JornalCana 231 (Abril/2013)

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Ribeirão Preto/SP

Abril/2013

Série 2

Nº 231

R$ 20,00

CRESCIMENTO “PÉS NO CHÃO” Diretores executivos apostam em modelo de gestão sustentável para levar a Clealco a um crescimento de 10% nesta safra

Fábio Luciano Cordeiro e José Antônio Bassetto Junior, diretores executivos


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ÍNDICE DE ANUNCIANTES

Abril/2013

Í N D I C E ACESSÓRIOS INDUSTRIAIS FRANPAR

CALDEIRAS

16 21334383

52

ACIONAMENTOS RENK ZANINI

16 35189001

27 E 96

16 39474732

104

47 36315000

89

18 39056156

82

ALARGADORES HANNA

VOLVO

BRN BRASIL VOLVO

AÇOS INOXIDÁVEIS MARC-FIL

19 34514811

88

ANTI-INCRUSTANTES

41 33178111

71

17 35311075

3

ALFATEK

11 30937088

69

SERGOMEL

16 35132600

42

81 34718543

66

VIBROMAQ

PRODUQUÍMICA

11 30169619

50

COLETORES DE DADOS MARKANTI

16 39515080

59

SANTAL

PRODUQUÍMICA

11 30169619

50

COMÉRCIO EXTERIOR

ÁREAS DE VIVÊNCIA

MULTIMODAL 3

AUTOMAÇÃO DE ABASTECIMENTO 68

AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL 41 36218055

73

DIMENSIONAL

19 34467400

101

ENDRESS + HAUSER

11 50334333

81

JEFFERSON ENGENHARIA

16 36225744

106

PROJELPI

19 34348083

49

ZANARDO

18 31171195

10

AUTOPEÇAS 107 106

BOMBAS 25

BOMBAS HIDRAÚLICAS 45

19 34121144

25

SUPRIMENTOS DE SOLDA

19 37562755

75

SIMPÓSIO DA CANA

19 44172138

104

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS AGRÍCOLAS

UTP BOHLER

PROJELPI

19 34348083

49

SINATUB TECNOLOGIA

16 39111384

29

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

STAB

82 33279632

51

METAIS

ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO CIVIL CONGER

19 34391101

68

ENGEVAP

16 35138800

104

16 39464766

30

41 36563266

72

FERMENTEC

11 55848570

HANNA PARKITS

19 21279400

19 34374242 81 34718543 19 38129119

11 30545000

37

BASF

11 30432125

19, 21 E 23

IHARA

15 32357914

67

DESTILARIAS

18 39056156 62 35031155

82 7

11 50568900

65

68

16 35124300 17, 43, 53 E 77

76

CSJ METALÚRGICA

19 34374242

16

AREVA RENEWABLES

81 21222300

33

MARC-FIL

18 39056156

82

CPFL SERVIÇOS

19 37562755

75

16 39464766

30

81 34718543

66

16 21014151

55

ITALTRACTOR/ITM

11 44171240

38

SANTAL

16 21016622

2

METROVAL

19 21279400

34

NOVUS

51 33233600

78

INSUMOS AGRÍCOLAS PRODUQUÍMICA

11 30169619

50

ISOLAMENTOS TÉRMICOS

DIMENSIONAL

ISOVER

11 22024734

99

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

16 36265540

105

ALCOLINA

16 39515080

59

PRODUQUÍMICA

11 30169619

50

QUÍMICA REAL

31 30572000

64

EVAPORADORES CSJ METALÚRGICA

19 34374242

16

TINTAS E REVESTIMENTOS

BRUMAZI

16 39468777

47

RENK ZANINI

16 35189001

27 E 96

16 21057870

97

19 34391101

68

TRANSBORDOS

16 35138800

104

SANTAL

IHARA

15 32357914

67

PRODUQUÍMICA

11 30169619

50

UBYFOL

34 33199500

5

PEÇAS E ACESSÓRIOS AGRÍCOLAS DURAFACE - DURAPARTS

19 35473539

36

VIBROMAQ

SANTAL

BRN BRASIL

19 35432255

4

DURAFACE - DURAPARTS

19 35473539

36

16 39452825

106

19 35432255

4

16 21016622

2

METAGRO - FAMA DO BRASIL16 36260029

8

TRANSPORTADORES INTERNOS MARC-FIL

18 39056156

82

TRATAMENTO DE ÁGUA/EFLUENTES ENGENHO NOVO

21 22230899

95

VLC

19 38129119

56

11 47952000

108

16 21016622

2

16 39468777

47

19 34374242

16

16 35135230

46

PRODUQUÍMICA

11 30169619

50

PROSUGAR

81 32674760

15

PNEUS PRODUTOS QUÍMICOS

REDUTORES INDUSTRIAIS RENK ZANINI

16 35189001

27 E 96

WEG CESTARI

16 32441000

35

16 36265540

VALTRA

TROCADORES DE CALOR

CSJ METALÚRGICA

105

ROLAMENTOS

AGAPITO

16 39479222

106

MARC-FIL

18 39056156

82

CONTUFLEX

11 29418044

41

FRANPAR

16 21334383

52

TUPER

47 36315000

89

TUBOS E CONEXÕES

VÁLVULAS INDUSTRIAIS DURCON-VICE

11 44477600

48

FOXWALL

11 46128202

23

FRANPAR

16 21334383

52

JEFFERSON ENGENHARIA

16 36225744

106

NICSA

11 55254122

28

VÁLVULAS SF

19 31243124

26

YGB

11 27187787

84

ZANARDO

18 31171195

10

VEDAÇÕES E ADESIVOS 11 50336400

107

SAÚDE - CONVÊNIOS E SEGUROS 16 08007779070

39

SINALIZADORES INDUSTRIAIS RONTAN

15

TRATORES

BRUMAZI

REFRATÁRIOS RIBEIRÃO

81 32674760

TRADINGS - MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS

CONGER

SÃO FRANCISCO SAÚDE

MANCAIS E CASQUEIROS

PROSUGAR BRN BRASIL

MONTAGENS INDUSTRIAIS

COBRA ROLAMENTOS

LOGÍSTICA E TRANSPORTES TRANSESPECIALISTA

30

REFRATÁRIOS

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS ELÉTRICOS ESPECIALIDADES QUÍMICAS

102

COMERCIAL RODRIGUES

85

101

16 39756495

16 39464766

PLANTAS INDUSTRIAIS

11 30934949

19 34467400

RADIOPLAN

FERRUSI

PLANTADORAS DE CANA

UNICA

20

101

PENEIRAS ROTATIVAS

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO E CONTROLE

101

18

19 34467400

70

87

19 34467400

11 21014069

DIMENSIONAL

16 32897156

16 39455422

11 33563100

AVANZI

NUTRIENTES AGRÍCOLAS

CEISE

DIMENSIONAL

82

ENGEVAP

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS

ANSELL

19 32499571

MOENDAS

57

SÃO FRANCISCO GRÁFICA

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

STORK

50

GRÁFICA

ENTIDADES

TELECOMUNICAÇÃO/RADIOCOMUNICAÇÃO

11 30169619

GASES INDUSTRIAIS

56

ARYSTA LIFESCIENCE

19 34669300

60

18

30

16 3690-4900

FERRUSI

66

ENERGIA ELÉTRICA - COMERCIALIZAÇÃO

CALDEIRARIA

88

11 21014069

14

16 39464766

PRODUQUÍMICA

MECAT

16

79

19 34391101

19 34218485

AVANZI

11 56948377

106

FERRUSI

CATAFÓS

GASIL

16 36902200

DISPAN

19 34514811

8

MOENDAS E DIFUSORES

FUNDIÇÃO

AGRÁRIA

PROCANA BRASIL

36

FILTROS INDUSTRIAIS

34

9

CONGER

19 35473539

FIBRA DE VIDRO

31

40

VLC

11

FERRAMENTAS PARA ACABAMENTO

MARC-FIL

19 34234000

GASIL

19 21056100

FERRAMENTAS

80

ELETROCALHAS

CALCÁRIO

FERMENTAÇÃO - CONSULTORIA E SERVIÇOS

MAXTER LÃ 13 32236767

16 39479222

CPFL SERVIÇOS

2

EDITORA

BRONZE E COBRE - ARTEFATOS

CIBRACAL

16 21016622

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

BALANCEAMENTOS INDUSTRIAIS

FERRUSI

REZENFLEX

4

16 21056400

CSJ METALÚRGICA

19 39358755

24, 61 E 91

FERTILIZANTES

16 39413367

PROLINK

DECANTADORES

LEMASA

16 21328936

106

ELLO CORRENTES

78

19 34121144

MULTIPLUS

81 21222300

CORRENTES INDUSTRIAIS

34

REZENFLEX

AGAPITO

33

AREVA RENEWABLES

METROVAL

19 21279400

16 39452825

41

NAMBEI FIOS E CABOS

51 33233600

VIBROMAQ

11 29418044

FIOS E CABOS

NOVUS

11 50336400

CONTUFLEX

CONTROLE DE FLUÍDOS

METROVAL

COBRA ROLAMENTOS

32

FERRAMENTAS PNEUMÁTICAS 16 39452825

SOLDAS INDUSTRIAIS

11 30604942

CONSULTORIA EM RH WIABILIZA

MANGUEIRAS E CORREIAS

ALCANTARA MACHADO

COLHEDORAS DE CANA

ALCOLINA

DAIKEN AUTOMAÇÃO

FEIRAS E EVENTOS

DURAFACE - DURAPARTS

RONTAN

GASIL

11 26826633

ENERGIA ELÉTRICA - ENGENHARIA E SERVIÇOS

CARROCERIAS E REBOQUES

CENTRÍFUGAS

17 35311075

A N U N C I A N T E S

CARRETAS

59

ANTIBIÓTICOS - CONTROLADORES DE INFECÇÕES BACTERIANAS

4

41 33178111

16 39515080

DWYLER

71

19 35432255

ALCOLINA

ALFATEK

104

CAMINHÕES - PEÇAS E SERVIÇOS

AÇOS TUPER

16 35138800

CAMINHÕES

ACOPLAMENTOS VEDACERT

ENGEVAP

D E

11 30937088

REZENFLEX

19 34121144

25

VEDAÇÃO BRASIL

19 32386566

103

VEDACERT

16 39474732

104

VENTILAÇÃO INDUSTRIAL 69

VLC

19 38129119

56


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CARTA AO LEITOR

Abril/2013

índice Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .8 e 9 Cana Livre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10

5

carta ao leitor Josias Messias

josiasmessias@procana.com

Política Setorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13 a 21 Eventos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22 Saúde & Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 a 30

Segurança do trabalho deve ser prioridade

Administração & Legislação . . . . . . . . . . . . . . . .32 a 34

Novo sistema de registro de ponto gera benefícios

Tecnologia Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 a 60

Gmec conhece novas tecnologias para controle de frota Base larga evita o pisoteio e aumenta a longevidade da planta Associação de nutrientes amplia produtividade do canavial

Pesquisa & Desenvolvimento . . . . . . . . . . . . . . .62 a 64

Geração competitiva Pesquisa cria modelo matemático para a cana-de-açúcar

Tecnologia Industrial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65 a 80

BBE projeta e desenvolve soluções em geração de energia Uma feira arretada! Colheita mecanizada pede novos conceitos na recepção e preparo

Usina do mês . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .82 a 84

Clealco cresce, com “pés no chão”

Produção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86

“É preciso muita cautela no cuidado financeiro”

Usinas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88 Destaques do setor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89

Agrícola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92

Irrigação vence a aridez do sertão baiano

Alimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93

Sem a ISO 22000, usinas correm o risco de ficar para trás

Segurança . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .94

Guarani investe em colaboradores para prevenir acidentes

Biomassa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .96

A todo vapor!

Negócios & Oportunidades . . . . . . . . . . . . . . . .99 a 106

LIBERALIDADE E ALEGRIA “O que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria” (Paulo, no verso oito do capítulo doze de sua carta aos Romanos)

Esmolas, não! — Agora vamos resolver o problema do etanol. Chegou o momento. Vamos tratar o etanol como assunto de importância estratégica para o Brasil. A frase é da presidente Dilma Rousseff, que em 27 de fevereiro, ao final da reunião do CDES — Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, fez um importante pronunciamento, deixando toda cadeia produtiva otimista a respeito do futuro do segmento. Em decorrência do pronunciamento, um pacote de medidas foi anunciado. Algumas já instaladas, como a volta dos 25% de mistura do etanol na gasolina, a partir do próximo dia 1º de maio. Outras, como a isenção de impostos federais sobre a cesta básica, que inclui o açúcar, estão na prateleira. Considera-se também uma possível desoneração tributária do PIS/Cofins do etanol, conforme afirmou em entrevista na página 13 desta edição do JornalCana, o diretor do departamento de Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles. Promessas à parte, alguns líderes do setor acreditam que as soluções que o segmento necessita devem contemplar medidas de longo prazo. Luiz Custódio Cotta Martins, coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, por exemplo, entende que as medidas pontuais não resolvem completamente os problemas do segmento. Custódio reivindica a volta da Cide na gasolina, o que pode ser um diferencial para o etanol e que faz com que o derivado de petróleo acompanhe os preços internacionais, de acordo com a realidade do mercado. Com isto, o etanol não se defasa no preço, uma vez que 25% dele vem diluído na gasolina. A Unica – União da Industria de Cana-deaçúcar, através de seus representantes, partilha da mesma opinião. E complementa, afirmando que o fantasma da crise que assombra o setor será exorcizado quando o governo definir o papel do etanol na matriz energética brasileira. E com ele a forma de administrar o preço da gasolina, garantindo previsibilidade e evitando instabilidades e distorções no mercado de combustíveis. Já o empresário Sylvio Nóbrega Coutinho, diretor presidente da Usinas Itamarati, MT, possui uma das opiniões mais contundentes e que talvez melhor expresse o que pensa a indústria sucroenergética sobre auxílios paliativos do governo: — Esmolas não. O setor não quer esmolas, quer apenas definição de políticas claras para produzir.

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Fone 16 3512 4300 Fax 3512 4309 Av. Costábile Romano, 1.544 - Ribeirânia 14096-030 - Ribeirão Preto - SP procana@procana.com.br

NOSSA MISSÃO Prover o setor sucroalcooleiro de informações sérias e independentes sobre fatos e atividades relacionadas à cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, visando: Apoiar o desenvolvimento sustentável, humano, tecnológico e socioeconômico; Democratizar o conhecimento, promovendo o intercâmbio e a união entre seus integrantes; Ser o porta-voz da realidade e centro de informações do setor; e Manter uma relação custo/benefício que propicie parcerias rentáveis aos clientes e aos demais envolvidos.

REDAÇÃO PRESIDENTE Josias Messias josiasmessias@procana.com.br

GERENTE DE OPERAÇÕES Fábio Soares Rodrigues fabio@procana.com.br

ADMINISTRAÇÃO Controle e Planejamento Asael Cosentino - asael@procana.com.br Eventos Rose Messias - rose@procana.com.br

Edição Luiz Montanini - editor@procana.com.br Coordenação e Fotos Alessandro Reis editoria@procana.com.br Editor de Arte - Diagramação José Murad Badur Consultor Técnico Fulvio Machado Reportagem Andréia Moreno - redacao@procana.com.br André Ricci - reportagem@procana.com.br Arte Gustavo Santoro Revisão Regina Célia Ushicawa

ASSINATURAS E EXEMPLARES

Anuário da Cana Brazilian Sugar and Ethanol Guide

BIO & Sugar International Magazine

www.jornalcana.com.br O Portal do setor sucroalcooleiro

Mapa Brasil de Unidades Produtoras de Açúcar e Álcool

JornalCana A Melhor Notícia do Setor Prëmio BesiBio Brasil

Prêmio MasterCana Os Melhores do Ano no Setor

Anderson Franco exemplares@procana.com.br Tiragem auditada pelos

MARKETING / PUBLICIDADE Comercial Gilmar Messias 16 8149.2928 gilmar@procana.com.br Leila Milán - 16 9144.0810 leila@procana.com.br Matheus Giaculi 16 8136.7609 matheus@procana.com.br Michelle Freitas 16 9128.7379 michelle@procana.com.br

Artigos assinados (inclusive os das seções Negócios & Oportunidades e Vitrine) refletem o ponto de vista dos autores (ou das empresas citadas). JornalCana. Direitos autorais e 10.000 exemplares comerciais reservados. É proibida a Publicação mensal reprodução, total ou parcial, distribuição ou disponibilização pública, por qualquer meio ou processo, sem autorização expressa. A violação dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafos, do Código Penal) com pena de prisão e multa; conjuntamente com busca e apreensão e indenização diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei 5.988, de 14/12/1973).


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AGENDA

Abril/2013

A C O N T E C E GEMEA O Grupo de Estudos sobre a Maximização da Eficiência Agroindustrial se reunirá no dia 26 de abril, em Goiânia (GO). www.gemea.com.br

GERHAI O Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria se reunirá no dia 5 de abril, em Ribeirão Preto (SP). www.gerhai.org.br

A C O N T E C E U BESTBIO A segunda edição do prêmio BestBIO aconteceu no dia 19 de março, em São Paulo. O evento foi realizado pela ProCana Brasil, e em 2013, promovido durante a 9ª edição do F.O.Licht’s Sugar & Ethanol Brazil. (Veja cobertura completa dos dois eventos na próxima edição do JornalCana)

CASE E GMEC O encontro aconteceu no dia 9 de março na fábrica da Case IH em Piracicaba (SP).

CURSOS SINATUB MASTERCANA BRASIL E NORDESTE O tradicional Prêmio MasterCana Brasil reunirá as principais personalidades do setor no dia 21 de outubro, em São Paulo. www.mastercana.com.br E o MasterCana Nordeste, deste ano, acontecerá em 28 de novembro de 2013, em Recife (PE), quando terá seus líderes homenageados. www.mastercana.com.br

AGRISHOW A 20º Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação acontecerá de 29 de abril a 3 de maio de 2013, em Ribeirão Preto (SP). www.agrishow.com.br

MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA O Pecege – Esalq - USP realizará no mês de abril, em Piracicaba (SP), a 3ª Oficina de Planejamento e Gerenciamento de Sistemas Mecanizados Agrícolas. Cronograma: 13/04 – Planejamento operacional e econômico de sistemas

mecanizados; 14/04 – Gestão de frotas; 27/04 – Modelagem matemática para controle de frota; 28/04 Gestão de processos. www.pecege.org.br

MASTERCANA CENTRO-SUL No dia 26 de agosto, o MasterCana Centro-Sul homenageará os principais ícones do setor sucroenergético, em Sertãozinho (SP). O Prêmio é o evento social de abertura da Fenasucro & Agrocana. www.mastercana.com.br

Maio - 21 e 22 – Curso/Treinamento de PCM e Confiabilidade da Manutenção – Ribeirão Preto/SP Maio - 23 a 25 – Curso/Treinamento de Análise de Vibração – Ribeirão Preto/SP Junho - 27 e 28 – Curso de Caldeiras e Energia – Ribeirão Preto/SP Julho - 31/07 a 02/08 – Curso/Treinamento de Balanço de Massa e Energia – Ribeirão Preto/SP Agosto - 15 e 16 – Curso de Moenda e Difusor – Ribeirão Preto/SP Setembro - 10 a 13 – Curso/Treinamento de Vasos de Pressão Ribeirão Preto/SP Setembro - 26 e 27 - Curso de Tratamento de Caldo - Ribeirão Preto/SP Outubro - 24 e 25 – Curso de Automação e Instrumentação Industrial – Ribeirão Preto/SP Novembro - 28 e 29 – III Simpoeste Feira de Tecnologia Industrial e Negócios – Goiás - GO. www.sinatub.com.br


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AGENDA

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9

Gemea discute treinamento, motivação e redução de custos ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Flávio Castelar fala no Encontro do Apla: Projeto Brazil Sugarcane Bionergy Solution

Apla divulga cronograma de missões internacionais ANDRÉIA MORENO,

DE

SERTÃOZINHO, SP

O Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) divulgou no dia 21 de fevereiro, em Sertãozinho (SP) e em Piracicaba (SP) seu cronograma de missões internacionais para os empresários do setor sucroenergético da região. O evento divulgou às empresas as ações comerciais que serão realizadas pelo Apla em 2013 através do Projeto Brazil Sugarcane Bionergy Solution. Durante o encontro no Ceise, cerca de 40 participantes acompanharam a palestra de Flávio Castelar, diretor executivo do cluster, que divulgou a agenda que terá

início de 20 e 21 de março em VeraCruz, no México. Em seguida, Castelar fará um prospectiva no mercado da Tailândia, de 25 de maio a 3 de junho, em Bangkok, depois o grupo voltará às missões na Guatemala de 6 a 10 de agosto, na cidade que leva o mesmo nome. Já no Brasil, o cluster deverá acompanhar as ações de 24 a 27 de junho, do 28º Congresso ISSCT em São Paulo; de 27 a 30 de agosto, na Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho, através de rodadas de negócios, e depois no 3º Apla / Datagro, dia 23 de outubro, em São Paulo. De 25 a 29 de novembro, a ação será em Maputo, Moçambique e ainda sem data definida, a missão de Cuba, em Havana.

“Treinamento, motivação e redução de custos serão as soluções para diferenciar as empresas vencedoras do setor". A frase é de Hélio Belai, gerente de operações industriais e diretor de marketing do Gemea, em sua última reunião realizada no dia 22 de fevereiro, em Goiânia (GO). Estes foram os temas do início das atividades do Grupo em 2013. O evento apresentou palestras sobre “Diagnóstico de Redutores Planetários”; “Gerenciamento on-line em sistema de geração de vapor Tecnologia 3DT Boiler”; “Programa Caldema de melhorias contínuas em caldeira”; “Sistema de limpeza de cana a seco e uso da palha na geração de energia”; “Tecnologia e Soluções para Melhor Eficiência na Geração de Energia”;

Hélio Belai

“Os impactos financeiros de uso prudente, econômico e responsável dos lubrificantes Lubritech”. E o tema “Motivação e Trabalho em Equipe”, ministrada por Luiz Carlos Canelhas, psicólogo e teólogo, apresentou a importância do capital intelectual, vantagens das motivações, tipo de motivação, etc.

Reunião do Gemea


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Adeus a Rípoli

Asplan PB festeja Dia Internacional da Mulher A Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) comemorou o Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, com um lanche especial e a entrega de kits de beleza para as mulheres que trabalham na entidade. A homenagem, organizada pela diretoria e gerência da Asplan, contou com as presenças do presidente da associação, Murilo Paraíso e do diretor tesoureiro, Oscar Gouvêa. A homenagem, que aconteceu no hall do auditório da entidade, em João Pessoa, também envolveu outros funcionários que fizeram questão de cumprimentar as colegas de trabalho.

Doação de equipamentos esportivos A CerradinhoBio através de uma parceria entre a prefeitura municipal, através da Secretaria de Turismo, Esporte, Cultura e Juventude, Sociedade Ecologia de Turismo Ambiental (Seta) e Parque Nacional das Emas (PNE), acaba de doar equipamentos esportivos para a Escola de Canoagem de Chapadão do Céu (GO). A solenidade aconteceu no último dia 21 de fevereiro, às margens da Prainha do Rio Formoso. Foram doados 40 coletes salva-vidas, 30 saias de caiaque, 12 capacetes e 12 remos, materiais que darão suporte para o início das aulas na recém-criada Escola de Canoagem do município.

Educação para jovens e adultos No último dia 18 de fevereiro, a cidade de Chapadão do Céu, em Goiás, foi palco do início das atividades do EJA - Programa de Educação para Jovens e Adultos, voltada para o Ensino Médio. A iniciativa é da CerradinhoBio em parceria com o Sesi e da Prefeitura Municipal. Além dos alunos inscritos no Programa, prestigiaram a aula inaugural autoridades municipais, entre elas um grupo de vereadores, o vice-prefeito de Chapadão do Céu, Alcídes de Sá Soares, lideranças regionais, além de diretores e coordenadores do EJA e do Sesi/Senai. Pela CerradinhoBio, compareceram o gerente industrial Walter Di Mastrogirolamo e a monitora do setor de Responsabilidade Social da empresa, Jéssica Lara Chaves.

Faleceu no dia 24 de fevereiro, aos 66 anos, o professor Tomaz Caetano Cannavam Ripoli. Ripoli formou-se engenheiro agrônomo pela Esalq em 1970, e se dizia apaixonado pela área agrícola e principalmente, por fotografia. Tanto é que em novembro de 2012 lançou sua última obra em parceira com a filha Bianca, chamada "Cantos & Recantos", livro que conta a história da universidade em fotos. Em uma de suas últimas entrevistas comentou: "Não é porque somos pesquisadores, professores, que temos que manter a rigidez acadêmica. A gente tem que dar vazão também para a arte, para o sentimento, para a emoção".

B A L C Ã O D E E M P R E G O S João Dantas da Costa, do Rio Grande do Norte, busca oportunidade de emprego de Mecânico Serralheiro. Ele atua nesta área há mais de 25 anos e tem interesse de trabalhar no segmento sucroenergético. Contato: liegeregina992@hotmail.com Luiz Fernando de Faria, de Cardoso (SP), busca oportunidade de trabalho na área agrícola. Em seu último trabalho atuou como líder de produção agrícola na Usina Guariroba. Anteriormente trabalhou na Agrotur – Agropecuária do Rio Turvo Ltda, como fiscal de campo e líder de produção agrícola. Contato: faria.lf@hotmail.com RETIFICAÇÃO

A empresa Ourofino iniciou sua operações em

Ribeirão Preto (SP) e depois mudou-se para a cidade vizinha, Cravinhos. Seção Negócios e Oportunidades, edição 230.


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ENTREVISTA – Ricardo Dornelles

“O etanol nunca foi tratado com descaso pelo governo” ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Na manhã do último dia 7 de março, o diretor do departamento de Combustíveis Renováveis, Ministério de Minas e Energia, Ricardo Dornelles, esclareceu alguns questionamentos sobre a retomada do mercado de etanol brasileiro, em entrevista ao JornalCana; sem apresentar medidas de longo prazo, que é a principal reivindicação do setor junto ao governo, segundo ele. Nesta entrevista exclusiva, ele fala sobre medidas de incentivo ao setor, a desoneração do biocombustível e a real importância do segmento na matriz energética do país. JornalCana: Em várias ocasiões o governo anunciou que estuda um pacote de medidas de incentivo ao etanol. Ele realmente está em discussão? Ricardo Dornelles: Sim, existe esse estudo que determinará as medidas para um pacote de incentivo. E quais serão? Trabalhamos nisto há algum tempo. Recentemente, foi autorizado o aumento do percentual de mistura do etanol na gasolina, que entrará em vigor a partir de 1º de maio. Consideramos também uma possível desoneração tributária do etanol. Obviamente, a palavra final não compete somente ao Ministério de Minas e Energia, já que isso envolve toda a questão econômica do país. Mas posso adiantar que avaliamos a forma de como será feita essa desoneração. Digo isto, porque no modelo tributário brasileiro existem inúmeras alternativas, onde se pode reduzir ou oferecer crédito. Enfim, queremos encontrar a melhor maneira de disponibilizar essas condições ao setor. O objetivo é diminuir a carga tributaria excedente sobre o etanol e com isso ter uma melhor competitividade do biocombustível frente à gasolina. O que usualmente acontece com a desoneração é que uma parte deste processo influi no preço final, influencia na bomba de combustível e a outra parte é absorvida pelos agentes da cadeia citada.

“Consideramos também uma possível desoneração tributária do etanol” Há previsão para a desoneração? Essa decisão não cabe a nós, do Ministério de Minas e Energia. (NR: no caso, deve partir do Ministério da Fazenda). Que outra medida o senhor pode nos adiantar? Estamos discutindo a revisão dos valores de financiamento para que eles sejam mais atrativos aos tomadores. O ProRenova é uma das medidas que o governo tomou no ano passado como forma

Ricardo Dornelles: “Trabalhamos pela desoneração”

de estimular a recuperação da produtividade, já que o setor apresentou patamares muito baixos em relação as últimas safras. O ProRenova, em seu primeiro ano, teve uma aceitação razoável, onde tivemos que superar algumas burocracias. Agora, em seu segundo ano, estamos estudando condições ainda melhores do que as já apresentadas. Representantes do setor querem medidas de longo prazo. Neste sentido, o que será feito? Os pleitos que o segmento apresenta estão sendo avaliados e discutidos. Certamente, existem solicitações que serão difíceis de serem atendidas da forma como o setor quer. Principalmente agora, que estamos vivendo um período de altos custos de produção. Isto acontece em função de fatores conjunturais e também estruturais. O primeiro, que foi basicamente a grande perda de produtividade, será recuperado com essas medidas do ProRenova, do programa ABC, que engloba tanto o grande, como o pequeno produtor. Isso dará uma condição de competitividade mais adequada. Já os problemas estruturais, originados a partir do grande custo de arrendamento de terra, terá uma solução difícil e complexa. O que vemos é que ela terá que ser superada através do ganho de produtividade. Tem também a questão da mecanização, que trouxe perda de produtividade. O problema é conjuntural? Na minha avaliação é uma questão também conjuntural, já que as pessoas vão ter mais experiência e prática daqui para

frente, com colaboradores mais qualificados para operar as máquinas. Como o senhor avalia a declaração da presidente Dilma Rousseff, durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), de que o governo tratará o etanol como uma questão estratégica para o país? Totalmente positiva. Muito embora, estejamos trabalhando na questão do etanol há bastante tempo. Já vai para quase dois anos que fazemos uma reunião chamada de “tripartite”, que envolve produtores, distribuidores e governo, com uma periodicidade quinzenal ou mensal, onde avaliamos todas as condições que envolvem o segmento. Discutimos, por exemplo, a regulamentação da ANP na questão dos contratos, buscando, obviamente, dar previsibilidade da demanda em relação a safra inteira. Enfim, existe uma série de medidas que sempre foram buscadas no sentido de trazer o setor sucroenergético para um patamar altamente competitivo que ele apresentou no passado. A declaração da presidente reforça a posição de que o etanol é sim importante para o país, ele contribui para o desenvolvimento econômico, ambiental e social do país. Qual a real importância do setor sucroenergético na matriz energética do Brasil? Ele é extremamente importante. Mas isso não significa que essa importância transpasse os problemas que possam acontecer. Não dá para simplesmente tomar uma medida a qualquer custo. Se o

fizer, estaremos comprometendo o uso racional dos recursos energéticos. Não é uma situação simples, é preciso alinhar todos os ponteiros deste relógio. É isso que estamos buscando através de ajustes em regulamentos, normas e condições de financiamento. Seja no mercado de combustível ou de energia elétrica, ele traz contribuições significativas do ponto de vista do desenvolvimento regional. Com a autorização do reajuste no preço da gasolina, o etanol será tratado como prioridade? Ele continuará sendo. Apesar de estar passando por problemas que estagnaram a produção, ele nunca foi tratado com descaso como parece para muitos. O problema é que ele entrou num circulo de alta dos custos de produção e perdas de produtividade, e a recuperação desses pontos é complicada. Tratamos de um setor muito heterogêneo, onde existem empresas que apresentam resultados operacionais muito diferentes uma das outras. Isso significa que uma medida pode ser melhor para um e pior para o outro, o que precisamos é balancear essas ações. Em quanto tempo as medidas surtirão efeito? Acho que nesta safra passada já houve uma melhora. Por exemplo, a volatilidade dos preços entre safra e entressafra foi muito menor. A velocidade difere em função de alguns fatores. Mas acreditamos que os ganhos de produtividade agrícola vão retomar os patamares históricos e as condições de produtividade vão continuar em progressão.


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Medidas do governo ainda não agradam setor A NDRÉIA MORENO, D A R EDAÇÃO

O governo brasileiro quer resolver o problema do etanol hidratado e planeja retirar até 83% do PIS/Cofins do biocombustível, segundo os rumores que circulam em Brasília (DF). Essa seria uma forma de baixar o preço do combustível na bomba, e consequentemente, diminuir seu impacto na inflação. Mas para Luiz Custódio Cotta Martins, coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, a medida pontual não resolve completamente os problemas do segmento. "Precisamos da volta da Cide na gasolina, que é o diferencial para o etanol e que o derivado de petróleo acompanhe os preços internacionais, de acordo com a realidade do mercado", confirma. Ele confirma que a presidente Dilma Rousseff declarou recentemente que o etanol é prioridade e um combustível estratégico para o país. "Por isso, estamos esperançosos que ela dê mais atenção ao biocombustível", lembra. A última medida, anunciada no dia 8 de março, foi a isenção de impostos federais sobre a cesta básica, que inclui o açúcar. Um erro no decreto causou

certa confusão, pois segundo algumas fontes do segmento, o que estava incluso no documento era o açúcar tipo exportação, que não vai para a mesa do consumidor. Outra mudança é que conforme anunciado, o imposto retirado seria de 9,25%, quando o índice sobre o açúcar totaliza, 14,25%, ou 9,25% de PIS/Cofins e 5% do IPI. Para a presidente Dilma Rousseff isso incentivará a indústria e espera-se que reduza o preço ao consumidor. Luiz Custódio diz que essa medida deverá diminuir o preço para o consumidor e deverá estimular o aumento de consumo de açúcar. "Pode estimular a produção, a medida que tiver mais mercado, mas o consumidor será o maior beneficiado", explica. Sylvio Nóbrega Coutinho, diretor presidente da Usinas Itamarati, explica que somente o custo de produção do etanol já ultrapassa R$ 1,1 mil por m 3 e o do açúcar já gira em torno de R$ 40,00 a saca”, lembra. Outra medida esperada é a desoneração da folha de pagamento do setor. “A desoneração da folha de pagamento do INSS, um imposto pago pelo empregador, será bom para o setor, mas são medidas pontuais e paliativas”, conclui Coutinho.

Luiz Custódio Cotta Martins: medida pontual não resolve completamente os problemas


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Setor quer apenas definição de políticas claras, diz Sylvio Coutinho Quando perguntado para Sylvio Nóbrega Coutinho, diretor presidente da Usinas Itamarati, se as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff resolveriam por completo a questão do segmento, a resposta foi não! “O setor não quer esmolas, quer apenas definição de políticas claras”, declara . Ele acredita que o governo deveria estabelecer um conjunto de medidas para o setor, “porque senão ninguém vai investir neste segmento, sem falar do problema da Petrobras e da necessidade de incentivos à produção. Estamos em um voo cego onde ninguém sabe de nada. Toda ajuda do governo é bem-vinda, mas não tenho certeza se a atual será a solução”, admite. A medida sobre o açúcar prevê uma redução de R$ 0,05 centavos por Kg no produto final, segundo o mercado. “É algo que não resolve o problema, pois nos últimos cinco anos somente o custo da produção aumentou 40% e a receita não subiu. Em janeiro de 2012 no relatório do Cepea/Esalq, a saca de açúcar custava R$ 76,00 (saindo da usina) e hoje está em torno de R$ 47,42. Uma diferença enorme de preço e comercialização”, comenta Coutinho. Sobre a desoneração do etanol, o executivo diz que a medida não aumentará a rentabilidade do setor. “Será que a política monetarista não é mais adequada? O que se sabe é que a inflação foi retirada por uma política monetária forte no passado”.

Para ele, os incentivos ao produtor, como nos Estados Unidos, seria uma boa estratégia. “No país ninguém tem acesso a financiamento, somente os grandes grupos. Não há incentivo de crédito barato subsidiado para o plantador. Em 2012, plantamos 11 mil ha com recursos próprios, porque não temos crédito. Isso é um absurdo. Precisamos de financiamentos acessíveis, sem burocracias”, diz. Outra questão para Coutinho, é que a gasolina deveria ter um preço real que remunerasse a Petrobras. Para Eduardo Junqueira, sócio-diretor da Usina Guaíra, a desoneração do açúcar irá ajudar a situação do setor porque aumentará a procura no mercado, o que estimula a venda. “Acho que o maior consumo, puxará maior demanda de bebidas, de chocolates e o setor estará sendo beneficiado por baratear o produto”, enfatiza. Para ele a redução do etanol de R$ 0,048 por litro vai mudar pouco a situação para as usinas. “É uma redução muito tímida; acho que o governo deveria aumentar o preço da gasolina, o que daria um impulso para o etanol. Seria a medida mais sensata para o momento, ou a única forma para fazer com que o etanol sobreviva. A desoneração da folha de pagamento também vai ajudar, mas as medidas estão sendo lentas, e quando saírem mais usinas estarão quebradas”, avalia. (AM)

Sylvio Nóbrega Coutinho, diretor presidente da Usinas Itamarati: “Esmolas não”


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Dilma Rousseff: pronunciamento deixou setor otimista

Dilma garante: “Agora vamos resolver o problema do etanol” Governo quer tratar etanol como assunto de importância estratégica para o Brasil ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

“Agora vamos resolver o problema do etanol. Chegou o momento. Vamos tratar o etanol como assunto de importância estratégica para o Brasil”. A frase é da presidente Dilma Rousseff, que em 27 de fevereiro, ao final da reunião do Conselho

de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), também conhecido como “Conselhão”, fez um importante pronunciamento, deixando toda cadeia produtiva otimista com o futuro do segmento. A declaração foi presenciada por ao menos dois representantes do segmento canavieiro, Maurílio Biagi, presidente da Maubisa e Pedro Parente, presidente do conselho da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar. “Tenho dito há anos que o negócio do etanol estava travado e agora a presidente indicou para um novo momento. Tenho certeza que providências virão num futuro próximo”, afirma Biagi. Em nota, a entidade deu seu parecer

sobre o assunto. “Isto pode sinalizar que o governo está disposto a tratar das políticas de longo prazo, essenciais para uma retomada do crescimento do setor”. Previsibilidade é outro ponto bastante discutido no segmento. Os envolvidos pedem políticas públicas que auxiliem efetivamente e afaste a crise. “Nos referimos à definição do papel do etanol na matriz energética brasileira; de ter uma definição sobre a forma de administrar o preço da gasolina caso o governo opte por dar prosseguimento a essa estratégia, de maneira a garantir previsibilidade e evitar instabilidades e distorções no mercado de combustíveis; de desonerar o etanol, medida que vem sendo cogitada (redução

ou eliminação do PIS/Cofins), que compensaria a desoneração já realizada para a gasolina”. Em 2013, não houve mais como adiar o assunto “combustíveis” em Brasília. A insustentável situação culminou em duas concessões logo no mês de janeiro, sendo o reajuste no preço da gasolina e também o aumento da mistura de etanol no combustível fóssil. Embora positivas, as ações impactam apenas no presente, deixando incertezas no futuro e afastando grandes investidores. “Medidas pontuais como as já anunciadas têm sua importância, mas as ações de longo prazo são as que vão viabilizar a volta da expansão do setor, conclui a entidade".


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ENTREVISTA – Antônio Petzold

“Caos logístico iniciará com safra canavieira”, diz especialista ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Não bastasse todos os problemas que rondam o setor sucroenergético, agora o assunto da vez é o possível caos logístico nos portos e nas proximidades dos portos brasileiros. Antônio Petzold, consultor de negócios estratégicos da Archer Consulting, admite a possibilidade do problema, principalmente com o início da safra canavieira. Em entrevista exclusiva ao JornalCana, o especialista ressalta que esse caos poderá inclusive, causar um aumento de até 30% nos custos logísticos. JornalCana - Com a safra recorde e com portos despreparados, o senhor acredita em um caos logístico em 2013? Antônio Petzold - O país está caminhando para essa direção. Hoje não dá para ir para o Guarujá, por causa de fila no terminal de descarga e de origem e a fila também está em Santos. O frete rodoviário gira em torno de R$ 300,00/ tonelada para trazer produtos do Centro-Oeste para Santos ou Paranaguá. Sem contar que o governo sinalizou um aumento do diesel. A situação atual é que as ferrovias movimentam pouco e no modal rodoviário, os fretes são muito altos. Falta infraestrutura para o Brasil de um modo geral. O senhor tem acompanhado o mercado do açúcar e etanol nesse período? Janeiro foi um dos melhores meses para exportações dos últimos anos. No período exportamos 2,3 milhões de toneladas de açúcar, contra 1,98 milhão de toneladas em 2012. Só que agora começa safra de grãos e terminais modais, não exclusivos de açúcar, recebem grãos. Se a safra de grãos atrasar, atrasa a safra de açúcar e o caos está

Antônio Petzold

armado, fora a perda de competitividade. O cliente pode deixar de comprar do Brasil devido os rumores de caos? Não, mas o que vai acontecer é que tudo isso será diluído no custo. Quem paga a conta da fila é o Brasil. No fundo o produtor, operador logístico e o terminal pagam essa conta do comprador que embarcou seu navio. A falta

de estrutura para exportar não é problema do cliente, mas os custos da espera entrarão na composição do preço. Isso fica no bolso da incompetência do Brasil. O custo logístico deve variar com essa espera? Sim, com certeza essa conta estará dentro da cadeia de suprimentos até chegar ao exterior. Diria que essa conta aumentaria 30%. Além de todo o problema de espera, ainda há ameaça de greve de portuários e tudo é contribuição negativa. Esses rumores têm aumentado o preço do açúcar no exterior? Não acredito nisso, sempre há especulação. Minha maior preocupação é chegar nos portos e não conseguir embarcar a carga. O açúcar e etanol mais barato do mundo está no Brasil, mas quando se compara o custo de movimentação de um container em Santos e em Cingapura, a diferença é absurda e quem paga essa conta é o exportador brasileiro. Por exemplo, um frete rodoviário é calculado, mas se o caminhão fica parado na fila, logicamente você vai pagar esse custo. Hoje a fila de embarque de açúcar na entressafra não é grande, mas quando começar a safra, ela aumentará e o caos deve iniciar-se. Quais medidas emergenciais para mudar essa situação? Em infraestrutura não há medidas emergenciais, há medidas de médio a longo prazo. Uma saída seria a privatização, como as das rodovias, pois gera competição. Hoje o custo do container em Santos é alto por causa do monopólio. A privatização geral é que vai solucionar esses problemas, como exemplo, as rodovias de São Paulo. Tudo que foi privatizado melhorou porque surgiu um mercado competitivo.


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Novo Ministro da Agricultura é engenheiro civil e pecuarista

AGÊNCIA BRASIL

Antônio Andrade, de Patos de Minas, no centro-oeste mineiro, é o novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O engenheiro civil e produtor de leite já foi deputado estadual e estava no segundo mandato como deputado federal pelo PMDB. Em 18 de março último, no auditório da Embrapa, aconteceu a cerimônia de transmissão de cargo do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, ao novo ministro Antônio Andrade (PMDB-MG). O deputado federal mineiro foi empossado pela presidenta da República, Dilma Rousseff, em 16 de março. Ao anunciar o desligamento da função de ministro por problema de saúde, Mendes Ribeiro Filho agradeceu o empenho dos servidores da pasta e do trabalho em conjunto com os produtores rurais. Mendes esteve à frente do Mapa de agosto de 2011 a março de 2013. Ele também ressaltou o papel do Governo Federal e da presidenta Dilma Rousseff no desempenho da função. “Se estamos colhendo a maior safra de grãos da história e resolvemos problemas históricos, é porque o Governo atuou de forma integrada, sob a coordenação da presidenta Dilma, injetando recursos para viabilizar crédito, seguro e infraestrutura aos nossos produtores”.

Antônio Andrade estava no segundo mandato como deputado federal pelo PMDB

Governo estuda financiamento para estocar etanol Com a perspectiva de um aumento na produção de cana-de-açúcar e na destinação dessa cana para a fabricação do etanol, o setor produtivo reivindicou uma linha de financiamento para estocagem do produto na safra 2013/14 que se inicia em abril deste ano. A solicitação foi feita nesta quinta-feira (14) durante a reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool, em Brasília. De acordo com o diretor do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cid Caldas, o assunto está sendo analisado pelo Grupo Técnico do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cima), composto por representaantes dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fazenda, Minas e Energia e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Esta linha de crédito foi disponibilizada na safra 2012/2013, porém não houve demanda em decorrência, principalmente, da pouca disponibilidade de etanol. Os representantes do Cima vão estudar os mecanismos para renovação desta linha de financiamento e definir as condições para que o produtor possa acessar este financiamento o mais breve possível. “O principal objetivo da medida é evitar a volatilidade do preço do etanol e aumentar a oferta do produto no período da entressafra”, comenta Caldas.

Câmara setorial e governo discutem mecanização no NE O setor sucroenergético e representantes do governo federal discutiram no último dia 14 de março, no Ministério da Agricultura, em Brasília, pleitos da atualidade, entre eles, a queima da cana e a mecanização no Nordeste. Para isso, dois representantes do setor do Nordeste foram convidados para explanar a situação da queima da cana na região. Djalma Euzébio, da Ridesa (PE) e Noel Lourenço, de Alagoas, explanaram sobre as questões técnicas relacionadas

a colheita manual e mecanizada. A queima da cana entrou na pauta por ser alvo de uma audiência pública do STF nos próximos meses. Outro assunto em discussão na ocasião foi a solicitação de verba federal para o financiamento dos estoques de etanol. Segundo o governo, em 2012 foram liberados R$ 4,5 bilhões e somente foram utilizados uma pequena parte disso, por isso contesta o novo pedido do setor, que pleiteia o mesmo valor para 2013.

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Fiscalização a caminhões superlotados de cana será mais rigorosa Ministério Público do Trabalho denuncia veículos que desrespeitam a legislação CARLOS ALBERTO PACHECO, DE

SÃO PAULO, SP

FREE

LANCE PARA O

JORNALCANA

Somada à precária malha rodoviária brasileira, que inclui as vias públicas, os caminhões que transportam produtos agrícolas praticam uma frequente irregularidade. O transporte das mercadorias, cujo peso está muito acima do que estabelece a legislação de trânsito, põe em risco a segurança do condutor e do pedestre. Caminhões que carregam canade-açúcar estão na mira da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, que reúne mais de 200 parlamentares das duas casas do Congresso Nacional. A frente recebeu uma denúncia recente do Ministério Público do Trabalho, que abriu sindicância para apurar a segurança dos motoristas que atuam nesse setor. Os parlamentares pedem mais rigor nessa fiscalização. “Nas regiões onde se cultiva a cana, esse problema acontece com frequência”, afirmou o coordenador da

frente parlamentar, deputado Hugo Leal (PSC-RJ). O Ministério Público apurou que os caminhões fora do padrão causam acidentes regulares – pelo menos um por semana – com mortos e feridos em quase todas as vezes. O peso além do limite permitido provoca o rompimento do eixo dos veículos. Em seguida, o caminhão tomba na pista ou pode chocar com outro veículo na mão oposta. O MP aponta algumas diligências realizadas em usinas situadas no Triângulo Mineiro. Nas vias de seu entorno, os fiscais identificaram caminhões transportando o dobro do volume de cana, ou seja, com peso acima de 74 toneladas. “Já encaminhei ofícios à Polícia Militar e à Polícia Rodoviária Federal para que tomem as devidas providências”, adiantou Leal. Ele enfatiza a necessidade de mais rigor no combate a esse tipo de ilegalidade que ameaçam a integridade dos usuários de rodovias, sobretudo as vicinais, que não suportam essa modalidade de transporte. Leal pretende elaborar mecanismos para aprimorar a legislação do transporte de cargas. O parlamentar sugeriu ao MP um encontro com os órgãos competentes no sentido de detectar as causas que levam a essa forma de irregularidade e quais seriam os meios disponíveis para evitá-las. “Caminhões que transportam mercadorias fora do padrão regulamentar devem ser imediatamente recolhidos”, preconiza Leal.

Caminhão circula abarrotado de cana e acima do peso permitido: na mira


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LOGÍSTICA & TRANSPORTES

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Hugo Leal acionou PM e Polícia Rodoviária Federal para tomada de providências

EM 2012, 185 VEÍCULOS FORAM AUTUADOS EM OURINHOS E ASSIS Não só na região do Triângulo Mineiro acontecem irregularidades no transporte da cana-de-açúcar. No dia 18 de fevereiro, uma fiscalização do Ministério Público do Trabalho constatou várias transgressões na colheita e no carregamento do produto no município de Paraguaçu Paulista (SP). A vistoria foi realizada na Usina Cocal. O tesoureiro do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Assis, Juarez Rodrigues da Silva, disse a uma emissora de TV que, por várias vezes, foi firmado acordo com a empresa, mas sem sucesso. Por isso, decidiram procurar o Ministério Público do Trabalho para intermediar a ação. A Polícia Rodoviária Federal costuma multar os caminhões que transportam irregularmente a cana no interior de São Paulo, mas, ainda assim, muitos deles saem dos canaviais com a carga acima do limite de segurança e da capacidade do veículo. Motoristas terceirizados também cometem a infração. Segundo a PRF, em alguns casos, parte da carga transportada fica fora da carroceria e pendurada. Em 2011, 563 motoristas que transportavam cana nas estradas das regiões de

Ourinhos e Assis foram multados. Já, em 2012, foram 185 veículos autuados. Não raro, a cana escapa dos caminhões e se espalha pela estrada, indo até o acostamento. Nas rodovias com praças e pedágios, funcionários das concessionárias fazem a retirada da cana e dos bagaços para não prejudicar a drenagem. Segundo a lei (Código Nacional de Trânsito), a cana deve ser transportada apenas dentro dos limites da caçamba. Assim, a carga não se desprende e cai na rodovia. Se o policial perceber que o veículo está passando dos limites legais de traseira, lateral e altura, ele deve proceder à autuação ou o recolhimento da documentação. Nesse caso, a responsabilidade recai sobre o condutor e depois sobre o embarcador. Em algumas decisões judiciais no País, são estipuladas multas para o descumprimento da lei: em linhas gerais, a Justiça obriga o embarcador a pagar R$ 2 mil por cada viagem irregular. Nas várias ações civis públicas ajuizadas por procuradores, leva-se em consideração a ameaça à segurança do trabalhador. (CAP)

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MERCADOS

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Prêmio MasterCana Social já tem inscrições abertas Evento acontecerá no dia 26 de agosto em Sertãozinho, SP ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

O Prêmio MasterCana Social promovido pelo Gerhai Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria, em parceria com a ProCana Brasil está recebendo as inscrições das empresas interessadas em participar da edição 2013. As inscrições estarão abertas de 18 de março a 30 de junho, por meio do preenchimento da Ficha de Inscrição, que estará disponível durante este período no site do Gerhai (www.gerhai.org.br). Podem participar usinas, entidades e empresas fornecedoras de produtos e serviços do setor sucroenergético do país. O MasterCana social acontecerá no dia 26 de agosto, durante o Prêmio MasterCana Centro-Sul, em Sertãozinho (SP). Segundo os organizadores, o objetivo do prêmio é incentivar, reconhecer e premiar práticas de gestão de pessoas e responsabilidade socioambiental das usinas sucroenergéticas do Brasil, como também das entidades representativas e das empresas fornecedoras de produtos e serviços ao setor, que contribuam para a promoção do bem-estar social e do desenvolvimento sustentável. As empresas poderão concorrer às seguintes categorias: Educação e cultura; Sustentabilidade e meio ambiente; Valorização da diversidade; Saúde ocupacional; Desenvolvimento humano; Qualidade de vida; Comunidade; Comunicação e relacionamento; Empresa do ano em Responsabilidade socioempresarial; Destaque Empresa

Fornecedora e Destaque Entidade. Alexandro da Silva Pereira, da Usina Santa Isabel, uma das vencedoras da edição 2012 na categoria Valorização da Diversidade com o projeto ParaLímpico, ressaltou que através dessa ação, a empresa conseguiu promover uma melhoria na qualidade de vida das pessoas com deficiência no município de Novo Horizonte (SP). “Pela terceira vez participamos do MasterCana Social e mais uma vez fomos agraciados pelo primeiro lugar”, revelou. Angélica Cristina Souza Borges da Usina Rio Pardo, vencedora em 2012 da categoria Desenvolvimento Humano Usina com o Projeto Pescar: Oportunidades que Transformam Vidas,

disse que a empresa realiza um trabalho com jovens, que visa mostrar que eles têm oportunidades na unidade. “Saber a importância do trabalho perante a comunidade e ser reconhecido é de grande valia para nós”, informou.

INSCRIÇÕES Os cases deverão ser enviados (impresso) em duas vias, acompanhadas de dois CDs ou DVDs com o arquivo de igual conteúdo ao que foi enviado impresso. Deverá ser salvo no formato Word (de acordo com as normas contidas no Manual de Instruções do Prêmio MasterCana Social) e um banco de imagens extras/diversas para utilização durante a divulgação dos inscritos, finalistas e

ganhadores. Os envelopes deverão vir lacrados e devidamente identificados com a categoria na qual irá concorrer. Endereço para entrega/envio dos trabalhos: Rua Piracicaba, 206 - Bairro: Jardim Mosteiro Cidade: Ribeirão Preto - Estado: SP - CEP 14085-360. A data máxima para postagem dos projetos é o dia 10 de julho de 2013, valendo para comprovação de envio a data do carimbo dos correios.

CRONOGRAMA DA PREMIAÇÃO Período de inscrições: 18 de março a 30 de junho Chegada dos materiais: até 10 de julho Análise dos cases: 20 de julho a 10 de agosto Divulgação dos finalistas: 15 de agosto Evento de premiação: 26 de agosto Mais informações: www.gerhai.org.br


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Segurança do trabalho deve ser prioridade de fato! Implementação de sistema de gestão e treinamentos frequentes estão entre as medidas necessárias RENATO ANSELMI, FREE

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CAMPINAS

JORNALCANA

A Segurança e Saúde no Trabalho (SST) no setor sucroenergético não pode ser relegada para segundo plano, alerta João Augusto Ribeiro de Souza, diretor executivo do Grupo de Saúde Ocupacional da Agroindústria Sucroenergética (GSO). Ele enfatiza que as empresas devem oferecer frequentemente treinamento a todos os envolvidos no processo de determinada atividade passível de ser questionada em relação às práticas de controle de riscos. Apesar dos problemas existentes na SST, João Augusto considera que o setor sucroenergético tem avançado nessa área. O próprio GSO tem contribuído para isto. “O grupo procura produzir informação para capacitação e reflexão dos profissionais de SST, objetivando sua aplicação no setor, cuja cultura é peculiar, sujeita a rejeição de modelos de outras atividades empresariais. Empresa sucroenergética é um universo a parte”, afirma.

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De acordo com ele, existem desafios a ser vencidos nessa atividade. Um deles é a necessidade de conseguir maior entrosamento técnico entre profissionais das diferentes especialidades que atuam em usinas e destilarias. O diretor executivo do GSO defende também a implementação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho nos moldes dos sistemas de gestão de qualidade, meio ambiente, responsabilidade social, para que

efetivamente, de forma documentada, sejam envolvidos todos os recursos humanos e projetos do empreendimento com ações de controle dos riscos. A questão comportamental é considerada fundamental para afastar as práticas inseguras das atividades desenvolvidas no campo e na indústria. “A conscientização em SST deve ser constante, em todos os níveis. Diretores, gerentes, supervisores precisam estar sintonizados com as práticas de controles

de riscos e devem ser avaliados quanto ao desempenho neste sentido”, afirma. Segundo ele, as falhas humanas se constituem em elemento substancial na ocorrência de acidentes, porém sempre são aliadas a não conformidades de manutenção, processo, gestão de pessoas. “Gerenciar talentos, equipamentos de última geração, processos tão caros requer reflexão sobre a natureza dos riscos, sua identificação, avaliação e controle adequado”, enfatiza.


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Adequação evita riscos a pessoas e patrimônio

Desafio é atender exigências de diferentes normas regulamentadoras As unidades sucroenergéticas têm o desafio de atender grande quantidade de exigências de diversas normas regulamentadoras (NR-35, NR-33, NR-31, NR-20 NR-12, NR-10, entre outras). A tarefa não é considerada das mais fáceis. “O que está determinado em norma regulamentadora do Ministério do Trabalho e Emprego é de cumprimento compulsório por qualquer empresa, independente das dificuldades que possam surgir diante das ações necessárias ao controle de situação de risco”, comenta João Augusto Ribeiro de Souza. De acordo com ele, as NRs estabelecem programas que conduzem ações de controle dos riscos de forma compreensível pelas partes envolvidas – empregadores e empregados –, atribuindo procedimentos e responsabilidades. O diretor executivo do

GSO enfatiza que o treinamento contínuo dos profissionais de segurança e de outras áreas, que é uma das exigências das normas, deve moldar as boas práticas. “O efeito é a redução das ocorrências que comprometam os recursos humanos e materiais da empresa”, constata. “Não é fácil dar conta de tanta demanda”, afirma Geraldo Marcondes Meirelles Neto, responsável pelo setor de segurança do trabalho da Usina São Domingos, de Catanduva, SP, ao avaliar a necessidade de implementação das medidas exigidas pelas normas regulamentadoras. “Cada vez mais a exigência aumenta e as unidades precisam se adequar”, diz. Segundo ele, a São Domingos, que sempre teve grande preocupação com a segurança, tem investido bastante nessa área. (RA)

A necessidade de adequação à NR-33 (espaços confinados) é um exemplo dos desafios que precisam ser superados pelas unidades sucroenergéticas para o cumprimento de medidas definidas pelas normas. O resultado desse trabalho, árduo e detalhado, acaba sendo compensador. “Se forem identificados todos os espaços confinados de forma organizada, menor será a possibilidade de ocorrência de evento danoso”, afirma João Augusto, diretor do GSO. Esse trabalho de identificação deve ser – esclarece - documentado e divulgado

para que haja inclusive o controle permanente das atividades nos espaços confinados. As ações nessa área devem ter o objetivo de criar condições para o bloqueio antecipado de qualquer atitude que possa colocar em risco pessoas e patrimônio. João Augusto observa que um programa de trabalho em espaços confinados visa nortear as atividades que poderão apresentar riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos, ou mesmo os provenientes da perda de controle de energia – mecânica, elétrica, etc. (RA)

João Augusto, do GSO: pelo controle permanente das atividades nos espaços confinados


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Questionadas, NRs acabam se tornando parceiras de usinas Exigências podem tornar serviços mais lentos, mas aplicação delas acabam sendo compensadoras por causa da segurança Exigentes, rigorosas, exageradas. Esses são alguns adjetivos que podem fazer parte de uma avaliação inicial, rápida e superficial de diversas normas regulamentadoras. Com o passar do tempo, as determinações passam a ser compreendidas de uma maneira mais clara e as NRs acabam se tornando parceiras e aliadas das áreas de segurança do trabalho das unidades sucroenergéticas. “A norma impõe alguma exigência que pode ser considerada, num primeiro momento, até mesmo como absurda. Mas, é possível observar posteriormente que aquilo é importante de fato. A gente chega a conclusão que a exigência está correta e se rende à norma. Fica claro que precisa ser feito o que está lá mesmo”, avalia Geraldo Meirelles Neto, da São Domingos. Segundo ele, a aplicação das NRs é positiva, pois realmente trazem segurança. Podem deixar o serviço – observa – mais

lento em alguns casos. “Aquilo que seria feito um pouco mais rápido, pode ficar mais travado para o cumprimento da norma. Mas, compensa em razão da segurança. Diminui o risco”, diz. No caso do trabalho em espaço confinado – exemplifica -, anteriormente

era só entrar no local e fazer o serviço. A partir da aplicação da norma é necessário abrir uma Permissão de Entrada e Trabalho (PET), contar com o vigia, entre outros procedimentos. O engenheiro de segurança do trabalho Geraldo Meirelles observa que a norma exige cuidados que

Treinamento prepara profissionais para trabalho em altura A preocupação do setor sucroenergético com as normas regulamentadoras pode ser demonstrada pelo aumento significativo de treinamentos nessa área. A Biocana - Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Energia -, por exemplo, promoveu um curso para formação de instrutores para trabalhos em altura, com o objetivo de criar condições para que unidades sucroenergéticas possam cumprir exigências da Norma Regulamentadora 35 (trabalho em altura). Com um total de 24 horas, esse treinamento reuniu nas dependências da Usina São

Domingos, de Catanduva, SP, 12 profissionais da área de segurança do trabalho de usinas associadas à Biocana. A NR-35 estabelece, entre outras medidas, que todas as pessoas que trabalham em altura recebam treinamento adequado. O prazo limite para o cumprimento dessa exigência foi 27 de março. A São Domingos participou do curso da Biocana com quatro técnicos de segurança do trabalho. “O instrutor recebeu um treinamento de 24 horas para ministrar um curso de 8 horas”, detalha Geraldo Meirelles. Segundo ele, o planejamento da

usina nessa área incluiu o treinamento de todos os funcionários que tenham possibilidade de trabalhar em altura. A quantidade de programas na área de segurança do trabalho, voltados à conscientização e preparação adequada de funcionários, está aumentando bastante, destaca Geraldo Meirelles. Além da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Sipat), a São Domingos realiza cursos periódicos, “Os treinamentos estão sendo muito importantes. Não tenho nenhuma dúvida em relação a isto”, ressalta. (RA)

muitos funcionários não estavam acostumados a adotar. “No início, a pessoa pode ser um pouco resistente. Mas, acaba fazendo e tudo flui bem. E o resultado é que há mais segurança. Se a norma não for cumprida, pessoas vão ser colocadas em risco desnecessariamente”, alerta. (RA)


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Diversas ações contribuem para a redução de acidentes Aprimoramento de normas, tecnologias de proteção e projetos de prevenção a incêndios diminuem riscos em unidades sucroenergéticas A segurança está cada vez mais presente nas atividades diárias de empresas. O próprio aperfeiçoamento das normas regulamentadoras está contribuindo para isto. “O trabalho em altura é um exemplo disso. O que se exigia anteriormente era cinto de segurança, essas coisas. Não se exigia um treinamento específico que inclui técnicas de escalada, de descida, de resgate. As tecnologias de proteção, como EPIs e as condições de andaimes, também são importantes. Esses cuidados, abordados nos cursos, auxiliam na segurança”, afirma Geraldo Meirelles, da São Domingos. O emprego de novas tecnologias é outro fator que ajuda a diminuir acidentes em unidades sucroenergéticas, de acordo com João Augusto Ribeiro de Souza, diretor executivo do GSO. “De modo geral, as usinas têm incorporado sistemas seguros, que se mantidos conforme os critérios estabelecidos nos projetos, nas normas legais e técnicas, contribuirão para

a redução dos acidentes laborais”, ressalta. O desenvolvimento e execução de projeto para a prevenção e combate de incêndios é outra iniciativa importante para diminuir acidentes e riscos nas atividades desenvolvidas na indústria e no campo. As ações nesta área devem incluir a formação de brigada, com integrantes bem preparados, bons equipamentos e sistema eficiente de distribuição de água

com canalizações, mangueiras e acessórios. Entre outros cuidados, há necessidade da elaboração de um layout para a definição de pontos estratégicos visando a instalação de hidrantes. “As usinas devem seguir as determinações técnicas e legais que são contidas nos projetos”, afirma João Augusto. É fundamental, nesse caso, instalar recursos materiais adequados –

alertam especialistas – e contar com pessoal habilitado para operá-los. A implantação do Plano de Auxílio Mútuo (PAM), que tem o objetivo de integrar usinas e destilarias de uma mesma região e o Corpo de Bombeiros para a realização de ações conjuntas, principalmente em situações emergenciais, é outra medida considerada importante para o combate a incêndios. (RA)


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Perigo de explosão também deve ser afastado do ambiente de trabalho Usinas e destilarias apresentam riscos por causa da presença e manipulação de substâncias inflamáveis e combustíveis Entre os diversos riscos que exigem atenção especial nas atividades de usinas e destilarias, o perigo de explosão requer a adoção de uma série de medidas para que sejam evitados acidentes trágicos que causam incêndio, destruição e até mortes. Como todo estabelecimento industrial, as unidades sucroenergéticas também correm risco de explosão que pode ser afastado por meio de gerenciamento nessa área. Além de vulnerabilidades que podem ser geradas por equipamentos, instalações e sistemas elétricos, as plantas industriais de usinas e destilarias apresentam riscos por causa da presença e manipulação de insumos, produtos inflamáveis e combustíveis, desde o bagaço de cana, produtos intermediários e finais como o próprio etanol - que é inflamável - e o açúcar - que é combustível. Para que sejam adotadas ações preventivas a explosões deve ser realizada a identificação das fontes de risco, observa o engenheiro eletricista Sérgio Rausch, consultor da Project-Explo, empresa especializada em atmosferas explosivas. Segundo ele, esse trabalho é consolidado por meio de levantamentos, estudos e geração dos desenhos de classificação de áreas, que são considerados indispensáveis para a seleção dos tipos de proteções requeridos para os equipamentos. Além disso, devem ser realizadas vistoria e adequação dos equipamentos que apresentam não conformidades. Com o objetivo de criar condições de segurança no ambiente de trabalho, as ações nessa área atendem também exigências da Norma Regulamentadora 10

(segurança em instalações e serviços em eletricidade), publicada em 2004 pelo Ministério do Trabalho, e da NR-20 (líquidos combustíveis e inflamáveis) revisada em 2012. A presença de gases, vapores, poeiras ou fibras em unidades produtoras de açúcar e etanol contribuem para o risco de explosão, explica Sérgio Rausch, que é também consultor técnico da Associação Brasileira para Prevenção de

Explosões (ABPEx). “A usina trabalha com o etanol que é um líquido que gera vapores explosivos. O próprio açúcar também explode, como a cevada em cervejaria, o café torrado e uma série de produtos. Fábrica de alumínio já foi pelos ares no Brasil, por causa da manipulação de pó de alumínio que é condutivo, com pressão de explosão muito maior do que a do açúcar”, relata. (RA)


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Vistoria geral indica necessidade do uso de proteções Levantamento identifica pontos de liberação de substâncias que apresentam riscos “A maior área de risco, em unidades sucroenergéticas, talvez seja a destilaria. Mesmo locais que são simples áreas de armazenamento apresentam riscos. Pó armazenado pode incandescer ao contato com qualquer superfície aquecida e acabar explodindo. O armazém de açúcar pode ter explosão e isto já ocorreu no Brasil”, diz o consultor Sérgio Rausch. “O primeiro passo, para afastar riscos é uma vistoria geral de toda a unidade industrial no sentido de identificar as substâncias que estão sendo manipuladas, verificar as características das máquinas e as condições em que trabalham o processo industrial”, enfatiza. De acordo com ele, é preciso fazer um levantamento das partes dos equipamentos que podem liberar

substâncias para o ambiente, como respiros, tampas que são abertas, flanges, válvulas de alívio, válvulas de dreno, pontos de tomadas de amostra. “Cada equipamento tem um ou vários pontos de liberação que devem ser identificados e analisados, para que seja verificado se representam risco ou não”, explica. Os resultados demonstram em quais locais existe a necessidade do uso de proteções. Há diferentes tipos que são indicados e definidos por norma brasileira. Um exemplo é o invólucro à prova de explosão, que é feito em liga de alumínio fundido. “Essa blindagem de alumínio impede que a atmosfera explosiva entre em contato toda vez que é acionado o botão liga/desliga. É um invólucro à prova de explosão para componentes elétricos”, detalha. O consultor da Project-Explo informa que existem muitas proteções normatizadas, como segurança aumentada, invólucro pressurizado, equipamento com segurança intrínseca, entre outras..

Para a realização do gerenciamento de riscos, as unidades sucroenergéticas precisam contratar empresas confiáveis, especializadas em atmosferas explosivas, observa Sérgio Rausch. A Project-Explo, por exemplo, tem mais de 30 anos de experiência nessa área, atendendo indústrias dos segmentos de petróleo, químico, petroquímico, pneus, resinas, tintas, açúcar, etanol, entre outras. “Esse plano de gerenciamento de riscos é bem detalhado, com uma infinidade de requisitos para atendimento das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho (NR-10 e NR-20)”, ressalta. Além do levantamento para identificação dos riscos, a Project-Explo realiza o treinamento de profissionais de diferentes áreas, como manutenção, operação, segurança. “O envolvimento da equipe é essencial para dar tudo certo. Há uma série de requisitos em relação aos EPIs, sinalizações, uso de ferramentas e equipamentos especiais para que todos os procedimentos sejam seguidos e executados de forma adequada”, explica. (RA)

Equipamentos devem estar em conformidade com a legislação O trabalho de gerenciamento de riscos inclui a verificação de equipamentos elétricos, instrumentos, telefones, transceptores, entre outros componentes. Além de serem adequados para o ambiente industrial, esses equipamentos precisam ser próprios para uso em atmosferas potencialmente explosivas e terem ainda certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro). Caso estejam em não conformidade com as normas e legislação, precisarão ser substituídos. “Haverá necessidade de regularização do que não está de acordo”, afirma Sérgio Rusch. Para isto, as unidades sucroenergéticas têm a possibilidade de acessar uma linha de crédito, conseguida junto ao BNDES pela Associação Brasileira para Prevenção de Explosões (ABPEx), que apresenta condições especiais. A associação tem inclusive o objetivo de divulgar para os diversos segmentos industriais a necessidade de cumprimento de leis e normas visando a prevenção, proteção, controle e supressão de riscos de explosões. (RA)


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Novo sistema de registro de ponto gera benefícios SREP emite comprovante para o trabalhador e evita alteração de dados RENATO ANSELMI, FREE

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CAMPINAS, SP

JORNALCANA

O Sistema de Registro Eletrônico de Ponto (SREP) tornou-se obrigatório, desde 1º de setembro, para as empresas – com mais de 10 funcionários – que utilizavam algum tipo de registrador eletrônico. Adiado por diversas vezes, o novo sistema – criado pela portaria Nº 1.510, de 21 de agosto de 2009 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) – sempre provocou polêmicas. O SREP pode proporcionar algumas dificuldades durante o processo de implantação, além de gerar custos para as unidades sucroenergéticas, mas torna-se vantajoso, pois teoricamente acaba com as reclamações trabalhistas improcedentes. A avaliação é de Adriano Cantadeiro, diretor da Markanti Tecnologia, de Ribeirão Preto, SP. Ele observa que o empregado de empresas, que adotam esse sistema, deve apresentar o tíquete emitido pelo equipamento denominado como Registrador Eletrônico de Ponto (REP) no caso de um processo judicial. O comprovante de Registro de Ponto

de Trabalhador deve conter a identificação do empregador, local da prestação do serviço, número de fabricação do REP, identificação do trabalhador contendo nome e número do PIS, data e horário do

registro de ponto. O colaborador deve receber um tíquete a cada vez que bate o ponto, inclusive no horário de almoço. O equipamento não pode emitir um comprovante diário. Na opinião de

Adriano Cantadeiro, o novo sistema beneficia o empresário em causas trabalhistas que poderiam favorecer o reclamante em situações duvidosas. No sistema antigo, o trabalhador pode alegar – argumenta – que era obrigado a bater o ponto em determinado horário. O REP não pode possuir – conforme a portaria do MTE – funcionalidades que permitam restringir as marcações de ponto ou mesmo que permitam registros automáticos de ponto. O novo sistema, que não possibilita alteração de dados, é também um aliado do trabalhador. “Qualquer modificação fica gravada. O equipamento possui memória de registro permanente”, comenta. O relógio-ponto, que integra o Registrador Eletrônico, tem de gerar um banco de dados com as informações da jornada de todos os funcionários. Os aparelhos precisam ter registro no Ministério do Trabalho. O empregador é responsável pela realização do registro. A obrigatoriedade do novo sistema de registro eletrônico é para empresas que utilizavam o sistema antigo de ponto eletrônico. Quem adota o registro manual de ponto não precisa migrar para o eletrônico. Segundo especialistas, o manual não possibilita a manipulação de dados referentes à jornada de trabalho. O antigo sistema eletrônico gerava uma planilha que as empresas conseguiam adulterar.


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Adriano Cantadeiro: algumas unidades retornaram ao ponto manual

SREP aumenta demanda por equipamentos Aparelho que resiste a trepidações pode ser instalado em ônibus e vans A entrada em vigor da portaria do Ministério do Trabalho e Emprego tem gerado grande demanda pelo Registrador Eletrônico de Ponto, equipamento de automação usado para o registro de jornada de trabalho, com capacidade para emitir documentos fiscais e realizar controles de natureza fiscal, referentes à entrada e à saída dos empregados nos locais de trabalho. De acordo com Adriano Cantadeiro, diretor da Markanti, algumas unidades sucroenergéticas retornaram ao registro manual de ponto. Mas, a perspectiva é a implantação do novo sistema eletrônico, em 2013, em diversas usinas e destilarias. A Markanti está oferecendo inclusive uma solução nessa área, que atende as normas e especificações exigidas pela portaria do MTE. Trata-se do SCI Bio Prox que é um dos menores equipamentos do mercado, revela Cantadeiro. Apesar de atender as necessidades de todos os setores das unidades

sucroenergéticas, o aparelho tem despertado grande interesse para ser utilizado no campo. “Foi desenvolvido para aguentar a trepidações, podendo ser instalado em ônibus, vans e outros veículos”, informa. A área de convivência é outra opção para a instalação do REP. O SCI Bio Prox atende equipes de trabalho rural ou mesmo em montagens industriais em áreas remotas. Requer baixo consumo de energia para operação, gerando pouco impacto na autonomia da bateria da veicular. “Pode ser adaptado no acendedor de cigarro”, esclarece. O SCI Bio Prox faz o registro eletrônico do ponto de duas maneiras: por meio de cartão de proximidade que utiliza radiofrequência e por biometria (impressão digital). Possui duas portas USB que facilitam a configuração do equipamento via pen drive. Uma delas é destinada para a descarga dos dados. E a outra tem a finalidade de emitir o Arquivo de Fonte dos Dados (AFD) para o Auditor Fiscal, atendendo exigência da portaria do Ministério do Trabalho e Emprego. Esse Registrador é dotado de impressora térmica, com corte automático do tíquete, que registra o nome do funcionário e a hora do registro. “A manutenção é simples, de baixo custo”, afirma o diretor da Markanti. (RA)

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Gerhai estreia programa de aprimoramento PDC é a grande aposta da nova diretoria, que busca aprimorar o trabalho e atrair mais participantes ANDRÉ RICCI,

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RIBEIRÃO PRETO, SP

Em 22 de fevereiro último estiveram reunidos colaboradores da área de Recursos Humanos para acompanhar a primeira reunião do Gerhai - Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria. O encontro contou com aproximadamente 50 pessoas, aconteceu na cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Beatriz Resende, nova presidente do Grupo, considerou positiva a participação dos profissionais neste início de ano, mas acredita que pode melhorar. “Ficamos satisfeitos com a nova energia que o Gerhai retomou, contando com pessoas que há muito não compareciam nas reuniões. Tivemos um bom quórum, mas queremos aumentar essa participação, visando maior integração e cenário para discussões estratégicas”, explicou. Os presentes puderam acompanhar a apresentação do planejamento estabelecido para 2013, que sofreu mudanças estruturais conforme informado pelo diretor executivo do grupo, José Darciso Rui, na edição de março do JornalCana. Temas como Saúde Ocupacional, Remuneração e Benefícios e Relações Trabalhistas/Sindicais estiveram entre os temas abordados pelas comissões de trabalho.

Nova diretoria do Gerhai: Heloísa Minto, Erotides

Ronaldo Marcheselli falou sobre o novo

Gil Bosshard, Luiz Doro, José Darciso Rui e Beatriz Resende, presidente

papel do profissional de Recursos Humanos

Contudo, coube a Ronaldo Marcheselli, da ADM - Archer-DanielsMidland Company, apresentar o primeiro módulo do Programa de Desenvolvimento Continuado, também chamado de PDC.

A iniciativa é a grande novidade do grupo neste ano, implantado como ferramenta de desenvolvimento dos participantes. “Gostei muito da proposta do Gerhai em tentar desenvolver ainda

mais os profissionais de RH para os desafios que estão por vir. Nesta palestra abordei exatamente isso, o novo papel do profissional de Recursos Humanos, focando mais a parte do conhecimento para oferecer soluções apropriadas para os negócios do dia a dia”, explicou o palestrante. Beatriz aponta a iniciativa como inovadora, e bem por isso, acredita que precisa de um tempo para adaptação. “O PDC é um produto que estamos apostando muito. Acho que como é algo novo as pessoas terão que se acostumar e nós também, até para chegar num formato ideal. Não sei se alcançaremos isto neste ano, mas vamos buscar e fazer da proposta uma alavanca de novos paradigmas em grupos informais de estudo de RH”, finaliza. Aos profissionais que comparecerem em no mínimo cinco reuniões, será oferecido um certificado de conclusão.


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Associados do Gmec conhecem novas tecnologias para o controle da frota Evento, realizado na Sotreq em Sumaré incluiu palestras, tour pela empresa e reunião ordinária do grupo de motomecanização RENATO ANSELMI, FREE

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LANCE PARA O

SUMARÉ, SP

JORNALCANA

A primeira atividade de 2013 do Gmec – Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético – foi realizada em 5 de março, no município de Sumaré, SP, em uma unidade da Sotreq que é uma das maiores revendedoras de produtos, sistemas e serviços Caterpillar do mundo. “A intenção é estar próximo ao cliente, trocar informações, construindo uma relação sólida”, afirmou Ricardo Fonseca, gerente regional de São Paulo da Sotreq, ao comentar a iniciativa da empresa em sediar o evento, que contou com palestras sobre tecnologias de controle de frota, tour pela oficina, armazém e Centro de Monitoramento de Condições (CMC) da Sotreq, além de reunião ordinária do Gmec. Pás-carregadeiras 938H, motoniveladoras 12k e 140K, escavadeiras hidráulicas, tratores de esteiras estão entre as máquinas Caterpillar disponibilizadas para o setor sucroenergético, segundo informações de José Roberto Bergo, gerente de filial São José de Rio Preto/ Araçatuba da Sotreq. Distribuída pela Sitech CB – pertencente ao grupo Sotreq –, o software VisionLink, voltado para o controle de operações e de manutenção de frota, é

Carlos Arantes: foco na redução de custos e na gestão eficiente

outra solução oferecida pela empresa, para usinas e destilarias. Esse software tem foco na redução de custos e na eficiência do trabalho dos operadores, de acordo com Carlos Arantes, consultor de

desenvolvimento de negócios da Sotreq/Caterpillar, que realizou palestra sobre o assunto durante o evento em Sumaré. Com dois anos no mercado, o

VisionLink já é utilizado em 5.100 máquinas de diversas marcas e está em constante aprimoramento visando o atendimento das necessidades dos clientes, conforme informações de Carlos Arantes. Essa solução conta com o suporte do Centro de Monitoramento de Condições (CMC) – localizado nas filiais de Sumaré e Contagem – que faz o gerenciamento da frota do cliente à distância, incluindo condições de operação e necessidades de manutenção. O VisionLink tem ainda duas ferramentas integradas: o Part Store, voltado para a cotação e compra de peças, e o programa SOS Web, que utiliza a análise de fluídos como recurso para o monitoramento da manutenção de máquinas. A partir da avaliação de amostra de óleo lubrificante enviada para o Laboratório SOS da Sotreq em Contagem, MG, ocorre a geração de um relatório de recomendações de manutenção, segundo João Flávio Boniaris, consultor de vendas SOS, da Sotreq, que fez palestra sobre o tema. A apresentação sobre as soluções para o controle de operações e de manutenção da frota, durante o evento em Sumaré, foi uma oportunidade para profissionais da área de motomecanização conhecerem novas tecnologias que têm a finalidade de criar condições para a elevação do rendimento operacional e a redução de custos, avaliou Marcelo Bassi, um dos coordenadores do Gmec e gerente de motomecanização da Usina São José da Estiva, de Novo Horizonte, SP. “De maneira geral, o evento possibilitou o estreitamento de um relacionamento que já existe no dia a dia por meio de contatos e de reuniões com profissionais de usinas”, ressaltou Ricardo Fonseca, da Sotreq.


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Primeira reunião do ano faz levantamento de temas importantes Plantio mecanizado, espaçamento combinado, mercado de peças paralelas são alguns assuntos que deverão ser discutidos pelo Gmec O levantamento inicial de temas que deverão integrar as pautas dos encontros e atividades do Grupo de Motomecanização do Setor Sucroenergético, durante a programação de 2013, foi um dos objetivos da reunião do Gmec – a primeira do ano – realizada na unidade da Sotreq em Sumaré. As dificuldades decorrentes da mecanização do plantio estão entre os assuntos que farão parte das discussões do grupo. A ideia é realizar, inicialmente, uma reunião do Gmec para que ocorra uma avaliação dos problemas operacionais gerados pelas plantadoras, observa Marcelo Bassi. O baixo rendimento dessas máquinas e a ineficiência na distribuição de mudas são algumas questões que precisam ser equacionadas. No caso do lançamento de toletes nos sulcos, a automatização poderá criar condições para que ocorra – propõe – uniformidade na distribuição. Em uma segunda reunião sobre o plantio mecanizado, os integrantes do Gmec

deverão expor aos fabricantes os problemas apresentados pelas plantadoras e sugestões para o aprimoramento desses equipamentos. O plantio com espaçamento

combinado – conhecido ainda como duplo alternado – está também despertando o interesse de profissionais da área. Em decorrência disto, o tema será debatido pelo grupo de motomecanização em 2013.

“A utilização desse sistema é uma tendência forte no setor”, afirma Marcelo Bassi. Segundo ele, existe um histórico de três anos, resultante da utilização do duplo alternado por parte de algumas usinas, que já pode ser avaliado. Com espaçamento predominante de 0,90 m x 1,60 m, o plantio combinado proporciona – avalia – melhor rendimento operacional e redução do pisoteio, entre outros benefícios. O mercado de peças paralelas também deverá ser abordado em reunião do grupo este ano. O objetivo é “homologar” – comenta o gerente de motomecanização da São José da Estiva – fabricantes que produzem peças de reposição de qualidade. Há muitos produtos nesse mercado que apresentam baixa performance. “As originais são muito caras, chegando a ter preços cinco ou seis vezes mais elevados dos que as paralelas”, constata. O cubo redutor de colhedoras é outra questão que tem preocupado os profissionais da área de motomecanização de unidades sucroenergéticas, conforme relato de participantes da reunião do Gmec em Sumaré. O produto tem baixa durabilidade, exigindo manutenções frequentes, o que interfere na disponibilidade da colhedora. Os materiais empregados nos reparos do cubo redutor apresentam custo elevado. Os integrantes do grupo também pretendem discutir esse assunto com fabricantes de equipamentos.


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Base larga evita o pisoteio e aumenta a longevidade da planta Sistema de plantio resolverá problemas causados pela mecanização, garante Victório Furlani Neto RENATO ANSELMI, FREE LANCE

DE

PARA O

CAMPINAS, SP

JORNALCANA

O plantio de cana-de-açúcar com sulco em base larga vai se tornar um marco para a cultura, equacionando diversos problemas decorrentes do processo de mecanização da colheita, segundo o engenheiro agrônomo Victório Laerte Furlani Neto, diretor da Qualimec – Qualidade em Mecanização Canavieira, de Araras, SP. O sistema evita o pisoteio das soqueiras, melhora as condições do canavial e, consequentemente, aumenta a longevidade das plantações, afirma Furlani Neto. De acordo com ele, o espaçamento adotado nesse sistema, de 1,80 ou 2,00 metros, possibilita que as máquinas e veículos trafeguem nos canaviais sem causar danos às soqueiras durante a operação de corte mecanizado. “Não há necessidade de fazer qualquer modificação na colhedora. O trator, o caminhão, a julieta não pisam na soqueira”, enfatiza. É

Desde 1982 Victório Laerte Furlani Neto pesquisa o sulco de base larga

preciso realizar adaptações na plantadora para o plantio em uma linha no sulco de base larga que mede – informa – “trinta centímetros no fundo e cinquenta na boca”. Existem diversas vantagens nesse sistema, garante o consultor de Araras. “No base larga, ocorre a distribuição das canas mais no fundo do sulco. As mudas têm mais espaço para se desenvolver. Saem a gema primária, a secundária, a terciária, sem uma atrapalhar a outra”, detalha. Segundo ele, se forem plantadas 20 mudas

Plantio mecanizado pela DMB 6.000 adaptada pela Renuka na Usina Madhu

no sulco convencional, que tem o formato da letra “V”, apenas 10 ou 11 brotam. “No sistema base larga, 16 ou 17 canas acabam vingando”, compara. A melhor distribuição das gemas no sulco possibilita também um melhor aproveitamento do adubo. Não é só isto. Com mais luz, a cana se torna mais grossa – comenta Furlani Neto –, o que significa um aumento do teor de sacarose. Essa planta não tomba, diz. No espaçamento duplo alternado, com sulco mais estreito – exemplifica – a cana afina devido à

competição pela luminosidade. Nesse caso, haverá mais cana por metro, com menos sacarose, mais palha e energia. No base larga, há também uma diminuição dos metros lineares de sulco. No sistema de plantio convencional com espaçamento de 1,50 metro, cada hectare tem 6.666 metros lineares de sulco. No espaçamento de 2 metros, o total é de 5.000 metros de sulco. Com isto, o percurso da colhedora é menor. “Só aí há uma redução de custos por tonelada colhida”, constata.


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Sistema é saída honrosa e técnica para equação antiga Pesquisas com o base larga começaram a ser feitas em 1973 por equipe do IAA/Planalsucar “Tenho certeza que vai dar certo. A gente tem que deixar marcada uma ideia nossa no setor. E a minha vai ser a base larga”, enfatiza Victório Furlani Neto. Ele esclarece que não costuma ser taxativo, dessa forma, em suas pesquisas e trabalhos. “Nunca falei desse jeito. Mas, esta é uma saída honrosa e técnica que estamos dando para o equacionamento do espaçamento versus o pisoteio das linhas de cana”, afirma. Algumas usinas têm manifestado interesse por esse sistema. Furlani Neto já iniciou um projeto na Usina São Fernando, de Dourados, MS, que tem a finalidade de plantar 2 mil hectares de cana no sistema com sulco base larga. “Fizemos a adaptação de equipamentos e começamos o plantio”, revela. Ele implantou, em 2011, o base larga em uma unidade sucroenergética do Grupo Santos em Jalisco, no México. “O primeiro corte, sem irrigação, deu 110 a 120 toneladas por hectare (TCH). O normal é 85 TCH”, informa. Apesar de se tornar uma alternativa

Plantio em sulco de base larga implantado na década de 70

para resolver problemas atuais provocados pela mecanização, o base larga começou a ser estudado na década de 70 pelo IAA/Planalsucar. . O próprio Furlani Neto fez parte de uma equipe coordenada pelo pesquisador José Fernandes (falecido), que foi o idealizador de um detalhado trabalho sobre este sistema. “Em um experimento, tivemos oito cortes de cana plantada no sulco base larga. No oitavo corte, o rendimento foi superior a 80 toneladas por hectare. Há uma longevidade muito

grande”, observa o diretor da Qualimec. As pesquisas foram realizadas na época do Planalsucar, porque os técnicos já demonstravam preocupação com o pisoteio das soqueiras, recorda Rubismar Stolf, outro integrante da equipe. “Algumas usinas usavam máquinas, no período do Proálcool, como mero complemento da colheita”, relata ele, que é professor do Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus de Araras.

Colhedoras eram utilizadas em terras arenosas que não apresentavam muito problema de compactação, ou mesmo no último corte, quando se achava que a área podia ser pisoteada a vontade, porque depois o solo iria mesmo ser descompactado. “As máquinas eram usadas também em plantações próximas de cidades por causa da queima”, conta. Segundo ele, apesar da antecipação desse problema, as maiores consequências só iriam aparecer quando a empresa adotasse 50% ou 100% da colheita mecânica. (RA)


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Colheita pode ser feita com máquina convencional Base larga diminui quantidade de impurezas minerais e eleva eficiência no corte mecanizado Se o base larga proporcionar uma longevidade maior e um desenvolvimento melhor em relação à atual performance dos canaviais, os resultados já serão bastante satisfatórios, avalia Victório Furlani Neto. “O mais importante é que a colheita da cana plantada no sistema base larga pode ser feita com máquinas convencionais já existentes no mercado. Simplesmente passam a operar do espaçamento de 1,50 m para o base larga, sem nenhuma alteração. Só tem vantagem: andam menos, colhem mais; há diminuição de custo e aumento de eficiência. Não há necessidade de uma colhedora especial”, ressalta. Na opinião de Furlani Neto, o base larga é mais vantajoso em relação ao duplo alternado que tem sido adotado por algumas unidades sucroenergéticas. Nesse sistema, que apresenta geralmente espaçamento de 0,90 m x 1,60 m, é preciso ter uma equipe de cultivo e máquina especial para a colheita. De acordo com ele, no duplo alternado, ocorre geralmente um aumento de impurezas minerais transportadas do campo para a indústria. “Isto ocorre devido às imperfeições do

VANTAGENS DO SULCO BASE LARGA •

• • •

nosso terreno”, comenta. No base larga, há uma redução de impurezas – afirma – porque é possível fazer o cultivo de maneira mais adequada. “O base larga e o duplo alternado são alternativas ao sistema convencional para o atual momento do setor. Mantêm a produtividade, com algumas vantagens. Não provocam pisoteio. Além disso, a colhedora anda menos”, avalia Rubismar Stolf, da UFSCar. Segundo ele, o que se percebe é que está havendo uma preferência pelo sulco duplo – como também é conhecido o duplo alternado – devido a uma decisão interna de algumas empresas. Esse sistema tem o mesmo principio – observa – do base larga em

relação ao pisoteio. “Só que em vez de alargar um sulco e esparramar canas no meio desse sulco, faz duas linhas, uma perto da outra”, compara. “O sulco duplo, a um metro de distância, não pode usar a colhedora convencional. É necessário abrir um pouco a boca para pegar duas linhas. No base larga não precisa fazer isto”, observa. Ele diz que o sulco duplo mais estreito, com espaçamento de 1,40 por 0,90 – exemplifica – não exige modificação na colhedora. Bastaria não fazer um sulco duplo tão largo. “Mas, as grandes empresas partiram para o sulco duplo de 1,60 por 1,00. Nesse caso, têm que mexer em alguns modelos de máquinas”, constata. (RA)

• •

Técnicas e equipamentos adequados reduzem problemas Existem diversas alternativas para reduzir a compactação do solo e evitar o pisoteio da soqueira na colheita mecanizada, além da escolha de um sistema de plantio adequado, segundo Rubismar Stolf. A utilização de pneus de alta flutuação, que reduzem a pressão no solo, é uma das opções. “A utilização da

colhedora de esteira também compacta menos o solo”, observa. A própria palha protege o solo e retarda a decomposição de várias toneladas de raízes do corte anterior, afirma o professor da UFScar. “Enquanto o solo tem raiz, não há compactação”, enfatiza. Há ainda a técnica de controle

por meio da adequação do transbordo que pode ter o dobro de espaçamento da bitola, passando de 1,40 m para 2,80 m. “Com essa medida, pode andar bem no centro da entrelinha e não pisotear a soqueira. É uma alternativa para quem não adotou o espaçamento base larga nem o duplo alternado”, afirma. (RA)

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Caminhamento de 5.000 m (2,0m) x 6.666 m (1,50m) ou 5.555 m (1,80m) Utilização de modelos atuais de colhedoras que a usina ou prestador possui: JD3520 ou Case 8.800 (transportadas pranchas comuns) Encanteiramento da lavoura sem pisoteio sobre linhas de cana Maior longevidade do canavial Tráfego facilitado em todas as operações mecanizadas na condução da lavoura Melhora a colheitabilidade e desempenho na colheita, mesmo em solos classificados como C, DeE Aumento na quantidade de colmos no stand final durante colheita Considerável aumento no peso dos colmos Permite desenvolvimento por fabricantes de distribuidoras ou plantadoras para 1 ou 2 linhas de base larga (1,80 ou 2,00m) Redução dos custos de: colheita, cultivo das socarias, distribuição de corretivos e fertilizantes, aplicação de herbicidas e transporte final a usina Tráfego facilitado em todas as operações mecanizadas na condução da lavoura Melhoria capacidade diária/máquina Redução de consumo de diesel e manutenção Redução de custos no corte, operações de transbordo e transporte

Elaborado pelo diretor da Qualimec, Victório Laerte Furlani Neto


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Associação de nutrientes amplia Fertilizantes foliares produtividade do canavial cobrem todas as fases de crescimento FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

SÃO CARLOS, SP

JORNALCANA

Nos últimos anos os fabricantes, através de suas divisões de pesquisa, têm oferecido ao mercado um número crescente de tecnologias de associação de nutrientes que proporcionam ganhos significativos de produtividade na lavoura canavieira. Uma característica inovadora, agora presente nesses nutrientes é a associação de macro e micronutrientes minerais com extratos vegetais, proporcionando resultados positivos. Um dos exemplos dessa categoria de fertilizantes é o Biozyme TF, produzido pela Arysta LifeScience, uma multinacional com sede em Tóquio no Japão, que é a maior empresa privada a nível mundial no mercado de proteção de plantas e ciências da vida. O Biozyme TF é um fertilizante líquido de tecnologia inovadora, contendo em sua formulação macronutrientes e também micronutrientes, como boro, manganês e zinco, combinados com extratos vegetais hidrolizados que vão promover melhor desenvolvimento e longevidade dos

canaviais. É uma solução adequada para tratamento de toletes no sulco para implantação do canavial e reúne características que associadas com produtos de proteção promove soluções eficazes com ganhos de produtividade e ATR. O uso de Biozyme TF promove condições mais favoráveis ao estabelecimento, desenvolvimento e durabilidade dos canaviais. Presente em mais de 125 países em todo o mundo, a Arysta LifeScience é especializada no marketing e distribuição de renomadas marcas de defensivos agrícolas e produtos de ciências da vida. No Brasil, a Arysta LifeScience atua há mais de 40 anos com uma história de sucesso e de importantes contribuições para o desenvolvimento da agricultura nacional. Para apoio aos usuários e recomendações de aplicação, a Arysta LifeScience conta com cerca de uma centena de representantes técnicos atuando nas principais regiões agrícolas do País, e além da Cana-de-açúcar a empresa atua fortemente nos mercados de Soja, Milho, Algodão, Hortaliças, Frutas e Pastagem.

A adubação foliar oferece produtos para todas as fases da lavoura. A Rigrantec Tecnologias Para Sementes e Plantas Ltda. é uma empresa localizada em Cachoeirinha-RS que desde 1995 desenvolve e comercializa produtos de alta tecnologia para obtenção de melhores resultados na agricultura. Atualmente a empresa já fornece mais de 55 produtos em variadas formas de apresentação: para Tecnologias de Aplicação, Nutrição e Colheita, Tratamento de Sementes, Corantes, Paisagismo e Especialidades. A Rigrantec oferece para a lavoura de cana-de-açúcar 6 produtos com diferentes finalidades que são aplicáveis ao condicionamento do solo, fertilização e antideriva para aplicação de produtos por via áerea, a saber: BioGain Cana Bzn é um condicionador de solo à base de ácidos húmicos e fulvicos com a adição dos micronutrientes Boro (B) e Zinco (Zn). È indicado para a melhoria da disponibilização de nutrientes do solo ao canavial, assim como para proporcionar um melhor desenvolvimento radicular das plantas. Micromix é um coquetel de micronutrientes quelatizados com EDTA e sua finalidade é fornecer esses elementos que são essenciais para o bom desenvolvimento da cultura. BioGain Algamino é um fertilizante foliar à base de algas marinhas e aminoácidos, que tem a finalidade de desestressar e desintoxicar a cultura em relação a estresses físicos, químicos ou ambientais. BioGain Amino K é um fertilizante foliar à base de Potássio (K) aditivado com aminoácidos. Esse produto tem a finalidade de disponibilizar o Potássio de modo que seja rapidamente absorvido na fase em que a cultura mais exige esse nutriente. Pronto Três é um fertilizante foliar à base de lecitina metilada de soja que possui a característica de apresentar uma forte ação penetrante no tecido foliar e igualmente reduzir a fitotoxicidade de químicos. Define é um produto anti-deriva à base de resina vegetal que possui como característica principal a redução da deriva e a evaporação em pulverizações por via aérea. Também diminui a quebra e respingamento de micro gotas no impacto sobre a folha, reduzindo em mais de 15 vezes a velocidade de retração das gotas no impacto. (FPM)

Bioestimulantes naturais são nova ferramenta de produtividade A Valagro é uma empresa multinacional de origem italiana especializada em soluções para o aumento de produtividade e com baixo impacto ambiental. A empresa está presente em mais de 80 países e é líder mundial na produção de bioestimulantes agrícolas. Através de sua experiência de mais de 30 anos em pesquisa e desenvolvimento em fisiologia vegetal, detém a liderança mundial no fornecimento de produtos naturais para atender todos os tipos de atividades agrícolas que incluem as culturas industriais, como cana, grãos, café, fruticultura, horticultura, ornamentais e gramados. A Valagro denomina de Geapower o nome dado à sua tecnologia exclusiva, baseada no conhecimento genômico para a sobre-ativação genética das plantas e, com isso, permitindo que desenvolva produtos únicos, exclusivos, a partir das potencialidades da própria natureza. Na cultura da cana-de-açúcar a Valagro do Brasil introduziu uma nova categoria de produtos voltados à obtenção de melhores resultados em produtividade e longevidade: os bioestimulantes (registrados no Brasil como fertilizantes organo-minerais).

O objetivo da aplicação desses produtos é obter uma maior brotação inicial e melhor perfilhamento, recuperação mais rápida das plantas em situações de estresse ou após a colheita e consequentemente evitar que haja uma perda acelerada do vigor com o envelhecimento do canavial. Os bioestimulantes a base de extratos vegetais propostos pela Valagro para a lavoura canavieira são: o Viva BR, para promover um crescimento maior e equilibrado das raízes e da parte área; Megafol, que é um ativador de crescimento e antiestressante e o Actiwave, que promove uma melhor absorção de nutrientes pela raíz. Quanto aos resultados obtidos, Haroldo Junqueira Franco, gerente de Marketing e Contas Chaves da Valagro do Brasil, afirma com satisfação: “Em testes oficiais e nas lavouras de várias usinas e de fornecedores, a aplicação de Viva Br aumentou a produtividade de 18 a 20% em média e a brotação inicial tanto na cana-planta como nas soqueiras foi maior e mais uniforme em 30 a 35%, promovendo um fechamento da cultura mais rápido

quando comparado às testemunhas”. “Foi constatado também que as canas tratadas apresentaram um sistema radicular mais forte e com maior volume. Inclusive sendo muito recomendados para as áreas de viveiro de mudas, tão importantes para a sustentabilidade da cultura e da própria atividade”, complementa Junqueira Franco. Os tratamentos com os produtos da Valagro empregam baixos volumes por hectare e podem ser associados às pulverizações convencionais e aplicados tanto nos sulcos de plantio, no caso de cana-planta, como na linha de plantio das canas-soca. Como destacado na última edição de nosso Jornal Cana a importância da questão da sustentabilidade para o setor, a Valagro orgulha-se em oferecer as mais respeitadas certificações internacionais, tão importantes para um setor exportador e que necessita buscar aumentos de produtividade, aliado ao baixo impacto ambiental. Certificações presentes nos produtos Valagro: ISO9001, ISO14001, ISO18001, Global GAP, HACCP, dentre outras. (FPM)


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Produtos com nano partículas promovem melhor crescimento do canavial

Fertilizantes fluídos de alta concentração ganham espaço A tecnologia de nano partículas ganha espaço. O Grupo Embrafer, em busca de soluções inovadoras para a agricultura, criou em 2009 a Fertec, empresa de nutrição vegetal, pioneira no uso da nanotecnologia em suas formulações e especializada na produção de fertilizantes fluídos de alta concentração. Instalada atualmente em uma ampla área de 8.500 m² no Distrito Industrial da cidade de Barretos - SP, a Fertec conta com a experiência de técnicos capacitados para atuar fortemente no desenvolvimento de novos produtos, visando práticas agrícolas mais sustentáveis. Seu mais recente lançamento é a linha de Corretivos Líquidos composta pelos produtos que receberam a denominação de NYon Solo Cal e NYon Power Mag, incluindo o Nyon Solo Cana, com formulação específica para a lavoura canavieira. Os principais benefícios proporcionados por esses produtos, além daquilo que é essencial em uma calagem, que são a correção da acidez do solo, neutralização do efeito fitotóxico do alumínio e elevação do potencial dos efeitos dos fertilizantes, são a sua maior eficiência e produtividade graças ao emprego da tecnologia de nano partículas, que proporcionam enorme facilidade de aplicação e a economia operacional.

Quando comparados ao sistema tradicional de correção de acidez, os Corretivos Liquídos Fertec possibilitam que apenas 5 litros do produto substituam 1 tonelada do calcário convencional, recomendação comprovada de instituição de pesquisa oficial. O NYon Solo Cana é uma suspensão concentrada dos principais micronutrientes, tais como: boro, molibdênio e zinco, para uso no sulco de plantio 0,6 L/ha, ou em área total em cana soca 1,0 L/ha. O NYon Solo Cal é um fertilizante com características de corretivo de acidez e fonte de cálcio de magnésio na proporção de 3:1, com dose de 5 a 15 L/ha no sulco de plantio ou em área total em cana-soca. O NYon Power Mag tem as mesmas características, mas na proporção de 1,5:1; dose de 5 a 15 L/ha no sulco de plantio ou em área total em cana-soca. Além desses produtos, a Fertec disponibiliza para a lavoura canavieira o Sponger Cana, que é um produto que atua como enraizador e retentor de água para uso no sulco de plantio ou em área total em cana-soca, na dosagem de 5 L/ha e o Vertex Premium RS que é um adjuvante à base de resina e polímero em substituição a óleo vegetal ou mineral nas pulverizações terrestres ou aéreas, com dose de 30 mL/100 L de água. (FPM)

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Gesso agrícola promove maior desenvolvimento das raízes em solos ricos em alumínio

Gesso agrícola diminui toxidez por alumínio O Gesso Agrícola é a denominação pelo qual é conhecido e comercializado o sulfato de cálcio (CaSO4.2H2O) obtido na fabricação do Ácido Fosfórico, usado para produção de fertilizantes fosfatados. Sua aplicação nas lavouras é muito útil como fonte de cálcio e enxofre, como condicionador de subsuperfície e para a correção de solos saturados com sódio (Na) ou potássio (K). A deficiência de Cálcio (Ca) em solos tropicais, associada ou não à toxidez de Alumínio (Al), muitas vezes ocorre não só na camada arável, mas também em subsuperfície. O uso do Gesso como

condicionador de subsuperfície, com melhor índice de distribuição, possibilita o aumento dos teores de Cálcio e a diminuição da saturação por Alumínio. Como a solubilidade do Gesso Agrícola é 150 vezes maior que a do calcário e o sulfato, que é a forma do Enxofre (S) encontrada no Gesso, é muito eficiente na translocação de bases, é possível, através da gessagem, diminuir a toxidez por Alumínio (Al) em profundidade ou subsuperfície, o que constitui uma verdadeira barreira química contra penetração das raízes, além de fornecer Cálcio, Magnésio e Potássio para camadas

mais profundas do perfil do solo, possibilitando um grande incremento no sistema radicular, tornando as plantas mais resistentes à secas, pragas e doenças e também mais produtivas. Os solos sódicos, que se apresentam notadamente na Região Nordeste, ou com excesso de vinhaça, como nas áreas adjacentes às usinas sucroenergéticas, são caracterizados pelo excesso de sais de Sódio (Na) ou Potássio (K) que prejudicam o sistema radicular das plantas, diminuindo seu rendimento final. A aplicação de Gesso Agrícola como Corretor de Solos diminui a toxidez devido a

substituição do Sódio ou o Potássio adsorvido à argila pelo Cálcio, que posteriormente são lavados na forma de sulfato de sódio ou sulfato de potássio pelas águas de irrigação. A Nutrion Agronutrientes é uma empresa especializada na comercialização do gesso agrícola através de seus Escritórios Centrais localizados em Jardinópolis-SP e Catalão-GO, com atuação em grande parte do território nacional. Os nomes comerciais de seus produtos para a agricultura são o Nutrigesso (gesso agrícola 17% S - 22% Ca) e o Supraphos (14% P2O5). (FPM)


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Herbicidas cobrem com precisão folhas estreitas e largas A aplicação de herbicidas em canaplanta e cana-soca pode ser feita em préemergência da cultura e das plantas infestantes ou em pós-emergência inicial. Quando a aplicação for realizada em pré-emergência da cultura e das plantas infestantes deve ser em área total. Caso seja em pós-emergência inicial pode ser aplicado em área total ou jato dirigido. Em pós-emergência inicial em área total, as plantas infestantes devem estar em pleno desenvolvimento com um máximo de 4 folhas para dicotiledôneas e 2 folhas para gramíneas, sob condições de alta umidade e temperatura acima de 21°C. No momento da aplicação em pós-emergência inicial, a cana deve estar na fase de máximo desenvolvimento de “esporão” (cana-planta) ou início de perfilhamento (cana-soca), por serem estes estágios em que a cultura é mais tolerante ao herbicida. Quando o porte da cultura estiver dificultando o perfeito molhamento das plantas infestantes ou do solo, recomenda-se a aplicação em jato dirigido a fim de se evitar o efeito guarda-chuva. Neste caso, a quantidade de produto deve ser calculada considerando as faixas de aplicação. Em pós-emergência usar doses mais baixas para plantas infestantes menores e doses mais altas para plantas infestantes maiores. A umidade do solo é necessária para uma boa ação do produto. O FortalezaBR é um herbicida seletivo com ação sistêmica, do grupo químico

Controle químico mantém o canavial limpo

tebutiuron, aplicado em pré-emergência, recomendado para controle de plantas infestantes, tanto de folhas estreitas, como capim-braquiária, capim-carrapicho e capim-colonião entre outros. Em folhas largas atua em Corda-de-Viola, Picão-preto, Guanxuma, além de outras espécies. O produto deve ser aplicado após o plantio em cana planta ou após o corte em cana-soca em pré-emergência das plantas daninhas, devendo ser aplicado apenas uma vez na cultura e em qualquer época do ano. Quando usado em solo úmido, atuará imediatamente no controle das plantas infestantes que começam a germinar.

Quando aplicado em solo seco, permanecerá na superfície do solo até a ocorrência de chuvas para começar a atuar no controle das plantas infestantes. O uso de cultivadores mecânicos, de dentes ou de discos não interfere na atividade do produto, desde que usados após a ocorrência de precipitação de 30mm. DemolidorBR é um herbicida seletivo de ação sistêmica, dos grupos químicos triazinona (hexazinona) e ureia (diurom), usado em pré e pós-emergência no controle de plantas infestantes na cultura da cana-deaçúcar, como Capim-colchão, Poaia-branca, Capim-marmelada, entre outros, atuando

tanto em pré-emergência como em pós emergência. Seu modo de aplicação se assemelha ao do FortalezaBR. A Ourofino, empresa química dedicada ao agronegócio, através de sua Divisão Agrociência oferece herbicidas aplicáveis à cultura de cana-de-açúcar. Esses produtos podem ser aplicados tanto por via terrestre como aérea seguindo as prescrições constantes em suas bulas. O BeloBR é um herbicida seletivo de ação sistêmica do grupo químico ureia, usado em pré e pós-emergência no controle de várias plantas infestantes nas culturas cana-de-açúcar.


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Novas tecnologias de fertilizantes foliares garantem melhor nutrição Resultados obtidos com fertilizantes foliares de alta tecnologia têm estimulado produtores de cana a aumentar a utilização destes produtos. “Hoje em dia, com o avanço da tecnologia no desenvolvimento de insumos e das operações, é natural que haja ganhos em produtividade, eficiência, economia e logicamente rentabilidade aos produtores. A competitividade do mercado exige que estes produtores busquem maneiras de obterem melhores resultados buscando recursos que não venham a onerar o custo de produção atual. E é desta forma que a Nutriceler tem firmado importantes parcerias com produtores de cana do Estado de São Paulo e Nordeste Brasileiro.”, afirma o Engenheiro Agrônomo Nelson Schreiner Júnior, Diretor Técnico e Comercial da Nutriceler, empresa importadora e distribuidora de produtos para nutrição vegetal sediada em Itapeva-SP. Prova disto é o aumento do volume de negócios da empresa. Júnior explica que em 2012, a Nutriceler teve aumento de vendas superiores a 50% em relação à safra anterior. Além do aumento do consumo por clientes atuais, a empresa aumentou as áreas de testes em novos clientes e vem desenvolvendo uma série de estudos junto a importantes instituições de pesquisas brasileiras, gerando resultados que além de comprovar a qualidade de seus produtos contribuem muito com o avanço da produtividade do setor canavieiro do nosso país. Apesar da Nutriceler ser uma empresa nova, os produtos que ela comercializa já são consagrados em diversos países líderes em produção agrícola, e no mercado brasileiro. Os negócios da empresa têm aumentado exponencialmente, justamente devido à tecnologia de ponta destes produtos. Júnior ainda explica: “Com a nossa tecnologia, o produtor tem possibilidade de garantir uma boa produtividade através de tratamentos nutricionais assertivos, onde podem fornecer os nutrientes certos, na

Tecnologias contribuem para a maior produtividade dos canaviais

hora certa, e de forma prática e econômica, através de tratamentos de substituição total ou parcial, complementação, e também no plantio da cana. Outro benefício que nossos clientes têm obtido é o melhor aproveitamento de nutrientes que já estão disponíveis no solo, através da aplicação foliar de produtos específicos que promovem uma melhor absorção radicular resultando em melhor aproveitamento de investimentos e melhores resultados de produtividade e qualidade de maneira sustentável”. Os produtores têm enxergado estas vantagens, e

investem cada vez mais neste tipo de tecnologia, pois o retorno é expressado através de competitividade, produtividade e qualidade. “No Brasil, o produtor de cana ou de qualquer outra cultura está cada vez mais consciente de que sem investimento, não há resultado positivo. E por isto, acreditamos que investimentos planejados em produtos de alta eficiência serão determinantes para o aumento da produtividade e da lucratividade do setor. É o que o produtor busca, e é o que nos disponibilizamos a fazer, sabendo do aumento do consumo de alimentos e energia em todo planeta.”, conclui Júnior. (FPM)


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“Melhor saída contra a ferrugem é trocar as variedades suscetíveis” ANDRÉIA MORENO,

DE

RIBEIRÃO PRETO, SP

Com a afirmação de que é preciso trocar as variedades de cana suscetíveis a doença da ferrugem alaranjada e marrom, o especialista Álvaro Sanguino, consultor da Asas, abriu sua palestra na tarde do dia 5 de março, na 1ª reunião do Grupo Fitotécnico em 2013, em Ribeirão Preto (SP). Sanguino afirma que existem mais de 200 variedades disponíveis no mercado mas mesmo assim, muitas usinas continuam plantando em boa parte de sua área, plantas suscetíveis como a RB 72 454. "Dentre essas creio que há mais de 150 variedades de cana resistentes à doença no mercado. Mas plantar novas variedades sem empregar tecnologia, não solucionará os problemas. Troquem essas antigas variedades pelas novas, pois os “melhoristas” trabalham em nosso benefício. Além disso, as variedades antigas foram selecionadas em outra realidade da época", diz. Para o especialista, não existe receita milagrosa para tratar doenças foliares. "Não acredito que vamos vencer a ferrugem com fungicida, pois não é possível um controle pleno, de 100%. A não ser que existissem fungicidas sistêmicos que durassem meses no campo. Temos que combater a ferrugem no início da vegetação da cana e evitar plantar mais 15% ou 20% de variedades suscetíveis nos canaviais, pois isso limita a capacidade de controle da doença, que é muito influenciada pelo ambiente", explica. Ele também chamou a atenção para um fato novo que está surgindo. "Muitas doenças antigas estão voltando aos canaviais. Teremos que nos preocupar com essas doenças e principalmente com as

perdas dos colmos ou seja, da matériaprima", lembra. Também deixou claro que a única cultura que ao longo dos anos perdeu produtividade foi a cana, já que outras culturas sempre partiram da produção por

meio de boas sementes. O evento também recebeu a presença do professor Modesto Barreto, da Unesp de Jaboticabal, que falou sobre Etiologia e Sintomatologia das Ferrugens da cana; a empresa DuPont apresentou sua

Álvaro Sanguino: mais de 200 variedades

Modesto Barreto, da Unesp

disponíveis e usinas plantam as suscetíveis

de Jaboticabal, também palestrou

contribuição para o tema; em seguida, aconteceu um debate sobre práticas culturais para o controle da ferrugem no canavial com depoimento de alguns produtores. O professor Modesto disse que um dos grandes problemas sempre foi a infestação por meio das pessoas, além das variedades suscetíveis. “Antigamente muitas pessoas tocavam na cana infectada e pensavam que o fato de sujar a roupa com os esporos significava que era ferrugem. Porém, os esporos eram carregados nas vestimentas, nos EPIs e isso causava estragos em áreas que ainda não eram infectadas”, revela. Outro fator que leva a confundir muitas pessoas a respeito da doença é a constatação por meio visual ou por lupa. “A ferrugem marrom ou alaranjada têm aspecto muito semelhante, ou seja, a marrom é um pouco avermelhada e a laranja é meio amarronzada, por isso é difícil diferenciá-las a olho nu. O melhor método de identificação é laboratorial”, reforça.


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SIMULAR ANTES DE COLHER Santa Adélia e São Martinho já aderiram aos treinamentos com simuladores FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE

SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR

DO

JORNALCANA

A rápida expansão do uso da colheita mecanizada trouxe a necessidade de se treinar operadores para as colhedoras de cana no menor espaço de tempo possível. Cientes dessa necessidade por parte dos usuários, fabricantes de colhedoras desenvolveram simuladores capazes de facilitar a capacitação de novos operadores para se familiarizarem com os diferentes comandos e recursos dessas modernas máquinas. Como elas possuem um alto grau de sofisticação, os simuladores torna-os aptos a aproveitar todos os recursos dessas colhedoras. A Case IH foi a pioneira no desenvolvimento desses simuladores, lançando um modelo para suas colhedoras A8000 que foi instalado em sua fábrica, em Piracicaba-SP, no ano de 2011. Em 2012 a Case IH forneceu um simulador idêntico para a Usina Santa Adélia, Unidade de Jaboticabal-SP, possibilitando assim promover um treinamento mais eficaz para o pessoal de suas duas unidades localizadas em Jaboticabal-SP e Pereira Barreto-SP (Interlagos). O equipamento é uma cabine das colhedoras A8000 com todos os seus comandos e a visualização do terreno é feita por meio de projetores multimídia que produzem uma imagem panorâmica à frente da cabine. A John Deere lançou em novembro de 2012 um simulador para suas

Simulador de Colhedora Case IH

colhedoras 3520, desenvolvido em parceria com o Southwest Research Institute, instituição norte-americana, que entre outros desenvolvimentos, produz simuladores para a aviação. Os simuladores da colhedora 3520 apresentam a singularidade de serem portáteis, sendo constituídos de um

assento e painéis de comando similares aos da colhedora. A visualização do terreno é feita através de um monitor LED colocado à frente do operador. Entre outras usinas, a São Martinho também aderiu ao uso de simuladores no treinamento de seus operadores, assim como instituições como o Senai e o Senar.

As vantagens do uso desses equipamentos, não se resumem na rapidez na capacitação de operadores, mas também proporcionam maior segurança durante o aprendizado, evitam o uso das máquinas que poderiam estar trabalhando no campo e economizam combustível.


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Unidade treina e qualifica funcionários e pessoas de comunidades vizinhas Em constante processo de evolução, tanto na área agrícola como industrial, o setor sucroenergético tem incorporado rapidamente várias novas tecnologias em todos os seus setores produtivos. Coerente com essa evolução e para que a operação e manutenção das modernas usinas se façam de forma satisfatória, dentro dos requisitos de produtividade, eficiência e conservação do meio ambiente, é imperativa a necessidade de formação de uma equipe altamente capaz e integrada. Isto requer que seu pessoal esteja capacitado e dotado de conhecimentos multidisciplinares que cubram todas as etapas do processo de produção, desde o campo até a indústria. Um dos desafios do setor sucroenergético é justamente a formação e capacitação de mão de obra adequada às suas atividades em curto espaço de tempo, principalmente agora que a indústria segue para novas fronteiras, distantes dos centros tradicionais de cultura canavieira, onde não há conhecimento prévio das técnicas empregadas na indústria sucroenergética. A Raízen, ciente dessas necessidades, desenvolveu um Centro de Treinamento Móvel para qualificação profissional de pessoal e que também ajuda a difundir tecnologias nas comunidades onde suas unidades produtivas estão sediadas. O Centro de Treinamento Móvel é dotado de equipamentos e ferramental

Interior do Centro de Treinamento Móvel Raízen

para que sejam ministrados cursos de mecânica, elétrica e automação, entre outros, dispondo de um completo sistema de ferramental e de recursos multimídia para a realização de aulas expositivas, além de climatização e mobiliário adequados à finalidade. Pela mobilidade e autonomia desse

Centro de Treinamento, as atividades didáticas podem ser realizadas em quaisquer locais, nas próprias unidades industriais ou nas cidades, sem que seja necessário o deslocamento dos alunos a grandes distâncias, o que sempre é um fator limitante para as atividades de formação profissional.

O propósito desse novo recurso de treinamento não é somente instruir e formar funcionários da empresa, mas também estender as aulas às comunidades vizinhas às suas unidades, despertando o interesse para as diversas atividades técnicas, trazendo desse modo uma relevante contribuição social. (FPM)


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Setor promove requalificação de 21 mil trabalhadores rurais O setor sucroenergético tem se destacado não apenas pela constante inovação tecnológica, mas também em políticas e ações voltadas à produção sustentável da cana-de-açúcar. Além de cumprir as metas do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, acordo assinado em 2007 por representantes do Governo de SP, empresários e trabalhadores rurais, um outro objetivo é a requalificação da mão de obra no campo. A gerente de Responsabilidade Social Corporativa da Unica, Maria Luiza Barbosa, revela que de fevereiro de 2010 a dezembro de 2012, mais de 21,7 mil trabalhadores da indústria canavieira aprenderam uma nova profissão, como a de Operador de Colheitadeira, Motorista Canavieiro, Soldador, Eletricista e Mecânico. “Os cursos oferecidos pelas próprias usinas foram criados nos moldes do Projeto RenovAção, que, sozinho, é responsável pela formação de 26% (5,7 mil pessoas) de todo o contingente requalificado até o final do ano passado,” realça Barbosa. Lançado em 2009 pela Unica em parceria com a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), o RenovAção tem como parceiros o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a Fundação Solidaridad e as multinacionais Case IH, FMC, Iveco e Syngenta.

Maria Luiza Barbosa, gerente de Responsabilidade Social da Unica

Concebido em módulos, esse Projeto da Unica tem o objetivo de não só requalificar, mas também para promover uma efetiva diversificação do perfil e crescimento profissional, por meio de cursos com aulas práticas e teóricas oferecidos por escolas de reconhecida reputação.

Os cursos são oferecidos com base nas demandas locais de cada região e visam promover os alunos de forma ampla e com maior integração na sociedade, incluindo conceitos de cidadania e empreendedorismo. Técnicos do Senai-Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e do Centro

Paula Souza coordenam o treinamento teórico e prático dos cursos do RenovAção, que são realizados em seis das maiores regiões produtoras de cana-de-açúcar do Estado de SP: Ribeirão Preto, Piracicaba, Bauru, Araçatuba, São José do Rio Preto e Presidente Prudente. O Módulo I do RenovAção requalifica trabalhadores para novas funções nas próprias usinas, como operador de colhedora, eletricista de trator e motorista de caminhão. O Módulo II, direcionado aos integrantes das comunidades, forma profissionais em horticultura, corte e costura e torneiro mecânico, de acordo com a demanda local específica de cada região. Em torno de 80% dos participantes dos 30 cursos oferecidos já se recolocaram no mercado de trabalho, e o aumento médio na renda destes trabalhadores foi de 61%, segundo dados da Unica. Com mais de 1,2 milhão de empregos diretos gerados pelo setor sucroenergético no Brasil, cerca de 500 mil são alocados em atividades rurais vinculadas exclusivamente ao cultivo da cana-deaçúcar. Apenas o Estado de São Paulo abriga mais de 20% dessa mão de obra, ou cerca de 110 mil trabalhadores. Assim, esse programa contribui não só para a requalificação da mão de obra, mas dá aos trabalhadores novas perspectivas de realização profissional, com impacto direto na qualidade de vida de suas famílias e da própria comunidade em que vivem. (FPM)


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Centros de convivência dão algum refresco aos trabalhadores A evolução empresarial e legislações específicas tem tornado o trabalho no campo mais seguro e confortável. Nos dias de hoje os trabalhadores rurais têm à disposição roupas e equipamentos de segurança apropriados ao seu trabalho e se deslocam até seus locais de trabalho por meio de ônibus dotados de características adequadas, com as ferramentas e demais utensílios alojados em compartimentos separados de forma a garantir a segurança pessoal. Uma das empresas que vem desenvolvendo carrocerias especiais para os trabalhadores rurais é a Rodotrem Implementos Rodoviários, empresa sediada na cidade de Araçatuba-SP. São carrocerias de convivência, dotadas de local para refeição, aparelhos sanitários e outros recursos para atender as necessidades dos trabalhadores rurais. Disponíveis em diversos tamanhos, essas carrocerias oferecem um local ao abrigo do sol, através de lona extensível em sua lateral, além de serem construídas com revestimento térmico, de modo a evitar o aquecimento de seu interior. O espaço interno destinado a refeições é formado por mesas e bancos perpendiculares ao comprimento da carroceria, variando as dimensões de acordo com o modelo da carroceria. Nesse espaço estão disponíveis reservatórios para água potável e água bruta para asseio de mãos, construídos em aço inoxidável e complementados por dispenser para sabonete liquido e toalheiro. O interior da carroceria é revestido com lâminas de PVC que facilitam o trabalho de limpeza e higienização e é dotado de janelas em vidro deslizante para proporcionar iluminação e ventilação. Na parte frontal da carroceria está situado o sanitário do tipo químico, acompanhados de uma pia de água bruta para lavagem de mãos, dispenser de sabonete e toalheiro semelhantes aos existentes, da área de refeição. Na parte inferior da carroceria, em compartimento fechado, ficam alojadas as mesas e cadeiras plásticas para uso externo quando não estejam sendo usadas, ou com o veículo em trânsito. Há também compartimentos para ferramentas e para as escadas de acesso aos recintos da carroceria, quando não estão em uso e junto à porta do espaço sanitário ficam as lixeiras plásticas para material reciclável e orgânico. (FPM)

Reboque e interior da carroceria de convivência


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Trabalho na cana exige equipamentos de proteção adequados

Trabalho no campo demanda proteção adequada Nos dias de hoje vivenciamos uma acelerada mecanização da lavoura de canade-açúcar em todos os seus aspectos. São colhedoras, plantadoras, equipamento de pulverização e novos implementos que são incorporados a atividade produtiva. Muito embora o corte manual da cana esteja sendo reduzido, há uma série de atividades onde os trabalhadores rurais estão presentes. Para execução dessas atividades a proteção e segurança do pessoal que lida no campo precisa estar garantida pelo uso de vestimentas e acessórios especialmente

projetados, segundo normas específicas, que são conhecidas pela sigla de EPI, ou Equipamentos de Proteção Individual. A X-5 Equipamentos de Proteção, sediada em São Paulo-SP, é uma empresa dedicada a fabricar equipamentos de proteção em raspa, grafatex, vaqueta, lona, aramida e desenvolve equipamentos de proteção especiais, através de uma equipe técnica experiente. Fabricando desde a matéria-prima até o produto acabado, a X-5 através de um processo exclusivo, realiza a impermeabilização que aumenta a eficiência

e a resistência de seus produtos. Seus produtos para o trabalho na cana são: Luva em Grafatex para a mão da cana, Luva para mão do facão, Perneiras inteiriças, curta e com joelheira e presilha confeccionadas “bidin” com talas em polipropileno e cabo de aço no metatarso, Mangote em Helanca, Touca tipo “árabe” com boné acoplado, Conjunto composto de calça e camisa em Helanca e Bainhas para facão tipo “Fachi”. Esses equipamentos de proteção são projetados e confeccionados de forma a proporcionar proteção e conforto aos

usuários. Uma outra Linha de Produtos da empresa é destinada a aplicação de herbicidas, sendo constituída de: Conjunto com Touca Tipo “Árabe” e Proteção em PVC na parte Inferior das Pernas, Conjunto com Capuz e Proteção em PVC na parte Inferior das pernas e Colete em Tecido com proteção costal almofadado e revestido com PVC. A empresa dispõe de uma Equipe Técnica apta a aconselhar seus clientes quanto ao uso de seus produtos proporcionando uma melhor relação custo/benefício. (FPM)


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GERAÇÃO COMPETITIVA! Até 2016, CTC pretende tornar planta de segunda geração tão competitiva quanto a de primeira ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

Com uma meta audaciosa, o CTC – Centro de Tecnologia Canavieira pretende em 2016 transformar a planta de segunda geração com custos de produção iguais aos de primeira geração. “O desenho do nosso processo é totalmente integrado com a usina de primeira geração para otimizar o custo de produção. De 2016 a 2020 será possível baixar o custo em torno de 10 a 20% em relação ao de primeira geração. Essa nova tecnologia só se tornará viável se produzir um etanol mais barato do que o de primeira geração”, enfatiza Oswaldo Godoy, gerente de projetos do CTC. Segundo ele, no futuro, o comprador poderá adquirir uma nova planta com um módulo de segunda geração ou as antigas unidades poderão comprar esse módulo separado. O projeto da empresa em etanol celulósico começou em 2007, inclusive com um contrato com a Novozymes na época. “Como a cana era a maior fornecedora de biomassa, e com a tendência do fim da queima, o CTC queria aproveitar principalmente a palha, transformando – a em etanol”, diz. Segundo ele, a tecnologia começou cara mas até hoje foi possível reduzir o custo de produção em mais de oito vezes. “As pesquisas continuam e temos uma curva de aprendizado para igualar ao de primeira geração”, lembra. Mas a primeira unidade industrial de

etanol celulósico do país entrará em operação em dezembro próximo e terá capacidade de produzir anualmente até 82 milhões de litros de etanol de segunda geração, em São Miguel dos Campos (AL). Neste projeto serão investidos R$ 300 milhões, sendo viabilizada pela parceria entre a empresa brasileira com a Beta Renewables e à Chemtex, ligadas ao grupo italiano Mossi&Ghisolfi (M&G), um dos principais fabricantes de embalagens PET do mundo. Alan Hiltner, vice-presidente da GraalBio, diz que a tecnologia já é economicamente viável em escala industrial. “É claro que existem riscos inerentes a todo projeto pioneiro, mas nossa projeção é que o custo de produção seja menor que o da primeira geração. Se houver apoio para pesquisa, o processo de produção de etanol celulósico pode se tornar ainda mais competitivo. Existe enorme espaço para desenvolvimento de matérias-primas com alta produção de biomassa, para otimização de processo e para aumento da eficiência na fermentação, dentre outros. Esta deveria ser uma agenda estratégica para o Brasil”, finaliza.

Terraplenagem e fardos de palha na GraalBio e Alan Hiltner (no alto, à esquerda): tecnologia já é economicamente viável em escala industrial

CTC investe em planta na Usina São Manoel O CTC assinou em janeiro último, um contrato com a usina São Manoel no interior de São Paulo, que abrigará sua planta de demonstração de etanol celulósico. O projeto, que vem sendo desenvolvido pelo CTC com recursos próprios desde 2007, contará com parte dos R$ 350 milhões, do Projeto PAISS Plano Conjunto de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico, com financiamento do BNDES e da Finep. A planta, cuja construção começará nos próximos meses, deverá estar pronta para operação em meados de 2014. A meta é que a unidade permaneça em fase de demonstração durante 12 a 18 meses. “Devemos terminar a construção em meados de maio e junho de 2014, com a partida no início da próxima safra”, lembra Oswaldo Godoy, gerente de projetos do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira

Oswaldo Godoy: planta processará em torno de 100 toneladas por dia de biomassa

Por ser uma planta de demonstração, comercialmente é considerada pequena, mas a nível de pesquisa é a maior do Brasil e uma das maiores do mundo, segundo Godoy. “Essa planta irá processar em torno de 100 toneladas por dia de biomassa, tanto de palha como de bagaço. De 12 a 16 meses após o início da produção vamos avaliar a robustez, a eficiência, custos competitivos, aumento de escala de equipamentos, pois são de 10 a 20 vezes menores que o comercial. Depois das avaliações, queremos ter tudo solucionado para disponibilizar ao mercado comercialmente, e a partir de 2016 começar a vender a planta”, diz. Segundo o CEO do CTC, Gustavo Leite, o projeto tem dois grandes diferenciais: ter sido desenvolvido especificamente para a biomassa (bagaço e palha) da cana-de-açúcar e ser totalmente integrado com a produção de etanol de

primeira geração já existente na usina. Carlos Dinucci, diretor-presidente da Usina São Manoel, explica que esta parceria é sinônimo de inovação e avanço do setor sucroenergético no Brasil. Segundo o CTC, a Usina São Manoel foi escolhida por seu histórico de inovação e excelência. “Em 2011 alugamos uma planta no exterior, na Suécia e rodamos numa escala piloto. O processo foi se demonstrando técnica e economicamente viável, e a última etapa seria a planta de demonstração. Tínhamos em torno de 20 parâmetros técnicos e selecionamos entre 30 usinas, dentro desses, a que mais se adequou foi a São Manoel. Assinamos a parceria em janeiro e o projeto começou em fevereiro último. Quando terminar essa etapa, começaremos as compras e a montagem entre agosto e setembro”, conclui Oswaldo Godoy, gerente de projetos do CTC. (AM)


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Pesquisa cria modelo matemático para a cana-de-açúcar ELZA FIUZA/ABR

Ferramenta analisa distribuição geográfica da produção e proporciona minimização do custo de transporte Pesquisa de doutorado realizada na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP criou uma ferramenta matemática para auxiliar o planejamento do processo de expansão da produção de cana-de-açúcar, analisando a distribuição geográfica da produção e, consequentemente, proporcionando a minimização do custo de transportes no setor sucroalcooleiro. O estudo do engenheiro José Eduardo Holler Branco teve como objetivo identificar e mapear as regiões ótimas para o plantio de novos canaviais, de forma a aumentar a competitividade logística para o escoamento da produção de açúcar e etanol. Para o desenvolvimento do modelo matemático levou-se em consideração como critério de escolha das regiões: o custo de arrendamento da terra, a produtividade de cada uma delas e o custo do transporte. O estudo teve como ponto de partida o trabalho realizado pelo Ministério da Agricultura (2010), intitulado Zoneamento Agroecológico da Cana-deaçúcar, para avaliar quais seriam as microrregiões ideais para a expansão da oferta de cana. No cenário denominado pelo estudo como “conservador”, a ferramenta identificou acréscimo de aproximadamente 600 milhões de toneladas de cana-deaçúcar no país para atender o crescimento da demanda de etanol e açúcar projetados para 2020 e 2021. Os resultados do modelo matemático recomendaram a alocação de grande parte da oferta adicional de cana para o Estado de São Paulo – principal produtor do setor –

comportamento justificado pela proximidade das áreas paulistas em relação aos principais mercados consumidores de etanol e portos de exportação de açúcar.

POTENCIAL Outras regiões também chamaram atenção dentre as indicações de expansão dos canaviais, como o estado do Mato Grosso do Sul, que revelou elevado potencial de exportação do etanol para o sul do país e para as bases de distribuição paulistas; o Paraná, para atender o mercado internacional por etanol e também as bases do sul; Minas Gerais, impulsionada pelo crescimento do mercado mineiro pelo biocombustível; e Goiás, que apresenta potencial para abastecer as regiões Norte e Nordeste, além de auxiliar no abastecimento das bases paulistas e mineiras. Quanto à expansão de cana-de-açúcar na região Norte

e Nordeste, merecem destaque as regiões da Bahia, Maranhão e Tocantins. Os cenários de análise ainda levaram em consideração os novos projetos intermodais de transportes anunciados no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal, como a Ferrovia Norte-Sul, a Ferrovia de Integração OesteLeste Bahia e Ferrovia de Integração Centro-Oeste; além do projeto de construção de um “Alcoolduto”. O uso dessa ferramenta fornece diretrizes para nortear o processo de expansão da cana-de-açúcar pelo Brasil, buscando a racionalização e a minimização dos custos logísticos e promovendo a competitividade dessa cadeia produtiva. “O estabelecimento de uma logística eficiente é primordial para aumentar o consumo de etanol no país e aumentar o potencial de exportação de açúcar. Dessa ótica, o ferramental desenvolvido gera subsídios

importantes para a elaboração de políticas públicas que venham direcionar o processo de expansão do setor sucroalcooleiro”, aponta Holler Branco. A tese Avaliação das localidades ótimas para expansão da oferta de cana-deaçúcar no Brasil: uma aplicação de programação inteira mista foi defendida por Holler Branco no último dia 14 de dezembro, com orientação dos professores Edson Martins de Aguiar, da EESC (que morreu no dia 25 de setembro do ano passado) e José Vicente Caixeta Filho, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. “O trabalho reforça a importância da modelagem matemática de localização para apoiar decisões de natureza estratégica, fundamentais para o incremento da sustentabilidade do segmento sucroenergético brasileiro”, enfatiza Caixeta Filho.


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BBE projeta e desenvolve soluções em geração de energia A BBE (Brazil Biomass Energy) é uma empresa pertencente à holding Brazil Energy. Esta holding integra o portfólio da EISA FIP, fundo de investimentos em participações registrado na CVM (Comisão de Valores Mobiliários), com capital 100% brasileiro e gerido pela Nova Investimentos. O Grupo Brazil Energy é uma empresa de participações e investimentos voltada para a geração de energia a partir de fontes renováveis (hídrica, eólica, biomassa), com ativos que excedem R$ 600 milhões, atuando há mais de uma década neste mercado, sempre buscando o desenvolvimento socioeconômico e autossustentável do país, aliado ao retorno financeiro em cada projeto. A BBE projeta e desenvolve soluções em geração de energia com compromisso de longo prazo, oferecendo soluções de alta performance e eficiência empregando tecnologia de última geração. Contam com o apoio de parcerias técnicas que possuem experiência de mais de 30 anos em implantação de projetos de geração de energia. Dessa forma, a estrutura da BBE permite a utilização de tecnologia avançada, confiável e competitiva em unidades de geração de energia à biomassa para aplicações agrícolas e industriais. Trabalhando em sintonia com fornecedores de biomassa, o que garante fornecimento seguro de biomassa durante o ciclo de vida do projeto, a BBE produz energia sustentável e com baixo nível de

Onório Kitayama, assessor para novos negócios

emissão de gases de efeito estufa (GEE). A atuação da BBE percorre todo o ciclo de investimento desde a avaliação técnica e financeira inicial, percorrendo o contrato de financiamento e estrutura de garantias até a construção e

comissionamento dos equipamentos. A BBE entende que ser sustentável é operar com consciência, responsabilidade socioeconômica e ambiental, em todo o ciclo de vida de suas atividades e incentivar toda a cadeia de suprimentos a se engajar e

compartilhar o compromisso com desenvolvimento sustentável. BBE - Brazil Biomass Energy S/A 21 2114.8450 www.bbe.com.br

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UMA FEIRA ARRETADA! 30º Simpósio da Cana-deAçúcar de Alagoas e 10ª Fersucro movimentam mercado do Nordeste em julho A 30º edição do maior evento técnicocientífico do Nordeste sobre a agroindústria da cana-de-açúcar e a décima Fersucro, considerada um das mais importantes feiras do setor sucroenergético do Norte/Nordeste, manterão a fama de serem eventos verdadeiramente arretados. Irão acontecer de 2 a 5 de julho de 2013 no Centro de Convenções de Maceió, Al. Serão quatro dias de palestras e mesas-redondas e três dias de exposições na feira. Os eventos têm tudo para atrair um número recorde de participação de público e de empresas expositoras, já que este ano as comemorações pelos 30 anos do Simpósio e os 10 da Fersucro devem gerar uma maior expectativa por parte de todo o setor.

SIMPÓSIO Com 30 anos de existência o Simpósio da Agroindústria da Cana-de-Açúcar de Alagoas é reconhecido nacionalmente como um dos mais importantes eventos técnicocientíficos do Brasil por reunir grandes nomes

Simpósio da Cana: eventos acontecerão de 2 a 5 de julho em Maceió/AL

do setor. Palestrantes nacionais e palestras técnicas serão o destaque do evento, que é organizado em parceria pela Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil – Regional Leste, a Stab Leste, e o Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, a Ufal, um dos mais renomados do país e um dos centros de pesquisas da Ridesa, Rede Interuniversitária de Desenvolvimento do Setor Sucroenergético. O encontro que deve reunir cerca de 800 pessoas tem o objetivo de discutir pontos importantes no crescimento das empresas, difundir e compartilhar experiências, conhecimentos e abordar temas estratégicos na gestão do setor sucroenergético brasileiro, preparando-as para a safra 2013/14. Durante os quatro dias serão realizadas no Simpósio mais de 50 palestras nas áreas

comum, agrícola, industrial e administrativa com expositores de vários Estados do país, entre eles Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Goiás. Também na abertura os congressistas poderão participar de uma grande mesa-redonda que abordará um tema ainda não definido. O XXX Simpósio será aberto no dia 2 de julho de 2013, às 9h. De 3 a 5 de julho o evento acontece das 8h às 15h. Em breve as inscrições poderão ser feitas através do site www.fersucro.com.br.

FERSUCRO A décima edição da Fersucro irá acontecer de 3 a 5 de julho também no Centro de Convenções de Maceió sempre das 15h às 21h. “Os estudantes, técnicos, professores e empresários que estiverem no

Simpósio terão a oportunidade de participar também da Fersucro, pois assim que acabam as palestras a feira começa. Lembrando que a exposição também é aberta ao público em geral”, salienta Cândido Carnaúba, presidente da Stab Leste e organizador do evento. Carnaúba destaca ainda a diversidade de empresas que estarão presentes à Feira. “Recebemos empresas e visitantes do Brasil inteiro e de outras partes do mundo. Participar da nossa Feira é ter a certeza de que grandes negócios serão feitos”. Em um espaço amplo, moderno e climatizado (Centro de Convenções será especialmente climatizado para a Feira) os visitantes poderão conferir a apresentação e desenvolvimento de novas tecnologias do setor, além da exposição de equipamentos, serviços e produtos, e ainda as palestras técnico-comerciais dos expositores. Estandes ainda estão sendo comercializados através da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil – Regional Leste, a Stab Leste, através do fone (82) 3327-9632 ou pelo endereço eletrônico stableste@stableste.org.br. O credenciamento para os visitantes será feito na bilheteria do Centro de Convenções, das 15h às 21h. Fersucro 82 3327.9632 www.fersucro.com.br


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Colheita mecanizada pede novos conceitos na recepção e preparo Cana picada e eliminação de lavagem exigem novas abordagens técnicas FULVIO PINHEIRO MACHADO, DE

SÃO CARLOS, SP

CONSULTOR

DO

JORNALCANA

O aumento acelerado da colheita mecanizada, particularmente nas áreas de expansão da cultura canavieira e na Região Centro-Sul, em substituição à queima da palhada e posterior corte manual tem estimulado técnicos e fabricantes a desenvolverem novos métodos de recepção da cana na indústria. Em decorrência desta nova técnica de colheita, pode-se afirmar que nos últimos tempos o setor de recepção e descarga nas indústrias é aquele onde acontece o maior número de modificações tanto em estratégia de trabalho como nos equipamentos propriamente ditos. Nas regiões de cultivo de cana mais tradicionais, é comum a existência dos dois sistemas em operação, em uma forma de transição. Nas regiões de expansão o corte mecanizado já atingiu 100% da área cultivada. Um outro aspecto que motivou ainda mais o desenvolvimento de novas soluções

Recepção de cana nas usinas muda com a cana colhida mecanicamente

na recepção de cana é o fim da lavagem, decorrente de práticas conservacionistas em relação ao meio ambiente e da impossibilidade de se lavar a cana picada, operação que pode provocar perdas de sacarose e introduzir microrganismos que atrapalhem o processo de fermentação para obtenção do etanol. Dentro dessa nova realidade as mesas alimentadoras, garras e outros acessórios para descarga e manuseio da cana vão se tornando coisas do passado, assim como há

tempos ocorreu com os prédios de estocagem em sequência às moendas dotadas de pontes rolantes para manuseio da cana guardada para o período noturno de moagem. O setor de preparo de cana é outro que está sofrendo modificações com o advento da colheita mecanizada. Como se sabe, o preparo da cana é uma operação fundamental nas usinas, pois dele dependem as moendas ou difusores para atingirem o maior grau de extração e também o

adensamento necessário da matéria-prima para que se mantenha a capacidade de processamento elevada na extração. Tradicionalmente, o preparo da cana é feito por picadores e desfibradores, sistema desenvolvido para operar com canas inteiras. No entanto, com a colheita integralmente mecanizada, hoje já há sistemas que empregam somente o desfibrador para o preparo de 100% de cana picada, dispensando o uso do picador.


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Sistema de limpeza a seco de cana inteira e picada pode ser aplicado em mesas ou esteiras A eliminação das queimadas e a substituição do corte manual pelo mecanizado trouxe uma nova perspectiva em termos energéticos que é o aproveitamento da palha como combustível. Paralelamente, na recepção da cana nas usinas, como recurso conservacionista, água não é mais utilizada no processo de retirada das impurezas orgânicas e minerais que acompanham a cana desde o campo. Focadas nessas mudanças de procedimentos para a colheita e recepção da cana, a Sermatec Zanini com tecnologia Empral Jaboticabal oferece um Sistema de Limpeza a seco que pode operar tanto para canas inteiras, vindas do corte manual, como para as picadas resultantes do corte mecanizado, o que é particularmente vantajoso para as usinas que operam nas duas modalidades de corte. Esse Sistema ainda possui a vantagem adicional de possibilitar o aproveitamento da palha como combustível adicional ao bagaço para queima nas caldeiras, possibilitando a geração de um excedente energético que pode ser comercializado. A instalação desse sistema de limpeza a seco pode ser feita em mesas ou esteiras

transportadoras e sua operação é baseada em ventilação de baixo para cima, sendo as impurezas direcionadas a uma câmara separadora. Os equipamentos desse Sistema ocupam pouco espaço, o que traz a vantagem de não necessitarem de uma área adicional extensa ou grandes mudanças no layout do setor de recepção de cana da usina. São diversos os benefícios trazidos pela instalação do sistema de limpeza a seco para a eliminação das impurezas tanto vegetais, como minerais que acompanham a cana desde a lavoura. Entre esses benefícios estão: Redução do desgaste de mesas e transportadores; Aumento da capacidade de processamento no preparo e extração pela redução de material inerte; Redução do desgaste em picadores, desfibradores permitindo um aumento do tempo útil entre paradas para trocas de facas e martelos; Redução do desgaste nas moendas e seus componentes; Diminuição de impurezas no caldo que possam interferir no processo de produção do açúcar, como dificultar a clarificação ou aumentar a cor do açúcar, ou ainda dificultar a fermentação na produção de etanol. (FPM)

Sistema de limpeza a seco

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Limpeza de impurezas orgânicas e minerais ainda são desafios com o fim da lavagem da cana Embora vantajosa sob o ponto de vista logístico pelo aumento da densidade de carga, transporte e por facilitar a descarga, a cana picada decorrente do corte mecanizado também trouxe algumas dificuldades para a indústria. A mais relevante é o aumento de impurezas orgânicas, como pontas e palha e também minerais, como frações de solo que são transportadas com a cana após a colheita e carregamento, principalmente durante o período chuvoso. Porcentagens elevadas de matéria orgânica acabam por diminuir a capacidade do setor de extração e são também um peso morto que está sendo transportado para a usina, resultando em um desperdício que pode atingir uma cifra considerável ao fim da safra. As impurezas minerais também constituem um problema, pois podem prejudicar setores da indústria, como o preparo do caldo, aumentando os custos para a produção de um açúcar de qualidade e mesmo a produção de etanol por interferência na fermentação. Além disso, essas impurezas podem contribuir para o aumento da abrasão e corrosão, causando desgaste prematuro em esteiras, correntes, bombas e equipamentos de processo, além de facas e martelos do sistema de preparo e nos rolos da moenda e seus componentes. Como a cana picada não pode ser lavada, pois haveria uma severa perda de sacarose pelas faces expostas do colmo, além de apressar sua deterioração, novos métodos de promover a retirada das impurezas têm sido desenvolvidos. São os chamados sistemas de limpeza a seco, resultado do trabalho de pesquisa de técnicos e fabricantes com o intuito de eliminar, ou ao menos reduzir consideravelmente, o teor de impurezas da cana sem o uso de água de lavagem. Os vários sistemas em uso ou em

Colheita mecanizada muda estratégias de recepção de cana na indústria

desenvolvimento, são baseados em duas técnicas distintas, que podem ser usadas em conjunto ou separadamente. A primeira delas é o tombamento sucessivo da cana picada por meio de plataformas inclinadas semelhantes às mesas alimentadoras, ou através de uma sucessão de esteiras que ao descarregar a cana de uma a outra eliminam as impurezas. O outro método é o da ventilação, onde um fluxo de ar propriamente direcionado sopra a cana com finalidade de retirar as impurezas.

Esses métodos podem ser combinados e também separar as impurezas minerais das orgânicas, o que é especialmente interessante para o aproveitamento da palha como combustível em adição ao bagaço. Nas usinas já existentes, principalmente naquelas onde a área industrial tem dimensões restritas, a adoção de sistemas de limpeza a seco requer um projeto cuidadoso, pois devido a maior área a ser ocupada por equipamentos e esteiras, podem ser necessárias significativas alterações no layout do setor de recepção de

cana, incluindo relocação de edificações e alteração das vias de trânsito dos caminhões de cana. Embora a colheita mecanizada possa trazer dificuldades que necessitem de novas abordagens e estratégias na indústria, suas desvantagens são nitidamente superadas pelas vantagens dessa nova modalidade de colheita, que adicionalmente pode contribuir para o aumento da rentabilidade através da comercialização da energia excedente na forma de cogeração, através da queima da palha adicionada ao bagaço. (FPM)


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Preparo da cana é essencial para extração adequada O preparo da cana é essencial para que o setor de extração, seja ele composto por moenda ou difusor, tenha um rendimento adequado tanto em termos de extração, como de capacidade de processamento. Facas niveladoras, picadores e desfibradores são equipamentos que executam um trabalho pesado e necessitam de acionamentos robustos e que trabalhem continuamente sob condições severas. Com a crescente eletrificação do acionamento de moendas, os motores elétricos também estão sendo empregados em substituição às turbinas a vapor no acionamento dos equipamentos do preparo de cana. A WEG, empresa multinacional brasileira sediada em Jaraguá do Sul-SC, é bastante conhecida no setor sucroenergético pelo fornecimento de motores elétricos aplicáveis aos seus vários setores de processo, entre eles, o de preparo da cana. Para os jogos de facas e desfibradores a WEG oferece duas opções de motores para acionamento que são aplicáveis de acordo com as características dos equipamentos de cada cliente: rotores tipo gaiola e rotores bobinados, também conhecidos como de “anéis”. Esses motores são disponíveis em

Motor WEG no acionamento de desfibrador

potência de até 50.000 kW e tensões de até 13,8 kV. Os motores com rotores do tipo gaiola são versáteis e além de possuírem uma excelente performance, necessitam de baixa manutenção e reduzido investimento, o que os torna uma opção adequada para acionamentos do preparo. Os motores com rotores bobinados proporcionam um elevado torque com uma

corrente reduzida na partida, características essas adequadas ao acionamento de picadores e desfibradores, equipamentos que devido à grande massa e natureza da operação apresentam grande inércia e conjugados de resistência elevados. Esses motores podem ser fornecidos com escovas fixas onde é necessária a permanência de resistências externas ao circuito rotórico. Outra opção é o uso de

escovas motorizadas ou manobráveis, onde as resistências externas são inseridas apenas para partir o motor e as escovas ficam em contato com os anéis coletores somente durante a partida do motor. Após entrar em regime de funcionamento, o rotor é curto-circuitado e as escovas são levantadas automaticamente e o motor passa a operar como motor de rotor de gaiola. (FPM)

Desfibrador único simplifica e reduz custos A introdução dos desfibradores como equipamento de preparo de cana em adição aos picadores ao final da década de 70 foi fundamental para que se obtivessem os atuais índices de extração de sacarose na indústria sucroenergética. Imprescindíveis para a operação dos difusores, os desfibradores também possibilitaram uma significativa melhora no desempenho das moendas, tanto quanto na eficiência extrativa, como na regularidade da moagem. A Empral Piracicaba, empresa responsável pela introdução de diversos novos conceitos e aperfeiçoamentos nos sistemas de preparo e extração, como o uso de ternos maiores na entrada e saída dos conjuntos de moagem desenvolveu um desfibrador aplicável às usinas que recebem cana 100% picada, colhida mecanicamente. Trata-se do Desfibrador Vertical Único, ou DVU®,que é fabricado pela Simisa de Sertãozinho-SP. Ao contrário do sistema clássico de recepção por mesas alimentadoras, esteira metálica, picadores e desfibrador, com o

Desfibrador DVU®

DVU® elimina-se a esteira metálica, também conhecida como “esteirão” e os jogos de facas que antecediam o desfibrador.

Nesse sistema, a cana picada proveniente do campo é descarregada diretamente em uma esteira metálica curta que alimenta uma de borracha que se

encarrega de atender diretamente o Desfibrador DVU®, pois não há mais a necessidade de facas niveladoras, picadoras ou rolos alimentadores e espalhadores. O Desfibrador DVU® é apresentado em três opções de índice mínimo de células abertas (open-cell) de 80, 85 e 90% com capacidade de até 1.400 TCH. Sua manutenção é simplificada pela adoção de um sistema hidráulico patenteado para sacar os martelos do interior do desfibrador, que também foi desenvolvido pela equipe técnica da Empral Piracicaba, denominado SMH®. O uso do Desfibrador DVU® apresenta a vantagem de simplificar enormemente o sistema de recepção de cana na usina, eliminando esteirões, jogos de facas e seus respectivos acionamentos e acessórios, o que representa uma economia de até 45% no investimento em relação ao sistema convencional de picador/desfibrador, além de promover uma redução de 20% nos custos de manutenção e 24% no consumo de energia. (FPM)


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UM TERNO, OU ROLO A ROLO Flexibilidade é atributo do acionamento de moendas por motores elétricos FULVIO PINHEIRO MACHADO, CONSULTOR

DO

DE

SÃO CARLOS, SP

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Embora motores elétricos de alta potência já estivessem disponíveis há muito tempo e portanto passíveis de serem utilizados nos acionamentos de moendas, havia uma característica que favorecia as turbinas no passado, que era a possibilidade de regular sua velocidade facilmente, ao contrário dos motores. Foi somente a partir do desenvolvimento da eletrônica de estado sólido, chegando aos semicondutores de potência é que foi possível, não só controlar eficazmente motores de elevada potência, tanto em baixa como em média tensão, mas também executar sistemas de partida e proteção programáveis através de inversores de frequência dotados de microprocessadores. Essas facilidades proporcionadas pelos inversores eliminaram as limitações que os motores elétricos tinham em relação às turbinas quanto a variação de velocidade, possibilitando plenamente seu uso em acionamentos de moendas. Além de possuírem um maior rendimento de conversão de energia, os motores elétricos possibilitam instalações mais compactas, uma vez que possuem rotação de trabalho inferior ao das turbinas, diminuindo a necessidade de reduções intermediárias até ao

Motores elétricos no acionamento individual dos rolos de moenda

acionamento dos rolos da moenda. Como vantagem adicional, os motores também permitem usar fundações mais simples e menos volumosas do que os acionamentos clássicos, resultando em economia de materiais e tempo de implantação. Outra característica vantajosa dos motores é dispensar as elaboradas tubulações de vapor e seus acessórios como é o caso das turbinas. A flexibilidade de seu uso permitiu o uso de novas modalidades de acionamento, que vão desde o terno completo da moenda, incluindo o rolo alimentador ou “press-roller”, passando pelo acionamento de apenas um rolo, no caso de repotencialização de moendas existentes,

até o acionamento individual de cada rolo de um terno de moenda. Essa última opção permite que a velocidade de cada um dos rolos seja ajustada individualmente de acordo com a estratégia de operação da moenda e é particularmente interessante no caso de moendas de grande porte, onde o acionamento rolo a rolo pode empregar motores individuais de menor potência e baixa tensão, resultando em uma opção mais econômica e flexível em relação ao acionamento por um só motor de grande potência, que necessariamente deveria ser de média tensão, com sistemas de controle e proteção mais onerosos.


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Mercado oferece opções de eletrificação para integrar sistemas O Grupo WEG, uma empresa nacional que ao longo dos tempos se tornou multinacional, com fábricas na Argentina, México, China, Portugal, Índia, Áustria e Estados Unidos e que também possui o controle societário de várias empresas brasileiras, fornece uma linha completa de equipamentos e acessórios para eletrificação do setor de preparo e extração para usinas sucroenergéticas. Essa linha inclui motores elétricos, inversores, painéis, transformadores e sistemas de controle e automatização especialmente aplicáveis no acionamento de picadores, desfibradores e moendas. Para as moendas, seja no acionamento de um terno completo, ou dos rolos individualmente, A WEG oferece motores acionados por inversores, que possibilitam o controle do torque em toda a faixa de rotação dos motores, comunicação em redes e interfaces de operação, possibilitando o controle de todos os parâmetros à distância, como, por exemplo, em um Centro de Operações Integradas. Esses motores cumprem as exigências do acionamento de moendas por permitir variar a velocidade de cada rolo, no caso de acionamento individual, girar em sentido inverso, o que é útil em caso de eventuais embuchamentos de ternos. Em caso de sobrecarga, os motores têm proteção total, com parada imediata.

Sistema em operação na Usina Coruripe, de Campo Florido, MG

O uso de motores no acionamento de moendas facilita a medição de parâmetros como rotação, potência e torque, simplificando também a automação da operação. A manutenção dos motores é mais simples e sua instalação inicial requer menos obras civis e fundações menos complexas do que no caso de turbinas a

vapor convencionais. A WEG também fornece sistemas completos de automatização para os setores de preparo e extração, incluindo sistemas supervisórios e comunicação com Centros de Operações Integradas. Complementando a linha de equipamentos para eletrificação de moendas, no caso de motores de média

tensão, a WEG também fabrica Cubículos que são resistentes a arcos internos e garantem a segurança na operação. Possuem intertravamentos entre a porta do compartimento do disjuntor e seu carrinho de extração. O disjuntor utilizado dispensa manutenção e pode ser colocado na posição “extraído” sem necessidade de abrir a porta. (FPM)


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Motores substituem turbinas no preparo e extração Após um passado onde por décadas reinaram absolutas no acionamento das moendas e preparo de cana das usinas produtoras de açúcar e etanol, as turbinas a vapor estão cedendo lugar aos motores elétricos. Vários fatores foram responsáveis por essa mudança de preferência, como o aumento da capacidade produtiva e da eficiência energética, assim como, a própria evolução tecnológica ocorrida em diversos equipamentos e acessórios das indústrias. O aumento da capacidade de moagem sempre foi um desafio para os técnicos fabricantes. A princípio isto foi realizado através do projeto e fabricação de moendas de bitolas maiores. Posteriormente várias unidades produtoras multiplicaram seus conjuntos de moagem, chegando algumas vezes a ter mais de quatro moendas em uma só indústria. As safras eram relativamente curtas quando comparadas às de hoje, o que possibilitava a manutenção desse número elevado de moendas durante a entressafra. O principal desafio enfrentado pelos técnicos e fabricantes sempre foi o de como processar mais cana por uma dada bitola de moenda, já que essa matériaprima era muito desuniforme quanto a quantidade e de densidade muito variável, dificultando enormemente a apreensão pelo primeiro terno de moagem. Preparo de cana com múltiplos jogos de facas, “bicões” e esteiras de alimentação forçada eram as ferramentas disponíveis para contornar a desigualdade da alimentação de cana. O grande passo para resolver a questão da alimentação foi o desenvolvimento dos desfibradores e o uso de alimentadores verticais do tipo Donelly. Paralelamente, novas técnicas para se aumentar a rugosidade da superfície dos rolos de moenda possibilitaram mais do que duplicar a capacidade de moagem.

Motores elétricos Siemens e redutores TGM na Abengoa em Pirassununga-SP

À medida que essas técnicas de moagem evoluíam, a área agrícola também respondia com a oferta de cana durante um maior período, graças a variedades de cana precoces que atingiam um teor de sacarose satisfatório possibilitando a antecipação da safra. Na área de geração de energia, após sucessivas ampliações, era comum que as maiores usinas tivessem um enorme parque de caldeiras, o que acarretava sérios problemas de distribuição de bagaço por necessitarem de múltiplas esteiras, aumentando as dificuldades de manutenção.

A evolução dos projetos pelos fabricantes, disponibilidade de novos materiais no mercado e sistemas de controle mais eficazes tornaram possível substituir várias unidades por uma de maior capacidade de produção, inclusive com maior pressão de operação. Toda essa evolução permitiu às usinas terem safras mais longas, multiplicar a capacidade de moagem com as novas técnicas e gerar mais energia a partir do bagaço. Essas novas condições possibilitavam um grande aumento na capacidade de produção nas usinas existentes. Mas ainda

havia uma limitação: com o grande aumento de capacidade de moagem, a maioria dos acionamentos já não suportava a carga imposta pelas moendas capazes de moer mais e necessitavam serem substituídos. Dispondo de mais energia, propiciada pelas novas caldeiras de alta pressão, necessitando de menor relação de redução e possuindo uma maior eficiência de transformação de energia, os motores elétricos tornaram-se a opção escolhida em substituição às turbinas no acionamento das moendas. Esse também foi o modelo adotado pelas novas usinas em construção, os projetos “greenfield”. (FPM)


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Motores já permitem maior arranque para a mesma potência Os motores elétricos para acionamento de moendas devem ter características adequadas para o trabalho no setor de preparo e extração das usinas produtoras de açúcar e álcool, onde além do trabalho contínuo, condições ambientais agressivas estão presentes. A Siemens foi uma das primeiras empresas a fornecer motores elétricos e sistemas de eletrificação para acionamento de moendas, com a motorização de um terno na Unidade Alta Floresta da Usina Alto Alegre e posteriormente a eletrificação completa de um conjunto de moagem de 6 ternos na Usina Pioneiros, localizada em Sud Mennucci-SP Os motores elétricos empregados nessa aplicação são os de concepção construtiva, do tipo rotor de gaiola e são dotados de grau de proteção IPW55, aptos a enfrentar o trabalho em ambientes agressivos e podem trabalhar ao tempo. Uma condição especial de operação existente nas usinas é a possibilidade de “embuchamento” nas moendas, motivado por alimentação ou ajuste inadequado dos ternos. Nessa situação pode ocorrer uma sobrecarga severa na operação do acionamento. Antevendo essa possibilidade, os motores Siemens para acionamento de moendas possuem características que permitem maior arranque para a mesma

Motor em ação no acionamento de terno de moenda 78”

potência, graças aos maiores conjugados de partida e máximos, além de maior fator de serviço, permitindo operar em sobrecarga de 1,5 vezes a sua corrente nominal. Essas características desejáveis para o acionamento de moendas são

proporcionadas não só pelo projeto dos motores, mas também pelo sistema de controle, que emprega inversores de frequência da linha Sinamics da Siemens. Essa linha de inversores pode ser fornecida com retificadores de 6 ou 12 pulsos, proporcionando um baixo nível de

harmônicos, o que é uma característica desejável nesse tipo de equipamento. A produção de harmônicos de alta intensidade pode interferir com outros equipamentos elétricos, sensores, sistemas de controle e instrumentação assistidos por circuitos eletrônicos. (FPM)


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Inversores têm várias aplicações na planta industrial Muito utilizados nas indústrias produtoras de açúcar e etanol com a finalidade de variar a rotação de motores em diversas aplicações, os inversores de frequência são o resultado da evolução e dos avanços havidos nas últimas décadas nas tecnologias de semicondutores de potência e microcontroladores, que permitiram o desenvolvimento de sistemas de controle de velocidade avançados, que não só possibilitam o controle de parâmetros como a aceleração, mas também protegem os motores contra sobrecargas em sua operação. Na indústria sucroenergética, os inversores de frequência são aplicáveis em diversos setores do processo, como na variação de velocidade das esteiras de transporte de cana, nos dosadores de bagaço e ventiladores das caldeiras, nas bombas de dosagem de produtos químicos, como os polieletrólitos usados na clarificação de caldo, entre outras aplicações. A Smar Equipamentos Industriais, empresa reconhecida no setor sucroenergético por sua linha de sensores, posicionadores e sistemas de controle inteligentes inclui também uma linha de inversores de frequência em seu portfólio de produtos. Os inversores Smar série MC500 são fabricados em três modalidades de tensão de alimentação: 220 Vca, monofásico,

Inversores MC500

potência de 1,5 a 2,2kW; 220 Vca trifásico, potência de 0,75 a 110kW e 380 Vca, potência 0,75 a 3.000kW. As principais características do Inversores Smar MC500 são: Modos de controle: vetorial sem sensor (SVC), escalar (V/F) e por torque; Unidade de Frenagem e Reator DC embutidos;

Funções de supressão de oscilação, detecção de sobre-torque, ajuste de limite superior de frequência múltipla e proteções contra sobrecorrente, sobretensão, subtensão, superaquecimento e falta de fase. “Nos inversores Smar MC500, além do controle de velocidade, foram

incorporadas características de controle, como PID e funções PLC, além de entradas digitais e também podem ser integrados à redes de comunicação, via porta RS485, nos protocolos ModbusRTU e Profibus DP, aumentando sua flexibilidade”, explica Marcus Vinicius Ribeiro, gerente de Área da Smar. (FPM)


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Indicadores industriais serão similares aos da safra anterior ANDRÉ RICCI,

DE

SERTÃOZINHO

“Acreditamos em uma safra com o mesmo perfil da passada. Cana inferior no começo, recuperação no fim”. A frase é de Márcio Móri, da Tonon Bioenergia, ao comentar a perspectiva para o setor sucroenergético durante a 1ª reunião do Gegis em 2013, realizada no mês de março. O representante expôs os indicadores industriais referentes ao último ciclo. Segundo ele, ao comparar os dados com as últimas cinco safras é possível notar grandes diferenças. “Neste gráfico temos os principais indicadores industriais e de qualidade de cana. Comparando a safra 2012/13 com outras cinco, percebemos um ano atípico. Por conta do atraso da maturação da cana tivemos praticamente

um mês de diferença na curva de maturação. Isso causou um impacto em alguns indicadores, principalmente no início, quando foram registradas eficiências mais baixas”, explicou, lembrando que houve uma melhora significativa no fim, o que não impediu indicadores em déficit se comparados aos outros anos. Durante o evento, Gilmar Galon, gerente industrial da usina Pitangueiras, foi reeleito como coordenador do grupo. Para ele, 2013 pode ser o ano do etanol, que precisa de mais atenção dos brasileiros. “Vejo que tudo é uma questão de mercado. O etanol depende muito do governo. As medidas já anunciadas contribuem, mais ainda falta muita coisa. O etanol é um produto caseiro, renovável,

Colaboradores da Usina Malosso marcaram presença no Gegis

estratégico, e por esses motivos, precisamos valorizá-lo”, afirma. Buscando recuperar os resultados da safra passada, a usina Santa Cândida, pertencente ao grupo Tonon Bioenergia, realizou a entressafra mais curta de sua história e já colocou as máquinas no campo no dia 9 de março. Contudo, o adiantamento da colheita não impediu a realização de medidas preditivas. “Realizamos a manutenção que deveria ser feita. Mesmo com o pouco tempo, não deixamos de fazer nada do que era necessário. De novidade podemos citar a automação de moenda, agora 100%, já que antes trabalhávamos de maneira semiautomotizada. Fizemos também investimentos em materiais mais nobres, substituindo o tradicional aço carbono por

materiais melhores”, diz o gerente industrial da unidade, Antonio Carlos Viesser. Há muito tempo no setor, Viesser fez uma análise dos recentes acontecimentos envolvendo o segmento, indicando o maior desafio a ser superado. “O grande problema do setor é endividamento, coisa que vem se arrastando já há alguns anos. Agora, tudo que é concedido é bem-vindo – referindo-se às recentes medidas em incentivo ao setor -, principalmente uma ajuda governamental. O Grupo Santa Adélia acredita em um ano melhor, não só em termos de produção, mas também de preço”, finaliza. Localizada no município de Bocaina, interior de São Paulo, a unidade prevê moer até o dia 10 dezembro.

Márcio Mori, do grupo Tonon Bioenergia


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Clealco cresce, com “pés no chão” Unidade é destaque em inovação e desenvolvimento humano no setor O Grupo Clealco iniciou no mês de março, a safra 2013/2014. No novo ciclo, considerado como cheio de desafios, a empresa pretende expandir em 10% sua capacidade de moagem, chegando ao potencial máximo de suas unidades que é de esmagar aproximadamente 8 milhões de toneladas de cana. A empresa pretende, com este volume, produzir aproximadamente 679 mil toneladas de açúcar VHP (Very High Polarization), 213 milhões de litros de etanol e 112 mil MWh de bioeletricidade. A Clealco é uma das poucas do Centro-Sul que encerrou a entressafra com antecedência e já deu início ás operações da safra. Atualmente o mix da Clealco é de 70% da matéria-prima direcionada para a produção de açúcar e 30% para a produção de etanol, realidade que pode ser alterada no novo ciclo considerando as análises de preço do mercado. Segundo o diretor executivo do Grupo Clealco, José Antônio Bassetto Junior, a empresa está preparada para este avanço. "Temos uma sociedade que compartilha de ideias e ações que blindam a companhia de interesses individuais, uma gestão "pés no chão" que sempre cresceu honrando os compromissos da empresa com todos os colaboradores e parceiros. Estamos prontos para este aumento na moagem, já realizamos investimentos necessários para esta nova safra e estamos nos preparando para as ampliações futuras", explicou. “A companhia tem no seu plano de negócios a pretensão de moer cerca de 10 milhões de toneladas de cana-de-açúcar até 2016. Para alcançar este número a empresa já realiza investimentos em todos os setores”, disse Fábio Luciano Cordeiro, também diretor executivo da empresa.

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Tecnologia para precisão e inovação agrícola Tecnologia é um ponto forte do Grupo Clealco. A empresa possui um sistema próprio para a integração de dados informatizados, o que proporciona desde a gestão em tempo real até recursos móbile. A novidade para este novo período é o foca para a agricultura de precisão. A Clealco esta fazendo uso de GPS (Global Positioning System) para o plantio de cana. O equipamento favorece a sistematização das áreas, melhorando o paralelismo durante a sulcação. Com as ruas de cana plantadas de forma paralela, a colheita também é beneficiada. O uso destes equipamentos favorece a qualidade e o rendimento da produção. Além do GPS, a empresa já utiliza a metodologia de plantio conhecida como “Sulco Duplo ou Plantio Alternado”, que melhora a produtividade e a longevidade dos canaviais, reduz os custos da colheita e diminui a compactação do solo.

O SULCO DUPLO O plantio de sulco duplo foi desenvolvido na Austrália e lançado na década de 80. Com a técnica é possível plantar a cana em áreas de maior declive e gerar uma economia de quase 30% de gastos com combustíveis no momento da colheita. De acordo com o engenheiro agrônomo e gerente agrícola do Grupo Clealco, Luiz Romeu Voss, o plantio com técnica de sulco duplo é uma tendência do setor canavieiro que pretende inovar o cultivo da cana-de-açúcar. “Este método veio para ficar, pois com o espaçamento de 90 centímetros por 1,6 metros é possível diminuir em até 40% o tráfego de máquinas dentro dos talhões”, explicou. Com o maquinário circulando menos no canavial, as soqueiras são preservadas, aumentando a longevidade das lavouras.


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Profissionalização de colaboradores é meta de peso na empresa O Grupo Clealco trabalha constantemente para profissionalizar e capacitar seus colaboradores e moradores das regiões onde atua. A empresa mantém desde 2009 seu Centro Cultural e Educacional, uma escola para formação profissional e disseminação de cultura para pessoas. O espaço foi batizado com o nome de “Kenkiti Kimura”, em homenagem a um acionista da empresa já falecido. O Centro, que funciona em Clementina e possui uma extensão em Queiroz, cidades estas onde ficam instaladas as unidades da empresa, tem 3,3 mil metros quadrados e conta com uma infraestrutura de primeira. Para a construção do local a empresa designou mais de 2 milhões de reais. A escola é composta com salas para aulas teóricas, práticas e especializadas, todas com equipamentos multimídia. O Centro também possui um anfiteatro para 260 pessoas, biblioteca, sala de informática e cozinha, tudo já adaptado para portadores de necessidades especiais.

PARCERIAS QUE AMPLIAM OS RESULTADOS Desde a fundação do Centro a Clealco já firmou diversas parcerias de sucesso com reconhecidas instituições educacionais, atitude que resultou na capacitação profissional de colaboradores da empresa e a inserção de pessoas no mercado de trabalho.

Com o Centro Paula Souza, autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, a empresa ofereceu cursos profissionalizantes do programa Via Rápida Emprego, para mais de mil colaboradores. No período de entressafra, época em que estão com o contrato de trabalho suspenso, os funcionários participam dos cursos do programa, como por exemplo, operador de máquinas agrícolas,

eletricista, mecânico de colhedoras e soldador. Além de aprenderem uma nova profissão, os colaboradores participantes ganham novas oportunidades de ascensão profissional na empresa. Durante a realização do programa o Grupo Clealco é responsável pela infraestrutura e monitoramento e o Centro Paula Souza pelas questões pedagógicas e certificação. A empresa também oferece treinamentos em conjunto com o Senar –

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural e com o Sesi – Serviço Social da Indústria, como os cursos dos programas “Cana Limpa” e “Alimente-se Bem.

BOLSA DE ESTUDOS Mesmo proporcionando diversos cursos e treinamentos, a Clealco possui um programa de incentivo à graduação e especialização de seus colaboradores. O Grupo fornece bolsas de estudos para cursos técnicos, de graduação e pósgraduação.


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USINA DO MÊS

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Investimento em capital humano é ponto forte da gestão A Clealco, que foi reconhecida como empresa do ano em responsabilidade sócioempresarial na última edição do prêmio MasterCana, possui programas sérios em treinamento e desenvolvimento de pessoas. Na safra 2012/2013 o Grupo investiu fortemente na capacidade intelectual de seus colaboradores e no trabalho em grupo. Por meio do programa intitulado “Times de Melhoria”, a Clealco aprovou cerca de 90 milhões de reais em investimento provindos de projetos idealizados e apresentados por equipes de funcionários da empresa. "A gestão de recursos humanos da Clealco leva muito em consideração o compartilhamento de ideais, pois entendemos que quanto mais aberta a empresa for no sentido de ouvir o colaborador, melhor será seus resultados. Os Times de Melhoria potencializaram esta visão, por meio do trabalho em grupo conseguimos que os colaboradores de diferentes áreas da empresa propusessem projetos com o objetivo de melhorar os

projetos da empresa. O resultado foi surpreendente", contou o coordenador de recursos humanos do Grupo Clealco Rodrigo de Ávila Mariano. Atualmente a companhia possui 22 Times de Melhoria, cada um composto por colaboradores de diferentes áreas, que juntos avaliam necessidades e oportunidades, planejam e propõem a execução de ações que venham melhorar a

Unidade lança programa de relacionamento para fornecedores de cana “Toneladas de Prêmios” é o nome do programa de relacionamento exclusivo lançado pelo Grupo Clealco para seus fornecedores de cana-de-açúcar. A estratégia de marketing tem o objetivo de estreitar as relações da Clealco com os parceiros bem como aumentar a fidelidade deles com a empresa. “Toneladas de Prêmios” é um programa onde o parceiro fornecedor com contrato e entregas de cana ativa acumula pontos e troca por prêmios no final de cada safra. A pontuação é conseguida pelo fornecedor através de indicadores que norteiam toda ação. Carros, motos, viagens, eletrônicos e eletrodomésticos são algumas das categorias de prêmios disponíveis. Na safra passada mais de 200 parceiros já participaram do programa e foram premiados, a expectativa é que o número seja maior no novo ciclo.

forma de trabalho e aumentar os resultados do Grupo Clealco. Mais de 170 projetos foram apresentados pelos times na safra passada. Uma comissão formada por diretores, gerentes e coordenadores avaliou e aprovou os melhores trabalhos. O conselho administrativo da empresa, que é composto por acionistas, validou os projetos escolhidos pela comissão.

Clealco está no Facebook Acompanhando as tendências em comunicação a novidade da empresa para esta safra é a participação ativa nas redes sociais, priorizando, neste momento, as estratégias com o Facebook. A Clealco criou uma página na rede social, chamada na linguagem dos usuários de “fan page”, para manter contato e divulgar ações da empresa com colaboradores e famílias, parceiros, fornecedores, e demais stakeholders. O espaço da empresa na rede já é bastante popular entre seus públicos. Recentemente formada a fan page já possui mais de 5 mil assinantes, que são pessoas que acompanham as publicações. Com atualizações diárias, a página é atualizada pela equipe de

comunicação e marketing do grupo que divulgam desde vagas de emprego até cursos gratuitos oferecidos pelo Centro Cultural Clealco para a população. A publicação mais popular alcançou mais de 10 mil visualizações e 200 compartilhamentos.

Usina se destaca em comunicação e endomarketing A Clealco já é conhecida no setor sucroenergético por investir na comunicação interna e no endomarketing. A empresa foi por dois anos consecutivos a vencedora do prêmio MasterCana em Comunicação. Em 2011 o case vencedor foi o da “Rádio Clealco”. O projeto, que começou a ser implantado no início da safra 2010/2011, leva informações para mais de 2.500 colaboradores por meio de um programa de rádio quinzenal veiculado nos ônibus de transporte coletivo da empresa. A ação, até então, era inédita no setor da canade-açúcar. Já em 2012, a Clealco conquistou novamente o prêmio com a campanha “Show de Prêmios do Manual de Metas”. A ação envolveu todos os colaboradores da empresa aliando estratégia e diversão. O projeto consiste em um jogo de perguntas e respostas que tem como foco incentivar os colaboradores a conhecer as metas da empresa e compreender com mais facilidade os objetivos do Grupo. Para participar, o colaborador estuda o Manual de Metas Clealco durante cerca de um mês, depois, com data e hora marcadas, responde 10 questões de múltipla escolha utilizando o computador. Os colaboradores que acertaram mais perguntas em menos tempo receberam como premiação camisetas oficiais de times de futebol além de uma moto 0 Km, que foi entregue ao prêmio do 1º colocado.


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PRODUÇÃO

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ENTREVISTA - Júlio Maria Borges

“É preciso muita cautela no cuidado financeiro” Especialista revela expectativa de moagem entre 580 milhões a 600 milhões de toneladas no Centro-Sul ANDRÉIA MORENO, DA REDAÇÃO

“As tempestades” parecem estar se distanciando do setor sucroenergético do Centro-Sul em 2013, e o segmento começa a recuperar o fôlego e o otimismo, para a grande virada nos próximos ciclos. De forma geral, o cenário para a próxima temporada canavieira talvez ainda não seja o mais ideal em termos financeiros, mas promete bons resultados e uma safra recorde. Essa é a conclusão de Júlio Maria Borges, diretor da Job Economia. Em entrevista exclusiva ao JornalCana, o especialista revela tendências para o futuro e o que acredita que deve mudar na política setorial, principalmente em se tratar de desoneração. A safra recorde é uma notícia que deve animar os produtores da região e proporcionar um aumento no processamento de açúcar e etanol, graças ao bom índice de renovação dos canaviais e os cuidados com a cultura, mas para Borges, é preciso muita cautela com a questão financeira. Confira mais detalhes da entrevista: JornalCana - Qual o cenário para a próxima safra do Centro-Sul? Júlio Maria Borges – Até o momento as condições de clima estão boas. Considerando a área de cana disponível para o corte, a expectativa é de uma safra recorde entre 580 e 600 milhões de toneladas. Atribuo esse resultado ao clima, pois há um bom regime de chuvas, com alternância de sol e chuva, o que é positivo para lavoura. A região apresentou pequeno crescimento da área, mas o mais importante foi a renovação da lavoura. No

Júlio Maria Borges: safra recorde, mas sem soltar o freio de mão

último período de 2012, a área nova de cana era de 20%. Já na safra passada, entre expansão e renovação, a área girava em torno de 16%. Qual expectativa de produção de açúcar e etanol para 2013/14? Dependendo da quantidade de cana, a produção de açúcar pode variar entre 35,5 a 36,5 milhões de toneladas, contra os 34,2 milhões da última safra. Já o processamento de etanol deve variar entre 25 e 26 bilhões de litros, contra 21,4 bilhões de litros. Essa expectativa é atribuída às razões de mercado, como o preço de baixo de açúcar, que favorece a produção de etanol. Além disso, existe uma demanda não atendida de etanol que está

em somente 30% da demanda potencial. O setor tem um espaço enorme para produzir e comercializar etanol no país, o que não acontece com o açúcar. O excedente de açúcar no mundo é grande. Como conseguir injetar nosso açúcar lá fora com esse quadro? O mercado global está super ofertado e vai inibir nossa produção e exportação. Em um curto prazo vai ser difícil colocar mais açúcar no mercado externo, pois o excedente é de aproximadamente 8 milhões de toneladas em 2013 e foi o mesmo em 2012. Mas esse cenário pode mudar ao longo do ano? No segundo trimestre do ano, a safra

Pequeno crescimento da área compensado pela renovação da lavoura

brasileira é muito importante para definir as expectativas de preços no mercado externo. No segundo semestre, último trimestre do ano, a safra mundial é muito importante para definir preços. No curto prazo, o ambiente de mercado externo é baixista, com viés de preços baixos para o açúcar. Como se comportarão os preços do etanol no mercado interno? Hoje os preços estão razoáveis, mas o início da safra deve gerar pressão de oferta e recuo nos preços. Esse é o cenário que vejo para os próximos seis meses. O governo tem tomado medidas importantes a favor do setor mas ainda precisa acabar com PIS/Cofins do etanol combustível. Os governos estaduais poderiam reduzir a carga do ICMS do etanol, principalmente os que praticam o imposto acima de 12%. O Brasil pode aumentar o volume de etanol exportado? Por quê? Há espaço para aumentar as exportações para os Estado Unidos, com potencial de aumento em torno de 1 bilhão de litros, mas os preços de mercado é que vão definir a exportação efetiva. Em relação a questão da crise do setor, nesta safra as usinas devem reagir? Neste momento, safra 2013/14 não mostra sinais de que possa ser melhor do ponto de vista econômico financeiro, por outro lado tudo vai depender da reação do mercado externo em relação a nova safra brasileira. Se o mercado externo tiver razões para entender que a safra global, que começa em outubro, será uma safra menor, essa condição de preço pode mudar a favor do produtor. Qual conselho daria ao produtor para driblar os problemas econômicos financeiros? Devemos começar a safra com cautela sob a ótica econômico financeira, mas a evolução ao longo do ano vai depender da reação do mercado global de açúcar, das condições de oferta e demanda.


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USINAS

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Usina Batatais deve moer 10% a mais nesta safra A Usina Batatais, que iniciou a moagem no dia 11 de março, estima uma moagem 10% superior a da safra passada, com um processamento total de 3,850 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Já para o grupo, composto pelas unidades de Batatais e Lins, o crescimento esperado da moagem é de 24%. O encerramento do ciclo deve acontecer em 9 de dezembro, totalizando 274 dias. Segundo Bernardo Biagi, diretorpresidente da empresa, nesta safra deverão ser produzidos 286 mil toneladas de açúcar e 131 mil metros cúbicos de etanol. Com um mix mais doce, a Batatais pretende processar 58% de açúcar e 42% de etanol. Considerando também a produção esperada para a filial Usina Lins, a proporção é de 51% de açúcar e 49% de etanol.

Bernardo Biagi: mix mais doce

Maior área plantada da Itamarati resultará em aumento de 20% na moagem A Usinas Itamarati, localizada em Nova Olímpia, MT, pretende aumentar em 20% sua produção neste novo ciclo em comparação ao anterior. Segundo informações da usina, este incremento no montante será fruto da ampliação em 4% da área de cana-de-açúcar, o que significou o plantio de 11 mil hectares.

Caso consiga moer a quantia, a empresa espera produzir 280 milhões de litros de etanol e 6 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar (300 mil toneladas). No ciclo passado, a Itamaraty processou 5,5 milhões de toneladas de cana, produziu 236 milhões de litros de etanol e 5 milhões de sacas de 50 quilos de açúcar (250 mil toneladas).

Raízen conquista certificação Bonsucro para sete unidades Na última safra, a Raízen encerrou o ciclo com sete certificações Bonsucro (Better Sugarcane Initiative), iniciativa global com sede em Londres que visa reduzir impactos ambientais e sociais na produção sucroenergética. Atualmente, 20% da produção total de canade-açúcar e 23% de todo o etanol produzido pela Raízen possuem o selo Bonsucro. Ao todo, são 448 milhões de litros de etanol e 632 mil toneladas de açúcar certificados. Além da unidade Maracaí, que recebeu a certificação em junho de 2011, outras seis plantas da companhia conquistaram o selo nesta última safra: Costa Pinto (Piracicaba/SP), Bom Retiro (Capivari/SP), Gasa (Andradina/SP), Univalem (Valparaíso/SP), Bonfim (Guariba/SP) e Jataí (GO). Ter o processo produtivo avaliado pela Bonsucro é uma exigência obrigatória da União Europeia (UE) para

exportadores de açúcar e etanol provenientes da cana-de-açúcar. “A demanda por etanol deve crescer muito no mercado mundial. Apesar da nossa prioridade ser o atendimento ao mercado doméstico no momento, já estamos nos preparando para essa demanda externa futura”, explica Davi Araújo, gerente de SSMA (Segurança, Saúde e Meio Ambiente) e Certificações da Raízen. A certificação garante processos sustentáveis na produção do etanol brasileiro. Criado como uma exigência de importação da União Europeia, o selo Bonsucro atesta o cumprimento de 48 indicadores e cinco princípios, que visam reduzir impactos ambientais e sociais, e vão desde a manutenção da biodiversidade até o melhoramento dos processos produtivos. A aprovação se expira num prazo de três anos, podendo, então, ser renovada.


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DESTAQUES DO SETOR

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Por Fábio Rodrigues – fabio@procana.com.br

Site da Carbinox ganha versões em inglês e espanhol Novo gerente Para continuar crescendo de forma sustentada num mundo cada vez mais globalizado, a Carbinox tem direcionado investimentos à área de comunicação, quer seja para melhorar o contato com os públicos da empresa no Brasil, quer seja para atingir novos públicos no exterior. Por isso, a partir de agora, o site da Carbinox já pode ser acessado em três idiomas. Para consultar as versões em inglês ou espanhol, basta entrar no www.carbinox.com.br e clicar em uma das opções que se encontram abaixo do menu principal, localizado no topo da página. As ferramentas também podem ser acessadas por falantes dos dois idiomas estrangeiros, sem problemas. É possível, por exemplo, solicitar orçamentos, "quotations" ou "presupuestos", preenchendo um cadastro em inglês ou espanhol no site. Além disso, as especificações técnicas e o detalhamento dos produtos também são exibidos nos três idiomas, para facilitar a comunicação e o entendimento

comercial do LabTec O LabTec - laboratório especializado no segmento analítico – anuncia a contratação de Charles de Franco para a função de gerente comercial. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) será o responsável pelo gerenciamento nacional do departamento. Charles possui experiência em importantes empresas como Grupo Bureau Veritas e Bioagri.

Destaque-se dos profissionais do setor. "Oferecer às pessoas informações da nossa empresa em outros idiomas, para nós, é um sinal de respeito com elas, além de ser uma

estratégia para o estreitamento dos negócios com clientes e fornecedores de outros países", declara Maurício Moura Jr. gerente comercial da Carbinox.

Sugestões de divulgação de lançamento de produtos, informativos, anúncios de contratações e promoções de executivos e demais notas corporativas ou empresariais devem ser enviadas a Fábio Rodrigues, email: fabio@procana.com.br


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AGRÍCOLA

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IRRIGAÇÃO VENCE A ARIDEZ DO SERTÃO BAIANO Agrovale quer padronizar produção agrícola em 100 toneladas por ha Andréia Moreno, Da Redação

Para driblar as dificuldades da caatinga, a Usina Agrovale, de Juazeiro (BA), localizada há 20 quilômetros de Petrolina, lançou mão há 40 anos da irrigação como solução para seu maior desafio no meio do “deserto”. E com a evolução tecnológica, a empresa está conseguindo obter resultados surpreendentes que chegam a 200 toneladas por ha, mas a meta principal da empresa é padronizar a produção agrícola em uma média anual de 100 toneladas por ha, entre cinco e dez anos. Para isso, além de novas contratações como a do superintendente agrícola, Francisco Celestino, experiente profissional do setor em Alagoas, tem adotado tecnologias primordiais para a região que possui volume de 400 mm de chuvas no ano e técnicas diferenciadas para a busca pela certificação ISO 9000 e 14001 no campo. “Aqui na região não há outra saída, ou irrigamos e observamos de perto a matéria-prima ou ela morre. Com o declínio das chuvas no últimos cinco anos, em 2012 choveu apenas 167 mm, esse ano somente 70 mm”, comenta. Segundo o especialista, a empresa tem um modelo arrojado de administração, e especificamente na área agrícola conta com três métodos de irrigação: gotejo, pivot e por sulco natural e através de politubos. “Esse último é um método deixado por alguns peruanos, onde através de um canal rasgado no solo, artesanalmente vai se introduzindo a

Agrovale é sinônimo de produtividade no sertão da Bahia

Irrigação por gotejamento na Agrovale

Método de plantio e irrigação em sulco de regadeira

Francisco Celestino, superintendente: adoção de tecnologias inovadoras

água por meio de aberturas nas entrelinhas dos canaviais”. Hoje, 70% dos canaviais da Agrovale são irrigados por meio de sulcos; 19% de gotejo e 11% por meio de pivots. “Em

gotejamento atingimos indíces superiores a 200 toneladas por ha em cana planta. Já em cana planta na média de 10 cortes, até 120 toneladas por ha. Por isso sabemos que o investimento é muito

compensador. Nas outras áreas irrigadas a média fica abaixo de 100 toneladas por ha, por isso a ideia de manter uma média de 100 toneladas/ha em toda a área”, ressalta.

Área agrícola busca certificações ISO 9000 e 14001 Com o objetivo de padronizar os procedimentos e treinar pessoas, a Agrovale busca, neste momento, as certificações ISO 9000 e 14001 na área agrícola. “Ao invés de implantarmos primeiro na indústria, optamos por iniciar pelo campo, que é onde a produção do açúcar começa”, informa Francisco Celestino, superintendente agrícola da unidade. A empresa busca as certificações através do sistema de gestão integrada e, entre abril e maio deverá ser préauditada, para até o final do ano, após as avaliações adequações necessárias, passar pelo processo de auditoria. “A princípio vamos implantar na área agrícola e depois da indústria”, diz. Para ele, a questão tecnológica é muito importante para o sertão. “Se uma empresa quer se manter numa condição estável é fácil, mas se precisa se manter no mercado, será necessário evoluir tecnologicamente para agregar valor ou estará sob risco de ser suplantada. Temos investindo na gestão de negócios através

Plantio em sulco por método de politubo

de treinamentos e capacitação, além de darmos prioridades para as tecnologias futuristas que se sobreponham ao momento atual. Buscamos novas formas de plantar, tratar, colher, ter sustentabilidade, através de uma

convivência harmoniosa com a comunidade”, afirma. Ele explica que a área agrícola mantém uma estação experimental através de um convênio com a Ridesa. “Sempre testamos novas variedades em

busca de mudas de primeiro mundo, de qualidade, para cultivar um canavial mais resistente e mais produtivo. Possuímos 70 ha para receber os materiais e posteriormente expandirmos e multiplicarmos as plantas, de acordo com a necessidade da empresa”, explica. Ele revela que faz parte desse processo, o programa de Melhoria Contínua da Produção e Produtividade Agroindustrial. “Utilizamos novos produtos, controles e tratos diferenciados para obtermos os melhores resultados no campo. No momento, estamos testando uma variedade que será lançada pela Ridesa no final de 2013, a RB 96 1003, que apresentou números de produção diferentes das convencionais e suplantou a cana padrão em uma produtividade 10 a 15% superior. Ela tem folhas muito verdes e largas, e chama atenção por seus colmos fortes. A produtividade ultrapassou as 120 t/ha na cana planta e se adaptou bem à nossa área pela questão da irrigação”, finaliza. (AM)


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ALIMENTO

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Sem a ISO 22000, usinas correm o risco de ficar para trás Certificação é considerada estratégica para abrir mercados e obter remuneração mais elevada pelo açúcar

Renato Anselmi, de Campinas, SP Free lance para o JornalCana

Gilmar Galon: algumas unidades têm recebido prazos dos clientes para adequações

Certificação previne contra ações do bioterrorismo Baseada na ISO 22000 e no PAS 220, a FSSC 22000 é considerada um programa completo de certificação para sistemas de gestão de segurança dos alimentos. Foi desenvolvida para proporcionar maior confiabilidade na fabricação de produtos alimentícios, menores riscos à saúde e maior proteção às marcas. Outro objetivo dessa certificação é prevenir contra ações de bioterrorismo alimentar. Evita qualquer tipo de sabotagem, ressalta Gilmar Galon, gerente industrial da Pitangueiras. “A instalação de câmeras 24 horas é uma das medidas que estamos adotando”, revela. Essa usina, que tem a ISO 22000, está se preparando para obter também a FSSC. (RA)

Existem diversas maneiras de perder o bonde da história. Em alguns casos é possível perder também o trem, o caminhão, a barcaça, o navio, dependendo do modal utilizado para o transporte de açúcar. Quem fabrica esse produto e não incluir entre as prioridades a certificação ISO 22000 e também não se preocupar com a FSSC 22000, corre o risco de ficar para trás. Pode amargar contratempos na comercialização de açúcar. Algumas empresas compradoras têm dado prazo para usinas, que fornecem açúcar, obterem certificação, revela Leandro Patrocínio, coordenador de qualidade da Usina Barralcool, de Barra do Bugres, MT. Essa questão está incomodando unidades sucroenergéticas que procuram fabricar um produto de melhor qualidade para conseguir remuneração mais elevada no mercado, afirma Gilmar Galon, coordenador de reuniões do Grupo de Estudos de Gestão Industrial do Setor Sucroalcooleiro (Gegis). A certificação ISO 22000, que define os requisitos de um sistema de gestão de segurança alimentar, é considerada estratégica para a conquista

de novos mercados, principalmente no exterior. A obtenção de certificação requer mudanças nas áreas operacional e comportamental, além da adequação de documentação, constata Gilmar Galon, que é gerente industrial da Usina Pitangueiras, de Pitangueiras, SP. Essa unidade conseguiu a ISO 22000 em novembro de 2011 – informa – e pretende conquistar a FSSC 22000 (Food Safety System Certification), até o final de 2013. As mudanças relacionadas ao processo de produção na Pitangueiras começaram há três anos – relata Galon – com o programa 5S, que é a etapa inicial para a implantação da Qualidade Total. Além disso, a usina recebeu a certificação ISO 9000 (gestão da qualidade) e implantou as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e o sistema Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC). Para a obtenção da ISO 22000 foram adotadas diversas medidas – detalha -, entre as quais, a adequação de equipamentos que passaram a ficar hermeticamente fechados. Os equipamentos e tubulações – da saída da moenda até o ensaque -, que fazem parte do processo de fabricação de açúcar, utilizam aço inox ou revestimento de epóxi., esclarece o gerente industrial. Outro procedimento adotado na usina foi o uso de produtos e graxas de grau alimentício.

Clientes estão exigindo selo de qualidade do fornecedor FSSC 22000 também está se tornando um requisito para unidades sucroenergéticas elevarem competitividade A Usina Barralcool, de Barra do Bugres, MT, também realizou modificações no processo de fabricação para conquistar a ISO 22000, o que ocorreu em novembro de 2011. Primeira empresa do setor sucroenergético de Mato Grosso a ter esta certificação, a Barralcool não parou aí: em outubro do ano passado obteve a FSSC 22000. A tendência é o cliente exigir cada vez mais que o fornecedor tenha um selo de qualidade, ressalta Leandro Patrocínio, coordenador de qualidade da Barralcool. Segundo ele, a FSSC também está se tornando um requisito para manter e elevar a competitividade no mercado. “Não há muitas usinas com essa certificação. Fomos a oitava empresa a obter, até outubro, a FSSC no setor sucroenergético no Brasil”, comenta.

Gestão de segurança alimentar é imprescindível hoje

O escopo para as duas certificações abrange produção, empacotamento e logística de distribuição do açúcar. Entre as medidas adotadas pela Barralcool para atender as exigências da ISO 22000, incluiu-se a troca de equipamentos, confeccionados com aço carbono, por linhas e equipamentos de aço inox. Houve a implantação de controles automáticos em toda a cadeia, partindo da matéria-prima até o final do processo na estocagem do produto. Para atender as exigências da FSSC 22000, foram adotadas medidas na área estrutural, como o controle de acesso de pessoas, exemplifica o coordenador de qualidade. Outra ação está relacionada ao maior controle de dosagem de produtos químicos. De maneira geral, as certificações exigiram mudança de cultura e de hábitos na Barralcool. Houve necessidade também da realização de treinamento de todos os colaboradores da empresa. (RA)


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SEGURANÇA

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Guarani investe em colaboradores para prevenir acidentes “Programa Risco Zero” tem surtido efeito e deve ser aplicado em todas as unidades industriais André Ricci, Da Redação

Na edição 230 do JornalCana, referente ao mês de março, o engenheiro de segurança Eliton Ronaldo Geroldo falou sobre a necessidade de adequação do segmento às normas de segurança existentes. Na reportagem, o especialista detalha os perigos aos quais os colaboradores estão expostos em boa parte das usinas, além de falar sobre o aumento da fiscalização em 2013. O diretor executivo do GSO – Grupo de Segurança Ocupacional da Agroindústria, João Augusto Ribeiro de Souza, é enfático ao dizer que prevenir é o melhor caminho. “Não podemos confiar na sorte. As determinações legais foram criadas para serem cumpridas e não burladas. A transgressão pode sair muito caro”. Importante empresa no setor, a Guarani conta com sete usinas localizadas no estado de São Paulo, além de uma unidade produtora em Moçambique, na África. Ao todo, o grupo possui capacidade para moer 20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Toda essa estrutura requer um grande investimento em segurança, que conta com Fabiano Lima Souto, gestor de segurança do trabalho da empresa. “O setor sucroenergético possui uma complexidade de riscos nos seus processos que merece atenção, tanto no âmbito de suas adequações estruturais quanto na capacitação de seus funcionários”. Contudo, o especialista explica que inovações tecnológicas devem ganhar força com o passar do tempo, já que as diversas mudanças da lei geram problemas internamente. “As frequentes revisões das NRs, que passam a exigir com mais eficiência a segurança dos

processos operacionais, estão fazendo com que as empresas do setor sucroenergético desenvolvam tecnologias e programas de segurança que garantam a saúde e o bem-estar do trabalhador, como forma de evidenciar a sustentabilidade do setor”. Em 2010, a Guarani implantou um sistema de gestão de segurança, que culminou na redução de 60% nos índices de acidentes de trabalho. Na época, a meta definida foi queda de 90% em cinco anos. “O sistema é auditado periodicamente para verificar a eficiência das análises de risco e das permissões de trabalho, o que garante o foco dos funcionários na prevenção de acidentes de trabalho, exigindo o cumprimento dos procedimentos operacionais da empresa. A empresa elaborou uma matriz de treinamentos, que obriga a reciclagem frequente e garante maior eficiência na utilização das ferramentas do sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional”, diz o gestor. Além de toda parte tecnológica, é preciso pensar também em ações diretas com os colaboradores. Para isso, Souto conta que foi criado o “Programa Risco Zero”, que incentiva os funcionários a identificar condições e atos inseguros em suas atividades e sugerir medidas de controle para cada situação de risco. “Por cada ato inseguro identificado, os colaboradores acumulam pontos e no final de um trimestre, são premiados os quatro primeiros”. Com a adoção à ação, a Unidade Severínia reduziu em 85% os acidentes de trabalho com afastamento em relação à safra anterior. Em outubro de 2012, a unidade Tanabi também iniciou o projeto. “Nossa meta é que neste ano todas as unidades contem com o programa para que possamos reduzir os riscos e índice de acidentes, além de disseminar a cultura de segurança para todos os colaboradores”, finaliza Souto.

TENDÊNCIAS NA ÁREA DE SEGURANÇA EM 2013

Atendimento às determinações da NR 13 – Caldeiras e Vasos sob Pressão quanto a documentação exigida, controles e treinamentos; NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade, documentação, abrangência, treinamento; NR 12 – Máquinas e Equipamentos, controles de proteção e treinamentos; NR 20 – Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis, Classificação de Áreas e Treinamentos; NR 33 – Trabalhos em Espaços Confinados, Inventário de Espaços Confinados e Treinamentos; NR 35 – Trabalho em Altura, planejamento, análise de risco, permissão de trabalho.


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BIOMASSA

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A TODO VAPOR! Pelo menos quatro novas termelétricas movidas a biomassa entram em operação em 2013 no setor

Andréia Moreno, Da Redação

Há alguns anos, as usinas descobriram que uma das fontes mais importantes de geração de energia do país, não seria apenas utilizada para uso interno das unidades, mas para a venda. A biomassa da cana, que hoje não apenas se resume em bagaço, tem um potencial ainda maior no campo com a exploração das pontas e da palha. Além das usinas sucroenergéticas, outras empresas também descobriram que poderiam investir nesse potencial, como é o caso da CPFL Renováveis. Apesar da crise que afligiu o setor nas últimas safras, a geração de renda a partir da biomassa é um investimento ainda não totalmente explorado, mas lucrativo e continua sendo alvo de novos projetos que entrarão em operação em 2013, como é o caso das UTE Cachoeira Dourada, de Goiás; da UTE Paulicéia, de São Paulo e de duas novas UTEs da CPFL, a Bio Coopcana do Paraná e a Bio Alvorada, de Minas. A diversificação foi um dos principais atrativos que levou a CPFL Renováveis a investir nas parcerias com usinas sucroenergéticas. Somando as quatro fontes de energia renovável em que a companhia atua – PCHs, parques eólicos, biomassa e solar (com a recém-inaugurada usina de Tanquinho, em Campinas - SP) – o portfólio da CPFL Renováveis conta com 1.154 MW em operação. Desse volume, a cogeração de energia da cana, com as seis

UTE Pedra, da CPFL Renováveis: 70 MW de capacidade instalada

unidades em funcionamento e mais duas que entrarão em operação no segundo trimestre de 2013, representará 32% do potencial gerado pela empresa. “Hoje há um equilíbrio entre fontes hidráulicas e térmicas, e a energia eólica lidera o ranking de potência instalada da empresa, com 550 MW. Pensamos na diversificação de nossos ativos já que o setor elétrico brasileiro é fundamentado no recurso hidráulico. Sabemos da necessidade da diversificação e operação integrada com outros recursos como vento, sol e biomassa. A combinação dos potenciais energéticos permite

mitigação de riscos setoriais”, lembra João Martin, diretor de engenharia e obras da CPFL Renováveis. Segundo ele, no final do ano, a capacidade de operação hidráulica será próxima a da térmica. “Essa companhia cresce diversificando, atuando em estados diferentes e pulverizando projetos. Temos interesse de continuar crescendo na linha da biomassa e ampliar nossa condição de matriz diversificada. As oito plantas em operação contaram com investimentos da ordem de R$ 1 bilhão, um recurso relevante para a empresa”, reforça.

Renk Zanini é presente nos mercados de energia A Renk Zanini atua no fornecimento de redutores e multiplicadores para segmentos de energia – bioenergia, hidrogeração, eólico, petroquímica/óleo e gás. O mercado de energia continua aquecido, neste início de ano. Com projetos financiados pelo Finep a empresa vem se destacando nas altas potências dos turborredutores, com capacidade de até 80MW. Com este diferencial tecnológico para o projeto da Usina Cocal, foi fornecido o turborredutor TA 86N. “Este é um projeto inédito com a Cocal Açúcar e Álcool para o fornecimento de tecnologias capazes de impulsionar a eficiência energética no mercado de açúcar e álcool brasileiro. A Renk Zanini fornecerá o turborredutor com potência efetiva de mais de 50.000 kW, e a Siemens fornecerá um projeto com a solução de ciclo regenerativo e otimização do balanço térmico. O investimento, antes visto pelo setor como um desafio tecnológico e também cultural, permite às usinas duas opções: consumir a mesma quantidade de combustível e gerar excedente de energia ou manter a geração e reduzir a quantidade de combustível. Outro ponto deste projeto é a possibilidade das usinas de açúcar e álcool estenderem a

Turborredutor TA 86N e Luiz Fernando e Rolf Ramminger

geração de energia ao período úmido do ano. Para a Renk Zanini participar deste projeto inovador foi um desafio que nos coloca a frente no segmento de turborredutores” destaca Jamile Golfetto, gerente de marketing. De acordo com Luiz Fernando, Engenheiro de Vendas – Energia, “os turborredutores Renk Zanini atenderam a todos os requisitos técnicos exigidos pela Siemens”, afirma.

A Cocal iniciou o processo de cogeração de energia em 2000 e trabalha com geração suficiente para abastecer o equivalente a uma cidade de 100 mil habitantes. O TA86N é o maior turborredutor fabricado pela Renk Zanini, sendo líder nos projetos de cogeração. “73% dos projetos de cogeração autorizados pela Aneel são Renk Zanini, o que demonstra confiabilidade e qualidade de nosso

produto”, informa Rolf Ramminger, diretor comercial da empresa. Foram fornecidos no histórico da Renk Zanini, mais de 110 turborredutores, responsáveis por mais de 10.000MW de potência, energia suficiente para iluminar o Estado de São Paulo por um mês. Renk Zanini 16 3518.9001 www.renkzanini.com


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BIOMASSA

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Usina Paulicéia investe R$ 100 mi em termelétrica A UTE Paulicéia, de São Paulo, vem operando em modo ilha, desde setembro de 2010 e entrará em operação comercial a partir de abril de 2013, no início da safra 2013/14, já que em 19 de janeiro a empresa obteve junto a Aneel, liberação para operação comercial. Segundo José Márcio Pereira de Oliveira, gerente Industrial da Usina Caeté S/A – Unidade Paulicéia, a empresa investiu R$ 100 milhões na planta. “Na época da aquisição de um pequeno projeto que havia no local, a diretoria reconheceu um grande potencial de expansão de cana-de-açúcar e tendo já experiência em plantas com cogeração, esse novo projeto não poderia ser diferente. A planta foi então planejada e projetada com soluções em cada etapa do seu processo, buscando maior eficiência térmica para disponibilizar mais energia elétrica para venda”, explica. Inicialmente, a capacidade instalada será de 33,7 MW, tendo disponibilidade de 15 MW para venda. “O projeto final terá capacidade instalada de 100 MW e com disponibilidade estimada de até 64 MW para venda”, lembra. Ele relata que ao se tratar de uma fonte renovável de energia e que pode ser convertida em vários tipos (Eletricidade, Combustível e Alimentício), ela tem sua contribuição para redução dos efeitos

Unidade Paulicéia: projeto final terá disponibilidade de até 64 MW para venda

nocivos ao meio ambiente, contribui para geração de emprego e renda além do desenvolvimento social e econômico da região. Dentre os diversos itens de inovação que esta planta contempla, o gerente ressalta alguns importantes como:

sistema de tratamento de efluentes e gases da caldeira, atendendo às normas ambientais da CETESB; motorização das moendas que permitiu grande flexibilidade na média horária de moagem e uma melhor eficiência de moagem; automação, já que a planta é totalmente

automatizada em rede, interligada por cabos de fibra ótica com redundância e painéis inteligentes, disponibilizando diversas informações para supervisórios em tempo real, onde há funcionários treinados e capacitados que controlam cada etapa do processo. (AM)

Certificações Plantas da CPFL somarão 370 MW Em janeiro último, as duas usinas termelétricas movidas a biomassa da CPFL Renováveis, Coopcana e Alvorada, receberam três importantes certificações já na fase de construção. A duas conquistaram os selos ISO 9001:2008 de gestão de qualidade, ISO 14001:2004 de gestão ambiental, e OHSAS 18001:2007 de gestão de segurança e saúde ocupacional. Segundo a empresa, essas normas internacionais garantem o compromisso com a qualidade, a segurança e o meio ambiente. As duas usinas estão entre as primeiras do País a serem certificadas já na fase de construção, de acordo com a empresa. “A CPFL Renováveis sempre trabalhou pela excelência de seus procedimentos, por isso a importância de alcançar esse resultado desde a fase de construção. Dessa forma, fica transparente ao mercado que estamos preparados para atendê-lo”, explica o diretor presidente da CPFL Renováveis, Miguel Saad. Para conquistar essa certificação, a equipe de auditoria interna da CPFL Renováveis implantou o Sistema de Gestão Integrada (SGI). “O projeto consiste no gerenciamento e controle dos processos com o objetivo de verificar sua eficiência. Foram seis meses de levantamento de dados e criação de procedimentos para atender a todos os requisitos necessários”, revela a diretoria. (AM)

com duas novas termelétricas Com o interesse cada vez maior em aumentar suas parcerias com usinas sucroenergéticas, a CPFL Renováveis colocará em funcionamento duas novas termelétricas no segundo trimestre de 2013. São elas: a UTE Bio Alvorada (MG) e a UTE Bio Coopcana (PR), que terão potência instalada de 50 MW cada. Hoje a empresa conta com 270 MW em operação comercial a partir da biomassa da cana, e em 2013 serão 370 MW de potência instalada. Mas, segundo João Martin, diretor de engenharia e obras da CPFL Renováveis, há novos projetos em estudo para 2014. Atualmente a CPFL possui seis unidades em funcionamento no país, são elas: UTE Baia Formosa - RN (40 MW de capacidade instalada); UTE Baldin - SP (45 MW de capacidade instalada); UTE Buriti - SP (50 MW de capacidade instalada); UTE Ester - SP (40 MW de capacidade instalada); UTE Ipê - SP (25 MW de capacidade instalada); UTE Pedra - SP (70 MW de capacidade instalada). A primeira planta que entrou em operação comercial foi a Baldin, em 2010. “Essa planta foi nossa grande escola e daí em diante foram implantados novos projetos e adquirimos outros”, revela. João Martin explica que adequa os projetos a cada realidade, e o incorpora às necessidades das usinas. “Cada uma das

João Martin, da CPFL Renováveis: novos projetos em estudo para 2014

plantas que entrará em operação em 2013 possui uma turbina de contrapressão de 25 MW e uma de condensação de 25 MW. 20 MW serão destinados para manter o processo da usina, para consumo interno e o remanescente (30 MW) exportados”. Segundo Martin, a empresa estudará expansões das antigas plantas, pois há uma relação próxima aos usineiros para otimizar os processos. “Começamos a

‘engenheirar’ os projetos que resultarão em melhorias de eficiências, melhorias de processos construtivos, turbinas, em médio prazo”, completa. Mas as inovações não param por aí, já que a empresa estuda a queima das pontas e palhas para cogeração. “Um dos projetos já em operação contará com tecnologia para queima da palha em 2013”, lembra, sem revelar o nome. (AM)


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ANUÁRIO DA CANA TEM DESCONTO E INCLUI MAPA DE USINAS Conceituada publicação segue com preço promocional até o final de abril e traz mapa como brinde ANDRÉ RICCI, DA REDAÇÃO

Apesar de fabricarem praticamente os mesmos produtos, as mais de 400 usinas que compõem o setor sucroenergético brasileiro possuem suas particularidades. Tais diferenças caracterizaram suas produções, que somadas, colocam o Brasil como o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo. Para entender melhor este universo, a ProCana Brasil - empresa especializada em mídia sucroenergética, há 19 safras, lançou o Anuário da Cana, que até o fim do mês de abril – ou enquanto durar o estoque, pode ser adquirido a um preço promocional. A publicação, impressa em português e inglês, traz 1,2 quilo de informações, como dados atualizados de contato e

comunicação (diretorias e gerências) das mais de 400 usinas e destilarias brasileiras, incluindo unidades em projeto e implantação. Análises sobre os principais indicadores e tendências também são transmitidas através de matérias e artigos escritos por especialistas, que mostram dados estatísticos por estados, variedades de cana e solo, índices de cogeração, entre outros. Considerado a “Bíblia do Setor”, o produto apresenta detalhes da produção de cana (própria/fornecedores), açúcar (cristal, demerara, refinado e VHP), etanol (anidro e hidratado), rankings de moagem e bioeletricidade, separados por unidade e grupo produtor, além do resumo dos 30 principais investimentos nas áreas administrativa, agrícola e

industrial. O Anuário da Cana 2012 traz ainda o “Guia de Fornecedores”, que conta com as principais empresas de máquinas, equipamentos, produtos, insumos e serviços para o setor. As principais variedades de cana e solo usados nas unidades também são apontadas. Por R$ 400, o interessado leva para sua empresa o Anuário da Cana 2012 e também um mapa com a localização das unidades sucroenergéticas brasileiras. Mais informações pelo telefone (16) 3512-4300, por email: atendimento@procana.com.br ou pelo link: http://bit.ly/15N0gUS.


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Dimensional adquire ASI Automação A Dimensional, empresa especializada na distribuição de material elétrico e automação industrial, acaba de anunciar a aquisição da ASI Automação & Drives, com o objetivo de ampliar a participação de sua unidade de negócios, Dimensional Service, no mercado de prestação de serviços em acionamentos, automação e redes. A ASI está localizada em Jundiaí, em um dos mais importantes centros de logística do Estado de São Paulo e conta com serviços em soluções tecnológicas, em manutenção e integração de drives e automação industrial nos segmentos de siderurgia, papel e celulose, elevação e movimentação de cargas, cimento, alimentação, química, automobilística, bebidas, entre outros. Segundo a empresa, para alcançar a excelência no atendimento aos seus clientes, a ASI Automação conta com um time de colaboradores altamente especializado e

consolidado nestes mais de dez anos de mercado, além de acumular experiência profissional de mais de 40 anos no setor. Silvino Toledo, CEO da Dimensional, afirma que as duas empresas compartilham dos mesmos princípios e se complementam. “Com a aquisição, os clientes poderão contar com uma solução mais ampla e robusta, sem perder identidade e competitividade”, diz. De acordo com ele, os diretores José Picolo e Paulo César Picolo, permanecerão atuantes na Dimensional, assim como a equipe da ASI, pois esta união de forças e expertise permitirá o fornecimento de um atendimento único e completo ao mercado nacional.

Serviços em acionamentos, automação e redes

Dimensional 19 3446.7400 www.dimensional.com.br

Equipe de colaboradores altamente especializada

A ASI está localizada em Jundiaí, SP, importante centro de logística do estado


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Antigo depósito de insumos industriais

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Plataforma de defensivos

Usina Santa Isabel aumenta eficiência em manutenção e suprimentos Projeto implantado pela Intelligentsia e Veratis resultou em benefícios qualitativos e quantitativos A Usina Santa Isabel (USI) é uma das maiores empresas de agronegócio do Brasil. Com capacidade para a moagem

de 5 milhões de toneladas de cana-deaçúcar, a USI foi fundada no início dos anos 30 e, hoje, opera na produção de produtos, como: açúcar cristal, açúcar VHP e álcool, e também na geração de energia. Com duas unidades industriais no interior de São Paulo, uma em Novo Horizonte e outra em Mendonça, a USI é responsável pela criação de mais de 4.700 empregos diretos e conta com projetos de responsabilidade social e ambiental. Com o objetivo de obter

mudanças na cultura do trabalho e implantar melhorias de gestão e processos para ganhar eficiência na gestão, em 2012, a USI passou a contar com o Planejamento Operacional com Grupos Operativos (PO-GO), desenvolvido pela Intelligentsia Competitividade Integrada em parceria com a Veratis. PO-GO significa planejar e executar o que faz «sentido» para a equipe utilizando as habilidades de pensar, fazer e sentir de forma cíclica e

reflexiva. O projeto-piloto foi implantado inicialmente nas áreas de Manutenção e Suprimentos e já foram obtidos benefícios qualitativos e quantitativos, como a percepção da importância de cada colaborador dentro da usina e a redução do atraso na entrega de pedidos. Intelligentsia 11 3262.2071 www.intelligentsiaci.com


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Manutenção preventiva do transporte garante segurança aos trabalhadores Terceirização da frota é uma opção diferenciada e atraente economicamente para as empresas Competência e dedicação. São essas as principais características da Raça Fretamentos, que desde 2006 oferece serviço de fretamentos, locação e adaptação de transportes em todo território nacional. A companhia, especializada no transporte de funcionários para empresas privadas – usinas, indústrias, frigoríficos, hidrelétricas e repartições públicas, garante que a condução é feita com qualidade, obedecendo primordialmente às leis nacionais de segurança para o transporte do trabalhador. Ricardo José de Oliveira Filho, Diretor Operacional da Raça Fretamentos, explica que o diferencial da empresa é na qualidade do serviço, onde entra a manutenção preventiva, treinamento de funcionários e cursos de capacitação. “A manutenção preventiva garante que todos os nossos ônibus passem por um check list de revisões periódicas a cada 5.000 Km”, explica. Nesse procedimento são trocadas peças que apresentarem desgastes, é verificado o sulco dos pneus para melhor aproveitamento (mesmo na reciclagem) e é

Ricardo José de Oliveira Filho, diretor operacional

realizada a troca de óleo a cada 15.000 Km. “Fazemos também o controle de Rastreamento de Veículos, onde a quilometragem utilizada é confrontada com o tacógrafo”, diz Oliveira. É importante ressaltar que as companhias que mantém seus funcionários satisfeitos, consequentemente aumentam a produtividade e a qualidade dos produtos. Para a contratante do serviço de frota terceirizado, algumas vantagens são

perceptíveis, como não preocupar-se com a compra e venda de veículos, manutenção, garantia de qualidade e redução de despesas operacionais. Outra importante característica é que os próprios funcionários são a favor deste serviço, pois facilita o acesso deles ao local de trabalho com economia de tempo, qualidade e conforto. Para Oliveira, outro ponto positivo na terceirização da condução é a empresa poder focar na atividade fim dela, ou seja,

na sua produção. “Já o nosso objetivo é facilitar esse processo, proporcionar a logística e transporte. Entendemos o que cada empresa precisa e, tentamos melhorar o que já possuem no que diz respeito ao transporte, como reduzir quilometragem e custos”, explica. Grupo Raça 18 3918.9999 www.racafretamentos.com.br


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Automação no setor permite maior eficiência e confiabilidade nos processos SEW Eurodrive, GE Fanuc e Smar antecipam novidades para a Fenasucro 2013 e mostram benefícios da indústria automatizada A automação industrial, cada vez mais, desponta como fator crucial na produtividade brasileira. No caso do setor sucroalcooleiro, a questão torna-se ainda mais patente, com o desenvolvimento de

novos produtos que melhoram a eficiência no campo e nas usinas. Para se ter uma ideia, a safra 2012/2013 alcançou 81,3% de mecanização no Estado de São Paulo. Durante a Fenasucro 2013 - 21ª Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética, grandes marcas apresentarão soluções em equipamentos e sistemas que otimizam os processos em tempo real e aumentam a lucratividade. "Atualmente uma das grandes preocupações do setor sucroenergético é possuir uma alta capacidade de controle, aliada a uma verticalização da informação, permitindo que a indústria seja controlada e integrada aos sistemas corporativos",

explica Christian Vieira, líder de Soluções para América Latina da GE, expositora da Fenasucro. Entre as novidades da marca para os visitantes da feira, o sistema híbrido Proficy PPS 2.1, para controle integrado e verticalizado da automação e a solução Proficy RTOI, que permite visualizar indicadores do processo e corporativo em um ambiente móvel como tablets iPad. Para a SEW Eurodrive, a automação traz vários benefícios, entre eles, maior eficiência do sistema e confiabilidade. O principal é o controle em tempo real dos processos, sendo que o setor de manutenção pode tomar ações preventivas rapidamente, afetando ao mínimo todo o

processo, explicam Marcelo Paraluppi, coordenador de vendas e Alexandre Reis, diretor de Marketing e Vendas da empresa. Para Pedro Biondo, representante da Smar Automação Industrial, outro importante expositor da Fenasucro 2013, a automação é imprescindível para o controle do processo industrial. “Uma usina que não está automatizada pode diminuir em até 10% da sua lucratividade em perdas pela extração, pelo alto consumo de vapor, de água e de produtos químicos”, explica. Reed Multiplus 16 2132.8936 www.reedmultiplus.com.br


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Arysta LifeScience lança Centurion® em evento para mais de 60 usinas Mercado de defensivos para cana, que movimenta cerca de US$ 1 bi por ano, deve crescer entre 12% e 15% em 2013 A Arysta LifeScience apresentou ao setor sucroalcooleiro, novo produto que vem agregar ao seu portfólio de cana-de-açúcar. Trata-se do maturador Centurion® que potencializa os níveis de ATR (sacarose) e otimiza a rentabilidade no canavial. O Centurion® é um produto que trabalha no processo de antecipação da maturação da cana no início da safra ou como mantenedor no final da safra. “Este é mais um produto de alta eficiência e amplamente testado a campo a integrar a linha de produtos inovadores da Arysta, que tem acreditado e investido forte no setor canavieiro”, diz o gerente de produtos e mercado de cana da Arysta, José Renato Gambassi. Além da apresentação do Centurion®, os participantes também tiveram informações adicionais sobre outros dois produtos de sucesso e já integrados ao portfólio da empresa, que são o fertilizante foliar Biozyme e o herbicida Dinamic. Outro destaque durante o evento foi Andy Duff,

Representantes da Arysta apresentam o Centurion®

principal executivo do agronegócio do Rabobank. Ele comentou que a década passada foi de expansão dos canaviais e agora o desafio é aumentar a produtividade por hectare. Durante o evento também foi apresentado o case de sucesso de Patrícia Rezende Fontoura, Gestora de Planejamento Agrícola e Pesquisa e Desenvolvimento da Usina Jalles Machado, pertencente ao Grupo Otávio Lage, em

Goianésia (GO). “Estamos sempre buscando alternativas para melhorar a performance dos nossos canaviais e o Biozyme foi uma boa alternativa, onde por meio das experimentações e comparativos em áreas testemunhas, pudemos constatar ganhos significativos de produtividade e rentabilidade na cultura da cana e hoje é um produto que está entre os mais usados na usina”, destaca Patrícia. Antonio Carlos Costa, diretor de

Marketing América Latina, pontuou que a Arysta detém 4% do mercado de defensivos e estimou que o mercado global para cana crescerá até 15%. “O mercado está crescendo apesar das dificuldades e as vendas de defensivos para o setor representam 25% da receita da companhia no Brasil”. Arysta LifeScience do Brasil 11 3054.5000 www.arystalifescience.com.br


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Diamante amplia atendimento com garantia de fornecimento de cal Técnica do DNA utilizada na arqueologia também tem aplicação industrial A descoberta da ossada do rei Ricardo Terceiro mostrou a importância do DNA mitocondrial para fazer a identificação. A tecnologia também se aplica à indústria. A Fermentec utiliza a técnica para identificar leveduras parentes de outras selecionadas na produção de álcool. Com isso foi desvendado o comportamento das leveduras, se eram substituídas, se eram selvagens ou se houve uma mutação da levedura que já estava na fermentação. Em 1970, o rendimento fermentativo era abaixo de 80%. Quando a Fermentec introduziu a técnica de cariotipagem descobriu que as leveduras eram substituídas em duas semanas. Após a identificação descobriu-se que a maioria prejudicava o rendimento. Assim, a Fermentec conseguiu isolar leveduras com ótimas características, que permaneciam

nas dornas durante toda a safra. Sete anos atrás a cariotipagem foi complementada pelo DNA mitocondrial. Desta forma, a Fermentec desenvolveu novas leveduras, entre elas a personalizada. É possível saber se são filhas ou netas de uma levedura inoculada no processo ou se é uma levedura selvagem, mas com boas características fermentativas. Hoje a origem da levedura é essencial para a evolução da tecnologia para álcool no Brasil e no mundo. "Isto é um marco na produção de etanol. A mesma tecnologia que permitiu a identificação da ossada potencializa a produção de álcool", afirma o diretor da Fermentec, Henrique Amorim Neto. Fermentec 19 2105.6100 www.fermentec.com.br

A Diamante dedica-se a fabricação de cal para diversos segmentos, dentre eles, cales especiais para o mercado sucroalcooleiro, MPCana (cal virgem sulcro) e MPCana SH (cal hidratada sulcro). Fundada em 1986, a empresa destaca-se atualmente no fornecimento de cal industrial pela qualidade e inovação de seus produtos que proporcionam maior rendimento, menor incrustação, reduzindo assim os custos no processo de fabricação nas usinas. Há dois anos tem realizado investimentos na ampliação de sua capacidade instalada, de tal forma, que hoje, a Diamante tem capacidade para ampliar seu atendimento com garantia de fornecimento de cal sucroalcooleiro. Os investimentos executados também receberam expressivas parcelas

destinadas a qualidade total, implantação de BPF-Boas Práticas de Fabricação e melhorias na área ambiental. Contando permanentemente com uma consultoria especializada, a Diamante está em adiantado processo de implantação do SIG–Sistema Integrado de Gestão fazendo com que já tenha sido auditada e qualificada por diversas usinas nos últimos dois anos. A Diamante mantém sua equipe técnica e comercial sempre à disposição. Para assistência técnica, entre em contato pelo fone (41) 3605.1523. Para atendimento comercial e para fábrica, ligue para (41)3656.1352 e (17) 3304.3007. Diamante 41 3645.3400


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