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS ALCOLINA BETABIO/WALLERSTEIN PRODUQUÍMICA

AGRÁRIA BASF

A N U N C I A N T E S

FERTILIZANTES

19 34172800 19 34234000

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

ANTI - INCRUSTANTES ALCOLINA PRODUQUÍMICA

GENERAL CHAINS PROLINK

D E

ANHEMBI REZENFLEX VEDAÇÃO BRASIL VEDACERT

11 19 19 16

26013311 34121144 32386566 39474732

16 13 77 80

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL EQUILÍBRIO VLC

16 39452433 19 38129119

78 52


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CARTA AO LEITOR

Janeiro/2013

índice

carta ao leitor

Agenda e Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 e 7 Mercados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 a 11 Preço Sugar

do açúcar deve cair pouco em 2013 & Ethanol Brazil 2013 discutirá aumento da eficiência industrial

Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 a 16 Usina

Fertibom é única a usar etanol na produção do biodiesel

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17 a 23 Setor

discute queda na produtividade por causa do trânsito no canavial Smartphones colaboram na produtividade na lavoura Plantio de qualidade garante aumento da produtividade

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . .28 a 29 ANCINHO,

SIM! - Mudança na posição de implemento que empurrava a cana transforma-o em cortador Etanol de primeira na segunda geração!

Politica Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .30 a 32 Possível Feplana

intervenção do governo deixa setor em alerta propõe pacote de medidas para salvar o setor

Fábio Rodrigues

fabio@procana.com.br

BestBIO volta a premiar os melhores da bioeconomia De acordo com as previsões de alguns dos mais destacados consultores, o ano de 2013 será de recuperação para o setor sucroenergético e as áreas que o alavancarão serão as chamadas 4 bês da bioeconomia: biocombustíveis, bioenergia, bioeletricidade e biotecnologia. Atenta a esta tendência e na esteira de sucesso anterior, a ProCana Brasil promoverá, em 19 de março de 2013 a segunda edição do Prêmio BestBIO, que contempla exatamente estas áreas. A premiação acontecerá em solenidade especial durante a 9ª edição do F.O.Licht’s Sugar & Ethanol Brazil, de 18 e 20 de março de 2013, em São Paulo.

Ação Social & Meio Ambiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .35 a 44 ENTREVISTA

- Roberto Holland Filho Falta de comprometimento se torna desafio a ser vencido Boa performance e grau de endividamento administrável garantem sucesso

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45 a 54 Automação

e produção industrial são temas de curso do Sinatub Usina moderna se equipa para reaproveitar resíduos Especialistas discutem automação industrial Gegis discute vantagens do preparador automático de polímeros

O Prêmio BestBIO, que tem por objetivo central incentivar a sustentabilidade através da divulgação e reconhecimento dos melhores cases da bioeconomia brasileira, com ênfase no desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis, reuniu cerca de 200 personalidades em sua primeira edição, em março de 2012. Naquela noite do dia 27, também em São Paulo, nomes de profissionais e executivos ligados ao desenvolvimento e geração de energias limpas e renováveis do país foram reconhecidos e outros, revelados. Na categoria Bioenergia, a Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte, SP, foi vencedora do

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54

prêmio através do case Subprodutos da cana para alimentação de gado; em Biocontrole, uma

Setor em Destaque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .57 a 61

empresa de Piracicaba, de nome sugestivo (Bug Agentes Biológicos), foi reconhecida não apenas por

Cobertura

5

do Prêmio MasterCana NE: Setor de amigos vence todas as

inovar no controle biológico de pragas, mas por ter sido a primeira empresa a registrar um inseto

crises

Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62 a 64 Setor

adere à iluminação Led

Encarte Especial – Energia Mundo . . . . . . . . . . .65 a 71

como agente biológico. O Trichogramma galloi é um parasitóide de ovos da broca, que se reproduz rapidamente evita a entrada da lagarta no colmo da cana. A premiação reconheceu também especialistas consagrados, como Onório Kitayama, pioneiro na

MANUTENÇÃO

DA HORA! novas centrífugas para produção de açúcar Sistema elimina riscos de trabalho em ambiente confinado Surgem

promoção da bioeletricidade no setor. Grandes usinas multinacionais também foram lembradas,

Destaques do Setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .72

como a Guarani, do grupo francês Tereos, por seus investimentos na ampliação da capacidade de

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . . .76 a 82

cogeração de energia, e a Barrálcool, do Mato Grosso, a primeira planta do mundo a integrar os 4 bios: bioetanol, bioenergia alimentar (açúcar), bioeletricidade e biodiesel.

NÃO SE ESQUEÇA

Um dos destaques em inovação tecnológica em bioeletricidade no ano passado foi a Usina Madhu

“"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades” (Poeta e profeta Davi, Salmos 103, versos 2 e 3)

(antiga Equipav), de Promissão, SP, do grupo indiano Renuka, premiada por ser na época a unidade com a maior potência de cogeração instalada no país. Hoje o lugar foi ocupado pela Revat, de Brejo Alegre, SP. A Revat se torna, portanto e automaticamente, candidata importante a levar o prêmio neste ano. Para isto, basta que os candidatos inscrevam seus cases por meio do email rose@procana.com.br. A ProCana Brasil já está recebendo os cases. Inscreva-se!

NOSSOS PRODUTOS

O MAIS LIDO! ISSN 1807-0264 Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4349 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroalcooleiro de informações sérias e independentes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano, tecnológico e sócioeconômico; Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre seus integrantes; Ser o porta-voz da realidade e centro de informações do setor; e Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e aos demais envolvidos.

w w w. jo r n a lc a n a . c o m . b r REDAÇÃO PRESIDENTE Josias Messias josiasmessias@procana.com.br

GERENTE DE OPERAÇÕES Fábio Soares Rodrigues fabio@procana.com.br

ADMINISTRAÇÃO Controle e Planejamento Asael Cosentino - asael@procana.com.br Coordenador Administrativo Manoel Brandalha Junior administrativo@procana.com.br Eventos Rose Messias - rose@procana.com.br

Edição Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Consultor Técnico Fulvio Machado Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Foto de Capa Alessandro Reis Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa

ASSINATURAS E EXEMPLARES

Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide

BIO & Sugar International Magazine

www.jornalcana.com.br O Portal do setor sucroalcooleiro

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

JornalCana A Melhor Notícia do Setor Prëmio BesiBio Brasil

Prêmio MasterCana Os Melhores do Ano no Setor

Anderson Franco exemplares@procana.com.br Tiragem auditada pelos

MARKETING / PUBLICIDADE Comercial Gilmar Messias 16 8149.2928 gilmar@procana.com.br Leila Milán - 16 9144.0810 leila@procana.com.br Matheus Giaculi 16 8136.7609 matheus@procana.com.br Michelle Freitas 16 9128.7379 michelle@procana.com.br

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e 10.000 exemplares comerciais reservados. É proibida a Publicação mensal reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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AGENDA

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A C O N T E C E U REUNIÃO DO GERHAI O Gerhai - Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria reuniu-se no dia 7 de dezembro na Usina Noble Energia, em Catanduva, SP. Três apresentações foram destaque na reunião. A primeira, proferida por Eliane Abreu, coordenadora de benefícios da Usina Nardini, teve abordado o tema: “O serviço social como ferramenta estratégica de gestão”. Mauro Garcia, gerente de recursos humanos da Usina Ibéria, pertencente ao Grupo Toledo, tratou o assunto “Apuração da cota do menor aprendiz”. Para finalizar, Adézio José Marques, empresário e ex-presidente do Ceise BR, elucidou o tema “A crise econômica mundial e as implicações na cadeia produtiva sucroenergética”.

A C O N T E C E AGRISHOW A 20ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação acontecerá de 29 de abril a 3 de maio de 2013, em Ribeirão Preto, SP. www.agrishow.com.br

MASTERCANA CENTRO-SUL No dia 26 de agosto, o MasterCana Centro-Sul homenageará os principais ícones do setor sucroenergético, em Sertãozinho, SP. O Prêmio é o evento social de abertura da Fenasucro & Agrocana. www.mastercana.com.br BRASIL O tradicional Prêmio MasterCana Brasil reunirá as principais personalidades do setor no dia 21 de outubro de 2013, em São Paulo. www.mastercana.com.br NORDESTE Tradicional região canavieira, Recife receberá mais uma vez o MasterCana Nordeste em 28 de novembro de 2013, quando terá seus líderes homenageados. www.mastercana.com.br

Biocana forma jovens aprendizes rurais A escassez de mão de obra treinada e qualificada fez com que a Biocana (Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia) investisse, em 2008, na formação de jovens aprendizes rurais. Na época, uma parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) e o Sindicato Rural Patronal de Catanduva, SP, culminou na implementação do Programa Jovem Aprendiz Rural.

Atualmente, após cinco anos, já são oito turmas e mais de 250 concluintes do curso. Para a diretorapresidente da Biocana, Leila Alencar Monteiro de Souza, o alcance social de iniciativas como esta é imenso. “O Jovem Aprendiz Rural proporciona bem mais que a possibilidade de um futuro emprego através do aprendizado técnico, mas principalmente, auxilia na formação humana”.

Luciano Sanches é Cidadão Ceuchapadense O presidente da CerradinhoBio, Luciano Sanches Fernandes, recebeu, em Chapadão do Céu, GO, o título de Cidadão Ceuchapadense. A honraria é concedida para pessoas nacionais ou estrangeiras radicadas no país, que tenham se projetado nas atividades econômicas, culturais, políticas, científicas e sociais, ou que comprovadamente, promoveram benfeitorias e contribuições para o desenvolvimento do município.


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CANA LIVRE

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C A R T A S

26 ANOS DE ALTO PROFISSIONALISMO “Amigo Josias: não poderia deixar para amanhã nossos agradecimentos a você e a toda equipe ProCana pelo convite para participar da belíssima festa deste ano do MasterCana Nordeste. Foi tudo perfeito! Mais uma vez parabéns pelo empenho, profissionalismo, competência, respeito e prestígio de todos vocês. Beijo carinhoso de sua amiga, irmã de fé e camarada” Kilma Campos, recém-aposentada do Sindaçúcar, PE, onde trabalhou por 26 anos. Resposta de Josias Messias: Querida Kilma. Você foi sempre uma grande amiga, entusiasta e auxiliadora do JornalCana e seus produtos. Somos imensamente gratos e lhe desejamos sucesso e alegrias nesta nova etapa da vida.

CONSELHOS Sou estudante de Administração no Unisalesiano de Lins, SP, e li o artigo “Visão embaçada” (JornalCana JC 226, novembro 2012). Achei interessante o que o senhor escreveu a respeito de foco e visão, colocando como referência as quatros dimensões da visão. Como sou novo nessa área de Administração, estou preocupado com o futuro. Como será o mercado quando eu terminar minha faculdade? Por essa razão quero aprender mais sobre o setor em que estou atuando. No momento trabalho em uma usina sucroenergética e, com o crescimento rápido desse mercado e levando em consideração que o senhor está atualizado nessa área, gostaria de pedirlhe se poderia me passar algo que possa melhorar meus conhecimentos? Tenho muito a aprender, e sei que o senhor tem experiência. Por isso, se puder me passar algum conselho e informação sobre o mercado sucroalcooleiro, eu agradeceria muito. Everton Carlos Ferreira Farias, auxiliar administrativo da Diana Açúcar & Etanol. Resposta de Josias Messias: Obrigado por seu contato Everton, e parabéns pela busca por conhecimento. Bom, podemos ajudá-lo de duas formas, primeiro você pode manter-se informado sobre o setor através do próprio JornalCana e através do Portal www.jornalcana.com.br , cujo acesso é gratuito. Tendo em vista seu interesse pela questão de foco e visão, lhe enviarei também um exemplar do meu livro “5 Passos para o Êxito de uma Empresa” que aborda todas estas questões.

7

L I V R O

5 Passos Para O Êxito de Uma Empresa JOSIAS MESSIAS

O livro “5 Passos Para O Êxito de Uma Empresa”, do empresário e presidente da ProCana Brasil, Josias Messias, é um guia prático de como obter êxito na vida empresarial, baseado nos processos de restauração dos muros de Jerusalém, empreendidos pelo personagem bíblico Neemias. Os 5 passos abordados são: Disposição Correta, Intercessão, Visão, Comando e Excelência na execução. Preço R$ 15,00 + despesas de postagem. PEDIDOS: presidente@procana.com.br ou pelo fone 16 3512 4303, com Abel.

RETIFICAÇÃO A linha fina correta da página 81 da edição 227 do JornalCana é: Estudo abrange correção de acidez do solo e fornecimento de cálcio e magnésio.


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MERCADO

Janeiro/2013

Preço do açúcar deve cair pouco em 2013 ANDRÉIA MORENO,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

As expectativas de mercado têm indicado que os preços do açúcar devem se posicionar em patamar pouco inferior ao atual no próximo ano. A informação é de Heloísa Lee Burnquist, pesquisadora de comércio internacional e produtos sucroenergéticos do Grupo de Pesquisa e Extensão do Sucroalcooleiro do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), responsável pela área do açúcar. Segundo ela, o mercado internacional também não apresenta evolução que sinalize pressão de demanda e dessa forma, os principais condicionantes do comportamento do mercado de açúcar para 2013 ficam restritos ao comportamento da economia brasileira, ao consumo de etanol, bem como ao comportamento de importantes importadores, dentre os quais destaca-se a China. “No que tange aos fundamentos do mercado, as expectativas são de expansão da produção na próxima safra relativamente à atual”. Heloísa aponta que no mercado interno, os preços do produto vêm oscilando, sem tendência definida. “A oferta vem sendo superior à esperada, o que proporciona certa tranquilidade para o segmento comprador. As compras, por sua vez, têm sido bem mais moderadas este ano, comparadas a 2011. A demanda interna, definida principalmente pelo segmento industrial, não tem pressionado o mercado, particularmente em função do crescimento da economia brasileira. Além disso, os atacadistas que geralmente movimentam o mercado nesse período do ano, vêm apresentando um comportamento relativamente tímido. Acredita-se que isso se deve, em boa parte, à estratégia menos agressiva programada para o presente ano, por terem atravessado o período de entressafra passado com um volume bastante alto do produto e séria

dificuldade de escoamento, prejudicando a posição financeira desses players”, diz. Ela revela ainda que o Brasil continuará na primeira posição do ranking dos exportadores, pois os outros grandes exportadores mundiais de açúcar dispõem de volumes excedentes exportáveis bem inferiores aos do Brasil. “A Tailândia, segundo mais exportador atualmente, não exporta mais que 35% do volume realizado pelo Brasil. Outro aspecto que reforça a posição hegemônica brasileira é a relação consumo interno e produção, que não tem excedido a 1/3 ao longo dos últimos anos”, frisa. Um operador de mercado afirmou que

Heloísa Lee Burnquist, do Cepea: expectativas de expansão da produção

o setor não tem preço, nem produto e nem expectativa para a safra atual e a próxima. Heloísa afirma que parece uma reação preocupante, mas não acredita que seja generalizada. “O grau de incerteza atual é maior que o prevalecente antes da crise de 2008. No entanto, não entendo que isso deva ser expresso como um contexto “vazio”. Ao contrário. O setor tem muita gente competente trabalhando de forma intensiva para promover evoluções cujos resultados positivos venham rapidamente, de forma que o setor possa ser fortalecido com uma redefinição de sua estrutura e posição na matriz energética brasileira”, lembra.


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Sugar & Ethanol Brazil 2013 discutirá aumento da eficiência industrial Aumentar a eficiência industrial das usinas tem sido o objetivo do setor sucroenergético e, como tal, estará em debate durante a 9ª edição do Sugar & Ethanol Brazil, que acontece em São Paulo entre 18 e 20 de março de 2013. Considerado o encontro oficial da safra, o evento promovido pela F.O.Licht e pela IBC Brasil reunirá líderes nacionais e internacionais para discutir como aumentar a produtividade agrícola, otimizar a eficiência industrial e produzir etanol celulósico e químicos renováveis a custos competitivos. De acordo com Tatiana Munhoz, gerente de divisão de agroenergia do Informa Group, os estudos para definição da agenda do evento de março apontam que planejamento e implementação das melhores práticas agrícolas e industriais são imprescindíveis para conseguir o aumento da produtividade e assegurar um rendimento superior na colheita. “Além

disso, a diversificação de portfólio ganha espaço, e os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação tomam forma na estratégia dos grandes grupos, visando aproveitar todo o potencial da cana-de-

açúcar”, explica. Vamos reunir especialistas no Sugar & Ethanol Brazil 2013 para mostrar que o setor sucroenergético tem a perspectiva de se enquadrar em um novo conceito, no

qual as usinas passam a se configurar como novas biorrefinarias, integrando processos para aumentar a gama de produtos e ir além do açúcar, etanol de primeira geração, bioeletricidade e ração animal. Um cenário sem expansão da área plantada, com diversificação de produtos e aumento de valor agregado, avalia Tatiana. Integra a agenda do encontro a sempre aguardada análise do panorama mundial da produção e comercialização de açúcar e etanol, apresentada pelos analistas da F.O.Licht, projeções para a produção brasileira em 2013, mercados de exportação para o etanol brasileiro, avaliação de custos, rentabilidade e situação financeira das usinas no Brasil, cenário para biocombustíveis de aviação, capitalização de novas oportunidades no mercado brasileiro de etanol com a maximização de retorno, análise da valorização dos preços de terras no Brasil, entre outros temas.


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Painel discutirá políticas públicas que levem à retomada do crescimento Nomes como Roberto Rodrigues, Luiz Custódio Cotta Martins, Luiz Carlos Corrêa Carvalho e Ismael Perina Júnior confirmaram presença na 9ª edição do Sugar & Ethanol Brazil, que acontece em São Paulo entre 18 e 20 de março de 2013, promovido pela F.O.Licht e pela IBC Brasil. Eles integram o painel de discussões sobre políticas públicas para superar os desafios e estabelecer condições propícias ao crescimento do setor. Em um painel mediado por Josias Messias, diretor do JornalCana, dirigentes de usinas como Pedro Mizutani, Christophe Akli e Jacyr Costa vão debater a visão dos produtores, o futuro da indústria e alternativas para o desenvolvimento do potencial do setor. Em relação aos novos modelos de negócios e tecnologia para a produção de etanol de segunda geração a preços competitivos, Alan Hiltner, vicepresidente executivo da GraalBio, Artur Yabe Milanez, gerente do departamento de biocombustíveis do BNDES, Laércio de Sequeira, secretário técnico de energia e biocombustíveis da FINEP,

Jaime Finguerut, gerente de desenvolvimento estratégico industrial do CTC, Wesley Ambrósio, diretor de tecnologia da BP Biocombustíveis, João Norberto Noschang Neto, gerente de gestão tecnológica da Petrobras Biocombustível e Markus Rarbach, head de biocatálise da Clariant Biotech & Renewables Center compõem o painel. O F.O. Licht´s Sugar & Ethanol tem como mídia oficial o JornalCana. É nesta oportunidade que o JornalCana apresenta a cerimônia de entrega do BestBio 2013, em um coquetel no dia 19 de março, imediatamente após a programação de palestras da conferência. Este encontro é produzido pela F.O.Licht e pela IBC Brasil, empresas do Informa Group. A edição de 2013 tem o patrocínio da Clariant, OpenLink e SAP, apoio do JornalCana como mídia oficial e apoio institucional da Unica, Assocana, Orplana, Udop e da Informa Economics. Para mais informações, os contatos podem ser direcionados aos seguintes canais: 11 3017 6848 ou customer.service@ibcbrasil.com.br

Alan Hiltner estará no painel sobre etanol de 2ª geração a preços competitivos

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Setor retomará fôlego em 2013 Na 8ª edição do Cana Show, centro de pesquisa lança variedades genéticas e anuncia investimentos

Variedades se adaptam às condições do solo

POR CARLOS ALBERTO PACHECO, DE

SÃO PAULO, SP

FREE

LANCE PARA O

JORNALCANA

Um dos últimos eventos do setor em 2012, o Cana Show reuniu um bom público ávido por novidades e informações úteis para o dia a dia da indústria. Promovido pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o evento apresentou três lançamentos da empresa e anunciou novidades que trarão impacto ao setor canavieiro. Entre os temas tratados estão os avanços nos programas atuais de biotecnologia, polos de produção, análise do cenário sucroenergético e as discussões sobre o estágio das pesquisas de etanol de segunda geração hoje no Brasil. Na ocasião, o CTC divulgou o seu novo programa melhoramento genético. Para o presidente do centro, Gustavo Teixeira Leite, trata-se de um avanço para o setor. “Estamos mostrando um projeto inovador porque ele propicia a redução do tempo de desenvolvimento das variedades do CTC”, afirmou Leite. Segundo ele, a partir de agora, esse processo terá duração de oito anos, “quase a metade do que era feito antigamente, ou seja, cerca de 14 anos”, revela. O projeto garante aos empresários do setor acesso a tecnologias de ponta de forma mais ágil, tornando-os mais competitivos. Com isso, a companhia cumpre seu principal objetivo de dobrar a taxa de inovação da indústria da cana-de-

Gustavo Leite: variedades

Robson Freitas: usina para

adaptadas por região produtora

explorar etanol de 2ª geração

açúcar. E de que forma? Teixeira explica: “O produtor terá acesso mais rápido a variedades de desempenho superior e, principalmente, adaptadas à sua região produtora”. Segundo seus cálculos, com o projeto, o CTC deve dobrar a sua participação de mercado nos próximos cinco anos. Ainda de acordo com ele, as variedades são resistentes à estiagem, podendo ser cultivadas em solo ácido. E as sementes foram idealizadas para permitir a redução de perdas no processo de colheita mecanizada. A companhia passou por uma reestruturação, que começou em 2010. Tendo a tecnologia como linha mestra, para 2013, uma novidade deixou todos ansiosos – além de produtores, representantes de órgãos públicos e privados e associações. O diretor técnico do CTC, Robson Freitas, anunciou a construção de uma unidade industrial para explorar o etanol de segunda geração. Freitas revelou à imprensa que os recursos destinados a investimentos devem atingir R$ 120 milhões até 2015 ou R$ 60 milhões por ano.

OUTRAS VARIEDADES Desenvolvida em climas restritivos e testada nos últimos oito anos no CentroOeste, a CTC9001 já apresentou 29% a mais de toneladas de POL/ha (sacarose em peso por hectare) do que as duas variedades mais presentes no mercado. Ela é adequada ao plantio mecanizado, possui estabilidade, riqueza de açúcares e também um PUI longo (Período Útil de Industrialização). Já a variedade CTC9002 tem o porte ereto, é tolerante à seca e ao plantio mecanizado, apresenta longevidade e pode ser cultivada em solos mais restritivos. Ela já mostrou ter 25% a mais de POL/ha do que as duas variedades mais cultivadas no Brasil. A última variedade – CTC9003 – é precoce, exibe alto perfilhamento e está apta ao plantio mecanizado. Além disso, ela não floresce e tem um PUI longo. A CTC9003 possui 18% a mais de POL/ha do que as outras duas testadas. Por fim, Casagrande lembra ainda que a produtividade almejada é resultado de uma combinação benfeita entre manejo, condições climáticas e de solo e uma planta de qualidade.

O produtor terá novos horizontes ‘genéticos’ a partir do próximo ano, a partir dos lançamentos na Cana Show. Há a série CTC9000, que contêm as variedades CTC9001, CTC9002 e CTC9003. “O plantio e a colheita mecanizados é uma realidade nas plantações. Além disso, a queima da palha da cana será proibida no Brasil, a partir de 2017”, destacou o gerente de Desenvolvimento de Produto do CTC, Marcos Virgílio Casagrande. Para o gerente, a variedade de cana plantada deveria ser compatível com os tempos atuais. Casagrande, no entanto, lembra que 40% das variedades utilizadas não são compatíveis com o plantio e colheita mecanizados, por exemplo. “Elas foram criadas há 30 anos. O setor necessita de inovação para crescer”, comenta. Voltadas às características do Cerrado brasileiro, as novas variedades se adaptam às condições edafoclimáticas (solo e clima). O produtor deve pensar na melhor forma de adequar as variedades do clima da região (em escala de um a cinco) às suas peculiaridades, tais como solos ácidos e baixa capacidade de armazenamento de água. O solo do Cerrado recebe chuvas intensas, mas sofre com secas de até seis meses de duração. Contudo, o clima é favorável ao florescimento da cana, o que reduz a produção de açúcar e etanol. (CAP)

Apla e Apex-Brasil movimentam mercado agrícola entre Brasil e Peru Com presença de empresas brasileiras, empresários peruanos e convidados internacionais vindos da Argentina, Equador e Colômbia, foi realizado em 6 e 7 de dezembro último em Chiclayo, Peru, o evento “Biocombustíveis: Tecnologia de Produção e Processamento da cana-deaçúcar”. Foi organizado pelo Apla Arranjo Produtivo Local do Álcool e Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, através do Projeto Sugarcane Bioenergy Solution. O diretor executivo do Apla, Flávio Castelar selou acordo de cooperação entre a entidade e a Tecsup – organização educacional líder em tecnologia – com o objetivo de fomentar

a formação de profissionais, bem como serviços de consultoria, pesquisa e aplicação de tecnologia para o setor sucroalcooleiro no Peru. O mercado bilateral Brasil-Peru, no setor sucroenergético registrou uma crescente nas negociações nos últimos três anos em que evento foi realizado no país. Segundo Castelar, apenas uma usina peruana apresentou o plano de investimento que chega a U$ 23 milhões na área agrícola e U$ 60 milhões na área industrial. O evento com palestras e rodadas de negócios contou com as participações de 11 das 12 usinas peruanas. Nos dois dias do evento, mais de 250 pessoas participaram das atividades.

Flavio Castelar assina acordo de cooperação entre a Apla e Tecsup


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Usina Fertibom é única a usar etanol na produção do biodiesel ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Dados da Aprobio - Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil revelam que 99,9% das usinas produtoras de biodiesel do país utilizam o metanol em sua rota de produção. Segundo o presidente da entidade, Erasmo Battistella, a escolha pela rota metílica é atribuída ao fator rendimento. “Eles utilizam o metanol como insumo por questões econômicas, pois apresenta rendimento cerca de 15% maior do que do etanol”, diz. Mas na contramão das 99,9% e defendendo as questões ambientais e culturais da região onde está localizada, a Usina Fertibom, de Catanduva, SP, é a única no Brasil e talvez no mundo que optou pelo etanol e o mantém na rota de produção do biodiesel. A empresa lançada em 1994, com objetivo de produzir fertilizantes líquidos, em 2010 recebeu autorização do governo para produzir e comercializar 120 milhões de litros de biodiesel por ano e iniciou sua produção há 10 anos. Segundo um dos sócios, Carlos Massoni, diretor industrial da Fertibom, a rota etílica foi escolhida porque a empresa é cercada de usinas de açúcar e etanol, além disso entre os sócios há um usineiro, Luciano Sanches Fernandes, presidente da Cerradinho Bio, que sugeriu a ideia.

Usina Fertibom, de Catanduva, SP: 120 milhões de litros de biodiesel por ano

“A questão ambiental teve grande papel na escolha, pois nosso biodiesel é verdadeiramente 100% verde”, diz. Desde o início com o uso do etanol anidro na rota de produção, e mesmo com os desafios, Massoni diz que nunca pensou em abandonar o etanol. “Foram muitos desafios até porque com o metanol é mais econômico, mais barato e mais fácil de se produzir o biodiesel; mas utilizar o etanol valeu a pena”, enfatiza.

Segundo ele, apesar do mundo produzir biodiesel metílico, e do Brasil utilizar tecnologia importada no processo, o projeto da Fertibom foi todo desenvolvido na empresa. “Por questão de mercado, produzimos apenas o que vendemos. Lutamos muito, pois disputamos com os verticalizados que já possuem as esmagadoras e que têm mais competitividade. Em 2012 a média de produção será de cerca de 20 milhões de

litros, contra um volume de aproximadamente 40 milhões de litros de 2011 e em 2013 pretendemos voltar ao patamar de 40 milhões de litros. A queda na produção não sofreu interferência do setor do etanol, mas devido a várias dificuldades em leilões por não conseguirmos preços atrativos, e sem resultados preferimos não vender. O volume utilizado é de cerca de 160 litros de anidro por m3 de biodiesel”, ressalta.


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Setor pede marco regulatório para biodiesel e aumento da mistura A ideia de um marco regulatório para o biodiesel no país é unânime entre os produtores e dirigente. Erasmo Battistella, presidente da Aprobio (Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil), explica que apesar do sucesso do programa falta um marco regulatório de um conjunto de medidas para os próximos 15 anos, para ajudar no planejamento a longo prazo. “Essas medidas ajudarão a aumentar o mercado de biodiesel e incentivará a exportação. O segmento aguarda a iniciativa há mais de um ano. Estamos preocupados por isso já solicitamos uma reunião com a presidente Dilma”, comenta. Sílvio Rangel, gerente divisão biodiesel do Grupo Barralcool, também compartilha da mesma opinião e diz que por ser um programa relativamente novo está funcionando dentro do esperado, mas há necessidade que o governo interfira com alguns ajustes importantes, com a concepção de um Novo Marco Legal para o setor. “Entendemos que o biodiesel já emplacou no país, o que precisa é de um novo avanço em termos percentuais de biodiesel ao diesel de petróleo, que hoje está em 5%. Precisamos buscar um percentual maior de mistura, para que possamos agregar valores aos nossos produtos, aproveitar os investimentos já realizados. Seria uma boa oportunidade para avançar para uns 7% de mistura”. Para o sócio da Fertibom, Carlos Massoni, o Programa Nacional do Biodiesel poderia estar melhor com maior apoio da presidente Dilma. “É necessário aumentar o percentual obrigatório de biodiesel no diesel que é de 5% para até 10%, pois hoje o mercado tem capacidade para produzir três vezes a demanda. Na empresa não sobra biodiesel pois produzimos em caso de venda, porque os leilões são trimestrais para entrega em até dois meses”, enfatiza. Outro ponto para o empresário é a questão tributária, onde o estado de São Paulo leva desvantagem. “Outros estados

Erasmo Battistella, da Aprobio: marco regulatório ajudaria planejamento

Apenas 41 das 63 usinas produtoras participam dos leilões de biodiesel Segundo a Aprobio, atualmente 63 usinas produzem biodiesel no país, mas nem todas estão autorizadas pela ANP a comercializar. A Aprobio informa que isso depende de uma documentação que tem que ser atualizada a cada leilão de venda, realizado pela Agência a cada três

meses. Dentre essas, apenas 56 estão autorizadas a produzir e comercializar o produto, e que participam de fato dos leilões são 41 empresas. São quatro usinas localizadas no Norte do país, seis no Nordeste, 26 delas no Centro-Oeste, 11 no Sudeste e nove no Sul. (AM)

dão isenção de ICMS e acaba chegando produto mais barato aqui, por isso a empresa tem que ter eficiência industrial para driblar isso”, confirma. Erasmo Battistella, presidente da Aprobio, relata que o programa tem funcionado bem e lembra que a produção brasileira deverá atingiu 3 bilhões de litros em 2012, contra os 2,7 bilhões de litros do ano passado. “Os custos de produção vêm caindo ao longo do tempo, porque os investimentos estão sendo amortizados e as plantas estão aumentando sua capacidade de produção. O custo de produção varia em torno de R$ 0,30 por litro, sem contabilizar a matéria-prima, fretes”. (AM)


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Barralcool deve produzir 26 milhões de litros de biodiesel em 2012 O Grupo Barralcool iniciou seu trabalho com biodiesel a partir de uma experiência em conjunto com outras usinas na Ecomat. Em 2006 foi desenvolvido um projeto para implantação de uma unidade de biodiesel integrado a usina de açúcar e etanol já existente, inaugurada em novembro de 2006. “Em razão de novos investimentos, a empresa viu no biodiesel uma oportunidade de agregar valor a alguns insumos e a possibilidade de integração de uma unidade nova, não fugindo da questão dos biocombustíveis. No ano de 2007 a produção foi de aproximadamente 12.500 m3/ano, em 2012 o volume deve chegar a cerca de 26.000 m3”, diz Sílvio Rangel, gerente da divisão de biodiesel do Grupo. Segundo Rangel, o Programa Nacional do Biodiesel tem sido modificado ao longo de sua trajetória, principalmente em função de uma maior experiência no segmento, e tem apresentado uma curva de aprendizado muito importante. “A especificação já foi modificada duas vezes, melhorando cada vez mais a qualidade do biodiesel, tornando a norma mais rígida, com padrões ou igual ou superior as normas internacionais, como a americana e a europeia, um requisito importante para o setor”. Ele explica que os leilões também foram motivos de alterações significantes ao longo do tempo, com mudanças profundas na sua forma e conteúdo,

passando de leilões trimestrais para bimestrais. “A capacidade de produção teve um aumento considerável, e por isso teríamos capacidade para uma mistura bem superior da atual. Houve muitos investimentos e esse excesso de capacidade de produção faz com que as margens do setor sejam reduzidas”, frisa. Rangel confirma que a remuneração tem suas margens bem apertadas, necessitando cada vez mais, uma maior produtividade e diminuição dos custos de produção. O presidente da Barralcool, João Petroni, diz que nunca se arrependeu de ter iniciado a produção de biodiesel pois acredita neste programa. “O Programa Nacional foi muito bem estruturado, ao contrário de outros países, foi pensado em alguns pilares importantes como a inclusão social, tecnologia, sustentabilidade e acabou agregando em outros setores muito mais do que o esperado, como exemplo o crescimento do setor de alimentos com o aumento do esmagamento e a sobra de farelo para este setor”, acredita. Segundo Petroni, para o setor sucroenergético ganhar espaço para desviar parte de seu etanol para o biodiesel será necessário alguns avanços tecnológicos, sem contar a crise na produção, por isso não teria possibilidade de estar atendendo outras demandas neste momento. (AM)


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Setor discute queda na produtividade por causa do trânsito no canavial ANDRÉ RICCI,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

A 7ª e última reunião do ano do Grupo Fitotécnico em 2012 aconteceu no mês de novembro, quando cerca de 200 pessoas se reuniram no auditório do Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto (SP). No encontro, os presentes discutiram as intenções de plantio para 2013. Dentro do tema, o pesquisador e também coordenador do Grupo, Marcos Landell, falou sobre as recentes mudanças vividas na área agrícola, como o plantio mecanizado, que aos poucos, vai se enquadrando na lavoura. “Acredito que esteja tudo caminhando para termos boas produções nos próximos anos. Um dos aspectos que vem afetando a produtividade de primeiro corte é o plantio mecanizado. Vale ressaltar que acredito e sou a favor deste trabalho, mas para isso, precisamos desenvolver plantadoras de maneira adequada, com formas de regulagem que melhorem o volume de mudas colocadas por hectare”, disse. O problema citado faz referência à queda na produtividade registrada nos últimos anos, desde que as máquinas passaram a transitar pelo canavial.

Marcos Landell: mudança na forma do plantio pode recuperar cana de primeiro corte

“Atribuímos a baixa na produtividade a estes problemas. Como exemplo, o uso excessivo de mudas, que fazem brotar diversas gemas. Ou seja, elas acabam competindo por água, luz e nutrientes e isso pode afetar a produtividade da cana de primeiro corte”. Landell lembra também que por trás de todos os problemas gerados pela crise, o setor, ao menos no campo, parece estar se renovando. “Sempre que ocorrem momentos difíceis há uma reflexão em busca de novos caminhos. Um deles é a adoção dessas novas variedades, que praticamente não foram usadas em 2006, 2007 e 2008. Atualmente, o pessoal percebeu que elas representam uma oportunidade de ganho e acredito que esteja havendo uma mudança neste sentido”. Experiente no setor, o coordenador do Grupo Fitotécnico explica que, na época do corte manual, a multiplicação das variedades era maior. “Só para você ter uma ideia, a taxa de multiplicação das mudas, hoje, é de um hectare para quatro. Antigamente, essa proporção era de um para dez, pois eram colocadas 15 gemas por metro. Hoje, com a colheita mecanizada, não há controle”, complementa o pesquisador.


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Smartphones colaboram na produtividade na lavoura Reconhecimento de pragas, doenças e condições climáticas são alguns dos aplicativos para a lavoura FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE

SÃO CARLOS, SP

Os Smartphones, frutos da acelerada evolução da tecnologia de informação em equipamentos multitarefa portáteis, também estão sendo equipados com ferramentas e recursos para auxiliar na obtenção de resultados positivos na lavoura. A BASF, empresa química mundial e uma das maiores fabricantes de defensivos agrícolas do País, está disponibilizando o aplicativo para telefonia móvel denominado Digilab Mobile, para usuários dos sistemas operacionais Android e iOS da Apple. Com essa tecnologia exclusiva oferecida pela empresa, produtores rurais podem capturar imagens de potenciais pragas, doenças e plantas daninhas feitas a partir de seus smartphones e compará-las às imagens existentes no banco de dados, que já conta com algumas centenas de imagens de várias culturas, entre elas a cana-de-açúcar distintas. O objetivo é fornecer respostas ainda mais rápidas para diagnósticos nas

O aplicativo Digilab Mobile da Basf permite reconhecer pragas e doenças na lavoura.

propriedades rurais e facilitar a tomada de decisão quanto ao controle de eventual praga ou doença, minimizando riscos de perdas. Com esse serviço, o produtor não precisa mais enviar amostras de plantas ao laboratório e esperar dias para obter o diagnóstico. Basta fotografar uma possível praga ou doença com seu telefone para que possa compará-la às informações do banco de dados e obter uma resposta bastante precisa. A New Holland disponiliza um aplicativo de informações climáticas que oferece um serviço abrangente ao crescente número de produtores que necessitam de informação em tempo real, onde quer que estejam, para executar operações altamente dependentes do clima, como aplicação de defensivos, maturadores, entre outros. O aplicativo “NH Clima” foi desenvolvido para iPhones da Apple, e pode ser baixado gratuitamente na Apple Store. Os dados são obtidos de uma rede de mais de 70 mil estações meteorológicas, distribuídas ao redor do mundo, e por meio da geolocalização (GPS), são recebidos e analisados por uma subestação mais próxima. Uma grande quantidade de informações está disponível para acesso, incluindo temperatura efetiva e sensação térmica, pressão, velocidade e direção do vento, todos itens de extrema importância em processos como o de pulverização na lavoura.


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Estação remota fornece informações agrometeorológicas pela internet As condições climáticas influem decisivamente não só na lavoura propriamente dita, mas também nas várias operações de manejo, principalmente quando se trata de aplicação de defensivos, herbicidas, maturadores, entre outros, nos quais se utiliza a técnica de pulverização. Contar com informações de temperatura, ventos e umidade são fundamentais para o sucesso dessas atividades de manejo. A Anova, empresa de tecnologia da informação, localizada em Santa Bárbara d'Oeste-SP, apresenta como solução para a obtenção das condições climáticas o Dispositivo Remoto de Informações Agrometeorológicas (DRIA). Esse sistema de coleta de dados, foi testado em propriedades rurais de cana-de-açúcar na região de Piracicaba, sendo que seu projeto inicial teve o apoio da Coplacana. O sistema DRIA é composto por uma estação agrometeorológica instalada na propriedade rural, monitorada em tempo real, com todos os dados transmitidos via rádio, na banda UHF, para um computador que habilita os dados via internet. Os usuários podem acompanhar as variações microclimáticas do local em tempo real (online), acessando qualquer computador com conexão de internet, permitindo a tomada de decisões para o manejo da lavoura de acordo com as condições climáticas, como,

por exemplo, a aplicação de defensivos, herbicidas, maturadores, entre outros. A estação agrometeorológica do sistema DRIA-0111 possui sensores de temperatura, umidade relativa do ar, pressão atmosférica, velocidade e direção do vento, chuva, radiação solar e índice de UV. O sistema calcula automaticamente a evapotranspiração de Referência (ETo), Ponto de Orvalho, Altura da base das nuvens, dentre outros. Todos os resultados são apresentados em uma tela animada em tempo real, que pode ser acessada de qualquer ponto pela internet. Segundo Luis Henrique Andia, diretor da Anova, empresa que comercializa, desenvolve os softwares e faz a manutenção da base de dados, “Esse projeto é inovador e a grande vantagem é que o usuário do equipamento tem acesso a um pacote tecnológico que engloba uma estação agrometeorológica e os softwares de captura dos dados e comunicação pela internet. A Anova se empenhou em produzir um equipamento que além das vantagens da operação remota também tivesse um baixo custo, permitindo mesmo aos pequenos produtores dispor de uma estação meteorológica completa”. “O sistema DRIA é totalmente brasileiro, tanto pela fabricação da estação agrometeorológica quanto pelos softwares utilizados”, complementa Andia. (FPM)

Luis Henrique Andia, ao lado da Estação DRIA

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Sistema Eletrônico torna o CCT mais eficiente Com o aumento da capacidade de moagem das unidades sucroenergéticas, as lavouras de cana-de-açúcar se tornaram mais extensas. Paralelamente, com a crescente adoção da mecanização das operações, implicando no uso de um maior número de veículos e máquinas, tornam necessárias ferramentas mais eficazes de gestão da logística, desde a colheita até a entrega na usina. A Auteq Telemática S.A oferece o CEC - Certificado Eletrônico de Cana. Esse sistema vem complementar a Solução de Gestão de Frota da Auteq, que através do Computador de Bordo CBA3200 que apresenta uma série de facilidades aos seus usuários, como a redução do tempo de obtenção de informações e de pesagem na balança, eliminando a nota de cana em papel e garantindo a rastreabilidade da cana. O Computador de Bordo CBA3200, integrante do sistema, permite outras funcionalidades, tais como: informe do operador e da máquina, registro de informação de sensores, rastreamento, suporte à logística e controle de terceiros. Também podem ser consideradas como vantagens adicionais do CEC sua utilização com o sistema convencional ou bate e volta, não necessitando o uso de qualquer equipamento intermediário na área de transferência e pode também ser usado com caminhões de terceiros. Para obter todas estas funcionalidades, são necessários acessórios opcionais, complementares aos Computadores de Bordo CBA3200. O processo operacional do CEC se inicia quando o operador indica o seu código no Computador de Bordo CBA3200 no início do seu turno. Antes do início da colheita ocorre o pareamento entre a colhedora e o trator de transbordo, quando há a troca de informações como a ordem de serviço e os códigos da colhedora e operador. No início e fim do carregamento são registradas as informações de data, hora,

O CEC facilita as operações de CCT

latitude e longitude da colheita. Este procedimento, feito para o primeiro transbordo se repete no transbordo seguinte. Após o carregamento dos transbordos, o trator se desloca para a área de transferência, aproximando-se do reboque para fazer um novo pareamento (transbordo e reboque). Nos reboques estão instalados os tags de leitura Wi-Drive que recebem as informações do CEC de cada transbordo. Os reboques carregados são

levados pelos caminhões canavieiros para a balança. Ao chegar na balança, os Wi-Drives são lidos e os dados da colheita são transferidos para o computador da balança finalizando o CEC. A Auteq é uma empresa dedicada ao desenvolvimento e produção de sistemas e equipamentos de gerenciamento de frota e de monitoramento de operações agrícolas. Com projeto e fabricação totalmente nacionais, a empresa conta com uma

equipe técnica experiente e de modernos e eficientes recursos tecnológicos. A empresa desenvolve seus produtos de acordo com as necessidades e características locais, visando a inteligência, a praticidade e os lucros da atividade agrícola. Desde 2009 a Auteq Telemática tem uma joint-venture com a John Deere, uma das mais importantes fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, que através de seus concessionários comercializam os produtos Auteq em todo o Brasil. (FPM)


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Plantio de qualidade garante aumento da produtividade Obtenção de bons resultados depende de planejamento eficiente e da utilização de mudas sadias, entre outros cuidados RENATO ANSELMI, FREE

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CAMPINAS, SP

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A recuperação da produtividade agrícola é uma das bandeiras hasteadas pelo setor sucroenergético em sua nova jornada visando a retomada do crescimento e a reconquista da competitividade. Para isto, usinas e destilarias têm investido na renovação de canaviais. Não basta, entretanto, “sepultar” plantações velhas, abrindo espaço para novas lavouras, para que ocorra o aumento do rendimento agrícola. É preciso realizar um plantio de qualidade, não somente em locais de reforma, mas também em áreas de expansão. Um dos desafios do setor, nessa etapa do processo de produção agrícola, é a elevação da eficiência do plantio mecanizado que tem ampliado o seu espaço na cultura da cana-de-açúcar. A obtenção de bons resultados nessa atividade depende de um planejamento eficiente de todas as etapas da operação, utilização de mudas sadias, controle da colheita e distribuição de mudas, uso de piloto automático e plantios georreferenciados, escolha correta de variedades, entre outros cuidados. As áreas destinadas às mudas devem estar localizadas próximas aos locais de plantio, de acordo com o engenheiro agrônomo Victório Laerte Furlani Neto, diretor da Qualimec – Qualidade em Mecanização, de Araras, SP. Essa medida reduz gastos com transportes e proporciona

economia de tempo. O consultor recomenda que a idade da muda deve ser entre 9 e 11 meses, para favorecer a brotação e evitar os embuchamentos. Especialistas alertam inclusive que um dos principais motivos para a queda de produtividade agrícola tem sido o uso indiscriminado de cana de segundo e terceiro cortes, que tornam-se em alguns casos fontes de disseminação de doenças e pragas. Além disso, as lavouras formadas com canas velhas costumam ter menor quantidade de colmos, são mais exigentes de tratos culturais e ainda mais suscetíveis às condições adversas. A utilização de mudas cultivadas em viveiros bem conduzidos é uma importante aliada para a elevação do rendimento agrícola. Essas mudas apresentam melhor capacidade de brotação e vigor no desenvolvimento,

Mas, só isto não basta. As máquinas, usadas na colheita de mudas, devem ser protegidas com kits – desenvolvidos para essa finalidade – que têm o objetivo de evitar danos às gemas. Victorio Furlani Neto destaca também a importância do uso do piloto automático e plantios georreferenciados que elevam o rendimento do plantio. O paralelismo e o alinhamento de sulcos elevam a eficiência das operações de “chegamento de terra e de distribuição de adubos localizados. Possibilitam a redução do pisoteio sobre as linhas de cana e a melhoria da qualidade do corte de base durante a colheita mecanizada. Outra preocupação deve estar voltada ao controle da distribuição de toletes nos sulcos, para que não ocorra a utilização de grande quantidade de mudas durante o plantio. Além disso, é preciso evitar falhas

na distribuição de toletes nos sulcos. Não se deve esquecer também da escolha criteriosa de variedades que sejam bem adaptadas às condições edafoclimáticas de cada região Existem ainda diversos cuidados, alguns deles básicos, a serem seguidos – conforme orientação do diretor da Qualimec – na operação de abastecimento de canas, como assegurar que transbordos, caminhões e julietas estão indo até as plantadoras (e não o inverso). Não se deve também estacionar veículos, tratores, comboios ou julietas vazias ou carregadas sobre os talhões ou áreas plantadas. É preciso ter cuidado até mesmo com a marcha-ré do transbordo – lembra Furlani Neto - para que não haja pisoteio sobre sulcos de área plantada, nas manobras na área de plantio.


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Mercado oferece diversas opções para operação mecanizada Plantadoras incorporam recursos tecnológicos que têm o objetivo de atender demandas do setor Se nenhum detalhe pode ser deixado de lado para que o plantio mecanizado seja bem-sucedido, dá para imaginar a importância da escolha dos equipamentos para a realização dessa operação. Os fabricantes de plantadoras de cana picada têm disponibilizado diversas soluções para atender as demandas do setor sucroenergético nessa área. A DMB oferece a plantadora PCP6000, desenvolvida em parceria com o CTC, que faz todas as operações do plantio de uma só vez em duas linhas, com desempenho operacional de aproximadamente um hectare por hora. Com o passar do tempo, essa máquina incorporou melhorias, como o plantio duplo alternado (0,90 x 1,50 m ou 0,90 x 1,60 m) e também o kit de aplicação de fungicida (opcional), com tanque específico para esse produto e bicos pulverizadores. Entre os equipamentos da Sermag, voltados para a mecanização do plantio, destacam-se as plantadoras multifuncionais SE10000 e SMN 6000. O modelo SE10000 possui um conjunto de esteiras, uma alimentadora e outra dosadora, que

operando proporcionalmente à velocidade de plantio, possibilita a aplicação de toletes, com preservação das gemas. A plantadora SMN 6000, de menor porte, foi projetada com uma única esteira para cada linha de plantio. É dotada de um sistema na caixa de cana que por meio de movimentos de basculamento e ejeção, permite que os toletes entrem por

gravidade no sistema de plantio, evitando atritos desnecessários e preservando a integridade das mudas. A Santal (AGCO) oferece para o mercado a plantadora PCP2L, que pode ser usada também como distribuidora de torta de filtro. A máquina é caracterizada por um sistema ejetor com baixa movimentação de carga, o que possibilita –

de acordo com a empresa – a diminuição do atrito, a preservação das gemas e a garantia do alto índice de germinação. Outro diferencial é o sistema Tandem, que oferece maior estabilidade para a máquina, reduzindo a compactação do solo e aumentando a sua produtividade. Com vários recursos incorporados, a Plantadora Automática de Cana Picada Civemasa - PACC 2L, possui um sistema de acionamento individual das esteiras metálicas por meio de comando eletrônico e válvula proporcional, que possibilita para o usuário a opção de trabalhar com apenas uma esteira em caso de arremate de plantio e de alterar a velocidade das esteiras separadamente sem ter que parar a plantadora. A cabina de comando, com ar condicionado de série, fica posicionada com a frente voltada para a traseira da plantadora, possibilitando ao operador uma ampla visão das bicas, rampas e defletor. Com o objetivo de atender as necessidades da tecnologia Plene da Syngenta, que utiliza minitoletes, a John Deere disponibiliza a Green System PP1102 que tem capacidade de plantar 6 a 22 mudas por metro linear, com espaçamento entre linhas ajustável entre 0,9 a 1,5 metros, que pode ser também combinado. O sistema de georreferência AMS JD, também da John Deere, garante o alinhamento e o paralelismo preciso dos sulcos de plantio.


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Mudança na posição de implemento que empurrava a cana transforma-o em cortador FABIANA MARQUES,

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ANCINHO, SIM!

RIBEIRÃO PRETO, SP

A mecanização na região Nordeste é muito limitada em razão da declividade acentuada dos canaviais, que dificulta a entrada das máquinas. Entretanto, produtores e usinas estão encontrando novas maneiras de mecanizar a colheita, trazendo resultados surpreendentes. Em Pernambuco, especialmente na região da Grande Recife, algumas usinas estão desenvolvendo um ancinho que está revolucionando a colheita.

O tradicional ancinho, adaptado ao trator, revoluciona a colheita em Pernambuco Inicialmente idealizado com o objetivo de empurrar a cana depois de já cortada, o ancinho ganhou nova função e com uma pequena modificação no posicionamento, passou a cortar a cana. Segundo o fornecedor José Melício Carneiro Leão Filho a descoberta foi feita por acaso. “Numa ocasião um agrônomo notou que se o trator passasse o ancinho na cana deitada, na direção contrária, ela se soltava na raiz e partir daí foram adaptando o uso para esse fim”, explicou ele, que utiliza o método em sua produção, na cidade de Cabo. O acessório é adaptado no motor hidráulico do trator que proporciona a colheita de 200 a até 300 toneladas de cana por dia. É intermediário entre o corte manual e o mecânico tradicional.

Ancinho em ação na Usina Bom Jesus: trator deita a cana e ancinho volta cortando-a

José Melício: corte é feito por pressão

O trator deita a cana e o ancinho chega em seguida, quebrando-a, cortando-a no colmo. Podendo ser utilizado na cana já queimada ou crua. Quando cortada crua, a cana é deixada por pelo menos 24 horas no campo para o ‘olho’ da cana secar. O alcance da máquina é proporcional à extensão limitada ao trator, que é de cerca de 40 graus. Melício destaca como vantagem no uso do ancinho a quantidade de soqueiras que permanecem no solo. “Comparada ao tradicional processo de colheita mecanizada, a sobra de soqueira que permanece no solo é maior, já que a cana é retirada por pressão”, explica.

Segundo Leão Filho, uma das grandes vantagens do equipamento é seu baixo custo e praticidade. “É simples e barato, adaptando-se com facilidade na traseira do trator. E corta por pressão, a cana se solta da raiz”, ele também garantiu que a técnica não estraga a cana. O presidente do Sindicato dos Cultivadores de cana-de-açúcar no Estado de Pernambuco (Sindicape) e da Comissão de Cana da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Gerson Carneiro Leão, concordou que o custo acessível é um atrativo. “Não é uma máquina de milhões de reais, é um equipamento barato, custa apenas entre R$ 3 a 4 mil”.


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Acessório proporciona colheita de 200 a até 300 toneladas de cana por dia

Ferramenta é solução para deficiência de mão de obra na região A utilização do ancinho no corte da cana foi apontada por todos os entrevistados como a solução para o problema de deficiência de mão de obra na região da Grande Recife. “Não existe mais mão de obra disponível. Então tivemos que desenvolver equipamentos para o corte mecanizado da cana para conseguir produzir”, declarou o presidente do Sindicape. Segundo ele, o equipamento é capaz de cortar de 200 a 300 toneladas por dia, substituindo o trabalho de quase cem homens. “Partir para o ancinho é a solução do Nordeste”, declarou, animado.

Grande parte da mão de obra da cana na região migrou para o porto de Suape, deixando os produtores em uma situação calamitosa. “Aqui na Grande Recife não houve muita escolha, fomos praticamente obrigados a partir para a mecanização pela falta de mão de obra. Fomos testando e aumentamos por necessidade mesmo. O ancinho resolve esse problema de deficiência de mão de obra, além de trazer economia com salários, encargos trabalhistas. Estamos diminuindo o número de funcionários, devemos reduzir 400 a 500 cortadores de cana “, disse o gerente agrícola da usina

Bom Jesus, Luiz Gonzaga Lins e Silva. A Usina Bom Jesus foi uma das pioneiras na inovação e deu início a utilização do equipamento já na safra passada. “No ano passado, de modo experimental, cortamos 10 mil toneladas de cana. Fomos então aprimorando, aprendendo e melhorando. O nosso objetivo para este ano é chegar a cortar 100 mil toneladas de cana.”, declarou o gerente. José Melício inspirou-se na usina e desde a safra passada passou a usar o ancinho nos 800 hectares de seus canaviais. Atualmente, de sua produção

total, que varia de 45 a 50 mil toneladas de cana, 60% é cortada com o instrumento. "A Usina Bom Jesus já fazia e eu só fiz copiar”, reconheceu, com simplicidade, o fornecedor. Enquanto isso, o presidente do Sindicape faz questão de disseminar a descoberta para outros produtores e usinas, e acredita que pouco a pouco a novidade começará a se espalhar por outras regiões, não só do Nordeste como de todo o país. Estive em uma reunião do CNA ontem e apresentei um DVD que preparamos sobre o uso do ancinho, ficou todo mundo muito empolgado”, disse. (FM)


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ETANOL DE PRIMEIRA NA SEGUNDA GERAÇÃO! Etanol celulósico ganha força no país e se firma como a solução para o aumento de produção ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Muito se falou em mudanças no ano de 2012. A crise que tomou conta do setor sucroenergético, fez com que cada área do segmento repensasse o trabalho desenvolvido até então. Do sol estonteante da lavoura, ao ameno clima do escritório, os colaboradores que lá estiveram se viram obrigados a buscar alternativas. Alternativa. Essa é a palavra que pode fazer com que uma nova tecnologia tome conta e coloque o Brasil em um seleto grupo mundial. O etanol celulósico, também conhecido como de 2ª geração, tende a ser o caminho para o tão desejado incremento na produção doméstica do combustível renovável. Embora já domine a tecnologia para fabricar o produto a partir da biomassa da cana-de-açúcar, o Brasil ainda esbarra na questão dos custos de produção, fator que pode estar com os dias contados. Segundo Alan Hiltner, vice-presidente da GraalBio, empresa responsável pela construção da primeira unidade industrial de etanol celulósico do Brasil, e a sexta no mundo em larga escala, o produto pode ser competitivo. “O etanol 2G surge como parte da solução. Acreditamos que a tecnologia já é economicamente viável em escala industrial. É claro que existem riscos inerentes a todo projeto pioneiro, mas nossa projeção é que o custo de produção

seja menor que o da primeira geração”. A referida usina deverá entrar em operação em dezembro e terá capacidade de produzir anualmente até 82 milhões de litros de etanol de segunda geração. Localizada na cidade alagoana de São Miguel dos Campos, a construção demandará investimentos de R$ 300 milhões, sendo viabilizada pela parceria

entre a empresa brasileira com a Beta Renewables e à Chemtex, ligadas ao grupo italiano Mossi&Ghisolfi (M&G), um dos principais fabricantes de embalagens PET do mundo. “Para as usinas, o etanol 2G se apresenta como uma possível solução para ampliar a produção de etanol na mesma área, reduzindo os custos médios

Biomassa: matéria-prima para etanol celulósico

de produção. Outro ganho é a venda da biomassa excedente (bagaço ou palha), gerando uma receita extra. Já para o consumidor, posso dizer que a tecnologia é exatamente igual ao que existe hoje no mercado, com uma vantagem, ele proporciona uma redução ainda maior na emissão de gases de efeito estufa, contribuindo com o meio ambiente”, explica Hiltner. Se as contas estiverem corretas, a GraalBio estima que, com a utilização do tecnologia, será possível aumentar a produção de etanol em cerca de 45% no Brasil sem a necessidade de ampliar as áreas plantadas de canavial. “Usando as áreas atuais de cana-de-açúcar, sem troca de cultura e sem expansão para novas fronteiras agrícolas, o potencial do produto é de 11 bilhões de litros no Brasil. O único pré-requisito para isto é que seja implantada 100% da colheita mecanizada, para que exista disponibilidade de palha a ser convertida em etanol”, afirma o vice-presidente. Outro empecilho brasileiro é falta de investimentos na área de pesquisa. Hiltner faz um alerta ao governo, que hoje, estuda maneiras de sair da crise. Para ele, é mais fácil prevenir do que remediar, disponibilizando apoio antes do problema acontecer. “Se houver apoio para pesquisa, o processo de produção de etanol celulósico pode se tornar ainda mais competitivo. Existe enorme espaço para desenvolvimento de matériasprimas com alta produção de biomassa, para otimização de processo e para aumento da eficiência na fermentação, dentre outros. Esta deveria ser uma agenda estratégica para o Brasil”, finaliza.


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“Financeiramente a tecnologia já é aceitável”, diz presidente da Novozymes-AL Em seu projeto, a GraalBio contará com a participação da Novozymes, empresa dinamarquesa que cria enzimas responsáveis por transformar a palha e o bagaço em álcool. O etanol celulósico é produzido a partir da celulose presente na biomassa, que pode ser a palha do arroz, da cana, do milho, talos e bagaço. “Parte da biomassa passa por um tratamento, onde vira uma polpa. Neste momento, as enzimas são adicionadas, transformando a polpa em açúcar, que é fermentado para se tornar combustível”, explica Pedro Luiz Fernandes, presidente da Novozymes para a América Latina e também engenheiro químico. Em 2012, a empresa lançou uma nova geração de enzimas, denominada Cellic-CTec3. Esta é a terceira geração da família Cellic (Cellic-CTec1, lançada em 2009, e a Cellic-CTec2, em 2010), sendo, segundo a empresa, cinco vezes mais eficiente que todas as demais. ”Quando pensamos no setor sucroenergético, mais especificamente no mercado de etanol, é preciso fazer mais com menos. Nós, que trabalhos pensando no etanol de segunda geração, buscamos uma enzima com alta capacidade de hidrólise e que seja acessível ao mercado”, diz Fernandes.

Questionado sobre a questão mercadologia, o executivo lembra que o etanol de segunda geração vem para somar e não competir com o convencional. “Em ensaios de laboratório, que muitas vezes não refletem exatamente a realidade, mas chega próximo, vimos que é possível ter o etanol 2G competitivo. Contudo, não queremos fomentar a competição entre as gerações, muito pelo contrário. Ele precisa fazer parte da matriz enérgica do país, auxiliando no aumento da produção nacional”. Fernandes afirma que com a construção da unidade da GraalBio, o estigma de que a tecnologia ficaria apenas no papel, foi deixado de lado. “Falava-se de quando a tecnologia estaria pronta, e, finalmente, hoje ela já existe. A inauguração da unidade alagoana mostra que financeiramente ela já é aceitável”, afirma. Outro a bater na tecla, o representante ressalta a importância dos investimentos em pesquisa. “Acredito que não há limites nos ramos de pesquisa e desenvolvimento. Nós, internamente, investimos 14% do nosso faturamento todos os anos nesta área, independente dos resultados que alcançamos. Acreditamos que nenhuma tecnologia é tão boa que não possa ser melhorada”, concluiu.

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ENTREVISTA – Jaime Finguerut

Centro deve instalar “planta demonstração” já em 2013 O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) busca viabilizar a produção do etanol celulósico. No início de dezembro, em evento realizado pela empresa, o CEO Gustavo Leite anunciou que o CTC deverá instalar sua primeira unidade de produção de etanol celulósico, em escala de demostração, na usina São Manoel, localizada no interior de São Paulo. Segundo ele, caso as negociações avancem, a previsão é de que a planta seja instalada já em 2013. O projeto será acoplado ao de etanol convencional e terá capacidade instalada para produzir 3 milhões de litros do biocombustível por ano. O JornalCana conversou com o pesquisador Jaime Finguerut, um dos idealizadores deste projeto, que explica com detalhes as vantagens, novidades e a importância em se investir nesta nova tecnologia. Confira a entrevista: JornalCana: Sabemos que hoje há diversos projetos-piloto em andamento no País sobre a produção de etanol celulósico. Quais as novidades na área que o CTC pode apresentar? Jaime Finguerut: De fato, o que tem sido anunciado não são apenas projetos piloto e sim plantas comerciais pioneiras. O CTC está finalizando a engenharia de uma planta de demonstração da tecnologia que, assim que colocada em operação, permitirá ajustes e aprendizado acelerado. O processo adotado é totalmente integrado à usina atual, usando com grande sinergia todo o conhecimento das unidades, tais como geração de calor e potência, produção flexível (açúcar e etanol), fermentação, destilação, reúso dos resíduos e até mesmo a grande experiência acumulada na produção de cana e no seu uso integral (colmo e palha). A usina conta com um processo altamente produtivo, eficiente, flexível e de baixo investimento. Nossa ideia é manter tais características, o que aumenta muito a sua atratividade e será um passo importante na modernização do setor, com geração de um etanol adicional competitivo em praticamente qualquer lugar, até mesmo nas unidades onde o canavial não pode ser ampliado. Devido à necessidade de aumento na produção, qual a real importância do etanol celulósico? É preciso mais apoio para as pesquisas? Em muitos casos, o etanol celulósico é a única alternativa viável e sustentável de aumento significativo da produção de etanol. Este processo, após os ajustes necessários, poderá produzir etanol com um custo competitivo. Hoje vai para o saco de açúcar e para o tanque de etanol apenas um terço da fotossíntese da cana, sendo que estamos subutilizando dois terços, mandando o CO2 de volta à atmosfera. Nossa eficiência irá aumentar, permitindo que o etanol brasileiro seja de fato a melhor alternativa mundial. Variedades contendo

mais fibra, que são mais robustas e baratas, poderão também ser aproveitadas economicamente num futuro próximo. Se realmente ele é vantajoso para as usinas, qual o motivo de ainda não ter emplacado? Conhecemos esta tecnologia desde os anos 80 do século passado. Contudo, os grandes desenvolvimentos vieram recentemente, principalmente na área de processos biotecnológicos, que permitiram vislumbrar uma produção realmente econômica. Fazer etanol da fibra da cana era tecnicamente possível, mas muito caro e demorado. Hoje, com o desenvolvimento de biocatalisadores capazes de acelerar a “desconstrução” dos constituintes da fibra, foi possível projetar um processo industrial.

Esta é a principal razão deste processo não ter chegado ainda na escala de produção industrial. Falando em vantagens, quais podemos elencar como as principais para o consumidor? Os principais benefícios são o incremento da atividade econômica que a difusão desta nova tecnologia permitirá. Novos equipamentos, novos insumos, formação de pessoal capacitado, aumento da pesquisa e desenvolvimento, são todas “externalidades” importantes que levarão mais riqueza ao interior do Brasil. A produção de um biocombustível avançado recoloca o país num patamar de liderança em tecnologias sustentáveis, reforçando a nossa marca de uma matriz energética

limpa e com base numa produção distribuída, com grande geração de empregos e renda. Este etanol, uma vez desenvolvido, poderá ser exportado para todos os países que têm mandato de substituir vantajosamente os combustíveis fósseis, além do seu uso no mercado interno, caso a nossa demanda aumente significativamente. E para os investidores, no caso, as usinas? Para os investidores a oportunidade é participar desde o início do desenvolvimento e comercialização de uma nova tecnologia que tem potencial para ser uma grande inovação, iniciando um novo ciclo de geração de valor na cadeia de valor da cana-de-açúcar. (AR)


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Possível intervenção do governo deixa setor em alerta Representantes do setor temem medidas intervencionistas, mas não acreditam em reedição do IAA

econômicos. Este receio existe”, finalizou. Já Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco, acredita que exista exagero, como por exemplo, na resolução citada por Ricardo em seu artigo, que aumenta as exigências sobre a indústria. “Entendemos que as resoluções da ANP seriam mais bem aceitas e teriam um perfil mais formulador de políticas publicas se apontassem rumos. Por exemplo, a Lei 8.176/91 diz que o poder executivo deveria no início de cada safra enviar um plano de estoque para os produtores de etanol, só que isso não acontece na prática.” Preocupado, Cunha ressalta que é preciso distinguir o que é setor público e o que é privado. Em sua opinião, o sucroenergético sobrevive de investimentos dos empresários, característica que levam ao setor privado. “Os ativos das usinas não pertencem a União, mas sim, da iniciativa privada, portanto não temos atividades delegadas pelo Estado, menos ainda concessão de serviço público. É preciso entender que uma usina de açúcar e etanol é completamente de uma refinaria de petróleo ou de uma concessionária de energia elétrica”, finaliza.

ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Em 8 de novembro de 2012, o Portal JornalCana – www.jornalcana.com.br publicou um artigo escrito pelo advogado Ricardo de Pádua, no qual ele comenta a resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP) nº. 26/2012, que pretende regulamentar a atividade de produção de etanol que abrange construção, ampliação de capacidade de produção de etanol através de alteração física das instalações industriais, modificação de instalações industriais já existentes adaptadas para a produção de etanol, operação de planta produtora de etanol e exigências relacionadas à proteção ambiental e à segurança industrial, condicionada à prévia e expressa autorização da ANP. O texto faz uma analogia com a época do IAA – Instituto do Açúcar e do Álcool, quando o governo tinha total controle sobre o que o setor produzia. Tais indicadores mostrariam que o setor estaria prestes a voltar a receber ingerências do Governo Federal. A simples menção dessa possibilidade deixou o setor em alerta. O presidente da Siamig – Associação das Indústrias Sucroenergéticas do Estado de Minas Gerais, Mário Campos, falou sobre o assunto. Para o representante do setor, tais interferências ainda não remetem a uma reedição intervencionista nos moldes do extinto IAA. “Não acredito que esta resolução representa uma volta à época do IAA. A ANP, por lei, tem que regular o setor de etanol e assim como faz com outros setores estratégicos, como petróleo,

PAPEL DO IAA FOI QUASE UM PAPELÃO

Mário Campos: a ANP, por lei, regula o setor de etanol, como faz com outros setores estratégicos

gás e biodiesel, precisa saber qual é a real capacidade de produção de etanol do setor. Não há indicativo ainda de intervenção, na minha opinião”, observou Campos. Contudo, Mário Campos ressalva que

diante do cenário político apresentado nos últimos anos, uma reviravolta não pode ser descartada. “Com o atual governo, tudo é possível, principalmente considerando as recentes intervenções em outros segmentos

Criado em 1933, o Instituto do Açúcar e do Álcool tinha como principais objetivos resolver os problemas de superprodução da agroindústria canavieira por meio de planejamento e controle anual da produção. Além da tarefa, cabia ao Instituto adequar às necessidades do consumo interno e externo, além de organizar as bases para o aumento da produção alcooleira nacional, por meio de financiamentos de destilarias anexas às usinas de açúcar. O controle chegou ao fim em 1990, época onde a oferta e demanda dos produtos ligados ao setor passaram a ser regulados pelos critérios do mercado.


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“Seria um retrocesso”, diz Luiz Custódio Cotta Martins Nome forte e experiente no setor sucroenergético, o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, Luiz Custódio Cotta Martins, acredita que toda e qualquer forma de intervenção, hoje, seria inviável. Seguro, ele fez uma análise do atual cenário, mencionando uma proposta de emenda constitucional elaborada pela deputada Iriny Lopes (PT), na qual fala-se dos “Princípios Gerais da Atividade Econômica acrescentando a pesquisa, produção e distribuição do etanol e biodiesel ao Art. 177 da Constituição Federal”. Em um trecho da proposta, caracterizado como “Justificativa”, o texto cita o Brasil como referência no mercado de etanol, e por isso, deveria ser direcionado pelo governo. “As fontes energéticas são consideradas como questão de soberania dos países. O Brasil, em sua Constituição, já prevê salvaguardas para impedir a internacionalização de setores essenciais na manutenção de sua independência econômica, política e social. Diante da crescente demanda mundial por combustíveis chamados de limpos, como o etanol e os biocombustíveis, e sendo o Brasil um dos grandes produtores de etanol, perdendo apenas para os EUA, torna-se imprescindível acrescentar esses novos produtos energéticos ao art. 177, como monopólio da União”.

Luiz Custódio Cotta Martins: contrário a toda e qualquer forma de intervenção

O representante, que diz acompanhar de perto o trâmite na Câmara, não acredita que a proposta saia do papel. “No Brasil de hoje esse tipo de medida

não tem motivo para acontecer, seria um retrocesso em tudo que já foi alcançado ao longo dos anos. Acredito que seja uma proposta que não vai prosperar”, explica.

Custódio ressalta ainda que, em sua opinião, não há relação com o que aconteceu no passado, na época do IAA. (AR)


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ENTREVISTA – Paulo Leal

Feplana propõe pacote de medidas para salvar o setor Ideias vão desde grande mobilização à melhoria no motor flex ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O sistema instalado da agroenergia no país está se rompendo e elo de rompimento é a quebra do parque industrial, pois existem quase 90 indústrias paradas, ou 25% delas que representam 12 mil produtores entregando sua matéria-prima sem receber. Com essa conclusão, Paulo Leal, presidente da Feplana – Federação dos Plantadores de Cana do Brasil, faz uma análise da situação do segmento sucroenergético atual e propõe um pacote de medidas que solucionaria os problemas da cana. Em novembro, a Feplana entregou um documento na Casa Civil, relatando todos os quesitos necessários. “Já estamos percebendo resultados como a sinalização do governo de que haverá a redução do Funrural para outros segmentos no começo do ano. Ouvimos do Ministério das Minas e Energia que a indústria que melhorar o desempenho do flex receberá um beneficio”, diz. JornalCana - Na sua opinião por que o setor passa por dificuldades? Paulo Leal – O setor não está conseguindo essa competitividade porque faz cinco anos que o preço da gasolina não aumenta. Não somos contra a politica para segurar a inflação mas o setor também gostaria de ter os mesmos benefícios. Após 2008 as usinas se abalaram e não se levantaram mais e o problema da gasolina se somou a esse quadro. O Brasil está importando 100 mil barris de gasolina por dia que veio causar um prejuízo para Petrobras de R$ 1,3 trilhão. Tenho esperança de que haverá políticas públicas voltadas para esse segmento, pois a fonte

de etanol é a segunda matriz energética do país, está estabelecida e não pode retroceder. A Presidente Dilma Rousseff anunciou recentemente que vai haver um surto de investimentos no setor. O que o senhor acha disso? Achei que ela havia surtado. A meta que o país almeja é atingir a produção de 1,2 bilhões de toneladas de cana até 2020, porém hoje produzimos apenas 560 milhões de toneladas. Com a falta de competitividade e com quebras de produção muitos investidores e agricultores vão substituir a cana por soja, milho e trigo que remuneram melhor. Como terão que fazer novos investimentos, dificilmente voltarão a produzir cana. Essa é uma dificuldade que o país vai ter que enfrentar para atingir a meta de 1 bilhão de toneladas. Quais as soluções propostas para o segmento se recuperar, sem penalizar financeiramente o governo? Uma delas seria a redução na contribuição previdenciária incidente sobre o resultado da comercialização da produção, Funrural, de 2,3% para 1,0%, pois esse é o principal tributo que incide

sobre a produção no campo. Com isso somente a questão da previdência será alterada, já realizada em outros 20 segmentos. Um segundo ponto seria a redução de IPI para maquinários, insumos agrícolas e uma série de materiais, inclusive de fertilizantes, que na composição de preço do custo é importante. É preciso baixar o custo de produção para sermos competitivos com a gasolina. Somente a mão de obra subiu nos últimos quatro anos quase 60%. O custo de produção aumentou 12% de 2011 para 2012, chegando a uma média de R$ 67,00 por tonelada de cana e certamente vamos trabalhar com prejuízos nesta safra. É um pacote que poderia solucionar o problema do setor? Sim, a redução do IPI, somado a cana transgênica, com melhorias de motores flex fuel e a Cide sobre a gasolina seriam mais do que suficientes para solucionar o problema do setor. A redução do IPI incentivaria a indústria de máquinas que há dois ou três anos não tem grandes encomendas. Precisamos fazer um movimento conjunto com a indústria processadora de cana, indústria de base e trabalhadores. A indústria começou a

sufocar e o trabalhador está ameaçado se a cadeia estiver ameaçada. Até o início do próximo ano vou tentar marcar uma reunião com o Fórum Nacional Sucroenergético, federação, indústria de base e Orplana. Por que a cana transgênica facilitaria a redução de custos? A exemplo de outras culturas ela reduziria na ordem de 20% o custo de produção, pois o produtor deixará de fazer vários tratos culturais. Ela existe mas está confinada em canteiros que não podem ser tocados. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) tem um colegiado de pessoas que verifica a segurança dessa planta e exige vários quesitos para os idealizadores dessa planta. O problema é que esses quesitos ainda nem foram elaborados. Então estamos pedindo ao governo que acelere a CTNBio. Eu preciso baixar o custo de produção em R$ 0,60, pois segundo o Itaú BBA, o custo de produção do litro do etanol de uma usina nova seria em torno de R$ 1,40, sem impostos. Além disso, há uma disparidade de ICMS dos estados em relação ao etanol, que no Rio de Janeiro é de 2% e em estados no Nordeste chegam a 28%. Através do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), o governo federal deve chamar os secretários dos estados e propor uma política pública de redução de ICMS ou de equalização de ICMS. O senhor acha que é preciso melhorar a tecnologia do etanol no motor flex? A tecnologia do etanol foi abandonada e por isso estamos pedindo incentivos à indústria para que possa ativar a questão tecnológica do etanol e melhorar o seu desempenho em 10% a 15% nos veículos flex. Então em vez de ficar fazendo conta na hora de abastecer, um motor melhor consumirá menos combustível e essa conta não existirá, incentivando as pessoas à abastecer com etanol.


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Empresa investe em reciclagem de poliuretano Em 7 anos, BSB evitou que 2 mil toneladas do material fossem descartadas em aterros sanitários ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O crescimento mundial registrado nos últimos anos contribui para o surgimento de vários desafios por parte da sociedade. Não é preciso ser especialista na área para saber que esse aumento populacional requer cuidados. Segundo dados da ONU — Organização das Nações Unidas, a população mundial está na casa dos 7 bilhões. O número preocupa e precisa ser incorporado nos mais diversos setores, inclusive no agropecuário. Uma das vertentes a ser trabalhada é a questão da reciclagem de produtos. Com o aumento da poluição ambiental, empresas se organizam cada vez mais buscando implantar sistemas que permitam reutilizar produtos durante o processo industrial. Como exemplo, a reciclagem de PU (Poliuretano), prática implantada pela BSB — uma das maiores fábricas de calçados de segurança do mundo — nos últimos sete anos, evitou que 2 mil toneladas do material fossem descartadas em aterros sanitários. Em vez de inutilizar as rebarbas da produção de solados, a empresa transforma esses resíduos em pastilhas de absorção de impacto, que são inseridos nos calçados. “Investimos nesse projeto considerando os benefícios que a reutilização do PU traria para o meio ambiente e, consequentemente, para a sociedade, além dos resultados surpreendentes nos ensaios de laboratório do Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT e Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos - IBTeC que os nossos calçados passaram a ter com a pastilha”, disse Fernando Penavel, gerente de Gestão de Qualidade e Meio Ambiente da empresa.

Fernando Penavel: investimento de R$ 3 milhões vale a pena

Segundo James Lourenço, diretor de Operações da BSB, para tornar possível o processo de reciclagem, a empresa já investiu cerca de R$ 3 milhões. “Há os custos das máquinas que fazem a transformação do material, funcionários exclusivos para esse serviço, transporte dos resíduos e aterros

licenciados e controlados”, explica. Apesar do investimento, Penavel afirma que a relação custo x benefício, importante fator dentro do meio empresarial, vale a pena. “Além de tratarmos os resíduos de PU, proporcionamos um benefício a mais para os usuários dos calçados de segurança das

marcas da BSB. Conseguimos, ao mesmo tempo, recuperar o que sobra de PU, durante a produção de solados, e melhorar a qualidade e o conforto dos calçados, por meio da pastilha de absorção de impacto. É um ganho para o meio ambiente, para o usuário e para a empresa”, ressalta.


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ENTREVISTA - Roberto Holland Filho

Falta de comprometimento se torna desafio a ser vencido Superintendente geral da Usina São José da Estiva, fala sobre a nova geração e os desafios enfrentados pelo RH ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Dentre os diversos gargalos enfrentados pelo setor sucroenergético, um deles tem se tornando rotineiro: a falta de colaboradores comprometidos. Além da procura por mão de obra especializada, hoje as usinas buscam jovens que se dediquem no dia a dia, demonstrando vontade e prazer por fazer parte da companhia. O JornalCana entrevistou o superintendente geral da Usina São José da Estiva, Roberto Holland Filho, que há 28 anos trabalha no setor sucroenergético. Segundo o representante, com o passar do tempo foi-se deixando de lado o carinho pela instituição, substituído pelo lado financeiro. Isso tem tornado o mercado de trabalho cada vez mais escasso, carente de bons funcionários, levando em consideração não só suas especializações, mas também seu comprometimento. Este e outros assuntos você acompanha na entrevista exclusiva com Roberto Holland Filho. JornalCana: Há quanto tempo o senhor trabalha no setor? Roberto Holland Filho: Formei em agronomia em 1984 pela Unesp de Jaboticabal. Meu primeiro emprego foi em uma destilaria, portanto estou no segmento há 28 anos. Na Estiva estou desde 1994, portanto há 18 anos.

Fale um pouco de suas funções e desafios do dia a dia O cargo de superintendente geral é análogo ao de CEO de uma empresa. Estou à frente de todas as áreas da usina (agrícola, indústria, administrativa/financeira, RH), e por isso, é necessário ter um conhecimento básico de toda a cadeia produtiva. Liderança e humildade são fatores importantes neste ramo. É preciso saber ouvir, dialogar, aprender com os colaboradores e fazer com que todos dêem o máximo de si em busca de um único objetivo, que é o de levar a usina a mais alta produtividade com o menor custo. Para isso, é necessário montar uma boa equipe, saber reconhecer o sucesso de cada um, ser justo com todos, fazendo com que produzam por amor ao que estão fazendo. Qual a maior dificuldade desta geração hoje? No atual momento, uma das coisas mais importantes e difícil também, é a formação de novos profissionais. Estes fazem parte de uma geração que valoriza mais o lado financeiro, deixando de lado o vínculo com a empresa, o famoso “vestir a camisa”. Neste contexto vejo a necessidade de evolução da área de Recursos Humanos, que precisa mostrar aos os novos colaboradores o outro lado, que levem em conta outros tipos de benefícios e não apenas o financeiro. É preciso que eles gostem da empresa e que a tratem como se fosse deles. Qual a importância do setor para o Brasil? O setor sucroenergético brasileiro colocou nosso país num patamar muito alto em todo mundo, principalmente quando se fala em ecologia, diminuição de poluentes, capacidade de inovação e energia limpa e sustentável. Espero que um dia esse reconhecimento visto em outros países chegue ao nosso, que o governo local reconheça a verdadeira importância e valor que temos, implantando políticas claras para que possamos investir e crescer.


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Boa performance e grau de endividamento administrável garantem sucesso Planejamento estratégico é fundamental para sobrevivência e crescimento de empresas RENATO ANSELMI, FREE

DE

CAMPINAS, SP

LANCE PARA O JORNALCANA

Os efeitos das adversidades climáticas, as consequências da crise econômica, o preço do etanol atrelado ao valor da gasolina – definido artificialmente pelo governo federal – geraram, nos últimos anos, transtornos e dificuldades para diversas unidades e grupos sucroenergéticos. Com tantas variáveis interferindo nos resultados parece mais do que evidente a importância da prática do planejamento estratégico para as empresas que pretendem ultrapassar períodos críticos, se fortalecerem e crescerem ao longo dos anos, afirma o consultor Ivan Chaves de Sousa, diretor da Chaves Planejamento e Consultoria, de Ribeirão Preto, SP. “Após os malefícios provocados por uma crise tão longa e maléfica, como a vivenciada nos últimos tempos, pode-se concluir que a sobrevivência das atuais empresas sucroenergéticas depende de dois fatores importantíssimos: boa performance e grau de endividamento administrável”, afirma o consultor que atua na área de custos e planejamento econômico de agroindústrias. De acordo com ele, a empresa deve ser eficiente (geradora de caixa) e com capacidade para suportar os compromissos financeiros anteriormente

Ivan Chaves de Sousa aponta cuidados para o fortalecimento das unidades

assumidos e acumulados. Em um contexto tão adverso, que tem interferido na gestão de usinas e destilarias, é inimaginável pensar na continuidade de empresas do setor sucroenergético sem a prática do planejamento estratégico, enfatiza. Segundo ele, quem duvida dessa afirmação, basta ficar atento ao grau de mortalidade – ou mudança de mãos – que atingirá muitas unidades nos próximos anos. Além disso, é preciso considerar – observa – as que já sucumbiram recentemente. O planejamento estratégico estabelece os caminhos para se alcançar o futuro desejado da empresa. E isto ocorre – explica Ivan Chaves – por meio da formulação de diretrizes, detalhando-se o que, como e quando deve ser executado, além da definição de responsabilidades. “O melhor cenário a ser seguido deverá ser aquele mais promissor entre os vários projetados e avaliados”, diz. O diagnóstico da situação da empresa, com maior precisão possível, é fundamental para que o planejamento seja bem-sucedido. “Para a formulação de cenários e a identificação daquele mais eficaz, há que se executar um trabalho detalhado para o reconhecimento dos pontos fortes e pontos fracos da empresa”, afirma. Com este procedimento, é possível identificar as ameaças e oportunidades colocadas pelo ambiente externo. “O sucesso do planejamento estratégico está relacionado à qualidade e profundidade do diagnóstico”, ressalta. A partir do olhar crítico em relação ao interior da organização e da análise atenta ao que o meio externo reserva à empresa, pode-se dizer que o diagnóstico constitui uma das etapas mais importantes do planejamento estratégico, conforme opinião de Ivan Chaves.


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Reflexões e análises contemplam diversas questões Planejamento deve considerar fatores relacionados à área financeira, produtividade agrícola e rendimento industrial Existem diversos fatores que devem ser levados em conta na elaboração do planejamento estratégico das usinas e destilarias, além das variáveis associadas ao clima e mercado que são consideradas importantíssimas, de acordo com Ivan Chaves. Nessa avaliação é preciso incluir, por exemplo, fatores relacionados à gestão financeira (custos, receita, endividamento), produtividade agrícola, rendimento industrial, competitividade, sistema de informações, qualificação da equipe, etc. Ivan Chaves observa que reflexões e análises devem contemplar questões, cuja relevância varia de empresa para empresa, entre as quais: Após sucessivos anos de frustração de safra, de que tamanho é o passivo financeiro da empresa? É administrável? A empresa é eficiente e geradora de caixa? Onde se localizam os pontos de destaque? Em contraposição, quais os pontos merecedores de atenção? Em que condições se encontram os canaviais? Requerem investimentos para recuperar o ponto de equilíbrio desejado? Onde se localizam as prioridades? Na região onde está localizada a unidade sucroenergética, existem condições favoráveis para obtenção de bons índices de produtividade e maturação (toneladas de açúcar por hectare)? Como se comportam os custos? Em relação aos concorrentes, esses custos mostram-se adequados? A

Região de boa produtividade é item importante no planejamento estratégico

empresa é competitiva? Caso negativo, onde se situam as limitações? A indústria está sendo bem operacionalizada? Está havendo o aproveitamento de toda a sua capacidade produtiva instalada? Considerando os preços praticados pelo mercado, o atual mix de produção (açúcares x etanóis) é aquele que proporciona os melhores resultados em termos de faturamento? O sistema de informações da empresa é confiável e

eficaz? Os custos estão sendo demonstrados com os detalhes necessários? A expansão pretendida para a empresa resistiria a uma análise de viabilidade econômico-financeira? Haverá recursos para isto? A equipe é treinada, eficiente e motivada? Em qual(is) setor(es) se localizam as deficiências de pessoal? Na região onde a usina está localizada há perspectivas de incremento por concorrência dos fatores de produção, principalmente do fator terra? (RA)


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Ações neutralizam pontos fracos e ampliam ganhos Opção pelo não Empresas bem organizadas e eficientes gerenciamento suportam fases com preços adversos e problemas é arriscada climáticos “As empresas que praticam um planejamento estratégico bem elaborado são exatamente as que neutralizam gradativamente os seus pontos fracos e reforçam ainda mais os seus pontos fortes. Sistematicamente obtêm, a cada ano, ganhos de eficiência. Estão também de olho no ambiente externo, antecipando-se às ameaças, neutralizando no todo ou pelo menos em parte seus efeitos perversos”. A afirmação é do consultor Ivan Chaves ao comentar o papel desempenhado pelo planejamento estratégico para a gestão e a mitigação de riscos que podem provocar prejuízos para as unidades e grupos sucroenergéticos.

Segundo ele, essas empresas detectam e aproveitam as oportunidades oferecidas, buscando novos negócios, trazendo para dentro da organização as sinergias existentes, promovendo a diversificação do seu mix de produção, incrementando o seu faturamento e reduzindo riscos de mercado. “Ainda com base no planejamento estratégico, expandemse e fortalecem-se no momento apropriado, graças a uma visão muito bem consolidada do longo prazo”, ressalta. Os riscos enfrentados pelas empresas do setor – explica - estão relacionados à necessidade de administração de significativos passivos financeiros, grau de desempenho da empresa e humores do mercado, além da própria questão climática. “Estas variáveis estão inter-relacionadas: empresas bem organizadas, fortalecidas e eficientes suportam fases com preços adversos e problemas climáticos. Mesmo em situações críticas, veem seu passivo se fazer presente, mas sem maiores consequências na continuidade do seu processo produtivo”, analisa. O oposto também é verdadeiro.

“Empresas com baixos níveis de eficiência em seu processo produtivo, sentem de forma severa os impactos negativos ditados pelo clima e/ou mercado, e veem sucessivos déficits de caixa provocarem um círculo vicioso na sua performance: produzem menos e acumulam prejuízos, que levam a menores produções, podendo chegar um a ponto de não retorno”, compara. Unidades sucroenergéticas que apresentam concomitantemente sintomas, como frota envelhecida, não cumprimento de obrigações fiscais e previdenciárias, passivos bancários excessivos, já podem estar praticamente em estágio terminal, constata Ivan Chaves. “Mas, se ocorrer um ou outro sintoma, isoladamente, é tempo de uma detida avaliação por parte de seus gestores no sentido de detectar os fatores causais e envidar todos os esforços para neutralizá-los, procurando minimizar os seus impactos”, alerta. É preciso agir com rapidez e competência – ressalta -, antes que um problema leve a outro e desencadeie uma situação insustentável. (RA)

Frota envelhecida e passivos bancários excessivos demonstram estágio muito perigoso da empresa

“Quem se aventuraria a navegar em noites escuras, em mares bravios, sem os modernos recursos de navegação marítima?” Essa reflexão é feita por Ivan Chaves para avaliar os benefícios proporcionados pelo gerenciamento de riscos. Ele considera prudentes os executivos que analisam e identificam com a devida antecedência os possíveis riscos, estimam a probabilidade de ocorrência e, principalmente, se previnem para reduzir ou neutralizar os seus impactos quando acontecerem. “Se devidamente preparada, a empresa chegará a portos seguros. Cada vez mais se fortalecerá e crises serão fatores motivadores para tal. Entretanto, aquelas que preferirem confiar na sorte, ou no destino, poderão até não naufragar. Mas, na melhor das hipóteses, as avarias provocadas pelas tempestades enfrentadas em seus percursos resultarão em prejuízos irreparáveis”, compara. E ele coloca mais uma questão nessa reflexão: “Vale a pena correr riscos ao optar pela opção de não gerenciamento dos riscos?” Na opinião de Ivan Chaves, o setor precisa estar mais atento em relação à necessidade de gerenciamento de riscos. De acordo com o consultor, o setor evoluiu bastante, nas duas últimas décadas, em relação a questões tecnológicas nas áreas agrícola e industrial, Mas, precisa de aprimoramento na administrativa. “Ainda trazemos vícios – por incrível que pareça – dos tempos nos quais o setor era regulamentado e vivíamos todos na dependência das intervenções governamentais, incluindo a fixação de preços para os nossos produtos (cana, açúcar e etanol)”, comenta. (RA)


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Sucesso do trabalho depende de histórico confiável “Não adianta fazer projeções só para agradar acionistas”, enfatiza especialista A elaboração do planejamento estratégico requer um histórico confiável de números da empresa, observa Marcos Antonio Françóia, diretor da MBF Agribusiness. Se não houver consistência entre o histórico e os resultados obtidos, o planejamento poderá ficar comprometido. É preciso definir – observa - para onde a empresa vai caminhar. Segundo ele, é preciso considerar se os números que estão sendo projetados podem ser alcançados. “Não adianta fazer projeções só para agradar acionistas”, enfatiza. Marcos Françóia afirma que o planejamento é a melhor alternativa para mitigar riscos, pois possibilita, entre outras vantagens, que a empresa conheça o mercado em que está inserida. Desta forma, vai estar melhor preparada para a crise. “Todo mundo fala que faz planejamento estratégico. O problema é a qualidade do planejamento”, constata. Usinas e destilarias precisam valorizar o profissional que atua nessa área, alerta o consultor. Mas, isto nem sempre ocorre. Com a presença de grandes grupos no setor sucroenergético, a situação – revela – está mudando. O profissional da área de planejamento tem a incumbência de gerar informações para a tomada de decisões de gestores da empresa. “Precisa ter conhecimento do financeiro, do custo, da comercialização, de commodities”, exemplifica. Outro fator que contribui para a realização de um planejamento de qualidade é a integração com a Tecnologia da Informação (TI). Mas, neste caso, é preciso levar em consideração o sistema que a empresa opera,

COI: integração com a Tecnologia da Informação contribui para um planejamento de qualidade

afirma Marcos Françóia. Os dados da organização não podem simplesmente ficar concentrados em planilhas de cálculos. “Devem ser utilizados recursos que possibilitem o acompanhamento deste planejamento”, diz. A interface com TI precisa criar condições favoráveis – de acordo com o especialista – para o planejamento por departamento, o gerenciamento do custo e a mudança de rota sempre que houver necessidade. O sistema de gestão adotado na empresa também interfere na eficiência do planejamento. Para Marcos

Françóia, as unidades e grupos sucroenergéticos que utilizam a administração familiar, devem considerar a possibilidade de adoção da governança corporativa. Nesse modelo de gestão, as diversas questões que envolvem a atividade das usinas são discutidas com os acionistas. “A empresa não pode ser administrada só com o desejo do dono”, comenta. Na opinião do consultor, a evolução do processo de gestão de usinas e destilarias está ocorrendo, mas ainda é lenta. “O setor está altamente endividado, em muitos casos, devido a falhas que ocorreram na área de gestão”, afirma. (RA)


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Equipamentos defasados podem gerar transtornos “A gestão de riscos para quem não faz planejamento de qualidade é um engodo”, afirma o consultor Marcos Françóia. Segundo ele, o gerenciamento na área financeira deve levar em conta o mercado de crédito e liquidez, a variação dos preços das commodities, entre outros fatores. Na área de produção, a gestão de riscos precisa considerar a qualidade da matéria-prima e dos serviços executados nas lavouras de cana, além do tipo de equipamento utilizado no processo de produção industrial. A utilização de equipamentos defasados, com baixa produtividade e quebras constantes, pode também gerar riscos para a empresa. Máquinas antigas elevam, em diversos casos, o custo operacional, constata Marcos Françóia. É preciso fazer um benchmarking para comparar os preços praticados no mercado. O risco, nessa situação, pode ser a aquisição de um equipamento novo – observa – em um período de crise. De acordo com o consultor, o planejamento deveria definir anteriormente a necessidade de aquisição da máquina. (RA)

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Diagnóstico avalia estágio da empresa A realização de um diagnóstico da empresa, para verificar em qual estágio ela está, é relativamente simples, observa Ivan Chaves. O primeiro passo é considerar o atual déficit de caixa, projetando suas produções (agrícola e industrial) por um período longo, como 10 anossafras. Em seguida, sobre estes números físicos – detalha – devem ser feitas as projeções do fluxo de caixa, admitindo-se premissas de preços praticados pelo mercado. Após essa etapa, basta responder – orienta - a pergunta: “Minha empresa suportará (sobreviverá) a todo este período, comportando-se como geradora de caixa o suficiente para neutralizar o déficit paulatinamente? Ou os déficits se acumularão mais e mais, até uma situação de não retorno?” O consultor sugere que o exercício seja repetido com diferentes níveis de custos, ou de preços, ou de eficiências do processo produtivo agroindustrial. Esta prática deixará claro quais são os riscos da empresa – afirma - e os principais agentes causadores (tamanho do passivo, eficiências, mercado, etc.). (RA) Marcos Françóia: uso de equipamentos antigos, com quebras constantes, pode gerar riscos


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Comitê identifica ameaças, define e monitora ações Setor apresenta diversidade de riscos nas áreas financeira, agrícola e industrial A identificação de riscos é o primeiro passo para o gerenciamento nessa área, segundo Eduardo Scarpellini, sócio da Exame Auditores Independentes. A partir disso, é preciso avaliar o nível de exposição da empresa a esses riscos e definir as ações que podem ser adotadas para reverter essas situações indesejadas. A formação do Comitê de Auditoria e de Gestão de Riscos é o melhor caminho – propõe – para a realização de um trabalho de identificação das ameaças à atividade sucroenergética nas áreas financeira, agrícola e industrial. Deve ser formado por diretores da empresa, auditor e profissional independente (consultor financeiro, por exemplo). Segundo Eduardo Scarpellini, empresas

multinacionais têm adotado, com maior frequência, esse modelo para o gerenciamento de riscos. Entre outras funções, o comitê avalia qual é o grau aceitável de exposição de uma empresa a determinados riscos. Além de estabelecer ações para afastar os perigos que podem rondar unidades sucroenergéticas, o comitê monitora a implementação das decisões. “A gestão de riscos é uma atividade importante de todo tipo de negócio. Pode evitar consequências piores em uma situação de crise”, afirma. O setor sucroenergético apresenta grande diversidade de riscos. Na área administrativa e financeira, a volatilidade de preços do etanol é um dos fatores que pode gerar incertezas e instabilidades. Uma alternativa para amenizar os efeitos das oscilações de preço desse produto é proteger o valor de venda – observa Eduardo Scarpellini – por meio de uma operação com derivativos, que já é uma prática de mercado. O impacto das variações da taxa de

Eduardo Scarpellini lembra a forma clássica: operação com derivativos

câmbio também gera preocupações para a gestão financeira de unidades e grupos sucroenergéticos. Diversos produtos, como insumos utilizados em lavouras de canade-açúcar, têm os seus preços calculados em dólar. Uma maneira de proteger o “caixa” da empresa é travar a taxa de câmbio, por meio da operação de hedge, sugere André Rocha, gerente de valor e oportunidades da Exame Auditores. O gerenciamento de riscos na área financeira deve levar em conta ainda questões relacionadas a operações de crédito, endividamento total da empresa, dívidas trabalhistas e tributárias. Uma das ações para amenizar os problemas, gerados pelo acúmulo de débitos com impostos, pode ser – exemplifica Scarpellini – a participação em um programa de recuperação fiscal (Refis). A volatilidade de preços das commodities pode ser também um fator de risco na área industrial caso a unidade não tenha flexibilidade para a mudança do mix de produção, conforme as condições

apresentadas pelo mercado. As usinas mais antigas geralmente estão menos preparadas para a alteração de mix, observa Scarpellini. Outro risco, nessa área, é a baixa eficiência industrial devido a equipamentos defasados, o que acaba aumentando os custos e diminuindo as possibilidades de ganhos. A área agrícola também apresenta diversidade de riscos, entre os quais, problemas climáticos (que não podem ser controlados), variação de preços de adubos e herbicidas - que podem ser travados por meio de operações de hedge -, mudanças decorrentes de medidas adotadas pelo governo (aquisição de terras por estrangeiros, Código Florestal, etc). André Rocha destaca ainda que o gerenciamento de risco deve contar com um sistema eficiente de controle das operações, utilizando informações que devem ser geradas e processadas de forma correta. “A gestão de risco se apresenta como grande aliada do setor para mitigar perdas”, enfatiza. (RA)

André Rocha sugere travar a caixa de câmbio


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Automação e produção industrial são temas de curso do Sinatub FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE

SÃO CARLOS, SP

Nos dias 29 e 30 de novembro passado, o Sinatub realizou mais um curso para técnicos do setor sucroenergético e interessados. Desta feita os trabalhos foram realizados nas dependências do Dan Inn Hotel em Ribeirão Preto-SP. No curso, com o título de “Automação e Produção Industrial”, os diversos palestrantes abordaram a tecnologia disponível atualmente como ferramenta para maior produtividade e competitividade nas indústrias. Paralelamente ao curso, empresas de consultoria e fabricantes de equipamentos puderam expor seus produtos e destacar seus últimos lançamentos e tecnologias em local especialmente preparado nas dependências do Dan Inn Hotel. Entre as empresas expositoras destacaram-se as dedicadas à fabricação, comercialização, aplicação e configuração na área de automatização industrial, como: a Authomatika, DLG, Run Time, Smar e Siemens. Nos painéis do curso que se desenvolveram nos dois dias do evento, coube a Fernando Cullen, da FCS Engenharia, empresa especializada em processo produtivo das indústrias

sucroenergéticas, abordar o tema “Gerenciamento de Perdas; da cana aos produtos finais”. Como usuário das tecnologias de automação disponíveis, João Marafão, Gerente Industrial da Unidade Terra Rica do Grupo Santa Terezinha, explicou aos presentes como foi desenvolvido o projeto de automatização da usina que gerencia, que é a mais recente implantada pelo Grupo paranaense. Falando sobre um assunto pouco abordado, mas de enorme importância para a implantação de redes de comunicação de dados em projetos de automatização industrial, Leonardo Vanzella do Departamento de Engenharia e Desenvolvimento da DLG, falou sobre cabos de rede, teoria de transmissão de dados e problemas que podem surgir no seu uso como redução de velocidade e perda de dados, além dos distúrbios mais comuns, provocados por interferência eletromagnética e potencial de terra. Nos dois dias de duração do evento foram ainda abordados outros temas ligados à automação industrial e produção e uso da energia elétrica industrial, como: a importância da manutenção preditiva, implementação da NR-10, monitoramento de condição preditiva em bombas e válvulas via SDCD, sistemas de automação específicos para Casa de Força, entre outros. (FPM)

Leonardo Vanzella abordou até distúrbios comuns, como interferência eletromagnética


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Usina moderna se equipa para reaproveitar resíduos Tecnologia transforma o garapão em efluente importante na fertirrigação; bagaço e palha são vistos em cifrões FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE

SÃO CARLOS, SP

FREE

LANCE PARA O

JORNALCANA

No passado a produção de açúcar e etanol pelas usinas era vista como uma atividade capaz de promover danos ao meio ambiente. Entre as principais objeções às usinas, estava o descarte do resíduo da destilação, a vinhaça, também conhecida regionalmente como restilo, ou garapão, entre outras denominações. Esse efluente com o passar dos anos passou a ter uma destinação nobre, ou seja, a fertirrigação da própria lavoura, graças ao seu elevado teor de potássio, o “K” dos macronutrientes. Na atualidade, com a grande capacidade das unidades produtoras, muitas unidades já estão concentrando esse efluente para que não só seja diminuído os custos de seu transporte, mas também possa haver uma distribuição mais equitativa por toda a lavoura.

Usina Vista Alegre, Maracaju, MS

Outro excedente produzido pelas usinas no passado era o próprio bagaço da cana, que não tendo nenhuma finalidade mais útil após o término da safra era amontoado em áreas adjacentes à indústria, desprezando-se seu potencial energético. Como existia um saldo de bagaço durante a moagem, era um fato comum que as caldeiras também operassem como “incineradores” para diminuir o incômodo dos montes de

bagaço ao fim da safra. Umas poucas unidades se utilizavam da fibra do bagaço para a produção de papel ou papelão. Na atualidade, não só o bagaço é um bem precioso, pois permite produzir energia adicional que pode ser comercializada, mas até a própria palha da cana já encontra aplicação com essa mesma finalidade, uma vez que a colheita mecanizada da cana possibilita o aproveitamento da palha como

combustível adicional ao bagaço. Para tanto, as usinas já estão se equipando com sistemas que permitem receber adequadamente esse resíduo da colheita, assim como, instalando caldeiras com sistemas de queima mais flexíveis, que permitem o uso de combustíveis com maior teor de umidade, como é o caso das caldeiras equipadas com leito fluidizado. O fim da queima da cana e a aceleração da colheita mecanizada forçou uma mudança conceitual no sistema de recepção de cana das usinas, onde a anteriormente tradicional etapa de lavagem da cana na mesa alimentadora deixou de ser feita, com o benefício de se reduzir a captação de água necessária para a indústria e eliminar a necessidade de tratamento dessa água que após o uso se tornava rica em matéria orgânica e um elevado DBO. Também para o próprio pessoal de operação houve uma mudança significativa. Se anteriormente cada setor de processo da usina necessitava de uma série de tarefas manuais, como o abrir e fechar de válvulas, expondo os operadores ao calor, trânsito pelos diversos patamares e escadas, agora, em função do alto grau de automatização das plantas, essa operação se faz em salas de controle, como os COICentro de Operações Integradas, que além de tudo, permitem uma monitoração muito mais precisa dos diversos parâmetros da produção do açúcar, etanol e energia.


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Mobilidade na formação de técnicos Centro de Treinamento Raízen proporciona qualificação técnica para funcionários e comunidades Ao integrar diversas tecnologias, cada vez mais sofisticadas, o setor sucroenergético vai se tornando mais complexo em função de operar tanto na modalidade agrícola, como na industrial. Para que a operação e manutenção das modernas usinas se faça de forma satisfatória dentro dos requisitos de produtividade, eficiência e conservação do meio ambiente é imperativa a necessidade de formação de uma equipe altamente capaz e integrada, o que requer pessoal capacitado e dotado de conhecimentos multidisciplinares, que cubram todas as etapas do processo produtivo. Um dos desafios do setor sucroenergético é justamente a formação e capacitação de mão de obra adequada às suas atividades em curto espaço de tempo,

Vista interna do Centro de Treinamento Móvel Raízen

principalmente agora que a indústria segue para novas fronteiras, distantes dos centros tradicionais de cultura canavieira, onde não há conhecimento prévio das técnicas empregadas na indústria sucroenergética. A Raízen, ciente dessas necessidades, desenvolveu um Centro de Treinamento Móvel para qualificação profissional de pessoal e que também ajuda a difundir tecnologias nas comunidades onde suas unidades produtivas estão sediadas. Montada em uma carroceria especialmente projetada, o Centro de

Treinamento Móvel é dotado de equipamentos e ferramental para que sejam ministrados cursos de mecânica, elétrica e automação, entre outros, dispondo de um completo sistema de ferramental e de recursos multimídia para a realização de aulas expositivas, além de climatização e mobiliário adequados à finalidade. Pela mobilidade e autonomia desse Centro de Treinamento, as atividades didáticas podem ser realizadas em quaisquer locais, nas próprias unidades

industrias ou nas cidades, sem que seja necessário o deslocamento dos alunos à grandes distâncias, o que sempre é um fator limitante para as atividades de formação profissional. O propósito desse novo recurso de treinamento não é somente instruir e formar funcionários da empresa, mas também estender as aulas às comunidades onde a Raízen tem unidades instaladas, despertando o interesse para as atividades técnicas, trazendo desse modo uma relevante contribuição social. (FPM)


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Leito fluidizado queima bagaço com até 65% de umidade São Martinho é uma das primeiras a contar com caldeira com fornalha BFB USINA SÃO MARTINHO

EM

PRADÓPOLIS, SP

Integrando objetivos de expansão da disponibilidade energética e a preservação do meio ambiente a Usina São Martinho, localizada em Pradópolis-SP será uma das primeiras unidades sucroenergéticas a contar com caldeiras dotadas de fornalhas com a tecnologia BFB ( Bubling Fluidized Bed) ou Leito Fluidizado Borbulhante. Essa nova caldeira que ampliará a capacidade de geração de vapor da São Martinho, será capaz de produzir 300t/h, 68 bar e 525°C e está sendo fornecida pela HPB-SIMISA Sistemas de Energia Ltda., de Sertãozinho, SP, sob projeto da HPB Engenharia e Equipamentos Ltda. e licença da The Babcock and Wilcox Company (B&W). O sistema BFB é instalado na parte inferior da caldeira, recoberto por uma camada de areia. O ar de combustão é injetado através de bocais (bubble caps) que faz com que as partículas de areia se comportem como um fluido, formando uma espécie de colchão onde vários tipos de combustível além do bagaço podem ser queimados. Ericson Marino, superintendente de Pesquisas e Desenvolvimento do Grupo São Martinho, explica as razões técnicoeconômicas que levaram o Grupo a optar por esse tipo de caldeira visando a ampliação da oferta de vapor no parque industrial da usina. “Nas próximas safras teremos uma disponibilidade de 9 milhões de toneladas de cana. Além disso, com a nova planta anexa da Amyris, iremos gerar vapor e produzir eletricidade também na

entressafra a partir do bagaço residual. Assim, além de necessitar de maior quantidade de vapor, vamos usar o bagaço excedente, que frequentemente tem umidade superior ao usado durante a safra”. “Outra característica importante desse tipo de caldeira é a reduzida emissão de NOx, ou óxidos de nitrogênio, que nos permitirá se adequar às exigências ambientais futuras”, complementa Marino. A umidade máxima admissível para queima no BFB é de 65%, o que dá a esse tipo de fornalha uma maior flexibilidade na queima do bagaço quando comparada às grelhas convencionais que permitem um

nível máximo de umidade em torno de 53%. Em condições normais de operação o sistema de Leito Fluidizado Borbulhante apresenta uma eficiência de combustão de resíduos superior a 99,5% e trabalha com um excesso de ar médio em torno de 20% a 30%, variando a umidade do combustível de 40% a 65%, enquanto que nas grelhas convencionais o excesso de ar é de 35% a 50%. Na operação de uma caldeira desse porte e com essas características a automatização integral é imprescindível, valendo-se de um grande número de pontos de sensoreamento de pressão e temperatura que fornecem os parâmetros

para as diversas malhas de controle, notadamente para o controle de vazão de ar secundário, necessário para a dinâmica de operação do leito fluidizado. Quanto à pressão de operação, Ericson Marino explica que a opção pelo uso de 68 bar se deveu a criteriosas ponderações técnicas e financeiras, que após realizadas, demonstraram que um aumento superior de pressão de trabalho traria uma contribuição pequena sob o ponto de vista energético, mas que no entanto implicaria em um maior gasto de recursos devido ao maior custo dos acessórios para classes de pressão superiores à adotada. (FPM)


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Colheita mecanizada requer adequação da indústria, a partir da recepção de cana

Sistema de Limpeza de Cana SLC

Sistema de limpeza a seco na recepção elimina problemas da lavagem da cana A adoção da colheita mecanizada trouxe muitas vantagens tanto para o campo como para a indústria. No entanto, como toda mudança, novas questões decorrentes dessa nova modalidade de colheita necessitam ser equacionadas e assimiladas. Como se sabe uma das principais vantagens desse método de colheita, principalmente no aspecto ambiental, foi a eliminação da lavagem da cana. Porém, a colheita mecânica não elimina as impurezas minerais e acrescenta mais impurezas orgânicas, como restos de folhas, palmitos, entre outros. Assim, novos métodos de limpeza tiveram de ser desenvolvidos em substituição à lavagem de cana anteriormente empregada. Nos diversos sistemas propostos a lavagem foi substituída pela ventilação e o tombamento. Em alguns sistemas isso ocorre em uma mesa alimentadora de maiores proporções, sendo que em outros isso de faz por meio de uma sucessão de esteiras. De qualquer modo esses sistemas ainda estão na fase de evolução com entidades, como o CTC, realizando pesquisas a respeito da melhor maneira a se resolver as diferentes questões, assim como, prever a recepção da palha, que agora, com a colheita mecanizada, pode ser aproveitada como combustível adicional para gerar um

excedente de energia comercializável. Diversos fabricantes também estão propondo sistemas com essa finalidade, com projetos que conciliam eficiência com o custo implantação. Esses sistemas, genericamente denominados de SLS-Sistemas de Limpeza a Seco, de uma maneira geral implicam em grandes mudanças no sistema de recepção de cana nas usinas, que tradicionalmente se resumiam aos descarregadores laterais ou guinchos hylo e às mesas alimentadoras. O principal impacto desses novos sistemas de limpeza nas usinas e a necessidade de uma área muito maior do que a anterior para a acomodação de esteiras e equipamentos, fazendo com que nas unidades mais antigas, ou com pouca área industrial sejam necessárias mudanças na locação da casa de balança. Laboratório de pagamento e mesmo na malha viária para trânsito dos caminhões de cana. No entanto essas são alterações que uma vez realizadas não necessitam de obras adicionais, sendo um transtorno temporário aos quais as usinas em constante expansão já estão acostumadas. Os benefícios desses novos sistemas, além dos ambientais já mencionados, certamente virão de uma alimentação mais constante das moendas ou difusores, propiciando a manutenção de um elevado patamar de eficiência na indústria. (FPM)

Para que se possa entender porque foram necessárias mudanças no sistema de recepção da cana pelas usinas sucroenergéticas e sua implicação na indústria e no meio ambiente é necessário se fazer uma retrospectiva da evolução desses sistemas ao longo do tempo. Tradicionalmente a cana era queimada para facilitar o corte manual e diminuir a quantidade de impurezas ou “não cana” transportadas para a indústria. O corte era feito no período diurno, mas como a indústria trabalha 24 horas, era necessário prover a matéria-prima necessária pra o processamento do dia e da noite. Por essa razão, nas unidades mais antigas ainda se vê um enorme barracão anterior às moendas, onde pontes rolantes providas de garras ou balanções se revezavam em alimentar a moenda ou a fazer o estoque para a noite. No entanto, esse estoque acabava por prejudicar a eficiência da indústria, pois ao contrário de outras culturas como o milho e a soja, a cana não deve ser armazenada por períodos superiores a 24 horas, pois rapidamente se degrada, perdendo sacarose, o que implica na menor produção de açúcar e sofre a ação de microrganismos que podem além de consumir sacarose, interferir na fermentação para a produção de etanol.

Com a cana colhida também vinham impurezas minerais, como frações de solo, que eram retiradas com altos volumes de água, na tentativa de promover uma melhor limpeza. As mesas de 45° foram introduzidas para possibilitar uma lavagem mais adequada e também uniformizar a alimentação da esteira, com a finalidade de manter uma densidade de cana constante nas moendas. Com o advento da colheita mecanizada, onde a cana é picada em toletes, o que beneficia sobremaneira o transporte por aumentar a densidade, a lavagem da cana nos moldes em que era feita se tornou prejudicial, pois estando o colmo da cana picado devido aos toletes, há um arraste de açúcar dessas faces expostas e também uma inoculação de microrganismos, o que trará prejuízos à eficiência do processo produtivo. Ao se eliminar a lavagem da cana, ganha-se em energia economizada pelo bombeamento de grandes volumes de água, além de favorecer o meio ambiente pela sensível diminuição da captação de água necessária pela indústria e a necessidade de seu tratamento uma vez usada, pois por conter uma significativa quantidade de matéria orgânica, essa água de lavagem possui um alto DBO (Demanda Biológica de Oxigênio).

Lavagem da cana em mesa alimentadora


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Como diminuir os custos de manejo da vinhaça Grau de etanol mais elevado no vinho e concentração de vinhaça são as soluções À medida que a escala de produção nas usinas sucroenergéticas foi aumentando, principalmente com as novas implantações realizadas nos últimos anos, o manejo da vinhaça foi se tornando mais problemático devido a necessidade desse efluente ser enviado à distâncias cada vez maiores. Nem sempre a topografia do terreno ou a distribuição da lavoura permite que sejam usadas valas ou tubulações, o que acarreta a necessidade de transporte por caminhões, aumentando consideravelmente o custo para essa operação. Para equacionar essa questão, duas frentes de trabalho buscam reduzir a produção de vinhaça na indústria. A primeira trata de se obter fermentações com teor de etanol maior no vinho, que é o produto final da fermentação, quer pelo desenvolvimento de leveduras que sejam mais tolerantes à maior concentração de etanol, quer pela extração do mesmo enquanto é produzido, como é proposto pela técnica de fermentação a vácuo. Um outro caminho para se obter a redução do volume de vinhaça é o da

Concentração de vinhaça Ecovin da Citrotec, na Usina Boa Vista de Quirinópolis, GO

concentração em evaporadores que sejam adequados a esse trabalho. A via de concentração pela evaporação já apresenta resultados práticos, com diversas instalações já em operação nas usinas. A Citrotec, sediada em Araraquara-SP, é uma das empresas que desenvolveu e tem fornecido equipamentos que trabalham sob o efeito de névoa turbulenta descendente, sendo resultado desta tecnologia aparelhos capazes de concentrar a vinhaça gerada nas destilarias. A empresa conta com um parque instalado de 75% de todos os evaporadores de vinhaça em operação. Outras empresas atuantes nesse mercado são a Dedini e a Sermatec Zanini.

A névoa turbulenta descendente faz com que estes equipamentos trabalhem com um mínimo de incrustação, reduzindo em até 10 vezes o volume gerado na produção de etanol. Diminuindo-se o volume de vinhaça, reduzem-se também os custos de distribuição e manejo da vinhaça na lavoura, e igualmente as despesas com adubos e fertilizantes, pelos motivos dos volumes serem significadamente menores e pela melhor qualidade dos nutrientes potássio e nitrogênio, por estarem concentrados. Por exemplo, enquanto a produção de vinhaça in-natura de uma destilaria sem concentração de vinhaça está na ordem de

13 litros de vinhaça por litro de etanol produzido, com 3º Brix e o potássio contido é em média de 5 Kg/m³, quando concentrada, a vinhaça desta destilaria passará a produzir 1,3 litros de vinhaça por litro de etanol, com 25º Brix e 30 Kg/m³ de potássio. Para otimizar estes processos, a Citrotec desenvolveu três tipos de equipamentos para concentração de vinhaça. O Reboiler de Névoa Turbulenta é um equipamento de aquecimento indireto das colunas de destilação, de alta eficiência e baixo índice de incrustação, que além de possuir maior coeficiente de troca térmica que os refervedores, evita que o condensado seja adicionado à vinhaça como nos sistemas de aquecimento por borbotagem. Já o Ecovin, é um sistema de evaporação em múltiploefeito para concentração de vinhaça, que trabalha com baixo consumo energético e sua operação é bastante simplificada por ser automatizada. O Ecovin JL é um sistema de concentração de vinhaça que, acoplado às colunas de destilação, permite a produção de etanol com a vinhaça já concentrada, sem consumo adicional de vapor. Um quarto projeto da empresa, o EcoWaste, substitui o vapor como fonte de energia para a evaporação pelos gases de exaustão na chaminé das caldeiras, possibilitando um aproveitamento energético adicional nas usinas. (FPM)


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Especialistas discutem automação industrial A ProCana Brasil realizou mais uma edição dos Encontros ProCana, em 29 de novembro último, durante o Curso de Automação e Produção Industrial promovido pela Sinatub Tecnologia. Ali, especialistas debateram o tema do próprio curso, automação industrial. Iniciando os debates, João Marafão, gerente industrial da Usina Terra Rica do Grupo Santa Terezinha, lembrou aos presentes a grande evolução porque passou a operação desde os tempos em que a operação era realizada de maneira totalmente manual, como por exemplo, na produção de açúcar, onde a cristalização era estabelecida basicamente pela experiência do operador, através do uso de seus sentidos, não havendo nenhuma outra informação adicional para que ele fizesse um julgamento mais criterioso do andamento do processo. A aplicação da automatização de processos nas usinas propiciou um conhecimento mais profundo do modo como os equipamentos operam e o próprio processo produtivo se realiza pelo maior número de parâmetros que passaram a ser medidos de forma a possibilitar um controle mais eficaz da planta. Segundo Marafão, na atualidade, mais importante que a automação e a evolução alcançada nesse campo com o uso de redes cada vez mais velozes, é a integração entre os diversos setores da atividade com uma maior

Fulvio Pinheiro Machado, José Geraldo Melo, João Marafão, Onório Kitayama e Fernando Cullen

interatividade entre a área agrícola e a indústria, de forma a permitir decisões mais rápidas no andamento dos diversos processos na cadeia produtiva. Fernando Cullen Sampaio, diretor da FCS Engenharia, especializado em processo produtivo das usinas sucroenergéticas, lembra que na implantação de projetos de automação, é fundamental o envolvimento do pessoal de processo e dos operadores de chão de fábrica, não podendo ser realizado apenas sob as premissas estabelecidas pelo pessoal encarregado da automação propriamente dita. Essa iniciativa reduz o período de adaptação do pessoal de operação e evita que muitas malhas atuem de forma incompleta ou mesmo indesejável durante a operação normal da planta por

desconhecimento ou falta de interação dos operadores. Onório Kitayama, Consultor da BBE e especialista em bioeletricidade e comercialização de energia elétrica, lembrou as presentes que a geração de energia a partir da biomassa, embora seja uma fonte conhecida há muito tempo, só passou a ser evidenciada mais recentemente, pois a hidroeletricidade sempre foi a prioridade dos governos até então. Sob o ponto de vista da automação, Kitayama teceu considerações e deu exemplos a respeito das questões que envolvem a interligação das usinas cogeradoras com o sistema nacional de distribuição de energia a cargo das controladoras, lembrando que há ainda várias limitações decorrentes da legislação e

das subestações regionais, o que muitas vezes tem inviabilizado não só a geração em determinadas unidades, como também impossibilitado o aumento de fornecimento de energia para outras usinas que apresentam potencial para tanto. José Geraldo Melo, Gerente Corporativo de Automação, expôs a experiência da BP em suas usinas, lembrando que como são unidades recém-construídas, apresentam um elevado nível de automatização, usando extensivamente redes de comunicação com protocolos do tipo Profibus e semelhantes. Melo, explicou que no momento o foco do trabalho nas unidades da BP é o de desenvolver modelos operacionais que permitam não só obter o máximo rendimento dos equipamentos, mas também estabelecer rotinas que permitam conhecer em detalhes a implicação de cada variação de processo. Um outro trabalho muito importante que é realizado nas Unidades da BP é a formação de pessoal tanto para área industrial como para a agrícola, o que é fundamental para a obtenção de resultados positivos de produção. Encerrando os trabalhos, Fulvio Pinheiro Machado, Consultor Técnico da Procana Brasil, agradeceu os debatedores e o público presente lembrando a importância que os painéis apresentados tem para o melhor entendimento das questões envolvidas no projeto e operação dos sistemas de automação nas usinas sucroenergéticas. (FPM)


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Gemea antecipa cenários e tendências do setor Josias Messias, Presidente da ProCana Brasil aborda, apresentou as perspectivas do segmento ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

O Gemea - Grupo de Estudo para a Maximização das eficiências Agroindustriais Setor Sucroalcooleiro, realizou em 30 de novembro seu 24º encontro, em Goiânia, GO. A reunião contou com a participação do presidente da ProCana Brasil, Josias Messias, além de diversos outros especialistas do segmento. Com o tema “Cenários e Tendências para o Setor Sucroenergético”, Messias fez uma análise da atual situação canavieira, que em 2012, viu os problemas encobertos em outras safras aparecerem. O momento, segundo o palestrante, é de recuperação. “O que sabemos é que, até 2020, a demanda por açúcar e etanol deve, no mínimo, dobrar. Para que o país suporte este processo temos que recomeçar, voltar a investir e crescer”, explicou. Com 25 anos de experiência no segmento, o palestrante fez uma ressalva, lembrando que para que haja esta retomada é preciso muito trabalho, feito

Participantes do Gemea e Josias Messias: foco, equilíbrio, inovação e investimento

em sincronia com as mais diversas áreas. “Umas das formas é simplificar as ações, tendo em cada uma delas foco, equilíbrio, inovação e investimento”. De acordo com o palestrante, a necessidade de recuperação aumenta quando se apresentam números, que mostram o país como um dos maiores produtores de etanol no mundo, por exemplo. Neste quesito, Messias falou da produção dos biocombustíveis, tecnologia que pode incrementar a oferta das usinas.

“Estamos começando a ver as pesquisas nesta área saírem do papel, mas ainda é pouco para o que a demanda exigirá. Precisamos de mais recursos, novas fontes, e uma delas, com certeza, são os biocombustíveis”. Os participantes puderam acompanhar ainda palestras sobre o aço inox em usinas de alta performance; desafios da usina para certificação em segurança de alimentos conforme a NBR ISO22000/ISO TS 22002-1; inovações

para o setor sucroenergético, tecnologia em acionamentos e outros temas técnicos que envolvem o dia a dia dos profissionais. O Gemea, criado em 2010, tem como objetivo oferecer ao segmento e aos profissionais que necessitam o desenvolvimento contínuo de competências técnicas (conceitos para a utilização adequada de equipamentos e ferramentas) e comportamentais (liderança, alinhamento estratégico, motivação e desenvolvimento).


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Gegis discute vantagens do preparador automático de polímeros Grupo encerra 2012 com bom público; como evitar a contaminação bacteriana foi outro tema abordado ANDRÉ RICCI,

DE

SERTÃOZINHO, SP

A IX Reunião do Gegis — Grupo de Estudos em Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro, reuniu cerca de 80 pessoas no dia 30 de novembro, no auditório do Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho, SP. O último encontro do ano discutiu as vantagens do preparador automático de polímeros, além dos cuidados para se evitar a contaminação bacteriana. As atividades foram iniciadas com a apresentação dos indicadores industriais das usinas associadas ao Gegis, na safra 2012/13. Em seguida, o vice-coordenador das reuniões do Grupo, Márcio Móri, apresentou um vídeo motivacional sobre a importância do trabalho em equipe. Na primeira palestra técnica do dia, o

gerente técnico Eduardo Munhoz, falou sobre preparadores de polímeros. Munhoz afirma que a economia gerada pela otimização do preparo das soluções de polímero amortiza 100 % do investimento em apenas uma safra. Em uma usina de São Paulo, o palestrante diz que houve uma redução gradativa no índice g/tc (gramas por tonelada de cana), de 11,75 g/tc para 7,57 g/tc e, na terceira safra, 5,55 g/tc. "Tenho relato de uma usina paulista onde a economia de polímero foi equivalente a R$ 110 mil em uma safra", afirma. Já na palestra de encerramento, o gerente técnico da Química Real, Ricardo Ventura, falou sobre as portas de entrada da contaminação bacteriana no processo de fermentação etanólica. Vale lembrar que a empresa possui um Programa Preventivo para evitar que tal

contaminação não ultrapasse o nível de 1,0x106 bactérias/ml. O uso dos antibacterianos, segundo o representante da empresa, deve ser constante e não corretivo, pois há entrada contínua de bactérias prejudiciais ao processo. “Com o Programa Preventivo é possível obter pelo menos 400 células de leveduras contra uma de bactéria, mantendo em alta o nível de vitalidade das células de leveduras, aumentando assim a conservação dos açúcares em etanol”.

CONFRATERNIZAÇÃO

Ricardo Ventura falou sobre portas de contaminação bacteriana na fermentação etanólica

Tradicionalmente, na reunião que encerra o ano de atividades, o Gegis promove um encontro de confraternização. Neste 2012, o encontro aconteceu em uma churrascaria, onde foi servido um rodízio. Na oportunidade, alguns patrocinadores sortearam brindes aos participantes.


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BP Biocombustíveis anuncia investimento de mais de R$ 700 milhões A BP Biocombustíveis anunciou que investirá R$ 716 milhões na ampliação da Tropical, uma das três unidades de processamento de cana-de-açúcar da companhia no Brasil. A usina está localizada na cidade de Edéia, em Goiás. O projeto terá início em 2013 e estima-se que deve gerar cerca de 7.650 empregos diretos e indiretos, considerando implantação e operação. O objetivo é elevar a capacidade de 2,5 milhões para 5 milhões de toneladas por ano, aproximadamente. A unidade deverá operar a plena capacidade até 2014/15.

Coruripe conquista prêmio por trabalho social No último dia 26 de novembro, a Usina Coruripe participou do 15º Prêmio Sesi Qualidade no Trabalho (PSQT), recebendo o prêmio na categoria Desenvolvimento Socioambiental. O evento foi realizado no auditório da Casa da Indústria Napoleão Barbosa, em Maceió. A Coruripe foi premiada com o projeto “Gerenciamento de Impactos Ambientais”, que contempla desde a fase de plantio da cana-de-açúcar até o processo de produção agrícola e industrial.

Barralcool tem semana de prevenção de acidentes No início de dezembro, em Barra dos Brugres (MT), o Grupo Barralcool realizou a 23ª Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT e SIPATR), tendo como objetivo principal apresentar, debater e esclarecer os tópicos referentes à segurança de seus colaboradores. Com duração de uma semana, a programação teve como objetivo orientar os colaboradores quanto à prevenção dos

acidentes de trabalho, discutir assuntos através de palestras de interesse do cotidiano, como a Prevenção de acidente do Trabalho e cuidados com a Eletricidade, Noções de prevenção contra Incêndio, Relacionamento Interpessoal, Saúde -DST/AIDS, Saúde Bucal, Boas Prática de Saúde e Higiene, tudo isso voltado para a preservação da integridade física e mental dos colaboradores da usina.

Baldin fechará safra com moagem acima do previsto O Grupo Baldin encerrou a safra 2012/13 em 14 de dezembro, com uma moagem de 13,7% acima da safra anterior. O aumento também foi visto na área de geração de energia, que 40 dias antes do encerramento do ciclo, comemorou o cumprimento do compromisso comercial assumido com um grande player do mercado. Já para a próxima safra, a direção da Baldin prevê que a moagem será 20% acima da atual, sendo que os investimentos no plantio e nas soqueiras permitirão um crescimento de 10,5% nas produtividades agrícolas, alcançando 86 toneladas por hectare. Considerando os anos de 2011 e 2012, o acumulado das produtividades agrícolas é de 30,30%.


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SETOR DE AMIGOS VENCE TODAS AS CRISES Festa do MasterCana Nordeste reúne no Recife duas centenas dos principais líderes do setor LUIZ MONTANINI,

DO

RECIFE, PE

Apesar da crise nordestina — apenas na Zona da mata de Pernambuco, a mais próspera da região, a produção de cana nesta safra caiu 35%, de 7 milhões de toneladas para 4,5 milhões de toneladas, em razão especialmente da forte seca, — o Prêmio MasterCana Nordeste aconteceu em clima de alegria em 22 de novembro último, no Recife, PE. Esta edição do prêmio inaugurou o Hall da Fama do Nordeste, formado inicialmente por 14 nomes expressivos do setor naquela região (veja foto do grupo e os nomes na página seguinte, 58). O Líder do Ano do Prêmio MasterCana Nordeste, Renato Augusto Pontes Cunha, presidente do Sindaçúcar, PE (Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no estado de Pernambuco), mostrou-se otimista no enfrentamento das dificuldades: — Venceremos qualquer crise porque o setor tem amigos. Tem amigos na Assembleia Legislativa, conforme vemos

hoje 3 deputados estaduais presentes aqui, tem parceiros nas associações de classe, e temos força. Por isto vamos sair

deste momento difícil. É um momento de adversidade, de condições edafoclimáticas pouco favoráveis, mas

encontraremos a saída, como temos encontrado ao longo de todos os anos anteriores, alguns dos quais foram mais difíceis do que este. Profissional do Ano na Área Industrial, Artur Tavares de Melo, vicepresidente do Grupo Olho D’Água foi até divertido ao falar sobre a crise: — Estava ali só ouvindo falar em crise, mas quero lembrar que a crise existe pra sairmos dela. A solução para sair da crise é trabalho e união. Nossa usina remonta ao ano de 1928. Ou seja, já vimos e vencemos muitas crises e venceremos quaisquer outras que vierem. Empresário do Ano, Gilvan Celso Cavalcanti de Morais Sobrinho, Diretor Presidente da Miriri Alimentos e Bioenergia, estava muito alegre na premiação. Pai de 5 filhos e avô de 7 netos, foi ao microfone ao receber o troféu para fazer uma declaração de amor à esposa Berenice Fontes de Morais, aniversariante do dia. O Prêmio MasterCana Nordeste, uma realização da ProCana Brasil, empresa que edita o JornalCana, Anuário da Cana e a revista Bio&Sugar, reuniu em torno de duas centenas de pessoas no Recife e contou com o patrocínio Máster das empresas HPB Simisa, Prosugar e TGM, além dos Standards Sherwin-Williams, General Chains, CPFL Energia, Ubyfol. Veja a cobertura fotográfica do prêmio até a página 61.


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PREMIADOS DO NORDESTE FAZEM A FESTA NO RECIFE HALL DA FAMA Alexandre Andrade Lima, presidente da AFCP, Antônio Celso Cavalcanti de Andrade, ex-presidente da Feplana, Aryl Lyra, do Grupo Carlos Lyra, Cândido Carnaúba Mota, presidente da Stab, AL, Djalma Euzébio Simões Neto, presidente da Stab Setentrional, Eduardo José Farias, presidente do Grupo Farias, Eduardo Queiroz de Monteiro, presidente do Grupo EQM, Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicape, PE, Jair Meireles, diretor da Usina União e Indústria, PE, Jorge Petribú Filho, do Grupo Petribú, José Alexandre Bezerra Meirelles, diretor da Usina União e Indústria, PE, Luiz Magno Epaminondas Tenório de Brito, Assessor Industrial do Grupo Carlos Lyra, Renato Augusto Pontes Cunha, presidente do Sindaçúcar de Pernambuco e Tiago Delfino, vicepresidente da Stab Setentrional

HONRA AO MÉRITO: José Aluisio Lessa da Silva Filho, deputado estadual

HONRA AO MÉRITO: Henrique Queiroz, deputado estadual

HONRA AO MÉRITO: Antonio Moraes, deputado estadual

LIDERANÇA DO ANO: Renato Augusto Pontes Cunha, presidente do Sindaçúcar – PE

LIDERANÇA DO ANO: Alexandre Andrade Lima, presidente da Unida e da AFCP

LIDERANÇA DO ANO: Gerson Carneiro Leão, presidente do Sindicape-PE

EMPRESÁRIO DO ANO: Gilvan Celso Cavalcanti de Morais Sobrinho, diretor presidente da Miriri Alimentos e Bioenergia

EXECUTIVO DO ANO: João Bastos Colaço Dias, diretor presidente da Agrovale

HONRA AO MÉRITO: Francisco de Assis Gonçalves, executivo da secretaria da presidência do Grupo Carlos Lyra


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PROFISSIONAL DO ANO – COMERCIAL: Carlos Henrique Maranhão, diretor da Usina Interiorana

PROFISSIONAL DO ANO – COMERCIAL: Carlos Eduardo Sampaio Romaguera, diretor comercial da Usina Roçadinho

PROFISSIONAL DO ANO – INDUSTRIAL: Arthur Tavares de Melo, vice-presidente do Grupo Olho D´Agua

PROFISSIONAL DO ANO – BIOELETRICIDADE: Wilson Ciríaco da Usina Triunfo

PROFISSIONAL DO ANO – AGRÍCOLA: Cid Eduardo Porto Filho, diretor agrícola da Agrovale

ESTRATÉGIA & GESTÃO: Agrocan, representada por Gerson Carneiro Leão, presidente

AGRONEGÓCIO & LOGÍSTICA: Bunge Brasil, representada por Humberto Theodoro Delgado, gerente da Usina Pedro Afonso

DESEMPENHO, RESPONSABILIDADE SOCIAL E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL: Usina Central Açúcareira Santa Maria, representada por Cleópatra Soares da Silva Soares, bióloga

GESTÃO ADMINISTRATIVA: Usina São João, PB, representada por Eduardo Ribeiro Coutinho, diretor presidente

GESTÃO DE PESSOAS: Usina Petribu, representada por Daniela Petribu, diretora executiva

EDUCAÇÃO & DESENVOLVIMENTO: Usina Petribu, representada por Marcia Bastos, gerente de T&D

GESTÃO COMERCIAL: Usivale, representada por Humberto Pontes, gerente comercial

GESTÃO DA QUALIDADE: Cooperativa Pindorama, representada por Margarida Maria Teixeira Amorim, bióloga

BIOENERGIA: Grupo JB, representado por Carlos Alberto Lacerda Beltrão, diretor

BIOELETRICIDADE: Usina Caeté, representada por Luiz Magno Epaminondas Tenório de Brito, assessor industrial do Grupo Carlos Lyra


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TECNOLOGIA INDUSTRIAL: Triunfo Agroindustrial, representada por Givago Tenório, diretor

EFICIÊNCIA INDUSTRIAL E AUTOMAÇÃO E CONTROLE DE PROCESSOS: Usina Coruripe, representada por João Macedo Cavalcante Neto, gerente industrial

TECNOLOGIA AGRÍCOLA: Leão Irmãos Açúcar e Álcool, representada por José Heleno do Rego Barros Júnior, diretor agrícola

EFICIÊNCIA AGRÍCOLA: Zihuatanejo do Brasil (Usina Cucaú), Tony Ramos Paz, gerente agrícola

CCT E MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA: Usina Roçadinho, representada por Carlos Eduardo Sampaio Romaguera, diretor comercial

INDUSTRIAL – PRODUTOS E INSUMOS: General Chains, representada por Luis Carlos Bróglio, diretor comercial

INDUSTRIAL – PRODUTOS E INSUMOS: Sherwin Williams – Tintas Sumaré, representada por Francisco Silva, gerente regional de vendas

AGRÍCOLA – PRODUTOS E INSUMOS: Ubyfol, representada por José Luiz Lima Salgueiro, distribuidor

ADMINISTRATIVA – SERVIÇOS/ELÉTRICA/AUTOMAÇÃO – SERVIÇOS: CPFL Energia, representada por Luiz Augusto Moutinho Madeira, gerente comercial e Paulo Javorski, diretor

INDUSTRIAL – PRODUTOS E INSUMOS: GE Water&Process Technologies, representada por Antônio Gomes Alves Filho, gerente distrito NE

ADMINISTRATIVA – SERVIÇOS: NC Energia, José Marcelo da Silva, analista comercial

AGRÍCOLA/CCT – PRODUTOS E INSUMOS: Fertine, representada por Edmundo de Moura Leite Filho, diretor

DESTAQUE SINDAÇÚCAR – FORNECEDOR MAIS INDICADO: AACP, representada por Estanislau Tenório, presidente

AGRÍCOLA/CCT – PRODUTOS E INSUMOS: Usifértil, representada por Edmundo de Moura Leite Filho, diretor

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: Prosugar, Meroveu Costa Junior, engenheiro mecânico e diretor técnico; e José Raimundo Filho, químico e pesquisador da Prosugar


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Patrocinadores

Paulo Muniz, gerente de negócios nordeste, da TGM

Maurício Moisés, diretor comercial, da HPB-Simisa

FLASHES DA FESTA NO RECIFE

Roberto Dantas Maia, diretor comercial, da Prosugar


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O SETOR ESTÁ ILUMINADO! Usina São João obtém economia e durabilidade nas luminárias e refletores LED de seus barracões ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

A iluminação Led parece que chegou para ficar no setor sucroenergético. Os usuários da tecnologia acreditam na economia e na durabilidade das luminárias e refletores, além de uma das grandes vantagens, a questão da manutenção. Adilson Zanchetim, líder de manutenção industrial da Usina São João de Araras, é um dos adeptos desse tipo de iluminação há dois anos e já irá expandir seu uso em mais um armazém de açúcar. “Fizemos um teste e aprovamos, tanto é que já implantamos em dois barracões de açúcar, dos três que possuímos e temos até as luminárias compradas para expandir o uso em mais um barracão de açúcar. Agora somente aguardamos a mão de obra”, revela. Segundo ele, por ser uma área crítica o ambiente necessitava de iluminação de boa qualidade, para evitar queimas de lâmpadas já que se armazenam as sacas de açúcar. “É melhor do que a convencional pois consome menos energia, tem menor potência e menor manutenção por causa da longa vida útil. Tínhamos antes 20 lâmpadas de 400W/cada e hoje temos 16 lâmpadas de 70W/cada. Com as lâmpadas Led estamos atendendo ao meio ambiente e a qualidade de energia, e é ecologicamente viável e lucrativo. Embora o investimento ainda alto pareça ser menos lucrativo, é justamente ao contrario”, ressalta. Na sua opinião, a Led chegou para suprir essa escassez de mão de obra na manutenção, embora saiba que existem outras tecnologias no mercado. “Acho que a instalação e adaptação no local se torna mais cara, mas que com retorno rápido,

Adilson Zanchetim, um dos adeptos da iluminação Led

principalmente para quem paga energia”, finaliza. Segundo Gilberto Brandão, supervisor técnico da fabricante Renetec, seus produtos Led são brasileiros e tem um

preço no mínimo 20% mais barato que os importados assemelhados. Brandão revela que a Led já atingiu um patamar importante no mundo pois em alguns países da Europa a fabricação de

COMPARAÇÃO: LÂMPADAS COMUNS X LED LÂMPADA INCANDESCENTE Potência 100 Watts, Fluxo Luminoso de 1600 Lumens, vida útil de 750h LÂMPADA FLUORESCENTE COMPACTA Potência 20 Watts, Fluxo Luminoso de 1200 Lumens , vida útil de 8.000h LED Potência 20 Watts, Fluxo Luminoso 2000 Lumens, vida útil de 40.000h

lâmpadas fluorescentes e incandescentes está sendo proibida. Para ele, realmente os valores são diferenciados, ou seja, mais altos do que a convencional, “porém estamos produzindo produtos nacionais com valores menores e possibilitando boas negociações em função das quantidades. É importante lembrar que o baixo consumo e a maior vida útil tendem a compensar o custo”, diz. Entre as vantagens aponta: longa vida útil , alto rendimento luminoso, baixa emissão de calor, resistência a vibração, não emite luz ultravioleta, não contem mercúrio e outros materiais pesados, não poluindo o meio ambiente no descarte.


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Iluminações Leds suportam cinco safras sem queimar A iluminação Led tem conquistado o setor principalmente na questão da baixa manutenção, por causa de sua vida útil prevista para cinco ciclos. “A manutenção das lâmpadas no setor é complexa, difícil e exige treinamentos específicos de acordo com a NR 35 e NR 10, por isso ficou caro trocar uma lâmpada. Nos barracões de açúcar, as luminárias estão localizadas em pontos altos e não é fácil a sua troca, principalmente pelo seu peso, pois uma luminária convencional pesa em torno de 30 Kg. Trocar leva horas e é um trabalho que necessita de mão de obra especializada, que conheça o ambiente, e tem custo alto. A Led vai evitar essas trocas contínuas, além de ser bem menor”, explica Pedro Furlan, diretor da empresa Tairis. Furlan revela que diferente das convencionais, as Leds resistem a impacto e oscilação e não queimam como as lâmpadas convencionais. “A vida útil da Led está prevista para 50 mil horas, contra as 3 mil horas das convencionais e dependendo da aplicação, a garantia varia de três anos (pontos móveis) a cinco anos (fixos). Com os constantes picos de energia no setor, as lâmpadas convencionais morrem mais cedo, já a led aguenta cinco ciclos de produção e aos

picos porque trabalhamos com fontes resistentes”, revela o diretor da empresa Tairis, que atende hoje cerca de 50 usinas do setor, inclusive o Grupo Raízen. Outra grande vantagem para Furlan está na questão de segurança. “A Led permite que trabalhemos com lâmpadas de 12 volts em área controlada com lâmpada de autorrendimento e podem ser adaptadas às luminárias à prova de explosão, evitando o descarte de um alto investimento. “ Podemos fazer um retrofit dela, pois uma luminária blindada de um fabricante tradicional poderá custar em torno de R$ 6 mil no mínimo”, diz. Furlan diz que uma luminária à prova de explosão de 400 Watts para Led pesa cerca de oito quilos, enquanto que a convencional cerca de 22 Kg. “Isso impacta em um custo menor da luminária. Estamos fornecendo a tecnologia para uma empresa que lançará uma linha completa em led, à prova de explosão, já no início de 2013”, lembra. Ele ressalta que hoje as usinas sofrem ainda problemas trabalhistas por falta de iluminação porque a lâmpada queimou e muitas vezes, não podem deslocar rapidamente um técnico para trocar uma lâmpada, em vez de atrasar a manutenção de uma máquina.

Galpão de açúcar da usina São João, iluminado por Led

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Alto investimento inicial se revela econômico na longevidade e na manutenção Há cerca de sete anos, o preço da unidade de luz da Led reduziu três vezes no mercado. Em uma comparação direta o cliente encontrará um preço não agradável, porém o custo de manutenção e energia menor compensará o investimento. Essa é a opinião de Pedro Furlan, diretor da Tairis, que revela na pior hipótese, uma economia de 70% no consumo de energia, que chegará a 92%, se comparado com lâmpada incandescente. De acordo com ele, uma lâmpada de vapor de sódio ou vapor metálico de 400 Watts será substituída por Led de no máximo de 150 Watts e isso vai gerar uma economia de 62,5%. “No início o cliente poderá investir cinco vezes mais do que a convencional, mas ganhará na longevidade e principalmente na manutenção. A intervenção por vida útil da Led com a convencional é de um para 12, ou seja, para cada uma intervenção da Led teria ocorrido 12 para a convencional”, diz. Segundo o especialista, o custo poderá ser pago de um a dois anos. “Só com a economia de energia o cliente levaria cerca de 48 meses para pagar a luminária, agora a composição energia e manutenção seria paga de um a dois anos. Outra questão é do menor calor emitido pois hoje 93% da energia de uma lâmpada incandescente é transformada em calor e na Led apenas 10% é transformada em calor. O calor dentro desses ambientes de usina é indesejado. A Led contribui com a refrigeração do ambiente e reduz o uso do ar condicionado”, avalia. Ele enfatiza que as usinas que começaram com uma a duas luminárias timidamente há quatro anos se tornaram clientes costumeiros e contínuos, hoje já estão comprando em volume maior e começando a trocar as lâmpadas em suas áreas fabris. “Hoje ainda atendemos mais as multinacionais do que as empresas brasileiras. Essa mentalidade é mais comum entre os europeus , que preferem um produto que não cause dano ao meio ambiente, ainda que seja mais caro. O setor é mais reticente ao investimento maciço em todos os segmentos. É uma postura comum das empresas europeias. O brasileiro se assusta quando se fala em prazos longos de resultados, mas vagarosamente está

“Áreas de vivência” foram temas de debates Grupo se despediu de 2012 falando sobre a NR31, norma que possui mais de 200 itens a serem cumpridos ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Pedro Furlan: economia de no mínimo 70% no consumo de energia

começando a mudar. Há quatro anos tínhamos três clientes, hoje temos entre 40 a 50 usinas. Mas ainda compram itens especializados, e não de uso comum de toda empresa”, ressalta. Furlan acredita que o preço da Led cairá nos próximos anos mas que não chegará no mesmo preço do convencional. “O preço poderá cair em 50% nos próximos dois a três anos por ser uma tecnologia em crescimento. A Usina São João e o Grupo Raízen têm ampliado seu uso a cada ano”, diz. A Usina Guaíra também estuda propostas para utilizar as Leds nos armazéns de açúcar. Vinicius de Carvalho, engenheiro eletricista, responsável pela elétrica da Guaíra, reconhece as vantagens dessa tecnologia e diz que as Leds poderiam ser utilizadas em diversos setores das usinas como: segurança do trabalho (toda a iluminação de emergência), laboratórios, entre outros. “Seria muito útil para iluminação de emergência pois a Led consome pouca energia e a bateria dura mais, pois tem consumo mais baixo do que a convencional. Também poderia ser utilizada em guaritas, laboratório e nas entradas e saídas de galpão de açúcar, nas cabeceiras das esteiras. Acho que apesar do preço ser maior, no final ganharia em consumo menor e menor manutenção”, finaliza. (AM)

prevenção”. Segundo Mario Márcio, o palestrante detalhou os diversos problemas ocasionados pela não utilização do produto. “Foi apresentado o que é radiação ultravioleta, quais os seus efeitos, de que maneira prevenir, enfim, a palestra foi repleta de informações neste sentido. Vale ressaltar a importância do tema, já que o problema pode causar câncer de pele”, explicou. Alexandre de Souza, gestor de projetos em altura, foi o terceiro a falar ao público. O engenheiro apresentou a NR35, elencando seus objetivos, campo de aplicação, responsabilidades, capacitação e treinamento, planejamento, organização e execução, EPIs e acessórios de ancoragem, emergência e salvamento. “Sistemas de Bloqueio de Energias Perigosas” foi o tema que encerrou a reunião, que segundo Mario Márcio, foi de extrema importância. “Os encontros têm sido muito proveitosos. Extraímos muito dos palestrantes e conseguimos levar conceitos e novidades para os nossos trabalhos”, finalizou.

Com mais de 100 pessoas reunidas, o GSO - Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindustria Sucroenergética – promoveu mais uma reunião em 2012, a última do ano. Realizado no dia 23 de novembro, em Uberlândia (MG), o encontro abordou diversos temas, entre eles, um que gera dúvidas em praticamente em todas as usinas, as famosas áreas de vivência. Neste ponto, o palestrante Sérgio Eduardo Nascimento falou sobre os tipos de equipamentos disponíveis, levando em consideração o cumprimento da NR31, que estabelece regras para o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura. A norma foi criada em março de 2005 e que possui mais de 200 itens a serem cumpridos. “Pudemos acompanhar, por exemplo, a importância da aquisição de uma área de vivência que cumpre com as determinações legais, quais as formas de higienização do local e de que maneira levar água até o local”, disse Mário Márcio dos Santos, diretor presidente do GSO. O segundo tema ficou por conta de Adalberto Granado Dias, que abordou “os efeitos da radiação ultravioleta sobre a pele e a importância do uso de protetores solares na Mário Márcio, do GSO: palestras proveitosas


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MANUTENÇÃO DA HORA! Acumuladores devem estar em conformidade com a NR 13 no sistema hidráulico das moendas Fúlvio Pinheiro Machado, de São Carlos, SP

As moendas realizam a extração do caldo através da pressão exercida pelo rolo superior sobre o colchão de bagaço que está passando pelo seu interior. Muito embora esse rolo tenha uma massa considerável, a pressão necessária para se obter um índice de extração adequado é muito mais elevada. Para se alcançar esse nível de pressão as moendas são equipadas com um sistema hidráulico que através de cabeçotes dotados de pistões exerçam a força necessária para a correta extração. O óleo é pressurizado por acumuladores ou garrafas, como são comumente denominados, que se utilizam de nitrogênio contido por uma “bexiga” para exercer pressão sobre o fluído hidráulico. Esses acumuladores são vasos de pressão, e como tal estão submetidos a NR 13. Se os acumuladores instalados na usina ainda não estão enquadrados nessa Norma, devem ser imediatamente substituídos. O engenheiro Paulo Leite, Diretor da Tectrol e Dínamo, empresas que produzem e comercializam o HDMA, Sistema de Automação para manter o paralelismo do rolo superior em moendas, recomenda cuidados na manutenção do sistema hidráulico dos

Desmontagem do acumulador hidráulico

cabeçotes, para que sua operação se faça sem problemas. “Devido ao ambiente dos Sistemas Hidráulicos das Moendas serem agressivos, sugerimos que uma manutenção mais detalhada (desmontagem, válvulas, avaliação de bexiga e casco interna e externamente, testes, etc.) seja feita uma vez ao ano, assim como a verificação e pré-carga de nitrogênio deve ser feita no mesmo periodo. Usinas que já tenham um plano de manutenção estabelecido e controles da pureza dos seus óleos podem fazê-lo a cada dois anos.”, explica o engenheiro. “Antes de realizar qualquer serviço de manutenção, deve-se descomprimir a pressão do óleo dos acumuladores, pois mesmo que a bomba do sistema esteja desligada pode haver óleo armazenado sob pressão nos acumuladores”, adverte o engenheiro. A Válvula de Segurança no sistema hidráulico da moenda é o principal item de segurança dos acumuladores hidráulicos e são exigência da NR 13. Essa válvula deve estar instalada entre o cabeçote hidráulico e o acumulador. No caso de ser instalado qualquer equipamento adicional nesse circuito, uma válvula adicional deve ser instalada entre o cabeçote e esse novo equipamento. Por ocasião da manutenção, todos os testes e reparos devem ser feitos em bancadas com óleos livres de contaminações, pois se esse cuidado não for observado a contaminação se espalhará para todos os equipamentos que estiverem instalados no mesmo circuito hidráulico.

Revisão adequada aumenta a vida útil de equipamentos Os equipamentos de uma usina sucroenergética trabalham continuamente durante a safra, estando portanto sujeitos a desgastes e necessitam de que na entressafra se faça uma inspeção e manutenção adequadas com o intuito de prolongar a sua vida útil. Esta também é a indicação da Equilíbrio, sobretudo para ventiladores industriais e peneiras rotativas, já que a empresa detém o conhecimento e fabrica os produtos há quase 15 anos. Segundo Luís Mendes Júnior, engenheiro da Equilíbrio, “A frequência de inspeção é determinada pela severidade da aplicação e pelas condições locais. Uma vez definida a tabela de manutenção, esta deve ser rigorosamente cumprida”. A manutenção em ventiladores e exaustores centrífugos, por exemplo, geralmente acontece no conjunto girante (eixo/rotor/polias ou eixo/rotor/acoplamento) ou na parte girante (mancal/rolamento e correias de transmissão), reforçou. De acordo com o engenheiro, a manutenção regular é indicada no rotor quando há acúmulo de pó ou material estranho, desgaste excessivo proveniente

Manutenção em peneiras rotativas

de pó abrasivo, parafusos frouxos no cubo ou palhetas deformadas (estes últimos podem comprometer a segurança do operador); nas correias, quando o modelo for por acionamento por correias em “V” e houver desalinhamento e desgaste; no acoplamento, quando a unidade for por acionamento direto e faltar lubrificação, bem como nos mancais, rolamentos e

parafusos. A manutenção dos exaustores centrífugos também é recomendada já que estão sujeitos a desgastes por conta dos fluidos do ventilador (ar + pó) e por sua localização, antes ou depois dos lavadores, o que provoca a corrosão das partes girantes. Para as peneiras rotativas, outro equipamento produzido pela Equilíbrio, a manutenção pode ser feita tanto por

desgaste, no caso das reformas das telas internas de filtragem, quanto para otimizar a unidade. “A otimização de peneiras rotativas é feita quando a usina já possui instaladas peneiras em boas condições e necessita aumentar a capacidade de moagem. A Equilíbrio possui tecnologia para aumentar a vazão do equipamento, mantendo o mesmo elemento filtrante, sem interferir na eficiência do processo de filtragem”, afirmou Mendes Júnior. Já o serviço de balanceamento de rotores é recomendado no caso de uma manutenção corretiva para o bom desempenho, eficiência e durabilidade de todo o equipamento ou componente rotativo, principalmente de alta rotação. “Com máquinas estacionárias modernas e com diferentes capacidades, a Equilíbrio realiza o balanceamento de equipamentos com comprimento de 100mm até 6000mm, aceitando um peso máximo de rotores de até 10.000 Kg e diâmetros de 80mm à 2600mm”, completou. Essas características operacionais têm permitido a Equilíbrio atender a necessidade de todos os equipamentos e seus componentes rotativos existentes no processo das usinas. (FPM)


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Surgem novas centrífugas para produção de açúcar Fulvio Pinheiro Machado, de São Carlos, SP

As máquinas centrífugas para a produção de açúcar tem evoluído consideravelmente nos últimos tempos, tanto em capacidade como nas facilidades de operação, chegando às modernas máquinas que hoje representam o estado da arte. A introdução de sistemas de lógica e controle baseados em microprocessador trouxeram maior simplicidade tanto elétrica como operacional em relação aos antigos painéis com temporizadores e contadores. O uso de conversores de frequência no acionamento dos motores permitiram um melhor controle e eficiência na aceleração e desaceleração, reduzindo o tempo necessário para cada ciclo. Um dos exemplos dessa moderna tecnologia é a nova centrífuga para massa A produzida pela Mausa, empresa sediada em Piracicaba que atua desde 1948 produzindo equipamentos para a indústria

Centrífuga MAC Master 1800 III

sucroenergética. Lançada na recente Fenasucro que foi realizada em SertãozinhoSP, as centrífugas MAC Master III são dotadas de um sistema descarregador

flutuante SDF. Com este novo sistema, o descarregador é fixado ao cabeçote e juntamente com a raspa do tipo longo permitem uma descarga mais rápida e segura. Tendo praticamente a mesma altura do cesto, a raspa longa faz apenas o movimento de giro ao descarregar o açúcar, eliminando a necessidade dos movimentos de descida e subida existentes nos descarregadores convencionais. Isso reduz o tempo necessário à operação, resultando em uma diminuição do tempo do ciclo, com consequente aumento da capacidade por hora trabalhada. Além disso, a fixação do descarregador ao cabeçote e não ao monitor, permite que a flutuação do raspador se faça em conjunto com a eventual pendulação do cesto, eliminando-se a possibilidade de interferência entre a raspa e as partes girantes que poderiam resultar em danos. As novas MAC Master III são dotadas de

sensores de pendulação e opcionalmente de vibração e temperatura devidamente calibrados para identificar e comandar a parada do conjunto rotativo em segurança em caso de eventuais oscilações críticas durante a operação ou outras circunstâncias anormais durante a operação da centrífuga. A automatização das centrífugas é realizada por um conjunto IHM “touch screen” e CLP onde estão disponíveis todas as parametrizações possíveis, sendo que a comunicação de dados com os demais sistemas do cliente podem ser feitos através de redes do tipo Ethernet, Devicenet ou Profibus. O acionamento é feito por motores especialmente produzidos pela Mausa, com potência de 150 a 400KW, controlados por inversores de frequência. A novas centrífugas Mausa MAC Master III, são produzidas em três modelos: 1500, 1800 e 2250 com capacidade de realizar até 29 ciclos por hora.

Secagem do açúcar, a etapa final Na produção de açúcar, depois de todos os cuidados havidos durante seu processamento nos diversos setores da indústria, é chegada a hora de se fazer a secagem, que é a última fase do processo produtivo na indústria. Embora, a princípio isto pareça simples, é nesta fase que se deve garantir a qualidade daquilo que foi produzido. Um teor de umidade inadequado pode fazer com que o açúcar se torne amarelecido. Secadores mal projetados ou operando fora de suas especificações podem tornar os cristais opacos, resultando em um produto de qualidade inferior. Portanto é fundamental que a indústria seja equipada com um secador que evite degradar o produto, e que tenha capacidade suficiente para manusear adequadamente a produção da indústria.

Corpo de secador

A CSJ, empresa metalúrgica sediada em Piracicaba-SP, que detém uma tradição de mais de 60 anos no fornecimento de equipamentos para o setor sucroenergético, produz uma extensa linha de equipamentos para a produção de açúcar e etanol, que inclui além de secadores de açúcar, evaporadores,

cozedores, cristalizadores, entre outros. A linha de secadores de açúcar da CSJ conta com modelos de projeto próprio e também com modelos licenciados por outras empresas. A empresa, que possui uma experiente equipe de fábrica e várias certificações de qualidade e recentemente passou por uma

remodelação estrutural, tornando-se uma S.A, tem fornecido secadores de açúcar de diversas capacidades, para vários clientes, como: Grupos São Martinho (São Martinho e Iracema), Alto Alegre (Colorado e Santo Inácio), Grupo Noble (Meridiano), Zilor, Vale do Ivaí e Furlan. Como exportação, a CSJ forneceu um secador de açúcar com capacidade para 10.000 sacos/dia para a usina CVA localizada na Venezuela. Atuando também em outros segmentos de atividade industrial, a CSJ fabrica também componentes para geradores eólicos, árvores para poços de petróleo, carcaças para transformadores de alta potência e tensão e também para turbinas a gás, contando em seu portfólio de clientes empresas como ABB, GE Oil & Gas, uma Divisão da General Electric e AAF, entre outras. (FPM)


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Sistema elimina riscos de trabalho em ambiente confinado É de conhecimento geral que os evaporadores de caldo das usinas sucroenergéticas necessitam de limpeza periódica de seus tubos sob pena de haver uma grande redução no coeficiente de troca térmica, com consequente diminuição do grau de evaporação e desperdício de energia. Assim, a maioria das usinas faz a limpeza de seus evaporadores com o uso de soda cáustica e posteriormente, de modo manual, com o auxílio de hidrojato. Esse tipo de limpeza requer um longo tempo de parada do evaporador e consiste de várias etapas que além de apresentar riscos de segurança, nem sempre são satisfatórias. O trabalho em espaço confinado, atualmente regulamentado pela NR33, é o principal complicador nesse processo, principalmente pelo alto risco envolvido, pela frequência com que o procedimento é necessário e também pela necessidade de realização de procedimentos, treinamento e adequações de segurança, que visam reduzir os riscos desse processo, sem que seja possível eliminá-los por completo. A Basf oferece uma solução que permite eliminar todos os problemas da limpeza convencional, denominada Limpeza Settmill®, certificada pela

Anvisa para aplicação industrial. Nesse sistema coleta-se uma amostra das incrustações de cada evaporador, que após serem analisadas, possibilitam gerar uma receita personalizada para cada caixa ou equipamento. Portanto esse sistema de limpeza leva em conta as diferentes condições existentes em cada usina, decorrentes de diversos fatores, como solo, insumos e da própria cana-de-açúcar, além das diferenças entre cada caixa do múltiplo efeito, permitindo gerar uma receita otimizada para cada caso. A base da formulação é o ácido fórmico produzido pela Basf, entre outros compostos, juntamente com o aditivo inibidor da Kebo, uma empresa química alemã especializada em análises de incrustações e limpeza química que atua há várias décadas em outros segmentos industriais. Com a Limpeza Settmill®, torna-se desnecessário o uso do hidrojato e como consequência direta, elimina-se o trabalho em ambiente confinado e todas as implicações de exposição aos riscos existentes nos sistemas de limpeza convencionais. Assim, além dessa vantagem substantiva, a Limpeza Settmill® pode ser automatizada, maximizando a eficiência e a segurança operacional.

Arno Luiz Tognetta, coordenador de negócios químicos industriais


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Renk Zanini mantém presença marcante nos mercados de energia Hoje, o mundo inteiro reconhece o Brasil como um país que gera riquezas e oportunidades, com atenção e cuidado aos seus recursos sustentáveis. Pensando nisso, a Renk Zanini produz turborredutores desenvolvidos para termo e cogeração de energia, uma solução energética inteligente e sustentável. Os redutores e multiplicadores são fabricados com carcaça em ferro fundido, termicamente tratada para alívio de tensões, o que garante sua durabilidade e resistência. A empresa atua nos segmentos de energia por cogeração, pequenas centrais hidrelétricas, petroquímica e mercado eólico. Possui em seu histórico mais de 1.000 turborredutores fornecidos, responsáveis por mais de 10.000 MW de potência, energia suficiente para iluminar o Estado de São Paulo por um mês. O mercado de cogeração continua aquecido. Somente em 2012 foram fornecidos pela Renk Zanini 660MW, somando as potências dos Turborredutores vendidos. Com projetos financiados pelo FINEP a empresa vem se destacando nas altas potências dos turborrredutores, com capacidade de até 80MW. Atualmente, 70% dos projetos de cogeração utilizam redutores Renk Zanini, conforme relatório Aneel.

Os turborredutores da Renk Zanini estão presentes também nas plataformas de petróleo, refinarias e diversas plantas. É a única empresa fornecedora de redutores e multiplicadores com 100% de conteúdo nacional. Um dos exemplos de destaque da empresa é o fornecimento do turborredutor modelo TA71N para a Petrobrás, seguindo todas as normas API (American Petrolium Institute). Cumprindo exigências técnicas rigorosas, a Renk Zanini é a única fabricante nacional homologada pela Petrobras e certificada para fornecer para o mercado de Óleo e Gás. Com baixo nível de ruído e de vibração, os redutores têm construção robusta e longa expectativa de vida. A Renk Zanini é bastante atuante também no mercado de pequenas centrais hidrelétricas, com multiplicadores de velocidade. Com multiplicadores Renk Zanini é possível a utilização de geradores de rotação nominal mais elevada, de menos peso e maios eficiência, alcançando assim altos níveis de rendimento do conjunto eletromecânico. A energia hídrica representa mais de 81% da matriz elétrica brasileira, de acordo com o Balanço Energético Nacional 2012 e, para este segmento, a Renk Zanini já forneceu mais de 40

equipamentos instalados em todo território brasileiro, gerando um total de 300 MW de potência instalada. Complementando os mercados de atuação, a Renk Zanini vem se destacando no segmento de energia eólica, pelos seus pinhões e engrenagens com dentados cementados e retificados com correções. Com tecnologia para fornecer multiplicadores para as turbinas eólicas, a Renk Zanini é a empresa com qualificação da Renk AG Alemanha capacitada a atender todas as exigências deste mercado. Em constante busca do aperfeiçoamento tecnológico e atendendo aos diversos segmentos de energia, a empresa tornou-se referência no mercado mundial, sendo a primeira fabricante de redutores especiais de velocidade e multiplicadores na América Latina a obter a certificação do seu Sistema de Qualidade perante a norma ISO 9001. A Renk Zanini busca a certificação da ISO 14001 e já segue as normas internacionais de qualidade DIN/AGMA e API. Renk Zanini 16 3518.9001 www.renkzanini.com


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Variedades testadas mudam paradigmas no Rio Grande do Sul PAULO LANZETTA

Experimentos em 12 municípios demonstram desempenho satisfatório de cultivares de cana em terras gaúchas Renato Anselmi, de Campinas, SP Free lance para a Energia Mundo

O Rio Grande do Sul produz apenas 2% do etanol consumido em seus municípios. Os outros 98% são “importados” de outros estados. Essa situação pode mudar daqui a alguns anos, a partir de algumas iniciativas, como o projeto da Embrapa Clima Temperado e da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), que avaliou durante cinco anos variedades que apresentam boa adaptação a diferentes ambientes de produção no estado. Outra ação é a pesquisa, que está sendo desenvolvida pela Embrapa, para a obtenção de cana transgênica resistente à baixas temperaturas e à seca. Há ainda um projeto da empresa gaúcha Vinema – com a participação de diversos parceiros - para a produção de etanol, a partir do arroz, com a utilização do grão de baixa qualidade, que não é destinado para o consumo humano. Nove variedades de cana-de-açúcar, testadas e aprovadas durante os

Projeto avaliou por 5 anos variedades com boa adaptação a diferentes ambientes de produção

experimentos da Ridesa e Embrapa – que contam com a participação de outras instituições –, já são indicadas

para o Rio Grande do Sul e deverão quebrar paradigmas sobre o desempenho dessa cultura em terras

gaúchas. O material avaliado apresentou uma produção média de 96 toneladas de cana por hectare (TCH) durante três cortes, enquanto as variedades já conhecidas têm um rendimento médio de 34 TCH, de acordo com o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, Sergio Delmar dos Anjos e Silva. O estado conta agora com indicações de variedades precoces e de ciclo médio e tardio. Além de produtividade elevada, essas cultivares têm boa sanidade vegetal, qualidade de riqueza de colmo e açúcar, entre outras características. As variedades foram apresentadas durante a abertura do Simpósio Estadual de Agroenergia e da 4ª Reunião Técnica de Agroenergia, realizados de 6 a 8 de novembro, em Porto Alegre, RS. A pesquisa tem avaliado material – informa Sergio dos Anjos - do banco de germoplasma da Embrapa Clima Temperado,introduzido e coletado no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além de 262 genótipos provenientes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que integra a Ridesa. Os genótipos foram avaliados em ensaios realizados nos municípios de Santa Rosa, Erechim, São Luiz Gonzaga, Jaguari, São Borja, Porto Xavier, Salto do Jacuí, Santa Maria, Pelotas, Viamão e Caxias do Sul.


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AGRÍCOLA

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Cana transgênica deverá aumentar a produção no estado Pesquisa avaliará planta em região de seca e em município onde ocorre mais de 15 geadas ao ano A transgenia deverá ser outra rota para o aumento da produção de cana-deaçúcar e, consequentemente, da oferta de etanol no Rio Grande do Sul. O engenheiro agrônomo Hugo Bruno Correa Molinari, pesquisador da Embrapa Agroenergia, coordena pesquisa que tem a finalidade de desenvolver plantas transgênicas de cana resistentes ao frio, à seca e à salinização. Para isto, utiliza o gene DREB2A, do Japan International Research Center for Agricultural Sciences (Jircas), que tem capacidade de proteger a planta contra diversos tipos de estresses abióticos. Hugo Molinari explica que o frio, o

calor, a seca e o sal agem de maneira semelhante em um quesito: causam desidratação celular, desencadeando uma resposta metabólica da planta que possibilita ao DREB2A acionar determinados mecanismos de proteção a

situações de estresse. No Rio Grande do Sul, as pesquisas de cana transgênicas serão realizadas em dois locais distintos. Um deles é em Salto do Jacuí, município localizado no centro do estado, onde ocorre mais de 15 geadas ao ano. O outro é

Biorrefinarias utilizarão arroz na produção de etanol Com seis unidades, empreendimento pretende atender 46% da demanda desse biocombustível no Rio Grande do Sul O arroz também poderá dar uma contribuição significativa para que o Rio Grande do Sul se torne autossuficiente em etanol ou pelo menos reduza a “importação” desse produto de outros estados brasileiros. A Vinema Biorefinarias do Sul, de Camaquã, RS, desenvolve projeto para a implantação de seis unidades no estado que utilizarão este cereal como principal matéria-prima para a fabricação de biocombustível, conforme relata o engenheiro de produção Vilson Neumann Machado, diretor da empresa. A meta da Vinema, que conta com diversos parceiros nessa iniciativa, não é nada modesta: o empreendimento pretende atender 46% da demanda de etanol do Rio Grande do Sul. Para isto, planeja a construção de biorrefinarias, até 2020, em Cristal, Santo Antonio da Patrulha, Cachoeira do Sul, Dom Pedrito, Itaqui e Capão do Leão. A escolha dos municípios seguiu alguns critérios, como a proximidade dos produtores, a questão logística e a possibilidade do empreendimento movimentar a economia regional. Cada unidade produzirá 300 metros cúbicos de etanol por dia, o equivalente a um volume aproximado de 100 mil metros cúbicos por ano em 330 dias de operação. A primeira biorrefinaria, que será instalada no município de Cristal, está programada para entrar em funcionamento no segundo semestre de 2014. As unidades deverão gerar também coprodutos, como óleo de arroz,

Vilson Neumann Machado: meta nada modesta

ingredientes para ração animal e ainda possibilitar o aproveitamento de CO2 que poderá ser comercializado, por exemplo, para a indústria de refrigerantes Para se precaver de um eventual “bombardeio” de criticas, Vilson Machado vai logo avisando: a produção de biocombustível, nesse caso, não competirá com alimentos, pois será utilizado arroz desclassificado por problemas técnicos que não costuma ir mesmo para a panela do consumidor. Além disso, será usada a linhagem

AB11047, apelidada de gigante, que tem o dobro do tamanho e de produtividade em relação a outras variedades, não sendo também recomendada para o consumo humano, pois este arroz desmancha durante o cozimento e acaba virando papa. A Embrapa Clima Temperado tem feito avaliações e ensaios para a obtenção de registro e proteção dessa nova cultivar. Triticale, sorgo granífero e trigo especial – desenvolvido para a produção de etanol - serão utilizados como matériaprima complementar ao arroz para a produção de etanol, informa o diretor da Vinema. “A unidade industrial será totalmente flex”, comenta. O investimento para a implantação de cada biorrefinaria será de R$ 120 milhões. O projeto, com seis unidades, exigirá no total R$ 720 milhões. A empresa de Camaquã tem algumas estratégias para viabilizar financeiramente o empreendimento. Uma delas é contar com a participação de produtores como acionistas no negócio, a partir da obtenção de uma linha de crédito especial junto ao governo federal, com juros menores e período de carência para pagamento. Na área industrial, a Vinema tem parceiros renomados, como Novozymes, especializada no desenvolvimento e fornecimento de enzimas, a Fermentis que atua na área de fermentação e a Phibro, do segmento de antibióticos, revela Vilson Machado. Na opinião dele, o projeto não entrará em colisão com a expansão da cultura da cana-de-açúcar no estado. “Dá para conviver tranquilamente. A produção de etanol não pode ficar dependente somente de uma matéria-prima. Temos clima, solo e tecnologia para diversificar. Por que não podemos fazer isto?” – indaga. (RA)

Porto Xavier, região noroeste, que apresenta problemas de seca. O DREB2A já foi testado em diversas culturas de importância econômica para o Brasil, como o arroz, amendoim e a soja. Os resultados demonstraram a sua eficácia na tolerância à seca. Os experimentos, que já começaram a ser desenvolvidos em laboratório e casa de vegetação, deverão ser realizados em campo, após a liberação do CTNBio. As avaliações serão feitas em diferentes regiões do país. A meta é disponibilizar as variedades geneticamente modificadas até 2020. Além da parceria com o Jircas, o projeto conta com a participação da Embrapa Clima Temperado, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), entre outras instituições. (RA)

Plantações poderão ocupar 300 mil hectares em 10 anos A expectativa é que o Rio Grande do Sul tenha uma ampliação significativa da cultura de cana-de-açúcar em decorrência das variedades indicadas pela Embrapa e Ridesa, além do desenvolvimento de novos projetos industriais. Segundo Sergio dos Anjos, o estado possui uma área de 37 mil hectares para o cultivo de cana-de-açúcar. A previsão é que os canaviais gaúchos passem a ocupar aproximadamente 300 mil hectares daqui a cinco a dez anos. De acordo com o pesquisador da Embrapa Clima Temperado, o trabalho de pesquisa inclui definições de parâmetros para épocas de plantio, resposta a fixação biológica de nitrogênio (FBN), zoneamento pedológico, uso de novos insumos e protocolos para produção de mudas via cultura de meristemas. “Estamos trabalhando também com espaçamento e densidade visando o plantio e colheita mecanizada”, observa. (RA) PAULO LANZETTA

Sergio dos Anjos: RS possui área de 37 mil ha para o cultivo de cana


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Fetz é construtora para grandes projetos Com mais de 29 anos de experiência, construindo obras residenciais, comerciais e industriais, a Fetz é atualmente referência nacional em construção de obras industriais. A empresa constrói sua história de sucesso baseada em princípios de eficiência, qualidade e pontualidade. Para a construtora, qualidade é atingir a excelência em todos os produtos e serviços oferecidos, superando as expectativas dos clientes. Empresa catarinense, com sede na cidade de Videira, SC e filial na cidade de Rio Verde, GO, acumula obras em todo o território nacional, como a unidade de Caçú da ETH Bioenergia. Com estrutura para grandes construções do ramo da geração de energia, tem experiência na execução de prédios administrativos, operacionais e bases para equipamentos e tanques para armazenagem de combustível. Para a construtora, qualidade é atingir a excelência em todos os produtos e serviços oferecidos, superando as expectativas dos clientes.

GRANDE

ESTRUTURA

Especializada em realizar grandes projetos, a Fetz constrói sua história de sucesso baseada em princípios de

Política de qualidade A Fetz atende o mercado nacional da construção civil nas seguintes áreas: Construção industrial, comercial e residencial; Produção e comercialização de concreto-usinado; Produção e comercialização de prémoldados; Locação de máquinas e equipamentos voltados à construção.

Unidade de Caçu, ETH Bioenergia

eficiência, qualidade e pontualidade. Com mais de 20 anos de experiência, a Fetz acumula obras industriais em todo território nacional, hoje é referência na construção civil para o

setor da agroindústria. Construtora Fetz Ltda Fone/Fax 49 3566 9800 www.fetz.com.br

NOSSOS PRINCÍPIOS E OBJETIVOS: Melhoria contínua de máquinas, equipamentos, veículos, produtos e serviços; Implantação de ações internas visando à satisfação dos clientes; Entrega dos produtos e serviços no prazo acordado com o cliente; Investimento na capacitação e desenvolvimento profissional dos colaboradores; Apoio para ações internas voltadas para melhoria ambiental; Abertura de novos mercados dentro do território nacional.


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DESTAQUES DO SETOR

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Por Fábio Rodrigues – fabio@procana.com.br

Gerenciamento agrícola sem fio A AGCO disponibilizou oficialmente, em novembro, seu sistema de telemetria AGCOMMAND®, para plataforma IOS no Brasil, Estados Unidos e Europa. Segundo a empresa, o aplicativo móvel desenvolvido para produtores agrícolas que já utilizam, ou desejam adquirir sistemas de gerenciamento de telemetria AGCOMMAND, melhora o acompanhamento do desempenho das máquinas em campo, agilizando e facilitando trabalhos de manutenção preventiva, evitando assim perdas de produtividade no campo. O download do aplicativo poderá ser feito gratuitamente por portadores de iPhones®/iPads® que tenham adquirido ou não o sistema de telemetria. O aplicativo oferecerá uma versão demonstrativa para os empresários que

desejam conhecer o sistema e sua efetividade nas lavouras. “O sistema de telemetria AGCOMMAND®, foi desenvolvido com base nas soluções de troca de informações por meio de redes sem fio existentes nos dias de

hoje. É muito gratificante poder oferecer um aplicativo projetado especialmente para as crescentes demandas dos produtores agrícolas e das redes de concessionárias que os apoiam,” afirma Martin Richenhagen, Presidente, Presidente do Conselho e CEO da AGCO. “Os produtores e os empreendimentos agrícolas podem aumentar sua produtividade através dessa nova ferramenta de gerenciamento agrícola sem fio, que foca na gestão de frotas, preservação das máquinas e mensuração do tempo efetivo de operação dos equipamentos”. Para saber mais sobre o sistema de telemetria AGCOMMAND, visite a página http://www.agcotechnologies.com/naen/AG COMMAND.htm.

Eficiência das caldeiras Estar em dia com a manutenção dos ventiladores e exaustores de uma usina é, sem dúvida, uma segurança de que as caldeiras irão funcionar adequadamente, garantindo a eficiência na geração de vapor e sem os indesejáveis imprevistos. É que o diz Lúcia Weber, engenheira mecânica, responsável pelo departamento de projetos da Equilíbrio. Ela explica que essas máquinas, geralmente, trabalham durante a safra sem interrupções, o que acarreta desgastes comuns das partes internas, já que a exaustão de caldeiras gera fluidos como, poeira e outros elementos que, por atrito, abrasividade ou alta temperatura acabam deteriorando componentes vitais desses equipamentos. “Ventiladores e exaustores são projetados para durar em média duas safras, desde que sejam feitas as manutenções recomendadas no manual, no entanto, essa vida útil vai depender muito da forma como o equipamento é utilizado” argumenta Lúcia. Outro fator é a capacidade do equipamento. “Se um ventilador ou exaustor for projetado para uma caldeira maior que sua capacidade, ou operar acima dessa capacidade, além do rendimento na produção de vapor da caldeira ser prejudicado, o dano no

Novo diretor na Basf Marcelo Maniero Ismael, atual Diretor de Negócios Especialidades da Basf para o Brasil, é engenheiro agrônomo formado pela Escola Superior de Agricultura – Esalq USP em 1990. Possui MBA em marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Ingressou na Basf em 1994, como Representante Técnico de Vendas (RTV) no Planalto Norte Catarinense e Curitiba (PR). Atuou na função até 1997, quando assumiu a responsabilidade pelo Desenvolvimento de Mercado de Produtos para hortaliças e frutas. Recentemente assumiu a Diretoria de Negócios Especialidades da Basf, composta pelos cultivos de cana-de-açúcar, café, citrus e hortaliças e frutas. Marcelo terá como responsabilidade a área de vendas, marketing, técnica e projetos, além do gerenciamento de um grupo de aproximadamente setenta pessoas. O executivo vai também explorar oportunidades de crescimento dentro do setor agrícola brasileiro e consolidar a área perante o mercado.

sistema de ventilação/exaustão também será maior, reduzindo, dessa forma, sua vida útil”, pontua. A engenheira recomenda que para garantir a durabilidade de até duas safras dos equipamentos, é que seja feita uma manutenção periódica ao término de cada safra, afinal uma manutenção mal feita ou a falta de uma manutenção periódica pode ocasionar ruídos, vibrações, superaquecimento, deformações físicas, dificultar o funcionamento ou até cair o rendimento da máquina, esclarece.

Analisador de umidade O analisador de umidade com lâmpada halógena IV 3000, fabricado pela Gehaka, empresa que fabrica e comercializa instrumentos de medição, pode ser utilizado no laboratório, na indústria ou onde se requeiram rápidas respostas. De acordo com o fabricante, seus resultados são obtidos após algumas operações simples e rápidas, dando a leitura do percentual de umidade em base úmida. O equipamento permite a pesagem exata da amostra antes do início da secagem e a precisão da medida de umidade pode ser selecionada com uma ou duas casas decimais. Ele memoriza até 5 procedimentos para produtos pré-estabelecidos e oferece um banco de dados com mais de 57 produtos pré-programados

que pode ser editado pelo operador, todos os produtos podem ser ajustados de acordo com a necessidade do usuário. Além disso, o equipamento emite relatórios através de uma impressora, registrando dados referentes à medida efetuada e permite determinar os teores de umidade utilizando quatro modos de secagem selecionáveis: tempo, rápido, suave e degrau.

Marcelo Maniero Ismael, novo diretor de negócios especialidades para o Brasil

Destaque-se Sugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: fabio@procana.com.br


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Zanardo fabrica válvulas que atendem WS Controles apresenta inovação classes de pressão de 150 a 2.500 libras tecnológica para turbinas a vapor As caldeiras, assim como todos os vasos de pressão, necessitam de controle adequado para que possam operar corretamente e com segurança, principalmente na atualidade, onde sistemas de geração de vapor de pressão mais elevada e grande capacidade estão sendo instaladas nas unidades sucroenergéticas. As válvulas especialmente projetadas para controlar a alimentação de água em caldeiras ocupam um lugar de destaque entre aquelas destinadas às ações de controle. A Zanardo, fabricante de válvulas industriais sediada em Araçatuba-SP, produz válvulas especialmente projetadas para controle e bloqueio de gases, líquidos e vapor em condições severas de uso sobre altas pressões e altas temperaturas em vários tipos de processo e equipamentos, como as caldeiras e vasos de pressão. Essas válvulas que podem ser atuadas por mola, diafragma, pistão ou manualmente, através de volante, são pertencentes à Série 900 de válvulas globo convencionais. A Série 910 é do tipo com gaiola balanceada e a Série 950 é miniglobo. Elas são fornecidas nos diâmetros de 3/8” a 12” e em classes de pressão de 150 a 2.500 lbs. Uma linha especial da Zanardo é a

que usa a estrutura da válvula globo produzida pela empresa, porém com características específicas para que seja aplicada como dispositivo de descarga de fundo. São as pertencentes à Série 940. Estas válvulas permitem escoamento rápido combinando a rapidez do atuador por pistão pneumático com a precisão das características modificadas a partir da válvula globo, sendo apropriadas para utilização em automação em caldeiras. Complementando sua linha de produtos para caldeiras, a Zanardo concebeu a linha de Abafadores de Ruídos, que atuam como um filtro, cuja finalidade é absorver a energia acústica ocasionada pelo escape de gases e vapor em alta velocidade para a atmosfera. Esse dispositivo é composto de diferentes superfícies internas revestidas por lã de rocha, que são capazes de controlar a emissão de ruídos que excedam os limites impostos pela Resolução Conama N° 001 de 08 de março de 1990. O Abafador de Ruído é construído em aço carbono ASTM A36, com a espessura variável de acordo com a classe de pressão e conexão flangeada seguindo o padrão ANSI. Zanardo 1831171195 www.zanardo.com.br

Dentre as novidades do mercado sucroalcooleiro a WS Controles apresenta a modernização de turbinas a vapor, um retrofit já usado por mais de 200 clientes em todo território nacional e internacional, como: Grupo Bunge_Moema, Grupo Carlos Lyra, Grupo Raízen, Grupo Naoum_Usina Santa Helena de Goiás, Grupo Tereos_Cruz Alta, dentre outros. Case: Em 2009, a Usina São Luiz de Ourinhos/SP iniciou seu processo de modernização em suas turbinas da moenda, 1° ao 6° terno, bem como as turbinas do preparo. Já se passaram Aplicação: turbina do gerador na pelo menos três safras desde Destilaria São Joaquim, em Palmital, SP a primeira modernização, e até o momento houve uma percentagem considerável na qualidade da manutenção em reguladores de velocidade extração da cana. Neste caso em específico, de diversas marcas, fabricação de painéis pode-se dizer que a quantidade de cana elétricos, venda de sensores magnéticos, moída aumentou consideravelmente e isso dentre outros. Para mais informações, entre significou melhor aproveitamento da matériaem contato pelo telefone. prima e economia para a Usina. Além da excelência em atendimento WS Controles técnico, agilidade e praticidade a WS 19 3296.3087 Controles conta com serviços de revisão e www.wscontroles.com.br


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Com 75% da área já comercializada, Fenasucro terá novo layout em 2013 Novo formato dará mais atenção à setorização, áreas verdes e melhorias na infraestrutura Após 20 anos de Fenasucro e uma década de Agrocana, as feiras terão novo formato e nome, integrando os setores industrial e agrícola em um único evento. A Fenasucro 2013, promovida pela Reed Multiplus e com realização do CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), vai levar aos expositores e visitantes um novo layout, com exposição setorizada, novos acessos, mais áreas verdes e melhorias em sua infraestrutura. Segundo o diretor da Reed Multiplus, Fernando Barbosa, a setorização da feira em agrícola, processos industriais, transporte e logística e fornecedores industriais, contemplarão toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético, unificando assim a Fenasucro, Agrocana e Forind-SP. “O objetivo é otimizar o tempo do visitante/comprador, facilitando a procura pelos produtos e os contatos com os expositores”, diz Barbosa. A Nova Fenasucro deve superar o número de 500 empresas e receber mais de 30 mil visitantes. A feira ocupará uma área de 60 mil m², no Centro de Exposições Zanini, entre os dias 27 e 30 de agosto, em Sertãozinho, principal polo

sucroenergético do País. “O evento já atingiu 75% de renovação. Estamos otimistas e com a expectativa de chegar aos 100% em abril de 2013”, acredita Barbosa. O cuidado e preparação para a nova feira reflete a dimensão desse setor para a economia brasileira. A previsão da produção de cana para a safra 2012/2013 supera as 631 milhões de toneladas. Segundo a Datagro, a produção de cana-de-açúcar

apenas da região Centro-Sul entre 2012 e 2013 deve atingir 512,13 milhões de toneladas, superando as 493 milhões de toneladas registradas na safra anterior para essa região. Já a produção de etanol para 2012/2013 foi estimada em 20,51 bilhões de litros. Os debates técnicos e políticos serão mantidos na programação do evento. Entre eles, a Conferência Datagro Ceise Br Fenasucro, o Seminário Agroindustrial Stab,

Rodada Internacional Apla/Apex, Debates de Grandes Temas do Setor, Grande Rodada de Negócios de Fornecedores Industriais, Encontro de Produtores Orplana, Reunião do Gerhai e Conferência ISA Sertãozinho. Multiplus 16 2132.8936 www.fenasucroagrocana.com.br


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Argus oferece proteção contra Vencedores de concurso cultural assistem incêndio em colhedoras de cana etapa de F-1 com a Renk Zanini A cultura da cana-de-açúcar está relacionada principalmente com a produção de açúcar e etanol. Nos últimos anos, o setor sucroenergético vem ganhando espaço no mercado nacional e internacional, em função da diversidade e melhoria da produtividade. Em larga medida, isso acontece em decorrência da mecanização do setor. A colheita mecanizada favorece o processo de corte e carregamento da cana. O corte da cana crua apresenta vantagens no processo de moagem na usina. A mecanização da colheita reduz o custo, aumenta o desempenho operacional e diminui o impacto ambiental. Entretanto, para realizar a colheita mecanizada são necessárias colhedoras de cana, máquinas de grande porte e alto desempenho, que demandam um alto investimento.

COLHEDORAS PEGAM FOGO Infelizmente, todos os anos, o fogo destrói uma grande quantidade de colhedoras de cana, causando: perdas patrimoniais, interrupções na cadeia produtiva, acidentes com as pessoas envolvidas no processo da colheita mecanizada, prejuízo ao meio ambiente. Incêndios em colhedoras de canas

são frequentes. Durante a safra essas máquinas operam em condições extremamente severas, em altas temperaturas (decorrentes de operações contínuas) agravadas muitas vezes pelo atrito dos componentes das colhedoras e por vazamentos de combustível e óleos. A combinação de materiais combustíveis (palha, óleo diesel, óleo hidráulico, etc.) associada às diversas fontes de ignição (alta temperatura da tubulação de exaustão do motor, curto circuito em cabos elétricos, atritos de partes metálicas, etc.) proporciona um ambiente altamente propício para um princípio de incêndio, com graves danos consequenciais. O uso cada vez mais intenso de colhedoras de cana (em função da proibição das queimadas e da redução do contingente de cortadores manuais) associado ao número de incêndios com perda total das máquinas e até mesmo de vidas, vem fazendo com que as empresas do segmento sucroenergético busquem soluções eficientes para os riscos mencionados. Argus 19 3826.6670 www.argus-engenharia.com.br

A Renk Zanini lançou o concurso cultural e os vencedores foram assistir a etapa Brasil de Fórmula 1, no dia 25 de novembro de 2012, junto com a Renk Zanini. O concurso foi lançado em comemoração ao sucesso da linha de planetários e paralelos Pentamax 2.0 e Fleximax 2.0, o único projeto testado durante a safra, sob condições reais de extração, o que comprova sua resistência às cargas máximas e seu alto desempenho. Os vencedores assistiram a corrida no Setor E, localizado no final do S do Senna, com ampla visão da Reta Oposta. Marcos Martins, da equipe comercial da Renk Zanini, observa: “O concurso cultural foi ótimo para estreitarmos relações com todos os participantes. O contato direto com os clientes é essencial e pudemos ver juntos a última etapa da Fórmula 1. A vitória de Jenson Button foi merecida e a equipe estava com o carro mais ajustado em todo final de semana, assim como nossos redutores que possuem sempre a melhor performance”, afirma. A Renk Zanini agradece todos os participantes do concurso cultural. Dentre os ganhadores está o Sr. Gilmar Galon, gerente industrial da Usina Pitangueiras, representando a classe sucroalcooleira do país. De acordo com o Sr. Galon, os diferenciais da Renk Zanini são a tecnologia,

Gilmar Galon e Marcos Martins assistiram ao GP Fórmula 1

os baixos custos e o profissionalismo. “A Renk Zanini tem um preço compatível com o mercado e alto padrão tecnológico. Foi ótimo participar do concurso e poder ver de perto o GP Brasil. É a Renk Zanini com Máximo desempenho, especialmente quando falamos de Torqmax, com a mesma tecnologia da Fórmula 1”, afirma. Aproveite e saiba mais sobre os redutores planetários. É a Renk Zanini mostrando mais uma vez seu MaxDesempenho. Renk Zanini 16 3518.9000 novosplanetarios.renkzanini.com


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MENOS PESO, MAIS RESISTÊNCIA Rodotrem Domex, da Sergomel, em parceria com o CTC, se adequa e passa pela pesagem da balança sem transtornos Fundada em 1975, por Osvaldo Gomes, a Sergomel Mecânica Industrial se tornou referência no mercado sucroenergético ao longo dos anos. Localizada no município de Sertãozinho (SP), considerado polo do segmento, a empresa se especializou na fabricação de equipamentos rodoviários para o transporte de cana-deaçúcar. E neste quesito o que se vê são diversas exigências por parte do governo, mas pouco apoio para pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. Com apoio do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, a Sergomel desenvolveu o Rodotrem Domex, equipamento feito com aço de alta resistência e, que entre outras vantagens, se adequa a legislação de balança vigente. “Hoje, com os equipamentos existentes, o mercado trabalha com veículos acima do peso de balança. O que fizemos foi desenvolver um produto feito com aço de alta resistência, que reduz em 35% a tara do equipamento. Todo esse trabalho perdurou durante cinco anos, mas conseguiu algo que se adeque ao que pede a legislação”, diz Vagner Gomes, gerente comercial da empresa. O maior desafio, segundo o representante, foi aliar a queda do peso à manutenção da qualidade do equipamento. “Conseguimos chegar a um outro conceito, tendo um equipamento único e diferenciado. Com os elementos utilizados em sua fabricação, depois de muitas

Osvaldo Gomes, com o troféu: fundador da Sergomel recebe o MasterCana Centro-Sul 2012

pesquisas, conseguimos alcançar a redução de peso e a resistência mecânica”, explica. Para Gomes, o lançamento do Rodotrem Domex dá início ao processo de substituição das frotas das usinas, que pode ser concluída em alguns anos. “Não sabemos quanto tempo este trabalho pode levar. Depende muito das condições de mercado. Mas é algo que não tem volta. As usinas precisam se adequar a legislação. Bem por isso, continuamos trabalhando para aprimorar ainda mais nossos serviços”, concluiu. A Sergomel atende todo o território nacional e

oferece ampla estrutura de máquinas e equipamentos utilizados na manutenção dos produtos oferecidos aos clientes. Hoje, produz em torno de 60 equipamentos por mês, sendo divididos em reboque canavieiro, semirreboque canavieiro, carroceria, prancha, entre outros produtos do setor. Sergomel Mecânica Industrial www.sergomel.com.br 16 3513-2600


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Rockfilter proporciona maior eficiência

Pré-Congresso ISSCT inclui visitas a 5 usinas

A Mecat é a única indústria de equipamentos para filtração do setor sucroenergético que possui um laboratório de física próprio, “Laboratório Fábio Turchetti” e que disponibiliza relatórios mensais de análise física em seus equipamentos para o monitoramento operacional nas unidades produtoras (usinas). Os modelos dos equipamentos Turbofiltro SF e Rockfilter proporcionam a maior e melhor: Eficiência granulométrica; Eficiência de retenção de sólidos no líquido; Eficiência de retenção de substâncias coloidais; Separação de sólidos no líquido até 800 mesh (13,79u); Não há refluxo.

SF, a Mecat proporciona total garantia de eficiência e maior produtividade com sustentabilidade na produção de açúcar e etanol.

Além de disponibilizar ao setor sucroenergético suas tecnologias através dos equipamentos Rockfilter e Turbofiltro

Mecat 62 3503.1155 www.mecat.com.br

Marcado para acontecer entre os dias 20 e 21 de junho de 2013, o Pré-Congresso da ISSCT (International Society of Sugar Cane Technologists) levará seus participantes internacionais para conhecer cinco usinas e dois centros de pesquisa localizados no interior de São Paulo. A ideia é mostrar in loco como funciona a agroindústria sucroenergética como também toda a tecnologia científica brasileira que é considerada referência mundial. Realizado pela STAB Nacional (Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil) e com operação da Reed Multiplus, marca associada à Reed Exhibitions Alcantara Machado, o evento, que está em sua 28ª edição, é composto também pelo congresso a ser realizado entre os dias 24 a 27 de junho de 2013, no Transamérica Expo Center em São PauloSP, de uma exposição internacional e do Pós-Congresso, nos dias 28 a 30 de junho de 2014. A programação do Pré-Congresso abrange as àreas agrícola e industrial e será composta por quatro grupos. As visitas serão feitas em unidades nas regiões de Ribeirão Preto e Piracicaba, tendo como destinos a Usina Alta Mogiana, a Usina Bonfim, a Usina Caeté, a Usina São Manoel e a Usina Paraíso- Amyris, além do

Rockfilter Mecat

Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). “Mostraremos o que há de mais avançado na cultura da cana-de-açúcar. Essa experiência possibilitará conhecer por exemplo, o funcionamento de uma das mais tradicionais usinas brasileiras, a São Manoel como também, a Alta Mogiana, consideradas entre as cinco maiores do Brasil”, assegura José Paulo Stupiello, presidente da Stab. Já o Pós-Congresso levará os participantes até empresas fornecedoras da agroindústria sucroenergética. Os setores visitados serão os seguintes: Mecanização: plantio e colheita (agricultura de precisão); Extração: moenda e difusor; Fermentação e Destilação e Subprodutos; Manutenção Industrial e Serviço e Fabricação de Açúcar. A filiação ao ISSCT é obrigatória para participar de qualquer atividade do congresso e deve ser feita no site do ISSCT. www.issct.org. Outras informações no site do evento www.issct2013.com.br.

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Multiplus 16 2132.8936 www.issct2013.com.br v


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Franpar atende o mercado de Polipropileno tem maior durabilidade manutenção de usinas na entressafra em linhas de processo de usinas A Franpar Comércio de Peças e Acessórios Industriais Ltda. atua no mercado de montagens industriais desde 2003, sob direção do empresário Francisco de Assis Parisi Júnior. Está situada na cidade de Ribeirão Preto/SP. Trata-se de empresa familiar e passou por uma recente reestruturação nas suas instalações, que hoje contam com mais de 10.000 m² , para melhores condições de armazenagem e estocagem das mercadorias. A Franpar também reestruturou seus principais fornecedores em busca de melhores preços e qualidade para atender a crescente demanda do mercado atual. Também firmou novas parcerias não só com fornecedores , mas também com seus clientes e colaboradores englobando todos os ‘stakeholders’ nessa nova fase da empresa. Em função do seu amplo estoque a Franpar tem condições hoje de atender vários segmentos de montagem industrial

de curto prazo. Com isso, seus clientes não ganham só com preço e qualidade, mas também com agilidade no prazo de entrega. A empresa garante que está pronta para atender o mercado de manutenção de usinas na entressafra, assim como os demais segmentos . A Franpar está localizada na Avenida Marechal Costa e Silva, 3914 – Pq. Indl. Tanquinho -Ribeirão Preto/SP. Franpar 16 2133.4383 www.franpar.com.br

Um estudo realizado pela Replass, em algumas usinas da região de Ribeirão Preto, demonstra que a aplicação do polipropileno em linhas de processo tem um destaque muito positivo em questão de durabilidade. A Replass desenvolve projetos utilizando polipropileno há mais de 20 anos em usinas produtoras de açúcar e etanol. Após estudo realizado verificou-se que: No processo de alimentação e de saída das peneiras, e no processo de embebição (água aplicada ao bagaço durante o processo de extração do caldo), por exemplo, a Replass tem instalações com a aplicação do polipropileno que estão em funcionamento a mais de 20 anos. Nos processos que dão origem ao caldo filtrado e ao caldo sulfitado, a empresa possui instalações com mais de 10 anos, também feitas com polipropileno.

Alexandre, diretor da Replass, informa que a empresa também já tem excelentes resultados com os sistemas feitos a partir de polipropileno no processo de tratamento do fermento, transporte do caldo, captação e tratamento da água, coleta de águas residuais, água com fuligem dos lavadores das caldeiras e processos para a obtenção e utilização do xarope e mel. Replass 16 3633.5488 www.replass.com.br


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Fertirrigação é o caminho para a produtividade e respeito ao ambiente A Pro Fibra realizou a implantação de 12 Km de adutora de RPVC Ø500 mm e Ø300mm na ETH, Unidade Água Emendada em Perolândia, GO, como parte do projeto de fertirrigação que a empresa está implantando e abrangerá uma área inicial de 5.000 ha, beneficiando a produtividade agrícola e prolongando o ciclo da cana. De acordo com Regivaldo Cavalcanti, responsável da ETH pelo projeto, o conceito do projeto obedece aos mais altos padrões de segurança e eficiência operacional, atende integralmente a legislação e ainda estabelece equilíbrio dos recursos utilizados, equipamentos e materiais adequados de grande longevidade, respeito às pessoas e ao

meio ambiente. A execução do projeto foi realizada de acordo com o cronograma da obra, qualidade, normas técnicas e ambientais vigentes, garantindo um ótimo funcionamento e alcançando as expectativas planejadas, diz Erik Benuncio, Diretor Técnico da Pro Fibra. A credibilidade depositada na Pro Fibra vem dando muitos resultados. Já são contabilizados mais de 100 Km de adutoras instaladas para fertirrigação no grupo ETH nos últimos 3 anos. Pro Fibra 16 3343.1788 www.profibra.com.br

Aratrop fornece especialidades químicas para diversos segmentos A Aratrop, 30 anos depois de sua fundação, resultado do projeto que teve como capital inicial a seriedade e o compromisso de seus fundadores, transformou-se em um importante fornecedor de especialidades químicas para diversos segmentos. Com uma grande aposta em tecnologia, os produtos estão em constante melhoria de rendimento e aplicabilidade por meio de sua equipe de desenvolvimento e de parcerias com universidades e centros de pesquisas da empresa.

LINHAS DE PRODUTOS Unidade Água Emendada, da ETH, em Perolândia, GO

A Aratrop cresceu junto com o setor sucroalcooleiro, desenvolvendo a tecnologia específica de produtos e serviços para os

processos de fabricação de açúcar e álcool. Os produtos da linha ART proporcionam uma melhoria na eficiência industrial, favorecendo uma melhor produtividade e redução de custos. Com pesquisas e desenvolvimentos, a Aratrop customiza produtos e serviços para os seus clientes. Atuando assim no fornecimento de Produtos para os mais diversos mercados: Sucroenergético / Curtumes / Siderurgia / Indústria de Bebidas / Indústria Alimentícia / Mineração / Petroquímica / Papel e Celulose / Tintas e Vernizes / Tratamento de Água. Aratrop 0800 701.30. 90 www.aratrop.com.br


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